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Sábado, 15 novembro
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Título
MASSA DA CABEÇA DO PÂNCREAS: NEM TUDO É O QUE PARECE
Autor
Vaz AM(1); Eusébio M(1); Antunes A(1); Queirós P(1); Cadillá A(2); Sousa D(1); Ornelas
R(1); Guerreiro H(1)
Resumo
Apresenta-se o caso de uma mulher de 64 anos, internada por dor epigástrica, icterícia
obstrutiva e astenia com 15 dias de evolução e emagrecimento nos dois meses prévios.
Negava doenças anteriores ou consumo de álcool. Na avaliação inicial, salientava-se
icterícia e desconforto à palpação dos quadrantes superiores do abdómen, com elevação
das transaminases (AST 642mg/dL ALT 903mg/dL), bilirrubina total de 7,77mg/dL
(B.directa 6,21mg/dL). Ecograficamente havia dilatação das vias biliares intrahepáticas e
da VBP, com afilamento ao nível da cabeça do pâncreas, onde se via lesão ocupando
espaço de 55x36 mm, achados confirmados por TC. Foi efectuada CPRE que objectivou
estenose regular do 1/3 inferior intrapancreático da VBP com dilatação a montante tendose colocado prótese biliar plástica. A ecoendoscopia mostrou massa heterogénea da
cabeça do pâncreas cuja punção aspirativa revelou aspectos sugestivos de pancreatite
crónica mas levantava dúvidas acerca da presença de células de carcinoma endócrino.
Perante a indefinição diagnóstica, realizou-se uma duodenopancreatectomia cefálica, cuja
histologia da peça operatória revelou um padrão de pancreatite linfoplasmocítica
esclerosante. Tendo em conta o diagnóstico histológico, pediu-se doseamento de
imunoglobulinas, sendo o valor de IgG4 12,2 g/L (normal 0,8-1,4g/L). Os auto-anticorpos
foram negativos. Este caso é típico de uma pancreatite auto-imune e ilustra bem como o
diagnóstico diferencial com neoplasia do pâncreas pode ser um desafio, sobretudo
quando a apresentação clínica e imagiológica são sobreponíveis. O alerta para esta
situação e a optimização dos métodos de diagnóstico poderia evitar ressecções
pancreáticas inúteis com risco de morbi-mortalidade significativas numa patologia benigna
tratável de forma não invasiva.
Local de trabalho
(1)Serviço de Gastrenterologia, Centro Hospitalar do Algarve (2)Serviço de Anatomia
Patológica, Centro Hospitalar do Algarve
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Título
ROTURA DE VARIZES ESOFÁGICAS SECUNDÁRIA A ENFARTE AGUDO DO
MIOCÁRDIO
Autor
Pinho J., Martins D., Sousa P., Cancela E., Araújo R., Castanheira A., Ministro P., Silva A.
Resumo
A hemorragia digestiva secundária a rotura de varizes esofágicas é uma causa importante
de mortalidade nos doentes cirróticos, sendo consequência do aparecimento de
hipertensão portal. Os autores descrevem o caso de um homem de 59 anos, com
antecedentes de doença hepática crónica alcoólica, que recorreu ao serviço de urgência
por quadro de melenas. Ao exame objetivo, apresentava-se hipotenso e bradicárdico. O
ECG revelou ritmo juncional, com frequência cardíaca de 40 bpm. Analiticamente
apresentava Hg 11.5 g/dL, troponina I 46 ng/ml e mioglobina 396.7 ng/ml. Realizou
endoscopia digestiva alta que revelou varizes esofágicas grandes com trombo plaquetar.
Efetuada laqueação com elásticos, incluindo o ponto de rotura. Realizou-se
ecocardiograma que mostrou acinesia da parede livre do ventrículo direito, com função
sistólica muito deprimida. Admitido na UCIP por choque cardiogénico condicionado por
enfarte do ventrículo direito com rotura secundária de varizes esofágicas. Inicialmente, o
doente apresentou boa evolução clínica, com recuperação parcial da função do ventrículo
direito, mas a partir do 8º dia de internamento apresentou episódios recorrentes de
hematemeses por escara de varizes esofágicas, tendo sido aplicado inicialmente
histoacryl e posteriormente colocada sonda de Sengstaken-Blakemore, sem resolução do
quadro, tendo o doente vindo a falecer. Relata-se este caso pela etiologia pouco comum
com o enfarte do ventrículo direito como entidade primária na origem da rotura de varizes
esofágicas. Habitualmente, o enfarte do miocárdio surge como consequência e não como
origem da hemorragia digestiva, sendo de considerar este diagnóstico entre as causas de
hipertensão portal que condicionam rotura varicosa.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Tondela/Viseu
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Título
Doença de Crohn - difuldades no diagnóstico e boa resposta à terapêutica
Autor
Rodrigo Liberal, Vera Costa Santos, Filipa Àvila, Paulo Massinha, Ana Catarina Rego,
Nuno Nunes, Renato Pereira, Nuno Paz, Maria Antónia Duarte
Resumo
Doente do sexo masculino de 49 anos, sem história médica relevante, excepto hábitos
tabágicos até 3 meses antes da admissão, altura em que inicia emagrecimento
progressivo. Admitido por quadro com 2 semanas de evolução de dor abdominal, 2-3
dejeções diarreicas dia, febre intermitente e perda ponderal (15% do peso corporal). AO
exame objectivo, apresentava-se emagrecido, com palidez da pele e mucosas.
Laboratorialmente, destaca-se anemia, leucocitose e trombocitose; VS e PCR elevadas;
hipoalbuminemia e hipoproteinemia severas. Efetuou colonoscopia com progressão até
ao cólon descendente que mostrou úlceras em toda a extensão observada, algumas
profundas atingindo a camada muscular, de bordos elevados com aspecto em vulcão.
Não foi possível progredir além dos 50 cm por sub-estenose em área de exuberante
ulceração. Entero-TC mostrou espessamento parietal difuso do cólon, mais evidente a
nível da sigmóide; ileon terminal mostrava apresentava um espessamento parietal de 6
mm numa extensão de 30 mm. Endoscopia digestiva alta foi normal. Exames cultural e
parasitológico de fezes foram negativos. As biópsias do cólon sigmóide e descendente
mostraram alterações compatíveis com doença de Crohn. Perante o diagnóstico de
doença de Crohn ielocólica (A3L3B1), o doente foi medicado com prednisolona e
azatioprina. Verificou-se boa evolução, com remissão clínica à data da alta (índice de
Harvey-Bradshaw de 2). Repetiu colonoscopia, conseguindo-se progressão até ao ileon
terminal sem dificuldade, que mostrou ileon com mucosa edemaciada e ulcerações, bem
como múltiplas úlceras em fase de cicatrização nos restantes segmentos. Com a
apresentação deste caso, os autores pretendem lembrar as dificuldades no diagnóstico
inicial da doença de Crohn e discutir o seu diagnóstico diferencial.
Local de trabalho
Hospital do Divino Espírito Santo
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Título
NECROSE ESOFÁGICA AGUDA: NOVA ETIOLOGIA?
Autor
Massinha P., Liberal R., Ávila F., Costa Santos V., Rego A.C., Nunes N., Pereira J.R., Paz
N., Duarte M.A..
