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1 FACULDADE ALFREDO NASSER INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO CURSO DE HISTÓRIA A INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO ANARQUISTA NA MUSICA JOVEM BRASILEIRA: 1975 - 1985 Augusto da Cruz Barbosa APARECIDA DE GOIÂNIA 2010 2 AUGUSTO DA CRUZ BARBOSA A INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO ANARQUISTA NA MUSICA JOVEM BRASILEIRA: 1975 - 1985 Artigo apresentado ao Instituto Superior de Educação da Faculdade Alfredo Nasser, sob orientação do prof. Dr. Ademir Luiz da Silva, como parte dos requisitos para conclusão do curso de licenciatura em História. APARECIDA DE GOIÂNIA 2010 3 FOLHA DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DO TRABALHO A INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO ANARQUISTA NA MUSICA JOVEM BRASILEIRA: 1975 - 1985 Aparecida de Goiânia,______de_____________________de 2010. EXAMINADORES Orientador: Prof. Dr. Ademir Luiz da Silva Nota:___ / ___ Primeiro examinador – Prof. (a)..............................................................Nota:___ /___ Segundo examinador – Prof.(a) .............................................................Nota:___ /___ ___________________________________________________________________ Média parcial – Avaliação da produção do Trabalho: ____ / ____ 4 A INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO ANARQUISTA NA MUSICA JOVEM BRASILEIRA: 1975 - 1985 Augusto da Cruz Barbosa 1 Resumo: O objetivo desse artigo é analisar o surgimento do movimento anarquista, mapear seus principais pensadores e de que forma eles foram incorporados à cultura brasileira por meio da chegada dos imigrantes entre o final do século XIX e o início do século XX. Analisaremos de que forma o governo Vargas combateu os anarquistas presentes no movimento sindical, sem, contudo, conseguir eliminar a influência em determinadas sub-culturas proletárias, destacadamente na periferia de São Paulo. Esses grupos, ao longo da década de 1970e 1980, inspirados pelas bandas punks ingleses e norte-americanas desenvolveram esse estilo musical no Brasil, relacionando suas mensagens por meio de letras que evocam idéias marcadamente anarquistas. Palavra-chave: Anarquismo, música jovem, punk rock Abstract: The aim of this paper is to analyze the emergence of the anarchist movement, to map its main thinkers and how they were incorporated into Brazilian culture through the arrival of immigrants between the late nineteenth and early twentieth century. We will analyze how the government fought Vargas anarchists present in the union movement, without, however, able to eliminate the influence on the movement in certain sub-cultures proletarian prominently on the outskirts of Sao Paulo. These groups, over the decade 1980 to 1970e, inspired by British punk bands and American musical style that developed in Brazil, relating their messages through lyrics that evoke markedly anarchist ideas. Keywords: Anarchism, youth music, punk rock 1 Augusto da Cruz Barbosa é acadêmico do curso de licenciatura em História na Faculdade Alfredo Nasser. 5 1. INTRODUÇÃO O anarquismo nasceu da revolta contra as injustiças sociais que se adensaram ao longo do desenvolvimento do processo de industrialização da Europa. Objetivamente, quando em comparação com Idade Média e a Antiguidade, as condições imediatas de subsistência melhoraram. Contudo, ao mesmo tempo, as exigências também. O movimento anarquista desenvolveu-se nesse cenário surgiu o sentimento de que o ser humano merecia mais. Os Homens e Mulheres da época se sentiram sufocados pelo regime social que eram obrigados a viver, passaram a externar suas dores e também tomaram para si as dores dos demais como se ela fosse a sua própria, e quando eles se convenceram de que boa parte do sofrimento humano não é conseqüência inevitável das leis naturais ou sobrenaturais inexoráveis, mas, pelo contrário, que vinha das realidades sociais existentes da vontade humana e que podem ser eliminados pelo esforço humano, abria-se então o caminho para o surgimento do anarquismo. O anarquismo foi criado tendo como foco a luta de classes baixas de maioria trabalhadora contra uma minoria dominante das classes mais altas. As idéias anarquistas se transformaram em idéias que guiaram a classe trabalhadora. Isto não ocorreu espontaneamente. O objetivo era fazer com que o anarquismo se tornasse em idéias das quais se teriam objetivos ou, como foi dito por