TALK CENOGRAFIA FOTOGRAFIA CINEMA ART PERFIL

Transcrição

TALK CENOGRAFIA FOTOGRAFIA CINEMA ART PERFIL
Uma Publicação Brilia - Luz Muda Tudo
FOTOGRAFIA
PERFIL
MARIOHADID
ZAHA
TESTINO
CENOGRAFIA
CINEMA
NATASHA MIRANDA
CLAUDIO
KATZ
TALK
ART
MORITZDRAVES
SCOTT
WALDEMEYER
A luz tem o poder de transformar
atmosferas e criar novos mundos.
Ilumine com o LED inteligente da Brilia.
BRILIA.COM
FACEBOOK.COM/BRILIALED
INSTAGRAM.COM/BRILIALED
PINTEREST.COM/BRILIALED
Foto: ediSon garcia
debora aguiar
mostra artefacto haddock lobo 2016
S ão Pa u l o : H a d d o c k lo b o - 3 0 8 7 7 0 0 0 | d & d S H o P P i n g - 5 1 0 5 7 7 7 7 | J a r d i m a n á l i a F r a n c o - 2 0 2 2 5 6 0 0 | r i o d e J a n e i r o - 3 3 2 5 7 6 6 7
arteFacto b&c: São Paulo: avenida braSil - 3894 7000 | d&d SHoPPing - 5105 7760 | arteFacto oFF: São Paulo: r. Henrique ScHaumann - 3897 8484
c u r i t i b a - 3 1 1 1 2 3 0 0 | b a l n e á r i o c a m b o r i ú - 3 0 6 2 79 4 4 | c a m P i n aS - 3 3 97 3 2 0 0 | b r aS í l i a - 2 1 9 6 4 2 5 0 | g o i â n i a - 3 1 0 1 9 9 0 0 | Jaú - 3 41 6 69 0 4
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|
007
CARTA EDITORIAL |
NOVO MUNDO
Assim como a descoberta do fogo e a criação da roda deram início a um novo ciclo na história da
humanidade, a tecnologia cada vez mais renova o estilo de vida no século 21. As invenções apoiadas
no conhecimento científico promovem um novo salto e descobrimentos recentes que confirmam a
teoria da relatividade - apresentada há cem anos pelo gênio Albert Einstein - indicam que estamos
no limiar de uma nova era. Por coincidência, nesta edição da Brilia Insight jogamos um pouco de luz
sobre as inovações em boa parte de nossas reportagens.
Na seção TECNOLOGIA apresentamos um dos mais recentes lançamentos da Brilia: a Tecnologia
Brilia Sense que une inteligência à iluminação, trazendo a luz ao universo digital e às smarts houses.
Com a mesma ideia de conexão, a software art - do americano Scott Draves - une uma rede de
computadores e inteligência artificial na instalação digital Eletric Sheep, na seção ART. Em CINEMA,
o futurismo sci fi das imagens extraordinárias do diretor de fotografia Claudio Miranda. De maneira
completamente oposta à ficção científica, a fotógrafa havaiana Christy Lee Rogers foi buscar inspiração na água e na técnica de refração de luz para produzir a série Corpos Celestes, destacada em
FOTOGRAFIA. Com outro tipo de engenhosidade, o premiado iluminador curitibano Beto Bruel ganha
nossos spots em CENOGRAFIA.
No PERFIL, a iraquiana Zaha Hadid usa o LED como uma película de luz em surpreendentes obras
cheias de curvas e bifurcações de sua arquitetura, que é a “cara” do século 21. Com essa mesma
tecnologia, dois criativos revelam o que está por trás de seus projetos inovadores: a lighting designer
peruana Claudia Paz em EMAIL e o arquiteto paranaense Maurício Arruda em TALK. E para completar
o rol de novidades desta edição, as seções INSIDER com um artigo assinado por Carlos Fortes; WHAT’S
UP, que faz um giro internacional pelo universo da luminotécnica e CASE, com o projeto do Hard Rock
Café, em Curitiba, assinado pelo lighting designer Marcelo Castilho, que tem iluminação 100% Brilia.
Boa Leitura!
Vinicius Marchini e Leandro Neves
Co-Fundadores da Brilia
* Sugestões e comentários:
[email protected]
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08
SUMÁRIO |
30
50 54
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
|
09
SUMÁRIO |
CONTEUDO
Ú
abril / 2016
PERFIL
ZAHA HADID
EQUIPE BRILIA
Vinicius Marchini
Leandro Neves
Pamela Gerard Vecchi
CINEMA
CLAUDIO MIRANDA
ART
SCOTT DRAVES
Capa: Interiores do Dominion
Office Building, em Moscou,
projetado pela arquiteta
iraniana Zaha Hadid.
030
036
010
012
W HAT’S UP
O que é hype no circuito
internacional de iluminação
ASE
C
Com LED 100% Brilia, o Hard
Rock Café em Curitiba
016
TECNOLOGIA
Sense: a luz LED inteligente
da Brilia
020
024
P ERFIL
A luminosidade na arquitetura
futurista de Zaha Hadid
MAIL
E
A magia da luz no trabalho
da peruana Claudia Paz
040
044
050
054
058
BRILIA
INSIGHT
ALK
T
Maurício Arruda, o novo
apresentador do Decora
no GNT
SPOT
A sofisticação dos
lançamentos da temporada
A RT
Scott Draves e seu universo
paralelo
C INEMA
A ficção sob a ótica do
chileno Claudio Miranda
C ENOGRAFIA
PROJETO EDITORIAL
www.studiolemon.com.br
Rua Harmonia, 293
CEP 05435-000
Tel (11) 2893 - 0199
São Paulo - SP
DIRETOR DE CRIAÇÃO
Cesar Rodrigues
[email protected]
DIRETOR EXECUTIVO
Chico Volponi
[email protected]
PROJETO GRÁFICO
Lemon Design & Comunicação
DESIGN
Cesar Rodrigues
Eduardo Barletta
EDITOR
Luiz Claudio Rodrigues
Beto Bruel: o grande
iluminador do momento
JORNALISTAS
Claudio Guess
Lauro Lins
FOTOGRAFIA
COLABORADOR
Carlos Fortes
O aquário de imagens da
havaiana Christy Lee Rogers
I NSIDER
Carlos Fortes e sua primeira
experiência 100% LED
+
ABRIL
2016
DIAGRAMAÇÃO
Pedro Enrike
ARTE FINAL
Osmar Tavares Junior
REVISÃO
Claudio Eduardo Nogueira Ramos
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010
WHAT`S UP |
HIGH TECH
Desde 2001 o teamLab criou algumas das melhores obras
de arte digital no mundo. Fundado por Toshiyuki Inoko,
o teamLab é um coletivo de arte interdisciplinar japonês
que reúne artistas, engenheiros, matemáticos, programadores, arquitetos e outros criativos que fazem instalações
surpreendentes, seja pela beleza ou pela escala. A mais
recente foi apresentada em Los Angeles com a vibração
de borboletas chamada Beyond Boarders. As borboletas
digitais voavam, com programação em tempo real, por
espaços ocupados por outras obras na mostra Digital Art.
“A tecnologia digital é uma ferramenta para a mudança e
uma plataforma para expressar ideias e detalhes complexos”, afirma Inoko.
Iluminar é muito mais do que
apenas acender ou apagar um
interruptor. Pena que a maioria
das pessoas parece não se dar
conta disso (Ingo Maurer)
PLAYGROUND
A primavera pode já ter começado no Hemisfério
Norte, mas os canadenses guardam uma lembrança
especial do último inverno: a instalação de arte pública
Impulse. Feita com 30 gangorras gigantes iluminadas
por LEDs que emitiam sons e mudavam a intensidade
de luz com o movimento de vai-e-vem do brinquedo.
A atração fez parte do Luminothérapie, o Festival de
Inverno de Montreal. A ideia poderia vir para o Brasil.
Quem se aventura?
