Acuicultura Grupo 1

Transcrição

Acuicultura Grupo 1
XX Reunión ALPA, XXX Reunión APPA-Cusco-Perú
Grupo 1
Acuicultura
Arch. Latinoam. Prod. Anim. Vol. 15 (Supl. 1) 2007
•93
XX Reunión ALPA, XXX Reunión APPA-Cusco-Perú
Cultivos marinos. La experiencia gallega
The Galician experience in marine culture
María Celia Besteiro Rodríguez*
La acuicultura consiste en el conjunto de actividades
dirigidas al cultivo de especies acuáticas. La costa
gallega goza de unas condicións idóneas para esta
actividad gracias a la abundancia de fitoplancton
y la temperatura y salubridad de sus aguas. Desde
finales de los años 1970 esto permitió el desarrollo
de una industria acuícola propia, diversificada y en
crecimiento constante. Galicia ocupa hoy posiciones
de liderazgo en el sector de los cultivos marinos.
Ademais de unas excelentes condiciones naturales, la
comunidad gallega cuenta con tecnologías avanzadas,
una probada experiencia empresarial y reconocidos
centros de investigación y formación especializada. Aún así, la piscicultura se encuentra actualmente en
proceso de expansión; algunas empresas gallegas son
líderes en los mercados nacionales e internacionales.
La acuicultura se configura, cada día con más fuerza,
como una buena solución para paliar los problemas de
suministro de alimentos a una población en creciente
aumento. En Galicia el sector pesquero, en el que se
engloba la acuicultura, constituye uno de los primeros
protagonistas de la economía pues, además de su
facturación directa, estimula el funcionamiento de
otros muchos agentes económicos. Según los datos
publicados por el Instituto Galego de Estatística, en
los años 2003-2004 la contribución del conjunto
del sector pesquero (pesca extractiva, marisqueo y
acuicultura) al PIB gallego fue del 10’7%. En cuanto a
la generación de empleo, para el mismo período, el
subsector acuícola empleó a 4.614 trabajadores de un
total de 25.756 (casi un 18%). En el año 2005, el 81,9%
de la produción acuícola española correspondió a la
acuicultura gallega, siendo el mejillón y el rodaballo las
principales especies. En ese mismo año la acuicultura
gallega alcanzó una producción total superior a las
215.000 toneladas.
* PhD. Profesora titular
Universidade de Santiago de Compostela
(Galiza, España). E-mail: [email protected]
94
• Arch. Latinoam. Prod. Anim. Vol. 15 (Supl. 1) 2007
Las primeras actividades acuícolas en Galicia se
relacionan con la extinción de los bancos marisqueros
de ostra plana, así como con el cultivo de mejillón en
batea a partir de los años cuarenta. Estas son las dos
especies marinas de moluscos cultivadas con mayor
éxito: el mejillón supone la mayor contribución y
representa un 95-98% de la producción española,
situando a Galicia como la zona de mayor producción
en acuicultura de la Unión Europea. Este bivalvo se
cultiva en bateas, según un sistema de acuicultura
extensiva con un mínimo control por parte del
acuicultor, sin aporte de nutrientes ni intervención
en el proceso de reproducción.
El cultivo de peces en España se inicia en los años
sesenta, dominado por las especies continentales
(trucha arco iris, tenca, carpa y anguila). No obstante,
y en especial con relación a las especies marinas, las
técnicas de cultivo no se desarrollaron con eficacia
hasta los años noventa, permitiendo entonces
obtener supervivencias larvarias aceptables en el
cultivo de especies como la dorada, la lubina y el
rodaballo, dando lugar a una auténtica actividad
industrial productiva. El rodaballo es otro de los
produtos estrella de la acuicultura; su cultivo en
Galicia supone el 88,66% de la producción española.
Ademais, Galiza es la única Comunidad Autónoma en
España que cultiva especies como pulpo, besugo o
abadejo, estando también en expansión el cultivo de
ciertas especies de algas.
