língua portuguesa

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língua portuguesa
LÍNGUA PORTUGUESA
ÍNDICE
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ............................................. 1
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ........................................... 3
Ortografia ................................................................................. 5
PONTUAÇÃO .........................................................................
Erro! Indicador não definido.
CLASSES DE PALAVRAS..................................................13
Termos da Oração..............................................................21
ANÁLISE DO PERÍODO COMPOSTO....................................31
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA ............................................41
SINTAXE DE REGÊNCIA ... ....................................................46
CRASE ..... ..............................................................................50
REDAÇÃO..........................................................................48
A boa interpretação de um texto depende, antes de mais
nada, da leitura. Ler significa conhecer, interpretar, decifrar. A
maior parte dos conhecimentos é obtida através da leitura, que
possibilita não só a ampliação, como também o aprofundamento
do saber em determinado campo cultural ou científico.
Sendo os textos uma fonte inesgotável de idéias e
conhecimentos, deve-se ler muito e continuadamente.
Entretanto, não basta ler indiscriminadamente, é preciso saber
ler. A leitura é válida somente quando assimilada. Tanto o
estudante quanto o intelectual precisam ler constantemente.
A leitura constitui-se em um dos fatores decisivos do
estudo e imprescindível em qualquer tipo de investigação
científica. Favorece a obtenção de informações já existente,
poupando o trabalho da pesquisa de campo ou experimental.
A leitura propicia a ampliação de conhecimentos, abre
horizontes na mente, aumenta o vocabulário, permitindo melhor
entendimento do conteúdo das obras. Através dela podem-se
obter informações básicas ou específicas.
Pode-se dizer que a leitura tem dois objetivos
fundamentais: serve como meio eficaz para aprofundamento
dos estudos e aquisição de cultura geral. Todavia, impõe-se
uma seleção para a leitura, em razão da quantidade e qualidade
dos livros e periódicos em circulação. Primeiro, não se tem
condições físicas e tempo para se ler tudo; segundo, nem tudo
que há merece ser lido.
Há três espécies de leitura: uma, para entretenimento ou
distração; outra, para aquisição de cultura geral, em edição; e a
terceira, tendo em vista a ampliação de conhecimentos em
determinado campo do saber. As duas primeiras não exigem,
praticamente, um grande esforço intelectual, ao passo que a
última requer atenção especial.
1.
De Entretenimento ou Distração — visando apenas
ao divertimento, passatempo, lazer, sem maiores
preocupações com o aspecto do saber. Talvez tenha
um mérito: o de despertar, no leitor, o interesse e em
conseqüência a formação do hábito da leitura. Neste
item estão incluídos alguns tipos de periódicos e de
obras literárias.
2.
De Cultura Geral ou Informativa — tendo como
objetivo tomar conhecimento do que ocorre no
mundo. Engloba trabalhos de divulgação, ou seja,
livros, revistas e jornais. As notícias de jornais
atualizados, nacionais ou estrangeiros, são, muitas
vezes, fontes de importantes informações, pois
situam uma época.
3.
De Aproveitamento ou Formativa — cuja finalidade
é aprender algo de novo ou aprofundar
conhecimentos anteriores. Exige do leitor atenção e
concentração. Essa espécie de leitura deve ser
efetuada em livros e revistas especializados.
Para Vega (1969:26), a leitura implica quatro operações:
a) Reconhecer — entender o significado dos símbolos
gráficos utilizados no texto.
b) Organizar — entrosar o significado das palavras na
1
LÍNGUA PORTUGUESA
•
frase, nos parágrafos, nos capítulos etc.
Elaborar — estabelecer significados adicionais em
torno do significado imediato e original dos símbolos
gráficos utilizados no texto.
d) Valorar — cotejar os dados da leitura com os meios
ideais, conceitos e sentimentos, a fim de aceitar ou
refutar as afirmações ou supostas verdades. A
seqüência dessas operações não é fixa, varia de
acordo com o leitor, suas condições ou preferências.
É muito importante a escolha da leitura e, para isso, fazse necessário que, no inicio, alguém oriente, indicando as obras
mais adequadas ou mais importantes.
Em se tratando de estudantes, iniciantes da vida
intelectual, a seleção deve ser feita sob a orientação do
professor. Depois, à medida que houver mais familiaridade com
o mundo dos livros, a habilidade de seleção será mais fácil,
natural.
A leitura, tanto quanto possível, deve ser feita em obras
originais, na língua do autor; na falta destas, escolher traduções
que ofereçam garantia de fidelidade. Deve-se escolher o livro ou
artigo pelo título, autor e edição e, de preferência, a melhor
edição crítica existente ou as bem-conceituadas.
O primeiro passo na busca de material para leitura,
comum a todos os leitores, consiste na identificação do texto
que se tem pela frente. Deve-se ler:
c)
Crítica — estudo e formação de ponto de vista sobre o
texto, comparando as declarações do autor com
conhecimentos anteriores. Avaliação dos dados
quanto à solidez da argumentação, a fidedignidade e
atualização. Se são corretos e completos.
Uma obra ou um texto pode ser estudado / lido /
interpretado de diferentes maneiras. A forma vai depender dos
objetivos propostos pelo leitor.
Para interpretar um texto, precisamos analisá-lo e
analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir. A análise
de um texto refere-se ao processo de conhecimento de
determinada realidade e implica o exame sistemático dos
elementos.
Consiste, pois, no estudo extenso de uma obra ou parte
dela, “desintegrando-a, procurando separar os distintos
elementos e partes que a compõem, até conseguir penetrar na
idéia primeira que a originou, até achar esse tem misterioso que
é a chave do autor (Castagnino, 1953:26)”.
Para Bloom (1971:120), a análise significa “fracionamento
do material em suas partes constitutivas, a determinação das
relações que prevalecem entre tais partes e compreender de
que maneira estão organizadas”.
Segundo Barquero (1979:68), analisar é “descobrir não só
o esqueleto — isto é, o plano do texto — mas também
estruturar suas idéias de maneira hierárquica segundo sua
maior ou menor importância”.
Para Massaud Moisés (1979:15), “a análise deve conduzir
á crítica”, ou seja, deve fornecerá crítica “os dados
indispensáveis para que ela exerça seu mister judicativo (de
julgamento), mas nunca a substituir ou dispensar”.
Analisar é, portanto, decompor um todo em suas., partes,
a fim de poder efetuar um estudo mais completo, a fim de
interpretá-lo. Porém, o mais importante não é reproduzir a
estrutura do plano, mas indicar os tipos de relações existentes
entre as idéias expostas.
A análise desenvolve-se por meio da explicação, da
discussão e da avaliação.
o título — pois ele estabelece o assunto e, às vezes,
a intenção do autor;
b) a data da publicação — para certificar-se de sua
atualização ou aceitação (pelo número de edições), a
não ser que seja uma obra considerada clássica;
c) a ficha catalográfica — a fim de verificar as
credenciais ou qualificações do autor;
d) a “orelha” — onde, geralmente, se encontra uma
apreciação da obra;
e) o índice ou sumário — para se ter uma idéia da
divisão e tópicos abordados;
f) a Introdução ou prefácio — procurando encontrar
indícios da metodologia e objetivos do autor;
g) a bibliografia — final e as citações de rodapé
A análise do texto tem como objetivo levar o
— tendo em vista as obras consultadas.
estudante a:
•
Aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante
Deve-se, ainda, olhar uma ou outra página, para saber
dentro do texto;
que tipo de abordagem fez o autor. Se a obra for de interesse,
•
Reconhecer a organização e estrutura de uma obra
assinale a sua futura utilização.
ou texto;
•
Interpretar o texto, familiarizando-se com as idéias,
Tipos da Leitura
estilos, vocabulários;
•
Chegar a níveis mais profundos de compreensão;
Harlow (1980:113-114) apresenta cinco tipos:
•
Reconhecer o valor do material, separando o
• SCANNING — procura de um certo tópico da leitura
importante do secundário ou acessório;
de algumas linhas, parágrafos, visando encontrar
•
Desenvolver a capacidade de distinguir fatos,
frases ou palavras-chave.
hipóteses e problemas
• SKIMMING — captação da tendência, valendo-se dos
•
Encontrar as idéias principais ou diretrizes e as
títulos, subtítulos, ilustrações (se houver). Leitura dos
secundárias;
parágrafos, tentando encontrar a metodologia e a
•
Perceber como as idéias se relacionam
essência do trabalho.
•
Identificaras conclusões e as bases que as
• Do significado — visão ampla do conteúdo,
sustentam
principalmente do que interessa, deixando de lado
Como Fazer Interpretação de um Texto
aspectos secundários, lendo tudo de uma vez sem
voltar atrás.
• De estudo — absorção mais completa conteúdo e de
•
Escolhida a obra ou selecionado o texto, que deve ter
todos os significados, devendo ler, reler, utilizar o
sentido completo, devemos fazer a leitura integral de
dicionário e fazer resumos.
mesmo, para se ter uma visão do todo.
a)
2
LÍNGUA PORTUGUESA
•
•
•
•
•
•
São palavras que apresentam a mesma pronúncia ou
Reler o texto, assinalando ou anotando palavras ou
expressões desconhecidas, valendo-se de um grafia, mas significados diferentes.
dicionário para esclarecer seus significados.
Dirimidas as dúvidas, fazer nova leitura, visando á
Exemplo:
compreensão do todo. Se necessário, consultar
fontes secundárias.
Eles foram caçar, mas ainda não retornaram. (caçar –
Tornar a ler, procurando a idéia principal ou palavra- prender, matar)
chave, que tanto pode estar explicita como implícita
no texto.
Vão cassar o mandato daquele deputado. (cassar – ato ou
Localizar acontecimentos ou idéias, comparando-os efeito de anular)
entre si e procurando semelhanças e diferenças
existentes.
Os homônimos podem ser:
Agrupá-los pelo menos por uma semelhança
importante e organizá-los em ordem hierárquica de
Homônimos homógrafos;
importância.
Homônimos homófonos;
Interpretar as idéias e/ou fenômenos, tentando
Homônimos perfeitos.
descobrir conclusões a que o autor chegou e
Homônimos homógrafos
depreender possíveis ligações.
A análise, segundo Bloom (1971:121), divide-se em
três tipos:
São palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia.
Exemplos:
a)
b)
c)
identificação e classificação dos elementos —
fragmentação do material em suas partes
constitutivas;
explicitação das relações entre tais elementos —
verificação de suas conexões e interações;
reconhecimento dos princípios de organização—
tendo em vista sua disposição e estrutura.
Almoço (ô) – substantivo
Almoço (ó) – verbo
Jogo (ô) – substantivo
Jogo (ó) – verbo
Para – preposição
Pára – verbo
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
Homônimos homófonos
São palavras que possuem o mesmo som e grafia
diferente.
Sinônimos
São palavras
semelhantes.
que
possuem
significados
iguais
ou
Exemplos:
Cela – quarto de prisão
Sela – arreio
Coser – costurar
Cozer – cozinhar
Concerto – espetáculo musical
Conserto – ato ou efeito de consertar
Exemplo:
O faturista retificou o erro da nota fiscal.
O faturista corrigiu o erro da nota fiscal.
A criança ficou contente com o presente.
Homônimos perfeitos
Eles ficaram alegres com a notícia.
Antônimos
São palavras que possuem a mesma pronúncia e mesma
grafia.
Exemplos:
São palavras que apresentam significados opostos,
contrários.
Cedo – verbo
Cedo – advérbio de tempo
Sela – verbo selar
Sela – arreio
Leve – verbo levar
Leve – pouco peso
Exemplo:
Precisamos colocar ordem nessa baderna, pois já está
virando anarquia.
Cinco jurados condenaram e apenas dois absolveram o
Parônimos
réu.
Homônimos
São palavras que possuem significados diferentes e
apresentam pronúncia e escrita parecidas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Eminente – alto, elevado, excelente
Iminente – que ameaça acontecer
Emergir – sair de onde estava mergulhado
Imergir – mergulhar
Emigrar – deixar um país
Imigrar – entrar num país
Estádio – praça de esporte
Estágio – aprendizado
Flagrante – evidente
Fragrante – perfumado
Incidente – circunstância acidental
Acidente – desastre
Inflação – aumento geral de preços, perda do poder aquisitivo
Infração – violação
Ótico – relativo ao ouvido
Óptico – relativo à visão
Peão – homem que anda a pé
Pião – brinquedo
Plaga – região, país
Praga – maldição
Pleito – disputa eleitoral
Preito – homenagem
Exemplos:
Emergir – vir à tona
Imergir – afundar
Infringir – desobedecer
Infligir – aplicar
Relação de alguns homônimos
Acender – pôr fogo
Ascender – subir
Acento – sinal gráfico
Assento – tampo de cadeira, banco
Aço – metal
Asso – verbo (1ª pessoa do singular, presente do indicativo)
Banco – assento com encosto
Banco – estabelecimento que realiza transações financeiras.
Cerrar – fechar
Serrar – cortar
Cessão – ato de ceder
Sessão – reunião
Secção/seção - divisão
Cesto - cesta pequena
Sexto – numeral ordinal
Cheque – ordem de pagamento
Xeque – lance no jogo de xadrez
Xeque – entre os árabes, chefe de tribo ou soberano
Concerto – sessão musical
Conserto – reparo, ato ou efeito de consertar
Coser – costurar
Cozer – cozinhar
Expiar – sofrer, padecer
Espiar – espionar, observar
Estático – imóvel
Extático – posto em êxtase, enlevado
Estrato – tipo de nuvem
Extrato – trecho, fragmento, resumo
Incerto – indeterminado, impreciso
Inserto – introduzido, inserido
Chácara – pequena propriedade campestre
Xácara – narrativa popular
POLISSEMIA
É o fato de uma palavra ter mais de uma significação.
Exemplo:
Estou com uma dor terrível na minha cabeça. (parte do
corpo)
Ele é o cabeça do projeto. (chefe)
Graves razões fizeram-me contratar esse advogado.
(importante)
O piloto sofreu um grave acidente (trágico)
Ele comprou uma nova linha telefônica. (contato ou
conexão telefônica)
Nós conseguimos traçar a linha corretamente. (traço
contínuo duma só dimensão)
Relação de parônimos
Absolver – perdoar
Absorver – sorver
Acostumar – habituar-se
Costumar – ter por costume
Acurado – feito com cuidado
Apurado – refinado
Afear – tornar feio
Afiar – amolar
Amoral – indiferente à moral
Imoral – contra a moral, devasso
Cavaleiro – que anda a cavalo
Cavalheiro – homem educado
Comprimento – extensão
Cumprimento – saudação
Deferir – atender
Diferir – adiar, retardar
Delatar – denunciar
Dilatar – estender, ampliar
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
As palavras podem ser usadas no sentido próprio ou
figurado.
Exemplo:
Janine tem um coração de gelo. (sentido figurado)
Sempre tomo uísque com gelo. (sentido próprio)
DENOTAÇÃO
É uso da palavra com seu sentido original, usual.
Exemplo:
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LÍNGUA PORTUGUESA
A torneira estava pingando muito.
presentes, inclusive em posições de comando. Estão no
comércio, nas indústrias, predominam no magistério e
destacam-se nas artes. No tocante à economia e à política, a
cada dia que passa, estão vencendo obstáculos, preconceitos e
ocupando mais espaços.
Cabe ressaltar que essa participação não pode nem deve
ser analisada apenas pelo prisma quantitativo. Convém
observar o progressivo crescimento da participação feminina em
detrimento aos muitos anos em que não tinham espaço na
sociedade brasileira e mundial.
Muitos preconceitos foram ultrapassados, mas muitos
ainda perduram e emperram essa revolução de costumes. A
igualdade de oportunidades ainda não se efetivou por completo,
sobretudo no mercado de trabalho. Tomando-se por base o
crescimento qualitativo da representatividade feminina, é uma
questão de tempo a conquista da real equiparação entre os
seres humanos, sem distinções de sexo.
O sol brilhava intensamente hoje.
CONOTAÇÃO
É o uso da palavra diferente do seu sentido original.
Exemplo:
Ele tem um coração de manteiga.
É um verdadeiro mar de emoções essa música.
Tipologia Textual
1) Descrição
O texto descritivo é aquele que tem por base fazer uma Ortografia
descrição, daí o nome da tipologia, de um ser vivo, de um objeto
ou mesmo de um lugar.
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia
correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da
Uma das principais característica deste tipo de texto é a língua.
utilização constante de adjetivação, para que o leitor posse ter
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial
uma imagem do objeto descrito.
no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo
significados diferentes. Essas palavras são chamadas de
Ex.: Meus cabelos cão palhas de aço, meu porte físico de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim,
uma lesma, porém, sou auto que nem um poste de luz.
significa música vocal). As palavras homônimas dividem-se em
homógrafas, quando tem a mesma grafia (gosto, substantivo e
2) Narração
gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas,
quando tem o mesmo som (paço, palácio ou passo, movimento
Na narração, ao contrário da descrição que descreve um durante o andar).
ser vivo, um lugar, conta um fato, onde está presente
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se
personagens, enredo, tempo em que se passa a história e o observar as seguintes regras:
ambiente.
O fonema s:
Escreve-se com S e não com C/Ç:
Ex.:: Os primeiros raios de sol, brandos como um leve
toque, anunciam um novo dia de uma preguiçosa segunda-feira.  as palavras substantivadas derivadas de verbos com
Maria acorda, ingere algum pão e café, despede-se da família e
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent.
se põe a caminhar em direção ao ponto de ônibus. Não tão
longe dela, José executa as mesmas ações, porém, não se
Exemplos: pretender - pretensão / expandir - expansão /
sabe se desperdiçou os mesmos momentos de adeus.
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão /
submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo /
compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso /
discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir - consensual
3) Dissertação
O texto dissertativo tem como centro primordial a ideia.
Dissertar é refletir, debater a respeito de um determinado tema,
expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a 
esse tema. Sem dúvida é o texto mais cobrado em provas de
concurso público, tanto para redação como para interpretação
de textos.
Escreve-se com SS e não com C e Ç:
os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em
gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou meter
Exemplos: agredir - agressivo / imprimir - impressão /
admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso /
percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão /
comprometer - compromisso / submeter - submissão
 quando o prefixo termina com vogal que se junta com a
palavra iniciada por s
Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir ressurgir
Ex.:: Ao contrário de algumas teses predominantes até
bem pouco tempo, a maioria das sociedades de hoje já
começam a reconhecer a não existência de distinção alguma
entre homens e mulheres. Não há diferença de caráter
intelectual ou de qualquer outro tipo que permita considerar
aqueles superiores a estas.

Com efeito, o passar do tempo está a mostrar a
participação ativa das mulheres em inúmeras atividades. Até
nas áreas antes exclusivamente masculinas, elas estão
no pretérito imperfeito simples do subjuntivo
Exemplos: ficasse, falasse
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS:
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LÍNGUA PORTUGUESA

os vocábulos de origem árabe:
Exemplos: cetim, açucena, açúcar
Escreve-se com G e não com J:

as palavras de origem grega ou árabe
Exemplos: tigela, girafa, gesso.


estrangeirismo, cuja letra G é originária.
Exemplos: sargento, gim.

as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas
exceções)
Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge.

os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica
Exemplos: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique
os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu.
Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça,
caniço, esperança, carapuça, dentuço

nomes derivados do verbo ter.
Exemplos: abster - abstenção / deter - detenção / ater atenção / reter - retenção
 após ditongos

Exemplos: foice, coice, traição
Observação
Exceção: pajem
as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio.
Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio.

palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r)
Exemplos: marte - marciano / infrator - infração / absorto – 
absorção

O fonema z:
Escreve-se com S e não com Z:

os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é 
substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos.
Exemplos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa,
baronesa, princesa, etc.
os verbos terminados em ger e gir.
Exemplos: eleger, mugir.
depois da letra "r" com poucas exceções.
Exemplos: emergir, surgir.
depois da letra a, desde que não seja radical terminado com
j.
Exemplos: ágil, agente.
Escreve-se com J e não com G:

os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose.
Exemplos: catequese, metamorfose.

as palavras de origem latinas
Exemplos: jeito, majestade, hoje.

as formas verbais pôr e querer.
Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, quiseste.

as palavras de origem árabe, africana ou exótica.
Exemplos: alforje, jibóia, manjerona.

nomes derivados de verbos com radicais terminados em d.

Exemplos: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender
- empresa / difundir – difusão

os diminutivos cujos radicais terminam com s
Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – 
lapisinho


após ditongos
Exemplos: coisa, pausa, pouso

em verbos derivados de nomes cujo radical termina com s.

