livro - Escola ECO
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Índice Prefácio 5 Grupo 1 As viagens de Tusca A aventura de Tusca O amor que muita gente não tem 9 10 11 Grupo 2 Mulheres A Mulher O mundo visto quando criança 15 16 17 Grupo 3 Descobre a verdade sobre a sua vida Meu inconsciente Sonhos roubados 21 22 23 Grupo 4 Sociedade mecanizada A madrugada Marionetes modernas 27 28 29 Prêmio de Edição Poetando os animais Uma viagem ao mundo animal Tempo Era bom ser criança Copo de amor A vida não é sofá Ervas e afrodites O aconchego do capitalismo 33 34 35 36 37 38 39 40 Agradecimentos 42 Prefácio Amor, amizade e cumplicidade. Homens, mulheres e solidão. Meninas da rua. Meninos na rua versus meninos de rua, abandono. Sentimentos e impressões transpostos em linhas que surpreendem e encantam a cada nova descoberta. A grandeza da palavra torna-se imensurável à medida que se lê Marina Colasanti. Cada verso transborda a aquilo que não conseguimos medir ou entender – a vida. Sempre que falamos em escrita, é comum pensarmos na atividade mecanizada que pressupõe pensamento e organização de ideias. Porém o que vemos desde o Dia da Criação até o presente momento transcende todo esse conceito de invenção. O fazer poético supera o mecanismo de produção textual. Qualquer regra ensinada em uma aula convencional de redação é derrubada ao nos depararmos com o engenho de nossos escritores que aqui se apresentam. O trabalho de um escritor que lapida seus próprios sonhos em nome da inspiração. Certamente você se surpreenderá com o que se encontra nas páginas desse volume que apresenta a cada novo texto um barco que conduz a um mar de ideias e sabores. Você verá que Marina Colasanti não é [somente] escritora de versos infantis ou de manifestos feministas. É autora de opinião, de vida, de reflexão, de amargura, de felicidade, de simplicidade. Enxerga em nós aquilo que nem sempre conseguimos ver no espelho. Entretanto a surpresa e o encantamento maiores virão ao seu encontro ao descobrir que na Escola ECO há em cada escritor a excentricidade e a delicadeza do mais sublime talento. Nas páginas a seguir aquilo que parecia ser abstrato, torna-se concreto. O pessoal torna-se impessoal, comum a todos que compartilham do mesmo prazer: ler e escrever, ler para escrever e escrever para traduzir aquilo que parecia tão fascinante a ponto de ser indizível. Apresentam-se aqui as ideias de nossos escritores, nossos criadores que sorveram a essência de Marina de Colasanti e transformaram cada impressão em verso e prosa. Acredite pois, nossos jovens veem e sentem o mundo de maneira única e nos abrirão portas para uma nova impressão da vida. Essa porta se abre aqui e se encerra na alma de cada leitor que transforma o fazer poético dos escritores que aqui se apresentam. A porta está aberta, entre e fique à vontade! 5 GRUPO 1 4° e 5° anos As Viagens de Tusca Era uma vez uma cachorrinha chamada Tusca que veio dos Estados Unidos. Um belo dia, Tusca resolveu partir em viagem. Ela passou por vários lugares. Quando ela passou por um hotel, uma bela moça apareceu e viu a Tusca abandonada tentando achar um lar. A moça pegou a Tusca e olhou nos seus olhos e prometeu cuidar sempre da cachorrinha. Certo dia, enquanto Tusca dormia, a moça foi comprar no pet shop um cachorro para namorar com Tusca. Quando a moça chegou, botou o nome do cachorro de Leoni. Quando Tusca acordou, ficou surpresa e então Leoni e Tusca começaram a namorar. Eles tiveram dois filhotes que foram muito bem cuidados e amados. E Tusca, Leoni e os filhotes partiram em viagem e viveram felizes para sempre. Pedro Henrique Barros Milessis 1º Lugar Tuma :42 9 A Aventura de Tusca Tusca, a cadela, já viveu muitas aventuras. Essa é inesquecível. Ela vai ser capaz de fazer coisas inigualáveis. Oito horas, toda família vendo novela. Tusca ouviu barulhos na varanda, mas não deu atenção. Na hora de dormir, a família caiu no sono, mas Tusca não conseguiu. Ela continuou ouvindo barulhos, explorou toda a área e viu uns homens subindo a varanda, pegando coisas da casa, pegando dinheiro e saindo. Amanhecendo, Tusca ouviu um grito dizendo “Nós fomos roubados!”