Veículos Pesquisados:
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Edição número 1978 Segunda-feira, 30 de janeiro de 2012 Fechamento: 10h00 Veículos Pesquisados: Clipping CUT é um trabalho diário de captação de notícias realizado pela equipe da Secretaria Nacional de Comunicação da CUT. Críticas e sugestões com Leonardo Severo ([email protected]) Isaías Dalle ([email protected]) Paula Brandão ([email protected]) Luiz Carvalho ([email protected]) William Pedreira ([email protected]) Secretária de Comunicação: Rosane Bertotti ([email protected]) VALOR ECONÔMICO Secretário de Alckmin rebate ministro após crítica no caso Pinheirinho Por Raphael Di Cunto | Valor SÃO PAULO - O secretário da Casa Civil do governo de São Paulo, Sidney Beraldo (PSDB), disse que não viu nenhuma atitude do ministro Gilberto Carvalho (PT), da Secretaria-Geral da Presidência, ou do governo federal para resolver o problema das famílias que ocuparam uma área no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos representantes do governo federal têm criticado a ação da Polícia Militar na área, que Carvalho chamou de ―terrorista―. ―Ele [Gilberto Carvalho] está no poder desde 2003. Não tenho conhecimento de nenhuma atitude, nenhuma medida, que tenha sido tomada por ele ou pelo governo federal para solucionar o problema da ocupação, que ocorreu em fevereiro de 2004‖, afirmou Beraldo. Na opinião do secretário, o petista confundiu os papéis e antecipou a disputa eleitoral. ―Ele misturou as atribuições de ministro com as de militante partidário e perdeu a oportunidade de ficar quieto‖, disse o tucano. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não quis entrar na polêmica com o governo federal, com quem tem mantido uma relação próxima desde que a presidente Dilma Rousseff (PT) assumiu. O tucano preferiu destacar a construção de cinco mil unidades habitacionais em São José dos Campos, anunciada quinta-feira, e o pagamento de R$ 500 de aluguel social para as 1,3 mil famílias do Pinheirinho. Alckmin e Beraldo estiveram na manhã deste sábado na convenção do PRB de São Paulo para eleger a nova diretoria estadual e municipal e lançar a candidatura do ex-deputado federal Celso Russomano à Prefeitura de São Paulo. "Erro da esquerda foi transformar militantes em funcionários" Por Cristiane Agostine | Valor PORTO ALEGRE – Intelectual de destaque em quase todos os dias da programação do Fórum Social Mundial Temático, em Porto Alegre, o professor português Boaventura de Sousa Santos lotou nesta sextafeira um auditório da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul ao falar da crise da democracia na Europa e agitou a plateia ao criticar os rumos da esquerda no mundo. ―A grande maldição da esquerda foi transformar militantes em funcionários‖, polemizou o diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. ― A esquerda tem que pensar, mas às vezes se esquece de fazer isso‖, disse. Em meio a frases polêmicas, o intelectual criticou a instrumentalização dos partidos políticos e dos movimentos sociais, que, em sua análise, se tornaram burocráticos e perderam a democracia interna. ―Se acreditamos em um novo modelo [de política], temos que pensar na refundação dos partidos e, também, na refundação dos movimentos sociais, que carecem de democratização‖, disse. ―A democracia ou começa de dentro dos partidos, dos movimentos sociais, ou não começa nunca‖, declarou Boaventura. O intelectual alertou que a crise econômica enfrentada por países desenvolvidos, em especial na Europa, coloca em risco a democracia e abre espaço para o avanço de regimes conservadores. Para Boaventura, a ―crise profunda‖ abre espaço para a ―barbárie‖. ―A democracia já foi vencida‖, comentou. ―A direita está mostrando que dispensa a democracia‖, disse. Em sua análise, o neoliberalismo esvaziou a democracia e abriu espaço para a que o fascismo ganhe espaço na política. O Brasil, no entanto, não ―corre o risco‖ de mudar de modelo econômico, disse Boaventura. Durante o debate, o intelectual relatou que, em conversa com Dilma Rousseff na quinta-feira, a presidente disse a ele que o Brasil está ―vacinado contra o neoliberalismo‖ e que esse modelo ―nunca mais entrará no país‖. Os riscos que a crise econômica traz para a democracia dominou parte das principais atividades do Fórum Social Temático deste ano, que trouxe como tema a ―Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental‖. Em diversos debates promovidos por intelectuais, ativistas e movimentos sociais do Brasil, da América Latina e da Europa, o temor é que regimes conservadores ganhem espaço. Para o jornalista e professor francês Bernard Cassen, o risco que muitos países da Europa enfrentam hoje é de ―uma virada à extrema direita‖ Chico Whitaker, um dos idealizadores do Fórum Social, também participou do debate sobre democracia, ao lado de Boaventura e de Cassen, e analisou que ― a democracia não está funcionando bem‖. Para ele, há uma crise de representatividade dos partidos e dos políticos, que os distancia da população. Há uma geração de indignados, que sentem que o sistema político não está funcionado‖, disse. Apesar dos diagnósticos pessimistas quanto à crise mundial e à crise na democracia, poucas soluções foram apontadas pelos intelectuais para superar os problemas. Integrante da equipe de coordenação do fórum social, Whitaker colocou em xeque até mesmo os debates feitos durante o encontro