Parte 2 - Revista Emergência
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Parte 2 - Revista Emergência
REPORTAGEM Atuação conjunta Corporação está ligada à Secretaria de Estado de Defesa Civil O CBMERJ percorreu um grande trajeto até chegar ao formato atual: ligado à Secretaria de Estado de Defesa Civil. Depois que tornou-se órgão permanente, em 1860, o então Corpo de Bombeiros da Corte passou a denominar-se Corpo de Bombeiros da Capital Federal, em 1889 - após a Proclamação da República. Em seguida, passou a ser chamado de Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Isso até 1960, quando a capital brasileira mudou do Rio de Janeiro para Brasília. Aí, então, a entidade passou a ser Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara. Com a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975, nova mudança: Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Finalmente, com a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil, em 1983, a Corporação assumiu a identidade válida hoje: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. O coronel, secretário de Defesa e comandante geral do CBMERJ, Carlos Alberto de Carvalho, garante que o trabalho conjunto tem suas vantagens. “Há 23 DESASTRES MARCANTES NA HISTÓRIA DO CBMERJ 1906 1975 17 DE MARÇO Inundações: Transbordamento do Canal do Mangue; Desmoronamentos com mortes nos morros de Santa Tereza, Santo Antônio e Gamboa. 1954 7 DE MAIO Explosão na Ilha do Braço Forte, com morte de 17 bombeiros. 8 DE MAIO Colisão de trens: Estação da Mangueira, Rio de Janeiro, aproximadamente 90 mortos e cem feridos. 1958 FATOS & FOTOS 1961 17 DE DEZEMBRO Incêndio no centro de Niterói: 374 mortos, centenas de feridos, incêndio no Gran Circus Norte-Americano. 28 DE JULHO Incêndio passeio público, Rio de Janeiro: Edifício Astória/ Cinelândia, com quatro mortos e 30 feridos. CBMERJ 1930 24 DE OUTUBRO Incêndio nos jornais da cidade do RJ (“O País”, “A Noite”, “Jornal do Brasil” e “Gazeta de Notícias”) em decorrência da revolução implantada pelo Governo Provisório, em 23 de Outubro de 1930. 8 DE SETEMBRO Acidente envolvendo carro Auto Bomba, no bairro Vila Isabel: cinco bombeiros mortos. 11 DE NOVEMBRO 1981 Incêndio no Edifício Vale do Rio Doce: aproximadamente 90 bombeiros feridos. 1982 13 DE JANEIRO Contaminação com produto químico, Mercado São Sebastião, Rio de Janeiro: três mortes devido ao vazamento de pentaclorofenato de sódio, conhecido como “Pó da China”. 1984 04 DE JULHO Queda de avião, Macaé/RJ: 18 mortos – repórteres das redes Manchete, Globo, Bandeirantes e Educativa. 16 DE AGOSTO 1964 1984 Explosão na Plataforma de Enchova, Macaé, Ba- 1966 2 DE JANEIRO Enchentes e desabamentos nos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro: aproximadamente 250 mortos e milhares de desabrigados. cia de Campos: 37 mortos e 25 feridos. 1988 31 DE DEZEMBRO Naufrágio (Bateau Mouche), Leme, Rio de Janeiro: 53 mortos - acidente ocorrido às 23h45 - durante reveillon de 1988. 2003 1967 29 DE MARÇO Municípios do Norte e Noroeste Fluminense são atingidos pelo acidente ambiental provocado pelo derramamento de 1,2 bilhão de litros de resíduos químicos industriais, provenientes da indústria Cataguazes de Papel, no Estado de Minas Gerais. 20 DE NOVEMBRO Queda de viaduto, Avenida Paulo de Frontin: 26 mortos e 22 feridos. 26 DE FEVEREIRO Incêndio na Eletrobrás, centro do Rio de Janeiro. 20 DE JANEIRO Deslizamento na rua General Glicério, Laranjeiras: dezenas de mortos e feridos. 1971 32 Emergência 2004 anos que o Corpo de Bombeiros é também Secretaria de Estado, ou seja, que o comandante geral é também secretário de Defesa Civil. Isso facilita muito nossa atuação, porque faz com que o comandante, como secretário de Estado, tenha acesso direto ao chefe do Poder Executivo. Dessa forma, temos como repassar nossas necessidades de maneira muito mais tranqüila do que se tivéssemos que passar isso a uma terceira pessoa, que, por sua vez, repassaria ao governador”, analisa. “Então, este é um grande fator que contribui para o desenvolvimento de nossa instituição”, atribui. Para ele, “a Defesa Civil não precisa necessariamente ser feita por bombeiros, mas todo bombeiro precisa conhecer sobre Defesa Civil”. Conforme o coronel, os trabalhos da Defesa Civil e dos bombeiros têm muitas interfaces. “A interação acontece em diversas etapas. Existe a fase da prevenção, onde vários órgãos atuam, por exemplo, no mapeamento de risco, na criação ou na catalogação de locais que possam servir de abrigo. Esta não é uma fase só dos bombeiros. No entanto, a segunda fase, que é a de socorro, atendimento ou resposta, é feita iminentemente por profissionais da Corporação. A terceira fase é a da assistência. É onde o bombeiro também atua como agente de Defesa Civil. Trata-se daquela fase em que, depois de feitos os resgates, é preciso prestar ajuda como Poder Público – administração de abrigos, por exemplo. A última fase é a da reconstrução, onde trabalha-se pela volta à normalidade depois de uma enchente ou deslizamento”, explica. O coronel, que está à frente do CBMERJ desde 2003, divulga alguns dados sobre a Corporação. “Possuímos 229 viaturas. Contamos com um efetivo de 15 mil bombeiros. Temos 108 quartéis operacionais. Estamos presentes em 48 municípios do Rio de Janeiro – o que abrange 14 milhões de habitantes. Dispomos, então, de um bombeiro para cada mil habitantes, que é o que preconiza a NFPA - National Fire Protection Association - entidade internacional para o assunto” - destaca. GRUPAMENTOS Além das equipes normais de combate a incêndio, o CBMERJ também é conhecido por manter grupos especializados de atuação. A Corporação carioca mantém, hoje, sete grupamentos especiais: Marítimo; de Busca e Salvamento; de Socorro e Emergência (GSE – que realiza atendimenJULHO / 2006 ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CBMERJ TRABALHO INTERATIVO A atuação conjunta entre Corpo de Bombeiros e Defesa Civil tem muitas interfaces. Esta interação acontece em diversas etapas, facilitando o trabalho dos órgãos to pré-hospitalar); de Socorro Florestal e Meio Ambiente; Tático para Suprimento de Água para Incêndios (GTSAI); Operações com Produtos Perigosos (GOPP); Operações Aéreas (GOA). O coronel De Carvalho faz os seus destaques. “O Marítimo é um dos que vêm crescendo bastante. Há pouco, tivemos a oportunidade de inaugurar o primeiro grupamento especializado na área fora da cidade do Rio de Janeiro. Implantamos o serviço em Niterói, na Praia de Itaipu”, sublinha. “Também criamos o Grupamento Tático para Suprimentos de Água para Incêndio (GPSAI). Essa unidade tem a função de garantir o abastecimento de água em qualquer grande incêndio, ou seja, tem o objetivo de garantir recursos hídricos suficientes durante trabalhos de extinção de fogo”, enfatiza. O Grupamento de Operações Aéreas é outra equipe ressaltada pelo coronel e secretário de Defesa Civil carioca. “Temos um hangar no aeroporto de Jacarepaguá. Lá está localizada a primeira aeronave de combate a incêndio do Brasil”, divulga. Com capacidade de armazenamento de 3.100 litros, o Air Tractor 802F tem autonomia de vôo na faixa de cinco horas. O avião foi adquirido pela Corporação em função do TAC (Termo de Ajuste de Conduta) imposto à Petrobras em 2000 (depois do derramamento de óleo na Baía de JULHO / 2006 Guanabara). “Na época, ficou acordado que parte dos recursos da medida compensatória exigida da Petrobras seria destinada ao Corpo de Bombeiros. Então, optamos por aplicar este recurso na compra do avião”, relata. Conforme conta De Carvalho, operações aéreas são utilizadas, sobretudo, em incêndios florestais, cujo acesso por terra seja dificultado. “A eficácia do avião tem sido tamanha que depois que começou a operar, não vimos mais grandes incêndios no Rio de Janeiro”, garante. Além disso, como lembra o também secretário de Defesa, a aeronave tem sido útil a corporações de outros estados. “Em um trabalho recente, ajudamos o Sergipe. Eles vinham tentando combater um incêndio florestal havia uma semana sem sucesso. Então, entramos para tentar ajudar. Depois de nove lançamentos de nosso avião de combate, o fogo foi extinto”, divulga. AÇÕES SOCIAIS Falando em ajuda, um dos destaques da Secretaria de Estado de Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros mais antigo do Brasil são também os projetos de aproximação com a comunidade. O Projeto Botinho é um exemplo destes programas. Em atuação desde 1964 (antes conhecido como Salvamar), o projeto visa a disseminação de conhecimentos básicos sobre a dinâEmergência 33 ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CBMERJ REPORTAGEM dade desempenhada por agentes de Defesa e bombeiros. Assim, o programa Bombeiro Amigo do Peito, visa contemplar mães que possuam problemas para amamentação através da doação de outras mães voluntárias. “O bombeiro recolhe as doações e leva o material ao Instituto Fernandes Figueira, que armazena, pasteuriza e distribui o leite a diversos hospitais públicos do Estado”, descreve o coronel Carlos Alberto de Carvalho. PROJETO BOTINHO Programa de destaque feito com a comunidade visa a disseminação de conhecimentos básicos sobre dinâmica dos mares, técnicas de abordagem e salvamento no mar e orientações sobre primeiros socorros mica dos mares, técnicas de abordagem e salvamento no mar e orientações sobre primeiros socorros. O programa é voltado a crianças e adolescentes de 7 a 17 anos e se estende pelos 1042 quilômetros de litoral do Rio de Janeiro. O Programa Saúde na Escola é outro motivo de orgulho. Pelo menos é assim que considera o coronel e secretário de Defesa, Carlos Alberto de Carvalho. “Este trabalho tem como objetivo a presença de médicos e dentistas da Corporação, reali- 34 Emergência zando ações prevencionistas na escola. O programa é tão importante neste aspecto de prevenção de doenças que várias mães têm procurado nossos profissionais, até no sentido de dar orientações relacionadas à gravidez e à educação sexual a seus filhos”, diz. A Corporação toca, ainda, o Projeto Sangue – A Cor da Vida. Com apoio do Hemorio, além de estabelecer postos de coleta, a Corporação trabalha na difusão de campanhas pró-doação sanguínea. A coleta de leite materno é outra ativi- SESQUICENTENÁRIO Depois de um século e meio de atuação, o CBMERJ quer mesmo é comemorar. Para isto, já programou uma lista de atividades que começaram em junho e adentram julho – mês em que foi criado. Entre elas, o VIII Senabom (Seminário Nacional dos Bombeiros), o II Defencil (Seminário Internacional de Defesa Civil) e o XVI Comsaude (Congresso Militar de Saúde), eventos que ocorrem nos dias 11 a 14 de julho, no Rio de Janeiro. Além de eventos, também ocorrerão torneios, formaturas, inauguração das novas instalações do Museu do CBMERJ, concursos, exposições e até o lançamento de um livro comemorativo. Apesar de ser um evento concentrado no Rio de Janeiro, o comandante De Carvalho acredita que o sesquicentenário do CBMERJ é motivo de comemoração para todas as corporações do País. “Como o Rio de Janeiro foi o precursor, muitas das outras corporações foram criadas através de um agente, de um bombeiro carioca. Então, a festa é de todos os bombeiros do Brasil”, entusiasma-se. . JULHO / 2006 RESGATE JORNAL A TRIBUNA DE SANTOS O dia em que a Vila virou inferno ◗22 anos depois, a tragédia da Vila Socó ainda revela lições 24 de fevereiro de 1984. Sábado de carnaval. Por volta da meia-noite, enquanto o país pulava e cantava embalado pelos sambasenredo, tinha início uma tragédia na Vila Socó, uma favela de Cubatão/SP. Um duto de gasolina do oleoduto da Petrobrás que passava sob a vila se rompeu e um incêndio tomou conta do lugar. No dia anterior, os moradores já haviam sentido cheiro de gasolina. O vazamento foi de mais de 3 milhões de litros. A vila ficava sob um mangue, que, naquele momento, era, na verdade, um imenso caldeirão com uma camada de combustível que tomou conta de todas as áreas das palafitas. Na época, a favela possuía cerca de 6.000 moradores. Oficialmente, foram 93 mortos, equivalente ao número de corpos encontrados. Os dados extra-oficiais, no entanto, apontam para números alarmantes. Acreditase que a maioria dos corpos tenha desaparecido em conseqüência da alta temperatura – calculada em torno de mil graus centígrados – que persistiu durante horas. Um corpo ao ar livre, exposto por uma ou duas horas a mil graus centígrados, provavelmente vira cinza. Estima-se que 453 pessoas morreram. Segundo o ex-coordenador do PAM (Plano de Auxílio Mútuo) de CuReportagem de Lia Nara Bau 36 Emergência batão, Dalton Leal Dias, a causa do incêndio, no entanto, nunca foi descoberta. “Mas a existência sem qualquer controle de uma favela sobre o duto, repleta de pessoas sem quaisquer conhecimentos de riscos, treinamentos simulados, a demora do atendimento e a falta de evacuação preventiva imediata de toda área sinistrada, com certeza foi a causa raiz do problema. Qualquer acionamento elétrico, um interruptor, por exemplo, poderia dar início à ocorrência”, afirma. Durante a tarde de sábado, o vazamento já era visível na superfície da água. Com a maré em processo de cheia, o nível da água se elevou até os assoalhos das palafitas. Milhares de litros de gasolina foram recolhidos pela população com o intuito de serem posteriormente vendidos. Então, por volta das 23h30min, a Refinaria de Capuava iniciou o bombeamento para o Terminal da Alemoa, em Santos, através do oleoduto. Mas, por falha de comunicação, algumas válvulas estavam fechadas, o que fez com que o duto que estava parcialmente vazando na vila não suportasse a carga e se rompesse, lançando grande quantidade do combustível por baixo do lençol de águas retidas na bacia. DIFICULDADES Para conter o fogo e atender as vítimas, foi mobilizado o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, PAMs da região, bombeiros das indústrias, funcionários da prefeitura, além de pessoas de outras cidades e voluntários da comunidade. Os principais procedimentos de emergência adotados foram a evacuação da área, o resgate de feridos, identificação de vítimas e operações especiais de extinção e controle do incêndio. Um dos problemas encontrados durante a operação foi a largura das ruas e o mangue, impedindo a passagem das viaturas. Isolar a área, segundo Dias, foi outro problema na ocasião. “Tivemos dificuldades de isolamento da área, disposta de saídas para a via Bandeirantes e Anchieta. Por ser uma área de invasão sem controle da população efetiva, tinha sérios problemas sociais e a dificuldade técnica de isolamento foi aliada ao pânico, natural