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LÍNGUA PORTUGUESA ÍNDICE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ............................................. 1 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ........................................... 3 Ortografia ................................................................................. 5 PONTUAÇÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. CLASSES DE PALAVRAS..................................................13 Termos da Oração..............................................................21 ANÁLISE DO PERÍODO COMPOSTO....................................31 SINTAXE DE CONCORDÂNCIA ............................................41 SINTAXE DE REGÊNCIA ... ....................................................46 CRASE ..... ..............................................................................50 REDAÇÃO..........................................................................48 A boa interpretação de um texto depende, antes de mais nada, da leitura. Ler significa conhecer, interpretar, decifrar. A maior parte dos conhecimentos é obtida através da leitura, que possibilita não só a ampliação, como também o aprofundamento do saber em determinado campo cultural ou científico. Sendo os textos uma fonte inesgotável de idéias e conhecimentos, deve-se ler muito e continuadamente. Entretanto, não basta ler indiscriminadamente, é preciso saber ler. A leitura é válida somente quando assimilada. Tanto o estudante quanto o intelectual precisam ler constantemente. A leitura constitui-se em um dos fatores decisivos do estudo e imprescindível em qualquer tipo de investigação científica. Favorece a obtenção de informações já existente, poupando o trabalho da pesquisa de campo ou experimental. A leitura propicia a ampliação de conhecimentos, abre horizontes na mente, aumenta o vocabulário, permitindo melhor entendimento do conteúdo das obras. Através dela podem-se obter informações básicas ou específicas. Pode-se dizer que a leitura tem dois objetivos fundamentais: serve como meio eficaz para aprofundamento dos estudos e aquisição de cultura geral. Todavia, impõe-se uma seleção para a leitura, em razão da quantidade e qualidade dos livros e periódicos em circulação. Primeiro, não se tem condições físicas e tempo para se ler tudo; segundo, nem tudo que há merece ser lido. Há três espécies de leitura: uma, para entretenimento ou distração; outra, para aquisição de cultura geral, em edição; e a terceira, tendo em vista a ampliação de conhecimentos em determinado campo do saber. As duas primeiras não exigem, praticamente, um grande esforço intelectual, ao passo que a última requer atenção especial. 1. De Entretenimento ou Distração — visando apenas ao divertimento, passatempo, lazer, sem maiores preocupações com o aspecto do saber. Talvez tenha um mérito: o de despertar, no leitor, o interesse e em conseqüência a formação do hábito da leitura. Neste item estão incluídos alguns tipos de periódicos e de obras literárias. 2. De Cultura Geral ou Informativa — tendo como objetivo tomar conhecimento do que ocorre no mundo. Engloba trabalhos de divulgação, ou seja, livros, revistas e jornais. As notícias de jornais atualizados, nacionais ou estrangeiros, são, muitas vezes, fontes de importantes informações, pois situam uma época. 3. De Aproveitamento ou Formativa — cuja finalidade é aprender algo de novo ou aprofundar conhecimentos anteriores. Exige do leitor atenção e concentração. Essa espécie de leitura deve ser efetuada em livros e revistas especializados. Para Vega (1969:26), a leitura implica quatro operações: a) Reconhecer — entender o significado dos símbolos gráficos utilizados no texto. b) Organizar — entrosar o significado das palavras na 1 LÍNGUA PORTUGUESA • frase, nos parágrafos, nos capítulos etc. Elaborar — estabelecer significados adicionais em torno do significado imediato e original dos símbolos gráficos utilizados no texto. d) Valorar — cotejar os dados da leitura com os meios ideais, conceitos e sentimentos, a fim de aceitar ou refutar as afirmações ou supostas verdades. A seqüência dessas operações não é fixa, varia de acordo com o leitor, suas condições ou preferências. É muito importante a escolha da leitura e, para isso, fazse necessário que, no inicio, alguém oriente, indicando as obras mais adequadas ou mais importantes. Em se tratando de estudantes, iniciantes da vida intelectual, a seleção deve ser feita sob a orientação do professor. Depois, à medida que houver mais familiaridade com o mundo dos livros, a habilidade de seleção será mais fácil, natural. A leitura, tanto quanto possível, deve ser feita em obras originais, na língua do autor; na falta destas, escolher traduções que ofereçam garantia de fidelidade. Deve-se escolher o livro ou artigo pelo título, autor e edição e, de preferência, a melhor edição crítica existente ou as bem-conceituadas. O primeiro passo na busca de material para leitura, comum a todos os leitores, consiste na identificação do texto que se tem pela frente. Deve-se ler: c) Crítica — estudo e formação de ponto de vista sobre o texto, comparando as declarações do autor com conhecimentos anteriores. Avaliação dos dados quanto à solidez da argumentação, a fidedignidade e atualização. Se são corretos e completos. Uma obra ou um texto pode ser estudado / lido / interpretado de diferentes maneiras. A forma vai depender dos objetivos propostos pelo leitor. Para interpretar um texto, precisamos analisá-lo e analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir. A análise de um texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos elementos. Consiste, pois, no estudo extenso de uma obra ou parte dela, “desintegrando-a, procurando separar os distintos elementos e partes que a compõem, até conseguir penetrar na idéia primeira que a originou, até achar esse tem misterioso que é a chave do autor (Castagnino, 1953:26)”. Para Bloom (1971:120), a análise significa “fracionamento do material em suas partes constitutivas, a determinação das relações que prevalecem entre tais partes e compreender de que maneira estão organizadas”. Segundo Barquero (1979:68), analisar é “descobrir não só o esqueleto — isto é, o plano do texto — mas também estruturar suas idéias de maneira hierárquica segundo sua maior ou menor importância”. Para Massaud Moisés (1979:15), “a análise deve conduzir á crítica”, ou seja, deve fornecerá crítica “os dados indispensáveis para que ela exerça seu mister judicativo (de julgamento), mas nunca a substituir ou dispensar”. Analisar é, portanto, decompor um todo em suas., partes, a fim de poder efetuar um estudo mais completo, a fim de interpretá-lo. Porém, o mais importante não é reproduzir a estrutura do plano, mas indicar os tipos de relações existentes entre as idéias expostas. A análise desenvolve-se por meio da explicação, da discussão e da avaliação. o título — pois ele estabelece o assunto e, às vezes, a intenção do autor; b) a data da publicação — para certificar-se de sua atualização ou aceitação (pelo número de edições), a não ser que seja uma obra considerada clássica; c) a ficha catalográfica — a fim de verificar as credenciais ou qualificações do autor; d) a “orelha” — onde, geralmente, se encontra uma apreciação da obra; e) o índice ou sumário — para se ter uma idéia da divisão e tópicos abordados; f) a Introdução ou prefácio — procurando encontrar indícios da metodologia e objetivos do autor; g) a bibliografia — final e as citações de rodapé A análise do texto tem como objetivo levar o — tendo em vista as obras consultadas. estudante a: • Aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante Deve-se, ainda, olhar uma ou outra página, para saber dentro do texto; que tipo de abordagem fez o autor. Se a obra for de interesse, • Reconhecer a organização e estrutura de uma obra assinale a sua futura utilização. ou texto; • Interpretar o texto, familiarizando-se com as idéias, Tipos da Leitura estilos, vocabulários; • Chegar a níveis mais profundos de compreensão; Harlow (1980:113-114) apresenta cinco tipos: • Reconhecer o valor do material, separando o • SCANNING — procura de um certo tópico da leitura importante do secundário ou acessório; de algumas linhas, parágrafos, visando encontrar • Desenvolver a capacidade de distinguir fatos, frases ou palavras-chave. hipóteses e problemas • SKIMMING — captação da tendência, valendo-se dos • Encontrar as idéias principais ou diretrizes e as títulos, subtítulos, ilustrações (se houver). Leitura dos secundárias; parágrafos, tentando encontrar a metodologia e a • Perceber como as idéias se relacionam essência do trabalho. • Identificaras conclusões e as bases que as • Do significado — visão ampla do conteúdo, sustentam principalmente do que interessa, deixando de lado Como Fazer Interpretação de um Texto aspectos secundários, lendo tudo de uma vez sem voltar atrás. • De estudo — absorção mais completa conteúdo e de • Escolhida a obra ou selecionado o texto, que deve ter todos os significados, devendo ler, reler, utilizar o sentido completo, devemos fazer a leitura integral de dicionário e fazer resumos. mesmo, para se ter uma visão do todo. a) 2 LÍNGUA PORTUGUESA • • • • • • São palavras que apresentam a mesma pronúncia ou Reler o texto, assinalando ou anotando palavras ou expressões desconhecidas, valendo-se de um grafia, mas significados diferentes. dicionário para esclarecer seus significados. Dirimidas as dúvidas, fazer nova leitura, visando á Exemplo: compreensão do todo. Se necessário, consultar fontes secundárias. Eles foram caçar, mas ainda não retornaram. (caçar – Tornar a ler, procurando a idéia principal ou palavra- prender, matar) chave, que tanto pode estar explicita como implícita no texto. Vão cassar o mandato daquele deputado. (cassar – ato ou Localizar acontecimentos ou idéias, comparando-os efeito de anular) entre si e procurando semelhanças e diferenças existentes. Os homônimos podem ser: Agrupá-los pelo menos por uma semelhança importante e organizá-los em ordem hierárquica de Homônimos homógrafos; importância. Homônimos homófonos; Interpretar as idéias e/ou fenômenos, tentando Homônimos perfeitos. descobrir conclusões a que o autor chegou e Homônimos homógrafos depreender possíveis ligações. A análise, segundo Bloom (1971:121), divide-se em três tipos: São palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia. Exemplos: a) b) c) identificação e classificação dos elementos — fragmentação do material em suas partes constitutivas; explicitação das relações entre tais elementos — verificação de suas conexões e interações; reconhecimento dos princípios de organização— tendo em vista sua disposição e estrutura. Almoço (ô) – substantivo Almoço (ó) – verbo Jogo (ô) – substantivo Jogo (ó) – verbo Para – preposição Pára – verbo SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS Homônimos homófonos São palavras que possuem o mesmo som e grafia diferente. Sinônimos São palavras semelhantes. que possuem significados iguais ou Exemplos: Cela – quarto de prisão Sela – arreio Coser – costurar Cozer – cozinhar Concerto – espetáculo musical Conserto – ato ou efeito de consertar Exemplo: O faturista retificou o erro da nota fiscal. O faturista corrigiu o erro da nota fiscal. A criança ficou contente com o presente. Homônimos perfeitos Eles ficaram alegres com a notícia. Antônimos São palavras que possuem a mesma pronúncia e mesma grafia. Exemplos: São palavras que apresentam significados opostos, contrários. Cedo – verbo Cedo – advérbio de tempo Sela – verbo selar Sela – arreio Leve – verbo levar Leve – pouco peso Exemplo: Precisamos colocar ordem nessa baderna, pois já está virando anarquia. Cinco jurados condenaram e apenas dois absolveram o Parônimos réu. Homônimos São palavras que possuem significados diferentes e apresentam pronúncia e escrita parecidas. 3 LÍNGUA PORTUGUESA Eminente – alto, elevado, excelente Iminente – que ameaça acontecer Emergir – sair de onde estava mergulhado Imergir – mergulhar Emigrar – deixar um país Imigrar – entrar num país Estádio – praça de esporte Estágio – aprendizado Flagrante – evidente Fragrante – perfumado Incidente – circunstância acidental Acidente – desastre Inflação – aumento geral de preços, perda do poder aquisitivo Infração – violação Ótico – relativo ao ouvido Óptico – relativo à visão Peão – homem que anda a pé Pião – brinquedo Plaga – região, país Praga – maldição Pleito – disputa eleitoral Preito – homenagem Exemplos: Emergir – vir à tona Imergir – afundar Infringir – desobedecer Infligir – aplicar Relação de alguns homônimos Acender – pôr fogo Ascender – subir Acento – sinal gráfico Assento – tampo de cadeira, banco Aço – metal Asso – verbo (1ª pessoa do singular, presente do indicativo) Banco – assento com encosto Banco – estabelecimento que realiza transações financeiras. Cerrar – fechar Serrar – cortar Cessão – ato de ceder Sessão – reunião Secção/seção - divisão Cesto - cesta pequena Sexto – numeral ordinal Cheque – ordem de pagamento Xeque – lance no jogo de xadrez Xeque – entre os árabes, chefe de tribo ou soberano Concerto – sessão musical Conserto – reparo, ato ou efeito de consertar Coser – costurar Cozer – cozinhar Expiar – sofrer, padecer Espiar – espionar, observar Estático – imóvel Extático – posto em êxtase, enlevado Estrato – tipo de nuvem Extrato – trecho, fragmento, resumo Incerto – indeterminado, impreciso Inserto – introduzido, inserido Chácara – pequena propriedade campestre Xácara – narrativa popular POLISSEMIA É o fato de uma palavra ter mais de uma significação. Exemplo: Estou com uma dor terrível na minha cabeça. (parte do corpo) Ele é o cabeça do projeto. (chefe) Graves razões fizeram-me contratar esse advogado. (importante) O piloto sofreu um grave acidente (trágico) Ele comprou uma nova linha telefônica. (contato ou conexão telefônica) Nós conseguimos traçar a linha corretamente. (traço contínuo duma só dimensão) Relação de parônimos Absolver – perdoar Absorver – sorver Acostumar – habituar-se Costumar – ter por costume Acurado – feito com cuidado Apurado – refinado Afear – tornar feio Afiar – amolar Amoral – indiferente à moral Imoral – contra a moral, devasso Cavaleiro – que anda a cavalo Cavalheiro – homem educado Comprimento – extensão Cumprimento – saudação Deferir – atender Diferir – adiar, retardar Delatar – denunciar Dilatar – estender, ampliar DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO As palavras podem ser usadas no sentido próprio ou figurado. Exemplo: Janine tem um coração de gelo. (sentido figurado) Sempre tomo uísque com gelo. (sentido próprio) DENOTAÇÃO É uso da palavra com seu sentido original, usual. Exemplo: 4 LÍNGUA PORTUGUESA A torneira estava pingando muito. presentes, inclusive em posições de comando. Estão no comércio, nas indústrias, predominam no magistério e destacam-se nas artes. No tocante à economia e à política, a cada dia que passa, estão vencendo obstáculos, preconceitos e ocupando mais espaços. Cabe ressaltar que essa participação não pode nem deve ser analisada apenas pelo prisma quantitativo. Convém observar o progressivo crescimento da participação feminina em detrimento aos muitos anos em que não tinham espaço na sociedade brasileira e mundial. Muitos preconceitos foram ultrapassados, mas muitos ainda perduram e emperram essa revolução de costumes. A igualdade de oportunidades ainda não se efetivou por completo, sobretudo no mercado de trabalho. Tomando-se por base o crescimento qualitativo da representatividade feminina, é uma questão de tempo a conquista da real equiparação entre os seres humanos, sem distinções de sexo. O sol brilhava intensamente hoje. CONOTAÇÃO É o uso da palavra diferente do seu sentido original. Exemplo: Ele tem um coração de manteiga. É um verdadeiro mar de emoções essa música. Tipologia Textual 1) Descrição O texto descritivo é aquele que tem por base fazer uma Ortografia descrição, daí o nome da tipologia, de um ser vivo, de um objeto ou mesmo de um lugar. A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da Uma das principais característica deste tipo de texto é a língua. utilização constante de adjetivação, para que o leitor posse ter As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial uma imagem do objeto descrito. no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados diferentes. Essas palavras são chamadas de Ex.: Meus cabelos cão palhas de aço, meu porte físico de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim, uma lesma, porém, sou auto que nem um poste de luz. significa música vocal). As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando tem a mesma grafia (gosto, substantivo e 2) Narração gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas, quando tem o mesmo som (paço, palácio ou passo, movimento Na narração, ao contrário da descrição que descreve um durante o andar). ser vivo, um lugar, conta um fato, onde está presente Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se personagens, enredo, tempo em que se passa a história e o observar as seguintes regras: ambiente. O fonema s: Escreve-se com S e não com C/Ç: Ex.:: Os primeiros raios de sol, brandos como um leve toque, anunciam um novo dia de uma preguiçosa segunda-feira. as palavras substantivadas derivadas de verbos com Maria acorda, ingere algum pão e café, despede-se da família e radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent. se põe a caminhar em direção ao ponto de ônibus. Não tão longe dela, José executa as mesmas ações, porém, não se Exemplos: pretender - pretensão / expandir - expansão / sabe se desperdiçou os mesmos momentos de adeus. ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir - consensual 3) Dissertação O texto dissertativo tem como centro primordial a ideia. Dissertar é refletir, debater a respeito de um determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Sem dúvida é o texto mais cobrado em provas de concurso público, tanto para redação como para interpretação de textos. Escreve-se com SS e não com C e Ç: os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou meter Exemplos: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter - submissão quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por s Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir ressurgir Ex.:: Ao contrário de algumas teses predominantes até bem pouco tempo, a maioria das sociedades de hoje já começam a reconhecer a não existência de distinção alguma entre homens e mulheres. Não há diferença de caráter intelectual ou de qualquer outro tipo que permita considerar aqueles superiores a estas. Com efeito, o passar do tempo está a mostrar a participação ativa das mulheres em inúmeras atividades. Até nas áreas antes exclusivamente masculinas, elas estão no pretérito imperfeito simples do subjuntivo Exemplos: ficasse, falasse Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS: 5 LÍNGUA PORTUGUESA os vocábulos de origem árabe: Exemplos: cetim, açucena, açúcar Escreve-se com G e não com J: as palavras de origem grega ou árabe Exemplos: tigela, girafa, gesso. estrangeirismo, cuja letra G é originária. Exemplos: sargento, gim. as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções) Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge. os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica Exemplos: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu. Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço nomes derivados do verbo ter. Exemplos: abster - abstenção / deter - detenção / ater atenção / reter - retenção após ditongos Exemplos: foice, coice, traição Observação Exceção: pajem as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio. Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio. palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r) Exemplos: marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção O fonema z: Escreve-se com S e não com Z: os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos. Exemplos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. os verbos terminados em ger e gir. Exemplos: eleger, mugir. depois da letra "r" com poucas exceções. Exemplos: emergir, surgir. depois da letra a, desde que não seja radical terminado com j. Exemplos: ágil, agente. Escreve-se com J e não com G: os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose. Exemplos: catequese, metamorfose. as palavras de origem latinas Exemplos: jeito, majestade, hoje. as formas verbais pôr e querer. Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, quiseste. as palavras de origem árabe, africana ou exótica. Exemplos: alforje, jibóia, manjerona. nomes derivados de verbos com radicais terminados em d. Exemplos: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir – difusão os diminutivos cujos radicais terminam com s Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho após ditongos Exemplos: coisa, pausa, pouso em verbos derivados de nomes cujo radical termina com s. Exemplos: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar pesquisar Escreve-se com Z e não com S: as palavras terminada com aje. Exemplos: laje, ultraje O fonema ch: Escreve-se com X e não com CH: as palavras de origem tupi, africana ou exótica. Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro. as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J). Exemplos: xampu, lagartixa. depois de ditongo. Exemplos: frouxo, feixe. depois de en. Exemplos: enxurrada, enxoval os sufixos ez e eza das palavras derivadas de adjetivo Exemplos: macio - maciez / rico – riqueza Observação: Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) os sufixos izar (desde que o radical da palavra de origem não termine com s) Escreve-se com CH e não com X: Exemplos: final - finalizar / concreto – concretizar as palavras de origem estrangeira Exemplos: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, como consoante de ligação se o radical não terminar com s. Exemplos: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis chope, sanduíche, salsicha. + inho – lapisinho As letras e e i: O fonema j: 6 LÍNGUA PORTUGUESA Acentuam-se as oxítonas terminadas em: os ditongos nasais são escritos com e: mãe, põem. Com i, só o ditongo interno cãibra. os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com e: caçoe, tumultue. Escrevemos com i, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. a(s): sofá, sofás e(s): jacaré, vocês o(s): paletó, avós ninguém, armazéns em, ens: atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia e pela grafia i: área (superfície), ária Monossílabos (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir Os monossílabos, conforme a intensidade com que se (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que proferem, podem ser tônicos ou átonos. anda a pé), pião (brinquedo). Monossílabos Tônicos Possuem autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase onde aparecem. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em: a(s): lá, cá e(s): pé, mês o(s): só, pó, nós, pôs Regras de Acentuação Gráfica Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas. Monossílabos Átonos Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas do vocábulo a que se apoiam. Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc. Proparoxítonas Sílaba tônica: antepenúltima As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos: trágico, patético, árvore 1) Paroxítonas Sílaba tônica: penúltima Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: l fácil n pólen r cadáver ps bíceps x tórax us vírus i, is júri, lápis om, ons iândom, íons um, uns álbum, álbuns ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfãos 2) Observações: Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo representados por artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjunções). Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras. Exemplos: Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila? (átono) Saiba que: Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos, produzem formas oxítonas ou monossilábicas que devem ser acentuadas por acabarem assumindo alguma das terminações contidas nas regras. Exemplos: órfão, ditongo oral (seguido jóquei, túneis ou não de s) beijar + a = beijá-la fez + o = fê-lo dar + as = dá-las fazer + o = fazê-lo Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo agora. (átono) Observações: As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), Acento de Insistência mas as que terminam em "ens", não. (hifens, jovens) Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a 2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r". simples necessidade de enfatizar uma ideia podem levar o (semi, super) falante a emitir a sílaba tônica ou a primeira sílaba de certas 3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos palavras com uma intensidade e duração além do normal. crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), Exemplos: uo(s),io(s). Está muuuuito frio hoje! Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, Deve haver equilíbrio entre exportação e importação cárie, ingênuo, início 1) Regras Especiais Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras destinadas a pôr em evidência alguns detalhes sonoros das palavras. Observe: Oxítonas Sílaba tônica: última 7 LÍNGUA PORTUGUESA Pôde é a forma do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder. Pode é a forma do presente do indicativo. Exemplos: O ladrão pôde fugir. O ladrão pode fugir. Ditongos Abertos Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e não êi), são acentuados. Veja: éi (s):anéis, fiéis, papéis éu (s):troféu, céus ói (s): herói, constrói, caubóis Obs.: os ditongos abertos paroxítonas NÃO são acentuados. ocorridos em b) pôr / por Pôr é verbo e por é preposição. Exemplos: Você deve pôr o livro aqui. Não vá por aí! palavras Saiba que: Para acentuar as formas verbais com pronome oblíquo em ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo), cada elemento deve ser considerado como uma palavra independente. Observe: jogá-lo jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento) lo = monossílabo átono (portanto, sem acento) Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia, etc. Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e não por possuir ditongo aberto "ói"). Hiatos Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-nh". Exemplos: sa - í - da jogá-lo-íamos jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento) lo = monossílabo átono (portanto, sem acento) íamos = proparoxítona (portanto, com acento) e - go - ís -mo sa - ú - de Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras: ju - iz ra - iz ru - im ca - ir PONTUAÇÃO Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba. Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade: 1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura; 2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas; Verbos Ter e Vir Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do 3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade. presente do indicativo dos verbos ter e vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja: Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, Eles têm Ele tem responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade. Elas vêm Ela vem Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem hiatos, mas por outras razões. Veja os exemplos abaixo: po-é-ti-co: proparoxítona bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente. ja-ó: oxítona terminada em "o". Ele retém Vírgula ( , ) Eles retêm A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada: Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento - nas datas, para separar o nome da localidade. ocorre obrigatoriamente, mesmo no singular. Distingue-se Por Exemplo: o plural do singular mudando o acento de agudo para São Paulo, 25 de agosto de 2005. circunflexo: ele detém -eles detêm ele advém -eles advêm. - após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase. Acento Diferencial Por Exemplo: Na língua escrita, existem dois casos em que os acentos – Você gostou do vestido? são utilizados para diferenciar palavras homógrafas (de mesma – Sim, eu adorei! grafia). Veja: – Pretende usá-lo hoje? a) pôde / pode Ele intervém Eles intervêm 8 LÍNGUA PORTUGUESA - Não, no final de semana. O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola. - após a saudação em correspondência (social e - para separar orações coordenadas assindéticas. comercial). Por Exemplo: Exemplos: O tempo não para no porto, não apita na curva, não Com muito amor, Respeitosamente, espera ninguém. - para separar termos de uma mesma função sintática. Por Exemplo: A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal. Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo. - para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas. Exemplos: Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio . Vá devagar, que o caminho é perigoso . Estuda muito, pois será recompensado . As pessoas ora dançavam, ora ouviam música . - para destacar elementos intercalados, como: a) uma conjunção Por Exemplo: Estudamos bastante, logo, merecemos férias! b) um adjunto adverbial Por Exemplo: Estas crianças, com certeza, serão aprovadas. Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija. c) um vocativo Por Exemplo: Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado. d) um aposto Por Exemplo: Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular. e) uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.) Por Exemplo: O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus. ATENÇÃO Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência: 1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Por Exemplo: O homem vendeu o carro, e a mulher protestou. Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 2) quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Por Exemplo: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo) Por Exemplo: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. - para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais, sobretudo quando vêm antes da principal. - para separar termos deslocados de sua posição Por Exemplo: normal na frase. Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. Por Exemplo: Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova. O documento de identidade, você trouxe? - para isolar as orações subordinadas adjetivas - para separar elementos paralelos de um provérbio. explicativas. Por Exemplo: Por Exemplo: Tal pai, tal filho. A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo. - para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo. Por Exemplo: Ponto e vírgula ( ; ) As flores, eu as recebi hoje. O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e - para indicar a elipse de um termo. menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom Por Exemplo: ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o Daniel ficou alegre; eu, triste. período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos: - para separar orações coordenadas não unidas por - para isolar elementos repetidos. conjunção, que guardem relação entre si. Exemplos: Por Exemplo: A casa, a casa está destruída. O rio está poluído; os peixes estão mortos. Estão todos cansados, cansados de dar dó! - para separar orações coordenadas, quando pelo - para separar orações intercaladas. menos uma delas já possui elementos separados por Por Exemplo: vírgula. Por Exemplo: 9 LÍNGUA PORTUGUESA Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra. o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, melhorzinho, etc. - para separar itens de uma enumeração. - na invocação das correspondências. Por Exemplo: Por Exemplo: Prezados Senhores: No parque de diversões, as crianças encontram: brinquedos; Convidamos a todos para a reunião deste mês, que será balões; realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa. pipoca. Atenciosamente, A Direção - para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , Ponto Final ( . ) substituindo, assim, a vírgula. Por Exemplo: O ponto final representa a pausa máxima da voz. A Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã. melodia da frase indica que o tom é descendente. Emprega-se, principalmente: - para separar orações coordenadas adversativas - para fechar o período de frases declarativas e quando a conjunção aparecer no meio da oração. imperativas. Por Exemplo: Exemplos: Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo. obtive, porém, apenas alguns. Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar. Dois-pontos ( : ) - nas abreviaturas. Exemplos: O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da Sr. (Senhor) voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente: Cia. (Companhia) - para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção. Saiba que: Por Exemplo: Pontuação nos títulos e cabeçalhos "Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz: Todos os cabeçalhos e títulos são encerrados por – Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos) pontos finais. Não há uniformidade quando ao uso desta pontuação, mas é de bom tom seguir o que determina a ortografia oficial vigente. Muitas pessoas consideram mais estético não pontuar títulos. Em jornalismo, por exemplo, não se usa a pontuação de titulação. - para anunciar uma citação. Por Exemplo: Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim." Ponto de Interrogação ( ? ) O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer - para anunciar uma enumeração. interrogação direta, ainda que a pergunta não exija resposta. A Por Exemplo: entoação ocorre de forma ascendente. Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos. Exemplos: Onde você comprou este computador? - antes de orações apositivas. Quais seriam as causas de tantas discussões? Por Exemplo: Por que não me avisaram? Só aceito com uma condição: Irás ao cinema comigo. Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas. - para indicar um esclarecimento, resultado ou Por Exemplo: resumo do que se disse. Perguntei quem era aquela criança. Exemplos: Marcelo era assim mesmo: Não tolerava ofensas. Note que: Resultado: Corri muito, mas não alcancei o ladrão. 1) O ponto de interrogação pode aparecer Em resumo: Montei um negócio e hoje estou rico. ao final de uma pergunta intercalada, entre Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na parênteses. introdução de exemplos, notas ou observações. Veja: Por Exemplo: Parônimos são vocábulos diferentes na significação Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é e parecidos na forma. a melhor forma para atingir os resultados Exemplos: esperados. ratificar/retificar, censo/senso, etc. 2) O ponto de interrogação pode realizar Nota: a preposição "per", considerada arcaica, combinação com o ponto admirativo. somente é usada na frase "de per si " (= cada um por sua Por Exemplo: vez, isoladamente). Eu?! Que ideia! 10 LÍNGUA PORTUGUESA Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não pertença propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se: - para separar qualquer indicação de ordem explicativa, comentário ou reflexão. Por Exemplo: Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente um verbo) que já apareceu anteriormente na frase. - para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.) Por Exemplo: " O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.) - para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões. Por Exemplo: Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas. - para delimitar o período de vida de uma pessoa. Por Exemplo: Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1986). - para indicar possibilidades alternativas de leitura. Por Exemplo: Prezado(a) usuário(a). - para indicar marcações cênicas numa peça de teatro. Por Exemplo: Abelardo I - Que fim levou o americano? João Decerto caiu no copo de uísque! Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já! (sai pela direita) (Oswald de Andrade) Obs.: num texto, havendo necessidade de utlizar alíneas, estas podem ser ordenadas alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste caso as alíneas, exceto a última, terminam com ponto e vírgula). Por Exemplo: No Brasil existem mulheres: a) morenas; b) loiras; c) ruivas. Os Parênteses e a Pontuação Veja estas observações: 1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem manter pontuação própria, além da pontuação normal do texto. 2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses. Exemplos: Eu suponho (E tudo leva a crer que sim.) que o caso está encerrado. Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta. Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo. Por Exemplo: O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal). Ponto de Exclamação ( ! ) O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação descendente. Exemplos: "Como as mulheres são lindas!" (Manuel Bandeira) Pare, por favor! Ah! que pena que ele não veio... Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da vírgula de um vocativo enfático. Por Exemplo: Ana! venha até aqui! Reticências ( ... ) As reticências marcam uma suspensão da frase, devido, muitas vezes a elementos de natureza emocional. Empregamse: - para indicar continuidade de uma ação ou fato. Por Exemplo: O tempo passa... - para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Por Exemplo: Vim até aqui achando que... - para representar, na escrita, hesitações comuns na língua falada. Exemplos: "Vamos nós jantar amanhã? – Vamos...Não...Pois vamos." Não quero sobremesa...porque...porque não estou com vontade. - para realçar uma palavra ou expressão. Por Exemplo: Não há motivo para tanto...mistério. - para realizar citações incompletas. Por Exemplo: O professor pediu que considerássemos esta passagem do hino brasileiro: "Deitado eternamente em berço esplêndido..." - para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor. Por Exemplo: "Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também, se não vier em um ano..." (Machado de Assis) Saiba que As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de sugestão e ricos em matizes melódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor. Parênteses ( ( ) ) 11 LÍNGUA PORTUGUESA 3) Antes do parêntese não se utilizam sinais de - para realçar uma palavra ou expressão. Exemplos: pontuação, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não". pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se optar Quem foi o "inteligente" que fez isso? por colocá-lo após o parêntese de fecho. Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se Travessão ( – ) necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples. Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e empregado: - no discurso direto, para indicar a fala da dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas personagem ou a mudança de interlocutor nos diáologos. dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Por Exemplo: Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis) – O que é isso, mãe? Colchetes ( [ ] ) – É o seu presente de aniversário, minha filha. - para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas. Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, Por Exemplo: filológico, científico. Pode ser empregado: - em definições do dicionário, para fazer referência à "E logo me apresentou à mulher, – uma estimável etimologia da palavra. senhora – e à filha." (Machado de Assis) Por Exemplo: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe - para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto. alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo Por Exemplo: Dicionário Aurélio) - para intercalar palavras ou símbolos não "Junto do leito meus poetas dormem pertencentes ao texto. – O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron – Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo) - para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois- holandês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de pontos, em alguns casos. papiamento que você, com certeza, vai usar: 1- Bo ta bon? [Você está bem?] 2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.] Por Exemplo: - para inserir comentários e observações em textos "Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente já publicados. selvagem, a arte é a superioridade humana – acima dos Por Exemplo: preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de "Inocência"] o êxtase." (Raul Pompeia) Aspas ( " " ) As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas: - antes e depois de citações ou transcrições textuais. Por Exemplo: Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada." - para representar nomes de livros ou legendas. Por Exemplo: Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI. Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos grifar as palavras, conforme o exemplo: Ontem assisti ao filme Central do Brasil. - para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia. Exemplos: O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.(Veja) - para indicar omissões de partes na transcrição de um texto. Por Exemplo: "É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho" (Machado de Assis) Asterisco ( * ) O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma ser empregado: - nas remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao final de capítulos. Por Exemplo: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc. * É o morfema que não possui significação autônoma e sempre Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram" aparece ligado a outras palavras. - nas substituições de nomes próprios não rapidamente. Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova! mencionados. 12 LÍNGUA PORTUGUESA Por Exemplo: O Dr.* conversou durante toda O jornal*** não quis participar da campanha. lobos), biblioteca (conjunto de livros) etc. a palestra. Os conjuntos: substantivos coletivos usualmente designam Parágrafo ( § ) de pessoas (associação, multidão, clientela, clube, comitiva, turma etc.). O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois ésses (S) entrelaçados, iniciais das palavras latinas "Signum sectionis" que significam sinal de secção, de corte. Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte deve começar em outra linha, falamos parágrafoou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto. O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis, por indicar os parágrafos únicos. Por Exemplo: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) de animais (bando,de aves; colméia, de abelhas; rebanho, de cabras; matilha, de cães; etc.) de coisas (aparelho, de jantar; arquipélago, de ilhas; feixe, de lenha; herbário, de plantas; etc.). concretos: independência. designam o próprio ser, em sua Ex.: cachorro, menino, casa, árvore etc. abstratos: designam ações, estados ou qualidades dos seres. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS Ex. abraço, cansaço, feitura (considerem-se estas qualidades, estados e ações como independentes dos seres). SUBSTANTIVO I – Conceito III – Flexão Nome que designa os seres (pessoas animais, coisas, estados, qualidades, ações). 1 – De Gênero: masculino: são masculinos os substantivos com os quais usamos os artigos masculinos o / um. Ex.: pessoas: Maria, José, Antônio. animais: jacaré, cachorro, gato. vegetais: laranjeira, violeta, babosa. lugares: São Paulo, Índia, Ásia. coisas: cadeira, caderno, mesa. estados: prazer, estupidez. qualidade: beleza, maldade, crueldade. ações: entrada, chegada, cansaço. Ex.: o menino, o aluno, o jogo, um médico, um juiz, um touro. feminino: são femininos os substantivos com os quais usamos os artigos femininos a / uma. Ex.: a mulher, a mãe, a aluna, uma senhora, uma vaca. II – Classificação a regra geral define que o gênero masculino é marcado pela desinência o e o gênero feminino é marcado pela desinência a. Os substantivos podem ser: próprios: designam um único indivíduo. O substantivo próprio designa individualmente os seres, sem referência a suas qualidades. Ex.: aluno masculino, aluna feminino. Entretanto, algumas palavras têm seu gênero definido por sua terminação. Eis alguns casos: Ex.: Paulo, Brasil, Maria etc. comuns: designam o ser dentro de um conjunto de a) substantivos masculinos terminados em ão fazem o mesma espécie. Os substantivos comuns determinam as feminino: características dos seres designados, pois não é qualquer coisa que pode receber um nome específico. em ã: irmão (m) / irmã (f) – guardião (m) / guardiã (f). Ex.: caneta (determina todos os objetos cilíndricos com carga de tinta que são utilizados par escrever). em ona: solteirão (m) / solteirona (f). em ao: patrão (m) / patroa (f). coletivos: designam um conjunto de elementos de mesma natureza. b) substantivos masculinos terminados em or fazem o feminino em a. Ex.: cardume (conjunto de peixes), alcatéia (conjunto de 13 LÍNGUA PORTUGUESA heterônimo: substantivos diferentes para cada um dos Ex.: doutor (m) / doutora (f) autor (m) / autora (f) escritor (m) / escritora (f) sexos. Ex.: genro (m) / nora (f); pai (m) / mãe (f); cavalo (m) / c) substantivos masculinos terminados em e fazem o égua (f), marido (m) / esposa (f). feminino em a. 2 – De Número Ex.: parente (m) / parenta (f). O número dos substantivos em português é definido: Entretanto, alguns substantivos masculinos terminados em e não variam no feminino (cliente, doente, ouvinte, pela ausência da desinência s singular. estudante etc.). Nesses casos a oposição se faz por meio do uso dos pela presença da desinência s plural. artigos. Ex.: cavalo (singular) / cavalos (plural). Ex.: o inocente (m) / a inocente (f). um estudante (m) / uma estudante (f). menino (singular) / meninos (plural). pata (singular) / patas (plural). d) substantivos masculinos terminados em es, l ou z A formação do plural dos substantivos em português fazem o feminino em a. ocorre de várias maneiras: Ex.: francês (m) / francesa (f) oficial (m) / oficiala zagal (m) / zagala (f). juiz (m) / juíza (f). português (m) / portuguesa (f). a) substantivos terminados em vogal ou ditongo oral fazem o plural em s. Ex.: aluna / alunas, espada / espadas, lei / leis b) substantivos terminados em ão fazem o plural em: ões coração corações. leão leões. limão limões. e) substantivos masculinos terminados em o fazem o feminino em a: Ex.: menino (m) / menina (f). garoto (m) / garota (f). Obs.: serão sempre terminados pelos sufixos: femininos os ães pão escrivão cão substantivos ãos: cristão irmão grão isa papa (m) / papisa (f), poeta (m) / poetisa (f). esa príncipe (m) / princesa (f), barão (m) / baronesa (f). essa conde (m) / condessa (f), visconde (m) / viscondessa (f). pães. escrivães. cães cristãos irmãos grãos. Obs: alguns substantivos admitem mais de uma forma para o plural. Existem ainda os seguintes tipos de substantivos, segundo o gênero: Ex.: aldeão (s) aldeãos, aldeões, aldeães (p). sobrecomum: designa tanto seres do sexo masculino plural. quanto do feminino, sem que haja oposição gramatical entre masculino e feminino. Ex.: a criança (menino ou menina, a criatura, a pessoa, a c) substantivos terminados em m, trocam o m por n, no Ex.: jovem (s) jovens (p). d) substantivos terminados em n fazem o plural em s ou vítima. es. comum-de-dois: uma só forma designa os dois sexos Ex.: abdômen (s) abdomens, abdômenes ou de pessoas (a oposição masculino / feminino se faz pelo uso do abdomes (p). artigo). Ex: o pianista (m), a pianista (f), um doente (m), uma e) substantivos terminados em r, s ou z, fazem plural em doente (f). es. Ex.: mulher mulheres (p). epiceno: uma só forma designa os dois sexos de animais (a oposição se faz pelo uso dos adjetivos macho e fêmea). Ex.: cobra macho (m), cobra fêmea (f), jacaré macho (m), jacaré fêmea (f). 14 deus (s) deuses (p). raiz (s) raízes (p). LÍNGUA PORTUGUESA girassol(s) colher (s) colheres (p). mês (s) meses (p). juiz (s) juizes (p). girassóis (p). nos compostos com as formas adjetivas grão, grã e bel. Ex.: grão-prior (s) grão-cruz (s) bel-prazer (s) grão-priores (p). grã-cruzes (p). bel-prazeres (p). f) substantivos terminados em x são invariáveis no plural. Ex.: o tórax (s) nos compostos formados por verbos ou palavras invariáveis + substantivos ou adjetivos. os tórax (p). g) substantivos terminados em l: Ex.: beija-flor vice-rei(s) alto-falante (s) com final il, fazem o plural em is (nas palavras oxítonas) ou eis (nas não oxítonas). Ex.: funil (s) fóssil (s) em compostos onomatopéicos (palavras que imitam sons da natureza). funis (p). fósseis (p). Ex.: tique-taque (s) reco-reco (s) com final al, ol, ul, trocam o l por is. Ex.: carnaval (s) álcool (s) paul (s) carnavais (p). álcoois (p). pauis (p). nível (s) pastel (s) nos compostos em que há preposição. Ex.: pé-de-moleque (s) níveis (p). pastéis (p). Ex.: salário-família papel-moeda (s) Ex.: miolo (s) (o fechado) miolos (p) (o aberto) ovo (s) (o fechado) ovos (p) (o aberto) dois substantivos: Ex.: carta-bilhete (s) caracteres (p) corações + zinho cartas-bilhetes (p). um substantivo e um adjetivo: j) plural dos substantivos terminados em -zinho: acrescenta-se o sufixo plural ao substantivo (também no plural), suprindo o s final do substantivo. Ex.: coraçãozinho (s) coraçõezinhos (p) salários-família. papéis-moeda (p). em que ambos os elementos variam. São os substantivos compostos formados por. i) plural com deslocamento da sílaba tônica: a sílaba tônica se desloca na passagem para o plural. pés-de-moleque(p). nos compostos de dois substantivos, onde o segundo exprime a finalidade. h) plural com metafonia: alguns substantivos alteram o acento fônico fechado para o aberto no plural. Ex.: caráter (s) tique-taques (p). reco-recos (p). em que somente o primeiro elemento varia. com final el, trocam o l por éis. Ex.: (s) beija-flores (p). vice-reis (p). alto-falantes (p). Ex.: amor-perfeito (s) amores-perfeitos (p). guarda-noturno (s) guardas-noturnos (p). alguns substantivos admitem mais de um plural. = Ex.: fruta-pão frutas-pão ou fruta-pães. padre-nosso padre-nossos ou padres-nossos. leãozinho leões + zinho = leõezinhos. l) substantivos que só aparecem na forma plural. 3 – De grau: Ex.: férias, óculos, núpcias, trevas, anais, arredores. Os graus do substantivo podem ser: m) plural dos substantivos compostos: normal: boca, copo, cão. aumentativo: corpaço, canzarrão. em que somente o último elemento varia. nos compostos por aglutinação: Ex.: madressilva (s) bocarra, boca enorme, corpanzil, diminutivo: boquinha, corpinho, corpete, cãozinho. madressilvas (p). 