- Mestrado em Horticultura Irrigada

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- Mestrado em Horticultura Irrigada
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG)
Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS)
Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada – Mestrado (PPHI)
MÁRCIO FERREIRA RIBEIRO
USO DE PRODUTOS NATURAIS NO CONTROLE DE THRIPS TABACI EM
CEBOLA SOB CULTIVO ORGÂNICO E IRRIGADO
JUAZEIRO – BAHIA
2015
0
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG)
Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS)
Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada – Mestrado (PPHI)
MÁRCIO FERREIRA RIBEIRO
USO DE PRODUTOS NATURAIS NO CONTROLE DE THRIPS TABACI EM
CEBOLA SOB CULTIVO ORGÂNICO E IRRIGADO
Dissertação apresentada junto ao Programa de
Pós-Graduação em Horticultura Irrigada da
Universidade
do
Estado
da
Bahia
(PPHI/UNEB/DTCS), como requisito para a
obtenção do título de Mestre em Agronomia.
Área de Concentração: Horticultura Irrigada.
Orientador: Prof. Dr. José Osmã T. Moreira
JUAZEIRO – BAHIA
2015
1i
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
MÁRCIO FERREIRA RIBEIRO
USO DE PRODUTOS NATURAIS NO CONTROLE DE THRIPS TABACI EM
CEBOLA SOB CULTIVO ORGÂNICO E IRRIGADO
Dissertação apresentada junto ao Programa de
Pós-Graduação em Horticultura Irrigada da
Universidade
do
Estado
da
Bahia
(PPHI/UNEB/DTCS), como requisito para a
obtenção do título de Mestre em Agronomia.
Área de Concentração: Horticultura Irrigada.
Aprovada em: __/ __/ 2015
__________________________________________
Prof. Dr. José Osmã Teles Moreira
(Orientador/ Presidente da Banca)
Universidade do Estado da Bahia - UNEB
___________________________________________
Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo
Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável Caerdes
___________________________________________
Dr. Tiago Cardoso da Costa Lima
Embrapa Semiárido – Petrolina - PE
ii2
“Formastes o homem para ser o senhor de
todas as vossas criaturas, governar o mundo
na santidade e na justiça, e proferir seu
julgamento na retidão de sua alma.”
Sabedoria 9. 2-3
3
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, Pai de infinita Bondade e Misericórdia, pela força e graças
alcançadas e a Virgem Maria por quem tenho particular devoção.
A minha família – pais, irmãos, tios pela paciência e cumplicidade.
A Universidade do Estado da Bahia e programa de pós-graduação em
Horticultura Irrigada, pela oportunidade.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes),
pela concessão da bolsa de estudo. Ao orientador Prof. Dr. José Osmã Teles
Moreira e ao co-orientador Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo, pela paciência,
confiança e compreensão.
Ao Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento
Sustentável (Caerdes), na pessoa do Prof. Dr. Jairton Fraga Araújo, pela
disposição da estrutura necessária a execução dos trabalhos, além de sua equipe
de pesquisadores e colaboradores empenhados em sempre ajudar-me quando
necessário e pela amizade.
Ao Laboratório de Entomologia agrícola da Universidade do Estado da
Bahia (UNEB), na pessoa do Prof. Dr. José Osmã Teles Moreira também pela
disposição de estruturas necessárias a execução dos trabalhos e por sua equipe.
A todos os educadores, colaboradores, amigos e colegas, que de alguma
forma me impulsionam na caminhada.
iv4
SUMÁRIO
Página:
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................. 6
LISTA DE QUADROS ............................................................................................ 9
RESUMO.............................................................................................................. 10
ABSTRACT .......................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 15
2.1 Agricultura orgânica no brasil e no mundo .................................................. 15
2.2 Aspectos gerais da cebola .......................................................................... 17
2.3 A cultivar ipa 11........................................................................................... 22
2.4 Cultivo orgânico de cebola .......................................................................... 23
2.5 Estudos da Região Nordeste e suas caracteristícas ................................... 25
2.6 Thysanoptera: taxonomia e sistemática ...................................................... 26
2.7 Caracteristicas do Thrips tabaci .................................................................. 27
2.8 Produtos naturais ........................................................................................ 31
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 39
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 45
CONCLUSÃO....................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 58
v
5
LISTA DE FIGURAS
A – Tripes adulto, distinguível devido sua
coloração amarelo-palha a marrom; B –
Local onde geralmente encontram-se as
colônias do inseto, entre a bainha e o
limbo foliar; C – Plantação afetada pelo
Figura 01
tripes, devido ao seu aparelho bucal
29
raspador-sugador, alimentam-se da seiva
das
plantas,
causando
prateamento,
necrose e deformação nas partes tenras
da planta, como flores, frutos e brotações.
Figura 02
Dimensões e disposição de cada uma das
42
28 parcelas utilizadas no experimento.
A – Divisão dos canteiros (parcelas), cada
uma das cores mostram os óleos que
foram aplicados, estes foram definidos
mediante a sorteio; B – Da linha vermelha
as
Figura 03
extremidades,
plantas
que
foram
destinadas a bordadura; C – Plantas que
foram
destinadas
produtividade;
a
análise
44
de
D – Plantas que foram
destinadas a contagem de tripes.
Número médio do número de tripes nas
Figura 04
parcelas aplicadas com óleo de algodão
em comparação com o número de tripes
45
nas parcelas da testemunha.
6
Número médio do número de tripes nas
parcelas aplicadas com óleo de neem em
Figura 05
comparação com o número de tripes nas
parcelas da testemunha.
46
Número médio do número de tripes nas
parcelas aplicadas com o rotenat em
Figura 06
comparação com o número de tripes nas
50
parcelas da testemunha.
Número médio do número de tripes nas
parcelas aplicadas com o sulfocal em
Figura 07
comparação com o número de tripes nas
parcelas da testemunha.
51
Número médio do número de tripes nas
parcelas aplicadas com o piroalho em
Figura 08
comparação com o número de tripes nas
52
parcelas da testemunha.
Número médio do número de tripes nas
parcelas aplicadas com o citrolin em
Figura 09
comparação com o número de tripes nas
53
parcelas da testemunha.
Número médio de tripes em cada um dos
Figura 10
tratamentos
aplicação.
e
níveis
(dosagens)
de
54
7
Produtividade da cebola em cada um dos
Figura 11
tratamentos em T ha-¹ e a produtividade
55
média do experimento.
8
LISTA DE QUADROS
Quantidade de água a acrescentar por litro de
calda sulfocálcica na concentração original para
Quadro 01
obter as diferentes diluições em graus Baumé .
Quadro
contendo
informações
quanto
38
a
quantidades dos macro e micronutrientes, o
potencial hidrogeniônico e a condutividade elétrica,
densidade e granulometria, capacidade de campo
Quadro 02
e
ponto
de
murcha
do
solo
utilizado
no
40
experimento.
.
9
RESUMO
O tripes, Thrips tabaci Lind. (Thysanoptera: Thripidae), é considerado a principal
praga da cultura da cebola no Brasil. Comumente vem-se adotando práticas de
manejo de agroecossistemas em sistema convencional tais como a aplicação de
agrotóxicos prejudiciais à natureza e ao homem. O objetivo desse trabalho foi
contribuir na geração de informações para sedimentar a agroecologia no
Submédio Vale do São Francisco em uma área experimental de cebola em
Juazeiro-BA, no que diz respeito ao controle do Thrips tabaci na cultura da
cebola, sob cultivo orgânico, fazendo-se uso de óleos naturais. Adotou-se
delineamento de blocos ao acaso, em esquema de parcelas subdivididas, os
tratamentos utilizados foram: Óleo de algodão à 0,5%, 1,0% e 1,5%; Óleo de
neem à 0,2%, 0,3% e 0,5%; Rotenat à 0,2%, 0,3% e 0,5%; Sulfocal à 1,0%, 1,5%
e 2,0%; Piroalho à 0,3%, 0,5% e 1,0% e Citrolim à 0,1%, 0,2% e 0,3%. Na
semana posterior a cada pulverização, quinzenalmente, ocorria a coleta de dados
para a análise dos tratamentos através da contagem das tripes nas plantas,
aplicou-se análise de variância e teste de comparação de médias, adotou-se
Turkey a 5% de probabilidade. Dentre os tratamentos, a Calda Sulfocálcica a
2,0% e o Óleo de Neem a 0,5% foram os únicos, que obtiveram resultados
satisfatórios, quando o produto foi aplicado a uma maior dosagem. O Óleo de
Algodão, Rotenat, Piroalho e o Citrolim, apresentaram número de Tripes
semelhantes, e até maior que o da testemunha em alguns casos.
PALAVRAS-CHAVE: Óleo de algodão, Óleo de nem, Rotenat, Sulfocal, Piroalho,
Citrolim, agroecologia
10
ABSTRACT
The thrips, Thrips tabaci Lind. (Thysanoptera: Thripidae), is considered the main
pest of onion culture in Brazil. Commonly comes adopting management practices
of agroecosystems in conventional system such as the application of pesticides
harmful to nature and man. The objective of this work was to contribute to the
generation of information for the sedimentary Agroecology in the Submedium São
Francisco Valley of San Francisco in an experimental area of onion in Juazeiro,
Bahia, with regard to the control of Thrips tabaci in onion culture under organic
cultivation, making use of natural oils. Adopted experimental randomized in plots
scheme subdivided, the treatments used were: cottonseed oil to 0.5, 1.0 and 1.5;
Neem oil to 0.2, 0.3 and 0.5; Rotenat 0.2, 0.3 and 0.5 to; Sulfocal to 1.0, 1.5 and
2.0; Piroalho to 0.3, 0.5 and 1.0 and 0.1, 0.2 and Citrolim to 0.3. In the week after
each spraying, biweekly, the data collection for the analysis of treatments through
the count of thrips in plants, analysis of variance and means comparison test,
Tukey the probability 5. Among the treatments, the syrup lime sulphur to 2.0 and
Neem Oil to 0.5 were the only ones, who have obtained satisfactory results, when
the product is applied to a higher dosage. Cotton oil, Rotenat, Piroalho and
Citrolim, presented number of Thrips are similar, and even bigger than that of the
witness in some cases.
Keywords: cotton oil, not oil, Rotenat, Sulfocal, Piroalho, Citrolim, agro-ecology
11
1 INTRODUÇÃO
A cebola (Allium cepa L.) está entre as três hortaliças mais cultivadas no
mundo, sendo de grande importância econômica e ultrapassada apenas pelo
tomate e pela batata. A área de produção no Brasil é de 70.000 ha -¹ ano, com
rendimento, nos últimos anos, próximo de 19 t ha -¹, mas cultivos bem conduzidos
tem rendimentos entre 40 e 60 t ha-¹ ou até mesmo superior (VIDIGAL et al.,
2007). O Nordeste apresenta 21,7% da produção da hortaliça, com produtividade
média de 25,7 t ha-¹. Entre os estados nordestinos, a Bahia e Pernambuco se
destacam com produtividade média de 29,1 e 20,4 t ha -¹, respectivamente (IBGE,
2013). A região do Vale do São Francisco é um produtor importante,
principalmente cidades como Belém do São Francisco e Cabrobó, em
Pernambuco, Casa Nova, Juazeiro e Sento Sé, na Bahia.
Outros estados brasileiros como: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São
Paulo, Minas Gerais e Paraná também se destacam na produção da hortaliça, no
entanto, o Brasil não é autossuficiente na produção de cebola. O alto consumo
deste bulbo durante o ano, associado às menores safras em algumas regiões
produtoras, em determinado períodos do ano, torna essencial sua importação,
principalmente da Argentina, Holanda e Espanha (SCHMITT, 2010).
Segundo Yepsen (1977), o manejo do solo com práticas que não agridam
a biota e favoreçam a ciclagem de nutrientes é fundamental para obtenção de
plantas saudáveis, tais como: redução da mecanização do solo (plantio direto ou
cultivo mínimo), uso preferencial de adubos verdes, plantas de cobertura,
estercos, compostos, etc. Ainda segundo os autores, essas práticas propiciam a
geração de alimentos que não agridem a saúde humana e evitam a contaminação
do solo e dos trabalhadores agrícolas responsáveis pela aplicação.
Atualmente, a agricultura convencional é muito mas praticada que a
orgânica, a aplicação de agrotóxicos e a mecanização excessiva do solo com
máquinas são práticas comumente utilizadas e prejudicam o solo, empobrecendo
sua fauna, que é responsável pela ciclagem de nutrientes. (MATSON et al. 1997;
ALTIERI e NICHOLLS 1999). De acordo com Muniz (2003), apenas 1,22% dos
agricultores se dedicam ao sistema de produção orgânico. Essa forma de
agricultura é definida como um sistema de produção que evita ou exclui
12
amplamente o uso de fertilizantes minerais, pesticidas, reguladores de
crescimento e compostos sintéticos (EHERS, 1996).
