Maio - Adial
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ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:04 Page 1 Pró Industrial www.adial.com.br REVISTA DE NEGÓCIOS DA ADIAL Maio – 2014 – ANO VI edição 52 Ações judiciais podem travar setor de transportes Condenações trabalhistas que o setor considera exorbitantes trazem risco de sobrevivência a várias empresas INCENTIVOS ADESÃO AO PRODUZIR VAI ATÉ 26 DE JUNHO EMPRESA METALGRÁFICA IGUAÇU EXPANDE NEGÓCIO ENTREVISTA ECONOMISTA NATHAN BLANCHE ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:04 Page 2 ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 3 PRÓ-INDUSTRIAL Editorial Expediente Presidente do Conselho de Administração Cesar Helou Vice‐Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira Conselho Nato Cyro Miranda Gifford Júnior, José Alves Filho e Alberto Borges de Souza Vices‐Presidentes e Conselheiros Domingos Sávio Gomes de Oliveira, Valdo Marques, Angelo Tomaz Landim, Alberto Borges de Souza, Ma‐ ximiliani Liubomir Slivnik, Vanderlan Vieira Cardoso, Ananias Jus no Jayme, Ricardo Vivolo, Heribaldo Egí‐ dio da Silva, Paulo Sérgio Guimarães dos Santos, Wil‐ son Luiz da Costa, Marley Antônio da Rocha, Márcio Botelho Teixeira, Olympio José Abrão, Pedro Henri‐ que Pessoa Cunha, Sandro Scodro, Alexandre Baldy Sant'anna Braga, Domingos Vilefort Orzil, Alfredo Ses ni Filho, Carlos Luciano Mar ns Ribeiro, Rivas Rezende da Costa, José Alves Filho, José Carlos Gar‐ rote de Souza, Juliana Nunes, Evaristo Lira Baraúna, Romar Mar ns Pereira, André Luiz Bap sta Lins Rocha, Antonio Benedito dos Santos e Luiz Alberto Rassi. Diretor Execu vo Edwal Freitas Por lho “Chequinho” Projeto Gráfico Gráfica Contemporânea PUC COMERCIAL ‐ ANÚNCIOS (62) 3922‐8200 ou (62) 9125‐9526 www.adial.com.br ADIAL ‐ Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º andar ‐ Ed. Rizzo Plaza, Setor Sul, Goiânia Goiás. CEP: 74.083‐060 Fone: (62) 3922‐8200. Projeções revisadas A pós quatro meses decorridos e muitas notícias negati‐ vas, a indústria brasileira já sinaliza que 2014 será mais um ano fraco. Motivos para isso não faltam: baixo cres‐ cimento, juros elevados, calendários atípicos com Copa do Mundo e eleições. Resultado: projeções revisadas para baixo. Setores dinâmicos da indústria brasileira revisaram também seus investimentos ao não identificarem de onde virá o aquecimento da economia brasileira. É extremamente frustrante assistir o governo, perdido, repetir o discurso de ajuda exclusiva ao setor automobilístico – que é alta‐ mente estratégico, mas não deveria ser apoiado quase que isolada‐ mente. Esse socorro às montadoras toda vez que os estoques encalham denota a falta de uma política industrial global e a visão mínima dos executores da política econômica do País – que assis‐ tem passivamente a desindustrialização de várias áreas de insumos industriais sem mover um centímetro. Nesta edição, ampliamos o olhar ao setor de transportes, que reclama do peso excessivo das sentenças trabalhistas após a apro‐ vação da Lei do Caminhoneiro e a pressão de escritórios de advo‐ cacia na captação de trabalhadores ‐ além da criação da ADIAL‐Log. Recomendamos a leitura da entrevista com Nathan Blanches, economista goiano que atua na Tendências Consultorias, e é um dos maiores especialistas em câmbio no Brasil. Entrevista está imperdível – leitura indispensável e de grande reflexão. A em‐ presa apresentada nesta edição é a Metalgráfica Iguaçu. Boa leitura. SUMÁRIO EDITORIAL Projeções revisadas 3. //LOGÍSTICA Riscos para o setor de trans‐ portes 4‐6. // REFLEXÃO Lei an corrupção 7.// ENTREVISTA Nathan Blan‐ che 8‐10.// MARKETING & PRODUTOS Novidades na indústria 12‐13.// INVESTIMENTO Ciclo Verde 14.// NOTAS INDUSTRIAIS Novo comando na SIC, Prazo de adesão ao Produzir e Feira da Construção 15.// LEITURA Livros EMPRESA Metalgráfica Iguaçu 16‐17 Empresariais 18.// OPINIÃO Cesar Helou 19.// EMPRESAS E INSTITUIÇÕES CITADAS NA EDIÇÃO Grupo Cereal (2), Metalgráfica Iguaçu (2,16 e17), Ciclo Verde (2 e 14), Setceg (4), Setcemg (4), OAB‐GO (6), CGU (7), Terra, Pimentel e Vecci Associados (7), Tendências Consultoria Integrada (8 e 9), Stemac (11), La Fru a (12), Pande (12), Nestlé (12 e 13), Risqué (12), Coca‐Cola (12), Unilever (12, 13 e 14), Brasil Kirin (12), Goiás Verde (12), Clear (12), Benegrip‐Hypermarcas (13), GSA (13), Cargill (13 e 14), BNDES (14), Rei do Milho (14), Sun Foods (13), Mabel (14), Quero (14), SIC (15), Acia (15), Fieg (15), Rotary Internacional (15), Enic (15), Sinduscon‐GO (15), Ademi‐GO (15), Bovespa (16), Grupo Mar‐ frig (17), JBS (17), All Park (20), Pentágono (20), Adão Imóveis (20), UrbsRT (20) e Inovar Urbanismo (20). 3 Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 4 LOGÍSTICA Risco para o setor de transportes Após a aprovação da Lei 12.619, conhecida como Lei dos Caminhoneiros, o excesso de decisões trabalhistas, com condenações exorbitantes e indenizações milionárias, tem colocado em risco operação do setor de transportes 4 Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 5 A relação entre os setores de transporte e industrial é vital para ambos. O mau funcionamento de um, afeta diretamente a condu‐ ção do outro. Sem uma operação logís‐ tica correta e eficiente, os produtos não saem da indústria e chegam ao consu‐ midor sem atrasos ou com o mesmo custo – leia‐se, preço final. Ou seja, por qualquer motivo que seja, se o trans‐ porte falhar, o custo logístico fica mais caro, o preço no supermercado sobe. Em todo País, a continuar a situa‐ ção atual de sentenças proferidas pela justiça do trabalho, a tendência é o custo do transporte e o preço dos produtos subirem em um curto es‐ paço de tempo. Em carta aberta, os sindicatos do setor se posicionam. Confira o manifesto do Sindicato das Empresas do Transporte de Carga de Minas Gerais, apoiado imediata‐ mente pelas entidades co‐irmãs de quase todo País: “Os empresários de transporte estão vivendo uma situa‐ ção dramática e preocupante por falta de bom senso nas sentenças proferidas pela justiça do trabalho. Nossas empresas estão perdendo milhares de ações trabalhistas e estão sendo condenadas a pagar valores astronômicos, fora da realidade dos fatos e dos processos. Já vimos em‐ presas