Resumo
A necrose esofágica aguda ou esófago negro é uma entidade endoscópica rara. Embora
a sua fisiopatologia ainda não esteja bem definida, parece associar-se a isquémia, o que
se evidencia pelo maior compromisso distal, onde o esófago é menos vascularizado. A
maioria dos casos descritos estão associados a situações graves, como o choque séptico,
a cetoacidose diabética, a hipotermia grave, entre outros. Os autores descrevem o caso
de uma doente, de 64 anos de idade, com antecedentes de diabetes mellitus, obesidade,
doença coronária, HTA e osteoporose, medicada com ácido ibandrónico, mensalmente,
desde há dois meses. A doente recorre ao serviço de urgência com um quadro de dor
retroesternal intensa acompanhada de odinofagia e disfagia para sólidos. Tinha feito a
última toma de ácido ibandrónico no dia anterior. Após exclusão de isquémia aguda do
miocárdio, realizou uma endoscopia digestiva alta que revelou mucosa esofágica de cor
negra recoberta de exsudado amarelado, alterações estas compatíveis com esófago
negro. As biópsias confirmaram o diagnóstico de necrose esofágica aguda. Foi instituída
pausa alimentar e terapêutica com pantoprazol endovenoso 80 mg por dia, com evolução
clínica favorável. A reavaliação endoscópica realizada duas semanas após este episódio,
mostrou resolução completa das lesões esofágicas. Na revisão da literatura realizada, não
foram identificados casos de esófago negro associado à toma de bifosfonatos.
Local de trabalho
Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada E.P.E.
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Título
DIARREIA CRÓNICA, UM CORPO ESTRANHO E UM TUMOR - O CONTRIBUTO DA
ULTRASSONOGRAFIA CLÍNICA
Autor
Leitão C., Ribeiro H., Pinto J., Vieira A., Caldeira A., Pereira E., Melo G., Banhudo A.
Resumo
Caso Clínico: Homem, 82 anos, com antecedentes de hipotiroidismo e hipertensão
essencial. Seguido em consulta por diarreia com 3 meses de evolução acompanhada de
anorexia e perda ponderal. objectivamente apresentava abdómen mole, depressível e
palpava-se um empastamento infra-umbilical. Analiticamente destacava-se anemia
ferropénica. A colonoscopia total não evidenciou alterações. Na ecografia, observou-se
uma área hipoecogénica com características sólidas, a nível de uma ansa intestinal infraumbilical e espessamento da submucosa do íleon distal com evidência de acentuada
vascularização, edema da gordura mesentérica e discreta lâmina de líquido peritoneal.
Solicitou-se entero-TC que confirmou o espessamento parietal de ansa intestinal,
adenopatias e densificação da gordura circundante, bem como, uma imagem de
densidade elevada (metálica) compatível com corpo estranho, uma anilha de abertura de
lata de bebida! As alterações levantavam a suspeita de lesão orgânica do delgado que
teria originado a retenção do corpo estranho. O doente foi submetido a laparotomia
exploradora, identificando-se o corpo estranho intra-luminal e realizando-se enterectomia.
A histologia revelou tumor neuro-endócrino bem diferenciado do íleon. Boa evolução
clínica após cirurgia. Discussão: O diagnóstico dos tumores do intestino delgado é
habitualmente difícil e tardio quer pela sua raridade, quer pela sintomatologia inespecífica
bem como pela dificuldade de abordagem deste segmento digestivo. A ultrassonografia
abdominal pode ser importante na identificação de alterações da parede do intestino
delgado, nomeadamente espessamentos que possam traduzir patologia tumoral. Os
autores apresentam este caso curioso não só pela raridade desta entidade como pelo
contributo fulcral da ultrassonografia clinica na escalada diagnóstica que conduziu à
identificação da lesão.
Local de trabalho
Serviço de Gastrenterologia da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco
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Título
NECROSE AGUDA DO ESÓFAGO E CEGO
Autor
Leitão C, Ribeiro H, Pinto J, Santos A, Caldeira A, Pereira E, Sousa A, Tristan J, Bnahudo
A
Resumo
Caso Clínico: Mulher, 81 anos, que recorreu ao serviço de urgência por hematemeses
com 2 dias de evolução. Antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, aneurisma da
aorta torácica e neoplasia do cólon sigmóide operada. Medicada com AINE´s e antiagregante plaquetar. Negou ingestão de cáusticos ou bebidas alcoólicas. Apresentava-se
hipertensa e com abdómen doloroso no epigastro. Analiticamente destacava-se anemia
ligeira, hiponatremia e insuficiência renal aguda. A endoscopia digestiva alta evidenciou
mucosa de coloração difusamente acastanhada, não destacável com água desde os 25
cm da arcada dentária, observando-se transição abrupta para mucosa de aspecto normal
ao nível da junção esófago-gástrica, achados compatíveis com necrose esofágica aguda.
Ocorreu evolução clínica, analítica e endoscópica favorável nos primeiros dias. Ao 6º dia,
iniciou febre e dor severa na fossa ilíaca direita. Apresentava-se taquicárdica, hipotensa e
com abdómen distendido e doloroso. Analiticamente elevação dos parâmetros
inflamatórios e agravamento da função renal. A TC abdominal mostrou marcado
espessamento do cólon ascendente e cego. Realizou colonoscopia que mostrou 2/3 da
mucosa do cego ulcerada, de aspecto “negro”, aspectos sugestivos de necrose aguda do
cego. A doente evidenciou simultaneamente descompensação da insuficiência cardíaca
congestiva. Pelo elevado risco cirúrgico, optou-se por tratamento conservador com
melhoria clínica após 3 semanas. Discussão: A necrose esofágica aguda é uma entidade
rara, de etiologia não completamente esclarecida, que constitui uma causa invulgar de
hemorragia digestiva alta. Os autores descrevem o primeiro caso de esófago negro
associado a isquémia aguda do cego, numa doente idosa, com múltiplas comorbilidades e
cuja abordagem diagnóstica e terapêutica constituiu um desafio.
Local de trabalho
Serviço de Gastrenterologia da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco
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Título
FÍGADO METASTÁTICO OU TUMOR PRIMITIVO? – A PROPÓSITO DE UM CASO
CLÍNICO
Autor
Martins C., Ribeiro S., Trabulo D., Teixeira C., Gamito E., Cremers I., Oliveira A.P.
Resumo
O diagnóstico diferencial dos nódulos hepáticos representam um desafio para o
gastroenterologista. O hepatocarcinoma é o 6º cancro mais comum representando 7% de
todas as neoplasias malignas. O diagnóstico deverá ser basear-se em critérios não
invasivos, reservando-se a biópsia para os casos em que a imagiologia é inconclusiva.
Os autores apresentam o caso de um homem de 76 anos, leucodérmico, admitido por
quadro com 5 meses de evolução de icterícia colestática indolor. Dos antecedentes
pessoais destacavam-se hábitos etílicos marcados no passado e dos antecedentes
familiares apurou-se história de cancro coloretal no pai e doença linfoproliferativa na mãe.
Ao exame objetivo realçava-se caquexia marcada, icterícia da pele e mucosas com lesões
de coceira e hepatomegalia indolor. Analiticamente constatava-se anemia normocítica e
normocrómica, hiperbilirrubinemia conjugada, AST 259 U/L, ALT 236 U/L e FA 1039 U/L.
A ecografia abdominal mostrou múltiplos nódulos hepáticos hipoecogénicos sugestivas de
secundarismo. Do estudo mobilizado para investigação do tumor primitivo destacava-se:
PSA 3.81 ng/mL; alfa-fetoproteína 13 ng/mL; serologias negativas para VHC e VIH e
compatíveis com infeção passada a VHB; ecografia prostática, EDA e colonoscopia total
sem alterações relevantes; TC toracoabdominopélvica com lesões ósseas líticas costais e
dorsolombares e múltiplos nódulos hepáticos hipodensos sem captação de contraste
sugestivos de metástases; RM abdominal com múltiplas lesões hepáticas hipovasculares.
O diagnóstico definitivo foi obtido após biópsia hepática percutânea que evidenciou
aspetos compatíveis com Hepatocarcinoma.
Destaca-se o presente caso pela singularidade do mesmo e atipia da iconografia
imagiológica reflectindo-se ainda sobre a sensibilidade da alfa-fetoproteína no diagnóstico
do CHC.
Local de trabalho
Hospital de Setúbal
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Título
ANGIOLIPOMA GÁSTRICO – UMA CAUSA RARA DE HEMORRAGIA
GASTROINTESTINAL
Autor
Martins D., Pinho J., Sousa P., Araújo R., Cancela E., Castanheira A., Ministro P., Silva A.
