Museu do Brinquedo de Sintra

Transcrição

Museu do Brinquedo de Sintra
setembro 2004
13
> IPM – Novos desafios
> Lei Quadro dos Museus
Boletim trimestral da Rede Portuguesa de Museus
[ editorial ] É com grande regozijo que
IPM – Novos Desafios
destacamos no presente Boletim a publicação da Lei Quadro dos Museus Portugueses,
A publicação da Lei Quadro dos Museus Portugueses (Lei nº 47/2004)
acontecimento que marca indubitavelmente
no Diário da República de 19 de Agosto completa a primeira etapa
de Projecto Rede Portuguesa
a rentrée museológica e vem concretizar
de um longo percurso que tem por objectivo reforçar a valorização
de Museus
aspirações antigas dos profissionais dos
e a qualificação dos museus, assegurar a salvaguarda e a fruição
> Reapreciação de candidaturas
museus em Portugal.
pública do património à sua guarda, incentivar a formação e o reco-
de museus em processo de adesão
Preparada com base no conhecimento da
nhecimento profissional de quantos neles trabalham.
realidade museológica do país, na expe-
A sua aprovação, por unanimidade, na Assembleia da República,
riência recente desenvolvida pelo IPM de
espelha a oportunidade da sua apresentação, constitui reconheci-
criação da RPM e na atenção às orientações
mento da sua valia técnica e normativa e valoriza a forma participada
internacionais, a Lei n.º 47/2004, de 19
como o texto legislativo foi elaborado.
de Agosto, vem ombrear com as suas con-
As disposições contidas na Lei Quadro determinam a necessidade
géneres europeias, beneficiando da expe-
de adaptações nos museus já existentes. Trata-se de um processo
riência adquirida de outros sistemas já
em que tutelas e equipas técnicas se devem envolver desde já, por
testados no plano museológico. Pela forma
forma a completarem esse período de adaptação em prazo tão
participada como decorreu a preparação
curto quanto possível.
> Inventário e Divulgação online do
da lei, em consequência do forte empe-
A Lei Quadro constitui também um referencial exigente e responsável
Património Cultural Móvel Nacional:
nhamento da Direcção do IPM e envol-
na criação de novos museus. Ao estabelecer um conjunto de pro-
por Paulo F. da Costa,
vendo representantes da APOM, do ICOM,
cedimentos a cumprir durante o processo de criação de novas uni-
Amélia Fernandes, Elsa G. Pinho,
da ANMP, directores de museus e docentes
(cont. na página 2)
Portugueses – Novos Conceitos
> Prorrogação da Estrutura
à RPM
> Candidaturas ao PAQM em 2004
> Centro de Documentação
da RPM: Catálogo online
> Centro de Documentação –
Destaques
> Subsídios para a elaboração
de um Programa de Conservação
Preventiva, por António Ponte
principais eixos de acção do IPM,
Inês C. Freitas
universitários, o resultado atingido espelha
> Notícias Museus RPM
> Outras Notícias
um normativo que se pretende adequado
à diversidade de situações em presença,
doravante norteadas pelos conceitos intro-
> Dissertações
> Encontros
duzidos pela lei, designadamente os de
museu e de colecção visitável.
(cont. na página 2)
APROVADA A LEI QUADRO
DOS MUSEUS PORTUGUESES
(continuação da página anterior)
O carácter exaustivo da lei vem promover mais rigor e
o estabelecimento de responsabilidades por parte dos
mais qualidade, quer para os museus, quer para o público,
museus e por parte do Estado. A sensibilização das entida-
e vem reforçar a divulgação, o acesso e a maior fruição
des de quem dependem os museus para os requisitos exi-
do património cultural. A institucionalização da RPM e
gíveis para a criação deste tipo de instituições, o impulso
de um sistema de credenciação de museus são elementos
de qualificação, de boas práticas e de modelos a seguir, e,
cruciais, potenciando a experiência em curso e introdu-
em última instância, a melhoria para o público serão outras
zindo uma futura figura axial: os núcleos de apoio.
consequências da Lei Quadro dos Museus Portugueses.
São ainda de salientar nesta lei as noções de colaboração
É, assim, num momento marcado por fortes desafios, como
e de parceria e o reforço da intervenção consultiva, median-
é sublinhado no texto de abertura pelo Director do Instituto
te a atribuição de competências a um órgão novo, o
Português de Museus, que se publica este número do Bole-
Conselho de Museus, que será criado em diploma próprio.
tim, pleno de notícias sobre a actividade dos museus e das
Para a RPM este novo quadro legislativo constituirá uma
entidades de que estes dependem.
possibilidade de capitalizar a experiência adquirida com
o projecto iniciado em 2000, através da institucionalização
Clara Camacho
de uma rede de museus com regras mais claras, visando
Coordenadora da Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus
(continuação da página anterior)
IPM – Novos desafios
dades museológicas, pretende-se fundamentar a sua
Ao IPM cabe agora um vasto conjunto de responsa-
efectiva necessidade, assegurar a sua viabilidade e
bilidades para as quais tem de assegurar capacidade
garantir desde logo a existência de condições para o
de resposta em tempo útil.
exercício pleno das funções que deve cumprir.
Desde logo a preparação do projecto de diploma que
Para o IPM, a aprovação deste diploma representa
cria o Conselho de Museus, órgão consultivo do
um passo essencial na estratégia de alargamento e
Ministro da Cultura, uma das peças legislativas que
consolidação das capacidades de apoio aos museus
complementa a Lei Quadro. Mas também a estrutura-
portugueses, independentemente da sua tutela.
ção do novo processo de credenciação de museus e
Passados os anos de arranque do Instituto, obrigatória
a revisão dos programas de apoio técnico e financeiro
e necessariamente direccionados para os processos
já existentes.
de qualificação dos museus nacionais, o IPM entrou
Não será descurada a questão da instalação de núcleos
numa nova fase de afirmação, a partir de 2000, com
de apoio a museus, instrumento essencial à concre-
a criação da Estrutura de Projecto Rede Portuguesa
tização de uma efectiva desconcentração, nesta área,
de Museus, numa iniciativa que se deve a Raquel
bem como a regulamentação ou definição de norma-
Henriques da Silva.
tivos previstos na Lei Quadro.
O trabalho desenvolvido pela Estrutura de Projecto
E para que todo esse novo quadro de atribuições possa
ao longo destes anos foi essencial, pela sua qualidade,
encontrar resposta no IPM, o Instituto tem de ser redi-
capacidade propositiva e permanente disponibilidade,
mensionado e redefinida a sua estrutura interna, por
para viabilizar a institucionalização da Rede Portugue-
forma a incorporar as novas responsabilidades e a
sa de Museus, cuja necessidade e oportunidade são
melhorar a capacidade de articulação com os museus
hoje amplamente reconhecidas pela comunidade
e suas tutelas, com as universidades e outras instituições
museológica.
de investigação e educação, com as federações e
2 | Boletim Trimestral
associações de amigos dos museus, com os mecenas,
É esta a nova etapa que agora encetamos, são estes
com as associações profissionais e sindicais, entre
os desafios com que o IPM se confrontará no futuro
outros intervenientes e parceiros cujo contributo é
mais próximo.
decisivo para levar a bom termo os objectivos antes
Manuel Bairrão Oleiro
apontados.
Director do IPM
Lei Quadro dos Museus Portugueses – Novos Conceitos
Das grandes linhas orientadoras da nova Lei Quadro dos
clarificar o panorama museológico, designadamente a
Museus Portugueses (Lei n.º 47/2004, de 19 e Agosto),
definição do conceito de museu e a introdução do
salientamos a introdução de conceitos que ajudarão a
conceito de colecção visitável. ❚
Museu
1. Uma instituição de carácter permanente, com ou sem personalidade jurídica, sem fins lucrativos,
dotada de uma estrutura organizacional que lhe permite:
a) garantir um destino unitário a um conjunto de bens culturais e valorizá-los através da investigação,
incorporação, inventário, documentação, conservação, interpretação, exposição e divulgação, com
objectivos científicos, educativos e lúdicos;
b) facultar acesso regular ao público e fomentar a democratização da cultura, a promoção da pessoa
e o desenvolvimento da sociedade.
2. Consideram-se museus as instituições, com diferentes designações, que apresentem as características
e cumpram as funções museológicas previstas na presente lei para o museu, ainda que o respectivo
acervo integre espécies vivas, tanto botânicas como zoológicas, testemunhos resultantes da
materialização de ideias, representações de realidades existentes ou virtuais, assim como bens de
património cultural imóvel, ambiental e paisagístico.
Lei-Quadro dos Museus Portugueses – Lei n.º 47/2004, Artigo 3.º
Colecção visitável
1. Considera-se colecção visitável o conjunto de bens culturais conservados por uma pessoa singular
ou por uma pessoa colectiva, pública ou privada, exposto publicamente em instalações especialmente
afectas a esse fim, mas que não reúna os meios que permitam o pleno desempenho das restantes
funções museológicas que a presente lei estabelece para o museu.
2. A colecção visitável é objecto de benefícios e de programas de apoio e de qualificação adequados
à sua natureza e dimensão através do Estado, das regiões autónomas e dos municípios, desde que
disponha de bens culturais inventariados nos termos do artigo 19.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de
Setembro.
3. Os programas referidos no número anterior são preferencialmente estabelecidos quando seja
assegurada a possibilidade de investigação, acesso e visita regular.
Lei-Quadro dos Museus Portugueses – Lei n.º 47/2004, Artigo 4.º
Rede Portuguesa de Museus | 3
Notícias RPM
Prorrogação da Estrutura de Projecto Rede Portuguesa
de Museus
A Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus,
qualificação de museus e promoção de acções de
criada na dependência do Instituto Português de
formação) foram cumpridas no período inicialmente
Museus pelo Despacho Conjunto n.º 616/2000, de
estipulado, tendo sido considerado determinante
17 de Maio de 2000, foi recentemente alvo de uma
garantir a continuidade das suas acções em prol dos
segunda prorrogação pelo Despacho Conjunto dos
museus que compõem esta Rede, actualmente cento
Ministros da Cultura e das Finanças n.º 455/2004, de
e vinte, e de outras entidades promotoras de projectos
6 de Julho, publicado no Diário da República, II Série,
de carácter museológico.
N.º 176, de 28 de Julho de 2004.
A prorrogação da Estrutura de Projecto por mais um
As atribuições cometidas a esta Estrutura de Projecto
ano foi essencial neste período em que está decorrer
no Despacho de criação (definição do modelo da
a revisão da lei orgânica do Instituto Português de
Rede Portuguesa de Museus; concepção e aplicação
Museus, que irá introduzir as atribuições relacionadas
do Regulamento de Adesão à RPM; criação e execu-
com a RPM e as resultantes da entrada em vigor da
ção de programas de apoio técnico e financeiro à
muito recente Lei Quadro dos Museus Portugueses. ❚
Reapreciação de candidaturas de museus em processo
de adesão à RPM
Foram reapreciadas as candidaturas de museus em pro-
(Procedimento 6-b do Regulamento de Adesão à RPM).
cesso de adesão à RPM, os quais, por falta de cum-
Foram quinze as candidaturas reapreciadas, seis apre-
primento de alguns quesitos essenciais, não estavam
sentadas no ano de 2001, oito em 2002 e uma em
em condições de integrar a Rede. Segundo o Regu-
2003, tendo apenas quatro museus aderido em pleno
lamento de Adesão à RPM, esta situação corresponde
à RPM na sequência da sua efectiva qualificação ou da
a casos em que «a entidade candidata não preenche os
sua abertura ao público durante o período referido.
parâmetros mínimos. Se a entidade pretender qualificar-
Foram remetidas Adendas aos relatórios de apreciação
-se de forma voluntária, de modo a preencher os parâmetros
das candidaturas daqueles museus às respectivas tutelas,
mínimos, poderá comprometer-se a fazê-lo ao longo de
incluindo a análise da situação actual e a decisão final
um processo de um ano. A entidade entra em “processo
relativamente à adesão à RPM.
de adesão à RPM”, podendo beneficiar das acções de
Os quatro museus que integraram a RPM, após homo-
formação e do aconselhamento técnico da RPM. Findo
logação do Ministro da Cultura em 14 de Junho pp.,
este período, a candidatura volta a ser apreciada.»
foram os seguintes:
• Museu do Brinquedo de Sintra (2002)
• Museu Pio XII (2001)
Fundação Arbués Moreira
Instituto de História e Arte Cristãs
Sintra
Braga
• Museu da Imagem em Movimento (2001)
• Museu do Traje de Viana do Castelo (2002)
Câmara Municipal de Leiria
Câmara Municipal de Viana do Castelo
Leiria
Viana do Castelo
O Museu do Brinquedo tinha ficado em processo de adesão
Estes museus beneficiaram de consultorias especializadas
à RPM por não cumprir o quesito fundamental de
ao abrigo do Programa de Apoio Técnico a Museus
inventário das suas vastas colecções, enquanto que o
promovido pela RPM em vertentes do trabalho
Museu da Imagem em Movimento, o Museu Pio XII e o
museológico que evidenciavam carências significativas e
Museu do Traje de Viana do Castelo ficaram nessa condição
que condicionavam a sua plena adesão.
por ainda se encontrarem em fase de instalação.
4 | Boletim Trimestral
Apoio Técnico
Museu
Museu do Brinquedo de Sintra
Área
Ano
Inventário e Documentação
2001/2002/2003
Museu da Imagem em Movimento
Museu Pio XII
Conservação Preventiva
2001/2003
Museu do Traje de Viana do Castelo
Conservação Preventiva
2002/2003
Programação Museológica
2003
Os museus em fase de instalação puderam beneficiar
do Programa de Apoio à Qualificação de Museus, tendo
ainda dos Programas de Apoio à Programação Museoló-
em conta que estas vertentes do trabalho museológico
gica e de Apoio à Investigação e ao Estudo de Colecções
são estruturais para o seu funcionamento.
Museu
PAQM
Programa
N.º Projectos/Ano
Museu da Imagem em Movimento
P.2 Investigação e Estudo de Colecções
1 em 2001/2 em 2002/1 em 2003
Museu Pio XII
P.2 Investigação e Estudo de Colecções
1 em 2001/1 em 2002
P.1 Programação Museológica
2 em 2002/1 em 2003
ra
Museu do Traje de Viana do Castelo
P.2 Investigação e Estudo de Colecções
1 em 2002
Os profissionais de alguns dos museus referidos também
fase de instalação e que, por conseguinte, não asseguram
participaram em acções de formação organizadas pela
inteiramente as condições necessárias à preservação e
RPM, o que contribuiu para a sua especialização, na
à divulgação das respectivas colecções.
perspectiva de um desempenho mais qualificado em
Com a adesão dos referidos quatro museus e a integração
áreas fundamentais do trabalho museológico.
na RPM do Museu Agrícola de Entre Douro e Minho e
Foram nove os museus que não entraram para a RPM
do Museu Nogueira da Silva no passado mês de Fevereiro,
por não terem conseguido cumprir, no período esti-
últimas candidaturas à adesão apresentadas, o número
pulado, os quesitos necessários e fundamentais à luz do
de museus que compõem a Rede ascendeu às cento e
Regulamento de Adesão à RPM. Também não integraram
vinte unidades, distribuídas pelas várias regiões do País
a RPM dois outros museus que ainda se encontram em
e de dependência tutelar diversificada.