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
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011
WHAT`S UP |
ICE CREAM SOLAR
Conhecido por usar a luz como pintura, o norte-americano
Spencer Finch causou sensação em sua estreia na última
edição da Art Basel de Miami. O artista – conhecido por suas
esculturas e instalações luminosas – levou um caminhão
movido a energia solar para “destilar as cores do pôr do sol”.
Ao captar as oscilações da energia solar e suas diferentes
temperaturas no decorrer do dia, o artista transformava a luz
do sol em coloridos sorvetes distribuídos gratuitamente aos
visitantes. A audiência agradeceu o mimo e tornou Finch o
artista mais popular do evento internacional de arte.
ANDAR COM FÉ
Com fachada iluminada por pequenos pontos de LED, o Makkah
– Museu da Fé Islâmica – começa a ser erguido na Arábia Saudita, mais precisamente na cidade sagrada de Meca. O projeto
é assinado pelo escritório britânico Mossessian Architecture em
parceria com os arquitetos do Studio Adeline Rispal, de Paris.
A nova instituição cultural será construída próxima à Grande
Mesquita, que atrai anualmente muçulmanos do mundo inteiro.
No museu, o visitante irá encontrar uma exposição permanente
da cultura islâmica, auditório, espaço educacional, livraria
e restaurante.
25 ANOS
Para comemorar os 25 anos da Lumiere
Table Lamp - desenhada por Rodolfo
Dordoni – a italiana Foscarini deu uma
repaginada na luminária. O novo modelo
mantém a forma original, mas ganhou um
acabamento metálico espelhado para a
sombra, fazendo com que a luminária pareça
opaca quando está desligada e transparente
quando recebe luz.
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
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012
CASE | P OR: LAURO LINS • FOTOS: STÚDIO EUKA
CAFÉ COM LED
Com iluminação 100% Brilia, o Hard Rock Café ganhou inovação
tecnológica e todas as vantagens do uso do LED
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
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013
CASE |
Quem passa pelo bairro do Batel, em Curitiba, se surpreende com a imponente fachada do
Hard Rock Café, o mais novo ponto de encontro da cidade. Famoso por ser um dos primeiros
espaços comerciais temáticos no mundo, o Hard Rock é a única unidade brasileira da rede
internacional de restaurantes. E com um detalhe especial: sua iluminação é 100% LED. O projeto luminotécnico do restaurante tem a assinatura do lighting designer Marcelo Castilho, que
especificou toda a ambientação com produtos da Brilia. “A experiência com a Brilia foi muito
satisfatória. O destaque da iluminação vai para os modelos AR111, que contam com elevado
IRC (Índice de Reprodução de Cor), além de garantir a intensidade ideal de luz em todos os
espaços”, festeja o designer.
BRILIA
INSIGHT
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CASE |
2
Na página anterior,
interiores do Hard Rock Café
com projeto luminotécnico
100% Brilia assinado pelo
lighting designer Marcelo
Castilho.
1 e 2 A temperatura de cor
e a dimerização conferem o
ar de aconchego ao espaço.
O projeto luminotécnico do restaurante conta
com 1.300 lâmpadas LED, fitas de LED e demais
pontos externos de luz com a mesma tecnologia. A nova tecnologia está presente nos jardins,
na fachada, no fundo do palco, dentro dos bares em prateleiras e em utilizações cênicas especiais para shows e dança. De acordo com o
lighting designer, as vantagens do LED sobre a
iluminação convencional foi decisiva para o sucesso do empreendimento. “Temos a economia
no consumo de energia elétrica, devido à melhor eficiência luminosa do LED; a economia no
consumo do ar condicionado, devido à redução
da geração de calor no ambiente e até na seleção de equipamentos que têm menor potência
de consumo e menor fluxo luminoso se comparados aos equipamentos tradicionais”, enumera
Marcelo Castilho, que também cita a melhora do
conforto ambiental, “uma vez que a irradiação de
calor direcionada para o público é desprezível no
LED, como também a não geração de UV sobre
as pessoas”. A redução do consumo de energia
elétrica foi bastante considerável. Para efeito
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
comparativo, com a iluminação 100% LED houve
um decréscimo de aproximadamente 50w para
7w sobre as lâmpadas halógenas, enquanto as
fluorescentes tubulares que iriam consumir 40w
da T10 ou 32w da T8 ou 26w da T5 para apenas
16w. “Isso significa uma economia de energia
bastante expressiva. Com o LED ficamos em 1/3
ou metade do consumo em relação às convencionais nesse projeto”, revela Marcelo. A temperatura de cor e a dimerização também atingiram
as expectativas do designer. “Temos muitas luzes pontuais, principalmente as que destacam a
memorabilia do Hard Rock Café. Usamos basicamente a temperatura de cor de 2700K ou menor
para dar um clima mais aconchegante, com a
possibilidade de dimerizar e programar a luz em
cenas, principalmente com o uso das fitas LED
RGB”, lembra o profissional. Além de desenvolver
a luz arquitetural e a luz cênica, Marcelo – que
também é sound designer – projetou o áudio arquitetural e dos shows do restaurante. Ou seja, a
inovação tecnológica atinge quase todos os sentidos no Hard Rock Café.
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015
CASE |
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A EXPERIÊNCIA COM A BRILIA
FOI MUITO SATISFATÓRIA”
4
Marcelo Castilho
5
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
3, 4 e 5 As luzes pontuais
destacam a memorabilia do
Hard Rock Café
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016
TECNOLOGIA | POR: CLAUDIO GUES • FOTOS: DIVULGAÇÃO
LED
INTELG
I ENTE
Com a Tecnologia Brilia Sense, a luz LED ganha inteligência
e se conecta ao mundo digital
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
|
Com a tecnologia Sense,
o LED da Brilia se integra
às smarts houses do
século 21
017
TECNOLOGIA |
Imagine entrar ou sair de um ambiente e não
precisar se preocupar em ligar ou desligar a luz; ou
contar com ajuste automático de intensidade da
iluminação quando um ambiente recebe mais ou
menos luz natural garantindo economia e praticidade; ou ter a possibilidade de iluminar utilizando
a temperatura de cor ideal para diferentes momentos do dia como ocorre com a luz natural ou
poder selecionar facilmente a luz ideal para o seu
momento; e se além disso, a lâmpada pudesse
sentir e aprender com os seus hábitos, se ajustando cada vez mais automaticamente a cada
ocasião? E se pudesse lhe avisar quando algo se
BRILIA
INSIGHT
+
move em sua residência e você não está em casa?
Com o lançamento da tecnologia Sense, a Brilia
dá mais um salto em inovação agregando inteligência e conectando a tecnologia LED ao mundo
digital onde todas essas possibilidades e muitas
outras passam a ser realidade. A tecnologia Sense conta com sensores especiais integrados que
detectam movimento, medem luminosidade e
também a temperatura do ambiente. Os produtos
possuem ainda controle integrado multitemperatura de cor, permitindo ajuste de 2700K (branco
quente) a 6500K (branco frio) e contam com controle de dimerização profissional (0 – 100%).
ABRIL
2016
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Através de um aplicativo,
a tecnologia Sense pode ser
acionada a distância pelos
dispositivos móveis iOS e
Android
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TECNOLOGIA |
Adicionalmente, a tecnologia é conectada
à internet e integrada a grandes plataformas
como IFTT e Nest, entre outras, elevando assim
a iluminação a um novo patamar. “Uma tecnologia inteligente deve permitir novas possibilidades ou tornar a vida das pessoas mais fácil e
intuitiva. Acreditamos que a tecnologia Sense
tem o poder de entregar ambos, permitindo que
as pessoas passem a usufruir do incrível poder
transformador da luz de forma fácil e intuitiva,
tornando suas vidas melhores e mais prazerosas. Ora luz neutra ou fria para concentração e
trabalho, ora luz quente ou suave para relaxar
ou até mesmo luz noturna, com baixa intensidade, para mostrar o caminho durante a noite.”
explica Vinicius Marchini, co-fundador e CEO da
Brilia. Os produtos Brilia Sense são facilmente
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
controlados por dispositivos móveis iOS e Android
através de um aplicativo que possibilita seleção
de cenários e parâmetros de preferências do
usuário para cada local e ambiente. Com esse
passo, a Brilia se integra às plataformas online
de uma casa inteligente e potencializa a iluminação na automação residencial, aquela que é
capaz de controlar a temperatura com termostatos, fazendo a climatização automática de
ambientes; reduzir a luz em momentos de chuva; uso de sensores de presença que acendem
ambientes ao mínimo movimento; comandos
de voz; e até superfícies inteligentes sensíveis
ao toque que têm a habilidade de reconhecer
quem está diante delas e se conectar a outros
dispositivos para compartilhar informações.
