1920-2005 morreu o papa joão paulo ii

Transcrição

1920-2005 morreu o papa joão paulo ii
7 de Abril de 2005
7
ABRIL
2005
SEMANÁRIO REGIONALISTA
Ano LXXVII – N.º 3834
Director: ALBERTO GERALDES BATISTA
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º DE00552005DCN
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
1920-2005
MORREU O PAPA JOÃO PAULO II
Um Santo no Céu
que foi uma bênção de Deus
para toda a Humanidade
A notícia chegou às 20.37, (21.37
em Roma), do dia 2 de Abril. O Papa
João Paulo II morrera, sucumbindo
a dois dias e duas noites de agonia
provocada por complicações cárdio-respiratórias, febres e infecções generalizadas. Tinha 84 anos
e 26 de pontificado.
Poucos minutos passavam das
21.00 quando, no quarto do Vaticano, o cardeal espanhol Eduardo
Martinez Somalo o chamou pelo
nome de baptismo, batendo com
um martelo de prata na testa. Ao
terceiro chamamento sem resposta,
estava confirmada a morte do Papa
polaco. A notícia foi anunciada
pelo cardeal italiano Camillo Ruini
e, instantes depois, reproduzida em
sintonia pelos sinos das igrejas
espalhadas pelo mundo. Portugal
decretou três dias de luto nacional
Ditam as regras, estabelecidas em
1996 pelo próprio João Paulo II, que
a cerimónia fúnebre se realize
dentro de quatro a seis dias. As
exéquias iniciam-se no dia 8, sextafeira, às 9 horas, e prolongam-se
por nove dias consecutivos. Além
de D. José Policarpo, Cardeal
Patriarca de Lisboa, participam nos
funerais do Papa, em nome de
Portugal, o Presidente da República, Jorge Sampaio, o ministro
dos Negócios Estrangeiros, Freitas
do Amaral, Ramalho Eanes, antigo
Chefe de Estado, e José Luis
Arnaut, em representação da
Assembleia da República.
“O nosso Santo Padre
regressou à Casa do Pai”
Com estas palavras, quebradas
pelo pranto, o arcebispo Leonardo
Sandri, substituto da Secretaria de
Estado, anunciou o falecimento do
Papa.
Eram dez horas da noite no horário
local. Escutavam-no mais de 60.000
pessoas na Praça de São Pedro, no
Vaticano, que acabavam de rezar o
Rosário por João Paulo II.
Imediatamente, a multidão comovida entoou o Salve Rainha e
depois seguiu um longo aplauso.
Em seguida, o cardeal Ângelo
Sodano iniciou a oração do «De
profundis», em latim e italiano. A
maioria dos fiéis colocou-se de
joelhos, muitos deles com lágrimas
nos olhos.
Soaram os sinos da Basílica de São
Pedro a anunciar a triste notícia.
IGREJA
2 – Notícias de Beja
7 de Abril de 2005
Mundo chora o construtor da Paz
Europa
A morte de João Paulo II gerou uma
onda de reacções em todo o mundo, sublinhando o papel do Papa
como construtor da paz. O secretário-geral das Nações Unidas,
Kofi Annan, manifestou-se “profundamente contristado” com a
morte do Papa, que qualificou de
“infatigável advogado da paz”.
“Para lá do seu papel
como guia espiritual de
mil milhões de homens, mulheres e crianças, ele era um advogado infatigável da paz,
um verdadeiro pioneiro
do diálogo entre as
diversas crenças e uma
força para uma autoavaliação crítica da própria Igreja”, disse. O
presidente da Comissão Europeia, Durão
Barroso, manifestou
também a sua “profunda tristeza” pela
morte do Papa, enaltecendo o seu papel que
considerou “essencial”
na reunificação da Europa e na luta pela paz.
“João Paulo II ficará na
História como alguém
que desempenhou um
papel essencial na reunificação da Europa e
no progresso das ideias de liberdade e de
democracia no nosso
Continente. Os europeus jamais esquecerão a sua luta pela paz e
pela dignidade humana”, afirmou, em comunicado. O
Presidente norte-americano, George W. Bush, decla-rou que “o
mundo perdeu um defensor da
liberdade” com a morte de João
Paulo II. “A Igreja Católica perdeu
o seu pastor, o mundo perdeu um
defensor da liberdade humana”,
disse Bush a partir da Casa Branca,
numa breve reacção à morte de
João Paulo II. O Presidente francês,
Jacques Chirac, exprimiu a sua
“profunda emoção” pela morte do
Papa, sublinhando que “o luto
marca profundamente a França e
todos os que se reconhecem na
mensagem da Igreja Católica”.
“Tomei conhecimento com profunda emoção da morte de Sua
Santidade o Papa João Paulo II.
Pela sua coragem e determinação,
João Paulo II tocou os espíritos e
os corações abrindo as portas da
Igreja Católica às esperanças e aos
sofrimento do mundo”, declarou o
Chefe de Estado num comunicado.
Vladimir Putin, presidente da
Rússia, fala numa “figura excepcional do nosso tempo” e considera o Papa “um homem sábio e
responsável, aberto ao diálogo”.
O Governo israelita expressou
também as suas condolências pela
morte, esta noite, de João Paulo II,
que considerou um verdadeiro
amigo do judaísmo e de Israel. “O
Papa será recordado como um
verdadeiro amigo do judaísmo e do
Estado de Israel, em cujo
pontificado se estabeleceram as
relações diplomáticas entre os dois
Estados”, afirmou o ministro do
Interior israelita, Ofir Pines,
responsável dos Assuntos Religiosos no executivo israelita. Lech
Walesa, ex-presidente da Polónia e
um dos grandes amigos do Papa
polaco, reagiu lembrando que João
Paulo II “falou ao mundo através
da sua doença e através do seu
sofrimento”. As autoridades de
Roma decretaram três dias de luto
nacional pela morte de João Paulo
II. Também o ex-presidente da
Comissão Europeia e líder da opo-
sição italiana, Romano Prodi, manifestou o seu pesar pela morte de
João Paulo II. Em Londres, a rainha
Isabel II de Inglaterra expressou o
seu “profundo pesar” pela morte
do Papa, indicou o palácio de
Buckingham em comunicado. O
Primeiro-ministro britânico, Tony
Blair, declarou que o mundo perdeu
na pessoa de João Paulo II um
chefe religioso que era “venerado
pelos povos de todas as confissões e também por todos os nãocrentes”. Por sua vez, a presidente
irlandesa, Mary McAleese, prestou
hoje homenagem ao Papa, pedindo
simultaneamente que se “celebre”
a sua vida “extraordinária”. O
Primeiro-ministro irlandês, Bertie
Ahern, elogiou a figura de João
Paulo II, sublinhando que as mudanças ocorridas na Europa de
leste nas últimas décadas não
teriam sido possíveis sem ele.
Carlo Ciampi, presidente da Itália,
afirmou que o país perdeu um
grande amigo e que “choro o Papa
com todos os italianos”. Sílvio
Berlusconi, por seu lado, manifestou-se “grato pelo trabalho contra
todo e qualquer totalitarismo”. Por
sua vez, o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, saudou a memória
de João Paulo II. Foi um Papa “que
mudou o nosso mundo” e que
jogou um papel maior no estabelecimento de uma Europa pacífica,
frisou. O presidente da Croácia
considera que esta morte “é uma
perda incomensurável para todo o
mundo”.
América
O governo cubano expressou as
suas “condolências” pela morte do
Papa João Paulo II, transmitindo à
comunidade católica o seu “respeito e solidariedade”. No Panamá,
um comunicado do presidente
Martín Torrijos sublinhou a “profunda dor” sentida pela morte do
Papa, vincando o seu “papel em
defesa dos mais carenciados e o
trabalho pastoral realizado em todo
o mundo”. Nas Honduras, o presidente Ricardo Maduro
afirmou que o país “chora
a morte do missionário da
paz” e enviou ao cardeal
Óscar Andrés Rodríguez e
a todos os concidadãos
sentimentos de pesar. No
Equador, o presidente
Lúcio Gutiérrez frisou, em
comunicado, que “o mundo perdeu uma figura
histórica”, cujo “exemplo
de trabalho e integridade”
deve ser seguido por
quantos têm esperança
num “mundo com menos
pobreza, mais justiça e
paz”. Na Colômbia, numa
cerimónia em Manizales,
280 quilómetros a oeste de
Bogotá, o presidente Álvaro Uribe proclamou um
minuto de silêncio e designou o vice-presidente,
Francisco Santos, para
assistir às exéquias papais, em Roma. Na Guatemala, em nome do governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge
Briz, anunciou o “profundo sentimento de dor”
do país, que se une à
“consternação” geral sentida pela morte de João Paulo II. No
Uruguai, o presidente Tabaré Vázquez remeteu uma mensagem de
condolência ao Vaticano, dirigida ao
decano do Colégio Cardinalício,
Joseph Ratzinger. Tabaré Vázquez
recordou as visitas de João Paulo II
a Montevideo em 1987 e 1988, que
“deixaram uma marca na existência
e no sentir de todos” os uruguaios.
Na Venezuela, o presidente Hugo
Chávez vincou o seu “afecto” por
Karol Wojtyla e enalteceu a “humanidade” do Santo Padre, que deixou
“muitos ensinamentos”.
Na Argentina, o governo decretou
três dias de luto, com bandeiras a
meia haste nos edifícios públicos.
A Organização de Estados Americano (OEA), através de um comunicado do seu secretário-geral,
Luigi Einaudi, deplorou esta “perda
não só para a Igreja Católica, mas
também para quantos valorizam a
paz, a liberdade e a dignidade
humana”. O Primeiro-ministro canadiano, Paul Martin, testemunhou
também a sua “profunda tristeza”
perante a morte de João Paulo II,
que saudou como “um apóstolo da
paz”. O presidente Lula da Silva
decretou luto oficial de sete dias em
todo o Brasil pela morte do papa
João Paulo II, informou hoje o
Palácio do Planalto.
“Maior país católico do mundo,
onde convivem harmonicamente
pessoas de variadas crenças, o
Brasil sente-se compungido pela
perda de um homem que, como
poucos, influiu, de forma marcante
e positiva, no curso da História
Contemporânea”, diz o comunicado
divulgado pela Presidência do
Brasil.
Domingo III
de Páscoa
Ano A
10 de Abril de 2005
Ao reunirmo-nos no Domingo, para celebrarmos a Eucaristia, é em torno de
uma Pessoa viva que nos congregamos - Jesus Cristo ressuscitado. É Ele que
nos convoca. Celebremos festivamente esta Páscoa semanal.
I Leitura
Actos 2, 14.22-23
Esta leitura é uma passagem da primeira pregação de S. Pedro. Na longa
citação do salmo 15 o Apóstolo antevê o anúncio da Ressurreição do Senhor.
Leitura dos Actos dos Apóstolos
No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e
falou ao povo: «Homens de Israel, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, foi um
homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais, que
Deus realizou no meio de vós, por Seu intermédio, como sabeis.
Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós
destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus
ressuscitou-O, livrando-O dos laços da morte, porque não era possível que Ele
ficasse sobre o seu domínio. Diz David a Seu respeito:
‘O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei. Por
isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e até o meu corpo descansa
tranquilo. Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem
deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção. Destes-me a conhecer os caminhos
da vida, a alegria plena em vossa presença’. Irmãos, seja-me permitido falar-vos
com toda a liberdade: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo
encontra-se ainda hoje entre nõs. Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe
prometera sob juramento que um descendente do seu sangue havia de sentar-se
no seu trono, viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo, dizendo
que Ele não O abandonou na mansão dos mortos, nem a sua carne sofreu a
corrupção. Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disso todos nós somos
testemunhas. Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa
do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis».
Salmo Responsarial
Salmo 15 (16)
Refrão: Mostrai-me, Senhor, o caminho da vida.
II Leitura
1 Pedro 1, 17-21
O que S. Pedro pregou logo no dia de Pentecostes foi o mesmo que ele escreveu
depois às Igrejas. Nós somos hoje essas Igrejas de Cristo, espalhadas por todo
o mundo, mas todas radicadas na mesma fé em Cristo Jesus.
Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
Caríssimos: Se invocais como Pai Aquele que, sem acepção de pessoas, julga
cada um segundo as suas obras, vivei com temor, durante o tempo de exílio neste
mundo. Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e oiro, que
fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais, mas pelo
sangue precioso de Cristo, Cordeiro sem defeito e sem mancha, predestinado
antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por vossa causa.
Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória,
para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.
Evangelho
Lc 24, 13-35
Tal como na aparição aos discípulos de Emaús, em cada celebração eucarística
Jesus está connosco, explica-nos as Escrituras e faz-nos ver o que nelas se
refere a Ele, preside à fracção do pão, que é a Eucaristia, e nela Se nos dá a
conhecer e nos enche de alegria pascal.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Dois dos discípulos de Emaús iam a caminho duma povoação chamada Emaús,
que ficava a sessenta estádios de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o
que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e
pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O
reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre
vós pelo caminho?» Pararam entristecidos: E um deles, chamado Cléofas,
respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou
estes dias». E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a
Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo
o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram
para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem
havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de
madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que
lhes tinham aprecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Mas a Ele não o
viram».Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito
para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de
sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» Depois, começando por Moisés e
passando por todos os Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe
dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção
de ir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco,
Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou
com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a benção, partiu-o e
entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O.
Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro:
«Não nos ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho
e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém
e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com Ele, que diziam: «Na
verdade, o Senhor ressusctitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha
acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.
JOÃO PAULO II
7 de Abril de 2005
Notícias de Beja – 3
Papa Wojtyla
O Papa polaco é uma das figuras
mais marcantes da história recente,
na Igreja e no mundo, e tem atrás
de si a herança de um longo Pontificado de 26 anos e meio.
Karol Wojtyla nasceu no dia 18 de
Maio de 1920 em Wadowice, no sul
da Polónia, filho de Karol Wojtyla,
um militar do exército austrohúngaro, e Emília Kaczorowsky, uma
jovem de origem lituana.
