1 - a morte de jesus - Serviço de Animação Litúrgica

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1 - a morte de jesus - Serviço de Animação Litúrgica
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Serviço de Animação Litúrgica (www.liturgia.pro.br)
Serginho Valle
(organizador)
CELEBRAÇÃO DO TRÍDUO PASCAL
DA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO
DE NOSSO SENHOR
JESUS CRISTO
Reflexão da Páscoa
de Jesus Cristo iluminada pela sua Morte
SAL – Serviço de Animação Litúrgica
www.liturgia.pro.br
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CELEBRAÇÃO DO TRÍDUO PASCAL
DA PAIXÃO MORTE E RESSURREIÇÃO DE NOSSO SENHOR
JESUS CRISTO
A PÁSCOA DE JESUS ILUMINADA PELA SUA MORTE
Índice
Apresentação ................................................................................................................... 3
A morte de Jesus ............................................................................................................ 4
Jesus e a vida ........................................................................................................ 4
Como Jesus entende a morte ................................................................................ 4
A morte de Jesus é semente de vida eterna .......................................................... 5
O consentimento da morte ............................................................................................ 6
Tormento psicológico diante da morte ................................................................ 6
A Última Ceia ...................................................................................................... 7
Jesus vai ao jardim e sua sangue .......................................................................... 7
Morrer crendo na Ressurreição ................................................................................... 8
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27,45; Mt 15,34) ................. 9
“Nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46) ............................................... 9
“Tenho sede” (Jo 19,28) ........................................................................................ 9
A fé de Jesus na Ressurreição ............................................................................ 10
A Páscoa de Jesus nas coletas do Tríduo Pascal ....................................................... 12
Coleta da Quinta-feira Santa .............................................................................. 12
Coleta da Sexta-feira Santa ................................................................................ 13
Coleta do Sábado Santo (depois do Glória) ....................................................... 14
A Páscoa cantada nas celebrações do Tríduo Pascal ................................................ 15
O contexto espacial litúrgico das celebrações da Páscoa de Jesus .......................... 16
Espaço celebrativo para a Quinta-feira Santa .................................................... 16
Espaço celebrativo para a Sexta-feira Santa ...................................................... 16
Espaço celebrativo para Vigília Pascal .............................................................. 17
Proposta celebrativa da Quinta-feira Santa .............................................................. 18
Proposta celebrativa da Sexta-feira Santa ................................................................ 34
Proposta celebrativa da Vigília Pascal ....................................................................... 48
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Apresentação
A celebração anual da Páscoa de Jesus Cristo, por celebrar o centro do Mistério
Pascal de Cristo, é a celebração mais importante da Igreja. Tão importante, que a Igreja
não a celebra numa única celebração, mas celebra este Mistério em três celebrações, que
constituem o Tríduo Pascal. Do ponto de vista ritual (e prático), isso é perceptível nos
ritos finais da Quinta-feira Santa e da Sexta-feira Santa, que não se concluem com a
bênção final, mas com a dissolvência silenciosa da assembléia, seguida da adoração
Eucarística (Quinta-feira Santa) e da oração sobre o povo (Sexta-feira Santa). Um gesto
ritual para indicar a continuidade e unidade de três celebrações diferentes, mas que
celebram a mesma Páscoa de Jesus Cristo.
Unidas no mesmo Mistério, entende-se que a Liturgia celebra em cada
celebração um aspecto diferente da Páscoa de Jesus Cristo. Na Quinta-feira Santa,
celebra a Páscoa ritual, com a celebração memorial da Eucaristia. É a mesma Páscoa
que Jesus realizou com sua Paixão, Morte e Ressurreição, mas celebrada ritualmente,
para que os povos de todos os tempos e de todas as partes do mundo a pudessem
comungar e dela participar. Na Sexta-feira Santa, celebra-se a Páscoa martirial, também
chamada de Páscoa testemunhal, na qual Jesus morrendo da Cruz testemunha e professa
sua plena e total obediência ao projeto divino por amor da humanidade. No Sábado
Santo e na Missa do Domingo da Páscoa, a Igreja celebra a Páscoa gloriosa, quando o
Pai o ressuscita da morte e o introduz vitorioso na sua glória.
Diante desse fato, consideramos ser mais útil, do ponto de vista teológicolitúrgico e do ponto de vista pastoral, não propor três celebrações distintas, como temos
feito em todos estes anos, mas propor as três celebrações num único contexto, num
pequeno ebook. Propô-las num único contexto significa contextualizá-las num único
foco. O foco, a luz, que iluminará as celebrações é a “Morte de Jesus”. Neste sentido, a
reflexão sobre a morte de Jesus iluminará a Páscoa ritual da Quinta-feira Santa, a
Páscoa martirial da Sexta-feira Santa e a Páscoa gloriosa do Sábado Santo. Além da
finalidade de concentrar as celebrações do Tríduo no único foco da “Morte de Jesus”, a
reflexão poderá ser usada também como inspiração para palestras e reflexões
preparatórias com a comunidade e em meios de comunicação – rádio, jornal e televisão
–. A reflexão com um único foco iluminador foi também pensada para a reflexão
pessoal dos ministros que participam do Ministério da Pastoral Litúrgica e do Ministério
da Música da comunidade.
Além da reflexão sobre a “Morte de Jesus”, seguem-se outras reflexões
referentes às coletas das celebrações pascais e os contextos musicais e espaciais para as
sugestões celebrativas da Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Sábado Santo, com as
orientações e normas propostas pelo Missal Litúrgico. Esperamos, assim, que nossas
reflexões possam servir de inspiração nas preparações e nas celebrações de sua
comunidade.
Serginho Valle
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1 - A MORTE DE JESUS
Jesus e a vida
A primeira constatação está confirmada nos Evangelhos e nos textos apostólicos:
Jesus jamais fez alguma opção pela morte; ele sempre foi a favor da vida. Foi assim que
ele viveu e, é dessa fé na vida, que a Igreja vive e se empenha lá onde a morte ameaça a
vida nos porões da humanidade. Jesus sempre lutou contra a morte. Todos os milagres
realizados por Jesus para resgatar a saúde física indicam sua luta contra morte e a
presença do Reino de Deus no meio do povo. O exemplo mais claro disso são os três
ressuscitamentos realizados por Jesus: o filho da viúva de Naim (Lc 7,11-17), da filha de
Jairo (Mc 5,23) e aquele de Lázaro (Jo 11,1-43).
Em sua opção pela vida, Jesus professa sua fé na Ressurreição dos mortos. É
conhecido de todos, que entre os judeus havia uma corrente teológica (saduceus) que
não professava a Ressurreição. Alguns deles se confrontaram com Jesus, como no caso
da mulher que se casara sete vezes (Mt 22,23-33). A fé na Ressurreição é uma opção pela
vida plena e, mais que isso, é uma proposta de vida buscando a plenitude da vida,
encontrada somente em Deus. Por isso, não existe nenhum hipótese honesta de que
Jesus tenha buscado a morte ou provocado sua própria morte. Aliás, no momento
extremo da agonia, ele pede ao Pai que afaste o cálice da morte (Mt 26,39; Mc 14,36; Lc
22,42). Repetindo: Jesus está do lado da vida e prega a Ressurreição como modo de
participar da vida plena. É isso que a Igreja celebra na Liturgia do Tríduo Pascal: a força
da vida que vem da Ressurreição de Jesus comunicada a seus discípulos e discípulas.
Como Jesus entende a morte
A morte não se limita a um fato biológico, para Jesus. Ele não entende a morte
como algo natural, como alguma sociologia explicando a necessidade que os velhos
cedam lugar aos jovens, ou outras teorias que procuram explicar até mesmo o
inexplicável. Aprofundando a Teologia dos Evangelhos, a morte se inscreve num
contexto de injustiça, porque a vida é para ser vivida e não matada; o homem e a mulher
nasceram para viver, não para morrer. Aqueles que negam a eternidade da vida
colocam-se do lado dos pessimistas existenciais e, por conseqüência, contra o projeto
divino. Os Evangelhos deixam claro que a vida é para ser vivida e tem sua fonte em
Deus, comunicada aos seus discípulos e discípulas por Jesus Cristo; ele é a fonte da vida
e nele encontra-se a vida (Jo 4,14). Jesus resume sua missão no mundo como aquele que
veio para dar vida plena a todo homem e mulher (Jo 10,10). Por isso, a morte — em
termos de antropomoformismo — decepciona o próprio Deus que criou homem e
mulher para a vida e para viver e não para morrer.
Para Jesus, a morte tem também uma conotação espiritual: o pecado. Muito
embora não admita, em hipótese alguma, a relação entre morte e doença, morte e
castigo, como se verifica na cura do cego de nascença (Jo 9,1-3) e no comentário que ele
faz sobre a queda da torre que matou muitas pessoas, em Siloé (Lc 13,1-5). Isto é, Jesus
não busca no pecado uma justificativa para a doença, para o mal ou para a morte.
Assim, ele abre a possibilidade de apresentar a morte como uma porta de esperança
(dimensão escatológica) para se voltar à fonte da vida. Esta é a fé na Ressurreição, que a
Igreja celebra em todas as celebrações litúrgicas e, com mais ênfase, no Tríduo Pascal.
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Jesus considera, sim, a morte como um poder maior que as forças humanas, pois
a morte é filha das trevas e age para cobrir de pessimismo a vida do homem e da
mulher. Mas, é um poder que pode ser derrotado, desde que a humanidade acolha o
projeto do Reino de Deus. Sobre isso, a Liturgia do Tríduo Pascal é uníssona em cantar:
“ó morte, ó morte, onde está tua vitória?” (Celebração do Sábado Santo).
A morte de Jesus é semente de vida eterna
A pregação de Jesus propõe a derrota da morte. Depois de receber o Batismo de
João Batista, Jesus assume sua condição de Filho de Deus, e inicia a pregação do Reino
com sua clara proposta de vida capaz de derrotar a morte. Por isso, o Reino não se
encontra ali ou acolá, mas em todo aquele que o aceita como projeto de vida, em vista
da vida eterna (Lc 17,21). O Reino é um projeto de vida, para que o homem e a mulher
vivam plenamente.
Num primeiro momento, o discurso de Jesus a favor da vida entusiasma e atrai
muita gente. Alguns se tornam discípulos e discípulas, mas quando Jesus começa a
propor o modo de participar da vida eterna, muitos consideram dura a sua linguagem e o
abandonam. É o que acontece no discurso sobre o Pão da Vida, no qual ele propõe sua
carne e seu sangue como comida e bebida (Jo 6,54-61).
Mas, existe outro fato de não pouca importância. À medida que Jesus pregava e
atraia multidões, na mesma proporção fazia crescer o ódio da liderança religiosa, em
Jerusalém. Por isso, queriam matá-lo. Jesus sabe disso, mas não arreda o pé; permanece
firme no projeto divino. Nem mesmo a ameaça da morte o intimida (Mc 8,31). Não cede
nem mesmo quando seus Apóstolos e discípulos fazem de tudo para impedi-lo (Mt 16,2123). Nada, nem o poder da morte é mais importante que anunciar e fazer acontecer o
Reino de Deus, pois nele está a fonte da vida para a humanidade de todos os tempos.
A celebração do Tríduo Pascal continua celebrando e proclamando essa verdade,
em todas as partes do mundo. O perigo era claro. Jesus conhece a história dos profetas
rejeitados na própria pátria (Mt 23,37; Mc 6,4; Lc 13,34). Em resumo, Jesus conhece bem o
seu destino e sabe que será o próximo profeta a ser assassinado em Jerusalém. Essa sua
consciência é bem expressa na parábola dos vinhateiros suicidas, contada pouco antes
da Paixão (Mt 21,33-46).
Vale a pena compreender também como Jesus interpreta as perseguições. Como
tudo que acontece em sua vida, também as perseguições são lidas com os olhos da
Sagrada Escritura. Com a Palavra de Deus diante dos olhos e no coração, entende que
está agindo em plena sintonia com a vontade de Deus. Por isso, no seu entender, ele é
mais que um (ou outro) profeta a ser perseguido e matado, ele é o Filho amado do Pai.
Mesmo na perseguição e com a morte no horizonte, ele se sente seguro, protegido e
abandonado à vontade do Pai, porque é o Filho amado do Pai, como lhe foi garantido no
Tabor (Mt 17,1-13). Jesus, portando, lê as Escrituras como um programa de vida que o Pai
lhe propõe e ele o aceita livremente, mesmo sendo perseguido. Aliás, é em tal contexto
que afirma oferecer sua vida livremente (Jo 10,11).
A consciência de viver fazendo a vontade do Pai já estava presente nas tentações
de deserto, com as três maneiras de viver seu messianismo (Cf. "Iluminados pela Palavra" do
1º Domingo da Quaresma - A [2014]). Jesus rejeita o messianismo de religioso milagreiro,
rejeita o messianismo político e rejeita o messianismo do poder econômico (Mt 4,1-11)
para optar unicamente pelo projeto divino, que é o Reino de Deus. Ao optar por Deus,
dedica sua vida ao bem e passa sua vida fazendo o bem (At 10,38). E é justamente por
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este motivo que é perseguido. Dito em outras palavras, é perseguido por arrancar pela
raiz o mal presente nas tentações que impedem e ameaçam a semeadura do Reino de
Deus na terra, contada na parábola do semeador (Mt 13,1-9; Mc 4,3-9; Lc 8,2-8).
Jesus tem consciência que a morte faz parte da vontade do Pai e, por isso, não
fracassa na esperança. Ele sabe que a vida divina é maior que a morte, por isso não teme
a morte. Esta convicção, inclusive, ele a transforma em ensinamento aos seus discípulos
quando diz: “não temeis os que matam o corpo” (Mt 10,28; Lc 12,4-5). Ele sabe e crê que
Deus é mais forte que a morte porque sempre viveu em perspectiva da vida plena, da
vida que é eterna. Aqui, precisa-se entender que o conceito de vida eterna não se refere
somente à vida depois da morte, mas é algo que pode ser vivido e participado desde
agora, na vida terrena. É esta vida eterna que ele dá às suas ovelhas (Mt 10,11), porque
fazer a vontade do Pai, para Jesus, é entregar a vida por seus amigos (Jo 15,13; Rm 5,7-8),
como acontece de modo concreto no ressuscitamento de Lázaro (Jo 11,1-45). Jesus se
dirige a Jerusalém, onde sua morte já está decidida, mas passa por Betânia, para “dar
nova vida à Lázaro”. Eis a finalidade, pela qual ele não foge da morte, pois sua morte é
semente de vida eterna, vida que nunca termina, vida que pode ser participada desde
esta vida terrena.
2 - O CONSENTIMENTO DA MORTE
Tormento psicológico diante da morte
A morte — diz o ditado popular — é a única certeza da vida. Do ponto de vista
psicológico, o homem e a mulher enfrentam o momento da morte com medo e com dor,
principalmente quando ameaça entes queridos. Também Jesus passou por esse tormento
psicológico. Prova disso foi a dor que sentiu com a morte de seu amigo Lázaro (Jo 11,3335) e o temor e tremor ao ver chegar perto de Jerusalém, prevendo a inevitabilidade de
sua morte (Lc 19,41). Os evangelistas fazem questão de acentuar esse lado humano de
Jesus para evidenciar que tudo o que qualquer homem e mulher sentem diante da morte,
também foi sentido por Jesus. Isso também explica que, humanamente falando, não foi
fácil para Jesus aceitar e, até mesmo, enfrentar a morte. Vários textos evangélicos
comprovam esse fato.
João, por exemplo, narra o final da vida pública de Jesus comentando o
turbamento psicológico que Jesus viveu diante da morte. Como dito, as referências
encontram-se no ressuscitamento de Lázaro e nos momentos que antecederam sua
prisão. Os evangelistas fazem questão de anotar que seus discípulos presenciaram o
turbamento de seu Mestre e ele mesmo confidencia aos discípulos que estava
terrivelmente perturbado com a aproximação de sua morte (Jo 12,27). A mesma crise
psicológica, do turbamento interior, aconteceu durante a Última Ceia e no momento da
traição (Jo 13,21). A Paixão de Jesus não ficou limitada ao seu corpo, ao contrário,
iniciou-se bem antes, nos dias que a antecederam através do tormento interior. João se
refere a esse momento com a conhecida palavra teológica “hora”. Com esse termo,
João está dizendo que existe uma decisão que não compete mais a Jesus, de onde a
necessidade dele apelar a ajuda divina, rezando para que o Pai afaste o tormento interior
e psicológico de sua morte, que já estava bebendo. Muitos exegetas, comentando o
episódio do convite dos gregos (Jo 12,20), dizem que Jesus poderia ter escapado de
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Jerusalém, mas preferiu ficar em Jerusalém para cumprir a vontade do Pai, para não
fugir da sua “hora”.
A Última Ceia
A Última Ceia, cuja memória a Igreja comemora em todas as Eucaristias e, no
contexto desta reflexão, comemora com ênfase na Quinta-feira Santa, é marcada pelo
sentido que Jesus dá à sua morte: a entrega de sua vida para a vida do mundo. Sempre,
portanto, que a Igreja celebra a Eucaristia, não pretende “lembrar” os ritos da Última
Ceia, mas continuar realizando, graças a ação do Espírito Santo, a entrega da vida de
Jesus para a “vida de muitos”, como se proclama na Oração Eucarística. “Vida de
muitos”, em linguagem teológica, significa a vida de toda humanidade e de cada homem
e mulher.
É importante mencionar que a Última Ceia, em relação à Liturgia judaica,
recebeu significado diferente, dado Jesus. Sem entrar no mérito da discussão se a
Última Ceia teria sido uma Ceia Pascal, com o rito da própria da Liturgia judaica, é
certo que, independente do rito que tenha sido seguido, Jesus deu a este momento um
sentido diferente e especial: transformou a Ceia que era memorial da Páscoa Judaica em
Memorial da sua Paixão, Morte e Ressurreição. Continuou sendo Ceia Pascal, mas
agora, da Páscoa do Mestre. O pão repartido ganha um novo significado: faz referência
à violência que rompe a vida de Jesus, que a machuca no corpo e a fere no seu espírito,
como na necessária força física usada para romper o pão. Pão (corpo) ferido, para que se
torne alimento partilhado; corpo do Senhor para ser comido, para ser consumido como
vida divina. Também o vinho ganha outro significado: o significado do sangue, símbolo
bíblico da vida. O vinho, portanto, torna-se sacramento (realidade existencial graças a
ação do Espírito Santo) da vida de Jesus, que seus discípulos e discípulas bebem sempre
que celebram o rito Eucarístico em sua memória (1Cor11,23-26). Celebração da vida que
sacia a sede da vida plena no coração de todo homem e mulher.
De ora em diante, Jesus muda o conceito da Ceia Pascal judaica. A Igreja, como
dito, a celebra, em forma Eucarística, em comemoração da Páscoa de Jesus como Ceia
Memorial de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Hoje, a Igreja celebra a mesma
Memória na Eucaristia, depois da Morte de Jesus, mas ele a celebrou antecipadamente,
antes da sua morte. Ou seja, celebrou ritualmente com seus discípulos o que iria realizar
de modo concreto na Cruz e na Ressurreição. A Missa, portanto, não repete o sacrifício
de Cristo, porque este foi realizado uma vez por todas (Hb 9,26), mas o atualiza, o torna
presente no hoje de cada momento histórico como fonte da vida divina, que vem da
morte do Salvador. Sua morte, dizendo uma vez mais, não apodrece a vida debaixo da
pedra, mas a refaz pela Ressurreição. É a vida nova da Ressurreição de Jesus, que os
celebrantes comungam e participam na celebração da Eucaristia.
Jesus vai ao jardim e sua sangue
Os Evangelhos narram que, depois da Ceia, Jesus vai ao Jardim das Oliveiras. Já
se considerou que a pressão psicológica em Jesus foi de tal dimensão que ele chegou a
suar sangue. Em termos psicológicos se fala de uma somatização em altíssimo grau. Foi
a “pressão psicológica” no Getsemani. O significado da palavra Getsemani, em
português, pode ser traduzido como “pressão do óleo (azeite)”. Era um local onde se
colhiam as azeitonas (olivas) e eram pressionadas para verter o óleo de oliva. Numa
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dimensão metafórica, é possível estabelecer uma relação de Jesus sendo pressionado
para verter o óleo, símbolo do Espírito Santo, dom maior da Morte e Ressurreição de
Jesus. O dom do Espírito Santo também foi vertido pela sofrimento da Paixão e da
Morte do Senhor.
Como acontece em toda crise psicológica, existe um fator desencadeador, fruto
de pressão externa ou interna, capaz de desarmonizar o interior. Jesus entra numa crise
fortíssima de ansiedade diante do que deveria acontecer. Isto se somatiza em suor de
sangue (Lc 22,44). Os evangelistas descrevem este fato com realismo. É possível
imaginar a impressão que os discípulos tiveram ao ver a transfiguração dolorosa do
Mestre. Não foi sem motivo que, antes desta transfiguração dolorosa, Jesus subiu ao
Tabor para transfigurar-se na glória (Mt 17,1-9). A finalidade do relato evangélico é
mostrar que o sofrimento de Jesus foi extremamente humano, no corpo e na alma
(psiqué). Não sofria somente pela morte que se aproximava, mas também pela
motivação injusta e invejosa que a caracterizava. Com tais ingredientes, incluindo este
da injustiça e da inveja, a tortura física cresce em proporções contra o réu e os
torturadores assumem comportamentos selvagens, durante toda a noite (Mt 27,27ss).