Simples assim!
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019
TECNOLOGIA |
COMO A LUZ FUNCIONA
COM A TECNOLOGIA SENSE
Assimilação intuitiva: registra as preferências do usuário
ao longo do tempo e se programa automaticamente.
Luz natural: Reproduz a luz natural e as temperaturas
de cor ideais para cada atividade ao longo do dia.
Sensor de luminosidade: Mede e ajusta automaticamente
a intensidade ideal da luz.
Sensor de presença: Liga e desliga automaticamente.
Sustentável e Econômica: Utiliza sensores inteligentes para
entregar a luz na medida certa e economizar ainda mais em
relação aos LEDs convencionais.
Integração: Se integra a sistemas de automação deixando
a casa ainda mais inteligente.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
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PERFIL | P OR: LAURO LINS • FOTOS: DIVULGAÇÃO
N EO
FU
TURI STA
Com LED, a arquitetura de Zaha Hadid ganha uma pele
de luz sobre formas orgânicas e sinuosas
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
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021
PERFIL |
A arquitetura do século XXI passa pelo trabalho de Zaha Hadid. A arquiteta iraniana se tornou conhecida mundialmente por seus projetos identificados com a corrente
desconstrutivista. Mas seu trabalho vai além dessa classificação. Os projetos que levam
sua assinatura seguem um repertório que inclui o traçado e a volumetria de formas
orgânicas e fluidas, curvaturas vertiginosas, escala monumental e uma iluminação que
ressalta a delicadeza de seus traços e, ao mesmo tempo, projeta um toque dramático
em suas superfícies.
A maioria de suas obras é composta por sistemas de iluminação LED - controlados
por computador – que acentuam os traços de fluidez dos edifícios e mudam as cores das
fachadas. Entre os seus parceiros para criação da luminotécnica está o escritório norte-americano OVI (Office for Visual Interaction) que desenvolveu a iluminação do Centro
Rosenthal de Arte Contemporânea, em Cincinnati. “O uso da tecnologia LED cria nuances
que destacam a arquitetura de Zaha, além de oferecer melhor reprodução de cores”,
ressalta o lighting designer Jean Sundin, co-fundador do OVI. Outro parceiro da arquiteta
é o estúdio Huel Lighting Design que assina a luz do Dongdaemun Design Plaza, em
Seul. Neste complexo cultural – que tem seu exterior revestido com painéis de alumínio
planos e curvos -, a iluminação de LED faz o edifício parecer uma nave espacial aterrissada sobre a capital sul-coreana. Na cidade de Baku, no Azerbaijão, o Centro Heydar
Aliyev tem uma iluminação cuidadosamente planejada para enfatizar suas bifurcações,
ondulações, dobras e inflexões.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
2016
À esquerda, em sentido
horário, o Sleuk Rith
Institute, no Camboja; o
Dongdaemun Design Park,
em Seul; o pavilhão Lilás
para a Serpentine Galleries,
instalado em 2007 no
Kensigton Gardens, em
Londres; e outro ângulo do
Dongdaemun Design Park.
Abaixo, a arquiteta Zaha
Hadid.
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022
PERFIL |
Durante o dia, o volume do edifício reflete a luz natural, enquanto no período noturno, a iluminação integra suavemente
a construção ao seu entorno. Se a paisagem ganha uma nova
estatura com as obras assinadas por Zaha Hadid, a iluminação
de seus projetos faz surgir um skyline surpreendentemente
futurista nas grandes cidades. Essa arquitetura iconográfica,
aliada ao uso da tecnologia LED, é uma das tendências das
grandes metrópoles internacionais para o século XXI. E quanto
mais avançado o sistema de LED, mais as cidades ganham
identidade com uma topografia visual peculiar. Os arquitetos,
da mesma geração de Zaha, não param de encontrar maneiras
complexas de usar esse novo tipo de luz. A natureza digital do
LED adiciona uma nova camada de apelo estético às cidades e
até centros históricos ganham uma nova leitura com os efeitos luminosos de sua inovadora tecnologia. Com Zaha Hadid,
o futuro certamente será mais brilhante.
Arquitetura desconstrutivista
Iniciada no fim da década de 1980, a arquitetura desconstrutivista é conhecida pela fragmentação e o desenho não linear.
Nela, o layout dos edifícios é caracterizado por um caos controlado sugerido pelas formas não retilíneas que servem para distorcer, deslocar e manipular a ideia de superfície das estruturas
e interiores, como paredes, pisos, cobertura e aberturas.
1
2
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INSIGHT
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PERFIL |
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1. O layout futurista do
Dominion Office Building,
em Moscou.
4. Projeto para o National
Stadium para as Olimpíadas de
2020 em Tóquio.
2. Projeto-conceito Roxy
Hael Studio, em Viena.
5. Cobertura de projeto
residencial em Nova York.
3. Heydar Aliyev Center,
em Baku, no Azerbaijão.
6. Projeto para o residencial
Casa Atlântica, em Copacabana, Rio de Janeiro.
4
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BRILIA
INSIGHT
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EMAIL | POR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES • FOTOS: DIVULGAÇÃO
A
LUZ
COMO
PINTU
RA
A arte e a técnica de Claudia Paz
levam a iluminação a um novo
patamar de criatividade e beleza.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
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025
EMAIL |
Tecnologia e emoção na mesma batida. Num único compasso. É assim que a premiada Claudia Paz vive seu trabalho. “A luz está diretamente ligada às nossas emoções.
É minha ferramenta como artista, designer e criadora de instalações que nos transportam
para um mundo mágico”, afirma a lighting designer peruana.
Claudia trabalha no Peru, mas é conhecida no mundo inteiro por seu trabalho inovador com a tecnologia LED. Foi com o lighting designer italiano Giancarlo Castoldi que ela
passou a conhecer a “linguagem da luz”. E a partir desse conceito, tornou-se a primeira
designer a utilizar LED no Peru, com o projeto da sede da seguradora Profuturo. Com
ele entrou na rota das premiações internacionais de iluminação como o IALD Award,
Lighting Design Award, LAMP e Iluminet, entre outros.
Seus projetos de iluminação ganham relevância pelo cuidado na conceituação,
pelo design e o uso da programação da luz através de computadores. Mesmo com
toda essa inteligência, ela acredita na iluminação como uma ferramenta para deixar
a vida mais feliz. “Faço meus projetos com a alma”, costuma dizer. Nascida no Peru
– onde a cultura de iluminação é muito recente –, Claudia viajou o mundo acompanhando o pai e acredita que esses passeios influenciaram sua criatividade. “Vi o
pôr do sol na Costa Rica, os monumentos iluminados de Roma, os museus de Madri, as obras de Luis Barragán no México, de Le Corbusier na França, a arte de Klimt
em Viena e a cultura dos maias e astecas na América Latina.” Uma bagagem e tanto!
A seguir, a entrevista exclusiva que concedeu para a Brilia Insight.
Conte-nos sobre sua carreira. Como se tornou uma lighting
designer?
Claudia Paz: Estudei Arquitetura porque sempre pensei que era o que eu desejava fazer,
mas com o tempo percebi que queria algo mais. Sou arquiteta no coração, mas minha
paixão é a luz. As duas são complementares. Como diria Le Corbusier: a arquitetura é o
jogo sábio dos volumes leves.
