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A Agricultura Familiar sempre teve um papel importante na produção agrícola do País, em especial na produção dos alimentos que são disponibilizados para a população brasileira. Ela é responsável por 40% de tudo que é produzido no Brasil e gera 7 de cada 10 ocupações no meio rural. O desenvolvimento e o fortalecimento da Agricultura Familiar, porém, contempla uma gama mais ampla de possibilidades, que vão além das atividades agropecuárias. As atividades relacionadas ao turismo nas áreas rurais permitem a dinamização econômica das comunidades de agricultores familiares tradicionais. Oferecem também um produto turístico próprio, com marcas locais diferenciadas que destacam e valorizam a cultura e o modo de vida peculiar de cada região do Brasil. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério do Turismo estão integrando suas ações para fortalecer o turismo rural. A atuação conjunta contribuirá para a criação de mais oportunidades de geração de renda e trabalho para a Agricultura Familiar. Turismo Rural na Agricultura familiar 3 Índice Mapa Geral 04 Turismo rural na agricultura familiar Da fria região serrana gaúcha ao semi-árido baiano, passando pelos abundantes Lagamar e Pantanal, ou encostado à Metrópole paranaense: RS Estrada do sabor 06 Um passeio pelas tradições italianas cinco estados, cinco roteiros – uma amostra do potencial e diversidade do Turismo Rural na Agricultura Familiar. PR Caminhos do Guajuvira 14 Bucolismo e tradição polonesa junto à metrópole SP O Lagamar 20 Comunidades tradicionais em busca do desenvolvimento sustentável MT Pantanal do Mato Grosso 28 Modos de vida e cultura em harmonia com a natureza BA Rota do sisal 34 Tecnologias sustentáveis e associativismo melhoram a vida no semi-árido Informações Turísticas Onde dormir Utilidades & Serviços 42 Onde Comer Turismo Rural na Agricultura familiar 5 Estrada do sabor Um passeio pelas tradições italianas Famosa pela produção de vinhos e, principalmente, de espumantes, Garibaldi, cidade de colonização italiana na Serra Gaúcha, desponta também como uma ótima opção para quem deseja curtir um autêntico turismo rural. Nove pequenas propriedades se uniram para oferecer aos visitantes a Estrada do Sabor, um roteiro que adentra as “linhas” – nome dado às estradinhas que ligam as colônias de imigrantes italianos, chegados à região a partir de 1885. E o que não falta neste passeio é o sabor. Seja na rica culinária passada pelas nonnas, com suas fortaias (omeletes), polenta brustolada (salteadas na chapa), cucas e pães de ervas; ou na hospitalidade e alegria natas do povo italiano, mantidas por seus descendentes; ou ainda nas nostálgicas histórias contadas pelos nonnos (vovôs) que revelam as dificuldades vencidas pelos seus bisavós. O vinho e o espumante, é claro, não poderiam estar de fora. Em três das propriedades pode-se não só desgustar vinhos de mesa e conceituados vinhos finos como conhecer todo o processo de produção artesanal, do parreiral aos tonéis de envelhecimento, e até fazer cursos de enologia. No percurso, quase todo em estradas asfaltadas, rodeadas por bucólicos parreirais, arroios e vales, passa-se por vários capitéis, capelas e tradicionais casas de pedra e de madeira. GARIBALDI | RS Distâncias: Porto Alegre 112 km, Caxias do Sul 36 km Como chegar De Porto Alegre ou do norte do Estado seguir pela BR116 e tomar a RS-122, depois a RS-470. Turismo Rural na Agricultura familiar 7 Família Brugalli Osteria della Colombina - Família Odete Lazzari Pai, mãe e quatro filhos jovens conduzem a produção artesanal de embutidos – salame, copa, salsichão e linguiça campineira – a principal atividade do sítio de 12 hectares, que pertence à família há quatro gerações. A produção é totalmente artesanal e começa com a criação dos porcos. A família tem ainda cultivos de subsistência de trigo (para fazer a farinha orgânica), frutas (uvas, laranja, bergamota etc) e legumes e verduras. Tudo cultivado de forma “ecológica” – como eles chamam por lá o cultivo orgânico – sem uso de agrotóxicos. Produzem também o próprio vinho de mesa (feito com uvas da variedade americana Isabel e a francesa Concord), a graspa (um destilado feito do bagaço da uva fermantada) e sucos. Dona Jurema cuida ainda de fazer doces, schimia (uma espécie de geléia) e pães de ervas no forno de barro. Todas estas delícias estão à venda e algumas podem ser apreciadas na farta degustação servida após a visita monitorada às instalações da fábrica de embutidos. A visita à propriedade de dona Odete é um deleite para os olhos e para o estômago. Com muita graça na decoração, ela transformou o porão de sua casa em um salão de degustação, onde serve almoço, jantar ou café rural típicos italianos. Manteve o chão batido e os tijolos à vista, como nos tempos de seus avós. O trabalho de resgate da memória atingiu também os quitutes preparados com base nas receitas tradicionais. Pães de forma assados em forno de barro, salame, queijos, vinhos e fortaia (omelete) abrem o café rural, que na Colônia, segundo dona Odete, tinha mais salgados que doces; depois vêm bolos, geléias, schmias e compotas. Nos almoços e jantares, salame e queijos picados e polenta brustolada são os aperitivos. Segue a sopa de capelete, moranga recheada com pien (massinha a base de galinha cozida e desfiada, pão ralado, temperos verdes e noz moscada – o mesmo recheio usado no capelete), galinha ao molho de tomates ou assada, massas, saladas, sobremesas, vinho, sucos e café à vontade. As quatro filhas e um genro auxiliam no antendimento e preparo. Tudo é feito com produtos próprios. Na propriedade de 13,2 hectares, dona Odete planta, colhe e transforma tudo o que consome e comercializa. Os belos parreirais, pés de pêssego, peras, romãs, a horta de verduras e temperos podem ser visitados. Há também um belvedere (mirante) e uma trilha leve e bem sinalizada para caminhadas. A Produção artesanal de copas e salames da família Brugalli O processo de fabricação de embutidos da família Brugalli é totalmente artesanal. Começa com a criação de porcos, que são levados para o abate quando atingem entre 100 a 110 kg, ou 6 a 8 meses de idade. Da carne, separa-se a paleta e pernil para a produção do salame e o lombo para a copa. Há também produção de salsichão e linguiças. A produção segue uma rotina semanal, cumprida pela família - Dona Jurema, Sr. Olir e os quatro filhos já moços Alex, Samuel, Isaac e Tiago. Terça-feira - a carne retorna do abate e é colocada na câmara fria. Quarta-feira - a carne é desossada, moída e temperada com sal, pimenta, alho, vinho e açúcar. Não se usa qualquer conservante. Deixa-se a carne descansar até o dia seguinte. Quinta-feira - faz-se o ensacamento em sacos feitos de raspa de couro de boi. Depois os salames e copas são transportados e acondicionados no defumador. Uma sala fechada, onde as peças ficam dependuradas no teto, por três dias, em média. Sexta-feira - já no defumador, iniciase o processo com a produção de calor à temperatura de 30° C, em média. Usa-se carvão de laranjeira, bergamoteira ou cerejeira, também produzido na propriedade. Numa balata de 2m X 2m faz-se um caminho com o carvão formando uma espiral. O fogo é iniciado pela ponta externa e vai circulando até chegar ao centro. O processo dura até o dia seguinte. Sábado e domingo - o processo de defumação é repetido. A copa por não conter gordura fica somente um dia defumando. Segunda-feira - Secagem e maturação - do defumador, as peças são tranferidas para o galpão de secagem para a maturação, onde permanecem por 10 a 12 dias também dependurados. Família Vaccaro De janeiro a março, dá para visitar os parreirais para ver, colher e provar as uvas maduras desta propriedade, tradicional produtora artesanal de vinhos de mesa e vinhos finos e espumantes. Mas, em qualquer época do ano, podese conhecer ou ver a explanação do nonno Sr. Augusto Vaccaro, sobre como é o processo de vitifinificação realizado pela família há quatro gerações; provar a deliciosa gastronomia italiana em almoço, jantar ou café rural, preparado carinhosamente pela filha, dona Natalina Vaccaro; e ainda passear por trilhas leves que levam até uma pequena cascata. Turismo Rural na Agricultura familiar 9 Família Debiasi Jorge Mariani é o bisneto do fundador da Cooperativa de Garibaldi, um dos primeiros produtores de vinhos em escala comercial. Junto com a esposa e três filhos (dois ainda pequenos) se dedica ao cultivo de uvas convencionais e viníferas em sua propriedade de 12 hectares e, como os bisavós, produz seu próprio vinho no porão da casa. Cerca de 60% de sua produção se refere a frutas “ecológicas” – cultivadas sem agrotóxicos, o que lhe rende um vinho também orgânico. Ainda mantendo a tradição dos antepassados, do bagaço da uva fermentada ele extrai a graspa (uma espécie de cachaça de uva). Técnico enólogo formado, ao receber os turistas, explica todas as etapas de produção dos vinhos branco e tinto e mostra com orgulho, na parte de cima da casa, a sala e o quarto de seus bisavós com mobiliário e objetos de época. Em seguida faz um gostoso passeio de trator pela propriedade mostrando os parreirais – alguns com mais de 100 anos – e as plantações de figo, laranja, pêssego e outras frutas empregadas na fabricação caseira de compotas vendidas lá mesmo. No final dos passeios, oferece uma degustação de vinhos, suco e produtos locais. A produção ecológica e a educação ambiental são os lemas de Lúcia e Tranquilo Debiasi e filhos. Na propriedade de 11,5 hectares há as plantações e uma agroindústria associadas. Tranquilo explica que o ecológico, em seu conceito, é mais que orgânico, pois trata-se de cultivo em terras desintoxicadas durante anos, antes de receber as mudas orgânicas. A família produz cerca de 22 mil quilos de uvas Concord e Isabel destinadas à produção de sucos, extraídos por um processo que preserva totalmente as qualidades nutricionais da fruta. Além das uvas, também plantam figo, pêssego, milho, batata inglesa, aipim, feijão para consumo próprio e para conservas e compotas. Entre os doces preparados por Lúcia e a filha Juli está a schmia de laranja com cenoura (veja receita). A schimia é uma deliciosa pasta, semelhante à geléia de frutas. Vai muito bem em pães e torradas, principalmente, se acompanhada de nata ou requeijão caseiro. Entre outras produções da família, vendidas no local, estão vinagre de caqui, biscoitos, licores de rosa, maracujá, funcho e plantas medicinais. Além de conhecer os processos de extração de sucos, tem-se uma aula de introdução ao cultivo