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fotografia reflex guia de primeiros passos fotografista.org 1 Fotografia reflex. Guia de primeiros passos fotografista.org O livro que você tem diante de si é um presente para leitores VIP do site fotografista.org. Obrigado pelo seu apoio! © dos textos: Oscar Lis © da edição: Oscar Lis para Fotografista.org As imagens incluídas neste livro e os seus direitos associados pertencem aos seus autores. A fotografia de capa é da autoria de Sonja Guina. O resto de fotografias pertencem aos autores indicados no rodapé das mesmas. Todas elas foram tiradas do site Unsplash (unsplash.com). Sumário ANTES DE COMPRAR UMA CÂMARA REFLEX .. 5 Realmente necessita uma câmara reflex?..........................6 Escolhendo uma câmara reflex para si.............................9 Definindo os seus imprescindíveis. .....................................14 Quatro modelos recomendados..........................................21 Onde comprar a sua câmara reflex?.................................26 5 CONHEÇA A SUA NOVA CÂMARA REFLEX .......29 Uma câmara é isto. .............................................................30 Os modos de uso da sua câmara........................................37 29 ALGUNS CONSELHOS A MAIS ............................51 Objetivas: outro mundo a explorar. .................................52 Outros acessórios para a sua câmara...............................58 A conservação é a sua amiga..............................................64 51 BREVE DICIONÁRIO DE CONCEITOS ................67 4 PRIMEIRA PARTE ANTES DE COMPRAR UMA CÂMARA REFLEX Comprar uma câmara reflex não é qualquer coisa que você possa fazer sem preocupar-se com o custo ou sem assegurar-se de que, pela quantidade de dinheiro que está disposto a investir, o retorno em forma de equipamento será o que necessita. Por outras palavras, não é algo para se fazer à toa. A fotografia é um hobby caro, pelo que convém, antes de entrar, ter em conta algumas ideias prévias que desenvolveremos neste capítulo. 5 Realmente necessita uma câmara reflex? As câmaras reflex estão desenhadas para impressionar. Elas dão, aliás, essa sensação de poderem fazer fotos espetaculares. Os fabricantes investem nessa «aura» imensos recursos do mesmo modo como os fabricantes de carros fazem com o seu produto, porque é a maneira perfeita de aumentarem as suas vendas. as boas imagens não dependem tanto do equipamento, quanto do fotógrafo e das suas habilidades 6 Ora, como você irá descobrir em breve e como nós nunca deixaremos de repetir, as boas imagens não dependem do equipamento, e sim do fotógrafo e das suas habilidades. Sabemos, por enquanto, que a pressão comercial acaba fazendo com que muitas pessoas corram para a loja tão rápido como tenham conseguido reunir o dinheiro necessário. Este livrinho tem o objetivo de acompanhar os primeiros passos dessas pessoas pelo mundo da fotografia reflex, mas também tem a obriga de fazer esta advertência: na maioria das vezes, esse tipo de câmaras acabam convertidas num brinquedo caro, jogadas num caixão e esquecidas. Por isso, antes de comprar a sua câmara reflex, necessita fazer-se estas duas perguntas: «realmente é necessário que seja reflex?» e «não serve com uma câmara compacta?». Não são perguntas singelas nem simples de responder, mas é necessário respondê-las com sinceridade e coração para que este investimento não termine pesando de mais. Considere, ao mesmo tempo, o que uma câmara reflex significa. Em primeiro lugar, elas são grandes e pesadas relativamente às compactas, e não podem ser levadas consigo como quem leva um telemóvel. Há que estar dispostos a carregá-las. Em segundo lugar, exigem um aprendizado de técnicas para aproveitar a sua potencialidade, porque não adianta nada comprar uma câmara deste segmento e ficar atirando fotos em modo automático, onde os resultados também não vão diferir muito com o que conseguem câmaras compactas de qualidade. Parafraseando o genial Julio Cortázar, ao comprar uma reflex, o que você está a comprar é a necessidade de aprender a usá-la. Por último, as potencialidades das câmaras reflex dependem em grande medida das objetivas que as acompanhem. Estar continuadamente a mudar de objetiva é normal na fotografia reflex, e há que estar dispostos a lidar com esse incómodo também. quando você compra uma câmara reflex, o que está a comprar é a necessidade de aprender a usá-la. Estes são apenas alguns dos inconvenientes do planeta reflex. Se você estiver já a pensar melhor e ver que com uma câmara 7 Não há nada de menos meritório em fazer fotografia com câmaras de segmentos considerados «menores» (mas que não são, na realidade, assim tão «menores») 8 compacta é possível cobrir as suas necessidades, também não faz mal! Não há nada de menos meritório em fazer fotografia com câmaras de segmentos considerados «menores» (mas que não são, na realidade, assim tão «menores»), tipo compactas, bridge, quatro terços, etc. Não deixe nunca ninguém dizer que uma câmara não reflex é um problema! Lembre o que nós sempre dizemos: a fotografia não depende do equipamento, mas do fotógrafo! Ora, se você continuar com vontade de explorar esse planeta de que falamos, este pequeno livro de iniciação é para si. A exploração não é nunca uma aventura fácil, mas é para isso que estamos a oferecer esta ferramenta, que esperamos que seja de ajuda. Escolhendo uma câmara reflex para si É possível que, enquanto lê estas palavras, você já tenha comprado a sua câmara reflex, e que tenha chegado a este livrinho para tirar o máximo partido dela. Se for assim, parabéns, está na senda correta. Se ainda não comprou, melhor ainda, porque o que vamos comentar a continuação é a respeito de como escolher a melhor câmara para si. A dica essencial neste ponto é esta: não existe a câmara fotográfica perfeita. Por que? Porque simplesmente o conceito de perfeição é diferente para cada pessoa. Há quem exija um sensor full frame, há quem queira uma grande robustez, há quem necessite uma elevada sensibilidade ISO ou qualquer outra vantagem acima do resto de considerações. Descobrir quais são as necessidades básicas e comprovar que a câmara que temos nas mãos cumpre com elas é o objetivo. Não adianta nada investir enormes quantidades de dinheiro para conseguir essa ou aquela outra câmara se, afinal, as suas características técnicas não concordam com o que nós queremos fazer com ela. De modo que não procure «melhor câmara», mas apenas a «melhor câmara para si». A dica essencial neste ponto é esta: não existe a câmara fotográfica perfeita. Por que? Porque simplesmente o conceito de perfeição é diferente para cada pessoa. 9 Este capítulo está pensado para pessoas que vão comprar pela primeira vez uma câmara reflex. O objetivo é guiá-las através «assustadora» terminologia técnica e os apelos à compra dos fabricantes e vendedores, que parecem ter estabelecido uma insana concorrência por fazer deste passo um dos mais complexos e estressantes para quem se inicia na fotografia reflex. Vamos lá ver alguns conselhos e dicas sobre isto. Há quem diga que Canon é melhor do que Nikon, ou que Nikon é melhor do que a Sony, e assim por diante. Mas isso o único que demonstra é que essas pessoas não sabem muito de câmaras nem de como o mercado do equipamento informático funciona. 10 Esqueça por um momento as marcas. No universo da fotografia é fácil encontrar fanáticos das marcas, como em muitos outros campos. Há quem diga que Canon é melhor do que Nikon, ou que Nikon é melhor do que a Sony, e assim por diante. Mas isso o único que demonstra é que essas pessoas não sabem muito de câmaras nem de como o mercado do equipamento informático funciona. Significa isso que todas as marcas são iguais? É claro que não! Há marcas que se têm focado em melhorar os seus sensores, outras que preferiram melhorar as suas lentes, assim que é possível encontrar pessoas com sentido da realidade que digam que Nikon é melhor do que Canon em este ou aquele aspecto, mas pior naquele outro. Ora, desconfie de quem faça uma afirmação genérica neste sentido. Por outra parte, a realidade é que os grandes fabricantes, como esses que já citamos, têm atingido resultados muito parecidos que apenas olhos muito bem treinados conseguem diferenciar. Na maioria dos casos, ficar jogando nessa guerra de marcas não adianta nada, e é muito mais produtivo fixar-se nas qualidades dos diferentes modelos. Não compre a mais cara. O preço de uma câmara reflex não reflete necessariamente a sua qualidade, nem muito menos indica se ela é a idónea para isso que você está a procurar. Por norma geral, quanto mais específica for uma reflex nas suas prestações, maior irá ser o seu preço, e isso tem um motivo: elas costumam estar indicadas para profissionais da indústria, da publicidade ou do audiovisual que podem lidar lá com aqueles preços inacreditáveis. A maioria das pessoas, por enquanto, não se encontram nesse segmento de necessidades, e portanto não requerem tanto investimento. Ademais, como iniciante, ter uma câmara mais simples também pode ajudar a prevenir a confusão e a frustração. Lembre aquele velho adágio italiano: chi va piano, va lontano (devagar se vai ao longe)! O preço de uma câmara reflex nem sempre reflete a sua qualidade, nem muito menos indica se ela é a idónea para isso que você está a procurar. Não compre a mais barata. Do mesmo modo, também não adianta nada comprar a reflex mais barata. Já dissemos que algumas reflex em modo automático não fazem melhores fotografias que uma câmara compacta. Mas é que, na realidade, também há as que façam piores fotos! Há câmaras reflex nas lojas que, simplesmente, não valem a pena a não ser que o único que você pretenda seja ficar se exibindo — e nós sabemos que não é o caso. 11 Mario Calvo [Unsplash] 12 Defina um orçamento. Em consequência com os pontos anteriores, uma boa ideia pode ser definir um orçamento máximo. Qual é a máxima quantidade de dinheiro que você pode ou quer investir neste ponto? Tenha em conta que a medida que você for ganhando em confiança e