Artigos - Código de Conduta
Transcrição
Artigos - Código de Conduta
Pensamentos Contemporâneos Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor Sócio da Empresa Aprendendo@Pensar Consultoria heterodoxa que desenvolve empresas ricas, éticas e inspiradoras www.aprendendoapensar.com.br Artigos Quem é você quando ninguém está olhando? Há muito tempo a humanidade vem discutindo o conceito e a aplicação da ética. São mais de 2.500 anos, considerando apenas a cultura ocidental, na busca de definições e aplicações desta matéria tão importante e de difícil compreensão. Hoje sou um estudioso deste assunto e, quanto mais estudo, mais vejo uma grande confusão entre conceitos que permeiam a história. Não é fácil. O itinerário neste estudo é o que conforta. As coisas se confundem ainda mais quando buscamos a definição de moral. O que é ético? O que é moral? É difícil definir. Várias são as correntes que juntam os dois conceitos e outras que buscam diferenciá-los. Até agora, por que sei que vou mudar, creio que é mais adequado buscar a definição grega de ética. A origem grega da palavra ética é a palavra êthos/éthos que, quando grafado com a vogal "ê" (eta) longo, ήθος tem o sentido de "propriedade do caráter". Quando grafado com vogal breve "é" (epsilon) ἔθος - tem o sentido de "costume". Esse último (costume) foi a tradução feita para o latim como "Moris e/ou Morales" que definimos hoje como moral. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Portanto, há uma pequena diferença entre um e outro, que não somente semântica. Podemos definir Ética e Moral como: Ética Ética Ética Ética Ética Ética É É É É É É Ética PRINCÍPIO PERMANENTE UNIVERSAL REGRA TEORIA REFLEXÃO Moral Moral Moral Moral Moral Moral É É É É É É Moral CONDUTA ESPECÍFICA TEMPORAL CULTURAL CONDUTA DA REGRA PRÁTICA AÇÃO São definições contemporâneas que, em minha opinião, abarcam e diferenciam os conceitos entre as duas disciplinas que estão relacionadas com: Justiça, Bem e Mal. Pensando nisso, pode-se afirmar que todo "código de ética" existente não passa de "código moral ou de conduta", pois a ética está acima de qualquer código. Outros termos importantes para conhecer são: aético, que quer dizer ausência de qualquer princípio ético. Antiético, que significa contrário à ética existente. Amoral, que não têm moral alguma e imoral, contra a moral existente. Não podemos afirmar que somos éticos sem conhecer com algum grau de profundidade o que é ética e o que ela estuda. Ser ético pressupõe examinar permanentemente a forma e conteúdo da vida que você leva. Como dizia Saramago: a única evolução possível do ser humano é a evolução ética. O resto é apenas acumular bens. Vamos Nessa! Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Para quê você e sua empresa existem? Geralmente uma empresa é aberta com objetivo de ganhar dinheiro. Ela permanece com esse foco por determinado período. Chega um momento, então, que algumas sucubem e fecham. Outras continuam por mais um tempo, porém começam a aparecer sintomas como: perda de colaboradores, rentabilidade baixa e/ou negativa,desânimo no clima organizacional entre outras patologias. Há também as que prosperam e seguem em frente. As que fecham, geralmente o fazem por problemas financeiros graves. Só que estes problemas são efeitos de uma causa nefasta que é o foco estrito dos seus líderes apenas no dinheiro. Empresas assim não tem nenhum significado para os seus donos, nem para os colaboradores e nem para o mercado, que acaba preterindo os seus produtos e/ou serviços para outras empresas mais comprometidas. É bom para o mundo que empresas com o foco apenas no dinheiro fechem. Elas e seus donos são predadores por natureza. O outro grupo de empresas - as doentes - são fruto de líderes angustiados que, em determinado momento, tinham apenas o foco no dinheiro e agora enxergam outras possibilidades. Essas empresas precisam definir o "Para quê?" existem para continuar se desenvolvendo juntamente com seus colaboradores. Nenhum colaborador em sã consciência quer acordar todo dia cedo para trabalhar como um louco com o objetivo de deixar os donos da Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos empresa ricos. Ledo engano o empresário que pensa que isso vai ocorrer todo o tempo, o tempo todo. Pessoas e empresas precisam de propósitos e significados mais consistentes. Precisam de uma causa (para quê?) que una todos em uma única direção. Essa causa, quando definida com técnica, geralmente abarca: os acionistas, os colaboradores, os clientes/consumidores, os fornecedores, a comunidade, a sociedade, o governo e todos os demais que fazem parte do holograma da empresa. Essa definição ajusta o rumo de todos e a mágica acontece: ética e prosperidade, com humanidade. O último grupo: as que nascem e prosperam são empresas que na sua gênese possuem um significado motor. São raras essas empresas e líderes, mas existem e devem servir de inspiração para todos nós. Elas sabem muito bem "Para Quê?" existem neste mundo. E você, sabe realmente "Para Quê" você e/ou sua empresa existem? Se não sabe, está na hora de saber!? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Seu Cliente é Sujeito ou Objeto? A grande maioria dos Programas de Relacionamento e Fidelização que conheço trata os seus membros (consumidores e/ou clientes) como meios para se conseguir algo e não como um fim em si mesmos. De certa forma, esses programas olham para a outra pessoa como objeto da relação e não como sujeito. Isso porque estes sistemas tem como foco central apenas o ganho de dinheiro. O ser humano é e sempre será um fim em si mesmo e não um meio de manipulação.Se não olharmos para as pessoas como sujeitos de uma relação, essa relação sempre se tornará objetificada, o sentido humanitário se perderá e apenas os interesses menores se sobressairão. A premissa básica é sempre a seguinte: Eu te dou algo e você me recompensa com outro algo. Invariavelmente este algo é um objeto: tangível ou intangível. No meio dessa relação busca-se um sentimento de fidelidade, ou seja, por que esse tipo de transação ocorreu, para receber minha recompensa, tenho que ser fiel. Se a natureza humana funcionasse assim, seria muito decepcionante para nossa espécie. Ainda bem que somos singulares e deixamos os "criadores" de Programas de Relacionamento e Fidelização de cabelo em pé, tentando entender um pouco sobre o ser humano em si. Até certo ponto, somos previsíveis. Até certo ponto. Em determinado momento e por "n" circunstâncias, internas e externas, o ser humano rompe com seu processo de manipulação e vai passar por outras experiências de consumo com outras empresas que, às vezes, nem Programa de Relacionamento e Fidelização possuem. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Por que faz isso? Simples: ele não é objeto de ninguém... é apenas um sujeito que busca mais do que uma recompensa, busca sua humanidade. Criar Programas de Relacionamento e Fidelização tendo pano de fundo o ser humano como sujeito é muito difícil e custoso. Ninguém escolhe esse caminho. Afinal "o que interessa é o lucro e, concorrente bom é concorrente morto". Esse é o paradigma que estamos vivendo e só alguns iluminados conseguem sair dele. Eu entendo ser possível fazer Programas de Relacionamento e Fidelização diferenciados, partindo de outros paradigmas. Para isso temos que mudar o modelo mental atual. E você, na sua empresa, trata o seu Consumidor/Cliente como Sujeito ou como Objeto? Se você não sabe a resposta, veja como você é tratado enquanto colaborador... Geralmente é da mesma forma que você tratará os seus Clientes/Consumidores... Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Madalena Vencedora Madalena é uma mulher deslumbrante. Corpo escultural, pele perfeita, olhos verdes, cabelos cor de mel e todos os atributos de uma pessoa, verdadeiramente, linda. Começou sua carreira aos 17 anos de idade. Em poucos meses já era capa das principais revistas de moda do Brasil e do mundo. Aos 20 largou a carreira que sempre achou muito efêmera e que nada contribuía para seu desenvolvimento pessoal e do seu entorno. Filha de pais professores, Madalena estudou e morou durante os seus primeiros 18 anos de vida em sua terra natal no interior do Rio Grande do Sul. De origem alemã, aprendeu o idioma dos pais, o qual fala, lê e escreve com muita fluência. Além do alemão, fala, lê e escreve também: Inglês e Francês. Sempre teve habilidade em apreender outros idiomas. Hoje mora em São Paulo. É operadora de telemarketing trilingue, ganha R$ 7.700,00. Trabalha de segunda a sexta-feira, das 14h00 ás 20h00, numa seguradora multinacional, atendendo clientes do Brasil e do Mundo. Gosta muito do seu trabalho e entende que ele é uma ponte importante para ela atingir seus objetivos, em função disso é muito dedicada e comprometida, e extremamente reconhecida pelos seus superiores. Com 25 anos, no auge de sua melhor forma física, Madalena se formou no ano passado em psicologia na USP e agora está cursando o mestrado e pretende fazer o doutorado ambos na USP. Quer ser professora e ter sua Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos própria clinica. Está planejando fazer seu pós-doutorado na França. Sua monografia e tese estão na linha de pesquisa que trata sobre: Ilusões possíveis do ser. Madalena tem um segundo emprego: é garota de programa. Na verdade ela fala, brincando, que é uma grande pesquisadora da mente humana. Madalena está 100% focada nas suas metas pessoais. Foi assim quando começou a carreira de modelo e é assim até hoje. Madalena quer ter aos 30 anos, um milhão de dólares disponíveis em sua conta bancária. Todo esse dinheiro deverá vir nos próximos 5 anos com os programas que ela faz e fará com pessoas cuidadosamente selecionadas. São executivos, ricos, na faixa etária de 45 a 60 anos, casados e que querem alguns momentos de prazer seletivo. Na verdade é a Madalena que seleciona seus parceiros. Antes de dar e receber prazer, Madalena conversa pelo menos uma hora com a pessoa que a chamou, geralmente