Aos 9 anos de idade recebeu um
duro golpe, o falecimento de sua
mãe ao dar à luz a uma menina que
morreu antes de nascer. Três anos
mais tarde faleceu o seu irmão
Edmund, com 26 anos, e em 1941
morre o seu pai.
Em 1938 foi admitido na Universidade Jagieloniana, onde estudou
poesia e drama.
Durante a II Guerra Mundial (19391945) esteve numa mina em Zakrzowek, trabalhou na fábrica Solvay
e manteve uma intensa actividade
ligada ao teatro, antes de começar
clandestinamente o curso de seminarista. Durante estes anos teve
que viver oculto, junto com outros
seminaristas, que foram acolhidos
pelo Cardeal de Cracóvia.
Segundo relata o actual Pontífice,
estas experiências ajudaram-no a
conhecer de perto o cansaço físico,
assim como a simplicidade, a
sensatez e o fervor religioso dos
trabalhadores e pobres.
As marcas no seu corpo começam
a aparecer quando em Fevereiro de
1944 é atropelado por um camião
alemão e é hospitalizado.
Ordenado sacerdote em 1946, vai
completar o curso universitário no
Instituto Angelicum de Roma e
doutora- se em teologia na Universidade Católica de Lublin, onde foi
professor de ética.
A forma filosófica, que integrava os
métodos e perspectivas de fenomenologia na filosofia Tomistica, de
gerir as questões que se lhe apresentavam no dia a dia, estão relacionadas com a sua “devoção” ao
pensador Alemão Mas Scheler.
No dia 23 de Setembro de 1958 foi
consagrado Bispo Auxiliar do
administrador apostólico de Cracóvia, D. Baziak, convertendo-se no
membro mais jovem do episcopado
polaco. Participou no Concílio
Vaticano II, onde colaborou activamente, de maneira especial, nas
comissões responsáveis na elaboração da Constituição Dogmática
Lumen Gentium e a Constituição
conciliar Gaudium et Spes. Durante
estes anos o então Bispo Wojtyla
combinava a produção teológica
com um intenso labor apostólico,
especialmente com os jovens, com
os quais compartilhava tantos
momentos de reflexão e oração
como espaços de distracção e
aventura ao ar livre.
No dia 13 de Janeiro de 1964 faleceu
D. Baziak e Wojtyla sucedeu-lhe na
sede de Cracóvia como titular. Dois
anos depois, o Papa Paulo VI
converte Cracóvia em Arquidiocese.
Durante este período como Arcebispo, o futuro Papa caracterizouse pela integração dos leigos nas
tarefas pastorais, pela promoção do
apostolado juvenil e vocacional,
pela construção de templos apesar
da forte oposição do regime comunista, pela promoção humana e
formação religiosa dos operários e
também pelo estímulo ao pensamento e publicações católicas.
Representou igualmente a Polónia
em cinco sínodos internacionais de
bispos entre 1967 e 1977.
Em Maio de 1967, aos 47 anos, o
Arcebispo Wojtyla foi criado Cardeal pelo Papa Paulo VI.
Em 1978 morre o Papa Paulo VI, e é
eleito como novo Papa o Cardeal
Albino Luciani de 65 anos que
tomou o nome de João Paulo I.
O “Papa do Sorriso”, entretanto,
falece 33 dias após a sua nomeação
e no dia 16 de Outubro de 1978, o
Cardeal Karol Wojtyla é eleito como
novo Papa, o primeiro papa nãoitaliano desde 1522, ano da eleição
16 de Outubro de 1978
(Dia da eleição)
2 de Abril de 2005
(Dia do falecimento)
do holandês Adriano VI.
Tendo-se formado num contexto
diferente dos Papas anteriores,
João Paulo II viria a imprimir na
Igreja um novo dinamismo,
impondo ao mesmo tempo um
maior rigor teo-lógico e disciplinar.
Homem de luta num
mundo em mudança
O Papa que veio do Leste recebeu
uma Igreja cujo governo atravessava uma certa crise, presa na
tensão entre os avanços do Concílio e a perda de identidade
perante a modernidade. Desde o
início, João Paulo II pediu “não
tenhais medo” e fala na primeira
pessoa do singular em vez do
plural: esta afirmação de identidade
vem acompanhada de uma
experiência histórica notável,
atravessando guerras mundiais e
a vivência sob um regime comunista, que fala ao coração de
milhões de pessoas.
A enorme produção doutrinal do
Papa deve, pois, ser lida à luz da
necessidade de dar respostas
pastorais a um mundo em mudança. João Paulo II sempre foi
capaz de definir etapas mobilizadoras da Igreja e do mundo, na
busca de uma identidade forte –
visível na devoção mariana e na
formulação de um todo doutrinal –
que fosse capaz de sustentar o
diálogo com outras confissões
religiões.
A sensibilidade para as implicações na sociedade da acção da
Igreja não inviabilizou que o Pontificado tivesse dado prioridade à
acção pastoral, mesmo sem secundarizar a política. A ideia, explícita
logo desde a primeira encíclica, é
recentrar a mensagem cristã em
Jesus, que revela ao homem o seu
destino e a sua dignidade.
A “Redemptor Hominis” de João
Paulo II revela-o atento à necessidade não só do diálogo ecuménico com todas as Igrejas cristãs, mas também com todas as
religiões. Neste Pontificado há uma
grande novidade: o Papa sabe que
o mundo não se tornará completamente cristão ou católico, sabe
que é necessário viver com os
demais, sejam judeus, muçulmanos
ou ateus, e isto é radicalmente
novo na concepção da Igreja.
Esta novidade representa um ponto
fundamental deste Pontificado, a
consciência de que a experiência
católica tem de conviver com outras, e é pela qualidade desse
convívio que ela pode evangelizar.
Muitos falam de um “Papa político”, alguém que lutou aber-
tamente contra os regimes comunistas de Leste desde a sua primeira viagem à Polónia em 1979 e
contra o capitalismo reinante na
sociedade ocidental. A Igreja é
desafiada a resistir, anunciar e
mudar: os apelos do Papa em favor
do Terceiro Mundo percebem
melhor à luz destas premissas.
As profundas transformações
ocorridas na Europa no final do
segundo milénio e no início do
terceiro têm em João Paulo II um
dos principais protagonistas. No
começo do pontificado de João
Paulo II, a Europa, pelo Tratado de
IALTA, continuava dividida em
dois blocos por motivos ideológicos e geopolíticos. Começava
a surgir, à época, o Sindicato
Solidariedade, que ameaçava provocar instabilidade não só no
interior da Polónia mas também em
outros países do Leste Europeu.
O Papa apoiou e estimulou a chamada “Ostpolitik”, conduzida pelo
seu Secretário de Estado, o Cardeal
Agostinho Casaroli, e continuada
pelo seu sucessor, o Cardeal Angelo Sodano. O processo culminou,
no período do Presidente Gorbachev, em marco de 1990, com o
restabelecimento das relações
oficiais entre o Vaticano e a exUnião Soviética.
João Paulo II é um ardoroso defensor da “Grande Europa”, que se
estende do Atlântico aos Urais. A
“Grande Europa”, segundo ele,
deve respirar com os dois pulmões,
alimentar-se com a riqueza das duas
tradições: a cristã-ocidental e a
eslavo-ortodoxa.
Com o final da guerra fria, os medos
da humanidade viram-se hoje para
a guerra das civilizações, confrontos com motivações religiosas
entre o mundo árabe e o Ocidente.
O papel de João Paulo II, mesmo
aos 83 anos, voltou a ser fundamental. A campanha contra a guerra
no Iraque é o acto que simbolicamente congrega as iniciativas e
apelos de paz de João Paulo II ao
longo dos últimos 26 anos, nascidos da convicção de que o
respeito pelos direitos humanos é
o único caminho para os povos.
Menos unânimes, mas igualmente
firmes, foram as posições do Papa
sobre os temas do matrimónio, da
família, da defesa da vida desde a
sua concepção até ao momento da
morte natural ou da moral sexual.
Essa acção, mesmo se contestada,
apresenta João Paulo II como uma
consciência crítica, em referência
constante ao Evangelho.
No dia 2 de Abril, o último gigante
do nosso tempo morreu no
Vaticano.
SOCIEDADE
4 – Notícias de Beja
44.º Encontro Nacional
da Catequese realizado em Beja
O 44º Encontro Nacional de Secretariados de Catequese decorreu, entre
os dias 29 de Março e 1 de Abril, em Beja. Cerca de meia centena de
participantes, vindos de todas as dioceses portuguesas, reuniram-se no
Seminário Diocesano para um encontro subordinado ao tema: “Catequese
e Eucaristia”.
Os directores e membros de todos
os Secretariados Diocesanos de
Catequese das dioceses portuguesas reuniram-se para um encontro
de reflexão sobre a relação entre a
catequese e a celebração e iniciação
à Eucaristia. A primeira intervenção
para a reflexão esteve a cargo de
D.António Marto, bispo de Viseu e
membro da Comissão Episcopal da
Educação Cristã, reflectindo na
Eucaristia como momento onde a
beleza é tocada.
O bispo de Viseu apresentou a
Eucaristia como sacramento da
beleza, onde, “o mais belo dos
filhos dos homens”, Jesus, é
tocado. Ela expressa de forma
definitiva o encontro entre Deus e
os homens. Para D. António, a
Eucaristia não é uma recordação de
um gesto de Jesus, mas um memorial que torna presente a acção de
Jesus. A beleza da Eucaristia condensa nela o encontro com Deus,
porque nela se torna presente a
beleza de Deus, que tem o seu
rosto em Jesus Cristo. É, por isso,
fundamental apresentar a Eucaristia
às novas gerações como um momento de beleza pois, através do
canto, da escuta da palavra e dos
gestos as crianças se encontram
com Cristo.
Na tarde do segundo dia D. Manuel Pelino, bispo de Santarém e
presidente da Comissão Episcopal
da Educação Cristã, apontou que a
catequese tem como missão principal a Iniciação Cristã das crianças
e, neste sentido, uma iniciação à
Eucaristia. Constatando um certo
abandono da prática dominical das
crianças, sugeriu que a catequese
e os novos catecismos dêem particular atenção à forma como os catequistas poderão ajudar as crianças
a amarem mais o sacramento da
Eucaristia. Educar para a oração
foi o tema comentado pelo Padre
Francisco Couto, da diocese de
Évora e formado em Liturgia.
Partilhando a sua experiência
paroquial, onde as crianças se vão
sentindo cada vez mais motivadas
para a celebração da eucaristia, o
padre Francisco notou que estas
são potenciais evangelizadoras
das famílias. Para aquele sacerdote
é fundamental que se faça uma
iniciação à oração e ao encontro
com Cristo para que a aconteça
uma verdadeira educação à oração. Neste sentido, a Palavra de
Deus e os gestos simbólicos
tomam particular importância. No
entanto, considerou que nada
substitui um catequista enamorado por Cristo e pela oração.
Catequese como iniciação cristã
O encontro ficou ainda marcado
por algumas novidades que foram
transmitidas pelo Padre José Cardoso, responsável pelo Departamento da Pastoral Catequética,
do Secretariado Nacional de
Catequese.
Para responder às exigências da
sociedade contemporânea, será
apresentado para aprovação da
Conferência Episcopal, um documento sobre a catequese, contendo orientações mais claras
sobre a actividade catequética em
Portugal. Neste sentido, foi ainda
informado que continua o processo de revisão dos catecismos, para
que a catequese possa responder,
cada vez melhor, às necessidades
apresentadas pela sociedade contemporânea. Por fim o Padre José
Cardoso congratulou o 50º aniversário da Voz da Catequese, revista
oficial de quase todas as dioceses
português, totalmente dedicada à
pastoral catequética.
O encontro teve ainda alguns
momentos celebrativos e de convívio. A noite do segundo dia foi
animada pelo coro de cânticos
religiosos e tradicionais alentejanos, dirigido pelo Padre António
Cartageno. Já na noite de quintafeira, foi tempo para um jantar com
todos os participantes do 44º
Encontro Nacional de Secretários
de Catequese e a sexta-feira de
manhã decorreu uma visita guiada
a um dos mais belos castelos
alentejanos, na cidade de Serpa.
Edgar Clara
7 de Abril de 2005
Encontro Mundial das Comunidades
Portuguesas no Porto
A permanência e a intensificação da
mobilidade humana constitui um
elemento marcante da sociedade
contemporânea que exige uma
reconceptualização da condição
migrante. Reconhecendo este facto,
a Igreja em Portugal tomou a iniciativa de, após três anos de visitas e
encontros regionais, organizar o 1º
Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas. Uma reflexão que,
a partir das estruturas de participação, solidariedade e integração,
teve como objectivos: responsabilizar - de forma renovada e
urgente - as estruturas da Igreja em
Portugal; identificar as mudanças
psico-sociais nas Comunidades;
assumir a “memória sofrida” de 5
milhões de portugueses em diáspora
pelo mundo”; e, por fim, decidir
sobre novas formas de acompanhamento e integração social e
eclesial.
gerações, como as razões de carácter económico e âmbito familiar;
· Regista-se uma maior mobilidade
geográfica, interacção social, facilidade de deslocação das pessoas e
de regressos reais e imaginários;
· Apresentaram-se novas formas
hodiernas de viver a mobilidade (no
espaço europeu asseguradas pelo
direito comunitário de livre circulação e pessoas e bens) que carecem, por parte de entidades competentes, de um maior aprofundamento científico e pastoral;
· Entre os “novos” emigrantes
verifica-se impreparação para a
partida, muita desinformação,
isolamento, e, de forma preocupante, novas formas de exploração
e de desigualdade de tratamento.
Promovido pela Comissão Episcopal de Migrações e Turismo, com
o apoio da Obra Católica Portuguesa
de Migrações e do Secretariado
Diocesano da Pastoral de Migrações do Porto, e subordinado ao
tema “Ousar a Memória – Fortalecer
a Cidadania”, o Encontro contou
com a presença de 150 participantes,
delegados das Comunidades Católicas Portuguesas de 18 países.
Presidiu aos trabalhos Sua Eminência, Cardeal Stephen Fumio
Hamao, presidente do Conselho
Pontifício para a Pastoral dos
Migrantes.