. Tusca reconheceu a voz e fugiu. A dona de Tusca chamou a polícia, bombeiros...só depois de tudo que ela percebeu que a cachorrinha Tusca tinha fugido. Ela ficou nervosa e espalhou cartazes... À noite, a dona de Tusca, triste, ouviu a campainha. Era Tusca cansada, com dois ladrões ao lado. Ninguém sabe como, mas ela salvou a família. Henrique Massao Osawa Benjamim 2º lugar Turma 52 10 O Amor Que Muita Gente Não Tem Juan e Luísa estavam fazendo um passeio pelo Ceará e uma cadela que morava na rua passou a acompanhá-los. Quando voltaram para casa, ela ainda os estava seguindo. Ela estava no outro lado da rua e o casal pensou “Será que ela gostou da gente?” No dia seguinte, ela ainda estava lá tomando sol, não tinha um lugar para ir. Eles saíram e a adotaram, foram comer churrasco, deram carne a ela e a levaram para casa, fazendo dela um animal amado e da família e a chamaram de Tusca. Eles perceberam que não importa a raça, a idade ou de onde veio, o que importa é o amor. Hugo Gonçalves Azeredo 3º Lugar Turma 42 11 GRUPO 2 6° e 7° anos Mulheres Mulheres. Saem de casa. Uma caminha até o ponto de ônibus próximo a sua casa; a outra encaminha-se até o elevador de seu condomínio, e aperta o botão que a levará para a garagem. Perto dali, depois de certa espera, o ônibus chega. No condomínio, a outra aperta o botão da chave de seu carro, e abre a porta. As duas entram nos respectivos veículos. No ônibus, não se encontra um assento vago e é necessário ficar em pé, numa desconfortável posição com o braço estendido para se segurar. No carro, madame acomoda-se no assento do motorista, e liga o carro. No ônibus, chegando em seu ponto, a mulher solicita parada ao motorista, e desce do veículo. No carro, chegando ao estabelecimento onde trabalha, desce uma rampa e o estaciona em uma vaga. Ao ponto, a outra mulher começa nova caminhada até a casa onde trabalha; no estacionamento, caminha até outro elevador, o do prédio de escritórios, e aperta o botão de seu andar. Depois da caminhada; a outra enfim chega ao prédio de sua patroa, e sobe. As duas, em seus respectivos andares, uma toca uma campainha; a outra põe uma chave na porta e entra. No escritório, seu chefe atende a porta. Enfim, as duas no trabalho. No escritório, tem uma reunião com o chefe. No apartamento, a doméstica pega a pilha de roupas amassadas, e as passa. Aproveita e lava as louças do jantar do dia anterior. Já no escritório, a madame abre seu computador portátil e começa a enviar e-mails. No apartamento, a doméstica prepara a comida, lava roupas, arruma a cama, limpa o chão, os móveis! Em algumas horas, trabalho concluído. No apartamento, a moça espera a patroa chegar para receber seu pagamento. No escritório, há a notícia de que seu salário foi depositado em sua conta bancária. Passa no banco, retira dinheiro e volta para casa, limpa e arrumada. Paga o salário da faxineira, que satisfeita, se despede da patroa e volta para sua casa, repetindo todo o processo do ônibus. Depois, ambas as mulheres encontram seus filhos, vindos da escola, e, logo, seus maridos voltando do trabalho. Jantam