ecológico. ReliquiaeVini - Família Bettú Família Trombini Rebô, Barbera, Terraldiga, Turiga, Merlot, Cabernet Franc e Sauvignon, Malbec, Tannat, Chardonay, Malvasia de Candia estão entre as mais de 30 variedades de uvas cultivadas pela família Bettú, especializada na produção de vinhos de alta qualidade. A produção é artesanal e muito pequena – cerca de 5 mil a 6 mil garrafas/ano, vendidos diretamente a apreciadores de vinhos e a alguns privilegiados restaurantes do eixo Rio-São Paulo, principalmente. Uma parte da exígua produção se destina ainda a degustações e cursos promovidos no local por Vilmar Bettú e o irmão enólogo, Orgalindo. Os preços da garrafa de um Bettú variam de R$ 40 a R$ 220, o que já dá a idéia do refinamento atingido por seus vinhos. Como o pai e o avô, Vilmar faz experiências e cria novas bebidas. Produz o Persecatum – um destilado de pêssego. O pai, Sr. Augusto Bettú, desenvolveu recentemente um vinho de laranja. Seu Augusto faz outras proezas: com 90 anos é ainda um exímio jogador de mora – um tradicional jogo italiano que utiliza raciocínio matemático e rapidez mental. A visita se concentra na degustação e nas explanações dos processos utilizados na bonita e aconchegante vinícola. A alegre família Trombini trabalha unida. As três gerações são especialistas na confecção de chapéus e cestas de palha de trigo, uma tradição quase extinta na região. Mesmo a pequena Marileine, de apenas 5 anos, Genésio de 7 e Guilherme de 9, já dominam as técnicas passadas pelos nonnos André e Maria e brincam de produzir peças. Todo o processo é feito pela própria família, desde o cultivo do trigo, a retirada das espigas, o descascar das hastes até sobrar a fina haste de palha usada para fazer as dressas (tranças) costuradas para formar chapéus; e o trançado nas fôrmas das sacolas. Fazem também cestas de vime. Vale a pena conhecer o ateliê e lojnha da família para apreciar o trabalho ao vivo. R E C E I TA La Cantineta - Família Jorge Mariani Schimia de cenoura e laranja Ingredientes: 5 kg de cenoura | 1 kg de laranja | 6 kg de açúcar Modo de preparo: Lavar bem e ralar a cenoura em fiapos. Colocar numa panela com água quente até cobrir a cenoura. Cozinhar até ficar transparente. Adicionar a laranja fatiada, com casca, sem as duas pontas, sem semente e cortada em pedacinhos. Cinco minutos depois do reinício da fervura, colocar 1/3 do açúcar. Depois de 20 minutos, colocar mais 1/3. Mais 20 minutos e colocar o restante do açúcar. Ferver até quando começar a soltar o fundo ou Turismo Rural na Agricultura atingir o ponto pouco mais consistente que uma geléia. Dispor em potes esterilizados e tampar.familiar Receita de Lúcia Debiasi 11 Endereços Família Brugalli Linha Araújo e Souza, s/n, Zona Rural. Tel. (54) 464-1380. Email: [email protected]. Horário: agendar. Ingresso: R$ 2,50/pessoa com degustação. dic dicaa Além dos capitéis pela estrada, cada uma das comunidades tem um igreja e um salão paroquial, local usado para reuniões e festas da comunidade. Perto da Família Brugalli fica a Igreja de São Francisco de Assis, de 1950, cujos vitrais levam os nomes das famílias que fizeram doações para sua construção. A cada ano, uma senhora da comunidade é eleita para ser a zeladora da igreja, organizando-a para a vinda do padre, que ocorre uma vez por mês. Família José Salvagni Aos 86 anos de idade, o bisneto de italianos Sr. José Salvagni e sua esposa dona Antônia Arcari, de 71 anos, estão entre os nonnos (vovôs) queridos da comunidade. Ele preserva as boas lembranças da colônia não só em suas agradáveis histórias, contadas ao pé da varanda de sua tradicional casa de madeira, construída há cerca de 45 anos por ele mesmo, como em um pequeno museu particular com objetos e ferramentas que mostram a trajetória dos primeiros italianos na região. O museu foi montado em uma antiga cozinha de madeira, retirada de seu local original em uma propriedade abandonada e remontada por Sr. Salvagni no quintal de sua casa. É neste local também que ele produz e vende os chapéus e cestas de palha de milho, feitos com muita habilidade e capricho. O milho vem de sua própria roça. os brindes O brinde espanhol: “Arriba! Abarro! Al cientro! E a dentro!” ou: Para cima, para baixo, ao centro e para dentro. O brinde italiano: “Turvo no lé! Cesco no gué! Cuel dela sanca no vol, e cuel dela drita nianca. Lora, bevo mi!” ou: Turvo não é. Cisco não tem. Aquele da esquerda não quer, e o da direita também. Então, bebo eu”. Osteria della Colombina Família Odete Lazzari Linha São Jorge, s/n, 1º. Distrito. Tel. (54) 4621895 r. 68. E-mail: [email protected]. Horário: agendar. Ingresso: R$ 10 café rural e R$ 15 almoço ou jantar. Centro Cultural Georges Aubert Um grande galpão da vinícola Georges Aubert, produtora de espumantes francesa que se transferiu para o Brasil em 1951, virou cenário que presta homenagem à imigração italiana no Rio Grande do Sul. Belos painéis, ferramentas agrícolas, objetos do cotidiano dos primeiros imigrantes e um tonel com uma parreira seca de 112 anos estão entre os atrativos, mas o que mais chama a atenção é a Casa do Artesanato, onde ficam os nonnos das diversas colônias que se revezam na produção de artesanato ao vivo e contando histórias. Quem desejar conhecer o processo de produção industrial de vinhos e espumantes pode participar de uma visita guiada às instalações, que produzem 3 milhões de garrafas/ano. A visita é encerrada na loja de varejo da Georges Aubert, onde é feita uma degustação e a demonstração de dois tipos de brindes, após abrir-se a garrafa com um sabre – cortando a garrafa abaixo da rolha, método usado por Napoleão e seus soldados após a conquista daquele país, dizem as lendas. Família Vaccaro Linha Santo Alexandre, s/n, 7º. Distrito. Tel. (54) 504-4625. Horário: agendar. Ingresso: R$ 8 a 10 café rural; R$ 15 almoço ou jantar; e R$ 2,50 só com degustação de vinhos e espumantes. La Cantineta - Família Jorge Mariani Linha Marcílio Dias, s/n, Zona Rural. Tel. (54) 459-1312 / 459-1107. E-mail: [email protected]. Horário: agendar. Ingresso: R$ 3 com degustação. Reliquiae Vini - Família Bettú Estrada Geral São Gabriel, s/n, Zona Rural.Tel. (54) 462-6807. E-mail: [email protected]. Horário: agendar. Ingresso: grátis. Família Debiasi Rua Alencar Araripe, s/n, Zona Rural. Tel. (54) 464-0408. E-mail: [email protected]. Horário: agendar. Ingresso: R$ 2,50 com degustação. Família Trombini Linha Borghetto, s/n, Zona Rural. Tel. (54) 4625271 / 463-8083. Horário: diariamente 8h18h. Ingresso: R$ grátis. Família José Salvagni Rua Alencar Araripe, s/n, Santo Antônio do Araripe. Tel. (54) 464-0918. Horário: agendar. Ingresso: R$ 1,50. Centro Cultural Georges Aubert Av. Rio Branco, 1276, Cairu. Tel. (54) 4621155462-1106. www.georgesaubert.com.br. Horário: diariamente 9h-17h30. Ingresso: R$ grátis com degustação. Cartões de crédito: Dinners, MasterCard, Maestro, Visa, Visa Electron e RedeShop. Turismo Rural na Agricultura familiar 13 Caminhos do Guajuvira Bucolismo e tradição polonesa junto à metrópole À primeira vista não se imagina encontrar zona rural e paisagens bucólicas em Araucária, a 27 km de Curitiba. Na estrada de acesso vêem-se empresas de porte como Petrobrás, Ultrafértil e suas plantas de fábrica gigantes. Porém, cerca de 70% do território do município está na zona rural e mantém a tranquilidade e o jeito campestre característicos, que podem ser aproveitados em um gostoso roteiro batizado de Caminhos do Guajuvira. O nome se refere à ávore cuja madeira era usada para fazer arcos pelos antigos índios da região, os tinguis, e ao bairro atual de pequenas propriedades rurais. Em 36 km, quase todo em asfalto, pode-se observar a colorida arquitetura polonesa e apreciar os quitutes em almoços típicos e cafés rurais, feitos pelos descendentes do mais importante grupo étnico da região. O roteiro é boa oportunidade também para comprar produtos artesanais, desde objetos decorativos feitos em bambu até embutidos, licores, verduras, frutas colhidas no pé e vasos de flores. Em ocasiões festivas, como o Baile Polonês (em maio), ou a Festa do Pêssego (1ª quinzena de dezembro) é possível assistir a apresentações do grupo de danças polonesas, o Wesoly Dom (que significa “casa alegre”). Os nomes são difíceis de pronunciar, mas as pessoas são simples e hospitaleiras. ARAUCÁRIA | PR Distância de Curitiba – 27 km Como chegar Situada próxima ao Anel Rodoviário de Curitiba, a cidade tem várias rodovias de acesso. De Curitiba chega-se pela PR421 ou pela BR-476 (Rodov. do Xisto, na direção de Lapa) A PR-423 liga a Campo Largo; e há acesso também pela Av. das Araucárias (via João Bettega). Turismo Rural na Agricultura familiar 15 Armazém Iguaçu – Família Czaikowski Há opção de conhecer o roteiro através do ônibus Linha Turismo Rural, que tem como guia o Sr. José Czanovski, um dos proprietários de sítio da região. O ônibus sai aos sábados, às 13h30, da Casa de Cultura, junto à Matriz, passa às 13h40 no Centro de Informações Turísticas (Av. Dr.Victor do Amaral, 1815, Centro) e percorre todo o roteiro, fazendo paradas de 15 a 20 minutos em cada propriedade. O preço é R$ 2,50/pessoa. Junto ao Rio Iguaçu e à linha do trem, o armazém conserva o jeito antigo com balcão cheio de doces e guloseimas caseiras, peças de salame e queijos pendurados, ovos caipiras, verduras e legumes em grandes cestos de palha, tudo contíguo à casa da família Czaikowski. Dona Teresa Nalepa Czaikowski, 60 anos, neta de poloneses é cozinheira de mão cheia e prepara deliciosos almoços (sob reserva) e quitutes típicos poloneses servidos no balcão como o bolinho de carne, o pastel de requeijão e a broa de trigo com centeio. O marido Henrique, de 64 anos, descendente de cracovianos, cuida de atender os clientes e o filho, Marcos, prepara embutidos caseiros como salame, linguiças e chouriço. O apito anunciando a passagem do trem (atualmente só de carga) contribui para o clima bucólico do lugar, assim como as ruínas de uma antiga olaria, cuja torre do forno foi destruída pela explosão de um vagão de trem há muitos anos. Esta e outras histórias peculiares são contadas pela família que mantem também uma chácara nas proximidades. Café e Almoço Rural Margareth Garcia O casal João e Margareth Garcia abrem as portas de sua bela propriedade, que divisa o Rio Iguaçu, aos domingos. Nos 3 alqueires há criação de ovelhas, gansos, patos, galinhas todos soltos, uma atração para a criançada. Duas trilhas curtas e fáceis levam o visitante para uma pequena reserva de araucárias – árvore símbolo do Paraná e já quase extinta –, e para as margens do Rio Iguaçu. A Trilha do