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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação Educação a Distância na PUCRS Marco Aurélio Graciotto Silva Ellen Francine Barbosa José Carlos Maldonado nº XXX RELATÓRIOS TÉCNICOS São Carlos - SP Jun./2010 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação ISSN: 0103-2569 Educação a Distância na PUCRS Marco Aurélio Graciotto Silva Ellen Francine Barbosa José Carlos Maldonado nº XXX RELATÓRIOS TÉCNICOS São Carlos - SP Jun./2010 Prefácio Este relatório técnico descreve a inserção de Educação a Distância na Pontifı́cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O trabalho foi conduzido durante missão de estudos (doutorado sanduı́che nacional) na PUCRS, durante o mês de maio de 2010, com apoio do Projeto de Cooperação Acadêmica – ICMC-USP, UEM e PUC-RS: Integrando e Aprimorando Atividades de Pesquisa, Ensino/Treinamento e Transferência Tecnológica em Teste e Validação de Software (Projeto 191/2007), do Programa PROCAD da CAPES. Durante o perı́odo da missão, foram conduzidos estudos e reuniões na Faculdade de Informática (FACIN) e na PUCRS Virtual (Coordenadoria de Educação a Distância – CEAD). Realizou-se um mapeamento da utilização de educação semipresencial e a distância na universidade e como esta se estrutura, abordando-se questões administrativas, organizacionais, de desenvolvimento e de implantação. A partir deste mapeamento, requisitos para o desenvolvimento de objetos de aprendizagem foram identificados, os quais serão empregues na definição de um processo e de um método para desenvolvimento de objetos de aprendizagem no contexto do doutorado do primeiro autor deste relatório. Agradecimentos Agradecimentos especiais: ao prof. Avelino Zorzo, que me orientou durante o estágio, facilitando o acesso ao pessoal e aos recursos da PUCRS; à profª. Lucia Giraffa, que me acolheu na PUCRS Virtual; ao Rodrigo, responsável pela produção de conteúdos audiovisuais; ao Ângelo, que trabalha com a parte técnica; às profas. Márcia Campos e Márcia Moraes, que esclareceram a utilização de educação a distância e do sistema de educação da PUCRS; ao Elder e a todos os demais membros do Laboratório de Engenharia de Sistemas da FACIN (também conhecido como Laboratório da Dell) e da PUCRS Virtual. Este trabalho também não seria possı́vel sem o auxı́lio das agências de fomento. Agradecimentos especiais à CAPES, pelo auxı́lio moradia, e ao CNPQ, pela bolsa de doutorado (Processo 142381/2009-8). i ii Sumário 1 Introdução 1.1 1 Organização do texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 PUCRS 3 5 2.1 Organização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.2 Caracterização de educação a distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.3 Planejamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2.4 Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.5 Capacitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 2.6 Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2.7 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3 PUCRS Virtual 15 3.1 Organização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3.2 Espaço fı́sico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 3.2.1 Sala de videoconferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 3.2.2 Estúdio de produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 3.2.3 Estúdio de edição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Desenvolvimento de cursos e conteúdos relacionados . . . . . . . . . . . . . . 19 3.3.1 Desenvolvimento de videoconferências . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.3.2 Desenvolvimento de vı́deo-aulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.3.2.1 Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.3.2.2 Edição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.3.3 Desenvolvimento de vı́deo de abertura de direitos autorias . . . . . . 25 3.3.4 Desenvolvimento de vinhetas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.3 iii 3.4 Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 3.4.1 Mapa de clicagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 3.4.2 Fórum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 3.5 Divulgação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 3.6 Tecnologia da informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 3.7 Atendimento ao usuário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.8 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 4 Requisitos para o processo de educação a distância 33 4.0.1 Requisitos legais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 4.0.2 Econômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4.0.3 Organizacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 4.0.4 Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 4.0.5 Tecnológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 iv Capı́tulo 1 Introdução Educação é formar a pessoa para o pleno exercı́cio de seu papel na sociedade a que pertence, em um constante ciclo de aprendizado e ensino. Embora essa necessidade seja inerente do ser humano, seus requisitos e, por seguinte, sua realização, são concretizados de formas distintas ao longo do tempo. Atualmente, o uso intenso de tecnologias de informação e comunicação configura uma sociedade conectada (globalizada), a qual instiga a formação de um novo tipo de indivı́duo: de competências múltiplas, que trabalhe em equipe, capaz de aprender e se adaptar a situações novas. Nesse cenário, a educação continuada, integrada aos locais de trabalho e às expectativas e necessidades das pessoas, é um elemento importante (Belloni 2006). Aprender a aprender colaborativamente passa a ser mais importante do que aprender a aprender sozinho, por conta própria (Azevêdo 2000). No entanto, isso não significa que a coletividade seja realizada presencialmente. Pelo contrário, a computação hoje permite a efetiva comunicação entre pessoas geográfica e temporalmente separadas, de modo que o aprendizado possa ser realizado a distância, com pessoas de diferentes competências, habilidades e realidades. Em decorrência disso, a formação inicial do indivı́duo precisa enfatizar a aquisição de habilidades de aprendizagem e interdisciplinaridade, sem negligenciar o desenvolvimento do espı́rito cientı́fico e das competências de pesquisa (Belloni 2006). A mesma conectividade que cria novos requisitos para a educação também provê os meios para atendê-los. A educação a 1 distância e aberta, disponı́vel a todos, sem requisitos de tempo, espaço e ritmo, assume um papel importante para a realização dessa formação, permitindo a educação nos momentos possı́veis ao estudante e, ao mesmo tempo, possibilitando, em tempo hábil e com qualidade, a interação com demais estudantes e personagens do processo de aprendizagem, estabelecendo redes sociais de aprendizagem. A educação a distância (EaD) é aquela em que os atores – professores e alunos – encontram-se, predominantemente, separados uns dos outros (Moran 2002). Observa-se, portanto, a flexibilização do tempo e do espaço. Quanto ao tempo, a instrução pode ocorrer a qualquer momento, no ritmo que o aprendiz preferir. Quanto ao espaço, a educação dá-se em qualquer lugar em que a instrução possa ser acessada: em casa, pela televisão digital; no caminho para o trabalho, pelo celular; em um centro de Internet comunitária ou em uma lan house, pelo computador conectado em rede. Na Pontifı́cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a educação a distância está presente em todas as esferas da instituição: no ensino de graduação e pósgraduação; nos treinamentos oferecidos interna ou externamente (para a comunidade). A universidade ainda concilia a educação de qualidade com os fatores econômicos inerentes a sua atuação (a PUCRS é uma instituição privada de ensino), contribuindo para a execução de suas atividades com eficiência. No cenário de educação a distância, destacam-se os cursos semi-presenciais e de pósgraduação lato sensu. Recentemente, a universidade adotou a polı́tica de que todos os cursos de graduação possuam até 20% de sua carga horária implementada com atividades à distância. Em um curto perı́odo de tempo, procedeu-se à reforma dos projetos pedagógicos dos cursos, à adequação dos projetos de ensino de cada disciplina e à submissão e aprovação dessas alterações. Cada unidade da instituição (as faculdades) possui autonomia quanto à implantação dessa polı́tica, podendo desde distribuir as atividades a distância entre as diversas disciplinas a até realizar uma única disciplina inteiramente a distância. A capacitação de recursos humanos, em um esforço coordenado de todas as pró-reitorias da instituição, foi (e ainda é) necessária para a bem sucedida implantação dessa polı́tica. Destaca-se, nesse tocante, a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), com sua Coordenadoria de Educação a Distância (PUCRS Virtual), responsável pelos cursos de capacitação, criados de acordo com as necessidades gerais da universidade e os requisitos especı́ficos de cada faculdade. Cabe ressaltar que, embora exista uma motivação econômica em utilizar educação a distância na PUCRS, um dos principais motivadores são as exigências do mercado (e, por consequência, dos alunos) quanto a capacitação em aprender a distância. Esse item está em consonância com o afirmado nos dois primeiros parágrafos: aprender a aprender; aquisição de habilidades de aprendizagem e interdisciplinaridade; competências múltiplas. Embora 2 elas possam ser alcançadas sem a educação a distância, esta se demonstra como um meio adequado. Além disso, o próprio mercado exige que os futuros trabalhadores sejam capazes de aprender a distância, dadas as necessidade de treinamento e de atualização constante de seus empregados, contempladas por cursos oferecidos internamente pelas empresas. A familiaridade dos alunos com cursos a distância durante a graduação permite o correto aproveitamento dos cursos de treinamento, oferecidos pelas empresas, e de pós-graduação, almejados pelos alunos antes de ingressar no mercado de trabalho). Este relatório descreve a educação a distância na PUCRS observando seus diferentes aspectos organizacionais e técnicos. A partir desses elementos, requisitos e modelos são derivados para a construção de cursos a distância, os quais serão futuramente utilizados para a construção de cursos no âmbito do trabalho de doutorado deste autor. 