Taxonomia da família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida
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Taxonomia da família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida
Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS TAXONOMIA DA FAMÍLIA HESIONIDAE GRUBE, 1850 (ANNELIDA: POLYCHAETA) DA COSTA DA PARAÍBA JAILMA FARIAS DA COSTA Orientador: Dr. Martin Lindsey Christoffersen JOÃO PESSOA/PB 2013 1 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba JAILMA FARIAS DA COSTA TAXONOMIA DA FAMÍLIA HESIONIDAE GRUBE, 1850 (ANNELIDA: POLYCHAETA) DA COSTA DA PARAÍBA Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. Orientador: Dr. Martin Lindsey Christoffersen JOÃO PESSOA/PB 2013 2 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba JAILMA FARIAS DA COSTA TAXONOMIA DA FAMÍLIA HESIONIDAE GRUBE, 1850 (ANNELIDA: POLYCHAETA) DA COSTA DA PARAÍBA BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Prof. Dr. Martin Lindsey Christoffersen (Orientador) Depto. Sistemática e Ecologia / CCEN / UFPB – Campus I _______________________________________ Msc. André Souza Santos (Examinador) Depto. Sistemática e Ecologia / CCEN / UFPB – Campus I _______________________________________ Dr. José Eriberto de Assis (Examinador) Depto. Sistemática e Ecologia / CCEN / UFPB – Campus I JOÃO PESSOA/PB 2013 3 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba A meus pais, João Gomes e Maria de Fátima, pelo amor, incentivo e apoio em toda minha vida. iv4 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba AGRADECIMENTOS Primeiramente à Deus por me conceder perseverança, saúde, força e coragem durante a realização deste trabalho e sempre, por tudo que Ele tem feito e faz na minha vida, mediante a intercessão diária da Mãe Santíssima que sempre me protegeu de todo e qualquer mal. À minha família, que é a minha base, minha fortaleza, e o meu porto seguro de todos os dias, em especial aos meus pais João Gomes e Maria de Fátima, por tudo que me ensinaram, pelo amor incondicional, por estarem sempre do meu lado incentivandome a lutar pelos meus objetivos e por confiarem sempre na minha capacidade e torcerem pelo meu sucesso. Eu tenho muita sorte de tê-los como meus pais!! E ao meu querido irmão Jailson Farias, pela motivação e companheirismo sempre. Ao meu Orientador, Dr. Martin L. Christoffersen, pela confiança, conselhos e auxílio em todo o decorrer deste trabalho. Ao meu Co-orientador André S. Santos, por aceitar me co-orientar, dedicando grande parte do seu tempo em me instruir, questionar e discutir os meus resultados. Agradeço pela paciência, pelos “puxões de orelha”, singularmente importantes e pela formação proferida a mim, indispensável para a realização deste trabalho. À professora Dra. Carmen Alonso, por me apresentar à beleza da fauna bentônica (com ênfase nos poliquetos) fazendo-me descobrir a admiração ímpar que tenho por estes animais, e pelos valiosos ensinamentos e orientação durante o tempo que fui sua estagiária. Aos professores da Graduação, por todo o conhecimento imprescindível que adquiri durante o curso para a minha formação acadêmica. Aos poliquetólogos Eriberto de Assis, Rafael Brito e Amanda Mattos pelas contribuições, dicas e apoio a fim de engrandecer o meu trabalho. E aos outros colegas do LIPY pelos momentos agradáveis, diálogos científicos (na hora do cafezinho) e críticas construtivas que ajudaram a edificar os meus conhecimentos. 5v Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba À mestranda Danielle Lopes, do Laboratório de Comunidades Marinhas da Universidade Federal de Pernambuco, por disponibilizar alguns lotes de espécimes com a finalidade de enriquecer a amplitude do meu trabalho. À Universidade Federal da Paraíba, pela estrutura fornecida. Aos amigos da turma 2007.2 e aos demais da Biologia, que me proporcionaram momentos de alegria e descontração nas horas vagas. Às amigas de Graduação Rosiene Paulino, Rousier Paulino, Glória Vieira, Lívia Moura e Mayanne Alves, pelos momentos divertidíssimos compartilhados, pelo apoio, carinho e amizade, à amiga Soraia Fernanda, pelas inúmeras ajudas, pela atenção, amizade e companheirismo. Às amigas Elma Lima, Angélica Muniz, Natália Cândido e Yohanna Klafke pelos momentos alegres e proveitosos que passamos juntas. Aos amigos Pe. Liginaldo Miguel, Samuel Aragão, Euclides Neto e principalmente Germana Gomes, pela amizade, atenção, conselhos, e por me acalmar quando eu pensava que algo não ia dar certo. A todos os amigos do EJC da Paróquia São João Batista, e do Ministério de Música do EJC, da Paróquia Sant’Ana, por entenderem as minhas ausências nas reuniões e ensaios. Aos queridos amigos Emanuel Gomes (Manu) por sempre resolver os meus “pepinos” quando eu o chamava sem procrastinar meus pedidos. Aos amigos Rogério Monteiro, Luciano Flávio (Coxinha) e Roberto Luiz, pelo carinho, amizade e estarem sempre prontos a me ajudar. À amiga Uélida Dantas (Irmãzinha) pelo incentivo, apoio e doce amizade. Aos amigos Matheus Alves, Mariana Alves, Michely Alves e Isonete Alves, pelo carinho, preocupação e incentivo. Aos amigos Alan Souza, Joseane Viana, Heidy Lúcia, Maria Amélia e Joalison Viana pelos momentos alegres e divertidos. Aos amigos do Mercado Central por vibrarem a cada vitória conquistada. A todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização deste trabalho. 6 vi Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba RESUMO A família Hesionidae é composta por pequenos animais cilíndricos ou achatados dorso-ventralmente de corpo homogêneo. O prostômio é retangular ou oval provido de 2 ou 3 antenas, e 2 palpos prostomiais bi-articulados, além de 2-8 pares de cirros tentaculares nos primeiros 1-4 segmentos e órgãos nucais presentes. A faringe é muscular e eversível. Os parapódios são bem desenvolvidos. As brânquias são ausentes. As notocerdas, quando presentes, são simples. As neurocerdas são compostas. As lâminas variam em comprimento. O pigídio é cilíndrico e carrega um par de cirros anais. O objetivo geral deste trabalho é identificar as espécies da família Hesionidae e consequentemente ampliar o conhecimento da riqueza faunística dos poliquetos da costa da Paraíba. O material estudado se encontra depositado na CIPY/UFPB, as amostras são originadas de coletas realizadas em 07 praias do litoral paraibano e em 10 praias de outros estados nordestinos como Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. O material foi coletado desde a década de 80 até os dias atuais nas zonas entremarés e infralitoral. Toda a coleção de hesionídeos foi restaurada, e foi realizada uma verificação das etiquetas, e da identificação dos lotes. Os lotes que eram de outras famílias foram re-organizados e os hesionídeos forma identificados ao nível de espécie. Duas espécies foram identificadas agrupadas em 2 gêneros: Hesione splendida e Oxydromus pugettensis. Foram observadas variações morfológicas e uma hipótese de dimorfismo sexual foi levantada para Hesione splendida. Palavras-chave: Annelida, Polychaeta, Hesionidae, Taxonomia. 7 vii Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba ABSTRACT The family Hesionidae is composed by small animals, which have a homogeneous, cylindrical or dorso-ventrally flattened body. The prostomium is rectangular, quadrangular or oval, provided with 2 or 3 antennae, and 2 prostomial, biarticulated palps. Furthermore, there are 2-8 pairs of tentacular cirri in the first 1-4 segments and nuchal organs are present. The pharynx is muscular and eversible. The parapodia are well developed. The branchiae are absent. The notochaetae, when present, are simple. The neurochaetae are compound. The blades vary in length. The pygidium is cylindrical and carries a pair of anal cirri. The overall goal of this work is to identify the species of the family Hesionidae and consequently to increase our knowledge of the faunal richness of polychaetes along the coast of Paraíba. The material studied is deposited in CIPY/UFPB. Samples are derived from collections made in seven beaches of Paraíba and in 10 beaches in other states of northeastern Brazil, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco and Alagoas. The material was collected from the 80’s to the present days in intertidal and subtidal zones. The entire collection of hesionids was restored, with an inspection of labels, and identification of lots. Lots of other families were re-organized and hesionids were identified to species level. Two species were identified and grouped into two genera and species: Hesione splendida and Oxydromus pugettensis. Morphological variations were observed and a hypothesis of sexual dimorphism was proposed for Hesione splendida. Key-words: Annelida, Polychaeta, Hesionidae, Taxonomy. 8 viii Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba LISTA DE FIGURAS Figura 01 Representação esquemática de um hesionídeo...............................................05 Figura 02 Mapa do litoral paraibano com os respectivos locais de coleta......................19 Figura 03 Representação esquemática de Hesione splendida Savigny (in Lamarck,1818) e de suas respectivas estruturas.......................................................................................36 Figura 04 Vista dorsal do prostômio e dos 6 primeiros setígeros de Hesione splendida Savigny (in Lamarck, 1818) com padrão de coloração frequente...................................38 Figura 05 Vista dorsal do prostômio e dos 5 primeiros setígeros de Hesione splendida Savigny (in Lamarck, 1818) com padrão de coloração distinto......................................39 Figura 06 Representação esquemática de Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901).......55 9 ix Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba LISTA DE TABELAS Tabela 01 Lista de gêneros da costa brasileira e seus respectivos caracteres..................13 Tabela 02 Lista de espécies registradas para a costa brasileira.......................................15 Tabela 03 Quantificação e localidade dos espécimes analisados que se encontram depositados na Coleção de Invertebrados Paulo Young, UFPB......................................20 Tabela 04 Check list dos táxons identificados.................................................................24 10 x Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................1 1.1 Classe Polychaeta........................................................................................................1 1.2 Família Hesionidae......................................................................................................2 1.3 Histórico taxonômico..................................................................................................6 2 OBJETIVOS.................................................................................................................14 2.1 Objetivo geral............................................................................................................14 2.2 Objetivos específicos.................................................................................................14 3 MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................17 3.1 Análises do material..................................................................................................17 3.1.1 Morfologia externa, exemplares vivos...................................................................17 3.1.2 Morfologia externa, exemplares fixados................................................................17 3.1.3 Morfologia externa, exemplares para fotografia....................................................18 4 GLOSSÁRIO................................................................................................................22 5 RESULTADOS............................................................................................................24 5.1 Taxonomia.................................................................................................................25 5.1.1 Subfamília Hesioninae............................................................................................25 5.1.2 Subfamília Ophiodrominae.....................................................................................42 6 DISCUSSÃO GERAL..................................................................................................59 7 CONCLUSÕES............................................................................................................60 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................61 11 xi Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 1 INTRODUÇÃO 1.1 Classe Polychaeta Os poliquetas constituem um dos grupos de metazoários mais frequentes e abundantes na fauna bentônica marinha. Englobam atualmente mais de 10.000 espécies (Rouse & Pleijel, 2001). A classe Polychaeta é ainda um dos grupos dominantes, juntamente com moluscos e crustáceos em ambientes da plataforma continental e de fundos oceânicos mais profundos (Grassle & Maciolek, 1992). Estes animais são predominantemente marinhos, alguns vivem em águas salobras e uns poucos em água doce (Brusca & Brusca, 2007), mas foi no mar que eles conquistaram diversos habitats (Amaral & Nonato, 1981), estando presentes em uma gama de substratos como, por exemplo, em cascalho, sobre pedras, rodólitos, enterrados na areia, dentro de rochas, esponjas, algas e ascídias. A classe Polychaeta é composta por vermes cilíndricos, segmentados, portando um par de parapódios por segmento, com numerosas cerdas e um estágio larval com larva trocófora livre e natante. O prostômio e peristômio frequentemente têm órgãos sensoriais como palpos, tentáculos e cirros. O corpo é formado por três regiões: a região pré-segmentada, a qual contém o prostômio e peristômio, o tronco segmentado, geralmente portando cirros, brânquias e cerdas, e uma região pós-segmentada pigidial, onde se situa o ânus. (Fauchald & Rouse, 1997; Paiva, 2006; Brusca & Brusca, 2007). A reprodução dos poliquetos é sexuada e geralmente os sexos são separados (Amaral & Nonato, 1981). Este grupo inclui 87 famílias tradicionalmente separadas em duas subclasses, Errantia e Sedentaria, criados por volta de 1830 (Audouin & MilneEdwards, 1834; Quatrefages, 1866; Brusca & Brusca, 2007), baseadas na morfologia e hábito de vida destes animais. Os poliquetos são importantes sob vários aspectos, dentre eles, por constituir fonte de alimento valiosa para muitos organismos marinhos, inclusive muitas espécies de interesse comercial como peixes de fundo e crustáceos que têm nos poliquetos um dos principais itens da sua dieta, podendo contribuir com até 80% do volume de alimento ingerido pelas espécies de peixes, inclusive de importância econômica (Amaral & Migotto, 1980; Amaral & Nonato, 1981; Petti et al., 1996). Entre as funções exercidas pelos poliquetos estão a remineralização de nutrientes, que são fonte de 1 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba alimento para aves marinhas em regiões entre-marés durante os períodos de maré baixa (McLusky, 1989; Burder et al., 1997; Schneider & Harrington, 1981) e serem excelentes bioindicadores de poluição, porque alguns táxons são extremamente resistentes à poluição marinha, especialmente àquela causada por esgotos orgânicos (Reish, 1979). É importante lembrar que apenas a ocorrência de espécies bioindicadoras não pode ser considerada como indicação de condições de poluição, mas sim uma predominância dessas espécies associadas a uma pobreza ou redução na abundância das demais espécies (Paiva, 2006). Este grupo conquistou vários nichos ecológicos, podendo ser tubícolas, errantes, cavadores, parasitas, comensais, intersticiais ou plantônicos (Brusca & Brusca, 2007). Os poliquetos possuem uma vasta variedade de hábitos alimentares, desde carnívoros, herbívoros, onívoros até suspensívoros ou detritívoros. Revisões gerais sobre a diversidade e função dos poliquetas em comunidades bentônicas de fundos inconsolidados, independentemente da profundidade, apontam este grupo como, geralmente, o mais abundante neste tipo de comunidade (Day, 1967a; Knox, 1977; Fauchald & Jumars, 1979; Hutchings, 1998). Portanto, pode-se dizer que a grande diversidade de formas e hábitos alimentares garantiu sua distribuição em praticamente todos os habitats marinhos, permitindo serem encontrados desde a zona entre-marés até a zona hadal, nos diversos tipos de substrato (Day, 1967a; Santos, 1996). 