ECOESTUDANTIL Maio08 - Agrupamento de Escolas Dr. Jorge

Transcrição

ECOESTUDANTIL Maio08 - Agrupamento de Escolas Dr. Jorge
Número 10, Maio de 2008
90 MINUTOS COM… ESCRITOR
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ECUNDÁ AVIRA
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C
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ES
Correia Dr. Jorge
O,50
BIBLIOTECA /CRE
Q
uem? João Aguiar, um escritor sobejamente conhecido do panorama literário português. Tornou-se famoso pelos livros, e por eles
tivemo-lo à conversa, no dia 23 de Abril, Dia Mundial do Livro, pelas
14h.00, na Biblioteca.
Na longa conversa com alunos e professores, que se prolongou por 90
minutos, falou-nos com entusiasmo da pessoa e da escrita literária. Dissenos que tinha vivido em Angola, quando criança, falou-nos da doença, aos 8
anos, que o prostrou numa cama, que tinha frequentado durante dois anos o
curso de Filosofia da Universidade Clássica de Lisboa, mas que se tinha formado em Jornalismo pela Universidade Livre de Bruxelas, tendo trabalhado
como jornalista para a imprensa, rádio e televisão. Por que tinha começado
tão tarde a sua carreira? Era lento a amadurecer e… tinha feito várias tentativas antes, percebendo que nenhuma delas era boa, nem bem conseguida.
Uma delas aos nove anos, mas a família desencorajou-o. Quando chegou
aos trinta e oito anos é que viu que estava capaz, com maturidade suficiente
para escrever um livro minimamente aceitável. Foi a Voz dos Deuses, um livro
para adultos. Com estes sente-se como se estivesse a «jogar em casa», o
mesmo já não pode dizer quando escreve para o público mais jovem, para
quem escreve com mais dificuldade, porque exige da sua parte uma responsabilidade maior. Escreve com bastante frequência, porque neste momento
vive da escrita. Confessou-nos que impôs a si mesmo algumas regras: «Não
chatear o leitor e usar uma certa subversão». Não sabe de onde lhe vem a
inspiração para escrever, como acontece o processo criativo, mas sabe que o
seu melhor livro é sempre aquele que está a escrever, já que implica uma
nova experiência, é como “parir um filho”, disse, acrescentado, com sentido de
humor, que Maria Teresa Horta e Alice Vieira (duas escritoras com quem se
relaciona por motivos profissionais) lhe disseram que um filho dói mais. Aquilo
que o faz feliz é saber que a sua escrita é a forma que tem para comunicar
com as pessoas, com o próximo. Por que surgem várias alusões a espíritos
na sua obra? Porque é um tema que lhe interessa, porque é um recurso literário e porque tem um valor quase humorístico. Não é um fanático do sobrenatural, mas, de facto, aborda-o muitas vezes, mostrando também preocupação
com a realidade social contemporânea, como em Encomendação das Almas,
em Canto dos Fantasmas ou em O Navegador Solitário. O autor leu a primeira
página de O Navegador Solitário que fez rir os presentes pela linguagem da
personagem Solitão, que tem nome que não existe, uma madrinha médium e
um avô há muito falecido, que lhe manda mensagens do além através da dita
madrinha. E o Homem sem Nome, por que não atribuiu um nome ao poeta?
Porque a criou para que, através dela, nos preocupemos mais com a nossa
personalidade, o nosso eu mais profundo, que devemos buscar para atingirmos a felicidade, a paz de espírito, e porque é sua missão criar mundos fantásticos. Revelou alguma identificação com as suas personagens, assumindo
a construção do romance como um processo em que reelabora criativamente
(Continua na página 9)
Nesta edição:
Eventos
Intercâmbio
Filosofia
Formação
Opinião
Eco dos Espaços
Línguas
Cinema
Escrita Criativa
Economia
Ciência
EVENTOS
UMA IDA AO TEATRO: Que farei com este livro?
D
e entre os muitos presentes
na sala de espectáculo tinham também lugar alunos da Escola Secundária de Tavira que, no dia
21 de Fevereiro de 2008, tiveram o privilégio de
pisar o novo teatro municipal da capital algarvia,
com o intuito de assistir à peça ilustre que seria
ali representada. Escrita por Saramago e intitulada Que farei com este livro, a peça retrata a luta
de Luís de Camões para publicar Os Lusíadas,
epopeia renascentista que constitui uma das
obras basilares da literatura portuguesa.
Paulo Matos, assumindo o papel de
Camões, representou com bastante eloquência
as adversidades encontradas pelo poeta quando
tentava completar a sua obra, escrita maioritariamente durante a viagem à Índia. Camões,
enquanto protagonista, representa o paradigma
do autor-artista “sempre avançado” em relação
ao seu tempo.
Esta representação de Que farei com
este livro, possibilitou que retirássemos dela
algumas ilações, dado que esta comporta um
texto alusivo a um problema que persiste no presente: o discurso artístico e cultural é ainda hoje
completamente desprezado, tal como o de
Camões o foi. Actualmente, ainda é notória e
visível essa discrepância entre arte e muitas
áreas da vida social, estando esta situação bem
patente no domínio dos media. Falo concretamente da acção da Inquisição que perseguiu os
artistas, culminado numa maior reivindicação
destes que se viam muito amputados de qualquer liberdade. A título de exemplo, temos o
caso
de
Camões que,
tendo em conta
a peça, se
deparou com
inúmeras dificuldades para
publicar a sua
obra
épica.
Fazendo uma
retrospectiva,
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Alunos do 12º C
temos um País que herdou uma mentalidade
vinda dos vários períodos ditatoriais que comportou, e , ainda hoje,
embora sob uma democracia, existem outras
formas de censura, pelo
que subsiste uma ditadura de audiências, o
mediatismo social, a cultura do que é frívolo e
fácil. Deste modo, decreta-se a “morte civil” de um
artista, se ele não aparecer na televisão, meio de
informação tão avultado pela maioria que se rege
por aquilo que esta transmite.
Pouca gente lê escritores realmente importantes deste período. Se olharmos para trás, não
foram os best-sellers que influenciaram a humanidade. Há uma falta de perspectiva das sociedades
em relação aos artistas. Se outrora se manifestava esse desinteresse cultural, ainda hoje ele permanece vivo. Como representação nítida desta
indiferença, sublinho o comportamento desagradável e insólito de muitos jovens presentes no
decorrer da peça que, por esta ou aquela atitude,
manifestaram o seu desagrado e falta de hábitos
culturais que, infelizmente, não lhes terão sido
facultados. Acrescento ainda, que tais atitudes,
comprometem o bem-estar dos outros assim
como o esforço e empenho dos actores.
Apelo à motivação daqueles que não a têm
para que se interessem por esta e tantas outras
obras célebres, concedendo uma maior atenção
às artes e um maior apoio aos artistas incompreendidos, como Camões.
Margarida Sequeira Santos 12º C
Alunos do 10º A2
INTERCÂMBIO
INTERCÂMBIO COM A BÉLGICA
D
urante a semana de 9 a 16 de Fevereiro, um grupo de catorze alunos do 12º A1,
acompanhado pelas professoras Ana Cristina
Matias e Rosa Henriques, teve a oportunidade
de participar num intercâmbio com uma turma do
Damiaan Instituut situado em Aarschot, Bélgica.
O nosso primeiro dia na Bélgica foi reservado para conhecermos e convivermos com a
nossa família de acolhimento. Na segunda-feira,
já eram muitas as novidades que tínhamos para
contar uns aos outros. Depois de nos terem sido
dadas oficialmente as “Boas-Vindas”, teve lugar
uma apresentação electrónica, por parte dos alunos, em que nos falaram um pouco da sua cultura e sistema de ensino. Seguiu-se uma visita
guiada à escola.
Para que pudéssemos ficar a conhecer
Aarschot, realizámos, em pequenos grupos, um
percurso pela cidade. Com o auxílio de algumas
indicações, tínhamos de ordenar algumas imagens de monumentos e de paisagens que nos
tinham sido previamente distribuídas.
Após o almoço, fomos visitar Delvora, a
fábrica de chocolate, mas, para lá chegar, tivemos que pedalar bastante… Ufa! Quando finalmente chegámos, apercebemo-nos de que todo
aquele esforço tinha valido a pena. Um pasteleiro
fez-nos algumas demonstrações e nós algumas
experiências. Umh, Só de relembrar faz água na
boca!
À semelhança dos outros dias da visita, o
ponto de encontro foi uma vez mais às 8.30 na
escola. Após uma curta viagem de autocarro até
à cidade de Lummen, foram-nos apresentados os
nossos guias, os quais nos informaram dos obstáculos que íamos encontrar ao longo do percurso.
Em seguida foram-nos fornecidos cintos que nos
asseguravam total segurança para todo o trajecto.
Tivemos desafios de salto e alturas, saltos de árvores, passagem por pontes flutuantes, equilíbrios em
cordas entre árvores a diferentes alturas do chão e
muitos outros.
Depois de mais uma noite de sono, voltámos ao nosso ponto de encontro. Tudo correu bem
na viagem para Bruges. Aí visitámos o centro histórico de Bruges, o qual achámos esplêndido.
Depois de um bom jantar e descanso, os
alunos combinaram ir ao bowling. Soube bem mandar umas bolas contra os pinos e conhecer melhor
a “arte “da cerveja belga.
Na quinta-feira, 14 de Fevereiro, deslocámonos a Leuven (Lovaina). Em contraste com o de
Tavira, o comboio que nos levou era rápido, confortável e eficaz. Com a ajuda de Dries e Jasper, passámos a conhecer a famosa cidade universitária de
Lovaina, na qual, eram típicas as senhorias que
recebiam em sua casa os estudantes universitários. Mais tarde, em grupos, e guiando-nos por um
mapa chegámos ao local pretendido: uma maravilhosa escalada em recinto fechado estava à nossa
espera. Hilariante, assustadora, com muita adrenalina e companheirismo dos nossos parceiros fizemos com que esta tarde corresse conforme o desejado.