dos grandes acidentes”, diz. Além disso, a falta de recursos da época foi outro agravante. “Enfrentamos a falta de equipamentos e materiais compatíveis com as necessidades reais para controle de incêndios de grandes proporções, como LEG (Líquido Gerador de Espuma) e recursos humanos para atender as vítimas”, desabafa. No dia seguinte, algumas cenas que ficaram na memória: crianças mortas por asfixia dentro de geladeiras, onde foram colocadas pelos pais na esperança de escapar JULHO / 2006 do incêndio, e casais mortos abraçados. Uma das vítimas, porém, virou uma espécie de símbolo da tragédia: grávida, exibia na pele o contorno do feto, quase um desenho em alto relevo, morto no seu ventre. CORROSÃO Laudos da época afirmam que no ponto de rompimento do duto em frente à Vila Socó havia alto índice de corrosão. Segundo Dias, a falta de manutenção preventiva tem na corrosão a maior inimiga de dutos petrolíferos e petroquímicos. “Este duto estava sob água salobra, que facilita muito o processo de corrosão externa. Mas também já havia comprometimento interno pela falta de proteção e manutenção preventiva”, explica. Segundo o ex-coordenador do PAM, o duto não possuía revestimento anticorrosivo, válvulas de bloqueios e dispositivos de segurança de desarme automático por alta pressão. A legislação exige que todos os tanques de armazenamento subterrâneos possuam sistemas de proteção anticorrosiva e tenham supervisionamento profissional qualificado. Segundo a Lei Estadual de São Paulo nº 365/ 92, é vedada a instalação de depósitos, com estrutura metálica, enterrados ou semi-enterrados, de armazenamento do combustível, em postos de serviço automotivo e suas correspondentes tubulações, sem proteção contra a corrosão. De acordo com Dias, alguns métodos devem ser utilizados para combater a corrosão. “Podem ser usadas tintas e revestimentos anticorrosivos, proteção catódica, seleção de material e inibidores de corrosão”, esclarece. Segundo ele, a situação atual dos dutos da Vila Socó é bem diferente de 22 anos atrás. “Os dutos foram substituídos e hoje sofrem processos de manutenção periódica. Foram dotados de válvulas e dispositivos de autobloqueio em caso de excesso de pressão ou necessidade de bloqueios manuais”, assegura. MELHORIAS A extensão da tragédia chamou a atenção das autoridades. A Petrobrás trocou todo o sistema de oleoduto, proibiu a construção de barracos sobre a faixa de segurança de passagem da canalização, construiu casas para os sobreviventes, indenizou as vítimas, implantou um projeto de urbanização, escola e área de lazer, enquanto a Prefeitura aterrou o mangue. “A área foi totalmente aterrada e sobre os dutos, em toda a sua extensão, foi construída uma ciclovia”, fala Dias. Hoje não há mais barracos na Vila, que até mudou de nome. Agora é conhecida oficialmente como Vila São José. No lugar da favela há um bairro urbanizado com mais de 4.000 habitantes, ruas asfaltadas, escola e JULHO / 2006 posto de saúde. A Justiça não apontou responsáveis, mas os atingidos pelo acidente foram indenizados pela Petrobrás. “Hoje a Vila tem vida normal e, além de várias melhorias como áreas de lazer e outras infra-estruturas disponibilizadas, sofre uma vigilância constante pelos segmentos constituídos. Mas ninguém quer lembrar do pesadelo”, lamenta Dias. Para ele, o essencial é que hoje o local está protegido de novos incidentes. “Com a cobertura de toda a área, foi eliminada totalmente a possibilidade de grandes ocorrências. Anteriormente, as palafitas estavam construídas em uma área alagada com influência das marés, fato que possibilitava o espalhamento de toda a gasolina, que por ser mais leve do que a água se concentrava sobre o espelho d’água em toda a superfície ocupada”, lembra. APRENDIZAGEM Infelizmente, é apenas em situações como esta que ocorreu na antiga Vila Socó que são aprimorados os serviços de atendimento às emergências. Hoje, a integração dos quatro PAMs da Baixada Santista auxilia no aperfeiçoamento dos atendimentos. “A junção dos PAMs, atuando de forma integrada, tornou o atendimento às emergências mais rápido, mais agilizado”, fala Dias. Além disto, o UNEP, Programa de Meio Ambiente da ONU, iniciou o projeto APEL, nos anos 90, em Cubatão, para atender acidentes ampliados junto à comunidade, capacitando os moradores para atuar em casos de acidentes. A proposta é orientar a comunidade, através das lideranças comunitárias, sobre como agir e auxiliar em uma emergência. Dias acredita que ações preventivas como este projeto, poderiam ter evitado a tragédia. “Deveria ter sido desencadeada uma ação preventiva rápida a partir do momento que se identificou o odor da gasolina no ar e a sua localização. Por exemplo, se a área fosse preventivamente coberta por espuma mecânica e a população advertida dos riscos, certamente a maioria das palafitas seriam abandonadas, não ocorreria a ignição do vazamento e não teríamos tantas vítimas a lamentar”, salienta. Mas o que, afinal, a tragédia ensina? Para Dias, a principal aprendizagem foi a necessidade de prevenir os riscos a que estão sujeitas as populações que habitam áreas invadidas e de difícil acesso. “O descaso, a falta de controle, a permissividade e a facilidade para invasões de áreas públicas geram condições de riscos iminentes, dificuldade de acesso rápido para socorro emergencial necessário e resgate de vítimas. Geralmente, o quadro é o mesmo: perda total de bens e da vida de muitos inocentes”, ressalta. CRONOLOGIA DA TRAGÉDIA DIA 23/02/84 18h Moradores da Vila Socó se queixam de forte cheiro de gasolina que vinha do mangue. DIA 24/02/84 15h A existência de vazamento já é visível pela presença de um filme oleoso sobre a superfície da água que cobria toda a bacia do oleoduto. O nível da água se eleva com a cheia e milhares de litros de gasolina começam a ser recolhidos pela população com o intuito de serem posteriormente vendidos. 23h30 A Refinaria de Capuava inicia o bombeamento de gasolina para o Terminal da Alemoa, em Santos, através do oleoduto. Mas, por falha de comunicação, algumas válvulas estavam fechadas, fazendo com que o duto que estava parcialmente vazando na vila não suporte a carga e se rompa. 24h O rompimento mecânico do oleoduto na Vila Socó dá início a um incêndio de grandes proporções (mais de 44mil/ m2), lançando grande quantidade de gasolina nas águas do mangue. Cada palafita é consumida em menos de um minuto. DIA 25/02/84 1h30 A Vila está tomada por meio milhão de litros de gasolina e é totalmente destruída pelo fogo. 9h Dezenas de corpos carbonizados são enfileirados na beira da Avenida Bandeirantes. Pessoas tentam encontrar ou ter notícias de parentes desaparecidos. Corpos carbonizados são encontrados até sobre os trilhos da via férrea. Capa do jornal A Tribuna de Santos 15h Devido ao forte odor de corpos queimados, a Polícia Militar providencia a cobertura da área com cal. Emergência 37 INTERNACIONAL QUAIS OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA QUE UMA EMERGÊNCIA SEJA ATENDIDA COM EFICÁCIA? Dentre os elementos fundamentais, temos a preparação, tempo de resposta e segurança na cena, para garantir que outras pessoas não venham a se tornar vítimas do procedimento que você está fazendo, ou seja, espera-se que o atendente não agrave a lesão da vítima e não produza outras vítimas. Além disso, uma vez que você se propõe a auxiliar uma vítima, precisa ter qualificação para fazer uma avaliação eficiente, identificando o problema o mais rápido possível e realizando o procedimento correto para atendê-la da melhor maneira possível, dentro de uma qualidade de aplicação que se esperaria que uma outra pessoa, com o mesmo nível de treinamento e sob as mesmas circunstâncias, seria capaz de fazer. Dessa forma, pode-se buscar referências para um padrão de atendimento. CATÁSTROFES ACONTECEM CADA VEZ MAIS NO MUNDO. COMO AS EMERGÊNCIAS, EM NÍVEL MUNDIAL, ESTÃO ACOMPANHANDO ESSAS DEMANDAS? Na realidade é que não estamos preparados. Mesmo os Estados Unidos, ocupando posição hegemônica no mundo, em termos de desenvolvimento para atender às emergências, teve, recentemente, o confronto com o furacão Katrina que destruiu tudo. Então, tudo aquilo que tínhamos de preparação não serviu para nada. Com isso, chegamos à conclusão de que os demais países que também passaram por situações similares como Tsunami e outras catástrofes ambientais, assim como os Estados Unidos, não estavam preparados para lidar com esses acontecimentos. Essa falta de preparação nos leva a entender que temos que mudar o modelo e nos reorganizar. Precisamos treinar milhares de First Responder, pois este é o primeiro nível profissional de atendimento à emergência. Precisamos de mais profissionais deste nível, porque, algumas vezes, eles têm que fazer o atendimento durante 72 horas, até que os sistemas de emergência possam chegar ao local. Mas isto não é tudo. Os hospitais e os médicos têm que estar preparados também para isso, assim como os sistemas de trânsito, de carros, de aeronaves e de embarcações. Referência mundial ◗ O paramédico Larry Newell fala sobre a situação e o futuro do atendimento de emergência Diretor Executivo do ECSI (Emergency Care and Safety Institute) – instituição responsável pelo desenvolvimento de programas de treinamento em atendimento às emergências desenvolvidos pela AAOS (American Academy of Orthopaedic Surgeons) e endossado pelo ACEP (American College of Emergency Physicians) -, Larry Newell, esteve presente no Brasil no mês de maio e concedeu uma entrevista exclusiva à Revista Emergência. Professor, escritor e paramédico PhD há quase 20 anos, este norte-americano já desenvolveu ao longo de sua carreira mais de 70 programas de treinamento em vídeo, DVD e mediados por computador. Nesta entrevista, ele fala sobre os procedimentos em emergências, catástrofes, o uso de tecnologia e a situação do atendimento nos Estados Unidos e no mundo. Larry Newell é uma das maiores autoridades no assunto emergência. Paramédico PhD leciona em universidades e já escreveu diversos livros e manuais de instrutores. COMO AS TECNOLOGIAS TÊM AJUDADO A LIDAR COM A QUESTÃO DAS EMERGÊNCIAS NO DIA-A-DIA? A tecnologia tem dado uma ajuda substancial Por Cristiane Reimberg 38 Emergência JULHO / 2006 JULHO / 2006 para salvar vidas. O telefone celular, por exemplo, permite que imediatamente você possa chamar ajuda no lugar que está. Tecnologias também têm sido empregadas na utilização de ambulâncias que têm condições de usar sistemas de posicionamento global por satélite, tanto para localizar chamadas, quanto para a instituição poder rastrear a ambulância durante todo o tempo. O outro exemplo do emprego da tecnologia pode ser obtido na desfibrilação imediata, aplicada ainda no local. Neste processo, socorristas leigos, com apenas 12 horas de treinamento, conseguem aplicar choques com o DEA para tentar reverter um quadro evidente de morte, sem necessidade de correr para o hospital, aumentando as chances de sobrevivência. Tem ainda a questão da telemetria que permite que você transmita sinais vitais à distância, inclusive, com uso de câmaras, permitindo que o médico, no hospital, converse com a vítima e com o paramédico. Esse sistema permite informar o médico sobre as condições da vítima e preparar a sua recepção. ESTAS TECNOLOGIAS TAMBÉM TÊM SIDO APLICADAS NAS CATÁSTROFES? A tecnologia aplicada nessas emergências de catástrofes é mais uma preparação, pois evita que elas peguem a população de surpresa, através de sistemas de satélites, de sensores de terremotos, de vulcões, de percepção de informação de climas favoráveis à formação de tornados, do conhecimento sistematizado das medições das temperaturas e das pressões atmosféricas que levam às mudanças de vento. QUAL A SUA AVALIAÇÃO SOBRE AS NOVAS DIRETRIZES RCP (RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR) E ACE (ATENDIMENTO CARDIOVASCULAR DE EMERGÊNCIA), PUBLICADAS EM NOVEMBRO DE 2005 PELA AMERICAN HEARTH ASSOCIATION? Vejo que essas modificações foram profundas e, talvez, as mais importantes e drásticas que ocorreram no campo das diretrizes de RCP e ACE, uma vez que elas foram produzidas a partir de conhecimentos específicos e a partir da união com os educadores, ou seja, aqueles que têm que prover o treinamento. Então, na medida que a ciência e os educadores chegam a um ponto comum facilita que aqueles aspectos científicos sejam implementados a partir de regras e de educação, permitindo JULHO / 2006 “ O melhor não é mudar o sistema de atendimento às emergências, mas mudar a sociedade que as produz que no treinamento a pessoa consiga relembrar quais os passos que tem que dar no momento em que tiver que colocar as técnicas em prática. Essa foi a grande vantagem. Mas essas mudanças drásticas, embora uma vez fundamentadas em aspectos científicos, sinalizam conflitos com a tecnologia dos Desfibriladores Externos Automáticos que já foram adquiridos, porque foi modificado o número de choques que devem ser dados em seqüência. A partir daí, dos três que eram dados em seqüência, agora apenas um é indicado para ser intercalado por RCP. Portanto, essas milhares de máquinas espalhadas pelo mundo terão que ser renovadas, causando, indiscutivelmente, impacto na economia, uma vez que muitas haviam sido adquiridas recentemente. Além disso, será um problema para as pessoas que estiverem ministrando treinamentos, porque terão que saber como lidar e se posicionar nessa fase de transição, que exigirá cursos baseados tanto no processo anterior como no atual. AQUI NO BRASIL NÃO TEMOS A PROFISSÃO DE PARAMÉDICO. QUAL A IMPORTÂNCIA DESSE PROFISSIONAL NUM ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA? O paramédico completa a Corrente de Chance de Sobrevivência. É como se fosse um médico, apesar de ser um técnico, porém, que tem uma atuação específica concentrada, substancialmente, em preservar sinais vitais. Ao invés de você ter um médico na rua, um profissional caro, que necessita de muitos anos de estudo para se formar, aos custo de milhares de dólares, você emprega um técnico que se forma em 1200 horas e, com isso, consegue produzir uma extensão do médico que chega às ruas. QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS EMERGÊNCIAS DO SÉCULO XXI E COMO O TREINAMENTO SE VOLTA PARA ESSAS QUESTÕES? A questão é que o século XXI começou com uma mudança no panorama dos tipos de ameaças que afligem a sociedade moderna. São novos tipos de problemas como o aquecimento global que traz catástrofes climáticas, nunca antes registradas, e em áreas que não têm registros de já terem sido atingidas. Outro novo problema é a