caixa aberta 22
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Nº22 | NOVEMBRO 2009 3 sindical Reformas, pré-reformas, reformas antecipadas... ... prudência na decisão! 3 contratação PROPOSTAS DE REVISÃO CONTRATUAL 7 entrevista ZÉ OLIVEIRA Cartoonista, Presidente da FecoPortugal Associação de Cartoonistas 10 formação SINDICAL PARA DELEGADOS SINDICAIS WORKSHOPS DE FOTOGRAFIA EM LISBOA, PORTO E COIMBRA 1 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº22 | NOVEMBRO 2009 índice CAIXA ABERTA Nº22 NOVEMBRO 2009 3 caixa sindical • REFORMAS, PRÉ-REFORMAS, REFORMAS ANTECIPADAS... PRUDÊNCIA NA DECISÃO! 3 caixa contratação • PROPOSTAS DE REVISÃO CONTRATUAL 4 caixa com direitos • ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE 7 caixa entrevista • ZÉ OLIVEIRA CARTOONISTA, PRESIDENTE DA FECOPORTUGAL - ASSOCIAÇÃO DE CARTOONISTAS 10 caixa formação • ACÇÃO DE FORMAÇÃO PARA DELEGADOS SINDICAIS • WORKSHOPS DE FOTOGRAFIA EM LISBOA, PORTO E COIMBRA 12 caixa com história • BARBEAR-SE OU NÃO... UMA QUESTÃO ! 14 caixa horas livres • PRORROGAÇÃO DE PRAZOS DE INSCRIÇÕES IV CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO STEC, E IV PRÉMIO LITERÁRIO DO STEC 15 caixa protocolos • PROTOCOLOS 16 • INSÓLITO • CONT(R)A-CORRENTE editorial UM NOVO GOVERNO… Em 27 de Setembro o país foi a votos e o resultado dessas eleições ditou uma nova distribuição das forças politicas e em sequência o aparecimento de um novo governo, agora sem maioria absoluta. O que se pode esperar da atitude deste novo governo é a pergunta dominante em Portugal, cada um imaginando naturalmente que a prática governativa possa corresponder ao que deseja. Para uma organização que representa trabalhadores importa saber se o novo governo vai: primar pelo diálogo, em detrimento da sobranceria; optar pelos interesses dos mais desfavorecidos ou, ao invés, dos detentores da riqueza; apostar no combate às desigualdades ou continuar a perfilhar as teses ultraliberais que tantos males sociais já provocaram a Portugal e aos portugueses. Para o STEC, como Sindicato dos trabalhadores do Grupo Caixa, é, para além disto, importante saber se o novo governo vai assegurar a continuidade e o fortalecimento das empresas de capital público, ou se, pelo contrário, volta a trilhar um caminho de privatizações, entregando aos privados aquilo que é público, aquilo que é de todos nós. Por conseguinte, sem alimentarmos quaisquer expectativas fantasiosas sobre se o governo que aí vem vai conseguir responder eficazmente aos males que afligem a sociedade portuguesa e aos grandes desafios que o país enfrenta, é legítimo esperarmos que o facto de não dispor na Assembleia da República de uma maioria absoluta, possa condicionar pela positiva a sua acção. É legítimo esperarmos, nomeadamente, pelo abandono da «estratégia de silêncio» e da «política de gaveta», que pautou nos últimos anos a sua acção. É ainda legítimo exigirmos uma nova postura de diálogo e de aproximação aos interlocutores, nomeadamente às organizações sindicais. Na situação de crise económica, social e de valores em que nos mergulharam, pode não ser fácil encontrar os melhores caminhos para dela sairmos. No entanto, uma coisa é certa: aqueles que pelas suas teorias e pela sua prática para ali nos empurraram não são de certeza quem dali nos vai tirar. Daí que, respeito institucional, diálogo efectivo, participação dos vários actores e partilha responsável dos objectivos a atingir, sejam as premissas que aqui deixamos quanto a uma avaliação positiva da acção futura do novo governo. A ver vamos! 2 CAIXA ABERTA sindical Entramos no último trimestre do ano e lá começam as conversas e os "convites" para aqueles que já atingiram as condições de reforma... não se esquecerem disso! Não fosse passar-lhes pela cabeça, algumas “ideias” como, por exemplo, ficarem a trabalhar - como a lei permite - até aos 70 anos! REFORMAS, PRÉ-REFORMAS, REFORMAS ANTECIPADAS ... PRUDÊNCIA NA DECISÃO! Esse é o único momento do ano, para além dos efusivos cumprimentos de Natal, em que algumas chefias descem do seu pedestal para "conversar" ou melhor para "convencer" os subordinados, que o melhor para eles seria... irem andando. Por parte dos trabalhadores, as emoções são díspares. Para uns, a ansiedade com que aguardam esse contacto há tanto tempo desejado. Para outros, a frustração com que recebem um convite que não esperavam e que lhes mostra não serem afinal tão importantes como pensavam! Para outros, ainda, a perturbação causada por uma conversa inesperada, a que não sabem o que dizer e muito menos como reagir. A decisão quanto a um tema tão fundamental para a vida de cada um, como é a passagem à reforma, necessita de muita ponderação, de muitas contas de cabeça, de muitas conversas familiares, às vezes mesmo de muitas noites sem dormir. Esta é portanto uma decisão que não pode ser tomada de forma precipitada e muito menos decidida sob pressão. Os sindicatos devem ser também um espaço fundamental de apoio aos seus associados, para este tipo de questões. Ouvindo-os, ajudando-os na reflexão e aconselhando-os na decisão. Esta é a prática que o STEC tem vindo a cultivar desde a sua fundação e muitos são os sócios que a ela têm recorrido. Com esta nota, que mais não visa do que alertar e despertar aqueles que nos lêem para a questão da sua reforma, o STEC coloca-se mais uma vez à disposição de todos os seus sócios que, porventura, tenham sido ou estejam na expectativa de serem contactados nesse sentido, para os ajudar nas suas dúvidas, chamando a atenção para a importância de não tomarem decisões imediatistas e de não se deixarem impressionar por quaisquer conversas mais intimidatórias. Antes de uma decisão consultem o STEC! Estamos no quarto trimestre do ano e é altura de preparar as propostas de revisão contratual que o STEC irá apresentar à CGD e às Empresas do Grupo. Reconhecendo, embora, as condições adversas em que esta revisão contratual se irá desenrolar, não podemos, no entanto, deixar de considerar que, inquestionavelmente, o Grupo CGD regista níveis de rentabilidade extremamente significativos, em linha, aliás, com os expressivos resultados de exercício que nos últimos anos sempre tem atingido - largas centenas de milhões de Euros de lucro! Depois, estamos a falar de revisão contratual, de uma matéria que tem directamente a ver com os trabalhadores, com os seus direitos e expectativas; de algo que determina se vai haver evolução ou regressão social nas Empresas do Grupo CGD. Ora, neste âmbito, um facto é in- contratação questionável - por parte dos trabalhadores do Grupo, naquilo que depende directamente do seu trabalho e capacidade, os resultados têm continuado a crescer. Por conseguinte, quaisquer quebras de lucro que se tenham verificado ou que possam vir a ocorrer, são o resultado directo de operações bancárias decididas ao mais alto nível da gestão, como é o caso das aplicações financeiras nos mercados bolsistas internos e internacionais, que, ultimamente, se têm vindo a revelar, em muitos casos, desastrosas. Então, uma evidência não pode deixar de ressaltar neste período de revisão contratual que se aproxima - aqueles que diariamente contribuem decisivamente para que se atinjam os objectivos e que têm continuado a assegurar o aumento dos resultados de exercício - os lucros - não podem depois ver todo esse trabalho e esforço malbaratados pela via de aplicações financeiras de risco ou de menos prudência, a que são alheios e muito menos virem ainda a ser afectados por isso. Mas que culpa têm disso, desses erros de gestão, os milhares de trabalhadores que todos os dias dão o seu melhor para que os lucros do Grupo CGD continuem em alta? Obviamente nenhuma! Convictos de que a razão está do nosso lado, estamos certos de que contaremos com a unidade e determinação dos trabalhadores para lutarmos por uma revisão contratual justa. 