serem condenadas a pagar R$ 700 mil para um período retroativo de cinco anos, o que significam R$ 11.667 por mês trabalhado.” Paulo Afonso Lustosa, presidente do Sindicato das Empresas de Trans‐ porte de Cargas em Goiás (Setceg), é mais enfático: “Condenações exorbi‐ tantes trazem risco ao setor, que está vulnerável.” E endossa o texto dos mineiros: “Ninguém está pedindo vista grossa para os problemas que de fato existem, nem retorno ao capi‐ talismo selvagem e à ilegalidade. Es‐ tamos pedindo bom senso. Não po‐ demos conviver com condenações injustas que desconhecem a profis‐ são de motorista. Defendemos a apli‐ cação da Lei 12.619, mas antes dela, defendemos a aplicabilidade do ar‐ tigo 62 da CLT.” “É preciso razoabilidade nas deci‐ sões. Uma empresa, como aconteceu recentemente, pagar indenização tra‐ balhista de R$ 600 mil para um moto‐ rista que atuou dois anos na empresa não está dentro da realidade de nen‐ huma profissão e de nenhuma em‐ presa. Ao decidir assim, indeniza‐se um trabalhador e demite‐se uma de‐ zena ou centena, pois as empresas não têm caixa para suportar estas deci‐ sões”, reforça Paulo. Segundo a advogada Ludmilla Rocha Ribeiro, especialista em direito trabalhista, ocorre uma avalanche de processos trabalhistas em razão da Lei 12.619, conhecida como Lei dos Ca‐ minhoneiros. Em muitos casos, a lei vem sendo utilizado de forma retroa‐ tiva. “Antes da lei, os tribunais trabal‐ histas utilizavam o artigo 62, da CLT, que dispensava o controle de jornada. Com a nova lei, a aplicação tem ocor‐ rido retroativamente, quando não havia esta regra”, disse. Ludmilla Ribeiro, que atua com empresas do setor de transporte, afirma que a situação do setor é grave e uma parte das empresas, tem algum passivo trabalhista ‐ em sua maioria, recente. Para o presidente do Setceg, o setor tem debatido e mostrado a importân‐ cia de ter provas documentais em suas defesas para minimizar os riscos da ati‐ vidade. “Os valores das ações trabal‐ histas são absurdos. Em outros setores, as indenizações não chegam nem perto disso. Até por isso, conscientizamos à empresa do setor que cada vez mais é preciso gestão, controle e conhecer de‐ talhadamente a legislação. “Condenações exorbitantes trazem risco ao setor, que está vulnerável” “Tem ocorrido uma avalan‐ che de processos contra o setor de transporte” Paulo Afonso Lustosa Presidente do Setceg Ludmila Ribeiro Advogada 1,2 milhão é o número de empresas que transportam cargas no País, entre transportadoras, operadoras e autônomos 5 Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 6 LOGÍSTICA Pressão de escritório a trabalhador pode ser punida pela OAB ADIAL cria grupo para debater logística A ADIAL (Associação Pró‐Des‐ envolvimento Industrial do Estado de Goiás) criou na primeira se‐ mana de maio a ADIAL‐Log, um grupo de trabalho da entidade que agrega operadores logísticos para discutir problemas e propor solu‐ ções para o setor. Mais de 40 em‐ presas participaram do encontro. “O setor industrial tem uma rela‐ ção direta de negócio com o opera‐ dor logístico. A distribuição faz parte vital da cadeia produtiva do País e, para a indústria, a solução dos seus problemas dão maior competitivi‐ dade ao produto industrial. Estamos juntos, parceiros das entidades do setor, e atuando diretamente na de‐ fesa das empresas. Vamos fortalecer essa relação e colocar suas lutas na pauta de defesa da entidade. A ADIAL‐Log é uma realidade”, disse o diretor Executivo da ADIAL, Edwal Portilho “Chequinho”. A Ordem dos Advogados do Brasil ‐ seção Goiás (OAB‐GO) tomou conhe‐ cimento, por parte do setor de trans‐ porte, do aliciamento e pressão que alguns escritórios de advocacia tem feito a funcionários de transportadoras – alguns destes escritórios de fora do Estado. A OAB‐GO informa que o Có‐ digo de Ética do Advogado, em seu ar‐ tigo 7º, veda "o oferecimento de serviços profissionais que impliquem, direta ou indiretamente, inculcação ou captação de clientela". Caso se entenda que há prática ir‐ regular, a medida cabível ao interes‐ sado é ingressar com representação na OAB. As denúncias, informa a en‐ tidade, podem ser feitas pelo telefone 0800‐642‐2210. Várias transportadoras identifica‐ ram a ação de advogados da área tra‐ balhista – ou representantes destes – agindo na captação de trabalhadores na porta das empresas de transporte, ora distribuindo cartões e oferecendo o ser‐ viço, ora visitando em casa o funcioná‐ rio da empresa e oferecendo propostas de grandes indenizações. Empresários apontam que essa ati‐ tude destes escritórios é ilusória, pois se promete valores astronômicos e ime‐ diatos, no entanto, os processos podem demorar. “Muitos funcionários denun‐ ciam às empresas essas pressões sofri‐ das por advogados”, disse um empresário, que pediu para não ser identificado. “Vamos reunir represen‐ tantes do setor e formar provas para processar estes profissionais.” Empresas do setor vão se reunir nas próximas semanas e traçar estratégias para combater este assédio a seus fun‐ cionários. “O setor vai mostrar sua força e dar um basta nesta ação. A eco‐ nomia perde, as empresas perdem. Não vamos mais aceitar pressão.” NOVA LEI DO DESCANSO Confira trechos da nova Lei de Descanso para motoristas profissionais aprovada no Congresso aAumento de 4 horas para 5h30 horas o tempo após o qual o motorista é obrigado a descansar 30 minutos; Redução de 11 horas para 8 horas do período de descanso ininterrupto entre dois dias de trabalho; aAs outras três horas podem coincidir com o tempo de parada. Ambas as regras valem para caminhoneiros empregados e autônomos; aAs multas aplicadas pela Lei 12.619 ficam perdoadas. Somente após três anos de promulgação 6 da lei é que valerá para todas as rodovias do País. aA permanência da pesagem dos veículos por eixo sendo que o limite de tolerância passa dos atuais 7.5% para 10%. O limite para peso bruto total fica em 5%. aO embarcador indenizará o transportador por todos os prejuízos decorrentes de infração por transporte de carga com excesso de peso em desacordo com a nota fiscal, inclusive as despesas com transbordo de carga.. Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 7 REFLEXÃO LEI ANTICORRUPÇÃO Compliance como atenuante do crime de corrupção Em fevereiro/2014, após 180 dias de sua publicação, entrou em vigor a Lei nº12.846/2013 – conhecida como Lei anticorrupção, estabelecendo um marco legal para responsabilização objetiva das empresas. Embora ainda sem regulamenta‐ ção, portanto sem possibilidade de aplicação, a Lei movimentou o cená‐ rio das empresas em geral, especial‐ mente porque traz como penalidade multa de até 20% do faturamento bruto, responsabilidade objetiva dos dirigentes, isto é, independente de estar diretamente ligado ao ato de corrupção poderá ser responsabili‐ zado caso qualquer funcionário o faça, e por último e ainda mais grave a Lei prevê o fim da empresa. Em que pesem apontamentos de inconstitucionalidade e ilegalidade nestas previsões, e o alarde da Cor‐ regedoria Geral da União‐CGU de punições exarcebadas que podem fazer com que a Lei não seja efetiva, a norma definitivamente mudará o cenário de atuação nas diretorias das empresas. Historicamente os Estados Uni‐ dos são os pioneiros na aplicação de Leis Anti Corrupção, desde 1977 com Foreign Corrupt Practices Act – FCPA, pressionaram a Inglaterra que possui uma lei ainda mais dura UK Bribery Act, o Brasil que já assinou tratados internacionais anti‐corrup‐ ção, tinha prazo até 2014 para publi‐ car sua própria legislação, buscando 7 melhorar sua posição para investi‐ mento internacional na OCDE. Na esteira das leis estrangeiras a Lei Brasileira foi publicada, deixando a comunidade jurídica incomodada com pontos que claramente ferem garantias constitucionais, e os diri‐ gentes de empresas assustados com a possibilidade de responsabilização de crimes que podem ser cometidos por funcionários em qualquer escala da hierarquia, tendo ou não conheci‐ mento, e o pior podendo ser denun‐ ciado pela “autoridade máxima” de todo órgão do Executivo, Legislativo e Judiciário, deixando uma larga margem para abusos e erros. Neste cenário enquanto aguarda‐ mos a regulamentação que já está pronta na Casa Civil aguardando a chancela presidencial e supõe‐se se‐ guirá o FCPA, podemos e devemos nos antecipar às práticas de Com‐ pliance, que conforme determina a Lei publicada e jurisprudência inter‐ nacional comparada é um meca‐ nismo eficaz de atenuação das penas. Uma das Big Four publicou em seu site que 5% das pessoas terão seus princípios como dogmas e ja‐ mais cometerão crimes, outros 5% já acordarão pensando em como co‐ metê‐los, mas 90% dançarão conforme a música e portanto, esta‐ rão sujeitas às pressões internas e ex‐ ternas de suas companhias e país, nesta margem o Compliance atuará preventivamente espelhando a cul‐ tura e os valores dos dirigentes, construindo muros que dificultam a atuação da minoria e evitam a opor‐ tunidade para maioria. Ciente da necessidade criada pela nova lei, mas sem perder de vista nossa cultura e a realidade do nosso país é preciso vencer preconceitos e construir um programa de Com‐ pliance levando em consideração a eficiência empresarial, assim o pro‐ grama deve ser desenvolvido consi‐ derando a estratégia e administração de cada negócio, gestão de risco e o Direito Nacional. Ainda que exista um gap entre a proposta e a realidade, consideramos que este é um caminho sem volta para as empresas e para um país que busca melhorar sua imagem inter‐ nacional. Além do que a inserção de penas administrativas no sistema legal Bra‐ sileiro traz irremediavelmente um cenário onde é preciso pensar em Compliance, como espelho dos va‐ lores dos dirigentes e demonstração de boa‐fé, o Compliance efetivo tal‐ vez não exclua a responsabilidade, mas certamente atenuará as sanções, sendo instrumento essencial após a Lei Anti‐corrupção. Fernanda Terra Sócia do Terra, Pimentel e Vecci Advo‐ gados, advogada especialista em Direito Tri‐ butário, atualmente cursa Governança Corporativa e Compliance no INSPER Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 8 ENTREVISTA Fabiane Lazzareschi Nome: Nathan Blanche Área de atuação: Economista e sócio da Tendências Consultoria Integrada 8 Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 9 “A iniciativa privada tem muito a ensinar ao setor público ” U m dos maiores especialistas em mercado cambial do País, o economista goiano e sócio da Tendências Consultoria, Nathan Blanche, aponta que vários gargalos atrapalham a indústria brasileira, entre eles, a política cambial e tributária. Confira a seguir alguns trechos da entrevista exclusiva de Blanche à revista Pró‐Industrial. O governo federal lançou uma política industrial, o Plano Brasil Maior, em 2012, com 36 medidas para tentar recu‐ perar a atividade industrial no País, mas o setor continua estagnado. Por que não funcionou? As dificuldades do setor industrial relacionam‐se fundamentalmente à perda de competitividade nos últimos anos, que é resultado de aspectos conjunturais e estruturais. Conjuntural‐ mente, o período pós crise foi marcado pela baixa global de preços de bens in‐ dustriais, situação agravada no Brasil pela valorização do real. Porém, mais importantes são os aspectos mais estru‐ turais, dados pela elevação de custos ao produtor, com destaque para a mão de obra, além da ausência de reformas ca‐ pazes de manter os ganhos de produti‐ vidade. As ações do Plano Brasil Maior foram basicamente pontuais, incapazes de criar um cenário de melhora de longo prazo da competitividade, que poderia estimular os empresários a ampliar os investimentos. Adicionalmente, as ex‐ cessivas intervenções nos setores de ati‐ vidade minaram a confiança do setor produtivo, que passou a aguardar (e temer) novas medidas em seus próprios segmentos, contribuindo com o quadro de estagnação do setor industrial. Qual o mérito e quais as falhas da política econômica do governo Dilma? Os indicadores econômicos dos últi‐ Michal Gartenkraut 9 “ O governo não conseguiu elaborar uma estratégia de política eco‐ nômica adequada para o pós‐crise. A economia opera a um ritmo equiva‐ lente a 50% do ritmo de crescimento anterior.” mos três anos evidenciam as arapucas diante das quais a economia brasileira se encontra dado que o cenário é marcado por baixo crescimento, alta inflação, pleno emprego e alto déficit em conta corrente. Este é resultado da Nova “velha” Matriz Econômica, ou em outras palavras, do abandono do tripé