Museus integrados na RPM por Tutela
Museus integrados na RPM por Região
N.º de Museus % de Museus
N.º de Museus
% de Museus
Região
Administração Central
36
30%
Açores
8
7%
Ministério da Cultura
28
22%
Alentejo
7
6%
3%
Tutela
Outros Ministérios e Organismos da Administração Central
3
3%
Algarve
4
E.P. ou S.A. de Capitais Públicos
2
2%
Centro
13
11%
Universidades Públicas
3
3%
Lisboa e Vale do tejo
41
34%
Administração Local
50
42%
Madeira
7
6%
33%
100%
Junta de Freguesia
47
39%
Norte
40
Ministério da Cultura
1
1%
Total
120
Ministério da Defesa
2
2%
Administração Regional
14
11%
Açores
8
6%
Madeira
6
5%
Privados
20
17%
Associações
5
4%
em curso a preparação do Regulamento e dos formu-
Fundações
9
8%
lários do novo sistema de credenciação à luz da Lei
Igreja Católica
4
3%
Misericórdias
2
2%
120
100%
Total
O sistema baseado no Regulamento de Adesão à Rede
Portuguesa de Museus foi suspenso em 29 de Maio
de 2003 por despacho do Ministro da Cultura, estando
Quadro dos Museus Portugueses, entretanto aprovada e
publicada: Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto. Na sequência
da regulamentação desta Lei Quadro, a abertura de
candidaturas ao novo sistema será oportunamente
publicitada. ❚
Rede Portuguesa de Museus | 5
Candidaturas ao PAQM em 2004
Foram cento e dez os projectos remetidos à RPM por
do Alentejo e do Algarve (7% dos museus em ambas).
parte de quarenta e dois museus cumprindo o prazo
É de assinalar mais uma vez a expressividade do núme-
limite (30 de Junho) para apresentação de candidaturas
ro de projectos apresentados na área da comunicação
ao PAQM – Programa de Apoio à Qualificação de Museus.
(P4.), que tem vindo a aumentar significativamente,
A administração local é a tutela que mais se destaca
revelando a crescente preocupação dos museus na qua-
na apresentação de candidaturas a este Programa,
lificação e na diversificação dos respectivos serviços pres-
correspondendo a 79% dos museus. 19% dos museus
tados aos públicos, quer no domínio da sua divulgação
são de tutelas privadas e, finalmente, apenas 2% dos
e das suas colecções, quer no âmbito dos seus serviços
museus são dependentes de empresas públicas. Os
educativos. O número de projectos em áreas do traba-
museus da região Norte evidenciam-se novamente na
lho museológico mais internas, como a conservação
apresentação de candidaturas (43 %), seguidos dos
(P3.) e a investigação (P2.), é muito aproximado, sen-
da região de Lisboa e Vale do Tejo (33 %), sendo
do de salientar a sua relativa flutuação ao longo dos
menos representadas as regiões do Centro (9,5%),
anos.
Distribuição dos projectos candidatados em 2004 ao PAQM:
P1. Programação Museológica
4
P2. Investigação e ao Estudo das Colecções
28
P3. Conservação Preventiva
29
P3.1. Aquisição de Equipamentos para a Conservação Preventiva
15
P3.2. Aquisição de Equipamentos para Reservas
8
P3.3. Aquisição de Serviços Especializados
6
P.4 Acções de Comunicação
48
P4.1. Acções de Acolhimento e de Comunicação
27
P4.2. Apoio a Projectos Educativos
21
Total de projectos candidatados
109
Projectos candidatados ao PAQM em 2001, 2002, 2003 e 2004:
PAQM
2001
2002
2003
2004
P1. Programação Museológica
6
7
8
4
P2. Investigação e Estudo das Colecções
19
27
26
28
P3. Conservação Preventiva
37
26
23
29
P.4 Acções de Comunicação
26
21
32
48
Total de projectos candidatados
88
81
89
109
Como estabelecido no Regulamento do Programa, a
respectivos apoios prevista para data subsequente, através
análise e a apreciação dos referidos projectos está a
da celebração de acordos de colaboração entre a Rede
decorrer até 30 de Setembro, estando a formalização dos
Portuguesa de Museus e as entidades beneficiárias. ❚
Centro de Documentação da RPM: Catálogo online
Encontra-se já disponível na página da Rede Portuguesa de Museus – http://www.rpmuseus-pt.org –,
no menu CD RPM, o catálogo do Centro de Documentação, através da opção Pesquisa no catálogo. A partir
dessa opção, o utilizador acede ao catálogo do fundo documental da Rede Portuguesa de Museus, que
integra fontes e recursos de informação especializados nas várias áreas de actuação dos museus. É ainda
possível marcar consultas ao Centro de Documentação, requisitar obras e solicitar pesquisas, bastando para
tal seleccionar, a partir do menu Pesquisa, a opção Pedidos de pesquisa, sugestões e empréstimos, com ligação
directa para o correio electrónico do Centro de Documentação.
6 | Boletim Trimestral
Centro de Documentação
As obras em destaque incidem sobre a Arquitectura de Museus.
correspondem, respectivamente às actas de um colóquio dedicado
A primeira obra apresenta soluções adoptadas em equipamentos
à especificidade da arquitectura de museus, organizado pelo
culturais do Reino Unido para assegurar a sua acessibilidade por
Museu Royal de Mariemont em 1998, e ao conjunto de comuni-
parte de públicos idosos ou deficientes. A segunda inclui a
cações apresentadas na Conferência Delivering a successful museum
contribuição de dez especialistas no que respeita à arquitectura
building realizada no mesmo ano, em Leeds. De cada uma das
de museus em contextos urbanos. Também com contributos de
obras salienta-se a respectiva referência bibliográfica e um resumo
vários especialistas, a terceira e quarta obras aqui referenciadas
sumário.
Destaques
TÍTULO: Access for disabled people to arts
premises: the journey sequence.
AUTOR: C. Wycliffe Noble, Geoffrey Lord
PUBLICAÇÃO: Amsterdam: Elsevier, 2004
DESC. FÍSICA: xxiii, 162 p.
ISBN: 0-7506-5779-0
Resumo: A obra documenta a integração de soluções de acessibilidade para
pessoas portadoras de deficiências e para idosos em catorze equipamentos
culturais do Reino Unido, incluindo museus, bibliotecas, teatros e galerias.
Profusamente ilustrada com fotografias e plantas, a obra regista a aplicação de
opções práticas que aliam o design e as características dos edifícios às soluções
de acessibilidade para a criação de edifícios inclusivos. O livro contém ainda
legislação, normas e bibliografia relevantes aplicadas a esta temática.
TÍTULO: The architecture of the museum:
symbolic structures, urban contexts.
AUTOR: ed. Michaela Giebelhausen
Resumo: Com a contribuição de vários especialistas das áreas da Arquitectura,
Museologia e História da Arte, esta obra estrutura-se em torno da função
simbólica e urbana do museu. Nos dez ensaios aqui reunidos, os autores
PUBLICAÇÃO: Manchester; New York:
Manchester University Press, 2003
reflectem sobre o museu no espaço urbano, sob as perspectivas da representação
cívica, da regeneração urbana, do turismo cultural e da própria cidade como
DESC. FÍSICA: 249 p.
COLECÇÃO: Critical perspectives in Art History
museu, recorrendo a estudos de caso de grande abrangência cronológica,
geográfica e temática, da Kunstkamera do Czar Pedro o Grande, em São
ISBN: 0-7190-5610-1
Petersburgo à cidade modernista de Brasília, à exploração do papel do museu
na cidade nas utopias literárias dos séculos XVII-XX.
TÍTULO: Architecture et musée: actes du colloque
organisé au Musée Royal de Mariemont
les 15 et 16 janvier 1998
PUBLICAÇÃO: Tournai: La Renaissance du Livre, 2001
DESC. FÍSICA: 249 p.
COLECÇÃO: L’esprit des choses
ISBN: 2-8046-0482-9
Resumo: De 15 a 16 de Janeiro de 1998, foi organizado pelo Museu Royal
de Mariemont (Bélgica) um Colóquio com o objectivo de reflectir sobre a
relação entre museu e arquitectura. Deve o museu-edifício ser de expressão
minimalista, sem influir sobre os objectos expostos ou, pelo contrário, deve
a arquitectura do museu ser, ela própria, uma obra de arte, mesmo que
interfira com as outras obras expostas? As actas do Colóquio publicadas
apresentam as reflexões em torno dessa questão central, com contributos
de arquitectos, museólogos, historiadores, críticos e gestores de arte.
TÍTULO: Delivering a successful museum building
Resumo: A obra reúne as comunicações apresentadas na Conferência Delivering
AUTORES: ed. May Cassar
a successful museum building realizada em Leeds, de 29 a 30 de Outubro de
PUBLICAÇÃO: Leeds: Armouries Drive, 1999
1998, organizada pela Royal Armouries e Museums and Galleries Commission,
DESC. FÍSICA: 82 p.
com o apoio de Institute for Conservation e de Museums Association (Reino
ISBN: 0-948092-35-1
Unido). Com o intuito de partilhar a experiência profissional na área da arquitectura de museus e face à importância dos museus na sociedade actual, o
livro aborda, de forma sistemática, os vários aspectos em acção durante a
concepção, a programação e a execução dos projectos arquitectónicos, desde
a relação entre cliente, arquitecto e restante equipa de projecto, à problemática
da conservação preventiva ou à relação estética-funcionalidade, passando
pelas questões de planificação e de calendarização dos projectos, contratos
e aquisição de materiais de construção.
Rede Portuguesa de Museus | 7
Artigo
Subsídios para a elaboração de um
Programa de Conservação Preventiva
António Ponte*
* Museu de Vila do Conde
nos propúnhamos no início do projecto, sentimos
a necessidade de os redefinir de acordo com a
seguinte formulação:
1. Criar uma linha de acção para intervenção
imediata
1.1. Assegurar o conhecimento dos materiais
que compõem as colecções
1.2. Identificar as patologias
1.3. Definir as prioridades no processo de intervenção
Um museu é hoje muito mais que uma mera exposição
ou aglomerado de objectos num determinado espaço.
Conscientes desse facto temos vindo, desde que
iniciámos a nossa acção no Museu de Vila do Conde,
a levar a cabo um conjunto de iniciativas que visam
a organização de um serviço administrativo e técnico
com a complexidade própria de um Museu da actuali-
2. Definir uma estratégia a médio e longo prazo
2.1. Plano de Segurança e Emergência com base
na legislação em vigor
(Resolução do Conselho de Ministros n.º 31/89)
2.2. Plano de Manutenção dos edifícios e das
colecções
dade, respeitando todas as linhas de acção que uma
2.3. Monitorização Ambiental
instituição deste género deve apresentar.
2.4. Espaços Técnicos – Reserva e Laboratório
Dentro dessa estratégia e depois de termos sido um dos
Museus a aderir à Rede Portuguesa de Museus, na 1.ª
Sentimos que durante este período desenvolvemos uma
fase de candidaturas, entendemos ser fundamental a
importante acção, nomeadamente ao consciencializar
elaboração de um documento que vise orientar a equipa
as pessoas para a importância deste trabalho. Consegui-
do Museu no campo da conservação preventiva.
mos envolver outros serviços da autarquia, tal como a
Assim, logo que foi possível, apresentámos uma
Divisão de Obras Municipais, que muitas vezes colabora
candidatura para financiamento deste projecto ao
connosco, ou mesmo o Serviço de Ambiente, no estudo
Programa de Qualificação de Museus da Rede
e monitorização ambiental exterior.
Portuguesa de Museus, o qual foi aprovado em 2001,
O desenvolvimento de um Programa de Conservação
tendo sido iniciada a sua execução em 2002.
Preventiva pressupõe um profundo conhecimento
Todavia, o evoluir deste trabalho motivou o ajustamento
dos materiais que compõem as colecções existentes,
dos objectivos previamente traçados, bem como alargou
a forma como estes actuam quando expostos a
o campo de acção deste estudo. Estamos conscientes de
determinados elementos, nomeadamente aos factores
que estes dois anos não foram suficientes para pôr em
de degradação mais conhecidos, tais como a poluição
prática as metodologias de trabalho ideais; foram, porém,
atmosférica, a temperatura ou a humidade relativa.
fundamentais para a consciencialização dos métodos e
Em muitas situações as diversidades materiais implicam
das práticas a implementar. Este não será, provavelmente,
que de uma forma consciente sejam assumidas posições
nunca um trabalho fechado. Procuraremos enriquecê-
intermédias, as quais podem responder aos diferentes
-lo sempre com novas informações e novos dados.
materiais sem colocar em risco a integridade dos
Assim, e depois de analisados os objectivos a que
objectos à guarda do Museu.
8 | Boletim Trimestral
Depois de se conhecerem os materiais deve-se
proceder à inspecção das colecções no sentido de
identificar as patologias. Todavia, para além da
análise dos materiais deve-se proceder à vistoria dos
nossos edifícios, pois estes podem ser os meios de
infecção dos objectos.
Deve-se também proceder à investigação dos
materiais e das formas de construção, pois estas
informações podem ser preciosas para explicarem
alguns dos problemas que nos surgem no dia a dia.
Sempre que a equipa do Museu não possua conhe-
Após o trabalho de sistematização de diagnóstico,
cimentos específicos para desenvolver alguns destes
estruturam-se os dados em gráfico para que se possam
estudos deve, no caso dos Museus Municipais, recorrer
definir qualitativa e quantitativamente quais as prio-
aos serviços técnicos da autarquia para apoiarem estas
ridades de intervenção a curto prazo.
análises, ou quando isso não for possível dever-se-á
Após esta primeira fase de trabalho, deve-se definir uma
solicitar este apoio no exterior.
estratégia de acção a médio e longo prazo.
O estudo das colecções deve pressupor o seu enquadra-
A médio prazo devemos considerar as intervenções nas
mento e dar resposta a um conjunto de questões tais
estruturas dos edifícios, quando o seu estado actual não
como: de que época são os objectos, de que tipo, de
coloca em risco a preservação das colecções, quando é
onde vêm, que utilização tiveram na sua vida útil,
necessário corrigir erros de construção não muito graves.
de que forma chegaram ao Museu, qual o seu actual
Amadurecida a questão da conservação preventiva,
estado de conservação.
cedo se chegou à conclusão de que qualquer estratégia
Respondendo a estas questões e a outras que se podem
que não incluísse um Plano de Segurança e Emer-
colocar poderemos chegar a um diagnóstico de situação
gência carecia de sustentação e seria um fracasso,
mais fiável. À medida que vamos analisando o acervo
não obedecendo aos princípios da protecção susten-
podemos ir identificando as patologias existentes, as
tada do património. Este problema coloca-se a dois
quais merecerão numa segunda fase uma análise mais
níveis: os furtos e os incêndios.
profunda e um tratamento estatístico de forma a chegar
O fogo é um poderosíssimo, senão o mais poderoso,
a um conhecimento mais rigoroso do verdadeiro estado
agente de degradação. Assim, numa perspectiva de
da colecção. Com este trabalho podemos, como re-
análise e de gestão de risco, devem-se examinar todas
ferimos, ir detectando algumas patologias, das quais
as situações de risco. Deve-se proceder ao levantamento
destacamos os seguintes exemplos:
exaustivo de todas as condições existentes e ausentes
– Actividade de insectos xilófagos nas madeiras;
do museu face à legislação em vigor, nomeadamente
– Colonização de microorganismos tipo fungos;
quanto à segurança contra e em caso de incêndio.