conhecimentos, seguramente quererá comprar alguma objetiva a mais, ou alguns flashes. Portanto, desaconselhamos investir o total das nossas poupanças na câmara, porque provavelmente ela não seja a peça fundamental de um bom equipamento (disso falaremos mais tarde). Definir um orçamento máximo evita que cada vez que estejamos a nos fixar num determinado modelo, vejamos aquele que custa 50 ou 100 euros / reais mais; e desse modo ajudará a tomar uma decisão. Procure o melhor preço. Muitas vezes, a câmara que temos em mente pode encontrar-se com diferentes preços em lojas diferentes, sobretudo se for vendida dentro de um kit com objetiva ou outro material. Se, ao final deste capítulo, você já se decidiu por esta ou aquela outra câmara, faça uma pesquisa comparativa de preços, pois eles não dependem do fabricante, mas da loja, e as diferenças podem ser de 100 ou 200 euros / reais segundo o caso. Faça também uma procura na internet, pois lojas virtuais, com menos custos para os seus proprietários, podem até reduzir sensivelmente o preço (atenção aos fretes!) dessa câmara. se você já se decidiu por esta ou aquela outra câmara, faça uma pesquisa comparativa de preços, pois eles não dependem do fabricante, mas da loja, e as diferenças podem ser de 100 ou 200 euros / reais segundo o caso. 13 Definindo os seus imprescindíveis os imprescindíveis são aquelas características que você mais vai explorar no seu uso da câmara, e nas que por isso há que ficar de olho. Ademais destes conselhos gerais, convém refletir sobre algumas características na hora de definir qual modelo é que cobre melhor as nossas necessidades. Elaborar uma lista de imprescindíveis pode ajudar neste caso, porque nos permite deixar à margem dados que não são realmente importantes para nós, ou que resultam supérfluos, mas que os fabricantes e vendedores expõem como parte das «maravilhas» de que esse ou aquele modelo é capaz. Cada vez mais, as câmaras reflex incorporam um número maior de possibilidades. Há as que podem ligar-se através de wifi a uma tablet ou a um computador para transferir as imagens ou para serem controladas de maneira remota. Há as que são capazes de fazer 5 fotografias por segundo. Mas o que é que você necessita? Quer que tenha vídeo? E que esse vídeo seja full HD? Ou talvez que tenha uma quantidade de megapíxels que permita impressões a grande formato? 14 SENSOR. Há, por enquanto, uma característica que todos os peritos coincidem em sublinhar acima do resto de configurações, opções, funções, etc. É a respeito do sensor. Com a mudança do padrão analógico para o digital, o filme fotossensível das câmaras foi substituído por um sensor que deve captar a luz de um modo similar ao filme. A qualidade e o tamanho desse sensor é uma das principais condições para termos melhores imagens e é por isso que deve ser uma das características em que ficar de olho na hora de fazer a nossa escolha. O melhor neste caso é procurar câmaras full frame, isto é, com um tamanho de sensor igual ao filme de 35mm, que é o estândar deste tipo de fotografia. Porém, não sempre será possível. Com o sensor como um dos elementos mais caros da câmara, nem todas as pessoas podem chegar a comprar full frame para se iniciar. É por isso que, se for o caso, nós recomendamos deixar o full frame para quando as nossas habilidades fotográficas o exijam e quisermos dar o salto para uma máquina mais potente. A maioria das câmaras reflex não full frame de iniciação costumam ter tamanhos de sensores muito parecidos, com factores de corte similares ou até idénticos. Sobre isto, aconselhamos ler sites e foros especializados sobre cada tipo de sensor, mas também, ao mesmo tempo, não se obsessionar, porque os matizes apenas são perceptíveis em condições muito concretas. 15 A questão dos megapíxels é similar com a da máxima velocidade dos carros. O que adianta que um carro possa atingir 220 km/h se você não tem necessidade disso? MEGAPÍXELS. A quantidade de megapíxels (Mpx) tem-se convertido numa verdadeira isca para as vendas. Os fabricantes e vendedores destacam esse tema acima de outros muito mais importantes, como é a qualidade e tamanho do sensor, aproveitando a ignorância de muitos compradores e sabendo que jogam com a dificuldade para interpretar muitas das características técnicas de um modelo. Isto não significa que tenhamos que esquecer a questão dos megapíxels, mas talvez você já tenha reparado em que muitas vezes os «avanços» nesse número são aplicados a segmentos meios dentro das oferta reflex dos grandes fabricantes, enquanto câmaras com melhores características do mesmo fabricante aparecem com menos megapíxels. É por algo. A maioria dos modelos atuais ultrapassam já 10 Mpx, e dão para impressões de qualidade em tamanhos consideráveis, assim que: a sério quer pagar mais por 14 Mpx do que por 12 Mpx se não vai imprimir as suas imagens na maioria dos casos e se com 12 Mpx já cobre os requerimentos de uma boa impressão? A questão dos megapíxels é similar com a da máxima velocidade dos carros. O que adianta que um carro possa atingir 220 km/h ou passar de 0 para 100 km/h em 4 segundos se você não tem necessidade disso? Esta é um dos exemplos práticos mais claros de por que é que você deve procurar a «melhor câmara para si», e não a melhor câmara, em abstrato. 16 ISO. A questão do ISO é outra das iscas com as que mais os vendedores nos atam na hora de comprar câmaras. O que o ISO define é a sensibilidade da câmara (do sensor, para sermos justos) à luz. Quanto maior for o número ISO, mais sensível é a câmara e mais luz podemos atrapar no nosso sensor em condições de luminosidade baixa, o que significa que podemos fazer exposições mais curtas (fotos mais rápidas, por assim dizer) e temos menos possibilidades de obter imagens tremidas ou movidas. Muitos vendedores destacam ISOs de câmaras que chegam a 12800 ou 25600, tendo em conta que o estândar é ISO 100, para destacar a potência do sensor. A realidade é que a relação não é assim tão simples, e quanto mais alto for o ISO empregado, mais «ruído» iremos ter na imagem final. Sobre isto do ruído já falaremos mais tarde, mas, por enquanto, fique com esta ideia: se a maioria de imagens que você quer fazer são em exteriores ou em situações de boa luminosidade, então não se preocupe com o ISO, porque praticamente qualquer modelo reflex incorpora um leque suficientemente largo de sensibilidades ISO. Ao contrário, se as fotos que você quer obter serão principalmente de situações com pouca luz (noturnas, interiores, etc.), então preste maior atenção ao ISO, mas repare em mais uma questão: procure em foros e sites especializados dados sobre a relação do ISO com o ruído nos modelos concretos que você tenha em mente, porque o ruído é algo que afinal costuma arruinar uma boa exposição se não forem tomadas as medidas necessárias. Em qualquer caso, não se obsessione. Afinal verá como a maioria de fotógrafos se preocupam com como poderem manter sempre o ISO abaixo de 400 ou 200, e não em procurar situações em que tenham de usar a esses bárbaros 25600. 17 as baterias são um dos acessórios que é boa idea duplicar para evitar ter que guardar a câmara no melhor momento, assim que também pode ser interessante deitar uma olhada sobre o preço DURAÇÃO DA BATERIA. Este é um dos elementos a ter em conta, mas que muito habitualmente é deixado à margem na hora de escolher uma câmara. Há, porém, câmaras cuja bateria permite até o duplo de capturas do que outras, de modo que não é uma questão exquisita. O normal é que as baterias permitam fazer 400 ou 500 fotografias antes de se esgotarem, mas há modelos que conseguiram reduzir o consumo de energia e atingem 800 disparos. Como é evidente, modos como o live view, o disparo contínuo, e uso do flash integrado consomem muita mais bateria, de modo que interessa saber quanto elas irão durar. Ademais, as baterias são um dos acessórios que recomendamos duplicar para evitar ter que guardar a câmara no melhor momento, assim que também pode ser interessante deitar uma olhada sobre o preço das baterias do modelo de câmara que tenhamos em mente. CARTÃO DE MEMÓRIA. Quase todo o dito sobre as baterias aplica também para o caso dos cartões de memória, que a diferença da fotografia analógica, é onde vão ficar gravados os ficheiros de imagem processados pela nossa câmara. Neste caso, o nível de concorrência é mesmo maior, porque diferentes fabricantes fazem cartões compatíveis com o mesmo modelo de câmara e com prestações mais ou menos similares. E também há diferentes preços em função do tipo empregado. Cartões do tipo SD ou SDHC costumam ser mais baratas do que as Memory Stick, as xD 18 ou as CF, de modo que há quem afinal se decante por uma ou outra câmara por detalhes como este. TELA LCD. Mesmo se a tela LCD da maioria das câmaras reflex não influi em absoluto na qualidade das fotografias, é um avanço do mundo digital que torna a nossa vida mais cómoda. Essa tela serve para visualizar o resultado de uma foto justo após ser tomada, mas também para exibir o modo live view (caso a câmara disponha dele) e para mostrar controlos de menus de escolha específicos. Por isso, a recomendação geral é que procure a tela o mais grande e nítida possível. Se pode, é interessante testá-la sob a luz direta do sol para comprovar a potência de brilho nessas condições adversas (mas muito comuns), ou se resulta impossível ver o que está a mostrar. FPS. Outro elemento ao que pode ser interessante prestar atenção é a quantas imagens pode segundo (frames por segundo, FPS) pode capturar o modelo em questão. Para conseguir essas imagens de uma bala a atravessar uma maçã que você terá visto cá e lá é necessário que o índice FPS da sua câmara seja o maior possível. Reflex normais costumam oferecer 2 ou 3 fps em modo sequencial ou contínuo. Algumas mais avançadas podem chegar até 10 fps ou mais, mas de novo é necessário saber se é isso o que necessitamos. À margem da fotografia da bala, para a que se necessita equipamento adicio- procure a tela o mais grande e nítida possível. e teste-a sob a luz direta