macroe‐ conômico adotado no final do governo Fernando Henrique e primeiro mandato do Lula. Dificilmente podemos quanti‐ ficar todos os passivos advindos destas políticas macro e microeconômicas irres‐ ponsáveis, mas é possível ter uma ideia pelos números fiscais. O custo fiscal dos incentivos tributários e previdenciários atingiu R$ 78 bilhões só em 2013. Isto sem levar em conta os créditos subsidia‐ dos através dos bancos oficiais, forne‐ cido à empresas “eleitas”. Se somarmos o custo da redução dos preços de ener‐ gia, do controle das tarifas de transporte público e dos preços de combustíveis, estes às custas da Petrobrás, as cifras ficam ainda mais astronômicas. A competitividade empresarial do País, como mostram a cada pesquisa anunciada, tem reduzido na compara‐ ção com outros países. Burocracia, tri‐ butos e infraestrutura são os principais gargalos sempre apontados. O País dá pouca atenção aos investimentos estru‐ turais de longo prazo? Sim. Para elevar os investimentos de longo prazo o País teria que tomar ati‐ tudes urgentes. A primeira, aumentar o nível de poupança no País, o que passa necessariamente, pelo controle das contas públicas. Segundo, melhorar o ambiente de negócios, que inclui mu‐ danças como simplificação de burocra‐ cia, reforma tributária e investimento em infraestrutura. Especialmente a reforma tributária, passaria pela simplificação de impostos e redução de carga ao setor produtivo de maneira horizontal, uma vez que fosse adotada uma política es‐ trutural de controle de gastos. Terceiro, de suma importância, reduzir as incer‐ tezas que são inerentes aos investimen‐ tos de longo prazo, o que passa necessariamente por regulação, e neste contexto, o papel das agências regulado‐ ras deveria ser recuperado, com estas, primeiramente, voltando a ser compos‐ tas por técnicos e não por políticos. E quarto, especificamente em relação ao BNDES, acabar com a política de cam‐ Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 10 peão nacional, não só pela incapacidade de o banco concluir se o investimento em uma empresa seria a melhor coisa para o país, quanto pelas distorções ge‐ radas de um setor ao se beneficiar ape‐ nas uma empresa. Quanto aos tributos, o governo Dilma não perdeu muito tempo nessa cruzada contra os incentivos fiscais em vez de buscar uma verdadeira reforma tributária que motivasse as empresas a investirem e estimulasse o desenvolvi‐ mento regional? Os estudos feitos pela Tendências mostram que as medidas de estímulo setorial geraram, em um primeiro mo‐ mento, resultados para amenizar os efeitos da grande crise econômica e fi‐ nanceira de 2008 sobre os indicadores de atividade domésticos. Entretanto, o governo não conseguiu elaborar uma estratégia de política econômica ade‐ quada para o pós‐crise. Foram amplia‐ dos os benefícios concedidos setorialmente, mesmo com a economia já em recuperação, em sacrifício aos re‐ sultados fiscais (superávit primário re‐ duziu‐se da casa de 3,5% do PIB, no pré‐crise, para os atuais 0,6% do PIB, quando são desconsideradas as receitas extraordinárias de concessões, dividen‐ dos e Refis), sem que se gerasse o resul‐ tado prometido, isto é, investimentos e crescimento econômico. Ao contrário, a economia brasileira opera a um ritmo equivalente a 50% do ritmo de cresci‐ mento observado na época da chamada “bonança externa”. Pelos cálculos da Tendências, cresceremos apenas 1,9%, em 2014, e o ano de 2015 será muito di‐ fícil, exigindo ajuste fiscal, ajuste no ba‐ lanço de pagamentos e provável elevação dos juros básicos (para conter pressões inflacionárias). O desafio fiscal é central, porque passa pela reordena‐ ção dos gastos públicos, pelo controle de seu crescimento e, finalmente, pela re‐ forma tributária. A combinação desses eixos é central para que se construa um ambiente de fi‐ nanças públicas favorável ao desenvol‐ 10 vimento, e não limitador, como temos hoje. É urgente, dentro dessa agenda, su‐ perar as amarras e a complexidade do ICMS, criar regras de controle intertem‐ poral para o crescimento do gasto cor‐ rente e com pessoal, desindexar as despesas sociais do salário mínimo, pau‐ latinamente, e aumentar fortemente a transparência nas ações do setor público, princípio básico para a reconquista da confiança dos mercados no governo. O Simples passa por nova mu‐ dança, universalizando o sistema sim‐ plificado a toda e qualquer micro e média empresa. O modelo bem‐suce‐ dido, no futuro e com adaptações, não poderia ser implantado para alguns se‐ tores, a título de teste, com grandes em‐ presas? Entendemos que o caminho mais seguro para a reforma tributária é algo que caminhe, de fato, na direção da simplificação. Entretanto, é preciso ter em mente que a redução da carga tribu‐ tária não ocorrerá, da noite para o dia, se não houver mudanças do lado dos gastos públicos. Os custos fiscais preci‐ sam ser bem medidos, antes de qual‐ quer medida ser tomada. Não é possível, hoje, reduzir impostos de ma‐ neira ampla sem que se produzam mu‐ danças estruturais do lado das despesas. E, para que isso ocorra, a so‐ ciedade precisará entender que este ca‐ minho é o mais seguro para levar à expansão das taxas de crescimento do PIB, isto é, da renda e do emprego ao longo do tempo. O exemplo da desone‐ ração da folha nos deixa ainda mais cautelosos quanto à propostas de mu‐ danças que não sejam bem planejadas. O caso mencionado levou à substitui‐ ção de um imposto ruim, aos olhos do empresário, por outro ainda pior (1% a 2% sobre o faturamento) e, pior, não conduziu ao aumento de renda, em‐ prego e atividade esperado pelo go‐ verno. Se não há um programa fiscal mais amplo, que envolva, inclusive, medidas de gestão e controle, adoção da meritocracia, como foi feito em al‐ guns governos locais, não há caminho seguro para promover redução de recei‐ tas fiscais. Nesse sentido, as empresas precisam abraçar a batalha da competi‐ tividade e da produtividade, que poderá ser contemplada em programas de ajuste fiscal associados a medidas de abertura da economia. A gestão no setor público continua ine‐ ficiente. São déficits anunciados diaria‐ mente. Qual seria o melhor caminho e qual a lição da iniciativa privada para tentar melhorar a gestão pública? A iniciativa