3 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº22 | NOVEMBRO 2009 direitos ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE Os direitos e obrigações do trabalhador-estudante perante a sua entidade patronal encontram-se regulados, actualmente, nos artigos 89º a 96º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro. Para além desse regime legal, os trabalhadores-estudantes d) Seis horas semanais, nos casos em que o período normal beneficiam ainda dos direitos mais favoráveis estabelecidos de trabalho semanal do trabalhador seja igual ou superior na respectiva convenção colectiva de trabalho. a trinta e oito horas. Por outro lado, foram estabelecidos, recentemente, através do artigo 12º da Lei nº 105/2009, de 14 de Setembro, importantes ► Impossibilidade do ajustamento do horário ao regime de turnos a que o trabalhador esteja afecto direitos do trabalhador-estudante no âmbito dos respectivos estabelecimentos de ensino. O trabalhador-estudante cujo período de trabalho seja impossíEsse conjunto de direitos e obrigações, que enunciaremos de vel ajustar, de acordo com as alíneas anteriores, ao regime de turnos a que está afecto, tem preferência na ocupação de posto seguida, constituem o estatuto do trabalhador-estudante. de trabalho compatível com a sua qualificação profissional e com a frequência de aulas. I. NOÇÃO DE TRABALHADOR-ESTUDANTE ► Casos em que o horário de trabalho ajustado ou a Considera-se trabalhador-estudante o trabalhador que frequendispensa de trabalho para frequência de aulas comta qualquer nível de educação escolar, bem como curso de prometa manifestamente o funcionamento da empresa pós-graduação, mestrado ou doutoramento em instituição de ensino, ou ainda curso de formação profissional ou programa Nestes casos, que podem ocorrer nomeadamente por causa de ocupação temporária de jovens com duração igual ou su- do número de trabalhadores-estudantes existentes na empreperior a seis meses. sa, o empregador está obrigado a promover um acordo com o trabalhador interessado e a comissão de trabalhadores ou, na A manutenção do estatuto de trabalhador-estudante depende sua falta, a comissão intersindical, comissões sindicais ou dede aproveitamento escolar no ano lectivo anterior. legados sindicais, sobre a medida em que o interesse daquele pode ser satisfeito. II. DIREITOS DECORRENTES DO CÓDIGO DO TRABALHO Na falta de acordo, o empregador decide fundamentadamente, informando o trabalhador por escrito. ► Horário de trabalho ► Trabalho suplementar O horário de trabalho do trabalhador-estudante deve, sempre que possível, ser ajustado de modo a permitir a frequência das O trabalhador-estudante não é obrigado a prestar trabalho suplementar, excepto por motivo de força maior. aulas e a deslocação para o estabelecimento de ensino. Porém, quando esse ajustamento não for possível, o trabalha- O trabalhador-estudante que preste trabalho suplementar tem dor-estudante tem direito a dispensa de trabalho para frequên- direito a descanso compensatório de igual número de horas. cia de aulas, se assim o exigir o horário escolar, sem perda de direitos e contando o tempo de dispensa como prestação ► Trabalho em regime de adaptabilidade, banco de efectiva de trabalho. horas ou horário concentrado A dispensa de trabalho para frequência de aulas pode ser O trabalhador-estudante não é obrigado a prestar trabalho em utilizada de uma só vez ou fraccionadamente, à escolha do regime de adaptabilidade, banco de horas ou horário concentrabalhador-estudante. trado quando o mesmo coincida com o horário escolar ou com prova de avaliação. ► Dispensa de prestação de trabalho Ao trabalhador-estudante que preste trabalho em regime de O tempo de dispensa de prestação de trabalho depende do período adaptabilidade, banco de horas ou horário concentrado é asnormal de trabalho, e tem a seguinte duração semanal máxima: segurado um dia por mês de dispensa, sem perda de direitos, contando esse dia como prestação efectiva de trabalho. a) Três horas semanais, nos casos em que o período normal de trabalho semanal do trabalhador seja igual ou superior ► Faltas para prestação de provas de avaliação a vinte horas e inferior a trinta horas; b) Quatro horas semanais, nos casos em que o período O trabalhador-estudante pode faltar justificadamente por motivo normal de trabalho semanal do trabalhador seja igual ou de prestação de prova de avaliação, nos seguintes termos: superior a trinta horas e inferior a trinta e quatro horas; a) No dia da prova e no imediatamente anterior; c) Cinco horas semanais, nos casos em que o período normal b) No caso de provas em dias consecutivos ou de mais de uma de trabalho semanal do trabalhador seja igual ou superior prova no mesmo dia, os dias imediatamente anteriores são a trinta e quatro horas e inferior a trinta e oito horas; tantos quantas as provas a prestar; 4 CAIXA ABERTA c) Os dias imediatamente anteriores referidos nas alíneas anteriores incluem dias de descanso semanal e feriados; IV. CESSAÇÃO E RENOVAÇÃO DE DIREITOS O direito a horário de trabalho ajustado ou a dispensa de trabad) As faltas dadas ao abrigo das alíneas anteriores não podem lho para frequência de aulas, a marcação do período de férias exceder quatro dias por disciplina em cada ano lectivo. de acordo com as necessidades escolares ou a licença sem retribuição cessa quando o trabalhador-estudante não tenha O direito a faltar justificadamente nos termos atrás referidos só aproveitamento no ano em que beneficie desse direito. pode ser exercido em dois anos lectivos relativamente a cada disciplina. Os restantes direitos cessam quando o trabalhador-estudante não tenha aproveitamento em dois anos consecutivos ou três Consideram-se ainda justificadas as faltas dadas por trabainterpolados. lhador-estudante na estrita medida das deslocações necessárias para prestar provas de avaliação, sendo retribuídas até Os direitos do trabalhador-estudante cessam imediatamente 10 faltas em cada ano lectivo, independentemente do número em caso de falsas declarações relativamente aos factos de de disciplinas. que depende a concessão do estatuto ou a factos constitutivos de direitos, bem como quando estes sejam utilizados para outros fins. ► Conceito de prova de avaliação Considera-se prova de avaliação o exame ou outra prova, es- O trabalhador-estudante pode exercer de novo os direitos no crita ou oral, ou a apresentação de trabalho, quando este o ano lectivo subsequente àquele em que os mesmos cessaram, substitua ou complemente e desde que determine directa ou não podendo esta situação ocorrer mais de duas vezes. indirectamente o aproveitamento escolar. V. PROCEDIMENTO PARA O EXERCÍCIO DOS DIREITOS ► Férias e licenças de trabalhador-estudante O trabalhador-estudante tem direito a marcar o período de férias de acordo com as suas necessidades escolares, podendo gozar até 15 dias de férias interpoladas, na medida em que tal seja compatível com as exigências imperiosas do funcionamento da empresa. O trabalhador-estudante deve comprovar perante o empregador o respectivo aproveitamento, no final de cada ano lectivo. III. CONCESSÃO DO ESTATUTO DE TRABALHADOR-ESTUDANTE a) Quarenta e oito horas ou, sendo inviável, logo que possível, no caso de um dia de licença; O controlo de assiduidade do trabalhador-estudante no âmbito do estabelecimento de ensino pode ser feito, por acordo com o trabalhador, directamente pelo empregador, através dos serviO trabalhador-estudante tem direito, em cada ano civil, a licen- ços administrativos do estabelecimento de ensino, por correio ça sem retribuição, com a duração de 10 dias úteis seguidos electrónico ou fax, no qual é aposta uma data e hora a partir ou interpolados. da qual o trabalhador-estudante termina a sua responsabilidade escolar. ► Promoção