Resumo
Os autores relatam o caso de mulher, 87 anos, com antecedentes de hipertensão e
demência, medicada com anti-agregante sem protetor gástrico associado, que recorreu
ao Serviço de Urgência por história de melenas e desconforto abdominal. Objetivamente
com estabilidade hemodinâmica mantida, abdómen sem defesa, toque retal sem lesões,
dedo de luva com fezes castanhas. Análises com anemia microcítica grave (hemoglobina
4.2 g/dL). Submetida a suporte transfusional. A doente foi internada para estabilização e
estudo adicional. Efetuou Endoscopia Digestiva Alta que mostrou pólipo semipediculado
volumoso (25 mm), na face posterior do antro proximal. Efetuada polipectomia.
Colonoscopia com pólipos milimétricos do cólon ascendente. Histologicamente o pólipo
gástrico tratava-se de angiolipoma submucoso. A doente apresentou melhoria marcada
da anemia após a polipectomia, sem recorrência de perdas hemáticas. Os angiolipomas
são tumores benignos da submucosa. Raramente acometem o tubo digestivo, existindo
apenas 3 casos descritos de angiolipomas gástricos. Quando sintomáticos associam-se a
hemorragia gastrointestinal ou sintomas obstrutivos. Relata-se o caso por se tratar de
hemorragia digestiva com origem em pólipo gástrico subepitelial, de subtipo histológico
extremamente raro; salientando a iconografia endoscópica e histológica exuberante.
Local de trabalho
Centro Hospitalar de Viseu
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Título
MELANOMA ANORRETAL PRIMÁRIO – UM CASO RARO
Autor
Martins D., Sousa P., Pinho J., Araújo R., Cancela E., Castanheira A., Ministro P., Silva A.
Resumo
Os autores relatam o caso de homem, 71 anos, com antecedentes de hernioplastia
inguinal e depressão, com recurso às urgências por queixas de obstipação, retorragias
esporádicas, sensação de falsas vontades e sensação de peso a nível do ânus com cinco
meses de evolução. Negada perda ponderal, anorexia ou astenia. Toque retal com massa
endoluminal irregular. Análises sem alterações relevantes. Videocolonoscopia total
revelou lesão vegetante, de bordos irregulares, ocupando metade da circunferência
luminal, extendendo-se desde o canal anal até aos 10 centímetros da margem anal,
efetuadas biópsias. Solicitada ecoendoscopia retal que mostrou lesão determinando
espessamento retal, perda de diferenciação de todas as camadas da parede, extendendose à gordura peri-retal, sem plano de clivagem com a próstata e adenopatias peri-retais.
Tomografia toracoabdominopelvica com adenopatias peri-retais, espessamento da parede
do reto baixo, densificação da gordura peri-retal; sem outras lesões. Exame histológico e
imunocitoquímico compatível com melanoma maligno. Doente orientado para terapêutica
em hospital de referência. O melanoma anorretal primário é uma lesão rara (cerca de 1%
das neoplasias anorretais) e muito agressiva. Geralmente acomete indivíduos na quinta
ou sexta década de vida, maioritariamente mulheres. Retorragias e alteração do trânsito
intestinal são os sinais mais comuns. O prognóstico é reservado, com sobrevida média de
24 meses e morte relacionada com a metastização extensa. Não existe consenso acerca
da abordagem cirúrgica mais indicada, variando desde resseção abdominoperineal a
resseção local com ou sem radioterapia adjuvante. Apresenta-se o caso por se tratar de
uma neoplasia anorretal extremamente rara. Realça-se a iconografia recolhida.
Local de trabalho
Centro Hospitalar de Viseu
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Título
APENDICITE DIAGNOSTICADA POR COLONOSCOPIA
Autor
Silva Fernandes J., Ramos R. , Fernandes D., Duarte P. , Vicente C. , Casteleiro Alves C.
Resumo
Caso de uma mulher de 52 anos enviada à nossa Unidade de Endoscopia através do
internamento de Cirurgia, por quadro de dor abdominal e obstipação com cerca de 1 mês
de evolução. O exame físico era normal à excepção de uma ligeira dor à palpação
profunda da fossa ilíaca direita. O estudo analítico revelava uma ligeira leucocitose (14,3)
com predomínio de neutrófilos (80%). A PCR era de 4. Sem outras alterações analíticas
de registo. Realizou numa primeira fase endoscopia digestiva alta que mostrou uma
ligeira gastrite antral. Num segundo momento realizou colonoscopia sob uma péssima
preparação, com fezes formadas em vários segmentos do cólon. Ainda assim a
colonoscopia foi total e evidenciou um orifício do apêndice ileocecal proeminente,
congestivo e com drenagem purulenta, sugestivo de apendicite. A doente acabou por ser
submetida a apendicectomia por via laparoscopica. O resultado anatomo-patologico foi
compatível com apendicite aguda.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Cova da Beira
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Título
NAS TREVAS DO DIAGNOSTICO
Autor
Silva Fernandes J., Ramos R. , Vicente C., Pastor G., Casteleiro Alves C.
Resumo
Apresentamos o caso de um doente de 58 anos, com antecedente pessoal de discrasia
hemorrágica por défice de factor X, que recorre ao SU em Setembro de 2012 com um
quadro de melenas. O estudo analítico mostrou um valor de Hb de 7.4 g/dL. A Endoscopia
Digestiva Alta (EDA) revelou uma lesão polipoide a nível da papila de Vater com vestigios
de sangue. A biopsia mostrou tratar-se de um adenoma viloso com displasia de baixo
grau pelo que se procedeu à excisão da mesma por via endoscópica. Volvidos 6 meses
regressa com novo quadro de melenas. Uma nova EDA e respectivas biopsias
documentam lesão adenomatosa residual pelo que se voltou a excisar. Não obstante,
sensivelmente um ano depois, um novo quadro de melenas motiva uma nova vinda ao
SU. O estudo revelou uma Hb de 8 g/dL e uma nova EDA apenas mostrou uma papila
eritematosa. Optou-se por realizar colonoscopia que não revelou lesões, mas evidenciou
saída de sangue pela válvula ileocecal. Foi realizada vídeocápsula endoscópica sendo
que no jejuno proximal se observou uma lesão ulcerada, circular, que ocupava 1/3 da
circunferência, compatível com neoformação. Procedeu-se à excisão da lesão por
laparotomia cuja análise histológica evidenciou um adenocarcinoma moderadamente
diferenciado do intestino delgado, estadio pT3N0R0. Nem sempre o mais óbvio responde
a todos os mistérios na busca do diagnóstico.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Cova da Beira – Covilhã
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Sábado, 15 novembro
Título
TUMOR GIGANTE
Autor
Silva Fernandes J., Ramos R. , Fernandes D., Duarte P. , Vicente C. , Silveira A.,
Casteleiro Alves C.
Resumo
Os sarcomas retroperitoneais são tumores raros, com incidência a rondar os 2,5
casos/milhão de habitantes. Dentro destes, os liposarcomas representam cerca de 20%
dos casos. Habitualmente são de crescimento lento, oligosintomáticos, atingindo grandes
proporções aquando do diagnóstico. Por isto, e pela relação com estruturas vitais
albergadas no espaço retroperitoneal, representam um desafio na abordagem terapêutica
dos mesmos. Apresentamos um caso de um homem de 69 anos de idade, com hábitos
alcoólicos/ tabágicos marcados que recorre ao SU por aumento progressivo do perímetro
abdominal desde há 1 ano, com perda ponderal de 12 Kg durante esse período.