Rio passa por uma mata de guajuviras, palmeiras e por lagos com criação de traíras, carpa capim e húngara, boas para pesca. Mas, o grande atrativo do sítio é o almoço com toques poloneses, preparado por dona Margareth, neta dos primeiros imigrantes chegados à região. Entre as delícias servidas no fogão a lenha estão o pernil a pururuca, o risoto ou o empadão de galinha caipira, o feijão caipira (feijão novo) temperado com linguiça e costelinha defumada, massas caseiras como lasanha e rondelli e o típico pierog – um pastel polonês cozido recheado com requeijão caseiro e servido com bacon frito por cima. Saladas e legumes da horta acompanham os pratos. Para fechar a comilança emenda-se um café da tarde com a bebida servida bem forte em bules de ágata, com tortas, kuke polaco (tipo de bolo recheado com goiabada e nata, coberto com massa frita de açúcar, farinha de trigo e manteiga), pudins, cubos de abóbora, mais sucos, chás e chocolate. Ateliê Luiz Paulo Wojcik A pequena casinha de bambu, construída à frente da residência, é o ateliê e show-room do artesão Luis Paulo Wojcik, 54 anos que, como o próprio nome denuncia, é bisneto de poloneses. Ex-policial, lida com artesanato há mais de 25 anos e como outros artesãos da região, se especializou no uso do bambu (colheres e espátulas, pentes e escovas), palha de milho (cestos variados), sementes e cipó (cortinas) e também a pinha, que cai das araucárias, com as quais faz guirlandas e árvores de natal. Ainda relacionado ao pinheiro do Paraná, o Sr. Wojcik faz um utilíssimo descascador de pinhão, com retalhos de madeira. Faz também móveis e miniaturas de casas polonesas sob encomenda. Sítio de Flores Silvestre Waenga Emumapartedaáreade8alqueiresdeseusítio,oSr.Silvestre Waenga,de54anos,bisnetodepoloneses,eafilhaCéliamantêm estufas de flores de vasos como gerânios, fúcsia, ciclamem, impatiens, begônias, crisântemos e diversas variedades de folhagensornamentais.Aprodução de cerca de 4 milvasos/anoévendida no local e nas feiras semanais da cidade. Outros 3 alqueires sãoocupadoscomplantaçõesdepêssegoeorestanteéarrendadoparamilho,feijãoepastos.OSr.Waengaseorgulhadefalarcom fluência o idioma polonês e de conservar a casa de seu bisavô com arquitetura típica, construída há mais de 60 anos. R E C E I TA dic dicaa Broa Polonesa Comida típica dos descendentes de poloneses, é tradicionalmente feita em forno de barro, mas aqui vai uma versão para quem é da cidade. Ingredientes: 1 kg de farinha de centeio | 300 g de fubá de milho (*) | 1 colher (sopa) de sal | 1 colher (sopa) de banha | 1 colher (sopa) de fermento de pão | 500 g de batata (inglesa ou doce) cozida e amassada. Água até dar ponto. (*) Coloque água para ferver e faça a polenta, depois misture à massa da broa. Modo de Preparo: Misture e amasse todos os ingredientes. Deixe a massa descansar e crescer na bacia por 1h30 a 2h. Coloque em forma untada e deixe crescer novamente. Coloque em forno quente e deixe assando por Turismo Rural na Agricultura familiar 1h a 1h30. 17 Endereços Chácara Santa Rita Centro de Guajuvira A diversão desta chácara é colher as frutas no pé em cestas de palha. O Sr. David Fila e a filha cuidam da propriedade de 56 mil m², que tem cerca de 1200 árvores de pêssegos, 220 mudas de parreiras de uvas brancas e rosadas, mais ameixeiras, jaboticabeiras, laranjeiras, limoeiros e pés de morango, entre outras frutas. Entre novembro e janeiro, principalmente, ele oferece um sistema de “colhe-pague”, ou seja, você leva para casa, fresquinhas, o que colher nas fruteiras. Mesmo fora desta temporada vale visitar a propriedade para ver as floradas, provar e comprar os licores feitos por ele mesmo. Uma graciosa praça marca o centro de Guajuvira, contornado pelo Rio Iguaçu e cortado pelo trilho de trem. Algumas construções antigas e a Igreja Senhor Bom Jesus (Praça de Guajuvira, s/n. Visitas nos horários demissa) estão ao redor. A igrejinha original foi construída em madeira por volta de 1922, refeita alguns anos depois e a atual, em alvenaria, data de 1972. Perto dali está o Horto Florestal de Guajuvira (R. Manoel Gonçalves Ferreira, s/n. Guajuvira, tel. (41) 3647-1112, seg-sex 8h-12h e 13h30-17h30, sáb atende ao ônibus de turismo às 15h30) onde há a produção e distribuição de mudas de plantas nativas e exóticas (com vendas no local). Em sua área de 72 mil m² pode-se apreciar bosques e canteiros diversificados. Os mais curiosos podem marcar uma visita monitorada, na qual terão informações sobre compostagem, criação de minhocas, entre outras atividades típicas do campo. Chácara São Pedro O tranquilo e alegre Sr. José Czanovski, 55 anos, junto com outros três irmãos é dono da propriedade de 12 alqueires, onde cultiva milho, feijão, tomate, pimentão, cebola, repolho e outras verduras. Na bonita casa, que segue o estilo polonês, a irmã Maria Irene e a esposa Lodia aguardam o retorno dos visitantes da horta e pomar com um maravilhoso café rural polonês. Nas simpáticas mesas cobertas com toalhas xadrez, servem a broa polonesa, assada em forno de barro, o kuke polonês (bolo recheado com frutas cristalizadas e ricota) tortas diversas como de requeijão, frango com tomate, torresmo e patê de torresmo, salame artesanal, queijo e requeijão caseiros, além de doces de abóbora, mel entre outros. Tudo regado a suco, café, leite e chocolate. Casarão Bar e Mercearia e Museu Campo Redondo O antigo armazém de secos e molhados da família Bazia serve para os turistas salsichão, gasosa de framboesa e doces. No galpão ao lado, dona Mari resolveu montar um pequeno museu particular para homenagear os imigrantes chegados à região em meados do século XIX. Conseguiu reconstituir a história da família do marido Hamilton, bisneto de poloneses até o ano de 1860, colhendo objetos, móveis e documentos de época. Contou também com a colaboração das famílias da comunidade que doaram ou emprestaram objetos para o acervo. Dá para conhecer um pouco do modo de vida e de trabalho destes imigrantes e da história da cidade. Ferramentas agrícolas, por exemplo, demonstram a evolução que o s poloneses trouxeram para a agricultura da época, e máquinas contam como a cidade foi famosa como uma das maiores produtoras de massa de tomate do país nos anos 1940. Arquitetura colorida A característica marcante da arquitetura polonesa é o uso de troncos de madeira falqueados e encaixados na horizontal e o colorido alegre nas paredes em tons de azul, amarelo e rosa. Um bom local para apreciar interna e externamente este tipo de casas é no Parque da Cachoeira (R. Ceará, 65, Iguaçu, tel. 41614-1671, diariamente 8h-17h30). Lá fica a Aldeia Polonesa – que reúne construções típicas datadas de 1876 – casas, chiqueiro, paiol, que foram transformadas em local de cursos e oficinas para jovens. Uma curiosidade é que quando os poloneses chegaram à região, introduziram o costume de criar os animais cercados. Trouxeram também diversas outras técnicas agrícolas como o arado com carroça de quatro rodas, além de métodos que revolucionaram a agricultura da época e projetaram Araucária como grande produtor de batata, depois tomates e, atualmente, milho e chá. Museu e Bar Casarão Campo Redondo Estrada do Campo Redondo, 1566, Campo Redondo. Tel. (41) 3642-4191. Horário: sáb-dom 10h-18h. Ingresso: grátis. Café e Almoço Rural Margareth Garcia Rod. do Xisto (BR-476), km 162, Guajuvira de Cima. Tel. (41) 3642-9737. Horário: almoço aos domingos 12h-16h. Em outros dias sob reserva. Ingresso: grátis. Almoço R$ 15/pessoa. Sítio de Flores Silvestre Waenga Colônia Camundá (acesso pela Rod. do Xisto, km 164), Guajuvira. Tel. (41) 99741722 / 9603-4971. Horário: sáb-dom 13h18h ou com agendamento. Ingresso: grátis. Armazém Iguaçu Família Czaikowski R. dos Expedicionários Brasileiros, 2 (acesso pela Rod. do Xisto, km 164), Guajuvira. Tel. (41) 3647-1144. Horário: diariamente 7h30-21h. Ingresso: grátis. Ateliê Luiz Paulo Wojcik R. Manoel Gonçalves Ferreira, 150, Guajuvira. Tel. (41) 3647-1147. Horário: diariamente 8h-18h. Ingresso: grátis. Chácara Santa Rita – Família Fila Estrada de Guajuvira-Campestre, s/n, Guajuvira. Tel. (41) 9902-2832. Horário: sáb-dom 9h-11h e 13h30-18h. Ingresso: grátis. Chácara São Pedro Família Czanovski Estrada de Guajuvira-Campestre, s/n, Guajuvira. Tel. (41) 3642-3742. Horário: agendar. Ingresso: grátis. Café rural: R$ 7/ pessoa. No Parque estão situados também um grande lago, bosques, além do Museu Tingui-Cuera e a Casa do Artesanato. O Museu reúne cerca de 580 peças que contam o cotidiano dos colonos. Na Casa do Artesanato há exposição de peças em palha, bambu e madeira. Turismo Rural na Agricultura familiar 19 O Lagamar Comunidades tradicionais em busca do desenvolvimento sustentável Reconhecido como um dos cinco maiores viveiros de espécies marinhas do mundo, o Complexo Estuarino Lagunar, ou simplesmente, Lagamar começa na Estação Ecológica JuréiaItatins, no sul paulista e segue até Paranaguá, no Paraná. São 200 km de extensão no litoral, somando 5.800 km² de área total, composta por conjuntos de lagunas, braços de mar, baías, estuários, ilhas e morros isolados, com praias, restingas e florestas ainda bem conservadas e grande diversidade animal e vegetal. Só estas credenciais já somam motivos de sobra para visitar a região, mas acrescente-se ainda a possibilidade de contato com comunidades tradicionais como remanescentes de quilombolas e caiçaras com seu modo de vida integrado à natureza; a riqueza das manifestações populares como o Fandango; a criatividade e beleza do artesanato feito com materiais naturais como barro, caixeta, taquara; e uma culinária apetitosa à base de peixes, banana e mandioca (abundantes na região). Tudo isto associado a monumentos históricos e resquícios pré-históricos de grande valor. As cidades de Cananéia, Ilha Comprida e Iguape são ótimos pontos de apoio para incursões na região. CANANÉIA, ILHA COMPRIDA E IGUAPE | SP Distâncias de São Paulo: Cananéia 257 km, Iguape 210 km, Ilha Comprida 214 km Distâncias de Curitiba: Cananéia 260 km, Iguape 273 km, Ilha Comprida 277 km Como chegar: Partindo da BR-116 (Rod. Régis Bittencourt), há dois acessos à região do Lagamar: na altura de Pariquera-Açu, tomar a SP-226 (Rod. Prefeito Ivo Zanella) até Cananéia (acesso por ponte ou por balsa); quem vem do norte, entrar na altura de Biguá, pela SP222 (Rod. Pref. Casimiro Teixeira), na direção de Iguape. Turismo Rural na Agricultura familiar 21 Cananéia Comunidades tradicionais do Parque Estadual da Ilha do Cardoso A ilha toda é Parque Estadual desde 1962, oferece praias belíssimas e paisagens intocadas com trilhas e cachoeiras. Outro