profissional de trabalhador-estudante Na falta de acordo o empregador pode, nos 15 dias seguintes O empregador deve possibilitar ao trabalhador-estudante pro- à utilização da dispensa de trabalho para esse fim, exigir a moção profissional adequada à qualificação obtida, não sen- prova da frequência de aulas, sempre que o estabelecimento do todavia obrigatória a reclassificação profissional por mero de ensino proceder ao controlo da frequência. efeito da qualificação. O trabalhador-estudante deve solicitar a licença sem retribuição com a seguinte antecedência: O trabalhador-estudante deve comprovar perante o emprega- b Oito dias, no caso de dois a cinco dias de licença; dor a sua condição de estudante, apresentando igualmente o c) 15 dias, no caso de mais de cinco dias de licença horário das actividades educativas a frequentar. O trabalhador-estudante deve escolher, entre as possibilidades existentes, o horário mais compatível com o horário de trabalho, sob pena de não beneficiar dos inerentes direitos. Considera-se aproveitamento escolar a transição de ano ou a aprovação ou progressão em, pelo menos, metade das disciplinas em que o trabalhador-estudante esteja matriculado, a aprovação ou validação de metade dos módulos ou unidades equivalentes de cada disciplina, definidos pela instituição de ensino ou entidade formadora para o ano lectivo ou para o período anual de frequência, no caso de percursos educativos organizados em regime modular ou equivalente que não definam condições de transição de ano ou progressão em disciplinas. Considera-se ainda que tem aproveitamento escolar o trabalhador que não satisfaça os requisitos atrás referidos devido a acidente de trabalho ou doença profissional, doença prolongada, licença em situação de risco clínico durante a gravidez, ou por ter gozado licença parental inicial, licença por adopção ou licença parental complementar por período não inferior a um mês. VI. DIREITOS DECORRENTES DA CONTRATAÇÃO COLECTIVA As normas que respeitem ao regime do trabalhador-estudante só podem ser afastadas por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho que, sem oposição daquelas normas, disponha em sentido mais favorável aos trabalhadores (art. 3º, nº 3, al. e), do Código do Trabalho). Os direitos estabelecidos para os trabalhadores-estudantes nas respectivas convenções colectivas de trabalho que sejam mais favoráveis para os trabalhadores do que os estabelecidos no Código do Trabalho prevalecem, portanto, sobre estes. O trabalhador-estudante não pode, porém, cumular os direitos previstos no Código do Trabalho com quaisquer regimes que visem os mesmos fins, nomeadamente no que respeita a dispensa de trabalho para frequência de aulas, licenças por motivos escolares ou faltas para prestação de provas de avaliação. continua 5 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº22 | NOVEMBRO 2009 continuação Assim, importa ter presentes os seguintes direitos estabeleci- ► No ACTV celebrado entre o STEC e as Seguradoras FIDELIDADE – MUNDIAL, CARES e VIA DIRECTA, dos nas convenções colectivas de trabalho negociadas pelo do Grupo CGD, Publicado no Boletim do Trabalho e STEC: Emprego nº 45, 1ª Série, de 8/12/2003 ► No Acordo de Empresa celebrado entre o STEC e a Caixa Geral de Depósitos, S.A., publicado no Boletim do Trabalho e Emprego nº 47, 1ª Série de 22 de Dezembro de 2007 Se o curso frequentado pelo trabalhador for no interesse e a pedido da empresa, esta suportará os respectivos custos e concederá ao trabalhador todo o tempo necessário para a sua preparação. Os trabalhadores estudantes têm direito a beneficiar de horá- Se o curso for do interesse exclusivo do trabalhador, poderá rios de trabalho diferenciados ou flexíveis para a frequência este obter sempre a passagem a horário diferenciado ou a das aulas e inerente deslocação para os respectivos estabe- trabalho a tempo parcial. lecimentos de ensino. O trabalhador disporá, sem perda de vencimento, em cada ano Os horários previstos no parágrafo anterior não podem iniciar-se escolar, e para além do tempo de prestação de provas, até 15 antes das 8,00 horas nem terminar depois das 20,00 horas. dias úteis, consecutivos ou não, para preparação de exames As faltas dadas pelo trabalhador-estudante para prestação de ou para quaisquer outros trabalhos de natureza escolar. exames ou provas de avaliação não determinam perda de ven- No período de encerramento dos estabelecimentos escolares, cimento ou de qualquer outro direito ou regalia previstos no o gozo do direito consignado no primeiro e no segundo paráAcordo de Empresa. grafo, será interrompido. Em alternativa às opções previstas no regime legal sobre “faltas para prestação de provas de avaliação”, o trabalhador-estudante VII. DIREITOS DO TRABALHADOR-ESTUDANTE pode optar pelo direito a faltar dois dias úteis por disciplina, NO ÂMBITO DO RESPECTIVO até ao máximo de dez por ano, para preparação de provas ESTABELECIMENTO DE ENSINO de avaliação de conhecimentos ou exames, os quais podem ser utilizados, quer para uma só disciplina, quer para todas O trabalhador-estudante não está sujeito: ou para o conjunto de algumas delas, mais um dia para prestação de cada exame, acrescido do tempo necessário para a a) A frequência de um número mínimo de disciplinas de determinado curso, em graus de ensino em que isso seja possídeslocação. vel, nem a regime de prescrição ou que implique mudança Os trabalhadores que não tenham tido aproveitamento escode estabelecimento de ensino; lar, num máximo de 2 anos seguidos ou 3 interpolados, têm direito a ausentar-se, sem perda de vencimento ou qualquer b) A qualquer disposição legal que faça depender o aproveitamento escolar de frequência de um número mínimo de outro direito ou regalia previstos neste Acordo, para prestação aulas por disciplina; de exame, no dia em que este tiver lugar, acrescido do tempo necessário para a deslocação. c) A limitação do número de exames a realizar em época de recurso. Os trabalhadores-estudantes beneficiam do pagamento da importância correspondente ao valor das propinas ou mensalidaCaso não haja época de recurso, o trabalhador-estudante tem des do ensino oficial. direito, na medida em que seja legalmente admissível, a uma No caso de só ser possível a matrícula em estabelecimento época especial de exame em todas as disciplinas. particular, por motivo não imputável ao trabalhador, a Empresa O estabelecimento de ensino com horário pós-laboral deve aspagará o valor das respectivas propinas ou mensalidades. segurar que os exames e as provas de avaliação, bem como um Os trabalhadores-estudantes têm direito a um subsídio de es- serviço mínimo de apoio ao trabalhador-estudante decorram, tudo no valor fixado no Anexo IV do Acordo de Empresa, que na medida do possível, no mesmo horário. é devido de Setembro de cada ano a Agosto inclusive, do ano O trabalhador-estudante tem direito a aulas de compensação seguinte. ou de apoio pedagógico que sejam consideradas imprescindíveis pelos órgãos do estabelecimento de ensino. ► No Acordo Colectivo de Trabalho celebrado entre o As especificidades da frequência de estabelecimento de ensino STEC e as Empresas CAIXA LEASING E FACTORING, por trabalhador-estudante atrás referidas, não são cumuláveis FUNDIMO, CAIXAGEST, CGD PENSÕES, CAIXA com qualquer outro regime que vise os mesmos fins. CAPITAL, CAIXANET, IMOCAIXA e SOGRUPO IV, do Grupo CGD, Publicado no Boletim do Trabalho e Este regime aplica–se também ao trabalhador por conta próEmprego nº 48, 1ª Série, de 29 de Dezembro de 2007 pria, bem como ao trabalhador que, estando abrangido pelo As Empresas promoverão, pela forma que considerem mais estatuto do trabalhador-estudante, se encontre entretanto em adequada, nomeadamente por afixação nos locais de trabalho, situação de desemprego involuntário, inscrito em centro de informações sobre os direitos conferidos pela legislação res- emprego. peitante ao regime dos trabalhadores-estudantes. As empresas concedem aos trabalhadores estudantes um subsídio de estudo mensal no valor de €18,50, desde que a frequência do curso seja considerada pela empresa como de interesse para o serviço, considerando-se sempre de interesse os níveis de ensino até ao 12º ano de escolaridade, inclusive. O subsídio de estudo é devido de Setembro de cada ano a Agosto do ano seguinte, inclusive, desde que o trabalhador reúna as condições legais para beneficiar do estatuto de trabalhador estudante. 