Brilha Insight:
Seus projetos mais recentes têm um lado lúdico. Você parece
fazer mágica com a luz. Onde você busca inspiração?
Claudia Paz: Gosto quando a iluminação causa surpresa nas pessoas. Fico animada cada vez
que vejo sorrisos e olhos brilhando por conta da luz, especialmente as crianças. Fico muito
feliz com o resultado do meu trabalho. Minha filha Emma me inspira e me acompanha na
instalação de meus projetos desde muito pequena e entende perfeitamente o que faço.
Com essa acolhida percebi que posso fazer muito mais.
Brilia Insight:
POR SER UMA FONTE DE LUZ ESPECIAL, O LED PERMITE
QUE SE FAÇA PROJETOS COM GRANDE FLEXIBILIDADE”
Claudia Paz
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
2016
|
A interação entre usuários
e os projetos de iluminação
de Claudia Paz é uma marca
registrada em seus projetos
Brilia Insight: A
026
EMAIL |
sensibilidade das crianças é uma grande incentivadora em seu
trabalho?
Claudia Paz: Sim, essa comunicação imediata com as crianças, através da luz, é motivadora em todos os sentidos. Acredito que posso ajudar a criar uma geração mais
criativa e sonhadora.
Brilia Insight: A
inovação tecnológica é marcante em sua trajetória. Qual o
impacto do LED no seu trabalho?
Claudia Paz: A tecnologia é uma ferramenta fundamental. Gosto dos efeitos do LED, das
possibilidades de um sistema de controle com essa nova tecnologia e o avanço com a
computação. Isso tudo fez minha imaginação superar limites. Tudo é possível agora! Por
ser uma fonte de luz especial, o LED permite que se faça projetos com grande flexibilidade. Hoje é importante pensar que se deve ter várias etapas em um projeto. Em meu
estúdio não ficamos apenas na parte conceitual do projeto de iluminação, avançamos
na criação do produto e, em seguida, formulamos um conteúdo. A equipe se tornou
multidisciplinar onde o designer de iluminação deve saber um pouco de tudo para se
comunicar com cada pessoa que faz parte desse processo.
BRILIA
INSIGHT
+
ABRIL
2016
|
027
EMAIL |
Brilia Insight: Desde
quando você trabalha com LED? Como foi o desenvolvimento do seu primeiro projeto com essa tecnologia?
Claudia Paz: Meu primeiro projeto com LED também foi o primeiro com essa tecnologia no
Peru: o edifício Profuturo com o arquiteto Jose Orrego em 2006. O sistema de LED RGB já
era conhecido desde 2004, mas ainda não havia chegado ao Peru até que uma empresa
local se interessou em oferecer essa novidade. As únicas referências que eu tinha sobre
os LEDs eram projetos de cassinos que conheci pela internet. Foi muito difícil vender
essa ideia, pois as empresas sérias não queriam estar em edifícios que pudessem ser
vistos como cassinos.
Brilia Insight: Como
você driblou essa resistência?
Claudia Paz: Eu sabia que a tecnologia LED poderia fazer maravilhas dependendo de como
se vai usá-la. Convenci o arquiteto para mudar o design da fachada para ocultar as luzes
e usar a estrutura como elemento para refletir a luz. Fizemos uma simulação e um vídeo
para explicar ao cliente. A ideia de dinamismo e movimento na fachada iria transmitir às
pessoas a mudança corporativa da empresa. Foi definido um conceito para o projeto de
acordo com as diretrizes da marca. Em vez de uma iluminação estática, a estrutura de
iluminação que cobria parte do edifício poderia estar mudando, ser dinâmica. O cliente
acreditou em nossa proposta e foi o primeiro a inaugurar um prédio com esse sistema
no Peru. E assim começou a iluminação das fachadas com essa nova tecnologia em
Lima. Alguns bons, outros nem tanto, porque muitos pensam que podem usar qualquer
cor e fazer as mudanças em intervalos sem design. O LED é uma grande ferramenta, mas
se não for bem utilizado pode danificar uma boa arquitetura.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
2016
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028
EMAIL |
Brilia Insight: Você
já foi premiada diversas vezes por seu trabalho inovador. Como avalia
seus projetos?
Claudia Paz: O projeto de iluminação do edifício Profuturo ganhou o Prêmio de Excelência em 2006
do IALD e o Prêmio de Mérito do Palácio do Governo do Peru. Meu trabalho é diversificado, mas foram meus projetos utilizando LED e controle de RGB que me projetaram internacionalmente. Eu me
importo com o design ao mais ínfimo pormenor, para esconder as luzes e integrar arquitetura com
a iluminação. O design com conteúdo é fundamental porque é arte. É uma pintura com luz.
Brilia Insight: Você
faz a pesquisa para conceituar cada um dos seus projetos. Já teve
que seguir o briefing de algum cliente?
Claudia Paz: Normalmente o cliente nunca sabe o que quer! Só fala que precisa ter algo diferente. Nós,
profissionais, devemos apresentar propostas criativas que atendam às necessidades dos clientes,
mas também temos que ter o compromisso em contribuir para a inovação, a economia de energia,
a imagem, etc.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
2016
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À esquerda, a instalação
Light Garden no shopping
Plaza Lima Norte, na capital
peruana. Acima, detalhes
do Estádio Nacional do Peru
com luzes em vermelho e a
fachada do BCP, com cascata
de pontos brilhantes
029
EMAIL |
Brilia Insight: Se
você tivesse que criar uma instalação de arte baseada na
luz, o que você faria?
Claudia Paz: Eu acho que os designers de iluminação têm uma ferramenta poderosa de
comunicação, que vai diretamente ao coração das pessoas, afeta suas emoções de uma
forma muito positiva. Gosto de espaços públicos, da escala urbana. O que fazemos é para
o povo e para a cidade. O espaço público exige facilidades para pessoas diferentes e ver
como elas interagem com a instalação é fascinante, cada uma com seu próprio olhar
e história. Um dos meus sonhos seria criar para um espaço público, talvez um parque,
onde imagino as pessoas andando e borboletas digitais projetadas que voam ao redor
delas. Onde possamos ver as crianças tentando pegar essas borboletas e vê-las voar e
desaparecer entre as árvores. Transformar os passeios pela cidade e tornar o espaço
público num lugar cheio de magia. Levar felicidade para as pessoas.
Brilia Insight: O
que você quer deixar como legado para o futuro?
as gerações futuras possam investigar mais, apostar nas inovações, desenvolver novas propostas e correr riscos. Como muitos dizem, a paixão pode mover
montanhas. Quando se acredita, podemos fazer o impossível.
Claudia Paz: Que
BRILIA
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ABRIL
2016
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030
TALK | P OR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES • FOTOS: ANDRE KLOTZ,
FRAN PARENTE, GIANNI ANTONIALI e FELIPE MOROZINI
EM 2014, MAURÍCIO
Arruda (em parceria com
Guto Requena) criou um
hospitality center para a
Coca-Cola no Hotel Tivoli
Mofarrej, na capital paulista.
No espaço, os painéis
digitais de LED interagiam
com os usuários ao mesmo
tempo em que o enorme
grafismo de garrafinhas
mudava de cor e chamava
a atenção.
BRILIA
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MARÇO
2016
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031
PERFIL |
O arquiteto paranaense – radicado em São Paulo – Maurício Arruda é o
mais novo apresentador do programa Decora, do canal GNT, que tem a
Brilia como fornecedora oficial de iluminação LED. Mesmo com a nova
atividade, onde irá levar sua expertise em sustentabilidade ao grande
público, ele continua à frente de seu escritório na capital paulista e
mantém suas aulas e palestras pelo Brasil. A seguir a entrevista exclusiva
concedida à redação da Brilia Insight, onde o arquiteto revela sua paixão
por iluminação e os novos rumos de sua carreira.
Brilia Insight: Como
tem sido essa nova experiência profissional ao apresentar um programa na TV?