vários pensadores e adeptos do anarquismo, ter hegemonia das idéias. Para ter uma noção geral, Anarquismo é um movimento político/cultural que propunha uma luta contra o poder absolutista do estado e por uma sociedade mais igualitária e sem interferências, uma sociedade baseada em consensos e na cooperação dos indivíduos no seu estado mais precioso; o da liberdade, tendo estes dois pontos como base: A política e a Liberdade. É considerado, também, como um movimento socialista que prega a necessidade da busca pelos direitos e que ao longo dos anos tentou desfazer o rotulo que seus praticantes não passavam de baderneiros e que o movimento anarquista tinha idéias de reconstrução de uma sociedade mais justa. Vários foram seus seguidores e defensores, de todas as partes do mundo surgiram adeptos do anarquismo que tentaram, das mais variadas maneiras, transmitir seus 6 pensamentos e tentar tirar o estereótipo de que o anarquismo era sinônimo de baderna. O Anarquismo rompeu fronteiras e teve espaço de destaque em outro movimento que passa de geração em geração e provoca mudanças profundas; A música é arma de libertação, de protestos e de mensagens pacificadores, porem há um processo de marginalização, tanto da música como dos seus adeptos. Nos anos Setenta e oitenta o Anarquismo teve influencias profundas na musica brasileira em especial no Rock e no Punk que tentava ganhar espaço e também protestar contra os regimes militares e do estado. O Punk veio como uma válvula de escape para o anarquismo, pois o movimento antes tão marginalizado e que não atingiu totalmente sua abrangência tinha uma forma de difundir como um raio de alcance muito maior e também atingir um público mais jovem que nunca tinha escutado sobre o anarquismo. Mas assim como o anarquismo o Punk também sofreu com preconceitos e falta de conhecimento por parte daqueles que os ouviam pois não representava a cultura dominante. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. O Surgimento do Anarquismo Segundo Woodcock (2002) Algumas justificativas são encontradas para derivação dos vocábulos anarquia, anarquismo e anarquista. Anarchos, a palavra grega original, significa apenas "sem governante" e, assim, a palavra anarquia pode ser usada tanto para expressar a condição negativa de ausência de governo quanto à condição positiva de não haver governo por ser ele desnecessário à preservação da ordem. O emprego dessas três palavras num contexto político-social que encontramos importantes variações no seu significado: tanto anarquia como anarquista foram termos usados livremente, em seu sentido político, durante a Revolução Francesa, com um sentido de crítica negativa e até de insulto por elementos de diversos partidos para difamar seus oponentes, geralmente de esquerda. Para Woodcock (2002) Ao exigir a supressão dos Enragés, aos quais chamava de anarquistas, o girondino Brissot declarou, em 1793, ser "necessário definir essa anarquia" - e foi o que fez: "Leis que não são cumpridas, autoridades menosprezadas e sem força; crimes 7 sem castigo, a propriedade atacada, direitos individuais violados, moral do povo corrompida, ausência de constituição, governo e justiça, tais são as características do anarquismo". Figura 1: símbolo anarquista internacional Segundo Jong (1979) o anarquismo nasceu na época da primeira internacional logo após sua cisão com o congreço realizado em Haia em 1872, a maioria da primeira internacional declarou sua adesão ao conceito libertario de luta revolucionário e estratégia a ser seguida. Até a primeira grande guerra, o anarquismo, em suas diferentes formas, era uma das principais forças no movimento trabalhista internacional. Notava-se manifestações do anarquismo nos países com raíses latinas na Europa e nos descendentes europeus que viviam no continente americano. Para Jong (1979), com o início da Primeira Grande Guerra o anarquismo teve seu momento de declínio em vários países, com exeção na america latina e na península ibérica, onde continuou com seu papel até o fim dos anos 20 e também como o fim da guerra civil na Espanha; e foi na Espanha que o anarquismo atraiu um grande número de trabalhadores e com isso desempenhou um papel decisivo na história do país e teve seu ponto alto na revolução social durante a guerra civil. 