do sol para comprovar a potência de brilho nessas condições adversas (mas muito comuns) 19 nal, um bom número de FPS pode ser útil para pessoas que pensem fotografar desportos, onde os movimentos são muito rápidos e interessa registar uma sequência deles para depois fazer a escolha do momento exato. VÍDEO. Quase todas as reflex que hoje estão no topo de vendas incorporam também a opção de gravação de vídeo. Devido à versatilidade de levar duas câmaras em uma, tem-se tornado uma opção muito popular, especialmente para amadores da videografia. Nesse caso, verifique as suas necessidades e veja se é suficiente com gravações de qualidade normal ou se necessita Alta Definição (HD, 720p) ou mesmo Full HD (1080p). Redd Angelo [Unsplash] 20 Quatro modelos recomendados Todo o dito até agora foi para você interiorizar que a melhor câmara do mundo é aquela que cobre as suas necessidades e expetativas, e não as de outra pessoa. Porém, a realidade é que muitos iniciantes não sabem bem ainda que tipo de fotografia é que irão fazer a maior parte do tempo, porque precisamente estão ainda a explorar as possibilidades. É uma resposta normal e faz todo o sentido! Por isso, neste livrinho queremos também aproveitar para recomendar alguns modelos concretos de câmaras reflex de iniciação que conhecemos diretamente e que, por esse motivo, sabemos que irão cumprir a maioria de necessidades da gente que começa. Ademais, como muito pouca gente pode estar mudando a cada dois anos de câmara, também nos asseguramos de que os modelos que mostramos a continuação possam acompanhar a evolução normal de um fotógrafo iniciante e amador nos seus primeiros anos, sem que fiquem obsoletas ou incapazes de cobrir as necessidades em pouco tempo. muitos iniciantes não sabem bem ainda que tipo de fotografia é que irão fazer a maior parte do tempo, porque precisamente estão ainda a explorar as possibilidades. 21 Nikon D3300 ! PREÇO APROX. KIT ~400€ SEMELHANTES - Nikon D3200 - Canon EOS 1200D - Pentax K-S1 VER INFORMAÇÃO DE COMPRA A D3300 é a câmara perfeita para começar do zero com a melhor base, pois ela traz prestações acima do nível de «decentes» nos campos principais que estivemos a analisar em páginas anteriores. A potência do sensor (sem ser full frame) é um elemento a destacar, mesmo estando na linha de outras câmaras do segmento que nos últimos tempos têm crescido de maneira desproporcionada em megapíxels. Ademais, tem uma bateria de longa duração perfeita para usar todas as potencialidades e a tela LCD posterior de 7,5cm. Merece um destaque adicional o apartado de vídeo, com a possibilidade de gravar a 60fps em formato full HD, o que dá ótimos resultados. No que diz respeito à relação qualidade/preço, o certo é que a Nikon D330 não tem concorrência: a maioria da câmaras com estas prestações custam à volta de 200 ou 300 euros mais. 22 ademais das capacidades técnicas notáveis, a D3300 destaca pelo seu preço, o que a torna especialmente indicada para iniciantes. Nikon D5200 PREÇO APROX. KIT ~450€ SEMELHANTES - Nikon D3200 - Canon EOS 1200D - Pentax K-S1 VER INFORMAÇÃO DE COMPRA A D5200 é uma opção muito similar com a D3300, mesmo que um bocadinho mais cara. Ambas as câmaras são muito parecidas nos elementos a ter em conta de que falamos em páginas anteriores. O mesmo tamanho de sensor (não full frame), a mesma velocidade de obturação, potência do ISO, velocidade de disparo em modo contínuo, etc. Então, de onde é que vem esse incremento do preço? O incremento, à volta de 50€, tem ver com algumas melhoras introduzidas, como a possibilidade de deslocar a tela LCD (pouco comum em câmaras para iniciantes) ou a gravação de som do vídeo em estéreo. É por isso que resulta interessante para quem quiser aproveitar desde já a sua câmara reflex para explorar as possibilidades que o vídeo oferece. Ademais, a maioria de iniciantes destacam a facilidade de uso dos seus menus interiores, o que é também um elemento a ter em conta. a irmã maior da D3300 não melhor de forma substancial os aspectos técnicos, mas traz algumas prestações adicionais vocacionadas para a comodidade de uso. 23 ! Canon EOS 1300D ! PREÇO APROX. KIT ~460€ SEMELHANTES - Nikon D3200 e D3300 - Canon EOS 100D - Pentax K-500 Canon renovou há pouco a sua câmara para inciantes: a EOS 1300D, (Rebel T6) com o mesmo sensor não full frame que a anterior EOS 1200D (Rebel T5), mas com mais potência de processador, o que assegura mais velocidade. Também introduziu melhoras relativamente à resolução da tela LCD, e incorporou por fim a conetividade WiFi, uma capacidade normalmente fora do alcance deste tipo de câmaras de início, mas que hoje está a ganhar uma crescente popularidade. Uma resolução de 18Mpx, gravação de vídeo em Full HD, 9 pontos de foco, boa sensibilidade ISO e tamanho compacto com pouco peso são o resto de caraterísticas deste modelo. Se comparada à potente D3300, a câmara para iniciantes da Nikon, é certo que a Canon EOS 1300D não chega aos mesmos parâmetros. Daí a aposta por um preço menor, o que faz com que seja uma boa candidata para o seu público alvo. 24 VER INFORMAÇÃO DE COMPRA a EOS 1300D destaca pelo seu preço e por algumas funções profissionais, como a conetividade WiFi. Canon EOS 700D PREÇO APROX. KIT ~500€ SEMELHANTES - Pentax K-500 - Pentax K-50 - Canon EOS 1300D A EOS 700D é a outra grande aposta da Canon no segmento de câmaras de iniciação. Conserva os bons resultados obtidos com a predecessora (EOS 1300D) e incorpora algumas melhoras no software, como a vista prévia de filtros criativos e funcionalidades do tipo HDR, muito úteis para amadores que estão começando e têm poucos ou nenhum conhecimento de edição de imagem e não se importam com que seja a câmara a que processe a imagem RAW. Também incorpora melhoras de hardware, como o seu sensor não full frame, mas de grande qualidade de imagem, ou como a sua tela LCD, deslocável e tátil — na linha dos tempos que correm. VER INFORMAÇÃO DE COMPRA A EOS 700D é a opção perfeita para quem tiver algum dinheiro para investir num sensor de grande qualidade e nas últimas inovações no software. Atenção! Estas são as nossas recomendações. São quatro boas câmaras de iniciação com que tivemos contato direto e pelas que podemos apostar sem medo a nos equivocar. Pode confiar nelas, mas mesmo assim, continuamos seguros de que você tem interiorizado já os conselhos das páginas anteriores, de modo que não as escolha apenas porque vêm indicadas neste livro! 25 ! Onde comprar a sua câmara reflex? Não é só o preço. A nossa recomendação é que procure sempre lugares de confiança. Tal como dissemos anteriormente, onde é que você decida comprar a sua câmara é outro elemento a ter em conta, porque pode fazer com que o preço mude sensivelmente. Mas não é só o preço. A nossa recomendação é que procure sempre lugares de confiança. Lojas de varejo ou de retalho nos nossos bairros, normalmente mais caras, costumam dar uma atenção muito personalizada e de grande qualidade, porque as pessoas que trabalham nelas possuem a experiência que dá vender apenas produtos fotográficos e acompanhar as novidades nesse campo. Ao invés, cadeias de lojas e lojas de departamento em grandes armazéns não dão nem por acaso o mesmo tratamento ao cliente, isto é, a você. É nesse tipo de lojas que se produzem os maiores «mal-entendidos» devido à pressão sobre os vendedores para atingirem um número de vendas por semana e também ao limitado número de possibilidades que têm (contra o que poderia pensar-se), embora as ofertas sejam muito mais interessantes do ponto de vista económico. 26 E ainda há a opção, cada vez mais empregada, da compra na internet, que permite importantes rebaixas de preços e que, feita nos lugares adequados, cumpre todas as facilidades de uma loja física, desde a devolução do produto caso for necessário a serviços de garantia, pós-venda, etc. Se você leu os modelos recomendados por nós nas páginas anteriores, terá visto que incluímos uma ligação à página desses modelos em Amazon. com. Esta é mais uma recomendação, porque depois de testados vários serviços de venda online, achamos que ele é o que mais garantias oferece e o que melhor tem solucionado os conflitos quando tem havido. Mario Calvo [Unsplash] 27 David Marcu [Unsplash] 28 SEGUNDA PARTE SEGUNDA PARTE CONHEÇA A SUA NOVA CÂMARA REFLEX Para conseguir as melhores imagens, conhecer em profundidade a ferramenta com que elas são feitas é fundamental. Não vai encontrar um fotógrafo profissional que diga o contrário. Especialmente na hora de se iniciar no planeta reflex, fazer da nossa câmara uma extensão do nosso corpo é garantia de sucesso, isto é, de conseguir verdadeiros avanços na nossa habilidade fotográfica. Sem isso, não vai dar. 29 Uma câmara é isto todas as câmaras reflex estão compostas de duas partes separáveis sem as que não pode funcionar: a objetiva e o corpo 30 Conhece esse quadro em que aparece um cachimbo e, justo debaixo, a legenda «isto não é um cachimbo»? O seu autor, o pintor francês René Magritte conseguiu com aquela obra uma das cimas da pintura surrealista. Mas do que nós estamos a falar é da realidade, e saber do que é que estamos a falar quando falamos de uma câmara reflex é fundamental. Como você já tem a «melhor câmara para si» (ou talvez já a comprou seguindo os conselhos e recomendações dos capítulos anteriores) e ela será seguramente distinta da de outros leitores, vamos guiar esta disseção do que é uma câmara reflex do modo mais genérico possível. Todas as câmaras reflex estão compostas de duas partes separáveis sem as que não pode funcionar: a «objetiva» e o «corpo». ÓÓ Objetivas Tamron e Nikkor para uma reflex Nikon A objetiva As objetivas, também chamadas de lentes (ainda que as «lentes» sejam apenas uma parte de toda a objetiva) são a combinação de cristais e lentes que permitem à câmara focar corretamente e levar a luz para o sensor, que é onde ela é recebida e transformada num ficheiro informático de tipo RAW, JPEG, TIFF, etc. A diferença de outros tipos de câmaras (compactas, bridge, etc.), as objetivas das câmaras reflex podem ser removidas e substituídas por outras, mesmo com características diferentes. Aí está, com efeito, uma das grandes vantagens que oferece o sistema reflex. Por isso, pegue a objetiva que você comprou com a sua câmara e examine-o. A continuação iremos ir descobrindo para que é que serve a diferença de outros tipos de câmaras, as objetivas das reflex podem ser removidas e substituídas por outras, mesmo com características diferentes. 