Completo - callegari arquitetura

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Completo - callegari arquitetura
SIMARA CALLEGARI
COMO A AUSÊNCIA DA QUALIDADE E A FALTA DE COMPATIBILIZAÇÃO NOS
PROJETOS INTERFEREM NO RESULTADO FINAL DA CONSTRUÇÃO DE
EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS UNIFAMILIARES – ESTUDO DE CASO
FLORIANÓPOLIS
2004
COMO A AUSÊNCIA DA QUALIDADE E A FALTA DE COMPATIBILIZAÇÃO
NOS PROJETOS INTERFEREM NO RESULTADO FINAL DA CONSTRUÇÃO
DE EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS UNIFAMILIARES – ESTUDO DE CASO.
SIMARA CALLEGARI
Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Especialista
em Gestão na Construção Civil e aprovada em 27/08/2004, na sua forma final,
pelo Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade do Sul de
Santa Catarina.
Prof. Romson Heleo Romagna, MSc
Orientador
Daniel Carlos Ceres Rubio
Co-orientador
Prof. Juan W. Moore E., MSc
Coordenador da Pós-Graduação – “Latus Sensu”
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Romson Heleo Romagna, MSc
Prof. Juan W. Moore E., MSc
Arq. Lisete Assen de Oliveira , Dra
CALLEGARI, Simara. Como a ausência da qualidade e a falta de
compatibilização nos projetos interferem no resultado final da
construção de edificações residenciais unifamiliares – Estudo de
Caso. 2004. 109p. il. Monografia (Especialização em Engenharia
Civil) – Universidade do Sul de Santa Catarina, Florianópolis - SC.
Orientador: Prof. Romson Heleo Romagna, MSc.
Data da Defesa: 27/08/2004
Este trabalho tem como objetivo propor qualificar a produção dos projetos arquitetônicos e seus
complementares através de programas de compatibilização que possam contribuir na qualidade
dos processos e no produto final.Os conceitos de desenvolvimento tecnológicos, qualificação,
racionalização e compatibilidade são apresentados e analisados, explicitando como eles
alteram o processo de produção aumentando a eficiência da mesma.Das experiências
ocorridas tanto em projetos como em obras são descritas no trabalho através de fotos “in loco”,
plantas, entre outros, com uma análise comparativa de três residências unifamiliares,
destacando-se as atitudes mais significativas e seu reflexo no setor da construção civil. Em
uma perspectiva de desenvolvimento no sentido da ampliação da qualidade, da diferenciação
dos produtos e da eficiência produtiva, são identificados dados e informações referentes às
particularidades do empreendimento e da edificação, provando ter relação direta com o produto
final e a produção. Este trabalho foi desenvolvido com objetivo de contribuir á construção como
um todo, principalmente como produto final. Onde por seu lento processo de produção a
execução, é alvo de críticas e comentários.Auxiliando os profissionais da área para uma
conscientização onde a racionalização não é somente uma temática de engenharia para a
execução, e sim um ideal que nasce a partir do projeto arquitetônico, seus complementares e
sua compatibilização simultânea, programando e qualificando a obra. Sendo o projeto o gerador
conceitual e físico da construção civil.
Palavras-chave: [ 1 Qualidade no Projeto ][ 2 Compatibilização de
Projetos ][ 3 Qualidade do Produto Final ]
SIMARA CALLEGARI
COMO A AUSÊNCIA DA QUALIDADE E A FALTA DE COMPATIBILIZAÇÃO NOS
PROJETOS INTERFEREM NO RESULTADO FINAL DA CONSTRUÇÃO DE
EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS UNIFAMILIARES – ESTUDO DE CASO
Monografia apresentada ao Curso de
Pós-Graduação em Gestão na
Construção Civil da Universidade do
Sul de Santa Catarina, como parte
dos requisitos para a obtenção do
título de Especialista em Engenharia.
FLORIANÓPOLIS
2004
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, dedicando este trabalho a minha mãe Maria Salete de
Matos e ao Professor Romson Heleo Romagna pela sua dedicação, sem exitar
em transpassar seus conhecimentos e experiências, como também pela
confiança em mim depositada.
Aos Arquitetos, André Schmitt pelo incentivo, e Daniel Carlos Ceres
Rubio pelas diretrizes de pensamentos, orientações e amizade antes e durante
o desenvolvimento deste trabalho.
Aos escritórios de arquitetura e construtoras pelas informações, dados e
fotos fornecidas.
Aos amigos, em especial a Michelle Beber pelo apoio e companheirismo
ao longo desta Pós-Graduação.
E a todos aqueles que, de maneira direta ou indireta contribuíram para a
realização deste trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................ i
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................... vii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS .................................... viii
RESUMO ........................................................................................................... ix
ABSTRACT ....................................................................................................... x
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................... 01
1.1 – OBJETIVOS ..................................................................................... 06
1.1.1 – Objetivo Geral ....................................................................... 06
1.1.2 – Objetivos Específicos ........................................................... 07
1.2 – HIPÓTESES ..................................................................................... 08
1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................ 09
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 10
2.1 – GERENCIAMENTO DE PROJETOS ............................................... 10
2.2 – QUALIDADE NO PROJETO ............................................................ 12
2.3 – COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS ........................................... 14
2.4 – QUALIDADE NA OBRA ................................................................... 16
2.5 – AÇÕES MULTIDISCIPLINARES DOS AGENTES ENVOLVIDOS... 18
2.6 – RACIONALIZAÇÃO NA OBRA ........................................................ 21
2.7 – DIFERENCIAÇÃO DO PRODUTO FINAL ....................................... 23
2.8 – QUALIDADE DE VIDA NO IMÓVEL PERÍODO PÓS OCUPAÇÃO 25
3 – METODOLOGIA ........................................................................................ 27
4 – DESENVOLVIMEMTO DO TRABALHO.................................................... 28
4.1 – ORIGEM DA PESQUISA .................................................................. 28
4.2 – ESTUDO DE CASO .......................................................................... 30
4.2.1 – Residência Unifamiliar “A” ................................................... 30
4.2.1.1 – Características da Obra ........................................ 30
4.2.1.2 – Descrição do Partido Arquitetônico ....................... 35
4.2.1.3 – Análise Crítica ...................................................... 37
4.2.2 – Residência Unifamiliar “B” ................................................... 45
4.2.2.1 – Características da Obra ........................................ 45
4.2.2.2 – Descrição do Partido Arquitetônico ....................... 48
4.2.2.3 – Análise Crítica ...................................................... 50
4.2.3 – Residência Unifamiliar “C” ................................................... 59
4.2.3.1 – Características da Obra ........................................ 59
4.2.3.2 – Descrição do Partido Arquitetônico ....................... 63
4.2.3.3 – Análise Crítica ...................................................... 65
4.3 – ANÁLISE GRÁFICA DO ESTUDO DE CASO.. ................................. 73
5 – CONCLUSÃO ............................................................................................ 75
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 79
7 – ANEXOS .................................................................................................... 83
7.1 – Residências Unifamiliar “ A” ............................................................. 84
7.2-- Residência Unifamiliar “B”.................................................................. 91
7.3--Residência Unifamiliar “C” .................................................................. 99
i
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 3.1 – Organograma ......................................................................... 27
Ilustração 4.1 – Planta baixa pavimento térreo ................................................ 32
Ilustração 4.2 – Planta baixa pavimento superior ............................................ 33
Ilustração 4.3 – Planta baixa pavimento inferior .............................................. 34
Ilustração 4.4 – Vista da fachada em fase de obra .......................................... 36
Ilustração 4.5 – Vista da sala e varanda voltada para o golf ........................... 38
Ilustração 4.6 – Vista da sala e suas estruturas .............................................. 38
Ilustração 4.7 – Vista geral da sala de jantar, churrasqueira, cozinha e suas
estruturas.......................................................................................................... 39
Ilustração 4.8 – Vista de uma das suítes localizada no pavimento inferior e suas
estruturas ......................................................................................................... 39
Ilustração 4.9 – Vista de uma das suítes localizada no pavimento inferior, suas
estruturas e modificações pós-reboco ............................................................. 40
Ilustração 4.10 – Vista de uma viga parcialmente modificada para passagem de
tubulações de água e esgoto entre suas ferragens ......................................... 40
Ilustração 4.11 – Vista de um dos cantos da casa com mochetas improvisadas
para passagem de cabos elétricos e tubulação de esgoto .............................. 41
Ilustração 4.12 – Vista do banheiro com mocheta superdimensionada para
passagem de tubulações de água e esgoto .................................................... 41
ii
Ilustração 4.13 – Vista da mocheta, reboco e recortes na parede feitos
posteriormente para ajustar a alteração de projeto ......................................... 42
Ilustração 4.14 – Vista de uma suíte rebocada com forro de gesso e seu lugar
para instalação de ar condicionado ................................................................. 43
Ilustração 4.15 – Vista da varanda com o deck do pavimento inferior e suas
estruturas agora rebocadas e pintadas ........................................................... 43
Ilustração 4.16 – Vista do deck para as portas-janela dos dormitórios ........... 44
Ilustração 4.17 – Vista do detalhe da viga encontrando-se com a cimalha da
porta-janela do dormitório ................................................................................ 44
Ilustração 4.18 – Planta baixa pavimento térreo .............................................. 46
Ilustração 4.19 – Planta baixa pavimento superior .......................................... 47
Ilustração 4.20 – Vista geral da casa pronta .................................................... 49
Ilustração 4.21 – Vista geral do terreno – esquina .......................................... 52
Ilustração 4.22 – Vista lateral do terreno ......................................................... 52
Ilustração 4.23 – Vista da obra em fase de concretagem ................................ 53
Ilustração 4.24 – Vista da obra em fase de desforma das estruturas e
fechamento com alvenaria ............................................................................... 53
Ilustração 4.25 – Vista da casa na fase das primeiras de mãos de pintura ..... 53
iii
Ilustração 4.26 – Vista da churrasqueira e do pátio interno com a instalação da
fonte ................................................................................................................. 54
Ilustração 4.27 – Vista da fonte ....................................................................... 54
Ilustração 4.28 – Vista do nicho feito para que a vegetação já existente no
terreno sobreviva ............................................................................................. 55
Ilustração 4.29 – Vista da suíte superior com esquadria de PVC com vidros
duplos e persianas automáticas ...................................................................... 55
Ilustração 4.30 – Vista da cozinha em fase de acabamentos e detalhes ........ 56
Ilustração 4.31 – Vista acima da laje do pavimento superior com barriletes,
registros e tubulações vindos da caixa d’água ................................................ 56
Ilustração 4.32 – Vista do quadro de distribuição localizada no pavimento
superior ............................................................................................................ 57
Ilustração 4.33 – Vista geral da casa .............................................................. 58
Ilustração 4.34 – Vista da fachada lateral ........................................................ 58
Ilustração 4.35 – Planta baixa pavimento térreo .............................................. 60
Ilustração 4.36 – Planta baixa pavimento superior .......................................... 61
Ilustração 4.37 – Planta baixa pavimento subsolo ........................................... 62
Ilustração 4.38 – Vista da fachada frontal da casa .......................................... 64
Ilustração 4.39 – Croqui da casa – projeto em fase de estudo ........................ 66
Ilustração 4.40 – Croqui da casa ..................................................................... 66
iv
Ilustração 4.41 – Vista geral da casa ............................................................... 67
Ilustração 4.42 – Vista da fachada posterior, hall de acesso e entrada principal
.......................................................................................................................... 67
Ilustração 4.43 – Vista parcial da fachada frontal, deck e piscina ................... 68
Ilustração 4.44 – Vista parcial da fachada lateral e visual para o golf e para o
mar ................................................................................................................... 68
Ilustração 4.45 – Vista das varandas dos dormitórios superiores; deck e piscina
no pavimento térreo ......................................................................................... 69
Ilustração 4.46 – Vista do deck em balanço com peitoril de madeira .............. 69
Ilustração 4.47 – Vista dos nichos reservados para os aparelhos de ar
condicionado .................................................................................................... 70
Ilustração 4.48 – Vista interna pavimento térreo circulação de serviço, lavabo,
parte da sala e distribuição do ar condicionado ............................................... 70
Ilustração 4.49 – Vista interna da sala, escada com pé-direito duplo .............. 71
Ilustração 4.50 – Vista da circulação da suíte e saída de ar condicionado ..... 71
Ilustração 7.51 – Planta baixa pavimento térreo .............................................. 81
Ilustração 7.52 – Planta baixa pavimento superior .......................................... 82
Ilustração 7.53 – Planta baixa pavimento inferior ............................................ 83
Ilustração 7.54 – Planta baixa estrutura cobertura .......................................... 84
v
Ilustração 7.55– Planta de cobertura ............................................................... 85
Ilustração 7.56 – Cortes ................................................................................... 87
Ilustração 7.57 – Fachadas .............................................................................. 87
Ilustração 7.58 – Planta baixa pavimento térreo luminotécnico ....................... 88
Ilustração 7.59 – Planta baixa pavimento superior luminotécnico ................... 89
Ilustração 7.60 – Implantação/ cobertura ......................................................... 90
Ilustração 7.61 – Fachadas/ cortes .................................................................. 91
Ilustração 7.62 – Planta baixa estrutural – locação das sapatas ..................... 92
Ilustração 7.63 – Planta baixa estrutural forma pavimento térreo ................... 93
Ilustração 7.64 – Planta baixa estrutural forma pavimento superior ................ 94
Ilustração 7.65 – Planta baixa estrutural – cobertura ...................................... 95
Ilustração 7.66 – Situação ............................................................................... 96
Ilustração 7.67 – Planta baixa cobertura ......................................................... 97
Ilustração 7.68 – Planta baixa pavimento térreo – luminotécnico ................... 98
Ilustração 7.69 – Planta baixa pavimento superior – luminotécnico ................ 99
Ilustração 7.70 – Planta baixa subsolo – luminotécnico ................................ 100
vi
Ilustração 7.71 – Cortes ................................................................................. 101
Ilustração 7.72 – Fachadas ............................................................................ 102
Ilustração 7.73 – Planta baixa estrutural – locação das sapatas ................... 103
Ilustração 7.74 – Planta baixa estrutural – forma pavimento térreo .............. 104
Ilustração 7.75– Planta baixa estrutural – forma pavimento superior ............ 105
Ilustração 7.76 – Planta baixa estrutural – cobertura .................................... 106
vii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 4.3.1 – Gráfico de área das residências A, B e C ............................... 73
Gráfico 4.3.2 – Gráfico do tempo das residências A, B e C ............................ 73
Gráfico 4.3.3 – Gráfico do custo da obra das residências A, B e C ................. 74
Gráfico 4.3.4 – Gráfico custo X tempo da residência A .................................. 74
viii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
cm: Unidade de medida – centímetro
CUB: Custo Unitário Brasileiro
“in loco”: Expressão usada para dizer “no local”
ISO: International Organization for Standardization
m²: Medida de área – metros quadrados
NBR: Norma Brasileira
NGI: Núcleo de Gestão e Inovação
PBQP-H: Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat
PSQ: Programa Setorial da Qualidade
PVC: Policloreto de Vinila
SC: Santa Catarina
SiQ - C: Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras –
Cosntrutoras
TQC: Total Quality Control
UFSC: Universidade Federal de Santa Catarina
Ltda: Limitada
ix
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo propor qualificar a produção dos projetos
arquitetônicos
e
seus
complementares
através
de
programas
de
compatibilização que possam contribuir na qualidade dos processos e no
produto final.