· A Igreja tem tido um papel pioneiro
e fundamental no acompanhamento dos migrantes e suas famílias no processo de integração nas
sociedades de acolhimento;
· Os emigrantes, independentemente das suas vivências religiosas
encontraram na igreja uma voz
profética na defesa dos seus direitos e valores, um ambiente estruturante da própria identidade e um
espaço de reconhecimento da
cidadania;
· Os emigrantes, com os seus
sucessos e insucessos, despertaram nas igrejas locais a consciência da sua catolicidade/universalidade e nas sociedades o apelo
à fraternidade universal;
· As dificuldades enfrentadas pela
Igreja, tanto em Portugal como nas
dioceses das sociedades de acolhimento, obrigam a uma re-estruturação dos modelos pastorais que,
se não for bem acompanhada e
participada por todos, pode comprometer a construção da “sociedade integrada” ;
· A intervenção dos leigos e leigas
na vida das comunidades deve ser
facilitada e valorizada, pelo que urge
continuar a apostar na sua formação e capacitação pastoral;
· Os actuais modelos de acompanhamento, alguns em profunda crise,
têm que evoluir na consciência de
que as comunidades de língua
materna são parte integrante da
Igreja local (não há Igrejas na-
Dos trabalhos realizados no âmbito
do Encontro desenharam-se três
grandes áreas temáticas:
1. Novos olhares sobre as Migrações Portuguesas.
2. A Acção da Igreja nas Migrações.
3. Perspectivas Futuras.
Novos Olhares sobre as Migrações
Portuguesas
· Constatou-se que o fenómeno
emigratório continua a ser uma
significativa realidade social em
Portugal, mesmo se ainda muito
ignorado e demasiadamente desconhecido pelo país;
· Reafirma-se a diversidade de
percursos, lugares, situações das
diferentes comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, ao
lado de traços comuns a diferentes
Quanto à acção da Igreja nas
Comunidades Migrantes constatou-se que:
cionais!) e devem manter e
intensificar com esta o diálogo e
colaboração.
Perspectivas Futuras
Intensificar a formação de adultos
e de lideranças competentes que
possam assegurar o futuro da
comunidade na falta de presbíteros;
· Promoção do diálogo ecuménico,
inter-religioso e intercultural à luz
da recente Instrução Pastoral “A
caridade de Cristo para com os
migrantes”;
· Valorizar as duplas e múltiplas
pertenças a nível cultural, familiar e
de cidadania (deveres e direitos),
sobretudo, no que diz respeito à 2ª
e 3ª gerações;
· Apoiar a família nas suas funções
de educação, despertar dos valores, aprendizagem afectiva da
língua e transmissão da cultura
portuguesa;
· Responsabilizar pelo acolhimento
e acompanhamento solidário dos
“novos migrantes” as comunidades
já consolidadas nomeadamente na
vida religiosa, no apoio social e na
evangelização;
· Procurar parcerias na sociedade
civil (comunicação social, sindicatos, associações, movimentos
eclesiais, consulados, conselho das
comunidades e outros organismos)
para, em consonância, desenvolver
estratégias e boas práticas de
defesa da vida e dignificação do
trabalhador migrante;
· Sensibilizar a Igreja em Portugal –
dioceses e movimentos - para a
necessidade de reavivar o contacto
e proximidade com as Comunidades
migrantes, e seus missionários,
servindo de interlocutora permanente entre estas e a Igreja local;
· Promover responsavelmente o
processo da integração - em todas
as suas fases - sem descuidar o
aprofundamento da identidade;
Enfim, os “portugueses no mundo”, conscientes de que o País tem
que decididamente entender a
Emigração e a Imigração como
facetas duma mesma mobilidade,
unem-se solidariamente aos imigrantes em Portugal na exigência
de que Portugal ratifique a Convenção da ONU para a Protecção
dos Direitos dos Trabalhadores
Migrantes e Membros de Suas
Famílias.
Porto, 31 de Março de 2005
Crianças de Beja apoiam reflorestação da Serra da Estrela
Escola Secundária D. Manuel I vence projecto “A minha escola está a plantar árvores”
Lisboa, 4 de Abril de 2005 – A Água
Serra da Estrela, comercializada pela
SASEL, empresa do Grupo Sumol,
acaba de eleger a escola Secundária
D. Manuel I, como a vencedora do
distrito de Beja no âmbito da 3ª
edição do projecto “A Minha
Escola Está a Plantar Árvores”.
Este projecto desenvolvido a nível
nacional, no âmbito da Campanha
de Reflorestação da Serra da Estrela, apresenta uma componente
distrital que premeia os trabalhos
mais originais de cada distrito.
O prémio para as turmas dos
trabalhos vencedores, desenvolvidos sob o tema “A Reflorestação
da Serra da Estrela”, é uma viagem
à Serra da Estrela, que inclui uma
visita à fábrica onde é engarrafada
a Água Serra da Estrela, actividades lúdicas e a participação na
plantação de árvores angariadas
na Campanha de Reflorestação.
Na edição de 2004 do projecto “A
Minha Escola Está a Plantar Árvores”, que tem como principal objectivo a sensibilização dos jovens para
as questões do meio ambiente,
participaram cerca de 100 escolas de
escolas de todo o país, através do
desenvolvimento de maquetas e
desenhos onde a criatividade não
teve limites.
O projecto “A Minha Escola Está a
Plantar Árvores” é a vertente virada
para as escolas da Campanha de
Reflorestação que a Água Serra da
Estrela promove desde 2002, em
parceria com o Parque Natural da
Serra da Estrela e o Instituto de
Conservação da Natureza, a qual
inclui, também, mecânicas
específicas para consumidores e
retalhistas. De referir que esta
campanha da Água Serra da Estrela, no total das suas 3 edições, já
ofereceu mais de 350 mil árvores ao
Parque Natural da Serra da Estrela.
Em 2005 a Água Serra da Estrela irá
dar continuidade a esta acção de
reflorestação da serra mais alta de
Portugal Continental, através do
lançamento da 4ª edição. Contudo,
esta irá apresentar algumas novidades que poderá conhecer, em
breve, no site
www.aguaserradaestrela.pt.
Água Serra da Estrela... Do Que a
Serra Tem de Melhor!
JOÃO PAULO II
7 de Abril de 2005
Notícias de Beja – 5
Testemunho que nos
enriqueceu a todos
Milhões de pessoas já passaram pela Praça de
S. Pedro para rezar pelo Papa
Os guardas suíços que serviram,
defenderam e protegeram o Papa
acompanharam os restos mortais de
Karol Wojtyla quando este “abandonou” aquela que foi a sua residência nos últimos 25 anos. Iniciaram o caminho na Sala Clementina,
no dia 3, e terminaram na Basílica
de S. Pedro, onde o corpo permanece até dia 8. E aqui receberá a
última homenagem dos quatro
milhões de peregrinos que são
esperados em Roma.
O corpo do Santo Padre, apoiado
num cadafalso, desceu os 200
degraus de mármore das escadas
do Palácio Apostólico, levado aos
ombros pelos 12 efectivos da corte
pontifícia. Uma procissão de dois
mil sacerdotes, centenas de bispos
e 70 Cardeais – entre os quais o
Cardeal Camerlengo, que assume as
funções do Sumo Pontífice até à
eleição do próximo Papa – presidiam ao cortejo, guiando-o pelos
caminhos do Vaticano.
Passado o portão de Bronze, o
féretro de João Paulo 11 atravessou
a grande praça de S. Pedro, entre
duas alas pejadas de pessoas que
o acolheram com uma enorme salva
de palmas. Subiu os degraus e
entrou finalmente na Basílica de S.
Pedro, onde o corpo foi colo-cado
diante do altar da confissão.
Durante todo o percurso, o cortejo
foi sempre acompanhado por
cânticos gregorianos e ladainhas
aos santos.
O corpo de João Paulo 11 ficará
exposto até sexta-feira, dia do
funeral, para o qual já confirmaram
presença mais de 200 chefes de
Estado e governantes.
Homenagem nacional ao
Papa na Sé de Lisboa
Centenas de pessoas estiveram no
Domingo, dia 3, presentes na Sé
Patriarcal de Lisboa para prestar
homenagem ao falecido Papa João
Paulo II. A missa celebrada pelo
cardeal-patriarca de Lisboa, D. José
Policarpo, contou com a presença
de vários representantes políticos,
religiosos e de cidadãos anónimos.
O Presidente da República, Jorge
Sampaio, acompanhado pela mulher, Maria José Ritta, D. Duarte,
duque de Bragança, o primeiroministro, José Sócrates, o líder do
PSD, Santana Lopes, e o representante diplomático do Vaticano
em Lisboa, Monsenhor Alfio Rapisarda foram alguns dos presentes.
Durante a missa que presidiu, D.
José Policarpo, aplaudido à entrada
e saída, disse que João Paulo II “já
ultrapassou a fronteira da morte,
mas a nossa comunhão com ele foi
alargada à eternidade”. O cardealpatriarca afirmou que Karol Wojtyla
“foi um grande pastor da Igreja e
um grande símbolo da humanidade”, sublinhando que “a força
que o fez correr o mundo e enfrentar corajosamente as grandes
causas da humanidade foi a força
da sua fé”.
“Irmãos e irmãs, não tenhais medo de acolher Cristo e de
aceitar o seu poder. Não tenhais medo. Abri, abri todas as
portas a Cristo! Ao seu poder salvador. Abri as fronteiras dos
Estados, os sistemas económicos e políticos, os imensos
domínios da cultura, da civilização, do desenvolvimento. Não
tenhais medo! Cristo sabe o que há no homem! Só Ele o sabe”
(Homilia da primeira missa como Papa, em 22 de Outubro de 1978)
Comecei a escrever estas palavras
quando, preso à catadupa de notícias que chegavam ao mundo
inteiro, se ia dizendo da gravidade
do estado de saúde do Papa, cuja
vida, presa por um fio, estava a
chegar ao seu termo.
Invadiu-me, então, uma forte emoção que não tentei reprimir. Algumas lágrimas, nascidas de um
coração sensível, que aceitava, sem
reticências, o querer de Deus,
marejaram-me os olhos. Lágrimas
de sentida gratidão. O Papa é um
mortal, como qualquer de nós. A
sua fragilidade física, a aumentar
cada dia, vinha-me preparando para
momentos de inevitável pesar. João
Paulo II é um irmão, muito chegado,
que me entrou, por inteiro, no
coração e na vida, e me permitiu a
experiência pessoal, já iniciada com
Paulo VI, de tocar de perto e com
uma normalidade inesquecível, a
possibilidade de uma Igreja hierárquica próxima das pessoas, o
calor da comunhão fraterna a
estimular, cada dia, o sentido de
serviço, a abertura a todos, sem
excepção, porque ele sabia que em
todos se esconde e se pode encontrar o Deus amor, que de mil modos
actua e se revela. Todos os bispos,
por força da sua missão, mantêm
uma especial relação com o Papa,
com encontros pessoais regulares,
pelo menos de cinco em cinco anos,
em visitas programadas. Para além
destes encontros com João Paulo
II que, para mim, foram vários, dado
os trinta anos de episcopado que
estou prestes a completar, muitos
outros se proporcionaram pela
minha participação em três sínodos
dos bispos com a presença diária
do Papa, e nos vários simpósios
dos bispos da Europa, realizados
em Roma. Ainda nas suas vindas a
Portugal ou em idas minhas a Roma,
por motivo de reuniões e congressos com audiência papal. Sempre encontros gratificantes.
Foi também a concelebração eucarística em grupo na capela pessoal
do Papa e, meia dúzia de vezes, a
refeição à sua mesa de todos os
dias.
Toda esta proximidade gerou estima, amizade e admiração e até um
certo à vontade. Podíamos, então,
fazer perguntas ao Papa e a estabelecer uma conversação que nada
tinha de formal. João Paulo II
favorecia muito esta aproximação,
com o seu interesse, bom humor e
conhecimento da nossa língua,
fazendo questão de falar e querer
que falássemos em português. No
sábado à noite estava a celebrar a
Confirmação numa paróquia da
diocese, quando a notícia, por
demais esperada, chegou. Convidei
o povo a rezar e a agradecer o
grande dom à Igreja e ao mundo,
que foi João Paulo II e pude, então,
aplicar logo por ele a Sagrada
Eucaristia. Dei graças a Deus por
assim ter sido. Foi para mim o
momento mais propício para
acolher, para rezar, para agradecer.
Eu sei que o Papa continua vivo. O
muito que nos deixou é património
da Igreja e da humanidade. Não o
quero perder. Não o podemos
perder.
António Marcelino, Bispo de Aveiro
JOÃO PAULO II
6 – Notícias de Beja
7 de Abril de 2005
A morte do Papa
Papa morreu a rezar
Assim que o Papa morre, a primeira
providência é chamar o Cardeal
Camerlengo, o Cardeal que na Cúria
Romana preside à Câmara Apostólica (D. Martinez Somalo) e que
durante a Sede Vacante conduz a
administração temporal do
Vaticano.
De pé, ao lado do corpo, ele toca 3
vezes na testa do Papa com um
martelinho de prata e o chama 3
vezes pelo nome de Baptismo (e não
pelo nome que adoptou ao ser
eleito). Se não há resposta, ele
anuncia o falecimento e quebra o
anel do Pescador (que o Papa usa
para lembrar o momento em que
Jesus diz a Pedro que ele seria um
pescador de almas e no qual está
gravado o nome do Papa). O enterro
não pode ser feito antes de quatro
dias nem depois de seis dias a
contar desde a morte do Papa. O
Camerlengo também inutiliza o selo
papal (que é a marca da autenticidade dos documentos assinados pelo Papa) e dá início aos
preparativos para o enterro e para
os nove dias de luto - os “Novelandi” - nos termos do “Ordo
exsequiarum Romani Pontificis”.
É responsabilidade do Camerlengo
selar os aposentos privados do
Papa e mesmo a residência de Verão
em Castel Gandolfo é colocada sob
custódia especial. Quando um novo
Papa for eleito, estes ser-lhe-ão
entregues intactos. Tradicionalmente, os Penitenciários revestem
o Papa com as vestes pontifícias e
dois véus de seda branca são
colocados sobre as mãos e a face.