Apresentava um abdómen globoso com uma volumosa massa que ocupava os
quadrantes direitos. Fez ecografia abdominal que não foi esclarecedora e por isso
realizou TC abdominal que revelou massa heterogénea com dimensões de 24x18x21 cm,
que ocupava a quase totalidade da cavidade abdominal, com predomínio direito,
condicionando desvio das estruturas abdominais. A RMN relatou bons planos de clivagem
com as estruturas adjacentes e a aparente localização retroperitoneal da lesão. O estudo
complementar não evidenciou existência de lesões secundárias. Foi submetido a cirurgia
para exérese do tumor retroperitoneal e apendicectomia complementar por adesão dessa
mesma estrutura. A peça principal pesava 5,220 Kg e a gordura retroperitoneal
envolvente cerca de 1,360 Kg. O pós-operatório decorreu sem intercorrências. O estudo
anatomo-patológico da peça mostrou tratar-se de uma neoplasia constituída
predominantemente por células adipociticas com atipias nucleares e abundantes septos
conjuntivos, compatível com um liposarcoma bem diferenciado. Actualmente encontra-se
a realizar tratamento com Radioterapia. Apresenta-se iconografia da cirurgia.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Cova da Beira – Covilhã
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Sábado, 15 novembro
Título
ABORDAGEM ENDOSCÓPICA DE LESÃO SUBEPITELIAL GÁSTRICA
Autor
Pinho J., Martins D., Sousa P., Araújo R., Cancela E., Castanheira A., Ministro P., Silva A.
Resumo
Os autores descrevem o caso de uma doente de 42 anos, sem antecedentes pessoais de
relevo, enviada à consulta por queixas dispépticas de longa data e endoscopia digestiva
alta de ambulatório com suspeita de lesão ou compressão extrínseca a nível do cárdia.
Realizada endoscopia digestiva alta que revelou lesão subepitelial com 20 mm na porção
gástrica justa-cárdica. Efetuada ecoendoscopia alta que mostrou lesão hipoecogénea,
homogénea, sem reforço posterior, que, dada a localização, colocou dúvidas em relação à
sua origem(colocada hipótese de origem na submucosa). Na RM abdominal, observavase imagem nodular na parede posterior do cárdia de crescimento exclusivamente
endoluminal, em relação com leiomioma ou GIST. Dada a dúvida diagnóstica foi abordada
a possibilidade cirúrgica, que, pela localização, poderia originar acentuada morbilidade.
Optou-se por vigilância endoscópica. Repetida EDA 6 meses depois que revelou aumento
das dimensões da lesão em relação ao exame prévio. Perante este achado, optou-se por
terapêutica endoscópica, tendo-se efetuado excisão da lesão com ansa de polipectomia
com o endoscópio em retroversão, sem complicações imediatas a registar. A histologia
revelou lesão nodular com feixes de células fusiformes, focalmente sobre a margem
cirúrgica, com origem na muscular própria, com marcação imunohistoquimica positiva
para actina do músculo liso e desmina, em relação com leiomioma. As lesões
subepiteliais do trato gastrointestinal são achados endoscópicos pouco frequentes,
habitualmente assintomáticos. Relata-se este caso pelo desafio diagnóstico e pela
abordagem terapêutica minimamente invasiva, ao contrário de uma cirurgia nesse local.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Tondela/Viseu
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Sábado, 15 novembro
Título
UMA COMPLICAÇÃO INESPERADA DE RESSECÇÃO GÁSTRICA ATÍPICA
Autor
Roque Ramos L, Albergaria D, Onofre S, Loureiro R, Freitas J
Resumo
Apresenta-se o caso de uma mulher de 76 anos sem antecedentes relevantes internada
para ressecção gástrica atípica de tumor do estroma gastrointestinal. No pós-operatório
iniciou hipotensão sem outras queixas associadas. Analiticamente tinha queda de 3
gramas de hemoglobina e subida da PCR (30 mg/dl). Realizou TC abdominal que revelou
ausência de realce parietal e pneumatose gástrica sugestivo de isquémia, colecções perigástricas e gás extra-luminal. Atendendo à significativa discrepância clínica e imagiológica
realizou-se endoscopia que mostrou extensa ulceração com áreas necróticas, de
coloração branca e aspecto translúcido, ocupando parte da face anterior, grande
curvatura e toda a face posterior do corpo gástrico. O antro encontrava-se poupado. A
doente foi submetida a gastrectomia total em Y-Roux e drenagem de abcesso
retrogástrico tendo os achados anatomopatológicos sido compatíveis com doença
gástrica isquémica. A evolução clínica foi favorável encontrando-se assintomatica após 5
meses de seguimento. A isquémia gástrica aguda é incomum dada a rica circulação
colateral estando descrita em doentes com coagulação vascular disseminada, isquémia
mesentérica grave, volvo gástrico, após escleroterapia e dissecção submucosa
endoscópica. Não existe contudo na literatura nenhum caso reportado após ressecção
gástrica atípica. Neste caso, a idade avançada, hipotensão, anemia e eventual trauma
inadvertido da artéria gástrica esquerda poderão ter estado na origem da isquémia. A
endoscopia permite confirmar o diagnóstico, avaliar a extensão e gravidade e excluir
outras etiologias. Esta entidade tem mau prognóstico sendo o diagnóstico precoce
essencial. A terapêutica inclui drenagem gástrica, inibição da secreção ácida e, em casos
selecionados, antibioterapia de largo espectro e cirurgia.
Local de trabalho
Serviço de Gastroenterologia, Hospital Garcia de Orta
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Sábado, 15 novembro
Título
CAUSA INCOMUM DE DIVERTICULITE
Autor
Pires S., Mocanu I., Veloso N., Gonçalves L., Godinho R., Medeiros I.
Resumo
Doente do sexo feminino, 88 anos, recorreu ao serviço de urgência (SU) com quadro de
dor abdominal e febre com uma semana de evolução, negando náuseas, vómitos,
icterícia, colúria, alterações do trânsito intestinal ou outras queixas. Dos antecedentes
pessoais destacava-se episódio de coledocolitíase um ano antes, tendo sido submetida
na altura a CPRE com esfincterotomia, remoção de cálculos e colocação de prótese biliar
plástica, não removida posteriormente por recusa da doente. No SU apresentava-se febril,
anictérica, com abdómen distendido, timpanizado e doloroso à palpação. Analiticamente,
discreto aumento dos parâmetros inflamatórios, sem alteração dos parâmetros hepatobiliares. A radiografia abdominal mostrava distensão e níveis hidroaéros do delgado e
objecto alongado radiopaco na fossa ilíaca esquerda, compatível com prótese biliar
migrada; realizou também TC abdominal que confirmou a presença da prótese na
sigmóide, em local de múltiplas formações diverticulares, e excluiu pneumoperitoneu. A
doente foi submetida a colonoscopia, no bloco operatório, onde se visualizou a prótese
biliar plástica migrada ao nível da sigmóide, com ambas as extremidades inseridas em
orifícios diverticulares com sinais inflamatórios. Procedeu-se à cuidadosa remoção da
prótese de 12 cm com pinça de corpos estranhos, sem intercorrências imediatas ou
tardias. A doente manteve-se internada no serviço de Cirurgia, sob vigilância e terapêutica
antibiótica, tendo evoluído favoravelmente e sem necessidade de intervenção cirúrgica.
Os autores salientam o caso pelo interesse clínico e iconográfico.
