Confira as mudanças no Almanáutica após a pesquisa de

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Confira as mudanças no Almanáutica após a pesquisa de
ALMANÁUTICA
PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!
Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano IV – nº 22 – janeiro/fevereiro 2016
www.almanautica.com.br
ISSN: 23577800 22
Leia nesta edição:
Confira as mudanças no Almanáutica após a pesquisa de qualidade
* Competições, Cruzeirismo, Técnica e nova diagramação
* Os melhores colunistas especializados em náutica estão aqui
Definida a equipe brasileira de vela para Rio 2016 - Campeonatos pelo Brasil - Cruzeirando pelos EUA: Relato inédito
Coletes autoinfláveis? Encanamentos com cheiro ruim na embarcação? Em Angra venta? Tiramos todas as suas dúvidas!
ALMANÁUTICA
2
EDITORIAL
Pesquisa de qualidade
E
m novembro realizamos uma
pesquisa de qualidade, com
o intuito de saber dos leitores
do Almanáutica uma série de
informações que nos ajudarão a melhorar
ainda mais nosso trabalho. Muitas já estão
implementadas tanto no site quanto a partir
desta edição. Você vai notar que a leitura está mais fluída, com uma diagramação
mais ágil e moderna, tipos e espaçamentos
mais agradáveis, além de uma nova estruturação e ênfase em aspectos como cruzeirismo e abordagem técnica, entre outras
modificações sugeridas.
Os leitores que recebem o jornal em casa
pela ABVC, notarão que o jornal vai chegar
embalado em plástico, com menos dobras,
e sem etiquetas colocadas diretamente no
jornal, que rasgava ao ser retirada.
Muitas pessoas deixaram sua preocupação quanto ao Almanáutica passar a ser
vendido, já que algumas perguntas referiam-se a valores. E aqui esclarecemos
que não, ele não será vendido. A pesquisa
visava entender qual valor (em reais) o público estaria disposto a dar pelo Jornal Almanáutica, caso precisassem desembolsar
alguma quantia. E tanto nessa quanto em
outras questões como qualidade editorial,
conteúdo, design, distribuição, quantidade
de publicidade, colunistas, entre outros, os
resultados foram bastante positivos, superando nossa expectativa. E como queremos sempre mais qualidade, atentamos - e
muito - às críticas e sugestões para melhorar e fazer um Almanáutica mais e mais
presente na vida dos leitores.
Foram muitas sugestões enviadas: Praticamente ninguém deixou de sugerir algo.
Isso mostra o interesse do público no Almanáutica. Tudo foi lido e planilhado. Algumas
sugestões ainda não foram implementadas,
mas já estão sendo trabalhadas.
Na página ao lado fizemos um resumo da pesquisa para você verificar os
principais números!
Murillo
NOVAES
Feliz Tudo!
Olá querido leitor, eis que chegamos ao
fim de mais um ano. E que ano! Se na
economia e na política (incluindo aí a polícia) a coisa esteve difícil, nas águas pátrias
foi tudo melhor. A quase obrigatória metáfora náutica, que este veículo de alma idem
nos impõe, pode dizer que se o país não
navegou em águas tranquilas, também não
naufragou (como muitos queriam) e apesar do quase motim (como outros tantos
quiseram), mesmo com os comandantes
sem moral alguma, a tripulação levou como
pôde e a navilouca Brasil continua flutuando
mesmo fazendo um pouco d’água. Bem, já
se disse que a nau dos insensatos continua
a todo vapor... Só não se sabe para onde!
No entanto, apesar de todo terrorismo,
de todo pessimismo, de todo cinismo, apesar de tanta ignorância, de tanta discrepância, de tanta intolerância, com todo o aquecimento, tanto tormento, tanto sofrimento
ainda temos nosso fiel, querido e grande
amigo, o vento. E isso faz toda a diferença!
Pois aqueles que conhecem o prazer da
velejada sabem que nada é tão ruim assim
e que, com os ajustes certos, boa vontade
e alguma técnica, sempre dá para ajustar o
rumo e chegar ao destino.
O ano de 2015 foi profícuo em manchetes
negativas, mas, para nós, velejadores, foi
também coalhado de boas novas. A começar pelas preparações finais para o torneio
de vela mais importante dos monotipos, os
jogo olímpicos. Se nossa poluta e fétida
Guanabara ainda deixa muito a desejar,
nossa conhecida hospitalidade, simpatia, a
beleza do Rio de Janeiro e o bom humor
carioca deixaram os gringos, que vieram
em profusão treinar em nossas águas, pra
lá de satisfeitos. Os imensos desafios das
raias internas da baía, com seus braços de
maré e rondadas de vento quase impreviRicardo Amatucci - Editor
síveis também elevaram o nível do desafio
para aqueles que curtem uma dificuldade
a mais. E a previsão é de que, apesar da
promessa de despoluição não cumprida, a
vela vai ser sucesso nas olimpíadas vindouras. Oxalá!
E a última e boa novidade deste findo
ano da graça de 2015 vem mesmo direto
do Olimpo. Com o fim da recém corrida
Copa Brasil de Vela, com sede na capital secreta do mundo, Niterói, e regatas
nas raias olímpicas,
nosso time para o
Rio2016 está completo agora e nossos quinze guerreiros aquáticos já
entram o novo ano
com o foco total nas
douradas, prateadas
e bronzeadas medalhas do certame
Martine Grael:
Seguindo a
incrível saga
familiar com
Marco...
Foto: Fred Hoffmann
olímpico. Um misto de convocação, como
no futebol, só que com uma comissão técnica selecionando os atletas, e competição
qualificatória como era antigamente, nas
classes onde não havia alguém claramente
em vantagem, a seletiva da EBVO – Equipe Brasileira de Vela Olímpica para 2016
foi emocionante até o final. E, claro, as
classes onde rolou disputa: 49er, 470M
e Nacra17, viram um crescimento muito
grande das duplas que brigaram pela vaga.
No 49er, entes mesmo do fim do ano,
a parceria de Marco Grael e Gabriel Borges levou a melhor sobre Dante Bianchi e
Thomas Low-Beer e redefiniu o conceito
de irmãos Grael, que outrora se referia aos
carnais Torben e Lars e agora, seguindo a
incrível saga familiar, diz respeito a Martine e Marco, filhos de Torben e Andrea
Crônicas Flutuantes
fosse, alguns dias antes pedi asilo à bordo
de um Arpège 30, pertencente a um bom
amigo e com vaga ali na Marina. Acho interessante mencionar que Boat Show e Marina
da Glória habitavam, quase amigavelmente,
o mesmo espaço, no entanto, um intrincado
labirinto de divisórias havia de ser vencido
ante quaisquer tentativas de se encontrar determinado local, no meu caso especifico a
administração da Marina, pois, escolado que
sou sobre burocracias ocupacionais em recintos que abrigam embarcações de recreio, foi
meu primeiro destino.
– Olá, boa tarde, sou amigo de Fulano
de tal, dono do veleiro Eteceteraetal e gostaria de...
Aquele que parecia ser o prefeito do local, um simpaticíssimo mancebo engravatado
de nome Fictício, só ficou satisfeito após eu
ter torrado o resto de meus créditos à cata
do meu amigo dono do barco. Aparada as
arestas, fez-se anunciar, via impressionante
rede de alto falantes estratégicos, a todos os
funcionários presentes no local que eu estava
“liberado” para pernoite no Eteceteraetal.
Tudo resolvido, foi o tempo de deixar
no barco minha mochila e my lecture já estava em cima da hora para acontecer. Correu
absolutamente dentro dos conformes; vendi
alguns vinte e poucos livros, conversei um
pouco aqui, outro pouco acolá, alguns bons
contatos feitos e etc. Cansado, sujo e me
sentido um pouco febril empreendi nova intentona através do labirinto de tapumes; sem
maiores percalços, acabei achando o Eteceteraetal e fui direto ao berço. Melhor escrevendo, fui a uma excursão ao quinto dos
Murillo Novaes é jornalista especializado em
náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com
Coluna do escritor José Paulo de Paula
Putas Paraguaias
– Pra onde doutor? –
– Putas Paraguaias????
– Prá já!, uma guspidinha... logo ali na
Lapa.
Após exaustiva queima de créditos celulares, “Putas Paraguaias” foi a única informação confiável que meu amigo pode obter
sobre a direção do Hotel onde havia esquecido meus livros na mala do carro. Sobre eles,
os livros, eu palestraria, – e tentaria vender
alguns – a seleto público carioca presente
ao salão náutico, devidamente transmutado em Boat Show para melhor compreensão
do cidadão tupiniquim comum. Localizadas
as Putas, não cansarei o leitor sobre a saga
para que o funcionário do Hotel se dignasse “liberar” uma incursão ao porta-malas do
carro do meu amigo, apenas digo que meus
créditos sofreram profunda baixa.
– Moro em uma ilha perto de São Paulo...
a gente escuta muita coisa sobre a violência
aqui no Rio, é verdade?
– Mídia vagabunda!, terceiro mundo...
tudo mentira! Isso aqui é uma maravilha;
pode andar tranquilo que ninguém te assalta... o papai aqui garante!
– Quer dizer que posso voltar à noite lá
do Catete pra Marina sem...
– Ô meu camarada!, aí também cê tá
pedindo demais né? À noite pô... num dá
cinco minutos e neguinho te leva até as obturações!
Era essa a tônica da conversa com o chofer na corrida para a Glória, local do tal Boat
Show. Como os organizadores do evento,
ocupadíssimos com certeza, haviam esquecido de me proporcionar estadia simples que
Soffiatti.
Já a disputa da Nacra17 e do 470M ficou para a Copa Brasil. No 470M a briga
boa entre os cariocas Henrique “Gigante”
Haddad e Bruno “Bebum” Bethlem contra
os gaúchos, da tradicionalíssima escola de
470 de Porto Alegre, Geison Mendes e
Gustavo Thiessen foi até o último minuto e,
com dois pontos de vantagem, o barco do
ICRJ garantiu a presença olímpica.