de Porto Alegre. ―Precisamos mudar de estratégia e deixar de falar para nós mesmos‖, comentou, ao analisar que as discussões feitas no fórum social têm pouca repercussão na sociedade. O fórum social começou na terça-feira e termina neste domingo, dia 29. A expectativa da organização do evento é que cerca de 30 mil pessoas tenham participado das atividades do fórum social. Haddad diz que aliança com o PSD está descartada no momento Por Vandson Lima | Valor SÃO PAULO - O ex-ministro da Educação e pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou hoje que uma eventual coligação entre PT e PSD, do atual prefeito Gilberto Kassab, não é prioridade de nenhum dos dois partidos. "Não houve qualquer aproximação formal do PSD. Os presidentes do PT nem não foram procurados. O próprio PSD deixou claro que tem outras prioridades. E a nossa é a aproximação com os partidos da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff, com PDT, PR, PSB, PCdoB e PMDB", observou. Ciente de que uma aliança com o PSD seria bastante questionada, já que o partido faz oposição a Kassab na cidade, Haddad afirmou que "o sentimento do PT é de mudança, o que acreditamos estar em sintonia com a população. Não vamos abdicar disso por conveniência eleitoral". E continuou. "Não queremos, em nenhuma medida, que qualquer aliança rebaixe as nossas pretensões de atuação na cidade". Sobre a escolha do vice de sua chapa, o ex-ministro disse que assim que forem definidos os partidos da coligação a questão entrará na pauta, mas deu dicas de qual deve ser o critério para se chegar ao nome ideal, caso não haja consenso. "Pode ser pelo critério de maior bancada, que seria o caso do PMDB, se viessem, ou do PR, que é a segunda maior dentre os partidos da base". Visto que PDT, PCdoB e PRB também têm pré-candidaturas postas, a saída da disputa também poderia ser um diferencial. "Todos esses partidos nos pediram um tempo para ver o quadro eleitoral evoluir", observou. Folha de São Paulo Fórum Social chega ao fim com manifesto sobre ambiente FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE Movimentos sociais e ONGs fizeram um manifesto conjunto no encerramento do Fórum Social 2012, em Porto Alegre. O evento, realizado em mais três cidades da região metropolitana, terminou neste domingo (29). No sábado, a "Assembleia dos Movimentos Sociais" reuniu 1.500 pessoas, segundo os organizadores, para a elaboração do documento. Participaram diferentes entidades, como MST, CUT e ONGs ambientalistas. Christophe Simon - 24.jan.12/France Presse O principal foco da carta é a questão ambiental. Uma das motivações do Fórum Social era discutir as perspectivas para a conferência de meio ambiente Rio+20, que ocorrerá em junho. No documento, os organizadores fazem críticas à "economia verde", expressão usada por eles para se referir à preocupação ambiental pautada por razões mercadológicas e que não ameniza a pressão sobre recursos naturais. Outros temas citados são racismo, comunicação e reforma agrária. Mauri Cruz, do comitê organizador, acredita que o Fórum atingiu seus objetivos ao criar uma discussão sobre o evento que acontecerá no Rio de Janeiro. Na quinta-feira passada, os movimentos sociais se reuniram em Porto Alegre com a presidente Dilma Rousseff, e o tema foi debatido. "Estamos pautando a agenda do próprio governo, que ainda não tinha visto a importância da Rio no contexto da crise econômica", afirma Cruz. Os participantes de movimentos sociais vão voltar a se reunir em uma conferência paralela à Rio+20 em junho, a "Cúpula dos Povos". O Fórum Social Mundial tem edições centralizadas nos anos ímpares. A cada dois anos, é realizado em versões espalhadas pelo mundo. A organização já planeja uma nova edição em Porto Alegre para 2014. Foi na cidade que o encontro teve sua primeira edição, em 2001. Dirigente deixa CDHU após culpar moradores por problemas em casas GABRIELA YAMADA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO DE SÃO PAULO Dirigente da CDHU (órgão estadual de habitação), Milton Vieira de Souza Leite deixou o cargo nesta sexta-feira (27) após culpar o "nível de educação" do "pessoal que veio da favela" por problemas apresentados em casas entregues pelo governo do Estado em Ribeirão Preto (SP). Em entrevista à Folha, ao ser questionado sobre os motivos dos problemas nas casas, Vieira declarou: "A gente conhece o nível de educação [dos moradores]... O pessoal veio da favela. Não está acostumado a viver em casa". Segundo a assessoria Secretaria de Estado da Habitação, Leite pediu demissão. A assessoria informou ainda que as declarações de Leite não refletem a posição e o pensamento da CDHU. "A CDHU pede desculpas pelas declarações do seu ex-representante e ressalta que a empresa orienta todos os funcionários e prestadores de serviço a atender e acolher as famílias sempre buscando a satisfação dos moradores", disse nota da pasta. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), qualificou como "errada e preconceituosa" a declaração do dirigente, e chamou o diretor para dar explicações. No último dia 4, após a Folha revelar diversas falhas no conjunto habitacional Paulo Gomes Romeu, a Croma --construtora responsável pela obra-- disse que resolveria os problemas em 20 dias. Parte das casas foi entregue por Alckmin no final de dezembro e dias depois já apresentava as falhas. A reportagem voltou ao local ontem e anteontem e constatou que 12 de 16 casas continuam com problemas, como vazamentos nas pias, fissuras nas paredes e portas e janelas que não fecham. OUTRO LADO Leite foi procurado duas vezes pelo celular nesta sexta-feira para comentar a nota emitida pela assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Habitação, mas não foi encontrado. Sobre os problemas apresentados na casa, a CDHU informou, ainda em nota, que a construtora Croma está à disposição para atender os moradores, mas reiterou que "os problemas apresentados não são de origem estrutural". A nota disse ainda que o vazamento na pia de uma das casas visitadas pela CDHU é um problema surgido depois da entrega do imóvel. Sobre as janelas que não fecham, a assessoria diz que "o trinco estava danificado por ter sido forçado de maneira irregular". Já sobre as fissuras na parede, "ocorreu um deslocamento de um batente, abalado por impacto físico", segundo a nota. Justiça Eleitoral de SP suspende fundo partidário do PSDB O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo desaprovou ontem a prestação de contas do PSDB paulista de 2009. O diretório terá suspenso, por um ano, o recebimento o fundo partidário e terá que devolver R$ 87,9 mil. Cabe recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo o relator do processo, Mathias Coltro, o partido usou R$ 56 mil em recursos de origem não identificada, referentes a doações de pessoas jurídicas, contribuições de parlamentares e de filiados Além disso, de acordo com ele, houve irregularidades na aplicação do fundo partidário como, por exemplo, a não comprovação de R$ 52 mil pagos no aluguel de imóveis. O relator lembrou que o PSDB recebeu R$ 939 mil do fundo partidário em 2009. A decisão foi baseada na Lei dos Partidos Políticos. O diretório afirmou que não foi notificado da decisão, mas que deverá recorrer ao TSE quando isso acontecer. 'Pinheirinho era um jardim', diz comendador que vendeu terreno Com 1,3 milhão de metros quadrados, o lugar onde era o assentamento Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP), já foi um grande jardim, segundo seu ex-proprietário, o comendador Benedito Bento Filho, 75. A informação é de reportagem de Laura Capriglione e Julianna Granjeia, publicada na edição deste domingo da Folha. Apu Gomes - 27.jan.12/Folhapress O proprietário de terras da região de São José dos Campos, Benedito Bento Filho, 75 Benedito contesta as lideranças dos sem-teto, para as quais o Pinheirinho era terra improdutiva, mantida no seu patrimônio e, depois, no de Naji Nahas, apenas para fins de especulação imobiliária. Ali, diz, havia 62 pessoas trabalhando com 32 mil árvores frutíferas. O ex-dono conta ainda que o lugar quase virou um bairro operário na década de 70, mas o projeto não foi para frente. Hoje, o comendador é dono de um terreno vizinho ao Pinheirinho. Com o despejo das cerca de 2.000 famílias do local, ele torce para que as casas populares prometidas aos desalojados pelo governo impliquem a desapropriação de seu terreno --ele não menciona por quanto. TERRA (www.terra.com.br) Criado como contraponto a Davos, FST tem de samba a religião DANIEL FAVERO Direto de Porto Alegre As palavras pluralidade e diversidade não são o bastante para descrever o que acontece no Fórum Social Temático (FST), realizado em Porto Alegre. Criado como contraponto ao capitalista Fórum Econômico Mundial de Davos, a gigantesca programação reúne oficinas de pandeiro, origamis e debates sobre religião, psicanálise anticapitalista, além de entidades que criticam o próprio fórum. Tudo isso culmina com shows musicais no final de cada dia, seguidos por confraternizações no acampamento. Entre as atividades peculiares estão a oficina de árvore da paz em origami, de pandeiro, plantas medicinais como fortalecimento da agricultura familiar, ação ecológica com jogos de xadrez, debates sobre a construção de pontes entre a frugalidade e o macromarketing, psicopatologia do poder (uma espécie de psicanálise anticapitalista) e encontros entre teólogos. A maior parte dos encontros são constituídas por atividades autogestináveis, ou seja, organizadas pelos próprios participantes, daí a diversidade. Foram mais de 900, segundo a organização, a maioria acontecia ao mesmo tempo, quando acontecia. Isso fez com que algumas das reuniões tivessem pouca participação ou virassem bate-papos. "Até ontem, eu achava que tinha sido cancelado, mas um colega me avisou dizendo que ia acontecer. É muita desorganização, já mandei um e-mail desaforado para a organização", disse o líder da Associação Nacional de Teólogos e Teólogas da Religião de Matriz Africana Afro-Umbandista, Jayro Pereira, que veio da Bahia. A indefinição prejudicou a mobilização para a palestra que contava com quatro participantes, afirmava. O espírito anarquista emanado pelo fórum ficava evidente quando se realizava um passeio pelos encontros e nos acampamentos. No local onde o palestrante da Tunísia falava, uns dormiam, outros almoçavam, ao lado ocorria um desfile de moda hip-hop sustentável e próximo às barracas gente fumava maconha. Mais adiante, a União da Juventude Comunista do PCB criticava a proposta do próprio fórum, a poucos metros de um ambulante que oferecia cachaça do Maranhão. Diversidade e improviso O improviso era a tônica. As modelos do desfile de moda sustentável foram convocadas entre as participantes, sendo que uma delas havia desaparecido em companhia de anarcopunks