fatospara hoje - Convenção Batista Fluminense
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fatospara hoje - Convenção Batista Fluminense
Ano 13- n° 51 - Outubro /Novembro / Dezembro - 2016 Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense FATOS PARA HOJE Revendo os fatos que marcaram a Igreja no Século I, em busca dos princípios para a Igreja do século XXI Pr. José Gomes da Silva Filho SUMÁRIO LIÇÕES RESGATANDO A IA VISÃO MISSIONÁR 10 ÍRITO SANTO 02 CONGRESSO MULTIPLIQUE 03 PRIMEIRAS PALAVRAS 05 VIRA CRIANÇA PARA QUE A UNIDADE SEJA PRESERVADA NAS IGREJAS... AJUDANDO A CRIANÇA A CRESCER COM CRISTO! 06 CONGRESSO DE EBD TEMPO DE APRENDER, TEMPO DE INVESTIR! 07 PALAVRA DO REDATOR REVITALIZANDO A EBD 09 JOSÉ GOMES DA SILVA FILHO APRESENTAÇÃO DO PLANO 32 DIA COOPERATIVO 14 CHEIOS DO ESP 18 EM NOME DE JESUS 22 CRISTO ESTIDAS RESISTINDO AS INV DO INIMIGO 26 L LIDERANÇA ESPIRITUA S 30 SERVOS QUE NO INSPIRAM 36 O UM VASO ESCOLHID 40 PARCEIROS DE DEUS 44 AÇÃO O PRINCÍPIO DA OR GEM 48 A PRIMEIRA VIA DE PAULO GEM 52 A SEGUNDA VIA DE PAULO GEM 56 A TERCEIRA VIA DE PAULO A IGREJA UM 60 SIMPLESMENTE 2 PRIMEIRAS PALAVRAS PARA QUE A UNIDADE SEJA PRESERVADA NA IGREJA... Ouvi recentemente de um colega: “Tenho saudade das polêmicas ingênuas do passado, quando questões bem simples chamavam a atenção: usar uma bateria ou uma guitarra entre os instrumentos na Igreja, ter o cabelo comprido, usar calça comprida, bater palmas durante os cânticos”. E se voltarmos um pouco mais no tempo, encontraremos outras questões que geraram inclusive disciplina para os que praticavam o que era proibido, tais como: uso de maquiagem, ir ao cinema, jogar futebol e tantas outras questões culturais que ocupavam as mentes de alguns de nossos líderes como algo a ser combatido. No passado, era muito mais comum a tensão entre dinâmica e forma, bem como entre inovação e conservadorismo. Entretanto hoje, há questões que estão subjacentes, que de modo tácito ou explícito permanecem, preocupam e confundem aos que não têm conhecimento de nossa história e limitado conteúdo bíblico, sendo facilmente confundidos em relação à nossa identidade denominacional e os objetivos de Jesus para nós, pois somos um povo que valoriza a teologia e doutrinas bíblicas como geradoras de nossos princípios e valores, que são imutáveis. Algumas questões que geram enfraquecimento da unidade, em nossos dias, não são tão objetivas e vinculadas a aspectos culturais, mas refletem um grave atentado contra o ideal de Jesus para a Igreja com a qual Ele sonhou e orou, conforme lemos: “E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim” (Jo 17.20-23). Para que a unidade seja preservada na Igreja, precisamos aprender a conviver e respeitar diferenças, como reflexo da sabedoria divina que pôs no corpo todas as gerações como quis. Precisamos caminhar em direção ao nosso próprio aperfeiçoamento, respeitando a diversi- 3 dade da Igreja de Cristo, favorecendo a integração de todas as gerações. É importante lembrarmos que estamos nos preparando para a eternidade, onde não haverão “departamentos” separados, um para cada gosto. Lá, encontraremos o Único Senhor e o único céu para todas as gerações! Bom seria começarmos a nos acostumar com essa ideia, enquanto ainda estamos na terra. A fé e a esperança cristã não podem abrir mão da unidade do corpo de Cristo e, por outro lado, a unidade cristã não significa uniformidade, mas comunhão até mesmo dos contrários. É por isso que a Palavra de Deus nos exorta: “Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis” (1Co 12.17-18). Somos desafiados a nos aperfeiçoarmos como Corpo de Cristo através da compreensão e da efetiva realização da integração entre as diferentes gerações que compõem a Igreja de Cristo e, segundo a Palavra de Deus, por propósito dEle, fomos formados diferentes para que aprendamos a conviver de forma integrada com tais diferenças. Como somos essa diversidade na Igreja, nenhuma geração, tradição cultural ou de costumes, pode ter o monopólio do estilo e das formas, sob pena de subestimar e reduzir a variedade criada por Deus. Para que a unidade seja preservada na Igreja, precisamos entender que só a ação do Espirito Santo pode tornar possível esse desafio, pois só Ele pode produzir unidade e unanimidade. Veja o texto que caracteriza a “Igreja Batista” no início da era cristã: “e perseveravam na dou- 4 trina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos” (At 2.42-47). Os fundamentos da Igreja que é espiritual, apresentados nesse texto, nos ajudam a definir as atitudes que nos unem: perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Esse era o resultado levado a efeito pela ação do Espírito Santo, pois estavam unidos. E, por olharem para as metas de Jesus e não para as suas, podiam permanecer assim: unidos e unânimes. Precisamos aprender com os irmãos do passado, mas também com os de hoje. Não podemos permitir que questões culturais, disputa de poder ou prestígio, busca de vantagens, preferências ou até mesmo dinheiro ou coisas, nos distanciem dos objetivos de Jesus e passemos a defender os nossos próprios. Tudo isso tira a alegria de Jesus em nós. Por isso devemos rogar ao Pai que continue a encher o nosso coração de sua presença transbordante, e que Jesus sempre esteja em primeiro lugar, sendo prioridade absoluta. Então fluirão de nós amor, paz, alegria e união, que tanto necessitamos e desejamos. Pr. Amilton Vargas Diretor Executivo da CBF 5 6 PALAVRA DO REDATOR REVITALIZANDO A EBD A EBD, ao longo de toda sua história, sempre passou por grandes desafios e críticas para seguir adiante. O próprio Robert Raikes1, que idealizou a primeira Escola Bíblica Dominical com o objetivo de promover ensino para as crianças carentes da sua cidade, foi confrontado por religiosos da sua época que não acreditavam na importância e na necessidade de tal instituição de ensino. Há quem rotule a EBD como algo arcaico e ultrapassado; que não consegue atingir seus objetivos dentro do mundo contemporâneo. No livro Redescobrindo a Alegria das Manhãs de Domingo, Ken Hemphil lembra que “a Escola Dominical não é um dinossauro”2, o que existe é uma compreensão equivocada sobre a forma como ela deve ser mantida e gerenciada. Hemphil escreve que nossa intenção não deve ser preservá-la por simples nostalgia, antes, “temos de descobrir ferramentas e organizações que nos capacitem a cumprir a Grande Comissão da maneira mais eficiente possível”. Revitalizar não é simplesmente adotar ferramentas pedagógicas modernas para a educação cristã. Mais do que isso, como o próprio nome diz, é dar nova vida à EBD por meio de um conjunto de ações estratégicas aplicadas em parceria dentro da Igreja, de modo contínuo e permanente. Portanto, para revitalizar a EBD é necessário: 1- Diagnóstico da Realidade – reunir a liderança da EBD para avaliar o momento atual e identificar os pontos fortes e fracos. Fazer uma pesquisa com os professores e alunos para obter suas opiniões sobre a administração da EBD, sua estrutura (horário, salas, abertura e encerramento, divisão em departamentos e classes por faixa-etária, etc), literatura, e também colher sugestões. 2- Planejamento – é indispensável a realização de uma ampla reunião com todos os envolvidos, com o fim de traçar o planejamento estratégico da Escola Dominical. O planejamento estabelece antecipadamente qual roteiro será percor- 1 - Robert Raikes (Gloucester, 14 de setembro de 1736 — 5 de abril de 1811) foi um filantropo inglês e leigo anglicano, conhecido por sua promoção de Escolas dominicais. 2 - Hemphill, Ken S. – Redescobrindo a alegria das manhãs de domingo – Exodus, 1997. 7 rido, indicando “o quê”, “quando”, “por quem” e “como” será feito. Jesus falou sobre esse assunto em Lucas 14.28: “Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá”. 3- Desenvolver um programa de capacitação dos Professores – de nada adianta levar os alunos para a igreja no domingo pela manhã, se os professores não estiverem devidamente capacitados para o ensino das lições bíblicas. Por isso, é necessária a realização periódica de palestras e/ ou seminários de capacitação e qualificação do corpo docente. 4- Investimento em estrutura e materiais didáticos – para atingir e manter a eficiência, a EBD necessita de estrutura física em condições capazes de recepcionar os alunos, bem como de recursos didáticos que possibilitem aos educadores a utilização de métodos diversificados de ensino. 5- Campanhas de incentivo – a EBD precisa ser conhecida na Igreja e fora dela. Por isso há uma necessidade de marketing. O Pr. César Moisés, em seu livro Marketing para 3 - Carvalho, César Moisés - Marketing para a Escola Dominical 8 a Escola Dominical, diz que o marketing para a Escola Dominical tem como propósitos: atrair, conquistar e manter alunos na instituição3. 6- Avaliar – a avaliação deve acontecer antes, durante e depois. Por melhor que seja o projeto a ser experimentado, deve ser avaliado periodicamente em reunião com os professores. Alguns poucos educadores já descobriram esse caminho e estão promovendo mudanças significativas em seu sistema de ensino bíblico. Aqui vão algumas sugestões para revitalizar a sua EBD. Creio que outras poderão surgir ou até mesmo você, como diretor de EBD ou professor, tem utilizado outras ferramentas. Envie-nos sugestões e exemplos que foram utilizados em sua Igreja que ajudou na revitalização da sua EBD para o e-mail: educacaoreligiosa@ batistafluminense.org.br, que publicaremos nas próximas edições. Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda Redator da Revista P&V Diretor do Departamento de Educação Religiosa da CBF APRESENTAÇÃO FATOS PARA HOJE O livro de Atos dos Apóstolos, também chamado por muitos de “Atos da Igreja de Jesus Cristo”, contém inúmeras histórias que inspiram o leitor devotado e atento a ser um instrumento nas mãos de Deus. Estudar Atos é uma oportunidade de analisar a essência da Igreja de Cristo e o cuidado de Deus em guiar, proteger e orientar o seu povo. É um livro que revela o nosso “DNA”, nos instrui quanto às características que nos diferem e nos aponta o caminho seguro para simplesmente sermos uma Igreja. Também é um livro que nos motiva ao enchimento do Espírito Santo. Neste quarto trimestre de 2016, vamos investigar algumas histórias em busca dos princípios que nos permitirão cumprir as ordens do nosso Mestre Jesus. O médico Lucas escreveu Atos, provavelmente na segunda metade do primeiro século. Seus 28 capítulos são relatos que comprovam que a história de Jesus não terminou com Jesus. Os cristãos deram continuidade, participando ativamente da ação de Deus para alcançar os pecadores. Veremos que pessoas como nós, formaram a chamada “Igreja Primitiva”. Irmãos que aceitaram o desafio e, cheios do Espírito Santo, testemunharam acerca dos mistérios de Deus. Os resultados se estenderam até os nossos dias e deverão continuar por toda a eternidade. Daí a importância de avaliarmos os princípios (algumas disciplinas que são predominantes na Igreja de Jesus Cristo e que carecem da nossa atenção) que fizeram a diferença no primeiro século e, com a devida contextualização, evidenciá-los hoje. A Igreja somos nós! Nossa expectativa é que após o estudo dedicado de cada lição, o aluno assuma o compromisso de agir de acordo com os princípios que fizeram da Igreja de Jesus Cristo uma comunidade separada, cheia do poder de Deus e com uma mensagem capaz de revolucionar o mundo. Vamos juntos em busca dos fatos que nos ajudarão a saber o que aconteceu com a Igreja. É tempo de retornarmos aos princípios bíblicos que levaram os nossos irmãos do passado a serem chamados de cristãos (At 11.26). Bom trimestre! QUEM ESCREVEU José Gomes da Silva Filho Natural do Rio de Janeiro, nascido em 21/11/1969. Casado em 30/01/1993 com a M. M. Sueli Gabilan C. L. da Silva, pai de Jônatas e Joyce. Desde 02/12/1996 pastoreia a Igreja Batista em Ponte Preta, Queimados, RJ. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, 1994. Graduado em Liderança Avançada pelo Instituto Haggai Nacional, 2007 e CEDAP Igreja +, 2015. Graduado pelo MAPI-RJ no curso de Mentor Master, 2010 e Master Coach Cristão, 2013. É membro do Conselho da CBF. Foi presidente da ABAQUE (Associação Batista Queimadense) e é o atual presidente da OPBB (Subseção Queimadense). Escritor das revistas: Neemias e o desafio da reconstrução 3°T/2012 e Vidas que marcaram o seu tempo 3°T/2013. 9 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: Atos 1.1-14 LIÇÃO 1 RESGATANDO A VISÃO MISSIONÁRIA “Quando a Igreja perde de vista o seu chamado de ser a portadora do Evangelho para o mundo, ela vira um clube religioso como outro qualquer, simplesmente cuidando das necessidades e dos interesses dos seus membros.” (Chistopher Marques)1 O autor britânico Patrick Johnstone escreveu o livro “A igreja é maior do que você pensa”. Uma obra que visa reacender a chama da evangelização mundial em cada um de nós e consequentemente em cada Igreja local. A Igreja é maior do que pensamos no tempo: porque a Igreja foi planejada por Deus na eternidade e o seu destino é estar com Deus por toda a eternidade. A Igreja é maior do que pensamos no tamanho: porque a Igreja deve encarar o desafio da evangelização mundial até os confins da terra. A Igreja é maior do que pensamos em estrutura: porque devemos fazer as 1 - MARQUES, Cristopher. Um novo olhar para a missão da igreja. São Paulo: Editora Reflexão, 2015. 10 possíveis correções que nos ajudarão a tornarmos mais eficazes no cumprimento da missão. A ressurreição de Jesus Cristo foi o grande ponto de partida para que os discípulos abrissem a visão e levassem a mensagem do Evangelho até os confins da terra. A missão da pregação universal foi delegada por Jesus aos seus servos no primeiro século, se estendendo a todos nós até a sua volta. Devemos anunciar enquanto vivemos a expectativa do grande dia. O que aconteceu com a Igreja? É tempo de resgatarmos a visão missionária em nossas vidas, famílias e Igrejas! Analisando os fatos Segundo alguns comentaristas, o Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos resultam de um único esforço literário. No mundo antigo, eram comuns as obras que consistiam em várias partes ou livros. Segundo Champlim, “juntas, essas duas obras formam o mais completo registro histórico de como se desenvolveu a nova religião revelada em torno da personalidade do Senhor Jesus Cristo.”2 Após longa investigação, Lucas dedicou o seu livro a Teófilo (Lc 1.3; At 1.1). O nome significa “amigo de Deus”. “É provável que ele já fosse cristão, e que Lucas escreveu seu livro para ajudar a ele, e a outros como ele, a ter um relato fidedigno dos começos do cristianismo.”3 Portanto, é uma mensagem para todos os cristãos, em todos os tempos. A palavra “até” (1.2) indica que no livro de Atos estudamos o que Jesus continuou a fazer por intermédio dos seus discípulos após ter sido levado por Deus ao céu (1.9). O Evangelho de Lucas termina com uma breve referência à ascensão de Jesus (Lc 24.50-53) e Atos inicia com relatos do mesmo fato. É uma prova de que a promessa foi cumprida: “...e eu estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28.20). Antes de ser levado ao céu, Jesus tomou algumas providências para que seu ministério continuasse na terra. Passou 40 dias treinando os apóstolos (1.3). Eles receberam a ordem para permanecerem em Jerusalém à espera da promessa do Pai (1.4). A descida do Espírito Santo estava condicionada à subida de Cristo (Jo 16.7). “O lugar do ‘fracasso’ haveria de ser o território da vitória. O mesmo lugar onde Cristo foi humilhado, ali deveria também ser exaltado. O palco do padecimento deveria ser também o cenário do derramamento do Espírito”.4 A Igreja precisava de algo que a preparasse para cumprir um ministério de alcance mundial. Proclamar aquilo que Cristo havia realizado era a ordem a ser cumprida. Só no poder do Espírito Santo tal obra pode- 2 - CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. São Paulo. Candeia. 3 - MARSHALL. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1988. 4 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. 