LNA OPD Gemini SOAR CFHT Curtas
Transcrição
LNA E m abril de 2010 fará trinta anos que o telescópio Perkin Elmer do OPD recebeu sua primeira luz. O OPD tornou-se rapidamente a ferramenta mais importante para a astronomia observacional brasileira. De fato, o observatório logo não era mais capaz de satisfazer a crescente demanda, o que levou à associação do Brasil aos consórcios SOAR e Gemini, e mais recentemente à colaboração com o CFHT. Apesar de constantes investimentos na infraestrutura observacional do OPD, o acesso dos astrônomos brasileiros a maiores e mais modernos observatórios fez com que sua importância diminuisse nos últimos anos. Houve uma queda de demanda e na produtividade científica. Entretanto, o LNA está convicto de que o OPD ainda tem um papel importante na astronomia brasileira. Necessita-se, porém, de uma reflexão profunda sobre as medidas necessárias para manter o OPD competitivo, o que inclui instrumentação mais moderna, novas modalidades operacionais, e a identificação de nichos a serem explorados no futuro. O LNA considera imprescindível a forte participação de toda a comunidade de usuários nessa discussão sobre o futuro do OPD. O Observatório Gemini vai entrar em uma nova fase da sua existência: O atual contrato entre os parceiros vence no final de 2012. É previsto que se faça uma emenda ao contrato, com vigência até 2015, prorrogando, desta forma, o contrato atual, sendo que os sócios desde já começam a negociar um novo Workshop .................... 01 VI SNCT .................... 03 contrato, que poderá ser bem diferente do contrato atual, para os anos após 2015. Um fato complicador nesse contexto é a alta probabilidade (ainda falta uma decisão formal) do Reino Unido sair do consórcio já em 2012. Nessa situação a comunidade astronômica brasileira precisa discutir o seu papel no Gemini após 2012 e após 2015. O Telescópio SOAR ainda se encontra na fase de aprimoramento. Medidas para melhorar o desempenho do telescópio encontram-se em andamento. Com as recentes melhorias do desempenho do espectrógrafo Goodman, o início de observações rotineiras da Câmara Spartan e o comissiomento do SIFS em andamento, a primeira geração do instrumentos está se completando. Instrumentos da segunda geração, como o BTFI, o SAM e o STELES não irão demorrar para chegar ao SOAR. Vale a pena, portanto, que a comunidade astronômica brasileira busque formas para o melhor uso do SOAR. O Ministério da Ciência e Tecnologia instaurou a Comissão Especial de Astronomia - CEA para elaborar a proposta de um Plano Nacional de Astronomia PNA. Os observatórios gerenciados pelo LNA representam uma parte fundamental da infraestrutura para pesquisa astronômica no país e, portanto, deverão ser contemplados no PNA. A CEA precisa de subsídios da comunidade para inserir, no PNA, o OPD, o SOAR e o Gemini, considerando o contexto geral da astronomia brasileira. OPD Estatística .................. Formulário ................. Aluminização ............. Nêutrons .................... Câmara CCD ............ Espectrógrafo .......... 05 06 09 12 16 17 Gemini GSC ........................... 21 Longo Prazo ........... 22 SOAR Aluminização .......... 23 Calendário ............... 25 SIFS .......................... 26 CFHT Novidades ................ 30 Curtas Para promover uma discussão abrangente sobre os tópicos acima enumerados, o LNA convida a comunidade astronômica brasileira para participar de um Workshop, a ser realizado nos dias 8, 9 e 10 de março de 2010 no Hotel Orotur em Campos de Jordão, SP. No foco das deliberações estarão os aspectos operacionais, instrumentais e políticos do OPD, Gemini e SOAR. Desta forma, a maior parte da pro- gramação é composta por palestras convidadas sobre esses assuntos e mesas redondas, sendo que a ciência realizada com os observatórios terá seu lugar no Workshop na forma de algumas palestras convidadas e de paineis. Para que o Workshop possa atingir seu objetivo, é fundamental uma ampla participação da comunidade astronômica! Inscrevam-se!!!! http://www.lna.br/OSG/index.html Comitê Científico (SOC) Comitê Local (LOC) Albert Bruch LNA/MCT Albert Bruch LNA/MCT Laerte Sodré Jr. IAG/USP Alberto Ardilla LNA/MCT Beatriz L. S. Barbuy IAG/USP Bruno Vaz Castilho LNA/MCT João Evangelista Steiner IAG/USP Iranderly Fernandes LNA/MCT Marcio Maia ON/MCT Marilia J. Sartori LNA/MCT Maximiliano Faundez-Abans LNA/MCT Tania Dominici LNA/MCT Raimundo Batista UFSC Tania P. Dominici LNA/MCT Albert Bruch é Diretor do LNA E ste é o quinto ano consecutivo que o LNA organiza e executa a Semana em Itajubá em parceria com outras instituições e entidades. Neste ano, somaram-se os esforços do LNA, Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI, Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas - FACESM, Faculdade de Medicina de Itajubá, Faculdade de Enfermagem Wenceslau Braz, Prefeitura Municipal, Superintendência Regional de Ensino de Itajubá, além do apoio do Canal 20 e o patrocínio do MCT. O LNA ofereceu diversas atividades para diferentes públicos-alvo: Portas Abertas na Sede do LNA evento fechado para 450 alunos de ensino médio das escolas públicas de Itajubá e região. O LNA providenciou condução para 14 turmas pré-agendadas. A visita foi constituída de uma palestra sobre o LNA e a Astronomia, seguida de apresentação sobre a construção de um espectrógrafo com fibras ópticas e visitação a ambiente criado especialmente para exemplificar como o LNA desenvolve e executa projetos em desenvolvimento instrumental, em especial espectrógrafos com fibras ópticas. De 19 a 23/10. Figura 1 - Rogério Ottoboni explica a aluno o funcionamento de instrumento projetado e construído no Laboratório de Eletrônica do LNA Visita Especial ao OPD - assim como no ano passado, o LNA ofereceu aos alunos das redes públicas municipal e estadual que se sobressaíram na Olimpíada Brasileira de Astronomia, Astronáutica e Energia (OBA) de 2009 uma visita especial ao OPD. Os 25 estudantes e seus professores visitaram as instalações do Observatório durante a tarde de 20/10 e participaram de palestra sobre o funcionamento do mesmo e a profissão de astrônomo. Ao cair da noite, receberam lanche e, como as condições meteorológicas permitiram, observaram o céu noturno através do telescópio Zeiss de 60cm de diâmetro acompanhados do técnico Geraldo Machado/OPD. A segunda turma, que deveria fazer a visita no dia 27/10, não pode subir devido ao mau tempo; Mariângela recebeu-os na sede e ministrou, então, palestra sobre o LNA e a profissão de astrônomo, mostrou fibras ópticas e peças usinadas no LNA, discorrendo sobre espectrógrafos e telescópios. O transporte foi oferecido pelo LNA. Figura 2 - Geraldo Machado explica o funcionamento do telescópio Zeiss. Subindo no Telhado - palestras para um total de cerca de 20 leigos jovens e adultos, com distribuição de material impresso e observações do céu noturno no Observatório no Telhado (OnT), localizado no Edifício dos Laboratórios na sede do LNA em Itajubá. Foram duas palestras por noite, cujo conjunto constitui uma "Introdução à Astronomia". Teve lugar no auditório da sede do LNA. Como o céu não esteve nublado após as palestras, houve identificação das constelações, planetas e aglomerados de estrelas e o público presente recebeu instruções de como participar da 3ª. Contagem