1.2 Família Hesionidae Os hesionídeos constituem um grupo de aproximadamente 142 espécies agrupadas em 27 gêneros. Estes animais são pequenos anelídeos poliquetos errantes comumente encontrados desde a zona entre-marés a grandes profundidades (Ueberlacker, 1984). Habitam superfícies rochosas, recifes de corais e fundos heterogêneos e um grande número é proveniente de águas quentes (Fauchald, 1977; Morgado & Amaral, 1984; Rizzo, et al., 2011; Jarvis, 2011). A família também tem representantes em habitats mais incomuns como fontes hidrotermais e hidratos de metano congelados em fontes frias (Jarvis, 2011). Possui espécies tanto na infauna quanto na epifauna. Como exemplo, algumas das formas maiores, como Hesione e Leocrates são comuns nos recifes de corais. Já os menores, como os representantes do 2 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba táxon Microphthalminae, são principalmente intersticiais (Ueberlacker, 1984; Rizzo, et al., 2011). Os representantes da família Hesionidae são errantes e a maioria deles é carnívora (Wilson, 2000), mas também há espécies detritívoras (Day, 1967; Fauchald e Jumars, 1979; Shaffer, 1979; Oug, 1980;). As espécies intersticiais se alimentam de diatomáceas, bactérias ricas em detritos, copépodes e foraminíferos (Hilbig, 1994). Alguns membros deste grupo podem ter hábito comensal com uma variedade de invertebrados, como outros poliquetos, crustáceos, sipúnculas, equinodermos (Pettibone, 1963; Westheide, 1982b; Hilbig, 1994; Rizzo, et al., 2011), briozoários (Morgado & Amaral, 1981) e moluscos (Ferreira & Magalhães, 2004; Martin et al., 2012). Outras espécies também podem apresentar uma relação de parasitismo (Rizzo, et al., 2011), ou ainda constituir comunidades de fital. São dióicos, mas algumas espécies, como Hesionides maxima Westheide, 1967, Microphthalmus sczelkowii Metschnikow, 1865 e Microphthalmus listensis Westheide, 1967, são hermafroditas, sendo Hesione splendida Savigny (Lamarck), 1818 um hermafrodita protândrico (Schroeder & Hermans, 1975; Ueberlacker, 1984). Pequenos hesionídeos intersticiais têm estratégias reprodutivas que incluem a cópula. As espécies maiores se tornam maduras sexualmente em cerca de dois anos de idade e podem gerar mais de uma vez. As larvas são planctotróficas ou lecitotróficas e podem permanecer no plâncton por até dois meses (Jarvis, 2011). Os representantes dessa família apresentam corpo homogêneo, medindo cerca de 2-75 mm, e podem ter um número fixo de setígeros (por exemplo, Hesione Lamarck, 1818, Leocrates, Kinberg, 1866 e Dalhousiella McIntosh, 1901 que têm apenas 16) ou variável até cerca de 60 setígeros. Os hesionídeos possuem o prostômio oval, quadrangular ou pentagonal; portam um par de antenas laterais dorsais (como no gênero Hesione Lamarck, 1818) que pode vir acompanhada de uma antena mediana em algumas espécies; essa estrutura, quando presente, pode estar inserida frontalmente, como no táxon Oxydromus pugettensis Grube, 1855 e Podarkeopsis Laubier, 1961, dorso-anteriormente, como em Amphiduros Hartman, 1959 e Gyptis Marion & Bobretzky (in Marion, 1874), ou inserida na região dorso-posterior como em Sirsoe Pleijel, 1998; ceratóforos podem estar presentes ou 3 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba ausentes; um tubérculo facial pode estar presente em algumas espécies (Hilbig, 1994; Pleijel, 1998; Pleijel, 2001; Jarvis, 2011). Dois pares de olhos com lentes (ausentes em algumas espécies que vivem em grandes profundidades) e um par ventral de palpos biarticulados (com exceção dos gêneros Hesione Lamarck, 1818, que possui palpos completamente reduzidos e Wesenbergia Hartman, 1955, que possui palpos monoarticulados) (Pleijel, 1998). Os órgãos nucais podem ser vistos como sulcos ciliados ao longo da margem dorso-posterior do prostômio; os segmentos tentaculares assetígeros são fundidos ao peristômio ventralmente em torno da boca e dorsalmente também (Jarvis, 2011). A faringe é muscular e eversível, com margem lisa, papilosa ou com fímbrias; estas papilas podem ser numerosas, poucas, ou ausentes; alguns gêneros, como Hesiolyra Blake, 1985 e Hesiospina Imajima e Hartman, 1964, possuem uma faringe com papilas dispostas em anéis ou grupos espalhados sobre a superfície; mandíbulas são geralmente ausentes, mas podem ser encontradas em alguns táxons, como Leocrates Kinberg, 1866, Hesiospina Imajima e Hartman, 1964, Hesiolyra Blake, 1985, Syllidia Quatrefages, 1865 e Nereimyra Blainville, 1828 (Ueberlacker, 1984, Hilbig, 1994; Jarvis, 2011). Presença de 2-8 pares de cirros tentaculares nos primeiros 1-4 segmentos assetígeros, que podem ser articulados, enrugados ou lisos; os segmentos posteriores são setígeros que possuem cirros dorsais (semelhantes aos tentaculares, mas um pouco menores) e ventrais (geralmente mais curtos que os dorsais) montados em cirróforos (Ueberlacker, 1984; Hilbig,1994; Pleijel, 1998). Os parapódios podem ser birremes, sub-birremes ou sesquirremes, e pode haver de 1-4 acículas em cada ramo parapodial (Hilbig, 1994; Hilbig, 1997; Parapar et al., 2004; Jarvis, 2011). As notocerdas, quando presentes são simples e geralmente em número reduzido, podendo ser capilares, furcadas, em forma de ganchos ou pectinadas (Hilbig, 1994; Jarvis, 2011). As neurocerdas são compostas, falcígeras, uni-bidentadas ou espinígeras, com lâminas de comprimento variável, geralmente com um dente subapical ou bainha presente; podem ocorrer algumas neurocerdas simples (Hilbig, 1994; Jarvis, 2011). As brânquias estão presentes apenas na espécie Hesiobranquia lifouensis Ruta & Pleijel, 2006. 4 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba O pigídio porta um par de cirros e pode ser cilíndrico (papilas anais podem estar presentes) ou possuir uma lamela anal achatada (Ueberlacker, 1984; Hilbig, 1994). celt ol pr al pp cert cirt cilt cd pr Figura 01. Representação esquemática de um hesionídeo; al = antenas laterais; pr = prostômio; ol = olhos; pp = palpos; celt = ceratóstilo; cert = ceratóforo; cilt = cirróstilo; cirt = cirróforo; pr = parapódio; cd = cerdas. 5 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 1.3 Histórico taxonômico 1776- O primeiro hesionídeo foi descrito por Müller (1776) como Nereis punctata em um estudo das faunas da costa da Dinamarca e Noruega, porém a posteriori foi chamado de Nereimyra punctata Blainville, 1828 (Pleijel, 1998). 1818- Lamarck (1818) descreveu um novo gênero chamado Hesione, obtendo como espécie-tipo Hesione splendida Savigny (Lamarck), 1818. 1826- Risso (1826) descreveu a espécie Hesione pantherina, reportada para o Sul da Europa. 1850- O termo “Hesionea” foi introduzido por Grube para designar a atual família conhecida como Hesionidae, que incluía três gêneros: Hesione Lamarck, 1818, Psamathe Johnston, 1836 e Castalia Savigny, 1822 (Pleijel, 1998). 1862- O gênero Ophiodromus é descrito por Sars (1862) (atualmente é aceito como sinônimo com Oxydromus Grube, 1855). 1864- Ehlers (1864) incluiu os hesionídeos, juntamente com dez outras famílias de poliquetos errantes, na ordem Nereidea. Dentro da família Hesionidae, Ehlers reconheceu oito gêneros: Hesione Lamarck, 1818, Psione Grube, 1857 (atualmente designada para outra família), Orseis Ehlers, 1864 (posteriormente sinonimizada por Pleijel (1998) em Ophiodromus Sars, 1862, e atualmente recebe o nome de Oxydromus Grube, 1855), Podarke Ehlers, 1864, Oxydromus Grube, 1855 e Ophiodromus Sars, 1862 (atualmente se sabe que os dois últimos táxons citados são sinônimos) (Pleijel, 1998). Ehlers descreveu Orseis pulla como espécie-tipo para Orseis, baseada em espécimes que estavam em estágios ontogenéticos não adultos, pois se sabe que as características que Ehlers atribuiu são encontradas na ontogenia de hesionídeos, que já são conhecidos na literatura (Blake, 1975a; Haaland & Schram, 1982,1983; Schram & Haaland, 1984). Posteriormente Ehlers concordou com Fauvel (1923) e Blake (1985) que este material era baseado em espécimes juvenis. A antena mediana situada anteriormente, a forma e o comprimento das mesmas, palpos, cirros e alguns parapódios sesquirremes sugerem que a espécie pertence ao gênero Oxydromus (Pleijel, 1998). 1866- Quatrefages (1866) reconheceu 10 gêneros para a família Hesionidae, porém 6 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba destes, apenas 4 eram incluídos por Ehlers (Pleijel, 1998). Quatrefages (1866) descreveu o gênero Mania baseado na espécie tipo Podarke agilis Ehlers, 1864 que atualmente é considerado membro de Oxydromus. Porém, Hartman propôs a sinonímia de Podarke agilis com Ophiodromus agilis em 1965. Consequentemente Mania é sinônimo de Oxydromus (Pleijel, 1998). 1878- Grube (1878) descreveu o gênero Irma, porém não designou nenhuma espécietipo para o táxon. De acordo com Pleijel (1998), a análise dos espécimes das duas espécies que foram incluídas no gênero Irma Grube, 1878 são semelhantes aos representantes do gênero Oxydromus. 1882- Czerniavsky (1882) descreveu o gênero Schmardiella baseado na espécie-tipo Cirrosyllis didymocera Schmarda, 1861. Não existe nenhum material-tipo atualmente, mas especula-se que a descrição de Schmarda se trata de uma espécie de Oxydromus. Consequentemente, Schmardiella é considerado um sinônimo de Ophiodromus (Pleijel, 1998). Giard (1882) descreveu o gênero Anoplonereis. Porém, de acordo com Pleijel (1998), este táxon é um possível sinônimo de Oxydromus, pois além da sua descrição sugerir um hesionídeo o número de antenas, número de cirros tentaculares e tipos de parapódios, combinados com o habitat comensal, faz com que este grupo apresente fortes indícios de que seja pertencente ao gênero Oxydromus. Fauvel (1923) considerou Anoplonereis herrmani um sinônimo de Oxydromus flexuosos, porém devido a perda do material-tipo a sinonimização não pode ser comprovada (Pleijel, 1998). 1900- Gravier (1900) elaborou uma árvore evolutiva com 10 gêneros considerados válidos, mas considerando alguns gêneros como ancestrais entre si, tornando difícil uma avaliação filogenética (Pleijel, 1998). 1908- McIntosh (1908) considerou às espécies-tipo dos gêneros Podarke e Oxydromus como sinônimos para Ophiodromus, sob o argumento de não apresentar distinções morfológicas claras (McIntosh,1908; Pleijel, 1998). Orthodromus foi descrito por Ehlers (1908) para a única espécie Orthodromus spinosus que, posteriormente, foi sinonimizada por Augener (1918) com Oxydromus. 1914- Southern (1914) observou que Oxydromus flexuosus Delle Chiaje, 1827, apresentava notocerdas ramificadas, discordando da literatura, que afirma que esta 7 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba espécie apresenta apenas notocerdas capilares. As análises de topótipos da região sul confirmaram a observação de Southern (Pleijel, 1998). 1921- Horst (1921) realizou uma revisão taxonômica da família e a agrupou em 15 gêneros e propôs vários sinônimos. 1923- Fauvel (1923), no trabalho Faune de France, reconheceu 14 dos 15 gêneros propostos por Horst (1921). 1925- Hessle (1925) descreveu o novo gênero Amphidromus com base em material coletado durante uma expedição japonesa, um gênero distinto dos outros hesionídeos com oito pares de cirros tentaculares, principalmente por ter uma tromba anteriormente lisa. Hessle (1925) também publicou algumas espécies novas (Pleijel, 1998). 1956- Banse (1956) realizou um trabalho sobre a ontogenia de Castalia punctata, atualmente aceito como Nereymira punctata (Müller, 1788). 1959- Hartman (1959) no seu “Catalogue of the Polychaetous Annelids of the World” renomeou Amphidromus, descrito por Hessle, para Amphiduros, sob o agumento de que a probóscide não é lisa como descrito na descrição original. As amostras apresentam o anel terminal da probóscide ciliado, com estruturas chamadas fímbrias. Okuda (Micropodarke, 1938), Hartman (Hesionella, 1939; Wesenbergia, 1955; Amphiduros, 1959; Hesiocaeca, 1965b), Pettibone (Parahesione, 1956; Parasyllidea, 1961), Imajima e Hartman (Hesiospina, 1964) adicionaram vários gêneros de hesionídeos, que foram sumarizados por Hartman (Pleijel, 1998). 1962a- Hartmann-Schröder (1962a) publicaram um trabalho voltado para o estudo ontogenético de poliquetos do Peru. 1962b- Hartmann-Schröder (1962b) realizaram um estudo taxonômico de importância, relevante para o estudo taxonômico mundial. 