Magazine
Transcrição
Magazine
magazinephilos a nº 48 dezembro / december 2013 ANO / YEAR XII www.philos.pt bilingual edition ISSN 2182-1550 edição bilingue © philos - comunicação global, lda 2009 Questões da qualidade Quality issues Crónica de Carlos Castilho Pais Chronicle by Carlos Castilho Pais Passatempo For fun Tradumática Tradumatics Impressões de viagem Travel musings Índice a Contents 3 Contra a Corrente a Against the Current Os melhores votos para 2014 Best wishes for 2014 4 Questões da Qualidade a Quality Issues Em jeito de balanço Weighing up our work 5 “... da Ocidental praia lusitana” a “... from the Western lusitanian shore” Lagoa dos Salgados 6 Em português a In portuguese Crónica de Carlos Castilho Pais / Chronicle by Carlos Castilho Pais 7 Gosta de flores? a Are you a flower fan? Loendro / Oleander 8 Passatempo a For Fun 9 Crónica das Leiras a Leiras’ farm chronicle Carta ao Pai… Natal Letter to Father… Christmas 10 An Englishman in Lisbon a Um inglês em Lisboa 11 Biblioteca a Library (Re)leituras :: (Re)reading Poemas de Vida :: Lifetime Poems 12 Daqui houve nome Portugal a From here Portugal got its name Banda sonora de um até já... The soundtrack to “see you soon” 13 Tradumática a Tradumatics Acesso remoto e Suporte via Internet / Remote Access and Support via Internet 14 Artes a Arts 15 Impressões de Viagem a Travel Musings JAPÃO — à espera de um novo dia repleto de emoções III JAPAN – ready for another day packed with excitement (Part III) | dezembro 2013 december | magazinephilos a Contra a Corrente 3 a Against the Current 4 1 5 2 Os melhores votos para 2014 Best wishes for 2014 2 1, 4 & 5 - Quioto :: Kyoto; 2 & 3 - Lagoa dos Salgados Como todos sabemos, 2013 não foi um ano fácil. Nada é como dantes e a adaptação a uma nova realidade revela-se, para todos, dura e penosa. O mercado, de uma forma transversal, transfigurou-se, e o foco de decisão deslocou-se para um único fator: preço. Poderia ser uma fórmula simples, mas não o é. Se, aquando da decisão, esta é tomada pelo fator dominante, a fórmula exigida na prestação do serviço é bem mais complexa: mais qualidade, mais rapidez, preço mais baixo. Desde sempre a philos trilhou o caminho da exigência, do rigor e da ética e, mesmo nestes tempos conturbados em que tudo parece resumir-se a um fator, a philos não deixa de prosseguir aquele que tem sido o seu caminho: trabalhar para responder aos anseios dos seus clientes e exceder as suas expectativas, garantindo o cumprimento de todos os processos que levam à prestação de serviços de elevada qualidade. Em julho passado, após auditoria independente da entidade certificadora, a philos obteve, mais uma vez, a concessão dos Certificados de Conformidade ISO 9001 e EN 15038, para a prestação de serviços de tradução. A todos os colaboradores, clientes e fornecedores o nosso agradecimento. “Depois de escalar uma grande montanha, só se pensa que há muitas outras montanhas para escalar” - É com esta frase de Nelson Mandela que desejamos encerrar este ano de 2013, deixando a todos os nossos melhores votos para 2014. magazinephilos a Editores :: Editors Margarida Fonseca e Silva Sílvio Oliveira Textos :: Texts philos Colaboração especial :: Special collaboration Carlos Castilho Pais Versão inglesa :: English version Thomas Kundert Design Vitor Silva Fotografia :: Photos philos Publicação :: Publisher philos - comunicação global, lda www.philos.pt As we all know, 2013 was a far from easy year. Nothing is like before and a new, tough and painful reality has hit home for everybody. The market, across the board, has reduced its decision-making process to one factor alone: price. It may seem a simple formula, but it is not. While the decision may be made based on the dominant factor, the formula required for service provision is much more complex: more quality, faster, cheaper. philos has always prided itself on making high standards, thoroughness and ethics absolute priorities, and even in these difficult times when everything seems to boil down to one factor, philos remains firm on its path. We aim to respond to our customers’ concerns and exceed their expectations, making sure no short cuts are taken to guarantee the highest quality of service. Last July, after an independent audit from the certifying entity, philos was again granted the ISO 9001 and EN 15038 Conformity Certificates for provision of translation services. To all our staff, customers and suppliers, we say thank you. “After climbing a great hill, one only finds that there are many more hills to climb” - It is with this sentence uttered by Nelson Mandela that we would like to close this year of 2013, wishing everybody the best for 2014.n ISSN - 2182-1550 Esta publicação bilingue, de distribuição gratuita, é exclusivamente eletrónica e destinada ao universo dos nossos parceiros comerciais. This bilingual publication is delivered free, by electronic means only Sílvio Oliveira and to our business partners. | dezembro 2013 december | Sócio Gerente :: General Manager 3 Questões da Qualidade a Quality Issues Em jeito de balanço Weighing up our work a Necessidade de adequação da tradução ao objetivo da comunicação. Esta é uma questão central que o tradutor deve ter em mente. O tradutor não se pode limitar a transpor o texto original para a língua de chegada. Deve adaptá-lo aos diferentes contextos, por exemplo para fins de marketing, texto jurídico, texto destinado aos mais jovens… O tradutor deve ter uma boa capacidade de interpretação e recriação (evitar as traduções demasiado literais). Deve conhecer bem a língua de partida e melhor ainda a língua de chegada (em termos de redação, a nível gramatical, lexical, etc.), e sem esquecer as pesquisas. Saber onde e como pesquisar é hoje em dia um verdadeiro desafio, pois nunca antes houve tantas referências disponíveis. Mas será que todas são fiáveis? Gostaria mais uma vez de mencionar a importância das Fichas de Controlo da Qualidade (FCQ) e feedbacks enviados pelo cliente, bem como reforçar a importância que estas duas “ferramentas” têm na evolução e formação dos nossos recursos. A FCQ, além de servir para avaliar e controlar a qualidade de um determinado projeto, deverá ser, sobretudo, vista como uma ferramenta de melhoria e de evolução. A sua função principal não é a de atribuir uma avaliação positiva ou negativa, mas sim a de permitir acompanhar o trabalho/evolução de um tradutor/revisor. A FCQ pode ser encarada como uma ferramenta formativa, pois através dela é possível verificar quais são as dificuldades de determinado tradutor, quais são os erros recorrentes, e assim ir-lhe “chamando a atenção” para essas falhas, o que permitirá que ele não as repita no futuro, e que evolua cada vez mais no seu desempenho. O tradutor poderá utilizar a FCQ para determinar quais as