efetividade da adição da corrente interferencial ao método
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efetividade da adição da corrente interferencial ao método
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM FISIOTERAPIA KATHERINNE FERRO MOURA EFETIVIDADE DA ADIÇÃO DA CORRENTE INTERFERENCIAL AO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO SÃO PAULO 2015 KATHERINNE FERRO MOURA EFETIVIDADE DA ADIÇÃO DA CORRENTE INTERFERENCIAL AO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Cristina Maria Nunes Cabral e co-orientação do Prof. Dr. Richard Eloin Liebano, como requisito para obtenção do título de mestre. SÃO PAULO 2015 KATHERINNE FERRO MOURA EFETIVIDADE DA ADIÇÃO DA CORRENTE INTERFERENCIAL AO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Cristina Maria Nunes Cabral e co-orientação do Prof. Dr. Richard Eloin Liebano, como requisito para obtenção do título de mestre. Área de concentração: Avaliação, Intervenção e Prevenção em Fisioterapia Data da Defesa: 20/02/2015 Resultado:_________________________________________ BANCA EXAMINADORA Profa. Dra. Cristina Maria Nunes Cabral ________________________________ Universidade Cidade de São Paulo Prof. Dr. Alexandre Dias Lopes _____________________________ Universidade Cidade de São Paulo Prof. Dr. Diego Galace _____________________________ Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID M929e Moura, Katherinne Ferro. Efetividade da adição da corrente interferencial ao método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica: estudo controlado aleatorizado / Katherinne Ferro Moura -- São Paulo, 2014. 97 p.; Anexos Bibliografia Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo. Orientadora Profa. Dra. Cristina Maria Nunes Cabral. 1. Dor lombar. 2. Terapia. 3. Pilates. I. Cabral, Cristina Maria Nunes, orientª. II. Título. CDD 617.564 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, senhor de tudo, por me dar coragem e forças para sair de casa e enfrentar um “mundo” novo em busca do conhecimento e aprimoramento profissional, e me presentear com a realização de todos os desejos e planos que eu fiz até hoje. Á minha família, que me permitiu estar aqui e realizar esse sonho, além de me dar todo apoio e amor incondicional, muito obrigada. A saudade e a falta que vocês fazem é o combustível que me estimula a dar sempre o melhor de mim, vocês são a minha base. Ao meu noivo, Yuri Franco, por estar junto comigo nessa empreitada, sem você esse trabalho seria impossível de ser realizado. Você é meu melhor amigo, parceiro e colega de trabalho, não tenho como expressar em palavras o quanto sou feliz por ter você em minha vida e o quanto te amo. Obrigada por tudo. Aos colaboradores desse trabalho, Naiane Teixeira, Gisele Miyamoto e Matheus Oliveira, obrigada pelo comprometimento e toda ajuda, vocês foram fundamentais e se tornaram grandes amigos no decorrer desses dois anos. Vocês tornaram os dias de trabalho mais divertidos e fáceis. Ao meu Co-orientador, Richard Eloin Liebano, que sempre me auxiliou com todo o seu enorme conhecimento em correntes elétricas e sempre se mostrou disponível para tirar minhas dúvidas, compartilhar hipóteses sobre nosso resultados e fazer correções em um curto período de tempo. Muito obrigada por tudo! À minha querida Orientadora, Cristina Maria Nunes Cabral, obrigada por me aceitar como orientanda sem me conhecer previamente, por confiar em mim e me dá condições para conduzir um trabalho tão grande, por me acolher tão bem e se mostrar uma orientadora que realmente orienta e ensina. Você é o tipo de orientador que um dia eu quero ser, maravilhosa pesquisadora e ao mesmo tempo sem nenhuma arrogância e prepotência. Você é um exemplo pra mim e sou muito grata por ter sido sua aluna. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo financiamento do estudo, e ao CNPq/PROSUP pelo financiamento das minhas mensalidades no programa de mestrado. Aos professores Dr. Diego Galace e Dr. Alexandre Dias Lopes pelas contribuições na fase de qualificação dessa dissertação. À Universidade Cidade de São Paulo pela estrutura fornecida para a realização do estudo. Aos funcionários da clínica de Fisioterapia da UNICID, que nos ajudaram com o agendamento e manejo dos pacientes. E por fim, mas não menos importante, aos pacientes que participaram voluntariamente desse estudo e contribuíram para sua realização, obrigada por confiarem sua saúde em nossas mãos. “Eu aprendi... ...que ignorar os fatos não os altera; ...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu; ...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorrem quando você está escalando-a; ...que a maneira mais fácil para eu crescer como pessoa é me cercar de gente mais inteligente do que eu; ...que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa? ...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer; ...que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular; ...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda.” H. Jackson Brown Jr SUMÁRIO Prefácio ............................................................................................................................. i Resumo ............................................................................................................................ ii Abstract...........................................................................................................................iv Capítulo 1 - Introdução ................................................................................................ 11 Introdução ....................................................................................................................... 12 Referências Bibliográficas...............................................................................................19 Capítulo 2 - Efetividade da adição da corrente interferencial ao método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica: Ensaio controlado aleatorizado ................................................................................................................. 266 1. Resumo ....................................................................................................................... 28 2. Introdução ................................................................................................................... 29 3. Métodos ...................................................................................................................... 30 3.1. Desenho do estudo. .................................................................................................. 30 3.2. Local e Participantes ................................................................................................ 31 3.3. Aleatorização e Alocação secreta ............................................................................ 31 3.4. Intervenções ............................................................................................................. 32 3.5. Avaliação dos desfechos clínicos ............................................................................ 34 3.6. Análise Estatística ................................................... Erro! Indicador não definido.5 4. Resultados................................................................................................................... 36 5. Discussão .................................................................................................................... 42 6. Conclusão ................................................................................................................... 47 7. Referências bibliográficas .......................................................................................... 48 Capítulo 3 - Considerações Finais ............................................................................... 56 Considerações Finais ...................................................................................................... 19 Referências Bibliográficas .............................................................................................. 59 Anexos ............................................................................................................................ 60 Anexo 1 – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa................................................. 61 Anexo 2 – Apostila de exercícios ................................................................................... 62 Anexo 3 – Normas de publicação da Physical Therapy Journal ................................... 84 i PREFÁCIO O objetivo desta dissertação de mestrado foi investigar a efetividade da adição da corrente interferencial ao método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica. Esta dissertação é composta por três capítulos e cada um tem sua própria lista de referências. Esta dissertação também faz parte de um projeto de pesquisa maior, que avalia outros desfechos além dos que serão aqui apresentados. O capítulo 1 é uma introdução que fornece uma revisão da literatura sobre a dor lombar, o método Pilates e a corrente interferencial. O capítulo 2 corresponde ao artigo intitulado Efetividade da adição da corrente interferencial ao método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica: estudo controlado aleatorizado que se apresenta no formato da revista Physical Therapy Journal, ao qual será submetido, exceto pelas figuras e tabelas, que se encontram no meio do texto e não separadas. Por fim, o capítulo 3 é a uma visão geral dos principais resultados do estudo, suas implicações clínicas e direcionamentos para pesquisas futuras. Todos os anexos encontram-se ao final da dissertação, assim como uma cópia das “instruções para autores” da revista Physical Therapy Journal. ii RESUMO A dor lombar crônica não específica é uma dor musculoesquelética com duração maior que 12 semanas. As diretrizes de prática clínica indicam a terapia com exercícios supervisionados como o tratamento de primeira linha para a dor lombar crônica, porém, sem uma recomendação específica sobre o melhor tipo de exercício. Uma das modalidades de exercício que pode ser usada é o método Pilates, que se mostra eficaz para redução da dor e incapacidade nesses pacientes em curto prazo. Outro recurso amplamente difundido na Fisioterapia são as correntes analgésicas, como a corrente interferencial, que leva a um alívio da dor, embora esse efeito não se mantenha ao longo do tempo, assim como o efeito dos exercícios de Pilates. Até o momento, não existem estudos na literatura que mostrem se a associação dessas duas técnicas pode ser mais eficaz a curto e médio prazo do que a realização das técnicas isoladamente. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade da adição da corrente interferencial aos exercícios do método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica. Para isso, neste estudo controlado aleatorizado, 148 pacientes foram avaliados por um avaliador cego no baseline, seis semanas e seis meses após a aleatorização em relação aos seguintes desfechos: intensidade da dor, incapacidade e cinesiofobia. Em seguida, os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo Eletropilates Ativo, que foram submetidos à aplicação da corrente interferencial ativa adicionada aos exercícios de Pilates, e Grupo Eletropilates Placebo, que foram submetidos à aplicação da corrente interferencial placebo adicionada aos exercícios de Pilates, sendo todos os pacientes tratados por seis semanas, com frequência de três sessões por semana. Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em nenhum dos desfechos avaliados após seis semanas e seis meses. iii Porém, ambos os grupos apresentaram melhora estatisticamente significante após seis semanas e seis meses, em todos os desfechos. As limitações do estudo se referem à impossibilidade de cegamento de todos os terapeutas e pacientes, devido a natureza da intervenção, e a falta de um grupo de intervenção apenas com exercício para estimar o tamanho do efeito placebo. Por fim, conclui-se que a corrente interferencial ativa associada a exercícios do método Pilates não é superior a corrente placebo associada ao Pilates para melhora da dor, incapacidade funcional e cinesiofobia, a curto e médio prazo, em pacientes com dor lombar crônica não específica. iv ABSTRACT Chronic non-specific low back pain is a musculoskeletal pain lasting longer than 12 weeks. The clinical practice guidelines indicate the supervised exercise therapy as first-line treatment for chronic low back pain, but without a specific recommendation about better type of exercise. One of exercise modalities that can be used is the Pilates method, which proves to be effective for reducing pain and disability in these patients in the short term. Another widespread application in standard analgesic therapy are as interferential current, which leads to pain relief, although this effect was not maintained over time as well as the effect of Pilates exercises. To date, no studies in the literature show that the association of these two techniques can be more effective in the short and medium term than performing the techniques alone. The objective of this study was to evaluate the effectiveness of the addition of the interferential current to the Pilates method of exercise in the treatment of patients with chronic non-specific low back pain. For this, in this randomized controlled trial, 148 patients were evaluated by a blinded evaluator at baseline, six weeks and six months after randomization on the following outcomes: pain intensity, disability and kinesiophobia. Then, participants were randomly divided into Eletropilates Active group, which were submitted to the active interferential current added to Pilates exercises, and Eletropilates Placebo group, which were submitted to the interferential current placebo added to Pilates exercises, all of which patients treated for six weeks, with a frequency of three sessions per week. The results showed no statistically significant difference between the groups in any of the outcomes assessed after six weeks and six months. However, both groups showed statistically significant improvement after six weeks and six months in all outcomes. Limitations of this study refer to the impossibility of blinding of all therapists v and patients, due to the nature of the intervention, and the lack of an intervention group only with exercise to estimate the size of the placebo effect. Finally, it is concluded that the active interferential current associated with Pilates exercises is not greater than placebo current associated with Pilates for pain relief, functional disability and kinesiophobia in the short and medium term, in patients with chronic non-specific low back pain. 11 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 12 INTRODUÇÃO A dor lombar caracteriza-se como uma dor ou desconforto localizado na região entre a margem das últimas costelas e as pregas glúteas inferiores, podendo ou não ser associada a sintomas referidos para os membros inferiores1. Pode ser classificada de acordo com sua etiologia, em afecções espinhais específicas (neoplasias e infecções, entre outros), dor radicular por compressão de raiz nervosa, ou dor lombar não específica, caracterizada por dor mecânica de origem musculoesquelética, que pode estar relacionada com tensão ou disfunção mecânica, mas também pode se desenvolver espontaneamente, não sendo atribuível a nenhuma doença específica1, 2. Também pode ser dividida de acordo com a duração dos sintomas em aguda (duração de até seis semanas), subaguda (duração de seis a 12 semanas) ou crônica (duração superior a 12 semanas)1. No entanto, o uso exclusivo dessa classificação temporal deve ser cuidadoso devido à natureza recorrente da dor lombar, já que estudos mostram que pacientes que tiveram dor lombar aguda têm de 20% a 65% novos episódios de dor em até três anos após o primeiro episódio3-6. Ainda não há consenso quanto à prevalência da dor lombar crônica não específica. No entanto, sabe-se que a prevalência global da dor lombar, independente do período avaliado, é estimada em 31%, a prevalência pontual média é de 18,3%, e a prevalência em um ano é de 38%, sendo maior em mulheres entre 40 e 80 anos7. Além disso, a dor lombar é uma das quatro doenças mais comuns em todas as regiões do mundo e é a principal causa de anos vividos com incapacidade em países desenvolvidos8. Embora sua prevalência seja alta, o prognóstico da dor lombar crônica não específica pode ser considerado moderadamente favorável, uma vez que aproximadamente 35% dos pacientes se recuperam em nove meses, e esse valor chega a 41% ao final de 12 meses9. Um dado importante é que quanto menor for o período de 13 duração do episódio da dor lombar crônica, maior será a melhora do paciente considerando dor e incapacidade10. Fatores psicossociais como medo, angústia/depressão, baixas expectativas de recuperação e um estilo de enfrentamento passivo parecem desempenhar um papel prognóstico maior que fatores físicos para desenvolvimento de uma dor persistente3, 11-14. Esses dados são importantes, visto que a dor lombar é uma doença de grande impacto econômico, pois estima-se que sejam gastos cerca de 84,1 a 624,8 bilhões de dólares com esta condição nos Estados Unidos, entre custos diretos e indiretos15. Por esse motivo, deve-se priorizar tratamentos que visem diminuir o índice de recorrência, assim como a cronificação da dor3. Em relação ao tratamento da dor lombar crônica não específica, há recomendações para o uso de mobilizações no alívio da dor, baseadas em fortes evidências3. Há também a recomendação de que não se deve usar estratégias de educação do paciente que aumentem, direta ou indiretamente, o medo associado à dor lombar, como o aconselhamento de repouso e explicações anatomopatológicas para causa específica da dor lombar de forma aprofundada. A educação deve, no entanto, enfatizar explicações sobre a percepção da dor, o prognóstico favorável da dor lombar, estratégias ativas de enfrentamento da dor, a importância da diminuição do medo e catastrofização e da rápida retomada das atividades normais, baseada em evidência moderada3. Além disso, existem fortes evidências mostrando que a terapia com exercícios é mais eficaz na redução da dor e incapacidade do que os tratamentos passivos, controle ou placebo (como compressas quentes, repouso, lista de espera de grupo controle, estimulação elétrica nervosa transcutânea e ultrassom placebo ou terapia por ondas curtas) a curto prazo, e mais eficaz que tratamento medicamentoso a médio prazo (de três a seis meses)1. Por isso, a terapia com exercícios supervisionados é considerada o melhor tratamento para essa disfunção1. Quanto ao tipo de exercício, 14 ainda não existe uma recomendação sobre o melhor tipo a ser realizado, com recomendação para exercícios aeróbicos, de controle motor, força e resistência da musculatura do tronco, exercícios de preferência direcional que promovem centralização dos sintomas, entre outros1, 3. Entre os inúmeros tipos de exercícios que estão disponíveis para compor o arsenal do fisioterapeuta, existem os exercícios do método Pilates, que foram criados por Joseph Pilates em meados da década de 192016. Inicialmente chamado de Contrologia, teve como base a ginástica, artes marciais, yoga e noções de dança. Segundo seu criador, a Contrologia é a completa coordenação de corpo, mente e espírito, restaura aptidão física, desenvolve o corpo uniformemente, corrige posturas erradas, restaura a vitalidade física, revigora a mente e eleva o espírito16. Após a morte de Joseph Pilates, foram acrescentados mais exercícios ao método e houve uma mudança sutil na sua forma de realização, estruturando-os em níveis de progressão, onde alguns exercícios são mais facilmente realizados que outros. Os exercícios do método Pilates são fundamentados em seis princípios: Concentração, Controle, Centralização, Movimento fluido, Precisão e Respiração16-18. A centralização corresponde à contração isométrica do powerhouse, que é composto pela musculatura abdominal anterior (transverso abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e reto abdominal), abdominal posterior (multífidos, eretores da coluna e quadrado lombar), extensores do quadril (glúteo máximo, isquiotibiais e porção posterior do adutor magno), flexores do quadril (iliopsoas, reto femoral, sartório, tensor da fáscia lata e os músculos adutores mais anteriores) e a musculatura do assoalho pélvico (elevador do ânus, coccígeo e perineais transversais superficiais e profundos)17. Atualmente existem duas escolas básicas do método Pilates, são elas: Método Tradicional (Clássico), que segue os exercícios originais estabelecidos por Joseph 15 Pilates, utilizando sequências de exercícios e número de repetições pré-estabelecidos, com pouca modificação para cada composição física ou problemas do praticante. Utiliza a retificação da coluna vertebral, os movimentos são realizados de forma rápida e com mudança constante de direção, desde o início da prática16. Já o Método Modificado (Moderno) usa os princípios do método com uma introdução mais gradual ao movimento, respeita as curvaturas normais da coluna vertebral, tem ênfase na compreensão do corpo e melhora da consciência corporal, associado à respiração, objetivando trabalhar os músculos corretos e eliminar a tensão nas áreas com sobrecarga. É adaptado às necessidades específicas de cada praticante e pode ser realizado com segurança por praticantes lesionados16. Dessa forma, o método Pilates modificado é frequentemente indicado para pacientes com dor lombar, exatamente pelo seu enfoque na ativação dos músculos estabilizadores do tronco e da região lombar18, 19, os quais podem estar com sua ativação atrasada ou reduzida18, 20-22. Há várias revisões sistemáticas que avaliam a eficácia do método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica, porém não há um consenso entre elas. Por esse motivo, uma revisão publicada recentemente23 forneceu uma atualização sobre a eficácia do método Pilates em pacientes com dor lombar crônica, já que vários ensaios clínicos relevantes foram publicados após as revisões anteriores19, 24-29. Essa revisão23 concluiu que o método Pilates é superior, estatisticamente, a cuidados habituais (como manter-se ativo, cartilha de cuidados posturais) e atividades físicas na melhora da dor e incapacidade em curto prazo, e essa melhora também é clinicamente significante. Porém, mostra melhora equivalente a outras formas de exercícios, especialmente se o exercício for de estabilização lombar, e massagem terapêutica, embora esses resultados ainda sejam conflitantes. 16 Outro recurso amplamente difundido na Fisioterapia para a redução da dor são as correntes elétricas analgésicas. Uma corrente que pode ser utilizada para essa finalidade é a corrente interferencial, que tem como característica ser uma corrente elétrica alternada de média frequência, com amplitude modulada em baixa frequência, produzida pela interferência de duas correntes de média frequência ligeiramente fora de fase30. Para explicar como a corrente interferencial influencia a modulação da dor, existem algumas teorias propostas pela literatura, porém, sem nenhum consenso entre elas31, 32. Um dos mecanismos pelo qual a corrente interferencial pode reduzir a dor é através da liberação de opióides endógenos33-37. Acredita-se que a descarga de beta endorfina na medula espinhal, em resposta à estimulação elétrica, origina-se de ativação de circuitos locais no corno dorsal da medula ou através das vias descendentes inibitórias33-37. No entanto, a teoria mais aceita ainda é a teoria das comportas da dor38, que propõe que a estimulação das fibras aferentes de grande diâmetro (Aβ) promove a ativação de circuitos locais inibitórios do corno dorsal da medula espinal e, consequentemente, previne que os impulsos de dor transportados por fibras de pequeno diâmetro (C e Aδ) alcancem os centros superiores33, 39. Atualmente, os estimuladores clínicos de corrente interferencial permitem o ajuste de diversos parâmetros de estimulação, como a frequência da corrente portadora, que é caracterizada como a frequência tomada como base para o tratamento, e é escolhida de acordo com o objetivo que se quer alcançar com o paciente. No caso da analgesia, a mais utilizada é de 4 KHz. A frequência de modulação da amplitude (amplitude-modulated frequency - AMF) é a modulação de baixa frequência que é utilizada na aplicação da corrente e está ligada ao efeito que se deseja obter, dependendo do quadro clínico do paciente40. O delta de frequência (ΔF) ou frequência de varredura (sweep) é a variação de frequência acrescida a AMF para minimizar o 17 efeito de habituação sensorial31, o slope ou sweep mode e tempo de aplicação também são modificados de acordo com o quadro do paciente38. Além desses parâmetros, podese ajustar também a técnica de aplicação dos eletrodos, em tetrapolar ou bipolar40. Estudos mostram que correntes elétricas analgésicas, sejam elas de baixa ou média frequência, atuam diminuindo a dor de pacientes com dor lombar crônica em curto prazo41-44. Uma revisão sistemática publicada em 201045 concluiu que o uso da corrente interferencial associado à massagem, tração e terapia horizontal (corrente de média frequência com acréscimos de 100 Hz na sua frequência portadora, podendo variar de 4.000 Hz a 12.000 Hz) é mais eficaz do que o uso de terapia horizontal placebo para pacientes com doenças crônicas, incluindo a dor lombar45. Ao se comparar o uso da corrente interferencial com a TENS, ambas se mostram eficientes imediatamente após a aplicação da técnica, assim como no acompanhamento após o tratamento em modelos de dor induzida experimentalmente em participantes saudáveis e em pacientes com dor lombar crônica não específica46-48. Mas sugere-se que os efeitos analgésicos da corrente interferencial sejam mais duradouros46. No entanto, esses estudos que avaliam a eficácia da corrente interferencial em dor lombar crônica, não comparam o seu efeito diretamente com o placebo da própria corrente, e ainda existem dúvidas se seu efeito é realmente superior ao placebo. Um estudo relata que a terapia com corrente interferencial placebo é melhor na modulação da dor isquêmica experimental