1963- Pettibone (1963) realizou um estudo significativo da fauna poliquetológica regional da Nova Inglaterra. 1967- Day (1967) produziu um trabalho contendo muitas informações de hesionídeos inseridos na fauna da África do Sul. 8 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 1971- Hartmann-Schröder (1971) agrupou a família em duas subfamílias: Microphthalminae e Hesioninae (Ueberlacker, 1984) baseados em espécimes do Norte da Europa. Bhaud (1971) realizou um trabalho sobre a fase larval de Oxydromus propinquus (Marion & Bobretzky, 1875). 1975- Blake (1975a) elaborou um trabalho ontogenético de 18 espécies de poliquetos errantes (incluindo hesionídeos) da costa norte da Califórnia. 1977- Fauchald (1977) agrupou a família Hesionidae na ordem Phyllodocida e subordem Nereidiformia e também incluiu 31 gêneros e aproximadamente 130 espécies de hesionídeos em seu trabalho (Fauchald, 1977; Pleijel, 1998). 1980- Hartman-Schröder (1980) desenvolveram um trabalho taxonômico dos poliquetas da costa noroeste tropical da Austrália. 1982- Campoy (1982) realizou um estudo da fauna poliquetológica baseado em espécimes do Sul da Europa. Haaland & Schram (1982) realizaram um estudo ontogenético baseado no desenvolvimento larval e na metamorfose de Gyptis rosea Marion, 1875. 1983- Haaland & Schram (1983) publicaram um trabalho a respeito do desenvolvimento larval e da metamorfose de Ophiodromus flexuosos (Delle Chiaje, 1827). 1984- Ueberlacker (1984) realizou um estudo de extrema importância para a fauna de poliquetas do Golfo do México. Schram & Haaland (1984) publicaram um trabalho ontogenético baseado na espécie Nereimyra punctata (Müller, 1788), onde é enfatizado o processo de cefalização. Perkins (1984) descreveu 4 novas espécies de hesionídeos: Heteropodarke lyonsi, Heteropodarke formalis, Kefersteinia haploseta e Podarkeopsis levifuscina. 1985- Foram descritos novos gêneros e espécies de Hesionidae oriundas do bentos de mar profundo (Blake 1985; Blake & Hilbig, 1990; Hilbig, 1994). 1990- Sordino (1990) realizou um estudo taxonômico para o sul da Europa, o qual possui significativas informações de hesionídeos. 1992- Hartmann-Schroder & Rosenfeldt (1992) contribuíram de forma indispensável 9 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba para o conhecimento taxonômico mundial (Pleijel, 1998). 1993- Pleijel (1993a) fez uma revisão taxonômica das espécies européias dos gêneros Amphiduros Hartman, 1959 e Gyptis Marion & Bobretzky (Marion, 1874) e Pleijel (1993b) também descreveu uma nova espécie de Gyptis, designada Gyptis crypta Pleijel, 1993 na costa leste dos EUA e fez a redescrição de Gyptis vittata Webster & Bento, 1887. 1994- Hilbig (1994) fez um significativo estudo da fauna regional de poliquetos em várias localidades, contendo significativas informações de hesionídeos para a California. 1994- Foi descrito um novo gênero e nova espécie de hesionídeo denominado de Sinohesione genitaliphora Westheide, Purschke & Mangerich, 1994, um poliqueto intersticial como o primeiro da família a possuir dimorfismo nos órgãos genitais externos. Westheide et al. (1994) descreveram uma nova espécie intersticial de Heteropodarke Hartmann-Schröder, 1962 encontrada em Xiamen na China (Westheide et al., 1994; Pleijel, 1998). Licher & Westheide (1994) realizaram um trabalho questionando a delimitação tradicional do grupo Hesionidae e sugeriram que Pilargidae constituísse um subgrupo dentro da família. 1998- Pleijel (1998) fez uma revisão taxonômica da família Hesionidae incluindo diagnoses de todos os táxons supra-específicos e acrescentou novas sinonímias para os mesmos, proporcionando uma melhor compreensão da taxonomia da família. Pleijel agrupou a família Hesionidae em três subfamílias: Hesioninae, Ophiodrominae e Hesiolyrinae. Hesioninae compreende as tribos Hesionini e Psamathini; Ophiodrominae compreende as tribos Gyptini e Ophiodromini; e Hesiolyrinae abrange apenas a espécie Hesiolyra bergi Blake, 1985. Dean (1998) descreveu a espécie nova Glyphohesione nicoyensis, proveniente do Golfo de Nicoya na Costa Rica. Pleijel e Dahlgren (1998) realizaram um trabalho discutindo a posição e delimitação filogenética de Chrysopetalidae e Hesionidae. Pleijel (1998) sinonimizou Orseis Ehlers, 1864, Schmardiella Czerniavsky, 1882, Oxydromus Grube, 1855 (quando Ophiodromus dava nome ao gênero), Podarke Ehlers, 1864, Mania Quatrefages, 1866 e Irma Grube, 1878 com Ophiodromus Sars, 1862, cuja espécie tipo é Oxydromus vittatus Sars, 1862, possivelmente Oxydromus flexuosus, como dito por Pleijel (1998). Pleijel (1998) refere10 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba se à Orseis pulla como nomen dubium devido ao fato da espécie-tipo estar em estado ontogenético jovem. Orseis Ehlers, 1864 é, portanto, considerado sinônimo de Oxydromus. Para Orseis grasslei Blake, 1985, Pleijel descreveu um novo táxon e fez de Orseis grasslei a espécie-tipo do gênero Sirsoe Pleijel, 1998, que é tratada por Pleijel como Sirsoe grasslei (Blake, 1985). Este gênero foi incluído na tribo Psamathini e é diagnosticado por apresentar uma antena mediana inserida dorsalmente e por ter olhos ausentes. 1999- Pleijel (1999) realizou uma revisão taxonômica do gênero Heteropodarke Hartman-Schörder, 1962. 2000- Pleijel & Rouse (2000) descreveram o táxon Capricornia encontrado no extremo sul da Grande Barreira de Corais. Westheide (2000) descreveu um novo gênero e espécie de hesionídeo intersticial designado Mahesia ammophila, encontrada em sedimentos de areia de um recife de corais nas Seychelles, Ilha de Mahé. 2001- Pleijel (2001) fez uma revisão do táxon Amphiduros Hartman, 1959. 2005- Pleijel & Rouse (2005) descreveram um novo gênero e uma nova espécie de hesionídeo encontrado na Grande Barreira de Corais, designado Lizardia hirschi e realizaram um estudo da biologia reprodutiva deste poliqueto. Lizardia hirschi Pleijel e Rouse, 2005 juntamente com Sinohesione genitaliphora Westheide, Purschke & Mangerich, 1994 e Capricornia Rouse & Pleijel, 2000, são os únicos poliquetos da família a apresentar dimorfismo nos órgãos genitais externos. 2006- A família Hesionidae era representada por aproximadamente 24 gêneros que incluíam aproximadamente 135 espécies (Ruta & Pleijel, 2006). Ruta & Pleijel (2006) descreveram um novo gênero e espécie de hesionídeo branquiado, o único representante da família que possui brânquias, chamado Hesiobranchia lifouensis Ruta & Pleijel, 2006, proveniente de recifes de corais do Lifou, Ilhas Loyalty, Nova Caledônia, no suloeste do Pacífico. Também foi descoberto um poliqueto abissal designado Pleijelius longae Salazar-Vallejo & Orensanz, 2006, proveniente de águas profundas do Atlântico Noroeste. 2007- Costa fez um trabalho monográfico propondo uma nova análise filogenética para o táxon Ophiodrominae, reavaliando a monofilia de Gyptini e Ophiodromini, analisando 11 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba o posicionamento filogenético de Sigambra, Glyphohesione e Sirsoe e propondo uma nova posição filogenética para Capricornia. 2008- Pleijel et al. (2008) descreveram um novo gênero e espécie chamado Vrijenhoekia balaenophila encontrado próximo à uma carcaça de baleia à 3.000 m de profundidade no Canyon Monterey na costa da Califórnia. 2009- Pleijel et al. (2009) descreveram 5 padrões de coloração em 3 novas espécies de Gyptis Marion e Bobretzky (in Marion, 1874) encontradas sob um píer em Edithburg no sul da Austrália. Gyptis simpsonorum, Gyptis paucilineata e Gyptis polymorpha, esta última é polimórfica com três tipos de padrões de pigmentações distintas. 2012- Pleijel et al. (2012) realizaram uma revisão parcial do gênero Gyptis Marion & Bobretzky (in Marion, 1874) com descrições da nova tribo Amphidurini, do novo gênero Neogyptis e cinco novas espécies Neogyptis carriebowcayi, Neogyptis fauchaldi, Neogyptis hinehina, Neogyptis hongkongensis e Neogyptis vostokensis. VillalobosGuerrero & Harris (2012) realizaram um trabalho de nomenclatura em que o nome Oxydromus Grube, 1855 assume o nome do gênero antes conhecido como Ophiodromus Sars, 1862. O gênero não recebia o nome de Oxydromus devido a um equívoco nomenclatural ocorrido na época, cujo nome Oxydromus foi considerado indisponível por ser visto como homônimo. Porém, atualmente o motivo pelo qual se adotou o nome de Oxydromus encontra-se esclarecido. 12 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Tabela 01. Lista de gêneros da costa brasileira Táxons Prostômio Papilas na faringe Glândulas labiais Palpos Antenas Cirros tentaculares Forma dos parapódios Tipos de notocerdas Tipos de neurocerdas Hesione Lamarck, 1818 quadrangular 1 localizada no meio da região anterior ausentes completamente reduzidos 1 par 8 pares sesquirremes ausentes composta heterogonfa falcígera bidentada portando um dente subapical serrilhada Oxydromus, Grube 1855 retangular ausente ausentes bi-articulados 3 antenas (mediana inseridafrontalmente) 6 pares setígeros 1-5 sesquirremes e os demais subbirremes ou birremes furcadas composta heterogonfa falcígera unidentada portando um dente subapical serrilhada Gyptis Marion e Bobretzky (in Marion), 1874 varia de arredondado cordiforme à retangular 10 ou mais papilas cilíndricaslocalizadas no anel terminal ausentes ou presentes bi-articulados 3 antenas (mediana inserida dorsoanteriormente) 8 pares setígero 1 sesquirreme (em algumas espécies) e a partir do setígero 2 birreme (ou 1 em algumas espécies) aciculares e capilares com duas fileiras de dentes (algumas capilares serrilhadas podem estar presentes) composta heterogonfa falcígera unidentada portando um dente subapical serrilhada Hesionides Friedrich, 1937 arredondado 10 papilas distais ausentes bi-articulados 3 antenas 4 pares subbirreme e birreme aciculares composta falcígera Leocrates Kinberg, 1866 quadrangular com ou sem papilas, quando presentes em “forma de almofada” em torno de 20 ausentes bi-articulados 3 antenas (mediana inserida dorsoanteriormente) 8 pares birreme capilares com duas fileiras de dentes falcígeras unibidentadas *Tabela elaborada com base no Catálogo das espécies de Annelida Polychaeta do Brasil (Amaral et al., 2012). 13 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 2 OBJETIVOS 2.1 Geral Identificar os espécimes da família Hesionidae depositados na Coleção de Invertebrados Paulo Young (LIPY) situada no Departamento de Sistemática e Ecologia (DSE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) a fim de enriquecer o conhecimento da biodiversidade da fauna poliquetológica do litoral paraibano. 2.2 Específicos -Identificar os espécimes da família Hesionidae Grube, 1850 depositados na Coleção de Invertebrados Paulo Young; -Descrever as espécies que ocorrem no litoral paraibano; -Tombar os espécimes identificados para expandir o acervo da coleção. -Gerar um catálogo formado pelas espécies de Hesionidae que ocorrem na costa da Paraíba. 14 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Tabela 02. Lista de espécies registradas para a costa brasileira. Espécies Ocorrência Referência Gyptis arenicolus (La greca, 1946) Ubatuba – SP Morgado, 1988 Morgado e Amaral, 1989 Gyptis brevipalpa (Hartman-Schröder, 1959) S. Sebastião – SP Lopes, 1993 Gyptis callithrix Nonato, 1981 (*) S. Sebastião – SP; RJ; Litoral Norte – SP; Arasaki et al., 2004; Maciel, 1996; Nonato, 1981; Paiva, 1990; Paiva, 1993a Gyptis capensis (Day, 1963) Ubatuba – SP; Ilha Grande – RJ; RJ Amaral, 1977b; Amaral, 1980a; Brasil e Silva, 2000; Nonato, 1981 Hesione margaritae Hansen, 1882 PR; RJ; RS; SC; SP Hansen, 1882 Hesione picta Müller, 1858 Ubatuba – SP; AL; SE Amaral, 1977; Amaral, 1980a; Morgado e Amaral, 1984; Morgado, 1980; Nonato e Luna, 1970a Hesione proctochona Schmarda, 1861 I. S. Sebastião – SP Treadweel, 1932 Hesione splendida Lamarck, 1818 Paracuru, Camocim, Fortaleza, Taíba – CE; Natal – RN; João Pessoa, Cabedelo – PB; S. J. Coroa Grande – PE; Maceió – Al; SE PR; SC; SP Costa et al., 2008 BA Rullier e Amoureux, 1979 Hesionides gohari Hartman-Schöder, 1960 Leocrates claparedii (Costa in Claparède, 1868) Di Domenico et al., 2006; Westheid, 1974 15 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901) S. Sebastião, Ubatuba, Litoral Norte – SP Amaral et al., 1990; Amaral et al. 2003; Duarte e Nalesso, 1996; Duarte, 1980; Lopes, 1993; Morgado e Amaral, 1984; Morgado e Amaral, 1989; Morgado, 1980; Morgado, 1988; Nonato, 1981; Paiva, 1990; Paiva, 1993a; Rizzo e Amaral, 2000; Rizzo e Amaral, 2001a; Rizzo e Amaral, 2001b; Rizzo, 1998 Oxydromus agilis (Ehlers, 1864) RJ Rullier e Amoureux, 1979 Oxydromus obscurus (Verril, 1873) B. de Campos, B. de Sepetiba, B. de Guanabara – RJ; PR; S. Sebastião, Caraguatatuba, Litoral Norte – SP Attolini e Tararam, 2000; Attolini, 1997; Lana, 1984; Omena e Amaral, 2003; Omena et al., 2006a; Omena, 1998; Paiva, 1990; Paiva, 1993a; Santi e Tavares, 2009; Santi, 2008 Oxydromus pallidus (Claparède, 1864) I. S. Sebastião, Ubatuba – SP Amaral et al., 1995; Amaral, 1975; Amaral, 1979; Morgado et al., 1994 * Tabela elaborada com base no Catálogo das espécies de Annelida Polychaeta do Brasil (Amaral et al., 2012) 16 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Análises do material 3.1.1 Morfologia externa, exemplares vivos O material analisado está depositado na Coleção de Invertebrados Paulo Young e é proveniente de coletas realizadas nas zonas entre-marés e infralitoral (até 10 metros de profundidade) no período de 1981 à 2012. Algumas amostras são provenientes do Projeto Algas (1981-1982), Projeto Fauna (1982) e Projeto Biota (2009). Alguns exemplares são provenientes de coletas realizadas com fins voltados para estudos ecológicos, outros por turmas de disciplinas da graduação e da pós-graduação. As áreas amostradas em que as coletas foram obtidas foram: Barra de Camaratuba, Baía da Traíção, Barra de Mamanguape, ponta de Cabedelo, Areia Vermelha, Bessa e Tambaú no litoral Norte e Cabo Branco, recifes dos Seixas, Sul da Penha, Jacumã, Coqueirinho e Pitimbu (recifes da Galé) no litoral Sul. Após a coleta os espécimes vivos foram levados para o laboratório e depois da triagem foram limpos com a ajuda de um pincel para a remoção de grãos de sedimentos que ficam sobre os indivíduos. Após este procedimento, o material foi anestesiado numa placa de Petri contendo água do mar e cristais de mentol ou numa solução de cloreto de magnésio a 10% em água destilada. Os espécimes foram fixados em uma solução de formaldeido a 10% em água destilada ou em álcool absoluto. Depois de 24 horas fixados em formol e lavados em água destilada, os exemplares foram acondicionados em frascos de vidro com álcool a 70% para sua conservação. Etiquetas contendo dados de procedência foram confeccionadas para cada lote. 3.1.2 Morfologia externa, exemplares fixados Os espécimes foram analisados sob um microscópio estereoscópico Zeiss SZ40 e os desenhos foram feitos com o auxílio de uma câmara clara acoplada. Para a observação de estruturas menores, como por exemplo, parapódios e cerdas, foram preparadas lâminas permanentes utilizando Gray & Wess (PVA) (Humason, 1979). As lâminas foram examinadas com a ajuda de um microscópio óptico comum Olympus 17 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba BX41 e/ou Opton TNB-41 e os desenhos feitos com o auxílio de uma câmara clara acoplada aos microscópios. 