11 ria ser realizada (Jo 15.5; Lc 24.49). O Espírito Santo viria para habitar na Igreja e capacitar a todos que assumissem a responsabilidade de testemunhar acerca do Cristo (1.5). Os apóstolos fizeram uma pergunta que demonstrou a lentidão deles em entender a natureza espiritual do Reino de Deus (1.6). Marshall diz que a pergunta deles poderia se tratar de uma reflexão da esperança judaica de que Deus estabelecesse Seu domínio de tal maneira que o povo de Israel ficasse livre dos seus inimigos (especialmente os romanos) e fosse estabelecido como nação que subjugaria os demais povos. Porém “o Reino de Deus não é terreno, mas espiritual. Seu trono é estabelecido no coração das pessoas, não nas embaixadas e governos”.5 O mais importante era a tarefa imediata dos discípulos, que era a de agir como testemunhas de Jesus desde Jerusalém até aos confins da terra (1.7). Porque devemos resgatar a visão missionária em nossas vidas, famílias e Igrejas? 1 - PORQUE É PLANO DE DEUS. A Bíblia revela o plano de Deus: “... todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus” (Is 52.10). Estamos seguindo uma linha histórica estabelecida por Deus e revelada em Atos (1.11). Primeiro, Jesus voltou ao Céu. Segundo, a descida do Espírito Santo. Terceiro, a Igreja “militante” assume a tarefa de testemunhar até os confins da terra. Por fim, a volta de Cristo (Parousia). Nós somos parte e devemos executar o plano. Estamos vivendo o período de testemunho e missão que antecederá a volta de Cristo (Mt 24.14). Não há outro plano. A Igreja recebeu o poder para testemunhar. Nossa vida precisa estar comprometida com o plano de Deus. O apóstolo Paulo foi um bom exemplo ao dizer: “Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24). Dar testemunho, este é o plano! 2 - PORQUE TODO CRISTÃO TEM UMA RESPONSABILIDADE GLOBAL (1.8) A ordem de Jesus foi para que a mensagem fosse proclamada. O Reino de Deus deveria propagar-se por todas as regiões. Os apóstolos originais de Jesus cumpriram a Grande Comissão levando a mensagem do Evangelho de Jerusalém, na palestina, à Samaria, no Mediterrâneo. Agora faz parte da tarefa da Igreja completar essa Grande Comissão, levando a mensagem até os confins da terra. Se somos salvos hoje, foi porque alguém foi fiel à ordem de Jesus e nos transmitiu o Evangelho. A coi- 5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. 12 Para pensar e agir: Missões são as diferentes iniciativas humanas para promover a missão de Deus. Precisamos desenvolver estratégias para alcançar, simultaneamente, com a mensagem do Evangelho: a nós mesmos (1Co 9.27), a nossa família, os nossos parentes, os nossos vizinhos, os nossos amigos, os nossos conhecidos e as pessoas que não conhecemos. Missões é responsabilidade de todos e tarefa de cada um! Os discípulos voltaram para Jerusalém em obediência ao Mestre Jesus (1.12,13). Eles permaneceram unidos e em oração (1.14). Temos uma grande comissão que só será realizada com a Igreja unida e em constante oração. Nossa obediência será revelada com as seguintes atitudes: 1°) Orar pela evangelização mundial; 2°) Falar pessoalmente às almas perdidas, testemunhando do que realmente vimos; e 3°) Investirmos financeiramente, ofertando para sustentar a obra missionária. Perguntas para discussão em classe Estamos substituindo a mensagem do Evangelho por um diálogo de tolerância com a humanidade decaída? Estaríamos, hoje, entregando nossos pensamentos às especulações e deixando de lado a tarefa de sermos testemunhas de Jesus? Uma estatística no passado revelou que, em média, cada cristão investe o equivalente ao valor de uma “latinha” de refrigerante por ano na obra missionária. Por que isso acontece? De que forma podemos reverter este triste quadro? Como pode uma Igreja cumprir a grande comissão em nossos dias? Quais estratégias podemos utilizar? Segunda-feira: Marcos 16 Leitura Diária sa mais graciosa que temos a fazer neste mundo, após experimentar a beleza e o poder de Jesus, é compartilhar tal experiência com outras pessoas. O nosso “testemunho” é o resultado do que vivemos ao lado de Jesus. O Mestre nos chamou para sermos suas “testemunhas”, ou seja, relatar aquilo que experimentamos após sermos alcançados pela graça de Deus. Isso poderá implicar em sérias consequências diante do mundo em trevas (Jo 15.20). Os relatos de Lucas nos demais capítulos do livro de Atos irão demonstrar o Senhor enviando, livrando, curando e mesmo quando alguns pagaram com a própria vida por amor a Cristo, viram a glória de Deus (7.55). Terça-feira: Mateus 28 Quarta-feira: Lucas 24 Quinta-feira: João 20 Sexta-feira: Atos 1 Sábado: João 15.1-17 Domingo: Romanos 1.16-32 13 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 2 Texto Bíblico: Atos 2 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO “O verdadeiro Cristianismo não é religião, mas uma relação íntima com Deus, através de Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo.” (Ebenézer Bittencourt)1 Lucas é o evangelista que mais enfatiza a obra do Espírito Santo na vida de Jesus e da Igreja. Para que a Igreja cumpra a sua missão e consiga resistir às pressões impostas pela sociedade, é necessário que o Espírito Santo tenha livre acesso. A Igreja existe e deve ser mantida mediante a habitação e atuação do Espírito Santo. Uma senhora bem idosa vivia em condições de imensa pobreza em sua cidade natal. Anos antes, seu filho havia migrado para os Estados Unidos. Ele havia se tornado um empresário de sucesso, 1 - BITTENCOURT, Ebenézer. O poder que nos move. São Paulo: SOCEP, 2004. 14 mas nunca tinha tempo para visitar a mãe. Certo dia, uma amiga conversava com a senhora em sua humilde casa. Ela então lhe fez a seguinte pergunta: – Seu filho nunca manda dinheiro para suprir as suas necessidades? – Não, ele apenas me escreve cartas bonitas e me manda fotos muito interessantes. A ouvinte ficou aborrecida, pois sabia que o filho era muito rico. Mas, em vez de dar sua opinião, ela disse simplesmente: – Posso ver as fotos? A senhora orgulhosamente as tirou da gaveta para mostrá-las. Para grande espanto da amiga, o que ela estava vendo não eram fotografias, mas notas bancárias valiosas dos Estados Unidos, que somavam milhares de dólares. Durante décadas, a mulher tinha vivido na miséria. O problema? Ela não sabia o valor daquelas “fotos interessantes”. Ela havia guardado as notas, sem fazer uso delas. Analisando os fatos Todos estavam reunidos, orando, quando o Espírito Santo veio sobre eles. Tudo aconteceu no período em que os judeus comemoravam a festa da colheita, cujo nome em grego era pentecostes (quinquagésimo dia). Um evento que acontecia cinquenta dias após o sábado da semana da páscoa (Lv 23.15). Champlin sugere que “nesse dia havia uma grande reunião em Je- rusalém. Todos os homens estavam na obrigação de comparecer ao santuário central (Lv 23.21)”.2 É provável que o grupo tenha deixado a casa e ido para o templo. Muitas pessoas ficaram confusas com a reação dos que estavam cheios do Espírito Santo. As pessoas, embora de várias regiões diferentes, ouviam falar das grandezas de Deus em sua própria língua. Pedro resolveu esclarecer qualquer mal entendido. Iniciou o sermão explicando que tudo o que estava acontecendo já havia sido previsto pelo profeta Joel (Jl 2.28-32). Em seguida, apresentou o Evangelho. Ele embasou suas declarações com os feitos do próprio Cristo e palavras do patriarca Davi (Sl 16.8-11). Pedro concluiu que Deus fez de Jesus Senhor (V.36). “O derramamento do Espírito com as manifestações sobrenaturais que o acompanharam era, por assim dizer, um ‘telegrama’. Avisava os discípulos de que Jesus já estava reinando em poder no centro do Universo”.3 As palavras de Pedro foram como flechas. Seus ouvintes ficaram com o coração quebrantado (V.37-38). Só lhes restava uma possibilidade: o arrependimento dos pecados seguido do batismo, como um sinal exterior de uma nova atitude que repudiava o crime da rejeição e colocava os que confessavam a fé cristã do lado do Messias. “Geração perversa” é uma frase veterotestamentária para o povo de Israel que se rebelou contra Deus no de- 2 - CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. São Paulo: Candeia, p.43. 3 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. 15 serto (Dt 32.5) e aplica-se no Novo Testamento àqueles que rejeitam a Jesus (Fp 2.15).”4 O resultado da primeira mensagem evangelística da Igreja foi impressionante: cerca de 3.000 almas. “Ao serem convertidos, eles foram batizados, integraram-se na Igreja e perseveraram. Criaram raízes. Amadureceram. Fizeram outros discípulos, e a Igreja tornou-se irresistível.”5 “O Pentecostes não foi um acontecimento casual, mas uma agenda estabelecida por Deus desde a eternidade. Como o Calvário, o Pentecostes foi um acontecimento único e irrepetível. O Espírito Santo foi enviado, a fim de estar para sempre com a Igreja.”6 tes de Cristo. Eles foram usados por Deus para mudar o curso da história. Este mesmo poder sem limites, o poder do Espírito Santo, está disponível hoje para capacitar você a viver uma vida santa e frutífera para Jesus Cristo”.7 O Espírito Santo, quando tem a liberdade de atuar no cristão, transforma sua vida por inteiro. Seu fruto (Gl 5.22,23) se torna cada vez mais evidente no modo de pensar, falar e agir do cristão. O Espírito Santo habita no corpo (1Co 6.19); ilumina a mente (1Co 2.10); conforta (At 9.31); guia (Jo 16.13); santifica (Rm 15.16) e ajuda em nossas fraquezas (Rm 8.26). Tal impacto tem um efeito positivo em todas as áreas da vida (Ef 5 e 6). 1. A PRESENÇA DO ESPÍRITO É INDISPENSÁVEL NA VIDA DO CRISTÃO Para ser um cristão comprometido, compreender a Bíblia, manter uma vida de oração, viver em santidade, testemunhar e atuar no ministério de acordo com a direção de Deus precisamos da presença e direção do Espírito. Os cristãos do primeiro século, controlados e capacitados pelo Espírito Santo, e cheios do seu amor, transformaram o mundo. “À medida que os discípulos foram cheios do Espírito Santo, receberam um poder divino, sobrenatural, que os transformou de homens medrosos em testemunhas radian- 2. A PRESENÇA DO ESPÍRITO É INDISPENSÁVEL NA VIDA DA IGREJA Na Igreja onde o Espírito Santo habita há conversões, edificação, crescimento e, como relatado no livro de Atos, ela cai na graça do povo (V. 42-47). Uma busca rápida no livro de Atos revela como o Espírito atuava na Igreja primitiva. 1) Escolhendo e convencendo a Igreja quanto ao envio de obreiros (13.2-4; 20.28); 2) Qualificando as pessoas para o exercício ministerial (6.3; 11.22-24); 3) Revelando o engano na Igreja (5.3,9); 4) Fazendo suportar a perseguição (7.55-56; 13.49-52; 20.22-23); 5) Impulsionando a agir com autori- 4 - BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI. São Paulo: Editora Vida, 2012. 5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. p.65. 6 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. 7 - BRIGHT, Bill. Como ser cheio do Espírito Santo. São Paulo: Editora Candeia, 2001. 16 Para pensar e agir: A história da senhora idosa ilustra bem a vida de muitos cristãos e Igrejas. Embora estivesse de posse de uma grande riqueza, por desconhecimento, vivia na extrema pobreza. Muitos cristãos não entendem como é possível se apropriar das riquezas oferecidas pelo Espírito Santo. Vive uma vida infrutífera, dependendo dos próprios esforços para agradar a Deus. Jesus disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5b). Sem Ele, viveremos sempre à margem de uma vida santa e que testemunhe eficazmente acerca de Cristo. Precisamos investir em nosso crescimento até a maturidade em Cristo (Rm 12.1,2). Precisamos do enchimento do Espírito (Ef 5.18) que será o resultado da nossa fé (Ef 2.8,9). Precisamos experimentar as grandes riquezas e recursos que foram prometidos por Cristo (Jo 16). Precisamos do Espírito Santo, o Deus que habita em nós! Perguntas para discussão em classe 1) Nossas Igrejas estão sendo marcadas por uma ação intensa do Espírito Santo? Caso a resposta seja sim, relate algumas evidências. Caso a resposta seja não, quais os motivos? O que podemos fazer? E nossas famílias? 2) Nossa mensagem tem seguido na mesma direção do sermão de Pedro? O que temos visto em nossos dias: arrependimento ou remorso? Conversão ou adesão? Segunda-feira: Atos 2 Leitura Diária dade (13.8-12); 6) Determinando o que e quando fazer (16.6; 20.22). A Igreja não pode perder a visão de que é o Espírito quem a capacita e lhe dá o sustento em todo trabalho. Em nossos dias, o Espírito está no povo de Deus (1Co 6.19). Iludimo-nos quando dependemos de personalidades ou métodos para fazer a obra de Deus avançar. Sem o Senhor, fracassaremos! Um dos problemas é que “as Igrejas, por serem ‘ambientes espirituais’, com frequência, não estão dispostas a reconhecer a ausência de Deus.”8 Quando preenchermos o nosso vazio com a presença do Espírito, coisas maravilhosas e extraordinárias acontecerão primeiro em nós, e depois através de nós. As Escrituras revelam que Ele é uma pessoa para nos relacionarmos, pois fala (Ap 2.7; At 13.2); intercede (Rm 8.26); testifica (Jo 15.26); guia (At 8.29; Rm 8.14); ordena (At 16.6-9); conduz (Jo 16.13); nomeia (At 20.28). E ainda: podemos mentir para Ele (At 5.3-4); insultá-lo (Hb 10.29); blasfemar contra Ele (Mt 12.31,32) e entristecê-lo (Ef 4.30). Terça-feira: Levítico 23 Quarta-feira: Joel 2 Quinta-feira: João 16 Sexta-feira: 1Coríntios 12 Sábado: Gálatas 5.16-26 Domingo: Efésios 5.1-21 8 - CORDEIRO, Wayne. Igreja Irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014. 17 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 3 Texto Bíblico: Atos 3 - 4.31 EM NOME DE JESUS CRISTO “Quando não reconhecemos a presença de Cristo, a vida torna-se desalentadora. Mas quando reconhecemos que Ele está conosco, tudo muda!” (Wayne Cordeiro)1 Nesta lição, vamos considerar os fatos no primeiro milagre apostólico narrado por Lucas. Fatos que serviram para exaltar o nome de Jesus e dar maior visibilidade aos pregadores do Evangelho. Veremos que o segredo do triunfo do Cristianismo não estava nas ações de Pedro e João, mas na pessoa de Cristo e no poder vinculado ao seu nome. Em tempos em que verificamos muitas Igrejas prometendo mudar a vida das pessoas através da autopromoção de sua liderança, novos métodos e até mesmo com campanhas e eventos, nada melhor do que um confronto com a es- 1 - CORDEIRO, Wayne. Jesus puro e simples. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.81. 18 sência do Evangelho, visando o retorno ao que realmente transforma. Analisando os fatos Os judeus costumavam observar três turnos de oração por dia. Nove da manhã, ao meio dia e às três da tarde (hora nona). Foi no último horário que Pedro e João estavam entrando no Templo para orar (V.1). A porta “Formosa” devia ser um bom lugar para pedir esmolas, pois os que se dirigiam ao Templo queriam agradar a Deus. Lá estava, mais uma vez, um homem aleijado de nascença com mais de quarenta anos de idade (4.22). Ao pedir esmolas aos servos do Altíssimo, o pedinte não podia imaginar que aquele seria o último dia de sua vida de aleijado. “Olha para nós”. Com essas palavras, atraindo a atenção do homem necessitado, deram-lhe em “nome de Jesus” algo muito superior ao seu pedido. Ele foi curado, entrou com eles no Templo andando, saltando e louvando a Deus. Tal fato despertou a admiração de todos. Pedro, então, utilizando uma estratégia bem semelhante a do capítulo 2, aproveitou a oportunidade para apresentar o Evangelho (3.11-26). Ele apresentou Jesus como a fonte do poder milagroso na vida daquele homem, e mais uma vez apelou ao arrependimento e à conversão (3.19-20). Foi um sermão corajoso nas dependências do Templo. Eles foram presos, mas Deus já estava operando nos corações (4.4). Pedro, cheio do Espírito Santo, não perdeu a oportunidade de testemunhar diante das autoridades. Foi um sermão cristocêntrico. Eles tentaram calá-los (4.18), mas as mãos dos governantes ficaram amarradas pela evidência do homem curado, pelo entusiasmo da multidão e pela negativa de Pedro, que segundo Pearlman: “estabeleceu, para sempre, o princípio fundamental entre os limites da obediência cívica e do dever cristão de testemunhar. Quando existe clara contradição entre os mandamentos dos homens e os de Deus, de tal forma que obedecer a uns é desobedecer aos outros, não sobra mais nenhuma dúvida quanto ao que o cristão deve fazer.”2 Após mais um livramento e de tamanha demonstração do poder de Jesus, a Igreja reunida realizou um culto com testemunhos, orações e muito louvor (4.23-31). Todos se fortaleceram e passaram a anunciar com coragem a Palavra de Deus. 1. JESUS CRISTO É O NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO Precisamos lutar contra qualquer atitude que possa desviar as pessoas e até mesmo nossas Igrejas de Jesus. Ele é o que temos de melhor para oferecer. A Igreja é portadora da mensagem do Evangelho. O ministério da reconciliação está em nossas mãos (2Co 5.18). Podemos e devemos auxiliar todas as pessoas, mas se não apresentarmos Jesus como o nosso melhor, 2 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.52. 