Na nova classe olímpica mista, o veloz e arredio catamarã Nacra17,
a coisa foi mais emocionante ainda. Com
a vantagem obtida no
torneio sul-americano,
Samuel Albrecht e Bel
Swan saíram em vantagem, mas a dupla João
Bulhões e Gabriela Nicolino lutou até o final.
Samuca e Bel ficaram
fora da regata da medalha, a regata final
que conta em dobro, e
tiveram que torcer para
os rivais ficarem abaixo
do 6º lugar geral para assegurar a vaga.
Deu certo. João e Gabriela terminaram em
um belíssimo (e frustrante) 8º lugar geral e
deram à dupla gaúcho-niteroiense o direito
de voltar a disputar uma olimpíada. Samuel
e Isabel estiveram em Pequim 2008, ambos de 470. E Bel ganhou ali a histórica
primeira medalha feminina da vela nacional, o bronze ao lado da timoneira Fernanda Oliveira (também classificada para o
Rio 2016, ao lado de Ana Barbachan, sua
quinta olimpíada!).
Bem, por estas e por outras que só posso desejar a você, seus familiares, amigos,
seus barcos e velas um 2016 de muito alegria, sucesso, paz, felicidade e bons ventos. Até lá! Feliz tudo!!
infernos, situado bem ali, entre o quarto e o
sexto dos infernos. O calor carioquíssimo não
permitia um pernoite dentro do barco... nem
fora devido à nuvens maciças de pernilongos. Após vasculhar, incomodado por estar
invadindo possíveis intimidades, minuciosamente todas as reentrâncias do barco, acabei
por achar um frasco de repelente. Besuntei
metodicamente todas as partes vulneráveis
passíveis de serem sugadas, peguei um dos
colchões, coloquei no cockpit e... Começou
a festa Rave! Durante toda a noite, somente
uma vez pude deixar de ouvir aquele ruído
infernal; foi quando, lá pelas tantas, chegou
uma escuna repleta de turistas bêbados tocando um ruído vários decibéis acima do dos
reivianos. O dia demorou mais do que de
costume a clarear, mas aos primeiros raios
de luz fizeram arrefecer os festeiros e o barulho sumiu. Consegui fechar os olhos por
umas duas horas até o celular acionar o despertador. Não sei bem porque levantei-me
com um pouco de mau humor; grudento de
suor, catei minha toalha, escova de dentes e
saboneteira e saí à cata do banheiro.
Os banheiros ficam exatamente em
frente ao império do Sr. Fictício; entra-se
por uma grande porta de vidros corrediços; à
bombordo tem-se o balcão da administração
e a estibordo um corredor que leva às toaletes. Acontecia, todavia, que aquela porta de
vidro estava, naquele exato momento sendo
guardada por um distintíssimo segurança, terno preto, camisa social branca com gravata
vermelha e Rayban falso... um celular à mão.
Resmunguei um bom dia e fui entrando.
– Pois não? Onde o senhor deseja ir?
Olhei para minha toalha enrolada debaixo do
sovaco.
– Ao banheiro.
– O senhor vai tomar banho ou vai
defecar(sic)?
Meu mau humor estava perto de atingir a escala de dois dígitos, mas mantive a calma.
– Não percebo no que essa informação
possa interessar ao cavalheiro.
– É que a privada e o mijador estão
autorizados, mas os chuveiros são só para
usuários da marina.
– Escute amigo, ontem eu vim para dar
uma palestra eu já resolvi esta questiúncula com o Sr. Fictício. Não há absolutamente
nada que você diga ou faça que possa me
impedir de tomar um banho.
– AH!... o Sr. é palestrante é!?
Isso dito o gentil homem moveu ligeiramente
o Rayban à ponta do nariz, olhou demoradamente para ambos os lados da grande porta
de vidro e, sentenciou:
– Vou liberar o senhor...
Sou um cara de sorte; apesar de não
haver água quente nem papel higiênico no
banheiro, as pessoas parecem ter gostado da
my lecture e logrei vender mais da metade
dos livros que meu amigo levara na mala do
carro. Fora hoje talvez não tivesse vendido
nem dois, também, com essa crise confusa
que aí está... que o digam as Putas Paraguaias.
José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador e conta, em crônicas com muito humor, situações
vividas a bordo com sua família no livro “É proibido
morar em barco”, à venda na Livraria Moana
Umas e
Outras
Histórias de um navegante im pre ciso
a
lio Vian
Por Hé
Clássicos em Búzios
Depois de uma ausência de dois anos, a
Regata de Veleiros Clássicos de Búzios
voltou com força total em sua 9ª edição,
agora organizada pelo Iate Clube Armação
de Búzios. É o tipo de evento que todo cruzeirista adora: a inscrição é gratuita e são
três festas para duas regatas no charmoso
balneário, considerado por muitos velejadores como a melhor raia do mundo para
velejar. Corri no Aventura, do Comandante
Chicão, um Sparkman & Stephens modelo Finisterre, mais clássico do que eu, já
que sua construção é de 1955. No sábado
ventou pra caralho (note que para os nordestinos, “pra caralho” não é palavrão e sim
advérbio de intensidade). Sopraram sólidos
30 nós (teve anemômetro, acho que despirocado, que registrou rajadas de 40!) e
nem todos saíram ilesos. Os barcos beberam muita água pela borda, um ficou sem
leme, outros rasgaram velas e até mastro
foi arrancado, felizmente sem machucar tripulantes. No domingo mudou d´água pro
vinho, o mar baixou, soprou um vento comportado e o sol mostrou a cara. Na classe
bico de proa deu o Saga II, aquele mesmo
que na Fastnet Race de 1973 fez barba,
cabelo e bigode: foi o fita azul e levou no
tempo corrigido. Na BRA-RGS quem pegou
o caneco (literalmente, o troféu foi uma caneca de chope) de primeiro foi o Cangrejo
de Ricardo Carvalho, seguido do Cairu III
de Roberto Geyer e do Aventura. O Comodoro Alain Jouliet manda avisar que este
ano tem de novo. Como sempre, na última
semana de novembro. Quem sabe se na
10ª edição a caneca virá cheia?
Natal em Angra de maior
Tudo começou em 1994. O casal Susy e
Renato, do veleiro Samba, juntou um punhado de velejadores que zanzavam pelas
enseadas da Baía da Ilha Grande, inclusive
Lin e Larry Pardey - o casal de cruzeiristas
mais famoso do mundo -, e organizou o
primeiro Natal dos Velejadores de Angra. A
ideia era fazer a confraternização em alguma praia, mas por conta da chuva, e como
chove nesta época!, invadimos a varanda
de um restaurante em Ubatubinha, no Sítio
Forte. E lá se vão 21 anos! Em dezembro
passado não foi diferente e, apesar da chuva, 43 tripulantes apareceram para o rega-bofe no Recanto dos Maias, na Tapera.
Funciona assim: cada família leva um prato
natalino e depois da ceia tem a Mamãe
Noel como mestre de cerimônias do amigo
oculto, onde o sorteado, depois de abrir o
pacote escolhido, pode trocar o presente
entre os outros já sorteados. Se estiver na
área, não perca o próximo.
Agora uma notícia exclusiva do Almanáutica: Renato está finalizando o livro “A Viagem do Samba”, um relato que tive que
esperar 30 anos para ler!
Detalhes na página 11.
Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora
a bordo do MaraCatu, leva a vida ao sabor dos
ventos e mantém o maracatublog.com
3
Eduardo Sylvestre
Competir por competir ou
profissionalizar-se?
Neste último mês de dezembro tive o
privilégio de acompanhar minha filha como
técnico no campeonato Sul-Americano de
Nacra 17, última fase da seletiva pré-olímpica junto à Copa Brasil para as Olimpíadas
do Rio 2016. Foi uma experiência excelente, porém nosso resultado não foi tão bom
quanto queríamos.
Neste nível de competição não existe margem para amadorismo, achismo ou
“vamos que vai dar”. Uma coisa é participar
de regatinhas do clube e treinar
nos fins de semana, participar de
campeonatos locais em classes
não olímpicas. Outra é entrar em
uma campanha olímpica visando
alguma chance e encarar os 20
primeiros do ranking mundial no
quintal de casa.
Tenho viajado muito pelo
mundo dando cursos pela World
Sailing (novo nome da ISAF), e
tenho conversado com técnicos
profissionais e chefes de Equipes
Olímpicas de diferentes países.
Sem dúvida este é um ofício que
exige muito do técnico, que por
sua vez exige muito de seus atletas. Talvez comparável a um CEO de uma grande
empresa. Além de acompanhar o trabalho
físico, médico, psicológico e nutricional,
também checa a logística dos transportes
dos barcos, veleiro e bote. O técnico/chefe
de equipe checa também todas as informações de raia, meteorologia, correntes e
marés para fazer o briefing e debriefing de
cada dia. Ele filma tudo para ser discutido
e analisado e leva água e barras de cereais entre outras várias coisas (extensor de
leme, vela extra, moitões, cabos)...
Neste campeonato no Rio de Janeiro,
tínhamos 26 equipes, sendo 20 internacionais e 6 brasileiras. Equipes como a da Inglaterra, Nova Zelândia, Dinamarca e França, sempre viajam com equipes completas.
Estavam com três equipes de velejadores,
cada uma com seu Nacra 17. Além de
motivar cada dupla, fomenta trabalho em
equipe, além de poder testar regulagens, uma em cada embarcação,
para aprimorar e descobrir em tempo real
qual é mais eficaz. Isso coloca todos no
mesmo padrão de conhecimentos e ritmo
de competição. As equipes estrangeiras
estão em nossas águas há muito tempo,
desde que souberam que as Olimpíadas
seriam aqui, treinando e conhecendo os
segredos de nossa baía. Possuem grandes
botes equipados com estações meteoro-
foi a retirada de patrocínios firmados devido
à crise financeira, o que acarretou a não
participação em eventos internacionais em
2015, além de quebra no ritmo de treinos.