– Eflorescências de sais solúveis;
Devem ser contactadas as estruturas da Protecção Civil
– Acidificação de fibras de suporte;
locais, para que se partilhem objectivos, se calendarizem
– Corrosão de metais;
inspecções para identificação de lacunas de equipa-
– Oxidificação dos vernizes das policromias e respectivo
mentos e procedimentos, para programação de acções
obscurecimento e obliteração.
de formação e instrução para pessoal afecto ao Museu
Por outro lado este conhecimento permite-nos ir
e acções de simulação para testes de recursos e
organizando acções de formação para o pessoal do
competências, devendo ainda ser definidas rotinas de
Museu, formando-o tanto para a detecção, como
manutenção.
para o tratamento destas patologias, assim como a
Dever-se-á dar especial ênfase à prevenção para
limpeza dos materiais do acervo.
reduzir ao máximo o risco de eclosão de incêndio,
Rede Portuguesa de Museus | 9
tentando obviar a intervenção dos bombeiros, sem
Consideramos também fundamental a existência no
prejuízo de uma estratégia de detecção, alarme e
Museu de uma área que denominamos de pré-reserva,
combate a qualquer sinistro. O conhecimento pro-
local que se destina à climatização dos materiais antes
fundo dos materiais que constituem as diversas
de saírem para exposições temporárias, no Museu ou
colecções e o estado em que se encontram serão
fora deste, e para o mesmo processo antes de entrarem
óptimas ferramentas de auxílio à definição de um
definitivamente na reserva. Este espaço destina-se
Plano de Emergência, à tomada de decisão quanto
também ao embalamento dos materiais que sairão
ao que fazer em caso de evacuação e quanto aos
do Museu para cedências temporárias, sendo frequen-
procedimentos após um eventual sinistro.
tado pelo pessoal do Museu e por eventuais funcio-
Em coerência de raciocínio deverão ser observados sob
nários de empresas transportadoras. Deverá ter estrutu-
os mesmos critérios outros riscos como de inundação,
ras de acondicionamento dos diferentes materiais que
terramoto, maremoto, roubo e vandalismo.
compõem as diversas colecções. Não necessitará de
A par dos estudos de segurança é de referir a neces-
materiais tão específicos uma vez que se destina a
sidade de se proceder à monitorização ambiental de
uma utilização temporária por cada peça.
duas formas. Por um lado, devemos analisar o ambiente
no interior dos diferentes espaços do Museu para a
partir daí definirmos procedimentos. No entanto,
devemos ainda, antes disso, analisar o ambiente geral
do espaço exterior onde se localiza o Museu. O fluxo
de trânsito nas imediações do nosso edifício, a profusão
industrial na área de localização do Museu, bem como
todas as condicionantes ao ambiente geral exterior.
É importante aferir a adequação dos espaços às naturezas
e vulnerabilidades das colecções neles inseridas.
Mais uma vez consideramos fundamental, sempre que
Dentro deste serviço técnico do Museu, o laboratório
possível, nos museus Municipais, o estabelecimento
de conservação e restauro é também fundamental.
de parcerias com outros serviços municipais, nomea-
Depois de termos o conhecimento da colecção, das
damente na área do ambiente, os quais terão sistema-
suas patologias e deficiências, depois de termos
tizadas as informações que necessitamos para estabele-
identificado os serviços que serão efectuados pelo
cermos os procedimentos a tomar no Museu.
pessoal do Museu, estamos em condições de definir
Como referimos anteriormente, o pessoal do Museu
qual a área que necessitamos para laboratório, bem
deverá também neste domínio beneficiar de forma-
como o equipamento necessário para essas acções.
ção para dar resposta às necessidades de controle
Não poderemos deixar de agradecer a colaboração
ambiental do museu e das suas colecções.
da empresa Consertarte, a qual foi nossa consultora
Depois de estudados os diferentes factores de degra-
no desenvolvimento deste trabalho, indicando
dação dos materiais, sistematizadas as respostas que
muitas vezes os melhores caminhos para o desenvol-
devemos ter para cada situação, devemos colocar os
vimento deste estudo, sistematizando as necessi-
materiais em segurança, tanto em exposição como em
dades, referindo ainda as principais áreas onde deve-
reserva.
mos investir na formação de pessoal neste domínio,
A reserva deverá permitir que os objectos permane-
pois o Museu deve ter consciência das suas limita-
çam em boas condições de segurança e de estabili-
ções, não devendo hesitar em solicitar serviços ao
dade, tanto do ponto de vista ambiental como de
exterior sempre que estes ultrapassem as suas
armazenamento, daí ser necessário dispor de diferen-
competências.
tes mecanismos de armazenamento.
10 | Boletim Trimestral
Agosto de 2004 ❚
Inventário e Divulgação online
do Património Cultural Móvel Nacional:
principais eixos de acção do IPM
* Direcção de Serviços de Inventário
Paulo F. da Costa*, Elsa G. Pinho*, Inês C. Freitas*, Amélia Fernandes**
do IPM.
** Divisão de Divulgação do IPM.
MATRIZ: Informatização dos Inventários
capitalização de conhecimentos, do que decorre
A criação do Instituto Português de Museus, em
uma evidente optimização de recursos e uma renta-
1991, teve como objectivo fundamental a estrutu-
bilização de procedimentos de gestão dos bens patri-
ração de um quadro institucional que permitisse
moniais móveis. O Programa viu igualmente refor-
ao conjunto de 29 Museus que hoje tutela moder-
çada a sua componente multimédia, permitindo a
nizarem-se em todas as suas áreas para melhor
associação de registos vídeo e sonoros a uma peça,
cumprirem as suas funções, designadamente as de
para além, evidentemente, de registos fotográficos.
salvaguarda, valorização e divulgação das suas
Todas estas componentes contribuíram para que o
colecções. Neste contexto, o inventário, a digita-
MATRIZ se tenha tornado uma aplicação de
lização, a gestão e a divulgação do património cul-
referência do Ministério da Cultura com vista ao
tural móvel daqueles Museus, bem como dos
inventário, documentação e gestão do património
fundos documentais a ele associados, constituem
cultural móvel.
um eixo estrutural da missão do Instituto Português
Sendo um sector estruturante na actividade dos
de Museus.
museus, a digitalização dos inventários dos Museus
A origem dos projectos desenvolvidos pelo IPM no
no programa MATRIZ tem sido considerada como
âmbito da Sociedade da Informação remonta a 1993,
um projecto prioritário por parte do IPM. A importância
tendo-se traduzido na progressiva informatização
central atribuída a este sector decorre do facto de ele
dos Museus tutelados, e na concomitante implemen-
se encontrar a montante de todas as acções de divul-
tação do Programa Matriz com vista à digitalização
gação das colecções dos museus, quer elas se traduzam
dos inventários daqueles Museus.
na organização de exposições temporárias, na reorga-
Objecto de uma profunda reestruturação no contex-
nização de exposições permanentes e de reservas,
to do trabalho desenvolvido entre os Serviços Cen-
quer na produção de roteiros e de catálogos, e,
trais e os Museus IPM, aquele software veio a dar
evidentemente, na própria divulgação das colecções
lugar, em 2000, ao Programa MATRIZ – Inventário
no motor de pesquisa MatrizNet.
e Gestão de Colecções Museológicas, o que consti-
O indicador principal da importância atribuída pelo
tuiu um passo de particular importância no incre-
IPM ao sector da digitalização dos inventários revela-
mento da eficácia da gestão das colecções, designa-
-se nos recursos humanos e tecnológicos que a ele
damente no que respeita à circulação (interna e
têm vindo a ser afectos, visando o incremento da di-
externa) das peças dos Museus em contexto de orga-
gitalização desses inventários, quer no plano quanti-
nização de exposições e de gestão de reservas, depósi-
tativo, quer no plano qualitativo, e a sua consequente
tos, cedências temporárias, programação de interven-
disponibilização online.
ções de conservação e restauro, etc..
Com a disponibilização de tais ferramentas, o módulo
Normas e Boas Práticas para o Inventário
de Gestão de Colecções do MATRIZ constitui-se assim
A par da digitalização das colecções dos Museus que
em instrumento nodal de gestão da informação
tutela no MATRIZ, o IPM promove igualmente o
produzida (e partilhada) pelos vários sectores de
desenvolvimento e a publicação sistemática de títu-
actividade do museu, e, como tal, em factor de
los da colecção Normas de Inventário, com o objecRede Portuguesa de Museus | 11
tivo de divulgar procedimentos e boas práticas entre
Inventário Fotográfico Nacional
os museus do IPM, mas também junto de entidades
Sendo responsável pela salvaguarda do património
terceiras que desenvolvem os seus processos de
cultural móvel sob sua tutela, ao IPM compete
inventariação e digitalização de colecções. Trata-se de
igualmente a produção e gestão dos correspondentes
uma importante linha de actuação deste Instituto
registos fotográficos, que, no seu todo, configuram
procurando divulgar-se um standard de referência nesta
o Inventário Fotográfico Nacional (IFN), e cuja
matéria, consubstanciado na estrutura e concepção do
realização, preservação e divulgação obedecem a
Programa Matriz junto dos museus portugueses.
critérios da mais elevada exigência técnica.
Com estes objectivos, o IPM tem vindo a proceder
Em 2001, o IPM implementou um programa de
à publicação de Normas de Inventário para as áreas
digitalização, em alta resolução, dos bancos de
das Artes Plásticas e Artes decorativas (Normas Gerais,
imagem do IFN, tendo para tal sido concebido e
Cerâmica de Revestimento, Têxteis, Escultura e Mobiliário)
implementado um Sistema de Informação do
Etnologia (Alfaia Agrícola) e Arqueologia (Normas
Inventário Fotográfico Nacional (SI-IFN), de modo
Gerais). Encontra-se programada, até ao final de
a garantir o armazenamento, a salvaguarda e a
2004, a edição dos seguintes títulos para as áreas
gestão desses bancos de imagens segundo standards
das Artes Plásticas e Artes Decorativas: Pintura,
adoptados internacionalmente.
Cerâmica e Espólio Documental. Para as áreas de
Na sua articulação com a digitalização das colecções
Etnologia e Arqueologia serão também publicados,
dos museus, o programa de digitalização do Inven-
respectivamente, os títulos referentes a Tecnologia
tário Fotográfico Nacional tem-se revelado de parti-
Têxtil e Cerâmica, até ao final de 2004.
cular importância, permitindo uma mais célere in-
A publicação de Normas de Inventário pretende por
terligação entre a ficha científica de cada peça e o
um lado, constituir e difundir instrumentos visando
respectivo registo fotográfico de qualidade, e
boas práticas no âmbito do inventário, documentação
assegurando uma maior eficácia do estudo, divul-
e gestão de colecções, não apenas junto dos Museus
gação e gestão das colecções. Já em 2004, o programa
do IPM mas igualmente junto de entidades terceiras
de produção e de gestão de imagens digitais no
(utilizadoras ou não do Programa MATRIZ), que em
âmbito do SI-IFN foi alargado à documentação
número crescente têm contactado o IPM no sentido
fotográfica no espectro invisível (reflectografia de
de adopção dos métodos de trabalho definidos neste
infravermelhos e radiografia), o que constitui um
contexto para os museus que tutela. Por outro lado,
importante contributo para a mais eficiente produção
esta colecção de Normas de Inventário visa promover
de conhecimentos no contexto da História da Arte.
a reflexão e a divulgação do trabalho desenvolvido
Desde Julho de 2004, os Museus tutelados pelo IPM
pelos conservadores e técnicos dos Museus no âmbito
têm também acesso online à base de dados do SI-IFN,
da produção do conhecimento em torno das
no âmbito da implementação da Rede Corporativa
tipologias de colecções mais relevantes do património
Virtual (VPN) do IPM, encontrando-se projectada
móvel nacional, dando igualmente conta da mais
para breve o acesso público àquela mesma base de
recente literatura, nacional e internacional, de
dados a partir do Portal do IPM, assim abrindo
enquadramento daquelas mesmas colecções.
novas perspectivas de prestação do serviço público
Procurando ainda uma ampla divulgação de
de cedência de imagens.
recomendações em áreas específicas da documentação
e gestão de colecções, são também regularmente
Sistema de Informação sobre Bens Móveis
divulgados no Portal do IPM (www.ipmuseus.pt)
Classificados
formulários e demais instrumentos de enquadramento
O universo de bens culturais móveis classificados
com vista à mais eficiente gestão do património
pelo Estado Português, desde o início da década de
museológico.
1930, é actualmente constituído por cerca de 2.100
12 | Boletim Trimestral
registos de peças que integram maioritariamente as
resultados do trabalho em curso com vista à regula-
categorias de Pintura, Mobiliário, Escultura, Cerâmica,
mentação da Lei de Bases do Património no âmbito
Ourivesaria e Têxteis. À classificação destes bens,
dos bens móveis classificados e inventariados, é
pertencentes fundamentalmente a entidades privadas,
objectivo do IPM proceder à disponibilização pública,
singulares ou colectivas, foram aplicados, ao longo
no Portal do IPM, e nos termos da lei de protecção
do tempo, critérios muito díspares, que deverão ser
dos dados pessoais, da informação relativa a este
entendidos à luz das diferentes conjunturas sócio-
universo de bens armazenada e gerida no SI-BMCI.
-políticas e da legislação emanada pelos sucessivos
governos nacionais no âmbito da definição e
Disponibilização online do Património Nacional
salvaguarda do património cultural.