áreas em que pode melhorar, seja simplesmente através dos erros registados, seja através dos comentários dos revisores ou mesmo da própria DQ. Como pode um tradutor saber se está a evoluir se não tem feedback do trabalho? Paula Pires -Quality Manager- The need to adapt the translation to the communication goal. This is the overriding question that the translator must keep in mind. Translators cannot limit themselves to transposing the source text into the target language. They must adapt it to the different contexts. For example, is it destined for marketing, is it a legal text, or is it aimed at the young? Translators must have a good capacity to interpret and recreate, avoiding excessively literal translations. They must have a good grasp of the source language, and an even better understanding of the target language (in terms of writing, grammar, lexicon, etc.), not to mention research skills. Knowing where and how to research properly is today an authentic challenge, as there have never before been so many references available. But are they all reliable? I would again like to mention the importance of the Quality Assurance File and feedback sent by the customer, as well as reinforcing the importance that these two “tools” have as regards the evolution and training of our human resources. The QAF, as well as serving to assess and control the quality of a given project, must above all be seen as a tool that leads to improvement and evolution. Its main function is not to attribute a positive or negative assessment, but rather to help monitor the work/evolution of a translator/proof-reader. The QAF can be viewed as a training tool. It enables the difficulties experienced by a given translator and his/her repeated mistakes to be ascertained, and by drawing attention to these faults, so that they are eliminated in the future, the translator will evolve to a higher level. Translators can use the QAF to see what areas can be improved upon by simply looking at the mistakes registered and by reading the comments from the proof-readers or sent directly from the Quality Department. How can translators gauge if they are progressing if they receive no feedback about their work? É dessa forma que a philos encara também os feedbacks recebidos dos clientes. Eles permitem-nos ir ao encontro das suas expectativas, no que diz respeito a vocabulário preferencial, determinadas construções (voz ativa versus voz passiva), os pontos que devemos melhorar, quais os erros a evitar, entre outros. This is the attitude that philos also adopts in relation to the feedback received by its customers. The feedback allows us to meet the customers’ expectations as regards the preferred vocabulary, certain constructions (active voice versus passive voice), areas where improvements can be made and what mistakes to avoid, among other aspects. Aqui deixamos os nossos votos de Boas Festas a todos os nossos colaboradores. We would like to send all our staff Best Wishes for the Christmas Season.n 4 | dezembro 2013 december | magazinephilos a * “... da Ocidental praia lusitana” a “... from the Western lusitanian shore” Lagoa dos Salgados Algarve não é apenas sinónimo de sol e mar. Dos muitos encantos naturais, que amiúdes vezes passam despercebidos ao visitante estival, a Lagoa dos Salgados é uma das mais belas reservas naturais do país, destacando-se como um local de eleição para a prática de birdwatching. Situada nos limites de Silves (oeste) e Albufeira (este), esta zona húmida é albergue de mais de cento e cinquenta espécies. Durante os períodos migratórios são milhares de indivíduos, de diferentes espécies, que por aqui passam, revelando-se numa zona de especial valor para os ciconiiformes (cegonhas, garças, flamingos,…). Para os amantes da natureza e da fotografia, o final da tarde é o momento de eleição para uma visita. As condições de luminosidade e a garantia de encontrar uma população heterogénea do mundo ornitológico são atrativos, imperdíveis, neste paraíso que nos aguarda. Deixe-se levar pelo canto e encanto da natureza e calcorreie os passadiços em busca da fotografia perfeita. Temo, por experiência própria, que não o vá conseguir, já que o único registo que capta a beleza deste extraordinário local envolve vários sentidos. E, por falar em sentidos, para magazinephilos a os mais sensíveis ou distraídos, nunca esquecer de contar com um protetor de pele e roupa apropriada, porque os mosquitos e melgas, sempre bem presentes nestas zonas húmidas, fazem questão de dar as “boas-vindas” e fazer um acompanhamento “personalizado” do nosso passeio. Algarve não é apenas sol e mar, é também espaço de belezas naturais surpreendentes que nos envolvem num manto mágico de cantos e encantos da fauna e da flora. (storks, herons, flamingos, etc.) For photography enthusiasts, dusk is the perfect moment to make a visit. The light at this time of the day, along with the guarantee that you will find a heterogeneous sample of birdlife, combine to make it a not-to-be-missed attraction and a small piece of paradise. Let yourself be taken away by the chirping and the charm of the nature and follow footprints in search of the perfect photograph. I fear, through my own experience, that you will not find it, as the only record you are likely to capture of this extraordinary place is the beauty that envelopes The Algarve is more than merely sun and sea. your senses. And, speaking of senses, for the Among the many natural wonders that often more sensitive or forgetful, do not forget to go unnoticed by the summer visitor is Lagoa bring a skin protector and suitable clothing, dos Salgados, one of Portugal’s most beautiful because the mosquitoes and bugs, always present nature reserves and an ideal spot for bird in these damp zones, make a point of giving us a watching. “personal welcome” during our walk. Located between Silves (to the west) and The Algarve is not only sun and sea; it is also Albufeira (to the east), this damp zone is home a region of surprising natural beauty that to more than one hundred and fifty species. immerses us in a magic cloak of nooks and During the migratory periods, thousands of wonders of fauna and flora.n birds of different species pass through the region, which is especially suited for ciconiiformes | dezembro 2013 december | 5 Em português In portuguese Carlos Castilho Pais [professor universitário :: university professor] Parece que foi ontem, mas não: estas crónicas iniciaram-se em 2006, já lá vão oito anos. Durante oito anos, o Magazine Philos acolheuas, publicou-as e traduziu-as para inglês. Ao perfazer esta caminhada, esta crónica agradece ao Magazine o acolhimento sem falhas destes oito anos. E o agradecimento estende-se aos colaboradores da Philos, a quem desejo as maiores felicidades pessoais e