(Continua na pág. 16)
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INTERCÂMBIO
VISITA COM UMA TURMA DO LYCÉE ARAGO
N
o âmbito da geminação das cidades
de Tavira/Perpignan, os alunos do 10º ano de
TGPSI, da Escola Secundária 3EB Dr. Jorge Correia - Tavira, juntamente com os alunos do Lyceé
Arago, realizaram no dia 8 de Abril, terça-feira,
uma visita de estudo ao Barlavento Algarvio.
Nós, alunos de TGPSI, chegámos todos à
escola antes da hora prevista. A partida estava
programada para as 9 horas da manhã, contudo,
devido ao atraso dos alunos franceses, a partida
da nossa escola só se efectuou às 10:25 horas.
No início da viagem, estávamos todos tímidos e não falávamos muito com os visitantes. A
primeira paragem foi em Portimão (Praia da
Rocha). Parámos durante
uns 20 minutos, para todos
apreciarem a paisagem,
mas o clima não era muito
favorável (chovia torrencialmente e o vento soprava com força). Subimos
todos para o autocarro
para o próximo destino. A
segunda paragem realizouse no centro comercial de
Portimão onde tivemos 2
horas para almoçar e conhecer melhor o centro
comercial. Às 14:30, encontrámo-nos no local previsto e partimos para Sagres. Decidimos quebrar
o gelo. Aproveitámos para realizar a nossa tarefa
e fizemos a entrevista preparada anteriormente
em aula.
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Após uma hora muito animada no autocarro,
chegámos à Fortaleza de Sagres. Tivemos à nossa
disposição uma guia que nos ajudou a saber um
pouco mais sobre a história da fortaleza e ainda
deu tempo para visitar a mesma. Todos gostaram
daquela paisagem fascinante. Não foi possível ir
até à ponta de Sagres devido às condições climatéricas.
Às 16:20 partimos para Silves.Depois de uma
hora de autocarro, chegámos a essa linda cidade.
O tempo começava a melhorar, o monumento histórico que íamos visitar era o Castelo de Silves.
Subimos até o portão do castelo, mas não foi possível entrar porque estava em obras e voltámos
para o autocarro.
Às 18:00 horas, partimos para Tavira, mas
devido a uma emergência de “necessidade fisiológicas” fomos obrigados a parar na área de serviço
de Olhão. Os alunos franceses aproveitaram a paragem e fizeram-nos
uma surpresa. Ofereceram uns
“souvenirs”.
Às 19:15 horas chegámos a
Tavira e assim terminou a nossa viagem. No fim da visita de estudo,
alguns dos alunos decidiram acompanhar os colegas franceses num jantar.
Apesar do tempo que não foi favorável, os objectivos foram cumpridos. O
convívio permitiu criar laços de amizade. Ficámos com os contactos dos nossos colegas
e vamos continuar a comunicar com eles. Realizámos ainda o nosso trabalho de forma “lúdica” mas
muito proveitosa.
Gostaríamos muito de poder ir a França e
voltar a estar com estes nossos amigos.
Alunos do 10º TGPSI
Visitas de estudo
AVIÕES, NAVIOS, CONSUMOS e POLUIÇÃO
E
m termos médios pode dizer-se que um
avião comercial de passageiros apresenta consumos de 10 mL (mililitro) de combustível por cada lugar e por cada segundo. Em termos práticos e por paralelismo, se uma
pessoa ingerisse água a essa taxa, teria de consumir um litro de água em 100 segundos, ou seja, um
pouco mais de minuto e meio. Poderá ser possível
fazê-lo mas é complicado.
O consumo de combustível pode parecer
elevado, mas como fazer para que os aviões atinjam as velocidades que lhes permitem atravessar a
vastidão dos oceanos em tempos aceitáveis? Será
que, tal como para os carros, não será mais útil o
conhecimento do consumo ao quilómetro (ou aos
100 quilómetros) do que ao segundo?
Nesta circunstância, e para o consumo de
10mL por passageiro, facilmente se chega ao valor
de 36 litros por hora. Considerando a velocidade
de cruzeiro 900 km/h (as contas são acessíveis),
calcula-se que, por passageiro e por hora, o avião
gastará 4L por 100 km. Os aviões mais eficientes já
conseguem fazer 3L por 100 km. Tendo em consideração este valor, dois passageiros de avião gastarão 6L de combustível por 100 km. Deste modo,
dois passageiros que viajem de avião gastarão tanto como dois passageiros que viajem num carro
relativamente eficiente nos seus gastos de combustível (admita-se que o carro consome 6L aos
100 km).
E para os navios de passageiros/paquetes
de cruzeiros? Um navio de cruzeiros consome, por
passageiro, 25 L aos 100 km. Apesar dos navios
serem muito mais lentos, consomem mais que os
aviões. A sua eficiência em termos de desempenho
por passageiro é bem menor do que a dos aviões.
A que se deverá este facto? Não devemos esquecer que o navio se desloca na água e o avião se
desloca no ar, sendo a densidade deste (1,28 kg/
m3), bem menor que a densidade da água
(1,00x103 kg/m3). Se relembrarmos que à altitude
de 10km a que viajam os aviões a densidade do ar
diminui para cerca de ¼ do valor à superfície, essa
diferença entre densidades é mais acentuada.
Outra diferença reside na massa que deslocam: um
navio como o Queen Mary 2 desloca 150 000 toneladas e transporta 2600 passageiros e um avião
como o Airbus A320 desloca 60 toneladas e transporta cerca de 200 passageiros.
Em termos do uso da energia e do ambiente
possivelmente viajamos até de mais, e demasiado
combustível é queimado. No entanto, um facto é
certo: se tivéssemos de atravessar o oceano Atlân-
tico, seria ambientalmente mais gravoso a utilização do
navio do que o avião.
Prof. Norberto Mestre
*Adaptado de Hendermas, L.F.F. (2007).“Thirsty passengers”.
Europhysicsnews: Vol 38/5.
Visita à exposição permanente do Banco de Portugal
“O DINHEIRO NO OCIDENTE
PENINSULAR: DO ARTIGO PADRÃO AO
EURO”
N
o dia 16 de Janeiro, as turmas dos cursos profissionais de TC e TBS, acompanhadas pelos
professores Carmen Castro, Margarida Guerreiro e
António Silva, realizaram uma visita de estudo ao
Museu Virtual do Banco de Portugal, em Lisboa.
Chegámos ao museu do Banco de Portugal às
13:56 horas, ficando pasmados com as dimensões das
suas instalações.
Começámos a visita por uma exposição de peças
muito antigas que serviam como moeda de troca, chamados de “Artigos Padrão”. A exposição apresenta o
“dinheiro” nas suas diferentes formas, reflectindo a
evolução histórica, socio-económica e artística que
caracterizou a sociedade portuguesa e os povos que
antes da fundação do reino habitavam o ocidente
peninsular.
Após esta explicação, feita pela Relações Públicas
do museu, visualizámos um filme, que resumia toda a
visita, dando-se esta por terminada às 16:07 horas. O
regresso a Tavira deu-se por volta das 21 horas.
Esta visita foi importante porque percebemos que
Portugal integra o grupo dos países fundadores da
Zona Euro, em que o Banco Central Europeu conduz a
política monetária e cambial única, sendo o Banco de
Portugal parte integrante desse sistema europeu de
bancos centrais.
Cláudia Baptista e Cláudia Pereira, 10º TBS
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C
Visitas de estudo
VISITA À EMPRESA FIMA— PRODUTOS ALIMENTARES
N
o dia 13 de Fevereiro as turmas dos
cursos profissionais de TC e TBS, acompanhadas
pelos professores Carmen Castro, Margarida Guerreiro, António Silva e Helena Entrudo, realizaram
uma visita de estudo à empresa FIMA.
A visita teve como objectivos promover uma
aproximação directa ao mundo da produção e ao
mundo do trabalho, conhecer o funcionamento da
bém serviços sociais da empresa destinados aos
trabalhadores, como o centro médico e o refeitório.
Após a apresentação, fizemos uma pequena
visita a laboratórios de análise da empresa. Por
fim, regressámos ao local da apresentação, onde
nos foi oferecido um lanche e entregue uma
pequena recordação da FIMA.
Consideramos que a visita foi muito importante porque pudemos aplicar conhecimentos aprendidos nas aulas.
Márcia Conceição, 10º TC
M
VISITA À ILHA DE S. MIGUEL,
AÇORES
A
produção e distribuição numa empresa, conhecer a
sua organização interna, compreender a importância socioeconómica para a região e para a actividade económica em geral, promover a observação,
análise e crítica e proporcionar momentos de convívio entre alunos e professores.
Às 14 horas chegámos à FIMA, tendo sido
recebidos pelas Relações Públicas da empresa, as
quais nos apresentaram em PowerPoint uma breve
história da empresa, e quais e como eram os produtos lá fabricados.
A FIMA é uma empresa criada nos anos 20 que
produz cremes vegetais, tais como as marcas Planta, Becel, Flora, Tulicreme e Vaqueiro. A empresa
encontra-se dividida em vários sectores que são a
FIMA Plaste (fábrica de embalagens), laboratório
Margarina Mia (sala de visitas), armazém de produto acabado, tratamento de fluentes, parque de tanques de óleos em bruto, refinaria, engenharia,
manutenção e produção de energia. Existem tamPágina 6
turma A1 do 11º ano efectuou, de 4 a 8
de Abril, uma visita de estudo à ilha de
S. Miguel – Açores. De entre vários
objectivos pretendia-se caracterizar o
vulcanismo dos Açores, relacionar a tectónica de
placas com o vulcanismo e explicar a importância
das energias renováveis, nomeadamente a geotérmica e sua perspectivação económica para os Açores.
Em termos de organização, ela ficou a cargo
dos professores Norberto Mestre (Física e Química
A) e Aurora Carmo (Biologia e Geologia). Colaboraram ainda os pais e encarregados de educação dos
alunos e um conjunto de instituições e empresas
que tornaram possível a concretização deste evento.