MatrizNet
Com a entrada em vigor da nova Lei de Bases do
Património Cultural (Lei N.º 107/2001, de 8 de
Setembro), que define duas formas de protecção
para o património móvel – inventariação e classificação, sendo que esta última contempla três níveis
distintos: bens de interesse nacional, de interesse
público e de interesse municipal – tornou-se necessário proceder a um estudo mais aturado do universo
conhecido e referenciado, tendo em vista a definição
de uma nova política de salvaguarda dos bens
Como corolário das três linhas de acção acima
móveis de valor museológico.
enunciadas – digitalização dos inventários dos
É no contexto deste quadro legal que o IPM procede
museus, digitalização do inventário fotográfico e
actualmente à revisão dos bens classificados de
divulgação de normas e boas práticas para o inven-
modo a integrá-los nos critérios de classificação
tário e gestão de colecções –, o Instituto Português
previstos na lei do património cultural e consequente-
de Museus desenvolveu, entre 2001 e 2002, o motor
mente a hierarquizá-los em função dos níveis de
de pesquisa MatrizNet: Colecções dos Museus IPM,
protecção existentes.
visando a divulgação online, livre de quaisquer
Entendida como uma prioridade no seio das compe-
restrições, das colecções de referência dos seus
tências do IPM, a documentação e gestão do uni-
Museus.
verso de bens móveis classificados assenta igual-
Acessível através do endereço www.matriznet.ipmuseus.pt,
mente no tratamento informatizado da totalidade
o MatrizNet consiste numa poderosa aplicação de
dos processos existentes. Para este fim, foi concebido
pesquisa online sobre as bases de dados do Programa
e desenvolvido em 2003 o Sistema de Informação
MATRIZ dos museus tutelados pelo IPM, sendo que
sobre Bens Móveis Classificados e Inventariados
a mesma disponibiliza actualmente registos de
(SI-BMCI). Trata-se de uma aplicação utilizada para
inventário relativos a um total de 30.000 peças das
digitalização e consulta, por parte dos Serviços
colecções dos Museus.
Centrais do IPM, dos registos relativos àquele
O MatrizNet pode ser consultado em dois perfis de
universo de bens, assumindo-se como o instrumento
utilizador (público e investigador), correspondendo
fundamental para a actualização daqueles registos,
estes perfis a informação mais ou menos aprofundada
bem como para o carregamento e gestão de processos
sobre uma mesma peça. O utilizador pode assim
entretanto desenvolvidos pelo IPM no âmbito das
realizar pesquisas nas colecções de um único museu,
suas competências relativas à Classificação e Inven-
ou, de modo transversal, por exemplo pesquisando
tariação do Património Cultural Móvel.
obras de um artista ou de um determinado período
Consideradas as suas atribuições orgânicas e os
histórico em vários museus. A pesquisa pode ser
Rede Portuguesa de Museus | 13
efectuada igualmente em duas línguas, Português e
de reforçar os instrumentos de comunicação e
Inglês.
informação ao público, tendo, até ao momento, sido
O MatrizNet vem concretizar uma prioridade definida
criados websites para 12 dos Museus tutelados pelo IPM.
pelo IPM na estruturação da política museológica
A produção de cada um dos sites é liderada directa-
para os museus por este tutelados, no âmbito do
mente pelos respectivos Museus, de acordo com
estudo e divulgação das suas colecções. Esta acção
um enquadramento global em termos de orientações
está integrada no Plano Nacional da Sociedade da
no âmbito da Sociedade de Informação, respon-
Informação, no que respeita ao incentivo à produção
dendo igualmente a uma estrutura comum de
de conteúdos digitais europeus para as redes mundiais
conteúdos e organização. Na definição da estrutura
e à Iniciativa Internet, no que se relaciona com a
básica apostou-se numa arquitectura que abarca as
digitalização e disponibilização livre e sistemática
áreas de actuação e de funcionamento comum a
de conteúdos públicos, designadamente de museus.
todos os museus. A principal opção fez-se a nível
A disponibilização gradual e progressiva de
da qualidade de informação dos websites e na sua
informação sobre as colecções constitui-se, deste
actualização de acordo com o ritmo de renovação
modo, como uma etapa natural do processo de
da programação dos museus.
investigação, revisão crítica e digitalização dos
A concepção e implementação de um website
inventários no Programa MATRIZ: Inventário e
constituíam áreas de saber e de trabalho relativa-
Gestão de Colecções Museológicas, dando a conhecer
mente virgens, que foi necessário estruturar de acor-
o trabalho realizado e procurando também desta
do com uma metodologia que permitiu concentrar
forma, uma ampla divulgação dos acervos dos
e maximizar numa base de benefício comum os
museus e do nosso património cultural.
esforços investidos de investigação e inovação. No
O MatrizNet veio materializar uma área fundamental
entanto, os resultados da aposta do IPM surtiram os
do trabalho desenvolvido pelo IPM, e em especial
seus resultados ainda em 2002, com a distinção do
pelos museus que tutela, pondo à disposição do
Website do Museu Nacional de Arqueologia com o
público em geral, estudantes, investigadores e
“Web d’art d’or” pelo F@imp2002, assim conferindo-
profissionais de museus, informação de inventário
-lhe o estatuto do melhor site do ano entre 37 concor-
e informação relativa a exposições, apresentada nos
rentes de instituições museológicas e patrimoniais
formatos de texto, imagem, vídeo e som.
de 16 países. Também o site do IPM foi incluído
Para além de constituir um instrumento único na
na selecção oficial do júri, tendo sido louvado pelos
promoção, a nível nacional e internacional, do
responsáveis do Festival o facto de o IPM considerar
património cultural móvel dos museus tutelados pelo
uma prioridade de programação a criação de sites
IPM, com recurso à utilização das novas tecnologias
autónomos para cada um dos museus tutelados.
de informação, o MatrizNet assume-se como um
Os sites baseiam-se numa arquitectura comum na
modo privilegiado na adequação dos modos de
qual transparece de imediato a missão, os conteúdos,
divulgação do património cultural móvel aos canais
os programas e as actividades do conjunto dos mu-
de comunicação da nova Sociedade da Informação.
seus, sem trair a identidade específica de cada um.
Reconhecíveis por uma arquitectura comum, todos
Websites dos Museus IPM
os sites construíram a sua identidade quer gráfica,
Num segundo plano, a disponibilização online de
quer de hierarquização e disponibilização de conteú-
informação relativa ao património cultural móvel
dos, quer de dinâmicas de comunicação e interacti-
nacional tem ainda uma expressão significativa na
vidade com os seus visitantes. Museus houve que
presença dos Museus do IPM na Internet, através dos
criaram produtos específicos para o website, como
seus próprios websites. O projecto de dotação dos
jogos infantis, fóruns de discussão ou projectos site-
Museus de sites autónomos insere-se numa estratégia
-specific. ❚
14 | Boletim Trimestral
Notícias Museus RPM*
* Notícias exclusivamente
baseadas em informações enviadas
Casa-Museu de Leal da Câmara
pelos Museus integrados na RPM
– Novas publicações
nos parece ser essencial mencionar o notável trabalho de
A Casa-Museu de Leal da Câmara coloca à disposição do
pormenor que lhe permite contextualizar o enredo, como,
público duas novas publicações: Quatro Contos
por exemplo, em A Casa de meu Pai; é também este
Tradicionais, de Ana de Castro Osório, ilustrados por
trabalho de pormenor que possibilitou a Leal da Câmara
Mestre Leal da Câmara, e o respectivo Caderno de Fichas
diversas recriações oníricas, que o reaproximaram do
de Trabalho. As obras foram editadas pela Câmara
universo infantil, como no caso, por demais evidente, das
Municipal de Sintra e financiadas pela Rede Portuguesa
célebres mãos em os Dez Anõezinhos da tia Verde-Água.
de Museus ao abrigo do Programa de Apoio à Qualificação
Mas estes contos vão mais além: apresentam, igualmente,
de Museus.
um Caderno de Fichas de Trabalho, destinado a professores
Quatro Contos Tradicionais junta dois nomes que importa
e animadores, tendo por base os quatro contos publicados,
realçar no contexto da Literatura e das Artes Plásticas do
com várias fichas de trabalho para cada um deles.
Portugal da primeira metade do século XX: a escritora
As fichas que acompanham esta edição não têm outro
Ana de Castro Osório e Leal da Câmara. Cheios de encanto,
propósito senão entreabrirem portas num universo de
os referidos contos constituem, por si só, hoje, um desafio
trabalho vastíssimo. Deverão ser encaradas como tal,
à capacidade de vivenciar o diferente e o excessivo que
como simples instrumentos passíveis de serem desenvol-
Leal da Câmara tão bem soube reflectir. Que outro artista
vidos e que poderão fornecer pistas no campo da leitura
se lembraria de ilustrar A Princesa Muda com aquela língua
dita lúdica. Nesta obra, são também contemplados diversos
desusada? Ou então, quem, de forma tão evidente, seria
graus de dificuldade, tendo em consideração os diversos
capaz de retratar a malvadez patente no olhar dos
níveis de compreensão insertos no universo infantil e,
elementos que compõem a temerária quadrilha de ladrões,
assim, abranger um leque, tão dilatado quando possível,
em a Esperteza dum Sacristão? Em todos eles, também
de jovens leitores. ❚
Ecomuseu Municipal do Seixal
– Ecomuseu reinstala mais serviços
a obras de recuperação, o imóvel dos Escritórios/antiga
na Mundet
Casa da Infância da fábrica Mundet, onde já funciona,
Ecomuseu Municipal do Seixal/CDI – António Silva, 1997
desde 1997, o Serviço de Inventário e Estudo de Património
Industrial do EMS, vai acolher em breve o Serviço
Educativo, o Centro de Documentação e Informação, o
Serviço de Exposições e de Design, a Área de Investigação
‘Moinhos de Maré’ e o Serviço Administrativo.
Assim, em 2005, a par das áreas de exposições (Edifícios
das Caldeiras Babcock e das Caldeiras de Cozer), o
Ecomuseu Municipal do Seixal ampliará os espaços da
Mundet acessíveis ao público, procurando requalificar o
funcionamento dos seus serviços centrais, distribuídos
Núcleo da Mundet – Imóvel n.º 84
por dois núcleos (Mundet e Quinta da Trindade), mas
(futuras instalações do núcleo sede do EMS)
concentrados na freguesia do Seixal. Na Quinta da Trindade
O EMS vai finalmente desactivar o Núcleo da Torre da
permanecem o Serviço de Conservação e Inventário Geral
Marinha (Núcleo Sede desde 1982) para instalar os res-
(que gere as Reservas), o Serviço de Arqueologia e a Área
pectivos serviços no Núcleo da Mundet, no Seixal. Sujeito
de Arquitectura e Património Cultural Imóvel do EMS.
Rede Portuguesa de Museus | 15
como foi prática comum até ao advento dos cemitérios
na Necrópole da Quinta de S. Pedro
públicos, em meados do séc. XIX. Para além do reco-
O Serviço de Arqueologia do Ecomuseu Municipal
nhecimento das práticas sociais associadas à morte, o
promove a partir do dia 6 de Setembro a 6.ª campanha
estudo antropológico desta série e dos vários ossários
de escavações arqueológicas na necrópole medieval-
dispersos, a cargo de uma equipa do Departamento de
-moderna da Quinta de S. Pedro (Corroios).
Antropologia da Universidade de Coimbra, permite-nos
Os trabalhos no sítio iniciaram-se em 1994, como medida
saber hoje muito mais sobre as características físicas, os
de emergência para minimizar o impacto de terrapla-
hábitos alimentares e vários indicadores sociais da
nagens para urbanização da propriedade agrícola,
população de Corroios no final da Idade Média e no
as quais atingiram a envolvente da antiga ermida de
início da Idade Moderna.
S. Pedro, colocando à vista vários enterramentos. A inves-
A intervenção arqueológica conta com o apoio do
tigação arqueológica subsequente levou já à exumação
Agrupamento de Corroios do Corpo Nacional de Escutas
de 86 homens, mulheres e crianças, sepultados no solo
e nela será possível a participação voluntária dos jovens
sagrado associado ao templo cristão entre a segunda
interessados, mediante inscrição prévia em ficha que
metade do séc. XIII e as primeiras décadas do séc. XVII,
deve ser solicitada aos serviços centrais do Ecomuseu. ❚
Ecomuseu Municipal do Seixal/CDI – Cézer Santos, 2002
– Nova campanha Arqueológica
Campanha arqueológica na Quinta de S. Pedro
(Corroios, Seixal)
Museu do Caramulo
– Amigos do Museu
– Doações de Ana Hatherly
Os Amigos do Museu do Caramulo são a aproximação
O Museu do Caramulo recebeu quatro novas doações
real ao museu e às suas actividades, assim como uma
que vieram enriquecer a sua colecção de arte moderna
forma de contribuição activa para o seu crescimento
e contemporânea. Estas doações são o resultado de
através da angariação de fundos.
uma política de crescimento, altamente qualificado,
A lista de vantagens dos Amigos do Museu inclui
do acervo do museu, que é integralmente constituído
pontos tão diversos como: entrada gratuita; oferta de
por doações. As quatro obras foram doadas pela
Cartão Amigos do Museu do Caramulo; desconto de
própria artista, Ana Hatherly. Tratam-se de duas pinturas
10% em todos os artigos da loja e da cafetaria; envio
a acrílico sobre cartão, de 1999, intituladas “Pavão
da Newsletter trimestral do Museu do Caramulo por
Negro”, um desenho a lápis sobre papel, de 1970 e
correio; envio de convites para todas as inaugurações
uma colagem de papel sobre papel, de 1997.
do Museu do Caramulo; envio de convites para o
Ana Hatherly já era doadora do Museu do Caramulo,
salão Motorclássico; actividades específicas para os
com uma peça em bronze e pedra, de 1946, da autoria
Amigos do Museu do Caramulo.
de António Duarte (1912-1998) intitulada “Cabeça
de navegador”. Além de artista e poetisa portuguesa
– Colecção Automóvel aumentada
com carreira internacional, Ana Hatherly é professora
A colecção automóvel do Museu do Caramulo foi
catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
reforçada com quatro novos automóveis. Além dos
da Universidade Nova de Lisboa e especialista em
veículos já expostos no museu, o público irá agora
literatura e cultura do período barroco. ❚
encontrar mais três Ferraris, o 400i, o 456 e o 308,
contemplando várias épocas da marca italiana. Além
dos Ferraris, deu também entrada na exposição
automóvel um AC desportivo de 1927. Ainda de
Informações e contactos
destacar o regresso do Pegaso de 1953, após ter estado
três anos na Suíça a ser restaurado.
16 | Boletim Trimestral
E-mail: [email protected]
www.museu-caramulo.net/amigos.htm
Olívia da Silva. Arquivo Fotográfico do MCE
Museu do Carro Eléctrico
– Projecto Histórias de Vida
mostrada aos públicos decompõe as memórias e
16 Massarelos resulta de um projecto de recolha de
apresenta os retratados nas suas facetas particulares.
história oral, baseado em experiências de vida e
Retratos que são meras interpretações de gostos e
vivências mundanas de antigos funcionários da empresa
caprichos, passados e presentes e que desafiam com
portuense, hoje intitulada Sociedade de Transportes
o outro a interpretação da sua própria história.
Colectivos do Porto S.A.
Dezasseis pessoas, dezasseis histórias e dezasseis
Histórias que o Museu do Carro Eléctrico, em parceria
fotografias compõem um todo, pois fora dessas janelas,
com o Núcleo Português do Museu da Pessoa,
onde a história é narrada em linguagem gestual,
procurou retratar e que se relacionam com momentos
verbalizam-se as ideias.
fundamentais da vida dos trabalhadores desta empresa.
