Artigos - Código de Conduta

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Artigos - Código de Conduta
Pensamentos
Contemporâneos
Francisco de Assis Santos Sobrinho
Filósofo, Professor de Ética e Consultor
Sócio da Empresa Aprendendo@Pensar
Consultoria heterodoxa que desenvolve
empresas ricas, éticas e inspiradoras
www.aprendendoapensar.com.br
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Quem é você quando ninguém está olhando?
Há muito tempo a humanidade vem discutindo o conceito e a aplicação da
ética. São mais de 2.500 anos, considerando apenas a cultura ocidental, na
busca de definições e aplicações desta matéria tão importante e de difícil
compreensão.
Hoje sou um estudioso deste assunto e, quanto mais estudo, mais vejo uma
grande confusão entre conceitos que permeiam a história. Não é fácil. O
itinerário neste estudo é o que conforta.
As coisas se confundem ainda mais quando buscamos a definição de moral.
O que é ético? O que é moral? É difícil definir. Várias são as correntes que
juntam os dois conceitos e outras que buscam diferenciá-los. Até agora, por
que sei que vou mudar, creio que é mais adequado buscar a definição grega
de ética.
A origem grega da palavra ética é a palavra êthos/éthos que, quando
grafado
com
a
vogal "ê"
(eta) longo, ήθος tem
o
sentido
de "propriedade do caráter". Quando grafado com vogal breve "é"
(epsilon) ἔθος - tem o sentido de "costume". Esse último (costume) foi
a tradução feita para o latim como "Moris e/ou Morales" que definimos
hoje como moral.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Portanto, há uma pequena diferença entre um e outro, que não somente
semântica. Podemos definir Ética e Moral como:
Ética
Ética
Ética
Ética
Ética
Ética
É
É
É
É
É
É
Ética
PRINCÍPIO
PERMANENTE
UNIVERSAL
REGRA
TEORIA
REFLEXÃO
Moral
Moral
Moral
Moral
Moral
Moral
É
É
É
É
É
É
Moral
CONDUTA ESPECÍFICA
TEMPORAL
CULTURAL
CONDUTA DA REGRA
PRÁTICA
AÇÃO
São definições contemporâneas que, em minha opinião, abarcam e
diferenciam os conceitos entre as duas disciplinas que estão relacionadas
com: Justiça, Bem e Mal. Pensando nisso, pode-se afirmar que todo "código
de ética" existente não passa de "código moral ou de conduta", pois a ética
está acima de qualquer código.
Outros termos importantes para conhecer são: aético, que quer dizer
ausência de qualquer princípio ético. Antiético, que significa contrário à
ética existente. Amoral, que não têm moral alguma e imoral, contra a
moral existente.
Não podemos afirmar que somos éticos sem conhecer com algum grau de
profundidade o que é ética e o que ela estuda. Ser ético pressupõe examinar
permanentemente a forma e conteúdo da vida que você leva. Como dizia
Saramago: a única evolução possível do ser humano é a evolução ética. O
resto é apenas acumular bens.
Vamos Nessa!
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Para quê você e sua empresa existem?
Geralmente uma empresa é aberta com objetivo de ganhar dinheiro. Ela
permanece com esse foco por determinado período. Chega um momento,
então, que algumas sucubem e fecham. Outras continuam por mais um
tempo, porém começam a aparecer sintomas como: perda de colaboradores,
rentabilidade baixa e/ou negativa,desânimo no clima organizacional entre
outras patologias. Há também as que prosperam e seguem em frente.
As que fecham, geralmente o fazem por problemas financeiros graves. Só
que estes problemas são efeitos de uma causa nefasta que é o foco estrito
dos seus líderes apenas no dinheiro. Empresas assim não tem nenhum
significado para os seus donos, nem para os colaboradores e nem para o
mercado, que acaba preterindo os seus produtos e/ou serviços para outras
empresas mais comprometidas. É bom para o mundo que empresas com o
foco apenas no dinheiro fechem. Elas e seus donos são predadores por
natureza.
O outro grupo de empresas - as doentes - são fruto de líderes angustiados
que, em determinado momento, tinham apenas o foco no dinheiro e agora
enxergam outras possibilidades. Essas empresas precisam definir o "Para
quê?" existem para continuar se desenvolvendo juntamente com seus
colaboradores. Nenhum colaborador em sã consciência quer acordar todo dia
cedo para trabalhar como um louco com o objetivo de deixar os donos da
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empresa ricos. Ledo engano o empresário que pensa que isso vai ocorrer
todo o tempo, o tempo todo. Pessoas e empresas precisam de propósitos e
significados mais consistentes. Precisam de uma causa (para quê?) que una
todos em uma única direção. Essa causa, quando definida com técnica,
geralmente
abarca:
os
acionistas,
os
colaboradores,
os
clientes/consumidores, os fornecedores, a comunidade, a sociedade, o
governo e todos os demais que fazem parte do holograma da empresa. Essa
definição ajusta o rumo de todos e a mágica acontece: ética e prosperidade,
com humanidade.
O último grupo: as que nascem e prosperam são empresas que na sua
gênese possuem um significado motor. São raras essas empresas e líderes,
mas existem e devem servir de inspiração para todos nós. Elas sabem muito
bem "Para Quê?" existem neste mundo.
E você, sabe realmente "Para Quê" você e/ou sua empresa existem?
Se não sabe, está na hora de saber!?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Seu Cliente é Sujeito ou Objeto?
A grande maioria dos Programas de Relacionamento e Fidelização que
conheço trata os seus membros (consumidores e/ou clientes) como meios
para se conseguir algo e não como um fim em si mesmos. De certa forma,
esses programas olham para a outra pessoa como objeto da relação e não
como sujeito. Isso porque estes sistemas tem como foco central apenas o
ganho de dinheiro. O ser humano é e sempre será um fim em si mesmo e
não um meio de manipulação.Se não olharmos para as pessoas como
sujeitos de uma relação, essa relação sempre se tornará objetificada, o
sentido humanitário se perderá e apenas os interesses menores se
sobressairão.
A premissa básica é sempre a seguinte: Eu te dou algo e você me
recompensa com outro algo. Invariavelmente este algo é um objeto:
tangível ou intangível. No meio dessa relação busca-se um sentimento de
fidelidade, ou seja, por que esse tipo de transação ocorreu, para receber
minha recompensa, tenho que ser fiel.
Se a natureza humana funcionasse assim, seria muito decepcionante para
nossa espécie. Ainda bem que somos singulares e deixamos os "criadores"
de Programas de Relacionamento e Fidelização de cabelo em pé, tentando
entender um pouco sobre o ser humano em si.
Até certo ponto, somos previsíveis. Até certo ponto. Em determinado
momento e por "n" circunstâncias, internas e externas, o ser humano rompe
com seu processo de manipulação e vai passar por outras experiências de
consumo com outras empresas que, às vezes, nem Programa de
Relacionamento e Fidelização possuem.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Por que faz isso? Simples: ele não é objeto de ninguém... é apenas um
sujeito que busca mais do que uma recompensa, busca sua humanidade.
Criar Programas de Relacionamento e Fidelização tendo pano de fundo o ser
humano como sujeito é muito difícil e custoso. Ninguém escolhe esse
caminho. Afinal "o que interessa é o lucro e, concorrente
bom é concorrente morto". Esse é o paradigma que estamos vivendo e só
alguns iluminados conseguem sair dele.
Eu entendo ser possível fazer Programas de Relacionamento e Fidelização
diferenciados, partindo de outros paradigmas. Para isso temos que mudar o
modelo mental atual.
E você, na sua empresa, trata o seu Consumidor/Cliente como
Sujeito ou como Objeto?
Se você não sabe a resposta, veja como você é tratado enquanto
colaborador... Geralmente é da mesma forma que você tratará os
seus Clientes/Consumidores...
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Madalena Vencedora
Madalena é uma mulher deslumbrante. Corpo escultural, pele perfeita, olhos
verdes, cabelos cor de mel e todos os atributos de uma pessoa,
verdadeiramente, linda. Começou sua carreira aos 17 anos de idade. Em
poucos meses já era capa das principais revistas de moda do Brasil e do
mundo.
Aos 20 largou a carreira que sempre achou muito efêmera e que nada
contribuía para seu desenvolvimento pessoal e do seu entorno. Filha de pais
professores, Madalena estudou e morou durante os seus primeiros 18 anos
de vida em sua terra natal no interior do Rio Grande do Sul. De origem
alemã, aprendeu o idioma dos pais, o qual fala, lê e escreve com muita
fluência. Além do alemão, fala, lê e escreve também: Inglês e Francês.
Sempre teve habilidade em apreender outros idiomas.
Hoje mora em São Paulo. É operadora de telemarketing trilingue, ganha R$
7.700,00. Trabalha de segunda a sexta-feira, das 14h00 ás 20h00, numa
seguradora multinacional, atendendo clientes do Brasil e do Mundo. Gosta
muito do seu trabalho e entende que ele é uma ponte importante para ela
atingir seus objetivos, em função disso é muito dedicada e comprometida, e
extremamente reconhecida pelos seus superiores.
Com 25 anos, no auge de sua melhor forma física, Madalena se formou no
ano passado em psicologia na USP e agora está cursando o mestrado e
pretende fazer o doutorado ambos na USP. Quer ser professora e ter sua
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própria clinica. Está planejando fazer seu pós-doutorado na França. Sua
monografia e tese estão na linha de pesquisa que trata sobre: Ilusões
possíveis do ser.
Madalena tem um segundo emprego: é garota de programa. Na verdade ela
fala, brincando, que é uma grande pesquisadora da mente humana.
Madalena está 100% focada nas suas metas pessoais. Foi assim quando
começou a carreira de modelo e é assim até hoje. Madalena quer ter aos 30
anos, um milhão de dólares disponíveis em sua conta bancária. Todo esse
dinheiro deverá vir nos próximos 5 anos com os programas que ela faz e
fará com pessoas cuidadosamente selecionadas. São executivos, ricos, na
faixa etária de 45 a 60 anos, casados e que querem alguns momentos de
prazer seletivo. Na verdade é a Madalena que seleciona seus parceiros.