juntos, e no apartamento fica nova louça a ser lavada no dia seguinte, e todo o ciclo se repete. Mas isso é só amanhã; hoje, o final do dia é para descansar e dar carinho à família. Bernardo Martins Correa D' Abreu e Costa 1º Lugar Turma : 61 15 A Mulher Fazer milhares de tarefas, tudo, para que quando seu esposo chegue à casa, a trate com gratidão. Mas ele não lhe dá valor e, se ela comete erros, deve ser punida. E mesmo assim lágrimas de amor ainda caem de seus olhos. Em sua cabeça a hipótese de uma vida melhor passa ligeiramente, pois essa era sua vida e não poderia ser de outra maneira. E em sua rotina chata e desinteressante, percebe tudo o que está perdendo. Na espera por seu esposo, prepara o jantar, quando ouve o barulho do carro, já vai correndo recebê-lo. Poderia viver de outro jeito, de um modo mais feliz, se o marido a amasse e valorizasse seu trabalho e esforço, se não estivesse só ligada ao lar, mas a um trabalho fora de casa. Mas nunca teria coragem de confessar. Isso tudo não passaria apenas de um pensamento. Escondendo-se atrás de uma vassoura e do avental, continuou fazendo o que sempre fazia. Arrumando a casa, lavando a louça, passando roupa até o dia de sua morte. Luana Bonaparte Martins D'ELLY 2º Lugar Turma 71 16 O Mundo Visto Quando Criança Quando eu era pequeno Tudo era uma maravilha Em tudo eu acreditava, “Papai Noel”, “Coelho da Páscoa”, “Fada dos Dentes”. Hoje, tudo mudou. Neles não mais acredito, Vejo a fome, a pobreza no mundo em que eu acreditava Que tudo era bom. As coisas que eu observava Pareciam ser ótimas: O homem, as máquinas, Mas observo que o homem mata Sem mais nem menos E as máquinas vão poluindo, destruindo o que veem pela frente. Como eu queria que o jeito como eu observava o mundo fosse o jeito que ele é, sem mortes, sequestros, e tudo de mau que há. O mundo visto por mim quando criança. João Vazquez de Carvalho Fonseca 3º Lugar Turma 73 17 GRUPO 3 8° e 9° anos Descobre a Verdade Sobre Sua Vida Quando caiu na xícara de leite foi parar na própria mente. Descobriu coisas que não sabia coisas sobre ele, a família e os amigos. Ele descobriu que jogava futebol, que era um pintor magnífico, que era super inteligente mas tudo na mente era preto e branco. Sobre os amigos, descobriu que eles eram falsos não gostavam dele e também eram preto e branco. A família dele não era real, ele foi adotado quando bebê. A verdadeira era pobre, a falsa era rica e as duas famílias eram preto e branco. Ele descobriu tudo isso, mas queria sair da mente achava que era um sonho e para sair não sabia como. Então, ele imaginou vários potes de tinta colorida e saiu pintando os quadros, o jogo de futebol, os amigos e as duas famílias. E quando tudo estava colorido, ele saiu da mente percebeu que não era um sonho e foi tirar satisfação com a falsa família e com os falsos amigos. Pedro Pereira Ribeiro 1º Lugar Turma 81 21 Meu Inconsciente Em uma viagem pelo meu inconsciente, encontravam-se várias lembranças. Lá se encontra uma menina contente que, apesar de tudo o que já passou, continua feliz e sorridente. Uma menina confusa, um pouco complicada demais, que mesmo cercada se sente sozinha. Às vezes comete loucuras e nem sempre pensa no que faz. Uma menina pronta para o mundo, forte o suficiente para aguentar tudo. Talvez, não tão segura de si, mas que, aos poucos, vai descobrir que Deus só quer vê-la sorrir. Em meio a tudo que lhe causa dor, encontra um belo sentimento, um sentimento chamado amor que dentro dela aflora mesmo com grande medo de se expor. Sophia Vogel Figueiredo Fernandes Martins 2º Lugar Turma 81 22 Sonhos Roubados Todos olham, mas