Deus é meu Pai! - St. Josemaria Escriva

Transcrição

Deus é meu Pai! - St. Josemaria Escriva
www.josemariaescriva.info S. Josemaria em Madrid
Deus é meu Pai!
Praça do Imperador Carlos V (“Glorieta de Atocha”)
Uma vivência especial da filiação divina num eléctrico
Glorieta de Atocha
Itinerário
1. Praça do Imperador Carlos V
(“Glorieta de Atocha”)
Uma vivência especial da filiação
divina num eléctrico
2. Praça de Santa Isabel, 52.
Antigo Hospital Geral
Acompanhas-me na visita a uns
doentes?
3. Santa Isabel, 48. Igreja de Santa
Isabel
Texto de “Santo Rosário”. Episódio
de “Juan, o leiteiro”
Neste itinerário pelas ruas de Madrid,
destacam-se alguns episódios da história
de S. Josemaria. Concretamente, o seu
sentido de filiação divina, que se
manifestava na confiança na providência
divina, na simplicidade no trato com
Deus, num profundo sentido da
dignidade de todo o ser humano e da
fraternidade entre os homens, num
verdadeiro amor cristão ao mundo e às
realidades criadas por Deus, na
serenidade e no optimismo. Esta Praça, popularmente conhecida como Glorieta de Atocha, está
presidida por uma reprodução da Fonte da Alcachofa, cujo original se
encontra ali perto, no Parque do Retiro. No centro da Praça havia uma
entrada de Metro, com um grande foco luminoso. E o que é agora entrada
para o piso subterrâneo, no passeio da Infanta Isabel, era uma aprazível
alameda com muitas árvores.
Quando o Fundador a conheceu, esta Praça tinha um aspecto muito mais
tranquilo do que actualmente. No dia 16 de Outubro de 1931, S.
Josemaria, depois de ter comprado um jornal nesta praça tomou um
eléctrico da linha 48 (dirigia-se à rua do General Álvarez de Castro), e nele
o Senhor concedeu-lhe uma vivência especial da filiação divina, que o
levou a exclamar, durante muito tempo, cheio de júbilo: ¡Abba Pater!
Este sentido da filiação divina está na base do espírito do Opus Dei e viria
a ter ampla ressonância na vida do Fundador e na sua mensagem
espiritual.
Escreveu nos seus “Apontamentos”:
Dia de Santa Edwiges 1931: Quis fazer oração, depois da Missa, na
quietude da minha igreja. Não consegui. Em Atocha, comprei um
jornal (o A.B.C.) e tomei o eléctrico. A estas horas, ao escrever isto,
não consegui ler senão um parágrafo do jornal. Senti afluir a oração
de afectos, copiosa e ardente. Assim estive no eléctrico e até chegar
a casa.
Praça de Santa Isabel, 52. Antigo Hospital Geral
Acompanhas-me na visita a uns doentes?
O Centro de Arte
Contemporânea, na
Praça de Santa
Isabel, 52, é
actualmente um
museu que ocupa as
salas do antigo
Hospital Geral.
Exibe uma importante
mostra de arte
contemporânea. Uma
passagem pelas
salas deste Centro de
Arte - de entrada
gratuita se o visitante Este edificio (actual museu) albergava o Hospital Geral,
se dirige só ao jardim onde S. Josemaria prestava assistência a numerosos
doentes
ou à livraria - pode
servir para evocar as longas enfermarias, cheias de doentes, a quem o
Fundador do Opus Dei prestou assistência desde 21 de Setembro de 1931
até Dezembro de 1934.
“Um dia - recorda Herrero Fontana - o Padre (S. Josemaria) propôs-me Porque não me acompanhas na visita a uns doentes?
Aceitei, e uma manhã fomos ao Hospital Geral (...). Nunca poderei
esquecer a impressão que me causou o que vi ali dentro.
Era quase dantesco: as salas, imensas, estavam abarrotadas de doentes
que, por não haver camas suficientes, se amontoavam por todos os lados:
junto das escadas, nos corredores, ao longo das passagens, sobre
almofadas e colchões atirados para o chão… com febre tifóide, com
pneumonia, com tuberculose, que era então uma doença incurável.
O Padre, durante as suas visitas, além de os confessar, prestava-lhes
pequenos serviços de ordem material (...): lavava-os, cortava-lhes as
unhas, lavava-lhes a cabeça, fazia-lhes a barba, limpava os bacios...
Pedia a esses homens e mulheres doentes, muitas vezes desenganados
pelos médicos, que oferecessem as dores, o sofrimento e a solidão pelo
trabalho que fazia com a gente nova”.
Neste Hospital aconteceu um episódio que S. Josemaria recordou várias
vezes na sua catequese: um jovem empresário, Luis Gordon, ao ter que
se dedicar a uma tarefa incómoda para atender um doente - limpar o bacio
-, rezava ao Senhor pedindo que não se notasse no seu rosto a
repugnância interior que sentia ao fazer aquilo. S. Josemaria aludiu a este
acontecimento num ponto de Caminho:
Não é verdade, Senhor, que Te dava grande consolação a "subtileza"
daquele homenzarrão-menino que, ao sentir o desapontamento que
produz obedecer em coisas desagradáveis e em si repugnantes, Te
dizia baixinho: Jesus, que eu faça boa cara!?
Santa Isabel, 48. Igreja de Santa Isabel
Texto de “Santo Rosário”. Episódio de “Juan, o leiteiro”
Contigua ao Convento (que está no nº. 48, bis), encontra-se a igreja de
Santa Isabel, construída em 1565. Este templo albergou numerosas obras
de arte. Muitas foram destruídas em 1936.
Uma manhã, depois de celebrar a Missa, S. Josemaria escreveu, de uma
assentada, o Santo Rosário, na sacristia de Santa Isabel. Não sabemos
com segurança em que dia da novena; porém sabemos que na véspera
da festa da Imaculada Conceição, 7 de Dezembro, esteve a ler aos
jovens, em Santa Isabel, o modo de rezar o terço, pois foi essa a intenção
com que o escreveu: ajudar os outros a rezá-lo.
Imagem actual da igreja do Patronato de Santa Isabel.
Nesta igreja de Santa Isabel costumava entrar todas as manhãs um
homem ainda novo. Era ”Juan, o leiteiro”, que S. Josemaria recordou em
alguns dos seus escritos. Este vendedor de leite era um homem esperto,
de grande piedade eucarística, muito querido no bairro, muito simpático,
que gaguejava um pouco ao falar; vinha da Ponte de Vallecas e
cumprimentava todos os dias Nosso Senhor nesse lugar dizendo-lhe:
“Jesus, está aqui Juan, o leiteiro”.
Juan vinha todos os dias
desde a Ponte de Vallecas,
com o seu burro carregado
com dois cântaros de leite e
uma manta para a chuva.
Fazia o percurso, vendendo
leite às freguesas.
Terminava o percurso
descendo pela rua de Santa
Isabel. Aproximava-se do
convento e deixava um
pequeno cântaro de leite de
três ou quatro litros. No
regresso, cumprimentava o
Senhor no Sacrário, da
porta, com os seus cântaros
vazios, com o consequente
estrondo, que S. Josemaria
escutava no confessionário,
por estar muito perto da
porta. Juan, o leiteiro, cumprimentava todos os dias
oSenhor, da porta da igreja, dizendo-Lhe: “Jesus,
está aqui Juan, o leiteiro”

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