Local de trabalho
Hospital do Espírito Santo Évora
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
HEMATOQUESIAS NUM DOENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL E HIPERCALIÉMIA
Autor
Meira T.(1), Fernandes V. (1),Gonzalez F. (2), Helder. (3), Freitas J. (1) (1)
S.Gastrenterologia; (2) S.Medicina Interna (3) S.Anatomia Patologica, Hospital Garcia de
Orta
Resumo
Homem de 68 anos com antecedentes de HTA, DM tipo II, cardiopatia isquémica,
estenose aórtica grave e insuficiência renal crónica. Medicado com bisoprolol, furosemida,
atorvastaina, perindopril/amlipdipina, metformina/sitagliptina e aspirina. Internando no
serviço de Medicina por insuficiência cardíaca descompensada e insuficiência renal
crónica agudizada com hipercaliémia. Iniciou terapêutica com resina permutadora de
catiões ( 40g/dia) que cumpriu durante 3 dias. Ao 4ºdia de internamento apresentou
quadro de hematoquésias com repercussão hemodinâmica. Análises: Hb7.5 g/L, ureia
80mg/dl , creatinina 2.2mg/dl. Solicitada colonoscopia para esclarecimento do quadro de
hemorragia digestiva baixa, o exame endoscópio revelou no ascendente proximal, 3
úlceras com cerca de 10mm com bordos regulares, mucosa circundante congestionada e
edemaciada. Foram efectuadas biópsias das ulceras. A avaliação histológica identificou
no fundo de úlcera vários cristais romboides de polistireno sulfonato de sódio. Admitiu-se
colite induzida por polistireno sulfonato de sódio. Teve alta sem evidência de recidiva
hemorrágica. Polistireno sulfonato de sódio é um fármaco utlizado no tratamento da
hipercaliémia. O mecanismo de lesão da mucosa do tubo digestivo ainda não é claro,
admite-se que o aditivo de sorbitol possa induzir lesão da mucosa desde erosões até, em
raros casos, necrose do colon. Na investigação da etiologia das ulceras do colon os
fármacos devem ser sempre considerados e, neste caso, as biopsias são fundamentais
para o diagnóstico diferencial, mostrando cristais romboides aderentes ao epitélio.
Local de trabalho
Hopsital Garcia de Orta
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
TERAPÊUTICA ENDOSCÓPICA COM CLIPS HEMOSTÁTICOS - UMA OPÇÃO EFICAZ
NA HEMORRAGIA DIVERTICULAR ACTIVA
Autor
Carmo J., Rodrigues J., Marques S., Barreiro P., Bispo M., Chagas C.
Resumo
A hemorragia diverticular é a causa mais frequente de hemorragia digestiva baixa em
adultos. Tipicamente manifesta-se por um quadro de hematoquézias indolor,
frequentemente auto-limitado, mas com um risco de recidiva de 25-40%. Habitualmente é
um diagnóstico presuntivo, pela dificuldade na identificação do divertículo sangrante,
reconhecido numa minoria dos casos. Nestes, a terapêutica endoscópica é opção de 1ª
linha, sendo a aplicação de clips, sobre o vaso visível ou no colo do divertículo, uma
técnica rápida e eficaz, para a qual não estão descritos casos de recidiva precoce. A
marcação do segmento com o divertículo sangrante permite o seu reconhecimento em
caso de recidiva. Os autores apresentam o caso de uma doente de 88 anos, hipertensa,
com cardiopatia isquémica, sob clopidogrel e diclofenac, que recorreu ao Serviço de
Urgência por episódio de hematoquézias. Nas primeiras 24h de internamento manteve
episódios recorrentes de hematoquézias associados a sintomas de baixo débito,
instabilidade hemodinâmica e queda de ~3g do valor de hemoglobina (à admissão Hb
12.3 → 8.5g/dL). Realizou colonoscopia onde eram evidentes múltiplos divertículos da
sigmoideia com vestígios hemáticos identificando-se, após várias passagens e múltiplas
lavagens, divertículo com pequeno coágulo aderente que após se destacar desencadeou
hemorragia em toalha persistente. Efectuou-se hemostase com aplicação de clips
hemostáticos com encerramento do colo diverticular. Posteriormente marcou-se com tintada-china a face contra-lateral ao divertículo sangrante. Manteve-se sem evidência de
recidiva hemorrágica, tendo tido alta 5 dias após a admissão. Os autores apresentam
iconografia e vídeo do caso.
Local de trabalho
Hospital Egas Moniz - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
UMA ENTIDADE, TRÊS APRESENTAÇÕES ENDOSCÓPICAS DISTINTAS
Autor
Barosa R, Figueiredo P, Roque Ramos L, Meira T, Pinto Marques P, Loureiro R, Freitas J
Resumo
A Hiperplasia das Glândulas de Brunner (HGB) classifica-se em nodular difusa, nodular
circunscrita e hamartoma. Geralmente apresenta-se como achado incidental de pólipo
pediculado duodenal, podendo manifestar-se como hemorragia digestiva, obstrução
intestinal ou, mais raramente, como obstrução biliar ou pancreatite aguda. Apresentam-se
três casos com apresentações variadas. Caso 1: Homem de 67 anos com coledocolitíase
residual e colangite aguda submetido a CPRE que identificou estenose franqueável do
vértice duodenal. Complementou-se o estudo com endoscopia digestiva alta (EDA) em
que se visualizou lesão polipóide de aspecto viloso e consistência dura, com extensão do
bulbo até ao infundíbulo papilar, condicionando a estenose descrita. Foi realizada
ecoendoscopia que revelou parede duodenal não espessada e expansão da mucosa
bulbar. As macrobiópsias mostraram HGB. Caso 2: Homem de 53 anos submetido a EDA
por melenas. Identificou-se pólipo pediculado na face anterior do bulbo com 30 mm de
diâmetro, com úlcera de base nacarada na sua superfície. Realizou-se polipectomia com
ansa diatérmica após colocação de laço. A histologia mostrou HGB. Caso 3: Mulher de 67
anos submetida a ecoendoscopia por dilatação da via biliar principal e esboço nodular
intrapancreático documentado em ecografia. Identificou-se no apéx bulbar expansão
hiperecogénica da terceira camada com 12 mm. As biópsias revelaram HGB. Apresentase iconografia de três casos relevando-se as apresentações clínicas e endoscópicas
distintas de uma entidade benigna.
Local de trabalho
Hospital Garcia de Orta
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
VOLVO DO SIGMÓIDE
Autor
Queirós P., Sampaio M., Eliseu L., Eusébio M., Antunes A.G., Vaz A.M., Contente L.,
Guerreiro H.
Resumo
Homem de 77 anos internado por infecção de úlceras cutâneas que desenvolve quadro
súbito de oclusão intestinal. A tomografia computorizada revelou marcada distensão
sigmoideia condicionada por torção ao nível de L5-S1, compatível com volvo da sigmóide.
A fibrosigmoidoscopia demonstrou torção luminal das pregas intestinais aos 15cm da
margem anal com mucosa de aspeto isquémico, que se conseguiu franquear,
observando-se acentuada dilatação da sigmóide a jusante com mucosa necrótica. Foi
submetido a sigmoidectomia urgente, que confirmou necrose transmural com peritonite. O
doente veio a falecer 12 dias depois por aspiração alimentar.
Local de trabalho
Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Portimão
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Sábado, 15 novembro
Título
UMA CAUSA INESPERADA DE HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA
Autor
Sousa P, Pinho J, Martins D, Araújo R, Cancela E, Castanheira A, Ministro P, Silva A
Resumo
Apresenta-se o caso de uma doente de 85 anos, com antecedentes de doença renal
crónica em programa de hemodiálise, referenciada ao serviço de urgência por quadro de
rectorragias. Na admissão no serviço de urgência a doente apresentava-se
hemodinamicamente estável, sem alterações de relevo no exame físico, à excepção de
resíduos hemáticos no toque rectal. Analiticamente com hemoglobina de 11,4 g/dL, sem
leucocitose. Foi efectuada colonoscopia de urgência, identificando-se múltiplos
divertículos e acentuada angulação recto-sigmoideia. A este nível observou-se fragmento
ósseo com cerca de 3 cm com a extremidade distal impactada num divertículo e presença
de coágulo. Conseguiu-se a desimpactação do corpo estranho e remoção para o exterior.