para o desespero da estilista, Pandora da Luz. "A burguesia veste o conceito, e os estilistas da alta-costura estão buscando inspiração nas ruas", dizia sobre sua criação. Militantes que estavam no acampamento contaram que na volta do show do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, improvisaram uma marcha da maconha. "O pessoal que voltava no trem decidiu fazer uma marcha da maconha, à 1h30 da madrugada. Reuniu umas 1,1 mil pessoas até a chegada da polícia, que dispersou o pessoal", afirma o integrante do movimento Cravo Eduardo Beniacar, que veio do Rio para o Fórum. Segurança Segundo um segurança do acampamento que não quis se identificar, durante a noite a coisa fica um pouco violenta, com o registro de pequenos roubos, brigas e bebedeira. "Como estou desarmado, quando vejo uma briga, finjo que nem vi", confessa. Ele já previa que o show de rap dos Racionais MCs, realizado no anfiteatro Pôr-do-Sol, atrairia muita confusão. Segundo as equipes médicas que estão de plantão no local, a maior parte dos atendimentos são de picadas de insetos, contusões, bebedeiras e um caso de fratura. Panfletos e meio ambiente Para um evento cujo tema é 'Crise do Capitalismo, Justiça Social e Ambiental', e que serve de preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a quantidade de papel distribuído pelos participantes é considerável. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) deu atenção especial aos locais onde ocorre o evento, trabalhando em três turnos com 45 garis, além de 81 tonéis de lixo e mais 14 contêineres. Padilha: nomeação para cargos da Saúde segue critérios técnicos O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira que a escolha de nomes para cargos de órgãos vinculados ao ministério é feito por critérios técnicos, e não políticos. "A postura sempre foi estar aberto a ouvir os partidos, a sociedade e especialistas na indicação dos nomes, mas sempre usando o critério técnico e administrativo", disse. "Temos secretários, diretores, pessoas do primeiro e do segundo escalão, filiados e não filiados a partidos. Mudanças administrativas acontecem ao longo de uma gestão", completou. Padilha comentou o assunto depois que diversas declarações foram divulgadas pela imprensa dando conta de que a indicação do novo superintendente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Mato Grosso do Sul teria acirrado os ânimos entre PT e PMDB. O ministro nomeou o petista Pedro Taruel no lugar do peemedebista Flávio Brito Neto. Banco do Brasil troca 13 diretores e reforça influência do PT A sexta-feira foi marcada por uma troca de cargos sem precedentes no segundo escalão do Banco do Brasil (BB). Treze diretorias mudaram de comando, sendo quatro por motivos de aposentadoria. Nas alterações, o até então presidente da Cassi (plano de saúde do banco), Hayton Jurema da Rocha, se tornou o novo diretor de Marketing e Comunicação. Com as alterações, o presidente do banco, Aldemir Bendine, fortalece o Partido dos Trabalhadores (PT) na casa. Em nota, a instituição classificou as mudanças como naturais e defendeu que é saudável o rodízio de diretores, todos funcionários de carreira. As informações são doCorreio Braziliense. Pelos menos quatro diretores teriam sido forçados a sair por discordar da política de Bendine e para evitar rebaixamentos. Oito foram substituídos por colegas de carreira. "Tudo o que está acontecendo mostra que o Dida (como Bendine é chamado) está forte", disse um funcionário. O Ministério da Fazenda, ao qual o banco está vinculado, não se pronunciou sobre as alterações. Em dezembro, com a saída do vice-presidente de Atacado e Negócios Internacionais, Allan Simões, demitido por solicitação da diretoria executiva do banco, começaram as mudanças. Na avaliação do sócio da Metrika Consultoria e Pesquisa Euchério Lerner Rodrigues, essa oxigenação inédita na diretoria do BB deverá ser bem recebida pelo mercado. "Ela seria mais bem-vista se, em vez de uma troca de cargos, eles fossem congelados. O BB tem diretor sobrando, se compararmos com qualquer banco do mundo", comentou. ESTADÃO Dilma quer reforma gerencial como nova marca Presidente pretende construir uma bandeira depois da 'faxina' que marcou seu primeiro ano de governo e pediu à sua equipe foco na gestão do Estado Lu Aiko Otta e Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo BRASÍLIA - O governo de Dilma Rousseff terá como bandeira a reforma do Estado. Foi o que ela explicou em detalhes à sua equipe ministerial, reunida na última segunda-feira. Não se trata, porém, de discutir o tamanho da máquina pública, como se fez no passado recente, quando ganharam força teses sobre o enxugamento estatal. O que Dilma quer é foco na gestão. "Não tem essa história de Estado mínimo. Isso é uma tese falida, usada pelos tupiniquins. O Estado tem de ser eficiente", costuma dizer a presidente. A reforma que Dilma tem em mente é gerencial. É fazer com que a máquina administrativa funcione e devolva ao cidadão os serviços pelos quais ele paga. "Isso é revolucionário", definiu. É com essa estratégia que a presidente quer construir uma "marca" de governo depois da "faxina" que derrubou sete ministros no ano passado, seis deles alvejados por denúncias de corrupção. Dilma está convencida de que o surgimento da nova classe média vai demandar cada vez mais serviços públicos de qualidade. No diagnóstico da presidente, esse grupo de pessoas