Se a pressão era grande, uma lista bibliográfica considerável, em nossos dias,
comenta a analisa positivamente a força interior de Jesus, que o tornou capaz de
suportar e enfrentar todo o tormento da ameaça de sua morte. Mesmo sofrendo de modo
extremado, não perde a consciência de sua missão: fazer a vontade do Pai. Sua vontade
não cedeu na tentação do deserto, não fraquejou nas tentações de fama, durante a vida
pública, nem se fragilizou com a proximidade da morte. Jesus sempre viveu em
fidelidade absoluta à vontade Pai. Esta era a força interior de Jesus, porque se deixara
motivar pelo Espírito de Deus que nele habitava. É nessa força espiritual que ele se
assume como servo, “fazendo-se por nós obediente até e morte e morte de Cruz”, como
cantam os hinos da Liturgia da Sexta-feira Santa.
A Liturgia da Sexta-feira Santa ilumina-se e se inspira fortemente na imagem do
Servo Sofredor, cantada pelo Profeta Isaias. A figura do “servo sofredor” é um modo
para entender a morte de Jesus, não como castigo de Deus, mas como serviço que ele
presta a Deus por total e plena fidelidade à vontade do Pai. Por isso, ele se faz servo;
permite que lhe arranquem a barba, sofre bofetadas e não reage. Mesmo desfigurado,
não vira a cara, quer dizer, não abandona o projeto divino (Is 52,13—53,12). Na
celebração litúrgica da Sexta-feira Santa a Igreja celebra também a total fidelidade de
Jesus ao Pai.
3 - MORRER CRENDO NA RESSURREIÇÃO
Está claro que a morte de Jesus faz parte do projeto divino e ele acolhe esse
projeto entregando sua vida, através da morte. Sua morte é uma passagem porque morre
acreditando na Ressurreição. Morte é passagem, é Páscoa; a Páscoa de Jesus que
envolve e caracteriza todo o Mistério Pascal. Esse é o Mysterium fidei (Misterio da Fé)
proclamado em todas as Eucaristias, com um momento ritual próprio, após a
consagração, quando o padre proclama “Eis o Mistério da Fé”. O “Mistério da Fé” não
se refere primariamente ao milagre da transubstanciação (embora o seja), mas ao
conteúdo pascal da morte e ressurreição de Jesus presente no Pão e no Vinho
consagrados. Este foi o modo escolhido por Jesus para perpetuar e possibilitar a
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participação do Mistério da sua Páscoa a todos os homens e mulheres de todos os
tempos e lugares da terra. É a fé que no Mistério do Pão e do Vinho eucaristizados
contém a Páscoa de Jesus Cristo.
Jesus morreu com uma pena sentenciada aos escravos, pregado na Cruz,
sofrendo a morte por asfixia. Especialistas no assunto dizem que se trata da morte mais
dolorosa que pode haver. A morte de Jesus, contudo, não contempla somente o aspecto
corporal e psicológico, mas é preciso considerar também o seu lado espiritual, aquilo
que sente no seu espírito. Isso é possível atingir pelas palavras pronunciadas na Cruz.
A tradição litúrgica reserva para a Sexta-feira Santa o “Sermão das Sete
Palavras”. Três delas ajudam a entender a fé de Jesus na Ressurreição e o sentimento
espiritual de seu coração. São três palavras importantes por serem orações que Jesus
eleva ao Pai e revelam que sua alma rezava a partir da Bíblia. Seguem as palavras:
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27,45; Mt 15,34)
A primeira palavra traz uma questão: será que Jesus se sentiu, de fato,
abandonado por Deus? Outras duas questões: por que Deus não veio em seu socorro?
Será que essa é uma oração de quem crê na Ressurreição?
A compreensão passa pela necessidade de considerar que o sentido da palavra
“abandono” nas orações Bíblicas, não tem nada de desespero ou de se sentir
abandonado, mas tem a ver com esperança (Sl 16,10). Quando Jesus reza, gritando de dor
ao Pai, não está se queixando de abandono, mas professando sua total confiança no Pai
(Sl 27,9; 38,22; 119,8; 14,8). Preste-se atenção que nesse momento Jesus não se dirige a
Deus, chamando-o de Pai, como faz em outros momentos, mas grita “meu Deus, Meu
Deus”. Ou seja, ele está repetindo o salmo, está rezando com uma oração de quem se
sente criatura diante de seu Criador. Não é, portanto, uma atitude de alguém
abandonado. É uma oração em forma de pergunta, é um modo de rezar apelando a
Deus. A frase do Centurião, que presenciava a cena da morte de Jesus, reforça ainda
mais a convicção que Jesus não se sentia um abandonado por Deus, mas alguém que
morria na completa fidelidade de Filho de Deus: “verdadeiramente, este homem era
Filho de Deus” (Mc 15,39). É um primeiro modo para se perceber a fé de que o Pai o
livraria da morte e o ressuscitaria. Seu sentimento espiritual estava tomado pela
esperança de quem confia em Deus.
“Em tuas mãos entrego o meu Espírito” (Lc 23,46)
Como refletido no decorrer do texto, ninguém tira a vida de Jesus, mas ele a
entrega nas mãos de Deus, como se lê na passagem do Bom Pastor (Jo 10,15). Jesus
entrega sua vida livremente ao Pai. Todo momento da Cruz demonstra esse detalhe de
que sua morte é uma entrega total a Deus (Lc 22,48.51.67; Lc 23,34;43). Mesmo passando
pelo mais profundo sofrimento, mantém seu espírito consciente e não abandona o
projeto divino, entregando sua vida ao Pai. Jesus deposita seu espírito nas mãos do Pai
confiando que o Pai o ressuscitará.
“Tenho sede” (Jo 19,28)
A última palavra de Jesus, no Evangelho de João, é “tenho sede” (Jo 19,28). Ter
sede é um desejo, uma vontade de beber água, por exemplo. João diz que é deste modo,
expressando o desejo (a sede) que se realiza plenamente as Escrituras (Jo 19,28). Como
João é perito em escrever com símbolos e sinais, e como neste caso a sede tem um
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sentido metafórico, a pergunta é: sede de que? Sede de fazer a vontade do Pai, mesmo
que seja azeda como vinagre (Jo 19,29). Fazer a vontade do Pai era o seu grande desejo
no momento da Cruz. Porque seu alimento era fazer a vontade do Pai (Jo 4,34), rezava
agradecendo a graça de poder realizá-la até o último respiro de sua vida (Jo 17,4-5). A
Cruz, portanto, é o momento derradeiro, no qual ele pode realizar plenamente a vontade
do Pai, entregando livremente sua vida ao Pai. É a sua sede, a sede de fazer a vontade
do Pai até o fim de sua existência. Na Cruz, seu espírito estava sedento para beber e
realizar totalmente a vontade divina até a última gota.
Jesus entrega sua vida porque tem consciência que o Pai o enviou ao mundo para
que sua vida produzisse vida plena (Jo 10,10). Pode-se lembrar aqui a passagem de Isaías
descrevendo a atividade da Palavra de Deus na terra, que não volta ao céu sem antes ter
produzido frutos de vida (Is 55,11). Jesus é a Palavra que o Pai enviou ao mundo (Jo 1,1ss).
É a Palavra que produz frutos de vida na árvore da Cruz. Esta é outra “sede de Jesus”, a
sede (o desejo) de que a vida divina seja bebida por todos os homens e mulheres.
Quando isto acontecer “tudo (o projeto divino) estará consumado”, e sua Cruz
continuará vertendo a vida divina a todos que sentirem sede de Deus, pelos séculos dos
séculos.
A fé de Jesus na Ressurreição
Em Jo 10 e Jo 12 encontram-se dois elementos importantes para compreender a
fé de Jesus na sua Ressurreição. Já se fez menção que, na passagem do Bom Pastor,
Jesus diz que entrega sua vida pelo rebanho (Jo 10,11-15) e, logo em seguida, é
apresentado como protagonista da própria Paixão e Morte, porque é ele que entrega a
vida livremente (Jo 10,18). Essa é uma entrega que só pode ser feita mediante uma
profunda e irrevocável fé que o Pai o Ressuscitará. A teologia joanina é muito clara
neste sentido, como se lê em Jo 12. Pouco antes de subir à Jerusalém, Jesus explica o
sentido de sua morte deste modo: “se o grão de trigo cai em terra e não morre, não
produz fruto, mas se morre produz muitos frutos” (Jo 12,24). Ele é o grão de trigo que
precisa morrer para frutificar em vida nova, oferecida pela Ressurreição. Assim como
os grãos de trigo são abundantes, na espiga, o sentido da morte de Jesus só pode ser
entendido na abundância da vida, que nasce da sua Ressurreição. Por isso, ele tem
consciência da morte como passagem para que aconteça nele a Ressurreição. Comprova
isso dizendo que “quem ama a sua vida vai perdê-la, e quem odeia sua vida neste
mundo guarda-la-á para a vida eterna” (Jo 12,25). Isso ajuda a compreender que Jesus
aceita passar pela morte, porque crê que entregando sua vida viverá na imortalidade
divina, graças a Ressurreição. O verbo “odiar a vida” indica que ele não se apega a esta
vida terrena, porque crê que, mesmo perdendo a vida e dela se desapegando, viverá na
imortalidade com o Pai, onde a vida se transforma em amor.
A 2ª leitura da Sexta-feira Santa proclama isso de modo bem evidente: “Cristo,
nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas com forte clamor e lágrimas,
àquele que era capaz de salvar da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a
Deus” (Hb 5,7). Não foi libertado da morte física, é claro, mas da morte eterna, sendo
ressuscitado pelo Pai, tornando-se causa de Salvação eterna para muitos (Hb 7,9).
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Concluindo
O projeto do Reino de Deus é o caminho que Jesus propõe a quem quiser viver
plenamente sua vida em Deus. Para isso acontecer, ele entrega totalmente sua vida na
morte, e morte de Cruz. Por isso, a Cruz torna-se a árvore da vida e a fonte da Salvação,
que do lado aberto do Senhor, nela pendente, continuamente jorra sangue e água para
saciar a sede de vida de todos os homens e mulheres. Aquele que viu e crê sabe que seu
testemunho é verdadeiro (Jo 19,34-37).
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A PÁSCOA DE JESUS NAS COLETAS DO TRÍDUO PASCAL
A reflexão que segue tem a finalidade de favorecer uma melhor compreensão da
Oração Litúrgica da Igreja, considerando apenas as coletas celebrativas e não a
totalidade eucológica destas celebrações. Não se trata de um texto teológico, mas de
indicações que contém elementos teológicos para favorecer uma boa preparação
espiritual das celebrações pascais, na comunidade.
Coleta da Quinta-feira Santa
Oremos
Ó Pai, estamos reunidos para a Santa Ceia, na qual vosso
Filho único, ao entregar-se à morte, deu à sua Igreja um novo e
eterno sacrifício, como banquete do seu amor. Concedei-nos,
por mistério tão excelso, chegar à plenitude da caridade e da
vida. PNSJC.
Amém!
A coleta da Quinta-feira Santa insere-se totalmente no contexto Bíblico do Novo
Testamento, considerando a Última Ceia como realização do Mistério Pascal de Jesus
Cristo, como se lê nos relatos evangélicos de Mt 26,26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,19-20;
Jo 13,1-20. Do ponto de vista teológico, a oração ilumina-se na 2ª leitura (1Cor 11,23-26),
demonstrando a antiguidade da Tradição Eucarística e, do ponto de vista histórico, a
coleta é uma “nova criação”, não encontrada em nenhum outro Missal da antiguidade; é
fruto da Reforma Litúrgica de 1963.
A coleta apresenta o motivo pelo qual a Igreja está diante do Pai: para participar
da Santa Ceia, que faz memória do Mistério Pascal de Jesus Cristo (1Cor 11,23-26),
incluindo a dimensão escatológica, presente em toda Eucaristia (Mc 14,25), em vista da
Salvação de todos os homens e mulheres (Jo 10,11-15).
Outro elemento da coleta é a doação de um novo sacrifício, que é a oferta da
própria vida de Jesus ao Pai. A palavra “sacrifício” significa oblação, oferta, de onde
que o novo sacrifício é a oblação, a oferta do próprio Jesus Cristo ao Pai. Esta oferenda
acontece num contexto de “banquete de amor”, pela qual os celebrantes participam da
mesma oblação oferecida ao Pai para alimentar a vida da Igreja e de seus filhos e filhas.
A Igreja, com esta coleta, proclama que sua oferta ao Pai é a vida de Jesus Cristo,
partilhada entre os comensais do “banquete de amor”, os celebrantes da Eucaristia.
A súplica intercede que, pela participação de “tão excelso Mistério”, se alcance a
caridade plena, que é o amor total em dois termos que merecem destaque. A palavra
“mistério”, que a Teologia Litúrgica não considera como sinônimo de “misterioso”
(incompreensível), mas como realização da obra divina (Salvação) em Jesus Cristo e
por meio de Jesus Cristo (Gl 6,14). “Mistério” (mysterion, em grego) foi traduzida para o
latim como “sacramentum” (sacramento). Entende-se, assim, que quem participa deste
“mistério” (celebrado no sacramento da Eucaristia), comunga a “opus Dei salutis” —
obra divina da Salvação — e chega à plenitude da caridade divina. A segunda palavra
— “caridade” — significa “amor” e caracteriza a Eucaristia como o Sacramento do
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amor divino, que vem em socorro da fraqueza humana, oferecendo a vida nova, que
nasce da Ressurreição. Jesus viveu essa caridade (amor), na instituição da Eucaristia
simbolizando-a no gesto do lava-pés (Jo 13,1-15), proposta sempre renovada aos
celebrantes eucarísticos, para que a vivam no cotidiano de suas existências, lavando os
pés de seus irmãos e irmãs, como no exemplo de Jesus.
Coleta da Sexta-feira Santa
Oremos:
Ó Deus, foi por nós que o Cristo, vosso Filho, derramando o
seu sangue, instituiu o Mistério da Páscoa. Lembrai-vos
sempre de vossas misericórdias, e santificai-as pela vossa
constante proteção. PCNS.
Amém!
Ou
Oremos:
Ó Deus, pela Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo destruístes
a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei
que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como
trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno,
possamos trazer pela graça a imagem do homem novo. PNSJC
Amém!
O Missal da Liturgia de Sexta-feira Santa propõe duas coletas. Ambas,
evidentemente, fazem referência ao Mistério da Morte de Jesus Cristo e a celebram
como Mistério Pascal. Ambas mantêm, igualmente, uma continuação com respeito à
coleta da Quinta-feira Santa e antecipam os efeitos da Ressurreição de Jesus, uma vez
que se trata da celebração do mesmo Mistério Pascal.
Como nota histórica, vale a notícia que a primeira coleta proposta no Missal tem
sua fonte na Ora Tertia, da Liturgia das Horas, antes da Reforma Litúrgica; era a oração
que concluía a celebração daquela Hora Média.
A súplica central da coleta apóia-se na memória do amor de Cristo pela
humanidade, entregando sua vida quando a humanidade ainda vivia no pecado (Rm 5,8;
1Pd 3,18). Nisto está a grandeza do amor divino pela humanidade, em amá-la sem
merecimento de tão grande amor (Jo 15,13). É em base a este amor, diz a coleta, que
nasce o Mistério da Páscoa. Dito de outro modo: o Mistério da Páscoa fundamenta-se
unicamente no amor divino, realizado por Cristo, com Cristo e em Cristo.
Diante de tão grande dom, a súplica da primeira coleta intercede a eterna
lembrança da misericórdia divina para com o seu povo (Sl 103,8), não escondendo dele o
rosto, nos momentos de angústias (Sl 102,2). Uma súplica originada da realização do
Mistério Pascal de Cristo pelo derramamento do seu sangue em vista da santificação dos
filhos e filhas da Igreja (1Pd 1,18-20). Santificação, no sentido de participar da vida
divina, ou seja, participar e comungar a santidade divina. Ora, isto só é possível graças à
realização do Mistério Pascal de Cristo (Rm 3,23-26; Ef 1,7; 1Pd 1,18-19; Ap 1,5; 5,9).
Na segunda coleta, a oração é formatada com referências Bíblicas explícitas da
teologia paulina, fazendo memória da Paixão de Jesus como destruidora da morte, que
tinha sido imputada à humanidade pelo primeiro pecado (Rm 5,12-21). Outra súplica da
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coleta intercede a graça de se tornar semelhantes a Cristo (Rm 8,29; Fl 1,6), morrendo para
o pecado e, com ele, ressurgindo para a vida nova (Rm 6,11). É a intercessão da graça
para abandonar o homem velho e viver de acordo com o homem novo (Ef 4,22).
Coleta da Missa da Vigília Pascal
Oremos:
Ó Deus, que iluminais esta noite santa com a glória da
Ressurreição do Senhor, despertai na vossa Igreja o Espírito
filial para que, inteiramente renovados vos sirvamos de todo
coração. PCNS.
Amém!
A coleta proposta nesta reflexão é a proclamada após o hino do Glória. É uma
coleta festiva, que canta a alegria da noite santa iluminada pela luz da Ressurreição do
Senhor, que conclui a longa Liturgia da Palavra, proclamada na Vigília Pascal, na qual
cada leitura é contemplada com uma coleta especial. Cada uma destas coletas
compreende uma dimensão memorial do Plano da Salvação divina, realizado por Jesus e
em Jesus. A coleta que vem após o hino do glória, portanto, exerce uma função de
síntese, onde se percebe a dimensão laudativa, louvando Deus pela Ressurreição de
Jesus e, a dimensão suplicante, que intercede a graça de, uma vez purificados pela
participação na Ressurreição do Senhor, os celebrantes possam viver a serviço do
projeto divino.
O temário da “noite santa iluminada com a luz da Ressurreição de Jesus” está
desenvolvido, seja do ponto de vista Bíblico como Teológico Litúrgico, no canto do
Exultet, proclamado na “Noite Santa da Páscoa”, anunciando ao mundo a Ressurreição
de Jesus Cristo. O tempo cósmico da noite, caracterizado na coleta com o adjetivo
“santa”, indica a realização da obra divina que, pela Ressurreição de Jesus, rompe as
trevas do mundo e o ilumina com a vitória da vida (Sl 74,16). É nesta noite que o Senhor
concede aos seguidores de seu Filho a sua glória divina, graças a Ressurreição de Jesus,
como prometido pelo Mestre (Jo 17,22-24).
Uma súplica bem pascal, pode-se dizer, é a intercessão para se ter o “espírito
filial”, prometido por Jesus depois da sua glorificação (Jo 7,39). Graças à Ressurreição, o
Espírito do Filho ressuscitado é enviado e oferecido à Igreja para guiá-la, possibilitando
a todos viver como filhos e filhas de Deus (Rm 8,14-15;17,23; Gl 4,4-6).
A prece é concluída com dois pedidos: a renovação do coração humano, que
significa renovar a mente e o interior (Rm 12,2; Ef, 4,23), e a graça de poder servir a Deus
de todo coração (1Ts 1,9). Outra dimensão suplicante é aquela purificadora que, graças a
Ressurreição de Jesus (1Pd 1,18-23), torna o homem e a mulher dignos de se colocar a
serviço de Deus e do seu projeto para a edificação do seu corpo, através dos diferentes
ministérios da Igreja (Ef 4,11-13). Uma dimensão igualmente necessária para participar da
Salvação divina, fruto primeiro e maior da Ressurreição de Jesus Cristo (Hb 1,14).
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A PÁSCOA DE JESUS CANTADA NAS CELEBRAÇÕES
O Tríduo Pascal é um tempo especialíssimo para a Igreja por celebrar a Salvação
divina e ser a fonte da Liturgia cristã. De fato, toda a Liturgia bebe na fonte do Mistério
Pascal celebrado diariamente na Igreja, mas especial e solenemente na grande
celebração do Tríduo da Páscoa, o qual comporta uma única celebração dividida em três
momentos (dias): Ceia do Senhor, Paixão e Morte do Senhor, Ressurreição do Senhor.
Se este é o contexto litúrgico e celebrativo, entende-se também que a Música Litúrgica
deva ser especial em cada uma destas celebrações. Especial em dois significados: o
litúrgico, com canções condizentes a cada celebração e, o artístico, com canções bem
executadas para se poder celebrar o espírito próprio de cada uma das celebrações.
De fato, a música litúrgica, no Tríduo Pascal, tem a finalidade de ajudar os
celebrantes a participar da celebração, dentro do espírito próprio de cada celebração.