2.2. O que é o Anarquismo Para compreender melhor o movimento anarquista, que se define por um movimento político que defende uma organização social com bases no consenso e cooperação dos indivíduos envolvidos no processo de liberdade e descentralização do poder. Sendo assim Jong (1979) diz que anarquismo é a luta por uma sociedade aberta e universal, auto-controlável e auto dirigida uma sociedade na qual a autoridade coercitiva é substituída por um processo de tomada de decisões que não da margem a alienação entre os indivíduos e as decisões tomadas e também prima por uma sociedade autônoma, livre e que 8 sai em busca de seus ideais, uma sociedade que toma suas próprias decisões, um povo com poder de decisão. O anarquismo busca a participação do povo, povo este oprimido por uma minoria que escolhe os caminhos e destinos de uma maioria que até então não tinha voz. Segundo Jong (1979) é importante também conhecer como o movimento surgiu. As origens do anarquismo estão presentes diretamente na concepção individualista dos direitos naturais e defendidos por John Locke. A sociedade, para este filósofo, inglês, era o resultado de um contrato voluntário acordado entre indivíduos iguais em direitos e deveres. No entanto foi só a partir do final do século XVIII que o anarquismo se estruturou como corrente política autônoma. Para Jong (1979) alguns observadores sugerem semelhanças entre o anarquismo e as formas mais tradicionais de democracia, tais como o Mir russo, o pueblo espanhol, guidas das cidades medievais, as comunidades indígenas dos Andes, etc. Esta semelhança deu origem a várias críticas de forma bem injustas. Primeiro, os críticos do anarquismo não tomaram a oposição anarquista ao estado com muita seriedade. Para Costa (1986), a anarquia, para muitos, sempre foi o caos e desordem. A palavra transformou-se em sinonimo de bagunça e alguns estudiosos de hoje nao se preocuparam em dizer a realidade e divulgar seu significado e passado glorioso e tão pouco construtivo. A Anarquia acumulou em quase dois séculos de inumeras distorções na cabeça dos homens que foram alimentadas dia a dia. Os anarquistas tem como foco o indivíduo, sem representantes, sem intermediarios. Segundo Costa (1986), A ideia de caos esta bem distante do que pensavam Tolstoi, Godwin, Thoreau ou Kropotkin. A palavra anarchos, em grego, pode ser usada para definir desordem na falta de um governo, ou quando não existia necessidade dele. A base fundamental de tudo que envolve o pensamento anarquista é a liberdade, e por isso que seus adeptos combatem e continuaram a combater tudo que não gere liberdade e igualdade para todos e qualquer que seja o regime dominante: monarquia, república ou qualquer outro e ao contrário, eles não pretendem ter a verdade absoluta. Para Costa (1986), Os Anarquistas acreditam que a verdade social seja o melhor modo de convivência social, não é algo fixo, mas bom para todos os tempos, universalmente aplicável. Ao invés disso, se acredita que uma vez assegurada à liberdade, a humanidade avançará, descobrindo e realizando as coisas, gradualmente, com o menor número de comoções e atritos. Por isso, uma das soluções era deixar sempre a porta aberta a outras soluções que propiciem melhoras. 9 2.3. Principais nomes do Anarquismo Mundial Passando dos conceitos do Anarquismo à consolidação dos seus ideais e de seus idealizadores, existe uma série de debates em torno da forma mais adequada para se alcançar e se manter uma sociedade anárquica. Ultrapassa a necessidade ou não da existência de uma moral anarquista. Nesse sentido, cada vertente do Anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais-base do Anarquismo. Segundo Costa (1986), Luiz Mercier Vega que também usava os pseudônimos de Santiago Perene e também Charles Ridel dedicou toda a sua existência a pesquisa histórica do anarquismo que para ele surgiu da vontade de conhecer-se e conhecer a sociedade em que vivia pois achava que todos tinham o direito de ser dono de seu próprio destino e para que isso ocorresse a sociedade deve ser uma comunidade livre e fraterna de seres livres. Dizia que o anarquismo não é uma repetição ou uma ideologia, mas sim uma inquietação e que também o anarquismo não são organizações em torno da verdade, mas uma atenção permanente aos problemas sociais, as manifestações de rebeldia, aos mecanismos de poder e as resistências aos mesmos. Para Costa (1986) boa parte da procução dos teóricos e militantes anarquistas revelaram a atenção constante aos problemas sociais, uma busca incessante de mecanismos de resistência ao poder em todos os seus matizes. Os fundamentos desta busca podem ser encontrados no