saídas da pobreza não fará como a classe média tradicional, que praticamente prescindiu do Estado, recorrendo a escolas particulares, planos de saúde e previdência privada. "Não se iludam! Essas pessoas não vão deixar de procurar escolas públicas nem o SUS e o INSS", argumentou ela. Na primeira reunião ministerial do ano, Dilma expôs o que espera da equipe para não tropeçar na gestão, como ocorreu no primeiro ano de governo, marcado por crises políticas e pela queda no volume de investimentos do setor público, em grande parte por causa de problemas gerenciais. Obcecada por metas, ela cobrou desempenho dos auxiliares e avisou que, de agora em diante, todos serão avaliados pelos resultados apresentados a cada seis meses. Exemplo. Alguns órgãos já estão adiantados no processo e fizeram exposições sobre seus sistemas de acompanhamento. O do Ministério da Previdência permite dizer, com atualização a cada 15 minutos, quantas pessoas pegaram senha nos postos do INSS e aguardam atendimento. O da Educação mostra o andamento de construção de creches em cada prefeitura. Os aeroportos são monitorados 24 horas por dia por câmeras cujas imagens chegam até o gabinete da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Outras áreas, como Saúde e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vão ganhar sistemas de controle semelhantes. O Ministério do Planejamento criou um escritório que vai se ocupar da reforma gerencial de vários órgãos do governo. "Serão medidas de grande impacto na vida dos cidadãos", prometeu o secretário executivo adjunto da pasta, Valter Correia. A maior parte das mudanças deriva de sugestões apresentadas pela Câmara de Gestão, presidida pelo empresário Jorge Gerdau. Independentemente disso, a Casa Civil está estruturando um sistema que será periodicamente alimentado de informações por todos os ministérios. Na prática, ela foi novamente turbinada e começa a reassumir todas as funções de gerência, no mesmo modelo da época em que Dilma comandou a pasta, de 2005 a 2010. Com dificuldades para deslanchar, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, será monitorado pela Casa Civil. Um ano depois de instalados, os quatro fóruns temáticos de gestão do governo não funcionaram e Dilma decidiu encerrá-los. No lugar deles é que entrará o sistema de monitoramento online dos programas, coordenado pela Casa Civil. Apertando controle sobre metas e uso do dinheiro, Dilma vai enquadrar inclusive as pastas ocupadas por indicações políticas. Em conversas reservadas, Dilma observou que, para ela, a reforma do Estado é ainda mais importante do que a ministerial. A ideia de Dilma é começar as mudanças pelo segundo escalão para melhorar a eficiência da máquina pública e desmontar estruturas "viciadas", mesmo comprando briga com partidos aliados, como o PMDB. Depois de ordenar a substituição na diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), a presidente vai continuar promovendo trocas na Petrobrás e também na Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Pinheirinho opõe SP a Dilma e ao Planalto Presidente chama de 'barbárie' operação da polícia militar paulista em área ocupada irregularmente no bairro de São José dos Campos ELDER OGLIARI / PORTO ALEGRE, LUCAS DE ABREU MAIA , SÃO PAULO - O Estado de S.Paulo Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff qualificar de "barbárie" a reintegração de posse de um terreno no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), os ministros da Secretaria-Geral de Governo, Gilberto Carvalho, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, voltaram a criticar a operação da Polícia Militar de São Paulo, nesta sexta-feira, em Porto Alegre, onde participaram de atividades do Fórum Social Temático. A desocupação, feita no domingo, retirou 1,6 mil famílias de um terreno devolvido pela Justiça à empresa Selecta. A frase foi dita por Dilma em uma reunião fechada com movimentos sociais em Porto Alegre. Carvalho e Maria do Rosário concordaram com a palavra "barbárie". "O que se viu no Pinheirinho, como nós vimos, foi um grande aparato militar, preparado e executado. Não foi seguido do ponto de vista de reacomodação das pessoas. Tudo aquilo poderia ter sido evitado se uma solução para aquela gente já tivesse sido viabilizada", avaliou Carvalho. "Não se trata de contestar decisão da Justiça, mas de dialogar com a Justiça, que é sensível a soluções negociadas." O ministro também rebateu acusações de integrantes do PSDB que o acusaram de transformar a reintegração de posse em questão eleitoral. "Lamento que se tente tergiversar a realidade", disse. "A realidade são militares violando o direito daquelas pessoas, o terrorismo para cima daquelas pessoas", comentou, para lembrar que o secretário nacional de articulação social da Secretaria-Geral da Presidência, Paulo Maldos, estava no terreno porque havia a promessa do prefeito Eduardo Cury (PSDB) de que haveria diálogo (leia texto nesta página). O ministro insistiu que "de maneira alguma" o governo federal procurou dar qualquer característica eleitoral ao episódio e manifestou respeito pelo governo de São Paulo. Também revelou saber que o governo paulista está tomando algumas iniciativas para reassentar as famílias e disse que o Ministério das Cidades tem se colocado à disposição. Para Maria do Rosário, não é necessário produzir qualquer outro termo que não "barbárie" para definir o método de