A doente permaneceu em vigilância, não se verificando complicações do procedimento
nem recidiva da hemorragia. Apresenta-se este caso pela surpresa diagnóstica e pelo
sucesso da terapêutica endoscópica, sem complicações.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Tondela-Viseu
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
METÁSTASES GÁSTRICAS DE MELANOMA – CAUSA RARA DE HEMORRAGIA
DIGESTIVA
Autor
Sousa P, Martins D, Pinho J, Araújo R, Cancela E, Castanheira A, Ministro P, Silva A
Resumo
Doente do sexo masculino, 69 anos, com antecedentes de adenocarcinoma prostático
com metástases ósseas em tratamento paliativo, foi trazido ao Serviço de Urgência por
hematemeses. Ao exame objectivo apresentava palidez cutâneo-mucosa; analiticamente
com hemoglobina 8,2 g/dL. Foi efectuada endoscopia digestiva alta que revelou várias
formações polipóides erosionadas no corpo gástrico compatíveis com implantes tumorais.
Histologicamente tratava-se de lesões proliferativas de tipo melânico (provável
melanoma), não se identificando imagens sugestivas de envolvimento por neoplasia
glandular prostática. Dado o estado geral do doente foi instituída apenas terapêutica de
suporte. Os melanomas malignos constituem apenas 1-3% de todas as neoplasias
malignas do tracto gastrointestinal (TGI). Correspondem, geralmente, a lesões
metastáticas, sendo o intestino delgado o local mais envolvido do TGI. O estômago é uma
localização rara de metastização. Apesar de neste caso não ter sido encontrada
localização primária do tumor, dada a existência de múltiplas lesões e considerando a
possibilidade de haver regressão espontânea do melanoma cutâneo primário, o
diagnóstico mais provável é de melanoma metastático. O tratamento do melanoma
metastático pode incluir ressecção cirúrgica, quimioterapia e imunoterapia, mas o
prognóstico é geralmente mau, com uma sobrevida média de 4 a 6 meses. Apresenta-se
este caso pela surpresa diagnóstica de melanoma metastático em doente com neoplasia
prostática disseminada. Salienta-se também a raridade e relevância da iconografia.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Tondela-Viseu
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
ESÓFAGO NEGRO: ENTIDADE RARA?
Autor
Sousa P, Pinho J, Martins D, Araújo R, Cancela E, Castanheira A, Ministro P, Silva A
Resumo
Apresentam-se dois casos de necrose esofágica aguda admitidos por hemorragia
digestiva alta num intervalo de 24 horas. O primeiro caso refere-se a uma doente de 83
anos, com antecedentes de diabetes mellitus tipo 2, insuficiência cardíaca, trombose
venosa profunda e hemorragia digestiva alta por úlcera duodenal. Encontrava-se
internada por celulite do membro inferior esquerdo, infecção respiratória e lesão renal
aguda, tendo iniciado quadro de hematemeses ao 24º dia de internamento. Foi transferida
de outra instituição para observação por Gastrenterologia após estabilização
hemodinâmica. Na endoscopia digestiva alta observou-se mucosa esofágica negra, de
aspecto fibrino-necrótico, em toda a extensão do órgão e gastroduodenopatia ulceroerosiva. Menos de 24 horas depois, foi transferido da mesma área geográfica um doente
de 78 anos, com doença coronária e antecedentes de úlcera duodenal, que fora admitido
no serviço de urgência por quadro de hematemeses com instabilidade hemodinâmica. Na
endoscopia digestiva alta observou-se mucosa esofágica enegrecida, fibrino-necrótica nos
dois terços distais do órgão e deformação do bolbo duodenal com dificuldade na
transposição do vértice. A necrose esofágica aguda, comummente denominada por
“esófago negro”, é uma entidade clínica rara que resulta da combinação de isquemia
devido a compromisso hemodinâmico, lesão corrosiva do conteúdo gástrico no contexto
de obstrução à drenagem gástrica e função diminuída dos sistemas de barreira mucosa e
mecanismos reparadores em doentes debilitados. Apresentam-se estes casos não só
pela raridade e relevância da iconografia mas também pela sua ocorrência em curto
espaço de tempo, provenientes da mesma área geográfica.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Tondela-Viseu
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
“MOLDE” CÓLICO ASSOCIADO A COLITE ISQUÉMICA GRAVE
Autor
Sousa P, Martins D, Pinho J, Araújo R, Cancela E, Castanheira A, Ministro P, Silva A
Resumo
Doente do sexo feminino, 81 anos, com antecedentes de hipertensão arterial e patologia
osteoarticular, recorreu ao serviço de urgência por diarreia com 2 semanas de evolução.
Analiticamente com hemoglobina de 9,8 g/dL, lesão renal aguda, leucocitose e proteína C
reactiva de 17,96 mg/dL. Foi internada para estudo e terapêutica médica. No
internamento constatou-se diarreia com resíduos de tonalidade hemática, pelo que foi
solicitada rectossigmoidoscopia de urgência. Identificaram-se aspectos ulcero-erosivos
desde o recto proximal; aos 35 cm da margem anal observou-se um molde do cólon de
coloração violácea-negra que se prolongava pelo menos até aos 50 cm da margem anal
(nível mais proximal atingido no exame), correspondendo aparentemente a stripping da
mucosa necrótica em processo de colite isquémica grave. Apesar das medidas instituídas
verificou-se agravamento progressivo do estado geral da doente, vindo esta a falecer. A
passagem de “moldes” cólicos é um evento raro associado à colite isquémica grave. Na
maioria dos casos descritos o molde origina-se do cólon esquerdo, parecendo que o cólon
sigmóide é o mais vulnerável a este fenómeno. A isquemia pode atingir diferentes níveis
da parede cólica, podendo estar limitada à mucosa/submucosa, como no caso descrito,
ou atingir a muscular própria e subserosa. Neste último cenário é geralmente necessária
intervenção cirúrgica. Apresenta-se este caso por se tratar de uma ocorrência rara numa
patologia frequente.
Local de trabalho
Centro Hospitalar Tondela-Viseu
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Sábado, 15 novembro
Título
DUPLO PILORO
Autor
Costa S.; Costa Dias V.; Costa R.; Gonçalves B.; Fernandes D.; Peixoto P.; Machado A.;
Gonçalves R.
Resumo
Homem de 65 anos de idade, com antecedentes de cirrose hepática alcoólica e de úlcera
péptica gástrica, medicado com esomeprazol e lactulose. Por intolerância ao propranolol
foi referenciado ao nosso Serviço para realização de profilaxia primária de hemorragia por
varizes esofágicas com laqueação elástica. Na endoscopia digestiva alta (EDA)
observaram-se varizes esofágicas grandes sem sinais vermelhos; deformação do antro
gástrico e uma comunicação anormal entre a pequena curvatura do antro gástrico e o
bulbo duodenal. Efectuaram-se biópsias do antro e corpo cuja histologia revelou gastrite
crónica superficial do antro, sem displasia e sem Helicobater pylori. Duplo piloro é uma
condição clínica rara (reportado em 0.001-0.4% das EDA) caracterizada pela presença de
um canal acessório entre a porção distal do estômago e o bulbo duodenal. Foi descrito
pela primeira vez, em 1969, por Smith e Tuttle, e na maioria dos casos surge como
complicação da doença ulcerosa péptica crónica. Pode ser descoberto incidentalmente ou
manifestar-se por dor epigástrica, dispepsia ou hemorragia digestiva alta. Em regra os
doentes respondem favoravelmente ao tratamento conservador para a doença ulcerosa
péptica mas o encerramento do canal acessório é pouco frequente.