As experiências vividas nos diferentes locais
visitados (mesmo com a meteorologia a não ajudar
às vezes), a oportunidade de observar ao vivo fenómenos ou o seu registo, a ocupação humana de
uma paisagem espectacular, e até a indefinição na
hora da partida com “passagem pela montanha russa” constituíram-se como referências singulares
para todos os participantes do projecto.
A todas as entidades, instituições e empresas
que nos apoiaram e patrocinaram na realização do
projecto (Conselho Executivo da nossa escola,
Município de Tavira, Município de Ponta Delgada,
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento
Algarvio, Delta Cafés, Clube de Golf de Tavira,
Olhinfor, Cortinlar, Farmácia Caimoto, Rui Simeão,
Topogarve Lda, Nascimento & Pereira), o nosso
muito obrigado.
Prof. Norberto Mestre
filosofia
CÉUS INÓSPITOS - Episódio da série CSI
"Um cego a conduzir os cegos" - Grissom
Voo para Las Vegas. Cena de um crime avião. Cadáver com trinta anos (Tony). Passageiros na primeira classe. Os famosos investigadores
fotografam a cena do crime, recolhem impressões
digitais, detectam “pegadas no casaco”, sangue
num CD. É isolada a cena do crime com uma fita.
Teria sido um homicídio? Um suicídio? Gris-
E
ste episódio suscitou-nos a seguinte
reflexão: uma vez que um passageiro manifestava
um comportamento desequilibrado, nervoso, descontrolado e agitado, os cinco passageiros reagiram, instintivamente, perante a ameaça de poderem estar a correr risco de vida, se ele abrisse a
porta de saída do avião. No entanto, o facto de os
cinco passageiros terem entrado em conflito com
Tony, poderia ter sido evitado. Ninguém teve a
preocupação de o acalmar e de conhecer os principais motivos que o levaram a tal descontrolo, o que
poderia ter evitado a tragédia. Cinco pessoas, agindo irreflectidamente sem nenhuma preocupação
com o outro, desumanos, preocupando-se apenas
consigo, escolhem o caminho mais fácil de resolver
o problema. O homem poderia ter sido salvo se um
som (o Inspector) admite a existência
de mais do que um suspeito. Os passageiros testemunham o que cada um
relembra.
Tony estaria bêbado, drogado?
Ele estava agitado, tinha febre, uma
enorme angústia. Seguem-se os interrogatórios. Os investigadores ligam os
fios de uma enorme teia. Há indícios
de luta, garrafas partidas, gotas de
sangue. Empregam-se métodos e tecnologias para detectar o invisível.
Interrogam, seguem pistas, examinam.
Seleccionam três suspeitos. Um cego
que também viajava na primeira classe conta o que conseguiu ver, pois
tinha 10% de visão e sobretudo o que
ouviu. Quem matou Tony? Reconstrução da cena
do crime. Se morreu num sítio como foi parar mais
à frente?
Afinal, são os cinco passageiros os assassinos. Os cinco, de indivíduos, transformaram-se
numa maralha. Porém, não há provas suficientes.
São libertados, por falta de provas.
Onde está a justiça?
dos indivíduos ponderasse a situação, se procurasse conhecer a verdadeira causa de tanta agitação. Uma médica a bordo com conhecimentos
científicos e nada fez? Uma hospedeira que não
aplica o que aprendeu? Por que é que todos se
colocam na pele dos passageiros e não no da vítima? Natureza Humana? Afinal, é o Homem um
ser racional ou nas situações limite, comporta-se
como qualquer outro animal, que luta pela sobrevivência, mesmo que para isso tenha que matar o
seu semelhante?
Grissom questiona. Mostra à sua equipa
que há sempre uma outra perspectiva, que as
pessoas preconceituosas não conseguem alcançar. Surpreende-os, abala-nos e faz-nos reconhecer que cada um de nós deve pensar pela sua
própria cabeça, porque isso pode ser a fronteira
entre a vida e a morte.
Cátia Moldes e Ricardo Afonso, 11ºB
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FILOSOFIA
O FENÓMENO DO CONHECIMENTO HUMANO
o
humana. Tal como a origem, a natureza do conhecimento também se explica com duas correntes: para o
realismo as coisas são como as conhecemos, tal e
qual como elas são (realismo ingénuo); para o idealissignificado da palavra conhecer
mo não conhecemos as coisas como elas são realé saber algo sobre alguma coisa. Assim, conhecer
mente, apenas conhecemos as ideias que julgamos
é um acto que implica um sujeito, um objecto e o
representarem as coisas. São questões ligadas à filoconhecimento, ou seja, a representação mental do
sofia. Ciência e filosofia estão ligadas. Pode-se constaobjecto. Conhecer é apreender qualquer coisa do
tar esta afirmação em Aristóteles (IV a.C.) que apenas
objecto através do pensamento e incorporar o que
procurava conhecer e as suas reflexões estavam desliapreendemos.
gadas da técnica. Na Antiguidade, a ciência baseia-se
Quando observamos qualquer coisa avalianuma concepção estática do mundo e é encarada
mos, por exemplo, o seu aspecto e nem nos lemnuma perspectiva qualitativa e não experimental; é
bramos de ver qual a sua composição. Quer isto
contemplativa pois procura
então dizer que a intencionalidade
o saber pelo saber. Na Idado sujeito no acto de conhecer “O fenómeno do conhecimento
de Média, a concepção de
influencia o seu modo de conhecer o
humano é sem dúvida o maior
ciência pouco se altera,
mundo. Assim, o indivíduo pode atrifica subordinada a critérios
buir ao mesmo objecto significados milagre do nosso universo.”
Karl Popper
religiosos, dado que a
diferentes. Há, então, muitos modos
razão humana se deveria
de conhecer o mundo que depensubmeter ao divino. No século XVIII, é introduzido um
dem da postura do sujeito face a um objecto de
novo conceito de ciência – a moderna, e os seus autoconhecimento, pois cada um, com a sua forma próres são Galileu e Descartes. Começa-se então a valoripria, descodifica o mundo, atribuindo-lhe um sentizar-se a razão enquanto instrumento de conhecimento.
do. Deste modo, os tipos de relacionamento entre o
A ciência deverá, através de um processo de interrogasujeito e o objecto podem ser: o mítico-mágico,
ção da realidade, constituir o seu método e objecto.
um conhecimento baseado em crenças, sendo esta
Pretende-se que a ciência seja objectiva.
a primeira forma de relacionamento entre o homem
A aplicação de conhecimentos científicos levou
e o mundo; o senso – comum, um conhecimento
ao desenvolvimento tecnológico das sociedades que
baseado na compreensão do mundo que resulta
hoje conhecemos, dando origem a progressos que
das experiências que realizamos; o científico proafectam todas as áreas das nossas vidas. Todos os
porciona um conhecimento que procura descobrir o
países e todas as pessoas deveriam ter acesso à ciênfuncionamento de tudo através das relações de
cia, porque a divulgação dos conhecimentos científicos
causa - efeito, procura construir um conhecimento
leva à evolução das sociedades e ajuda-nos a combaseado nas características do objecto e com a
preender melhor o mundo e a agir de uma forma mais
mínima interferência do sujeito e, por fim, o filosóeficaz. Só os indivíduos cientificamente informados
fico, que corresponde a um conhecimento que propodem ter opinião pública e crítica. Todos devemos ter
cura a origem dos problemas.
acesso a tudo isto através do ensino e de outras coiÉ no senso comum que nos movemos diariasas, mas todos temos esse direito e a democracia tem
mente: é prático e pragmático, na medida em que
de ser capaz de acompanhar o processo de transforse limita a constatar acontecimentos, aceitando e
mação tecnológica, oferecendo oportunidades iguais a
sugerindo formas de agir; é subjectivo, porque
todos os cidadãos. Actualmente, a tecnologia é indisexpressa sentimentos e opiniões dos indivíduos
pensável para o progresso da ciência e para o funcioque variam consoante o meio onde estão inseridos;
namento das sociedades e, infelizmente, a tecnologia
é valorativo, na medida em que resulta das nossas
também está a servir para instrumentos que são
experiências e não está sistematizado, pois não
devastadores, como a criação de tanques de guerra, a
reflecte sobre os seus conteúdos.
bomba atómica e outras. Problemas bioéticos como a
É a partir do século XVIII que a explicação
clonagem, o respeito pelos animais, problemas
sobre o conhecimento e sua origem se polariza em
ambientais ou a forma como circula a informação e se
duas correntes opostas: o empirismo defende que
controlam as pessoas são cada vez mais problemas de
o conhecimento deriva da nossa experiência e o
todos, que a todos dizem respeito.
racionalismo defende que este se baseia na razão
Texto síntese - Área de Integração
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Telma Martins 10º TC
FORMAÇÃO
O que é um Centro de Novas Oportunidades?
N
a nossa Escola existe um Centro
de Novas Oportunidades que se
encontra sedeado no bloco 2 e
conta já com uma equipa de 18
elementos, 15 dos quais são professores da Escola.
Destina-se à qualificação de adultos maiores de
dezoito anos.
Partindo da experiência de cada um, começamos por tentar encontrar a melhor solução formativa.
Uns, com idades inferiores a 25 anos, e com pouca
experiência de vida, podem ser encaminhados para
os cursos profissionais, outros, nas mesmas circunstâncias, poderão ir frequentar os cursos de educação
e formação de adultos. Se o formando tiver muita
experiência de vida – trabalhou em diversos locais,
tem interesses pessoais, gosta de viajar, é curioso em
relação à vida, frequentou diversas acções de formação, lê, ouve música, sabe defender os seus interesses, foi membro de uma associação desportiva ou
cultural …pode ficar no centro. Há muitas pessoas
que deixaram de estudar por diversas razões e que
conseguiram chegar a lugares importantes na sociedade, mas que as circunstâncias da vida – necessidade de ganhar dinheiro, tornar-se autónomo, formar
família, educar os filhos e outros compromissos –
obrigaram-nos a abandonar a escola e a nunca mais
voltar. Se por um lado aprenderam muitas coisas, por
outro, têm um nível de escolaridade muito abaixo das
suas competências. Será que a Escola com o modelo
existente de ensino se preparou para os receber?