19 falharemos. Nada deve atrair mais a atenção das pessoas do que o próprio Jesus. Quando Leonardo da Vinci completou seu célebre quadro a Última Ceia, convidou um amigo para apreciá-lo. “O quadro é primoroso”, exclamou o amigo. “Aquela taça de vinho se ressalta da mesa em prata maciça e brilhante”. Sem esperar mais nada, o artista tomou um pincel e apagou a pintura da taça, dizendo: “Minha intenção era que a pessoa de Cristo atraísse em primeiro lugar o olhar das pessoas, e qualquer coisa que desvia dele a atenção precisa ser apagada”. 2. HÁ PODER NO NOME DE JESUS A palavra “nome” está vinculada à personalidade e influência da pessoa. Ao invocar o nome de Jesus, Pedro estava invocando o poder e as virtudes contidas na personalidade dEle. O Mestre havia afirmado que em “Seu nome” eles realizariam grandes feitos (Mc 16.17; Jo 14.14). O milagre havia sido realizado pela fé no nome de Jesus. Existem duas realidades que precisamos considerar. A primeira: as coisas extraordinárias de Deus só acontecerão em nosso meio pela fé no poder de Jesus. A segunda: o inimigo não se submeterá ao nome de nenhum líder eclesiástico, ministério, igreja ou denominação. Pedro, em momento algum, ousou reivindicar o que deveria ser creditado a Jesus. Ele foi categórico: “seja do conhecimento de to- dos vós e de todo o povo de Israel que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, por meio desse nome, este homem está aqui com boa saúde diante de vós” (4.10). Seremos bem sucedidos e felizes se levarmos as pessoas ao real conhecimento do poder de Jesus Cristo. Esse é o nosso papel! 3. OS REPRESENTANTES DE JESUS É um erro pensar que qualquer pessoa poderá ser usada para falar em nome de Jesus. “São necessários homens que tenham vida para entregar uma Palavra viva”.2 Temos um bom exemplo em Atos 8.18-23, quando um homem chamado Simão tentou subornar os apóstolos para também ser usado pelo Espírito. Ele era um homem que carecia de arrependimento por não ter um coração correto diante de Deus. Foi confrontado por Pedro e obviamente reprovado. Pedro e João eram pessoas especiais para Deus, e por isso foram usados com tamanha autoridade. Vejamos algumas das suas qualidades: 1) Convicção de que somente em Jesus há salvação (4.12); 2) Coragem para avançar em meio às adversidades, testemunhando acerca de Jesus (4.13a); 3) Experiência pessoal com Jesus (4.13b); 4) Consciência da missão que deveria ser transformada em ação (4.20); 5) Nutriam amizades espirituais (4.23); 2 - RAVENHILL, Leonard. Avivamento à Maneira de Deus. The Way Editora: 2010, p.48. 20 Para pensar e agir: Conta-se que Tomás de Aquino e o Papa Inocêncio IV viveram uma experiência bem comum ao texto que acabamos de estudar. Aquino surpreendeu o Papa ao visitá-lo no momento em que este estava contando uma grande quantidade de moedas de ouro e prata. Ao vê-lo, o Papa disse: “Irmão, como você pode perceber, não posso dizer mais como Pedro disse ao paralítico: “Não tenho ouro nem prata”. Aquino, então, lhe respondeu: “Isso é verdade, mas também o senhor não pode mais dizer ao paralitico: Levanta e anda!”4 Os fatos narrados por Lucas em Atos 3 e 4 servem de alerta para que apresentemos Jesus como o nosso maior tesouro. Precisamos planejar nossa vida e nossas ações em comunidade, de tal forma que o poder de Jesus prevaleça em nossa mensagem e ações. Precisamos ainda vigiar para não cairmos nas investidas do inimigo que tenta nos afastar do ardor espiritual. Ele tem investido para nos manter demasiadamente ocupados, pois assim, não teremos tempo para crescer aos pés do Mestre. É tempo de avançarmos dizendo ao mundo caído: “Em nome de Jesus Cristo, comece a andar!” Perguntas para discussão em classe 1. O que precisamos restaurar em nossa caminhada cristã para que tenhamos autoridade semelhante à de Pedro e João diante das pessoas? 2. O que a Igreja tem oferecido ao mundo hoje está em sintonia com o que Pedro ofereceu como o seu maior tesouro? 3. Quais os fatores que podem nos levar a uma vida cristã à margem do poder de Jesus? Segunda-feira: Atos 3 Leitura Diária 6) Mantinham uma vida regular de oração (4.24); 7) Eram cheios do Espírito Santo (4.31). Paulo sabiamente aconselhou as pessoas a imitá-lo à medida que ele imitasse a Cristo (1Co 11.1). A Igreja precisa se cuidar e, se necessário, restaurar a autoridade para dizer aos necessitados: “Olhem para nós”. Precisamos ser reconhecidos como aqueles que estiveram com Jesus, pessoas que através da obediência demonstram amá-lo (Jo 14.21). Nossa vida com Cristo deve inspirar outros a segui-lo. “Podemos dizer ao mundo: Olhem para nós? Os pais podem dizer aos filhos: Olhem para nós? Os patrões podem dizer a seus empregados: Olhem para nós?”3 Terça-feira: Atos 4 Quarta-feira: Efésios 4.17-32 Quinta-feira: 1João 3 Sexta-feira: 2Pedro 3 Sábado: 1Coríntios 4.1,2 Domingo: João 16.33 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.76. 4 - Ibidem, p.77. 21 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 4 Texto Bíblico: Atos 4.32 - 5.42 RESISTINDO AS INVESTIDAS DO INIMIGO “A Igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um viver santo, a declarar a inalterada verdade de Deus de forma amorosa, mas sem comprometê-la a um mundo que não crê.” (John F. MacArthur Jr)1 O ambiente era o melhor possível. Uma multidão cheia do Espírito Santo apresentando ao mundo um estilo de vida nunca visto (2.42-47; 4.32-37). Pessoas diferentes, mas que estavam unidas de coração e de propósito. Eles cuidavam uns dos outros, compartilhavam tudo. O impacto social era crescente. Pessoas salvas se juntavam à multidão que não cessava de louvar a Deus. “Até ali, tudo havia sido glorioso na vida da Igreja. Suas características típicas eram o amor fraternal, a bondade altruísta, a coragem heroica e a real devoção a Cristo”.2 1 - MACARTHUR Jr, John F. Com vergonha do evangelho. São Paulo: Editora Fiel, 1997, p.79. 2 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.60. 22 Enquanto isso, o inimigo trabalhava. “Não agrada a Satanás que uma Igreja tenha grande comunhão. Ele fará tudo o que puder para rompê-la. Sabe que, se puser o povo de Deus distraído ou afastado da concentração em Cristo e na Sua missão, poderá aniquilar o evangelismo, impedindo os que estão sob o seu domínio de serem salvos e libertos.”3 Suas estratégias são repetitivas e, mesmo assim, ainda hoje muitas pessoas estão permitindo serem contaminadas por suas investidas. Vamos analisar as investidas do inimigo contra a Igreja de Cristo. Analisando os fatos 1. ELE TENTOU DESTRUIR A IGREJA IMPLANTANDO A HIPOCRISIA (5.1-16) Os primeiros cristãos demonstravam o seu amor entregando suas propriedades para o bem comum. Não eram obrigados, mas faziam voluntariamente devido ao seu amor e preocupação com o bem-estar dos irmãos na fé. O Exemplo da generosidade de Barnabé (4.36-37) circulava entre os irmãos. O casal Ananias e Safira, membros da Igreja em Jerusalém, cobiçaram a mesma honra. Marshall declara que “eles procuraram obter crédito por um sacrifício pessoal maior do que aquele que fizeram, por meio de oferecer aos apóstolos apenas parte do preço de uma venda”4. Vale ressaltar que o casal tinha completa liberdade para agir conforme bem entendesse com os recursos oriundos da venda de sua propriedade. Tudo indica que eles assumiram o compromisso de dar tudo e depositaram apenas parte do valor referente à venda. Seu pecado se achava na sua “mentira ao Espírito Santo” e consistia em dar apenas parte dizendo que se tratava da totalidade (5.3). Segundo John Stott “o problema de Ananias e Safira foi falta de integridade. Eles não eram apenas avarentos, mas também ladrões e mentirosos. Queriam o crédito e o prestígio da generosidade sacrificial, sem terem de arcar com as inconveniências. Assim, a motivação do casal, ao dar, não era aliviar os pobres, mas inflar o próprio ego”5. Esses fatos demonstram as iniciativas de Satanás para atingir a Igreja internamente. Ananias e safira agiram com hipocrisia, foram instrumentos do inimigo para a invasão da Igreja. Quando ele não consegue destruir o trigo ele semeia o joio (Mt 13.24-30). 1.1– Deus rejeita os hipócritas – Originalmente a palavra “hipócrita” queria dizer “ator”. Dentro da Igreja, é um estilo de vida que age com dissimulação deliberada. Tentando fazer com que as pessoas acreditem que somos mais espirituais do que na realidade somos. O hipócrita está sempre representando um papel que nada tem a ver com sua verdadeira personalidade. Pessoas 3 - ROBINSON, Darrell W. Vida total da igreja. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p.78. 4 - MARSHALL. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1988, p.108,109. 5 - STOTT, John. A Mensagem de Atos. São Paulo: ABU Editora, 1994, p.121. 23 assim, que buscam a glória humana, caem debaixo da condenação severa do Senhor (Jo 5.44). O casal foi rejeitado e severamente punido por Deus (5.5,10). 1.2– A hipocrisia persiste em nossos dias – Hipocrisia é a falsa devoção, fingimento, é o desejo de parecer virtuoso sem pagar o preço de ser. É tentar parecer o que na verdade não é. É a extrema exibição de egoísmo. Ananias e sua esposa desejavam impressionar aos outros, a fim de obterem glória pessoal. Não se importavam realmente em ajudar ao próximo. Hoje temos o desafio de avaliar se quando cultuamos, testemunhamos, pregamos, ensinamos, dizimamos, ofertamos, louvamos, falamos acerca da nossa família e da obra missionária, estamos sendo sinceros e se nossa real motivação é a glória do Senhor. Há muita hipocrisia por aí! 1.3– A hipocrisia precisa ser confrontada – Toda mentira é cometida diante de Deus e contra Deus (5.4c). Uma Igreja cheia do Espírito Santo e com uma liderança submissa à sua voz, terá o discernimento e saberá agir contra essa conhecida investida de Satanás para enfraquecer a Igreja, visando diminuir o seu poder e influência. Deus protege a Igreja e a liderança fiel (Rm 8.31). Todo aquele que permitir ser contaminado por Satanás e agir contra a Igreja de Cristo, terá que acertar contas com o próprio Deus. A Igreja é a noiva de Cristo e ninguém melhor do que Ele mesmo para defendê-la. 24 Pelo poder do Senhor a Igreja venceu a hipocrisia. O “temor” a Deus tomou conta das pessoas de dentro da Igreja e também dos de fora. Coisas extraordinárias aconteciam. A Igreja crescia, pessoas eram alcançadas e libertas. A autoridade da liderança foi reconhecida como verdadeiramente espiritual (5.11-16). 2. ELE TENTOU DESTRUIR A IGREJA ATRAVÉS DA INVEJA EXTERNA (5.17-42) Os apóstolos foram presos. As autoridades religiosas mais uma vez estavam tentando impedir o avanço da Igreja. A ordem era para que eles não falassem mais nada acerca de Jesus. Eles estavam querendo aliviar suas próprias consciências (5.28). A fúria dos líderes só aumentava, mas agiram com cautela por causa do povo (5.26). Os servos de Deus não perderam a oportunidade para mais uma vez pregar ousadamente acerca da ressurreição, ascensão e a descida do Espírito Santo (5.30-32). Após a interferência de um fariseu chamado Gamaliel, eles foram soltos (5.34-39). Mas antes, foram afrontados e chicoteados por causa do nome de Jesus (5.40). “Os que criticam estão sempre atacando a Igreja do Senhor. Precisamos aprender a maneira de Deus de enfrentar as críticas do mundo. As políticas da Igreja precisam proceder de Deus. A Igreja precisa parar de fazer agradinhos ao mundo. Embora deva ser aces- Para pensar e agir: O inimigo também está em nossos dias, rondando e rugindo contra a Igreja de Cristo. Seu intento é a destruição. Ele está à procura de brechas para agir (1Pe 5.8; Jo 10.10). Não podemos dar a ele a legalidade para suas ações. Vale lembrar que maior é o que está em nós (Fl 4.13). Nem sempre conseguiremos impedir que a hipocrisia entre, mas podemos agir em nome de Deus para que ela não se aloje em nosso meio. É certo que as perseguições externas virão (Jo 15.20). Precisamos enfrentá-las com as armas espirituais (Ef. 6.1018). A nossa vitória reside no poder de Deus. O Espírito Santo está e estará conosco todos os dias até o fim dos tempos (Mt 28.20). Lembremo-nos das palavras de João Wesley: “Mostre-me cem indivíduos que não temam nada, a não ser o pecado; que desejam servir apenas a Deus, e, não importa, sejam obreiros sejam leigos, sei que farão as portas do inferno estremecerem e estabelecerão o Reino de Deus na Terra. Deus opera em resposta à oração”.7 Perguntas para discussão em classe 1. Os primeiros cristãos foram generosos entregando suas propriedades para o bem comum. Como podemos agir com generosidade hoje? 2. De que forma a hipocrisia tem se manifestado em nossas Igrejas? 3. Até que ponto estamos comprometidos com o sofrimento por causa do nome de Jesus? Você acha que estamos mudando nossa mensagem para agradar a opinião pública e evitar possíveis reações contra a Igreja? Segunda-feira: Atos 4 Leitura Diária sível às pessoas, a Igreja tem de agradar a Deus.”6 Como devemos proceder em meio à inveja externa? Que lições a Igreja de Atos nos ensinam? 1) Precisamos colocar a obediência a Deus acima de tudo e de todos; 2) Precisamos lembrar que Deus tem todo o poder para nos livrar; 3) Precisamos orar sempre, sem desfalecer; 4) Precisamos continuar anunciando Jesus; 5) Precisamos ver o sofrimento e as afrontas por causa de Jesus, como sinal da nossa fidelidade; 6) Devemos nos alegrar. Mais uma vez, pelo poder do Senhor, a Igreja venceu. O inimigo perdeu mais uma. Ele falhou, mas tentará de outro modo atingir a Igreja e paralisar o avanço da obra. É o que veremos na próxima lição. Terça-feira: Atos 5 Quarta-feira: Tiago 4.1-12 Quinta-feira: 2Pedro 3 Sexta-feira: João 15.18-27 Sábado: Romanos 12.1,2 Domingo: Apocalipse 12.10-11 6 - ROBINSON, Darrell W. Vida total da igreja. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p.79. 7 - MAXWELL, John. Parceiros de oração. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1999, p.16. 25 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 5 Texto Bíblico: Atos 6.1-7 LIDERANÇA ESPIRITUAL “Se os cristãos do mundo todo renunciarem seus planos pessoais, suas metas e aspirações, e começarem a obedecer radicalmente a tudo o que Deus lhes mostrar, causariam uma reviravolta no mundo” (Henry & Richard Blackaby )1 Segundo Jonh Edmund Haggai, “liderança é o esforço para exercer conscientemente uma influência especial dentro de um grupo, no sentido de levá-lo a atingir metas de benefício permanente, que também supram as necessidades reais do grupo”2. Toda Igreja preci- sa se organizar para enfrentar os problemas que surgirão. É preciso foco para atingir as metas estabelecidas por Deus. Nenhuma Igreja consegue ir à frente quando se rompe a comunhão. Veremos que a liderança da “Igreja Primitiva” agiu rapidamente, através de um 1 - BLACKABY, Henry e Richard. Liderança Espiritual. São Paulo: Bompastor, 2007, p.45. 2 - Instituto Haggai do Brasil. Módulo 1, p.4. 