atrativo é conhecer as atividades da população tradicional que se distribui em poucas comunidades à beira do oceano ou à beira do Mar Pequeno (nome dado ao canal do estuário que a separa da Ilha de Cananéia e Ariri). No extremo Sul fica a Comunidade de Pontal do Leste que reúne 14 famílias dedicadas ao cultivo de mexilhão e pesca artesanal. O cultivo de mexilhão foi alternativa de renda implementada há três anos e vem obtendo sucesso. As estruturas, chamadas de espinhel, agrupam cerca de 80 sacos com filhotes retirados das pedras do Marujá, que são mergulhados de frente ao canal por período de cinco a seis meses. A produção de cerca de 2000 kg é comercializada em restaurantes de Cananéia e vendida para os turistas que visitam o local. O quilo bruto sai em média R$ 2,50 e o desmariscado R$ 7. Os visitantes podem apreciar esta iguaria e também peixes e saladas no restaurante comunitário, montado pela Associação de Mulheres dos Pescadores, que serve almoço nos feriados ou quando agendado (tel. 13-3852-1163/1178). Monitores ambientais (com atendimento também em inglês e espanhol) acompanham visitantes em roteiros de focagem de jacaré, manguezal, praias e restingas. Há pousadas em casas de pescadores e camping. Pouco acima fica a Enseada da Baleia, outra comunidade pequena, em que as famílias vivem da pesca de cerco – uma espécie de labirinto montado com taquaras no qual o peixe entra e não consegue mais sair. No inverno salgam o peixe para conservação. A maior comunidade é a do Marujá com 54 famílias, e a mais estruturada com área de camping (limitada a 170 barracas, distribuídas nos quintais das casas) e pousadas adaptadas nas casas de pescadores. O modo de vida deles é um exemplo: a própria comunidade realizou a reordenação de visitantes à Ilha, impondo limitação do número de pessoas e gere, em conjunto com o Parque, os recursos naturais e as atividades de forma sustentável. Além de pescar e observar a pesca artesanal no canal e no mar, a salga do peixe e outras atividades tradicionais, o visitante pode usufruir de belas praias, trilhas, cachoeiras e mergulho em piscinas naturais (levar seu próprio equipamento). dic dicaa Como circular no Lagamar A natureza torna a circulação na região um pouco difícil, mas vale a pena. Planeje sua estada. Peça a ajuda dos Centros de Informações Turísticas e conte com os guias ambientais. Muitos dos passeios são feitos de barco (tradicionais ou “voadeiras” – pequenos barcos com motor de popa), ou exigem travessia de balsas e trânsito em estradas rurais. Informe-se sobre as variações das marés, cheque sempre os horários de balsa (ida e volta) e as condições das estradas em caso de chuva. Comunidade Quilombola do Mandira A história desta comunidade começa em 1866, quando o Mandira era uma fazenda de arroz ainda escravagista. O dono teve com uma negra um filho bastardo, que herdou um pedaço de terra, passado de geração em geração até chegar ao Sr. Francisco de Sales Coutinho, líder da comunidade e presidente da Associação Reserva Extrativista do Bairro Mandira. Ele lembra que os antepassados enfrentaram muitas lutas para ficarem nas terras. Até que, em 2000, a comunidade foi reconhecida como quilombola e houve também a decretação da reserva extrativista. Hoje, vivem na comunidade 110 pessoas, todos parentes entre si, em diferentes graus, e a maioria com o sobrenome Mandira, herdado da própria terra. Além das boas histórias, a visita ao local rende um lindo passeio de canoa pelo mangue e os canais de águas transparentes até chegar à área de cultivo de ostras, a base da sobrevivência da comunidade. Os viveiros podem ser vistos geralmente pela manhã, com a maré baixa. São construídos com madeira da restinga e sobre eles, entre duas telas, são colocados os filhotes de ostras extraídos do mangue com cerca de 5 cm. Ficam nos viveiros para engorda, até chegar a 8-9 cm, o tamanho para serem comercializadas para restaurantes da capital, Baixada Santista, Litoral Norte e clientes particulares. Quem visita o local pode levar a dúzia a R$ 1,70 ou prová-las no almoço servido pelas mulheres da comunidade que inclui as ostras in natura, gratinadas, torta de ostra ou farofa de ostra, mais peixe, pirão, salada, arroz e feijão (R$ 8/pessoa, sob reserva). Sob encomenda pode-se levar mariscos a vinagrete e caranguejos retirados do mangue. As mulheres também fazem e vendem artesanato em tecido e em cipó. Próximo dali tem passeio até a Cachoeira do Mandira e a um Sambaqui. Turismo Rural na Agricultura familiar 23 Agrofloresta do Rio Branco – Sítio Bela Vista Um cenário de sossego Os 7 alqueires do Sítio Bela Vista era uma área degradada até que Marçal Estevam Bernardo, 29 anos, e sua família resolveram aplicar o sistema de agrofloresta e plantar uma horta orgânica. O sistema de plantio mistura o cultivo de frutíferas, principalmente banana, além de cítricos, fruta do conde e outras, em meio à mata, sem derrubar árvores ou limpar as plantas rasteiras, permitindo que a floresta vá se recompondo. A família produz e comercializa banana-passa e licores de banana, abacaxi e outros. Agende um almoço com a família para provar um arroz, feijão e saladas sem agrotóxicos e, enquanto espera, faça uma gostosa trilha pela agrofloresta e tome um banho na cachoeira próxima. A paisagem na região do Lagamar é um convite à tranqüilidade e à contemplação: os extensos e largos canais têm águas límpidas e muito calmas. Só perturbadas, vez por outra, por peixes saltando fora d´água, pássaros mergulhando em busca de alimento ou por graciosos golfinhos, muito comuns nestas águas. O vai-e-vem dos barcos de pescadores só embeleza o cenário formado pelas matas densas e manguezais com a Serra do Mar ao fundo. Muito peixe e festa Com a imensidão de água doce, salgada e salobra da região o que não falta na mesa é peixe e frutos do mar. Nos restaurantes são muitas as opções como a moqueca de marisco, de pescada, camarão; a caldeirada com vários frutos do mar; o robalo com camarão; o bobó, entre outros. Nas casas de pescadores é tradição os peixes serem assados na brasa enrolados na folha de bananeira. Pode ser tainha, pescada, sargo, sororoca. E tudo acompanhado das paçocas: de amendoim com farinha de mandioca, de banana, de indaiá. Em julho, vale a pena vir participar da Festa da Tainha, na Ilha do Cardoso. Além de saborear o peixe em diversos modos de preparo, pode-se participar de jogos e eventos animados ao som de forró e fandango. Iguape Jovens da Juréia A Associação Jovens da Juréia (AJJ) foi fundada em 1993 para congregar as comunidades que foram expulsas da Juréia por ocasião da criação da restritiva Estação Ecológica Juréia-Itatins, em 1986. A idéia era reviver a cultura caiçara e seus saberes tradicionais. E é exatamente isso o que se pode conhecer na visita ao galpão da Associação. Lá eles produzem e vendem artesanato, utensílios e objetos de decoração feitos em caixeta (madeira macia da mata atlântica), taquara e outros materiais. Nas oficinas de corte e entalhes também são produzidos instrumentos musicais típicos como a viola branca, a rabeca e o tamborim. Estes são os instrumentos usados pelo grupo para mostrar uma outra tradição – o fandango, dança trazida pelos colonizadores portugueses que freqüentou palácios e a aristocracia brasileira e depois se tornou dança do povo. Possui muitas variações de passos como o São Gonçalo, Sirindi, Passadinho, Engenho e o Valsado e é animado por violeiros e cantadores. Jovens se interessam cada vez mais por esta tradição: Pedro, de 13 anos, toca a viola branca, e Anderson, 20 anos é escultor de rabecas. Depois de assistir a uma animada apresentação, vale um banho de mar na Praia da Juréia, pesca na barra do Icapara ou caminhadas pelas trilhas da região. Turismo Rural na Agricultura familiar 25 Endereços Paneleiras do Rocio Cananéia Comunidades do Parque Estadual da Ilha do Cardoso Acesso por barco de linha (3h até comunidade do Marujá) – Dersa (13) 3851-1268, saídas seg 13h, qua-qui 8h; retorno ter 6h, qua 13h e sex 8h (R$ 44,70/ ida); ou por voadeiras (1h30 até Marujá) - aluguel de barcos e piloteiros no caís de Cananéia (R$ 300 a R$ 350 ida e volta). Tel. do Parque (13) 3851-1163. Para ficar na Ilha, reservar hospedagem com antecedência. A Iguart, uma associação de artesãs de Iguape reúne mulheres de coragem que foram atrás de uma alternativa de renda para suas famílias e produzem panelas de barro – arte aprendida com as companheiras de outro centro produtivo do município, o bairro do Jairê. O show-room mostra toda a linha produzida, que inclui panelas, potes, frigideiras, caldeirões etc. Lá também dá para conhecer o processo de produção desde o barro, trazido do Jairê, a 60 km, que é misturado e batido em uma tábua, enrolado em rolos de massas, moldados à mão (não usam tornos), secos à sombra, depois queimados em forno a lenha e, por fim, batidos com a tinta extraída do jacatirão (árvore nativa da mata atlântica) que confere a cor preta às peças. Tanto as peças da Iguart como das mulheres do Jairê podem ser encontradas também em lojas da cidade e no Centro Integrado de Turismo – Citur (Av. Princesa Isabel, s/n, Centro). Comunidade Quilombola do Mandira Acesso pela Estrada Itapitangui-Ariri (no continente, mais próximo pela balsa de Cubatão), 20 km do centro de Cananéia (12,5 km em estrada de terra). Horário: visitas e almoço só com agendamento. Tel. (13) 97626773 / 9764-7356 / 3851-1753. Ilha CComprida omprida Comunidades caiçaras e trilhas Os amantes da pesca podem se deliciar nesta comunidade tradicional da Ilha Comprida. Daqui saem barcos, canoas e caiaques para pesca (e também passeios contemplativos) no Mar Pequeno ou no oceano. De novembro a abril, pesca-se corvinas e pescadas. No inverno os robalos de até 11 kg são a atração, além das tainhas e outros peixes. Pedrinhas, embora tradicional, é uma vila evoluída, contando com água encanada, luz, posto de saúde, posto telefônico, escola e algumas pousadas e restaurantes simples. É ponto de partida para a Trilha PedrinhasJuruvaúva (4km, nível fácil) que conduz o visitante pelas belezas preservadas da Ilha como as últimas dunas do Estado de São Paulo, que atingem até 20 m de altura, sambaquis e a vegetação típica de restinga e suas muitas aves, entre elas o papagaio-de-cara-roxa, símbolo da Ilha. Aproveite para conhecer o Viveiro de Mudas de Restinga, único deste tipo de vegetação no país e um dos muitos projetos de desenvolvimento sustentável em andamento na Ilha. Outras opções de visita incluem a Trilha Vila NovaSítio Arthur, duas outras comunidades de pesca, com visita à Capela