em um bar ou restaurante, para depois decidir se vai ou não sair com ele. Em função de atitudes que julga inadequadas em uma pessoa, já deixou muitos homens falando sozinho. Ela afirma que disso ela nunca vai abrir mão, já que está no controle de sua vida e extremamente focada nos seus objetivos e metas. Madalena recebe, por cada programa, no mínimo, U$D 1.000,00 e nunca faz mais de um programa por noite. Afinal, no dia seguinte cedo ela tem aulas e à tarde seu trabalho na seguradora. O dinheiro que recebe da seguradora é para seu custeio diário. Para atingir suas metas ela terá que fazer nesses cinco anos, 1.000 programas. Na verdade são 1.180 já que ela está contabilizando todo esse dinheiro e os 180 programas a mais são para pagar impostos. São 64% do total de dias disponíveis nesses 5 anos que Madalena fará seus programas. É uma meta alta, porém atingível. Em função de sua passagem como modelo durante 2 anos, Madalena tem muita visibilidade e os parceiros a procuram a toda hora. Clientes com certeza não faltarão. Com 30 anos, doutora em psicologia, com um patrimônio importante, com sua própria clinica, Madalena quer ter filhos e viver com um cara legal. Hoje à noite, antes de sair para o seu 182º programa, ela se olhou no espelho e viu uma Madalena vencedora. Deu um beijo no reflexo, sorriu e foi buscar seus sonhos. -----------------------------------------------------------------------------Perguntas: Onde reside a problemática de Madalena? É possível levar uma vida 100% singular em termos éticos? Alguém 99,9% ético, é ético? Alguma semelhança da Madalena com você? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Fato ou Versão?! Quando alguém conta para você um episódio que aconteceu, você tem certeza de que sabe distinguir o que é "fato" e o que é "versão" no que está sendo narrado? Sabe mesmo? Tenho minhas dúvidas!.Se levarmos em consideração que todo ser humano é único, que o conjunto de valores, experiências e conhecimento que formam este ser humano é singular e a forma que ele vê um "fato" é definitivamente específica e própria, podemos afirmar com certeza que não existe um "fato" e sim, apenas "versões" de um acontecimento. Difícil de entender isso? Vai piorar! O "fato" em si também não ocorre. Na verdade todos os "fatos" são sempre "versões" que eu, como ser humano, consigo narrar para alguém. Esse alguém, ao apropriar-se da minha narrativa, cria outra versão baseado nas suas experiências, valores éticos e conhecimento acumulado até então. Desta forma, não conseguimos narrar um "fato", por mais simples que ele seja, pois sempre ele será percebido com a singularidade que cada indivíduo possui. Lembra da brincadeira chamada telefone sem fio? É um bom exemplo, de forma exagerada, que demonstra que não conseguimos reproduzir uma determinada fala (fato) para outros, sem criarmos nossa própria versão. Tem um filme que foi muito utilizado em treinamento nos anos 80 chamado: "O olho do observador" (Siamar) que mostra que um mesmo "fato" tem inúmeras interpretações: de quem viu o fato, de quem foi personagem do fato e assim por diante, cada um conta sua versão com base na sua "bagagem" de vida. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Outros filmes de Hollywood também já utilizaram o tema como fio condutor de inúmeros roteiros. Tudo para mostrar como é impressionante que a narrativa que um ser humano utiliza não consegue abarcar com precisão determinado acontecimento. Parece que faltam palavras para poder descrever com detalhes um fenômeno que se apresenta e, a princípio, parece de fácil assimilação. Nosso cérebro tenta buscar em vão a descrição do "fato" em si, como eu estou tentando agora detalhar neste texto para você. Por mais que eu escreva, se eu tentar mais tarde, escreverei de outra forma e assim o farei até o final dos tempos. Nossa capacidade de criar "versões" é infinita e mudará sempre que houver alguma alteração no meu conjunto de valores, experiências e conhecimento. Da próxima vez que alguém pedir para você narrar algum "fato", lembre-se que você será capaz apenas de dar uma "versão" daquele acontecimento com base no que você é até o referido momento. Amanhã será outro dia e com ele novas "versões" aparecerão sobre os acontecimentos anteriores. Tem um ditado que diz: "O futuro muda o meu passado". Estranho? Nem tanto. Quanto mais você vive, mais experiências, conhecimentos e valores você adquire. Isso faz de você uma pessoa diferente, capaz de olhar o Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Por favor, as crianças não!!! Responda sinceramente: Se você tivesse um filho ou uma filha de 10 anos de idade, você deixaria ele ou ela decidir se deve ou não ir à escola? Se pode ou não comer determinados produtos? Se pode ou não ver determinados filmes? Se pode ou não sair com determinadas pessoas? Deixaria?! Provavelmente sua resposta seria NÃO. Se você fosse um pouco mais "cabeça aberta", como dizem por aí, responderia que "depende". Esse seu "depende" estaria recheado de situações que não colocassem em risco seu filho ou sua filha, o que é óbvio.Na verdade você NÃO deixaria seu filho ou sua filha decidir, em função de se tratar de uma criança com pouca experiência de vida e com uma capacidade de julgar limitada. Diante de um mundo de alto risco que se apresenta todos os dias, deixar nossos filhos à mercê de suas próprias decisões não nos parece algo sensato e razoável. Entretanto, todos os dias, esses mesmos filhos são bombardeados pelas propagandas dirigidas exclusivamente para eles numa linguagem que, por vezes, só eles entendem. Diante disso, o que você está fazendo? Creio que muito pouco ou nada! A propaganda dirigida para uma criança que tem uma capacidade de julgamento limitada, para mim, é um crime hediondo que deveria levar para cadeia tanto anunciantes como agências de propaganda e veículos de comunicação. Se concordamos que uma criança não pode decidir certas coisas na sua vida, por falta de maturidade e capacidade de julgar, como permitimos que esta mesma criança seja submetida às propagandas que a Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos induzem, através de uma persuasão inescrupulosa, a decidir pela escolha de determinados produtos, serviços e outros bens de consumo? Ao "conversar" com a criança, a propaganda desrespeita os princípios básicos e saudáveis da educação e formação, ultrapassando limites e criando demandas de forma alienada e humilhante. Essa "conversa" faz com que as crianças tornem-se consumistas de forma exacerbada, atendendo aos interesses de corporações que visam somente lucro. Crianças gananciosas e competitivas acabam sendo desajustadas, transformando-se em adultos problemáticos e governantes perigosos. Há pouco tempo foi banida da televisão a propaganda de cigarros. Por que fizemos isso? Porque foi constatado que estimular as pessoas a fumarem faz muito mal à saúde. Foi constatado também que a propaganda aliciava cada vez mais jovens para o mundo dos fumantes. Em nome de um capitalismo burro, preferimos fazer isso, ou seja, tirar as propagandas do ar, em vez de fechar as indústrias. Seria muito mais lógico, prudente e razoável matar o mal pela raiz, ou seja, acabar com as indústrias. Isso não foi feito em função de lobbies e de interesses escusos dos governantes. Infelizmente descobrimos que o cigarro mata tarde demais. Assim será com as bebidas alcoólicas. Daqui algum tempo estarão proibindo as propagandas de bebidas alcoólicas nos veículos de comunicação. Vamos fazer o que fizemos com o cigarro. Como se não soubéssemos a priori, vamos apresentar um discurso que a bebida alcoólica faz mal à saúde e mata. Quanto tempo levará para fazermos isso? Nossa idiotice é quem dirá. Quanto tempo levará para proibirmos a propaganda para as crianças? Quando forjarmos mais Hitler´s no mundo e matarmos mais e mais outros seres humanos. Enquanto isso não ocorre, meta a boca no trombone e denuncie as propagandas dirigidas às crianças para os organismos competentes, ou para seu político do "coração". Seja menos consumista. Instigue seus filhos a buscarem conhecimento. Quando o conhecimento é nulo, o espaço que ele deixa é ocupado por dogmas e frustrações alienantes. Tenha certeza que, quem fabrica produtos e/ou produz serviços para crianças, tem outra forma de divulgar os mesmos sem criar constrangimentos e/ou alienação. Basta divulgar para os pais e deixar os mesmos decidirem se são adequados ou não para seus filhos. Tudo muito simples, como deve ser a vida das crianças. E você... o que acha de tudo isso? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Afinal, o que é o tempo? O que é o tempo?: "Se você não perguntar, eu sei o que é; se quiser que eu explique, eu já não sei mais". Essa definição interessante é de Agostinho de Hipona (354-430), mais conhecido como Santo Agostinho. Em sua obra denominada: Confissões, esse filósofo coloca sua posição em relação ao tempo, com o objetivo de propor discussões e visões críticas sobre a relação do ser humano com o tempo.No senso comum, temos apenas a noção de três tempos: Passado, Presente e Futuro. Para alguns, o presente é uma ilusão, pois se o segundo que está por vir é futuro, e o segundo que já passou é passado, então qual seria o tempo presente? Os gregos definiram o tempo de várias formas. Duas formas que acho mais interessantes de definir o tempo são:Chronos e Kairós. Chronos é o tempo seqüencial e cronológico, é a forma racional do tempo que mede as horas, dias, anos etc; Kairós é a forma qualitativa do tempo. Trata-se do tempo indeterminado, ou seja, dos nossos momentos inesquecíveis e de qualidade. Tem relação com o que sentimos quando passamos por determinada experiência de vida. É um tempo emocional e sensível que, por vezes, não sabemos explicar. Enfim, o assunto: tempo, sempre foi e sempre será um dos assuntos prediletos da filosofia como um todo. No senso comum, o tempo é tratado Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos de forma vulgar e apenas cronologicamente. A maioria das pessoas vive em função de um passado e/ou de um futuro se apegando as coisas e/ou desejando outras que melhorem suas vidas. Pensam muito pouco sobre a vida em si e como ela é apenas um ciclo em todo o processo de existência do ser humano. Não sabem envelhecer e aceitar que esse é o processo natural de uma vida. Buscam a eternidade dentro de um tempo que é finito ao ser. Em função desta distorção, fazem coisas absurdas e perigosas. Um volume monstruoso de negócios vive em função desta distorção na compreensão do tempo: Indústria de cosméticos, farmacêutica, de cirurgias plásticas estéticas, entre outros. Só a indústria de cosméticos no Brasil, movimentou em 2011, mais de 30 bilhões de reais de um negócio de alguns trilhões de dólares no mundo. Retardar o envelhecimento mantendo a "aparência" jovem é a grande mola propulsora desta indústria. Ser jovem por um determinado período de tempo já não basta. É necessário "parecer" jovem por mais tempo de nossa existência. Não aceitar a natureza do envelhecimento natural é moda e mostra que a pessoa é determinada e não acomodada. Essa é cultura dominante e que as indústrias que vivem dela fomentam. A finitude do ser é fato. Esticados ou enrugados sempre teremos o mesmo fim. Nos aceitar como somos é o início da evolução humana. E você... está preparado para sua finitude? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Torço pelo Touro! Sempre que vi alguma reportagem sobre touradas, torci pelo touro. O que fazem com o animal é o maior símbolo de idiotice dos humanos. Humilhar o touro em condições desiguais é mais bestial do que a própria tourada. Pouco tempo atrás, na Espanha, houve uma tourada para angariar fundos contra a violência em países que estão em guerra! Depois nós, humanos, que somos animais racionais. Ver uma tourada é ver uma verdadeira aula de tortura que daria inveja ao Dr. Josef Mengele, no seu tempo de nazista. Por que fazemos isso com os touros e com os outros animais? Para mim, há mais "cavalidade" no cavalo, "cachorridade" no cachorro do que humanidade no humano. Não nos contentamos em matar os animais, de forma rápida, para nos alimentar. Queremos subjugar, humilhar e judiar dos animais, como eu disse, em condições desiguais. Imagine se não existisse nenhuma arma ou coisa que pudesse usar como arma para matar qualquer animal. Imagine se o ser humano tivesse que utilizar apenas Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos suas mãos, pés e o corpo para poder mostrar sua soberania junto aos animais. Quem estaria no topo da cadeira alimentar? Nós? Claro que não! Existem na natureza, centenas de animais mais fortes do que nós e que estariam em condições mais favoráveis. Essa "vontade" de subjugar é um fator doentio nos humanos. Adoramos ir em "Pesque e Solte" para fisgar o peixe, brincar com ele, cansá-lo e depois soltá-lo como se estivesse fazendo um bem para a natureza. Pior é que existem alguns ambientalistas, ou coisa que o valha, que acham que isso é bom. Ou seja, pego o peixe, subjugo e depois com ar de clemência eu o solto. Ridículo. Houve um tempo em que o homem respeitava os animais, e todo o entorno, como seres da mesma estatura. Esse tempo de simbiose foi esquecido em função da distorção da relação do homem com a natureza. Nossa única chance de sobrevivência no planeta é a volta do senso de simbiose. Entendendo simbiose como a relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes. Sabemos fazer isso, pois nossos ancestrais mais remotos o fizeram e estamos hoje aqui em função disso. Voltar a praticar a simbiose é uma questão de consciência e atitude. Enquanto isso não ocorre, vou torcer sempre para os animais em todos os "esportes" em que são subjugados. E você? Vai torcer para quem? Resíduos Humanos Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos De todas as espécies vivas que existem no planeta terra, o ser humano é, sem dúvida, o que produz mais resíduos em sua existência. Já fazíamos isso há muito tempo quando estávamos nas cavernas e produzíamos basicamente lixo orgânico e, fazemos isso hoje de forma brutal, agora com a produção de resíduos de produtos industrializados. A quantidade de plástico, metal, vidro etc que sai de uma residência é algo impressionante. Considerando apenas onde há coleta, um ser humano brasileiro produz cerca de um quilo de lixo por dia, com base nos levantamentos. Esse volume é mais ou menos o mesmo por todo o planeta. Estimando a população mundial em 7 bilhões de habitantes,produzimos cerca de 2.555.000.000.000 de quilos lixo por ano. Isso é muito resíduo para um planeta tão pequeno como o nosso. Resíduo é uma questão de educação e compreensão. Deveríamos ter uma compreensão mais elaborada sobre os resíduos desde os primeiros anos de alfabetização e durante o resto de nossas vidas. Fritjof Capra, físico austríaco e ecologista de carteirinha, fala em uma "alfabetização ecológica", como a alternativa mais viável para mudar o modelo mental da população e conseguir que a espécie sobreviva. Eu concordo com ele, porém não acredito que nossa espécie vá sobreviver. Creio nisso em função de vários outros motivos e não só o conhecimento ecológico. Somos egoístas demais para querer sobreviver em grupo. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos O mundo fala de sustentabilidade, porém as definições sobre o que é a sustentabilidade são confusas e limitadas. Depois de ler sobre esse assunto, acredito piamente que sustentabilidade é a consciência sobre os resíduos que produzimos: uma preocupação constante sobre os resíduos - de quem produz os produtos que consumimos - e outra preocupação maior ainda sobre o que fazem com os resíduos que produzimos. Em suma, sustentabilidade é uma preocupação sistêmica com resíduos de uma forma global: antes de consumir, ao consumir e depois de consumir.É o legado que deixaremos para o planeta. Imagine, por exemplo, que você se torne responsável pelo resíduo de tudo o que você venha a consumir até a transformação dele em algo que não agrida o planeta em tempo algum. Em outras palavras, o que você produzir de resíduo, deverá se transformar novamente em algo bom para natureza. Você consumiria o que está consumindo hoje?Consumiria da mesma forma e quantidade que consome? Procuraria produtos de empresas que ajudasse você com os resíduos? O que você faria efetivamente? Essa reflexão poderá ajudar você e o planeta. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Decreto Presidencial A PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84º inciso VI, alínea "a", da Constituição, DECRETA: A partir de hoje, todo homem público que ocupar qualquer cargo público tanto da administração direta como indireta, obtido através de indicação, concurso, votação, cargo de confiança, entre outros, deverá: § 1º utilizar somente os serviços de saúde pública, para si e para sua família, abdicando de qualquer outro tipo de assistência médica privada, incluindo laboratórios e serviços congêneres; § 2º utilizar somente os serviços de educação pública, para si e para sua família, abdicando de qualquer outro tipo de educação privada, seja ela ensino formal estruturado e fora dele, ou de qualquer outro tipo de saber como línguas, artes, e congêneres; § 3º utilizar somente os serviços de segurança pública, para si e para sua família, abdicando de qualquer outro tipo de segurança privada, seja como: alarmes residenciais, alarme de automóveis e serviços e/ou produtos congêneres; § 4º utilizar somente os serviços de transporte público, para si e para sua família, tanto para ida e volta ao trabalho como para lazer, abdicando de qualquer outro tipo de transporte privado, "carona", e serviços congêneres. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Caso seja constatado que qualquer homem público, bem como sua família direta (Pai, Mãe, Filhos e Filhas), não tenha seguido as determinações acima, fica automaticamente exonerado de suas funções, não podendo exercer mais qualquer função pública no Brasil. Ficam revogados todos os dispositivos contrários. Esse Decreto entra em vigor a partir da sua publicação. Brasília, qualquer dia, de qualquer mês de qualquer ano. Qual é o real interesse do homem público? Quando fazemos essa pergunta a um homem público, a resposta - sincera ou não - é que: seu interesse em ser um homem público é de servir a nação. Resguardados algumas falas mais ou menos rebuscadas, o conteúdo é mais ou menos na linha de: "servir a nação, o estado, o município" e assim por diante. A história conta e registra depoimentos também com base nesta máxima de "servir o povo". Grandes e pequenos estadistas também entraram para a política ou para o serviço público com objetivo de ajudar o povo que necessita deste serviço. Tudo isso parece muito óbvio, porém a contemporaneidade fez com que a noção de "servidor público" fosse corrompida de suas origens, sendo hoje considerado, apenas um "emprego qualquer, porém mais seguro". Em suma, as pessoas querem trabalhar no setor público muito mais para ter um emprego seguro do que por "vontade de servir o povo", razão da existência do trabalho em si neste setor. A inversão acontece como resultado de uma "coisificação" tanto do "setor público" como do "servidor público" em função de suas ações e realizações, demonstradas na qualidade do Serviço Público oferecido. Nada de novo até aqui?! Também acho! Muitos servidores públicos que lerem o texto acima estarão dizendo - sinceramente ou não - que não é verdade e que estou completamente enganado, e que o Serviço Público tem melhorado muito. Para provar minha tese de que o Servidor Público e o Serviço Público "coisificaram-se", proponho o Decreto Presidencial acima. Esses quatro itens: Saúde, Educação, Segurança e Transporte são suficientes para que os "servidores públicos" mostrem seu "real interesse" na administração pública brasileira. Após promulgar o Decreto, teríamos duas situações: Hipótese 1: Os serviços de Saúde, Educação, Segurança e Transportes melhorariam substancialmente, o que seria bom para os servidores públicos e para todo o povo; Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Hipótese 2: Não existiriam mais pessoas interessadas em ser servidores públicos, enquanto a situação da Saúde, Educação, Segurança e Transporte continuassem como está. Pense nisso na hora de votar! Exija que seus candidatos só utilizem os serviços públicos. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Novo Modelo Mental Com um ou dois anos de idade, o ser humano pereceria se deixado às condições naturais sem a supervisão de adultos. Diferentemente dos demais animais que, provavelmente, sobreviveriam em função de uma genética mais adequada. O ser humano é e sempre será frágil em sua natureza. Essa fragilidade biológica e psíquica faz com que o ser humano procure, ao longo do seu itinerário, buscar modelos e padrões que lhe dêem um certo conforto e diminuam seus medos e desesperanças. Esse padrão de comportamento cria o que chamamos de paradigma, ou seja, um modelo mental a ser perseguidocom base nas experiências que deram certo ou que proporcionaram algum prazer em determinado momento da vida. Somos naturalmente empíricos. Carregamos esses paradigmas pela vida toda, por vezes acrescentando algumas atitudes e comportamentos mais contemporâneos. Assim, desde os homens das cavernas até os executivos modernos, seguimos os paradigmas criados para sobreviver e dar prazer e: agimos, decidimos, empreendemos, criamos etc, de acordo com os modelos mentais que nos dão conforto e segurança. "Quebrar" esses paradigmas exige do ser humano mais do que vontade apenas. Exige uma reflexão profunda das origens dos mesmos e a certeza de que podemos sobreviver com novos paradigmas e não apenas com modificações dos paradigmas anteriores. Isso é um exercício difícil e que poucos conseguem. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Se você perguntar para todo mundo sobre a poluição, cerca de 99,99% das pessoas sabem do que se trata e têm uma noção razoável de que é prejudicial a todo o planeta. Por que, então, as pessoas não mudam de atitude e param de poluir? No meu entendimento é em virtude do "paradigma de propriedade individual", ou seja, nós entendemos que é"nosso" apenas aquilo nos pertence por termos comprado, ganho etc. No quintal da minha casa, ou na sala do meu apartamento eu dificilmente jogo lixo de forma constante e deliberada. Não faço isso, pois essas coisas "me pertencem" literalmente. Já a rua, o rio, o mar, o mato etc, não são "efetivamente" meu ou de minha família. Esses outros "territórios", de certa forma e de acordo com meu paradigma, não me pertencem e não me sinto como pertencido a eles. Transformar o "paradigma de propriedade individual" em"paradigma de propriedade coletiva" não é apenas mudar o nome e/ou acrescentar alguma coisa no paradigma anterior. Exige uma reflexão profunda sobre como foi construído o paradigma da propriedade individual na história da humanidade e como devemos mudar o modelo mental, inserindo o "sentimento de pertencimento" ao todo de forma literal e verdadeira. Assim, no exemplo da poluição, devemos pensar que, somente se eu ampliar o meu sentido de propriedade é que poderemos mudar o paradigma atual. Veja bem, não é mudando o sentido do individual para o coletivo e sim ampliando o sentido de propriedade é que poderemos parar de jogar lixo nas "nossas propriedades". Temos que nos sentir "donos" de tudo para não deixarmos que nós mesmos façamos coisas ruins para nós mesmos. É rompendo o paradigma anterior que teremos chances concretas de mudar efetivamente. Esse novo modelo de perceber as coisas (sensação de pertencer) vale para todas as situações que vivemos: na família, no trabalho, na nossa empresa, na educação, na comunidade, no país, no planeta e assim por diante. Quando foi a última vez que você fez alguma coisa pela primeira vez? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos NÃO para o Continuísmo!!! Tenho uma tendência de ser contra qualquer tipo de continuísmo. O ser humano é apegado às coisas que conhece e tem muita dificuldade em se abrir para coisas novas. Nosso modelo mental é continuísta e procura ficar numa zona de conforto infinitamente. O medo e apego é que mantem o status quo desse continuísmo interno. Ele se propaga também para um continuísmo externo, representado pela manutenção do paradigma, pela incompetência e pela vaidade. Se um líder recebe um cargo e tem determinado período de tempo para executar um conjunto de atividades e consegue êxito, deveria fazer parte do seu êxito o desenvolvimento de um sucessor. Querer se manter no cargo após o período combinado é pura vaidade e mantém o paradigma de: "Em time que está ganhando não se mexe". Esse pensamento não é inovador e não contribui para o desenvolvimento de nada. É fundamental renovar a Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos liderança e buscar dar oportunidade para outras pessoas executarem suas obras. O verdadeiro líder sabe disso! O pior líder é aquele que sabe que o tempo para realizar o que se propôs está acabando, não fez o combinado e já está querendo negociar uma prorrogação de tempo do seu trabalho. Em nome do apego, vaidade e incompetência, esse líder está pedindo uma segunda chance para acabar de realizar o que não conseguiu e promete realizar mais coisas para tentar convencer pessoas que:"Em time que está perdendo, também não se mexe". Essa minha teoria serve tanto para as empresas privadas que elegem presidentes para um mandato, como também para empresas públicas que elegem pessoas para o poder executivo e legislativo. Estamos em época de eleição. Há vários canditados pedindo seu voto para se reelegerem. Eles fazem parte desse continuísmo político, fruto da falta de uma reforma política necessária para o desenvolvimento da sociedade. Quebre o paradigma do continuísmo. Renove sua forma de pensar. Repense o seu modelo mental. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Motivação por Indignação! Por quê a maioria dos indicadores das empresas (EBTIDA, Share, Liquidez, Produtividade, etc.), visam apenas o aumento da sua performance? Uma empresa é feita apenas para crescer? Ao seguir somente essas metas de crescimento/desenvolvimento o Líder está buscando atender quais interesses? Por quê quando concebemos um negócio não estabelecemos um limite de tamanho para esse negócio? Penso que as respostas para essas questões são mais complexas do que imaginamos. O Homo Lupus(predador) habita em nosso interior e quer mais e mais todos os dias. Conquistar cada vez mais é, para muitos líderes, a sua principal motivação. Pensamos muito pouco ou quase nada em estabilizar os negócios em um patamar e lá ficar. A sensação que temos é que, se ficarmos estáveis em um determinado tamanho, outra empresa assumirá a demanda existente e crescerá mais do que a gente, tornando uma grande ameaça. Pode até acontencer dessa empresa acabar nos destruindo e/ou nos comprando, gerando com isso muito medo em nossas mentes. Esse medo atávico (atávico vem do latim atavus que quer dizer o 4º avô) é fruto de uma época onde o crescimento era vital por não existir concorrência e nem opções. Era um modelo mental que associava a posse, o crescimento desenfreado ao poder e respeito. Hoje queremos crescer sem entender que existem mais e mais empreendedores que também querem abrir seus negócios e conquistar uma fatia de mercado. Nosso pensamento é orientado para afirmar que: concorrente bom é concorrente morto!. Será que não deveriam existir somente empreendimentos de pequeno porte, conectados com seu pequeno mercado, atendendo um pequeno grupo de Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos clientes e assim por diante? Creio que é mais saudável pensar pequeno nos dias atuais, na maioria das atividades. O pensamento desenvolvimentista, na maioria das vezes, é um pensamento egoísta e não colaborativo. Ficar rico não é gerar riqueza. EBITDA Alto não representa colaboradores saudáveis. Domínio de Mercado não se traduz em ética. Tenho convicção que a mudança de modelo mental surgirá muito mais no âmbito empresarial do que no educacional, social, familiar ou governamental. É a empresa que tem chances de tornar o ser humano mais humano e responsável. O Contrato Social da empresa, tem que ser um contrato social literalmente falando, ou seja, ele tem que participar da melhoria da sociedade como um todo. Temos que modificar nossas métricas/indicadores. Esses novos indicadores nos devem orientar (empresas/pessoas) para o Ser e não só para o Ter. É óbvio que um negócio deve dar resultados. O que devemos discutir é o que chamamos de resultados e como vamos compartilhar esses resultados com a sociedade. As empresas devem se tornar mais sensíveis com a condição humana existente. Todos os esforços e energia devem ser focados no bem estar do ser humano e não humano de hoje e de amanhã. A visão de futuro é, essencialmente, colaborativa. O que deve nos motivar (empresas/pessoas) é a indignação. E você, quais são suas métricas individuais? O seu legado, para seus filhos e para a humanidade, será só de bens materiais? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Virgem Vendida Catarina Migliorini, brasileira, solteira, 20 anos, morando na Indonésia, leiloou sua virgindade. O leilão, que foi acompanhado no site: http://virginswanted.com.au/catarina-BID.html, iniciou em 17/09 e terminou em 24/10/2012 com um vencedor chamado Natsu do Japão que pagou o total de 780.000 dolares para ter o direito de desvirginar a garota. Para Catarina, vender a relação sexual não caracteriza "prostituição" porque, segundo ela, é um "negócio" que vai acontecer apenas uma vez em sua vida. O leilão da virgindade de Catarina faz parte de um projeto de documentário, idealizado pelo australiano Justin Sisely. Segundo o diretor, a ideia é mostrar o desenvolvimento emocional de dois jovens, antes e depois da primeira experiência sexual. O outro protagonista do filme é o russo Alex Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Stepanov, 23 anos. Ao ler os comentário da mídia no mundo todo, Catarina diz: "Eu já imaginava. Respeito a opinião de cada um, mas não esperava mesmo a bênção de ninguém". O conceito da virgindade, pelo menos para Catarina, mudou no decorrer do tempo. Antes significava a pureza da mulher pela inexperiência, a sensação de intocabilidade que só o escolhido poderia ter o privilégio de experimentar, o encantamento amoroso que estava subentendido na preservação, para apenas um negócio sem sentimento, com base em valores de quem pagar mais e, sem a necessidade de encantamento nenhum, além de puramente mediático. Apenas um negócio. Tenho muita dificuldade em entender que tipo de ser humano "comprou" a virgindade da Catarina. Para mim, uma pessoa que deseja tanto a virgindade de alguém e que é capaz de entrar num leilão para isso pagando valores absurdos, também tem outros desejos ocultos inescrupulosos onde se mantém a perspectiva de que o dinheiro "compra" tudo. Realmente essas pessoas me assustam! O que a Catarina colocou na mídia com sua ação, acontece todos os dias nesses quatro cantos do mundo de forma menos divulgada. Pais vendendo filhas para sustentar o resto da família. Garotas sendo traficadas para pessoas sem muito escrúpulos abusarem. Pessoas vendendo órgãos humanos para ganharem dinheiro e etc e tal. O que Catarina fez não é mais repugnante do que coisas parecidas que acontecem no dia a dia do mundo. Mas mesmo assim é um exemplo muito triste de uma garota que não sabe o que é ética e muito menos sabe o "para quê" ela existe nesse mundo. Esses atalhos são muito pesados no decorrer de nossa vida. Eles marcam profundamente nossa alma e, por falta de um repertório melhor, acabamos seguindo trilhas diferentes da nossa própria natureza humana. Nos perdemos em essência e nos afastamos do nosso ser. Apenas queremos os nossos 15 minutos de fama para mostrar que somos diferentes. Que somos capazes de fazer coisas heterodoxas. Os valores, a ética tudo mais fica para um segundo momento que poderá nunca acontecer. E você, tem deixado para um segundo momento a ética? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Líderes e equipes generosos entregam mais resultados Tenho uma proposta de reflexão e de ação que pode parecer piegas mas tem ajudado líderes e equipes a produzirem melhores resultados nas empresas. Trata-se da prática da generosidade num âmbito mais geral. Para entender como isso funciona, é necessário conceituar o que entendo por generosidade e quais tipos de pessoas generosas existem. Generosidade significa agir de forma intencional para ajudar uma outra pessoa sair de uma condição para outra, sem esperar reconhecimento apenas pelo prazer de servir. Há dois tipos de pessoas generosas que identifiquei até então. Os generosos contumazes que agem com base em culpas e os generosos atávicos que agem com base em empatia. Os generosos contumazes, que tem a premissa da culpa como base de suas ações, são aqueles sentem algum desconforto na comparação da sua situação em relação a situação de quem ele quer ajudar. A sensação que tenho é que esses generosos querem redimir erros e/ou ações que fizeram no passado ajudando pessoas no presente. É como se tivessem "comprando um lugar no céu". Parece que diminui um pouco esse desconforto com ações benevolentes e altruístas. Estão expiando a culpa! Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Quando perguntado o porquê ajudam outras pessoas, eles têm um discurso estruturado e convincente seguindo a narrativa de que há muita desigualdade no mundo... que precisamos fazer alguma coisa aos menos favorecidos... e assim vai. O papel dessas pessoas é extremamente importante para manter as atividades estruturadas de ajuda humanitária existentes. Sem eles e seu pragmatismo e suas "culpas" não haveriam essas entidades e com certeza o mundo seria bem pior. O problema da "culpa" é, por vezes, não real e apenas um desconforto psicológico. O generoso atávico (apenas para esclarecer, atávico vem do latim atavu, que quer dizer o quarto avô) geralmente quando perguntado o porquê age em prol da melhoria da condição de outros seres (humanos e não humanos), eles geralmente falam que o fazem por que gostam de ajudar. Simples assim! A princípio não há uma explicação racional para a vontade deles ajudarem outras pessoas. Parece que carregam esse sentimento humanitário dentro de si e estão sempre prontos a se engajar em qualquer tipo de movimento de ajuda. Ao estimular a generosidade em uma empresa, com ações estruturadas e pontuais na comunidade, os líderes e equipes (contumazes e atávicos) agem de forma a construir um propósito mais elevado e consistente, conectado com sua essência e dando um significado todo especial para sua existência. Esse novo modelo mental, incorporado por repetições de ações altruístas, tornam as pessoas mais sensíveis com a condição humana em geral. Ao fazerem isso, conseguem olhar o "outro" como sujeito e não mais comoobjeto e a mágica nas relações: empresa, colaborador, cliente, consumidor, fornecedor, comunidade, acionista,etc; acontece. Como todo resultado é decorrência de uma ação, os resultados bons sempre aparecem. Tenho incentivado empresas a agirem dessa forma e percebo uma mudança no brilho dos olhos. E você? É generoso contumaz ou atávico? Não é generoso!!! Que pena, você não sabe o que está perdendo. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Liderético Líder é um indivíduo que comanda e/ou orienta, em qualquer tipo de ação, empresa ou linha de ideias. Ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo universal. Liderético é aquele que age, orienta e inspira pessoas a realizarem obras e deixarem legados importantes para o bem do mundo. Para ser um Liderético, o ser humano sabe que precisa de alguns ingredientes fundamentais para que possa se desenvolver como um autentico líder orientado para construir um mundo melhor, incluindo aqui sua família, sua empresa, sua comunidade, sua cidade, seu estado, seu país e o pequeno, mas não menos importante, planeta terra. Esses ingredientes são: Construir Repertório: A formação técnica estruturada específica e abrangente é fundamental, porém outros saberes são muito importantes: filosofia, artes, antropologia, história, sociologia, biologia, psicologia, neurociências, etc. Entender que a ignorância é a raiz de todos os problemas é o que o motiva para entrar em movimento em busca do conhecimento. Visão Enxadrista: O melhor enxadrista é aquele que consegue ver mais jogadas a frente. Pois bem, essa habilidade pode ser desenvolvida quando melhoramos o nosso repertório. Passamos a ter uma reflexão melhor sobre os fatos, entendê-los de forma lógica, começamos a buscar a simbiose, o planejamento, a inovação, a criatividade e a consiliência. Sabemos que não há verdades Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos absolutas, por isso necessitamos olhar o futuro e enxergar as possibilidades que queremos construir. Agenda Ética: De que serve ter um bom repertório e uma visão enxadrista se não criarmos uma agenda ética para utilizar esses recursos que desenvolvemos? Nossos pais nunca fizeram uma reunião de família para discutir ética. Na escola, não tivemos a ética como base dos estudos. Na empresa é muito difícil marcar uma reunião com regularidade sobre ética. Então, se não aprendemos ética na família, se não aprendemos ética na escola, se não aprendemos ética no trabalho, como sabemos o que é ética? Criar uma agenda ética é dar importância para as condutas, para os valores, para o legado que vamos deixar e inspirar pessoas a fazerem o bem. Sabemos que em cada escolha há uma renúncia, por isso precisamos nos conectar com nossa essência e existência. Praticar Generosidade: Ser generoso é colocar o nosso repertório, visão enxadrista e ética em ação. A generosidade é fundamental para olharmos a sustentabilidade, a responsabilidade social, para a noção de pertencimento, para o altruísmo e filantropia. Pessoas generosas produzem mais e melhores resultados para todos. Ser generoso é falar não para a "Síndrome do Predador" que nos leva a pensar que matando um leão por dia estaremos construindo algo edificante. Quem é generoso tem histórias para contar. Quem não é, só tem discurso. Todos esses ingredientes são alicerçados por uma base fundamentada em: colaboração, comprometimento e geração de riqueza. O Liderético sabe que precisa cuidar do: DREi - Demonstrativo de Resultados do Exercício invertido, de um bom sistema de precificação de produtos/serviços, da autonomia de suas lideranças, da gestão de projetos desafiadores, dos indicadores e métricas construtivas e de tudo mais que mantém a empresa com um excelente desempenho. Ele faz isso vivendo dia a dia o"Para quê a empresa existe". Esse "para quê", que não é a missão e nem a visão, define o significado e propósito da empresa. É esse significado e propósito que une talentos ilimitados. Afinal, todos nós gostaríamos que nosso trabalho fosse apenas um hobby. E você? O que acha de se tornar um Liderético? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Anomia: O mal contemporâneo Este termo foi cunhado primeiramente por Émile Durkheim em seu livro O Suicídio. Durkheim emprega este termo para mostrar que algo nas pessoas não funciona de forma harmônica. Algo está funcionando de forma patológica ou "anomicamente." Ele demonstra que muitas pessoas optam pelo suicídio por anomia, ou seja, por pura fata de propósito/significado em suas vidas. Partindo dessa premissa podemos encontrar, não só pessoas anômicas como também empresas anômicas. Na verdade é o que mais ocorre no mundo dos negócios. A falta de um significado/propósito maior da empresa acabadeterminando o seu prazo de validade. Se continuar anômica perecerá em pouco tempo. Propósito/significado podem conter a missão/visão declarada, mas nunca estar contido. O propósito/significado são maiores e mais inspiradores. Sempre falo que missão e visão, geralmente, são feitas para se colocar na recepção das empresas. São apenas palavras em um quadro que no fundo não significa nada para as pessoas. É comum parar um colaborador e perguntar, qual a missão de sua empresa? A resposta, invariavelmente é, veja bem.... Encontramos o propósito/significado da existência de uma empresa quando fazemos um esforço estruturado para responder: Para quê a empresa existe? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Digo esforço estruturado querendo afirmar que tal definição não cai do céu. É necessário reunir os colaboradores e criar esse "para quê" empresarial, com base e na discussão dos"para quê´s" individuais. É uma construção engajada de todos os colaboradores que querem mais do que salário, benefícios, carreira, etc. O "para quê" de uma empresa colaborativa deve contemplar ações que a transformem em: rica, ética e inspiradora. Rica, no sentido de gerar riquezas. Ética, por que não conseguimos evoluir se não for dessa forma.Inspiradora, por que temos que deixar um legado que dê orgulho a todos que o ajudaram construir. As ações da empresa devem iniciar com os colaboradores, seguindo para comunidade, cidade, estado, país e planeta. É como se uma pedra fundamental (empresa) caísse em um lago e formasse círculos concêntricos abrangendo cada vez mais outras instâncias. As pessoas se engajam quando tem uma visão de que podem contribuir para evolução da sua empresa como podem ajudar a construir um mundo melhor. Definitivamente, ninguém quer acordar cedo todos os dias para enriquecer o dono! Isso é muito menor para quem quer e pode pensar maior. E você e sua empresa? Sofrem de anomia? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Constrangido pelo Conhecimento Em geral a falta de conhecimento é a desculpa de muita gente para não mudar suas atitudes. É comum ouvirmos: "eu não sabia que era assim...". Isso é um fato. Conhecer, melhorar o repertório, ajuda as pessoas a entenderem o por quê de determinada atitude, procurando mudá-la pelo novo conhecimento adquirido. Você não sabia fazer determinada coisa de uma forma específica, e por isso não fazia ou demorava muito para fazer e, ao conhecer novas formas de fazer essa mesma coisa, além de fazer mais rápido, tem mais prazer em fazer. Podemos dizer que o conhecimento ajudou você a melhorar sua qualidade de vida e, de certa forma, evoluir com o saber. Parece simples, mas não é. Nem tudo funciona dessa forma operacional. Há conhecimentos que acabam nos constrangendo por "n" razões particulares. Por exemplo: você poderia não saber que ficar com sobrepeso pode diminuir muito sua qualidade de vida. Aí você vai a um médico que te explica isso de forma científica. Você procura na internet e observa vários artigos que contam histórias negativas sobre o sobrepeso. Fala com amigos, pessoas etc e todo mundo explica que é necessário diminuir o peso. Com todo esse conhecimento você adquire a consciência de que, se estivesse mais magro, seria melhor para sua saúde e bem-estar. Tudo certo, porém seu comportamento ainda está apegado ao seu modelo mental, ou seja, todo esse conhecimento ainda não foi o suficiente para fazer você mudar suas atitudes e emagrecer. Por que isso ocorre? Na minha opinião isso ocorre porque falta um elemento fundamental para que esse conhecimento se torne operacional. Falta uma emoção de impacto. O conhecimento Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos é a primeira parte do processo de mudança. A segunda parte é ter tesão para aplicar esse conhecimento e se beneficiar das consequências de ter aplicado. A origem do tesão é extremamente singular e depende do momento de vida de cada um. Mas eu acredito que está diretamente relacionado a descoberta do "para quê" você existe. Aos descobrir o significado de sua existência, você se conecta com o seu melhor. Para viver o seu "para quê"você começa ter consciência de que precisa aplicar alguns conhecimentos que você têm para ser coerente e consistente com esse "para quê". Isso começa fazer sentido para você e, em determinado momento, você muda. Essa mudança não vem apenas por que você tomou posse do conhecimento. Nem porque você está constrangido em saber das coisas e não mudar suas atitudes e comportamentos. A mudança ocorre literalmente porque você adquiriu um "estado de espírito" (racional/emocional) que proporcionou uma visão mais segura da mudança. É assim que a mágica acontece. A mudança de um comportamento não se sustenta apenas com a obtenção de um repertório melhor. A mudança deve fazer parte, em essência, da resposta: Para quê você existe?. Por isso não fique constrangido em não conseguir mudar, apesar do conhecimento adquirido. Concentre-se em saber sobre a razão de você existir. A verdadeira mudança ocorre a partir dessa descoberta. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Cobrança nas Redes Sociais Num sistema capitalista, ter crédito é de vital importância. Se uma pessoa quer construir algo durante sua existência, é praticamente impossível fazer isso sem crédito. O principal ingrediente para se ter crédito é a reputação. Apenas “quem fui” ou “quem sou” garante meu crédito. As empresas que fomentam crédito dificilmente apostam em “quem serei”, excetuando as de fomento a crédito estudantil e congêneres. A grande maioria das pessoas entendem que a reputação é sua mola propulsora para continuar, ao longo da vida, tomando/pagando seus créditos. Todos sabem que, ao deixar de saldar suas dívidas, deixam também de manter sua reputação em ordem e com isso encerrar o ciclo. Na verdade, ninguém quer ter sua reputação manchada por nada, muito menos por crédito. Assim, é razoável entender que, quem tomou crédito quer pagar para manter sua reputação. Só não o faz se acontencer um evento que o impeça disso. É nesse momento que as empresas de fomento de crédito têm que ser coerente e entender o evento acontecido para poder propor soluções adequadas. Cobrar o não pagador enviando cartinhas ameaçadoras, telefonemas não educados e outros artifícios constrangedores não me parece que surta tanto efeito quando propor acordos adequados ao evento acontecido. Após o vencimento da dívida, é comum a empresa que concedeu o crédito transferir e/ou vender (crédito podre) para empresas mais especializadas. Essas empresas não estavam presentes no momento da concessão e por isso não conhecem peculiaridades da pessoa em relação a sua reputação, Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos etc. Como ganham em função dos “créditos recuperados”, a estratégia de cobrança é muito mais voltada para “coerção” e “medo” do que o entendimento do evento acontecido e um acordo em relação á isso. Com o crescimento das redes sociais, as estratégias de cobrança avançam para esse campo. Ao localizar a pessoa, geralmente chamada de “inadimplente”, inícia a cobrança enviando mensagens privadas. Se não houver resposta e/ou a resposta não for o que a empresa de cobrança deseja, coloca-se um texto no mural da pessoa com o objetivo único e exclusivo de constranger e com isso fazer com que a pessoa pague sua dívida. Além de ilegal, segundo o IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e do CDC – Código de Defesa do Consumidor, é extremamente imoral e anti-ético. É imoral, porque a estratégia de cobrança é equivocada em função de apenas querer recuperar o crédito dentro de um padrão que não leva em consideração o evento acontecido. É anti-ético porque, ao constranger a pessoa “inadimplente” criamos seres humanos piores e ainda não recuperamos o crédito perdido. Penso que a melhor forma de se cobrar é a combinação de três pontos: uma análise profunda do evento acontecido, da reputação da pessoa e de um acordo possivel para a pessoa. Tudo isso de forma ética e humana. Temos que mudar o modelo de “cobrança técnica” para um modelo de “acordo humano”. Toda vez que um sistema técnico sobrepôs um sistema humano, a sociedade e o mundo perderam. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos “Eu fiz a minha parte...” Cada colaborador executa suas atividades que são esperadas pelos demais. Pelo menos essa é a premissa de um trabalho interdependente. Esse colaborador deve, a priori, ter condições (técnicas e humanas) para executar tais atividades. Quando isso não ocorre, é necessário treinar o colaborador para o que se espera que ele execute ou trocá-lo por outro que tenha as habilidades esperadas. Quando escuto de um colaborador: “Eu fiz a minha parte...”, sei que algo não anda bem, tanto no sentido de equipe e pertencimento, quanto no sentido de que está havendo problemas de execução, motivação, etc. nas atividades da empresa como um todo. Há algo de desagregamento, de fragmentação no ar e, invariavelmente, isso reflete nos resultados da empresa. Se apenas trocar e/ou treinar “quem não está fazendo a sua parte” resolvesse os problemas, tudo seria uma maravilha. As empresas seriam todas produtivas e sadias. Por que isso não ocorre? Por que não é tão fácil como parece resolver essa questão? Por que algumas pessoas fazem e outras não fazem as suas atividades? Penso que há motivos bons e ruins nos dois tipos de colaboradores. Há um aprendizado estratégico obscuro que, se o líder quiser mergulhar fundo nessas questões utilizando outros paradigmas para análise, poderá compreender esses temas de forma mais estruturada e perene. O colaborador que não faz a sua parte tem motivos para não fazer. Desde a própria falta de competência (técnica/humana) até a falta de Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos significado/propósito no seu trabalho, passando por problemas de objetividade da própria chefia, relacionamentos, estrutura, recursos, etc. Não há uma causa única a ser combatida. Há sim, inúmeros fatores que devem ser analisados de forma humana e identificados a luz da razão de existir da própria empresa. Se a empresa não sabe para quê existe, colaborar sem razão é, para muitos, um obstáculo intransponível. O colaborador que faz sua parte tem motivos para fazer. Por vezes esses motivos são egoístas e não colaborativos. Ao fazer o que se espera dele de forma competente, ele não pensa mais no todo e quer apenas o seu reconhecimento. Falta-lhe visão sistêmica para compreender que, se fizer sua parte de forma muito competente e os demais não fizerem é como se não tivesse acontecido nada. Uma fatia da pizza é apenas uma fatia da pizza. Para termos uma pizza inteira é necessário as demais fatias, já que fabricamos pizzas, por exemplo. Esse colaborador que faz apenas sua parte, deve ser estimulado a ajudar os demais que não estão fazendo de forma mais colaborativa e construtiva. Deve pensar que o todo é a soma das partes feitas, e só assim podemos considerar que o “trabalho da empresa” (todas as partes) foi feito. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Código de Ética não existe... Por favor, parem de chamar de “Código de Ética” o que é “Código de Conduta”. Ética nenhuma pode ser “codificada” pelo simples fato de que não podemos ser éticos seguindo um conjunto de regras específicas de uma determinada associação, empresa, etcetera e tal. Agora estão criando “selos” de ética. É o fim do conhecimento filosófico deste tema. A ética é universal e trata das ações humanas em relação a fazer ou deixar de fazer o Bem e o Mal. Temas como: Justiça, Poder, Fome, Educação, Morte, Vida, etc. são do escopo da ética e, por isso, não podem ser codificados para alguém ou para um grupo de pessoas. Eu não posso ser um médico ético e um ser humano não ético na mesma pessoa. Ou eu sou ético ou não sou. Podemos criar “códigos de conduta” e/ou “códigos morais”, pois esses sim tratam de regras que um determinado grupo, associação, empresa podem e, em alguns casos, devem ter e praticar. Ao confundirmos “Código de Ética” com “Código de Conduta/Moral” esvaziamos os conceitos de ambos, tornando-os apenas peças sem sentindo como são nos dias atuais. A avaliação ética sempre estará em última instância analisando se determinada atitude causou bem/mal para o ser humano. A avaliação da conduta/moral vai analisar se determinada regra para determinado grupo de pessoas foi quebrada e qual será a decisão sobre tal atitude. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Se uma criança furta um pão em uma padaria para comer por que ela está com muita fome, como você julgaria esse ato? Antiético? Imoral? Ilegal? Pois é, este ato não tem nada de antiético. Apenas trata-se de um ato ilegal/imoral que deve ser analisado pelo conjunto de leis/condutas que estão submetidas aquele grupo. Pode ser que em outro grupo, país, cultura, o que a criança fez não seja nem ilegal nem imoral. Agora, se nós deixamos crianças com fome, isso sim é um ato antiético dos mais graves que o ser humano pode cometer. Por que fome é um problema universal (aqui no Brasil, na África, na China, etc.) e devemos tratá-la de forma humana onde se não o fizermos estamos provocando um grande mal ao semelhante. Por isso, se na sua empresa, associação, grupo, etc. têm “Código de Ética”, rebatize esse instrumento para “Código de Conduta e/ou Moral” e ajude a valorizar e difundir o pensamento ético no mundo de forma clara e filosófica. Só assim poderemos ajudar a construir um futuro melhor e mais ético para todos. Como dizia Saramago: “A única evolução possível para o ser humano é a evolução ética. O resto é apenas acumular bens”. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos E a vingança...como fica? Salomão é o único médico de uma pequena cidade do interior. Formado na capital, ele mudou para o interior para realizar o sonho de contribuir para aquela comunidade na qual nasceu, além de levar uma vida mais tranquila. Acontece que, por um infortúnio desta vida, a casa em que mora foi assaltada e seu filho mais velho levou um tiro e morreu. A família sofre muito essa perda até hoje, mesmo tendo passado três anos. O assassino do filho foi capturado e condenado à morte na cadeira elétrica. Isso vai ocorrer hoje ao meio-dia. Às nove horas da manhã toca o telefone na casa do Dr. Salomão, informando que há uma urgência na prisão. Pedro, o assassino do seu filho condenado à cadeira elétrica, teve a apendicite supurada e precisa de uma cirurgia urgente. Como único médico da cidade, Dr. Salomão precisa ir ao hospital onde Pedro foi levado para fazer a cirurgia. Caso contrário, a pena de morte não poderá ser executada como previsto. Há um contrassenso em tudo isso. Salvar primeiro para matar depois. Mas a lei prevê isso. Uma coisa é uma coisa... outra coisa é outra coisa. Pedro foi condenado a morrer por um crime na cadeira elétrica e não de apendicite supurada. Perante a lei, todo ser humano tem direito a um tratamento médico. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Dr.Salomão pode alegar que não tem condições psicológicas para operar Pedro, já que está envolvido emocionalmente no caso. Na verdade, ele estava se preparando para assistir a morte de Pedro na cadeira elétrica. Para ele a justiça está sendo feita após três anos de espera e sofrimento. Mas, Salomão pode ser o próprio carrasco de Pedro. Ele o terá ao seus cuidados podendo realizar a justiça com as próprias mãos. Ele pode levar Pedro a óbito e alegar qualquer desculpa técnica. O que fazer? A moral/lei diz que é necessário cuidar de Pedro para depois executá-lo. A ética diz que Salomão não estaria fazendo nenhum bem para humanidade fazendo justiça com as próprias mãos. Dr. Salomão tem apenas alguns minutos para decidir o que fazer...se demorar mais um pouco Pedro já estará morto. Se você fosse o Dr. Salomão o que você faria? E se você fosse Pedro, o que gostaria que fizessem com você? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Solidão com Casa Cheia. Tenho conversado com muitos jovens e quando pergunto qual seria o seu maior medo na vida, a resposta é, invariavelmente, ficar/terminar sozinho. Quando pergunto novamente : “o que você tem feito para que isso não ocorra?” a resposta é: estou adquirindo bens e estabilidade financeira, construindo uma carreira profissional e escolhendo bons amigos e relacionamentos. A imagem que faço, quando escuto essas respostas, é de um jovem olhando para o mundo como se fosse um grande supermercado, em que as “coisas” que ele quer estão espalhadas pelas prateleiras. Ao escolher o que deseja, ele garante o seu futuro com sucesso e a certeza de que não ficará sozinho. Afinal, como alguém pode ficar longe de quem tem sucesso na vida... não é mesmo? O que sinto com esse discurso é que esses jovens realmente não ficarão sozinhos. Haverá várias pessoas iguais a ele que estarão por perto para “curtir” o sucesso. Afinal, quase todos têm mais de 1000 amigos nas redes sociais. Penso também que, embora acompanhados, esses jovens sofrerão do sentimento de solidão. Um vazio profundo habitará a alma e a mente Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos desses jovens que estão construindo o futuro sem analisar com mais rigor e profundidade suas ações em relação a sua existência presente. O que é “meio” está virando “fim”. Os bens materiais que deveriam ter a função apenas de “meios” para se ter mais conforto, estão assumindo a importância brutal de um “fim” em si mesmo. Só quem tem o melhor tablet pode pertencer a determinado grupo. Quem tem a última versão do celular. O melhor carro. Um apartamento descolado. E assim por diante. A postura de “ter” sempre veio antes do “ser” na história da humanidade. Pensamos que podemos preencher vazios com as coisas materiais que o dinheiro pode comprar. Compramos essas coisas mas o sentimento de “solidão com casa cheia” ainda nos invade. Só vamos perceber que isso ocorre depois de ter trilhado o caminho do “ter”. Somente quando a solidão nos arrebata de forma dramática é que vamos tentar reverter o quadro. Alguns vão buscar nas drogas (lícitas e ilícitas) a tentativa de preencher o vazio. Encontram somente prazeres efêmeros que os consomem até a morte. Outros continuam buscando exteriormente o que está guardado no seu interior. Apenas poucos conseguem encontrar a razão de sua existência. O “para quê” existem e preencher o vazio de dentro para fora. Esses, mesmo que tarde, viverão cada dia de forma completa. Não podemos tratar dos nosso relacionamentos reais como tratamos os nossos relacionamentos virtuais. Amigo não se deleta! Enquanto os jovens pensarem que não estar sozinho acaba com o sentimento de solidão, haverá consumo exacerbado e irresponsável. É nisso que os anunciantes apostam. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Confiança Quebrada Paulo e Paula se conheceram logo após a formação universitária quando estagiavam em uma empresa. Eram do mesmo nível social e frequentavam os mesmos lugares. Paulo começou a gostar de Paula e vice-versa. Paula foi efetivada na empresa que estagiava e Paulo foi convidado e ser gerente em outra empresa. Trabalhavam perto e, entre um almoço e outro, começaram a ficar juntos. Prá valer! Namoraram três anos e resolveram casar. Compraram apartamento. Mobiliaram. Combinaram de passar a lua de mel na Europa. Como o sonho de Paula era casar em uma igreja de véu e grinalda, assim o fizeram. Resolveram casar e fazer a recepção no próprio salão da igreja. Uma coisa simples, apenas para agradecer aos parentes e amigos, já que no dia seguinte logo cedo embarcariam para Paris. Logo após a recepção, Paulo e Paula se despediriam do pessoal e pegaram o carro em direção a sua casa. Era tarde da noite. Em um determinado semáforo, eles foram abordados por um bandido à mão armada que, entrando no carro no banco de trás, mandou que eles fossem para um determinado lugar bem longe. Era um barraco afastado da cidade. O bandido pegou todo o dinheiro que eles ganharam na festa, mais algumas joias e amarrou os dois, um de frente para o outro. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Em determinado momento o bandido falou: Eu vou matar um de vocês. Falem quem eu devo matar. Houve um silêncio momentâneo e quando o bandido gritou novamente: Quem?! Simultaneamente Paula e Paulo responderam: Ele... Ela... Naquele momento, olhando um para o outro, houve uma sensação de indignação de ambas as partes. Algumas horas atrás eles estavam fazendo juras de amor eterno...de que um protegeria o outro... na saúde e na tristeza... etc etc. O bandido amordaçou os dois e os deixou um de frente para o outro e disse: é brincadeira! Não vou matar nenhum dos dois. Convivam com isso agora. Ao sair pela porta do barraco, disse que chamaria a polícia e que, no prazo de duas horas, eles estariam libertos. Paulo e Paula, sem poder falar, ficaram ali, frente a frente, olhando um para o outro e expressando emoções inexplicáveis e inimagináveis. O que fazer? Esquecer tudo o que aconteceu e seguir para lua de mel em Paris como planejada? Afinal, eles só responderam daquela forma em função do instinto de sobrevivência. Parar para pensar no que realmente os uniu? Quais seriam, então, os vínculos mais fortes existentes entre os dois? E o que fazer com a mágica do amor? É só uma questão midiática esse amor que existe? O copo de cristal quebrou. Como seguir em frente, já que não podemos colar um copo de cristal? Todos os dias isso acontece, não literalmente desta forma, mas como mesmo significado. Nas vidas particulares, nas empresas, nas relações em geral. A quebra da confiança intrínseca é fato! O que você faria se fosse Paulo ou Paula? Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Ética por decreto funciona? Estamos caminhando para um modelo mental sofrível , em especial para aqueles que fazem parte do poder legislativo e executivo do Rio de Janeiro. Em 16/01/2013 o Governador Sérgio Cabral sancionou um decreto da Assembléia Legislativa instituindo: "O Programa de Resgate de Valores Morais, Sociais, Éticos e Espirituais no Âmbito do Estado do Rio de Janeiro". Esta belezura do legislativo é obra da deputada Miriam Rios que, como servidora pública, é uma excelente atriz. Por decreto, a lei 6394 determina que as pessoas resgatem a cidadania, fortaleçam as relações humanas, valorizem a família, a escola, a comunidade, reflitam sobre os valores morais, sociais, éticos e espirituais. Além disso, o governo promete que ajudará a promover ações que contribuam para uma convivência saudável entre as pessoas, estabelecendo relações de confiança e respeito mútuo. Conclusão: quando a sociedade deixa um espaço aberto por inércia e/ou desinteresse, esse espaço é ocupado por quem entende que deva ocupar todos os espaços vazios que a sociedade assim deixou. O poder público é especialista nisso. Enxerga uma brecha e logo quer ocupar com leis que nada contribuem para o desenvolvimento da consciência dos seres humanos. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Como é que essa lei vai ser praticada de fato? Quem não praticar estará infringindo a lei? A ética pode ser sustentada por uma lei? A quem interessa essa lei? A consciência humana foi substituída por um decreto, já que não conseguimos pensar e discernir o que é ético e moral. É melhor para o povo que o governo não ensine a ética nas escolas, pois assim mantém todos alienados. O governo não tem histórias éticas para contar, por isso precisa impor decretos ao invés de mostrar com exemplos. Se fôssemos um povo menos alienado, destituiríamos o governo e a assembléia legislativa por uma sandice como essa. Enquanto a assembléia do Rio de Janeiro perde tempo com essa besteira, o Brasil vai gastar cerca de 23 bilhões de reais para viabilizar a copa do mundo. Se você acrescentar o que vai ser gasto com a Copa das Confederações e Jogos Olímpicos, os valores chegam á estratosfera. Falta fio de aço para fechar um tórax, aberto em uma cirurgia de emergência, em hospital no Rio Grande do Norte. Neurocirurgião não vai ao seu plantão e criança, com bala na cabeça, morre por falta de atendimento no Rio de Janeiro. Mazelas na saúde, segurança, educação, meio ambiente, transportes, etc. fazem do nosso dia a dia um verdadeiro descaso do poder público que quer, através de decretos, mostrar que fazem o bem e se preocupam como levamos nossas vidas. Mas o decreto 6394 vai resolver tudo isso. Estou até pensando em mudar para o Rio de Janeiro. Acho que vou me sentir mais seguro lá. Afinal todos os cidadãos vão cumprir rigorosamente essa lei. O Rio será uma ilha ética no Brasil. Quando penso que nossos impostos pagam os salários das pessoas do legislativo para criarem absurdos como estes,tenho vergonha de pertencer a espécie humana. Como não posso mudar essa condição, deixo aqui meu protesto. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos Os culpados de Santa Maria Uma grande tragédia: as mortes de mais de 200 jovens em uma casa noturna em Santa Maria, RS. A sede de justiça é o que está movendo a mídia e os familiares, direta e indiretamente envolvidos, nesta situação não comum. Nessas horas, parece que ao encontrar os culpados, há uma sensação de diminuição da dor coletiva oriunda desta catástrofe sem tamanho. É apenas uma sensação, mas já é alguma coisa para se apegar e para nos dizer que nem tudo está perdido. Mas quem são os culpados de fato? No meu humilde entendimento, todos. Para mim, são culpados: Os donos do estabelecimento por manterem um local inapropriado para receber a quantidade de pessoas que recebeu; O corpo de bombeiros por limitar sua visão de cuidado com a vida humana apenas à burocracia de alvarás e regras; A prefeitura por não saber como fiscalizar estabelecimentos com eficiência e eficácia; Os músicos da banda que foram irresponsáveis em relação ao entretenimento que queriam proporcionar; A sociedade que apenas se comove com as tragédias e somente reage a situações de conflito, contribuindo pouco para ajudar de forma preventiva. Nesta lista entram também: fornecedores da boate, mídia, familiares dos donos etc; A comunidade do entorno que estava apenas preocupada com seu sossego e não com vidas humanas; Os usuários: os que morreram e os que não morreram, por não saberem avaliar riscos a priori pensando apenas nos prazeres, delegando para outros sua segurança; Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos E eu, que estou aqui escrevendo este texto, e nunca me importei em fiscalizar e denunciar nenhuma casa noturna que oferecesse qualquer risco de morte para qualquer pessoa. Entendo que os culpados são todos aqueles que se omitiram e se omitem a cada dia diante das tragédias anunciadas que estão em nosso entorno. Desde quando você vê uma pessoa bebendo no bar/restaurante e pegando o carro em seguida e não faz nada. Passando por saber que sua empresa sonega impostos e humilha funcionários e você continua não fazendo nada. Até chegar ao ponto de você pensar apenas em se dar bem e desenvolver uma mentalidade predadora em que o que importa são os prazeres individuais, em que o mundo é apenas uma fonte de recursos a ser explorada. Morreram mais de 200 pessoas nessa tragédia. Uma tristeza. Morrem 40.000 por ano em acidentes de carro, ou seja, o equivalente a 200 boates Kiss. Uma catástrofe. Morrem 70.000 em homicídios, ou seja, 350 boates Kiss. Uma epidemia. Os efeitos desta tragédia de Santa Maria para as famílias são extremamente tristes. Os efeitos para a humanidade - de todas as mortes por estupidez das pessoas - são incomensuráveis. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos O Preço da Criatividade! O psicólogo Karl Duncker em 1945 criou um experimento da ciência comportamental chamado: O problema da Vela.Tal experimento consiste em levar uma pessoa para uma sala, deixá-la sozinha e propor que ela utilize os utensílios deixados em cima da mesa (figura:01), prendendo a vela na parede de forma que, quando acesa não pingue cera na mesa. Muitas pessoas tentam prender a vela com tachinhas, outras derretem a lateral da vela com fósforos e grudam na parede e tantas outras aberrações. Nada funciona. O que funciona normalmente é tirar as tachinhas da caixa, utilizar duas ou três tachinhas para prender a caixa na parede e colocar a vela acesa dentro da caixa conforme a figura:2 Para o cientista isso ocorre e chama-se: Funcionalidade fixa. Por que conseguimos ver a caixa apenas como recipiente para as tachinhas e não como uma plataforma para a vela. Um outro cientista, Sam Glucksberg, baseado noProblema da Vela, criou um outro experimento onde seu objetivo era saber o desempenho das Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898 Artigos pessoas para solucionar o problema da vela quando pressionadas. Ele juntou dois grupos de pessoas para resolver o problema individualmente. Para um deles, disse que iria apenas cronometrar o experimento com objetivo de criar normas sobre como solucionar o problema. Para o segundo grupo ele ofereceu recompensas, dizendo que daria 5 dólares para os 25 mais rápidos. E para o mais rápido de todos, 20 dólares. Por mais incrível que possa parecer, o grupo que recebia recompensas demorou 3 minutos e meio a mais que o grupo que estava apenas ajudando a criar normas de solução. Por quê isso ocorre? Por quê as empresas desprezam esses experimentos científicos que são comprovados há mais de 40 anos? Por que ainda tentam "comprar" a criatividade para resolver problemas quando ela é, na maioria das vezes, de graça? Seguindo o experimento, Sam montou outros dois grupos com os mesmos objetivo e as mesmas motivações. Só que agora na sala, cada pessoa encontrou a mesa com os utensílios conforme demonstra a figura nº 3, ou seja, as tachinhas estavam fora da caixa. O grupo que recebeu as recompensas em dinheiro foi muito mais rápido que o grupo que estava descrevendo normas.Por quê? Quando os problemas não são complexos e não exigirem nada de criatividade, a recompensa em dinheiro funciona por que o cérebro fica focando somente no óbvio. Conclusão: Se o seu negócios exige criatividade e complexidade nas soluções, não recompense em dinheiro. Crie significado e propósito para seus colaboradores. Incentive-os a pensar outras possibilidades pelo prazer, pelo desafio e pelo próprio desenvolvimento. Seja generoso e crie uma empresa rica, ética e inspiradora. Francisco de Assis Santos Sobrinho Filósofo, Professor de Ética e Consultor [email protected] www.aprendendoapensar.com.br +55 16 98179-9898