En las rías gallegas están fondeadas 3.538 bateas,
la mayoría dedicadas al cultivo de mejillón. Existen,
además, 1.179 parques de cultivo de moluscos,
fundamentalmente almejas (fina, babosa y japonesa),
22 granjas mariñas y 17 criaderos de peces planos
y moluscos. XX Reunión ALPA, XXX Reunión APPA-Cusco-Perú
Pesquisas com espécies marinhas de camarões e peixes
e com espécies de água doce na região costeira do
Rio Grande, RS, Brasil
Mario Roberto Chim Figueiredo*
Localização
A cidade do Rio Grande, fundada por colonizadores
portugueses em 1737, conta com cerca de 200
mil habitantes. Inserida em uma região geográfica
privilegiada (Figura 1), na qual se inclui a Lagoa dos
Patos e o estuário que a liga ao Oceano Atlântico
(Figura 2), abriga o único porto marítimo do Rio
Grande do Sul, um dos mais importantes do Brasil
na movimentação de contêineres e desembarque de
pescado.
A peculiaridade geográfica e ambiental, as
características do litoral e a proximidade da
convergência oceânica sub-tropical geraram interesse
especial pelo ambiente marinho, levando à criação
do Museu Oceanográfico Prof. Eliezer de Carvalho
Rios, em 1953 e à implantação do primeiro Curso de
Oceanologia do Brasil, em 26 de agosto de 1970.
que define como vocação institucional “o estudo e a
compreensão das inter-relações entre os organismos,
incluindo-se aí o homem, e o ecossistema costeiro”.
Como conseqüência, foram criados vários Programas
de Pós-Graduação voltados para a temática marinha.
Destacam-se os Programas de Pós-Graduação em
Oceanografia Biológica (Mestrado/Doutorado); P. G.
em Oceanografia Física, Química e Geológica (M/D);
P. G. em Engenharia e Ciências de Alimento (M/D); P.
G. em Educação Ambiental (M/D); P. G. em Engenharia
Oceânica (M); P. G em Biologia de Ambientes Aquáticos
Continentais (M) e P. G. em Aqüicultura (M/D). A
interação entre esses Programas, seja pela realização
de pesquisas multi- e interdisciplinares, seja pelo
oferecimento a todos os alunos de disciplinas das mais
diferentes áreas das Ciências Marinhas, faz com que
os estudantes de Pós-Graduação da FURG disponham
Vocação institucional da Fundação
Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Desde sua fundação em 1969, a FURG voltou-se
para o estudo do ecossistema costeiro, e em 1987 o
Conselho Universitário aprovou a Resolução nº 14/87,
Figura 1 Localização do município do Rio Grande.
FONTE: MILENIO DO MAR (2007)
*Prof. Dr. Coordenador do Programa PósGraduação em Aqüicultura-FURG
Figura 2. Região costeira sul.
FONTE: PELD, FURG (2007)
Arch. Latinoam. Prod. Anim. Vol. 15 (Supl. 1) 2007
•95
XX Reunión ALPA, XXX Reunión APPA-Cusco-Perú
da estrutura de um grande centro de Pesquisas em
Ciências Marinhas que, certamente, muito contribui
para a sua formação.
Programa de Pós-Graduação
em Aqüicultura
Sensível à vocação institucional da FURG e conscientes
de suas potencialidades, um grupo de professores,
pesquisadores da área de Aqüicultura, decidiu
organizar um Programa de Pós-Graduação específico.
O Mestrado em Aqüicultura foi aprovado pela CAPES
em 2001 e já formou 39 Mestres. Novos professores
foram recentemente incorporados ao Corpo Docente
aumentando as áreas de atuação, também expandida
e qualificada graças à interação da FURG com outros
centros de pesquisa da região Sul (Universidade
de Passo Fundo, Universidade Federal de Pelotas
e Universidade do Estado do Rio Grande do Sul e
Universidade Federal de Santa Catarina). Tem havido
aumento significativo da infra-estrutura laboratorial e
de computação do PPGAq, em função de projetos de
grande porte idealizados por pesquisadores da área.
Em função da capacidade estrutural e de formação de
recursos humanos altamente especializados, a CAPES
aprovou recentemente (27 de julho) a implantação do
Doutorado do PPGAq, cujas atividades iniciaram em
setembro de 2007.
Aqüicultura, uma alternativa
para a região, proposta pela FURG
O excesso de pescarias sobre os principais estoques
pesqueiros da região tem feito declinar, nos últimos
anos, a produção pesqueira industrial e artesanal,
de 119.300 ton em 1971, para 43.300 ton em 2001
(Projeto Milênio do Mar 2007), com grande impacto na
economia local e do estado. A aqüicultura surge, então,
como uma alternativa para reativar o grande parque
industrial de beneficiamento de pescado estabelecido
na região bem como, auxiliar na melhoria da qualidade
de vida das comunidades de pescadores artesanais,
que mais sofrem com a diminuição da pesca.