profissionais. Quem quiser aventurar-se no balanço destes oito anos de crónicas sobre a tradução há de constatar a diversidade temática, motivada não só por questões que o quotidiano da tradução destes anos colocava, mas também pela reflexão sobre os problemas constantes e inerentes à prática milenar do traduzir. Assim, após os agradecimentos, é matéria desta crónica um tema pouco abordado nestes oito anos, se não me engano: o editor da tradução. Refiro-me ao editor da tradução literária, figura recatada, mas da máxima relevância no que diz respeito à decisão sobre a publicação da tradução da obra literária. Não é fácil encontrar a palavra desta figura a justificar o porquê da publicação de uma tradução da obra de um escritor menos conhecido. E o mesmo poderia dizer-se quando se trata da publicação da tradução de uma obra já traduzida para português. Estratégia de marketing ou não, o anúncio público da decisão por parte do editor é um acontecimento para quem se interessa pelo estudo do fenómeno da tradução entre nós. Neste final de ano, não pode passar despercebida a publicação de uma nova tradução de Ulisses de James Joyce em Portugal. A obra de Joyce ficou disponível ao leitor português pela publicação da tradução do brasileiro Antônio Houaiss na editora Dífel em 1983, que contaria também, a partir de 1989, publicada pela editora Livros do Brasil, com a de João Palma-Ferreira. No Brasil, para além da tradução de Houaiss, existem mais duas, sendo a mais recente a que foi publicada no ano de 2012. A tradução que agora é notícia foi publicada pela editora Relógio d’Água e é da autoria de Jorge Vaz de Carvalho. Não é a qualidade da tradução que aqui está em causa. Por certo que as opiniões dos leitores portugueses, se questionados, ficariam divididas pelas traduções acima mencionadas, como acontece com os leitores brasileiros no que diz respeito às traduções do Brasil. A aposta da editora Relógio d’Água na tradução de toda a obra de Joyce é conhecida e parece que a publicação da nova tradução de Ulisses teve que esperar que os direitos de autor da obra entrassem no domínio público para que a publicação fosse possível. Li, como também leu quem quis, as declarações à imprensa do editor da Relógio d’Água a propósito da publicação de Ulisses na tradução de Jorge Vaz de Carvalho. Que esta tradução é melhor do que as outras, que esta tradução é a mais fiel em relação ao que efetivamente foi escrito por Joyce - são afirmações que podem justificar o porquê da publicação e que se compreendem. Revela-se desse modo uma decisão editorial. Seja louvado o facto de se tornar pública essa decisão. O projeto da publicação de uma nova tradução é também um projeto crítico. Neste caso, o projeto crítico é assumido. Mas sabemos, nos Estudos de Tradução, que os projetos críticos não são eternos e que podem não atingir os resultados esperados em relação ao número de leitores pretendidos. Importa não esquecer isso no final de ano, quando a efemeridade das coisas mais se revela, inclusive as coisas da tradução. 6 | dezembro It seems just yesterday, but it wasn’t. This column was first written in 2006, and eight years have gone by. Over eight years the Philos Magazine has accepted my musings, published them and translated them into English. In travelling down this road, the author of this column would like to thank the Magazine for including them, without fail, over these eight years. And my gratitude extends to the Philos staff, to whom I send my best wishes for personal and professional fulfilment. In looking back over these eight years of writing about translation, a wide range of subjects have been tackled, inspired not only by everyday occurrences in today’s translation world, but also from reflexion on the issues inherent to the age-old practice of translation. After this “thank you”, it’s time to introduce the subject of this edition’s column, which I believe I have not touched on over these eight years: the translation publisher. I am referring to the publisher of literary translation, a hidden figure, but one of the utmost importance as regards the decision on publishing translations of literary works. It is not easy to find the words from this figure to explain why a translation of a book from a less well-known writer is justified. And the same can be said about the publication of the translation of a work that has already been translated into Portuguese. Whether or not it is a marketing strategy, the public announcement of the decision by the publisher is an event in itself for those among us interested in studying the phenomenon of translation. As the year draws to a close, it cannot have gone unnoticed that a new translation of Ulisses by James Joyce is to be published in Portugal. Joyce’s novel was made available to Portuguese readers through the publication of the translation by the Brazilian Antônio Houaiss for the publisher Dífel in 1983. In 1989, another version was published by Livros do Brasil, translated by João Palma-Ferreira. In Brazil, as well as the translation by Houaiss, two other versions are available, the most recent of which was translated in 2012. The translation that has now been announced was published by Relógio d’Água and is the work of Jorge Vaz de Carvalho. It is not the quality of the translation that is in question here. The opinions of the Portuguese readers about the above-mentioned translations would certainly be divided if asked to assess the merits of each one, as happens with the Brazilian readers in relation to the translations available in Brazil. The decision by Relógio d’Água to translate the complete works of Joyce is well-known and it seems that the new translation of Ulisses had to wait for the copyright to enter the public domain before it could be published. I read, as no doubt many others did, the declarations in the press from Relógio d’Água about the publication of Ulisses as translated by Jorge Vaz de Carvalho. Saying that this translation is better than the others, that it is the most faithful in relation to what Joyce actually wrote, are claims that can justify the publication and are understandable. They reveal the decision that led to the publication. The fact this decision was made public should be praised. The project to publish a new translation is also a critical project. In this case, no secret is made of the fact it is a critical project. But we know, in Translation Studies, that critical projects are not eternal and may not achieve the expected results as regards the desired number of readers. It is important not to forget this at the end of the year, when the ephemeral nature of things is more keenly felt, including things linked to translation.n 2013 december | magazinephilos a Gosta de flores? a Are you a flower fan? De seu nome cientifico