Exemplos: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar pesquisar

Escreve-se com Z e não com S:



as palavras terminada com aje.
Exemplos: laje, ultraje
O fonema ch:
Escreve-se com X e não com CH:
as palavras de origem tupi, africana ou exótica.
Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro.
as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J).
Exemplos: xampu, lagartixa.
depois de ditongo.
Exemplos: frouxo, feixe.
depois de en.
Exemplos: enxurrada, enxoval
os sufixos ez e eza das palavras derivadas de adjetivo
Exemplos: macio - maciez / rico – riqueza
Observação:
Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra
iniciada
com ch - Cheio - (enchente)
os sufixos izar (desde que o radical da palavra de origem
não termine com s)
Escreve-se com CH e não com X:
Exemplos: final - finalizar / concreto – concretizar
 as palavras de origem estrangeira
Exemplos: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim,
como consoante de ligação se o radical não terminar com s.
Exemplos: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis chope, sanduíche, salsicha.
+ inho – lapisinho
As letras e e i:
O fonema j:
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LÍNGUA PORTUGUESA



Acentuam-se as oxítonas terminadas em:
os ditongos nasais são escritos com e: mãe, põem. Com i,
só o ditongo interno cãibra.
os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
escritos com e: caçoe, tumultue. Escrevemos com i, os
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
a(s):
sofá, sofás
e(s):
jacaré, vocês
o(s):
paletó, avós
ninguém, armazéns
em, ens:
atenção para as palavras que mudam de sentido quando
substituímos a grafia e pela grafia i: área (superfície), ária
Monossílabos
(melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir
Os monossílabos, conforme a intensidade com que se
(vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que
proferem,
podem ser tônicos ou átonos.
anda a pé), pião (brinquedo).
Monossílabos Tônicos
Possuem autonomia fonética, sendo proferidos
fortemente na frase onde aparecem. Acentuam-se os
monossílabos tônicos terminados em:
a(s):
lá,
cá
e(s):
pé,
mês
o(s): só, pó, nós, pôs
Regras de Acentuação Gráfica
Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as
palavras mais numerosas são as paroxítonas, seguidas pelas
oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em,
podendo ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por
serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as
proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre
acentuadas.
Monossílabos Átonos
Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos
fracamente, como se fossem sílabas átonas do vocábulo a que
se apoiam.
Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de,
em, e, que, etc.
Proparoxítonas
Sílaba tônica: antepenúltima
As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente.
Exemplos: trágico, patético, árvore
1)
Paroxítonas
Sílaba tônica: penúltima
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
l
fácil
n
pólen
r
cadáver
ps
bíceps
x
tórax
us
vírus
i, is
júri, lápis
om, ons
iândom, íons
um, uns
álbum, álbuns
ã(s), ão(s)
órfã,
órfãs,
órfãos
2)
Observações:
Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido,
vindo representados por artigos, pronomes oblíquos,
elementos de ligação (preposições, conjunções).
Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em
outras.
Exemplos:
Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da
sua mochila? (átono)
Saiba que:
Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes
oblíquos, produzem formas oxítonas ou monossilábicas que
devem ser acentuadas por acabarem assumindo alguma das
terminações contidas nas regras. Exemplos:
órfão,
ditongo oral (seguido
jóquei, túneis
ou não de s)
beijar + a = beijá-la
fez + o = fê-lo
dar + as = dá-las
fazer + o = fazê-lo
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei
seu nome, mas não me recordo agora. (átono)
Observações:
As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen),
Acento de Insistência
mas as que terminam em "ens", não. (hifens, jovens)
Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a
2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r".
simples necessidade de enfatizar uma ideia podem levar o
(semi, super)
falante a emitir a sílaba tônica ou a primeira sílaba de certas
3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos
palavras com uma intensidade e duração além do normal.
crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s),
Exemplos:
uo(s),io(s).
Está muuuuito frio hoje!
Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue,
Deve haver equilíbrio entre exportação e importação
cárie, ingênuo, início
1)
Regras Especiais
Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras
destinadas a pôr em evidência alguns detalhes sonoros das
palavras. Observe:
Oxítonas
Sílaba tônica: última
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LÍNGUA PORTUGUESA
Pôde é a forma do pretérito perfeito do indicativo do verbo
poder. Pode é a forma do presente do indicativo. Exemplos:
O ladrão pôde fugir.
O ladrão pode fugir.
Ditongos Abertos
Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia
aberta em palavras oxítonas (éi e não êi), são acentuados.
Veja:
éi
(s):anéis,
fiéis,
papéis
éu
(s):troféu,
céus
ói (s): herói, constrói, caubóis
Obs.: os ditongos abertos
paroxítonas NÃO são acentuados.
ocorridos em
b) pôr / por
Pôr é verbo e por é preposição. Exemplos:
Você deve pôr o livro aqui.
Não vá por aí!
palavras
Saiba que:
Para acentuar as formas verbais com pronome
oblíquo em ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no
meio do verbo), cada elemento deve ser considerado
como uma palavra independente. Observe:
jogá-lo
jogá = oxítona terminada em a (portanto,
com acento)
lo = monossílabo átono (portanto, sem
acento)
Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia,
heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia, etc.
Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma
paroxítona terminada em "r" (e não por possuir ditongo
aberto "ói").
Hiatos
Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato
com a vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou
acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos
por "-nh".
Exemplos:
sa - í - da
jogá-lo-íamos
jogá = oxítona terminada em a (portanto,
com acento)
lo = monossílabo átono (portanto, sem
acento)
íamos = proparoxítona (portanto, com
acento)
e - go - ís -mo sa - ú - de
Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:
ju - iz
ra - iz
ru - im
ca - ir
PONTUAÇÃO
Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados
de -s na sílaba.
Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da
linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a
riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e
procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala.
Basicamente, têm como finalidade:
1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na
leitura;
2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser
destacadas;
Verbos Ter e Vir
Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do 3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer
ambiguidade.
presente do indicativo dos verbos ter e vir, bem como nos seus
compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja:
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns,
Eles têm
Ele tem
responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.
Elas vêm
Ela vem
Observação: cabe esclarecer que existem hiatos
acentuados não por serem hiatos, mas por outras razões.
Veja os exemplos abaixo:
po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente.
ja-ó: oxítona terminada em "o".
Ele retém
Vírgula ( , )
Eles retêm
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em
suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é
usada:
Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento
- nas datas, para separar o nome da localidade.
ocorre obrigatoriamente, mesmo no singular. Distingue-se
Por Exemplo:
o plural do singular mudando o acento de agudo para
São Paulo, 25 de agosto de 2005.
circunflexo:
ele detém -eles detêm
ele advém -eles advêm.
- após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados
como resposta, no início da frase.
Acento Diferencial
Por Exemplo:
Na língua escrita, existem dois casos em que os acentos
– Você gostou do vestido?
são utilizados para diferenciar palavras homógrafas (de mesma
– Sim, eu adorei!
grafia). Veja:
– Pretende usá-lo hoje?
a) pôde / pode
Ele intervém
Eles intervêm
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Não, no final de semana.
O importante, insistiam os pais, era a segurança da
escola.
- após a saudação em correspondência (social e
- para separar orações coordenadas assindéticas.
comercial).
Por Exemplo:
Exemplos:
O tempo não para no porto, não apita na curva, não
Com muito amor, Respeitosamente,
espera ninguém.
- para separar termos de uma mesma função
sintática.
Por Exemplo:
A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um
quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o
último e o penúltimo termo.
- para separar orações coordenadas adversativas,
conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas.
Exemplos:
Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio .
Vá
devagar,
que
o
caminho
é
perigoso
.
Estuda
muito,
pois
será
recompensado
.
As pessoas ora dançavam, ora ouviam música .
- para destacar elementos intercalados, como:
a) uma conjunção
Por Exemplo:
Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
b) um adjunto adverbial
Por Exemplo:
Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.
Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o
advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de
pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.
c) um vocativo
Por Exemplo:
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
d) um aposto
Por Exemplo:
Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
e) uma expressão explicativa (isto é, a saber, por
exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
Por Exemplo:
O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos
humanos, tem seu princípio em Deus.
ATENÇÃO
Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos
em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) quando as orações coordenadas tiverem
sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.
Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A
mulher" é sujeito de "protestou".
2) quando a conjunção "e" vier repetida com a
finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) quando a conjunção "e" assumir valores
distintos que não seja da adição (adversidade,
consequência, por exemplo)
Por Exemplo:
Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi
aprovada.
- para separar orações subordinadas substantivas e
adverbiais, sobretudo quando vêm antes da principal.
- para separar termos deslocados de sua posição
Por Exemplo:
normal na frase.
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.
Por Exemplo:
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.
O documento de identidade, você trouxe?
- para isolar as orações subordinadas adjetivas
- para separar elementos paralelos de um provérbio.
explicativas.
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Tal pai, tal filho.
A incrível professora, que ainda estava na faculdade,
dominava todo o conteúdo.
- para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.
Por Exemplo:
Ponto e vírgula ( ; )
As flores, eu as recebi hoje.
O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e
- para indicar a elipse de um termo.
menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom
Por Exemplo:
ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o
Daniel ficou alegre; eu, triste.
período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos:
- para separar orações coordenadas não unidas por
- para isolar elementos repetidos.
conjunção, que guardem relação entre si.
Exemplos:
Por Exemplo:
A
casa,
a
casa
está
destruída.
O rio está poluído; os peixes estão mortos.
Estão todos cansados, cansados de dar dó!
- para separar orações coordenadas, quando pelo
- para separar orações intercaladas.
menos uma delas já possui elementos separados por
Por Exemplo:
vírgula.
Por Exemplo:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar
O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram
a favor do acordo; nove, contra.
o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho,
melhorzinho, etc.
- para separar itens de uma enumeração.
- na invocação das correspondências.
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Prezados Senhores:
No parque de diversões, as crianças encontram:
brinquedos;
Convidamos a todos para a reunião deste mês, que será
balões;
realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa.
pipoca.
Atenciosamente,
A Direção
- para alongar a pausa de conjunções adversativas
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) ,
Ponto Final ( . )
substituindo, assim, a vírgula.
Por Exemplo:
O ponto final representa a pausa máxima da voz. A
Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.
melodia da frase indica que o tom é descendente. Emprega-se,
principalmente:
- para separar orações coordenadas adversativas
- para fechar o período de frases declarativas e
quando a conjunção aparecer no meio da oração.
imperativas.
Por Exemplo:
Exemplos:
Esperava encontrar todos os produtos no supermercado;
Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo.
obtive, porém, apenas alguns.
Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar.
Dois-pontos ( : )
- nas abreviaturas.
Exemplos:
O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da
Sr. (Senhor)
voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:
Cia. (Companhia)
- para anunciar a fala de personagens nas histórias
de ficção.
Saiba que:
Por Exemplo:
Pontuação nos títulos e cabeçalhos
"Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz:
Todos os cabeçalhos e títulos são encerrados por
– Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)
pontos finais. Não há uniformidade quando ao uso desta
pontuação, mas é de bom tom seguir o que determina a
ortografia oficial vigente. Muitas pessoas consideram mais
estético não pontuar títulos. Em jornalismo, por exemplo,
não se usa a pontuação de titulação.
- para anunciar uma citação.
Por Exemplo:
Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate
até
que
fura.
Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem
fim, Felicidade sim."
Ponto de Interrogação ( ? )
O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer
- para anunciar uma enumeração.
interrogação direta, ainda que a pergunta não exija resposta. A
Por Exemplo:
entoação ocorre de forma ascendente.
Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia,
Renata, Paulo e Marcos.
Exemplos:
Onde
você
comprou
este
computador?
- antes de orações apositivas.
Quais
seriam
as
causas
de
tantas
discussões?
Por Exemplo:
Por que não me avisaram?
Só aceito com uma condição: Irás ao cinema comigo.
Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas
indiretas.
- para indicar um esclarecimento, resultado ou
Por Exemplo:
resumo do que se disse.
Perguntei quem era aquela criança.
Exemplos:
Marcelo era assim mesmo: Não tolerava ofensas.
Note que:
Resultado: Corri muito, mas não alcancei o ladrão.
1) O ponto de interrogação pode aparecer
Em resumo: Montei um negócio e hoje estou rico.
ao
final
de uma pergunta intercalada, entre
Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na
parênteses.
introdução de exemplos, notas ou observações. Veja:
Por Exemplo:
Parônimos são vocábulos diferentes na significação
Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é
e
parecidos
na
forma.
a
melhor
forma para atingir os resultados
Exemplos:
esperados.
ratificar/retificar, censo/senso, etc.
2) O ponto de interrogação pode realizar
Nota: a preposição "per", considerada arcaica,
combinação
com o ponto admirativo.
somente é usada na frase "de per si " (= cada um por sua
Por
Exemplo:
vez, isoladamente).
Eu?! Que ideia!
10
LÍNGUA PORTUGUESA
Os parênteses têm a função de intercalar no texto
qualquer indicação que, embora não pertença propriamente ao
discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se:
- para separar qualquer indicação de ordem
explicativa, comentário ou reflexão.
Por Exemplo:
Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na
omissão de um termo (geralmente um verbo) que já apareceu
anteriormente na frase.
- para incluir dados informativos sobre bibliografia
(autor, ano de publicação, página etc.)
Por Exemplo:
" O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra
sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e
outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)
- para isolar orações intercaladas com verbos
declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões.
Por Exemplo:
Afirma-se (não se prova) que é muito comum o
recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam
liberados sem o recolhimento das multas.
- para delimitar o período de vida de uma pessoa.
Por Exemplo:
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1986).
- para indicar possibilidades alternativas de leitura.
Por Exemplo:
Prezado(a) usuário(a).
- para indicar marcações cênicas numa peça de
teatro.
Por Exemplo:
Abelardo I - Que fim levou o americano?
João
Decerto
caiu
no
copo
de
uísque!
Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!
(sai pela direita)
(Oswald de Andrade)
Obs.: num texto, havendo necessidade de utlizar
alíneas, estas podem ser ordenadas alfabeticamente por
letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste
caso as alíneas, exceto a última, terminam com ponto e
vírgula).
Por Exemplo:
No Brasil existem mulheres:
a) morenas;
b) loiras;
c) ruivas.
Os Parênteses e a Pontuação
Veja estas observações:
1) As frases contidas dentro dos parênteses não
costumam ser muito longas, mas devem manter pontuação
própria, além da pontuação normal do texto.
2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos
parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando
há uma frase completa contida nos parênteses.
Exemplos:
Eu suponho (E tudo leva a crer que sim.) que o caso
está
encerrado.
Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta.
Se o enunciado contido entre parênteses não for
uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo.
Por Exemplo:
O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em
Dacar (Senegal).
Ponto de Exclamação ( ! )
O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições,
frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa,
espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui
entoação descendente.
Exemplos:
"Como as mulheres são lindas!" (Manuel Bandeira)
Pare, por favor!
Ah! que pena que ele não veio...
Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da
vírgula de um vocativo enfático.
Por Exemplo:
Ana! venha até aqui!
Reticências ( ... )
As reticências marcam uma suspensão da frase, devido,
muitas vezes a elementos de natureza emocional. Empregamse:
- para indicar continuidade de uma ação ou fato.
Por Exemplo:
O tempo passa...
- para indicar suspensão ou interrupção do
pensamento.
Por Exemplo:
Vim até aqui achando que...
- para representar, na escrita, hesitações comuns na
língua falada.
Exemplos:
"Vamos nós jantar amanhã?
– Vamos...Não...Pois vamos."
Não quero sobremesa...porque...porque não estou com
vontade.
- para realçar uma palavra ou expressão.
Por Exemplo:
Não há motivo para tanto...mistério.
- para realizar citações incompletas.
Por Exemplo:
O professor pediu que considerássemos esta passagem
do hino brasileiro:
"Deitado eternamente em berço esplêndido..."
- para deixar o sentido da frase em aberto,
permitindo uma interpretação pessoal do leitor.
Por Exemplo:
"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de
um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta
clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também,
se não vier em um ano..." (Machado de Assis)
Saiba que
As reticências e o ponto de
exclamação, sinais gráficos subjetivos de
grande poder de sugestão e ricos em
matizes melódicos, são ótimos auxiliares
da linguagem afetiva e poética. Seu uso,
porém, é antes arbitrário, pois depende
do estado emotivo do escritor.
Parênteses ( ( ) )
11
LÍNGUA PORTUGUESA
3) Antes do parêntese não se utilizam sinais de
- para realçar uma palavra ou expressão.
Exemplos:
pontuação, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de
Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não".
pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se optar
Quem foi o "inteligente" que fez isso?
por colocá-lo após o parêntese de fecho.
Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se
Travessão ( – )
necessário usá-las novamente, empregam-se aspas
simples.
Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que
O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser
José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e
empregado:
- no discurso direto, para indicar a fala da dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas
personagem ou a mudança de interlocutor nos diáologos.
dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim.
Por Exemplo:
Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis)
– O que é isso, mãe?
Colchetes ( [ ] )
– É o seu presente de aniversário, minha filha.
- para separar expressões ou frases explicativas,
intercaladas.
Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses;
todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático,
Por Exemplo:
filológico, científico. Pode ser empregado:
- em definições do dicionário, para fazer referência à
"E logo me apresentou à mulher, – uma estimável
etimologia da palavra.
senhora – e à filha." (Machado de Assis)
Por Exemplo:
amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe
- para destacar algum elemento no interior da frase,
servindo muitas vezes para realçar o aposto.
alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor
ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo
Por Exemplo:
Dicionário Aurélio)
- para intercalar palavras ou símbolos não
"Junto do leito meus poetas dormem
pertencentes ao texto.
– O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron –
Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o
Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)
- para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois- holandês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de
pontos, em alguns casos.
papiamento que você, com certeza, vai usar:
1- Bo ta bon? [Você está bem?]
2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]
Por Exemplo:
- para inserir comentários e observações em textos
"Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente já publicados.
selvagem, a arte é a superioridade humana – acima dos
Por Exemplo:
preceitos que se combatem, acima das religiões que passam,
Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio
acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de
"Inocência"]
o êxtase." (Raul Pompeia)
Aspas ( " " )
As aspas têm como função destacar uma parte do texto.
São empregadas:
- antes e depois de citações ou transcrições textuais.
Por Exemplo:
Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do
amor não vale um beijo de moça namorada."
- para representar nomes de livros ou legendas.
Por Exemplo:
Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI.
Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais,
filmes, etc. também podemos grifar as palavras, conforme o
exemplo:
Ontem assisti ao filme Central do Brasil.
- para assinalar estrangeirismos, neologismos,
gírias, expressões populares, ironia.
Exemplos:
O "lobby" para que se mantenha a autorização de
importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais
descarado.(Veja)
- para indicar omissões de partes na transcrição de
um texto.
Por Exemplo:
"É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio
que magro, ameno e risonho" (Machado de Assis)
Asterisco ( * )
O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma
ser empregado:
- nas remissões a notas ou explicações contidas em
pé de páginas ou ao final de capítulos.
Por Exemplo:
Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria,
confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema
preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que
este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns
contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria,
patifaria, etc.
* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre
Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram" aparece ligado a outras palavras.
- nas substituições de nomes próprios não
rapidamente.
Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!
mencionados.
12
LÍNGUA PORTUGUESA
Por Exemplo:
O Dr.* conversou durante toda
O jornal*** não quis participar da campanha.
lobos), biblioteca (conjunto de livros) etc.
a
palestra.
Os
conjuntos:
substantivos
coletivos
usualmente
designam
Parágrafo ( § )
 de pessoas (associação, multidão, clientela, clube,
comitiva, turma etc.).
O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale
a dois ésses (S) entrelaçados, iniciais das palavras latinas
"Signum sectionis" que significam sinal de secção, de corte.
Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte
deve começar em outra linha, falamos parágrafoou alínea. A
palavra alínea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da
linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do
texto.
O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis,
por indicar os parágrafos únicos.
Por Exemplo:
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem
obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
 de animais (bando,de aves; colméia, de abelhas;
rebanho, de cabras; matilha, de cães; etc.)
 de coisas (aparelho, de jantar; arquipélago, de ilhas;
feixe, de lenha; herbário, de plantas; etc.).
 concretos:
independência.
designam
o
próprio
ser,
em
sua
Ex.: cachorro, menino, casa, árvore etc.
 abstratos: designam ações, estados ou qualidades
dos seres.
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS
Ex. abraço, cansaço, feitura (considerem-se estas
qualidades, estados e ações como independentes dos seres).
SUBSTANTIVO
I – Conceito
III – Flexão
Nome que designa os seres (pessoas animais, coisas,
estados, qualidades, ações).
1 – De Gênero:
masculino: são masculinos os substantivos com os
quais usamos os artigos masculinos o / um.
Ex.:
pessoas: Maria, José, Antônio.
animais: jacaré, cachorro, gato.
vegetais: laranjeira, violeta, babosa.
lugares: São Paulo, Índia, Ásia.
coisas: cadeira, caderno, mesa.
estados: prazer, estupidez.
qualidade:
beleza, maldade, crueldade.
ações: entrada, chegada, cansaço.
Ex.: o menino, o aluno, o jogo, um médico, um juiz, um
touro.
feminino: são femininos os substantivos com os quais
usamos os artigos femininos a / uma.
Ex.: a mulher, a mãe, a aluna, uma senhora, uma vaca.
II – Classificação
a regra geral define que o gênero masculino é marcado
pela desinência o e o gênero feminino é marcado pela
desinência a.
Os substantivos podem ser:
 próprios: designam um único indivíduo. O substantivo
próprio designa individualmente os seres, sem referência a suas
qualidades.
Ex.: aluno  masculino, aluna  feminino.
Entretanto, algumas palavras têm seu gênero definido
por sua terminação.
Eis alguns casos:
Ex.: Paulo, Brasil, Maria etc.
 comuns: designam o ser dentro de um conjunto de
a) substantivos masculinos terminados em ão fazem o
mesma espécie. Os substantivos comuns determinam as feminino:
características dos seres designados, pois não é qualquer coisa
que pode receber um nome específico.
em ã: irmão (m) / irmã (f) – guardião (m) / guardiã (f).
Ex.: caneta (determina todos os objetos cilíndricos com
carga de tinta que são utilizados par escrever).
em ona: solteirão (m) / solteirona (f).
em ao: patrão (m) / patroa (f).
 coletivos: designam um conjunto de elementos de
mesma natureza.
b) substantivos masculinos terminados em or fazem o
feminino em a.
Ex.: cardume (conjunto de peixes), alcatéia (conjunto de
13
LÍNGUA PORTUGUESA
 heterônimo: substantivos diferentes para cada um dos
Ex.: doutor (m) / doutora (f)
autor (m) / autora (f)
escritor (m) / escritora (f)
sexos.
Ex.: genro (m) / nora (f); pai (m) / mãe (f); cavalo (m) /
c) substantivos masculinos terminados em e fazem o égua (f), marido (m) / esposa (f).
feminino em a.
2 – De Número
Ex.: parente (m) / parenta (f).
O número dos substantivos em português é definido:
Entretanto, alguns substantivos masculinos terminados
em e não variam no feminino (cliente, doente, ouvinte,
pela ausência da desinência s  singular.
estudante etc.).
Nesses casos a oposição se faz por meio do uso dos
pela presença da desinência s  plural.
artigos.
Ex.: cavalo (singular) / cavalos (plural).
Ex.: o inocente (m) / a inocente (f).
um estudante (m) / uma estudante (f).
menino (singular) / meninos (plural).
pata (singular) / patas (plural).
d) substantivos masculinos terminados em es, l ou z
A formação do plural dos substantivos em português
fazem o feminino em a.
ocorre de várias maneiras:
Ex.: francês (m) / francesa (f)
oficial (m) / oficiala
zagal (m) / zagala (f).
juiz (m) / juíza (f).
português (m) / portuguesa (f).
a) substantivos terminados em vogal ou ditongo oral
fazem o plural em s.
Ex.: aluna / alunas, espada / espadas, lei / leis
b) substantivos terminados em ão fazem o plural em:
 ões coração

corações.
leão

leões.
limão

limões.
e) substantivos masculinos terminados em o fazem o
feminino em a:
Ex.:
menino (m) / menina (f).
garoto (m) / garota (f).
Obs.: serão sempre
terminados pelos sufixos:
femininos
os
 ães pão
escrivão
cão
substantivos



 ãos:
cristão 
irmão

grão

isa  papa (m) / papisa (f), poeta (m) / poetisa (f). esa
 príncipe (m) / princesa (f), barão (m) / baronesa (f).
essa  conde (m) / condessa (f), visconde (m) /
viscondessa (f).
pães.
escrivães.
cães
cristãos
irmãos
grãos.
Obs: alguns substantivos admitem mais de uma forma
para o plural.
Existem ainda os seguintes tipos de substantivos,
segundo o gênero:
Ex.: aldeão (s)  aldeãos, aldeões, aldeães (p).
 sobrecomum: designa tanto seres do sexo masculino
plural.
quanto do feminino, sem que haja oposição gramatical entre
masculino e feminino.
Ex.: a criança (menino ou menina, a criatura, a pessoa, a
c) substantivos terminados em m, trocam o m por n, no
Ex.: jovem (s)  jovens (p).
d) substantivos terminados em n fazem o plural em s ou
vítima.
es.
 comum-de-dois: uma só forma designa os dois sexos
Ex.: abdômen (s)  abdomens, abdômenes ou
de pessoas (a oposição masculino / feminino se faz pelo uso do
abdomes
(p).
artigo).
Ex: o pianista (m), a pianista (f), um doente (m), uma
e) substantivos terminados em r, s ou z, fazem plural em
doente (f).
es.
Ex.: mulher

mulheres (p).
 epiceno: uma só forma designa os dois sexos de
animais (a oposição se faz pelo uso dos adjetivos macho e
fêmea). Ex.: cobra macho (m), cobra fêmea (f), jacaré macho
(m), jacaré fêmea (f).
14
deus (s)

deuses (p).
raiz (s)

raízes (p).
LÍNGUA PORTUGUESA
girassol(s)
colher (s)

colheres (p).
mês (s)

meses (p).
juiz (s)

juizes (p).

girassóis (p).
 nos compostos com as formas adjetivas grão, grã e
bel.
Ex.: grão-prior (s) 
grão-cruz (s) 
bel-prazer (s)
grão-priores (p).
grã-cruzes (p).

bel-prazeres (p).
f) substantivos terminados em x são invariáveis no plural.
Ex.: o tórax (s)

 nos compostos formados por verbos ou palavras
invariáveis + substantivos ou adjetivos.
os tórax (p).
g) substantivos terminados em l:
Ex.: beija-flor
vice-rei(s) 
alto-falante (s)
 com final il, fazem o plural em is (nas palavras
oxítonas) ou eis (nas não oxítonas).
Ex.:
funil (s)
fóssil (s)


 em compostos onomatopéicos (palavras que imitam
sons da natureza).
funis (p).
fósseis (p).
Ex.: tique-taque (s) 
reco-reco (s)
com final al, ol, ul, trocam o l por is.
Ex.:
carnaval (s) 
álcool (s)

paul (s)

carnavais (p).
álcoois (p).
pauis (p).
nível (s)
pastel (s)


 nos compostos em que há preposição.
Ex.: pé-de-moleque (s) 
níveis (p).
pastéis (p).
Ex.: salário-família 
papel-moeda (s)
Ex.: miolo (s) (o fechado)  miolos (p) (o aberto)
ovo (s) (o fechado)  ovos (p) (o aberto)
 dois substantivos:
Ex.: carta-bilhete (s)
caracteres (p)
 corações
+
zinho
cartas-bilhetes (p).
 um substantivo e um adjetivo:
j) plural
dos substantivos terminados em -zinho:
acrescenta-se o sufixo plural ao substantivo (também no plural),
suprindo o s final do substantivo.
Ex.: coraçãozinho (s)
coraçõezinhos (p)
salários-família.