Os
conceitos
de
desenvolvimento
tecnológicos,
qualificação,
racionalização e compatibilidade são apresentados e analisados, explicitando
como eles alteram o processo de produção aumentando a eficiência da
mesma.
Das experiências ocorridas tanto em projetos como em obras são
descritas no trabalho através de fotos “in loco”, plantas, entre outros, com uma
análise comparativa de três residências unifamiliares, destacando-se as
atitudes mais significativas e seu reflexo no setor da construção civil.
Em uma perspectiva de desenvolvimento no sentido da ampliação da
qualidade, da diferenciação dos produtos e da eficiência produtiva, são
identificados
dados
e
informações
referentes
às
particularidades
do
empreendimento e da edificação, provando ter relação direta com o produto
final e a produção.
Este trabalho foi desenvolvido com objetivo de contribuir á construção
como um todo, principalmente como produto final. Onde por seu lento processo
de produção a execução, é alvo de críticas e comentários.
Auxiliando os profissionais da área para uma conscientização onde a
racionalização não é somente uma temática de engenharia para a execução, e
sim um ideal que nasce a partir do projeto arquitetônico, seus complementares
e sua compatibilização simultânea, programando e qualificando a obra. Sendo
o projeto o gerador conceitual e físico da construção civil.
Palavras-chaves: 1. Qualidade no Projeto 2. Compatibilização de
Projetos 3. Qualidade no Produto Final
x
ABSTRACT
The objective of this study is to propose a qualification of the production of
architectonic projects and their complements by means of compatibility
programs, which may contribute in the quality of the processes and in the final
product.
The concepts of technological development, qualification, rationalization
and compatibility are presented and analyzed, explaining how they alter the
production process by increasing its efficiency.
The experiences in both the projects and the working places are described
in this work by means of photographs “in loco”, plants, memorials, among
others, with a comparative analysis of three unifamiliar residences, highlighting
the most significant attitudes and their influence in the field of the civil
construction.
In a perspective of development in the sense of the extension of the
quality, of the differentiation of the products and of the productive efficiency,
data and pieces of information regarding the particularities of the enterprise and
of the edification are identified, proving to have a direct relation with the final
product and the production.
This study was developed with the objective of contributing to construction
as a whole, but mainly as a final product and where, because of its slow
process of production and execution, is the target for criticisms and comments.
Raising professionals´ consciousness about the rationalization is not only
an engineering thematic, but also an ideal that is born from the architectonic
project, its complements, and its simultaneous compatibilization, programming
and qualifying the work, being the project the conceptual and physical generator
of the civil construction.
Key words: 1. Project Quality, 2. Projects Compatibility, 3. Final Product Quality
Capítulo 1 - Introdução
1
1 - INTRODUÇÃO
A situação social, política e econômica, pela qual o Brasil vem passando
atualmente é propícia para que ocorram alterações de algumas posturas do
setor da Construção Civil, e em particular a transição do projeto para obra.
Optamos por refletir nesta temática dos projetos de residências
unifamiliares de um alto padrão como exemplos, que oscilam de 300 à 500 m².
Por ser um segmento de mercado por estar em crescimento em nosso estado.
E acreditamos que podemos tratar as residências como ponto de partida para
outro tipo de construção de maior porte, pois apresentam características tanto
quanto complexas. Destacamos por exemplo pavimentos, inferior e superior,
com diferentes modulação e prumadas. O que gera uma diversidade nas
soluções a serem alcançadas. Dificultando a construção e os seus custos
finais.
Analisando o comportamento empresarial nesta área, com referência a
práticas comuns no setor da construção, (ROCHA, 1993) afirma que “... a
operação de construir até um passado recente foi tratada como um
procedimento de ”franca especulação” onde era comum “fazer preço antes de
conhecer os custos”, sem estímulo à busca de ganhos quanto à qualidade”.
Com a queda de renda do mercado consumidor, conseqüentemente
reduziu-se o preço das obras. Com a privatização de empresas estatais, a nova
lei de licitações e contratos, as exigências de qualidade pelos clientes privados
e com o código de defesa do consumidor, os empresários e profissionais do
setor têm voltado seus esforços para repensarem e agir sobre as antigas
formas de produção, pois esta atitude está inserida num mercado altamente
competitivo, estimulado pelo desafio de oferecer um produto diferenciado e
economicamente acessível satisfazendo às exigências dos clientes.
E como geralmente o cliente precede o produto, se desconsidera muitas
vezes cuidados técnicos e operacionais que fazem da construção de uma
residência unifamiliar em um tipo de construção empírica. Onde muitas vezes o
proprietário tem mais poder que os profissionais envolvidos. Perdendo-se
assim o controle da obra.
Capítulo 1 - Introdução
2
(WOOD, 1993) ao discutir a implementação de sistema da qualidade em
empresas, onde apenas mudanças profundas permitem um avanço verdadeiro,
e tais mudanças “somente ocorrem quando rompemos paradigmas, barreiras e
limites estruturais e conseguimos ir além, unindo teoria e a prática, mudando a
cognição, a atitude e o comportamento”.
A qualidade não é apenas resultado de cuidados relativos aos insumos
utilizados no processo de redução, envolvendo materiais, mão-de-obra e
controle dos serviços contratados. Quando a atividade de projeto é pouco
valorizada, os projetos são entregues à obra repleta de erros e de lacunas,
levando a grandes perdas de eficiência nas atividades de execução, bem como
ao prejuízo de determinadas características do produto que foram idealizadas
antes de sua execução. Isso é comprovado pelo grande número de problemas
patológicos dos edifícios atribuídos à falhas de projetos, os quais podem
representar até 46% do total. (MOTTEU & CNUDDE,1989).
Os
autores
(MELHADO
&
VIOLANI,
1992)
afirmam
que
“na
implementação de sistema de gestão da qualidade na construção de edifícios,
é de importância fundamental o fluxo de informações entre projeto e execução,
onde é necessário alcançar uma integração organizacional e tecnológica entre
as duas atividades, e entre o que se concebeu e o que virá a se tornar
realidade no canteiro de obras”.
Neste novo modelo de pensamento o projeto é efetivamente de grande
utilidade para a execução. Certamente deve-se conscientizar de que o projeto
tem
auto
-suficiência,
e
informação
de
alto-nível,
como
eficientes
planejamentos e programações, controle de materiais, execução, tempo, mãode-obra, bem como a qualidade de ambas, para subsidiar as atividades de
produção em canteiro.
Nota-se as dificuldades de implementação de ações voltadas a evolução
tecnológica do processo de produção. Por isso as empresas do setor em
relação a esta melhoria devem focar e introduzir mudanças nos processos
construtivos, tendo organização e gestão da ordem dos serviços, permitindo
uma evolução contínua.
(BARROS, 1997) comenta que “a componente tecnológica proporciona a
evolução do processo construtivo e de exigir, desde o primeiro momento o
Capítulo 1 - Introdução
3
envolvimento da produção propriamente dita a fim de se obter em um período
de tempo não muito longo de retornos positivos que servirão de movimentação
para a continuidade da implantação das ações. Os aspectos organizacionais e
de gestão do processo de produção por sua vez, são essenciais para
sedimentar e fazer evoluir os resultados inicialmente obtidos”.
Segundo (ALBUQUERQUE & MELHADO, 1998a), “as realidades
econômicas mundiais e no país, quais sejam, globalização, maior exigência de
qualidade por parte dos clientes (junto com o código do consumidor), redução
dos preços das obras públicas e privadas, entre outras, tem levado o setor da
construção civil a buscar formas de melhorar sua eficiência no processo de
produção quer seja com o desenvolvimento de novas tecnologias, quer seja
racionalizando o processo tradicional e desenvolvendo novas formas de
gestão, ou ainda desenvolvendo novas formas de relacionamento entre os
seus diversos agentes, com o objetivo de competir neste “novo” mercado”.
Este importante relacionamento entre os profissionais envolvidos na
área permite um maior entrosamento entre as diferentes modalidades de
projetos e etapas deste processo, onde não tem um início definido em termos
de “plantas ou territórios”. Esta ação global onde as forças e capacitações
intelectuais se unem em prol de uma nova criação, possui um grande acerto e
um fluxo de trabalho ininterrupto. Assim, os erros se anulam, as dificuldades se
tornam satisfações e o esforço premeditado se realiza na materialização e no
prazer da satisfação de todos os profissionais intelectos e braçais bem como
seus usuários.
A compatibilização de projetos é inicialmente determinada pela
competência das pessoas envolvidas (DE VRIES e BRUIJN, 1989).
Estes
autores acrescentam que “um bom projeto somente é obtido com uma gestão
adequada do seu “processo de desenvolvimento multidisciplinar”, ou seja, com
uma correta coordenação das diferentes especialidades atuantes”.
Com o aumento da atividade de projetar, cresce também o trabalho em
equipe, produzindo interações entre os profissionais, proporcionando um
aprendizado coletivo. Simultaneamente há uma evolução contínua do sistema
interno
para
cada
um
destes
profissionais,
sendo
que
cada
novo
empreendimento é único com características construtivas próprias, tanto pelo
Capítulo 1 - Introdução
4
seu tipo, modelo, época, recursos, local, entorno e inserção na sociedade,
exigindo organização, cooperação e esforços particulares de todos envolvidos.
O grande questionamento é o papel da certificação em empresa do
ramo e o entendimento do que é um processo de gestão da qualidade por
certificação, seja ela qual for, interferindo na qualidade dos diferentes serviços
no setor da construção.
Pensando de maneira sistêmica, englobando a visão dos clientes em
busca da melhoria contínua, proporcionando tanto aos clientes como aos
fornecedores ganhos de eficiência no processo de produção. A certificação,
conforme visto, por si só não proporciona esta melhoria para a empresa, porém
é um instrumento importante que permite a empresa conhecer o seu sistema
da qualidade e através do controle deste, manter os ganhos obtidos por outras
iniciativas. É necessário um sistema da qualidade, ou seja, a definição da
estrutura organizacional, dos recursos necessários para implementar a gestão
da qualidade, qualquer que seja a metodologia a ser utilizada.
Pode-se dizer então que é inegável a possibilidade de melhorias
provocadas pelas normas de certificação, na busca pela racionalização dos
processos de elaboração de cada serviço afim, porém a qualidade do mesmo
não é afetada substancialmente pelas normas, pois isto garante a qualidade do
sistema e não do produto.
O estudo identifica melhorias significativas nos processos técnicos,
comerciais e administrativos das empresas. Por outro lado, resultados mais
expressivos dependem, em curto prazo, da implementação da qualidade e
compatibilização por parte dos demais agentes da cadeia produtiva, devida á
considerável capacidade de influência no processo de desenvolvimento dos
serviços.
Mesmo mantendo a identificação arquitetônica que personaliza cada
profissional e suas obras deve-se considerar a construção como um produto
final de altíssima competitividade em um mercado disputado e exigente, tanto
pela oferta quanto pela diversidade dos produtos nele aplicados. Desta maneira
vamos entender melhor a necessidade de esgotar recursos como a
compatibilização para qualificar a construção, visando reduzir custos e tempo
de execução.
Capítulo 1 - Introdução
5
Desta maneira queremos introduzir em toda temática da construção civil,
conceitos renovadores de mercado, visando profissionalismo e qualidade,
desafiando o custo final da obra através de projetos que possam unir a função
e a forma com a racionalização e a técnica de sua construtibilidade.