Recentemente a preocupação com o ambiente e a qualidade de vida tem
difundido amplamente as correntes de agricultura alternativa, dentre elas, a
agricultura orgânica. Esse sistema de produção tem crescido continuamente, em
função de uma demanda cada vez maior por produtos saudáveis. O Brasil ocupa
a 13ª posição mundial quanto à área destinada à agricultura orgânica certificada,
com mais de 275 mil hectares. Dentre os alimentos produzidos, destacam-se as
oleráceas destinadas ao mercado interno (TRIVELLATO e FREITAS, 2003).
Na cebolicultura do Submédio do Vale do São Francisco, o Thrips tabaci
(Thysanoptera: Thripidae) é um dos principais agentes que diminuem sua
produtividade. Trata-se de uma praga que, segundo Gonçalves (2006), é a
principal da cultura da cebola no Brasil. Esse inseto é um raspador sugador que
devido sua ação na planta, diminui o tamanho do bulbo e consequentemente seu
valor comercial, o que ocorre porque as folhas não realizam a fotossíntese
eficazmente. Em infestações severas, as injúrias causadas pelo tripes são
facilmente identificáveis, as folhas ficam retorcidas e secam dos ponteiros em
direção a base (VANNETTI, 1960; MENEZES SOBRINHO, 1978; GONÇALVES,
2006), além disso, essas injúrias permitem que entre água nos bulbos o que
diminui seu tempo de prateleira e dificultam o “estalo” que é o tombamento da
planta na maturação (LORINI e DEZORDI, 1990). O controle químico ainda é a
principal prática adotada para o manejo dessa praga.
Embora várias substâncias alternativas ao controle químico tenham sido
testadas no manejo de T. tabaci em cebola, ainda não há resultados eficientes de
controle ou incremento em produtividade (GOLÇALVES, 2006). A melhoria da
fertilidade do solo em plantio direto facilita a tolerância de plantas de cebola ao
dano causado pelo inseto. O uso de cobertura morta com palha de trigo em
cebola tem reduzido a incidência de tripes, provavelmente por efeito repelente ou
pelo aumento do número de predadores (CRANSHAW, 2006; MAHAFFEY et al.,
2005), bem como por reduzir sua emergência (LARENTZAKY et al., 2008).
Em busca do rápido controle da praga e devido a facilidade com que o
controle químico é efetuado, além de sua disponibilidade no comércio, a forma
convencional para o controle dessa praga é comumente empregado. Sabe-se,
13
porém, que práticas como essa contribuem para a ressurgência do tripes devido à
resistência dos insetos aos aditivos químicos. O uso dos agroquímicos também
tem efeitos cancerígenos nos consumidores e principalmente nos aplicadores,
agravando-se ainda mais quando a pratica da aplicação é realizada sem o uso do
equipamento de proteção individual.
Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo, gerar
informações no que diz respeito ao controle do T. tabaci na cultura da cebola, sob
cultivo orgânico, fazendo-se uso de produtos naturais.
14
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 AGRICULTURA ORGÂNICA NO BRASIL E NO MUNDO
A agricultura orgânica, poderia ser definida como o modo de agricultura
que baseia-se na sustentabilidade, termo empregado para explicar o desejo de
satisfazer as necessidades das gerações presentes, sem comprometer as futuras.
Há uma corrente de pensamento que prevê a insustentabilidade do modelo
produtivo da agricultura convencional baseado no fato de que esta forma de
agricultura deixaria improdutivo o solo para futuras gerações, provocando além
deste, impactos ambientais irreversíveis. A agricultura ecológica, biodinâmica,
orgânica, biológica, natural, alternativa ou regenerativa, busca desenvolver
sistemas de produção que mantenham, ao longo do tempo, as características dos
agroecossistemas.
Dentre os malefícios que podem ser citados em decorrência da agricultura
dita “moderna”, quando esta é efetivada de forma irresponsável, estão a presença
de altos níveis de resíduos tóxicos nos alimentos, desequilíbrio biológico,
contaminações ambientais, intoxicações de pessoas e animais, ressurgência de
pragas, surtos de pragas secundárias e o aparecimento de linhagens de insetos
resistentes, além daquelas que afetam o solo devido o uso intensivo e
inadequado deste, levando-o a um processo rápido de degradação, favorecendo
a erosão e prejudicando as reservas aquíferas, além do esgotamento dos
recursos naturais e o impacto sobre o ambiente, o que mostra os limites naturais
ao crescimento econômico ilimitado. Em contrapartida, as práticas orgânicas de
manejo do solo são conservacionistas, apostando na exclusão de agrotóxicos e
fertilizantes químicos.
Diante da necessidade de se fazer agricultura de maneira ecologicamente
correta e visando seu desenvolvimento sustentável, é necessário ter uma visão
holística do solo em seus três componentes: o fertilizante, o solo em si e a planta.
Segundo Paglia (2003), a sustentabilidade ambiental em nível local é positiva
quando o manejo realizado no agrossistema aproveita a produtividade dos
recursos naturais renováveis. A terra não pode ser vista unicamente como suporte
15
físico das espécies, conforme Vidigal (2002), os efeitos benéficos ao solo se
fazem presentes, desde o início do crescimento das culturas, com a melhoria das
condições físicas, retenção de água, aumento da atividade microbiana, e ainda
como reserva de macro e micronutrientes, que são liberados durante a
mineralização, podendo aumentar a fertilidade do solo.
As hortaliças pertencem ao grupo de culturas que mais respondem à
adubação orgânica, tanto na produtividade quanto na qualidade do produto
colhido. Portanto, o sistema orgânico de produção de cebola possui um alto
potencial de expansão e sua implementação em larga escala possibilitaria o
incremento da independência financeira dos agricultores pela não utilização de
agroquímicos, reduzindo assim o impacto de resíduos tóxicos no meio ambiente,
os problemas de saúde dos agricultores e, adicionalmente, ofertar-se-ia um
alimento mais saudável aos consumidores nessa cultura. Filgueira (2000), cita
que ao se utilizar adubos orgânicos ricos em nitrogênio, tal como a torta de
mamona ou o esterco de aves, a adubação química nitrogenada pode ser
reduzida ou dispensada.
Há ainda uma vantagem do agroecossitema sobre o sistema convencional.
Quando comprados, além da maior massa de bulbos produzidos no sistema
orgânico, as perdas no sistema convencional são mais acentuadas durante o
período de armazenamento. Tal fato pode ser explicado pelo maior teor de
umidade observado neste bulbos em função da maior retenção de umidade no
solo (RAPUSAS e DRISCOLL, 1995).
O sistema orgânico para o cultivo de cebola como uma realidade pode ser
alcançado desde que se disponha de material orgânico suficiente para fornecer
todos os nutrientes necessários para o crescimento das plantas. Gonçalves
(2003) constatou que a adubação orgânica pode substituir a adubação mineral na
cultura da cebola, pois foi possível atingir níveis de produtividades similares para
ambos os tratamentos, no entanto é preciso estar ciente que a simples
substituição de agroquímicos por adubos orgânicos mal manejados pode não ser
a solução, podendo inclusive causar outro tipo de contaminação (CAPORAL;
COSTABEBER, 2004).
Independente da região, a adubação orgânica é sempre recomendada.
Entretanto, deve-se considerar a quantidade de nitrogênio do adubo orgânico a
16
fim de evitar desequilíbrios na cultura por excesso deste nutriente e problemas
ambientais em decorrência da lixiviação de nitrato, presente em quantidades
elevadas em alguns tipos de adubos orgânicos, especialmente no esterco de
bovinos. A aplicação deve ser feita com antecedência de pelo menos 15 dias da
semeadura ou transplante das mudas (EMBRAPA, 2006). Segundo Andriolo
(2002), o mau uso da adubação orgânica também pode levar ao desequilíbrio do
estado nutricional do solo.
A agricultura deve ser tanto sustentável quanto altamente produtiva, para
poder alimentar a crescente população humana. Este duplo desafio significa que
não podemos abandonar as práticas convencionais como um todo e retornar às
tradicionais. Porém, a rápida degradação do solo levou a essa preocupação com
a sua qualidade e a sustentabilidade do sistema agrícola. Portanto busca-se um
novo modelo de produção agrícola que proporcione aos produtores uma melhor
produtividade e, por consequência, rentabilidade da cultura. A agroecologia segue
um paradigma holístico e ético, buscando de forma harmônica conciliar
produtividade com equilíbrio ecológico e equidade social (GLIESSMANN, 2000;
CAPORAL e COSTABEBER, 2002).
2.2 ASPECTOS GERAIS DA CEBOLA
A cebola Allium cepa L. é uma planta herbácea de tamanho variável em
torno de 60 cm de altura. Ciclo variável de 150 a 220 dias para produção de
bulbos e bianual para a produção de sementes (FONTES, 2005), consumida a
milhares de anos e de alto valor comercial, pois faz parte da culinária de
praticamente todos países. Dentre os povos da antiguidade que consumiam a
hortaliça estavam os hindus, egípcios, gregos e romanos. As informações quanto
ao seu centro de origem e domesticação são por vezes contraditórios e há quem
diga que estes são desconhecidos, mas algumas informações apontam o seu
provável centro de domesticação como o oriente próximo e a região do
mediterrâneo (CASTELLANE, 1990). Quanto ao seu verdadeiro centro de origem,
podem ser indicados a Ásia Central, especialmente do noroeste da Índia e do
Afeganistão.
17
Caracteriza-se por ser uma espécie polimórfica que exibe diferenças
quanto a cor e nível de cerosidade das folhas, ao formato, tamanho e cor dos
bulbos, e a reação ao comprimento do dia (MELO, 2007). As folhas são dispostas
alternadamente em duas fileiras, podendo ser cerosas ou não, o caule verdadeiro
está localizado abaixo da superfície do solo, sendo este um disco compacto com
formato cônico, situado na base inferior do bulbo de onde partem as raízes. As
bainhas foliares formam um pseudocaule cuja parte inferior é o próprio bulbo
(FILGUEIRA, 2008).
Apresentam sistema radicular superficial e baixa densidade de raiz. Suas
células estomáticas se fecham e a fotossíntese cessa com uma diminuição
potencial de água relativamente pequena nas folhas. No seu processo evolutivo a
cebola adaptou-se a sobreviver durante longos períodos de baixa disponibilidade
de água e podem acelerar a bulbificação em resposta ao estresse hídrico. Além
disso, a cebola é uma espécie pouco competitiva, em adensamento com outras
plantas vizinhas acelera a bulbificação, o que é indicativo de que esta é uma
planta cuja estratégia não é a competição, mas a tolerância ao estresse
(DOGLIOTTI et al., 2011). Após a emergência, tem baixa taxa de crescimento
relativo, apresentam folhas cilíndricas orientadas verticalmente, o que as fazem
passíveis de serem facilmente suportadas por ervas daninhas.
Conforme Dogliotti et al. (2011), em seu processo evolutivo, a planta foi
adaptada também a sobreviver ao frio por tempo prolongado. Para desenvolverse bem a outros ambientes inóspitos, o processo de bulbificação provavelmente
evoluiu como uma adaptação para sobreviver ao verão árido e quente de sua
região de origem. O bulbo é um órgão de resistência coberto de folhas, o qual
depois de formado entra em dormência e brota na presença de umidade. O
estímulo que a planta recebe indicando que o verão se aproxima é o alongamento
dos dias. Ao perceber o aumento do fotoperíodo, a planta inicia o processo de
bulbificação.
Presente em diversos temperos, condimentos, sendo consumida in natura
na forma saladas, crua, assada ou frita, a cebola pode ser desidratada,
processada e industrializada, isso se deve a sua pungência e aroma tido como
refinado, além de suas propriedades terapêuticas e características específicas
18
quanto ao sabor e aroma. Segundo a FAO (2011), China, Índia e Estados Unidos,
são os principais produtores, representando 51,6% da produção mundial.
No Brasil, de acordo com estimativas da FAO (2005), a produção de cebola
foi de 1,13 milhões de Mg ha-¹ ano-¹, com área plantada de 57,7 mil hectares. Com
o advento do Mercado Comum do Sul (Mercosul), o agricultor deve racionalizar os
custos, a fim de obter produtividade e qualidade na produção de bulbos para
competir com o mercado estrangeiro, sobretudo o argentino. O Brasil é o maior
produtor do Mercosul, sendo responsável por 65% da área plantada, seguido da
Argentina, com aproximadamente 20% da área, sendo que os dois países juntos
são responsáveis por 85% da produção de cebola do Mercosul. Segundo o IBGE
(2006), a safra obtida de cebola no ano de 2006 foi de 14.400 Mg ha -¹ ano-¹ e teve
uma variação positiva de 4,12% em relação à safra anterior.
