Jornal funchalense.indd - Empresa Gráfica Funchalense

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Jornal funchalense.indd - Empresa Gráfica Funchalense
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Q U E
Nº8
M A R C A M
Março 2016 • Diretor: Hernâni Almeida • “Notícias que marcam” é uma publicação da Funchalense, Empresa Gráfica S.A.
UM MEIO PRIVILEGIADO
DE INFORMAÇÃO
SABIA QUE 78,7% DOS PORTUGUESES LERAM OU FOLHEARAM
JORNAIS NO PERÍODO DE SETEMBRO A NOVEMBRO DE 2015?
Apesar do desenvolvimento tecnológico das últimas décadas ter-nos transportado
para uma era digital, a leitura de jornais ainda faz parte dos hábitos da grande
maioria dos portugueses.
IMPRIMIMOS JORNAIS COM NOTÍCIAS QUE MARCAM
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AO SERVIÇO DO SEU JORNAL
EDITORIAL
Já fez um ano desde que escrevi o último editorial do
jornal Notícias Que Marcam e, no entretanto, pouca coisa mudou! O panorama nacional dos jornais impressos
parece manter-se inalterado, destacando-se o confronto
com a dura realidade do número de vendas e a procura
incessante de anunciantes.
Num mundo formatado pelas novas tecnologias, muitos
se questionam se ainda há espaço para o papel. Esta é
uma discussão antiga e remonta ao tempo da origem
da rádio, repercutindo-se com o surgimento da televisão
e, mais tarde, com a chegada da internet. No entanto, e
apesar das tendências que ditam o fenómeno dos meios
de informação em suporte digital, os últimos dados do
Bareme Imprensa, um estudo da Marktest que analisa a
audiência da imprensa, mostram que a leitura de jornais
ainda faz parte dos hábitos da grande maioria dos portugueses. Os números são claros e dizem-nos que os leitores de jornais representam 78,7 por cento do universo em
análise. Nada mau!
E para provar que ainda existem histórias de sucesso
neste meio, apresentamos-lhe o testemunho de Francisco Godinho, diretor e fundador do único jornal gratuito
distribuído no concelho de Odivelas. Está no mercado
há três anos e foi ganhando respeito e empatia por parte
dos seus leitores. Até já há quem reclame pela sua falta!
A informação que tem para contar ultrapassa o espaço
que limitam as 16 páginas e os cinco mil exemplares que
dispõe não chegam para todos os que o procuram. O objetivo? Crescer para chegar ainda mais longe, se a conjuntura comercial assim o permitir.
Esperamos, numa próxima edição do Notícias que Marcam, dar continuidade a esta história, num futuro que traga essa mudança.
Hernâni Almeida
Empresa Gráfica Funchalense
Carlos Barata
Responsável Coordenador
do setor de Manutenção
&
PERGUNTAS RESPOSTAS
Como descreve o seu dia-a-dia na gráfica?
Durante o turno diurno executam-se principalmente tarefas de conservação
e manutenção preventiva, pesquisa de eventuais falhas, reparações, substituição de equipamentos ou alterações que, devido à sua complexidade ou
morosidade, tornariam a tarefa mais difícil de executar durante a produção,
visto esta ser essencialmente noturna. No turno noturno normalmente faz-se
o acompanhamento da produção e reparação de possíveis avarias que impossibilitem ou dificultem a execução dos trabalhos programados e outras tarefas
ocasionais.
O que mais gosta na sua profissão?
Do desafio! Aos setores de manutenção, nesta ou em qualquer outra empresa,
é colocado um desafio permanente, face ao crescente grau de evolução técnica e sofisticação dos equipamentos. Temos de reduzir ao mínimo o número de
avarias por forma a evitar paragens e quebras forçadas de produção.
Qual é a importância do setor de manutenção de equipamentos na qualidade
de impressão dos jornais?
O setor de manutenção é vital para a qualidade e bom funcionamento deste ou
qualquer outro setor de atividade. Quem trabalha em manutenção necessita
ter formação técnica adequada à função e ramo de atividade, boa capacidade
de raciocínio, intuição e algumas vezes uma enorme capacidade de improvisação para resolver as mais variadas situações anómalas com que se depara
no seu dia-a-dia.
Na sua opinião, qual é a importância do papel na vida das pessoas?