Somente pudemos participar neste evento
do Rio de Janeiro graças ao patrocínio três dias antes da competição - de empresas como a Fragata Náutica (cedeu um
bote), além da BMW Motorrad e da Biotec
Dermocosméticos – Exsynutriment.
Se você quer ser competitivo tem
que treinar! Não adianta velejar só
nos fins de semana. Tem que ter
técnico. Tem que ter treinamento físico, acompanhamento para um bom
desempenho. Precisa ser acompanhado por médicos e nutricionistas.
Equipes como as internacionais são
formadas por profissionais que velejam 335 dias por ano, tem acompanhamento diário e viajam 8 meses
ao ano. Para ser velejador Olímpico
tem que se dedicar 24 horas/7 dias
por semana, ter uma equipe por traz
e ter vários bons patrocinadores. Só
assim terá uma chance para tentar disputar uma vaga olímpica. Você tem que ser
profissional!!
Para mim, o auge da pré-olímpica foi
ver a Copa Brasil com a participação da
vela Jovem. Essa é uma ideia antiga que
finalmente foi posta em prática, pois todos
os atletas de 15 a 19 anos de classes pré-olímpicas como 29er, 420, laser radial,
e prancha a vela participam num evento
juntos com seus ídolos velejadores olímpicos. O timing foi perfeito: A equipe jovem
usou este campeonato para pegar ritmo e
dar a última treinada antes do Mundial da
Juventude. A equipe jovem brasileira embarcou dia 22 de dezembro para o mundial
da juventude na Malásia.
lógicas e GPS acoplados, para facilitar a
leitura de mares e correntes e containeres
com equipamentos sobressalentes. Para
fazer uma campanha Olímpica é preciso
planejamento, disponibilidade de tempo,
muito treino, e muito dinheiro através de
patrocinadores, parceiros e colaboradores,
pois os custos e imprevistos são muitos.
No caso da equipe brasileira os recursos
são bastante restritos. Na Nacra 17, cada
equipe teve que arrumar recursos próprios
para participar de eventos nacionais e internacionais, comprar barcos, velas, logísticas de transporte e quando a CBVela
consegue ajudar, ela ajuda apenas com
passagem aérea para um evento, sempre
para o primeiro do Ranking e não para uma
equipe com os 2 ou 3 melhores da classe Eduardo Sylvestre é Diretor do Programa
de Desenvolvimento da CBVela, Expert
como é feito nas grandes equipes.
Nossa Equipe (o da minha filha) teve da ISAF, técnico nível 3 da USSailing e
vários imprevistos neste último ano. Uma ISAF World Youth Sailing Lead Coach.
Pesquisa Almanáutica
Veja como os leitores avaliaram os diversos aspectos do Jornal Almanáutica. As perguntas versaram sobre diversos aspectos, entre eles os que aparecem à esquerda.
Os números à direita representam a porcentagem de respostas positivas, com notas
acima de 6,0 (num total de 0 a 10).
Almanáutica:
Jornalista Responsável: Paulo Gorab
Editor: Jornalista Ricardo Amatucci
MTB 79742/SP
ISSN: 23577800/22
Jornal bimestral, com distribuição nacional
Ano 04, número 22 jan/fev de 2015
Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier
Contato: [email protected]
Almanáutica é uma marca registrada.
Proibida a reprodução total ou parcial.
Visite nosso site: www.almanautica.com.br
Foto da capa:
Foto de Ricardo Amatucci mostra dois saveiros na Baía de Todos os Santos durante
a regata Aratu-Maragojipe, a maior regata
festiva do Brasil, realizada todos os anos.
ALMANÁUTICA
4 A Bordo
regata
Porto Alegre - RS
Papai Noel na raia
Marina Boat Day e
7º Rally Náutico
A Marina Boat, revendedora das lanchas Focker e dos motores Yamaha em
Salvador realizou a segunda edição do
Marina Boat Day, no dia 12 de dezembro.
O evento reuniu mais de uma centena de
embarcações, para um congraçamento de
proprietários de lanchas e praticantes de
esportes náuticos, com suas respectivas
famílias e convidados. Foi um maravilhosos dia de lazer para a prática de esportes
e com a animação da Banda Estakanagua Elétrico, que se apresentou num palco
flutuante a partir das 11 horas da manhã.
Além dos participantes, o público em geral
superou a casa de 1.500 pessoas. Nos intervalos do show houve sorteio de brindes.
A concentração começou no paradisíaco
cenário do Pontal da Ilha de Matarandiba, localizada ao sul da Ilha de Itaparica,
Veracruz, nas proximidades de Mutá. A
Ilha de Matarandiba com seus rios, lagos, quedas d’agua e manguezais é um
dos ecossistemas marinhos mais ricos da
Baía De Todos os Santos. É também uma
comunidade que preserva suas tradições
culturais: são famosos os Ternos de Reis
das marisqueiras e pescadores da localidade.
Já a sétima edição do Rally Náutico da
Bahia aconteceu no final de novembro, e
reuniu 70 competidores. O evento é realizado todos os anos pela Bahia Marina e
Yacht Clube da Bahia.
Este ano a novidade foi a presença dos
Jet Skis, engrossando a turma da adrenalina. O fato foi anunciado ainda no lançamento do Rally pelo Comodoro do Yacht,
Marcelo Sacramento, que fez questão de
enfatizar a alegria por mais um ano de
realização.
Após a largada na Barra, os ralizeiros
seguiram para o ponto neutro, parada estratégica destinada ao descanso, confraternização e para recarregar as energias
para continuidade da prova. Dessa vez, a
Bahia Marina recebeu os participantes em
terra firme e não na escuna como acontecia nas outras edições. “Essa mudança
foi pensada para o melhor conforto e maior
interação entre os competidores”, explica
Silvia Ferreira, gerente da Bahia Marina. O público foi animado pela Dj Barbie,
enquanto degustava comidas típicas da
Bahia, petiscos e drinks.
A festa foi encerrada no Yacht Clube
da Bahia com muita alegria e animação da
banda Jamil.
A Bordo vai ao ar todos os domingos das 10h
às 11h pela Metrópole FM de Salvador:
metro1.com.br
Baixe o app e ouça em qualquer lugar!
Os 81 anos do Clube gaúcho Veleiros do
Sul (VDS) foram festejados com um dia
intenso de festividades que incluiu regatas
para monotipos e uma festa de arromba.
Durante o sábado, as classes de monotipo foram para a raia e no domingo ocorreu a regata na classe Oceano e Veleiraço
Marinha do Brasil para barcos de cruzeiro
com 26 barcos das classes ORC INT, RGS,
J/24 e Cruzeiro.
Ao cruzarem a linha de chegada, os velejadores foram premiados pelo Papai Noel
do VDS (Mauro Ferreira, coordenador da
Papai Noel esperava os
Escola de Vela Minuano) com medalhas de
competidores na linha de
participação. “Os representantes do nosso
chegada com as medalhas
clube estiveram em 14 países em 2015 representando a vela brasileira”, comentou o conquistas internacionais dos velejadores
Comodoro Eduardo Ribas.
Cícero Hartmann, Flávio Quevedo e AnO clube também comemorou as últimas dré Renard (vice-campeões mundiais de
Paulista de Vela Adaptada
Soling), Geison Mendes e Gustavo Thiesen (tricampeões sul-americanos na classe
470) e a estreante Júlia Silva (campeã no
Centro Sul-americano feminino da classe
Laser 4.7). Júlia foi convidada a soprar as
velas do bolo no parabéns ao VDS.
São Paulo - SP
Com vento chegando a 17 nós (31,5 km/h)
na Represa de Guarapiranga, foram possíveis
seis regatas nos dois dias de disputas pelo
Campeonato Paulista de Vela Adaptada, que
ocorreu em outubro. Organizado pelo Superação Clube Paradesportivo que organizou o
campeonato com sede no ASBAC - Associação dos Servidores do Banco Central, o
evento contou com o juiz Antônio Mellone, e
reuniu veleiros da classe Poli19, adaptados
para pessoas com as mais variadas deficiências.
A equipe comandada pelo experiente velejador Honório Rocha, e composta por Mah Mooni e Evandro de Léo, foram os vencedores.
A tripulação do barco Kronos conquistou qua-
Porto Belo - SC
Brascat 2015
Foi realizado em novembro no Píer Turístico de Porto Belo (SC), o Campeonato Brasileiro de Hobie Cat. A Paraíba marcou presença no pódio duas
vezes, com Fábio Espinar em primeiro
na geral, e Diego Monteiro em terceiro.
Com a prata aparece Adam Max, do
Joinville Iate Clube. Sérgio Utagawa de
São Paulo (Clube de Campo Castelo,
Guarapiranga) Levou na categoria Gran
Master, ficando em 8º na geral.
Organização foi da Flotilha Catarinense
da Classe Hobie Cat 14 e Prefeitura
Municipal de Porto Belo, com supervisão da Associação Brasileira da
Classe Hobie Cat (ABCHC) e da
Confederação Brasileira de Vela.
tro regatas das seis disputadas. “Esse resultado foi
a recompensa após exaustivos treinos e comprometimento de toda a equipe”, ressalta o comandante.
Brasília - DF
Turma da vela
adaptada no ASBAC
(Guarapiranga - SP)
AABB 207 anos
Os 207 anos do Banco do Brasil foram comemorados em grande
estilo no Lago Paranoá. A tradicional regata comemorativa que
acontece todos os anos na AABB –
Associação Atlética Banco do Brasil
chegou à sua 34° edição. Participaram monotipos das classes Optimist, Laser e Dingue, e também
Oceanos RGS A e B, Delta 26,
Fast 230, Ranger 22.
Recife - PE
Estadual de Snipe
O Campeonato Pernambucano de Snipe 2015 terminou
com a realização da Copa da
Amizade, na raia de Maria
Farinha em Pernambuco. O
título da Copa e do Estadual,
decidido apenas nas quatro
últimas regatas, ficou com a
dupla Edival Júnior e Mateus
Pinheiros, que desbancou Daniel Dantas e Victor Azevedo
e Ted e Rafael Monteiro, segundo e terceiro respectivamente, e
garantiu o primeiro lugar.