Nerium oleander L., pertence à família das apocináceas. É originário do norte da África, do leste do Mediterrâneo e do sul da Ásia e é um arbusto que pode ultrapassar os 2 m de altura. As folhas persistentes mantêm-se ao longo de todo o ano, são finas e alongadas, e as flores, de pétalas simples ou dobradas, têm cores variadas, predominando as brancas, vermelhas e rosas. A floração é muito abundante e prolonga-se da primavera até ao outono. Nenhuma parte desta planta é comestível, pelo contrário, é, tal como muitas outras plantas dos nossos jardins, altamente tóxica para os humanos. Pela sua densa folhagem e fácil adaptação, é muito utilizada como arbusto ornamental em parques e jardins, para formar vedações e como «corta-luz» nos separadores das auto-estradas. The oleander, whose scientific name is Nerium oleander L, belongs to the Apocynaceae family. Native to north Africa, the east of the Mediterranean and south Asia, this bush can reach two metres in height. The fine and elongated leaves last all year long, and the flowers have single or double petals, which can be a variety of colours, with white, red and pink most common. Its abundant flowers last from spring until autumn. No part of this plant is edible. Indeed, quite the contrary. Like many plants in our gardens, it is highly poisonous for humans. Owing to its dense foliage and easy adaptation, it is commonly used as an ornamental bush in parks and gardens, to act as a fence or a “light-blocking curtain” in motorway lane separators.n magazine philos - official sponsor Loendro Oleander http://www.facebook.com/xoqomaia magazinephilos a | dezembro 2013 december | 7 For FUN Passatempo Temos ofertas para as 3 primeiras respostas certas! We have gifts for the first 3 people to send in correct answers! Nota/Note: A participação está vedada aos colaboradores internos da Philos e seus familiares. Philos’ in-house team and their family members are not allowed to participate. Sabe quem está imortalizado nesta estátua equestre e em que cidade podemos encontrá-la? Do you know who is immortalised in this equestrian statue and in what city you can find it? n Edição anterior Last Issue Na última edição, apenas uma resposta correta: “Memorial do Holocausto, Miami”. In the previous edition we received just one correct answer: “Holocaust Memorial, Miami”.n 8 | dezembro 2013 december | magazinephilos a Crónica das Leiras a Leiras’ farm chronicle* Carta ao Pai… Natal Letter to Father… Christmas a Dom Biralbo da Porta do Olival Cheira-me (e se me cheira, é de certeza, porque o meu olfato apuradíssimo nunca me engana) que esta privatização dos CTT já está a dar asneira. Então não é que a carta da minha filhota ao Pai Natal veio parar à caixa de correio dos meus donos, que é como quem diz, da minha? Diz a traquina: Querido Pai Natal, Este ano tenho-me portado muuuuuuuito bem! Não ladrei a mais que trinta pessoas durante os meus passeios à beira-mar, só acordei os meus donos com latidos madrugadores uma meia dúzia de ocasiões e só me descuidei dentro de casa umas cinco vezes. Para além disso, tenho poupado bastante em brinquedos, porque me dedico a roer cabos de vassoura e molas da roupa. Por isso, acho que mereço uma prenda mesmo gira. Aquilo de que eu mais gostava era de poder ter umas aulas de grupo. Diz o meu mano emprestado, o Jack, que os meus pais devem ter recebido um cheque-ensino, porque ando a ter aulas particulares. Sou uma aluna excelente, desde que haja salsichinhas para recompensa, claro... mas eu preferia ainda mais ter colegas de outras raças - caniches, podengos, labradores, são bernardos, pastores alemães e belgas, rottweileres, buldogues, cães d’ água e de terra, de caça ou companhia - e, sobretudo, amigos daqueles a que chamam rafeiros, e que me parecem ser cães como todos nós. De certeza que eu iria adorar uma turma assim! Se não puder ser, então traz-me só uma daquelas mantas quentinhas, em que eu tanto gosto de me enroscar... Apesar de estares em serviço, Feliz Natal! Anita It smells to me (and if I can smell it, it’s a certainty because my finely tuned sense of smell never lets me down) that this privatisation of the Portuguese Post Office is already causing mayhem. Would you believe that my daughter’s letter to Father Christmas ended up in my masters’ letterbox, in other words, in mine? This is what the little tearaway had to say: Dear Father Christmas, This year I’ve behaved reeeeeeeeeeeally well! I growled at no more than thirty people on my seashore walk, I woke up my masters by barking at dawn only half a dozen times and I only did my business in the house five times. Moreover, I’ve saved a lot of money on toys, because I prefer to chew broom handles and clothes pegs. So I think I deserve a really special present. What I’ d like more than anything would be to have some group lessons. My borrowed brother, Jack, says my parents must have received an education subsidy, because I’m having private lessons. I’m an excellent student, as long as there are sausages on offer as a reward, of course… but what I’ d really like is to have class-mates of other breeds – Poodles, Portuguese Podengos, Labradors, Saint Bernards, German and Belgian Alsatians, Rottweilers, Bulldogs, Portuguese Water (and land) Dogs, hunting dogs or companionship dogs, and above all else those that are called mongrels, and which look like dogs just like the rest of us to me. There’s no doubt I’ d love to be in a class like that! If it can’t be arranged, then bring me just one of those hot blankets that I love curling up in. Despite being at work, Merry Christmas! Anitan magazinephilos a | dezembro 2013 december | 9 An Englishman in Lisbon Um inglês em Lisboa Thomas Kundert Dishonest advertising Publicidade enganosa I’ve often heard it said that a common failing in Portugal is a collective neglect by tourist operators to properly market the magnificent and largely hidden pearls the country has to offer. One need only flick through previous editions of the philos magazine and read over the “Lusitanian Shore” section to back up this theory. Fascinating towns, villages, festivals, traditions and places of outstanding natural beauty abound in Portugal, just waiting to be discovered. Most of them are off the tourist map. But in one respect, Portugal’s ability to market itself has excelled to a degree that can almost be considered “dishonest advertising”. I refer to the weather. Or to be more precise, the common fallacy of the Portuguese climate. As I look out of my office window, as so often is the case in the autumn and winter months, a storm is blowing. And I mean a storm. Should I confront the horizontal rain to get to the café just across the road, I am guaranteed to return sopping wet. And if I was so foolish as to take an umbrella, it would soon be ripped