É uma espécie perfeitamente adaptável as condições Submédio do Vale do
São Francisco devido a sua fisiologia, essa necessita de dias com duração
superior a 10 horas de luz para uma boa bulbificação, ou seja, é uma planta de
dia longo. De acordo com Vinne (2006), a taxa de bulbificação é intensificada por
temperaturas altas, quando sob fotoperíodos muito curtos, as plantas não
mostram sinais de bulbificação, mesmo após períodos longos de crescimento. A
taxa de germinação, crescimento e desenvolvimento das raízes são influenciadas
pela temperatura do solo, quando essa é extrema, essas variáveis são
prejudicadas consideravelmente, bem como na velocidade e duração do
crescimento das plantas e ocorrência e severidade de doenças.
A temperatura do ar tem uma importância preponderante sobre o
crescimento e desenvolvimento das plantas, já que muitos processos bioquímicos
e fisiológicos ocorrem entre 0 e 40ºC (VIEIRA e PICULI, 2009). Temperatura
acima de 35ºC na fase inicial de crescimento podem provocar a bulbificação
precoce indesejável e temperaturas inferiores a 10ºC podem induzir o
florescimento prematuro (bolting), que é indesejável, quando se visa à produção
comercial de bulbos. (RESENDE et al., 2007).
Introduzida no país em meados de século XVIII por imigrantes açorianos no
Rio Grande do Sul, a cultura da cebola, por seleção empírica originou as
variedades que hoje conhecemos como a Baía Periforme e Pera Norte. A partir de
1938, nesse mesmo estado, foram iniciados os trabalhos pioneiros de
19
melhoramento genético de cebola utilizando populações dessas variedades,
mantidas pelos produtores, as quais exibiam elevada variabilidade para diversos
caracteres. A diversidade genética desse germoplasma permitiu a obtenção de
inúmeras cultivares adaptadas às diferentes latitudes das regiões de cultivo de
cebola do país, que se sobressaem graças ao maior nível de resistência a
doenças e melhor conservação dos bulbos pós-colheita. O processo de
desenvolvimento
de
novas
cultivares
essenciais
nacionais
contribuiu
sobremaneira para a dispersão da cultura da cebola no país (BREDA JÚNIOR e
MELO, 2010).
O Brasil é o maior produtor de cebola da América Latina (MELO, 2007),
apesar disso, sua produtividade ainda é muito baixa (24,7 t ha -¹) quando
comparado a outros países, como: Coréia do Sul (66,2 t ha -¹), Estados Unidos
(56,1 t ha-¹), Espanha (55,2 t ha-¹), Austrália (53,9 t ha-¹), Holanda (51,6 t ha-¹) e
Japão com produtividade de 46,6 t ha-¹ (FAO, 2009). Mesmo assim, a cultura da
cebola constitui importante atividade socioeconômica no país, principalmente para
os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco e
Bahia (BOEING, 2002). A cebolicultura nacional é uma atividade praticada
principalmente por pequenos produtores cuja importância socioeconômica está
relacionada à demanda de grande quantidade de mão-de-obra, viabilizando as
pequenas propriedades, e também à fixação dos produtores na zona rural,
reduzindo a migração para as grandes cidades (COSTA et al., 2007).
De acordo com May (2006), a cebola tem sido cultivada atualmente em
novas áreas de produção, principalmente em Goiás, Distrito Federal e Minas
Gerais, o que tem proporcionado o crescimento de sua oferta anual, com
consequente diminuição da sazonalidade de preços do produto no mercado. O
desenvolvimento da cultura depende de diversos fatores os quais tem forte
relação de interdependência como quantidade de luz absorvida e disponibilidade
de água (FONTES, 2005). Desse modo, dentre os fatores de produção de grande
importância encontram-se a escolha da cultivar e a época de semeadura.
A interação entre temperatura e fotoperíodo favorece a formação de
bulbos, sendo o fotoperíodo o fator mais importante, já que determina os limites
de adaptação das diferentes cultivares. Clima quente e seco favorece a perfeita
20
maturação do bulbo e a colheita. O efeito da baixa temperatura no florescimento é
preponderante (FILGUEIRA, 2008).
A precipitação pluviométrica e a umidade do ar exercem efeito no
desenvolvimento dos bulbos e estrutura floral, podendo afetar o estalo
fitossanitário e a quantidade dos bulbos na colheita. O excesso de chuva durante
qualquer estágio de desenvolvimento, principalmente no estádio final de
maturação da cebola, prejudica a produção, causando apodrecimento dos bulbos.
Umidade relativa elevada proporciona o desenvolvimento de patógenos foliares e,
em condições severas, aumenta o custo de produção, podendo inclusive
inviabilizar totalmente a produção (RESENDE et al., 2007).
Toda cebola que é produzida na Região do Nordeste Brasileiro é
consumida dentro das dimensões geográficas do país, em três níveis de mercado,
composto pelo local, compreendido pelas circunvizinhas, situadas dentro da área
geográfica dos polos de produção, o regional que compreende toda a Região
Nordeste e o nacional que é representado notadamente pelas grandes metrópoles
da região Centro-Sul do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e
Brasília) (ARAÚJO e CORREIA, 2007).
Com relação ao rendimento, qualidade do bulbo e resposta ao fotoperíodo,
existe uma grande variabilidade entre as cultivares de cebola plantadas no país
(GRANGEIRO et al. 2008). Esta variabilidade permite, portanto, que o cultivo de
cebola possa ser feito praticamente em qualquer região; no entanto, devido à
diversidade de climas e solos, o comportamento delas pode ser diferente, em
função da região de plantio. A escolha da cultivar deve ser feita em função das
condições de temperatura, luminosidade e fotoperíodo das regiões (LONGO,
2009), bem como do tipo de bulbo exigido pelo mercado e da época de plantio no
primeiro ou segundo semestre.
É importante a escolha da cultivar em sua adaptabilidade em cada região.
Uma má escolha pode ser um fator determinante em relação a produtividade e de
qualidade dos bulbos produzidos. Segundo Costa et al. (2007), a melhor cultivar
deve ser aquela desenvolvida na própria região de cultivo, ajustada às demandas
de fotoperíodo. O tipo de cebola preferido varia em função do mercado e da
preferência do consumidor. No Brasil, há preferência por bulbos de tamanho
médio, pungentes, globulares, firmes, de película externa de cor amarela e
21
marrom escura, e escamas internas de cor branca. A demanda por bulbos
avermelhados (arroxeados) é pequena e concentrada no Nordeste Brasileiro e na
região de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O mercado ainda é limitado para as
cebolas de sabor suave e doce, preferidas para saladas (OLIVEIRA et al., 2004).
Na região Nordeste, recomenda-se para o primeiro semestre cultivares de
coloração amarelada, com ciclos variando de 110 a 130 dias da semeadura à
colheita, como Vale Ouro IPA 11, Composto IPA-6, Texas Grano-502 PRR e os
híbridos Granex-429, Granex-33 e Mercedes, bem como a cultivar Franciscana
IPA-10, de bulbo de coloração roxa. Para semeadura a partir de julho, deve-se
dar preferência às cultivares de cor amarela, tais como: Alfa Tropical, Alfa São
Francisco e Franciscana IPA-10, de coloração roxa. A produtividade obtida com
as cultivares plantadas na região variam de 15 a 60 t ha -¹ dependendo da
localidade, da época de plantio e dos tratos culturais realizados (COSTA e
RESENDE, 2007).
2.3 A CULTIVAR IPA 11
Como exposto anteriormente, um fator de extrema importância na
cebolicultura, bem como nas demais culturas, é a escolha da cultivar, isso se da
em função das condições climáticas da região produtora, bem como, do tipo de
bulbo exigido pelo mercado (COSTA et al., 2002). Dada a importância da cultura
para a Região Nordeste, algumas instituições tem desenvolvido programas de
melhoramento genético para a obtenção de cultivares mais adaptadas a nossas
condições, entre elas estão o Instituto Pernambucano de Pesquisa Agropecuária
(IPA), a Embrapa Semiárido e a Embrapa Hortaliças. Atualmente tem crescido a
utilização
de híbridos,
principalmente devido
à
sua
alta produtividade,
uniformidade e precocidade. Santos et al. (2008) ressalta a superioridade de
híbridos de cebola, afirmando que a produtividade destes tem sido de até 192%
superior ao parental mais produtivo e de até 367% em relação a algumas
cultivares de polinização aberta.
A IPA 11 é uma cultivar desenvolvida pelo IPA (CANDEIA et al., 1997),
oriunda do cruzamento entre a cv. Roxa IPA 03 e Belém IPA-9, foi melhorada
22
para a região semi-árida do Nordeste, após oito ciclos de seleção massal,
Segundo Costa et al. (1999), o programa de melhoramento genético de cebola do
IPA, iniciado em 1972, resultou na substituição de cerca de 90% das sementes
importadas usadas na região e concentrou-se no desenvolvimento de populações
de cor amarela e roxa (SANTOS et al., 2008). A IPA 11 apresentam folhas
vigorosas, moderadamente eretas, de coloração verde escuro, muito cerosas e
com alta produtividade.
Essa cultivar foi escolhida para a realização deste trabalho por ser a mais
utilizada atualmente entre os cebolicultores da Região do Vale do Submédio do
São Francisco, seus bulbos são de formato globular-alongado, de conformação
simétrica, casca fina e coloração amarela intermediária e pungência elevada. Em
condições de campo, esta cultivar tem apresentado ótimo desempenho
agronômico, caracterizando-se ainda por apresentar elevado nível de resistência
genética
ao
mal-de-sete-voltas
(Colletotrichum
gloeosporioides
Penz.)
e
moderada tolerância ao tripes (Thrips tabaci Lind.), a depender da região, tem
uma capacidade produtiva superior a 30 t/ha, com boa conservação pós-colheita.
Tem apresentado melhor desempenho nas semeaduras realizadas no período de
janeiro a julho. O ciclo, após o transplante, é de aproximadamente 90 dias
(COSTA et al., 2002).
2.4 CULTIVO ORGANICO DE CEBOLA
Mesmo podendo ser descrita como incipientes, o cultivo da cebola em
sistema orgânico vem ganhando espaço nas regiões produtoras, o motivo para
isso é que alguns produtores vem percebendo que o manejo do solo e das
plantas, orientadas pela agricultura orgânica, pode se constituir numa promissora
alternativa para produção de qualidade, sem comprometer a saúde dos
agricultores e contribuindo para a preservação ambiental. Vários foram os
malefícios trazidos pela agricultura convencional, muitas pragas já são tolerantes
a grande maioria dos agrotóxicos, o que dificulta seu controle e leva os produtores
a aumentarem as dosagens dos produtos químicos, nocivos a saúde humana e
23
ambiental, sem apoiarem-se em princípios científicos, uma atitude que pode ser
descrita como irresponsável.
A geração de bulbos saudáveis pode-se fazer evitando ou excluído o uso
de fertilizantes minerais e compostos sintéticos, pesticidas, reguladores de
crescimento e aditivos (EHERS, 1996), sem comprometer a produtividade. Ainda
há um grande receio quando se propõe a adubação orgânica e a utilização de
estratos ou óleos essenciais para a produção dessa hortaliça no Brasil, pois
espera-se grande potencialidade produtiva e esses recursos são tidos como
ineficientes em comparação com os convencionais, a adubação orgânica, por
exemplo, é considerada de baixa concentração, entretanto contêm todos os
nutrientes necessários às plantas, favorece a formação de agregados do solo,
aumenta a retenção de água e diminui as perdas da mesma por evaporação,
dentre outras melhorias, físicas, químicas e biológicas ao solo (KIEHL, 1985).
Quanto aos estratos ou óleos essenciais, vários estudos, como veremos a seguir,
vem demostrando-se como promissores.
As vantagens de se produzir cebola usando-se da agricultura orgânica são
inúmeras, não somente do ponto de vista agronômico e ambiental, mas também
do ponto de vista econômico, fato comprovado pelas experiências acumuladas
nos últimos anos (SOUZA; RESENDE, 2006). No entanto, a adubação orgânica e
os biofertilizantes, são fatores de produção que precisam ser avaliados
especialmente quanto à adequação pelos produtores de cebola, objetivando um
sistema de produção sustentável (RODRIGUES et al., 2007).
Schiedeck (2002), ressalva que o segmento da agricultura orgânica cresce
anualmente cerca de 20% nos Estados Unidos, 20% na Europa e 50% no Brasil,
hoje em dia é cada vez mais comum ver feiras de produtos ecológicos, espaços
para esses produtos nas gôndolas das grandes redes de supermercados e os
movimentos ambientalistas de consumidores que buscam uma alimentação mais
saudável. Isso vem ocorrendo, segundo esse mesmo autor, devido a vários
fatores, dentre os quais, a elevação do preço dos fertilizantes sintéticos e
agroquímicos nos últimos anos, principalmente em nossa região que os tornam
mais onerosos devido ao valor cobrado pelo transporte (frete), fazendo com que
os produtores busquem alternativas de nutrientes. Assim, a geração de
24
tecnologias para a recomendação de insumos orgânicos é uma necessidade para
o sistema de produção orgânico de cebola.