Assim, se a Liturgia da Quinta-feira Santa inicia-se alegremente, até o momento do
Glória, os músicos serão responsáveis para introduzir os celebrantes no silêncio que
caracteriza a maior parte da celebração e já os prepara para a silenciosa celebração de
Sexta-feira Santa, que se inicia em completo silêncio. Não se trata de uma mera
observância de rubricas, mas da capacidade de entender o espírito celebrativo para
cantar o clima litúrgico do momento celebrado. Entender, por exemplo, que o espírito
da celebração da Sexta-feira Santa pede canções que ajudem a silenciar. Para tal
finalidade, a Igreja orienta que não se use instrumentos musicais.
No Sábado Santo, por sua vez, a música conduzirá, aos poucos, os celebrantes
do silêncio proposto desde a noite da Quinta-feira Santa, à explosão de alegria, cantando
vibrantemente as canções pascais. Trata-se, porém, de uma passagem gradativa,
cantando, por exemplo, a proclamação do exultet “a cappella”, os salmos responsoriais
da Vigília Pascal com melodias orantes até a explosão alegre com o canto do Glória e o
solene Aleluia Pascal. Ou seja, existe uma pedagogia celebrativa própria da música que
seria muito bom que fosse observada.
É importante que os músicos cantem bem, e isso significa cantar a Liturgia com
o espírito próprio de cada celebração. Este é um excelente modo de evitar a mesmice no
modo de cantar e executar as músicas. Pensa-se no inconveniente de instrumentos altos,
instrumentos de percussão nas celebrações de Quinta-feira Santa, depois do Glória e,
pior ainda, na celebração de Sexta-feira Santa. Imagine como se torna cansativa a longa
Vigília Pascal com instrumentos em alto volume durante toda a celebração. Estes são
pequenos detalhes que, no grande contexto celebrativo, desfavorecem o espírito
celebrativo próprio de cada momento e demonstram insensibilidade litúrgica e musical,
uma vez que tais músicos (ou Ministérios de Música) se mostram incapazes de traduzir
em arte musical o espírito celebrativo para favorecer a participação dos celebrantes.
Uma boa preparação para cantar o Tríduo Pascal deve, necessariamente, iniciarse pela oração, pela meditação e com muito tempo de ensaio e estudo de cada uma das
celebrações. Além disso, é importante considerar e seguir as orientações litúrgicas da
Igreja e não seguir gostos particulares. Cantar bem o Tríduo Pascal é um serviço que os
músicos prestam à comunidade por favorecer a boa participação dos celebrantes.
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O CONTEXTO ESPACIAL LITÚRIGICO DA PÁSCOA DE JESUS
O mesmo critério proposto aos Ministérios da Música é válido a quem se ocupa
com o espaço celebrativo das celebrações do Tríduo Pascal. Uma vez que são três
grandes celebrações, é prudente que três equipes se ocupem da organização e dos
arranjos em cada uma das celebrações. Válido igualmente é o critério de sentir o espírito
próprio de cada celebração, com seu perfil específico, para favorecer a melhor
participação possível dos celebrantes nas celebrações, sempre em vista de uma bela e
orante celebração litúrgica.
É importante considerar e seguir as orientações litúrgicas da Igreja quanto aos
espaços celebrativos das celebrações, presentes no Diretório Litúrgico, neste ano de
2014, a partir da p. 87.
Espaço celebrativo para a Quinta-feira Santa
A noite de quinta-feira tem uma dimensão de alegria, por isso a Igreja se orna
com flores e folhagens. Um modo de dar brilho ao espaço celebrativo, é o uso de velas
na composição dos arranjos florais. Uma vez que existe uma ligação entre a Páscoa
judaica e a nossa páscoa cristã, pode-se optar por uma menorá (candelabro de sete
velas) grande e com base no chão.
No início da celebração, o altar poderá estar revestido com uma toalha branca
simples. Um pouco antes da preparação das ofertas, algumas pessoas poderão levar uma
toalha mais bonita para ser colocada sobre o altar, destacando assim a preparação da
“mesa pascal cristã”, diferente daquela “mesa pascal judaica”, descrita na 1ª leitura.
Um espaço acolhedor que convide à oração e ao silenciar deverá ser preparado,
preferencialmente fora da igreja, para a Adoração do Santíssimo, que se iniciará logo
após a transladação do Santíssimo, no final da Missa.
Espaço celebrativo para a Sexta-feira Santa
O silêncio que caracteriza o dia da Sexta-feira Santa estende-se também ao
espaço celebrativo. Desde a Quinta-feira Santa, especialmente depois da Adoração
Eucarística, a igreja está desprovida de flores ou de qualquer enfeite. As pessoas, ao
entrar na igreja, deverão perceber que existe um clima de grande silêncio, no qual
também o espaço convida a silenciar.
Combinando com o espaço celebrativo, no início da celebração o altar estará
totalmente limpo, sem toalhas ou qualquer outro objeto sobre a mesa. A toalha, o
corporal e duas velas serão colocados na preparação da comunhão, bem como o Missal
para que conduzir os ritos de comunhão. Logo após ter terminado o rito de comunhão, o
altar volta a ser desnudado.
Um detalhe especial para o rito da Adoração da Cruz. Primeiramente, a
importância de se escolher e apresentar uma Cruz grande e bonita, com a imagem do
crucificado, para ser usada no momento do rito, que possa ser vista por todos os
celebrantes. Os arranjadores deverão prever um local para a Cruz e para o beijamento,
dos celebrantes.
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Espaço celebrativo para a Vigília Pascal
A propósito do espaço celebrativo para a Vigília Pascal é necessário que esta
faça jus à grande e soleníssima festa celebrada nesta Vigília e no Domingo da Páscoa.
Por isso, nada mais justo que a igreja esteja muito bem ornamentada, sem exageros, mas
bonita como convém para uma liturgia tão importante.
Uma vez que os detalhes são muitos, este espaço limita-se a considerar que a
celebração acontece em cinco espaços celebrativos: (1) fora da igreja - Celebração da
luz - Local da Páscoa cósmica; (2) entrada do Círio na igreja - local do povo iluminado
pela luz Pascal de Jesus Cristo; (3) ambão - celebração da Palavra - Local da Páscoa
Proclamada; (4) Batistério - Celebração do Batismo - local da Páscoa Sacramental e
altar – (5) Celebração da Eucaristia - local da Páscoa comungada.
Os demais espaços da Vigília Pascal, devidamente comentados, estão descritos
na respectiva proposta celebrativa (p. 45)
CONCLUSÃO
No primeiro momento desta introdução foi considerada a Teologia e a
Espiritualidade das celebrações pascais, nos dias do Sacro Tríduo. Depois se considerou
a música litúrgica e o espaço celebrativo como meios para bem celebrar cada dia do
Tríduo Pascal. Nas páginas que seguirão, as propostas indicarão como conduzir cada
uma das celebrações. Serão propostas feitas de acordo com os livros litúrgicos, em vista
de celebrações bem feitas, para que se tornem fonte de vida e crescimento espiritual de
todos os celebrantes.
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PROPOSTA CELEBRATIVA
QUINTA-FEIRA SANTA
MISSA IN COENA DOMINI
LEITURAS
1ª leitura: Ex 12,1-8.11-14 = Ritual da ceia pascal
Salmo: Sl 115 = O cálice por nós abençoado é comunhão com sangue do Senhor
2ª leitura: 1Cor 11,23-26 = Anunciais a morte do Senhor
Evangelho: Jo 13,1-5 = Amou-os até o fim
Quando Jesus instituiu a Eucaristia, ele como que determinou um local de encontro com
cada um de seus discípulos e discípulas. Nós encontramos Jesus na Eucaristia e ele se
encontra conosco. Quando Jesus instituiu a Eucaristia, ele queria ensinar, numa lição
que jamais terminará, que a vida do Evangelho começa na fraternidade, simbolizada no
lava-pés. Entende-se, assim, que a Eucaristia faz a Igreja, faz a comunidade e a
comunidade celebra e faz a Eucaristia.
Vamos cantar a Celebração
Somos uma Igreja que caminha ao encontro do Pai, cantando a alegria por poder
participar da plenitude da vida divina, comungando-a na Eucaristia e transformando-a
em serviço fraterno, lavando os pés de nossos irmãos e irmãs.
NB
As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente,
propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na
escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista
após comentário.
Siglas
SAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br
HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)
CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)
L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)
CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.
Canto de entrada: a Igreja inicia a celebração do Tríduo Pascal com a celebração
Eucarística da Quinta-feira Santa, glorificando o Senhor pela sua Cruz, de onde recebe
vida e Salvação. Por isso, a Igreja se gloria na Cruz de Jesus Cristo, que é a fonte de
onde jorra a Salvação, a vida plena.
1 – “Quanto a nós, devemos gloriar-nos” (SAL 840) (CO 202) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 1)
2 – “Ninguém pode se orgulhar” (SAL 1198) (Cd “Tríduo Pascal I” (Paulus) - fx2)
3 – “Nós nos gloriamos na Cruz” (SAL 1294) (CO 204)
4 – “Ó Senhor, nós estamos aqui” (SAL 69) (CO 394)
5 – “É bom estarmos juntos” (SAL 27) (CO 149)
Outras canções de entrada no site: www.liturgia.pro.br
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[SAL 61] [SAL 303] [SAL 841]
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/quanto%20a%20n%C3%B3s%20devemos%20gloriar?view=ls
Ouvir canção (2) http://bogmusic.net/mp3/tr_duo_pascal_02_ningu_m_pode_se_orgulhar_quinta_feira_mp3.html
Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/n%C3%B3s%20nos%20gloriamos%20na%20cruz?view=ls&suggested
Ouvir canção (4) http://search.4shared.com/q/1/062%20-%20%C3%B3%20senhor%20n%C3%B3s%20estamos%20aqui?view=searchMainField
Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/%C3%A9%20bom%20estarmos%20juntos?view=ls
Salmo responsorial: a participação na Páscoa de Jesus Cristo, celebrada ritualmente,
acontece comendo o pão partilhado e bebendo o cálice abençoado (consagrado) pelo
Senhor. Quem come e bebe na Mesa Eucarística, comunga e participa da Morte e
Ressurreição do Senhor.
1 – HL da CNBB, fasc. 2 p. 47
2 – “Cantado salmos e aclamações” (Paulus) p. 187
3 – CD “Tríduo Pascal” I; faixa 4
4 – “O Cálice por nós abençoado”
Ouvir Sl 115 http://mp3skull.com/mp3/jos_ac_cio_santana_o_c_lice_por_n_s_aben_oado_sl_115.html
Aclamação ao Evangelho: o primeiro e mais importante compromisso que vem da
Eucaristia é viver na fraternidade, iluminando-se no mandamento novo de Jesus:
“amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.”
1 – “Eu vos dou um novo mandamento” (SAL 802) (CO 208) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 5)
2 – “Eu vos dou um novo mandamento” (SAL 802) (HL, fasc. 2, p. 52)
3 – “Dou-vos um mandamento novo” (SAL 844) (CO 209)
4 – “Eu vos dou um novo mandamento”
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/eu%20vos%20dou%20um%20novo%20mandamento?view=ls&suggested
Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/eu%20vos%20dou%20um%20novo%20mandamento?view=ls&suggested
Lava-pés: nenhuma celebração Eucarística é abstrata ou representação teatral da Última
Ceia. Ao contrário, toda celebração Eucarística compromete os celebrantes com o
serviço fraterno, como Jesus ensina com o gesto do lava-pés.
1 – “Ceia da despedida” (SAL 845) (HL, fasc. 2, p. 184)
2 – “Prova de amor maior não há” (SAL 846) (CO 201)
3 – “O Senhor me chamou e me ungiu” (SAL 847) (CO 210)
4 – “Jesus erguendo-se da ceia” (SAL 848) (CO 211) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 6)
5 – “Jesus erguendo-se da ceia” (SAL 869) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 7)
Outras canções para o rito do lava-pés no site: www.liturgia.pro.br
[SAL 181]
Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/prova%20de%20amor%20maior%20n%C3%A3o%20h%C3%A1?
view=ls&suggested
Ouvir canção (3)
http://search.4shared.com/q/1/o%20senhor%20me%20chamou%20e%20me%20ungiu%20quinta%20feira%20santa?view=ls&suggested
Ofertas: como diz a oração sobre as oferendas, a Eucaristia torna presente a Redenção
de Jesus Cristo. Ou seja, a Redenção que foi realizada pelo Senhor, na Cruz, está
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presente no altar Eucarístico. As ofertas, marcadas pela fraternidade, são a resposta dos
celebrantes a este grande mistério do amor divino.
1 – “Onde o amor e a caridade” (SAL 849) (CO 214) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 8)
2 – “Minha vida tem sentido” (SAL 260) (CO 701)
3 – “Se meu irmão me estende a mão” (SAL 278) (CO 726)
4 – “Recebei de nós, Senhor” (SAL 850) (CO 215)
5 – “Daqui do meu lugar” (SAL 252) (L 942)
Outras canções para o rito da apresentação das oferendas no site: www.liturgia.pro.br
[SAL 249]
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/onde%20o%20amor%20e%20a%20caridade?view=ls
Ouvir canção (2)
http://search.4shared.com/q/1/minha%20vida%20tem%20sentido%20pe%20zezinho?
view=searchMainField&suggested
Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/se%20meu%20irm%C3%A3o%20me%20estende%20a%20m%C3%A3o?
view=ls
Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/daqui%20do%20meu%20lugar?view=ls&suggested
Comunhão: a Mesa da Eucaristia é o local onde Jesus se dá no pão para que nos
alimentemos com a vida divina e aprendamos a formar a unidade, vivendo
fraternalmente com todos, na vida cotidiana.
1 – “Eu quis comer esta ceia agora” (SAL 294) (CO 218) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 9)
2 – “Hoje é festa” (SAL 851) (HL fasc. 2, p. 149) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 10)
3 – “Na comunhão, Jesus se dá no pão” (SAL 301) (L 838)
4 – “O Pão da vida, a comunhão” (SAL 852) (CO 144)
5 – “Na mesa sagrada, se faz unidade” (SAL 303) (CO 398)
Outras canções para o rito da comunhão no site: www.liturgia.pro.br
[SAL 289] [SAL 853] [SAL 854]
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/eu%20quis%20comer%20esta%20ceia?view=ls&suggested
Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/21%20Hoje%20%C3%A9%20festa%2C%20diz%20o%20povo%20(comunh%C3%A3o)?view=ls
Ouvir canção (4) http://search.4shared.com/q/1/o%20p%C3%A3o%20da%20vida%20comunh%C3%A3o?
view=searchMainField&suggested
Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/na%20mesa%20sagrada?view=ls&suggested
Transladação do Santíssimo: Durante a trasladação do Santíssimo Sacramento, cantase a canção “Canta a Igreja triunfante” (Pange língua). Ao se chegar ao altar onde
ficará o Santíssimo, cantam-se as duas últimas estrofes: “Tão sublime sacramento” (cf.
letra no Missal Romano, p. 252). Outra canção eucarística poderá ser cantada durante a
procissão, como por exemplo, “O pão da vida, a comunhão”.
1 – “Vamos todos louvar juntos” (SAL 855) (CO 221)
2 – “Deus de amor” (SAL 856) (CO 222)
3 – “Pai, eis chegada a hora” (SAL 857) (CO 223)
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/vamos%20todos%20louvar%20juntos?view=ls&suggested
Canção do envio: ATENÇÃO = nesta celebração não se canta um canto de envio ou
de conclusão da celebração. Logo depois da missa tem início a adoração ao Santíssimo,
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que poderá durar solenemente até meia-noite ou, de modo simples, a noite inteira, como
orientado pelas normas litúrgicas.
Celebração
Ambientação: antes do início da celebração, um ambientador poderá motivar os
celebrantes, preparando-os para a celebração. Sugerimos que para tal finalidade, crie-se
um clima oracional, convidando todos a agradecer o grande dom da Eucaristia, cuja
instituição é celebrada nesta Missa. A conclusão da ambientação poderá acontecer
cantando o “mandato”, como sugerido a seguir.
Para ouvir a canção = http://mp3skull.com/mp3/eu_vos_dou_um_novo_mandamento.html
Eu vos dou um novo mandamento:
Que vos ameis, uns aos outros,
Assim como eu, vos amei!
Disse o Senhor.
Ritos iniciais
Os celebrantes são introduzidos nesta celebração, tomando consciência da grande bondade
divina que deseja e comunica sua vida plena a todos nós, homens e mulheres.
Antífona de entrada: a celebração do Tríduo Pascal inicia-se proclamando a vitória da
morte, conquistada por Jesus Cristo, na Cruz.
Antífona de entrada
A Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo
deve ser a nossa glória:
nele está nossa vida e ressurreição;
foi ele que nos salvou e libertou.
Acolhida presidencial: a bondade divina é expressa em sua sabedoria, que nos santifica
pelo Espírito de Deus e nos torna participantes da vida divina, no Sangue de Cristo.
Modelo para acolhida presidencial
Irmãos e irmãs, eleitos segundo a presciência de Deus Pai,
pela santificação do Espírito para obedecer a Jesus Cristo e
participar da bênção da aspersão do seu sangue, graça e paz
vos sejam concedidas abundantemente.
T – Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Monição inicial: o Tríduo Pascal é a celebração anual da Páscoa de Jesus Cristo, que
acontece durante três dias, manifestando o amor divino pela humanidade.
Modelo de monição inicial
Iniciamos, neste momento, a grande celebração do Tríduo
Pascal. Nesta grande celebração, que acontecerá em três dias,
proclamaremos o amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo,
pelo mundo e pela humanidade.
Façamos silêncio para nos preparar e poder participar
dignamente destes santos mistérios.
(pausa silenciosa)
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Ato penitencial: o ato penitencial intercede o perdão divino para poder participar e
comungar a Páscoa de Jesus Cristo.
Anotações práticas
O rito poderá ser presidido pelo padre ou por um ministro.
A participação dos celebrantes acontece mediante uma invocação (cantada preferencialmente)
do “Kyrie eleison”. Se o Ministério de Música desejar, poderá musicar a participação da
assembléia.
Sugerimos uma melodia, da qual será cantada somente a invocação solo (não o coral) repetida
pelos celebrantes: http://www.liturgiaculmenetfons.it/index_htm_files/kyrie.mp3
Modelo para o ato penitencial
Nós queremos participar da vida plena, Senhor Deus; da vida
sem fim, que é mais forte que a morte. Por isso, tende piedade
de nós!
Solo – Kyrie eleison!
Todos - Kyrie eleison!
Nós queremos, Senhor Deus, comungar a Páscoa de Jesus
Cristo, que se renova em toda Eucaristia. Por isso, tende
piedade de nós!
Solo – Christe eleison!
Todos - Christe eleison!
Nós queremos, Senhor Deus, uma vida nova, que nos é
comunicada pela Páscoa de Jesus Cristo, nosso Salvador. Por
isso, tende piedade de nós!
Solo – Kyrie eleison!
Todos - Kyrie eleison!
P – Deus fonte da misericórdia e da reconciliação, perdoe os
nossos pecados e, pelos méritos da Paixão, Morte e
Ressurreição de Jesus, nos conceda graça de participar da
vida eterna.
T – Amém!
Rito de glorificação inicial: o motivo da glorificação divina encontra-se na bondade
divina, que quer que vivamos e participemos de sua vida.
Modelo de motivação para o rito do glória
Porque Deus é bom e sua bondade quer que vivamos a vida
divina em nossa vida humana, cantemos:
Oração do dia: que a Eucaristia seja escola de fraternidade, onde se aprende a viver a
caridade do serviço fraterno.
Oremos
Ó Pai, estamos reunidos para a Santa Ceia, na qual vosso
Filho único, ao entregar-se à morte, deu à sua Igreja um novo e
eterno sacrifício, como banquete do seu amor. Concedei-nos,
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por mistério tão excelso, chegar à plenitude da caridade e da
vida. PNSJC.
T – Amém!
Liturgia da Palavra
A Ceia Pascal judaica ganha outro sentido, na celebração da Última Ceia, realizada por Jesus:
deixa de ser memorial da libertação do Egito e torna-se memorial da Morte e Ressurreição de
Jesus, celebrada por ele próprio, na Cruz.
Proposta para a homilia
Objetivo: a iluminação da homilia tem sua fonte na reflexão sobre a morte de Jesus,
considerando a Cruz como o altar do sacrifício de Jesus.
Dinâmica: fazer a homilia criando um clima de meditação, caracterizado pelo silêncio e pela
calma no falar. Isso facilitará a compreensão dos celebrantes.
Rito do lava-pés: lavar os pés dos irmãos e irmãs é um modo de produzir frutos de vida
e de ressurreição em nossas convivências.
Anotações práticas
Depois da homilia, de acordo com o costume da comunidade, pode-se realizar o rito do lavapés ou outro rito que expresse o serviço fraterno, com por exemplo, uma coleta de alimentos
em favor dos pobres da comunidade. O costume de convidar pessoas relacionadas com o tema
da Campanha da Fraternidade, para representar o serviço fraterno na comunidade, continua
sendo uma opção. Neste ano de 2014, pode-se convidar aquelas pessoas que se dedicam,
colocando inclusive suas vidas em risco, para impedir que vidas humanas sejam traficadas,
além da possibilidade de convidar vítimas do tráfico, desde que isso não as exponha.