Capítulo 1 - Introdução
6
1.1 - OBJETIVOS
1.1.1 - Objetivo geral
Partindo da premissa de que para o setor de construção de edifícios
evoluir e alcançar maior índices de competitividade, eficiência tecnológica e
obter um diferencial do produto na fase final, os agentes envolvidos devem-se
reorganizar de modo que a elaboração de projetos assim como sua
compatibilização seja parte de um conjunto de atividades de produção.
Capítulo 1 - Introdução
7
1.1.2 – Objetivos Específicos
•
Discutir o conceito de compatibilidade de projetos e analizar sua
participação fundamental no empreendimento.
•
Verificar se as compatibilizações feitas nos projetos prevêem em tempo
hábil correções e alterações nos problemas e nas áreas críticas com
deficiências em comum.
•
Agilizar os critérios de decisão a serem tomadas na obra, sem que o
improviso e o mau planejamento interfiram no prazo de tempo e na
qualidade.
Capítulo 1 - Introdução
8
1.2 – HIPÓTESES
•
Os projetos que são compatibilizados apresentam resultados superiores
na obra, assim como no seu produto final.
•
A integração da compatibilização junto a qualidade nos escritórios de
projetos e nas construções contribui para uma melhor performance no
processo e produção da construção.
•
A visão sistêmica do processo de produção facilita a identificação dos
problemas e erros nas diversas interfaces existentes na cadeia
produtiva.
Capítulo 1 - Introdução
9
1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO
Esta monografia está estruturada em sete capítulos da seguinte forma:
O presente capítulo introduz o tema abordado, justifica a realização do
trabalho, apresenta os objetivos, as hipóteses e esta estruturação.
No segundo capítulo é feita a revisão bibliográfica sobre os aspectos
relacionados à qualidade e compatibilização nas diversas etapas que compõem
o processo de produção.
No terceiro capítulo descreve -se a metodologia utilizada para a coleta
de dados e a elaboração das diretrizes para a análise comparatória dos
estudos de caso.
No quarto capítulo é feita uma introdução à origem da pesquisa,
comentando sobre a característica da obra, descrição do partido arquitetônico e
análise crítica de cada um dos três estudos de casos.
No quinto capítulo são apresentadas as conclusões sobre o trabalho
desenvolvido.
O sexto capítulo contem as referências bibliográficas utilizadas na
monografia.
O sétimo capítulo refere-se as ilustrações complementando os estudos
de caso citados no capítulo quatro.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
10
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O planejamento gerencial tem sido apontado como uma das principais
maneiras organizacionais na indústria dos escritórios de projetos. Também tem
sido reconhecido como uma das alternativas possíveis para a melhoria dos
produtos e serviços no setor de projetos.
Com a ausência do gerenciamento, “constatou-se algumas dificuldades
para a obtenção de melhorias na qualidade dos projetos de arquitetura, tais
como ausência de mecanismos para levantamento das necessidades dos
clientes, excesso de retrabalho resultante de alterações no projeto por parte do
contratante, ausência de coordenação entre os projetistas, postergação da
construção de produção de projeto de estruturas e sistemas prediais, falta de
procedimentos de controle da qualidade e ausência de representante da
produção durante o desenvolvimento dos projetos”. (BAIA, 1998).
A implementação de gestão da qualidade nas empresas de projeto
“apresenta-se como uma alternativa concreta para atender a essa demanda
por maior eficiência, satisfazendo as necessidades de projetos mais precisos e
obras mais adequadas às condições dos clientes, com custo e prazos
projetuais menores” (AMORIM, 1997).
“ ... A qualidade em empresas de projetos pode proporcionar uma série
de benefícios, tais como: reduzir os riscos, à medida que o sistema define de
forma clara as responsabilidades entre arquitetos, engenheiros e demais
participantes do processo de produção; aumentar a participação das empresas
no mercado; reduzir custos e aumentar os lucros. (CORNICK, 1991).
No Brasil, existem algumas iniciativas visando a implementação de
sistemas de gestão da qualidade em empresas de projetos, tal como o
desenvolvimento
pelo
Núcleo
de
Gestão
e
Inovação
(NGI,
1998).
Fundamentado nos conceitos da série de normas ISO 9000, particularizados
para o processo de desenvolvimento dos projetos, o programa incorpora ainda
conceitos discutidos por PICCHI (1993), MELHADO (1994) e SOUZA (1997). O
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
11
modelo de sistema de gestão da qualidade proposto pelos autores se compõe
de parâmetros, requisitos, métodos e procedimentos a serem desenvolvidos
sobre os seguintes aspectos:
•
concepção
de
projeto
a
partir
da
identificação
dos
intervenientes no processo e suas necessidades;
•
solução de projeto: decorre da qualidade da solução espacial,
funcional, estética e simbólica, das especificações técnicas do
projeto e das relações com a etapa de produção;
•
processo de desenvolvimento do projeto: relaciona-se com o
cumprimento do planejamento, o fluxo de informações, a
rastreabilidade das informações e o controle da qualidade
(coordenação, análise crítica e validação);
•
apresentação do projeto: adequação dos documentos às
características dos processos das quais serão utilizados.
A implementação dos princípios de gestão da qualidade (GRILO et al.,
2000) “pode ser atribuído, em parte, ao porte reduzido das empresas
consultadas, de modo que o titular ocupa uma função de articulador entre todos
os processos técnicos, administrativos, financeiros, comerciais e de gestão.
Desta forma, o envolvimento do titular na implementação torna-se um fator
fundamental para o comprometimento dos times da qualidade ou, quando da
sua extinção, dos profissionais envolvidos, na elaboração dos procedimentos.
Na maior parte das empresas, a implementação dos princípios de gestão da
qualidade ocorreu de cima para baixo”, ou seja da obra para o projeto.
Sobre as prioridades na implantação, segundo os autores anteriormente
citados, “A maior parte das empresas priorizou a padronização dos processos
técnicos administrativos, de gestão e planejamento, nessa ordem, o que pode
ser justificado pela importância dos processos técnicos na consolidação do
produto da empresa. Desta forma, a maior parte das empresas dirigiu esforços
para a elaboração de procedimentos de controle e análise crítica dos projetos,
envolvendo aspectos relativos à concepção, desenvolvimento, apresentação e
gestão das interfaces, principalmente em empresas de arquitetura”.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
12
2.2– QUALIDADE NO PROJETO
A elaboração dos diferentes projetos de forma totalmente separada pode
gerar situações nas quais a solução final dada a uma unidade funcional ou
elemento construtivo não seja a mais adequada para evitar complexidades,
descontinuidades ou perdas no desempenho. Os diferentes projetos devem
formar uma cadeia que favoreça a mútua alimentação entre ele.
(CAZET, LOVATTO e JOBIM, 2002) definem que, “é crescente o
número de empresas de construção civil e escritórios de projeto brasileiras
envolvidas no processo de certificação pela NBR ISO 9001 e qualificação pelo
Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP – H. Um
dos requisitos exigidos para o efeito controle do processo de projeto é a
validação de projetos. De acordo com a NBR ISO 9001:2000, validação é a
(comprovação, através do fornecimento de evidência objetiva, de que os
requisitos para uma aplicação ou uso específicos pretendidos foram
atendidos)”. Os autores comentam ainda que, “a validação é por tanto, o
processo de verificar se o produto final será capaz de atender, ou atende, em
uso intencional e/ou pretendido às necessidades dos clientes, sendo esta a
principal diferença em validação e verificação de projetos, a qual consiste na
comprovação de que os requisitos de entrada estabelecidos para os diversos
estágios do projeto são atendidos”.
“A certificação de sistemas da qualidade pelas normas ISO 9000 em
escritórios de projetos na construção civil começa a ser uma realidade. A busca
de diversas empresas do setor em relação à maioria dos seus processos de
produção pode ser explicada pelo aumento da competitividade no setor”.
(ALBUQUERQUE e MELHADO, 1998b).
Segundo SIQ – Projetos (2000) ainda em estado de aprovação, “a
adoção de um sistema de gestão da qualidade é uma decisão estratégica da
empresa de projetos. O projeto e a implementação de um sistema de gestão da
qualidade de uma empresa de projeto é influenciado por várias necessidades,
objetivos específicos, produtos fornecidos, o processo empregado e o tamanho
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
13
e estrutura da empresa de projetos”. Sobre o processo, “para uma empresa de
projeto funcionar de maneira eficaz, ela tem que identificar e gerir numerosas
atividades interligadas. Uma atividade que usa recursos e que é gerida de
forma a possibilitar a transformação de entradas em saídas pode ser
consideradas no processo. Freqüentemente a saída de um processo é a
entrada para o próximo”.
O objetivo da gestão do SIQ - Projetos ainda diz que “os requisitos para
um sistema de gestão da qualidade em uma empresa de projeto: a) necessita
demonstrar sua capacidade para fornecer de forma consistente produtos que
atendam aos requisitos do cliente e requisitos regulamentares aplicáveis; b)
pretende aumentar a satisfação do cliente por meio da efetiva aplicação do
sistema, incluindo processos para melhoria contínua do sistema e a garantia da
conformidade com requisitos do cliente e requisitos regulamentares aplicáveis”.
Segundo (DUARTE e SALGADO, 2002) “dois aspectos diferentes
devem ser analisados em relação à comunicação das equipes. Uma é quanto
ao conteúdo do produto de cada um e outra é referente à troca de informações
e documentos. Sendo produtos de linguagem diferentes, deve no mínimo
manter iguais (e atualizados) os elementos e características comuns a todas as
especialidades como, por exemplo, a orientação em relação à prancha, a
nomenclatura dos compartimentos, entre outros. Idealmente, padronizar as
simbologias utilizadas pelas várias equipes, seria de grande valor para
minimizar a quantidade de informações diferenciadas”.
No estágio de projeto em que o empreendimento da indústria da
construção civil é definido, exercendo papel importante na obtenção da
qualidade e rentabilidade, uma vez que da sua concepção dependem dos
aspectos da habitabilidade de segurança e economias, determinando o
desempenho do edifício. O principal objetivo da construção civil é abordar os
aspectos de qualidade do projeto, e validar a necessidade do entrosamento
dos profissionais de projeto e produção; a fim de obter melhorias contínuas no
produto e nos profissionais. Implementando nas organizações os conceitos
organizacionais da engenharia simultânea, eliminando as improvisações,
melhorando os níveis de eficiência e produtividade na moderna Engenharia
Civil e Engenharia de Arquitetura.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
14
2.3 – COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
A indústria da construção civil tem verificado nos últimos anos uma
evolução sensível nos custos dos materiais e mão-de-obra. Refletindo no custo
final do metro quadrado construído. O mercado vive uma recessão com
prejuízos generalizados, face à conjuntura econômica do país e com a perda
do poder aquisitivo da população. Para construir melhor com menos custos
iniciou-se um processo de conscientização de técnicos e empresários do setor
da construção, conduzindo-os a investir em padronização dos processos.
Dentre as metodologias de aplicação a mais imediata seria a concentração dos
vários projetos integrados.
A compatibilização compõe-se em uma atividade de gerenciar e integrar
projetos afins, visando o perfeito ajuste entre os mesmos, conduzindo para a
obtenção dos padrões de controle de qualidade de determinada obra. Tem
como objetivo minimizar os conflitos entre os projetos inerentes à determinada
obra, simplificando a execução, otimização e utilização de materiais, tempo e
mão de obra, bem como as posteriores manutenções.
No sub-setor de construção de edifícios a maioria dos projetos e
serviços de engenharia são desenvolvidos por profissionais e empresas
contratadas, cujas relações com as empresas tem, sobretudo caráter
comercial. A descontinuidade do ciclo de produção e o reduzido porte da
maioria das empresas inviabiliza a manutenção de equipes de projetos. Assim,
embora possa existir uma relativa fidelidade na construção, esta é pautada via
de regra, no preço de mercado do serviço, de forma que a qualidade e
construtibilidade das soluções nem sempre são monitoradas e consideradas. O
relacionamento
das
empresas
construtoras
-
incorporadoras
com
os
prestadores de serviço limitam-se à duração do empreendimento, não
compreendendo relações de troca mais duradouras. (CARDOSO, 1998).
Segundo (GRILO et al., 2000) “uma característica marcante do
desenvolvimento do projeto no sub-setor de construção de edifícios é a
incipiência da coordenação dos agentes envolvidos em sua elaboração e a
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
15
baixa integração destes com os sistemas de produção das construtoras,
potencializando o surgimento de problemas na execução das edificações, tais
como a falta de construtibilidade dos projetos, elevando o índice de patologias
e desempenho insatisfatório das edificações na etapa de utilização”.
No entanto em pesquisa com empresas certificadas, (REIS, 1998)
“identifica uma maior preocupação com a etapa de projeto e a contratação dos
projetistas durante a fase de concepção do empreendimento com a finalidade
de evitar problemas futuros, tais como incompatibilidade dos projetos, a falta de
detalhamento e as deficiências na coordenação”.
Esta falta de compatibilização de projetos pode induzir a erros e a custos
adicionais, podendo-se levar a decisões que sejam tomadas indevidamente
durante a obra, em detrimento da qualidade do produto e da eficácia do
processo.