A dupla voltou a conquistar um título estadual após um ano sem
vitórias. “As regatas de Snipe sempre são equilibradas e este ano
o nível técnico foi ainda maior. Além das já tradicionais duplas,
alguns velejadores que estão deixando o Optimist já começaram a
disputar o Pernambucano de Snipe este ano”, disse Edival Júnior,
coordenador de Vela do Cabanga e campeão desde ano.
Ano intenso
Edival e
Mateus:
O título veio
depois
de um ano
sem vencer
Guarapiranga SP
O estadual paulista
de Snipe foi uma
das competições
de sucesso
na represa
Com intensa atividade esse
ano, os clubes da Guarapiranga
tiveram um final de ano bem movimentado, até os últimos dias de
2015. Ainda no finzinho de novembro, rolou no Clube de Campo São Paulo (CCSP), a festa de
confraternização da Classe Optimist de São Paulo (foto abaixo) e
a cerimônia de premiação do Campeonato Paulista de Equipes, Paulista Individual e do
Ranking Paulista. Além disso o Estadual Paulista da Classe Snipe (foto acima) bateu o
recorde de participantes dos últimos 15 anos nesse campeonato. Foram 41 barcos e 82
velejadores na Raia 2 da represa Guarapiranga, algo que não se via há mais de 15 anos.
A Copa do Yacht Club Paulista e o Circuito Guarapiranga também levaram centenas de
competidores às raias da represa paulista, permitindo a todas as classes – de monotipos
a mini oceanos – a competirem durante todo o ano. Só a Copa YCP levou impressionantes 300 velejadores e 120 barcos, que disputaram nove etapas e 30 regatas.
Definitivamente implantado,
este ano foi o segundo consecutivo do Circuito Guarapiranga,
que reúne quase todos os clubes
(à exceção do YCSA) na represa
paulista, de maneira criativa, inteligente e amistosa. Criado para
integrar, as regras e ratings são
próprios, permitindo que literalmente todos os barcos participem
em largada única: De um laser a
um Velamar 27. A cada competição um dos clubes sedia a etapa e a festa. Parabéns aos
clubes que participam dessa criativa maneira de fomentar coletivamente a vela paulista:
Clube de Campo São Paulo, Clube Castelo, Asbac, Yacht Club Paulista e Yacht Club
Itaupu.
N-Ne de Optimist
Durante quatro dias de regatas, 54 velejadores da Classe Optimist – sendo 41 veteranos e 13
principiantes, disputaram o 42º Campeonato Norte-Nordeste de Optimist.
Essa é a principal competição da classe na região. Estiveram representados oito estados: AL, BA,
CE, RJ, RS, SC, PE e SP.
O campeonato foi sediado pelo Cabanga Iate
Clube de Pernambuco (CICP), na subsede de Maria
Farinha.
5
Foram 54 velejadores
disputando o
N-Ne de
Optimist
no Cabanga
Iate Clube
Vitória - ES
Em evento inédito o
Iate Clube do Espírito Santo
vai sediar o Sul-Americano de Snipe
ICES sediará Sul-Americano de Snipe
Em escolha inédita, o Espírito Santo sediará o Campeonato Sul-Americano da classe
Snipe. As competições vão ocorrer entre os dias 20 e 26 de março de 2016, em Vitória,
e as regatas acontecerão na raia de Camburi. O evento terá como sede, o Iate Clube
do Espírito Santo. As inscrições já estão abertas e poderão ser realizadas até o dia 22
de março ([email protected]). O contra-comodoro do ICES, Francisco Kulnig, ressalta
a importância de receber um campeonato sul-americano em Vitória. “Sem dúvida, será
um momento grandioso para o esporte capixaba. Os melhores velejadores do país e do
mundo estarão aqui. Com certeza, teremos um grande torneio”, explicou.
Segundo ele, equipes do Brasil, Argentina, Chile e Uruguai são presenças garantidas na
competição. A previsão é de cerca de 50 embarcações competindo, sendo aproximadamente 100 atletas velejando em águas capixabas.
ALMANÁUTICA
6 Salvador - BA
San Isidro - AR
III Sup solidário
Foto: Maurício Cunha
Todos os anos a criançada da Gamboa de Baixo se prepara
para receber o Papai e a Mamãe Noel, que chegam remando em suas pranchas de Stand Up Paddle, acompanhados
de seus ajudantes remadores. A ação social, realizada pelo
terceiro ano consecutivo, consiste em uma remada que tem
como ponto de partida o Yacht Clube da Bahia, de onde o
Papai e a Mamãe Noel saem remando, até Porto da Barra
para encontrar com os demais participantes. Juntos, todos
seguem remando em direção à Praia da Gamboa. A Associação de moradores é responsável por mapear as crianças
de modo a garantir que todas sejam presenteadas de forma adequada, além de organizar as crianças na praia no momento da chegada do grupo para a distribuição de
presentes. Este ano mais de 250 crianças fizeram a festa.
Na Bahia,
Papai Noel
e Mamãe Noel
chegam de prancha
para fazer
a alegria
de mais
de 250
crianças
Vela Jovem
Em novembro o Yacht Clube da Bahia em
parceria com a Prefeitura de Salvador e Marinha do Brasil promoveu o I Campeonato de
Vela Jovem. Foram convidadas as classes
Laser, 29er, Hobie Cat e Optimist. As regatas foram realizadas pertinho da praia e
contaram com narração e DJ para animar
quem não estava velejando. Além disso, os
passantes puderam visitar o estande da Escola de Vela e da Marinha e ver de pertinho
os barcos usados pelo clube para ensinar
o esporte às crianças.
A premiação foi realizada em ambiente
super descontraído na área da piscina do
YCB, logo após as regatas, com festival de pizza, exibição das fotos e vídeos
do campeonato e presença da Diretoria,
Conselheiros e familiares dos atletas. Na
oportunidade o Vice Comodoro de Esportes do YCB, Antonio Saback, comentou
sobre a atenção especial que a Diretoria
do Clube tem dado à Vela Jovem, que
representa futuro da Vela do Clube.
Mundial de Star
Grael e
Gonçalves
faturaram
o mundial
de Star em
San Isidro
Lars Grael e Samuel Gonçalves conquistaram o Mundial de Star, disputado em Buenos
Aires no início de novembro. Após seis regatas, as principais colocações foram: Lars
Schmidt Grael e Samuel Gonçalves em primeiro, seguidos de outra dupla brasileira
formada por Marcelo Fuchs e Ronald Seifert. Em terceiro ficaram Diego Negri e Sergio
Lambertenghi, representantes da Itália.
A competição foi realizada no Club Náutico San Isidro (Argentina). Os demais brasileiros participantes foram Fabio Bruggioni e Arthur Lopes (11º); Admar Gonzaga Neto e
Alexandre Freitas (14º); Alessandro Pascolato e Henry Boening (17º) e Marcelo Bellotti e
Mauricio Bueno (33º).
Foto: Matias Capizzano
Itaipu - PR
Passeios à vela fomentam o esporte
O Iate Clube Lago de Itaipu (ICLI) fomenta a vela de maneira criativa.
Os sócios e suas famílias podem participar aos domingos do Passeio de Vela no
Lago de Itaipu, em frente à sede social do
clube. A velejada é feita em num veleiro
Bruma 19, para até quatro pessoas e num
Dingue, para duas pessoas. O passeio é
gratuito e os barcos são conduzido por
instrutores de vela do Projeto Velejar é
Preciso, do ICLI.
Fica a boa ideia para os demais clubes!
Santos - SP
Circuito Santista
cresce a cada ano
Copa Brasil
de Vela
Niterói - RJ
7
A III Copa Brasil de Vela realizada em novembro se tornou o maior evento de vela
olímpica na história do Brasil. Última grande competição na Baía de Guanabara antes dos
Jogos Rio 2016, o evento organizado pela CBVela bateu recorde de participantes. Depois
de muita conversa sobre os critérios que definiriam os atletas brasileiros representantes da
vela olímpica do Brasil, os últimos lugares foram ocupados. O Brasil continua com resultaEm seu quinto
dos apenas razoáveis, se comparado às performances dos estrangeiros nas diversas comano
petições que foconsecutivo
ram realizadas
o Circuito
esse ano, o que
Santista
indica claramenmais que
te que os Jogos
dobra a
Olímpicos não
participação
devem ter resulem 2015
tados muito diferentes, Se Deus
O crescimento da vela de oceano em Santos é o que se pode qualificar como “de tirar o é brasileiro, está
chapéu”. Após alguns anos de sonolência, o principal porto do Brasil e que sedia nada chegando a hora
menos que dois clubes importantes na história da vela nacional - Iate Clube de Santos Dele aparecer e
e Clube Internacional de Regatas de Santos – acordou para as competições. Para se ter soprar as nossas
uma ideia, somente em 2013 depois de muitos anos um veleiro Santos - Rudá (Guilher- velas. É torcer e
me Hernandez) - venceu as classes IRC e ORC a regata Santos-Rio.
muito.
Muito desse ressurgimento de deve ao trabalho de pessoas como José Carlos Chrispim,
Com sede na Praia de São Francisco, em Niterói (RJ), o campeonato contou com a
Diretor de Vela do Internacional de Regatas. Há 5 anos o Circuito Santista recomeçou participação de 341 atletas, totalizando 250 barcos de 41 países. Entre os estrangeiros
com mais vontade do que força, e foi a partir de 2014 que os frutos de um trabalho sério presentes, o britânico Giles Scott, tricampeão mundial da classe Finn; os franceses Billy
e contínuo vêm sendo colhidos. Ano passado, o circuito iniciou com pouco mais de 15 Besson e Marie Riou, tricampeões mundiais na Nacra 17; o australianos Mathew Belcher,
veleiros. No final deste ano termina com mais de 40 só na última etapa. Mesmo com a 7° campeão olímpico em Londres-2012 na 470 masculina, que agora compete ao lado
(penúltima) etapa cancelada por falta de condições meteorológicas adequadas, a oitava de Will Ryan; a francesa Charline Picon, campeã mundial em 2014 na RS:X feminina,
encerrou com uma grande festa em dezembro na Sede Náutica do Clube Internacional mostrando o elevado nível da competição, que definiu as últimas vagas olímpicas para os
de Regatas, com um almoço de confraternização, premiações e brindes do Almanáutica. brasileiros em algumas das modalidades. No último final de semana os cariocas Henrique
Haddad e Bruno Bethlem garantiram a vaga
na classe 470 masculina, uma das que não
haviam definido os atletas. Os dois velejadores vão disputar a Olimpíada pela primeira vez. Ele e Bruno disputavam a vaga
com Geison Mendes e Gustavo Thiesen. A
Itajaí Sailing Team:
dupla que terminasse na frente ficaria com
2016 promete
a classificação. Henrique e Bruno ficaram
em 13º, e Geison e Gustavo em 14º...