Não. Estas pessoas não podem, nem querem voltar
para o sítio donde saíram, muitas vezes magoadas e
tantas vezes por imposição das condições financeiras
ou sociais das suas famílias. Não merecem uma
segunda oportunidade? Pensamos que sim.
No Centro, não há programas, nem aulas, nem
professores, nem testes, nem classificações. A matéria que terá de ser trabalhada é a própria experiência
de vida de cada um. Quanto mais rico for o passado
de cada um, maior probabilidade terá de atingir um
maior grau de escolaridade. Mas assim é fácil!...
Qualquer um poderá ser candidatado?!... Não. Se em
alguns casos existem comprovativos como as acções
de formação que podem ser comprovadas com certificados, ou os cargos exercidos comprovados com
declarações, como se prova que se é um bom cidadão? Que se domina a língua materna, tanto ao nível
escrito como oral? Que se sabe trabalhar com o computador? Que se é autónomo, responsável e que se
consegue analisar a vida? É preciso demonstrar
essas competências. Para isso há formadores, há um
referencial de competências para o nível básico e
outro para o secundário (uma espécie de grelha de
orientação do Ministério da Educação), trabalhos a
serem realizados, um avaliador externo, uma sessão
final de defesa oral dos trabalhos, enfim, toda uma
equipa que acompanha e garante que o adulto chegue a bom termo e que as competências apresentadas são da sua autoria. Contamos já com 600 inscrições nos dois níveis de ensino, 300 das quais devidamente encaminhadas.
Apesar das críticas e das desconfianças de
alguns em relação a este sistema, acreditamos que
se trata de um regime diferente, mas justo para uma
grande parte da população que merece que o que
foi aprendendo ao longo da vida seja agora valorizado e possa contribuir para a sociedade em que se
insere.
Professora Rita Couceiro
90 MINUTOS COM...ESCRITOR
(Continuação da pág. 1)
as suas próprias vivências, e se norteia pelos caminhos da História, entretecendo-os com elementos
ficcionais. O prazer pleno é quando entrelaça a sua
história com a História, daí resultando personagens
mais verdadeiras, «sem rodriguinhos», como acontece em Inês de Portugal ou em A Voz dos Deuses,
neste caso resultando um Viriato mais próximo do
Viriato histórico e verdadeiro que a tradicional imagem do pastor.
Questionado sobre eventuais conselhos a dar a
futuros jovens escritores, corroborou aquilo que os
professores de Português sistematicamente recomendam aos seus alunos - conhecer bem a gramática, ler
obras de qualidade, e ter prática de escrita. Admirador da literatura portuguesa, sublinhou como leituras
de referência as obras de Camões e de Eça.
Factos que o marcaram na vida, foram a estada
em Angola, o 25 de Abril, a tropa, mas passava sem
ela. Em relação ao presente, mostra-se bastante crítico da mediocridade que tomou conta da vida do
homem contemporâneo, da falta de escrúpulos e da
manipulação política, cultural a que estamos constantemente sujeitos, afirmando que só conseguiremos
reagir se tivermos bagagem cultural e conhecimento
histórico. O que escreve neste momento, mais um
livro do Bando dos 4 e um romance que pensa publicar em Agosto.
No final da sessão, João Aguiar autografou os
seus livros.
Prof.ª Maria Antonieta Couto
Página 9
opinião
SER COMPLETO COMO UMA MÁQUINA
A
sinistralidade no nosso país continua com
números preocupantes a nível de acidentes, feridos e mortos.
Mesmo com uma pequena redução relativamente
aos anos anteriores, os números elevados continuam a
ser alarmantes e o principal factor é mesmo o Homem
que não usa a máquina em questão da forma mais correcta, tornando-se esta uma arma perigosa.
Todos os veículos são umas máquinas programadas para não ter erros e cometer falhas, mas, como
todas as máquinas, elas falham e, mesmo sendo uma
pequena percentagem, também contribuem para a elevada taxa de acidentes. Contudo, mesmo assim, a
principal causa são as manobras mal efectuadas , a velocidade, o álcool, tudo devido ao Homem ter mais
falhas que a própria máquina que tem nas mãos.
É por muitos veículos apresentarem sistemas de segurança cada vez mais completos e sofisticados
que os condutores fazem tais asneiras na estrada, pois sentem-se mais confortáveis e com maior segurança ao praticá-las, o que é uma forma errada de pensar.
Portanto, estes elevados números só baixarão quando o Homem conseguir «ser completo como
uma máquina», como o desejava o heterónimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, no seu intenso
poema “Ode triunfal”. Só a máquina está feita para não ter falhas quando é bem usada.
Gonçalo Guerreiro, 12º A1
A REALIDADE PORTUGUESA
A
nossa sociedade é como um formigueiro, sempre em movimento, sempre a tentar reconstruir, mas acabam
todos por não conseguir fazer nada.
Os ricos ficam cada vez mais ricos, e os pobres
cada vez mais pobres. Os políticos só pensam em
aumentar a sua fortuna pessoal, enquanto o país
vive na miséria.
O nível de exigência no ensino escolar
aumenta cada vez mais. Em Portugal, a média de
entrada nas universidades é mais alta do que em
muitos países da Europa. Vejamos, a média para
entrar em Medicina em Portugal é de 19 valores,
enquanto na vizinha Espanha é de 15 valores.
Depois, a maior parte dos médicos que trabalham
em Portugal estão desempregados. Parece a
migração das andorinhas…
Quando vamos a um hospital não nos devemos esquecer de duas coisas muito importantes:
a carteira com todos os documentos possíveis e
um dicionário Espanhol-Português para sabermos
o que os médicos dizem. Quando vamos às
urgências, mesmo “aflitos”, morremos primeiro e
só depois é que somos chamados. Que vergonha!...
Temos um exemplo em concreto pelo que me
aconteceu, fui directamente para o pior sítio que
imaginava, onde esperei seis horas para ser atendido. Se fosse algo mais grave, já tinha “ido à vida”!
As urgências parecem um labirinto da morte: pessoas seminuas a gemerem por todo o lado.
Mas o pior disso tudo é o ensino em Portugal!
O ensino está a um nível muito baixo. Há cada vez
mais alunos a desinteressarem-se pela escola. Muitos alunos desistem da escola para irem trabalhar e
pensam que fazem bem. Segundo os inquéritos feitos a alunos em todo o país, um bom professor tem
que ter um bom sentido de humor não interessando
para nada as suas habilitações académicas ou as
suas competências. Se a cada aluno desinteressado
se comparasse com uma casa, viveríamos em
autênticas ruínas!
Tudo isto para focar um pouco da realidade da
sociedade portuguesa, mas atenção, cada passo
que damos é um marco para o nosso futuro próximo, pois as necessidades do presente podem
influenciar as necessidades futuras! Pensem nisto e
abram os olhos!…
Alunos do 10º TGPSI
Página 10
OPINIÃO
SERÁ A FELICIDADE ALCANÇAVEL?
A
felicidade é um
sentimento que
todos desejamos sentir. Esta
não é algo que se compre, é,
pelo contrário, algo que se constrói ao longo da vida, ou até
mesmo num simples momento.
Este sentimento varia de
pessoa para pessoa, pois uns
podem sentir-se felizes com muito pouco e outros podem sentirse felizes só quando têm tudo.
Tudo depende das circunstâncias de cada um, das oportunidades de vida, como afirma Laurinda Alves. Tal como ela, para
sermos felizes, temos que viver
bem e comodamente, embora
existam pessoas que desfrutam
desse bem-estar material, mas
não desfrutam do bem-estar
interior, pois não sentem a harmonia que a felicidade nos
transmite. Uns porque têm problemas no trabalho, outros porque têm problemas de saúde,
outros porque, simplesmente,
não o querem, logo não se sentem felizes.
Eu sinto-me feliz hoje,
mas amanhã posso não me sentir, o que não quer dizer que não
seja uma pessoa feliz.
A felicidade pode ser
momentânea, mas também pode
estar dentro de nós, uns dias
mais escondida, outros à flor da
pele, mas ela está sempre aqui.
Para vivermos essa felicidade, temos que nos moldar ao
nosso dia - a- dia, às circunstâncias da nossa vida e encontrar a
felicidade dentro de nós. Por
isso, procurem-na e sejam felizes.
Joana Soares, 12º A1
Todos aspiramos a ser felizes, mas todos sabemos como é frágil e efémera a felicidade. Depende
das circunstâncias de cada um, das oportunidades
de vida, mas também de uma atitude interior.»
Laurinda Alves, Ideias Xis
F
elicidade. Conceito abstracto que significa o contentamento através das sensações positivas. Para se ser feliz, há
que conhecer o nosso próprio tesouro.
Defendo que para encontrar a Pedra Filosofal todos nós
temos que saber qual é a nossa Lenda Pessoal. Se uma pessoa
deseja realizar um sonho, que lhe confere a Felicidade, todo o
Universo conspira para que se atinja esse sonho.
A vontade do próprio ser humano é essencial para atingirmos os nossos sonhos. Esses sonhos, ao se realizarem, transformam as pessoas e estas sentem-se felizes.
Dedicarmo-nos à vida, aproveitar as oportunidades que
esta nos dá, é um excelente começo na difícil e longa, mas honrosa, tarefa de ser feliz. Apesar de não terem condições financeiras, que muito contribuem, diversas pessoas, através dessa mesma vontade, conseguem realizar os seus objectivos profissionais.
Todos os sonhos estão interligados, ou seja, realizar um
sonho profissional dá um novo ânimo, interfere na felicidade sentimental. Se nos sentirmos bem com um aspecto, isto incentiva a
termos mais força para realizar outros objectivos. Daí também se
poder concluir que ao nos correr mal um aspecto (sentimental,
por exemplo), isso não deve trazer agouros para os outros constituintes da felicidade. Não misturar os sentimentos será uma boa
visão para que não sejamos tão afectados pelos aspectos maus
e assim não poremos em causa a nossa felicidade.