que alguns pensadores ligados, seja diretamento ou seja pelos laços fraternos, ao movimento anarquista deixaram escritos ou fizeram na pratica em varias partes do mundo. Tabela 1 Pensadores Período Contribuição para o Anarquismo Benjamim Tucker 1854-1939 Grande defensor do Anarquismo individualista Buenaventura Durruti 1896-1936 Elisée Reclus 1830-1905 Militante Anarco-sindicalista Espanhol, o mais conhecido do século XX Geógrafo Frances Emma Goldman 1869-1940 Anarco-sindicalista e principal teórica feminista Erico Matatesta Friedrich Nietzsche Henry David Thoreau 1853-1932 1844-1900 ? Anarquista Italiano Leon Tolstói 1828-1910 Louise Michel 1833-1905 Autor do Livro Desobediência Escritor russo, anarquista cristão e teórico do Anarquismo Pacifista Professora e militante anarquista 10 Mary Wollstonecraft 1759-1797 Ativista Libertaria e precursora do feminismo Max Stirner Michael Alexandrovich Bakunin Noam Chomsky 1806-1856 Anarquista individualista 1814-1876 Conhecido anarquista socialista Pierre Joseph Proudhon 1809-1865 Piotr Alexeyevich Kropotkin 1842-1921 Ravachol 1859-1892 Ricardo Flores Magón Rudolf Rocker 1873-1922 1873-1958 William Godwim 1756-1836 1928- Lingüista, Adepto do Socialismo Libertário Considerado o 'pai' do anarquismo e do mutualismo anarquista Anarquista-Comunista Anarquista Francês conhecido como um dos mais perigosos terroristas do séc. XIX. Teórico mexicano veja magonismo. Anarco-Sindicalista Desenvolveu a primeira expressão do pensamento anarquista moderno Fonte: Livro: O que é o Anarquismo Costa (1986) detalha alguns nomes do anarquismo e suas colaborações: Willian Godwin (1756-1836) nunca se definui como um anarquista, mas sem duvida exerceu uma grande influência entre os militantes do século XIX. Max Stirner (1806-1856) era alemão; seu verdadeiro nome foi Johann Caspar Schmidt. Recebeu dos historiadores o nome de “O egoista”. Escreveu o livro de 1840 a 1850 que deu bases ao individualismo anarquista do sec. XIX. Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e mais conhecido hoje pelo que Marx disse dele do que realmente pelo que escreveu e fez. Michael Alexandrovich Bakunin (1814-1876) filho de familia aristocratas abandonou a russia em 1839. Fundador de diversas organizações clandestinas. Grande figura do Anarquismo. Piotr Alexeyevich Kropotkin (1842-1921) Educado a servir o exército virou oficial na Sibéria onde desenvolveu sua sensibilidade pelo estado humilhante e miserável do ser humano. Desenvolveu idéias do comunismo-anárquico. Leon Tolstoi (1829-1910) Desenvolveu o anarquismo cristão. Influenciando desde cedo pelos escritores Proudhon, Bahunin e Kropotkin.Apos alguns anos tornou-se um pacifista e um apaixonado das virtudes de uma sociedade simples. Errico Malestra (1853-1932) Caso a parte entre os anarquistas Italianos. Teve uma vida tão aventureira quanto Bakunin. Sua maior obra foi Anarquia. Emma Goldman (1869-1940) Nasceu na Rússia e emigrou ainda jovem para os Estados Unidos. Primeira mulher a defender o Anarquismo. Foi uma das maiores defensoras da emancipação e dos direitos da mulher. 11 2.4. Bakunin - O Anarquista mais brilhante. Segundo Costa (1986), Michail Alexandrovich Bakunin nasceu no dia 30 de maio de 1814 na pequena chácara de Premugino, província russa de Tver; faleceu em 1 de julho de 1876 em Berna, na Suíça. Era filho de um proprietário de terras e desde 1837 começou a estudar a filosofia hequeliana. Em 1840 inicia o curso de filosofia na Universidade de Berlim, onde logo começou sua atividade política, criticando a filosofia especulativa preferindo a teoria da ação política. De 1843 a 1848 viajou pela Europa, onde acabou conhecendo Karl Marx e Proudhon em uma de suas passagens por Paris. Participou do Congresso Eslavo no que tinha em mente o pan-eslavismo (Praga, 1848) e no mesmo ano participou da Revolução Proletária em Paris. Em 1849 foi preso e condenado a morte por uma insurreição em Dresden, mas a pena foi anulada e foi entregue ao governo russo, ficando preso em São Petersburgo e depois exilado no Sibéria (1857). Fugiu para o Japão e depois mudou para Suíça. Conta Costa (1986) que por volta de 1863 tentou montar uma campanha em prol do anarquismo para irem a Polônia, mas não obteve nada. Em 1868 fundou a Aliança Internacional da Democracia Social, que queria fazer a união com a Associação Internacional de Trabalhadores, no qual disputou a liderança dessa última com Karl Marx, mas em 1872 acabaram se desentendendo no Congresso