Local de trabalho
Serviço de Gastrenterologia Hospital de Braga
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
Esofagite aguda necrotizante em contexto de hemorragia digestiva por úlceras duodenais
- Uma associação rara
Autor
Lourenço LC, Oliveira AM, Rodrigues CG, Horta D, Reis J, Deus JR
Resumo
Apresenta-se iconografia de um doente do sexo masculino, 76 anos, com cirrose
etanólica que recorre ao Serviço de Urgência por quadro de disfagia para sólidos e
líquidos com cerca de 2 dias de evolução, de agravamento progressivo e com início após
episódio de hematemeses. Não havia história de ingestão de caústicos, outros agentes
potencialmente lesivos ou fármacos pró-hemorrágicos. Negava perdas hemáticas visíveis
adicionais e dor torácica. Analiticamente destacava-se hemoglobina de 7,3 g/dL; INR 1,5 ;
albumina 2,41 g/dL; creatinina 2,06 mg/dL e ureia 91 mg/dL. A endoscopia digestiva alta
(EDA) revelou uma alteração da coloração da mucosa do esófago distal, que se
apresentava negra e com múltiplas soluções de continuidade confluentes; estas
alterações terminavam de forma abrupta na transição esófago-gástrica (linha Z),
preservando a mucosa gástrica, que era normal. As biopsias mostraram necrose difusa da
mucosa esofágica; sem evidência de agentes infecciosos. A par disso, no corpo gástrico
mucosa característica de gastropatia portal hipertensiva; antro com gastropatia erosiva
com piloro deformado, mas permeável e bulbo duodenal com sangue vivo, observando-se
várias 4 úlceras, duas delas com hemorragia em toalha (Forrest Ib) e que foram tratadas
endoscopicamente com injecção de adrenalina decimilesimal e polidocanol 2%, com
controlo da hemorragia. Foi feita pausa alimentar durante 24-48h, hidratação e terapêutica
com pantoprazol (perfusão endovenosa durante 72h), profilaxia de peritonite bacteriana
espontânea com ceftriaxone 2g/dia e adequada monitorização. Reiniciou dieta cerca de
24-48 h após endoscopia e ficou adicionalmente medicado com sucralfato e
metoclopramida. Verificou-se uma evolução clínica favorável e ao fim de uma semana foi
feita uma EDA de controlo em que a mucosa do esófago distal apresentava um aspecto
cicatricial, não condicionando estenose.
Local de trabalho
Serviço de Gastrenterologia - Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
PSEUDOQUISTO PANCREÁTICO – LOCALIZAÇÃO ATÍPICA
Autor
Ávila F., Pereira J.R., Santos V.C., Massinha P., Liberal R., Rego A.C., Nunes N., Paz N.,
Duarte M.A.
Resumo
Os pseudoquistos pancreáticos ocorrem em 25% dos doentes com pancreatite crónica.
Na maioria dos casos são assintomáticos. As principais complicações são compressão de
estruturas adjacentes, infeção, hemorragia ou fístula. Doente do sexo masculino, 46 anos
de idade, com antecedentes de pancreatite crónica alcoólica.Admitido por dor epigástrica
com irradiação para o dorso acompanhada de vómitos, com 2 dias de evolução. Ao
exame objetivo, hemodinamicamente estável, apirético, sem íleus, abdómen mole e
depressível, doloroso à palpação do epigastro, sem defesa ou reação peritoneal, sem
massas palpáveis. Analiticamente sem anemia ou leucocitose, PCR 2,7 mg/dl, AST 98
U/l, ALT 85 U/l, fosfatase alcalina 93 U/l, gama-GT 330 U/l, amilase 230 U/l, Bil T 0,47
mg/dl. A ecografia abdominal revelou cabeça do pâncreas com lesão quística (4x4 cm). O
estudo complementar por TC-abdominal mostrou pâncreas com múltiplas formações
nodulares hipodensas sugestivas de pseudoquistos e lesão quística com 5,9x2,5 cm que
se prolonga para a parede gástrica apresentando-se na sua quase totalidade em
localização intraparietal. Realizou endoscopia digestiva alta, visualizando-se na porção
posterior do corpo, abaulamento da parede, cujo estudo por ecoendoscopia confirmou
pseudoquisto intramural, com 55 mm de maior diâmetro. Por se encontrar assintomático,
manteve-se vigilância e repetiu TC-abdominal passados 3 meses, que revelou drenagem
espontânea do pseudoquisto da parede gástrica. Os pseudoquistos da parede gástrica
são muito raros, desconhecendo-se o mecanismo exato da sua formação. O diagnóstico
normalmente é feito por ecoendoscopia ou TC-abdominal e a sua drenagem está indicada
apenas na presença de sintomas ou complicações.
Local de trabalho
Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, EPE
Pág. 27/33
Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
NEOPLASIA DO PÂNCREAS – NEURÓLISE DO PLEXO CELÍACO
Autor
Ávila F., Rego A.C., Santos V.C., Massinha P., Liberal R., Pereira J.R., Nunes N., Paz N.,
Duarte M.A.
Resumo
Doente do sexo masculino, 63 anos de idade, com o diagnóstico imagiológico de
neoplasia do corpo do pâncreas, estadio IV. Apresentava quadro de dor abdominal e
lombar refratária à terapêutica médica com opióides fracos em dose optimizada. Por
ecoendoscopia foi efetuada punção transgástrica da lesão nodular com agulha procore 22
G (4 passagens) com colheita de material para estudo citológico e histológico. Realizada
neurólise do plexo celíaco com injeção única (localização céfalo-anterior à emergência do
tronco celíaco) de bupivacaína (6cc) e álcool absoluto 99% (10cc), sem complicações. A
citohistologia revelou tratar-se de adenocarcinoma. Três meses após o procedimento, o
doente apresentava controlo efetivo da dor com diminuição de 2 valores na escala visual
analógica e dose dos opióides. A dor associada à neoplasia do pâncreas tem um impacto
negativo na qualidade de vida do doente. Está presente em 30% dos doentes aquando do
diagnóstico e em 90% dos doentes com doença avançada. A terapêutica médica nem
sempre é eficaz e está associada a efeitos secundários. A neurólise do plexo celíaco é
uma terapêutica adicional, que está associada a um melhor controlo efetivo da dor e
diminuição da dose e efeitos secundários dos opidoides, contribuindo para melhorar a
qualidade de vida do doente. Quando guiada por ecoendoscopia tem a vantagem de
realização de punção ou estadiamento no mesmo procedimento, tal como no caso
apresentado.
Local de trabalho
Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, EPE
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
LESÃO SUB-EPITELIAL GÁSTRICA ULCERADA
Autor
Costa S., Peixoto P., Costa R., Gonçalves B., Fernandes D., Gonçalves R.
Resumo
Um homem de 56 anos de idade recorreu ao Serviço de Urgência por dor abdominal e
emagrecimento nos últimos 4 meses. A ecografia abdominal revelou a presença de um
"nódulo sólido" na dependência da parede gástrica e, posteriormente, a endoscopia
digestiva alta mostrou uma lesão sub-epitelial, de grandes dimensões, na grande
curvatura do corpo gástrico, mucosa com padrão mosqueado e áreas ulceradas aspectos sugestivos de um GIST. Na TC abdomino-pélvica verificou-se contiguidade entre
a lesão gástrica e o cólon transverso, pelo que foi realizada colonoscopia, a qual mostrou
uma lesão circunferencial no cólon transverso. O resultado das biópsias revelou tratar-se
de um adenocarcinoma mucinoso. O doente foi submetido a cirurgia e a histologia da
peça operatória confirmou que se tratava de um adenocarcinoma mucinoso do cólon
transverso com invasão gástrica. Os tumores do estroma gastro-intestinal (GISTs) são
tumores não epiteliais que ocorrem principalmente na quinta década de vida e o local
mais comum é o estômago. Com este caso os autores pretendem alertar para uma
apresentação incomum da neoplasia do cólon com invasão gástrica por contiguidade,
simulando um GIST.
Local de trabalho
Serviço de Gastrenterologia Hospital de Braga
Pág. 29/33
Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
COLITE LINFOCÍTICA – CAUSA INCOMUM DE DIARREIA EM DOENTE COM
IMUNODEFICIÊNCIA COMUM VARIÁVEL
Autor
Martins D., Pinho J., Sousa P., Araújo R., Cancela E., Castanheira A., Ministro P., Silva A.