Antes de dar e receber prazer, Madalena conversa pelo menos uma hora
com a pessoa que a chamou, geralmente em um bar ou restaurante, para
depois decidir se vai ou não sair com ele. Em função de atitudes que julga
inadequadas em uma pessoa, já deixou muitos homens falando sozinho. Ela
afirma que disso ela nunca vai abrir mão, já que está no controle de sua
vida e extremamente focada nos seus objetivos e metas.
Madalena recebe, por cada programa, no mínimo, U$D 1.000,00 e nunca faz
mais de um programa por noite. Afinal, no dia seguinte cedo ela tem aulas e
à tarde seu trabalho na seguradora. O dinheiro que recebe da seguradora é
para seu custeio diário. Para atingir suas metas ela terá que fazer nesses
cinco anos, 1.000 programas. Na verdade são 1.180 já que ela está
contabilizando todo esse dinheiro e os 180 programas a mais são para pagar
impostos. São 64% do total de dias disponíveis nesses 5 anos que Madalena
fará seus programas.
É uma meta alta, porém atingível. Em função de sua passagem como
modelo durante 2 anos, Madalena tem muita visibilidade e os parceiros a
procuram a toda hora. Clientes com certeza não faltarão. Com 30 anos,
doutora em psicologia, com um patrimônio importante, com sua própria
clinica, Madalena quer ter filhos e viver com um cara legal.
Hoje à noite, antes de sair para o seu 182º programa, ela se olhou no
espelho e viu uma Madalena vencedora. Deu um beijo no reflexo, sorriu e foi
buscar seus sonhos.
-----------------------------------------------------------------------------Perguntas:
Onde reside a problemática de Madalena?
É possível levar uma vida 100% singular em termos éticos?
Alguém 99,9% ético, é ético?
Alguma semelhança da Madalena com você?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Fato ou Versão?!
Quando alguém conta para você um episódio que aconteceu, você tem
certeza de que sabe distinguir o que é "fato" e o que é "versão" no que
está sendo narrado? Sabe mesmo? Tenho minhas dúvidas!.Se levarmos
em consideração que todo ser humano é único, que o conjunto de valores,
experiências e conhecimento que formam este ser humano é singular e a
forma que ele vê um "fato" é definitivamente específica e própria, podemos
afirmar com certeza que não existe um "fato" e sim, apenas "versões" de
um acontecimento. Difícil de entender isso? Vai piorar!
O "fato" em si também não ocorre. Na verdade todos os "fatos" são
sempre "versões" que eu, como ser humano, consigo narrar para alguém.
Esse alguém, ao apropriar-se da minha narrativa, cria outra versão baseado
nas suas experiências, valores éticos e conhecimento acumulado até então.
Desta forma, não conseguimos narrar um "fato", por mais simples que ele
seja, pois sempre ele será percebido com a singularidade que cada indivíduo
possui.
Lembra da brincadeira chamada telefone sem fio? É um bom exemplo,
de forma exagerada, que demonstra que não conseguimos reproduzir uma
determinada fala (fato) para outros, sem criarmos nossa própria versão.
Tem um filme que foi muito utilizado em treinamento nos anos 80 chamado:
"O olho do observador" (Siamar) que mostra que um mesmo "fato" tem
inúmeras interpretações: de quem viu o fato, de quem foi personagem do
fato e assim por diante, cada um conta sua versão com base na sua
"bagagem" de vida.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Outros filmes de Hollywood também já utilizaram o tema como fio condutor
de inúmeros roteiros. Tudo para mostrar como é impressionante que a
narrativa que um ser humano utiliza não consegue abarcar com precisão
determinado acontecimento. Parece que faltam palavras para poder
descrever com detalhes um fenômeno que se apresenta e, a princípio,
parece de fácil assimilação. Nosso cérebro tenta buscar em vão a descrição
do "fato" em si, como eu estou tentando agora detalhar neste texto para
você. Por mais que eu escreva, se eu tentar mais tarde, escreverei de outra
forma e assim o farei até o final dos tempos.
Nossa capacidade de criar "versões" é infinita e mudará sempre que houver
alguma alteração no meu conjunto de valores, experiências e conhecimento.
Da próxima vez que alguém pedir para você narrar algum "fato", lembre-se
que você será capaz apenas de dar uma "versão" daquele acontecimento
com base no que você é até o referido momento. Amanhã será outro dia e
com ele novas "versões" aparecerão sobre os acontecimentos anteriores.
Tem um ditado que diz: "O futuro muda o meu passado". Estranho? Nem
tanto. Quanto mais você vive, mais experiências, conhecimentos e valores
você adquire. Isso faz de você uma pessoa diferente, capaz de olhar o
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Por favor, as crianças não!!!
Responda sinceramente: Se você tivesse um filho ou uma filha de 10 anos
de idade, você deixaria ele ou ela decidir se deve ou não ir à escola? Se
pode ou não comer determinados produtos? Se pode ou não ver
determinados filmes? Se pode ou não sair com determinadas pessoas?
Deixaria?! Provavelmente sua resposta seria NÃO.
Se você fosse um pouco mais "cabeça aberta", como dizem por aí,
responderia que "depende". Esse seu "depende" estaria recheado de
situações que não colocassem em risco seu filho ou sua filha, o que é
óbvio.Na verdade você NÃO deixaria seu filho ou sua filha decidir, em
função de se tratar de uma criança com pouca experiência de vida e com
uma capacidade de julgar limitada. Diante de um mundo de alto risco que se
apresenta todos os dias, deixar nossos filhos à mercê de suas próprias
decisões não nos parece algo sensato e razoável.
Entretanto, todos os dias, esses mesmos filhos são bombardeados pelas
propagandas dirigidas exclusivamente para eles numa linguagem que, por
vezes, só eles entendem. Diante disso, o que você está fazendo? Creio que
muito pouco ou nada!
A propaganda dirigida para uma criança que tem uma capacidade de
julgamento limitada, para mim, é um crime hediondo que deveria levar para
cadeia tanto anunciantes como agências de propaganda e veículos de
comunicação. Se concordamos que uma criança não pode decidir certas
coisas na sua vida, por falta de maturidade e capacidade de julgar, como
permitimos que esta mesma criança seja submetida às propagandas que a
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induzem, através de uma persuasão inescrupulosa, a decidir pela escolha de
determinados produtos, serviços e outros bens de consumo?
Ao "conversar" com a criança, a propaganda desrespeita os princípios
básicos e saudáveis da educação e formação, ultrapassando limites e criando
demandas de forma alienada e humilhante. Essa "conversa" faz com que as
crianças tornem-se consumistas de forma exacerbada, atendendo aos
interesses de corporações que visam somente lucro.
Crianças gananciosas e competitivas acabam sendo desajustadas,
transformando-se em adultos problemáticos e governantes perigosos. Há
pouco tempo foi banida da televisão a propaganda de cigarros. Por que
fizemos isso? Porque foi constatado que estimular as pessoas a fumarem faz
muito mal à saúde. Foi constatado também que a propaganda aliciava cada
vez mais jovens para o mundo dos fumantes. Em nome de um capitalismo
burro, preferimos fazer isso, ou seja, tirar as propagandas do ar, em vez de
fechar as indústrias. Seria muito mais lógico, prudente e razoável matar o
mal pela raiz, ou seja, acabar com as indústrias. Isso não foi feito em função
de lobbies e de interesses escusos dos governantes.
Infelizmente descobrimos que o cigarro mata tarde demais. Assim será com
as bebidas alcoólicas. Daqui algum tempo estarão proibindo as propagandas
de bebidas alcoólicas nos veículos de comunicação. Vamos fazer o que
fizemos com o cigarro. Como se não soubéssemos a priori, vamos
apresentar um discurso que a bebida alcoólica faz mal à saúde e mata.
Quanto tempo levará para fazermos isso? Nossa idiotice é quem dirá.
Quanto tempo levará para proibirmos a propaganda para as crianças?
Quando forjarmos mais Hitler´s no mundo e matarmos mais e mais outros
seres humanos.
Enquanto isso não ocorre, meta a boca no trombone e denuncie as
propagandas dirigidas às crianças para os organismos competentes, ou para
seu político do "coração". Seja menos consumista. Instigue seus filhos a
buscarem conhecimento. Quando o conhecimento é nulo, o espaço que ele
deixa é ocupado por dogmas e frustrações alienantes. Tenha certeza que,
quem fabrica produtos e/ou produz serviços para crianças, tem outra forma
de divulgar os mesmos sem criar constrangimentos e/ou alienação. Basta
divulgar para os pais e deixar os mesmos decidirem se são adequados ou
não para seus filhos. Tudo muito simples, como deve ser a vida das
crianças.
E você... o que acha de tudo isso?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Afinal, o que é o tempo?
O que é o tempo?: "Se você não perguntar, eu sei o que é; se quiser que
eu explique, eu já não sei mais". Essa definição interessante é de Agostinho
de Hipona (354-430), mais conhecido como Santo Agostinho. Em sua obra
denominada: Confissões, esse filósofo coloca sua posição em relação ao
tempo, com o objetivo de propor discussões e visões críticas sobre a relação
do ser humano com o tempo.No senso comum, temos apenas a noção de
três tempos: Passado, Presente e Futuro. Para alguns, o presente é uma
ilusão, pois se o segundo que está por vir é futuro, e o segundo que já
passou é passado, então qual seria o tempo presente?
Os gregos definiram o tempo de várias formas. Duas formas que acho mais
interessantes de definir o tempo são:Chronos e Kairós. Chronos é o
tempo seqüencial e cronológico, é a forma racional do tempo que mede as
horas, dias, anos etc; Kairós é a forma qualitativa do tempo. Trata-se do
tempo indeterminado, ou seja, dos nossos momentos inesquecíveis e de
qualidade. Tem relação com o que sentimos quando passamos por
determinada experiência de vida. É um tempo emocional e sensível que, por
vezes, não sabemos explicar.