de Haia. A expulsão de Bakunin da Associação Internacional de Trabalhadores, se deu por divergências políticas com Marx. Na obra de 1872, Bakunin faz oposição o Comitê, pois identifica a fonte de todo problema na centralização da autoridade e do Estado, pois criavam obstáculo ao desenvolvimento das pessoas e das Nações. A paz e a realidade devem estar diante das coisas para realização do homem, pois querem uma descentralização das coisas para o desenvolvimento dos homens. A participação de Bakunin em atividades políticas, a partir de 1870, acabou influenciando e mais pessoas, e nesse período começou a criticar o comunismo de Estado, com propostas anti-autoritárias de socialismo. Com o fracasso da Comuna de Paris, as duas tendências começaram uma briga que a cada ano se agravava, de um lado os comunistas de Estado ou socialistas autoritários, como eram chamados pelos socialistas libertários, na época. 12 Figura 2: Bakunin. Fonte: http://www.google.com.br/images 2.5. Contribuição de Bakunin para o Anarquismo Bakunin é considerado como um dos grandes anarquistas de todos os tempos e são inúmeras as suas contribuições para o movimento que tentava sobreviver em meio a desconfianças e perseguições. Partindo do estado de gorila, é para o homem um processo muito difícil chegar à consciência de sua humanidade e à realização de sua liberdade. Primeiramente, ele não pode ter nem esta consciência, nem esta liberdade; ele nasce besta feroz e escrava, e só se humaniza e se emancipa progressivamente no seio da sociedade que é necessariamente anterior ao nascimento se seu pensamento, de sua palavra e de sua vontade; e ele só pode fazê-lo pelos esforços coletivos de todos os membros passados e presentes desta sociedade que é em conseqüência a base e o ponto de partida natural de sua existência humana (BAKUNIN, in Obras, 1980: 46). Para Bakunin o Estado era um dos grandes responsáveis pelas mazelas humanas, em uma de suas obras ele externa sua opinião a respeito deste fato. Não hesito em dizer que o Estado é o mal, mas um mal historicamente necessário, tão necessário no passado quanto o será sua extinção completa, cedo ou tarde; tão necessário quando foram à bestialidade primitiva e as divagações teológicas dos homens. O estado absolutamente não é a sociedade, é apenas uma forma histórica tão brutal quanto abstrata. Nasceu historicamente, em vários países, do casamento da violência, da pina e do saque, isto e, da guerra e da conquista, com os deuses criados sucessivamente pela fantasia teológica das nações. Foi desde sua origem e permanece ainda, hoje, a sanção divina da força bruta e da iniqüidade triunfante. (BAKUNIN, in Obras, 1980: 48). 2.6. O Anarquismo no Brasil De acordo com Dantas (2004). O movimento anarquista chega ao Brasil com os imigrantes europeus, por volta de 1850. No fim do Século XIX, as aspirações anarquistas no Brasil ganharam vigor. A greve de 1917 foi comandada em sua maioria por anarquistas, a infinidade de jornais libertários da época, inclusive atestaram a força e organização dos 13 anarquistas do Brasil. No final da década de 20, o anarquismo perdeu força obtida na virada do século XIX. Com a ascensão do estado Varguista, pode-se observar o golpe final aos anarquistas no Brasil. O governo de Getulio Vargas, utilizando de forte repressão e medidas populistas, conseguiu conter as instituições sindicais, grande palco de difusão do anarquismo. Tendo esta trajetória do anarquismo pode-se constatar que é um movimento popular que buscava uma maior interação da população, mas que não obteve grandes resultado, tem que se destacar que suas principais ideais tentavam alcançar uma sociedade melhor para seus principais idéias tentavam alcançar uma sociedade melhor para seus principais atuantes, ou seja, o povo. No Brasil suas influencias chegaram a incomodar alguns políticos, porem, sua extinção logo aconteceu com o período militar. Tabela 2 Pensadores Período Natural Antonio Avelino Fóscolo 1864-1944 Rio de Janeiro, RJ Domingos Passos Fim sec.XIX Sabará, MG Edgard Frederico Leuenroth 1881-1968 Mogi Mirim, SP Florentino de Carvalho 1889-1947 Oviedo, Espanha Lima Barreto 1881-1922 Rio de Janeiro, RJ Jaime Cubero 1926-1998 Jundiaí, SP José Rodrigues Leite e Oiticica 1882-1957 Oliveira, MG Maria Lacerda de Moura 1887-1945 Maurício Tragtenberg 1929-1998 Zélia Gattai 1916-2008 Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br Contribuição para o anarquismo Brasileiro Anarquista e Escritor