ninguém vê, deixando de lado o que poderia de alguma forma ser mudado. Preocupar-se com os problemas dos outros para quê, não é mesmo? Alguns se sensibilizam e se preocupam nos primeiros cinco minutos, depois deixam de lado. Enquanto isso, crianças e jovens sofrem vendendo seus próprios corpos nas esquinas, postos e bares. Sem lugar para ir, sem dinheiro, sem a alegria que toda criança deve ter. Sonhos e a infância roubados sem ao menos terem um pouquinho disso. A realidade cruel das crianças que "não tiveram sorte na vida". Quando chegam a casa ou o que chamam de casa, talvez pensem na vida que poderiam ter se o mundo fosse melhor. E o governo? O que ele faz quanto a isso? Isso mesmo, nada! Como eles mesmos dizem "o país tem problemas maiores, esse não será um dos nossos principais assuntos no momento", crianças que são o futuro do nosso país deixadas de lado sofrendo nas mãos de homens sem decência alguma. Esse é o nosso futuro se o mundo continuar como está, crianças oferecendo o que têm em troca de dinheiro ou qualquer coisa que ajude à sua sobrevivência. As crianças de hoje são as que vão comandar o mundo amanhã e com todos os seus sofrimentos e raiva dentro de si guardados, um dia virão à tona e gradativamente o mundo ficará pior. Não só o governo, mas o povo também tem que mudar. Algo deve ser feito. O mundo não pode continuar como está. Giulia Andrade Oliva 3º lugar Turma 91 23 GRUPO 4 Pré 1, Pré 2 e Pré 3 Sociedade Mecanizada O vento que traz o frio de fora já não atinge os feridos de uma pele entorpecida sem esperanças. O furo da bala que percorre a parede se tornou enfeite e já não amedronta mais. O tempo passa, o ponteiro do relógio marca uma vida corrida e a rotina que anseia por mudanças não espera. Diante disso, o homem se encontra em um canto encolhido, em busca de desculpas que lhe gerem respostas como companhia. Porém a única companhia que consegue é a própria acomodação. Em uma sociedade moderna não há tempo para reflexão. “Tempo é dinheiro” e o dinheiro, por mover o mundo, anula qualquer forma de opinião. O ser humano se torna um indivíduo influenciável, perdendo uma luta por seus direitos em troca de um copo d'água e pão que matem sua fome de sobrevivência, e, assim ele se acomoda em uma rotina disfarçado de vida. O medo de um futuro desconhecido anula os desejos que ainda não lhe foram concedidos. A esperança ficou esquecida em meio a um passado frustrado. E o homem? Continua encolhido em seu canto. O futuro não traz a solução para todos os problemas, então recorre-se a Antiguidade. O “ultrapassado” ideal de que a vontade de Deus prevalece e o destino a Ele é concebido, retorna ao século XXI como mais uma forma de confortar os erros cometidos pelo homem. Além disso, surge um novo vocabulário no “dicionário do conforto”: o Karma, visto como algo vindo de vidas passadas. Pior que viver pensando em vidas que já foram finalizadas, são aqueles que vivem pensando em vidas que virão após a morte. Com isso, a vida que importa no presente é deixada de lado. A modernidade não é sinônimo de inteligência, muito menos de revolução. Revolução ocorreu em séculos passados com a conquista da mulher na sociedade, a democracia na política, a luto de classes que gerou igualdade. Não foi a conquista da Internet que tornou a população mais interessada em mudanças, mas foi a tecnologia vinda do capitalismo que formou uma sociedade mecanizada. Monique Castelo Branco Roque 1º Lugar Turma Pré II 27 A Madrugada O único som que se ouvia, em uma grande cobertura de um prédio qualquer na Lagoa, era o som de duas respirações entrecortadas. Os cacos de vidros