Durante o rito do lava-pés, pode-se cantar aquelas canções sugeridas no Missal Romano, além
de também propor breves reflexões. Para as comunidades que usam datashow, mostrar algum
vídeo ou fotos de serviços que favorecem o serviço fraterno, na comunidade.
Lembramos também que o rito do lava-pés não é obrigatório (cf. Missal Romano, p. 248; n.5),
mas deixaria uma lacuna significativa, caso não fosse realizado.
Omite-se a profissão de fé. A missa continua com a oração dos fiéis.
Oração dos fiéis: que o exemplo de Jesus, de lavar os pés de seus discípulos, inspire a
vida fraterna e a vida eucarística nos celebrantes.
Anotações práticas
O refrão da oração dos fiéis poderá ser cantado com a melodia, com a partitura indicada.
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P – Antes de elevar ao Pai o cálice da Salvação, elevemos nossas preces e nosso louvor
espiritual pelo dom da fraternidade e pelo dom da Eucaristia, a nós
concedidos por seu Filho Jesus.
Rezemos pelos povos que habitam a Terra Santa, hoje, transformada em terra de
conflitos, de dor e de sofrimento para os cristãos e cristãs. Que a bênção divina lhes
conceda paz e concórdia.
T – Guardai-nos, Senhor, no vosso amor!
Rezemos pela Igreja, que em todas as Eucaristias realiza a comunhão com o Corpo e
Sangue de Jesus Cristo, para que seja fiel servidora do projeto divino em nosso mundo.
T – Guardai-nos, Senhor, no vosso amor!
Rezemos por todos nós, para que tendo a graça de participar do altar da Eucaristia,
possamos nos dispor a entregar nossas vidas para o bem de nossos irmãos, a exemplo de
Jesus Cristo.
T – Guardai-nos, Senhor, no vosso amor!
Rezemos pelos cristãos do mundo inteiro, para que fazendo memória do mandamento
do amor, cresçam no compromisso de viver e promover a fraternidade em todos os
cantos do mundo.
T – Guardai-nos, Senhor, no vosso amor!
Rezemos pela nossa comunidade, para que nossas celebrações Eucarísticas concedamnos vida em abundância e a graça de imitar o gesto do lava-pés, no serviço fraterno.
T – Guardai-nos, Senhor, no vosso amor!
P – Somos agradecidos, ó Pai, pelo dom do amor fraterno que se concretiza através do
serviço; somos agradecidos pelo dom da Eucaristia, presença viva de vosso
Filho entre nós, que convosco vive e reina pelos séculos dos séculos.
T – Amém!
Liturgia Sacramental
É momento de conduzir os celebrantes para o altar do Senhor. Momento para se aproximar do
Sacramento da Cruz de Jesus Cristo, que é o altar da comunidade.
Procissão das ofertas: aqueles que se aproximam do altar do Senhor, a exemplo de
Jesus Cristo se aproximando do altar da Cruz, trazem em suas mãos a própria vida como
oferendas agradáveis ao Pai. É um modo sublime de unir-se à oferenda de Jesus e com
ele participar daquela certeza de que o Pai aceita nossas vidas como oferendas.
Anotações práticas
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É sempre bom valorizar o rito da procissão das oferendas desta celebração. Lembramos,
contudo, que neste momento, a celebração se apresenta mais sóbria e, por esse motivo, a
procissão seja solene, mas sem perder a característica da sobriedade.
Pode-se levar os dons com um certo destaque, como por exemplo: o vinho em uma jarra maior,
sobre uma bandeja com alguns cachos de uvas; levar o pão em uma cesta com ramos de trigo,
levar a água num jarro transparente, mas menor que aquele do vinho.
Orate fratres: as oferendas colocadas no altar, sacramento da Cruz de Jesus, tornam-se
oblação agradável ao Pai.
Orate fratres
Orai, irmãos e irmãs, para que colocando nossas oferendas no
altar da Cruz, sejam aceitas por Deus Pai todo-poderoso.
T – Receba o Senhor por tuas mãos....
Oração sobre as oferendas: tudo que aconteceu na Cruz de Jesus (a redenção) torna-se
presente na celebração da Eucaristia.
Oração sobre as oferendas
Concedei-nos, ó Deus, a graça de participar dignamente da
Eucaristia, pois todas as vezes que celebramos este sacrifício
em memória de vosso Filho, torna-se presente a nossa
redenção. PCNS.
T – Amém!
Oração eucarística: o Mistério da Salvação realiza-se no altar da comunidade; é
momento divino, momento de respeitoso silêncio.
Modelo de monição para a Oração Eucarística
Aquilo que ouvimos na 2ª leitura, acontece diante de nós, no
altar de nossa comunidade. É com temor e tremor que
participamos do Mistério da Salvação, neste momento
profundamente divino.
Preparação para a comunhão
Conduzir os celebrantes até o altar da Eucaristia, sacramento da Cruz redentora, para que
possam se alimentar do Corpo e Sangue do Senhor.
Pai nosso: a Cruz é a fonte da vida, o local onde Deus alimenta seus filhos e filhas com
sua vida divina.
Convite para o Pai nosso
Como irmãos e irmãs que se alimentam da fonte da vida, na
Cruz do Senhor, rezamos: Pai nosso...
Abraço da paz: a fraternidade partilhada no gesto de paz compromete os celebrantes a
se disporem ao serviço da paz.
Proposta de saudação da paz
A exemplo de Jesus, partilhemos a fraternidade com um gesto
de paz.
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Convite para a comunhão: o Pão que comungamos na Eucaristia é o próprio Corpo de
Jesus Cristo, fonte de vida eterna.
Proposta de convite para a comunhão
Eu sou o Pão vivo que desci do céu, quem comer deste pão
viverá eternamente.
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Antífona de comunhão: proclamação do mandato memorial de Jesus Cristo que
confere realidade substancial à Eucaristia.
Antífona de comunhão
Este é o Corpo que será entregue por vós,
este é o Cálice da Nova Aliança no meu Sangue, diz o Senhor.
Todas as vezes que os receberdes,
fazei-o em minha memória.
Oração depois da comunhão: suplicar a saciedade da vida divina, no altar da
Eucaristia, em vista de participar da Ceia do Reino.
Oração depois da comunhão
Ó Deus todo-poderoso, que hoje nos renovastes pela Ceia do
vosso Filho, dai-nos ser eternamente saciados na Ceia do seu
Reino. PCNS.
T – Amém!
Anotações práticas
Para as comunidades que ainda não distribuem a comunhão sob duas espécies nas missas
dominicais, lembramos que nesta missa assim deverá ser feito, como pede a Igreja.
Anotamos o que diz a orientação para depois da comunhão: “Distribuída a comunhão, a
reserva eucarística para a comunhão do dia seguinte é deixada sobre o altar, e conclui-se a
Missa com oração depois da comunhão” (MR, p. 251).
Ritos finais
Transladação do Santíssimo: O rito da transladação é feito com uma procissão dentro
da igreja. É um rito simples e muito respeitoso. A assembléia participa pelo olhar e
cantando. O presidente conduz o Santíssimo, como prescrito no Missal, acompanhado
pela canção “Vamos todos louvar juntos” (“Pange língua” - em latim). A procissão é
concluída cantando a última estrofe, que se inicia com o “Tão sublime sacramento” no
altar onde é colocado o Santíssimo. Lembramos que esta canção faz parte do rito,
enquanto tal e, por este motivo, seria muito bom que não fosse substituída, apesar de
haver a possibilidade de se cantar outra canção eucarística.
Anotações práticas sobre a adoração ao Santíssimo
Mesmo não fazendo parte da celebração em si, mas como continuidade da mesma, se a
comunidade optar por adoração após a meia noite, esta deve ser sóbria e silenciosa na maior
parte do tempo (Cf. Missal Romana, p. 253, n. 21).
27
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As equipes encarregadas de preparar a adoração lembrem-se sempre que não se trata de uma
vigília eucarística. Por isso, uma vez mais a insistência com a simplicidade e o silêncio desta
adoração, principalmente depois da meia-noite.
Desnudação do altar: O último gesto da celebração acontece após a transladação do
Santíssimo. É o gesto da desnudação do altar que consiste em tirar as toalhas do altar, os
enfeites e, se possível, as cruzes da igreja. Onde não é possível tirar as cruzes, pode-se
colocar um véu (velar) naquelas cruzes que não podem ser retiradas (Cf. Missal Romano, p.
253, n. 19). Não há necessidade de velar as imagens de santos e santas. Contudo, nada
contrário se as imagens dos santos e santas forem veladas, cobertas com um pano roxo.
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LITURGIA DA PALAVRA (leituras)
O Tríduo Pascal, que iniciamos com esta celebração, ilumina-se na Cruz de Jesus
Cristo, pois nela está nossa Salvação e nossa vida. Por isso, a Ceia Pascal judaica, que
ouviremos na 1ª leitura, ganha outro sentido com Jesus: torna-se memorial da sua
Morte e Ressurreição, celebrada no altar da Cruz e vivido no amor e no serviço
fraterno, como ouviremos na 2ª leitura e no Evangelho.
Primeira Leitura – Êxodo 12,1-8.11-14
Leitura do Livro do Êxodo,
Naqueles dias,
O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito:
“Este mês será para vós o começo dos meses;
será o primeiro mês do ano.
Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel,
dizendo:
‘No décimo dia deste mês,
cada um tome um cordeiro por família,
um cordeiro para cada casa.
Se a família não for bastante numerosa
para comer um cordeiro,
convidará também o vizinho mais próximo,
de acordo com o número de pessoas.
Deveis calcular o número de comensais,
conforme o tamanho do cordeiro.
O cordeiro será sem defeito,
macho, de um ano.
Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito:
e devereis guardá-lo preso
até ao dia catorze deste mês.
Então toda a comunidade de Israel reunida
o imolará ao cair da tarde.
Tomareis um pouco do seu sangue
e untareis os marcos e a travessa da porta,
nas casas em que o comerem.
Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo,
com pães ázimos e ervas amargas.
Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos,
sandálias nos pés e cajado na mão.
E comereis às pressas, pois é a Páscoa,
isto é, a ‘Passagem’ do Senhor!
E naquela noite passarei pela terra do Egito
e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos,
desde os homens até os animais;
e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito,
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eu, o Senhor.
O
sangue
servirá
de
sinal
nas
casas
onde
estiverdes.
Ao
ver
o
sangue,
passarei
adiante,
e
não
vos
atingirá
a
praga
exterminadora,
quando
eu
ferir
a
terra
do
Egito.
Este
dia
será
para
vós
uma
festa
memorável
em
honra
do
Senhor,
que
haveis
de
celebrar
por
todas
as
gerações,
como
instituição
perpétua”.
Palavra do Senhor
Graças a Deus
Salmo responsorial - Sl 115
O cálice por nós abençoado
é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
Que poderei retribuir ao Senhor Deus
por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
Elevo o cálice da minha salvação,
invocando o nome santo do Senhor.
O cálice por nós abençoado
é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
É sentida por demais pelo Senhor
a morte de seus santos, seus amigos.
Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,
mas me quebrastes os grilhões da escravidão!
O cálice por nós abençoado
é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
Por isso oferto um sacrifício de louvor,
invocando o nome santo do Senhor.
Vou cumprir minhas promessas ao Senhor
na presença de seu povo reunido.
O cálice por nós abençoado
é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
Segunda leitura - 1Cor 11,23-26
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios
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Serviço de Animação Litúrgica (www.liturgia.pro.br)
Irmãos:
Que eu recebi do Senhor,
foi isso que eu vos transmiti:
Na noite em que foi entregue,
o Senhor Jesus tomou o pão
e, depois de dar graças, partiu-o e disse:
“Isto é o meu corpo que é dado por vos.
Fazei isto em minha memória
Do mesmo modo, depois da ceia,
tomou também o cálice e disse:
“Este cálice é a nova aliança, em meu sangue.
Todas as vezes que dele beberdes,
fazei isto em minha memória
Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão
e beberdes deste cálice,
estareis proclamando a morte do Senhor,
até que ele venha.
Palavra do Senhor
Graças a Deus
Aclamação ao Evangelho - Jo 13,34
Glória a vós, ó Cristo, Verbo de Deus.
Eu vos dou este novo mandamento,
nova ordem, agora vos dou,
que também, vos ameis uns aos outros,
como eu vos amei, diz o Senhor
Evangelho - Jo 13,1-15
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo, segundo João.
Era antes da festa da Páscoa.
Jesus sabia que tinha chegado a sua hora
de passar deste mundo para o Pai;
tendo amado os seus que estavam no mundo,
amou-os até o fim.
Estavam tomando a ceia.
O diabo já tinha posto
no coração de Judas,
filho de Simão Iscariotes,
o propósito de entregar Jesus.
Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos
e que de Deus tinha saído e para Deus voltava,
levantou-se da mesa, tirou o manto,
pegou uma toalha e amarrou-a na cintura.
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Derramou água numa bacia
e começou a lavar os pés dos discípulos,
enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
Chegou
a
vez
de
Simão
Pedro.
Pedro
disse:
“Senhor,
tu
me
lavas
os
pés?”
Respondeu
Jesus:
“Agora,
não
entendes
o
que
estou
fazendo;
mais
tarde
compreenderás”.
Disse-lhe
Pedro:
“Tu
nunca
me
lavarás
os
pés!”
Mas
Jesus
respondeu:
“Se
eu
não
te
lavar,
não
terás
parte
comigo”.
Simão
Pedro
disse:
“Senhor,
então
lava
não
somente
os
meus
pés,
mas
também
as
mãos
e
a
cabeça”.
Jesus
respondeu:
“Quem
já
se
banhou
não
precisa lavar
senão os pés,
porque já está todo
limpo.
Também
vós
estais
limpos,
mas
não
todos”.
Jesus
sabia
quem
o
ia
entregar;
por
isso
disse:
“Nem
todos
estais
limpos”.
Depois
de
ter
lavado
os
pés
dos
discípulos,
Jesus
vestiu
o
manto
e
sentou-se
de
novo.
E
disse
aos
discípulos:
“Compreendeis
o
que
acabo
de
fazer?
Vós
me
chamais
Mestre
e
Senhor,
e
dizeis
bem,
pois
eu
o
sou.
Portanto,
se
eu,
o
Senhor
e
Mestre,
vos
lavei
os
pés,
também
vós
deveis
lavar
os
pés
uns
dos
outros.
Dei-vos
o
exemplo,
para
que
façais
a
mesma
coisa
que
eu
fiz”.
Palavra da Salvação
Glória a vós, Senhor.
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REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)
1 – A Cruz de Jesus ilumina o Tríduo Pascal
“A Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo deve ser nossa glória”. É assim que
proclamamos a antífona inicial, com a qual iniciamos a celebração desta Missa da
Quinta-feira Santa. Mas, não apenas iniciamos a celebração da Missa, com esta
antífona, iniciamos também a celebração de todo o Tríduo Pascal. Isto nos ajuda a
entender que o Tríduo Pascal é uma grande celebração, realizada em três celebrações: a
celebração da Instituição da Eucaristia, que estamos celebrando agora, a celebração da
Morte de Jesus, amanhã (Sexta-feira Santa) e a celebração da Vigília Pascal (celebrada
no Sábado Santo e concluída com a Missa do Domingo de Páscoa). Neste ano,
queremos ser iluminados pela Cruz de Jesus Cristo. Queremos acolher este convite da
Liturgia e, desde este momento, queremos nos gloriar na Cruz de Jesus, porque por
meio dela podemos participar da Salvação que Deus nos oferece. Na Cruz de Jesus
Cristo, conclui a antífona de entrada, encontra-se “nossa vida e a ressurreição”. A Cruz,
portanto, não é um local de morte, mas uma fonte de vida e de Ressurreição.
2 – A Cruz de Jesus é altar
Depois da morte de Jesus, nós cristãos demos à Cruz outro significado. A Cruz deixou
de ser local de tortura e morte, e se tornou ALTAR. Quando olhamos para a Cruz com a
imagem do crucificado, somos convidados a ver um altar onde Jesus ofereceu ao Pai a
sua própria vida em forma de sacrifício. A Cruz, na verdade, é o altar de Jesus, onde ele
mesmo se oferece ao Pai, onde ele mesmo se faz vítima, quer dizer, se faz oferenda, se
faz sacrifício. Lembro que a palavra sacrifício significa oferenda. Quando dizemos que
Jesus é o sacrifício oferecido ao Pai, dizemos que ele é a oferenda ofertada ao Pai. Por
isso, como diz a Carta aos Hebreus, na Cruz Jesus é o sacerdote que se oferece em
sacrifício ao Pai. Na Cruz ele faz a oferta da sua vida. Antes de entregar a sua vida ao
Pai, na Cruz, Jesus celebrou esta a mesma entrega no ritual da Última Ceia, instituindo a
Eucaristia. Por isso, a Eucaristia é a celebração do Mistério da Paixão, Morte e
Ressurreição de Jesus.
3 – Nossos altares são sacramento da Cruz
Hoje, quando celebramos a Instituição da Eucaristia, compreendemos que o nosso altar,
que temos aqui, diante de nós, não é uma mesa qualquer, mas é símbolo e, mais que um
simples símbolo, é sacramento (presença) da Cruz de Jesus. Por isso, no início da
celebração, o padre venera a Cruz de Jesus, beijando o altar. Por isso, também, não
colocamos nada sobre o altar, porque representando a Cruz de Jesus, o altar não pode
ser transformado em prateleira de vasos ou de velas. Por ser sacramento da Cruz de
Jesus, sobre o altar colocamos o nosso sacrifício, a nossa vida em oferenda, presente no
pão, no vinho e na água que, pela ação consagradora do Espírito Santo, torna-se Corpo e
Sangue de Jesus Cristo. A morte de Jesus, diz a Carta aos Hebreus (Hb 9,26), aconteceu
uma vez por todos e, então, cada vez que a celebramos, não fazemos teatro e nem
repetimos sua morte, porque Jesus não morre mais. Cada vez que celebramos a
Eucaristia continuamos oferecendo ao Pai o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. A oferta
a Deus, seja da Igreja ou de cada um de nós, não é a nossa vida humana, mas a vida de
Jesus Cristo que leva consigo a nossa vida humana.
4 – Quem participa do altar vive no amor e no serviço
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Serviço de Animação Litúrgica (www.liturgia.pro.br)
Existe um fato ainda mais maravilhoso. Ninguém de nós pôde estar, historicamente
falando, aos pés da Cruz, mas podemos, sempre que quisermos, estar aos pés do altar. E
isso significa que cada vez que celebramos a Eucaristia nós participamos (tomamos
parte) da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Como isso acontece? Ouvindo e
alimentando-nos com a Palavra de Deus, durante a Liturgia da Palavra e,
principalmente, comendo e bebendo o Corpo e Sangue do Senhor, presentes no Pão e no
Vinho consagrados. Se Jesus oferece sua vida como alimento, cada um de nós que
celebra a Eucaristia, não somente esta, mas todas as Eucaristias, é enviado a alimentar
com a vida divina quem encontra em seus caminhos. Como? Vivendo o mandamento do
amor, que Jesus nos ensina, hoje, convidando-nos a lavar os pés uns dos outros, através
do serviço fraterno. Quem participa, quem comunga a vida divina torna-se uma fonte do
amor divino, que se transforma em amor fraterno, espalhando-o pelo serviço, a exemplo
do próprio Senhor. Amém!
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PROPOSTA CELEBRATIVA
SEXTA-FEIRA SANTA
PAIXÃO DO SENHOR
Leituras
1ª leitura: Is 52,13—53,12 = Ele foi ferido por causa de nossos pecados
Salmo: Sl 30 = Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito
2ª leitura: Hb 4,14-16; 5,7-9 = Ele tornou-se causa de salvação eterna
Evangelho: Jo 18,1—19,42 = Paixão de Jesus
Observação
A proposta celebrativa da Paixão do Senhor difere-se das demais em dois aspectos:
mantém as orientações do Missal, naquilo que faz parte da tradição litúrgica da Igreja,
e, em vez de propostas rituais, concentra-se mais na reflexão sobre Morte de Jesus, que
ilumina todo o Tríduo Pascal.
Anotação em torno da celebração
Quatro dimensões:
A Liturgia da Sexta-feira Santa desenvolve-se em quatro momentos com ritos próprios.
As quatro partes são:
1a parte = Paixão proclamada: é a Liturgia da Palavra.
2a parte = Paixão rezada: pela Paixão do Senhor, a Igreja faz suas preces.
3a parte = Paixão adorada: adoração da cruz, na qual e pela qual temos a salvação.
4a parte = Paixão comungada: rito da comunhão
VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO
NB
As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente,
propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na
escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista
após comentário.
Siglas
SAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br
HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)
CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)
L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)
CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.
Cantamos a vitória da vida sobre a morte, cantamos a Páscoa de Jesus Cristo passando pela
morte e libertando a vida humana para participar da vida divina.
Entrada: os ritos iniciais não admitem nenhum tipo de canto inicial e nem fundo
musical. Inicia-se com um silêncio total e respeitoso, dispondo os celebrantes a
contemplar o amor de Cristo que doou sua vida para redimir a vida humana.