papéis-moeda (p).
 em que ambos os elementos variam. São os
substantivos compostos formados por.
i) plural com deslocamento da sílaba tônica: a sílaba
tônica se desloca na passagem para o plural.

pés-de-moleque(p).
 nos compostos de dois substantivos, onde o segundo
exprime a finalidade.
h) plural com metafonia: alguns substantivos alteram o
acento fônico fechado para o aberto no plural.
Ex.: caráter (s)
tique-taques (p).

reco-recos (p).
 em que somente o primeiro elemento varia.
com final el, trocam o l por éis.
Ex.:
(s)

beija-flores (p).
vice-reis (p).

alto-falantes (p).
Ex.: amor-perfeito (s)
 amores-perfeitos (p).
guarda-noturno (s)  guardas-noturnos (p).
 alguns substantivos admitem mais de um plural.
=
Ex.: fruta-pão
 frutas-pão ou fruta-pães.
padre-nosso  padre-nossos ou padres-nossos.
leãozinho  leões + zinho = leõezinhos.
l) substantivos que só aparecem na forma plural.
3 – De grau:
Ex.: férias, óculos, núpcias, trevas, anais, arredores.
Os graus do substantivo podem ser:
m) plural dos substantivos compostos:
 normal: boca, copo, cão.
 aumentativo:
corpaço, canzarrão.
 em que somente o último elemento varia.
 nos compostos por aglutinação:
Ex.: madressilva (s)

bocarra,
boca
enorme,
corpanzil,
 diminutivo: boquinha, corpinho, corpete, cãozinho.
madressilvas (p).
15
LÍNGUA PORTUGUESA
A gradação dos substantivos pode ocorrer de duas
maneiras:
ADJETIVO
a) processo sintético: pelo emprego de sufixos
I – Conceito
apropriados.
Palavras que designam qualidades, condições ou
Ex.: chapéu
 chapelão (grau aumentativo).
estados de um ser.
chapeuzinho (grau diminutivo).
ramo  ramalho (grau aumentativo)
Ex.: mar imenso menina bonita
camisa verde
ramalhete (grau diminutivo).



subst.
subst.
subst.
b) processo analítico: pelo emprego de um adjetivo
adjetivo
adjetivo
adjetivo
qualificado (grande, pequeno, imenso) ao substantivo.
Obs: o adjetivo modifica o substantivo ou qualquer
palavra com o mesmo valor deste. Ex.: massa crua.
Ex.: carro grande (aumentativo analítico).
carro pequeno (diminutivo analítico).
amor imenso (aumentativo analítico).
pé minúsculo (diminutivo analítico).
O adjetivo pode ser substantivado (tomar a posição de
um substantivo).
Ex.: Os maus podem ser punidos.
Obs.: os substantivos, em seus graus diminutivo ou
analítico, podem ser também usados com sentidos de:
Junto do adjetivo pode ocorrer a locução adjetiva, que é
formada por preposição + substantivo ou preposição + advérbio,
com valor de adjetivo.
§ desdém, desprezo. Ex.: padreco, livreco, coisinha etc.
§ afetividade (principalmente os sufixos diminutivos). Ex.:
mãezinha, queridinho, amorzinho, gatinha etc.
Ex.: homem corajoso = homem de coragem


adjetivo
locução adjetiva
(preposição + substantivo)
 principais sufixos aumentativos:
-aça: barcaça (barca)
-aço: unhaço (unha)
-alhão: dramalhão (drama)
-anzil: corpanzil (corpo)
-ão: chaveirão (chave)
-aréu: fogaréu (fogo)
-arra: bocarra (boca)
-arão: bicharrão (bicho)
-astro: poetastro (poeta)
-ázio: balázio (bala)
-orra: cabeçorra (cabeça)
-az: pratarraz (prato)
-uça: dentuça (dente)
patas traseiras