Certamente que importa ter em conta preocupações ambientais e de sustentabilidade, relativamente ao impacto do consumo de papel e pasta. Sei que
a maioria dos papéis que utilizamos na impressão de jornais são reciclados,
sendo o seu consumo menos prejudicial para o ambiente. As atuais gerações
já nasceram na era do digital, adaptando-se por isso perfeitamente a todas
as suas vantagens não dando a devida importância às publicações em papel.
De qualquer forma, na minha opinião, ler um livro, jornal ou revista em papel
continua a ser mais agradável. Pode até nem ser tão prático e acessível como
o digital, mas o prazer de folhear, ler ou escrever em papel é insubstituível.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Hernâni Almeida • e-mail: [email protected]
Propriedade: Empresa Gráfica Funchalense, S.A. | TLF. 219 677 450 • FAX 219 677 459 | Morada: Rua da Capela da Nossa
Senhora da Conceição, n.º50 - Morelena 2715-028 Pêro Pinheiro - Portugal
Conceção: Quest 21 Publishing | Paginação - Carmen Murteira • Jornalista - Joana da Silva Vieira
Depósito Legal n.º 270578/08 | Isento de registo no ICS ao abrigo do artigo 9º da Lei de Imprensa n.º 2/99 de 13 de janeiro
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NOTÍCIAS DE IMPRENSA
Este é o resultado do estudo realizado a pedido da Epson (produtora
de impressoras) acerca da importância do papel nos escritórios. Os
resultados mostram que, apesar
da crescente digitalização do local
de trabalho, o conceito do escritório sem papel ainda está longe de
se materializar. Atualmente, as impressoras continuam a ser utilizadas diariamente, sendo que mais de
3.600 funcionários europeus foram
interrogados e 77% dos inquiridos
responderam que as impressoras
são vitais para a sua produtividade
no trabalho. A grande maioria (83%)
acabou mesmo por afirmar que
“não pode existir um escritório sem
papel”. Rob Clark, vice-presidente
sénior da Epson Europa, refere que
“a maioria das pessoas continua
a gostar de trabalhar com papel e
que, para certas tarefas, prefere recorrer ao papel a ter de trabalhar no
computador.”
NÃO PODE EXISTIR ESCRITÓRIOS
SEM PAPEL, DIZEM OS EUROPEUS
Fonte: Do Papel
MULHERES CONTINUAM
A SER DISCRIMINADAS NOS MEDIA
Esta é uma conclusão do relatório sobre a
igualdade de género, divulgado no passado
dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), em que destaca a discriminação e violência sobre a mulher nos meios de
comunicação em todo o mundo. O relatório,
da autoria do Projecto de Monitorização dos
Media (GMMP), conclui que “a presença das
mulheres nos média estagnou”. Elas representam apenas 24% das pessoas vistas
e ouvidas nas televisões, rádios e jornais
do mundo, valor que se mantém igual desde 2010. Em algumas regiões, os casos de
violência, insegurança e intimidação das
mulheres continuam a desacreditar o papel
nos media, enquanto noutras regiões são
mais facilmente despedidas e forçadas a
trabalhar em condições de maior precariedade, comparativamente com o homem.
A FIJ, organismo a que pertence o Sindicato
dos Jornalistas, estimula as empresas mediáticas a recrutarem mais mulheres para
as suas redações e para cargos de decisão,
para além de encorajar os seus membros a
continuarem a promover a igualdade dentro
das suas estruturas, assim se alcançando a
paridade e combatendo toda e qualquer forma de violência e de assédio moral e sexual.
Fonte: Sindicato de Jornalistas
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NOTÍCIAS DE IMPRENSA
“THE NEW DAY”
É, MESMO,
DIFERENTE
A imprensa diária britânica está de parabéns! No
dia 29 de fevereiro foi lançado um novo jornal
pela Trinity Mirror, que promete marcar pela diferença. Ao contrário da tendência geral dos media, “The New Day” só vai ter versão impressa e
assegura que não terá linha editorial. O primeiro número do jornal diário foi gratuito e distribuído em 40 mil pontos de venda.
Fonte: Clube dos Jornalistas
Estão abertas até ao dia 31 de março as candidatura à 8.ª edição
do Prémio Dignitas de jornalismo, uma iniciativa da Associação
Portuguesa de Deficientes (APD). O prémio, no valor de quatro mil
euros, destina-se aos melhores trabalhos, publicados ou difundidos nos órgãos de comunicação social portugueses, realizados
por profissionais da comunicação social, subordinados ao tema
da deficiência e que promovam a dignidade das pessoas com
deficiência, os seus direitos humanos e inclusão social. As candidaturas deverão ser formalizadas até ao dia 31 de março de
2016, junto da sede da APD, pessoalmente ou por correio.