to shreds by the violent gusts of wind and transformed into a dangerous projectile. I am forever correcting a common misconception from my compatriots that Portugal is a country with a near tropical climate, where a day never passes without soaring temperatures and the sun beating down on our backs. This is true for no more than a relatively short period at the height of summer. For much of the year it is cold and wet. And I am talking about Lisbon. Travel further north and the idea of Portugal as small piece of equatorial Africa implanted in Europe becomes even more ridiculous. But tell that to any English holidaymaker who has spent a happy fortnight in August roasting on an Algarve beach and he won’t believe you. My advice to them? Go visit the endless magical places described in “Lusitanian Shore”. Just don’t forget your umbrella and a thick coat. 10 | dezembro Já por inúmeras vezes ouvi queixarem-se de que uma das grandes falhas portuguesas é a inaptidão, comum aos operadores turísticos, para publicitar convenientemente os magníficos, e quase sempre escondidos, tesouros que o país tem para oferecer. Bastará a qualquer um percorrer as edições anteriores do Magazine philos e (re)ler a secção “… da Ocidental praia lusitana” para comprovar esta teoria. Encantadoras vilas, aldeias, festivais, tradições, e locais de espantosa beleza natural que abundam em Portugal, à espera de serem descobertos, continuam sem aparecer nos mapas turísticos. Porém, num aspecto particular, a capacidade portuguesa de auto-promoção foi levada a um tal extremo que quase se poderia falar de “publicidade enganosa”. Refiro-me ao tempo, ou, para ser mais correto, à vulgar falácia do clima Português. Olhando agora mesmo pela janela do escritório, e tal como sucede na maioria dos dias de outono ou inverno, o que vejo é uma tempestade. E quero de facto dizer uma tempestade. Se decidir aventurar-me debaixo desta chuva horizontal para ir até ao café, que fica do outro lado da rua, é garantido que regressarei encharcado. E se cometer a loucura de levar um guarda-chuva, ele será rapidamente feito em pedaços pelas violentas rajadas de vento, e transformado num perigoso projéctil. Estou permanentemente a tentar emendar um preconceito comum dos meus compatriotas em relação a Portugal: o de que é um país com um clima quase tropical, de temperaturas escaldantes e sol ardente a queimar a pele, dia sim, dia sim. Isto só é verdade para um relativamente curto período de tempo, no pico do verão. No restante do ano, o tempo é frio e húmido. E estou a falar de Lisboa. Viajemos mais para norte e a ideia de Portugal enquanto pedaço da África equatorial transplantado para a Europa torna-se ainda mais anedótica. Mas se tentarem dizer isso a qualquer um dos turistas ingleses que tenham passado uma agradável quinzena de Agosto a tostar numa praia algarvia, é claro que ele não acreditará. O meu conselho? Visitem um dos muitos locais mágicos descritos na “Ocidental praia lusitana”. Não se esqueçam é de levar guardachuva e um casaco bem quentinho.n 2013 december | magazinephilos a BibliotecaLibrary (Re)leituras a (Re)reading a Viagem à roda da Parvónia A Journey around Idiotland Nelson Loureiro Para quê poetas em tempo de indigência Levantar a gola do casaco, esconder os punhos da camisa já puídos e defender, com os dentes cerrados, as palavras: mas quem aguenta mais este murmúrio vão, que não colhe mais as flores do mal nem a luz radiosa da própria miséria? Resistir, como sempre fizeram os humilhados. Decorar palavras antigas. Repeti-las, para que não sejam esquecidas, aos vindouros. Um dos artifícios básicos para um autor se precaver contra tentativas de apedrejamento por parte dos seus conterrâneos patriotas fanáticos é alterar o nome do país ficcionado. Os leitores fazem por acreditar que aquela não é a sua amada terra, moralizam com base nos defeitos que se expõem diante dos seus olhos, e continuam a agir exatamente como até aí, mal se vira a derradeira página. Nem sempre resulta, porém. Inicialmente concebida enquanto peça de teatro, Viagem à roda da Parvónia teve, em vida dos autores, uma única representação pública, marcada por uma monumental pateada, desacatos na assistência, intervenção policial e subsequente proibição. Comentou então Antero de Quental: “O público protestou contra a caricatura, provavelmente porque se viu nela...”. No entanto, e visto que no século XIX os autores ainda apreciavam uma bela polémica em vez de se esquivarem para debaixo do resguardo do politicamente correto, passou-se o texto a livro, com direito a prefácios e anotações de destacadas personalidades da época. Já este ano, a obra subiu novamente ao palco. Desconheço se terá havido pateada ou ovação em pé. De qualquer modo, a força do teatro é, hoje, evidentemente menor; tal como a força das palavras, da crítica, e sobretudo da autocrítica. Por outro lado, pouco mudou nos meandros do poder. Como escreveu Guilherme de Azevedo no seu prefácio: “[…] a Viagem à roda da Parvónia não é uma inspiração de Gil Vaz; é simplesmente inspiração dum estado social e político reconhecido por todos.” Why poets in times of poverty? Raise the coat collar, hide the sleeves of the now threadbare shirt and defend, through gritted teeth, words: but who can bare more of this vain murmuring, that no longer gathers flowers of evil or the radiant light of misery itself? Resist, like the humble have always done. Memorise old words. Repeat them, so they may not be forgotten, to the coming generations.n * pseudónimo criado por Guilherme de Azevedo e Guerra Junqueiro para as crónicas humorísticas da Gazeta do Dia, e que aqui reaproveitaram. One of the basic tricks for an author to avoid attempted stoning by his compatriots of a more fanatical persuasion is to change the name of the country he is writing about. The readers can make believe that the description is not about their beloved country, they can make judgements about the defects pointed out in front of their very eyes, and continue to act in the exact same way, as soon as they turn over the last page. It does not always work, however. Initially written as a play, Viagem à roda da Parvónia had, in the lifetime of its writers, a single public performance, which was greeted by a monumental round of feet-stomping, disturbances in the audience, police intervention and subsequent prohibition. Antero de Quental commented at the time: “The public protested against the satire, probably because they recognised themselves in it…” Nevertheless, given that in the 19th century authors still enjoyed a feisty controversy rather than hiding behind the parapet of political correctness, the play was made into a book, including prefaces and notes from well-known personalities of the epoch. This year, the play again took to the stage. I