quando comparada a um grupo controle49, o que mostra que o placebo também pode ter um efeito importante na redução da dor. O efeito placebo é definido como alterações psicológicas e fisiológicas benéficas associadas a aplicação de uma substância inerte, procedimento simulado ou tratamento conhecido por não ter efeito terapêutico para a condição específica a ser tratada50, 51. O efeito placebo sofre influências diretas do contexto no qual o paciente está inserido, em 18 que palavras ditas pelo terapeuta, a relação terapeuta–paciente, aparência do terapeuta e da clínica, assim como as crenças e expectativas do paciente, desempenham um papel relevante no tratamento, resultando em efeitos benéficos para a saúde do paciente52. Por isso existe a importância de identificar se o efeito das correntes analgésicas, e em particular da corrente interferencial, é superior a esse efeito placebo, principalmente associada a outras terapias que já se mostram eficazes para reduzir o quadro de dor lombar. No entanto, aparentemente, não há nenhum estudo na literatura que compare o efeito da corrente interferencial associada com uma terapia de exercícios supervisionados comparado ao placebo. O método Pilates, como todo exercício, tem um grau de dificuldade para sua execução, principalmente em pacientes com dor lombar, que podem ter maior dificuldade para a realização dos exercícios devido à dor e ao medo de uma nova crise dolorosa53. Sendo assim, a utilização prévia da corrente interferencial pode facilitar a realização dos exercícios e colaborar com uma melhora superior do quadro clínico em pacientes com dor lombar crônica. Esse dado é de extrema importância, visto que correntes analgésicas são usadas amplamente na Fisioterapia, porém ainda não há consenso sobre seu efeito em pacientes com dores crônicas, por falta de estudos de alta qualidade metodológica e com as doses adequadas de aplicação. Além disso, o efeito da corrente interferencial associada a uma terapia por exercícios não foi investigado em nenhum estudo publicado até o momento, no qual o método Pilates está inserido. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar a efetividade da adição da corrente interferencial aos exercícios do método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica em curto e médio prazo. 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, Hildebrandt J, Klaber-Moffett J, Kovacs F, et al. Chapter 4. European guidelines for the management of chronic nonspecific low back pain. Eur Spine J. 2006 Mar;15 Suppl 2:S192-300. 2. Waddell G. The Back Pain Revolution. 2 ed: Churchill Livingstone; 2004. 480 p. 3. Delitto A, George SZ, Van Dillen LR, Whitman JM, Sowa G, Shekelle P, et al. Low back pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2012 Apr;42(4):A1-57. 4. Andersson GB. Epidemiological features of chronic low-back pain. Lancet. 1999 Aug 14;354(9178):581-5. 5. 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J Orthop Sports Phys Ther. 2010 Nov;40(11):694-704. 26 CAPÍTULO 2 - EFETIVIDADE DA ADIÇÃO DA CORRENTE INTERFERENCIAL AO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ENSAIO CONTROLADO ALEATORIZADO 27 Efetividade da adição da corrente interferencial ao método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica: ensaio controlado aleatorizado Effectiveness of the addition of the interferential current over the Pilates method in the treatment of patients with chronic nonspecific low back pain: a randomized controlled trial Katherinne Ferro Moura1, Yuri Rafael dos Santos Franco1, Richard Eloin Liebano1, Naiane Teixeira Bastos de Oliveira1, Gisela Cristiane Miyamoto1, Matheus Oliveira Santos2, Cristina Maria Nunes Cabral1* 1. Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia, Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo SP, Brasil 2. Departamento de Fisioterapia, Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo SP, Brasil Esse estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP – 2013/17303-6) *Contato do autor correspondente: Cristina Maria Nunes Cabral - Rua Cesário Galeno, 475, Tatuapé, São [email protected] Paulo, SP, Brasil, CEP: 03071-000. E-mail: 28 Resumo Introdução: A dor lombar crônica é uma das quatro doenças mais comuns no mundo, o que a torna uma doença de grande impacto socioeconômico. Os exercícios do método Pilates se mostram eficazes, para redução da dor e incapacidade nesses pacientes, assim como a analgesia pela corrente interferencial em curto prazo. Objetivo: Avaliar a efetividade da adição da corrente interferencial aos exercícios do método Pilates no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica. Desenho: Ensaio controlado aleatorizado de dois braços com avaliador cego. Local: Clínica de Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, Brasil. Participantes: 148 pacientes com dor lombar crônica não específica, com idade entre 18 a 80 anos. Intervenções: Exercícios do método Pilates associados a corrente interferencial ativa ou placebo, três vezes por semana durante seis semanas. Avaliações: Os desfechos primários foram intensidade da dor e incapacidade após seis semanas da aleatorização. Os desfechos secundários foram intensidade da dor e incapacidade seis meses após aleatorização e cinesiofobia seis semanas e seis meses após a aleatorização. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em nenhum dos desfechos avaliados. Porém, ambos os grupos apresentaram melhora estatisticamente significante após seis semanas e seis meses, em todos os desfechos. Limitações: O não cegamento de todos os terapeutas e pacientes, que foi impossível devido à natureza da intervenção, e a falta de um grupo apenas com exercício para estimar o tamanho do efeito placebo. Conclusão: Os resultados demonstram que a corrente interferencial ativa associada a exercícios de Pilates não é superior ao placebo para melhora da dor, incapacidade funcional e cinesiofobia em pacientes com dor lombar crônica não específica. 29 INTRODUÇÃO A dor lombar crônica não específica é caracterizada como uma dor mecânica de origem musculoesquelética, sem causa claramente definida, com duração superior a 12 semanas1, 2. Além da alta prevalência global, estimada em 31%3, a dor lombar é uma das quatro doenças mais comuns em todas as regiões do mundo e é a principal causa de anos vividos com incapacidade em países desenvolvidos4. Isso a torna uma doença de grande impacto socioeconômico5, o que faz necessária a pesquisa por métodos mais eficazes de tratamento, já que os efeitos alcançados pela maioria dos tratamentos ainda é pequeno. Mesmo assim, o prognóstico dessa afecção pode ser considerado moderadamente favorável, visto que 41% dos pacientes estarão recuperados ao final de 12 meses6. As diretrizes de prática clínica indicam a terapia com exercícios supervisionados como o melhor tratamento para a dor lombar crônica, porém, não há recomendação sobre o melhor tipo de exercício1, 7. Entre os exercícios disponíveis para compor o arsenal do fisioterapeuta, encontram-se os exercícios do método Pilates. Existem várias revisões sistemáticas referentes ao uso do método Pilates no tratamento da dor lombar, com resultados contraditórios em relação à eficácia da técnica8-14. No entanto, uma revisão publicada recentemente15 concluiu que o método Pilates é estatisticamente superior a cuidados habituais e atividades físicas na melhora da dor e incapacidade em curto prazo, com a melhora da dor sendo também clinicamente significante. Porém, o método Pilates mostra melhora equivalente a outras formas de exercícios e massagem terapêutica, embora esses resultados ainda sejam conflitantes. Outro recurso amplamente utilizado na prática clínica como coadjuvante no tratamento da dor lombar são as correntes analgésicas, e entre elas, a corrente interferencial16-21. A corrente interferencial é caracterizada por ser uma corrente elétrica 30 alternada de média frequência, com amplitude modulada em baixa frequência22. Atualmente, existe uma carência de estudos que investiguem os mecanismos de ação analgésica da corrente interferencial, porém a teoria mais frequentemente citada para explicar a modulação da dor através da corrente interferencial é a teoria das comportas da dor23. Essa teoria propõe que a estimulação das fibras aferentes de grande diâmetro (Aβ) promove a ativação de circuitos locais inibitórios do corno dorsal da medula espinal e, consequentemente, previne que os impulsos de dor transportados por fibras de pequeno diâmetro (C e Aδ) alcancem os centros superiores24. Estudos mostram que correntes elétricas analgésicas, sejam elas de baixa ou média frequência, podem reduzir a dor de pacientes com dor lombar crônica a curto prazo18, 25-27 . Porém, ainda não existem na literatura estudos que comprovem a eficácia da associação entre a corrente interferencial e uma terapia de exercícios supervisionados, como os do método Pilates, com o intuito de alcançar resultados melhores e mais duradouros. Assim, o objetivo primário deste ensaio controlado aleatorizado foi avaliar se a adição da corrente interferencial aos exercícios do método Pilates altera dor e incapacidade em pacientes com dor lombar crônica não específica a curto prazo. Os objetivos secundários foram avaliar se esse tratamento melhora cinesiofobia a curto e médio prazo, e dor e incapacidade a médio prazo, nesses pacientes. MÉTODOS Desenho do estudo Estudo controlado aleatorizado de dois braços com avaliador cego, realizado no Brasil, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo (CAAE 18034113.7.0000.0064) (Anexo 1), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP – 2013/17303-6) e prospectivamente 31 registrado no ClinicalTrials (NCT01919268). O protocolo deste estudo foi previamente publicado28. Local e Participantes O tratamento foi realizado na clínica escola de Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, Brasil, no período compreendido entre outubro de 2013 e junho de 2014. Foram selecionados pacientes sedentários de ambos os gêneros, que apresentavam dor lombar crônica não específica, com no mínimo três meses de duração dos sintomas, que possuíam idade entre 18 e 80 anos e intensidade da dor igual ou maior que 3 avaliada pela Escala Numérica de Dor (0-10 pontos)29. Foram excluídos pacientes que apresentavam alguma contraindicação ao exercício físico, avaliado pelo Physical Activity Readiness Questionnaire (PAR-Q)30, gravidez, doenças graves da coluna vertebral (como fraturas, tumores e doenças inflamatórias), dor lombar por compressão de raiz nervosa, infecção e/ou lesões de pele no local de aplicação da corrente, câncer, marca-passo cardíaco, alterações de sensibilidade ou alergia na região de posicionamento dos eletrodos, que tivessem se submetido previamente a cirurgias da coluna, realizado tratamento fisioterápico para dor lombar crônica nos últimos seis meses e que estivessem regularmente envolvidos com o método Pilates. Aleatorização e Alocação secreta A aleatorização foi realizada por um pesquisador que não estava envolvido no recrutamento e tratamento dos pacientes, utilizando a geração de números aleatórios pelo software Microsoft Excel for Windows. A alocação foi secreta e selada em envelopes opacos com sequências consecutivamente numeradas. Após a avaliação, os 32 pacientes elegíveis foram encaminhados aos fisioterapeutas responsáveis pela eletroterapia, que realizaram a distribuição aleatória nos dois grupos de tratamento. Intervenções Os grupos de tratamento consistiam em: grupo Eletropilates Ativo, que realizou a aplicação da corrente interferencial ativa, associada a um programa de exercícios do método Pilates modificado; e grupo Eletropilates Placebo, que realizou a aplicação da corrente interferencial placebo, também associada a um programa de exercícios do método Pilates modificado. O tratamento foi realizado três vezes por semana, durante seis semanas, totalizando 18 sessões. Nas duas primeiras semanas, os pacientes foram submetidos apenas à aplicação da corrente interferencial ativa ou placebo durante 30 minutos, com o objetivo de promover uma redução prévia da dor que poderia facilitar a execução dos exercícios. Nas quatro semanas seguintes, após a realização da eletroterapia, os pacientes também recebiam uma sessão de exercícios do método Pilates, com duração adicional de 40 minutos. Para eletroanalgesia foi empregado o equipamento gerador de correntes alternadas de média frequência (Neurovector) da Indústria Brasileira de Equipamentos Médicos (IBRAMED®, São Paulo SP, Brasil). Nos dois grupos, foi utilizado o modo de aplicação bipolar, com dois canais na região da dor31, com os seguintes parâmetros: frequência da corrente portadora de 4 kHz; frequência de modulação da amplitude (amplitude-modulated frequency - AMF) = 100 Hz; Delta F = 50 Hz; slope de 1:1, durante 30 minutos16. O tratamento com eletroterapia foi conduzido por um pesquisador diferente do que realizou o tratamento com o método Pilates. No grupo Eletropilates Ativo, o fisioterapeuta responsável pelo tratamento aumentou a amplitude da corrente até que o paciente relatasse sentir um formigamento forte, porém confortável. A cada 33 cinco minutos, o