Podem concorrer profissionais da comunicação social portugueses ou residentes em Portugal e as candidaturas poderão ser individuais ou coletivas.
As matérias a concurso, publicadas em 2015, terão necessariamente que ser editadas em português.
UM PRÉMIO ESPECIAL
Fonte: Sindicato dos Jornalistas
SUCESSO NACIONAL LÁ FORA
O fotojornalista Mário Cruz venceu um dos prémios do concurso internacional World Press Photo,
com um trabalho sobre crianças talibés no Senegal e na Guiné-Bissau, rapazes entre os 5 e os 15
anos que vivem em escolas islâmicas e que, a pretexto de receberem uma educação corânica, são
abusados e explorados pelos professores.
O repórter de 28 anos, que trabalha na agência Lusa, realizou o trabalho “Talibés, Modern-day Slaves”
em tempo de férias e a seu próprio custo.
A foto-reportagem sobre esta forma de escravatura moderna, publicada na revista Newsweek, venceu o primeiro prémio na categoria de Temas Contemporâneos (“Contemporary Issues”).
Mário Cruz junta-se a outros quatro portugueses também já distinguidos pelo World Press Photo:
Eduardo Gageiro (retrato do general Spínola, 1974), Carlos Guarita (indústria de armamento, 1994),
Miguel Barreira (bodyborder nas ondas da Nazaré, 2007) e Daniel Rodrigues (rapazes a jogarem à
bola na Guiné-Bissau, 2013).
Fonte: Clube dos Jornalistas
PARCEIROS
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OS NOSSOS PARCEIROS
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PARCEIROS
PARCEIROS
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INFORMAÇÃO
UM HÁBITO QUE
VEIO PARA FICAR
O papel existe há quase 2000 anos e, ao longo deste tempo, veio a estabelecer-se como um meio de comunicação eficaz e
versátil. Apesar do desenvolvimento tecnológico das últimas décadas ter-nos transportado para uma era digital, em que se
destacam as frequentes investidas dos novos media, a grande maioria dos portugueses continua a ver o jornal impresso como
um meio privilegiado de informação.
O PINHEIRO, O EUCALIPTO E O CHOUPO PRETO FORAM ALGUMAS DAS PRIMEIRAS
ESPÉCIES DE ÁRVORES UTILIZADAS NA FABRICAÇÃO DE PAPEL. A PASTA DE CELULOSE
DERIVADA DO EUCALIPTO FOI PRODUZIDA PELA PRIMEIRA VEZ EM ESCALA INDUSTRIAL,
NO INÍCIO DA DÉCADA DE 60. O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA
MADEIRA DAS ÁRVORES FEZ COM QUE O PAPEL SE TORNASSE ACESSÍVEL A TODOS.
Desde os tempos mais antigos que o Homem
desenha as suas memórias visuais nas superfícies dos mais diversos tipos de materiais. O
termo papel vem do latim papyrus (papiro), planta encontrada nas margens do rio Nilo, usada
para fazer cordas, barcos e folhas para a escrita. Antes do papel, os registros eram feitos
em tábuas de argila e depois em pergaminhos
(couro de bovinos). Mas foram os chineses
que inventaram o papel com as características que conhecemos hoje. Na altura, eram
utilizadas várias matérias-primas no seu fabrico
como, por exemplo, o bambu, o linho e a palha.
Em 105 d.C., o marquês T’sai Lun produziu uma
substância feita com casca de árvore, extremidades de cânhamo, farrapos de algodão e redes
de pesca rasgadas. Fez da mistura uma pasta,
peneirou-a, colocou ao sol e esta fina camada
transformou-se numa folha de papel. A técnica
chegou à Península Ibérica pelos muçulmanos e
a primeira fábrica de papel surgiu em 1094, em
Espanha. A partir daí, a produção de papel come-
çou a difundir-se por toda a Europa. O processo
foi-se alterando ao longo do tempo, até que em
1850 foi desenvolvida uma máquina para moer
madeira e transformá-la em fibras. Poucos anos
depois é descoberto em Inglaterra um processo
de produção de pasta celulósica, através de tratamento com produtos químicos.
