Alemanha
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Alemanha
CONFISSÕES RELIGIOSAS ● Cristãos 70.7% Católicos 31.3% / Orthodox 1.4% / Protestantes 38% ● Agnósticos/Ateus 24.2% ● Muçulmanos 4.4% ● Outros 0.5% SUPERFÍCIE 357,002 Km² POPULAÇÃO 82,056,775 DESALOJADOS 571,684 REFUGIADOS--- Na República Federal da Alemanha, as igrejas e as organizações religiosas são fundadas com base nos rendimentos fiscais. Os cidadãos contribuem com uma percentagem do seu imposto sobre o rendimento, apoiando o grupo a que pertencem oficialmente. Os que não pertencem a qualquer grupo religioso estão autorizados a atribuir a sua percentagem de imposto a causas civis. Nestes casos não há indicação nos seus bilhetes de identidade do trabalho sobre a pertença a qualquer associação. ALEMANHA ALEMANHA Intolerância e discriminação contra os cristãos O Observatório da Intolerância e Discriminação contra os Cristãos publicou o seu relatório a 19 de Março de 2012,1 apresentando uma lista de situações graves de discriminação em países europeus. Por exemplo, em Março, na Alemanha, uma mãe de doze filhos, Irene Wiens, foi detida durante quarenta e três dias depois de se ter recusado a inscrever os seus filhos em aulas de educação sexual, que tanto ela como o marido consideravam indecentes. O caso foi apresentado ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. O mesmo relatório descreve sete casos de profanação de cemitérios entre Maio e Outubro de 2011 – em Velen, Schönau, Niedereschach, Westerkappeln, Essen, Ostbevern e Mülheim, enquanto foram cometidos nove actos de vandalismo contra locais de culto entre Abril e Novembro de 2011 – em Reinbek, Neumuenster, Heidelberg, Ascheberg, Kallenhardt, Rüthen, Vohwinkel e Munique. Em Frankfurt, a procissão de Sexta-feira Santa da comunidade católica croata foi interrompida por um protesto repentino da juventude do Partido Verde contra a proibição de dançar (que existe no estado federal de Hesse) em certas festividades religiosas. Além disso, a 21 de Agosto de 2011, em Wassenberg-Myhl, uma representação da crucificação de Jesus Cristo foi pintada de preto, enquanto em Setembro de 2011 um grupo de ateus radicais colocou um vídeo no YouTube mostrando vários crucifixos a serem violentamente destruídos durante a visita do Papa Bento XVI à Alemanha. Minorias religiosas Os muçulmanos na Alemanha gozam de grande liberdade na prática da sua religião. Contudo, a sua integração total na sociedade alemã permanece um problema. Tal como noutros países ocidentais com comunidades imigrantes de muçulmanos, existe um debate contínuo na Alemanha sobre o modo de vestir islâmico, sobretudo o das mulheres. A questão é se é legítimo proibir lenços de cabeça ou pelo menos roupas que cubram a face em locais públicos ou em instituições públicas (como por exemplo escolas, universidades, gabinetes governamentais) aos estudantes, trabalhadores e funcionários públicos. www.intoleranceagainstchristians.eu/publications/report-2011.html 1 19 ALEMANHA 20 Um exemplo deste conflito é a lei do estado federal de Hesse, que desde o início de 2011 proibiu os representantes oficiais e trabalhadores da administração pública de usarem o véu total, conhecido como niqab ou burqa, no local de trabalho.2 “Mantêm-se certas áreas onde a lei e as práticas islâmicas e outras práticas tradicionais entram em conflito, incluindo o chamamento para a oração, o ritual de abate halal ou kosher, e a segregação dos rapazes e raparigas mais velhos durante as aulas de ginástica. Os rituais de abate entram em conflito com as leis de protecção dos animais, embora haja disposições legais para isenções.”3 Num incidente separado, por exemplo, certos grupos e indivíduos críticos do Islão político organizaram protestos em Colónia contra a construção de uma mesquita financiada pela Turquia.4 Diversos líderes muçulmanos protestaram contra o pedido feito pelo ministro do Interior Hans-Peter Friedrich, solicitando-lhes que erradiquem o extremismo disponibilizando informação sobre as actividades que ocorrem nas mesquitas. O debate, que desde 2006 tem ocorrido no quadro da Conferência Alemanha-Islão patrocinada pelo Ministério do Interior, tornou-se extremamente difícil devido à recusa das comunidades islâmicas em colaborar no processo de redução da radicalização e às desculpas por elas apresentadas. Essas desculpas incluem as palavras ditas pelo próprio ministro, quando na sua primeira conferência de imprensa como ministro afirmou: “Dizer que o Islão tem lugar na Alemanha não é um facto apoiado pela História.”5 Volker Kauder, líder da facção parlamentar dos Democratas Cristãos alemães (CDU), é um dos políticos na Alemanha que se mostra comprometido com os cristãos perseguidos no mundo. Mas também luta pelo direito à liberdade religiosa para todas as comunidades religiosas. Em Agosto defendeu o direito de os muçulmanos construírem mesquitas na Alemanha: “Os que falam de liberdade religiosa devem abrir o espaço a outras religiões.” Anteriormente nesse ano tinha causado controvérsia quando argumentou que, embora os muçulmanos pertençam à Alemanha e gozem dos seus direitos plenos enquanto cidadãos do Estado, o Islão não pertence à Alemanha no sentido de que não fez parte da tradição e identidade da Alemanha. Foram perpetrados actos de violência contra minorias religiosas na Alemanha por alguns grupos e indivíduos, com uma tendência para aumentarem os actos dirigidos à comunidade judaica. Em Fevereiro de 2011, um rapaz alemão de 15 anos de idade foi condenado por ter participado num ataque a diversas crianças judias em Hannover. Este episódio envolveu muitas crianças de origem árabe que participavam num festival de arte realizado em 2010 e que gritaram slogans antisemitas, atirando gravilha contra um grupo de crianças judias que representavam danças tradicionais.6 O grupo de atacantes de origem árabe, identificados mas não acusados pela polícia, incluía três menores e um deficiente de 19 anos de idade, por isso, o rapaz alemão foi o único a ir a julgamento perante o tribunal penal.7 2 www.bbc.co.uk/news/world-europe-13038095 3 U.S. Department of State – International Religious Freedom Report for 2011 4 www.german-times.com/index.php?option=com_content&task=view&id=3725&Itemid=86 5 guardian.co.uk, 4 de Março de 2011 6 www.bbc.co.uk/news/10406344 7 Deutsche Presse-Agentur, 7 de Fevereiro de 2011