O processo de conscientização e a implementação da compatibilização
na execução de projetos também se justificam entre outros aspectos, pela
necessidade da efetivação de ações que possam contribuir para a solução do
problema crônico da falta de eficiência do setor da construção habitacional
brasileira, permitindo que o Brasil venha, em breve, a alcançar índices de
desempenho alinhados com os dos países mais avançados.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
16
2.4 – QUALIDADE NA OBRA
Qualidade deve ser associada a uma nova cultura a ser implementada,
pois compreende o entendimento, a aceitação e a prática de novas atitudes e
valores que devem ser incorporadas definitivamente no dia-a-dia da construção
civil.
A qualidade deixou de ser um ponto abstrato nas discussões e decisões.
Atualmente é um indicador para formar preços cada vez menores e para
abreviar prazos de entrega de insumos e serviços. Isto é que faz o diferencial
entre as empresas competitivas das restantes.
Os Sistemas da Qualidade são um conjunto de técnicas interrelacionadas entre si que procuram orientar uma organização no sentido de
satisfazer e superar as expectativas de seus clientes e aumentar sua
competitividade com atuação sobre todas as áreas da empresa: produção,
recursos humanos, finanças e marketing, embasadas nos preceitos da gestão
da Qualidade. (OLIVEIRA 2000).
Os pesquisadores (MUTTI e ARAÚJO, 2003) citam que “o QUALIHAB,
Programa de Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo,
cuja palavra-chave é articulação, incide em toda a cadeia produtiva a
necessidade de envolvimento, estimulando o entrosamento entre os vários
segmentos, para que busquem a auto-regulação, face às normas técnicas da
ABNT, num plano mais raso, e a certificação de níveis de qualidade das
empresas, na seqüência do processo”. Quanto ao “Programa Setorial de
Qualidade (PSQ), define a forma e evolução dos ajustes a serem efetuados,
pontuando e qualificando as empresas que estejam dentro da conformidade
técnica, desclassificando as demais e estimulando o desenvolvimento
tecnológico do setor”. (MUTTI e ARAÚJO, 2003) afirmaram também que, “... a
prática do Controle da Qualidade Total (Total Quality Control - TQC) é, em
suma um sistema gerencial que parte do reconhecimento das necessidades
das pessoas, estabelece, mantém e propicia uma melhoria contínua de
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
17
padrões para o atendimento destas necessidades (abordagem centrada no
cliente)”.
O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQPH) foi criado em 1991 e formalmente em 1998, com a finalidade de difundir os
novos conceitos de qualidade, gestão e organização da produção que estão
revolucionando a economia mundial, indispensável à modernização e
competitividade das empresas brasileiras. No atual governo o apoio se traduz
cada vez mais em ações efetivas. Durante o ano de 2003 o número de
empresas qualificadas cresceu em torno de 15%, e estima-se que com a
finalização dos trabalhos de harmonização dos programas estaduais, que cinco
mil empresas tenham aderido ao PBQP-H. (Site: www.cidades.gov.br/pbqp-h)
O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQPH), Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Oras – Construtoras
(SIQ - Construtoras) “possui caráter evolutivo, estabelecendo níveis de
qualificação progressivos, segundo os quais os sistemas da gestão da
qualidade das empresas construtoras são avaliados e classificados. Cabe aos
contratantes, públicos e privados, individualmente, ou preferencialmente
através de Acordos Setoriais firmados entre contratantes e entidades
representativas de contratados, estabelecerem prazos para começarem a
vigorar as exigências de cada nível. Assim o SIQ – Construtoras tem como
objetivo estabelecer o referencial técnico básico no sistema de qualificação
evolutiva adequando às características específicas das empresas construtoras
atuantes no setor de edifícios,...”.
Estas estratégias de produção sobre os Sistemas de Gestão da
Qualidade estão sendo adotadas pelas empresas construtoras e vem
provocando alterações benéficas ao longo de todo o processo de produção
ativando toda a cadeia dos setores das áreas afins.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
18
2.5 – AÇÕES MULTIDISCIPLINARES DOS AGENTES ENVOLVIDOS
Atualmente o mercado tende a fazer uma análise ampla dos diversos
agentes envolvidos na cadeia da produção (planejamento, projeto e
construção) e do uso (ocupação, manutenção e gerenciamento) dos edifícios
na construção civil. Os diversos profissionais também visam a qualidade
quanto aos aspectos da satisfação dos usuários e a avaliação técnica no
decorrer do uso, sobretudo no que respeita aos aspectos de conforto ambiental
e funcionalidade. Por outro lado, a intensa terceirização de prestação de
serviços, bem como as crescentes exigências tecnológicas, têm demandado
estudos interdisciplinares que busquem a compreensão dos outros agentes
envolvidos no processo, além dos usuários.
No desenvolvimento de novas formas de gestão, ou ainda de novas
formas de relacionamento entre os seus diversos agentes, o objetivo principal
entre outros é de competir neste “novo” mercado.
Entendendo que esta realidade econômica começa a tornar-se
irreversível, a cadeia produtiva do setor, englobando desde o planejamento,
passando pelo projeto e pela produção, com todas as suas ligações
(fornecedores, clientes, projetistas, vendas, etc.), que participam da execução
do produto edifício, o que determina as suas características e qualidade,
também fazem parte desta nova realidade e como tal precisam evoluir para se
adaptar. Os projetos integrantes fundamentais da cadeia produtiva no setor da
construção
civil
participam
diretamente
dos
resultados
finais
dos
empreendimentos em dois aspectos: primeiro como instrumento de decisão
sobre as características geométricas, funcionais, econômicas, ambientais,
mercadológicas, etc., do produto edifício; segundo como ferramenta de auxílio
à produção, fornecendo subsídios ao seu desenvolvimento. Devido á
importância que o projeto representa na produção de edifícios, o estudo do
comportamento dos escritórios de projetos, bem como a identificação das
iniciativas que estão sendo implementadas para melhorar à qualidade dos
projetos em benefício da qualidade final dos escritórios que estão
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
19
desenvolvendo certificações e suas relações com a melhoria do processo de
elaboração de projeto”. (ALBUQUERQUE NETO e MELHADO, 1998b)
Segundo (DUARTE e SALGADO, 2002) “Desde que teve início a corrida
pela certificação da qualidade pelas construtoras brasileiras, muito se discutiu
acerca dos procedimentos de recebimentos de material, execução e controle
dos serviços nas obras. Entretanto, sabe-se que um dos principais culpados
pelas patologias nas construções é o projeto. Muitos são os fatores que
contribuem para essa distorção, o principal deles é o fato do projeto ser
desenvolvido sem levar em conta o processo construtivo. Como resultado
deste desencontro, verificam-se projetos que, não raros, omitem informações,
obrigando que alguns detalhes sejam resolvidos no canteiro. Diante disto, é
fundamental a discussão sobre o processo de projeto, suas etapas e
desenvolvimentos”.
Os times da qualidade são compostos por profissionais ligados a um
determinado processo da empresa. O principal objetivo dos times se refere à
análise crítica de um determinado processo, elaboração, documentação e
difusão de procedimentos. Preferencialmente, os procedimentos devem refletir
a cultura organizacional, a fim de possibilitar sua incorporação natural às
atividades da empresa. Por outro lado, o processo de elaboração deve facultar
a participação de todos os profissionais interessados, visto que a imposição
pode comprometer seu cumprimento em médio prazo. Deve-se permitir ainda a
atualização dos procedimentos sempre que necessário, possibilitando um
processo dinâmico e contínuo de melhoria. (GRILO et al., 2000)
No Desempenho das atividades de projeto, podemos afirmar que
surgem freqüentemente “zonas de incerteza” – técnicas, comerciais, humanas
e financeiras, solicitando o exercício da autonomia e estimulando a construção
de métodos e posturas para enfrentá-las, fazendo uso principalmente do
julgamento individual, com maior ou menor eficácia segundo o contexto. Tais
relações, longe de atingir naturalmente o equilíbrio de conjunto, tendem a
disputar entre si o maior engajamento dentro da inserção do indivíduo
(projetista) neste ou naquele sistema, face aos demais. Assim muitos
profissionais se encontrarão, ao mesmo tempo, mas com diferentes pesos ou
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
20
níveis de empenho, pressionados a se dedicarem às ações sindicais e de
defesa das atribuições e profissionais, à evolução das condições de produção e
de integração entre indivíduos no escritório e ao trabalho conjunto com
empreendedores, engenheiros, fornecedores e empreiteiros ligados a uma
determinada obra. Essa leitura do problema procura explicar a notória
dispersão de objetivos que se encontra no exercício da profissão pelos
indivíduos ou grupos. Não é, portanto de se estranhar que uma parte dos
projetistas, assim, se mantenha alheios a várias dessas pressões, acreditando
serem elas passageiras ou de menor relevância face ao seu “verdadeiro” papel
como profissionais. (MELHADO, 1994).
Assim sendo, perante este novo paradigma, o arquiteto surge como um
gestor que privilegia a cooperação multidisciplinar e a integração entre os
agentes. Esta coordenação de função gerencial é desempenhada no processo
de elaboração e compatibilização dos diversos projetos, com finalidade de
assegurar a qualidade durante o processo como um todo. Garante-se que as
soluções
adotadas
sejam
suficientemente
abrangentes,
integradas
e
detalhadas e que, após passada a fase projetual, a execução aconteça de
forma contínua, sem improvisos e interrupções.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
21
2.6 – RACIONALIZAÇÃO NA OBRA
O mercado construtor já percebeu que a busca de qualidade, a
racionalização e a conversão do processo de construir em uma linha de
montagem passam pela etapa de execução de projetos. No setor ainda não
tem uma visão global do processo e precisa lidar, também com a dificuldade
tecnológica dos fornecedores em atender às novas demandas do mercado.
A estratégia de implementação na qual se insere a ação, está
fundamentada no princípio de possibilitar a aplicação da tecnologia construtiva
racionalizadas como uma forma de impulsionar a melhoria contínua dos
recursos tecnológicos organizacionais empregados no processo construtivo
tradicional de produção de edifícios com vistas à sua máxima racionalização e
conseqüente evolução tecnológica e organizacional, ou seja, ao se aplicar uma
estratégia para a implementação de tecnologias construtivas racionalizadas no
processo construtivo de uma empresa construtora, espera-se obter uma
melhoria tecnológica nesse processo, suficiente para que o retorno obtido sirva
de motivação para que novas melhorias sejam implantadas e este processo
todo continuamente, procurando-se atingir sempre um patamar mais elevado
de racionalização do processo de produção. (BARROS, 1997)
A tecnologia construtiva racionalizada enfoca a importância significativa
do desenvolvimento de um trabalho sistemático para a construção, através da
aplicação de técnicas de engenharia para elaboração de metodologias,
procedimentos, manuais, desenhos, treinamento e ainda o desenvolvimento de
um
programa
de
racionalização
e
padronização.
Este
modelo
de
gerenciamento tem atividades respectivas que as compõem, como também as
sistemáticas adotadas para desenvolvimento das mesmas e ainda os
benefícios e resultados obtidos com a implementação e materialização desta
metodologia. São ainda destacados os reflexos da disponibilidade, qualidade e
adequabilidade dos equipamentos e serviços de manutenção, de forma a se
obter um estoque adequado e econômico, e que além de garantir a
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
22
continuidade operacional, será um agente otimizador da relação Qualidade X
Produtividade X Redução de custos nas áreas envolvidas.
Um papel importante da racionalização da construção onde (DUARTE e
SALGADO, 2002), “o projeto executivo pode ser um eficaz instrumento, capaz
de otimizar o uso dos materiais, levando em conta suas dimensões e evitando
assim desperdícios na hora de sua colocação e de orientar/ estudar as
melhores soluções de integração dos sistemas construtivos utilizados evitando
assim incompatibilidades entre os mesmos”.
Através do condicionamento dos processos de produção para encontrar
a qualidade na construção civil, técnicas são levadas em conta, tais como, as
que resultam numa melhoria no nível de perdas, através da racionalização no
padrão da manutenção de produção bem como na sistemática desses
processos. Tanto no campo de sua ação como na interação com outras áreas
que lhe são comuns.
A empresa deve estabelecer mecanismo de análise e monitoramento do
mercado, buscando identificar oportunidades e tendências, antecipando as
expectativas de seus potenciais clientes.
O estudo de viabilidade de um
empreendimento deve envolver diversos setores da empresa, avaliando-se a
decorrência das decisões na empresa como um todo. (OLIVEIRA, 2000)
Este contexto incorpora a racionalização construtiva permitindo reduzir
os desperdícios tais como, tempo, recursos humanos assim como sua
rotatividade, materiais como também os autos índices de retrabalhos.
Consegue-se também a racionalização tendo um melhor aproveitamento
dos recursos disponíveis como a qualidade na estrutura organizacional
envolvida, inovações tecnológicas e produtivas, e diversidades dos conceitos
relativos aos produtos e ao seu processo de finalização.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
23
2.7 – DIFERENCIAÇÃO DO PRODUTO FINAL
Atualmente o mundo está sendo atropelado por um dinamismo, por isso
a sobrevivência das empresas é constantemente ameaçada pela rápida
evolução social, tecnológica e mental. O até mesmo pelo lançamento das
concorrentes de produtos melhores e mais baratos por utilizar equipamentos
com mais eficiência, qualidade e tecnologia exigido pelo mercado.
A alta
administração da empresa tem que transformar esta constante ameaça em
uma oportunidade para o crescimento da qualidade e diferenciação de seus
produtos.