adjetivo
=
patas de trás

locução adjetiva
(preposição + advérbio)
II – Classificação
Os adjetivos podem ser:
SIMPLES COMPOSTOS
 os adjetivos simples têm uma só palavra:
Ex.: ruim, espanhol, fraco, amoroso, leal, esperto,
inteligente.
 principais sufixos diminutivos:
 os adjetivos compostos têm duas palavras:
a) regulares:
-inho(a): patinho, gatinha, cabecinha
-zinho(a): homenzinho, florzinha, cafezinho
Ex.: azul-marinho, branco-gelo, vermelho-sangue.
Adjetivos Pátrios: adjetivos que se referem a países,
cidades, continentes, regiões, estados etc.
b) irregulares:
-ola: chacarola (chácara), igrejola (igreja)
-eta: caixeta (caixa), chapeleta (chapéu)
-eco: baileco (baile), livreco (livro)
-ote: frangote (frango, rapazote (rapaz)
-ete: farolete (farol), filete (fio)
Ex.:
c)eruditos:
-áculo: habitáculo (habitação)
-ulo: óvulo (ovo)
-ículo: versículo (verso)
-úsculo: corpúsculo (corpo)
-culo: fascículo (feixe)
-únculo: porciúncula (porção)
Brasil  brasileiro.
Brasília  brasiliense, brasiliano, candango.
Alemanha  alemão, germânico.
Filipinas  filipino.
Índia  hindu, indiano.
Equador  equatoriano.
III – Flexão
Os adjetivos flexionam-se em gênero, número e grau.
1) De gênero:
16
LÍNGUA PORTUGUESA
Como os substantivos, os adjetivos apresentam os
adjetivo + substantivo ou cor-de + substantivo =
gêneros masculino e feminino.
invariáveis.
Ex.:
3) De grau
homem corajoso (m) / mulher corajosa (f).
garoto esperto (m) / garota esperta (f).
O grau do adjetivo designa maior ou menor intensidade
Alguns adjetivos apresentam somente uma forma que de uma qualidade atribuída a um substantivo. Assim, como nos
acompanha substantivos masculinos e femininos (geralmente substantivos, o grau pode ser formado por dois processos:
são terminados por a, e, l, m, r, s, e z). São chamados de
adjetivos uniformes.
a) sintético: ajuntando ao adjetivo sufixos de
intensificação.
Ex.:
Ex.: facílimo, chatíssimo, belíssimo, espertíssimo.
exame
breve
prova
breve
b) analítico: ajuntando aos adjetivos palavras que
subst. masculino adjetivo subst. feminino adjetivo
denotam intensificação.
aluno
jovem
aluna
jovem
subst.masculino
adjetivo
subst. feminino
adjetivo
garoto
alegre
subst. masculino adjetivo
garota
subst. feminino
alegre
adjetivo
Ex.: mais fácil, muito bonito, muito fácil.
Há dois tipos de grau do adjetivo:
a) comparativo: indica intensidade maior ou menor de
uma qualidade atribuída a um substantivo. Compara a mesma
qualidade entre dois seres. Poder ser:
 de igualdade: A garota é tão bonita quanto a irmã.
Outros adjetivos apresentam duas formas, uma que
acompanha o masculino e outra que acompanha o feminino.
São chamados de adjetivos biformes e flexionam-se como os
substantivos.
 de superioridade: A garota é mais bonita do que a irmã.
 de inferioridade: A garota é menos bonita do que a irmã.
Ex.: francês (m) / francesa (f) – trabalhador (m) /
trabalhadora (f) – cru (m) / crua (f) – europeu (m) / européia (f) –
b) superlativo: indica uma qualidade de um substantivo
belo (m) / bela (f) – bonito (m) / bonita (f).
em grau intenso. Pode ser:
Outras terminações dos adjetivos biformes:
 absoluto: quando a qualidade atribuída ao substantivo
é apresentada sem comparação com outros seres. Pode ser
apresentada sob as formas:
2) De número:
O adjetivo tem o mesmo número do substantivo que
acompanha.
 sintética: A vida é belíssima.
principais sufixos usados
Ex.: mulher bondosa (singular) / mulheres bondosas
(plural) – menino espanhol (singular) / meninos espanhóis
(plural).
Ex.:
-íssimo:
riquíssimo
belíssimo
habilíssimo
amaríssimo
dulcíssimo
-imo:
facílimo
agílimo
docílimo
humílimo
-rimo:
macérrimo
celérrimo
celebérrimo
aspérrimo
paupérrimo
libérrimo
nacionalidades luso-brasileiras (plural)
adjetivo composto
meninos mal-educados (plural)
adjetivo composto
Obs.: Exceto nos vocábulos surdo-mudo (surdosmudos),verde-claro (verdes-claros) etc.
Ex.:
surdo-mudo  surdos-mudos
surda-muda  surdas-mudas
Obs.: se o último elemento do adjetivo composto for um
substantivo, nenhum elemento varia:
Ex.: colchas amarelo-canário / calças cor-de-rosa.
adjetivo substantivo
substantivo
 analítica: A vida é muito bela.
17
LÍNGUA PORTUGUESA
de estrela .................................... estelar
de éter ........................................ etéreo
de fábrica .................................... fabril
de face ........................................ facial ou genal
de fera ........................................ beluíno
 relativo: quando a qualidade é ressaltada em relação
de ferro ....................................... férreo, sidérico
ou comparação com outros seres.
de fígado ..................................... hepático
de fogo ....................................... ígneo
Ex.: Ela é a mais bela dentre as irmãs.
de gado ...................................... pecuário
de gafanhoto .............................. acridiano, acrídio
Pode ser:
de garganta ................................ gutural
de gato, onça .............................. felino
 de superioridade: Maria é a mais inteligente de todas.
de gelo ........................................ glacial
de guerra .................................... bélico
 de inferioridade: Maria é a menos rápida de todas.
de homem .................................. viril
de Igreja ..................................... eclesiástica
de ilha ......................................... insular
Quadro das locuções adjetivas:
de inverno ................................... hibernal
de irmão ..................................... fraterno,
fraternal
Locuções adjetivas
Adjetivos
(própria de)
de lago ........................................ lacustre
de açúcar .................................... sacarino
de lágrima ................................... lacrimal
de águia ..................................... aquilino
de leão ........................................ leonino
de anjo ....................................... angelical
de lebre ...................................... leporino
de Alpes ...................................... alpino, alpestre
de leite ........................................ lácteo, láctico
de anel ....................................... anular
de limão, laranja ......................... cítrico, cítreo
de asno ...................................... asinino
de lobo ........................................ lupino
de astro ...................................... sideral
de Lua ........................................ lunar
de aviação .................................. aviatório
de mãe ....................................... maternal (próprio de) ,
de bílis ........................................ biliar
materno
de bispo ...................................... episcopal
de macaco .................................. simiesco
de boca ...................................... oral, bucal
de madeira ................................. lígneo, lenhoso
de bode ...................................... hircino
de maçãs do rosto ...................... malar, zigomático
de brejo ...................................... palustre
de mar ........................................ marítimo,
marinho,
de cabeça ................................... cefálico
equóreo
de cabelo .................................... capilar
de marfim ................................... ebúmeo, ebóreo
de cabra ..................................... caprino
de memória ................................ mnemônico, mnêmico
de calor ...................................... térmico
de mestre ................................... magistral
de campo ................................... campestre,rural,
de moeda ................................... numismático, monetário
agreste
de Moisés ................................... mosaico
de carta ...................................... epistolar
de monge, mosteiro .................... monacal, monástico
de cera ....................................... céreo
de convento ................................ convêntico, conventual
de chumbo ................................. plúmbeo
de nariz ....................................... nasal
de chuva ..................................... pluvial
de neve ....................................... níveo
de cinza ...................................... cinéreo
de norte ...................................... setentrional, boreal
de circo ....................................... circense
de olhos ...................................... ocular, oftálmico, ótico,
de cobra, serpente ..................... columbrino, ofídico
óptico
de coração ................................. cardíaco
de ouvido .................................... auricular, ótico
de corpo ..................................... somático,
corpóreo,
de ovelha .................................... ovino
corporal
de paraíso .................................. paradisíaco
de correio ................................... postal
de pedra ..................................... pétreo, litóide (com
de costas .................................... dorsal
aspecto de pedra)
de dança, coreografia ................. coreográfico
de pele, epiderme ....................... cutâneo, epidérmico
de dedo ...................................... digital
de célula, cela ............................ celular
de diamante ............................... adamantino,
de pesca ..................................... pesqueiro
diamantino
de pomba ................................... columbino
de dinheiro ................................. pecuniário
de porco ..................................... porcino, suíno
de direito .................................... jurídico
de prata ...................................... argênteo,
argentino,
de ensino .................................... didático
de enxofre .................................. sulfúreo,
sulfúrico, argírico
de prosa ..................................... prosaico
sulfuroso
de pulmão ................................... pulmonar
de erva ....................................... herbóreo
de raposa ................................... vulpino
de esposa ................................... uxoriano
de rato ........................................ murino
de estômago .............................. estomacal, gástrico
Advérbios
bastante.
usados:
muito,demais,
extremamente,
18
LÍNGUA PORTUGUESA
 masculino: o, os, um, uns,  para substantivos
masculinos
de rim ......................................... renal
de rio .......................................... potâmico, fluvial
de rocha, rochedo ....................... rupestre
de romance ................................. romanesco
de seda ....................................... sérico
de soro ....................................... seroso
de tarde ...................................... vespertino, crepuscular
de tecido, tecelagem .................. têxtil
de terra ....................................... térreo, telúrico, terreno,
terrestre
de terremoto ............................... sísmico
de tórax ...................................... torácico
de touro ...................................... taurino
de túmulo .................................... tumular
de umbigo ................................... umbilical
de universo ................................. universal, ecumênico
de urso ....................................... ursino
de velho, velhice ......................... senil
de verão, estio ............................ estival
de víbora .................................... viperino
de vidro ....................................... vítreo, hialino
de vinagre ................................... acético
de violeta .................................... violáceo
de virilha ..................................... inguinal
de voz ......................................... vocal, fônico
de vasos sanguíneos .................. vascular
de sul .......................................... austral, meridional
sem cheiro .................................. inodoro
sem movimento .......................... inerte, imóvel
sem sabor ................................... insípido, insosso
sem freio ..................................... desenfreado, infrene
sem sal ....................................... insosso, insulso
Ex.: o garoto, os garotos, um boi, uns bois.
 feminino: a, as, uma, umas
femininos.
Ex.: a menina, as meninas, uma rã, umas rãs.
2) Número:
 Singular: o, a, um, uma para substantivos singulares.
Ex.: o papel, a bolsa, um cão, uma vaca.
 plural: os, as, uns, umas para substantivos plurais.
Ex.: os trabalhadores, as operárias, uns alunos, umas
garotas.
NUMERAL
I – Conceito e Classificação
É a classe de palavras que dá nome aos números.
Os numerais são classificados em:
 numerais cardinais: são os números que exprimem a
quantidade em si mesma ou a quantidade certa de seres ou
objetos.
Ex.: um, dois, três, quatro etc.
ARTIGO
 numerais ordinais: são os números que indicam a
ordem dos seres ou objetos.
I – Conceito e Classificação
É o nome que se dá às palavras (o, a, os, as e um,
uma, uns, umas) que se antepõem aos substantivos. O artigo
determina ou indetermina o substantivo. Desse ponto de vista,
classificam-se me:
Ex.: um, dois, três, quatro etc.
 numerais multiplicativos: são os números que indicam
uma multiplicação.
 artigos definidos: designam um ser ou objeto
determinado, conhecido.
Ex.:
Ex.: dobro (ou duplo), triplo, quádruplo, quíntuplo etc.
 numerais fracionários: são os números que indicam
proporções (divisão).
Ex.: meio (ou metade), terço, quarto, quinto, onze avos
etc.
Conheço toada a cidade.
A vizinha de Carlos é bonita.
 artigos definidos: designam um ser ou objeto qualquer
dentre outros.
Ex.:
para substantivos
Obs.: Há certos numerais, chamados de coletivos,que
exprimem um conjunto de seres ou objetos e indicam um
número exato. Ex.: novena, dezena, década, dúzia, centena,
cento, milhar.
comprei um livro.
Uma mulher foi assaltada.
II – Emprego dos artigos
II – Flexão
Usa-se o artigo associado ao substantivo, sendo que o
artigo nunca aparece depois dos substantivo.
1) Cardinais:
 os numerais cardinais um e dois variam em gênero
(um/uma, dois/duas), assim como as centenas, a partir de
duzentos
(duzentos/duzentas,
trezentos/trezentas,
quatrocentos/quatrocentas etc.).
O artigo flexiona-se em:
1) Gênero:
19
LÍNGUA PORTUGUESA
 milhão, bilhão, etc., variam em número.
Ex.: milhão / milhões, bilhão / bilhões.
 ambos (=os dois) varia em gênero.
Ex.: ambos / ambas
Este — Esse — Aquele / Esta — Essa — Aquela / Estes
— Esses —Aqueles / Estas — Essas — Aquelas / Isto — Isso
— Aquilo / O — A — Os — As.
Ex.:
Esta camisa é nova.
Esse rapaz é Saul Nigri.
Aquela casa é velha.
As palavras mesmo, próprio e outro podem funcionar
como pronomes demonstrativos.
Ex.: Foi você mesmo quem pediu.
2) Ordinais
os numerais ordinais variam em gênero e número.
Ex.: primeiro / primeira  primeiros / primeiras.
POSSESSIVOS
Dão idéia de posse e indicam a pessoa a que se
referem.
São os seguintes:
3) Multiplicativos:
Meu — Minha - Meus — Minhas / Teu — Tua — Teus —
 os numerais multiplicativos, dúplice, tríplice etc., variam Tuas / Seu —Sua — Seus — Suas / Nosso — Nossa — Nossos
— Nossas / Vosso — Vossa — Vossos — Vossas.
em número.
Ex.: dúplices, tríplices etc.
Ex.: Meu filho é feliz.
Nossos amigos continuam aqui.
 os numerais multiplicativos usados com o valor de
adjetivo são flexionados em gênero e número.
Ex. Comeu dois sanduíches triplos.
4) Fracionários:
 o numeral fracionário meio concorda em gênero com a
palavra a que se refere.
Ex.: Duas horas e meia. Um ano e meio
5) Coletivos:
INDEFINIDOS
Apresentam sentido vago, indefinido e são empregados
apenas na 3ª pessoa.
São os seguintes:
Alguém - Ninguém - Outrem / Algum - Alguma - Alguns
— Algumas / Todo — Toda — Todos — Todas / Tudo — Nada /
Qualquer —- Quaisquer / Vários — Várias / Certo — Certa —
Certos — Certas / Um — Uma — Uns — Umas / Nenhum —
Nenhuma / Que / Quem / Pouco — Pouca —Poucos — Poucas
/ Algo / Outro / Muito / Diferente.
todos os numerais coletivos são flexionados em número.
Ex.: Alguém precisa de mim.
Nada altera o caminho a seguir.
Ex.: uma década / duas décadas
PRONOMES
RELATIVOS
Estabelecem uma relação com o termo antecedente.
São os seguintes:
Pronome é o vocábulo que substitui o nome, podendo
também aparecer como determinante.
Os pronomes podem ser, independente de classificação,
adjetivos ou substantivos.
Quando aparecem antes de substantivos, são chamados
de pronomes adjetivos.
Cujo — Cuja — Cujos — Cujas
Quanto — Quanta — Quantos — Quantas
O qual — A qual — Os quais — As quais
Que — Quem — Onde — Quando.
Quando não aparecem antes de substantivos, são
chamados de pronomes substantivos.
Ex.:
A moça que chegou está nervosa.
A ocasião quando estive ali me foi proveitosa.
O livro cujas páginas estão soltas é uma relíquia.
EMPREGO
INTERROGATIVOS
PRONOMES ADJETIVOS E SUBSTANTIVOS
Aparecem em orações interrogativas.
São os seguintes:
DEMONSTRATIVOS
Indicam a posição ou a identidade das pessoas ou
objetos.
São os seguintes:
Quanto — Quanta — Quantos — Quantas
Que — Quem — Qual — Quais.
Ex.:
20
Que queres?
LÍNGUA PORTUGUESA
complemento verbal - objeto direto e indireto;
complemento nominal; agente da passiva.
Quem chegou?
PESSOAIS
3) Acessórios
O pronome pessoal indica quem fala, com quem se fala
Desempenham função secundária (especificam o
e de quem se fala.
substantivo ou expressam circunstância). São representados
Os pronomes pessoais podem ser: retos, oblíquos e de por:
tratamento.
adjunto adnominal; adjunto adverbial; aposto.
—
Pronomes pessoais retos (são empregados
Obs.:
como sujeito), São eles:
O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte:
Eu — Tu — Ela — Ele — Nós — Vós — Elas — Eles.
não pertence à estrutura da oração.
—
Pronomes pessoais oblíquos (funcionam
2- TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
geralmente como complementos). São eles:
Sujeito e Predicado
Me — Mim — Comigo / Te — Ti — Contigo /
Se — Si — Consigo / Lhe — O — A — Lhes — Os — As
Para que a oração tenha significado, são necessários
Nós — Conosco / Vós — Convosco.
alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração possui
dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.
FORMAS DE TRATAMENTO
Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração
diz algo.
—
Pronomes pessoais de tratamento (são
empregados de modo familiar ou cerimonioso).
Por Exemplo:
As praias estão cada vez mais poluídas.
Os pronomes de tratamento pertencem à terceira
pessoa. São os seguintes:
Sujeito
Vossa Senhoria (V.Sª.) correspondência comercial
Predicado: termo que contém o verbo e informa algo
atualmente.
sobre o sujeito.
Ilustríssimo Senhor (IImo. Sr.).
ma
Vossa Reverendíssima (V. Rev .) para padres.
Por Exemplo:
Vossa Santidade (V. S.) para o papa.
Vossa Eminência (V. E.) para os cardeais.
As praias estão cada vez mais poluidas
ma
Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exª. Rev )
predicado
para bispos e arcebispos.
Vossa Majestade (V. M.) para reis.
Posição do Sujeito na Oração
Vossa Alteza (V. A.) para príncipes.
Dependendo da posição de seus termos, a oração pode
Sóror (para freira).
estar:
Vossa Excelência (V. Exª) para o presidente,
Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.
governador de estado e pessoas de elevada categoria social.
Por Exemplo:
Senhor (Sr.), Senhora (Srª.) quando há respeito.
As crianças bricavam despreocupadas
Você, quando há intimidade, ou quando se trata de
sujeito predicado
empregado subalterno.
Termos da Oração
Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do
predicado.
No período "Conhecemos mais pessoas quando
Por exemplo:
estamos viajando", existem seis palavras. Cada uma delas
Brincavam despreocupadas as crianças
exerce uma determinada função nas orações. Em análise
predicado sujeito
sintática, cada palavra da oração é chamada de termo da
oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função
sintática que exerce na oração.
Sujeito no Meio do Predicado:
Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os
termos da oração podem ser:
Despreocupadas, as crianças
1) Essenciais
Também conhecidos como termos "fundamentais", são
representados pelo sujeito e predicado nas orações.
Predicado
Sujeito
brincavam.
Predicado
Classificação do Sujeito
O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser
determinado
ou indeterminado. Existem ainda as orações
2) Integrantes
sem
sujeito.
Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são
1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar
representados por:
com precisão a partir da concordância verbal. Pode ser:
21
LÍNGUA PORTUGUESA
a) Simples
Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao
b) Precisa-se de professor. (Sujeito Indeterminado)
Precisa-se de professores. (Sujeito Indeterminado)
verbo.
No caso a, o se é uma partícula apassivadora e o
Por Exemplo:
verbo está na voz passiva sintética, concordando com o
A rua estava deserta.
sujeito. Observe a transformação das frases para a voz
Observação: não se deve confundir sujeito simples passiva analítica:
com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é simples
quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento,
O novo candidato foi aprovado.
seja ele um substantivo (singular ou plural), um pronome,
Sujeito
um numeral ou uma oração subjetiva.
Os novos candidatos foram aprovados.
Por Exemplo:
Sujeito
Os meninos estão gripados.
No caso b, se é índice de indeterminação do sujeito e
Todos cantaram durante o passeio.
o verbo está na voz ativa. Nessas construções, o sujeito é
indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do
b) Composto
singular.
Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao
c) Com o verbo no infinitivo impessoal:
verbo.
Por Exemplo:
Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.
Era
penoso
estudar
todo
aquele
conteúdo.
É
triste
assistir
a
estas
cenas
tão
trágicas.
c) Implícito
Ocorre quando o sujeito não está explicitamente
Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural,
representado na oração, mas pode ser identificado.
fazendo
referência a elementos explícitos em orações
Por Exemplo:
anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.
Dispensamos todos os funcionários.
Por Exemplo:
Nessa oração, o sujeito é simples e determinado, pois
Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas
o sujeito nós é indicado pela desinência verbal - mos.
verduras.
Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe
2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora
e Marcos). Ocorre sujeito oculto.
existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela
terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras
3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo
diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:
predicado
e articula-se a partir de um verbo impessoal.
a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
Observe
a
estrutura
destas orações:
O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem
Sujeito Predicado
que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem
em outra oração):
Por Exemplo:
Procuraram
você
por
todos
os
Estão pedindo seu documento na entrada da festa.
lugares.
-
Havia formigas na casa.
-
Nevou muito este ano em Nova Iorque.
É possível constatar que essas orações não têm
sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato,
através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a
nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal. Os
casos mais comuns de orações sem sujeito da língua
portuguesa ocorrem com:
b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular,
seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua
como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção
ocorre com verbos que não apresentam complemento direto
(verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo
a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.
Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar,
Exemplos:
amanhecer,
anoitecer, etc.
Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
Por
Exemplo:
Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo
Choveu
muito
no
inverno
passado.
Indireto)
Amanheceu antes do horário previsto.
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de
Ligação)
Observação: quando usados na forma figurada,
esses verbos podem ter sujeito determinado.
Entendendo a Partícula Se
Por Exemplo:
As construções em que ocorre a partícula se podem
Choviam crianças na distribuição de brindes.
apresentar algumas dificuldades quanto à classificação do (crianças=sujeito)
sujeito.
Já amanheci cansado. (eu=sujeito)
Veja:
a) Aprovou-se o novo candidato.
b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados
Sujeito
para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos
Aprovaram-se os novos candidatos.
meteorológicos:
Sujeito
Ser:
22
LÍNGUA PORTUGUESA
É noite. (Período do dia)
Eram duas horas da manhã. (Hora)
OS VERBOS NO PREDICADO
Em todo predicado existe necessariamente um verbo
ou uma locução verbal. Para analisar a importância do
verbo no predicado, devemos considerar dois grupos
distintos: os verbos nocionais e os não nocionais.
Os verbos nocionais são os que exprimem
processos;
em
outras
palavras,
indicam
ação,
acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental:
Acontecer – considerar – desejar – julgar – pensar –
querer – suceder – chover – correr fazer – nascer –
pretender – raciocinar
Esses verbos são sempre núcleos dos predicados
em que aparecem.
Os verbos não nocionais exprimem estado; são mais
conhecidos como verbos de ligação.
Fazem parte desse grupo, entre outros:
Ser – estar – permanecer – continuar – andar –
persistir – virar – ficar – achar-se - acabar – tornar-se –
passar (a)
Os verbos não nocionais sempre fazem parte do
predicado, mas não atuam como núcleos.
Para perceber se um verbo é nocional ou não
nocional, é necessário considerar o contexto em que é
usado. Assim, na oração:
Ela anda muito rápido.
O verbo andar exprime uma ação, atuando como um
verbo nocional. Já na oração:
Ela anda triste.
O verbo exprime um estado, atuando como verbo
não nocional.
Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo
com a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora/
São nove horas)
Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)
Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no
singular, subentendendo-se a palavra dia, ou então irá para
o plural, concordando com o número de dias.
Estar:
Está tarde. (Tempo)
Está muito quente.(Temperatura)
Fazer:
Faz dois anos que não vejo meu pai.
Tempo decorrido)
Fez 39° C ontem. (Temperatura)
Haver:
Não a vejo há anos. (Tempo decorrido)
Havia muitos alunos naquela aula.(Verbo Haver
significando existir)
Atenção:
Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais
devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO
SINGULAR. Devemos ter cuidado com os verbos fazer e
haver usados impessoalmente: não é possível usá-los no
plural.
Por Exemplo:
Faz
muitos
anos
que
nos
conhecemos.
Deve fazer dias quentes na Bahia.
Predicação Verbal
Veja outros exemplos:
Há muitas pessoas interessadas na reunião.
Chama-se predicação verbal ao resultado da ligação
Houve muitas pessoas interessadas na reunião.
que se estabelece entre o sujeito e o verbo e entre os verbos e
Havia
muitas
pessoas
interessadas
na
reunião.
os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem ser
Haverá muitas pessoas interessadas na reunião.
intransitivos, transitivos ou de ligação.
Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.
Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.
1) Verbo Intransitivo
É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem
Predicado
necessitar, portanto, de um outro termo para completar o seu
sentido. Sua ação não transita.
Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito.
Por Exemplo:
Nele é obrigatória a presença de um verbo ou locução verbal.
O avião caiu.
Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se
O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado
também o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito completo. Se desejar, o falante pode acrescentar outras
(e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. informações, como:
Veja alguns exemplos:
local: O avião caiu sobre as casas da periferia.
modo: O avião caiu lentamente.
As mulheres compraram roupas novas
tempo: O avião caiu no mês passado.
Essas informações ampliam o significado do verbo, mas
Predicado
não são necessárias para que se compreenda a informação
básica.
Durante o ano, muitos alunos
desistem do curso.
Predicado
2) Verbo Transitivo
É o verbo que vem acompanhado por complemento:
quem sente, sente algo; quem revela, revela algo a alguém. O
sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrandose aos complementos, para adquirir sentido completo. Veja:
Predicado
A natureza é bela.
S. Simples Predicado
Predicado
As crianças precisam de carinho.
23
LÍNGUA PORTUGUESA
1
anda = verbo intransitivo, expressa uma ação.
2 - O jovem anda preocupado.
anda= verbo de ligação, expressa um estado.
2
1= Verbo Transitivo
2= Complemento Verbal (Objeto)
Classificação do Predicado
O verbo transitivo pode ser:
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se
a)Transitivo Direto: é quando o complemento vem
seu
núcleo
significativo está num nome ou num verbo. Além
ligado ao verbo diretamente, sem preposição obrigatória.
disso,
devemos
considerar se as palavras que formam o
Por Exemplo:
predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da
Nós escutamos nossa música favorita.
oração. Veja o exemplo abaixo:
Os animais necessitam de cuidados especiais
1
Predicado
Sujeito
1= Verbo Transitivo Direto
O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras,
b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem
apresenta apenas uma que se refere ao sujeito: necessitam.
ligado ao verbo indiretamente, com preposição obrigatória.
As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo
Por Exemplo:
(necessitar é, no caso, de algo), que assume, assim, o papel
Eu gosto de sorvete.
de núcleo significativo do predicado. Já em:
A natureza é bela
2
Sujeito
2 = Verbo Transitivo Indireto
de= preposição
Predicado
No exemplo acima, o nome bela se refere, por
intermédio
do verbo, ao sujeito da oração. O verbo agora atua
c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida
como
elemento
de ligação entre sujeito e a palvra a ele
no verbo transita para o complemento direta e indiretamente, ao
relacionada. O núcleo do predicado é bela. Veja o próximo
mesmo tempo.
exemplo:
Por Exemplo:
Ela
contou
O dia
tudo ao namorado.
Sujeito
3
3= Verbo Transitivo Direto e Indireto
a= preposição
amanheceu ensolarado
Predicado
Percebemos que as duas palavras que formam o
predicado estão diretamente relacionadas ao sujeito:
amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se
3) Verbo de Ligação
É aquele que, expressando estado, liga características refere ao sujeito). O predicado apresenta, portanto, dois
núcleos: amanheceu e ensolarado.
ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características)
Tomando por base o núcleo do que está sendo
certos tipos de relações.
declarado, podemos reconhecer três tipos de predicado: verbal,
O verbo e ligação pode expressar:
nominal e verbo-nominal.
a) estado permanente: ser, viver.
Por Exemplo:
Predicado Verbal
Sandra é alegre.
Sandra vive alegre.
Apresenta as seguintes características:
b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se
a) Tem um verbo como núcleo;
Por Exemplo:
b) Não possui predicativo do sujeito;
Mamãe está bem.
c) Indica ação.
Mamãe encontra-se bem.
Por exemplo:
c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se
Eles revelaram toda a verdade para a filha.
Por Exemplo:
Júlia ficou brava.
Predicado Verbal
Júlia fez-se brava.
d) continuidade de estado: continuar, permanecer
Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o
Por Exemplo:
verbo
seja
significativo, isto é, que traga uma ideia de ação.
Renato continua mal.
Veja
os
exemplos
abaixo:
Renato permanece mal.
O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)
e) estado aparente: parecer
Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do
Por Exemplo:
predicado
verbal = Chove)
Marta parece melhor.
Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado
verbal = Ocorreu)
Observação: a classificação do verbo quanto à
A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal
predicação deve ser feita de acordo com o contexto e não
=
demolida)
isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como
intransitivo, ora como de ligação. Veja:
1 - O jovem anda devagar.
24
LÍNGUA PORTUGUESA
Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de
voz passiva, o que não impede o verbo demolir de ser o
núcleo do predicado.
Os alunos saíram da aula alegres.
Predicado Verbo-Nominal
O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são
um
verbo
(saíram - verbo intransitivo), que indica uma ação
Predicado Nominal
praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres),
que indica o estado do sujeito no momento em que se
Apresenta as seguintes características:
a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como desenvolve o processo verbal. É importante observar que o
predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros,
núcleo;
b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo um verbal e um nominal. Veja:
Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.
do sujeito;
c) Indica estado ou qualidade.
Estrutura do Predicado Verbo-Nominal
Por Exemplo:
O predicado verbo-nominal pode ser formado de:
Leonardo
é
competente.
Predicado Nominal
1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito
No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome,
que desempenha a função de predicativo do sujeito. O
predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito,
tendo como intermediário um verbo de ligação. Os exemplos
abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes
circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo
que o ligam ao predicativo.Veja:
Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está =
verbo de ligação)
A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é =
verbo de ligação)
O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do
sujeito, parecia = verbo de ligação)
Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo
do sujeito, acabou = verbo de ligação)
Uma simples funcionária virou diretora da empresa.
(diretora = predicativo do sujeito, virou = verbo de ligação)
Por Exemplo:
contente.
Verbo
Predicativo do Sujeito
Intransitivo
Sujeito
2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto
Por Exemplo:
deixou
a mãe
Verbo
Transitivo
Objeto
Direto
A despedida
Sujeito
aflita.
Predicativo do
Objeto
3 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Sujeito
Por Exemplo:
Os alunos cantaram emocionados Aquela canção.
Predicativo do Sujeito
É o termo que atribui características ao sujeito por meio
de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação
necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:
a) Adjetivo ou locução adjetiva:
Por Exemplo:
O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)
Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)
b) Substantivo ou palavra substantivada:
Por Exemplo:
Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)
Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo
substantivado)
c) Pronome Substantivo:
Por Exemplo:
Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)
d) Numeral:
Por Exemplo:
Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)
partiu
Joana
Sujeito
Verbo Predicativo do
Transitivo
Sujeito
Objeto Direto
Saiba que:
Para perceber como os verbos participam da relação
entre o objeto direto e seu predicativo, basta passar a
oração para voz passiva. Veja:
Voz Ativa:
As mulheres
Sujeito
julgam
Verbo
Significativo
os homens
insensíveis.
Objeto
Direto
Predicativo do
Objeto
Voz Passiva:
Os homens são julgados insensíveis
Pelas mulheres.
Verbo
Predicativo
Significativo do Objeto
O verbo julgar relaciona o complemento (os homens)
com o predicativo (insensíveis). Essa relação se evidencia
quando passamos a oração para a voz passiva.
Observação: o predicativo do objeto normalmente se
refere ao objeto direto. Ocorre predicativo do objeto
indireto com o verbo chamar. Assim, vem precedido de
preposição.
Por Exemplo:
Todos
o
chamam
de
irresponsável.
Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.)
Predicado Verbo-Nominal
Apresenta as seguintes características:
a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;
b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;
c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.
Por Exemplo:
25
LÍNGUA PORTUGUESA
3 - TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe,
lhes, me te, se, nos, vos.
Exemplos:
Certos verbos ou nomes presentes numa oração não
possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só
Não desobedeço a meus pais.
se completa com a presença de outros termos, chamados
Objeto Indireto
integrantes. São eles:
complementos verbais (objeto direto e objeto
indireto);
Preciso de ajuda. (Preposição clara "de")
complemento nominal;
agente da passiva.
Objeto Indireto
Complementos Verbais
Completam o sentido de verbos transitivos diretos e
transitivos indiretos. São eles:
Enviei-lhe
um recado. (Enviei a ele - a preposição a
está subentendida)
1) Objeto Direto