2.5 ETUDOS DA REGIÃO NORDESTE E SUAS CARACTERISTÍCAS
O Nordeste brasileiro compõe nove dos 26 estados do país: Alagoas,
Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e
Sergipe, totalizando uma extensão territorial de 980.133,079 Km², com população
de 22.598.318 habitantes, representando, aproximadamente, 12% da população
brasileira e 18,2% do território nacional, segundo dados extraídos do XII
Recenseamento Geral do Brasil do Censo Demográfico 2010, publicado pelo
IBGE (2012). Em função das diferentes características físicas, a região é
subdividida em quatro sub-regiões: meio-norte, sertão, agreste e zona da mata,
essas também são consideravelmente diferentes do ponto de vista de
desenvolvimento humano. A maior parte do semiárido brasileiro está localizado
dentro da região, cuja vegetação predominante é a caatinga, englobando 1.135
municípios, apresentando importância socioeconômica relevante para o Nordeste
e para o país.
O índice de precipitação varia de 300 a 2000 nm, as quais ocorrem durante
três meses, dando vasão a estiagem que pode durar vários meses, por conta
disso a região demanda de meios tecnológicos para a convivência com o
semiárido e essa é uma realidade do Submédio do vale do São Francisco, onde é
predominante o uso da irrigação. Segundo a Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia – SEI (2012), os municípios situados nessa
região, encontram-se no semiárido, caracterizado por apresentar forte insolação,
temperaturas relativamente altas, chuvas escassas e irregulares. Segundo Costa
(2006), a localização geográfica do Nordeste, próximo ao Equador, confere a esta
região elevados índices de insolação, em torno de 3.000 horas por ano de brilho
solar.
O desenvolvimento do Vale e em boa parte da Região Nordeste, deve-se
em larga escala a presença do Rio São Francisco, este possibilita a irrigação e
consequentemente o protagonismo dos seus municípios. De acordo com
25
Carvalho (1994), a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco disponibiliza mais de
85 bilhões de metros cúbicos de água, dos quais, cerca de 65% encontram-se
nos reservatórios de Sobradinho (34,116 bilhões), Itaparica (11,782 bilhões),
Xingó (3,800 bilhões), Moxoró (1,226 bilhões) e Boa Esperança (5, 085 bilhões).
2.6 THYSANOPTERA: TAXONOMIA E SISTEMATICA
A Thysanoptera é uma ordem de insetos com cerca de 6.000 espécies. A
presença ou ausência de um ovipositor externo chamado de terebra dividi a
ordem em duas grandes subordens, a Terebrantia em cujo há a presença do
ovipositor e a Tubulifera, quando não há. Na subordem Tubulifera, as asas
anteriores em repouso se cruzam sobre o abdômen, não possuem nervuras nem
microtríquias e as cerdas localizam-se apenas na base. Em Terebrantia, as asas
anteriores se mantem paralelas em repouso, apresentam nervuras com cerdas e
possuem microtríquias (MOUN; MARULLO, 1996). Reynaud (2010), afirma que a
ordem ainda não foi totalmente classificada e estima que mais de duas a quatro
mil espécies ainda não foram descritas.
Segundo Gaston e Mound (1993), há necessidade de um maior
aprofundamento no conhecimento das espécies de Thysanoptera no que diz
respeito ao seu papel no ambiente, suas correlações com outros seres vivos do
ecossistema e uma melhor compreensão de sua taxonomia, ecologia e biologia
molecular para a descrição melhor da ordem. Segundo Mound e Morris (2007), há
também uma carência de informações quanto a sistemática dessa ordem, sua
filogenia parece incompleta e muitas informações sobre ela são contraditórias.
São imprescindíveis estudos de sua biologia molecular para que a Thysanoptera
obtenha uma sistemática concisa e insujeita a dúvidas.
O que é inquestionável em relação a sua sistemática é que a subordem
Terebrantia, com cerca de 2.500 espécies (REYNAUD, 2010), é dividida em oito
famílias:
Merothripidae,
Uzelothripidae,
ambas
com
espécies
diminutas
associadas a hifas de fungos em países tropicais; Melanthripidae, com espécies
robustas que se alimentam em flores e ocorrem em áreas temperadas;
Aeolothripidae, composta por espécies fitófagas ou predadoras não obrigatórias
26
de outros artrópodes; Fauriellidae, composta por cinco espécies registradas na
Califórnia (EUA), Europa setentrional e África do Sul; Heterothripidae, com todas
as espécies descritas nas Américas, são fitófagas, com exceção de duas
espécies ectoparasitoides (CAVALLERI, 2010); Thripidae, que contém cerca de
2.100 espécies descritas, é distribuída por todo o mundo e inclui a maioria das
espécies de importância econômica (REYNAUD, 2010); e a recentemente
revalidada
Stenurothripidae
(PEÑALVER
e
NEL,
2010),
que
substituiu
Adiheterothripidae, composta por espécies associadas a flores de palmáceas.
Já a Tubulifera é uma subordem menor, formada por apenas uma família, a
Phlaeothipidae,
Phlaeothripinae,
com
com
cerca
de
espécies
3.500
que
espécies
exibem
descritas,
estilete
dividi-se
maxilar
em
estreito
(aproximadamente 3 µm), e Idolothripinae, com espécies que possuem estilete
maxilar mais largo (de 5 a 10 µm) (MOUND e MARULLO, 1996). Segundo
Reynaud (2010), as espécies dessa subordem estão mais presentes em regiões
próximas aos trópicos.
2.7 CARACTERISTICAS DO THRIPS TABACI
No Submédio Vale do São Francisco, o T. tabaci L. é considerada a mais
importante dentre as pragas que atacam a cebola, bem como em outras regiões
do país, a exemplo do estado de Santa Catarina. (EMPASC/ACARESC, 1991).
Quando em altas infestações, principalmente durante tempo quente e seco, este
inseto pode causar até 50% de perdas na produção, havendo redução de peso e
qualidade dos bulbos, os quais podem não atingir 2/3 de seu tamanho normal
(EMBRAPA 2007). Trata-se de um inseto cosmopolita e, além da cebola, ataca
um grande número de culturas, tais como, abobrinha, algodão, amendoim, batata,
berinjela, fumo, jiló, melancia, melão, pepino, pimenta, pimentão, soja, tomate e
uva.
Apresentam coloração desde amarelo-palha a marrom. A fêmea adulta
pode viver em torno de 20 dias e oviposita de 20 a 100 ovos. A postura é feita nos
tecidos mais tenros da planta e após cerca de quatro dias, emergem as formas
jovens, que se alojam na bainha das folhas. As ninfas apresentam coloração
27
amarelo-esverdeada e são ápteras, o que as distingue dos adultos (EMBRAPA
2007). Os adultos tem o corpo alongado, com asas longas e franjadas e quase
não são vistos a olho nu, pois medem cerca de 1 a 3 mm de comprimento (Figura
01. A), colocam seus ovos geralmente nas folhas mais novas, vivem em colônias,
geralmente entre a bainha e o limbo foliar (Figura 01. B). Seu ciclo é de 11,5 dias
em tomateiro a 25,4 °C. Possui aparelho bucal raspador-sugador, assim,
alimentam-se da seiva das plantas, causando prateamento, necrose e
deformação nas partes tenras da planta (Figura 01. C), como flores, frutos e
brotações (PINENT e CARVALHO 1998, FORNAZIER et al. 2010). Os insetos
vivem abrigados no interior dos primórdios florais e flores, nos botões florais,
brotações ou podem ser encontrados na face inferior das folhas novas ou velhas,
formando colônias (EMBRAPA 2007).
Os trabalhos que relacionam número de tripes por planta e produtividade
são polêmicos, pois fatores como fenologia, época de plantio e de infestações,
variedades e clima podem influenciar na interação inseto-praga (DOMICIANO et
al., 1993). Os meses de outubro e novembro, quando o clima é mais quente e
seco, assemelhando-se ao do Submédio Vale do São Francisco, foram
considerados como sendo os de maior ocorrência de tripes na região do Alto Vale
do Itajaí, SC, com infestações severas a partir de segunda quinzena de outubro
(LORINI et al., 1986; GONÇALVES GUIMARÃES, 1995).
O superbrotamento e a redução no tamanho dos bulbos também são
sintomas do ataque do inseto, estes podem também, atacar a parte mais
superficial do bulbo, permanecendo sob a casca, causando danos à escama
externa,
comprometendo
a
qualidade
do
material
produzido
e
o
seu
armazenamento. Além disso, o T. tabaci L. pode ser vetor do vírus do vira cabeça
do tomateiro (“tomato spotted vírus” – TSWV) para a cebola e predispõe as
plantas atacadas à entrada de vários patógenos, pelas lesões causadas durante
sua alimentação. Os principais danos causados pelos vetores de viroses no
tomateiro estão relacionados à transmissão de fitoviroses. O processo de
transmissão de vírus ocorre da seguinte forma: os insetos ao se alimentarem de
plantas doentes e posteriormente de plantas sadias, inoculam nestas o patógeno
(GALLO et al., 2002). As plantas infectadas pelo vírus apresentam lesões elípticas
com centro clorótico e bordos necróticos deprimidos. Embora experimentalmente
28
o vírus do vira-cabeça do tomateiro seja de fácil transmissão mecânica, na
natureza a sua disseminação ocorre exclusivamente por ação de tripes.
Figura 01. A – Tripes adulto, distinguível devido sua coloração amarelo-palha a marrom; B – Local onde
geralmente encontram-se as colônias do inseto, entre a bainha e o limbo foliar; C – Plantação afetada pelo
tripes, devido ao seu aparelho bucal raspador-sugador, alimentam-se da seiva das plantas, causando
prateamento, necrose e deformação nas partes tenras da planta, como flores, frutos e brotações.
As ninfas deste tripes adquirem o vírus, que somente é transmitido na fase
adulta. A incidência de Tosporirus é de 50 a 90% e os sintomas são folhas
bronzeadas e frutos com manchas amareladas (BORBÓM et al. 2006). Há
registros de que os tripes tem preferência pela planta infectada em relação à
sadia. Foi relatado que plantas infectadas apresentam de 17% a 47% mais danos
foliares devido à alimentação do vetor e 15% a 20% mais tripes. Essa preferência
pode ser devida a modificações fisiológicas, causadas na planta pela infecção,
como o aumento na concentração de compostos nitrogenados, bem como a maior
atração exercida aos tripes pela cor amarelada da planta infectada.
Até recentemente, era aceito que o tripes adquiriam o vírus durante todo
estágio larval, porém, hoje, está demostrado que a aquisição das partículas virais
ocorre somente quando o inseto encontra-se no primeiro instar larval. As larvas,
no entanto, não podem transmitir o vírus imediatamente, necessitando de um
período de incubação (latência) de vários dias. Este período varia de acordo com
a espécie, sendo que a máxima infectividade ocorre 22 a 30 dias após a
aquisição. O vírus pode ser adquirido e transmitido em períodos de alimentação
de apenas cinco minutos, embora períodos mais longos tornem mais eficiente a
transmissão. Uma vez adquirido, é retido pelo tripes até o estágio adulto,
circulando e replicando-se no inseto, não sendo, contudo, transmitido à sua
progênie (MORETTI, 2007).
29
Alguns trabalhos foram realizados no estado de Santa Catarina, local que
também sofre consideravelmente injúrias causadas pelo inseto e a realização de
pulverizações periódicas na fase de maior ocorrência de tripes na região do Alto
Vale do Itajaí (meses de outubro e novembro), não produzem necessariamente
incrementos na produtividade (GONÇALVES, 1996). Lorini e Ferreto (1991) não
observaram diferenças no rendimento de cebola ao utilizarem aplicações de
deltametria 7,5 g i.a ha-¹ em intervalos de 3, 7, 14 e 21 dias. Os agricultores dessa
região tem utilizado para o controle desta praga, inseticidas fosfatados e
piretróides, principalmente parathion metílico e deltamethrina (GONÇALVES e
GUIMARÃES, 1995). Recentemente, tem se incrementado a utilização de
cipermetrina, lambdacialotrina, metamidofós e clorpirifós-etil pelos produtores de
cebola catarinenses. O número de pulverizações por safra pode atingir até doze
em alguns casos. (GONÇALVES, 1998).
Estes inseticidas sintéticos podem selecionar populações resistentes
devido à necessidade de aplicações frequentes, aumentando assim a pressão de
seleção de indivíduos resistentes (NIMBALKAR et al., 2009). Desta forma,
métodos alternativos visando o manejo de pragas agrícolas que causam menos
impacto ambiental tem sido estudados, objetivando implementar o Manejo
Fitossanitário de Pragas (MFP), que visa estabelecer uma estratégia de controle
com base no conhecimento do ciclo da cultura, das pragas e dos fatores
ambientais (ALVES et al., 2007), Hoffman at al. (1999), observaram uma redução
do uso de inseticidas sem afetar a qualidade e a produtividade de cebola ao
adotarem o nível de dano econômico para o manejo de tripes nesta cultura.