Mundial Anual de Estrelas, com o propósito de estimar o grau de poluição luminosa na região. Os palestrantes foram: Alexandre Bortoletto, Bruno Castilho de Souza, Iran Fernandes, Arturo Gutiérrez e Mariângela de Oliveira-Abans. De 20 a 22/10. Exposição “Paisagens Cósmicas”, FETTU - o LNA recebeu os direitos de expor as imagens de objetos celestes que compõem a FETTU - From Earth To The Universe. Trata-se de uma coleção de dezenas de imagens astronômicas de alta qualidade e que estão sendo exibidas em mais de 250 locais no mundo em 2009 e 2010. Mais de 60 países programaram-se para ap- Figura 3 – Foto da superfície da Lua tirada no Telescópio Meade 0,40cm resentar a FETTU. O conjunto de 20 imagens mais um banner de 5m de comprimento sobre a Evolução do Universo esteve em exposição no OPD durante o Portas Abertas e ainda percorrerá escolas públicas e particulares de Itajubá ao longo dos próximos meses. Tarde e Noite de Portas Abertas no OPD – 810 pessoas visitaram o OPD, assistiram a vídeos e apresentações, apreciaram a exposição supracitada, puderam observar Júpiter e a Lua, exibir suas fotos daquele dia para os demais visitantes através de projetor multimídia, e as crianças, como sempre, desenharam, coloriram e receberam pintura no dorso das mãos e maçãs do rosto. O LNA fechou parceria com a ONG “Centro de Tratamento Laura Saia Palombo - CTL” para a venda de alimentos e bebidas. Houve ambulância UTI, van para transporte de idosos e deficientes pessoas com crianças de colo entre o portão e o topo da montanha, além de segurança reforçada. Dia 26/09 (evento adiantado devido ao começo da estação das chuvas). Foi contratada a agência Contexto para os serviços de assessoria de comunicação e de imprensa. Foto 4 - Foto de Saturno tirada no Telescópio IAG. Fotos: Arturo Gutierrez (MCT/LNA) Paloma Paganelli Fernandes, aluna da EE Wenceslau Brás, saiu do passeio estimulada, “Aqui é lindo e dife- rente. Quem sabe, um dia, eu estude Física”, afirmou. (Bill Souza, Contexto) Mariângela de Oliveira-Abans é pesquisadora do LNA e responsável pela assessoria de comunicação social do LNA P ara o semestre de 2010A foram recebidas 41 propostas, sendo 7 projetos para o telescópio 0,6 m Boller & Chivens (IAGUSP), 1 para o telescópio 0,6 m Zeiss, e 33 para o telescópio 1,6 m Perkin-Elmer. Tabela 1- Número de noites solicitadas para cada instrumento. Das propostas apresentadas, 37 são de Astronomia Galáctica (sendo 22 para o estudo de estrelas e uma para o estudo de planetas extrasolares/anãs marrom), e 4 de Astronomia Extragaláctica Tabela 2 - Estatística do número de propostas por telescópio, bem como o fator de pressão. Max Faundez-Abans é pesquisador do LNA e Presidente da Comissão de Programas do OPD A presentamos aqui uma análise das primeiras respostas fornecidas pelos usuários do OPD através do ‘Formulário de avaliação dos dados’, instituído a partir do semestre 2008B (‘LNA em Dia’, nº 7, página 18). Como em outros observatórios, o formulário visa investigar o estado do processamento dos dados obtidos algum tempo após as observações e pode ser novamente preenchido pelo usuário sempre que este desejar comunicar a evolução de sua análise. O objetivo é obter informações para aprimorar as operações e o suporte oferecido pelo OPD, garantindo o máximo retorno científico aos projetos contemplados com tempo de observação. A resposta da comunidade ainda é baixa: para aproximadamente 34% dos projetos do semestre 2008B foi efetivado um primeiro preenchimento do formulário (11/32 projetos, sendo dois de Lon- Figura 1: Porcentagem de aproveitamento do tempo alocado para um dado projeto segundo avaliação dos pesquisadores responsáveis por cerca de 15% dos projetos executados com telescópios do OPD nos semestres 2008B e 2009A. Os projetos LP para os quais há resposta nos dois semestres (três) foram considerados neste ponto como independentes. go Período, daqui para frente LP). Para 2009A, 24.5% dos projetos foram relatados até o momento (12/49, sendo seis LP). No entanto, as informações oferecidas já demonstram ser de alto valor para a equipe do OPD. Análise das respostas A Figura 1 mostra a distribuição dos resultados para a pergunta acerca da fração de tempo de observação efetivamente aproveitada, considerando todas as noites/missões do projeto de um dado semestre. São 20 projetos no total, mas os LP para os quais havia respostas nos dois semestres foram tratados neste ponto como independentes (três projetos). Nos outros tópicos de análise do formulário, apenas as respostas mais recentes dos projetos LP anteriores a 2009A foram consideradas. Os usuários também são questionados sobre o estado atual do processamento dos dados. Consideramos daqui para frente 17 projetos, visto que em três casos não foi possível obter qualquer observação. Entre eles: - 35.3% (seis projetos) relatam que a preparação da comunicação dos resultados, em forma de artigo arbitrado, já está em andamento; - Para 17.6% os dados relevantes já foram extraídos das observações e estão em análise; - 23.5 % relatam que a redução dos dados está em andamento; - Para 17.6% dos projetos os dados não foram processados, mas a qualidade das observações foi verificada de algum modo; - 5.8 % (um projeto) indica que o tratamento dos dados (por exemplo, descontos de bias e flat field) foi iniciado. Em relação às expectativas dos usuários com a qualidade dos dados que seriam obtidos, 64.7% (11 projetos) relatam que os dados alcançam as expectativas. Para 17.6% eles superam as expectativas. Os três projetos restantes comunicam que os dados não alcançam as expectativas; que ainda não foi possível avaliar e que as medidas foram insuficientes para essa avaliação. Apesar da fração de tempo aproveitada, ilustrada na Figura 1 e superior a 50% apenas em cerca da metade dos casos, os usuários apontam para perspectivas positivas de publicação. Entre os pesquisadores principais dos 17 projetos: - 58.8% (10 projetos) afirmam que os dados obtidos resultarão em artigo para revistas arbitradas; - 5.9% dizem que os dados obtidos resultarão em dissertação de Mestrado e comunicação através de Boletim da SAB; - Para 11.8% ainda é incerto se com os dados obtidos será possível produzir uma publicação; - 23.5% afirmam que serão necessárias mais observações para obter um conjunto de dados adequado para produzir uma publicação. É importante destacar que, apesar de estarem sendo tratados aqui da mesma maneira, os projetos LP possuem características distintas e podem, por exem- plo, necessitar de alguns anos de observação para gerar uma única publicação. Em relação ao envolvimento de estudantes, 10 projetos (58.8%) não são relacionados a nenhuma tese ou dissertação. Seis projetos (35.3%) são relacionados aos trabalhos de três estudantes, dois de mestrado e um de doutorado. Para um projeto, o item referente à resposta dessa pergunta foi deixado em branco. O formulário não questiona a respeito do envolvimento de estudantes de graduação. O formulário também solicita ao pesquisador responsável pelo projeto uma análise crítica de sua estratégia observacional e escolha da instrumentação/configuração. Com isso pretendemos identificar se a equipe do OPD pode oferecer um auxílio adicional nesses pontos. No entanto, para a maioria dos projetos (88.2%) os pesquisadores consideram que