É o termo que completa o sentido do verbo transitivo
Obj.Indireto
direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição.
Por Exemplo:
Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com
Abri
os braços
ao vê-lo.
Objeto Direto
O objeto direto pode ser constituído:
a) Por um substantivo ou expressão substantivada.
Exemplos:
O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.
b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se,
nos, vos.
Exemplos:
Espero-o na minha festa. / Ela me ama.
c) Por qualquer pronome substantivo.
Exemplos:
Não veio ninguém à aula hoje. / O menino que conheci
está la fora. / Onde você leu isso?
Atenção:
Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado
de preposição facultativa. Isso pode ocorrer:
- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a
Deus.
- quando o objeto é representado por um pronome
pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a ele.
- quando o objeto é representado por um pronome
substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos.
- para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso
colega.
Obs.:
caso
o
objeto
direto
não
viesse
preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois
não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso
colega).
Saiba que:
Frequentemente,
verbos intransitivos, podem
aparecer como verbos transitivos diretos.
Por Exemplo:
A criança chorou lágrimas doídas pela perda da mãe.
Objeto Direto
crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o
verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com
a palavra seguinte.
Por Exemplo: Entregaram à mãe o presente. (à = "a"
preposição + "a" artigo definido)
Observações Gerais:
a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto)
pleonástico, que consiste na retomada do objeto por um
pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em
destaque.
Por Exemplo:
As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto)
A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto
Indireto)
b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo,
la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre objeto direto. Os
pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.
Exemplos:
Eu a encontrei no quarto. (OD)
Vou avisá-lo.(OD)
Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)
c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem
ser objeto direto ou indireto. Para determinar sua função
sintática, podemos substituir esses pronomes por um
substantivo: se o uso da preposição for obrigatório, então se
trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto.
Por Exemplo:
Roberto me viu na escola.(OD)
Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer
(amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o amigo na escola."
Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto
direto.
Observe o próximo exemplo:
João me telefonou.(OI)
Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer
(amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao amigo". A
preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto.
3) Complemento Nominal
É o termo que completa o sentido de uma palavra que
não seja verbo. Assim, pode referir-se a substantivos,
2) Objeto Indireto
É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo adjetivos ou advérbios, sempre através de preposição.
Exemplos:
indireto. Vem sempre regido de preposição clara ou
26
LÍNGUA PORTUGUESA
Cecília tem
orgulho
da filha.
substantivo
complemento nominal
Ricardo estava consciente
de tudo.
adjetivo
complemento nominal
A professora agiu
favoravelmente
aos alunos.
advérbio
complemento nominal
No exemplo acima, temos uma oração de predicado
verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se de uma
oração sem sujeito. O verbo anoiteceu é suficiente para
transmitir a mensagem enunciada. Poderíamos, no entanto,
ampliar a gama de informações contidas nessa frase:
Por Exemplo:
Suavemente anoiteceu na cidade.
Saiba que:
O complemento nominal representa o recebedor, o
paciente, o alvo da declaração expressa por um nome. É
regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere
deste apenas porque, em vez de complementar verbos,
complementa nomes ( substantivos, adjetivos) e alguns
advérbios em -mente.
A ideia central continua contida no verbo da oração.
Temos, agora, duas noções acessórias, circunstanciais, ligadas
ao processo verbal: o modo como anoiteceu (suavemente) e o
lugar onde anoiteceu (na cidade). A esses termos acessórios
que indicam circunstâncias relativas ao processo verbal damos
o nome de adjuntos adverbiais.
Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco
4) Agente da Passiva
mais a oração acima:
É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo
Por Exemplo:
verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem regido
Suavemente anoiteceu na deserta cidade do planalto.
comumente da preposição "por" e eventualmente da
preposição "de".
Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade,
Por Exemplo:
caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido. Trata-se de termos
A vencedora
foi escolhida
pelos jurados.
acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o
Agente da Paciente
Sujeito
Verbo
sentido. São chamados adjuntos adnominais.
Voz Passiva Passiva
Por último, analise a frase abaixo:
Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o
Fernando Pessoa era português.
agente da passiva recebe o nome de sujeito. Veja:
Nessa oração, o sujeito é determinado e simples:
Os jurados
escolheram
a vencedora.
Fernando Pessoa. Há ainda um predicativo do sujeito
Sujeito
Verbo
Objeto Direto Voz (português) relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era).
Ativa
Trata-se, pois, de uma oração com predicado nominal. Note que
a frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação.
Outros exemplos:
Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais um pouco o
Joana
é amada
de muitos.
conteúdo informativo. Veja:
Sujeito
Paciente
Agente da Passiva
Fernando Pessoa, o criador de poetas, era português.
Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando Pessoa) há
Essa situação
já era conhecida
de todos.
um termo que explica, que enfatiza esse núcleo: o criador de
Sujeito Paciente
Agente da Passiva poetas. Esse termo é chamado de aposto.
Observações:
a) O agente da passiva pode ser expresso por
substantivos ou pronomes.
Por Exemplo:
O solo foi umedecido pela
Este livro foi escrito por mim. (pronome)
chuva.
Adjunto Adverbial
É o termo da oração que indica uma circunstância
(dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O
adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um
(substantivo) verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases
abaixo:
b) Embora o agente da passiva seja considerado um
termo integrante, pode muitas vezes ser omitido.
Eles se respeitam muito.
Seu projeto é muito interessante.
O time jogou muito mal.
4 - TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de
Sobre os Termos Acessórios
intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbal
respeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo,
Existem termos que, apesar de dispensáveis na intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do
estrutura básica da oração, são importantes para a predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o
compreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas, advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.
esses termos:
Veja o exemplo abaixo:
- caracterizam o ser;
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
- determinam os substantivos;
Os termos em destaque estão indicando as seguintes
- exprimem circunstância.
circunstâncias:
São termos acesórios da oração: o adjunto adverbial, o
adjunto adnominal e o aposto.
amanhã indica tempo;
Vamos observar o exemplo:
de bicicleta indica meio;
Anoiteceu.
àquela velha praça indica lugar.
27
LÍNGUA PORTUGUESA
Fez tudo conforme o combinado. (ou segundo o
Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se
relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos combinado)
acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto
Dúvida
adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio e adjunto
Por Exemplo:
adverbial de lugar.
Talvez seja melhor irmos mais tarde.
O adjunto adverbial pode ser expresso por:
1) Advérbio: O balão caiu longe.
Porventura, encontrariam a solução da crise?
2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.
Quiçá acertemos desta vez.
3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.
Observação: nem sempre é possível apontar com
Fim, finalidade
precisão a circunstância expressa por um adjunto
Por Exemplo:
adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de
Ela vive para o amor.
interpretação dão origem a orações sugestivas.
Daniel estudou para o exame.
Por Exemplo:
Trabalho para o meu sustento.
Entreguei-me calorosamente àquela causa.
Viajei a negócio.
Frequência
Por Exemplo:
Sempre aparecia por lá.
Havia reuniões todos os dias.
É difícil precisar se calorosamente é um adjunto
adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, parece ser
uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas
circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta o
contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.
Instrumento
Por Exemplo:
Rodrigo fez o corte com a faca.
O artista criava seus desenhos a lápis.
Classificação do Adjunto Adverbial
Listamos abaixo algumas circunstâncias que o adjunto
adverbial pode exprimir. Não deixe de observar os exemplos.
Intensidade
Por Exemplo:
A atleta corria bastante.
O remédio é muito caro.
Acréscimo
Por Exemplo:
Além da tristeza, sentia profundo cansaço.
Afirmação
Por Exemplo:
Sim, realmente irei partir.
Ele irá com certeza.
Limite
Por Exemplo:
A menina andava correndo do quarto à sala.
Lugar
Assunto
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Nasci em Porto Alegre.
Falávamos sobre futebol. (ou de futebol, ou a respeito
Estou em casa.
de futebol).
Vive nas montanhas.
Causa
Viajou para o litoral.
Por Exemplo:
"Há, em cada canto de minh’alma, um altar a um Deus
Com o calor, o poço secou.
diferente." (Álvaro de Campos)
Não comentamos nada por discrição.
O menor trabalha por necessidade.
Matéria
Por Exemplo:
Companhia
Compunha-se de substâncias estranhas.
Por Exemplo:
Era feito de aço.
Fui ao cinema com sua prima.
Com quem você saiu?
Meio
Sempre contigo irei estar.
Por Exemplo:
Fui de avião.
Concessão
Viajei de trem.
Por Exemplo:
Enriqueceram mediante fraude.
Apesar do estado precário do gramado, o jogo foi
Modo
ótimo.
Condição
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Foram recrutados a dedo.
Sem minha autorização, você não irá.
Fiquem à vontade.
Sem erros, não há acertos.
Esperava tranquilamente o momento decisivo.
Conformidade
Por Exemplo:
Negação
Por Exemplo:
28
LÍNGUA PORTUGUESA
Não há erros em seu trabalho.
Não aceitarei a proposta em hipótese alguma.
ao objeto por intermédio de um verbo. Portanto, se
substituirmos o núcleo do objeto por um pronome, o
predicativo permanecerá na oração, pois é um termo que se
Preço
refere ao objeto, mas não faz parte dele. Observe:
Por Exemplo:
Sua atitude deixou os amigos perplexos.
As casas estão sendo vendidas a preços muito altos.
Nessa oração, perplexos é predicativo do objeto
direto (seus amigos). Se substituíssemos esse objeto direto
Substituição ou troca
por um pronome pessoal, obteríamos:
Por Exemplo:
Sua atitude deixou-os perplexos.
Abandonou
suas
convicções
por
privilégios
Note que perplexos se refere ao objeto, mas não faz
econômicos.
parte dele.
Tempo
Por Exemplo:
O escritório permanece aberto das 8h às 18h.
Beto e Mara se casarão em junho.
Ontem à tarde encontrou um velho amigo.
Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento
Nominal
É comum confundir o adjunto adnominal na forma de
locução adjetiva com complemento nominal. Para evitar que
isso ocorra, considere o seguinte:
a) Somente os substantivos podem ser acompanhados
de adjuntos adnominais; já os complementos nominais podem
ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Assim, fica claro
que o termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um
advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não
houver preposição ligando os termos, será um adjunto
adnominal.
b) O complemento nominal equivale a um complemento
verbal, ou seja, só se relaciona a substantivos cujos significados
transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai
a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo. Observe
os exemplos:
Exemplo 1 : Camila tem muito amor à mãe.
A expressão "à mãe" classifica-se como complemento
nominal, pois mãe é paciente de amar, recebe a ação de amar.
Adjunto Adnominal
É o termo que determina, especifica ou explica um
substantivo. O adjunto adnominal possui função adjetiva na
oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções
adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos.
Veja o exemplo a seguir:
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos
Sujeito
Núcleo do Predicado
Verbal
Objeto
Direto
ao seu amigo de
infância.
Objeto
Indireto
Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e
amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado
simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada
Exemplo 2 : Vera é um amor de mãe.
um desses substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais:
A expressão "de mãe" classifica-se como adjunto
o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;
o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao adnominal, pois mãe é agente de amar, pratica a ação de amar.
substantivo trabalhos;
Aposto
o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução
Aposto é um termo que se junta a outro de valor
adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo.
substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo
Observe como os adjuntos adnominais se prendem melhor. Vem separado dos demais termos da oração por
diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer vírgula, dois-pontos ou travessão.
Por Exemplo:
participação do verbo. Isso é facilmente notável quando
Ontem, Segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.
substituímos um substantivo por um pronome: todos os adjuntos
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo
adnominais que estão ao redor do substantivo têm de
ontem.
Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao
acompanhá-lo nessa substituição.
termo
a
que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:
Por Exemplo:
Segunda-feira
passei o dia com dor de cabeça.
O notável poeta português deixou uma obra
originalíssima.
Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo
Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:
Segunda-feira
assume a função de adjunto adverbial de
Ele deixou uma obra originalíssima.
tempo.
As palavras "o", notável e português tiveram de
Veja outro exemplo:
acompanhar o substantivo poeta, por se tratar de adjuntos
adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o
substantivo obra pelo pronome a. Veja:
rock,
blues,
Aprecio todos os tipos de música: MPB,
O notável poeta português deixou-a.
chorinho, samba, etc.
Saiba que:
Aposto do Objeto Direto
Objeto Direto
A percepção de que o adjunto adnominal é sempre
parte de um outro termo sintático que tem como núcleo um
Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a
substantivo é importante para diferenciá-lo do predicativo
do objeto. O predicativo do objeto é um termo que se liga exercer essa função:
29
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações:
1) Os apostos, em geral, detacam-se por pausas,
Objeto Direto
indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões.
Não havendo pausa, não haverá vírgulas.
Por Exemplo:
Obs.: o termo a que o aposto se refere pode
Acabo de ler o romance A moreninha.
desempenhar qualquer função sintática (inclusive a de
aposto).
2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões
explicativas do tipo: a saber, isto é, por exemplo, etc.
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina
Alguns alunos, a saber, Marcos, Rafael e Bianca não
levada.
entraram na sala de aula após o recreio.
Analisando a oração, temos:
Aprecio MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.
pai de Marina = aposto do objeto direto patrão.
menina levada = aposto de Marina.
3) O aposto pode aparecer antes do termo a que se
refere.
Por Exemplo:
Código universal, a música não tem fronteiras.
Classificação do Aposto
De acordo com a relação que estabelece com o termo a
que se refere, o aposto pode ser classificado em:
4) O aposto que se refere ao objeto indireto,
complemento nominal ou adjunto adverbial pode aparecer
a) Explicativo:
A Ecologia, ciência que investiga as relações dos precedido de preposição.
Por Exemplo:
seres vivos entre si e com o meio em que vivem, adquiriu
Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com
grande destaque no mundo atual.
o ingresso na universidade, com as felicitações.
b) Enumerativo:
A vida humana se compõe de muitas coisas: amor,
trabalho, ação.
Vocativo
Vocativo é um termo que não possui relação sintática
com
outro
termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao
c) Resumidor ou Recapitulativo:
sujeito
nem
ao predicado. É o termo que serve para chamar,
Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades,
invocar
ou
interpelar
um ouvinte real ou hipotético. Por seu
tudo isso está na base de um país melhor.
caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso.
Veja os exemplos:
d) Comparativo:
Não fale tão alto, Rita!
Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por
Vocativo
muito tempo na baía anoitecida.
Senhor presidente, queremos nossos direitos!
Vocativo
e) Distributivo:
A vida, minha amada, é feita de escolhas.
Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes
Vocativo
escritores, aquele na poesia e este na prosa.
Nessas orações, os termos destacados são vocativos:
f) Aposto de Oração:
indicam
e nomeiam o interlocutor a que se está dirigindo a
Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.
palavra.
Além desses, há o aposto especificativo, que difere
Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições
dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação
de
apelo,
tais como ó, olá, eh!, etc.
(vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza
um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele
Por Exemplo:
diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja
Ó
Cristo,
iluminai-me
em
minhas
decisões.
pausa na entonação da frase:
Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
Eh! Gente, temos que estudar mais.
Por Exemplo:
O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão
simples e temática profunda.
A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.
Distinção entre Vocativo e Aposto
- O vocativo não mantém relação sintática com outro
termo da oração.
Por Exemplo:
Atenção:
Crianças, vamos entrar.
Para não confundir o aposto de especificação com
Vocativo
adjunto adnominal, observe a seguinte frase:
- O aposto mantém relação sintática com outro termo da
A obra de Camões é símbolo da cultura portuguesa.
oração.
Nessa oração, o termo em destaque tem a função de
Por Exemplo:
adjetivo: a obra camoniana. É, portanto, um adjunto
A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada.
adnominal.
Sujeito
Aposto
30
LÍNGUA PORTUGUESA
As orações, no entanto, não mantêm entre si
dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas,
evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista
Coordenação e Subordinação
Quando um período é simples, a oração de que é sintático, uma não depende da outra. A essas orações
independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que
constituído recebe o nome de oração absoluta.
podem ser assindéticas ou sindéticas.
Por Exemplo:
A conexão entre as duas primeiras é feita
A menina comprou chocolate.
exclusivamente
por uma pausa, representada na escrita por
Quando um período é composto, ele pode apresentar
uma
vírgula.
Entre
a segunda e a terceira, é feita pelo uso da
os seguintes esquemas de formação:
conjunção "e". As orações coordenadas que se ligam umas às
a) Composto por Coordenação: ocorre quando é outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas
constituído apenas de orações independentes, coordenadas assindéticas. É o caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se
as cortinas". As orações coordenadas introduzidas por uma
entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.
conjunção são chamadas sindéticas. No exemplo acima, a
Por Exemplo:
oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é
Saímos de manhã e voltamos à noite.
introduzida pela conjunção coordenativa "e".
b) Composto por Subordinação: ocorre quando é
Obs.: a classificação de uma oração coordenada leva
constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, em
que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra em conta fundamentalmente o aspecto lógico-semântico da
relação que se estabelece entre as orações.
(Principal).
Por Exemplo:
Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas
Não fui à aula
porque estava doente.
ANALISE DO PERIODO COMPOSTO
Oração Principal Oração Subordinada
De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as
orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas,
c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.
e subordinadas.
a) Aditivas
Por Exemplo:
Expressam
ideia
de
adição,
acrescentamento.
Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos
Fui à escola
e busquei minha irmã
que estava
dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas
esperando.
típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações
coordenadas sindéticas aditivas.
Oração
Oração
Oração
Por Exemplo:
Coordenada
Coordenada
Subordinada
Discutimos várias propostas e analisamos possíveis
Obs.:
qualquer
oração
(coordenada
ou
soluções.
subordinada) será ao mesmo tempo principal, se houver
outra que dela dependa.
As orações sindéticas aditivas podem também estar
Por Exemplo:
ligadas pelas locuções não só... mas (também),
tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser
Fui ao mercado e comprei os produtos que estavam faltando.
usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda
oração. Veja:
Oração
Chico Buarque não só canta, mas também (ou como
Coordenada (2)
Oração
também) compõe muito bem.
(Com relação à
Oração
Coordenada
Não só provocaram graves problemas, mas (também)
1ª.) e Oração
Subordinada (3)
(1)
abandonaram os projetos de reestruturação social do país.
Principal (Com
relação à 3ª.)
Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da
expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "e
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
nem" para introduzir orações aditivas.
Por Exemplo:
Já sabemos que num período composto por
Não discutimos várias propostas, nem (= e não)
coordenação as orações são independentes e sintaticamente
analisamos quaisquer soluções.
equivalentes.
b) Adversativas
Observe:
Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se
As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o
declara na oração coordenada anterior, estabelecendo
espetáculo.
contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa
O período é composto de três orações:
típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia,
As luzes apagam-se;
entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada
abrem-se as cortinas;
começa o espetáculo.
31
LÍNGUA PORTUGUESA
obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas
adversativas.
Veja os exemplos:
"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da
cidade." (Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em
profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
Janaína gostava de cantar, todavia não agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a
vitória.
Saiba que:
- Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida
pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente em orações
coordenadas que possuem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
Deus cura, e o médico manda a conta.
Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar
um contraste. Observe que equivale a uma frase do tipo:
"Quem cura é Deus, mas é o médico quem cobra a conta!"
- A conjunção "mas" pode aparecer com valor
aditivo.
Por Exemplo:
Camila
era
uma
menina
estudiosa,
mas
principalmente esperta.
c) Alternativas
Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha.
Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregamse também os pares: ora...ora, já...já, quer...quer...,
seja...seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas
alternativas.
Exemplos:
Diga
agora
ou
cale-se
para
sempre.
Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.
Exemplos:
Vou
embora,
que
cansei
de
esperá-lo.
Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.
Atenção:
Cuidado para não confundir as orações coordenadas
explicativas
com as subordinadas adverbiais causais.
Observe a diferença entre elas:
- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizamse por fornecer um motivo, explicando a oração anterior.
Por Exemplo:
A criança devia estar doente, porque chorava muito.
(O choro da criança não poderia ser a causa de sua
doença.)
- Orações Subordinadas Adverbiais Causais:
exprimem a causa do fato.
Por Exemplo:
Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A
perda do emprego é a causa da tristeza de Henrique.)
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita)
entre a oração explicativa e a precedente e que esta é,
muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração
adverbial causal.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Classificação das Orações Subordinadas
As orações subordinadas dividem-se em três grupos, de
acordo com a função sintática que desempenham e a classe de
palavras a que equivalem. Podem ser substantivas, adjetivas
ou adverbiais. Para notar as diferenças que existem entre
esses três tipos de orações, tome como base a análise do
período abaixo:
Só depois disso percebi a profundidade das palavras
dele.
Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está
coordenando entre si duas orações que, na verdade,
Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na terminação
expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como
verbal
da palavra "percebi". "A profundidade das palavras
disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá".
dele" é objeto direto da forma verbal "percebi". O núcleo do
objeto direto é "profundidade". Subordinam-se ao núcleo
d) Conclusivas
Exprimem conclusão ou consequência referentes à desse objeto os adjuntos adnominais "a" e "das palavras dele
oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e ". No adjunto adnominal "das palavras dele", o núcleo é o
pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por substantivo "palavras", ao qual se prendem os adjuntos
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. adnominais "as" e "dele". "Só depois disso" é adjunto
adverbial de tempo.
Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.
É possível transformar a expressão "a profundidade
Exemplos:
das
palavras
dele", objeto direto, em oração. Observe:
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir
Só depois disso percebi que as palavras dele eram
cuidadosamente.
profundas.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada
cautelosamente.
Nesse período composto, o complemento da forma
verbal "percebi" é a oração "que as palavras dele eram
e) Explicativas
profundas". Ocorre aqui um período composto por
Indicam uma justificativa ou uma explicação referente subordinação, em que uma oração desempenha a função de
ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que objeto direto do verbo da outra oração. O objeto direto é uma
merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente função substantiva da oração, ou seja, é função
anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas desempenhada por substantivos e palavras de valor
sindéticas explicativas.
substantivo. É por isso que a oração subordinada que
32
LÍNGUA PORTUGUESA
desempenha esse papel é chamada de oração subordinada
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
substantiva.
A oração subordinada substantiva tem valor de
Pode-se também modificar o período simples original substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção
transformando em oração o adjunto adnominal do núcleo do integrante (que, se).
objeto direto, "profundidade". Observe:
Por Exemplo:
Só depois disso percebi a "profundidade" que as
palavras dele continham.
Suponho que você foi à biblioteca hoje.
Oração Subordinada
Nesse período, o adjunto adnominal de "profundidade"
Substantiva
passa a ser a oração "que as palavras dele continham". O
adjunto adnominal é uma função adjetiva da oração, ou seja, é
Você sabe se o presidente já chegou?
função exercida por adjetivos, locuções adjetivas e outras
palavras de valor adjetivo. É por isso que são chamadas de
Oração Subordinada
subordinadas adjetivas as orações que, nos períodos
Substantiva
compostos por subordinação, atuam como adjuntos adnominais
de termos das orações principais.
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
Outra modificação que podemos fazer no período
introduzem
as orações subordinadas substantivas, bem como
simples original é a transformação do adjunto adverbial de
os
advérbios
interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja
tempo em uma oração. Observe:
os exemplos:
O garoto perguntou
Só quando caí em mim, percebi a profundidade das
palavras dele.
qual era o telefone da moça.
Oração Subordinada Substantiva
Nesse período composto, "Só quando caí em mim" é
Não sabemos por que a vizinha se mudou.
uma oração que atua como adjunto adverbial de tempo do
verbo da outra oração. O adjunto adverbial é uma função
Oração Subordinada Substantiva
adverbial da oração, ou seja, é função exercida por advérbios e
locuções adverbiais. Portanto, são chamadas de subordinadas
Classificação
das
Orações
Subordinadas
adverbiais as orações que, num período composto por
Substantivas
subordinação, atuam como adjuntos adverbiais do verbo da
De acordo com a função que exerce no período, a
oração principal.
oração subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva
Forma das Orações Subordinadas
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito
do verbo da oração principal. Observe:
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
É fundamental
o seu comparecimento à reunião.
"Eu sinto
que em meu gesto existe o teu gesto."
Sujeito
Oração Principal
Oração Subordinada
Observe que na Oração Subordinada temos o verbo
É fundamental
que você compareça à reunião.
"existe", que está conjugado na terceira pessoa do singular do
Oração Subordinada
presente do indicativo. As orações subordinadas que
Oração Principal
Substantiva
Subjetiva
apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do
modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de
Atenção:
orações desenvolvidas ou explícitas.
Observe que a oração subordinada substantiva pode
Podemos modificar o período acima. Veja:
ser substituída pelo pronome " isso". Assim, temos um
Eu sinto
existir em meu gesto o teu gesto.
período simples:
Oração Principal
Oração Subordinada
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Observe que a análise das orações continua sendo a
mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo objeto direto é a
oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto". Note
que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo.
Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as duas
orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou não , gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas ou
implícitas.
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
eventualmente, introduzidas por preposição.
Sujeito
Dessa forma, a oração correspondente a "isso"
exercerá a função de sujeito.
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
principal:
1- Verbos de ligação + predicativo, em construções
do tipo:
É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo
- É claro - Está evidente - Está comprovado
Por Exemplo:
É bom que você compareça à minha festa.
33
LÍNGUA PORTUGUESA
2- Expressões na voz passiva, como:
transformar
as
orações
reduzidas
em
orações
Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - desenvolvidas:
É sabido - Foi anunciado - Ficou provado
Deixe que eu repouse.
Mandei que eles saíssem.
Por Exemplo:
Ouvi que ele gritava.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
Nas orações desenvolvidas, os pronomes oblíquos
foram
substituídos pelas formas retas correspondentes. É
3- Verbos como:
fácil compreender agora que se trata, efetivamente, dos
convir - cumprir - constar - admirar - importar - sujeitos das formas verbais das orações subordinadas.
ocorrer - acontecer
Por Exemplo:
c) Objetiva Indireta
Convém que não se atrase na entrevista.
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem
subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª.
precedida de preposição.
pessoa do singular.
Por Exemplo:
b) Objetiva Direta
Meu
pai
insiste
em
meu
estudo.
A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce
Objeto
Indireto
função de objeto direto do verbo da oração principal.
Por Exemplo:
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)
Todos querem sua aprovação no vestibular.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Objeto Direto
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar
elíptica na oração.
Todos querem
que você seja aprovado. (Todos querem
Por Exemplo:
isso)
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Principal
Oração Subordinada Substantiva
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Objetiva Direta
d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas completa um nome que pertence à oração principal e também
desenvolvidas são iniciadas por:
vem marcada por preposição.
Por Exemplo:
1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e
Sentimos
orgulho
de
seu
comportamento.
"se":
Complemento
Nominal
Por Exemplo:
A professora verificou se todos alunos estavam Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos
presentes.
orgulho
disso.)
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às
Lembre-se:
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
Observe que as orações subordinadas substantivas
Por Exemplo:
objetivas
indiretas integram o sentido de um verbo,
O pessoal queria saber quem era o dono do carro
enquanto
que orações subordinadas substantivas
importado.
completivas nominais integram o sentido de um nome. Para
3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às distinguir uma da outra, é necessário levar em conta o
termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre o
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro
Por Exemplo:
complementa um verbo, o segundo, um nome.
Eu não sei por que ela fez isso.
Orações Especiais
Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados
auxiliares causativos) e ver, sentir, ouvir, perceber
(chamados auxiliares sensitivos) ocorre um tipo
interessante de oração subordinada substantiva objetiva
direta reduzida de infinitivo. Observe:
Deixe-me repousar.
Mandei-os sair.
Ouvi-o gritar.
Nesses casos, as orações destacadas são todas
objetivas diretas reduzidas de infinitivo. E, o que é mais
interesante, os pronomes oblíquos atuam todos como
sujeitos dos infinitivos verbais. Essa é a única situação da
língua portuguesa em que um pronome oblíquo pode atuar
como sujeito. Para perceber melhor o que ocorre, convém
e) Predicativa
A oração subordinada substantiva predicativa exerce
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e
vem sempre depois do verbo ser.
Por Exemplo:
Nosso
desejo
era
sua
desistência.
Predicativo
do
Sujeito
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso.)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva
"de" para realce. Veja o exemplo:
A impressão é de que não fui bem na prova.
34
LÍNGUA PORTUGUESA
f) Apositiva
A oração subordinada substantiva apositiva exerce
função de aposto de algum termo da oração principal.
Por Exemplo:
Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de
seu casamento.
Aposto
(Fernanda
tinha
um
grande
sonho:
isso.)
Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento
chegasse.
Oração Subordinada Substantiva Apositiva
introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das
formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Por Exemplo:
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
No primeiro período, há uma oração subordinada
adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
relativo "que" e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito
do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada
adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu
verbo está no infinitivo.
Saiba mais:
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
Apesar de a NGB não fazer referência, podem ser
incluídas como orações subordinadas substantivas aquelas
Na relação que estabelecem com o termo que
que funcionam como agente da passiva iniciadas por "de"
caracterizam,
