Profile of hospital admissions due to acute poisoning in the

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Profile of hospital admissions due to acute poisoning in the
INTOXICAÇÕES EXÓGENAS EM HOSPITAIS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
Profile of hospital admissions due to acute poisoning in the metropolitan
region of Rio de Janeiro, Brazil
Guilherme L. Werneck1, Maria Helena Hasselmann2
RESUMO
Este artigo descreve o perfil dos casos de intoxicações exógenas admitidos em oito hospitais
de emergência localizados na região metropolitana do Rio de Janeiro, durante o período
de um ano. Com base nos boletins de atendimento de emergência, foram registrados
todos os casos suspeitos ou confirmados de intoxicação que se enquadrassem nas seguintes
categorias: (1) drogas, medicamentos e substâncias biológicas (exceto alucinógenos); (2)
solventes orgânicos e hidrocarbonetos halogenados e vapores; (3) produtos químicos; (4)
monóxido de carbono e outros gases, fumaças e vapores; (5) pesticidas. Cerca de metade
dos casos envolveu medicamentos, 25% algum tipo de pesticida e 20% os produtos
domissanitários. Dentre as intoxicações por pesticidas, cerca de 3/4 envolveram o chumbinho,
um produto ilegalmente vendido como raticida, que freqüentemente contém o agrotóxico
carbamato. Os medicamentos provocaram metade das intoxicações no sexo feminino e
1/3 nos homens. O chumbinho concorreu com quase 20% das intoxicações em ambos os
sexos. Os medicamentos responderam pela maior parte das intoxicações em quase todas
as faixas etárias, exceto entre as crianças onde os agentes domissanitários tiveram participação
expressiva. Cerca de 2/3 das tentativas de suicídio envolveram medicamentos, enquanto
1/5 delas foi ocasionada pelo chumbinho. Tanto os domissanitários como os medicamentos
foram responsáveis por cerca de 1/3 dos eventos acidentais. Aumentar a rede de Centros
de Controle de Intoxicações, desenvolver intervenções na linha de produção de embalagens
para medicamentos e produtos químicos, maior fiscalização sobre a comercialização
ilegal do chumbinho, e ênfase em atividades de informação e educação em saúde, são
algumas iniciativas que poderiam contribuir para mudar este cenário.
PALAVRAS-CHAVE
Intoxicações exógenas, agrotóxico, medicamento, tentativa de suicídio, causas externas,
epidemiologia
ABSTRACT
In this manuscritpt we describe the profile of poisoning cases attended during one year
at eight emergency hospitals located in the metropolitan area of Rio de Janeiro,
1
Doutor em Saúde Pública. Professor Adjunto do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva, Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Professor Adjunto do Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado
do Rio de Janeiro. e-mail: [email protected].
2
Doutora em Saúde Coletiva. Professora Adjunta do Departamento de Nutrição Social, Instituto de
Nutrição. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
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Brazil. All confirmed or suspected poisoning cases due to (1) drugs and biological
substances (except hallucinogenics); (2) organic solvents, hydrocarbons and vapours; (3)
chemical products; (4) carbon monoxide and other gases; (5) pesticides, were collected.
Half of the cases involved drugs, 25% pesticides and 20% chemical products of
domestic use. Among pesticide cases, around 3/4 involved the “chumbinho”, an illegal
product sold as a rodenticide, and usually includes in its formulation a carbamate.
Drugs provoked half of the cases among women and 1/3 among men. The “chumbinho”
causes almost 20% of cases in both genders. Drugs were the main cause of poisoning
in all ages, except among children where the chemical products of domestic use had
expressive participation. Around 2/3 of suicide attempts involved drugs, and 1/5 the
“chumbinho”. Both drugs and chemical products of domestic use were responsible for
1/3 of accidents. Increasing the network of the Poison Control Centers, developing
intervention for the production of safer packing devices for drugs chemical products,
supressing the illegal commerce of “chumbinho”, and emphasizing health education
activities might contribute to change this situation.