Dentre as alternativas que vem sendo estudadas, pode-se salientar o uso
de produtos de plantas que produzem compostos tóxicos aos herbívoros, os quais
podem ser extraídos dos seus tecidos e utilizados de forma alternativa para o
manejo de insetos-praga (TORRES et al., 2006; VASCONCELOS et al., 2006;
SANTIAGO et al., 2008; BOIÇA JÚNIOR et al., 2013; COSTA et al., 2013). Assim,
produtos de plantas tem sido estudados no mundo para o manejo de artrópodespragas na agricultura e pecuária (VENZON et al., 2007; OLIVIO et al., 2008,
BESTETE et al., ATTIA et al., COSTA et al., 2013). Esses inseticidas alternativos
são obtidos de recursos renováveis e são rapidamente degradáveis no ambiente.
Além disso, o surgimento de populações resistentes dos insetos aos extratos de
30
plantas é um processo lento, pois são compostos da associação de várias
substâncias bioativas (ROEL, 2001).
2.8 PRODUTOS NATURAIS
Produtos naturais podem ser uma alternativa viável no combate a praga do
tripes na cebolicultura, dentre os quais, o citrolin que é um óleo essencial extraído
da casca da laranja e de outras frutas cítricas. Os dois principais compostos
desse óleo são o limoneno, o qual representa 90% do extrato cru, e o linalol, em
menor quantidade. Também estão presentes no óleo essencial da casca de citrus
compostos como aldeídos, cetonas, esteres e álcoois. O modo de ação do
limoneno não é completamente entendido. O limoneno causa aumento da
atividade dos nervos sensoriais resultando em perda de coordenação e
convulsão. A super estimulação do sistema motor leva a uma rápida paralisia
corporal.
O uso desses dois compostos é considerado seguro ao homem, sendo que
estes empregados extensivamente nas indústrias de alimento, cosméticos e
perfumes. Entretanto em altas concentrações esses causam irritação na pele e
são tóxicos a mamíferos. Ambos são inseticidas de contato, tendo também
espectro fumigante. Estão disponíveis comercialmente em shampoos e aerossóis.
Esses produtos tem sido combinados em caldas contendo sabão para o controle
de pulgões, cochonilhas, pulgas, piolhos, carrapatos e ácaros. O limoneno e o
linalol volatilizam rapidamente sem deixar resíduos podendo ser fitotóxicos a
plantas ornamentais. (MOREIRA et al., 2006).
Outro produto natural utilizado é o óleo de algodão, devido a presença
neste do gossipol que é um aleloquímico, ou seja, transmitem mensagens
químicas entre organismos de diferentes espécies. Este aleloquímico é um
composto fenólico formado por aldeídos e terpenos, produzido por glândulas
subepidérmicas de plantas do gênero Gossypium. Quando presente nas
estruturas vegetativas e/ou reprodutivas do algodoeiro pode controlar um elevado
número de insetos-praga provocando acréscimo no tempo de desenvolvimento,
31
redução nos pesos larval e pupal, bem como diminuição na sobrevivência da fase
adulta de insetos (MACEDO, 2007).
A utilização do gossipol apresenta-se como uma tática ecologicamente
correta e economicamente viável dentro de um programa de manejo integrado de
pragas, contribuindo assim, com a sustentabilidade dos agroecossistemas, no
entanto, devido à sua fotoinstabilidade, degrada-se rapidamente na presença de
luz (CARVALHO, 1996). É um composto fenólico, formado por aldeídos e
terpenos, biossintetizado por plantas do gênero Gossypium da família Malvaceae,
produzido em suas glândulas subepidérmicas e encontrado sobre cotilédones,
folhas, estípulas, sépalas, caule, ramos, frutos e na amêndoa da semente,
apresentando baixo peso molecular (BELL, 1967; CARVALHO, 1996; SHAVER,
1969). Segundo esses mesmos autores, as glândulas de gossipol são visíveis a
olho nu, como pequenos pontos escuros de tamanho diminuto, possuem formato
esférico e contêm dois pigmentos: um de cor amarela, tóxico, que é o gossipol, e
outro de cor vermelha, corante, o qual dá uma coloração acastanhada ao óleo
que se extrai da semente.
O gossipol age como inseticida sendo um inibidor de protease, a ingestão
de inibidores de proteinases pelos insetos herbívoros interfere no processo de
degradação de proteínas no intestino médio (mesêntero) (MACEDO, 2007).
Portanto, os inibidores são considerados agentes anti-metabólicos, pois levam a
uma deficiência protéica nos insetos. A atividade antibiótica dos inibidores de
proteinases é atribuída à sua interferência na digestão protéica que diminui a
disponibilidade de aminoácidos, prejudicando a síntese de proteínas necessárias
ao crescimento, desenvolvimento e reprodução (SILVA FILHO, 2000).
McAuslane (1997), estudando o
efeito da
indução
sistêmica
de
aleloquímicos em plantas de algodão com e sem glândulas de gossipol, sobre a
alimentação de S. exigua, constataram que até os três primeiros instares, as
lagartas consumiram uma maior quantidade de folhas desprovidas de gossipol
(89,0%). De acordo com Montandon (1986), o gossipol atua sobre o curuquerê,
Alabama argillacea (Lepidoptera: Noctuidae), mas apresenta pouco ou nenhum
efeito sobre a lagarta-da-maçã, H. virescens, notando-se que 70% de A.
argillacea atingiu a fase adulta, enquanto apenas 10% de H. virescens alcançou
tal fase. Segundo Shaver (1970), o desenvolvimento de lagartas de H. zea e H.
32
virescens, de cinco idades diferentes, variando de 0 a 9 dias, foi influenciado
significativamente à medida que se elevaram as concentrações de gossipol. Para
as lagartas de Pectinophora gossypiella (Lepidoptera: Gelechiidae), também de 0
a 9 dias, concentrações superiores a 0,1% causaram redução significativa no
peso pupal e aumento considerável na duração do período de pupação e da fase
adulta. Popularmente, o óleo de algodão já vem sendo utilizado na agricultura
orgânica como defensivo natural, um exemplo disso é o controle da lagarta do
cartucho na cultura do milho.
Atualmente, dentre as espécies vegetais com atividade inseticida, o óleo de
neem é o mais estudado, sua espécie é a Azadirachta indica A. Juss., Meliaceae
sub-tropical, também conhecida como “Margosa tree” ou “Indian Lilac” nativa das
regiões áridas da Ásia e África, e que se encontra distribuída também na Austrália
e América (AHMED e GRAINGE, 1986; SCHMUTTERER, 1988; SAXENA, 1989;
MORDUE e BLACKWELL, 1993), embora seu centro de origem seja comumente
conhecido como a Índia, que origina inclusive o seu nome científico. Várias
substâncias ativas foram isoladas das folhas, frutos e sementes desta planta,
sendo a principal a "Azadirachtina", um tetranortriterpenóide isolado da semente.
Esta substância tem efeito repelente, intoxicante, regula o crescimento e a
metamorfose dos insetos, causa deterrência alimentar, afeta a biologia, a
oviposição e a viabilidade dos ovos (SCHMUTTERER, 1988; JACOBSON, 1989;
SAXENA, 1989; SCHMUTTERER, 1990; MORDUE e BLACKWELL, 1993;
NEVES e NOGUEIRA, 1996).
É compatível com outras formas de manejo, não tem ação fitotóxica, dente
os inseticidas botânicos comercializados atualmente está entre os menos tóxicos
ao homem (COX, 2002) e não agride o meio ambiente. Não atua contra os
inimigos naturais como acontece com muitos produtos sintéticos. Também é
utilizado no controle de nematóides, alguns fungos e bactérias (NEVES, 1996;
ABREU JÚNIOR, 1998). Os compostos bioativos de neem são utilizados na forma
de pós, extratos aquosos e/ou orgânicos (metanólico, etanólico, acetônico,
clorofórmico, hexânico), óleos e pasta, além de frações parcialmente purificadas e
formulações ricas em azadiractina (SAXENA, 1989). O local de origem, idade das
sementes e solvente utilizado na extração, podem ocasionar variações nos teores
do princípio ativo e na sua atividade biológica (SCHMUTTERER, 1987). É
33
considerado inseticida de contato, mas apresenta atividade sistêmica e
translaminar (NAUMANN et al., 1994). A azadiractina apresenta persistência de 3
a 6 dias no solo e de 8 a 13 dias em ambientes aquáticos (SUNDARAM et al.,
1997).
A atividade inseticida do neem foi reportada para mais de 400 espécies de
insetos das quais 100 destas têm ocorrência no Brasil (PENTEADO, 1999).
Segundo esse mesmo autor, esse inseticita tem ação efetiva no controle de
algumas pragas como: Mosca-branca, larva-minadora, mosca-das-frutas, pulgões,
brasileirinho, traça-das-crucifras, lagarta do cartucho do milho, broca do tomateiro,
ácaros fitófagos, cochonilhas, bicho-mineiro-do-café alguns coleópteros e
lagartas, mosca doméstica, baratas, pernilongos (Aedes aegypt), berne, carrapato
e mosca-dos-chifres, além da tripes, inseto estudado neste trabalho. Conforme
Martinez (2002), a planta contém compostos que podem produzir um acréscimo
na produção de certas espécies benéficas à agricultura. Bons exemplos disso são
aumentos em cerca de 25% na produção de minhocas (Eisenia foetida) utilizadas
no melhoramento de solos e de compostos que parecem ser benignos para
aranhas, borboletas, abelhas que polinizam plantações e árvores, joaninhas que
consomem pulgões, e vespas que atuam como parasitas em várias pestes
agrícolas.
A azadiractina apresenta diversos efeitos endócrinos, o maior deles é a
modificação dos níveis de ecdisteróides na hemolinfa por agir sobre os sítios de
produção de ecdisteróides como as células da epiderme e os oenócitos
(REMBOLD e SIEBER, 1981). O córpora cardíaca também tem sido sugerido
como alvo de ação da azadiractina interferindo na liberação do hormônio
protoracicotrópico, do hormônio da eclosão, bursicom ou na liberação de
hormônios tróficos (SIEBER e REMBOLD, 1983; MORDUE et al., 1986;
REMBOLD, et al., 1989).
A azadiractina também bloqueia a liberação de
alatropinas no interior do córpora cardíaca e consequentemente bloqueia a
síntese e liberação de hormônio juvenil (BECKAGE et al., 1988; MALCZEWSKA
et al., 1988).
Diversos outros efeitos da azadiractina podem ser observados em insetos
como: alteração na diferenciação de tecidos (por exemplo os omatídeos e discos
marginais das asas), melanização da cutícula (SCHÜLTER, 1987; MALCZEWSKA
34
et al., 1988) e interferir na mitose de forma semelhante à colchicina (SCHÜLTER,
1987). Os músculos dos insetos também são afetados reduzindo a locomoção e
atividade de vôo (NICOL & SCHMUTTERER, 1991; WILPS et al., 1992). Em
cortes histológicos no intestino de insetos verifica-se que com o aumento da dose
de azadiractina a que estes são submetidos ocorre desarranjamento e
rompimento das mitocôndrias (COTTEE, 1984). Entretanto, não está claro se os
músculos são afetados diretamente pela azadiractina ou se isto ocorre devido à
inibição do córpora cardíaca impedindo a liberação do hormônio adipocinético
(MORDUE e BLACKELL, 1993). A azadiractina reduz a imunosupressão dos
insetos a agentes patogênicos e afeta o ritmo circadiano destes (PALMER, 1990;
AZAMBUJA et al., 1991).
Aplicações de suspensão aquosa de extratos de neem, por meio de
pulverização foliar, sobre tomate e pimenta, em casa de vegetação e no campo,
não só reduziram a incidência de doença como também aumentaram o
rendimento, produzindo frutos mais saudáveis sem causar efeitos fitotóxicos.
Estudos comparando a eficácia de produtos à base de neem em relação ao
praguicida hexacloro benzeno (BHC) demonstraram superioridade significativa na
redução da oviposição, eclosão e do desenvolvimento larvar em Caryedon
serratus Olivier. (MARTINEZ, 2002).
Também, como inseticida natural, utiliza-se o piroalho, que é um produto
extraído do alho e pode ser utilizado na agricultura como defensivo agrícola,
tendo ampla ação contra pragas. Seu aproveitamento é feito através da extração
do óleo, assim também como há recomendações para uso da planta inteira. Os
Estados Unidos tem destaque como um dos países em que esse defensivo é
consideravelmente empregado.
Sua principal ação é de repelência sobre as pragas e repelente natural de
insetos nocivos, dentre os quais podem ser citados a lagarta da maçã, pulgão,
etc. Sua aplicação pode também ser feita em sulcos de plantio no intuito de
proteger as sementes, além de ser empregado na forma de pó, quando
pulverizado sobre as plantas depois de 36 horas não deixa cheiro, nem odor nos
produtos agrícola. Segundo Nardi (1989), quando adequadamente preparado tem
ação fungicida, combatendo doenças como míldio e ferrugens, além de ter ação
bactericida.