A nossa felicidade é isso mesmo. Nossa. É frágil e efémera,
tal como afirma Laurinda Alves, daí sermos nós os responsáveis
por conservá-la. Com vontade, dedicação e sem misturar sentimentos, podemos realizar muitos sonhos que pretendemos atingir. A felicidade surge por consequência, não anuncia a sua chegada. É sentida, não se vê.
Ricardo Salvé-Rainha, 12º A1
Página 11
eco dos espaços
APONTAMENTOS AUTOBIOGRÁFICOS
N
o dia 28 de Janeiro, realizou-se no
auditório da Escola Secundária de
Tavira uma palestra com o patrono e
fundador da nossa escola, Doutor
Jorge Correia. Este foi convidado pela Biblioteca Escolar e contou com a ajuda da turma 10º A2 e da professora Ana Cristina Matias na organização e apresentação.
Participaram no evento várias turmas da escola,
acompanhadas dos respectivos professores. Também
esteve presente a Rádio Gilão.
O Doutor Jorge Correia contou vários episódios
da sua vida e, no final, foram os alunos que o
Incentivaram a relatar mais alguns momentos que
achavam relevantes e que lhes despertavam maior
interesse.
Jorge Correia nasceu a 5 de Abril de 1918, em
Tavira, e ao longa da sua vida dedicou-se às mais
variadas actividades. Estou medicina em Évora e acabou por vir trabalhar para Tavira, cidade que o viu nascer e crescer. Foi médico, político, Presidente da
Câmara Municipal de Tavira e, durante ano e meio,
director da então Escola Técnica de Tavira. Ultimamen-
te tem-se ocupado com a escrita, havendo já várias
obras suas na biblioteca escolar.
Entre as mais diversas histórias, o Dr. Jorge
Correia contou como a sua influência foi determinante
para a abertura da Escola Técnica de Tavira, a actual
Escola Secundária. Os alunos ficaram também a
saber como foi o processo em que o Doutor Jorge
Correia foi nomeado patrono da nossa escola. Depois,
com grande amabilidade, declarou que iria oferecer
toda a tiragem do seu novo romance Maravilhas e
Paixões, à Associação de Estudantes da nossa escola.
É de salientar o interesse demonstrado por
todos os participantes nesta actividade. De facto, foi
com agrado e satisfação que a organização contou
com a casa cheia e com o bom ambiente que todos
se esforçaram por manter.
Marina Amorim e Hélio Valente, 10º A2.
CELEBRAR A POESIA
P
or iniciativa da Biblioteca/CRE, em colaboração com o Departamento de Línguas, alunos e professores foram convidados a celebrar a poesia.
No dia 10 de Março, entre as 15:00 e as 16:30,
reuniram-se, no Auditório, as turmas 10ºA2, 10ºC,
11ºA1 e 11º C2, para além de outros alunos assistentes, e muitos aceitaram o desafio de dar voz à poesia.
Foram recitados poemas de autores portugueses do
século XX e a poesia de Eugénio de Andrade foi lida
em português, espanhol e inglês, por alunos e pelos
professores Ana Cristina e Darío Serón. Foi visionado
também um DVD sobre poetas do século XX, realizado no ano transacto pela professora Antonieta Couto
Página 12 e os seus alunos.
Na terça-feira, dia 11, deu-se continuidade à celebração da poesia, tendo os alunos do 12º A1, 12º A2 ,
12º C e 12ºE correspondido favoravelmente à solicitação
das professoras Ana Cristina Matias e Antonieta Couto.
Assim, para além do visionamento do DVD já mencionado, os alunos venceram a timidez e leram os poemas
que tinham escrito em intertextualidade com Fernando
Pessoa ou um dos seus heterónimos. As professoras
Ana Cristina e Antonieta, bem como o professor José
Couto também se juntaram aos alunos, tendo recitado
poemas de autores portugueses.
A sessão terminou com a representação de um
sketch alusivo a Fernando Pessoa e seus heterónimos,
redigido e encenado por alunos do 12º A2.
Prof. ª Ana Cristina Matias
Texto publicado no blog da Biblioteca
http://www.estbiblioblogue.blogspot.com/
eco dos espaços
IV “BIBLIO
APER” DAS
R
ealizou-se pelo quarto ano consecutivo
o “Bibliopaper” das Letras para lembrar
os Dias Mundiais da Língua
Materna, da Poesia e do Livro. À
semelhança das anteriores sessões, houve
uma eliminatória, em que as concorrentes
puseram à prova conhecimentos gramaticais e literários, e também inventaram um
slogan a apelar à leitura e uma quadra
dedicada à poesia.
A final, que decorreu no auditório, no
dia 12 de Março, contou com a presença
da Liliana Fernandes e da Maria Couto (10º
A1), da Mariana Carneiro (10ºC), da Ana
Ana Teresa (1º lugar)
Teresa (12ºC) e da Ana Isabel (12ºE).
Ana Isabel (3º lugar)
Foram recebidas no Auditório por
um público entusiasta, por um júri,
constituído pelos professores, Ana
Cristina Matias, Darío Serón e
Manuela Beato, pelo aluno João
Correia, e pela organizadora do
evento, professora Antonieta Couto. As finalistas escreveram um
Maria Couto (2º lugar)
texto em três minutos, a partir de
sete palavras escolhidas pela
Certificados de participação
deveriam ser
assistência, declamaram um poema e falaram de
entregues às
um livro que as marcou. Todas tiveram boas presalunas Ana Teresa (1º lugar), Maria Couto (2º
tações, mas o júri considerou que os prémios em
lugar) e Ana Isabel (3º lugar).
livros, oferecidos pela Escola e pela Editora Asa,
Prof.ª Antonieta Couto
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS: ÁREA DE PROJECTO
N
os dias 2, 6, 7 e 8 de Maio, as turmas do 12º ano, no âmbito da Área de Projecto, fizeram
as apresentações públicas dos trabalhos desenvolvidas ao longo do ano lectivo.
A turma do 12º C abriu as apresentações, perante um auditório cheio, onde não faltaram os pais, professores, alunos e uma professora do ICS, ao abrigo da parceria que a escola tem com
esta entidade. As apresentações foram um verdadeiro sucesso e os presentes foram surpreendidos
com o interesse dos temas e a criatividade dos alunos. Aguardamos ansiosamente saber qual será o
trabalho seleccionado para ir a Lisboa competir com outras escolas. Todos merecem, mas só um será
vencedor!
Se quiseres consultar os trabalhos teóricos realizados e conhecer, entre outras coisas, a gravidade do Bullying, a Realidade das Drogas, o problema do Suicídio na Adolescência, na nossa escola,
consulta a plataforma moodle. Aí podes ainda encontrar outros temas de interesse como a Prostituição
Feminina, os Fenómenos Sobrenaturais e o Racismo e Xenofobia.
Profª. Fátima Pires
Página 13
Línguas
PROVÉRBIOS POPULARES / REFRANES POPULARES
1- Los Santos de la casa no hacen milagros.
5- Un pájaro solo no hace el nido.
e
C— Se qu
ogra
as ao pé s
h
n
te
o
ã
n
a,
m estimad
res ser be
ada.
nem cunh
Deus.
os logo a
im
d
e
p
,
s
aos Santo
s de pedir
o
m
e
v
a
h
E— Se
2—Si la paz quieres conservar has de ver, oír y callar.
3 - Si tenemos que pedir a los Santos, pedimos ya a Dios.
lar.
ouvir e ca
r
e
v
é
r
a
conserv
az queres
D– Se a p
s.
m milagre
e
z
fa
o
ã
n
s de casa
B— Santo
4 - Si quieres ser bien estimada, no tengas a tu lado ni la suegra ni la cuñada.
zo
o só não fa
r
a
s
s
á
p
m
A- U
ninho.
Selecção de provérbio realizada pelo Prof. Darío Serón
El rescate
Estaba yo en medio de mis pensamientos más profundos sentado en los bancos de
la calle del barrio “fino”, cuando escuché mucho ruido que llegaba desde los arbustos a mi
lado, era un pájaro que tenía cemento en sus
alas.
Sin prisa, yo he quitado el cemento de
sus alas y el ave, graciosa, ha permanecido
allí en mi mano.
En esa calle había un gran atasco, provocado por los coches que iban con la gente
para el trabajo.
Decidí entonces ir para un jardín muy
grande con muchas flores y muchos pájaros y
he dejado la pobre ave ahí.
¡Gracias a este pequeño ser volador
me he encontrado una “oferta”, era un billete
de cien euros!
Dário Palma y David Silvestre, 11ºC1
Página 14
POR LA CIUDAD…
Todos los días cuando voy a trabajar
Deprisa voy caminando
Calles llenas de gente, atascos de coches sin parar
Y aves cantando.
En las tiendas abiertas
Mucho ruido se hace
Las personas compran ofertas
Para que la Navidad no pase.
En un barrio de cemento
Hay flores de todos los colores
Quien las compra son personas con tormento
Personas con amores.
Anónimo, 11ºC2
LÍNGUAS
MI EXPERIENCIA EN CLASE
T
odos los días, ir a la escuela forma parte de mi rutina, es una cosa
muy normal para mí. En la escuela tengo clases solamente por la mañana y tengo
también, dos pausas para el recreo.
Normalmente cuando llego a la clase, me siento en mi lugar, quito mi material
de mochila y escribo la lección y los contenidos. Después el profesor empieza
hablando de la materia. A veces me gusta mucho oír lo que el profesor dice pero
otras veces es muy aburrido, pero yo sé que tengo que saber y escuchar con atención todo aquello que ele profesor tiene para enseñarnos.
Me gusta mucho aprender, es muy divertido e interesante pero estudiar a veces es muy cansado y aburrido. Sin embargo yo sé que para tener buenas notas e ir
a la universidad tengo que estudiar mucho. Yo voy a conseguirlo.
Ana Teresa Pereira, 12ºC
C
omo todos los estudiantes, estudiar e ir a las clases es parte de nuestro día a día. Me gusta
mucho ir a las clases porque es allí que
aprendo un poco más sobre variados
asuntos. Por supuesto que es muy importante ser personas cultas.