fisioterapeuta questionava o paciente se a sensação de “formigamento forte, porém confortável” era mantida. No caso de diminuição da sensação da corrente, sua amplitude foi aumentada até que o paciente alcançasse a sensação anterior32. Já no grupo Eletropilates Placebo, o aparelho foi ligado e todos os parâmetros foram ajustados como no grupo Eletropilates Ativo, porém a amplitude da corrente não foi aumentada (o que fazia com que a corrente não passasse na área tratada), e após os 30 minutos previamente programados, o aparelho emitia o mesmo sinal sonoro que a corrente ativa, indicando o término da aplicação da corrente. O fisioterapeuta responsável pela eletroterapia também perguntou como o paciente se sentia a cada cinco minutos, porém sem aumentar a amplitude da corrente. Após as duas primeiras semanas, os pacientes dos dois grupos foram submetidos a um programa de exercícios específicos do método Pilates modificado, que foram executados utilizando o solo e os aparelhos Cadillac, Reformer, Ladder Barrel e Step Chair (Metalife, São José SC, Brasil). Na primeira sessão do método Pilates, os pacientes receberam orientações quanto aos princípios do método e foram treinados para contração isométrica dos músculos que compõem o powerhouse, como o transverso do abdome, multífidos e assoalho pélvico, associado à expiração. Essa contração foi solicitada durante a realização de todos os exercícios com a finalidade de estabilizar a coluna lombar33, 34. Os exercícios foram executados em três níveis de dificuldade: básico, intermediário e avançado (Anexo 2). Esse nível de dificuldade foi definido individualmente e a evolução do paciente entre os níveis dependeu da sua facilidade em executar 10 repetições dos exercícios sem compensações posturais35, 36. Os exercícios foram realizados respeitando a individualidade de cada paciente. A intervenção pelo método Pilates foi oferecida por dois fisioterapeutas com quatro anos de experiência no 34 método, que foram cegos em relação ao tipo de eletroterapia que o paciente recebeu antes dos exercícios, se ativa ou placebo. Avaliação dos desfechos clínicos Os pacientes foram avaliados por um avaliador cego, com treinamento prévio e experiência na área, para confirmação dos critérios de elegibilidade, obtenção de dados demográficos e antropométricos e outras informações, como uso de medicamentos para a dor ou realização de outros tratamentos para dor lombar. Durante o período do estudo, os pacientes puderam usar os medicamentos habitualmente utilizados, pois esse dado foi monitorado na reavaliação de seis semanas e de seis meses. As avaliações dos desfechos primários, intensidade da dor e incapacidade após seis semanas da aleatorização, e dos desfechos secundários, intensidade da dor e incapacidade após seis meses e cinesiofobia após seis semanas e seis meses da aleatorização, foram realizadas em três momentos: baseline, follow-up de seis semanas e follow-up de seis meses após a aleatorização, sendo que nas duas últimas avaliações os pacientes foram orientados a não fornecer informações sobre o tratamento para o avaliador. A intensidade da dor também foi avaliada antes e após a aplicação da corrente interferencial e após a realização dos exercícios do método Pilates, a cada sessão, pelos terapeutas responsáveis pelos exercícios do método Pilates, com o objetivo de investigar a ação analgésica imediata da corrente e dos exercícios. A intensidade da dor foi avaliada pela Escala Numérica da Dor, uma escala numérica de 11 pontos (0 a 10), onde 0 corresponde a “nenhuma dor” e 10 equivale a “pior dor possível”. Na avaliação e reavaliações, o paciente classificou a sua média de dor nos últimos sete dias37. Na avaliação antes e após cada sessão, o paciente foi questionado sobre a dor naquele momento. A incapacidade foi avaliada pelo 35 Questionário Roland Morris de Incapacidade, que mede a capacidade funcional geral do paciente no que se refere às limitações físicas ocasionadas pelas dores sobre sua coluna lombar nas últimas 24 horas. É um questionário composto por 24 questões de respostas “sim” ou “não”, em que cada resposta afirmativa corresponde a um ponto. A pontuação final é determinada pela soma dos valores obtidos em cada questão. Valores próximos de zero correspondem aos melhores resultados (menor limitação) e os valores próximos de 24 são os piores resultados (maior limitação). Valores superiores a 14 pontos são considerados como um comprometimento severo da coluna37-39. Por fim, a cinesiofobia foi mensurada pela Escala Tampa de Cinesiofobia, que é um questionário autoaplicável, composto por 17 questões que abordam a dor e a intensidade dos sintomas. A pontuação varia de 1 a 4 pontos, onde 1 equivale a resposta “discordo totalmente”, 2 a “discordo parcialmente”, 3 a “concordo parcialmente” e 4 a “concordo totalmente”. Para a pontuação final é necessário inverter os escores das questões 4, 8, 12 e 16. O escore total varia entre 17 e 68 pontos; quanto maior a pontuação, maior o grau de cinesiofobia40, 41. Todas as escalas foram devidamente traduzidas, adaptadas transculturalmente para o português-brasileiro, e tiveram suas propriedades de medida testadas em pacientes com dor lombar crônica no Brasil37, 38, 40-42 , as quais são aceitáveis e equivalentes à versão original em inglês. Análise Estatística O estudo foi delineado para detectar uma diferença clinicamente importante entre os grupos de 1 ponto na intensidade da dor na Escala Numérica de Dor (estimativa para desvio padrão = 1,84 pontos)37 e de 4 pontos na incapacidade avaliada pelo Questionário Roland Morris de Incapacidade (estimativa de desvio padrão = 4,9 36 pontos)37, 39. Foram consideradas as especificações de α = 0,05, poder estatístico de 80% e perda de follow-up de 15%43. Esse cálculo amostral resultou em uma amostra total de 148 participantes. Foi realizada a dupla digitação dos dados e o estatístico recebeu os dados codificados, sendo cego para alocação dos participantes nos grupos. Os efeitos médios das intervenções e as diferenças entre grupos para os desfechos foram calculados utilizando modelos lineares mistos. Os modelos lineares mistos englobam termos para os grupos de tratamento, tempo de avaliação e interação entre “grupos de tratamento” e “tempo”. O termo “tempo” foi codificado em três categorias: baseline, follow-up de seis semanas e follow-up de seis meses. As diferenças intragrupos pré e pós tratamentos foram realizadas pela ANOVA two-way, com post-hoc Bonferroni. Adicionalmente, foi realizada uma análise de sobrevivência para avaliar o número de sessões necessárias até que dor fosse reduzida 50%44 em relação à dor inicial, pelo método de Kaplan-Meier45 e a comparação entre os grupos foi realizada pelo teste de Log-Rank46. As análises seguiram o princípio de intenção de tratamento. Toda análise estatística foi realizada com 5% de significância. Na análise estatística foi usado o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 19 for Windows. RESULTADOS Um total de 962 pacientes se inscreveram para o tratamento da dor lombar. Desses, 397 foram excluídos por impossibilidade de contato pelo telefone fornecido, 96 por indisponibilidade para tratamento nos horários e dias fornecidos e 469 foram triados por telefone (Figura 1). Dos 469 triados, 255 foram excluídos pelos seguintes critérios: dor cervical (n=31), dor torácica (n=6), dor lombar aguda (n=10), dor lombar esporádica (n=24), estar sem dor de, no mínimo, 3 pontos na Escala Numérica de Dor (n=17), 37 fibromialgia (n=29), fratura em coluna vertebral (n=7), cirurgia na coluna vertebral (n=10), deformidade grave de coluna (n=1), espondilite anquilosante (n=1), tumor/câncer (n=5), dor em outras articulações (n=15), doença neurológica (n=6), doença respiratória grave (n=2), hipertensão arterial sistêmica descontrolada (n=4), marca-passo cardíaco (n=1), surdez (n=3), dermatomiosite (n=1), hérnia umbilical (n=1), gestação (n=4), ter realizado outro tratamento fisioterápico há menos de seis meses (n=70), estar envolvido regularmente com o método Pilates (n=4) e fazer atividade física regular (n=2). Assim, a avaliação presencial foi marcada para 214 pacientes, sendo que 30 faltaram a mais de duas avaliações marcadas. Um total de 184 pacientes foram avaliados e destes, 36 foram excluídos por sinais clínicos de compressão radicular, restando 148 pacientes com dor lombar crônica não específica que foram incluídos no estudo no período de outubro de 2013 a maio de 2014. As características demográficas dos pacientes estão descritas na Tabela 1, que também mostra as médias e desvio-padrão dos desfechos avaliados. Pode ser observado que os grupos eram semelhantes no baseline. Nos dois grupos, a associação entre eletroterapia e exercício físico (fortalecimento, alongamento, entre outros) foi o tratamento predominante nos pacientes que fizeram fisioterapia prévia, correspondendo à 18,9% dos 41,9% que fizeram Fisioterapia no grupo Eletropilates Ativo, e 9,5% dos 27% no grupo Eletropilates Placebo. A eletroterapia isolada também foi um tratamento bastante comum, que correspondeu a 14,9% no grupo Eletropilates Ativo e 8,1% no grupo Eletropilates Placebo. Em relação ao uso de medicamentos, 50% dos pacientes do grupo Eletropilates Ativo e 47,3% do grupo Eletropilates Placebo faziam uso de remédio no baseline, sendo mais comum o uso de analgésicos, com 28,4% no grupo Eletropilates Ativo e 29,7% no grupo Eletropilates Placebo. No follow-up de seis semanas, 32,4% dos pacientes no 38 grupo Eletropilates Ativo e 27% no grupo Eletropilates Placebo ainda faziam uso de medicamento, e ao final do follow-up de seis meses esse valor passou para 36,5% em ambos os grupos. Foram ofertadas 1332 sessões por grupo no total. No grupo Eletropilates Ativo, foram registradas 176 faltas (média de sessões realizadas por participante= 15,6, DP= 4,2) o que representa um aproveitamento de 86,8% das sessões oferecidas. Já no grupo Eletropilates Placebo, foram registradas 172 faltas (média de sessões realizadas por participantes= 15,7; DP= 4,3) representando 87,1% de aproveitamento das sessões. Houve perda dos desfechos de dois pacientes no grupo Eletropilates Ativo e três no grupo Eletropilates Placebo no follow-up de seis semanas, e perda de um paciente no grupo Eletropilates Ativo (exceto para dor, em que foram perdidos dois pacientes) e dois no grupo Eletropilates Placebo no follow-up de seis meses. Totalizando assim, uma perda de desfechos de cinco pacientes no follow-up de seis semanas e três no follow-up de seis meses. A Tabela 2 mostra a comparação entre os grupos, onde pode-se observar que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em nenhum dos desfechos avaliados tanto no follow-up de seis semanas como no follow-up de seis meses. Já a Tabela 3 mostra a diferença intragrupos, onde observa-se que os dois grupos melhoraram significativamente após o tratamento e essa melhora permaneceu após seis meses, em todos os desfechos avaliados. 39 Triagem dos critérios de elegibilidade (n=469) Excluídos (n=321): 291 não elegíveis 30 faltaram a avaliação Aleatorização (n=148) 74 participantes alocados no grupo Eletropilates Ativo Alocação 72 participantes avaliados em 6 semanas 73 participantes avaliados em 6 meses (72 participantes para o desfecho dor) Follow-Up 72 participantes analisados Análise Figura 1. Fluxograma do estudo 74 participantes alocados no grupo Eletropilates Placebo 71 participantes avaliados em 6 semanas 72 participantes avaliados em 6 meses 72 participantes analisados 40 Tabela 1. Características da amostra no baseline Características Grupos Eletropilates Ativo (n=74) 43,9 (15,5) Eletropilates Placebo (n=74) 43,6 (14,1) Idade (anos) Sexo Masculino 23 (31,1) 17 (23,0) Feminino 51 (68,9) 57 (77,0) Duração da dor lombar (meses) 66,5 (71,0) 71,7 (82,1) Massa corpórea (kg) 72,7 (15,7) 72,9 (15,9) Altura (m) 1,6 (0,1) 1,6 (0,1) 2 Índice de massa corporal (kg/m ) 26,7 (4,8) 26,8 (5,5) Estado Civil Solteiro 28 (37,8) 25 (33,8) Casado 37 (50,0) 34 (45,9) Divorciado 6 (8,1) 12 (16,2) Viúvo 3 (4,1) 3 (4,1) Escolaridade Ensino fundamental incompleto 11 (14,9) 4 (5,4) Ensino fundamental completo 2 (2,7) 5 (6,8) Ensino médio incompleto 2 (2,7) 2 (2,7) Ensino médio completo 24 (32,4) 25 (33,8) Ensino superior incompleto 14 (18,9) 14 (18,9) Ensino superior completo 21 (28,4) 24 (32,4) Renda (salários mínimos) 4 (2,9) 5,2 (9,0) Tratamento fisioterápico Sim 31 (41,9) 20 (27,0) Outros tratamentos Sim 6 (8,1) 7 (9,5) Uso de medicamento Sim 37 (50,0) 35 (47,3) Intensidade da dor (0-10 pontos) 6,5 (1,8) 6,7 (1,6) Incapacidade (0-24 pontos) 11,9 (5,0) 12,1 (4,4) Cinesiofobia (17-68 pontos) 41,1(7,0) 41,4(7,7) As variáveis categóricas estão expressas em número (percentuais) e as variáveis contínuas estão expressas em média (desvio-padrão). 