fatospara hoje - Convenção Batista Fluminense

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fatospara hoje - Convenção Batista Fluminense
Ano 13- n° 51 - Outubro /Novembro / Dezembro - 2016
Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense
FATOS PARA HOJE
Revendo os fatos que marcaram a Igreja no Século I,
em busca dos princípios para a Igreja do século XXI
Pr. José Gomes da Silva Filho
SUMÁRIO
LIÇÕES
RESGATANDO A
IA
VISÃO MISSIONÁR
10
ÍRITO SANTO
02 CONGRESSO
MULTIPLIQUE
03
PRIMEIRAS PALAVRAS
05
VIRA CRIANÇA
PARA QUE A UNIDADE SEJA
PRESERVADA NAS IGREJAS...
AJUDANDO A CRIANÇA A
CRESCER COM CRISTO!
06
CONGRESSO DE EBD
TEMPO DE APRENDER,
TEMPO DE INVESTIR!
07
PALAVRA DO REDATOR
REVITALIZANDO A EBD
09 JOSÉ GOMES DA SILVA FILHO
APRESENTAÇÃO
DO PLANO
32 DIA
COOPERATIVO
14 CHEIOS DO ESP
18
EM NOME DE JESUS
22
CRISTO
ESTIDAS
RESISTINDO AS INV
DO INIMIGO
26
L
LIDERANÇA ESPIRITUA
S
30 SERVOS QUE NO
INSPIRAM
36
O
UM VASO ESCOLHID
40
PARCEIROS DE DEUS
44
AÇÃO
O PRINCÍPIO DA OR
GEM
48 A PRIMEIRA VIA
DE PAULO
GEM
52 A SEGUNDA VIA
DE PAULO
GEM
56 A TERCEIRA VIA
DE PAULO
A IGREJA
UM
60 SIMPLESMENTE
2
PRIMEIRAS PALAVRAS
PARA QUE A UNIDADE SEJA
PRESERVADA NA IGREJA...
Ouvi recentemente de um colega: “Tenho saudade das polêmicas ingênuas do
passado, quando questões bem simples
chamavam a atenção: usar uma bateria
ou uma guitarra entre os instrumentos na
Igreja, ter o cabelo comprido, usar calça
comprida, bater palmas durante os cânticos”. E se voltarmos um pouco mais no
tempo, encontraremos outras questões
que geraram inclusive disciplina para os
que praticavam o que era proibido, tais
como: uso de maquiagem, ir ao cinema,
jogar futebol e tantas outras questões
culturais que ocupavam as mentes de alguns de nossos líderes como algo a ser
combatido.
No passado, era muito mais comum
a tensão entre dinâmica e forma, bem
como entre inovação e conservadorismo. Entretanto hoje, há questões que
estão subjacentes, que de modo tácito
ou explícito permanecem, preocupam
e confundem aos que não têm conhecimento de nossa história e limitado
conteúdo bíblico, sendo facilmente confundidos em relação à nossa identidade
denominacional e os objetivos de Jesus
para nós, pois somos um povo que valoriza a teologia e doutrinas bíblicas como
geradoras de nossos princípios e valores, que são imutáveis.
Algumas questões que geram enfraquecimento da unidade, em nossos dias,
não são tão objetivas e vinculadas a aspectos culturais, mas refletem um grave
atentado contra o ideal de Jesus para
a Igreja com a qual Ele sonhou e orou,
conforme lemos:
“E rogo não somente por estes,
mas também por aqueles que pela
sua palavra hão de crer em mim; para
que todos sejam um; assim como tu,
ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o
mundo creia que tu me enviaste. E eu
lhes dei a glória que a mim me deste,
para que sejam um, como nós somos
um; eu neles, e tu em mim, para que
eles sejam perfeitos em unidade, a fim
de que o mundo conheça que tu me
enviaste, e que os amaste a eles, assim
como me amaste a mim” (Jo 17.20-23).
Para que a unidade seja preservada
na Igreja, precisamos aprender a conviver e respeitar diferenças, como reflexo
da sabedoria divina que pôs no corpo todas as gerações como quis. Precisamos
caminhar em direção ao nosso próprio
aperfeiçoamento, respeitando a diversi-
3
dade da Igreja de Cristo, favorecendo a
integração de todas as gerações.
É importante lembrarmos que estamos nos preparando para a eternidade,
onde não haverão “departamentos” separados, um para cada gosto. Lá, encontraremos o Único Senhor e o único céu para
todas as gerações! Bom seria começarmos a nos acostumar com essa ideia, enquanto ainda estamos na terra.
A fé e a esperança cristã não podem
abrir mão da unidade do corpo de Cristo e, por outro lado, a unidade cristã não
significa uniformidade, mas comunhão
até mesmo dos contrários. É por isso
que a Palavra de Deus nos exorta: “Se
o corpo todo fosse olho, onde estaria
o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde
estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um
deles como quis” (1Co 12.17-18).
Somos desafiados a nos aperfeiçoarmos como Corpo de Cristo através da
compreensão e da efetiva realização da
integração entre as diferentes gerações
que compõem a Igreja de Cristo e, segundo a Palavra de Deus, por propósito
dEle, fomos formados diferentes para
que aprendamos a conviver de forma integrada com tais diferenças.
Como somos essa diversidade na
Igreja, nenhuma geração, tradição cultural ou de costumes, pode ter o monopólio do estilo e das formas, sob pena de
subestimar e reduzir a variedade criada
por Deus.
Para que a unidade seja preservada
na Igreja, precisamos entender que só a
ação do Espirito Santo pode tornar possível esse desafio, pois só Ele pode produzir unidade e unanimidade. Veja o texto
que caracteriza a “Igreja Batista” no início
da era cristã: “e perseveravam na dou-
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trina dos apóstolos e na comunhão, no
partir do pão e nas orações. Em cada
alma havia temor, e muitos prodígios e
sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas
propriedades e bens e os repartiam por
todos, segundo a necessidade de cada
um. E, perseverando unânimes todos
os dias no templo, e partindo o pão em
casa, comiam com alegria e singeleza
de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia
acrescentava-lhes o Senhor os que iam
sendo salvos” (At 2.42-47).
Os fundamentos da Igreja que é espiritual, apresentados nesse texto, nos
ajudam a definir as atitudes que nos
unem: perseverar na doutrina dos
apóstolos, na comunhão, no partir do
pão e nas orações. Esse era o resultado
levado a efeito pela ação do Espírito Santo, pois estavam unidos. E, por olharem
para as metas de Jesus e não para as
suas, podiam permanecer assim: unidos
e unânimes.
Precisamos aprender com os irmãos
do passado, mas também com os de
hoje. Não podemos permitir que questões culturais, disputa de poder ou prestígio, busca de vantagens, preferências
ou até mesmo dinheiro ou coisas, nos
distanciem dos objetivos de Jesus e passemos a defender os nossos próprios.
Tudo isso tira a alegria de Jesus em nós.
Por isso devemos rogar ao Pai que continue a encher o nosso coração de sua
presença transbordante, e que Jesus
sempre esteja em primeiro lugar, sendo
prioridade absoluta. Então fluirão de nós
amor, paz, alegria e união, que tanto necessitamos e desejamos.
Pr. Amilton Vargas
Diretor Executivo da CBF
5
6
PALAVRA DO REDATOR
REVITALIZANDO A EBD
A EBD, ao longo de toda sua história, sempre passou por grandes desafios e críticas para seguir adiante.
O próprio Robert Raikes1, que idealizou a primeira Escola Bíblica Dominical com o objetivo de promover ensino para as crianças carentes da sua
cidade, foi confrontado por religiosos
da sua época que não acreditavam
na importância e na necessidade de
tal instituição de ensino.
Há quem rotule a EBD como algo
arcaico e ultrapassado; que não consegue atingir seus objetivos dentro
do mundo contemporâneo.
No livro Redescobrindo a Alegria
das Manhãs de Domingo, Ken Hemphil lembra que “a Escola Dominical
não é um dinossauro”2, o que existe é
uma compreensão equivocada sobre
a forma como ela deve ser mantida
e gerenciada. Hemphil escreve que
nossa intenção não deve ser preservá-la por simples nostalgia, antes,
“temos de descobrir ferramentas e
organizações que nos capacitem a
cumprir a Grande Comissão da maneira mais eficiente possível”.
Revitalizar não é simplesmente
adotar ferramentas pedagógicas modernas para a educação cristã. Mais
do que isso, como o próprio nome
diz, é dar nova vida à EBD por meio
de um conjunto de ações estratégicas aplicadas em parceria dentro
da Igreja, de modo contínuo e permanente. Portanto, para revitalizar a
EBD é necessário:
1- Diagnóstico da Realidade –
reunir a liderança da EBD para avaliar
o momento atual e identificar os pontos fortes e fracos. Fazer uma pesquisa com os professores e alunos para
obter suas opiniões sobre a administração da EBD, sua estrutura (horário,
salas, abertura e encerramento, divisão em departamentos e classes por
faixa-etária, etc), literatura, e também
colher sugestões.
2- Planejamento – é indispensável a realização de uma ampla
reunião com todos os envolvidos,
com o fim de traçar o planejamento estratégico da Escola Dominical.
O planejamento estabelece antecipadamente qual roteiro será percor-
1 - Robert Raikes (Gloucester, 14 de setembro de 1736 — 5 de abril de 1811) foi um filantropo inglês e leigo anglicano,
conhecido por sua promoção de Escolas dominicais.
2 - Hemphill, Ken S. – Redescobrindo a alegria das manhãs de domingo – Exodus, 1997.
7
rido, indicando “o quê”, “quando”, “por
quem” e “como” será feito. Jesus falou
sobre esse assunto em Lucas 14.28:
“Se um de vocês quer construir uma
torre, primeiro senta e calcula quanto
vai custar, para ver se o dinheiro dá”.
3- Desenvolver um programa de
capacitação dos Professores – de
nada adianta levar os alunos para a
igreja no domingo pela manhã, se os
professores não estiverem devidamente capacitados para o ensino das
lições bíblicas. Por isso, é necessária
a realização periódica de palestras e/
ou seminários de capacitação e qualificação do corpo docente.
4- Investimento em estrutura e
materiais didáticos – para atingir e
manter a eficiência, a EBD necessita
de estrutura física em condições capazes de recepcionar os alunos, bem
como de recursos didáticos que possibilitem aos educadores a utilização
de métodos diversificados de ensino.
5- Campanhas de incentivo – a
EBD precisa ser conhecida na Igreja e fora dela. Por isso há uma necessidade de marketing. O Pr. César
Moisés, em seu livro Marketing para
3 - Carvalho, César Moisés - Marketing para a Escola Dominical
8
a Escola Dominical, diz que o marketing para a Escola Dominical tem
como propósitos: atrair, conquistar e
manter alunos na instituição3.
6- Avaliar – a avaliação deve
acontecer antes, durante e depois.
Por melhor que seja o projeto a ser
experimentado, deve ser avaliado periodicamente em reunião com os professores. Alguns poucos educadores
já descobriram esse caminho e estão
promovendo mudanças significativas
em seu sistema de ensino bíblico.
Aqui vão algumas sugestões para
revitalizar a sua EBD. Creio que outras poderão surgir ou até mesmo
você, como diretor de EBD ou professor, tem utilizado outras ferramentas.
Envie-nos sugestões e exemplos que
foram utilizados em sua Igreja que
ajudou na revitalização da sua EBD
para o e-mail: educacaoreligiosa@
batistafluminense.org.br, que publicaremos nas próximas edições.
Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda
Redator da Revista P&V
Diretor do Departamento de
Educação Religiosa da CBF
APRESENTAÇÃO
FATOS PARA HOJE
O livro de Atos dos Apóstolos, também chamado por muitos de “Atos da
Igreja de Jesus Cristo”, contém inúmeras histórias que inspiram o leitor devotado e atento a ser um instrumento
nas mãos de Deus. Estudar Atos é uma
oportunidade de analisar a essência da
Igreja de Cristo e o cuidado de Deus em
guiar, proteger e orientar o seu povo. É
um livro que revela o nosso “DNA”, nos
instrui quanto às características que
nos diferem e nos aponta o caminho
seguro para simplesmente sermos uma
Igreja. Também é um livro que nos motiva ao enchimento do Espírito Santo.
Neste quarto trimestre de 2016, vamos
investigar algumas histórias em busca
dos princípios que nos permitirão cumprir as ordens do nosso Mestre Jesus.
O médico Lucas escreveu Atos,
provavelmente na segunda metade do
primeiro século. Seus 28 capítulos são
relatos que comprovam que a história
de Jesus não terminou com Jesus. Os
cristãos deram continuidade, participando ativamente da ação de Deus
para alcançar os pecadores. Veremos
que pessoas como nós, formaram a
chamada “Igreja Primitiva”. Irmãos que
aceitaram o desafio e, cheios do Espírito Santo, testemunharam acerca dos
mistérios de Deus. Os resultados se estenderam até os nossos dias e deverão
continuar por toda a eternidade. Daí a
importância de avaliarmos os princípios (algumas disciplinas que são predominantes na Igreja de Jesus Cristo
e que carecem da nossa atenção) que
fizeram a diferença no primeiro século
e, com a devida contextualização, evidenciá-los hoje.
A Igreja somos nós! Nossa expectativa é que após o estudo dedicado de
cada lição, o aluno assuma o compromisso de agir de acordo com os princípios que fizeram da Igreja de Jesus Cristo uma comunidade separada, cheia do
poder de Deus e com uma mensagem
capaz de revolucionar o mundo. Vamos
juntos em busca dos fatos que nos ajudarão a saber o que aconteceu com
a Igreja. É tempo de retornarmos aos
princípios bíblicos que levaram os nossos irmãos do passado a serem chamados de cristãos (At 11.26).
Bom trimestre!
QUEM
ESCREVEU
José Gomes da Silva Filho
Natural do Rio de Janeiro, nascido em
21/11/1969. Casado em 30/01/1993
com a M. M. Sueli Gabilan C. L. da
Silva, pai de Jônatas e Joyce. Desde
02/12/1996 pastoreia a Igreja Batista
em Ponte Preta, Queimados, RJ. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, 1994.
Graduado em Liderança Avançada
pelo Instituto Haggai Nacional, 2007 e
CEDAP Igreja +, 2015. Graduado pelo
MAPI-RJ no curso de Mentor Master,
2010 e Master Coach Cristão, 2013. É
membro do Conselho da CBF. Foi presidente da ABAQUE (Associação Batista Queimadense) e é o atual presidente
da OPBB (Subseção Queimadense).
Escritor das revistas: Neemias e o desafio da reconstrução 3°T/2012 e Vidas
que marcaram o seu tempo 3°T/2013.
9
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico: Atos 1.1-14
LIÇÃO 1
RESGATANDO A VISÃO
MISSIONÁRIA
“Quando a Igreja perde de vista o seu chamado de ser a
portadora do Evangelho para o mundo, ela vira um clube
religioso como outro qualquer, simplesmente cuidando das
necessidades e dos interesses dos seus membros.”
(Chistopher Marques)1
O autor britânico Patrick Johnstone
escreveu o livro “A igreja é maior
do que você pensa”. Uma obra
que visa reacender a chama da
evangelização mundial em cada
um de nós e consequentemente
em cada Igreja local. A Igreja é
maior do que pensamos no tempo: porque a Igreja foi planejada
por Deus na eternidade e o seu
destino é estar com Deus por toda
a eternidade. A Igreja é maior do
que pensamos no tamanho: porque a Igreja deve encarar o desafio da evangelização mundial
até os confins da terra. A Igreja é
maior do que pensamos em estrutura: porque devemos fazer as
1 - MARQUES, Cristopher. Um novo olhar para a missão da igreja. São Paulo: Editora Reflexão, 2015.
10
possíveis correções que nos ajudarão a tornarmos mais eficazes no
cumprimento da missão.
A ressurreição de Jesus Cristo
foi o grande ponto de partida para
que os discípulos abrissem a visão
e levassem a mensagem do Evangelho até os confins da terra. A missão da pregação universal foi delegada por Jesus aos seus servos
no primeiro século, se estendendo
a todos nós até a sua volta. Devemos anunciar enquanto vivemos a
expectativa do grande dia.
O que aconteceu com a Igreja? É
tempo de resgatarmos a visão missionária em nossas vidas, famílias
e Igrejas!
Analisando os fatos
Segundo alguns comentaristas,
o Evangelho de Lucas e Atos dos
Apóstolos resultam de um único
esforço literário. No mundo antigo,
eram comuns as obras que consistiam em várias partes ou livros.
Segundo Champlim, “juntas, essas
duas obras formam o mais completo registro histórico de como se desenvolveu a nova religião revelada
em torno da personalidade do Senhor Jesus Cristo.”2 Após longa investigação, Lucas dedicou o seu livro a Teófilo (Lc 1.3; At 1.1). O nome
significa “amigo de Deus”. “É provável que ele já fosse cristão, e que
Lucas escreveu seu livro para ajudar a ele, e a outros como ele, a ter
um relato fidedigno dos começos
do cristianismo.”3 Portanto, é uma
mensagem para todos os cristãos,
em todos os tempos. A palavra “até”
(1.2) indica que no livro de Atos estudamos o que Jesus continuou a
fazer por intermédio dos seus discípulos após ter sido levado por Deus
ao céu (1.9). O Evangelho de Lucas
termina com uma breve referência
à ascensão de Jesus (Lc 24.50-53)
e Atos inicia com relatos do mesmo
fato. É uma prova de que a promessa foi cumprida: “...e eu estarei convosco todos os dias, até o final dos
tempos” (Mt 28.20).
Antes de ser levado ao céu, Jesus
tomou algumas providências para
que seu ministério continuasse na
terra. Passou 40 dias treinando os
apóstolos (1.3). Eles receberam a
ordem para permanecerem em Jerusalém à espera da promessa do
Pai (1.4). A descida do Espírito Santo estava condicionada à subida de
Cristo (Jo 16.7). “O lugar do ‘fracasso’ haveria de ser o território da vitória. O mesmo lugar onde Cristo foi
humilhado, ali deveria também ser
exaltado. O palco do padecimento
deveria ser também o cenário do
derramamento do Espírito”.4
A Igreja precisava de algo que a
preparasse para cumprir um ministério de alcance mundial. Proclamar
aquilo que Cristo havia realizado era
a ordem a ser cumprida. Só no poder do Espírito Santo tal obra pode-
2 - CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. São Paulo. Candeia.