15 LÍNGUA PORTUGUESA A gradação dos substantivos pode ocorrer de duas maneiras: ADJETIVO a) processo sintético: pelo emprego de sufixos I – Conceito apropriados. Palavras que designam qualidades, condições ou Ex.: chapéu chapelão (grau aumentativo). estados de um ser. chapeuzinho (grau diminutivo). ramo ramalho (grau aumentativo) Ex.: mar imenso menina bonita camisa verde ramalhete (grau diminutivo). subst. subst. subst. b) processo analítico: pelo emprego de um adjetivo adjetivo adjetivo adjetivo qualificado (grande, pequeno, imenso) ao substantivo. Obs: o adjetivo modifica o substantivo ou qualquer palavra com o mesmo valor deste. Ex.: massa crua. Ex.: carro grande (aumentativo analítico). carro pequeno (diminutivo analítico). amor imenso (aumentativo analítico). pé minúsculo (diminutivo analítico). O adjetivo pode ser substantivado (tomar a posição de um substantivo). Ex.: Os maus podem ser punidos. Obs.: os substantivos, em seus graus diminutivo ou analítico, podem ser também usados com sentidos de: Junto do adjetivo pode ocorrer a locução adjetiva, que é formada por preposição + substantivo ou preposição + advérbio, com valor de adjetivo. § desdém, desprezo. Ex.: padreco, livreco, coisinha etc. § afetividade (principalmente os sufixos diminutivos). Ex.: mãezinha, queridinho, amorzinho, gatinha etc. Ex.: homem corajoso = homem de coragem adjetivo locução adjetiva (preposição + substantivo) principais sufixos aumentativos: -aça: barcaça (barca) -aço: unhaço (unha) -alhão: dramalhão (drama) -anzil: corpanzil (corpo) -ão: chaveirão (chave) -aréu: fogaréu (fogo) -arra: bocarra (boca) -arão: bicharrão (bicho) -astro: poetastro (poeta) -ázio: balázio (bala) -orra: cabeçorra (cabeça) -az: pratarraz (prato) -uça: dentuça (dente) patas traseiras adjetivo = patas de trás locução adjetiva (preposição + advérbio) II – Classificação Os adjetivos podem ser: SIMPLES COMPOSTOS os adjetivos simples têm uma só palavra: Ex.: ruim, espanhol, fraco, amoroso, leal, esperto, inteligente. principais sufixos diminutivos: os adjetivos compostos têm duas palavras: a) regulares: -inho(a): patinho, gatinha, cabecinha -zinho(a): homenzinho, florzinha, cafezinho Ex.: azul-marinho, branco-gelo, vermelho-sangue. Adjetivos Pátrios: adjetivos que se referem a países, cidades, continentes, regiões, estados etc. b) irregulares: -ola: chacarola (chácara), igrejola (igreja) -eta: caixeta (caixa), chapeleta (chapéu) -eco: baileco (baile), livreco (livro) -ote: frangote (frango, rapazote (rapaz) -ete: farolete (farol), filete (fio) Ex.: c)eruditos: -áculo: habitáculo (habitação) -ulo: óvulo (ovo) -ículo: versículo (verso) -úsculo: corpúsculo (corpo) -culo: fascículo (feixe) -únculo: porciúncula (porção) Brasil brasileiro. Brasília brasiliense, brasiliano, candango. Alemanha alemão, germânico. Filipinas filipino. Índia hindu, indiano. Equador equatoriano. III – Flexão Os adjetivos flexionam-se em gênero, número e grau. 1) De gênero: 16 LÍNGUA PORTUGUESA Como os substantivos, os adjetivos apresentam os adjetivo + substantivo ou cor-de + substantivo = gêneros masculino e feminino. invariáveis. Ex.: 3) De grau homem corajoso (m) / mulher corajosa (f). garoto esperto (m) / garota esperta (f). O grau do adjetivo designa maior ou menor intensidade Alguns adjetivos apresentam somente uma forma que de uma qualidade atribuída a um substantivo. Assim, como nos acompanha substantivos masculinos e femininos (geralmente substantivos, o grau pode ser formado por dois processos: são terminados por a, e, l, m, r, s, e z). São chamados de adjetivos uniformes. a) sintético: ajuntando ao adjetivo sufixos de intensificação. Ex.: Ex.: facílimo, chatíssimo, belíssimo, espertíssimo. exame breve prova breve b) analítico: ajuntando aos adjetivos palavras que subst. masculino adjetivo subst. feminino adjetivo denotam intensificação. aluno jovem aluna jovem subst.masculino adjetivo subst. feminino adjetivo garoto alegre subst. masculino adjetivo garota subst. feminino alegre adjetivo Ex.: mais fácil, muito bonito, muito fácil. Há dois tipos de grau do adjetivo: a) comparativo: indica intensidade maior ou menor de uma qualidade atribuída a um substantivo. Compara a mesma qualidade entre dois seres. Poder ser: de igualdade: A garota é tão bonita quanto a irmã. Outros adjetivos apresentam duas formas, uma que acompanha o masculino e outra que acompanha o feminino. São chamados de adjetivos biformes e flexionam-se como os substantivos. de superioridade: A garota é mais bonita do que a irmã. de inferioridade: A garota é menos bonita do que a irmã. Ex.: francês (m) / francesa (f) – trabalhador (m) / trabalhadora (f) – cru (m) / crua (f) – europeu (m) / européia (f) – b) superlativo: indica uma qualidade de um substantivo belo (m) / bela (f) – bonito (m) / bonita (f). em grau intenso. Pode ser: Outras terminações dos adjetivos biformes: absoluto: quando a qualidade atribuída ao substantivo é apresentada sem comparação com outros seres. Pode ser apresentada sob as formas: 2) De número: O adjetivo tem o mesmo número do substantivo que acompanha. sintética: A vida é belíssima. principais sufixos usados Ex.: mulher bondosa (singular) / mulheres bondosas (plural) – menino espanhol (singular) / meninos espanhóis (plural). Ex.: -íssimo: riquíssimo belíssimo habilíssimo amaríssimo dulcíssimo -imo: facílimo agílimo docílimo humílimo -rimo: macérrimo celérrimo celebérrimo aspérrimo paupérrimo libérrimo nacionalidades luso-brasileiras (plural) adjetivo composto meninos mal-educados (plural) adjetivo composto Obs.: Exceto nos vocábulos surdo-mudo (surdosmudos),verde-claro (verdes-claros) etc. Ex.: surdo-mudo surdos-mudos surda-muda surdas-mudas Obs.: se o último elemento do adjetivo composto for um substantivo, nenhum elemento varia: Ex.: colchas amarelo-canário / calças cor-de-rosa. adjetivo substantivo substantivo analítica: A vida é muito bela. 17 LÍNGUA PORTUGUESA de estrela .................................... estelar de éter ........................................ etéreo de fábrica .................................... fabril de face ........................................ facial ou genal de fera ........................................ beluíno relativo: quando a qualidade é ressaltada em relação de ferro ....................................... férreo, sidérico ou comparação com outros seres. de fígado ..................................... hepático de fogo ....................................... ígneo Ex.: Ela é a mais bela dentre as irmãs. de gado ...................................... pecuário de gafanhoto .............................. acridiano, acrídio Pode ser: de garganta ................................ gutural de gato, onça .............................. felino de superioridade: Maria é a mais inteligente de todas. de gelo ........................................ glacial de guerra .................................... bélico de inferioridade: Maria é a menos rápida de todas. de homem .................................. viril de Igreja ..................................... eclesiástica de ilha ......................................... insular Quadro das locuções adjetivas: de inverno ................................... hibernal de irmão ..................................... fraterno, fraternal Locuções adjetivas Adjetivos (própria de) de lago ........................................ lacustre de açúcar .................................... sacarino de lágrima ................................... lacrimal de águia ..................................... aquilino de leão ........................................ leonino de anjo ....................................... angelical de lebre ...................................... leporino de Alpes ...................................... alpino, alpestre de leite ........................................ lácteo, láctico de anel ....................................... anular de limão, laranja ......................... cítrico, cítreo de asno ...................................... asinino de lobo ........................................ lupino de astro ...................................... sideral de Lua ........................................ lunar de aviação .................................. aviatório de mãe ....................................... maternal (próprio de) , de bílis ........................................ biliar materno de bispo ...................................... episcopal de macaco .................................. simiesco de boca ...................................... oral, bucal de madeira ................................. lígneo, lenhoso de bode ...................................... hircino de maçãs do rosto ...................... malar, zigomático de brejo ...................................... palustre de mar ........................................ marítimo, marinho, de cabeça ................................... cefálico equóreo de cabelo .................................... capilar de marfim ................................... ebúmeo, ebóreo de cabra ..................................... caprino de memória ................................ mnemônico, mnêmico de calor ...................................... térmico de mestre ................................... magistral de campo ................................... campestre,rural, de moeda ................................... numismático, monetário agreste de Moisés ................................... mosaico de carta ...................................... epistolar de monge, mosteiro .................... monacal, monástico de cera ....................................... céreo de convento ................................ convêntico, conventual de chumbo ................................. plúmbeo de nariz ....................................... nasal de chuva ..................................... pluvial de neve ....................................... níveo de cinza ...................................... cinéreo de norte ...................................... setentrional, boreal de circo ....................................... circense de olhos ...................................... ocular, oftálmico, ótico, de cobra, serpente ..................... columbrino, ofídico óptico de coração ................................. cardíaco de ouvido .................................... auricular, ótico de corpo ..................................... somático, corpóreo, de ovelha .................................... ovino corporal de paraíso .................................. paradisíaco de correio ................................... postal de pedra ..................................... pétreo, litóide (com de costas .................................... dorsal aspecto de pedra) de dança, coreografia ................. coreográfico de pele, epiderme ....................... cutâneo, epidérmico de dedo ...................................... digital de célula, cela ............................ celular de diamante ............................... adamantino, de pesca ..................................... pesqueiro diamantino de pomba ................................... columbino de dinheiro ................................. pecuniário de porco ..................................... porcino, suíno de direito .................................... jurídico de prata ...................................... argênteo, argentino, de ensino .................................... didático de enxofre .................................. sulfúreo, sulfúrico, argírico de prosa ..................................... prosaico sulfuroso de pulmão ................................... pulmonar de erva ....................................... herbóreo de raposa ................................... vulpino de esposa ................................... uxoriano de rato ........................................ murino de estômago .............................. estomacal, gástrico Advérbios bastante. usados: muito,demais, extremamente, 18 LÍNGUA PORTUGUESA masculino: o, os, um, uns, para substantivos masculinos de rim ......................................... renal de rio .......................................... potâmico, fluvial de rocha, rochedo ....................... rupestre de romance ................................. romanesco de seda ....................................... sérico de soro ....................................... seroso de tarde ...................................... vespertino, crepuscular de tecido, tecelagem .................. têxtil de terra ....................................... térreo, telúrico, terreno, terrestre de terremoto ............................... sísmico de tórax ...................................... torácico de touro ...................................... taurino de túmulo .................................... tumular de umbigo ................................... umbilical de universo ................................. universal, ecumênico de urso ....................................... ursino de velho, velhice ......................... senil de verão, estio ............................ estival de víbora .................................... viperino de vidro ....................................... vítreo, hialino de vinagre ................................... acético de violeta .................................... violáceo de virilha ..................................... inguinal de voz ......................................... vocal, fônico de vasos sanguíneos .................. vascular de sul .......................................... austral, meridional sem cheiro .................................. inodoro sem movimento .......................... inerte, imóvel sem sabor ................................... insípido, insosso sem freio ..................................... desenfreado, infrene sem sal ....................................... insosso, insulso Ex.: o garoto, os garotos, um boi, uns bois. feminino: a, as, uma, umas femininos. Ex.: a menina, as meninas, uma rã, umas rãs. 2) Número: Singular: o, a, um, uma para substantivos singulares. Ex.: o papel, a bolsa, um cão, uma vaca. plural: os, as, uns, umas para substantivos plurais. Ex.: os trabalhadores, as operárias, uns alunos, umas garotas. NUMERAL I – Conceito e Classificação É a classe de palavras que dá nome aos números. Os numerais são classificados em: numerais cardinais: são os números que exprimem a quantidade em si mesma ou a quantidade certa de seres ou objetos. Ex.: um, dois, três, quatro etc. ARTIGO numerais ordinais: são os números que indicam a ordem dos seres ou objetos. I – Conceito e Classificação É o nome que se dá às palavras (o, a, os, as e um, uma, uns, umas) que se antepõem aos substantivos. O artigo determina ou indetermina o substantivo. Desse ponto de vista, classificam-se me: Ex.: um, dois, três, quatro etc. numerais multiplicativos: são os números que indicam uma multiplicação. artigos definidos: designam um ser ou objeto determinado, conhecido. Ex.: Ex.: dobro (ou duplo), triplo, quádruplo, quíntuplo etc. numerais fracionários: são os números que indicam proporções (divisão). Ex.: meio (ou metade), terço, quarto, quinto, onze avos etc. Conheço toada a cidade. A vizinha de Carlos é bonita. artigos definidos: designam um ser ou objeto qualquer dentre outros. Ex.: para substantivos Obs.: Há certos numerais, chamados de coletivos,que exprimem um conjunto de seres ou objetos e indicam um número exato. Ex.: novena, dezena, década, dúzia, centena, cento, milhar. comprei um livro. Uma mulher foi assaltada. II – Emprego dos artigos II – Flexão Usa-se o artigo associado ao substantivo, sendo que o artigo nunca aparece depois dos substantivo. 1) Cardinais: os numerais cardinais um e dois variam em gênero (um/uma, dois/duas), assim como as centenas, a partir de duzentos (duzentos/duzentas, trezentos/trezentas, quatrocentos/quatrocentas etc.). O artigo flexiona-se em: 1) Gênero: 19 LÍNGUA PORTUGUESA milhão, bilhão, etc., variam em número. Ex.: milhão / milhões, bilhão / bilhões. ambos (=os dois) varia em gênero. Ex.: ambos / ambas Este — Esse — Aquele / Esta — Essa — Aquela / Estes — Esses —Aqueles / Estas — Essas — Aquelas / Isto — Isso — Aquilo / O — A — Os — As. Ex.: Esta camisa é nova. Esse rapaz é Saul Nigri. Aquela casa é velha. As palavras mesmo, próprio e outro podem funcionar como pronomes demonstrativos. Ex.: Foi você mesmo quem pediu. 2) Ordinais os numerais ordinais variam em gênero e número. Ex.: primeiro / primeira primeiros / primeiras. POSSESSIVOS Dão idéia de posse e indicam a pessoa a que se referem. São os seguintes: 3) Multiplicativos: Meu — Minha - Meus — Minhas / Teu — Tua — Teus — os numerais multiplicativos, dúplice, tríplice etc., variam Tuas / Seu —Sua — Seus — Suas / Nosso — Nossa — Nossos — Nossas / Vosso — Vossa — Vossos — Vossas. em número. Ex.: dúplices, tríplices etc. Ex.: Meu filho é feliz. Nossos amigos continuam aqui. os numerais multiplicativos usados com o valor de adjetivo são flexionados em gênero e número. Ex. Comeu dois sanduíches triplos. 4) Fracionários: o numeral fracionário meio concorda em gênero com a palavra a que se refere. Ex.: Duas horas e meia. Um ano e meio 5) Coletivos: INDEFINIDOS Apresentam sentido vago, indefinido e são empregados apenas na 3ª pessoa. São os seguintes: Alguém - Ninguém - Outrem / Algum - Alguma - Alguns — Algumas / Todo — Toda — Todos — Todas / Tudo — Nada / Qualquer —- Quaisquer / Vários — Várias / Certo — Certa — Certos — Certas / Um — Uma — Uns — Umas / Nenhum — Nenhuma / Que / Quem / Pouco — Pouca —Poucos — Poucas / Algo / Outro / Muito / Diferente. todos os numerais coletivos são flexionados em número. Ex.: Alguém precisa de mim. Nada altera o caminho a seguir. Ex.: uma década / duas décadas PRONOMES RELATIVOS Estabelecem uma relação com o termo antecedente. São os seguintes: Pronome é o vocábulo que substitui o nome, podendo também aparecer como determinante. Os pronomes podem ser, independente de classificação, adjetivos ou substantivos. Quando aparecem antes de substantivos, são chamados de pronomes adjetivos. Cujo — Cuja — Cujos — Cujas Quanto — Quanta — Quantos — Quantas O qual — A qual — Os quais — As quais Que — Quem — Onde — Quando. Quando não aparecem antes de substantivos, são chamados de pronomes substantivos. Ex.: A moça que chegou está nervosa. A ocasião quando estive ali me foi proveitosa. O livro cujas páginas estão soltas é uma relíquia. EMPREGO INTERROGATIVOS PRONOMES ADJETIVOS E SUBSTANTIVOS Aparecem em orações interrogativas. São os seguintes: DEMONSTRATIVOS Indicam a posição ou a identidade das pessoas ou objetos. São os seguintes: Quanto — Quanta — Quantos — Quantas Que — Quem — Qual — Quais. Ex.: 20 Que queres? LÍNGUA PORTUGUESA complemento verbal - objeto direto e indireto; complemento nominal; agente da passiva. Quem chegou? PESSOAIS 3) Acessórios O pronome pessoal indica quem fala, com quem se fala Desempenham função secundária (especificam o e de quem se fala. substantivo ou expressam circunstância). São representados Os pronomes pessoais podem ser: retos, oblíquos e de por: tratamento. adjunto adnominal; adjunto adverbial; aposto. — Pronomes pessoais retos (são empregados Obs.: como sujeito), São eles: O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: Eu — Tu — Ela — Ele — Nós — Vós — Elas — Eles. não pertence à estrutura da oração. — Pronomes pessoais oblíquos (funcionam 2- TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO geralmente como complementos). São eles: Sujeito e Predicado Me — Mim — Comigo / Te — Ti — Contigo / Se — Si — Consigo / Lhe — O — A — Lhes — Os — As Para que a oração tenha significado, são necessários Nós — Conosco / Vós — Convosco. alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado. FORMAS DE TRATAMENTO Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo. — Pronomes pessoais de tratamento (são empregados de modo familiar ou cerimonioso). Por Exemplo: As praias estão cada vez mais poluídas. Os pronomes de tratamento pertencem à terceira pessoa. São os seguintes: Sujeito Vossa Senhoria (V.Sª.) correspondência comercial Predicado: termo que contém o verbo e informa algo atualmente. sobre o sujeito. Ilustríssimo Senhor (IImo. Sr.). ma Vossa Reverendíssima (V. Rev .) para padres. Por Exemplo: Vossa Santidade (V. S.) para o papa. Vossa Eminência (V. E.) para os cardeais. As praias estão cada vez mais poluidas ma Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exª. Rev ) predicado para bispos e arcebispos. Vossa Majestade (V. M.) para reis. Posição do Sujeito na Oração Vossa Alteza (V. A.) para príncipes. Dependendo da posição de seus termos, a oração pode Sóror (para freira). estar: Vossa Excelência (V. Exª) para o presidente, Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado. governador de estado e pessoas de elevada categoria social. Por Exemplo: Senhor (Sr.), Senhora (Srª.) quando há respeito. As crianças bricavam despreocupadas Você, quando há intimidade, ou quando se trata de sujeito predicado empregado subalterno. Termos da Oração Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado. No período "Conhecemos mais pessoas quando Por exemplo: estamos viajando", existem seis palavras. Cada uma delas Brincavam despreocupadas as crianças exerce uma determinada função nas orações. Em análise predicado sujeito sintática, cada palavra da oração é chamada de termo da oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que exerce na oração. Sujeito no Meio do Predicado: Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser: Despreocupadas, as crianças 1) Essenciais Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo sujeito e predicado nas orações. Predicado Sujeito brincavam. Predicado Classificação do Sujeito O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem ainda as orações 2) Integrantes sem sujeito. Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são 1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar representados por: com precisão a partir da concordância verbal. Pode ser: 21 LÍNGUA PORTUGUESA a) Simples Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao b) Precisa-se de professor. (Sujeito Indeterminado) Precisa-se de professores. (Sujeito Indeterminado) verbo. No caso a, o se é uma partícula apassivadora e o Por Exemplo: verbo está na voz passiva sintética, concordando com o A rua estava deserta. sujeito. Observe a transformação das frases para a voz Observação: não se deve confundir sujeito simples passiva analítica: com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, O novo candidato foi aprovado. seja ele um substantivo (singular ou plural), um pronome, Sujeito um numeral ou uma oração subjetiva. Os novos candidatos foram aprovados. Por Exemplo: Sujeito Os meninos estão gripados. No caso b, se é índice de indeterminação do sujeito e Todos cantaram durante o passeio. o verbo está na voz ativa. Nessas construções, o sujeito é indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do b) Composto singular. Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao c) Com o verbo no infinitivo impessoal: verbo. Por Exemplo: Tênis e natação são ótimos exercícios físicos. Era penoso estudar todo aquele conteúdo. É triste assistir a estas cenas tão trágicas. c) Implícito Ocorre quando o sujeito não está explicitamente Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, representado na oração, mas pode ser identificado. fazendo referência a elementos explícitos em orações Por Exemplo: anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado. Dispensamos todos os funcionários. Por Exemplo: Nessa oração, o sujeito é simples e determinado, pois Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas o sujeito nós é indicado pela desinência verbal - mos. verduras. Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe 2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora e Marcos). Ocorre sujeito oculto. existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras 3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração: predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. a) Com verbo na 3ª pessoa do plural: Observe a estrutura destas orações: O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem Sujeito Predicado que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração): Por Exemplo: Procuraram você por todos os Estão pedindo seu documento na entrada da festa. lugares. - Havia formigas na casa. - Nevou muito este ano em Nova Iorque. É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com: b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se: O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza: obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular. Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, Exemplos: amanhecer, anoitecer, etc. Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo) Por Exemplo: Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Choveu muito no inverno passado. Indireto) Amanheceu antes do horário previsto. No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação) Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado. Entendendo a Partícula Se Por Exemplo: As construções em que ocorre a partícula se podem Choviam crianças na distribuição de brindes. apresentar algumas dificuldades quanto à classificação do (crianças=sujeito) sujeito. Já amanheci cansado. (eu=sujeito) Veja: a) Aprovou-se o novo candidato. b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados Sujeito para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos Aprovaram-se os novos candidatos. meteorológicos: Sujeito Ser: 22 LÍNGUA PORTUGUESA É noite. (Período do dia) Eram duas horas da manhã. (Hora) OS VERBOS NO PREDICADO Em todo predicado existe necessariamente um verbo ou uma locução verbal. Para analisar a importância do verbo no predicado, devemos considerar dois grupos distintos: os verbos nocionais e os não nocionais. Os verbos nocionais são os que exprimem processos; em outras palavras, indicam ação, acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental: Acontecer – considerar – desejar – julgar – pensar – querer – suceder – chover – correr fazer – nascer – pretender – raciocinar Esses verbos são sempre núcleos dos predicados em que aparecem. Os verbos não nocionais exprimem estado; são mais conhecidos como verbos de ligação. Fazem parte desse grupo, entre outros: Ser – estar – permanecer – continuar – andar – persistir – virar – ficar – achar-se - acabar – tornar-se – passar (a) Os verbos não nocionais sempre fazem parte do predicado, mas não atuam como núcleos. Para perceber se um verbo é nocional ou não nocional, é necessário considerar o contexto em que é usado. Assim, na oração: Ela anda muito rápido. O verbo andar exprime uma ação, atuando como um verbo nocional. Já na oração: Ela anda triste. O verbo exprime um estado, atuando como verbo não nocional. Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora/ São nove horas) Hoje é (ou são) 15 de março. (Data) Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias. Estar: Está tarde. (Tempo) Está muito quente.(Temperatura) Fazer: Faz dois anos que não vejo meu pai. Tempo decorrido) Fez 39° C ontem. (Temperatura) Haver: Não a vejo há anos. (Tempo decorrido) Havia muitos alunos naquela aula.(Verbo Haver significando existir) Atenção: Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Devemos ter cuidado com os verbos fazer e haver usados impessoalmente: não é possível usá-los no plural. Por Exemplo: Faz muitos anos que nos conhecemos. Deve fazer dias quentes na Bahia. Predicação Verbal Veja outros exemplos: Há muitas pessoas interessadas na reunião. Chama-se predicação verbal ao resultado da ligação Houve muitas pessoas interessadas na reunião. que se estabelece entre o sujeito e o verbo e entre os verbos e Havia muitas pessoas interessadas na reunião. os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem ser Haverá muitas pessoas interessadas na reunião. intransitivos, transitivos ou de ligação. Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião. Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião. 1) Verbo Intransitivo É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem Predicado necessitar, portanto, de um outro termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita. Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Por Exemplo: Nele é obrigatória a presença de um verbo ou locução verbal. O avião caiu. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado também o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito completo. Se desejar, o falante pode acrescentar outras (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. informações, como: Veja alguns exemplos: local: O avião caiu sobre as casas da periferia. modo: O avião caiu lentamente. As mulheres compraram roupas novas tempo: O avião caiu no mês passado. Essas informações ampliam o significado do verbo, mas Predicado não são necessárias para que se compreenda a informação básica. Durante o ano, muitos alunos desistem do curso. Predicado 2) Verbo Transitivo É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrandose aos complementos, para adquirir sentido completo. Veja: Predicado A natureza é bela. S. Simples Predicado Predicado As crianças precisam de carinho. 