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Serviço de Animação Litúrgica (www.liturgia.pro.br)
Salmo responsorial: o Sl 30 manifesta os sentimentos do coração de Jesus orante,
diante da morte, e ajuda-nos a entender o sentido do abandono do Senhor, no momento
da Cruz, pouco antes da hora de sua morte.
1 - Hinário Litúrgico da CNBB, fasc. 2, p. 28
2 - “Cantando os salmos e aclamações” (Paulus), p. 106
3 - “Pai, em tuas mãos” (SAL 858) (CO 226)
4 – CD “Tríduo Pascal” I; faixa 11
Ouvir Sl 30 - http://search.4shared.com/q/1/pai%20em%20tuas%20maos?view=ls&suggested
Ouvir Sl 30 - http://mp3skull.com/mp3/pai_em_tuas_m_os_salmo_30.html
Aclamação ao Evangelho: a obediência de Jesus é a manifestação explícita da
fidelidade e da plena confiança que ele colocava no Pai. Por causa disso, foi exaltado
por Deus que, em resposta de sua obediência e fidelidade, o ressuscitou.
1 - “Salve, ó Cristo obediente” (SAL 834) (CO 228) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 12)
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/salve%20%C3%B3%20cristo%20obediente?view=ls&suggested
Canto da Paixão: o “canto da Paixão” não é um rito dolorista, mas um memorial que
recorda a Deus, e aos celebrantes, a grandeza do amor de Jesus Cristo em nosso favor,
entregando sua vida para nos salvar.
1 - “CD “Tríduo Pascal” I; faixa 13 ou faixa 14”
Ouvir canção (parte I) http://www.4shared.com/mp3/3QrTJ7bL/Canto_da_Paixo_do_Senhor_I.htm
Ouvir da canção (parte II) http://www.4shared.com/mp3/9PzhwlWQ/14_CANTO_DA_PAIXO_II.html
Adoração da Cruz: depois do barulho do mundo, que condena Jesus à morte e o
executa na Cruz, a assembléia é a realidade da Igreja que volta silenciosamente seu
olhar “para aquele que transpassaram” (E) e o adora em sua Santa Cruz.
1 - “Vitória, tu reinarás” (SAL 859) (CO 167)
2 - “Fiel madeiro” (SAL 860) (CO 236)
3 - “Nossa glória é a cruz” (SAL 861) (HL, fasc. 2, p. 163)
4 - “Bendita e louvada seja” (SAL 817) (CO 235)
5 - “Sei muito e muito bem” (SAL 323)
6 - “Um homem plantou” (SAL 862) (CO 237)
7 - “Vinde, vinde todos” (SAL 863)
8 - “Meu povo preste atenção” (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 15)
9 - “Meu povo, que te fiz eu?” (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 16)
10 - “Ó Cruz fiel” (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 17)
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/1051%20vit%C3%B3ria?view=ls
Ouvir canção (2) http://www.4shared.com/mp3/I6Es4Kcg/fiel_madeiro_da_santa_cruz.html
Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/579%20-%20nossa%20gl%C3%B3ria%20%C3%A9%20a%20cruz?view=ls
Ouvir canção (5) http://www.youtube.com/watch?v=jTuPjoFJwLw
Ouvir canção (9) http://www.youtube.com/watch?v=jTuPjoFJwLw
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Comunhão: a comunhão eucarística é o modo mais profundo de participar do Mistério
da Cruz de Jesus Cristo. É por meio da Eucaristia que entramos no coração da fé de
Jesus e, a semelhança dele, tornamo-nos obedientes ao projeto divino como fez Jesus.
1 - “Se o grão de trigo não morrer” (SAL 864) (HL fasc. 2, p. 19)
2 - “Eu vim para que todos tenham” (SAL 865) (CO 164)
3 - “Prova de amor” (SAL 846) (CO 201)
4 - “Tomastes nos ombros a cruz” (SAL 866) (CO 156)
5 - “Na fonte do teu sangue” (SAL 867)
6 - “Cordeiro imaculado” (SAL 868)
7 - “Ó Senhor, nos ensinastes” (SAL 220)
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/CCAD/1/se+o+gr%C3%A3o+de+trigo
Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/eu%20vim%20para%20que%20todos?
view=searchMainField&suggested
Ouvir canção (3)
http://search.4shared.com/q/1/prova%20de%20amor%20maior%20n%C3%A3o%20h
%C3%A1?view=ls&suggested
Envio silencioso: depois de contemplar o Mistério da Paixão e Morte do Senhor, a
Liturgia envia silenciosamente os celebrantes de volta às suas atividades. Como nos
ritos iniciais, a celebração se conclui sem um canto final. Todos se retiram em silêncio.
O que preparar para a celebração
1. No início da celebração, o altar ficará completamente despido de qualquer objeto ou
toalhas ou velas, exceto o Evangeliário, que permanecerá sobre o altar até o momento
da leitura da Paixão.
2. O que foi dito para o altar vale também para o ambão. Não se coloca nele nenhum tipo
de enfeite, ornamento, toalhas ou véus.
3. Para a prostração inicial, é aconselhável que padre e ministros a façam diretamente no
chão, ou seja, sem tapete ou outro suporte.
4. A toalha e as velas que serão usadas no momento da comunhão ficam na sacristia até
o momento que os ministros as buscarão para preparar o rito de comunhão.
Ambientação: não sugerimos nenhum tipo de ambientação, apenas que se use este
momento para criar o silêncio celebrativo, se for necessário, lembrando os celebrantes
que a celebração acontece no mais profundo silêncio, sinal de adoração e respeito pela
Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ritos iniciais
O silêncio é o clima próprio desta celebração. Uma celebração silenciosa, porque o silêncio é o
único modo de respeitar profundamente a Paixão e Morte do Senhor.
Procissão de entrada: a Igreja agradecida se aproxima silenciosamente do altar
desnudado, sinal de luto e de respeito pela morte do Senhor.
Anotações práticas
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Os ministros que participam da celebração entram silenciosamente. A mesma atitude silenciosa
se prescreve para os celebrantes, acompanhando a procissão inicial.
Lembramos que se trata de silêncio, isto é, sem comentário inicial, mesmo se propostos em
folhetos, sem canto de entrada nem música de fundo.
Prostração: a Igreja, presente na comunidade e reunida em oração, reconhece a pequenez
humana e a grandeza do amor divino ao entregar sua vida para nos salvar.
Anotações práticas
O padre e os ministros fazem a procissão em silêncio até o presbitério. O presidente da
celebração, ao chegar ao presbitério, prostra-se (ou ajoelha-se, em caso de necessidade). Os
ministros e os celebrantes ajoelham-se para rezar, por algum tempo, em silêncio. Se houver
condições para que os ministros se prostrem, assim poderá ser feito. Depois, o padre vai para
a cadeira presidencial, reza a oração inicial e todos sentam para participar da Liturgia da
Palavra.
Coleta: por sua morte, Jesus destruiu a morte e concedeu-nos a sua vida com a
possibilidade de nos tornar imagem do homem novo.
Coleta
Ó Deus, pela Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo destruístes
a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei
que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como
trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno,
possamos trazer pela graça a imagem do homem novo. PNSJC
T – Amém!
Liturgia da Palavra
A Liturgia da Palavra é um grande rito memorial, pelo qual a Igreja proclama a Paixão e Morte
de Jesus em favor da humanidade e de cada homem e mulher.
Canto da Paixão: a leitura da Paixão do Senhor é um rito memorial, realizado pela
proclamação do Evangelho, anunciando o Mistério da Salvação divina.
Anotações práticas
Em vez de ler a leitura da Paixão, muitas comunidades têm o costume de cantá-lo. Isso exige
um esforço maior da parte do Ministério da Música para valorizar o momento celebrativo.
Outro modo de proclamar a Paixão, além da leitura dialogada, é intercalar a leitura com
diálogos cantados. Lembramos que tudo isso exige cuidadosa preparação.
Na relação de sugestões para canções, estamos fazendo uma proposta de melodia para o
canto da Paixão que se encontra no cd publicado pela CNBB e Paulus.
Ajoelhar-se na leitura da Paixão: todos se ajoelham no momento da proclamação da
Paixão de Jesus e silenciosamente adoram e agradecem o amor divino por nós.
Anotações práticas
No momento que o diácono (ou leitor) anunciar a morte de Jesus, o próprio diácono (ou leitor)
poderá fazer o convite para que todos se ajoelhem e permaneçam em silêncio por um tempo
oportuno.
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Serviço de Animação Litúrgica (www.liturgia.pro.br)
Durante o momento da genuflexão silenciosa, na leitura da Paixão, não se fazem comentários,
orações de desagravos, ou coisas do gênero. É momento de profundo silêncio, no qual cada
celebrante coloca-se diante de Jesus que morre para nos salvar.
Proposta para a homilia
Objetivo: refletir com os celebrantes o sentido da morte de Jesus como serviço que ele oferece
ao Pai em forma de culto agradável a Deus e como serviço à humanidade e a cada ser humano
como fonte da vida plena.
Anotações práticas
Lembramos que a homilia não é obrigatória neste dia. O Missal Romano recomenda-a “pro
opportunitate”. Contudo, é recomendável a realização da mesma, ajudando os celebrantes a
refletir o mistério do sofrimento na vida humana e da morte, à luz da Paixão do Senhor.
Oração universal: depois da homilia, tem início a segunda parte da celebração, que a
Liturgia denomina de “Paixão rezada”. É momento para interceder a coragem de não sucumbir
diante do cálice do sofrimento que, diariamente, é apresentado a incontáveis irmãos e irmãs de
todas as idades.
Oração universal: a Cruz de Jesus é o seu altar, sobre o qual a Igreja coloca as intenções
e as necessidades de toda a humanidade.
Anotações práticas
1. A Oração Universal poderá ser cantada por um diácono, que anuncia a intenção.
Na falta do diácono, um Leitor poderá cantar ou anunciar a intenção e, o presidente
da celebração, a oração coleta, que acompanha cada uma das orações.
2. Convém manter sempre uma pequena pausa de silêncio entre o anúncio da
intenção e a prece.
3. Outro modo de proceder é dividindo as preces entre vários ministros para anunciar
ou cantar as intenções. A oração coleta, que conclui cada uma das súplicas, é
sempre do presidente da celebração e não de toda assembléia.
4. Tenham cuidado para manter o estilo comunicativo próprio do rito, que se
caracteriza pelo ouvir e não pelo falar, pelo cantar ou pelo recitar orações. Por isso,
convidar os celebrantes para rezar a coleta, depois das intenções, não indica maior
participação, do ponto de vista litúrgico. A participação própria da assembléia,
nesse momento, é silenciosa e se caracteriza pela atitude do ouvir e não falar.
Adoração da cruz
A entrada da Cruz é o retorno ritual ao grande silêncio. Priorizando o olhar contemplativo, os
celebrantes adoram a Cruz do Senhor e respeitosamente silenciam diante dela.
Entrada da cruz:
O primeiro momento do rito é a introdução solene da Cruz, envolvida em clima silencioso, na
assembléia. Seria muito bom se a Cruz percorresse toda a igreja, entrando lentamente e sendo
desvelada aos poucos: na porta principal, no centro e no presbitério. Outra possibilidade é o rito
tradicional, de acolher silenciosamente a Cruz de Cristo e de ser desvelada no presbitério.
Como realizar o rito
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O Missal prescreve dois modos para a entrada da Cruz (cf. Missal Romano, p. 260, n. 14).
Modo 1
1. A Cruz é introduzida silenciosamente na Igreja, coberta por um véu vermelho;
2. o padre a descobre, no presbitério, em três momentos, cantando “eis o lenho da
Cruz” (Cf. Missal Romano, p. 260, n. 15-16).
Modo2
1. A Cruz está coberta com um véu.
2. O padre apresenta a Cruz aos celebrantes em três momentos diferentes, durante
uma procissão, que percorre o corredor central da igreja até o presbitério.
3. Faz três paradas, no início, no centro da igreja e no presbitério para cantar: “eis o
lenho da cruz” (Cf. Missal Romano, p. 260, n. 17).
Rito de Adoração da Cruz: Pode ser dividido em quatro momentos.
1. Os celebrantes contemplam a Cruz silenciosamente por um tempo oportuno.
2. Convite do padre para considerar o imenso amor de Cristo, que entrega sua vida
para nos salvar, libertando-nos da morte.
3. Glorificar e louvar a Deus por meio de uma canção conhecida de todos.
4. No terceiro momento, faz-se uma manifestação pessoal, pela qual cada um dos
celebrantes beija ou toca na Cruz.
Anotações práticas
Quanto ao modo de realizar a adoração, segue-se o que é costume na comunidade. Algumas
comunidades mantêm a tradição das três genuflexões para o clero e genuflexão simples para
os ministros e alguns representantes dos celebrantes.
Para agilizar a participação do povo neste rito, o Missal orienta que a Cruz seja apresentada e
elevada diante dos celebrantes para que estes possam expressar-se com algum gesto de
adoração. Com grande número de celebrantes, como acontece na maior parte das
comunidades, o Missal propõe a adoração silenciosa. Todos ficam em silêncio contemplando a
Cruz (cf. Missal Romano, p. 261, n. 19).
A canção mais conhecida é “Vitória, tu reinarás”, mas poderá ser a canção “Ninguém te ama,
mais que eu” que exprime bem o reconhecimento dos celebrantes diante da Cruz de Cristo. Se
a comunidade conhecer o hino “Não mais sucederá, o ritual pagão” seria bom cantá-lo, esta
que é a versão portuguesa do hino latino citado por nós, “Non tingat aras”.
Para ouvir a canção “non tingat aras” (em português), mas com um ritmo bem mais lento que o
proposto no endereço que segue: http://search.4shared.com/q/1/n%C3%A3o%20mais%20suceder%C3%A1?view=ls
Lamentos do Senhor: comungando uma longa tradição da Igreja, os celebrantes
cantam as lamentações do Senhor e com elas refletem a bondade divina.
Anotações práticas
Durante o rito da adoração da Cruz, a liturgia sugere cantar os “Lamentos do Senhor”. São
poemas rituais que ajudam os celebrantes a refletir sobre a bondade de Deus em nos salvar.
Os lamentos do Senhor são também um convite pelo qual os celebrantes louvam o Senhor
como Deus Santo, Deus forte e imortal, suplicando-lhe compaixão.
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Serviço de Animação Litúrgica (www.liturgia.pro.br)
Não há a necessidade de cantar todos os lamentos, como propõe o Missal. Pode-se cantar ao
menos dois ou três lamentos durante a adoração da Cruz feita pelo padre, ministros e
representantes da assembléia. Outra canção que poderia ser canta é o hino: “Cruz fiel”
(cf. Missal Romano, p. 263).
Para as comunidades que não conhecem as melodias, lembramos que algumas propostas
estão no Hinário da CNBB. Para a execução dos lamentos, o Missal os distribui com partes que
pertencem aos solistas e outras aos celebrantes. O solo destes lamentos, ou do hino, é função
ministerial do salmista.
Para ouvir lamentos do Senhor = http://search.4shared.com/q/1/povo_meu_que_te_fiz_eu.mp3?
view=ls
Comunhão
Pela comunhão, cada celebrante participa pessoalmente da dádiva redentora de Jesus Cristo,
na Cruz e comunga sua obra salvadora.
Como proceder para o rito
O rito de comunhão desenvolve-se de modo muito simples.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Preparar, sem solenidade, o altar com uma toalha e duas velas próximas ao altar.
Reza-se apenas o “Pai nosso” e o embolismo (“livrai-nos de todos os males...”)
Não se faz o rito da paz e nem se proclama o “Cordeiro de Deus”
Fazer o convite para que os celebrantes aproximem-se para comungar.
Depois da comunhão, o Santíssimo é reposto num sacrário fora da igreja.
Retirar a toalha e as velas próximas ao altar
Anotações práticas
Não é conveniente nenhuma manifestação piedosa no momento em que se traz o Santíssimo
Sacramento para o altar. As orientações do Missal pedem que o Santíssimo seja introduzido na
igreja e levado ao altar pelo caminho mais curto e de modo simples (Cf. Missal Romano, p. 267, n.
21). Isso significa dispensar entradas com velas e matracas, por exemplo.
Pai nosso: motivar o agradecimento no coração dos celebrantes para participar e
comungar a Paixão e Morte de Jesus.
Pai nosso
Com nosso coração agradecido e cheio de amor, rezemos a
oração que o Senhor nos ensinou: Pai nosso...
Convite da comunhão: diante do Corpo Eucarístico de Jesus Cristo, convidar os
celebrantes a participarem da Morte do Senhor, que é fonte da vida.
Convite da comunhão
Pela sua Morte, o Senhor nos concedeu o dom da vida!
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo:
Ritos finais
Conclusão da segunda parte da grande celebração do Tríduo Pascal: não contempla a bênção
final, apenas a “oração sobre o povo”, pois a celebração continuará na Vigília Pascal
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Anotações práticas
O rito final consta da “oração depois da comunhão” e da “oração sobre o povo”. Nesta
celebração, o padre não dá a bênção final e não faz nenhuma despedida. Apenas proclama a
“oração sobre o povo” e os celebrantes retiram-se em silêncio, sem envio do padre e sem
nenhum canto. Deixam a igreja silenciosamente (Cf. Missal Romano, p. 269).
Beijo no Senhor: Muitas comunidades, uma vez concluída a celebração, realizam o chamado
“beijo no Senhor Bom Jesus”. Para este momento, a Equipe Litúrgica tenha o cuidado de
escalar uma Equipe para preparar breves reflexões, canções e orações que ajudem a fazer
deste momento, um instante de oração, de reflexão e de oração silenciosa e comunitária.
Quanto ao presbitério, o altar e o ambão continuam desnudados, isto é, sem toalhas e sem
nenhuma flor. A preparação da igreja para a Vigília Pascal seja feita no sábado
(cf. Missal Romano, p. 269, no título “Sábado Santo”).
Oração depois da comunhão: que o Senhor conserve nos celebrantes a obra da
misericórdia divina e se disponham a dedicar-lhes a vida.
Oração depois da comunhão
Ó Deus, que nos renovastes pela santa Morte e Ressurreição
do vosso Cristo, conservai em nós a obra de vossa
misericórdia, para que, pela participação deste mistério, vos
consagremos a nossa vida. PCNS.
T - Amém.
Oração sobre o povo: o desejo dos celebrantes é participar da Ressurreição de Jesus,
que o Senhor Jesus nos mereceu por sua Morte redentora.
Oração sobre o povo
Que a vossa bênção, ó Deus, desça copiosa sobre o vosso
povo, que acaba de celebrar a Morte do vosso Filho, na
esperança da sua Ressurreição. Venha o vosso perdão, seja
dado o vosso consolo; cresça a fé verdadeira e a redenção se
confirme. PCNS.
T - Amém.
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LITURGIA DA PALAVRA (leituras)
A morte de Jesus não é um castigo e nem um sinal de derrota, mas a realização do
serviço sacerdotal que ele oferece ao Pai e a seus irmãos e irmãs. Para que isso
aconteça, Jesus se faz servo sofredor e se abandona nas mãos do Pai.
Primeira leitura - Is 52,13-53,12
Leitura do livro do Profeta Isaías
Ei-lo, o meu Servo será bem sucedido;
sua ascensão será ao mais alto grau.
Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo
— tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem
ou ter aspecto humano —,
do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos.
Diante dele os reis se manterão em silencio,
vendo algo que nunca lhes foi narrado
e conhecendo coisas que jamais ouviram.
Quem de nós deu crédito ao que ouvimos?
E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor?
Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta
ou como raiz em terra seca.
Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos,
não tinha aparência que nos agradasse.
Era desprezado como o último dos mortais,
homem coberto de dores, cheio de sofrimentos;
passando por ele, tapávamos o rosto;
tão desprezível era, não fazíamos caso dele.
A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades
e sofria, ele mesmo, nossas dores;
e nós pensávamos fosse um chagado,
golpeado por Deus e humilhado!
Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados,
esmagado por causa de nossos crimes;
a punição a ele imposta era o preço da nossa paz,
e suas feridas, o preço da nossa cura.
Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas,
cada qual seguindo seu caminho;
e o Senhor fez recair sobre ele
o pecado de todos nós.
Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca;
como cordeiro levado ao matadouro
ou como ovelha diante dos que a tosquiam,
ele não abriu a boca.
Foi atormentado pela angústia e foi condenado.
Quem se preocuparia com sua história de origem?
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Ele foi eliminado do mundo dos vivos;
e por causa do pecado do meu povo,
foi golpeado até morrer.
Deram-lhe sepultura entre ímpios,
um túmulo entre os ricos,
porque ele não praticou o mal,
nem se encontrou falsidade em suas palavras.
O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos.
Oferecendo sua vida em expiação,
ele terá descendência duradoura,
e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor.
Por esta vida de sofrimento,
alcançara luz e uma ciência perfeita.
Meu Servo, o Justo, fará justos inúmeros homens,
carregando sobre si suas culpas.