espalhados pelo chão, as garrafas de bebidas vazias e as roupas rasgadas no meio da sala formavam um ambiente caótico, que era complementado por duas figuras distintas, mas igualmente transtornadas, sentadas em lados opostos da sala. – Eu sinto muito, eu não queria que fosse assim. – O homem tinha grandes olheiras, além do nariz vermelho pelo choro e a cara inchada pelos tapas daquela que um dia fora seu mundo, seu tudo. – Mas eu não podia continuar com essa farsa. Eu não te amo mais. De tudo que fora dito naquele cômodo, foram aquelas as palavras mais difíceis de se ouvir. O aniversário de casamento dos dois seria no sábado e apesar de todos os problemas, a mulher ainda tinha esperança de que pudessem recuperar aquela paixão arrebatadora de quando se casaram. – Eu passei a madrugada pensando, me perguntando onde erramos, se poderíamos ter feito algo diferente. – A expressão de derrota no rosto da mulher era torturante. A maquiagem borrada pelas lágrimas já secas, os cabelos loiros, antes presos em um coque perfeitamente alinhado, agora já desarrumados, refletiam a batalha que a loira travava internamente. – E eu cheguei a conclusão de que a culpa foi minha! Eu abandonei todos os meus sonhos, porque foi mais fácil. Era mais confortável ser sua mulher, ser a mãe dos seus filhos. As lágrimas agora caíam incessantemente pelo rosto daquela mulher tão vulnerável e tão forte ao mesmo tempo. – Eu acabei com as nossas chances no momento em que eu me anulei. Continuou e com um nó na garganta se levantou de onde passara a madrugada e abraçou o antigo marido, agora amigo e sussurrou: Eu te devo obrigada! Eu não teria a coragem de fazer isso, agora eu não tenho desculpa. Eu vou atrás dos meus sonhos. Pegando a sua bolsa, ela se encaminhou para a saída. E naquele momento, prometeu a si mesma que nunca mais se anularia. Yasmin Bonaparte Martins D' Elly 2º Lugar Turma Pré I 28 Marionetes Modernas A sociedade sempre viveu no seu ritmo, levando o seu cotidiano de acordo com a própria necessidade e controlando o modo como as coisas estão. Com a chegada da Revolução Industrial, esse controle começa a ser perdido, a sociedade entra num ritmo dinâmico que ela mesma não consegue acompanhar. Na Era Moderna, isso foi ainda mais intensificado, até chegar a um ponto em que as pessoas se conformam com isso, tornando-se escravos da própria rotina. Um dos motivos para essa acomodação é a questão do dinheiro. As pessoas, submetidas ao sistema capitalista, têm fixadas as ideias de que o “dinheiro é tudo” e “vale qualquer sacrifício para obtê-lo dinheiro” e então sacrificam boa parte da qualidade de vida para conseguir se manter no sistema. Mesmo quando estão cientes dessa submissão, as pessoas preferem se acomodar, criando um ciclo vicioso: mais problemas e desigualdades, proporcionando a estagnação. Outro fator importante é o tempo. Na era moderna, a sociedade viu o tempo diminuir e a necessidade dele aumentar. De repente parece que 24 horas são insuficientes para se fazer tudo. Então obrigam as pessoas a criar um horário muito apertado, no qual parar para respirar é um luxo que poucos possuem. A sociedade não vê o tempo passar, não apenas por causa da sua velocidade, mas também porque fazer isso atrasaria um cronograma. O conformismo é uma consequência do modo submisso de viver. Modo esse imposto desde a Revolução Industrial. Logo, só é possível revertê-lo quando o incorfomismo manifesta-se não com palavras, mas com atitudes. Portanto, quando essa ideia torna-se, enfim, coletiva. Lucas Ribeiro da Silva 3º lugar Turma Pré II 29 Prêmio de edição Poetando os Animais Ele é muito brincalhão