3 - MARSHALL. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1988.
4 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
11
ria ser realizada (Jo 15.5; Lc 24.49).
O Espírito Santo viria para habitar
na Igreja e capacitar a todos que
assumissem a responsabilidade de
testemunhar acerca do Cristo (1.5).
Os apóstolos fizeram uma pergunta que demonstrou a lentidão
deles em entender a natureza espiritual do Reino de Deus (1.6).
Marshall diz que a pergunta deles
poderia se tratar de uma reflexão
da esperança judaica de que Deus
estabelecesse Seu domínio de tal
maneira que o povo de Israel ficasse livre dos seus inimigos (especialmente os romanos) e fosse
estabelecido como nação que subjugaria os demais povos. Porém “o
Reino de Deus não é terreno, mas
espiritual. Seu trono é estabelecido
no coração das pessoas, não nas
embaixadas e governos”.5 O mais
importante era a tarefa imediata
dos discípulos, que era a de agir
como testemunhas de Jesus desde Jerusalém até aos confins da
terra (1.7).
Porque devemos resgatar a visão
missionária em nossas vidas, famílias e Igrejas?
1 - PORQUE É PLANO DE DEUS.
A Bíblia revela o plano de Deus:
“... todos os confins da terra verão a
salvação do nosso Deus” (Is 52.10).
Estamos seguindo uma linha histórica estabelecida por Deus e revelada em Atos (1.11). Primeiro, Jesus
voltou ao Céu. Segundo, a descida
do Espírito Santo. Terceiro, a Igreja
“militante” assume a tarefa de testemunhar até os confins da terra.
Por fim, a volta de Cristo (Parousia). Nós somos parte e devemos
executar o plano. Estamos vivendo
o período de testemunho e missão
que antecederá a volta de Cristo
(Mt 24.14).
Não há outro plano. A Igreja recebeu o poder para testemunhar.
Nossa vida precisa estar comprometida com o plano de Deus. O
apóstolo Paulo foi um bom exemplo
ao dizer: “Mas em nada considero
a vida preciosa para mim mesmo,
contanto que eu complete a minha
carreira e o ministério que recebi do
Senhor Jesus, para dar testemunho
do evangelho da graça de Deus”
(At 20.24). Dar testemunho, este é
o plano!
2 - PORQUE TODO CRISTÃO
TEM UMA RESPONSABILIDADE
GLOBAL (1.8)
A ordem de Jesus foi para que
a mensagem fosse proclamada. O
Reino de Deus deveria propagar-se
por todas as regiões. Os apóstolos originais de Jesus cumpriram
a Grande Comissão levando a
mensagem do Evangelho de Jerusalém, na palestina, à Samaria,
no Mediterrâneo. Agora faz parte
da tarefa da Igreja completar essa
Grande Comissão, levando a mensagem até os confins da terra.
Se somos salvos hoje, foi porque
alguém foi fiel à ordem de Jesus e
nos transmitiu o Evangelho. A coi-
5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
12
Para pensar e agir:
Missões são as diferentes iniciativas humanas para promover a missão de Deus. Precisamos desenvolver estratégias para alcançar,
simultaneamente, com a mensagem do Evangelho: a nós mesmos
(1Co 9.27), a nossa família, os nossos parentes, os nossos vizinhos,
os nossos amigos, os nossos conhecidos e as pessoas que não conhecemos. Missões é responsabilidade de todos e tarefa de cada um!
Os discípulos voltaram para Jerusalém em obediência ao Mestre Jesus (1.12,13). Eles permaneceram
unidos e em oração (1.14). Temos
uma grande comissão que só será
realizada com a Igreja unida e em
constante oração. Nossa obediência será revelada com as seguintes
atitudes:
1°) Orar pela evangelização mundial;
2°) Falar pessoalmente às almas
perdidas, testemunhando do que
realmente vimos; e
3°) Investirmos financeiramente,
ofertando para sustentar a obra
missionária.
Perguntas para
discussão em classe
Estamos substituindo a mensagem do Evangelho por um diálogo
de tolerância com a humanidade decaída? Estaríamos, hoje, entregando nossos pensamentos às especulações e deixando de lado a tarefa
de sermos testemunhas de Jesus?
Uma estatística no passado revelou que, em média, cada cristão
investe o equivalente ao valor de
uma “latinha” de refrigerante por
ano na obra missionária. Por que
isso acontece? De que forma podemos reverter este triste quadro?
Como pode uma Igreja cumprir a
grande comissão em nossos dias?
Quais estratégias podemos utilizar?
Segunda-feira: Marcos 16
Leitura Diária
sa mais graciosa que temos a fazer
neste mundo, após experimentar a
beleza e o poder de Jesus, é compartilhar tal experiência com outras
pessoas. O nosso “testemunho” é o
resultado do que vivemos ao lado
de Jesus. O Mestre nos chamou
para sermos suas “testemunhas”,
ou seja, relatar aquilo que experimentamos após sermos alcançados pela graça de Deus. Isso
poderá implicar em sérias consequências diante do mundo em trevas
(Jo 15.20). Os relatos de Lucas nos
demais capítulos do livro de Atos
irão demonstrar o Senhor enviando,
livrando, curando e mesmo quando
alguns pagaram com a própria vida
por amor a Cristo, viram a glória de
Deus (7.55).
Terça-feira:
Mateus 28
Quarta-feira:
Lucas 24
Quinta-feira:
João 20
Sexta-feira:
Atos 1
Sábado:
João 15.1-17
Domingo:
Romanos 1.16-32
13
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 2
Texto Bíblico: Atos 2
CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO
“O verdadeiro Cristianismo não é religião,
mas uma relação íntima com Deus, através de
Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo.”
(Ebenézer Bittencourt)1
Lucas é o evangelista que mais
enfatiza a obra do Espírito Santo
na vida de Jesus e da Igreja. Para
que a Igreja cumpra a sua missão
e consiga resistir às pressões impostas pela sociedade, é necessário que o Espírito Santo tenha
livre acesso. A Igreja existe e deve
ser mantida mediante a habitação
e atuação do Espírito Santo.
Uma senhora bem idosa vivia
em condições de imensa pobreza
em sua cidade natal. Anos antes,
seu filho havia migrado para os
Estados Unidos. Ele havia se tornado um empresário de sucesso,
1 - BITTENCOURT, Ebenézer. O poder que nos move. São Paulo: SOCEP, 2004.
14
mas nunca tinha tempo para visitar
a mãe.
Certo dia, uma amiga conversava com a senhora em sua humilde
casa. Ela então lhe fez a seguinte
pergunta:
– Seu filho nunca manda dinheiro
para suprir as suas necessidades?
– Não, ele apenas me escreve
cartas bonitas e me manda fotos
muito interessantes.
A ouvinte ficou aborrecida, pois
sabia que o filho era muito rico.
Mas, em vez de dar sua opinião,
ela disse simplesmente:
– Posso ver as fotos?
A senhora orgulhosamente as tirou da gaveta para mostrá-las. Para
grande espanto da amiga, o que
ela estava vendo não eram fotografias, mas notas bancárias valiosas
dos Estados Unidos, que somavam
milhares de dólares. Durante décadas, a mulher tinha vivido na miséria. O problema? Ela não sabia o
valor daquelas “fotos interessantes”.
Ela havia guardado as notas, sem
fazer uso delas.
Analisando os fatos
Todos estavam reunidos, orando,
quando o Espírito Santo veio sobre
eles. Tudo aconteceu no período
em que os judeus comemoravam
a festa da colheita, cujo nome em
grego era pentecostes (quinquagésimo dia). Um evento que acontecia cinquenta dias após o sábado
da semana da páscoa (Lv 23.15).
Champlin sugere que “nesse dia
havia uma grande reunião em Je-
rusalém. Todos os homens estavam na obrigação de comparecer
ao santuário central (Lv 23.21)”.2 É
provável que o grupo tenha deixado
a casa e ido para o templo. Muitas
pessoas ficaram confusas com a
reação dos que estavam cheios do
Espírito Santo. As pessoas, embora de várias regiões diferentes, ouviam falar das grandezas de Deus
em sua própria língua.
Pedro resolveu esclarecer qualquer mal entendido. Iniciou o sermão explicando que tudo o que estava acontecendo já havia sido previsto pelo profeta Joel (Jl 2.28-32).
Em seguida, apresentou o Evangelho. Ele embasou suas declarações
com os feitos do próprio Cristo e palavras do patriarca Davi (Sl 16.8-11).
Pedro concluiu que Deus fez de
Jesus Senhor (V.36). “O derramamento do Espírito com as manifestações sobrenaturais que o acompanharam era, por assim dizer, um
‘telegrama’. Avisava os discípulos
de que Jesus já estava reinando
em poder no centro do Universo”.3
As palavras de Pedro foram como
flechas. Seus ouvintes ficaram com
o coração quebrantado (V.37-38).
Só lhes restava uma possibilidade: o arrependimento dos pecados seguido do batismo, como um
sinal exterior de uma nova atitude
que repudiava o crime da rejeição
e colocava os que confessavam a
fé cristã do lado do Messias. “Geração perversa” é uma frase veterotestamentária para o povo de Israel
que se rebelou contra Deus no de-
2 - CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. São Paulo: Candeia, p.43.
3 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
15
serto (Dt 32.5) e aplica-se no Novo
Testamento àqueles que rejeitam a
Jesus (Fp 2.15).”4
O resultado da primeira mensagem evangelística da Igreja foi
impressionante: cerca de 3.000
almas. “Ao serem convertidos, eles
foram batizados, integraram-se na
Igreja e perseveraram. Criaram raízes. Amadureceram. Fizeram outros discípulos, e a Igreja tornou-se
irresistível.”5
“O Pentecostes não foi um acontecimento casual, mas uma agenda estabelecida por Deus desde
a eternidade. Como o Calvário, o
Pentecostes foi um acontecimento
único e irrepetível. O Espírito Santo foi enviado, a fim de estar para
sempre com a Igreja.”6
tes de Cristo. Eles foram usados
por Deus para mudar o curso da
história. Este mesmo poder sem
limites, o poder do Espírito Santo,
está disponível hoje para capacitar
você a viver uma vida santa e frutífera para Jesus Cristo”.7
O Espírito Santo, quando tem a
liberdade de atuar no cristão, transforma sua vida por inteiro. Seu fruto
(Gl 5.22,23) se torna cada vez mais
evidente no modo de pensar, falar
e agir do cristão. O Espírito Santo
habita no corpo (1Co 6.19); ilumina a mente (1Co 2.10); conforta
(At 9.31); guia (Jo 16.13); santifica (Rm 15.16) e ajuda em nossas
fraquezas (Rm 8.26). Tal impacto
tem um efeito positivo em todas as
áreas da vida (Ef 5 e 6).
1. A PRESENÇA DO ESPÍRITO
É INDISPENSÁVEL NA VIDA DO
CRISTÃO
Para ser um cristão comprometido, compreender a Bíblia, manter uma vida de oração, viver em
santidade, testemunhar e atuar no
ministério de acordo com a direção
de Deus precisamos da presença
e direção do Espírito. Os cristãos
do primeiro século, controlados e
capacitados pelo Espírito Santo, e
cheios do seu amor, transformaram
o mundo.
“À medida que os discípulos foram cheios do Espírito Santo, receberam um poder divino, sobrenatural, que os transformou de homens
medrosos em testemunhas radian-
2. A PRESENÇA DO ESPÍRITO
É INDISPENSÁVEL NA VIDA DA
IGREJA
Na Igreja onde o Espírito Santo
habita há conversões, edificação,
crescimento e, como relatado no
livro de Atos, ela cai na graça do
povo (V. 42-47). Uma busca rápida no livro de Atos revela como o
Espírito atuava na Igreja primitiva.
1) Escolhendo e convencendo a
Igreja quanto ao envio de obreiros
(13.2-4; 20.28); 2) Qualificando
as pessoas para o exercício ministerial (6.3; 11.22-24); 3) Revelando o engano na Igreja (5.3,9);
4) Fazendo suportar a perseguição
(7.55-56; 13.49-52; 20.22-23);
5) Impulsionando a agir com autori-
4 - BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI. São Paulo: Editora Vida, 2012.
5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. p.65.
6 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
7 - BRIGHT, Bill. Como ser cheio do Espírito Santo. São Paulo: Editora Candeia, 2001.
16
Para pensar e agir:
A história da senhora idosa ilustra bem a vida de muitos cristãos
e Igrejas. Embora estivesse de
posse de uma grande riqueza, por
desconhecimento, vivia na extrema
pobreza. Muitos cristãos não entendem como é possível se apropriar
das riquezas oferecidas pelo Espírito Santo. Vive uma vida infrutífera,
dependendo dos próprios esforços
para agradar a Deus. Jesus disse: “Sem mim nada podeis fazer”
(Jo 15.5b). Sem Ele, viveremos
sempre à margem de uma vida
santa e que testemunhe eficazmente acerca de Cristo. Precisamos investir em nosso crescimento até a
maturidade em Cristo (Rm 12.1,2).
Precisamos do enchimento do Espírito (Ef 5.18) que será o resultado
da nossa fé (Ef 2.8,9). Precisamos
experimentar as grandes riquezas
e recursos que foram prometidos
por Cristo (Jo 16). Precisamos do
Espírito Santo, o Deus que habita
em nós!
Perguntas para
discussão em classe
1) Nossas Igrejas estão sendo
marcadas por uma ação intensa
do Espírito Santo? Caso a resposta seja sim, relate algumas evidências. Caso a resposta seja não,
quais os motivos? O que podemos
fazer? E nossas famílias?
2) Nossa mensagem tem seguido na mesma direção do sermão
de Pedro? O que temos visto em
nossos dias: arrependimento ou remorso? Conversão ou adesão?
Segunda-feira: Atos 2
Leitura Diária
dade (13.8-12); 6) Determinando o
que e quando fazer (16.6; 20.22). A
Igreja não pode perder a visão de
que é o Espírito quem a capacita e
lhe dá o sustento em todo trabalho.
Em nossos dias, o Espírito está no
povo de Deus (1Co 6.19).
Iludimo-nos quando dependemos
de personalidades ou métodos para
fazer a obra de Deus avançar. Sem
o Senhor, fracassaremos! Um dos
problemas é que “as Igrejas, por
serem ‘ambientes espirituais’, com
frequência, não estão dispostas a
reconhecer a ausência de Deus.”8
Quando preenchermos o nosso
vazio com a presença do Espírito,
coisas maravilhosas e extraordinárias acontecerão primeiro em
nós, e depois através de nós. As
Escrituras revelam que Ele é uma
pessoa para nos relacionarmos,
pois fala (Ap 2.7; At 13.2); intercede
(Rm 8.26); testifica (Jo 15.26); guia
(At 8.29; Rm 8.14); ordena (At 16.6-9);
conduz (Jo 16.13); nomeia (At 20.28).
E ainda: podemos mentir para Ele
(At 5.3-4); insultá-lo (Hb 10.29);
blasfemar contra Ele (Mt 12.31,32)
e entristecê-lo (Ef 4.30).
Terça-feira:
Levítico 23
Quarta-feira:
Joel 2
Quinta-feira:
João 16
Sexta-feira:
1Coríntios 12
Sábado:
Gálatas 5.16-26
Domingo:
Efésios 5.1-21
8 - CORDEIRO, Wayne. Igreja Irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014.
17
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 3
Texto Bíblico: Atos 3 - 4.31
EM NOME DE JESUS CRISTO
“Quando não reconhecemos a presença de Cristo,
a vida torna-se desalentadora. Mas quando reconhecemos
que Ele está conosco, tudo muda!”
(Wayne Cordeiro)1
Nesta lição, vamos considerar
os fatos no primeiro milagre apostólico narrado por Lucas. Fatos
que serviram para exaltar o nome
de Jesus e dar maior visibilidade
aos pregadores do Evangelho.
Veremos que o segredo do triunfo do Cristianismo não estava nas
ações de Pedro e João, mas na
pessoa de Cristo e no poder vinculado ao seu nome.
Em tempos em que verificamos
muitas Igrejas prometendo mudar
a vida das pessoas através da
autopromoção de sua liderança,
novos métodos e até mesmo com
campanhas e eventos, nada melhor do que um confronto com a es-
1 - CORDEIRO, Wayne. Jesus puro e simples. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.81.
18
sência do Evangelho, visando o retorno ao que realmente transforma.
Analisando os fatos
Os judeus costumavam observar
três turnos de oração por dia. Nove
da manhã, ao meio dia e às três
da tarde (hora nona). Foi no último
horário que Pedro e João estavam entrando no Templo para orar
(V.1). A porta “Formosa” devia ser
um bom lugar para pedir esmolas,
pois os que se dirigiam ao Templo
queriam agradar a Deus. Lá estava,
mais uma vez, um homem aleijado
de nascença com mais de quarenta anos de idade (4.22). Ao pedir
esmolas aos servos do Altíssimo,
o pedinte não podia imaginar que
aquele seria o último dia de sua
vida de aleijado.
“Olha para nós”. Com essas palavras, atraindo a atenção do homem
necessitado, deram-lhe em “nome
de Jesus” algo muito superior ao
seu pedido. Ele foi curado, entrou
com eles no Templo andando, saltando e louvando a Deus. Tal fato
despertou a admiração de todos.
Pedro, então, utilizando uma estratégia bem semelhante a do capítulo
2, aproveitou a oportunidade para
apresentar o Evangelho (3.11-26).
Ele apresentou Jesus como a fonte
do poder milagroso na vida daquele homem, e mais uma vez apelou
ao arrependimento e à conversão
(3.19-20). Foi um sermão corajoso
nas dependências do Templo. Eles
foram presos, mas Deus já estava
operando nos corações (4.4).
