notícia completa - Herdade da Comporta

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notícia completa - Herdade da Comporta
ID: 34330634
03-03-2011
Hipismo na
Comporta rende
seis milhões
Tiragem: 20102
Pág: 42
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,48 x 31,02 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 2
1
Atlantic Tour A competição custa um milhão de euros e
integra, até 20 de Março, alguns dos melhores do Mundo.
Eduardo Melo
[email protected]
Édouard de Rothschild, empresário de 53 anos descendente de
família milionária francesa, chega à Comporta à quinta-feira à
tarde – após viagem em jacto privado até Tires – e treina os seus
cavalos até domingo, dia reservado ao concurso de saltos com
prémios monetários de 23 mil
euros e a contar para o ranking
mundial. A rotina cumpre-se de
22 de Fevereiro a 20 de Março na
5ª edição do Atlantic Tour.
“É um cavaleiro amador que
monta entre quinta e domingo e,
nos restantes dias, ausenta-se
para trabalhar. Como não tem lugar na equipa nacional de França,
Édouard de Rothschild naturalizou-se recentemente israelita
para participar na selecção do
país. Em França, é mais difícil integrar a selecção”, conta António
Moura, de 53 anos, mentor do
Atlantic Tour, prova equestre que
este ano apresenta na Comporta,
até 20 de Março, cerca de 500 cavalos e 200 cavaleiros de 20 países, incluindo Portugal.
A costa alentejana e a Comporta em particular oferecem
condições únicas nesta época do
ano para o arranque da temporada de ‘outdoor’ do hipismo mundial. “Os cavaleiros contaram-me
que em Bruxelas estava a nevar,
com temperaturas de zero graus.
Aqui, o clima e a infra-estrutura
que oferecemos são únicas no
Mundo”, testemunha Moura.
A sua empresa, a Alubox, investiu há quatro anos quase
meio milhão de euros numa pista de saltos de obstáculos que
satisfaz todas as condições dos
cavaleiros – um terreno rectangular com 126 metros de comprimento e 96 de largura – para
a prática da modalidade. “A empresa alemã que construiu esta
pista reproduziu-a nos Jogos
Mundiais do ano passado no
Kentucky, EUA”, diz.
“O local é muito bonito, óptimo para o hipismo. Tem tudo de
que precisamos”, admite Martina Hingis, ex-líder mundial de
ténis, mas agora dedicada ao hipismo “apenas como hobby”.
António Moura
é o mentor da prova
que, desde o dia
22 de Fevereiro,
tem em acção
500 cavalos e 200
cavaleiros, oriundos
de 20 países.
Os prémios atingem
366 mil euros.
Édouard de
Rothschild,
herdeiro da
famosa família
francesa, chega à
quinta-feira de
jacto, treina os
cavalos até
domingo e
regressa a casa.
Ex-líder do ranking
mundial feminino
de ténis, a suíça
Martina Hingis
compete pela
primeira vez na
Comporta. “É um
lugar muito bonito,
óptimo para o
hipismo”, opina.
Sendo a figura mais mediática do
evento, Hingis cumpre o segundo ano consecutivo no tour europeu da modalidade.
366 mil euros em prémios
Para cativar Hingis e outros nomes de proa a vir a Portugal,
como o líder mundial da disciplina e campeão europeu de saltos de obstáculos, o francês Kevin Staut, ou o campeão japonês, Taizo Sugitani - trouxe 31
cavalos para a Comporta -, a organização investe um milhão de
euros, dos quais 366 mil destinam-se a prémios das várias
provas de saltos que vão realizar-se no litoral alentejano –
uma por cada domingo das quatro semanas dedicadas ao hipismo. Na última semana cada dia
será palco de competições, com
prémios diários de 23 mil euros.
“A Alubox arrenda, anualmente, este terreno à Herdade da
Comporta com benefícios para
todos, em particular à região costeira”, conta António Moura. Daí
os apoios monetários do Turismo
Alentejo Litoral, Turismo de Portugal e o patrocínio do BES para
um retorno estimado este ano em
seis milhões de euros, “valor
idêntico ao do ano transacto”.