O ano de 2015 viu Itajaí realizar o sonho de ter um
No último dia, os dois últimos integrantes
barco de competição participando do calendário brasileiro
da
Nacra 17 foram definidos: Samuel Albrede vela. Após alguns anos investindo em trazer compecht e Isabel Swan. A equipe Brasileira que
tições internacionais para a cidade, agora Itajaí tem sua
disputará a Rio 2016 ficou assim:
representação através da equipe Itajaí Sailing Team.
Henrique Haddad e Bruno Bethlem na 470,
A estreia da equipe foi em fevereiro, no Circuito OceâRobert Scheidt, Laser; Fernanda Decnop O ano de 2015
nico de Santa Catarina. Depois vieram outras competições de peso na vela nacional, como a
Laser Radial; Martine Grael e Kahena Kunviu a estreia da equipe
Semana de Vela de Ilhabela, Refeno, Circuito Rio, Marejada e Volta à Ilha de Santa Catarina.
ze, 49erFX; Marco Grael e Gabriel Borque representa a cidade de
A coroação desse ano de estreia da equipe foi o terceiro lugar (e primeiro a cruzar a linha de
ges, 49er; Fernanda Oliveira e Ana Luiza
Itajaí nas competições
chegada na ORC) na 47ª edição da Regata Volta à Ilha em dezembro, na competição que
Barbachan 470 feminina; Jorge Zarif, Finn;
pelo Brasil e que
encerra as atividades do calendário do Iate Clube de Santa Catarina de 2015.
Patricia Freitas, RS:X fem.; Ricardo Winipromete brigar muito
A continuar nessa toada, 2016 deverá ser um ano decisivo não só para a equipe, mas
cki, o Bimba, na RS:X masculina e Samuel
em 2016
para a cidade e para os patrocinadores que, ao que parece, fizeram uma aposta acertada!
Albrecht e Isabel Swan, Nacra 17.
Itajaí - SC
Torben é indicado para
o Hall da Fama ISAF
Torben Grael é o primeiro velejador brasileiro a ser indicado para o Hall da Fama
da Federação Internacional de Vela (ISAF).
Dono de cinco medalhas olímpicas - duas
de ouro, uma de prata e duas de bronze atualmente é coordenador técnico da Confederação Brasileira de Vela. “Fiquei muito
orgulhoso e lisonjeado. Não é todo dia que
um atleta entra para o Hall da Fama do
seu esporte. Existem muitos velejadores no
Brasil e no mundo que podem receber essa
homenagem. Ser incluído logo na segunda
indicação é fantástico. Não esperava”, comentou Torben.
Além dele, somente Robert Scheidt e o britânico Sir Ben Ainslie tem 5 medalhas olímpicas na vela. Torben foi ouro em Atlanta e
Atenas, ambas na Star, prata em Los Angeles, na Soling, e bronze em Seul e Sydney,
novamente na Star. Tem 6 títulos mundiais,
além e um 3º lugar na edição 2005-06 da
Volvo Ocean Race com o Brasil 1. Também foi campeão da Louis Vuitton Cup, em
2000, como tático do barco Luna Rossa.
ALMANÁUTICA
8
técnica
&
Meteorologia
Oceanografia
Por: Luciano Guerra
Em Angra venta?
A pedido dos leitores Frederique Grassi do
Veleiro Kilimandjaro e Lauro Valente do
Veleiro Mystic, pago minha nobre dívida
com eles e discorro a respeito da seguinte
pergunta: Angra venta?
Vou iniciar a resposta conceituando “o que
é ventar”. Ventar, para os velejadores de
cruzeiro é quase um assunto particular.
Portanto vou fugir da expressão “ter ou não
ter vento” e, vou me ater aos aspectos técnicos do assunto.
A Baía da Ilha Grande (BIGde) na sua parte
oeste é rodeada por uma cadeia de montanhas cujos picos mais altos ultrapassam os
mil metros de altitude e, boa parte de sua
cobertura é composta por floresta densa. Já
a parte leste é quase totalmente desprovida
de proteção, tendo somente a Ilha da Marambaia como obstáculo para o vento e o
restante da área repleta de baixios que não
ultrapassam os cem metros de altura. Por-
tanto, já nesta primeira explicação podemos
concluir que a parte leste da BIGde tem um
regime de ventos mais propício.
Durante o verão, onde ventos de leste (LE)
e nordeste (NE) são os mais predominantes, a velejada é garantida quase todos os
dias na área compreendida pelo polígono
formado pelos pontos: Farol dos Castelhanos (23º10,026’S 44º5,442’W), Ponta do
Arpoador (23º5,774’S 44º0,400’W), TEBIG (23º3,712’S 44º13,571’W) e Ilha dos
Macacos (23º4,519’S 44º13,803’W). E
próximo ao canal formado pela Ponta do
Gambelo (23ºS 44ºW) e a Laje do Japariz
(23ºS 44ºW), onde há um afunilamento entre a Ilha Grande e o continente, o vento LE
acelera ainda mais, respeitando as leis da
mecânica de fluidos. Entretanto, logo após
a Ilha dos Macacos, com o alargamento
excessivo há uma desaceleração natural
do vento, e o encontro com as montanhas
que contornam Paraty ajudam a manter a
calmaria tradicional na porção oposta da
região. Ainda na parte LE da BIGde existe
a contribuição das quentes e rasas águas
da Baía de Sepetiba. Este local possui um
microclima peculiar. Ao menor sinal de luz
solar a energia se manifesta fazendo soprar
ventos matutinos muito agradáveis para
uma velejada de respeito. É normal encontrar ventos de 15 nós na Baía de Sepetiba e
Mangaratiba nas primeiras horas da manhã.
Durante o inverno, o vento noroeste (NO),
que predomina antes das entradas de frente
fria, costuma chegar muito fraco em ambas
as partes (leste e oeste) da BIGde, porém o
sudoeste (SO) é intimidador, chegando facilmente aos 40 nós na frente de algumas
enseadas, como Vila do Cruzeiro (23ºS
44ºW) e Vila do Abraão (23ºS 44ºW), por
conta dos longos vales que ajudam a acelerar o vento. A Vila do Abraão está de
frente para um vale de aproximadamente
5Km de extensão enquanto a Vila do Cru-
O polígono do
vento: Local
propício para
velejadas
Luciano Guerra, é especialista em meteorologia
pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteorológicos no Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS.
Eliminando o mau cheiro
Cada tipo de instalação
requer um tipo
de produto
para eliminar o
odor desagradável
de encanamentos.
Saiba quais são...
Existem vários locais que provocam cheiro desagradáveis como água no fundo do
porão, roupa guardada molhada, alimentos
destampados na geladeira. E mais: Ralos
de Box e da pia do banheiro e o ralo da
cozinha, normalmente são locais que, por
caírem restos de alimentos, gordura, resíduos de produtos de limpeza, vão acumulando esses resíduos na tubulação. E principalmente nas paredes internas dos tubos
corrugados que normalmente são usados
nas embarcações e que acabam exalando
cheiro forte.
A solução para limpeza vai depender
do tipo de tratamento (ou não) utilizado na
embarcação. Algumas se utilizam de sistemas com biodegradadores, enquanto outras
despejam em tanques de espera (holding
tanks - uma caixa coletora ou tanque de
águas negras), ou ainda as que despejam
água servida e dejetos diretamente no mar.
O sistema de biodegradador funciona
basicamente com a adição de bactérias aeróbicas que colonizam a matéria orgânica e
atuam sobre o efluente armazenado (fezes
e urina) degradando e eliminam odores e
bactérias patogênicas presentes. Nesses
casos, jogar qualquer produto de limpeza
pode significar matar as bactérias “do bem”,
e interromper o processo de biodegrada-
zeiro conta com um venturi farto que possui 13Km de extensão, considerando toda a
extensão do fiorde.
O período pós-frontal, que é caracterizado
por uma circulação de ventos no quadrante S/SO, é amplamente barrado pela Ilha
Grande e seus degraus escarpados, que se
pronunciam até mil metros de altitude. O
vento remanescente vira uma grande bolha
parada em frente à cadeia de montanhas
que circunda Paraty e Angra dos Reis. O
Pico mais alto da Ilha Grande é o Pico da
Pedra D’água com 1093 metros de altitude.
Curiosamente, de acordo com o trabalho
de diagnóstico ambiental da Eletronuclear
em sua parte meteorológica (http://www.
eletronuclear.gov.br/hotsites/eia/v02_06_
diagnostico.html) as trajetórias mais acentuadas e de maior potencial energético
estão sempre no lado LE da Baía da Ilha
Grande. Mais um pontinho para o lado LE.
Outro fator que contribui para a fama local
é estar situada sobre as latitudes não influenciadas pelos ventos alísios, ou seja, os
ventos que são observados nos extremos
do Brasil não se apresentam neste “cantinho” tranquilo do litoral brasileiro, mas que
ainda sim possui ótimas raias.
Perceberam que há um divisor de ventos na
BIGde? Se a resposta for não, sugiro que
vocês passem uma temporada na região e
decomponham sua estadia em duas partes,
uma a leste e outra a oeste da Ponta dos
Macacos. Bons Ventos a todos!