Pedro, cheio do Espírito Santo, não perdeu a oportunidade de
testemunhar diante das autoridades. Foi um sermão cristocêntrico.
Eles tentaram calá-los (4.18), mas
as mãos dos governantes ficaram
amarradas pela evidência do homem curado, pelo entusiasmo da
multidão e pela negativa de Pedro,
que segundo Pearlman: “estabeleceu, para sempre, o princípio fundamental entre os limites da obediência cívica e do dever cristão de
testemunhar. Quando existe clara
contradição entre os mandamentos
dos homens e os de Deus, de tal
forma que obedecer a uns é desobedecer aos outros, não sobra
mais nenhuma dúvida quanto ao
que o cristão deve fazer.”2
Após mais um livramento e de tamanha demonstração do poder de
Jesus, a Igreja reunida realizou um
culto com testemunhos, orações e
muito louvor (4.23-31). Todos se fortaleceram e passaram a anunciar
com coragem a Palavra de Deus.
1. JESUS CRISTO É O NOSSO
MAIOR PATRIMÔNIO
Precisamos lutar contra qualquer
atitude que possa desviar as pessoas e até mesmo nossas Igrejas
de Jesus. Ele é o que temos de melhor para oferecer. A Igreja é portadora da mensagem do Evangelho.
O ministério da reconciliação está
em nossas mãos (2Co 5.18). Podemos e devemos auxiliar todas as
pessoas, mas se não apresentarmos Jesus como o nosso melhor,
2 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.52.
19
falharemos. Nada deve atrair mais
a atenção das pessoas do que o
próprio Jesus.
Quando Leonardo da Vinci completou seu célebre quadro a Última Ceia, convidou um amigo para
apreciá-lo. “O quadro é primoroso”,
exclamou o amigo. “Aquela taça
de vinho se ressalta da mesa em
prata maciça e brilhante”. Sem esperar mais nada, o artista tomou
um pincel e apagou a pintura da
taça, dizendo: “Minha intenção era
que a pessoa de Cristo atraísse em
primeiro lugar o olhar das pessoas,
e qualquer coisa que desvia dele a
atenção precisa ser apagada”.
2. HÁ PODER NO NOME DE JESUS
A palavra “nome” está vinculada à personalidade e influência
da pessoa. Ao invocar o nome de
Jesus, Pedro estava invocando o
poder e as virtudes contidas na
personalidade dEle. O Mestre havia afirmado que em “Seu nome”
eles realizariam grandes feitos
(Mc 16.17; Jo 14.14). O milagre havia sido realizado pela fé no nome de
Jesus. Existem duas realidades que
precisamos considerar. A primeira:
as coisas extraordinárias de Deus
só acontecerão em nosso meio pela
fé no poder de Jesus. A segunda: o
inimigo não se submeterá ao nome
de nenhum líder eclesiástico, ministério, igreja ou denominação.
Pedro, em momento algum, ousou reivindicar o que deveria ser
creditado a Jesus. Ele foi categórico: “seja do conhecimento de to-
dos vós e de todo o povo de Israel
que, em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, aquele a quem crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, por meio
desse nome, este homem está aqui
com boa saúde diante de vós”
(4.10). Seremos bem sucedidos e
felizes se levarmos as pessoas ao
real conhecimento do poder de Jesus Cristo. Esse é o nosso papel!
3. OS REPRESENTANTES DE
JESUS
É um erro pensar que qualquer
pessoa poderá ser usada para falar
em nome de Jesus. “São necessários homens que tenham vida para
entregar uma Palavra viva”.2 Temos
um bom exemplo em Atos 8.18-23,
quando um homem chamado Simão tentou subornar os apóstolos
para também ser usado pelo Espírito. Ele era um homem que carecia
de arrependimento por não ter um
coração correto diante de Deus. Foi
confrontado por Pedro e obviamente reprovado. Pedro e João eram
pessoas especiais para Deus, e
por isso foram usados com tamanha autoridade. Vejamos algumas
das suas qualidades: 1) Convicção de que somente em Jesus há
salvação (4.12); 2) Coragem para
avançar em meio às adversidades,
testemunhando acerca de Jesus
(4.13a); 3) Experiência pessoal
com Jesus (4.13b); 4) Consciência
da missão que deveria ser transformada em ação (4.20); 5) Nutriam amizades espirituais (4.23);
2 - RAVENHILL, Leonard. Avivamento à Maneira de Deus. The Way Editora: 2010, p.48.
20
Para pensar e agir:
Conta-se que Tomás de Aquino e
o Papa Inocêncio IV viveram uma
experiência bem comum ao texto
que acabamos de estudar. Aquino
surpreendeu o Papa ao visitá-lo no
momento em que este estava contando uma grande quantidade de
moedas de ouro e prata. Ao vê-lo,
o Papa disse: “Irmão, como você
pode perceber, não posso dizer
mais como Pedro disse ao paralítico: “Não tenho ouro nem prata”.
Aquino, então, lhe respondeu: “Isso
é verdade, mas também o senhor
não pode mais dizer ao paralitico:
Levanta e anda!”4
Os fatos narrados por Lucas em
Atos 3 e 4 servem de alerta para
que apresentemos Jesus como o
nosso maior tesouro. Precisamos
planejar nossa vida e nossas ações
em comunidade, de tal forma que o
poder de Jesus prevaleça em nossa mensagem e ações. Precisamos
ainda vigiar para não cairmos nas
investidas do inimigo que tenta nos
afastar do ardor espiritual. Ele tem
investido para nos manter demasiadamente ocupados, pois assim,
não teremos tempo para crescer
aos pés do Mestre. É tempo de
avançarmos dizendo ao mundo
caído: “Em nome de Jesus Cristo,
comece a andar!”
Perguntas para
discussão em classe
1. O que precisamos restaurar
em nossa caminhada cristã para
que tenhamos autoridade semelhante à de Pedro e João diante
das pessoas?
2. O que a Igreja tem oferecido ao
mundo hoje está em sintonia com
o que Pedro ofereceu como o seu
maior tesouro?
3. Quais os fatores que podem
nos levar a uma vida cristã à margem do poder de Jesus?
Segunda-feira: Atos 3
Leitura Diária
6) Mantinham uma vida regular de
oração (4.24); 7) Eram cheios do
Espírito Santo (4.31).
Paulo sabiamente aconselhou as
pessoas a imitá-lo à medida que
ele imitasse a Cristo (1Co 11.1). A
Igreja precisa se cuidar e, se necessário, restaurar a autoridade para
dizer aos necessitados: “Olhem
para nós”. Precisamos ser reconhecidos como aqueles que estiveram
com Jesus, pessoas que através
da obediência demonstram amá-lo
(Jo 14.21). Nossa vida com Cristo deve inspirar outros a segui-lo.
“Podemos dizer ao mundo: Olhem
para nós? Os pais podem dizer aos
filhos: Olhem para nós? Os patrões
podem dizer a seus empregados:
Olhem para nós?”3
Terça-feira:
Atos 4
Quarta-feira:
Efésios 4.17-32
Quinta-feira:
1João 3
Sexta-feira:
2Pedro 3
Sábado:
1Coríntios 4.1,2
Domingo:
João 16.33
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.76.
4 - Ibidem, p.77.
21
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 4
Texto Bíblico: Atos 4.32 - 5.42
RESISTINDO AS INVESTIDAS
DO INIMIGO
“A Igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de
relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um viver
santo, a declarar a inalterada verdade de Deus de forma
amorosa, mas sem comprometê-la a um mundo que não crê.”
(John F. MacArthur Jr)1
O ambiente era o melhor possível. Uma multidão cheia do Espírito
Santo apresentando ao mundo um
estilo de vida nunca visto (2.42-47;
4.32-37). Pessoas diferentes, mas
que estavam unidas de coração e
de propósito. Eles cuidavam uns
dos outros, compartilhavam tudo.
O impacto social era crescente.
Pessoas salvas se juntavam à multidão que não cessava de louvar a
Deus. “Até ali, tudo havia sido glorioso na vida da Igreja. Suas características típicas eram o amor fraternal, a bondade altruísta, a coragem
heroica e a real devoção a Cristo”.2
1 - MACARTHUR Jr, John F. Com vergonha do evangelho. São Paulo: Editora Fiel, 1997, p.79.
2 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.60.
22
Enquanto isso, o inimigo trabalhava. “Não agrada a Satanás que
uma Igreja tenha grande comunhão. Ele fará tudo o que puder
para rompê-la. Sabe que, se puser
o povo de Deus distraído ou afastado da concentração em Cristo e
na Sua missão, poderá aniquilar
o evangelismo, impedindo os que
estão sob o seu domínio de serem
salvos e libertos.”3 Suas estratégias
são repetitivas e, mesmo assim,
ainda hoje muitas pessoas estão
permitindo serem contaminadas
por suas investidas.
Vamos analisar as investidas do
inimigo contra a Igreja de Cristo.
Analisando os fatos
1. ELE TENTOU DESTRUIR A
IGREJA IMPLANTANDO A HIPOCRISIA (5.1-16)
Os primeiros cristãos demonstravam o seu amor entregando suas
propriedades para o bem comum.
Não eram obrigados, mas faziam
voluntariamente devido ao seu
amor e preocupação com o bem-estar dos irmãos na fé. O Exemplo da generosidade de Barnabé
(4.36-37) circulava entre os irmãos.
O casal Ananias e Safira, membros da Igreja em Jerusalém, cobiçaram a mesma honra. Marshall
declara que “eles procuraram obter
crédito por um sacrifício pessoal
maior do que aquele que fizeram,
por meio de oferecer aos apóstolos apenas parte do preço de uma
venda”4. Vale ressaltar que o casal
tinha completa liberdade para agir
conforme bem entendesse com os
recursos oriundos da venda de sua
propriedade. Tudo indica que eles
assumiram o compromisso de dar
tudo e depositaram apenas parte
do valor referente à venda. Seu pecado se achava na sua “mentira ao
Espírito Santo” e consistia em dar
apenas parte dizendo que se tratava da totalidade (5.3).
Segundo John Stott “o problema
de Ananias e Safira foi falta de integridade. Eles não eram apenas
avarentos, mas também ladrões e
mentirosos. Queriam o crédito e o
prestígio da generosidade sacrificial, sem terem de arcar com as inconveniências. Assim, a motivação
do casal, ao dar, não era aliviar os
pobres, mas inflar o próprio ego”5.
Esses fatos demonstram as iniciativas de Satanás para atingir a Igreja
internamente. Ananias e safira agiram com hipocrisia, foram instrumentos do inimigo para a invasão
da Igreja. Quando ele não consegue destruir o trigo ele semeia o
joio (Mt 13.24-30).
1.1– Deus rejeita os hipócritas –
Originalmente a palavra “hipócrita”
queria dizer “ator”. Dentro da Igreja,
é um estilo de vida que age com
dissimulação deliberada. Tentando
fazer com que as pessoas acreditem que somos mais espirituais do
que na realidade somos. O hipócrita está sempre representando um
papel que nada tem a ver com sua
verdadeira personalidade. Pessoas
3 - ROBINSON, Darrell W. Vida total da igreja. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p.78.
4 - MARSHALL. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1988, p.108,109.
5 - STOTT, John. A Mensagem de Atos. São Paulo: ABU Editora, 1994, p.121.
23
assim, que buscam a glória humana, caem debaixo da condenação
severa do Senhor (Jo 5.44). O casal foi rejeitado e severamente punido por Deus (5.5,10).
1.2– A hipocrisia persiste em
nossos dias – Hipocrisia é a falsa
devoção, fingimento, é o desejo de
parecer virtuoso sem pagar o preço
de ser. É tentar parecer o que na
verdade não é. É a extrema exibição de egoísmo. Ananias e sua esposa desejavam impressionar aos
outros, a fim de obterem glória pessoal. Não se importavam realmente
em ajudar ao próximo. Hoje temos
o desafio de avaliar se quando cultuamos, testemunhamos, pregamos, ensinamos, dizimamos, ofertamos, louvamos, falamos acerca
da nossa família e da obra missionária, estamos sendo sinceros e se
nossa real motivação é a glória do
Senhor. Há muita hipocrisia por aí!
1.3– A hipocrisia precisa ser
confrontada – Toda mentira é cometida diante de Deus e contra
Deus (5.4c). Uma Igreja cheia do
Espírito Santo e com uma liderança
submissa à sua voz, terá o discernimento e saberá agir contra essa
conhecida investida de Satanás
para enfraquecer a Igreja, visando
diminuir o seu poder e influência.
Deus protege a Igreja e a liderança
fiel (Rm 8.31). Todo aquele que permitir ser contaminado por Satanás
e agir contra a Igreja de Cristo, terá
que acertar contas com o próprio
Deus. A Igreja é a noiva de Cristo e
ninguém melhor do que Ele mesmo
para defendê-la.
24
Pelo poder do Senhor a Igreja venceu a hipocrisia. O “temor” a Deus
tomou conta das pessoas de dentro da Igreja e também dos de fora.
Coisas extraordinárias aconteciam.
A Igreja crescia, pessoas eram alcançadas e libertas. A autoridade
da liderança foi reconhecida como
verdadeiramente espiritual (5.11-16).
2. ELE TENTOU DESTRUIR A
IGREJA ATRAVÉS DA INVEJA
EXTERNA (5.17-42)
Os apóstolos foram presos. As
autoridades religiosas mais uma
vez estavam tentando impedir o
avanço da Igreja. A ordem era para
que eles não falassem mais nada
acerca de Jesus. Eles estavam querendo aliviar suas próprias consciências (5.28). A fúria dos líderes
só aumentava, mas agiram com
cautela por causa do povo (5.26).
Os servos de Deus não perderam
a oportunidade para mais uma vez
pregar ousadamente acerca da
ressurreição, ascensão e a descida
do Espírito Santo (5.30-32). Após
a interferência de um fariseu chamado Gamaliel, eles foram soltos
(5.34-39). Mas antes, foram afrontados e chicoteados por causa do
nome de Jesus (5.40).
“Os que criticam estão sempre
atacando a Igreja do Senhor. Precisamos aprender a maneira de
Deus de enfrentar as críticas do
mundo. As políticas da Igreja precisam proceder de Deus. A Igreja
precisa parar de fazer agradinhos
ao mundo. Embora deva ser aces-
Para pensar e agir:
O inimigo também está em nossos dias, rondando e rugindo contra a Igreja de Cristo. Seu intento
é a destruição. Ele está à procura de brechas para agir (1Pe 5.8;
Jo 10.10). Não podemos dar a ele
a legalidade para suas ações. Vale
lembrar que maior é o que está em
nós (Fl 4.13). Nem sempre conseguiremos impedir que a hipocrisia
entre, mas podemos agir em nome
de Deus para que ela não se aloje em nosso meio. É certo que as
perseguições externas virão (Jo
15.20). Precisamos enfrentá-las
com as armas espirituais (Ef. 6.1018). A nossa vitória reside no poder
de Deus. O Espírito Santo está e estará conosco todos os dias até o fim
dos tempos (Mt 28.20). Lembremo-nos das palavras de João Wesley:
“Mostre-me cem indivíduos que não
temam nada, a não ser o pecado;
que desejam servir apenas a Deus,
e, não importa, sejam obreiros sejam leigos, sei que farão as portas
do inferno estremecerem e estabelecerão o Reino de Deus na Terra.
Deus opera em resposta à oração”.7
Perguntas para
discussão em classe
1. Os primeiros cristãos foram
generosos entregando suas propriedades para o bem comum.
Como podemos agir com generosidade hoje?
2. De que forma a hipocrisia tem
se manifestado em nossas Igrejas?
3. Até que ponto estamos comprometidos com o sofrimento por
causa do nome de Jesus? Você
acha que estamos mudando nossa
mensagem para agradar a opinião
pública e evitar possíveis reações
contra a Igreja?
Segunda-feira: Atos 4
Leitura Diária
sível às pessoas, a Igreja tem de
agradar a Deus.”6 Como devemos
proceder em meio à inveja externa? Que lições a Igreja de Atos nos
ensinam?
1) Precisamos colocar a obediência
a Deus acima de tudo e de todos;
2) Precisamos lembrar que Deus
tem todo o poder para nos livrar;
3) Precisamos orar sempre, sem
desfalecer;
4) Precisamos continuar anunciando Jesus;
5) Precisamos ver o sofrimento e
as afrontas por causa de Jesus,
como sinal da nossa fidelidade;
6) Devemos nos alegrar.
Mais uma vez, pelo poder do
Senhor, a Igreja venceu. O inimigo
perdeu mais uma. Ele falhou, mas
tentará de outro modo atingir a Igreja e paralisar o avanço da obra. É o
que veremos na próxima lição.
Terça-feira:
Atos 5
Quarta-feira:
Tiago 4.1-12
Quinta-feira:
2Pedro 3
Sexta-feira:
João 15.18-27
Sábado:
Romanos 12.1,2
Domingo:
Apocalipse 12.10-11
6 - ROBINSON, Darrell W. Vida total da igreja. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p.79.
7 - MAXWELL, John. Parceiros de oração. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1999, p.16.
25
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 5
Texto Bíblico: Atos 6.1-7
LIDERANÇA ESPIRITUAL
“Se os cristãos do mundo todo renunciarem seus
planos pessoais, suas metas e aspirações, e começarem a
obedecer radicalmente a tudo o que Deus lhes mostrar,
causariam uma reviravolta no mundo”
(Henry & Richard Blackaby )1
Segundo Jonh Edmund Haggai,
“liderança é o esforço para exercer conscientemente uma influência especial dentro de um grupo,
no sentido de levá-lo a atingir metas de benefício permanente, que
também supram as necessidades
reais do grupo”2. Toda Igreja preci-
sa se organizar para enfrentar os
problemas que surgirão. É preciso
foco para atingir as metas estabelecidas por Deus. Nenhuma Igreja
consegue ir à frente quando se
rompe a comunhão. Veremos que
a liderança da “Igreja Primitiva”
agiu rapidamente, através de um
1 - BLACKABY, Henry e Richard. Liderança Espiritual. São Paulo: Bompastor, 2007, p.45.