do not know if there was feet-stomping or a standing ovation. In any event, today the theatre’s influence is much diminished; as is the strength of words, criticism, and above all self-criticism. On the other hand, little has changed in the meanderings of power. As Guilherme de Azevedo wrote in his preface: “[…] the Viagem à roda da Parvónia did not come about through the inspiration of Gil Vaz; it was simply inspired by a social and political state of affairs recognised by everybody.”n Luís Filipe Castro Mendes * * Luís Filipe Castro Mendes (n. 1950), licenciado em Direito 1983, com Recados. Desde então, a sua obra poética e ficcional tem-se fundado pelas conjugações de opostos - o romântico vs. o clássico, o histórico vs. o paródico, a sinceridade vs. o fingimento, a palavra vs. o silêncio. e diplomata de carreira, estreou-se na publicação em Luís Filipe Castro Mendes (born 1950), a Law graduate and 1983, called Recados (Messages). Since then his poetic and fictional work has morphed into opposing conjugations – romantic vs. classical, historical vs. parody, sincerity vs. affectation, words vs. silence. professional diplomat, released his first publication in * pseudonym created by Guilherme de Azevedo and Guerra Junqueiro for the humorous columns of the “Gazeta do Dia” (Daily Gazette), which they took advantage of here. magazinephilos a | dezembro 2013 december Poemas de Vida a Lifetime Poems Gil Vaz* | 11 Daqui houve nome Portugal a From here Portugal got its name Banda sonora de um até já... The soundtrack to “see you soon” a Nelson Loureiro A cada cidade corresponderá o seu tom musical, bem como um sentimento subjacente à poética do que se canta. Tomemos como exemplo Coimbra, cidade de estudantes, porto de abrigo mais temporário que definitivo e que, num relativamente curto espaço de tempo, marcará de forma indelével a transição da juventude para a adultícia. Não admira, portanto, que tenha mais encanto numa putativa hora de despedida, a qual, para a larga maioria, será mesmo mais que certa. No caso do Porto, a música por ventura mais habitualmente associada à cidade (Porto Sentido - © Carlos Tê/Rui Veloso) faz o exacto percurso inverso, isto é, é a banda sonora de um regresso. Regresso a uma cidade lítica, tortuosa, aparentemente sombria e fechada, mas que, depois de nos envolver no seu abraço forte, nos transmite o conforto de uma terra-mãe. Por isso, esta página não é uma verdadeira despedida, mas apenas uma pausa, porque nunca se deixa verdadeiramente o Porto, apenas se regressa sem nunca de cá se ter saído. Each city can be associated with a song, as well as a sentiment underpinning the poetry of the lyrics. We can take Portugal’s university town Coimbra as an example, a temporary rather than definitive port of call, and which in a relatively short space of time will indelibly mark the transition from youthfulness to adulthood. No surprise, therefore, that it holds more charm upon supposedly bidding the city farewell, which, for the vast majority, will indeed be the final goodbye. In the case of Porto, the song most commonly associated with the city (Porto Sentido - © Carlos Tê/Rui Veloso) journeys in the opposite direction. It functions as a kind of backing track for a return. Return to a stone city, winding, apparently dark and closed, but which, subsequently embraces us firmly, transmitting the comfort of a motherland. Hence, this page is not a true goodbye, but rather just a pause, because you never truly leave Porto, you only return to it having never left.n 12 | dezembro 2013 december | magazinephilos a Tradumática a Tradumatics Acesso remoto e Suporte via Internet Remote Access and Support via Internet a Em tempos o conceito de Acesso Remoto gerou muita polémica pela falta de segurança que representava e as suas ligações desprotegidas, contudo, nos últimos anos, é sem dúvida um dos âmbitos das tecnologias que mais evoluiu. Nos dias que correm, podemos seguramente afirmar que o acesso remoto é tão ou mais seguro que as ligações de uma rede doméstica, o que possibilita usufruir de todas estas funcionalidades sem qualquer receio. Quando surge a necessidade de aceder remotamente ao computador de casa ou escritório por razões como: encontrar um ficheiro ou documento que lá guardamos, aceder a uma determinada aplicação local, prestar assistência técnica ou simplesmente partilhar uma sessão de trabalho, o TeamViewer acaba por ser das ferramentas mais seguras e utilizadas para este efeito, contando já com mais de 200.000.000 utilizadores, passando assim a ser uma solução All-in-One de referência. O Teamviewer destaca-se pela sua facilidade de utilização e, fundamentalmente, por ser gratuito para utilização não comercial. É precisamente aqui que destacamos esta aplicação; estando previamente configurada, facilmente acedemos a computadores autorizados mesmo que estes estejam por trás de uma complexa firewall. Como mais-valia, existe ainda a aplicação para a grande maioria dos dispositivos móveis, permitindo assim aceder através de um tablet ou smartphone a qualquer computador da nossa lista de dispositivos autorizados. A instalação é um processo simples em qualquer plataforma, primando sempre por ser intuitiva e acessível. Depois da instalação, é possível registar uma conta onde devemos guardar os computadores autorizados aos quais temos acesso permanente. É então possível, em qualquer altura que seja necessária, uma ligação a um computador autorizado e configurado, estabelecer uma ligação segura e trabalhar como se estivéssemos na frente do computador em questão. magazinephilos a | dezembro Ricardo Fernandes In the past the concept of Remote Access was highly controversial because of the lack of security and unprotected connections. However, in recent years this has been one of the most quickly developing technological fields. Today one can safely say that remote access is as or more secure as connections from a domestic network, allowing all these functionalities to be used without worry. When the need arises to access your home or office computer in order to find a file or document saved on it, access a local application, provide technical assistance or simply share a work session, TeamViewer is one of the most secure and widely used tools to do so. Over 200,000,000 users now use this All-in-One benchmark solution. The secrets of TeamViewer’s success are its user-friendly functions, and above all the fact it is free of charge for non-commercial use. A huge advantage of the application is that it is previously configured, making it easy to access authorised computers, even if these are behind a complex firewall. Another benefit is that an application is available for most mobile devices, making it possible to gain access to any computer on our list of authorised devices