Os estudos sobre o cultivo de peixes e camarões
na FURG iniciaram em 1972. Entretanto, o grande
impulso nesta área ocorreu em 1989, com a
construção da Estação Marinha de Aquacultura (EMA)
na praia do Cassino e a incorporação do Laboratório
de Aqüicultura Continental (LAC) na enseada
estuarina do Saco do Justino, em 1995. A Criação do
Programa de Pós-Graduação em Aqüicultura (PPGAq)
da FURG gerou grande desenvolvimento nas áreas
de produção, nutrição, melhoramento genético,
patologia, qualidade da água de cultivo e avaliação
ambiental e pesqueira para a implantação de novos
sistemas de aqüicultura. Estas atividades de pesquisa
auxiliaram na implantação de 04 (quatro) fazendas
de carcinicultura na região, totalizando 28 hectares
96
• Arch. Latinoam. Prod. Anim. Vol. 15 (Supl. 1) 2007
de viveiros para produção do camarão-branco
Litopenaeus vannamei. Para os próximos 05 (cinco)
anos está previsto uma ampliação da área de cultivo
para 120 (cento e vinte) hectares.
Mais importante, entretanto, é o fato de que os
estudos desenvolvidos em nosso PPGAq levaram ao
desenvolvimento de uma tecnologia de cultivo mais
barata do camarão nativo Farfantepenaeus paulensis.
Mais de 200 pescadores artesanais que não dispõem
de muitos recursos para investimento, já foram
treinados em cursos de extensão promovidos por
professores e alunos do PPGAq, para o cultivo do
camarão-rosa F. paulensis em estruturas de baixo
custo, como cercados e gaiolas flutuantes.
A mesma filosofia de trabalho está direcionando
às pesquisas na área da produção de peixes e rãs,
onde se procura desenvolver pacotes tecnológicos
de baixo custo, que permitam a produção massiva
destes produtos pesqueiros por agricultores de
pequenas propriedades. Neste sentido, destacase o desenvolvimento da aqüicultura do linguado
Paralichthys orbignyanus, de algumas espécies de
carpa como a Carpa Comum Cyprinus carpio L.,, a
Carpa Capim Ctenopharyngodon idella Val., a Carpa
Prateada Hypophthalmicthys molitrix Val. e a Carpa
Cabeça Grande Hypophthalmicthys (Aristichthys)
nobilis Richard. (Proença & Bittencourt 1994). Para
introdução do policultivo de carpas, 29 viveiros
de aproximadamente 1.000 m2 foram construídos
em pequenas propriedades, uma cooperativa foi
criada pelos produtores previamente capacitados e
trabalhos de pesquisa estão sendo realizados com
o objetivo de desenvolver um pacote tecnológico
baseado na atividade ambientalmente sustentável,
economicamente viável e socialmente justa, realizada
por pequenos produtores rurais e pescadores
artesanais da região, de forma solidária e cooperada.
Instalações para pesquisa em Aqüicultura
Em seus 2.800 m2 de área construída, a Estação
Marinha de Aquacultura (EMA), localizada na Praia
do Cassino, Município de Rio Grande-RS, conta com
a estrutura para o desenvolvimento de estudos
relacionados ao cultivo de peixes e crustáceos
marinhos. Já o Laboratório de Aquacultura Continental
(LAC), localizado na região do estuário da Lagoa dos
Patos, possui viveiros de terra (9.770 m2) para o
cultivo de organismos estuarinos, marinhos, ou de
água doce e ainda um ranário experimental. Além
desses, os laboratórios de Morfologia Funcional,
Ecologia do Fitoplâncton e de Microorganismos
Marinhos, Bioquímica Marinha, Ictioparasitologia,
Zoofisiologia Comparada, Laboratório de Tecnologia
de Alimentos e Crustáceos, também participam
diretamente do Programa.