2 - Instituto Haggai do Brasil. Módulo 1, p.4.
26
esforço consciente, para resolver
um problema interno e preservar
a comunhão. O inimigo não conseguiu seu intento que era o de
desviar o foco dos cristãos. A Igreja
avançou e não ouvimos mais nada
a respeito do problema.
Analisando os fatos
Lucas narrou a história do crescimento da Igreja em Jerusalém e
um desentendimento que ameaçou
a expansão da mesma (v.1). Os
apóstolos não estavam conseguindo coordenar ao mesmo tempo a
beneficência e suas atribuições básicas: oração e ensino da Palavra
(v.2 e 4). Houve um ressentimento
entre os crentes de fala grega, os
“helenistas”, originários de outras
regiões, contra os crentes “hebreus” que eram os judeus que falava aramaico e eram naturais da
Judéia, porque as viúvas gregas
estavam sendo discriminadas na
distribuição diária de comida. Houve reclamação. O problema foi rapidamente contornado devido à espiritualidade e sabedoria da liderança, que atacou o problema e não as
pessoas envolvidas. Os apóstolos
humildemente reconheceram que
precisavam de ajuda.
A estrutura da Igreja foi modificada com a escolha de sete homens
com as credenciais necessárias
para atenderem as necessidades
reais do grupo. “Quando a Igreja
escolhe sua liderança sob a égide
dos preceitos divinos, as tensões
são resolvidas, as necessidades
são supridas e a Igreja cresce com
mais ousadia”3 (v.7).
1. A IGREJA DE DEUS PRECISA
DE UMA LIDERANÇA ESPIRITUAL
Somente uma liderança que busca a orientação do Espírito Santo e
que saiba aplicar a sua fé nos momentos de maior desafio, conseguirá focar e levar o povo de Deus
para o centro de Sua vontade. A
obra de Deus precisa de “líderes
que buscam orientação do Espírito
Santo e não da última pesquisa de
opinião pública. Precisa de líderes
religiosos que seguem os planos
de Deus e não seus próprios. Precisa de maridos e esposas, mães
e filhos que saibam como aplicar
a Palavra de Deus em seus lares
ao invés de simplesmente implementar os conselhos dos últimos
livros de autoajuda”4. As atitudes
dos apóstolos sugerem que líderes espirituais:
1) Reconhecem as reais necessidades da Igreja (v.1).
2) Compartilham as necessidades
com os demais irmãos (v.2,3).
3) Reconhecem seus limites (v.2b).
4) Sabem quais são suas reais atribuições (v.4).
5) Agem visando à expansão da
obra de Deus (v.7).
2. A IGREJA DE DEUS PRECISA
DE UMA LIDERANÇA APROVADA
O renomado líder norte-americano John C. Maxwell afirmou que
toda vez que a pessoa escolhe o
caráter, torna-se mais forte, ainda
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.139.
4 - BLACKABY, Henry e Richard. A Liderança Espiritual. São Paulo: Bompastor, 2007, p.28.
27
que a escolha traga consequências
negativas (...). O desenvolvimento
do caráter está no centro do nosso progresso não só como líderes,
mas também como seres humanos.
O que toda pessoa deve saber
sobre caráter?
1. Caráter é mais do que falar –
a ação é o verdadeiro indicador do
caráter.
2. Talento é um dom, mas caráter é uma escolha – à medida que
você vive e faz escolhas hoje, está
continuamente criando seu próprio
caráter.
3. Caráter traz sucesso duradouro com as pessoas – os seguidores não confiam em líderes
cujo caráter apresenta falhas, nem
os seguirão.
4. Os líderes não podem estar
acima das limitações do próprio
caráter – pessoas que conquistam
altas posições, mas não têm estrutura para sustentá-las durante
o período de estresse, caminham
para o desastre. O psicólogo Steven Berglas acredita que essas
pessoas estão destinadas a passar
por uma ou mais destas quatro situações: arrogância, sentimentos
dolorosos de solidão, busca de
aventuras destrutivas ou adultério.5
Paulo aconselhou ao jovem Timóteo: “Procura apresentar-te aprovado diante de Deus, como obreiro
que não tem de que se envergonhar...”. (2Tm 2.15). Um líder eclesiástico aprovado diante de Deus,
também será aprovado diante dos
homens. Um líder íntegro andará
seguro (Pv 10.9). Os apóstolos sa-
biam que os desafios da Igreja exigiriam líderes:
De boa reputação – pessoas
de confiança quanto à moralidade
ou honestidade. Pessoas que não
iriam pôr a mão e ficarem com os
donativos que deveriam ser entregues às viúvas. Pessoas sensatas
e de confiança na liderança que tinha o grande desafio de restaurar a
comunhão da Igreja.
Cheios do Espírito Santo – pessoas reconhecidas na comunidade
como homens de Deus ativos e
com o coração na obra de Deus.
Gente como Estevão, “Cheio de
fé e do Espírito Santo” (At 6.8).
“Somos cheios do Espírito quando
Deus ocupa cada parte de nossa
vida, quando tem permissão para
operar em nós tudo o que se propôs a realizar.”6
Cheios de sabedoria – era mais
do que mera inteligência. Pessoas
que, orientadas pelo Espírito, saberiam como lidar com os desafios
com amor e graça. Uma sabedoria
terrena e prática com um aspecto
espiritual (Tg 3.17).
Mesmo para o desempenho dos
deveres que julgamos “práticos” ou
de “menor relevância” na Igreja, serão necessárias pessoas confiáveis.
3. A IGREJA DE DEUS SÃO AS
PESSOAS
Que revolução os apóstolos causaram ao estabelecer os “irmãos”
como parte importante na resolução do conflito. Aos “irmãos” foi
delegada a missão de observar e
escolher aqueles que seriam en-
5 - MAXWELL, John C. As 21 indispensáveis qualidades de um líder. São Paulo: Mundo Cristão, 2000, p.15-16.
6 - CORDEIRO, Wayne. A igreja irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.26.
28
Para pensar e agir:
Toda Igreja precisará tomar decisões no curso de sua caminhada.
Vimos que os irmãos do primeiro
século não ficaram presos a uma
estrutura que, naquele momento,
ameaçava a comunhão. Foram ousados, sábios e espirituais na condução do problema. O resultado
não podia ser outro. A Igreja avançou e muitas pessoas se renderam
a Cristo (v.7).
Essa experiência narrada por Lucas deveria nos ensinar que para
lidar com os assuntos do Reino de
Deus devemos, ao invés de procurar líderes que tenham qualificações seculares, procurar pessoas
com caráter, boa reputação, habilidade de lidar com a Palavra de
Deus e que manifestem o fruto do
Espírito em sua vida. A esses devemos confiar a responsabilidade de
liderar a Igreja de Cristo.
Perguntas para
discussão em classe
1. Como devemos agir para evitar
que possíveis reclamações atrapalhem a comunhão da Igreja?
2. Que lição extraída do texto, você
pretende colocar em prática a
partir de hoje?
3. Quais fatores têm influenciado
uma contribuição cada vez menor das pessoas nas decisões
das Igrejas?
4. Você conhece os “documentos
dos batistas” citados nesta lição?
Segunda-feira: Atos 6.1-7
Leitura Diária
carregados do ministério de auxílio
às viúvas. Os apóstolos confiavam
na ação de Deus em revelar aos
demais irmãos o ideal para a Igreja.
Mesmo a Bíblia afirmando que na
multidão de conselheiros há segurança (Pv 11.14), temos observado
um crescente movimento que tira
da congregação o direito de participar das decisões da Igreja. Aprendemos com os apóstolos a valorizar a Igreja no processo decisório.
A proposta foi feita pelos doze e
submetida a uma assembleia da
Igreja, sendo aprovada. Ao impor
as mãos sobre os escolhidos, os
apóstolos reconheceram a decisão
como vinda de Deus.
A congregação tem uma grande
responsabilidade que deve ser reconhecida, estimulada e cultivada.
Somos responsáveis por cuidar
para que tenhamos ensino correto e boa disciplina. Cada membro
precisa assumir sua parte ativa na
Igreja, não somente frequentando-a, orando por ela e contribuindo financeiramente, mas também,
acima de tudo, conhecendo ativamente os membros de sua Igreja e
os princípios que através dos anos
vem caracterizando-a como uma
Igreja Batista. Alguns documentos
não podem ser esquecidos: A declaração doutrinária da CBB; Princípios batistas; O pacto das Igrejas
Batistas; Quem são os batistas?
(Veja em www.batistas.com).
Terça-feira:
Tiago 1.27; 2.14-26
Quarta-feira:
Mateus 25.31-46
Quinta-feira:
1Tm 3.1-7; Tito 1.6-9
Sexta-feira:
Êxodo 18
Sábado:
Provérbios 11.14
Domingo:
Tiago 3.17
29
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 6
Texto Bíblico: Atos 7.8 - 8.40
SERVOS QUE NOS INSPIRAM
“O fogo de Deus não pode ser apagado pelas
águas da perseguição dos homens”
(A. W. Tozer )1
Víbia Perpétua e sua escrava
Felicitas, viveram no norte da África. Converteram-se ao cristianismo pela influência de Saturo, um
diácono. O sofrimento pessoal de
Perpétua foi preservado em um
documento do século III chamado,
A paixão de Perpétua e Felicitas.
Nesse relato, ela fala da angústia e humilhação que seu pai, um
membro respeitado da nobreza,
sofreu ao tentar livrá-la do martírio, suplicando-lhe que abandonasse a sua fé. Quando se aproxi-
mava a data da execução, seu pai
visitou a prisão suplicando que
pusesse a dor da família acima
de sua fé, mas ela afirmou: “No
cadafalso será feito o que Deus
quiser, pois sei que não fomos colocados em nosso próprio poder,
mas no de Deus”.
No dia da execução, Saturo foi
levado à arena para divertir a multidão. O professor ficou tão ferido
e sangrando que os espectadores
zombaram dele, dizendo: “Ele foi
batizado!” Perpétua e Felicitas
1 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova, 1993, p.300.
30
foram despidas e também enviadas para a arena, a fim de enfrentar um novilho enlouquecido. Após
tamanho sofrimento que levou a
multidão a gritar: “basta!”, as jovens
mulheres foram levadas ao executor e, nesse momento, Perpétua
gritou para alguns amigos cristãos
que sofriam: “Transmitam a Palavra aos irmãos e irmãs; fiquem
firmes na fé, amem-se uns aos
outros e não permitam que nosso sofrimento seja uma pedra de
tropeço para vocês”.2
Muitas pessoas foram atraídas
pelo exemplo desses cristãos, para
uma fé que demonstrava tanta serenidade e coragem.
Homens como Estêvão e Filipe
podem ter servido de inspiração
para que pessoas como Perpétua,
Felicitas e Saturo, permanecessem
fiéis a Cristo. Em nossa lição de
hoje vamos destacar algumas qualidades desses servos.
Analisando os fatos
1. ESTÊVÃO, UM HOMEM FOCADO NO CÉU (At 6.8 - 7.60)
Estêvão foi um dos sete. Um homem muito usado por Deus, cheio
de fé, do Espírito Santo, de graça
e de poder. Após ser acusado de
blasfêmia pelos membros da sinagoga, com expressão angelical,
respondeu com a rememorização
da história de Israel. Concluiu chamando-os de traidores e assassinos. A reação foi imediata: tomados
de grande fúria, o apedrejaram.
Estêvão viveu de forma excelente
e morreu de forma exemplar. Certamente está inserido no contexto
de Hebreus 11. “Sua vida foi irrepreensível; suas obras, irrefutáveis;
e suas palavras, irresistíveis.”3 Ele
é o tipo de pessoa que procuramos
hoje em dia para dirigir as atividades da Igreja, mas frequentemente
percebemos que uma pessoa assim é raramente encontrada.
Como Estêvão foi capaz de suportar tamanha perseguição e
mesmo assim ainda orar a Deus
pelos seus ofensores? Que marcas
podemos encontrar neste homem
que foi a primeira pessoa a morrer
pelo Evangelho de Cristo?
1) Ele vivia cheio do Espírito Santo (6.5; 7.55a) – O poder para resistir os embates nesta vida vem
da ação do Espírito Santo. Como
disse o reformador tcheco Jan
Hus na hora da morte por amor
a Cristo: “Com a maior alegria
confirmarei com meu sangue a
verdade que tenho escrito e pregado”. A fonte da nossa força é o
Senhor (Ne 8.10; Fp 4.13).
2) Ele estava focado no Eterno e
na eternidade (7.55b) – Quando
focamos no Céu, vemos a glória de Deus (Cl 3.1,2). Quantos
irmãos que partiram na velhice
ou após enfrentarem uma grave
enfermidade, tiveram a mesma
visão de Estêvão. Em meio aos
ataques e aflições deste tempo,
precisamos focar na eternidade
(Jo 16.33). Há algo muito maior e
melhor a ser revelado (Rm 8.18).
Nossa visão para a vida na terra
2 - TUCKER, Ruth A. Missões até os confins da Terra. São Paulo: Shedd Publicações, 2010, p.36-39.
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.151.
31
DIA DO PLANO
4º DOMINGO
ista é
o Bat
O Batista é 10 – Sou você através da sua igreja. Sim,
sou você, sua voz, tentando mostrar que o mundo está
sendo controlado pelo poder das trevas. Eu sou você
trabalhando em toda parte para provar que Jesus Cristo
reina. Eu sou a canção gloriosa proclamando: A
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32
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Alvo: Abrigar idosos atualmente contamos 53
idosos hóspedes em nossas dependências.
Destaque: Projeto Futuros Guerreiros. 57
menores da comunidade, evangelizados através
do esporte. Em dois anos 44 desses menores
se decidiram por Jesus Cristo.
33
deve levar em consideração o plano de Deus em curso. Caso contrário, seremos dignos de pena
(1Co 15.19). Quando você está
perto de Deus, tudo o que não é
dele perde o encanto, porque o
Senhor é sua riqueza (At 20.24).
3) Ele conseguia ver o que ninguém via (7.56) – Jesus disse
que se manifestaria aos obedientes (Jo 14.21). Deus não se revelará a pessoas que vivem com
uma vida dupla (Mc 12.30). Pessoas que vivem confortavelmente
desengajando da vida as realidades do Evangelho. Para essas,
uma coisa é a vida material e a
outra a espiritual. Sabiamente
Wayne Cordeiro afirmou: “Exponha sua fé publicamente. Quanto mais cedo você se expuser,
menos será tentado. Se você se
torna neutro a fim de parecer que
segue as tendências da moda,
certamente será convidado a lugares aos quais não precisa ir.”4
4) Ele havia assimilado a natureza da perseguição por amor a
Cristo (7.59-60) – Servir a Cristo é sinônimo de perseguição
(Mt 5.11-12; Jo 15.20; 2Tm 3.12).
Enquanto as pessoas agiam perversamente, Estêvão estava na
presença do Senhor. Devemos
assimilar essa verdade antes de
ingressar numa universidade, de
comunicar a conversão à família,
aos colegas de trabalho, etc. O
martírio não foi privilégio apenas
de Estêvão, foi o destino de aproximadamente todos os apóstolos,
exceto João, que morreu na prisão. Um ativismo raso, anti-intelectual, pode produzir algum tipo
de crescimento na Igreja, mas
não resistirá à perseguição. Nunca se defenda, seja íntegro como
Estêvão. A teologia do sofrimento deve fazer parte de nossas
meditações. Precisamos resistir,
permanecendo fiéis até a morte.
O poder já está em nós (At 1.8;
1Pe 5.9; Ap 2.10).
2. FILIPE, UM HOMEM ATENTO
ÀS OPORTUNIDADES (At 8)
Filipe, conhecido como o evangelista, também foi um dos sete.
Evidenciava as qualidades exigidas
pelos Apóstolos (At 6.3). Filipe levou o Evangelho até Samaria, onde
seu ministério foi muito abençoado.
Foi enviado ao sul, até a entrada de
Jerusalém pelo Espírito Santo, para
conduzir o eunuco etíope a Cristo
(8.26-38). Foi arrebatado pelo Espírito até Azoto e continuou evangelizando. Pela primeira vez, a cena
se passa fora de Jerusalém e adjacências. Vemos então a pregação
do Evangelho num sentido universal tomando forma (Jo 3.16; 4.42).
O que este grande evangelista
nos ensina?
1) Se Deus falou, devemos obedecer e deixar os resultados
por conta dEle – Deus mandou
e Filipe foi. À Samaria, até o eunuco e pelas cidades. Pelo poder
de Deus aconteceram milagres,
libertações e conversões. Deve-
4 - CORDEIRO, Wayne. As regras do sucesso. São Paulo: Editora Vida, 2007, p. 57.
34
Para pensar e agir:
“Assim como uma serra elétrica
atinge o centro de uma tora, o testemunho cristão chega ao âmago
de uma sociedade corrupta e isso
resulta no desgosto e no desprezo
do mundo com relação à Igreja.”5
Assim será a nossa vida enquanto Igreja militante. O mundo não
compreende os mistérios de Deus
(1Co 2.14; 1Pe 4.4).
A história de Perpétua ainda registra que, antes de morrer, Saturo
pregou a Pudens, o governador da
prisão, mais tarde ele aceitou a Cristo e também acabou martirizado.
Enquanto Estêvão e Filipe sofriam por amor a Cristo, a semente
do Evangelho estava sendo plantada no coração de um jovem perseguidor chamado Saulo (7.58,60;
8.3). Quem poderia afirmar que
aquele rapaz seria um vaso escolhido, mais um servo a padecer por
amor a Cristo?
Perguntas para
discussão em classe
1. Como devemos responder a grupos ou pessoas que nos hostilizam
porque pregamos o Evangelho?
2. De que forma podemos identificar a perseguição aos cristãos
em nossos dias?
3. Como ou através de quais ferramentas podemos fazer o que Filipe fez com o eunuco?
Segunda-feira: Atos 7.8-60
Leitura Diária
mos focar na obediência e deixar
os resultados por conta de Deus.