using a tablet or smartphone. The installation process is simple on any platform, with a user-friendly approach always a top priority. After installing the program, one can register an account where we should store the authorised computers to which we have permanent access. As such, one can connect to an authorised and configured computer at any time, establishing a secure connection and working as if you were in sitting front of the computer in question.n 2013 december | 13 ARTESARTS a Fernando Nogueira One (Her)Man Show A direção musical é do Maestro Pedro Duarte. O alinhamento do álbum é o seguinte: És Tão Boa ! | Saca o saca rolhas | Adeus vou ali já venho | O meu automóvel | A cor do teu baton | Humor de Perdição | Casino Royal | a Kaleidoscope Crime na Pensão Estrelinha | Hora H | Canção do beijinho | A praia é linda | Devil may care | Tony Silva canta música ró | My way | Serafim Saudade | Bamos lá cambada | Amanhã faço dieta | 40 anos, sempre a bombar Encontra-se também editado em DVD. This double CD is the recording of a Herman José show at the Tivoli BBVA Theatre, in Lisbon. Herman José needs no introduction and this album is a great example of what one can listen to at the live performances of this truly unique Artist, all over Portugal and beyond its borders too. In addition to well-known hits such as Saca o saca-rolhas or Serafim Saudade, this CD includes some historical TV show soundtracks such as Casino Royal or Humor de Perdição, as well as some cover versions of classics such as My Way or Devil May Care. The album also includes a bonus track especially prepared for this release to kick off the celebrations marking 40 years of Herman José’s career. The album track list is as follows: És Tão Boa ! | Saca o saca rolhas | Adeus vou ali já venho | O meu automóvel | A cor do teu baton Humor de Perdição | Casino Royal | Crime na Pensão Estrelinha | Hora H | Canção do beijinho | A praia é linda | Devil may care | Tony Silva canta música ró | My way | Serafim Saudade | Bamos lá cambada | Amanhã faço dieta | 40 anos, sempre a bombar Kaleidoscópio Este CD duplo resulta da gravação de um espetáculo de Herman José no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa. Herman José dispensa qualquer tipo de apresentação, sendo este álbum um bom exemplo do que se pode ouvir nos espetáculos que o Verdadeiro Artista apresenta por todo o país e além-fronteiras. Para além de êxitos mais conhecidos como o Saca o sacarolhas ou o Serafim Saudade, este disco inclui alguns genéricos dos históricos programas de televisão como, por exemplo, Casino Royal ou Humor de Perdição, bem como algumas interpretações de clássicos como My Way ou Devil May Care. Inclui também um tema extra, especialmente preparado para esta edição e para dar início às comemorações que se adivinham para celebrar os quarenta anos de carreira do Humorista. Also available on DVD.n The Music Director is the Maestro Pedro Duarte. Hannah Arendt 14 Hannah Arendt (1906-1975), a Jewish philosopher and journalist, went into exile in the U.S. in 1941, after escaping from the Gurs concentration camp during the dark years of World War II. In 1951, she obtained U.S. citizenship and that same year her book “The Origins of Totalitarianism” was published. It became a classic within the intellectual community and launched her career in the United States. In 1961 Arendt moved to Jerusalem to cover the trial of Nazi war criminal Adolf Eichmann for the magazine “The New Yorker” and her article, published in five parts, had a huge media impact. Her ideas triggered extremely violent criticism, both her description of the Jewish councils and her analysis of Eichmann’s personality. However, her next book entitled “Eichmann in Jerusalem: A Report on the Banality of Evil” has achieved a place of prominence and great respect, albeit always controversial, in most debates about the Holocaust. This book is now considered one of her most important works. | dezembro 2013 december | a The voice of the moon sobre o Holocausto de um modo absolutamente inovador e que, mesmo sob duras críticas, se manteve fiel às suas convicções. This film, directed by Margarethe von Trotta (“The Lost Honour of Katharina Blum”) is the portrait of a misunderstood genius, someone who dared to reflect on the Holocaust in an absolutely innovative way and who, even under harsh criticism, remained true to her convictions.n magazinephilos a A Voz da Lua Hannah Arendt (1906-1975), filósofa e jornalista judia, exilou-se nos EUA em 1941, após a fuga do campo de concentração de Gurs, durante os anos negros da Segunda Grande Guerra. Em 1951, obteve cidadania norteamericana e nesse mesmo ano foi publicado o seu livro “As Origens do Totalitarismo”. Esta obra tornou-se um clássico dentro da comunidade intelectual e lançou a sua carreira nos Estados Unidos. Em 1961, deslocou-se a Jerusalém para cobrir o julgamento do criminoso de guerra nazi Adolf Eichmann para a revista “The New Yorker” e o seu artigo, publicado em cinco partes, teve um enorme impacto mediático. As suas ideias foram alvo de críticas violentíssimas quer pela descrição dos conselhos judaicos, quer pela exposição da personalidade de Eichmann. Porém, a obra seguinte, “Eichmann em Jerusalém: Uma reportagem sobre a banalidade do mal”, alcançou um lugar de destaque e grande respeito, ainda que sempre controverso, na maior parte dos debates acerca do Holocausto. Esse livro é hoje tido como uma das suas obras mais importantes. Este filme, realizado por Margarethe von Trotta (“A Honra Perdida de Katharina Blum”) é o retrato de um génio incompreendido, de alguém que se atreveu a fazer uma reflexão Impressões de Viagem a Travel Musings JAPÃO - à espera de um novo dia repleto de emoções III JAPAN - ready for another day packed with excitement III a De volta ao centro da cidade, depois de um longo dia que ainda não terminou, espera-nos um contacto com uma realidade distante da experimentada na nossa “viagem no tempo”. Logo ali, o enorme edifício, construído em 1997, que alberga a estação de caminhos-deferro — a segunda maior estação do Japão — de onde parece chegar e partir o mundo inteiro. Uma impressionante estrutura em magazinephilos a constante movimento, milhares de pessoas que aí circulam a cada minuto. Depois da nossa visita a um calmo Japão imperial, somos desafiados a lidar com o bulício de uma cidade onde o comércio fervilha a cada esquina e onde os passos dos transeuntes são marcados ao ritmo dos ponteiros do relógio. Saídos da estação, e decididos a evitar os | dezembro 2013 december | Vitor Silva conselhos dos guias, avançamos cidade adentro. Dois passos e ali mesmo à nossa frente, a Torre de Quioto. Subimos até à plataforma de observação, situada cem metros acima do solo. A vista é soberba: impressiona pela imensidão construtiva abraçada pelas montanhas e leva-nos o olhar até Osaka. Minutos depois, porque o tempo era escasso, iniciámos o primeiro de muitos quilómetros >> 15 Impressões de Viagem a Travel Musings a pé. Aventurámo-nos por ruas e vielas que transmitem um contraste sensorial. A escassos metros de avenidas com prédios altos, trânsito e comércio de massas, encontramos locais que mantêm a traça típica das construções, gente sem pressa e com trajes típicos, lojas e mercearias familiares. Uns metros adiante e sentimos o conforto do silêncio, a escassa distância do fervilhar de um movimento pendular cosmopolita, só interrompido por umas dezenas de bicicletas que surgiram ao virar duma esquina — quiçá, conhecem todos um atalho para escapar às artérias mais movimentadas. Parecem mundos distantes mas não o são, são um só e percebe-se bem essa comunhão. 