Maurício Arruda: Estou aprendendo e fazendo ao mesmo tempo. Ser apresentador de TV é muito mais
complexo do que dar aulas, mas a experiência tem sido muito legal. Tenho certeza que o Maurício do
último episódio dessa nova temporada do Decora não será o mesmo que o do primeiro.
BRILIA
INSIGHT
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MARÇO
2016
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032
TALK |
DESENVOLVIDA EM
parceria com o arquiteto
Guto Requena, Maurício
planejou a reforma do Clube
Disco com um projeto de
iluminação que serve de
moldura para o espaço,
percorrendo todos os cantos
por trilhos metálicos e fitas
de LED.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
2016
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033
TALK |
DESDE 2012 JÁ FAZIA PROJETOS COM ILUMINAÇÃO 100%
LED. FELIZMENTE NA ATUALIDADE HÁ UMA VARIEDADE
MUITO MAIOR DE SOLUÇÕES NO MERCADO. ISSO
FACILITA BASTANTE O TRABALHO DOS ARQUITETOS”
Maurício Arruda
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
2016
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Acima, o túnel da
danceteria Disco com
intervenção do artista Kleber
Mateus. Na página à direita,
na foto maior, set design para
a marca Abito Ufficio e, na
imagem menor, a luminária
Renedescartes, feita com
o reciclo de embalagens
de plástico, desenhada por
Maurício Arruda.
034
TALK |
Brilia Insight: Como
tem sido seu dia a dia ao dividir as atividades no seu escritório e o trabalho na TV? Maurício Arruda: Coração aberto e cérebro funcionando 24 horas por dia. Quem me disse isso
foi a Bel Lobo (arquiteta carioca que também tem experiência na TV). Esse foi o melhor
conselho que eu poderia ter recebido. Estou muito feliz. Brilia Insight: O que você irá trazer de novo no programa Decora?
Maurício Arruda: Tem muita coisa nova. Estamos gravando mais externas, visitando fornecedores e lugares interessantes para quem pensa em transformar sua casa. Queria muito
levar mais informações técnicas para as pessoas. Além disso, o programa ganhou um
cenário novo, que está muito lindo. Será uma temporada só de ambientes residenciais.
Resolvi resgatar a casa e tentar ensinar para as pessoas como decorar a partir do zero. Brilia Insight: E como a iluminação tem sido tratada nos projetos apresentados no programa?
Maurício Arruda: Tem muita diversidade nos pedidos. As pessoas e os ambientes são muito
diferentes. Mas eu repito uma máxima que sempre digo aos meus clientes: se você tiver
que fazer escolhas na decoração, comece pela iluminação. Ela muda tudo num ambiente.
BRILIA
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ABRIL
2016
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035
TALK |
Como designer de produto, quais são os materiais mais utilizados no desenvolvimento de suas criações?
Maurício Arruda: Eu já passei por diversas fases no meu trabalho. Nesse momento estamos
desenvolvendo algumas peças em madeira maciça e estofados: uma novidade para mim.
Brilia Insight:
O reaproveitamento de materiais é uma marca no seu design
de luminárias?
Maurício Arruda: Não planejei muito isso, mas confesso que as luminárias são uma paixão. Acho
que talvez seja pelo fato de o produto permitir a aplicação de muitos materiais inusitados.
Brilia Insight:
Como tem sido sua experiência com tecnologia LED nos
seus projetos?
Maurício Arruda: Eu pesquisei muito sobre o assunto nos últimos anos. Em 2012 já fazia
apartamentos com 100% de tecnologia LED. Felizmente na atualidade há uma variedade muito maior de soluções no mercado. Isso facilita bastante o trabalho dos arquitetos.
Brilia Insight:
Como você costuma planejar a iluminação nos seus projetos de
design de interiores?
Maurício Arruda: Primeiro penso no resultado que desejo, o tipo de atmosfera que quero criar.
Depois vem a escolha das lâmpadas e, por último, as luminárias. Às vezes, um pendente
ou um abajur surgem no início do projeto, como um ponto de partida, pelo seu desenho;
mas não adianta ser lindo se o efeito da luz não for o que estou buscando.
Brilia Insight:
BRILIA
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ABRIL
2016
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036
SPOT |
BRASILEIRINHA
Inspirada nas telas plásticas coloridas das
tradicionais sacolas das feiras livres, a luminária
pendente Teresa é uma criação do arquiteto e designer
Maurício Arruda. Combinada com uma estrutura leve
e dobrável, sua montagem e transporte são fáceis.
A peça é encontrada na Estar Móveis.
www.estarmoveis.com.br
O INUSITADO
E A SOFISTICAÇÃO
DÃO O TOM NAS
LUMINÁRIAS QUE
DESPONTAM
EM 2016
BOSSA NOVA
Desenhada pela gaúcha Rejane Carvalho
Leite, a luminária de mesa Cono tem estrutura
de aço inox e cúpula em compensado flex. Com
acabamento em pintura eletrostática nas cores
vermelho, amarelo, branco ou preto, a peça faz
uma releitura das luminárias da década de 1950.
Novidade da Ibacana.
www.ibacana.com.br
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ABRIL
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037
SPOT |
VERSÁTIL
Da série Triângulo, a luminária Isóceles
é assinada pela dupla de artistas Alexandra
Albuquerque e Gabriel Valdivieso para
a Amma Store. A peça - produzida em aço
carbono, com acabamento latonado e gravações
a laser - pode ser usada como arandela
ou luminária de mesa.
www.ammastore.com.br
DIFUSA
Da fabricante italiana Fontana Arte,
a luminária Odeon pode ser utilizada na mesa
ou no chão. Ao ser direcionada para a parede cria
um efeito de luz difusa no ambiente. Além
do design, o toque de sofisticação fica por conta
do seu acabamento em couro. No Brasil
é encontrada na La Lampe.
www.lalampe.com.br
SLIM
Ideal para substituir lâmpadas tubulares
fluorescentes na iluminação de armários ou
sancas de gesso, a Fita LED Slim Flex Ultra 2400
– da Brilia – ainda acumula vantagens como
o consumo de apenas 24W/m, é dimerizável
e tem durabilidade de até oito anos sem
necessidade de troca. Além disso é fácil de
instalar, pois é autoadesiva. Um boa opção para
quem gosta de versatilidade para iluminar locais
compactos com intensidade de luz quente.
www.brilia.com
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038
SPOT |
COLEÇÃO
Livres do calor dos antigos fachos de
luz - com filamentos semelhantes das lâmpadas
incandescentes antigas - a coleção Filamento da
Brilia é produzida com tecnologia LED. Todas com
efeito de luz quente, mas com a vantagem do baixo
consumo de energia. Os modelos Bulbo, Vela Lisa,
Vela Chama, Mini Globo e Bulbo Balloon fazem parte
da linha Intelligent.
www.brilia.com
BALLOON
BULBO
MINI GLOBO
VELA CHAMA
VELA LISA
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039
SPOT |
ROBÓTICA
Ao deslizar por um trilho eletrificado,
o projetor Wing – desenhado por Fernando Prado
– possui forma e orientação inspirados nos flaps
das asas de um avião. Suas aletas atuam como
dissipador de calor e seu sistema óptico utiliza lentes
de diferentes aberturas e formatos aplicados sob um
polímero difusor que “amacia” os fachos luminosos. Por
sua engenhosidade ganhou o Prêmio Design 2015 do
Museu da Casa Brasileira na categoria Iluminação.
A novidade faz parte dos lançamentos da Lumini.
www.lumini.com.br
NOVO BRILHANTE
O módulo MR16 foi desenvolvido para substituir as lâmpadas
dicroicas tradicionais. Este produto conta com uma nova tecnologia
para LEDs: o True Dim. Diferentemente do padrão de dimerização dos
LEDs comuns, que variam somente a intensidade luminosa e geram
economia de energia, além de conforto visual para os ambientes, a
tecnologia True Dim dos Módulos MR16 variam a intensidade luminosa
e a temperatura de cor, que vai de 1800K (branco quente, avermelhado)
em intensidade baixa até 2700K (branco amarelado) na posição
intensidade máxima. Este padrão é similar ao comportamento das
lâmpadas tradicionais (halógenas e incandescentes). Novidade da Brilia.
www.brilia.com
GEOMETRIA
ESFERAS
Produzidas em vidro soprado e com
lâmpadas LED, a luminária de mesa Copycat
– do designer britânico Michael Anastassiades
– é formada por duas esferas de tamanhos
diferentes. A menor tem uma versão banhada
em ouro 24 quilates e opções em alumínio
polido e cobre. Lançamento da italiana Flos.