Quantas vezes nos preocupamos
demasiadamente com as estratégias e nos esquecemos do poder
que transforma (Jo 15.5). Deveríamos planejar menos e orar
mais, para nos unirmos a Deus
naquilo que Ele deseja fazer.
2) Quando nos aproximamos
das pessoas, percebemos suas
reais necessidades – o contato
com pessoas é fundamental na
proclamação do Evangelho. Uma
boa aproximação abre portas
para a proclamação eficaz. Precisamos nos aproximar dos que
estão sofrendo nas “garras” do
inimigo (Mt 17.14-18).
3) Precisamos nos aprofundar
nas Escrituras para anunciar
o Evangelho de Jesus – Jesus
disse que devemos examinar
as Escrituras para conhecê-lo
(Jo 5.39). A Palavra liberta
(Jo 8.32). O Espírito Santo só poderá agir através de nós mediante o que internalizamos acerca
do Evangelho. Filipe, diante do
eunuco, percebeu qual era o texto, pode explicá-lo e ainda aprofundar com o Evangelho (8.35).
O resultado foi a conversão e a
transformação de uma vida. O
eunuco, alegre, seguiu o seu caminho. Que bênção!
Terça-feira:
Atos 8
Quarta-feira:
Romanos 8.31-39
Quinta-feira:
Efésios 6.10-18
Sexta-feira:
Apocalipse 2.8-11
Sábado:
Ap 12.11; 21.1-8
Domingo:
1Pedro 5.9
5 - HAYES, Ed. A Igreja: o corpo de Cristo no mundo de hoje. São Paulo: Hagnos, 2002, p.217.
35
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 7
Texto Bíblico: Atos 9.1-31
UM VASO ESCOLHIDO
“Para vivermos pela fé, precisamos estar
dispostos a romper o equilíbrio da nossa vida”.
(Wayne Cordeiro)1
Um ateu, querendo fazer pouco
de um crente humilde e de poucas
letras, perguntou-lhe: “Sabe você
alguma coisa a respeito de Cristo?” “Sim, pela graça de Deus!”
foi à resposta. “Então, diga-me:
quando nasceu Ele?” e lá veio
uma resposta errada. “Que idade
tinha quando morreu?” Nova resposta incorreta. Mais perguntas e
mais respostas erradas. E o ateu:
“Está vendo? Você não conhece
Jesus...” “Há ‘cousas’ a respeito
de Jesus de que pouco sei” – foi
a resposta humilde do novo crente
– “mas de uma ‘cousa’ estou muito
1 - CORDEIRO, Wayne. A Igreja Irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.119.
36
seguro: três anos atrás eu era um
dos piores beberrões da cidade.
Três anos atrás minha esposa era
uma esposa infeliz e meus filhos
tinham medo de mim como se eu
fosse uma fera. Hoje eu sou um
dos homens mais felizes do mundo. E minha família também é feliz.
Isso Cristo fez por mim. Disso estou
bem certo”.2
O poder de Jesus pode alcançar
e revolucionar a vida de qualquer
pessoa: um homem simples como
o dessa história ou até pessoas influentes e cultas como Saulo, que
por zelo ao seu antigo caminho
perseguia a Igreja de Cristo (At.22).
Nosso coração poderá se encher
de esperança, nossas orações
poderão se intensificar pelos possíveis “vasos escolhidos” que ainda precisam ser alcançados pela
mensagem do Evangelho, para
então dizerem: “Pois para mim o
viver é Cristo, e o morrer é lucro”
(Fp 1.21). Eles podem estar dentro
de nossas próprias casas, no trabalho, na vizinhança ou até mesmo
congregando na Igreja.
Analisando os fatos
Saulo assolava a Igreja (8.3). Promovia uma perseguição implacável
contra os discípulos do Senhor.
Estava autorizado a prendê-los
(v.1,2). Ele foi surpreendido pelo
próprio Jesus: “Por que me persegues?” (v.3-5). Ficou três dias sem
enxergar, comer ou beber (v.8-9).
Ananias foi orientado pelo Senhor
a procurá-lo. Ao mesmo tempo,
o Senhor revelava a Saulo o que
iria acontecer (v.10-12). Ananias
temeu. O Senhor confirmou a ordem dizendo que Saulo era um
instrumento escolhido para levar a
mensagem e sofrer pelo Seu nome
(v.13-16). Ananias obedeceu e, no
contato com Saulo, explicou-lhe o
que estava acontecendo e orou por
ele. Logo sua visão foi restaurada
e, cheio do Espírito Santo, foi batizado (v.17-18). O novo Saulo se alimentou, fortaleceu-se e passou a
se relacionar com os demais discípulos de Cristo (v.19). Ele passou a
ser mais um do Caminho, crescendo na presença do Senhor e confundindo os judeus que habitavam
em Damasco.
O perseguidor passou a ser perseguido (v.20-25). Saulo teve que
fugir de Damasco e chegou a Jerusalém, onde procurou se juntar
aos demais discípulos de Jesus.
Eles o temeram, pensando se tratar de uma armadilha (v.26). O irmão Barnabé testemunhou a favor
de Saulo, explicando o que havia
acontecido com ele. Após ser aceito, passou a pregar com os demais
(v.26-28). Os helenistas, judeus de
cultura grega, procuravam matá-lo.
Mas os irmãos o levaram até Cesareia e o enviaram a Tarso (v.29-30).
Foi um tempo de paz, temor, ousadia e crescimento para a Igreja de
Cristo (v.31).
1. O SENHOR JESUS DEFENDE
A SUA IGREJA
Já vimos na lição anterior que
servir a Cristo é sinônimo de perseguição. Mas isso não quer dizer
2 - VASSÃO, Amantino Adorno. Esteira de Luz. Rio de Janeiro: JUERP, 1971, p.64,65.
37
que estamos abandonados neste
mundo. O Cristo que ama a sua
Igreja e a si mesmo se entregou
por ela, é o seu maior defensor
(Ef 5.25). Ele afirmou que as forças
do mal não prevaleceriam contra
a “Sua” Igreja (Mt 16.18). Ele também disse que os que investirem
contra a sua “noiva”, acertará as
contas com Ele mesmo, o “noivo”
(Mt 25.6; 41-46). Os inimigos da
Igreja podem estar bem próximos
de nós. Pessoas infiltradas e mal intencionadas que agem a mando de
Satanás para atrapalhar o avanço
da obra de Deus (Fl 3.18-21). Gente sem vida, que não considera que
haverá uma prestação de contas
(Hb 13.17). Gente que ignora que
nossos atos devem ser para a glória do Senhor (Cl 3.17).
Enquanto Saulo agia, Jesus preparava uma “ação sobrenatural”.
Ele interviu em favor da sua Igreja. O Senhor não precisa de advogados, ele é o Advogado (1Jo
2.1), também não precisa de juiz,
pois ele é o Justo Juiz (2Tm 4.8).
Como afirmou Dr. John E. Haggai: “Ele não precisa de um relações públicas como porta-voz.
Ele é Majestoso, Único, Supremo!
(...) Ele fortalece os fracos. Está
à nossa disposição quando
somos tentados ou provados. (...)
Jesus é o único fundador de uma
religião que promete prover seus
seguidores com o necessário para
cumprir Suas ordens!”3 Ele espera
sempre encontrar uma Igreja fiel e
confiante na capacidade dele em
nos suprir (Mt 28.20b).
2. O PODER DE JESUS PODE
ALCANÇAR QUALQUER PESSOA
Quantos “Saulos” estão por aí?
Quantos perseguindo o Evangelho
e a Igreja de Cristo, familiares cristãos, funcionários cristãos, etc.?
Ouvimos histórias de pessoas que
sofreram injúrias nas escolas, nas
universidades, nos tribunais, no
bairro onde moram pelo simples
fato de viverem no Caminho. Também temos as nossas próprias
histórias. A grande questão é se a
Igreja de hoje ainda acredita que
o Espírito Santo pode convencer
tais perseguidores do pecado que
estão cometendo (Jo 16.8). Mesmo
não sendo uma tarefa fácil, precisamos amar os nossos inimigos
e orar por aqueles que nos perseguem. Quando Jesus se torna o
Senhor de nossas vidas, perdemos
para sempre o direito de escolher
a quem vamos amar (Mt 5.43-44).
Acredite, uma vez convertidos eles
também serão instrumentos nas
mãos do Senhor. Ore por eles!
A história de Saulo deve nos lembrar de que para Deus não existem pessoas impossíveis. O nosso
Senhor é um especialista em pessoas, ninguém melhor do que Ele
para nos orientar quanto a melhor
maneira de proceder, visando à
salvação das mesmas (Lc 9.52-56).
Infelizmente, ainda existem muitas
pessoas perdidas, algumas tão
perto de nós e do Reino, mas ainda
sem salvação. Essa realidade deve
intensificar a nossa preocupação e
reiterar a urgência em testemunhar.
3 - Mensagem Dr. John E. Haggai: Cristo o Incomparável. Instituto Haggai, 2008.
38
Para pensar e agir:
“Não é de admirar que os perdidos ajam da maneira como o fazem. Estão perdidos! Mas, quando
Jesus entra numa vida, os pecados
da pessoa são perdoados. Há libertação da culpa, limpeza do pecado
e poder, mediante o Espírito Santo,
para viver para Cristo”4. Ninguém
melhor do que Paulo para afirmar:
“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas velhas
já passaram, e surgiram coisas
novas.” (2Co 5.17). Uma das melhores maneiras de ser usado por
Deus para alcançar os perdidos,
é demonstrar o Seu amor. Amar é
suprir necessidades. Devemos orar
por eles, enquanto Deus arquitetará circunstâncias na vida daqueles
por quem estamos orando, a fim de
que experimentem o Seu amor.
Perguntas para
discussão em classe
1. Você já sofreu alguma injúria pelo
simples fato de ser um cristão? O
que sentiu? Como procedeu?
2. Como podemos hoje agir de forma semelhante a Barnabé, que
foi o responsável em introduzir
Saulo à comunhão da Igreja?
3. Quais as diferenças entre o irmão
Barnabé e Diótrefes (3João 9-10)?
Segunda-feira: Atos 9.1-19
Leitura Diária
3. OS QUE ESTÃO NO CAMINHO DEVEM AUXILIAR OS QUE
ESTÃO CHEGANDO
Após o encontro com Cristo,
Saulo foi acompanhado pelos discípulos em Damasco que, além
de orientação, ofereceu-lhe ajuda
“providencial” contra as ameaças
dos judeus (v.23-25). Ao chegar a
Jerusalém, encontrou um novo grupo de discípulos que desconhecia
a sua transformação. Foi quando Barnabé entrou em cena para
apresentá-lo (v.27). Com um ambiente favorável, Saulo pode andar
livremente com eles e pregar com
coragem em nome do Senhor.
A Igreja deve ser um ambiente
acolhedor, onde os novos convertidos sintam-se à vontade para
crescer e testemunhar. Precisamos
de pessoas como Barnabé que,
cheias do Espírito Santo, atuem
como verdadeiros “pediatras” cuidando daqueles que, como “crianças”, precisam crescer na graça
e no conhecimento. Mais do que
acusações sobre o passado, os novos convertidos precisam ser estimulados na nova caminhada. Que
alegria deve ter sido a de Barnabé,
ao perceber o desenvolvimento de
Saulo. Em paz, a Igreja cresceu e
avançou vivendo no temor do Senhor. Suas ações eram dirigidas
pelo Espírito Santo (v.31).
Terça-feira:
Atos 9.20-31
Quarta-feira:
João 17
Quinta-feira:
Mateus 5.1-16
Sexta-feira:
Salmo 126
Sábado:
João 17.14-26
Domingo:
Esdras 7.10
4 - ROBINSON, Darrell W. Pessoas Compartilhando Jesus. Rio de Janeiro: Horizonal, 2003, p.115.
39
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico: Atos 9.32 - 11.30
LIÇÃO 8
PARCEIROS DE DEUS
“Deus convida você a envolver-se com ele em sua obra”.
(Henry T. Blackaby & Claude V. King)
A missão confiada à Igreja
deve ser realizada mediante às
ações determinadas pelo próprio
Deus através do Espírito Santo
(Mt 28.20). Pode parecer estranho,
mas Deus nos chamou para fazer
aquilo que somente ele pode fazer
(Jo 15.5,16; 16.8).
“A Bíblia é o registro da atividade de Deus no mundo. Na Bíblia,
Deus se revela a si mesmo (sua
natureza), seus propósitos e planos e seus modos de agir (...). A
Bíblia trata da atividade de Deus e
do seu relacionamento com indivíduos. O centro da atenção é Deus
e sua atividade”.1 Um exemplo foi
o chamado de Moisés. Deus o
convidou para uma parceria que
visava por fim a opressão do seu
1 - BLACKABY, Henry T. e KING, Claude V. Conhecendo Deus e Fazendo a sua Vontade. Life Way Brasil, 2002, p.72.
40
povo (Êx 3.7). Ele chamou e capacitou, supriu e protegeu. Quando
analisamos os fatos antes, durante
e depois do êxodo, concluímos que
Deus estava em ação.
O Senhor não mudou (Hb 13.8).
Precisamos investir nas disciplinas
que nos permitirão reconhecer a
atividade de Deus hoje. Esse talvez
seja um dos nossos maiores desafios em meio a tantas formas de
distração. Quanto mais ocupados,
menos chances teremos de identificar as ações de Deus. É tempo
de aquietar o coração para saber
onde Deus está agindo (Sl 46.10).
Agir simplesmente como parceiros
de Deus produzirá a leveza que Jesus prometeu (Mt 11.28). Erramos
quando ousamos fazer a obra de
Deus do nosso jeito. Somente os
parceiros de Deus, nas mãos de
Deus, conseguirão resultados que
durarão por toda a eternidade.
Analisando os fatos
1. DEUS ESTAVA AGINDO INTENSAMENTE PARA QUE O EVANGELHO ALCANÇASSE OUTROS
POVOS
Uma revolução divina estava em
curso. O Espírito Santo encorajava
a Igreja que crescia em número,
desfrutava de paz, sendo edificada
no temor do Senhor (9.31). Lucas
narrou o que Deus fez além das
fronteiras da Judéia, Galileia e Samaria. Pedro, Barnabé, Saulo e outros presenciaram Deus estendendo a sua obra para outras regiões,
levando a mensagem do Evangelho aos gentios (os povos que não
eram judeus). Vamos analisar o
que Deus fez:
1°) DEUS NA CASA DE ENEIAS
(9.32-35) – Deus agia através de
Pedro que estava em plena ação
evangelística e ainda supria os
crentes que foram dispersos pela
tribulação. Pedro viajava por toda
parte. Ao chegar à cidade de Lida,
ele encontrou Eneias, um homem
paralítico que sofria há oito anos.
Em nome de Jesus ele foi curado e
muitas pessoas que foram saber o
que acontecera se converteram ao
Senhor. A ação extraordinária de
Deus atraiu pessoas para Ele mesmo e o Evangelho avançou.
2°) DEUS NA CASA DE TABITA
(9.36-42) – Em Jope, um fato estava mexendo com as pessoas. Tabita (Dorcas), uma generosa mulher,
adoeceu e morreu. Suas amigas
enlutadas sofriam muito. Pedro estava próximo, ainda em Lida, onde
Deus já havia trabalhado na vida de
Eneias. Ele foi chamado e, ao chegar ao local onde estava o corpo,
Pedro, sem nenhum espetáculo,
orou ao Senhor que realizou outro
milagre extraordinário. A ressurreição de Dorcas atraiu a atenção de
muitos que creram no Senhor. Novas pessoas foram alcançadas e o
Evangelho avançou.
3°) DEUS NA CASA DE SIMÃO
(9.43; 10.9-23) – A casa de Simão,
o curtidor de peles, pode representar um período de transição, de espera do servo em missão até saber
de Deus quais os passos que deveria dar. Deus precisava quebrar
alguns preconceitos na visão de
Pedro. Ficar hospedado na casa de
41
um homem que lidava com animais
mortos era um bom começo. Foi
em oração, na casa deste homem,
que Deus falou com Pedro sobre o
contato que teria com o centurião
Cornélio. Foi necessária a intervenção divina para que Pedro aceitasse o convite de ir à casa de Cornélio, que era um gentio considerado
impuro. Quem entrasse na casa de
um impuro também seria considerado impuro pelos judeus. Deus
trabalhou primeiro a visão de Pedro
na casa de Simão. Ele não poderia considerar profano o que Deus
considerava puro. Antes de avançar, o Espírito Santo deu os detalhes quanto ao que iria acontecer.
Pedro, convencido pelo Espírito,
foi receptivo aos dois homens enviados por Cornélio em obediência
a Deus. A ação extraordinária de
Deus preparou o terreno para que
o Evangelho chegasse aos gentios.
4°) DEUS NA CASA DE CORNÉLIO (10.24-48) – Cornélio era
um homem influente, comandava
100 soldados. Ele também era um
homem piedoso, temente a Deus,
generoso, justo, com um bom testemunho social e orava continuamente a Deus. Deus agiu de forma
simultânea na casa de Cornélio e
na de Simão, visando a pregação
do Evangelho aos gentios. Cornélio reuniu muitas pessoas em sua
casa para ouvir o que o Senhor
tinha a dizer através de Pedro
(10.33). O Evangelho foi anunciado.
42
Os gentios receberam uma dádiva
idêntica a dos judeus: o dom do
Espírito Santo (2.45). Pedro, devido aos acontecimentos na casa de
Cornélio, batizou os primeiros gentios convertidos ao Senhor.
5°) DEUS NA IGREJA EM JERUSALÉM (11.1-18) – Os demais
apóstolos e os irmãos que não haviam presenciado o que Deus havia feito (11.15), motivado pelo preconceito aos gentios, resolveram
questionar Pedro. As barreiras culturais ainda estavam muito firmes
na mente desses crentes judeus.