26 esforço consciente, para resolver um problema interno e preservar a comunhão. O inimigo não conseguiu seu intento que era o de desviar o foco dos cristãos. A Igreja avançou e não ouvimos mais nada a respeito do problema. Analisando os fatos Lucas narrou a história do crescimento da Igreja em Jerusalém e um desentendimento que ameaçou a expansão da mesma (v.1). Os apóstolos não estavam conseguindo coordenar ao mesmo tempo a beneficência e suas atribuições básicas: oração e ensino da Palavra (v.2 e 4). Houve um ressentimento entre os crentes de fala grega, os “helenistas”, originários de outras regiões, contra os crentes “hebreus” que eram os judeus que falava aramaico e eram naturais da Judéia, porque as viúvas gregas estavam sendo discriminadas na distribuição diária de comida. Houve reclamação. O problema foi rapidamente contornado devido à espiritualidade e sabedoria da liderança, que atacou o problema e não as pessoas envolvidas. Os apóstolos humildemente reconheceram que precisavam de ajuda. A estrutura da Igreja foi modificada com a escolha de sete homens com as credenciais necessárias para atenderem as necessidades reais do grupo. “Quando a Igreja escolhe sua liderança sob a égide dos preceitos divinos, as tensões são resolvidas, as necessidades são supridas e a Igreja cresce com mais ousadia”3 (v.7). 1. A IGREJA DE DEUS PRECISA DE UMA LIDERANÇA ESPIRITUAL Somente uma liderança que busca a orientação do Espírito Santo e que saiba aplicar a sua fé nos momentos de maior desafio, conseguirá focar e levar o povo de Deus para o centro de Sua vontade. A obra de Deus precisa de “líderes que buscam orientação do Espírito Santo e não da última pesquisa de opinião pública. Precisa de líderes religiosos que seguem os planos de Deus e não seus próprios. Precisa de maridos e esposas, mães e filhos que saibam como aplicar a Palavra de Deus em seus lares ao invés de simplesmente implementar os conselhos dos últimos livros de autoajuda”4. As atitudes dos apóstolos sugerem que líderes espirituais: 1) Reconhecem as reais necessidades da Igreja (v.1). 2) Compartilham as necessidades com os demais irmãos (v.2,3). 3) Reconhecem seus limites (v.2b). 4) Sabem quais são suas reais atribuições (v.4). 5) Agem visando à expansão da obra de Deus (v.7). 2. A IGREJA DE DEUS PRECISA DE UMA LIDERANÇA APROVADA O renomado líder norte-americano John C. Maxwell afirmou que toda vez que a pessoa escolhe o caráter, torna-se mais forte, ainda 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.139. 4 - BLACKABY, Henry e Richard. A Liderança Espiritual. São Paulo: Bompastor, 2007, p.28. 27 que a escolha traga consequências negativas (...). O desenvolvimento do caráter está no centro do nosso progresso não só como líderes, mas também como seres humanos. O que toda pessoa deve saber sobre caráter? 1. Caráter é mais do que falar – a ação é o verdadeiro indicador do caráter. 2. Talento é um dom, mas caráter é uma escolha – à medida que você vive e faz escolhas hoje, está continuamente criando seu próprio caráter. 3. Caráter traz sucesso duradouro com as pessoas – os seguidores não confiam em líderes cujo caráter apresenta falhas, nem os seguirão. 4. Os líderes não podem estar acima das limitações do próprio caráter – pessoas que conquistam altas posições, mas não têm estrutura para sustentá-las durante o período de estresse, caminham para o desastre. O psicólogo Steven Berglas acredita que essas pessoas estão destinadas a passar por uma ou mais destas quatro situações: arrogância, sentimentos dolorosos de solidão, busca de aventuras destrutivas ou adultério.5 Paulo aconselhou ao jovem Timóteo: “Procura apresentar-te aprovado diante de Deus, como obreiro que não tem de que se envergonhar...”. (2Tm 2.15). Um líder eclesiástico aprovado diante de Deus, também será aprovado diante dos homens. Um líder íntegro andará seguro (Pv 10.9). Os apóstolos sa- biam que os desafios da Igreja exigiriam líderes: De boa reputação – pessoas de confiança quanto à moralidade ou honestidade. Pessoas que não iriam pôr a mão e ficarem com os donativos que deveriam ser entregues às viúvas. Pessoas sensatas e de confiança na liderança que tinha o grande desafio de restaurar a comunhão da Igreja. Cheios do Espírito Santo – pessoas reconhecidas na comunidade como homens de Deus ativos e com o coração na obra de Deus. Gente como Estevão, “Cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6.8). “Somos cheios do Espírito quando Deus ocupa cada parte de nossa vida, quando tem permissão para operar em nós tudo o que se propôs a realizar.”6 Cheios de sabedoria – era mais do que mera inteligência. Pessoas que, orientadas pelo Espírito, saberiam como lidar com os desafios com amor e graça. Uma sabedoria terrena e prática com um aspecto espiritual (Tg 3.17). Mesmo para o desempenho dos deveres que julgamos “práticos” ou de “menor relevância” na Igreja, serão necessárias pessoas confiáveis. 3. A IGREJA DE DEUS SÃO AS PESSOAS Que revolução os apóstolos causaram ao estabelecer os “irmãos” como parte importante na resolução do conflito. Aos “irmãos” foi delegada a missão de observar e escolher aqueles que seriam en- 5 - MAXWELL, John C. As 21 indispensáveis qualidades de um líder. São Paulo: Mundo Cristão, 2000, p.15-16. 6 - CORDEIRO, Wayne. A igreja irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.26. 28 Para pensar e agir: Toda Igreja precisará tomar decisões no curso de sua caminhada. Vimos que os irmãos do primeiro século não ficaram presos a uma estrutura que, naquele momento, ameaçava a comunhão. Foram ousados, sábios e espirituais na condução do problema. O resultado não podia ser outro. A Igreja avançou e muitas pessoas se renderam a Cristo (v.7). Essa experiência narrada por Lucas deveria nos ensinar que para lidar com os assuntos do Reino de Deus devemos, ao invés de procurar líderes que tenham qualificações seculares, procurar pessoas com caráter, boa reputação, habilidade de lidar com a Palavra de Deus e que manifestem o fruto do Espírito em sua vida. A esses devemos confiar a responsabilidade de liderar a Igreja de Cristo. Perguntas para discussão em classe 1. Como devemos agir para evitar que possíveis reclamações atrapalhem a comunhão da Igreja? 2. Que lição extraída do texto, você pretende colocar em prática a partir de hoje? 3. Quais fatores têm influenciado uma contribuição cada vez menor das pessoas nas decisões das Igrejas? 4. Você conhece os “documentos dos batistas” citados nesta lição? Segunda-feira: Atos 6.1-7 Leitura Diária carregados do ministério de auxílio às viúvas. Os apóstolos confiavam na ação de Deus em revelar aos demais irmãos o ideal para a Igreja. Mesmo a Bíblia afirmando que na multidão de conselheiros há segurança (Pv 11.14), temos observado um crescente movimento que tira da congregação o direito de participar das decisões da Igreja. Aprendemos com os apóstolos a valorizar a Igreja no processo decisório. A proposta foi feita pelos doze e submetida a uma assembleia da Igreja, sendo aprovada. Ao impor as mãos sobre os escolhidos, os apóstolos reconheceram a decisão como vinda de Deus. A congregação tem uma grande responsabilidade que deve ser reconhecida, estimulada e cultivada. Somos responsáveis por cuidar para que tenhamos ensino correto e boa disciplina. Cada membro precisa assumir sua parte ativa na Igreja, não somente frequentando-a, orando por ela e contribuindo financeiramente, mas também, acima de tudo, conhecendo ativamente os membros de sua Igreja e os princípios que através dos anos vem caracterizando-a como uma Igreja Batista. Alguns documentos não podem ser esquecidos: A declaração doutrinária da CBB; Princípios batistas; O pacto das Igrejas Batistas; Quem são os batistas? (Veja em www.batistas.com). Terça-feira: Tiago 1.27; 2.14-26 Quarta-feira: Mateus 25.31-46 Quinta-feira: 1Tm 3.1-7; Tito 1.6-9 Sexta-feira: Êxodo 18 Sábado: Provérbios 11.14 Domingo: Tiago 3.17 29 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 6 Texto Bíblico: Atos 7.8 - 8.40 SERVOS QUE NOS INSPIRAM “O fogo de Deus não pode ser apagado pelas águas da perseguição dos homens” (A. W. Tozer )1 Víbia Perpétua e sua escrava Felicitas, viveram no norte da África. Converteram-se ao cristianismo pela influência de Saturo, um diácono. O sofrimento pessoal de Perpétua foi preservado em um documento do século III chamado, A paixão de Perpétua e Felicitas. Nesse relato, ela fala da angústia e humilhação que seu pai, um membro respeitado da nobreza, sofreu ao tentar livrá-la do martírio, suplicando-lhe que abandonasse a sua fé. Quando se aproxi- mava a data da execução, seu pai visitou a prisão suplicando que pusesse a dor da família acima de sua fé, mas ela afirmou: “No cadafalso será feito o que Deus quiser, pois sei que não fomos colocados em nosso próprio poder, mas no de Deus”. No dia da execução, Saturo foi levado à arena para divertir a multidão. O professor ficou tão ferido e sangrando que os espectadores zombaram dele, dizendo: “Ele foi batizado!” Perpétua e Felicitas 1 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova, 1993, p.300. 30 foram despidas e também enviadas para a arena, a fim de enfrentar um novilho enlouquecido. Após tamanho sofrimento que levou a multidão a gritar: “basta!”, as jovens mulheres foram levadas ao executor e, nesse momento, Perpétua gritou para alguns amigos cristãos que sofriam: “Transmitam a Palavra aos irmãos e irmãs; fiquem firmes na fé, amem-se uns aos outros e não permitam que nosso sofrimento seja uma pedra de tropeço para vocês”.2 Muitas pessoas foram atraídas pelo exemplo desses cristãos, para uma fé que demonstrava tanta serenidade e coragem. Homens como Estêvão e Filipe podem ter servido de inspiração para que pessoas como Perpétua, Felicitas e Saturo, permanecessem fiéis a Cristo. Em nossa lição de hoje vamos destacar algumas qualidades desses servos. Analisando os fatos 1. ESTÊVÃO, UM HOMEM FOCADO NO CÉU (At 6.8 - 7.60) Estêvão foi um dos sete. Um homem muito usado por Deus, cheio de fé, do Espírito Santo, de graça e de poder. Após ser acusado de blasfêmia pelos membros da sinagoga, com expressão angelical, respondeu com a rememorização da história de Israel. Concluiu chamando-os de traidores e assassinos. A reação foi imediata: tomados de grande fúria, o apedrejaram. Estêvão viveu de forma excelente e morreu de forma exemplar. Certamente está inserido no contexto de Hebreus 11. “Sua vida foi irrepreensível; suas obras, irrefutáveis; e suas palavras, irresistíveis.”3 Ele é o tipo de pessoa que procuramos hoje em dia para dirigir as atividades da Igreja, mas frequentemente percebemos que uma pessoa assim é raramente encontrada. Como Estêvão foi capaz de suportar tamanha perseguição e mesmo assim ainda orar a Deus pelos seus ofensores? Que marcas podemos encontrar neste homem que foi a primeira pessoa a morrer pelo Evangelho de Cristo? 1) Ele vivia cheio do Espírito Santo (6.5; 7.55a) – O poder para resistir os embates nesta vida vem da ação do Espírito Santo. Como disse o reformador tcheco Jan Hus na hora da morte por amor a Cristo: “Com a maior alegria confirmarei com meu sangue a verdade que tenho escrito e pregado”. A fonte da nossa força é o Senhor (Ne 8.10; Fp 4.13). 2) Ele estava focado no Eterno e na eternidade (7.55b) – Quando focamos no Céu, vemos a glória de Deus (Cl 3.1,2). Quantos irmãos que partiram na velhice ou após enfrentarem uma grave enfermidade, tiveram a mesma visão de Estêvão. Em meio aos ataques e aflições deste tempo, precisamos focar na eternidade (Jo 16.33). Há algo muito maior e melhor a ser revelado (Rm 8.18). Nossa visão para a vida na terra 2 - TUCKER, Ruth A. Missões até os confins da Terra. São Paulo: Shedd Publicações, 2010, p.36-39. 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.151. 31 DIA DO PLANO 4º DOMINGO ista é o Bat O Batista é 10 – Sou você através da sua igreja. Sim, sou você, sua voz, tentando mostrar que o mundo está sendo controlado pelo poder das trevas. Eu sou você trabalhando em toda parte para provar que Jesus Cristo reina. Eu sou a canção gloriosa proclamando: A SOLUÇÃO É JESUS CRISTO. Sim eu sou o PLANO COOPERATIVO. UNIÃO MISSIONÁRIA DE HOMENS BATISTAS FLUMINENSE UMHBF Atividades: Congressos Estaduais e regionais; Mutirões Missionários e Ação Social; Simpósios e Acampamentos, promove programas com Embaixadores do Rei e o Grêmio de Ação Missionário. Grupo auxiliar da CBF que visa orientar o trabalho com os jovens e adolescentes do campo fluminense. CAMINHOS COOPER Convenção Batista Brasileira Formada por Mulheres batistas de todas as igrejas da Convenção comprometidas com a formação da consciência missionária das crianças, das adolescentes, das jovens e das senhoras. www.batistauminense.org.br relacionamento@batistauminense.org.br 32 convencao.uminense Enviamos regularmente ofertas do Plano Cooperativo para Convenção Batista Brasileira. 21 2620-1515 21 99600-6127 Rua Visconde de Morais, 231 Ingá - Niterói / RJ CEP: 24210-145 COOPERATIVO DE OUTUBRO Despertando as igrejas para apoio e ampliação na atuação em todo campo fluminense. Destaque: Apoio a 25 frentes missionárias cujo foco é Evangelização através de Capelanias, Projetos Missionários, Implantação e Fortalecimento de Igreja. DO PLANO R Convenção Batista Fluminense Congrega atualmente cerca de 2300 pastores do Campo Batista Fluminense. Destaque: Congresso Anual dos Pastores. Em Maio de 2016 presença de cerca 650 pastores. Promove treinamentos para EBD em todas as faixas etárias – EBF Culto Infantil - Treinam. Líderes, Congresso de Educadores além da emissão de 114 mil revistas Palavra & Vida. educação teológica Instituição filantrópica sem finalidade lucrativa, visando preparar o povo batista na pregação do evangelho, direcionado para a educação dentro da visão de investimento e valorização da cidadania. Alvo: Abrigar idosos atualmente contamos 53 idosos hóspedes em nossas dependências. Destaque: Projeto Futuros Guerreiros. 57 menores da comunidade, evangelizados através do esporte. Em dois anos 44 desses menores se decidiram por Jesus Cristo. 33 deve levar em consideração o plano de Deus em curso. Caso contrário, seremos dignos de pena (1Co 15.19). Quando você está perto de Deus, tudo o que não é dele perde o encanto, porque o Senhor é sua riqueza (At 20.24). 3) Ele conseguia ver o que ninguém via (7.56) – Jesus disse que se manifestaria aos obedientes (Jo 14.21). Deus não se revelará a pessoas que vivem com uma vida dupla (Mc 12.30). Pessoas que vivem confortavelmente desengajando da vida as realidades do Evangelho. Para essas, uma coisa é a vida material e a outra a espiritual. Sabiamente Wayne Cordeiro afirmou: “Exponha sua fé publicamente. Quanto mais cedo você se expuser, menos será tentado. Se você se torna neutro a fim de parecer que segue as tendências da moda, certamente será convidado a lugares aos quais não precisa ir.”4 4) Ele havia assimilado a natureza da perseguição por amor a Cristo (7.59-60) – Servir a Cristo é sinônimo de perseguição (Mt 5.11-12; Jo 15.20; 2Tm 3.12). Enquanto as pessoas agiam perversamente, Estêvão estava na presença do Senhor. Devemos assimilar essa verdade antes de ingressar numa universidade, de comunicar a conversão à família, aos colegas de trabalho, etc. O martírio não foi privilégio apenas de Estêvão, foi o destino de aproximadamente todos os apóstolos, exceto João, que morreu na prisão. Um ativismo raso, anti-intelectual, pode produzir algum tipo de crescimento na Igreja, mas não resistirá à perseguição. Nunca se defenda, seja íntegro como Estêvão. A teologia do sofrimento deve fazer parte de nossas meditações. Precisamos resistir, permanecendo fiéis até a morte. O poder já está em nós (At 1.8; 1Pe 5.9; Ap 2.10). 2. FILIPE, UM HOMEM ATENTO ÀS OPORTUNIDADES (At 8) Filipe, conhecido como o evangelista, também foi um dos sete. Evidenciava as qualidades exigidas pelos Apóstolos (At 6.3). Filipe levou o Evangelho até Samaria, onde seu ministério foi muito abençoado. Foi enviado ao sul, até a entrada de Jerusalém pelo Espírito Santo, para conduzir o eunuco etíope a Cristo (8.26-38). Foi arrebatado pelo Espírito até Azoto e continuou evangelizando. Pela primeira vez, a cena se passa fora de Jerusalém e adjacências. Vemos então a pregação do Evangelho num sentido universal tomando forma (Jo 3.16; 4.42). O que este grande evangelista nos ensina? 