Corre, come e dorme Sempre passa em vão Com brinquedo ou não Já dá para saber, ele é o cão. O próximo é o coala Cabe até dentro de uma mala Não tem cara de fingido E é muito divertido Só tem uma coisa ruim: ele não fala. Esse é preto e branco Quase nunca se vê manco Também é muito fofo E até onde eu sei odeia mofo Não gosta muito de quem manda Ele é o panda. Letícia Martins Cunha de Aragão Turma 52 33 Uma Viagem ao Mundo Animal Existe um animal Chamado leão, Ele é o maioral É o rei da floresta Tem muito alto astral. Tem uma ave que é linda, É o bem-te-vi, E é sempre bem vinda Tem belas asas Dá até para botar uma fita. A baleia é bem grande, Tem vários tipos, Mas não tem amante. Ela é bem bonita, Pode até engolir um diamante. Yasmin Lima e Souza Tuma 52 34 Copo de Amor Caí em um copo de amor Que pela pureza me transmitiu paz, o que me lembrou minha infância. Ah, que saudade! Como era bom ser criança. Penso que ser criança era bom, mas nada como ser adolescente. Amores, ídolos, amigos e curtição. Um mundo sem limites a descobrir onde tudo depende só de imaginação. Com meu vestido vermelho colori o leite, leite que não tinha fim. Alguém o bebeu e fui parar longe de mim. Deslizei, desvirei e por ali parei em frete a uma máquina vermelha. Uma máquina que fazia um barulho estranho, algo parecido com "tum tum", repetidamente. Percebi depois que era um coração muito contente. Só soube sorrir. Descobri que era meu próprio coração. Um coração apaixonado parece até arco-íris que deixa cor por onde passa. Encontrei um garoto branco, parecido com a cor do leite. Mostrei-lhe meu coração que o deixou no mesmo estado, colorido e apaixonado. Acordei na realidade. Tudo não passou de um sonho Lindo e encantador Bem coisa da idade um sonho cheio de amor. Lara Barbosa Moreira da Silva Turma 91 35 Tempo Quando era criança vivia tranquilamente, tão jovem tão inocente tinha a maior virtude dessa idade: ingenuidade. Minha infância durou pouco, a melhor fase da vida se despedaçou pela raiz... Os anos se foram a vida passou o que ficou para trás o tempo levou... Uma dor que fica, Que você leva para além da vida. Essa transição infância e adolescência é fase de descobrir. Tentando manter os pés no chão... Parece impossível viver sem cair em tom de depressão. Você cresce, Seu corpo muda. A busca infeliz continua para ser feliz. Vai passar essa idade... Então, que venha a eternidade. Luca Dias Belmonte Turma 73 36 Era Bom Ser Criança Quando criança Eu queria crescer. Agora já grande, Quero voltar a ser criança. É chato ter muitas responsabilidades “Faça isso, faça aquilo...” Tudo sou eu! O mais engraçado são os adultos, Sempre mudam de opinião, Para uma coisa somos grandes demais E para outra somos muito pequenos! Como assim? Grandes ou pequenos? Outra coisa são os pais pagando mico! Meu pai ainda acha que eu sou Um bebezinho As vezes ele me chama de princesinha do papai! Pode isso? Pena que o tempo não volta, Seria tão bom ser criança novamente. Rani Delecrodi Leonardo Pereira Turma 61 37 A Vida Não é Um Sofá Ao andar pelas ruas é possível perceber, por baixo de cada um que a preguiça reina, a acomodação é iminente. Seja por falta de instrução ou não, ser indiferente é comum. Todos buscam usufruir de uma vida acomodada e sem responsabilidades. A anulação chega com o tempo. O rico não se preocupa com coisas mínimas e o pobre com as essenciais. A humildade e a “pobreza” parecem estar ligadas a tal acomodação. O pobre não questiona, ele aceita. Ao entender isso, conclui-se que tudo se relaciona ao contexto atual da sociedade, principalmente a anulação pessoal. Ao analisar o que a