31 ÓÓ Diagrama de uma objetiva do manual de usuário da Canon cada uma das partes que o compõem e sobre as que podemos agir para melhorar as nossas fotografias. A maioria das objetivas incorporam dois anéis giratórios arredor de si. O primeiro, localizado aproximadamente no centro da objetiva, serve para mudar a distância focal, isto é, em linguagem de fotografia compacta: para dar mais ou menos zoom à fotografia. Você pode comprovar isto colocando a objetiva na câmara, retirando a tapa de proteção do cristal exterior, focando num ponto a uma distância determinada e rolando o anel a direita e esquerda para afastar ou aproximar a cena que observa através do visor da câmara ou do sistema live view. Algumas objetivas aproximam a cena rolando o anel para a esquerda e afastam-na rolando-o para a direita, e outras objetivas fazem à inversa. O segundo anel, normalmente na extrema exterior da objetiva, quase colado ao cristal exterior, é o anel do foco, e rolando-o permite focar ou desfocar a cena. Atenção! Este anel é muito sensível, e se a objetiva 32 que você comprou for motorizada (é dizer, se pode ser movida pelo automatismo do autofocus da sua câmara), então assegure-se de ligar a opção de foco manual antes de rolá-lo manualmente. Esta opção pode ser selecionada na própria objetiva, num botão tipo interruptor que permite escolher AF/MF ou siglas muito parecidas com estas. Para rolar o anel manualmente, assegure-se de que está em posição MF (manual focus). Se estiver em AF (autofocus) e você premer o disparador da câmara para focar, observará como esse anel é rolado mecanicamente. Faça provas com vários objetos a distâncias diversas, mesmo variando o zoom com o anel anterior. O último elemento que fica por definir é o botão de estabilização de imagem. Não todas as objetivas o têm, tristemente, e costuma ser um elemento que aumenta consideravelmente o preço se for iniciante. Este tipo de botões aparece com o texto VR (vibration reduction) em Nikon, IS (image stabilization) em Canon. Mas também há fabricantes como Pentax ou Sony que costumam colocar o estabilizador na câmara, em lugar de na objetiva, o que abarata depois o preço das objetivas. fabricantes como Pentax ou Sony que costumam colocar o estabilizador na câmara, em lugar de na objetiva, o que abarata depois o seu preço. Há objetivas que incorporam ainda outras opções em forma de interruptores, mas costumam ser objetivas muito específicas que não são as mais comuns entre iniciantes e amadores. 33 ÓÓ Diagrama de um corpo do manual de usuário da Canon O corpo O corpo é a parte central da câmara, onde se encontram os elementos que a fazem funcionar e, eventualmente, agir sobre a objetiva. As características da câmara que você estudou com detalhe antes de comprá-la (megapíxels, sensibilidade ISO, fps, bateria, sensor, etc.) estão todas aqui dentro, e por isso há grandes diferenças entre os diferentes modelos. Outros elementos coincidem na grande maioria dos casos. ON/OFF. Como indica o seu nome, é o que permite acender ou apagar a câmara, e pode ter forma de interruptor ou de botão. VISOR. Situado na parte posterior, pelo geral sobre a tela LCD, permite olhar através dele e «ver o que a câmara vê», isto é, a luz que entra através da objetiva. Isso é conseguido através de um espelho a 45º que se encontra justo detrás da objetiva — e que você pode ver se remove a 34 objetiva. Enquanto a câmara está sem disparar, a luz entra pela objetiva, é rebatida pelo espelho e de novo por um pentaprisma que a dirige ao visor, onde se encontra com o nosso olho. Essa reflexão da luz é o que dá nome às câmaras reflex, precisamente. Mas não só dá nome: permite ver através da lente (through the lens, TTL), o que aumenta a facilidade de enquadramento, entre outras coisas. DISPARADOR. É o botão (tecnicamente, botão de obturador) situado na parte superior direita do corpo vista desde a parte posterior do corpo, que é a posição normal de uso da câmara. A sua função é dupla na maioria de modelos do mercado de iniciação. Ao premer esse botão, observe como ele tem duas posições: a primeira permite focar (se selecionado o modo autofocus); e a segunda, premendo mais forte, permite fazer o disparo. De modo que, para tirar uma fotografia, é só premer suavemente até a posição de autofoco e, uma vez a câmara tenha definido o foco (normalmente indicado com uma suave apitada), continuar premendo até ao fundo para que a câmera levante o espelho e abra o obturador, deixando a luz chegar até ao sensor. SELETOR DE MODOS. Do lado superior esquerdo, normalmente, encontra-se o seletor de modos, que costuma ter uma forma de cilindro ou disco e que permite rolá-lo para definir o modo de funcionamento da câmara. Permite escolher entre modo automático (o único modo a evitar, porque é a câmara a que o modo automático é o único que convém evitar, pois nele é a câmara a controlar tudo, e não você a fazer fotografia. 35 faz todo o trabalho e você fica sem aprender nada), modo manual, modos Av e Tv e, em muitos casos, uns modos de tipo pré-seleção similares com os que incorporam as câmaras compactas, e que não são outra coisa que adaptações do modo automático (portanto, também a evitar). Sobre os modos que você pode selecionar no disco de modos iremos falar mais tarde. RODA DE CONTROLO. Esse comando de controlo, normalmente em forma de roda, permite definir os valores do modo que você previamente escolheu no seletor de modos. Mais tarde iremos ver como funciona. BASE DE FLASH. Na parte superior central, é habitual as câmaras reflex incorporarem uma base para a utilização de um flash off-camera, isto é, um flash exterior. *** faça isso que tão pouca gente faz: ler o manual de instruções! Porque, com efeito, permitirálhe descobrir todas as potencialidades da sua câmara. 36 Até aqui os elementos que a maioria de câmaras reflex do mercado incorporam. Porém, também a maioria incorporam outros botões, seletores, rodas, etc., com funções diferentes que convém estudar no manual de instruções fornecido com a câmara no momento da compra. A nossa recomendação é que você faça isso que muito pouca gente faz (ler o manual de instruções), porque, com efeito, permitirá-lhe descobrir todas as potencialidades da sua câmara. Os modos de uso da sua câmara ÓÓ Diagrama do seletor de modos de uma Canon Se você teve anteriormente uma câmara compacta já estará familiarizado com o conceito de modos de uso. O que as câmaras reflex nos deram a maiores neste campo foi a possibilidade de utilização de um modo manual que agora já também incorporam algumas boas câmaras compactas. A continuação iremos ver o que fazem e para que podem ser usados os diferentes modos de uma reflex típica. O modo automático: vai deixar a sua câmara a fazer tudo? Como dissemos em páginas anteriores, o modo automático é aquele do que convém fugir o antes possível. Com esse modo selecionado, é a câmara que define todos os parâmetros segundo a programação do fabricante. Nada a distingue, então, de uma compacta de qualidade. Lembra quando dissemos que algumas reflex tinham sensores piores do 37 que boas compactas? Pois funcionando com modo automático, o resultado é o mesmo que ter uma má compacta, com o inconveniente adicional do peso. no modo automático, nada distingue sua nova reflex de uma câmara compacta de qualidade. A nossa recomendação é tentar evitá-lo sempre, porque desse modo verá como as suas habilidades fotográficas são obrigadas a avançar ao passo que você é obrigado a pensar em quais parâmetros deve definir para esta ou aquela situação. Então, procure não empregar este modo ou reduza o seu uso apenas a casos muito pontuais, onde você não tenha tempo de definir os valores da exposição. Se faz isso e trabalha a maior parte do tempo com os modos semi-automáticos e manual, verá como em pouco tempo poderá ser mais rápido do que os próprios automatismos da câmara. Afinal, e como conduzir: as primeiras vezes há tantas coisas que devem ser atendidas!, mas depois tudo se faz de jeito quase inconsciente, não é? Fuja do modo automático e nós garantimos que em pouco tempo usar a sua câmara será o mesmo que usar um carro. Já pessoas que ficam no modo automático para sempre são aquelas que não se importam demasiado com jogar ao lixo o seu investimento, ou pessoas que compraram uma reflex para se exibir, e que poderiam ter poupado muito dinheiro comprando uma compacta que cobrisse perfeitamente as suas necessidades. 38 O modo manual: controlando abertura e velocidade Vamos fazer uma revelação fundamental: 99% das imagens que chamam a atenção de você em foros, sites, exposições ou redes fotográficas como Flickr ou 500px foram feitas nos modos manual ou semiautomáticos. Aprender a controlar estes modos pode parecer muito complexo, e isso tem desencorajado muita gente, que ficou a meio caminho de conseguir o seu sonho de avançar na fotografia. A maioria de pessoas que optam por uma câmara reflex já passaram antes por câmaras compactas ou bridges e notaram que algo faltava nos seus equipamentos. Se você sentiu essa falta, está de parabéns, porque o que agora vamos descobrir é o modo como curar essa «ferida» da maneira mais simples. Nem os tecnicismos vão resultar tão assustadores como antes! aprender a controlar estes modos não automáticos pode parecer muito complexo e desencorajador, mas não é, e o que oferece é um novo mundo de possibilidades. Como você com certeza já sabe, a base da fotografia é a luz que chega no sensor da nossa câmara. Para chegar lá depois de ser rebatida pelo objeto que estamos a fotografar, ela tem de atravessar a objetiva. A quantidade de luz que vai entrar é definida pela abertura de uma peça no interior das objetivas denominada diafragma que deve ser atravessada pela luz conforme entra pela objetiva. 