1.1. Organização do texto O restante deste texto organiza-se da seguinte forma. O Capı́tulo 2 faz uma apresentação geral da PUCRS e a sua abordagem quanto à educação a distância. O Capı́tulo 3 aborda a unidade da PUCRS responsável pelos cursos a distância, em especial quanto à produção, edição e disponibilização de material audiovisual. O último capı́tulo (Capı́tulo 4) apresenta os requisitos identificados durante o estudo e possı́veis trabalhos futuros. 3 4 Capı́tulo 2 PUCRS A Pontifı́cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) teve inı́cio de suas atividades em 1931, foi reconhecida como universidade em 1948 e outorgada o tı́tulo de Pontifı́cia em 1950. Ela é uma entidade privada sem fins lucrativos e mantém vı́nculo jurı́dico com sua mantenedora, a União Brasileira de Educação e Assistência (UBEA), entidade civil dos Irmãos Maristas, com sede em Porto Alegre. A PUCRS oferece 55 cursos de graduação, 60 cursos de especialização, 24 cursos de mestrado e 17 cursos de doutorado, nos quais estão matriculados aproximadamente 30 mil alunos e trabalham cerca de 1,8 mil professores e 1,6 mil funcionários1 . A PUCRS possui três campi. O principal, denominado de Campus Central, possui sede no municı́pio de Porto Alegre. Os demais são o Campus Uruguaiana, em Uruguaiana, e o Campus Viamão, na cidade de Viamão, todos localizados no Estado do Rio Grande do Sul, conforme apresentado na Capı́tulo 2. O seu alcance não se restringe às cidades em que possui presença fı́sica. Como parte da Rede Marista de Escolas, desde a década de 90 ela realiza cursos a distância, com uso da infraestrutura das demais escolas Marista. Essas primeiras ações a distância eram executadas por videoconferência com enlace de dados por satélite: cada Colégio Marista que integrava 1 Dados obtidos do sı́tio da PUCRS, no Relatório Social de 2008 e em http://www3.pucrs.br/portal/ page/portal/pucrs/Capa/AUniversidade. 5 Figura 2.1: Cidades que possuem campi da PUCRS. a rede possuı́a a estrutura para comunicação por satélite e os alunos se deslocavam para os colégios para assistir as aulas. Atualmente utiliza-se a Internet como meio de comunicação, o que permite o acesso ao curso de qualquer ambiente, removendo a restrição de local presente na solução anterior. Assim, os alunos não precisam se deslocar para Colégios Marista (como na época dos enlaces por satélites), acessando os conteúdos a partir de seus computadores pessoais. Além de ser uma solução prática para os alunos, ela apresenta uma redução de custos para universidade (pela economia do aluguel de um enlace de dados por satélite, manutenção dos equipamentos para essa comunicação em rede e o atendimento remoto, geralmente por telefone, dos alunos). A migração para a Internet também permitiu o uso de ambientes virtuais de aprendizagem. Inicialmente, o WebCT (Goldberg et al. 1996) foi o ambiente adotado. Posteriormente, migrou-se para o Moodle (Moodle 2006), que satisfazia as necessidades da universidade, além de possuir os atributos de gratuitidade e facilidade de customização (advindos do fato de ser software livre). 2.1. Organização A criação e execução de um curso a distância requer a interação entre diversas unidades da universidade, desde seus nı́veis superiores (reitorias) até as unidades que efetivamente ministração o curso (as faculdades). Para a correta compreensão da complexidade do processo, é necessária a descrição de parte da organização da PUCRS e responsabilidades atribuı́das às 6 unidades envolvidas. A universidade é organizada em 26 Faculdades, 3 Institutos de Cultura, 5 Institutos de Pesquisa, 8 Órgãos Suplementares, Biblioteca Central e 2 Unidades Acadêmicas Descentralizadas (PUCRS 2006): Faculdades: Desenvolvem pesquisas e ministram cursos de graduação, de pós-graduação, de extensão e sequenciais. Institutos: Dedicam-se à pesquisa e ao ensino de pós-graduação ou ao desenvolvimento da cultura em áreas especı́ficas. Órgãos Suplementares: Atendem necessidades especı́ficas da Universidade e oferecem suporte ao desenvolvimento das atividades institucionais. Biblioteca Central: atende à comunidade universitária nos setores de ensino, pesquisa e extensão, abrangendo todas as áreas do conhecimento e contribuindo para a sua formação técnica, cientı́fica e pessoal. Unidades Acadêmicas Descentralizadas: Vinculadas ao Campus Central, podem desenvolver atividades de ensino, de pesquisa, de extensão e de ações comunitárias. Essas unidades universitárias são subordinadas aos órgãos deliberativos e executivos, os quais são organizados em dois nı́veis: de Administração Superior (a universidade em si) e das próprias unidades universitárias. • Administração superior Deliberativo: Conselho Universitário e suas Câmaras; Conselho de Curadores. Executivo: Reitoria. • Unidade universitária Deliberativo: Colegiado. Executivo: Direção. Para fins dos cursos a distância, foco deste relatório, os órgãos mais relevantes são a Reitoria, o Conselho Universitário, suas Câmaras e o Colegiado. À Reitoria cabe, dentre outras atribuições, conferir graus e assinar diplomas relativos aos cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu e aos cursos sequenciais; e, principalmente, administrar, superintender, coordenar e fiscalizar as atividades da Instituição e representar a Universidade, em juı́zo ou fora dele. Para este fim, ela organiza-se em Pró-Reitorias: (1) de Administração e Finanças, (2) de Graduação, (3) de Pesquisa e Pós-Graduação, (4) de Extensão e (5) de Assuntos Comunitários. O Conselho Universitário define e acompanha as diretrizes da polı́tica universitária. Destacam-se as seguintes atribuições: 7 • Aprovar as polı́ticas e normas gerais do ensino, da pesquisa, da extensão e das ações comunitárias; • Aprovar a criação, supressão ou alteração de Unidades Universitárias, de cursos sequenciais, de graduação e de pós-graduação stricto sensu. As Câmaras do Conselho Universitário são três: (1) de Graduação, (2) de Pesquisa e PósGraduação, (3) de Extensão e de Ação Comunitária. Elas são presididas pelas respectivos pró-reitores. Destacam-se as seguintes atribuições das Câmaras de Graduação e de PósGraduação: • Câmara de Graduação – Aprovar as normas de ingresso dos candidatos aos cursos sequenciais e de graduação da Universidade; – Aprovar os currı́culos dos cursos sequenciais e de graduação e suas alterações, observados a legislação em vigor e os critérios de sustentação econômico-financeira; – Fixar o número de vagas dos cursos sequenciais e de graduação; – Estabelecer polı́ticas de avaliação dos cursos sequenciais e de graduação; – Emitir parecer sobre criação, suspensão e supressão de cursos sequenciais e de graduação; • Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação – Aprovar a criação, suspensão e supressão de cursos de pós-graduação; – Aprovar currı́culos, regulamentos e modificações dos cursos de pós-graduação, observados a legislação em vigor e os critérios de sustentação econômico-financeira; – Fixar o número de vagas dos cursos de pós-graduação; – Estabelecer polı́ticas de avaliação de cursos de pós-graduação, da pesquisa e da produção cientı́fica dos corpos docente e discente; Em linhas gerais, as Câmaras definem os critérios de criação e manutenção dos cursos, os currı́culos e a polı́tica de avaliação. As principais atribuições do Colegiado de cada Faculdade são: • Aprovar o horário para os cursos regulares, sendo atendidas as condições que intervenham na regularidade da frequência e na organização dos trabalhos pedagógicos e respeitadas as normas gerais da Universidade que regulem o assunto; • Apreciar as propostas dos currı́culos dos cursos da Faculdade para serem submetidas à aprovação das respectivas Câmaras; • Decidir sobre questões relativas a transferências, reingressos, reopções, adaptações, exames, trabalhos escolares e dispensa de matrı́cula por aproveitamento de crédito em disciplinas; 8 • Aprovar os programas das disciplinas vinculadas aos departamentos e cursos das Faculdades. Cada Faculdade organiza-se em Cursos e em Programas. Os Cursos e Programas congregam professores que desempenham atividades de ensino, pesquisa e extensão. Para cada Curso e Programa é designado um coordenador, o qual possui as seguintes atribuições: • Organizar, anualmente, o plano geral de trabalho e submetê-lo ao Colegiado da Faculdade; • Compatibilizar os programas das disciplinas, propiciando condições para seu desenvolvimento, integração, execução e renovação; • Apresentar ao Colegiado da Faculdade, para aprovação, o programa das diversas disciplinas que o constituem, com os respectivos requisitos; • Opinar sobre dispensa de matrı́cula em disciplinas ou aproveitamento de créditos e encaminhar parecer ao Colegiado da Faculdade; • Apreciar o planejamento das atividades correspondentes às disciplinas que o integram; • Propor a realização de cursos de extensão, assim como seminários e conferências; • Sugerir ao Diretor as providências que se tornarem necessárias para o aperfeiçoamento e a melhoria das ações acadêmicas; • Acompanhar o desenvolvimento dos professores e promover atividades de aperfeiçoamento e atualização didático-pedagógica. Os cursos com elementos à distância da PUCRS (seja totalmente a distância ou semipresenciais) são coordenados pelas Pró-Reitorias de Graduação (PROGRAD), de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) e de Extensão (PROEX). Todas elas são subordinadas à Reitoria e estão fortemente relacionadas com a Pró-Reitoria de Administração e Finanças (PROAF), a qual aprova os orçamentos estabelecidos para cada curso. As Pró-Reitorias em si não definem como serão os cursos a distância. Essa tarefa é encargo das faculdades. As Pró-Reitorias apenas assessoram as faculdades, seja pela capacitação docente, criação de grupos de trabalho, etc. Além disso, existe também a PUCRS Virtual. Ela não interfere no oferecimento de disciplinas pelas faculdades, cumprindo apenas o papel de capacitação e assessoramento dos professores. 