Pedro se limitou apenas a narrar as
ações de Deus. Iniciou com as experiências na casa de Simão até os
fatos ocorridos na casa de Cornélio. O Espírito Santo trabalhou de tal
forma, que os crentes de Jerusalém
finalmente entenderam que Deus
havia concedido também aos gentios o arrependimento para a vida.
O Senhor trabalhou para que tais
fatos revolucionários contribuíssem
para o avanço da Igreja.
6º) DEUS EM ANTIOQUIA (11.1926) – Através de Pedro, Deus trabalhou a visão da Igreja em Jerusalém
em relação aos gentios. Para que o
Evangelho alcançasse os confins
da terra era necessário quebrar alguns preconceitos. Deus também
estava trabalhando em Antioquia.
A Igreja nesta cidade era fruto da
pregação dos irmãos que saíram
de Jerusalém após a morte de Estêvão. Lá, além dos judeus, outros
povos também tiveram acesso à
Para pensar e agir:
Como vimos, Deus estava agindo constantemente e convidando
as pessoas a juntar-se a Ele naquilo que pretendia realizar. A missão
de resgatar vidas é de Deus. Nós
devemos apenas corresponder aos
seus estímulos através do Espírito
Santo. Precisamos ser parceiros
naquilo que Deus tem a fazer hoje.
“Existem dois fatores importantes
para você reconhecer a atividade
de Deus ao seu redor: 1) Você tem
de estar vivendo num íntimo relacionamento de amor com Deus. 2)
Deus tem de tomar a iniciativa de
abrir seus olhos espirituais, para
que você possa ver o que Ele está
fazendo.”3 Sigamos o exemplo de
Jesus: “Meu Pai trabalha até agora,
e eu trabalho também” (Jo 5.17).
Perguntas para
discussão em classe
1. Que tipo de ações podem impedir
os cristãos de hoje a identificar
onde Deus está agindo?
2. Se um servo como “Barnabé” visitasse a sua Igreja hoje, o que
ele veria?
3. Se recebemos “não somente a
graça da salvação, mas também
a graça da contribuição”, porque
muitos cristãos se negam a contribuir para a obra de Deus?
Segunda-feira: Atos 9.32-42
Leitura Diária
mensagem do Evangelho. Grande
número de pessoas creram e se
converteram ao Senhor. A liderança da Igreja em Jerusalém enviou
Barnabé para observar os fatos.
Ele se alegrou e exortou os irmãos
a perseverarem no Senhor. Homens como Barnabé conseguem
perceber o que Deus está fazendo
(11.24). Ele buscou Saulo e por um
ano instruíram muitas pessoas. O
estilo de vida daqueles irmãos os
levaram a merecer o título de cristãos – representantes ou seguidores de Cristo. Gente que parecia
com Cristo (V.26).
7º) DEUS MOBILIZANDO A
IGREJA (11.27-30) – A Igreja de
Antioquia, cheia da graça de Deus,
foi informada pelo Espírito, através
do profeta Ágabo, acerca da fome
que atingiria o mundo. Prontamente eles se mobilizaram, cada um
conforme as suas posses, e enviaram ajuda aos irmãos necessitados da Judéia. Ajudaram desconhecidos demonstrando que “a
fé cristã não abre apenas nosso
coração para crer, mas também
nosso bolso para contribuir. Recebemos não somente a graça da
salvação, mas também a graça da
contribuição”.2 Barnabé e Saulo foram os portadores das ofertas que
deveriam ser entregues à liderança em Jerusalém. O Senhor atuou
mobilizando as pessoas a agirem
com generosidade.
Terça-feira:
Atos 9.43 - 10.48
Quarta-feira:
Atos 11.1-18
Quinta-feira:
Atos 11.19-30
Sexta-feira:
2Reis 6.8-23
Sábado:
Amós 3.7
Domingo:
João 5.17-20
2 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.230.
3 - BLACKABY, Henry T. e KING, Claude V. Conhecendo Deus e Fazendo a sua Vontade. Life Way Brasil, 2002, p.73.
43
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 9
Texto Bíblico: Atos 12.1-19
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO
“Precisamos priorizar a oração, transformá-la em parte
integrante do estilo de vida de cada membro, bem como
de toda a Igreja. A bênção e o poder da oração precisam ser
experimentados e buscados com intensidade de alma”.
(Paschoal Piragine JR)1
A oração é a exposição da alma
ao grande Deus. É um tempo
precioso, uma conversa. Na presença do Senhor, falamos e também ouvimos. São momentos
“poderosos” que podem acontecer
em qualquer lugar. Podemos orar
a sós com Deus ou com outras
pessoas. Também podemos orar
pelo que está perto ou distante.
A oração é um princípio que, embora tenha na Bíblia centenas de
exemplos, ainda é uma “arma”
desconhecida ou esquecida por
muitos cristãos em nossos dias.
Pessoas e Igrejas que oram são
diferentes. A oração quebranta,
aproxima, anima, dá visão, ou-
1 - PIRAGINE JR, Paschoal. Crescimento integral da igreja. São Paulo: Editora Vida, 2006.
44
sadia e revela coisas ocultas que
não sabemos (Jr 33.3). A oração
leva o povo de Deus à descobertas que produz curas (2Cr 7.14).
Samuel Chadwik, consciente do
poder da oração, afirmou que: “A
única preocupação do diabo é impedir o crente de orar. Ele não teme
estudos, trabalho e religião sem
oração. Ele ri de nossa labuta, zomba de nossa sabedoria, mas teme
quando oramos”.2
O livro de Atos nos fornece histórias riquíssimas sobre a oração.
Veja através das leituras diárias
desta semana que os cristãos do
primeiro século, em meio as mais
variadas circunstâncias, recorreram
à oração e por isso experimentaram as manifestações, na maioria
das vezes inexplicáveis, do poder
de Deus. Um bom exemplo é o texto
bíblico em destaque: Atos 12.1-19.
Vejamos alguns conceitos sobre
o princípio da oração:
Analisando os fatos
1. Orar deve ser o primeiro recurso e não o último
Herodes era um governante
preocupado em agradar o povo.
Ele já havia matado Tiago, ao fio
da espada. Planejava fazer algo
semelhante com Pedro. Em outra
situação, o mesmo Pedro havia
sido libertado da prisão pelo anjo
do Senhor (At 5.17-20). Herodes
então mandou reforçar a segurança, colocando 16 soldados vigiando Pedro. Apesar de tamanha
pressão, o servo do Senhor estava
dormindo enquanto a Igreja orava
com insistência a Deus. O Senhor
novamente enviou um anjo para
libertar o seu servo. Pedro saiu e
foi imediatamente à casa da “irmã”
Maria, onde acontecia uma reunião
de oração. Todos se alegraram ao
ver que Pedro estava livre.
Quais os recursos que temos
utilizado? Muitas vezes planejamos resolver os nossos problemas utilizando a força humana ou
nossos contatos com pessoas influentes. O povo de Deus precisa,
antes de qualquer coisa, falar com
Deus sobre os fatos que envolvem
o seu dia a dia. “Orar é falar com
aquele que está no trono, que tem
poder, autoridade e controle sobre
todas as coisas. Orar é associar-se ao mais forte”.3
Por que a oração deve ser o primeiro recurso?
1°) Por ser uma orientação de Jesus (Mt 6.5-13);
2°) Para seguirmos o exemplo de
Jesus (Mt 26.36);
3°) Para provarmos do poder de Jesus (Mt 15.36, Jo 14.13-14);
4°) Para nos mantermos fiéis a Jesus (Lc 21.36);
5°) Por que só Jesus pode todas as
coisas (Lc 8.24-25).
“Não se pode negar que a maior
preocupação da Igreja hoje são as
finanças. E, no entanto, esse problema que tanto inquieta as Igrejas
modernas era o que menos perturbava a do Novo Testamento. Hoje
2 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova,1993, p.271.
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
4 - RAVENHILL, Leonard. Por que tarda o pleno avivamento? Belo Horizonte: Editora Betânia, 1989, p.23.
45
damos mais ênfase à contribuição;
eles davam à oração”.4
2. Devemos orar sempre, sem
desfalecer
Embora abalados pela morte
de Tiago e aflitos pela situação
de Pedro, os irmãos resolveram
orar. Nossas orações devem ter
um conteúdo sincero que revele
nossas limitações e confiança no
Altíssimo. Eles tinham pouca força
diante do poderoso rei Herodes,
mas gozavam do privilégio de poder falar com o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Eles clamaram
insistentemente ao Senhor. Deus
respondeu o clamor dos seus servos, libertando Pedro da prisão de
forma sobrenatural. Mais uma vez
estamos diante de um “absurdo” de
Deus que acompanha o povo que
clama. Tudo pode acontecer se clamarmos de acordo com a vontade
de Deus (1Jo 5.14-15).
3. Quando orar, confie no poder
de Deus
Muitas vezes agimos como a
criada Rode, que se espantou com
a presença de Pedro. Era a resposta do Senhor batendo à porta.
Precisamos esperar com fé e paciência pelo Senhor (Sl 40.1). A
resposta sempre virá no tempo certo, seja um sim ou mesmo um não.
Geralmente esses são mais fáceis
de aceitar. O problema é quando o
Senhor nos manda esperar. Nossa
expectativa e pressa poderão nos
levar ao desânimo ou a perda da
confiança no Senhor. Orações que
ignoram a soberania de Deus, que
não estão alinhadas com a sua vontade terão sempre como resposta
um amoroso não. Deus jamais entrará em contradição para atender
os nossos deleites (Tg 4.3). “O ser
humano, depois da queda, entrou
em inimizade com Deus. Imagine
se todos os homens, corrompidos
por causa do pecado, tiverem todas
as suas petições egoístas respondidas, o mundo estaria num caos
pior do que está agora.”5
Precisamos confiar que Deus
ouve o nosso clamor e que somente Ele tem todo o poder para agir
em qualquer situação. Lembremo-nos do estribilho do hino “em fervente oração”: “Quando tudo perante o Senhor estiver, e todo o teu
ser Ele controlar, só, então, hás de
ver que o Senhor tem poder, quando tudo deixares no Altar”. Precisamos visitar constantemente o altar
do Senhor!
“O Senhor é o Especialista de
que precisamos para as experiências inconcebíveis e impossíveis.
Ele se agrada em realizar aquilo
que não nos é possível fazer. Porém, aguarda nosso pedido. Fica à
espera da nossa solicitação”.6
Temos vários exemplos, além dos
relatados em Atos dos Apóstolos,
que servem para nos dar a certeza
de que orar é recompensador. Homens como Moisés, Josué, Davi,
Samuel, Elias, Eliseu, Neemias, Jeremias, Isaías, Daniel, Habacuque
e outros gozaram dos benefícios da
5 - QUEIROZ, Edison. 40 dias de Jejum e Oração. São Paulo: ATG, 2014.
6 - SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de Crise. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
46
Para pensar e agir:
“Orar a Deus é um presente que
Ele mesmo nos deu e não um produto que se compra no mercado
religioso. Uma vida de oração é um
sinal de espiritualidade genuína,
além de ser um privilégio que não
podemos terceirizar.”7 Precisamos
resgatar o princípio da oração em
nossa própria vida, em nossos lares e também em nossas Igrejas.
“Nenhum homem na Terra pode ter
sucesso na vida espiritual sem uma
vida regular de oração”.8
Muitas Igrejas estão sendo reconhecidas pela capacidade administrativa ou eloquência de sua
liderança, pela qualidade musical
em seus cultos ou até mesmo pelo
belo patrimônio construído. Embora
sejam coisas importantes e agradáveis, não podem ser comparadas a
sermos conhecidos como Casa de
Oração, pois essa é a vontade de
Deus (Mt 21.13). Um dos segredos
mais importantes para o “sucesso”
do ministério é o reconhecimento
de que a nossa capacidade vem
da sintonia com Deus (Jo 15.5). “Só
sabemos que Jesus é tudo aquilo
de que precisamos quando Ele é
tudo aquilo que temos.”9
Na hora da crise, da perseguição ou das ameaças que todos
os dias alcançam o povo de Deus,
lembremos que a oração é a nossa melhor defesa. Primeiro falamos
com Deus sobre os nossos problemas, para depois agirmos direcionados por Ele. Não podemos
deixar de orar por mais intimidade
com Deus, relacionamento familiar,
relacionamentos afetivos, vida profissional, acadêmica, ministerial, etc.
Perguntas para
discussão em classe
1. A Igreja, em nossos dias, tem negligenciado a oração? Se positivo, dê exemplos.
2. Quais são os maiores inimigos
para a obtenção de uma vida de
oração?
3. O que podemos fazer no lar para
que a nossa família seja uma família de oração?
4. Nossas decisões eclesiásticas estão sendo precedidas de oração?
5. Até que ponto a modernidade
nos afastou da vida de oração?
Segunda-feira: Atos 1
Leitura Diária
oração. Jesus ensinou seus discípulos a orar. Homens como Paulo
também descobriram os segredos
da oração (Fl 4.6-7). Agora somos nós que precisamos priorizar
o tempo de comunhão com Deus
para crescermos.
Terça-feira:
Atos 2.37-47
Quarta-feira:
Atos 3.1-10
Quinta-feira:
Atos 4.1-31
Sexta-feira:
Atos 6.1-7; 9.40; 10.1-8
Sábado:
Atos 13.1-6; 14.23
Domingo:
Atos 16.13,16,25;
20.36; 21.5; 22.17; 28.8
7 - QUEIROZ, Sérgio. Gloriosas Ruinas. São Paulo: Mundo Cristão, 2016.
8 - RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. 1ª edição. São Paulo: The Way Books, 2010.
9 - CORDEIRO, Wayne. Peneirado. São Paulo: Vida, 2013.
47
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 10
Texto Bíblico: Atos 13.1 - 15.35
A PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO
“Sabedoria para enviar obreiros e resolver os conflitos”
“Quanto mais tempo fazemos uma coisa, e quanto
melhor fazemos, mais somos tentados a depender de nossa
capacidade e competência em vez de depender de Deus.”
(Glenn Wagner)1
Em sua primeira viagem para
divulgar o Evangelho, Paulo e
Barnabé saíram de Antioquia,
onde os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez
de “cristãos”, dirigindo-se primeiro
a Chipre, onde Barnabé nasceu
e foi criado, e depois à Ásia Menor (a Turquia moderna). Foi um
período marcado por confrontos,
perseguições, milagres extraordinários, muitas conversões e uma
intensa ação do Espírito Santo na
vida dos servos de Deus e através
deles. Analisando os fatos narrados por Lucas, percebemos o Espírito Santo guiando a Igreja em
suas decisões.
A Igreja de hoje também desfruta da presença do Espírito Santo.
1 - Glenn Wagner. A igreja que você sempre quis. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.152.
48
A primeira viagem missionária de
Paulo nos reserva algumas lições
que, uma vez observadas, poderá nos levar a decisões sábias e
a uma boa colheita de almas para
Cristo.
Analisando os fatos
1. QUANTO AO ENVIO DE
OBREIROS (13.1-12)
O padrão estabelecido no primeiro século não pode ser esquecido. A
escolha e envio de obreiros é algo
que deve ser levado muito a sério.
Mesmo encontrando na Bíblia
alguns perfis com as exigências
éticas, morais e espirituais para
quem deseja trabalhar na obra
de Deus, percebemos que ainda
pagamos um alto preço por conta
das precipitações e demais equívocos na escolha e envio de obreiros para a obra missionária, para
o exercício do ministério na Igreja
local e também para as áreas administrativas dos órgãos denominacionais. Muitas vezes o conselho
de Paulo “Não imponhas as mãos
precipitadamente sobre alguém”
(1Tm 5.22) tem sido ignorado. Escolhemos e enviamos sem dedicar
um tempo significativo de oração e
espera pelo aval do Senhor. O que
podemos aprender com os fatos
ocorridos em Antioquia?
Quem disse que Barnabé e Saulo
deveriam ser separados e enviados?
(v.2).
Qual foi o procedimento adotado
pela Igreja antes do envio?
(v.3).
Quem enviou os obreiros para
anunciar a Palavra de Deus?
(v.4).
Como podemos ver, o Espírito
Santo foi determinante no chamado
de Barnabé e Saulo, no processo
antes do envio, no envio e no campo, capacitando os servos de Deus
para a obra. A Igreja de Antioquia
se preocupou em discernir qual era
a vontade do Senhor.
Barnabé e Saulo eram homens
vocacionados, aprovados por Deus
e dispostos a servir a Deus e as
pessoas (Cl 1.24; At 20.24). A obra
de Deus precisa de vocacionados!
A palavra vocação é originária do
latim evocare, que quer dizer chamar. Então Deus nos chama e nos
capacita para uma obra especial
que irá produzir em nós um senso
de propósito que somente o exercício da vocação poderá produzir.
Vocacionados perdem o sono por
aquilo que Deus colocou em seus
corações. A vocação não violenta o
vocacionado! Qualquer pessoa que
vive reclamando por estar fazendo
algo “para Deus” deve reavaliar a
sua vocação. “Aborrece-me que os
seguidores de Cristo exijam tanto
incentivo e adulação para fazer a
obra de Deus no mundo.”2
A obra de Deus precisa de gente que anda de mãos dadas com
Ele. Observe que no primeiro século, para homens “simples e sem
erudição” como Pedro e João, assim como para os mais bem “qualificados” como Paulo, a referência
2 - HYBELLS, Bill. Simplifique. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.225.
49
maior dos que agiam em nome de
Deus eram suas próprias experiências com Jesus (At 4.13; 1Co 15.38). Precisamos de uma liderança
bem qualificada intelectualmente,
mas que acima de tudo ande de
mãos dadas com Jesus.
Em 1887, Charles Spurgeon e
seu amigo Robert Shindler se empenharam em denunciar os perigos
que rondavam a Igreja que estava
se afastando da sã doutrina. Com
artigos intitulados “O Declínio”, eles
procuraram alertar seus irmãos
em Cristo. Alguns haviam “tomado
o caminho da sabedoria humana:
‘Deram mais ouvidos aos conhecimentos clássicos e outros campos
do saber... Foi, portanto, um passo
fácil na direção errada, prestaram
atenção redobrada aos conhecimentos acadêmicos dos seus ministros e pouca atenção às qualificações espirituais; colocaram mais
valor na escolaridade e na oratória
do que no zelo evangélico e na capacidade de manejar bem a Palavra da verdade’”.3 Em que direção
estamos seguindo? Como será que
Deus nos avalia? Compare as falas
de Jesus às Igrejas de Filadélfia e
Laudicéia (Ap 3.7-22).