questão da acessibilidade de pessoas às informações, permitindo fabricar armas de destruição em massa, tanto bombas biológicas, como bombas químicas e outros recursos para matar que estão associados ao terrorismo. Diante desse novo paradigma, foi necessário fazer uma adequação na preparação de atendimento às emergências, através de recursos técnicos que incluem: descontaminação de área, de equipes, ambulâncias, equipamentos e das vítimas, antes que elas possam entrar em um hospital. QUAL SUA VISÃO SOBRE O FUTURO DAS EMERGÊNCIAS NO MUNDO? O futuro se caracteriza como uma dependência continuada do tempo, ou seja, as pessoas correm contra o tempo e isso contribui para aumentar os níveis de estresse. Diante do estresse, o organismo deposita placas no sistema arterial cardíaco predispondo às doenças cardiovasculares. A obesidade também dá uma nova feição ao cenário futuro e isso também predispõe as pessoas às doenças cardiovasculares. Além disso, nos grandes centros urbanos, estamos presos, permanentemente, a um trânsito caótico. Isso é munição para alimentar os níveis de estresse, causando não só doenças cardiovasculares, mas também dos sistemas endócrino e respiratório, além dos traumas decorrentes das colisões veiculares. O próprio ar contaminado das grandes cidades contribui com o aquecimento global e aumenta as possibilidades de catástrofes ambientais – é um processo cinegético. Toda esta tensão na sociedade também faz com que as comunidades entrem em choque e cheguem aos atos de terrorismo e guerras. Então, o cenário de visão futura é de cada vez mais tensão para os profissionais que atuam nos atendimentos às emergências, e, conseqüentemente, se tornam uma das maiores vítimas. Com isso tudo, nós vemos que o melhor não é mudar o sistema de atendimento às emergências, mas mudar a sociedade que as produz. Emergência 39 ARTIGO TÉCNICO Assistência organizada E ste artigo discorre sobre a atuação do enfermeiro do Trabalho como gerente ou membro de uma equipe de enfermagem frente à resposta a acidentes que podem ocorrer dentro de parques industriais e que podem assumir proporções de desastre, sendo caracterizados como acidentes industriais ampliados. O objetivo é rever algumas questões no que tange à organização da estrutura da assistência num acidente industrial ampliado e discutir pontos relevantes de informação para o enfermeiro do Trabalho que atua neste. Desastre é o resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e conseqüentes prejuízos econômicos e sociais. Os desastres são quantificados em função dos danos e prejuízos, em termos de intensidade, enquanto que os eventos adversos são quantificados em termos de magnitude. A intensidade de um desastre depende da interação entre a magnitude do evento adverso e o grau de vulnerabilidade do sistema receptor afetado. Normalmente, o fator preponderante para a intensificação de um desastre é o grau de vulnerabilidade do sistema receptor. Os desastres classificam-se quanto à intensidade, evolução e origem. A classificação geral dos desastres quanto à intensidade pode ser estabelecida em termos absolutos ou em termos relativos. Em administração de desastres, a classificação de acordo com critérios relativos é mais precisa, útil e racional. Esta classificação, de acordo com critérios relativos, baseia-se na relação entre a necessidade de recursos para o restabelecimento da situação de normalidade e a disponibilidade desses reAlexandre Galvão Fernandes - Enfermeiro do Trabalho, enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU – 192 Metropolitana I, do Rio de Janeiro e adjunto do Departamento de Socorro e Desastre da Cruz Vermelha Brasileira – Orgão Central. [email protected] 40 Emergência RODRIGO CASELLI BELÉM ◗A atuação da enfermagem num acidente industrial ampliado cursos na área afetada pelo desastre e nos diferentes escalões do SINDEC (Sistema Nacional de Defesa Civil). Quanto à intensidade, os desastres são classificados em quatro níveis (ver Quadro Níveis de Intensidade, página 43). EVOLUÇÃO Quanto à evolução, os desastres são classificados em: Súbitos ou de evolução aguda; Graduais ou de evolução crônica; Por somação de efeitos parciais. Os desastres súbitos ou de evolução aguda caracterizam-se pela subtaneidade, pela velocida- de com que o processo evolui e, normalmente, pela violência dos eventos adversos causadores dos mesmos. Podem ocorrer de forma inesperada e surpreendente ou ter características cíclicas e sazonais, sendo facilmente previsíveis. No Brasil, os desastres de natureza cíclica e caráter sazonal são os de maior prevalência. Os desastres graduais de evolução crônica, ao contrário dos súbitos, caracterizamse por serem insidiosos e por evoluírem através de etapas de agravamento progressivo. No Brasil, o desastre mais importante é a seca, pois apresenta essa caracterísJULHO / 2006 NÍVEIS DE INTENSIDADE Nível 1 Desastres de pequena intensidade ou acidentes São caracterizados quando os danos causados são pouco importantes e os prejuízos pouco vultosos e, por estes motivos, são mais facilmente suportáveis e superáveis pelas comunidades afetadas. Nessas condições, a situação de normalidade é facilmente restabelecida com os recursos existentes e disponíveis na área (município) afetada e sem necessidade de grandes mobilizações. É necessário ressaltar que a quantificação da intensidade de um desastre seja definida em termos objetivos e a partir de uma ótica coletivista. Na visão subjetiva das vítimas, qualquer desastre é muito importante. Nível 2 Desastres de média intensidade São caracterizados quando os danos causados são de alguma importância e os prejuízos, embora não sejam vultosos, são significativos. Apesar disto, esses desastres são suportáveis e superáveis por comunidades bem informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis. Nessas condições, a situação de normalidade pode ser restabelecida com os recursos existentes e disponíveis na área (município) afetada, desde que sejam racionalmente mobilizados e judiciosamente utilizados. tica de agravamento progressivo. Os de somação de efeitos parciais caracterizamse pela somação de numerosos acidentes (ou ocorrências) semelhantes, cujos danos, quando somados ao término de um determinado período, definem um desastre muito importante. No Brasil, os estudos epidemiológicos demonstram que os desastres por somação de efeitos parciais são os que provocam os maiores danos anuais. Dentre os desastres por somação de efeitos parciais, destacam-se: os acidentes de trânsito; os acidentes de trabalho; os acidentes com crianças no ambiente domiciliar e peridomiciliar. Os acidentes com crianças no ambiente familiar e peridomiciliar destacam-se mundialmente por serem a segunda maior causa de morbilidade e mortalidade entre crianças com menos de cinco anos e a maior causa de morbilidade e mortalidade entre crianças com menos de 15 anos. ORIGEM Quanto à origem ou causa primária do agente causador, os desastres são classificados em naturais, humanos ou antropogênicos e mistos. A classificação geral dos desastres quanto à origem consta do anexo “A” à Política Nacional de Defesa Civil. JULHO / 2006 Nível 3 Desastres de grande intensidade Os desastres considerados de nível 3 são caracterizados quando os danos causados são importantes e os prejuízos vultosos. Apesar disso, esses desastres são suportáveis e superáveis por comunidades bem informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis. Nessas condições, a situação de normalidade pode ser restabelecida desde que os recursos mobilizados na área (município) afetada sejam reforçados com o aporte de recursos estaduais e federais já disponíveis. Nível 4 grande intensidade Desastres de muito São caracterizados quando os danos causados são muito importantes e os prejuízos muito vultosos e consideráveis. Nessas condições, esses desastres não são superáveis e suportáveis pelas comunidades, mesmo quando bem informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis, a menos que recebam ajuda de fora da área afetada. Nessas condições, o restabelecimento da situação de normalidade depende da mobilização e da ação coordenada dos três níveis do SINDEC (Sistema Nacional de Defesa Civil) e, em alguns casos, de ajuda internacional. A Codificação dos Desastres, Ameaças e Riscos — CODAR, consta do anexo “B” à Política Nacional de Defesa Civil. Os desastres naturais são aqueles provocados por fenômenos e desequilíbrios da natureza e produzidos por fatores de origem externa que atuam independentemente da ação humana. Desastres Humanos são aqueles provocados por ações ou omissões humanas. Relacionam-se com o próprio homem, enquanto agente e autor. Por isso, são produzidos por fatores de origem interna. Esses desastres podem produzir situações capazes de gerar grandes danos à natureza, aos habitats humanos e ao próprio homem, enquanto espécie. Normalmente, os desastres humanos são conseqüência de ações desajustadas, geradoras de desequilíbrios socioeconômicos e políticos entre os homens e de profundas e prejudiciais alterações de seu ambiente ecológico. Já os desastres mistos ocorrem quando as ações ou omissões humanas contribuem para intensificar, complicar e/ou agravar desastres naturais. Caracterizam-se, também, por intercorrências de fenômenos adversos naturais que atuam sobre condições ambientais degradadas pelo homem, provocando desastres. Acidentes Industriais Acidentes industriais surgem com o próprio processo de industrialização e desenvolvimento de novas tecnologias de produção ocorrido nas sociedades contemporâneas a partir da Revolução Industrial. A adoção da tecnologia de máquinas a vapor, símbolo da Revolução Industrial, é um exemplo disso. Nos EUA, a utilização dessas máquinas empregando alta pressão resultou em 14 explosões só no ano de 1836, tendo como conseqüência 496 óbitos. Na Grã-Bretanha, entre 1817 e 1838, 23 acidentes desse tipo resultaram em 77 óbitos, devendo-se esse menor número, em comparação com os dos EUA, em parte à baixa pressão empregada nas máquinas a vapor nesse país. Segundo a Diretiva de Seveso, de 1982, das Comunidades Européias (EC), acidente industrial ampliado é definido como “acidente maior” e provém de “uma ocorrência, tal como uma emissão, incêndio ou explosão, envolvendo uma ou mais substâncias químicas perigosas, resultando de um desenvolvimento incontrolável no curso da atividade industrial, conduzindo a sérios perigos para o homem e o meio ambiente, imediatos ou a longo prazo, internamente e externamente ao estabelecimento”. Segundo o Glossário de Defesa Civil da Secretaria Nacional de Defesa Civil, acidente é um “evento definido ou seqüência de eventos fortuitos e não planejados, que dão origem a uma conseqüência específica e indesejada, em termos de danos humanos materiais ou ambientais”. A denominação “acidente industrial ampliado”, diferentemente de outras denominações, tem o potencial de expressar de maneira mais adequada a possibilidade de ampliação no espaço e no tempo das conseqüências desses acidentes sobre a sociedade, a saúde (física e mental) e o meio ambiente exposto, sem incorrer na desqualificação de outros tipos de acidentes como, por exemplo, os acidentes de trabalho. Com base nessas definições, pode-se considerar acidentes industriais ampliados “eventos agudos, como explosões, incêndios e emissões nas atividades de produção, isolados ou combinados, envolvendo uma ou mais substâncias perigosas com potencial para causar, simultaneamente, Emergência 43 ARTIGO TÉCNICO múltiplos danos, sociais, ambientais e à saúde física e mental dos seres humanos expostos”. A Convenção nº 174 sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores define a expressão “acidente maior” como “todo evento subitâneo, como emissão, incêndio ou explosão de grande magnitude, no curso de uma atividade, em instalação sujeita a riscos de acidentes maiores, envolvendo uma ou mais substâncias perigosas e que implica grave perigo, imediato ou retardado, para os trabalhadores, a população ou o meio ambiente”. AÇÕES O corpo de saúde das empresas, coordenado e gerenciado pelo SESMT, deve estar a postos e em condições de atuar como parte da equipe de resposta a emergência, haja vista que o primeiro atendimento se dá por estes profissionais. Segundo normas e procedimentos padrões, o tempo resposta ideal a um acidente é de até dez sáveis por garantir a segurança de toda a estrutura no primeiro momento até que chegue o reforço dos órgãos competentes. Segundo o Manual de Medicina de Desastres da Secretaria Nacional de Defesa Civil o trabalho da equipe de saúde, dita médica, divide-se em cinco princípios doutrinários: Cartão de triagem minutos para qualquer emergência. No entanto, em dez minutos podem ser perdidas muitas vidas, entendendo-se que o atendimento se dá por etapas que vão desde o isolamento da área do sinistro até a triagem e efetivo socorro das vítimas. Outro fato importante é o trabalho em conjunto com as brigadas, que são respon- Princípio da capacitação: a resposta eficiente ao incremento da demanda de atendimentos emergenciais e de traumatismos depende, primordialmente, da capacidade do sistema de saúde para atender cabalmente as emergências médicas e cirúrgicas do dia-a-dia. Princípio da padronização de condutas: a padronização de condutas e de procedimentos capacita as equipes de emergência dos hospitais do sistema de saúde para mobilização e expansão do atendimento emergencial em situações de incremento de demanda, sem redução no padrão de qualidade dos atendimentos. Princípio dos prazos biológicos: o atendimento às emergências médicas e cirúrgicas subordina-se a prazos biológicos impostergáveis. Com o passar do tempo, quadros clínicos, antes facilmente reversíveis, tendem a agravar-se e a apresentar níveis crescentes de complicação, evoluindo para situações de progressiva irreversibilidade, que poderiam ser prevenidas oportunamente. Princípio da triagem: a triagem tem por finalidade identificar pacientes com risco de morte e que serão salvos caso recebam prioridade, que lhes assegure cuidados imediatos, preferenciais e oportunos, em locais adequados. Através da triagem, garante-se que pacientes graves dêem entrada em condições de viabilidade nas unidades de emergência, assegurando-lhes prioridades nas evacuações e nos atendimentos. Princípio da resposta sistêmica: Para permitir que os pacientes dêem entrada nas unidades de emergência em condições de viabilidade e que as mesmas respondam, eficientemente, aos incrementos de demanda, é necessário que se estabeleça um sistema de saúde responsável