Enfim, o assunto: tempo, sempre foi e sempre será um dos assuntos
prediletos da filosofia como um todo. No senso comum, o tempo é tratado
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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de forma vulgar e apenas cronologicamente. A maioria das pessoas vive em
função de um passado e/ou de um futuro se apegando as coisas e/ou
desejando outras que melhorem suas vidas. Pensam muito pouco sobre a
vida em si e como ela é apenas um ciclo em todo o processo de existência
do ser humano. Não sabem envelhecer e aceitar que esse é o processo
natural de uma vida. Buscam a eternidade dentro de um tempo que é finito
ao ser. Em função desta distorção, fazem coisas absurdas e perigosas. Um
volume monstruoso de negócios vive em função desta distorção na
compreensão do tempo: Indústria de cosméticos, farmacêutica, de cirurgias
plásticas estéticas, entre outros.
Só a indústria de cosméticos no Brasil, movimentou em 2011, mais de 30
bilhões de reais de um negócio de alguns trilhões de dólares no mundo.
Retardar o envelhecimento mantendo a "aparência" jovem é a grande mola
propulsora desta indústria. Ser jovem por um determinado período de tempo
já não basta. É necessário "parecer" jovem por mais tempo de nossa
existência. Não aceitar a natureza do envelhecimento natural é moda e
mostra que a pessoa é determinada e não acomodada. Essa é cultura
dominante e que as indústrias que vivem dela fomentam.
A finitude do ser é fato. Esticados ou enrugados sempre teremos o mesmo
fim. Nos aceitar como somos é o início da evolução humana.
E você... está preparado para sua finitude?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Torço pelo Touro!
Sempre que vi alguma reportagem sobre touradas, torci pelo touro. O que
fazem com o animal é o maior símbolo de idiotice dos humanos. Humilhar o
touro em condições desiguais é mais bestial do que a própria tourada.
Pouco tempo atrás, na Espanha, houve uma tourada para angariar fundos
contra a violência em países que estão em guerra! Depois nós, humanos,
que somos animais racionais. Ver uma tourada é ver uma verdadeira aula de
tortura que daria inveja ao Dr. Josef Mengele, no seu tempo de nazista.
Por que fazemos isso com os touros e com os outros animais?
Para mim, há mais "cavalidade" no cavalo, "cachorridade" no cachorro
do que humanidade no humano. Não nos contentamos em matar os
animais, de forma rápida, para nos alimentar. Queremos subjugar, humilhar
e judiar dos animais, como eu disse, em condições desiguais. Imagine se
não existisse nenhuma arma ou coisa que pudesse usar como arma para
matar qualquer animal. Imagine se o ser humano tivesse que utilizar apenas
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suas mãos, pés e o corpo para poder mostrar sua soberania junto aos
animais. Quem estaria no topo da cadeira alimentar? Nós? Claro que
não! Existem na natureza, centenas de animais mais fortes do que nós e
que estariam em condições mais favoráveis.
Essa "vontade" de subjugar é um fator doentio nos humanos. Adoramos ir
em "Pesque e Solte" para fisgar o peixe, brincar com ele, cansá-lo e depois
soltá-lo como se estivesse fazendo um bem para a natureza. Pior é que
existem alguns ambientalistas, ou coisa que o valha, que acham que isso é
bom. Ou seja, pego o peixe, subjugo e depois com ar de clemência eu o
solto. Ridículo.
Houve um tempo em que o homem respeitava os animais, e todo o entorno,
como seres da mesma estatura. Esse tempo de simbiose foi esquecido em
função da distorção da relação do homem com a natureza. Nossa única
chance de sobrevivência no planeta é a volta do senso de simbiose.
Entendendo simbiose como a relação mutuamente vantajosa entre dois ou
mais organismos vivos de espécies diferentes. Sabemos fazer isso, pois
nossos ancestrais mais remotos o fizeram e estamos hoje aqui em função
disso. Voltar a praticar a simbiose é uma questão de consciência e atitude.
Enquanto isso não ocorre, vou torcer sempre para os animais em todos os
"esportes" em que são subjugados.
E você? Vai torcer para quem?
Resíduos Humanos
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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De todas as espécies vivas que existem no planeta terra, o ser humano é,
sem dúvida, o que produz mais resíduos em sua existência. Já fazíamos isso
há muito tempo quando estávamos nas cavernas e produzíamos
basicamente lixo orgânico e, fazemos isso hoje de forma brutal, agora com a
produção de resíduos de produtos industrializados.
A quantidade de plástico, metal, vidro etc que sai de uma residência é algo
impressionante. Considerando apenas onde há coleta, um ser humano
brasileiro produz cerca de um quilo de lixo por dia, com base nos
levantamentos. Esse volume é mais ou menos o mesmo por todo o planeta.
Estimando a população mundial em 7 bilhões de habitantes,produzimos
cerca de 2.555.000.000.000 de quilos lixo por ano. Isso é muito
resíduo para um planeta tão pequeno como o nosso.
Resíduo é uma questão de educação e compreensão. Deveríamos ter uma
compreensão mais elaborada sobre os resíduos desde os primeiros anos de
alfabetização e durante o resto de nossas vidas. Fritjof Capra, físico
austríaco e ecologista de carteirinha, fala em uma "alfabetização ecológica",
como a alternativa mais viável para mudar o modelo mental da população e
conseguir que a espécie sobreviva. Eu concordo com ele, porém não acredito
que nossa espécie vá sobreviver. Creio nisso em função de vários outros
motivos e não só o conhecimento ecológico. Somos egoístas demais para
querer sobreviver em grupo.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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O mundo fala de sustentabilidade, porém as definições sobre o que é a
sustentabilidade são confusas e limitadas. Depois de ler sobre esse assunto,
acredito piamente que sustentabilidade é a consciência sobre os resíduos
que produzimos: uma preocupação constante sobre os resíduos - de quem
produz os produtos que consumimos - e outra preocupação maior ainda
sobre o que fazem com os resíduos que produzimos.
Em suma, sustentabilidade é uma preocupação sistêmica com
resíduos de uma forma global: antes de consumir, ao consumir e
depois de consumir.É o legado que deixaremos para o planeta.
Imagine, por exemplo, que você se torne responsável pelo resíduo de tudo
o que você venha a consumir até a transformação dele em algo que não
agrida o planeta em tempo algum. Em outras palavras, o que você produzir
de resíduo, deverá se transformar novamente em algo bom para natureza.
Você consumiria o que está consumindo hoje?Consumiria da mesma
forma e quantidade que consome? Procuraria produtos de empresas
que ajudasse você com os resíduos? O que você faria efetivamente?
Essa reflexão poderá ajudar você e o planeta.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Decreto Presidencial
A PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o
artigo 84º inciso VI, alínea "a", da Constituição, DECRETA:
A partir de hoje, todo homem público que ocupar qualquer cargo público
tanto da administração direta como indireta, obtido através de indicação,
concurso, votação, cargo de confiança, entre outros, deverá:
§ 1º utilizar somente os serviços de saúde pública, para si e para sua
família, abdicando de qualquer outro tipo de assistência médica privada,
incluindo laboratórios e serviços congêneres;
§ 2º utilizar somente os serviços de educação pública, para si e para sua
família, abdicando de qualquer outro tipo de educação privada, seja ela
ensino formal estruturado e fora dele, ou de qualquer outro tipo de saber
como línguas, artes, e congêneres;
§ 3º utilizar somente os serviços de segurança pública, para si e para sua
família, abdicando de qualquer outro tipo de segurança privada, seja como:
alarmes residenciais, alarme de automóveis e serviços e/ou produtos
congêneres;
§ 4º utilizar somente os serviços de transporte público, para si e para sua
família, tanto para ida e volta ao trabalho como para lazer, abdicando de
qualquer outro tipo de transporte privado, "carona", e serviços congêneres.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
Filósofo, Professor de Ética e Consultor
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Caso seja constatado que qualquer homem público, bem como sua família
direta (Pai, Mãe, Filhos e Filhas), não tenha seguido as determinações
acima, fica automaticamente exonerado de suas funções, não podendo
exercer mais qualquer função pública no Brasil.
Ficam revogados todos os dispositivos contrários. Esse Decreto entra em
vigor a partir da sua publicação.
Brasília, qualquer dia, de qualquer mês de qualquer ano.
Qual é o real interesse do homem público? Quando fazemos essa
pergunta a um homem público, a resposta - sincera ou não - é que: seu
interesse em ser um homem público é de servir a nação. Resguardados
algumas falas mais ou menos rebuscadas, o conteúdo é mais ou menos na
linha de: "servir a nação, o estado, o município" e assim por diante.
A história conta e registra depoimentos também com base nesta máxima
de "servir o povo". Grandes e pequenos estadistas também entraram para
a política ou para o serviço público com objetivo de ajudar o povo que
necessita deste serviço.
Tudo isso parece muito óbvio, porém a contemporaneidade fez com que a
noção de "servidor público" fosse corrompida de suas origens, sendo hoje
considerado, apenas um "emprego qualquer, porém mais seguro".
Em suma, as pessoas querem trabalhar no setor público muito mais para ter
um emprego seguro do que por "vontade de servir o povo", razão da
existência do trabalho em si neste setor. A inversão acontece como
resultado de uma "coisificação" tanto do "setor público" como do "servidor
público" em função de suas ações e realizações, demonstradas na qualidade
do Serviço Público oferecido.
Nada de novo até aqui?! Também acho! Muitos servidores públicos que
lerem o texto acima estarão dizendo - sinceramente ou não - que não é
verdade e que estou completamente enganado, e que o Serviço Público tem
melhorado muito. Para provar minha tese de que o Servidor Público e o
Serviço Público "coisificaram-se", proponho o Decreto Presidencial acima.