Como devemos reabastecer nossa vida com Deus e como podemos
estar melhor nas demais áreas de
nossa vida? Bill Hybells, Pastor da
Willow Creek Community Church,
USA, nos auxilia com o seu testemunho: “Quando sinto o amor
de Deus, quando o Espírito Santo
borbulha no meu espírito, quando
tenho longas conversas com Ele
durante o dia, ouvindo seus sussurros, tentando estar na sua presença, receptivo à sua pessoa, quando
de fato mantenho um relacionamento conectado com Deus, essa
é a dinâmica que mais reabastece
a minha vida.”4
2. QUANTO À RESOLUÇÃO
DOS CONFLITOS (15.1-35)
Leia o texto e faça o exercício
abaixo. Veja como os irmãos conseguiram resolver um problema
grave que ameaçava a unidade da
Igreja e o avanço da obra de Deus.
1. Qual o problema que estava
ameaçando a unidade da Igreja?
(v.1 e 5).
2. Qual a reação da liderança
(Paulo e Barnabé)? (v.2a).
3. Qual foi o caminho encontrado? (v.2b).
4. Que providências Paulo e Barnabé tomaram ao passar pela Fenícia e por Samaria e também em
Jerusalém? (v.3-4).
5. Em Jerusalém, o que eles fizeram? (v.6).
3 - MACARTHUR, John. Com Vergonha do Evangelho. São Paulo: Editora Fiel, 1997, p.228,229.
4 - HYBELLS, Bill. Simplifique. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.26.
50
6. Qual foi a atitude de Pedro,
Barnabé e Paulo? (v.7-12).
7. O que Tiago fez ao pedir a Palavra? (v.13-21).
8. Qual foi o parecer final?
1°)
(v.22)
2°)
(v.23-29).
9. Qual foi o resultado? (v.31-32)
10. O que mais os líderes fizeram? (v.33-35).
Assim como os nossos irmãos
no primeiro século, também enfrentaremos os chamados tempos
difíceis. Como vimos no exemplo
entre os cristãos judeus e os cristãos gentios, pessoas preparadas,
sábias e cheias do Espírito Santo
estarão aptas para a resolução dos
conflitos na Igreja. Tudo o que o inimigo quer é ver o “circo pegar fogo”
para que a unidade da Igreja seja
ameaçada e sua capacidade de
ação comprometida.
Dependemos do Espírito Santo. A
Igreja não pode conseguir uma única conversão sem a obra do Espírito Santo. Os pregadores não terão
virtude e poder para pregar sem a
ação do Espírito Santo.”5
Precisamos de homens e mulheres que saibam relatar o que Deus
está fazendo. Precisamos consultar
as Escrituras acerca dos fatos. Nossos problemas devem ser resolvidos na dependência do Senhor. Foi
assim que o difícil problema acerca
da circuncisão foi resolvido. Sejamos os portadores da alegria e do
ânimo necessário para que a obra
de Deus avance (15.31). Vamos
exortar, pregar e ensinar a Palavra
do Senhor. Perseveremos na fé.
Perguntas para
discussão em classe
1. O que Atos 13 nos ensina acerca
da escolha e envio de obreiros?
O que precisamos consertar?
2. O que a atitude de Tiago (15.13-21)
tem a nos ensinar?
3. Quais os tipos de conflito que
podem ameaçar a Igreja hoje?
Cite alguns e diga como devemos tratá-los.
Para pensar e agir:
Segunda-feira: Atos 13.1-12
Leitura Diária
Devemos nos consagrar ao Senhor tanto para ir, quanto para servir na Igreja local. “Não podemos
fazer a obra de Deus sem a direção do Espírito Santo. Ele nos foi
enviado a fim de estar para sempre
conosco. Ele nos guia a toda verdade. Precisamos do Espírito Santo.
Terça-feira:
Atos 13.13-52
Quarta-feira:
Atos 14.1-28
Quinta-feira:
Atos 15.1-35
Sexta-feira:
1Timóteo 3
Sábado:
At 15.13-21; Am 9.11-12
Domingo:
Apocalipse 3.7-22
5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.255,256.
51
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 11
Texto Bíblico: Atos 15.36-18.22
A SEGUNDA VIAGEM DE PAULO
“ENCONTROS DIVINOS”
“A agenda missionária da igreja deve ser dirigida por Deus, e
não pelos obreiros, deve ser definida no céu, e não na terra.”
(Hernandes Dias Lopes)1
A segunda viagem missionária
de Paulo foi marcada inicialmente por mudanças de plano. Ele
havia convidado Barnabé para
visitar os irmãos que anteriormente haviam sido alcançados.
Barnabé queria levar João Marcos (15.36, 37). Paulo não concordou, pois anteriormente João
Marcos os havia abandonado
(13.13; 15.38). Paulo endureceu
o coração e houve uma desavença com Barnabé. Eles não
puderam mais caminhar juntos.
Barnabé foi com Marcos para
o Chipre, e Paulo seguiu com
Silas para as bandas da Síria
e Cilícia. “Mais tarde Paulo mudou de ideia a respeito de João
Marcos, uma vez que o chama
de cooperador (Fm 23,24), recomenda-o à Igreja de Colossos
(Cl 4.10) e roga a Timóteo que o
leve a Roma, no período de sua
segunda prisão, pois lhe era útil
para o ministério (2Tm 4.11).”2
1 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.296.
2 - Ibidem, p.294.
52
Paulo tinha em mente anunciar
a Palavra na Ásia, mas Deus não
permitiu (16.6,7). Deus o conduziu
para a Europa, proporcionando novas experiências, encontros marcantes e muitas almas convertidas
a Cristo. Em Trôade ele teve uma visão cuja a conclusão foi que Deus
estava indicando a Macedônia
como o destino onde o Evangelho
deveria ser anunciado (16.9-12). A
condução de Deus proporcionou a
Paulo e seus auxiliares novos encontros com pessoas muito especiais e experiências que marcariam
suas vidas para sempre. Vamos
analisar alguns desses encontros
em busca de algumas lições para
as nossas vidas.
Analisando os fatos
1°) O Encontro com Timóteo
(16.1-5)
1. Os fatos – O encontro aconteceu logo após a desavença com
Barnabé. Em Listra, Paulo conheceu Timóteo que se tornou
seu grande colaborador. Ele possuía um grande legado espiritual
herdado de sua avó Loide e sua
mãe Eunice. Era conhecedor
das Sagradas Letras (2Tm 1.5;
3.15). Timóteo era aprovado por
seus irmãos em Cristo (At 16.2).
Provavelmente, se tornara cristão quando Barnabé e Paulo estiveram em Listra. Tudo indicava
que seria um excelente aprendiz
de Paulo. A circuncisão de Timóteo foi por uma razão cultural
apenas, para remover qualquer
impedimento à expansão da
causa de Cristo. Foi uma parce-
ria que deu origem à uma amizade verdadeira que fez o apóstolo
chamá-lo de filho e indicá-lo por
sua competência e submissão
(Fp 2.19-22; 1Co 4.17).
2. As lições – Barnabé e Paulo
divergiram, mas não pararam
de fazer a obra. Vidas continuaram sendo alcançadas, agora em
duas frentes: Barnabé e Marcos
em Chipre; Paulo, Silas e Timóteo partiram pela Ásia Menor e
Grécia. As Igrejas continuaram
sendo firmadas na fé e crescendo (16.5). Divergências poderão
acontecer em nossa caminhada,
precisamos resolvê-las sem deixar de avançar. Mesmo separados, Barnabé não deixou de ser
lembrado por Paulo (1Co 9.6).
2°) O Encontro com Lídia
(16.13-18,40)
1. Os fatos – A narrativa agora indica que um quarto companheiro
passou a fazer parte da viagem.
Lucas, o autor de Atos, se juntou
ao grupo. As indicações estão nos
versos 11 e 13: “fomos”, “saímos”;
“julgávamos”. Já em Filipos, eles
encontraram um lugar de oração
e lá conversaram com algumas
mulheres acerca da salvação.
Lídia, uma comerciante, ao ouvir o Evangelho, se converteu e
foi batizada, junto com os da sua
casa. Ela insistiu para que eles se
hospedassem em sua residência.
O convite foi aceito. Ainda em Filipos eles foram incomodados por
uma jovem que tinha um espírito
adivinhador e dava grande lucro
a seus senhores. Paulo ordenou
que o espírito saísse da jovem
53
em nome de Jesus Cristo. A libertação provocou a ira dos gananciosos que lucravam através
dela. Paulo e Silas, acusados de
perturbar a cidade, foram espancados e presos.
2. As lições – As mulheres alcançadas e a jovem liberta foram
encontros promovidos por Deus
enquanto eles se dirigiam para
o local de oração. Até a hospedagem foi fruto de um desses
encontros. Quem ora percebe a
ação de Deus e se junta ao Senhor naquilo que Ele está fazendo. Em comunhão com Deus,
Paulo pode ser usado para libertar a jovem. Deus nos usa e nos
supre em resposta às nossas
orações. Oremos sempre sem
desanimar.
3°) O Encontro com o Carcereiro (16.23-40).
1. Os Fatos – Paulo e Silas, após
serem açoitados, foram presos e
amarrados. Mesmo em meio às
condições adversas eles oravam
e cantavam hinos a Deus. Foi
um período de intenso testemunho em meio ao sofrimento. Um
terremoto repentino foi a forma
que Deus escolheu para livrar
os seus servos da prisão e fazer
uma grande obra na vida e na família do carcereiro. Com um pedido de desculpas, Paulo e Silas
foram soltos e puderam retornar
para casa de Lídia.
2. As Lições – Em meio aos sofrimentos, ao invés de murmu3 - Salmos 119:99. Versão: Almeida 21. Editora Vida Nova.
54
rarmos deveríamos cantar hinos
de louvor e gratidão a Deus. Ele
sempre estará no controle de todas as coisas. O sofrimento de
Paulo e Silas permitiu que o carcereiro presenciasse um milagre
e se rendesse aos pés de Jesus.
A alegria agora fazia parte da vida
de mais uma família alcançada
pelo Evangelho. Nossas adversidades podem ser pontes para a
evangelização dos perdidos. Ore
e cante hinos ao Senhor!
4°) O encontro com os Bereanos (17.10-11)
1. Os Fatos – Os missionários foram para Bereia, cerca de 72Km a
oeste de Tessalônica. Paulo costumava usar as sinagogas como
ponto de partida para a pregação
do Evangelho. Lá, teve contato com os cristãos classificados
como de mente mais aberta pelo
interesse em receber e examinar
a Palavra. Diariamente se dedicavam em meditar nas Escrituras.
2. As Lições – Como disse o Salmista: “Tenho mais entendimento
do que todos os meus mestres,
porque teus testemunhos são minha meditação”.3 Que alegria deve
ter experimentado Paulo e Silas
ao conviver com pessoas instruídas na Palavra de Deus. Cujas
mentes alcançava os segredos
de Deus revelado nas Escrituras.
Precisamos fazer como Esdras
que se dispôs no coração a estudar a Lei do Senhor e a praticá-la,
e a ensinar a outros os estatutos
e normas do Senhor.
Para pensar e agir:
Até que ponto estamos dispostos
a nos submeter à direção de Deus?
As mudanças levaram Paulo e seus
companheiros a experiências que
marcaram suas vidas e as dos seus
ouvintes. Ainda hoje Deus agenda
encontros que desconhecemos e
poderão representar portas abertas
para a transformação de vidas. Por
onde formos encontraremos pessoas sem esperança, como o carcereiro. Gente “abusada” por Satanás, desesperada, precisando ouvir
acerca do plano de Deus. Não temas! Mas fala e não te cales (18.9).
Perguntas para
discussão em classe
1. O que a desavença de Paulo e
Barnabé tem a nos ensinar?
Como sabemos quando chega a
hora de seguir um rumo diferente
com algum parceiro ministerial?
2. Como os cristãos de hoje estão
se comportando em meio as aflições? O que Paulo e Silas nos
ensinaram quando estavam presos em Filipos?
3. De que forma podemos levar o
Evangelho aos filósofos de hoje?
Quais os pensamentos que estão
dominando as mentes e que nos
desafiam quanto à proclamação
do Evangelho?
Segunda-feira: Atos 15.36-41
Leitura Diária
5°) O encontro com os Atenienses (17.16-34)
1. Os Fatos – Paulo teve que sair
rapidamente de Bereia e, ao chegar em Atenas, o berço do saber,
se deparou com um grande desafio que o indignou. Percebeu a
grande quantidade de ídolos que
tomava conta da cidade. Discutia
na sinagoga com alguns tementes a Deus e na praça com os filósofos epicureus (que defendiam
a ideia de que o bem supremo
consiste no prazer) e com os estoicos (que defendiam a harmonia com a natureza e a libertação
das emoções). Paulo anunciava
a Boa-Nova de Jesus e a ressurreição. Levado ao Areópago, tribunal supremo onde se discutia
os assuntos políticos e religiosos,
pregou ousadamente acerca do
Deus desconhecido. Alguns ouvintes zombaram e outros adiaram a decisão. Em Atenas muitos
de converteram.
2. As Lições – Paulo não se intimidou com as discussões filosóficas que dominavam Atenas. Ele
soube aproveitar a oportunidade
de pregar e de forma muito criativa aliou a pregação do Evangelho às realidades dos atenienses.
O resultado foi o mesmo que
ainda acontece em qualquer pregação. Uns aceitam, outros ignoram e outros deixam para depois.
Precisamos de pregadores que
possam conversar sobre o que os
homens pensam, para dizer-lhes
o que Deus deseja que eles façam. Oração, estudo, sabedoria e
ousadia são imprescindíveis.
Terça-feira:
Atos 16.1-12
Quarta-feira:
Atos 16.13-40
Quinta-feira:
Atos 17.1-15
Sexta-feira:
Atos 17.16-34
Sábado:
Atos 18.1-22
Domingo:
2Timóteo 4.1-5
55
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 12
Texto Bíblico: Atos 18.23-28.30
A TERCEIRA VIAGEM DE PAULO
“Uma Vida Preciosa a Serviço de Deus”
“O que era verdade para Paulo pode ser verdade para
nós, se aprendermos a desfrutar do rico relacionamento
com Cristo que Paulo demonstrava ter.”
(Charles Price)1
Em nosso estudo no livro de
Atos, vimos que o segredo para
o sucesso dos primeiros crentes
em sua cultura consistiu primeiro
em suas “boas novas” centralizadas na vida, morte e ressurreição de Jesus. Mas seu sucesso
também residiu na vida provada
pelo Espírito, que fez da obra de
Cristo uma realidade efetiva em
suas vidas. Aliar o conteúdo do
Evangelho com o nosso momento histórico na “linha do tempo
de Deus” significa considerar a
1 - PRICE, Charles. Paulo: transformado por uma visão. Rio de Janeiro: Habacuc, 2007, p.8.
56
presença do Espírito Santo como
uma realidade experimentável e
fortalecedora para nossa vida pessoal e para cada passo da Igreja,
enquanto aguardamos a volta de
Cristo (At 1.8).
Se pretendemos ser eficientes
neste mundo pós-moderno, “precisamos parar de tratar o Espírito
superficial e insinceramente e procurar restabelecer a perspectiva de
Paulo: o Espírito com o retorno da
própria presença pessoal de Deus
entre nós experimentada e fortalecedora, que nos capacita a viver
como um povo radicalmente escatológico no mundo atual, enquanto
esperamos a consumação”.2
Analisando os fatos
Os 351 versículos que narram
a terceira viagem missionária revelam que Paulo permaneceu em
Éfeso por dois anos, trabalhando e ensinando, e também visitou de novo muitos locais onde já
havia estado, a fim de consolidar
seu trabalho anterior. Deus realizou milagres extraordinários por
seu intermédio. Ele foi perseguido
pelas autoridades religiosas, por
comerciantes inescrupulosos, etc.
Com sabedoria e ousadia ele se
defendeu e testemunhou diante
das autoridades. Retornando a Jerusalém, ele foi preso e mantido na
prisão por dois anos. Finalmente, o
apóstolo apelou a César e por isso,
foi enviado a Roma para ser julgado. “Paulo estava preso em Roma,
mas seu ministério seguia em plena atividade. Ele estava algemado,
mas a Palavra de Deus tinha total
liberdade. Paulo não era prisioneiro de César, mas de Cristo (Ef 4.1).
Era um embaixador em cadeias
(Ef 6.20). Suas algemas faziam parte do plano de Deus e ele sabia que
essas circunstâncias contribuiriam
para o progresso do Evangelho
(Fp 1.12).”3 Assim como Estevão,
Paulo tombou na terra como um
mártir, mas foi recebido no céu
como um obreiro aprovado.
Paulo, o instrumento escolhido, o
apóstolo dos gentios, o homem que
foi transformado por uma visão, recebeu um destaque todo especial
na narrativa de Lucas. Devemos
sempre agradecer a Deus pela forma como ele honrou o chamado
de Cristo (20.24). Suas atuações
como testemunha, seu esforço ministerial e sua submissão à vontade do Senhor nos beneficiou. Além
do Evangelho que chegou até nós,
temos acesso às treze Cartas que
ele escreveu, cujo conteúdo, desde
então, tem orientado e influenciado
gerações de cristãos.
O que podemos destacar da carreira vitoriosa de Paulo? Que virtudes podem nos inspirar em nosso
desafio de servir a Deus?
1. PAULO E SEU PERFIL PESSOAL
O nome Paulo significa “pequeno”. Ele era judeu, natural de Tarso, na Cilícia (At 21.39). Não há
2 - FEE, Gordon D. Paulo, o Espírito e o povo de Deus. São Paulo: United Press, 1997, p.16.