1) Se Deus falou, devemos obedecer e deixar os resultados por conta dEle – Deus mandou e Filipe foi. À Samaria, até o eunuco e pelas cidades. Pelo poder de Deus aconteceram milagres, libertações e conversões. Deve- 4 - CORDEIRO, Wayne. As regras do sucesso. São Paulo: Editora Vida, 2007, p. 57. 34 Para pensar e agir: “Assim como uma serra elétrica atinge o centro de uma tora, o testemunho cristão chega ao âmago de uma sociedade corrupta e isso resulta no desgosto e no desprezo do mundo com relação à Igreja.”5 Assim será a nossa vida enquanto Igreja militante. O mundo não compreende os mistérios de Deus (1Co 2.14; 1Pe 4.4). A história de Perpétua ainda registra que, antes de morrer, Saturo pregou a Pudens, o governador da prisão, mais tarde ele aceitou a Cristo e também acabou martirizado. Enquanto Estêvão e Filipe sofriam por amor a Cristo, a semente do Evangelho estava sendo plantada no coração de um jovem perseguidor chamado Saulo (7.58,60; 8.3). Quem poderia afirmar que aquele rapaz seria um vaso escolhido, mais um servo a padecer por amor a Cristo? Perguntas para discussão em classe 1. Como devemos responder a grupos ou pessoas que nos hostilizam porque pregamos o Evangelho? 2. De que forma podemos identificar a perseguição aos cristãos em nossos dias? 3. Como ou através de quais ferramentas podemos fazer o que Filipe fez com o eunuco? Segunda-feira: Atos 7.8-60 Leitura Diária mos focar na obediência e deixar os resultados por conta de Deus. Quantas vezes nos preocupamos demasiadamente com as estratégias e nos esquecemos do poder que transforma (Jo 15.5). Deveríamos planejar menos e orar mais, para nos unirmos a Deus naquilo que Ele deseja fazer. 2) Quando nos aproximamos das pessoas, percebemos suas reais necessidades – o contato com pessoas é fundamental na proclamação do Evangelho. Uma boa aproximação abre portas para a proclamação eficaz. Precisamos nos aproximar dos que estão sofrendo nas “garras” do inimigo (Mt 17.14-18). 3) Precisamos nos aprofundar nas Escrituras para anunciar o Evangelho de Jesus – Jesus disse que devemos examinar as Escrituras para conhecê-lo (Jo 5.39). A Palavra liberta (Jo 8.32). O Espírito Santo só poderá agir através de nós mediante o que internalizamos acerca do Evangelho. Filipe, diante do eunuco, percebeu qual era o texto, pode explicá-lo e ainda aprofundar com o Evangelho (8.35). O resultado foi a conversão e a transformação de uma vida. O eunuco, alegre, seguiu o seu caminho. Que bênção! Terça-feira: Atos 8 Quarta-feira: Romanos 8.31-39 Quinta-feira: Efésios 6.10-18 Sexta-feira: Apocalipse 2.8-11 Sábado: Ap 12.11; 21.1-8 Domingo: 1Pedro 5.9 5 - HAYES, Ed. A Igreja: o corpo de Cristo no mundo de hoje. São Paulo: Hagnos, 2002, p.217. 35 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 7 Texto Bíblico: Atos 9.1-31 UM VASO ESCOLHIDO “Para vivermos pela fé, precisamos estar dispostos a romper o equilíbrio da nossa vida”. (Wayne Cordeiro)1 Um ateu, querendo fazer pouco de um crente humilde e de poucas letras, perguntou-lhe: “Sabe você alguma coisa a respeito de Cristo?” “Sim, pela graça de Deus!” foi à resposta. “Então, diga-me: quando nasceu Ele?” e lá veio uma resposta errada. “Que idade tinha quando morreu?” Nova resposta incorreta. Mais perguntas e mais respostas erradas. E o ateu: “Está vendo? Você não conhece Jesus...” “Há ‘cousas’ a respeito de Jesus de que pouco sei” – foi a resposta humilde do novo crente – “mas de uma ‘cousa’ estou muito 1 - CORDEIRO, Wayne. A Igreja Irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.119. 36 seguro: três anos atrás eu era um dos piores beberrões da cidade. Três anos atrás minha esposa era uma esposa infeliz e meus filhos tinham medo de mim como se eu fosse uma fera. Hoje eu sou um dos homens mais felizes do mundo. E minha família também é feliz. Isso Cristo fez por mim. Disso estou bem certo”.2 O poder de Jesus pode alcançar e revolucionar a vida de qualquer pessoa: um homem simples como o dessa história ou até pessoas influentes e cultas como Saulo, que por zelo ao seu antigo caminho perseguia a Igreja de Cristo (At.22). Nosso coração poderá se encher de esperança, nossas orações poderão se intensificar pelos possíveis “vasos escolhidos” que ainda precisam ser alcançados pela mensagem do Evangelho, para então dizerem: “Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). Eles podem estar dentro de nossas próprias casas, no trabalho, na vizinhança ou até mesmo congregando na Igreja. Analisando os fatos Saulo assolava a Igreja (8.3). Promovia uma perseguição implacável contra os discípulos do Senhor. Estava autorizado a prendê-los (v.1,2). Ele foi surpreendido pelo próprio Jesus: “Por que me persegues?” (v.3-5). Ficou três dias sem enxergar, comer ou beber (v.8-9). Ananias foi orientado pelo Senhor a procurá-lo. Ao mesmo tempo, o Senhor revelava a Saulo o que iria acontecer (v.10-12). Ananias temeu. O Senhor confirmou a ordem dizendo que Saulo era um instrumento escolhido para levar a mensagem e sofrer pelo Seu nome (v.13-16). Ananias obedeceu e, no contato com Saulo, explicou-lhe o que estava acontecendo e orou por ele. Logo sua visão foi restaurada e, cheio do Espírito Santo, foi batizado (v.17-18). O novo Saulo se alimentou, fortaleceu-se e passou a se relacionar com os demais discípulos de Cristo (v.19). Ele passou a ser mais um do Caminho, crescendo na presença do Senhor e confundindo os judeus que habitavam em Damasco. O perseguidor passou a ser perseguido (v.20-25). Saulo teve que fugir de Damasco e chegou a Jerusalém, onde procurou se juntar aos demais discípulos de Jesus. Eles o temeram, pensando se tratar de uma armadilha (v.26). O irmão Barnabé testemunhou a favor de Saulo, explicando o que havia acontecido com ele. Após ser aceito, passou a pregar com os demais (v.26-28). Os helenistas, judeus de cultura grega, procuravam matá-lo. Mas os irmãos o levaram até Cesareia e o enviaram a Tarso (v.29-30). Foi um tempo de paz, temor, ousadia e crescimento para a Igreja de Cristo (v.31). 1. O SENHOR JESUS DEFENDE A SUA IGREJA Já vimos na lição anterior que servir a Cristo é sinônimo de perseguição. Mas isso não quer dizer 2 - VASSÃO, Amantino Adorno. Esteira de Luz. Rio de Janeiro: JUERP, 1971, p.64,65. 37 que estamos abandonados neste mundo. O Cristo que ama a sua Igreja e a si mesmo se entregou por ela, é o seu maior defensor (Ef 5.25). Ele afirmou que as forças do mal não prevaleceriam contra a “Sua” Igreja (Mt 16.18). Ele também disse que os que investirem contra a sua “noiva”, acertará as contas com Ele mesmo, o “noivo” (Mt 25.6; 41-46). Os inimigos da Igreja podem estar bem próximos de nós. Pessoas infiltradas e mal intencionadas que agem a mando de Satanás para atrapalhar o avanço da obra de Deus (Fl 3.18-21). Gente sem vida, que não considera que haverá uma prestação de contas (Hb 13.17). Gente que ignora que nossos atos devem ser para a glória do Senhor (Cl 3.17). Enquanto Saulo agia, Jesus preparava uma “ação sobrenatural”. Ele interviu em favor da sua Igreja. O Senhor não precisa de advogados, ele é o Advogado (1Jo 2.1), também não precisa de juiz, pois ele é o Justo Juiz (2Tm 4.8). Como afirmou Dr. John E. Haggai: “Ele não precisa de um relações públicas como porta-voz. Ele é Majestoso, Único, Supremo! (...) Ele fortalece os fracos. Está à nossa disposição quando somos tentados ou provados. (...) Jesus é o único fundador de uma religião que promete prover seus seguidores com o necessário para cumprir Suas ordens!”3 Ele espera sempre encontrar uma Igreja fiel e confiante na capacidade dele em nos suprir (Mt 28.20b). 2. O PODER DE JESUS PODE ALCANÇAR QUALQUER PESSOA Quantos “Saulos” estão por aí? Quantos perseguindo o Evangelho e a Igreja de Cristo, familiares cristãos, funcionários cristãos, etc.? Ouvimos histórias de pessoas que sofreram injúrias nas escolas, nas universidades, nos tribunais, no bairro onde moram pelo simples fato de viverem no Caminho. Também temos as nossas próprias histórias. A grande questão é se a Igreja de hoje ainda acredita que o Espírito Santo pode convencer tais perseguidores do pecado que estão cometendo (Jo 16.8). Mesmo não sendo uma tarefa fácil, precisamos amar os nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem. Quando Jesus se torna o Senhor de nossas vidas, perdemos para sempre o direito de escolher a quem vamos amar (Mt 5.43-44). Acredite, uma vez convertidos eles também serão instrumentos nas mãos do Senhor. Ore por eles! A história de Saulo deve nos lembrar de que para Deus não existem pessoas impossíveis. O nosso Senhor é um especialista em pessoas, ninguém melhor do que Ele para nos orientar quanto a melhor maneira de proceder, visando à salvação das mesmas (Lc 9.52-56). Infelizmente, ainda existem muitas pessoas perdidas, algumas tão perto de nós e do Reino, mas ainda sem salvação. Essa realidade deve intensificar a nossa preocupação e reiterar a urgência em testemunhar. 3 - Mensagem Dr. John E. Haggai: Cristo o Incomparável. Instituto Haggai, 2008. 38 Para pensar e agir: “Não é de admirar que os perdidos ajam da maneira como o fazem. Estão perdidos! Mas, quando Jesus entra numa vida, os pecados da pessoa são perdoados. Há libertação da culpa, limpeza do pecado e poder, mediante o Espírito Santo, para viver para Cristo”4. Ninguém melhor do que Paulo para afirmar: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas.” (2Co 5.17). Uma das melhores maneiras de ser usado por Deus para alcançar os perdidos, é demonstrar o Seu amor. Amar é suprir necessidades. Devemos orar por eles, enquanto Deus arquitetará circunstâncias na vida daqueles por quem estamos orando, a fim de que experimentem o Seu amor. Perguntas para discussão em classe 1. Você já sofreu alguma injúria pelo simples fato de ser um cristão? O que sentiu? Como procedeu? 2. Como podemos hoje agir de forma semelhante a Barnabé, que foi o responsável em introduzir Saulo à comunhão da Igreja? 3. Quais as diferenças entre o irmão Barnabé e Diótrefes (3João 9-10)? Segunda-feira: Atos 9.1-19 Leitura Diária 3. OS QUE ESTÃO NO CAMINHO DEVEM AUXILIAR OS QUE ESTÃO CHEGANDO Após o encontro com Cristo, Saulo foi acompanhado pelos discípulos em Damasco que, além de orientação, ofereceu-lhe ajuda “providencial” contra as ameaças dos judeus (v.23-25). Ao chegar a Jerusalém, encontrou um novo grupo de discípulos que desconhecia a sua transformação. Foi quando Barnabé entrou em cena para apresentá-lo (v.27). Com um ambiente favorável, Saulo pode andar livremente com eles e pregar com coragem em nome do Senhor. A Igreja deve ser um ambiente acolhedor, onde os novos convertidos sintam-se à vontade para crescer e testemunhar. Precisamos de pessoas como Barnabé que, cheias do Espírito Santo, atuem como verdadeiros “pediatras” cuidando daqueles que, como “crianças”, precisam crescer na graça e no conhecimento. Mais do que acusações sobre o passado, os novos convertidos precisam ser estimulados na nova caminhada. Que alegria deve ter sido a de Barnabé, ao perceber o desenvolvimento de Saulo. Em paz, a Igreja cresceu e avançou vivendo no temor do Senhor. Suas ações eram dirigidas pelo Espírito Santo (v.31). Terça-feira: Atos 9.20-31 Quarta-feira: João 17 Quinta-feira: Mateus 5.1-16 Sexta-feira: Salmo 126 Sábado: João 17.14-26 Domingo: Esdras 7.10 4 - ROBINSON, Darrell W. Pessoas Compartilhando Jesus. Rio de Janeiro: Horizonal, 2003, p.115. 39 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: Atos 9.32 - 11.30 LIÇÃO 8 PARCEIROS DE DEUS “Deus convida você a envolver-se com ele em sua obra”. (Henry T. Blackaby & Claude V. King) A missão confiada à Igreja deve ser realizada mediante às ações determinadas pelo próprio Deus através do Espírito Santo (Mt 28.20). Pode parecer estranho, mas Deus nos chamou para fazer aquilo que somente ele pode fazer (Jo 15.5,16; 16.8). “A Bíblia é o registro da atividade de Deus no mundo. Na Bíblia, Deus se revela a si mesmo (sua natureza), seus propósitos e planos e seus modos de agir (...). A Bíblia trata da atividade de Deus e do seu relacionamento com indivíduos. O centro da atenção é Deus e sua atividade”.1 Um exemplo foi o chamado de Moisés. Deus o convidou para uma parceria que visava por fim a opressão do seu 1 - BLACKABY, Henry T. e KING, Claude V. Conhecendo Deus e Fazendo a sua Vontade. Life Way Brasil, 2002, p.72. 40 povo (Êx 3.7). Ele chamou e capacitou, supriu e protegeu. Quando analisamos os fatos antes, durante e depois do êxodo, concluímos que Deus estava em ação. O Senhor não mudou (Hb 13.8). Precisamos investir nas disciplinas que nos permitirão reconhecer a atividade de Deus hoje. Esse talvez seja um dos nossos maiores desafios em meio a tantas formas de distração. Quanto mais ocupados, menos chances teremos de identificar as ações de Deus. É tempo de aquietar o coração para saber onde Deus está agindo (Sl 46.10). Agir simplesmente como parceiros de Deus produzirá a leveza que Jesus prometeu (Mt 11.28). Erramos quando ousamos fazer a obra de Deus do nosso jeito. Somente os parceiros de Deus, nas mãos de Deus, conseguirão resultados que durarão por toda a eternidade. Analisando os fatos 1. DEUS ESTAVA AGINDO INTENSAMENTE PARA QUE O EVANGELHO ALCANÇASSE OUTROS POVOS Uma revolução divina estava em curso. O Espírito Santo encorajava a Igreja que crescia em número, desfrutava de paz, sendo edificada no temor do Senhor (9.31). Lucas narrou o que Deus fez além das fronteiras da Judéia, Galileia e Samaria. Pedro, Barnabé, Saulo e outros presenciaram Deus estendendo a sua obra para outras regiões, levando a mensagem do Evangelho aos gentios (os povos que não eram judeus). Vamos analisar o que Deus fez: 1°) DEUS NA CASA DE ENEIAS (9.32-35) – Deus agia através de Pedro que estava em plena ação evangelística e ainda supria os crentes que foram dispersos pela tribulação. Pedro viajava por toda parte. Ao chegar à cidade de Lida, ele encontrou Eneias, um homem paralítico que sofria há oito anos. Em nome de Jesus ele foi curado e muitas pessoas que foram saber o que acontecera se converteram ao Senhor. A ação extraordinária de Deus atraiu pessoas para Ele mesmo e o Evangelho avançou. 2°) DEUS NA CASA DE TABITA (9.36-42) – Em Jope, um fato estava mexendo com as pessoas. Tabita (Dorcas), uma generosa mulher, adoeceu e morreu. Suas amigas enlutadas sofriam muito. Pedro estava próximo, ainda em Lida, onde Deus já havia trabalhado na vida de Eneias. Ele foi chamado e, ao chegar ao local onde estava o corpo, Pedro, sem nenhum espetáculo, orou ao Senhor que realizou outro milagre extraordinário. A ressurreição de Dorcas atraiu a atenção de muitos que creram no Senhor. Novas pessoas foram alcançadas e o Evangelho avançou. 3°) DEUS NA CASA DE SIMÃO (9.43; 10.9-23) – A casa de Simão, o curtidor de peles, pode representar um período de transição, de espera do servo em missão até saber de Deus quais os passos que deveria dar. Deus precisava quebrar alguns preconceitos na visão de Pedro. Ficar hospedado na casa de 41 um homem que lidava com animais mortos era um bom começo. Foi em oração, na casa deste homem, que Deus falou com Pedro sobre o contato que teria com o centurião Cornélio. Foi necessária a intervenção divina para que Pedro aceitasse o convite de ir à casa de Cornélio, que era um gentio considerado impuro. Quem entrasse na casa de um impuro também seria considerado impuro pelos judeus. Deus trabalhou primeiro a visão de Pedro na casa de Simão. Ele não poderia considerar profano o que Deus considerava puro. Antes de avançar, o Espírito Santo deu os detalhes quanto ao que iria acontecer. Pedro, convencido pelo Espírito, foi receptivo aos dois homens enviados por Cornélio em obediência a Deus. A ação extraordinária de Deus preparou o terreno para que o Evangelho chegasse aos gentios. 4°) DEUS NA CASA DE CORNÉLIO (10.24-48) – Cornélio era um homem influente, comandava 100 soldados. Ele também era um homem piedoso, temente a Deus, generoso, justo, com um bom testemunho social e orava continuamente a Deus. Deus agiu de forma simultânea na casa de Cornélio e na de Simão, visando a pregação do Evangelho aos gentios. Cornélio reuniu muitas pessoas em sua casa para ouvir o que o Senhor tinha a dizer através de Pedro (10.33). O Evangelho foi anunciado. 