3.1.3 Morfologia externa, exemplares para fotografia e desenho Todos os táxons da família Hesionidae foram desenhados e apenas um foi fotografado. Os espécimes vivos foram submetidos a uma limpeza em placa de Petri contendo água do mar e cristais de mentol. As imagens foram feitas por um estereomicroscópio Zeiss (modelo n. 475200/9901, Oberkochen, Alemanha) e editadas com Photoshop CS software. Para os desenhos, as amostras já se encontravam fixadas e foram colocadas numa placa de Petri contendo parafina preta sendo posicionadas com a ajuda de alfinetes entomológicos e depois desenhadas com o auxílio de um estereomicroscópio Zeiss SZ40 e microscópio óptico comum para o desenho de pequenas estruturas que eram extraídas dos espécimes com o auxílio de tesouras e pinças. Para auxiliar a identificação dos espécimes foi utilizada literatura especializada e atualizada. 18 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Figura 02. Mapa do litoral paraibano com os respectivos locais de coleta. 19 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Tabela 03. Quantificação e localidade dos espécimes analisados que se encontram depositados na Coleção de Invertebrados Paulo Young, UFPB. Táxons Hesione splendida Localidade de coleta Est. 3b 07°34’S-34°39’W Est. 56d 06°55’S-34°43’05”W Est. 53a 06°57’S-34°41’W Est. 45c 07°04’S-34°38’W Est. 45a 07°04’S-34°38’W Est. 64b 06°50’S-34°44’W Est. 63d 06°50’-34°42’W Est. 65d 06°50’S-34°47’W Est. 64a 07°07’S-34°43’W Est. 2b 07°34’S-34°42’W Est. 2d 07°34’S-34°42’W Est. 68a 06°46’S-34°50’W Est. 84a 06°33’S-34°54’W Est. 89a 06°29’S-34°54’W Est. 89b 06°29’S-34°54’W Est. 81a 06°37’S-34°54’W Est. IB Dragagem Ponta do Mel, Areia Branca-RN Ponta Grossa, Aracati-CE Ponta do Mucuripe, Fortaleza-CE Ponta do Trapiá, Camocim-CE São José da Coroa Grande-PE Est. 12b 07°45’5”S-34°44’7”W Praia de Ponta Verde, Maceió-AL Ponta do Seixas, João Pessoa-PB Revizee NE IV #103 A Pr. 4° Col I Praia do Taíba-CE Praia de Paracuru-CE Cabo Branco, João Pessoa-PB Rio Paraíba do Norte,Cabedelo-PB Praia do Bessa, João Pessoa-PB Est. B10a 07°01’S-34°80’W Est. A10a 06°59’S-34°47’W Est. 40 07°07’00”S-34°43’54”W 07°06’59”S-34°46’04”W Est. C10d 07°06’S-34°79’W Est. C15d 07°06’S-34°75’W Est. C15e 07°06’S-34°75’W Diogo Lopes, Macau-RN Barra de Camaratuba, Rio Tinto-PB Est. A15c 06°59’S-34°46’W Quantidade de espécimes 2 1 1 1 1 2 1 10 2 2 3 1 1 1 4 6 2 1 4 1 1 1 1 1 2 10 2 1 1 65 1 2 1 1 2 1 1 1 1 5 7 1 2 1 1 10 2 3 1 1 1 4 6 2 4 1 1 1 1 2 10 2 1 53 2 1 2 1 1 1 1 5 8 1 20 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Oxydromus pugettensis Baía da Traição, Rio Tinto-PB Praia de Búzios, Nísia Floresta-RN Recife da Galea, Pitimbu-PB Rio da Casqueira, Diogo Lopes, Macau-RN Catuama, Goiana-PE Revizee NE II A Est. 37 pr. 2° Revizee NE II 518 A Draga Est. 81 pr. 3° Revizee NE III A est. 28 pr. 2° Ponta do Cabo Branco, João Pessoa, PB Praia do Bessa, João Pessoa, PB Diogo Lopes, Macau, RN Recife do Seixas, João Pessoa, PB Ponta de Pedra, Goiana-PE 2 1 1 2 1 3 1 1 9 4 21 16 11 2 1 21 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 4 GLOSSÁRIO O glossário abaixo é baseado em Amaral & Nonato (1981) e em Blake (1994), e tem como objetivo ser uma ferramenta de auxílio na compreensão dos termos específicos da morfologia dos hesionídeos. Acicular: Cerda robusta e rígida, em forma de agulha. Ápodo: Desprovido de parapódios. Aqueta: Desprovido de cerdas. Assetígero: Segmento ou anel desprovido de cerdas. Bifurcado: Dividido em dois ramos divergentes. Birreme: Parapódio constituído por dois ramos ou lobos. Brânquia: Extensão da parede do corpo com função respiratória. Capilar: Cerda delgada, semelhante a um fio de cabelo. Cerdas: Estruturas quitinosas, dispostas em feixes ou leques, na extremidade dos parapódios. Ceratóforo: Parte ou artículo basal de uma antena. Ceratostilo: Parte distal geralmente longa, de uma antena. Cirro: Apêndice sensorial, de forma variável. Cirróforo: Parte ou artículo basal de um cirro. Cirrostilo: Parte distal, geralmente longa, de um cirro. Composto: Gancho ou cerda formado por uma haste e um ou mais artículos. Dentado: Provido de um ou mais dentes minúsculos. Falcígera: Cerda composta, com artículo em forma de lâmina. 22 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Furcado: Com a extremidade dividida em dois ramos divergentes. Heterogonfa: Cerda composta cuja haste tem a parte distal (articulação) formada por dois ramos desiguais. Neuropódio: Ramo ou lóbulo ventral do parapódio. Notopódio: Ramo ou lóbulo dorsal do parapódio. Órgão nucal: Órgão sensorial localizado no prostômio, geralmente em forma de lóbulo ou prega ciliada. Palpos: Apêndices sensoriais localizadas na margem do bordo antero-ventral do prostômio. Parapódio: Projeção lateral de cada segmento, onde estão inseridas as cerdas. Peristômio: Primeiro segmento após o prostômio. Geralmente modificado, formando parte da cabeça ao redor da boca. Pigídio: Parte terminal do corpo, ou segmento anal. Prostômio: Parte do corpo não segmentada, anterior a boca. Sesquirreme: Parapódio constituído por neuropódio bem desenvolvido e notopódio reduzido a um cirro dorsal provido de acícula. Segmento: Cada uma das partes ou secções sucessivas do corpo, dispostas em série linear. Setígero: Segmento provido de cerdas. Subbirreme: Parapódio constituído por neuropódio bem desenvolvido e o notopódio reduzido em tamanho apresentando poucas cerdas. Unirreme: Parapódio constituído por apenas um único ramo parapodial, que é o neuropódio. Não existe acícula suportando o cirro dorsal. 23 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 5 RESULTADOS Foram identificadas 2 espécies distribuídas em 2 gêneros. A espécie Hesione splendida Savigny (in Lamarck), 1818 foi a mais abundante nas amostras analisadas. Tabela 04. Check list dos táxons identificados. Filo Annelida Classe Polychaeta Subclasse Aciculata Ordem Phyllodocida Subordem Nereidiformia Família Hesionidae Grube, 1850 Subfamília Hesioninae Grube 1850 Gênero Hesione Lamarck, 1818 Espécie Hesione splendida Savigny (in Lamarck), 1818 Subfamília Ophiodrominae Pleijel, 1998 Gênero Oxydromus Grube, 1855 Espécie Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901) 24 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 5.1 Taxonomia 5.1.1 Subfamília Hesioninae Subfamília Hesioninae Grube, 1850 Hesioninae Grube, 1850: 360. Gênero-tipo: Hesione Lamarck, 1818. Diagnose: Hesionidae com lobos notopodiais e notocerdas ausentes em todos os segmentos setígeros. Cirro longo dorsal presente. Discussão: Hartman-Schrörder (1971) agruparam a família Hesionidae em duas subfamílias, Hesioninae e Microphtalminae. Erroneamente se referiram à subfamília Hesioninae como nova, visto que, é importante ressaltar, de acordo com o príncipio de coordenação do sistema de Linnaeu, presente na terceira edição do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN, 1985), todos os nomes estabelecidos para designar algum grupo baseado no gênero Hesione deve ser referido a Grube (Pleijel, 1998). 25 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Gênero Hesione Lamarck, 1818 Hesione Lamarck, 1818: 315; Izuka, 1912: 192; Fauvel, 1923: 233; Fauchald, 1977a: 76. Fallacia Quatrefagues, 1866: 98. Telamone Claparède, 1868: 541. Espécie tipo: Hesione splendida Savigny (in Lamarck), 1818. Diagnose: Corpo grande com número fixo de 16 setígeros e 21 segmentos, prostômio com duas antenas laterais minúsculas; antena mediana e palpos ausentes; oito pares de cirros tentaculares. Parapódios sesquirremes e notocerdas ausentes. Faringe eversível sem mandíbulas. Descrição: Corpo apresenta 16 setígeros e 21 segmentos. Pigmentação variável. Tubérculo facial grande situado no prostômio e órgãos nucais dorsais presentes. Prostômio quadrangular com um sulco mediano dorsal que o divide em dois lóbulos. Glândulas labiais ausentes. Dois pares de olhos vermelhos presentes e um par de antenas minúsculas. Antena mediana e palpos ausentes. Probóscide com borda franjada com presença ou não de papilas e mandíbulas ausentes. Ventre sulcado de coloração amarelo-claro. Cirros tentaculares presentes montados em cirróforos. Um par de cirros dorsais e ventrais por setígero. Lobos notopodiais e notocerdas completamente ausentes; lobos neuropodiais e neurocerdas ausentes no segmento 1-4. Cirros dorsais longos, afilados; cirrofóros ausentes. Neuropódios retangulares e truncados. Acículas escuras; neuroacícula situada dorsalmente no neuropódio. Neurocerdas com lâminas bidentadas; dentes subapicais curtos e longos presentes. Cerdas falcígeras em grande quantidade. Cerdas espinígeras ausentes. Órgãos genitais externos ausentes. Presença de cirros pigidiais. 26 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Discussão: No decorrer dos anos vários táxons foram sinonimizados com o gênero Hesione Savigny (in Lamarck), 1818. É provável que isto se deva à breve descrição original feita por Savigny em Lamarck (1818) que tem como espécie-tipo Hesione splendida para o gênero Hesione. Segundo Pleijel (1998), Quatrefages descreveu o gênero Hesione como tendo quatro antenas e seis pares de cirros tentaculares. Esse autor estabeleceu também o genêro Fallacia para hesionídeos que tinham duas antenas e oito pares de cirros tentaculares, que é semelhante à morfologia atual de Hesione. Claparède concordou com a interpretação de Quatrefages e descreveu o gênero Telamone, porém, este tinha duas antenas e seis pares de cirros tentaculares e tinha como espécie-tipo Hesione sicula Delle Chiaje, 1830 (atualmente sinônimo de Hesione pantherina Risso, 1826), o que difere de Fallacia (Pleijel, 1998). As descrições feitas por Quatrefages para o gênero Hesione e a de Claparède para a espécie-tipo Hesione sicula do táxon Telamone podem ser consideradas equivocadas, porque os indivíduos do genêro Hesione têm quatro olhos e oito pares de cirros tentaculares, o que difere das descrições propostas por Quatrefages e Claparèdes para os referidos animais. Quatrefages incluiu a espécie Hesione pantherina Risso, 1826 e Hesione proctochona (Schmarda, 1861) na descrição do gênero Fallacia, mas não designou nenhuma delas para ser espécie-tipo do táxon. O gênero Fallacia também foi considerado sinônimo, porque ambas as espécies estão morfologicamente de acordo com o gênero Hesione e que anos depois Hesione proctochona foi sinonimizada com Hesione picta por Horst (1921). A posteriori foi constatado que a espécie-tipo de Telamone, Hesione sicula, está dentro de Hesione, e a mesma atualmente é considerada sinônima de Hesione pantherina (Pleijel, 1998). De acordo com Pleijel (1998), o gênero Hesione não apresenta papilas na faringe. Contudo, foi observado em vários espécimes de Hesione que estavam com a faringe evertida uma estrutura similar a uma papila no centro anterior da probóscide. O gênero Hesione abrange espécies que apresentam parapódios sesquirremes, ou seja, possuem o notopódio totalmente reduzido a um cirro dorsal. Contudo, Uebelacker & Johnson (1984) citam na diagnose do gênero que o mesmo tem parapódios subbirremes (notopódios reduzidos apenas em tamanho), mas para os mesmos 27 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba receberem essa nomenclatura notocerdas precisariam ser observadas. Entretanto, Ueberlacker afirma que estas são ausentes. Acredita-se que houve um equívoco de nomenclatura, ou na época, este era o tipo de termo adequado para o tipo de parapódio deste gênero, porque nos espécimes examinados foram encontrados apenas parapódios sesquirremes. Pleijel (1998) também afirmou que os dentes longos das cerdas são ausentes. Se ele estiver se referindo a ausência dos dentes apicais, a análise dos espécimes corrobora esta afirmação, mas se ele estiver incluindo os subapicais, esta afirmação pode estar equivocada. Nós observamos caracteres morfológicos externos e a presença de dentes subapicais longos foi verificada. As relações dentro de Hesione estão confusas e necessitam de uma revisão. Dois táxons não foram incluídos na lista: Hesione savigny Costa, 1841 porque é um nomen nudum e Hesione agilis Webster & Benedict porque é sinônimo de Parahesione luteola (Webster, 1879). Pleijel (1998) listou 18 táxons, porém no presente trabalho foi acrescido o táxon Hesione interstica Grube 1878, que foi sinonimizado por Hartman em Hesione intertexta Grube, 1878 em 1959. De acordo com o estudo do gênero, as espécies podem ser diferenciadas pelo tamanho dos cirros tentaculares e pelos distintos padrões de coloração. Foram considerados apenas 6 espécies válidas. 