Esses quatro itens: Saúde, Educação, Segurança e Transporte são
suficientes para que os "servidores públicos" mostrem seu "real interesse"
na administração pública brasileira. Após promulgar o Decreto, teríamos
duas situações:
Hipótese 1: Os serviços de Saúde, Educação, Segurança e Transportes
melhorariam substancialmente, o que seria bom para os servidores públicos
e para todo o povo;
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Hipótese 2: Não existiriam mais pessoas interessadas em ser servidores
públicos, enquanto a situação da Saúde, Educação, Segurança e Transporte
continuassem como está.
Pense nisso na hora de votar! Exija que seus candidatos só utilizem
os serviços públicos.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Novo Modelo Mental
Com um ou dois anos de idade, o ser humano pereceria se deixado às
condições naturais sem a supervisão de adultos. Diferentemente dos demais
animais que, provavelmente, sobreviveriam em função de uma genética
mais adequada. O ser humano é e sempre será frágil em sua natureza. Essa
fragilidade biológica e psíquica faz com que o ser humano procure, ao longo
do seu itinerário, buscar modelos e padrões que lhe dêem um certo conforto
e diminuam seus medos e desesperanças.
Esse padrão de comportamento cria o que chamamos de paradigma, ou
seja, um modelo mental a ser perseguidocom base nas experiências que
deram certo ou que proporcionaram algum prazer em determinado momento
da vida. Somos naturalmente empíricos. Carregamos esses paradigmas pela
vida toda, por vezes acrescentando algumas atitudes e comportamentos
mais contemporâneos.
Assim, desde os homens das cavernas até os executivos modernos,
seguimos os paradigmas criados para sobreviver e dar prazer e: agimos,
decidimos, empreendemos, criamos etc, de acordo com os modelos mentais
que nos dão conforto e segurança. "Quebrar" esses paradigmas exige do ser
humano mais do que vontade apenas. Exige uma reflexão profunda das
origens dos mesmos e a certeza de que podemos sobreviver com novos
paradigmas e não apenas com modificações dos paradigmas anteriores. Isso
é um exercício difícil e que poucos conseguem.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Se você perguntar para todo mundo sobre a poluição, cerca de
99,99% das pessoas sabem do que se trata e têm uma noção
razoável de que é prejudicial a todo o planeta.
Por que, então, as pessoas não mudam de atitude e param de poluir?
No meu entendimento é em virtude do "paradigma de propriedade
individual", ou seja, nós entendemos que é"nosso" apenas aquilo nos
pertence por termos comprado, ganho etc. No quintal da minha casa, ou na
sala do meu apartamento eu dificilmente jogo lixo de forma constante e
deliberada. Não faço isso, pois essas coisas "me pertencem" literalmente.
Já a rua, o rio, o mar, o mato etc, não são "efetivamente" meu ou de minha
família. Esses outros "territórios", de certa forma e de acordo com meu
paradigma, não me pertencem e não me sinto como pertencido a eles.
Transformar o "paradigma de propriedade individual" em"paradigma de
propriedade coletiva" não é apenas mudar o nome e/ou acrescentar
alguma coisa no paradigma anterior. Exige uma reflexão profunda sobre
como foi construído o paradigma da propriedade individual na história da
humanidade e como devemos mudar o modelo mental, inserindo
o "sentimento de pertencimento" ao todo de forma literal e verdadeira.
Assim, no exemplo da poluição, devemos pensar que, somente se eu
ampliar o meu sentido de propriedade é que poderemos mudar o paradigma
atual. Veja bem, não é mudando o sentido do individual para o coletivo e
sim ampliando o sentido de propriedade é que poderemos parar de jogar lixo
nas "nossas propriedades".
Temos que nos sentir "donos" de tudo para não deixarmos que nós
mesmos façamos coisas ruins para nós mesmos. É rompendo o paradigma
anterior que teremos chances concretas de mudar efetivamente.
Esse novo modelo de perceber as coisas (sensação de pertencer) vale
para todas as situações que vivemos: na família, no trabalho, na nossa
empresa, na educação, na comunidade, no país, no planeta e assim por
diante.
Quando foi a última vez que você fez alguma coisa pela primeira
vez?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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NÃO para o Continuísmo!!!
Tenho uma tendência de ser contra qualquer tipo de continuísmo. O ser
humano é apegado às coisas que conhece e tem muita dificuldade em se
abrir para coisas novas. Nosso modelo mental é continuísta e procura ficar
numa zona de conforto infinitamente. O medo e apego é que mantem
o status quo desse continuísmo interno. Ele se propaga também para um
continuísmo externo, representado pela manutenção do paradigma, pela
incompetência e pela vaidade.
Se um líder recebe um cargo e tem determinado período de tempo para
executar um conjunto de atividades e consegue êxito, deveria fazer parte do
seu êxito o desenvolvimento de um sucessor. Querer se manter no cargo
após o período combinado é pura vaidade e mantém o paradigma de: "Em
time que está ganhando não se mexe". Esse pensamento não é inovador
e não contribui para o desenvolvimento de nada. É fundamental renovar a
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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liderança e buscar dar oportunidade para outras pessoas executarem suas
obras. O verdadeiro líder sabe disso!
O pior líder é aquele que sabe que o tempo para realizar o que se propôs
está acabando, não fez o combinado e já está querendo negociar uma
prorrogação de tempo do seu trabalho. Em nome do apego, vaidade e
incompetência, esse líder está pedindo uma segunda chance para acabar de
realizar o que não conseguiu e promete realizar mais coisas para tentar
convencer pessoas que:"Em time que está perdendo, também não se
mexe".
Essa minha teoria serve tanto para as empresas privadas que elegem
presidentes para um mandato, como também para empresas públicas que
elegem pessoas para o poder executivo e legislativo. Estamos em época de
eleição. Há vários canditados pedindo seu voto para se reelegerem. Eles
fazem parte desse continuísmo político, fruto da falta de uma reforma
política necessária para o desenvolvimento da sociedade.
Quebre o paradigma do continuísmo. Renove sua forma de pensar.
Repense o seu modelo mental.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Motivação por Indignação!
Por quê a maioria dos indicadores das empresas (EBTIDA, Share,
Liquidez, Produtividade, etc.), visam apenas o aumento da sua
performance? Uma empresa é feita apenas para crescer? Ao seguir somente
essas metas de crescimento/desenvolvimento o Líder está buscando atender
quais interesses? Por quê quando concebemos um negócio não
estabelecemos um limite de tamanho para esse negócio?
Penso que as respostas para essas questões são mais complexas do que
imaginamos. O Homo Lupus(predador) habita em nosso interior e quer mais
e mais todos os dias. Conquistar cada vez mais é, para muitos líderes, a sua
principal motivação. Pensamos muito pouco ou quase nada em estabilizar
os negócios em um patamar e lá ficar. A sensação que temos é que, se
ficarmos estáveis em um determinado tamanho, outra empresa assumirá a
demanda existente e crescerá mais do que a gente, tornando uma grande
ameaça. Pode até acontencer dessa empresa acabar nos destruindo e/ou
nos comprando, gerando com isso muito medo em nossas mentes.
Esse medo atávico (atávico vem do latim atavus que quer dizer o 4º avô)
é fruto de uma época onde o crescimento era vital por não existir
concorrência e nem opções. Era um modelo mental que associava a posse, o
crescimento desenfreado ao poder e respeito. Hoje queremos crescer sem
entender que existem mais e mais empreendedores que também querem
abrir seus negócios e conquistar uma fatia de mercado. Nosso pensamento é
orientado para afirmar que: concorrente bom é concorrente morto!.
Será que não deveriam existir somente empreendimentos de pequeno porte,
conectados com seu pequeno mercado, atendendo um pequeno grupo de
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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clientes e assim por diante? Creio que é mais saudável pensar pequeno nos
dias atuais, na maioria das atividades.
O pensamento desenvolvimentista, na maioria das vezes, é um pensamento
egoísta e não colaborativo. Ficar rico não é gerar riqueza. EBITDA Alto
não representa colaboradores saudáveis. Domínio de Mercado não se
traduz em ética.
Tenho convicção que a mudança de modelo mental surgirá muito mais no
âmbito empresarial do que no educacional, social, familiar ou
governamental. É a empresa que tem chances de tornar o ser humano
mais humano e responsável. O Contrato Social da empresa, tem que ser
um contrato social literalmente falando, ou seja, ele tem que participar da
melhoria da sociedade como um todo.
Temos que modificar nossas métricas/indicadores. Esses novos indicadores
nos devem orientar (empresas/pessoas) para o Ser e não só para o Ter. É
óbvio que um negócio deve dar resultados. O que devemos discutir é o
que chamamos de resultados e como vamos compartilhar esses resultados
com a sociedade. As empresas devem se tornar mais sensíveis com a
condição humana existente. Todos os esforços e energia devem ser focados
no bem estar do ser humano e não humano de hoje e de amanhã. A visão
de futuro é, essencialmente, colaborativa. O que deve nos motivar
(empresas/pessoas) é a indignação.
E você, quais são suas métricas individuais? O seu legado, para seus
filhos e para a humanidade, será só de bens materiais?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Virgem Vendida
Catarina Migliorini, brasileira, solteira, 20 anos, morando na Indonésia,
leiloou
sua
virgindade.
O
leilão,
que
foi
acompanhado
no
site: http://virginswanted.com.au/catarina-BID.html, iniciou em 17/09 e
terminou em 24/10/2012 com um vencedor chamado Natsu do Japão que
pagou o total de 780.000 dolares para ter o direito de desvirginar a garota.
Para Catarina, vender a relação sexual não caracteriza "prostituição" porque,
segundo ela, é um "negócio" que vai acontecer apenas uma vez em sua
vida. O leilão da virgindade de Catarina faz parte de um projeto de
documentário, idealizado pelo australiano Justin Sisely. Segundo o diretor, a
ideia é mostrar o desenvolvimento emocional de dois jovens, antes e depois
da primeira experiência sexual. O outro protagonista do filme é o russo Alex
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Stepanov, 23 anos. Ao ler os comentário da mídia no mundo todo, Catarina
diz: "Eu já imaginava. Respeito a opinião de cada um, mas não esperava
mesmo a bênção de ninguém".