KEY WORDS
Poisoning, pesticides, drugs, sucide attempts, accidents, epidemiology
1. INTRODUÇÃO
As intoxicações exógenas representam um importante problema de saúde
pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde reconhece que não existem
estimativas válidas da incidência de intoxicações em nível mundial, mas especula
que cerca de 500 mil pessoas devam morrer devido a intoxicações a cada ano
(WHO, 1997). Em 1997, inquérito de base populacional nos Estados Unidos
estimou em cerca de 2 milhões o número de episódios de intoxicações que necessitaram
de atenção médica nos 3 meses anteriores à entrevista, sendo 25% em menores de
6 anos de idade (Warner et al., 2000).
A grande parte da informação disponível sobre a magnitude das intoxicações
exógenas vem das estatísticas de Centros de Controle de Intoxicações (CCI). Estes
centros, distribuídos por todo o mundo, têm como principais funções prover
informações sobre intoxicações, auxiliar no manejo do paciente, desenvolver
atividades de vigilância toxicológica, pesquisa e treinamento para prevenção e
tratamento da intoxicação (WHO, 1997; Woolf, 2004). A Associação Americana
de Centros de Controle de Intoxicação registrou, em 2004, mais de 2,4 milhões
de intoxicações e 1.183 óbitos (Watson et al., 2005). A distribuição dos casos de
intoxicação não variou segundo sexo, mas se concentrou abaixo dos 20 anos de
idade (~65%). Mais de 84% dos casos foram considerados como não intencionais,
e 91% envolveram apenas um agente tóxico. As principais substâncias envolvidas
foram os analgésicos (11,5%), produtos de limpeza (9,4%), cosméticos e produtos
de higiene pessoal (9,2%), drogas sedativas/hipnóticas/antipsicóticas (5,3%),corpos
estranhos (5,0%), produtos tópicos (4,7%), preparações para resfriados e tosse
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(4,5%), antidepressivos (4,2%), pesticidas (4,2%), mordeduras por animais
peçonhentos (4,0%), e plantas (3,1%) (Watson et al., 2005).
Em 2002, no Brasil, a rede do Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas contava com 33 CCIs, aqui denominados de Centros de Informação
e Assistência Toxicológica. Neste ano, em 25 destes centros, foram registrados
75.212 casos de intoxicação humana e 375 óbitos (SINITOX, 2005). Assim como
no caso norte-americano, a distribuição dos casos de intoxicação não variou
segundo sexo, mas apenas metade dos casos ocorreu abaixo dos 20 anos de idade,
e cerca de 70% foram considerados como não intencionais. Os principais agentes
tóxicos envolvidos foram os medicamentos (26,9%), mordeduras e picadas por
animais peçonhentos (23,9%), agrotóxicos (10,4%), domissanitários (8,7%),
produtos químicos industriais (6,2%), mordeduras e picadas por animais não
peçonhentos (5,8%), raticidas (5,7%) e plantas (2,3%) (SINITOX, 2005).
Em 2003, estudo sobre as intoxicações em menores de 5 anos de idade
registrados no Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul, mostrou
que as intoxicações eram menos freqüentes em menores de 1 ano, e predominavam
discretamente no sexo masculino (53%). Em relação às circunstâncias de ocorrência,
identificou-se a via oral como principal meio de exposição (88%), a localização
preferencial do agente tóxico no chão da sala de estar ou do quarto (67%), os
medicamentos, especialmente os analgésicos, como principais agentes tóxicos (42%),
seguidos dos domissanitários (16%) (Ramos et al., 2005).
É importante salientar, entretanto, que os dados oriundos dos CCIs devem
ser subestimados dado que a notificação de casos de intoxicação não é obrigatória,
mas decorre fundamentalmente da necessidade da equipe médica de obter
informações sobre diagnóstico e tratamento. Na medida em que as equipes dos
serviços de emergência se tornam proficientes nestas atividades elas podem não
sentir a necessidade de recorrer aos CCIs, implicando em possível subnotificação
expressiva. Os dados norte-americanos sugerem que apenas cerca de metade dos
casos de intoxicação que necessitam de assistência médica chegam a ser notificados
aos CCIs (Warner et al., 2000). Mais grave é a subnotificação seletiva, já que os
casos de intoxicação em crianças tendem a ser proporcionalmente mais notificados,
algo que possivelmente também deva ocorrer em função da gravidade da lesão,
contribuindo para distorcer o perfil de substâncias envolvidas.