brasileiro Anarquista brasileiro, negro, operário e carpinteiro. Jornalista, arquivista, um dos mais notáveis anarquistas da 1ª republica Anarco-sindicalista nascido na Espanha e radicado no Brasil Cineasta e Jornalista. Simpático ao anarquismo passou a militar na imprensa socialista. Intelectual, Jornalista e Militante Brasileiro Ligado ao Movimento Anarquista. Professor, Dramaturgo, poeta parnasiano e notável Anarquista Brasileiro Foi uma anarquista individualista Manhuaçu, MG brasileira que se notabilizou por seus escritos feministas. Getulio Vargas, Sociólogo, Educador e Teórico Libertário RS e Anarquista Escritora, fotógrafa e memorialista, Salvador, BA participava, com a família, do movimento político-operário anarquista 14 2.7. Origem da Música Segundo Roschel (2007) a história da música se divide em mitológica e Mecânica. A História mitológica da música, no mundo ocidental, começou com a morte dos Titãs. Depois da vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano (Oceano, Ceos, Crio, Hiperião, Jápeto e Crono), mais conhecidos como Titãs, foi solicitado a Zeus que se criasse divindades capazes de cantar as vitórias dos Olímpicos. Zeus então partilhou o leito com Mnemosina, a deusa da memória, durante nove noites consecutivas e, no devido tempo, nasceram às nove Musas. Entre as nove Musas estavam Euterpe (a música) e Aede, ou Arché (o canto). As nove deusas gostavam de freqüentar o monte Parnaso, na Fócida, onde fazia parte do cortejo de Apolo, deus da Música. Há também, na mitologia, outros deuses ligados à história da música como Museo, filho de Eumolpo, que era tão grande musicista que quando tocava chegava a curar doenças; de Orfeu, filho da musa Calíope (musa da poesia lírica e considerada a mais alta dignidade das nove musas), que era cantor, músico e poeta; de Anfião, filho de Zeus, que após ganhar uma lira de Hermes, o mais ocupado de todos os deuses, passou a dedicar-se inteiramente à música diz Roschel (2007) Roschel (2007) também fala da origem mecânica e não-mitológica da música que se divide em duas partes: a primeira, na expressão de sentimentos através da voz humana; a segunda, no fenômeno natural de soar em conjunto de duas ou mais vozes; a primeira seria a raiz da música vocal; a segunda, a raiz da música instrumental. Na história não-mitológica da música são importantes os nomes de Pitágoras, inventor do monocórdio para determinar matematicamente as relações dos sons, e o de Lassus, o mestre de Píndaro, que, perto do ano 540 antes de Cristo, foi o primeiro pensador a escrever sobre a teoria da música. Tabela 3 Estilo Pré - História Música da Antiguidade Música Medieval Música Renascentista Música Barroca Música Clássica Romantismo Música do século XX Período Até ao Nascimento de Cristo Do Nasc. de Cristo até 400 D.C. 400 - 1450 1450 - 1600 1600 - 1750 1750 - 1810 1810 - 1910 a partir de 1900 Fonte: Livro Uma Breve Historia da Música 15 2.8. O Rock. |Como tudo começou Na evolução dos tempos o homem criou formas de expressar suas vontades, emoções, alegrias, tristezas, isso pode ser observado na pintura, na dança, na literatura, mas é na música que o ser humano encontrou sua maior forma de expressão. Segundo Muggiati (1973) O rock’n’roll surgiu graças a um caipira do Mississipi, um americano típico de Detroit, um branco meio maluco da Luisiana, o filho de um lavrador do Tennessee, um ex-trombadinha de St. Louis, um crioulo de Nova Orleans filho de violinista, um mulato da Geórgia gênero bicha louca, dois irmãos do Kentucky filhos de cantores do rádio, um colegial do Texas. Porem nenhum deles queria mais do que uma vida discreta e no anonimato do interior. Mas tinham algo em comum: a força da sua música. Com eles explodiu fenômeno do rock’n’roll e se tornaram os heróis de toda uma geração. São eles: Elvis Presley, Bill Haley, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Chuck Berry, Fats Domino, Little Richard, os Everly Brothers e Buddy Holly. Continua Muggiati (1973) que tudo começou quando o mundo ainda se refazia da maior e mais sangrenta guerra da História. Mas a paz não parecia duradoura e um medo maior tomou conta dos americanos em setembro de 1949. A partir daí os adolescentes brancos que se fascinaram pelo jazz negro dos anos 20, ou pelo swing das big bands nos anos 30/40, não podiam se comparar ao fenômeno de massas que explodiu na América dos anos 50: o rock’n’roll. Na década de 1950, o rock’n’roll estava chegando para ficar. Indícios da revolução