a estratégia observacional por eles elaborada e adotada otimizou a obtenção dos resultados. Entre os comentários e fatores que afetaram a obtenção de resultados é citada a cúpula do telescópio B&C que, durante os semestres em análise, tinha que ser posicionada e movimentada para acompanhamento do telescópio manualmente através da manete. Comunicamos que a cúpula já se encontra automatizada, exceto pela trapeira. A cúpula do 1.60 m apresenta problemas raros e isolados que afetou apenas um projeto entre os relatados. O controle de foco do telescópio B&C também gerou comentários. Durante os próximos meses, o sistema de foco deverá ser substituído por aquele já implantado no telescópio PE 1.60 m. A disponibilidade de detectores CCD é o ponto crítico da operação do OPD atualmente. Ainda assim, 82.4% dos pesquisadores relataram como ‘bom’ esse item. As respostas parecem não refletir os problemas frequentes que efetivamente tem sido enfrentados durante as operações, como a perda de vácuo e condensação em alguns dos CCDs. Os comentários específicos de alguns usuários foram em relação à integração do CCD S800, o primeiro a chegar dentro da política de renovação dos detectores (‘LNA em Dia’, nº 6, página 7). Esse equipamento está sendo utilizado em modo de ‘risco compartilhado’, pois o seu comissionamento não está completo. O programa de aquisição original é de aplicação geral e apresenta várias inadequações para a observação astronômica. A equipe do OPD trabalha em soluções paliativas para que o S800 possa ser utilizado adequadamente enquanto um novo sistema de aquisição está em estudo/desenvolvimento. Para todos os projetos, a assistência noturna foi considerada boa. A configuração inicial dos instrumentos e apontamento dos telescópios também não comprometeu a qualidade dos dados (registra-se um caso de instalação inicial de instrumento diferente do solicitado entre os projetos relatados). Algumas observações específicas foram feitas em relação aos programas de aquisição e controle, porém ambos os sistemas passam por profunda reformulação. Tânia Dominici é pesquisadora do LNA e Rodrigo Prates Campos é Analista em Ciência e Tecnologia e Coordenador do OPD Considerações finais A análise aqui apresentada pode estar distorcida em algum ponto devido ao baixo número de projetos para os quais já recebemos retorno. Cabe à comunidade fornecer mais informações que, como descrito ao longo deste texto, são esclarecedoras e podem ajudar a orientar o suporte oferecido, concentrando esforços nos pontos que realmente estejam comprometendo a obtenção de resultados. Os formulários podem ser encontrados na página do OPD (http://www.lna.br/opd/opd.html), idealmente devem ser preenchidos pelo pesquisador responsável pelo projeto e são disponibilizados ao final de cada semestre de observação. O preenchimento não tem data limite e pode ser refeito sempre que os pesquisadores desejarem comunicar a evolução da análise do ponto de vista da qualidade e adequação científica dos dados obtidos através das observações no Observatório do Pico dos Dias. E ntre os dias 9 e 10 de setembro de 2009, foi realizada a aluminização dos espelhos do telescópio Zeiss. O primário havia sido aluminizado há um ano e o secundário não passava pelo processo desde 2007 (veja também ‘LNA em Dia’, nº 8, página 17; daqui para frente, Dominici & Campos, 2009). A Figura 1 mostra a evolução dos valores de refletividade dos espelhos com medidas realizadas entre abril de 2008 e setembro de 2009. As medidas de 9 de setembro foram feitas antes da aluminização e, aquelas de 10 de setembro, imediatamente depois. A amplitude da degradação no primário no intervalo entre aluminizações foi semelhante à observada no primário do telescópio B&C (Dominici & Campos 2009): aproximadamente 14%, 12%, 10% e 7% em 470, 530, 650 e 880 nm, respectivamente. No secundário, a degradação foi maior: 36%, 28%, 19% e 9% em 470, 530, 650 e 880 nm, respectivamente. Um modo alternativo de observar as variações de refletividade, diretamente em função do tempo, pode ser visto na Figura 2. Além do ganho em refletividade, é possível notar que a resposta espectral atípica do secundário, quando comparada aos outros telescópios (veja análise em Dominici & Campos, 2009), e que vinha sendo registrada até então, se equiparou após a aluminização. A acentuada queda de refletividade e de resposta principalmente nos comprimentos de onda menores não pode ser explicada apenas pelo intervalo maior entre as aluminizações, uma vez que a posição do secundário por si só promove uma proteção da superfície do espelho. Como já discutido em Dominici & Campos (2009), o valor do espalhamento total integrado (TIS) é uma indicação das condições gerais de limpeza do espelho. Antes da aluminização, as medi- das de TIS no primário em setembro apresentaram grandes variações entre si, com valor médio de 7.84 ± 3.71%; após a aluminização, TIS = 0.34 ± 0.03%. No secundário, TIS = 14.06 ± 0.83% antes e TIS = 0.23 ± 0.02% depois do processo. Lembramos que com TIS acima de 2%, o espelho é considerado poluído. Os espelhos do Zeiss, como os do telescópio PE 1.60 m, são limpos regularmente com CO2. A degradação comparável (no caso do primário) com o B&C 0.6 m, cujo espelho não pode ser acessado para limpezas periódicas, assim como a excessiva degradação do secundário e a resposta espectral são de difícil explicação. Os espelhos dos telescópios PE e B&C são de Cervit, vidro cerâmico de baixa expansão, enquanto que os do Zeiss são feitos de Pyrex, vidro de borosilicato. Nos dois casos, são vidros de excelente qualidade, o que é comprovado pelos altos valores de refletividade alcançados após a nova aluminização. A explicação mais plausível é que o procedimento de aluminização do Zeiss não tenha sido completamente bem sucedido tanto em 2007, para explicar a resposta espectral do secundário, quanto em 2008, buscando justificar a rápida e excessiva degradação do primário. De fato, houve o registro de alguns filetes de alumínio que não evaporaram dentro da câmara de aluminização em anos anteriores, o que pode fazer com que a camada refletora de alumínio resultante sobre o vidro não tenha a espessura adequada. Esse fato não se repetiu em 2009 para nenhum dos telescópios após a troca das resistências. Uma análise mais aprofundada será possível apenas com maior cobertura temporal das medidas de refletividade, incluindo alguns procedimentos de aluminização. A monitoria do estado das superfícies dos espelhos visa exata- mente identificar e solucionar os fatores que comprometem a sua qualidade. Figura 1- Evolução da refletividade dos espelhos primário (em cima) e secundário (em baixo) do telescópio Zeiss (0.60 m) com medidas realizadas entre abril de 2008 e setembro de 2009, quando foi realizada uma nova aluminização em ambos os espelhos. Figura 2 - Variação temporal dos valores de refletividade nos espelhos primário (em cima) e secundário (em baixo) do telescópio Zeiss As linhas pontilhadas indicam as datas das aluminizações de 2008 e 2009, sendo que o secundário não foi aluminizado em 2008. Tânia Dominici e Germano Quast são pesquisadores do LNA e Rodrigo Prates Campos é Analista em Ciência e Tecnologia e Coordenador do OPD E m outubro último, o LNA ofereceu apoio a um projeto de medidas de espectro de nêutrons oriundos