ção. Entretanto hoje em dia há produtos
apropriados e que podem fazer essa limpeza sem interferir no processo. No exterior
a oferta é maior, mas no Brasil já existe o
WC Clean da Nautispecial. Esse tipo de
produto é utilizado normalmente por lanchas ou grandes veleiros onde há o sistema de biodegradação e não interfere no
processo. São produtos de limpeza orgânicos ou naturais, como desengordurante
de cozinha e limpa banheiros feitos a partir
de extratos 100% vegetais que não matam
as bactérias aeróbicas. Já as embarcações que se utilizam de holding tanks ou
mesmo as que não possuem nenhum tipo
de tratamento – normalmente as pequenas – podem utilizar produtos como o WC
Toillet (também na linha Nautispecial) ou
outros não tão agressivos. Mas cuidado: as
partes de borracha do WC tem a tendência
de perder a lubrificação natural pela corrosão durante o uso prolongado de produtos
comuns usados nos banheiros de casa.
Os produtos produzidos pela Nautispecial
citados são indicados para limpezas concentradas a cada 6 meses, e são biodegradáveis ou seja, não agridem o meio ambiente, bastando jogar nos ralos e aguardar
24h, para em seguida jogar bastante água
e eliminar o produto e o mau cheiro.
Coletes Autoinfláveis
Os coletes autoinfláveis
não atrapalham os movimentos e não há dificuldades em usá-los.
Alguns modelos servem
também de harnés e
possuem ponto de fixação frontal para cabo
de segurança. A grande
vantagem, claro, é que
ao contato com a água
disparam o mecanismo
de inflar automaticamente. Ficar com ele vestido não incomoda. No Brasil não são homologados pela
Marinha, mas muitos preferem tê-los para
o uso, ao invés dos tradicionais “cor de
abóbora”, difíceis de colocar e que ocupam muito espaço nas embarcações. Por
aqui custam em média R$400, enquanto
os homologados saem dez vezes menos,
na faixa de R$40.
Philippe Gouffon e Frederique Grassi, velejadores experientes com muitas milhas no
currículo (Ilha de Trindade, África do Sul e
mais recentemente Ilha de Santa Helena)
se utilizam desse tipo de colete. É Frederique que conta: “Uma vez por ano, encho todos os coletes autoinfláveis do barco
usando o tubinho alternativo de inflar.
Deixo-os pendurados por 24 horas para
ver se vazam.
Em um deles, durante uma dessas revisões, uma folha de plástico flexível colada
dentro do colete e sobre a qual a válvula
é montada estava velha, seca e se despedaçou.
Alguns pedaços podem ser vistos na foto.
O colete não era novo e já havia sido feita
uma troca de válvula e cartucho de gás
(o que não é uma operação simples, por
A parte interna
se despedaçou depois de
algum tempo de uso.
Daí a importância
da revisão de
vez em quando...
sinal). Fora esse desgaste, o colete estava
em bom estado. “Em outro teste, empurrei
meu marido numa piscina (com seu consentimento!). Ele estava usando um colete
com válvula recém expirada. O colete se
encheu corretamente e ele ficou boiando
numa boa posição. Porém depois do teste,
quando inspecionamos o colete, ele apresentava um rasgo perto da válvula e vazava.
Conclusões de Frederique:
“É bom redobrar de atenção com a conexão da válvula à câmara ao inspecionar
seus coletes. E se tiver que ficar muito
tempo na água, eu usaria um bom e tradicional colete (isto é alias a recomendação que recebemos num treino de sobrevivência no mar, na Argentina)”.
Para saber mais!
Você pode baixar no site um manual em PDF
de um colete autoinflável e dar uma olhada nos
detalhes técnicos e demais características!
cruzeiro
Velejando a
Costa Oeste dos EUA
Luiz Fernando Beltrão velejou a bordo
de seu cat, de St. Augustine (Flórida)
a Annapolis (Maryland) e nos conta
como foi esse inusitado cruzeiro...
Partimos numa terça da Bridge of Lions,
bem no centro de St. Augustine, no Norte
da Flórida para uma travessia até a cidade de Annapolis, no estado de Maryland,
numa distância de 730 milhas náuticas.
Comigo os amigos Carlos Augusto Kidlein,
Luiz Carlos Poyer e seu filho Gustavo Husadel Poyer. Estávamos a bordo do catamaran Lagoon 380S2 2007 “TinguaCat”.
Saímos no estofo da alta pela barra do Rio
Matanzas com o Oceano Atlântico. A barra não é comercial mas é bem sinalizada
e em alguns pontos tem profundidades de
pouco mais de 2m. Com mar flat e vento de 16 nós pegamos o rumo 65° para
nos afastar da costa e pegar a corrente
do Golfo, a famosa Gulf Stream, cerca de
20 mn da costa. Esta corrente de águas
quentes vem do Golfo do México e sobe a
costa leste dos Estados Unidos, na altura
de Miami próxima à costa e a medida que
vai subindo vai se afastando até bater na
costa da Escócia.
No inicio da noite enquanto víamos relâmpagos no horizonte, tanto na proa como
na popa, com muita chuva, o vento cresceu
para 23 nós e deixou o mar mexido. Minha
tripulação mareou e, como confessaram
depois, veio a mente a clássica indagação:
“O que é que eu estou fazendo aqui?”. O
vento acalmou por volta das 4h da madrugada, tornando-se um SW fraco e logo o
mar voltou a ficar tranquilo. Daí em diante
o padrão de vento foi este, final da madrugada até 11h era SW de 3-6 nós, então
rodava para SSE e aumentava para 14-17
nós, baixando à noite para 6-9 nós.
Mais ou menos quando o vento morreu
alcançamos a Gulf Stream. Logo estávamos com 4.1 nós de corrente a favor. Sem
vento com motor e andando a 7-8 nós.
Quando amanheceu pudemos ver o lindo
azul violeta da água, cuja temperatura passou dos 24° iniciais para 28.5° C. Passamos a rumar mais NE e acabamos por perder a corrente no final da tarde. Voltamos
aos 65° e fomos lentamente recuperando-
-a. Até que por volta de 6h da manhã da
quinta feira rumando 67°, chegamos a 4.7
nós de corrente!
Nesta dia “voamos baixo” chegando a
fazer 10.9 nós. Com mar baixo, tripulação já acostumada, ficou bom demais. Os
dois primeiros almoços eu fiz, nos outros o
Poyer já desempenhou a função. Almoços
com mesa posta na sala ou no cockpit!
Por volta das 17h deste dia, navegávamos
a mais de 100 mn da costa das Carolinas, cruzaram por nós lanchas de pesca
em direção à terra. Cedo na manhã do dia
seguinte elas cruzaram-nos em direção ao
mar aberto. Este pessoal vai longe para
pescar...
Uma da madrugada de sexta cruzamos
o Cabo Hatteras, na costa da Carolina do
Norte, uma espécie de Cabo São Tomé da
Costa Leste Americana e mudamos o rumo
A Cheasapeake Bay
Bridge Tunnel:
Passagem dos canais
para 345° a fim de nos aproximar de terra.
Lá se foi a Gulf Stream rumo ENE, o “rio
no mar” como chamavam os navegadores
espanhóis que descobriram a Flórida. Ao
nos aproximarmos da entrada da Chesapeake Bay a corrente passou a ter influência
“
Tinha até um
submarino!”
da maré. Chegamos na sua boca por volta das 18h, 600 mn e 76,5 horas depois
da partida (média de 7,84 nós). Foi um
“sufoco” a quantidade de navios entrando
e saindo. São dois canais de duas mãos
entrando (Sul e Norte), uma área de cruzamento e dois canais que seguem para dentro da baía, um para o Sul para os portos
de Norfolk, Portsmouth e outros menores,
e o outro para o Norte para Annapolis e o
movimentado porto de Baltimore.
Logo que se adentra a baía tem a Chesapeake Bay Bridge Tunnel, uma enorme
ponte que tem dois trechos em túneis para
a passagem de cada um dos canais. Bendito AIS! Foi fundamental na entrada da
baía e na “negociação” para podermos cruzar o Canal Sul, o mais movimentado. Parece que todo mundo combinou de entrar e
sair na mesma hora. Tinha até submarino!
Recomendo chegar mais distante da costa
e pegar o Canal Sul com maior tranquilidade. Tinha planejado parar em uma marina
em Little Creek, logo na entrada, mas já
era noite. Estávamos adiantados em relação ao nosso planejamento, e então decidimos continuar no rumo de Annapolis.
É preciso dizer que a Chesapeake Bay é
a maior e mais famosa baía para os americanos, com 186 mn de sua boca até o final,
muita história, totalmente navegável e com
9
inúmeros afluentes também
navegáveis (um deles vai
até Washington, DC) o que
faz dela um local com muitas embarcações
de todos os tipos, mas sobretudo a vela.
Por volta das 22h navegávamos pelo York
Spit Channel (o canal para o Norte) de
exatos 182 m (0,1 mn) de largura, Gustavo
e Eu no turno, quando o AIS sinalizou um
navio em rota de colisão. Era um enorme
transatlântico vindo de Baltimore, todo iluminado com os passageiros ainda no convés curtindo o inicio da viagem.
Dentro da baía o rendimento caiu muito
com pouco vento, correntes contra e navegando pelo canal sem “cortar caminho”,
pois não conhecia o lugar e seus costumes.
Optamos por parar na Island Harbor Marina
em Solomons Island, um dos lugares mais
afamados na região. Chegamos por volta
do meio dia. Banho, almoço caprichado do
chef Poyer no cockpit, sesta, caiaque na
água, passeio pela vila, uma noite inteira
de sono num lugar muito agradável...
Zarpamos no domingo para as últimas 48
mn das 130 de Chesapeake até Annapolis.
Chegamos por volta das 16h com muitos
veleiros na água. Annapolis é chamada de
Capital da Vela dos Estados Unidos, na
Horn Point Harbor Marina, na península de
Eastport bem na entrada do Back Creek.