Segundo (SOUZA, 1997) “As soluções adotadas na etapa de projeto têm
amplas repercussões em todo o processo de construção e na qualidade do
produto final a ser entregue ao cliente. É na etapa de projeto que acontecem a
concepção e o desenvolvimento do produto, que devem ser baseados na
identificação das necessidades dos clientes em termos de desempenho custos
e das condições de exposição a que será submetido. A qualidade da solução
de projeto determinará a qualidade do produto e conseqüentemente,
condicionará o nível de satisfação dos usuários finais”.
Assim sendo, o cliente deixa de ser sujeito limitado à condição de
receptor passivo dos produtos da empresa, para ser um alvo importante como
meta para a organização em termos de sua satisfação. Esta satisfação é a
peça chave para a gestão da qualidade.
A aspiração dos clientes por moradias e escritórios diferenciados é
conseqüência dos novos padrões de vida resultante da crescente eficiência dos
processos produtivos, bem como dos fatores conjunturais em geral. Imóveis
competitivos
podem
diferir
em
qualidade,
mas
também
podem
ser
completamente iguais. Neste último, as técnicas de marketing é que são
decisivas para a vendabilidade. Com base nesse raciocínio, pode-se utilizar a
seguinte classificação das diferenças frente ao consumidor:
•
Diferenças demonstráveis - são diferenças óbvias que exige
pouco esforço do pessoal de marketing, ou diferenças que não
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
24
são entendidas ou conhecidas pelos clientes, mas que podem
ser demonstradas num esforço conjugado do pessoal de
marketing com o de tecnologia. Como exemplo, pode-se citar o
conforto térmico e acústico, a qualidade do acabamento, a
divisão interna dos ambientes ou a presenças de algumas
utilidades tais como garagem, piscina, quadra de esporte e
jardins, entre outros.
•
Diferenças não demonstráveis, mas aceitas na confiança –
embora os clientes não tenham como verificar a validade dos
dados
fornecidos
pela
propaganda
pode
aceitá-los
na
confiança depositada na empresa. No caso dos imóveis estas
diferenças costumam ser aquelas que são percebidas (muitas
vezes ao longo do prazo) com o uso: desempenho das
instalações prediais, qualidade da assistência técnica após a
venda, etc.
É importante observar que a diferenciação do produto é uma
diferenciação da qualidade, somente quando reflete a adequação ao cliente.
(ICHIHARA, 1998)
A qualidade do produto final além de uma estratégia de competição é
um sinal de fortalecimento e credibilidade da empresa, é também um indicador
dos movimentos competitivos dos concorrentes e sinalizador do mercado em
relação a diferenciação do produto. Essa diferenciação é a capacidade de
proporcionar ao comprador um valor extremamente acessível, e superior em
termos de qualidade do produto assim como a oferta de tipos e modelos,
particularidade especiais ou prestação de assistência.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
25
2.8 – QUALIDADE DE VIDA NO IMÓVEL PERÍODO PÓS - OCUPAÇÃO
A realização do cliente é o sentimento do indivíduo que resultam
comparações sobre o desempenho de um produto em relação as suas
expectativas almejadas. Assim sendo a partir do momento que estas
expectativas são reveladas e agregadas ao produto, a satisfação aumenta
consideravelmente. Na concepção de um novo empreendimento a maior
dificuldade encontrada pelas empresas do ramo da construção civil, é
identificar as necessidades, os anseios e as particularidades individuais dos
clientes finais.
Segundo
(SOUZA,
1997)
para
um
planejamento
racionalizado,
“identificação das necessidades do usuário, que permite uma caracterização
mais detalhada do cliente em termos do desempenho do produto final por ele
almejado, do prazo para entrega e do preço que tal cliente pode pagar pelo
produto, auxiliando as atividades de marketing da empresa; concepção e
projeto do empreendimento e das edificações baseados em parâmetros de
desempenho, que facilita o estudo e a eventual adoção de sistemas
construtivos inovadores para as diversas partes do edifício (estruturas,
vedações,
revestimentos,
instalações,
coberturas,
etc.),
e
garante-se
desempenho satisfatório e custos adequados; avaliação de componentes, que
fornece subsídios para a especificação e seleção alternativas entre novos
produtos e outras já existentes no mercado, auxiliando as atividades de
planejamento e suprimentos da empresa; e retroalimentação do ciclo da
qualidade da empresa por meio da avaliação pós-ocupação da obra, visando
verificar se o empreendimento e as edificações atende às exigências do cliente
em termos de qualidade do produto, preço e condições contratuais. Tal prática
pode permitir a adoção de novas posturas em futuros empreendimentos e o
aperfeiçoamento dos produtos a serem entregues”.
A satisfação do cliente e a adoção de políticas sistêmicas de qualidade
da cadeia produtiva protegem os direitos do consumidor de materiais de
construção e de unidades habitacionais, garantindo um maior grau de
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
26
confiabilidade destes produtos, podendo-se assim implementar políticas de
satisfação dos clientes atendendo de forma mais eficaz as expectativas e
delineando o programa de necessidades prioritário da população.
Hoje um produto de qualidade é aquele que, além de atender a todas as
necessidades
de
utilização,
apresenta
instruções
detalhadas
de
funcionamento, tem garantia de manutenção por algum período de tempo e
facilidade na assistência técnica em caso de reparos. Mais do que a qualidade
do produto, os clientes esperam a qualidade na prestação de serviço por parte
das empresas. (CONCEIÇÃO, 1998)
Os resultados da avaliação pós - ocupação são fundamentais e devem
ser utilizadas juntamente com a análise crítica do projeto do empreendimento
em questão, antes da liberação para a seqüência de produção. Esta análise
crítica enfoca e verifica a compatibilização entre os diversos projetos
envolvidos. Auxiliando no lançamento do produto futuro, acompanhando as
expectativas dos consumidores, as ondas mercadológicas e as tendências de
uso para só então arrecadar informações que auxiliam nas diretrizes de um
projeto e uma obra eficaz.
Capítulo 3 – Metodologia
27
3 - METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa será baseada em estudo de caso, onde em
um primeiro momento consiste na absorção e compreensão do assunto
proposto para esta especialização, cujo tema se refere a qualidade e
compatibilização de projetos.
A partir do tema definido, reúnem-se referências bibliográficas para o
embasamento teórico, tais como, conceituação e contextualização.
Logo, serão recolhidas informações referentes ao levantamento de
dados de três residências unifamiliares de alto padrão, através de um processo
de coletas de análise de informação (plantas, perspectivas e fotos, etc.),
provocando
a
retroalimentação
e
auxiliando
a
sistematização
dos
procedimentos de decisão, possibilitando o esclarecimento do objetivo deste
trabalho.
A partir desta definição obteremos diretrizes para a elaboração mais
completa do estudo referido, conforme ilustração 3.1.
Por fim teremos a análise comparatória que compreenderá a relação
existente na ausência ou não da qualidade e compatibilização dos projetos.
Sempre assessorada, definiu-se assim o projeto da monografia de
pesquisa da Especialização em Gestão da Construção Civil.
Ilustração 3.1 – Organograma
Capítulo 4 – Desenvolvimento do Trabalho
28
4 – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
4.1 - ORIGEM DA PESQUISA
Este trabalho enfoca a importância do planejamento de projetos para
execução de obras, integrado à programação e ao controle, como um sistema
indispensável para o objetivo final, ou seja, da obra executada dentro dos
parâmetros preestabelecidos de prazo, custo e qualidade, tanto de execução
quanto de funcionalidade.
Esta
pesquisa
realiza-se
no
Estado de Santa Catarina, mais
especificamente nas cidades do litoral tais como Florianópolis e Itapema.
Os projetos e as obras em execução a serem analisados estão dentro
da categoria de empreendimentos residenciais unifamiliar.
Fica claro que em um projeto de pleno desenvolvimento vertical ou
horizontal a compatibilização se facilita por seu desenvolvimento linear
classificando
conceitos
de
modulação
e
sistematização
nos
projetos
complementares. Neste caso comprovamos que tomando como referência para
nossa pesquisa é facilmente aplicável neste novo conceito em programas
residenciais, muitas vezes tratados aleatoriamente pela diversidade na sua
composição.
Ambas as obras (residências A, B e C), são de padrão classe média alta
possuindo um nível superior de detalhamento e acabamentos. Mesmo neste
padrão verifica-se falhas e erros quando não há planejamento e integração dos
profissionais envolvidos na área de projetos e da construção civil.
Os empreendimentos deste estudo de caso possuem um padrão
construtivo tradicional (alvenaria e concreto armado), onde a tecnologia
construtiva aplicada pode ou não estar presente, porém, não interferindo na
pesquisa a se demonstrar.
A coleta de dados dos projetos envolvidos exigiu estudo de caso em
nível exploratório, realizada na sua maior parte “in loco”, através de fotos,
investigando em escritórios e plantas.
Vale a pena ressaltar que o método da pesquisa decorreu da
consideração dos critérios e características anteriormente citadas.
Capítulo 4 – Desenvolvimento do Trabalho
29
Os estudos na obra têm por objetivo geral conscientizar das perdas de
materiais, contra fluxos nas etapas a serem executadas, desperdícios de tempo
e mão-de-obra, descredibilidade e desgaste do cliente com os profissionais
envolvidos, a ausência de qualidade e funcionalidade no produto final bem
como sua difícil manutenção. A partir das constatações, compreender a
importância do grau de envolvimento e de interdependência destas
desvantagens com o gerenciamento, compatibilização e detalhamento dos
projetos.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
30
4.2 – ESTUDO DE CASO
4.2.1 – ESTUDO DE CASO RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR “A”
4.2.1.1 – Características da Obra
A obra se localiza na cidade de Itapema/SC. A equipe técnica
responsável envolvida neste estudo de caso se divide em duas etapas. A
primeira com o projeto arquitetônico, projetos complementares e empreiteira. A
segunda etapa com alteração de projeto arquitetônico e direção de obra após
alteração. A equipe inicial manteve-se quase a mesma havendo substituição
somente do responsável pelo projeto arquitetônico.
A obra estudada está em um terreno de 450,00 m² possuindo três
pavimentos, sendo pavimento inferior com área de 218,64 m², pavimento térreo
com área de 237,81 m² e pavimento superior com área de 163,33 m². O
programa de necessidades é constituído por: hall, garagem, salas, cozinha,
despensa, área de serviço, suíte de serviço, lavabo, varanda, suíte máster com
closet e terraço, lavanderia, três suítes e deck com área total de 619,78 m².
Na primeira etapa os projetos foram realizados em um período de três
meses, com execução da obra de oito meses. O estágio da obra no decorrer
deste período era somente à parte das estruturas, cobertura e alvenaria
chapiscada.
No momento da segunda etapa, onde é realizada a alteração de projeto
e contratação de um novo arquiteto, levaram-se 15 dias para alteração do
mesmo e suas adaptações, o tempo restante para finalizar a execução se deu
em mais dez meses. A média em ambas as etapas eram de 10 funcionários por
dia no canteiro.
Devido
à
incompatibilidade
funcional
do
projeto
arquitetônico
inicialmente proposto, foi consumido o dobro do tempo que uma obra deste
porte levaria, em um custo final consideravelmente acrescido de 30% (Fonte:
planilhas orçamentárias desta obra).
O empreendimento de padrão “A” foi calculado com 1,30 CUB/m²,
valores estes não viabilizados no cronograma físico-financeiro.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
31
As adaptações funcionais do projeto arquitetônico e complementares
foram realizadas no acréscimo de um elevador, na alteração da circulação
vertical e na laje construída. Reconhecemos que uma obra muitas vezes pode
sofrer alterações devido ao conceito funcional exigido. Mas neste caso
detectamos que além deste problema, somava-se total falta de critérios entre
os projetos arquitetônicos e os complementares como será detalhado nas
ilustrações.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
Ilustração 4.1 – Planta baixa pavimento térreo
32
Capítulo 4 – Desenvolvimento
Ilustração 4.2 – Planta baixa pavimento superior
33
Capítulo 4 – Desenvolvimento
Ilustração 4.3 – Planta baixa pavimento inferior
34
Capítulo 4 – Desenvolvimento
35
4.2.1.2 – Descrição do Partido Arquitetônico
Em caráter excepcional combinamos em dar procedimento a esta obra,
como mostra na ilustração 4.4, já iniciada por outro profissional, com o cuidado
de garantir o desejo do proprietário. Sendo assim, não transcendendo
eticamente com os profissionais anteriormente envolvidos.
Tomou-se o cuidado de resolver problemas funcionais que vinham com
o andamento da obra, e ficarem mais transparentes. A atuação profissional na
obra tornou-se muito difícil, já que sistemas construtivos, conceitos modulares
e estruturas diferem de uma lógica entre a função espacial e a solução
proposta. O que levou muitas vezes a protagonizar soluções irreversíveis que
não são de uso habitual.
Pois se entende que arquitetura e obra devem em todo seu processo ter
competência e harmonia, não sendo apenas um problema de acabamento e ou
revestimentos como muitos ainda acreditam que seja.
Ocorreram divergências entre os autores dos projetos envolvidos, onde
cada um é responsável pelo seu projeto específico, resultando em uma série
de incompatibilidades e interferências entre projetos, mas que na maioria das
vezes não foi a mais adequada quando cruzou esta informação com as demais.
O problema existente e afetou o custo, o prazo e a qualidade do produto. A
incompatibilidade foi detectada durante o processo de produção, reduzindo a
eficiência, aumentando o custo das ações corretivas necessárias para
adequação da compatibilização.