de interação da radiação cósmica nos constituintes atmosféricos, que está sendo realizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv), pertencente ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), como parte de um trabalho de doutoramento. O experimento foi montado no Observatório do Pico dos Dias (OPD), operado e gerenciado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (MCT/LNA). O homem ao longo de sua vida está continuamente exposto à radiação ionizante de origem artificial e natural. A radiação artificial é proveniente das aplicações médicas (raios-X, radioterapia e medicina nuclear), de reatores nucleares e outras aplicações industriais. As fontes naturais de radiação são aquelas emanadas por radioisótopos presentes na terra, água e ar desde a origem do nosso planeta e as partículas de alta energia provenientes do espaço e do sol. Estas últimas, juntamente com seus subprodutos, são chamadas de radiação cósmica (RC). A RC interage com o campo magnético e com a atmosfera terrestre e parte dela ainda atinge a superfície, irradiando todos os seres vivos continuamente. A intensidade da radiação cósmica varia com a altitude, latitude e ciclo solar, entre outros fatores. Nestas últimas décadas, com o desenvolvimento de aeronaves com teto de operação mais alto e o aumento do fluxo aéreo, o problema do controle do nível de dose de RC recebida pelos pilotos e tripulação de aeronaves e pelos equipamentos sensíveis (aviônicos), passou a ser, gradualmente, mais importante nas áreas de saúde ocupacional, proteção radiológica e segurança de vôo, motivando diversos estudos sobre esse assunto, publicados na literatura especializada internacional. Com efeito, as tripulações de aeronaves podem receber doses comparáveis às recebidas por trabalhadores na indústria nuclear, o que motivou alguns países a recomendar o controle das doses para essa categoria profissional. Do ponto de vista dos aviônicos, a miniaturização têm aumentado sua susceptibilidade à radiação, motivando empresas a estudar os efeitos da radiação cósmica nesses componentes. Dos diversos componentes da radiação cósmica (prótons, nêutrons, múons, fótons, elétrons, etc.), os nêutrons são os que mais contribuem para a dose de radiação ionizante recebida por tripulações de aeronaves e instrumentação embarcada sensível. Daí a importância de se conhecer mais completamente o espectro e fluxo dessas partículas em nossa atmosfera. As medidas, efetuadas no OPD (altitude de 1864 m), fizeram parte de um conjunto de medidas em diversas altitudes, que variaram desde o nível do mar (em Ilhabela, no litoral de SP) até cerca de 2400 m (no planalto do Itatiaia, RJ) e foram realizadas por meio de um instrumento denominado espectrômetro de esferas de Bonner (Figuras 1e 2) e de dois outros monitores de nêutrons (Figuras 3 e 4). Figura 1 – O detector de nêutrons térmicos montado em seu suporte, colocado dentro de uma barraca para proteção contra intempéries. Foto: Carlos Erli (MCT/LNA). Figura 2 – O autor, com o espectrômetro (ao fundo) e a eletrônica de aquisição instalada no Centro de Visitantes do OPD. Foto: Carlos Erli (MCT/LNA). Figura 3 – O monitor de nêutrons do tipo “Long Counter”, utilizado como instrumento de acompanhamento para normalização dos resultados. Foto: Carlos Erli (MCT/LNA). Figura 4 – Um monitor de nêutrons convencional, utilizado para “mapear” os arredores e identificar possíveis estruturas que estejam causando espalhamento. Foto: Carlos Erli (MCT/LNA). O espectrômetro de esferas de Bonner consiste, basicamente, de um detector de nêutrons térmicos (nêutrons térmicos são aqueles nêutrons em equilíbrio térmico com o meio ambiente, com energia média de 0,025 eV) que é acoplado com diferentes esferas termalizadoras intercambiáveis de polietileno, de diferentes diâmetros. A função destas esferas é reduzir a energia dos nêutrons incidentes, que pode chegar a centenas de MeV, de forma que eles possam ser captados pelo detector. Assim, a eficiência de detecção de um determinado conjunto (detector+esfera) é otimizada para uma determinada faixa de energia e pela combinação das respostas para os vários conjuntos, podese determinar o espectro de energia dos nêutrons incidentes. Uma ilustração das eficiências de resposta para as várias esferas utilizadas é mostrada na figura 5. Na figura 6 são vistas as esferas termalizadoras. Figura 5 – Curvas de eficiência de cada esfera termalizadora (a curva indicada por 0” representa o detector sem esfera). Figura 6 – Esferas termalizadoras. Foto: Carlos Erli (MCT/LNA). As medidas foram feitas no OPD durante dois dias e os resultados passaram por um processo denominado desdobramentro (ou desconvolução), de forma a se obter o espectro aproxim- ado dos nêutrons incidentes, que pode ser visto na figura 7. A integral do espectro permite obter uma estimativa do fluxo total de nêutrons naquela determinada altitude. Figura 7 – Espectro de nêutrons incidente, obtido no OPD, após o processo de desdobramento. Embora as condições meteorológicas não tenham sido muito favoráveis, os dados coletados nesses dois dias no OPD ajudaram a compor uma parte dos resultados obtidos pelo projeto. Tais resultados não teriam sido possíveis sem a colaboração dos servidores do LNA, que se desdobraram para oferecer o maior apoio possível a este doutorando, que faz questão de ressaltar a cordialidade, o profissionalismo e o espírito de equipe reinantes no laboratório, ingredientes indispensáveis a uma instituição científica de ponta, como o LNA. Os próximos passos do estudo envolverão estender estas medidas para altitudes maiores por meio de medidas em aeronaves da FAB, bem como implantar uma metodologia melhorada para estimar a dose de radiação em vôos no território nacional. Claudio Antonio Federico é tecnologista do CTA/IEAv T écnicas diferenciais em fotometria e polarimetria são ferramentas observacionais usadas por uma parcela considerável da comunidade astronômica brasileira e estão entre as que podem manter o Observatório do Pico do Dias do LNA competitivo em escala mundial. Para que isso de fato ocorra é indispensável o aumento da eficiência através de instrumentos mais modernos e, se possível, com poucos concorrentes em outros observatórios. Nesse contexto, propomos a construção de uma câmara CCD que: (i) tenha a capacidade de realizar medidas simultâneas em várias bandas; (ii) seja rápida (tempo entre integrações menor que 1s); (iii) possa realizar polarimetria. Informações multicores são a base da astrofísica: a distribuição espectral de energia é o vínculo primário de qualquer modelo físico para um objeto. O exemplo mais simples, mas nem por isso menos importante, é a determinação das características estelares fundamentais que se baseia em estudos multibandas. Desse modo, é difícil imaginar um projeto observacional que não se torne mais abrangente com a obtenção de medidas multiespectrais. Nossa proposta é obter esses dados sem tempo de observação adicional. Isso aumentaria consideravelmente a eficiência de estudos de aglomerados aberto ou de objetos récem-descobertos em levantamentos. O mapeamento da estrutura do campo magnético em regiões de formação es- telar, quando realizado utilizando vários filtros, permite a determinação das cores e da dependência espectral da polarização das