XX Reunión ALPA, XXX Reunión APPA-Cusco-Perú
Produtividade do PPGAq
Estão sendo realizados por pesquisadores vinculados
ao Programa de Pós-Graduação em Aqüicultura
(PPGAq), nada menos do que 30 projetos de pesquisa,
financiados por diferentes órgãos de fomento,
tais como CNPq (diversos programas e editais),
FINEP, SEAP/PR (vários projetos), FAPERGS (diversos
projetos), UniSol – Banco Real ABN AMRO (8°, 9° e 10°
prêmios), ANP (PETROBRAS), CENPES (PETROBRAS),
SCT-RS e BID. Estes projetos asseguraram nos últimos
anos a captação de R$ 2.221.833,62 (dois milhões e
duzentos e vinte e um mil e oitocentos e trinta e três
reais com sessenta e dois centavos).
Todos os laboratórios, mesmo os mais afastados dos
Campi da FURG estão ligados à Internet, facilitando
o acesso à literatura disponível em tempo real. Os
estudantes de graduação e de pós-graduação têm
acesso a computadores em todos os laboratórios e
em salas especiais a eles destinadas. Participam das
pesquisas e são autor principal ou co-autores de
diversas obras publicadas em revistas nacionais e
internacionais.
No ano de 2006 os professores do PPGAq publicaram
em média 3,2 trabalhos completos em periódicos
QUALIS A, nacionais e internacionais.
Linhas de pesquisa
As linhas de pesquisa do PPGAq são:
1) Avaliação ambiental e de recursos pesqueiros para
aplicação na aquicultura;
2) Biologia de organismos aquáticos cultiváveis
3) Produção de organismos aquáticos.
Nessas linhas de pesquisa se enquadram 66 (sessenta
e seis) projetos que estudam os mais diversos temas
relativos ao cultivo de organismos aquáticos na região
costeira sul.
Principais espécies estudadas
A principal espécie estudada com potencial para cultivo
na região é o camarão Farfantepenaeus paulensis
Pérez-Farfante, 1967 (Crustácea: Peneidae), que pode
ser cultivado em tanques-rede, gaiolas ou viveiros. Sua
criação pode ser feita por pescadores artesanais, em
cercados construídos em áreas rasas e protegidas do
estuário da Lagoa dos Patos. A capacidade de suporte
do estuário para este tipo de exploração é assunto de
Dissertações e Teses do PPGAq e de outros programas
da FURG.
com a alimentação baseada em um sistema
heterotrófico de produção, onde o oxigênio é mantido saturado e a produção é estimulada pela adição de fertilizantes e de
energéticos.
Estudos avançados têm sido realizados para viabilizar
o cultivo do linguado Paralichthys orbignyanus
(Teleostei: Paralichthyidae), cuja reprodução e
larvicultura já são dominadas. Está sendo avaliada a
possibilidade do seu cultivo em viveiros, paralelamente
a diversos outros estudos básicos para o conhecimento
de sua biologia, ecologia, nutrição e alimentação.
O peixe-rei Odontesthes argentinensis e Odontesthes
bonariensis (Pisces: Atherinidae), a tainha Mugil
platanus Günther, 1880 (Pisces: Mugilidae), entre
outras espécies estuarinas e costeiras, têm sido
estudados objetivando conhecer a biologia de cada
espécie e sua possibilidade de criação comercial.
A aqüicultura almejada para a região é sustentável,
com o mínimo de efluentes, exercida em regime de
economia familiar, de maneira solidária e cooperada.
Neste sentido é estimulada a criação de cooperativas
e associações de produtores de organismos aquáticos
e cursos são oferecidos para sua capacitação tanto
para o trato dos organismos cultivados quanto para
a gestão desses empreendimentos solidários. Neste
sentido está sendo realizada uma “experiência
coletiva de produção de peixes”, na qual pequenos
produtores rurais e pescadores artesanais reunidos
em uma cooperativa (COOPISCO) estão criando carpas
em sistema de policultivo.
Pesquisas sobre o impacto ambiental dos cultivos,
sobre o aproveitamento de substratos como fonte de
alimentação de espécies cultivadas, o melhoramento
genético de organismos cultivados, a produção de
alimentos vivos alternativos para as fases iniciais
dos organismos cultivados, as principais doenças e
parasitos de espécies cultivadas, entre outros, têm sido
temas de dissertações de Mestrado em Aqüicultura e
de doutorado em outros programas afins da FURG. Referências
Referências podem ser obtidas com o autor no
endereço [email protected].
A criação em viveiros, contudo, tem dado
melhores resultados com o camarão branco Litopenaeus vannamei. Este camarão também é criado em sistema super-intensivo
Arch. Latinoam. Prod. Anim. Vol. 15 (Supl. 1) 2007
•97

Documentos relacionados