Módulo 1 Ficheiro
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Módulo 1 Ficheiro
Licenciatura em Design Industrial Unidade curricular de Desenho e Representação do Produto Professora Paula Tavares 2012/13 _______________________________________________________________________________________ MÓDULO I [duração 25 Set > 18 Out 2012 _8AULAS | T1/T2] palavras chave: representação; objectividade; materiais; instrumentos; composição. Desenho de representação do produto industrial – levantamento sequencial e coordenado das formas de desenhar de um produto industrial. 1_Materiais e Composição • Meios e suportes de desenho – exercícios de Desenho Básico. • Escala e dimensionamento do desenho. 2_Levantamento, através do desenho de representação se um objecto industrial • Tipos e tipologias processuais do desenho. • A análise - desenho diagramático: enfático e medido; • O gesto (espontâneo e contido | atitudes gestuais) esquisso; esboço e estudo. Objectivos específicos . Utilização dos materiais e os instrumentos de desenho, suas especificidades. . Conhecimento (e reconhecimento) das características e aplicações dos diferentes suportes de desenho. - Conhecimento de questões básicas de composição no desenho: relações entre as partes; as partes e o todo. SOBRE MATERIAIS Neste módulo vamos desenvolver um conjunto de exercícios de desenho de forma a aferir, compreender e saber utilizar as potencialidades dos diversos materiais e meios disponíveis para o desenho de representação. Como veículo e motivo da experimentação de materiais vamos representar um conjunto de objectos e instrumentos que o designer utiliza no seu dia a dia para trabalhar. Trabalharemos os objectos de forma isolada e de forma composta, tendo presentes questões como a gestão dos meios e da composição (ver ‘sobre composição’) no espaço do suporte. Serão utilizados vários tipos de papel, meios secos (riscadores) e meios líquidos (tintas finas), assim como os instrumentos próprios à correcta execução das diferentes propostas de trabalho (aula a aula). SOBRE COMPOSIÇÃO Compor é “pôr em conjunto”. A composição é a organização de todos os elementos constitutivos de uma obra, de um desenho, estes formam a unidade do suporte (bidimensional) que internamente tem as suas leis ordenadoras. Por elementos da obra, ou do desenho, entendemos as características formais assim como os aspectos temáticos, isto é, forma e conceito. A História das Artes Visuais demonstrou-nos que as regras compósitas são variáveis, em determinados períodos os artistas obedeceram a leis supostamente divinas - a secção áurea ou a divina proporção; noutros privilegiaram as oblíquas e as curvas, como no barroco / maneirismo; e na modernidade, no século vinte, a regra foi a anti regra. E se as questões da composição parecem incontornáveis para o Desenho dito artístico, são também relevantes quando aplicadas à especificidade do desenho do design, seja industrial, de moda, gráfico ou outro. A distribuição dos diversos elementos no espaço, a sua apresentação e “explicação”, deve ser gerida forma coerente e atenta. Respeitando um conjunto de regras básicas universais em qualquer tipo de composição bidimensional. Regras básicas (leis de composição) para representações bidimensionais: A linha e a forma - horizontalidade – expressa calma e descanso; - verticalidade – segurança e força, ascensão, estabilidade (hiperbolizada quando utilizada ortogonalmente – vertical horizontal); - diagonais e obliquas – dinamismo, expressividade e dramatismo. - linhas curvas – implicam movimento; - repetição – transmite ritmo. O espaço - organização de planos, volume. A cor - temperatura da cor; - simbologia da cor. A luz - valores e volume. Sobre o tipos e tipologias processuais do Desenho a utilizar neste módulo: Tipos de abordagem do Desenho Esquissos: esta abordagem é rápida e intuitiva, capta de um modo sintético e sistemático aquilo que se considere como essencial da configuração do nosso objecto de observação. Este desenho deve ser efectuado com materiais de fácil manuseio, como caneta, esferográfica, marcador fino, ou outros; servirá essencialmente para um primeiro reconhecimento de um lugar, de uma pose, ou de uma situação específica. Cada esquisso pode aparecer isolado numa folha de papel, mas preferencial e tendencialmente é pensado como uma sequência organizada de registos inter-relacionáveis (na mesma folha) e que, no seu conjunto, dão uma visão aprofundada e alargada de uma dada situação. Esboços: este tipo de desenho poderá nascer de um modo racional ou intuitivo, isto é, de uma estruturação