desocupação. "Houve violação dos direitos humanos não apenas na operação, na destruição das casas, mas também na falta de preparação de um lugar para as pessoas ire." A ministra acredita que a juíza que determinou a desocupação desconhecia a negociação que havia sem se preocupar com a retaguarda necessária para salvaguardar o direito das famílias. São Paulo. Para o presidente do PSDB paulista, deputado estadual Pedro Tobias, as declarações da presidente Dilma Rousseff sobre a ação de desocupação da Polícia Militar na Comunidade do Pinheirinho são "estranhas". "Como presidente da República, ela poderia ter desapropriado o terreno com um decreto. Se não gostou da decisão da Justiça (que ordenou a desocupação), é só desapropriar", afirmou Tobias. Segundo ele, Dilma adotou a "tática que o PT sempre tem em períodos eleitorais: não faz nada e quer tirar casquinha". Já o governador Geraldo Alckmin, questionado acerca das críticas da presidente, contemporizou e afirmou apenas que "ordens judiciais precisam ser cumpridas". "Não vou fazer nenhum comentário, até porque não ouvi isso da presidenta", disse. Ele ressaltou, contudo, o "compromisso do Estado com as famílias" desalojadas. "Todas elas serão abrigadas. Já assinamos convênio, todas vão participar do aluguel social, R$ 500 para cada família, já vão para os imóveis a pelo governo." UOL (ww.uol.com.br) Na Bahia, Dilma volta a defender criação do Estado palestino Heliana Frazão Do UOL, em Salvador Em solenidade pelo Dia Intenacional em Memória das Vítimas do Holocausto, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender a criação do Estado palestino democrático e a paz no Oriente Médio. O evento foi promovido pela Confederação Israeita do Brsil em parceria com a Sociedade Israelita da Bahia. Ao lado do governador da Bahia, Jaques Wagner, Dilma disse que o governo brasileiro foi um dos primeiros a aprovar a criação do Estado palestino. Ela condenou todas as praticas de intolerância, mas admitiu que no Brasil e no mundo ainda existe muito preconceito contra negro, homossexuais e outras minorias. "Hitler levou ao extremo o racismo e o antissemitismo, pregado por toda a extrema direita europeia", disse ela. "Precisamos estar atentos para que tais praticas não se repitam." Dilma recebeu muitos elogios do presidente da Confederação Israelita do Brasil, Cláudio Luis Lottemberg, que disse que ela é um modelo de ética e um "exemplo para o meu filho". A presidente fica na Bahia até esta segunda-feira (30), quando participa da assinatura de ordem de serviço, em Camari, na Região tropolitana de Salvador. Com participação discreta, Dilma fala sobre crise financeira e Palestina no Fórum Social 2012 Lucas Azevedo Do UOL, em Porto Alegre A presidente Dilma Rousseff participou, no início da noite desta quinta-feira (26), em Porto Alegre, do Fórum Social Temático 2012 (FST). Ela discursou por 24 minutos para um ginásio Gigantinho muito aquém de sua capacidade máxima. Cerca de 6.000 pessoas, a maioria pertencentes a movimentos sindicais e partidos políticos como PT e aliados, participaram da atividade chamada ―Diálogos entre sociedade civil e governos‖. Porém, o que menos se ouviu foram diálogos. Após curtas falas do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, do ambientalista boliviano Pablo Solon e da sindicalista Carmen Foro, Dilma iniciou sua explanação. Ela exaltou os desafios de defender temas como a crise financeira mundial e o combate à pobreza na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, marcada para junho no Rio de Janeiro. ―Na maioria dos países da região [América Latina] estão em curso importantes transformações econômicas, sociais e políticas. Enquanto outras partes do mundo vivem a estagnação, recessão e muito desemprego, nossos países reduzem a pobreza e a desigualdade social‖, ressaltou a presidente. Dilma disse que saiu descontente com os resultados do último encontro do G20, em Cannes (França), pois ―não é fácil produzir novas ideias quando estamos dominados por preconceitos ideológicos‖. ―Nos anos 1980 e 1990 foram preconceitos políticos, ideológicos que infligiram modelo de estagnação, aprofundando a pobreza e o desemprego‖, afirmou. Modelos estes, segundo ela, que estão sendo repensados pelo mundo, especialmente com a vigente crise financeira europeia. Em alguns momentos, a presidente encantou os presentes arrancando palmas dos fãs ao citar discretamente o papel de sua ―geração‖ na oposição durante os anos de chumbo. ―Hoje, quando olho para o caminho percorrido, só posso dizer: ‗valeu a pena, companheiros e companheiras‘. O lugar que o Brasil ocupa hoje não é resultado de nenhum milagre econômico, mas do esforço do povo e do seu governo que souberam optar por um novo caminho.‖ Dilma também ressaltou o papel da diplomacia brasileira, sua defesa à manutenção do multipartidarismo e do desarmamento em todas as nações, e explanou seu apoio à causa palestina. ―Que a Palestina possa se constituir brevemente em um estado livre e democrático, e que tenha sua soberania garantida.