da Nossa Senhora da Conceição, datada de 1770, e passagem por passarelas suspensas sobre a mata; e a Trilha da Trincheira, sítio histórico com as ruínas do Forte Mosquera, do século XVI. A Ilha oferece ainda 74 km de praias limpas, movimentadas na parte norte e desertas ao sul. Sítios históricos e arqueológicos A região do Lagamar aparece em nossa história desde o começo. Têm-se notícias de que a expedição de Gonçalo Coelho, de 1502, deixou na Ilha do Cardoso o degredado Cosme Fernandes, que ficou conhecido como o Bacharel de Cananéia, homem poderoso que guerreou com Martim Afonso de Souza, o dono da capitania. Cananéia tem poucas construções históricas e já um pouco descaracterizadas, porém vale a pena ver o casario da Rua Tristão Lobo e a Matriz de São João Batista, construída por jesuítas (1577). Já o conjunto arquitetônico de Iguape, com 64 prédios tombados em estilo colonial português é o maior do Estado de São Paulo e guarda belezas e curiosidades. O desenho da cidade afunilado na direção do Porto assemelha-se ao de uma fortaleza, cujas ruas eram fechadas em caso de invasões de piratas. As casas, todas geminadas e com comunicação pelos forros também tinham a intenção de facilitar a fuga para o centro, junto à igreja. A região guarda ainda resquícios pré-históricos nos sambaquis (“samba” = concha;“qui” = monte) – montes de conchas acumulados por grupo de nômades que aqui estiveram por volta do ano 4000 a.C. Agrofloresta do Rio Branco – Sítio Bela Vista Acesso pela Estrada Itapitangui-Jacupiranga (SP-193) (no continente, mais próximo pela balsa de Cubatão), 15 km do centro de Cananéia (5 km em terra), Bairro Rio Branco. Tel. (13) 9708-5106 / 3851-1753. Horário: agendar. Ingresso: R$ 2, cachoeira R$ 2, almoço R$6/pessoa. Iguape Jovens da Juréia Al. dos Guaranis, 24, Balneário Titanes II, Barra do Ribeira, 20 km do Centro de Iguape (acesso por balsa 10 min.). Tel. (13) 3849-1341. Email: [email protected]. Horário: agendar. Paneleiras do Rocio R. Manoel Camargo, 42, Bairro do Rocio. Tel. (13) 3891-6189 / 9739-9427. Horário: agendar. Ilha Comprida Comunidades caiçaras e trilhas Acesso pela Balsa de Cananéia, mais 19 km pela praia até a entrada das Dunas de Juruvaúva (checar maré); ou pela ponte de Iguape, mais 29 km da Praia do Boqueirão pela praia ou Estrada da Vizinhança (checar maré). Opção de jardineira de turismo no Centro de Informações Turísticas (Boqueirão), tel. (13) 3842-1011 ou pela Agência Geoar Turismo, Av. Copacabana, 440, lj 12 Mini-shopping, Centro, tel.(13) 38421840; R$ 20 a R$ 25/pessoa (agendar). Aluguel de barcos e reservas de restaurante e hospedagem: Sr. Nezinho, em Pedrinhas, tel. (13) 38439171 / 9727-6419; e Sr. Carlinhos, em Sítio Artur, tel. (13) 9777-6681. Turismo Rural na Agricultura familiar 27 Pantanal do Mato Grosso Modos de vida e cultura em harmonia com a natureza Mais do que uma beleza natural incontestável, o Pantanal do Mato Grosso, conhecido como Pantanal Norte, oferece oportunidades de contato com ricas e pouco divulgadas manifestações culturais e modos de vida peculiares. Além do turismo rural tradicional, que inclui cavalgadas, tocadas de boi, focagem de jacaré, trilhas e passeios de barco pela planície inundada, pode-se conhecer danças típicas como o siriri e o cururu, o modo de pescar do pantaneiro e outras atividades tradicionais das populações locais como a de agricultores familiares dedicados à fabricação artesanal de farinha de mandioca; à apicultura, à produção de rapadura e variados doces, balas e licores a base de banana; além do encantador artesanato em cipó e madeira. Não deixe de provar a fabulosa gastronomia pantaneira no “Quebra-Torto”, típico e reforçadíssimo café da manhã e os saborosos peixes destas águas. Todas estas experiências têm início bem perto de Cuiabá, na pequena Santo Antônio do Leverger e seu povoado de Mimoso, terra natal de Rondon, onde está sendo construído seu Memorial; seguindo para Nossa Senhora do Livramento; depois Poconé, que pode incluir uma incursão na desafiadora Rodovia Transpantaneira, com seus 149 km e 126 pontes de madeira; e fechando em Cáceres, um paraíso de pesca. Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Poconé e Cáceres - MT Distâncias até Cuiabá: Santo Antônio do Leverger 25 km, Nossa Senhora do Livramento 32 km, Poconé 100 km, Cáceres 215 km. Como chegar: Partindo de Cuiabá, o principal eixo é a BR-070 até Cáceres. A MT040 conduz a Santo Antônio do Leverger e Mimoso, e a MT-060 à Livramento e Poconé. Turismo Rural na Agricultura familiar 29 dic dicaa Melhor época – As águas começam a baixar em março-abril e, até setembro, abre-se um espetáculo da fauna e flora. Na época das chuvas – outubro a fevereiro – há muito mosquito e as estradas podem ficar intransitáveis. Recomenda-se tomar vacina contra febre amarela pelo menos dez dias antes da viagem. Sant ntônio do LLev ev er ger antoo AAntônio ever erger Nossa Senhor ament Senhoraa do Livr Livrament amentoo Siriri e Cururu da Comunidade de Varginha Núcleo de Produtos da Banana Viola de coxo, mocho e ganzá. Estes são os instrumentos de uma das tradições do Pantanal – as danças do siriri e do cururu. A viola tem quase o mesmo formato do violão e é feita de ximbaúva, madeira da região. As antigas tinham cordas de tripa de macaco. O mocho parece um banco feito de couro de boi. O ganzá é de bambu e tocado com pedaço de costela de boi. Somados à cantoria, que é um duelo animado entre homens e mulheres, os instrumentos marcam o ritmo dos dançarinos, muito ornados com roupas floridas, acompanhados pelos bonecos Boi da Serra, a Ema do Pantanal, o Minhocão, personagens lendários locais. O alegre grupo é formado principalmente por jovens, de 14 a 25 anos, que não querem deixar morrer esta tradição. Pescadores ou filhos de pescadores artesanais eles vivem às margens do Rio Cuiabá e se apresentam nas festas da cidade, em especial a de Santo Antônio, em 12 de junho. Cerca de 120 pequenos produtores de banana tornam a região de Nossa Senhora do Livramento uma das grandes produtoras da fruta no Estado. Para agregar maior valor ao produto, um grupo de mulheres, lideradas por dona Evangelina de Figueiredo Aquino, formou a associação dos artesãos do município e produzem em tachos artesanais doces de banana em tablete e de colher, rapadura de banana, farinha de banana (cortadas bem finas, desidratadas e socadas no pilão), licores e as balas de banana, que ganharam fama graças à embalagem diferente – enroladas em embira de banana trançada (palha) formando cachos ou réstias. No show-room local é possível comprar os produtos e acompanhar sua produção. Poc oné oconé Comunidade Quilombola de Campina da Pedra Farinheiros do Morro Grande Em Santo Antônio pode-se provar e ver a produção de uma das mais saborosas farinhas de mandioca do Brasil, dizem os apreciadores. É a farinha do Morro Grande. No povoado, pequenos agricultores familiares cultivam a mandioca e fazem seu beneficiamento ainda do jeito artesanal, daí o sabor admirado. A mandioca é descascada, lavada, triturada. A massa vai para a prensa hidráulica (antigamente era no tipiti), retirando o caldo, que peneirado dá o polvilho doce. A massa seca, ainda conserva bem seus nutrientes e sabor, não sendo feita qualquer lavagem. Da prensa vai para a peneira e desta para torrar sobre bem adaptados capôs de Kombi. O Sr. Gentil Ribeiro da Silva, a esposa Albertina e o filho Sebastião estão entre os produtores – fazem 70 a 100 litros de farinha por semana, vendidos ali mesmo e na famosa Feira do Taxista, no centro de Cuiabá. Na chácara de 24 hectares, da qual detém direito de posse, por estarem nela desde que nasceram, eles criam também uma vaquinha, galinhas e cavalos. A harmonia em que vive esta comunidade de remanescentes de quilombo impressiona. Assistir seu trabalho e seus folguedos em danças e cantos do siriri e cururu é emocionante. As 32 famílias, todas nascidas na região e parentes entre si compartilham pacificamente a escola, a igreja, o local de festa, o posto telefônico e os 130 hectares em que fazem roça de cana, arroz, banana, feijão, milho, criam gado para o leite e o queijo, galinhas e porcos. Segundo o Sr. Atanásio Mendes da Silva e o irmão Rosênio, representantes da comunidade, eles aguardam há anos a desapropriação de uma fazenda vizinha, que contribuiria para uma maior geração de renda para as famílias. Como a terra é pouca para tanta gente, eles montaram um engenho bem artesanal de rapadura. Porém, já estão precisando de mais cana do que produzem, um novo entrave a ser vencido. Na visita ao engenho, acompanha-se todo o processo de fabricação e pode-se ao final provar e comprar as deliciosas rapaduras, o furrundu (um doce típico de mamão com melado) e a rapadura de banana. Turismo Rural na Agricultura familiar 31 Endereços Ateliê das cadeiras pantaneiras Santo Antônio do Leverger Siriri e Cururu da Comunidade de Varginha Comunidade de Varginha, 6 km do Centro. Inf. Tel. (65) 9222-0536/ 9229-3039. Graciosas e confortáveis cadeiras ao sol ou na varanda contrastam com a humilde casa na chácara de 2 hectares do produtor familiar Sr. José Máximo da Silva. Elas não são para seu descanso, ao contrário são o seu trabalho.Ele é um dos 15 membros da Associação dos Artesãos de Mato Grosso, na cidade, e confecciona a típica cadeira pantaneira com cipó do Pantanal e cipó de macaco (encontrado no Cerrado). Faz também grandes cestos de taboca (taquara) e vende ali mesmo. O disposto Sr. Jacinto, com a ajuda do neto, ainda cultiva uma horta com alface, couve, maxixe, rúcula e sai vendendo de porta em porta. Farinheiros do Morro Grande Estrada Barreirinha-Morro Grande, s/n, Zona Rural, 12 km do Centro. Horário: agendar pelo tel. (65) 341-1881 ou na Pousada Fazenda Baía da Laranja, tel. (65) 9951-3977. Nossa Senhora do Livramento Núcleo de Produtos da Banana R. Manoel Feliz, 86, Centro. Tel. (65) 351-1428. Horário: seg-sáb 7h-17h. Các er es Cácer eres Poconé Comunidade Quilombola de Campina da Pedra Comunidade Rural da Pedra, Rod. Coente, km 34. Tel. (65) 345-2088. Horário: agendar. Apiário Tubino O passeio na chácara do Sr. Fernando Tubino é muito agradável. A área de 4 hectares é toda fresca e arborizada para receber as amigas abelhas. Ele é apicultor há mais de 30 anos, um dos pioneiros a acreditar no mel do Pantanal, cujas floradas produzem mel de tão alta qualidade, que o Sr. Tubino já ganhou prêmio de nível nacional. Ele cria as abelhas na chácara até maio e depois leva as colméias para o Pantanal e colhe de 2500 kg a 3000 kg por ano em suas 120 colméias. Na chácara dá para fazer uma visita às