41 Tabela 2. Diferenças entre os grupos nos follow-ups de seis semanas e de seis meses Médias não ajustadas Eletropilates Ativo x (DP) Eletropilates Placebo Diferença entre Desfecho Eletropilates Eletropilates médias ajustada p Ativo Placebo (IC a 95%) Intensidade da dor (0-10) Follow-up de 6 semanas 2,2 (2,1) 2,5 (2,4) 0,1 (-0,9 a 1,0) 0,54 Follow-up de 6 meses 4,4 (2,8) 4,3 (2,6) -0,3 (-1,2 a 0,6) 0,87 Incapacidade (0-24) Follow-up de 6 semanas 4,2 (4,1) 4,8 (5,1) 0,4 (-1,3 a 2,2) 0,64 Follow-up de 6 meses 6,3 (5,6) 6,8 (6,2) 0,3 (-1,4 a 2,1) 0,69 Cinesiofobia (17-68) Follow-up de 6 semanas 34,3 (6,6) 36,1 (7,9) 1,7 (-0,7 a 4,2) 0,16 Follow-up de 6 meses 36,6 (7, 8) 38,7 (8,3) 1,8 (-0,7 a 4,2) 0,16 Os desfechos primários estão marcados em cinza. Tabela 3. Diferenças intragrupos nos follow-ups de seis semanas e de seis meses Baseline x Follow-up de 6 Baseline x Follow-up de 6 semanas meses Desfecho Eletropilates Eletropilates Eletropilates Eletropilates Ativo Placebo Ativo Placebo 4,3* 4,3* 2,2* 2,4* Intensidade da dor (0-10) (3,4 a 5,1) (3,5 a 5,0) (1,2 a 3,2) (1,7 a 3,2) 8,0* 7,5* 5,7* 5,4* Incapacidade (0-24) (6,4 a 9,4) (6,0 a 9,1) (4,1 a 7,4) (3,7 a 7,1) 7,0* 5,2* 4,3* 2,5* Cinesiofobia (17-68) (5,0 a 9,1) (3,0 a 7,4) (2,0 a 6,7) (0,1 a 5,1) Os desfechos primários estão marcados em cinza. *Diferença estatisticamente significante entre os dois momentos avaliados em cada grupo (p<0,05) 42 Uma análise secundária foi realizada para verificar se existia diferença entre os grupos no número de sessões necessárias para redução da dor em 50%, em cada grupo (representado pela função de sobrevivência). Os resultados dessa análise são apresentados na Figura 2. Foi observado que os pacientes do grupo Eletropilates Placebo necessitaram de 5 sessões, em média, para apresentarem 50% de redução da dor, enquanto os do grupo Eletropilates Ativo precisaram de 3 sessões, uma média de duas sessões a menos (p= 0,02). Além disso, observou-se também que 49,1% dos pacientes do grupo Eletropilates Placebo apresentaram queda de pelo menos 50% do escore da dor após a primeira sessão, e no grupo Eletropilates Ativo esse percentual foi de 59,4%. Grupo Eletropilates Placebo Eletropilates Ativo Eletropilates Placebo_censurado Eletropilates Ativo_censurado Figura 2. Função de sobrevivência estimada pelo método de Kaplan-Meier do número de sessões até a diminuição da dor. A linha cortada corresponde a censura, que ocorreu quando o evento de interesse (50% de redução da dor) não foi observado, ou devido ao término das 18 sessões ou por perda de acompanhamento do paciente. DISCUSSÃO Esse é o primeiro ensaio controlado aleatorizado que realiza a adição de uma corrente analgésica (corrente interferencial) aos exercícios do método Pilates em 43 pacientes com dor lombar crônica, e teve como objetivo avaliar a efetividade desse tratamento nos desfechos dor, incapacidade e cinesiofobia a curto e médio prazo. Os resultados mostraram que não houve diferença entre os grupos em nenhum dos desfechos avaliados. Ambos os grupos apresentaram uma melhora estatisticamente significante dos desfechos após seis semanas e seis meses de tratamento, e essa melhora foi superior aos valores considerados clinicamente importantes nesses pacientes, que correspondem a uma redução de 2 pontos na Escala Numérica de Dor e 5 pontos no Questionário Roland Morris de Incapacidade47. Além disso, foi observado que 59,4% dos pacientes do grupo Eletropilates Ativo apresentaram uma redução de 50% da dor na primeira sessão, contra 49,1% do grupo Eletropilates Placebo, e que o grupo Eletropilates Ativo também teve uma redução de 50% da dor, em média, duas sessões mais rápido que o grupo Eletropilates Placebo, e essa diferença foi estatisticamente significante. O uso da eletroanalgesia no tratamento da dor lombar crônica é um recurso amplamente utilizado na Fisioterapia48-51, seja de forma isolada, ou combinada com outras terapias, e isso corrobora com os achados deste estudo, em que os tratamentos prévios mais realizados pelos pacientes foram a eletroterapia combinada a exercícios ou isolada. Embora seja uma técnica muito usada, a literatura ainda é controversa quanto o uso de eletroanalgesia na dor lombar crônica1, 52-54. Em relação à corrente interferencial, a literatura é ainda mais escassa, pois existe apenas uma revisão sistemática50 que mostra que a corrente interferencial de forma isolada não é significantemente melhor que placebo ou uma terapia de comparação (terapia manual, tração e massagem), mas que utilizada como um tratamento combinado é significativamente melhor do que controle e placebo para o alívio da dor em afecções musculoesqueléticas, tanto agudas quanto crônicas. No entanto, apenas três estudos sobre a corrente interferencial em dor 44 lombar crônica foram incluídos nessa revisão, e esses estudos comparam seu efeito em relação à outras terapias ou contra parâmetros diferentes, o que torna seus resultados questionáveis. Um estudo20 recente encontrou um efeito significante na melhora da dor em pacientes com dor lombar crônica quando comparou a corrente interferencial ativa com placebo, porém avaliou a combinação da corrente interferencial com a aliança terapêutica. Nesse estudo foi observado que o grupo que recebeu a corrente interferencial ativa associada a aliança terapêutica reforçada apresentou uma diferença clínica e estatisticamente significante em relação a redução da dor (3,1 cm na Escala Numérica de Dor) comparada aos outros três grupos, enquanto o grupo que recebeu a corrente interferencial placebo com aliança terapêutica limitada apresentou um efeito menor e sem significância clínica (1,0 cm). Um achado interessante desse estudo foi que a corrente interferencial placebo com aliança terapêutica reforçada apresentou melhores resultados do que a corrente interferencial ativa com aliança terapêutica limitada. Embora essa diferença não tenha sido significativa, vale ressaltar que uma intervenção placebo pode ser superior a uma intervenção ativa, quando há uma modificação na aliança terapêutica. Esse resultado vai de encontro aos achados do presente estudo, que não mostrou superioridade da corrente interferencial ativa em relação à placebo. Apesar da aliança terapêutica não ter sido avaliada e controlada, os terapeutas responsáveis pela aplicação da corrente deste estudo deram a mesma atenção aos dois grupos, tanto em relação aos estímulos verbais, quanto ao tempo gasto com cada paciente, e os terapeutas responsáveis pelos exercícios eram cegos quanto ao grupo que o paciente pertencia, para também não influenciá-los na execução dos exercícios. Nosso resultado foi semelhante ao encontrado por um estudo antigo55, o único que associou uma corrente analgésica a exercícios. Nesse estudo, foi avaliado o efeito 45 da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) ativa e placebo de forma isolada e associada com exercícios, e a TENS não se mostrou melhor do que placebo para pacientes com dor lombar, assim como a associação da TENS com exercícios não se mostrou melhor do que os exercícios sozinhos. Talvez a justificativa para as correntes analgésicas obterem efeitos tão semelhantes ao placebo se deva aos mecanismos neurobiológicos envolvidos na ação do placebo que são semelhantes aos mecanismos pelos quais as correntes analgésicas atuam18, 56 . Diferente do que se pensava anteriormente, o placebo representa um fenômeno verdadeiro capaz de produzir efeitos biológicos no cérebro e no corpo57-59. Isso pode ser observado por estudos de neuroimagem que mostram que a analgesia induzida pelo placebo diminui a atividade neuronal em áreas de processamento de dor no cérebro, além de compartilhar da mesma rede neuronal que os peptídeos opióides endógenos57-59. Essa ação do placebo através dos opióides endógenos foi verificada por estudos com abordagens neurofarmacológicas usando um antagonista opiáceo, a Naloxona60-62. Nesses estudos, a redução da dor experimental e clínica induzida por placebo foi revertida pelo uso da Naloxona. Em relação à incapacidade causada pela dor lombar, uma revisão sistemática recente15 mostra que os exercícios do método Pilates são superiores a cuidados habituais e atividades físicas a curto prazo, e mostram melhora equivalente a algumas formas de exercícios (como estabilização segmentar) e massagem terapêutica. Outros dois estudos49, 63 também encontraram melhora da incapacidade a médio prazo. Quanto à cinesiofobia, a literatura mostra que o método Pilates diminui o medo do movimento a curto e médio prazo49, 51 , mas não é superior a uma intervenção educativa51. Com relação à análise intragrupos, esses achados corroboram com o que foi encontrado no presente estudo, já que ambos os grupos apresentaram melhora significante da incapacidade e cinesiofobia, que foi mantida a médio prazo, embora não possamos 46 afirmar se a manutenção desse efeito ocorreu exclusivamente por causa do exercício, e não encontramos nenhum estudo que avaliasse esses desfechos em pacientes com dor lombar submetidos ao tratamento com corrente interferencial. O ponto forte do presente estudo é que o tratamento foi realizado de forma pragmática, o que torna o tratamento individualizado e permite a generalização dos dados, pois é similar ao que é realizado na prática clínica. Em relação à qualidade do tratamento, acreditamos que foi bem conduzido, com terapeutas com experiência clínica, sessões individualizadas e exercícios que seguiam níveis de progressão que respeitavam o quadro clínico dos pacientes. Os exercícios foram previamente escolhidos e publicados28, o que permite a reprodução do tratamento por outros fisioterapeutas formados no método Pilates. Além disso, o estudo foi delineado com uma amostra adequada para detectar um efeito clínico importante, com baixo risco de viés metodológico. As limitações do estudo se relacionam ao não cegamento de todos os terapeutas e pacientes, o que não é possível devido a natureza da intervenção, pois não existem formas de cegar o terapeuta e o paciente quando a intervenção é o exercício físico. Para minimizar o risco de viés, os terapeutas responsáveis pelo método Pilates foram cegos quanto ao grupo que o paciente pertencia para não influenciá-los durante a execução dos exercícios. Além disso, foi solicitado que os pacientes não conversassem entre si para evitar que soubessem em que grupo de eletroterapia foram alocados. Outra limitação foi a falta de um grupo só com exercício, para que pudéssemos estimar o tamanho do efeito placebo. Mesmo não sendo encontradas diferenças a curto e médio prazo entre a corrente interferencial ativa e placebo nesse estudo, uma análise dos efeitos imediatos da corrente mostrou que uma porcentagem maior de pacientes do grupo Eletropilates Ativo (59,4%) apresentou uma redução da dor em 50% na primeira sessão, comparado ao 47 grupo Eletropilates Placebo (49,1%), assim como o grupo Eletropilates Ativo também apresentou uma melhora dois dias mais rápida quando comparado ao placebo. Apesar desse desfecho não ter sido registrado, é uma questão de grande interesse para o clínico. Alguns trabalhos atuais mostram que o maior efeito das correntes analgésicas ocorre imediatamente após a sua aplicação, e não a médio e longo prazo53, 64 . Pelo nosso conhecimento, não existem estudos que avaliem esses desfechos desta forma. Porém, são dados relevantes para o clínico levar em consideração no atendimento de um paciente. Uma melhora do paciente duas sessões mais cedo é relevante clinicamente? Vale a pena usar essa intervenção para obter esse resultado, mesmo sabendo que ao final do tratamento os efeitos são iguais? Seria válido em uma primeira sessão, quando o paciente chega com muita dor, usar essa intervenção e perder 30 minutos da terapia para reduzir a dor desse paciente em 50% e acrescentar outras intervenções em seguida? Cabe ao terapeuta responder essas perguntas e discutir com o paciente, levando em consideração os três pilares da prática baseada em evidência. No entanto, esses desfechos devem ser pesquisados mais profundamente em novos estudos, pois talvez a falta de resultados em trabalhos com correntes analgésicas se deva a forma de avaliação incorreta do efeito do tratamento, que deve ocorrer imediatamente após sua aplicação64 e não após semanas ou meses. CONCLUSÃO Os resultados deste estudo demonstram que a corrente interferencial ativa quando associada a exercícios do método Pilates não é superior à corrente interferencial placebo associada a Pilates para melhora da intensidade da dor, incapacidade e cinesiofobia, a curto e médio prazo, em pacientes com dor lombar crônica não específica. 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, et al. Chapter 4. European guidelines for the management of chronic nonspecific low back pain. Eur Spine J. Mar 2006;15 Suppl 2:S192-300. 2. Waddell G. The Back Pain Revolution. 2 ed: Churchill Livingstone; 2004. 3. Hoy D, Bain C, Williams G, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum. Jun 2012;64(6):2028-2037. 4. Vos T, Flaxman AD, Naghavi M, et al. Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990-2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet. 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Rydeard R, Leger A, Smith D. Pilates-based therapeutic exercise: effect on subjects with nonspecific chronic low back pain and functional disability: a randomized controlled trial. J Orthop Sports Phys Ther. Jul 2006;36(7):472-484. 