Resumo
Os autores apresentam o caso de homem, 37 anos, com antecedentes de
Imunodeficiência comum variável (IDCV) com diagnóstico aos 20 anos, síndrome de
Evans, esplenectomizado, com vários internamentos no contexto de diátese hemorrágica
e trombocitopenia grave. Este doente recorre a observação médica por quadro de
dejeções líquidas (4 dejeções por dia), associado a cólicas abdominais, sem resposta a
antidiarreico, com 2 meses de evolução. Negado contexto epidemiológico ou toma de
novos fármacos. Analiticamente realça-se trombocitopenia (89 x 10^9), exame
bacteriológico, parasitológico de fezes e pesquisa de toxina de Clostridium difficile nas
fezes negativa. Ecografia abdominal sem alterações. Realizou Videocolonoscopia total
(VCT) que não revelou alterações significativas da mucosa colorrectal. Toma de
corticoesteróides nas agudizações da patologia hematológica, com resolução
concomitante das queixas intestinais. Pela recorrência de dejeções diarreicas nos
períodos sem corticoterapia, foi repetida VCT que revelou escassos focos de congestão
da mucosa e de perda do padrão vascular submucoso, de aspecto inespecífico efetuadas biópsias. O exame histológico compatível com colite linfocítica. Medicado com
Messalazina, nos períodos sem corticoterapia, com melhoria clinica. A IDCV é uma
condição rara, consistindo em hipogamaglobulinemia, que se manifesta como infeções
bacterianas recorrentes, reações auto-imunes e complicações neoplásicas. O trato gastrointestinal está envolvido em 20% dos doentes. Quando a doença digestiva é limitada ao
colon ela pode assumir diferentes padrões histológicos. Relata-se este caso por se tratar
de doente com comorbilidades importantes e por se apresentar colite linfocítica como
etiologia incomum de diarreia em doente com IDCV.
Local de trabalho
Centro Hospitalar de Viseu
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
Metástases gástricas de melanoma maligno
Autor
Ribeiro H.;Leitão C.;Pinto J.;Santos A.;Sousa R.;Caldeira A.;Pereira E.;Tristan J.;Banhudo
A.
Resumo
Os autores apresentam o caso de uma doente do sexo feminino, 55 anos, com
antecedentes de carcinoma da mama e de melanoma maligno cutâneo do abdómen,
ambos diagnosticados e sujeitos a intervenções cirúrgicas em 2012. A doente realizou
quimioterapia e radioterapia adjuvantes dirigidas para o carcinoma da mama, não tendo
indicação para terapêutica adjuvante para o melanoma maligno. Apresentava queixas
dispépticas há vários anos e, mais recentemente, halitose intensa, com aparecimento há
4 meses, pelo que foi referenciada ao Serviço de Gastrenterologia para realização de
endoscopia digestiva alta. No estudo endoscópico, observaram-se duas lesões circulares,
cada uma com cerca de 35mm de maior diâmetro, uma localizada na pequena curvatura
do corpo gástrico e a outra no antro. Ambas apresentavam bordos elevados e regulares
com fundo negro, sendo evidente na lesão distal uma mancha negra na vertente interna
do bordo. As lesões foram biopsadas e o diagnóstico anatomopatológico revelou trataremse de metástases de melanoma maligno pigmentado. A doente aguarda, atualmente,
decisão terapêutica. Discussão: O melanoma maligno é uma das neoplasias malignas que
mais frequentemente metastiza para o tracto gastro-intestinal. Estas metástases podem
estar presentes no momento do diagnóstico ou surgir anos mais tarde, como o primeiro
sinal de recorrência. Os sintomas associados à presença de metástases gástrica de
melanoma, quando presentes, são inespecíficos, pelo que é necessário um elevado nível
de suspeição para o seu diagnóstico. As opções terapêuticas podem incluir ressecção
cirúrgica, quimioterapia e imunoterapia. O prognóstico é reservado, com uma sobrevida
média de 6 a 9 meses.
Local de trabalho
Hospital Amato Lusitano - ULS de Castelo Branco
Pág. 31/33
Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
TÉCNICA HÍBRIDA DA DISSEÇÃO ENDOSCÓPICA DA SUBMUCOSA COM
MUCOSECTOMIA
Autor
Ávila F., Nunes N., Santos V.C., Massinha P., Liberal R., Rego A.C., Pereira J.R., Paz N.,
Duarte M.A.
Resumo
A disseção endoscópica da submucosa (ESD) é considerada uma técnica preferencial no
tratamento de lesões pré-malignas ou malignas precoces, permitindo a remoção em bloco
da lesão e assegurando as margens lateral e vertical livres. Contudo, é uma técnica
complexa e prolongada com risco de complicações. Quando dificultada pela localização
da lesão, manipulação técnica ou na fase inicial da sua aprendizagem, pode-se proceder
à técnica híbrida com mucosectomia. Descrevem-se dois casos clínicos. Caso 1: Homem
de 76 anos, referenciado à consulta de Gastrenterologia por dispepsia. Realizou
endoscopia digestiva alta que revelou lesão séssil, com cerca de 30 mm, localizadas no
corpo médio, pequena curvatura, face anterior. Realizadas biópsias em local que sugeria
lesão histológica avançada, que revelaram adenoma tubular com displasia de baixo grau.
Caso 2: Homem de 71 anos, em follow-up por adenocarcinoma do recto em 2011.
Realizou colonoscopia que revelou, no cólon sigmoideu, pólipo séssil com 30 mm
(Classificação Kudo 4). Ambos os doentes foram propostos para ESD. Em ambos, foi
efetuada incisão circunferencial e disseção da submucosa até um diâmetro de base de
implantação <2 cm. Na lesão gástrica, por dificuldade na manipulação da faca Dual Knife
(Olympus) e no cólon por lesão elevada e sobre prega, foi efetuada a resseção final da
peça por técnica híbrida com ansa de polipectomia. Em ambos, a histologia confirmou
resseção da lesão com margem vertical livre. A técnica híbrida tem-se revelado de grande
utilidade nas lesões com diâmetro entre 20-30mm, tal como se verificou nos casos
apresentados.
Local de trabalho
Hospital do Divino Espírito Santo
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Posters II
Sábado, 15 novembro
Título
AMPULECTOMIA ENDOSCÓPICA DE ADENOMA DA PAPILA DE VATER EM DOENTE
COM POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR.
Autor
Massinha P., Liberal R., Ávila F., Santos V.C., Rego A.C, Nunes N., J.R. Pereira, Paz N.,
Duarte M.A..
Resumo
Doente do sexo feminino, 38 anos de idade, com o diagnóstico de adenocarcinoma do
cólon direito como forma de apresentação de polipose adenomatosa familiar (PAF),
mutação identificada de novo, submetida em 2010 a protocolectomia total com ileostomia
terminal. Na sequência da vigilância preconizada para a PAF, uma endoscopia digestiva
alta , três anos após o diagnóstico, mostrou lesão vegetante da papila sugestiva de
ampuloma. Realizou ecoendoscopia que revelou lesão hipoecogénica de limites bem
definidos, medindo 11mm x 4 mm no plano sagital, limitada à ampola de Vater, não
invadindo a parede duodenal, a via biliar principal ou o ducto pancreático e sem evidência
de adenopatias. Foi submetida a ampulectomia endoscópica, com resseção completa da
lesão, sem intercorrências. O resultado histológico da peça mostrou adenoma com
displasia de baixo grau. As neoplasias benignas da ampola de Vater representam menos
de 10% das neoplasias periampulares. Estes tumores podem ocorrer esporadicamente ou
associados a síndromes polipóides familiares como a polipose adenomatosa familiar. O
adenoma da papila de Vater, classificado como benigno, apresenta elevado potencial de
malignidade e apesar de biópsias endoscópicas negativas, podem coexistir focos de
neoplasia. A remoção completa destas lesões é mandatória, mas o tratamento continua
controverso. No entanto, se existirem critérios para resseção endoscópica, este deve
constituir o tratamento de primeira linha, devido à baixa morbilidade e mortalidade
associadas. Apresenta-se detalhada iconografia endoscópica, imagiológica e histológica.
Local de trabalho
Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E.
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