colméias próximas, com roupa e equipamento adequado, e conhecer todo o processo: da caixa de abelha até o processamento do mel e da geléia real. Há venda do produto no local. Galeria Naturarte Carlos Viana Costa, 38 anos, se destaca entre os artesãos de Cáceres em função da matéria-prima que usa em suas obras: jacarés e cabeças de jacarés descartados da Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal (Coocrijapan), que cria jacarés em cativeiro para abate. Com autorização especial do Ibama, ele taxidermiza os animais montando esculturas e painéis que já foram exportados para China, Itália, Espanha e México. A visita a seu ateliê, situado em chácara com gostoso pomar, propicia o contato com diversos outros tipos de artesanato do Pantanal (palha de milho, casca de coco, cipó, madeira etc), pois ele expõe obras de outros artesãos da Associação Cacerense de Artesãos (ACA), da qual é presidente, e dá aulas para crianças, jovens e adultos da comunidade. Ateliê das cadeiras pantaneiras Av. dos Trabalhadores, s/n (Rod. PoconéCuiabá), Zona Rural.Tel. (65) 9975-1824. Horário: livre. Gastronomia reforçada e saborosa O pantaneiro inicia seu dia na madrugada e sai para a dura lida muito bem abastecido com o “Quebra-Torto” – uma dezena de pratos, geralmente preparados nas cozinhas abertas e com fogão de lenha, observando a paisagem: inclui Maria Isabel (arroz com carne seca), revirado (farinha de mandioca com carne de boi e leite), farofa de torresmo; banana, mandioca e batata fritas; paçoca de carne seca com banana; cambito (pão) e bolo de fubá,acompanhados de leite queimado,mate queimado e, para espantar o frio: pinga! As pousadas costumam servi-lo para os turistas. No almoço e jantar, não deixe por menos e experimente o caldo de piranha, a Mojica de pintado (peixe ensopado com mandioca e temperos verdes); a Ventrecha de pacu (costela de pacu frita), e muitas outras variações de peixes, acompanhados de pirão, arroz e a imprescindível banana em diversos preparos – frita, em farofa, cozida etc e também nas sobremesas servida com melado. Cáceres Apiário Tubino Radial 1, 1500, Garcez.Tel. (65) 9961-8652. Horário: dom-sex, agendar. Galeria Naturarte R. dos Cristais, 71, Vila Mariana. Tel. (65) 223-4749 / 9905-9518. E-mail:[email protected] Horário: seg-sex 8h-12h e 13h30-17h, sáb 8h-13h. Turismo Rural na Agricultura familiar 33 Rota do sisal Tecnologias sustentáveis e associativismo melhoram a vida no semi-árido Mais que um roteiro rural, a região de Valente proporciona uma incursão técnicocientífica de como seu povo convive com os ciclos da seca do semi-árido, mostrando seus saberes e modos de vida e a esperança que vem adquirindo com o uso de tecnologias simples e sustentadas. Lá se tem um exemplo para o mundo de que o associativismo e o cooperativismo podem melhorar os índices de desenvolvimento humano. Sua história foi alterada a partir da união de produtores na Associação dos Pequenos Agricultores do Estado da Bahia (Apaeb), na década de 1980. No roteiro, envolvendo os municípios de Valente, Santa Luz e Retirolândia, pode-se conhecer todo o ciclo do sisal, desde as plantações no campo, o corte, o amaciamento da fibra, a produção do fio e dos tapetes; e ver as curiosas paisagens da caatinga. Saber como o povo conserva a preciosa e escassa água, como se alimenta e alimenta suas criações – caprinocultura, ovinocultura e gado – e ter contato com as ricas manifestações culturais do samba de roda ou as cantigas dos campos de sisal. Em breve, deve estar disponível um roteiro mais extenso encampando dez municípios da região. Valente | BA Distâncias: Salvador - 215 km, Feira de Santana - 100 km. Como chegar: De Salvador seguir pela BR-324 para Feira de Santana. Tomar a BR-116 norte até Serrinha e entrar na BA-409 e BA-120 Turismo Rural na Agricultura familiar 35 dic dicaa Passeio – A Serra da Caraconha, em Santa Luz, a 55 km de Valente (34 km em terra), embora ainda pouco explorada, é um bom desafio para adeptos de escadala e rapel – paredões bem verticais e livres de vegetação alcançam cerca de 80 m de altura. É também possível subir por trilha. O prêmio para quem chega ao topo é um panorama a perder de vista na planície semi-árida da região sisaleira. O local é afastado, portanto não vá sozinho e procure orientação na cidade. Valente O ciclo do sisal Fazenda da Madeira – Escola Família Agrícola O sisal é uma das riquezas da Bahia. Das 140 mil toneladas exportadas entre 2003-2004, 130 mil toneladas saíram do Estado.Muitovalorizadonomercadointernacional–chegaavaler 600 dólares/tonelada beneficiada. Toda esta riqueza começa nos muitos campos de sisal da região como o do Sr. José Elias Lima Lopes, do Sítio do Meio, de 57 hectares, no Povoado de Junco, a 9 km do Centro. Ele explica que planta o filhote, em 34 anos já está no ponto de corte e emitindo novos fihotes a seus pés e espalhados ao redor. Um pé produz por cerca de 8 anos, e aí seus “filhos” e até “netos” já estão prontos para substituí-lo. O corte pode ser feito o ano todo, se não houver seca. Depois de cortada, a folha passa pelo desfibramento, feito com um motor ali mesmo no campo. Os resíduos (apenas 5% da folha é fibra) são amontoados e viram comida para sua criação decabraseovelhas,complementadascompalma,capim,farelo de milho e soja. Em seguida, o sisal torna as paisagens mais belas, quando as fibras são postas a secar ao sol. Sr. Elias produz cerca de 3200 kg /mês de fibra, vendidos para a Apaeb que faz o beneficiamento na Batedeira Comunitária. Antes, os pequenosprodutoresficavamnasmãosdeatravessadoresque comandavam o preço a bel-prazer. Na Batedeira é feito o melhoramento da fibra. Ela é classificada, tem sua umidade quantificada e entra numa máquina que faz um amaciamento. Daqui sai em grandes fardos já para a indústria. Na fábrica, a primeira etapa é o tingimento, que é feito a partir de estudos de tendências de cores do mercado (o catálogo contém 56 cores diferentes). Nova secagem e amaciamento e chega à área em que as fibras são emendadas em mechas de centenas de metros, parecendo longas perucas. Da máquina de mechas, vai para a que as transforma em fios, enrolados em grandes carretéis e, de lá, para o tear que produz tapetes em rolos de 30 m por quase 4 m de largura. Tapetes menores e com desenhos e acabamentos especiais são montados no setor de Design. A Fazenda da Madeira é um local de formação para agricultores familiares e um centro de experimentações de uso sustentado de energia e água, mantido pela Apaeb. Uma visita monitorada ao Centro de Aprendizagem e Intercâmbio de Saberes (CAIS) mostra como contornar o problema de escassez de água com a captação e conservação da água da chuva em grandes cisternas. Demonstra também como usar a água com critério. Há, por exemplo, o reaproveitamento das águas cinzas (águas de chuveiros e pias, exceto as de cozinha) para uso nas descargas. Esta água, que passa por filtragem, é transportada para enormes caixas d´água por meio de energia eólica, um outro experimento. A energia solar alimenta todos os ambientes e equipamentos do Centro, que conta com salas para cursos, área de hospedagem, refeitório e recepção. Todas as construções foram feitas em pedra, abundante na cidade vizinha de Santa Luz, uma forma de prestigiar o produto local. Próximo dali, a Escola Família Agrícola (EFA) oferece para filhos de agricultores da região sisaleira cursos de quinta a oitava séries, complementados com iniciação à zootecnia, agricultura, administração e engenharia rural. Os alunos aprendem praticando na Fazenda, que tem criações, roças, computadores e biblioteca; e em suas propriedades, uma vez que a escola aplica a pedagogia da alternância – um período na escola e outro em casa implantando seus conhecimentos. Turismo Rural na Agricultura familiar 37 Cooperativa de artesãs - Núcleo Recreio Fazenda Pé de Serra Com as mãos e a ajuda dos pés (que seguram as mechas), mulheres desta e de outras oito comunidades rurais transformam a fibra do sisal em belas bolsas, tapetes, cestos, jogos de mesa e outros objetos utilitários e de decoração. Das mais variadas idades – de Valdeane Lopes, de 27 anos, à dona Maria José Silva Oliveira, de 75 anos, elas tiram deste trabalho o sustento de suas casas. Somam 122 mulheres na Cooperativa Regional de Artesãs Fibras do Sertão (Cooperafis) que fazem peças totalmente artesanais. Começa com a compra da fibra diretamente no motor, no campo. Depois vem o tingimento com cores obtidas de cascas de plantas da caatinga como o pau-de-colher (castanho avermelhado), pau-de-São-João (dourado), umburana (castanho claro), entre outras; e por fim o trançado. As peças podem ser compradas no local e na loja da Cooperafis – Riquezas do Sertão. A Serra do Pintado quebra a monotonia dos campos de sisal e pastagens da fazenda de 73,8 hectares, que Ranúsio Cunha trabalha em parceria com Renildo Batista, outro pequeno agricultor familiar. É um dos raros acidentes geográficos em toda a região sisaleira, caracterizada por extensas planícies. Para usufruir a bela paisagem com mandacarus, umbuzeiros, licurizeiros, juremas, aroeiras, contrastada pelo céu muito azul, há uma cavalgada de cerca de 1 hora contornando toda a Serra. Os cavalos são manga-larga marchador e os cavaleiros mais experientes podem esticar o passeio visitando povoados próximos como o de Mucambinho, onde se vê um tanque centenário, construído por escravos, e papear com agricultores assentados da reforma agrária, conhecendo seus modos de vida. Ranúsio disponibiliza também para passeios pela zona rural uma caminhonete Chevrolet Brasil, de 1960. Retirolândia Sítio Salto da Pedra Comunidade Baixa do Couro A típica casa rural com a cozinha de fogão a lenha, varanda e janelas de madeira foi construída pelo avô de Marlúcia Lima Lopes, em 1901. Ela abre suas portas e o quintal com frondosas árvores para receber visitantes interessados na paisagem da caatinga e nos pratos típicos regionais. Sarapel, buchada, vatapá, caruru, canjica, bolo de milho estão entre os pitéus servidos em seu almoço. Ela tem outros talentos. Fez magistério, deu aulas na zona rural e voltou para trabalhar na roça em companhia de seu pai, Sr. José Luís, um ótimo contador de histórias, mais a filha e o marido. Nos 39 hectares da propriedade, Marlúcia tem produção bem diversificada e com uso de tecnologias alternativas – “Para resistir aos tempos ruins da seca”, diz ela. Cria caprinos de leite e abelhas. Planta o sisal do qual tira a fibra e parte da ração, e complementa com capim de corte, milho com irrigação e diversas outras plantas que alimentam o gado como