pelo atendimento emergencial, amplamente difundido no País. 44 Emergência JULHO / 2006 PAPEL O enfermeiro, no seu papel de estabelecer e antecipar as necessidades para o cuidar deve ficar atento, especialmente, aos princípios doutrinários da triagem e da resposta sistêmica, pois estabelecem a base para uma assistência coordenada e eficaz. Segundo o Manual Básico de Medicina de Desastres publicado pela Seção de Desastres do Grupamento de Socorro de Emergência do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, os enfermeiros devem estar atentos à organização dos chamados Teatro de Operações (TO) com suas áreas de segurança, que são, respectivamente, Área Quente, Área Morna e Área Fria (ver quadro Áreas de Segurança, pág. 45). Definida a área de trabalho que deve ser conhecida por todos os envolvidos no processo de ação de resposta, cabe também ao enfermeiro participar da montagem da área de triagem de vítimas para posterior encaminhamento ao tratamento específico no hospital ou aguardar a sua vez na remoção, de acordo com sua prioridade. TRIAGEM É de fundamental importância que os métodos de triagem e gerenciamento do Teatro de Operações sejam de conhecimento de todos, pois é comprovado por inúmeras situações no mundo todo que quanto melhor for definida a ação e as prioridades de atendimento, menores serão as probabilidades de colapsos no siste- ma. Exemplos dessa importância podem ser observados em acidentes envolvendo múltiplas vítimas, onde é inquestionável que as vítimas mais graves devam ser removidas primeiro, pois quem as recebe no hospital não tem como ter pleno conhecimento das prioridades do local do acidente e, com isso, atende de acordo com a ordem de chegada. Como conseqüência, recursos podem ser alocados de forma indevida pelo simples fato de haver a necessidade de se atender quem chegou primeiro ou ser feita uma triagem por critérios nem sempre condizentes à realidade do acidente. O mecanismo de triagem consiste em avaliar as vítimas por cores onde são utilizadas quatro cores padrão: vermelha, amarela, verde e cinza (ver quadro Área de Triagem, página 44). As vítimas vermelhas apresentam lesões tratáveis, mas com risco imediato de vida. Possuem dificuldade respiratória, sangramento não controlável, diminuição do nível de consciência, sinais de choque e queimaduras graves. As lesões graves e sem risco imediato de vida são características das vítimas amarelas. Queimaduras sem problemas de vias aéreas, fraturas ósseas sem choque ou hemorragias também sinalizam a situação delas. Vítimas verdes têm lesões de partes moles mínimas, sem risco de vida ou de incapacitação. Já as vítimas cinzas – anteriormente identificadas com a cor preta - representam os pacientes mortos ou apresentando lesões irreversíveis. As características envolvem traumatismos da cabeça com ÁREAS DE SEGURANÇA Área Quente É aquela que ainda oferece riscos. Área Morna É aquela intermediária entre a quente e a fria. A delimitação destas áreas varia com o tipo de evento, riscos envolvidos e deve ser estabelecida por profissionais do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Área Fria É segura, não oferecendo riscos. A área de tratamento e a de transporte, normalmente, são montadas nesse local. JULHO / 2006 Emergência 45 ARTIGO TÉCNICO SISTEMA START que possam oferecer risco não só a população de trabalhadores como também à comunidade vizinha. Saber responder e coordenar equipes aptas a responder a acidentes de grandes proporções deve ser parte integrante do currículo do enfermeiro do Trabalho, que tanto no seu trabalho cotidiano quanto na posição de gerente de equipe de Enfermagem do Trabalho pode se deparar com treinamentos e situações reais de acidentes de grandes proporções. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS perda de massa cefálica, esmagamento do tronco e incineração. A mudança de identificação de vítima de cor preta para a cor cinza se deu em função de conotações raciais. Atualmente, a ferramenta de triagem mais utilizada é o método S.T.A.R.T. (Simple Triage and Rapid Treatment), do Corpo de Bombeiros de New Port Bech, Califórnia, USA, que utiliza a respiração, o enchimento capilar e a alteração do nível de consciência como critérios de avaliação, que pode ser executado por qualquer profissional que esteja atuando no Teatro de Operações. 46 Emergência Fonte: Manual Básico de Medicina de Desastres - GSE/CBMERJ CONHECIMENTO A equipe de enfermagem, coordenada pelo enfermeiro do Trabalho, deve conhecer os procedimentos, padrões e rotinas para acidentes de grandes proporções no que tange a sua atuação em grandes empresas proprietárias de parques industriais Canetti, Marcelo Domingues; Alvarez, Fernando Suarez; Ribeiro Jr., Célio; Bilate, Andréa. Manual Básico de Medicina de Desastres. Grupamento de Socorro de Emergência do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: sem data. Castro, Antônio Luiz Coimbra; Calheiros, Lélio Bringel. Manual de Medicina de Desastres.Volume I, Ministério da Integração Nacional. Brasília: 2002. Castro, Antônio Luiz Coimbra. Glossário de Defesa Civil. Estudos de Riscos e Medicina de Desastres. 3ª edição revisada, Ministério da Integração Nacional. Brasília: 2004. Freitas, Carlos Machado; Porto, Marcelo Firpo S.; Machado, Jorge Mesquita Huet. Acidentes Industriais Ampliados: Desafios e Perspectivas para o Controle e a Prevenção. Editora Fiocruz. Rio de Janeiro: 2000. REFERÊNCIAS DA INTERNET Convenção 174 definida pela Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, convocada em Genebra pelo Conselho de Administração do Escritório Sede da Organização Internacional do Trabalho e reunida em 2 de junho de 1993. http://www.mte.gov.br/empregador/ segsau/legislacao/convencoesoit/conteudo/366.asp JULHO / 2006 ARTIGO TÉCNICO Gerenciamento de desastres Desde que passou a viver de forma gregária, organizado em sociedade, o ser humano defronta-se com os cataclismas da natureza que, em maior ou menor grau, causam devastação, danos e perdas materiais e de vidas. Modernamente vivendo em complexos aglomerados urbanos e com a crescente industrialização, os países desenvolvidos e em desenvolvimento, vêem-se às voltas com desastres naturais ou tecnológicos, cujos efeitos destrutivos foram potencializados porque o acidente, às vezes, não se restringe tão somente à área imediatamente ao alcance de sua influência, mas tem o poder de atingir até as futuras gerações, na medida em que atuam modificando o meio ambiente. Conscientes dos incalculáveis prejuízos que esses acidentes provocam, os países mais organizados estudaram e criaram estruturas administrativo-operacionais para a prevenção, enfrentamento e minimização dos resultados de catástrofes naturais e tecnológicas em seus territórios e, não raro, esse aparato se desloca para fora de suas fronteiras para socorrer nações com menores recursos e golpeadas por desastres de grande magnitude. No final do século passado e no início do atual, estamos testemunhando o nascimento de uma nova e mais virulenta forma de ameaça à humanidade. São os atentados terroristas, como o que atingiu Nova Iorque, em 11 de setembro de 2001, destruindo as torres do World Trade Center, que podem gerar massivas perdas de vida e profundos danos ao meio ambiente, através do emprego de armas portáteis NBC (nucleares, biológicas e químicas). Essa nova forma de desastre tem consumido o Luiz Carchedi - Excomandante do Corpo de Bombeiros de São Paulo, especializado em Atendimento Pré-Hospitalar. Técnico de Emergências Médicas, instrutor de Renimação CardioPulmonar, de Primeiros Socorros e Resgate em Espaços Confinados. O artigo na íntegra encontra-se no site da Revista www.revistaemergencia.com.br 48 Emergência ARQUIVO COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CBMRR ◗É necessário otimização da Defesa Civil no Brasil para proteção da população e meio ambiente INCÊNDIO EM RORAIMA O ocorrido mostrou que sem uma estrutura federal bem equilibrada administrativa e operacional e uma cultura prevencionista ficaremos lamentando perdas de vidas humanas, do meio ambiente e do patrimônio tempo de especialistas e pesquisadores na busca de soluções para fazer face aos novos desafios. O Brasil, infelizmente, está no grupo dos países que pouca importância dá aos problemas dessa ordem e que carece de uma cultura prevencionista para enfrentamento de emergências de grande complexidade. O último exemplar do relatório decenal-92/02 (World Disaster Report – Foco na Redução dos Riscos) da Cruz Vermelha Internacional, aponta nosso país como “campeão” das Américas, em mortes causadas por desastres naturais. Ficamos à frente também de países como: Afeganistão, Coréia do Norte, Moçambique, Tanzânia e Sudão (Jornal da Tarde-SP, de 17/07/03). Como explicar que um país tão privilegiado pelo Criador, onde praticamente não existem cataclismas naturais, possa ter mais vítimas de catástrofes que países não tão bem aquinhoados e que constantemente sofrem com terremotos, tsunamis, furacões, entre outros? Nosso sistema de Defesa Civil é praticamente inexistente, sendo deslocado de Ministério em Ministério, sem conseguir imprimir um modelo eficiente de proteção à população civil. Exemplos, temos todos os anos, destacando-se o grande incêndio florestal em Roraima em 1998 e o desabamento do Osasco Plaza Shopping, em São Paulo, em 1996. Nesse campo de atuação não há espaço para improvisações. Se não houver uma estrutura federal bem equilibrada administrativa e operacional, bem como o desenvolvimento de uma cultura prevencionista, estaremos condenados a ficar lamentando perdas de grande monta de vidas humanas, do meio ambiente e do patrimônio. Portanto, é nessa intenção que apresento este trabalho. JULHO / 2006 ARTIGO TÉCNICO Embora os objetivos da Defesa Civil sejam os mesmos em qualquer parte do mundo, a maneira de implementá-la varia de acordo com a cultura e os costumes de cada país. Talvez pelo fato do continente europeu ter vivenciado duas grandes guerras, seus países, via de regra, possuem boa estrutura de Defesa Civil. Destacamos a França, que construiu um modelo bastante eficiente, com órgãos permanentes e temporários, obedecendo uma orientação centralizada, amparada por legislação pertinente e recursos humanos e materiais de acordo com as necessidades levantadas por planejamento. A Defesa Civil está constituída como uma Secretaria, subordinada ao Ministério do Interior. Respalda-se em extenso ordenamento jurídico, do qual destacamos a Lei de 22 de julho de 1987, relativa à organização da Defesa Civil e o Decreto de 31 de julho de 1990, relativo à constituição e organização dos órgãos de Defesa Civil. Administrativamente essa Secretaria é composta por quatro Diretorias que atendem, respectivamente, às áreas de: Diretoria de Administração e Modernização - recursos humanos, equipamentos, comunicações e sistemas de informação, recursos financeiros e questões jurídicas; Diretoria de Prevenção e de Proteção – prevenção de crises, riscos naturais e tecnológicos, riscos de edificações, planos de proteção e riscos nucleares; Diretoria de Serviços de Socorro e de Corpos de Bombeiros - administração dos Corpos de Bombeiros, formação, coordenação dos órgãos de socorro, relações industriais e administração da Escola Nacional de Estudos de Defesa Civil; Diretoria de Organização dos Órgãos de Socorro e da De50 Emergência X fesa Civil – coordenação operacional, gerenciamento dos recursos aeronáuticos, equipes especializadas em inativação de artefatos explosivos e comando das organizações militares empenhadas na Defesa Civil. ESTRUTURA Operacionalmente, a Secretaria de Defesa Civil dispõe de uma estrutura de informação e comunicação, funcionando 24 horas por dia, em três níveis: Nacional - Centro Operacional de Ajuda à Decisão – COAD; Inter-Regional – Centro Inter-Regional de Comunicação de Defesa Civil – CIRCOSC; Departamental – Centro Departamental de Operações de Incêndio e Socorro – CODIS. Além disso, conta permanentemente com os seguintes recursos: 2.720 funcionários civis e militares; 29 aviões; 34 helicópteros; cinco unidades de intervenção; dez Destacamentos de Intervenção às Catástrofes Aerotransportáveis DICA; 950 veículos. Integrando temporariamente, de acordo com as necessidades, a Defesa Civil conta com: 12.653 Postos de Bombeiros; 231.500 Bombeiros, sendo 200 mil voluntários (7.000 médicos), 8.500 militares, 23 mil profissionais; 5.000 veículos de primeiros socorros; 5.600 caminhões tanques; 3.600 carros de combate a incêndios; 3.875 de outros veículos; 61 Postos Móveis de Primeiros Socorros de nível um; 21 Postos Móveis de Primeiros Socorros de nível dois. Finalizando o sistema francês, temos que destacar um órgão de suma importância para a criação da cultura prevencionista de Defesa Civil que é o Instituto Nacional de Estudos de Defesa Civil – INESC, antiga Escola Nacional de Oficiais de Bombeiros e, a partir de 1994, além de formar os oficiais dos Corpos de Bombeiros Profissionais e Voluntários, também é encarregado da formação dos responsáveis pela Defesa Civil. MODELO AMERICANO A Defesa Civil americana difere bastante da sua congênere francesa. Sua estrutura tem início no final da década de 60 e início dos anos 70 quando seguidos desastres provocados por furacões e terremotos determinaram a criação de um órgão no Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano que ficou conhecido como FDAA – Administração Federal para Assistência a Desastres. Entretanto, as atividades de gerenciamento nas emergências estavam muito fragmentadas. Com o advento de plantas de geração de energia nuclear e de produtos perigosos, mais de cem órgãos federais, além de programas e políticas estaduais e locais, foram envolvidos em algum aspecto da resposta a desastres, motivando que a Associação Nacional de Governadores solicitasse ao presidente Carter que centralizasse as funções em um órgão federal. Dessa forma, em 1979, criou-se a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências – FEMA, que absorveu o FDAA e todos os demais órgãos existentes, assumindo também as responsabilidades de Defesa Civil que lhe foram repassadas pelo Ministério da Defesa. No organograma administrativo norte-americano, a FEMA é um órgão independente que responde diretamente ao presidente. Atualmente, a FEMA emprega diretamente 2.500 pessoas e conta com 5.000 reservistas, administrando 28 Forças – Tarefas, cada qual com 31 técnicos especializados em alguma atividade atinente à prestação de socorro. CONTINGÊNCIA O sistema americano também prevê a elaboração de planos de contingência, porém