28 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Espécies válidas 1. Hesione splendida Savigny (in Lamarck), 1818 Syn. Hesione picta Müller, 1858 Hesione ceylonica Grube, 1874 Hesione pacifica McIntosh, 1885 Hesione protochona Schmarda, 1861 Hesione margaritae Hansen, 1882 Hesione praetexta Ehlers, 1887 Hesione vittigera Ehlers, 1887 2. Hesione pantherina Risso, 1826 Hesione festiva Savigny (in Lamarck), 1818 Hesione sicula Delle Chiaje, 1830 Hesione steenstrupi Quatrefages, 1866 Hesione ehlersi Gravier, 1900 3. Hesione eugeniae Kinberg, 1827 4. Hesione genetta Grube, 1866 5. Hesione intertexta Grube, 1878 Hesione interstica Grube, 1878 Hesione panamena Chamberlin, 1919 6. Hesione reticulata Marenzeller, 1879 29 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Hesione splendida Savigny (in Lamarck, 1818) Figura 03 Hesione splendida Lamarck, 1818: 316; Hessle, 1925: 13-15; Day, 1967: 228, fig. 11.2 a-c; Imajima, 2003: 132-134, fig. 78 a-h; Parapar et al., 2004: 216-217, fig. 76-c. Hesione picta Müller, 1858: 213-214, prancha 6, fig. 3; Hartman, 1951: 35; Nonato & Luna, 1970: 67-68, fig. 9; Amaral, 1977: 49; Fauchald, 1977: 16-17; Rullier & Amoureux, 1979; Ueberlacker, 1984: 28-36, 38, figs. 28-33, 34-c. Hesione ceylonica Grube, 1874: 325-329. Hesione pacifica McIntosh, 1885: 1-554. Material examinado: Hesione splendida Savigny (in Lamarck), 1818. Foram examinados 162 espécimes. Ponta do Trapiá, Camocim-CE, 1 espécime coletado em 06 de agosto de 1982 (CIPY-POLY-UFPB 183). Praia de Paracuru-CE, 1 espécime coletado em 10 de setembro de 2003 (CIPY-POLY-UFPB 966). Col. Probio, Col I Praia do Taíba-CE, 1 espécime coletado em 08 de outubro de 2002 (CIPY-POLY-UFPB 965). Ponta do Mucuripe, Fortaleza-CE, 1 espécime coletado em 26 de junho de 1982 (CIPY-POLY-UFPB 1598). Ponta Grossa, Aracati-CE, 1 espécime coletado em 24 de junho de 1982 (CIPY-POLY-UFPB 1607). Ponta do Mel, Areia Branca-RN, 4 espécimes coletados em 23 de junho de 1982 (CIPY-POLY-UFPB 182). Diogo Lopes 05°04’46,9”S-36°26’19,5”W, Macau-RN, 5 espécimes coletados em 08 de novembro de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 958). Rio da Casqueira, Diogo Lopes, Macau-RN, 2 espécimes coletados em 12 de novembro de 2009 (CIPY-POLY-UFPB 1643). Praia de Búzios, Nísia Floresta-RN, 1 espécime coletado em 25 de novembro de 2008 (CIPYPOLY-UFPB 1605). Projeto Algas-PB Est. 2b 07°34’S-34°42’W, 3 espécimes coletados em 21 de abril de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 915). Projeto Algas-PB est. 3b 07°34’S-34°39’W, 2 espécimes coletados em 22 de janeiro de 1981 (CIPY-POLYUFPB 911). Projeto Algas-PB est. 2d 07°34’S-34°42’W, 1 espécime coletado em 21 de abril de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 1604). Projeto Algas-PB est. 45a 07°04’S-34°38’W, 30 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 1 espécime coletado em 17 de fevereiro de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 925). Projeto Algas-PB est. 45c 07°04’S-34°38’W, 1 espécime coletado em 17 de fevereiro de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 923). Projeto Algas-PB est. 53a 06°57’S-34°41’W, 1 espécime coletado em 12 de fevereiro de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 918). Projeto Algas-PB est. 56d 06°55’S-34°43’05”W, 1 espécime coletado em 11 de fevereiro de 1981 (CIPYPOLY-UFPB 894). Projeto Algas-PB est. 63d 06°50’-34°42’W, 1 espécime coletado em 11 de março de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 917). Projeto Algas-PB est. 64a, 2 espécimes coletados em 11 de março de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 1603). Projeto Algas-PB est. 64b 06°50’S-34°44’W, 2 espécimes coletados em 11 de março de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 912). Projeto Algas-PB est. 65d 06°50’S-34°47’W, 10 espécimes coletados em 11 de março de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 922). Projeto Algas-PB est. 68a 06°46’S-34°50’W, 1 espécime coletado em 19 de maio de 1981 (CIPY-POLYUFPB 913). Projeto Algas-PB est. 81a 06°37’S-34°54’W, 2 espécimes coletados em 02 de julho de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 919). Projeto Algas-PB est. 84a 06°33’S34°54’W, 1 espécime coletado em 03 de junho de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 916). Projeto Algas-PB est. 89a 06°29’S-34°54’W, 4 espécimes coletados em 10 de junho de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 181). Projeto Algas-PB est. 89b 06°29’S-34°54’W, 6 espécimes coletados em 10 de junho de 1981 (CIPY-POLY-UFPB 914). Projeto AlgasPB 07°07’S-34°43’W, 2 espécimes coletados em 19 de março de 1981 (CIPY-POLYUFPB 924). Projeto Jussipi est. IB Dragagem, 1 espécime coletado em 10 de fevereiro de 1982 (CIPY-POLY-UFPB 185). Geomar XXIV est. 12b 07°45’5”S-34°44’7”W, 1 espécime coletado em 31 de maio de 1985 (CIPY-POLY-UFPB 920). Est. B10a 07°01’S-34°80’W, 1 espécime coletado em 06 março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1076). Est. A10a 06°59’S-34°47’W, 1 espécime coletado em 07 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 838). Est. 40 07°07’00”S-34°43’54”W, 2 espécimes coletados em 14 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1601). 07°06’59”S-34°46’04”W, 1 espécime coletado em 14 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1613). Est. A15c 06°59’S34°46’W, 1 espécime coletado em 07 de março de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1075). Est. C10d 07°06’S-34°79’W, 1 espécime coletado em 21 de março de 2006 (CIPYPOLY-UFPB 1077). Est. C15d 07°06’S-34°75’W, 1 espécime coletado em 21 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1078). Est. C15e 07°06’S-34°75’W, 1 espécime coletado em 21 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1079). Barra de Camaratuba, Rio TintoPB, 1 espécime coletado em 23 de janeiro de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1464). 31 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Barra de Camaratuba, Rio Tinto-PB, 6 espécimes coletados em 06 de maio de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1469). Baía da Traição, Rio Tinto-PB, 2 espécimes coletados em 05 de maio de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1433). Rio Paraíba do Norte, Cabedelo-PB, 1 espécime coletado em 26 de janeiro de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 239). Praia do Bessa, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 16 de fevereiro de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1610). Praia do Bessa, est. C20I-d 07°03’49”-34°43’12”W, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 27 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 889). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 08 de dezembro de 2003 (CIPY-POLY-UFPB 176). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado 08 de dezembro de 2003 (CIPY-POLY-UFPB 179). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 08 de dezembro de 2003 (CIPY-POLY-UFPB 180). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 31 de março de 2004 (CIPY-POLY-UFPB 314). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 04 de julho de 2004 (CIPY-POLY-UFPB 891). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 25 de novembro de 2005 (CIPY-POLY-UFPB 1616). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 24 de abril de 2006 (CIPY-POLYUFPB 313). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 26 de julho de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 892). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 6 espécimes coletados em 08 de setembro de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 895). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 09 de setembro de 2006 (CIPYPOLY-UFPB 1611). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 09 de setembro de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1609). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 15 de novembro de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 454). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 18 de março de 2007 (CIPYPOLY-UFPB 893). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 25 de outubro de 2007(CIPY-POLY-UFPB 1197). Ponta do Cabo Branco, João PessoaPB, 1 espécime coletado em 25 de outubro de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 1599). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 24 de outubro de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 1600). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 25 de outubro de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 1517). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 25 de novembro de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 1602). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 25 de outubro de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 1614). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes 32 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba coletados em 03 de agosto de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1615). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 20 de agosto de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1516). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 20 de agosto de 2008 (CIPYPOLY-UFPB 1519). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 29 de agosto de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1518). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 13 de novembro de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1466). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 20 de agosto de 2009 (CIPY-POLY-UFPB 1318). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 20 de agosto de 2009 (CIPYPOLY-UFPB 1367). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 20 de agosto de 2009 (CIPY-POLY-UFPB 1369). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 20 de agosto de 2009 (CIPY-POLY-UFPB 1370). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 20 de agosto de 2009 (CIPY-POLY-UFPB 1371). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 26 de setembro de 2009 (CIPYPOLY-UFPB 1509). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 26 de setembro de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1508). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 26 de setembro de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1512). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 26 de setembro de 2011 (CIPYPOLY-UFPB 1513). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 26 de setembro de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1510). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 26 de setembro de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1514). Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 26 de setembro de 2011 (CIPYPOLY-UFPB 1515). Cabo Branco, João Pessoa-PB Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 22 de dezembro de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1617). Cabo Branco, João Pessoa-PB Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 26 de setembro de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1618). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 5 espécimes coletados em 15 de setembro de 2012 (CIPY-POLY-UFPB 1641). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 7 espécimes coletados em 17 de setembro de 2012 (CIPY-POLY-UFPB 1642).Recifes do Seixas, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 26 de novembro de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 921). Ponta do Seixas, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 25 de maio de 1998 (CIPY-POLY-UFPB 1612). Ponta do Seixas, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 22 de junho de 2001 (CIPY-POLY-UFPB 177). Ponta do Seixas, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 22 de junho de 2001 (CIPY-POLY-UFPB 178). Ponta do Seixas, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 33 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 22 de junho de 2001 (CIPY-POLY-UFPB 315). Ponta do Seixas, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 22 de junho de 2001 (CIPY-POLY-UFPB 1608). Recifes do Seixas, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 12 de janeiro de 2009 (CIPY-POLYUFPB 1470). Recife da Galea, Pitimbu-PB, 1 espécime coletado em 12 de dezembro de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1463). 3C CC, Catuama, Goiana-PE, 1 espécime coletado em 18 de janeiro de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1645). São José da Coroa Grande-PE, 1 espécime coletado em 05 de setembro de 1982 (CIPY-POLY-UFPB 184).Revizee NE IV #103 A Pr. 4°, 2 espécimes coletados em 10 de novembro de 2000 (CIPY-POLYUFPB 1606).Praia de Ponta Verde (A-3), Maceió-AL, 1 espécime coletado em 11 de setembro de 1992 (CIPY-POLY-UFPB 968). Praia de Ponta Verde, Maceió-AL, 1 espécime coletado em 06 de janeiro de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 967). Diagnose: Antenas laterais minúsculas presentes sem ceratóforo e palpos ausentes. Parapódios sesquirremes e cerdas de um único tipo, compostas, heterogonfas, falcígeras de artículo longo serrilhado bidentado portando um dente subapical. Coloração dorsal castanha recoberta de finíssimas linhas transversais de cor amarelo-claro alternando-se às linhas de coloração marrom. Também estão presentes linhas de maior calibre amarelas as quais se encontram intercaladas aos setígeros. Presença de almofadas laterais. Descrição: (CIPY-POLY-UFPB 1509) Corpo robusto formado por 16 setígeros, medindo 45,2 mm. Região dorsal apresenta cor castanha recoberta de finíssimas linhas transversais de cor amarelo-claro e também linhas de maior calibre as quais se encontram intercaladas aos setígeros (fig. 1-a); apresenta um par de almofadas laterais por setígero. Ventre amarelo-claro com dois sulcos paralelos. Prostômio pequeno com um sulco mediano dorsal que o divide em dois lóbulos, quadrangular; dois pares de olhos dispostos em trapézio, duas antenas pequenas localizadas na porção terminal anterior, órgãos nucais presentes e sem palpos. Probóscide musculosa e cilíndrica com a extremidade franjada portando uma papila no centro anterior de cor marrom. Peristômio sob o prostômio formando os lábios e unido dorsalmente com o primeiro segmento ápodo que porta oito pares de cirros tentaculares muito longos e lisos subulados, inseridos sobre cirróforos evidentes distribuídos em fileira oblíqua 3: 3: 2 sobre o primeiro segmento fusionado. Faringe eversível musculosa, franjada, sem mandíbulas e uma papila triangular pigmentada no centro da face dorsal anterior da probóscide. 