Antes de entrar en las clases intento concentrarme para entrar en la clase
con la máxima concentración y cuando entro en la clase voy motivado para aprender
y participar en todas las actividades. Muchas veces intento oír el profesor y tomar
mis apuntes personales para repasar en
casa cuando estudio.
Sí, tengo algunos problemas de
concentración y me gusta mucho bromear
por eso en las últimas clases del día me
estoy un poco cansado y nervioso, lo que
no es muy bueno.
Pero por supuesto las clases son
esenciales para aprender más sobre todas
las áreas y es nuestra preparación para la
enseñanza.
Hugo Azevedo, 12ºC
C
uando llego a clase me siento
en mi mesa, junto a mi colega
Thea. Después, el profesor
escribe los contenidos en la
pizarra y pide, delicadamente,
“¡Silencio, por favor!”. Nosotros obedecemos al profesor y escuchamos lo que
tiene para enseñarnos.
Las clases que más me gustan son
las clases prácticas en las cuales hacemos ejercicios acerca de la materia dada.
A mí me gusta hablar, comunicar y, claro, no me agradan las clases en que no
hay comunicación oral. Esas son muy
aburridas, monótonas y rutinarias.
Por lo general me gustan todas las
clases pues creo que son un elemento
fundamental para nuestra vida, una
gran fuente de cultura que faculta a todos nosotros un equipaje de curiosidades, valores y sabiduría.
La sapiencia de nuestros profesores y sus consejos son imprescindibles.
Alexandra Quinta, 12ºC
Página 15
intercâmbio
INTERCÂMBIO COM A BÉLGICA
(Continuação da pág. 3)
Já jantados, o ponto
de encontro foi na casa da
Astrid. Comemos, bebemos
e assistimos a um filme.
Acabámos a noite, a jogar
Pocker e a ouvir o Ricardo e
a Sheilla a cantar.
A sexta-feira chegou
com uma ligeira melhoria de
Aula prática de Biologia
Aula prática de Física
temperatura. Depois do percurso de autocarro até Bruxelas, o desafio era
guias e passaram, em inglês, informações nucleapercorrer 6km com um GPS, cuja utilização nos
res sobre os locais objecto de visita. Destacamos
tinha sido explicada previamente. Para tal, apetambém as aulas práticas de Física e Biologia que,
nas dispúnhamos de 2 horas e iríamos passar
em colaboração com as professoras Nundina Gaspelos pontos mais conhecidos daquela bela cidapar e Teresa Afonso, preparámos para os nossos
de, entre eles a Grand Place, a Catedral de St.
colegas belgas.
Michael, o Manneken Pis e também algumas
A semana terminou com um jantar de encerparedes com graffitis e personagens de banda
ramento
na nossa escola com a presença de pais,
desenhada, como o Tintin.
familiares
e professores. Após uns breves discursos
Tivemos de nos apressar para chegarmos
pela
professora
belga e pela Raquel Piloto, que
a horas ao próximo local de visita: O Museu dos
agradeceu
a
oportunidade
proporcionada pela
Dinossauros. De regresso à estrada, o próximo
escola, pelos professores acompanhantes e pela
destino foi o conhecido Atomium.
coordenadora de projectos, professora Fátima
Tinha acabado assim mais um dia cheio
Pires, projectámos duas apresentações electrónicas
de actividades. Mas ainda estava por vir a noite.
elaboradas pelos alunos. Seguidamente, houve
Como tal, todas as famílias se prepararam a rigor
lugar a música ao vivo com o Ricardo Salvépara o Jantar de Despedida, que teve lugar na
Rainha, a convidada especial Sofia Grácio, a aluna
escola dos nossos colegas belgas. Cada família
belga Sheilla, e o André Pires no jambé. Para conpreparou uma ementa e tudo estava delicioso.
tentamento dos nossos pais, dançámos o merenFizemos um pequeno discurso para agradecer a
gue e depois descontraímos ao som da música pasestada e relembrarmos as óptimas experiências
sada pelo operador de som DJ Saintz.
que vivêramos naquela semana. E após o jantar,
Ficaram-nos na memória os bons momentos
a festa prosseguiu, com muita animação e alepassados
com os nossos colegas belgas, que
gria, até tivemos direito a um espectacular condecerto
nunca
iremos esquecer!
certo, em que os anfitriões foram Ricardo SalvéAlunos participantes no Intercâmbio, 12º A1
Rainha e Sheilla Van Den Broeck.
E como tudo o que é bom acaba depressa,
após uma agradável semana passada com os
nossos amigos belgas, tivemos de dizer adeus.
Porém, o mês de Abril não tardou a chegar e desta vez fomos nós que recebemos os
belgas no nosso país e em nossa casa. A semana de 19 a 26 de Abril foi preenchida com visitas
diversas em Lisboa, Lagos, Cabo de São Vicente
e Tavira, todas elas com a colaboração de alunos que rotativamente assumiram o papel de
Página 16
Visitas de estudos
Visita de Estudo a Mafra e a Sintra (Março de 2008)
Esta aventura começou às 8 horas, no dia 12/03/08. Os alunos estavam muito empolgados com esta tão aguardada visita de estudo.
O objectivo desta visita era conhecer o Convento de Mafra e…
Estou em
todas!
Como sabem, este edifício que inspirou
Saramago no romance Memorial do Convento, foi construído durante o reinado de D.
João V. A primeira pedra foi lançada em
1717 e a sagração deu-se em 1730…
Foto do grupo em frente ao Convento, antes da visita guiada.
Ele a mim
não me
mete
medo…
Ó professor José
Couto,
veja se
tira uma
foto gira!
Onde é que
já ouvi
Este Tritão tem
cá uns bíceps!
… o Palácio da Pena
Os professores
Antes de irmos, não
me posso esquecer
das queijadas!
Antonieta e José
Couto
Página 17
CINEMA
FLORIPES — A MORTE DO MITO
N
o passado dia 24 de Abril,
assistimos, no Cine-teatro António Pinheiro, a
uma sessão do filme “Floripes — A morte do
Mito”, realizado por Miguel Gonçalves Mendes.
Esta teve início às dez e meia e terminou ao
meio-dia, sendo seguida por um breve comentário do próprio realizador. Essa sessão cinematográfica foi especialmente marcada para a nossa
escola poder assistir a este filme.
representada pela actriz Selma Cifka, Julião, pelo
qual Floripes se apaixona, por João Sancho, e
“Quinzinho” por João Salero. Embora o filme
tenha a participação de actores amadores, tem
possibilidade de competir a nível nacional para os
Globos de Ouro.
Com o visionamento deste filme, concluímos que se inclui no género documentário-ficção.
Os planos mais utilizados são o aproximado,
quando decorriam as reportagens junto dos populares, e o contra-picado, quando Floripes vagueava pelas ruas. Por fim, realçamos as variedades
dos registos de língua com linguagem popular,
calão, gíria e regionalismos que fizeram despertar
muitos risos entre a assistência.
Diogo Carmo e Helena Martins, 10º A2.
Miguel Gonçalves Mendes nasceu na
Covilhã, em 1978, embora tenha vivido a sua
infância e adolescência em Olhão. Formado em
História, na variante de Arqueologia, e posteriormente em Cinema, só recentemente iniciou a
sua carreira de realizador. Enquanto viveu em
Olhão, ouviu todas as lendas e fábulas que rondam. A lenda da moura Floripes foi a que lhe
despertou mais atenção e, por esse motivo,
decidiu realizar este filme.
A lenda da moura Floripes conta que a
moura vagueava, e ainda vagueia à noite, nas
ruas de Olhão com o fim de seduzir os homens
em busca daquele que seria capaz de quebrar o
seu encanto. Para ser desencantada, Floripes
pedia a esses jovens que atravessassem a ria
de Olhão com uma vela acesa na mão. Caso a
vela se apagasse, a Moura teria que lhes comer
o coração.
A personagem principal, Floripes, é
Página 18
APOIO A ALUNOS CARENCIADOS
N
o dia 3 de Março foi efectuada a entrega de 2050 euros ao Conselho Executivo da Escola Secundária EB3 Dr. Jorge Correia Tavira para apoiar os alunos carenciados no desenvolvimento de projectos.
Esta verba foi fruto de duas iniciativas de solidariedade: uma levada a efeito pelo cidadão britânico Kevin Powell, que realizou o challenge VRSALagos, de bicicleta, em 5 horas e 56 min; e outra
pelo Clube de Golfe de Tavira que, no dia 11 de
Fevereiro, realizou um torneio de golfe com a mesma finalidade.
Aqui fica o nosso apreço pela atitude altruísta
de todos os participantes destas iniciativas.
Texto publicado no blog da Biblioteca
http://www.estbiblioblogue.blogspot.com/
Escrita criativa
Poesia
A injustiça
O baloiço
Algures, no meio do nada…
Em campos amarelos outrora cultivados.
Um baloiço vermelho que baloiçava,
Destacava-se nos céus abandonados.
Esses, que azuis sobressaíam…
Contrastavam com as flores.
E o campo de todas as cores,
Tinha a vida que precisava.
Ali, nem pássaros se ouviam…
Só o assobio do vento!
E as correntes de aço rugiam…
Baloiçavam a todo o momento.
É injusto ser morto,
É injusto ser roubado,
É injusto para todo o mundo
Quando se comete um pecado.
Lá ia a Injustiça,
Passeando na minha vida,
Calmamente caminhava
Como se fosse bem vinda.
Eu não a queria lá,
Mas ela persistia,
Tornando um pesadelo
Todo o dia, toda a hora,
Todo o minuto que vivia.
É injusto ser injustiçado
Sem sequer ter causado
Mal em algum lado.
Se a Injustiça vive em nós,
Só temos que a ignorar,
Esperar que se canse
E que parta para outro lar,
Ao fim de algum tempo,
Lá vai ela aborrecida
A caminho, e procurando
Um brinquedo para estragar,
Ou seja, uma outra vida.