leucena, gliricídea, algaroba, palma, capim búfalo, todas originárias da caatinga. Para enfrentar os tempos de estiagem usa um processo de silagem destas plantas – elas são cortadas em máquinas, enroladas em lonas, cobertas com terra, que as conservam verdes por meses. Para a família e para a venda cultiva frutas como mamão, acerola, cajá, caju, tamarindo etc. Faz reserva de água em um tanque de pedras, que ainda por cima enfeita a paisagem, admirada em pequenas trilhas. Jairo Ferreira de Santana, os pais e um irmão estão vencendo a briga contra a seca há mais de um ano. A horta orgânica de quase um hectare produz sem parar coentro, alface, abóboras, pimentões e começa a render seus primeiros frutos – banana, mamão, maracujá, sem que tenha faltado água, embora a última ocorrência de chuva tenha sido no início de 2004. A fazenda é um dos locais em que se experimenta o uso da barragem subterrânea para reter a água no solo. É uma curiosidade para os visitantes de outras regiões do Brasil e até do sertão. A tecnologia é simples: cava-se uma vala até encontrar chão firme ou pedras – no caso da Baixa do Couro chegou-se a 2,60 metros de profundidade em uma extensão de 46 metros. Reveste-se esta parede com lona e torna-se a fechar a vala com terra. Quando vem a chuva, toda a água absorvida pelo solo será barrada pela lona, acumulando em um falso lençol freático, que as raízes das plantas alcançam. As plantas de raízes rasas podem ser molhadas com a mesma água, que fica acumulada em uma cisterna, construída perto da barragem, usada para medir o nível de água que está no solo. Jairo exibe feliz a marca de 70 cm na vara de medir. O que significa que este é o nível atual de água no lençol, suficiente para produzir ainda muitas verduras, legumes e frutas. Turismo Rural na Agricultura familiar 39 Endereços Valente O ciclo do sisal Agendar visita com a Apaeb. R. Duque de Caxias, 78, Centro. Tel. (75) 3263-2181. Email: [email protected]. Comunidade de Algodões A pequena comunidade rural reúne 15 famílias que dividem a terra – cerca de 174 hectares ou 400 tarefas (como se diz na comunidade, que ainda usa medidas antigas como as tarefas – 4.346 m² ou braças – 2,2 m lineares). Plantam sisal, palma, milho, feijão e mandioca e mantêm viva a tradição da dança – o samba de roda ou samba do sertão, o reisado, e as cantigas do trabalho na lavoura de sisal. Estão lá há 40 anos e como lembra o Sr. Dermival Trabuco, 65 anos, naquele tempo não tinha tv, rádio e a única diversão era reunir o povo e cantar e dançar. O costume continua nos fins de semana. Sr. Dermival cede sua pequena e rústica casa para manter a tradição do grupo, que também se apresenta em todos os festejos da cidade. O cavaquinho, violão, sanfona e pandeiro dão o tom da animação e os versos contam a lida e as alegrias deste povo sofrido. Bode à mesa Os caprinos são extremamente importantes para os sertanejos e o povo do semiárido, de maneira geral. Animais resistentes e polivalentes – contribuem com o cotidiano do semi-árido de diversas formas: fornecendo a pele para roupas, chapéus, bolsas, tapetes; o leite para o queijo, o iogurte, os doces; e a carne, muito apreciada em diversos preparos: na buchada de bode, frita e também assada na brasa. Em restaurantes de Valente e região, este último é o preparo mais comum, sempre bem acompanhado de feijão verde, vinagrete, arroz e farofa. Fazenda da Madeira Escola Família Agrícola Fazenda da Madeira, Zona Rural, 12 km do Centro. Tel. (75) 3263-2181. Horário: agendar. Cooperativa de artesãs Núcleo Recreio Comunidade de Recreio, Zona Rural, 4 km do Centro. Horário: agendar na Loja Riquezas do Sertão – R. Zuleica Lopes, 15, (BA-120), Antonio Lopes. Tel. (75) 32632181 r. 237. Sítio Salto da Pedra Fazenda Salto da Pedra, 600, Zona Rural. Tel. (75) 9121-2886 / 8105-3055. Horário: agendar. A planta estrangeira A Agave sisalana, nome científico do sisal, embora dê nome a uma vasta região com 54 municípios do centro-norte baiano não é uma planta nativa do Brasil. Originária da província de Yukatan, no México (a espécie de lá serve para fazer tequila), foi introduzida na Bahia no início do século XX e teve sua expansão no final dos anos 1930, quando ações do governo do Estado a torna alternativa para o desenvolvimento de regiões semi-áridas. A demanda pela fibra do sisal cresceu muito durante a Segunda Guerra Mundial – era usada para sacarias, na cordoaria em geral, cordas marítimas, barbantes, fios e similares. Atualmente é muito utilizada também para tapetes, capachos, sacolas, embora sofra a concorrência de fibras sintéticas. Ao mesmo tempo que gera riquezas, a fibra está ligada a um histórico de exploração do trabalho infantil e de mutilações de agricultores pelo uso de máquinas de desfibragem ultrapassadas. Quadro já bastante alterado na região de Valente pela introdução da educação e novas técnicas de subsistência dos pequenos agricultores familiares. Comunidade de Algodões Estrada Valente-Tamanduá, Algodões, 6 km do Centro. Fazenda Pé de Serra Estrada p/ Serra do Pintado (acesso pela Estrada Valente-Varginha), 17 km do Centro (em terra). Tel. (75) 3263-2174. Email:[email protected]. Horário: agendar. Retirolândia Comunidade Baixa do Couro Fazenda Baixa do Couro, Zona Rural, 3 km do Centro. Tel. (75) 8104-5901. Turismo Rural na Agricultura familiar 41 Utilidades & Serviços | GARIBALDI RS Garibaldi Informações Turísticas: RS-410, km 228, São Miguel. Tel. (54) 464-0796 / 0800510-1199 (fim de semana). www.serragaucha.com.br . Email: [email protected]. Horário: diariamente 10h-16h. Aeroporto próximo: Porto Alegre – Aeroporto Internacional Salgado Filho. Av. Severo Dullins, 90010, São João, 6 km do Centro de Porto Alegre, tel. (51) 3358-2000. Caxias do Sul – Aeroporto Regional. Final da Av. Salgado Filho, 4 km do Centro, tel. (54) 213-2566. Estação Rodoviária:Av. Independência, 140, Centro.Tel. (54) 462-2088. Bancos: BB, Banrisul, Bradesco, CEF, Itaú, Meridional, Santander. Caixas automáticos: todos, até 22h. Hospital: Hospital Beneficiente São Pedro – Trav. 31 de Outubro, s/n, Centro. Tel. (54) 462-1311. Onde dormir CasaCurta – R. Luiz Rogério Casacurta, 510. Tel. (54) 4622166. E-mail: [email protected] . 2 suítes e 29 aptos com calefação central, ar-cond. (em alguns aptos.), TV, frigobar. Bar, estacionamento, restaurante, piscina aquecida, sala de ginástica, sala de jogos, playground, sala de lareira e leitura, salão de eventos. O prédio da década de 1950 tem arquitetura inspirada nos castelos franceses do Vale do Loire. Diária casal: R$ 130 a R$ 235 (café da manhã incluído). Hotel Mosteiro São José – R. Buarque de Macedo, 3590, Centro. Tel. (54) 462-1703 / 4577. www.hotelmosteirosaojose.com.br. 35 aptos, TV e ventilador. Estacionamento, restaurante, sala de TV. No alto de uma colina, o antigo convento do final do século XIX , tem jardins e pátios agradáveis, capela e um Diorama – que conta a história de São José por meio de imagens e ilusões de ótica. Diária casal: R$ 66 (café da manhã incluído). Pietá - R. João Pessoa, 47, Centro. Tel. (54) 462-1283. 64 aptos. TV e frigobar. Estacionamento. Apartamentos com acabamento simples, alguns com banheiras de hidromassagem. Diária casal: R$ 70 a R$ 100 (café da manhã incluído). Onde Comer Osteria della Colombina - Família Odete Lazzari Linha São Jorge, s/n, 1º. Distrito. Tel. (54) 462-1895 r. 68. Email: [email protected]. Horário: agendar. Especialidade: almoço e café típico rural. Veja roteiro. Família Vaccaro – Linha Santo Alexandre, s/n, 7º. Distrito. Tel. (54) 504-4625. Horário: agendar. Especialidade: almoço e café típico rural. Veja roteiro. Hostaria CasaCurta – R. Luiz Rogério Casacurta, 510.Tel. (54) 462-2166. Especialidade: Massas secas e recheadas de produção própria e sob encomenda: perdiz com polenta e javali ao vinho. Carta de vinhos do Vale dos Vinhedos. Utilidades & Serviços | ARAUCÁRIA PR Utilidades & Serviços Araucária Informações Turísticas: Av. Dr. Victor do Amaral, 1815, Centro. Tel. (41) 3642-7773. www.araucaria.pr.gov.br. Horário: seg-sex 8h-19h, sábdom e feriados 9h-19h. Aeroporto próximo: Aeroporto Internacional Afonso Penna. Av. Rocha Pombo, s/n, São Jose dos Pinhais, tel. (41) 381-1515. Estação Rodoviária: Rodoviária de Araucária, Piso Superior s/n, Centro, tel. (41) 3642-3939. Bancos: BB, Bradesco, CEF, HSBC-Bamerindus, Itaú. Caixas automáticos: BB, Bradesco, HSBC-Bamerindus. Hospital: Hospital São Vicente de Paula. R. Prof. Alfredo Parodi, 30, Centro, tel. (41) 3642-3299. Onde dormir Rihad Palace Hotel – Av. Dr. Victor do Amaral, 1660, Centro. Tel. (41) 614-2200. www.rihadpalacehotel.com.br / [email protected]. 24 suítes (com hidromassagem) e 48 aptos. com ar-cond., frigobar, TV 29” a cabo, telefone com identificador de chamada e conexão Internet. Estacionamento, bar, restaurante, auditório, salas de multímidia para reuniões, heliponto, sala de ginástica, traslado para aeroporto. Edifício moderno, inaugurado em 2001, tem facilidades para executivos. Diária casal: R$ 90 a R$ 130 (café da manhã incluído). Hotel Saara – BR-476 (Rodov. do Xisto), 5797, Sabiá. Tel. (41) 3642-1944. 20 aptos. com ar-cond., frigobar, TV e telefone. Estacionamento. Diária casal: R$ 95 (café da manhã incluído). Hotel Colônia – R. Dr. Victor do Amaral, 1651, Centro. Tel. (41) 3642-2200. 28 aptos. Ar-cond, frigobar, TV, telefone. Estacionamento. Diária casal: R$ 75 a R$ 95 (café da manhã incluído). Onde Comer Café e Almoço Rural Margareth Garcia – Rod. do Xisto (BR-476), km 162, Guajuvira de Cima.Tel. (41) 3642-9737. Especialidade: almoço e café rural polonês. Veja roteiro. Chácara São Pedro – Família Czanovski – Estrada de Guajuvira-Campestre, s/n, Guajuvira.Tel. (41) 3642-3742. Horário:agendar. Especialidade: Café rural típico polonês. Veja roteiro. Restaurante Costelão na Brasa – Av. Victor do Amaral, 1163, Centro. Tel. (41) 3642-2297. Especialidade: rodízio de churrasco Turismo Rural na Agricultura familiar 43 Utilidades & Serviços | LAGAMAR SP Utilidades & Serviços | PANTANAL DO MATO GROSSO MT Utilidades & Serviços Cananéia Santo Antônio do Leverger Informações Turísticas: R.Tristão Lobo, 78, Centro, tel. (13) 3851-1753. www.cananeia.sp.gov.br. Aeroporto próximo: em Curitiba, Aeroporto Afonso Penna,Av.Rocha Pombo,s/n,São Jose dos Pinhais,tel.(41) 381-1515; em São Paulo,Aeroporto de Congonhas,Av. Washington Luis,s/n , tel.