6 CAIXA ABERTA entrevista Há muito por fazer para cumprir os ideais de Abril ZÉ OLIVEIRA Cartoonista, Presidente da FecoPortugalAssociação de Cartoonistas ZÉ OLIVEIRA Cartoonista de reconhecido mérito. Presidente da FecoPortugal-Associação de Cartoonistas, Zé Oliveira foi nomeado Embajador Nonorário de Granada. Foram-lhe atribuídos diversos prémios, nacionais e internacionais. Zé Oliveira é o autor do "Contra Corrente" do Caixa Aberta e de alguns cartazes editados pelo STEC com cartoons. De onde vem o gosto pelo cartoon, ao ponto de se transformar em profi ssão? ZO: Começa por ser efectivamente um gosto, como penso que acontece com todas as actividades que tenham uma componente artística. Mas é um gosto que começa por ser uma necessidade. Sendo filho único, fui um garoto que tinha de passar o tempo sem ter irmãos com com quem brincar. A somar a isso, a circunstância de ser filho de ferroviários que mudavam de terra volta e meia. Quando acabava de criar o meu círculo de amigos, ia de malas aviadas refazer amizades noutro sítio. E enquanto me não reintegrava, a solução era inventar maneiras de passar o tempo sozinho. Lá por casa havia sempre umas folhas de papel que sobravam das coisas do meu pai, do expediente da vida profissional dele. Algumas folhas tinham poucas palavras impressas e, por terem grandes zonas brancas, guardava-as quando deixavam de ter interesse profissional para o meu pai. Pela minha parte eram promovidas a papel de desenho! Foi assim que realmente nasceu o gosto pelo desenho, nasceu da necessidade de ocupar o tempo. Agora... como é que se transforma um gosto em actividade profissional? Antes de mais nada é necessário também ter o gosto de comunicar. Porque o cartoon é uma forma de comunicação. E eu sempre gostei de falar com as pessoas; provavelmente isso é consequência da tal contingência de enfrentar novos vizinhos a cada passo, pessoas de outros sítios, com outros hábitos, outro vocabulário, com quem se conversa, que não conhecemos de antemão mas que se ficam a conhecer a partir daquele momento. Essa comunicação com as pessoas proporcionava uma certa desinibição. Eu viajava um pouco mais do que era habitual naquela altura, por isso me criei um pouco menos inibido do que era usual. E a desinibição é uma das fer- ramentas com que se faz um cartoon de apreciação crítica. Uma actividade é profissão quando proporciona rendimento a quem a exerce. Ora, os meus primeiros tostões para, sei lá, comprar uma camisa a meu gosto, uma camisola, beber umas cervejas, foram justamente ganhos a publicar desenhos na imprensa. Tinha eu dezoito anos, mais ou menos, quando publiquei os meus primeiros desenhos remunerados. Foi numa revista chamada “Flama”, que era muito conhecida. Era uma revista ligada à Igreja, feita numa perspectiva pretensamente de contestação ao regime - contestação ligeira obviamente, porque na altura, a maior parte dos jornais não tinha possibilidade de fazer uma contestação muito determinada. Portanto, e sintetisando, começou por ser por necessidade que um gosto se transformou numa profissão. Era regular? ZO: A revista era semanal, mas a minha colaboração era irregular. Aliás nesse tempo quase não havia colaborações regulares, tirando casos especiais de jornais satíricos, como “Os Ridículos”, onde vim a colaborar logo a seguir. Aí sim, publicava dois, três, quatro cartoons por semana. Eram publicados praticamente todos os que enviava. Ser cartoonista é apenas uma profi ssão ou, acima de tudo, uma grande paixão? ZO: É uma paixão. Porque um cartoo- nista, no sentido nobre do termo, não é um simples ilustrador nem um produtor de sorrisos ingénuos, é um comentador da actualidade, é um agitador de consciências. Estou a falar daquele que faz cartoon efectivamente editorial, cartoon com ideias dentro. Isso não pode ser produzido mecanicamente, tem de ser feito apaixonadamente. Por exemplo, há pouco tempo estive com um amigo, reputado cartoonista, que, numa das maiores revistas nacionais, fazia um cartoon de página inteira ou quase, chamado “puro veneno”. Era uma rubrica que vinha desde o nº1 da revista e essa colaboração, muito antiga, já vinha de "O Jornal". Foi dispensado, não pela direcção redactorial mas pela administração da revista e até agora não conseguiu espaço para publicar. Regressou à arquitectura, já que ele é arquitecto - aliás de sucesso - mas confessa-se cheio de vontade de voltar ao cartoon. Não por necessidade, sim por paixão. Como se vê, não se trata de uma paixão fácil de alimentar. Há jovens que querem começar e, nestas coisas como em todas, é a experiência que faz a mão, que traz capacidade e segurança, e os jovens não têm onde publicar. E quando aparece uma ou outra rara hipótese de publicação, os jovens são por vezes convidados a publicarem gratuitamente, com o argumento indecente de que a contrapartida é a divulgação do seu trabalho. Como se o homem do talho nos oferecesse os bifes de borla, para divulgação da sua loja! Nós temos desde há um ano a "FecoPortugal - Associação de Cartoonistas", que faz os possíveis por sensibilizar os associados de que não se deve trabalhar gratuitamente. A não ser que haja uma justifi cação plausível, designadamente de carácter humanitário. Mas, voltando à pergunta, o cartoon é uma paixão. Aliás, o exercício da comunicação é sempre uma paixão, seja a publicação de um romance, a construção de uma notícia, a escrita de uma crónica. E o cartoon é isso mesmo: uma crónica. Sob a forma de desenho, e de teor socio-político. O que é ser cartoonista? ZO: Como acabámos de ver, ser cartoonista é ser cronista. Porque ele pega num facto autêntico e transforma-o numa peça continua 7 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº22 | NOVEMBRO 2009 entrevista continuação criativa, tem liberdade para iventar, embora sempre em torno da realidade. Mas inventa exagerando, não inventa mentindo. Ser cartoonista é, também, ser intérprete dos interesses das populações, é ser uma espécie de provedor sócio-político dos leitores do jornal. Porque há uma identifi cação, há uma cumplicidade entre os leitores e o autor. Tem de haver essa cumplicidade, se não não tinha graça nenhuma. É por isso que eu costumo afirmar (é claro que às vezes engano-me) que o trabalho dos cartoonistas é, em regra, de posicionamento crítico em relação ao poder; por outras palavras e agora: é de esquerda. Naturalmente alguns não o são, mas mesmo esses fazem um humor de esquerda. Porque não faz sentido fazer humor de bajulação. Ser cartoonista não é ser o maluquinho do grupo, o que faz rir. O cartoon não é necessariamente, nem se pretende que seja, um veículo de passagem do riso apenas, riso pelo riso, riso gratuito. Se o for, até pode ser interpretado como coisa reaccionária. Porque o riso alarve, riso que não leva a lado nenhum, esse não vale a pena, não merece atenção. Havia uma canção latino-americana que dizia que “é preferível rir do que chorar”. Realmente, uma gargalhada no mínimo oxigena os pulmões até lá mais ao fundo, nas zonas pulmonares onde o ar não renova com tanta facilidade. Mas a gargalhada sem sentido crítico não oxigena o cérebro, antes pelo contrário. No entanto, até esse humor brejeiro nos estão a roubar. Antigamente