podiam ser detectados no número de Sete de agosto de 1954 da revista Billboard, especializada no mercado fonográfico. Ali se anunciava um novo disco de Bill Haley, Shake, Rattle and Roll; e o próprio conjunto Bill Haley & His Comets era anunciado como “o grupo rítmico mais rocante (rockingest) da nação”. Numa das páginas internas do mesmo número da Billboard, uma nota não assinada comentava o primeiro disco de um Elvis Presley, lançado por uma pequena gravadora de Memphis, Ten-nessee. Para Chacon (1983) o Rock é antes de tudo, som. Ao contrário de outras artes que nos tocam a visão, a música nos atinge pela audição. Às vezes se desvia o olhar de algo que não se agrada, no caso da musica não se tem a mesma facilidade pois seu leque de ação é muito mais aberto, ocupando quase todo o espaço em redor, porque as notas se espalham em ondas mais amplas do que os traços presos aos limites das molduras. Partindo deste ponto, uma nota distorcida de guitarra parece atingir não só o ouvido e o cérebro, mas cada uma das células do 16 corpo humano, fazendo do rock um dos ritmos musicais mais agitados que se conhece nas sociedades modernas. Segundo Chacon (1983) Há outras maneiras, ainda no universo do rock, além da agitação de "esquentar" o ambiente. As músicas lentas, intimistas, porém não menos corpóreas, usam a relação amorosa, idealizada ou concreta, para conseguir os mesmos efeitos do rock tradicional. É o rock-ballads: Love me tender (Elvis), Yesterday (McCartney), As tears go by (Stones), Love of my life (Queen), Kind of love (Sundae) e muitos outros. 2.9. O Rock no Brasil Para Moraes (2002) os jovens nascidos na primeira metade de 1960, chamados “filhos da Revolução”, já estavam familiarizados com o Rock e com isso sentiram algum desanimo com relação a música nacional ao ler a matéria “Vozes para os anos 80”, manchete da jornalista Ana Maria Bahiana mostrando para o Brasil o cenário musical que estava vindo. Para uma juventude que começa a sentir as influencia do Punk Inglês, do rock e do heavy metal, alguns nomes como Elba Ramalho, Biafra, Tunai, Fátima Guedes e Oswaldo Montenegro não eram muito Animadores. Mal começou a década de 80 e a revista “Somtrês” trazia em seu encarte o “Jornal do Disco” a seguinte manchete: “O time que as gravadoras escalaram”. Neste time só de craques constavam os nomes da época que já faziam sucesso, só que o jovem brasileiro queria outra coisa. A MPB estava saturada, estagnada e estéril. 2.10. O Punk Segundo Moraes (2002) o movimento punk surgiu em meados da década de 70 na Inglaterra e foi caracterizado por atitudes chocantes e intimidantes que repercutiram na musica, nas roupas e no modo de vida de seus seguidores. O Jovem inglês vestia roupas rasgadas, cabelos com cortes estilos moicanos ou espetados, alem de acessórios. No inicio, as bandas tocavam punk rock, estilo diferente das musicas da época: o heavy metal, o pop e outros. Para Moraes (2002) o punk quebrou o som feito pra vender discos, criando algo de poucos acordes e letras da realidade pobre de jovens desempregados e sem futuro. Criticava o governo, os políticos, os impostos, a pobreza, o desemprego, a falta de perspectiva e entre outros. Bandas como Sex Pistols começavam a chamar a atenção de grandes gravadoras por causa do novo som feito por Drogados e pessoas sem perspectivas. 17 Segundo Jamys (2005) Na década de 70 bandas como Ramones, The Clash e outras, se destacavam na mídia enquanto outras fugiam do punk que estava sendo sugado pela discoteca, tendo o filme "Embalos de Sábado à Noite" como um marco para a queda do punk rock moda, pois as gravadoras tentavam tirar a criatividade e a espontaneidade do subúrbio pobre de jovens que montavam bandas em cada esquina, para se entregarem às danceterias. A década de 80 trouxe um novo punk e para que as bandas não tivessem seus sons sugados pelo capitalismo, precisavam de um som mais raivoso que o punk rock. Surgia assim o Hard Core. O hardcore sendo um som mais direto, batidas rápidas e letras mais politizadas e contestadoras, foi um novo marco para o movimento que andava cambaleando desde 1978. Gritavam no mundo "Punk´s not dead!" (Punk não está morto!). Na Inglaterra surgiram bandas como The Exploited (O Explorado), Varukers, Discharge e outras que até hoje existem. 