sem a obrigatoriedade do modelo francês, recomendando o emprego do Sistema de Comando em Emergên- cia – CIS. Esse sistema de gerenciamento pressupõe que os órgãos responsáveis por emergências de uma comunidade reúnam-se e, de comum acordo, estabeleçam os procedimentos operacionais, elaborem os planos de atuação em pontos sensíveis e, principalmente, nomeiem quem exercerá as funções de comando. A Prefeitura de Nova Iorque criou, em 1996, a Secretaria de Gerenciamento de Emergências e investiu 25 milhões de dólares, para que esse órgão coordenasse o atendimento de emergências na cidade, mas ele foi incapaz de fazer com que o Corpo de Bombeiros e o Departamento de Polícia de Nova Iorque falassem a mesma língua. As conseqüências foram: ausência de procedimentos e falhas de comunicação, de compartilhamento de informações, de controle da situação e de comando das operações, conforme ficou apurado por uma auditoria externa realizada por uma empresa de consultoria. Os resultados decorrentes do atentado terrorista contra o World Trade Center, em 2001, e do furacão Katrina, recentemente, demonstraram não ser boa a política de deixar exclusivamente aos órgãos operacionais locais a responsabilidade dessas definições. WWW.DEFESACIVIL.RS.GOV.BR MODELO FRANCÊS Resultados do furacão Katrina JULHO / 2006 Defesa civil brasileira As dificuldades existem, mas os caminhos estão abertos A Defesa Civil no Brasil teve seu início em 1942. Originou-se da doutrina militar em tempo de guerra, que se preocupava com a proteção das populações urbanas em território nacional, na eventualidade de sofrerem um ataque aéreo. O serviço recebeu o nome de Defesa Passiva Antiaérea e o modelo seguia o padrão desenvolvido pelos ingleses e os americanos que sofriam bombardeios das forças aéreas alemãs e japonesas. Com o fim do conflito, o órgão foi extinto em 1946. Anos mais tarde, o Estado Maior das Forças Armadas e a Escola Superior de Guerra elaboram trabalhos, justificando e propondo a criação do Sistema Nacional de Defesa Civil que, por vários motivos, não evoluíram. Em 1966, no Estado do Rio de Janeiro, ocorrem inundações, deslizamentos de encostas e desabamentos, resultando em 1.200 mortos e 46.000 desabrigados, o que levou o Executivo Estadual a criar a Comissão Estadual de Defesa Civil, pioneira no Brasil. Na Constituição de 1967, o Governo Federal voltou a demonstrar interesse pelo assunto quando estabeleceu no artigo 8º, item XII, que competia à União organizar a defesa permanente contra calamidades públicas, especialmente no tocan- te à seca e às inundações. Em 1969, por meio do Decreto-Lei nº 950, foi instituído no Ministério do Interior, o Fundo Especial para Calamidades Públicas, fixando a dotação de recursos e outras providências. A regulamentação do fundo prevê o atendimento às populações atingidas por calamidades, quando reconhecidas pelo Governo Federal, para aquisição de medicamentos, alimentos, agasalhos, pagamento de transportes e reembolso de despesas com preservação de vidas humanas, efetivadas por entidades públicas ou privadas prestadoras de socorro na área de flagelo. Deste total, 5% são para o treinamento e aperfeiçoamento de pessoal para calamidades. Em dezembro de 1988, foi organizado o SINDEC (Sistema Nacional de Defesa Civil), com o objetivo de planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades (Art. 21, inciso XVIII da Constituição/88), integrando a atuação dos órgãos e entidades de planejamento, coordenação e execução das medidas de assistência às populações atingidas por fatores anormais adversos, assim como de prevenção ou recuperação de danos em situação de emergência ou em estado de calamidade pública. PROPOSTAS DE MUDANÇAS ◗Acreditamos que as seguintes ações devam ser implementadas pelo Governo Federal para a consecução de políticas públicas de Defesa Civil que propiciem a universalização da prestação de serviços de emergências na eventualidade de eventos catastróficos: 1 Secretaria com status de Ministério para a Defesa Civil e Emergências O objetivo seria implantar doutrina e operacionalizar um Sistema de Defesa Civil nos moldes modernos, que possa fazer face aos eventos catastróficos naturais e às calamidades derivadas da ação humana, criminosa ou culposa, bem como os acidentes que envolvem transportes de produtos perigosos e ameaçam o meio ambiente, através da poluição, e, atualmente, a preocupação com os efeitos massivos resultantes de atos terroristas. 2 Agência Nacional de Defesa Civil e Emergências Sua função seria permitir a constante troca de informações e debates dos problemas que possam atingir de modo calamitoso a sociedade brasileira, funcionando como órgão de assessoramento do secretário na formulação de políticas JULHO / 2006 de Defesa Civil. 3 Escola Nacional de Defesa Civil e Emergências Daria capacitação técnica gerencial em Defesa Civil às autoridades do Poder Executivo, formaria multiplicadores estaduais em administração operacional de eventos massivos, desenvolveria cursos de capacitação em nível estratégico para a classe política e promoveria e divulgaria a pesquisa científica na área de grandes emergências. 4 Código Federal de Defesa Civil e Emergências O Código deveria propor e aprovar um conjunto normativo que contemple a prevenção de sinistros e emergências de qualquer natureza. Impor penalidades aos ineptos ou irresponsáveis, estabelecer, entre ATUALIDADE Por esse breve histórico, depreende-se que a filosofia de proteção às populações civis aos eventos catastróficos massivos só existiu em tempo de guerra e, quando foi reativada, já nos fins dos anos 60, a preocupação centrou-se em inundações e, sobretudo, na seca. Esse foi um grande erro de objetivo, pois, tanto as inundações como as secas são eventos periódicos e previsíveis e a seca, embora seja um flagelo para nossos irmãos nordestinos, não pode ser alinhada como catástrofe, no sentido que a Defesa Civil, no mundo todo, empresta ao termo. Esses erros conceituais, infelizmente, perduram até os dias de hoje. Nossas políticas no campo da proteção contra eventos de grande magnitude são patéticas, preocupam-se com os efeitos e não com a prevenção. Continuam, de certa forma, a trilhar os caminhos traçados pela estratégia militar dos anos 40. Até hoje nenhum presidente da República preocupou-se verdadeiramente em dar à Defesa Civil um papel de pólo irradiador de políticas prevencionistas de desastres e de coordenação de medidas operacionais quando, por acaso, um evento extrapola a capacidade de resolução operacional de um município ou estado-membro. A ordem é aguardar que o estado ou o município peça ajuda, o que nem sempre ocorre, por um lado, por divergências políticas pessoas inúmeras organizações que interagem em uma calamidade, uma estrutura operacional com definição de coordenação e responsabilidades e nortear os Códigos Estaduais de Proteção Contra Desastres e Pânico. 5 Centro de Informações Operacionais de Defesa Civil e Emergência A implantação do Centro Nacional de Informações Operacionais de Defesa Civil e Emergências funcionaria como uma “sala de situação”, permitindo que o Governo central saiba, em tempo real, com quais recursos operacionais conta em todo território nacional e faça o acompanhamento das medidas de enfrentamento às ocorrências em curso. Ele propiciaria também a formação de um banco de dados nacional de assuntos de Defesa Civil para estudos e pesquisas. 6 Alterar a Legislação Pertinente aos Corpos de Bombeiros Estaduais O objetivo seria propor alterações constitucionais que transformem os Corpos de Bombeiros estaduais em organizações de serviço público de natureza civil e os orientem para suas reais missões de proteção à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio, bem como o planejamento e coordenação das atividades operacionais de Defesa Civil. Emergência 51 ais ou partidárias, por outro, por absoluta falta de visão prevencionista, que sem dúvida, não faz parte da cultura do dirigente brasileiro. O máximo que, apressadamente, os governantes estaduais ou municipais, fazem é declarar “estado de calamidade” para terem acesso às verbas especiais e liberdade para fazerem aquisições sem o crivo da lei das licitações. EXEMPLOS Essa inapetência organizacional pode ser exemplificada por dois acontecimentos do passado recente em nosso país. O primeiro foi a formidável inundação de Santa Catarina, em 1982, quando 84% das terras firmes daquele Estado ficaram submersas e nenhum plano de enfrentamento às grandes catástrofes ou ação de coordenação foi desenvolvido pelo Governo central. O outro exemplo, mais atual, foi o incêndio florestal no Estado de Roraima, em 1998, onde ficou patente a desorganização dos trabalhos de combate às chamas e a falta de coordenação dos recursos operacionais disponíveis. Só se conseguiu uma certa ordem quando os diversos órgãos envolvidos passaram a ser gerenciados pelo exército e o comando foi entregue a um general, como se combater incêndios fosse uma 52 Emergência operação de guerra. Além de termos que assistir aulas de como manejar e gerenciar situações de grande emergência, dadas pelos nossos irmãos argentinos, que para lá foram sem serem sequer solicitados por qualquer autoridade brasileira, de quebra, tivemos que nos envergonhar e assistirmos calados a reprovação da opinião pública mundial pela nossa incapacidade em zelar por nossas reservas florestais. Na mesma linha de equívocos vêm quase todos os estados-membros. Alguns só possuem Coordenadorias de Defesa Civil no papel. A maioria coloca esse órgão na estrutura administrativa da Secretaria de Segurança Pública e sua competência às suas polícias militares. Poucos, como Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Amazonas procuram estabelecer um mínimo de políticas prevencionistas de Defesa Civil, inserindo suas coordenadorias na estrutura organizacional do Corpo de Bombeiros. Embora não seja necessário que a Coordenadoria integre a organização bomberil, tal acontece pela ausência quase absoluta de civis nesse meio. De novo, identificamos no cerne da questão, a doutrina militarista. Não que essa doutrina seja má em sua essência, mas é que não faz parte de sua filosofia de atuação a preparação para DIVULGAÇÃO DEFESA CIVIL-RS ARTIGO TÉCNICO Brasil: revolução na cultura de Defesa Civil o enfrentamento de catástrofes naturais ou provocadas pelo homem. É necessário promover uma revolução na cultura de Defesa Civil no Brasil, quebrar os paradigmas atuais, enxergar as coisas por um outro ângulo, reformular conceitos preestabelecidos. É preciso, acima de tudo, inovar. O Brasil necessita que o órgão federal, de fato, coordene e controle um Sistema Nacional de Defesa Civil, tanto doutrinária como operacionalmente, e que em caso de calamidade possa mobilizar todos os recursos, quer sejam federais, estaduais ou mesmo municipais, para minimizar os efeitos desse evento no que diz respeito à preservação da vida humana, do meio ambiente e do patrimônio. JULHO / 2006 DICAS DE EMERGÊNCIA Restabelecendo o ritmo do coração O Desfibrilador Externo Automático (DEA) é um equipamento eletrônico capaz de analisar o ritmo do coração e liberar choques elétricos para restabelecer o ritmo cardíaco que gera pulso. Porém, para poder usar um DEA é necessário ter treinamento adequado, considerando os seguintes aspectos: 1 4 DECIDIR Para você usar um DEA é necessário, em primeiro lugar, tomar a decisão de querer ajudar bem antes de encontrar uma situação onde alguém precise receber desfibrilação imediata. 2 RECONHECER OS SINAIS AVALIAR A VÍTIMA Para avaliar uma vítima com suspeita de parada cardíaca, você deverá reconhecer a ausência de sinais vitais, que indicará a necessidade de uso do DEA. 5 Para usar um DEA é necessário que você saiba reconhecer os sinais conclusivos de uma parada cardíaca. 3 TER SEGURANÇA Antes de se aproximar de uma vítima, para avaliar se existem sinais de parada cardíaca, que possa ser tratada com o DEA, você deverá ter certeza de que não há no local nenhum risco que ameace sua segurança, nem a de outras pessoas. 6 COMO AJUDAR Uma vez que você tenha acesso à vítima e avalie que está inconsciente, você necessitará saber como obter e coordenar a ajuda de outras pessoas e como obter o DEA e acionar o resgate da sua localidade, se houver. COMO APLICAR Você necessitará conhecer bem o funcionamento do DEA que estiver disponível e, enquanto aguarda a chegada do DEA, deverá saber como aplicar RCP. 7 CONTROLAR O ESTRESSE Em qualquer situação de emergência é natural você experimentar algum nível de estresse e isso é particularmente verdade quando é necessário usar um DEA. 8 LIDAR COM REAÇÕES Conhecer bem todos os passos a serem dados durante o atendimento às vítimas de parada súbita do coração, ajuda no controle do estresse e permite lidar com as reações emocionais posteriores que, como regra geral, acometem as pessoas envolvidas no atendimento. 