existia um veículo de comunicação humorística popular, que era a anedota. O pessoal chegava de manhã ao emprego e dizia: -então já sabes a última? E contava uma piada. Por vezes não tinha um grande sentido crítico, era de carácter pornográfico ou quase, ou erótico no mínimo. Divertia, já não era mau. E aproximava as pessoas, tornava-as cúmplices umas das outras. Mas ocupar com isso um espaço de jornal, ou fazer disso um programa de televisão, não está certo. Por uma razão, esses programas de televisão, assentes em interpretações cénicas de anedotas populares, não apenas são coisa inútil, como pior do que isso, são coisa que tem um carácter perverso: matam a atitude de contar uma anedota. Apossaram-se de uma coisa que não era deles, era um valor popular. Dantes ia-se ao café, (agora até isso se perdeu, tira-se a bica em casa), contava-se uma anedota, ouvia-se mais três ou quatro do grupo. Agora a gente até tem medo de contar, porque a piada que a gente sabe já deve ter passado na televisão, toda a gente viu. Portanto, as anedotas na TV não só são coisas inúteis, como matam uma componente da nossa convivência social. A televisão vive a vida em nosso nome. Por outras palavras: vivemos a vida por interposição da televisão. 8 Retomando o fio da conversa: a função nobre do cartoon é desmascarar tartufos, é por o dedo na ferida, é dizer que o rei vai nu. Às vezes, basta que o cartoon faça a alusão a um problema, para se tornar relevante; mesmo que lhe falte a solução do gag, a piada. De uma forma consciente ou apenas intuitiva, o leitor sabe que às vezes um tipo quer fazer passar uma mensagem mas não lhe surge o click do humor. E a edição tem horas para fechar. Além de que normalmente a gente guarda para perto do fecho das edições fazer a piada, porque pode ocorrer um acontecimento qualquer que tenha uma relevância que exija abordagem e, em jornalismo, é essa actualidade que se deseja. Os jornais vivem de actualidade, e então hoje em dia mais do que antigamente porque hoje têm a concorrência de meios muito mais poderosos na atitude de comunicar, que é a televisão e a rádio, que conseguem lá estar em directo. E vão aos sítios mais incríveis. De preferência reportar acontecimentos de faca e alguidar, aí numa aldeia recôndita e põem aquilo no ar, em directo. Para os jornais, sobra a tarefa de fazerem a análise e o comentário crítico ao acontecimento. Por vezes sem tempo sufi ciente para fazer as devidas confirmações ou exercer o contraditório. O cartoon é um pouco mais livre, tem outro tipo de ingredientes. Quando eu tinha uma colaboração mais regular com a imprensa, chegavam a pedir-me que tratasse determinada informação num cartoon, porque não havia tempo para obter elementos concretos de algo que se conhecia de modo difuso. Além disso, num cartoon inclui-se, mais rapidamente do que numa crónica escrita, um conteúdo que tem, de modo condensado, a informação e a análise crítica. O cartoon deve ridicularizar atitudes, não deve ridicularizar pessoas; e deve ter um respeito claro, evidente, para com todos os credos, sejam políticos ou religiosos. Mas isso não invalida que o cartonista tenha uma posição, uma opção política, e que trabalhe de uma forma militante. Não estou a dizer que não deva trabalhar de uma forma militante em função dos ideais que tem. Pelo que conheço, em regra, os cartoonistas aqui em Portugal são independentes politicamente, embora tenham ideias bem defi nidas, porque trabalham justamente com isso, com as ideias, e no combate de outras ideias que eles não perfi lham. Mas normalmente não têm fi liação partidária. E isso compreende-se. É um pouco como acontece com os jornalistas em geral, a maioria deles também não tem filiação partidária. Porque são profi ssionais que têm de ser isentos, trabalhar o mais possível na equidistância. No entanto têm opções, são coisas diferentes. Convém ter algum cuidado com as susceptibilidades, e nós temos o exemplo daquelas caricaturas que ridicularizavam a figura de Maomé, é complicado tomar opções que mexam com as convicções das pessoas. Com um percurso profi ssional tão vasto – topógrafo e jornalista, em que sentido essas vivências influenciaram o cartoonista? ZO: Para já não é assim tão diversifi cado como pode parecer. Fui topógrafo durante trinta anos, mas atenção que topografi a é grafia. Foi a necessidade que eu tive, quando regressei de cumprir o serviço militar em Angola, de iniciar uma vida de trabalho e família. Terminou naturalmente aquela altura da juventude em que a gente idealiza que é capaz de revolucionar o mundo e acredita que a solução para as difi culdades do dia-a-dia vem sempre ter connosco. Há um momento em que a gente tem que assentar os pés no chão, e dizer assim: - “Alto lá, que por este caminho eu não vou ser capaz de sustentar a família”. Estávamos em 1971, os jornais vegetavam, não estavam a admitir colaboração nenhuma, não havia sequer liberdade de expressão, (era ilusória a pretensa liberdade da primavera marcelista), não me pareceu que fosse forma prudente de encaminhar a vida do ponto de vista profi ssional. Praticamente ninguém o fez. Quase não há cartoonistas que tenha feito profi ssão surgindo naquela época. Portanto fui para outras grafi as, de carácter técnico, porque a topografi a, ainUm simples cartoon pode da hoje, com outras ferramentas é certo, desencadear, por si só, um conflito é uma actividade gráfi ca, só que do ponto grave. Quais as fronteiras do de vista técnico, cartográfi co. Eu passava cartoonista Zé Oliveira? ZO: O respeito para com os outros, mes- os meus dias de muitas horas a desenhar mo o respeito para com o caricaturado, o plantas de aldeias, plantas de terreno para projectos de linhas de alta tensão, trabaobjecto da crítica. CAIXA ABERTA Zé Oliveira lhei sempre por conta própria, muito para a EDP, para projectos de abastecimento de água, redes de saneamento, estradas, tanto para autarquias como para gabinetes privados que me encomendavam a topografi a. E fundei uma empresa de projectos, com mais três sócios, que chegou a ter um sector de construção de linhas de electricidade. É certo que não se tratava de uma actividade criativa, não se estava a inventar, até porque em topografia se persegue a exactidão. Contudo está a utilizar-se a técnica do desenho. Ainda assim, do ponto de vista estético há a possibilidade de intervir, não digo com criatividade mas sim com beleza plástica. Depois, a caricatura é um género jornalístico. Portanto, se há afinidades entre a topografia e a caricatura, também as há entre a caricatura e o jornalismo. E eu escrevo para a imprensa desde jovem. Afi nal, eu colaboro escrevendo para um jornal há quarenta e dois anos. No caso desse jornal foi mais fácil começar a escrever do que a desenhar. Naquela altura, publicar desenhos em jornais de pouca capacidade fi nanceira não era fácil, mesmo que os desenhos fossem gratuitos. Os jornais tinham de pagar as gravuras, que eram feitas em zinco, assentes num calço de madeira e isso fi cava caro. Hoje não. Hoje é tão caro para um jornal publicar uma caricatura como publicar um texto. Eu continuo a desenhar predominantemente à mão, embora às vezes faça o desenho integralmente no computador. Mas prefi ro conjugar as duas coisas, sobretudo utilizo muito o computador para colorir. São ferramentas novas que não devem ser desperdiçadas. Mas também seria asneira atirar para o lixo uma capacidade que se tem de desenhar à mão. Devem-se utilizar as ferramentas de forma conjugada, as antigas e as modernas. O que define um bom cartoon? ZO: O bom cartoon é aquele que inventa uma história em torno de uma informação de actualidade e a comenta, com um suporte gráfi co plasticamente efi caz, possuindo uma componente crítica. Sendo um artista tão premiado e reconhecido em Portugal e no estrangeiro, Presidente da