O pinheiro, o eucalipto e o choupo preto foram
algumas das primeiras espécies de árvores utilizadas na fabricação de papel. A pasta de ce-
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INFORMAÇÃO
lulose derivada do eucalipto foi produzida pela
primeira vez em escala industrial no início da
década de 60. O processo de transformação e
utilização da madeira das árvores fez com que o
papel se tornasse acessível a todos.
ORIGEM DOS JORNAIS E DO JORNALISMO
Não se sabe ao certo qual foi o primeiro jornal
do mundo, mas os historiadores atribuem ao
imperador romano Júlio César esta invenção.
A primeira publicação regular de que se
tem conhecimento foi a Acta Diurna, criado
durante o governo imperial de César. Nes-
ta altura, surgiram os primeiros profissionais de
jornalismo do mundo, os chamados Correspondentes Imperiais. Percorriam todas as regiões e
províncias romanas para acompanhar e escrever as notícias sobre política e guerra.
Foi durante a Idade Média que os jornais e o
jornalismo tiveram o seu maior avanço tecnológico. A prensa de papel inventada pelo alemão
Johannes Gutenberg fez com que o trabalho
que antes era realizado manualmente pudesse
ser feito por máquinas, tornando a publicação
de livros e de jornais muito mais rápida e acessível. A prensa de papel utilizava letras gravadas
em blocos de madeira ou chumbo que eram colocadas numa tábua para formar palavras e frases de texto. A Bíblia de Gutenberg foi o primeiro
livro a ser produzido e vendido com a tecnologia
da prensa mecânica de papel.
A atividade jornalística tornou-se mais profissionalizada e, com a chegada do telégrafo em
1844, a imprensa tornou-se muito mais eficaz,
na medida em que as notícias passaram a ser
publicadas com maior rapidez. O período entre
1890 e 1920 ficou conhecido como a Era de
Ouro dos Jornais.
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JORNAIS
MAIS ANTIGOS
DO MUNDO,
AINDA EM
CIRCULAÇÃO
1 - Post- och Inrikes Tidningar
(Suécia), 1645;
2 - Haarlems Dagblad (Holanda),
1956;
3 - La Gazzetta di Mantova (Itália),
1664;
4 - The London Gazette (Reino
Unido), 1665;
5 - Wiener Zeitung (Áustria), 1703;
6 - Hildesheimer Allgemeine Zeitung
(Alemanha), 1705;
7 - Worcester Journal (Reino Unido),
1709;
8 - The Newcastle Journal (Reino
Unido), 1711;
9 - The Stamford Mercury (Reino
Unido), 1712;
10 - The Northampton Mercury
(Reino Unido), 1720.
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O CASO PORTUGUÊS
O primeiro jornal oficial português iniciou a sua
publicação em 1715. Embora seja geralmente
conhecido como Gazeta de Lisboa, ao longo do
seu período de existência foi adquirindo diversos
títulos. Já no século XX, em 1976, o jornal passou para Diário da República, mantendo-se assim
até aos dias de hoje.
O grande impulso do desenvolvimento do jornalismo em Portugal dá-se no século XIX, com os
princípios da Revolução Liberal de 1820. Alguns
anos mais tarde nascem os grandes clássicos
do jornalismo escrito português, como o Diário
de Notícias (1964), O Primeiro de Janeiro (1969),
Jornal de Notícias (1888) e O Século (1881). Na
sequência do golpe militar, de 28 de maio de
1926, foi instituída a censura, que perdurou até
ao fim do regime ditatorial do Estado Novo. Nos
anos 80, procede-se à privatização dos órgãos
de comunicação estatizados logo após o 25 de
abril. Nesta altura, o jornalismo escrito caracterizava-se pelo sucesso de títulos com orientação
popular, como o Correio da Manhã e A Capital,
que se aproximavam das exigências do público,
dando mais espaço ao humor e ao desporto.
O surgimento da internet e a popularização dos
computadores trouxeram claros desafios para
os órgãos de comunicação e também para os
jornalistas portugueses, que tiveram de se adaptar a novas linguagens (o chamado ciberjornalismo).
O QUE TORNA O JORNAL IMPRESSO
TÃO ESPECIAL?
Apesar do apogeu da rádio, da televisão e mais
tarde da internet, os jornais e a atividade jornalística tradicional ocupam ainda um espaço importante no mundo. Cerca de 900 milhões de
pessoas leem jornais diariamente, principal-
INFORMAÇÃO
mente no Japão e na China, onde este hábito é
mais comum (7 entre os dez jornais mais lidos
do mundo são orientais). Estes dados são da
World Association of Newspapers (WAN), a associação que defende e promove a atividade de
jornalismo no mundo.