64. Sluka KA, Bjordal JM, Marchand S, Rakel BA. What makes transcutaneous electrical nerve stimulation work? Making sense of the mixed results in the clinical literature. Phys Ther. Oct 2013;93(10):1397-1402. 56 CAPÍTULO 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 57 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desta dissertação de mestrado foi verificar a efetividade da adição da corrente interferencial aos exercícios do método Pilates em pacientes com dor lombar crônica nos desfechos dor, incapacidade e cinesiofobia a curto e médio prazo. Este estudo foi realizado com uma amostra de tamanho adequado para detectar um efeito clínico importante do tratamento com um baixo risco de viés, já que foi desenhado para obter um escore 8 na escala PEDro, que é a maior pontuação que pode ser alcançada por um ensaio clínico cuja intervenção é o exercício físico, visto que é impossível cegar totalmente terapeutas e pacientes nesses casos. Outra característica deste estudo é o seu pragmatismo, pois os exercícios do método Pilates foram realizados de forma individualizada e respeitando o quadro clínico dos pacientes. Os exercícios seguiram uma apostila criada pelos pesquisadores com aproximadamente 130 exercícios divididos em níveis de progressão, que foi previamente publicada1. Além disso, o presente estudo também é o maior ensaio clínico realizado até o momento com Pilates, levando em consideração o número de participantes. O capítulo 2 mostra os resultados do estudo que indicam não haver diferença entre os grupos em nenhum dos desfechos avaliados. Porém houve diferença estatisticamente significante intragrupos em todos os desfechos avaliados. Esses resultados confirmam o que a literatura evidencia, que os exercícios do método Pilates são eficazes na redução da dor, incapacidade e cinesiofobia em pacientes com dor lombar2-4. As diretrizes de prática clínica mais atuais de dor lombar5, 6 indicam o exercício físico, independente da modalidade, como o melhor tratamento para essa afecção. Os resultados do nosso estudo condizem com essa evidência, e mostram que os exercícios do método Pilates também podem ser utilizados como uma opção eficaz de exercício para esses pacientes. Quanto ao uso de correntes analgésicas, a diretriz de 58 prática clínica5 que inclui essa intervenção não recomenda a terapia interferencial como um tratamento para a dor lombar crônica, devido a falta de evidência que avalie a sua eficácia comparada com tratamentos simulados/placebo. Nosso estudo mostra que o uso da corrente interferencial deve ser utilizado com cautela e deve ser menos valorizado na clínica, pois embora a corrente interferencial possa oferecer resultados imediatos que talvez sejam relevantes para esses pacientes, os mesmos não se mostram superiores ao placebo a curto e médio prazo e para outros desfechos, além da dor diária. Esperamos que esses resultados possam auxiliar o clínico na hora da sua tomada de decisão quanto a necessidade e, principalmente, o momento ideal e o motivo de prescrever uma corrente analgésica para complementar um tratamento com exercício nesses pacientes. Os nossos resultados mostraram que a corrente pode ter algum efeito positivo na velocidade da melhora em pacientes com dor lombar crônica. Pesquisas futuras devem se concentrar na melhor forma de avaliar o efeito analgésico das correntes, prezando por avaliações diárias da melhora clínica e o impacto que essa melhora diária produz no tratamento de pacientes com dor lombar crônica. Essa avaliação diária é interessante para que se observe a velocidade com que o paciente melhora quando a corrente ativa é adicionada ao tratamento, além de mostrar se essa melhora atinge um platô com determinados números de sessões. Também seria interessante comparar a corrente ativa e placebo associada ao exercício com um grupo que realizasse apenas a intervenção com exercício isolado, para avaliar se um tratamento combinado com corrente analgésica é superior ao exercício isolado e também para estimar o tamanho do efeito placebo. Além disso, pesquisas futuras também devem se concentrar em avaliar qual a melhor intensidade de corrente para a dor lombar crônica. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Franco YR, Liebano RE, Moura KF, de Oliveira NT, Miyamoto GC, Santos MO, et al. Efficacy of the addition of interferential current to Pilates method in patients with low back pain: a protocol of a randomized controlled trial. BMC Musculoskelet Disord. 2014;15:420. 2. Wells C, Kolt GS, Marshall P, Hill B, Bialocerkowski A. The effectiveness of Pilates exercise in people with chronic low back pain: a systematic review. PLoS One. 2014;9(7):e100402. 3. da Luz MA, Jr., Costa LO, Fuhro FF, Manzoni AC, Oliveira NT, Cabral CM. Effectiveness of mat Pilates or equipment-based Pilates exercises in patients with chronic nonspecific low back pain: a randomized controlled trial. Phys Ther. 2014 May;94(5):623-31. 4. Miyamoto GC, Costa LO, Galvanin T, Cabral CM. Efficacy of the addition of modified Pilates exercises to a minimal intervention in patients with chronic low back pain: a randomized controlled trial. Phys Ther. 2013 Mar;93(3):310-20. 5. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, Hildebrandt J, Klaber-Moffett J, Kovacs F, et al. Chapter 4. European guidelines for the management of chronic nonspecific low back pain. Eur Spine J. 2006 Mar;15 Suppl 2:S192-300. 6. Delitto A, George SZ, Van Dillen LR, Whitman JM, Sowa G, Shekelle P, et al. Low back pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2012 Apr;42(4):A1-57. 60 ANEXOS 61 ANEXO 1- Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa 62 ANEXO 2 - Apostila de exercícios Básico Bridge Variant (mobilização de pelve) EXERCÍCIOS PARA COLUNA Intermediário Bridge Variant Objetivo: mobilizar a pelve e fornecer consciência corporal para a contração do power house. Objetivo: mobilizar pelve e coluna vertebral e fortalecer os músculos isquiotibiais e glúteos. Bridge Bridge Variant Objetivo: mobilizar pelve e coluna vertebral e Objetivo: mobilizar pelve e coluna vertebral fortalecer musculatura glútea e isquiotibiais. e fortalecer os músculos glúteos, isquiotibiais e gastrocnêmios. Avançado Bridge Variant Objetivo: fortalecer os músculos isquiotibiais, quadríceps femoral, panturrilha, iliopsoas, sartório, tensor da fáscia lata, pectíneo e glúteos. Bridge Variant Objetivo: mobilizar pelve e coluna vertebral e fortalecer os músculos isquiotibiais e glúteos. 63 Rolling Back Down/Up (mola pesada) Rolling Back Down/Up (mola leve) Roll Up Objetivo: mobilizar coluna vertebral e contrair a musculatura abdominal associada ao power house. Hamstring Stretch Variant Objetivo: mobilizar coluna vertebral e contrair a musculatura abdominal associada ao power house. Hamstring Stretch Variant Objetivo: mobilizar coluna vertebral e fortalecer os músculos reto abdominal e oblíquo externo. Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos da cadeia mestra posterior. Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos da cadeia mestra posterior. Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos da cadeia mestra posterior. Hamstring Stretch 64 Stretches Front Variant Hamstring Stretch Variant Spine Stretch Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos da cadeia mestra posterior. The Cat Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos da cadeia mestra posterior. Knee Stretches Round Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos da cadeia mestra posterior. Objetivo: mobilizar e fornecer coordenação para os movimentos da coluna vertebral. Objetivo: mobilizar e fornecer coordenação para os movimentos da coluna vertebral. Objetivo: mobilizar e fornecer coordenação para os movimentos da coluna vertebral. Spine Stretch 65 Swan Front Swan Swan Objetivo: mobilizar coluna vertebral, alongar os músculos da cadeia mestra anterior e fortalecer os músculos peitoral maior, tríceps braquial e deltóide porção anterior. Swan Objetivo: mobilizar coluna vertebral, controlar o movimento de elevação escapular e fortalecer os músculos da cadeia mestra posterior. Swan Objetivo: mobilizar coluna vertebral, controlar o movimento de elevação escapular e fortalecer os músculos da cadeia mestra posterior. Objetivo: mobilizar coluna vertebral, controlar o movimento de elevação escapular e fortalecer os músculos da cadeia mestra posterior. Objetivo: mobilizar coluna vertebral, controlar o movimento de elevação escapular e fortalecer os músculos paravertebrais, deltóides, glúteos e isquiotibiais. Objetivo: mobilizar coluna vertebral, controlar o movimento de elevação escapular e fortalecer os músculos paravertebrais, deltóides, glúteos e isquiotibiais. Swimming 66 Swan Front (extensão do tronco) Swan Front (unilateral sem extensão do tronco) Swan Front (unilateral com extensão do tronco) Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra anterior e fortalecer os paravertebrais Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra anterior e fortalecer os paravertebrais. Tower Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra anterior e fortalecer os paravertebrais. Long Spine Objetivo: mobilizar coluna vertebral, alongar os músculos da cadeia mestra posterior e fortalecer os músculos abdominais, glúteos, isquiotibiais e tríceps sural. Objetivo: mobilizar coluna vertebral, alongar os músculos da cadeia mestra posterior e fortalecer os músculos reto abdominal, reto femoral, iliopsoas e glúteos. Objetivo: mobilizar coluna vertebral e fortalecer os músculos abdominais, reto femoral e íliopsoas. Jackknife 67 Mermaid Mermaid Side Arm Sit Variant Objetivo: alongar os músculos da cadeia lateral e controlar o movimento de elevação escapular. Rolling Back Variant Objetivo: alongar os músculos da cadeia lateral e controlar o movimento de elevação escapular. Rolling Back Objetivo: alongar os músculos da cadeia lateral e controlar o movimento de elevação escapular. Objetivo: mobilizar coluna vertebral e contrair a musculatura abdominal associada ao power house. Objetivo: mobilizar coluna vertebral, alongar os músculos da cadeia anterointerna do ombro e contrair a musculatura abdominal associada ao power house. Objetivo: mobilizar coluna vertebral, controlar o movimento de elevação escapular e alongar os músculos da cadeia antero-interna do ombro. Swan Variant 68 Básico Tower EXERCÍCIOS PARA MEMBROS INFERIORES Intermediário Tower Tower Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra posterior e fortalecer os músculos posterior e fortalecer os músculos quadríceps quadríceps femoral e glúteo máximo. femoral e glúteo máximo. Running Tower Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra posterior e fortalecer os músculos posterior e fortalecer os músculos quadríceps quadríceps femoral, glúteo máximo e tríceps femoral, glúteo máximo e tríceps sural. Avançado Objetivo: mobilizar coluna vertebral, alongar os músculos da cadeia mestra posterior e fortalecer os músculos quadríceps femoral, isquiotibiais e glúteo máximo. Stomach Massage Series Objetivo: mobilizar coluna vertebral, alongar os músculos da cadeia mestra posterior e fortalecer o músculo quadríceps femoral. 69 Footwork sural. One Leg Up and Down Tower Objetivo: alongar os músculos glúteo máximo e piriforme e fortalecer o músculo quadríceps femoral. Footwork Objetivo: alongar os músculos glúteo máximo e piriforme e fortalecer os músculos abdominais, iliopsoas e reto femoral. Achilles Stretch Objetivo: alongar os músculos glúteo máximo e piriforme e fortalecer o músculo quadríceps femoral. Tower Objetivo: alongar os músculos isquiotibiais e gastrocnêmios e fortalecer gastrocnêmios. Objetivo: alongar e fortalecer o músculo sóleo. Objetivo: alongar os músculos isquiotibiais e gastrocnêmios e fortalecer gastrocnêmios. 70 Leg Circles Leg Series Supine Circle Leg Circles Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral, iliopsoas, sartório, tensor da fáscia lata, pectíneo, glúteos médio e mínimo, adutor magno, adutor longo e grácil. Leg Series Supine Lowers Objetivo: fortalecer os músculos glúteo máximo, isquiotibiais, adutor magno, adutor longo, pectíneo e grácil. Objetivo: fortalecer os músculos glúteo máximo, isquiotibiais, adutor magno, adutor longo, pectíneo e grácil. Leg Lowers Leg Series Supine Scissors Objetivo: fortalecer os músculos glúteo máximo e isquiotibiais. Objetivo: fortalecer os músculos glúteo máximo e isquiotibiais. Objetivo: fortalecer os músculos glúteo máximo, isquiotibiais, sartório, grácil e gastrocnêmios. 71 Footwork Hells V Position Leg Series Supine Frog Knee Extension V Position Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral, adutor magno, adutor longo, pectíneo e grácil. Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral, adutor magno, adutor longo, pectíneo e grácil. Footwork Double Leg Pumps Pump One Leg Front Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral, adutor magno, adutor longo, pectíneo, pata de ganso, reto abdominal e oblíquo externo. Pumping One Leg Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral e tríceps sural Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral e tríceps sural. Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral, tríceps sural, iliopsoas e sartório. 