O corpo do Papa é depois colocado
dentro de três caixões, que se
encaixam uns nos outros. O primeiro é de cedro, colocado dentro
de outro feito de chumbo. É neste
que está a inscrição com o nome
do Papa e as datas do seu Pontificado. Estes dois são colocados
dentro de um caixão de olmo, sem
adornos, que será colocado na
entrada da Basílica de São Pedro.
Segundo o disposto no número 27
da Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis”, após a
morte do Romano Pontífice “os
Cardeais celebrarão as exéquias em
sufrágio da sua alma, durante nove
dias consecutivos, nos termos do
Ordo exsequiarum Romani Pontificis, a cujas normas, assim como
às do Ordo rituum Conclavis, eles
se conformarão fielmente”. Antes
de ser enterrado, é lida uma elegia,
em Latim, relatando os principais
actos do Pontificado.
Últimos momentos
João Paulo II previu, à imagem dos
seus predecessores, as disposições
a serem tomadas por ocasião da sua
morte, num documento publicado
em Fevereiro de 1996: Constituição
Apostólica «Universi Dominici
Gregis » (Todo o Rebanho do
Senhor). No capítulo V da primeira
parte encontram-se os números
referentes às “exéquias do Romano
Pontífice” com regras claras para o
tratamento mediático da morte do
Papa. “Não é lícito a ninguém
fotografar nem captar imagens, seja
pelo meio que for, do Sumo Pontífice, quer doente na cama, quer já
defunto, nem gravar em fita magnética as suas palavras para
depois reproduzi-las”, lê-se no
documento. A proibição de captação de imagens - visuais e sonoras
- das últimos momentos e palavras
do Papa reporta-se ao tempo de
Paulo VI, depois do escândalo de
Pio XII, em 1958, quando um dos
seus médicos, Gáleas Lisi, publicou
em livro fotografias do Papa no
leito, com a máscara de oxigénio.
Se alguém, depois da morte de João
Paulo II, quiser tirar-lhe fotografias
a título de documentação deverá
pedir para isso a autorização ao
Camerlengo, actualmente o Cardeal
Eduardo Martinez Somalo, o qual,
porém, só poderá permitir “que
sejam tiradas fotografias ao Sumo
Pontífice revestido com as vestes
pontifícias”, conforme o documento em causa. Esta Constituição
determina ainda que o cadáver do
Papa seja enterrado na Basílica de
São Pedro, prevendo mesmo o caso
de trasladação no caso do Papa
falecer fora de Roma. Nenhuma
decisão será tomada sem, contudo,
ter sido lido o testamento de João
Paulo II: se ele tiver cartas e
documentos pessoais, e tiver
designado um próprio executor
testamentário, compete a este
estabelecer e executar, segundo o
mandato recebido , aquilo que
concerne aos bens privados e aos
escritos do Papa defunto.
Certidão de óbito de João Paulo II
Cardeais e figuras importantes de
Itália como o Presidente e o primeiro-ministro estiveram entre os
participantes da cerimónia privada
que decorreu na sala Clementina do
Vaticano para uma última homenagem a João Paulo II.
O corpo do Papa foi trasladado
ainda no sábado à noite para a sala
Clementina de forma a ser velado,
nomeadamente, pelos seus secretários, o arcebispo Stanislaw Dziwisz e o religioso Mieczyslaw
Mokrzycki, e pelas religiosas
polacas que dele cuidaram durante
os mais de 26 anos de pontificado.
João Paulo II morreu às 21h37 locais
de sábado (20h37 em Lisboa), com
84 anos, nos seus aposentos no
Vaticano, após 26 anos de pon-
tificado. De acordo com a certidão
de óbito oficial, assinada pelo
médico pessoal de João Paulo II, a
que a agência Reuters teve acesso,
João Paulo II morreu devido a um
“choque septicémico e falha
cardíaca”. A morte do Papa foi
confirmada pelos resultados dos
electrocardiogramas realizados
durante mais de 20 minutos.
O Vaticano revelou, em comunicado, uma descrição pormenorizada
dos últimos momentos de João Paulo II. O texto, distribuído por
Joaquín Navarro-Valls, director da sala de imprensa da Santa Sé, refere
que o Papa morreu a rezar e rodeado pelos seus mais próximos
colaboradores, sobretudo o denominado “clã polaco”. No momento
do falecimento de João Paulo II, estavam presentes os dois Secretários
pessoais do Papa, D. Stanislaw Dziwisz e D. Mieczyslaw Mokrzycki;
o Cardeal Marian Jaworski; D. Stanislaw Rylko; o Pe. Tadeusz Stycze;
as três irmãs polacas da Congregação das Escravas do Coração de
Jesus, que prestaram serviço no apartamento do Papa, guiadas pela
sua superiora, a Ir. Tobiana Sobódka; o médico pessoal do Papa,
Renato Buzzonetti, com os dois médicos e os enfermeiros que estavam
de turno. Depois chegaram o Cardeal Secretário de Estado, D. Angelo
Sodano e o Camerlengo da Santa Igreja Romana, D. Eduardo Martínez
Somalo, além do substituto da Secretaria de Estado, D. Leonardo
Sandri, e o vice-substitituto, D. Paolo Sardi. Finalmente chegaram ao
quarto o Cardeal Joseph Ratzinger, Decano do Colégio Cardinalício, e
o Cardeal Jozef Tomko. O Papa morreu pelas 21h37 (hora local, menos
uma em Lisboa), no seu apartamento privado. Pelas 20h00 tinha
começado a celebração da Missa da festa litúrgica da Divina
Misericórdia, presidida pelo seu secretário pessoal e amigo de longas
décadas, D. Stanislaw Dziwisz, com a participação do Cardeal Marian
Jaworski, D. Stanislaw Rylko e D. Mieczyslaw Mokrzycki. No decorrer
da Eucaristia, foi administrado a João Paulo II o Santo Viático e, mais
uma vez, o Sacramento da Unção dos Doentes. O comunicado destaca
que “as últimas horas do Santo Padre foram caracterizadas por uma
oração ininterrupta de todos os que o assistiram na pia passagem,
bem como pela participação coral dos milhares de fiéis recolhidos há
muitas horas na Praça de São Pedro”.
A eleição do novo Papa
O ritual da eleição de um Papa
decorre no mais absoluto segredo
e o processo obedece às normas
da Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis” de João
Paulo II (22 Fevereiro de 1996).
Compete aos Cardeais da Igreja
proceder à eleição do novo Papa.
Este processo acontece durante o
Conclave e é feita apenas por
escrutínio secreto, que obedece à
legislação minuciosa da mencionada Constituição Apostólica. O
segredo, aliás, é a alma de todo o
processo de eleição de um Papa: é
exigido de todos os Cardeais participantes o mais absoluto segredo
sobre tudo o que se passa durante
a eleição do Papa, sob pena de
excomunhão. A evolução tecnológica gerou algumas normas
concretas sobre a proibição aos
cardeais “de correspondência
epistolar e de conversas mesmo
telefónicas ou via rádio com pessoas não devidamente admitidas
nos edifícios a eles reservados.”
João Paulo II decidiu que os
Cardeais fiquem alojados na designada “Domus Sanctae Marthae”,
situada na Cidade do Vaticano,
junto à Basílica de São Pedro. “O
Conclave para a eleição do Sumo
Pontífice realizar-se-á dentro do
território da Cidade do Vaticano, em
sectores e edifícios determinados,
vedados aos estranhos”, ordenou.
Nos Conclaves anteriores, os
Cardeais ficavam alojados na Capela Sixtina, sem as comodidades
necessárias para um acto destes.
De modo específico, é proibido aos
Cardeais eleitores, durante todo o
tempo que durarem as operações
da eleição, receber imprensa diária
e periódica, de qualquer natureza,
assim como ouvir transmissões
radiofónicas ou ver transmissões
televisivas. Teoricamente, qualquer
católico adulto do sexo masculino
é “papabile”, ou seja, pode ser
eleito Papa. Na prática, no entanto,
já há muitos séculos que só cardeais têm sido escolhidos. O
Colégio de Cardeais reúne-se para
a eleição, no décimo quinto dia após
a morte do Papa ou, no máximo, até
ao vigésimo. Os mecanismos da
eleição estão previstos nos números 62 a 77 da “Universi Dominici
Gregis”, que define como única
forma válida o voto secreto (scrutinium), abolindo modos de eleição
anteriormente existentes (por inspiração e por compromisso). Os
cardeais estão proibidos de fazer
negociações ou tomar decisões a
este respeito em reuniões privadas,
receber, seja sob que pretexto for, o
encargo de propor o veto ou a
chamada exclusiva de qualquer
autoridade civil, mesmo sob a forma
de desejo (nº 80). Abstenham-se de
todas as formas de pactuação,
convenção, promessa, ou outros
compromissos de qualquer género
e de fazerem, antes da eleição,
capitulações, ou seja, tomarem
compromissos de comum acordo
(nº 81).
DIOCESE
7 de Abril de 2005
Notícias de Beja – 7
A Igreja de Beja em marcha
Clero de Beja reunido com
o Bispo em união com o
Santo Padre
No dia 23 de Março realizou-se na
diocese de Beja o encontro geral
do clero e a Missa Crismal em
ambiente de comunhão com o Bispo
e o Santo Padre. Da parte da manhã, depois da oração de Laudes
diante do Santíssimo exposto,
escutámos uma bela reflexão do Pe.
Mário, do Algarve, sobre a Eucaristia, o Cordeiro da Nova Páscoa e
selo da Nova Aliança. Ao princípio
Beja apenas foi baptizada uma
pessoa adulta, pois o tempo de
preparação dos adultos (catecumenado) foi prolongado por mais
um ano.
Congresso internacional da
pastoral das migrações
Na semana de Páscoa realizou-se
no Porto um congresso internacional da pastoral das migrações,
promovido pela Obra Católica, em
que participaram pessoas vindas
de todo o mundo. Pela diocese de
Beja esteve presente a Presidente
da Caritas, Teresa Chaves e eu
próprio participei nos trabalhos de
um dia, aproveitando também para
fazer uma visita rápida à família.
Congresso nacional da
Catequese em Beja
da tarde dialogámos sobre algumas
questões da vida do clero e. ao fim
do dia, celebrámos na Sé Catedral a
Missa Crismal. Foi motivo de
grande alegria ver reunidos à volta
do Bispo todos os clérigos residentes na diocese, diocesanos e
religiosos, com excepção de dois,
um em serviço fora da diocese e
outro com dificuldade de deslocação a Beja. Estiveram também entre
nós os Padres José Martins e Luís
Brenlha, vindos respectivamente
de Castelo Branco e Porto, assim
como alguns padres de congregações missionárias com grupos de
jovens a preparar-se para terras de
missão e que vieram ajudar em
algumas paróquias da diocese
durante a Semana Santa, a saber,
em Saboia, Almodôvar, Aljustrel,
Vila Nova de S. Bento e Vila Verde
de Ficalho. Foi distribuída aos
sacerdotes a última carta do Santo
Padre, que anualmente por ocasião
da Quinta Feira Santa escreve aos
presbíteros, esta vez escrita a partir
do hospital e que vai constituir uma
parte do seu testamento aos
sacerdotes.
Tríduo Pascal e Páscoa
marcam a vida da Igreja
Por toda a parte, com mais ou
menos solenidade, se celebrou a
festa central da vida da Igreja, com
o tríduo de preparação e, em alguns
lados, como em Serpa, com prolongamento da alegria pascal pela
semana de Páscoa, pondo em realce
as alegrias de Nossa Senhora pela
Ressurreição de Jesus, aqui com o
nome de Nossa Senhora de Guadalupe. Em algumas partes houve
baptismos de adultos na celebração da Vigília Pascal. Na Sé de
Esperando que outros dêm notícia
mais detalhada deste evento,
apenas refiro a minha alegria ao
presidir na Sé de Beja, no dia 31 de
Março, a uma concelebração solene
com a presença de três bispos da
Comissão episcopal da Educação
Cristã, D. Manuel Pelino (Santarém),
D. António Marto (Viseu) e D.
Jacinto (Lamego) e delegados de
todas as dioceses de Portugal.
Encerramento da Visita
Pastoral a Estrela, Póvoa de
S. Miguel e Amareleja
Nos dias 2 e 3 de Abril realizaramse as celebrações festivas de
encerramento da Visita Pastoral às
paróquias confiadas ao Pe. José
Proença, sendo a alegria contida,
devido ao falecimento do Santo
Padre, João Paulo II e a óbitos na
Estrela e na Amareleja. Mas porque
a nossa fé nos dá a certeza da
ressurreição e da vida eterna junto
de Deus, mantivemos todos os
actos previstos para o encerramento, com excepção da Estrela,
pois a igreja foi ocupada pelo
cadáver do defunto precisamente
na hora em que estava prevista a
celebração, no sábado, dia 2. O
jantar desse dia foi na nova residência das Irmãs Servas de Nossa
Senhora de Fátima. Depois fizemos
na igreja paroquial da Amareleja
uma catequese em forma de lectio
divina (leitura orante), tomando
como base a liturgia do segundo
domingo de Páscoa. Como precisamente nessa hora faleceu o Papa,
encomendámo-lo à misericórdia
divina, cuja festa foi instituída por
ele e se celebra neste segundo
domingo de Páscoa. Depois desta
catequese ainda tivemos uma reunião de trabalho com a comunidade
das Irmãs. Já se avizinhava o novo
dia, quando recolhemos à casa
paroquial, onde o Pe. Proença
aguardava, seguindo os noticiários
sobre a morte do Santo Padre.
No domingo, dia 3, logo de manhã,
fomos até à Póvoa de S. Miguel
celebrar a missa dominical, sendo
solenizada com uma procissão de
entrada e um coro bem preparado.
Renovámos as promessas de Baptismo e prometemos voltar, para
reunir com os colaboradores.
