Souza Cruz e Philip Morris acertam reajuste do tabaco

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Souza Cruz e Philip Morris acertam reajuste do tabaco
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Souza Cruz e Philip Morris acertam reajuste do tabaco
Apenas as indústrias Souza
Cruz e Philip Morris acertaram as negociações do preço
do tabaco com a representação
composta por Farsul, Fetag e
Afubra, além de entidades paranaenses (Fetaep e Faep) e
catarinenses (Fetaesc e Faesc).
Para ambas, o reajuste acertado
foi de 6,4% sobre a tabela de
valores pagos ao produtor na
safra 2013/2014.
Outros acordos entre indústrias
e entidades foram o pagamento
ao produtor em até quatro dias
úteis e o frete e o seguro da
carga como responsabilidade da
empresa. “Se tombar um caminhão, não é o produtor que vai
arcar com o prejuízo”, resume
Mauro Flores, presidente da
Comissão do Fumo da Farsul.
No caso da Souza Cruz, o
destaque é a criação de um grupo
de discussão entre a indústria
e os produtores, que pretende
estabelecer novos coeficientes
técnicos para o cálculo dos
custos de produção. “Vamos
contratar uma universidade
ou empresa para fazer um
novo levantamento dos custos de produção, acompanhar o
produtor em todo o processo”,
relata Flores. A última avaliação do cálculo teria acontecido
Colheita está praticamente concluída no Estado, mas algumas fumageiras não selaram acordo
há cerca de oito anos. Até fevereiro, a comissão se reúne
para encaminhar o assunto. O
levantamento será feito ainda
em 2015. O grupo também é
responsável por readequar os
valores praticados na tabela. O
objetivo é aproximar os preços
praticados entre os diferentes
tipos de tabaco.
As demais indústrias fumageiras - entre elas a Japan Tobacco
International (JTI), Alliance One
e Universal - não chegaram a
um acordo até o fechamento
desta edição. No meio do mês
de janeiro, a Alliance One ofereceu o reajuste de 6,4%, mas
somente sobre as classes B e T.
“Para as X e C eles não estão
dispostos a nenhum acordo”,
revelou o presidente da Afubra,
Benício Albano Werner. “A
gente ficou muito indignado
com essa proposta. Não temos
nem condições de pensar em
assinar esse contrato”, afirmou.
A Japan Tabacco International
(JTI) ofereceu reajuste de 6%
sobre algumas classes. A empresa
alega que o valor acumulado
com a safra 2013/2014 chegaria
a 12,78%, empatando com os
valores acumulados no mesmo período por Souza Cruz e
Philip Morris. A representação
decidiu rejeitar a proposta e
manter a exigência de 6,4%,
prazo de pagamento de quatro
dias, além de seguro e frete por
conta das indústrias.
As negociações de preço
ocorreram de modo diferente
neste ano. Foram as empresas
que apresentaram as primeiras
propostas, enquanto coube à
representação avaliar e propor um
novo reajuste. Segundo Flores,
a medida confere agilidade ao
processo. Na safra anterior, as
reuniões foram até o final de
janeiro - e não se chegou a um
consenso.
A safra de fumo
A área plantada de fumo para
a safra 2014/2015 foi de 350
mil hectares nos três estados da
região Sul e a produção prevista
foi de 706 mil toneladas.
Em torno de 95% da colheita já aconteceu, ou seja,
praticamente toda a produção.
Em novembro, o coordenador
da comissão, Mauro Flores, revelou estar preocupado com o
clima em entrevista ao Sul Rural.
Mas, assim como as chuvas, o
receio se dissipou. “No final de
novembro, o clima acalmou, e
o excesso de chuvas parou. Isso
recuperou bastante a lavoura”,
comemora. “Se o excesso (de
chuvas) continuasse, a quebra
na produção seria grande.” O
excesso de calor, que por vezes
queima as folhas de tabaco, e o
excesso de chuvas do final de
janeiro podem prejudicar ainda
a qualidade dos 5% restantes
a serem colhidos.
Segundo ele, a quebra pode
variar de 4% e 6%, mas avalia
o percentual como positivo.
“Essa quebra vai ser recompensada na qualidade do tabaco, que vai ser excelente,
muito melhor que o da safra
passada”, garante.
A cultura do tabaco é produzida em 651 municípios da
região Sul por 162 mil famílias.
O Rio Grande do Sul é o local
em que há mais produtores de
fumo: 53%, seguido por Santa
Catarina (37%) e Paraná (10%).
Escaladas tarifárias da UE são barreiras às exportações
Com 22,2% de participação nas exportações do setor
agropecuário, a União Europeia
(UE) é um dos principais compradores de diversos insumos
e produtos transformados do
Brasil. Entretanto, alguns bens
agropecuários ainda enfrentam barreiras na UE que dificultam o seu comércio. Um
destes entraves é causado pela
incidência das escaladas tarifárias, que ocorrem quando os
produtos transformados apresentam tarifas de importação
consideravelmente superiores
àquela aplicada sobre seus respectivos insumos, dificultando
a entrada destas mercadorias
no mercado europeu.
A conclusão faz parte de
estudo da Superintendência
de Relações Internacionais
(SRI) da CNA, que fez um
mapeamento de alguns produtos
prejudicados por esta prática.
O levantamento, feito a partir
de 2.180 linhas tarifárias correspondentes a produtos do agronegócio, constatou diferença
expressiva entre os volumes
de exportação de insumos e de
produtos de maior valor agregado
destinados à União Europeia
e o volume total exportado do
Brasil para o mundo.
As escaladas tarifárias são
utilizadas para proteger o mercado
interno, criando condições que
tornam a importação de certas
mercadorias inviáveis, como
é o caso de certos produtos
transformados do agronegócio
brasileiro.
Um dos grupos de produtos analisado pela CNA foi
o complexo soja. Em 2013,
a UE importou um volume
expressivo de soja em grão
do Brasil. Enquanto os embarques deste produto para o
bloco somaram 5,1 milhões de
toneladas - o que corresponde
a 12% do total comercializado
pelo Brasil internacionalmente
-, as exportações brasileiras com
destino à UE de óleo de soja,
outro produto transformado,
somaram 26 mil toneladas.
O número representa apenas
2% do total exportado deste
produto pelo Brasil.

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