A Injustiça é assim,
Bate à porta de toda a gente
Mas um dia, acredito que sim,
Morrerá à minha frente!
Liliana Fernandes, 10ºA1
De cabelos doirados,
Brilhantes e encaracolados,
Olhos expressivos e rasgados.
Cortava o vento, através da vedação
Apenas com um olhar destinado
Ao baloiço, do outro lado
Que baloiçava, só, com emoção.
Sonhava voar,
Como se tivesse asas,
Aquele baloiço vermelho.
Imaginava-se ela em frente ao espelho
E, no fim, seria largada
Em direcção à noite estrelada.
A história dela,
Era como as que a noite contava…
Era fruto de inspiração,
E de cada uma constelação que brilhava.
Aquele baloiço,
É simplesmente vida,
Com altos e baixos… de forma erguida.
Recebe melhores ventos, tempestades piores.
E por mais que demores,
Nunca paras baloiço, és escravo…
Do próprio tempo.
E vermelho como um cravo.
Baloiças, coração, o teu batimento.
Que não se estilhaça nem despedaça…
E tem esperança como uma criança.
A vida.
Bárbara Simões, 10º A1
Página 19
ECONOMIA
PÁISES DE PESSOAS POBRES E RICAS
A
criatividade é capaz de movimentar a
economia, reduzir desigualdades e fortalecer a auto estima das pessoas,
esta frase é de Eliana G. Simonetti,
jornalista e historiadora. Antes de nos referirmos às
pessoas, ricas e pobres , retratemos o planeta,
referindo as desigualdades dos países. Por exemplo, Hong Kong, uma ilha com 6,5 milhões de habitantes, produz anualmente 171 biliões de dólares;
Tanzânia, onde vivem 32 milhões e a produção é
de 6,9 biliões; Suécia, que tem a mesma área arável de Cuba, recursos naturais semelhantes, clima
mais ingrato e menos gente, mas o PIB é dez
vezes superior. Outro exemplo de diferenciação
existe entre a Suiça, um dos países mais ricos, e
um dos mais pobres, Moçambique, em que os seus
rendimentos per capita são de cerca de 500 para 1.
O Brasil investe 22% do PIB em programas
sociais. É muito dinheiro mas não resolve o problema: primeiro, porque muito deste dinheiro se perde,
nem sequer chega aos necessitados; segundo, porque o assistencialismo não produz gente com mais
iniciativa, mais criatividade, mais habilitação para o
trabalho, antes pelo contrário, gente que passa a
viver de ajudas e exigindo sempre mais, não se
esforçando minimamente para conseguir o necessário porque pensam obtê-lo facilmente, pelas ajudas do Estado.
Mencionamos, ainda, alguns dados, que
explicam em parte porque há países ricos e pobres.
A indústria audiovisual é a maior exportadora dos
Estados Unidos, factura 60 biliões de dólares ao
ano, que é depois adquirido por todos nós, principalmente em países pobres. Desde 1990, seis
empresas transnacionais tomaram conta de 96%
do mercado mundial da música, compraram pequenas gravadoras e editoras em países latino americanos, africanos e asiáticos.
Em Portugal, a partir de certa altura, principalmente após a entrada na UE, permitiu-se a
abertura de grandes hipermercados. É, de facto,
um bom exemplo, do domínio do comércio pelas
grandes multinacionais, que controlam a distribuição e dificultam imenso a vida do comércio das
pequenas empresas, sendo de realçar que a Suíça, um país rico, quase impediu a entrada destas
grandes empresas no seu território. Outro exemplo
aconteceu com as empresas de produtos de construção, que praticamente deixaram de existir em
Portugal, porque ou foram adquiridas por empresas
estrangeiras ou tiveram que fechar as portas. Hoje,
Página 20
ao comprarmos qualquer produto, o que mais encontramos é «feito em, outro país». Resultado, nós empobrecemos e eles criaram riqueza. Por alguma razão,
os espanhóis vivem hoje melhor que nós.
Por que existem países, como referimos, pobres
e ricos, e nos próprios países existem pessoas ricas e
pobres? A verdade é que a prática utilizada, pelos países ricos para criarem riqueza, é feita de uma maneira
simples, dominar a economia mundial, do audiovisual,
da informática, e até de produtos mais simples como o
trigo ou o leite. No fundo, a mesma que é utilizada
pelos ditos ricos para serem cada vez mais ricos.
Quando esta prática é apoiada pelas políticas económicas, locais e europeias, estão criadas as condições
para a criação de grandes grupos económicos, dominando nas suas áreas, criando condições para o
desemprego e a pobreza de certas famílias.
Têm os governos a tendência de tentar resolver
este problema da pobreza com os chamados subsídios sociais, que ao contrário de resolverem o problema da economia e das pessoas pobres, agrava as
despesas públicas, dificultam o desenvolvimento económico do país, tornam as pessoas completamente
dependentes dos subsídios e não criam gente com
iniciativa, criatividade ou mais capacidade para o trabalho, antes gente que precisa cada vez mais, e quase sempre, de novos subsídios.
Apresentamos dois orçamentos, um de 1000 € e
outro de 10000 €. O que chama logo a atenção é que
as despesas fixas, água, energia, etc., não diferem
muito umas das outras. A diferença está mais nas
despesas culturais, lúdicas, de divertimento, diversos,
alimentação e meios audiovisuais, o que nos permite
concluir que os mais ricos podem investir mais, muito
mais, na sua valorização pessoal, profissional e nos
investimentos, que se forem bem efectuados, lhes
permitem criar mais riqueza, não só em conhecimento, mas mesmo em dinheiro, e como o ditado diz
«dinheiro puxa dinheiro», quanto mais se tem, mais se
pode ganhar.
Apesar de tudo, a culpa não é só do sistema,
tanto os países como as pessoas pobres criam mentalmente a chamada teoria da pobreza, ou seja, acomodam-se, na sua pobreza. E com os subsídios a coisa não melhora, antes pode piorar, uma vez que não
fazendo nada para se alterar a situação, não investem
em si, no conhecimento e no saber, considerando que
se trata de um fatalismo. Quantas pessoas passam
anos no mesmo emprego, ganhando pouco e sabendo que nunca progredirão o suficiente para viver algo
João Saleiro, CEFA
melhor?
Opinião
VIAGEM DE SONHO
É
«DE LONGE A ILHA VIRAM,
FRESCA E BELA »
N
evidente, nos dias de hoje, uma
incessante busca por climas tropicais e paradio presente século XXI, o conceisíacos, onde se inclua uma praia edénica e se
to de férias ideais pode ser interpretado de divervejam águas cristalinas. Ora, tal facto é mais evisas formas.
dente nos poderosos espaços económicos — E.
Para muitos, o ideal será passar férias num
U. A., Europa e Japão — onde se verifica uma
local onde haja muito sol e praia, junto à costa ou
forte afluência desta população para destinos
mesmo numa ilha. Um local sereno e calmo para
tropicais. É o chamado turismo balnear de masse poder relaxar completamente e fugir da vida norsas.
mal, do caos das grandes cidades ou até dos proFactores como o bom nível de vida, a falta
blemas. As Caraíbas são um bom exemplo deste
de ambientes naturais e exóticos promovidos
tipo de local.
pelo metropolismo, e o stress do quotidiano,
Por outro lado, hoje em dia, as pessoas
influenciam esta restrita população a “refugiar-se”
optam muitas vezes por passar férias em países
numa praia agradável e calma, para descansar o
que lhes são desconhecidos. Como pretendem
cérebro do excessivo e frenético movimento da
conhecer sítios diferentes, optam, geralmente, por
cidade.
novas cidades, as grandes cidades do mundo,
Outro factor que torna o turismo balnear
como Nova Iorque, Paris ou Tokyo, pois assim as
em férias de sonho é o plano económico. Este é
férias serão mais
um incentivo, quer para os países turísticos,
movimentadas,
quer para os turistas. As zonas turísticas balpodendo
contribuir
neares mais influentes, como os países medipara um alargamento
terrânicos, Caribe e as praias sul-americanas,
de conhecimentos.
praticam preços muito acessíveis para o público
Há ainda quem prefira
que vai receber e proporcionam também uma
passar o seu tempo
grande qualidade de ofertas a baixo preço. Para
de férias em países
tal situação se verificar, todos os anos é patente
nórdicos, onde se
o incremento de investimentos públicos e privapossa encontrar neve,
dos no sector do turismo balnear. Como exempara praticar desporplos, podemos tomar os casos das zonas baltos como o esqui ou o
neares do Bora-Bora e do nordeste brasileiro.
snowboard.
Apesar de tal situação se verificar, eu
Penso que, pretenho uma +posição diferente quanto tenho em
sentemente, a maioria
mente férias. Na minha perspectiva, férias serdas pessoas escolhevem sim para descansar do quotidiano, mas
ria um local de muito
não significa necessariamente ficar a vegetar Nova torre de Tokyo
sol e calor, para pasnuma praia durante dias. Esse tempo deve ser
sar férias. No entanaproveitado para o enriquecimento pessoal, pratito, não deve existir nenhum estereotipo e, por isso,
cando o chamado turismo cultural.
dependendo do gosto pessoal de cada indivíduo
Gastar férias na procura da essência do
uma “ilha fresca e bela” poderá ser o sítio ideal
pais visitado, da sua cultura, história e gastronopara passar férias.
mia torna-nos pessoas diferentes, porque temos
Na minha opinião, as férias ideias serão
oportunidade de partiaquelas passadas num país diferente mas onde
lhar outros olhares
haja bom tempo. Gosto de ver coisas novas, pessobre o mundo. Porque
soas e culturas diferentes. Contudo, é claro que
nem só nos livros se
se torna mais agradável se estiver sol em vez de
aprende a viver.
chuva.