Uma ótima travessia, na verdade a melhor
que já fiz, pelas condições favoráveis que
tivemos, a Gulf Stream e seu azul violeta,
navios, golfinhos, caças supersônicos na
costa da Virginia, a Chesapeake com suas
lindas paisagens e muitos veleiros. A época
escolhida (junho) ajudou bastante...
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10
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Caça Palavras
CURTAS
f O Iate Clube do Espírito Santo informou que está em funcionamento uma para
cerca de 100 milhas. Contato via VHF com
o Clube no 68, pelo prefixo Foxtrot 23
QAP 6:30h - 18:30h.
f Foi reeleito o Comodoro do Iate Clube
de Brasília para o biênio 2015/17, Edison
Garcia com Rodrigo Roriz e Gilson Machado Luz na equipe.
f A sétima edição do Les Voiles de St-
Aconteceu em novembro na Base Almirante Castro e Silva o I Ciclo de Palestras
de Mergulho do Comando da Força de
submarinos da Marinha do Brasil.
Realizado no Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché
(CIAMA), mergulhadores, Oficiais e Praças,
com apoio de seus Comandantes, fizeram
desse evento um sucesso.
Temas como Prevenção contra acidentes em mergulho, Aspectos psicológicos na
segurança das atividades especiais, Embarcações com Estação de Mergulho, Mergulho científico, Uso de equipamento com
circuito fechado e a Reflutuação do submarino Tonelero, entre outros – propiciaram o
congraçamento entre o meio Militar e o Civil
através do tema comum, o mergulho.
A Marinha tem entre as suas atribuições,
o dever de controlar, normatizar e fiscalizar
as atividades subaquáticas. O Comando da
Força de Submarinos como Organização
Militar Orientadora Técnica é o responsável
pela organização do mergulho profissional.
A Diretoria de Portos e Costas é a responsável por regulamentar o mergulho profissional e o mergulho comercial. O desenvolvimento da atividade de mergulho depende,
entre outros aspectos, da atualização de
procedimentos, equipamentos e pessoal. A
parte técnica e científica atualmente evolui
de forma geométrica. Portanto, temos que
estar atentos às novas tecnologias, conceitos e meios para a realização de fainas que
no dia a dia favoreçam qualquer atividade.
A partir dessas necessidades e da busca
de atualização, esse evento urge na sua
continuidade. Sem dúvida vai alavancar um
entrosamento cada vez maior entre os profissionais militares e o meio civil, e todos
ganham muito em conhecimento e credibilidade.
Com as palestras sempre muito prestigiadas com o auditório sempre cheio, nos
intervalos era permitido conhecer um pouco das instalações e equipamentos usados
pelos submarinistas mergulhadores. E muitos dos presentes mesmo que não mais na
ativa, estavam ali para nos ajudar a relembrar o porque de estarmos num patamar
bem mais alto e singular de eficácia dentro
da Instituição Marinha do Brasil.
Também tivemos a presença de palestrantes que trabalham com Mergulho Amador - área que nos últimos 25 anos cresceu
Fotos: Alexandre Vasconcelos
vertiginosamente.
Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 da
Marinha do Brasil e Instrutor NAUI / PADI
-Barth acontece de 11 a 16 abril de 2016.
A competição já se tornou um dos principais eventos da vela caribenha. O 100
pés Comanche, o MOD70 Phaedo3 e dois
Maxi72, o Momo e o Proteus são alguns
dos grandes nomes (e veleiros!) que já
confirmaram sua presença.
f O Iate Clube de Santa Catarina - Veleiros da Ilha comemorou 73 anos dia 1/12
com uma linda festa com regata oceânica,
diplomas do curso de Optimist e bolo.
Encontre 10 termos ou expressões náuticas. Vale em todos os sentidos incluisive na diagonal. Boa sorte. E é bom tê-la porque não há resposta...
Retranca - Bolina - Mar de Almirante - Turno - Lanchinho de madrugada
Boia - Alcançado - Adriçar - Mestra - Cruzeirismo
Túnel do Tempo
Em 11 de agosto de 1934, um “sabbado”,
o jornal Correio da Manhã divulgava a regata em homenagem ao primeiro centenário
de emancipação do Distrito Federal a serem realizadas no Rio de Janeiro.
As três regatas - uma em Paquetá, outra
na Lagoa Rodrigo de Freitas e a última na
praia do Botafogo, davam o tom da disputa. À época, o Clube dos Caiçaras na
Lagoa Rodrigo de Freitas era atuante na
área náutica.
O interessante é que o Aviso de Regatas era publicado no jornal de grande
circulação, e a participação aberta com a
distribuição de convites, mas havia também
o pagamento de inscrição: 20 mil réis por
embarcação inscrita, pagos quinze dias antes da prova.
Além do Caiçaras, marcariam presença
o Paquetaense Club, a Liga de Sports da
Marinha, o Gonthan Yacht Club, o Yacht
Club Brasileiro, o Fluminense Yacht Club e
o Rio Sailling Club. Bons tempos...
Papo de Cozinha
Ingredientes:
Lulas Gourmet
4 lulas grandes limpas sem a pele
vinho branco seco
2 cebolas cortadas grosseiramente em pedaços
15 tomates cereja cortados ao meio
Manteiga
Gengibre fresco
Salsinha
Um prato de lula
preparado na
hora pode ser
um toque
de classe em
seu cruzeiro.
É rápido e fácil.
Modo de preparo
Lave e limpe cuidadosamente as lulas. Corte em anéis, escorra, seque e reserve.
Em uma panela ou frigideira grande, coloque a manteiga. Quando estiver derretida adicione a cebola
e mexa até começarem a ficar douradas. Nessa hora juntamos os tomates cereja. Junte um pouco do
vinho branco, espere que se misture no refogado reduza, e então adicione as lulas.
Em 2 ou 3 minutos estarão no ponto. Não deixa passar para não emborracharem. Desligue o fogo, rale
um pouco do gengibre sobre o prato - cuidado pois o sabor é proeminente e pode deixar tudo com
gosto de gengibre. Não exagere! Está pronto. Sirva espalhando um pouco de salsinha para compor,
acompanhado de arroz branco e do mesmo vinho que foi usado na receita.
Maurício Rosa é velejador, amante de gastronomia
e autor do livro “Gastronomia em veleiros”
Solução para
Banho Quente
não se prestam ao que vieram pois não
trazem firmeza de fixação ao conjunto. A
ventosa não fixa em qualquer superfície.
Embora no site do fabricante (Guepardo)
Nós testamos o chuveiro 12v Guepardo duo produto não esteja disponível, é possível
rante um ano. E descobrimos que além de
encontrá-lo em diversos sites com valonão gastar muito - nem energia nem água
res variando entre R$90,00 e R$ 150,00
- ainda proporciona um excelente ba(mais frete). Após um ano
nho quente para quem não tem boiler
de uso (deixado no barou quer uma opção móvel.
co), a bomba enferrujou por
O chuveiro é composto basicamendentro e parou de funciote por 3 partes: O chuveiro proprianar. A dica
mente dito, tipo “telefone”, que possui
Por menos de
é levar emum botão tipo pera para cortar o fluxo
R$150,00
bora e lavar
da água, a bomba elétrica submersíé possível tem um
o chuveiro
vel, para ser colocada em um recipiente
excelente
banho
com água
com água quente (panela ou balde), e
docequanquente
a
bordo!
a ponta de ligação para 12v. Durante o
do acabar a
uso, a pressão (8 litros/min.) mostroutemporada.
-se bastante eficiente, assim
O material
como a resistência dos compoplástico é
nentes plásticos. O tamanho das
mangueiras (2,2m) e do fio (6m) tambastante
bém é bastante grande para poder ser
resistenligado a uma tomada 12v dentro da cabine e possibilitar o banho
te (ABS)
no cockpit, por exemplo. No veleiro testado (30 pés), foi possível
para socolocar o balde e tomar banho tanto dentro do banheiro como no
breviver a
cockpit, com a ligação feita em uma tomada na cabine. O ponto
pequenas
negativo são os apetrechos de pendurar (ventosas e ganchos) que
quedas...
MB
Marinha do Brasil
Reunião discute convênio para
Programa Nuclear Brasileiro
Reunidos em São Caetano do Sul (SP), o Comandante da Capitania dos Portos de
São Paulo Carlos Roberto de Almeida Bastos e o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico discutiram sobre um convênio com o objetivo de fortalecer a indústria
e fomentar pesquisas, em especial incentivar o conhecimento em mecânica eletrônica
sensível. O objetivo segundo Bastos é conseguir mão de obra qualificada para atuar nas
pesquisas do Programa Nuclear Brasileiro.
“É imprescindível abordarmos a questão educacional, tanto para formar pessoal capacitado, quanto para atrair o interesse dos estudantes na hora que definem a carreira a seguir.
Também para fixar na área esses profissionais recém-formados. Temos uma parceria
com a Universidade de São Paulo (USP) há mais de 50 anos”, completou Bastos, que
é morador de São Caetano.
Operação Verão 2015-2016
até dezembro deste ano. As
lanchas e motos aquáticas
se destacam nas estatístiConfira a
cas. Nos últimos três verões
documentação
elas representaram mais de
e evite
70% dos casos notificados
problemas
nas embarcações de esporno verão
te e recreio. Os números da
DPC mostram que a negliCom o slogan “Se liga, você é o Capitão!”, gência, a imperícia e a imprudência dos
a Marinha do Brasil iniciou em dezembro condutores são as causas mais comuns
a Operação Verão 2015/2016. A cam- dos acidentes. Para garantir um verão
panha será realizada nas áreas de maior mais os Agentes da Autoridade Marítima
concentração de embarcações do País por brasileira vão realizar a fiscalização com
meio dos Distritos Navais, Capitanias dos ênfase na habilitação dos condutores, doPortos, Delegacias e Agências. Somente cumentação da embarcação, material de
no verão de 2014/2015 ocorreram mais salvatagem extintores, luzes de navegade 50% do total de acidentes registrados ção, lotação e estado da embarcação.