O Museu do Carro Eléctrico, mediador de culturas e
Estes “contadores de histórias”, ao longo das suas
gerações, assumiu assim o seu papel de interveniente
conversas, predispuseram-se a partilhar as suas relações
junto dos seus públicos. A dimensão social e humana
de trabalho, o seu orgulho e a sua saída da vida activa.
deste projecto obriga à disponibilização destas
Ao valorizar a história e estórias de pessoas cujas
narrativas que ilustram uma população anónima que
experiências passaram pelos diversos serviços e espaços
também se empenhou em dar forma a um projecto.
da empresa nasce a imagem de cada contador. “Vai
à Janela” é o resultado do trabalho fotográfico que
Carla Dias
acompanhou todo o projecto. A imagem que é
Museu do Carro Eléctrico ❚
Museu Escolar de Marrazes
O Museu Escolar é o resultado de um projecto de escola,
um conjunto bibliográfico de manuais escolares e de
com o título – A Escola Através Dos Tempos, que teve
educação, desde meados do mesmo século, documen-
continuidade numa exposição permanente aberta ao
tação gráfica, mobiliário, equipamento, têxteis, iconografia.
público, na Freguesia de Marrazes, cidade de Leiria.
Neste momento, o Museu luta com a falta de espaço
Aquilo que foi uma simples iniciativa de professores é
para as suas reservas.
hoje um museu com horário normal de abertura, com
Foi a Junta de Freguesia de Marrazes que disponibilizou
exposição permanente distribuída por oito pequenas
instalações e equipamento para a criação do Museu,
salas, visitado sobretudo por grupos sénior organizados,
passando as colecções para a sua tutela, mediante
escolas de todos os graus de ensino e investigadores.
regulamento assinado entre as duas partes (Escola e
O sucesso do Museu resulta da sua temática, do trabalho
Junta). Este ano, em Maio, comemoraram-se sete anos
desde há doze anos a esta parte, de duas das suas
de abertura do Museu ao público.
fundadoras, dos amigos que começou a ter desde a
Além de visitas sempre guiadas, conforme o nível etário
primeira hora e dos muitos doadores, não só do
ou intelectual dos seus visitantes, tem o Museu uma sala
concelho de Leiria, mas de Norte a Sul do País, que,
onde as crianças experimentam as técnicas de escrita
através dos órgãos de informação ou depois de fazerem
usadas pelos seus avós e muitos destes revivem essas
uma visita, desejam doar tudo aquilo que se refere à
mesmas técnicas, com saudades da sua infância.
sua escolarização, dos seus antepassados ou do percurso
É principalmente durante a Primavera que decorrem outras
feito como professores.
actividades relacionadas com algumas comemorações:
As colecções do Museu contam com muitos milhares
Dia do aniversário (dirigido aos diferentes públicos, ora
de peças, englobando um arquivo com documentos
de adultos, ora de jovens, ou de uns e de outros); Dia
desde o século XIX e principalmente do Estado Novo,
Internacional de Museus (dirigido aos diferentes públicos);
Rede Portuguesa de Museus | 17
Dia da Literatura e Dia do Livro (este ano em parceria
atribuído ao Museu equipamento de conservação
com os utentes de um lar de idosos e crianças dos 5
preventiva. Com a RPM já foram assinados três proto-
aos 7 anos); Outros (em parceria com a Câmara
colos, os quais asseguram a 50% os honorários de dois
Municipal, Dia Mundial da Criança e Aldeia do Natal;
investigadores que estão a desenvolver estudos sobre a
em parceria com os Bombeiros Voluntários, actividades
História da Educação, um em Lisboa e outro em Leiria.
lúdicas e de aprendizagem dirigidas a crianças dos Jardins
Neste momento, a grande esperança da Tutela,
de Infância; presença na Expo-Criança em Santarém).
Fundadoras e Liga de Amigos do Museu é a concretização
É um grande esforço despendido, mas que compensa
do sonho sempre sonhado: A construção de um edifício
pelo êxito final.
de raiz para o Museu Escolar. O projecto está aprovado,
Esta instituição faz parte da lista dos primeiros museus
estando a decorrer os trâmites legais para se poder
aceites na Rede Portuguesa de Museus. Mesmo antes,
lançar a obra a concurso.
já a Liga de Amigos havia assinado um protocolo com
Fátima Salgueiro
o Instituto Português de Museus, mediante o qual foi
Presidente da Direcção do Museu Escolar
– Liga de Amigos do Museu Escolar
A Liga de Amigos do Museu Escolar, criada por escritura
em íntima relação com as duas autarquias locais, este
pública de 3 de Dezembro de 1997, que, com a Junta
é o reconhecimento pelo trabalho efectuado na ajuda
de Freguesia de Marrazes e a Câmara Municipal de
ao desenvolvimento e afirmação do Museu que tem
Leiria constitui a parceria para a gestão, sustentabilidade
sido a razão fundamental da sua acção.
e financiamento do Museu Escolar, acaba de ser
Além de ser uma classificação que lhe permite o acesso
declarada de utilidade pública por despacho do
a alguns possíveis financiamentos, como o mecenato,
Ministro Adjunto do Primeiro Ministro, de 8 de Junho
por exemplo, é, também, um grande estímulo e um
de 2004, publicado no D.R. n.º.145, II Série, de 22
estatuto de reconhecida credibilidade, que dá aos seus
do referido mês.
órgãos sociais mais força para continuar.
Sendo, ainda, uma instituição jovem que representa
Artur Pereira
a feliz e eficaz ligação da comunidade ao Museu Escolar
O Presidente da Liga de Amigos do Museu Escolar ❚
Museu Monográfico de Conímbriga
integrado na Rede “Europa Romana”
O projecto de criação de uma Rede Europeia de Museus
comunidades através da sua divulgação; promover o
Romanos foi promovido pelo Museo Nacional de Arte
acesso e a participação dos cidadãos na cultura romana
Romano de Mérida no âmbito do Programa Cultura
europeia através de novos instrumentos e tecnologias.
2000. São objectivos deste projecto: promover o
O Museu Monográfico de Conímbriga está integrado
conhecimento e o diálogo entre os museus romanos
nesta Rede Europeia de Museus, juntamente com
da Europa e entre os cidadãos da Europa; favorecer
outros museus europeus intimamente ligados ao
o intercâmbio entre os profissionais destes museus e
património cultural romano, nomeadamente: Musée
as associações cívicas de amigos dos museus; difundir
Saint-Raymond, Musée de L’Arles Antique, The Roman
um conhecimento especializado sobre o património
Baths Museum, Romisch-Germanisches Museum In Koln,
cultural e sensibilizar para a sua conservação e para
Muzeul de Istorie Nationala Si Arheologie Constanta,
a sua valorização; favorecer a criação de novas
Musei Dei Fori Imperiali, Museo Arqueológico Y Etnológico
experiências entre museus e centros romanos e
de Córdoba, Museo Nacional Arqueológico de Terragona
contribuir para o desenvolvimento económico dessas
e Museo Nacional de Arte Romano.
18 | Boletim Trimestral
Informações e contactos
Nos próximos dias 11 e 12 de Novembro de 2004
que fazem parte do projecto. Esta reunião intitulada
José Ramón Mélida S/N
decorrerá em Mérida, no Museo Nacional de Arte
Europa Romana. Museus Romanos na Europa incluirá
Romano, a primeira reunião organizada por esta Rede
uma visita a Mérida e ao Museu Nacional de Arte
de Museus, na qual se fará a apresentação dos museus
Romana e está aberta a todos os interessados. ❚
06800 – Mérida
Tel.: 0034 924311690-0034
0034 924311912
Fax: 0034 924302006
E-mail: [email protected]
www.mnar.es
Museu Municipal de Coruche
– Jornal da Exposição Permanente
No seguimento do trabalho de exploração pedagógica
De distribuição gratuita, este Jornal possui textos de
da exposição permanente que o Museu Municipal
enquadramento da exposição, o catálogo de peças,
tem vindo a desenvolver, dotando-se de materiais que
um conto que resume ficcionalmente a exposição e
potenciem o envolvimento dos mais diversos públicos
tem como enfoque um peddy-papper estruturado de
com a exposição (CD’s interactivos, Maleta pedagógica,
modo que a visita se possa tornar uma descoberta
etc.), surge agora o Jornal da Exposição.
constante. ❚
Museu Municipal de Portimão
– Seminário “Os Museus e o Património Náutico e Subaquático”
Teve lugar em Portimão, nos dias 18 e 19 de Junho
de Portimão e o seu recém-formado Núcleo de
de 2004, o Seminário “Os Museus e o Património
Arqueologia Náutica e Subaquática, o Projecto IPSSIIS,
Náutico e Subaquático”, numa organização da
o Grupo de Estudos Oceânicos-GEO, o Centro
Autarquia local, através do Museu Municipal de
Português de Actividades Subaquáticas-CPAS, a
Portimão, com apoio do programa INOVALGARVE.
Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas-
Estiveram presentes 175 participantes e 14 comunican-
-FPAS e o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e
tes, que procuraram reflectir e debater sobre 3 painéis
Subaquática-CNANS,
temáticos: 1 - Um Olhar sobre o Arade; 2 - Património
desenvolvendo o projecto ProArade 2001-2004.
Subaquático e Museologia; 3 - Museus e Património
Outras realidades e dimensões da investigação e
Náutico.
divulgação museológicas no domínio específico do
No conjunto das comunicações, foram abordados os
Património Náutico estiveram a cargo do Ecomuseu
diferentes contextos de investigação e de intervenção,
Municipal do Seixal, do Museu Etnográfico e
nacionais e internacionais, no âmbito do Património
Arqueológico Dr. Joaquim Manso, da Nazaré e do
Naútico e Subaquático, e o modo como estas áreas
Museu Municipal de Vila do Conde.
se podem e devem articular com o trabalho e as
Relativamente à temática dos Museus com vocação
actividades dos Museus, sendo de registar a capacidade
para a Arqueologia Subaquática, apresentaram-se as
de inovação e de interacção museológica que estas
experiências da Direcção Regional da Cultura dos
tipologias patrimoniais permitem e potenciam junto
Açores e do Museu do Mar de Cascais.
das comunidades locais e dos públicos em geral.
No plano internacional, dever-se-á destacar a
Na primeira parte dos trabalhos do Seminário estiveram
intervenção do Museu do Barco Viking, sediado em
em evidência os contextos arqueológicos subaquáticos
Roskilde, na Dinamarca, centrada no seu interessante
do rio Arade e os trabalhos aí desenvolvidos ao longo
e modelar programa museológico, o qual opera a
dos últimos 30 anos por várias entidades locais,
fusão entre a pesquisa subaquática, a construção naval,
regionais e nacionais, tais como o Museu Municipal
a reutilização comunitária das embarcações vikings,
que
desde
2001,
vem
Rede Portuguesa de Museus | 19
as actividades de formação e a integração de adultos
estruturação e demonstração do seu projecto de
evidenciando um excelente exemplo das potencialidades
pesquisa, salvaguarda e divulgação do património
da dimensão cultural e social do Museu.
arqueológico submerso, com especial incidência nas
Da Andaluzia foi apresentado o trabalho realizado
metodologias de criação de circuitos e percursos
pelo Centro de Arqueologia Subaquática de Cádiz, na
subaquáticos orientados.
Seminário “Os Museus e o Património Náutico e Subaquático”
Conclusões
1. A cultura flúvio-marítima e o património náutico e subaquático assumem cada vez mais no nosso país
um papel relevante na construção das memórias e da identidade colectiva das populações, merecendo
uma particular atenção por parte de todas as entidades envolvidas nestas tipologias patrimoniais.
2. Os museus, instituições de investigação, de conservação e de interpretação permanentes das sociedades,
são, no caso do património náutico e subaquático, lugares de excelência para o papel de mediação e
de animação cultural entre as comunidades e estes seus contextos históricos.
3. No caso do Rio Arade, os últimos 30 anos têm vindo a revelar e a trazer à superfície a extraordinária
riqueza e potencialidade arqueológica do seu espólio submerso, o qual justifica e exige um cuidadoso
olhar e acompanhamento.
4. Deste modo, qualquer acção intrusiva no leito do Rio, como no caso de dragagens ou de construções
portuárias, deverá de acordo com as disposições legais em vigor, ser antecedida de criteriosas medidas
de minimização do seu impacte ambiental e arqueológico, por parte do dono da obra, no caso vertente,
o Instituto dos Portos e Transportes Marítimos – IPTM.
5. O Património Náutico e Subaquático e a diversidade de modelos que a sua dinamização, fruição e
divulgação permitem, e patentes no Seminário de Portimão, constituem uma adicional mais-valia
ao serviço da oferta cultural das regiões e um factor da sua afirmação, promoção e desenvolvimento.
6. Os museus são parceiros privilegiados para o estabelecimento de projectos de investigação, parcerias,
protocolos de colaboração, públicos e privados e estratégias de sustentabilidade, na programação de
rotas e circuitos turístico-culturais inovadores e caracterizadores das referências e matrizes históricas,
das comunidades ribeirinhas e do seu território.
7. A salvaguarda e valorização destas tipologias patrimoniais potenciam factores de requalificação ambiental
e paisagística, constituindo instrumentos decisivos da coesão e evolução do tecido económico local. ❚
Obra do Museu Municipal de Portimão
– Cerimónia pública de lançamento da empreitada
No dia 27 de Agosto, decorreu a cerimónia de
representantes do Programa Operacional da Cultura, do
consignação e lançamento da obra da empreitada de
Director do Projecto do Museu de Portimão, da equipa
construção do Museu de Portimão, no edifício da Antiga
de Arquitectos, autores do Projecto, entre outras
Fábrica de Conservas Feu. Esta cerimónia contou com a
personalidades e convidados.
presença da Secretária de Estado das Artes e Espectáculos,
Na cerimónia, para além do Auto de Consignação à
em representação da Ministra da Cultura de Portugal,
empresa construtora, foi igualmente benzida a “Nova
do Ministro da Cultura do Brasil, do Presidente da Câmara
Pedra do Museu”, constituída por um bloco de granito
Municipal de Portimão, da Coordenadora da RPM, de
(Sienito de Monchique), onde foi colocada uma
20 | Boletim Trimestral
embalagem de uma lata de conservas, anteriormente
passado industrial e as novas funções museológicas.
produzida na Fábrica, no interior da qual foram despo-
Refira-se que o Museu Municipal de Portimão beneficia
sitados os documentos coligidos durante a cerimónia,
de financiamento do Programa Operacional da Cultura
assim como um excerto de um texto do escritor portimo-
(POC), estando prevista a sua abertura ao público em
nense Manuel Teixeira Gomes, retirado da sua obra
Maio de 2006. ❚
Regressos. O bloco será posteriormente integrado numa
das paredes da Fábrica/Museu, pretendendo-se deste
modo, sugerir simbolicamente a incorporação e a
integração de elementos locais do Património Natural
(granito) e do Património Cultural (lata de conserva,
documentos e texto) no próprio edifício do futuro Museu,
sublinhando deste modo a continuidade entre o seu
Museu da Quinta das Cruzes
– Orquestrofone
Orquestrofone
O Museu da Quinta das Cruzes possui nas suas
complexidade que permitirá recuperar uma peça rara
colecções um interessante instrumento musical – o
para o património regional e que aguarda uma solução
Orquestrofone, cujo valor museológico, advém não só
definitiva, de exposição permanente ao público, há
da raridade do objecto, mas também do seu interesse
mais de 20 anos.
do ponto de vista técnico e artístico.