estrelas de campo. Assim, o estudo das características físicas dos grãos interestelares poderá ser realizado como um subproduto. A variabilidade temporal, por outro lado, não está presente em todos os objetos astrofísicos, mas mesmo assim é relevante em muitos contextos. Processos de transferência de matéria em sistemas binários apresentam variação em escalas de tempo tão curtas quanto segundos, como flickering e oscilações quasi-periódicas. Se a estrela que recebe matéria possui um campo magnético alto o suficiente, pode existir emissão polarizada e que também será variável em tempo. Envelopes de estrelas quentes apresentam mudanças na distribuição de matéria em escalas de horas, o que leva à variação dos parâmetros de Stokes observados. Medidas para a determinação de oscilações e pulsações estelares, como as presentes em anãs brancas, dependem também de uma resposta rápida do instrumento. Na área extragaláctica, a estrutura das ejeções relativísticas em blazares pode ser estudada pela variabilidade em escalas de minutos da emissão de origem nãotérmica. Variabilidade rápida também é observada no sistema solar em eventos como ocultações e eclipses. Em particular, a existência e caracterização de atmosfera em planetas menores pode ser abordada com o instrumento proposto. O desenho instrumental ainda não está definido, mas alguns requisitos não podem ser relaxados. O campo deve possuir dimensão mínima de 5 x 5 arcmin2 para permitir fotometria diferencial usando como padrão estrelas do campo e maior eficiência nos estudos de objetos distribuídos em uma mesma região. Provavelmente, a melhor solução para separação das cores é aquela baseada na utilização de filtros dicróicos. Muitos instrumentos a utilizam, mas destacamos ULTRACAM e GROND. Os detetores devem permitir leitura rápida e podem ser buscadas soluções otimizadas para as diferentes bandas. Os interessados em acompanhar e/ou contribuir com o projeto são convidados pelos autores a entrar em contato ([email protected] ou [email protected]). Cláudia Vilega Rodrigues e Francisco J. Jablonski são astrônomos e pesquisadores do INPE Summary This white paper briefly describes a proposal for building FISP, a Fast Imaging SpectroPolarimeter for LNA. It will be a portable, multi-mode instrument, allowing for imaging, imaging polarimetry, spectroscopy or spectropolarimetry to be performed, all in the same evening and in any order. I.Introduction The purpose of this brief document is to propose an instrument that will allow LNA to augment further its capabilities. LNA will be able to offer its users a versatile apparatus that will include imaging, low and medium resolution spectroscopy and spectropolarimetry. II.Science Case A multi-mode instrument is an obvious advantage in an era where remote or robotic observations are considered more and more frequently at the observatories the Brazilian community has access to. Science with an instrument that is able to perform either imaging or low/intermediate resolution spectroscopy is reasonably self-evident. Adding polarimetric capabilities to such an instrument will be a great scientific asset for the reasons listed below. In the final section, we exemplify observing modes of the proposed instrument. Polarimetry provides insight into the physical mechanisms operating in and around the source as well as the source’s asymmetry. A particularly attractive feature of the technique is that the source does not have to be angularly resolved. In the context of circumstellar envelopes, for example, mechanisms that polarize light include Rayleigh scattering from atoms and molecules, Mie (i.e., dust) scattering and Thompson scattering by free electrons. A spherical envelope of any such scatterers produces no net polarization; an observed non-zero polarization (after a possible interstellar polarization subtraction) signals the presence of a non-spherical envelope. An important thing to note is that the polarized spectral flux carries information about the emission and absorption processes that occur in the envelope. III.Additional Science Cases Cosmology •Sampling of starlight polarization across the sky will allow for a much better knowledge and modeling of the Foreground Galactic polarization at the far-IR & sub-mm wavelengths. This correction is crucial for analyzing the observed CMB polarization from WMAP, PLANCK & CMBPol, as the Galactic polarized emission signal from dust dominates above 70 GHz. Extragalactic Astronomy •Active galactic nuclei (AGN) are variable on time scales of minutes to years. Because the shorter wavelengths are produced closer to the energy source, they are better at measuring the changes in magnetic field structure near the central engine than radio waves. •The magnetic field structure of interacting systems such as the Magellanic Clouds, (Magalhães et al. 2009) and its relation with the gas dynamics, may be determined from starlight polarization. Other resolved systems may be mapped as well. Galaxy, Interstellar and Star Formation Medium •Observations of starlight polarization in the general ISM, in conjunction with stellar parallaxes determined by GAIA or LSST, will provide an unprecedented knowledge of the general magnetic field structure of the Galaxy, down to the Local Bubble. •Mapping the magnetic field through Giant Molecular Clouds, from which most stars form, will provide understanding the connection of the field from the diffuse ISM, through the GMCs and down to the embedded dense cores from molecular line and dust emissions. Stellar Astrophysics (in the Galaxy and beyond) •Statistics and time evolution of explosive phenomena: optical polarization of GRBs and associated Optical Transients will provide insight into the explosion mechanism, its asymmetry, how such asymmetry evolves with time and its relation to photometric signatures. This is a good example of a scientific synergism between imaging, imaging polarimetry, spectroscopy and spectropolarimetry. This can be applied to SN as well. •Polarimetry of the highly non-spherical circumstellar environments of both YSOs (HAeBe, T Tau, etc.) and evolved objects (RGB, AGB, postAGB, PPN, PN, LBV, WR, B[e]) will provide a means to study of angularly resolved and unresolved envelopes. Solar System •Polarimetric observations of asteroids are the best available technique to derive the albedos, and hence the sizes and size distribution, of these objects. V.Technical aspects General Instrument Requirements Optical polarimetry requires typically relatively high precision, often much better than 0.1%. This usually means that polarimeters must avoid systematic errors and be both as efficient as possible and basically photon noise limited. An additional, important point is that the instrument should ideally allow the observers to use it also as a photometer or spectrograph only, when that is all the observing programme requires. Finally, in view of the existing mediumto-large aperture telescopes that Brazil takes part in (Gemini, SOAR, etc.) and possibile future telescopes that the community may have access to (such as the robotic telescopes being proposed or under study), the proposed equipment will have to be portable enough to be mounted, permanently or temporarily, in these other facilities should the scientific need warrant