35
O plantio intercalar do alho para repelir pragas é também indicado para
certas fruteiras como a macieira. Nos Estados Unidos, onde o óleo de alho é
empregado em cultivos comerciais como em algodão, apresenta-se como
defensivo mais barato do que os agrotóxicos. Não prejudica os trabalhadores, é
seguro para o meio ambiente, não mata as minhocas, não destrói enzimas, não
contamina a água e é inofensivo para insetos benéficos (GUIRADO 1998).
Segundo esse mesmo autor, naquele país, o óleo é registrado como repelente de
pragas para os seguintes grupos de plantas: brassicácias (couve-flor, brócolis,
etc.); vegetais de bulbo (alho, cebola, etc.); cereais de grãos (milho, arroz, etc.);
citros; algodão; cucurbitáceas (melão, abóbora, melancia, etc.); frutos vegetais
(pepinos, pimentão, tomate, etc.); vegetais folhosas (alface, espinafre, etc.);
leguminosas vegetais (soja, vagem, feijões, etc.); árvores de nozes (macadâmia,
pecã, etc.); plantas ornamentais; raízes e tubérculos e fruteiras (caroço,
pomáceas, etc.).
O uso do alho no Brasil está restrito ainda às pequenas áreas, como na
agricultura orgânica, enquanto que em outros países como nos Estados Unidos já
é possível empregá-lo em larga escala em cultivos comerciais, pela possibilidade
de empregar o óleo obtido através de extração industrial. No país, o piroalho
ainda não é um produto usado em larga escala pelos produtores em nenhuma
cultura, mesmo diante da sua eficiência como inseticida ou fungicida para
algumas delas. A razão para que isso ocorra talvez se deva a poucas pesquisas
relacionadas ao óleo no Brasil. A aplicação desse produto está restrito ainda às
pequenas áreas, como na agricultura orgânica, diferente do que ocorre em outros
países a exemplo dos Estados Unidos onde o óleo obtido através de extração
industrial, possibilitando-o ser empregado em grande escala comercial.
Outro defensivo orgânico é o rotenat, um composto inseticida presente em
Lonchocarpus spp, (Fabaceae) encontrada na América do Sul e Derris spp,
(Fabaceae) encontrada na Ásia e diversas outras leguminosas tropicais. A
extração da raiz da planta resulta numa série de compostos conhecidos como
rotenóides. A rotenona causa efeito tóxico inicialmente nos músculos e nervos
cessando rapidamente a alimentação dos insetos e causando sua morte algumas
horas ou dias após a exposição. A rotenona é um potente inibidor da respiração
celular bloqueando a cadeia de transporte de elétrons nas mitocôndrias por ligar36
se ao NADH: Q oxiredutase (Complexo I) e impedindo a oxidação do NADH2
(LUMMEN, 1998; GLYNNE-JONES, 2001; KLAASSEN & WATKINS III, 2003;
TADA-OIKAWA, 2003).
Possui uma das maiores toxicidade aguda entre os inseticidas botânicos
sendo mais tóxico a insetos do que muitos inseticidas organosintéticos. Os
inseticidas comerciais a base de rotenona apresentam baixa toxicidade ao
homem não havendo relatos de intoxicação de pessoas por este inseticida nos
Estados Unidos onde seu uso é frequente (REIGART & ROBERTS, 1999). Tem
ação inseticida por ingestão e contato sendo instável a luz, ao calor e ao ar.
Exposta a luz, a rotenona tem um período de vida médio de 1 a 3 dias. Quando
aplicada em pulverizações sobre a superfície das plantas promove a proteção por
aproximadamente uma semana. É um inseticida e acaricida de largo espectro de
ação sendo usado contra lagartas, besouros, pulgas, pulgões, formigas,
cigarrinhas, moscas, cochonilhas e ácaros. A rotenona é usada extensivamente
contra
o
besouro
do
Colorado
Leptinotarsa
decemlineata
(Coleoptera:
Chrysomelidae) que constitui uma das mais importantes pragas da batata no
hemisfério norte (COSTA et al., 1997; COX, 2002). Vários produtos comerciais
tem rotenona como princípio ativo.
Além desses produtos naturais, o sulfocal é um inseticida que também é
utilizado, este é resultado de uma reação corretamente balanceada entre o cálcio
e o enxofre dissolvidos em água e submetidos à fervura, constituindo uma mistura
de polissulfetos de cálcio. Conforme Abreu (1998), foi preparada pela primeira vez
no ano de 1852, por Grison. Além do seu efeito fungicida e inseticida, exerce ação
sobre ácaros, cochonilhas e outros insetos sugadores, tendo também ação
repelente sobre "brocas" que atacam tecidos lenhosos. Entre as injúrias pelas
quais o produto é utilizado, estão as que são causadas por formigas. Para estas,
a calda é colocada sobre os olheiros dos formigueiros e sobre a cultura,
proporcionando relativa eficiência contra o inseto.
Além da sua fitotoxidade em temperaturas elevadas, a calda tem algumas
propriedades que merecem alguns cuidados em seu manuseio. De acordo com
Wigg D. (2015), é conveniente testá-la antes do emprego em maior escala e
sempre preferir efetuar os tratamentos no final da tarde. A qualidade e a pureza
37
dos componentes da calda determinam sua eficácia, sendo que a cal não deve ter
menos que 95% de CaO.
Para que não perca a sua eficiência, tanto os vendedores, quanto os
produtores devem adotar alguns cuidados em sua armazenagem, pois está em
contato com os raios solares pode perder suas propriedades parcialmente ou até
completamente, a calda deve ser estocada em recipiente de plástico opaco ou
vidro escuro e armazenada em local escuro e fresco, por um período
relativamente curto, sendo ideal a sua utilização até, no máximo, 60 dias após a
preparação. Antes da aplicação sobre as plantas, através de pulverizações
foliares, a calda concentrada deve ser diluída. Para controlar essa diluição,
determina-se a densidade através de um densímetro ou aerômetro de Baumé
(Quadro 01), com graduação de 0 a 50º Bé (graus de Baumé), sendo considerada
boa a calda que apresentar densidade entre 28 e 32º Bé. (ABREU, 1998).
O ideal é utilizá-la em distintas concentrações, para cada caso especifico,
pois quanto mais concentrada mais eficiente, porém mais perigosa porque
aumenta os riscos de queima das folhas e frutos tenros. Em épocas muito
quentes, deve ser usada em concentrações mais baixas devido a sua efetividade
ser aumentada sob temperaturas mais altas. A aplicação deverá ser realizada a
alto volume e alta pressão para uma boa distribuição em toda a planta. É indicada
para o controle de algumas pragas e doenças em hortaliças e plantas
ornamentais.
Concentração
4,0º
2,0º
1,0º
0,5
0,3
Baumé
Baumé
Baumé
Baumé
Baumé
32º
9,0
19,3
38,7
81
137
31°
8,6
18,5
38,1
77
131
30º
8,2
17,7
36,5
74
129
29°
7,8
17,7
34,8
71
120
28º
7,4
16,2
33,3
68
116
27°
7,1
15,4
31,9
65
110
Original
Quadro 01. Quantidade de água a acrescentar por litro de calda sulfocálcica na concentração original para
obter as diferentes diluições em graus Baumé.
38
3. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e
Desenvolvimento Sustentável (CAERDES), localizado no Departamento de
Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do Campus III da UNEB, em Juazeiro BA
(9°25’43"S; 40°32’14" W; altitude: 384 m) no período de 15 de Abril à 29 de
Agosto de 2014, sob cultivo orgânico. O experimento iniciou-se com o preparo da
sementeira que se deu a céu aberto nas dimensões de 15m x 1,2m e 0,2 m de
altura com a ajuda de um rotoencanteirador e em local ventilado. O solo, na
produção de mudas, esteve em condições semelhantes ao da lavoura, na fase
pós-transplante (EPAGRI, 2000). A adubação foi feita quatro dia antes da
semeadura com esterco de aves (5,1% de N; 5,7% de P 2O5; 5,85% de K2O –
segundo a EBDA) usando-se 4 kg do adubo por m² incorporado ao solo úmido
com a ajuda de uma enxada. Para a semeadura foram feitos sulcos de 2,0 cm de
profundidade com ajuda de um “pente” de madeira usado na agricultura com essa
finalidade e os sulcos foram dispostos no sentido do comprimento da sementeira,
tendo cada um 15 m, somando sete sulcos no total.
A densidade de semeadura foi reduzida para 2g m-², em comparação com a
do sistema de uso tradicional, que é de 3g m-². Isto foi feito para proporcionar um
ambiente mais arejado e dificultar o desenvolvimento da principal doença na fase
de canteiro, conhecida como sapeco ou queima acinzentada, causada pelo fungo
Botrytis squamosa (BOFF e DEBARBA, 1999). A cultivar de cebola utilizada foi a
IPA11 e a semeadura se deu distribuindo as sementes nos sulcos e depois
fechando-os com um ancinho, irrigando-os logo em seguida. Foi utilizada uma
estrutura suspensa de palha de coco sobre o canteiro para evitar o excesso de
luz, essa estrutura foi feita de madeira a 25 cm de altura. Após a germinação que
se deu sete dias após a semeadura, começou gradualmente a retirada das palhas
para que as plântulas ficassem mais resistentes à radiação até a exposição
completa ao Sol.
A irrigação foi realizada com ajuda de um irrigador manual e ocorria duas
vezes ao dia, uma no início da manhã e outra no final da tarde, mantendo-se o
solo úmido praticamente na maior parte do dia. As espontâneas que ainda ficaram
39
em concorrência com as plântulas de cebola, eram manejadas semanalmente a
mão, arrancadas individualmente. Entendeu-se evidentemente que o bom preparo
do solo favoreceu seu desenvolvimento e que por isso o trato era
necessariamente contínuo.
Após 15 dias de germinadas, as plântulas passaram a receber adubação
foliar a base de algas marinhas 10 ml para 10 l em um pulverizador costal de 20 l
aplicadas sobre o canteiro três vezes por semana. O transplantio para os
canteiros definitivos se deu aos quarenta dias após a semeadura. Na gleba
destinada a realização do experimento, foram retiradas, fazendo-se uso de um
trado, 20 sub - amostras de solo em zig- zag que foram misturadas e desse
substrato retirado um quilo para a realização da análise de solo. Foram
analisados
as
quantidades
dos
macro
e
micronutrientes,
o
potencial
hidrogeniônico e a condutividade elétrica, densidade e granulometria, capacidade
de campo e ponto de murcha. O solo apresentou as seguintes características
(quadro 02).
CE
pH
M.O
P
K
Na
Ca
Mg
Al
H+
Al
SB
CTC
0,6
7,1
10,1
24,22
0,3
0,05
2,6
0,60
0,00
0,0
3,6
3,6
V
100,0
Umidade (dag\kg)
Densidade das partículas (kg DM-³)
Porosidade Total
5,69 e 3,43
1,52 e 2,53
40,16
%
Cu
Fe
Mn
Zn
1,01
33
33,3
160
Granulometria
Áreia Total
Silte
Argila
815,6
153,6
30,8
Quadro 02. Quadro contendo informações quanto a quantidades dos macro e micronutrientes, o potencial
hidrogeniônico e a condutividade elétrica, densidade e granulometria, capacidade de campo e ponto de
murcha do solo utilizado no experimento.
Diante dos resultados procurou-se, com uso de práticas agrícolas dentro
dos padrões da agricultura orgânica, melhorar as condições físicas e químicas
para garantir o crescimento radicular e o estabelecimento da cultura. Utilizou-se
um rotoencateirador para construir os canteiros e também uma enxada para fazer
o correto acabamento, sendo feitos então 28 blocos conforme a necessidade do
projeto. A irrigação foi feita por gotejamento e ocorreu duas vezes ao dia, no início
da manhã e no final da tarde, cada uma com 30 minutos de duração e o volume
aplicado foi calculado e realizado com base na análise hidrofísica. A adubação foi
realizada de acordo com os resultados de análise de solo. O adubo nitrogenado
40
utilizado foi o esterco de aves na quantidade de 100g m-¹, o adubo fosfatado foi o
termofosfato de gafsa na dose de 26,5g m-¹. Como fonte de cálcio foram usadas
cinzas vegetais a 150g m-¹ e pó de Rocha na quantidade de 5g m-¹ como fonte de
micronutrientes aos 15 dias antes do transplantio. Na cobertura foi usado 20g de
Esterco de Aves aos 20, 30 e 45 dias após o transplantio. Empregou-se 150g m-¹
de Cinzas Vegetais aos 30 e 45 dias após o transplantio, além de pó de Rocha na
quantidade de 5g m-¹. Ocorreu também adubação foliar com estrato de algas na
quantidade de 20 ml para cada 20l e eram usados 40 litros da solução de 03 em
03 dias pulverizados manualmente em cada bloco.