FecoPortugal – Associação de Cartoonistas, o que pensa do estado actual do cartoonismo, tendo em conta também o universo da internet? ZO: Nesta altura, acontece o mesmo com o cartoon ou com a imprensa escrita, que é estarmos perante o aparecimento de uma nova forma de comunicação. Em que é que isso influi? Dá outras possibilidades. Quem hoje pretende comunicar pela via do desenho satírico e se não consegue publicar no jornal, pode publicar via internet, porque hoje existe uma grande facilidade em criar um espaço, nem necessita de criar a estrutura de um site, basta um blogue ou – ainda mais modernamente – um face-boock. Os blogues, como toda a gente sabe, são sites, digamos assim, já pré-fabricados, de utilização fácil, que permitem uma divulgação universal e imediata. Isso vem competir com as edições de papel? Não creio. Há quem ache que sim, que os jornais em papel estão condenados, mas não me parece. Não prevejo isso, porque ao longo da história do homem, nunca nenhum meio de expressão matou outro. O cinema não matou o teatro, a televisão não matou a rádio, portanto, por que é que os meios electrónicos de divulgação de conteúdos hão-de matar os tradicionais? São outros meios que vêm, pois que venham, é óbvio que ninguém terá coragem para recusar a enorme vantagem que existe nestes novos meios de comunicação. Agora não sou catastrofista no sentido de imaginar que eles venham prejudicar os tradicionais. O que vai sendo urgente é que cada um encontre o meio de expressão mais adequado ao seu público e descubra a sua capacidade de sobreviver. Quanto ao estado actual do cartoonismo, eu estou convicto de que vem aí o mesmo tipo de cartoon que já hoje existe em Espanha: o chamado “humor blanco”. Embora seja fácil a tradução para “humor branco”, nós não temos cá a expressão, porque também ainda não utilizamos esse género de humor. Chama-se “humor branco” porque não tem conteúdo crítico. Os espanhóis têm muito humor, têm publicações periódicas humorísticas regionais e nacionais e cultivam bastante aquele tipo de humor. Aqui em Portugal, quanto a mim, também vamos evoluir (é mais “involuir”) para o “humor branco”. Vamos, porque, como já falámos no começo, os humoristas muito críticos estão a ser afastados exactamente porque a força das suas mensagens não convém aos macro-interesses. Estamos a assistir a um paulatino “fazer a cabeça” dos jovens cartoonistas. Mas isso também acontece do ponto de vista da escrita, preparam-se jovens jornalistas de “cabeça limpinha” isenta de capacidade crítica, que se subordinam de uma maneira natural para fazerem o tipo de serviço que interessa à administração. Cada vez mais as características dos jornais são determinadas, não pelas redacções, mas sim pelas administrações. Mas, dir-se-á: - foi sempre assim! Agora é mais assim. Não era assim completamente. Uma administração convidava um chefe de redacção para constituir um grupo, talvez o ouvisse (traz-me lá a lista desses indivíduos), mas ainda assim, a administração tratava principalmente das contas, dos investimentos, das estratégias e dos contratos, não tinha interferências directas no modo de fazer os jornais. Hoje em dia, essa ingerência é feita despudoradamente à vista de todos. Por exemplo, na TVI, independentemente da opinião que se tenha sobre o trabalho da Manuela Moura Guedes, não podia ser a administração a despedi-la, não faz nenhum sentido, até porque ela tinha a solidariedade da equipa que a chefiava, é uma intromissão inaceitável. Agora, cada vez mais, estas intromissões se estão a verifi car e se está a assistir a uma despolitização, não no sentido dos partidos mas sim do sentido crítico das pessoas. Estamos a despolitizar a classe de profi ssionais da comunicação social. Hoje em dia os jornais são feitos por estagiários. Porque é mais barato e porque a fragilidade deles os torna mais dóceis. E também no cartoon. Há excelentes desenhadores que não estão a desenhar. Não têm onde. Porque quem tiver hoje cinquenta anos ou mais já tem difi culdade em publicar . Portanto, estamos de facto a caminhar para o “cartoonismo branco”, com o seu quê de alienante. Como autor do Contra Corrente da revista CaixaAberta do STEC, quer deixar uma mensagem aos seus habituais leitores? ZO: Antes de mais nada, quero deixar um grande agradecimento à minha musa inspiradora que é o Arnaldo Carvalho, porque sem ele me dar os tópicos era impossível fazer aquilo. Porque este tipo de humor que é tão circunscrito a uma actividade profissional é impossível para quem não tiver o conhecimento concreto da realidade. E então, eu limito-me a dar boneco a uma ideia e a dar-lhe às vezes, digo eu, se não for pretenciosismo da minha parte, um pouco de técnica satírica. O desejo para os leitores: - que sejam cúmplices com os autores, no sentido de entenderem o que lá vem dito e o que lá não vem dito mas que se torna implícito no conteúdo, quero dizer: - leiam também as entrelinhas! 9 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº22 | NOVEMBRO 2009 formação FORMAÇÃO SINDICAL ACÇÃO DE FORMAÇÃO PARA DELEGADOS SINDICAIS A Direcção do STEC iniciou um conjunto de acções de formação, dirigidas aos Delegados Sindicais, com o objectivo de os apetrechar com os conhecimentos necessários para um melhor desempenho da sua actividade, quer no local de trabalho, quer nas reuniões de delegados e também como forma de enriquecimento pessoal. Começámos pela “Comunicação oral”, para o que contámos com a colaboração da formadora, Drª Anabela Dinis, no âmbito do protocolo de colaboração celebrado entre o STEC e a CGTP. As acções realizaram-se em 21 e 22 de Outubro, na Sede do STEC, que reúne as condições ideais para este tipo de realizações, e contou com um total de trinta e sete participantes, Delegados Sindicais Efectivos. Melhor do que qualquer apreciação da nossa parte, fica aqui o testemunho de alguns dos participantes sobre a sua avaliação desta acção de formação. Maria João Ferreira Agência CGD Nazaré "A formação sindical de técnicas de comunicação oral, levada a cabo pelo STEC, responde às necessidades dos Delegados na sua actividade sindical. Numa altura tão complexa, com tantas alterações nos meios e locais de trabalho, torna-se necessário que nos adaptemos às novas mudanças e exigências. Por conseguinte, torna-se fundamental uma comunicação sindical mais interactiva e por isso mais efi caz." Alícia Freitas Santa Cruz – Madeira "Esta acção de formação foi excelente. Foi uma oportunidade, não só de aprender um pouco mais sobre as técnicas de comunicar, como de conhecer um pouco melhor o sindicato, saber o que é que ele é, os valores que defende e os nossos direitos, para os podermos transmitir de forma mais efi caz aos nossos colegas. O convívio e a troca de ideias entre todos foi também para mim muito importante, tanto mais que eu sou nova nesta função de Delegada Sindical, fui eleita há pouco tempo, é como começar do zero, é um desafi o. Espero que o Sindicato nos continue a apoiar neste objectivo de abrir um bocado os olhos, conhecer melhor os nossos direitos, para afastar este medo que toda a gente sente e lutarmos, porque quanto mais unidos melhor nos defendemos." 