Seguiu-se a Eucaristia solene na
Amareleja, em que a igreja foi
pequena para acolher todos os
participantes, felizmente também
vários homens. No fim da celebração e enquanto o pároco fazia
um funeral houve um almoço
partilhado, em que muita coisa
sobrou. Pelas 14,30 horas partiu um
cortejo automóvel do largo da
igreja, alguns vindos da Póvoa de
S. Miguel, em direcção à Herdade
dos Arrochais, em cuja capela,
edificada no ponto mais alto, já
com vistas para a Espanha, Barrancos e Santo Aleixo e Safara,
atravessada pelas águas do Ardila,
celebrámos a Eucaristia de encerramento, em frente à capela dedicada
a Santo Isidro. Durante o cortejo
automóvel começou a cair a tão
desejada chuva, mas que logo
parou, mantendo-se o céu aberto
durante toda a celebração. No final
foi descerrada uma lápide comemorativa do evento, ao lado de outra,
que recordava a última visita pastoral de D. Manuel Falcão, a 13 de
Abril de 1997. Terminou o dia com
um jantar oferecido pela família
Rosado, proprietária da Herdade
com 1.114 hectares, em que participaram centenas de pessoas, também as autoridades municipais e
autárquicas de Moura, Amareleja e
Póvoa de S. Miguel. Era já noite
quando regressámos a Beja, cansados mas satisfeitos e conscientes
da necessidade e importância da
missão da Igreja.
Agenda dos próximos dias
A 4 de Abril começa a assembleia
da Conferência Episcopal em
Fátima.
A 9 de Abril realiza-se a Acies da
legião de Maria, na Sé de Beja.
Também a 9 de Abril tem lugar o
encontro de formação da Caritas em
Santiago do Cacém, com início
pelas 14,30 horas. Estes encontros
realizados por arciprestados são de
grande importância para fortalecer
a acção da Igreja na diocese e estão
abertos a todas as pessas interessadas em viver a sério a sua vida
cristã. Os párocos devem despertar
o interesse dos fiéis na participação.
No dia 10; às 18,30 horas, na Sé de
Beja, celebraremos a Eucaristia de
acção de graças pela vida e acção
do Papa João Paulo II, ao mesmo
tempo que invocaremos o Espírito
Santo pelo bom êxito do Conclave
para eleição do novo Papa. No final
da Eucaristia será exposto o Santíssimo e cantaremos as Vésperas,
dando assim início à semana de
oração pelas vocações e ao Lausperene que vai decorrer em toda a
diocese, percorrendo todos os
arciprestados, começando no dia 11
em Almodôvar, dia 12 em Beja, dia
13 em Cuba, dia 14 em Moura, dia
15 em Odemira e dia 16 em Santiago
do Cacém.
No dia 12 darei início à Visita
Pastoral a Pias, Brinches e Vale de
Vargo, que encerrará no dia 17.
No dia 19 começa a Visita Pastoral
a Grândola, onde decorre uma
Missão popular, com encerramento
no dia 24.
No dia 25 de Abril realiza-se o
encerramento de um Convívio
Fraterno em Beja.
No dia 26 tem início a Visita Pastoral
a Moura, encerrando a 1 de Maio.
No dia 30 de Abril reúne o Conselho
Pastoral, debruçando-se sobre a
acção da Igreja junto da família.
† António Vitalino, Bispo de Beja
Lausperene por Arciprestados e Paróquias
11.04.2005 09,00-10,30 Almodôvar
11.04.2005 10,30-11,30 Aljustrel
11.04.2005 11,30-12,30 Santa Clara-a-Nova
11.04.2005 12,30-13,30 Espírito Santo
11.04.2005 13,30-14,30 Messejana
11.04.2005 14,30-15,30 Santana da Serra
11.04.2005 15,30-16,30 Corte do Pinto
11.04.2005 15,30-16,30 Garvão
11.04.2005 16,30-17,30 Castro Verde
11.04.2005 17,00-18,00 S.Martinho das Amoreiras
11.04.2005 17,30-18,30 Mina de S. Domingos
11.04.2005 17,30-18,30 Ourique
11.04.2005 18,30-19,30 Santa Bárbara de Padrões
11.04.2005 19,30-20,30 Santana de Cambas
11.04.2005 20,30-21,30 Gomes Aires
11.04.2005 21,30 Vigília Mértola
12.04.2005 08,30-9,30
Beja: Casa Episcopal
12.04.2005 09,30-10,30 Beja: Salvador
12.04.2005 10,30-11,30 Beja: Santiago Maior (Sé)
12.04.2005 11,30-12,30 Carmelo S. Coração de Jesus
12.04.2005 12,30-13,30 Fraternidade dos Irmãozinhos
12.04.2005 13,30-14,30 São Matias
12.04.2005 14,30-15,30 Beja: Santa Maria da Feira
12.04.2005 15,30-16,30 Santa Vitória
12.04.2005 16,30-17,30 Beja: São João Baptista
12.04.2005 17,30-18,30 Baleizão
12.04.2005 18,30-19,30 Albernôa
12.04.2005 19,30-20,30 Neves
12.04.2005 20,30-21,30 Cabeça Gorda
12.04.2005 21,30 Vigília Beja: Seminário
13.04.2005 08,00-9,00
Ferreira do Alentejo
13.04.2005 09,00-10,00 Vidigueira
13.04.2005 10,00-11,30 Vila Alva
13.04.2005 11,30-13,00 São João de Negrilhos
13.04.2005 13,00-14,30 Ferreira: Irmãs Franciscanas
13.04.2005 14,30-15,30 Mombeja
13.04.2005 15,30-16,30 Peroguarda
13.04.2005
13.04.2005
13.04.2005
13.04.2005
13.04.2005
13.04.2005
13.04.2005
14.04.2005
14.04.2005
14.04.2005
14.04.2005
14.04.2005
14.04.2005
14.04.2005
14.04.2005
14.04.2005
15.04.2005
15.04.2005
15.04.2005
15.04.2005
15.04.2005
15.04.2005
15.04.2005
15.04.2005
15.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16.04.2005
16,30 -17,30
17,30-18,30
18,00-19,00
19,00-20,00
20,00-21,00
21,00-22,00
21,00-22,00
09,00-10,00
10,00-11,00
11,00-12,00
12,00-13,00
13,00-14,00
14,00-16,00
16,00-18,00
18,00-20,00
20,00-21,00
08,00-9,30
09,30-11,00
11,30-12,30
12,30-14,00
14,00-15,30
15,30-17,00
17,00-18,30
18,30-20,00
21,00Vigilia
08,00-10,00
10,00-11,00
11,00-12,00
12,00-13,00
13,00-14,00
14,00-16,00
16,00-18,00
18,00-19,00
19,00-20,00
20,00-21,00
21,00 Vigília
21,00-22,00
Cuba
Beringel
Trigaches
Ervidel
Vila Nova da Baronia
Alvito
São Brissos
Pias
Safara
Barrancos
Vila Verde de Ficalho
Brinches
Amareleja
Moura: S.J.Baptista
Serpa: Salvador
Póvoa de São Miguel
Colos
São Teotónio
Relíquias
Zambujeira
São Luís
Cercal do Alentejo
Vila Nova de Milfontes
Sabóia
Odemira: Salvador, S.Maria
Grândola
Ermidas-Sado
Vale de Água
Abela
Melides
Santiago do Cacém
Sines
Alvalade
São Francisco da Serra
Santo André: Aldeia
V. N. S. André: Santa Maria
São Bartolomeu da Serra
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8 – Notícias de Beja
7 de Abril de 2005
Publ.
Cartório Notarial de Almodôvar
Certificado
Certifico, narrativamente, para efeitos de
publicação, que, por escritura de Justificação
lavrada hoje, de folhas cinquenta e quatro a
folhas cinquenta e cinco verso do livro de
notas para escrituras diversas números Cento
e dezoito – C, deste Cartório Notarial, a
cargo do notário, Lic. José Francisco Colaço
Guerreiro, Conceição Maria, C.F. n.º 102
482 780 e marido, João Joaquim Revés,
C.F. n.º 102 482 730, casados sob o regime
da comunhão geral de bens, naturais, ela,
da freguesia de Gomes Aires, concelho de
Almodôvar, ele, da freguesia de Casével,
concelho de castro Verde, residentes na
Travessa do Vale de Esmolas, n.º 18, na
sede da freguesia de aldeia dos Fernandes,
concelho de Almodôvar, declararam ser
donos e legítimos possuidores, com exclusão
de outrém, do prédio urbano, destinado a
habitação, sito na Travessa do Vale de
Esmolas, número 18, na sede da indicada
freguesia de Aldeia dos Fernandes, composto por edifício de rés-do-chão com três
compartimentos, corredor, cozinha e uma
dependência, com as superfícies: coberta,
de sessenta e dois metros quadrados; e
descoberta, de quarenta metros quadrados,
que confronta do norte com Maria Teresa
Candeias, do sul e do nascente e do poente
com Emídio José, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar e
inscrito na respectiva matriz predial, em nome
da justificante mulher, sob o artigo número
209, com o valor patrimonial tributário, igual
ao que lhe atribuíram, de quinhentos e onze
euros e cinquenta e oito cêntimos.Que o prédio
veio à posse deles justificantes há mais de
sessenta anos, em data que não conseguiram
precisar, mas por volta do ano de mil
novecentos e quarenta e um, por partilha de
herança aberta por óbito dos pais da
justificante mulher, Manuel Estêvão e Rosaria
Maria, casados que foram sob o regime da
comunhão geral de bens e residentes na
indicada Aldeia dos Fernandes, então
freguesia de Almodôvar, a que procederam
com os demais interessados.Que a partilha
nunca foi formalizada por escritura pública,
motivo pelo qual não ficaram a dispor de título
que lhes permita efectuar o respectivo registo
de aquisição na competente Conservatória
do Registo Predial.
Que esta posse tem sido exercida à vista de
toda a gente, de uma forma pacífica e no
gozo e fruição do prédio como seus
verdadeiros donos, nomeadamente utilizadoo, desde então, como sua casa de morada
de família e têm sido eles que têm suportado
os encargos do imóvel, designadamente as
várias obras de conservação que lá
efectuaram, bem como a contribuição predial
que pagaram durante alguns anos.
Que esta posse em nome próprio, pacifica,
continua, desde há mais de vinte anos,
conduziu à aquisição do referido imóvel por
usucapião, que, pela escritura, invocaram,
para efeitos de primeira inscrição no registo
predial, dado esta forma de aquisição não
poder ser comprovada por mais nenhum
título extrajudicial. Está conforme o original.
Cartório Notarial de Almodôvar, oito de Março
de dois mil e cinco.
A Ajudante
Rosa Paula Guerreiro Paleta
Publ.
A Fundição de Sinos de Braga
Serafim da Silva Jerónimo & Filhos,
Cartório Notarial de Serpa
Certificado
Certifico para efeitos de publicação que, no
dia 15 de Março de 2005, lavrada a fis.82 do
livro de notas n.º 118-D, deste Cartório, foi
efectuada uma escritura de Justificação, pela
qual António Valadas Sebastião, NIF
156.907.500 e mulher Arminda Horta
Rosa, NIF 154.616.290, casados no regime
da comunhão geral, naturais da freguesia e
concelho de Mértola, onde residem em Corte
de Sines, alegam que são donos e legítimos
possuidores, com exclusão de outrem do
direito a um/sexto indiviso do prédio rústico
de cultura arvense, com a área de três mil
duzentos e cinquenta centiares, denominado
“Barranco Grande”, sito na freguesia e
concelho de Mértola, que confronta: do norte
com Marçal José, do sul e poente com
Sociedade Agrícola Herdade da Brava, do
nascente com Área Social - Corte Sines, não
descrito na Conservatória do Registo Predial
de Mértola, inscrito na matriz, em nome do
justificante marido quanto ao referido um
sexto sob o artigo 41 da secção JJ, com o
valor patrimonial correspondente à fracção
de 0,32 €, a que atribuem o valor de mil
euros. Que o identificado direito a um/sexto
do indicado imóvel veio à posse do
justificantes, por o haverem adquirido por
doação meramente verbal em dia e mês que
ignoram do ano de mil novecentos e sessenta
e quatro, efectuada por Manuel Sebastião e
mulherAna Maria Valadas, casados no regime
da comunhão da comunhão geral, já falecidos,
residentes que foram em Corte de Sines,
não tendo sido celebrada a respectiva
escritura. Porém, desde aquele ano e sem
interrupção, os justificantes entraram na
posse do referido direito a um/sexto do
identificado imóvel, cultivando-o e usufruindo
todas as suas utilidades e suportando os
respectivos impostos e encargos, tendo
adquirido e mantido a sua posse sem a menor
oposição de quem quer que fosse e com
conhecimento de toda a gente, agindo
sempre por forma correspondente ao
exercício do direito de propriedade, tendo
por isso um i posse pública, pacífica,
contínua e de boa fé, que dura há mais de
vinte anos, pelo que o adquiriram por
usucapião, não tendo, todavia, dado o modo
de aquisição, documento algum que lhes
permita fazer aprova do seu direito de
propriedade.
Que, desta forma, justificam a aquisição do
aludido direito a um/sexto imóvel por
usucapião.
Está conforme o original
Cartório Notarial de Serpa, 15 de Março de
dois mil e cinco
Sede & Secção de órgãos:
Rua Andrade Corvo, 72/78, 4704-522 Braga
Telefone 253 605 770 Fax 253 065 779
Fábrica:
Rua Cidade do Porto, Ferreiros, 4705-084 Braga
Dr. Rui Miguel Conduto
CARDIOLOGISTA
CONSULTAS:
Sábados
Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175
Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486
A 2.ª ajudante
Maria da Conceição Vaz Martins
Quartas-Feiras e Sextas-Feiras
UNIMED
Campo Grande, 46-A
LISBOA
Telefone 217 952 997
Publ.