34 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Parapódios sesquirremes, cônicos e alongados, com lóbulo dorsal reduzido a um cirro dorsal longo e liso subulado semelhante aos cirros tentaculares inseridos em cirróforos evidentes; cirros tentaculares ventrais subulados mais curtos que os dorsais montados em cirróforos conspícuos. Neuropódio com bordo superior prolongado por uma papila digitiforme de comprimento variável composta por dois ramos onde o ramo superior é mais longo que o inferior; porta um tufo de cerdas e uma acícula preta (fig. 1-d); neurocerdas de um único tipo, composta falcígera heterogonfa serrilhada com artículo longo bidentado portando um dente subapical longo que alcança o dente apical da lâmina (fig. 1-e), artículo da cerda varia de tamanho (fig. 1-f). Último segmento assetígero globoso, com coloração castanho-escuro e numerosos pontos amarelo-claros. Pigídio tubular porta ânus cilíndrico composto por sete pregas anais com a presença de um par de uritos, um par de cirros dorsais e um par de cirros ventrais, todos longos, subulados sobre cirróforos (fig. 1-c). Variação: Dentre os 147 espécimes analisados foi possível perceber uma variação na coloração dorsal de aproximadamente 10 espécimes. Alguns espécimes apresentaram a linha de maior calibre que intercala os setígeros fragmentada em 3 manchas: uma mancha dorsal e uma em cada lado do setígero. Os pontos de coloração dorsais formam uma linha longitudinal dorsal pontilhada na qual seus pontos aparecem no centro de cada segmento setígero. Às vezes estes pontos se conectam com algumas das finas linhas transversais dorsais amarelo-clara, aparentando que as linhas de maior calibre tivessem sido reduzidas a um pequeno ponto central e dois laterais (fig. 1-b). Em alguns espécimes, ocorre uma coloração intermediária, onde as linhas transversais de maior calibre permanecem nos primeiros setígeros e vão aos poucos se reduzindo à 3 pontos nos setígeros posteriores, sendo um ponto na região central do dorso e um em cada lateral do setígero. Já em outros espécimes, os pontos aparecem desde os primeiros setígeros. 35 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Figura 03. Hesione splendida. a) vista dorsal do prostômio e dos 5 primeiros setígeros com o padrão de coloração mais frequente (CIPY-POLY-UFPB 1509); b) vista dorsal do prostômio e dos 3 primeiros setígeros com variação no padrão de coloração (CIPY-POLY-UFPB 1618); c) vista dorsal do pigídio antecedido pelos 2 últimos setígeros (CIPY-POLY-UFPB 1518); d) parapódio sesquirreme do 9° setígero (CIPY-POLY-UFPB 921); e) neurocerda falcígera com artículo longo do 9° setígero (CIPY-POLYUFPB 921); f) neurocerda falcígera com artículo curto do 9° setígero (CIPY-POLY-UFPB 1607). 36 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Discussão: Foram analisados material-tipo de 3 espécies do gênero Hesione Savigny, 1818: H. splendida Savigny in (Lamarck, 1818), H. ehlersi Gravier 1900 e H. steenstrupii Quatrefages, 1866. Atualmente H. ehlersi e H. steenstrupii são consideradas sinônimos com H. pantherina Risso, 1826. A única espécie do gênero reportada para o litoral brasileiro é H. splendida, que a priori era citada como H. picta. Porém, Costa et al. (2008) levantou a hipótese que H. picta seria sinônimo com H. splendida, pois as descrições de ambas as espécies são idênticas, mesmo assim para nos certificarmos da sinonímia era necessário analisar o material-tipo de H. splendida. Os exemplares do material-tipo de H. splendida foram comparados com os exemplares coletados no litoral paraibano, porém não foi observada nenhuma diferença morfológica entre os dois espécimes. Desta forma, de acordo com a comparação feita do material-tipo com os espécimes depositados na coleção e os resultados da análise morfológica externa, consideramos H. picta sinônimo com H. splendida, já que de acordo com o ICZN é sempre atribuído prioridade ao nome mais antigo que denominou a espécie para designá-la, será considerada a identificação dos espécimes do gênero Hesione da costa da Paraíba como Hesione splendida. Ao analisar os materiais-tipo de H. ehlersi e de H. steenstrupii com H. splendida, foi observado que os dois primeiros táxons são sinônimos júnior (se tratam da mesma espécie, H. pantherina) apresentam cirros dorsais mais longos e as almofadas laterais ao longo do corpo são mais salientes que em H. splendida. Entre as descrições de H. pantherina encontradas, poucas relatavam detalhes da morfologia do animal, por isso, foi difícil detectar os caracteres que diagnosticam a espécie. Acredito que com base na análise do material-tipo não existem diferenças morfológicas entre as espécies. As diferenças existentes são visíveis nos animais vivos e com pouco tempo de fixação, onde é possível observar os padrões diferenciados de células sensoriais que nos animais são expressos como listras ou padrões de pigmentação. Durante a análise dos exemplares de Hesione splendida Savigny (in Lamarck), 1818 foi possível perceber que esta espécie possui parapódios sesquirremes (cirros tentaculares suportados por uma acícula). No entanto, a mesma apresenta um notopódio reduzido a um conspícuo cirro dorsal (fig. 1-d). De acordo com Morgado & Amaral (1984), o parapódio é caracterizado como unirreme, mas como a ilustração da estrutura 37 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba está morfologicamente correta, acredita-se que o termo utilizado pelos autores do trabalho tenha sido adequado para a época, mas que, nos dias atuais este tipo de parapódio em Hesione splendida recebe outro nome, ocasionando assim, essa incompatibilidade na nomenclatura. A variação no padrão de coloração foi evidente no exame dos espécimes. Schroeder & Hermans (1975) observaram que esta espécie apresenta hermafroditismo protândrico, ou seja, o amadurecimento dos órgãos sexuais ocorre em épocas diferentes para cada sexo, neste caso, as gônadas masculinas atngem a maturidade e tornam-se ativas primeiro. Na continuação do processo de crescimento, as gônadas femininas tornam-se ativas mais tarde. Sendo assim, é necessário posteriormente realizar um estudo histológico desta espécie para constatarmos se esta mudança no padrão de coloração está diretamente ligada à sua protandria, seja quando as gônadas masculinas tornam-se férteis, ou as femininas a posteriori. Figura 04. Vista dorsal do prostômio e dos 6 primeiros setígeros de Hesione splendida Savigny (in Lamarck, 1818) com padrão de coloração frequente. (Foto: Jailma Farias, Eriberto de Assis e Emerson Bezerra). 38 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Foi realizada uma análise morfométrica com 30 espécimes de Hesione splendida, todos provenientes da Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, para averiguar se ocorreria variação morfológica no tamanho corporal dos animais durante as estações do ano. As análises mostraram que as estações do ano (como no estado da Paraíba as estações do ano não são bem definidas, as estações foram denominadas de estação seca e chuvosa) não interferem no tamanho de Hesione splendida. Entretanto, em vista que os espécimes utilizados foram fixados de formas distintas implicando assim na possível alteração do tamanho da forma dos animais, outro teste deveria ser feito com amostras fixadas de forma padrão para obter-se resultados aceitáveis. De acordo com Pleijel (1998), todos os membros da tribo Hesionini (composta pelos gêneros Hesione, Dalhousiella, Leocrates, Leocratides e Wesenbergia) na qual o gênero Hesione está agrupado, apresentam número de segmentos fixado em 21, órgãos nucais, acículas escuras, lobos neuropodiais retangulares e neurocerdas bidentadas. Figura 05. Vista dorsal do prostômio e dos 5 primeiros setígeros de Hesione splendida Savigny (in Lamarck, 1818) com padrão de coloração distinto. (Foto: Jailma Farias, Eriberto de Assis e Emerson Bezerra). 39 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Na descrição feita por Nonato e Luna (1970) de Hesione splendida Savigny (in Lamarck,1818), a presença de uma prega triangular papiliforme na face dorsal da probóscide é indicada, mas ao analisar vários espécimes que se encontravam com a faringe evertida, foi possível perceber que se trata de uma papila pigmentada de coloração marrom no centro anterior da probóscide e não de uma prega, visto que a prega se trata de uma depressão, uma fissura, enquanto a papila é uma expansão epidérmica de forma e natureza variável (Amaral & Nonato, 1981). De acordo com Pleijel (1998), na diagnose da tribo Hesionini na qual o gênero Hesione está agrupado, este táxon não apresenta papilas na probóscide. Contudo, de acordo com o exame de inúmeros exemplares, foi certificado que a espécie em questão apresenta uma minúscula papila triangular. Durante a análise dos espécimes de Hesione splendida foi observada uma pequena variação no tamanho dos artículos das neurocerdas, onde há a presença de lâminas mais compridas e outras um pouco mais curtas, mas todas elas com as mesmas características, variando apenas o tamanho do artículo. De acordo com os diversos parapódios examinados juntamente com suas respectivas cerdas, pode-se considerar que os artículos de maior comprimento foram mais abundantes que os artículos mais curtos. Foi encontrada também a presença de dois pontos pretos emparelhados, um em cada lado da probóscide, na região mediana da mesma, em um espécime analisado. Acreditase que estes pontos podem ter se apagado devido à longa permanência do espécime no álcool. Diante do estudo da morfologia externa de Hesione splendida baseada na análise de 162 espécimes distribuídos em 95 lotes foi constatada uma notável quantidade de exemplares que apresentaram a descoloração intensa dos pigmentos presentes no corpo, olhos e papila devido à longa permanência no álcool. No decorrer do exame dos indivíduos de Hesione splendida foi verificada a presença de má-formação de parapódios em um pequeno grupo de exemplares, algumas vezes até a ausência deles. Nota biológica: Hesione splendida é uma espécie amplamente distribuída geograficamente. Na região sul do Brasil Hesione splendida é comumente encontrada na zona das marés, sob pedras, porém na costa do nordeste foi possível encontrá-la também em profundidades maiores (20-72 m) (Nonato & Luna, 1970). Esta espécie 40 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba pode estabelecer uma relação de comensalismo com outras espécies, como por exemplo, com o briozoário Schizoporella unicornis (Morgado & Amaral, 1984), o ofiúro Ophionereis reticulata (De Assis et al., 2012), com os mexilhões em Santa Catarina (Ferreira & Magalhães, 2004) ou constituir comunidades fitais, como foi observado com a alga Halimeda J. V. Lamouroux, 1812 na praia de Ponta Verde, Maceió-AL e Halodule wrightii Ascherson, 1868 na praia de Catuama, Goiana-PE. Distribuição: Atlântico Norte, Atlântico Sul (até o sul do Brasil); Mar Vermelho; costa da França para o Senegal; Mar Mediterrâneo; Mar tropical Indo-Pacífico Ocidental; Japão (Morgado & Amaral, 1984; Hartman, 1951; Nonato & Luna, 1970; Fauchald, 1977; Imajima, 2003; Costa et al., 2008). 41 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 5.1.2 Subfamília Ophiodrominae Subfamília Ophiodrominae Pleijel, 1998 Ophiodrominae Pleijel, 1998: 126. Gênero-tipo: Oxydromus Grube, 1855. Diagnose: Hesionidae com antena mediana, alternância dos cirros dorsais do grupo IIIa1 (este caráter foi a posteriori modificado por Ruta e Pleijel, 2006, ver apêndice A) e os cirros ventrais inseridos distalmente. Discussão: Pleijel (1998) descreveu a subfamília Ophiodrominae dentro da família Hesionidae e criou duas tribos, Gyptini Pleijel, 1998 e Ophiodromini Pleijel, 1998, ambas descritas por Pleijel (1998). Costa (2009) discorda da interpretação de Pleijel (1998) e propõe uma nova classificação para o clado Ophiodominae em que não existe divisão em tribos, pois para Costa (2009) os táxons Gyptini e Ophiodromini não demonstram ser grupos monofiléticos, já que estas tribos não são sustentadas por características sinapomórficas. 42 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Gênero Oxydromus Grube, 1855 Oxydromus Grube, 1855: 98. Ophiodromus Sars, 1862: 87. Fauvel, 1923: 242. Hartmann-Schörder, 1971: 129. Fauchald, 1977a: 76. Pleijel, 1998: 137-143, figs. 31-33. Orseis Ehlers, 1864: 188. Podarke Ehlers, 1864: 190. Mania Quatrefages, 1866: 104. Stephania Claparède, 1870: 482. Irma Grube, 1878: 107-108. Schmardiella Czerniavsky, 1882: 174. Anoplonereis Giard, 1882: 389-391. Orthodromus Ehlers, 1908: 61. Espécie tipo: Oxydromus fasciatus Grube, 1855 Diagnose: Prostômio com três antenas, uma mediana no meio do prostômio, dois palpos bi-articulados e dois pares de olhos presentes. Probóscide cilíndrica, musculosa, ausente de papilas. Seis pares de cirros tentaculares resultantes de 1 a 3 segmentos ápodos. Parapódios sesquirremes nos setígeros 1 e 2, subbirremes a partir do setígero 3. Poucas notocerdas incluindo furcadas e ocasionalmente capilares. Numerosas neurocerdas compostas falcígeras. Faringe com fímbrias na margem (Ueberlacker, 1984) e maxilas ausentes. 