72 Pump One Leg Side Side Kicks Up and Down Side Splits (mola pesada) Objetivo: fortalecer os músculos glúteo médio e tensor da fáscia lata. Objetivo: fortalecer os músculos glúteo médio, mínimo, tensor da fáscia lata e sartório. Pump One Leg Side Side Kicks Inner-Thigh Lifts Objetivo: fortalecer os músculos glúteo médio, mínimo, tensor da fáscia lata e sartório. Side Splits (mola leve) Objetivo: fortalecer os músculos glúteo máximo, isquiotibiais, adutor magno, adutor longo, pectíneo e grácil. Objetivo: fortalecer os músculos adutor magno, Objetivo: fortalecer os músculos adutor magno, adutor longo, pectíneo e grácil. adutor longo, pectíneo e grácil. 73 Leg Series Supine One Leg Up-Down Leg Series Objetivo: fortalecer os músculos iliopsoas, reto femoral e reto abdominal. Objetivo: fortalecer os músculos abdominais, quadríceps femoral e iliopsoas. Footwork Toes Objetivo: fortalecer os músculos reto femoral, iliopsoas, sartório, tensor da fáscia lata e pectíneo. Leg Series Objetivo: fortalecer o músculo quadríceps femoral. Objetivo: fortalecer o músculo quadríceps femoral. Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral e glúteos. Front Splints 74 Footwork Fire Hydrant Leg Series Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral e glúteos. Objetivo: fortalecer os músculos glúteo máximo e isquiotibiais. Footwork Objetivo: fortalecer os músculos glúteos, piriforme, gêmeo superior e inferior e obturador interno e externo. Footwork Objetivo: fortalecer o músculo quadríceps femoral.. Objetivo: fortalecer o músculo quadríceps femoral. Objetivo: fortalecer os músculos quadríceps femoral e glúteos. Going Up-Front 75 Leg Series Leg Series Diagonal Leg Series Diagonal Objetivo: fortalecer os músculos glúteo médio, mínimo, tensor da fáscia lata e sartório. Leg Series Objetivo: fortalecer os músculos glúteo médio, mínimo, tensor da fáscia lata, adutor magno, adutor longo e oblíquos interno e externo. Leg Series On Side Up and Down Objetivo: fortalecer os músculos glúteo médio, mínimo, tensor da fáscia lata e sartório. Scissor Leg Side Lying Objetivo: fortalecer os músculos adutor magno, adutor longo, adutor mínimo, pectíneo e grácil. Objetivo: fortalecer os músculos adutor magno, Objetivo: fortalecer os músculos adutor adutor longo, adutor mínimo, pectíneo e grácil. magno, adutor longo, pectíneo e grácil. 76 Teaser Horse Teaser Objetivo: alongar e fortalecer os músculos adutor magno, adutor longo, adutor mínimo, pectíneo e grácil. Stretches Front (foot laterally) Objetivo: fortalecer os músculos adutor magno, Objetivo: alongar e fortalecer os músculos adutor longo, adutor mínimo, pectíneo e grácil. íliopsoas, adutor magno, adutor longo, adutor mínimo, pectíneo e grácil. Stretches Fronts (foot forward) Leg Series Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos isquiotibiais e tríceps sural. Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos isquiotibiais e tríceps sural. Objetivo: alongar e fortalecer os músculos da cadeia mestra posterior. 77 Hamstring Stretch Stretches Front Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos da cadeia mestra posterior. Básico Arms Biceps Objetivo: fortalecer os músculos bíceps braquial e braquial. Leg Stretch Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos glúteos, adutor magno, adutor longo, adutor mínimo, pectíneo, grácil e quadríceps femoral. EXERCÍCIOS PARA MEMBROS SUPERIORES Intermediário Avançado Arms Biceps Variant Arms Biceps Variant Objetivo: mobilizar coluna vertebral e alongar os músculos glúteos e isquiotibiais. Objetivo: fortalecer os músculos bíceps braquial e braquial. Objetivo: fortalecer os músculos bíceps braquial, braquial, reto abdominal, iliopsoas e reto femoral. 78 Arms Biceps Arms Biceps Arms Biceps Variant Objetivo: fortalecer os músculos bíceps braquial, braquial e braquiorradial. Arms Pull Up and Down Objetivo: fortalecer os músculos bíceps braquial e braquial. Arms Pulling Objetivo: fortalecer os músculos bíceps braquial e braquial. Arms Pulling Variant Objetivo: fortalecer os músculos deltóide e trapézio. Objetivo: fortalecer os músculos rombóides, deltóide posterior, redondo menor, infraespinal, supraespinal e fibras médias e inferiores do trapézio. Objetivo: fortalecer os músculos rombóides, deltóide fibras posteriores, redondo menor, infraespinal, supraespinal e fibras médias e inferiores do trapézio. 79 Arms Pull Up and Down Variant Arms Pull Up and Down Variant Long Box Pulling Straps Objetivo: fortalecer os músculos peitoral e latíssimo do dorso. Arms Pulling Objetivo: fortalecer os músculos deltóide, latíssimo do dorso, redondo maior, peitoral maior e coracobraquial. Arms Pulling Objetivo: fortalecer os músculos latíssimo do dorso, redondo maior, peitoral maior e coracobraquial. Arms Pulling Objetivo: fortalecer os músculos rombóides, latíssimo do dorso, deltóide fibras posteriores, bíceps braquial, fibras médias e inferiores do trapézio e redondo menor.. Objetivo: fortalecer os músculos rombóides, latíssimo do dorso, deltóide fibras posteriores, redondo menor e fibras médias e inferiores do trapézio. Objetivo: fortalecer os músculos rombóides, latíssimo do dorso, redondo menor, deltoide posterior e fibras médias e inferiores do trapézio. 80 Arms Triceps Arm Triceps Standing On Floor At Open End Boxe Objetivo: fortalecer o músculo tríceps braquial. Objetivo: fortalecer o músculo tríceps braquial. Triceps Sit Objetivo: fortalecer o músculo tríceps braquial. Triceps Sit On Foot Bar Objetivo: fortalecer os músculos tríceps braquial e ancôneo. Objetivo: fortalecer os músculos tríceps braquial e ancôneo. Objetivo: fortalecer os músculos tríceps braquial, ancôneo e peitoral maior. Triceps Front 81 Arms Pushing Variant Arms Pushing Variant Objetivo: fortalecer os músculos deltóide fibras Objetivo: fortalecer os músculos deltóide anteriores e médias, tríceps braquial e peitoral. fibras anteriores e médias, tríceps braquial e peitoral. EXERCÍCIOS PARA ABDÔMEN Básico Intermediário Teaser The Hundred Variant Objetivo: alongar os músculos adutor magno, adutor longo, adutor mínimo, pectíneo e grácil e fortalecer os músculos reto abdominal e oblíquo externo. Objetivo: trabalhar coordenação, alongar os músculos adutor magno, adutor longo, adutor mínimo, pectíneo e grácil e fortalecer os músculos reto abdominal, oblíquos, latíssimo Exercise On the Ball Objetivo: fortalecer os músculos peitoral, deltóide fibras anteriores e médias e tríceps braquial e realizar treino de equilíbrio Avançado Exercise On the Ball Objetivo: fortalecer os músculos reto abdominal e oblíquo externo. 82 The Hundred (bombeando os braços) Objetivo: trabalhar coordenação e fortalecer os músculos reto abdominal e oblíquo externo.. The Hundred Variant Objetivo: fortalecer os músculos reto abdominal, oblíquo interno, oblíquo externo, iliopsoas, peitoral, tríceps braquial. do dorso, redondo maior. The Hundred The Hundred Variant Objetivo: trabalhar coordenação e fortalecer os músculos reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno, latíssimo do dorso, redondo maior e quadríceps femoral. Exercise On the Ball Objetivo: trabalhar coordenação e fortalecer os músculos reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno, latíssimo do dorso, redondo maior e quadríceps femoral. Exercise On the Ball Objetivo: Realizar treino de equilíbrio e fortalecer globalmente a musculatura (peitoral, tríceps braquial, reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno, iliopsoas, quadríceps Objetivo: Realizar treino de equilíbrio e fortalecer globalmente a musculatura (peitoral, tríceps braquial, reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno, iliopsoas, 83 Sit-Up e tríceps sural). Sit-Up Variant quadríceps femoral e tríceps sural). Sit-Up Variant Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra anterior e fortalecer os músculos reto abdominal e oblíquo externo. Sit-Up Objetivo: mobilizar coluna vertebral e fortalecer o músculo reto abdominal, oblíquo externo e quadríceps femoral. Sit-Up Variant Objetivo: mobilizar coluna vertebral e fortalecer o músculo reto abdominal, oblíquo externo, iliopsoas e quadríceps femoral. Sit-Up Variant Objetivo: mobilizar coluna vertebral e fortalecer o músculo reto abdominal e oblíquo externo. Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra Objetivo: alongar os músculos da cadeia mestra anterior e fortalecer os músculos reto anterior e fortalecer os músculos reto abdominal e oblíquo externo, quadríceps abdominal e oblíquo externo. femoral e iliopsoas. 84 ANEXO 3 – Normas de publicação da Physical Therapy Journal Information for Authors: Requirements for Clinical Trials As defined by the International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), a clinical trial is any research project that prospectively assigns human subjects to intervention or comparison groups to determine a cause-and-effect relationship between an intervention and an outcome. Read First: Review Process for Clinical Trials | Trial Registration | CONSORT Requirements | Ethics Approval | Formatting | Statistics | Photo/Video Release | Reprinted Materials | Related Articles | Raw Data | Forms Required at Submission | Editorial Policies | Review/Publication Policies | Author Assistance | Submit Manuscript Read First: Review Process for Clinical Trials Manuscripts that report on clinical trials are prescreened by a Trial Methods Reviewer and an Editorial Board member.PTJ publishes 4 types of clinical trials: Clinical trial—randomized, symptomatic or asymptomatic participants (prevention), clinical or health outcomes. Trial registration is required (see Trial Registration). Clinical trial—nonrandomized, symptomatic or asymptomatic participants (prevention), clinical or health outcomes. Trial registration is required (see Trial Registration). Clinical trial—randomized, symptomatic participants, mechanistic or asymptomatic participants, mechanistic or physiological outcomes. Clinical trial—randomized, physiological outcomes. 85 Clinical trials are immediately rejected when: Trial enrollment began AFTER January 1, 2009 and the trial was registered after trial enrollment began. Authors did not obtain ethics approval from a properly constituted ethics committee. Trial has major limitations (eg, inadequate power, only immediate posttreatment outcomes) and RCTs without these limitations, addressing the same research question, already exist. Trial tests a clinical intervention on healthy participants who would not receive the intervention in normal clinical care. Exceptions: o Research whose purpose is to study prevention and wellness interventions, in which case healthy participants might be the logical population of interest. o Certain early mechanistic studies might justify the use of healthy subjects. The report of the trial does not contain sufficiently new information and therefore does not offer a significant contribution to the literature. The report of the trial does not have a theoretical or evidence-based argument for the relevance of the work to physical therapy or rehabilitation. Before review can proceed, clarification from the author will be required IF: The report of the trial is substantively different (as judged by Trial Reviewer) from that specified in the trial registry, and no explanation is provided for this difference. The CONSORT checklist and flow diagram were not submitted with the manuscript (see CONSORT Requirements). 86 One or more elements are missing from the CONSORT checklist, and these omissions prevent meaningful peer review. Manuscript reports a pilot study and makes claims for treatment effectiveness/efficacy rather than focusing on trial feasibility. Trial Registration The International Society of Physiotherapy Journal Editors (ISPJE) recommends the registration of clinical trials. Read more about the ISPJE recommendations and rationale. PTJ began its policy of requiring trial registration in 2008; read the editorial by Craik and Maher. PTJ requires clinical trials that fit the following World Health Organization (WHO) definition of clinical trial to be registered: "For the purposes of registration, a clinical trial is any research study that prospectively assigns human participants or groups of humans to one or more health-related interventions to evaluate the effects on health outcomes. Clinical trials may also be referred to as interventional trials. Interventions include but are not restricted to drugs, cells and other biological products, surgical procedures, radiologic procedures, devices, behavioural treatments, process-of-care changes, preventive care, etc. This definition includes Phase I to Phase IV trials." Trials that began participant enrollment AFTER January 1, 2009, must be registered in an accepted trial registry BEFORE enrollment begins. Trials that began enrollment BEFORE January 1, 2009, must be registered prior to manuscript submission. Authors are required to: (1) Specify where the trial is registered and provide the trial's unique registration number in their cover letter. (2) Include in their cover letter a statement regarding when enrollment began. 