such move. Basic Instrument Design Our aim here is at wideband- and spectro-polarimetry of stellar and extended sources, combining efficiency, versatility and wavelength coverage from 3600 A to 9000 A. Our option was for an afocal system combined with a CCD; the schematic of such a system is depicted in Fig. 1. For broad band work, wide-band (eg., UBVRI) filters will be mounted on a wheel and may be employed. This wheel will also carry order sorter filters for spectroscopy. Grisms, sitting in the lower wheel, were selected as dispersing elements due to their high efficiency and straight-through character. In our case, their wheel mount will great1y add to the instrument's versatility. The grisms set has already been manufactured by Milton Roy, New York. Our final grim design is summarized in Table 1, where the last three columns reflect a 300mm f.l. collimator and a 105mm f.l. camera. They values are meant to exemplify some typical values achievable. The CCD camera may be one of the already available at LNA. In the future, use of a so-called OTA (Orthogonal Transfer Array) chip could be used for minimizing atmospheric effects. Fig. 1. Schematic of the proposed imaging spectropolarimeter. From Magalhães & Velloso (1988 The several instrument modes of the proposed instrument are now described: •Wide-band imager: only a broad band filter is chosen from the filter wheel to be inserted in the beam. •Slit spectrograph: a grism from the grism wheel is chosen, possibly with an order sorter filter in the filter wheel. •Slitless field spectrograph: this mode is possible with the lowest dispersion grism, which can be useful in cases such as identification of emission line ob- jects in a given field. •Wide-band polarimeter: for point sources, one of the rotatable waveplates is inserted just before the telescope focal plane, together with the calcite block and one of the broad band filters. For extended objects, a focal plane mask, consisting of a series of parallel slots, with be used to avoid overlapping of the two polarized images of the object. •Spectropolarimeter: a grism is inserted instead of the broad band filter. Table 1. Grism set for the imaging spectropolarimeter VI.Final Considerations The versatility and efficiency of the instrument will allow not only users with distinct projects to use it but also distinct techniques to be easily applied to the same object(s) during the same observing night. A few such examples follow: •Field spectroscopy of an X- or -ray selected field, with grism B500 (or R300) plus a narrow filter isolating Hα, could grant the observer an opportunity of selecting a target; then, wide-band imaging polarimetry as well as spectropolarimetry could be performed for the selected object. •An optical counterpart for a GRB could be first identified in wide-band imaging mode; spectroscopy and/or spectropolarimetry could then be performed; a similar procedure could be used for newly discovered novae or SNe. •A known stellar object can have its envelope studied through spectropolarimetry; then, wide-band imaging polarimetry of the field around the object could be performed for help with estimating the interstellar polarization contribution towards that direction. •A star cluster can be observed for imaging polarimetry in order to study the interstellar magnetic field structure towards that direction; cluster stars which present distinct polarization position angles from the cluster average can be later studied spectroscopically and/or spectropolarimetrically, as they might possess a circumstellar envelope. We welcome the community input on FISP! References Magalhães, A. M. et al. 2009, in The Magellanic System: Stars, Gas, and Galaxies, IAU Symposium, Volume 256, p. 178-183 Magalhães, A. M. & Velloso Jr., W. F. 1988, in Instrumentation for Ground-Based Optical Astronomy, Present and Future, Ed. L.B. Robinson, Springer, p.638 Antônio Mário Magalhães é professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo A presento aqui um breve resumo das principais discussões ocorridas durante a reunião do GSC de outubro de 2009. Status da Instrumentação Atual Foi feita uma revisão do status dos instrumentos atuais. O GNIRS continua com problemas e só deve estar disponível para uso geral em 2010B ou possivelmente em 2011A. O Flamingos2 possivelmente estará disponível para 2010B, assim como os novos detectores do GMOS-N. O ALTAIR continua com uma performance abaixo das expectativas, mas aparentemente as causas disso já foram identificadas. Instrumentação Futura Um dos principais objetivos do GSC para o próximo ano é definir a instrumentação futura do Gemini. Com esse propósito promovi um survey em nossa comunidade, recebendo respostas de 16 colegas de 6 instituições diferentes. Segue o resultado, de acordo com as respostas recebidas: (08) cross dispersed high resolution infrared spectrometer (10) cross dispersed high resolution optical spectrometer (06) medium resolution full wavelength (0.4 - 2.5 microns) spectrograph (01) OH suppressing imager/spectrograph (03) ground layer adaptive (GLAO) development program optics (03) near infrared imager (01) ALTAIR upgrades (05) GMOS+ (advanced optical imager/MOS) (03) Gemini Tunable Filter Aparentemente muitos colegas se ressentem da falta de espectrógrafos de alta resolução. Curiosamente um survey na comunidade americana levou a um resultado muito semelhante para os instrumentos "mais desejados". A lista final dos novos instrumentos para o Gemini só vai ser decidida no final do ano que vem. Para propiciar uma maior discussão dentro de nossa comunidade, o LNA deve organizar um workshop sobre instrumentação em março do próximo ano. Produtividade Brasileira da Comunidade A comunidade brasileira continua tendo um desempenho acima da média na publicação de resultados com o Gemini: embora tendo 2.5% do tempo de telescópio respondemos por 4% das publicações. A novidade desta vez é que também em impacto estamos acima da média. Usando uma métrica definida pela razão entre o número de citações de um artigo e o número mediano de citações dos artigos no Astronomical Journal do mesmo ano, os artigos produzidos com tempo brasileiro tiveram impacto mediano maior que todos os parceiros, com a exceção da Austrália. Aparentemente o desempenho de nossos colegas australianos é justificado pelo grande número de joint proposals com outros países, que permite que os projetos recebam na prática maior tempo que projetos estritamente nacionais. Assim, gostaria de alertar aos colegas para os “ganhos” que podemos ter participando de projetos maiores, seja na forma das joint proposals atuais, seja na forma dos Large Programs, a serem eventualmente implementados no futuro. Implementação de projetos de longa duração O GSC discutiu e elaborou um projeto para a implementação de projetos de longa duração (Large Programs, LP) – ver mais sobre este assunto no artigo “Viabilizando Programas de Longa Duração” deste número. Laerte Sodré Jr. é professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo A tualmente, está em discussão no Gemini um sistema através do qual o Observatório possa ser mais acessível aos programas científicos de longa duração (Large Programs, LP) e sobre a forma como os processos correntes poderiam ser alterados para garantir que esses