maioria busca, percebe-se que o capitalismo traz isso como uma forma de realização social. Entretanto não se deve ligar o dinheiro a cem por cento dos casos. Os conjuntos de valores sociais trazidos pela nossa sociedade são feitos para segregar, remover o senso crítico. Daí é que surge a eminência da acomodação. Conclui-se, então, que embora eminente, a anulação é um erro imenso. O senso crítico de cada um deve ser mantido e renovado constantemente. O ser humano absorveu tanto esses “valores” modernos, que tudo se tornou normal, suportável. No fundo, isso já está na alma. Caio Coelho Caser Lopes Turma Pré III 38 Evas e Afrodites Desde os primórdios da sociedade, a mulher foi retratada como uma figura submissa ao homem. Ao mesmo tempo, tanto na mitologia grega quanto na Bíblia, a mulher era caracterizada como um ser sensual, persuasivo e ambicioso. Essa imagem se assemelha à figura da mulher contemporânea. Na sociedade atual, tem-se ilustrado a mulher como independente, forte e capaz de realizar qualquer atividade que um homem realiza. Porém, mesmo com a bandeira feminista no alto do mastro, ainda existem divergências entre gêneros. Na teoria, independente do sexo, todos os indivíduos são iguais perante a lei. Na prática, até nos dias de hoje, uma mulher que exerce a mesma função de um homem tende a ganhar menos do que ele. Essa ditadura machista demora muito tempo até ser derrubada. E só é derrubada a partir de grandes manifestos para levantar tabus, como a regularização do aborto e questões relativas ao estupro. Um grupo internacional ativo até hoje é o Femen, famoso pela nudez de suas manifestantes. Portanto, o preconceito contra o sexo feminino ainda se mostra presente nos dias de hoje e, mais do que nunca, precisa ser combatido. Policiais, professoras, médicas ou mães, não importa sua função, as mulheres devem ser respeitadas e valorizadas. Principalmente no Brasil, que é governado por uma mulher. É ultrajante o fato de ainda haver uma parcela machista na população. Afinal, nem mesmo os homens nasceriam se não fossem as mulheres. João Pedro Castro Amora Turma Pré II 39 O Aconchego do Capitalismo O ritmo acelerado que se instalou no mundo após a industrialização modificou profundamente a vida do homem moderno. Antes havia tempo para apreciar os bons momentos com a família e os amigos, agora há a necessidade de produzir. Isso limitou o tempo do homem, o que fez com que ele perdesse a capacidade de livre arbítrio. Essa escravidão ideológica é, portanto, decorrente do sistema capitalista, em que o indivíduo fica dependente do capital. A dependência ocorre, pois quem tem o capital é quem dita as relações e valores sociais. Para se manter dentro da sociedade, muitos optam por trabalhar incessantemente e acabam por se alienar. Apesar de ser negativa, a alienação do homem é o que mantém o capitalismo vivo. Caso as pessoas tomassem ciência do que ocorre realmente ao redor delas, a acomodação criada para manter a ordem no sistema teria uma diminuição suficiente para que houvesse mudanças na sociedade. Logo, a acomodação é resultado da necessidade de se continuar com o capitalismo, e enquanto a mídia continuar divulgando os ideais do capital, o homem não irá recuperar o livre arbítrio para questionar as desigualdades existentes. Se não houver o questionamento, não será recuperado o tempo perdido. Victor Freitas Turma Pré III 40 Agradecimentos Ana Carolina Conceição Mattos Estrela do Carmo Ramos Rodrigues Fabio de Carvalho Silveira Batista Ludwig Ferreira de Araújo Marcela Ferreira Schincaglia Rogério dos Santos Melo Sergiana Maria da Silva Marques 42 escola 2013 44