16 | dezembro Alguns quilómetros depois e após testemunharmos, ao longo do caminho, os contrastes constantes, chegamos à zona de Pontocho. Esta é uma das zonas mais conhecidas e visitadas de Quioto. Ruela estreita (mesmo!), com construções tradicionais, alberga um aglomerado de restaurantes e de bares, onde é possível assistir a cerimoniais das não menos famosas gueixas — a maioria das que vemos na rua a interagir, dizem, são falsas e para turista ver. Mesmo ao lado, a grande zona comercial. Avenidas e ruas que se cruzam num incessante grito mercantil, mas que aqui e ali convivem com espaços tradicionais. Em todo o lado, somos confrontados com >> 2013 december | magazinephilos a Impressões de Viagem a Travel Musings a existência de santuários, mesmo até em espaços comerciais. As mercearias e outras lojas de cariz mais tradicional, com as suas cores e cheiros, convidam-nos a entrar. Mesmo ao lado, somos surpreendidos por uma megastore de guitarras, seguida por um espaço de contemplação e oração. Tudo parece diferente e inconciliável, mas tudo se conjuga e complementa, afinal. Assim é Quioto; assim é o Japão. Já cansados, mas com a alma confortada, decidimos que o regresso se faria por uma artéria que nos levaria a uma estação de metro, onde tudo é organizado e pontual. Foram mais dois ou três quilómetros por entre néones e milhares de pessoas que a noite, já nascida há algumas horas, teimava em não mandar para casa. O tal destino, tantas vezes imaginado inalcançável, tinha-nos acolhido de braços abertos, deixandonos, em relevo, a memória de um dia repleto de emoções. Back in the city centre, at the end of a long day that was not yet over, we came into contact with something very different from anything experienced so far on our “journey through time”. We beheld a huge building, constructed in 1997, which accommodated the second largest railway station in Japan, and where it appears the whole world is arriving and departing. An impressive facility in constant movement, where thousands of people circulate every passing minute. After our visit to a calm imperial Japan, we are challenged to deal with the hustle and bustle of a city where commerce bubbles along in a lively fashion on every corner and where the footsteps of the passersby resemble the tick tock of a clock. Leaving the station behind us, and set upon ignoring the advice of the guides, we plunge into the city. A few steps forwards and we are confronted with Kyoto Tower. We go up to the observation platform, one hundred metres above the ground. The view is superb: we wonder at the vastness of the city embraced by the mountains and take our gaze to Osaka. Minutes later, because time was running short, we began the first of many kilometres on foot. We ventured down streets and alleyways that transmit a range of contrasting sensations. Just metres away from avenues with tall buildings, traffic and shops for the masses, we find places that maintain a traditional appearance, unhurried people in typical clothing, family shops and grocery stores. A few metres ahead and we feel the comfort of silence. It is just a stone’s throw from the commotion of the constant cosmopolitan movement, yet here the quiet is only interrupted by dozens of bicycles that spring into view upon turning a corner, seemingly all knowing a short cut to escape the busiest roads. They appear to be different worlds but they are not; they are one only, in a perfectly juxtaposed communion. A few kilometres more on foot is enough for us to see further evidence of the constant contrasts, as we arrive at the Pontocho zone. This is one of the most well-known and commonly visited zones of Kyoto. A narrow (in the extreme!) street, containing traditional buildings is the setting for >> magazinephilos a | dezembro 2013 december | 17 Impressões de Viagem a Travel Musings a group of restaurants and bars, where we can witness the ceremonial outfits of the no-less famous geishas. Most of the ones we see in the street interacting are false, we are told, who are there for the tourists. To one side, the large shopping zone. Avenues and streets that crisscross in an incessant quest to sell, but which here and there are interspersed with traditional spaces. Everywhere we go we see shrines, even in shopping premises. The grocery stores and other more traditional shops invite one to enter with their colours and smells. A little further on we are surprised to see a guitar megastore and a space for contemplation and prayer side by side. Everything seems different and unable to be 18 | dezembro conciliated, only to magically conjugate and complement everything else. This is Kyoto; this is Japan. Tired, but with a happy soul, we decide to return using a street that takes us to a metro station, where everything is organised and punctual. Another two or three kilometres through neon lights and thousands of milling people that the night, which had fallen several hours ago, did not send home. The destination, so often imagined unreachable, had welcomed us with open arms, having etched a day replete with emotions in our memory.n 2013 december | magazinephilos a a magazinephilos Esperamos que tenha gostado. Voltamos em março. Hope you have enjoyed. We will be back in March.
Documentos relacionados
magazine 52
Another interesting example appears on page 30, with the following sentence: “Um tipo de Nova Iorque que não é capaz de distinguir o cu do cotovelo…” the translation of “A guy from New York who can...
Leia maisMagazine
as the forward of Olhares sobre a Terra-Mãe, the beautiful book and work of art achieved by Luís Aguiar Branco, which will be published in July with the endorsement of philos. I would like to draw ...
Leia maismagazine philos 41
Therefore, as we look back on 2011, we would like to thank all of our business partners for the trust they have placed in our services. On behalf of the entire philos team, thank you very much. n
Leia mais