LPs sejam programados e executados eficientemente. O Gemini tem executado um número significativo de LP, ou seja, programas com tempo total de mais de 100 horas, incluindo programas com até 600 horas alocadas ao longo de vários semestres. Alguns destes programas foram identificados como LP nas propostas originais, enquanto outros foram identificados apenas através da correspondência de títulos de propostas. Contudo, em todos os casos, esses programas passaram pela avaliação de várias comissões de programas ao longo do processo para receberem o tempo total almejado. Muitos observatórios tratam as propostas de LP de forma diferente dos programas regulares. O NOAO oferece a oportunidade de realizar LP de até três anos de duração. Até 20% do tempo de observação disponível através do NOAO podem ser atribuídos a estes LPs. No ESO, um máximo de 30% do tempo de observação do VLT/VLTI pode ser atribuída aos LPs, definidos como programas que exigem um mínimo de 100 horas, distribuídos por um máximo de dois anos. Existe um consenso dentro do Gemini Science Committee (GSC) de que LP devem ser estimulados. Uma proposta, discutida pelo GSC em sua reunião de outubro de 2009, inclui definições e regras para o processo de submissão e análise de propostas, para a execução, a revisão e os produtos dos LPs. Tem como objetivo tratar os LPs de forma a evitar os inconvenientes do atual processo e torná-lo mais eficiente. Em Marília J. Sartori é Gerente Nacional do primeiro lugar, o processo de submisTelescópio Gemini são de LPs passaria a lidar diretamente com essas propostas através de um processo de análise separada e acesso a uma fração do tempo de Gemini ao longo de vários semestres. Em segundo lugar, essa proposta evitaria que a equipe tenha que apresentar proposta semestre após semestre, removendo assim a maioria das situações de risco que equipes de LPs enfrentam atualmente. Além disso, enquadram-se como LPs os programas cujos objetivos sejam viabilizar projetos científicos que exijam grande quantidade de dados, estatisticamente completos e homogêneos. O programa deve ter o potencial para um avanço significativo no seu campo e uma forte justificativa científica. O GSC recomendou ao Board a implementação de LPs a partir de 2010. A proposta é que até 15% do tempo dos telescópios seja atribuído a programas deste tipo. Cada programa poderia durar até 6 semestres, dependendo do número de parceiros que desejarem participar. Os sócios minoritários, como o Brasil, participariam apenas se quisessem. Mas a participação é recomendada (se houver interesse, claro), pois se espera que esses LP aumentem o impacto da ciência feita com esses telescópios. A implantação dos LPs e a fatia de tempo máxima a eles alocada, contudo, ainda continua em discussão no Gemini. O Board, em sua reunião de novembro de 2009, apreciou o rascunho de proposta apresentado e recomendou que fosse desenvolvido um plano coerente para LPs e demais grandes projetos (Key Projects, Campaign Programs, and instrument-based Guaranteed Time). Esse plano deve incluir metas, definições políticas e procedimentos, rascunho de chamada para propostas, bem como um projeto de calendário para as chamadas e observações. O Board gostaria de lançar tal programa coerente de grandes projetos em paralelo com o início do novo Acordo Internacional para o Observatório Gemini e, portanto, solicitou um relatório inicial até 1 de maio de 2010. C omo informado desde finais de 2008, nos meses de outubro e novembro de 2009 foi programado o fechamento do SOAR para a realização de trabalhos de engenharia. Durante esse período serão realuminizados os três espelhos do Telescópio visando incrementar a qualidade de imagem do mesmo. Desde a primeira aluminização dos espelhos em 2004, quando foram instalados no SOAR, esse procedimento não tinha sido realizado. Além disso, outras atividades de engenharia e manutenção que só podem ser realizadas com o telescópio fora de operação foram programadas. Essas atividades incluem melhorias no Software de Controle do Telescópio (TCS, do Inglês Telescope Control Software), instalação de sensores adicionais de temperatura ao redor dos três espelhos e seus suportes, instalação da caixa de suporte para o SIFS e a inclusão de furos na traseira no suporte do espelho secundário para permitir a futura instalação do Laser do SAM. Os trabalhos iniciaram com a remoção dos espelhos secundário e terciário na semana de 5 de outubro e prossegiram com sua bem sucedida aluminização na câmera do telescópio de 1.5 m do CTIO. A refletividade de M3 medida depois dessa operação foi de 92.7% em 470nm, 92.3% em 530nm, 89.9% em 650nm, e 87.1% em 880nm. Esses valores estão muito próximos da curva nominal de aluminio recém depositado. Posteriormente, o espelho primário de 4.2 m foi removido do SOAR em 15/10 e transportado até a planta de aluminização do Gemini Sul, localizada a 300 m do sítio do SOAR. O espelho primário foi lavado cuidadosamente e desprovisto da sua antiga camada de aluminio em 22 de outubro. Contudo, após uma inspecção de controle, foi observada a presença de resí- duos de aluminio que não foram removidos, forçando um segundo ciclo de limpeza um dia após, dessa vez empregrando um procedimento mais agressivo, o mesmo utilizado pelo Gemini no seus espelhos. O sucesso dessa empreitada permitiu que na manhã de 30/10, o refletor de 4.2m do SOAR fosse aluminizado, procedimento que demorou aproximadamente uma hora. Medidas de refletividade realizadas com o espelho ainda dentro da câmera mostraram valores próximos aos 90% na região do visível, isto é, dentro do intervalo esperado. Em 3 de novembro, o espelho foi levado de volta no SOAR. Todos os testes mostraram que a qualidade do alumínio novo é tão boa quanto aquela apresentada durante a primeira aluminização do espelho em 2004. A Tabela 1 apresenta os valores de refletividade para os três espelhos antes e depois da aluminização, de acordo com as informações repassadas por Steve Heathcote, Diretor Geral do LNA. Constata-se que, em média, houve um ganho em eficiência de 20% no azul e de 10% no vermelho depois do processo. A maior parte desse ganho é devido ao aumento na refletividade de M2 e M3, para os quais o aluminio antigo estava bastante deteriorado. As operações de ciência do SOAR reiniciaram-se com sucesso em 1º de dezembro de 2009. Verificou-se que o comportamento mecânico e óptico do telescópio após a remotagem do mesmo é muito similar ao apresentado antes da engenharia. A seguir, apresentam-se imagens tomadas pela equipe do SOAR durante varios momentos no processo de aluminização do espelho de 4.2 m do SOAR. Imagens adicionais podem ser encontradas em http://www.soartelescope.org/soar-engineeringshutdown.. Tabela 1. Refletividade da óptica do SOAR antes e depois da aluminização. M1, M2 e M3 correspondem aos espelhos primário, secundário e terciário, respectivamente. Os números em negrito são os comprimentos de onda, em nanômetros, onde as medidas foram realizadas. Figura 1 - Para prender a respiração!!! O espelho primário é girado 90 graus, já fora do seu suporte, enquanto se afasta do telescópio. Figura 2 - O guindaste do espelho é posicionado para tirar o espelho de 4.2 m recém aluminizado fora da câmera de aluminização. Figura 3 - De volta ao suporte, já com a nova camada de