9 INTEGRAR AÇÕES As ações para uso do DEA necessitam estar harmoniosamente integradas para, no menor espaço de tempo possível, restabelecer o ritmo cardíaco. Mas o DEA só funcionará adequadamente se você estiver bem treinado para usá-lo. 10 COMO APLICAR Saber o que fazer e o que não fazer é muito importante para a vítima de parada cardíaca e também para você. Sua decisão de ajudar (ver item 1 acima) é muito importante. O uso do DEA deve sempre ser criteriosamente documentado, atendendo as exigências jurídicas e administrativas, que poderão advir. Fonte: Randal Fonseca - Fotos: RTI JULHO / 2006 Emergência 53 EMERGÊNCIA RESPONDE Nesta primeira edição da seção Emergência Responde, a redação elaborou algumas perguntas gerais sobre as áreas de incêndio, resgate e emergências químicas, temas que, a partir desta primeira edição, a coluna estará respondendo aos leitores. Aquelas que estão identificadas fazem parte dos primeiros questionamentos enviados pelos leitores para a revista. Os tripulantes da ambulância de via pública são: médico com formação de ATLS (Advanced Trauma Life Support), PHTLS (Prehospital Trauma Life Support), PALS (Pediatric Advanced Life Support), e ACLS (Advanced Cardiac Life Support), técnico de enfermagem com formação em PHTLS e BLS (Basic Life Support), socorrista e motorista com formação de BLS e direção defensiva. Estes cursos não necessitam de certificação americana, basta que tenham sido realizados por empresa idônea com certificação nacional. (Fernando Suarez) Manutenção de alarme Que tipo de profissional faz a manutenção dos equipamentos de alarme de incêndio? O engenheiro projeta e idealiza e o Corpo de Bombeiro inspeciona, mas a manutenção precisa é de qual profissional? Mauricio Campos São Paulo/SP [email protected] Infelizmente ainda não existe uma definição legal a este respeito. Normalmente, este tipo de serviço é prestado por empresas especializadas nele, porém o perfil do profissional é variado. (Alexandre Rava Campos) 54 Emergência GABRIEL RENNER Quais profissionais devem tripular uma ambulância para atendimento de emergências em vias públicas? de do tratamento. Muitas vezes são vôos difíceis, em baixa altitude, porém, bem sucedidos, devido ao árduo treinamento que as equipes possuem para enfrentar qualquer situação encontrada, evitando que as condições do vôo agravem ainda mais o quadro clínico inicial apresentado. (Sílvia de Resgate aéreo Tripulação de ambulância Oliveira) co. As pessoas leigas podem operá-los, desde que treinadas por cursos de reanimação cardiopulmonar básico, ministrado pelas sociedades médicas, com duração mínima de 4 horas (Heart Saver DEA). Mas, independente da lei, temos que incentivar o acesso a Desfibriladores, pois é o “único antídoto” em caso de fibrilação ventricular, que é a causa mais comum de parada cardíaca. As chances de sobrevida vão depender do tempo do acesso a um desfibrilador, sendo que se perde, em média, 7 a 10% de chance por minuto do choque. (Agnaldo Pispico) Desfibrilador Externo Leis para PPCI Em que situações o resgate aéreo é mais indicado? O resgate aéreo, realizado por especialistas, visa garantir abordagem específica em diferentes zonas de risco real à vida. Após estabilização e prestação de procedimentos iniciais, promovem remoção de vítimas de zonas remotas, na tentativa de assegurar continuida- Os estabelecimentos comerciais, como lojas, shoppings, bancos, etc., são obrigados a manter um Desfibrilador Externo Automático? Quem pode operar o equipamento? A Lei 13.945/05, da cidade de SP, recém criada pelo prefeito Municipal, José Serra, obriga que todos os locais públicos que circulem mais de 1500 pessoas por dia são obrigados a ter Desfibriladores Externos Automáticos de acesso públi- Tempo mínimo Qual o fenômeno, motivo ou explicação dada para o afogamento de uma pessoa em que o corpo afunda? E qual o tempo mínimo que este corpo vai ficar submerso na água? Antonio Luiz Costa Melo - Técnico em Segurança do Trabalho Ibicoara/BA - [email protected] Três fatores principais parecem promover a flutuação de nosso corpo: a quantidade de tecido gorduroso, o ar presente nos pulmões e no intestino. O afogamento é a aspiração de água. Esta água ocupa parte do pulmão, deslocando o ar. Quando uma pessoa se afoga e perde a consciência, pode ficar boiando ou ir ao fundo, dependendo da presença ou ausência destes três fatores. Após alguns dias, a presença de bactérias tipo anaeróbicas (existentes no intestino) produzem uma quantidade de gás, por todo corpo, mas, principalmente, na região abdominal em decorrência das fezes no intestino. Embora não exista nenhum trabalho científico comprovando parte destas teorias, é provável que o afogado não venha a boiar, desaparecendo, quando seu corpo é comido rapidamente por peixes e crustáceos. (David Szpilman) O meu estágio consiste em propor um PPCI juntamente com um plano de evacuação em uma escola. Gostaria de saber o que eu preciso e quais as normas e leis que tenho que seguir? Fábio Porto Martins Bom Retiro do Sul/RS [email protected] O PPCI (Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio) é exigido e deve atender a legislação estadual do Rio Grande do Sul, Lei 10987/ 97 e Decretos 37380/97 e 38273/98, que estabeleceram as Normas Técnicas de Prevenção Contra Incêndios do Corpo de Bombeiros. Se a área do prédio for de até 750m² você poderá fazer e assinar o PPCI juntamente com o diretor da escola, mas se ultrapassar 750m2 deverá ser feito por profissional que emita ART (Anotação de Responsabilidade Técnica do CREA). As Normas Técnicas do Corpo de Bombeiros têm embasamento nas normas da ABNT, tais como a NBR 9077 JULHO / 2006 As perguntas para o Emergência Responde podem ser remetidas por carta, fax e e-mail ou site www.revistaemergencia.com.br, contendo nome, profissão e cidade. Não prestamos informações diretamente aos leitores a título de consultoria. Para facilitar a troca de informações entre os profissionais, Emergência também publica o endereço eletrônico dos participantes. Atendimentos Quem é o responsável pelo planejamento e atendimentos pré-hospitalares, o profissional de saúde ou o técnico de Segurança do Trabalho?E quem está habilitado para efetuar um atendimento de resgate de vítimas de traumas ou situações de emergência? Anderson F. e Silva Barrada Técnico de Enfermagem do Trabalho Santos/SP [email protected] Considerando que você está se referindo a um ambiente industrial e/ou comercial e não em via pública, o responsável pelo atendimento deve ser o profissional que esteja treinado e capacitado para estas ações, independen- te de sua formação profissional, mesmo que na presença de profissionais de saúde com qualquer graduação e/ou formação. Atualmente, existem Normas Regulamentadoras que exigem o treinamento de primeiros socorros, incluindo situações de trauma para profissionais de áreas técnicas e operacionais que não são oriundos da saúde, a exemplo da NR-10 para profissionais da área elétrica e normas técnicas como a NBR 14276 para formação de brigadas e NBR 14608 para a formação de bombeiros profissionais civis. Outro aspecto da sua pergunta é quanto ao atendimento de resgate (altura, aquático, espaços confinados, etc.). Nestes casos, mesmo os profissionais de saúde devem ser treinados e capacitados para estas ações, uma vez que seus cursos de formação acadêmicos e técnicos não contemplam estes conteúdos. Quanto ao desenvolvimento de planos de atendimento de emergências, incluindo as ações de atendimento a vítimas em ambientes préhospitalares, estes devem ser desenvolvidos por um grupo de trabalho multidisciplinar, formado por profissionais que tenham conhecimentos técnicos das demandas de suas instalações. Devem ser considerados os principais aspectos emergenciais avaliados em APPRs (Avaliações Preliminares de Perigos e Riscos), assim como os recursos disponíveis para o atendimento às emergências, as vias de acesso, localização e disponibilidade dos serviços públicos e privados dedicados ao atendimento no local, utilizando ainda para o desenvolvimento destes planos recomendações normativas como a NBR 15219 (Plano de emergência contra incêndios), entre outras, e, quando recomendado, as melhores práticas internacionais de acordo com as características locais da planta. (Jorge Alexandre Alves) Afogamento GABRIEL RENNER (Saídas de Emergência em Edifícios), NBR 12693 (Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio), NBR 13714 (Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos), NBR 10898 (Iluminação de Emergência), NBR 9441 (Alarme de Incêndio), NBR 5419 (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas), NBR 13523 (Centrais de Gás de GLP) e NBR 98 (Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis), esta última complementada pela NBR 7505 Partes 1 e 4, ainda não citada no texto das Normas Técnicas do Corpo de Bombeiros. O Corpo de Bombeiros cita outras normas da ABNT que se referem à fabricação e ensaios dos equipamentos e não necessárias consultar para realizar o PPCI. A partir da determinação da rota de saída e saídas alternativas poderá ser organizado o Plano de Abandono da Escola em Emergências. Lembre que o bom resultado deste Plano vai depender do programa de treinamento prévio de um grupo de liderança. (Cláudio Hanssen) Qual a melhor forma ou técnica para transportar um afogado da água para a areia ou borda da piscina? O transporte ideal da água para a areia é o tipo Australiano. Transporte a vítima colocando seu braço esquerdo sob a axila esquerda da vítima e trave o braço esquerdo da vítima. Seu braço direito deve ficar sob a axila direita da vítima, segurando o queixo de forma a abrir as vias aéreas, desobstruindoas e permitindo a ventilação durante o transporte. Em casos suspeitos de trauma cervical, utilize sempre que possível a imobilização da coluna cervical durante o transporte até a areia ou a borda da piscina. Quando possível, utilize uma prancha de imobilização e colar cervical, ou improvise com prancha de body-board ou de surf. Aguarde a ambulância para o transporte definitivo. (David Szilman) Atividades do PAM Quais as principais atividades de um PAM durante uma emergência com produtos químicos? Para a participação das em- presas no PAM é indispensável que as mesmas já possuam seus respectivos Planos de Controle de Emergência (PCE), em conformidade com a NR-29, Portaria 32114 e a Lei 9966/00, cabendo ao PAM coordenar as atividades emergenciais através do fornecimento de recursos humanos e materiais quando uma empresa acioná-lo ou for solicitado por outro órgão/empresa membro ou ainda em caso de situações emergenciais. Assim, as atividades são: coordenação geral da emergência (se o evento for de empresa participante do PAM), ou auxílio aos órgãos públicos envolvidos, com disponibilização de recursos materiais e humanos, nas atividades de identificação e reconhecimento dos produtos perigosos envolvidos, avaliações ambientais, contenção de vazamentos, neutralização, diluição, confinamento, bloqueio e inertização dos agentes químicos e acompanhamento das atividades de transferência, transbordo e remoção de cargas. (Marco Aurélio Rocha) Agnaldo Pispico é médico e diretor do Centro de Treinamento de Emergências da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Alexandre Rava de Campos é engenheiro de Segurança do Trabalho, presidente da ASTEC – Associação Técnica Sul Brasileira de Proteção Contra Incêndio e diretor secretário do CB24 da ABNT. Cláudio Hanssen é químico Industrial, engenheiro de Segurança do Trabalho e especialista em proteção contra incêndio. David Szpilman é médico do GSE (Grupamento de Socorro de Emergência) - Aeromédico - CBMERJ, Chefe do CTI do Hospital Municipal Miguel Couto e sócio-fundador, ex-presidente e diretor médico da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático). Fernando Suarez é subcomandante do GSE (Grupamento de Socorro de Emergência) do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do RJ. Jorge Alexandre Alves é consultor especialista em emergências. Marco Aurélio Rocha é técnico do Sesi Pelotas/RS e atua no PAM de Rio Grande/RS. Sílvia de Oliveira é presidente da ABEAA (Associação Brasileira de Enfermagem Aeromédica e Aeroespacial). Emergência 55 EVENTOS EMPRESARIAL Programa Qualifire O Programa Qualifire, Qualificação em Emergências, promovido pela Proteção Eventos, enfoca o planejamento de ações de emergência e combate a incêndios. O cronograma de cursos pode ser acessado através do site www.protecaoeventos.com. br. Informações pelo telefone (51)21310442, ou pelos e-mails [email protected] e treinamento@ protecaoeventos.com.br PREVENRIO Brasilfire e Resgate 2006 O Brasilfire (3º Seminário de Prevenção Contra Incêndio) e o Resgate 2006 (2º Seminário Nacional de Emergências e Resgate) ocorrem de 16 a 18 de outubro, no Rio de Janeiro. Ambos acontecem dentro do PrevenRio, 2ª Feira e Congresso de Saúde e Segurança no Trabalho, também realizada pela Proteção Eventos. Informações pelo telefone (51)2131-0442 ou no site www.protecaoeventos.com. br. SIMPÓSIO Salvamento Aquático De 23 a 26 de novembro, no Guarujá, em São Paulo, acontece o VI Campeonato, V Simpósio Brasileiro e III Sul-Americano de Salvamento Aquático. Os eventos são promovidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo, Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático) e Prefeitura Municipal de Guarujá. A proposta é melhorar o conhecimento, a integração entre os serviços de salvamento e a redução do número de afogamentos. Contatos no site da Sociedade: www.sobrasa.org 56 Emergência JULHO QualiFire Rio de Janeiro - Plano de Emergência Contra Incêndio 18 de julho – Rio de Janeiro/RJ Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 America’s Fire & Security Expo 18 a 20 de julho – Flórida/EUA Realização: NFPA Informações: +1 617 770-3000 / [email protected] QualiFire Vitória - Plano de Emergência Contra Incêndio 20 de julho – Vitória/ES Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Curso de Primeiros Socorros 20 e 21 de julho – Simões Filho/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 Socorrista Internacional 20 a 23 de julho – Jequié/BA Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] BLS – Basic Life Support 21 a 23 de julho – São Paulo/SP Realização: Ellu Saúde Informações: (11)3721-9333 Primeiros Socorros, RCP e DEA 21 a 23 de julho – São Paulo/SP Realização: Ellu Saúde Informações: (11)3721-9333 [email protected] Suporte Básico de Vida e Primeiros Socorros 22 e 23 de julho – São Paulo/SP Realização: Fox Treinamento Informações: (11)3966-9624 [email protected] Socorrista Internacional 22 a 30 de julho – Vila Velha/ES Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] Curso de Primeiros Socorros 24 e 25 de julho – Lauro de Freitas/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 QualiFire - Brigada de Incêndio 25 de julho – Belo Horizonte/MG Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 RCP Profissional e Primeiros Socorros 25 a 30 de julho – São Paulo/SP Realização: Fox Treinamento Informações: (11)3966-9624 [email protected] Programa Qualificar Belo Horizonte 27 e 28 de julho – Belo Horizonte/MG Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Socorrista Internacional 27 a 30 de julho – Vila Velha/ES Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] Socorrista Internacional 27 a 30 de julho – Vitória da Conquista/BA Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] V Jornada Est. de Bombeiros Voluntários 29 de julho – Tapes/RS Realização: Corpo de Bombeiros Voluntários de Tapes e Voluntersul Informações: (51)3672-1872 [email protected] RCP e DEA 29 e 30 de julho – São Paulo/SP Realização: Star Life Informações: (11)6953-3063 [email protected] AGOSTO Realização: Fox Treinamento Informações: (11)3966-9624 [email protected] Primeiros Socorros e RCP 12 e 13 de agosto – São Paulo/SP Realização: Star Life Informações: (11)6953-3063 [email protected] Socorrista Internacional 17 a 20 de agosto – Teixeira de Freitas/BA Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] RCP com DEA 01 de agosto – Porto Alegre/RS Realização: Resgate Médico Cursos Informações: (51)3226-6252 [email protected] Primeiros Socorros, RCP e DEA 18 a 20 de agosto – São Paulo/SP Realização: Ellu Saúde Informações: (11)3721-9333 [email protected] Congreso Internacional de Protección Contra Incendios 02 a 05 de agosto – Bogotá/Colômbia Realização: OPCI – Organización Iberoamericana de Protección contra Incendios Informações: (57-1)611-0754 Primeiros Socorros 19 de agosto – Rio de Janeiro/RJ Realização: Ação Vital Informações: (21)2599-7136 [email protected] Socorrista Internacional 03 a 06 de agosto – Itabuna/BA Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] Anatomia e Fisiologia para Socorristas 05 e 06 de agosto – São Paulo/SP Realização: Fox Treinamento Informações: (11)3966-9624 [email protected] Técnicas básicas em APH 06 de agosto – João Pessoa/PA Realização: GAE - Grupo de Atendimento nas Emergências Informações: (83)3247-3945 Transporte de Produtos Químicos 07 e 08 de agosto – Rio de Janeiro/RJ Realização: Interação Ambiental Informações: (21)2576-7608 QualiFire Curitiba - Plano de Escape de Edificações 8 de agosto – Curitiba/PR Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Socorrista Internacional 08 a 13 de agosto – Eunapolis/BA Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] ACLS – Suporte Avançado à Vida 19 e 20 de agosto – São Paulo/SP Realização: Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo Informações: (11)3179-0044 Curso de Operações Verticais 19 e 20 de agosto – Sorocaba/SP Realização: Task Service Informações: (15)3233-2739 [email protected] Curso de Primeiros Socorros 19 e 20 de agosto – Camaçari/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 RCP e DEA 19 e 20 de agosto – São Paulo/SP Realização: Star Life Informações: (11)6953-3063 [email protected] Bombeiro Profissional Civil 19 de agosto a 21 de outubro – São Paulo/SP Realização: Senac São Paulo Informações: (11)3323-1532 Socorrista Internacional 19 a 27 de agosto – Vila Velha/ES Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] QualiFire - Brigada de Incêndio 10 de agosto – Florianópolis/SC Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Suporte Básico de Vida e Primeiros Socorros 21 e 22 de agosto – São Paulo/SP Realização: Fox Treinamento Informações: (11)3966-9624 [email protected] Transporte de Produtos Perigosos 10 e 11 de agosto – São Paulo/SP Realização: Target Informações: (11)5641-4655 Curso de Primeiros Socorros 21 e 26 de agosto – Salvador/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 Programa Qualificar Caxias do Sul 10 e 11 de agosto – Caxias do Sul/RS Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Emergência Ambiental 22 e 23 de agosto – São Paulo/SP Realização: Abiquim Informações: (11)2148-4715 [email protected] Emergência e Ressuscitação Cardiopulmonar 12 de agosto – Rio Claro/SP Realização: Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo Informações: (19)9137-4691 [email protected] Suporte Básico de Vida e DEA 12 e 13 de agosto – São Paulo/SP Curso de Primeiros Socorros 24 e 25 de agosto – Simões Filho/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 Programa Qualificar Goiânia 24 e 25 de agosto – Goiânia/GO Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 JULHO / 2006 Socorrista Internacional 24 a 27 de agosto – Vila Velha/ES Realização: Resgate Treinamentos Informações: (27)3289-1973 [email protected] Surf-Salva 26 de agosto – Santos/SP Realização: Sobrasa Informações: (21)9737-3578 [email protected] 1º Campeonato de Bombeiros Civis do Sul Fluminense 26 e 27 de agosto – Resende/RJ Realização: Cooperbboc Informações: (24)3322-8077 [email protected] 1º Seminário de Pronto Socorrismo do Rio de Janeiro 26 e 27 de agosto – Rio de Janeiro/RJ Realização: Eventos e Cursos Informações: (21)4062-7172 Atendimento a Emergências Químicas 28 de agosto a 01 de setembro – São Paulo/ SP Realização: Cetesb Informações: (11)3030-6000 Curso de Primeiros Socorros 28 e 29 de agosto – Lauro de Freitas/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 BLS – Suporte Básico à Vida 29 e 30 de agosto – São Paulo/SP Realização: Soc. de Cardiologia de SP Informações: (11)3179-0044 SETEMBRO Aprimoramento em Pronto Socorrismo 09 de setembro – São Paulo/SP Realização: Eventos e Cursos Informações: (11)6950-8760 QualiFire Belo Horizonte - Plano de Escape de Edificações 12 de setembro – Belo Horizonte/MG Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Emergência com Produtos Químicos 13 a 15 de setembro – São José dos Campos/SP Realização: Task Service Informações: (15)3233-2739 [email protected] QualiFire São Paulo - Briga de Incêndio 14 de setembro – Belo Horizonte/MG Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Programa Qualificar Chapecó 14 e 15 de setembro – Chapecó/SC Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 ACLS – Suporte Avançado à Vida 16 e 17 de setembro – São Paulo/SP Realização: Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo Informações: (11)3179-0044 Curso de Primeiros Socorros 16 e 17 de setembro – Camaçari/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 Primeiros Socorros e RCP 16 e 17 de setembro – São Paulo/SP Realização: Star Life Informações: (11)6953-3063 [email protected] XII Seminário Olimpíada de Brigadas de Emergência 18 a 22 de setembro – Melgar-Tolima/ Colômbia Realização: OPCI Informações: (57-8)245-0500 Encuentro Nacional de Brigadas Industriales 18 a 22 de setembro – Melgar-Tolima/ Colômbia Realização: OPCI Informações: (57-1)611-0754 Emergências Químicas – Nível Operacional 18 a 22 de setembro – São Paulo/SP Realização: Suatrans Informações: (11)6603-4727 Curso de Primeiros Socorros 18 a 23 de setembro – Salvador/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 Curso de Primeiros Socorros 21 e 22 de setembro – Simões Filho/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 Programa Qualificar São Paulo 21 e 22 de setembro – São Paulo/SP Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Protección Contra Incendios para el Sector Hotelero 21 a 23 de setembro – San Andrés Islãs/ Colômbia Realização: OPCI Informações: (57-1)611-0754 Primeiros Socorros, RCP e DEA 22 a 24 de setembro – São Paulo/SP Realização: Ellu Saúde Informações: (11)3721-9333 [email protected] RCP e DEA 23 e 24 de setembro – São Paulo/SP Realização: Star Life Informações: (11)6953-3063 [email protected] XVI COBEQ – Cong. Bras. de Eng. Química 24 a 27 de setembro – Santos/SP Realização: Assoc. Bras. de Eng. Química Informações: (12)3159-5005 Curso de Primeiros Socorros 25 e 26 de setembro – Lauro de Freitas/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 Emergências Químicas – Operacional 25 a 29 de setembro – São Paulo/SP Realização: Suatrans Informações: (11)6603-4727 Emergências Químicas – Técnico 25 a 29 de setembro – São Paulo/SP Realização: Suatrans Informações: (11)6603-4727 BLS – Suporte Básico à Vida 26 e 27 de setembro – São Paulo/SP Realização: Soc. de Cardiologia de SP Informações: (11)3179-0044 Programa Qualificar Porto Alegre 28 e 29 de setembro – Porto Alegre/RS Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 OUTUBRO BLS – Suporte Básico à Vida 02 e 03 de outubro – São Paulo/SP Realização: Soc. de Cardiologia de SP Informações: (11)3179-0044 Resgate Técnico Vertical Avançado 02 a 04 de outubro – Itapetininga/SP Realização: Task Service Informações: (15)3233-2739 [email protected] Gerenciamento de Resíduos Sólidos 07 a 11 de outubro – São Paulo/SP Realização: Senac São Paulo Informações: (11)3323-1532 Curso RCP – DEA – Primeiros Socorros 07 e 08 de outubro – Santa Maria/RS Realização: ERT / Protsegur Resgate Informações: (55)3223-3060 QualiFire Rio de Janeiro Brigada de Incêndio 9 de outubro – Rio de Janeiro/RJ Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Diplomado en Protección Contra Incendios 13 de outubro a 15 de março de 2007 – Bogotá/Colômbia Realização: OPCI Informações: (57-1)611-0754 Emergências Ambientais 16 e 17 de outubro – Rio de Janeiro/RJ Realização: Interação Ambiental Informações: (21)2576-7608 Curso de Primeiros Socorros 16 a 21 de outubro – Salvador/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 Derrames de Óleo no Mar: Aspectos Preventivos e Corretivos 16 a 20 de outubro – São Paulo/SP Realização: Cetesb Informações: (11)3030-6000 Prevenrio – Feira e Seminário de SST 16 a 18 de outubro – Rio de Janeiro/RJ Realização: Proteção Eventos Informações: (51)2131-0442 Brasilfire 16 a 18 de outubro – Rio de Janeiro/RJ Realização: Proteção Eventos Informações: (51)2131-0442 Resgate 2006 16 a 18 de outubro – Rio de Janeiro/RJ Realização: Proteção Eventos Informações: (51)2131-0442 Curso de Emergências Químicas – Nível de Comando 16 a 20 de outubro – São Paulo/SP Realização: Suatrans Informações: (11)6603-4727 Curso de Primeiros Socorros 19 e 20 de outubro – Simões Filho/BA Realização: Amigos da Vida Informações: (71)9609-5410 QualiFire Florianópolis - Plano de Escape de Edificações 20 de outubro – Florianópolis/SC Realização: Proteção Eventos Informações: (51) 2131-0442 Primeiros Socorros, RCP e DEA 20 a 22 de outubro – São Paulo/SP Realização: Ellu Saúde Informações: (11)3721-9333 [email protected] ACLS – Suporte Avançado à Vida 21 e 22 de outubro – São Paulo/SP Realização: Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo Informações: (11)3179-0044 CIVIS Campeonato no RJ Nos dias 26 e 27 de agosto será realizado o 1º Campeonato de Bombeiros Civis do Sul Fluminense. O evento, promovido pela Cooperbboc (Cooperativa dos Bombeiros Brigadistas Civis do Sul Fluminense), será realizado na cidade de Barra Mansa, no RJ. O campeonato inclui provas de combate a incêndio, resgate e outras modalidades. Mais informações pelo fone (24)3322-8077 ou através do e-mail cooperbboc@ bombeiroscivis.org. AEROMÉDICO Capacitação para voar Entre os meses de julho e outubro será realizado o curso Transporte Aeromédico, em Brasília/DF. Serão duas modalidades: uma para médicos e enfermeiros, e outra para técnicos em enfermagem e socorristas. Para médicos e enfermeiros serão 60 horas, divididas em três finais de semana nos meses de agosto, setembro e outubro. Na outra modalidade são 22 horas, realizadas em um único final de semana, que é opcional em julho ou agosto. Inscrições no (61)3201-0080. DEFESA CIVIL 3º Fórum Nacional A Secretaria Nacional de Defesa Civil, em parceria com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Estado do Espírito Santo e a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Cariacica, realizarão o III Fórum Nacional de Defesa Civil, nos dias 23 e 24 de novembro, em Cariacica/ES. O tema do evento será “Em Busca da Excelência nas Ações de Defesa Civil”. Informações no site www.defesacivil.es. gov.br Emergência 57 FERNANDO BUSIAN/COORDENADORIA MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL-SP LEIS & NORMAS Novos limites para recursos em casos de estado de calamidade pública Situação de emergência Portaria reduz a 1% a contrapartida de prefeituras municipais Antes de deixar o Ministério da Integração Nacional, Ciro Gomes aprovou, em 31 de março, a Portaria nº 317, que estabelece novos limites mínimos para a contrapartida de prefeituras municipais na transferência de recursos, durante o período em que subsistirem situações de emergência ou estado de calamidade pública. Publicada no Diário Oficial da União em 3 de abril último, o documento estabelece que o limite mínimo de contrapartida do § 1º, do art. 44 da Lei nº 11.178 de 2005, que dispõe sobre a lei orçamentária, passa a ser de 1% quando os recursos referentes ao exercício de 2006, forem destinados às ações de Defesa Civil em municípios com o reconhecimento formal de situação de emergência ou estado de calamidade pública, durante o período em que essas situações subsistirem. Com a nova Portaria, prefeituras municipais terão maior facilidade na recuperação da situação de normalidade de suas cidades. Prevista na Lei Federal de nº 11.178, a contrapartida, até então, variava entre 10% a 40%. Mas a própria lei, no § 2º, permite que os limites mínimos de contrapartida fixados no § 1º do artigo 44, poderão ser reduzidos por ato do titular do órgão concedente, quando os recursos transferidos pela União se destinarem a municípios que se encontrem em situação de emergência ou estado de calamidade pública. PISCINA ESTIAGEM Está em andamento a proposição PL4777/2005, de autoria do deputado Rodolfo Pereira (PDT/RR), que disciplina a prevenção de acidentes em piscinas. O projeto determina que nas piscinas de uso público ou coletivo sejam disponibilizadas informações sobre a profundidade do tanque e sobre alterações na profundidade regular do mesmo, assim como os riscos de lesão medular e afogamento em casos específicos. Outras medidas preventivas apresentadas no projeto dizem respeito à presença de salva-vidas capacitados para o adequado resgate da vítima, ao isolamento da área de trânsito de banhistas em relação ao tanque, à proibição de que banhistas alcoolizados façam uso do tanque e que, salvo em casos regulamentados, mergulhem em águas rasas. No dia 16 de maio, foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 12.488, que institui a Política Estadual de Combate, Prevenção e Administração das Conseqüências Ocasionadas pela Seca e Estiagem no Estado do Rio Grande do Sul. O objetivo é preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais ao ecossistema, disciplinando a execução das ações, obras e serviços necessários para sua implementação no Estado. A Política Estadual deve assegurar o combate, prevenção e administração das conseqüências da seca e estiagem a toda população economicamente ativa ligada aos setores atingidos, além de mobilizar recursos e organizar todos os setores da sociedade para planejar e executar as ações necessárias. Acidentes por mergulho em discussão RS tem política contra a seca 58 Emergência CB 24FOGO - ABNT PINGA Esta coluna trará, a cada edição, notícias sobre as principais revisões e discussões acerca das NBRs relativas ao setor de incêndio, debatidas no âmbito das Comissões de estudo do CB-24. CONSULTA NACIONAL O projeto de revisão da norma NBR 14276 (Brigada de Incêndio), que estabelece os requisitos mínimos para a composição, formação, implantação e reciclagem das brigadas de incêndio, foi concluído. Esta norma surgiu da necessidade de se padronizar a atividade de brigada de incêndio, desde a sua denominação até a especificação da área de atuação. O projeto encontra-se à disposição para consulta nacional e sugestões até o dia 27 de julho, no site www.abnt.org.br/cb-24, no link Consulta Nacional. BOMBEIRO CIVIL A Comissão de Programa de Brigada de Incêndio está revisando a norma NBR 14608 (Bombeiro Profissional Civil). “A norma estabelece os requisitos para determinar o número mínimo