39 ÓÓ Esquema de relação entre abertura, velocidade e sensibilidade ISO A maior abertura desse diafragma, mais luz, nada estranho. Imagine a abertura como se fosse uma tubagem de água na sua cidade. Quanto maior o diâmetro da tubagem, mais água passa. Com a luz é o mesmo. Quanto maior a abertura, maior quantidade de luz passa no mesmo instante, e a imagem torna-se mais clara. Imagine agora que você faz duas fotografias com uma exposição do sensor de 1 segundo, o que é bastante tempo, como você descobrirá rapidamente. Nesse tempo que o sensor está exposto à luz (porque removeu o obturador de diante), uma abertura mais grande dará como resultado uma imagem mais cla40 ra, mais luminosa. Ao contrário, uma abertura mais pequena, resultará numa imagem mais escura. A abertura é medida pelo número f/, mas atenção: quanto maior o número, mais pequena é a abertura. Não se trata aqui de explicar os motivos, mas apenas de entender que uma abertura f/4 é mais pequena do que uma abertura f/2, por exemplo, do mesmo modo que f/22 é mais fechada do que f/3.5, e portanto deixa passar menos luz. Depois iremos ver mais sobre esta questão, mas por enquanto fique com isto, porque é a base para entender a abertura. Quando a abertura é a correta para o tipo de situação lumínica que queremos fotografar, o resultado será uma fotografia bem exposta. Quando for maior, entra luz de mais e diremos que é uma fotografia sobreexposta. À inversa, quando for menor do requerido, a imagem ficará subexposta. A continuação iremos ver como é possível aproveitar essas situações, mas antes disso falemos do outro parâmetro essencial: a velocidade. A abertura é medida pelo número f/, mas atenção: quanto maior o número, mais pequena é a abertura. Se a abertura define o quanto nós abrimos a «janela» para que entre a luz, a velocidade define o tempo que essa «janela» permanece aberta. Mas, então, a velocidade do que? Quando falamos de velocidade, estamos a falar da velocidade do obturador, que é a peça interna que tapa o sensor e que é re41 movida ao premermos o disparador para que a luz que entrou pela objetiva passe até ao sensor. Esse tempo que permanece «fora do seu lugar» é medido em segundos, ou em frações de segundos. De modo que quanto mais rápido se mover (isto é, regressar à sua posição inicial), menos tempo de luz a entrar para o sensor. Quando mais tempo estiver o obturador aberto, mais quantidade de luz vai chegar no sensor. Lógico, não é? Uma exposição de 1 segundo receberá o duplo de luz que uma exposição de 1/2 segundo. Quando mais tempo estiver o obturador aberto, mais quantidade de luz vai chegar no sensor. Lógico, não é? Uma exposição de 1 segundo receberá o duplo de luz que uma exposição de ½ segundo. Já como os sensores das nossas câmaras são tão sensíveis à luz, será normal estar a falar de exposições de 1/250s. ou de 1/2000s. Imagine que na tubagem de que falamos anteriormente houver uma torneira. Tanto faz o diâmetro da tubagem (em «idioma fotonês» a abertura do diafragma) se a torneira (em «fotonês», o obturador) permanece fechado. Para haver uma fotografia, temos que abrir a torneira, mas o tempo justo para a imagem não ficar subexposta nem sobreexposta. Repare agora em uma questão interessante: a quantidade de luz que chega no sensor é o resultado da relação entre a abertura do diafragma e a velocidade de obturação ou tempo de exposição, o que é o mesmo. Considere por exemplo uma exposição correta com 1/250s f/4. Será que chega a mesma luz se você duplica o tempo de exposição, 42 mas divide pela metade a abertura? Pois é! E se divide pela metade a velocidade, mas duplica a abertura? É claro que sim. Fácil, não é? Se você entendeu isto, está de parabéns, porque acaba de entender a temida «lei da reciprocidade» da fotografia! No futuro, quando for acrescentando experiência e novos conhecimentos, entenderá que essa lei é só aplicável na teoria, porque a abertura não só determina a «largura da tubagem», mas também influi na profundidade de campo, mas não vamos adiantar acontecimentos ainda. Fique, por enquanto, com esta ideia: no modo manual, a câmara deixa fazer todos os cálculos ao fotógrafo, por isso é tão fantástico, porque você controla tudo, mesmo. A câmara apenas obedece. Os modos semiautomáticos: a opção para ir devagar Do mesmo modo como o modo manual, os modos semiautomáticos funcionam com dois conceitos: abertura e velocidade. O modo manual baseia-se na combinação de ambos, e os modos semiautomáticos na utilização de um deles como principal, fazendo com que a câmara defina o outro em relação aos parâmetros que nós definamos para o principal. Simples, não é? Vamos lá ver isto com o vagar que exige. Existem dois tipos de modos semiautomáticos. Como se trata de uma questão de prioridades, eles são o modo de prioridade de os modos semiautomáticos funcionam privilegiando a abertura ou a velocidade; você controla uma dessas variáveis e a câmara compensa o outro parâmetro 43 tempo (Tv para Canon e S para Nikon) e o modo de prioridade de abertura (Av para Canon, A para Nikon). Quando você escolhe o modo de prioridade de tempo (Tv ou S), em lugar de controlar os dois parâmetros, você controla apenas o parâmetro velocidade. Lembra que a velocidade era equivalente ao tempo, como explicamos há um momento? Então, você determina um tempo de exposição de 1s, e a câmara fixa a abertura do seu diafragma na posição ótima para que a imagem resulte bem exposta. Nem subexposta nem sobreexposta. Ao contrário, quando você opta pela prioridade de abertura (Av ou A), você escolhe na roda de controlo a abertura do diafragma, e é a câmara a que decide o quanto tempo debe deixar aberto o obturador para que com essa «largura da tubagem» entre a luz suficiente. Há ocasiões em que você quer uma fotografia um bocadinho subexposta e a câmara em modo semiautomático não vai conseguir. 44 Afinal é similar ao modo manual, mas é a câmara que faz os cálculos e, portanto, acaba controlando o resultado. Há ocasiões, por exemplo, em que você quer uma fotografia um bocadinho subexposta (pode acontecer, por diversos motivos). Pois atenção: a câmara em modo semiautomático não vai conseguir. Porque se você deixar o obturador aberto menos tempo do necessário, para que passe a luz por menos tempo, a câmara vai responder alargando o canal que filtra a luz até a exposição dar de novo no ponto certo: nem sobreexposta nem subexposta. E, atenção, vai pretender sempre fazê-lo com a abertura maior possível que assegure esse resultado. Por outras palavras: que a câmara só vai reduzir a abertura no caso de você escolher exposições muito longas. Como mover os parâmetros? Vamos agora ver como é que você define ou modifica esses parâmetros. O modo varia de umas câmaras para outras, mas na maioria, eles são definidos através da roda de controlo de que falamos ao descrever o corpo da sua reflex. Nas câmeras Nikon e Pentax, costuma estar situada na zona superior direita da cara posterior do corpo, de modo que pode ser movida com o polegar da mão direita. Nas Canon e Sony, o normal é encontrá-la na cara superior da câmara, justo por trás do disparador (Canon) ou por diante, ligeiramente descendo pela cara anterior da câmara (Sony). No caso de você ter escolhido algum dos modos semiautomáticos, esse é o que você vai poder modificar nessa roda de controlo. Lógico, não é? A câmara consertará em tempo real o outro parâmetro. Mas o que acontece no modo manual, com dois parâmetros para definir e apenas uma roda? Em quase todos os casos, ao mover a roda de controlo, você estará a agir sobre a velocidade, e para agir sobre a abertura será necessário premer um botão auxiliar enquanto a roda é movida, indicando à câmara precisamente que estamos a agir sobre o segundo parâmetro. Já onde estão situados esses botões e quais os desenhos que os identificam varia de fabricante para fabricante. No caso de Nikon, o desenho é feito a partir do signo +/-, com uma imagem de um diafragma ao lado. No caso de Canon, costuma aparecer com a legenda Av +/-. Para o resto de fabricantes, consulte o manual de instruções que nós recomendamos ler. Lembra? 45 O mágica do exposímetro Até aqui ficamos falando de exposições corretas, sobreexposições e subexposições. Mas como é possível saber, antes de atirar a fotografia, se uma imagem irá ser subexposta e então convém rolar a roda de controlo para reduzir a velocidade de obturação ou para aumentar a abertura do diafragma? As câmaras reflex incorporam um exposímetro que mede a luz geral da cena, a luz num ponto concreto dela, ou um promédio, e permite saber se os parâmetros são os adequados a esse tipo de situação lumínica. Há ocasiões em que você quer uma fotografia um bocadinho subexposta e a câmara em modo semiautomático não vai conseguir. Esse exposímetro mostra os resultados numa espécie de regra numerada visível na tela LCD ou na parte inferior por dentro do visor reflex. Exposições com o exposímetro a marcar o 0 são consideradas exposições correctas. Exposições abaixo do 0, são consideras subexposições e, ao contrário, exposições acima do 0, são consideradas subexposições. Com a vista posta nesse indicador, é fácil observar se é necessário aumentar ou diminuir a abertura do diafragma ou a velocidade de obturação e até que ponto. Alguns efeitos secundários Antes sugerimos que a lei de reciprocidade era uma lei apenas teórica, que não se verifica assim tão claramente na prática. Não 46 significa que duplicando a abertura e partindo pela metade o tempo de exposição não se chegue ao mesmo resultado relativamente à quantidade de luz. Mas diferentes escolhas nesses parâmetros, mesmo sendo compensados manualmente ou em modo semiautomático, terão implicações noutras caraterísticas da imagem. É isso que nós denominamos, aqui, como efeitos secundários. Em primeiro lugar, o parâmetro abertura não só controla o «comprimento da tubagem». Também define o que chamamos de