(11) 5090-9000/9195, e Aeroporto de Cumbica, Acesso pela Rod.Dutra,28 km ou pela Rod. Ayrton Senna,30 km,Guarulhos, tel. (11) 6445-2945. Estação Rodoviária: Não tem estação.Ponto de embarque R.Thales Bernardes, s/n (próximo à entrada principal da igreja matriz), tel. (13) 3851-1715. Bancos: Banespa. Caixa automático: Banespa (até 22h) Hospitais: Pronto Socorro Municipal, Av. Luiz Wilson Barbosa, s/n, Retiro das Caravelas, tel. (13) 3851-1502. Onde dormir Costa Azul Club – Estrada da Aroeira (Ponte), Parque Náutico, 6 km do Centro.Tel.(13) 3851-1489 / 8288. www.hotelcostazul.com.br/website/db/a1/.30 aptos. com ar-cond., frigobar,TV.Estacionamento, bar, restaurante, barco, caiaques, lancha, marina, mergulho, piscina, playground, quadras esportivas, serviços para pescarias, sala de convenções. È um clube e oferece passeios de barco pelo Mar Pequeno e ilhas e diversas atividades náuticas e de pesca. Diária casal: R$ 70 a R$ 100 (café da manhã incluído). Hotel Coqueiro - Av. Independência, 542. Centro Tel. (13) 3851-1255. 27 aptos., todos com ar-cond., frigobar,TV. Estacionamento, bar, restaurante, piscina, sala de jogos, sala de TV, churrasqueira e sauna. Local tranqüilo, na avenida principal, próximo ao comércio e restaurantes. Atendimento familiar. Diária casal: R$ 70 (café da manhã incluído). Hospedagem na Ilha do Cardoso: em Pontal do Leste, (13) 3852-1163/1178, barraca R$ 10/pessoa, pousada R$ 40/pessoa com ½ pensão; no Marujá, tel. (13) 3851-1613, barraca R$ 10/pessoa, pousada R$ 35-45/pessoa com café. Onde comer Bacharel – Av. Independência, 835, Centro.Tel. (13) 38511182. Especialidade:moquecas e peixe na telha. Kurt Kaffee – Café & Antiquário – Av. Beira-Mar, 71, Centro.Tel. (13) 3851-1262. www.kurtkaffee.com.br. Especialidade: grelhados e ostras. Possui café, tabacaria, galeria de arte, cyber café, piano bar e antiquário. Porto Camarão – R.D. João III, s/n, Centro e Av. Independência, 661, Centro.Tel.(13) 3851-3994. Especialidade: bobó de camarão, caldeirada de frutos do mar. Iguape Informações Turísticas: R. 15 de Novembro, 272, Centro. Tel. (13) 3841-3009. www.guiadeiguape.com.br. Aeroporto próximo: Veja acima em Cananéia. Estação Rodoviária – Rodoviária de Iguape, s/n, Centro, tel. (13) 3841-1209. Bancos: Banespa, Bradesco, CEF, Nossa Caixa. Caixa automático: Banespa até 22h. Hospitais: Unidade Mista de Saúde – R.dos Estudantes, 40, Centro tel. (13) 3841-1016 /2631. Onde dormir: Solar Colonial Pousada – Largo da Basílica,30,Centro.Tel.(13) 3841-1591.13 aptos.com frigobar,telefone,TV,ventilador. Estacionamento.Sobrado colonial tombado,fica de frente à Basílica. Piso ainda original. Diária casal: R$ 70 (café da manhã incluído). Silvi Hotel – R. Ana Cândida Sandoval Trigo, 515, Centro.Tel. (13) 3841-1421. www.silvihotel.com.br. 36 aptos. com arcond.(alguns),TV, ventilador. Estacionamento. Restaurante. Diária casal: R$ 47 a R$ 82 (café da manhã incluído). Pousada Recanto da Juréia – Av. Dom Pedro II, 325, Barra do Ribeira, 20 km do Centro (mais 10 min balsa).Tel. (13) 3849-1115. 16 aptos. 10 chalés com cozinha equipada) com frigobar,TV, ventilador. Acomodações simples em duas alas, uma com apartamentos de casal e outra com apartamentos para 4 ou 6 pessoas com cozinha equipada e sem roupa de cama. Diária casal:R$ 50 (café da manhã incluído).Aptos. família: R$ 10/pessoa. Onde comer: Itacurumins – R. Porto do Rosário, 2, Centro.Tel. (13) 38411536. Especialidade: pescados: combinado de frutos do mar grelhados, peixe na telha e moquecas. Panela Velha – R. 15 de novembro, 190, Centro.Tel. (13) 3841-1869. Especialidade: pescados: caldeirada e moquecas. Ilha Comprida Informações Turísticas: Av.Beira Mar, 11000, Balneário Meu Recanto.Tel.(13) 3842-1011 r.222. www.ilhacomprida.sp.gov.br Aeroporto próximo: Veja acima em Cananéia. Estação Rodoviária:Shopping Ilha, Av.Copacabana, s/n, Boqueirão Norte, tel. (13) 3821-4100. Bancos e caixas automáticos: Banespa. Hospitais: Pronto Socorro, Al. Bermudas, 60, Balneário Monte Carlo, tel. (13) 3821-4100. Onde dormir: Nossa Senhora do Carmo – R. Francisco Guimarães, 15, Balneário Britânia- Boqueirão.Tel. (13)3842-1214 / 1164. www.hotelnsdocarmo.com.br. 30 aptos. com frigobar, TV, ventilador de teto (22 com cozinha equipada). Estacionamento, piscina, sala de jogos, churrasqueira.Acomodações simples, na avenida da praia. Diária casal: R$ 90 (café da manhã incluído). Apto.com cozinha: R$ 120 até 4 pessoas (sem café) Hospedagem em comunidades caiçaras – inf. Sr. Nezinho, em Pedrinhas, tel.(13) 3843-9171 / 9727-6419; e Sr. Carlinhos, em Sítio Artur, tel. (13) 9777-6681. Onde comer: Mara – Al. Zulques, 210, Boqueirão.Tel. (13) 3842-1320. Especialidade: pescados: caldeirada e moquecas. Informações Turísticas: Praça da Bandeira, 311, Centro. Tel. (65) 341-1775. Horário: seg-sex 7h-13h. Email: [email protected] Aeroporto: Aeroporto Senador Jonas Pinheiro, tel. (65) 3411151 (para aviões de médio porte). Em Cuiabá: Aeroporto Marechal Rondon – Av. João Ponce de Arruda, s/n, Munic. de Várzea Grande, 7 km de Cuiabá.Tel. (65) 614-2510. Estação Rodoviária: R. Barão de Melgaço s/n, Centro. Tel. (65) 341-1434. Bancos: BB, Bradesco, CEF Caixa automático: BB Hospital: Hospital Municipal – MT-040 (Rod. Palmiro Pais de Barros), s/n , Laje. Tel. (65) 341-1629. Onde dormir Pousada Fazenda Baía da Laranja – Acesso pela Estr. da Barreirinha, 12 km do Centro. Tel. (65) 9951-3977. 2 aptos. e 2 quartos com ar-cond. Estacionamento, restaurante, sala de TV, sala de jogos. Fazenda em área de Pantanal e à beira da Baía da Laranja com gado, carneiros e cavalos. Oferece trilhas, passeios de jipe, cavalgadas, tocada de boi, focagem de jacaré, observação de fauna, pesca. Programas especiais de turismo cultural para estudantes. Preços: R$ 120/pessoa (diária completa); R$ 35/pessoa (day-use). de bicileta. Estacionamento bar, restaurante, piscina, redário, mirantes (12 m e 25 m), serviço traslado aeroporto. Área de 2800 hectares de área preservada. Observação de aves, safári fotográfico, canoagem, passeio a cavalo, guias bilingues. Diária casal: R$ 260 a R$ 340 (pensão completa) Pousada Piuval – Rodovia Transpantaneira (MT-060), km 10. www.pousadapiuval.com.br. Tel. (65) 345-2317. 14 aptos com ar-cond. TV, Ventilador de teto, janelas teladas. Estacionamento, bar, restaurante, Piscina, playground, quadra vôlei, acesso à Internet. É a primeira pousada na Transpantaneira. Tem 7 mil hectares com bela paisagem natural. O nome vem da quantidade de piúvas (ipês roxos). Oferece caminhadas, safáris fotográficos, passeios de barco ou canoa, cavalgadas, pesca. Diárias com pensão completa: variam de acordo com o número de hóspedes. Onde Comer: Chalana – Av. dos Trabalhadores, 150, Bairro Santa Teresa. Tel. (65) 345-2368. Especialidade: bufê de culinária típica: paçoca de pilão e peixe, churrasco. Cáceres Informações Turísticas: Av. Cel Botelho, 458, Centro. Tel. (65) 351-1191/1200. Email: [email protected]. Informações Turísticas: R. Riachuelo, 1, Centro. Tel. (65) 223-0177 / 3214. Seg-sex 7h-18h. www.caceres.mt.gov.br. E-mail: [email protected] Aeroporto: Aeroporto Municipal Nelson Martins Dantas – R. José Miguel Sacaff, a 6 km do Centro. Em Cuiabá (Várzea Grande). Estação Rodoviária: Av. 7 de setembro, s/n, Centro. Tel. (65) 223-2136. Bancos: BB, Banco da Amazônia, Bradesco, CEF, HSBCBamerindus, Itaú, Sicred.Caixa automático: todos (até 22h). Hospital: Hospital São Luís – Pça. Major João Carlos, 99, Centro Tel. (65) 223-1000. Poconé Onde dormir: Onde comer Tarumeiros – Pça. da Bandeira, s/n. Tel. (65) 341-1201. Especialidade: comida típica – Maria Isabel, pintado na brasa, ventrecha de pacu etc. Nossa Senhora do Livramento Informações Turísticas: R. Salvador Marques, 348, Centro. Tel. (65) 345-1952 / 3009. E-mail : [email protected]. Seg-sex 7h-17h. Aeroporto: Aeroporto Municipal Inácio Tolentino de Barros – Av. Joaquim Murtinho, s/n, 2 km do Centro. Tel. (65) 345-1930. E em Cuiabá (Várzea Grande), 100 km. Estação Rodoviária – R. Justino Francisco, s/n, 1 km do Centro. Tel. (65) 345-1677. Bancos: BB, Bradesco postal, Sicoob Pantanal. Caixa automático: BB (até 22h). Hospital: Sociedade Beneficente Poconeana – Av. Dom Aquino, 406, Centro. Tel. (65) 345-2769. Porto Bello – Av. São Luiz, 1888, Jd. Cidade Nova. Tel. (65) 224-1437. 20 aptos. com ar-cond. frigobar, telefone. Estacionamento, churrasqueira, piscina, sala de TV. Diária casal: R$ 70 (café da manhã incluído). Pousada Dois de Ouro – Baía Comprida, acesso por barco, ou pela Radial 1, 8 km do Centro. Tel. (65) 223-4010. www.2deouro.com.br. 14 aptos. com ar-cond., frigobar. Restaurante, futebol de areia, peteca, piscina, playground, sala de jogos, sala de TV. Chácara, beira-rio, com 22 alqueires com gado de corte. Oferece pescaria, trilhas e cavalgadas. Diária casal R$ 150 (pensão completa) Hospedagem em barco-hotéis – Inf. na Secretaria de Turismo, tel (65) 223-0177 / 3214. Onde dormir: Onde Comer: Araras Eco Lodge – Rodovia Transpantaneira, km 32. Tel. (65) 682-2800 / 9603-0529. www.araraslodge.com.br. 15 aptos. com ar-cond., ventilador de teto, janelas teladas. Canoagem, pescaria, caminhadas, cavalgadas e passeios Kaskata Flutuante – R. Cel. José Dulce, s/n, beira-rio, Centro. Tel. (65) 223-2916/ 1107. Especialidade peixes – pintado no espeto, e jacaré – na telha, na brasa, no leite de coco. Turismo Rural na Agricultura familiar 45 Utilidades & Serviços | VALENTE BA Valente Informações Turísticas: Apaeb - R. Duque de Caxias, 78, Centro, tel. (75) 3263-2181. Horário: seg-sex 8h-18h. www.apaeb.com.br. Aeroporto próximo: em Salvador – Aeroporto Luís Eduardo Magalhães, Estr. do Coco, km 0, São Cristóvão, tel. (71) 204-1010. Estação Rodoviária: BA-120, s/n, Centro. Tel. (75) 32632200. Bancos e caixas automáticos: BB, Sicoob-Coopere. Hospital: Hospital José Mota Araújo – R. Costa e Silva, s/n, Centro, tel. (75) 3263-2248. Onde dormir Pousada Boi Valente – BA-120, 735, Antônio Lopes.Tel. (75) 3263-3063. 38 aptos. ar-cond., frigobar, TV. Estacionamento, Bar, Piscina. Onde comer: Sítio Salto da Pedra – Fazenda Salto da Pedra, 600, Zona Rural.Tel. (75) 9121-2886 / 8105-3055. Agendar. Especialidade: sarapatel, buchada, vatapá, caruru e outros pratos típicos. Veja roteiro. Restaurante Clube Apaeb – R. da Paz, 110, Dionísio Mota. Tel. (75) 3263-2399. Especialidade: bode na brasa e tira-gostos de bode. Plakinha – R. Braz do Amaral, 90, Centro. Tel. (75) 3263 – 2340. Especialidade: comida típica no almoço e pizza à noite. Retirolândia Onde comer Mãos de Fada – R. Argemiro Evaristo da Costa, s/n. Centro. Tel. (75) 202 14 29. Especialidade: Comida típica: sarapatel, buchada, feijoada, caruru, tira gosto de codorna, carneiro frito. Do Pilão – R. Enedina Ferreira de Santana, 34, Povoado de Gibóia . Tel. (13) 202-11 78. Especialidade: Pirão de galinha caipira, codorna e bode.