O Bareme Imprensa, estudo regular da Marktest
que analisa os hábitos de audiência de imprensa dos residentes no continente com 15 e mais
anos, quantifica em 7,138 milhões o número de
portugueses que leram ou folhearam jornais ou
revistas no período de setembro a novembro de
2015. O número representa 83,4% do universo
em análise. Os jornais continuam a ser mais
lidos do que as revistas, totalizando 6,737 mil
leitores. Neste sentido, os leitores de jornais representam 78,7%, ao passo que os leitores de
revistas representam 63,6%, num total de 5,448
mil leitores. Um outro estudo, levado a cabo pela
mesma entidade em julho de 2014, mostrou que
os títulos de informação geral são os mais lidos
pelos portugueses. Tendo em conta as variáveis
sociodemográficas verificou-se também que os
homens, indivíduos com idades compreendidas
entre os 25 aos 34 anos, os quadros médios e
superiores, os indivíduos das classes sociais
mais elevadas e os residentes nas regiões da
Grande Lisboa e Grande Porto apresentam
O BAREME IMPRENSA, ESTUDO
REGULAR DA MARKTEST QUE
ANALISA OS HÁBITOS DE AUDIÊNCIA
DE IMPRENSA DOS RESIDENTES NO
CONTINENTE COM 15 E MAIS ANOS,
QUANTIFICA EM 7,138 MILHÕES
O NÚMERO DE PORTUGUESES QUE
LERAM OU FOLHEARAM JORNAIS
OU REVISTAS NO PERÍODO DE
SETEMBRO A NOVEMBRO DE 2015.
O NÚMERO REPRESENTA 83,4%
DO UNIVERSO EM ANÁLISE.
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INFORMAÇÃO
maior afinidade com os títulos de informação
geral, que consomem acima da média. Estes dados permitiram ainda confirmar que os diários
de informação geral de circulação paga foram os suportes com mais audiência neste tipo de publicações, lidos por 27,1% dos
portugueses.
O estudo, levado a cabo pelo Bareme Imprensa,
permite-nos concluir que a grande maioria dos
portugueses ainda lê jornais. Apesar de todos os
avanços e alterações no mundo da informação
e dos meios de comunicação social, a imprensa escrita, em particular os jornais, continuam a
ser um meio privilegiado, a que os portugueses
recorrem para se informar sobre o país e o mundo. Muitas são as razões e os argumentos que
sustentam a importância dos jornais, bem como
as suas vantagens. O jornal impresso pode ser
lido por várias pessoas, enquanto a informação
digital é individualizada. Ao contrário da inter-
net, aquilo que é escrito no jornal transmite
a sensação de informação segura e fiável
para o leitor. Relativamente à publicidade, os
anunciantes que pretendem divulgar e dar a
conhecer o seu produto ou serviço sabem que
a sua marca ficará eternizada no papel e que,
provavelmente, será vista por diversas pessoas,
em lugares diferentes. Os avanços na tecnologia
de transmissão podem trazer ainda outras problemáticas relacionadas com o excesso de informação que, levado ao extremo, pode até provocar alguma angústia e confusão por parte do
leitor, aquilo a que se chama de desinformação.
Apesar das ameaças do boom tecnológico que
vivemos hoje com uma vasta gama de meios
alternativos à escolha, não existe, perante o
conjunto único de qualidades práticas e estéticas do papel, um meio que esteja à sua altura.
O jornal impresso nunca perderá o seu valor e o jornalismo continuará em constante
evolução.
A PRENSA DE PAPEL INVENTADA PELO
ALEMÃO JOHANNES GUTENBERG FEZ
COM QUE O TRABALHO QUE ANTES
ERA REALIZADO MANUALMENTE
PUDESSE SER FEITO POR MÁQUINAS,
TORNANDO A PUBLICAÇÃO DE LIVROS
E DE JORNAIS MUITO MAIS RÁPIDA
E ACESSÍVEL.