profundidade de campo, isto é, o mais ou menos profunda que é a área que fica bem focada. Aberturas amplas (com números f/ pequenos, lembra?) fazem com que a zona focada seja menos profunda e conseguem que o que está mais para o fundo ou mais para a frente fique desfocado. Isto não é mau por si próprio, em absoluto. De facto, é um dos efeitos mais procurados pelos fotógrafos em géneros fotográficos como o retrato. Em troca, aberturas pequenas (números f/ altos), fazem com que a profundidade da zona focada (chamada profundidade de campo) seja maior, e por isso são muito úteis noutros géneros, como a paisagem, onde queremos que os elementos do primeiro plano estejam tão nítidos como os elementos lá no fundo do horizonte. o parâmetro abertura não só controla o «comprimento da tubagem». Também define o que chamamos de profundidade de campo Por sua vez, a velocidade, ademais de definir quanto tempo o sensor fica exposto à luz, também permite criar efeitos opostos no 47 caso de que o objeto que estamos a fotografar esteja em movimento. Velocidades muito altas permitem congelar esse movimento. O exemplo mais claro é aquele da bala atravessando o globo de água ou a melancia, que você já terá visto. Ao invés, velocidades lentas permitem criar o efeito de esteiras que, em algumas condições, resultam muito interessantes de um ponto de vista expressivo ou estético. Derrin Jenkins [fragmento] 48 olá fotógrafos! desculpem esta breve interrupção Você gosta do que está a ler? Esperamos que a resposta seja sim, porque fizemos este livro especialmente para dar uma ajudinha para tantas pessoas que querem começar a explorar o mundo da fotografia reflex. Já para quem quiser aprender sempre novas técnicas e novas maneiras de ver o universo fotográfico, saibam que além deste livro, vocês podem continuar acompañando o site fotografista.org, onde cada semana publicamos vários artigos com dicas, informações, conselhos e mais para vocês. Deixamos a continuação alguns dos mais interessantes para si, da nossa série BÁSICOS. É só clicar neles! ÓÓ 7 dicas imprescindíveis para iniciantes ÓÓ Decifrando os números das objetivas ÓÓ Crítica fotográfica: como fazer? ÓÓ Câmaras full frame. Elas fazem a diferença? ÓÓ 2 técnicas de processado p/b que você não deveria usar fotografista.org Iswanto Arif [Unsplash] 50 SEGUNDA PARTE TERCEIRA PARTE ALGUNS CONSELHOS A MAIS Até aqui temos feito uma pequena viagem de exploração pelo mundo das câmaras reflex. Questões como a composição, as técnicas de iluminação, ou o tratamento de imagens são comuns a todos os tipos de fotografia e portanto fogem do objetivo deste livrinho, que é ajudar a dar os primeiros passos no planeta reflex. Outras questões como os ajustes do software da câmara são demasiado específicos de cada modelo em questão ou demasiado avançados para uma explicação tão ligeira e exigem outro livrinho vocacionado para quem já tenha claros os conceitos explicados neste. Mas antes de dar por terminada este primeiro passeio espacial, vamos ver alguns conselhos a mais que nós gostaríamos de ter recebido quando começamos. 51 Objetivas: outro mundo a explorar à medida que você melhore as suas habilidades como fotógrafo, as normais 1855mm (ou 18135mm) com aberturas até f/3.5 dos «kits» irão resultando mais e mais limitadas 52 Na maioria das compras que os iniciantes fazem, a câmara costuma ser acompanhada por uma ou mais de uma objetiva «de kit». Estas objetivas são, normalmente, muito versáteis e suficientes para pessoas que estão começando na fotografia reflex. Ora, à medida que você melhore as suas habilidades como fotógrafo, as normais 18-55mm (ou 18-135mm) com aberturas até f/3.5 dos «kits» irão resultando mais e mais limitadas e a necessidade de comprar mais uma com determinadas características acabará aparecendo. Não é questão tratar agora o tema das objetivas, e há um motivo. Este livro é para iniciantes mesmo, e os iniciantes devem explorar bem o planeta reflex antes de se adentrar no planeta mais vasto e complexo das objetivas, onde é mesmo muito fácil perder-se e acabar jogando o dinheiro pela janela se não são dominados os conceitos básicos de que falamos neste livro. Mesmo assim, não queremos passar sem fazer um breve comentário sobre as objetivas que você irá necessitar para os tipos mais comuns de fotografia. PAISAGENS. A beleza das paisagens reside, do ponto de vista do equipamento fotográfico, em cores muito vivas que você pode definir no padrão de cor da câmara, em profundidades de campo muito longas (portanto, números f/ o mais fechados possíveis, tipo f/22, lembra?), e numa grande amplidão. Essa amplidão é uma caraterística das objetivas e tem a ver com a chamada «distância focal», expressada em milímetros. Para não entrar em tecnicismos desnecessários aqui, considere que números mais baixos deste parâmetro dão imagens mais abertas, isto é, nas que aparece mais espaço aos lados do objeto que você está a fotografar. Para a fotografia de paisagens, você necessitará muito provavelmente uma objetiva grande angular, que permite enquadramentos muito amplos. Objetivas grande angular são aquelas por baixo de 18mm, até 14mm ou mesmo 12mm. Já por baixo disso, aparecem os conhecidos olhos de peixe, com aplicações muito específicas além da brincadeira. Objetivas grande angular são aquelas por baixo de 18mm, até 14mm ou mesmo 12mm. RETRATOS. Para retratos, o melhor é, à inversa, objetivas com distâncias focais muito maiores. Entre 50mm e 70mm dão os melhores resultados, ainda que é possível atingir boas imagens acima de 70mm. Ademais, convém dispor de objetivas muito luminosas, 53 que são aquelas com aberturas de diafragma abaixo de f/3.5. Em muitos casos, fotógrafos profissionais empregam objetivas fixas, isto é, que não têm uma distância focal variável, mas fixa. Por exemplo, 50mm. Este tipo de objetivas costuma dar melhores resultados tecnicamente, porque incorporam menos lentes no seu interior e fazem com que apareçam menos distorções e aberrações cromáticas, ademais de oferecerem aberturas de diafragma muito generosas, tipo f/1.4 ou f/1.2. Mesmo assim, perca o medo: com a iluminação adequada, as objetivas «de kit» que estão à volta de f/3.5 também são úteis. Em muitos casos, fotógrafos profissionais empregam objetivas fixas, isto é, que não têm uma distância focal variável, mas fixa. Por exemplo, 50mm. 54 MACRO. A fotografia macro, aquela de insectos ou detalhes muito pequenos, tem umas exigências muito específicas de distância de focagem, e por isso há objetivas criadas especificamente para o caso. São aquelas que incorporam a palavra «Macro» nas suas denominações. FOTOGRAFIA DE DESPORTOS. A fotografia de desportos ou de ação também tem necessidades específicas quanto às objetivas. O facto de normalmente você se encontrar a uma certa distância do ponto de ação e o facto de os desportistas se estarem movendo, obriga a ter objetivas muito versáteis, com distâncias focais longas, da ordem de 70-200mm, e com aberturas grandes para poder disparar com maiores velocidades e evitar esteiras que neste tipo de imagens não são as mais valoradas. Conselhos para comprar a sua seguinte objetiva Como você estará a ver, a maioria de géneros específicos não casam muito bem com as objetivas de kit que você comprou com a câmara. Isto tem também um motivo: os fabricantes oferecem uma objetiva todo-o-terreno, com distância focal variável (por exemplo, 18-135mm) e não muito luminosa porque ela cobre a imensa maioria das situações em que as câmaras são empregadas. A pesar dos conselhos (os nossos e os de muitíssimos outros livros, sites e foros sobre o tema) de não comprar uma câmara reflex quando não for necessário, não todos os milhões de reflex que são vendidas cada ano acabam fazendo tipos de fotografia específicos ou dedicadas a géneros concretos. Por outra parte, vendendo objetivas deste tipo — que são mais baratas —, os fabricantes também estão a criar um mercado novo para a suas objetivas específicas, com melhores prestações mas também mais caras. a maioria de géneros específicos não casam muito bem com as objetivas de kit que você comprou com a câmara. Isto não significa que você não possa fazer fotografia de desporto ou retrato com a sua objetiva «de kit». Mas os resultados não irão ser os mesmos que com uma objetiva espe55 cífica, como é lógico. E é por isso que a necessidade de comprar acaba aparecendo ao cabo de um tempo. Para ajudar na compra da sua seguinte objetiva, vamos dar a continuação alguns conselhos adicionais. há algumas objetivas todoo-terreno de grande qualidade, mas não são a maioria, e costumam ser bastante caras. Pense numa objetiva específica para as suas necessidades. Há algumas objetivas todo-o-terreno de grande qualidade, mas não são a maioria, e costumam ser bastante caras. O que oferecem relativamente a outras objetivas específicas é comodidade e versatilidade. Afinal, resulta bastante chato ter que estar mudando a objetiva constantemente, que é o que passará se você não reservar essa câmara apenas para aquele tipo de fotografia. A comodidade está em que, com uma única objetiva, você pode fazer um bocado de tudo. Mas, é claro, muitas vezes apenas «um bocado» não chega. Ademais, a sua qualidade ótica é ligeiramente inferior às objetivas especializadas: uma objetiva fixa 50mm sempre produzirá melhores resultados que uma objetiva 18-200mm colocada na posição de 50mm. É uma questão de pura física. É certo que a diferença ótica não é muito evidente, e que a questão da comodidade é importante para muitas pessoas, assim que, neste tema, é você a escolher! Esqueça a questão das aparências. Todos temos ficado alguma vez chocados com o tamanho das objetivas de alguns turistas. É normal, mas não é são, porque sabemos que a fotografia tem a ver com as habilida- 56 des do fotógrafo, não com as capacidades do equipamento. Procure objetivas estabilizadas. Especialmente no caso de distâncias focais longas (200mm, por exemplo) e para câmaras que não incorporem o estabilizador no corpo (por exemplo, Nikon e Canon), convém sempre procurar objetivas estabilizadas: VR no caso da Nikon e IS no caso da Canon. Essa ajuda contra as vibrações involuntárias será de grande utilidade para prevenir que fotos fantásticas fiquem tremidas, e a diferença de preço normalmente pode ser assumida. Procure aberturas ou diafragmas grandes. Mesmo que os preços aumentem consideravelmente a medida que baixamos pelos números f/, o certo é que aberturas grandes costumam dar melhores resultados óticos. O mais normal é que você tenha objetivas f/3.5-5.6, isto é, f/3.5 na menor distância focal (por exemplo, 18mm) e f/5.6 na maior (por exemplo, 135mm). A maioria da fotografia pode ser feita partindo desses parâmetros, mas se você tiver a oportunidade de chegar em f/2.8 não hesite. A diferença é notável, sobretudo em géneros como retrato, que requerem aberturas amplas. Considere a possibilidade de adquirir objetivas de outras marcas. A posição dominante de Canon e Nikon no mercado internacional de câmaras reflex tem feito surgir empresas (Tamron, Sigma, Tokina, etc.) Mesmo que os preços aumentem consideravelmente a medida que baixamos pelos números f/, o certo é que aberturas grandes costumam dar melhores resultados óticos. 