2.2. Caracterização de educação a distância A caracterização de um curso a distância ou semipresencial da PUCRS dá-se pela existência ou não de atividade a distância. Uma atividade é dita a distância se ela é oferecida pelo ambiente de ensino (no caso da PUCRS, o Moodle) e o único meio de realizá-la é pelo 9 ambiente de ensino. Em termos práticos, o aluno não pode depender de meios presenciais para o recebimento, realização, entrega, correção e avaliação da atividade (ou seja, se a assistência ao aluno é presencial, a atividade é presencial; se a assistência é virtual, a atividade é a distância). Por exemplo: • Oferecer um vı́deo e discuti-lo em sala de aula (presencialmente) não é uma atividade a distância. • Oferecer um vı́deo e discuti-lo em um fórum no Moodle é uma atividade a distância. • Definir um trabalho, descrevê-lo na página da disciplina no Moodle, receber o trabalho pelo Moodle, mas corrigi-lo e entregar as notas apenas presencialmente não é uma atividade a distância. • Definir um trabalho, descrevê-lo na página da disciplina no Moodle, receber o trabalho pelo Moodle, disponibilizar as correções, oferecer um fórum para discutir a correção e publicar as notas eletronicamente é uma atividade a distância. Em suma, se a atividade é toda registrada eletronicamente no ambiente de ensino, ela é uma atividade a distância. 2.3. Planejamento Os cursos de extensão podem ter até 100% de suas atividades a distância. Um curso de graduação, semipresencial, pode conter até 20% de sua carga horária oferecida a distância, conforme meta estabelecida pela PUCRS. No entanto, a definição de quais disciplinas do curso conterão elementos a distância fica a encargo da faculdade a qual oferece a disciplina. Por exemplo, a faculdade pode estabelecer que duas disciplinas serão inteiramente ministradas a distância (correspondendo a 20% da carga do curso) e as disciplinas restantes serão presenciais. Uma outra possibilidade (e que é a mais utilizada em situação real) é ministrar algumas aulas de cada disciplina a distância, contabilizando 20% da carga do curso as horas-aula a distância de cada disciplina somadas. Existem algumas restrições quanto a que disciplinas podem conter horas-aula na modalidade à distância: disciplinas do nı́vel I (básico) devem ser, obrigatoriamente, presenciais. Isso não é uma imposição legal do MEC, mas uma decisão da PUCRS, de modo a abrigar o aluno na PUCRS e fazê-lo vivenciar a ideologia proposta pela universidade2 . Uma outra questão é quanto ao horário das aulas e suas atividades a distância. Em tese, uma atividade a distância não precisa ter um horário definido, ficando a cargo do aluno 2 A PUC segue a filosofia de ensino de Marcelino Champagnat, fundamentada em princı́pios de Ética e do Cristianismo e na tradição educativa Marista, que tem por Missão produzir e difundir conhecimento e promover a formação humana e profissional, orientada por critérios de qualidade e relevância, na busca de uma sociedade justa e fraterna. 10 estabelecer o seu horário de modo a cumprir a carga horária em questão. No entanto, para alguns cursos, opta-se por definir um horário fixo para as aulas, garantindo assim a alocação de tempo suficiente para que o aluno realize as atividades a distância previstas para as aulas em questão (mesmo que ele não faça efetivamente a aula a distância no horário em questão). Essa opção é especialmente útil para alunos de cursos noturnos, que trabalham durante o dia e não podem comprometer mais tempo do que aquele normalmente reservado para as aulas. No entanto, se, por um lado, a alocação de um horário fixo garante o cumprimento da carga horário, por outro ela reduz as opções de disciplinas a serem cursadas pelo aluno, dado que o sistema de controle acadêmico não permite que um aluno curse mais de uma aula em um mesmo horário. Todas essas questões, de carga horária e agendamento, são estudadas e definidas no projeto pedagógico de cada curso. Para cada curso, são definidas quais disciplinas terão atividades a distância (atividades essas quantificadas e apresentadas em horas-aula), quantas horas-aula serão alocadas para essas atividades, como serão agendadas as aulas na grade horária do curso e como serão realizadas as avaliações nessas disciplinas. Definidas as diretivas do curso, definem-se os planos de ensino de cada disciplina oferecida. Por exemplo, a disciplina de Introdução à Ciência da Computação, do Bacharelado em Computação, possui 16,67% de sua carga horária em aulas a distância. Essas horasaula são alocadas, principalmente, para atividades a distância tais como trabalhos práticos e os principais instrumentos utilizados são o fórum, email e salas de conversação (chat). Para cada atividade a distância, descreve-se os objetivos da atividade, a interação entre os atores (alunos e professores), a forma de utilização das ferramentas computacionais, e os resultados esperados. Essas informações são utilizadas para configurar o ambiente virtual de aprendizagem e para a execução da atividade propriamente dita. 2.4. Avaliação A avaliação dos alunos em uma disciplina semipresencial deve ser, conforme estabelecido pelo MEC, composta, em 51%, de avaliações presenciais. O restante pode ser tanto presencial quanto a distância. As avaliações a distância são realizadas a partir dos dados registrados no ambiente de ensino. Toda atividade é passı́vel de avaliação. No entanto, essa informação sempre deve ser claramente apresentada aos alunos, no próprio ambiente de ensino, indicando-se a forma de avaliação e o seu valor. As formas de avaliação são as mais diversas. Pode-se utilizar desde trabalhos até participações em fóruns. De fato, para cada atividade a distância, pode-se exigir do aluno 11 a presença (sem a obrigatoriedade do aluno executar alguma ação ou produzir algum resultado) ou a produção de algum produto e a participação efetiva na atividade. Cabe ao professor, de acordo com o plano de estudo apresentado no inı́cio de cada oferecimento da disciplina (plano esse que segue a ementa da disciplina, que porventura é definida no projeto pedagógico), definir as formas de avaliação. Nos cursos de graduação semipresenciais, as formas de avaliação são parecidas com as habituais dos cursos presenciais (principalmente trabalhos práticos). Para os cursos de extensão, pode-se utilizar apenas a frequência do aluno como forma de avaliação (embora outros mecanismos possam também ser utilizados, a critério de cada curso de extensão). Na PUCRS, as atividades e as formas de avaliação mais utilizadas são: Fórum: atividade no fórum (submissão de questões, leitura de mensagens postadas no forum, envio de mensagens em respostas a submissões de outras pessoas). Wiki: escrita de artigos na wiki e posterior avaliação dos textos. Tarefas: correção e avaliação da tarefa. 2.5. Capacitação A polı́tica da universidade de realizar todos os seus cursos como semipresenciais exige esforço na capacitação e atualização dos seus docentes. Embora seja uma imposição da universidade a utilização da modalidade a distância, são fornecidas as ferramentas e o suporte necessário para tal e, gradativamente, os resultados estão sendo alcançados. Os docentes são capacitados quando ao uso do ambiente de ensino e ao desenvolvimento de disciplinas semi-presenciais. A principal forma de capacitação é a participação em cursos semipresenciais ou a distância oferecidos pela PUCRS Virtual (http://www.ead.pucrs.br): Curso de Extensão em Capacitação de Professores para EaD: O curso capacita professores para atuar em cursos a distância, providenciando: a vivência de um curso a distância (já que o próprio curso de capacitação é a distância); e o estudo e reflexão sobre a modalidade de ensino a distância e seus fundamentos teóricos, práticos e metodológicos. Curso de Extensão em Moodle para Professores: O curso capacita docentes quando a utilização do ambiente de ensino Moodle e a preparação de cursos presenciais, semipresenciais e a distância nesse ambiente. Os cursos são oferecidos com frequência pela universidade e, de acordo com as necessidades expostas por cada faculdade, definem-se novos oferecimentos e horários para sua realização. 12 Cabe ainda ressaltar que um professor não pode ministrar uma disciplina com semipresencial ou a distância sem ter cursado ambos os cursos. Além disso, exige-se que o professor ministre ao menos uma disciplina presencial utilizando o Moodle, assegurando-se assim a efetiva utilização da ferramenta, evitando-se erros que possam comprometer o aprendizado pelo aluno (por exemplo, configurar erroneamente a data final de entrega de trabalhos, associar ferramentas – fóruns, por exemplo – em locais errados – distante da aula a que o fórum está relacionado, etc). Além dos cursos, também são realizados grupos de trabalhos e acompanhamento contı́nuo dos professores. O acompanhamento é realizado pela PUCRS Virtual, a qual oferece os ATEDs, pessoas capacitadas para auxiliar os docentes na configuração e uso do Moodle em suas disciplinas. Os grupos de trabalho são realizados semestralmente e contém atividades e palestras para a atualização dos professores e integração do corpo funcional da universidade. 2.6. Execução Quanto a execução das disciplinas, nas disciplinas de graduação os únicos atores são os professores e os alunos. Não existem tutores ou monitores para as disciplinas. Caso necessário, aloca-se mais de um professor para uma mesma disciplina. Nas disciplinas de pós-graduação lato sensu, essa restrição não existe. De acordo com o orçamento para cada disciplina ou curso, aloca-se professores, tutores e demais pessoas, pertencentes ou não ao corpo de funcionários da PUCRS, para o desempenho de funções no curso. 