privada tem muito a en‐ sinar ao setor público. A chamada “nova gestão pública” adota práticas importantes voltadas à meritocracia, à fixação de metas e àquilo que é mais comum de se observar em empresas vencedoras: gestão por resultados. Sem a adoção de um modelo de gestão por resultados, dificilmente conseguiremos prover bens e serviços públicos de mel‐ hor qualidade sem continuar aumen‐ tando o peso do governo sobre o setor produtivo. A eficiência é um caminho importante para melhorar os serviços prestados sem aumentar os recursos.. Os exemplos de São Paulo, na década de 90, e Minas Gerais, nos anos 2000, são emblemáticos. No primeiro caso levou a um ajuste importante nos défi‐ cits produzidos pelo governo estadual, nas gestões anteriores, com a adoção de medidas puramente de gestão. No caso de Minas Gerais, , o programa “Choque de Gestão” e, em seguida, o PMDI – Programa Mineiro de Desen‐ volvimento Integrado – conduziram o Estado de Minas Gerais à recuperação da capacidade de investimentos e à melhoria dos indicadores de educação. É possível seguir a mesma lógica, no caso do governo federal, mas sempre lembrando que há uma rigidez legal e constitucional para realizar grandes mudanças a curto prazo. O caminho é a mudança gradual, com sinalizações claras ao mercado e adoção urgente do princípio da transparência como prio‐ ridade das prioridades. Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 11 Energia e inovação para o seu negócio A STEMAC, líder nacional na fabricação e comercialização de grupos geradores, oferece soluções em energia para diversas aplicações e necessidades, acelerando a produtividade do seu negócio com o que há de melhor e mais inovador no segmento. GRUPOS GERADORES DIESEL de 25 a 3438 kVA CARENADOS E SILENCIADOS Disque Soluções em Energia 0800 723 38 00 ou consulte nosso site www.stemac.com ou acesse nossos canais ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 12 MARKETING & PRODUTOS LA FRUTTA A Pande, agência de design estratégico, redesenhou a identidade visual da linha de picolés Nestlé La Frutta. Preservando elementos da embalagem antiga, a agência criou uma identidade proprietária e versátil, capaz de agregar lançamentos e edições limitadas – prática comum no segmento de gelados – sem que a marca perca sua unidade de linha. RISQUÉ A Risqué apresenta a coleção outono/inverno 2014 “Brasil por Risqué. É Campeão!”, com pretos, vermelhos e metalizados, além de uma cor especial, em homenagem à seleção brasileira de futebol. Para criar o conceito e os nomes das cores da coleção, a marca se inspirou nas expressões usadas durante uma partida de futebol. “Algumas sabem a escalação do seu time de cor, mas outras torcem só pela diversão e, nessa mistura, acontecem situações engraçadas”, explica Daniella Brilha, diretora de marketing da Risqué. COCA‐COLA A Coca‐Cola Brasil amplia o segmento de hidratação esportiva no Brasil com o lançamento de Powerade Zero, única bebida repositora de sais minerais e vitaminas com zero caloria no país. A novidade chega ao mercado nos sabores Tangerina e Mountain Blast. “Observamos que as pessoas que fazem atividades físicas podem se beneficiar com a hidratação ideal para o corpo sem reposição de calorias perdidas no exercício. Dessa forma, desenvolvemos Powerade Zero, para atender a todos que fazem exercícios de olho no controle de peso”, explica Aliucha Ramos, diretora de marketing de hidratação da Coca‐Cola Brasil. OMO A Unilever investiu R$ 25 milhões apenas em marketing para divulgar o lançamento de Omo Tira‐Manchas. A nova linha da marca conta com nove itens para diferentes necessidades de uso e estará disponível em todo o País a partir do dia 1º de junho, em diferentes embalagens nas versões pó, líquido e spray, com preços entre R$ 6 e R$ 40. “O Brasil será o primeiro país a receber o lançamento”, explica Marcos Angelini, vice‐presidente de marketing da Unilever. BRASIL KIRIN As embalagens da cerveja Devassa ganham novas cores. Foram criadas seis latas de 350 mililitros para o lançamento da edição limitada de Devassa One: vermelho, branco, preto, verde, amarelo e azul. A ação faz parte da campanha “Pelada. O lado Devassa do futebol”, que teve início com a escolha de Romário como novo garoto‐propaganda da marca e usa a Copa do Mundo como trampolim. Segundo a Brasil Kirin, fabricante da Devassa, após o consumo da cerveja, as embalagens podem ser utilizadas para criar objetos e decorar a casa com as cores dos países preferidos do consumidor. 12 Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 13 GOIÁS VERDE CLEAR Goiás Verde Alimentos apresenta novidade na linha de conservas vegetais para o Food Service, agregando valor na linha de conservas vegetais. A empresa lançou quatro novas embalagens de milho, ervilha, dueto e seleta de 1 Kg, com abertura abre/fecha‐fácil, em latas colecionáveis que podem ser reutilizadas para armazenar alimentos secos, guardar objetos pessoais, entre outros. Praticidade e segurança são benefícios das novas latas abre/fecha‐fácil com fechamento a alto vácuo. Uma inovadora combinação: O poder das ervas indígenas da Amazônia aliado à Tecnologia Anticaspa Clear. Elimina caspa sem agredir os cabelos, deixando‐os profundamente hidratados. Com o uso regular do shampoo clear seu cabelo fica livre de escamas visíveis. Nutrium 10 é uma tecnologia que atua profundamente, esta fórmula avançada age nas 3 camadas da epiderme, combatendo a caspa desde a raiz. LEITE MOÇA A lata de Leite Moça passa pela alteração mais radical dos últimos dez anos, desde que a embalagem “acinturada” (lata expandida) chegou ao mercado, em 2004. A Nestlé anunciou a introdução do sistema de fácil abertura na embalagem e a volta das receitas na parte de trás da lata, que fica mais “magra”, no formato “slim”. O visual atualizado do produto chega às prateleiras até o fim desse mês, e, segundo a Nestlé, atende a pedidos feitos por consumidores. A empresa recebeu solicitações para facilitar o manuseio da lata. GSA Além dos tradicionais sabores galinha e carne, chegaram aos supermercados os caldos de picanha e de bacon da Sandella. O gerente Diego Faria espera que, em um futuro próximo as vendas do caldo em cubo Sandella dobrem. O acréscimo é esperado com o