O conceito da virgindade, pelo menos para Catarina, mudou no decorrer do
tempo. Antes significava a pureza da mulher pela inexperiência, a sensação
de intocabilidade que só o escolhido poderia ter o privilégio de experimentar,
o encantamento amoroso que estava subentendido na preservação, para
apenas um negócio sem sentimento, com base em valores de quem pagar
mais e, sem a necessidade de encantamento nenhum, além de puramente
mediático. Apenas um negócio.
Tenho muita dificuldade em entender que tipo de ser humano "comprou" a
virgindade da Catarina. Para mim, uma pessoa que deseja tanto a
virgindade de alguém e que é capaz de entrar num leilão para isso pagando
valores absurdos, também tem outros desejos ocultos inescrupulosos onde
se mantém a perspectiva de que o dinheiro "compra" tudo. Realmente
essas pessoas me assustam!
O que a Catarina colocou na mídia com sua ação, acontece todos os dias
nesses quatro cantos do mundo de forma menos divulgada. Pais vendendo
filhas para sustentar o resto da família. Garotas sendo traficadas para
pessoas sem muito escrúpulos abusarem. Pessoas vendendo órgãos
humanos para ganharem dinheiro e etc e tal.
O que Catarina fez não é mais repugnante do que coisas parecidas
que acontecem no dia a dia do mundo. Mas mesmo assim é um exemplo
muito triste de uma garota que não sabe o que é ética e muito menos sabe
o "para quê" ela existe nesse mundo.
Esses atalhos são muito pesados no decorrer de nossa vida. Eles marcam
profundamente nossa alma e, por falta de um repertório melhor, acabamos
seguindo trilhas diferentes da nossa própria natureza humana. Nos
perdemos em essência e nos afastamos do nosso ser. Apenas queremos
os nossos 15 minutos de fama para mostrar que somos diferentes. Que
somos capazes de fazer coisas heterodoxas. Os valores, a ética tudo mais
fica para um segundo momento que poderá nunca acontecer.
E você, tem deixado para um segundo
momento a ética?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Líderes e equipes generosos entregam mais resultados
Tenho uma proposta de reflexão e de ação que pode parecer piegas mas
tem ajudado líderes e equipes a produzirem melhores resultados nas
empresas. Trata-se da prática da generosidade num âmbito mais geral.
Para entender como isso funciona, é necessário conceituar o que entendo
por
generosidade
e
quais
tipos
de
pessoas
generosas
existem. Generosidade significa agir de forma intencional para ajudar
uma outra pessoa sair de uma condição para outra, sem esperar
reconhecimento apenas pelo prazer de servir.
Há dois tipos de pessoas generosas que identifiquei até então.
Os generosos contumazes que agem com base em culpas e
os generosos atávicos que agem com base em empatia.
Os generosos contumazes, que tem a premissa da culpa como base de
suas ações, são aqueles sentem algum desconforto na comparação da sua
situação em relação a situação de quem ele quer ajudar. A sensação que
tenho é que esses generosos querem redimir erros e/ou ações que fizeram
no passado ajudando pessoas no presente. É como se tivessem
"comprando um lugar no céu". Parece que diminui um pouco esse
desconforto com ações benevolentes e altruístas. Estão expiando a culpa!
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Quando perguntado o porquê ajudam outras pessoas, eles têm um discurso
estruturado e convincente seguindo a narrativa de que há muita
desigualdade no mundo... que precisamos fazer alguma coisa aos menos
favorecidos... e assim vai. O papel dessas pessoas é extremamente
importante para manter as atividades estruturadas de ajuda
humanitária existentes. Sem eles e seu pragmatismo e suas "culpas" não
haveriam essas entidades e com certeza o mundo seria bem pior. O
problema da "culpa" é, por vezes, não real e apenas um desconforto
psicológico.
O generoso atávico (apenas para esclarecer, atávico vem do latim atavu,
que quer dizer o quarto avô) geralmente quando perguntado o porquê age
em prol da melhoria da condição de outros seres (humanos e não humanos),
eles geralmente falam que o fazem por que gostam de ajudar. Simples
assim! A princípio não há uma explicação racional para a vontade deles
ajudarem outras pessoas. Parece que carregam esse sentimento
humanitário dentro de si e estão sempre prontos a se engajar em qualquer
tipo de movimento de ajuda.
Ao estimular a generosidade em uma empresa, com ações estruturadas e
pontuais na comunidade, os líderes e equipes (contumazes e atávicos)
agem de forma a construir um propósito mais elevado e consistente,
conectado com sua essência e dando um significado todo especial para sua
existência. Esse novo modelo mental, incorporado por repetições de ações
altruístas, tornam as pessoas mais sensíveis com a condição humana em
geral. Ao fazerem isso, conseguem olhar o "outro" como sujeito e não mais
comoobjeto e a mágica nas relações: empresa, colaborador, cliente,
consumidor, fornecedor, comunidade, acionista,etc; acontece.
Como todo resultado é decorrência de uma ação, os resultados bons sempre
aparecem. Tenho incentivado empresas a agirem dessa forma e
percebo uma mudança no brilho dos olhos.
E você? É generoso contumaz ou atávico?
Não é generoso!!! Que pena, você não sabe o que está perdendo.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
Filósofo, Professor de Ética e Consultor
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Liderético
Líder é um indivíduo que comanda e/ou orienta, em qualquer tipo de ação,
empresa ou linha de ideias. Ética é o estudo dos juízos de apreciação
referentes à conduta humana, suscetível de qualificação do ponto de vista
do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de
modo universal. Liderético é aquele que age, orienta e inspira pessoas a
realizarem obras e deixarem legados importantes para o bem do mundo.
Para ser um Liderético, o ser humano sabe que precisa de alguns
ingredientes fundamentais para que possa se desenvolver como um
autentico líder orientado para construir um mundo melhor, incluindo aqui
sua família, sua empresa, sua comunidade, sua cidade, seu estado, seu país
e o pequeno, mas não menos importante, planeta terra. Esses ingredientes
são:

Construir Repertório: A formação técnica estruturada específica e
abrangente é fundamental, porém outros saberes são muito
importantes: filosofia, artes, antropologia, história, sociologia, biologia,
psicologia, neurociências, etc. Entender que a ignorância é a raiz
de todos os problemas é o que o motiva para entrar em movimento
em busca do conhecimento.

Visão Enxadrista: O melhor enxadrista é aquele que consegue ver
mais jogadas a frente. Pois bem, essa habilidade pode ser
desenvolvida quando melhoramos o nosso repertório. Passamos a ter
uma reflexão melhor sobre os fatos, entendê-los de forma lógica,
começamos a buscar a simbiose, o planejamento, a inovação, a
criatividade e a consiliência. Sabemos que não há verdades
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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absolutas, por isso necessitamos olhar o futuro e enxergar as
possibilidades que queremos construir.

Agenda Ética: De que serve ter um bom repertório e uma visão
enxadrista se não criarmos uma agenda ética para utilizar esses
recursos que desenvolvemos? Nossos pais nunca fizeram uma reunião
de família para discutir ética. Na escola, não tivemos a ética como
base dos estudos. Na empresa é muito difícil marcar uma reunião com
regularidade sobre ética. Então, se não aprendemos ética na família,
se não aprendemos ética na escola, se não aprendemos ética no
trabalho, como sabemos o que é ética? Criar uma agenda ética é dar
importância para as condutas, para os valores, para o legado que
vamos deixar e inspirar pessoas a fazerem o bem. Sabemos que em
cada escolha há uma renúncia, por isso precisamos nos conectar
com nossa essência e existência.

Praticar Generosidade: Ser generoso é colocar o nosso repertório,
visão enxadrista e ética em ação. A generosidade é fundamental para
olharmos a sustentabilidade, a responsabilidade social, para a noção
de pertencimento, para o altruísmo e filantropia. Pessoas generosas
produzem mais e melhores resultados para todos. Ser generoso é falar
não para a "Síndrome do Predador" que nos leva a pensar que
matando
um
leão
por
dia
estaremos
construindo
algo
edificante. Quem é generoso tem histórias para contar. Quem
não é, só tem discurso.
Todos esses ingredientes são alicerçados por uma base fundamentada em:
colaboração, comprometimento e geração de riqueza. O Liderético sabe
que precisa cuidar do: DREi - Demonstrativo de Resultados do Exercício
invertido, de um bom sistema de precificação de produtos/serviços, da
autonomia de suas lideranças, da gestão de projetos desafiadores, dos
indicadores e métricas construtivas e de tudo mais que mantém a empresa
com um excelente desempenho. Ele faz isso vivendo dia a dia o"Para quê a
empresa existe". Esse "para quê", que não é a missão e nem a visão,
define o significado e propósito da empresa. É esse significado e propósito
que une talentos ilimitados. Afinal, todos nós gostaríamos que nosso
trabalho fosse apenas um hobby.
E você? O que acha de se tornar
um Liderético?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Anomia: O mal contemporâneo
Este termo foi cunhado primeiramente por Émile Durkheim em seu livro O
Suicídio. Durkheim emprega este termo para mostrar que algo nas pessoas
não funciona de forma harmônica. Algo está funcionando de forma
patológica ou "anomicamente." Ele demonstra que muitas pessoas optam
pelo suicídio por anomia, ou seja, por pura fata de propósito/significado em
suas vidas.
Partindo dessa premissa podemos encontrar, não só pessoas anômicas como
também empresas anômicas. Na verdade é o que mais ocorre no mundo dos
negócios. A falta de um significado/propósito maior da empresa
acabadeterminando o seu prazo de validade. Se continuar anômica
perecerá em pouco tempo.
Propósito/significado podem conter a missão/visão declarada, mas nunca
estar contido. O propósito/significado são maiores e mais inspiradores.
Sempre falo que missão e visão, geralmente, são feitas para se colocar na
recepção das empresas. São apenas palavras em um quadro que no fundo
não significa nada para as pessoas. É comum parar um colaborador e
perguntar, qual a missão de sua empresa? A resposta, invariavelmente
é, veja bem....