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.503.
57
referência alguma quanto à data
do seu nascimento. Na morte de
Estevão, ele foi apresentado como
um jovem (At 7.58). Essa referência
indica que ele nasceu na primeira
década do século I. Quando criança, saiu de Tarso para estudar em
Jerusalém sob a orientação de Gamaliel, que era altamente respeitado como mestre (At 22.3). Saulo
era inteligente e articulado. Trabalhava como fabricante de tendas
(At 18.3).
A aparência de Paulo estava longe de impressionar (2Co 10.10).
Referências históricas afirmam que
ele era baixo, calvo, de pernas arcadas, olhos próximos um do outro e um nariz um tanto curvo. Era
um indivíduo intensamente religioso desde a juventude, frequentava regularmente a Sinagoga e era
respeitado pelos principais líderes
religiosos. Tinha uma irmã e um
sobrinho que viviam em Jerusalém
(At 23.16). Em relação à sua vida
conjugal, existem duas fortes teorias. Considerando o fato de ele, em
seus escritos, demonstrar um bom
conhecimento acerca do casamento, não seria solteiro (Ef 5; 1Co 7).
Paulo poderia ser viúvo ou ter sido
abandonado pela esposa.
2. PAULO E SEU PERFIL DE
SERVO
A terceira viagem missionária é
rica em relatos acerca do caráter
de Paulo como servo, a serviço de
Deus e da Igreja. O advogado Tértulo diante de Felix, ao defender os
58
interesses dos líderes religiosos, o
definiu caluniosamente como uma
“peste”(At 24.5). Mas o instrumento
escolhido de Deus (9.15) era uma
“bênção”, um homem disposto a levar a paz de Cristo aos corações.
Podemos destacar as seguintes áreas que definem bem o seu
perfil de servo. Paulo era: 1) Um
homem de oração, íntimo de Deus
e reconhecido assim até mesmo
por espíritos malignos (19.15);
2) Tinha consciência de que a
Igreja pertence a Deus (20.28);
3) Teve um encontro sobrenatural
com Jesus que mudou sua vida
(26.10-18); 4) Confiava no que
Deus lhe falava (27.25); 5) Homem humilde e paciente diante
das provações (20.19); 6) Obreiro
incansável, sensível à voz do Espírito e que se preocupava com a
continuidade da obra (20.20-30);
7) Obreiro que demonstrava empatia pela situação dos seus irmãos
em Cristo (20.31); 8) Um exemplo
no trato com o dinheiro. Não era
ganancioso (20.33-35); 9) Era um
obreiro acessível, íntimo e humano
(20.36-38); 10) Um servo disposto
a dar a própria vida pela obra do
Senhor (21.13); 11) Não utilizava
meios ilícitos para ajeitar as coisas
(24.26); 12) Um homem focado na
salvação de almas (26.29); 13) Através dele, Deus realizava milagres
extraordinários (19.11-12; 28.8).
3. PAULO E SEU ESTILO DE
VIDA
Mais do que qualquer mudança
cultural ou religiosa, o encontro
com Jesus na estrada de Damasco
mudou a vida de Paulo. Seus escritos revelam isso. De todos os escritores do Novo testamento, Paulo é
o que gravou sua própria personalidade de modo mais inconfundível
em seus escritos. Suas Cartas são
nossa principal fonte de informação
sobre sua vida e obra.
O Paulo de Atos é o Paulo histórico como foi visto e descrito
por Lucas. Conseguimos perceber características de um homem
que evidenciava o aroma de Cristo
(2Co 2.15).
1) Os períodos de oração abastecia sua alma (20.36; 21.5).
2) A gratidão, mesmo em meio ao
caos, era uma de suas marcas
(27.35).
3) Seus movimentos eram sempre
em resposta ao direcionamento
de Deus (20.22; 23.11; 27.22-24).
4) Ele colocou tudo nas mãos do
Senhor: histórico familiar, cultura, títulos, bens, influência social,
poder, profissão. O seu maior desejo, após o encontro com Jesus,
foi servi-lo. Seu maior tesouro
passou a ser o cumprimento da
vontade de Deus (20.24).
aprendemos através do exemplo
de Paulo que uma porta aberta por
Deus não é sinônimo de facilidade e que somente as pessoas
chamadas e que permaneçam em
sintonia com Deus saberão dar os
próximos passos.
Sejamos servos dispostos a abrir
mão dos próprios sonhos para
simplesmente viver os sonhos de
Deus. Servos dispostos a sofrer por
amor ao Evangelho e também por
amor à Igreja de Cristo (Cl 1.24).
Servos que tomem hoje decisões
sábias para também poder dizer
amanhã: “Combati o bom combate,
terminei a carreira, guardei a fé”. 5
Perguntas para
discussão em classe
1. Quais interesses da Igreja de
Cristo que têm sido confrontados
na sociedade atual?
2. Até que ponto estamos dispostos a abrir mão dos planos pessoais para atender ao chamado
de Deus?
3. Paulo afirmou que servia ao Senhor com lágrimas (20.19). Temos chorado pelas calamidades
que nos cercam?
Para pensar e agir:
Segunda-feira: Atos 18.23-19.41
Leitura Diária
“Embora todos os cristãos queiram ser conhecidos como servos humildes, principalmente nos
círculos de liderança, a verdade
é que ninguém quer ser tratado
como servo. O verdadeiro teste do
servo é a reação que ele demonstra quando é tratado como tal”.4 Já
Terça-feira:
Atos 20
Quarta-feira:
Atos 21.1-22.29
Quinta-feira:
Atos 22.30-23.35
Sexta-feira:
Atos 25.23-26.32
Sábado:
Atos 27.1-28.10
Domingo:
Atos 28.11-31
4 - CORDEIRO, Wayne. Peneirado. São Paulo: Editora Vida, 2013, p.176
5 - 2Timóteo 4.7 – Versão: Almeida Século 21.
59
DATA DO ESTUDO
LIÇÃO 13
Texto Bíblico: Atos 2.41- 44
SIMPLESMENTE UMA IGREJA
“A Igreja é a casa de Deus, não nossa. Meu trabalho como
pastor não é inventar as regras para a Igreja, mas anunciar
e ensinar as regras de Deus destacadas em sua Palavra.”
(Tony Evans)1
O que é uma Igreja de sucesso? Como avaliar se uma Igreja
é ou não um sucesso? Baseado
em algumas palestras que ouvimos, nos livros e matérias que
dominam a maioria das publicações eclesiásticas, podemos perceber que, geralmente, o sucesso
eclesiástico está relacionado aos
números, às metodologias, ao ge-
1 - EVANS, Tony. A igreja gloriosa de Deus. Belo Horizonte: Editora Motivar, 2005, p.58.
60
renciamento de grupos, gestão, patrimônio, mídia e personalidades.
A liderança eclesiástica tem sido
tentada a contratar os “consultores de Igreja” ou a adquirir e adotar
“os pacotes eclesiásticos” que prometem fazer as Igrejas crescerem
como nunca. “Não acredite na promessa dos pacotes que você pode
comprar para fazer seu ministério
crescer e a sua vida mais frutífera.
Pacotes mentem.”2
Desde que Rick Warren publicou,
em 1995, o best seller “Uma Igreja
com Propósito”, que vendeu mais
de um milhão de cópias pelo mundo, alguns pastores tiveram que
responder a intrigante pergunta:
sua Igreja é ou não é com propósito? Hoje, quase não ouvimos mais
falar do referido livro que em sua
capa consta as seguintes palavras
do saudoso pastor Ary Velloso3:
“Depois de Atos, aqui está o melhor, mais prático e o mais rico ensino sobre o crescimento da igreja”. O pastor Ary acertou em cheio,
“Atos dos Apóstolos é o melhor, o
mais prático e o mais rico ensino
sobre o crescimento da Igreja”.
Analisando os fatos
A IGREJA E O MERCADO
A reflexão sobre a tensão existente entre a ideia de Deus e a
visão mercadológica que invadiu nossas Igrejas é difícil de ser
feita, porém necessária. Queremos
uma Igreja que agrada a Deus ou
uma empresa? Queremos Pastor
(Jr 3.15) ou CEO 4 ? Ministros
(2Co 3.6; Ef 4.11-12) ou gestores?
Membros (1Co 12 e 13) ou expectadores? “Hoje os paradigmas estão ligados a conceitos como gestão da qualidade, mercado, crente
como cliente, administração de resultados, etc. Já é possível perceber que há muita gente aplicando
a vivência eclesiástica à ‘lógica de
mercado’, em busca do que seja
melhor para o funcionamento da
Igreja. Na racionalidade do mercado, pessoas são trocadas por
programas, relacionamentos por
tarefas”.5 Por outro lado, os próprios membros e os congregados
das Igrejas, muitas vezes, estão
em busca de serviços para o seu
bem ou o de sua família. Trocam de
Igreja como trocam de mercado, ignoram a comunhão e o serviço que
visa o avanço do Reino de Deus.
“A Igreja está se transformando numa empresa, o púlpito num
balcão, o templo numa praça de
barganha, o Evangelho num produto de consumo, e os crentes em
consumidores.”6 Infelizmente precisamos concordar com A. W. Tozer:
“Se o Espírito Santo fosse removido das Igrejas no sábado à noite,
a maioria iria passar o dia seguinte
sem perceber que alguma coisa tinha mudado”.
Precisamos rever o caminho para
simplesmente sermos uma Igreja
conforme a proposta de Deus reve-
2 - COLE, Neil. Igreja Orgânica. Rio de Janeiro: Editora Habacuc, 2007, p.96.
3 - Ari Velloso foi Pastor da Igreja Batista no Morumbi, SP. Faleceu aos 77 anos, em 25/04/2012.
4 - Chief Executive Officer - Diretor Executivo, responsável pelas estratégias e pela visão da empresa.
5 - WAGNER, Glenn. Igreja S/A. São Paulo: Editora Vida, 2001, p.11.
6 - LOPES, Hernades Dias. A Segunda vinda de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2011, p.15.
61
lada em Atos dos Apóstolos. “Se a
Igreja for simples o suficiente para
que todos tenham acesso a ela e
for feita para pessoas que tomaram
a sua cruz e seguiram Jesus a qualquer custo, o resultado será Igrejas
que capacitam cristãos comuns
para fazerem o trabalho incomum
de Deus. As igrejas se tornarão
saudáveis, férteis e reprodutivas”.7
A IGREJA É JESUS CRISTO
A Igreja local pertence a Jesus,
não a nós. Ele a comprou com seu
próprio sangue (At 20.28). Ele é O
Cabeça que se relaciona com amor
(Ef 5.23-25). Ele mesmo a protege
(Mt 16.18). “A Igreja precisa voltar a
olhar para o seu majestoso Senhor
Jesus Cristo; bem como familiarizar-se novamente com seu plano
e propósitos já revelados para si,
conforme Ele mesmo traçou na Bíblia. Ela precisa ser lembrada de
que Cristo a edificará segundo seu
propósito”.8
A forma de avaliação de Cristo
difere muito da nossa. Um exemplo foi a avaliação da Igreja de
Laudicéia, que se considerava
próspera. Além de não receber
elogio algum, foi considerada por
Jesus como infeliz, miserável, pobre, cego e nu (Ap 3.14-22). Já
Esmirna, a Igreja pobre e sofredora, foi avaliada como rica pelo
Mestre (Ap 2.9). Está claro que
a Igreja bem avaliada por Jesus
será aquela que desenvolve a sua
missão a partir da fidelidade e do
compromisso com Ele.
ATOS: UMA PROPOSTA PARA
A IGREJA DE HOJE
A Igreja primitiva representa o
protótipo de todas as Igrejas posteriores. Ao observarmos seus princípios, encontraremos um modelo
perfeitamente aplicável às nossas
Igrejas nos dias de hoje. Caberá a
cada Igreja, por ser única e ter cultura própria, aplicar tais princípios
mediante as orientações de Deus.
1. Esperança em Cristo – eles
consideravam a iminente volta de
Cristo. O senso de urgência determinava os passos da Igreja. O
maior patrimônio deles era Cristo
(1.11). Veja a lição 3.
2. Confiança no Espírito Santo –
o poder da Igreja residia nas ações
do Espírito Santo (1.8; 4.31). Veja
a lição 2.
3. O valor da oração – a Igreja
de Atos era uma Igreja de oração
(1.14; 3.1; 12.5). Precisamos hoje
clamar para que Deus revele o
oculto (Jr 33.3). Precisamos clamar
para que Deus sare as nossas feridas (2Cr 7.14). Veja a lição 9.
4. O valor da Palavra – a Bíblia é
a nossa única regra de fé e prática.
Também precisamos perseverar no
ensino dos apóstolos, valorizar as
profecias e viver de acordo com a
Palavra (2.42).
5. A vida de comunhão – eles
eram unidos e tinham tudo em comum (2.44). Precisamos investir na
visão de corpo unido, bem ajustado
e ligado no Senhor.
7 - COLE, Neil. Igreja Orgânica. Rio de Janeiro: Editora Habacuc, 2007, p.54.
8 - MAYHUE, Richard. O que Jesus Diria de sua Igreja? São Paulo: Editora Vida, 2005, p.12.
62
Eram muito hospitaleiros. (9.19,27;
16.15; 18.23). Veja a lição 7.
14. A alegria em ver a ação de
Deus – a forma de lidar com o “novo
Deus” era bem especial. Ao perceber que Deus estava à frente das
ações, eles se alegravam (11.23).
Para pensar e agir:
“A Igreja é a ideia de Deus. É
por isso que não pode ser dirigida
como uma organização meramente
humana”.9 Precisamos resistir aos
apelos do mercado, a tentação de
copiar os outros. Somente a orientação do Espírito Santo para cada
Igreja poderá nos preencher. No
entendimento do saudoso John R.
W. Stott “Antes de mandar a Igreja para o mundo, Cristo mandou o
Espírito para a Igreja. A mesma ordem precisa ser observada hoje.”10
Mãos à obra!
Perguntas para
discussão em classe
1. Discuta o projeto exposto nesta
lição, definindo formas de como
podemos colocar em prática os
princípios apresentados.
Segunda-feira: Atos 2.41-44
Leitura Diária
6. A visão de crescimento – para
eles, o crescimento vinha de Deus.
Era algo natural (2.47).
7. A prática da generosidade –
repartir e compartilhar eram ações
comuns. O foco da Igreja no céu
influenciava a relação das pessoas
com seus bens terrenos (2.45).
8. A resolução de conflitos – os
problemas eram atacados e não
as pessoas. Tudo era feito com ordem e embasados nas Escrituras.
(6.1-7; 15.6-35). Veja a lição 10.
9. A escolha e o envio de obreiros – era um processo muito espiritual, confirmado no altar do Senhor.
Eles enviavam pessoas de caráter
e comprometidas com o Reino
(13.1-4). Veja a lição 10.
10. A ousadia no evangelismo –
jamais recuaram. Confiaram no poder e na proteção de Deus. Obedecer a Deus sempre foi a prioridade.
(4.20; 5.42) Veja a lição 8.
11. O perfil da liderança – o padrão era uma liderança espiritual,
focada na direção do Espírito Santo. Gente que nutria na própria vida
as disciplinas necessárias para
falar em nome de Deus e guiar o
seu povo (6.3; 11.24; 13.52). Veja
a lição 5.
12. A forma de ver o sofrimento –
para eles, o sofrimento fazia parte
do chamado. Sofrer por amor a
Cristo era uma honra (5.41; 9.16).
Veja a lição 6.
13. O cuidado com os irmãos na fé –
a visão de “cobertura especial” era
comum entre os mais experientes.
Terça-feira:
Mt 5.13-16, 16.24-26
Quarta-feira:
Efésios 6.10-18
Quinta-feira:
2Pedro 3.1-18
Sexta-feira:
1Tm 4.1-2; 2Tm 3.1-5
Sábado:
João 10.1-21
Domingo:
Apocalipse 21.1-8
9 - WAGNER, Glenn. A igreja que você sempre quis. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.46.
10 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova, 1993, p.140.
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Currículo
2017
Primeiro Trimestre
Revista da Convenção Batista Fluminense
Ano 13 - n° 51 - Outubro / Novembro / Dezembro - 2016
Mais que Vencedores!
Vitórias de Deus Ao nosso Alcance
Pr. Noélio Duarte
Diretor Executivo: Pr. Dr. Amilton Ribeiro Vargas
Diretoria da Convenção Batista Fluminense:
Presidente: Pr. Geraldo Geremias
Segundo Trimestre
Primeiro Vice-Presidente: Dca Lindomar Ferreira da Silva
Segundo Vice-Presidente: Pr. Marcos Luís Lopes
Terceiro Vice-Presidente: Pr. Luiz Antonio Rodrigues Vieira
Jesus e Você, Hoje
Livro do Evangelho de João
Pr. Davi Freitas de Carvalho
Primeira Secretária: Jane Célia da Silva Rodrigues
Segunda Secretária: Loide Gonçalves do Nascimento
Terceiro Secretário: Pr. Ozéas Dias Gomes da Silva
Quarto Secretário: Pr. Davidson Pereira de Freitas
Terceiro Trimestre
Diretor de Educação Religiosa:
Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda
Vida Cristã
Pr. Iomael Sant’Anna
Redator: Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda
Revisão Bíblico Doutrinária:
Pr. Paulo Pancote
Quarto Trimestre
Revisão e copidesque: Edilene Oliveira
Produção Editorial, Diagramação e Impressão:
Josué: revelações de Deus através
da história
Pr. Jonas Vieira Lima
Print Master Editora (22) 3021-3091
Distribuição:
Print Master Editora
Convenção Batista Fluminense
Rua Visconde de Morais, 231 - lngá - Niterói - RJ
CEP 24210-145
Seja Mordomo
Algumas Igrejas poderão estar recebendo mais
revistas que o número de jovens e adultos
matriculados na EBD ou em outro grupo de
estudo bíblico. Por favor, avise a Convenção
se for este o seu caso. Queremos investir seu
dízimo também em outros projetos.
Tel.: (21) 2620-1515
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