‖ Ao terminar seu discurso, que não chegou a ser interrompido por uma pequena manifestação pedindo veto ao novo Código Florestal, o evento foi encerrado, para a surpresa de todos. À tarde, Dilma esteve reunida em um hotel no centro de Porto Alegre com o Comitê Internacional do Fórum Social Mundial. Antes, anunciou no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, o pagamento de R$ 2,3 bilhões de uma dívida que se arrasta há anos da União com a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Rio Grande do Sul. Devido ao desabamento do prédio no centro do Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira (25), a presidente cancelou sua agenda na capital fluminense e deve retornar para Brasília ainda esta noite. CORREIO BRAZILIENSE Movimentos sociais fazem balanço do FST e preparam mobilizações para Rio+20 Cerca de 1,5 mil pessoas participaram neste sábado (28) de uma assembleia que reuniu mais de 100 movimentos sociais participantes do Fórum Social Temático (FST) 2012. Em carta, os ativistas citaram a construção de uma agenda e de ações comuns contra o capitalismo, o patriarcado, o racismo e todo tipo de discriminação e exploração. A coordenadora dos movimentos sociais, Rosane Bertotti, explicou que o documento lista elementos em comum em meio à diversidade registrada na assembleia. Entre os destaques, temas como a democratização da comunicação, a violência contra as mulheres, o desenvolvimento sustentável e solidário, a reforma agrária, a agricultura familiar, o trabalho decente, a luta pela educação e pela saúde. ―Rejeitamos toda e qualquer forma de exploração e discriminação, seja ela no mundo do trabalho, sexista ou racial. Rejeitamos também toda forma de criminalização dos movimentos sociais e a forma como o capitalismo se reinventa na proposta de uma economia verde, achando que apenas pintar de verde um espaço vai mudar a realidade. Entendemos que, para mudar a realidade, não é só pintar de verde, é garantir direitos, liberdade de organização, democracia, proteção social‖, disse. Para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, o FST constituiu um espaço importante para reunir ativistas de várias partes do mundo que, em 2011, deram lições de cidadania e consciência na luta pelo acesso à educação e pelo direito a uma educação de qualidade. ―O FST funciona como uma orquestra que consegue juntar diferentes opiniões de inúmeros países numa perspectiva de superar as desigualdades sociais e os desequilíbrios que hoje a gente enfrenta no mundo‖, ressaltou. Entre as reivindicações do movimento estudantil brasileiro estão a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB)) para a educação, a vinculação de, pelo menos, 50% da arrecadação com a exploração do pré-sal para investimentos em educação e a valorização do professor. O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, avaliou que os debates do FST ficaram dentro do esperado. ―Nós, do movimento sindical, viemos para o fórum para fazer o debate junto com as outras mobilizações dos movimentos sociais, para potencializar a nossa intervenção, as nossas propostas durante a realização da Rio+20.‖ A ideia, segundo ele, é fazer com que a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) não seja apenas um espaço de debate para ambientalistas, mas que inclua nas discussões fórmulas para melhorar as condições de trabalho no mundo. ―Não basta apenas produzir de forma sustentável, é preciso desconcentrar renda, respeito aos direitos dos trabalhadores, aos direitos sociais e, acima de tudo, ao cidadão.‖ Já o presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, disse que a expectativa do movimento negro em relação ao FST foi superada, já que foi possível elaborar um documento com as reivindicações de todos os movimentos sociais. ―A questão racial aparece na carta porque o racismo é uma dimensão importante da opressão. Os movimentos sociais, a cada tempo que vai se passando, por meio do diálogo, vêm tomando entendimento e se sensibilizando a respeito disso‖, explicou. O GLOBO Aparelhos que mudam nossas vidas são montados em condições de trabalho deploráveis A Foxconn, por exemplo, tem um exército de 920 mil empregados, boa parte ganhando menos de US$ 17 por dia RIO - A indústria de tecnologia parece hoje ter o toque de Midas. Na semana passada, a Apple novamente passou a Exxon como empresa mais valiosa do mundo, ostentando ativos de US$ 418,8 bilhões (sua receita em 2011 foi de US$ 46,33 bilhões). A venda de tablets de todos os "sabores" cresceu 260% no ano, chegando a 66,9 milhões de unidades (incluindo 26,8 milhões de tablets Android e 15,43 milhões de iPads no último trimestre), segundo a Strategy Analytics. E até os PCs continuaram vendendo bem: foram 352,4 milhões de computadores pessoais vendidos em 2011 contra 346,8 em 2010, apontou o IDC. Finalmente, dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT) revelam que agora há quase 6 bilhões de celulares no mundo — uma penetração de 87% na população global. Até aí, tudo bem. A questão é: se vivemos mergulhados numa moderníssima "iEconomia" — termo cunhado pelo "New York Times" em recente série de reportagens sobre os bastidores da Apple, que revolucionou o mundo techie com o trio iPad, iPhone e iPod — por outro lado toda a sofisticação parece se apoiar numa cama de pregos. A maioria dos gadgets que nos maravilham diariamente é montada na China e arredores, em fábricas com condições de trabalho tirânicas. Só a taiwanesa Foxconn, que acaba de ser habilitada pelo governo brasileiro e terá incentivos fiscais para fabricar o iPad no país — responde por 40% da montagem de eletroeletrônicos de consumo do mundo inteiro. Trabalhadores dormem em fábricas A Foxconn tem um exército de 920 mil empregados, boa parte ganhando menos de US$ 17 