Encontramos o propósito/significado da existência de uma empresa quando
fazemos um esforço estruturado para responder: Para quê a empresa
existe?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
Filósofo, Professor de Ética e Consultor
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Digo esforço estruturado querendo afirmar que tal definição não cai do céu.
É necessário reunir os colaboradores e criar esse "para quê" empresarial,
com base e na discussão dos"para quê´s" individuais. É uma construção
engajada de todos os colaboradores que querem mais do que salário,
benefícios, carreira, etc.
O "para quê" de uma empresa colaborativa deve contemplar ações que a
transformem em: rica, ética e inspiradora. Rica, no sentido de gerar
riquezas. Ética, por que não conseguimos evoluir se não for dessa
forma.Inspiradora, por que temos que deixar um legado que dê orgulho a
todos que o ajudaram construir.
As ações da empresa devem iniciar com os colaboradores, seguindo para
comunidade, cidade, estado, país e planeta. É como se uma pedra
fundamental (empresa) caísse em um lago e formasse círculos concêntricos
abrangendo cada vez mais outras instâncias. As pessoas se engajam quando
tem uma visão de que podem contribuir para evolução da sua empresa
como podem ajudar a construir um mundo melhor.
Definitivamente, ninguém quer acordar cedo todos os dias para
enriquecer o dono! Isso é muito menor para quem quer e pode pensar
maior.
E você e sua empresa?
Sofrem de anomia?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
Filósofo, Professor de Ética e Consultor
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Constrangido pelo Conhecimento
Em geral a falta de conhecimento é a desculpa de muita gente para não mudar suas
atitudes. É comum ouvirmos: "eu não sabia que era assim...". Isso é um fato.
Conhecer, melhorar o repertório, ajuda as pessoas a entenderem o por quê de
determinada atitude, procurando mudá-la pelo novo conhecimento adquirido. Você não
sabia fazer determinada coisa de uma forma específica, e por isso não fazia ou
demorava muito para fazer e, ao conhecer novas formas de fazer essa mesma coisa,
além de fazer mais rápido, tem mais prazer em fazer. Podemos dizer que o
conhecimento ajudou você a melhorar sua qualidade de vida e, de certa forma, evoluir
com o saber.
Parece simples, mas não é. Nem tudo funciona dessa forma operacional. Há
conhecimentos que acabam nos constrangendo por "n" razões particulares. Por
exemplo: você poderia não saber que ficar com sobrepeso pode diminuir muito sua
qualidade de vida. Aí você vai a um médico que te explica isso de forma científica.
Você procura na internet e observa vários artigos que contam histórias negativas sobre
o sobrepeso. Fala com amigos, pessoas etc e todo mundo explica que é necessário
diminuir o peso. Com todo esse conhecimento você adquire a consciência de que, se
estivesse mais magro, seria melhor para sua saúde e bem-estar. Tudo certo, porém
seu comportamento ainda está apegado ao seu modelo mental, ou seja, todo esse
conhecimento ainda não foi o suficiente para fazer você mudar suas atitudes e
emagrecer. Por que isso ocorre?
Na minha opinião isso ocorre porque falta um elemento fundamental para que esse
conhecimento se torne operacional. Falta uma emoção de impacto. O conhecimento
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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é a primeira parte do processo de mudança. A segunda parte é ter tesão para aplicar
esse conhecimento e se beneficiar das consequências de ter aplicado. A origem do
tesão é extremamente singular e depende do momento de vida de cada um. Mas eu
acredito que está diretamente relacionado a descoberta do "para quê" você existe.
Aos descobrir o significado de sua existência, você se conecta com o seu melhor. Para
viver o seu "para quê"você começa ter consciência de que precisa aplicar alguns
conhecimentos que você têm para ser coerente e consistente com esse "para quê".
Isso começa fazer sentido para você e, em determinado momento, você muda.
Essa mudança não vem apenas por que você tomou posse do conhecimento. Nem
porque você está constrangido em saber das coisas e não mudar suas atitudes e
comportamentos. A mudança ocorre literalmente porque você adquiriu um "estado de
espírito" (racional/emocional) que proporcionou uma visão mais segura da
mudança. É assim que a mágica acontece.
A mudança de um comportamento não se sustenta apenas com a obtenção de um
repertório melhor. A mudança deve fazer parte, em essência, da resposta: Para quê
você existe?.
Por isso não fique constrangido em não conseguir mudar, apesar do conhecimento
adquirido. Concentre-se em saber sobre a razão de você existir. A verdadeira
mudança ocorre a partir dessa descoberta.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
Filósofo, Professor de Ética e Consultor
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Cobrança nas Redes Sociais
Num sistema capitalista, ter crédito é de vital importância. Se uma pessoa
quer construir algo durante sua existência, é praticamente impossível fazer
isso sem crédito. O principal ingrediente para se ter crédito é a reputação.
Apenas “quem fui” ou “quem sou” garante meu crédito. As empresas que
fomentam crédito dificilmente apostam em “quem serei”, excetuando as de
fomento a crédito estudantil e congêneres.
A grande maioria das pessoas entendem que a reputação é sua mola
propulsora para continuar, ao longo da vida, tomando/pagando seus
créditos. Todos sabem que, ao deixar de saldar suas dívidas, deixam
também de manter sua reputação em ordem e com isso encerrar o ciclo. Na
verdade, ninguém quer ter sua reputação manchada por nada, muito menos
por crédito.
Assim, é razoável entender que, quem tomou crédito quer pagar para
manter sua reputação. Só não o faz se acontencer um evento que o impeça
disso. É nesse momento que as empresas de fomento de crédito têm que
ser coerente e entender o evento acontecido para poder propor soluções
adequadas.
Cobrar o não pagador enviando cartinhas ameaçadoras, telefonemas não
educados e outros artifícios constrangedores não me parece que surta tanto
efeito quando propor acordos adequados ao evento acontecido.
Após o vencimento da dívida, é comum a empresa que concedeu o crédito
transferir e/ou vender (crédito podre) para empresas mais especializadas.
Essas empresas não estavam presentes no momento da concessão e por
isso não conhecem peculiaridades da pessoa em relação a sua reputação,
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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etc. Como ganham em função dos “créditos recuperados”, a estratégia de
cobrança é muito mais voltada para “coerção” e “medo” do que o
entendimento do evento acontecido e um acordo em relação á isso.
Com o crescimento das redes sociais, as estratégias de cobrança avançam
para esse campo. Ao localizar a pessoa, geralmente chamada de
“inadimplente”, inícia a cobrança enviando mensagens privadas. Se não
houver resposta e/ou a resposta não for o que a empresa de cobrança
deseja, coloca-se um texto no mural da pessoa com o objetivo único e
exclusivo de constranger e com isso fazer com que a pessoa pague sua
dívida.
Além de ilegal, segundo o IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor e do CDC – Código de Defesa do Consumidor, é
extremamente imoral e anti-ético. É imoral, porque a estratégia de
cobrança é equivocada em função de apenas querer recuperar o crédito
dentro de um padrão que não leva em consideração o evento acontecido. É
anti-ético porque, ao constranger a pessoa “inadimplente” criamos seres
humanos piores e ainda não recuperamos o crédito perdido.
Penso que a melhor forma de se cobrar é a combinação de três pontos: uma
análise profunda do evento acontecido, da reputação da pessoa e de
um acordo possivel para a pessoa. Tudo isso de forma ética e humana.
Temos que mudar o modelo de “cobrança técnica” para um modelo de
“acordo humano”. Toda vez que um sistema técnico sobrepôs um sistema
humano, a sociedade e o mundo perderam.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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“Eu fiz a minha parte...”
Cada colaborador executa suas atividades que são esperadas pelos demais.
Pelo menos essa é a premissa de um trabalho interdependente. Esse
colaborador deve, a priori, ter condições (técnicas e humanas) para executar
tais atividades. Quando isso não ocorre, é necessário treinar o colaborador
para o que se espera que ele execute ou trocá-lo por outro que tenha as
habilidades esperadas.
Quando escuto de um colaborador: “Eu fiz a minha parte...”, sei que algo
não anda bem, tanto no sentido de equipe e pertencimento, quanto no
sentido de que está havendo problemas de execução, motivação, etc. nas
atividades da empresa como um todo. Há algo de desagregamento, de
fragmentação no ar e, invariavelmente, isso reflete nos resultados
da empresa.
Se apenas trocar e/ou treinar “quem não está fazendo a sua parte”
resolvesse os problemas, tudo seria uma maravilha. As empresas seriam
todas produtivas e sadias.
Por que isso não ocorre? Por que não é tão fácil como parece
resolver essa questão? Por que algumas pessoas fazem e outras não
fazem as suas atividades?
Penso que há motivos bons e ruins nos dois tipos de colaboradores. Há um
aprendizado estratégico obscuro que, se o líder quiser mergulhar fundo
nessas questões utilizando outros paradigmas para análise, poderá
compreender esses temas de forma mais estruturada e perene.
O colaborador que não faz a sua parte tem motivos para não fazer.
Desde a própria falta de competência (técnica/humana) até a falta de
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significado/propósito no seu trabalho, passando por problemas de
objetividade da própria chefia, relacionamentos, estrutura, recursos, etc.
Não há uma causa única a ser combatida. Há sim, inúmeros fatores que
devem ser analisados de forma humana e identificados a luz da razão de
existir da própria empresa. Se a empresa não sabe para quê existe,
colaborar sem razão é, para muitos, um obstáculo intransponível.
O colaborador que faz sua parte tem motivos para fazer. Por vezes
esses motivos são egoístas e não colaborativos. Ao fazer o que se espera
dele de forma competente, ele não pensa mais no todo e quer apenas o seu
reconhecimento. Falta-lhe visão sistêmica para compreender que, se fizer
sua parte de forma muito competente e os demais não fizerem é como se
não tivesse acontecido nada.