aluminio, o espelho é ligado ao seu sistema de óptica ativa. Alberto Rodríguez Ardila é pesquisador do LNA e Gerente Nacional do Telescópio SOAR O SIFS foi embarcado para o Chile no dia 30 de novembro após o término da fase de testes de aceitação. O espectrógrafo foi montado na sala de integração e testes do LNA e testado quanto à montagem mecânica, alinhamento óptico, sistema de controle e qualidade de imagem. Ainda que os testes com o detetor científico serão somente realizados em janeiro no SOAR, os testes com as fibras e uma câmara CCD de 1k x 1k pixels mostraram que a qualidade da imagem está dentro do planejado e que os blocos de fibras estão bem alinhados. O SIFS foi embalado nos dias 28 e 29 de novembro, sendo que os 1.275 kilos de equipamento (incluindo os acessóri- os para transporte e içamento do espectrógrafo) foram embalados em 7 caixas, totalizando 2,6 toneladas. A caixa da bancada mediu 2,70 x 2,7 x 1,5m. A carga foi levada para Santiago onde a equipe do CTIO realizou o desembaraço alfandegário e armazenamento. O SIFS chegou dia 9 de dezembro no SOAR, em perfeitas condições. Uma equipe do LNA viajará ao SOAR na semana do dia 14 de dezembro para realizar a verificação da integridade do instrumento e montagem optomecânica inicial. Outras duas missões de comissionamento estão previstas para janeiro (alinhamento óptico e das fibras) e março, onde deverá ocorrer a primeira luz no telescópio. Foto 1 - Bancada ótica no laboratório de integração Foto 2 - aIçamento da caixa principal do SIFS Foto 3 - Carreta preparada para o transporte Bruno Castilho é pesquisador e Coordenador do Apoio Científico do LNA Foto 4 - Parte da equipe responsável pelo SIFS Foto 5 - Carreta chegando no SOAR Foto 6 - Desembarque das caixas no SOAR Foto 7 - Caixas armazenadas no SOAR P ara quem ainda não teve a chance de visitar o novo site oficial do CFHT, uma boa surpresa: remodelado, com visual mais atraente e dinâmico, o site segue oferecendo versões em inglês: http://www.cfht.hawaii.edu/en/ e em francês: http://www.cfht.hawaii.edu/fr/. As páginas do Queued Service Observations - QSO também foram remodeladas e atualizadas: http://www.cfht.hawaii.edu/en/science/QSO/. Por outro lado, e desde o começo da vigência do contrato, o LNA mantém contato com pesquisadores e equipes responsáveis pelo site oficial e programas ligados à submissão de proposta, no sentido de sanar dúvidas dos pesquisadores brasileiros e levantar problemas com links e atualizações. Nadine Manset, astrônoma residente do CFHT e Gerente do QSO, informou que os usuários do ESPaDOnS em modo polarimétrico podem deparar-se com “cross talk” variável em escala de horas. Eis o restante de seu comunicado: “Nossos testes mais recentes com o ESPaDOnS revelam que o cross-talk aumentou entre dezembro de 2008 (2,1%) e maio de 2009 (até 4,4%), além de variar em escala de horas (medidas feitas em uma mesma noite podem apresentar diferentes níveis de cross-talk). Testes realizados extensivamente tanto em laboratório como com o céu sugerem a possibilidade do cross-talk ser gerado não apenas no tripleto de lentes, mas também no Corretor de Dispersão Atmosférica - ADC. Este crosstalk afeta apenas as observações feitas em modo polarimétrico (espectroscópico não). Além disto, o cross-talk (da polarização linear para a circular e vice-versa) afeta principalmente os alvos que apresentam tanto uma como outra. Isto significa que: 1. Os dados obtidos com ESPaDOnS em modo polarimétrico até o momento possuem uma componente cross-talk variável com o tempo (provavelmente produzida pelo ADC), 2. Todos os PIs de projetos com o ESPaDOnS devem levar esse fato em consideração ao interpretarem seus dados, 3. CFHT continua investigando a origem e possíveis formas de correção do problema de cross-talk. Em particular, CFHT possui planos de melhorar o ADC, mas isto não deverá ocorrer a tempo para o período 2009B. 4. Os PIs que tiverem dúvidas e/ou comentários sobre este cross-talk variável devem entrar em contato com a equipe do QSO imediatamente: [email protected]. Para o semestre 2010A, foram submetidos um total de 8 propostas, num total de 154 horas pedidas para apenas 52 horas disponíveis, o que resultou num fator de pressão em torno de 3. As justificativas técnicas foram analisadas primeiramente pelo pessoal do CFHT. Note-se que no semestre 2009B o fator de pressão também foi de aproximadamente 3. Os projetos que receberam tempo de telescopio estao listados em: http://www.lna.br/cfht/concedidos_2010A.html. Fig 1 - JKCS041, o aglomerado de galáxias mais distante já identificado: o CFHT ajudou na determinação da distância de 10,2 bilhões de anos-luz. A concentração de galáxias avermelhadas no centro da imagem se destaca das galáxias azuladas localizadas entre nós e o aglomerado. Cortesia de CFHT/TERAPIX/WIRDS. Veja a matéria completa em http://www.cfht.hawaii.edu/News/JKCS041/ . Mariângela de Oliveira-Abans é pesquisadora do LNA e Gerente Nacional do CFHT O GeminiFocus, boletim do Observatório Gemini, é uma publicação produzida pela equipe do observatório e apoiado por seus usuários. Para planejar o futuro desta publicação, o Gemini está solicitando o input dos leitores a fim de determinar o melhor caminho a seguir. Assim, criou uma pesquisa web-based para recolher opiniões sobre a evolução do GeminiFocus. Para participar da pesquisa e obter mais informações veja o anúncio “GeminiFocus Reader Survey” (http://www.gemini.edu/node/11350). Usuários do espectrógrafo Goodman podem consultar, a partir de 15/12/2009, o "Guia do Usuário" preparado pelo astrônomo residente Sérgio Scarano Jr. O documento apresenta dicas e cuidados básicos na hora de preparar as observações, tanto remotas quanto clássicas. O Guia será publicado no endereço: http://www.lna.br/soar/NSO/DicasGoodman.pdf Os dois meses de ciência (agosto e setembro) que anteceram o fechamento para operações de engenharia do SOAR foram particularmente terríveis por causa das más condições de tempo em Cerro Pachón. Assim, de 70 horas disponíveis para o Brasil em agosto, 43 foram perdidas por esta variável. Isto é, mais de 60% do tempo. Em setembro, a porcentagem perdida foi menor, mas ainda alta: 30% das 81 horas disponíveis não puderam ser aproveitadas. Ainda, a qualidade do céu nas horas onde foi possível observar foi abaixo da média. Dados coletados do Telescópio Gemini Sul, que compartilha o mesmo sítio que o SOAR, indicam que em novembro as condições metereológicas ainda permaneciam aquém do esperado para a época. Esperamos uma melhora apreciável em dezembro, quando o SOAR será reaberto para ciência. O Escritório Nacional do SOAR informa à Comunidade brasileira da chegada da astrônoma residente Ana Cristina Armond no SOAR, Chile, quem desde o 10 de Novembro de 2009 passou a formar parte desta seleta equipe profissional, formada também por Luciano Fraga e Sérgio Scarano Jr. Ana Cristina é doutora em astronomia pela Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, e já esteve vinculada nos anos de 2008-2009 ao Escritório Nacional do SOAR em Itajubá. Desejamos todo o sucesso merecido, tanto profissional quanto pessoal, a Ana Cristina na sua nova posição. Receita de ano novo Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. Carlos Drummond de Andrade
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