42 Os gentios receberam uma dádiva idêntica a dos judeus: o dom do Espírito Santo (2.45). Pedro, devido aos acontecimentos na casa de Cornélio, batizou os primeiros gentios convertidos ao Senhor. 5°) DEUS NA IGREJA EM JERUSALÉM (11.1-18) – Os demais apóstolos e os irmãos que não haviam presenciado o que Deus havia feito (11.15), motivado pelo preconceito aos gentios, resolveram questionar Pedro. As barreiras culturais ainda estavam muito firmes na mente desses crentes judeus. Pedro se limitou apenas a narrar as ações de Deus. Iniciou com as experiências na casa de Simão até os fatos ocorridos na casa de Cornélio. O Espírito Santo trabalhou de tal forma, que os crentes de Jerusalém finalmente entenderam que Deus havia concedido também aos gentios o arrependimento para a vida. O Senhor trabalhou para que tais fatos revolucionários contribuíssem para o avanço da Igreja. 6º) DEUS EM ANTIOQUIA (11.1926) – Através de Pedro, Deus trabalhou a visão da Igreja em Jerusalém em relação aos gentios. Para que o Evangelho alcançasse os confins da terra era necessário quebrar alguns preconceitos. Deus também estava trabalhando em Antioquia. A Igreja nesta cidade era fruto da pregação dos irmãos que saíram de Jerusalém após a morte de Estêvão. Lá, além dos judeus, outros povos também tiveram acesso à Para pensar e agir: Como vimos, Deus estava agindo constantemente e convidando as pessoas a juntar-se a Ele naquilo que pretendia realizar. A missão de resgatar vidas é de Deus. Nós devemos apenas corresponder aos seus estímulos através do Espírito Santo. Precisamos ser parceiros naquilo que Deus tem a fazer hoje. “Existem dois fatores importantes para você reconhecer a atividade de Deus ao seu redor: 1) Você tem de estar vivendo num íntimo relacionamento de amor com Deus. 2) Deus tem de tomar a iniciativa de abrir seus olhos espirituais, para que você possa ver o que Ele está fazendo.”3 Sigamos o exemplo de Jesus: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). Perguntas para discussão em classe 1. Que tipo de ações podem impedir os cristãos de hoje a identificar onde Deus está agindo? 2. Se um servo como “Barnabé” visitasse a sua Igreja hoje, o que ele veria? 3. Se recebemos “não somente a graça da salvação, mas também a graça da contribuição”, porque muitos cristãos se negam a contribuir para a obra de Deus? Segunda-feira: Atos 9.32-42 Leitura Diária mensagem do Evangelho. Grande número de pessoas creram e se converteram ao Senhor. A liderança da Igreja em Jerusalém enviou Barnabé para observar os fatos. Ele se alegrou e exortou os irmãos a perseverarem no Senhor. Homens como Barnabé conseguem perceber o que Deus está fazendo (11.24). Ele buscou Saulo e por um ano instruíram muitas pessoas. O estilo de vida daqueles irmãos os levaram a merecer o título de cristãos – representantes ou seguidores de Cristo. Gente que parecia com Cristo (V.26). 7º) DEUS MOBILIZANDO A IGREJA (11.27-30) – A Igreja de Antioquia, cheia da graça de Deus, foi informada pelo Espírito, através do profeta Ágabo, acerca da fome que atingiria o mundo. Prontamente eles se mobilizaram, cada um conforme as suas posses, e enviaram ajuda aos irmãos necessitados da Judéia. Ajudaram desconhecidos demonstrando que “a fé cristã não abre apenas nosso coração para crer, mas também nosso bolso para contribuir. Recebemos não somente a graça da salvação, mas também a graça da contribuição”.2 Barnabé e Saulo foram os portadores das ofertas que deveriam ser entregues à liderança em Jerusalém. O Senhor atuou mobilizando as pessoas a agirem com generosidade. Terça-feira: Atos 9.43 - 10.48 Quarta-feira: Atos 11.1-18 Quinta-feira: Atos 11.19-30 Sexta-feira: 2Reis 6.8-23 Sábado: Amós 3.7 Domingo: João 5.17-20 2 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.230. 3 - BLACKABY, Henry T. e KING, Claude V. Conhecendo Deus e Fazendo a sua Vontade. Life Way Brasil, 2002, p.73. 43 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 9 Texto Bíblico: Atos 12.1-19 O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO “Precisamos priorizar a oração, transformá-la em parte integrante do estilo de vida de cada membro, bem como de toda a Igreja. A bênção e o poder da oração precisam ser experimentados e buscados com intensidade de alma”. (Paschoal Piragine JR)1 A oração é a exposição da alma ao grande Deus. É um tempo precioso, uma conversa. Na presença do Senhor, falamos e também ouvimos. São momentos “poderosos” que podem acontecer em qualquer lugar. Podemos orar a sós com Deus ou com outras pessoas. Também podemos orar pelo que está perto ou distante. A oração é um princípio que, embora tenha na Bíblia centenas de exemplos, ainda é uma “arma” desconhecida ou esquecida por muitos cristãos em nossos dias. Pessoas e Igrejas que oram são diferentes. A oração quebranta, aproxima, anima, dá visão, ou- 1 - PIRAGINE JR, Paschoal. Crescimento integral da igreja. São Paulo: Editora Vida, 2006. 44 sadia e revela coisas ocultas que não sabemos (Jr 33.3). A oração leva o povo de Deus à descobertas que produz curas (2Cr 7.14). Samuel Chadwik, consciente do poder da oração, afirmou que: “A única preocupação do diabo é impedir o crente de orar. Ele não teme estudos, trabalho e religião sem oração. Ele ri de nossa labuta, zomba de nossa sabedoria, mas teme quando oramos”.2 O livro de Atos nos fornece histórias riquíssimas sobre a oração. Veja através das leituras diárias desta semana que os cristãos do primeiro século, em meio as mais variadas circunstâncias, recorreram à oração e por isso experimentaram as manifestações, na maioria das vezes inexplicáveis, do poder de Deus. Um bom exemplo é o texto bíblico em destaque: Atos 12.1-19. Vejamos alguns conceitos sobre o princípio da oração: Analisando os fatos 1. Orar deve ser o primeiro recurso e não o último Herodes era um governante preocupado em agradar o povo. Ele já havia matado Tiago, ao fio da espada. Planejava fazer algo semelhante com Pedro. Em outra situação, o mesmo Pedro havia sido libertado da prisão pelo anjo do Senhor (At 5.17-20). Herodes então mandou reforçar a segurança, colocando 16 soldados vigiando Pedro. Apesar de tamanha pressão, o servo do Senhor estava dormindo enquanto a Igreja orava com insistência a Deus. O Senhor novamente enviou um anjo para libertar o seu servo. Pedro saiu e foi imediatamente à casa da “irmã” Maria, onde acontecia uma reunião de oração. Todos se alegraram ao ver que Pedro estava livre. Quais os recursos que temos utilizado? Muitas vezes planejamos resolver os nossos problemas utilizando a força humana ou nossos contatos com pessoas influentes. O povo de Deus precisa, antes de qualquer coisa, falar com Deus sobre os fatos que envolvem o seu dia a dia. “Orar é falar com aquele que está no trono, que tem poder, autoridade e controle sobre todas as coisas. Orar é associar-se ao mais forte”.3 Por que a oração deve ser o primeiro recurso? 1°) Por ser uma orientação de Jesus (Mt 6.5-13); 2°) Para seguirmos o exemplo de Jesus (Mt 26.36); 3°) Para provarmos do poder de Jesus (Mt 15.36, Jo 14.13-14); 4°) Para nos mantermos fiéis a Jesus (Lc 21.36); 5°) Por que só Jesus pode todas as coisas (Lc 8.24-25). “Não se pode negar que a maior preocupação da Igreja hoje são as finanças. E, no entanto, esse problema que tanto inquieta as Igrejas modernas era o que menos perturbava a do Novo Testamento. Hoje 2 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova,1993, p.271. 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. 4 - RAVENHILL, Leonard. Por que tarda o pleno avivamento? Belo Horizonte: Editora Betânia, 1989, p.23. 45 damos mais ênfase à contribuição; eles davam à oração”.4 2. Devemos orar sempre, sem desfalecer Embora abalados pela morte de Tiago e aflitos pela situação de Pedro, os irmãos resolveram orar. Nossas orações devem ter um conteúdo sincero que revele nossas limitações e confiança no Altíssimo. Eles tinham pouca força diante do poderoso rei Herodes, mas gozavam do privilégio de poder falar com o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Eles clamaram insistentemente ao Senhor. Deus respondeu o clamor dos seus servos, libertando Pedro da prisão de forma sobrenatural. Mais uma vez estamos diante de um “absurdo” de Deus que acompanha o povo que clama. Tudo pode acontecer se clamarmos de acordo com a vontade de Deus (1Jo 5.14-15). 3. Quando orar, confie no poder de Deus Muitas vezes agimos como a criada Rode, que se espantou com a presença de Pedro. Era a resposta do Senhor batendo à porta. Precisamos esperar com fé e paciência pelo Senhor (Sl 40.1). A resposta sempre virá no tempo certo, seja um sim ou mesmo um não. Geralmente esses são mais fáceis de aceitar. O problema é quando o Senhor nos manda esperar. Nossa expectativa e pressa poderão nos levar ao desânimo ou a perda da confiança no Senhor. Orações que ignoram a soberania de Deus, que não estão alinhadas com a sua vontade terão sempre como resposta um amoroso não. Deus jamais entrará em contradição para atender os nossos deleites (Tg 4.3). “O ser humano, depois da queda, entrou em inimizade com Deus. Imagine se todos os homens, corrompidos por causa do pecado, tiverem todas as suas petições egoístas respondidas, o mundo estaria num caos pior do que está agora.”5 Precisamos confiar que Deus ouve o nosso clamor e que somente Ele tem todo o poder para agir em qualquer situação. Lembremo-nos do estribilho do hino “em fervente oração”: “Quando tudo perante o Senhor estiver, e todo o teu ser Ele controlar, só, então, hás de ver que o Senhor tem poder, quando tudo deixares no Altar”. Precisamos visitar constantemente o altar do Senhor! “O Senhor é o Especialista de que precisamos para as experiências inconcebíveis e impossíveis. Ele se agrada em realizar aquilo que não nos é possível fazer. Porém, aguarda nosso pedido. Fica à espera da nossa solicitação”.6 Temos vários exemplos, além dos relatados em Atos dos Apóstolos, que servem para nos dar a certeza de que orar é recompensador. Homens como Moisés, Josué, Davi, Samuel, Elias, Eliseu, Neemias, Jeremias, Isaías, Daniel, Habacuque e outros gozaram dos benefícios da 5 - QUEIROZ, Edison. 40 dias de Jejum e Oração. São Paulo: ATG, 2014. 6 - SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de Crise. São Paulo: Mundo Cristão, 2004. 46 Para pensar e agir: “Orar a Deus é um presente que Ele mesmo nos deu e não um produto que se compra no mercado religioso. Uma vida de oração é um sinal de espiritualidade genuína, além de ser um privilégio que não podemos terceirizar.”7 Precisamos resgatar o princípio da oração em nossa própria vida, em nossos lares e também em nossas Igrejas. “Nenhum homem na Terra pode ter sucesso na vida espiritual sem uma vida regular de oração”.8 Muitas Igrejas estão sendo reconhecidas pela capacidade administrativa ou eloquência de sua liderança, pela qualidade musical em seus cultos ou até mesmo pelo belo patrimônio construído. Embora sejam coisas importantes e agradáveis, não podem ser comparadas a sermos conhecidos como Casa de Oração, pois essa é a vontade de Deus (Mt 21.13). Um dos segredos mais importantes para o “sucesso” do ministério é o reconhecimento de que a nossa capacidade vem da sintonia com Deus (Jo 15.5). “Só sabemos que Jesus é tudo aquilo de que precisamos quando Ele é tudo aquilo que temos.”9 Na hora da crise, da perseguição ou das ameaças que todos os dias alcançam o povo de Deus, lembremos que a oração é a nossa melhor defesa. Primeiro falamos com Deus sobre os nossos problemas, para depois agirmos direcionados por Ele. Não podemos deixar de orar por mais intimidade com Deus, relacionamento familiar, relacionamentos afetivos, vida profissional, acadêmica, ministerial, etc. Perguntas para discussão em classe 1. A Igreja, em nossos dias, tem negligenciado a oração? Se positivo, dê exemplos. 2. Quais são os maiores inimigos para a obtenção de uma vida de oração? 3. O que podemos fazer no lar para que a nossa família seja uma família de oração? 4. Nossas decisões eclesiásticas estão sendo precedidas de oração? 5. Até que ponto a modernidade nos afastou da vida de oração? Segunda-feira: Atos 1 Leitura Diária oração. Jesus ensinou seus discípulos a orar. Homens como Paulo também descobriram os segredos da oração (Fl 4.6-7). Agora somos nós que precisamos priorizar o tempo de comunhão com Deus para crescermos. Terça-feira: Atos 2.37-47 Quarta-feira: Atos 3.1-10 Quinta-feira: Atos 4.1-31 Sexta-feira: Atos 6.1-7; 9.40; 10.1-8 Sábado: Atos 13.1-6; 14.23 Domingo: Atos 16.13,16,25; 20.36; 21.5; 22.17; 28.8 7 - QUEIROZ, Sérgio. Gloriosas Ruinas. São Paulo: Mundo Cristão, 2016. 8 - RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. 1ª edição. São Paulo: The Way Books, 2010. 9 - CORDEIRO, Wayne. Peneirado. São Paulo: Vida, 2013. 47 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 10 Texto Bíblico: Atos 13.1 - 15.35 A PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO “Sabedoria para enviar obreiros e resolver os conflitos” “Quanto mais tempo fazemos uma coisa, e quanto melhor fazemos, mais somos tentados a depender de nossa capacidade e competência em vez de depender de Deus.” (Glenn Wagner)1 Em sua primeira viagem para divulgar o Evangelho, Paulo e Barnabé saíram de Antioquia, onde os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de “cristãos”, dirigindo-se primeiro a Chipre, onde Barnabé nasceu e foi criado, e depois à Ásia Menor (a Turquia moderna). Foi um período marcado por confrontos, perseguições, milagres extraordinários, muitas conversões e uma intensa ação do Espírito Santo na vida dos servos de Deus e através deles. Analisando os fatos narrados por Lucas, percebemos o Espírito Santo guiando a Igreja em suas decisões. A Igreja de hoje também desfruta da presença do Espírito Santo. 1 - Glenn Wagner. A igreja que você sempre quis. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.152. 48 A primeira viagem missionária de Paulo nos reserva algumas lições que, uma vez observadas, poderá nos levar a decisões sábias e a uma boa colheita de almas para Cristo. Analisando os fatos 1. QUANTO AO ENVIO DE OBREIROS (13.1-12) O padrão estabelecido no primeiro século não pode ser esquecido. A escolha e envio de obreiros é algo que deve ser levado muito a sério. Mesmo encontrando na Bíblia alguns perfis com as exigências éticas, morais e espirituais para quem deseja trabalhar na obra de Deus, percebemos que ainda pagamos um alto preço por conta das precipitações e demais equívocos na escolha e envio de obreiros para a obra missionária, para o exercício do ministério na Igreja local e também para as áreas administrativas dos órgãos denominacionais. Muitas vezes o conselho de Paulo “Não imponhas as mãos precipitadamente sobre alguém” (1Tm 5.22) tem sido ignorado. Escolhemos e enviamos sem dedicar um tempo significativo de oração e espera pelo aval do Senhor. O que podemos aprender com os fatos ocorridos em Antioquia? Quem disse que Barnabé e Saulo deveriam ser separados e enviados? (v.2). Qual foi o procedimento adotado pela Igreja antes do envio? (v.3). Quem enviou os obreiros para anunciar a Palavra de Deus? (v.4). Como podemos ver, o Espírito Santo foi determinante no chamado de Barnabé e Saulo, no processo antes do envio, no envio e no campo, capacitando os servos de Deus para a obra. A Igreja de Antioquia se preocupou em discernir qual era a vontade do Senhor. Barnabé e Saulo eram homens vocacionados, aprovados por Deus e dispostos a servir a Deus e as pessoas (Cl 1.24; At 20.24). A obra de Deus precisa de vocacionados! A palavra vocação é originária do latim evocare, que quer dizer chamar. Então Deus nos chama e nos capacita para uma obra especial que irá produzir em nós um senso de propósito que somente o exercício da vocação poderá produzir. Vocacionados perdem o sono por aquilo que Deus colocou em seus corações. A vocação não violenta o vocacionado! Qualquer pessoa que vive reclamando por estar fazendo algo “para Deus” deve reavaliar a sua vocação. “Aborrece-me que os seguidores de Cristo exijam tanto incentivo e adulação para fazer a obra de Deus no mundo.”2 A obra de Deus precisa de gente que anda de mãos dadas com Ele. Observe que no primeiro século, para homens “simples e sem erudição” como Pedro e João, assim como para os mais bem “qualificados” como Paulo, a referência 2 - HYBELLS, Bill. Simplifique. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.225. 49 maior dos que agiam em nome de Deus eram suas próprias experiências com Jesus (At 4.13; 1Co 15.38). Precisamos de uma liderança bem qualificada intelectualmente, mas que acima de tudo ande de mãos dadas com Jesus. Em 1887, Charles Spurgeon e seu amigo Robert Shindler se empenharam em denunciar os perigos que rondavam a Igreja que estava se afastando da sã doutrina. Com artigos intitulados “O Declínio”, eles procuraram alertar seus irmãos em Cristo. Alguns haviam “tomado o caminho da sabedoria humana: ‘Deram mais ouvidos aos conhecimentos clássicos e outros campos do saber... Foi, portanto, um passo fácil na direção errada, prestaram atenção redobrada aos conhecimentos acadêmicos dos seus ministros e pouca atenção às qualificações espirituais; colocaram mais valor na escolaridade e na oratória do que no zelo evangélico e na capacidade de manejar bem a Palavra da verdade’”.3 Em que direção estamos seguindo? Como será que Deus nos avalia? Compare as falas de Jesus às Igrejas de Filadélfia e Laudicéia (Ap 3.7-22). Como devemos reabastecer nossa vida com Deus e como podemos estar melhor nas demais áreas de nossa vida? Bill Hybells, Pastor da Willow Creek Community Church, USA, nos auxilia com o seu testemunho: “Quando sinto o amor de Deus, quando o Espírito Santo borbulha no meu espírito, quando tenho longas conversas com Ele durante o dia, ouvindo seus sussurros, tentando estar na sua presença, receptivo à sua pessoa, quando de fato mantenho um relacionamento conectado com Deus, essa é a dinâmica que mais reabastece a minha vida.”4 2. QUANTO À RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS (15.1-35) Leia o texto e faça o exercício abaixo. Veja como os irmãos conseguiram resolver um problema grave que ameaçava a unidade da Igreja e o avanço da obra de Deus. 1. Qual o problema que estava ameaçando a unidade da Igreja? (v.1 e 5). 2. Qual a reação da liderança (Paulo e Barnabé)? (v.2a). 3. Qual foi o caminho encontrado? (v.2b). 4. Que providências Paulo e Barnabé tomaram ao passar pela Fenícia e por Samaria e também em Jerusalém? (v.3-4). 5. Em Jerusalém, o que eles fizeram? (v.6). 3 - MACARTHUR, John. Com Vergonha do Evangelho. São Paulo: Editora Fiel, 1997, p.228,229. 4 - HYBELLS, Bill. Simplifique. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.26. 50 6. Qual foi a atitude de Pedro, Barnabé e Paulo? (v.7-12). 7. O que Tiago fez ao pedir a Palavra? (v.13-21). 8. Qual foi o parecer final? 1°) (v.22) 2°) (v.23-29). 9. Qual foi o resultado? (v.31-32) 10. O que mais os líderes fizeram? (v.33-35). Assim como os nossos irmãos no primeiro século, também enfrentaremos os chamados tempos difíceis. Como vimos no exemplo entre os cristãos judeus e os cristãos gentios, pessoas preparadas, sábias e cheias do Espírito Santo estarão aptas para a resolução dos conflitos na Igreja. Tudo o que o inimigo quer é ver o “circo pegar fogo” para que a unidade da Igreja seja ameaçada e sua capacidade de ação comprometida. Dependemos do Espírito Santo. A Igreja não pode conseguir uma única conversão sem a obra do Espírito Santo. Os pregadores não terão virtude e poder para pregar sem a ação do Espírito Santo.”5 Precisamos de homens e mulheres que saibam relatar o que Deus está fazendo. Precisamos consultar as Escrituras acerca dos fatos. Nossos problemas devem ser resolvidos na dependência do Senhor. Foi assim que o difícil problema acerca da circuncisão foi resolvido. Sejamos os portadores da alegria e do ânimo necessário para que a obra de Deus avance (15.31). Vamos exortar, pregar e ensinar a Palavra do Senhor. Perseveremos na fé. Perguntas para discussão em classe 1. O que Atos 13 nos ensina acerca da escolha e envio de obreiros? O que precisamos consertar? 2. O que a atitude de Tiago (15.13-21) tem a nos ensinar? 3. Quais os tipos de conflito que podem ameaçar a Igreja hoje? Cite alguns e diga como devemos tratá-los. Para pensar e agir: Segunda-feira: Atos 13.1-12 Leitura Diária Devemos nos consagrar ao Senhor tanto para ir, quanto para servir na Igreja local. “Não podemos fazer a obra de Deus sem a direção do Espírito Santo. Ele nos foi enviado a fim de estar para sempre conosco. Ele nos guia a toda verdade. Precisamos do Espírito Santo. Terça-feira: Atos 13.13-52 Quarta-feira: Atos 14.1-28 Quinta-feira: Atos 15.1-35 Sexta-feira: 1Timóteo 3 Sábado: At 15.13-21; Am 9.11-12 Domingo: Apocalipse 3.7-22 5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.255,256. 51 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 11 Texto Bíblico: Atos 15.36-18.22 A SEGUNDA VIAGEM DE PAULO “ENCONTROS DIVINOS” “A agenda missionária da igreja deve ser dirigida por Deus, e não pelos obreiros, deve ser definida no céu, e não na terra.” (Hernandes Dias Lopes)1 A segunda viagem missionária de Paulo foi marcada inicialmente por mudanças de plano. Ele havia convidado Barnabé para visitar os irmãos que anteriormente haviam sido alcançados. Barnabé queria levar João Marcos (15.36, 37). Paulo não concordou, pois anteriormente João Marcos os havia abandonado (13.13; 15.38). Paulo endureceu o coração e houve uma desavença com Barnabé. Eles não puderam mais caminhar juntos. Barnabé foi com Marcos para o Chipre, e Paulo seguiu com Silas para as bandas da Síria e Cilícia. “Mais tarde Paulo mudou de ideia a respeito de João Marcos, uma vez que o chama de cooperador (Fm 23,24), recomenda-o à Igreja de Colossos (Cl 4.10) e roga a Timóteo que o leve a Roma, no período de sua segunda prisão, pois lhe era útil para o ministério (2Tm 4.11).”2 1 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.296. 2 - Ibidem, p.294. 52 Paulo tinha em mente anunciar a Palavra na Ásia, mas Deus não permitiu (16.6,7). Deus o conduziu para a Europa, proporcionando novas experiências, encontros marcantes e muitas almas convertidas a Cristo. Em Trôade ele teve uma visão cuja a conclusão foi que Deus estava indicando a Macedônia como o destino onde o Evangelho deveria ser anunciado (16.9-12). A condução de Deus proporcionou a Paulo e seus auxiliares novos encontros com pessoas muito especiais e experiências que marcariam suas vidas para sempre. Vamos analisar alguns desses encontros em busca de algumas lições para as nossas vidas. Analisando os fatos 1°) O Encontro com Timóteo (16.1-5) 1. Os fatos – O encontro aconteceu logo após a desavença com Barnabé. Em Listra, Paulo conheceu Timóteo que se tornou seu grande colaborador. Ele possuía um grande legado espiritual herdado de sua avó Loide e sua mãe Eunice. Era conhecedor das Sagradas Letras (2Tm 1.5; 3.15). Timóteo era aprovado por seus irmãos em Cristo (At 16.2). Provavelmente, se tornara cristão quando Barnabé e Paulo estiveram em Listra. Tudo indicava que seria um excelente aprendiz de Paulo. A circuncisão de Timóteo foi por uma razão cultural apenas, para remover qualquer impedimento à expansão da causa de Cristo. Foi uma parce- ria que deu origem à uma amizade verdadeira que fez o apóstolo chamá-lo de filho e indicá-lo por sua competência e submissão (Fp 2.19-22; 1Co 4.17). 2. As lições – Barnabé e Paulo divergiram, mas não pararam de fazer a obra. Vidas continuaram sendo alcançadas, agora em duas frentes: Barnabé e Marcos em Chipre; Paulo, Silas e Timóteo partiram pela Ásia Menor e Grécia. As Igrejas continuaram sendo firmadas na fé e crescendo (16.5). Divergências poderão acontecer em nossa caminhada, precisamos resolvê-las sem deixar de avançar. Mesmo separados, Barnabé não deixou de ser lembrado por Paulo (1Co 9.6). 2°) O Encontro com Lídia (16.13-18,40) 1. Os fatos – A narrativa agora indica que um quarto companheiro passou a fazer parte da viagem. Lucas, o autor de Atos, se juntou ao grupo. As indicações estão nos versos 11 e 13: “fomos”, “saímos”; “julgávamos”. Já em Filipos, eles encontraram um lugar de oração e lá conversaram com algumas mulheres acerca da salvação. Lídia, uma comerciante, ao ouvir o Evangelho, se converteu e foi batizada, junto com os da sua casa. Ela insistiu para que eles se hospedassem em sua residência. O convite foi aceito. Ainda em Filipos eles foram incomodados por uma jovem que tinha um espírito adivinhador e dava grande lucro a seus senhores. Paulo ordenou que o espírito saísse da jovem 53 em nome de Jesus Cristo. A libertação provocou a ira dos gananciosos que lucravam através dela. Paulo e Silas, acusados de perturbar a cidade, foram espancados e presos. 2. As lições – As mulheres alcançadas e a jovem liberta foram encontros promovidos por Deus enquanto eles se dirigiam para o local de oração. Até a hospedagem foi fruto de um desses encontros. Quem ora percebe a ação de Deus e se junta ao Senhor naquilo que Ele está fazendo. Em comunhão com Deus, Paulo pode ser usado para libertar a jovem. Deus nos usa e nos supre em resposta às nossas orações. Oremos sempre sem desanimar. 3°) O Encontro com o Carcereiro (16.23-40). 1. Os Fatos – Paulo e Silas, após serem açoitados, foram presos e amarrados. Mesmo em meio às condições adversas eles oravam e cantavam hinos a Deus. Foi um período de intenso testemunho em meio ao sofrimento. Um terremoto repentino foi a forma que Deus escolheu para livrar os seus servos da prisão e fazer uma grande obra na vida e na família do carcereiro. Com um pedido de desculpas, Paulo e Silas foram soltos e puderam retornar para casa de Lídia. 2. As Lições – Em meio aos sofrimentos, ao invés de murmu3 - Salmos 119:99. Versão: Almeida 21. Editora Vida Nova. 54 rarmos deveríamos cantar hinos de louvor e gratidão a Deus. Ele sempre estará no controle de todas as coisas. O sofrimento de Paulo e Silas permitiu que o carcereiro presenciasse um milagre e se rendesse aos pés de Jesus. A alegria agora fazia parte da vida de mais uma família alcançada pelo Evangelho. Nossas adversidades podem ser pontes para a evangelização dos perdidos. Ore e cante hinos ao Senhor! 4°) O encontro com os Bereanos (17.10-11) 1. Os Fatos – Os missionários foram para Bereia, cerca de 72Km a oeste de Tessalônica. Paulo costumava usar as sinagogas como ponto de partida para a pregação do Evangelho. Lá, teve contato com os cristãos classificados como de mente mais aberta pelo interesse em receber e examinar a Palavra. Diariamente se dedicavam em meditar nas Escrituras. 2. As Lições – Como disse o Salmista: “Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque teus testemunhos são minha meditação”.3 Que alegria deve ter experimentado Paulo e Silas ao conviver com pessoas instruídas na Palavra de Deus. Cujas mentes alcançava os segredos de Deus revelado nas Escrituras. Precisamos fazer como Esdras que se dispôs no coração a estudar a Lei do Senhor e a praticá-la, e a ensinar a outros os estatutos e normas do Senhor. Para pensar e agir: Até que ponto estamos dispostos a nos submeter à direção de Deus? As mudanças levaram Paulo e seus companheiros a experiências que marcaram suas vidas e as dos seus ouvintes. Ainda hoje Deus agenda encontros que desconhecemos e poderão representar portas abertas para a transformação de vidas. Por onde formos encontraremos pessoas sem esperança, como o carcereiro. Gente “abusada” por Satanás, desesperada, precisando ouvir acerca do plano de Deus. Não temas! Mas fala e não te cales (18.9). Perguntas para discussão em classe 1. O que a desavença de Paulo e Barnabé tem a nos ensinar? Como sabemos quando chega a hora de seguir um rumo diferente com algum parceiro ministerial? 2. Como os cristãos de hoje estão se comportando em meio as aflições? O que Paulo e Silas nos ensinaram quando estavam presos em Filipos? 3. De que forma podemos levar o Evangelho aos filósofos de hoje? Quais os pensamentos que estão dominando as mentes e que nos desafiam quanto à proclamação do Evangelho? Segunda-feira: Atos 15.36-41 Leitura Diária 5°) O encontro com os Atenienses (17.16-34) 1. Os Fatos – Paulo teve que sair rapidamente de Bereia e, ao chegar em Atenas, o berço do saber, se deparou com um grande desafio que o indignou. Percebeu a grande quantidade de ídolos que tomava conta da cidade. Discutia na sinagoga com alguns tementes a Deus e na praça com os filósofos epicureus (que defendiam a ideia de que o bem supremo consiste no prazer) e com os estoicos (que defendiam a harmonia com a natureza e a libertação das emoções). Paulo anunciava a Boa-Nova de Jesus e a ressurreição. Levado ao Areópago, tribunal supremo onde se discutia os assuntos políticos e religiosos, pregou ousadamente acerca do Deus desconhecido. Alguns ouvintes zombaram e outros adiaram a decisão. Em Atenas muitos de converteram. 2. As Lições – Paulo não se intimidou com as discussões filosóficas que dominavam Atenas. Ele soube aproveitar a oportunidade de pregar e de forma muito criativa aliou a pregação do Evangelho às realidades dos atenienses. O resultado foi o mesmo que ainda acontece em qualquer pregação. Uns aceitam, outros ignoram e outros deixam para depois. Precisamos de pregadores que possam conversar sobre o que os homens pensam, para dizer-lhes o que Deus deseja que eles façam. Oração, estudo, sabedoria e ousadia são imprescindíveis. Terça-feira: Atos 16.1-12 Quarta-feira: Atos 16.13-40 Quinta-feira: Atos 17.1-15 Sexta-feira: Atos 17.16-34 Sábado: Atos 18.1-22 Domingo: 2Timóteo 4.1-5 55 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 12 Texto Bíblico: Atos 18.23-28.30 A TERCEIRA VIAGEM DE PAULO “Uma Vida Preciosa a Serviço de Deus” “O que era verdade para Paulo pode ser verdade para nós, se aprendermos a desfrutar do rico relacionamento com Cristo que Paulo demonstrava ter.” (Charles Price)1 Em nosso estudo no livro de Atos, vimos que o segredo para o sucesso dos primeiros crentes em sua cultura consistiu primeiro em suas “boas novas” centralizadas na vida, morte e ressurreição de Jesus. Mas seu sucesso também residiu na vida provada pelo Espírito, que fez da obra de Cristo uma realidade efetiva em suas vidas. Aliar o conteúdo do Evangelho com o nosso momento histórico na “linha do tempo de Deus” significa considerar a 1 - PRICE, Charles. Paulo: transformado por uma visão. Rio de Janeiro: Habacuc, 2007, p.8. 56 presença do Espírito Santo como uma realidade experimentável e fortalecedora para nossa vida pessoal e para cada passo da Igreja, enquanto aguardamos a volta de Cristo (At 1.8). Se pretendemos ser eficientes neste mundo pós-moderno, “precisamos parar de tratar o Espírito superficial e insinceramente e procurar restabelecer a perspectiva de Paulo: o Espírito com o retorno da própria presença pessoal de Deus entre nós experimentada e fortalecedora, que nos capacita a viver como um povo radicalmente escatológico no mundo atual, enquanto esperamos a consumação”.2 Analisando os fatos Os 351 versículos que narram a terceira viagem missionária revelam que Paulo permaneceu em Éfeso por dois anos, trabalhando e ensinando, e também visitou de novo muitos locais onde já havia estado, a fim de consolidar seu trabalho anterior. Deus realizou milagres extraordinários por seu intermédio. Ele foi perseguido pelas autoridades religiosas, por comerciantes inescrupulosos, etc. Com sabedoria e ousadia ele se defendeu e testemunhou diante das autoridades. Retornando a Jerusalém, ele foi preso e mantido na prisão por dois anos. Finalmente, o apóstolo apelou a César e por isso, foi enviado a Roma para ser julgado. “Paulo estava preso em Roma, mas seu ministério seguia em plena atividade. Ele estava algemado, mas a Palavra de Deus tinha total liberdade. Paulo não era prisioneiro de César, mas de Cristo (Ef 4.1). Era um embaixador em cadeias (Ef 6.20). Suas algemas faziam parte do plano de Deus e ele sabia que essas circunstâncias contribuiriam para o progresso do Evangelho (Fp 1.12).”3 Assim como Estevão, Paulo tombou na terra como um mártir, mas foi recebido no céu como um obreiro aprovado. Paulo, o instrumento escolhido, o apóstolo dos gentios, o homem que foi transformado por uma visão, recebeu um destaque todo especial na narrativa de Lucas. Devemos sempre agradecer a Deus pela forma como ele honrou o chamado de Cristo (20.24). Suas atuações como testemunha, seu esforço ministerial e sua submissão à vontade do Senhor nos beneficiou. Além do Evangelho que chegou até nós, temos acesso às treze Cartas que ele escreveu, cujo conteúdo, desde então, tem orientado e influenciado gerações de cristãos. O que podemos destacar da carreira vitoriosa de Paulo? Que virtudes podem nos inspirar em nosso desafio de servir a Deus? 1. PAULO E SEU PERFIL PESSOAL O nome Paulo significa “pequeno”. Ele era judeu, natural de Tarso, na Cilícia (At 21.39). Não há 2 - FEE, Gordon D. Paulo, o Espírito e o povo de Deus. São Paulo: United Press, 1997, p.16. 