Aos
48
dias
após
a
semeadura,
quando
as
plantas
atingiram
aproximadamente 10 cm de altura e 0,5 cm de diâmetro, as mudas foram
transplantadas. Para esta fase, utilizaram-se quatro canteiros de 1 m de largura, 3
m de comprimento e 0,15 m de altura em cada experimento, com três linhas
duplas, espaçadas de 0,4 m e de 0,10 m entre plantas. As ervas invasoras foram
removidas por meio de ceifa e depositadas sobre o solo, dentro dos blocos do
experimento, para a manutenção da cobertura do solo permitindo melhor proteção
contra a erosão, maior quantidade de água no solo e redução destas mesmas
plantas espontâneas além do favorecimento das propriedades químicas, físicas e
biológicas do solo, devido ao maior aporte de matéria orgânica
A incidência da praga começou a ser observada aos 72 dias após a
implantação da cultura, o que aconteceu naturalmente sem a necessidade de
infestação. Imediatamente iniciaram-se as pulverizações com os produtos
naturais. As dosagens (Níveis) utilizadas foram as seguintes Óleo de algodão à
0,5%, 1,0% e 1,5% com acréscimo de detergente neutro à 0,25, 0,5 e 0,75
(metade da dose do óleo) respectivamente para ajudar a aderência; Óleo de
neem à 0,2%, 0,3% e 0,5%; Rotenat à 0,2 % 0,3% e 0,5%; Sulfocal à 1,0%, 1,5%
e 2,0%; Piroalho à 0,3%, 0,5% e 1,0% e Citrolim à 0,1%, 0,2% e 0,3%,
porcentagens essas escolhidas com base nas comumente utilizadas pelos
produtores. Cada dosagem dos tratamentos foram aplicadas em sub-parcelas das
áreas destinadas a essa finalidade (Figura 02).
41
Figura 02.Dimensões e disposição de cada uma das 28 parcelas utilizadas no experimento. O N1, N2 e N3
são os níveis (dosagens) dos tratamentos que foram aplicados em sub-áreas específicas da parcela.
As soluções foram preparadas em garrafas pet de dois litros (uma garrafa
era sempre suficiente para aplicação do tratamento), posteriormente eram
depositadas em um pulverizador costal de 20 litros para aplicação dos produtos
sobre os limbos foliares de modo que esse percorresse até a base da bainha
onde os tripes estavam geralmente alojados em cada planta. À medida que cada
dose dos produtos era aplicada, o pulverizador passava por uma tríplice lavagem
com água corrente, só então outro preparo das soluções era depositado. Ao todo
foram preparadas 18 soluções, haja visto que 7 eram os tratamentos, dentre as
quais 1 era a testemunha, na qual nada foi aplicado e três eram os níveis das
dosagens, ou seja, 6x3 e cada nível de tratamento eram destinadas a
pulverização de quatro sub-níveis, já que quatro eram as repetições (Figura 03).
Para evitar a deriva, foi montada uma estrutura de cano pvc e lona, com 1,2m x
1,0m e 0,45m de altura, que era colocado sobre as extremidades dos sub-níveis.
Na semana posterior a cada pulverização, ocorria a coleta de dados para a
análise dos tratamentos através da contagem das tripes nos limbos, pecíolos e
bainhas foliares das plantas. Essas foram coletadas em número de duas por subáreas, depositadas em sacos plásticos catalogados com o código do subtratamento e guardados à temperatura de 10°C. No dia seguinte iniciava a
contagem dos insetos vivos, que se dava através da ajuda de uma lupa manual
ou microscópio. Os dados foram registrados em planilhas, as pulverizações foram
cinco, formando cinco planilhas para a análise.
42
A colheita foi realizada 101 dias após o transplante, quando havia de 75%
a 80% das plantas estaladas e quando as cebolas adquiriram a bulbificação ideal.
Os bulbos permaneceram no campo por um período de quatro dias para o
procedimento da cura, em seguida, foram levadas ao Laboratório do Centro de
Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (CAERDES),
onde permaneceram por cinco dias para completar o processo de cura à sombra.
Após a cura, os bulbos passaram pelo processo de toalete, que consistiu na
retirada das raízes e folhas, sendo avaliada posteriormente, a produtividade total,
comercial e refugo (bulbos com diâmetro inferior a 35 mm) em t ha-¹ (COSTA,
2007).
A classificação de bulbos foi realizada com base no diâmetro transversal do
bulbo, segundo as normas do Ministério da Agricultura e do Abastecimento
(BRASIL, 1995) em: Classe 01 (refugo): Bulbos com diâmetro < 35 mm Classe 02:
Bulbos com diâmetro 35 – 50 mm Classe 03: Bulbos com diâmetro 50 – 75 mm
Classe 04: Bulbos com diâmetro 75 – 90 mm Classe 05: Bulbos com diâmetro >
90 mm - Produtividade de bulbos comerciais (t ha-¹): obtida por meio da massa
total de bulbos de diâmetro maior do que 35 mm e produtividade de bulbos não
comerciais (t ha-¹): obtida por meio da massa total de bulbos de diâmetro menor
do que 35 mm.
As cinco planilhas preenchidas foram submetidas à análise de variância e
as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade, o delineamento experimental foi em blocos casualizados no
esquema de parcelas subsubdivididas com sete tratamentos (incluindo a
testemunha), cada um com três níveis de dosagens e quatro repetições
utilizando-se o Software Estatístico Assistat 7.7 beta. A figura abaixo resume
como foi conduzido o experimento:
43
Figura 03. A – Divisão dos canteiros (parcelas), cada uma das cores mostram os óleos que foram aplicados,
estes foram definidos mediante a sorteio; B – Da linha vermelha as extremidades, plantas que foram
destinadas a bordadura; C – Plantas que foram destinadas a análise de produtividade; D – Plantas que foram
destinadas a contagem de tripes.
44
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise estatística revelou que não houve diferença entre os quatro
blocos avaliados, porém houve diferença entre os tratamentos. O óleo de Algodão
Gossypium ssp.L., Malvaceae (tratamento 01), foi aplicado nas quantidades de
0,5%; 1,0% e 1,5%, a quantidade média de tripes foram de 23,1; 19,7 e 18,3
(Figura 04) nas três doses que o produto foi aplicado respectivamente e não
diferiram significativamente da testemunha que teve por média, os valores de
19,1; 17,2 e 20,3 e média geral de 18,8. Esses resultados indicam, portanto que o
gossipol, suposta substância inseticida encontrada nos tecidos de algodoeiro não
demostrou ser eficiente contra o inseto analisado sob essas condições de manejo
e clima.
Nú
me
ro
de
trip
es
Figura 04. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com óleo de algodão em comparação
com o número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de
2014.
Talvez o motivo desses resultados fosse a necessidade que o óleo teria de
ser misturado com um espalhante adesivo para quebrar a tensão superficial da
gota e propiciar uma melhor pulverização das folhas de maneira a assegurar uma
absorção mais efetiva pelas plantas e uma melhor ação sobre a pragas. Além
disso, quando as gotas permanecem inteiras sobre a planta, elas podem danificar
45
os tecidos vegetais, pelo efeito dos raios do sol (CLARO, 2015). A farinha de trigo
talvez fosse utilizada juntamente com o óleo de algodão em outros experimentos,
buscando-se assim quem sabe sua eficácia, essa farinha é utilizada como
espalhante adesivo e apresenta teores relativamente elevados de substâncias
nutritivas importantes, como hidratos de carbono, proteínas, aminoácidos, cálcio e
ferro. Há evidências que estas substâncias podem ser absorvidas pelas plantas,
contribuindo para o equilíbrio metabólico e maior resistência às pragas e doenças
(CLARO, 2001). Ainda de acordo com Carvalho (1996), devido à sua
fotoinstabilidade, o gossipol degrada-se rapidamente na presença de luz, o que
pode ter influenciado nos resultados, já que a aplicação do produto se deu
sempre na parte da tarde, quando as temperaturas encontravam-se relativamente
altas.
Quanto ao óleo de neem, esse obteve as médias de N1=17,7 N2=11,3 e
N3=9,8 (Figura 04), sugerindo eficácia desse produto em comparação a
testemunha (média de 18,8) quando aplicado a partir do segundo nível (N2,
quando o óleo foi aplicado à 0,3%) e tendo média ainda melhor ao nível 03,
aplicado a 0,5%, quando esse produto diminuiu a incidência da praga avaliada em
47,88%.
.
Figura 05. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com óleo de neem em comparação
com o número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de
2014.
46
Nos vários trabalhos encontrados com aplicação do óleo de neem, sobre
vários outros insetos, ou até mesmo sobre o Thrips tabaci em outras culturas,
seus resultados foram muito diferenciados. Em mangueira, por exemplo, onde o
tripes também foi manejado com o óleo no trabalho de Barbosa (2002), não
observou-se eficiência do produto aos dois dias após a aplicação, registrando-se
também baixa eficiência de controle aos quatro (6,02%) e aos dez dias (11,69%),
esse autor ressalva que a baixa eficiência pode ser explicada pelo seu modo de
ação no inseto, pois as amostragens foram realizadas até os dez dias após a
aplicação do produto, o que não aconteceria com o presente trabalho já que às
coletas ocorreram quinzenalmente. Para esse óleo, Martinez (2002) obteve
resultados diferentes do de Barbosa ao relatar redução populacional do mesmo
inseto, em amendoim, em teste de laboratório. De acordo com o mesmo autor, a
azadiractina atua de forma cumulativa e progressiva, durante os sucessivos
estádios de desenvolvimento dos insetos, podendo finalmente vir a causar a
morte. Também Nali e Barbosa (2004) obtiveram resultados positivos na redução
populacional do inseto em videira, chegando a redução de 48,37%, um pouco
menor que nesse trabalho.
Já no trabalho de Araujo Junior (2009), a ação de contato do neem sobre
Lipaphis erysimi, aplicado à 2,0% e 1,0%, com imersão foliar, proporcionaram
mortalidade de 79% e 77%, respectivamente. A eficiência do neem no controle
dessa praga depende do tipo de formulação e forma de aplicação utilizada. Vale
ressaltar que os baixos níveis do produto no nosso trabalho, deve-se a sua
fitotoxidade sob condições de altas temperaturas, como as do Vale do Submédio
do São Francisco. Alguns trabalhos também avaliaram a ação na mortalidade dos
ovos de alguns insetos com a ação de extratos metanólicos da semente de neem
e efeitos na mortalidade não foram verificados sobre extrato dessa semente nos
ovos da traça do tomateiro. Folhas de algodoeiro, Gossypium hirsutum, contendo
posturas de Bemisia tabaci, foram pulverizadas com 0,0; 0,2 e 2% do extrato
aquoso
da
semente
de
neem.
A
concentração
0,2%
não
reduziu
significativamente a viabilidade dos ovos, em seis dias, entretanto, com 2,0% a
viabilidade foi reduzida para 29% (COUDRIET et al., 1985).
O controle do tripes pelo óleo de neem poderia ser ainda mais efetivo neste
trabalho se usado outro solvente extrator ao invés da água potável, como por
47
exemplo o metanol, pois por apresentar uma alta polaridade, pode tornar o extrato
mais ativo, portanto, isso pode variar a partir da estrutura vegetal e da espécie do
inseto. Por exemplo,
Mohapatra
et al.
(1995),
encontraram
resultados
semelhantes quanto a toxicidade de extratos orgânicos da semente de neem,
extraídos pelo aparelho de soxhlet, em cinco diferentes solventes extratores
(água, metanol, etanol, acetona e hexano), contra Spodoptera litura e concluíram
que o extrato metanólico apresentou o máximo de proteção de folhas, com um
percentual de 100; 90,32; 47,31 e 7,50% de mortalidade, comparado com 93,01;
75,26; 27,96 e 4,30%, do solvente extrator água, nas concentrações de 1,0; 0,5;
0,1 e 0,01%, respectivamente, havendo diferença apenas nas concentrações 1,0
e 0,5% (TRINDADE 2000).
Estudo feito com o inseticida comercial de neem, o Margosan-O em
laboratório, causou mortalidade de 8, 20, 32, 56 e 100%, no primeiro ínstar de
lagartas de Archips rosanus, nas concentrações de 0,001; 0,01; 0,1 e 1,0%,
respectivamente, com 48 h de exposição do produto (ALINIAZEE et al., 1997).
Larew et al. (1985) observaram que o extrato etanólico a 0,4% de sementes de
neem, quando aplicado ao solo, afetou L. trifolii em crisântemo, aumentando a
mortalidade de larvas nos últimos ínstares.
Mordue & Blackwell (1993), observaram sintomas em relação à não
liberação da exúvia, em lagartas da traça do tomateiro submetidas a diferentes
doses de azadiractina e atribuíram essas alterações à redução na concentração
do ecdisônio ou atraso na sua liberação na hemolinfa, quando se interrompe a
biologia nessa fase, obtém-se a diminuição da população do inseto na fase em
que ocorre o dano às plantas, desta forma, quando a viabilidade larval é nula, ou
melhor, quando ocorre mortalidade total nessa fase, é porque o extrato
apresentou
uma
ótima
toxicidade
(TANZUBIL
e
MCCAFFERY,
1990).