2.7. Considerações finais Embora os cursos de graduação semipresenciais da PUCRS não possuam elementos sofisticados, sendo fundamentado na utilização de aplicações de aprendizagem (principalmente de um ambiente virtual de ensino – Moodle) e sem técnicas especı́ficas para o desenvolvimento e utilização de conteúdos didáticos, a faceta de interligação das atividades a distância com toda a infraestrutura existente na Universidade demonstra-se um importante requisito. Preliminarmente, é possı́vel identificar: Interesses legais: Os cursos devem atender aos aspectos legais definidos pelo MEC e organismos estaduais de ensino (por exemplo, a porcentagem de horas-aula e de avaliações realizadas a distância; o credenciamento do curso de acordo com o regimento da Universidade e dos requisitos da Secretaria Estadual de Ensino). Interesses organizacionais: Um professor de ensino presencial não é diferenciado daquele de ensino a distância. Observa-se também que, embora um novo órgão tenha sido cri13 ado na universidade para atender as necessidades de EaD (CEAD), nas unidades da universidade, em especial às Faculdades, não foram executadas alterações em seus quadros e procedimentos (um curso a distância é regido pelos mesmos termos de um curso presencial). Interesse educacional: A necessidade da descrição e do registro precisos das atividades executadas a distância possui apelo educacional, permitindo a correta avaliação do aprendizagem do aluno. Embora seja discutı́vel se a implementação de educação a distância nesses moldes seja eficiente, é necessário observar que, ao equipará-la a educação presencial quanto aos seus mecanismos de criação e manutenção, assegura-se credibilidade aos cursos a distância, ponto o qual é afirmado como um diferencial da PUCRS. A simplicidade dos cursos a distância analisados pode ser advinda do corpo técnico restrito disponı́vel para os cursos: a unidade de educação a distância possui poucos funcionários permanentes (comparando-se com o tamanho da universidade). Por exemplo, são aproximadamente cinco ATEDs para atender todos os cursos oferecidos pela PUCRS Virtual. Em reuniões com esses assistentes, constatou-se que a carga de trabalho é elevada, não sendo possı́vel acompanhar os cursos com a frequência e a atenção desejáveis. Observa-se também que o conteúdo dos cursos é construı́do pelos professores, os quais possuem várias outras obrigações frente à instituição (cargos administrativos, condução de pesquisas). Seria necessário um grupo especı́fico de projeto instrucional para o desenvolvimento de conteúdo didático que considere requisitos navegacionais, de interação, personalização e avaliação. Nos moldes atuais, os conteúdos disponibilizados são derivados daqueles tradicionalmente utilizados no ambiente presencial, o que não é necessariamente adequado para educação a distância. 14 Capı́tulo 3 PUCRS Virtual A PUCRS Virtual tem por finalidade auxiliar a produção e a difusão de conhecimento de forma inovadora, observando orientações e critérios da pedagogia Marista, fundamentada na formação humana, orientada por critérios de qualidade e ética. Ela auxilia na capacitação, qualificação e formação de profissionais por intermédio dos seus cursos, de forma inovadora, ágil e flexı́vel, empregando recursos oriundos das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) e de ferramentas para apoiar os cursos e atividades que desenvolve para atender as demandas da Universidade e de outros usuários. 3.1. Organização A PUC-RS Virtual é uma iniciativa coordenada pela Coordenadoria de Educação a Distância (CEAD). Organizacionalmente ela é subordinada a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da PUC-RS. A equipe da PUC-RS Virtual é composta por professores, técnicos administrativos, técnicos em telecomunicações, técnicos em comunicação, técnicos em informática, auxiliares técnicos em EaD (ATED) e estagiários de diversas áreas do conhecimento: Professores: Os professores são oriundos das diversas acadêmicas da PUCRS e são cedidos 15 para as funções de gestão e condução dos trabalhos no que tange ao assessoramento de cursos e organização de cursos de capacitação docente. Técnicos: Os técnicos são contratados especificamente para a PUCRS para atender todas as demandas necessárias para a condução do trabalho de forma interdisciplinar. Estagiários: A equipe de estagiários é constituı́da por alunos de graduação da PUCRS. ATED: Responsável pela produção de material de apoio para o professor que realizará a videoaula. 3.2. Espaço fı́sico A PUC-RS Virtual é a unidade de Educação a Distância da PUC-RS. Ela está localizada no campus central da PUC-RS, em Porto Alegre. O espaço fı́sico alocado é de 2.000m2 distribuı́dos nos dois últimos andares do prédio 40 da seguinte forma: o 8º andar concentra os recursos e infraestrutura associados a parte de produção e gerenciamento dos cursos; o 9º andar contém a parte administrativa. No 8º andar estão os Técnicos em EaD (ATED) e estagiários. No 9º andar estão instalados os seguintes serviços: estúdio para gravação de áudios e vı́deos; sala de videoconferência; estúdio para edição (Núcleo de Mı́dias e Design); sala para professores assessores; sala de coordenação; sala de reuniões; secretaria; núcleo de informática; Helpclass e recepção. 3.2.1. Sala de videoconferência As videoconferências são preparadas em uma sala especı́fica para videoconferências. Ela organiza-se fisicamente da seguinte forma: • Porta de acesso à sala nos fundos. • Plataforma elevada para o professor na frente, à esquerda (de modo a permitir que todos os participantes presenciais da videoconferência consigam ver o professor). • Duas televisões no fundo da sala. As televisões transmitem os vı́deos das demais salas conectadas à videoconferência. • Uma câmara filmadora Sony EVI-D30 no fundo da sala, entre as duas televisões, cuja função é capturar o vı́deo do professor que apresenta a videoconferência. • Entre as duas televisões no fundo da sala, um relógio digital grande (que mostra as horas e a temperatura ambiente). • Entre o fundo e a frente da sala, são dispostas várias mesas e cadeiras para a plateia. Na fileira mais a frente encontra-se um microfone omnidirecional Shure ULX. • Na frente, à esquerda, existe uma plataforma elevada para o professor. Na plataforma está montada uma bancada simples, equipada com uma câmara filmadora acoplada 16 a um dispositivo fixo para mostrar livros, lâminas e itens afins. Também encontrase na mesa um microfone omnidirecional (embora o som do professor seja capturado, geralmente, com um microfone de lapela ). O fundo da plataforma elevada contém uma parede falsa de cor sólida (azul). Em tese, poderia ser utilizado chroma key, mas, nas videoconferências, tal recurso não é utilizado (de toda forma, a cor sólida é interessante, já que provê uma melhor compressibilidade do vı́deo). Ainda quanto à plataforma, está instalado um conjunto de três luminárias, de luz fria, para assegurar a luminosidade adequada para a captura do vı́deo. • Na frente, à direita, uma bancada contém mais duas televisões (que mostram as demais salas conectadas à videoconferência, tal qual as televisões no fundo da sala), uma câmara de vı́deo Sony EVI-D30 (para capturar o vı́deo da plateia), comutador de áudio e vı́deo 4S FV-401, distribuidor de áudio e vı́deo 4S DVA-10S, modems ISDN (quatro), gravador de DV Sony DSR-11, monitor para o gravador de DV, videocassete, gravador/reprodutor de DVD e, o item principal, um dispositivo para videoconferência Aethra Vega X5. Atrás dessa bancada, é instalado o computador que recebe o áudio e o vı́deo gerados pelo Vega X5 e é responsável pela codificação e transmissão do vı́deo para o servidor de publicação da videoconferência. 3.2.2. Estúdio de produção O estúdio de produção, utilizado para a gravação de vı́deos e áudios destinados às aulas, possui uma configuração semelhante à sala de videoconferência. As principais diferenças são: • Equipamento de captura Utiliza-se uma câmara de vı́deo de resolução padrão, porém de qualidade superior a utilizada na sala de videoconferência (Sony DSR-PD170 montada em um tripé Sony VCT-870RM e conectada a uma estação Sony AWS-G500. • Gravador digital de videocassete Sony DSR-11 conectado à estação Sony AWS-G500. • Microfone de lapela Shure WH-20 TQG. • Teleponto O teleponto (ou teleprompter ) é simulado com uma estrutura de plástico equipada com uma superfı́cie de projeção, sobre a qual é projetado o conteúdo a ser lido por um projetor de vı́deo LCD tradicional. O teleponto também pode ser utilizado para projetar a imagem do apresentador, da mesma forma com que ela será gravada. Assim é possı́vel realizar ajustes em posicionamento, trocas no pano de fundo, etc. • Switcher de vı́deo Ao invés do equipamento de videoconferência, é utilizado um chaveador de vı́deo Sony AnyCast AWS-G500. Ela permite não apenas alternar entre 17 as diferentes fontes de vı́deo, mas também de áudio, bem como aplicar efeitos de transição, de corte e de chroma key. • Disco rı́gido externo O vı́deo gerado pelo chaveador de vı́deo é armazenado em uma unidade de disco rı́gido externa. Ao final da gravação, o disco rı́gido é transferido para a unidade responsável pela edição. • Notebook O notebook é utilizado como uma fonte de vı́deo, fornecendo, principalmente, imagens a serem utilizadas Para substituir o pano de fundo quando na utilização do chroma key. A mesma bancada presente na sala de videoconferência também está presente na sala de videoaula, porém esta contém apenas as televisões e a câmara de vı́deo. Os demais equipamentos encontram-se em uma mesa no fundo da sala, que contém: câmara de vı́deo principal, teleponto, chaveador de vı́deo, disco rı́gido externo, monitor, unidade VT. Ao lado da mesa, encontra-se um rack com amplificadores, mesa de som e afins. A unidade fita VT possui, na videoaula, uma finalidade distinta daquela da sala de videoconferência. Ela sempre é utilizada, funcionando tanto como um backup (para o caso do disco rı́gido externo apresentar problemas), como para a revisão de partes da aula para correção imediata. Um monitor encontra-se ligado a unidade de fita DV, de forma que ela pode ser utilizada independentemente do chaveador de vı́deo. 3.2.3. Estúdio de edição O equipamento de edição são dois computadores (utilizados para edição não-linear) e duas ilhas de edição linear. As ilhas de edição linear são utilizadas como vı́deos-cassetes, não sendo utilizadas as funções de edição. O estúdio de edição possui os seguintes equipamentos: • Reprodutor digital de videocassette DV/DVCAM Sony DSR1600A;. • Gravador digital de videocassete DV/DVCAM Sony DSR1800A. • Controlador de edição Sony RM280 conectado ao Sony DSR1600A e Sony DSR1800A. Os computadores são máquinas de mesa tradicionais, apenas dotadas de uma maior capacidade de processamento e memória (mais precisamente estações de trabalho Dell Precision 490 e T3500). O principal programa utilizado para a edição não-linear dos vı́deos é o Adobe Premiere. 