A parte mecânica deste instrumento foi restaurada no
Este tipo de instrumento musical foi divulgado a partir
atelier de Marc Fournier, em França, em Agosto de
dos finais do século XIX e esteve, desde logo, vocacionado
1982. Porque já decorreram alguns anos e porque
para exibição pública em amplos espaços. O seu com-
este instrumento integra diferentes suportes materiais,
plexo mecanismo de funcionamento, encoberto por
alguns facilmente degradáveis, está em curso uma inter-
uma enorme caixa de madeira, cuja fachada era esculpida
venção de consolidação e conservação a cargo do técnico
como o pórtico de um templo laico, justificou o seu des-
Dinarte Machado.
(“Orgue de Fête Foraine”)
Fab. «Limonaire Frères»
1900, França
A 275 x C 240 cm
Aquisição, 1979
tino de «instrumento de feira» e de exploração comercial
N.º de inv. MQC 1977
Restauro realizado pela
técnica Maria José Guedes,
atelier ISOPO
da música. Nos dias de festa, nas praças, nas feiras era a
– Biblioteca/Centro de Documentação
grande sinfonia dos «orquestrions» que animavam os
A Biblioteca do Museu Quinta das Cruzes reúne um acervo
bailes populares, ao ritmo do «paso doble», da «polka»,
bibliográfico com conteúdos diversificados mas, essencial-
etc.
mente, versando temas relacionados com as artes decora-
A apresentação do Orquestrofone nos jardins do
tivas, história de arte, museologia, nas suas múltiplas fun-
Museu, no final do corrente ano, integrado num espaço
ções (conservação, restauro, comunicação/divulgação,
anexo ao novo projecto de criação de um serviço de
exposição, etc.), bem como ainda um núcleo dedicado
cafetaria que se encontra em fase final de construção,
à História da Madeira e à Cidade do Funchal. Este núcleo
constituirá um factor de divulgação e de dinamização
documental surge e foi crescendo com a necessidade de
deste espaço museológico.
informação sobre as colecções do próprio museu com
Presentemente, decorre no Museu o restauro da
vista ao seu estudo e inventariação.
estrutura de madeira policromada e respectivas
O fundo documental é constituído principalmente por
esculturas, sob a responsabilidade e orientação da
documentos impressos, dos quais se destacam as mo-
especialista de restauro Maria José Guedes, do Atelier
nografias e as publicações periódicas. Também possui algum
ISOPO (Funchal). Trata-se de um restauro de grande
material iconográfico. As monografias estão divididas em
Rede Portuguesa de Museus | 21
grandes classes, segundo a tabela da CDU (Classificação
de documentos, estando prevista, num futuro próximo,
Decimal Universal), Arte/Museologia/Conservação/Ourivesaria/
a pesquisa no catálogo automatizado (base de dados
Joalharia/Antiguidades/Cerâmica/Mobiliário/Têxteis/Estanhos/
informática Porbase).
Marfins/Património/ História da Madeira.
Decorrem ainda a classificação e indexação das espécies
Informações e contactos
Os serviços desta Biblioteca/Centro de Documentação
bibliográficas, mas é objectivo criar, com a brevidade
Museu da Quinta das Cruzes
dirigem-se a dois tipos de utilizadores: internos (técnicos
possível, um espaço próprio, adequado, com recursos
e colaboradores do Museu), externos (docentes, estu-
humanos e informáticos capazes de tornar a Biblioteca
dantes, investigadores). Presentemente, é disponibili-
mais funcional e mais exaustiva na informação que
Fax: 291 741 384
zada a consulta local de documentos e a reprodução
quer prestar aos seus utilizadores. ❚
E-mail: [email protected]
Calçada do Pico, n.º 1
9000-206 Funchal
Museu de São Roque
– Novo Projecto do Serviço Educativo Vamos Conhecer a Capela de S. João Baptista
Consciente da necessidade de alargar os seus serviços a
no âmbito do evento Festa no Chiado, bem como do
um público escolar mais vasto, o Museu de S. Roque
site da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa/Museu de
desenvolveu recentemente o projecto Vamos conhecer a
S. Roque.
Capela de S. João Baptista, especialmente vocacionado
Neste âmbito, oferece o Serviço Educativo do Museu de
para as crianças do primeiro ciclo do Ensino Básico, o
S. Roque as seguintes actividades:
qual se encontra a decorrer, desde Abril de 2004.
Atendendo à diversidade do acervo deste Museu, aos
Visitas Guiadas:
conteúdos programáticos do nível de ensino em questão
Visita à Capela de S. João Baptista e respectivo Tesouro,
e à sensibilidade das crianças às quais é dirigido o projecto,
conservado no Museu de S. Roque.
optou-se por centrar o mesmo no reinado de D. João V.
Trabalho, no Museu, com uma maleta pedagógica que
Assim, através do acervo do Museu e Igreja de S. Roque,
inclui um livro ilustrado (“A capela que veio de Roma”),
nomeadamente a partir da Capela de S. João Baptista e
uma maqueta 3D e fichas pedagógicas com jogos, espaços
respectivo Tesouro, apresentam-se, de forma descontraída,
para desenhos, colagens e questionários.
aspectos da História da Arte do século XVIII, tendo para
o efeito sido criada uma Maleta Pedagógica.
Ateliers temáticos, versando os seguintes conteúdos:
Com o apoio da Rede Portuguesa de Museus, foi possível
Os mosaicos são como os meus puzzles – Introdução à
contar com a colaboração do ilustrador Luís Costa,
arte do mosaico. Usando os painéis da Capela de S. João
responsável pelas ilustrações e arranjo gráfico do material,
Baptista como exemplo, as crianças constróem, em grupo,
da historiadora da arte Helena Mantas, autora do livro
um mosaico – por Vânia Toscano (Canteira).
ilustrado e conteúdos da maleta. O projecto é diariamente
Vamos conhecer os mármores – A partir da Capela de
acompanhado pelas monitoras Isabel Guedes, Helena
S. João Baptista procura-se explicar o que é o mármore,
Mantas e Magda Salvador.
os diferentes tipos que existem, quais os seus nomes,
Numa primeira fase, a divulgação do projecto foi efectuada
cores e origem. As crianças são convidadas a decorar
junto dos estabelecimentos de ensino, através do envio
pequenos objectos com pedras de cores variadas – por
prévio de um desdobrável informativo ilustrado, tendo,
Vânia Toscano (Canteira).
posteriormente, as monitoras visitado algumas das escolas,
Vamos conhecer as cores – As crianças entram em contacto
com vista à apresentação do projecto, o que possibilitou
com os materiais usados na Pintura, nomeadamente os
uma mais eficaz sensibilização para o programa em causa.
pigmentos. De uma forma simples mostra-se o que é a
Procedeu-se igualmente à divulgação do projecto através
cor – por Catarina Alarcão (Técnica de Restauro) e João
de parceria celebrada com o Centro Nacional de Cultura,
Nora (Artista Plástico). ❚
22 | Boletim Trimestral
Tel.: 291 740 670
Em Agenda
Ecomuseu Municipal do Seixal
– Exposições
fábrica, através dos registos irrepetíveis e singulares
Núcleo da Mundet
da fotógrafa Rosa Reis.
Circuito Museológico Industrial: documentar o passado,
projectar o futuro
– Serviço Educativo
Edifício das Caldeiras Babcock
Em Setembro, no âmbito das Jornadas Europeias do
Até Dezembro de 2004
Património, cujo tema é À Descoberta do Património
O Circuito Museológico Industrial é apresentado aos
Escondido, o Serviço Educativo convida o público juvenil
visitantes a par do núcleo expositivo de interpretação
e adulto e as famílias a participarem em duas visitas
do próprio espaço museológico e do equipamento
temáticas A pé pelo Seixal e Arrentela e Quinta da
conservado in situ que por décadas produziu o vapor
Trindade – património e história. No primeiro trimestre
necessário à fábrica.
do ano lectivo, a comunidade escolar é convidada a
Produzir a Pólvora em Vale de Milhaços
descobrir os núcleos urbanos antigos do Seixal e de
Edifício das Caldeiras de Cozer Cortiça
Arrentela, através das visitas temáticas A pé pelo Seixal
Até Dezembro de 2004
e A pé pela Arrentela e continuam as actividades a
Encerramento
A exposição descreve ao visitante o circuito da pólvora
bordo das embarcações tradicionais com as Descobertas
Segundas-feiras, feriados nacionais e
negra, licenciado e instalado em Vale de Milhaços a
matemáticas no bote de fragata Baía do Seixal. Realizam-
municipais
partir de 1894, assim como o ambiente e alguns
-se, ainda, as visitas temáticas Investigações arqueológicas
aspectos da vida dos trabalhadores da única fábrica
na Quinta de S. Pedro, no âmbito da nova campanha
do concelho. Esta fábrica comemorou o seu centenário
arqueológica de escavação da necrópole da Quinta
Educativo
em actividade, no ano de 1998, altura em que se deu
de S. Pedro.
Praceta Francisco Adolfo Coelho
início a um projecto de musealização em contexto
Para público juvenil e adulto e famílias, o Serviço
original de produção, tendo sido interrompida a sua
Educativo do EMS realiza passeios temáticos a bordo
actividade só em 2001. A exposição decorre do
das embarcações tradicionais intitulados Tripular uma
E-mail: [email protected]
importante espólio fotográfico do Ecomuseu constituído
embarcação tradicional e uma visita à nova exposição
www.cm-seixal.pt/ecomuseu
ao longo dos últimos anos de funcionamento da
do Núcleo Naval sobre Barcos, memórias do Tejo. ❚
Horários de Inverno (Outubro-Maio)
De 3.ª a 6.ª feira, das 9 às 12h e das
14 às 17h
Sábados e Domingos, das 14 às 17h
Informações e inscrições
Ecomuseu Municipal do Seixal/Serviço
Torre da Marinha, 2840-Seixal
Tel.: 21 227 62 90
Fax: 21 227 63 40
Museu do Brinquedo de Sintra
– Exposição
manual, pois é obrigada a resolver os problemas que
Jogos no Museu
lhe são apresentados.
11 de Setembro de 2004 a 30 de Janeiro de 2005
Todos os visitantes, dos mais pequenos aos mais velhos,
A exposição apresenta uma vasta colecção de jogos,
encontrarão algum jogo que lhes lembrará a sua infância
desde o final do século XIX até ao final do século XX,
e que os fará recordar bons momentos passados entre
pertencentes à Fundação Arbués Moreira e ao
a família e os amigos. ❚
coleccionador Frederico Cunha.
Desde sempre o jogo desenvolveu na criança o espírito
de equipa, ensinando-a a ganhar e, muito mais
importante, a perder. A vida é recriada nos jogos que
reproduzem ofícios, imitam a guerra, simulam modalidades desportivas e cenas do dia a dia. A criança desenvolve a inteligência, o desembaraço e a destreza
Rede Portuguesa de Museus | 23
Museu Calouste Gulbenkian
– Ciclo de conferências
Artes Decorativas Europeias no Séc. XVIII
carros de aparato em Paris e Roma na 1.ª Metade do
O Museu Calouste Gulbenkian apresenta no próximo
Século XVIII, por João Castel-Branco Pereira
mês de Novembro um ciclo de quatro conferências
23 de Novembro – Los Palacios de la Corona y la Real
dedicadas às Artes Decorativas Europeias no Século
Fabrica de Tapices de Madrid, por Concha Herrero Carretero
XVIII, no âmbito da sua actividade que privilegia temas
30 de Novembro – The Art of the Augsburg Goldsmith.
Museu Calouste Gulbenkian
de reflexão na área da História da Arte relacionadas
Economic power, artistic design and skilful mastery in
Avenida de Berna, 45A
com as próprias colecções.
the age of Late Baroque and Rococo, por Lorenz Seelig
9 de Novembro – Invention and Craftsmanship in
As conferências terão lugar às quartas-feiras, às 18 horas,
French Silver of the Rococo, por Peter Fuhring
no Auditório 3 do edifício sede da Fundação Calouste
E-mail: [email protected]
16 de Novembro – O Efémero Urbano. Cortejos e
Gulbenkian ❚
www.museu.gulbenkian.pt
Informações e contactos
1067-001 Lisboa
Tel.: 21 782 34 81 e 21 782 34 55/6/7
Fax: 21 782 30 32
Museu das Comunicações
– Serviço Educativo
participar nos seguintes ateliers: D. Genoveva na Casa do
Ano Lectivo 2004/2005
Futuro; Jogadas Filatélicas; Olha Quem Fala; Comunicar com
A Casa do Futuro está ao serviço das pessoas com
os 5 Sentidos.
necessidades especiais. Tem-se revelado um espaço único
O Serviço Pedagógico do Museu das Comunicações
de convergência tecnológica e, ao mesmo tempo, “serviço
preparou um conjunto de actividades contextualizadas
Informações e contactos
público”, onde o imaginário e o real se sobrepõem à
pelas necessidades dos planos curriculares de várias disci-
Museu das Comunicações
distância de um toque. Criar um espaço e um tempo de
plinas. O Serviço Pedagógico do Museu das Comuni-
interacção simultaneamente pedagógico e lúdico é o
cações está ao dispor dos Professores para planear a
grande objectivo dos ateliers do Museu das Comunicações.
visita de estudo mais adequada a cada matéria e grau
E-mail: [email protected]
A partir de Setembro, os mais pequenos vão poder
de escolaridade. ❚
www.fpc.pt
Rua do Instituto Universal, n.º 16
1200-225 Lisboa
Museu da Imprensa
– Exposições
Memórias Vivas da Imprensa
25 de Abril: 500 peças
Exposição permanente
Até 31 de Dezembro de 2004
VI PortoCartoon-World Festival
Esta mostra reúne mais de meio milhar de peças,
Até 31 de Outubro de 2004
nomeadamente provas censuradas do próprio 25 de
Este ano, o Festival foi subordinado ao tema “Desporto
Abril. A exposição engloba jornais e revistas, livros,
e Sociedade” em sintonia com o Euro 2004 e os Jogos
emblemas, moedas, medalhas, peças filatélicas, discos
Olímpicos de Atenas. Constituída por 226 cartoons,
e panfletos que reportam aos meses de ruptura e
o tema da exposição atraiu mais de 600 cartunistas de
dinamismo político-social que se seguiram à “revolução”.
todo o mundo, transformando-se num “Hino de Humor
O Museu Nacional da Imprensa procurou reunir não
ao desporto”. Esta exposição tem, neste momento,
só peças emblemáticas da iconografia “revolucionária”,
extensões em vários locais de grande circulação de
mas também os olhares e opiniões impressas dos que
pessoas na cidade do Porto: Shopping Via Catarina,
estavam contra o PREC (Processo Revolucionário Em
Campus S. João Shopping e estações de comboios de
Curso), designadamente algumas figuras do regime
Campanhã e S. Bento.
deposto.
