relato de ex-aluna do ginásio do colégio estadual do paraná.
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relato de ex-aluna do ginásio do colégio estadual do paraná.
Colégio Estadual do Paraná - RELATO DE EX-ALUNA DO GINÁSIO DO COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ. Notícias Postado em: 05/03/2009 RELATO DE EX-ALUNA DO GINÁSIO DO COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ. COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ – ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL Avenida João Gualberto, 250 – Bairro Centro CEP: 80.030-000 Curitiba – Paraná Tel.: 41 3304-8926 / 41 3304-8933 E-mail: [email protected] Site: http://www.cep.pr.gov.br RELATO DE EX-ALUNA DO GINÁSIO DO COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ. Em janeiro de 1964 prestei exame de admissão para o CEP, mas infelizmente não fui classificada. Como sempre fui uma boa aluna me senti deprimida, sem entender o porquê de não ter conseguido a classificação que tanto almejava. Mas a vida continua. Fui matriculada no quinto ano do Grupo Escolar Tiradentes. Apesar de ter sido bem recebida pela direção e professores desse grupo escolar não me conformava em ter que fazer esta série e não o primeiro ano do ginásio. Fiquei somente um mês assistindo às aulas, pois nesse período concluíram-se as obras de um novo colégio, o Colégio Estadual Nilson Baptista Ribas, no Jardim Los Angeles. Lá prestei novo exame de admissão, no qual me classifiquei em primeiro lugar. Esta classificação foi importante e provei, a mim e aos meus pais, que os sacrifícios que eles faziam para me dar uma boa formação estavam sendo recompensados. O colégio era novo e bonito. A direção muito carinhosa com os alunos, mas meu sonho ainda era ser aluna do Colégio Estadual do Paraná, pois o valor de ser aluna desse colégio me abririam muitas portas futuramente. Durante todo um semestre saía de casa, na Barreirinha, de ônibus, descia na Praça Tiradentes ou na Praça Generoso Marques (antiga Prefeitura Municipal de Curitiba e depois Museu Paranaense), subia em outro ônibus para descer no Jardim Los Angeles. Lá ainda precisava atravessar uma pinguela (uma pequena ponte de madeira) e um bosque, para enfim chegar ao Colégio Estadual Nilson Baptista Ribas e isso com apenas 10 anos de idade. Mas o sonho continuava em ser aluna do CEP. Minha mãe toda semana lá estava, perguntando se algum aluno não havia desistido, para que eu conseguisse uma vaga. Ao final de junho, enfim, a professora Isolde, diretora do turno da tarde do CEP, disse para minha mãe que em agosto haveria uma possibilidade de eu me tornar aluna do colégio. Para isso tinham algumas condições: primeiramente trazer todos os meus cadernos e notas para ela ver, em seguida fui entrevistada pela mesma. Uma das perguntas foi: “O que ser aluna do CEP representa para você?” Respondi que era meu maior sonho, por saber o que ele representava para toda a comunidade. Posteriormente, como os conteúdos programáticos eram diferentes, ela exigiu que em um mês eu colocasse os cadernos em ordem com todas as matérias dadas no primeiro semestre e, finalmente, sentir minha adaptação ao regime escolar. Eu sabia que o nível de ensino do Estadual era superior a todos os outros colégios, mas este desafio eu queria enfrentar. No primeiro dia de aula a diretora me levou até a sala de aula e me apresentou aos outros colegas e professores. Em uma semana, e não em um mês, copiei toda a matéria relativa ao primeiro semestre e no final do primeiro mês, já me tornei representante de turma. Assumi meu cargo com o compromisso de zelar pelo bem social e moral, meu e de meus colegas, inclusive quando havia algum problema em sala de aula, para evitar confusões e fofocas, eu pedia ao professor, uns minutos para que as situações fossem esclarecidas naquele momento com todos juntos. Na parte educacional os professores eram perfeitos e amigos e é por isto que de cada um guardo uma lembrança carinhosa. Mademoiselle Pardesi , professora de francês, teve a gentileza de http://www.cep.pr.gov.br 30/9/2016 23:16:21 - 1 me convidar para um sábado a tarde, tomar café, com bolo de chocolate e cerejas, em sua residência. Ela sempre me dizia em francês, que eu era uma pequena pessoa, mais muito especial. Hoje penso se seria por minha garra, vontade de vencer obstáculos, por ser educada e gentil, por ser filha de um marceneiro? Não soube responder antes, como não sei ainda hoje. Outra professora de francês, foi M. de Lourdes Vitola. A professora de latim, Marta Moraes, era uma jovem e entusiasta estudante de Letras da Universidade Federal do Paraná. A professora de física era Ivete de E., professor Picanso era de Matemática, professora Sara de Álgebra, Iolanda Brandt era professora de Geometria, muito intransigente, prepotente, que me “presenteou” com a única segunda época da minha vida. Ainda bem que se ficassem 80% de alunos do CEP para segunda época, 79% eram alunos dela, um fato que, na época, me tranquilizava. Professora Nair Mello, de música, com quem aprendi todos os hinos, teoria musical, cancioneiro popular, ela era maravilhosa, tocava piano com maestria, entusiasmada, seus olhos brilhavam, enquanto cantávamos. Quantas lembranças, quantas saudades! Para terminar meu relato, eu tinha uma paixão enorme pela biblioteca, desde o mobiliário, até os livros. Eu imaginava que a bibliotecária era a pessoa mais feliz do colégio, pois vivia em meio aos livros. Na Escolinha de Artes aprendi Ikebana com uma professora oriental, sempre muito calma e tranquila, de uma docilidade enorme. Eu adorava ir até lá pois, fazer a arte de Ikebana, sempre me deu uma sensação boa e de calma, ainda mais que sempre fui extremamente agitada. O professor Eros Gradowski era o Diretor Geral do Colégio, o secretário era o Sr. Emilio que devia ser o chefe da Secretaria, e que encontrei mais tarde, também como secretário do Colégio Novo Ateneu, onde fui cursar contabilidade. Me formei no terceiro grau em Administração de Empresas. O responsável pelo material de E. Física, era o Sr. Bruno. Em cada andar ficava uma inspetora, numa mesinha com os livros de chamada. Estas lembranças relatadas surgiram quando soube que o ensino fundamental(antigo ginásio) voltou ao CEP. Que o Colégio Estadual do Paraná, traga para estes alunos de hoje lembranças, tão felizes como as que eu tenho do colégio, dos professores e de meus colegas. Em 14 de dezembro de 1967, no Auditório do CEP, aconteceu a minha formatura e lá estava eu com as lágrimas a escorrer pelo rosto, já com saudades do meu Colégio Estadual do Paraná e até hoje tenho como lema as palavras do emblema do Colégio – Para frente e para o alto. Ana Lucia Kucek [email protected] http://www.cep.pr.gov.br 30/9/2016 23:16:21 - 2