Origem do emblema da Escola de Medicina da UCPEL: a

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Origem do emblema da Escola de Medicina da UCPEL: a
Origem do emblema da Escola de Medicina da UCPEL:
a busca de uma Identidade
A busca de uma identidade é um dos fatores
de nossas vidas que conspira em prol do nosso
reconhecimento como um todo. Foi partindo deste
princípio que tivemos a honra de idealizar o
emblema da Escola de Medicina da Universidade
Católica de Pelotas (UCPEL).
A idéia de representar, por meio de um
símbolo a nossa Escola, surgiu quando estávamos
fazendo um estudo sobre a história da medicina, sua
simbologia e seus segredos milenares.
Foi feita uma pesquisa sobre tudo que estava
relacionado com a Escola e a Medicina. Resolvemos,
então, começar pelo símbolo mais nobre da arte
médica, o Símbolo de Esculápio (Asclépio para os
gregos, deus da medicina).
De acordo com a mitologia greco-romana,
Esculápio, filho do deus Apolo e da ninfa Coronide
foi adotado por um centauro, Quirone, responsável
pelos ensinamentos da arte médica a Esculápio. O
Símbolo de Esculápio consiste em uma serpente amarelo-ouro, Coluber Aesculapii, entrelaçando-se em um
bastão, da esquerda para a direita (posicionado de forma anatômica). A relação do ofídio com o deus da medicina é explicada por uma lenda. Certa vez, ao sair da casa de uma mulher doente e já desesperançada, Esculápio cruzou com uma serpente não venenosa de cor amarela. Julgando estar sendo intimidado pelo réptil não
hesitou, pondo fim à vida da serpente. Ocorreu que, logo em seguida, uma outra serpente, igual em tamanho e
cor, apresentou-se a ele. Nesse instante, Esculápio observou que o réptil, na verdade, levava uma planta com a
qual poderia curar a enferma. A partir deste episódio, a imagem da serpente entrelaçada no bastão (simbolizando o galho da planta) ficou diretamente relacionada a Esculápio e a medicina.
Passando por esse resumido relato mitológico, partimos para o nosso símbolo, a nossa identidade.
O nosso emblema é composto por dois círculos concêntricos representando a perpetuação do curso,
já que o círculo era considerado pelos povos antigos como representação da imortalidade. No centro, encontra-se o Símbolo de Esculápio, padronizado em 1956 pela Associação Médica Mundial, reunida em Havana,
como emblema dos médicos civis. Em nosso caso, foi mantido a cor original da serpente Coluber Aesculapii,
o amarelo-ouro. O bastão estilizado em vermelho é a representação do Brasil através do Pau-brasil, a célebre
madeira cor de brasa brasileira, mostrada na obra do Dr. Aleksander Dodriansky, cirurgião cardiovascular e
artista plástico, que interpretou o Símbolo de Esculápio para a medicina brasileira. A serpente também representa as quatro décadas de criação da Escola (1962), através das quatro circunferências feita por ela no bastão,
representação esta que especifica a época da criação do emblema (2003). Distribuídos de forma simétrica,
estão os dois ramos de trigo, representando a magnificência, a grandiosidade da Escola. Entre os dois círculos
está expresso, em letras maiúsculas, estilo americana XBD, o dizer “Escola de Medicina, UCPEL”.
Quanto às cores, estas tiveram uma atenção especial. O azul e suas variações constituem as tonalidades mais populares do espectro; é conhecida como a cor da confiança, longevidade e segurança. O azulmarinho encontra-se preenchendo o círculo de menor diâmetro que representa a UCPEL. O amarelo, presente
na serpente é a cor que tem maior velocidade cromática; portanto, chega mais rapidamente à retina, ela dá
mais claridade a todas as coisas, ativando a intuição e a inteligência. O verde, por tradição, é a cor da medicina. Encontra-se preenchendo o círculo de maior diâmetro; verde é a cor da esperança, do equilíbrio e do conhecimento. O preto está presente nas letras e nos contornos. Esta cor é tradicionalmente associada à morte e
ao luto, fato presente no cotidiano médico, mesmo que não esteja atribuído à essência da filosofia médica.
O emblema da Escola de Medicina da UCPEL é, sem dúvida, uma representação visual que sintetiza
sua imagem e sua história perante o meio ou a comunidade onde se encontra inserida. Com a criação desse
emblema, não só estabelecemos nossa identidade como a fortalecemos.
Alberto Sandes de Lima
Acadêmico
4º ano de medicina
Pelotas/2004