Por isso, compartilharei com ele multidões
e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores,
pois entregou o corpo a morte,
sendo contado como um malfeitor;
ele, na verdade, resgatava o pecado de todos
e intercedia em favor dos pecadores.
Palavra do Senhor
Graças a Deus!
Salmo responsorial - Sl 30
Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
Senhor, eu ponho em vós minha esperança;
que eu não fique envergonhado eternamente!
Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
Tornei-me o opróbrio do inimigo,
o desprezo e zombaria dos vizinhos,
e objeto de pavor para os amigos;
fogem de mim os que me vêem pela rua.
Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
Os corações me esqueceram como um morto,
e tornei-me como um vaso espedaçado.
A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio,
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e afirmo que só vós sois o meu Deus!
Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
Eu entrego em vossas mãos o meu destino;
libertai-me do inimigo e do opressor!
Mostrai serena a vossa face ao vosso servo,
e salvai-me pela vossa compaixão!
Fortalecei os corações, tende coragem,
todos vós que ao Senhor vos confiais!
Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
Segunda leitura - Hb 4, 14-16; 5,7-9
Leitura da carta aos Hebreus.
Irmãos:
Temos um sumo, sacerdote eminente,
que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus.
Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos.
Com efeito, temos um sumo-sacerdote
capaz de se compadecer de nossas fraquezas,
pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado.
Aproximemo-nos então, com toda a confiança,
do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos
a graça de um auxílio no momento oportuno.
Cristo, nos dias de sua vida terrestre,
dirigiu preces e súplicas,
com forte clamor e lágrimas,
àquele que era capaz de salvá-lo da morte.
E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus.
Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa
a obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu.
Mas, na consumação de sua vida,
tornou-se causa de salvação eterna
para todos os que lhe obedecem.
Palavra do Senhor.
Graças a Deus!
Aclamação ao Evangelho
Louvor e honra a vós, Senhor Jesus
Jesus Cristo se tornou obediente,
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obediente até a morte numa cruz,
pelo que o Senhor o exaltou,
e deu-lhe um nome muito acima de outro nome.
PAIXÃO DO SENHOR
A Paixão do Senhor é a narração do maior gesto de fidelidade ao projeto divino
realizado na terra. Jesus foi fiel em todos os momentos e nunca negou proclamar a
verdade, mesmo quando os sacerdotes exigiam explicações de seus ensinamentos.
Para a leitura da Paixão do Senhor, cf. Lecionário Dominical, p. 789.
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REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)
1 – Jesus morreu para nos salvar
Nossa celebração faz memória da morte de Jesus Cristo. É um dia importante para nós,
cristãos e cristãs. Tão importante que denominamos esta sexta-feira de “santa”. Existem
muitos modos de considerar a morte de Jesus. Muitos a vêem como um assassinato,
outros, como resultado de posicionamentos e atitudes sociais e políticas de Jesus. Há até
quem duvide da morte de Jesus e, como os soldados que faziam guarda naquele
Domingo da Ressurreição, dizem que se trata de uma farsa, estórias de seus discípulos,
que roubaram o corpo de Jesus e o esconderam. Mas, historicamente, a morte de Jesus
Cristo aconteceu; Jesus, de fato morreu na Cruz. Professamos essa realidade histórica
no Credo quando dizemos que morreu e padeceu sob Pôncio Pilatos. Mas, o que
celebramos hoje não é um acontecimento histórico, nem uma simples lembrança da
morte de Jesus. O que celebramos, hoje, é o serviço sacerdotal de Jesus que entrega sua
vida ao Pai, passando através da morte, para nos salvar. É pela sua Morte, pela sua
Páscoa, a passagem pela morte, que Jesus nos serve, oferecendo a vida plena.
2 – Jesus morreu para nos servir com a vida plena
O evangelista João registrou um ensinamento de Jesus a favor da vida, quando ele dizia
que veio ao mundo para trazer vida em abundância: “eu vim para que todos tenham
vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Este ensinamento de Jesus, e tantos outros
que se inserem no mesmo contexto, deixa claro uma realidade: Jesus não veio ao mundo
para morrer e nem para procurar a morte, mas para trazer a vida abundante, que se
encontra unicamente em Deus. Tudo aquilo que Jesus realizou em sua vida terrena foi
em favor da vida. Dizendo de outro modo: toda a vida de Jesus foi vivida em favor da
vida plena, que se encontra unicamente em Deus. Jesus jamais se simpatizou com o
sofrimento e com a morte, mas sempre com a saúde e com a vida. Os milagres que
realizou em sua passagem terrena demonstram bem essa realidade. Se todos os atos,
atitudes e palavras de Jesus foram em favor da vida, isso significa que também sua
morte deve ser entendida em favor da vida. Jesus não morreu porque buscou a morte,
mas para dar-nos a vida, a vida plena que se encontra unicamente em Deus.
3 – Jesus se faz servo sofredor em sua morte
A morte de Jesus, como alguns se atrevem a dizer, não tem conotação de suicídio ou de
alguém que, ao ver frustrado seu projeto de Reino, encontra na morte sua única e última
saída. Não é isso. A morte, para Jesus, jamais foi uma fuga. A morte de Jesus jamais
pode ser entendida como fracasso do seu projeto evangelizador. O sentido que Jesus dá
à sua morte é de serviço. Em muitas passagens evangélicas, Jesus considera sua morte
um serviço que ele presta ao Pai, através da obediência e, ao mesmo tempo, um serviço
à vida humana. Como ouvíamos na 1ª leitura, no momento de sua morte, Jesus se
apresenta como servo, como alguém que está servindo, como alguém que oferece um
serviço a Deus; serve a Deus ofertando a sua própria vida. O serviço de Jesus, em sua
morte, é também serviço feito a nosso favor, tornando-nos beneficiários deste serviço.
Pela sua morte, Jesus se faz nosso servidor. Sua morte é a realização plena do gesto do
lava-pés, tornando concreto aquele seu ensinamento quando dizia que “não veio para
ser servido, mas para servir”. Sua morte, portanto, é serviço a Deus e a todos nós.
4 – Cada celebrante torna-se fonte da vida
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Hoje, não estamos apenas celebrando a morte de Jesus. Esta celebração faz também
com que sejamos participantes da morte de Jesus, nos coloca diante de Jesus para
acolher a vida plena, a vida divina que ele nos oferece pela sua morte. É o que iremos
comungar, daqui a pouco, no rito da comunhão. Nós não cultuamos a morte, mas a vida
plena, que se encontra unicamente em Deus. Nós celebramos a vida e, por isso,
podemos proclamar a morte de Jesus como fonte da vida. Ao comungar a vida divina,
nós também nos tornamos fontes da vida divina, a exemplo de Jesus. Nós nos tornamos
servidores da vida para quem vive sem sentido, para quem nem mesmo vive porque
perde sua vida em vícios e pecados, para quem morre aos poucos, matando-se em
estilos de vida degradantes. Quem comunga e participa desta celebração da Morte de
Jesus, não se torna um sofredor, mas uma fonte de vida. Ninguém de nós nasceu para
buscar a morte e, se estamos aqui, é porque cremos na vida; na vida que nos é servida
por Jesus Cristo, que morreu na Cruz para nos servir oferecendo a vida plena e
abundante. Amém!
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PROPOSTA CELEBRATIVA
PARA O SÁBADO SANTO
VIGÍLIA PASCAL
Leituras
1ª leitura: Gn 1,1—2,2 = Depois da criação, Deus viu que tudo era bom
Salmo: Sl 103 - Enviai, Senhor o vosso Espírito, e renovai a face da terra
2ª leitura: Gn 22,1-18 = O sacrifício de Abraão: “não faças nada a teu filho”
Salmo: Sl 15 = Guardai-me, ó Deus, porque em vós meu refugio
3ª leitura: Os Ex 14,15—15,1 = Atravessaram o Mar Vermelho a pé enxuto
Salmo: Ct de Ex 15 = Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória
4ª leitura: Is 54,5-14 = Com misericórdia me compadeci de ti
Salmo: Sl 29 = Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!
5ª leitura: Is 55,1-11 = Vinde a mim, farei convosco um pacto eterno
Salmo: Ct de Is 12 = Com alegria bebereis do manancial da salvação
6ª leitura: Br 3,9-15.32— 4,4 = Marcha para o esplendor do Senhor
Salmo: Sl 18b = Senhor, tens palavras de vida eterna
7ª leitura: Ez 36,16-17a. 18-28 = Derramarei sobre vós uma água pura
Salmo: Sl 41 = A minh'alma tem sede de Deus
Epístola: Rm 6,3-11 = Cristo ressuscitado dos mortos, não morre mais
Salmo: Sl 117 = Aleluia, daí graças ao Senhor, porque Ele é bom
Evangelho: Lc 24,1-12 = Ele ressuscitou e vai à vossa frente para a Galiléia
Lembramos que...
Esta proposta consiste na apresentação de uma reflexão para contextualizar a Vigília
Pascal na realidade da comunidade onde será celebrada. Por isso, os ritos que seguem
são os mesmo do Missal Romano, com algumas exceções. Uma vez que a Vigília Pascal
é muito rica em ritos e símbolos é importante primar em manter aquilo que soleniza a
celebração em si.
VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO
NB
As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente,
propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na
escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista
após comentário.
Siglas
SAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br
HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)
CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)
L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)
CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.
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Uma canção de alegria explode no coração da Igreja porque o Senhor ressuscitou. Canção
cantada de modo exultante pelos celebrantes, reconhecendo o amor bondoso de Deus que
comunica vida e vida em abundância.
Anotações práticas
As canções sugeridas têm a finalidade de ampliar o repertório da Vigília Pascal da sua
comunidade.
Sua equipe de celebração poderá adotar as canções do CD “Tríduo Pascal II – Vigília Pascal”
(Paulus), como também as canções do CD “Liturgia XV – Páscoa Ano C” (Paulus), com as
canções do Hinário Litúrgico da CNBB.
Luz de Cristo:
reunidos no silêncio da noite, iluminada pela luz do fogo novo, a Igreja proclama ao
mundo que os os dias da Paixão terminaram, pois o Senhor — a luz do mundo — ressuscitou.
1 – “A luz de Cristo” (HL; fasc. 2 p. 110) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 1 e faixa 3)
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/Eis%20a%20Luz%20de%20Cristo.mp3?view=ls
Precônio Pascal:
é o nome com o qual a Liturgia designa a proclamação solene da Páscoa ao
mundo. É um canto proclamativo, com poesia antiqüíssima, que anuncia a ressurreição de Jesus.
Tradicionalmente, o diácono é o ministro desta proclamação, mas na falta dele poderá ser proclamado
pelo padre ou por um salmista. Os celebrantes acompanham o Precônio Pascal de pé, com velas na
mão, símbolo de quem vive ressuscitado e iluminado com a luz da Páscoa de Jesus Cristo.
Ainda com a Igreja na penumbra, iluminada apenas pela luz do Círio Pascal e das velas dos celebrantes,
o diácono anuncia uma luz mais brilhante que se possa ver entrou no mundo: é a luz da vida divina, que
ressuscita a morte humana de Jesus.
1 - “Exulte o céu, e os anjos triunfantes” (SAL 875) (CO 243)
2 - “Exulte de alegria” (SAL 876) (CO 245) (HL; fasc.2 p. 143/144) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 2)
3 - “Salve luz eterna” (SAL 877) (CO 242)
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/exulte%20os%20c%C3%A9us%20e%20os%20anjos?view=ls
Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/vigilia%20pascal?view=ls&suggested
Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/salve%20luz%20eterna?view=ls&suggested
Salmos responsoriais: o eco de cada proclamação da Palavra de Deus, contando as maravilhas da
História da Salvação, é respondido com a mesma Palavra divina, na poesia dos salmos responsoriais.
Em cada salmo, o sentimento do coração humano manifesta-se admirado diante do que Deus fez e
continua fazendo em favor da humanidade.
1 - Para o primeiro salmo (Sl 103): cf. CD “Tríduo Pascal” II (faixa 5).
2 - cf. Hinário Litúrgico da CNNB, fasc. 2 (diversas páginas)
3 - cf. “Cantado salmos e aclamações” (Paulus) p. 189-197
4 - Cf. “Cantos e orações” (Vozes, 2004) nn 246 – 253
5 - Cf. “Salmos da Vigília Pascal” (no endereço que segue, com novas melodias)
Ouvir os 7 salmos da Liturgia da Palavra:
http://www.cancaonova.com/portal/canais/eventos/novoeventos/cobertura.php?tit=Ou
%E7a+ou+assista+os+7+salmos+cantados+na+Vig%EDlia+Pascal&cod=58&sob=246
Partituras dos 7 salmos da Liturgia da Palavra (Música de Pe. Ferreira dos Santos)
http://ocantonaliturgia.blogspot.com.br/2011/04/salmos-responsoriais-vigilia-pascal.html
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Ouvir Sl 103 http://search.4shared.com/q/1/23%20Vig%C3%ADlia%20Pascal%201%C2%AALeit.%20(Sl%20103).mp3?view=ls
Ouvir Sl 32 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%201%C2%AA%20Leit%2C%20(Sl%2032)?view=ls
Ouvir Sl 15 http://search.4shared.com/q/1/salmo%2015%20guardai%20me?view=ls&suggested
Ouvir Ex 15 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%204%C2%AA%20Leit.%20(Sl%2029)?view=ls
Ouvir Sl 29 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%204%C2%AA%20Leit.%20(Sl%2029)?view=ls
Ouvir Is 12 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%205%C2%AA%20Leit.?view=ls
Ouvir Sl 18 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%206%C2%AA%20Leit.?view=ls
Ouvir Sl 41 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%207%C2%AA%20Leit.?view=ls
Aleluia pascal: Orientação do Missal Romano.
“Terminada a epístola, todos se levantam e o
sacerdote entoa solenemente o Aleluia, repetido pelos celebrantes. Em seguida, o salmista ou cantor diz
o salmo, ao qual o povo responde com o Aleluia. Se for necessário, o próprio salmista entoa o Aleluia”
(MR, p. 283; n. 34). —— Lembramos que se trata de uma proclamação solene, cantada com alegria e
com toda exultação.
Nesse momento pode ser entoado o solene aleluia gregoriano. O padre canta três vezes, subindo
gradualmente de tom. Em seguida, o salmista canta as estrofes e a assembléia intercala o “Aleluia
Pascal” com a melodia já conhecida em nossas comunidades.
1 - Cf. Hinário Litúrgico da CNNB, fasc. 2 p. 49. (SAL 878) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 7)
2 - “Aleluia, rendei graças” (SAL 878) (CO 254) — outras melodias: CO 255 e 256.
Aleluia Pascal = http://www.4shared.com/mp3/Nh75xrrs/07_Aleluia_Rendei_graas_ao_Sen.html
Aleluia “Cordeiro Pascal” = http://search.4shared.com/q/1/aleluia_o_nosso_cordeiro_pascal.mp3?view=ls
Ladainha de todos os santos:
unidos a todos aqueles homens e mulheres que fizeram da
Ressurreição o motivo de suas vidas, os celebrantes invocam a proteção divina e se aproximam da
piscina batismal, onde serão mergulhados na santidade de Deus. Vendo tantos e irmãos e irmãs que
comungaram a Morte de Jesus e agora participam de sua Ressurreição, os celebrantes cantam na fé e
na esperança de participar da mesma sorte.
1 - cf. Hinário Litúrgico da CNNB, fasc. 2 p. 192. (SAL 879) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 9)
2 - cf. Cantos Orações (Vozes, 2004), outras versões cf. nn 259 – 262
Ladainha de todos os santos —
view=ls
http://search.4shared.com/q/1/614%20-%20Ladainha%20de%20todos%20os%20santos.mp3?
Ladainha de todos os santos — http://www.mp3chief.com/music/d-p-ladainha-de-todos-os-santos
Aspersão da água:
a epístola, proclamada no final das leituras e antes do Evangelho, ilumina a
compreensão do Batismo como mergulho na Ressurreição de Jesus. O rito da aspersão da água é alegre
e festivo, porque é pela água que se morre com Cristo e com Cristo se ressurge para a vida nova. É
sendo banhados na vida de Cristo que se começa a participar da vida divina, deixando-se inundar pela
água do Espírito Santo.
1 - “No princípio, teu Espírito” (SAL 880) (CO 263) = para bênção da água
2 – “Eu te peço desta água que tu tens” (SAL 43) (CO 270)
3 - “Água santa, ó água pura” (SAL 881) (CO 907)
4 - “Batismo é como outro nascimento” (SAL 882) (CO 267)
5 - “A minh’alma tem sede” (SAL 184) (HL da CNBB, fasc. 2, p. 30)
6 – “Água cristalina” (SAL 883) (L 710)
7 - “Existe um poço” (SAL 399) (CO 268)
8 - “Banhados em Cristo” (SAL 884) (CO 1459f) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 11)
9 - “Eu vi, foi a água” (SAL 885) (CO 265) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 12)
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Ouvir
canção
view=ls&suggested
(1)
http://search.4shared.com/q/1/no%20princ%C3%ADpio%20teu%20esp%C3%ADrito?
Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/12%20-%20%C3%A9s%20%C3%A1gua%20viva?view=ls
Ouvir canção (3) http://www.4shared.com/mp3/krpCEU0J/aspersao_-_gua_santa__gua_pura.html
Ouvir canção (6) http://www.4shared.com/mp3/vXVgl_QD/Agnus_Dei_-_Fonte_De_gua_Viva_.html
Ouvir canção (7) http://search.4shared.com/q/1/existe%20um%20po%C3%A7o%20no%20meio%20do%20deserto?
view=ls&suggested
Ouvir canção (8) http://search.4shared.com/q/1/banhados%20em%20cristo?view=ls
Ouvir canção (9) http://search.4shared.com/q/1/eu%20vi%20foi%20%C3%A1gua?view=ls&suggested
Ofertas: “ao celebrar, nossa páscoa e ao nos trazer nossa oferta, fazei de nós, ó Deus de amor,
imitadores do Redentor.” (2). Eis a súplica ardente que a canção sugere aos celebrantes, no
momento que apresentam suas oferendas ao Pai.
1 - “Cristo é o dom do Pai” (SAL 886) (CO 282)
2 - “Em procissão vão o pão e o vinho” (SAL 254) (CO 287)
3 - “Bendito sejas, ó rei da glória” (SAL 887) (CO 276) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 13)
4 - “Por teu dom, ó Senhor, redimidos” (SAL 889)
5 - “Eu creio num mundo novo” (SAL 888) (CO 316)
Ouvir canção (1) http://www.youtube.com/watch?v=GSZ1T7sSTjU
Ouvir canção (2) http://mp3skull.com/mp3/120_em_prociss_o_v_o_o_p_o_e_o_vinho_ofertas.html
Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/bendito%20sejas%20%C3%B3%20rei%20da%20gl%C3%B3ria?view=ls&suggested
Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/eu%20creio%20num%20mundo%20novo?view=ls&suggested
Comunhão: “e quando amanhecer o dia eterno a plena visão, ressurgiremos por crer
nesta vida escondida no pão” (2). Uma frase para recordar que a vida divina, que é a
vida plena da Ressurreição de Jesus, encontra-se escondida no Pão e no Vinho
Eucarísticos.
1 - “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (SAL 890) (HL da CNBB, fasc. 2, p. 127)
2 - “Antes da morte e ressurreição do Senhor” (SAL 288) (CO 288)
3 - “Na mesa sagrada se faz unidade” (SAL 303) (CO 398)
4 - “Este é o hino do povo de Deus” (SAL 891) (CO 277)
5 - “A mesa tão grande e vazia” (SAL 892) (CO 768)
6 - “Exultemos, irmãos de alegria” (SAL 893)
7 - “Celebremos nossa Páscoa” (SAL 894) (CO 283)
8 - “O Senhor preparou” (SAL 895) (CO 299)
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/cristo%20nossa%20p%C3%A1scoa%20foi%20imolado?view=ls&suggested
Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/pascoa-Antes_da_Morte.mp3?view=ls
Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/na%20mesa%20sagrada?view=ls&suggested
Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/322%20-%20a%20mesa%20t%C3%A3o%20grande%20e%20vazia?view=ls
Ouvir canção (8) http://www.4shared.com/mp3/oDNivAyJ/0694-o_senhor_preparou_um_banq.html
Canção do envio: “ressurgiu Cristo Deus, vamos cantar, aleluia! Ressurgiu Cristo Deus,
vamos cantar, aleluia” (1) ... é o convite da Igreja que, repleta de alegria, envia seus filhos e
filhas a proclamar em todo mundo a Ressurreição do Senhor.
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1 - “Nossa vida é um louvor” (SAL 896) (CO 278)
2 - “Pela alegria que reina em toda parte” (SAL 897) (CO 284)
3 - “Nossa alegria é saber que um dia” (SAL 483)
4 - “Ressuscitou! Toda Igreja proclama” (SAL 898) (CO 289)
5 - “Aleluia, aleluia! Hoje a morte foi vencida” (SAL 899) (CO 300)
6 - “Ó vem cantar comigo, irmão” (SAL 900)
Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/nossa%20vida%20%C3%A9%20um%20louvor?view=ls&suggested
Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/nossa%20vida%20%C3%A9%20um%20louvor?view=ls&suggested
Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/499%20-%20nossa%20alegria%20%C3%A9%20saber%20que%20um%20dia?
view=ls
Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/hoje%20a%20morte%20foi%20vencida?view=ls&suggested
Anotações úteis para a celebração
Apresentação da lista do que será necessário preparar para o bom andamento da celebração.