2.11. O Brasil descobre o Punk No fim da década de 70, mais precisamente no ano de 1978 surgia no Brasil varias bandas Punks. Ratos de Porão, Olho Seco, Cólera, Kaos 64, Desordeiros, Brigado do Ódio, Inocentes, Estágio Zero, Hino Mortal, Armagedom, WCKaos e outras muitas punk rock (Extermínio, Psykóze, Azilo Militar, Fogo Cruzado e etc). No Nordeste surgiam Karne Krua, Discarga Violenta, Amnésia, Fome, Estrago, Deliquentes, Condenados, AI-5, Disunidos, CU.S.P.E., HC-3, Terroristas, Grito Suburbano e outras. Infelizmente, muitas destas bandas não existem e apenas Amnésia, Discarga Violenta e Cuspe continuam na cena alternativa. A DV recentemente acabou, mas lançou sua discografia completa. A década de 90 tiveram muitas bandas dos anos 80 que foram sugadas pelo mercado ou largaram o movimento punk, vivendo apenas do nome que na cena criou. Inocentes entrou ainda na década de 80 para uma grande gravadora. Os punks mudaram muito e evoluíram. Mais uma vez o famigerado mercado sonoro abocanhou o hardcore e bandas falsas no movimento ou que usavam o estilo como Raimundos, DFC, Os Cabeloduro e outras tantos, faziam letras sem sentido ou sem expressão, sexistas e machistas, por integrantes que nada tinham a ver com a cena. Por outro lado, o movimento punk havia se distribuído no Brasil inteiro. 18 2.12. Influencia do Anarquismo na Musica Brasileira O Anarquismo teve influência na musica brasileira no fim da década de 70 graças a obras de alguns dos grandes anarquistas como o Francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) que defendia a não abstenção do voto e influenciou as organizações de orientação cooperativa; eram conhecidos pelo seu ferrenho anticlericalismo e contrários a qualquer atividade clandestina. O coletivismo de Michael Bakunin (1814-1876): para ele a revolução seria feita pela ação espontânea das massas, eram favoráveis às vastas organizações. O anarco-comunismo de P. Kropotkin (1842-1921): defendia a necessidade de organização de grupos formados somente por propagandistas da causa libertária, sem nenhum centro de poder, cada pessoa seria juiz de suas próprias ações e exigências. O individualismo anarquista inspirado por Max Stirner (1806-1859): segundo o qual nenhum indivíduo deverá exercer poder sobre o outro, cada ser é único e todos deveriam combater o Estado com os meios disponíveis. Figura 3. Cartaz do filme “Botinada”. Símbolo anarquista ganha destaque na construção estética do cartaz. E por fim, o anarco-sindicalismo que se espalhou pela Europa e pelas Américas, inclusive no Brasil, e que teve grande influencia, principalmente no final do século XIX e início do século XX. 19 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo buscou entender como um movimento social e político que atravessou vários anos e influenciou uma geração, que da mesma forma, buscava se libertar de um regime opressor e que buscou através da música exteriorizar seus pensamentos, suas angustias, desejos e vontades. O movimento Punk conseguiu buscou trazer a tona os ideais anarquismo através de suas letras de protestos com batidas pesadas e compassadas, por onde o movimento Punk passou se reviveu todos os sonhos dos antigos anarquistas que passaram por momentos de extremo confronto para fazer valer seus pensamentos. Neste sentido o anarquismo teve um papel importante no desenvolvimento do movimento Punk no mundo, hoje estes conceitos estão difundidos com outros tantos movimentos que com o passar dos tempos não concretizaram seus ideias. 5. REFERÊNCIAS ANARQUISMO – O Maior Portal Anarquista do Brasil. Anarquismo. São Paulo, 28 Setembro de 2005. Disponível em: http://www.anarquismo.com.br/mikhil.html. Acesso em: 28 de Outubro. 2010 às 21h39min. BAKUNIN, Michael Alexandrovich. Textos Anarquistas. Seleção e Notas de Daniel Guérin. Tradução de Zila Bernd. Revisão de Delza Menin e Renato Deitos. Produção Jó Saldanha e Lucia Bohrer. São Paulo: L & PM Editores, 1980. BENNETT, Roy. Uma Breve Historia da Música. Tradução de Maria Teresa Resende Costa. Revisão de Luiz Paulo Sampaio. Rio de Janeiro. Editora Zahar. 1986 CHACON, Paulo. O Que é Rock. São Paulo. 3ª Edição. Editora Brasiliense. 1983. COSTA. Caio Túlio. O que é o anarquismo. 11ª edição. São Paulo: Editora Brasiliense S.A. 1986. DANTAS, Luciano. O Anarquismo. In Contracultura. 2004. Disponível em: http://www.contrac.hpg.ig.com.br/a_anarquismo.htm. Acessado às 22h30min em 11 de setembro de 2010. DUARTE, Fernanda; LUIZ, Andre. A origem do Punk, a Ramonesmania. Revista Rock Post, São Paulo, v. 15, ano 2, março 2010. JAMYS, Joacy. Grito Punk - Um Pouco da Historia do Punk. 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