24 | Boletim Trimestral
Tel.: 21 393 51 59
RevoluSAM
SAM denominada RevoluSAM. Constituída por 80
Até 31 de Dezembro de 2004
desenhos, esta é a primeira vez que as obras são
No âmbito dos 30 anos do 25 de Abril, está patente
expostas, numa homenagem do Museu a um dos mais
ao público no Museu Nacional da Imprensa uma
importantes cartunistas portugueses, nascido em Lisboa
mostra de desenhos originais do grande cartunista
há 80 anos. ❚
Museu de Penafiel
– Exposição
Rematamos esta evocação com uma nota sobre o hodierno
Pauzeiros, tamanqueiros, sapateiros & ofícios correlativos
fabrico industrial de paus para calçado, actividade florescente
Até 30 de Outubro
no vizinho concelho de Felgueiras, que veio não só substituir
Na sequência de anteriores acções, com esta mostra volta
o antigo fabrico manual dos modelos tradicionais, como
a ser abordada no museu a temática dos ofícios e indústrias,
desenvolveu diversas linhas de moderno calçado ortopédico,
numa perspectiva histórica e técnica, agora versando o
com forte procura no mercado internacional.
sector do calçado. Reparte-se por dois núcleos, um primeiro
No segundo núcleo apresenta-se documentação setecentista
dedicado ao fabrico do calçado de pau, executado tradi-
sobre o ofício de sapateiro, seguindo-se depois a recons-
cionalmente por pauzeiros e tamanqueiros, e o segundo
tituição de uma oficina de fabrico e reparação de calçado
voltado para o calçado de pele, obra de sapateiros.
de pele, com a chamada de atenção para algumas profissões
O percurso inicia-se com uma memória fotográfica do cal-
associadas, como a de gaspeadeira, essencial na preparação
çado de pau no Portugal dos anos sessenta, passando de-
do corte, e a de engraxador, figura característica do meio
pois a mostrar alguns exemplares fabricados na Galiza, que
urbano que garante a conservação quotidiana do calçado.
nos ligam à tradição europeia, para, em aproximação, focar
A última temática abordada prende-se com o associativismo
aspectos desta actividade em Penafiel, expondo-se docu-
de classe e a importância da intervenção sindical na
mentos setecentistas sobre do ofício e relatórios sobre o
organização e representação destes grupos profissionais.
estado desta indústria no último quartel do século XIX.
Apresenta-se a bandeira e espólio documental pertencente
Daqui partimos para o ciclo tecnológico do fabrico, desde
ao Sindicato do sector, com particular relevância para os
a procura das árvores próprias para fazer o pau, em paisagem
materiais da antiga Secção de Penafiel: o documento
ribeirinha, ao seu abate pelo pauzeiro, corte da madeira
fundador e o ficheiro de sócios.
por medida e elaboração do pau para os diferentes tipos
Esta exposição foi apenas possível pela colaboração de
de obra já na oficina, local de trabalho e processo que se
muitos penafidelenses que nos cederam o espólio
documenta em imagem e reconstitui com materiais originais.
apresentado e se dispuseram a retomar memórias e a
Passamos então à oficina do tamanqueiro, onde se mostra
recordar as suas profissões. Devemos também um
como ao pau era aplicado o corte em pele, confeccionando-
agradecimento ao Sindicato dos Trabalhadores do Calçado
-se assim os diferentes modelos presentes: tamancos de
do Distrito do Porto pelo empréstimo de espólio e ao
Horário
homens, socas de verniz para mulher e diferentes tipos de
Museu Nacional de Etnologia/Centro de Estudos de
Segunda a sexta-feira, 9h30-12h
chancas para homem e criança. Estas especialidades que
Etnologia pela cedência de imagens. A exposição conta
valeram aos fabricantes locais vários prémios nas exposições
com o apoio do Instituto Português de Museus/Rede
internacionais oitocentistas e a uma empresa em particular
Portuguesa de Museus, através do Programa de Apoio à
Informações e contactos
o privilégio de ser fornecedor da casa real, pelo que recebeu,
Qualificação de Museus.
Museu Municipal de Penafiel
para colocar à vista do público, as armas reais que se
O Serviço Educativo realiza visitas guiadas e acções de
expõem. A comercialização nos estabelecimentos da cidade
exploração temática no atelier experimental. Serão
e a presença das bancas de calçado de pau nas feiras penafi-
agendadas outras actividades para os diversos públicos.
Fax: 255 711 066
delenses completam este ciclo produtivo, hoje quase extinto
Teresa Soeiro
E-mail: [email protected]
no concelho.
Mostruário de calçado de pau,
miniatura em madeira
Artesão: António Ferreira Aires
Guichães, Irivo, Penafiel
e 14h-17h30; Sábado 9h30-12h30
Entrada gratuita
Rua Conde de Ferreira, s/n
4560-483 Penafiel
Tel.: 255 712 760
Directora do Museu Municipal de Penafiel ❚
Rede Portuguesa de Museus | 25
Museus Municipais de Sintra
– Serviço Educativo
Alunos da Pré-Primária e do 1.º Ciclo do Ensino Básico.
Foi com o propósito de criar um novo olhar sobre os
Jogos Tradicionais: Experimentação de alguns jogos
Museus Municipais que a Autarquia sintrense
tradicionais no espaço exterior da Casa-Museu de Leal
implementou o Serviço Educativo. Com o mote Ensinar
da Câmara, tais como: tracção à corda, arco e
a Brincar e a Brincar Aprender têm sido desenvolvidas
gancheta, barra do lenço, andas, corridas de sacos,
uma série de experiências, que embora tenham um
etc.. Público-alvo: Alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico.
carácter eminentemente pedagógico se inscrevem
Oficina de Experimentação de Sentidos: Criação de
num conceito mais alargado de educação não formal,
experiências sensoriais a partir de um quadro de Leal
uma vez que pretendem, antes de mais, propiciar
da Câmara. Público-alvo: Alunos da Pré-Primária e do
àqueles que visitam os museus um conjunto de
1º Ciclo do Ensino Básico.
actividades lúdicas que abrangem diversos níveis de
Tertúlia em Casa do Mestre Leal da Câmara: Recriação
ensino e que são capazes de, por si só, motivarem
histórica de uma reunião no atelier de Leal da Câmara.
outras aprendizagens.
Debate em torno de aspectos relacionados com a vida
Este Serviço começou por ter lugar de forma regular
e obra de Leal da Câmara e sua inserção no contexto
na Casa-Museu de Leal da Câmara prevendo-se, então,
sócio-político e cultural de Portugal no início do Séc.
o seu alargamento a outras unidades museológicas.
XX. Público-alvo: Alunos do Ensino Secundário.
Neste momento, estão criadas as condições internas
• Museu Anjos Teixeira
que possibilitam o alargamento das actividades ao
Maleta Pedagógica: Aspectos da vida e obra dos artistas
Museu Anjos Teixeira.
Mestres Pedro e Artur Anjos Teixeira.
Público-alvo: 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico.
Informações e contactos
Programa de Actividades 2004-2006
Oficina de Pintura e Modelagem “O Caminho do Criar”:
Serviço Educativo da Divisão
• Casa-Museu de Leal da Câmara
Espaço de reflexão, de criação e de experimentação,
de Museus
Livro Vivo: Reinterpretação/exploração no espaço da
na área da expressão plástica, tendo como ponto de
Casa-Museu dos contos “Os Dez Anõezinhos da Tia
partida as colecções escultórica e pictórica do museu.
Verde-Água “e “ A Casa de Meu Pai”, de Ana de Castro
Público-alvo: Alunos do 2.º e 3.º Ciclos do Ensino
Tel.: 21 923 61 44/45/46/47
Osório e ilustrados por Leal da Câmara. Público-alvo:
Básico. ❚
Fax: 21 923 61 50
Rua do Roseiral, n.º 20
São Pedro de Sintra
2710-501 Sintra
Museu Ferreira de Castro
– Exposição
Retratos e caricaturas de Ferreira de Castro
De autores e interesse desigual, do simples esboço ao
Até Dezembro de 2004
trabalho acabado, este conjunto cobre um período
Esta pequena exposição revela pela primeira vez
de 50 anos, de 1924, quando Ferreira de Castro firmava
dezanove representações de Ferreira de Castro. Por
o seu nome na literatura e no jornalismo, até 1973,
ocasião da pesquisa para ilustração do catálogo do
sendo um nome já histórico e glorioso, esse mesmo
Museu, em casa da viúva do escritor, Elena Muriel
ano em que a UNESCO anunciava estar A Selva entre
Ferreira de Castro, foi encontrado este conjunto
os dez romances mais lidos em todo o mundo…
iconográfico, dentro de um volumoso caixote de
Muito em breve estas imagens estarão disponíveis no
fotografias. De imediato, quis a pintora Elena Muriel
Catálogo do Museu Ferreira de Castro. ❚
Informações e contactos
Museu Ferreira de Castro
Rua Consiglieri Pedroso, 34
Vila Velha
que fossem integradas no espólio do seu marido, o
2710-550 Sintra
que sucedeu, vindo agora a público.
Tel./Fax: 21 923 88 28
26 | Boletim Trimestral
Museu de Serralves
Comissariado: James Lingwood
– Exposições
Co-Produção: Museu de Serralves, Baltic (Newcastle)
Paula Rego
Susan Hiller é uma das mais respeitadas artistas britânicas,
De 15 Outubro de 2004 a Janeiro de 2005
cuja obra, contudo, jamais foi objecto de uma exposição
Comissariado: João Fernandes e Ruth Rosengarten
monográfica que traduza a importância histórica da sua
Produção: Museu de Serralves
obra iniciada na década de 70 a par das suas pesquisas
A exposição apresentará uma selecção da obra de Paula
mais recentes no domínio do vídeo, do som e da ficção.
Rego produzida a partir de 1996, incidindo particularmente
Partindo do conceito de arquivo como foco dinamizador
na relação entre a sua pintura e o desenho, assim como
dos seus projectos, a presente exposição resulta de uma
na construção de situações ficcionais singulares e idiossin-
co-produção com um dos mais importantes centros de
cráticas. A artista apresentará pela primeira vez os desenhos
arte contemporânea britânicos nos nossos dias, o Baltic,
preparatórios das suas pinturas, realizando ainda uma nova
em Newcastle.
série de trabalhos especificamente pensados para esta
André Guedes
exposição a partir de um tema onde surja como referência
29 de Outubro de 2004 a Janeiro de 2005
a cidade do Porto. A exposição terá início no Museu de
Exposição de obras do artista.
Serralves, encontrando-se em estudo a sua itinerância por
Colecção – Novas Aquisições
Espanha, França e Itália.
29 de Outubro de 2004 a Janeiro de 2005
Susan Hiller: Revocar
Exposição que visa mostrar algumas das novas aquisições
Obras Escolhidas 1969-2004
da Colecção da Fundação de Serralves como as de
29 de Outubro de 2004 a Janeiro de 2005
Douglas Gordon, Tacita Dean e Steve McQueen. ❚
Museu do Traje
de Viana do Castelo
Esta exposição contou com a orientação especializada de
– Exposição permanente
intervêm no processo de transformação de dois elementos
Tendo em vista algumas soluções para uma prática
têxteis – o linho e a lã. Esta acção envolveu várias pessoas
museológica mais consequente no Museu do Traje de Via-
das aldeias vizinhas de Meadela, Perre, Outeiro, Santa Marta
na do Castelo e na tentativa de ultrapassar problemas im-
e Carreço, que cederam testemunhos em regime de depósito
postos pela arquitectura do edifício onde está instalado (an-
ou oferta. Foi ainda pretexto para a comunidade de Outeiro
tigo Banco de Portugal), foram realizadas algumas acções
volver e actualizar as práticas de cultivo do linho nas suas
com vista a criar novos serviços e circuitos, designadamente
diversas fases – sementeira, rega, arrinca, enlagamento,
a abertura de uma área de exposição permanente.
maceração das palhas a mangual e no engenho, espadelada,
No ano de 2003, o Museu do Traje de Viana do Castelo
fiação e tecelagem. O terreno escolhido para a sementeira
beneficiou de uma consultoria técnica na área da progra-
situava-se perto do Núcleo Museológico do Pão em Outeiro
mação museológica ao abrigo do Programa de Apoio Téc-
e algumas das actividades do ciclo de transformação das
nico a Museus promovido pela Rede Portuguesa de Museus.
palhas e preparação das fibras decorreram mesmo na eira
Sob orientação de Benjamim Pereira, os Arquitectos Victor
e no espaço envolvente daquela unidade museológica,
Mestre e Sofia Aleixo elaboraram uma proposta de adaptação
beneficiando da participação das pessoas e incluindo outras
da galeria do primeiro piso a funções expositivas, cuja
acções de carácter lúdico, de domínio festivo e alimentar.
concretização favoreceu decisivamente a apresentação da
Esta experiência foi documentada em vídeo, o que permitiu
Tel.: 258 800 171
exposição permanente intitulada A Lã e o Linho no Traje
registar os passos significativos do ciclo do linho e certos
Fax: 258 800 179
do Alto Minho.
aspectos imprevistos do seu percurso. ❚
Engenho
Museu do Traje de Viana do Castelo
Informações e contactos
Museu do Traje de Viana do Castelo
Benjamim Pereira e motivou um programa de recolha dos
elementos materiais constitutivos da cadeia tecnológica que
Praça da República
4900-520 Viana do Castelo
Rede Portuguesa de Museus | 27
Outras Notícias
Novas Publicações do IPM
A publicação sistemática de normas de inventário,
Ambos os títulos resultam do trabalho desenvolvido
abrangentes das diversas categorias representativas das
por especialistas das respectivas áreas, no âmbito do
colecções existentes nos museus portugueses, constitui
inventário e do estudo das colecções do Museu
uma linha de acção prioritária do Instituto Português
Nacional de Arte Antiga, tendo a sua edição sido
de Museus.
concretizada no âmbito de candidatura aprovada pelo
A Colecção Normas de Inventário pretende difundir os
Programa Operacional da Cultura.
resultados de uma reflexão realizada na sequência do
No contexto desta mesma candidatura serão publicadas,
processo de digitalização das colecções no Programa
até ao final de 2004, os seguintes títulos de Normas
MATRIZ: Inventário e Gestão de Colecções Museológicas, e,
de Inventário: Artes Plásticas e Artes Decorativas –
ao mesmo tempo, dar resposta a uma necessidade por
Pintura/Cerâmica; Espólio Documental – Arqueologia/
todos sentida, no sentido de se proceder a uma norma-
Cerâmica Utilitária; Etnologia – Tecnologia Têxtil.
lização da informação que a adopção de bases de dados
O IPM publicou, também recentemente, dois novos
informáticas para inventário de bens culturais veio impor.