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.503. 57 referência alguma quanto à data do seu nascimento. Na morte de Estevão, ele foi apresentado como um jovem (At 7.58). Essa referência indica que ele nasceu na primeira década do século I. Quando criança, saiu de Tarso para estudar em Jerusalém sob a orientação de Gamaliel, que era altamente respeitado como mestre (At 22.3). Saulo era inteligente e articulado. Trabalhava como fabricante de tendas (At 18.3). A aparência de Paulo estava longe de impressionar (2Co 10.10). Referências históricas afirmam que ele era baixo, calvo, de pernas arcadas, olhos próximos um do outro e um nariz um tanto curvo. Era um indivíduo intensamente religioso desde a juventude, frequentava regularmente a Sinagoga e era respeitado pelos principais líderes religiosos. Tinha uma irmã e um sobrinho que viviam em Jerusalém (At 23.16). Em relação à sua vida conjugal, existem duas fortes teorias. Considerando o fato de ele, em seus escritos, demonstrar um bom conhecimento acerca do casamento, não seria solteiro (Ef 5; 1Co 7). Paulo poderia ser viúvo ou ter sido abandonado pela esposa. 2. PAULO E SEU PERFIL DE SERVO A terceira viagem missionária é rica em relatos acerca do caráter de Paulo como servo, a serviço de Deus e da Igreja. O advogado Tértulo diante de Felix, ao defender os 58 interesses dos líderes religiosos, o definiu caluniosamente como uma “peste”(At 24.5). Mas o instrumento escolhido de Deus (9.15) era uma “bênção”, um homem disposto a levar a paz de Cristo aos corações. Podemos destacar as seguintes áreas que definem bem o seu perfil de servo. Paulo era: 1) Um homem de oração, íntimo de Deus e reconhecido assim até mesmo por espíritos malignos (19.15); 2) Tinha consciência de que a Igreja pertence a Deus (20.28); 3) Teve um encontro sobrenatural com Jesus que mudou sua vida (26.10-18); 4) Confiava no que Deus lhe falava (27.25); 5) Homem humilde e paciente diante das provações (20.19); 6) Obreiro incansável, sensível à voz do Espírito e que se preocupava com a continuidade da obra (20.20-30); 7) Obreiro que demonstrava empatia pela situação dos seus irmãos em Cristo (20.31); 8) Um exemplo no trato com o dinheiro. Não era ganancioso (20.33-35); 9) Era um obreiro acessível, íntimo e humano (20.36-38); 10) Um servo disposto a dar a própria vida pela obra do Senhor (21.13); 11) Não utilizava meios ilícitos para ajeitar as coisas (24.26); 12) Um homem focado na salvação de almas (26.29); 13) Através dele, Deus realizava milagres extraordinários (19.11-12; 28.8). 3. PAULO E SEU ESTILO DE VIDA Mais do que qualquer mudança cultural ou religiosa, o encontro com Jesus na estrada de Damasco mudou a vida de Paulo. Seus escritos revelam isso. De todos os escritores do Novo testamento, Paulo é o que gravou sua própria personalidade de modo mais inconfundível em seus escritos. Suas Cartas são nossa principal fonte de informação sobre sua vida e obra. O Paulo de Atos é o Paulo histórico como foi visto e descrito por Lucas. Conseguimos perceber características de um homem que evidenciava o aroma de Cristo (2Co 2.15). 1) Os períodos de oração abastecia sua alma (20.36; 21.5). 2) A gratidão, mesmo em meio ao caos, era uma de suas marcas (27.35). 3) Seus movimentos eram sempre em resposta ao direcionamento de Deus (20.22; 23.11; 27.22-24). 4) Ele colocou tudo nas mãos do Senhor: histórico familiar, cultura, títulos, bens, influência social, poder, profissão. O seu maior desejo, após o encontro com Jesus, foi servi-lo. Seu maior tesouro passou a ser o cumprimento da vontade de Deus (20.24). aprendemos através do exemplo de Paulo que uma porta aberta por Deus não é sinônimo de facilidade e que somente as pessoas chamadas e que permaneçam em sintonia com Deus saberão dar os próximos passos. Sejamos servos dispostos a abrir mão dos próprios sonhos para simplesmente viver os sonhos de Deus. Servos dispostos a sofrer por amor ao Evangelho e também por amor à Igreja de Cristo (Cl 1.24). Servos que tomem hoje decisões sábias para também poder dizer amanhã: “Combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé”. 5 Perguntas para discussão em classe 1. Quais interesses da Igreja de Cristo que têm sido confrontados na sociedade atual? 2. Até que ponto estamos dispostos a abrir mão dos planos pessoais para atender ao chamado de Deus? 3. Paulo afirmou que servia ao Senhor com lágrimas (20.19). Temos chorado pelas calamidades que nos cercam? Para pensar e agir: Segunda-feira: Atos 18.23-19.41 Leitura Diária “Embora todos os cristãos queiram ser conhecidos como servos humildes, principalmente nos círculos de liderança, a verdade é que ninguém quer ser tratado como servo. O verdadeiro teste do servo é a reação que ele demonstra quando é tratado como tal”.4 Já Terça-feira: Atos 20 Quarta-feira: Atos 21.1-22.29 Quinta-feira: Atos 22.30-23.35 Sexta-feira: Atos 25.23-26.32 Sábado: Atos 27.1-28.10 Domingo: Atos 28.11-31 4 - CORDEIRO, Wayne. Peneirado. São Paulo: Editora Vida, 2013, p.176 5 - 2Timóteo 4.7 – Versão: Almeida Século 21. 59 DATA DO ESTUDO LIÇÃO 13 Texto Bíblico: Atos 2.41- 44 SIMPLESMENTE UMA IGREJA “A Igreja é a casa de Deus, não nossa. Meu trabalho como pastor não é inventar as regras para a Igreja, mas anunciar e ensinar as regras de Deus destacadas em sua Palavra.” (Tony Evans)1 O que é uma Igreja de sucesso? Como avaliar se uma Igreja é ou não um sucesso? Baseado em algumas palestras que ouvimos, nos livros e matérias que dominam a maioria das publicações eclesiásticas, podemos perceber que, geralmente, o sucesso eclesiástico está relacionado aos números, às metodologias, ao ge- 1 - EVANS, Tony. A igreja gloriosa de Deus. Belo Horizonte: Editora Motivar, 2005, p.58. 60 renciamento de grupos, gestão, patrimônio, mídia e personalidades. A liderança eclesiástica tem sido tentada a contratar os “consultores de Igreja” ou a adquirir e adotar “os pacotes eclesiásticos” que prometem fazer as Igrejas crescerem como nunca. “Não acredite na promessa dos pacotes que você pode comprar para fazer seu ministério crescer e a sua vida mais frutífera. Pacotes mentem.”2 Desde que Rick Warren publicou, em 1995, o best seller “Uma Igreja com Propósito”, que vendeu mais de um milhão de cópias pelo mundo, alguns pastores tiveram que responder a intrigante pergunta: sua Igreja é ou não é com propósito? Hoje, quase não ouvimos mais falar do referido livro que em sua capa consta as seguintes palavras do saudoso pastor Ary Velloso3: “Depois de Atos, aqui está o melhor, mais prático e o mais rico ensino sobre o crescimento da igreja”. O pastor Ary acertou em cheio, “Atos dos Apóstolos é o melhor, o mais prático e o mais rico ensino sobre o crescimento da Igreja”. Analisando os fatos A IGREJA E O MERCADO A reflexão sobre a tensão existente entre a ideia de Deus e a visão mercadológica que invadiu nossas Igrejas é difícil de ser feita, porém necessária. Queremos uma Igreja que agrada a Deus ou uma empresa? Queremos Pastor (Jr 3.15) ou CEO 4 ? Ministros (2Co 3.6; Ef 4.11-12) ou gestores? Membros (1Co 12 e 13) ou expectadores? “Hoje os paradigmas estão ligados a conceitos como gestão da qualidade, mercado, crente como cliente, administração de resultados, etc. Já é possível perceber que há muita gente aplicando a vivência eclesiástica à ‘lógica de mercado’, em busca do que seja melhor para o funcionamento da Igreja. Na racionalidade do mercado, pessoas são trocadas por programas, relacionamentos por tarefas”.5 Por outro lado, os próprios membros e os congregados das Igrejas, muitas vezes, estão em busca de serviços para o seu bem ou o de sua família. Trocam de Igreja como trocam de mercado, ignoram a comunhão e o serviço que visa o avanço do Reino de Deus. “A Igreja está se transformando numa empresa, o púlpito num balcão, o templo numa praça de barganha, o Evangelho num produto de consumo, e os crentes em consumidores.”6 Infelizmente precisamos concordar com A. W. Tozer: “Se o Espírito Santo fosse removido das Igrejas no sábado à noite, a maioria iria passar o dia seguinte sem perceber que alguma coisa tinha mudado”. Precisamos rever o caminho para simplesmente sermos uma Igreja conforme a proposta de Deus reve- 2 - COLE, Neil. Igreja Orgânica. Rio de Janeiro: Editora Habacuc, 2007, p.96. 3 - Ari Velloso foi Pastor da Igreja Batista no Morumbi, SP. Faleceu aos 77 anos, em 25/04/2012. 4 - Chief Executive Officer - Diretor Executivo, responsável pelas estratégias e pela visão da empresa. 5 - WAGNER, Glenn. Igreja S/A. São Paulo: Editora Vida, 2001, p.11. 6 - LOPES, Hernades Dias. A Segunda vinda de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2011, p.15. 61 lada em Atos dos Apóstolos. “Se a Igreja for simples o suficiente para que todos tenham acesso a ela e for feita para pessoas que tomaram a sua cruz e seguiram Jesus a qualquer custo, o resultado será Igrejas que capacitam cristãos comuns para fazerem o trabalho incomum de Deus. As igrejas se tornarão saudáveis, férteis e reprodutivas”.7 A IGREJA É JESUS CRISTO A Igreja local pertence a Jesus, não a nós. Ele a comprou com seu próprio sangue (At 20.28). Ele é O Cabeça que se relaciona com amor (Ef 5.23-25). Ele mesmo a protege (Mt 16.18). “A Igreja precisa voltar a olhar para o seu majestoso Senhor Jesus Cristo; bem como familiarizar-se novamente com seu plano e propósitos já revelados para si, conforme Ele mesmo traçou na Bíblia. Ela precisa ser lembrada de que Cristo a edificará segundo seu propósito”.8 A forma de avaliação de Cristo difere muito da nossa. Um exemplo foi a avaliação da Igreja de Laudicéia, que se considerava próspera. Além de não receber elogio algum, foi considerada por Jesus como infeliz, miserável, pobre, cego e nu (Ap 3.14-22). Já Esmirna, a Igreja pobre e sofredora, foi avaliada como rica pelo Mestre (Ap 2.9). Está claro que a Igreja bem avaliada por Jesus será aquela que desenvolve a sua missão a partir da fidelidade e do compromisso com Ele. ATOS: UMA PROPOSTA PARA A IGREJA DE HOJE A Igreja primitiva representa o protótipo de todas as Igrejas posteriores. Ao observarmos seus princípios, encontraremos um modelo perfeitamente aplicável às nossas Igrejas nos dias de hoje. Caberá a cada Igreja, por ser única e ter cultura própria, aplicar tais princípios mediante as orientações de Deus. 1. Esperança em Cristo – eles consideravam a iminente volta de Cristo. O senso de urgência determinava os passos da Igreja. O maior patrimônio deles era Cristo (1.11). Veja a lição 3. 2. Confiança no Espírito Santo – o poder da Igreja residia nas ações do Espírito Santo (1.8; 4.31). Veja a lição 2. 3. O valor da oração – a Igreja de Atos era uma Igreja de oração (1.14; 3.1; 12.5). Precisamos hoje clamar para que Deus revele o oculto (Jr 33.3). Precisamos clamar para que Deus sare as nossas feridas (2Cr 7.14). Veja a lição 9. 4. O valor da Palavra – a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Também precisamos perseverar no ensino dos apóstolos, valorizar as profecias e viver de acordo com a Palavra (2.42). 5. A vida de comunhão – eles eram unidos e tinham tudo em comum (2.44). Precisamos investir na visão de corpo unido, bem ajustado e ligado no Senhor. 7 - COLE, Neil. Igreja Orgânica. Rio de Janeiro: Editora Habacuc, 2007, p.54. 8 - MAYHUE, Richard. O que Jesus Diria de sua Igreja? São Paulo: Editora Vida, 2005, p.12. 62 Eram muito hospitaleiros. (9.19,27; 16.15; 18.23). Veja a lição 7. 14. A alegria em ver a ação de Deus – a forma de lidar com o “novo Deus” era bem especial. Ao perceber que Deus estava à frente das ações, eles se alegravam (11.23). Para pensar e agir: “A Igreja é a ideia de Deus. É por isso que não pode ser dirigida como uma organização meramente humana”.9 Precisamos resistir aos apelos do mercado, a tentação de copiar os outros. Somente a orientação do Espírito Santo para cada Igreja poderá nos preencher. No entendimento do saudoso John R. W. Stott “Antes de mandar a Igreja para o mundo, Cristo mandou o Espírito para a Igreja. A mesma ordem precisa ser observada hoje.”10 Mãos à obra! Perguntas para discussão em classe 1. Discuta o projeto exposto nesta lição, definindo formas de como podemos colocar em prática os princípios apresentados. Segunda-feira: Atos 2.41-44 Leitura Diária 6. A visão de crescimento – para eles, o crescimento vinha de Deus. Era algo natural (2.47). 7. A prática da generosidade – repartir e compartilhar eram ações comuns. O foco da Igreja no céu influenciava a relação das pessoas com seus bens terrenos (2.45). 8. A resolução de conflitos – os problemas eram atacados e não as pessoas. Tudo era feito com ordem e embasados nas Escrituras. (6.1-7; 15.6-35). Veja a lição 10. 9. A escolha e o envio de obreiros – era um processo muito espiritual, confirmado no altar do Senhor. Eles enviavam pessoas de caráter e comprometidas com o Reino (13.1-4). Veja a lição 10. 10. A ousadia no evangelismo – jamais recuaram. Confiaram no poder e na proteção de Deus. Obedecer a Deus sempre foi a prioridade. (4.20; 5.42) Veja a lição 8. 11. O perfil da liderança – o padrão era uma liderança espiritual, focada na direção do Espírito Santo. Gente que nutria na própria vida as disciplinas necessárias para falar em nome de Deus e guiar o seu povo (6.3; 11.24; 13.52). Veja a lição 5. 12. A forma de ver o sofrimento – para eles, o sofrimento fazia parte do chamado. Sofrer por amor a Cristo era uma honra (5.41; 9.16). Veja a lição 6. 13. O cuidado com os irmãos na fé – a visão de “cobertura especial” era comum entre os mais experientes. Terça-feira: Mt 5.13-16, 16.24-26 Quarta-feira: Efésios 6.10-18 Quinta-feira: 2Pedro 3.1-18 Sexta-feira: 1Tm 4.1-2; 2Tm 3.1-5 Sábado: João 10.1-21 Domingo: Apocalipse 21.1-8 9 - WAGNER, Glenn. A igreja que você sempre quis. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.46. 10 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova, 1993, p.140. 63 Currículo 2017 Primeiro Trimestre Revista da Convenção Batista Fluminense Ano 13 - n° 51 - Outubro / Novembro / Dezembro - 2016 Mais que Vencedores! Vitórias de Deus Ao nosso Alcance Pr. Noélio Duarte Diretor Executivo: Pr. Dr. Amilton Ribeiro Vargas Diretoria da Convenção Batista Fluminense: Presidente: Pr. Geraldo Geremias Segundo Trimestre Primeiro Vice-Presidente: Dca Lindomar Ferreira da Silva Segundo Vice-Presidente: Pr. Marcos Luís Lopes Terceiro Vice-Presidente: Pr. Luiz Antonio Rodrigues Vieira Jesus e Você, Hoje Livro do Evangelho de João Pr. Davi Freitas de Carvalho Primeira Secretária: Jane Célia da Silva Rodrigues Segunda Secretária: Loide Gonçalves do Nascimento Terceiro Secretário: Pr. Ozéas Dias Gomes da Silva Quarto Secretário: Pr. Davidson Pereira de Freitas Terceiro Trimestre Diretor de Educação Religiosa: Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda Vida Cristã Pr. Iomael Sant’Anna Redator: Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda Revisão Bíblico Doutrinária: Pr. Paulo Pancote Quarto Trimestre Revisão e copidesque: Edilene Oliveira Produção Editorial, Diagramação e Impressão: Josué: revelações de Deus através da história Pr. Jonas Vieira Lima Print Master Editora (22) 3021-3091 Distribuição: Print Master Editora Convenção Batista Fluminense Rua Visconde de Morais, 231 - lngá - Niterói - RJ CEP 24210-145 Seja Mordomo Algumas Igrejas poderão estar recebendo mais revistas que o número de jovens e adultos matriculados na EBD ou em outro grupo de estudo bíblico. Por favor, avise a Convenção se for este o seu caso. Queremos investir seu dízimo também em outros projetos. Tel.: (21) 2620-1515 E-mail: [email protected] Acesse nosso site: www.batistafluminense.org.br