23 LÍNGUA PORTUGUESA 1 anda = verbo intransitivo, expressa uma ação. 2 - O jovem anda preocupado. anda= verbo de ligação, expressa um estado. 2 1= Verbo Transitivo 2= Complemento Verbal (Objeto) Classificação do Predicado O verbo transitivo pode ser: Para o estudo do predicado, é necessário verificar se a)Transitivo Direto: é quando o complemento vem seu núcleo significativo está num nome ou num verbo. Além ligado ao verbo diretamente, sem preposição obrigatória. disso, devemos considerar se as palavras que formam o Por Exemplo: predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da Nós escutamos nossa música favorita. oração. Veja o exemplo abaixo: Os animais necessitam de cuidados especiais 1 Predicado Sujeito 1= Verbo Transitivo Direto O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem apresenta apenas uma que se refere ao sujeito: necessitam. ligado ao verbo indiretamente, com preposição obrigatória. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo Por Exemplo: (necessitar é, no caso, de algo), que assume, assim, o papel Eu gosto de sorvete. de núcleo significativo do predicado. Já em: A natureza é bela 2 Sujeito 2 = Verbo Transitivo Indireto de= preposição Predicado No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O verbo agora atua c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida como elemento de ligação entre sujeito e a palvra a ele no verbo transita para o complemento direta e indiretamente, ao relacionada. O núcleo do predicado é bela. Veja o próximo mesmo tempo. exemplo: Por Exemplo: Ela contou O dia tudo ao namorado. Sujeito 3 3= Verbo Transitivo Direto e Indireto a= preposição amanheceu ensolarado Predicado Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao sujeito: amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se 3) Verbo de Ligação É aquele que, expressando estado, liga características refere ao sujeito). O predicado apresenta, portanto, dois núcleos: amanheceu e ensolarado. ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) Tomando por base o núcleo do que está sendo certos tipos de relações. declarado, podemos reconhecer três tipos de predicado: verbal, O verbo e ligação pode expressar: nominal e verbo-nominal. a) estado permanente: ser, viver. Por Exemplo: Predicado Verbal Sandra é alegre. Sandra vive alegre. Apresenta as seguintes características: b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se a) Tem um verbo como núcleo; Por Exemplo: b) Não possui predicativo do sujeito; Mamãe está bem. c) Indica ação. Mamãe encontra-se bem. Por exemplo: c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se Eles revelaram toda a verdade para a filha. Por Exemplo: Júlia ficou brava. Predicado Verbal Júlia fez-se brava. d) continuidade de estado: continuar, permanecer Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o Por Exemplo: verbo seja significativo, isto é, que traga uma ideia de ação. Renato continua mal. Veja os exemplos abaixo: Renato permanece mal. O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou) e) estado aparente: parecer Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do Por Exemplo: predicado verbal = Chove) Marta parece melhor. Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu) Observação: a classificação do verbo quanto à A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal predicação deve ser feita de acordo com o contexto e não = demolida) isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação. Veja: 1 - O jovem anda devagar. 24 LÍNGUA PORTUGUESA Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o verbo demolir de ser o núcleo do predicado. Os alunos saíram da aula alegres. Predicado Verbo-Nominal O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo), que indica uma ação Predicado Nominal praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do sujeito no momento em que se Apresenta as seguintes características: a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como desenvolve o processo verbal. É importante observar que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros, núcleo; b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo um verbal e um nominal. Veja: Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres. do sujeito; c) Indica estado ou qualidade. Estrutura do Predicado Verbo-Nominal Por Exemplo: O predicado verbo-nominal pode ser formado de: Leonardo é competente. Predicado Nominal 1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligação. Os exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja: Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação) A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação) O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação) Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de ligação) Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do sujeito, virou = verbo de ligação) Por Exemplo: contente. Verbo Predicativo do Sujeito Intransitivo Sujeito 2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto Por Exemplo: deixou a mãe Verbo Transitivo Objeto Direto A despedida Sujeito aflita. Predicativo do Objeto 3 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Sujeito Por Exemplo: Os alunos cantaram emocionados Aquela canção. Predicativo do Sujeito É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por: a) Adjetivo ou locução adjetiva: Por Exemplo: O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo) Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva) b) Substantivo ou palavra substantivada: Por Exemplo: Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo) Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo substantivado) c) Pronome Substantivo: Por Exemplo: Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo) d) Numeral: Por Exemplo: Nós somos dez ao todo. (dez = numeral) partiu Joana Sujeito Verbo Predicativo do Transitivo Sujeito Objeto Direto Saiba que: Para perceber como os verbos participam da relação entre o objeto direto e seu predicativo, basta passar a oração para voz passiva. Veja: Voz Ativa: As mulheres Sujeito julgam Verbo Significativo os homens insensíveis. Objeto Direto Predicativo do Objeto Voz Passiva: Os homens são julgados insensíveis Pelas mulheres. Verbo Predicativo Significativo do Objeto O verbo julgar relaciona o complemento (os homens) com o predicativo (insensíveis). Essa relação se evidencia quando passamos a oração para a voz passiva. Observação: o predicativo do objeto normalmente se refere ao objeto direto. Ocorre predicativo do objeto indireto com o verbo chamar. Assim, vem precedido de preposição. Por Exemplo: Todos o chamam de irresponsável. Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.) Predicado Verbo-Nominal Apresenta as seguintes características: a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome; b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto; c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade. Por Exemplo: 25 LÍNGUA PORTUGUESA 3 - TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos. Exemplos: Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só Não desobedeço a meus pais. se completa com a presença de outros termos, chamados Objeto Indireto integrantes. São eles: complementos verbais (objeto direto e objeto indireto); Preciso de ajuda. (Preposição clara "de") complemento nominal; agente da passiva. Objeto Indireto Complementos Verbais Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles: Enviei-lhe um recado. (Enviei a ele - a preposição a está subentendida) 1) Objeto Direto É o termo que completa o sentido do verbo transitivo Obj.Indireto direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição. Por Exemplo: Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com Abri os braços ao vê-lo. Objeto Direto O objeto direto pode ser constituído: a) Por um substantivo ou expressão substantivada. Exemplos: O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável. b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Exemplos: Espero-o na minha festa. / Ela me ama. c) Por qualquer pronome substantivo. Exemplos: Não veio ninguém à aula hoje. / O menino que conheci está la fora. / Onde você leu isso? Atenção: Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer: - quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus. - quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a ele. - quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos. - para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega. Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega). Saiba que: Frequentemente, verbos intransitivos, podem aparecer como verbos transitivos diretos. Por Exemplo: A criança chorou lágrimas doídas pela perda da mãe. Objeto Direto crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra seguinte. Por Exemplo: Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo definido) Observações Gerais: a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que consiste na retomada do objeto por um pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque. Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto) A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto Indireto) b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto. Exemplos: Eu a encontrei no quarto. (OD) Vou avisá-lo.(OD) Eu lhe pagarei um sorvete.(OI) c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar sua função sintática, podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o uso da preposição for obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto. Por Exemplo: Roberto me viu na escola.(OD) Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o amigo na escola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto direto. Observe o próximo exemplo: João me telefonou.(OI) Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao amigo". A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto. 3) Complemento Nominal É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se a substantivos, 2) Objeto Indireto É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo adjetivos ou advérbios, sempre através de preposição. Exemplos: indireto. Vem sempre regido de preposição clara ou 26 LÍNGUA PORTUGUESA Cecília tem orgulho da filha. substantivo complemento nominal Ricardo estava consciente de tudo. adjetivo complemento nominal A professora agiu favoravelmente aos alunos. advérbio complemento nominal No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se de uma oração sem sujeito. O verbo anoiteceu é suficiente para transmitir a mensagem enunciada. Poderíamos, no entanto, ampliar a gama de informações contidas nessa frase: Por Exemplo: Suavemente anoiteceu na cidade. Saiba que: O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes ( substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente. A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias, circunstanciais, ligadas ao processo verbal: o modo como anoiteceu (suavemente) e o lugar onde anoiteceu (na cidade). A esses termos acessórios que indicam circunstâncias relativas ao processo verbal damos o nome de adjuntos adverbiais. Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco 4) Agente da Passiva mais a oração acima: É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo Por Exemplo: verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem regido Suavemente anoiteceu na deserta cidade do planalto. comumente da preposição "por" e eventualmente da preposição "de". Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, Por Exemplo: caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido. Trata-se de termos A vencedora foi escolhida pelos jurados. acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o Agente da Paciente Sujeito Verbo sentido. São chamados adjuntos adnominais. Voz Passiva Passiva Por último, analise a frase abaixo: Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o Fernando Pessoa era português. agente da passiva recebe o nome de sujeito. Veja: Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Os jurados escolheram a vencedora. Fernando Pessoa. Há ainda um predicativo do sujeito Sujeito Verbo Objeto Direto Voz (português) relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Ativa Trata-se, pois, de uma oração com predicado nominal. Note que a frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação. Outros exemplos: Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais um pouco o Joana é amada de muitos. conteúdo informativo. Veja: Sujeito Paciente Agente da Passiva Fernando Pessoa, o criador de poetas, era português. Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando Pessoa) há Essa situação já era conhecida de todos. um termo que explica, que enfatiza esse núcleo: o criador de Sujeito Paciente Agente da Passiva poetas. Esse termo é chamado de aposto. Observações: a) O agente da passiva pode ser expresso por substantivos ou pronomes. Por Exemplo: O solo foi umedecido pela Este livro foi escrito por mim. (pronome) chuva. Adjunto Adverbial É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um (substantivo) verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases abaixo: b) Embora o agente da passiva seja considerado um termo integrante, pode muitas vezes ser omitido. Eles se respeitam muito. Seu projeto é muito interessante. O time jogou muito mal. 4 - TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de Sobre os Termos Acessórios intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbal respeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, Existem termos que, apesar de dispensáveis na intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do estrutura básica da oração, são importantes para a predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o compreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas, advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo. esses termos: Veja o exemplo abaixo: - caracterizam o ser; Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. - determinam os substantivos; Os termos em destaque estão indicando as seguintes - exprimem circunstância. circunstâncias: São termos acesórios da oração: o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto. amanhã indica tempo; Vamos observar o exemplo: de bicicleta indica meio; Anoiteceu. àquela velha praça indica lugar. 27 LÍNGUA PORTUGUESA Fez tudo conforme o combinado. (ou segundo o Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos combinado) acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto Dúvida adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio e adjunto Por Exemplo: adverbial de lugar. Talvez seja melhor irmos mais tarde. O adjunto adverbial pode ser expresso por: 1) Advérbio: O balão caiu longe. Porventura, encontrariam a solução da crise? 2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar. Quiçá acertemos desta vez. 3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me. Observação: nem sempre é possível apontar com Fim, finalidade precisão a circunstância expressa por um adjunto Por Exemplo: adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de Ela vive para o amor. interpretação dão origem a orações sugestivas. Daniel estudou para o exame. Por Exemplo: Trabalho para o meu sustento. Entreguei-me calorosamente àquela causa. Viajei a negócio. Frequência Por Exemplo: Sempre aparecia por lá. Havia reuniões todos os dias. É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais. Instrumento Por Exemplo: Rodrigo fez o corte com a faca. O artista criava seus desenhos a lápis. Classificação do Adjunto Adverbial Listamos abaixo algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode exprimir. Não deixe de observar os exemplos. Intensidade Por Exemplo: A atleta corria bastante. O remédio é muito caro. Acréscimo Por Exemplo: Além da tristeza, sentia profundo cansaço. Afirmação Por Exemplo: Sim, realmente irei partir. Ele irá com certeza. Limite Por Exemplo: A menina andava correndo do quarto à sala. Lugar Assunto Por Exemplo: Por Exemplo: Nasci em Porto Alegre. Falávamos sobre futebol. (ou de futebol, ou a respeito Estou em casa. de futebol). Vive nas montanhas. Causa Viajou para o litoral. Por Exemplo: "Há, em cada canto de minh’alma, um altar a um Deus Com o calor, o poço secou. diferente." (Álvaro de Campos) Não comentamos nada por discrição. O menor trabalha por necessidade. Matéria Por Exemplo: Companhia Compunha-se de substâncias estranhas. Por Exemplo: Era feito de aço. Fui ao cinema com sua prima. Com quem você saiu? Meio Sempre contigo irei estar. Por Exemplo: Fui de avião. Concessão Viajei de trem. Por Exemplo: Enriqueceram mediante fraude. Apesar do estado precário do gramado, o jogo foi Modo ótimo. Condição Por Exemplo: Por Exemplo: Foram recrutados a dedo. Sem minha autorização, você não irá. Fiquem à vontade. Sem erros, não há acertos. Esperava tranquilamente o momento decisivo. Conformidade Por Exemplo: Negação Por Exemplo: 28 LÍNGUA PORTUGUESA Não há erros em seu trabalho. Não aceitarei a proposta em hipótese alguma. ao objeto por intermédio de um verbo. Portanto, se substituirmos o núcleo do objeto por um pronome, o predicativo permanecerá na oração, pois é um termo que se Preço refere ao objeto, mas não faz parte dele. Observe: Por Exemplo: Sua atitude deixou os amigos perplexos. As casas estão sendo vendidas a preços muito altos. Nessa oração, perplexos é predicativo do objeto direto (seus amigos). Se substituíssemos esse objeto direto Substituição ou troca por um pronome pessoal, obteríamos: Por Exemplo: Sua atitude deixou-os perplexos. Abandonou suas convicções por privilégios Note que perplexos se refere ao objeto, mas não faz econômicos. parte dele. Tempo Por Exemplo: O escritório permanece aberto das 8h às 18h. Beto e Mara se casarão em junho. Ontem à tarde encontrou um velho amigo. Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal É comum confundir o adjunto adnominal na forma de locução adjetiva com complemento nominal. Para evitar que isso ocorra, considere o seguinte: a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Assim, fica claro que o termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não houver preposição ligando os termos, será um adjunto adnominal. b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo. Observe os exemplos: Exemplo 1 : Camila tem muito amor à mãe. A expressão "à mãe" classifica-se como complemento nominal, pois mãe é paciente de amar, recebe a ação de amar. Adjunto Adnominal É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui função adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir: O poeta inovador enviou dois longos trabalhos Sujeito Núcleo do Predicado Verbal Objeto Direto ao seu amigo de infância. Objeto Indireto Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada Exemplo 2 : Vera é um amor de mãe. um desses substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais: A expressão "de mãe" classifica-se como adjunto o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta; o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao adnominal, pois mãe é agente de amar, pratica a ação de amar. substantivo trabalhos; Aposto o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução Aposto é um termo que se junta a outro de valor adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo. substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo Observe como os adjuntos adnominais se prendem melhor. Vem separado dos demais termos da oração por diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer vírgula, dois-pontos ou travessão. Por Exemplo: participação do verbo. Isso é facilmente notável quando Ontem, Segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça. substituímos um substantivo por um pronome: todos os adjuntos Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo adnominais que estão ao redor do substantivo têm de ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao acompanhá-lo nessa substituição. termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja: Por Exemplo: Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça. O notável poeta português deixou uma obra originalíssima. Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos: Segunda-feira assume a função de adjunto adverbial de Ele deixou uma obra originalíssima. tempo. As palavras "o", notável e português tiveram de Veja outro exemplo: acompanhar o substantivo poeta, por se tratar de adjuntos adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a. Veja: rock, blues, Aprecio todos os tipos de música: MPB, O notável poeta português deixou-a. chorinho, samba, etc. Saiba que: Aposto do Objeto Direto Objeto Direto A percepção de que o adjunto adnominal é sempre parte de um outro termo sintático que tem como núcleo um Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a substantivo é importante para diferenciá-lo do predicativo do objeto. O predicativo do objeto é um termo que se liga exercer essa função: 29 LÍNGUA PORTUGUESA Observações: 1) Os apostos, em geral, detacam-se por pausas, Objeto Direto indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não haverá vírgulas. Por Exemplo: Obs.: o termo a que o aposto se refere pode Acabo de ler o romance A moreninha. desempenhar qualquer função sintática (inclusive a de aposto). 2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões explicativas do tipo: a saber, isto é, por exemplo, etc. Por Exemplo: Por Exemplo: Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina Alguns alunos, a saber, Marcos, Rafael e Bianca não levada. entraram na sala de aula após o recreio. Analisando a oração, temos: Aprecio MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc. pai de Marina = aposto do objeto direto patrão. menina levada = aposto de Marina. 3) O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere. Por Exemplo: Código universal, a música não tem fronteiras. Classificação do Aposto De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado em: 4) O aposto que se refere ao objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial pode aparecer a) Explicativo: A Ecologia, ciência que investiga as relações dos precedido de preposição. Por Exemplo: seres vivos entre si e com o meio em que vivem, adquiriu Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com grande destaque no mundo atual. o ingresso na universidade, com as felicitações. b) Enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação. Vocativo Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao c) Resumidor ou Recapitulativo: sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Por seu tudo isso está na base de um país melhor. caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso. Veja os exemplos: d) Comparativo: Não fale tão alto, Rita! Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por Vocativo muito tempo na baía anoitecida. Senhor presidente, queremos nossos direitos! Vocativo e) Distributivo: A vida, minha amada, é feita de escolhas. Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes Vocativo escritores, aquele na poesia e este na prosa. Nessas orações, os termos destacados são vocativos: f) Aposto de Oração: indicam e nomeiam o interlocutor a que se está dirigindo a Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico. palavra. Além desses, há o aposto especificativo, que difere Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc. (vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele Por Exemplo: diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões. pausa na entonação da frase: Olá professora, a senhora está muito elegante hoje! Eh! Gente, temos que estudar mais. Por Exemplo: O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda. A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco. Distinção entre Vocativo e Aposto - O vocativo não mantém relação sintática com outro termo da oração. Por Exemplo: Atenção: Crianças, vamos entrar. Para não confundir o aposto de especificação com Vocativo adjunto adnominal, observe a seguinte frase: - O aposto mantém relação sintática com outro termo da A obra de Camões é símbolo da cultura portuguesa. oração. Nessa oração, o termo em destaque tem a função de Por Exemplo: adjetivo: a obra camoniana. É, portanto, um adjunto A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada. adnominal. Sujeito Aposto 30 LÍNGUA PORTUGUESA As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista Coordenação e Subordinação Quando um período é simples, a oração de que é sintático, uma não depende da outra. A essas orações independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que constituído recebe o nome de oração absoluta. podem ser assindéticas ou sindéticas. Por Exemplo: A conexão entre as duas primeiras é feita A menina comprou chocolate. exclusivamente por uma pausa, representada na escrita por Quando um período é composto, ele pode apresentar uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da os seguintes esquemas de formação: conjunção "e". As orações coordenadas que se ligam umas às a) Composto por Coordenação: ocorre quando é outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas constituído apenas de orações independentes, coordenadas assindéticas. É o caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se as cortinas". As orações coordenadas introduzidas por uma entre si, mas sem nenhuma dependência sintática. conjunção são chamadas sindéticas. No exemplo acima, a Por Exemplo: oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é Saímos de manhã e voltamos à noite. introduzida pela conjunção coordenativa "e". b) Composto por Subordinação: ocorre quando é Obs.: a classificação de uma oração coordenada leva constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra em conta fundamentalmente o aspecto lógico-semântico da relação que se estabelece entre as orações. (Principal). Por Exemplo: Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas Não fui à aula porque estava doente. ANALISE DO PERIODO COMPOSTO Oração Principal Oração Subordinada De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. e subordinadas. a) Aditivas Por Exemplo: Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos Fui à escola e busquei minha irmã que estava dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas esperando. típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas. Oração Oração Oração Por Exemplo: Coordenada Coordenada Subordinada Discutimos várias propostas e analisamos possíveis Obs.: qualquer oração (coordenada ou soluções. subordinada) será ao mesmo tempo principal, se houver outra que dela dependa. As orações sindéticas aditivas podem também estar Por Exemplo: ligadas pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser Fui ao mercado e comprei os produtos que estavam faltando. usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja: Oração Chico Buarque não só canta, mas também (ou como Coordenada (2) Oração também) compõe muito bem. (Com relação à Oração Coordenada Não só provocaram graves problemas, mas (também) 1ª.) e Oração Subordinada (3) (1) abandonaram os projetos de reestruturação social do país. Principal (Com relação à 3ª.) Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "e PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO nem" para introduzir orações aditivas. Por Exemplo: Já sabemos que num período composto por Não discutimos várias propostas, nem (= e não) coordenação as orações são independentes e sintaticamente analisamos quaisquer soluções. equivalentes. b) Adversativas Observe: Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o declara na oração coordenada anterior, estabelecendo espetáculo. contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa O período é composto de três orações: típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, As luzes apagam-se; entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada abrem-se as cortinas; começa o espetáculo. 31 LÍNGUA PORTUGUESA obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas. Veja os exemplos: "O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar) O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria. Tens razão, contudo controle-se. Janaína gostava de cantar, todavia não agradava. O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória. Saiba que: - Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que possuem sujeitos diferentes. Por Exemplo: Deus cura, e o médico manda a conta. Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar um contraste. Observe que equivale a uma frase do tipo: "Quem cura é Deus, mas é o médico quem cobra a conta!" - A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo. Por Exemplo: Camila era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta. c) Alternativas Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregamse também os pares: ora...ora, já...já, quer...quer..., seja...seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas. Exemplos: Diga agora ou cale-se para sempre. Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza. Estarei lá, quer você permita, quer você não permita. Exemplos: Vou embora, que cansei de esperá-lo. Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro. Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário. Atenção: Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas adverbiais causais. Observe a diferença entre elas: - Orações Coordenadas Explicativas: caracterizamse por fornecer um motivo, explicando a oração anterior. Por Exemplo: A criança devia estar doente, porque chorava muito. (O choro da criança não poderia ser a causa de sua doença.) - Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato. Por Exemplo: Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do emprego é a causa da tristeza de Henrique.) Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Classificação das Orações Subordinadas As orações subordinadas dividem-se em três grupos, de acordo com a função sintática que desempenham e a classe de palavras a que equivalem. Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Para notar as diferenças que existem entre esses três tipos de orações, tome como base a análise do período abaixo: Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele. Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na verdade, Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na terminação expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como verbal da palavra "percebi". "A profundidade das palavras disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá". dele" é objeto direto da forma verbal "percebi". O núcleo do objeto direto é "profundidade". Subordinam-se ao núcleo d) Conclusivas Exprimem conclusão ou consequência referentes à desse objeto os adjuntos adnominais "a" e "das palavras dele oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e ". No adjunto adnominal "das palavras dele", o núcleo é o pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por substantivo "palavras", ao qual se prendem os adjuntos isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. adnominais "as" e "dele". "Só depois disso" é adjunto adverbial de tempo. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas. É possível transformar a expressão "a profundidade Exemplos: das palavras dele", objeto direto, em oração. Observe: Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar. A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir Só depois disso percebi que as palavras dele eram cuidadosamente. profundas. O time venceu, por isso está classificado. Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente. Nesse período composto, o complemento da forma verbal "percebi" é a oração "que as palavras dele eram e) Explicativas profundas". Ocorre aqui um período composto por Indicam uma justificativa ou uma explicação referente subordinação, em que uma oração desempenha a função de ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que objeto direto do verbo da outra oração. O objeto direto é uma merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente função substantiva da oração, ou seja, é função anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas desempenhada por substantivos e palavras de valor sindéticas explicativas. substantivo. É por isso que a oração subordinada que 32 LÍNGUA PORTUGUESA desempenha esse papel é chamada de oração subordinada 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS substantiva. A oração subordinada substantiva tem valor de Pode-se também modificar o período simples original substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção transformando em oração o adjunto adnominal do núcleo do integrante (que, se). objeto direto, "profundidade". Observe: Por Exemplo: Só depois disso percebi a "profundidade" que as palavras dele continham. Suponho que você foi à biblioteca hoje. Oração Subordinada Nesse período, o adjunto adnominal de "profundidade" Substantiva passa a ser a oração "que as palavras dele continham". O adjunto adnominal é uma função adjetiva da oração, ou seja, é Você sabe se o presidente já chegou? função exercida por adjetivos, locuções adjetivas e outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são chamadas de Oração Subordinada subordinadas adjetivas as orações que, nos períodos Substantiva compostos por subordinação, atuam como adjuntos adnominais de termos das orações principais. Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também Outra modificação que podemos fazer no período introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como simples original é a transformação do adjunto adverbial de os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja tempo em uma oração. Observe: os exemplos: O garoto perguntou Só quando caí em mim, percebi a profundidade das palavras dele. qual era o telefone da moça. Oração Subordinada Substantiva Nesse período composto, "Só quando caí em mim" é Não sabemos por que a vizinha se mudou. uma oração que atua como adjunto adverbial de tempo do verbo da outra oração. O adjunto adverbial é uma função Oração Subordinada Substantiva adverbial da oração, ou seja, é função exercida por advérbios e locuções adverbiais. Portanto, são chamadas de subordinadas Classificação das Orações Subordinadas adverbiais as orações que, num período composto por Substantivas subordinação, atuam como adjuntos adverbiais do verbo da De acordo com a função que exerce no período, a oração principal. oração subordinada substantiva pode ser: a) Subjetiva Forma das Orações Subordinadas É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. Observe: Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes: É fundamental o seu comparecimento à reunião. "Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto." Sujeito Oração Principal Oração Subordinada Observe que na Oração Subordinada temos o verbo É fundamental que você compareça à reunião. "existe", que está conjugado na terceira pessoa do singular do Oração Subordinada presente do indicativo. As orações subordinadas que Oração Principal Substantiva Subjetiva apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de Atenção: orações desenvolvidas ou explícitas. Observe que a oração subordinada substantiva pode Podemos modificar o período acima. Veja: ser substituída pelo pronome " isso". Assim, temos um Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. período simples: Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental. Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto". Note que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou não , gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introduzidas por preposição. Sujeito Dessa forma, a oração correspondente a "isso" exercerá a função de sujeito. Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal: 1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado Por Exemplo: É bom que você compareça à minha festa. 33 LÍNGUA PORTUGUESA 2- Expressões na voz passiva, como: transformar as orações reduzidas em orações Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - desenvolvidas: É sabido - Foi anunciado - Ficou provado Deixe que eu repouse. Mandei que eles saíssem. Por Exemplo: Ouvi que ele gritava. Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. Nas orações desenvolvidas, os pronomes oblíquos foram substituídos pelas formas retas correspondentes. É 3- Verbos como: fácil compreender agora que se trata, efetivamente, dos convir - cumprir - constar - admirar - importar - sujeitos das formas verbais das orações subordinadas. ocorrer - acontecer Por Exemplo: c) Objetiva Indireta Convém que não se atrase na entrevista. A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua Obs.: quando a oração subordinada substantiva é como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. precedida de preposição. pessoa do singular. Por Exemplo: b) Objetiva Direta Meu pai insiste em meu estudo. A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce Objeto Indireto função de objeto direto do verbo da oração principal. Por Exemplo: Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso) Todos querem sua aprovação no vestibular. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Objeto Direto Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração. Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem Por Exemplo: isso) Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Objetiva Direta d) Completiva Nominal A oração subordinada substantiva completiva nominal As orações subordinadas substantivas objetivas diretas completa um nome que pertence à oração principal e também desenvolvidas são iniciadas por: vem marcada por preposição. Por Exemplo: 1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e Sentimos orgulho de seu comportamento. "se": Complemento Nominal Por Exemplo: A professora verificou se todos alunos estavam Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos presentes. orgulho disso.) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal 2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às Lembre-se: vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Observe que as orações subordinadas substantivas Por Exemplo: objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, O pessoal queria saber quem era o dono do carro enquanto que orações subordinadas substantivas importado. completivas nominais integram o sentido de um nome. Para 3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às distinguir uma da outra, é necessário levar em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre o vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro Por Exemplo: complementa um verbo, o segundo, um nome. Eu não sei por que ela fez isso. Orações Especiais Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos) e ver, sentir, ouvir, perceber (chamados auxiliares sensitivos) ocorre um tipo interessante de oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Observe: Deixe-me repousar. Mandei-os sair. Ouvi-o gritar. Nesses casos, as orações destacadas são todas objetivas diretas reduzidas de infinitivo. E, o que é mais interesante, os pronomes oblíquos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais. Essa é a única situação da língua portuguesa em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito. Para perceber melhor o que ocorre, convém e) Predicativa A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser. Por Exemplo: Nosso desejo era sua desistência. Predicativo do Sujeito Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso.) Oração Subordinada Substantiva Predicativa Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva "de" para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem na prova. 34 LÍNGUA PORTUGUESA f) Apositiva A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de aposto de algum termo da oração principal. Por Exemplo: Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento. Aposto (Fernanda tinha um grande sonho: isso.) Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento chegasse. Oração Subordinada Substantiva Apositiva introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). Por Exemplo: Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo "que" e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. Saiba mais: Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Apesar de a NGB não fazer referência, podem ser incluídas como orações subordinadas substantivas aquelas Na relação que estabelecem com o termo que que funcionam como agente da passiva iniciadas por "de" caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar ou "por" , + pronome indefinido. Veja os exemplos: de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou O presente será dado por quem o comprou. especificam o sentido do termo a que se referem, O espetáculo foi apreciado por quantos o assistiram. individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas . Existem 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS também orações que realçam um detalhe ou amplificam dados Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a explicativas. função de adjunto adnominal do antecedente. Observe o exemplo: Exemplo 1: Esta foi uma redação bem-sucedida. Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal) homem que passava naquele momento. Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo Oração Subordinada Adjetiva Restritiva adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra "homem": trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de redação que fez sucesso. homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim Oração Subordinada Adjetiva àquele que estava passando naquele momento. Exemplo 2: Perceba que a conexão entre a oração subordinada O homem, que se considera racional, muitas vezes adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita age animalescamente. pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função Oração Subordinada Adjetiva Explicativa sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede. Nesse período, a oração em destaque não tem sentido Obs.: para que dois períodos se unam num período restritivo em relação a palavra "homem": na verdade, essa composto, altera-se o modo verbal da segunda oração. oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de "homem". Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o Saiba que: pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por: A oração subordinada adjetiva explicativa é o qual - a qual - os quais -as quais separada da oração principal por uma pausa, que, na Por Exemplo: escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que Refiro-me ao aluno que é estudioso. a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as Essa oração é equivalente a: orações explicativas das restritivas: de fato, as explicativas Refiro-me ao aluno o qual estuda. vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. Veja: Esta foi uma Oração Principal Forma das Orações Subordinadas Adjetivas Obs.: ao redigir um período escrito por outrem, é necessário levar em conta as diferenças de significado que as orações restritivas e as explicativas implicam. Em muitos casos, a oração subordinada adjetiva será explicativa ou restritiva de acordo com o que se pretende dizer. Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser 35 LÍNGUA PORTUGUESA Exemplo 1: d) Complemento Nominal: Estas são as informações de Mandei um telegrama para meu irmão que mora em que ele tem necessidade. Roma. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos: No período acima, podemos afirmar com segurança que Estas são as informações. a pessoa que fala ou escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um Ele tem necessidade das informações (= de que) que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A palavra Complemento nominal "irmão", no caso, precisa ter seu sentido limitado, ou seja, é preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se uma oração e) Predicativo do Sujeito: Você é o professor que subordinada adjetiva restritiva. muitos querem ser. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos: Você é o professor. Exemplo 2: Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Muitos querem ser o professor (= que) Roma. Predicativo do Sujeito Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem apenas um irmão, o qual mora f) Agente da Passiva: Este é o animal por que fui em Roma. A informação de que o irmão more em Roma não é atacado. uma particularidade, ou seja, não é um elemento identificador, Substituindo o pronome pelo antecedente, temos: diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar. Este é o animal. Observações: Fui atacado pelo animal (= por que) As orações subordinadas adjetivas podem: Agente da Passiva a) Vir coordenadas entre si; Por Exemplo: É uma realidade que degrada e assusta a sociedade. e = conjunção g) Adjunto Adverbial: O acidente ocorreu no dia em que eles chegaram. (adjunto adverbial de tempo). Substituindo o pronome pelo antecedente, temos: O acidente ocorreu no dia b) Ter um pronome como antecedente. Eles chegaram no dia. (= em que) Por Exemplo: Adjunto Adverbial de Tempo Não sei o que vou almoçar. o = antecedente Observação: que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva Através dos exemplos citados, percebe-se que o Restritiva pronome relativo deve ser precedido de preposição apropriada de acordo com a função que exerce. Na língua Emprego e Função dos Pronomes Relativos escrita formal, é sempre recomendável esse cuidado. O estudo das orações subordinadas adjetivas está 2) Pronome Relativo QUEM profundamente ligado ao emprego dos pronomes relativos. Por O pronome relativo "quem" refere-se a pessoas ou isso, vamos aprofundar nosso conhecimento acerca desses coisas personificadas, no singular ou no plural. É sempre pronomes. precedido de preposição, podendo exercer diversas funções sintáticas. Observe os exemplos: 1) Pronome Relativo QUE a) Objeto Direto Preposicionado: Clarice, a quem admiro O pronome relativo "que" é chamado relativo muito, influenciou-me profundamente. universal, pois seu emprego é extremamente amplo. Esse b) Objeto Indireto: Este é o jogador a quem me refiro pronome pode ser usado para substituir pessoa ou coisa, que sempre. estejam no singular ou no plural. Sintaticamente, o relativo c) Complemento Nominal: Este é o jogador a quem "que" pode desempenhar várias funções: sempre faço referência. a) Sujeito: Eis os artistas que representarão o nosso d) Agente da Passiva: O médico por quem fomos país. assistidos é um dos mais renomados especialistas. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos: e) Adjunto Adverbial: A mulher com quem ele mora é grega. Eis os artistas. Os artistas (= que) representarão o nosso país. Sujeito b) Objeto Direto: Trouxe o documento que você pediu. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos: Trouxe o documento Você pediu o documento (= que) Objeto Direto c) Objeto Indireto: Eis o caderno de que preciso. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos: Eis o caderno. Preciso do caderno (= de que) Objeto Indireto 3) Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s) "Cujo" e sua flexões equivalem a "de que", "do qual" (ou suas flexões "da qual", "dos quais", "das quais"), "de quem". Estabelecem normalmente relação de posse entre o antecedente e o termo que especificam, atuando na maior parte das vezes como adjunto adnominal e em algumas construções como complemento nominal. Veja: a) Adjunto Adnominal: Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações sejam essencialmente materiais. (Não consigo conviver com pessoas / As aspirações dessas pessoas são essencialmente materiais). 36 LÍNGUA PORTUGUESA b) Complemento Nominal: Tente examinar todos quantos comparecerem ao O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos consultório. (Sujeito) Comeu tudo quanto queria. (Objeto Direto) tristes anos da ditadura. (cuja leitura = a leitura do livro) b) Como e quando: exprimem noções de modo e tempo, respectivamente. Atuam, portanto, como adjuntos Atenção: Não utilize artigo definido depois do pronome cujo. adverbiais de modo e de tempo. Exemplos: É estranho o modo como ele me trata. São erradas construções como: É a hora quando o sol começa a deitar-se "A mulher cuja a casa foi invadida..." ou "O garoto, cujo o tio é professor..." Forma correta: "cuja casa" ou "cujo tio". 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. 4) Pronome Relativo O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS "O qual"," a qual"," os quais" e "as quais" são usados com referência a pessoa ou coisa. Desempenham as mesmas funções que o pronome "que"; seu uso, entretanto, é bem menos frequente e tem se limitado aos casos em que é necessário para evitar ambiguidade. Por Exemplo: Existem dias e noites, às quais se dedica o repouso e a intimidade. O uso de às quais permite deixar claro que nos estamos referindo apenas às noites. Se usássemos a que, não poderíamos impor essa restrição. Observe esses dois exemplos: a) Sujeito: Conhecemos uma das irmãs de Pedro, a qual trabalha na Alemanha. Nesse caso, o relativo a qual também evita ambiguidade. Se fosse usado o relativo que, não seria possível determinar quem trabalha na Alemanha. b) Adjunto Adverbial: Não deixo de cuidar da grama, sobre a qual às vezes gosto de um bom cochilo. A preposição sobre, dissilábica, tende a exigir o relativo sob as formas " o / a qual", "os / as quais", rejeitando a forma "que". Por Exemplo: Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. Oração Subordinada Adverbial Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indicam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão da circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo: Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida. Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida. No primeiro período, "naquele momento" é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal "senti". No segundo período, essse papel é exercido pela oração "Quando vi a estátua", que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo ("vi", do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se: Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida. A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas nominais do verbo ("ver" no infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição ("a", combinada com o artigo "o"). Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração. 5) Pronome Relativo ONDE O pronome relativo "onde" aparece apenas no período composto, para substituir um termo da oração principal numa oração subordinada. Por essa razão, em um período como "Onde você nasceu?", por exemplo, não é possível pensar em pronome relativo: o período é simples, e nesse caso, "onde" é advérbio interrogativo. Na língua culta, escrita ou falada, "onde" deve ser limitado aos casos em que há indicação de lugar físico, espacial. Quando não houver essa indicação, deve-se preferir o uso de em que, no qual (e suas flexões na qual, nos quais, nas quais) e nos casos da ideia de causa / efeito ou de conclusão. Por Exemplo: Quero uma cidade tranquila, onde possa passar alguns Circunstâncias Expressas pelas Orações dias em paz. Subordinadas Adverbiais Vivemos uma época muito difícil, em que (na qual) a violência gratuita impera. a) Causa A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que 6) Pronome Relativo QUANTO, COMO, QUANDO provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na a) Quanto, quantos e quantas: são pronomes relativos oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um que seguem os pronomes indefinidos "tudo", "todos" ou acontecimento". "todas". Atuam principalmente como sujeito e objeto direto. Veja os exemplos: 37 LÍNGUA PORTUGUESA Observe este exemplo: Só irei se ele for. Outras conjunções e locuções causais: como (sempre A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois só se realizará caso essa condição for satisfeita. que, já que, uma vez que, visto que. Exemplos: Compare agora com: As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Irei mesmo que ele não vá. Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei a não ser cancelá-lo. de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração Já que você não vai, eu também não vou. destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre consultado. (reduzida de infinitivo) Observe outros exemplos: Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE b) Consequência As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Embora fizesse calor, levei agasalho. Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem do mercado de consumo. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo) e) Comparação As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal. Exemplos: Principal É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa COMO conjunção subordinativa comparativa: dor.) Por Exemplo: Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou Ele dorme como um urso. concretizando-os. Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas Não consigo ver televisão sem bocejar. (reduzida de infinitivo) que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo. tão...como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os exemplos: c) Condição Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua Condição é aquilo que se impõe como necessário para a inteligência realização ou não de um fato. As orações subordinadas O orador foi mais brilhante do que profundo. adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer Saiba que: para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na É comum a omissão do verbo nas orações oração principal. subordinadas adverbiais comparativas. Principal conjunção subordinativa condicional: SE Por exemplo: Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, Agem como crianças. (agem) desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, Oração Subordinada Adverbial Comparativa sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). No entanto, quando se comparam ações diferentes, Exemplos: isso não ocorre. Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação certamente o melhor time será campeão. do verbo falar e do verbo fazer). Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato. f) Conformidade Caso você se case, convide-me para a festa. As orações subordinadas adverbiais conformativas Não saia sem que eu permita. indicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o um modelo adotado para a execução do que se declara na professor não os teria punido. (oração reduzida de gerúndio) oração principal. Principal conjunção subordinativa conformativa: d) Concessão As orações subordinadas adverbiais concessivas CONFORME indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto Outras conjunções conformativas: como, consoante e é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de segundo (todas com o mesmo valor de conforme). Exemplos: expectativa. Fiz o bolo conforme ensina a receita. Principal conjunção subordinativa concessiva: Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos EMBORA iguais. Utiliza-se também a conjução: conquanto e as locuções Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto campeão mundial de má distribuição de renda. que, apesar de que. 38 LÍNGUA PORTUGUESA g) Finalidade PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E As orações subordinadas adverbiais finais indicam a SUBORDINAÇÃO intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. Num período podem aparecer orações que se relacionam através da coordenação e da subordinação. Assim, Principal conjunção subordinativa final: A FIM tem-se um período misto. DE QUE Por Exemplo: Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a O atleta entrou na piscina e pediu que todos locução conjuntiva para que. saíssem. Por Exemplo: Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. 1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse. 1ª Oração: Oração Coordenada Assindética h) Proporção 2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em As orações subordinadas adverbiais proporcionais relação à 1ª oração) e Oração Principal (em relação à 3ª exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao oração). expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva proporcional: À PROPORÇÃO QUE subordinativa 3ª Oração: Oração Coordenada Substantiva Objetiva Direta em relação à 2ª Oração. Observe outro exemplo: Eram alunas que tiravam boas notas, mas não estudavam. 1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração 1ª Oração: Oração Principal 2ª Oração: Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...(mais) quanto menos...(menos). Exemplos: 3ª Oração: Oração Coordenada Sindética Adversativa À proporção que estudávamos, acertávamos mais (em relação à 2ª oração) e Oração Subordinada Adjetiva questões. Restritiva (em relação à 1ª oração). Visito meus amigos à medida que eles me convidam. Quanto maior for a altura, maior será o tombo. ORAÇÕES REDUZIDAS Lembre-se: Sobre as Orações Reduzidas Observe as frases abaixo: À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser substituída por "à proporção que". Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido deve ser usada. Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar. Ouvimos uma criança chorando na praça. Comprada a casa, a família mudou-se. Por Exemplo: Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto. Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”. Veja que as orações em destaque não são introduzidas por conjunção. Além disso, os verbos estão em suas formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). As orações que apresentam essa forma recebem o nome de Orações Reduzidas. Para reconhecer mais facilmente o tipo de oração que está sob a forma reduzida, podemos desenvolvê-la da seguinte maneira: 1) Substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo do indicativo ou do subjuntivo; 2) Inicia-se a oração com um conectivo adequado (conjunção ou pronome relativo), de modo que apenas a forma da frase seja alterada, e não o seu sentido. Observe agora como seria o desenvolvimento das orações já vistas: i) Tempo As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar. etc. Forma Desenvolvida: quando terminar a prova, todo Exemplos: candidato deve aguardar. Quando você foi embora, chegaram outros convidados. Análise da Oração: oração subordinada adverbial Sempre que ele vem, ocorrem problemas. temporal reduzida de infinitivo. Mal você saiu, ela chegou. Ouvimos uma criança chorando na praça. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (oração reduzida de particípio) Forma Desenvolvida: ouvimos uma criança que chorava na praça. 39 LÍNGUA PORTUGUESA c) Concessivas: Embora cozinhando diariamente, o Análise da Oração: oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio. almoço não ficou bom. d) Condicionais: Querendo uma amiga para conversar, Comprada a casa, a família mudou-se. conte comigo. Forma Desenvolvida: Assim que comprou a casa, a família mudou-se. 3 -Coordenadas Aditivas Análise da Oração: oração subordinada adverbial Organizou os presentes, entregando-os às crianças temporal reduzida de particípio. carentes. Obs.: dependendo do contexto, as orações reduzidas podem permitir mais de um tipo de desenvolvimento. Orações Reduzidas de Particípio Podem ser: Orações Reduzidas Fixas Esteja atento às orações reduzidas fixas, pois não são 1 -Subordinadas Adjetivas passíveis de desdobramento. As orações subordinadas adjetivas podem ser Exemplos: consideradas simples adjuntos adnominais. Veja o exemplo: Tenho muita vontade de comprar este vestido. Os documentos trazidos pela secretária serão Este homem enriqueceu vendendo pastéis. arquivados. Orações Reduzidas de Infinitivo Podem ser: 2 -Subordinadas Adverbiais a) Causais: Assustado com a situação, liguei para a 1 -Subordinadas Substantivas polícia. a) Subjetivas: Não é conveniente comprar todos estes b) Concessivas: Mesmo cansado, tentou cumprir os materiais. compromissos. b) Objetivas Diretas: Quanto ao José, dizem ter viajado c) Condicionais: Desvendado este mistério, o problema para a Europa. será resolvido. c) Objetivas Indiretas: O sucesso da tua carreira d)Temporais: Terminada a palestra, alunos e depende de teres dedicação. professores aplaudiram. d) Predicativas: A única alternativa é estudarmos no Obsevação: o infinitivo, o gerúndio e o particípio não exterior. constituem orações reduzidas quando fazem parte de uma e) Completivas Nominais: Jorge tinha grande locução verbal. necessidade de passar no concurso. Exemplos: f) Apositivas: Diante deste vexame, só nos resta uma Preciso estudar mais este semestre. saída: ficarmos calados. Os palhaços estão divertindo as crianças. A viagem foi cancelada pela agência. 2 -Subordinadas Adjetivas Quando saí de casa, encontrei o vizinho a tropeçar no ESTUDO COMPLEMENTAR DO PERÍODO meio da rua. COMPOSTO 3 -Subordinadas Adverbiais Sobre o Período Composto a) Causais: Não te procurei novamente por encontrarNo período composto, podemos encontrar: me doente. a) Orações subordinadas justapostas (sem conectivo): b) Concessivas: Apesar de ter chorado, sorriu a todos Por Exemplo: os convidados. Ana e Gustavo já se conheciam, mostravam-se muito c) Consecutivas: O professor se atrasou tanto a ponto amigos. de não termos aula naquele período. b) Orações cujo verbo encontra-se elíptico d) Condicionais: Meus filhos não ganham sobremesa (subentendido): sem almoçar direito. Por Exemplo: e) Finais: Estamos aqui para convidá-la para nossa O candidato promete que, se eleito, transformará o país. festa. c) Orações intercaladas ou interferentes: f) Temporais: Ao rever o amigo, deu-lhe um longo São sintaticamente independentes, se interpõem a abraço. outras orações expressando uma ressalva, um comentário ou uma opinião. Podem vir de forma intercalada em apenas uma Orações Reduzidas de Gerúndio oração ou ainda no meio de outras. Podem ser: Exemplos: No dia da nossa formatura - como me lembro bem! 1- Subordinadas Adjetivas todos estavam deslumbrantes. Encontramos alguns turistas andando perdidos pelo Este ano, disse a torcedora, o prêmio é do Brasil! centro da cidade. Nenhum destes artistas, que eu saiba, gosta de dar autógrafos. 2 -Subordinadas Adverbiais Caso não me emprestasse os livros (Devo ter comprado a) Temporais: Retornando ao museu, avise-me. aproximadamente dez já) estaria muito chateada. b) Causais: Notando seu desânimo, pensei em outra hipótese. 40 LÍNGUA PORTUGUESA Cerca de mil pessoas participaram da manifestação. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olímpíadas. Concordância Verbal e Nominal Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar Observe: a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é As crianças estão animadas. obrigatório: Crianças animadas. Por Exemplo: Mais de um colega se ofenderam na tumultuada No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na discussão de ontem. (ofenderam um ao outro) terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está 3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. flexões de pessoa, número e gênero se correspondem. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA Exemplos: Concordância é a correspondência de flexão entre dois Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade termos, podendo ser verbal ou nominal. econômica do mundo. Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela CONCORDÂNCIA VERBAL pobreza da população. Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com As Minas Gerais são inesquecíveis. seu sujeito. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. a) Sujeito Simples Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha. Regra Geral O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em 4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou número e pessoa. Veja os exemplos: indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, A orquestra tocou uma valsa longa. quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo 3ª p. Singular 3ª p. Singular pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa Os pares que rodeavam a nós dançavam bem. do plural) ou com o pronome pessoal. Veja: 3ª p. Plural 3ª p. Plural Quais de nós são / somos capazes? Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras. Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia. Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular. Por Exemplo: Qual de nós é capaz? Algum de vós fez isso. Casos Particulares Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir. 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Por Exemplo: A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados: Por Exemplo: Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento. 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo. Exemplos: 25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação. 85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito. 1% do eleitorado aceita a mudança. Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular 1% dos alunos faltaram à prova. enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto. Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. 2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica Veja: quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto 25% querem a mudança. de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com 1% conhece o assunto. o substantivo. Observe: 41 LÍNGUA PORTUGUESA 6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com o antecedente do pronome. Exemplos: Fui eu que paguei a conta. Fomos nós que pintamos o muro. És tu que me fazes ver o sentido da vida. Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem. Haver no sentido de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da natureza. Exemplos: Havia muitas garotas na festa. Faz dois meses que não vejo meu pai. Chovia ontem à tarde. b) Sujeito Composto 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a 7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir concordância se faz no plural: a forma plural. Exemplos: Por Exemplo: Pai e filho conversavam longamente. Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas. Se você é um dos que admiram o escritor, certamente Sujeito Pais e filhos devem conversar com frequência. lerá seu novo romance. Sujeito 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas Atenção: A tendência, na linguagem corrente, é a gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte concordância no singular. O que se ouve efetivamente, são maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja: construções como: Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. "Ele foi um dos deputados que mais lutou para a Primeira Pessoa do Plural (Nós) aprovação da emenda". Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos: "Ela é uma das alunas mais brilhante da sala." A análise da construção acima torna evidente que a forma no singular é inadequada. Assim, as formas aceitáveis são: " Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma." " Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da emenda, ele é um". Tu e teus irmãos tomareis a decisão. Segunda Pessoa do Plural (Vós) Pais e filhos precisam respeitar-se. Terceira Pessoa do Plural (Eles) Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural. Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a decisão." 8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", podese utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em concordância com o antecedente do pronome. Exemplos: Fui eu quem pagou a conta / Fui eu quem paguei a conta. Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro. 3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma obrigação. Por Exemplo: Faltaram coragem e competência. 9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o Faltou coragem e competência. verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Por Exemplo: 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a Vossa Excelência é diabético? concordância é feita obrigatoriamente no plural. Observe: Vossas Excelências vão renunciar? Abraçaram-se vencedor e vencido. Ofenderam-se o jogador e o árbitro. 10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral. Casos Particulares Por Exemplo: 1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos Deu uma hora no relógio da sala. sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no plural ou Deram cinco horas no relógio da sala. no singular. Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito. Por Exemplo: Por Exemplo: Descaso e desprezo marcam / marca seu O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. comportamento. 2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos 11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum dispostos em gradação, o verbo pode ficar no plural ou sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do singular. São concordar com o último núcleo do sujeito. verbos impessoais: 42 LÍNGUA PORTUGUESA Por Exemplo: Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um apatia. segundo me satisfazem / satisfaz. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade das pessoas. de sentido que há na combinação. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa. Outros Casos 1) O Verbo e a Palavra "SE" 3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se a duas de particular interesse para a concordância verbal: a) quando é índice de indeterminação do sujeito; declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os b) quando é partícula apassivadora. núcleos. Por Exemplo: Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" Drummond ou Bandeira representam a essência da acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de poesia brasileira. ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. pessoa do singular. Exemplos: Quando a declaração contida no predicado só puder ser Precisa-se de governantes interessados em civilizar o atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular. país. Por Exemplo: Confia-se em teses absurdas. Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Era-se mais feliz no passado. Olimpíada. Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um) Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos e indiretos na formação da voz 4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o outro", a concordância costuma ser feita no singular, embora o sujeito da oração. Exemplos: plural também seja praticado. Por Exemplo: Construiu-se um posto de saúde. Um e outro compareceu / compareceram à festa. Construíram-se novos postos de saúde. Nem um nem outro saiu / saíram do colégio. Não se pouparam esforços para despoluir o rio. 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", Não se devem poupar esforços para despoluir o rio. o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido 2) O Verbo "Ser" muito próximo ao de "e". Veja: A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o O pai com o filho montaram o brinquedo. sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância O governador com o secretariado traçaram os planos para o pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito. próximo semestre. O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito: Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes isto, isso, aquilo, tudo, o - e o predicativo estiver no plural. ideia é enfatizar o primeiro elemento. O pai com o filho montou o brinquedo. Exemplos: O governador com o secretariado traçou os planos para o Isso são lembranças inesquecíveis. Aquilo eram problemas gravíssimos. próximo semestre. Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em O que eu admiro em você são os seus cabelos sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as compridos. expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir a adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse coisas, e o predicativo for um substantivo no plural. uma inversão da ordem. Veja: "O pai montou o brinquedo com o filho." Exemplos: "O governador traçou os planos para o próximo Nosso piquenique foram só guloseimas. semestre com o secretariado." Sujeito Predicativo do Sujeito 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por Sua rotina eram só alegrias. expressões correlativas como: "não só...mas ainda", "não Sujeito Predicativo do Sujeito somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo concorda de preferência no plural. Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o sujeito. Nordeste. Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia. Por Exemplo: Gustavo era só decepções. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são Minhas alegrias é esta criança. resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita Obs.: admite-se a concordância no singular quando com esse termo resumidor. Por Exemplo: se deseja fazer prevalecer um elemento sobre o outro. 43 LÍNGUA PORTUGUESA Por Exemplo: A vida é ilusões. b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão. Por Exemplo: c) Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou Alguns colegas parecia chorarem naquele momento. Obs.: a primeira construção é considerada corrente, quem. Por Exemplo: enquanto a segunda, literária. Que são esses papéis? Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo parecer Quem são aquelas crianças? fica no singular. Por Exemplo: d) Como impessoal na indicação de horas, dias e As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as distâncias, o verbo ser concorda com o numeral. paredes têm ouvidos.) Exemplos: É uma hora. 4) A Expressão "Haja Vista" São três da manhã. A expressão haja vista admite as seguintes construções: Eram 25 de julho quando partimos. a) A expressão fica invariável (seguida ou não de Daqui até a padaria são dois quarteirões. preposição). Por Exemplo: Haja vista as lições dadas por ele. ( = por exemplo) Saiba que: Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( = Na indicação de dia, o verbo ser admite as seguintes atente-se) concordâncias: 1) No singular: Concorda com a palavra explícita dia. Por Exemplo: Hoje é dia quatro de março. 2) No plural: Concorda com o numeral, sem a palavra explícita dia. Por Exemplo: Hoje são quatro de março. 3) No singular: Concorda com a ideia implícita de dia. Por Exemplo: Hoje é quatro de março. e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Duas semanas de férias é muito para mim. b) O verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito. Por Exemplo: Hajam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejamse) CONCORDÂNCIA NOMINAL A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes. Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, como f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for adjunto adnominal. pronome pessoal do caso reto, com este concordará o verbo. Por Exemplo: No meu setor, eu sou a única mulher. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Aqui os adultos somos nós. seguintes regras gerais: Obs.: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se representados por pronomes pessoais, o verbo concorda refere a um único substantivo. com o pronome sujeito. Por Exemplo: Por Exemplo: As mãos trêmulas denunciavam o que sentia. Eu não sou ela. Ela não é eu. 2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido nos seguintes casos: a) Adjetivo anteposto aos substantivos: partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo ser concordará com o predicativo. - O adjetivo concorda em gênero e número com o Por Exemplo: substantivo mais próximo. A grande maioria no protesto eram jovens. Por Exemplo: O resto foram atitudes imaturas. Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Encontramos caída a roupa e os prendedores. 3) O Verbo "Parecer" Encontramos caído o prendedor e a roupa. O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de duas concordâncias: parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o Por Exemplo: As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. infinitivo. Por Exemplo: Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Alguns colegas pareciam chorar naquele momento. b) Adjetivo posposto aos substantivos: 44 LÍNGUA PORTUGUESA Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas - O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou culturas distintas ou de uma única, espano-portuguesa? com todos eles (forma masculino plural). Exemplos: Procure evitar construções desse tipo. A indústria oferece localização e atendimento perfeito. A indústria oferece atendimento e localização perfeita. Casos Particulares A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. permitido Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior a) Essas expressões, formadas por um verbo mais um clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no possuir sentido genérico (não vir precedido de artigo). plural masculino, que é o gênero predominante quando há Exemplos: substantivos de gêneros diferentes. É proibido entrada de crianças. Em certos momentos, é necessário atenção. 3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: No verão, melancia é bom. a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo É preciso cidadania. não for acompanhado de nenhum modificador. Não é permitido saída pelas portas laterais. Por Exemplo: Água é bom para saúde. b) Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for como o adjetivo concordam com ele. modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo. Exemplos: Por Exemplo: É proibida a entrada de crianças. Esta água é boa para saúde. Esta salada é ótima. A educação é necessária. 4) O adjetivo concorda em gênero e número com os São precisas várias medidas na educação. pronomes pessoais a que se refere. Por Exemplo: Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite Juliana as viu ontem muito felizes. 5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Essas palavras adjetivas concordam em gênero e neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + número com o substantivo ou pronome a que se referem. adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular. Observe: Por Exemplo: Seguem anexas as documentações requeridas. Os jovens tinham algo de misterioso. A menina agradeceu: - Muito obrigada. Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas 6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem faremos isso. função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se Seguem inclusos os papéis solicitados. refere. Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites. Por Exemplo: Cristina saiu só. Cristina e Débora saíram sós. Bastante - Caro - Barato - Longe Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial, ficando, portanto, Essas palavras são invariáveis quando funcionam como invariável. advérbios. Concordam com o nome a que se referem quando Por Exemplo: funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais. Eles só desejam ganhar presentes. Exemplos: As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) 7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo) construções: Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o As casas estão caras. (adjetivo) artigo antes do último adjetivo. Achei barato este casaco.(advérbio) Por Exemplo: Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) Admiro a cultura espanhola e a portuguesa. "Vais ficando longe de mim como o sono, nas b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo alvoradas." antes do adjetivo. (Cecília Meireles) (advérbio) Por Exemplo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa. "Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" Obs.: veja esta construção: (Cecília Meireles). (adjetivo) Estudo a cultura espanhola e portuguesa. 45 LÍNGUA PORTUGUESA Cheguei no metrô. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da concorda normalmente com o nome a que se refere. língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem Por Exemplo: divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns Pedi meia cerveja e meia porção de polentas. verbos, e a regência culta. Meio - Meia b) Quando empregada como advérbio (modificando um Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos adjetivo) permanece invariável. de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é Por Exemplo: um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes A noiva está meio nervosa. formas em frases distintas. Alerta - Menos Verbos Intransitivos Os verbos intransitivos não possuem complemento. É Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos sempre invariáveis. adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. Por Exemplo: a) Chegar, Ir Os escoteiros estão sempre alerta. Normalmente vêm acompanhados de adjuntos Carolina tem menos bonecas que sua amiga. adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para. Exemplos: SINTAXE DE REGÊNCIA Fui ao teatro. Adjunto Adverbial de Lugar Regência Verbal e Nominal Ricardo foi para a Espanha. Definição: Adjunto Adverbial de Lugar Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno. frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja: REGÊNCIA VERBAL Cheguei a Roma em outubro. Adjunto Adverbial de Tempo Termo Regente: VERBO Chegamos no trem das dez. Adjunto Adverbial de Meio A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos b) Comparecer diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em adverbiais). ou a. O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa Por Exemplo: capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o conhecermos as diversas significações que um verbo pode último jogo. assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Observe: Verbos Transitivos Diretos A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. Os verbos transitivos diretos são complementados por A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o prazer", satisfazer. estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, "agradar a alguém". as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais Saiba que: terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas O conhecimento do uso adequado das preposições é verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, um dos aspectos fundamentais do estudo da regência quando complementos verbais, objetos indiretos. verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo São verbos transitivos diretos, dentre outros: dito. Veja os exemplos: abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, Cheguei ao metrô. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, 46 LÍNGUA PORTUGUESA Antipatizo com aquela apresentadora. Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada. castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar: Amo aquele rapaz. / Amo-o. Amo aquela moça. / Amo-a. Amam aquele rapaz. / Amam-no. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Dentre os principais, temos: Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses Abdicar verbos para indicar posse (caso em que atuam como Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das adjuntos adnominais). vantagens do cargo. Exemplos: Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Acreditar Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força. Verbos Transitivos Indiretos Almejar Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma entre as nações. preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os Ansiar pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as objetivas. como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os Anteceder objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos Sua partida antecedeu a uma série de fatos estranhos. indiretos são os seguintes: a) Consistir Atender Tem complemento introduzido pela preposição "em". Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos. Por Exemplo: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais Atentar Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de para todos. digitar. / Atente para esta forma de digitar. b) Obedecer e Desobedecer: Cogitar Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a". Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos de Por Exemplo: uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito. Consentir Os deputados consentiram a adoção de novas medidas c) Responder econômicas. / Os deputados consentiram na adoção de novas Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse medidas econômicas. verbo pede objeto indireto para indicar "a quem" ou "ao que" Deparar se responde. Por Exemplo: Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Respondi ao meu patrão. Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura. Gozar Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde. quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva Necessitar analítica. Veja: Necessitamos algumas horas para preparar a O questionário foi respondido corretamente. apresentação. / Necessitamos de algumas horas para preparar Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. a apresentação. d) Simpatizar e Antipatizar Possuem seus complementos preposição "com". Por Exemplo: introduzidos Preceder ntensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precederam à mudança de regime. pela 47 LÍNGUA PORTUGUESA Presidir Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre encontro. eles) Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada Renunciar para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao prevenir. motivo de sua luta. Comparar Satisfazer Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento satisfazer-lhe. indireto. Por Exemplo: Versar Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua criança. palestra versou sobre o estilo dos modernistas. Pedir Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na Verbos Transitivos Diretos e Indiretos forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. Por Exemplo: Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem Pedi – lhe favores. Objeto Indireto Objeto Direto destaque, nesse grupo: Pedi– lhe que mantivesse em silêncio. Agradecer, Perdoar e Pagar Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os Saiba que: exemplos: 1) A construção "pedir para", muito comum na Agradeço aos ouvintes a audiência. linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na Objeto Indireto Objeto Direto língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida. Por Exemplo: Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Observe que, nesse caso, a preposição "para" Paguei o débito ao cobrador. introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida Objeto Direto Objeto Indireto de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). 2) A construção "dizer para", também muito usada O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com popularmente, é igualmente considerada incorreta. particular cuidado. Observe: Agradeci o presente. / Agradeci-o. Preferir Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. indireto introduzido pela preposição "a". Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Por Exemplo: Paguei minhas contas. / Paguei-as. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. Prefiro trem a ônibus. Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado Saiba que: sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo deve sempre aparecer como objeto indireto, mesmo que na existente no próprio verbo (pre). frase não haja objeto direto. Veja os exemplos: Mudança de Transitividade versus Mudança de A empresa não paga aos funcionários desde Significado setembro. Já perdoei aos que me acusaram. Há verbos que, de acordo com a mudança de Agradeço aos eleitores que confiaram em mim. transitividade, apresentam mudança de significado. O Cristo ensina que é preciso perdoar pecador. Objeto Direto Objeto Indireto o pecado ao Informar Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Por Exemplo: Informe os novos preços aos clientes. Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços) Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções: conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão: AGRADAR 1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar. Por Exemplo: 48 LÍNGUA PORTUGUESA CUSTAR Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada 1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado quando o revê. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Por exemplo: não perde oportunidade de agradá-lo. 2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar Frutas e verduras não deveriam custar muito. agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento 2) No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo introduzido pela preposição "a". ou transitivo indireto. Por Exemplo: Por exemplo: O cantor não agradou aos presentes. Muito custa viver tão longe da família. Verbo Oração Subordinada Substantiva O cantor não lhes agradou. Subjetiva ASPIRAR Intransitivo Reduzida de Infinitivo 1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar. Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. Por Exemplo: Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) 2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Indireto Reduzida de Infinitivo como ambição. Por Exemplo: Obs.: a Gramática Normativa condena as Aspirávamos a melhores condições de vida. construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por pessoa. Observe o exemplo abaixo: (Aspirávamos a elas) Obs.: como o objeto direto do verbo "aspirar" não é Custei para entender o problema. pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais Forma correta: Custou-me entender o problema. átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o exemplo: IMPLICAR Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a 1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: ela) a) dar a entender, fazer supor, pressupor Por exemplo: ASSISTIR Suas atitudes implicavam um firme propósito. 1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, b) Ter como consequência, trazer como consequência, prestar assistência a, auxiliar. acarretar, provocar Por Exemplo: Por exemplo: As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. Liberdade de escolha implica amadurecimento político As empresas de saúde negam-se a assisti-los. de um povo. 2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, 2) Como transitivo direto e indireto, significa presenciar, estar presente, caber, pertencer. comprometer, envolver Exemplos: Por exemplo: Assistimos ao documentário. Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é Não assisti às últimas sessões. transitivo indireto e rege com preposição "com". Essa lei assiste ao inquilino. Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" Por Exemplo: é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de Implicava com quem não trabalhasse arduamente. lugar introduzido pela preposição "em". Por Exemplo: PROCEDER Assistimos numa conturbada cidade. 1) Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. CHAMAR Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto 1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, adverbial de modo. Exemplos: solicitar a atenção ou a presença de. Por exemplo: As afirmações da testemunha procediam, não havia Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá como refutá-las. chamá-la. Você procede muito mal. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. 2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode 2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposição" de") e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto. preposicionado ou não. Exemplos: Exemplos: O avião procede de Maceió. A torcida chamou o jogador mercenário. A torcida chamou ao jogador mercenário. Procedeu-se aos exames. A torcida chamou o jogador de mercenário. O delegado procederá ao inquérito. A torcida chamou ao jogador de mercenário. 49 LÍNGUA PORTUGUESA QUERER Acessível a 1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar. Acostumado Querem melhor atendimento. a, com em Queremos um país melhor. Afável com, 2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, para com a estimar, amar. Agradável a Exemplos: Quero muito aos meus amigos. Alheio a, de Ele quer bem à linda menina. para Despede-se o filho que muito lhe quer. Diferente de Essencial a, Passível de Análogo a VISAR Ansioso de, 1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de para, por mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. Apto a, para Por Exemplo: O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o Ávido de cheque. com 2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Benéfico a objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a". Exemplos: Capaz de, O ensino deve sempre visar ao progresso social. para Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar Compatível público. com Fácil de Preferível a Fanático por Prejudicial a Favorável a Prestes a Generoso Propício a Grato a, por Próximo a Contemporâ neo a, de REGÊNCIA NOMINAL Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime por de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: com Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a". Veja: Obedecer a algo/ a alguém. Obediente a algo/ a alguém. Entendido Nocivo a Equivalente Paralelo a Escasso de Parco em, de Hábil em Relacionado com Habituado a Idêntico a Contíguo a Necessário a Relativo a Satisfeito com, de, em, por Impróprio para Semelhante a Contrário a Indeciso em Sensível a Curioso de, Insensível a Sito em Descontente Liberal com Suspeito de Desejoso de Natural de Vazio de Advérbios Longe de Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da Perto de preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece. seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. Substantivos Admiraç Devoção ão a, por para, com, por a, Medo a, de CRASE A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da Atentad Dúvida acerca Ojeriza a, por preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome o a, contra de, em, sobre demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as Bachare Horror a Proeminênci quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a l em a sobre crase. O uso apropriado do acento grave, depende da Capacid Impaciência Respeito a, compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental ade de, para com com, para com, por também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência Adjetivos Aversão a, para, por Doutor em Obediência a 50 LÍNGUA PORTUGUESA Ela não tem nada a dizer. Estavam a correr pelo parque. Estou disposto a ajudar. Continuamos a observar as plantas. Voltamos a contemplar o céu. Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase. - diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona: Diga a ela que não estarei em casa amanhã. Entreguei a todos os documentos necessários. Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho. Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo. Isso não interessa a nenhum de nós. Aonde você pretende ir a esta hora? Agradeci a ele, a quem tudo devo. simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe: Vou a a igreja. Vou à igreja. No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos: Conheço a aluna. Refiro-me à aluna. No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados. Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a": Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo: Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.) Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.) - diante de numerais cardinais: Chegou a duzentos o número de feridos. Daqui a uma semana começa o campeonato. 1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino. Veja os exemplos: Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno. Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna. 2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase. Veja os exemplos: - Penso na aluna. - Apaixonei-me pela aluna. - Começou a brigar. - Casos em que a crase SEMPRE ocorre: - diante de palavras femininas: Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Sempre vamos à praia no verão. Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Sou grata à população. Fumar é prejudicial à saúde. Este aparelho é posterior à invenção do telefone. Cansou de brigar. Insiste em brigar. Foi punido por brigar. Optou por brigar. Atenção: lembre-se sempre que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois. - diante da palavra "moda", com o sentido de "à Evidentemente, se o termo regido não admitir a moda de" (mesmo que a expressão moda de fique anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. subentendida): Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre: O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. - diante de substantivos masculinos: Usava sapatos à (moda de) Luis XV. Andamos a cavalo. Estava com vontade de comer frango à (moda de) Fomos a pé. passarinho. Passou a camisa a ferro. O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro. Fazer o exercício a lápis. Compramos os móveis a prazo. - na indicação de horas: Assisitimos a espetáculos magníficos. Acordei às sete horas da manhã. Elas chegaram às dez horas. - diante de verbos no infinitivo: Foram dormir à meia-noite. A criança começou a falar. Ele saiu às duas horas. 51 LÍNGUA PORTUGUESA - em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo: à tarde às ocultas às pressas à noite às claras às escondidas à força à vontade à beça à larga à escuta às avessas à revelia à exceção de à imitação de à esquerda às turras às vezes à chave à direita à procura à deriva à toa à luz à sombra de à frente de à semelhança de às ordens à beira de à medida que à proporção que Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo: A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase. Veja outros exemplos: São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Esta foi a conclusão à qual ele chegou. Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões. A sessão à qual assisti estava vazia. Crase diante de Nomes de Lugar Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não Crase com o Pronome Demonstrativo "a" a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de também pode ser detectada através da substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja: lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo: Minha revolta é ligada à do meu país. Vou à França. (Vim da França. Estou na França.) Meu luto é ligado ao do meu país. Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) As orações são semelhantes às de antes. Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) Os exemplos são semelhantes aos de antes. Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa. Porto Alegre.) Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa. Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Suas perguntas são superiores às dele. Pernambuco.) Seus argumentos são superiores aos dele. Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em Sua blusa é idêntica à de minha colega. São Paulo.) Seu casaco é idêntico ao de minha colega. ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver A Palavra Distância especificado, ocorrerá crase. Veja: Se a palavra distância estiver especificada, Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo: Irei à Salvador de Jorge Amado. Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele está determinada.) Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A (s), Aquela (s), Aquilo palavra está especificada.) Haverá crase diante desses pronomes sempre que o Se a palavra distância não estiver especificada, a crase termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo: não pode ocorrer. Por exemplo: Refiro-me a aquele atentado. Os militares ficaram a distância. Preposição Pronome Gostava de fotografar a distância. Ensinou a distância. Refiro-me àquele atentado. Dizem que aquele médico cura a distância. Reconheci o menino a distância. O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, Observação: por motivo de clareza, para evitar portanto, ocorre a crase. ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja: Observe este outro exemplo: Gostava de fotografar à distância. Aluguei aquela casa. Ensinou à distância. O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não Dizem que aquele médico cura à distância. exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA outros exemplos: Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. - diante de nomes próprios femininos: Quero agradecer àqueles que me socorreram. Observação: é facultativo o uso da crase diante de Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do Não obedecerei àquele sujeito. artigo. Observe: Assisti àquele filme três vezes. Espero aquele rapaz. Fiz aquilo que você disse. Paula é muito bonita Laura é minha amiga. Comprei aquela caneta. A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. 52 LÍNGUA PORTUGUESA Como podemos constatar, é facultativo o uso do 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas: Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto. fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto. comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos - Contei a Laura o que havia - Contei a Pedro o que havia atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos ocorrido na noite passada. ocorrido na noite passada. do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, - Contei à Laura o que havia - Contei ao Pedro o que havia necessariamente,clareza e concisão. ocorrido na noite passada. ocorrido na noite passada. Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua - diante de pronome possessivo feminino: elaboração que remontam ao período de nossa história imperial, Observação: é facultativo o uso da crase diante de como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por pronomes possesivos femininos porque é facultativo o uso decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de que se do artigo. Observe: aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos - Minha avó tem setenta Minha irmã está desde a independência. Essa prática foi mantida no período anos. esperando por você. republicano. - A minha avó tem setenta - A minha irmã está Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, anos. esperando por você. uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, pronomes possessivos femininos, então podemos escrever o que exige o uso de certo nível de linguagem. as frases abaixo das seguintes formas: Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas - Cedi o lugar a minha avó. - Cedi o lugar a meu avô. comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de - Cedi o lugar à minha avó. - Cedi o lugar ao meu avô. expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o - Diga a sua irmã que - Diga a seu irmão que público). estou esperando por ela. estou esperando por ele. Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo, - Diga à sua irmã que - Diga ao seu irmão que como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de estou esperando por ela. estou esperando por ele. redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais, - depois da preposição até: regulados pela Portaria nº 1 do Ministro de Estado da Justiça, o - Fui até a praia. - Fui até à praia. de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de u vigência, foi revogado, pelo Decreto que aprovou a primeira - Acompanhe-o até a - oAcompanhe-o até à edição deste Manual. porta. u porta. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se - A palestra vai até as Ao palestra vai até às buscou fazer das características específicas da forma oficial de cinco horas da tarde. u cinco horas da tarde. redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência - de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma REDAÇÃO OFICIAL distorção do que se deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL formas arcaicas de construção de frases. A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida 1. O QUE É REDAÇÃO OFICIAL e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – Redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve caracterizar-se pela correspondência particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais da impessoalidade,uso do padrão culto de linguagem, clareza, redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente uma delas. esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 53 LÍNGUA PORTUGUESA 1.1 A Impessoalidade A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público,o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção é sempre em nome do Serviço Público que é feita à comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo,constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais, contribuem , ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade. 1.2 A linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade . Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc.. para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figura de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica , necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos , e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e estrangeirismo,são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. 