Cartório Notarial de Serpa
Certificado
Certifico para efeitos de publicação que, no
dia 17 de Março de 2005, lavrada a fls. 117,
do livro de notas número 118-D, deste Cartório,
foi efectuada uma escritura de Justificação,
pela qual José de Aires Lucas, NIF 105
761 362 e mulher Ana Inácia Ruivo
Navarro Lucas, NIF 105 761 370, casados
no regime da comunhão geral, naturais de
Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa,
residentes nessa freguesia, na Rua do
Caminho das Pazes, número 36, alegam que
são donos e legítimos possuidores, com
exclusão de outrem, do prédio urbano de
rés-do-chão e quintal, destinado a habitação,
sito na Rua do Barranco, freguesia de Vila
Verde de Ficalho, concelho de Serpa, que
confronta do norte com António do Carmo
Almeida, do sul com Manuel Pires Agostinho,
do nascente com Rua e pelo poente com
Caminho Público, descrito na Conservatória
do Registo Predial de Serpa sob o número
dezanove mil cento e setenta e oito do livro
B – quarenta e oito, inscrito na matriz em
nome do justificante marido sob o artigo 549,
com o valor patrimonial de 1.339,56 € a que
atribuem igual valor. Que o citado imóvel
encontra-se registado na mencionada
Conservatória a favor de José Martins Lucas
e mulher Maria Jerónima, casados no regime
da comunhão geral, pela inscrição dezasseis
mil duzentos e oitenta e seis, do livro G –
vinte e dois, com a última residência habitual
na referida freguesia de Vila Verde de Ficalho,
desconhecendo-se actualmente o seu
paradeiro, bem como dos respectivos
herdeiros, sendo os mesmos notificados
editalmente através da notificação avulsa nos
termos do artigo noventa e nove, do Código
do Notariado, já arquivada neste Cartório
como documento número vinte e seis do
maço referente às notificações avulsas, sendo
o mesmo pertença dos justificantes por o
haverem adquirido por compra aos titulares
inscritos, compra essa efectuada verbalmente
em dia e mês que não podem precisar do
ano de mil novecentos e setenta e cinco,
não tendo sido celebrada a respectiva
escritura, motivo pelo qual são detentores
de qualquer documento formal que legitime o
seu domínio sobre o mesmo. Porém, desde
aquele ano e sem interrupção, os
justificantes entraram na posse do referido
imóvel, habitando-o e usufruindo todas as
suas utilidades e suportando os respectivos
impostos e encargos, tendo adquirido e
mantido a sua posse sem a menor oposição
de quem quer que fosse e com conhecimento
de toda a gente, agindo sempre por forma
correspondente ao exercício do direito de
propriedade, tendo por isso uma posse
publica, pacifica, continua e de boa fé, que
dura há mais de vinte anos, pelo que o
adquiriram por usucapião, não tendo,
todavia, dado o modo de aquisição,
documento algum que lhes permita fazer a
prova do seu direito de propriedade.
Que, desta forma, justificam a aquisição do
aludido imóvel por usucapião.
Cartório Notarial de Serpa,
dezassete de Março de dois mil e cinco.
Tribunal Judicial de Moura
Secção Única
Anúncio
Processo: 275/2002
Execução Ordinária
Exequente: Francisco Marques Beja
Executado: António Manuel Marquilha Ganchinho e outro(s)...
Nos autos acima identificados foi designado o dia 03-05-2005, pelas 10:00 h, neste tribunal,
para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria deste
Tribunal, pelos interessedados na compra do(s) seguinte(s) bem/ben(s):
- prédio rústico denominado “Margaçal” inscrito na matriz sob o artigo 50 da secção D, da
freguesia de Santp Agostinho, concelho de Moura, com a área de 0,4375 ha, descrito na
Conservatória do Registo Predial de Moura sob o n.º 01529/291194, pelo valor base de
3.500,00 euros.
A Juiz de Direito,
Sónia Leite
A 2.ª ajudante
Maria da Conceição Vaz Martins Miguel
N/Referência: 154761
Data: 17-03-2005
O Oficial de Justiça,
Rosália Infante
REGIONAL
7 de Abril de 2005
Peditório Público
Semana Cáritas
A Cáritas agradece a todos os
voluntários que se disponibilizaram para fazer o peditório
público da semana Cáritas. As
verbas angariadas irão servir para
apoiar pessoas carenciadas
através das nossas Paróquias e
da Cáritas Diocesana. Este ano os
donativos totalizaram 6.379,48
euros (seis mil trezentos e setenta
e nove euros e quarenta e oito
cêntimos,) ficando 50% do valor
na Paróquia, 10% na Cáritas
Portuguesa e os restantes na
Cáritas Diocesana.
Cidade de Beja – 1.241,83 euros;
Grupo Sócio-Caritativo de Aljustrel – 618,31 euros; Grupo SócioCaritativo de Ervidel – 255,64
euros; Grupo Sócio-Caritativo de
Sabóia – 688 euros; Grupo SócioCaritativo de Odemira – 892,55
euros; Grupo Sócio-Caritativo de
S. Teotónio – 1.044,55 euros;
Grupo Sócio-Caritativo de V. V.
Ficalho – 236 euros; Cáritas
Paroquial de Serpa – 188,60 euros;
Cáritas Paroquial de Santo André;
Grupo Sócio-Caritativo de
Almodôvar – 814 euros.
Encontros Cáritas nos
Arciprestados da Diocese de Beja
Seguindo orientações do Sr.
Bispo, e dando cumprimento ao
Plano Pastoral referente à acção
sócio-caritativa, a Caritas de Beja
está a organizar Encontros de
Formação a nível arciprestal para
as comunidades cristãs da
Diocese de Beja.
Estes Encontros destinam-se a
toda a comunidade, pois toda a
comunidade é responsável pelos
seus pobres, muito embora deva
existir um Grupo que a represente.
Nestes Encontros será abordada
a dimensão da Caridade integrada
na tríplice dimensão da Igreja, e
um dos objectivos desta formação será passar a mensagem a
toda a comunidade de que:
“Não basta conhecer a fé, não
basta celebrar a fé, é preciso
sobretudo viver a fé”
Será apresentado o conceito de
“pobre” à luz da doutrina social
da Igreja e por fim serão dadas
algumas sugestões práticas como
desenvolver a acção sócio-caritativa na Paróquia.
Todos estão convidados a participar e divulgar esta acção.
Os Encontros irão decorrer
sempre das 14.30 às 17.30.
Arciprestado de Santiago do
Cacém, em Sines no Salão do
Povo – 09-04-05
Arciprestado de Moura, no
Centro Paroquial de Moura
– 16-04-05
Arciprestado de Almodôvar, no
Fórum Municipal de Castro Verde
– 23-04-05
Arciprestado de Cuba e Beja, no
Centro Pastoral de Beja
– 21-05-05
Mértola
Faleceu a
Irmã Maria de Fátima
Faleceu, no dia 4 de Abril, no
Hospital de Leiria, onde estava
internada, há algumas semanas, a
Irmã Antónia da Conceição Silva
(em Religião, Irmã Maria de Fátima),
das Oblatas do Divino Coração, da
Diocese de Beja.
Natural de Santiago do Cacém, a
Irmã Maria de Fátima tinha 81 anos
de idade e desempenhou vários
cargos de responsabilidade nas
várias Casas da sua Congregação.
Nos últimos anos viveu em Fátima,
numa Residência da Congregação.
Dotada de cativante simplicidade e
espírito de serviço - muitos apelidavam-na até de “Irmã Sorriso”, a
Irmã Maria de Fátima foi uma
verdadeira alma de Deus com
grande zelo missionário e a sua vida
foi um exemplo edificante de fé e
amor ao próximo.
O funeral realizou-se no dia 5, em
Beja, tendo presidido à Missa
exequial o Sr. D. Manuel Falcão,
Bispo Emérito de Beja, em representação do Bispo actual, D. António Vitalino, ausente em Fátima.
Concelebraram quatro Sacerdotes.
Presidiu ao funeral o Pároco de
Santa Maria, Padre Alberto Batista.
Por alma da Irmã Maria de Fátima
será celebrada a Missa de 7.º Dia,
no próximo sábado, 11 de Abril, às
18 horas, na igreja de Santa Maria.
“Notícias de Beja” apresenta sentidas e cristãs condolências à Congregação das Oblatas do Divino
Coração e à família enlutada.
Município promove
Prémio Municipal Empresas
Estão abertas as candidaturas ao
Prémio Municipal Empresas, uma
iniciativa da Câmara Municipal de
Mértola que visa distinguir a empresa/empresário com actividade
no Concelho de Mértola que ao
alongo dos três últimos anos tenha
contribuído para o emprego, o
investimento, a inovação, a projecção, o prestígio e para a preservação do ambiente no Concelho. Podem candidatar-se todas
as empresas/empresários com actividade no Concelho de Mértola.
Este prémio será atribuído periodicamente, de três em três anos,
sendo em 2005 a sua primeira
edição. Podem ser distinguidas as
pequenas e médias empresas de
cada um dos seguintes sectores de
actividade: agricultura, indústria,
comércio, restauração/hotelaria/
turismo, construção civil e serviços.
Podem em cada uma das edições
serem também atribuídos os
prémios de inovação e revelação.
As empresas seleccionadas serão
galardoadas com um prémio alusivo (troféu), entrega de diploma e
incentivo de ordem financeira a
definir.
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5.º Ano de Eterna Saudade
Missa de Sufrágio
A morte levou-nos aquela que
tanto amávamos e que tanto nos
amou, contudo, a sua imagem vai
continuar sempre bem viva nos
nossos corações.
Seu marido, filhos e restante
família participam a todas as
pessoas de suas relações e
amizade que mandam celebrar
missa por alma de sua saudosa
extinta, no dia 7/4/2005, quintafeira, pelas 18:30 h, na igreja do
Carmo, em Beja, agradecendo,
desde já, a todas as pessoas que
se dignarem assistir a este
piedoso acto.
Notícias de Beja – 9
Manuel Monge é o novo
Governador Civil de Beja
O Governo nomeou, no dia 1 de Abril, o General Manuel Soares Monge
para o cargo de Governador Civil de Beja.
Manuel Monge, que substitui João Paulo Ramôa, tomou posse no
Ministério da Administração Interna, em Lisboa, no dia 5 de Abril.
Natural de Vila Nova de S. Bento, onde reside, Manuel Monge, 66 anos
de idade, foi oficial da Casa Militar de Spínola e de Mário Soares.
Politicamente independente, colaborou várias vezes com o Partido
Socialista, tendo sido candidato à Presidência da Assembleia Municipal
de Serpa nas Autárquicas de 2001. É casado e tem dois filhos.
Alcaria Ruiva
Associação “Viver Bem” precisa de ajuda
para erguer Projecto Social
Um grupo de cidadãos conhecedores das dificuldades sociais e
económicas da Freguesia de Alcaria
Ruiva no concelho de Mértola,
Distrito de Beja, convictos que é
possível encontrar formas de melhorar a qualidade de vida das
pessoas que residam ou não nesta
área, ajudando a combater o desemprego e a solidão dos que vivem
sós, contribuindo assim para o
desenvolvimento da mesma, souberam com espírito de unidade,
amizade e solidariedade, conjugar
esforços de uma forma fraterna,
humana, corajosa, com fé e esperança, levar a cabo um Projecto
Social que prevê a criação de um
Centro de Dia, um Lar para a 3.ª
Idade, Ocupação dos Tempos
Livres para crianças e jovens e
apoio a todas as pessoas com
deficiências diversas, não tendo
sido esquecido o apoio médico e
de enfermagem que é fundamental
em qualquer instituição.
Esta equipa propôs-se trabalhar em
parceria com a Junta de Freguesia
de Alcaria Ruiva que aceitou a
proposta, e escolheram para a
instalação desta Instituição Particular de Solidariedade Social, a
Escola Primária do Monte de Corte
Pequena, desactivada há já alguns
anos.
Esta Comissão solicitou à Câmara
Municipal de Mértola uma reunião
para apresentar este Projecto,
solicitando a cedência da referida
Escola incluindo a área circundante
à mesma, tendo a resposta sido
favorável através do Exm.º Senhor
Presidente da Câmara.
Realizou-se também um encontro
entre a Sra. Arquitecta que está a
elaborar o Projecto de Arquitectura
desta Associação, e que é elemento
da mesma, com o Gabinete Técnico
da Câmara M. Mértola, no sentido
de haver uma cooperação entre as
duas entidades, e que julgamos ser
de extremo valor para toda a
população do concelho, uma vez
que este trabalho não se estende
apenas à população da Freguesia
de Alcaria Ruiva.
Assim, e para fazer face às despesas que advém de todo um
processo de legalização, bem como
do restauro da Escola em questão
e construção de um novo Edifício
a Comissão Instaladora decidiu
iniciar uma Campanha de Fundos
no passado dia 30/01/05 assinalada
com um Torneio do Jogo Popular
“TORNEIO DA SUECA» que deu
um contributo financeiro positivo,
uma vez que teve a participação de
pessoas que compreenderam o
valor que tinha este invento marcando desde logo a sua presença,
tendo sido sugerindo a esta Comissão novos encontros como forma
de recolher receitas para a Instituição em formação, e sugeriram
que fizessemos um apelo a todas
as pessoas e entidades que possam
ajudar na concretização desta Obra
Social, para enviarem o seu contributo à Comissão Instaladora da
Associação Viver Bem, ao cuidado
da Junta de Freguesia de Alcaria
Ruiva, Caixa Postal 7801, 7750-013
ALCARIA RUIVA-MÉRTOLA.
É de salientar ainda que este
encontro foi feito em parceria com
o Centro Cultural de Corte Pequena
onde o mesmo decorreu, e que
ofereceu um. a parte do valor das
vendas do Bar a esta Associação,
tendo o mesmo tido o Patrocínio
da Junta de Freguesia de Alcaria
Ruiva que ofereceu os Troféus, e
da empresa NESTLÉ com a oferta
de alguns produtos alimentares,
cujo valor da venda dos mesmos
reverteu a favor da Instituição.
Comissão Instaladora do Grupo de
Trabalho da Associação Viver Bem
Caixa Postal 7801
7750-013 Alcaria Ruiva
Retiros para casais
No âmbito da Pastoral Familiar, o Santuário de Fátima informa que estão
previstos dois Retiros para Casais a realizar na Casa de Nossa Senhora do
Carmo nas seguintes datas: - 08a 10de Julho de 2005; - 18 a 20 de Novembro
de 2005.