18 3.3. Desenvolvimento de cursos e conteúdos relacionados Para a realização de um curso, é necessário elaborar um projeto. Sua formulação depende do tipo do curso (graduação, pós-graduação ou extensão) e a unidade da universidade a qual ele está associado. O projeto do curso define o seu orçamento e os papéis envolvidos em sua realização: um gerente (coordenador), um professor responsável pelo curso, um ou mais professores que ministrarão o curso (geralmente o professor responsável também é um dos ministradores) e um ATED. Aprovado o projeto, define-se o cronograma e sua ementa. A seguir, são abertas as inscrições para o curso. Nesse instante, também são iniciadas ações para divulgação do curso (colocação de cartazes, inserção do curso na página da PUCRS Virtual). Caso o curso consiga alcançar a quantidade mı́nima de escritos necessária para custear seu funcionamento (conforme estabelecido no orçamento), é iniciada a execução do curso: preparação do ambiente virtual de aprendizagem, gravação de conteúdo audiovisual e demais materiais didáticos. Cada curso possui um orçamento e, de acordo com esse, define-se a quantidade de minutos de áudio e vı́deos que serão utilizados. A PUCRS define um custo para cada minuto de áudio e para cada minuto de vı́deo, permitindo-se assistir estipular o quanto cada um desses recursos poderá ser utilizado. Uma vez confirmada a execução do curso, agenda-se a sua gravação. O prazo máximo para a entrega de um vı́deo, após sua gravação, é de cinco dias. Assim, geralmente agenda-se as gravações com uma a duas semanas de antecedência de sua utilização em um curso. A produção de conteúdo divide-se entre conteúdos escritos (e estáticos), áudios e vı́deos. Os vı́deos são a forma mais fiel para a representação das aulas realizadas em meio presencial, capturando o professor, suas ações e falas durante a apresentação do conteúdo didático. Eles são utilizados em duas formas distintas na PUCRS: videoconferências e videoaulas. As videoconferências são vı́deos que não são processados antes de sua publicação, ou seja, elas são uma transmissão ao vivo da experiência didática. As videoaulas já possuem uma processo mais elaborado, que possui produção elaborada (com intervenções para corrigir erros de gravação, com a repetição de trechos da aula) e edição, que permite ajustar o vı́deo de acordo com o roteiro previamente definido. Todos os vı́deos são gerados com resolução padrão (SD). Os equipamentos utilizados são todos restritos à esta resolução, o que impede a migração para alta resolução (HD e FullHD). Todas as pessoas cujas imagens são incluı́das nos vı́deos devem assinar um termo de cessão de imagem. 19 3.3.1. Desenvolvimento de videoconferências Uma videoconferência é realizada a partir da sala especı́fica de videoconferência. Os vı́deos e os áudios, capturados pelo Vega X5, são capturados pelo computador responsável pela codificação. Este é responsável pelo estabelecimento de uma sessão de videoconferência (codificação do áudio e vı́deo e empacotamento no formato Windows Media). Em outra ponta, no servidor de transmissão (publishing point), é configurada a transmissão do streaming da videoconferência. Finalmente, associa-se o publishing point com a sessão, informando-se o endereço IP da máquina que mantém a sessão. Os clientes podem então acessar o endereço do publishing point e ter acesso a videoconferência. Também é possı́vel realizar a videoconferência utilizado uma conexão por telefone ISDN, agregando-se até quatro linhas (o equipamento suporta até seis linhas, mas apenas quatro linhas e modems estão disponı́veis na sala). No entanto, geralmente utiliza-se uma conexão IP ao invés do ISDN, dado que a conexão local satisfaz os requisitos do aparelho (que, para um bom funcionamento, requer 4 Mb/s de largura de banda). A execução de uma videoconferência é estruturada da seguinte forma: 1. Testar a videoconferência. Nesta etapa, é realizado um teste do equipamento, realizando-se uma conexão com o servidor de teste provido pela empresa Aethra. Esse passo exige apenas o equipamento de videoconferência (Vega X5). Pelo próprio dispositivo escolhe-se o servidor de teste da Aethra (fabricante do equipamento) e obtém-se o vı́deo e o áudio. Concluı́do com sucesso, assegura-se que o equipamento e a conexão com a rede, ao menos do lado do gerados do sinal, está funcionando adequadamente. 2. Preparar equipamentos. O equipamento de captura (codificação) de vı́deo deve ser instalado e devidamente conectado ao equipamento de videoconferência. Utiliza-se um computador normal, configurado com Windows. 3. Criar sessão. Inicia-se a captura do áudio e vı́deo gerados pelo equipamento de videoconferência no computador a ele conectado. O software utilizado para a codificação é o Windows Media Encoder. 4. Criar ponto de publicação. No servidor de streaming (um servidor Windows configurado com o Windows Media Services), define-se um ponto de publicação (publishing point). 5. Associação do ponto de publicação à sessão. No servidor de streaming, é associado o ponto de publicação à sessão de videoconferência. 20 Em tese, a transmissão poderia ser automaticamente gravada tanto pelo computador responsável pela sessão quanto pelo servidor de streaming. No entanto, a gravação, no caso da PUCRS, é realizada por um equipamento distinto, o VT, em fita DV, diretamente a partir do vı́deo e áudio gerados pelo equipamento de videoconferência. Essa gravação não é feita automaticamente, sendo necessária sua requisição antes da realização da videoconferência. Durante a videoconferência, é possı́vel utilizar microfones sem fio para capturar perguntas feitas pela plateia. A escolha dos microfones ativados é controlada pela mesa de som. Os vı́deos são capturados por câmaras Sony EVI-D30, controladas por controle remoto. 3.3.2. Desenvolvimento de vı́deo-aulas Além dos equipamentos, uma videoaula possui uma organização prévia mais estrita, guiada por um roteiro. O roteiro possui os seguintes elementos: • Pano de fundo. Imagens a serem utilizadas como pano de fundo durante a apresentação. Geralmente são utilizas imagens simples, com a identificação do conteúdo em discussão, mas é de livre escolha do professor as imagens a serem utilizadas. item Conteúdo a ser falado. Falas do professor, inclusive com a definição do momento (tempo absoluto ou relativo a outro evento) em que cada fala será feita. • Efeitos de transição. Definição dos efeitos de transição entre cada cena gravada. • Cenas Como serão as várias tomadas que vão compor a videoaula (vı́deo do professor, close de um livro, etc). 3.3.2.1. Produção A produção consiste gravação do vı́deo, conforme definido no roteiro previamente estabelecido. Ela consiste dos seguintes passos: 1. Acionamento do equipamento Os dispositivos da mesa de produção são ligados. O disco rı́gido externo é formatado, eliminando todo o conteúdo anteriormente gravado. 2. Revisão do roteiro. O apresentador revê o roteiro e verifica os itens necessários para as tomadas. 3. Preparação do apresentador. O conforto do apresentador deve ser assegurado, ajustando-se a temperatura ambiente e se provendo água para beber. A função de chroma key deve ser testada, verificando-se se a roupa do apresentador está adequada, ou seja, se a cor utilizada no chroma key não está presente na roupa do apresentador (o que causaria a substituição de parte da roupa desse pela imagem escolhida para substituir o chroma key, o que é indesejado). 21 O microfone de lapela deve ser colocado pelo apresentador, ajustando-o na roupa de forma que o fio não fique aparente. O apresentador deve ser orientado quanto a utilização do teleponto, solicitando a leitura das linhas localizadas em 2/3 da altura do teleponto, sem olhar muito para as linhas muito acima e abaixo (o que causaria movimentação indesejada dos olhos). 4. Preparação do ambiente. O posicionamento da câmara deve ser ajustado (enquadramento, foco). O conteúdo do teleponto deve ser escolhido e preparado, ajustando-se o tamanho da fonte, a cor de fundo e da letra, bem como a velocidade com que o conteúdo do teleponto será avançado. A iluminação deve ser corrigida conforme necessário. O pano de fundo (a ser utilizado no chroma key) deve ser selecionado. 5. Ajustar o áudio. Ajustar o volume do microfone do apresentador. 6. Iniciar a gravação. Principalmente no inı́cio da gravação, erros quanto a posicionamento e tiques do apresentador devem ser observados e corrigidos. 7. Durante a gravação. Sinalizar, de acordo com o roteiro ou com erros cometidos, cortes de cena (e eventuais refilmagens necessárias). A cada corte realizado na produção, é inserida uma tela de barra de cores, a qual servirá de indicação do trecho a ser editado para a equipe de edição. 8. Revisar a gravação Revisar, rapidamente, o vı́deo gravado. Ao final da produção, o equipamento é desligado. A unidade de disco rı́gido externa e a fita são levados para a sala de edição. Durante toda a produção de uma aula, uma ATED acompanha o professor. Posteriormente ele enviará instruções de como deve ser editado o vı́deo. 3.3.2.2. Edição A edição é encarregada de editar os vı́deos advindos da produção, criar vinhetas de abertura para os cursos, criar vinhetas sobre direitos autoriais, criar vinhetas de créditos e preparar materiais auxiliares a serem utilizados durante a produção. Vinheta de abertura: São criadas vinhetas de abertura para cada curso disponibilizado. Como a vinheta permanece a mesma para as diversas aulas de um mesmo curso, ela é feita em um processo separado da edição das aulas associadas. Vinheta de direitos autorais: As vinhetas de direitos autorais são criadas uma única vez e reutilizadas em todas aulas disponibilizadas. 