as orações subordinadas adjetivas podem atuar
ou "por" , + pronome indefinido. Veja os exemplos:
de
duas
maneiras
diferentes. Há aquelas que restringem ou
O presente será dado por quem o comprou.
especificam
o
sentido
do termo a que se referem,
O espetáculo foi apreciado por quantos o assistiram.
individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa,
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas . Existem
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
também orações que realçam um detalhe ou amplificam dados
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a explicativas.
função de adjunto adnominal do antecedente. Observe o
exemplo:
Exemplo 1:
Esta
foi
uma
redação
bem-sucedida.
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
Substantivo
Adjetivo (Adjunto Adnominal)
homem que passava naquele momento.
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel.
Nesse período, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra "homem": trata-se
de um homem específico, único. A oração limita o universo de
redação
que fez sucesso. homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim
Oração Subordinada Adjetiva
àquele que estava passando naquele momento.
Exemplo 2:
Perceba que a conexão entre a oração subordinada
O homem, que se considera racional, muitas vezes
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita age animalescamente.
pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar)
duas orações, o pronome relativo desempenha uma função
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria
exercido pelo termo que o antecede.
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido
Obs.: para que dois períodos se unam num período restritivo em relação a palavra "homem": na verdade, essa
composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida
no conceito de "homem".
Atenção:
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o
Saiba que:
pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por:
A oração subordinada adjetiva explicativa é
o qual - a qual - os quais -as quais
separada da oração principal por uma pausa, que, na
Por Exemplo:
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que
Refiro-me ao aluno que é estudioso.
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as
Essa oração é equivalente a:
orações explicativas das restritivas: de fato, as explicativas
Refiro-me ao aluno o qual estuda.
vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
Veja:
Esta foi uma
Oração Principal
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Obs.: ao redigir um período escrito por outrem, é
necessário levar em conta as diferenças de significado que
as orações restritivas e as explicativas implicam. Em
muitos casos, a oração subordinada adjetiva será
explicativa ou restritiva de acordo com o que se pretende
dizer.
Quando são introduzidas por um pronome relativo e
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações
subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além
delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas,
que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser
35
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo 1:
d) Complemento Nominal: Estas são as informações de
Mandei um telegrama para meu irmão que mora em que ele tem necessidade.
Roma.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
No período acima, podemos afirmar com segurança que
 Estas são as informações.
a pessoa que fala ou escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um
 Ele tem necessidade das informações (= de que)
que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A palavra
Complemento nominal
"irmão", no caso, precisa ter seu sentido limitado, ou seja, é
preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se uma oração
e) Predicativo do Sujeito: Você é o professor
que
subordinada adjetiva restritiva.
muitos querem ser.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
 Você é o professor.
Exemplo 2:
Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em
 Muitos querem ser o professor (= que)
Roma.
Predicativo do Sujeito
Nesse período, é possível afirmar com segurança que a
pessoa que fala ou escreve tem apenas um irmão, o qual mora
f) Agente da Passiva: Este é o animal por que fui
em Roma. A informação de que o irmão more em Roma não é
atacado.
uma particularidade, ou seja, não é um elemento identificador,
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar.
 Este é o animal.
Observações:
 Fui atacado pelo animal (= por que)
As orações subordinadas adjetivas podem:
Agente da Passiva
a) Vir coordenadas entre si;
Por Exemplo:
É uma realidade que degrada e assusta a sociedade.
e = conjunção
g) Adjunto Adverbial: O acidente ocorreu no dia em que
eles chegaram. (adjunto adverbial de tempo).
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
 O acidente ocorreu no dia
b) Ter um pronome como antecedente.
 Eles chegaram no dia. (= em que)
Por Exemplo:
Adjunto Adverbial de Tempo
Não sei o que vou almoçar.
o = antecedente
Observação:
que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva
Através dos exemplos citados, percebe-se que o
Restritiva
pronome relativo deve ser precedido de preposição
apropriada de acordo com a função que exerce. Na língua
Emprego e Função dos Pronomes Relativos
escrita formal, é sempre recomendável esse cuidado.
O estudo das orações subordinadas adjetivas está
2) Pronome Relativo QUEM
profundamente ligado ao emprego dos pronomes relativos. Por
O pronome relativo "quem" refere-se a pessoas ou
isso, vamos aprofundar nosso conhecimento acerca desses coisas personificadas, no singular ou no plural. É sempre
pronomes.
precedido de preposição, podendo exercer diversas funções
sintáticas. Observe os exemplos:
1) Pronome Relativo QUE
a) Objeto Direto Preposicionado: Clarice, a quem admiro
O pronome relativo "que" é chamado relativo muito, influenciou-me profundamente.
universal, pois seu emprego é extremamente amplo. Esse
b) Objeto Indireto: Este é o jogador a quem me refiro
pronome pode ser usado para substituir pessoa ou coisa, que sempre.
estejam no singular ou no plural. Sintaticamente, o relativo
c) Complemento Nominal: Este é o jogador a quem
"que" pode desempenhar várias funções:
sempre faço referência.
a) Sujeito: Eis os artistas que representarão o nosso
d) Agente da Passiva: O médico por quem fomos
país.
assistidos é um dos mais renomados especialistas.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
e) Adjunto Adverbial: A mulher com quem ele mora é
grega.
 Eis os artistas.
 Os artistas (= que) representarão o nosso país.
Sujeito
b) Objeto Direto: Trouxe o documento que você pediu.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
 Trouxe o documento
 Você pediu o documento (= que)
Objeto Direto
c) Objeto Indireto: Eis o caderno de que preciso.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
 Eis o caderno.
 Preciso do caderno (= de que)
Objeto Indireto
3) Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s)
"Cujo" e sua flexões equivalem a "de que", "do qual" (ou
suas flexões "da qual", "dos quais", "das quais"), "de quem".
Estabelecem normalmente relação de posse entre o
antecedente e o termo que especificam, atuando na maior parte
das vezes como adjunto adnominal e em algumas construções
como complemento nominal. Veja:
a) Adjunto Adnominal:
Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações
sejam essencialmente materiais. (Não consigo conviver com
pessoas / As aspirações dessas pessoas são essencialmente
materiais).
36
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Complemento Nominal:
Tente examinar todos quantos comparecerem ao
O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos consultório.
(Sujeito)
Comeu tudo quanto queria. (Objeto Direto)
tristes anos da ditadura. (cuja leitura = a leitura do livro)
b) Como e quando: exprimem noções de modo e
tempo, respectivamente. Atuam, portanto, como adjuntos
Atenção:
Não utilize artigo definido depois do pronome cujo. adverbiais de modo e de tempo. Exemplos:
É estranho o modo como ele me trata.
São erradas construções como:
É
a
hora
quando o sol começa a deitar-se
"A mulher cuja a casa foi invadida..." ou "O garoto,
cujo o tio é professor..."
Forma correta: "cuja casa" ou "cujo tio".
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal.
Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo,
fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida,
vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a
conjunção ou locução conjuntiva que a introduz.
4) Pronome Relativo O QUAL, OS QUAIS, A QUAL,
AS QUAIS
"O qual"," a qual"," os quais" e "as quais" são usados
com referência a pessoa ou coisa. Desempenham as mesmas
funções que o pronome "que"; seu uso, entretanto, é bem
menos frequente e tem se limitado aos casos em que é
necessário para evitar ambiguidade.
Por Exemplo:
Existem dias e noites, às quais se dedica o repouso e a
intimidade.
O uso de às quais permite deixar claro que nos estamos
referindo apenas às noites. Se usássemos a que, não
poderíamos impor essa restrição. Observe esses dois
exemplos:
a) Sujeito:
Conhecemos uma das irmãs de Pedro, a qual trabalha
na Alemanha.
Nesse caso, o relativo a qual também evita
ambiguidade. Se fosse usado o relativo que, não seria possível
determinar quem trabalha na Alemanha.
b) Adjunto Adverbial:
Não deixo de cuidar da grama, sobre a qual às vezes
gosto de um bom cochilo.
A preposição sobre, dissilábica, tende a exigir o relativo
sob as formas " o / a qual", "os / as quais", rejeitando a forma
"que".
Por Exemplo:
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Oração Subordinada Adverbial
Observe que a oração em destaque agrega uma
circunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração
subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são
termos acessórios que indicam uma circunstância referente, via
de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial
depende da exata compreensão da circunstância que exprime.
Observe os exemplos abaixo:
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções
de minha vida.
No primeiro período, "naquele momento" é um adjunto
adverbial de tempo, que modifica a forma verbal "senti". No
segundo período, essse papel é exercido pela oração "Quando
vi a estátua", que é, portanto, uma oração subordinada
adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é
introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e
apresenta uma forma verbal do modo indicativo ("vi", do
pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
obtendo-se:
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma
das formas nominais do verbo ("ver" no infinitivo) e não é
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
preposição ("a", combinada com o artigo "o").
Obs.: a classificação das orações subordinadas
adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
pela oração.
5) Pronome Relativo ONDE
O pronome relativo "onde" aparece apenas no período
composto, para substituir um termo da oração principal numa
oração subordinada. Por essa razão, em um período como
"Onde você nasceu?", por exemplo, não é possível pensar em
pronome relativo: o período é simples, e nesse caso, "onde" é
advérbio interrogativo.
Na língua culta, escrita ou falada, "onde" deve ser
limitado aos casos em que há indicação de lugar físico,
espacial. Quando não houver essa indicação, deve-se preferir o
uso de em que, no qual (e suas flexões na qual, nos quais,
nas quais) e nos casos da ideia de causa / efeito ou de
conclusão.
Por Exemplo:
Quero uma cidade tranquila, onde possa passar alguns
Circunstâncias
Expressas
pelas
Orações
dias
em
paz. Subordinadas Adverbiais
Vivemos uma época muito difícil, em que (na qual) a violência
gratuita impera.
a) Causa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
6) Pronome Relativo QUANTO, COMO, QUANDO
provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na
a) Quanto, quantos e quantas: são pronomes relativos
oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um
que seguem os pronomes indefinidos "tudo", "todos" ou
acontecimento".
"todas". Atuam principalmente como sujeito e objeto direto. Veja
os exemplos:
37
LÍNGUA PORTUGUESA
Observe este exemplo:
Só irei se ele for.
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre
A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir
introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois
só se realizará caso essa condição for satisfeita.
que, já que, uma vez que, visto que.
Exemplos:
Compare agora com:
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Irei mesmo que ele não vá.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei
a
não
ser
cancelá-lo. de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração
Já
que
você
não
vai,
eu
também
não
vou.
destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.
Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito
conhecimento), é sempre consultado. (reduzida de infinitivo)
Observe outros exemplos:
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
b) Consequência
As orações subordinadas adverbiais consecutivas
exprimem um fato que é consequência, que é efeito do que se
declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções
e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc.,
e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
Embora
fizesse
calor,
levei
agasalho.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da
população continua à margem do mercado de consumo.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não
estudasse). (reduzida de infinitivo)
e) Comparação
As orações subordinadas adverbiais comparativas
estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo
da oração principal.
Exemplos:
Principal
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa COMO
conjunção
subordinativa
comparativa:
dor.)
Por Exemplo:
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou
Ele dorme como um urso.
concretizando-os.
Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas
Não consigo ver televisão sem bocejar. (reduzida de infinitivo)
que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios:
Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.
tão...como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os
exemplos:
c) Condição
Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a inteligência
realização ou não de um fato. As orações subordinadas
O orador foi mais brilhante do que profundo.
adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer
Saiba que:
para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na
É comum a omissão do verbo nas orações
oração principal.
subordinadas adverbiais comparativas.
Principal conjunção subordinativa condicional: SE
Por exemplo:
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que,
Agem
como
crianças.
(agem)
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, Oração Subordinada Adverbial Comparativa
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
No entanto, quando se comparam ações diferentes,
Exemplos:
isso não ocorre.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação
certamente o melhor time será campeão.
do verbo falar e do verbo fazer).
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o
contrato.
f) Conformidade
Caso você se case, convide-me para a festa.
As orações subordinadas adverbiais conformativas
Não saia sem que eu permita.
indicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra,
Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o
um modelo adotado para a execução do que se declara na
professor não os teria punido. (oração reduzida de gerúndio)
oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa:
d) Concessão
As orações subordinadas adverbiais concessivas CONFORME
indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto
Outras conjunções conformativas: como, consoante e
é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de
concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
Exemplos:
expectativa.
Fiz
o
bolo
conforme
ensina
a
receita.
Principal conjunção subordinativa concessiva:
Consoante
reza
a
Constituição,
todos
os
cidadãos
têm
direitos
EMBORA
iguais.
Utiliza-se também a conjução: conquanto e as locuções
Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o
ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto
campeão mundial de má distribuição de renda.
que, apesar de que.
38
LÍNGUA PORTUGUESA
g) Finalidade
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a SUBORDINAÇÃO
intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração
principal.
Num período podem aparecer orações que se
relacionam através da coordenação e da subordinação. Assim,
Principal conjunção subordinativa final: A FIM
tem-se um período misto.
DE QUE
Por Exemplo:
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
O atleta entrou na piscina e pediu
que todos
locução conjuntiva para que.
saíssem.
Por Exemplo:
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
1ª Oração
2ª Oração
3ª Oração
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.
1ª Oração: Oração Coordenada Assindética
h) Proporção
2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em
As orações subordinadas adverbiais proporcionais relação à 1ª oração) e Oração Principal (em relação à 3ª
exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao
oração).
expresso na oração principal.
Principal
locução
conjuntiva
proporcional: À PROPORÇÃO QUE
subordinativa
3ª Oração: Oração Coordenada Substantiva Objetiva
Direta em relação à 2ª Oração.
Observe outro exemplo:
Eram alunas
que tiravam boas notas,
mas não
estudavam.
1ª Oração
2ª Oração
3ª Oração
1ª Oração: Oração Principal
2ª Oração: Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida
que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto
maior...(maior),
quanto
maior...(menor),
quanto
menor...(maior),
quanto
menor...(menor),
quanto
mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...(mais)
quanto menos...(menos).
Exemplos:
3ª Oração: Oração Coordenada Sindética Adversativa
À proporção que estudávamos, acertávamos mais
(em
relação
à 2ª oração) e Oração Subordinada Adjetiva
questões.
Restritiva
(em
relação à 1ª oração).
Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
ORAÇÕES REDUZIDAS
Lembre-se:
Sobre as Orações Reduzidas
Observe as frases abaixo:
À medida que é uma conjunção que expressa ideia de
proporção; portanto, pode ser substituída por "à proporção que".
Na medida em que exprime uma ideia de causa e
equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido deve ser
usada.
Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar.
Ouvimos uma criança chorando na praça.
Comprada a casa, a família mudou-se.
Por Exemplo:
Na medida em que não há provas contra esse homem,
ele deve ser solto.
Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na
medida que”.
Veja que as orações em destaque não são introduzidas
por conjunção. Além disso, os verbos estão em suas formas
nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). As orações que
apresentam essa forma recebem o nome de Orações
Reduzidas.
Para reconhecer mais facilmente o tipo de oração que
está sob a forma reduzida, podemos desenvolvê-la da seguinte
maneira:
1) Substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo
do indicativo ou do subjuntivo;
2) Inicia-se a oração com um conectivo adequado
(conjunção ou pronome relativo), de modo que apenas a forma
da frase seja alterada, e não o seu sentido.
Observe agora como seria o desenvolvimento das
orações já vistas:
i) Tempo
As orações subordinadas adverbiais temporais
acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração
principal, podendo exprimir noções de simultaneidade,
anterioridade ou posterioridade.
Principal conjunção subordinativa temporal:
QUANDO
Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto,
mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as
vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que,
Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar.
etc.
Forma Desenvolvida: quando terminar a prova, todo
Exemplos:
candidato deve aguardar.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
Análise da Oração: oração subordinada adverbial
Sempre
que
ele
vem,
ocorrem
problemas. temporal reduzida de infinitivo.
Mal
você
saiu,
ela
chegou.
Ouvimos uma criança chorando na praça.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a
festa) (oração reduzida de particípio)
Forma Desenvolvida: ouvimos uma criança que chorava
na praça.
39
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Concessivas: Embora cozinhando diariamente, o
Análise da Oração: oração subordinada adjetiva restritiva
reduzida de gerúndio.
almoço não ficou bom.
d) Condicionais: Querendo uma amiga para conversar,
Comprada a casa, a família mudou-se.
conte comigo.
Forma Desenvolvida: Assim que comprou a casa, a
família mudou-se.
3 -Coordenadas Aditivas
Análise da Oração: oração subordinada adverbial
Organizou os presentes, entregando-os às crianças
temporal reduzida de particípio.
carentes.
Obs.: dependendo do contexto, as orações reduzidas
podem permitir mais de um tipo de desenvolvimento.
Orações Reduzidas de Particípio
Podem ser:
Orações Reduzidas Fixas
Esteja atento às orações reduzidas fixas, pois não são
1 -Subordinadas Adjetivas
passíveis de desdobramento.
As orações subordinadas adjetivas podem ser
Exemplos:
consideradas simples adjuntos adnominais. Veja o exemplo:
Tenho muita vontade de comprar este vestido.
Os documentos trazidos pela secretária serão
Este homem enriqueceu vendendo pastéis.
arquivados.
Orações Reduzidas de Infinitivo
Podem ser:
2 -Subordinadas Adverbiais
a) Causais: Assustado com a situação, liguei para a
1 -Subordinadas Substantivas
polícia.
a) Subjetivas: Não é conveniente comprar todos estes
b) Concessivas: Mesmo cansado, tentou cumprir os
materiais.
compromissos.
b) Objetivas Diretas: Quanto ao José, dizem ter viajado
c) Condicionais: Desvendado este mistério, o problema
para a Europa.
será resolvido.
c) Objetivas Indiretas: O sucesso da tua carreira
d)Temporais: Terminada a palestra, alunos e
depende de teres dedicação.
professores aplaudiram.
d) Predicativas: A única alternativa é estudarmos no
Obsevação: o infinitivo, o gerúndio e o particípio não
exterior.
constituem orações reduzidas quando fazem parte de uma
e) Completivas Nominais: Jorge tinha grande
locução verbal.
necessidade de passar no concurso.
Exemplos:
f) Apositivas: Diante deste vexame, só nos resta uma
Preciso estudar mais este semestre.
saída: ficarmos calados.
Os palhaços estão divertindo as crianças.
A viagem foi cancelada pela agência.
2 -Subordinadas Adjetivas
Quando saí de casa, encontrei o vizinho a tropeçar no
ESTUDO
COMPLEMENTAR
DO
PERÍODO
meio da rua.
COMPOSTO
3 -Subordinadas Adverbiais
Sobre o Período Composto
a) Causais: Não te procurei novamente por encontrarNo período composto, podemos encontrar:
me doente.
a) Orações subordinadas justapostas (sem conectivo):
b) Concessivas: Apesar de ter chorado, sorriu a todos
Por Exemplo:
os convidados.
Ana e Gustavo já se conheciam, mostravam-se muito
c) Consecutivas: O professor se atrasou tanto a ponto
amigos.
de não termos aula naquele período.
b)
Orações
cujo
verbo
encontra-se
elíptico
d) Condicionais: Meus filhos não ganham sobremesa
(subentendido):
sem almoçar direito.
Por Exemplo:
e) Finais: Estamos aqui para convidá-la para nossa
O candidato promete que, se eleito, transformará o país.
festa.
c) Orações intercaladas ou interferentes:
f) Temporais: Ao rever o amigo, deu-lhe um longo
São sintaticamente independentes, se interpõem a
abraço.
outras orações expressando uma ressalva, um comentário ou
uma opinião. Podem vir de forma intercalada em apenas uma
Orações Reduzidas de Gerúndio
oração ou ainda no meio de outras.
Podem ser:
Exemplos:
No dia da nossa formatura - como me lembro bem! 1- Subordinadas Adjetivas
todos estavam deslumbrantes.
Encontramos alguns turistas andando perdidos pelo
Este ano, disse a torcedora, o prêmio é do Brasil!
centro da cidade.
Nenhum destes artistas, que eu saiba, gosta de dar
autógrafos.
2 -Subordinadas Adverbiais
Caso não me emprestasse os livros (Devo ter comprado
a) Temporais: Retornando ao museu, avise-me.
aproximadamente dez já) estaria muito chateada.
b) Causais: Notando seu desânimo, pensei em outra
hipótese.
40
LÍNGUA PORTUGUESA
Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olímpíadas.
Concordância Verbal e Nominal
Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar
Observe:
a
verbos
que exprimem reciprocidade, o plural é
As crianças estão animadas.
obrigatório:
Crianças animadas.
Por Exemplo:
Mais de um colega se ofenderam na tumultuada
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as
crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está
3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a
concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou
substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular.
flexões de pessoa, número e gênero se correspondem.
Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural.
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
Exemplos:
Concordância é a correspondência de flexão entre dois
Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade
termos, podendo ser verbal ou nominal.
econômica do mundo.
Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela
CONCORDÂNCIA VERBAL
pobreza da população.
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com
As Minas Gerais são inesquecíveis.
seu sujeito.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
a) Sujeito Simples
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
número e pessoa. Veja os exemplos:
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,
A orquestra
tocou
uma valsa longa. quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo
3ª p. Singular 3ª p. Singular
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa
Os pares
que rodeavam a nós dançavam bem. do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:
3ª p. Plural
3ª p. Plural
Quais
de
nós
são
/
somos
capazes?
Alguns
de
vós
sabiam
/
sabíeis
do
caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões
inovadoras.
Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando
alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e
nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos
omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve
"Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que
soa como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no
singular, o verbo ficará no singular.
Por Exemplo:
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.
Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído
de formas que fazem o falante hesitar no momento de
estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a
concordância puramente gramatical é contaminada pelo
significado de expressões que nos transmitem noção de plural,
apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso,
convém analisar com cuidado os casos a seguir.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um
substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no
singular ou no plural.
Por Exemplo:
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados:
Por Exemplo:
Um bando de vândalos destruiu / destruíram o
monumento.
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve
concordar com o substantivo.
Exemplos:
25% do orçamento do país deve destinar-se à
Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular
1% dos alunos faltaram à prova.
enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
destaque aos elementos que formam esse conjunto.
Quando a expressão que indica porcentagem não é
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número.
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica Veja:
quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto
25% querem a mudança.
de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com
1% conhece o assunto.
o substantivo. Observe:
41
LÍNGUA PORTUGUESA
6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a
concordância em número e pessoa é feita com o antecedente
do pronome.
Exemplos:
Fui eu que paguei a conta.
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na
presença de um homem.
Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.
b) Sujeito Composto
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a
7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir concordância se faz no plural:
a forma plural.
Exemplos:
Por Exemplo:
Pai e filho conversavam longamente.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais
encantaram os poetas.
Se você é um dos que admiram o escritor, certamente
Sujeito
Pais e filhos
devem conversar com frequência.
lerá seu novo romance.
Sujeito
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
Atenção:
A tendência, na linguagem corrente, é a gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte
concordância no singular. O que se ouve efetivamente, são maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda
pessoa, que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja:
construções como:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a
Primeira Pessoa do Plural (Nós)
aprovação da emenda".
Ao compararmos com um caso em que se use um
adjetivo, temos:
"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."
A análise da construção acima torna evidente que a
forma no singular é inadequada. Assim, as formas
aceitáveis são:
" Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma."
" Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da
emenda, ele é um".
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Pais e filhos precisam respeitar-se.
Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um
elemento da segunda pessoa e um da terceira, é possível
empregar o verbo na terceira pessoa do plural. Aceita-se, pois,
a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a decisão."
8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", podese utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em
concordância com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu quem pagou a conta / Fui eu quem paguei a
conta.
Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem
pintamos o muro.
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em vez
de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode
estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais
próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma
obrigação.
Por Exemplo:
Faltaram coragem e competência.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Faltou coragem e competência.
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Por Exemplo:
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a
Vossa Excelência é diabético?
concordância é feita obrigatoriamente no plural. Observe:
Vossas Excelências vão renunciar?
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá
de acordo com o numeral.
Casos Particulares
Por Exemplo:
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
Deu
uma
hora
no
relógio
da
sala. sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no plural ou
Deram cinco horas no relógio da sala.
no singular.
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio,
sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam / marca seu
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum dispostos em gradação, o verbo pode ficar no plural ou
sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do singular. São concordar com o último núcleo do sujeito.
verbos impessoais:
42
LÍNGUA PORTUGUESA
Por Exemplo:
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um apatia.
segundo me satisfazem / satisfaz.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade das pessoas.
de sentido que há na combinação. No segundo caso, o verbo
no singular enfatiza o último elemento da série gradativa.
Outros Casos
1) O Verbo e a Palavra "SE"
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há
por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se a duas de particular interesse para a concordância verbal:
a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os
b) quando é partícula apassivadora.
núcleos.
Por Exemplo:
Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se"
Drummond ou Bandeira representam a essência da acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de
poesia brasileira.
ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
pessoa do singular.
Exemplos:
Quando a declaração contida no predicado só puder ser
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o
atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se os núcleos
forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular.
país.
Por Exemplo:
Confia-se em teses absurdas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima
Era-se mais feliz no passado.
Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
Quando pronome apassivador, o "se" acompanha
verbos transitivos diretos e indiretos na formação da voz
4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o
outro", a concordância costuma ser feita no singular, embora o sujeito da oração.
Exemplos:
plural também seja praticado.
Por Exemplo:
Construiu-se um posto de saúde.
Um e outro compareceu / compareceram à festa.
Construíram-se novos postos de saúde.
Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com",
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.
o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleos recebem
um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido
2) O Verbo "Ser"
muito próximo ao de "e". Veja:
A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o
O pai com o filho montaram o brinquedo. sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância
O governador com o secretariado traçaram os planos para o pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito.
próximo semestre.
O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes isto, isso, aquilo, tudo, o - e o predicativo estiver no plural.
ideia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.
Exemplos:
O governador com o secretariado traçou os planos para o
Isso são lembranças inesquecíveis.
Aquilo eram problemas gravíssimos.
próximo semestre.
Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em
O que eu admiro em você são os seus cabelos
sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as compridos.
expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos
b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir a
adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse
coisas, e o predicativo for um substantivo no plural.
uma inversão da ordem. Veja:
"O pai montou o brinquedo com o filho."
Exemplos:
"O governador traçou os planos para o próximo
Nosso piquenique foram
só guloseimas.
semestre com o secretariado."
Sujeito
Predicativo do Sujeito
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Sua rotina eram só
alegrias.
expressões correlativas como: "não só...mas ainda", "não
Sujeito
Predicativo do Sujeito
somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o
verbo concorda de preferência no plural.
Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o sujeito.
Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
Por Exemplo:
Gustavo era só decepções.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são
Minhas alegrias é esta criança.
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita
Obs.: admite-se a concordância no singular quando
com esse termo resumidor.
Por Exemplo:
se deseja fazer prevalecer um elemento sobre o outro.
43
LÍNGUA PORTUGUESA
Por Exemplo:
A vida é ilusões.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo
sofre flexão.
Por Exemplo:
c) Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
Obs.: a primeira construção é considerada corrente,
quem.
Por Exemplo:
enquanto a segunda, literária.
Que são esses papéis?
Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo parecer
Quem são aquelas crianças?
fica no singular.
Por Exemplo:
d) Como impessoal na indicação de horas, dias e
As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as
distâncias, o verbo ser concorda com o numeral.
paredes têm ouvidos.)
Exemplos:
É uma hora.
4) A Expressão "Haja Vista"
São três da manhã.
A expressão haja vista admite as seguintes construções:
Eram 25 de julho quando partimos.
a) A expressão fica invariável (seguida ou não de
Daqui até a padaria são dois quarteirões.
preposição).
Por Exemplo:
Haja vista as lições dadas por ele. ( = por exemplo)
Saiba que:
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( =
Na indicação de dia, o verbo ser admite as seguintes
atente-se)
concordâncias:
1) No singular: Concorda com a palavra explícita dia.
Por Exemplo: Hoje é dia quatro de março.
2) No plural: Concorda com o numeral, sem a palavra
explícita dia.
Por Exemplo: Hoje são quatro de março.
3) No singular: Concorda com a ideia implícita de dia.
Por Exemplo: Hoje é quatro de março.
e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
menos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular.
Exemplos:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Duas semanas de férias é muito para mim.
b) O verbo haver pode variar (desde que não seguido de
preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito.
Por Exemplo:
Hajam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejamse)
CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal se baseia na relação entre um
substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras
que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos,
pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios).
Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.
Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona
como
núcleo
de um termo da oração, e o adjetivo, como
f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for
adjunto
adnominal.
pronome pessoal do caso reto, com este concordará o verbo.
Por Exemplo: No meu setor, eu sou a única mulher.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
Aqui os adultos somos nós.
seguintes regras gerais:
Obs.: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo)
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se
representados por pronomes pessoais, o verbo concorda refere a um único substantivo.
com o pronome sujeito.
Por Exemplo:
Por Exemplo:
As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.
Eu não sou ela.
Ela não é eu.
2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a
concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão
g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido nos seguintes casos:
a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo ser
concordará com o predicativo.
- O adjetivo concorda em gênero e número com o
Por Exemplo:
substantivo mais próximo.
A grande maioria no protesto eram jovens.
Por Exemplo:
O resto foram atitudes imaturas.
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Encontramos
caída
a
roupa
e
os
prendedores.
3) O Verbo "Parecer"
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
duas concordâncias:
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o
Por Exemplo:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
infinitivo.
Por Exemplo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
44
LÍNGUA PORTUGUESA
Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou
culturas distintas ou de uma única, espano-portuguesa?
com todos eles (forma masculino plural).
Exemplos:
Procure evitar construções desse tipo.
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
Casos Particulares
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
permitido
Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior
a) Essas expressões, formadas por um verbo mais um
clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos
adjetivo,
ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no
possuir
sentido
genérico (não vir precedido de artigo).
plural masculino, que é o gênero predominante quando há
Exemplos:
substantivos de gêneros diferentes.
É proibido entrada de crianças.
Em certos momentos, é necessário atenção.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
No verão, melancia é bom.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo
É preciso cidadania.
não for acompanhado de nenhum modificador.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
Por Exemplo:
Água é bom para saúde.
b) Quando o sujeito dessas expressões estiver
determinado
por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
como
o
adjetivo
concordam com ele.
modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo.
Exemplos:
Por Exemplo:
É proibida a entrada de crianças.
Esta água é boa para saúde.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os
São precisas várias medidas na educação.
pronomes pessoais a que se refere.
Por Exemplo:
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite
Juliana as viu ontem muito felizes.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido
Essas palavras adjetivas concordam em gênero e
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + número com o substantivo ou pronome a que se referem.
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular. Observe:
Por Exemplo:
Seguem anexas as documentações requeridas.
Os jovens tinham algo de misterioso.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas
6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem faremos isso.
função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se
Seguem inclusos os papéis solicitados.
refere.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.
Por Exemplo:
Cristina
saiu
só.
Cristina e Débora saíram sós.
Bastante - Caro - Barato - Longe
Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou
"apenas", tem função adverbial, ficando, portanto,
Essas palavras são invariáveis quando funcionam como
invariável.
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quando
Por Exemplo:
funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.
Eles só desejam ganhar presentes.
Exemplos:
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
7) Quando um único substantivo é modificado por dois
ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome
adjetivo)
construções:
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
As casas estão caras. (adjetivo)
artigo antes do último adjetivo.
Achei barato este casaco.(advérbio)
Por Exemplo:
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.
"Vais ficando longe de mim como o sono, nas
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
alvoradas."
antes do adjetivo.
(Cecília Meireles) (advérbio)
Por Exemplo:
Admiro as culturas espanhola e portuguesa.
"Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!"
Obs.: veja esta construção:
(Cecília Meireles). (adjetivo)
Estudo a cultura espanhola e portuguesa.
45
LÍNGUA PORTUGUESA
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A
oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de
a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo,
indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da
concorda normalmente com o nome a que se refere.
língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem
Por Exemplo:
divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
Pedi meia cerveja e meia porção de polentas.
verbos, e a regência culta.
Meio - Meia
b) Quando empregada como advérbio (modificando um
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
adjetivo) permanece invariável.
de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é
Por Exemplo:
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
A noiva está meio nervosa.
formas em frases distintas.
Alerta - Menos
Verbos Intransitivos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos
sempre invariáveis.
adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
Por Exemplo:
a) Chegar, Ir
Os
escoteiros
estão
sempre
alerta.
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos
Carolina tem menos bonecas que sua amiga.
adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas
para indicar destino ou direção são: a, para.
Exemplos:
SINTAXE DE REGÊNCIA
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar
Regência Verbal e Nominal
Ricardo foi para a Espanha.
Definição:
Adjunto Adverbial de Lugar
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos.
Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido
desejado, que sejam corretas e claras.
Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação
de tempo ou meio. Veja:
REGÊNCIA VERBAL
Cheguei a Roma em outubro.
Adjunto Adverbial de Tempo
Termo Regente: VERBO
Chegamos no trem das dez.
Adjunto Adverbial de Meio
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam (objetos
b) Comparecer
diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em
adverbiais).
ou a.
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa
Por Exemplo:
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
conhecermos as diversas significações que um verbo pode
último jogo.
assumir com a simples mudança ou retirada de uma
preposição. Observe:
Verbos Transitivos Diretos
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar,
contentar.
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o
prazer", satisfazer.
estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de
verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os,
"agradar a alguém".
as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem
assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais
Saiba que:
terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas
O conhecimento do uso adequado das preposições é verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são,
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência quando complementos verbais, objetos indiretos.
verbal (e também nominal). As preposições são capazes de
modificar completamente o sentido do que se está sendo
São verbos transitivos diretos, dentre outros:
dito. Veja os exemplos:
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
Cheguei
ao
metrô. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
46
LÍNGUA PORTUGUESA
Antipatizo
com
aquela
apresentadora.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam
para uma minoria privilegiada.
castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender,
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos
Há verbos que admitem duas construções, uma
transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique
modificações de sentido. Dentre os principais, temos:
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses
Abdicar
verbos para indicar posse (caso em que atuam como
Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das
adjuntos adnominais).
vantagens do cargo.
Exemplos:
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Acreditar
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
Não acreditava a própria força. / Não acreditava na
própria força.
Verbos Transitivos Indiretos
Almejar
Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz
Os verbos transitivos indiretos são complementados por
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma entre as nações.
preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os
Ansiar
pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que
podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para
Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas
substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as objetivas.
como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os
Anteceder
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se
pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em
Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. /
lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos Sua partida antecedeu a uma série de fatos estranhos.
indiretos são os seguintes:
a) Consistir
Atender
Tem complemento introduzido pela preposição "em".
Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos.
Por Exemplo:
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais
Atentar
Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de
para todos.
digitar. / Atente para esta forma de digitar.
b) Obedecer e Desobedecer:
Cogitar
Possuem seus complementos introduzidos pela
preposição "a".
Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos de
Por Exemplo:
uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Consentir
Os deputados consentiram a adoção de novas medidas
c) Responder
econômicas. / Os deputados consentiram na adoção de novas
Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse medidas econômicas.
verbo pede objeto indireto para indicar "a quem" ou "ao que"
Deparar
se responde.
Por Exemplo:
Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. /
Respondi ao meu patrão.
Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha.
Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.
Gozar
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto
Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde.
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
Necessitar
analítica. Veja:
Necessitamos algumas horas para preparar a
O questionário foi respondido corretamente. apresentação. / Necessitamos de algumas horas para preparar
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
a apresentação.
d) Simpatizar e Antipatizar
Possuem seus complementos
preposição "com".
Por Exemplo:
introduzidos
Preceder
ntensas manifestações precederam a mudança de
regime./ Intensas manifestações precederam à mudança de
regime.
pela
47
LÍNGUA PORTUGUESA
Presidir
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre
encontro.
eles)
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada
Renunciar
para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar,
Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao prevenir.
motivo de sua luta.
Comparar
Satisfazer
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento
satisfazer-lhe.
indireto.
Por Exemplo:
Versar
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua criança.
palestra versou sobre o estilo dos modernistas.
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Por Exemplo:
Os verbos transitivos diretos e indiretos são
acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem
Pedi – lhe
favores.
Objeto Indireto Objeto Direto
destaque, nesse grupo:
Pedi– lhe
que mantivesse em silêncio.
Agradecer, Perdoar e Pagar
Objeto Indireto
Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta
São verbos que apresentam objeto direto relacionado a
coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os
Saiba que:
exemplos:
1) A construção "pedir para", muito comum na
Agradeço aos ouvintes
a audiência.
linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na
Objeto Indireto
Objeto Direto
língua culta. No entanto, é considerada correta quando a
palavra licença estiver subentendida.
Por Exemplo:
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em
casa.
Observe que, nesse caso, a preposição "para"
Paguei o débito
ao cobrador.
introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida
Objeto Direto
Objeto Indireto
de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
2) A construção "dizer para", também muito usada
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com popularmente, é igualmente considerada incorreta.
particular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Preferir
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
indireto
introduzido pela preposição "a".
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Por
Exemplo:
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Prefiro
qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Prefiro trem a ônibus.
Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado
Saiba que:
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
deve sempre aparecer como objeto indireto, mesmo que na existente no próprio verbo (pre).
frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:
Mudança de Transitividade versus Mudança de
A empresa não paga aos funcionários desde Significado
setembro.
Já
perdoei
aos
que
me
acusaram.
Há verbos que, de acordo com a mudança de
Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.
transitividade, apresentam mudança de significado. O
Cristo ensina que é preciso perdoar
pecador.
Objeto Direto
Objeto Indireto
o pecado
ao
Informar
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Por Exemplo:
Informe
os
novos
preços
aos
clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
preços)
Na utilização de pronomes como complementos, veja
as construções:
conhecimento das diferentes regências desses verbos é um
recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a
correta interpretação de passagens escritas, oferece
possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os
principais, estão:
AGRADAR
1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer
carinhos, acariciar.
Por Exemplo:
48
LÍNGUA PORTUGUESA
CUSTAR
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
quando
o
revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial.
Por exemplo:
não perde oportunidade de agradá-lo.
2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
2) No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo
introduzido pela preposição "a".
ou transitivo indireto.
Por Exemplo:
Por exemplo:
O
cantor
não
agradou
aos
presentes.
Muito custa
viver tão longe da família.
Verbo
Oração Subordinada Substantiva
O cantor não lhes agradou.
Subjetiva
ASPIRAR
Intransitivo
Reduzida de Infinitivo
1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar.
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude.
Por Exemplo:
Objeto
Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Indireto
Reduzida de Infinitivo
como ambição.
Por Exemplo:
Obs.: a Gramática Normativa condena as
Aspirávamos a melhores condições de vida. construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito
representado por pessoa. Observe o exemplo abaixo:
(Aspirávamos a elas)
Obs.: como o objeto direto do verbo "aspirar" não é
Custei
para
entender
o
problema.
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais Forma correta: Custou-me entender o problema.
átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a
ela (s)". Veja o exemplo:
IMPLICAR
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ela)
a) dar a entender, fazer supor, pressupor
Por exemplo:
ASSISTIR
Suas atitudes implicavam um firme propósito.
1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar,
b) Ter como consequência, trazer como consequência,
prestar assistência a, auxiliar.
acarretar, provocar
Por Exemplo:
Por exemplo:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Liberdade de escolha implica amadurecimento político
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
de um povo.
2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver,
2) Como transitivo direto e indireto, significa
presenciar, estar presente, caber, pertencer.
comprometer, envolver
Exemplos:
Por exemplo:
Assistimos
ao
documentário.
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é
Não
assisti
às
últimas
sessões.
transitivo indireto e rege com preposição "com".
Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir"
Por Exemplo:
é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Implicava com quem não trabalhasse arduamente.
lugar introduzido pela preposição "em".
Por Exemplo:
PROCEDER
Assistimos numa conturbada cidade.
1) Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir.
CHAMAR
Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, adverbial de modo.
Exemplos:
solicitar a atenção ou a presença de.
Por exemplo:
As afirmações da testemunha procediam, não havia
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá como refutá-las.
chamá-la.
Você procede muito mal.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposição" de") e fazer, executar (rege complemento
introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto.
preposicionado ou não.
Exemplos:
Exemplos:
O avião procede de Maceió.
A
torcida
chamou
o
jogador
mercenário.
A
torcida
chamou
ao
jogador
mercenário.
Procedeu-se aos exames.
A
torcida
chamou
o
jogador
de
mercenário.
O delegado procederá ao inquérito.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
49
LÍNGUA PORTUGUESA
QUERER
Acessível a
1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar.
Acostumado
Querem melhor atendimento.
a,
com
em
Queremos um país melhor.
Afável com,
2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, para com
a
estimar, amar.
Agradável a
Exemplos:
Quero muito aos meus amigos.
Alheio a, de
Ele quer bem à linda menina.
para
Despede-se o filho que muito lhe quer.
Diferente de
Essencial a,
Passível de
Análogo a
VISAR
Ansioso de,
1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de
para, por
mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Apto a, para
Por Exemplo:
O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o
Ávido de
cheque.
com
2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
Benéfico a
objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a".
Exemplos:
Capaz
de,
O ensino deve sempre visar ao progresso social. para
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
Compatível
público.
com
Fácil de
Preferível a
Fanático por
Prejudicial a
Favorável a
Prestes a
Generoso
Propício a
Grato a, por
Próximo a
Contemporâ
neo a, de
REGÊNCIA NOMINAL
Regência Nominal é o nome da relação existente entre
um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos
regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada
por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso
levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o
mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime por
de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo:
com
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos
regem complementos introduzidos pela preposição "a". Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Entendido
Nocivo a
Equivalente
Paralelo a
Escasso de
Parco
em,
de
Hábil em
Relacionado
com
Habituado a
Idêntico a
Contíguo a
Necessário
a
Relativo a
Satisfeito
com, de, em, por
Impróprio
para
Semelhante
a
Contrário a
Indeciso em
Sensível a
Curioso de,
Insensível a
Sito em
Descontente
Liberal com
Suspeito de
Desejoso de
Natural de
Vazio de
Advérbios
Longe de
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da
Perto de
preposição ou preposições que os regem. Observe-os
atentamente e procure, sempre que possível, associar esses
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a
nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
seguir o regime dos adjetivos de que são formados:
paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Substantivos
Admiraç
Devoção
ão a, por
para, com, por
a,
Medo a, de
CRASE
A palavra crase é de origem grega e significa "fusão",
"mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção"
de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da
Atentad
Dúvida acerca
Ojeriza a, por preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome
o a, contra
de, em, sobre
demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele
(s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as
Bachare
Horror a
Proeminênci
quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a
l em
a sobre
crase. O uso apropriado do acento grave, depende da
Capacid
Impaciência
Respeito a, compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental
ade de, para
com
com, para com, por também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos
verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar
a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência
Adjetivos
Aversão
a, para, por
Doutor em
Obediência a
50
LÍNGUA PORTUGUESA
Ela não tem nada a dizer.
Estavam a correr pelo parque.
Estou disposto a ajudar.
Continuamos a observar as plantas.
Voltamos a contemplar o céu.
Obs.: como os verbos não admitem artigos,
constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas
preposição, logo não ocorrerá crase.
- diante da maioria dos pronomes e das expressões
de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita
e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de
ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho.
Quero informar a algumas pessoas o que está
acontecendo.
Isso não interessa a nenhum de nós.
Aonde você pretende ir a esta hora?
Agradeci a ele, a quem tudo devo.
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
Observe:
Vou a a igreja.
Vou à igreja.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição
"a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do
artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja.
Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem,
a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros
exemplos:
Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo
ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto
(referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a".
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja
feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já
especificados.
Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo
feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s) após
uma preposição "a":
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos
pronomes podem ser identificados pelo método explicado
anteriormente. Troque a palavra feminina por uma
masculina, caso na nova construção surgir a forma ao,
ocorrerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo
indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao
senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao
próprio Cláudio para sair mais cedo.)
- diante de numerais cardinais:
Chegou
a
duzentos
o número de
feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.
1- Colocar um termo masculino no lugar do termo
feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao,
ocorrerá crase antes do termo feminino.
Veja os exemplos:
Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.
Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.
2- Trocar o termo regente acompanhado da
preposição a por outro acompanhado de uma preposição
diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas
preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se
não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não
haverá crase.
Veja os exemplos:
- Penso na aluna.
- Apaixonei-me pela aluna.
- Começou a brigar.
-
Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
- diante de palavras femininas:
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
Cansou de brigar.
Insiste em brigar.
Foi punido por brigar.
Optou por brigar.
Atenção: lembre-se sempre que não basta provar a
existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso
provar que existem os dois.
- diante da palavra "moda", com o sentido de "à
Evidentemente, se o termo regido não admitir a moda de" (mesmo que a expressão moda de fique
anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. subentendida):
Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
- diante de substantivos masculinos:
Usava sapatos à (moda de) Luis XV.
Andamos a cavalo.
Estava com vontade de comer frango à (moda de)
Fomos a pé.
passarinho.
Passou a camisa a ferro.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
- na indicação de horas:
Assisitimos a espetáculos magníficos.
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
- diante de verbos no infinitivo:
Foram dormir à meia-noite.
A criança começou a falar.
Ele saiu às duas horas.
51
LÍNGUA PORTUGUESA
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas
de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde
às ocultas
às pressas
à noite
às claras
às escondidas à força
à vontade
à beça
à larga
à escuta
às avessas
à revelia
à exceção de
à imitação de
à esquerda
às turras
às vezes
à chave
à direita
à procura
à deriva
à toa
à luz
à sombra de à frente de
à semelhança de às ordens
à beira de
à medida que
à proporção que
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual
e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses
pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível
detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a
substituição do termo regido feminino por um termo regido
masculino. Por exemplo:
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Veja outros exemplos:
São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam
responder nenhuma das questões.
A sessão à qual assisti estava vazia.
Crase diante de Nomes de Lugar
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do
artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a
preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não
Crase com o Pronome Demonstrativo "a"
a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a"
regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A
ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de também pode ser detectada através da substituição do termo
regente feminino por um termo regido masculino. Veja:
lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:
Minha revolta é ligada à do meu país.
Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)
Meu luto é ligado ao do meu país.
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
As orações são semelhantes às de antes.
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em
Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.
Porto Alegre.)
Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.
Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em
Suas perguntas são superiores às dele.
Pernambuco.)
Seus argumentos são superiores aos dele.
Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
São Paulo.)
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver
A Palavra Distância
especificado, ocorrerá crase. Veja:
Se a palavra distância estiver especificada,
Retornarei
à
São
Paulo
dos
bandeirantes.
determinada,
a crase deve ocorrer. Por exemplo:
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele está determinada.)
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
(s), Aquela (s), Aquilo
palavra
está especificada.)
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase
termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo:
não pode ocorrer. Por exemplo:
Refiro-me a
aquele
atentado.
Os militares ficaram a distância.
Preposição Pronome
Gostava de fotografar a distância.
Ensinou a distância.
Refiro-me àquele atentado.
Dizem que aquele médico cura a distância.
Reconheci o menino a distância.
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo
indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
Observação: por motivo de clareza, para evitar
portanto, ocorre a crase.
ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja:
Observe este outro exemplo:
Gostava de fotografar à distância.
Aluguei aquela casa.
Ensinou à distância.
O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não
Dizem que aquele médico cura à distância.
exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
outros exemplos:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
- diante de nomes próprios femininos:
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Observação: é facultativo o uso da crase diante de
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do
Não obedecerei àquele sujeito.
artigo. Observe:
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse.
Paula é muito bonita
Laura é minha amiga.
Comprei aquela caneta.
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
52
LÍNGUA PORTUGUESA
Como podemos constatar, é facultativo o uso do 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de
artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade e eficiência
(...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios
Entreguei o cartão a Paula.
Entreguei o cartão a Roberto.
fundamentais de toda administração pública, claro está que
devem igualmente nortear a elaboração dos atos e
Entreguei o cartão à Paula.
Entreguei o cartão ao Roberto.
comunicações oficiais.
Não se concebe que um ato normativo de qualquer
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos
- Contei a Laura o que havia - Contei a Pedro o que havia
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos
ocorrido na noite passada.
ocorrido na noite passada.
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal
não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois,
- Contei à Laura o que havia - Contei ao Pedro o que havia
necessariamente,clareza e concisão.
ocorrido na noite passada.
ocorrido na noite passada.
Além de atender à disposição constitucional, a forma dos
atos
normativos
obedece a certa tradição. Há normas para sua
- diante de pronome possessivo feminino:
elaboração
que
remontam
ao período de nossa história imperial,
Observação: é facultativo o uso da crase diante de
como,
por
exemplo,
a
obrigatoriedade
– estabelecida por
pronomes possesivos femininos porque é facultativo o uso
decreto
imperial
de
10
de
dezembro
de
1822 – de que se
do artigo. Observe:
aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos
- Minha avó tem setenta Minha
irmã
está
desde a independência. Essa prática foi mantida no período
anos.
esperando por você.
republicano.
- A minha avó tem setenta - A minha irmã está
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza,
anos.
esperando por você.
uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se
às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes,
pronomes possessivos femininos, então podemos escrever o que exige o uso de certo nível de linguagem.
as frases abaixo das seguintes formas:
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações
oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um
único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas
- Cedi o lugar a minha avó. - Cedi o lugar a meu avô.
comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de
- Cedi o lugar à minha avó. - Cedi o lugar ao meu avô.
expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos
cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o
- Diga a sua irmã que - Diga a seu irmão que
público).
estou esperando por ela. estou esperando por ele.
Outros procedimentos rotineiros na redação de
comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo,
- Diga à sua irmã que - Diga ao seu irmão que
como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de
estou esperando por ela. estou esperando por ele.
redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por
exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais,
- depois da preposição até:
regulados pela Portaria nº 1 do Ministro de Estado da Justiça,
o
- Fui até a praia.
- Fui até à praia.
de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de
u
vigência, foi revogado, pelo Decreto que aprovou a primeira
- Acompanhe-o até a
- oAcompanhe-o até à
edição deste Manual.
porta.
u
porta.
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
- A palestra vai até as
Ao palestra vai até às
buscou fazer das características específicas da forma oficial de
cinco horas da tarde.
u
cinco horas da tarde.
redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a
criação – ou se aceite a existência - de uma forma específica de
linguagem
administrativa,
o
que
coloquialmente
e
pejorativamente
se
chama
burocratês.
Este
é
antes
uma
REDAÇÃO OFICIAL
distorção do que se deve ser a redação oficial, e se caracteriza
pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
formas arcaicas de construção de frases.
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida
1. O QUE É REDAÇÃO OFICIAL
e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica –
Redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe
redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira
diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da
do ponto de vista do Poder Executivo.
A
redação
oficial
deve
caracterizar-se
pela correspondência particular, etc.
Apresentadas essas características fundamentais da
impessoalidade,uso do padrão culto de linguagem, clareza,
redação
oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente
uma
delas.
esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo
53
LÍNGUA PORTUGUESA
1.1 A Impessoalidade
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém
que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
o que se comunica é sempre algum assunto relativo às
atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa
comunicação ou é o público,o conjunto dos cidadãos, ou outro
órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que
deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações
oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem
comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente
assinado por Chefe de determinada Seção é sempre em nome
do Serviço Público que é feita à comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois
casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea
e impessoal;
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
universo temático das comunicações oficiais se restringe a
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que
não cabe qualquer tom particular ou pessoal.
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões
pessoais, como as que, por exemplo,constam de uma carta a
um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um
texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência
da individualidade que a elabora.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos
valemos para elaborar os expedientes oficiais, contribuem ,
ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.
1.2 A linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
A necessidade de empregar determinado nível de
linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado,
do próprio caráter público desses atos e comunicações; de
outro, de sua finalidade . Os atos oficiais, aqui entendidos como
atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a
conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos
públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for
empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os
expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar
com clareza e objetividade.
As comunicações que partem dos órgãos públicos
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma
linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que
um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a
gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua
compreensão dificultada.
Ressalte-se que há necessariamente uma distância
entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente
dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos
que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação,
etc.. para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis
por essa distância. Já
a língua escrita incorpora mais
lentamente as transformações, tem maior vocação para a
permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar.
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes
níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em
uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado
padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente
pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente.
Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso
que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de
clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da
língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a)
se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega
um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É
importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão
culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima
das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas,
permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida
compreensão por todos os cidadãos.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a
simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos
contorcionismos sintáticos e figura de linguagem próprios da
língua literária.
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto
nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá
preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será
obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas,
mas isso não implica , necessariamente, que se consagre a
utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá
sempre sua compreensão limitada.
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos , e mesmo
o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil
entendimento por quem não esteja com eles familiarizado.
Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração
e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de
neologismo e estrangeirismo,são tratadas em detalhe em 9.3.
Semântica.
1.3 Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já
mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão
culto de linguagem, é imperativo,ainda ,certa formalidade de
tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao
54
LÍNGUA PORTUGUESA
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para
uma autoridade de certo nível mais do que isso , a formalidade
diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado o
assunto do qual cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também ,à
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se
a
administração federal é uma, é natural que as comunicações
que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse
padrão, umas das metas deste Manual, exige que se atente
para todas as características da redação oficial e que se cuide,
ainda, da apresentação dos textos.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o
texto definitivo e a correta diagramação do texto são
indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulos II, As
Comunicações Oficiais, a respeito de normas específicas para
cada tipo de expediente.
É pela correta observação dessas características que se
redige com clareza. Contribuirá ,ainda, a indispensável releitura
de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de
trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente
da falta de releitura que torna possível sua correção.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se
ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos
parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio
que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa
experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos
como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade.
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o
significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
que não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A
pressa com que são elaboradas certas comunicações quase
1.4 Concisão e Clareza
sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à
redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
A concisão é antes uma qualidade do que uma “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a
característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue máxima. Evite-se, pois , o atraso, com sua indesejável
transmitir um máximo de informações com um mínimo de repercussão no redigir. AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental
2. INTRODUÇÃO
que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual
se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de
pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem
Vejamos agora aspectos comuns a quase todas as
eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias. modalidades de comunicação oficial: o emprego dos pronomes
O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao de tratamento, a forma dos fechos e a identificação do
princípio de economia lingüística, à mencionada fórmula de signatário.
empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
2.1 Pronome de Tratamento
se deve de forma alguma entendê-la como economia de
pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens
substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
O uso de pronomes e locuções pronominais de
exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De acordo
passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
com Said Art,1 após serem incorporados ao português os
Procure perceber certa hierarquia de idéias que existe pronomes latinos tu e vos, “como tratamento direto da pessoa
em todo texto de alguma complexidade: idéias fundamentais e ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se a empregar,
idéias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido como expediente lingüístico de distinção e de respeito, a
daquelas, detalhá-las, exemplificá – las; mas existem também segunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de
idéias secundárias que não acrescentam informação alguma ao hierarquia superior. Prossegue o autor:
“Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo,
que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade eminente da
por isso, ser dispensadas.
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto pessoa de categoria superior, e não a ela própria. Assim
oficial, conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. aproximavam-se os vassalos de seu rei com o tratamento de
Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o tratamento
compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia
se atinja por si só: ela depende estritamente das demais eclesiástica vossa santidade”.
características da redação oficial. Para ela concorrem:
A partir do final do século XVI , esse modo de tratamento
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações indireto já estava em voga também para os ocupantes de certos
que poderia decorrer de um tratamento personalista dada ao cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois
texto;
para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo,caiu em
desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmos-nos
entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de às autoridades civis, militares e eclesiásticas.
circulação restrita, como a gíria e o jargão;
2.1.2. Concordância com os Pronomes de
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a Tratamento.
imprescindível uniformidade dos textos;
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à
lingüísticos que nada lhe acrescentam.
concordância verbal,nominal e pronominal. Embora se refiram à
55
LÍNGUA PORTUGUESA
segunda pessoa gramatical (à pessoa com que se fala, ou a
Senhor Ministro,
quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a
Senhor Governador,
terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que
integra a locução como seu núcleo sintático : “Vossa Senhoria
No envelope, o endereçamento das comunicações
nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a
seguinte forma:
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “
A Sua Excelência o Senhor
Vossa Senhoria nomeará seu substituto” ( e não “Vossa...
Fulano de Tal
vosso...”).
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 — Brasília .DF
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa que se
A Sua Excelência o Senhor
refere, e não como o substantivo que compõe a locução. Assim,
Senador Fulano de Tal
se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência
Senado Federal
está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for
70165-900 — Brasília. DF
mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria
deve estar satisfeita”.
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento
Juiz de Direito da 10ª Vara Cível
Rua ABC, nº 123
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento
01010-000 — São Paulo. SP
obedece a secular tradição. São de uso consagrado: Vossa
Excelência, para as seguintes autoridades:
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do
tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista
a) do Poder Executivo;
anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer
Presidente da República;
cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
Vossa Senhoria é empregado para as demais
Vice- Presidente da República;
Ministros de Estado.,
autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Senhor Fulano de Tal,
Distrito Federal;
(...)
Oficiais- Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
No envelope, deve constar do endereçamento:
Secretários-Executivos de Ministérios e demais
Ao Senhor
ocupantes de cargos de natureza especial;
Fulano de Tal
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Rua ABC, nº 123
Prefeitos Municipais.
12345-000 — Curitiba. PR
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado
o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É
suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
Ministros do Tribunal de Contas da União;
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a
pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso
universitário de doutorado. É costume designar por doutor os
c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores;
bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Membros de Tribunais;
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a
Juízes;
desejada formalidade às comunicações.
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência,
Auditores da Justiça Militar.
empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:
aos chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do
Magnífico Reitor,
cargo respectivo:
(...)
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal com a hierarquia eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa.
Federal.
O vocativo correspondente é:
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
Santíssimo Padre.
Senhor, seguido do cargo respectivo:
(...)
Senhor Senador,
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima,
Senhor Juiz,
em comunicações aos Cardeais.
56
LÍNGUA PORTUGUESA
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do
Corresponde-lhe o vocativo:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e órgão que o expede:
Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Exemplos:
(...)
Mem.123/2002 – MF
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em
Aviso 123/2002-SG
comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa
Of. 123/2002 – MME
Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com
Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa
Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais alinhamento à direita:
religiosos.
Exemplo:
Brasília, 15 de março de 1991.
2.2. Fechos para Comunicações
c) assunto: resumo do teor do documento
O fecho das comunicações oficiais possui, além da
Exemplos:
finalidade óbvia de arrematar o texto a de saudar o destinatário.
Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram
Necessidade de aquisição de novos computadores.
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é
regulados pela Portaria nº 1 do Ministério da Justiça, de 1937,
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído
uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente também o endereço.
e) texto: nos casos em que não for de mero
dois fechos diferentes para todas as modalidades de
comunicação oficial:
encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a
seguinte estrutura:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da
- introdução, que se confunde com o parágrafo de
República: Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a
comunicação. Evite o uso de das formas: “Tenho a honra de”,
hierarquia inferior: Atenciosamente,
“Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue a
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações forma direta;
- desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior
clareza à exposição;
2.3. Identificação do Signatário
- conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente
reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente
da República, todas as demais comunicações oficiais devem
Os parágrafos do texto devem ser numerados,exceto
trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo o nos casos em que estes estejam organizados em itens ou
local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a títulos e subtítulos.
seguinte:
Já quando se tratar de mero encaminhamento de
(espaço para assinatura)
documentos a estrutura é a seguinte:
Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
- introdução: deve iniciar com referência ao expediente
(espaço para assinatura)
que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento
Nome
não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do
Ministro de Estado da Justiça
motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir
os dados completos do documento encaminhado (tipo,data,
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela
assinatura em página isolada do expediente. Transfira para qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991,
3. O PADRÃO OFÍCIO
encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990,
do Departamento Geral de Administração, que trata da
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes requisição do servidor Fulano de Tal.”
pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o
memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma
ou
diagramação única, que siga o que chamamos de padrão ofício.
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa
As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por ora
cópia do telegrama nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, do
busquemos as suas semelhanças.
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito
3.1. Partes do documento no Padrão Ofício
de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as Nordeste”.
seguintes partes:
57
LÍNGUA PORTUGUESA
- desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar
fazer algum comentário a respeito do documento que
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento;
em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em
aviso ou ofício de mero encaminhamento.
autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é
expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como
finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da
Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também
com particulares.
f ) fecho (v.2.2. Fechos para Comunicações);
3.3.2. Forma e Estrutura
g) assinatura do autor da comunicação; e
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
h) identificação do signatário (v.2.3. Identificação do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
Signatário).
destinatário (v.2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de
vírgula.
3.2. Forma de diagramação
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à
Senhora Ministra,
seguinte forma de apresentação:
Senhor Chefe de Gabinete.
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de
rodapé;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New
Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o
número da página;
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
páginas pares (“margem espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm
de distância da margem esquerda;
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá no
mínimo, 3,0 cm de largura;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as
linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de
texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em
branco;
i)
não
deve
haver
abuso
no
uso
de
negrito,itálico,sublinhado,letras
maiúsculas,
sombreado,
sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação
que afete a elegância e a sobriedade do documento;
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para
gráficos e ilustrações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem
ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0
cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
arquivo Rich Text nos documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados
devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior
ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos
deve ser formados da seguinte maneira: tipo do documento+
número do documento+palavras-chaves do conteúdo. Ex: “Of.
123 – relatório produtividade ano 2002”
3.3 Aviso e Ofício
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as
seguintes informações do remetente:
- nome do órgão ou setor;
- endereço postal;
- telefone e endereço de correio eletrônico.
Exemplo de Ofício
[Ministério]
[Secretaria/Departamento/Setor/Entidade]
[Endereço para correspondência].
[Endereço- continuação]
[Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]
Ofício nº 524/1991/SG – PR
Brasília, 27 de maio 1991
A Sua Excelência o Senhor
Deputado [Nome]
Câmara dos Deputados
70.160-900 — Brasília — DF
Assunto: Demarcação de terras indígenas
Senhor Deputado,
1. Em complemento às observações transmitidas pelo
telegrama nº 154, de 24 de abril último, informo Vossa
Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta nº
6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão
amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação
de terras indígenas instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de
fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a
necessidade de que – na definição e demarcação das terras
indígenas – fossem levadas em consideração as características
sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras
indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos
técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1º, da
Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos
etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O
exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com
o órgão federal ou estadual competente.
3.3.1. Definição e Finalidade
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais
aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes
58
LÍNGUA PORTUGUESA
3.4.2. Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve
5. Como Vossa Excelência pode verificar, o ser mencionado pelo cargo que ocupa.
procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser
baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a
Exemplos:
demarcação de terras indígenas seja informada de todos
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
carta, com a necessária transparência e agilidade.
Exemplo de Memorando
Atenciosamente
[Nome]
Mem. 118/DJ
Em 12 de abril de 1991.
[cargo]
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Exemplo de Aviso
Assunto:Administração.Instalação
de
Aviso nº 45/ SCT –PR
Brasília, 27 de fevereiro de microcomputadores.
1991.
1. __________________________ Nos termos do Plano
A sua Excelência o Senhor
Geral de informatização, _____________ solicito
a
Vossa
[Nome e cargo]
Senhoria verificar a possibilidade de ____ que sejam instalados
Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor três microcomputadores neste Departamento.
público.
2. __________________________ Sem
descer
a
Senhor Ministro,
maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal
seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de
Convido a Vossa Excelência a participar da sessão de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade
abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de
de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março banco de dados.
próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de
3.
O treinamento de pessoal para operação dos
Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do
Isoladas Sul, nesta capital.
Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu
acordo a respeito.
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do
4.
Devo mencionar, por fim, que a informatização
Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação de dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição
Energia em Órgãos Públicos, instituído pelo Decreto nº 99.656, de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na
de 26 de outubro de 1990.
qualidade dos serviços prestados.
sobre a área em estudo.É igualmente assegurada a
manifestação de entidades representativas da sociedade civil.
Atenciosamente,
[nome do signatário]
[cargo do signatário]
Atenciosamente,
[nome do signatário]
[cargo do signatário]
3.4 Memorando
4. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
3.4.1 Definição e Finalidade
O memorando é a modalidade de comunicação entre
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes.
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação
eminentemente interna.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser
empregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc.
a serem adotados por determinado setor do seviço publico.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez
e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar
desnecessário aumento do número de comunicações, os
despachos ao memorando devem ser dados no próprio
documento e, no caso de falta de espaço, em folha de
continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de
processo simplificado, assegurando maior transparência à
tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento
da matéria tratada no memorando.
4.1. Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao
Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
a) _________________________________________________
b) _________________________________________________
c) __________________________________________________
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao
Presidente da República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por
todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
de interministerial.
4.2 Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem apresentação
do padrão ofício (v.3. O Padrão Ofício). O anexo que
acompanha a exposição de motivos que proponha alguma
59
LÍNGUA PORTUGUESA
REQUERIMENTO
medida ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo
descrito adiante.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade,
apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que
proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que
simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes
referido para o padrão ofício.
Exemplo de Exposição de Motivos de caráter
informativo
Excelentíssimo Senhor Governador do Estado
Fernando Oliveira Lira, funcionário público lotado na
Assembléia Legislativa deste Estado, solteiro, residente na
o
Rua Jorge Coelho, n 343, apto. 45, nesta Capital, portador
o
o
da Cl n 456.999-0 e CPF n 235.588.876, vem mui
respeitosamente requerer a V. Exa. que lhe conceda
licença para tratamento de saúde de três meses, conforme
lhe faculta a lei.
Neste termos,
Pede deferimento
Em nº 00146/1991 – MRE
Brasília, 24 de maio de 1991.
Teresina, 05 de agosto de 2003.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Fernando Oliveira Lira
O presidente George Bush anunciou, no ultimo dia 13
CIRCULAR
significativa mudança da posição norte-americana nas
negociações que se realizam – na Conferência do
SOCIEDADE ESPORTIVA UNIDOS DE SANTO
Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral
de proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à ANDRÉ
manutenção de cerca de dois por cento de seu arsenal químico
até a adesão à convenção de todos os países em condições de
CNPJ: 56.999.789/2221-98
produzir armas químicas, os Estados Unidos reaproximaram
Av. Dos Estados, 1.977
sua postura da maioria dos quarenta países participantes do
02356-001 – Santo André-SP
processo negociador, inclusive o Brasil, abrindo possibilidades
Emenda: Apresentação de Elenco
concretas de que o tratado venha a ser concluído e assinado
em prazo de cerca de um ano. (...)
Senhores associados,
Respeitosamente,
[Nome]
[cargo]
Já a exposição de motivos que submeta à consideração
do Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser
adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo –
embora sigam também a estrutura do padrão ofício -, além de
outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem,
obrigatoriamente, apontar:
Comunicamos a todos os sócios que em 2 de abril de
1998, às 8 (oito) horas da noite, no salão nobre, será
realizada a apresentação do elenco contratado por esta
agremiação para a disputa da terceira divisão do Campeonato
Paulista de Futebol.
Marcos Rosentlatt
Presidente
MR/SRS
ATA
a)
na introdução: o problema que está a reclamar
a adoção da medida ou do ato normativo proposto;
b)
no desenvolvimento: o porquê de ser aquela
Ata da nona reunião fiscal do Condomínio Sírus.
medida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o
problema, e eventuais alternativas existentes para equacionáAos vinte e dois dias de agosto de 1998, às 19 horas,
lo;
em segunda convocação, reuniu-se o Conselho Fiscal do
c)
na conclusão, novamente, qual medida deve Condomínio Sírius para examinar, aprovar ou não aprovar as
ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para contas de julho p.p,
solucionar o problema.
Após os exames dos documentos, os conselheiros
Deve, ainda, trazer apenas o formulário de anexo à aprovaram as cartas, digo, as contas. Sem mais a tratar, o
exposição de motivos, devidamente preenchido, de acordo com presidente encerrou a reunião. E, para constar, eu, Márcio
o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.176, de Antero, lavrei esta ata, que, após aprovada, será assinada por
28 de março de 2002.
mim, pelo presidente e pelos conselheiros.
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do
Ministério ou órgão equivalente) nº, de de
de 200 .
São Paulo, 22 de agosto de 1998.
________________________
Condômino Márcio Antero
60
LÍNGUA PORTUGUESA
EDITAL
MODELO DE OFÍCIO
[remetente:nome do órgão ou setor, endereço postal,
telefone e endereço de correio eletrônico]
o
EDITAL N 3/97
Convocação para Assembléia-Geral Ordinária
Ofício nº 435/2000 – SG-PR
Brasília, 12 de junho de 2007.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado [Nome]
Câmara dos Deputados
70.160-900 – Brasília – DF
Pelo presente Edital, ficam os senhores condôminos
do Edifício Rivendell convocados para a Assembléia-Geral
Ordinária, a realizar-se no salão de festas do Edifício, a 4 de
abril de 1999, às 20h em primeira convocação ou às 20h30m
em segunda e última convocação, com qualquer número de
presenças.
Assunto: Demarcação de terras indígenas
Senhor Deputado,
1.
Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de
24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas
em sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão
amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras
indígenas instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia
anexa).
Constam da ordem do dia:
2. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser
precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no
art. 231, § 1º, da Constituição Federal, Os estudos deverão incluir os aspectos
etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último
aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
competente.
1. Prestação de contas da administração.
2. Eleição de síndico, vice-síndico e conselheiros fiscais.
3. Outros assuntos de interesse geral.
3. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre
os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os
elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a
necessária transparência e agilidade.
____________________Vitória, 25 de agosto de 1998.
André Sassilva
Atenciosamente,
OFÍCIO
[Nome]
[cargo]
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Secretaria de Administração
Setor Leste – Florianópolis
Ofício 78/98. Florianópolis, 30 de julho de 1990.
MODELO DE AVISO
Ementa: encontro de educadores
Senhor Diretor,
Aviso nº 35/SSp-PR
Comunicamos a V.Sa. que a Escola Estadual “Júlio
Verne” foi incluída na relação de participantes do X Encontro
de Educadores e Pedagogos, a realizar-se de 10 a 13 de
outubro, nesta cidade. Para tanto, solicitamos que sejam
indicados, até 7 de setembro, cinco representantes dessa
Escola para participarem do Encontro.
Brasília, 12 de junho de 2007.
A Sua Excelência o Senhor
[Nome e cargo]
Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor público.
Senhor Ministro,
Convido Vossa Excelência a participar da sessão de
abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente
de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março
próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de
Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas
Isoladas Sul, nesta capital.
Sem mais, subscrevemo-nos
________________________________
Cássio Holanda Coordenador
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do
Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação
de Energia em Órgão Público, instituído pelo Decreto nº
99.656, de 26 de outubro de 1990.
Ilmo. Sr.
Fernando Toledo
DD. Diretor da Escola Estadual
“Júlio Verne”
Av. Tolkien, 456,
34090-800 – Florianópolis – SC
CH/IS
Atenciosamente,
[Nome do signatário]
[cargo do signatário]
61
LÍNGUA PORTUGUESA
Exercícios
MODELO DE MEMORANDO
Mem. 199/DJ
12 de junho de 2007.
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Assunto: Administração. Instalação de microcomputadores
Senhor Ministro,
1.
Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a
Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam
instalados três microcomputadores neste Departamento.
2.
O treinamento de pessoal para operação dos micros
poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do
Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu
acordo a respeito.
3.
Devo mencionar, por fim, que a informatização dos
trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição de
tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na
qualidade dos serviços prestados.
01.
Proponha cinco delimitações possíveis para
os seguintes temas:
a)
Carnaval.
b)
Drogas.
c)
Economia brasileira.
d)
futebol.
e)
Índios brasileiros.
O DESENVOLVIMENTO: AS DIFERENTES FORMAS
DE ORGANIZAÇÃO
Como vimos, o desenvolvimento corresponde ao
desdobramento da idéia central contida tanto no texto como no
parágrafo.
De acordo com o tipo de tema que é proposto, podemos
organizar o parágrafo (e o texto) de diversas maneiras.
▪
▪
▪
▪
▪
Atenciosamente,
[Nome do signatário]
[cargo do signatário]
causa e conseqüência
tempo e espaço
comparação e contraste
enumeração
exemplificação
Causa e conseqüência
Como vimos no item sobre organização de idéias, o
tema "Poluição nos rios" pode ser organizado em termos de
causa e conseqüência:
MODELO DE REQUERIMENTO
Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo
Dolores Matos, brasileira, solteira, estudante de
engenharia, matrícula nº 098.765-4, residente na Rua das
Flores nº 386, Jardim das Roas, São Paulo, solicita a Vossa
Magnificência atestado de que freqüenta o 3º ano do Curso de
Engenharia Civil, para fim de pedido de Bolsa-Universidade,
como previsto pela Portaria 1002, de 13 de julho de 1966, do
Ministério da Educação.
Nestes termos,
Pede deferimento
São Paulo, 12 de junho de 2007.
------------------------------------------
Entre as causas da poluição dos rios encontramos o
despejo de esgotos e de poluentes industriais nas águas. Este
fato agrava-se mais porque o controle por parte das autoridades
responsáveis é muito pequeno. A poluição pode ser explicada
também pela falta de conscientização da população, que acaba
por não se preocupar com o problema, o que se revela, por
exemplo, pelo uso de detergentes não-biodegradáveis.
Como efeito da poluição dos rios, temos notadamente a
morte dos peixes, gerando um profundo desequilíbrio ecológico.
Ainda como conseqüência, ocorre a contaminação de
plantações irrigadas por água poluída. A transmissão de
doenças infecciosas aos indivíduos surge também como
resultado da contaminação da água e dos peixes por eles
ingeridos. Por fim, inundações decorrem também do acúmulo
de detritos no leito dos rios.
Em relação a esse texto, podemos ver que o primeiro
parágrafo, baseado no esquema de organização das idéias,
apresenta as causas da poluição nos rios. Observe o uso de
certas palavras-chave destacadas que indicam a causa: causas,
porque, explicada.
Poderíamos fazer um quadro com as expressões
indicadoras de causa:
Substantivos:
causa,
motivo,
razão,
explicação, fonte, mãe, raízes, base, fundamento, alicerces, o
porquê, etc.
Versos: causar, gerar, originar, produzir,
acarretar, motivar, etc.
62
LÍNGUA PORTUGUESA
Conjunções: porque, pois, já que, visto
(D) o modelo do expediente, o número do documento e
quer, uma vez que, portanto, que, etc.
ano de sua expedição, seguido das iniciais da autoridade
responsável;
Preposições e locuções: por, por causa de,
(E) o tipo e o número do expediente, acompanhado das
em vista de, graças a, por motivo de, em virtude de, devido a, iniciais do digitador.
etc.
05. O local e a data de um ofício, aviso ou memorando
O segundo parágrafo mostra as consequências da deve aparecer:
poluição nos rios. Gerar, como consequência, como resultado
são expressões utilizadas no parágrafo que denotam a relação
(A) de forma abreviada, ao final do documento; (B) de
de conseqüência.
forma extensa, com alinhamento à direita, na parte inicial do
Assim, um quadro com expressões indicadoras seria o documento;
seguinte:
(C) de forma extensa, com alinhamento à esquerda, no
início do documento;
- Substantivos: consequência, efeito, decorrência,
(D) de forma abreviada, à esquerda, ao final do
resultado, repercussão, produto, reflexo, etc.
documento;
(E) no envelope de correspondência e não no corpo do
- Verbos: resultar, decorrer, gerar, ser, efeito de, ser documento.
resultado de, etc.
06. A fonte gráfica e o corpo utilizados na apresentação
- Advérbios e locuções: consequentemente, em (como) dos documentos do Padrão Ofício são, respectivamente:
conseqüência, em (como) decorrência, em conclusão, etc.
(A) Times New Roman, 14;
01.“Não se concebe que um ato normativo de qualquer
(B) Courier, 12;
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
(C) Verdana, 10;
impossibilite sua compreensão” (Manual de redação da
(D) Times New Roman, 12;
presidência da República, 2ª. ed. 2002).
(E) Courier, 10.
Segundo esse segmento, o item abaixo que NÃO
07. Informação ERRADA sobre a apresentação dos
colabora para a obscuridade de uma mensagem é:
documentos do Padrão Ofício é:
(A) a ambiguidade de certos termos;
(B) a troca de uma palavra por um sinônimo;
(C) a confusão entre parônimos;
(D) a excessiva inversão de termos;
(E) o emprego de vocabulário incomum.
(A) a partir da segunda, as páginas devem ser
numeradas;
(B) os documentos devem ser impressos dos dois lados
da folha;
(C) o campo lateral esquerdo deve ter no máximo 3
centímetros de largura;
(D) deve haver espaçamento simples entre as linhas;
(E) o papel do documento deve ser do tipo A-4.
02. Numa mensagem administrativa deve(m) evitar-se:
(A) as marcas de pessoalidade;
(B) a transparência semântica dos vocábulos;
(C) a inteligibilidade do que é veiculado;
(D) a concisão da expressão;
(E) a clareza expositiva.
08. O aviso é um tipo de expediente:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
03. Entre as autoridades abaixo citadas, aquela para a
qual NÃO deve ser empregado o tratamento de Vossa
Excelência é:
(A) Oficiais Generais;
(B) Ministros de Estado;
(C) Embaixadores;
(D) Cardeais;
(E) Secretários de Estado.
04. Num expediente aparece escrito o seguinte:
Of.28/2006-SG; esses elementos indicam:
(A) o tipo e o número do expediente, seguido da sigla do
órgão que o expede;
(B) o tipo e a data do expediente, seguido das iniciais da
pessoa responsável;
(C) o modelo do expediente, seguido do dia do mês, ano
e sigla do órgão expedidor;
63
expedido por Ministros de Estado;
expedido por chefes de seção a subordinados;
entre unidades administrativas de um mesmo órgão;
em mensagens urgentes, de forma privada;
acompanhado obrigatoriamente de documentos.

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