Os interessados poderão contac-tar-nos da seguinte forma:
- Telefone 249.539.600 – Serviços SEPALI, durante as horas de expediente;
- Fax n.º 249.539.605;
- Por escrito para: Santuário de Fátima, A/C: SEPALI, Apartado 31 – 2496908 Fátima. - E-mail para: [email protected]
As inscrições serão aceites por ordem de chegada de qualquer uma das
formas acima indicadas.
TEMPO PASCAL
10 – Notícias de Beja
7 de Abril de 2005
O sacramento da Páscoa
Sob o ícone dos discípulos de
Emaús, o papa João Paulo 11
inaugurou o Ano dedicado à Eucaristia com a publicação da Carta
Apostólica Mane Nobiscum Domine – «Fica connosco, Senhor»
(Lc 24,29). A narração evangélica
atinge o seu ápice quando o
desconhecido pere-grino, sentando-se à mesa com os dois
discípulos desiludidos com o fim
trágico de Jesus de Nazaré, «tornou
o pão, abençoou-o, depois partiuo e distribuiu-o a eles. Então seus
olhos se abriram e o reconheceram»
(Lc 24, 30-31). Jesus (o Ressuscitado) manifesta-se vivo com o
mesmo gesto (fractio panis) que
realizou na noite da instituição da
Eucaristia. Na verdade, o relato
pascal de Emaús apresenta uma
verdadeira e própria celebração
eucarística (Salmos/ Profetas,
homilia, procissão de entrada até
ao lugar da celebração, abertura
dos olhos e da mente) – paradigma
de toda a liturgia cristã – prociamar/
escutar; revelar/ver; gostar/experimentar. A Igreja recebeu a Eucaristia
do Senhor Jesus Cristo como o
dom por excelência, porque é dom
d’Ele mesmo, por isso, é verdadeiramente o mistério da fé e o
sacramento do mistério da Páscoa.
Um texto do século 11 afirma
claramente: «O mistério da Páscoa
é Cristo» (Melitão de Sardes, Sobre
a Pás-coa, 65). Como em S. Paulo
(cf. Ef 1,4-12; 3, 1-13), este mistério
indica o plano divino da salvação
a oferta da sua vida e do seu
compromisso cristão, porque o
mistério de Cristo, alfa e ómega
torna-se contemporâneo a todo o
homem em todos os tempos.
realizado em Cristo, cujo ponto
central é o mistério da Páscoa.
Deste único e fontal mistério de
Cristo nasce a Eucaristia, a partir
dos modelos sacrificial, anamnético
e convivial.
1. E ucaristia -sacrifício
A Eucaristia é sacramento do
sacrifício de Cristo. A Igreja celebra
o sacrifício de louvor através de
Cristo e oferece ao Pai o que Ele
próprio lhe deu, isto é, os dons da
criação, o pão e o vinho, tornados,
pelo poder do Espírito Santo e pelas
palavras de Cristo, Corpo e Sangue
do mesmo Jesus Cristo.
À Eucaristia atribui-se o conceito
de sacrifício, porque torna presente
o sacrifício da cruz, conforme as
Ressuscitei, mas ainda
estou contigo!
Ainda há muita gente por aí, que
pensa ser impossível conviver com
Cristo. Dizem que Cristo pertence
a outro tipo de mundo; dizem que
Cristo mora nó além. Ele pode ser o
prémio da vida futura, pode ser a
esperança dos homens, pode ser
Aquele que espera por nós no limiar
da eternidade...
Muita coisa nos separa. Muita
distância nos divide. Moramos em
margens opostas, vivemos em
mundos diferentes, falamos línguas
diversas.
Como poderíamos morar juntos?
Um Deus é sempre um Deus, nunca
poderia caber na casa dos homens.
Vai raiar o dia em que, enfim,
estaremos para sempre unidos.
Mas por enquanto... por enquanto,
temos que viver separados e temos
que nos arranjar sozinhos.
É isto o que a gente vai dizendo. E
está tudo errado!
Para tirar qualquer dúvida, aqui vão
as palavras do maior interessado:
“Porque surgem tais pensamentos
nos vossos corações? Nós podemos morar juntos, porque Eu tenho
um corpo, tenho mãos, tenho pés.
Não sou um fantasma, sou um de
vós. Ressuscitei, mas ainda estou
convosco. Sou sempre eu, o vosso
Cristo de cada dia”.
O nosso Cristo de cada dia é o dono
do espectáculo. 0 Seu lugar é este,
os nossos caminhos são os Seus
caminhos, a nossa história é a Sua
história.
Não podemos lembrar-nos d’Ele
apenas quando vamos acender as
velas de nossa titubeante devoção
ou na hora em que vamos levar-Lhe
as flores do nosso amor inconstante. Ele quer é embarcar na nossa
barca.
Também seria muito pouco consideráramo-l´O imagem sagrada de um
fantasma, pela qual suspiramos nos
raros momentos de fervor. Porque,
verdadeira-mente, não Lhe cabe a
Ele o papel do fantasma.
A Ele pertence de direito o papel do
insubstituível companheiro de
viagem. De agora em diante, o
nosso maior pecado consiste em
manter os olhos fechados ou protegidos por óculos escuros. E o
nosso maior azar consiste em não
aceitar como parceiro de caminhada
Aquele que disse: “Estarei sempre
convosco”. A luz resplandece nas
trevas. Estes são os dias em que o
Senhor nos está visitando e trazendo a paz.
É sempre assim. Depois da paixão,
do sofrimento e da morte, desponta
a manhã da alegria e da ressurreição.
Sempre haverá um amanhã depois
da noite.
E nós, se perseverarmos através
das trevas, teremos a oportunidade
de ver o Sol. Amigo, continua a
marchar para a luz, pegando na mão
de Cristo. Não acreditas? Haverá um
amanhã depois da noite.
“O Meu Cristo de Cada Dia”
(P.Virgílio)
palavras da narração da ceia «Isto
é o meu Corpo que será entregue
por vós» e «Este é o cálice do meu
Sangue, o Sangue da nova e eterna
aliança, que será derramado por vás
e por todos, para remissão dos
pecados». No sacrifício da Missa,
Cristo torna-se presente sacramentalmente e «esta presença
chama-se “real”, não por exclusão
como se as outras não fossem
“reais”, mas por antonomásia,
porque é substancial, quer dizer, por
ela está presente Cristo completo,
Deus e homem» (Paulo VI, Carta
Encíclica Mysterium Fidei).
A comunidade reunida oferece ao
Pai o sacrifício de Cristo e associase a Cristo (ao mesmo tempo, o
cordeiro, o altar e o sacerdote), com
2. Eucaristia-memorial
O modelo da Eucaristia recorre à
categoria de memorial, «Fazei isto
em memória de mím» (Lc 22,19; 1
Cor 11,25b- surgindo como o elemento estrutural da narração da
instituição realizada por Jesus na
noite da última ceia. Ao agregar
estas palavras à narração da ceia, a
Oração eucarística torna-se uma
declaração de querer fazer o que
Jesus disse para fazer, uma menção
explícita à sua memória, qual presença sacramental permanente de
Cristo.
A Eucaristia é, pois, a obediência
ao mandamento de Cristo de fazer
o que Ele mesmo fez, conforme as
quatro tradições neotestamentárias
(Mc 14,22-24; Mt 26,26-28; Lc
22,17-20; 1 Cor 11,23-25), tornandose a anamnese do mistério da morte
e ressurreição de Cristo, como se
aclama na liturgia: «Anunciamos,
Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde
Senhor Jesus». Trata-se da comemoração do mandato de Cristo, não
apenas como recordação do passado, mas como proclamação das
maravilhas que Deus operou na
história da salvação por amor-doshomens, imprimindo ao caminho
cristão o passo da esperança.
3. Eucaristia-banquete
O sacramento da Eucaristia é
banquete pascal, por se tratar da
refeição que o Senhor tomou com
os seus discípulos antes da sua
paixão e morte e por podermos
participar no corpo e sangue do
Senhor, para entrar numa comunhão plena com Ele.
A acção da última ceia desenvolvese em nove momentos: tomou o
pão; deu graças; partiu-o; deu-o;
dizendo...; tomou o cálice; deu
graças; deu-o; dizendo.... partes
essenciais e constitutivas do rito
da Igreja. Este articula-se no ordinário da Missa em: preparação dos
dons, Oração Eucarística, fracção
do pão e comunhão.
Ao dizermos que a Eucaristia é o
sacramento da Páscoa, salientamos
a realização sacramental dos mistérios de Cristo no centro da
liturgia, e mesmo de toda a vida
cristã, como testemunham os Padres da Igreja: «o que no nosso
Redentor era visível, passou para
os seus sacramentos» (S. Leão
Magno, Sermão da Ascensão do
Senhor, 74,2).
Sacrifício, memorial e banquete são,
portanto,
três
dimensões
inseparáveis do mesmo e único
mistério eucarístico, o sacramento
da Páscoa de Cristo.
José Manuel Garcia Cordeiro
Vice-Reitor do Pontifício Colégio
Português
RELIGIÃO
7 de Abril de 2005
Notícias de Beja – 11
Reunidos em Fátima, na Assembleia Plenária
Os bispos postugueses homenagearam João Paulo II e
reafirmaram posição anti-aborto
Os bispos portugueses prestaram
no dia 4 homenagem a João Paulo
II e reafirmaram o seu empenhamento na luta contra o aborto,
um tema a que o Santo Padre
sempre deu grande importância.
“Tenho a certeza de que João Paulo
II ofereceu a vida por nós, pela
Igreja e pelo Mundo. A sua morte
provocou uma invulgar unidade da
humanidade”, afirmou o presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Policarpo, na
abertura da 159.ª Assembleia Plenária, em Fátima.
Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa
boa, que cessou funções como
presidente da CEP, o Santo Padre
foi sempre um grande Pastor,
tomando a iniciativa da liderança
para identificar perigos e apontar
novos caminhos.
“Ele foi, para toda a Igreja, esse
Pastor, que decididamente, com
passada larga, tomou sempre a
dianteira, apontando obstáculos a
vencer mas, sobretudo, rasgando
novos caminhos, alguns nunca
andados nem imaginados”, disse D.
José Policarpo.
E se dúvidas houvessem sobre o
alcance do pontificado de João
Paulo II, elas dissiparam-se perante
a invulgar unidade universal originada pela sua morte.
Viram-se cristãos de todas as
confissões, homens crentes de
outras religiões, governos e instituições, unidos em torno do falecimento de Sua Santidade. E assistiuse ao degelo de posições rígidas,
numa “manifestação do que de
melhor está guardado no coração
do homem e no âmago das culturas”, salientou o Cardeal-Patriarca.
Reunidos pela primeira vez após a
morte de João Paulo II, os bispos
portugueses colocaram uma imagem do Santo Padre na sala onde
decorre a Assembleia Plenária. Em
frente ao quadro, foi posto um
arranjo com diversas rosas brancas.
No discurso de abertura, D. José
Policarpo reafirmou a posição da
Igreja portuguesa em relação ao
aborto, agora que se volta a falar
na possibilidade de um referendo à
alteração da Lei sobre a Interrupção
Voluntária da Gravidez.
“Qualquer Lei que permita o aborto
cria uma separação entre a legalidade e a moralidade, pois o aborto
voluntariamente procurado, mesmo, que legal continua a ferir a
Católicos e praticantes
Que os cristãos vivam o Domingo como o dia do
Senhor, especialmente dedicado a Deus e ao próximo.
Intenção Geral do Santo Padre para o Apostolado da Oração - ABRIL
1. «No primeiro dia da semana».
Assim começam as narrativas
evangélicas da ressurreição do
Senhor Jesus (cfr. Mt, 28, 1; Mc 16,
2; Lc 24, 1; Jo 20, 1). E assim
começou também o domingo, ou
seja, o dia do Senhor ressuscitado
e vivo para sempre.
A santificação deste dia foi assumida, desde o início, pela comunidade cristã. Daí o costume de os
cristãos se reunirem no dia do
Senhor, para ler as Escrituras,
escutar o ensinamento dos Apóstolos e seus sucessores e celebrar
a fracção do pão (a Eucaristia).
Há testemunhos eloquentes, desde
os primeiros séculos, a este respeito. Leia-se, a título de exemplo,
o que se escreve na Didascália dos
Apóstolos: «Deixai tudo de lado,
no dia do Senhor, e apressai-vos
em comparecer todos juntos à
vossa assembleia». Nesse tempo
(séc. III), os cristãos eram perseguidos e mortos, mas não deixavam de participar na Eucaristia.
Hoje, em muitos lugares continua a
ser assim.
Noutros, suportam-se canseiras
tremendas (dias de caminhada,
noites ao relento ...) para participar
na Eucaristia dominical. E entre
nós?
2. Sentido e valor do domingo.
Não faltam documentos do Magistério eclesial a explicar o sentido
do domingo e o seu valor. O
Concílio Vaticano II lembra aos fiéis
que «por tradição apostólica, que
nasceu do próprio dia da ressur-
reição de Cristo, a Igreja celebra o
mistério pascal todos os oito dias,
no dia que bem se denomina dia do
Senhor ou domingo» (Sacrosanctum Concilium, 106). Este é o
sentido do domingo: celebrar, em
comunidade, a Páscoa do Senhor
Jesus. E do sentido do domingo
facilmente se depreende o seu
valor. «Todos os que tiveram a
graça de crer no Senhor ressuscitado não podem deixar de acolher
o significado deste dia semanal,
com o grande entusiasmo que fazia
S. Jerónimo dizer: “O domingo é o
dia da ressurreição, é o dia dos
cristãos, é o nosso dia”» (João
Paulo II, Carta apostólica Dies
Domini, n.º 2).
3. Domingo e Eucaristia.
É inquestionável, à luz da Tradição,
a íntima relação entre a vivência do
domingo e a celebração da Eucaristia. Para o cristão, não pode
haver um sem a outra: «A participação na Eucaristia seja verdadeiramente, para cada baptizado, o
coração do domingo: um compromisso irrenunciável, abraçado não
só para obedecer a um preceito mas
como necessidade para uma vida
cristã verdadeiramente consciente
e coerente» (João Paulo II, Carta
apostólica Novo millennio ineunte,
nº 36). Mais ainda: a participação
na Eucaristia dominical é um dos
«aspectos específicos» que identificam os cristãos, num contexto
cultural e religioso plural (cfr. idem).