10 Amarelinho Ferreira BAC – Cacilhas "Considero esta formação bastante útil e penso que cumpriu bastante bem os seus objectivos. Estas acções são sempre necessárias e importantes, sendo uma mais valia para a função de Delegado Sindical, para aperfeiçoar a capacidade de interpretar uma mensagem e para a fazer chegar nas melhores condições aos colegas destinatários. Em conclusão, foi uma acção bastante enriquecedora." CAIXA ABERTA As inscrições de sócios do STEC e familiares, nos Workshops de Fotografia promovidos pelo sindicato tiveram uma grande adesão. WORKSHOPS DE FOTOGRAFIA EM LISBOA, PORTO E COIMBRA O primeiro workshop, que se realizou em Lisboa em dois fins-de-semana – dias 17, 18, 24 e 25 de Outubro, juntou dezoito participantes, com idades muito variadas, mas todos com um objectivo comum: desenvolver e aprofundar os seus conhecimentos na área da fotografia. Partindo da parte teórica da história da fotografia e da explicação dos conceitos, o monitor, o fotógrafo Vítor Garcia, soube manter a atenção dos participantes e motivá-los, de tal forma que saíram da Sede do STEC às oito da noite e levaram trabalho para casa, a apresentar no dia seguinte, às dez da manhã. Isto confirma o entusiasmo pelo curso e pelos resultados da aplicação dos conhecimentos, até porque “quem corre por gosto não cansa”! O que é certo é que todos saíram deste workshop habilitados a pensar primeiro na fotografia que pretendem tirar, analisar a forma de abordar o objecto a fotografar, a luz, o tempo de exposição, a sensibilidade adequadas, etc, e só depois disparar. Deixaram de fotografar no automático para passarem a fotografar no modo manual. Mas nada melhor do que a opinião dos formandos: Conceição Sequeira: Marco André Novo: "Gostei muito. Eu nunca tinha feito um workshop de fotografia, tiro fotografias há muitos anos porque gosto e por carolice, mas não sabia tirar fotografias. Ainda não sei, mas aprendi muita coisa e fiquei a saber que a máquina tem funções que eu desconhecia. A partir de hoje fiquei com o “bichinho” da fotografia mais activo. Quero ainda acrescentar que considero o professor espectacular; soube dar atenção e apoio a todos, sendo que, no grupo, o grau de conhecimentos de cada um dos participantes era diferente." "Sinceramente achei muito bom. O professor, fotógrafo, é sabedor. Gostei muito da parte teórica, da parte conceptual da fotografia, da história da fotografia, como começou e saio daqui com outra visão da forma de fotografar, não tanto disparar, mas pensar bem a fotografia que na realidade queremos fazer. Valeu muito bem a pena, e não foi caro." Para os interessados relembramos que os workshops do Porto e de Coimbra têm já datas marcadas. Na delegação do Porto será nos dias 7, 8, 14 e 15 de Novembro e na Delegação de Coimbra, nos dias 28 e 29 de Novembro, 5 e 6 de Dezembro. 11 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº22 | NOVEMBRO 2009 história BARBEAR-SE OU NÃO... UMA QUESTÃO ! O termo “barba” é de origem latina. Apesar do uso de barba ter sido, durante muito tempo, associado à sensatez, virilidade e sabedoria dos homens que a usavam, o termo “bárbaro” foi também associado, noutras épocas e regiões, a povos de outros costumes (apelidados de infiéis, selvagens), neste caso, sem barba. Sendo uma característica secundária de identificação masculina, o crescimento de pêlos faciais acontece também, com menor intensidade, em algumas mulheres, especialmente na menopausa. O barbeiro, como profissional que apara, corta e rapa cabelos, barba e bigode, era, desde tempos remotos, o homem mais importante da comunidade (tribo, aldeia, etc). Era ao mesmo tempo curandeiro, médico, dentista e líder religioso. Isto, no tempo em que se acreditava que os espíritos entravam pelo cabelo e outras pilosidades. Assim, os maus espíritos só poderiam sair cortando os mesmos. Ainda hoje os judeus ortodoxos são ciosos da sua barba. Na Grécia, a importância dos barbeiros remonta ao século V a.C. As barbearias eram o centro de convívio por excelência onde todas as novidades sociais, políticas e desportivas eram discutidas. Parece que várias derrotas de Alexandre o Grande perante os Persas foram relacionadas com as barbas dos Macedónios, o que levou este imperador a ordenar às suas tropas que rapassem a barba (ainda hoje esta prática é adoptada ou mesmo imposta às tropas da maioria dos exércitos). Logo, os civis seguiram a moda. Em Roma não há notícia de barbeiros até ao séc. 296 AC, quando Ticinius trouxe a moda da Sicília. A partir de então os romanos foram dos povos que mais tempo passavam em cortes de cabelo, de barba, massagens, manicure e aplicações de óleos. Quando Adriano se tornou imperador, a barba regressou à moda pela simples razão de que ele próprio tinha a cara cheia de cicatrizes, escondendo-as com a barba. Mais tarde, César tinha a cara barbeada. Na antiga Ásia, onde houvesse lendas e superstições sobre cabelo e barba, os barbeiros floresciam. Há indícios, em monumentos e papiros do antigo Egipto, muitos séculos antes de Cristo, de que já se rapava barba e cabelo. Os sacerdotes egípcios chegavam mesmo a depilar o corpo inteiro, de três em três dias. Muitas passagens na Bíblia se referem à arte e conveniência de fazer a barba. José foi barbeado antes de se apresentar ao Faraó para não o ofender com uma “cara suja”. Também Moisés, por razões de higiene e saúde pública, terá recomenEm intermitências temporais, a tendência foi oscilando através dado a todos os leprosos que se barbeassem. dos séculos, seguindo a preferência dos líderes. Nesses tempos, os objectos Nos primeiros séculos da era cristã a maioria das pessoas, inde corte disponíveis eram o cluindo a nobreza, não sabia ler nem escrever. Os mais instrusílex e moluscos (navalhas, ídos eram os monges e eclesiásticos que também se tornaram ostras). os físicos na idade das trevas. Como não havia médicos, as doenças eram fatais e as sangrias eram a forma mais usual de tentar a cura. Os barbeiros foram a classe que protagonizou 12 CAIXA ABERTA esta prática médica, especialmente depois do século XII, quando o Concílio de Tours considerou sacrilégio os eclesiásticos retirarem sangue do corpo humano. Duraria ainda mais 600 anos a acumulação de funções barbeiro-cirurgião, cuja ordem profissional regulava o exercício da actividade. Uma lei de Henrique VIII estabeleceu a doação, todos os anos, de quatro cadáveres de criminosos executados para estudo ao mester barbeiros/cirurgiões. Esta aliança das duas profissões foi abolida em 1745 no parlamento inglês, com aprovação do rei. A separação das duas profissões e a moda do uso de perucas em França nos séculos XVIII e XIX levou ao declínio do prestígio dos barbeiros, tendo as barbearias passado a ser lugares mal frequentados. Na actualidade, os homens entre os 20 e os 70 anos de idade barbeiam-se cerca de 20.000 vezes durante a vida, o que dá, em média, cerca de 5 meses! Depois de 1901, ano em que a Gillette fabricou uma lâmina segura oferecendo-a aos soldados da I Grande Guerra, tornou-se muito raro, até 1960, deixar crescer a barba, até pelo aspecto lucrativo da questão. Actualmente, no site internet desta empresa, pode-se efectuar o up-load de uma foto da face e simular vários tipos de bigode ou barba. Após os anos 60, na vida política, intelectual e académica, notabilizaram-se muitos barbudos, cuja imagem estava associada à rebeldia, coragem, romantismo, superação e determiNo tempo de Pedro o Grande, da velha Rússia, os homens nação ou excentricidade. Guerrilheiros e activistas, como Che Guevara, Fidel Castro ou Lula da Silva são disso um exemplo. chegaram a pagar uma taxa pelo uso de barba. E quem não se lembra, usou ou conviveu com os barbudos Já quanto à moda de uso ou do Maio de 68, dos Beatles e de uma geração pós 25 Abril não de bigodes e barbas e em Portugal? seu significado pode dizer-se A antiga profissão de barbeiro que tem havido para todos os evoluiu para os actuais salões gostos, sendo que a sociedade cabeleireiros e de beleza, de actual é bem uma amostra em separado ou unissexo, prode diversidade. liferando toda uma indústria Quantos barbudos famosos associada de produtos capilaconhecemos, quantas aposres, colorantes e cremes. tas foram feitas de deixar Nestes espaços, para além da crescer barba ou bigode, ou tradicional barba e/ou cabelo, de os rapar, conforme o clube absolutamente tudo se pode de futebol preferido ganhe o depilar, homem ou mulher, tal campeonato… Há clubes provisória e regularmente ou e