PAPEL
UM PRODUTO
SUSTENTÁVEL
Nos últimos anos, as preocupações ambientais tornaram-se prioritárias em grande parte do mundo
e têm ganho influência sobre as
decisões que tomamos todos os
dias. Habitualmente ouvimos dizer
que a indústria de papel é responsável por desmatamento em massa e tem um impacto negativo sobre o meio ambiente. No entanto,
isso não acontece. O papel não é
o inimigo do meio ambiente e não
tem custo para a terra, é uma das
poucas matérias-primas verdadeiramente renováveis e recicláveis
que temos. Deixamos-lhe alguns
dados da Two Sides, uma iniciátiva que estabelece os factos sobre
a sustentabilidade dos media impressos de forma clara e concisa:
• O papel é um produto natural e renovável; à medida que as árvores
crescem vão absorvendo CO2 da
atmosfera. Além disso, enquanto
produto com origem na madeira, o
papel também continua a armazenar carbono ao longo da sua existência;
• A produção responsável de madeira e pasta de papel ajuda a garantir a saúde e o crescimento das
florestas;
• A extração de madeira para utilização em papel a partir de florestas bem geridas e em crescimento
não significa desflorestação, mas
sim o oposto;
• O aumento anual da cobertura
florestal na Europa equivale a mais
de 1,5 milhões de campos de futebol;
• Uma floresta bem plantada e bem
gerida, utilizada e plantada absorve mais dióxido de carbono do que
uma floresta madura formada por
árvores mais velhas;
• Quando as pessoas utilizam mais
papel, os produtores têm de plantar mais árvores. Se queremos
maiores florestas produtivas, então teremos de usar mais papel e
não menos.
Fonte: www.twosides.info
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ENTREVISTA
UM (VERDADEIRO)
CASO DE SUCESSO
Assim se descreve o percurso deste projeto. Independente, pluralista e isento, o Odivelas Notícias é, atualmente, o único jornal
impresso distribuído gratuitamente neste concelho. Respeitado e apreciado pelos seus leitores, pretende divulgar os acontecimentos mais importantes desta região e aumentar a autoestima dos seus munícipes. Francisco Godinho, diretor e fundador
do jornal, não esconde a satisfação pelo sucesso e revela os seus objetivos para o futuro.
Casado e com dois filhos, descreve-se como um
homem de negócios e assume que a sua arte é a
de negociar. Francisco Godinho nasceu em Moçambique e veio para Portugal em 1977. Trabalhou em diversas áreas, mas confessa que aquilo que mais o fascina é o mundo da publicidade.
Há uns anos surgiu a vontade de criar um jornal
no concelho de Odivelas, onde reside, mas os diversos títulos que existiam na altura dedicados
a esta região acabaram por demovê-lo. Os jornais da altura não resistiram à guerra publicitá-
“TEMOS SIDO MUITO BEM RECEBIDOS.
JÁ ACONTECEU, INCLUSIVAMENTE,
ALGUMAS PESSOAS RECLAMAREM
PELO FACTO DO JORNAL NÃO TER
SIDO DISTRIBUÍDO EM DETERMINADO
ESTABELECIMENTO, NUMA
DETERMINADA SEMANA.”
ria e, por isso, durante dois ou três anos a cidade
deixou de ter jornal. Esta lacuna aumentou ainda
mais a vontade para realizar o seu desejo antigo.
“Falei com o meu amigo jornalista Henrique Ribeiro, que tem 40 anos de experiência em jornais
desta cidade, convidei-o a trabalhar comigo e ele
aceitou”, explica. Assim começou o jornal Odivelas Notícias há quase três anos.
PELO CONCELHO DE ODIVELAS
São cinco mil exemplares distribuídos nesta região, em cafés, centros de saúde, escolas, coletividades e outros estabelecimentos comerciais.
“Temos sido muito bem recebidos. Já aconteceu, inclusivamente, algumas pessoas reclamarem pelo facto do jornal não ter sido distribuído
em determinado estabelecimento, numa determinada semana”, refere.
Como define o seu jornal? “É pluralista, indepenFrancisco Godinho, Diretor do jornal
dente e isento. Existe uma grande preocu-
pação pela isenção e rigor. Pretendemos
contribuir para o desenvolvimento da comunidade local, tornando-a mais esclarecida. Tentamos sempre puxar pela autoestima
do munícipe de Odivelas. Não trabalhamos para
um público-alvo específico, pretendemos chegar
aos residentes do concelho. Tentamos trazer os
acontecimentos mais importantes, temos algumas colunas de opinião que já criaram o seu próprio público. As pessoas interessam-se de um
modo geral, tanto o aluno da Escola Secundária,
como o utente da Universidade Sénior”, garante.
