Fotógrafa traz o dia-a-dia do universo cigano ao Museu da Casa

Transcrição

Fotógrafa traz o dia-a-dia do universo cigano ao Museu da Casa
Informações à imprensa
Março de 2012
Fotógrafa traz o dia-a-dia do universo cigano ao
Museu da Casa Brasileira
A exposição apresenta, por meio de fotos e vídeos, registros da fotógrafa, Luciana
Sampaio, em acampamentos de ciganos
Abertura: 9 de abril, segunda-feira, das 19h30 às 22h
Visitação: 10 de abril a 3 de junho de 2012
“Casas do Brasil – Barraca Cigana” apresenta o trabalho da fotógrafa e
pesquisadora Luciana Sampaio, que registrou o dia-a-dia de acampamentos dos
ciganos Calon na periferia e interior de São Paulo, por meio de fotos e vídeos.
Como parte da mostra, haverá uma barraca no jardim do museu, montada pelo
chefe cigano Darci Soares, sua mulher Diholaila Marinho Soares, sobrinho Fabinho
Soares e filha Marimar Soares, do grupo de Jaboticabal. A barraca permitirá aos
visitantes vivenciar o espaço doméstico e a experiência cotidiana da moradia
cigana. Com abertura no dia 9 de abril, segunda-feira, às 19h30, permanece até 3
de junho.
Casas do Brasil é um projeto criado pelo MCB, instituição da Secretaria do Estado
da Cultura, em 2006, com o objetivo de fazer um inventário visual das casas
brasileiras, celebrando a pluralidade das formas de morar país afora. Ao longo de
suas edições, o projeto se dedica a documentar os vários modos de habitar,
englobando suas dimensões antropológicas e sociológicas, e observando as
diferentes escalas entre território, casa e objeto.
Em outubro de 1997, no Largo 13 de Maio, bairro de Santo Amaro em São Paulo,
Luciana viu pela primeira vez um grupo de ciganas lendo a sorte na rua. “Sempre
ouvi falar que eram bruxas malvadas, mas, a partir daquele momento, as cores dos
seus vestidos passaram a ser um dos elementos que mais me atraíam, e que me
levaram a conviver por quase 15 anos com famílias de ciganos Calon, espalhados
pelo Estado de São Paulo”, relata.
Desde então, a fotógrafa documenta o modo de vida desconhecido destes
brasileiros, sempre se questionando sobre como conseguiram manter, por tantos
séculos, língua, vestimentas, organização familiar, habitação, meios de
sobrevivência e tantos outros valores praticamente intactos. Em 2007, passou da
documentação fotográfica para a produção de vídeos em que, além das atividades
cotidianas, registrou também entrevistas. O trabalho resultou em um extenso
arquivo documental que será, em parte, exibido na mostra.
Os ciganos retratados na exposição são da etnia Calon, falam o dialeto Chibi, e
atualmente vivem em cidades do estado de São Paulo em acampamentos
espalhados por seis cidades: Jaboticabal, Pitangueiras, Guariba, Ribeirão Preto, Rio
Preto e São Paulo.
Em continuidade às discussões propostas pela mostra, no dia 3 de maio, às 19h30,
será lançado um catálogo com material exclusivo sobre a exposição. Na ocasião, a
fotógrafa e pesquisadora Luciana Sampaio, estará presente e irá interagir com o
público, aprofundando as questões apresentadas no seu trabalho. Os textos são da
antropóloga Florencia Ferrari, doutora em antropologia Social pela USP, com tese
sobre ciganos Calon no Estado de São Paulo defendida em 2010. Publicou Palavra
Cigana – seis contos nômades pela Cosac Naify em 2005.
Para saber mais
Texto: Florencia Ferrari, antropóloga.
Cultura material
Colagem é a técnica artística que melhor define a estética cigana. Se não podemos falar de
uma produção de objetos – como tachos e cestos são para ciganos Rom – ou de uma
iconografia própria dos Calon, certamente podemos tratar os tecidos, colchas, cortinas por
eles costurados ou encomendados para as barracas como parte de uma criação estética
própria. Mas há “algo” além da exuberância desses tecidos que faz dessas barracas
imediatamente identificáveis como ciganas e especificamente próprias destes Calon
“mineiros”. Cada elemento ou cor, por separado, não constitui um “estilo”, é apenas como
resultado de um princípio aditivo de materiais, cores e texturas heterogêneas que se tem o
impacto da bricolagem que configura o “estilo” calon.
Uma unidade familiar define-se pelo modo como arruma e cuida de sua barraca. Vemos aqui
como a organização do interior da barraca pode ganhar um aspecto quase sagrado, expressando,
em seu apuro e asseio, os valores mais importantes da pessoa cigana.
Cotidiano
A vida de um acampamento é dedicada ao convívio familiar. Não há nada mais importante
para os Calon que estar com seus parentes. Os espaços do pouso (como eles chamam os
terrenos em que acampam) são extremamente codificados. Numa barraca só entram parentes
próximos, os demais só vão se forem convidados. “Vem comer na minha barraca!” é uma frase
repetida incansavelmente para um visitante, e este deve aceitar e comer fartamente, sendo a
recusa considerada ofensiva. Mulheres juntam-se durante o dia nas tarefas femininas: buscar
água, lenha, lavar e pendurar roupas no varal. Homens dedicam-se a pequenos afazeres,
cuidam de cavalos e discutem negócios. Seu sustento vem sobretudo do rolo com mercadorias
e da leitura da sorte na “rua”, fora do acampamento.
As crianças têm acesso irrestrito a todas as barracas e espaços do acampamento. Muitas já
foram à escola, mas abandonaram-na. Brincam muito e também ajudam seus pais no dia a dia
da barraca, cozinhando e cuidando de irmãos mais novos. Passarinhos e cachorros são
adorados, e fazem parte da paisagem do acampamento. Performances dramáticas têm lugar a
todo momento acerca de assuntos os mais corriqueiros, tornando o cotidiano calon pleno de
afeto.
SERVIÇO
Casas do Brasil – Barraca Cigana
Abertura: 9 de abril, às 19h30 – entrada gratuita
Visitação: 10 de abril a 3 de junho
Patrocínio: Ornare
Apoio cultural: BOOMSPDESIGN
Apoio: Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria
da Cultura, Programa de Ação Cultural 2011
Local: Museu da Casa Brasileira
Horário: de terça a domingo das 10h às 18h
Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano
Tel. 3032-3727
Ingresso: R$ 4,00 – Estudantes R$ 2,00
Domingos e feriados – gratuito
Acesso a portadores de deficiência física.
Visitas orientadas: 3032-2564 - [email protected]
Site: www.mcb.org.br
Estacionamento: de terça a sábado até 30 minutos, grátis; até 2 horas, R$ 12,00,
demais horas, R$ 2,00. Domingo e feriados, preço único de R$ 15,00. Eventos
Noturnos, preço único de R$20 reais.
Bicicletário com 20 vagas
Informações para a imprensa | Museu da Casa Brasileira
Solange Viana - Coordenadora de Comunicação | [email protected]
Mercedes Guilloux – Assist. de Comunicação |[email protected]
Izabelle Prado - Assistente de Comunicação | [email protected]
Informações para a imprensa - Secretaria de Estado da Cultura:
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Ellen Oliveira – (11) 2627-8243 [email protected]

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