Por todos os motivos, esta obra conta com excesso de improvisos
técnicos que levam a desafios para o seu correto funcionamento, entre outros
como instalação elétrica, instalação hidráulica, ar condicionado, e um uso
abusivo de forros de gesso para ocultá-los. Sendo que repercutiu no pé-direito
final não previsto no projeto arquitetônico. Todos estes fatores interferem
diretamente no cronograma físico financeiro e na qualidade final da obra
executada.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
Ilustração 4.4 – Vista da fachada em fase de obra
36
Capítulo 4 – Desenvolvimento
37
4.2.1.3 – Análise Crítica
Neste estudo de caso serão analisados e discutidos os pontos mais
relevantes de uma obra que interfere na qualidade e no resultado final, da
construção, indicados pelos exemplos das ilustrações que seguem.
Depois da alteração de projeto, deu-se o início a segunda etapa para a
execução, que seria de compatibilizar os projetos complementares antigos e os
serviços com a situação atual da obra.
Uma das soluções adotadas foi fazer uma lista de necessidades e
prioridades dos diversos pontos a serem excluídos, modificados e ou
acrescidos.
A antecipação de um projeto arquitetônico mau elaborado, assim como a
não compatibilização dos diversos projetos existentes e a falha na coordenação
e administração da obra, fez com que ocorressem o não cumprimento das
tarefas e as incapacidades produtivas.
Outro fator complicador foi a decorrência de negligência com os serviços
estruturais, tanto na fase de projeto quanto na execução. Dando a impressão
de que os projetos arquitetônicos e estruturais foram feitos para residências
diferentes.
Estes descasos com os projetos e sua compatibilização, assim como os
retrabalhos nos serviços na obra, aumentam consideravelmente os custos de
materiais e mão de obra, com seus respectivos encargos. Sobrecarregando o
custo final do edifício construído.
Outras questões adjacentes que induz a erros, a custos adicionais, a não
satisfação do usuário com o ambiente construído e a ineficiência na
coordenação de projetos é a minimização de problemas conceptivos funcionais
de um alto nível de detalhamento, tanto para os acabamentos quanto para as
soluções.
Destaca-se o descaso pela satisfação do cliente, pelo seu investimento,
pela qualidade de seu patrimônio, pelo seu sonho que está se concretizando e
principalmente por subestimar sua inteligência ou ser enganado, pelo simples
fato de serem leigos sobre estes assuntos técnicos relevantes. O nosso alvo
Capítulo 4 – Desenvolvimento
38
consumidor, o cliente, merece respeito e qualidade na prestação do serviço e
no resultado final da sua edificação.
Ilustração 4.5 – Vista da sala e varanda voltada para o campo de golf
Ilustração 4.6 – Vista da sala e suas estruturas
Capítulo 4 – Desenvolvimento
39
Ilustração 4.7 – Vista geral da sala de jantar, churrasqueira, cozinha e suas
estruturas
Observa-se nas ilustrações 4.5, 4.6 e 4.7, uma total aleatoriedade entre
pilares, vigas e direcionamento de lajes. O que sugere a necessidade de
colocar forros de gesso em uma ampla área na sala de estar para “esconder” a
desordem espacial.
A parte funcional da casa foi difícil de resolver, conseguiu-se apenas
amenizar os conflitos de fluxos na área social e circulações. Os pilares mal
posicionados implicaram na inadequada disposição dos móveis na sala de
estar, jantar e cozinha, assim como na ergonomia incorreta da churrasqueira e
fogão quando este se encontra a pouca distância de um outro encontro
estrutural.
Ilustração 4.8 – Vista de uma das suítes localizada no pavimento inferior
e suas estruturas
Capítulo 4 – Desenvolvimento
40
Observa-se e questiona-se como é mostrada na ilustração 4.8, o
direcionamento das lajes, colocando uma viga transversal em um dormitório
cortando radicalmente a limpeza espacial, sem prever pé direito suficiente
como também para permitir que um forro (gesso) neutralize a solução.
Ilustração 4.9 – Vista de uma das suítes localizada no pavimento inferior,
suas estruturas e modificações pós-reboco
Observa-se como a falta de compatibilização de projetos, ar condicionado,
água quente e água fria são falhas sem nenhum critério pré-estabelecidos.
Comprovando isto, visualizamos na ilustração 4.9, as paredes já com massa
corrida sendo quebradas.
Ilustração 4.10 – Vista de uma viga parcialmente modificada para
passagem de tubulações de água e esgoto entre suas ferragens
Capítulo 4 – Desenvolvimento
41
Ilustração 4.11 – Vista de um dos cantos da casa com mochetas
improvisadas para passagem de cabos elétricos e tubulação de esgoto
Por problemas de variabilidade projetual, os serviços internos de
acabamentos, reboco e outros serviços subseqüentes como passagem de
dutos, tubulações e fiações; mudança de pontos de água, esgoto e luz,
sofreram modificações, a maioria ”in loco”, resultando em soluções
emergenciais não adequadas ao padrão da casa. Vimos na ilustração 4.10 a
quebra de uma viga para passagem de tubulações deixando a ferragem
expostos. Como pode ser analisado na ilustração 4.11, mochetas não previstas
em certos locais reduzindo área interna e os ambientes.
Ilustração 4.12 – Vista do banheiro com mocheta superdimensionada
para passagem de tubulações de água e esgoto
Capítulo 4 – Desenvolvimento
42
Ilustração 4.13 – Vista da mocheta, reboco e recortes na parede feitos
posteriormente para ajustar a alteração de projeto
Nas ilustrações 4.12 e 4.13, problemas de forros e mochetas agravam-se
nos banheiros, dificultando a localização dos revestimentos (cerâmicos)
reduzindo consideravelmente o pé-direito, sendo que o forro de gesso aumenta
a
condensação
e
possíveis
remanescente ficou de 2,30m.
deformações
do
material.
O
pé-direito
Capítulo 4 – Desenvolvimento
43
Ilustração 4.14 – Vista de uma suíte rebocada com forro de gesso e seu
lugar para instalação de ar condicionado
Ilustração 4.15 – Vista da varanda com o deck do pavimento inferior e
suas estruturas agora rebocadas e pintadas
Na ilustração 4.14, foram detectados problemas entre o projeto estrutural
e os projetos de instalações. A incorreta disposição das vigas também
complicou o pé-direito da casa, já que tiveram que ser realizados rebaixos de
gessos para a passagem dos conduites para a instalação e saída do ar
condicionado.
Algumas tubulações estavam projetadas para terem passagem em locais
onde existiam elementos contínuos em concreto armado, mais especificamente
Capítulo 4 – Desenvolvimento
44
nas vigas, onde estas foram danificadas e comprometendo o desempenho do
edifício, como mostra a ilustração 4.15. As cimalhas nas portas-janela se
encontram com as vigas resultando em um resultado de difícil grosseiro
acabamento conforme ilustrações 4.16 e 4.17.
Ilustração 4.16 – Vista do deck para as portas-janela dos dormitórios
Ilustração 4.17 – Vista do detalhe da viga encontrando-se com a cimalha
da porta-janela do dormitório
Capítulo 4 – Desenvolvimento
45
4.2.2 – ESTUDO DE CASO RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR “B”
4.2.2.1 – Características da Obra
A obra se localiza na cidade de Florianópolis/SC. A equipe técnica
responsável e envolvida neste estudo de caso vem atuando junto ao mercado
há muitos anos, com experiência, entrosamento e qualidade, reduzindo o custo
benefício, ou seja, interagindo em prol de uma correta compatibilização.
A obra estudada está em um terreno de 510,00 m² possuindo dois
pavimentos, sendo pavimento térreo com área de 171,72 m² e pavimento
superior com área de 127,27 m². O programa de necessidades é constituído
por: hall, garagem, cozinha, área de serviço, suíte de serviço, salas,
churrasqueira, lavabo, suíte máster, estar íntimo, bwc social e duas suítes com
área total de 298,99 m².
O empreendimento de padrão “A” foi calculado com 1,35 CUB/m²,
valores estes viabilizados no cronograma físico-financeiro. Os projetos e sua
compatibilização foram realizados efetivamente no período de três meses, a
execução da obra se deu em oito meses com uma média de 12 funcionários
por dia no canteiro de obras.
A consolidação de um projeto arquitetônico foi diretamente ligada a uma
perfeita adaptação com os demais projetos. Por isso a importância de que o
projeto executivo seja exaustivamente estudado, onde todas as interferências
foram previstas e adequadamente solucionadas.
O projeto estrutural é provavelmente, aquele com maior potencial de
interferir e mudar uma concepção arquitetônica, como também nos demais
projetos, tais como hidráulico e elétrico. Sendo vital a integração entre o
calculista, o arquiteto e os demais envolvidos no processo, ocorrendo de forma
freqüente, até que todas as interferências sejam solucionadas. É importante
que toda a equipe já esteja formada e definida desde o estudo preliminar, para
que o gerente de projetos possa assessorar e ser assessorado desde o início
do processo.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
Ilustração 4.18 – Planta baixa pavimento térreo
46
Capítulo 4 – Desenvolvimento
Ilustração 4.19 – Planta baixa pavimento superior
47
Capítulo 4 – Desenvolvimento
48
4.2.2.2 – Descrição do Partido Arquitetônico
Em um sofisticado bairro de Florianópolis onde o uso de materiais
ultrapassa os próprios limites, chegando a propostas arrojadas e exuberantes.
Procuramos desenvolver um projeto no qual a simplicidade da forma e o uso
adequado dos materiais dão resposta ao programa funcional solicitado, porém
charmoso e requintado.
Sendo uma esquina e seguindo a legislação em vigor, procurou-se uma
proposta compacta no qual todas as dependências orientadas a norte, e ao
fundo um jardim interno mais íntimo vinculado à churrasqueira. Os espaços são
integrados entre si, unificados pelos materiais escolhidos. Apesar de ser uma
proposta compacta as três suítes que compões o setor íntimo são amplas e
confortáveis.
Para otimizar a integração espacial foi optado por um sistema estrutural
nos quais as vigas ficam absorvidas na espessura da laje sem necessidade de
forro de gesso ou repartimento para tubulações. Desta maneira as lajes
recebem um contrapiso de aproximadamente 25 cm de isopor que além de
absorver as alturas das vigas, garante um perfeito isolamento acústico, tanto
pela tubulação de esgoto quanto pelo impacto do uso.
Foi aproveitada ao máximo a capacidade de inércia térmica dos
materiais, como paredes duplas com câmaras de ar, esquadrias de PVC com
vidros duplos, cobertura devidamente isolada e ventilada, coletores de energia
solar para aquecimento de água, coleta e armazenamento de águas pluviais no
reservatório inferior para irrigação, oxigenada pela fonte decorativa instalada no
jardim.
Complementando a arquitetura, um paisagismo adequando com flora nativa
enriquece o visual.
A ilustração 4.20 mostra a residência pronta.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
Ilustração 4.20 – Vista geral da casa pronta
49
Capítulo 4 – Desenvolvimento
50
4.2.2.3 – Análise Crítica
A busca pela compatibilização e qualidade dos projetos para efetivamente
contribuir na execução das obras, vem para resgatar a harmonização das
informações e garantir um nível de detalhamento primoroso.
Tal postura minimizou problemas advindos de uma obra como fatores
surpresa, onde teriam que ser decididos imediatamente. Esta revisão em fase
de projeto se deve a perfeita integração das informações dos conceitos dos
vários projetos, inclusive dos específicos como, hidráulico, elétrico e estrutural.
Existem dois fatores importantes na compatibilização, o primeiro é sobre o
projeto arquitetônico concebido com uma consciência construtiva desde a sua
concepção. Neste caso o escritório responsável pelo projeto de arquitetura
como meta a ser alcançada, busca a qualidade arquitetônica e a racionalização
da materialização. O segundo fator é experiência e o bom andamento de fluxo
conjunto de trabalhos. No qual facilitou a qualidade desde seu início no projeto
até o final da execução, onde houve o entrosamento entre os profissionais
envolvidos diretamente no processo de produção, tanto os de escritório quanto
os de obra. Outro ponto vital foi o tempo necessário, neste caso para esta
residência unifamiliar, reservado para o desenvolvimento dos projetos. Não
sendo confeccionados os projetos finais de forma gradativa e durante a
execução da construção.
Além do processo de compatibilização ser uma premissa a ser alcançada
em todos os projetos, é obedecido uma certa metodologia para seu sucesso,
que podemos rapidamente citar:
No projeto arquitetônico tem-se focos como, conceitos de modulação,
padronização dos materiais escolhidos, racionalização das soluções estruturais
conforme modulação proposta no projeto e características funcionais claras.
Nos projetos complementares, obedeceu-se normas técnicas específicas, inter
relacionando
as
suas
interferências
entre
os
diferentes
projetos
complementares e a correspondente revisão do projeto arquitetônico. Na
execução, houve um processo de concientização da mão-de-obra contratada
para que todos os projetos fossem rigorosamente respeitados, onde as
Capítulo 4 – Desenvolvimento
51
possíveis alterações seriam comunicadas ao responsável técnico evitando
assim improvisações.
Partiu-se da idéia de que, como os projetos específicos são desenvolvidos
por profissionais e escritórios diferentes, então a comunicação foi intensa entre
si. O projeto arquitetônico passou a ser o elo com informações em comum para
os diferentes agentes envolvidos. Sendo que esta realização integrada desde
os primeiros traços e de forma consciente ocorrendo num curto espaço de
tempo. Onde a verificação dos problemas de incompatibilização foram
resolvidos nestas idas e vindas do trabalho de cada profissional e reuniões.