Uma fatia da pizza é apenas uma fatia da pizza. Para termos uma
pizza inteira é necessário as demais fatias, já que fabricamos pizzas,
por exemplo.
Esse colaborador que faz apenas sua parte, deve ser estimulado a ajudar os
demais que não estão fazendo de forma mais colaborativa e construtiva.
Deve pensar que o todo é a soma das partes feitas, e só assim podemos
considerar que o “trabalho da empresa” (todas as partes) foi feito.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Código de Ética não existe...
Por favor, parem de chamar de “Código de Ética” o que é “Código de
Conduta”. Ética nenhuma pode ser “codificada” pelo simples fato de que
não podemos ser éticos seguindo um conjunto de regras específicas de uma
determinada associação, empresa, etcetera e tal. Agora estão criando
“selos” de ética. É o fim do conhecimento filosófico deste tema.
A ética é universal e trata das ações humanas em relação a fazer ou
deixar de fazer o Bem e o Mal. Temas como: Justiça, Poder, Fome,
Educação, Morte, Vida, etc. são do escopo da ética e, por isso, não podem
ser codificados para alguém ou para um grupo de pessoas. Eu não posso ser
um médico ético e um ser humano não ético na mesma pessoa. Ou eu sou
ético ou não sou.
Podemos criar “códigos de conduta” e/ou “códigos morais”, pois esses
sim tratam de regras que um determinado grupo, associação, empresa
podem e, em alguns casos, devem ter e praticar.
Ao confundirmos “Código de Ética” com “Código de Conduta/Moral”
esvaziamos os conceitos de ambos, tornando-os apenas peças sem sentindo
como são nos dias atuais. A avaliação ética sempre estará em última
instância analisando se determinada atitude causou bem/mal para o ser
humano. A avaliação da conduta/moral vai analisar se determinada regra
para determinado grupo de pessoas foi quebrada e qual será a decisão sobre
tal atitude.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Se uma criança furta um pão em uma padaria para comer por que ela
está com muita fome, como você julgaria esse ato? Antiético?
Imoral? Ilegal?
Pois é, este ato não tem nada de antiético. Apenas trata-se de um ato
ilegal/imoral que deve ser analisado pelo conjunto de leis/condutas que
estão submetidas aquele grupo. Pode ser que em outro grupo, país, cultura,
o que a criança fez não seja nem ilegal nem imoral.
Agora, se nós deixamos crianças com fome, isso sim é um ato antiético dos
mais graves que o ser humano pode cometer. Por que fome é um problema
universal (aqui no Brasil, na África, na China, etc.) e devemos tratá-la de
forma humana onde se não o fizermos estamos provocando um grande mal
ao semelhante.
Por isso, se na sua empresa, associação, grupo, etc. têm “Código de
Ética”, rebatize esse instrumento para “Código de Conduta e/ou Moral”
e ajude a valorizar e difundir o pensamento ético no mundo de forma clara e
filosófica. Só assim poderemos ajudar a construir um futuro melhor e mais
ético para todos. Como dizia Saramago: “A única evolução possível para
o ser humano é a evolução ética. O resto é apenas acumular bens”.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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E a vingança...como fica?
Salomão é o único médico de uma pequena cidade do interior. Formado na
capital, ele mudou para o interior para realizar o sonho de contribuir para
aquela comunidade na qual nasceu, além de levar uma vida mais tranquila.
Acontece que, por um infortúnio desta vida, a casa em que mora foi
assaltada e seu filho mais velho levou um tiro e morreu. A família sofre
muito essa perda até hoje, mesmo tendo passado três anos.
O assassino do filho foi capturado e condenado à morte na cadeira elétrica.
Isso vai ocorrer hoje ao meio-dia. Às nove horas da manhã toca o telefone
na casa do Dr. Salomão, informando que há uma urgência na prisão. Pedro,
o assassino do seu filho condenado à cadeira elétrica, teve a apendicite
supurada e precisa de uma cirurgia urgente.
Como único médico da cidade, Dr. Salomão precisa ir ao hospital onde Pedro
foi levado para fazer a cirurgia. Caso contrário, a pena de morte não poderá
ser executada como previsto. Há um contrassenso em tudo isso. Salvar
primeiro para matar depois. Mas a lei prevê isso. Uma coisa é uma
coisa... outra coisa é outra coisa. Pedro foi condenado a morrer por um
crime na cadeira elétrica e não de apendicite supurada. Perante a lei, todo
ser humano tem direito a um tratamento médico.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Dr.Salomão pode alegar que não tem condições psicológicas para operar
Pedro, já que está envolvido emocionalmente no caso. Na verdade, ele
estava se preparando para assistir a morte de Pedro na cadeira elétrica.
Para ele a justiça está sendo feita após três anos de espera e sofrimento.
Mas, Salomão pode ser o próprio carrasco de Pedro. Ele o terá ao seus
cuidados podendo realizar a justiça com as próprias mãos. Ele pode levar
Pedro a óbito e alegar qualquer desculpa técnica.
O que fazer? A moral/lei diz que é necessário cuidar de Pedro para depois
executá-lo. A ética diz que Salomão não estaria fazendo nenhum bem para
humanidade fazendo justiça com as próprias mãos.
Dr. Salomão tem apenas alguns minutos para decidir o que fazer...se
demorar mais um pouco Pedro já estará morto.
Se você fosse o Dr. Salomão o que você faria? E se você fosse Pedro,
o que gostaria que fizessem com você?
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Solidão com Casa Cheia.
Tenho conversado com muitos jovens e quando pergunto qual seria o seu
maior medo na vida, a resposta é, invariavelmente, ficar/terminar
sozinho.
Quando pergunto novamente : “o que você tem feito para que isso não
ocorra?” a resposta é: estou adquirindo bens e estabilidade financeira,
construindo uma carreira profissional e escolhendo bons amigos e
relacionamentos.
A imagem que faço, quando escuto essas respostas, é de um jovem olhando
para o mundo como se fosse um grande supermercado, em que as “coisas”
que ele quer estão espalhadas pelas prateleiras. Ao escolher o que deseja,
ele garante o seu futuro com sucesso e a certeza de que não ficará sozinho.
Afinal, como alguém pode ficar longe de quem tem sucesso na vida...
não é mesmo?
O que sinto com esse discurso é que esses jovens realmente não ficarão
sozinhos. Haverá várias pessoas iguais a ele que estarão por perto para
“curtir” o sucesso. Afinal, quase todos têm mais de 1000 amigos nas redes
sociais. Penso também que, embora acompanhados, esses jovens sofrerão
do sentimento de solidão. Um vazio profundo habitará a alma e a mente
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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desses jovens que estão construindo o futuro sem analisar com mais rigor e
profundidade suas ações em relação a sua existência presente.
O que é “meio” está virando “fim”. Os bens materiais que deveriam ter a
função apenas de “meios” para se ter mais conforto, estão assumindo a
importância brutal de um “fim” em si mesmo. Só quem tem o melhor tablet
pode pertencer a determinado grupo. Quem tem a última versão do celular.
O melhor carro. Um apartamento descolado. E assim por diante.
A postura de “ter” sempre veio antes do “ser” na história da humanidade.
Pensamos que podemos preencher vazios com as coisas materiais que o
dinheiro pode comprar. Compramos essas coisas mas o sentimento de
“solidão com casa cheia” ainda nos invade. Só vamos perceber que isso
ocorre depois de ter trilhado o caminho do “ter”.
Somente quando a solidão nos arrebata de forma dramática é que vamos
tentar reverter o quadro. Alguns vão buscar nas drogas (lícitas e ilícitas) a
tentativa de preencher o vazio. Encontram somente prazeres efêmeros que
os consomem até a morte. Outros continuam buscando exteriormente o que
está guardado no seu interior. Apenas poucos conseguem encontrar a razão
de sua existência. O “para quê” existem e preencher o vazio de dentro
para fora. Esses, mesmo que tarde, viverão cada dia de forma completa.
Não podemos tratar dos nosso relacionamentos reais como tratamos os
nossos relacionamentos virtuais. Amigo não se deleta!
Enquanto os jovens pensarem que não estar sozinho acaba com o
sentimento de solidão, haverá consumo exacerbado e irresponsável. É
nisso que os anunciantes apostam.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Confiança Quebrada
Paulo e Paula se conheceram logo após a formação universitária quando
estagiavam em uma empresa. Eram do mesmo nível social e frequentavam
os mesmos lugares. Paulo começou a gostar de Paula e vice-versa. Paula foi
efetivada na empresa que estagiava e Paulo foi convidado e ser gerente em
outra empresa. Trabalhavam perto e, entre um almoço e outro, começaram
a ficar juntos. Prá valer!
Namoraram três anos e resolveram casar. Compraram apartamento.
Mobiliaram. Combinaram de passar a lua de mel na Europa. Como o sonho
de Paula era casar em uma igreja de véu e grinalda, assim o fizeram.
Resolveram casar e fazer a recepção no próprio salão da igreja. Uma coisa
simples, apenas para agradecer aos parentes e amigos, já que no dia
seguinte logo cedo embarcariam para Paris.
Logo após a recepção, Paulo e Paula se despediriam do pessoal e pegaram o
carro em direção a sua casa. Era tarde da noite. Em um determinado
semáforo, eles foram abordados por um bandido à mão armada que,
entrando no carro no banco de trás, mandou que eles fossem para um
determinado lugar bem longe. Era um barraco afastado da cidade. O
bandido pegou todo o dinheiro que eles ganharam na festa, mais algumas
joias e amarrou os dois, um de frente para o outro.
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Em determinado momento o bandido falou: Eu vou matar um de
vocês. Falem quem eu devo matar. Houve um silêncio momentâneo e
quando o bandido gritou novamente: Quem?! Simultaneamente Paula e
Paulo responderam: Ele... Ela...
Naquele momento, olhando um para o outro, houve uma sensação de
indignação de ambas as partes. Algumas horas atrás eles estavam fazendo
juras de amor eterno...de que um protegeria o outro... na saúde e na
tristeza... etc etc.