desenvolvi‐ mento de várias ações, como a promoção “leve 6 e pague 5 , com o lançamento dos novos sabores e com as ações que têm como objetivo aumentar as vendas da GSA. Em um mercado crescente, a GSA também lançou o energético Gan Power em lata com 269 ml. Até então, a bebida era comercializada apenas em garrafas PET com 1 ou 2 litros. BENEGRIP Alexandre Borges e Murílo Benício, os novos garotos propaganda de Benegrip, estrelam a nova campanha da marca, que está prevista para ir ao ar no começo de maio. Os atores esbanjaram simpatia e entrosamento durante as gravações. “É sempre muito divertido contracenar com o Alexandre. Já somos parceiros de longa data e agora mais uma vez juntos com Benegrip”, comenta Murilo. “É uma honra trabalhar com o Murilo e com a equipe de Benegrip. Nos divertimos bastante nas gravações”, comenta Alexandre. CARGILL A Cargill fechou contrato com a Unilever para iniciar a venda de produtos atomatados ao segmento food service. A empresa já comercializa a linha de molhos, polpas e extratos de tomate para o varejo desde 2011, quando adquiriu os ativos e as marcas da Unilever, que na ocasião permaneceu com a comercialização de atomatados para o food service. Com este acordo, a Cargill assume também a distribuição para o canal. A operação irá dobrar o volume de produtos comercializados pela Cargill ao segmento food service, que vem crescendo a taxas superiores a 10% na última década Os produtos voltados ao segmento food service continuarão a ser produzidos na fábrica de atomatados da Cargill em Goiânia (GO). 13 Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 14 INVESTIMENTO Ciclo verde investe em Goiás EMPRESA PREVÊ INICIAR OPERAÇÕES AINDA NESTE ANO A indústria Ciclo Verde Recicla‐ gem, de compostagem de pro‐ dutos industriais e de fabricação de adubos e fertili‐ zantes, assinou, em março, o protocolo de intenções com o governo de Goiás para instalação de uma unidade indus‐ trial no município de Santo Antônio de Goiás. O empreendimento vai gerar 120 empregos diretos e 312 empregos indi‐ retos, e fará investimentos diretos e R$ 26 milhões, além de incentivos fiscais que pleiteará junto ao programa Produ‐ zir, recursos junto ao FCO e ao BNDES e demais instituições facilitadoras da estruturação da indústria com vistas à agilização de sua instalação e operacio‐ nalização.Esta será a segunda planta in‐ dustrial da Ciclo Verde Reciclagem em Goiás, já estando em atividade desde 2007 uma indústria em Bela Vista de Goiás com 150 mil metros quadrados de área e gerando 160 empregos diretos e indiretos e que já alcançou neste ano o volume superior a 100 mil toneladas. Neste projeto de Santo Antônio de Goiás, a empresa vai construir unidade de 750 mil metros quadrados e vai atuar inicialmente na compostagem de 14 26 milhões é o inves mento anunciado pela Ciclo Verde, que deve gerar mais de 400 empregos, entre diretos e indiretos. Nova unidade será em Santo Antônio de Goiás. lixo industrial limpo, com projeção de estarem produzindo nas duas indús‐ trias, até 2016, 350 mil toneladas de re‐ ciclados. A Ciclo Verde Reciclagem propõe‐ se a ampliar suas atividades numa se‐ gunda etapa do projeto, passando a produzir adubos e fertilizantes, que atenderão os mercados interno e nacio‐ nal, além de exportações. Há ainda o compromisso, que fez à assinatura do Protocolo de Intenções assinado com o Governo, da interiorização dos investi‐ mentos no Estado e de utilizar mão de obra local no seu parque industrial, promovendo o desenvolvimento so‐ cioeconômico regional. Outro ponto relevante do projeto da Ciclo Verde, que reforça a sua proposta de defesa do meio ambiente, é a locali‐ zação de sua planta em região estraté‐ gica próxima de polos industriais alimentícios, o que propiciará o apro‐ veitamento de resíduos como matérias‐ primas de novos produtos, como é o caso dos adubos e fertilizantes. Algu‐ mas das mais importantes unidades instaladas nas cidades de Inhumas (Rei do Milho e Sun Foods), Goiânia (Unile‐ ver e Cargill), Aparecida de Goiânia (Mabel), Nerópolis (Quero), entre ou‐ tras da região metropolitana, estão ins‐ taladas em pólos industriais dos municípios vizinhos a Santo Antônio de Goiás. De acordo com as informações do presidente da empresa, Fábio Barbosa de Oliveira, Ciclo Verde Reciclagem vai iniciar suas operações em Goiás ainda neste ano de 2014, ficando o organo‐ grama de ações na dependência dos trâmites burocráticos de rotina. Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 15 INOTAS INDUSTRIAIS NOVO COMANDO D´Dwyer assume Secretaria de Indústria e Comércio Em abril, o governador Marconi Perillo empossou o novo secretário de Estado de Indústria e Comércio, o empresário e cônsul honorário da Alemanha para o Brasil, William Leyser O'Dwyer. Empresários, secretários de Estado, representantes do Fórum Empresarial de Goiás, embaixadores, lideranças políticas – inclusive de Anápolis – e familiares prestigiaram a solenidade, que contou ainda com a presença de cinco ex‐titulares da SIC. Bill, como o secretário é conhecido, reafirmou, em discurso, seu compromisso com os projetos prioritários do governo de Goiás, ressaltando que não medirá esforços para atrair novas indústrias e investimentos que impulsionem ainda mais o desenvolvimento do Estado. Também reverenciou nominalmente todos aqueles que comandaram a SIC desde 1961. Como empresário experimentado do ramo automobilístico, ele tem livre trânsito nos meios empresariais, político e social do Estado, e um relacionamento reconhecidamente amplo com entidades e com o trade empresarial de outros países. O novo secretário de Indústria e Comércio também é Diretor para Comércio Exterior da Associação Comercial e Industrial de Anápolis e da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), além de ser Governador do Distrito 4530 do Rotary International em Goiás, Tocantins e Distrito Federal. O governador Marconi Perillo reiterou sua confiança no trabalho de William O'Dwyer, “que por décadas vem colocando sua experiência internacional e qualificação a serviço 15 ATENÇÃO AO PRAZO ADESÃO AO PRODUZIR VAI ATÉ 26 DE JUNHO William O’Dwyer do Estado”, e disse ter convicção de que fez a escolha certa para o comando da secretaria que, segundo ele, é a "ferramenta forte com que conta o governo para atrair negócios e investimentos industriais essenciais ao desenvolvimento de Goiás". Marconi ainda afirmou que já recomendou ao secretário que faça “o possível” para buscar mais investimentos, negócios e indústrias para o Estado, destacando números positivos, como o crescimento do PIB goiano e os sucessivos recordes da Balança Comercial, não poupando elogios ao trabalho desempenhado por dois antecessores de Bill: Rafael Lousa e Alexandre Baldy, ambos presentes à solenidade de posse. Também presentes à cerimônia, os embaixadores da Alemanha no Brasil, Wilfried Grolig; da Indonésia, Sudaryomo Hartosudarmo; e o representante diplomático da Suíça, o ex‐embaixador Juerg Leutert. O prazo de adesão às novas regras do Produzir e Fomentar é de 90 dias após a publicação do decreto regulamentador – que foi em 27 de março. Neuza Maêve, consultora da ADIAL, sugere que as empresas se antecipem ao final do prazo, porque centenas de empresas estarão protocolizando suas solicitações na mesma época. “Fiquem atento ao prazo que está definido em lei, e para alterá‐lo, somente mediante edição uma nova lei, o que pode ocorrer”, diz a consultora. FEIRA DA CONSTRUÇÃO EM GOIÂNIA Entre os dias 21 e 23 de maio de 2014, Goiânia será palco do maior evento da Indústria da Construção na América Latina. Trata‐se do 86º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon‐GO) e Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi‐GO). A expectativa é de que 1,5 mil pessoas, entre empresários e profissionais da indústria da construção de todo o Brasil, participem do encontro no Centro de Convenções. Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 16 EMPRESAS Metalgráfica Iguaçu, meio século de negócios EMPRESA PARANAENSE TRANSFERIU FILIAL EM 2012 DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SÃO PAULO, PARA GOIÂNIA. EMPRESA INVESTE E QUER EXPORTAR LATAS A Metalgráfica Iguaçu, a 4ª maior fabricante independente de em‐ balagens metálicas para alimen‐ tos do País, foi fundada em 1951. A empresa tem capital aberto desde 1968 na Bovespa e responde com uma participação no mercado nacional de emba‐ lagens metálicas próxima a 20%, fornecendo aos seus clientes 25 formatos diversos de embalagens, com capacidades de 90 gramas a 5 quilos, em diversos diâmetros e alturas. A empresa tem investido continuamente para aprimorar a qualidade das embalagens que produz, buscando capacitar sua equipe e utilizando novas e modernas tecnologias fabris. A Metalgráfica Iguaçu tem unidades em Ponta Grossa, no Paraná, e em Goiânia, Goiás, gerando, no total, cerca de 300 empre‐ gos diretos e produzindo latas de aço para o mercado de embalagens metálicas para ali‐ mentos. A Metalgráfica Iguaçu possui os mais rí‐ gidos processos de controle e gestão e conta com os mais modernos e eficientes laborató‐ rios de qualidade. Toda a produção é rigo‐ rosamente inspecionada, desde a chegada da matéria‐prima até a entrega do produto ao cliente, permitindo assim, além da quali‐ dade, uma total rastreabilidade do processo. Desde 2003, é certificada com a ISO 9001 e ISO 14001 – normas reconhecidas interna‐ cionalmente. É a única empresa no setor a possuir as duas certificações, que asseguram a preservação do meio ambiente. Em seus programas de visitação, são divulgadas à co‐ munidade informações sobre a grande van‐ tagem das embalagens metálicas em 16 Na foto acima, a linha de produção e, abaixo, uma eletrosoldadora, ambas da unidade da Metalgráfica Iguaçu em Goiania Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 17 comparação com outras embala‐ gens, proporcionando uma mel‐ hor preservação do produto, inviolabilidade e proteção contra a luminosidade. RECICLAGEM O processo de reciclagem da embalagem metálica é isento de qualquer tipo de poluição ou contaminação ambiental, porque mesmo quando a embalagem não é coletada, a permanência no meio ambiente sofre processo de oxidação rápido e benéfico à na‐ tureza. “A missão da empresa é pro‐ duzir e comercializar embalagens metálicas para o acondiciona‐ mento de produtos alimentícios, atendendo a legislação aplicável e as necessidades dos seus clientes, através da utilização racional dos recursos, preservação do meio ambiente e prevenção da polui‐ ção, com o comprometimento dos seus colaboradores e a melhoria contínua do seu Sistema de Ges‐ tão Integrado", destaca Roberto Marins, diretor superintendente da empresa. GOIÁS Em 2012, transferiu a filial de São José do Rio Preto (SP) para Empresa conta também com infraestrutura de distribuição Goiânia (GO) com o intuito de melhor atender seus clientes. Se‐ guindo seu investimento conti‐ nuo, a Metalgráfica Iguaçu investiu em 2013, na unidade de Ponta Grossa, em torno de R$ 1,8 milhão – para fabricar mais um modelo de lata de aço. Desta vez a embalagem é voltada para o ar‐ mazenamento de ‘corned beef’ (carne de bovino direcionada para exportação). De acordo com Ro‐ berto Marins, a lata que está sendo fabricada se destina princi‐ palmente para no Brasil, ao Grupo Marfrig (empresa global de alimentos) e a JBS (frigorífico líder mundial no processamento de carne bovina). Além destes, existe a possibilidade de exporta‐ ção destas latas para America Central e para o Oriente Médio. Unidade da Metalgráfica Iguaçu, em Ponta Grossa, no Paraná 17 Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 18 LEITURA EMPRESARIAL CARREIRA Nas letras da marca de uma empresa ou na Marca Profissional de um executivo encontramos as energias que abrem as portas para uma trajetória bem‐sucedida. A chave para a compreensão desse fenômeno está na Numerologia. Em Você & Cia., por meio de muitos exemplos reais de empresas e executivos/empreendedores dos mais variados segmentos, você aprenderá não só a decifrar essa energia, como terá condições de criar uma marca vencedora, seja para sua carreira, seja para sua empresa. RECLAME MENOS Reclamar da cultura corporativa dominada por homens, ou da falta de apoio para progredir na carreira, ou ainda de não ter suas ideias ouvidas pela diretoria e de não ser incluídas em novos projetos e iniciativas não levará as mulheres a um nível executivo mais alto. O sucesso só chegará se elas compreenderem e aprenderem a lidar com suas forças e fraquezas. Em "Pare de reclamar e comece a ganhar", Molly Dickinson Shepard e Jane K. Stimmler revelam os obstáculos que impedem as mulheres de alcançar e se manter nos altos postos das grandes empresas, fornecendo estratégias práticas para deixar essas dificuldades para trás. RÁPIDO APRENDIZADO As redes sociais são as protagonistas da nova internet e o que mais atrai a atenção de todos a este fenômeno é a possibilidade de fazer novos negócios. Contudo, engana‐se quem pensa que esse espaço é estritamente dominado pelas grandes empresas que possuem departamentos de marketing estruturados e disponibilizam uma boa quantia do orçamento para investir nas redes sociais. O especialista em marketing Gail Z. Martin mostra como microempresários e profissionais autônomos também podem se valer da internet para alavancar a divulgação de um produto a um baixo custo. 