Desenhada pelos artistas Maurício Jorge
e Diego Klink, a luminária de chão Triângulo tira
partido das formas primárias: o quadrado para
a base, o triângulo para a armação e o círculo
que serve de suporte para segurar o fio. A peça é
produzida com madeira, latão e corda. Seu design
de formas puras pode ganhar mais densidade
com uma trama de macramê feita com corda de
alpinismo. Aqui, sua versão básica. Lançamento
da New Creators.
www.newcreators.art.br
www.flos.com
BRILIA
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040
ART | POR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES • FOTOS: DIVULGAÇÃO
GALÁXIA DIGITAL
Pioneiro da software art, o norte-americano Scott Draves muda
o sentido da arte ao criar – num pulsar infinito – um caleidoscópio
de imagens que lembram o universo
BRILIA
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ABRIL
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À esquerda, o artista Scott
Draves. Acima, frame da
instalação digital Eletric
Sheep.
041
ART |
A largada foi dada em 1999. Foi nesse ano
que Scott Draves iniciou um tipo inédito de arte.
Nela, uma rede de computadores passou a criar
imagens ilimitadas numa instalação digital chamada Eletric Sheep. Ao longo desses 16 anos,
mais de 450 mil participantes contribuíram para
que a animação virtual prossiga em atividade
com constantes mudanças. Baseada em inteligência artificial, a programação faz os computadores trabalharem em conjunto quando entram
no modo sleep. Em vez do protetor de tela padrão, o programa busca novas opções gráficas na
rede. Durante esses períodos, inicia uma rede de
BRILIA
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ABRIL
2016
conexões para compartilhar informações entre si
e transforma as animações – chamadas de ovelhas – em giros visuais multicoloridos. O nome
Ovelha é uma licença poética do artista. É inspirada na metáfora dos carneirinhos que se contam para “pegar” no sono. Scott diz que o Eletric
Sheep nos mostra os sonhos dos computadores
enquanto estão no modo sleep.
A instalação virtual é uma mente cibernética com vida artificial. Cada imagem é construída a partir do resultado de uma equação com
milhares de parâmetros e variáveis. O software
recria os fenômenos biológicos de evolução e
reprodução. Para isso, cada computador segue
as instruções matemáticas do algoritmo batizado de Chama. As imagens são enviadas para um
servidor central que as comprime em animações
que posteriormente são enviadas de volta para
a web. O vídeo não linear é constituído por uma
sequência infinita e não repetitiva. Com um quê
de sensorial, a Eletric Sheep é descrita por seu
criador como uma plataforma para meditação,
relaxamento e sonhos visuais. “Há uma missão
filosófico artística em torno da Eletric Sheep.
Parte do seu processo é de código aberto, pois
é um software livre, uma vez que qualquer um
pode baixá-lo no computador, no tablet ou no
celular e fazer parte de sua criação. Os computadores se conectam para criar algo sereno e bonito”, afirma o artista. Com esse trabalho, Scott
empurra a arte para um novo patamar. “Saímos
do mundo material e entramos em um universo
mais abstrato.”
|
042
ART |
As diferentes formas do
Eletric Sheep seguem uma
sequência infinita e não
repetitiva.
Sob a coordenação do Streaming Museum,
a Eletric Sheep foi exibida em uma das maiores
paredes de LED na Europa. Desde o seu surgimento, a instalação digital é patrocinada pelo
Museu de Arte de Chelsea, em Nova York, e já foi
exibida no MoMA e na mostra Emoção Art.ificial,
em São Paulo. Atualmente, a Eletric Sheep faz
parte do acervo de arte de instituições como a
School of Computer Science, o 21c Museum Hotel, o Google e o Centro Simons para Geometria
e Física, entre outras. Com esse trabalho, Scott
Draves ganhou projeção internacional. Em 2010,
uma das imagens geradas pela Eletric Sheep se
tornou a foto de capa do livro O Grande Projeto, do célebre físico britânico Stephen Hawking.
BRILIA
Dois anos depois conquistou o Prêmio Especial
da ZKM (Centro de Cultura e Mídia de Karlsruhe,
na Alemanha), uma das principais instituições de
arte digital no mundo contemporâneo.
Scott Draves é graduado em Matemática pela
Universidade Brown e tem PhD em Ciência da
Computação pela Carnegie Mellon University,
com uma tese sobre metaprogramação para processamento de mídia. Com essa formação aprofundou seus conhecimentos como artista digital.
Draves já se destacava no começo dos anos 1990
quando foi laureado com o Prix Ars Electronica.
A premiação veio após dez anos do início de suas
experimentações com computadores no fim da
década de 1970.
INSIGHT
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ABRIL
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043
ART |
POR TRÁS DA MÁGICA
COMECEI A PROGRAMAR DURANTE A INFÂNCIA.
ERA UMA FORMA DE AUTOENTRETENIMENTO.
ENQUANTO A MAIORIA DAS PESSOAS APRENDIA
A LIDAR COM OS COMPUTADORES PARA O
TRABALHO OU PARA FAZER ALGUMA COISA ÚTIL,
PARA MIM ERA APENAS DIVERSÃO”
Scott Draves
BRILIA
O nome Eletric Sheep vem do livro “Do Androids Dream of Eletric
Sheep”, do escritor de ficção científica Philip K. Dick. A publicação ganhou uma famosa versão para o cinema que se tornou “cult”: o filme
Blade Runner, dirigido por Ridley Scott. Tal qual um caleidoscópio, a
arte de Scott Draves subverte a base matemática de todo computador. Em vez dos gráficos que são feitos para desenhar círculos, linhas,
polígonos e formas em 3D, sua software art utiliza um algoritmo –
batizado de Chama – para resolver uma equação. Cada pixel é uma
variável e há um milhão de pixels que se convertem em formas orgânicas e fluidas. O algoritmo atrai as imagens ao resolver equações.
O processo do Eletric Sheep é muito lento. Para formar um quadro
novo de animação leva cerca de uma hora, período no qual faz as
combinações possíveis de um sistema fractal e de partículas. Utiliza
milhares de milhões de pequenos pontos que se movem de acordo
com a equação e recolhe os pontos para formar imagens. Esses pontos podem se reconfigurar e tomam novas formas, por isso sua natureza fluida que tem o aspecto de um flash que dispara ao infinito. Um
padrão que emerge do caos e coisas aleatórias, com flexões, torções
e cortes, com um número infinito de manipulação da superfície.
INSIGHT
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ABRIL
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044
CINEMA | POR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES • FOTOS: DIVULGACÃO
S C I
BRILIA
INSIGHT
F I
+
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045
CINEMA |
O diretor de fotografia
Claudio Miranda gosta da luz
natural para criar cenas de
ficção científica que pareçam
virtualmente reais
Ao trabalhar com a vanguarda da tecnologia de cinema, o diretor de fotografia Claudio
Miranda ganhou notoriedade nos últimos anos.