22 Provavelmente uma nova vinheta de direitos autorais é criada a cada mudança de legislação ou de acordo com o material produzido (por exemplo, caso a aula seja oferecida com uma licença Creative commons). Vinheta de crédito: As vinhetas de crédito são criadas uma única vez e reutilizadas em todas as aulas disponibilizadas. Aparentemente elas não são alteradas a cada curso (por exemplo, para incluir o professor e a auxiliar técnica responsável), enquanto o correto seria incluir tais informações na vinheta (ao invés de informá-la apenas na abertura do conteúdo apresentado). Videoaulas: Os vı́deos das aulas são produzidos e enviados para a edição logo após sua produção. Após gravado o vı́deo, procede a sua edição. Em média, são dispendidas duas horas na edição para cada hora de produção. Durante a edição, são realizadas as seguintes atividades: 1. Recebimento e preparo de instruções de edição. 2. Edição do vı́deo. 2.1. Execução de cortes. 2.2. Execução de transições entre cortes. 2.3. Inserção de aviso sobre direitos autorais. 2.4. Inserção da vinheta. 3. Revisão do vı́deo. 3.1. Revisão das transições. 4. Exportação do vı́deo. 5. Associação do vı́deo a um ponto de publicação. As instruções de edição indicam que trechos devem ser cortados. No caso de aulas, as ATEDs enviam, após a produção, um email contendo suas observações sobre a produção, tais como: • qual aula foi gravada, • que cortes são necessárias, • que erros devem ser corrigidos. A equipe de edição mantém uma fila de trabalhos a serem editados. Apesar dos dados serem lidos essencialmente do disco rı́gido externo (proveniente da produção), as fitas são 23 utilizadas para ordenar os trabalhos a serem feito. Além disso, em um bloco de anotação, são definidos os trabalhos a serem editados, os em edição e os editados. O processo de edição inicia-se com a criação de um projeto na ferramenta de edição (no caso, o Adobe Premiere Pro CS4). Cada projeto contém um nome único, composto de uma sigla (a qual identifica o curso) e a data (formato ddmmaa). No projeto, insere-se então o vı́deo advindo da produção. O vı́deo é, sempre que possı́vel, obtido da unidade de disco externa utilizada durante a a produção. Caso algum problema ocorra com os dados desse dispositivo, são lidos os dados da fita. O vı́deo proveniente da produção é inserido em uma trilha nomeada Video1. O áudio é inserido na trilha Audio1. Caso mais trilhas de vı́deo e áudio sejam inseridas, elas são nomeadas de acordo, a partir da numeração da última trilha definida (Video2, Video3, Audio2, Audio3). Procede-se então à edição conforme as instruções das ATEDs e as observações do editor. Cabe salientar que as instruções das ATEDs possuem um foco voltado a questão pedagógico do vı́deo enquanto que o editor atenta à questão estética. Os cortes são feitos para retirar trechos que a ATED considera desnecessários ou para substituir trechos do vı́deo que possuem erros (na produção, as tomadas são repetidas até que se obtenha um resultado satisfatório e todas as tomadas permanecem gravadas, cabendo à edição escolher qual tomada será utilizada). A cada corte de vı́deo realizado deve ser inserido um efeito de transição para o vı́deo e para o áudio, de forma que fique suave a transição. O principal efeito utilizado para o som é o exponential fade. Para o vı́deo, os principais efeitos são: dip to white: Utilizado principalmente em cortes realizados no meio do vı́deo (por exemplo, para corrigir ou substituir uma tomada). dip to black: Utilizado na transição para a vinheta de créditos. cross zoom: Utilizado para cortes em que as cenas diferem muito uma da outra (por exemplo, quando a tomada anterior é de um professor e a seguinte é de um livro que o professor irá mostrar em close). cross dissolve: . Utilizado em situações similares ao do dip to white. As transições nunca contém sons importantes (falas do professor, por exemplo). Caso o vı́deo contenha apenas imagens, insere-se um som (música) de fundo. De fato, evita-se que o vı́deo contenha perı́odos de silêncio. Como último passo da edição, inserem-se as vinhetas de direitos autorais, de abertura e de créditos. Concluı́da a edição propriamente dita, todas as transições são revisadas, identificando assim eventuais erros (ausência de efeito de transição para o vı́deo ou áudio). 24 Após a edição do vı́deo, ele é exportado. A exportação consiste na geração do vı́deo de acordo com as instruções definidas no projeto. São utilizados dois formatos de exportação: 320x240 e 640x480. O primeiro é o formato disponibilizado aos alunos, o segundo é utilizado como backup. O formato de vı́deo utilizado é Windows Media (WMV). Também é exportada uma versão apenas com a áudio (em formato MP3). Nessa versão, são removidas as vinhetas de direitos autorais, de abertura e de créditos. Como o processo de exportação requer muito tempo de processamento, geralmente agenda-se a exportação de todos os vı́deos para o final do dia. Assim, durante a noite, perı́odo ocioso da equipe de edição, os vı́deos são gerados. Seguida a exportação do vı́deo, os vı́deos originais são apagados, mantendo-se apenas o projeto, os vı́deos exportados e a fita. Após exportados, é solicitada a associação do vı́deo a um ponto de publicação (processo o qual é denominado internamente de criação de links) em http://stream.pucrs.br. 3.3.3. Desenvolvimento de vı́deo de abertura de direitos autorias Um vı́deo de 10 a 15 segundos sobre os direitos autorais da obra deve ser veiculado no inı́cio do vı́deo. Este vı́deo contém os dizeres centralizados na tela, em letras brancas em fundo preto. 3.3.4. Desenvolvimento de vinhetas As vinhetas devem possuir os seguintes elementos: trilha sonora, tı́tulo do curso, logo da universidade, logo da faculdade, logo das parcerias, pano de fundo. Todos esses elementos são organizados de acordo com uma linha de tempo, cuja duração tı́pica varia de 10 a 15 segundos (embora algumas tenham até 3 segundos; na prática evita-se a criação de vinhetas longas). Assim como na produção, na edição das vinhetas são utilizados efeitos de transição entre cada tela. Por exemplo, uma vinheta tı́pica possui a seguinte estrutura: • • • • inicia com um pano de fundo, insere-se o tı́tulo do curso e alguma figura que o represente, são mostrados os logos da universidade e da faculdade, seguidos dos logos dos parceiros, a vinheta é encerrada (escurecendo a tela) Entre cada um desses elementos, é utilizado um efeito de transição (como aqueles utilizados na produção). Durante toda a vinheta, também insere-se uma música/efeito sonoro de fundo. 25 3.4. Avaliação A avaliação é realizada manualmente pelos professores, com a delegação de algumas tarefas (como, por exemplo, a criação do campa de clicagem ou a criação de um sumário de atividade em um fórum) para o ATED alocado para o curso. 3.4.1. Mapa de clicagem O mapa de “clicagem” registra a atividade do aluno no ambiente de aprendizagem. Com essa informação é possı́vel verificar se o aluno cumpriu as tarefas esperadas e acessou os conteúdos fornecidos pelo professor. Esse mecanismo, no entanto, pode ser enganado. Ele apenas registra as referências (links) acionados, não sendo possı́vel garantir que o aluno tenha realizado, efetivamente, a atividade esperada (leitura de textos, visualização de vı́deos, etc). Assim, embora ele possa ser um mecanismo útil para uma rápida e automática verificação das ações dos alunos, ele deve ser complementado por instrumentos de avaliação (tais como o fórum) que verifiquem se o aluno efetivamente conduziu a atividade esperada. 3.4.2. Fórum Um dos principais mecanismos de avaliação utilizados é o fórum. O professor, ao identificar um tópico para discussão, cria um fórum, estabelece o tópico a ser discutido como uma pergunta e e observa as atividades dos alunos quanto ao tema em discussão. Ao final, o professor resume a discussão e apresenta as conclusões. Esse é o modelo adotado nos cursos observados no PUCRS Virtual. Alguma crı́ticas a esse modelo: • O professor apenas interveem para esclarecer problemas de acesso ao conteúdo, mas não quanto ao conteúdo em si. De fato, a única intervenção significativa é ao final do fórum, quando ele resume os pontos apresentados pelos alunos. • O professor é que tece as conclusões, não os alunos. Em outras palavras, a avaliação mais rica, que é o consenso construı́do quanto ao tema em discussão, é realizada única e exclusivamente pelo professor. Uma experiência mais rica poderia ser utilizada caso o professor atua-se em momentos intermediários da discussão de um tema, seja pela apresentação de novos argumentos ou provocações quanto a argumentos já existentes. Dessa forma, o aluno seria instigado a pensar profundamente nas questões e oferecer opiniões mais trabalhadas. 26 Observa-se também que a interação dos alunos nos fóruns é muito simples: as discussões são breves, a maioria sem uma réplica ou contestação. Na verdade, são, em maioria, apenas expressões de opinião, sem preocupações de defesas de pontos de vista. 3.5. Divulgação Uma importante atividade é a divulgação dos cursos. Para isso, é necessário identificar o público alvo, as necessidades da comunidade, a rentabilidade. Também é necessário coordenar o oferecimento dos cursos (por exemplo, durante as atividades presenciais, oferecer cursos ou atividades para os filhos dos alunos). Assim, não apenas o público se sentirá mais confortável quando a participação do curso, mas como também a instituição terá uma rentabilidade maior (dada a realização de mais cursos). 