30 dias para arrasar nas mídias sociais ensina a navegar nos principais sites e dominar as ferramentas que cada um deles oferece. LIVRO PREMIADO Introduzido por deliciosas fábulas, Belíndia 2.0, de Edmar Bacha – um dos pais do Plano Real ‐ percorre a trajetória econômica do Brasil desde os tempos da instabilidade dos preços e discute temas contemporâneos e desafiadores para um novo país. A fábula da Belíndia, escrita em 1974, prestou bons serviços na luta contra a ditadura, mas hoje os enormes avanços do país justificam uma "Belíndia 2.0". O texto aparece no capítulo inicial do novo livro para relembrar a crescente desigualdade social fomentada pelo “milagre econômico” brasileiro e o seu legado. 101 MANEIRAS DE INVESTIR Com 101 conselhos valiosos e profundamente pesquisados que irão ajudar investidores e traders a se concentrar nos sinais que caracterizam uma ação de sucesso, Clem Chambers revela as dicas que o tornaram um guru das Bolsas de Valores. Afiado, brutalmente honesto e eventualmente até mesmo engraçado, 101 maneiras de investir na Bolsa é um manual indispensável para quem quer fazer dinheiro no mercado de ações. ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 19 OPINIÃO CESAR HELOU Os números e o diálogo da competitividade O industrial brasileiro é bom‐ bardeado atualmente, quase todos os dias, com notícias negativas do setor e da econo‐ mia como um todo. Em períodos de recessão, onde a economia fica um pe‐ ríodo muito longo sem crescer, estes números ruins, no que se refere ao setor, são naturais. De certa forma, o empresário é vacinado. O foco é o tra‐ balho, sem deixar se abater com esta‐ tísticas gerais da economia, assim como não se deslumbra quando o re‐ sultado é muito positivo. Evidentemente, os números não ignorados. Fazem parte de um grupo de indicadores, agregados com dados da empresa e do segmento, que orien‐ tam decisões estratégicas do negócio. No entanto, nós empresários, temos por característica sermos otimistas, tentando identificar oportunidades, mesmo que o ambiente de negócios não esteja favorável. Na ADIAL, promovemos constantes encontros e debates com especialistas de todo País com o obje‐ tivo de ajudar a traçar o melhor cená‐ rio econômico. Acompanhamos também o que ocorre no País. Neste mês de maio, o destaque da indústria foi o amplo debate sobre a competiti‐ vidade, onde o Movimento Brasil Competitivo e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial debate‐ ram as causas e efeitos presentes e fu‐ turos da perda de competitividade do nosso setor. Um número preocupa a todos. 19 Mesmo com a 8ª maior economia do mundo, o Brasil é apenas o 56º no ran‐ king mundial de competitividade. A carência de infraestrutura básica, baixo investimento e a deterioração da macroeconomia foram os fatores que rebaixaram o País de 48ª, que já era péssimo, para 56ª, segundo dados do Fórum Econômico Mundial, feito, no Brasil, em parceria com Fundação Dom Cabral. É, simplesmente, um retorno aos números de 2009. Aliás, apesar da po‐ sição daquele ano não ser o desejado, foi um esforço conjunto de investi‐ mentos públicos e privados, além de um sacrifício fiscal feito pelo contri‐ buinte brasileiro. Recuar é frustrante. É a pura demonstração de que preci‐ samos, de agora em diante, agir dife‐ rente no que se refere à economia, recuperando a confiança do setor em‐ presarial e realmente realizar investi‐ mentos em infraestrutura. Usamos muito as páginas da PRÓ‐ INDUSTRIAL para debater o futuro do Estado e do País. Vamos, nas próximas edições, avançar no debate sobre competitividade, pois adotar o discurso meramente pessimista, sem levantar os contrapontos e soluções, não é papel da ADIAL e não constrói um País melhor. Entender onde os outros países melhoraram e entender como fizeram isso é um caminho. O País precisa de se espelhar em exem‐ plos práticos e desenvolvimentistas. Toda vez que o Brasil apostou em sua economia, ofereceu crédito aos em‐ preendedores e fomentou as pequenas e médias empresas, o País cresceu. Por outro lado, toda vez que adotou ati‐ tudes centralizadoras, inchou os gastos públicos e arrochou a política monetá‐ ria e fiscal, o País estagnou. Entre os 12 pilares para o desen‐ volvimento, avaliados pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil decep‐ cionou em 11. O pior resultado foi no item Eficiência do Mercado de Bens, estratégico para País – onde o Brasil é apenas o 123º colocado. E não era para menos, pois o item avalia ques‐ tões regulatórias, impacto alfandegá‐ rio nas exportações de bens e tarifas no comércio internacional. Sabemos, como empresários, que as ações governamentais são essen‐ ciais para modificar este quadro. Para reverter este quadro, apenas uma re‐ forma tributária ampla e uma nova política industrial que contemplem os anseios do empresário e não apenas dos governos. Quem produz sabe o que necessita para crescer. Quem faz o País crescer é quem produz. Que estes recentes números da competiti‐ vidade no País sirvam de alerta e re‐ ferência para ajustar a rota do desenvolvimento brasileiro. Precisa‐ mos ouvir mais as classes produtores, empresários e trabalhadores, para existir um verdadeiro diálogo da competitividade. Cesar Helou é empresário e presidente da ADIAL Pró-Industrial ADIAL 52_Layout 1 09/05/2014 11:05 Page 20
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