57 que fabricam objetivas e outros acessórios compatíveis com essas câmaras. Normalmente, essas objetivas são mais baratas para o comprador final, e não são necessariamente piores quanto a qualidade ótica. Pesquisar em foros especializados pode ser uma boa ideia e, aliás, até pode ser que permita poupar quantidades importantes. Outros acessórios para a sua câmara É normal tanto os profissionais quanto os amadores de qualquer atividade estarem continuamente a melhorar o seu equipamento, a comprar dispositivos ou aplicativos novos. 58 O equipamento fotográfico nunca fica completo. É muito provável você ter ouvido isso mesmo de boca de algum ou alguma fotógrafa. É normal tanto os profissionais quanto os amadores de qualquer atividade estarem continuamente a melhorar o seu equipamento, a comprar dispositivos ou aplicativos novos. Porém, tudo deve ter uma ordem e, até no que diz a respeito do equipamento fotográfico, deve haver preferências se quisermos conservar o controlo das despesas. Filtros Existe uma multidão de tipos de filtros que, colocados à frente das nossas objetivas, produzem diferentes efeitos interessantes. A per- gunta é: «É realmente necessário utilizarmos filtros?» A resposta rápida é não. Não é indispensável você utilizar filtros para a sua câmara, até porque ela funciona sem eles. Ora, se você estiver a pensar em aumentar o seu equipamento, sem dúvida que os filtros que nós vamos recomendar aqui deveriam estar entre os seus objetivos em curto prazo. Por que? Porque cada um deles cumpre uma função específica com aplicação numa grande quantidade de casos práticos, o que os torna especialmente importantes e populares entre os profissionais. E é evidente que isso tem algum significado. Considere, então, explorar as possibilidades dos seguintes tipos: Filtros UV. A sua função é proteger a lente exterior das nossas objetivas, evitando golpes sobre elas, acumulação de pó e riscaduras que de outro modo, com o tempo e o uso, são inevitáveis. Mas, atenção: evite filtros UV de má qualidade, para evitar que apareçam aberrações cromáticas, distorções, cores apagadas ou vinhetas desnecessárias. Um bom filtro UV não deveria produzir nada disso; apenas servir de proteção. cada tipo de filtro cumpre uma função específica com aplicação numa grande quantidade de casos práticos, o que os torna especialmente importantes e populares entre os profissionais. Filtros de densidade neutra (ND). Os filtros de densidade neutra funcionam de um modo muito parecido com os óculos de sol: reduzem a intensidade da luz captada pela objetiva e não alteram parâmetros como a cor ou o contraste. Mesmo que pareça estra59 nho, há situações em que você desejará reduzir a intensidade da luz captada pela sua câmara. Para isso e para outras aplicações interessantíssimas do ponto de vista técnico, um ou vários filtros de densidade neutra combinados podem ser um aliado perfeito. Filtros polarizadores. Os filtros polarizadores apenas deixam passar luz polarizada, de modo que sim afetam — e de modo considerável — o resultado da imagem que você pretende captar. Grosso modo, permitem reduzir ou até eliminar reflexos sobre algumas superfícies e realçar cores do espectro frio (céus, vegetação, etc.). Dado que afetam o resultado da imagem, são um equipamento não tão básico quanto os outros dois filtros que propomos. Ora, a relação aplicabilidade/ preço torna-os bem aconselháveis. Flashes O flash é outro dos acessórios fundamentais na fotografia. Para muitos géneros, como o retrato ou a fotografia de moda e publicitária, o seu uso e, até, indispensável. 60 O flash é outro dos acessórios fundamentais na fotografia. Para muitos géneros, como o retrato ou a fotografia de moda e publicitária, o seu uso e, até, indispensável. As câmaras reflex costumam incorporar pequenas unidades de flash que podem ser ativadas a qualquer momento, mas que qualquer fotógrafo profissional ou qualquer amador avançado desaconselha dede o primeiro momento. O melhor é, sem dúvida, adquirir algum flash externo (off-camera) que você possa sincronizar com a sua câmara sem necessidade de o ter colado a ela. Há fantásticos flashes que não obrigam a grandes investimentos, e que muitos amadores avançados e profissionais acabam utilizando. Não é incomum observar esses fotógrafos com flashes Yonguo ou Godox que cobrem as suas necessidades do mesmo modo que as objetivas compatíveis de Sigma, Tamron, Tokina, etc. Em todo caso, o flash é outro planeta a explorar com vagar e com alguns conhecimentos, especialmente sobre como empregá-los. E não só: porque os flashes têm também os seus próprios acessórios! Ora, se você estiver interessado em se fazer com um flash, deixamos aqui duas recomendações — com a mesma advertência feita para as câmaras: não os compre só por estarem neste livro! ! Yongnuo YN560 III Metz Mecablitz 52 AF-1 D ~60 € VER NA LOJA ~220 € VER NA LOJA Compatível com Canon, Nikon, Pentax, Olympus, etc. este flash foi pensado especialmente para iniciantes e como segundo flash. Incorpora apenas um modo manual, e não funciona em modo TTL, mas não surpreende se visto o preço, também adaptado para quem está a experimentar pela primeira vez. Outro flash pensado para namorar os iniciantes, com mais funções e prestações que o Yongnuo (disparo em TTL e outras) e com uma facilidade de uso que não passa inadvertida. Daí o seu preço maior, mas assumível. Em contra tem o seu display tátil, muito atrativo mas pouco cómodo afinal de contas. 61 Tripés poucos géneros fotográficos, como a street photo ou alguns tipos de fotojornalismo, desaconselham o uso de tripés, por isso são um dos acessórios mais comprados É famosa uma frase de Ansel Adams — o famoso fotógrafo paisagista norte-americano — que dizia: «há dois tipos de fotógrafos: aqueles que empregam tripé, e aqueles que deveriam empregá-lo». Não é exagero nenhum. Poucos géneros fotográficos, como a street photo ou alguns tipos de fotojornalismo, desaconselham o uso de tripés, por isso são um dos acessórios mais comprados. Por isso e porque também não requerem grandes investimentos. Ora, evite sempre comprar tripés baseando-se no preço. Afinal sai mais caro acabar comprando dois ou até três do que um bom tripé que aguente o necessário durante anos. Baterias e cartões de memória adicionais Dependendo do número de fotografias que você faça em cada sessão, pode ser necessário contar com mais de uma bateria e vários cartões de memória adicionais. A respeito das baterias, tenha em conta o seguinte: elas acabam perdendo a carga, assim que se tem pensado fazer uma sessão ou sabe que ao dia seguinte vai fazer um bom número de fotos, comprove a carga delas. E evite comprar baterias só em função do preço: há um grande mercado de baterias com62 patíveis que não são assim tão compatíveis. Assim que vale a pena gastar nisso um bocadinho mais e evitar acidentes desagradáveis. As explosões com a câmara nas mãos ou colada ao nosso rosto não são tão infrequentes como a maioria da gente pensa. Já sobre os cartões de memória, a recomendação também aplica: muitos cartões compatíveis acabam danificando-se rapidamente e jogando no lixo o trabalho feito. Os cartões de memória não explodem, é claro, mas você pode perder centos de fotografias se se deparar com um problema de corrupção do cartão, que também não é infrequente. E, infelizmente, os programas de recuperação de dados não podem com tudo, mesmo que alguns sejam muito recomendáveis, como o Photorec. Por último, a nossa recomendação é que compre melhor 4 cartões de 4GB do que um cartão de 16GB, mesmo se isso aumenta o preço, por dois motivos. Primeiro, se vai perder um cartão (são coisas que acontecem habitualmente) dói menos se for um cartão de 4GB do que um cartão de 16GB. Segundo, se o cartão travar ou se corromper (essas coisas acontecem, acredite!), é melhor ter divididas todas as fotografias da sessão em vários cartões, porque há muitas menos possibilidades de todos eles serem danificados o mesmo dia, com o que você reduz o perigo de perda de material que depois seja difícil ou até impossível de recuperar. 