volumes da Colecção Inventário do Património Cultural,
Neste contexto, a Colecção Normas de Inventário, veio
relativas à Colecção de Cruzes Processionais do Museu
estabelecer princípios orientadores para o carregamento
Nacional de Arte Antiga e à Colecção de Ourivesaria
de dados, contando para isso com a experiência de
Medieval do Museu Nacional de Machado de Castro.
um universo museológico, tipológica e cronologicamente
Trata-se de uma colecção iniciada em 1994, na
muito diverso, mas representativo dos museus que
sequência do trabalho de inventário realizado em
integram o todo nacional.
diversos museus do IPM, e cujo objectivo consiste na
Assim, desde 1999 que o Instituto Português de Museus
divulgação dos inventários das colecções dos museus
publicou Normas de Inventário para as áreas das Artes
e, simultaneamente, contribuir para a sua contextualização
Plásticas e Artes Decorativas (Normas Gerais, Cerâmica
histórico-cultural quando em contexto expositivo.
de Revestimento e Têxteis), Arqueologia (Normas
É desejo do IPM que os quatro títulos recentemente
Gerais) e Etnologia (Alfaia Agrícola).
editados possam servir de indutores ao inventário e
Foram agora publicados dois novos volumes desta
à documentação de colecções congéneres menos bem
colecção, para a área de Artes Plásticas e Artes
conhecidas, públicas ou privadas, e que daí possam
Decorativas – Normas de Inventário para Escultura
resultar contributos significativos para o estudo do
e Normas de Inventário para Mobiliário.
património cultural nacional. ❚
Actas do Encontro Reconversão
e musealização de espaços industriais
Em Outubro de 2002 realizou-se no Auditório da
de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de
Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, o Colóquio de
Letras da Universidade do Porto. As Actas reúnem as
Museologia Industrial dedicado ao tema “Reconversão
contribuições dos vários especialistas, nacionais e
e musealização de espaços industriais”, cujas Actas
estrangeiros, que participaram no Colóquio e as suas
foram publicadas pela Associação para o Museu da
reflexões em torno das experiências de reconversão de
Ciência e Indústria em parceria com o Departamento
espaços industriais levadas a cabo no norte do país. ❚
28 | Boletim Trimestral
Associação Portuguesa dos Museus
da Igreja Católica: Objectivos e metodologia
Nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, no ambiente da
de animação cultural das comunidades cristãs e da
Exposição “As Formas do Espírito – Arte Sacra da
sociedade, lugares de intercâmbio entre história e vida
Diocese de Beja”, na Galeria de Pintura do Rei D. Luís
actual, enfim estruturas de evangelização. É a hora
– Palácio Nacional da Ajuda, decorreram as 1.as Jornadas
para considerar um museu da igreja como instituição
Nacionais dos Museus da Igreja, iniciativa inaugural
pastoral de pleno direito, porque reúne bens ao serviço
da Associação Portuguesa dos Museus da Igreja Católica
da missão de Igreja e porque constitui instrumento
[APMIC]. Com Estatutos aprovados (14-11-2002) pela
de evangelização cristã, com parte integrada e
Conferência Episcopal Portuguesa, teve lugar em 15
interactiva em cada igreja particular, na continuidade
de Fevereiro de 2003 a reunião dos sócios fundadores
da missão. Para levar por diante o “magistério pastoral
que decidiu, qual primeira assembleia, escolher os
da memória e da beleza” (Comissão Pontifícia para
corpos directivos. Foram sócios fundadores, de Norte
os Bens Culturais da Igreja) há exigências que motivam
para Sul: Tesouro da Sé de Braga; Museu Pio XII, do
a convergência de esforços de uma Associação, como
Seminário de Braga; Tesouro da Catedral do Porto,
acontece noutros países.
Museu de Arte Sacra e Arqueologia do Seminário
Onde há museus, eles são chamados a constituir
Maior do Porto; Museu de Arte Sacra de Arouca;
centros de animação cultural para a comunidade,
Museu de S. Pedro da Palhaça (Aveiro); Tesouro-Museu
abertos à colaboração com os análogos civis,
da Catedral de Viseu; Museu de Arte Sacra e Etnologia,
participando em projectos comuns. Em vez de cada
dos Missionários da Consolata (Fátima); Tesouro da
um lutar apenas com os seus meios, mais ou menos
Sé Patriarcal (Lisboa); Museu de Arte Sacra da Catedral
poderosos e influentes, a Associação pretende potenciar
de Évora; Museu da Sé de Elvas (Évora); Museu de
os saberes e disponibilizar meios.
Arte Sacra de Santiago do Cacém e Tesouro da Igreja
Apenas uma consideração do património como
de S. Vicente de Cuba (Beja); e Museu Diocesano de
caminho de evangelização levaria a investir em pessoas
Arte Sacra do Funchal. Outros museus preparam a sua
e em meios financeiros necessários. Perante tantas
adesão.
necessidades e problemas, diante da escassez de meios,
A Direcção foi constituída por: Presidente – Carlos
as opções naturais e imediatas orientam-se para outras
A. Moreira Azevedo (Museu da Catedral do Porto);
dimensões, que não passam pela arte.
Vice-Presidente – Manuel Lourenço (Tesouro da Sé
Para fazer de um museu um espaço de dinamização
Patriarcal); Tesoureiro – Gonçalo Cardoso (Museu de
pastoral requer um projecto, aliás como todos os meios
Arte Sacra e Etnologia de Fátima); Vogal – José Paulo
ao dispor da Igreja. Exige-se imaginação, ideias
Leite de Abreu (Museu Pio XII de Braga).
catequéticas claras para planear um calendário anual
Na sua intervenção inicial, o Presidente defendeu que
de iniciativas, inseridas num projecto pastoral que
os objectivos desta Associação são primeiramente
contemple: exposições temporárias que evidenciem:
pastorais. Em tempo sensível à dimensão estética,
épocas, artistas, circunstâncias históricas, espirituais,
receptivo à compreensão da memória colectiva, os
devoções, tradições; conferências com ciclos temáticos,
Museus da Igreja servem de excelente elemento e
apresentação de livros ou obras de arte, encontros e
meio para um actual projecto pastoral. A arte e o
debates com artistas, restauradores, historiadores;
património não são fins em si mesmos, mas meios de
organização de sessões catequéticas in loco.
expressar o espírito humano crente. A Igreja considera
A Associação pretende atirar para algumas perspectivas
como sua missão valorizar e promover os bens culturais
concretas que alimentem a criatividade pastoral.
que os seus museus albergam. Ora é objectivo da
Qualificar o pessoal que serve as instituições, melhorar
APMIC contribuir para que os Museus sejam lugares
os serviços pedagógicos, dignificar as instalações e os
Rede Portuguesa de Museus | 29
critérios de apresentação, proceder a uma inventariação
no Parlamento e constituição da Comissão bilateral.
rigorosa, publicar catálogos e guias cientificamente
Importa, contudo, ir dando os passos que a situação,
elaborados, pensar em exposições colectivas são
desde já, mantém abertos e estabelecer os contactos
algumas tarefas que só de mãos dadas e com a
e os protocolos que a actual legislação permite.
colaboração dos organismos do Estado, dos municípios
Dar o salto para o empenhamento histórico, para a
e de outras instituições da sociedade civil serão
espiritualidade comunicada pelas obras, para o mistério
viabilizadas.
que escondem, é pedagogia estética exigente. A criação
A Associação será um caminho aberto para levar por
da Associação só será um meio eficaz, se os
diante projectos comuns e desbravar espaço de
responsáveis da Igreja neste sector acreditarem nas
reivindicação junto das autoridades e serviços. Os artigos
suas potencialidades. Será que neste campo os
22-24 da nova Concordata, assinada a 18 de Maio,
horizontes pastorais conseguirão ultrapassar o imediato
abordam a temática dos bens culturais. Haverá que
e o bairrista?
aguardar ainda alguns meses para a ratificação do texto
A Direcção da APMIC ❚
Exposição multimédia SOS Igreja
– De 27 de Setembro a 30 de Novembro
Igreja do Convento das Mónicas, Travessa das Mónicas, Lisboa
A exposição “SOS Igreja”
constitui o mais visível de
Segurança nas Igrejas
Prevenção Criminal
três eixos que constituem
o Projecto Igreja Segura,
cujo objectivo final consiste
em criar igrejas seguras, bem preservadas, para pleno
usufruto das comunidades e do desenvolvimento
religioso, cultural e socio-económico local.
Através de luz, imagem, som e acções em tempo real,
esta exposição itinerante fornece informação e
sensibiliza, de um modo assertivo e lúdico, para os
principais problemas que afectam o património
histórico e artístico das igrejas portuguesas, apontando
para soluções não só em termos de prevenção criminal,
como em termos de conservação preventiva. ❚
Informações e contactos
Museu e Arquivos Históricos de Polícia Judiciária
Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais
Quinta do Bom Sucesso – Barro
2670-345 Loures
Tel.: 21 983 40 59
Fax: 21 983 54 95
E-mail: [email protected]
www.inpcc.pt
www.igrejasegura.com.pt
30 | Boletim Trimestral
Conservação e Restauro
Conservação Preventiva
CALIMERA – Instituições locais enquanto
mediadoras no acesso a recursos electrónicos
Nascido dos resultados da Rede de Excelência PULMAN
as suas capacidades e competências e participando, activa-
(http://www.pulmanweb.org), CALIMERA é uma Acção
mente, em trabalhos de Investigação e Desenvolvimento.
de Coordenação do Programa de Investigação para a
O projecto desenvolve-se em torno dos seguintes temas
Área das Tecnologias para a Sociedade de Informação da
de trabalho: Tecnologias e investigação aplicadas aos
União Europeia (Sexto Programa Quadro 2002/2006). A
Arquivos, Bibliotecas Públicas e Museus Locais; Serviços
Ana Maria Runkel:
Acção de Coordenação CALIMERA iniciou-se em Dezembro
locais: partilha de políticas e boas práticas; A experiência
[email protected]
de 2003 e tem a duração de 18 meses. Actualmente,
do utilizador final (em Fevereiro do próximo ano, está
Departamento de Bibliotecas e Arquivos
conta com cinquenta e um parceiros de quarenta e um
prevista a realização de um workshop sobre o tema em
países europeus.
Portugal); Disseminação, trabalho em rede e formação.
São objectivos deste projecto: identificar e seleccionar
O Departamento de Bibliotecas e Arquivos da Câmara
[email protected]
desenvolvimentos e aplicações tecnológicas, resultantes da
Municipal de Lisboa é coordenador financeiro deste projecto.
MDR Partners
investigação europeia e nacional, adequadas às necessidades
Em Portugal, conta com o apoio oficial, para além de
dos Arquivos, Bibliotecas Públicas e Museus locais; garantir
técnicos de várias instituições, do Conselho Superior de
que as instituições culturais locais beneficiem e contribuam
Bibliotecas, do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do
Departamento de Bibliotecas e Arquivos
para as metas do sexto programa quadro para a área da
Tombo, do Instituto Português de Museus e do Instituto
da Câmara Municipal de Lisboa
Sociedade de Informação (IST 2002/2006), desenvolvendo
Português do Livro e das Bibliotecas. ❚
Informações e contactos:
http://www.calimera.org
Coordenação financeira
da Câmara Municipal de Lisboa
Coordenação científica
Rob Davies:
Informação sobre acções do projecto
Maria José Teixeira:
[email protected]
Dissertações
• Na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias,
• Na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias,
a 9 de Julho de 2004, Pedro de Manuel-Prime obteve o
em 2003, Maria do Rosário Palma de Melo Azevedo obteve
grau de Mestre em Museologia mediante a apresentação
o grau de Mestre em Museologia mediante a apresentação
da dissertação Preservar e Desenvolver em Museologia,
da dissertação Mediação Cultural na Contemporaneidade:
contributo para o estudo do objecto e do processo museológico.
Os Museus. ❚
Encontros
Encontro Nacional de Centros
Conferência Museum Collections on the Move
de Documentação de Museus
28 a 29 de Outubro de 2004
15 de Outubro de 2004
Haia, Holanda
Museu de Cerâmica de Sacavém
Organização
Organização
Instituto Holandês para o Património Cultural
Câmara Municipal de Loures/Museus de Loures
Ministério Holandês da Educação, Cultura e Ciência
Temas Reflexão teórica e inovação; Valor acrescentado
Tema
dos Centros de Documentação nos Museus; Experiências
Circulação e mobilidade de colecções
nacionais
Informações e contactos
Informações e contactos
PO box 76709
Museu de Cerâmica de Sacavém
1070 KA Amsterdam, The Netherlands
Urbanização Real Forte, 2685 Sacavém
Tel.: +3120 3054 618
Tel.: 21 983 96 00/21 940 98 09
Fax: +3120 3054 633
Fax: 21.983 96 06/21 949 98 98
E-mail: [email protected]
E-mail: [email protected]
[email protected]
Rede Portuguesa de Museus | 31
Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus
Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa
Tel: 351. 21 361 74 90
Fax: 351. 21 361 74 99
Email: [email protected]
Web Site: www.rpmuseus-pt.org
DESIGN Artlandia
IMPRESSÃO Facsimile
3000 Exemplares
DEPÓSITO LEGAL
ISSN 1645-2186
Encontros
II Jornadas Henriquinas –
Informações e contactos
Museus e Património Cultural
Paula Dias: [email protected]
11 e 12 de Novembro de 2004
Cândido Sobreiro: [email protected]
Lagos
Gabinete de Comunicação e Imagem
Organização
Universidade Fernando Pessoa
Câmara Municipal de Lagos, Museu Municipal Dr. José
Praça 9 de Abril, 349
Formosinho
4249-004 Porto
Temas
Tel.: 22 507 13 00
Painel I – Enquadramento/s Legal/ais da Realidade
Fax: 22 550 82 69
Museológica Nacional
Painel II – Museus em Rede
I Congresso Internacional
Painel III – Museus e Comunidade/Museus e Intervenção
Patrimónios e Identidades
Comunitária
24 a 26 de Novembro de 2004
Informações e contactos
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisboa
Museu Municipal de Lagos
Organização
Rua General Alberto da Silveira, 8600-594 Lagos
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
Tel.: 282 762 301
Temas
Email: [email protected]
Painel I – Patrimónios e Turismo
V Colóquio Internacional de Estudos
Painel II – Patrimónios e Identidades Nacionais
sobre África e Ásia –
Painel III – Patrimónios, Identidades e Localismos
Patrimónios Partilhados
Painel IV – Perspectivas Teóricas sobre o Património
17 a 20 de Novembro de 2004
Painel V – Património e Políticas Identitárias
Universidade Fernando Pessoa, Porto
Informações e contactos
Organização
Comissão Organizadora
Universidade Fernando Pessoa
Elsa Peralta: [email protected]
Tema Património
Marta Anico: [email protected]
Objectivos
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
Pretende-se convocar olhares cruzados sobre os patri-
Pólo Universitário do Alto da Ajuda, Rua G
mónios partilhados da Europa com a África e a Ásia,
1349-055 Lisboa
confrontando-os com a realidade actual desses lugares
Tel.: 21 361 94 30 (ext. 3153/3193)
a que a História nos ligou.
Fax: 21 361 94 42