A viagem
que deu
Samba
11
O primeiro
casal brasileiro
a dar uma
volta ao
mundo
finalmente
escreve sua
história
Renato Botelho e Susy Collingwood formam o primeiro casal brasileiro a dar a volta ao
mundo em um veleiro. Depois de um ano e meio construindo o Samba, um projeto de
38 pés do arquiteto naval Bruce Roberts, largaram as amarras da Marina da Glória em
novembro de 1979 e só retornaram na véspera do Natal de 1985, depois de 6 anos, 3
meses e 7 dias de viagem, 35.241 milhas navegadas e 316 ancoragens.
Na mesma época o baiano Aleixo Belov partiu depois do Samba e voltou antes, sempre
apressado e em solitário no Três Marias, o que rendeu o melhor dos seus livros. Também
estava na água o Hélio Setti Jr. no veleiro Vagabundo. O xará, falecido precocemente,
aos 39 anos, deixou livro póstumo com deliciosas histórias da viagem de quatro anos.
Agora é a vez de Renato nos contar suas experiências e descobertas no livro “A Viagem
do Samba”, que está em fase final de editoração.
De volta ao Brasil, Renato foi readmitido na Petrobrás e transferido para Aracaju onde o
casal ficou cinco anos. De Aracajú foi transferido para Angra, mais sete anos, e depois
Niterói. No total Renato e Susy moraram a bordo do Samba durante 33 anos!
Renato já aposentou e, além de fazer belas esculturas em madeiras que vão dar nas
praias, teve tempo livre para revisar seu diário de bordo e puxar pela memória olhando
as centenas de fotos tiradas durante a viagem, tudo em slide Kodachrome II, claro!
É um retrato colorido dos primórdios da vela de cruzeiro brazuca. Foi um prazer ler no
manuscrito (já devidamente digitado) sobre um Pacífico, a Polinésia Francesa foi o ponto
alto da viagem, que talvez eu não possa conhecer por não existir mais. Não é romantismo, tampouco saudosismo meu, só exalto aqui a navegação num tempo em que a sigla
GPS nem existia – imagine atravessar a Grande Barreira de Corais na unha, na base de
sextante! - Por: Hélio Viana
ABVC
INFORMATIVO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO
Palavra de
PRESIDENTE
Prezado Associado da ABVC,
Encerramos mais um ano de intenso
trabalho pela ABVC.
Encerrei 2015 recebendo em nome da
nossa associação, a homenagem da Marinha do Brasil na forma de “Medalha Amigo
da Marinha”, uma grande honra para todos
nós, associados.
Revisamos e estamos trabalhando para
ampliar nossos convênios, de maneira a
trazer mais benefícios a todos.
Conforme já havia sido anunciado anteriormente, também transferimos a realização do Cruzeiro Costa Leste para anos
ímpares, por causa do descompasso entre
nosso planejamento e as eleições das Comodorias dos Iate Clubes envolvidos, que
sempre acontecem em anos pares impossibilitando as tratativas prévias. Com isso
nosso querido Costa Sul também foi alterado e agora acontece nos anos pares.
Outra boa novidade é a alteração das
formas de pagamento das anuidades (veja
no boletim ao lado os detalhes), que trará
mais agilidade e facilidades para os associados, que não precisam esperar pelos
boletos.
Por falar em novidade, também aprovamos uma nova categoria, para os associados de água doce, cuja realidade de
utilização de seus veleiros e atividades
náuticas diferem dos veleiros utilizados em
água salgada.
Aproveito a oportunidade para desejar
a todos um 2016 cheio de saúde, paz e
realizações, com muita vela, mares calmos
e águas profundas.
Homenagem da Marinha
Interior
No último dia 6 de novembro, dia que se comemora o dia do “Amigo da
Marinha”, a ABVC recebeu
a medalha “Amigo da Marinha” em cerimônia realizada
no 8º Distrito Naval, em São
Paulo. A medalha “Amigo
da Marinha” foi criada para
agraciar personalidades ou
entidades civis que tenham
se distinguido no trabalho
de divulgar a mentalidade marítima ou no relacionamento com a O Presidente
Volnys recebeu
Marinha.
São condições para a obtenção da honraria, “idoneidade moral a medalha
e conduta pessoal condizentes com os padrões que a Marinha Amigos da
exige de seus integrantes; interesse pela Marinha e pelos assun- Marinha
tos ligados ao Poder Marítimo; atividade destacada em prol dos em nome da
interesses da Marinha ou de outro segmento do Poder Marítimo. ABVC
Entre os membros da ABVC que já receberam a medalha em cerimônia semelhante
estão Fernando Sheldon Jr. (fundador da ABVC), Maurício Napoleão (Presidente nos
mandatos de 2011-2014), Cláudio Santini (Presidente 2009-2010) Ricardo Amatucci
(Presidente da ABVC 2007-2008). Na ocasião, a nossa entidade foi representada pelo
atual Presidente Volnys Bernal. Estiveram presentes os ex-Presidentes, Maurício Napoleão e Cláudio Santini.
Maurício Napoleão fala no encontro
Em dezembro aconteceu o VIII Churrasco
de Confraternização dos Velejadores do Interior, no Condomínio Broa Golf Resort, em
Itirapina.
A programação contou com palestra de
Adriano Plotzki Dutra, um brechó náutico e
um churrasco de confraternização. Depois
foi a vez do “amigo ladrão secreto de natal”,
onde todos trocaram presentes.
Além do encontro, quem quis pode aproveitar a região que proporciona belos passeios como o museu “Asas de um Sonho”,
da TAM, o maior da América Latina.
Cruzeiro Costa Sul
Pensando nas diferenças de utilização e critérios para os velejadores de água doce, e
aceitando a representação feita pelo Vice-Presidente do interior Paulo Fax, a Diretoria discutiu e aprovou novos valores para a
anuidade dos associados que utilizam seus
veleiros em águas de represas, rios e lagos:
A categoria “Água Doce”. O critério de classificação aprovado foi “não utilizar o barco
em água salgada”. Anuidade fixada será cobrada a partir de 2016 com o valor de 40%
da anuidade já estabelecida.
Volnys Bernal
Presidente da ABVC
Rio de Janeiro
Angra dos Reis
Organizada por Maurício Rosa, foi realizada em Angra no mês de novembro uma
oficina de motores de popa. Cada participante trouxe seu motor e o instrutor Jorge
Aragão (Paragon) pode atender individualmente aos participantes. A atividade foi
dividida em dois dias, de maneira a atender pessoas vindas tanto do Rio de Janeiro
como de São Paulo. “Assistir a alegria
de cada um após remontar seu motor, puxando preocupado a cordinha do mesmo e
ouvi-lo funcionar não tem preço”, comentou
Maurício Rosa.
Essa atividade faz parte de uma programação de workshops de capacitação dos
velejadores. Outros acontecem em 2016:
motores até 15 HP, marinharia avançada,
emenda de cabos e costura em velas, eletricidade, motores diesel, navegação com
recursos de telefone satelital entre outros.
Associado Água Doce
A flotilha do
Costa Sul
explora
diversos
locais que são
pouco
navegados,
além de
chegar a
Florianópolis
A quinta edição do Cruzeiro Costa Sul da zarpará após
o carnaval de 2016, saindo de Paraty com destino à Santa
Catarina. Esta edição terá como Comodoro Claudio Renaud.
As inscrições estão abertas desde 15 de dezembro, no site da
ABVC que fica em www.abvc.com.br.
Não perca essa oportunidade de conhecer a Costa Sul do
Brasil e seus lugares pitorescos como o Canal do Varadouro
(foto), São Francisco do Sul, Cananéia, Itajaí e Florianópolis.
Uma oportunidade para tornar-se um verdadeiro cruzeirista,
aproveitando a hospitalidade e a gastronomia exuberantes da
região!
Costa Verde
Em julho 25 veleiros partirão de Paraty para mais uma edição do Costa Verde,
organizado pelo Vice-Presidente de Paraty
Eduardo Scwhery. No roteiro de oito dias,
passagens por pontos como Saco do Céu,
praia da Estopa, praia da Quitiguara, ilha
do Martins, Abraão e praia da Tapera (Ilha
Grande), onde haverá uma confraternização para terminar o cruzeiro.
Essa é uma excelente oportunidade para
aqueles que querem iniciar-se no cruzeirismo e querem segurança e um grupo bem
animado, com muita festa e alegria!
Mais agilidade
nos pagamentos
A partir de 2016, os associados terão
mais agilidade nos pagamentos de suas
anuidades. A ABVC aceitará os pagamentos diretamente de sua página, pelo
PagSeguro.
Isso permitirá ao associado que opte
por outras formas além do tradicional boleto (que continuará a ser aceito), incluindo o cartão de crédito e parcelamento.
Assim, quem quiser poderá pagar a
anuidade em vários meses com parcelas
pelo cartão, de uma forma segura e ágil.
A ABVC/RJ promoveu mais uma palestra, desta vez sobre o uso de combustíveis
diesel em embarcações de esporte e recreio.
Nela, o consultor do Centro de Pesquisas
da Petrobrás, Décio Maia respondeu perguntas e discorreu sobre diversos temas: A
melhor forma de conservar o Diesel a bordo,
utilização de aditivos e algicidas, a diferença entre abastecer com S-10 ou com Diesel
Marítimo, como o combustível interage com
a temperatura ambiente e a proliferação de
bactérias causadoras de danos para a linha
de abastecimento, entre outras questões que
preocupam o proprietário de embarcações
Convênios
Iate Clubes
Aratu Iate Clube, Cabanga Iate Clube, Iate Clube
Guaíba, Iate Clube de Rio das Ostras, Iate Clube do Espírito Santo, Marina Porto Bracuhy, Iate
Clube Brasileiro, Jurujuba Iate Clube
Descontos
Brancante Seguros, Botes Remar, CSL Marinharia, Geladeiras Elber: Valor promocional; Azimuth: Desconto nos cursos; JetSail: (prestadora
de serviços do ICS): Desconto em vistoria/survei, serviços e manutenções, estadias em seco
e molhado e valores diferenciados para a lingada
das embarcações.
O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.

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