Parceiro de alguns do mais respeitados diretores
de Hollywood – como David Fincher, Tony Scott,
Ang Lee e Joseph Kosinski –, o chileno (radicado nos Estados Unidos desde a infância) tem
uma cinematografia invejável pelos filmes nos
quais atuou a partir dos anos 2000. Sua carreira
foi iniciada no fim da década de 1980 nas filmagens do documentário “Rattle and Hum”, sobre
os bastidores de uma turnê da banda britânica
U2. Nos anos seguintes ganhou mais experiência com Tony Scott, no filme “Crimson Tide” e as
primeiras parcerias com Fincher nos projetos
“Seven” e “Fight Club”. Com Ang Lee atingiu o
topo de sua carreira ao conquistar o Oscar de
Fotografia com “A Vida de Pi”, em 2012. Antes já
havia passado a um novo patamar, ao conquistar a crítica com “O Curioso Caso de Benjamin
Button” e “Tron, o Legado”.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
2016
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046
CINEMA |
1
Recentemente assinou a direção de fotografia de importantes filmes de ficção científica:
os blockbusters Oblivion (2013) e Tomorrowland
(2015). Este último sob a batuta do diretor Brad
Bird e estrelado pelos atores George Clooney
e Hugh Laurie. Os dois filmes foram realizados
com o que há de mais avançado em câmeras
de cinema, a Sony CineAlta F65. Equipada com
obturador mecânico e filtros potentes que capturam, com precisão, movimentadas cenas de
ação. “Com essa câmera, as cores ganham outra
dimensão e podemos corrigir o foco no mesmo
instante da filmagem, ainda no set. Fazemos
pequenas correções nas cores para cada câmera em tempo real”, diz o fotógrafo em entrevista
concedida ao jornalista John Fauer, publicada na
revista Digital Time. Com esse equipamento, as
produções ganham agilidade sem a necessidade de retoques digitais na fase de finalização.
Em Oblivion, Claudio Miranda trabalhou com 21
projetores de luz num set com paredes de vidro
transparente. No caso, o cenário que concentrava uma boa parte do roteiro. “Podíamos mudar a
iluminação a qualquer momento e trocar a posição do nascer do sol, ora para a esquerda, ora
para a direita. Podíamos girar toda a imagem ao
redor. Mover nuvens também foi possível. Com
um hotspot no topo fazíamos a luz se derramar
para dentro do cenário, sem qualquer reflexo
no vidro”, lembra o fotógrafo. Em uma das sequências, há um shoot com Tom Cruise vindo de
dentro em direção ao exterior da casa de vidro.
A cena foi iluminada com imagens projetadas
à frente do ator. “O efeito desejado era fazer o
espectador acreditar que ele realmente estava
naquele espaço”, revela Miranda. A cena foi planejada com meses de antecedência, sem qualquer tipo de tela azul, com o uso de imagens
capturadas em diferentes lugares, como Nova
Orleans e Islândia.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
2016
Na página anterior,
cenário digital do filme
Tomorrowland, do diretor
Brad Bird
1. O ator George Clooney
em cena da película de ficção
científica Tomorrowland.
2. O diretor de fotografia
Claudio Miranda com sua
câmera Sony CineAlta F65.
3 e 4. Cenas do filme
Oblivion dirigido por Joseph
Kosinski
|
CINEMA |
047
2
A FICÇÃO CIENTÍFICA GANHA
EFEITO DE LUZ NATURAL COM
CLAUDIO MIRANDA.
3
4
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048
CINEMA |
5
6
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ABRIL
2016
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049
CINEMA |
7
Claudio Miranda prefere desenhar o “mais
natural possível” a iluminação. “Gosto de projetar a luz através de janelas, de ter fontes naturais como se o set estivesse num ambiente real.
Esse modo de trabalhar deixa o ator mais livre
para se movimentar em cena e ter uma interação real com o cenário, sem marcações predefinidas estabelecidas pela luz”, revela o fotógrafo.
Essa mesma linguagem foi usada em “O Curioso
Caso de Benjamin Button”. Miranda é especialista em trabalhar com câmaras digitais de última
geração, mas seu cinema aposta na simplicidade da luz natural. Por ironia, quer fazer a ficção
parecer real. Quase sem retoques.
8
5. O ator Tom Cruise
em cena do filme Oblivion.
6 e 7. Cenas do filme A Vida
de Pi, do diretor Ang Lee:
filme que deu o Oscar de
Fotografia, em 2012, para
Claudio Miranda.
8. Tron, o legado: filme
dirigido por Joseph Kosinski.
BRILIA
INSIGHT
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ABRIL
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050
| P OR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES
PERFIL |
CENOGRAFIA
FOTOS: LEO AVERSA, CAROL SACHS E JOÃO CALDAS
JOGO
DE CENA
Tal qual um mágico, o iluminador Beto Bruel
sempre surpreende com o espetáculo de
luz que sai de sua cartola.
Com mais de quarenta anos de atuação no
cenário teatral brasileiro, Beto Bruel certamente
é o profissional que mais acumula premiações
em sua carreira de iluminador. Por enquanto já
são 32, incluindo 4 Prêmios Shell de Melhor Iluminação nos últimos anos. O mérito pode estar
em sua desenvoltura ao lidar com as inovações
técnicas aliadas à sua capacidade de engenharia e, a partir delas, criar atmosferas visuais que
transbordam beleza por todos os lados do tablado, fazendo com que o espectador – dependendo da narrativa – tenha mais de um ponto de
atração no palco.
BRILIA
Um dos seus trabalhos marcantes foi “Beije
Minha Lápide”, peça dirigida por Bel Garcia, com
cenografia de Daniela Thomas e estrelada por
Marco Nanini no ano passado. O ator passava
todo o espetáculo dentro de um aquário de vidro
transparente e a luz surpreendentemente cobria o
corpo do ator com uma aura branca. “Nesse espetáculo, uma única luz batia no vidro. Todas as outras passavam a um centímetro de distância. Em
cima do Nanini haviam dez refletores num espaço
de apenas 2,5 metros quadrados. Como a luz não
batia no vidro, ela realçava o corpo do ator. A projeção era feita com base em uma película colada
INSIGHT
+
ABRIL
2016
|
Cenas do espetáculo
Os Realistas, dirigido
por Guilherme Weber e
iluminação de Beto Bruel.
051
|
PERFIL |
CENOGRAFIA
no vidro e provocava esse efeito etéreo”, revelou o
iluminador – que recebeu o Prêmio Questão de
Crítica de Melhor Iluminação por esse trabalho –
em uma entrevista para o jornal O Globo.
Além de Bel Garcia (1967-2015), Beto já fez
parcerias de sucesso com os diretores de teatro
Ademar Guerra, Hector Babenco, Monique Gardenberg, Felipe Hirsch – diretor recorrente em
seus trabalhos mais recentes – e muitos outros.
Com a modéstia que lhe é peculiar, o iluminador
acredita que não há uma assinatura autoral em
seu trabalho: “Cada peça é uma peça. Tem um
diretor, texto, concepção, cenografia e figurino di-
BRILIA
INSIGHT
+
ferentes. O tratamento de luz conversa com todo
o processo de criação até chegar no resultado
final”. Ele não consegue falar sobre seu talento,
mas todo o staff de teatro conhece sua incrível
habilidade e domínio no desenho da luz. A engenhosidade para criar efeitos luminosos de refinado apuro estético não passa despercebida. Em
2009, com a encenação de “Não Sobre o Amor”,
sob a direção de Hirsch, Beto ganhou projeção
internacional ao receber a Medalha de Ouro do
festival itinerante World Stage Design, promovido
pela OISTAT (International Organisation of Scenographers, Theatre Architects and Technicians).
ABRIL
2016
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052
CENOGRAFIA |
Um feito inédito para um iluminador brasileiro. Segundo Beto, esse foi o trabalho mais
desafiador em toda sua carreira. “Eu necessitei
de sustentações e suportes para conseguir iluminar o palco”, lembra. O uso do LED tem marcado uma nova etapa no seu processo criativo.
Recentemente usou essa nova tecnologia no
espetáculo “Os Realistas”, que após uma temporada de sucesso no Teatro Poeira, no Rio, segue
em cartaz no Teatro Porto Seguro, em São Paulo.
“Uso o LED pontualmente em algumas cenas”.