3.6. Tecnologia da informação A infraestrutura computacional da PUCRS Virtual, necessária para a execução de seu ambiente virtual de aprendizagem (Moodle), consiste de dois servidores. A especificação do hardware do servidor, embora não detalhadamente descrita, é simples: não são utilizados vários discos (RAID), fontes redundantes, dentre outros elementos. Quanto as suas funções, um dos servidores atua como servidor de aplicação Web (Apache 1.x, PHP e Moodle) e o outro como servidor de banco de dados (MySQL). Além do ambiente de produção, outros dois servidores estão disponı́veis para a equipe da PUCRS Virtual: um para atividades de desenvolvimento (manutenção corretiva e evolutiva do Moodle) e outro para homologação (manutenção preventiva do Moodle, no caso para a versão 2.0 deste). Os programas de computador desenvolvidos na PUCRS Virtual restringem-se a alterações no código do Moodle, seja para corrigir erros ou para a integração dele com os sistemas administrativos da PUCRS (por exemplo, com o cadastro de alunos da universidade). O processo de desenvolvimento não é documentado, mas apresenta caracterı́sticas do processo de desenvolvimento de software livre, conforme descrito a seguir: 1. Requisitos. Os pedidos de alteração e relato de erros encontrados no Moodle, os quais são tratados como requisitos, são relatados pela coordenação da unidade, pelos professores fixos da PUCRS Virtual e pelo sistema de apoio (HelpClass). Os erros encontrados resumem-se em erros do Moodle propriamente dito e erros de utilização da ferramenta. Este último, quando aplicável, é repassado para o setor responsável (HelpClass). 27 2. Análise. Para cada requisito, verifica-se no sistema de controle de alteração do Moodle (http://tracker.moodle.org/ se não existe relato de erro ou pedido de alteração semelhante. • Caso exista, as alterações são implementadas de acordo com o descrito no relato do Moodle. • Caso não exista e seja um erro, o erro é relatado e se inicia a discussão para diagnosticar e corrigir o erro. • Caso não exista e não seja um erro (e.g., um pedido de melhoria ou nova funcionalidade), a alteração é implementada e, caso não seja uma alteração especı́fica para os sistemas da PUCRS, um relato é criado para propor a incorporação das alterações realizadas. Para as alterações as quais não foram encontrados relatos no Moodle, um arquivo descritivo dos requisitos e das alterações é criado. Este documento contém não apenas os requisitos, mas também o desenho e a implementação da solução. 3. Implementação. A solução é implementada e um arquivo de diferença (diff ou patch) é criado em relação a versão do Moodle anterior a modificação. Dessa forma, a aplicação da mesma alteração para versões posteriores do Moodle torna-se mais simples. 4. Realizadas as alterações, o código é testado no servidor de desenvolvimento. 5. Testadas as alterações, o código é incorporado no servidor de produção. Quanto ao processo atual, observaram-se algumas deficiências. Embora o volume de alterações não seja elevado (aproximadamente 30), a quantidade de requisições o é. Internamente, a equipe de desenvolvimento (de duas pessoas) utiliza o próprio Moodle (com as extensões Livro e Base de dados) para gerenciar as demandas. No entanto, essa solução não se integra a ambiente de desenvolvimento de software e nem permite o controle necessário aos requisitos e alterações. Nesse tocante, o processo está, atualmente, em processo de atualização, incorporando-se práticas de controle de versão (uso do Subversion para controlar as alterações) e de controle de alteração (adoção do Trac). No entanto, é necessário que, além da utilização das ferramentas, que mais esforço seja dispendido na submissão e integração das alterações propostas e implementadas no Moodle da PUCRS para o Moodle oficial. Foram identificados 25 relatos no sistema de controle de alteração do Moodle, dos quais: • Um foi efetivamente integrado. • Três não foram integrados. 28 • Dois foram encerrados com a resolução errada (fixed ao invés de invalid ou wontfix ou para o caso do erro ter sido corrigido na nova versão do Moodle e não ser possı́vel realizar a correção na versão anterior). • Erro foi relatado, mas nenhuma solução foi proposta. • Erro foi relatado, mas não foi possı́vel reproduzı́-lo. • Erro foi relatado e solucionado por terceiros. • Erro foi relatado incorretamente. Poucas alterações foram integradas e muitos relatos não tiveram continuidade. Observouse também que nem toda alteração, realizado localmente, é submetida para a equipe de desenvolvimento do Moodle. Por exemplo, o erro MDL-16955 (http://tracker.moodle. org/browse/MDL-16955), sobre uma deficiência de desempenho do Moodle quando operando com uma base de dados Oracle, também foi detectado na PUCRS, inclusive com a definição de uma solução. No entanto (1) a solução não foi originalmente proposta pela PUCRS e (2) uma vez proposta a solução, ela não foi discutida a ponto de ser incluı́da no código do Moodle. Constatou-se que as atividades de teste são realizadas sem critérios especı́ficos e não contempla todas as fases (considera-se apenas o teste de sistema). Embora o Moodle contenha um conjunto de casos de teste, esse não é executado a cada alteração realizada. Novos casos de teste não são implementados para cada alteração, o que dificulta a validação das alterações. Um processo mais rigoroso de teste, além de assegurar a qualidade das alterações, permitiria o atendimento de uma antiga demanda da PUCRS Virtual: a implantação de extensões (plugins) provenientes de pesquisas da própria PUCRS. Existe um receio quanto à utilização dessas extensões, tendo em vista seu desenvolvimento em caráter acadêmico e a falta de garantias quanto à qualidade do código. Não seria admissı́vel a utilização de uma aplicação que poderia comprometer todo o sistema acadêmico (o Moodle também é utilizado para todas as disciplinas de graduação – semipresenciais – da universidade). Um processo de teste e um conjunto de casos de teste associado a cada nova alteração e extensão permitiria uma avaliação adequada da qualidade do código associado. 3.7. Atendimento ao usuário Os Auxiliares Técnicos em Educação a Distância (ATED) são funcionários encarregados de auxiliar os professores e alunos da PUCRS Virtual. Seu principal foco são os professores, aos quais auxilia no preparo do curso. Quanto aos alunos, suas atividades se restringem a atender pedidos de correção, os quais são geralmente feitos pelo alunos em fóruns especı́ficos. 29 Os ATEDs podem ser fixos ou temporários. O fixos constituem a organização da PUCRS Virtual e permanecem ligados à unidade permanentemente. Os ATEDs temporários são contratados especificamente para um curso (por exemplo, caso seja prevista uma demanda elevada – muitas inscrições – para um curso, é necessária a contratação de ATEDs temporários). As principais atividades dos ATEDs são: • • • • Redigir a documentação do Moodle para os professores (Manual do Moodle). Auxiliar na condução das oficinas para capacitação docente em EAD. Modelar o ambiente do curso e das disciplinas no Moodle. Orientar o professor quanto ao material didático e outros mı́dias necessárias para o curso no Moodle. • Observar e acompanhar os fóruns e demais atividades do Moodle e relatar a atividade dos alunos e necessidade de intervenções do professor nas atividades. Todo curso apresentado no Moodle possui uma estrutura similar, contendo: • Itens apresentados no Moodle – Cronograma. – Orientações para o aluno. • Itens administrativos – Plano da disciplina. – Provas. – Perfil dos professores. – Plano de estudo. – Recursos. – Material didático. Além desses documentos, os professores também recebem um documento de orientações quando à elaboração do material didático, à gravação de vı́deo, uso de teleponto, etc. Por exemplo, para a confecção de apresentações em lâminas, os ATEDs auxiliam na escolha dos panos de fundo, figuras, posicionamento dos elementos em cada lâmina (prevendo a utilização de PIP e outros elementos necessários ao vı́deo). No Moodle, cada curso é organizado em tópicos. O primeiro tópico possui uma apresentação do curso, o plano de aula, o método de avaliação, uma apresentação dos professores e dos alunos, bem como orientações sobre a correta utilização dos elementos do curso. O segundo tópico possui fóruns para o relato de erros encontrados, para conversa livre entre os alunos, etc. Do terceiro tópico em diante, são criadas as disciplinas que compõem o curso. 30 3.8. Considerações finais O processo para desenvolvimento de conteúdo audiovisual contém diversas etapas e é permeado por detalhes em suas diversas atividades. No entanto, observa-se que o conhecimento é intrinsecamente tácito, sem a documentação de papéis e atividades a serem desempenhados. Inicialmente, a ausência de documentação não acarreta problemas ao processo. No entanto, ela impede a progressiva melhoria do processo, acrescentando-se técnicas para garantia de qualidade. Por exemplo, principalmente nas primeiras gravações, é natural que o apresentador apresente algum nervosismo e cometa erros durante a gravação. Assim, a necessidade de cortes é mais elevada. Porém, mesmo para apresentadores experientes, a necessidade desses cortes também é necessária, porém menos frequente. Uma questão na definição desses cortes é que eles são definidos de acordo com o produtor. No entanto, a decisão é tomada de forma tácita e, portanto, sujeita a erros. A qualidade do conteúdo produzido varia de acordo com o produtor e, para garantir uma qualidade consistente, apenas uma pessoa acaba encarregada de toda a produção (enquanto o setor possui dois funcionários). Embora garanta consistência, se essa pessoa abandonar a função, a PUCRS Virtual não teria subsı́dios para treinar um substituto em tempo hábil. Mesmo se a pessoa não abandone a função, pelo fato de ela ser a única efetivamente encarregada pela produção, ela pode inserir ou remover passos a critério próprio. Observouse, por exemplo, que o produtor, em uma dada oportunidade, solicitou ao grupo de edição um vı́deo que seria necessário pela produção sem passar pelos canais usuais (e sem a antecedência normalmente requerida). Embora a falha não seja do produtor nesse caso (o ATED que deveria ter providenciado o vı́deo com antecedência), a documentação do processo poderia ter evitado esse incidente, bastando que o ATED seguisse as instruções documentadas. Além da ausência de documentação, observou-se que não são adotados mecanismos para controle de qualidade. Ainda quanto a definição de cortes de cena, seria viável implementar mecanismo adicional para detectar a necessidade de eventuais cortes e nova realização de uma tomada da cena, auxiliando, dessa forma, o produtor quanto as suas decisões. Outros erros, detectados nos cursos estados, e que poderiam ser evitados, são: • Vı́deo em formato fora do padrão (480x360) e embutido na página ao invés de ser fornecido pelo servidor de vı́deos (streaming) da PUCRS. • Referências quebradas. • Erros de ortografia e gramática. • Indisponibilidade de conteúdos ou suas referências utilizados no ambiente presencial (sala de aula) no ambiente de aprendizagem. Por exemplo, o professor solicita a leitura de um artigo durante a aula presencial. Na aula “virtual”, ele disponibiliza um fórum 31 para a discussão do artigo, mas não especifica qual o artigo. Dessa forma, a atividade a distância é comprometida pela ausência de uma informação fornecida na atividade presencial. Uma outro caracterı́stica dos cursos é a falta de acessibilidade do conteúdos disponibilizados. Por exemplo, um arquivo de áudio sem a respectiva transcrição. Um desafio ainda superior é quando associam-se diferentes mı́dias, tais como um arquivo de áudio associado um conjunto de lâminas (slides): como estabelecer a associação de um trecho do áudio com uma lâmina em especı́fico? Concluindo, existem vários requisitos associados ao processo e ao produto que precisam ser observados para os cursos de educação a distância. A definição e instaciação de um processo, tal como o SP-DEM – Standard Process for Development of Educational Modules (Barbosa e Maldonado 2008), seria um primeiro passo para assegurar a qualidade da educação a distância provida pela PUCRS. 