de bombeiros privados em uma planta, bem como sua formação, qualificação, reciclagem e atuação”, explica o secretário da Comissão, Walter Blassioli. A última reunião da Comissão ocorreu no dia 9 de junho. Na ocasião, foi analisada a revisão da norma efetuada pelo Grupo de Trabalho do Rio de Janeiro. Existem três pontos principais em discussão: o título da norma, as atividades básicas do bombeiro profissional civil e a quantidade de bombeiros por planta. Blassioli esclarece que estes aspectos são essenciais. “A terminologia, o currículo e onde realmente é necessária sua atuação”, salienta. O próximo encontro será no dia 14 de julho, quando segue a análise da revisão. SEGUNDO PROJETO A NBR 13714 (Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos para Combate a Incêndio) está no segundo projeto de revisão. Segundo o secretário da Comissão de Estudo de Hidrantes, Mangotinhos e Acessórios, Maurício Feres, a consulta pública do primeiro projeto levou-os a repensar o assunto. “A revisão desta norma é um desafio, pois temos que conciliar diferentes regulamentos e decretos existentes nos Corpos de Bombeiros dos vários Estados e fazer uma única norma nacional que seja adotada por todos”, explica. Feres esclarece que, através da consulta vieram à tona estas divergências, o que levou a Comissão a trabalhar neste segundo projeto de revisão. A Comissão se reuniu no dia 4 de julho para análise e discussão dos anexos do texto base do primeiro projeto. JULHO / 2006 NBR 14096 em revisão Norma pretende garantir lugar no mercado internacional ARQUIVO EMERGENCY ONE A Comissão de Viaturas de Combate a Incêndio, do CB-24 (Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio), se dedica a normalizar a construção de viaturas de emergência. Já foram publicadas a NBR 14096 (incêndio) e 14561 (resgate), e está em consulta pública a norma para viaturas de combate a incêndio florestal. “A 14096 está sofrendo uma revisão profunda, onde vai contemplar as várias modalidades de veículos de combate a incêndio, desde uma Viaturas devem seguir padrão internacional simples intervenção rápida até as viaturas DESFIBRILADOR para refinarias com bombas de combate a incêndio de grande vazão”, explica o coFoi regulamentada, através do Decreto ordenador da Comissão, Cesar Corazza nº 46.914, em 17 de janeiro, a Lei nº Nieto. A norma pretende sair na briga por 13.945. Publicada no Diário Oficial do muum lugar no mercado internacional. A renicípio de São Paulo, em 18/01, a legislavisão está sendo baseada na NFPA 1901, ção prevê a manutenção de aparelhos pois é a norma adotada pela maioria dos desfibriladores em locais de trabalho com clientes de países latino-americanos, áraconcentração e/ou circulação média diária bes, africanos e asiáticos. de 1.500 pessoas ou mais. Os estabeleciA próxima reunião da Comissão ocorre mentos terão que capacitar 30% de seu dia 11 de julho. O coordenador lembra que pessoal para o uso correto do desfibrilador. os últimos pontos debatidos foram os acessórios que cada modalidade de viatura deve Quem descumprir a lei estará sujeito a uma transportar, tais como bombas portáteis, multa de R$2 mil reais. No Brasil, estimaescadas, lanternas, esguichos, mangueiras, se que 160 mil pessoas morram anualmenentre outros. Nieto salienta ainda que as te vítimas de ataque cardíaco. normas de construção não são leis. “É uma EXTINTORES opção do usuário segui-las ou não. Mas em caso de acidentes, sempre haverá o questionamento judicial se as normas foFoi publicada no Diário Oficial da União ram seguidas”, salienta. em 05 de abril último a Portaria nº 80 do Inmetro, referente à inspeção de extinBOMBEIRO CIVIL tores, substituindo a Portaria nº 51, de 2004. Ela aprova o Regulamento TécniEstá em andamento o Projeto de Lei co da Qualidade para os Serviços de Insnº2084/91 para regulamentação da catepeção Técnica e Manutenção em Extingoria de Bombeiro Civil. O texto final foi tores de Incêndio, que complementa a entregue para votação na Câmara dos DeNBR 12962 (Inspeção, Manutenção e putados, em Brasília, em março último. Recarga em Extintores de Incêndio). SeDepois de votado, caso aprovado, o projegundo o técnico da Divisão de Prograto ainda necessita da sanção do presidenmas da Avaliação da Conformidade da te da República. O autor do projeto é Diretoria da Qualidade (Dipac/Dqual) do Ednilson Santana, fundador do Sindicato Inmetro, Adilson Vieira, esta Portaria foi dos Bombeiros Civis do Distrito Federal. publicada em razão da necessidade de O projeto é do ano de 1991, mas desde dar continuidade ao processo de melhoria 1999 encontra-se sem nenhuma resolução, empreendido no Programa de Extintores sendo retomado somente este ano. Regulamentada lei em São Paulo CB-16 Normas sobre transporte de produtos perigosos O CB-16 (Comitê Brasileiro de Transportes e Tráfego) fez, no final de 2005, a revisão de todas as normas referentes ao transporte terrestre de produtos perigosos. De acordo com a coordenadora da Comissão de Transporte de Produtos Perigosos, Glória Benazzi, o objetivo foi o enquadramento das normas a situações atuais, como, por exemplo, o retorno de embalagens vazias e contaminadas. Na NBR 7500 (Identificação para transporte, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos) foram incluídos requisitos para atender a resolução 420/04 da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) e alterações na identificação da unidade de transporte. Na NBR 13221 (Transporte de resíduos) o principal destaque é para os produtos que não se enquadram nas classes de risco, e na NBR 14619 (Transporte de produtos perigosos – Incompatibilidade química) a proibição do transporte de produtos quimicamente incompatíveis na mesma unidade de transporte. A NBR 7503 (Ficha de emergência e envelope para transporte de produto perigoso) e a NBR 9735 (Conjunto de equipamentos para emergências no transporte rodoviário de produtos perigosos) entraram em vigor em 30/12/05, estabelecendo requisitos da ficha de emergência e EPIs necessários. O resumo das alterações está no site www.abtlp.org.br. Inmetro publica nova Portaria para inspeção Regulamentação da categoria JULHO / 2006 de Incêndio do órgão. “Ela surgiu como resultado dos programas de verificação da conformidade, programa de fiscalização e ainda das reclamações e sugestões dos consumidores”, explica. O Regulamento fixa as condições mínimas para inspeção e manutenção de primeiro, segundo e terceiro níveis em extintores, especificando os itens que devem ser verificados em cada tipo de inspeção. Vieira esclarece o que mudou para as empresas de manutenção. “Elas devem efetuar novos registros e controles de processo na realização dos serviços de manutenção e serão verificadas pelos órgãos delegados do Inmetro”, salienta. A Portaria está no www.inmetro. gov.br. Emergência 59 PRODUTOS RODOVIA Enseg garante atendimento médico de emergência Ao circular pela BR-290 (Freeway), no Rio Grande do Sul, o motorista tem a garantia de atendimento médico de emergência e resgate 24 horas por dia. Este serviço está sob responsabilidade da Enseg – Engenharia de Segurança. A Enseg é uma organização carioca, parceira da Concepa, e presta atendimento médico na rodovia a maus súbitos (desde febre até parada cardíaca), socorro em acidentes e combate a incêndios. Dispõe de quatro UTIs móveis e três carros-resgate. Entre os profissionais, 60 Emergência & SERVIÇOS conta com sete médicos, nove socorristas e 21 motoristas/resgatistas, que atuam em sistema de plantões. Mais informações pelo telefone (51) 3027-7400 e no site www.concepa.com.br. QUÍMICOS Suatrans busca preservação da vida e do meio ambiente A Suatrans, empresa brasileira que busca a preservação da vida e do meio ambiente, disponibiliza para seus clientes soluções em serviços, treinamentos, gerenciamentos de resíduos e produtos, com padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente. Um dos produtos é o Kit de Emergência Ambiental para petróleo e derivados com capacidade de absorção de 85 litros. O Kit contém bombona de polietileno de 100 litros, capa protetora laranja, saco de 28 litros de turfa absorvente, mantas absorventes, travesseiros absorventes, cordões, sacos para descarte, roupa de proteção, pá de plástico, óculos de proteção e luvas. Informações no (11)6696-4722 ou www.suatrans. com.br. JULHO / 2006 RESGATE Tecnologia hidráulica para resgate Depois de 40 anos à frente no desenvolvimento tecnológico de produtos para resgate, a Holmatro Equipamento apresenta a tecnologia Core, comercializada pela Multstock. Esta tecnologia consiste num sistema hidráulico que emprega mangueiras, acoplamentos, bombas e ferramentas para operar um equipamento de resgate. Ela elimina a necessidade de uma válvula na bomba, bastando conectar a mangueira ao equipamento. O sistema é rápido, fácil e seguro, permitindo ao socorrista focar-se na operação e no equipamento JULHO / 2006 de resgate. Outras informações pelo telefone (31) 3296-8099 ou no site www.multstock.com.br. TREINAMENTO Combate a incêndio em serviços elétricos A Work Fire desenvolveu parcerias com empresas de distribuição de energia elétrica para aplicação do Curso Teórico e Prático de Combate a Incêndio em Estação de Transmissão e Distribui- ção de Energia Elétrica, abrangendo subestações primárias e secundárias. O treinamento atende a parte prática dos protocolos da NR10. Dentre os tópicos abordados no curso estão: atendimento a um alarme, avaliação dos painéis alarmados e proporção do sinistro, retorno ao Centro de Operações de Sistema com as providências e manobras a realizar. Outras informações pelo telefone (11)64684088 ou no site www. workfire.com.br. Emergência 61 ▼ ▼ ▼ JORGE ALBERTO ALVORCEM PINTO Bombeiros combatem o fogo FAVELA Fogo destruiu cerca de 40 barracos Um incêndio destruiu cerca de 40 barracos na Favela do Piolho, região do Brooklin, Zona Sul de São Paulo. Segundo o Cobom (Centro de Operações do Corpo de Bombeiros), o incêndio, que ocorreu em junho, teve início numa das moradias da favela. Cerca de 60 bombeiros em 22 guarnições foram para o local e só conseguiram apagar as chamas depois de duas horas. Ninguém ficou ferido. As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas. Cerca de 40 famílias ficaram desabrigadas. 88% dos 400 internautas que votaram no site da Revista Emergência acham que a profissão de paramédico deveria existir no Brasil. 62 Emergência Resgate enfrentou falha de comunicação A resposta dos serviços de emergência britânicos durante os atentados de 7 de julho de 2005, em Londres, teve falhas de comunicação entre o pessoal de resgate, concluiu um relatório da prefeitura Londrina em junho. O documento indicou que existiram falhas no uso dos radiotransmissores. Os ataques deixaram 52 pessoas mortas e 700 feridas. WWW.ELSALVADOR.COM Um incêndio na MBN Distribuidora de Produtos Químicos, em Cachoeirinha/RS, em junho, deixou três pessoas com ferimentos leves. A Defesa Civil distribuiu máscaras para a população se proteger dos gases tóxicos, enquanto os bombeiros combateram o fogo. Segundo a empresa, um curto-circuito provocou o incêndio, quando vazaram 60 mil litros de solvente. No final do mês de junho, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) multou em R$200 mil a empresa pelos danos ambientais. ATENTADOS Bombeiros recolhem os cilindros que caíram do caminhão Perigo em acidente com gás Um vazamento de gás de um caminhão, no dia 23 de junho, na marginal Pinheiros, em São Paulo, deixou cerca de 40 pessoas intoxicadas. O caminhão transportava dez cilindros de gás t-butil mercaptana, quando oito caíram na pista e dois vazaram. Todas as faixas da marginal foram interditadas por cerca de quatro horas. O vazamento dos cilindros levou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) a solicitar o envio de viaturas do Corpo de Bombeiros ao local. Um dos cilindros que vazou caiu em um córrego. Uma investigação será feita para verificar as causas do acidente. ... CÃES - Os cães de salvamento foram utilizados pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial e, a partir dos anos 50, começaram a ser criadas escolas para sua formação. AUXÍLIO - O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal recebeu da Secretaria Nacional de Segurança Pública, no dia 20/06, 925 capacetes de proteção individual e 24 nadadeiras. Os equipamentos custaram R$1,2 milhão. CONVÊNIO - O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, assinou o termo aditivo do Convênio nº 004/ 2004, no Recife/PE, em dezembro de 2005. Através do Convênio, Recife é o primeiro município a HISTÓRIA CORPO DE BOMBEIROS DE SÃO PAULO Acidente em fábrica de produtos químicos Viatura alemã adquirida em 1928 integrar a atuação do Samu 192 à Polícia Rodoviária Federal. COMBIVILLE - A XXVII Combiville, Competição de Brigadas Industriais de Joinville/SC, aconteceu no dia 8 de julho. A competição contou este ano com uma equipe de São Paulo. PENINHA MACHADO INCÊNDIO TENENTE PAES/CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO SAÍDA DE EMERGÊNCIA NOVO COMANDANTE - O Corpo de Bombeiros do Amapá tem novo comandante. É o coronel Giovani Tavares Maciel Filho. CRUZ VERMELHA - A Cruz Vermelha surgiu após o século XVI em um confronto entre austríacos, italianos e franceses, quando foi iniciado um movimento de humanitarismo internacional, por iniciativa de Jean Henri Donant. CHILE - Os Bombeiros Voluntários de Nova Petrópolis/RS participaram de um intercâmbio no Chile, em abril. Foram visitadas mais de 30 corporações e companhias de bombeiros. COPA - Uma semana antes do início da Copa do Mundo de Futebol, os bombeiros alemães participaram de um exercício de preparação para uma eventual emergência. Eles simularam o socorro de vítimas de um suposto ataque terrorista. TEXAS - De 9 a 14 de julho, ocorre a 40ª Edição da Escola de Bombeiros do Texas. O programa é desenvolvido pela The Texas A&M University, em College Station, Estados Unidos. Dia 2 de julho é o Dia Nacional do Bombeiro. Um precursor antigo do código de leis dos bombeiros é o Código de Hamurabi, do século XVII a.C. No Brasil, só em 1856, foi criado o Corpo de Bombeiros da Corte, no Rio de Janeiro. A partir de 1910 foram adquiridos os primeiros veículos automotores, em substituição aos de tração animal. VOCÊ SABIA? Que a Estrela da Vida, símbolo dos Serviços de Emergência Médica, foi desenvolvida em 1973, nos Estados Unidos? Ela foi criada por Leo R. Schwartz, chefe do Departamento de Serviço de Emergência da Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA). JULHO / 2006
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