87 Trial registration is usually free and typically takes no more than 30 minutes. Acceptable registries must meet the following ICMJE requirements: be publicly available, searchable, and open to all prospective registrants; have a validation mechanism for registration data; and be managed by a not-for-profit organization. An acceptable registry includes, at a minimum, the following information: a unique identifying number, a statement of the intervention (or interventions) and comparison (or comparisons) studied a statement of the study hypothesis definitions of the primary and secondary outcome measures eligibility criteria key trial dates (registration date, anticipated or actual start date, anticipated or actual date of last follow-up, planned or actual date of closure to data entry, and date trial data considered complete) target number of subjects funding source contact information for the principal investigator. Two large registries are: ClinicalTrials.gov (http://www.clinicaltrials.gov) [FREE] International Standard Randomized (http://www.controlled-trials.com/isrctn/) Other registries that ICMJE finds acceptable are: www.anzctr.org.au www.umin.ac.jp/ctr/index/htm www.trialregister.nl Controlled Trial Number 88 https://eudract.ema.europa.eu/ (new registrations after June 20, 2011) The World Health Organization (WHO) also has a registry network. For more about reporting clinical trials: Zarin DA, Tse T. Moving toward transparency of clinical trials. Science. 2008;319:1340-1342. Questions? Contact [email protected]. CONSORT (Consolidated Standards of Reporting Trials) Requirements PTJ endorses the transparent reporting of clinical trials and the CONSORT statement and its extensions. Authors are required to follow these guidelines, include a flow diagram within the manuscript, and submit the checklist for randomized trials of nonpharmacologic treatment (http://www.consort- statement.org/extensions/interventions/non-pharmacologic-treatment-interventions/). Authors must indicate the number of the page where each item was addressed in the manuscript. It is essential that reports of trials provide sufficient details on interventions so that readers can judge the applicability and clinical relevance of results. Authors are encouraged to provide a trial treatment manual as an online-only appendix. CONSORT, which stands for Consolidated Standards of Reporting Trials, encompasses various initiatives developed by the CONSORT Group to alleviate the problems arising from inadequate reporting of randomized controlled trials (RCTs). Ethics Approval for RCTs All manuscripts reporting on RCTs must include a statement that the authors received approval from a properly constituted ethics committee. In the cover letter that is 89 submitted with the manuscript, authors should provide the name of the institutional review board (IRB), institutional animal care and use committee, or other similar body that approved the study. Formatting PTJ endorses the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals put forth by theInternational Committee of Medical Journal Editors (ICMJE). PTJ follows the American Medical Association [AMA] Manual of Style, 10th ed, published by Williams & Wilkins (Baltimore, Md). PTJ promotes "people-first" language. That is, patients and subjects should not be referred to by disability or condition (eg, use "patients who have had a stroke" or "patients with stroke," rather than "stroke patients" or "stroke survivors"). All manuscripts must be formatted double-spaced, with pages AND lines numbered. Please use 12-point font. Submit both a masked copy and an unmasked copy. In the masked version, please remove author names and any affiliations within the article. Sections, in order of appearance: (1) Title page, (2) Abstract, (3) Body of article, (4) Acknowledgments, (5) References, (6) Tables, (7) Figure legends, (8) Figures, (9) Video legends, (10) Appendixes. Title. Titles should not be vague and should reflect measured variables. For instance, instead of using "physical therapy" to refer to intervention, state specific interventions (eg, "strengthening exercises"). For randomized trials, add the subtitle "A Randomized, Controlled Trial" to the full title of your manuscript. Titles (including subtitles) should be no longer than 150 characters (including punctuation and spaces). Abstract. Word limit: 275 words. Structure: Background, Objective, Design, Setting, Patients, Intervention, Measurements, Results, Limitations, Conclusions (see Haynes). 90 Body of Manuscript. Word limit: 4,500 words (excluding abstract and references). Please provide the manuscript word count on the abstract page of your manuscript. Sections: Introduction, Methods, Results, and Discussion. Use the following Methods section subheadings: Design Overview; Setting and Participants; Randomization and Interventions; Outcomes and Follow-up; Statistical Analysis; Role of the Funding Source. The Discussion section ideally should contain no more than 5 paragraphs and should address: statement of principal findings strengths and weaknesses of the study strengths and weaknesses in relation to other studies, discussing important differences in results meaning of the study: possible explanations and implications for clinicians and policymakers unanswered questions and future research Acknowledgments. Acknowledgments should be formal and as brief as possible and limited to recognizing individuals who have made specific and important contributions to the work being reported. References. 75 or fewer. References should be listed in the order of appearance in the manuscript, by numerical superscripts that appear consecutively in the text. If you use End Notes, please use version 6.0 or higher. Tables. Tables should be formatted in Word, numbered consecutively, and placed together. In tables that describe characteristics of 2 or more groups: Report averages with standard deviations when data are normally distributed. 91 Report median (minimum, maximum) or median (25th, 75th percentile [interquartile range, or IQR]) when data are not normally distributed. There should be no more than 6 tables and figures (total). Additional tables and figures can be posted online only. For more information, see "Tips for Figures and Tables." Figures. For peer-review purposes, figures can be attached to the manuscript after the figure legends; however, figures also should be submitted as separate, high-res graphic files in tif, jpg, eps, or pdf format, with the resolution set at a minimum of 300 dpi. The separate image files will help PTJ staff to produce the sharpest images both in print and online. Rule of thumb: the larger the figure (eg, 8.5" × 11"), the better. If electronic formats are not available to you, figures must be submitted as 5" × 7" camera-ready glossies and mailed to the Editorial Office. Figures should be numbered consecutively. For helpful guidelines on submitting figures online, visit Cadmus Journal Services. Lettering should be large, sharp, and clear, and abbreviations used within figures should agree with Journal style. Color photographs are encouraged, in sharp focus and with good contrast. There should be no more than 6 tables and figures (total). Additional tables and figures can be posted online only. Appendixes. Appendixes should be numbered consecutively and placed at the very end of the manuscript. Use appendixes to provide essential material not suitable for figures, tables, or text. Online-Only Materials. PTJ hosts a variety of supplemental data that cannot be published in print or that exceeds allowed word, table, or figure counts. Supplemental files can include tables, figures, appendixes, video clips, PowerPoint files, or Excel spreadsheets. 92 If a manuscript contains tables or figures that exceed PTJ's maximum, the review team may recommend that some of them appear online only as a PDF. These tables and figures would have the same format and style as those in the final published article. To help the reader, PTJ recommends that Research Report and Case Report authors submit study protocols, treatment manuals, detailed descriptions of evaluation and intervention procedures, treatment progression algorithms, etc. These can be submitted as online-only tables, figures, appendixes, or video clips. They are reviewed by the editors and Editorial Board and should be submitted at the same time that the manuscript is submitted. The videos can be of patients, procedures, interventions, or any other relevant part of the study or case. (See Video Central for recent examples.) Video Requirements. PTJ's preferred format for video clips is MPEG (Moving Picture Experts Group). Because of sophisticated compression techniques, MPEG files are much smaller than other formats for the same quality. These files also are compatible with both Windows Media Player (PC) and QuickTime (Mac). Other acceptable formats include: .mov (QuickTime Movie), .wmv (Windows Media Video), .mp4, and .avi (Audio Video Interleave). If the manuscript is accepted for publication, PTJ staff will convert the video file to MPEG format and it will accompany the final print version of the article online. File size: To minimize the time it takes for video files to download, the file size of the video should be as small as possible but large enought to still preserve clarity and sharpnesss. Minimum dimensions: 320 pixels wide by 240 pixels deep Maximum length: 5 minutes 93 Where applicable, include a citation to each video in the manuscript text and include the title (10-15 words maximum) and a legend for the video in the manuscript after the figure captions. If patients are in the video, either they should not be identifiable or they must give written permission to use the video. If you have questions about videos, please contact the Online Editor. Measurements. Please use the International System of Units. (English units may be given in parentheses.) Equipment manufacturers. For all equipment and products mentioned in the text, place the model name/number and the manufacturer and location (city and state) in parentheses in the text. In the "Data Analysis" section, specify the statistical software—version, manufacturer, and manufacturer's location—that was used for analyses. Explanatory footnotes. For any explanatory footnotes, use consecutive symbols (*, †, ‡, §, ||, #, **, ††, ‡‡, §§, ||||, ##). Statistics Requirements for addressing clinical relevance. In reporting statistical results, P values alone are insufficient. PTJauthors are required report the magnitude and/or precision of statistical estimates (eg, 95% CI) to enhance data interpretation and clarify which results potentially have an impact on clinical practice. Percentages. Report percentages to one decimal place (ie, xx.x %). Standard deviations. Use "mean (SD)" rather than "mean ± SD" notation. Report confidence intervals (CI) rather than standard errors. 94 P values. Report exact P values to 2 decimal places, except when P≤.001 and in that case P ≤.001 is sufficient. Pvalues alone are insufficient and must be accompanied with appropriate magnitude and precision estimate. Photograph and Video Release—Patient Permission Authors must obtain and submit written permission to publish photographs or post video clips in which patients are recognizable. This statement must be signed by the patient, parent, or guardian. Reprinted Materials Authors must obtain and submit written permission from the original sources, in the name of APTA, to publish in their article illustrations, photographs, figures, or tables taken from those sources. Related Articles If other articles using the same data set or otherwise related to this manuscript have been published or are under review by other journals, submit a masked copy of the article(s) along with your manuscript. Raw Data PTJ works to maintain the highest levels of integrity and accountability. The Editors therefore reserve the right to ask researchers to provide the raw data for their studies during review or at any time up to 5 years after publication inPTJ. This would likely happen only in rare instances, when credibility of the research is brought into serious question. 95 Forms Required at Submission Copyright and Authorship Form—you will be prompted to fill out an electronic form at submission via PTJ Manuscript Central Conflict-of-Interest and Disclosure Form—you will be prompted to fill out an electronic form at submission via PTJ Manuscript Central Modified CONSORT Flow Diagram for Individual Randomized, Controlled Trials of Nonpharmacologic Treatment Revised CONSORT Checklist How to Submit Your Manuscript If you've never used PTJ Manuscript Central as an author or reviewer before, click on Create a New Account, and follow the prompts to submit your information and establish a user ID and password. Once you have your user ID and password, login, click on your Author Center, and then click on Submit First Draft of New Manuscript. You will be prompted to enter data into 10 screens and then upload your manuscript. 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