3
Negócio de milhões
Do Reino Unido
até Marrocos
As provas na Comporta têm
representantes de origens tão
diferentes como Reino Unido,
Rússia, Marrocos, França, Ucrânia,
Irlanda, Holanda, Suíça, Bélgica,
além de alguns dos melhores
portugueses: António Vozone,
Francisco Rocha, Luís Sabino
Gonçalves e João Chuva. Quanto a
nomes internacionais, além do
francês Staut e do japonês
Sugitani, destaque ainda para a
gaulesa Penelope Leprevost
(ganhou em 2009), o compatriota
Olivier Guillon (vencedor no ano
passado) e os irmãos irlandeses
Trevor e Shane Breen.
Mas não só de competição se fala
na Comporta. Também negócios
de milhões podem aqui ser concretizados. O francês Kevin Staut
trouxe 12 cavalos para testar e
mostrar a potenciais investidores,
presentes na Comporta só para
comprar cavalos. “No ano passado esteve aqui um cavalo que terá
sido vendido por seis milhões de
euros”, assegura António Moura.
“O valor médio oscila entre 25 mil
e 300 mil euros, podendo, em casos esporádicos, atingir um milhão de euros”, salienta o ex-cavaleiro. Para o transporte destas
preciosidades de quatro patas, os
donos proporcionam condições
dignas do seu valor comercial:
grandes camiões, transformados
em verdadeiras casas ambulantes,
avaliados em 300 mil euros, estacionam ao lado das tendas gigantes onde irão “morar” estes cavalos até 20 de Março. ■
NÚMEROS A RETER DO ATLANTIC TOUR
1
2
Um milhão de euros
de investimento
10 mil metros
quadrados em tendas
A combinação de patrocínios angariados por António Moura, designadamente Turismo Alentejo Litoral, Turismo de Portugal e BES,
perfaz o total de um milhão de euros. Um pouco mais de um terço
(366 mil euros) desta verba é entregue em prémios para as provas
equestres dos quatro domingos
do Atlantic Tour e das provas diárias da última semana do evento.
O recinto do Atlantic Tour tem de
ser todo improvisado a cada ano
que passa. Para acolher os cerca
de 500 cavalos presentes, a
organização montou três tendas
gigantes, totalizando uma área de
10 mil metros quadrados. Estes
animais chegaram à Comporta
em camiões de grandes
dimensões que podem acolher
seis cavalos cada.
ID: 34330634
03-03-2011
Tiragem: 20102
Pág: 43
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 16,00 x 31,70 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 2 de 2
Paula Nunes
Paula Nunes
2
Paula Nunes
Paula Nunes
3
1 A principal pista de
obstáculos da
Comporta tem
dimensões invulgares:
126 metros por 96.
Sob a areia está um
tapete de borracha
para evitar lesões nos
tendões dos cavalos.
2 Interior de uma das
tendas gigantes que
servem de “casa” aos
cavalos. Cada
cavaleiro traz o seu
tratador pessoal. 3
Uma imagem do
restaurante
panorâmico do
Atlantic Tour. 4 Kevin
Staut, líder do ranking
mundial, trouxe 12
cavalos à Comporta.
4
4
5
1.600 euros
por cada boxe
1.500 euros nas
rendas de casas
50 pessoas estão
na organização
Uma boxe para um cavalo mais
velho (10 ou mais anos) custa
1.600 euros mensais e, para um
cavalo mais novo, o preço desce
até 1.100 euros. António Moura
explica a distinção com os
prémios, também diferentes,
atribuídos a provas em que um e
outro podem competir. Cada
animal pode comer 6/8 kg de
ração diária e sete quilos de feno.
Muitos dos cavaleiros que se
encontram na Comporta preferem
casas de férias em que podem ficar
durante cerca de um mês. Este ano,
as rendas mensais baixaram para
metade, isto é, em torno de 1.500
euros. António Moura alude a esta
questão, referindo que os preços
atingiram “valores exorbitantes” no
ano anterior e que “era tempo de
pôr um travão nisto”.
António Moura e a Alubox
dispõem de 50 pessoas dedicadas
à organização de provas diárias
de treino ou de competição,
cumprimento de tarefas de
limpeza do recinto. Aqui estão
incluídas a zona das boxes onde
se encontram os 500 cavalos em
prova, bem como a segurança
deste espaço correspondente à
área de vários campos de futebol.