Schmutterer (1990), relata também que o óleo apresenta considerável
seletividade para inimigos naturais de pragas, especialmente parasitóides e
predadores, como também podem ser misturados com outros bioprodutos, como
inseticidas à base de Bacillus thuringiensis ou como sinergistas para aumentar
sua eficácia.
Também no município de Juazeiro-BA, foi conduzido um experimento em
plantio comercial em parreiral da variedade Benitaka, com cinco anos de idade,
48
irrigado por microaspersão, sendo avaliados o número de tripes e de inimigos
naturais por inflorescência, em pré-aplicação e aos 2, 4 e 6 dias após a aplicação
dos inseticidas, dentre estes o Nim- I-Go apresentaram porcentagens médias de
controle de 48,37% (NALI, 2004).
O terceiro tratamento a ser empregado foi o Rotenat, que apesar de se ter
poucos trabalhos relacionados ao seu uso no controle do tripes em quaisquer
cultura, foi escolhido para fazer parte dos produtos a serem testados por ser
conhecido como um potente inibidor da respiração celular bloqueando a cadeia de
transporte de elétrons nas mitocôndrias, ligando-se ao NADH: Q oxiredutase
(Complexo I) e impedindo a oxidação do NADH2 (LUMMEN, 1998; GLYNNEJONES, 2001; KLAASSEN e WATKINS III, 2003; TADA-OIKAWA, 2003). Além
disso, possui uma das maiores toxicidade aguda entre os inseticidas botânicos,
sendo mais tóxico a insetos do que muitos inseticidas organo-sintéticos.
Porém no presente trabalho, por motivos não conhecidos, o Rotenat
empregado à 0,2; 0,3 e 0,5% apresentou médias de números de tripes
considerados elevados (Figura 06) e maiores até que a testemunha nos níveis 1 e
2 (25,2 contra 19,1 da testemunha e 17,8 contra 17,2 da testemunha
respectivamente) e iguais a testemunha no nível três (20,3). O que contesta com
os resultados de Nali (2004), experimento instalado em plantio comercial, no
município de Juazeiro-BA (Brasil), em parreiral da variedade Benitaka, na qual o
Rotenat apresentou porcentagens médias de controle do inseto de 52,04%.
Talvez esse produto demandasse de um manejo específico para expor sua
eficácia, demandando de outro solvente extrator ao invés da água potável, como
por exemplo, o metanol, por apresentar uma alta polaridade, podendo tornar o
extrato mais ativo, como no caso do óleo de neem no trabalho realizado por
Trindade (2000), ou ainda teria de ser misturado com um espalhante adesivo para
quebrar a tensão superficial da gota e propiciar uma melhor pulverização das
folhas de maneira a assegurar uma absorção mais efetiva pelas plantas e uma
melhor ação sobre as pragas (CLARO, 2001).
49
N
ú
m
er
o
d
e
tri
p
e
s
Figura 06. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o rotenat em comparação com o
número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014.
Dentre os tratamentos, o Sulfocal apresentou os menores números médios
de tripes, sugerindo que este é o melhor meio, dentre os avaliados, para o
controle do inseto. Para esse produto foram analisados três níveis de tratamento,
ou sub-parcelas, nas quais no N1 a solução foi preparada ao nível de 1,0% da
calda, no N2 ao nível de 1,5% da calda e no N3 ao nível de 2,0% da calda. Os
dados mostraram, para os blocos, médias de número de tripes de N1=13,5
N2=9,1 N3=8,7 (Figura 07), valores mais baixos em comparação com a
testemunha, que obtive médias de 19,1; 17,2 e 20,3 respectivamente e média
geral de 18,8. O produto diminuiu o número de tripes em 28,2%; 51,6% e 53,73%
respectivamente.
50
Figura 07. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o sulfocal em comparação com o
número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014.
Essa mesma eficácia confirma os resultados de Abreu Junior (1998), que
manejou sua incidência na cultura da videira sob condições de cultivo orgânico.
Além disso, essa calda é tradicionalmente a mais empregada para o controle do
tripes na cultura da cebola quando manejada de forma orgânica na região do Vale
do Submédio do São Francisco, em especial pelo pequeno produtor. Também em
Santa Catarina, no manejo de tripes em produção orgânica de cebola tem sido
sugerido o uso de biofertilizante à 3% associado a calda sulfocálcica à 5% e
farinha de trigo à 2% ou 3 a 5% de alho (espalhante adesivo idealizado pelo
autor) em severas infestações para as condições da região do Centro-Serra, RS
(CLARO, 2001). O presente trabalho vai de encontro aos resultados de Brunini e
Arenales citados por Bonato (2004), onde a diminuição do número do inseto foi de
9,1%.
O Piroalho foi inserido entre os produtos a serem estudados no controle do
inseto alvo devido a alicina que é um composto tóxico observado em bulbos de
alho e, segundo Iberl et al. (1990), o seu teor é de aproximadamente 0,4%.
Segundo Singh (1996), O Alho inibe enzimas como a acetilcolinesterase, além de
possuir alguns compostos organosulfurados com características inseticidas,
dentre estes o principal é o dialil-disulfito (THOMAS e CALLAGHAN, 1999).
51
As doses de aplicação foram de 0,3%; 0,5% e 1,0%, escolhidas com base
nas comumente usadas pelos produtores do Submédio Vale do São Francisco
para o controle de pragas. As médias do número de tripes nos três níveis do
estudo foram de N1=17,5; N2=19,8 e N3=23,7(Figura 08), dados insatisfatórios
para o controle dessa praga, já que somente no nível 01, a quantidade do número
do inseto foi um pouco menor que o da média da testemunha (18,8), mesmo
assim, sem diferença. É importante frisar que, por algum motivo desconhecido, à
medida que aumentou a dose do produto, encontrou-se um número maior de
inseto. Estudos realizados com extrato de alho, não mostraram eficiência para o
controle da vaquinha (Diabrotica specisosa) na cultura do pepino em casa de
vegetação, mesmo sendo aplicado diretamente sob a
praga conforme
constatações de Machadoet al. (2007).
Nú
me
ro
de
trip
es
Doses
Figura 08. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o piroalho em comparação com o
número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014.
Rondelli (2009), observou que os extratos de alho não foram eficazes no
controle de alguns vetores de viroses em experimento com tomateiro. Esses
resultados assemelham-se aos encontrados por Nali et al. (2004), que ao
avaliarem os produtos naturais observaram que uma formulação de alho (Bio
alho) apresentou a menor porcentagem média de controle de tripes em videira
(23%). Apesar disso, outros métodos de extração dos princípios ativos existentes
52
nesta planta devem ser testados, visto que Roel et al. (2000) observaram variação
de mortalidade de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae)
entre os diferentes solventes usados na extração de Trichilia pallida Swartz.
Esses mesmos autores também observaram que o uso de diferentes partes da
planta alteram a mortalidade da praga, pois podem conter diferentes proporções
de princípios ativos.
Esperou-se o controle do inseto praga fazendo-se uso do Citrolim, devido
ao seu principal composto, o limoneno que causa aumento da atividade dos
nervos sensoriais resultando em perda de coordenação e convulsão. A super
estimulação do sistema motor leva a uma rápida paralisia corporal, além de ser
um inseticida de contato, tendo também espectro fumigante. (MOREIRA, 2011). O
produto foi aplicado aos níveis de 0,1% (N1); 0,2% (N2) e 0,3% (N3) e não obteve
controle. As médias no número de inseto foram de N1=21,5; N2=17,8 e N3=20,2
(Figura 09), médias consideradas altas o que demostra a ineficiência do produto
sobre essas condições de manejo. Assim como o Rotenat, talvez esse produto
demandasse de um manejo específico para expor sua eficácia, demandando de
um outro solvente extrator ao invés da água potável ou ainda teria de ser
misturado com um espalhante adesivo para quebrar a tensão superficial da gota e
propiciar uma melhor pulverização das folhas de maneira a assegurar uma
absorção mais efetiva pelas plantas e uma melhor ação sobre as pragas.
25
21,5
20
20,2
19,1
17,8
20,3
17,2
15
Citrolin
Número de tripes
10
Testemunha
5
0
Nível 01
Nível 02
Nível 03
Doses
Figura 09. Número médio do número de tripes nas parcelas aplicadas com o citrolin em comparação com o
número de tripes nas parcelas da testemunha. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014.
53
Figura 10. Número médio de tripes em cada um dos tratamentos e níveis (dosagens) de aplicação. Juazeiro
(BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014.
Mesmo com diferença entre os tratamentos (Figura 10), não foi observado
interferência desses quanto a produtividade da cultura (Figura 11), mesmo nas
parcelas em que o Rotenat foi aplicado (pior tratamento), o que a priori não era
esperado, não obteve-se níveis de danos econômicos causados pela praga.
Recentemente, tem-se observado que as plantas toleram o dano do inseto em
solos bem manejados e com altos níveis de matéria orgânica, o que explica o
resultado.
54
Produtividade Média
Testemunha
42,8
Citrolin
39,9
Piroalho
34,8
Sulfocal
40,0
Tratamento
Rotenat
34,2
Óleo de Neen
36,
Óleo de Algodão
38,7
0
10
20
30
40
50
Produtividade média
-¹
Figura 11. Produtividade da cebola em cada um dos tratamentos em T ha e a produtividade média do
experimento. Juazeiro (BA), UNEB, 15 de Abril à 29 de Agosto de 2014.
Segundo Gonçalves (1998), nos plantios com cultivares de ciclo médio,
como a Crioula, em solo manejado em plantio direto, com adubação verde e nível
médio a alto de matéria orgânica, as plantas de cebola apresentam tolerância ao
dano de tripes. Também de acordo com Fournier et al. (1995), o déficit hídrico
está relacionado com a capacidade da plantas de cebola em tolerar o dano de
tripes.
O nível de dano econômico estabelecido por Domiciano et al. (1993) para
tripes em cebola, foi 20 ± 5 tripes/planta, enquanto que Shelton et al. (1987),
adotaram o nível de 3 tripes/folha. Fournier et al. (1995) estimaram os níveis de
2,2 e 0,9 tripes/folha sendo este último adotado para condições de déficit hídrico
severo. Diante disso, percebe-se que o número de tripes encontrado nos
tratamentos
cujos
resultados
não
foram
eficientes
para
as
condições
experimentais, não estavam tão acima desses níveis de dano econômico
estabelecidos e portanto só causariam perda de produção em solos mal
manejados. As médias de ninfas nos tratamentos considerados ruins: Óleo de
Algodão, Rotenat, Piroalho e Citrolim foram de respectivamente 20,3; 21,1; 20,3 e
19,83.
As variações na determinação de nível de dano econômico de tripes em
cebola devem-se às diferentes condições de realização de cada trabalho, tais
55
como cultivar, práticas de manejo de lavoura, características edafoclimáticas,
além da interação inseto-planta (GONÇALVES e PAULO 1998). Suman & Wahi
(1981), sugeriram uma escala com diferentes níveis de infestação: 1= leve
(número igual ou menor que cinco tripes/planta); 2= moderada (10 a 15
tripes/planta) e 3=severa (número maior ou igual que 20 tripes/planta). Porém,
neste trabalho, embora as infestações fossem consideradas, segundo essa
escala, no nível três (severa), não houveram perdas. Segundo Gonçalves 1998 é
possível tolerar até 10 ninfas por planta antes e 30 após a formação do bulbo sem
prejudicar a produtividade, ou até mesmo suprimir o controle químico.
A análise de outras variáveis, além do aumento da resistência a pragas e
doenças e produtividade deve ser investigado, pois há estudos que apontam
alterações na morfologia e fisiologia, alteração no metabolismo primário,
secundário, campo eletromagnético, e na resposta a estresse ambiental com o
uso da homeopatia em plantas (BONATO, 2004; ROSSI et al., 2004). Diante
disso, seria de grande valia que os futuros trabalhos realizados com extratos ou
óleos vegetais se atentassem para a realização de outras análises, tais como as
nutricionais e tempo de armazenamento. Esse último é uma prática adotada
normalmente pelos produtores de cebola e, portanto deve-se sondar se haveria
alguma alteração, no entanto neste experimento, a armazenagem do produto
ocorreu por vários meses e não houve nenhuma percepção neste aspecto.
56
CONCLUSÃO
O sulfocal a 2,0% e o óleo de neem a 0,5% foram os únicos, que obtiveram
resultados satisfatórios, quando o produto foi aplicado à uma maior dosagem,
diminuindo o número de tripes em 53,73% e 47,88% respectivamente. O óleo de
algodão, rotenat, piroalho e o citrolim nos três níveis de cada tratamento,
apresentaram número de tripes semelhantes, e até maior que o da testemunha
em alguns casos.
57
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Extraído
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