Hugo Azevedo, 12º C
Sarah Dorn, 12ºC
Página 21
CIÊNCIA
CRIANÇAS INDIGO
A
s
crianças
índigo possuem uma
estrutura
cerebral capaz de utilizar
simultaneamente
as
potencialidades
dos
hemisférios direito e
esquerdo. Isso significa
que conseguem ir muito
mais além no plano
racional e intelectual, desenvolvendo capacidades
espaciais, intuitivas, criativas e espirituais. Desta
forma, necessitam também de um ambiente propício para poderem desenvolver todas as suas
potencialidades e ajudar-nos a construir um mundo
melhor, mais justo, mais autêntico e mais verdadeiro.
Elas já estão entre nós e cada vez em maior
número, trazem novas programações e vêm preparadas para um futuro que se aproxima a grande
velocidade. Uma criança índigo é aquela que apresenta um novo e incomum conjunto de atributos
psicológicos e mostra um padrão de comportamento geralmente ainda não documentado. Este
padrão tem factores comuns e únicos que sugerem
que aqueles que interagem com elas (pais, em
particular) mudam o seu tratamento e orientação
com o objectivo de obter o equilíbrio. As crianças
indigo apresentam características de hiperactividade, défice de atenção, impulsividade, entre outras,
e exigem do ambiente que as rodeia certas características que não são comuns ou autênticas nas
sociedades.
OS ADOLESCENTES ÍNDIGO
À medida que o corpo muda com a puberdade, o índigo vai tornar-se melancólico e querer privacidade. O facto de serem rebeldes na escola e
rejeitarem a autoridade dos professores, recusando a fazer os trabalhos de casa ou não se atrevendo, face à pressão exercida pelos pais, em nada
ajuda no seu crescimento. Muitos atravessam uma
depressão existencial e sentimentos de impotência, os quais podem ir de tristeza a um desespero
absoluto. Também durante o ensino secundário,
podem ser perturbados. por pensamentos suicidas. Os rapazes frequentemente têm uma tendência para a hiperactividade e comportamento disrupPágina 22
tivo. Nessa altura, o adolescente está a expressar
a sua fúria e rejeição a um sistema que não oferece nada de valor a uma alma índigo.
Muitos adoptam certas alternativas de vida
que consideram mais importantes, mais divertidas ou mais desafiadoras para os adultos, tais
como; a droga e festas de transe, cujos estados
de alegria, quimicamente induzidos, são efémeros. Outra forma de autodestruição do comportamento do adolescente índigo é exceder as expectativas dos pais. Estes adolescentes sacrificam o
desenvolvimento emocional em prol do reconhecimento e sucesso numa carreira académica ou
profissional.
Sinopse do Filme
ÍNDIGO é um filme acerca da solidão, da
redenção e dos poderes de cura e graça das
novas gerações de crianças índigo (psíquicas e
com dons) que estão a nascer neste momento no
mundo. Ainda que a história seja fictícia, as emoções e o enredo do filme soam com as dinâmicas
espirituais da vida de hoje.
O núcleo dramático do filme trata da relação que se desenvolve entre um homem, cuja
vida e família foram desfeitas por um erro fatal, e
a sua neta de dez anos com quem foge com
intenção de a proteger de um possível raptor.
A meio do caminho, descobre o poder dos
dons da sua neta que mudam para sempre as
vidas de todos os que ela encontra no seu caminho.
Helena Blanc, CEFA
CIÊNCIA
ANOREXIA
A
anorexia nervosa é uma doença psiquiátrica que se caracteriza pela falta
de apetite. Na maior parte do tempo, é induzida
pelo próprio indivíduo que se recusa a comer, o
que normalmente leva à desnutrição. As taxas de
mortalidade são acima de 21%. Com maior incidência a partir da puberdade, este distúrbio alimentar é
mais comum nas mulheres, mas o número de
homens tem vindo a aumentar.
Esta doença ocorre quando ao nível da estrutura emocional há um défice importante de auto
estima, aliado a um grande sentimento de repúdio,
o que faz com que muitas pessoas entendam que,
para serem aceites, precisam de uma imagem perfeita, passando a valorizar mais o seu aspecto.
Actualmente, valoriza-se a imagem como um
dos grandes pilares do sucesso. Os meios de
comunicação passaram a divulgar um padrão de
beleza que servia muito mais para
mostrar roupas e não vestir roupas.
Comparados aos manequins de
plástico, os corpos de proporções
perfeitas começaram a inundar a fantasia de adolescentes que querem ser
aceites, amadas e mais do que isso,
valorizadas. Nada mais justo para
estes adolescentes quererem somar esforços para
ficar iguais à imagem da revista, mesmo que para
isso tenham que abrir mão da sua saúde e de
alguns prazeres, como comer.
O aparecimento da doença dá-se após algumas tentativas de dieta, onde o indivíduo passa a
considerar o alimento um inimigo, que destrói e
estraga o seu corpo, engordando a imagem no
espelho. Negar a comida passa a ser uma solução
viável para atingir a imagem desejada, que no
espelho tem muitos quilos a mais. Essa deformação da imagem dá-se pelo comprometimento que
esta pessoa tem do esquema corporal, ou seja, o
corpo que ela imagina é infinitamente diferente do
que existe na realidade. Geralmente são boas
filhas, boas alunas, obedientes, “perfeitas”, mas
queixosas de nunca terem tido oportunidade de
serem elas mesmas. Costumam dizer: “a minha
mãe sempre falou por mim”, ou “sempre fiz o que
minha mãe queria”. De certa forma, ficando anorécticas podem apresentar-se como alguém diferente,
como “alguém que não come”. A preocupação com
o peso e com os alimentos ocupam os seus
pensamentos. Por isso, é muito difícil o caminho para a cura, porque abandonar a doença é
abandonar uma identidade adquirida.
São jovens que tiveram muita dificuldade
em expressar a sua raiva. No processo normal
da adolescência, quanto mais dóceis as jovens
foram na infância, mais a rebeldia tende a
manifestar-se através do corpo: na higiene, no
vestuário, na alimentação. Assim, a anorexia
pode ser entendida, também, como uma forma
de manifestação da raiva: essas jovens meigas
controlam a família que, impotente, assiste ao
seu emagrecimento. É comum ouvi-las dizer:
“eu não queria ser a minha mãe, coitada, como
eu a faço sofrer!”
Acrescentando a todas estas dificuldades
o apelo da moda e o culto à magreza, dá para
entender que ser mulher e adolescente,
no mundo de hoje, é um duplo factor de
risco para o desencadeamento de um
transtorno alimentar. Para a família dos
adolescentes, ou mesmo para os parceiros e amigos, é muito difícil abordar
a pessoa com esta doença. Normalmente o jovem nega quaisquer perguntas que lhe façam, tendo às vezes
uma postura agressiva ou extremamente
irritada.
O melhor caminho então é procurar uma
ajuda especializada para ser orientado da
melhor forma possível. O tratamento adequado
para esta doença envolve psicólogos, nutricionistas, psiquiatras e endocrinologia.
A anorexia é uma doença perigosa, difícil
de ser tratada e quanto mais cedo o indivíduo
procurar ajuda, mais rápido poderá tornar-se
uma pessoa calma e feliz. Toda doença é resultado de um processo que não acontece da noite para o dia, portanto, precisamos ficar atentos
aos exageros de cuidados, preocupação e zelo
com a imagem ou impressão que desejamos
que os outros tenham de nós, pois estes factores, aliados à solidão e tristeza, podem levarnos a doenças que sempre nos farão sofrer
muito.
Ser bonito e desejado pelos outros depende
muito do que achamos de nós mesmos.
Nédia Cruz, CEFA
Página 23
Ficha Técnica
IA
CUNDÁR IRA
E
S
A
L
O
ESC
- TA V
ORREIA
C
E
G
R
O
DR. J
BIBLIOTECA /CRE
Coordenação: Prof.ª Ana Cristina Matias
Redacção: Alunos e Professores da EST
Edição e revisão: Prof.s Ana Cristina Matias,
Darío Serón e Manuela Beato
Reprografia: Luís Canau e César Romeira
e-mail: [email protected]
MARAVILHAS E PAIXÕES
N
o
dia 9 de Maio,
pelas 11:00,
no auditório
da
nossa
escola
foi
apresentado,
pela professora Ana Cristina Matias, o
novo romance
do
Doutor
Jorge Correia,
Maravilhas e
Paixões.
O patrono esteve presente e disponível para
autografar a sua mais recente obra. A venda da
mesma reverte a favor da Associação de Estudantes que deseja adquirir aparelhagem sonora adequada para criar uma rádio escolar.
Entretanto, a obra poderá ser adquirida na
nossa Biblioteca ou junto de um dos elementos da
Associação de Estudantes.
«SAÚDE EM PALAVRAS»
A
s alunas Liliana
Emídio, 12º C, Maria Couto,
10ºA1, e Verónica Martins,
12º A1, foram premiadas na
fase concelhia do concurso
«Saúde em Palavras», promovido pela DREAlg., a
Rede de Bibliotecas Escolares e a Administração
Regional de Saúde do Algarve, com o apoio das
Câmaras Municipais.
A cerimónia de entrega dos prémios, atribuídos nesta primeira fase, ocorrerá no próximo dia
16 de Maio na
Biblioteca Álvaro de Campos.
O trabalho que
mereceu o primeiro lugar passará à fase
regional, habilitando-se a um
computador de
secretária.
ALUNOS NAS OLIMPÍADAS DE INFORMÁTICA
O
Eduardo Ferreira e o Nuno Santos, 12º TI, foram apurados
para a final das Olimpíadas Nacionais de Informática.
Durante os dias 17, 18 e 19 de Abril, estes alunos do
Curso Tecnológico de Informática participaram na qualificação nacional
de um concurso de programação destinado a alunos do ensino secundário. Utilizando uma das linguagens de programação permitidas, Pascal, C ou C++, o Eduardo e o Nuno resolveram com sucesso os problemas propostos e ficaram colocados entre os trinta melhores classificados, posição nunca antes alcançada por nenhum aluno da nossa escola
nesta área.
A final decorrerá no próximo dia 16 de Maio, no Porto.
BOA SORTE, rapazes! Lembrem-se que a final internacional é no Cairo, em Agosto, e vocês poderão lá
estar.

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