O bandido amordaçou os dois e os deixou um de frente para o outro e
disse: é brincadeira! Não vou matar nenhum dos dois. Convivam com
isso agora. Ao sair pela porta do barraco, disse que chamaria a polícia e
que, no prazo de duas horas, eles estariam libertos.
Paulo e Paula, sem poder falar, ficaram ali, frente a frente, olhando um para
o outro e expressando emoções inexplicáveis e inimagináveis.
O que fazer? Esquecer tudo o que aconteceu e seguir para lua de mel
em Paris como planejada? Afinal, eles só responderam daquela
forma em função do instinto de sobrevivência.
Parar para pensar no que realmente os uniu? Quais seriam, então, os
vínculos mais fortes existentes entre os dois? E o que fazer com a
mágica do amor? É só uma questão midiática esse amor que existe?
O copo de cristal quebrou. Como seguir em frente, já que não
podemos colar um copo de cristal?
Todos os dias isso acontece, não literalmente desta forma, mas como
mesmo significado. Nas vidas particulares, nas empresas, nas relações em
geral. A quebra da confiança intrínseca é fato! O que você faria se fosse
Paulo ou Paula?
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Ética por decreto funciona?
Estamos caminhando para um modelo mental sofrível , em especial para
aqueles que fazem parte do poder legislativo e executivo do Rio de Janeiro.
Em 16/01/2013 o Governador Sérgio Cabral sancionou um decreto da
Assembléia Legislativa instituindo: "O Programa de Resgate de Valores
Morais, Sociais, Éticos e Espirituais no Âmbito do Estado do Rio de
Janeiro". Esta belezura do legislativo é obra da deputada Miriam Rios que,
como servidora pública, é uma excelente atriz.
Por decreto, a lei 6394 determina que as pessoas resgatem a cidadania,
fortaleçam as relações humanas, valorizem a família, a escola, a
comunidade, reflitam sobre os valores morais, sociais, éticos e espirituais.
Além disso, o governo promete que ajudará a promover ações que
contribuam para uma convivência saudável entre as pessoas, estabelecendo
relações de confiança e respeito mútuo.
Conclusão: quando a sociedade deixa um espaço aberto por inércia e/ou
desinteresse, esse espaço é ocupado por quem entende que deva ocupar
todos os espaços vazios que a sociedade assim deixou. O poder público é
especialista nisso. Enxerga uma brecha e logo quer ocupar com leis que
nada contribuem para o desenvolvimento da consciência dos seres humanos.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Como é que essa lei vai ser praticada de fato? Quem não praticar
estará infringindo a lei? A ética pode ser sustentada por uma lei? A
quem interessa essa lei?
A consciência humana foi substituída por um decreto, já que não
conseguimos pensar e discernir o que é ético e moral. É melhor para o povo
que o governo não ensine a ética nas escolas, pois assim mantém todos
alienados. O governo não tem histórias éticas para contar, por isso precisa
impor decretos ao invés de mostrar com exemplos. Se fôssemos um povo
menos alienado, destituiríamos o governo e a assembléia legislativa por uma
sandice como essa.
Enquanto a assembléia do Rio de Janeiro perde tempo com essa besteira, o
Brasil vai gastar cerca de 23 bilhões de reais para viabilizar a copa do
mundo. Se você acrescentar o que vai ser gasto com a Copa das
Confederações e Jogos Olímpicos, os valores chegam á estratosfera. Falta fio
de aço para fechar um tórax, aberto em uma cirurgia de emergência, em
hospital no Rio Grande do Norte. Neurocirurgião não vai ao seu plantão e
criança, com bala na cabeça, morre por falta de atendimento no Rio de
Janeiro. Mazelas na saúde, segurança, educação, meio ambiente,
transportes, etc. fazem do nosso dia a dia um verdadeiro descaso do poder
público que quer, através de decretos, mostrar que fazem o bem e se
preocupam como levamos nossas vidas.
Mas o decreto 6394 vai resolver tudo isso. Estou até pensando em mudar
para o Rio de Janeiro. Acho que vou me sentir mais seguro lá. Afinal todos
os cidadãos vão cumprir rigorosamente essa lei. O Rio será uma ilha ética no
Brasil. Quando penso que nossos impostos pagam os salários das pessoas
do legislativo para criarem absurdos como estes,tenho vergonha de
pertencer a espécie humana. Como não posso mudar essa condição,
deixo aqui meu protesto.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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Os culpados de Santa Maria
Uma grande tragédia: as mortes de mais de 200 jovens em uma casa noturna em
Santa Maria, RS. A sede de justiça é o que está movendo a mídia e os familiares,
direta e indiretamente envolvidos, nesta situação não comum. Nessas horas, parece
que ao encontrar os culpados, há uma sensação de diminuição da dor coletiva oriunda
desta catástrofe sem tamanho. É apenas uma sensação, mas já é alguma coisa para
se apegar e para nos dizer que nem tudo está perdido. Mas quem são os culpados
de fato? No meu humilde entendimento, todos.
Para mim, são culpados:



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


Os donos do estabelecimento por manterem um local inapropriado para
receber a quantidade de pessoas que recebeu;
O corpo de bombeiros por limitar sua visão de cuidado com a vida humana
apenas à burocracia de alvarás e regras;
A prefeitura por não saber como fiscalizar estabelecimentos com eficiência
e eficácia;
Os músicos da banda que foram irresponsáveis em relação ao
entretenimento que queriam proporcionar;
A sociedade que apenas se comove com as tragédias e somente reage a
situações de conflito, contribuindo pouco para ajudar de forma preventiva.
Nesta lista entram também: fornecedores da boate, mídia, familiares dos
donos etc;
A comunidade do entorno que estava apenas preocupada com seu sossego
e não com vidas humanas;
Os usuários: os que morreram e os que não morreram, por não saberem
avaliar riscos a priori pensando apenas nos prazeres, delegando para
outros sua segurança;
Francisco de Assis Santos Sobrinho
Filósofo, Professor de Ética e Consultor
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
E eu, que estou aqui escrevendo este texto, e nunca me importei em
fiscalizar e denunciar nenhuma casa noturna que oferecesse qualquer risco
de morte para qualquer pessoa.
Entendo que os culpados são todos aqueles que se omitiram e se omitem a cada
dia diante das tragédias anunciadas que estão em nosso entorno. Desde quando
você vê uma pessoa bebendo no bar/restaurante e pegando o carro em seguida e não
faz nada. Passando por saber que sua empresa sonega impostos e humilha
funcionários e você continua não fazendo nada. Até chegar ao ponto de você pensar
apenas em se dar bem e desenvolver uma mentalidade predadora em que o que
importa são os prazeres individuais, em que o mundo é apenas uma fonte de recursos
a ser explorada.
Morreram mais de 200 pessoas nessa tragédia. Uma tristeza. Morrem 40.000 por ano
em acidentes de carro, ou seja, o equivalente a 200 boates Kiss. Uma
catástrofe. Morrem 70.000 em homicídios, ou seja, 350 boates Kiss. Uma epidemia.
Os efeitos desta tragédia de Santa Maria para as famílias são extremamente
tristes. Os efeitos para a humanidade - de todas as mortes por estupidez das
pessoas - são incomensuráveis.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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O Preço da Criatividade!
O psicólogo Karl Duncker em 1945 criou um experimento da ciência
comportamental chamado: O problema da Vela.Tal experimento consiste
em levar uma pessoa para uma sala, deixá-la sozinha e propor que ela
utilize os utensílios deixados em cima da mesa (figura:01), prendendo a
vela na parede de forma que, quando acesa não pingue cera na mesa.
Muitas pessoas tentam prender a vela com tachinhas, outras derretem a
lateral da vela com fósforos e grudam na parede e tantas outras
aberrações. Nada funciona. O que funciona normalmente é tirar as
tachinhas da caixa, utilizar duas ou três tachinhas para prender a caixa na
parede e colocar a vela acesa dentro da caixa conforme a figura:2
Para o cientista isso ocorre e chama-se: Funcionalidade fixa. Por que
conseguimos ver a caixa apenas como recipiente para as tachinhas e não
como uma plataforma para a vela.
Um outro cientista, Sam Glucksberg, baseado noProblema da Vela, criou
um outro experimento onde seu objetivo era saber o desempenho das
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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pessoas para solucionar o problema da vela quando pressionadas. Ele
juntou dois grupos de pessoas para resolver o problema individualmente.
Para um deles, disse que iria apenas cronometrar o experimento com
objetivo de criar normas sobre como solucionar o problema. Para o
segundo grupo ele ofereceu recompensas, dizendo que daria 5 dólares
para os 25 mais rápidos. E para o mais rápido de todos, 20 dólares.
Por mais incrível que possa parecer, o grupo que recebia recompensas
demorou 3 minutos e meio a mais que o grupo que estava apenas
ajudando a criar normas de solução. Por quê isso ocorre? Por quê as
empresas desprezam esses experimentos científicos que são
comprovados há mais de 40 anos? Por que ainda tentam "comprar" a
criatividade para resolver problemas quando ela é, na maioria das
vezes, de graça?
Seguindo o experimento, Sam montou outros dois grupos com os mesmos
objetivo e as mesmas motivações. Só que agora na sala, cada pessoa
encontrou a mesa com os utensílios conforme demonstra a figura nº 3, ou
seja, as tachinhas estavam fora da caixa.
O grupo que recebeu as recompensas em dinheiro foi muito mais rápido
que o grupo que estava descrevendo normas.Por quê? Quando os
problemas não são complexos e não exigirem nada de criatividade, a
recompensa em dinheiro funciona por que o cérebro fica focando
somente no óbvio.
Conclusão: Se o seu negócios exige criatividade e complexidade nas
soluções, não recompense em dinheiro. Crie significado e propósito para
seus colaboradores. Incentive-os a pensar outras possibilidades pelo
prazer, pelo desafio e pelo próprio desenvolvimento. Seja generoso e crie
uma empresa rica, ética e inspiradora.
Francisco de Assis Santos Sobrinho
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