63 A conservação é a sua amiga a câmara e o resto de objetos do seu equipamento fotográfico são produtos muito sensíveis. Não exigem cuidados específicos, mas as precauções de sentido comum são obrigatórias para assegurar o seu funcionamento 64 Já por último, vamos dividir com vocês, caros iniciantes, alguns conselhos de conservação do seu equipamento fotográfico. São ideias fruto da experiência própria, mesmo que todos sejam de sentido comum. Compre uma boa bolsa para o seu equipamento. Uma boa bolsa ou uma boa mochila é aquela com o acolchoamento adequado para proteger o conteúdo em caso de caída da própria mochila. Há também as que incorporam um forro exterior impermeável para casos de chuva, e a diferença de preço com as que não têm pode, normalmente, ser assumida. Use as medidas de proteção do seu equipamento. As câmaras reflex têm as suas próprias medidas de conservação. A correia foi desenhada para colocar a câmara ao pescoço ou bem atada ao braço, evitando caídas acidentais. As tapas da objetiva, tanto a anterior como a posterior, têm também um uso protetor, ao evitar a entrada de pó ou o impacto de areia que possa produzir riscaduras. Use-as! E, se for possível, considere usar um daqueles filtros UV de que nós falamos no capítulo anterior. Evite locais com areia ou pó, pois essas partículas acabam entrando por qualquer resquício no sistema da câmara ou na objetiva, e produzindo algumas dores de cabeça e uma fatura do serviço técnico que todo o mundo quer evitar. É certo que algumas câmaras estão seladas contra este tipo de elementos, mas nem todas o estão. No caso de ter que remover a objetiva, deixando ao descoberto o oco do espelho e do obturador, faça isso sempre com a parte anterior ou dianteira da câmara apontando para o chão e o mais rápido possível. Evite locais molhados ou muito húmidos. A água é outro elemento que deve preocupar aos fotógrafos em relação ao equipamento. Caso chova e você queira sair a tirar umas fotografias — o que pode ser muito interessante, por certo —, considere adquirir uma dessas bolsas plásticas que protegem a câmara nesses casos, que têm, ademais, um preço ridiculamente baixo para o serviço que fazem, a sério! Do mesmo modo, preste atenção à humidade, sobretudo se viver num lugar com muita humidade ambiental. Ela acaba entrando no nosso equipamento e colando-se, de maneira especial, nas lentes das objetivas, produzindo umas nódoas muito molestas e difíceis de tirar. Para lidar com isso, recomendamos o uso das saquetas anti-humidade que você pode encontrar em lojas especializadas ou também em lojas de roupa (outro produto muito sensível à humidade), onde possivelmente possa conseguir algumas de graça. 65 Seth Doyle [Unsplash] 66 SEGUNDA PARTE APÉNDICE BREVE DICIONÁRIO DE CONCEITOS Em todo o livro que você tem diante, quisemos evitar o uso desnecessário de tecnicismos. Porém, nem todos os foros, livros e sites têm essa política, de modo que tarde ou cedo você acabará tratando com ela e assumindo-a. E é bom que assim seja, porque afinal você quererá comunicar-se com outros fotógrafos, com vendedores, fabricantes, etc. Em qualquer caso, como esta é uma das grandes dificuldades para a maioria de iniciantes, incorporamos nesta edição um breve dicionário de consulta rápida, centrado especificamente no mundo da fotografia reflex e com definições o mais claras possíveis. Inclui também alguns termos que não foram empregados neste livro, mas que sem dúvida você irá encontrar rapidamente. 67 A Abertura: é o comprimento do diafragma que, dentro das objetivas, permite o passo de uma quantidade maior ou menor de luz segundo ele esteja mais aberto ou mais fechado. A abertura é expressada através do número f/. Números f/ maiores significam um diafragma mais fechado, e portanto, menos caudal de luz. Ao contrário, números f/ menores significam maior abertura do diafragma e mais luz entrando para o obturador. B O balanço de brancos permite corrigir fotografias com uma luz mais fria ou mais cálida do esperado. Balanço de brancos: é uma funcionalidade da câmara que permite mostrar as cores do modo mais parecido com a realidade possível, o que é especialmente interessante quando as fotografias são tomadas sob determinadas condições lumínicas. O balanço de brancos permite corrigir fotografias com uma luz mais fria ou mais cálida do esperado. Braketing: é um extra de algumas câmaras que permite tirar a mesma foto várias vezes com diferentes níveis de exposição, de maneira sucessiva e automatizada. Pode ser muito útil em casos de iluminação muito contrastada, com sombras muito profundas 68 e áreas muito iluminadas. O braketing é um requisito para a realização de técnicas como a fotografia HDR. D Distância focal: é a medida que descreve a capacidade de uma objetiva relativamente à visão periférica ou panorâmica. Quando maior for a distância focal de uma objetiva, maior «zoom» irá permitir. Em troca, quanto menor for, mais visão periférica. E Exposição: é a quantidade e luz que chega ao sensor, e depende da velocidade de obturação e da abertura do diafragma. Sobreexposição é a situação em que a cena recebeu mais quantidade de luz da necessária e a foto fica estourada ou «queimada». Subexposição é a situação em que recebeu menos quantidade e a foto fica escura. Quando maior for a distância focal de uma objetiva, maior «zoom» irá permitir. Em troca, quanto menor for, mais visão periférica. Estabilizador de imagem: é uma funcionalidade adicional de algumas câmaras e objetivas (dependendo do fabricante) que evita imagens tremidas ao combater as vibrações e pequenos movimentos involuntários do fotógrafo ou do suporte (tripé) da câmara. Exposímetro: é uma funcionalidade das câmaras reflex que, antes de tomar a fotografia, mostra a quantidade de luz que irá receber o sensor segundo uma regra numera69 da. Exposições com o exposímetro a marcar o 0 são consideradas exposições correctas. Exposições abaixo do 0, são consideras subexposições, e exposições acima do 0, são consideradas subexposições. F Frames por segundo: ou também «fotos por segundo», é a quantida de imagens que uma câmara pode tomar consecutivamente em modo de disparo contínuo ou sequencial. a maioria das câmaras de iniciantes têm um sensor não full frame, pelo que têm um fator de conversão que obriga a multiplicar a distância focal das objetivas por um valor determinado Fator de conversão: também denominado «fator de multiplicação» ou «fator de corte» é aquele que aplica no caso de sensores com tamanho inferior ao full frame (35mm analógico) em relação à distância focal das objetivas que podem ser usadas com essa câmara. A maioria das câmaras de iniciantes têm um sensor não full frame, pelo que têm um fator de conversão que obriga a multiplicar a distância focal das objetivas por um valor determinado (1,5 para Nikon; 1,6 para Canon) para saber a distância focal real dessa objetiva quando usada com um sensor menor do que full frame. G Grande angular: é um tipo de objetiva com distância focal pequena (abaixo de 18mm ou de 25mm, segundo a teoria), que permite fotografar grandes enquadramentos e é muito útil em fotografia de paisagens, arquitectura, etc. 70 I ISO: é a medida da sensibilidade do sensor da câmara a respeito da luz. Quanto maior o ISO, mais luz é capaz de captar o sensor de toda a que ela recebe numa exposição determinada, de maneira que valores ISO elevados são úteis em situações com baixa luminosidade. Veja também: ruído. L Live view: é um modo de visualização através da lente que se serve do sensor para mostrar a cena a fotografar numa tela LCD na parte posterior da câmara e antes de a foto ser tomada, de maneira a verificar a exposição, enquadramento, etc. A diferença da visualização através do visor, o uso do live view permite comprovar em tempo real a exposição sobre a cena, sem necessidade de observar o exposímetro. M Megapíxels: é a resolução da foto que um sensor é capaz de captar. Quanto maior for a quantidade de megapíxels, maior será o tamanho da imagem. a diferença da visualização através do visor, o uso do live view permite comprovar em tempo real a exposição sobre a cena, sem necessidade de observar o exposímetro Motor de foco: é o sistema motorizado da objetiva ou da câmara que faz o foco mover-se segundo é premido o botão de obturação até à sua primeira posição. 71 P Profundidade de campo: é a profundidade da zona focada de uma cena, e ela é determinada pela abertura do diafragma: aberturas maiores reduzem a profundidade de campo e, à inversa, aberturas menores (números f/ maiores) aumentam a profundidade de campo. os ficheiros Pontos de foco: é o número de pontos na RAW cena a fotografar em que a câmara é capaz funcionam de procurar contrastes que a permitam estacomo uma belecer o foco. Quantos mais pontos de foco, espécie de mais fácil será para a câmara focar em sunegativo digital perfícies com baixo contraste. e permitem uma edição R posterior da Ruído: chama-se de ruído ao grau (ruído imagem com eletromagnético) que aparece no sensor muita maior conforme a sua sensibilidade ISO é aumenqualidade, tada. pois ela não é processada RAW: é um tipo genérico de ficheiro inforpela própria mático que grava imagens fotográficas sem ajustes de pré-edição que podem ser feicâmara, ao os nas próprias câmaras, como contraste revés de tos balanço de brancos, etc. Os fiformatos TIFF aumentado, cheiros RAW funcionam como uma espécie ou JPEG de negativo digital e permitem uma edição posterior da imagem com muita maior qualidade, pois ela não é processada pela própria câmara, ao revés de formatos TIFF ou JPEG. 72 S Sensor: é a peça interior da câmara que recebe a luz exterior através da objetiva e a transforma em informação binária para um ficheiro informático. Sobreexposição: veja Exposição. Subexposição: veja Exposição. T TTL: é o tipo de medição da luz que as câmaras reflex realizam através da objetiva (through the lens), e que permite que o flash dispare a quantidade exata de luz, dependendo dos seus ajustes. V Velocidade de obturação: é a velocidade com que o obturador é aberto para deixar passar luz para o sensor e fechado de novo. Quanta maior velocidade, menor é o tempo de exposição do sensor à luz, pelo que a imagem fica com menos luz. Ao contrário, quanto menor for a velocidade de obturação, maior é o tempo de exposição do sensor à luz. Vinheta: originariamente um erro das objetivas que faziam com que as bordas da imagem aparecessem ligeiramente subexpostas, hoje é um efeito artístico que permite concentrar a visão do espectador na cena. quanta maior velocidade, menor é o tempo de exposição do sensor à luz, pelo que a imagem fica com menos luz. Ao contrário, quanto menor for a velocidade de obturação, maior é o tempo de exposição do sensor à luz 73 Qual das minhas fotos é que eu prefiro? Uma que eu vou fazer amanhã IMOGEN CUNNINGHAM fotografista.org 74