43 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Descrição: Número variável de segmentos. Corpo alongado com extremidades afiladas. Prostômio retangular arredondado com um par de palpos bi-articulados e três antenas inseridas frontalmente menores que os palpos, a antena mediana é menor que as laterais. Tubérculo facial presente. Palpóforos curtos ou bem desenvolvidos. Dois pares de olhos vermelhos e um par de órgãos nucais localizados dorsalmente; seis pares de cirros tentaculares montados em cirróforos; dois pares em cada um dos três primeiros segmentos. Probóscide com anel ciliar terminal, sem papilas e mandíbulas ausentes. Lobos notopodiais e notocerdas ausentes nos segmentos 1-5. Cirros dorsais presentes em todos os setígeros curtos, cônicos ou longos e cirróforos alongados ausentes. Cirróforos podem estar ausentes nos primeiros setígeros. Lobos notopodiais em todos os setígeros (exceto nos mais anteriores que podem ser bem desenvolvidos ou ausentes). Notocerdas poucas a muitas, furcadas ou capilares; notocerda furcada com dois braços de comprimentos diferentes. Todas as neurocerdas com lâminas falcígeras compostas, unidentadas, serrilhadas; dentes subapicais curtos com ausência de longos. Neurocerdas espinígeras ausentes. Acículas transparentes. Cirros ventrais lisos e curtos sem cirróforos. Pigídio sem órgãos genitais externos. Discussão: O gênero Oxydromus Grube, 1855 na literatura já foi tratado como sinônimo de Gyptis. Mas o material-tipo que Grube teria utilizado para estabelecer o gênero foi re-examinado e constatado que esta afirmação é incorreta; como foi observado por McIntosh (1908), a espécie-tipo Oxydromus fasciatus é um Ophiodromus flexuosus. Desta forma, os gêneros Oxydromus Grube, 1855 e Ophiodromus Sars, 1862 tornaramse sinônimos (Pleijel, 1998). Sars (1862) distinguia Ophiodromus pela presença de palpos articulados e parapódios birremes, mas ambas as características estão presentes em Oxydromus fasciatus, ocorrendo uma má interpretação por Grube ao dizer que esta espécie possui os palpos simples e parapódios unirremes (Villalobos-Guerrero & Harris, 2012). Pleijel (1998) afirmou que Oxydromus é mais antigo que Ophiodromus, porém, como descrito pela primeira vez por Hartman (1965a), o nome do gênero anterior estava ocupado na classe Aves, Oxydromus Schlegel, 1854. Por esta razão, Ophiodromus deveria ser utilizado. No entanto, Viéitez et al. (2004) argumentaram que Oxydromus é 44 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba um nome disponível para o gênero e deve ser considerado como válido. Então, seguindo a sua sugestão, Villalobos-Guerrero & Harris recentemente propuseram repôr Oxydromus e Ophiodromus para padronizar a utilização mundial de ambos os nomes genéricos (Villalobos-Guerrero & Harris, 2012). Viéitez (2004) percebeu que Oxydromus Schlegel, 1854 (utilizado para aves) é uma grafia incorreta subsequente de Ocydromus Wagler, 1830 (Aves, Gruiformes, Rallidae), onde o próprio nome Ocydromus é um homônimo júnior de um gênero de besouros, o Ocydromus Clairville, 1806 (Insecta, Carabidae), que foi substituído por Gallirallus Lafresnaye, 1841. Mesmo o nome de Schlegel utilizado em publicações posteriores (por exemplo, Reischek 1886, Rose 1890), uma grafia incorreta posterior permanece indisponível, de acordo com o artigo 33.3 do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, que diz que “Qualquer ortografia posterior de um nome diferente à grafia correta original, diferente de uma mudança obrigatória ou uma emenda, é um grafia incorreta posterior”. Portanto, não é um nome disponível. (Villalobos-Guerrero & Harris, 2012). Sabendo-se que a homonímia havia sido esclarecida, pode-se afirmar que Oxydromus prevalece sobre Ophiodromus, com base no princípio da prioridade (artigo 23, ICZN 1999). Em alguns trabalhos, como, por exemplo, Uebelarcker e Jonhson (1984), Hilbig (1994) e Uchida (2004) consideraram Ophiodromus Sars, 1862 e Podarke Ehlers, 1864 como dois gêneros distintos, seguindo dessa forma o conceito de Fauvel (1923) (que afirma que a diferença de parapódios sesquirremes e subbirremes para Podarke e parapódios birremes para Ophiodromus é um caracter que divide os dois gêneros). Contudo, de acordo com Fauchald (1977a) o gênero Podarke é sinônimo do gênero Ophiodromus, porque um gênero não é significativamente diferente do outro. Acreditase certamente que uma das razões para o problema entre estes dois táxons foi uma das afirmações de Ehlers para diferenciar Podarke de Ophiodromus. Ehlers erroneamente considerou os palpos do gênero Podarke como antenas adicionais e fez disto o caráter principal, ou seja, um recurso diagnóstico para separar os dois gêneros. Hessle (1925) comentou sobre esse equívoco e sinonimizou Podarke com Ophiodromus. A única diferença entre os gêneros Ophiodromus e Podarke que Hessle conseguiu detectar foi o desenvolvimento dos lobos neuropodiais. Ele duvidou que este fosse um 45 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba caráter diagnóstico para o gênero Podarke, pois hoje sabe-se que esta é uma característica diagnóstica utilizada juntamente com outras para identificar espécies deste gênero. McIntosh (1908) já dizia que Ehlers não tinha sido tão claro nas características para distinguir o gênero Podarke dos demais e considerou Podarke albocincta Ehlers, 1864 sinônimo de Ophiodromus flexuosus (Delle Chiaje, 1827). Hartman a priori em 1959 tinha seguido as definições de gênero de Fauvel (1923) para diferenciar Ophiodromus de Podarke e a posteriori, em 1965, sinonimizou Podarke agilis Ehlers, 1864 (espécie que a própria Hartman descreveu como espécie-tipo de Podarke, aparentemente sem saber que Hessle tinha designado Podarke albocincta como espécie tipo para o gênero Podarke em 1925) em Ophiodromus agilis Ehlers, 1864. Hessle (1925) determinou Podarke albocincta (já era sinônimo de Ophiodromus flexuosos de acordo com McIntosh, 1908) para espécie-tipo do gênero e sinonimizou Podarke com Ophiodromus (Pleijel, 1998). Portanto, analisando as sinonímias de McIntosh, Hessle e Hartman (outros autores também citam Podarke como sinônimo de Ophiodromus, como por exemplo, Jarvis (2011), Day (1967a) entre outros), sabendo do equívoco cometido por Ehlers com relação às estruturas morfológicas externas e observando a análise de Pleijel, Podarke é considerado sinônimo de Ophiodromus, e atualmente ambos são sinônimos de Oxydromus Grube, 1855. De acordo com Pleijel (1998), todos os membros da tribo Ophiodromini (composta pelos gêneros Oxydromus, Heteropodarke, Parasyllidea, Podarkeopsis e Sinohesione), na qual o gênero Oxydromus está agrupado, apresentam antena mediana inserida frontalmente, ausência de um grande número de papilas na probóscide, pigmentação marrom e notocerdas furcadas. Ueberlacker (1984) afirma que o gênero Oxydromus apresenta parapódios birremes com notopódio bem desenvolvido com numerosas notocerdas, mas analisando espécimes de Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901), não foi observada a presença de parapódios birremes, e sim de parapódios sesquirremes (com notopódio totalmente reduzido a um cirro dorsal nos primeiros setígeros) e subbirremes com notopódio diminuto e poucas notocerdas. Segundo Pleijel (1998), Oxydromus apresenta tubérculo facial e Uchida (2004) discorda, mas a análise dos espécimes Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901) 46 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba corroboram a descrição de Pleijel. Uchida (2004) fala que estes animais apresentam mandíbulas quitinosas, mas de acordo com Pleijel (1998) e com a análise dos espécimes, este grupo não apresenta tais estruturas. Na redescrição do gênero Oxydromus relata-se que os lobos neuropodiais e as neurocerdas são ausentes no setígero 1 (Pleijel, 1998), mas durante a análise dos espécimes este caracter não foi verificado. Hartmann-Schröder considerou incorreto dizer que Oxydromus possui parapódios unirremes. No presente trabalho esta opinião foi seguida, visto que nem na literatura e nem nos espécimes analisados de Oxydromus desta localidade foram encontrados parapódios unirremes. Uchida (2004) afirmou que Parasyllidea Pettibone, 1961 é sinônimo de Ophiodromus. Porém, Pleijel (1998) considera Parasyllidea como um gênero distinto, porque os representantes do gênero Ophiodromus possuem cirróforos curtos, palpóforos curtos e pode haver ausência ou presença de lobos e cerdas notopodiais, enquanto Parasyllidea apresenta cirróforos longos, palpóforos ausentes, lobos e cerdas notopodiais completamente ausentes. Portanto, Parasyllidea é considerado um gênero distinto. De acordo com Ueberlacker (1984), Oxydromus apresenta numerosas notocerdas capilares, mas Hilbig (1994), na sua descrição de Podarke (sinônimo do gênero Oxydromus), relata que as notocerdas são poucas, bifurcadas e ocasionalmente capilares. Diante da análise dos espécimes de Oxydromus, foram observadas notocerdas como descritas por Hilbig (1994). O gênero Oxydromus apresenta uma distribuição cosmopolita, habitando águas tropicais e temperadas (Viéitez, 2004) e é representado por 32 táxons, sendo 31 espécies válidas e 1 espécie considerada sinônimo júnior. 47 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Espécies válidas 1. Oxydromus adorsosetosus (Hartmann-Schröder, 1985) Syn. Ophiodromus adorsosetosa Hartmann-Schröder, 1985 2. Oxydromus adspersus (Grube, 1874) Ophiodromus adspersus Grube, 1874 3. Oxydromus agilis (Ehlers, 1864) Ophiodromus agilis (Ehlers, 1864) Podarke agilis Ehlers, 1864 4. Oxydromus angolaensis (Hartmann-Schröder, 1974) Podarke angolaensis Hartmann-Schröder, 1974 5. Oxydromus angustifrons (Grube, 1878) Irma angustifrons Grube, 1878 Irma latifrons Grube, 1878 Ophiodromus angustifrons (Grube, 1878) Podarke angustifrons (Grube, 1878) 6. Oxydromus berrisfordi (Day, 1967) Ophiodromus berrisfordi Day, 1967 7. Oxydromus brevipodius (Uchida, 2004) Ophiodromus brevipodius Uchida, 2004 8. Oxydromus bunbuku (Uchida, 2004) Ophiodromus bunbuku Uchida, 2004 9. Oxydromus constrictus (Uchida, 2004) 48 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Ophiodromus constrictus Uchida, 2004 10. Oxydromus didymocerus (Schmarda, 1861) Cirrosyllis didymocera Schmarda, 1861 Ophiodromus didymocerus (Schmarda, 1861) 11. Oxydromus fauveli (Uchida, 2004) Ophiodromus fauveli Uchida, 2004 12. Oxydromus flexuosus (Delle Chiaje, 1825) Gyptis fasciatus (Grube, 1855) Nereis flexuosa Delle Chiaje, 1827 Ophiodromus flexuosus (Delle Chiaje, 1827) Ophiodromus vittatus Sars, 1862 Oxydromus fasciatus Grube, 1855 13. Oxydromus furcatus (Hartmann-Schroder, 1962) Ophiodromus furcatus (Hartmann-Schröder, 1962) Podarke furcata Hartmann-Schröder, 1962 14. Oxydromus guanicus (Hoagland, 1919) Ophiodromus guanicus (Hoagland, 1919) Podarke guanica Hoagland, 1919 15. Oxydromus latifrons (Grube, 1878) Ophiodromus latifrons (Grube, 1878) 16. Oxydromus limicolus (Willey, 1905) Irma limicola Willey, 1905 49 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Ophiodromus limicola (Willey, 1905) 17. Oxydromus longifundus (Uchida, 2004) Ophiodromus longifundus Uchida, 2004 18. Oxydromus longicirratus (Knox and Cameron, 1971) Nereimyra longicirrata Knox & Cameron, 1971 Ophiodromus longicirratus (Knox & Cameron, 1971) 19. Oxydromus microantennatus (Hutchings and Murray, 1984) Ophiodromus microantennatus (Hutchings & Murray, 1984) Podarke microantennata Hutchings & Murray, 1984 20. Oxydromus minutus (Hartmann-Schröder, 1959) Ophiodromus minutus (Hartmann-Schröder, 1959) Podarke minuta Hartmann-Schröder, 1959 21. Oxydromus mutilatus (Treadwell, 1901) Castalia mutilata Treadwell, 1901 Nereimyra mutilata (Treadwell, 1901) Ophiodromus mutilatus (Treadwell, 1901) 22. Oxydromus notospinosus (Rosito, 1983) Ophiodromus notospinosus Rosito, 1983 23. Oxydromus obscurus (Verrill, 1873) Ophiodromus obscurus (Verrill, 1873) Podarke obscura Verrill, 1873 24. Oxydromus okudai (Uchida, 2004) 50 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Ophiodromus okudai Uchida, 2004 25. Oxydromus pallidus Claparède, 1864 Ophiodromus pallidus (Claparède, 1864) Podarke pallida (Claparède, 1864) 26. Oxydromus parapallidus (Uchida, 2004) Ophiodromus parapallidus Uchida, 2004 27. Oxydromus pelagicus (Rioja, 1923) Ophiodromus pelagica Rioja, 1923 Ophiodromus pelagicus Rioja, 1923 28. Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901) Ophiodromus pugettensis (Johnson, 1901) Podarke pugettensis Johnson, 1901 39. Oxydromus spinapandens (Storch and Niggemann, 1967) Podarke pugettensis spinapandens Storch & Niggemann, 1967 30. Oxydromus spinosus (Ehlers, 1908) Ophiodromus spinosus (Ehlers, 1908) Orthodromus spinosus Ehlers, 1908 31. Oxydromus viridescens (Ehlers, 1864) Ophiodromus viridescens (Ehlers, 1864) Podarke viridescens Ehlers, 1864 31. Oxydromus vittatus (Sars, 1862) Ophiodromus vitattus Sars, 1862 51 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901) Figura 06 Podarke pugettensis Johnson, 1901: 397-398, est. 3, figs. 23-25; Berkeley & Berkeley, 1948: 56, figs. 83-84. Ophiodromus pugettensis (Jonhson, 1901) Hessle, 1925: 20-21; Imajima & Hartman, 1964: 83-84; Hartman 1961: 67-68; Hartman, 1968: 369 figs. 1-3; Blake, 1975b:183, fig. 91; Lissner et al., 1986: D-8. Podarke furcata Hartman-Schröder, 1962: 116-118, est. 5, figs. 27-29. Material examinado: Oxydromus pugettensis Johnson, 1901. Foram examinados 66 espécimes. Diogo Lopes, Macau-RN, 21 espécimes coletados em 08 de novembro de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 1621). Praia do Bessa 7°02’S-34°80’W (B10c), João PessoaPB, 1 espécime coletado em 06 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1070). Praia do Bessa 7°02’S-34°80’W (B10d), João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 06 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1071). Praia do Bessa 7°06’S-34°79’W (C10b), João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 21 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1072). Praia do Bessa 7°06’S-34°75’W (C15d), João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 21 de março de 2006 (CIPY-POLY-UFPB 1073). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 14 de novembro de 2001 (CIPY-POLY-UFPB 1622). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 14 de novembro de 2001 (CIPY-POLY-UFPB 1623). Ponta de Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 12 de dezembro de 2001 (CIPY-POLY-UFPB 1625). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletado em 08 de outubro de 2002 (CIPY-POLYUFPB 1624). Praia do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 29 de agosto de 2007 (CIPY-POLY-UFPB 907). Recife do Seixas, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 23 de março de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1465). Praia do Seixas, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 23 de março de 2008 (CIPY-POLYUFPB 1467). Recife do Seixas, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 23 de março de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1468). Recife do Seixas, João Pessoa-PB, 10 espécimes 52 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba coletados em 23 de março de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1472). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 1 espécime coletados em 13 de junho de 2008 (CIPY-POLY-UFPB 1462). Ponta do Cabo Branco, João Pessoa-PB, 2 espécimes coletados em 15 de setembro de 2012 (CIPY-POLY-UFPB 1644). Revizee NE III A est. 28 pr. 2°, 1 espécime coletado em 10 de maio de 1998 (CIPY-POLY-UFPB 1673). Revizee NE II A est. 37 pr. 2°, 3 espécimes coletados em 14 de maio de 1998 (CIPY-POLY-UFPB 1620). Revizee NE II 518 A Draga est. 81 pr. 3°, 1 espécime, coletado em 06 de junho de 1998 (CIPY-POLY-UFPB 1619). Ponta de Pedra R2 Epi, Goiana-PE, 8 espécime coletado em 15 de junho de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1647). Ponta de Pedra R3, Goiana-PE, 2 espécime coletado em 15 de junho de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1648). Ponta de Pedra R2 Epi, Goiana-PE, 1 espécime coletado em 01 de agosto de 2011 (CIPY-POLY-UFPB 1646). Diagnose: Parapódio sesquirremes presentes nos setígeros 1 e 2, raramente no setígero 3, a partir dos setígeros 3 ou 4 os parapódios são subbirremes. A forma cônica do lóbulo pré-setal também é um caráter específico para identificar a espécie. Descrição: (CIPY-POLY-UFPB 1621) Exemplar completo em torno de 46 setígeros medindo cerca de 12 mm de comprimento. Corpo curto, largo na região mediana e afinando em direção ao pigídio. Possui cor avermelhado escura. Prostômio mais largo que longo, arredondado retangular, trilobado, com 3 antenas subuladas e a mediana mais curta que as demais laterais; dois palpos bi-articulados maiores que as antenas; dois pares de olhos, o par anterior reniforme e ligeiramente maior que o posterior e seis pares de cirros tentaculares lisos (fig. 2-a). Parapódios sesquirremes nos setígeros 1 e 2, raramente no setígero 3, portando duas acículas incolores no notopódio e neuropódio (fig. 2-b), a partir dos setígeros 3 ou 4 os parapódios são subbirremes portando duas notoacículas e duas neuroacículas todas incolores (fig. 2-c). Notopódios fortemente reduzidos à projeção lateral do cirróforo dorsal portando um cirro dorsal longo nos setígeros 1 e 2, raramente 3, e nos demais setígeros notopódios diminutos acompanhados de um cirro dorsal longo com cirróforo presente. Neuropódios bem desenvolvidos com o lóbulo pré-setal cônico arredondado em todos os setígeros portando assim como o notopódio, duas acículas. Cirros dorsais e ventrais lisos e finos, os ventrais mais curtos que os dorsais. Cerdas neuropodiais compostas, falcígeras, heterogonfa, artículo longo com lâmina serrilhada unidentada no ápice portando um 53 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba dente subapical longo (fig. 2-g), lâminas moderadamente longas, sendo estas das cerdas inferiores e superiores menores que as lâminas das cerdas da região mediana do parapódio, que são maiores (cerdas dispostas em leque). Cerdas notopodiais furcadas em número de 2 por parapódios (os parapódios dos setígeros mais anteriores não apresentam) (fig. 2-e). Cerdas dos primeiros setígeros menores que as dos setígeros subsequentes (fig. 2-f). Tais cerdas notopodiais são relativamente curtas quando comparadas às cerdas neuropodiais. Pigídio pequeno em forma de anel, com ânus terminal (fig. 2-d). Cirros anais não observados. Variação: Apresenta variação no número de acículas nos parapódios subbirremes, podendo ser 1 ou 2 acículas por ramo parapodial (fig. 2-c), como já foi percebido por Morgado e Amaral (1984). 54 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Figura 06. Oxydromus pugettensis. a) vista dorsal do prostômio e dos 8 primeiros setígeros (CIPYPOLY-UFPB 1621); b) parapódio sesquirreme do 2° setígero (CIPY-POLY-UFPB 1621); c) parapódio subbirreme do 15° setígero (CIPY-POLY-UFPB 1621); d) vista dorsal do pigídio (CIPY-POLY-UFPB 1621); e) notocerda furcada do parapódio subbirreme do 26° setígero (CIPY-POLY-UFPB 1621); f) neurocerda falcígera com artículo curto do 2° setígero situada na região superior do feixe (CIPY-POLYUFPB 1621); g) neurocerda falcígera com artículo longo do 26° setígero situada na região mediana do feixe. 55 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Discussão: Segundo Hilbig (1994), o Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901) apresenta 2 acículas por parapódio, porém, no decorrer da análise dos caracteres morfológicos desta espécie, foi percebido que o número de acículas presentes nos parapódios subbirremes podem ter 1 ou 2 acículas em cada ramo do parapódio (fig. 2-c), como já foi percebido por Morgado & Amaral (1984). Segundo Morgado & Amaral (1984), esta espécie apresenta dois cirros anais longos, mas infelizmente neste trabalho não foi possível observar esses cirros (fig. 2-d), acredita-se que os mesmos se romperam durante o processo de fixação e conservação. De acordo com Uchida (2004), Oxydromus pugettensis (Jonhson, 1901) porta exclusivamente parapódios birremes, porém, durante a análise dos 66 exemplares distribuídos em 21 lotes, foi observada a presença de parapódios sesquirremes nos parapódios dos setígeros 1 e 2, raramente 3 (fig. 2-b), e a partir dos setígeros 3 ou 4 os parapódios são sub-birremes (fig. 2-c), e nenhum birreme. Uchida (2004) ilustra um parapódio do 23°setígero morfologicamente correto, mas diz que os mesmos são birremes quando na verdade se tratam de parapódios subirremes, pois o notopódio dos setígeros 3 ou 4 em diante são reduzidos. Nota biológica: Estes animais habitam a faixa do meso e infralitoral e tem sido bastante estudados devido ao hábito comensal (Hickok & Davenport, 1957; Storch & Niggeman, 1967; Stewart, 1970) que estabelece com várias espécies de hospedeiros. Lande & Reish (1968) realizaram um estudo em que exploram a associação do Oxydromus com a estrela-do-mar Patiria miniata descoberto por Bartel & Davenport (1956), cuja associação ocorre sazonalmente. O estudo realizado foi desenvolvido nos período entre julho de 1964 a junho de 1966, e afirma que o número de poliquetas apresenta variação sazonal e que a mesma ocorre inversamente com a variação de temperatura da água, onde números mais elevados de poliquetas são observados no inverno e números mais baixos durante o verão. Duas explicações foram discutidas para explicar a ocorrência sazonal de Oxydromus pugettensis: a primeira é que o poliqueto se reproduz no inverno, seguido de uma vida larval de aproximadamente seis meses se tornando de vida livre no verão. Na segunda explicação, se cogita que o poliqueto deixe a estrela-do-mar no inverno e se torne de vida livre reproduzindo-se no verão. 56 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Stewart (1970) descobriu três populações fisiologicamente distintas, duas delas vivendo em associação com a estrela-do-mar Patiria miniata Verril, 1913 e Petalaster foliolata Grube, 1866 (esta última foi sinonimizada em Luidia foliolata (Grube, 1866)), respectivamente, e uma população de vida livre. Os animais são atraídos por quimiorrecepção. Até 20 espécimes podem ser encontrados em uma única estrela hospedeira e coexistindo pacificamente com os outros. De acordo com Stewart (1970), os indivíduos da espécie Oxydromus pugettensis residem no sulco ambulacral ou rastejam sobre a superfície oral. A população associada à Patiria miniata foi a mais seletiva na escolha do seu hospedeiro e foi atraído por uma substância de dois componentes produzida pela estrela. Os animais de vida livre não demonstraram nenhuma atração por qualquer hospedeiro podendo ser encontrados em fundos lodosos, algas, ou areias lamacentas. Quando comensal, o Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901) pode ser encontrado associado a várias espécies de hospedeiro de uma infinidade de grupos além das estrelas-do-mar Patiria miniata Verril, 1913 (Bartel & Davenport, 1956), Luidia foliolata (Grube, 1866) (Davenport et al., 1960), Luidia magnifica Fisher, 1906 (Storch & Rosito, 1981), Pteraster tesselatus Ives, 1888 (Storch & Niggemann, 1967), Oreaster occidentalis Verrill, 1870 (Steinbeck & Ricketts, 1941) sinonimizada em Pentaceraster cumingi (Gray, 1840), Pisaster ochraceus (Brandt, 1835) (Davenport & Hickok, 1957), Como exemplos de hospedeiros de outros grupos tem-se a Protankyra bidentata (Woodwart & Barett, 1858) (Okuda, 1936), Eupagurus Brandt, 1851 (Hickok & Davenport, 1957) que foi sinonimizado em Pagurus Fabricius, 1775, Aletes Mörch, 1862 (Storch & Niggemann, 1967), Chama Linnaeus, 1758 (Storch & Niggemann, 1967), Clypeaster humilis (Leske, 1778) (Storch & Niggemann, 1967) e Schizoporella unicornis (Johnston & Wood, 1844) (Morgado & Amaral, 1984). Oxydromus pugettensis também foi encontrado estabelecendo associação com esponjas do gênero Ircinia Nardo, 1833 na praia de Ponta de Pedra em Goiana-PE e constituindo comunidades de fital associado à alga Halimeda opuntia (Linnaeus) J. V. Lamouroux, 1816 na praia do Cabo Branco-PB. Shaffer (1979), que estabeleceu um minucioso estudo referente à biologia da alimentação de Oxydromus pugettensis, rejeitou teorias anteriores de que este animal poderia ser um herbívoro. Os seus experimentos mostraram de forma conspícua que a 57 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba espécie é carnívora e que se alimenta de presas vivas e mortas. Os organismos vivos são selecionados principalmente pelo tamanho que está relacionado com as vibrações da água originadas pelos movimentos do animal, enquanto os organismos mortos são avaliados pelos receptores químicos. Distribuição: Peru; Costa ocidental dos Estados Unidos e México; costa nordeste e sul do Brasil (Estado do Rio de Janeiro) e Japão, conforme Imajima & Hartman (1964) (Morgado & Amaral, 1984). 58 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba DISCUSSÃO GERAL Estudos correspondentes à fauna poliquetológica do estado da Paraíba ainda são escassos, principalmente voltados à diversidade biológica da família Hesionidae. Este é o primeiro trabalho com a finalidade de explorar a taxonomia de hesionídeos no litoral paraibano. Desta forma, este estudo consiste em acrescentar informações resultando na ampliação do conhecimento da fauna marinha da Paraíba. Foram identificados 228 espécimes distribuídos em 116 lotes, especificamente 162 exemplares correspondem à espécie Hesione splendida Savigny (Lamarck, 1818) e 66 exemplares à espécie Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901). A amostragem da espécie Hesione splendida Savigny (Lamarck, 1818) foi bem mais significativa que a de Oxydromus pugettensis (Johnson, 1901), porém, as espécies do gênero Oxydromus Grube, 1855 nem sempre são fáceis de serem coletadas, visto que se trata de animais minúsculos e frágeis tornando mais difícil a sua coleta e preservação, diferente da espécie Hesione splendida Savigny (Lamarck, 1818), representada por animais grandes e robustos de fácil visualização no campo. Foi examinada uma quantidade de 22 lotes que se encontrava identificada como o gênero Gyptis Marion & Bobretzky (in Marion, 1874), porém, após a análise do material, foi constatado que se trata de syllídeos do gênero Odontosyllis Claparède, 1863, pois os mesmos apresentam uma capa nucal, número, localização e tamanho das antenas, forma dos palpos, parapódios e cerdas similares ao gênero correspondente à família Syllidae. O número de gêneros identificados para a costa paraibana é inferior ao número registrado para o Brasil (Amaral et al., 2012). A espécie Hesione splendida Savigny (Lamarck, 1818) foi de suma importância para este trabalho, pois foi observada uma variação no padrão de coloração peculiar em alguns exemplares desta espécie nunca vista antes em nenhuma literatura, porém, se sabe que esta espécie apresenta hermafroditismo protândrico (Schroeder & Hermans, 1975), sendo assim, faz-se necessário um estudo histológico desta espécie posteriormente para constatarmos se esta mudança no padrão de coloração está diretamente ligada à sua protandria. 59 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba CONCLUSÕES - Foi realizada uma revisão dos espécimes representantes da família Hesionidae contribuindo para o crescimento da coleção ientífica de invertebrados marinhos Paulo Young através de traiagens, identificação, tombamento e manutenção dos espécimes estudados; - Com base nos espécimes analisados podemos concluir que o litoral paraibano abrange uma baixa biodiversidade de espécies de hesionídeos; - As descrições e ilustrações presentes nete trabalho podem vir a contribuir para a realização de trabalhos taxonômicos futuros. 60 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Amaral, A. 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Segment no. 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 GROUP 1 Hesiolyra bergi ? ? ? ? + - + - + + - + - + - + - + - + - + - + - + ? + ? - - + + + + - - + + - - + + + + - - + + + - + + + - + + + - - + + + - + + + - + + + - + + + - + + + - + - + - + + - + + + + + + + + - - + + + + + + + + - + + + + + ? + + - + + + + + + + + - - + + + + + + + + - + + + + + + + + - + + + + + + + + - + - + - + - + - - + + + + - + + + - + + + - + ? + GROUP 2.2 GROUP 2.2.1 GROUP 2.2.1.1 Sirsoe methanicola + - - + - + - + - - + - + - - + - - + - - + GROUP 2.2.1.2 Hesiospina aurantiaca Micropodarhe dúbia Psamathe fusca + + + - - + + + - + + + - + + + - - + + + - + + + - - + + + - - + + + - - GROUP 2.2 Nereimyra punctata Syllidia armata + + - - + + - + + - + + - - + + - + + - - + + - + + - - + + GROUP 2 Hesiodeira glabra “capricornia” GROUP 2.1 Amphiduros fuscescences Gyptis propínqua Hesiobranchia lifouensis n. gen., n. sp. Hesione splendida Heteropodarke formalis Leocrates chinensis Leocratides filamentosus Oxydromus flexuosos Parahesione sp.¹ Podarkeopsis arenicolus Sinohesione genitaliphora 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 - + - + - + - + - + - - + + + - + - - + - + - - - + - - + - + + + - + + + - + + + - + + + - + - + - + - + - + - - + + - - + + - - + - - + 81 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba APÊNDICE 2 82 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba Tabela constituída pelos espécimes da Coleção de Invertebrados Paulo Young referentes à família Hesionidae que tiveram o nome do gênero retificados, a priori, nas etiquetas de identificação constavam como Gyptis Marion & Bobretzky (Marion, 1874), porém, após a análise minuciosa do material, foi averiguado que os respectivos espécimes eram representantes do gênero Odontosyllis Claparède, 1863 (Syllidae). Táxon Odontosyllis Claparède, 1863 Localidade N° de espécimes 7°01’S - 34°46’W (B15b) 7°01’S - 34°46’W (B15a) 7°03’S - 34°43’W (C20II-E) 3 7°01’S - 34°46’W (B15c) (C20II-e) 2 7°03’S - 34°45’W (C15a) 7°03’S - 34°45’W (C15e) (C20II-e) 7 3 4 2 10 1 6°59’S - 34°46’W (A15a) 7°01’S - 34°47’W (B10d) (C20II-a) 2 6°59’S - 34°46’W (A15c) 7°01’S - 34°46’W (C15d) (C20II-e) 3 7°01’S - 34°47’W (B10a) 7°03’S - 34°54’W (C15c) (C20II-e) 1 7°01’S - 34°46’W 1 6°59’S; 34°46’W (A15c) 1 6°59’S; 34°46’W (A15c) 4 Praia do Seixas, João Pessoa - PB 1 Praia do Seixas, João Pessoa - PB 1 1 1 2 5 3 1 N° de tombo CIPY-POLY-UFPB 1626 CIPY-POLY-UFPB 1627 CIPY-POLY-UFPB 1628 CIPY-POLY-UFPB 1629 CIPY-POLY-UFPB 1630 CIPY-POLY-UFPB 1631 CIPY-POLY-UFPB 1632 CIPY-POLY-UFPB 1633 CIPY-POLY-UFPB 839 CIPY-POLY-UFPB 841 CIPY-POLY-UFPB 1634 CIPY-POLY-UFPB 842 CIPY-POLY-UFPB 1635 CIPY-POLY-UFPB 1636 CIPY-POLY-UFPB 1637 CIPY-POLY-UFPB 1638 CIPY-POLY-UFPB 1639 CIPY-POLY-UFPB 1640 CIPY-POLY-UFPB 843 CIPY-POLY-UFPB 840 CIPY-POLY-UFPB 1029 CIPY-POLY-UFPB 1092 83 Taxonomia da Família Hesionidae Grube, 1850 (Annelida: Polychaeta) da costa da Paraíba 84