A ALMA DO NEGÓCIO
Francisco admite que faz o que gosta, sendo a
área comercial aquilo que mais o fascina. “Para
mim tudo é um negócio e para pôr o jornal na
rua é preciso dinheiro. À parte disto, sinto um
grande orgulho cada vez que o jornal vai
para a rua, tendo a consciência que está
um trabalho bem feito. Se tivermos que dizer
mal dizemos, se tivermos que elogiar também o
ENTREVISTA
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Capa da edição nº 100 do Jornal Odivelas Notícias
14
fazemos. Damos sempre a oportunidade para a
pessoa se defender”, explica.
Este é um jornal local como existem muitos no
país, mas tem a particularidade de estar junto
à cidade de Lisboa. “A maioria das pessoas que
trabalham em Odivelas não residem no concelho, o que acaba por dificultar ao nível da implementação comercial. Já estamos no merca-
do há três anos e, tendo em conta a crise
que afeta os comerciantes, penso que podemos considerar que somos um caso de
sucesso.”
A equipa é composta pelo jornalista Henrique
Ribeiro, pelo paginador Cláudio Silva, por Luís
Rodrigues, que desempenha as funções de designer de publicidade e por Francisco Godinho,
diretor. O ambiente é familiar e todos partilham
o sentimento de satisfação quando vêm o seu
jornal ser distribuído na rua. Francisco Godinho
confessa o seu objetivo e qual seria o cenário
ideal para o futuro. “O jornal ainda não está completo. Temos muitas ideias que ainda não conseguimos pôr em prática. Só tenho pena de não
existirem mais anunciantes a quererem fazer
publicidade para o jornal poder ter 32 páginas,
porque existe informação para isso. O concelho
tem cerca de 160 mil habitantes e, por isso, necessitávamos de uma tiragem de 60 mil exem-
ENTREVISTA
plares para abranger todas as casas. No entanto,
o nosso objetivo era termos 10.000 exemplares.
Já seria muito bom! A distribuição é bem-feita e
vai melhorar, vamos fazer uma triagem da quantidade de jornais que devem ir para cada estabelecimento. O objetivo é que o jornal chegue ainda
a mais sítios.”
Administração, da Prepress, da Tesouraria, até
ao pessoal das máquinas e expedição, todos
são cinco estrelas connosco.”
semanal feito com a equipa que temos é um processo muito complicado. Qualquer problema ou
dúvida que tenhamos, eles estão sempre lá para
ajudar. O apoio tem sido incondicional, desde da
valorizar o que há de bom, porque um cidadão motivado vai construir uma comunidade mais forte e um país melhor. O gran-
O diretor realça ainda o apoio que têm tido
por parte da Gráfica Funchalense. “Um jornal
O PANORAMA NACIONAL
“Formar e informar”, assim descreve o papel dos
órgãos de informação. “Têm o dever de, para
além de divulgar a notícia, formar cidadãos e,
no nosso caso, bons munícipes. Procuramos
de problema de toda a imprensa escrita são os
“SE O JORNAL NÃO FOSSE FEITO EM
PAPEL NÃO TINHA O SUCESSO QUE
TEM TIDO. O SUCESSO DESTE JORNAL
DEVE-SE AO FACTO DE SER EM PAPEL,
SENÃO NÃO CHEGAVA ONDE CHEGA.
EU PESSOALMENTE GOSTO DE LER EM
PAPEL. É DIFERENTE!”
custos de produção e depois a sustentabilidade.
A qualidade por vezes não vende e as pessoas
fazem jornais para vender. Acabam por empolar determinada informação, tornando-a mais
direcionada para o sensacionalismo. A independência dos jornais perdeu-se quando passaram
a fazer parte de grandes grupos económicos”,
afirma. O que falta ao jornalismo em Portugal?
“Credibilidade. Antigamente tudo o que vinha no
jornal era verdade, hoje em dia as pessoas já não
encaram o jornalismo como algo incondicionalmente fidedigno. Penso que o nosso tem alguma credibilidade, mas nos grandes jornais, por
“UMA PESSOA, QUANDO LÊ UM JORNAL
IMPRESSO, ESTÁ CONCENTRADA
NAQUILO QUE ESTA A FAZER. QUANDO
LEMOS NA INTERNET TEMOS MAIS
APELOS, NÃO NOS FOCAMOS TANTO
NA NOTÍCIA E A INFORMAÇÃO NÃO É
ABSORVIDA DA MESMA FORMA.”