por dia, segundo dados do "NYT". Muito dessa força de trabalho dorme em alojamentos dentro das sedes da Foxconn, ficando disponível 24 horas por dia — são 210 mil só em Shenzhen. Entre outros gadgets, a companhia monta o iPad e o iPhone da Apple, o console de games Xbox 360 da Microsoft, o ereader Kindle, da Amazon, o console Wii da Nintendo e o PlayStation 3 da Sony. Sem falar de placas de vídeo da Nvidia e placas mãe de computadores com modelos para processadores Intel e AMD. Ainda segundo o "NYT", outras integradoras asiáticas terceirizadas por HP, IBM, Lenovo, Nokia, Motorola e Toshiba também apresentam condições subumanas de trabalho. A Apple faz entre 200 e 300 auditorias por ano nas fábricas chinesas, mas os direitos trabalhistas continuam sendo violados. OS AMIGOS DO PRESIDENTE LULA (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/) Não adianta o PSDB tergiversar... Fizeram terrorismo no Pinheirinho diz Carvalho O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (PT), disse nesta sexta-feira (27), em Porto Alegre, que a desocupação de Pinheirinho foi um ato de ―terrorismo‖ contra os moradores do local. ―O Brasil inteiro viu a realidade. Militares violaram os direitos daquelas pessoas, fizeram terrorismo para cima delas‖, acusou um dos principais assessores da presidente Dilma Rousseff (PT). O ministro deu a declaração em conversa com a imprensa após participar do painel Os sentidos da democratização, dentro das atividades da edição temática do Fórum Social Mundial. Gilberto Carvalho disse que o cuidado na organização do aparato militar na ação de Pinheirinho não foi seguido da adequada cautela em reacomodar os moradores do bairro pobre de São José dos Campos – expulsos de suas casas por decisão da Justiça paulista, que ignorou duas liminares da Justiça federal e resolveu desapropriar as mais de 5 mil famílias da área que pertence à massa falida de uma empresa do megainvestidor Naji Nahas. O ministro lembrou que houve – e há – desejo de dialogar por parte do governo federal, mas que as tentativas de conversação não foram atendidas. ―O diálogo não foi levado até o final, preferiu-se executar uma ação militar que deu no que deu‖, criticou, acrescentando que ―no centro de tudo isso, fica a pergunta: o ser humano é apenas um objeto que pode ser carregado de um lado para o outro?‖. Gilberto Carvalho considera que, agora, o principal problema a ser resolvido é garantir um lugar para as famílias expulsas do Pinheirinho morarem. ―É isso que importa agora, que as famílias encontrem um espaço digno para viverem‖. O ministro Gilberto Carvalho acusou o PSDB – partido do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – de tentar ―tergiversar‖ a respeito da discussão sobre a desocupação de Pinheirinho. Em entrevista em Porto Alegre, o petista rebateu a nota divulgada pela direção nacional dos tucanos, que afirma que o governo federal estaria tentando ―politizar‖ a questão. ―Lamento muito que se tente tergiversar a realidade. O Brasil inteiro viu‖, observou Gilberto Carvalho. Ele recordou que o secretário nacional de Articulação Social – vinculado à sua pasta – tentou negociar no momento da ação policial, mas acabou levando um tiro com bala de borracha na perna. ―O Paulo Maldos, que foi alvejado, estava lá porque acreditou que haveria diálogo. Não há politização ou questão eleitoral, o que há é a necessidade da denúncia de um método equivocado. Afinal, há a realidade que o pais inteiro viu‖, explicou. O ministro reiterou que o governo federal ―respeita‖ o governo do estado de São Paulo. ―Temos uma boa relação. Procuramos pontuar a diferença de métodos e nos oferecemos para ajudar a resolver o problema daquelas famílias‖, resumiu. (Do Sul21) Maria do Rosário diz que extermínio do Pinheirinho violou direitos humanos Blog do Artur Henrique (http://arturcut.wordpress.com/) PSDB e a moradia popular: expresidente da CDHU culpa “pessoal da favela” pelas casas mal construídas pelo governo de SP Deu no UOL. Depois de denúncias e imagens de TV que não deixam dúvidas sobre a péssima qualidade da construção de casas feitas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) em Ribeirão Preto para cidadãos de baixa renda, o tucano responsável pela obra saiu-se com essa: ―esse pessoal veio da favela…‖, sugerindo que as rachaduras, pisos quebrados, portas que não fecham etc fossem resultado do mau uso do pessoal ―da favela‖. O PSDB se notabiliza pela incapacidade atávica de se relacionar com o povo. Quando tenta, ou é obrigado a isso, constroi soluções e serviços pobres destinados a pobres. Montadoras enviam para o exterior maior lucro de todos os tempos Para refletir e colocar em outra perspectiva as constantes reclamações dos fabricantes de veículos que têm unidades em solo brasileiro. A informação vem do UOL: ―Não se trata de números frívolos: foram os próprios fabricantes de veículos que registraram junto ao BC remessas de lucros e dividendos no total de US$ 5,58 bilhões, o maior valor de todos os tempos, equivalente a 19% de todas as operações desse tipo no ano no Brasil e 36% superior aos US$ 4,1 bilhões de 2010″, diz trecho do texto, assinado por Pedro Kutney . O lucro imenso é assim revertido para as matrizes no exterior, e não aplicado aqui. Para lembrar: o preço dos carros vendidos no Brasil é muito maior que os cobrados lá fora, e não exatamente pelos motivos que a mídica convencional costuma mostrar.