Confirmou-se também a constatação da qualidade de cada um dos
projetos, dos profissionais e conseqüentemente do conjunto.
A junção dos projetos para sua diretriz e formação final, torna-se um
harmônico estudo pronto para a execução, onde através das várias
sobreposições dos desenhos, simultaneamente se verifica os pontos de
conflito. Assim cada ponto específico é analisado e resolvido, partindo de cada
profissional e chegando a um consenso de grupo, qual projeto está em
situação mais adequada a ter alteração, se moldando ao conjunto novamente
mantendo a qualidade.
Mesmo que o projeto estudado e a obra executada correspondessem à
empresa com alto nível de preocupação com a qualidade e com que haja o
mínimo de imprevistos durante toda a concretização, falhas podem acontecer
por descuido. Surgindo um profissional responsável pela observação da
representação gráfica dos projetos, analisando a sobreposição e adequando a
leitura na obra de forma correta.
A racionalização na obra começa no planejamento dos projetos. Onde
MELHADO (1994) transcreve (apud FERREIRA 1993) que “... investir mais na
etapa de projeto pode reduzir em até 60% os custos de produção e em 40% o
tempo total até o lançamento...”.
Os clientes muitas vezes são considerados como excelentes quando são
exigentes e possuem opiniões estéticas próprias, porém com ressalvas de
serem abertos e flexíveis para considerar o ponto de vista técnico e conceitual
do profissional. Onde conscientes das suas próprias limitações nestes termos,
Capítulo 4 – Desenvolvimento
52
os clientes por sua vez optam por respeitar as opiniões e a integridade intelecta
dos engenheiros arquitetos.
Um
dos
motivos
pelos
insucessos
de
ordenar
e
controlar
a
compatibilização e a qualidade dos projetos reside na inviabilidade de certos
profissionais como designers e decoradores onde a adequação de suas
práticas não condizem com a elaboração conceitual e funcional dos projetos
arquitetônicos.
Ilustração 4.21 – Vista geral do terreno – esquina
Ilustração 4.22 – Vista lateral do terreno
Observa-se nas ilustrações 4.21 e 4.22, os terrenos planos bem
delimitados em área urbanizada com instalações de água e luz, facilitando a
acessibilidade e minimizando as instalações provisórias.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
53
Ilustração 4.23– Vista da obra em fase de concretagem
Ilustração 4.24 – Vista da obra em fase de desforma das estruturas e
fechamento com alvenaria
Ilustração 4.25 – Vista da casa na fase das primeiras de mãos de pintura
A organização de uma obra reflete na sua imagem todas as etapas de
obra, estando cercadas e limpas transmitindo uma imagem de caráter racional,
Capítulo 4 – Desenvolvimento
54
caráter este concebido na compatibilização dos projetos. Como mostra as
ilustrações 4.24, 4.25 e 4.26.
Ilustração 4.26 – Vista da churrasqueira e do pátio interno com a instalação da
fonte
Ilustração 4.27 – Vista da fonte
Como mostra a ilustração 4.26 e 4.27, foi projetada uma fonte decorativa
no jardim com a finalidade de oxigenar o reservatório de água pluviais, utilizada
para irrigação e lavações externas.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
55
Ilustração 4.28 – Vista do nicho feito para que a vegetação já existente no
terreno sobreviva
Como o nível do terreno foi alterado, a vegetação existente sofreria danos
por ser enterrada. Os nichos servem para proteger neste caso a mata nativa,
conforme mostra a ilustração 4.28.
Ilustração 4.29 – Vista da suíte superior com esquadria de PVC com vidros
duplos e persianas automáticas
Capítulo 4 – Desenvolvimento
56
Ilustração 4.30 – Vista da cozinha em fase de acabamentos e detalhes
Observa-se na ilustração 4.29 e 4.30 o reflexo da compatibilização em
espaços altamente limpos e funcionais, onde os acabamentos e detalhes se
destacam.
Ilustração 4.31 – Vista acima da laje do pavimento superior com barriletes,
registros e tubulações vindos da caixa d’água
No barrilete com a tubulação fica aparente com total acessibilidade ao
registro, ilustração 4.31.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
57
Ilustração 4.32 – Vista do quadro de distribuição localizada no pavimento
superior
Na ilustração 4.32, o quadro de distribuição de energia, última geração
com dijuntores DR, conforme norma técnica para aprimorar a segurança do
usuário.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
58
Ilustração 4.33 – Vista geral da casa
Ilustração 4.34– Vista da fachada lateral
Observa-se nas ilustrações 4.33 e 4.34 um equilíbrio arquitetônico e um
resultado da soma dos projetos compatibilizados com a obra bem orientada e
executada, sendo que uma correta avaliação implica em aprofundar a sua
essência conforme tudo descrito anteriormente.
Capítulo 4 – Desenvolvimento do Trabalho
59
4.2.3 – ESTUDO DE CASO RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR “C”
4.2.3.1 – Características da Obra
Ainda num passado muito recente nos deparamos com um mercado
sendo atendido por profissionais da área de projetos que pouco buscavam
vincular as necessidades de cada um dos seus serviços entre si, como
conseqüência víamos nascer em nossa frente mais de um edifício, no mesmo
empreendimento e espaço físico, um para cada responsável do seu específico
projeto.
A obra se localiza na cidade de Itapema/SC, a equipe técnica
responsável e envolvida neste estudo de caso mostrou harmonização nas
informações geradas contribuindo que a execução da obra fosse facilitada.
Houve perfeita integração entre os vários projetos tomando uma postura frente
à qualidade total.
A obra estudada está em um terreno de 506,70 m² possuindo três
pavimentos, sendo subsolo com área de 270,70 m², pavimento térreo com área
de 439,60 m² e pavimento superior com área de 234,09 m². O programa de
necessidades é constituído por: garagem, área de serviço, suíte de serviço,
hall, salas, churrasqueira, deck, piscina, cozinha, bwc social, suíte máster,
estar íntimo, e quatro suítes com área total de 944,39 m².
Um projeto de arquitetura possui um layout elaborado pelo autor do
mesmo, demonstrando indicadores e o modo de ocupação dos espaços
projetados,
fornecendo
diretrizes
aos
demais
projetos
otimizando
as
instalações. Onde como, por exemplo, as prumadas são vistas como
elementos de grande importância para todas as instalações, evitando-se assim
transtornos na execução, na manutenção ou em futuras ampliações do
sistema.
O empreendimento de padrão “A” foi calculado com 1,30 CUB/m²,
valores estes viabilizados no cronograma físico-financeiro. Os projetos e sua
compatibilização foram realizados efetivamente no período de quatro meses, a
execução da obra se deu em doze meses com uma média de 16 funcionários
por dia no canteiro.
Capítulo 4 – Desenvolvimento do Trabalho
Ilustração 4.35 – Planta baixa pavimento térreo
60
Capítulo 4 – Desenvolvimento do Trabalho
Ilustração 4.36 – Planta baixa pavimento superior
61
Capítulo 4 – Desenvolvimento do Trabalho
Ilustração 4.37 – Planta baixa pavimento subsolo
62
Capítulo 4 – Desenvolvimento do Trabalho
63
4.2.3.2 – Descrição do Partido Arquitetônico
Muitas vezes pela própria dimensão da obra seria bom concentrar e
capacitar no projeto arquitetônico a própria compatibilização, para não exceder
em custos profissionais, onde muitas vezes os clientes/ pessoa física não
compreenderiam. E geralmente as empresas geradoras de residências
unifamiliar são de pequeno porte sem estrutura própria, por este motivo, o
projeto arquitetônico e seus realizadores, quanto mais consciência tenham dos
efeitos da compatibilização de todos os projetos envolvidos, maior será a sua
eficiência e sua repercussão no mercado. Já que o projeto unifamiliar é um
setor de projetos da construção civil em crescimento, gera uma atividade
profissional altamente rendosa e muitas vezes subestimada por seu pequeno
volume de obra.
Procurando satisfazer o padrão de necessidades funcionais do cliente, e
implantando a residência em um terreno de singular beleza, tendo como
cenário vistas panorâmicas coincidindo com a orientação solar (norte) e os
ventos predominantes do verão (nordeste).
A casa implantada considera principalmente as condições naturais do
terreno. Tendo como lugar de encontro e lazer um amplo deck e piscina onde
se convergem todas as salas e dormitórios. Aproveitando a topografia, soma-se
um subsolo de acesso direto pela lateral para as acomodações de serviço e
garagem.
O acesso social da casa, assim como todas as áreas sociais, cozinha,
sala de jantar/ estar, deck e piscina, encontram-se no mesmo nível. No andar
superior encontra-se o setor íntimo da casa, composta por cinco suítes, e um
estar íntimo, conectando-se verticalmente como outros andares por um
elevador e uma escada, no qual explora vistas laterais ao campo de golfe.
A arquitetura dialoga entre volumetria e amplas varandas características
para uso de verão
Paredes duplas, cobertura com telhas cerâmicas, esquadrias com vidros
duplos garantem o seu conforto natural.
A ilustração 4.28 mostra a residência pronta.
Capítulo 4 – Desenvolvimento do Trabalho
Ilustração 4.38 – Vista da fachada frontal da casa
64
Capítulo 4 – Desenvolvimento
65
4.2.3.3 – Análise Crítica
A gestão do processo de projeto de edificações já é assunto de pesquisa
de um número crescente de pesquisadores nacionais e internacionais, tendo
crescido no âmbito nacional pela seqüência natural em que eram previstas as
melhorias no setor da construção quando começou a implantação dos
primeiros programas de gestão da qualidade dez anos atrás. Era indicado na
época que primeiro seria o processo de produção, logo suprimentos e depois o
projeto. Observa-se que isto está acontecendo pelo grande número de
empresas de construção envolvidas em programas de certificação da
qualidade, assim como pelo desenvolvimento de planos setoriais para
diferentes fabricantes de insumos da construção civil.
Enquanto isso o projeto passou a ser tratado apenas como um processo
com conteúdos técnicos para ser um processo com enorme potencial para a
melhoria dos empreendimentos por dois motivos: primeiro o da percepção de
que apenas melhorar os processos de execução e suprimentos não era
suficiente para garantir a qualidade e o bom desempenho da edificação, o
segundo é a tomada de consciência de que por meio do projeto os
empreendimentos podem ser melhores desenvolvidos devido à influência deste
processo no nível de recursos que serão necessários para a execução dos
empreendimentos como para agregar valor dos mesmos e garantir o
desempenho ao longo da sua vida útil.
Para
acompanhar
os
movimentos
do
mercado
e
dos
ideais
arquitetônicos, os vários escritórios da área de projetos e de construção de
edifícios, necessitam reestruturar sua forma de atuação, onde os serviços
muitas vezes se iniciam antes mesmo da elaboração do projeto propriamente
dito.
Os serviços dos escritórios não terminam na entrega de um jogo de
plantas,
mas
com
certeza
incluem
todo
um
conjunto
de
projetos
complementares, especificações, quantificações, consultorias, visitas técnicas,
coordenação e gerenciamento e formulação do cronograma físico-financeiro.
Sendo assim o escritório deve estar preparando para coordenar toda demanda
de serviços pertinentes ao processo construtivo, se comprometendo as
Capítulo 4 – Desenvolvimento
66
solicitações de caráter legal, formal ou conceitual, compatibilizando um
considerável número de informações.
A edificação como um produto final deve ser vista como um perfeito
resultado da integração de todos os agentes envolvidos.
A compatibilização deste empreendimento foi realizada conforme as
diretrizes utilizadas e já descritas na residência B.
Ilustração 4.39 – Croqui da casa – projeto em fase de estudo
Ilustração 4.40 – Croqui da casa
Os croquis dos ante-projetos mostradas nas ilustrações 4.39 e 4.40 já
mostram desde seu início um ordenamento característico de projetos bem
estudados o que obviamente facilitara etapas posteriores de desenvolvimento.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
67
Nesse contexto, as atividades de projetos de edificações devem ser objeto
de ações gerenciais que efetivamente garantam um nível esperado de
qualidade, como uma ação prévia ao seu desdobramento. Permitindo a
detectação de falhas potenciais ligadas à compatibilidade entre os distintos
projetos
de
uma
edificação,
sua
priorização
e
a
determinação
de
contramedidas a essas falhas, de forma a estabelecer diretrizes que deverão
ser incorporadas durante a elaboração dos distintos projetos.
Ilustração 4.41 – Vista geral da casa construida
Ilustração 4.42 – Vista da fachada posterior, hall de acesso e entrada principal
Na seqüência em complementação com os croquis anteriores, a obra
finalizada mostra as intenções iniciais e uma perfeita harmonia entre o projeto
arquitetônico e seus complementares, como mostra as ilustrações 4.41 e 4.42.
Onde na maioria das vezes a construção civil tem por característica a
terceirização do desenvolvimento dos projetos do produto. No entanto, esta
Capítulo 4 – Desenvolvimento
68
terceirização gera atrito entre projetistas, construtores e clientes, pois o grau de
subdivisão dos trabalhos pode ser comparado a uma delegação de
responsabilidades. É comum um único produto possuir vários projetistas
responsáveis pela confecção dos diferentes projetos que irão compor o produto
final da construção civil.
Ilustração 4.43 – Vista parcial da fachada frontal, deck e piscina
Ilustração 4.44 – Vista parcial da fachada lateral, e vista para o campo de golf
e para o mar
Capítulo 4 – Desenvolvimento
69
Nas Ilustrações 4.43 e 4.44, observa-se o valor estético nos pilares
estruturais contrastando com as vigas bem dimensionadas. Calhas coletoras
de água pluviais compõe um conjunto sem dutos verticais aparentes.