15
ENTREVISTA
ON
A equipa do jornal Odivelas Notícias
organizou durante dois anos consecutivos (no ano 2014 e 2015) a
Gala de entrega dos Troféus ON. Os
prémios distinguiram os vencedores entre os quatro nomeados, nas
11 categorias a concurso. A votação decorreu por email e, no ano
passado, chegaram a ultrapassar
os 100 mil votos.
Os vencedores da última edição foram:
Evento do Ano
I Festival da Marmelada Branca
de Odivelas, Doçaria Conventual e
Tradicional
2ª Edição da Gala de entrega dos Troféus ON
vezes, isso já não acontece. Alguns jornalistas
têm de vender a alma ao diabo, como se costuma dizer… Antigamente o jornalista não era
vendável e hoje é! Pela imprensa do concelho de
Odivelas já passaram mais de 50 jornalistas e,
neste momento, só estão a exercer uns quatro
ou cinco”, explica.
“A RÁDIO DIZ, A TELEVISÃO MOSTRA
E O JORNAL EXPLICA”
Na sua opinião, qual é a importância do papel?
“Se o jornal não fosse feito em papel não tinha
o sucesso que tem tido. O sucesso deste jornal
deve-se ao facto de ser em papel, senão não
chegava onde chega. Eu pessoalmente gosto de
ler em papel. É diferente! O nosso PDF do jornal,
que está disponível online, é literalmente igual
ao impresso, ou seja, foi concebido para ser em
papel. Um jornal online é completamente diferente, porque para além de ter sido estruturado
para suporte digital, a notícia não é escrita da
mesma forma. Uma pessoa quando lê um jornal impresso está concentrada naquilo que esta
a fazer. Quando lemos na internet temos mais
apelos, não nos focamos tanto na notícia e a
informação não é absorvida da mesma forma.
A maioria das pessoas que leem jornais online
fazem-no na hora do trabalho, onde poderá tocar o telefone ou algum colega interromper. A
atenção nunca é a mesma, por isso é que se escreve de forma diferente. A internet não apela
a concentração da mesma forma que o papel”, revela.
Apesar do Jornal Odivelas Notícias ser de distribuição gratuita, quisemos saber a opinião
de Francisco Godinho relativamente à influência das novas tecnologias na venda de jornais
“QUANDO SURGIU A RÁDIO DIZIASE QUE OS JORNAIS IAM MORRER,
DEPOIS A TELEVISÃO E ULTIMAMENTE
O SUPORTE DIGITAL. NA MINHA
OPINIÃO, O JORNAL NUNCA VAI
MORRER. EMBORA AS NOVAS
GERAÇÕES CRESÇAM COM O ONLINE,
HÁ SEMPRE O PAI OU O AVÔ QUE LÊ
E ESSES HÁBITOS INCUTEM-SE.”
impressos. “Esta discussão tem muitos anos,
quando surgiu a rádio dizia-se que os jornais
iam morrer, depois a televisão e ultimamente o
suporte digital. Na minha opinião, o jornal nunca
vai morrer. Embora as novas gerações cresçam
com o online, há sempre o pai ou o avô que lê e
esses hábitos incutem-se. Mas os jornais também se vão adaptando às novas tendências e
muitos dos grandes títulos nacionais impressos
já têm assinaturas online, de forma a assegurarem a sua sobrevivência, como é o caso do Jornal de Notícias, Público e Diário de Notícias. Como
se costuma dizer: a radio diz, a televisão mostra e o jornal explica. O jornal impresso vai ter
sempre um papel importante na informação e
divulgação, porque a rádio e a televisão não têm
tempo para explicar. Para além disso, o jornal
dá-nos a oportunidade de voltar a ler mais tarde,
duas, três ou quatro vezes até percebermos, efetivamente, a notícia. Daqui a 20 anos, não com
a mesma percentagem de hoje, mas acredito
que muitas pessoas não vão dispensar o papel”,
conclui o diretor do jornal.
Dirigente Associativo
Manuel António Varela (Comandante dos Bombeiros Voluntários
de Caneças)
Equipa Desportiva
Odivelas Basquet Clube
Revelação
Ivo Santos (Smile)
Empresário
Carlos Rodrigues (Aviário Tropical)
Restaurante
Hacienda D. Luísa
Empresa
Odifercol
Autarca de Freguesia
Nuno Gaudêncio (Odivelas)
Autarca do Município
Hugo Martins
Político do concelho
Susana Amador
Freguesia Melhor para viver
Odivelas
Aguardamos pela próxima edição!
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