Para ele, o LED está promovendo uma revolução
na iluminação. “É uma luz inteligente que pode
ser usada em películas de vidro e até tecidos,
portanto tem possibilidades que ainda são pouco exploradas. O que eu vejo com essa tecnologia é a desmaterialização dos suportes de luz
num futuro próximo. Os pontos de iluminação
com LED poderão surgir nas mais diferentes superfícies”, aposta o iluminador.
BRILIA
Nesta página, na foto
maior, o efeito luminoso do
LED em cena da montagem
Os Realistas; e o projeto
mais desafiador, até o
momento, de Bruel: o
espetáculo Não Sobre o
Amor, dirigido por Felipe
Hirsch. À direita, detalhe
do cenário da peça Os
Realistas; a atriz Fernanda
Montenegro na peça Viver
sem Tempos Mortos, de
Hirsch; e Avenida Dropsie,
onde faturou o Prêmio Shell
de Iluminação em 2005
INSIGHT
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ABRIL
2016
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053
CENOGRAFIA |
O TRATAMENTO DE LUZ CONVERSA COM TODO
O PROCESSO DE CRIAÇÃO ATÉ CHEGAR NO
RESULTADO FINAL”
Beto Bruel
BRILIA
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054
FOTOGRAFIA | POR: CLAUDIO GUES • FOTOS: CHRISTY LEE ROGERS
AQUÁRIO
DE IMAGENS
Nascida e criada no Havaí, a fotógrafa Christy Lee Rogers usa
a água para criar imagens fluidas com a refração da luz
BRILIA
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ABRIL
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055
FOTOGRAFIA |
A obsessão de Christy Lee Rogers com a água vai muito além de uma simples imersão. Por trás das imagens subaquáticas captadas por sua Canon, a artista visual norte-americana traz à tona suas inquietações mais profundas. “A água para mim é um
elemento necessário para a criação de um mundo mágico. Cada nova série do meu
trabalho representa uma nova fase da minha vida. É como uma viagem de descoberta
do mundo, de expandir minha percepção sobre a humanidade. Atualmente estou mais
interessada no Nada que envolve e cria Tudo, no silêncio entre as palavras e no espaço
que rodeia cada coisa”, filosofa a artista.
Batizada de Corpos Celestes, sua fase artística mais recente é resultado de 12 anos de
experimentação com a água, a luz e o movimento. Um esforço que ela própria classifica
como uma busca para “expressar algo maior que eu”. Esse desassossego interior move
sua vida, permeia seu processo criativo e emerge em fotografias com imagens arrebatadoras. Todos os anos ela faz uma espécie de diário com colagens que reúnem suas
descobertas, pensamentos, inspirações, palavras, cores, desenhos, etc. Após seu último
período de pesquisa e estudos, a artista – que vive em Kailua, no Havaí – reuniu suas
anotações decidida a encontrar modelos, piscinas, tecidos e adereços que pudessem
materializar suas ideias.
BRILIA
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ABRIL
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BRILIA
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FOTOGRAFIA |
INSIGHT
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ABRIL
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057
FOTOGRAFIA |
A série de fotografias
Corpos Celestes foi
exibida em São Paulo no
espaço Gabriel Wickbold
Studio&Gallery
Na hora de fazer as fotos, Christy costuma aguardar o momento perfeito para fazer o clique. De acordo com ela, a água
é sempre imprevisível e intensa. O esforço vale a pena, pois
sua fotografia alcança uma força imagética tão intensa que
alguns críticos costumam ver um diálogo entre suas criações e
o universo dos grandes mestres da pintura, como é o caso de
Adam Jacques, do jornal londrino The Independent: “A recompensa etérea é, de fato, sinônima de uma mistura de mestres;
os tons vividos de Ticiano, os corpos tensionados de Rubens, o
chiaroscuro de Caravaggio, mas também as pinceladas soltas
e o movimento fluído de Delacroix... e também as ascensões
celestiais ao estilo de Tiepolo que adornam muitas capelas
venezianas do século XVIII”. A artista nega essa conexão. “Embora meu trabalho tenha sido comparado com as pinturas do
período barroco, eu nunca recriei ou usei essas obras como
referências para o meu trabalho”, rebate Christy.
Seja como for, as imagens registradas no escuro - com o
auxílio da refração da luz – fazem um elo com o barroco ao
deixar evidente o contraste dramático entre sombra e luz e o
efeito ilusionista que impressiona os sentidos do espectador.
Ao usar a refração da luz como base técnica para sua fotografia, a artista consegue obter uma densidade óptica sem qualquer manipulação digital no estágio de finalização. Em sua
fotografia, ela assegura buscar a verdade, mesmo que para
isso tenha que usar alguns truques de artista. “Quero revelar
que não há mágica em torno de nós, que somos mais do que
podemos ver na superfície”, dispara Christy Lee Rogers, explicando mais uma vez sua arte pelo viés da filosofia.
SOMOS MAIS DO QUE PODEMOS
VER NA SUPERFÍCIE”
Christy Lee Rogers
BRILIA
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ABRIL
2016
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INSIDER | POR: CARLOS FORTES
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Ao atualizar o projeto da loja Ellus – do
Shopping Cidade Jardim – optamos por
substituir as lâmpadas de vapor metálico
por módulos de LED. Além da economia de
30% no consumo de energia elétrica, houve
uma evolução conceitual e a manutenção
da qualidade cromática das fontes luminosas
Em 2009, o arquiteto Renato Tavolaro desenvolveu um
projeto para a Loja Ellus do Shopping Cidade Jardim, em São
Paulo, que seria o projeto piloto de uma série de lojas denominadas Ellus and Guests – espécie de multimarcas com produtos Ellus e de outros designers convidados. Para esse projeto,
que previa um layout bastante flexível, que poderia mudar a
cada nova coleção, desenvolvemos um sistema de perfis metálicos equipados com trilhos eletrificados, nivelados com os
dutos de ar-condicionado. Esse sistema alimentava uma série
de luminárias orientáveis, de fachos concentrados e médios,
equipadas com lâmpadas refletoras a vapor metálico (35W,
CDMR-111 / 10° e CDMR-PAR 30 / 30°, 3.000K). A opção por
trabalhar com lâmpadas a vapor metálico, de maior fluxo luminoso e longa vida útil, deveu-se em parte pelos acabamentos escuros, de pouca reflexão, e também pela facilidade de
manutenção. A temperatura de cor de 3.000K, de tonalidade
aparente branca quente, contrasta com os tons de cinza. Nesse ambiente de pouca reflexão luminosa, os espelhos móveis
espalhados pela loja foram importantes aliados.
BRILIA
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INSIGHT
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• FOTO: ANDRÉS OTERO
Em 2012, fomos convidados a desenvolver um projeto para
uma nova loja da marca no mesmo shopping. A ideia era implantar novamente os mesmos conceitos da loja piloto, mas
dessa vez atualizando a solução para um projeto 100% LED.
Para os projetores instalados nos trilhos eletrificados, substituímos as lâmpadas de vapor metálico por módulos de LED
(24W, 10° e 30°), o que representa 30% de economia de consumo com energia elétrica. A temperatura de cor de 3000K
foi mantida. As prateleiras de acessórios, antes iluminadas
com lâmpadas fluorescentes T5 fixadas em sua estrutura, receberam perfis de alumínio assimétricos equipados com fitas
de LED de 4,8W/m, e microprojetores orientáveis embutidos
(LED 1W / 25°) para destaque. A opção pela tecnologia LED
representa uma evolução do projeto e do conceito desenvolvido em 2009, quando ainda havia certa dificuldade em implantar projetos 100% LED com esse perfil. Todos os demais conceitos foram preservados e atualizados, expondo claramente o
impacto positivo da evolução tecnológica no projeto. O projeto
ganhou em economia de consumo e manutenção, preservando conceitos e qualidade cromática das fontes luminosas utilizadas. Essa experiência confirma as grandes vantagens no
desenvolvimento de projetos 100% LED.
*Carlos Fortes é arquiteto e desenvolve projetos de
iluminação e design de luminárias há mais de 20 anos,
www.estudiocarlosfortes.com
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2016
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