32 Capı́tulo 4 Requisitos para o processo de educação a distância Os requisitos para educação a distância podem ser definidos sob diversos pontos de vista: comunidade, aluno, professor, técnicos, instituição, governo. Para cada um desses, ainda é possı́vel estabelecer domı́nios: administrativos, econômicos, legais, tecnológicos, etc. 4.0.1. Requisitos legais O governo define, principalmente, requisitos legais para a educação a distância, almejando o estabelecimento de um patamar mı́nimo de qualidade dos cursos oferecidos e protegendo os direitos do cidadão (por exemplo, estabelecendo regras para credenciamento de instituições de ensino, autorização e reconhecimento de cursos, etc). No Brasil, os principais instrumentos legais são: leis, decretos, resoluções e portarias. Especificamente para EaD, os seguintes se aplicam: • Lei nº. 9.394 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil 1996). Estabelece os nı́veis de ensino em que a educação a distância poderá ser utilizado. Em seu artigo 32, parágrafo 4, o uso de EaD no ensino fundamental é vetado de modo geral (é apenas passı́vel de utilização para complementação e em situações emergenciais). Em seu artigo 80, estabelece-se que a educação a distância poderá ser utilizada em todos os nı́veis e modalidades de ensino e de educação continuada. 33 • Decreto nº. 5.622 (Brasil 2005). Regulamenta a educação a distância, conforme requerido pela Lei nº 9.394, artigo 80, parágrafo 3, o qual delega a regulamentação aos sistemas de ensino (MEC). O decreto estabelece a polı́tica de garantia de qualidade para a oferta de cursos e programas na modalidade a distância (Giraffa, Campos e Faria 2010). Os principais requisitos definidos pelo decreto são: – Obrigatoriedade de momentos presenciais na educação a distância: avaliação, estágios obrigatórios, defesa de trabalhos de conclusão de curso, atividades de laboratório de ensino. – Paridade entre cursos nas modalidades presenciais e a distância quanto ao conteúdo e duração. – Critérios para credenciamento de instituições para educação a distância (dentre eles, a infraestrutura de suporte aos alunos, estabelecimento de pólos de educação a distância e bibliotecas, definição de projeto pedagógico que obedeça as diretrizes curriculares nacionais e provenha acessibilidade). • Resolução nº. 1 do Ministério da Educação/Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior (Brasil 2007). Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação lato sensu, em nı́vel de especialização. A resolução estabelece requisitos quanto ao corpo docente (no mı́nimo 50% com titulação de mestre ou doutor), duração mı́nima (360 horas), método de avaliação (provas e defesa de monografia ou trabalho final de curso presenciais) e informações que devem constar no certificado de conclusão. • Portaria Nº. 4.059 (Brasil 2004). Define requisitos para a oferta de disciplinas semipresenciais nos cursos de graduação: máximo de 20% de carga horária em atividades a distância; e avaliações presenciais. Os dispositivos legais envolvem toda a esfera governamental (federação, estados e municı́pios) e também institucional, definida no Estatuto e Regimento da instituição de ensino. Acrescenta-se também direitos dos alunos (como consumidor de um serviço), e dos professores e técnicos (como funcionários assalariados). 4.0.2. Econômicos As atividades de educação requerem mão-de-obra especializada, principalmente no que tange a educação propriamente dita: um professor, com titulação de doutor, requer, pelo menos, 10 anos para formação (contados após a conclusão do ensino médio). Além disso, são necessários outros funcionários para o funcionamento do estabelecimento de ensino. Apesar do estigma de que educação a distância requer menos professores do que a educação presencial, o fato é que ela exige tantos professores quanto a educação presencial. Também é necessário 34 observar que o público atendido pela educação a distância é composto por pessoas que não frequentariam aulas na modalidade presencial (por questões de tempo ou espaço) e, portanto, são cursos criados não para substituir cursos presenciais, mas para atender demandas até então ignoradas. Dessa forma, o quadro de funcionários de uma instituição que ofereça ensino a distância sofre acréscimos em relação a sua situação anterior. Além de questões de professores requeridos, também é necessário considerar o custo da infraestrutura e os funcionários necessários para mantê-la; o custo para preparação do material didático; etc. Assim, a determinação da viabilidade do oferecimento de um curso a distância deve ser apropriadamente realizada, evitando ônus à instituição de ensino. Ao contrário de uma aula presencial, na qual o professor é normalmente responsável por todo o conteúdo, na aula a distância são geralmente produzidos conteúdos audiovisuais, os quais acarretam custos de produção, edição e distribuição e que precisam ser contabilizados. 4.0.3. Organizacionais A infraestrutura tecnológica desempenha um papel essencial na educação a distância, assegurando o acesso de alunos e professores ao ambiente virtual de aprendizagem. São necessários: técnicos capacitados em caráter permanente para manter os equipamentos operantes; computadores e redes com capacidades compatı́veis com a demanda dos cursos disponı́veis; funcionários para atender os alunos e professores e para auxiliar no desenvolvimento do conteúdo didático. Especificamente para o desenvolvimento de conteúdo didático, são necessários: • • • • produtores (para a gravação de vı́deos e áudios), editores (para a edição do vı́deos e áudios), técnicos administrativos, técnicos em informática (para configurar e manter os equipamentos, e para manter os programas utilizados e integrá-los aos demais programas da instituição), • auxiliares técnicos em Educação a Distância, • professores. 4.0.4. Administrativos O atendimento dos diversos requisitos requer a coordenação da organização. O estatuto e o regimento, bem como os demais meios da universidade, definem sua forma de operação e precisam ser devidamente difundidos na comunidade para seu correto funcionamento. Sendo a Educação a Distância comum a toda a universidade, é necessário centralizar as ações para: a definição das polı́ticas de uso de tecnologias educacionais em EaD; regu- 35 lamentação; assessoramento e acompanhamento das faculdades (na elaboração do projeto pedagógico e desenvolvimento das atividades a distância); e formação docente. No caso da PUCRS, essa atividade é desempenhada pela Coordenadoria de Tecnologias Educacionais (CTE), a qual coordena suas atividades com a PUCRS Virtual (CEAD) e a Gerência de Tecnologia da Informação e Telecomunicação (GTIT). Cuidado é necessário para não duplicar os recursos utilizados para a administração dos cursos presenciais e a distância. De fato, a maioria da estrutura é comum (dado que os requisitos legais para os mesmos são comuns). 4.0.5. Tecnológicos A criação e manutenção de infraestrutura de telecomunicação e informática é essencial. Aqui cabem todos os requisitos tı́picos de Engenharia de Software e Redes de Computadores. Especial atenção deve ser dedicada à integração de sistemas (e.g., entre o ambiente virtual de aprendizagem e o sistema de controle acadêmico). 36 Referências Azevêdo 2000 AZEVêDO, W. Panorama atual da educação a distância no brasil. Conect@ - Revista on-line de Educação a Distância, n. 2, set. 2000. Disponı́vel em: http://www. revistaconecta.com/conectados/wilson_seminario.htm. Barbosa e Maldonado 2008 BARBOSA, E. F.; MALDONADO, J. C. Specialization and instantiation aspects of a standard process for developing educational modules. In: MARGARIA, T.; STEFFEN, B. (Ed.). International Symposium on Leveraging Applications of Formal Methods, Verification and Validation (ISoLA 2008). Porto Sani, Greece: Springer Berlin Heidelberg, 2008. (Communications in Computer and Information Science, v. 17), p. 503–518. Belloni 2006 BELLONI, M. L. Educação a Distância. 4. ed. [S.l.]: Autores Associados, 2006. Brasil 1996 BRASIL. Lei nº. 9394 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. Lei. Brasil 2004 BRASIL. Portaria 4.059. 2004. Portaria. Brasil 2005 BRASIL. Decreto nº. 5622. 2005. Decreto. Brasil 2007 BRASIL. Resolução CNE/CES Nº. 1 de 2007. jun. 2007. Resolução. 37 Giraffa, Campos e Faria 2010 GIRAFFA, L. M. M.; CAMPOS, M. de B.; FARIA, E. T. Capacitação docente: um movimento que se faz compromisso. In: . Porto Alegre, RS, Brazil: EDIPUCRS, 2010. cap. Ambiente Moodle: potencialidades e experiências, p. 135–146. Goldberg et al. 1996 GOLDBERG, M. et al. WebCT. 1996. Programa de computador. Moodle 2006 MOODLE, D. G. Moodle – A Free, Open Source Course Management System for Online Learning. 2006. Disponı́vel em: http://www.moodle.org. Moran 2002 MORAN, J. M. O que é educação a distância. 2002. Artigo. 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