campeonatos de barbas e mesmo definitivamente. bigodes um pouco por todo o mundo. Entre muitas curiosidades do ter ou não ter barba refira-se uma deliciosa história sobre Abraham Lincoln, no tempo em que, não havendo televisão, um candidato a presidente era conhecido, ocasionalmente, por um folheto impresso. A sua cara esquálida e magra fez com que uma menina de 12 anos lhe escrevesse uma carta sugerindo que deixasse crescer a barba e assim convenceria os irmãos a votar nele. Influenciado ou não pela carta ele deixou crescer a barba. Traduzido e adaptado dos sites: http://www.whitehouse.gov/about/presidents/abrahamlincoln/ http://www.boltbarbers.com http://suitupp.wordpress.com/2009/09/15/men-shave-or-go-unshavenwhy-we-shave-and-whether-you-should-part-i/ http://menshealth.abril.com.br/edicoes/30/imagens/barba.jpg http://www.barberpole.com http://www.worldbeardchampionships.com/History/history.htm http://very.net/pears/520_beards.shtml http://www.beards.org 13 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº22 | NOVEMBRO 2009 horas livres Novo prazo de entrega dos s trabalhos, para ambo ! os concursos IV CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO STEC Novo prazo de entrega dos trabalhos 27 Novembro. 2009 Prémios: • 1º - 500,00 Euros * • 2º - 250,00 Euros * • 3º - 150,00 Euros * * em cheque brinde de empresa do ramo fotográfico a) Para além destes, será atribuído um prémio especial de €150,00 para a melhor foto a preto e branco, que poderá ser acumulado com qualquer dos restantes prémios. Ch am a-s e a ra es pe cia l ate nç ão pa do um a co ns ult a ate nta ad am en te reg ula me nto , no me to da s qu an to ao for ma em fotos , sit ua çã o qu e, ou à , lev es ior ter an es içõ ed alg un s de sc las sif ica çã o de tra ba lho s. Hard folio O STEC leva a efeito mais uma edição do Concurso de Fotografia, aberto a sócios do STEC e familiares directos. A presente edição será dedicada ao tema “Tradições”, podendo os concorrentes apresentar até um total de cinco trabalhos, a cores e/ou a preto e branco. As fotos a apresentar, nos formato entre 20x25 e 25x35 cm, deverão ser enviadas para a Sede do STEC ou para as Delegações do Porto e Coimbra, cumprindo os preceitos contidos no regulamento, sob pena de poderem ser desclassificadas (não serem aceites a concurso). Tema: "Tradições" Modalidades: Preto e Branco e/ou Cores Formato: Entre 20x25 e 25x35 cm Inscrição: Gratuita O Regulamento e a ficha de inscrição podem ser consultados em www.stec.pt , na Sede do STEC, ou nas Delegações do Porto e de Coimbra. Para mais informações é favor contactar: STEC – Pelouro dos Tempos Livres IV PRÉMIO LITERÁRIO DO STEC Novo prazo de entrega dos trabalhos 27 Novembro. 2009 O STEC organiza a quarta edição do Prémio Literário, aberto a sócios e familiares directos. As obras, em prosa, na modalidade de conto, deverão dar entrada até ao dia 27 Novembro, na Sede do STEC ou nas Delegações do Porto e Coimbra. O tema é livre, podendo cada concorrente, apresentar o máximo de duas obras, devendo as mesmas obedecer às normas contidas no Regulamento. Prémios: Ao vencedor do Prémio Literário será atribuído um prémio no valor de 500 Euros, na modalidade de vale de compras; às menções honrosas, se as houver, será atribuído, a cada uma, um prémio no valor de 150 Euros. Contamos com a vossa participação! 14 Hard folio Tema livre Modalidade: Conto Inscrição: Gratuita O Regulamento e a ficha de inscrição podem ser consultados em www.stec.pt , na Sede do STEC, ou nas Delegações do Porto e de Coimbra. Para mais informações é favor contactar: STEC – Pelouro dos Tempos Livres CAIXA ABERTA Apresentamos os novos protocolos estabelecidos entre o STEC e outras entidades. Para qualquer esclarecimento complementar é favor contactar a Sede, em Lisboa, ou as Delegações de Coimbra e Porto. protocolos DESCONTOS E CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA ASSOCIADOS DO STEC desporto e saúde hotéis PRESENTE COM FUTURO - Clínica Social, Lda Rua Vilarinho de Baixo, 270 4475-730 AVIOSO S. PEDRO Tel. 229 824 514 Fax. 229824515 www.presentecomfuturo.pt [email protected] NATURA IMB HOTELS www.naturaimbhotels.com Concede aos associados do STEC e seus familiares, um desconto de 10% em todos os serviços prestados na Clínica. CASA SONOTONE - Centro Audio-Optico, Lda Poço do Borratem, 33 S/L 1100-408 LISBOA Tel. 351 218 865 978 E-mail. [email protected] www.casasonotone.com Atribui um desconto de 20% aos sócios do STEC e familiares sobre a tabela de preços de venda ao público dos produtos, cuidados e serviços técnicos, no âmbito da reabilitação auditiva. cultura e lazer FÓRMULA DO SABER - Noerus, Consultadoria, Lda Praça Raínha D. Filipa, 3 - 1º 1600-681 LISBOA Tel. 213 048 045 / 919 593 960 E-mail. [email protected] www.noerus.pt Proporciona 10% de desconto aos sócios do STEC e familiares directos, no preço de: - Formação individual personalizada para seniores na área de informática; - Apoio escolar a alunos de todos os níveis de ensino. outros GIL OCULISTA, Lda Rua da Prata, 138 110-420 LISBOA Tel. 218 879 829 / 913 103 765 Fax. 218 879 191 E-mail. 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Apenas lembramos e questionamos, alguém responda! No princípio era natural, a centralização. Isto aí pelos anos 80, do século XX, em que os despachos eram apenas decididos na capital, em que um processo de crédito demorava vários meses, em que apenas três instituições bancárias (Montepio, Crédito Predial Português e CGD) financiavam habitação. Estes anos trouxeram um impressionante crescimento, muito conhecimento técnico adquirido. Os clientes aumentaram significativamente, a CGD ganhou grande visibilidade. Agora, quase à beira de nova década, parece ir voltar tudo à forma original (como o pecado) e os serviços estão a ser (Re) centralizados, numa operação (conforme newsletter nº 16/2009) PTD de MBO na DSO que integrará largas dezenas de recursos de muitas outras D´s. Como é (?) natural a história vai repetir-se, nomeadamente quanto à criação de lugares de Direcção - uma resultante óbvia desta medida. Os felizes contemplados perfilam-se e em breve serão Mais tarde, nos anos 90, começou a delapidação de parte deste conhecidos. E a tão exaustivamente apregoada necessidade de capital de conhecimento e prestígio com a descentralização, preci- proximidade com o cliente? pitada, com a criação de uma que se pretendeu valorizada – o operador de crédito – e que muitas expectativas e frustrações gerou. Os trabalhadores, ontem juntos, depois separados e agora outra vez agrupados, não se sabe por quanto tempo, parecem ser o Vem o século XXI e o novo Milénio e entra em funcionamento que menos conta para quem centraliza ou descentraliza. A dança uma nova estrutura – semi-descentralizada: os BAC - Habitação. de local de trabalho e as consequências que isso acarreta na Implantados em várias zonas do país e gerindo os processos sua vida pessoal e familiar são questões que nada preocupam... de um número específico de agências, dão novamente lugar à os mandadores deste baile. criação de mais alguns lugares de chefia. 16 Sede STEC - LISBOA Largo Machado de Assis, Lote-A, 1700-116 LISBOA tel 21 845 4970/1 - móv 96 231 1720, 91 849 6124 fax 21 845 4972 e-mail: stec @ stec.pt Delegação STEC - PORTO R. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTO tel 22 338 9076, 22 338 9128 fax 22 338 9348 Delegação STEC - COIMBRA R. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRA tel 23 982 7686, 23 982 8554 fax 23 982 6802 Boletim Informativo Caixa Aberta Nº 22 , Novembro de 2009 - Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 6500 Exemplares Direcção e Redacção: Departamento de Comunicação do STEC - Concepção Gráfica: Hardfolio - Impressão: Ligrate - Atelier Gráfico, Lda. 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