de tipo diagramática ou de uma abordagem mais orgânica e pessoal. Poderemos pensar o esboço como uma série de registos onde gradualmente se vão sobrepondo “camadas” de informação até se atingir a configuração pretendida. Deste modo, de preferência, o primeiro apontamento deve ser mais leve e transparente até à fase final do esboço, onde a situação visual em causa se revele e se assuma claramente com as diferentes intensidades tonais visíveis pretendidas (peso e massa, proximidade e luz). Neste tipo de desenhos pode utilizar instrumentos em barra, lápis moles, pincéis e penas para as tintas de água. Estudo: nesta abordagem o desenho difere dos outros essencialmente pelo tempo de execução, que, neste caso, é muito mais longo. Pode ser começado de um modo diagramático e racional, ou de um modo orgânico e intuitivo dependendo isso exclusivamente da aptidão e desenvoltura instrumental de quem desenha. No fundo podemos considerar este tipo de desenho como um desenvolvimento de um esboço só que levado muito mais longe no que toca ao levantamento e tratamento de determinados aspectos pretendidos. Deve atender tanto aos pormenores como ao seu relacionamento e articulação no seu todo. Para este tipo de desenho a grafite em lápis ou em barra adequa-se melhor ao seu desenvolvimento. Tipologias processuais do Desenho Diagramático (enfático e medido): este processo de desenho está intimamente relacionado com o levantamento métrico de todos os aspectos da configuração visível e a sua posterior transposição para o suporte de trabalho. É um processo onde se emprega um sistema de pontos e de eixos interrelacionáveis que permitem estruturar com rigor o posicionamento de cada elemento na folha de papel atendendo simultaneamente a questões de tamanho e de escala. De certa maneira é mais um meio do que um fim em si mesmo exceptuando casos em que os seus autores integrem este processo na sua linguagem pessoal; permite, depois de recolhidos os elementos-chave da composição, partir para qualquer tipo de representação (abordagem) com um cunho mais ou menos pessoal. Neste tipo de desenho diagramático, trabalha-se simultaneamente em vários sítios da folha de papel, enquanto que no de contorno se privilegia uma zona (nuclear) que vai crescendo e alastrando. Regras de funcionamento das aulas Os exercícios serão propostos aula a aula, sendo “continuados” em casa mediante a orientação da docente. Os alunos devem transportar consigo, sempre, todos os desenhos realizados, assim como os materiais indicados na aula anterior. No dia da entrega os alunos devem entregar o trabalho realizado no início da aula, não sendo aceite a entrega dos mesmos uma vez ultrapassados os primeiros quinze minutos de aula (salvo situações excepcionais). Data Exercícios de representação 18 Setembro Apresentação. Materiais e tema 20 Setembro OBJECTO Grafite Desenho diagnóstico: sobre suporte de papel A2 Desenho diagramático enfático e desenho diag. medido 25 Setembro OBJECTO Grafite Desenho diagramático enfático: sobre suporte de papel A2 2 esboços (15 minutos) Tema – objecto Mecânico, como 1 esboço com representação da luz (45 minutos) alicate ou outro semelhante. Desenho diag. Medido: 1 estudo (60 minutos) 27 Setembro OBJECTO(s) Grafite Desenho diagramático enfático com representação da luz sobre suporte de papel A2 (trama): Tema – mesmo objecto. 4 esboços (15 minutos) 1 estudo (60 minutos) TPC: repetição dos exercícios de aula com “luz dramática” Objecto colocado em cima de uma cadeira (à escolha). 2 Outubro OBJECTO(s) Marcadores, tinta da china, aguarela Estudo da luz através dos meios líquidos – desenho a ou ecoline sobre suporte de papel A2 pincel com aguada. O gesto contido e o gesto espontâneo. Tema – mesmo objecto. 4 “desenhos líquidos” 1 desenho de luz a partir de um desenho diagramático. 4 Outubro Composição com dois objectos, incluindo o já trabalhado. Marcadores, tinta da china, aguarela TPC: a agendar mediante decorrer dos trabalhos ou ecoline sobre suporte de papel A2 Tema – objecto anterior e outro. 9 Outubro OBJECTO e ENVOLVENTE (incluindo cadeira) Grafite e carvão Composição com todos os objectos propostos sobre suporte de papel A2 Desenho diagramático enfático com representação da luz através de linha e mancha (de dentro para fora da construção) 11 Outubro Continuação da aula anterior. Grafite e carvão TPC: Desenho diagramático enfático de várias cadeiras sobre suporte de papel A2 sobrepostas – dois desenhos 1 hora cada formato A4. 18 Outubro Análise dos trabalhos realizados Entrega da proposta final da aula Bom Trabalho Paula Tavares