Mal avisados andam, portanto, os
ditos «católicos não-praticantes»
e aqueles que, mesmo na Igreja,
desvalorizam a prática da Eucaristia
dominical como o sinal por excelência do ser cristão.
4. Dia dedicado a Deus e aos outros.
Na vida cristã tomada a sério, Deus
e os irmãos não se excluem. A
celebração eucarística realiza-se
plenamente, como assembleia cristã, na medida em que não se fecha
ao anúncio da fraternidade dos
crentes, bem como destes com
todos os homens, nem às necessidades do mundo, e em particular
dos mais pobres. Isto verifica-se,
quer nas orações, quer nos bens
oferecidos, quer na saudação fraterna. Mas verifica-se também na
«missão» recebida: anunciara
Páscoa do Senhor e, fazendo-o,
levar a libertação aos que padecem
qualquer tipo de opressão. «Assim,
a Eucaristia dominical não só não
desvia dos deveres de caridade,
mas, pelo contrário, estimula os
fiéis “a tudo o que seja obra de
caridade, de piedade e apostolado,
onde os cristãos possam mostrar
que são a luz do mundo, embora
não sejam deste mundo, e que
glorificam o Pai diante dos homens”» (João Paulo II, Dies Domini,
nº 69). O cristão que vive o domingo
como dia do Senhor não pode deixar
de se consagrar aos irmãos; o
cristão que serve os irmãos com
coração recto não pode deixar de
celebrar o domingo como dia do seu
Senhor e Mestre.
Elias Couto
moralidade natural e as exigências
da consciência”, afirmou o CardealPatriarca.
Segundo D. José Policarpo, a Igreja
não desconhece “o drama do
aborto clandestino”, nem ignora
que a defesa da vida “exige convicção, generosidade e coragem, compreensão e apoio da sociedade”.
No entanto, na perspectiva da fé
católica, esta “não é uma questão
que possa resolver-se pela cedência e pela tolerância, mas sim pela
coragem partilhada”.
Para o presidente cessante da CEP,
“esta batalha insere-se numa outra
mais vasta: a da educação e da
cultura, capaz de enquadrar as
pessoas na sua dignidade e na sua
luta pela vida”.
D. José Policarpo partiu no dia 5
para Roma, para participar nas
cerimónias fúnebres de João Paulo
II. Após seis anos à frente da CEP
o cardeal foi substituído no cargo
por D. Jorge Ortiga, arce-bispo
primaz de Braga.
A Assembleia Plenária decorre até
quinta-feira, com a definição de
vários princípios e orientações para
a Igreja em matéria de acção social.
Respostas às questões da última página
1.Bíblia: Segundo a tradição mais consistente, a Ascensão deu-se 40
dias depois da Ressurreição a meia encosta do Jardim das Oliveiras, a
Oriente de Jerusalém. 2. Cronologia: Porque os Ortodoxos, na liturgia
ainda seguem o Calendário Juliano, por se terem recusado a adoptar o
Calendário Gregoriano, introduzido pelo Papa depois do Cisma do
Oriente. 3. Terminologia: No uso português introduziram-se as palavras
laico (adjectivo, impropriamente usado como substantivo) e leigo
(normalmente usado como substantivo), com significados diversos:
laico refere-se à laicidade ou mais frequentemente ao laicismo; leigo é a
categoria comum dos membros da Igreja, distintos dos clérigos e dos
religiosos. 4. História: Há 4.000 anos, a Palestina estava ocupada por
diversas tribos semitas, especialmente pelos Cananeus, que, depois do
Êxodo, foram expulsos pelos Hebreus (ou Israelitas) que a ocuparam
no tempo de Josué. Depois de terem resistido aos domínios grego e
romano, os Judeus, com a destruição de Jerusalém e do seu Templo no
ano 70, foram expulsos e dispersaram-se. Uns séculos depois as tribos
árabes que foram ocupando a Palestina caíram no Islamismo. Depois
da Grande Guerra, a Palestina ficou sob administração inglesa. A entrada
discreta de milhares de judeus na Palestina proporcionou a declaração
do Estado de Israel em 1948, com tendência a remeter para a periferia os
palestinos muçulmanos. É esta a situação actual.
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ÚLTIMA PÁGINA
7 de Abril de 2005
Espaço
Ludo-Cultural
Recordar é viver
A Diocese de Beja
agradece a vida do
Papa João Paulo II
Embora esperada, mas não desejada, foi por todos profundamente sentida
a morte do nosso Papa João Paulo II, que vai ficar na história da Igreja e
do mundo contemporâneo como figura exemplar e marcante. A atitude
cristã perante a morte é a de acção de graças a Deus pela vida daqueles
que partem para a plenitude da vida junto de Deus, que a Ressurreição de
Cristo nos garante. Pela vida do Papa João Paulo II todos temos obrigação
de estar imensamente gratos.
Por isso convoco toda a diocese a celebrar em todas as paróquias
Eucaristias de acção de graças durante esta semana, de 4 a 10 de Abril,
repicando solenemente os sinos para essa celebração. Na sexta-feira, dia
8, às 8 horas, uma hora antes de se iniciarem as exéquias em Roma,
devem tocar todos os sinos das igrejas da Diocese, como acontece em todo
o País, em sinal de luto, respeito e homenagem pelo nosso querido e
saudoso João Paulo II.
A nível diocesano faremos a concelebração presidida pelo Bispo na Sé de
Beja, no domingo, dia 10, pelas 18,30 horas, ao mesmo tempo que
invocaremos o Espírito Santo pelo bom êxito do Conclave para eleição do
novo Papa. No final da Eucaristia será exposto o Santíssimo Sacramento
e cantaremos as Vésperas, dando assim início à semana de oração pelas
vocações e ao Lausperene, que vai decorrer durante toda a semana de 11
a 16 de Abril, em toda diocese.
No domingo a seguir à eleição do novo Papa deverão repicar-se também
solenemente os sinos das igrejas e, ainda às 18,30 horas, o Bispo presidirá
na Sé de Beja ao Pontifical e Te Deum de acção de graças.
† António Vitalino, Bispo de Beja
O que segue foi respigado de
números antigos do Notícias de
Beja.
Há 75 anos (1930). Nesse ano a
Páscoa caiu bastante alta, no dia
20 de Abril. Numa época anterior
ao da reforma litúrgica, o programa
da Semana Santa era bastante
diferente do actual, sobretudo no
Sábado Santo. A título de curiosidade, eis o Programa da Semana
Santa desse ano na Sé de Beja.
Domingo de Ramos: 11 h, Bênção
dos Ramos e Canto Solene da
Paixão; 17 h, Procissão dos Passos
e Sermão. Quarta-Feira de Trevas;
17 h, Ofício de Trevas com responsórios em canto gregoriano.
Quinta-Feira-Maior: 8 h, Missa de
Pontifical, Bênção dos Santos
Óleos, Procissão da Exposição do
SS. Sacramento; 16 h. Lava-pés e
Sermão do Mandato: 17 h, Ofício
de Trevas. Sexta-Feira Santa: 10
h, Missa de Pressantificados,
Canto solene da Paixão e Adoração
da Cruz; 17 h, Via Sacra; 17,30 h,
Ofício de Trevas. Sábado Santo: 9
h, Bênção do Lume Novo, Bênção
da Pia Baptismal e Missa solene de
Aleluia. Domingo de Páscoa: 12 h,
Missa solene de Pontifical, Procissão da Ressurreição e Bênção
Papal dada pelo Bispo com o repicar
dos sinos.
Há 50 anos (1955). O jornal dá
notícia com grande relevo do
falecimento de D. Manuel Mendes
da Conceição Santos no dia 30 de
Março às 5,30 h da manhã. Debaixo
do travesseiro do Arcebispo de
Évora foi encontrado o livro “La
Vie Spirituel” que lhe proporcionou
provavelmente a sua última leitura.
No funeral incorporaram-se 20.000
pessoas.
Há 25 anos (1980). O Ministério
da Agricultura e Pescas (MAP)
anunciou que irá distribuir pelos
trabalhadores rurais inscritos 266
lotes da grande Herdade dos Machados (Moura), à semelhança do
que já tinha sido feito na Herdade
da Comporta. Excluíram-se destes
lotes as reservas legalmente entregues aos anteriores proprietários.
Enciclopédia
A última mensagem de João Paulo II
A mensagem preparada por João Paulo II para a oração de Regina Coeli, no
dia 3, em substituição do Angelus - que tradicionalmente assinalava a
bênção papal de domingo - foi lida aos cerca de 150 mil fiéis concentrados
na Praça de São Pedro.
Os fiéis assistiram à missa solene celebrada pelo secretário de Estado do
Vaticano, cardeal Ângelo Sodano e ouviram depois a mensagem do Papa,
lida pelo arcebispo argentino Leonardo Sandri.
“À humanidade, que às vezes parece perdida e dominada pelo poder do
mal, pelo egoísmo e pelo medo, o Senhor ressuscitado oferece como dom
o seu amor, que perdoa, reconcilia e reabre o ânimo à esperança. É o amor
que converte os corações e dá a paz.
A solenidade litúrgica da Anunciação leva-nos a contemplar com os olhos
de Maria o imenso mistério deste amor misericordioso que sai do coração
de Cristo.
Ajudados por Ele, podemos compreender o sentido verdadeiro da alegria
pascal, que se baseia nesta certeza: Aquele que a Virgem teve no seu seio,
que sofreu e que morreu por nós, ressuscitou de verdade. Aleluia”
A NOVA EUROPA (6). Como é
sabido, em Roma, no dia 29 de
Outubro de 2004, foi assinado
pelos chefes de Estado ou de
Governo dos 25 países integrados
na União Europeia o texto dum
Tratado Constitucional que passará a reger os destinos da Europa
Unida em substituição dos diversos tratados até agora em vigor
desde o que em 1952 estabeleceu a
Comunidade Europeia do Carvão e
do Aço (CECA).
Para a sua validade como lei fundamental da UE, é necessário que
este Tratado Constitucional seja
ratificado pelos diversos Estados.
Foi deixado ao critério de cada um
a forma de ratificação, ou por
referendo (como é o caso de Portugal) ou por decisão parlamentar.
A ratificação de todos é condição
para o Tratado entrar em vigor no
dia de 1 de Novembro de 2006.
Segundo este diploma, os órgãos
de governo da UE são basicamente
três: o Conselho Europeu, constituído por um ministro de cada
Estado-membro, que aprova as leis
europeias, agora por um novo
sistema de dupla maioria (já não
sendo exigida a unanimidade); a
Comissão Europeia, inicialmente
com um comissário por Estadomembro, devendo mais tarde o seu
número ser reduzido a dois terços,
passado a haver uma rotação igualitária entre os países; e o Parlamento Europeu, com um número
variável entre 6 e 96 de deputados
por Estado-membro (consoante o
número dos respectivos eleitores),
num total de perto de 750. Como
novidades, o Tratado Constitucional prevê um Presidente do
Conselho Europeu e um Ministro
dos Negócios Estrangeiros.
Além da reestruturação dos órgãos,
o novo Tratado amplia as respectivas competências, tendo em
vista assegurar uma Europa unida
e forte para se alcançarem os
objectivos para ela já sonhados
pelos seus geniais fundadores.
Coisas e loisas
1. Mais um recorde. Decididamente, os portugueses gostam de
fazer figura com o seu nome estampado no Livro Guiness dos Recordes. Agora coube a vez a um
alentejano de Ferreira, que no dia 5
do mês passado animou as ruas da
vila com a passagem ao longo de
um quilómetro da sua megabicicleta de 65 lugares, 45 m de
comprido e 130 rodas. Habituado a
andar de bicicleta (já tinha ido ao
Luxem-burgo e voltado montado
numa), ao saber que um inglês
figurava no Guiness com uma de
62 lugares, decidiu vencer esse
recorde e começou a coleccionar
velhas bicicletas, soldou uma às
outras, e pronto. Quem as montou
foram alunos das escolas locais.
Não faltaram aplausos da
população. Por fim, nova promessa:
dentro de 2 anos a dose será
aumentada com uma macrobicicleta de 100 lugares...
2. Nabo gigante. Já agora que
estamos a falar de recordes, não
queremos deixar passar a notícia
vinda a público de que, mais ou
menos pela mesma altura, um outro
alentejano, com o expressivo nome
de José Canhão, colheu no seu
quintal da vila de Fronteira um nabo
com um metro de alto e 13,5 quilos
de peso. E já não foi o primeiro que
o seu prodigioso quintal produziu.
Veja se sabe
1. Bíblia. Segundo a tradição, de
onde partiu Jesus para o Pai quando
da sua Ascensão ao Céu?
2. Cronologia. Por que motivo os
Ortodoxos não celebram a Páscoa
ao mesmo tempo que os outros
Cristãos?
3. Terminologia. É indiferente o
uso em português das palavras
leigo e laico?
4. História. Quais os povos que,
de há 4.000 anos para cá, habitaram
na chamada Palestina?
(Ver respostas na penúltima página)
Bom humor
1. Conversa celeste. Dois anjos
conversam no céu. Um deles pergunta: «Quais são as previsões
meteorológicas para amanhã?» O
outro responde: «Céu com muitas
nuvens.» E o primeiro comenta:
«Ainda bem. Já temos onde nos
sentarmos!»
2. Física. O professor pergunta: «A
quantos graus ferve a água?» Um
aluno responde: «A noventa
graus.» «Errado, brada outro, o que
ferve a noventa graus é o ângulo
recto!»
3. Na livraria. Pede uma senhora:
«Eu queria um livro que quando se
lê nunca se percebe se vai acabar
em beleza ou em tragédia...» Responde o livreiro: «Então leve um
de culinária...»
Manuel Falcão
Os últimos momentos do Papa
Olhou para a janela, ergueu
a mão direita, disse ámen...
e morreu