A mesma consiste numa relação do que contém o Missal Romano, tanto no esquema geral da
celebração, como naquilo que é preciso preparar para cada rito.
Estrutura da Vigília (Missal Romano, n.2, p. 270)
1a parte: Celebração da luz (lucernário) - acontece fora da igreja.
2a parte: Liturgia da Palavra - composta de 7 leituras (possibilidade de opção).
3a parte: Liturgia do Batismo - bênção da água e rito do batismo (opcional o Batismo).
4a parte: Liturgia Eucarística - a partir da preparação das ofertas.
Horário da vigília (Missal Romano, n. 3, p. 270)
"Toda a vigília seja celebrada durante a noite, de modo que não comece antes do
anoitecer e sempre termine antes da aurora do Domingo".
O que preparar para a 1a parte — Celebração da luz
1 - A igreja fica vazia e com as luzes apagadas.
2 - Uma pequena fogueira fora da igreja.
3 - Se necessário, prever uma lanterna para acompanhar as leituras.
4 - Se necessário, um sistema de som para que todos possam ouvir o que será falado.
5 - O padre poderá estar paramentado de branco com o pluvial ou capa magna.
6 - Levar o Círio Pascal para ser preparado, com o seguinte:
cravos (grãos de incenso) que representam as chagas de Cristo
estilete para traçar a cruz, o número e as letras no Círio Pascal.
7 - Prever velas para todos na assembléia.
8 - Se usar incenso, levar o turíbulo para ser preparado com brasas do fogo novo.
9 - Levar uma pinça grande para pegar a brasa
10 - Preparar, próximo ao ambão, o local onde ficará o Círio Pascal.
11 – Se necessário, providenciar cantor ou cantores para cantar o Precônio Pascal.
O que preparar para a 2a parte — Liturgia da Palavra
1 - Lecionário de onde serão lidas as leituras e os salmos responsoriais
2 - Oito leitores para as leituras (7 leituras + epístola)
3 - Oito salmistas para cantar os salmos (cânticos) responsoriais
4 - Depois da última leitura, todos se levantam e cantam o Glória a Deus nas alturas.
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5 - Encarregados para tocar sinos e sinetas durante o canto do glória (opcional).
6 - Evangeliário para a proclamação do Evangelho
7 - Não se usam velas na procissão do Evangeliário, apenas o incenso (se usar).
O que preparar para a 3a parte — Liturgia Batismal
1 - Batistério, se facilitada a participação da assembléia.
2 - Recipiente para água (e com água)
3 - Bancos reservados para os catecúmenos (se tiver batismo de adultos)
4 - Bancos reservados para pais e padrinhos (se tiver batismo de criança)
5 - Dois (ou um) cantores para cantar a ladainha de todos os santos.
6 - Pode-se acrescentar outros nomes de santos padroeiros da comunidade na ladainha.
7 - Um ministro tenha o Círio Pascal próxima da pia batismal para inseri-lo na água.
8 - Tudo que for necessário para o Batismo
9 - Tudo que for necessário para a Crisma (se houver batismo de adulto).
10 - No momento da profissão de fé, os celebrantes acendem as velas.
11 - Ministro encarregado para pedir que alguns celebrantes acendam as velas no Círio.
12 - Vasilhame para levar água no momento de aspergir a assembléia com água.
13 - Asperge grande, feito com folhas de algum arbusto.
14 - Cantos para acompanhar o rito da aspersão (cf. propostas de canções)
O que preparar para a 4a parte — Liturgia Eucarística
1 - Tudo o que for necessário para a missa (pão, vinho, água)
2 – Preparar no Missal a Oração Eucarística que será proclamada.
3 - Cálices e âmbulas para a distribuição da comunhão sob duas espécies (pão e vinho)
4 - Ministros suficientes para ajudar na distribuição do pão e vinho (comunhão)
5 - Cantos suficientes para este momento (cf. propostas de canções).
O QUE VALORIZAR NESTA CELEBRAÇÃO
Espaços celebrativos: A Vigília Pascal acontece em seis espaços celebrativos. Cada um dos
espaços celebrativos tem sua característica própria de acordo com o rito que ali se celebra.
1o espaço celebrativo – Bênção do fogo novo (Cf. acima o que é necessário para o rito)
A celebração inicia-se fora da igreja, numa distância que possibilite uma procissão até a igreja.
Nesse local, prepara-se uma pequena fogueira que, na medida do possível, seja visível pelos
celebrantes. De acordo com a necessidade, a equipe de celebração poderá providenciar
cadeiras ou bancos para quem tem dificuldade de permanecer em pé por muito tempo.
Excetuando alguns casos, é importante levar os celebrantes até o local onde será abençoado o
fogo novo para acompanhar o rito de bênção e conduzi-lo em procissão para a igreja.
Anotações práticas
A fogueira é um símbolo litúrgico e, por isso, não seja substituída por paliativos, como fogareiro
ou latões com carvão, ou algo parecido.
Tenha-se o cuidado de escolher um local pouco iluminado, para que o símbolo da luz seja visto
e ilumine os celebrantes durante a bênção do fogo novo.
2o espaço celebrativo – Proclamação da Páscoa e Liturgia da Palavra
Concluída a procissão, o centro das atenções volta-se para a Mesa da Palavra (ambão), de
onde se proclama solenemente a Páscoa de Jesus Cristo. Um jeito de preparar o ambão é
ornando-o com um véu branco e com um arranjo de flores, próximo dele. Assim, o espaço
celebrativo para a proclamação da Páscoa e da Liturgia da Palavra compreende a Mesa da
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Palavra, o Círio Pascal (próximo do ambão) um belo arranjo de flores e o véu branco cobrindo
o ambão.
Anotações práticas
A Mesa da Palavra é um símbolo celebrativo tão importante quanto a Mesa Eucarística. Na
Vigília Pascal, torna-se o local de onde é comunicada a Boa Notícia da Ressurreição de Jesus.
Por isso, os celebrantes voltam-se para a Mesa da Palavra, espaço memorial das maravilhas
divinas em favor do povo. Isso significa que o ambão não deve ficar escondido, atrás de
arranjos de flores. O arranjo de flores serve para realçá-lo, não para escondê-lo.
Obs: evite-se a todo custo de permitir que se façam as leituras de folhetos ou livretes. Os
grandes símbolos da Palavra, Lecionário e Evangeliário, devem ser usados para valorizar ainda
mais a riqueza da Palavra proclamada.
3o espaço celebrativo – Cadeira presidencial
É um espaço celebrativo importante, usado pelo presidente da celebração em vários
momentos. Da cadeira presidencial, são feitas as orações coletas, depois de cada uma das
sete leituras, durante a Liturgia da Palavra; dali pode ser feita a homilia. Da cadeira
presidencial, o padre preside a Liturgia Batismal, se for celebrada no presbitério, e faz a oração
final com a bênção solene.
Anotações práticas
Caso não haja um librífero (ministro que segura o livro nas orações presidenciais), providenciese uma estante simples como suporte do Missal. A mesma será retirada da frente do
presidente cada vez que ele estiver sentado.
Lembramos que a cadeira presidencial não deverá ser colocada diante do altar, mas num local
onde é possível ver o padre e haja facilidade de comunicação com a assembléia.
4o espaço celebrativo – Batistério
Este espaço celebrativo, onde for possível, realiza-se no batistério. Na maior parte das
comunidades isto é impossível e, obriga a criação de um espaço celebrativo no presbitério para
facilitar a participação dos celebrantes na Liturgia Batismal. Onde for possível, poderá ser feito
no centro da igreja.
Colocando-o no presbitério, contracena com o ambão e o altar, preparando-o no lado oposto ao
ambão. Assim o espaço celebrativo comunica a mensagem que a Palavra conduz ao Batismo e
ambos à Eucaristia, representada no altar.
Anotações práticas
O modo de criar o espaço celebrativo da Liturgia Batismal poderá ser feito com uma fonte ou,
simplesmente, uma mesa ornada com flores e, sobre a mesma, um grande e bonito jarro ou
vasilha transparente com água. Seja o jarro ou a vasilha precisam ser grandes o suficiente para
mergulhar o Círio Pascal na água, no momento da bênção da água. Mas, se o Batistério estiver
próximo, pode-se preparar o mesmo como na foto acima, aproximando inclusive o Círio Pascal.
5o espaço celebrativo - altar
O mais importante de todos os espaços celebrativos é o altar, onde acontece a Liturgia
Eucarística, onde a Páscoa torna-se realidade sacramental. Segue-se o mesmo critério para
todas as celebrações eucarísticas. Tenha-se o cuidado para que o altar seja visível e, embora
ornado, não escondê-lo com flores, folhagens, toalhas ou cadeira presidencial e dos ministros.
Anotações práticas
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O altar é a mesa do banquete pascal, o local onde Jesus Cristo reúne-se com seus discípulos
para celebrar a sua Páscoa. O altar é símbolo pascal mais importante, o local onde se realiza o
memorial (a atualização) da Páscoa, por isso, deve ficar totalmente visível.
Na medida do possível usar velas fora do altar, na lateral.
O Círio Pascal não substitui as velas do altar. O Círio Pascal, símbolo de Cristo ressuscitado, é
colocado num candelabro único e distinto.
As velas do altar fazem parte da ornamentação do altar e demonstram a alegria da Igreja que
está iluminada pela LUZ maior da Ressurreição do Senhor. Lembramos que velas, toalhas e
flores são colocadas no altar somente a partir da Liturgia Sacramental, no rito das oferendas.
6o espaço celebrativo – nave da igreja
A nave da Igreja é local onde fica a maior parte dos celebrantes. Naquelas igrejas onde é
possível colocar flores e velas na nave da igreja, desde que isso não prejudique a visão e a
participação dos celebrantes, seria bom ornamentá-la para dar um clima festivo a toda a igreja.
Algumas comunidades têm o costume de colocar bandeiras em forma de estandarte, presas
nas colunas ou nas paredes. É outra boa idéia para ajudar os celebrantes a compreender que
estamos numa celebração realmente muito especial.
Primeira parte da celebração = Lucernário
A vigília Pascal inicia-se fora da igreja, onde é celebrado o rito do Lucernário. Depois, a
assembléia entra no interior da igreja levando a Luz de Cristo, no Círio Pascal.
Significado: a Igreja penetra na escuridão do mundo, acendendo a Luz de Cristo e
proclamando com intensa vibração de alegria: “Eis a luz de Cristo”!
Bênção do fogo: A Liturgia do Lucernário, que abre a celebração, inicia-se silenciosamente.
Isso significa que não é anunciada pelo toque de sinos e nem com um canto de abertura. É o
prolongamento do grande silêncio iniciado na Sexta-feira Santa. Assim, silenciosamente a
Liturgia vai acordando a noite para anunciar a Ressurreição de Jesus.
A Liturgia é realizada fora da igreja, ao redor de uma pequena fogueira. O espaço deverá estar
pouco iluminado, para que a luz da fogueira seja a única claridade que brilhará nesta Noite
Santa.
A igreja deverá estar vazia e escura ou, ao menos, não totalmente iluminada.
Os celebrantes têm em mãos uma vela apagada.
O sacerdote inicia com uma saudação e introduzindo os celebrantes no contexto celebrativo.
Anotações práticas
A sugestão é realizar toda a celebração do lucernário fora da igreja. Isso exigirá um local onde
os celebrantes possam se acomodar. Prever cadeiras para idosos e para quem tem problemas
de permanecer de pé por muito tempo.
A procissão, dependendo do espaço a ser percorrido, poderá comportar, uma ou duas breves
reflexões sobre a importância de acender a Luz da Ressurreição de Jesus no mundo, com a
finalidade de iluminar o mundo, iluminar a sociedade e o local onde vive a comunidade.
Depois da bênção do “fogo novo” e da preparação do Círio Pascal, o diácono (ou o padre)
segue na frente da procissão, com o Círio aceso, conduzindo o povo até dentro da igreja, onde
o Círio é colocado no seu candelabro, devidamente ornado.
A procissão pode ser feita em silêncio, com o diácono, padre ou um cantor interrompendo-a de
tempo em tempo para proclamar e ostentar a LUZ DE CRISTO, como prevê o rito. Ao chegar
na igreja, quem conduz o Círio Pascal pára, para que os celebrantes entrem na igreja e tomem
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seus lugares. Quando todos estiverem acomodados, o Círio Pascal ingressa solenemente na
igreja e é aclamado pela assembléia. O diácono, padre ou cantor, canta em três espaços
diferentes a invocação “A LUZ DE CRISTO”: na porta, no centro e no presbitério.
Na passagem do Círio Pascal, dentro da igreja, os celebrantes acendem suas velas e as
erguem a cada aclamação cantando — “DEMOS GRAÇAS A DEUS”.
Se a comunidade não reúne nenhuma condição para realizar a procissão, fazer apenas a
acolhida do Círio Pascal com as três aclamações propostas pelo Missal. Os celebrantes
acendem suas velas e procedem como sugerido acima. (Cf. Missal Romano, p. 273, n. 13).
Círio Pascal:
O Círio Pascal é o símbolo maior da primeira parte da Vigília Pascal e, enquanto tal, deverá ser
bem apresentado e bonito. O Círio representa Cristo vivo e ressuscitado, revestido de luz,
aquele que, na noite do mundo, caminha à frente do seu povo e ilumina a vida do povo e da
comunidade, como sugerido na procissão que conduz os celebrantes ao interior da igreja.
O arranjo pascal é feito com girassóis,
que simbolizam a vida cristã, porque o
cristão é aquele que sempre está em
busca da luz do ressuscitado.
Na composição do arranjo, os símbolos
eucarísticos do pão (em formato de
rosca) e da uva, além de espigas de
trigo.
O arranjo está montado debaixo do
altar para estabelecer a relação entre
ressurreição e Eucaristia.
Anotações práticas
Sendo o Círio Pascal um símbolo importante na Liturgia, a primeira anotação é que seja
verdadeiro. Não se concebe, por exemplo, que o Círio seja feito de tubo de pvc, imitando cera.
Seria falta de respeito para com o que representa se assim acontecesse.
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Normalmente, o Círio vem pronto (de fábrica). Sua equipe de celebração, contudo, pode dar
um toque especial, com motivos que sejam próprios da comunidade, com flores, folhagens e
alguns elementos simbólicos da região.
O Círio Pascal é um símbolo próprio, com identidade própria e, por isso, insistindo, não
substitui as velas do altar, nem na Vigília Pascal nem no Tempo Pascal. Aliás, seria bom que
as velas ali estivessem para destacar ainda mais o valor simbólico do Círio Pascal.
Velas dos celebrantes:
Tendo velas nas mãos, os celebrantes assumem uma dimensão simbólica de quem está
comprometido com a vida nova e plena, disposto a acender sua vida na Ressurreição do
Senhor. É o símbolo do batizado, daquele que passou, com Cristo, pela morte e agora vive
iluminado com a luz da Vida Nova. A vela que cada celebrante traz na mão representa também
sua identidade no mundo: ele é um iluminador e um acendedor da Vida nova que nasce na
Ressurreição de Jesus, aquele discípulo de Cristo que ressuscita a alegria da Ressurreição no
meio da sociedade.
Anotações práticas
As velas dos celebrantes são acesas na entrada do Círio Pascal na igreja e são conservadas
acesas durante o canto da Proclamação da Páscoa (Precônio Pascal).
O outro momento no qual as velas são acesas é no rito da renovação das promessas
batismais. Para o acendimento das velas, nas promessas batismais, leia a legenda da foto.
Proclamação da Páscoa:
Se não houver diácono ou o padre não puder proclamar a Páscoa, quem for escolhido deverá
considerar a responsabilidade deste fato com as próprias palavras da Proclamação Pascal,
quando diz: “Ele, que em seus dons nada reclama, quis que entre os seus levitas me
encontrasse: para cantar a glória desta chama, de sua luz um raio me traspasse”.
A fórmula faz com que este seja um momento único na vida do proclamador, a ponto de pedir
que a luz divina, que vem da Ressurreição de Jesus, o traspasse para bem proclamar a
Páscoa na sua comunidade.
Anotações práticas
Como diz a orientação do rito, trata-se de uma proclamação em forma de hino e, como tal, é
para ser cantado. Poderá ser feita pelo diácono ou pelo padre ou, na impossibilidade de
ambos, por um (ou mais) ministro leigo.
No caso do ministro leigo, não se deve considerar apenas o talento musical – o cantar bem –
mas o testemunho de vida, de quem ilumina sua vida na Ressurreição de Jesus.
O padre, antes de cantar a proclamação da Páscoa, intercede silenciosamente a Deus a
purificação do coração e dos lábios, como faz na proclamação do Evangelho. No caso do
diácono ou de ministros leigos, estes pedem a bênção do presidente da celebração, para que
possam proclamar dignamente a Páscoa do Senhor.
A proclamação da Páscoa de Jesus Cristo poderá ser feita antes de entrar na igreja, embora o
rito prevê que seja proclamada dentro da igreja, no ambão. Contudo, se for proclamada na
porta da igreja, é importante que todos os celebrantes estejam ali presentes e que o ministro
(ou ministros) o proclamem de um ambão ou de um local devidamente preparado para tal
finalidade.
Exemplo de bênção
Ministro: Padre, dá-me a vossa bênção, para que eu proclame
dignamente a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Padre (estendendo a mão direita sobre o ministro) O Senhor esteja em
teu coração e em teus lábios para que possas proclamar
dignamente, na alegria desta noite santa, a Páscoa de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
Ministro: Amém!
Segunda parte da celebração = Liturgia da Palavra
A Liturgia da Palavra é um grande momento memorial, na qual se proclama toda a obra divina,
desde a criação até a redenção, em favor da humanidade e de cada pessoa.
Anotações práticas
Diante da orientação da CNBB, de não interromper a Liturgia da Palavra com comentários,
pode-se optar por uma monição única. Outra possibilidade é destacar, com breves monições,
os três momentos da Liturgia da Palavra: (1) a História da Salvação da criação à libertação do
Egito (1ª – 3ª leitura), (2) a História da Salvação na formação do povo, através do ministério
profético (4ª – 7ª leitura) e (3) a História da Salvação realizada plenamente em Jesus Cristo
(epístola e Evangelho).
Leituras da Liturgia da Palavra
Considerando a finalidade da Liturgia da Palavra da Vigília Pascal, de fazer memória da
História da Salvação Divina, o normal é que todas as leituras sejam proclamadas, mesmo
havendo possibilidade de escolher algumas delas.
Anotações práticas
Uma vez que a solenidade da Vigília Pascal é a “Mãe de todas as Vigílias”, não se deve
prescindir do Lecionário, na proclamação das leituras. Dentre os livros litúrgicos, o mais
importante deles é o Evangeliário. É símbolo de Cristo, vivo e ressuscitado, que traz ao seu
povo a declaração do amor divino em sua Ressurreição.
Não se levam velas na procissão do Evangeliário, mas só o incenso, se for usado (cf. Missal
Romano, p. 283, n. 35). O Diácono ou o padre toma o Evangeliário sobre o altar, apresenta-o ao
povo e o conduz ao ambão de onde é proclamado solenemente.
Foi sugerido, nas propostas das canções, que todos os salmos sejam cantados. O Missal
recomenda uma pausa silenciosa depois de cada leitura; só depois do breve silêncio, o
salmista assume o ambão (cf. Missal Romano, p. 279, n. 23).
Terceira parte da celebração = Liturgia Batismal
Antes de comungar a Páscoa de Jesus Cristo, os celebrantes são convidados a fazer memória
do seu Batismo, acolhendo a água abençoada na Noite Pascal como sinal da sua Páscoa
pessoal, celebrada na Pia Batismal de sua comunidade.
A terceira parte da celebração é caracterizada pela alegria, recordando que o Batismo nos
insere no amor divino, do qual recebemos a vida nova e a vida plena. O rito deveria acontecer
no Batistério, como descrevíamos acima, o que na maior parte das comunidades é impossível.
É uma Liturgia que se caracteriza como acolhedora e alegre, principalmente nas comunidades
que realizam batizados na Vigília Pascal. Acolhedor é igualmente o rito da aspersão da água,
que aspergida em abundância sobre os celebrantes, recorda o Batismo e o mergulho na vida
nova, que vem da Ressurreição do Senhor.
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Depois da monição breve, feita pelo sacerdote, a assembléia invoca em forma de Ladainha os
santos e santas e os celebrantes acendem as velas para renovar o compromisso batismal.
Entrada da água: com a finalidade de valorizar o símbolo da água e sua função, na Vigília
Pascal, pode-se criar um rito para introduzir a água na assembléia litúrgica. A entrada da água
poderá ser anunciada antes da ladainha, no momento da monição presidencial, e ser introduzida
durante a ladainha, a partir da invocação dos Santos Apóstolos.