As definições arquitetônicas possibilitam uma orientação durante a fase de
desenvolvimento do projeto na busca de uma materialização com melhores
condições de conforto e energeticamente eficiente colaborando com a sua
sustentabilidade.
Ilustração 4.45 – Vista das varandas dos dormitórios superiores; deck e piscina
no pavimento térreo
Ilustração 4.46 – Vista do deck em balanço com peitoril de madeira
Observa-se um perfeito detalhamento e leveza no projeto do deck e seus
corrimãos, nas ilustrações 4.45 e 4.46. Demonstrando a importância de um
Capítulo 4 – Desenvolvimento
70
melhor desempenho nos componentes construtivos melhorando as condições
de funcionalidade e qualidade da edificação.
Ilustração 4.47 – Vista dos nichos reservados aos aparelhos de ar condicionad.
Na ilustração 4.47, observa-se um paisagismo integrado “escondendo”
sete volumosos evaporadores de ar condicionado colocadas em um espaço já
compatibilizado na arquitetura. Em uma edificação pensada, seus envolventes
necessitam de cuidados para que os ambientes internos sejam termicamente
confortáveis e energicamente econômico pela sua concepção arquitetônica e
não exclusivamente pelo uso de climatização mecânica.
Ilustração 4.48 – Vista interna pavimento térreo circulação de serviço, lavabo,
parte da sala e distribuição do ar condicionado
Capítulo 4 – Desenvolvimento
71
Ilustração 4.49 – Vista interna da sala, escada com pé-direito duplo
Ilustração 4.50 – Vista da circulação da suíte e saída de ar condicionado
Vistas internas também fazem parte da ordem geral da residência quando
as vigas estruturais ficam aparentes e tomam importância arquitetônica com
cores diferenciadas. Observam-se também grelhas de ar condicionado em
paredes apropriadas ficando o espaço das condensadoras em circulações ou
em áreas de serviço onde os forros rebaixados não causam maiores
inconvenientes, vistas nas ilustrações 4.48, 4.49 e 4.50.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
72
O projeto compatibilizado resgatou a melhoria da qualidade ambiental
interna dos espaços específicos, sendo necessário à atuação do projeto
arquitetônico e na escolha dos materiais e componentes construtivos que
devem ser adaptados ao clima local, ou seja, que possibilitem uma proteção
contra os efeitos prejudiciais do clima e aproveitem os benefícios dos mesmos.
Considerara as interferências térmicas que incidem nas edificações, provando
que um bom planejamento arquitetônico e construtivo reflete na economia de
gastos. Contudo, temos uma arquitetura que se preocupa, sem dúvida, em
estar mais perto de se identificar com a cultura local e com as pessoas que
dela vão fazer uso.
Capítulo 4 – Desenvolvimento
4.3 – ANÁLISE GRÁFICA DO ESTUDO DE CASO
Gráfico 4.3.1 – Gráfico de área das residências A, B e C
Gráfico 4.3.2 – Gráfico do tempo das residências A, B e C
73
Capítulo 4 – Desenvolvimento
Gráfico 4.3.3 – Gráfico do custo da obra das residências A, B e C
Gráfico 4.3.4 – Gráfico custo X tempo da residência A
74
Capítulo 5 – Conclusão
75
5 - CONCLUSÃO
Durante um longo período de tempo, pouco se pensou, discutiu, ou foi
alvo de crítica ou preocupação à forma, à função, ao entorno, à relação
ambiental, à relação social e aos sistemas construtivos com que se erguiam as
edificações. A partir dos anos 90 algumas construtoras começaram a se
interessar e a se envolver com a multidisciplinariedade com que os novos
tempos exigiam, apesar da arquitetura, ou melhor, seus idealizadores bem
antes desta década, baterem sempre na tecla de que projeto é essencial para o
bom resultado final. Motivando as empresas construtoras por um melhor
desempenho global, tanto técnico, qualitativo e financeiro, tendo uma visão que
só juntos alcançariam novas metas.
A medida em que o desenvolvimento do país passou a se intensificar
com o mercado financeiro, fortifica a competitividade na indústria.
Pela
aceleração
deste
desenvolvimento
e
situação
econômica
inflacionária nas últimas duas décadas, muitas vezes o fator tempo ganhava
espaço contrapondo a qualidade a ser alcançada. Onde a velocidade da
construção deveria vencer os índices inflacionários.
Com a estabilização da economia e com a entrada de capital investidor
a médio e longo prazo na indústria da construção, passou-se a exigir
parâmetros mais restritos sobre a qualidade. A construção integrou em seus
quadros de produção não só profissionais na área de engenharia, mas também
em administração, marketing, recursos humanos, direito e defesa do
consumidor entre outros. Acontecendo assim em vários ramos da indústria.
Desta maneira inicia-se a busca pelo diferencial do produto.
O motivo fundamental deste trabalho é reforçar um conceito onde nas
falhas e vícios se perde competitividade. Através da especialização na
compatibilização de projetos será atacado o problema na sua base, ou seja,
antes de começar a materialização.
A nova filosofia das empresas prestadoras de serviço na área da
construção abrange primordialmente o binômio qualidade economia do produto
a ser utilizado visando à satisfação do cliente.
Capítulo 5 – Conclusão
76
Estes vícios decorrentes como a falta de qualidade, má produtividade,
desperdício de materiais e tempo, prejuízos financeiros tornam-se recorrentes.
A partir dos estudos de caso ficou comprovado que um dos principais pontos
negativos é o setor de planejamentos e projetos. A tendência é resumir os
problemas destacando algumas sugestões como compatibilização, gerentes e
espaço centralizador dos projetos, para adequação do processo construtivo e
tecnológico, considerando o projeto como a integração dos seus componentes.
A arquitetura como idealizadora do projeto, compete a integração dos
diversos sistemas construtivos e do aproveitamento dos recursos tecnológicos.
Cada um destes recursos separadamente faz parte de um todo, não se extrai
recursos isoladamente. A arquitetura nasce de ideologias sustentáveis onde o
correto diálogo ocorre na linguagem entre as várias tecnologias. Onde o poder
de decisão do profissional conquista o mercado.
Os estudos de caso possibilitaram a análise das principais motivações,
expectativas e dificuldades encontradas no decorrer do processo de produção,
desde a concepção do projeto, impactos na cultura organizacional até a obra,
como produto final e resultados alcançados.
O que realmente se faz necessário na qualidade do projeto, foi o
ocorrido que capturamos como exemplo em determinados momentos nas
casas “B” e ”C”, é a viabilidade da geração de um conceito complementar
podendo ser um espaço centralizador. Um novo papel importante surge, o
agente coordenador, profissional “chave de projetos”. Este novo conceito tem
função de reunir e salientar pontos importantes que devem ser considerados
como a leitura simultânea dos projetos. No espaço centralizador os desenhos
são conferidos onde pequenos erros, falhas de representação, omissões e
incompatibilidade, anseios divergentes, são solucionados antes de chegar à
etapa de execução e em tempo hábil para o desenvolvimento e discriminações
técnicas e orçamentárias, programação e cronograma da obra e todos os
demais documentos descritivos, analíticos, legais, entre outros que envolvem o
projeto.
O diagnóstico principalmente a partir de algumas experiências ocorridas
na casa “A” permitiu apontar necessidades a serem supridas na fase do
Capítulo 5 – Conclusão
77
planejamento, bem como se fazendo realizar condicionantes a preservar,
potencialidades a explorar, filtrando claramente as deficiências resolvendo-as e
eliminando-as conforme necessário.
Propondo o envolvimento de cada gerente de projetos com a logística de
obras, à harmonização das informações, não tendo uma retroatividade do
projeto, mas sim uma real conclusão da obra, com todo detalhamento
necessário. Criando o espaço centralizador, lugar e momento físico e
ideológico que ressalta a relação do projeto centralizador de interfaces e
evoluções em cada uma das etapas, absorvendo interferências dos projetos
complementares. O gerente de projetos absorve todos os detalhes e
pormenores na obra que será executada. Desta maneira considerando o
grande número de profissionais envolvidos, se gerencia e evita a possibilidade
de conflito entre as partes.
A materialização do sistema capitalista passou a exigir da indústria como
um todo maior competitividade e eficiência para construir. Isto se refere não só
a qualidade total nos resultados, mas também na somatória dos processos de
produção.
Inserindo este processo de melhoria na construção de edificações, as
etapas de produção desde o projeto devem ter sua importância. Para este
reconhecimento ser efetivado, o conjunto dos projetos elaborados, por meio da
consideração de informações e indicadores que deve propiciar a satisfação de
necessidades do empreendimento e das edificações, como maior compreensão
das necessidades dos clientes, padronização das etapas de produção,
melhoria da qualidade do produto, redução do retrabalho com conseqüente
ganho de produtividade e vantagem competitiva.
Desafiando as etapas do processo de produção com soluções e
especificações técnicas que permitam a obtenção de melhores níveis de
produtividade nos processos e de qualidade dos produtos finais.
Cronogramas de projetos efetivos com espaço de tempo suficientemente
para as adequações pertinentes exige dos profissionais envolvidos uma
consciência de adaptação às normas estabelecidas que a qualidade está
diretamente relacionada com a capacitação técnica, mesmo que gerando um
Capítulo 6 – Referências Bibliográficas
79
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9000: Sistemas de
Gestão da Qualidade – fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2000.
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___ (b). ALBUQUERQUE NETO, Edson Toledo de; MELHADO, Sílvio B.
Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios. São Paulo, 1998.
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Aplicação ao Caso das Empresas de Arquitetura. USP, São Paulo. 1998.
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Projeto em Relação à Gestão da Qualidade. São Paulo. EPUSP, 1998.
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Racionalizadas no Processo de Produção de Edifícios – Proposição de um
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Serviços de Engenharia e Projetos e a Competitividade das Empresas de
Construção de Edifícios. São Paulo, 1998.
Capítulo 6 – Referências Bibliográficas
80
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Maria, RS, UFSM, 2002.
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Construção. São Paulo, 1998.
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MELHADO, S. B. Qualidade de Projetos de Edifícios: Uma Revisão Conceitual.
In Workshop sobre Qualidade de Projeto, São Paulo, POLI/USP, 1995.
Capítulo 6 – Referências Bibliográficas
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MELHADO, S. B. Qualidade do Projeto na Construção de Edifícios: Aplicação
ao Caso das Empresas de Incorporação e Construção. São Paulo, 1994.
MELHADO & VIOLANI. A Qualidade na Construção Civil e o Projeto de
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Produtividade e Eficiência na Construção Civil. Santa Catarina. UNISUL, 2003.
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PICCHI, F. A. Sistema de Qualidade: Uso em Empresas de Construção de
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REIS, P. F. Análise dos Impactos da Implementação de Sistemas de Gestão da
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ROCHA, Lima Jr. Qualidade na Construção Civil: Conceitos e Referenciais.
São Paulo. EPUSP, 1993.
Capítulo 6 – Referências Bibliográficas
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WOOD, Jr. T. Teoria Sistêmica Avançada e a terceira onda da Qualidade. São
Paulo, Revista Politécnica n° 211, 1993.
Capítulo 5 – Conclusão
78
custo inicial superior, Investimento este primordial e facilmente retornável na
sistemática da obra.
Capítulo 7 – Anexos
7 – ANEXOS
83
Capítulo 7 – Anexos
7.1 – ANEXO RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR “A”
Ilustração 7.51 – Planta baixa pavimento térreo
84
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.52 – Planta baixa pavimento superior
85
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.53 – Planta baixa pavimento inferior
86
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.54 – Planta baixa estrutura cobertura
87
Capítulo 7 – Anexos
88
Ilustração 7.55 – Planta de cobertura
Capítulo 7 – Anexos
89
Ilustração 7.56 – Cortes
Capítulo 7 – Anexos
90
Ilustração 7.57 – Fachadas
Capítulo 7 – Anexos
7.2 – ANEXO RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR “B”
Ilustração 7.58 – Planta baixa pavimento térreo luminotécnico
91
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.59 – Planta baixa pavimento superior luminotécnico
92
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.60 – Implantação/ cobertura
93
Capítulo 7 – Anexos
94
Ilustração 7.61 – Fachadas/ cortes
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.62 – Planta baixa estrutural – locação das sapatas
95
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.63 – Planta baixa estrutural forma pavimento térreo
96
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.64 – Planta baixa estrutural forma pavimento superior
97
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.65 – Planta baixa estrutural – cobertura
98
Capítulo 7 – Anexos
99
7.3 – ANEXO RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR “C”
Ilustração 7.66 – Situação
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.67 – Planta baixa cobertura
100
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.68 – Planta baixa pavimento térreo – luminotécnico
101
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.69 – Planta baixa pavimento superior – luminotécnico
102
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.70 – Planta baixa subsolo – luminotécnico
103
Capítulo 7 – Anexos
104
Ilustração 7.71 – Cortes
Capítulo 7 – Anexos
105
Ilustração 7.72 – Fachadas
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.73 – Planta baixa estrutural – locação das sapatas
106
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.74 – Planta baixa estrutural – forma pavimento térreo
107
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.75– Planta baixa estrutural – forma pavimento superior
108
Capítulo 7 – Anexos
Ilustração 7.76 – Planta baixa estrutural – cobertura
109

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