1.3 Formalidade e Padronização As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo,ainda ,certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao 54 LÍNGUA PORTUGUESA correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível mais do que isso , a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado o assunto do qual cuida a comunicação. A formalidade de tratamento vincula-se, também ,à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é uma, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão, umas das metas deste Manual, exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulos II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas específicas para cada tipo de expediente. É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá ,ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta de releitura que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase 1.4 Concisão e Clareza sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. A concisão é antes uma qualidade do que uma “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue máxima. Evite-se, pois , o atraso, com sua indesejável transmitir um máximo de informações com um mínimo de repercussão no redigir. AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental 2. INTRODUÇÃO que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem Vejamos agora aspectos comuns a quase todas as eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias. modalidades de comunicação oficial: o emprego dos pronomes O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao de tratamento, a forma dos fechos e a identificação do princípio de economia lingüística, à mencionada fórmula de signatário. empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não 2.1 Pronome de Tratamento se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se O uso de pronomes e locuções pronominais de exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De acordo passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. com Said Art,1 após serem incorporados ao português os Procure perceber certa hierarquia de idéias que existe pronomes latinos tu e vos, “como tratamento direto da pessoa em todo texto de alguma complexidade: idéias fundamentais e ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se a empregar, idéias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido como expediente lingüístico de distinção e de respeito, a daquelas, detalhá-las, exemplificá – las; mas existem também segunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de idéias secundárias que não acrescentam informação alguma ao hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade eminente da por isso, ser dispensadas. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto pessoa de categoria superior, e não a ela própria. Assim oficial, conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. aproximavam-se os vassalos de seu rei com o tratamento de Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o tratamento compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia se atinja por si só: ela depende estritamente das demais eclesiástica vossa santidade”. características da redação oficial. Para ela concorrem: A partir do final do século XVI , esse modo de tratamento a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações indireto já estava em voga também para os ocupantes de certos que poderia decorrer de um tratamento personalista dada ao cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois texto; para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo,caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmos-nos entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de às autoridades civis, militares e eclesiásticas. circulação restrita, como a gíria e o jargão; 2.1.2. Concordância com os Pronomes de c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a Tratamento. imprescindível uniformidade dos textos; Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à lingüísticos que nada lhe acrescentam. concordância verbal,nominal e pronominal. Embora se refiram à 55 LÍNGUA PORTUGUESA segunda pessoa gramatical (à pessoa com que se fala, ou a Senhor Ministro, quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a Senhor Governador, terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático : “Vossa Senhoria No envelope, o endereçamento das comunicações nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “ A Sua Excelência o Senhor Vossa Senhoria nomeará seu substituto” ( e não “Vossa... Fulano de Tal vosso...”). Ministro de Estado da Justiça 70064-900 — Brasília .DF Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa que se A Sua Excelência o Senhor refere, e não como o substantivo que compõe a locução. Assim, Senador Fulano de Tal se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência Senado Federal está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for 70165-900 — Brasília. DF mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento Juiz de Direito da 10ª Vara Cível Rua ABC, nº 123 Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento 01010-000 — São Paulo. SP obedece a secular tradição. São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista a) do Poder Executivo; anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer Presidente da República; cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação. Vossa Senhoria é empregado para as demais Vice- Presidente da República; Ministros de Estado., autoridades e para particulares. O vocativo adequado é: Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Senhor Fulano de Tal, Distrito Federal; (...) Oficiais- Generais das Forças Armadas; Embaixadores; No envelope, deve constar do endereçamento: Secretários-Executivos de Ministérios e demais Ao Senhor ocupantes de cargos de natureza especial; Fulano de Tal Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Rua ABC, nº 123 Prefeitos Municipais. 12345-000 — Curitiba. PR Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores; recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Ministros do Tribunal de Contas da União; Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores; bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Membros de Tribunais; Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a Juízes; desejada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, Auditores da Justiça Militar. empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo: aos chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do Magnífico Reitor, cargo respectivo: (...) Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal com a hierarquia eclesiástica, são: Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. Federal. O vocativo correspondente é: As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Santíssimo Padre. Senhor, seguido do cargo respectivo: (...) Senhor Senador, Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, Senhor Juiz, em comunicações aos Cardeais. 56 LÍNGUA PORTUGUESA a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do Corresponde-lhe o vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e órgão que o expede: Reverendíssimo Senhor Cardeal, Exemplos: (...) Mem.123/2002 – MF Vossa Excelência Reverendíssima é usado em Aviso 123/2002-SG comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Of. 123/2002 – MME Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para b) local e data em que foi assinado, por extenso, com Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais alinhamento à direita: religiosos. Exemplo: Brasília, 15 de março de 1991. 2.2. Fechos para Comunicações c) assunto: resumo do teor do documento O fecho das comunicações oficiais possui, além da Exemplos: finalidade óbvia de arrematar o texto a de saudar o destinatário. Assunto: Produtividade do órgão em 2002. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram Necessidade de aquisição de novos computadores. d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é regulados pela Portaria nº 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente também o endereço. e) texto: nos casos em que não for de mero dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da - introdução, que se confunde com o parágrafo de República: Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso de das formas: “Tenho a honra de”, hierarquia inferior: Atenciosamente, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue a Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações forma direta; - desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem Redação do Ministério das Relações Exteriores. ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; 2.3. Identificação do Signatário - conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto. Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem Os parágrafos do texto devem ser numerados,exceto trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo o nos casos em que estes estejam organizados em itens ou local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a títulos e subtítulos. seguinte: Já quando se tratar de mero encaminhamento de (espaço para assinatura) documentos a estrutura é a seguinte: Nome Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República - introdução: deve iniciar com referência ao expediente (espaço para assinatura) que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento Nome não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do Ministro de Estado da Justiça motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo,data, Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela assinatura em página isolada do expediente. Transfira para qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, 3. O PADRÃO OFÍCIO encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral de Administração, que trata da Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes requisição do servidor Fulano de Tal.” pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma ou diagramação única, que siga o que chamamos de padrão ofício. “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por ora cópia do telegrama nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, do busquemos as suas semelhanças. Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito 3.1. Partes do documento no Padrão Ofício de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região O aviso, o ofício e o memorando devem conter as Nordeste”. seguintes partes: 57 LÍNGUA PORTUGUESA - desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares. f ) fecho (v.2.2. Fechos para Comunicações); 3.3.2. Forma e Estrutura g) assinatura do autor da comunicação; e Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo h) identificação do signatário (v.2.3. Identificação do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o Signatário). destinatário (v.2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. 3.2. Forma de diagramação Exemplos: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à Senhora Ministra, seguinte forma de apresentação: Senhor Chefe de Gabinete. a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página; d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”); e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda; f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá no mínimo, 3,0 cm de largura; g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco; i) não deve haver abuso no uso de negrito,itálico,sublinhado,letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento; j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações; l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto; n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos deve ser formados da seguinte maneira: tipo do documento+ número do documento+palavras-chaves do conteúdo. Ex: “Of. 123 – relatório produtividade ano 2002” 3.3 Aviso e Ofício Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente: - nome do órgão ou setor; - endereço postal; - telefone e endereço de correio eletrônico. Exemplo de Ofício [Ministério] [Secretaria/Departamento/Setor/Entidade] [Endereço para correspondência]. [Endereço- continuação] [Telefone e Endereço de Correio Eletrônico] Ofício nº 524/1991/SG – PR Brasília, 27 de maio 1991 A Sua Excelência o Senhor Deputado [Nome] Câmara dos Deputados 70.160-900 — Brasília — DF Assunto: Demarcação de terras indígenas Senhor Deputado, 1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa). 2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características sócio-econômicas regionais. 3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente. 3.3.1. Definição e Finalidade Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o 4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes 58 LÍNGUA PORTUGUESA 3.4.2. Forma e Estrutura Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve 5. Como Vossa Excelência pode verificar, o ser mencionado pelo cargo que ocupa. procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a Exemplos: demarcação de terras indígenas seja informada de todos Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos carta, com a necessária transparência e agilidade. Exemplo de Memorando Atenciosamente [Nome] Mem. 118/DJ Em 12 de abril de 1991. [cargo] Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Exemplo de Aviso Assunto:Administração.Instalação de Aviso nº 45/ SCT –PR Brasília, 27 de fevereiro de microcomputadores. 1991. 1. __________________________ Nos termos do Plano A sua Excelência o Senhor Geral de informatização, _____________ solicito a Vossa [Nome e cargo] Senhoria verificar a possibilidade de ____ que sejam instalados Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor três microcomputadores neste Departamento. público. 2. __________________________ Sem descer a Senhor Ministro, maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de Convido a Vossa Excelência a participar da sessão de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março banco de dados. próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de 3. O treinamento de pessoal para operação dos Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Isoladas Sul, nesta capital. Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito. O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do 4. Devo mencionar, por fim, que a informatização Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação de dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição Energia em Órgãos Públicos, instituído pelo Decreto nº 99.656, de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na de 26 de outubro de 1990. qualidade dos serviços prestados. sobre a área em estudo.É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil. Atenciosamente, [nome do signatário] [cargo do signatário] Atenciosamente, [nome do signatário] [cargo do signatário] 3.4 Memorando 4. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS 3.4.1 Definição e Finalidade O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do seviço publico. Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando. 4.1. Definição e Finalidade Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para: a) _________________________________________________ b) _________________________________________________ c) __________________________________________________ Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial. 4.2 Forma e Estrutura Formalmente, a exposição de motivos tem apresentação do padrão ofício (v.3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposição de motivos que proponha alguma 59 LÍNGUA PORTUGUESA REQUERIMENTO medida ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo. No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. Exemplo de Exposição de Motivos de caráter informativo Excelentíssimo Senhor Governador do Estado Fernando Oliveira Lira, funcionário público lotado na Assembléia Legislativa deste Estado, solteiro, residente na o Rua Jorge Coelho, n 343, apto. 45, nesta Capital, portador o o da Cl n 456.999-0 e CPF n 235.588.876, vem mui respeitosamente requerer a V. Exa. que lhe conceda licença para tratamento de saúde de três meses, conforme lhe faculta a lei. Neste termos, Pede deferimento Em nº 00146/1991 – MRE Brasília, 24 de maio de 1991. Teresina, 05 de agosto de 2003. Excelentíssimo Senhor Presidente da República Fernando Oliveira Lira O presidente George Bush anunciou, no ultimo dia 13 CIRCULAR significativa mudança da posição norte-americana nas negociações que se realizam – na Conferência do SOCIEDADE ESPORTIVA UNIDOS DE SANTO Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à ANDRÉ manutenção de cerca de dois por cento de seu arsenal químico até a adesão à convenção de todos os países em condições de CNPJ: 56.999.789/2221-98 produzir armas químicas, os Estados Unidos reaproximaram Av. Dos Estados, 1.977 sua postura da maioria dos quarenta países participantes do 02356-001 – Santo André-SP processo negociador, inclusive o Brasil, abrindo possibilidades Emenda: Apresentação de Elenco concretas de que o tratado venha a ser concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...) Senhores associados, Respeitosamente, [Nome] [cargo] Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura do padrão ofício -, além de outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar: Comunicamos a todos os sócios que em 2 de abril de 1998, às 8 (oito) horas da noite, no salão nobre, será realizada a apresentação do elenco contratado por esta agremiação para a disputa da terceira divisão do Campeonato Paulista de Futebol. Marcos Rosentlatt Presidente MR/SRS ATA a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo proposto; b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela Ata da nona reunião fiscal do Condomínio Sírus. medida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes para equacionáAos vinte e dois dias de agosto de 1998, às 19 horas, lo; em segunda convocação, reuniu-se o Conselho Fiscal do c) na conclusão, novamente, qual medida deve Condomínio Sírius para examinar, aprovar ou não aprovar as ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para contas de julho p.p, solucionar o problema. Após os exames dos documentos, os conselheiros Deve, ainda, trazer apenas o formulário de anexo à aprovaram as cartas, digo, as contas. Sem mais a tratar, o exposição de motivos, devidamente preenchido, de acordo com presidente encerrou a reunião. E, para constar, eu, Márcio o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.176, de Antero, lavrei esta ata, que, após aprovada, será assinada por 28 de março de 2002. mim, pelo presidente e pelos conselheiros. Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) nº, de de de 200 . São Paulo, 22 de agosto de 1998. ________________________ Condômino Márcio Antero 60 LÍNGUA PORTUGUESA EDITAL MODELO DE OFÍCIO [remetente:nome do órgão ou setor, endereço postal, telefone e endereço de correio eletrônico] o EDITAL N 3/97 Convocação para Assembléia-Geral Ordinária Ofício nº 435/2000 – SG-PR Brasília, 12 de junho de 2007. A Sua Excelência o Senhor Deputado [Nome] Câmara dos Deputados 70.160-900 – Brasília – DF Pelo presente Edital, ficam os senhores condôminos do Edifício Rivendell convocados para a Assembléia-Geral Ordinária, a realizar-se no salão de festas do Edifício, a 4 de abril de 1999, às 20h em primeira convocação ou às 20h30m em segunda e última convocação, com qualquer número de presenças. Assunto: Demarcação de terras indígenas Senhor Deputado, 1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa). Constam da ordem do dia: 2. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1º, da Constituição Federal, Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente. 1. Prestação de contas da administração. 2. Eleição de síndico, vice-síndico e conselheiros fiscais. 3. Outros assuntos de interesse geral. 3. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade. ____________________Vitória, 25 de agosto de 1998. André Sassilva Atenciosamente, OFÍCIO [Nome] [cargo] GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Secretaria de Administração Setor Leste – Florianópolis Ofício 78/98. Florianópolis, 30 de julho de 1990. MODELO DE AVISO Ementa: encontro de educadores Senhor Diretor, Aviso nº 35/SSp-PR Comunicamos a V.Sa. que a Escola Estadual “Júlio Verne” foi incluída na relação de participantes do X Encontro de Educadores e Pedagogos, a realizar-se de 10 a 13 de outubro, nesta cidade. Para tanto, solicitamos que sejam indicados, até 7 de setembro, cinco representantes dessa Escola para participarem do Encontro. Brasília, 12 de junho de 2007. A Sua Excelência o Senhor [Nome e cargo] Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor público. Senhor Ministro, Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital. Sem mais, subscrevemo-nos ________________________________ Cássio Holanda Coordenador O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgão Público, instituído pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de 1990. Ilmo. Sr. Fernando Toledo DD. Diretor da Escola Estadual “Júlio Verne” Av. Tolkien, 456, 34090-800 – Florianópolis – SC CH/IS Atenciosamente, [Nome do signatário] [cargo do signatário] 61 LÍNGUA PORTUGUESA Exercícios MODELO DE MEMORANDO Mem. 199/DJ 12 de junho de 2007. Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Assunto: Administração. Instalação de microcomputadores Senhor Ministro, 1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. 2. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito. 3. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados. 01. Proponha cinco delimitações possíveis para os seguintes temas: a) Carnaval. b) Drogas. c) Economia brasileira. d) futebol. e) Índios brasileiros. O DESENVOLVIMENTO: AS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO Como vimos, o desenvolvimento corresponde ao desdobramento da idéia central contida tanto no texto como no parágrafo. De acordo com o tipo de tema que é proposto, podemos organizar o parágrafo (e o texto) de diversas maneiras. ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Atenciosamente, [Nome do signatário] [cargo do signatário] causa e conseqüência tempo e espaço comparação e contraste enumeração exemplificação Causa e conseqüência Como vimos no item sobre organização de idéias, o tema "Poluição nos rios" pode ser organizado em termos de causa e conseqüência: MODELO DE REQUERIMENTO Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo Dolores Matos, brasileira, solteira, estudante de engenharia, matrícula nº 098.765-4, residente na Rua das Flores nº 386, Jardim das Roas, São Paulo, solicita a Vossa Magnificência atestado de que freqüenta o 3º ano do Curso de Engenharia Civil, para fim de pedido de Bolsa-Universidade, como previsto pela Portaria 1002, de 13 de julho de 1966, do Ministério da Educação. Nestes termos, Pede deferimento São Paulo, 12 de junho de 2007. ------------------------------------------ Entre as causas da poluição dos rios encontramos o despejo de esgotos e de poluentes industriais nas águas. Este fato agrava-se mais porque o controle por parte das autoridades responsáveis é muito pequeno. A poluição pode ser explicada também pela falta de conscientização da população, que acaba por não se preocupar com o problema, o que se revela, por exemplo, pelo uso de detergentes não-biodegradáveis. Como efeito da poluição dos rios, temos notadamente a morte dos peixes, gerando um profundo desequilíbrio ecológico. Ainda como conseqüência, ocorre a contaminação de plantações irrigadas por água poluída. A transmissão de doenças infecciosas aos indivíduos surge também como resultado da contaminação da água e dos peixes por eles ingeridos. Por fim, inundações decorrem também do acúmulo de detritos no leito dos rios. Em relação a esse texto, podemos ver que o primeiro parágrafo, baseado no esquema de organização das idéias, apresenta as causas da poluição nos rios. Observe o uso de certas palavras-chave destacadas que indicam a causa: causas, porque, explicada. Poderíamos fazer um quadro com as expressões indicadoras de causa: Substantivos: causa, motivo, razão, explicação, fonte, mãe, raízes, base, fundamento, alicerces, o porquê, etc. Versos: causar, gerar, originar, produzir, acarretar, motivar, etc. 62 LÍNGUA PORTUGUESA Conjunções: porque, pois, já que, visto (D) o modelo do expediente, o número do documento e quer, uma vez que, portanto, que, etc. ano de sua expedição, seguido das iniciais da autoridade responsável; Preposições e locuções: por, por causa de, (E) o tipo e o número do expediente, acompanhado das em vista de, graças a, por motivo de, em virtude de, devido a, iniciais do digitador. etc. 05. O local e a data de um ofício, aviso ou memorando O segundo parágrafo mostra as consequências da deve aparecer: poluição nos rios. Gerar, como consequência, como resultado são expressões utilizadas no parágrafo que denotam a relação (A) de forma abreviada, ao final do documento; (B) de de conseqüência. forma extensa, com alinhamento à direita, na parte inicial do Assim, um quadro com expressões indicadoras seria o documento; seguinte: (C) de forma extensa, com alinhamento à esquerda, no início do documento; - Substantivos: consequência, efeito, decorrência, (D) de forma abreviada, à esquerda, ao final do resultado, repercussão, produto, reflexo, etc. documento; (E) no envelope de correspondência e não no corpo do - Verbos: resultar, decorrer, gerar, ser, efeito de, ser documento. resultado de, etc. 06. A fonte gráfica e o corpo utilizados na apresentação - Advérbios e locuções: consequentemente, em (como) dos documentos do Padrão Ofício são, respectivamente: conseqüência, em (como) decorrência, em conclusão, etc. (A) Times New Roman, 14; 01.“Não se concebe que um ato normativo de qualquer (B) Courier, 12; natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou (C) Verdana, 10; impossibilite sua compreensão” (Manual de redação da (D) Times New Roman, 12; presidência da República, 2ª. ed. 2002). (E) Courier, 10. Segundo esse segmento, o item abaixo que NÃO 07. Informação ERRADA sobre a apresentação dos colabora para a obscuridade de uma mensagem é: documentos do Padrão Ofício é: (A) a ambiguidade de certos termos; (B) a troca de uma palavra por um sinônimo; (C) a confusão entre parônimos; (D) a excessiva inversão de termos; (E) o emprego de vocabulário incomum. (A) a partir da segunda, as páginas devem ser numeradas; (B) os documentos devem ser impressos dos dois lados da folha; (C) o campo lateral esquerdo deve ter no máximo 3 centímetros de largura; (D) deve haver espaçamento simples entre as linhas; (E) o papel do documento deve ser do tipo A-4. 02. Numa mensagem administrativa deve(m) evitar-se: (A) as marcas de pessoalidade; (B) a transparência semântica dos vocábulos; (C) a inteligibilidade do que é veiculado; (D) a concisão da expressão; (E) a clareza expositiva. 08. O aviso é um tipo de expediente: (A) (B) (C) (D) (E) 03. Entre as autoridades abaixo citadas, aquela para a qual NÃO deve ser empregado o tratamento de Vossa Excelência é: (A) Oficiais Generais; (B) Ministros de Estado; (C) Embaixadores; (D) Cardeais; (E) Secretários de Estado. 04. Num expediente aparece escrito o seguinte: Of.28/2006-SG; esses elementos indicam: (A) o tipo e o número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede; (B) o tipo e a data do expediente, seguido das iniciais da pessoa responsável; (C) o modelo do expediente, seguido do dia do mês, ano e sigla do órgão expedidor; 63 expedido por Ministros de Estado; expedido por chefes de seção a subordinados; entre unidades administrativas de um mesmo órgão; em mensagens urgentes, de forma privada; acompanhado obrigatoriamente de documentos.