Anotações práticas
Como feito com os símbolos anteriores, Círio Pascal e Evangeliário, a água poderá ser
apresentada e acolhida com muita alegria na assembléia. Poderá até mesmo ser apresentada
aos celebrantes antes da bênção, depois de concluída a ladainha de todos os santos.
Se não houver batismo nem bênção da água batismal, no momento da Liturgia Batismal, a
ladainha poderá ser omitida (cf. Missal Romano, p. 284, n. 40). Mas, sugerimos pensar duas
vezes, antes de optar por omitir a Liturgia Batismal em sua totalidade.
Ladainha de todos os santos e santas:
É um momento solene, caracterizado pelo louvor a Deus, declinando o nome dos muitos
membros da Igreja que viveram seu Batismo de modo pleno e santificador. Os santos e santas
são modelos de pessoas que assumiram o projeto divino e empenharam a vida para se
manterem na fidelidade a esse projeto.
Bênção da água:
A 3a leitura e a epístola explicam o simbolismo teológico da água. O povo da Antiga Aliança é
salvo passando pelas águas do Mar Vermelho. O povo da Nova Aliança é salvo e recebe a vida
de Deus em si, ao passar pelas águas do Batismo (epístola). Estes dois aspectos encontram-se
na oração da Bênção da Água Batismal. Outro detalhe na bênção da água acha-se na
epíclesis, quando o sacerdote invoca a força do Espírito Santo para que todos os que forem
batizados renasçam para uma vida nova.
Anotações práticas
Outra forma de valorizar o rito da bênção da água batismal, além da entrada e acolhida pela
assembléia, é destacar um espaço especial para a água, como já sugerido anteriormente.
Uma canção também pode destacar e valorizar o simbolismo da água. Nas sugestões de
canções é proposta uma canção para a bênção da água. Caso sua equipe de celebração opte
por cantá-la, considere o modo como será realizada a ladainha de Todos os Santos para não
ter duas canções longas uma depois da outra.
Batismo:
Havendo Batismo, logo depois da bênção da água, os candidatos se aproximam do batistério,
fazem as renúncias e são batizados. O rito do Batismo é simples, como explica o Missal:
renúncia ao demônio, profissão de fé e batismo. Os adultos batizados nesta Vigília recebem o
sacramento da Confirmação logo depois do Batismo e primeira Comunhão nas espécies do
pão e do vinho.
Anotações práticas
As orientações sobre como proceder para o Batismo de crianças, durante a Vigília Pascal,
encontram-se no “Ritual do Batismo de Crianças” - “Observações Preliminares”, n. 28 (Edição
do ritual – ano de 1999).
Renovação das promessas batismais:
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O principal motivo da renovação das promessas batismais é voltar a assumir os compromissos
que são inerentes ao Batismo. Não se trata de uma simples lembrança do Batismo, mas
renovação do empenho para viver de acordo com as exigências do Batismo cristão. Nessa
celebração, como dito acima, na introdução ao rito, está presente o compromisso e o empenho
em promover e ressuscitar a vida nova de Deus no meio de nós.
Acender as velas
O acendimento das velas, no momento da renovação das promessas batismais tem um sentido
e um significado de compromisso, que cada celebrante é chamado a assumir. O sentido e o
significado de ser luz no mundo, para que a Ressurreição de Jesus seja acesa em todas as
partes.
Anotações práticas
O rito de acender as velas deve primar pela praticidade. Se a assembléia não for muito grande,
pode-se convidar os celebrantes a irem até o Círio Pascal ou passar com o Círio no meio da
assembléia. Se a assembléia é grande, então é mais prático escolher ministros que levem o
fogo novo para acender as velas dos celebrantes, no meio da assembléia.
Monição: acender as velas
Acendamos com alegria nossa fé na Ressurreição de Jesus,
para iluminar toda a terra com a luz da vida divina, para que no
mundo resplandece o esplendor da glória do ressuscitado.
Aspersão da água:
A oração que conclui a Liturgia Batismal descreve o significado da aspersão da água sobre o
povo. Recorda o renascimento pela água e pelo Espírito e fala do perdão dos pecados. Além
disso, não podemos esquecer que se trata de água consagrada na força do Espírito Santo. É
sempre bom alertar os celebrantes sobre esse detalhe.
Anotações práticas
Mesmo que a assembléia seja numerosa, é importante que todos sejam aspergidos com a
água batismal, levando em consideração aquilo que representa a água batismal aspergida
sobre os celebrantes. Para a aspersão, recomendamos asperges feitos com arbustos, de modo
que a água da aspersão possa ser farta e sensível em todos os celebrantes.
Pode-se cantar uma ou duas canções durante a aspersão, de acordo com a necessidade.
Oração dos fiéis:
Logo depois da Liturgia Batismal, a assembléia eleva preces a Deus pelas necessidades da
Igreja, do mundo, da comunidade e dos celebrantes.
Anotações práticas
De acordo com as rubricas do Missal Romano (cf. p. 290, n. 49), depois da aspersão omite-se
o Credo, já realizado nas promessas batismais, e faz-se a oração dos fiéis.
As preces estão estruturadas para serem proclamadas por dois ministros. Havendo diácono,
este proclamará as intenções e, as súplicas serão feitas por um ou mais ministros. Na ausência
de diácono, um ministro poderá propor as intenções.
P – Agradecidos e exultando de alegria, aproximemo-nos do Senhor para confiantes
apresentar os pedidos da Igreja e aqueles que temos em nossos corações:
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Rezemos pela Igreja, pelo Papa, pelos bispos e por todas as pessoas que entregam suas
vidas pela causa do Evangelho.
— Concedei, Senhor, a todos que dedicam suas vidas à Evangelização a graça de
testemunhar a vida nova que brota da Ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo.
T – Pela Ressurreição de vosso Filho, atendei-nos Senhor!
Amém! Aleluia!
Rezemos por todos os catecúmenos e por aqueles que, no mundo inteiro, recebem o
Batismo nesta Noite Santa.
— Acolhei em vosso amor, Senhor, todos que recebem o Batismo nesta Noite Santa,
para que se tornem verdadeiros discípulos e discípulas de Jesus ressuscitado.
T – Pela Ressurreição de vosso Filho, atendei-nos Senhor!
Amém! Aleluia!
Rezemos pela humanidade, pela qual Jesus Cristo entregou-se à morte e ressuscitou
para a salvação de todos.
— Protegei todos os homens e mulheres, criados à vossa imagem e semelhança, e pela
Ressurreição de vosso Filho, concedei-nos paz e prosperidade.
T – Pela Ressurreição de vosso Filho, atendei-nos Senhor!
Amém! Aleluia!
Rezemos pelas famílias, Igrejas domésticas.
— Amparai todas as famílias, Senhor, para que em suas casas aconteça uma autêntica
renovação espiritual, fruto da Ressurreição de vosso amado Filho Jesus Cristo.
T – Pela Ressurreição de vosso Filho, atendei-nos Senhor!
Amém! Aleluia!
Rezemos pela nossa comunidade.
— Senhor, fazei com que a celebração da Páscoa de vosso Filho Jesus Cristo seja
motivo de novo ânimo para nossos trabalhos comunitários.
T – Pela Ressurreição de vosso Filho, atendei-nos Senhor!
Amém! Aleluia!
P – Considerai nossa alegria, Senhor, pela Ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo, e
atendei nossas preces, para que possamos participar da vida plena que vosso Filho nos
mereceu com sua Páscoa. PCNS.
T – Amém! Aleluia!
Quarta parte da celebração = Liturgia Sacramental
Quando se contempla a dimensão do que Deus oferece pela Ressurreição de seu Filho Jesus,
entende-se como ele bom ao aceitar a humilde oferta da Igreja, seu povo.
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Procissão das ofertas: todo aquele que sente a alegria pascal em seu coração,
reconhecendo o grande amor que Deus tem para conosco, demonstrado na Ressurreição
de seu Filho Jesus, como que se sente obrigado a entrar na procissão ofertorial desta
celebração pascal, para ofertar, com os dons da Igreja, a sua própria vida.
Anotações práticas
Como é tradição, a procissão dos dons é precedida pela oferta de flores. O gesto de oferecer
arranjos de flores significa a alegria de toda a criação, da natureza florescendo e irradiando
vida com todas as cores e formas.
É recomendável manter também o costume de preparar o altar no momento da procissão das
ofertas. Para isso, enquanto acontece a procissão das oferendas, alguns celebrantes preparam
o altar, colocando a toalha, as velas e as flores.
Orate fratres: a alegria espiritual na vida de cada celebrante torna as oferendas da
Igreja agradáveis aos olhos divinos.
Convite para o orate fratres
Orai, irmãos e irmãs, para que a alegria espiritual que toma
conta de nossos corações oferentes, torne as ofertas da Igreja
agradáveis a Deus Pai todo-poderoso.
T – Receba o Senhor por tuas mãos...
Oração sobre as oferendas: a celebração da Páscoa de Jesus Cristo alimenta a vida da
Igreja e a faz renascer.
Oração sobre as oferendas
Transbordando de alegria pascal, nós vos oferecemos, ó Deus,
o sacrifício pelo qual a vossa Igreja maravilhosamente renasce
e se alimenta. PCNS.
T – Amém!
Oração eucarística: convite para ajoelhar-se e adorar o Mistério da Fé, no qual se
adora a presença de Jesus Cristo vivo e ressuscitado.
Modelo de monição para a Oração Eucarística
Ajoelhemo-nos diante do Mistério de nossa fé, no qual
adoramos a presença de Jesus Cristo vivo e ressuscitado entre
nós.
Preparação para a comunhão
A preparação para a comunhão é um caminho a ser feito com alegria, reconhecendo a grande
bondade divina em favor do seu povo e de cada homem e mulher.
Pai nosso: a oração do Senhor é um modo de manifestar o contentamento da Igreja,
reconhecendo a bondade paterna de nosso Deus.
Convite para a oração do Pai nosso
Manifestemos nosso contentamento pela Ressurreição de
Jesus, rezando como ele nos ensinou: Pai nosso....
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Abraço da paz: a partilha da vida nova, que vem da Ressurreição de Jesus Cristo, é
fonte de paz e de partilha fraterna.
Convite para o abraço da paz
Identificados a Cristo pelo Batismo, partilhemos a vida nova da
Ressurreição com um abraço de paz.
Convite para a comunhão: comungar a Eucaristia, Corpo e Sangue do Senhor, é o
modo mais profundo de participar da Ressurreição de Jesus, fonte da vida eterna.
Convite para a comunhão eucarística
Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem come deste pão e bebe
deste vinho viverá eternamente.
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Antífona da comunhão: a Eucaristia é o “pão sem fermento, o pão da retidão e da
verdade”. O celebrante comunga este pão para viver na retidão e na verdade.
Antífona de comunhão
O Cristo, nossa Páscoa foi imolado;
celebremos a festa com pão sem fermento,
o pão da retidão e da verdade. Aleluia!
Oração depois da comunhão: que o Senhor proteja sempre a Igreja e a renove
constantemente através dos Sacramentos.
Oração depois da comunhão
Guardai, ó Deus, a vossa Igreja sob a vossa constante
proteção para que, renovados pelos sacramentos pascais,
cheguemos à luz da Ressurreição. PCNS.
T – Amém!
Anotações práticas
Lembramos que na Noite de Páscoa a comunhão Eucarística é distribuída sob as duas
espécies do Pão e do Vinho consagrados.
Agradecimento: Depois da comunhão seria muito oportuno que fosse dedicado um tempo à
oração silenciosa. É bom evitar canções ou mensagens, considerando a extensão da celebração. O
melhor é levar os celebrantes a silenciar, recordando o grande amor divino que ressuscita Jesus e os
torna participantes da vida nova, que é plena e eterna.
Ritos finais
Os celebrantes são enviados como fontes da vida nova que vem da Ressurreição, para que o
mundo possa viver o projeto existencial pensado e desejado por Deus a cada ser humano.
Votos de Boa Páscoa:
Depois da oração, o padre deseja Feliz Páscoa aos celebrantes, às famílias da comunidade e
recorda que a equipe de acolhida (que será de despedida) saudará a todos como uma
saudação pascal tradicional.
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Proposta de saudação de despedida
M – O Senhor ressuscitou!
R – Verdadeiramente, ressuscitou!
M – Feliz Páscoa!
Anotações práticas
Quem participa da Vigília Pascal leva para a casa a vela usada na celebração. É bom que a
Equipe de Celebração, ou o padre, insista que a mesma seja colocada em casa num local
visível para recordar a Páscoa e o compromisso pascal que cada um assumiu nesta
celebração.
O costume de entregar um cartão com votos de Feliz Páscoa a quem não pôde participar da
celebração — doentes, encarcerados, aqueles que trabalharam no sábado — continua válida e
importante.
Bênção e despedida: que a Páscoa de Jesus Cristo, celebrada solenemente na Vigília
Pascal, ilumine a vida de cada celebrante e o torne testemunho da Ressurreição de Jesus.
Anotações práticas
Proclamar a bênção da Vigília Pascal; no Missal Romano, p. 522, n. 6. A despedida é
acompanhada de dois “aleluias”. O diácono (ou padre) pode fazer a despedida, como se
encontra no Missal: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia”. Ou, se preferir,
pode-se enviar os celebrantes para que proclamem a ressurreição do Senhor, como no modelo
que segue:
Bênção solene da Vigília Pascal
P – O Senhor esteja convosco
T – Ele está no meio de nós!
P – Que o Deus todo-poderoso vos abençoe nesta solenidade
pascal e vos proteja contra todo pecado.
T – Amém!
P – Aquele que nos renova para a vida eterna, pela
ressurreição de seu Filho, vos enriqueça com o dom da
imortalidade.
T – Amém!
P – E vós, que transcorridos os dias da Paixão do Senhor,
celebrais com alegria a festa da Páscoa, possais chegar
exultantes à festa das eternas alegrias.
T – Amém!
P – Abençoe-vos Deus todo-poderoso,
Pai e Filho e Espírito Santo.
T – Amém!
Para o envio dos celebrantes, basta a formula que segue ou, a segunda opção:
Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia!
T- “Graças a Deus, aleluia, aleluia.
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LITURGIA DA PALAVRA (leituras)
Monição inicial feita pelo sacerdote
Meus irmãos e minhas irmãs, tendo iniciado solenemente esta vigília, ouçamos no
recolhimento desta noite a Páscoa de Deus. Vejamos como ele salvou outrora o seu
povo e nestes últimos dias enviou seu Filho como Redentor. Peçamos que nosso Deus
leve à plenitude a salvação inaugurada na Páscoa.
(Cf. Missal Romano, p. 279; n. 22)
1a leitura: Toda a criação é uma obra maravilhosa da presença divina entre nós e
prenúncio da fidelidade divina em favor da vida humana.
2a leitura: Deus demonstra sua fidelidade em nosso favor libertando Isaac do
holocausto, pois ele não quer que a vida humana pereça com a morte.
3a leitura: Assim como o Povo de Deus foi libertado através das águas do Mar
Vermelho, da mesma forma nossa libertação acontece pelas águas do Batismo.
4a leitura: Quem confia em Deus não tem motivos para temer ou viver no medo, pois
ele é fiel e sua fidelidade vem com a garantia de sua Palavra.
5a leitura: Não existe alegria fora da vida divina que nos é oferecida de modo
abundante na Ressurreição de Jesus e pela presença do seu Espírito em nós.
6a leitura: A alegria da vida encontra-se no coração de quem ouve os mandamentos
divinos e os vive na mesma fidelidade de Jesus em relação ao Pai.
7a leitura: Na festa exultante desta Noite Santa, deixemos que Deus transforme nosso
coração para vivermos no compasso do coração divino e cresçamos na fé.
Epístola: No Batismo recebemos a vida nova, que nos faz morrer para o pecado e nos
oferece a condição de viver plenamente na fidelidade ao Pai.
Evangelho – Lc 24,1-12
No primeiro dia da semana,
bem de madrugada,
as mulheres foram ao túmulo de Jesus,
levando os perfumes que haviam preparado.
Elas encontraram a pedra do túmulo removida.
Mas, ao entrar,
não encontraram o corpo do Senhor Jesus
e ficaram sem saber o que estava acontecendo.
Nisso, dois homens com roupas brilhantes
pararam perto delas.
Tomadas de medo,
elas olhavam para o chão,
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mas os dois homens disseram:
“Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?
Ele não está aqui.
Ressuscitou!
Lembrai-vos do que ele vos falou,
quando ainda estava na Galiléia:
O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores,
ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia'".
Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus.
Voltaram do túmulo
e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros.
Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago.
Também as outras mulheres que estavam com elas
contaram essas coisas aos apóstolos.
Mas eles acharam que tudo isso era desvario,
e não acreditaram.
Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo.
Olhou para dentro e viu apenas os lençóis.
Então voltou para casa,
admirado com o que havia acontecido.
Palavra da Salvação!
Glória a vós, Senhor!
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REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)
1 – A alegria da Ressurreição
A alegria que toma conta da Igreja e dos cristãos, em todas as partes do mundo, tem um
único motivo e uma única fonte: Jesus ressuscitou. É este o motivo principal que nos
traz aqui, para celebrarmos esta bela celebração da Vigília Pascal. Hoje, nosso coração
festeja a vitória da vida sobre a morte, festeja a vitória da alegria sobre a tristeza, a
vitória da esperança sobre o desespero, a vitória do poder de Deus sobre o poder do
mundo, que mata e destrói a vida humana. É uma alegria contagiante, que nasce em
nosso coração, que invade nosso espírito até tomar conta de todo nosso ser. Nem
sempre conseguimos perceber o que isso significa para nossas vidas e, por isso, nem
sempre somos capazes de perceber concretamente a alegria nascendo dentro de nós por
causa da Ressurreição de Jesus. Somente quem tem um grande amor por Deus é capaz
de entender e, mais que isso, alegrar-se por causa da Ressurreição de Jesus.
2 – Como a alegria da Ressurreição toca nossas vidas?
Hoje, em minha reflexão e mensagem pascal, quero ser breve, porque a celebração é
uma grande mensagem e não necessitamos de muitas palavras. Mas gostaria de chamar
sua atenção para esse fato da alegria interior, por causa da Ressurreição de Jesus com
uma pergunta: você sente alegria no seu coração por causa da Ressurreição de Jesus?
Você sente seu coração vibrando de alegria porque o Senhor ressuscitou? É uma
questão fundamental em nossas vidas cristãs, pois se a Ressurreição de Jesus ainda não
disser nada para nossas vidas, isto significa que ainda precisamos aproximar ainda mais
nossa vida de Deus. Realmente, a Ressurreição só é capaz de colocara alegria em nossas
vidas pessoais se estivermos unidos a Deus, no amor e no reconhecimento por tudo que
ele fez e continua fazendo por nós.
3 – A alegria da Ressurreição reflete meu modo de ser e agir?
A celebração da Ressurreição de Jesus não pode ser um fato histórico, perdido num
passado, do qual nos recordamos uma vez por ano. Ao contrário disso, a Ressurreição
de Jesus precisa tocar nossas vidas, precisa dizer algo para nossas esperanças, precisa
mexer com nossos corações, precisa dar um significado às nossas existências. De que
vale celebrar a Ressurreição do Senhor, celebrar a vida nova que vem da Ressurreição
do Senhor, se continuamos vivendo como pessoas que, na expressão de São Paulo, se
parecem com homens e mulheres velhos, guiados, não pela alegria da vida plena que a
Ressurreição nos possibilita comungar e viver, mas guiados pelos ventos da moda, que
mudam e flutuam a todos momento.
4 – O que a Ressurreição de Jesus diz para minha vida?
Concluo minha breve reflexão, como dizia antes, com a insistência da minha pergunta:
o que a Ressurreição de Jesus diz para mim? O que a Ressurreição de Jesus diz para
minha vida? O que a Ressurreição de Jesus provoca em minha vida, no meu modo de
pensar, no meu modo de amar, nos meus relacionamentos, nas minhas atitudes? Que o
Senhor nos abençoe e nos conduza por seus caminhos, para que a vida nova da sua
Ressurreição alegre nossos corações e guie os passos de nossas vidas. Feliz Páscoa, feliz
vida nova, que vem da Ressurreição para a vida de cada um de vocês. Amém! Aleluia!
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Bibliografia consultada
CNBB,
DIRETÓRIO LITÚRGICO 2014, EDIÇOES CNBB, BRASÍLIA , 2014
AUGÉ M., Le Collette del proprio del tempo nel nuovo Messale, in Ephemerides Liturgiae 84 (1970) 4/5,
275-298.
BROVELLI F., Le orazioni del tempo pasquale, in Rivista Liturgica 62(1975)2, 191-206.
LOVATO M. F. T. (ed.), Messale Romano. Le Orazioni proprie del tempo. Nuova versione con testo latino
e fonti, Edizioni San Lorenzo, Reggio Emilia 1991.
Coordenação: Serginho Valle
[email protected]
São José do Rio Preto, fevereiro de 2014.
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SAL, que não autoriza a publicação
escrita total ou parcial dos textos em
nenhum meio público.

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