Os serviços de atendimento de emergência são uma possível fonte alternativa
de dados sobre intoxicações, mas apresentam também uma série de problemas e
limitações, seja devido à ausência de uma base de dados sobre este tipo de
atendimento, seja porque as informações contidas nos boletins de atendimento
são, em geral, insuficientes para caracterização completa do evento. Entretanto,
um perfil das intoxicações exógenas obtido a partir desta fonte de dados seria
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desejável, porque poderia, potencialmente, descrever um panorama mais
completo da magnitude das intoxicações que necessitam de atenção à saúde.
Como estes eventos tendem a ser potencialmente graves, acredita-se que a maioria
deles recorra a um serviço de emergência e que, particularmente para este tipo
de evento de saúde, os boletins de registro de atendimento tendam a ser mais
adequadamente preenchidos. Com o intuito de suprir esta lacuna, este artigo
descreve o perfil dos casos de intoxicações exógenas admitidos em oito hospitais
de emergência localizados na região metropolitana do Rio de Janeiro, durante o
período de um ano.
2. METODOLOGIA
2.1. LOCAIS DO ESTUDO
O levantamento dos dados foi realizado de forma retrospectiva com base nos
boletins de atendimento de emergência de oito hospitais localizados na região
metropolitana do Rio de Janeiro (Hospital Estadual Getúlio Vargas, Hospital
Estadual Rocha Faria, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Estadual
Pedro II, Hospital Municipal Miguel Couto, Hospital Municipal Salgado Filho,
Hospital Municipal Lourenço Jorge, Hospital Municipal Souza Aguiar).
2.2. COLETA, PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
E LABORAÇÃO DA FICHA DE COLETA DE DADOS : uma ficha com perguntas
fechadas e pré-codificadas foi elaborada para a coleta de dados e pré-testada
em alguns hospitais. Percebeu-se que o uso desta ficha era pouco eficiente, pois
diversos campos de preenchimento permaneciam em branco, já que a maioria
dos boletins de emergência tem pouca informação registrada, e, por outro lado,
algumas informações relevantes acabavam tendo que ser coletadas na forma
não estruturada, ou seja, copiadas literalmente em campo de entrada aberta.
Assim, optou-se por usar o mesmo formulário utilizado para registrar o caso
atendido na emergência do hospital (boletim de emergência), de forma que
toda a informação registrada fosse copiada ipsi litere para esta ficha, a ser então
revista, codificada e digitada pela coordenação da pesquisa. Esta ficha, para fins
de evitar qualquer problema ético e/ou institucional continha um carimbo de
“SEM EFEITO”. Também para evitar problemas éticos o nome do paciente
não foi copiado.
RECRUTAMENTO E TREINAMENTO DA EQUIPE DE COLETA DE DADOS: A equipe
(coordenadora de atividade de campo e auxiliares de pesquisa) foi recrutada em
Abril de 2002 e submetida a sessões de treinamento iniciadas neste mesmo mês,
seguidas de reuniões bimestrais de atualização.
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SUPERVISÃO DAS ATIVIDADES DE CAMPO: A coordenação de atividades de campo
realizou supervisão continuada nos hospitais de forma a garantir o bom andamento
do trabalho. Esta atividade incluiu revisão de uma amostra dos dias de atendimento
coletados pelos auxiliares de pesquisa de forma a identificar problemas e erros. Em
todos os hospitais incluídos no estudo, tal trabalho foi realizado mensalmente em pelo
menos 10% dos dias de atendimentos. O coordenador esteve em contato com os
auxiliares de pesquisa semanalmente, e eventualmente agendou encontros diretamente
nos hospitais para avaliar o desempenho e qualidade do trabalho realizado.
REUNIÕES COM OS AUXILIARES DE PESQUISA: O treinamento e a supervisão foram
reforçados e atualizados bimestralmente em reuniões entre o coordenador geral
da pesquisa, a coordenadora de atividades de campo e os auxiliares de pesquisa.
Nestes encontros, foram utilizados exemplos de boletins de ocorrência com
diferentes histórias clínicas, algumas dúbias, outras típicas, para avaliar a capacidade
dos auxiliares de pesquisa de discriminar estas diferentes situações. Em algumas
situações houve a necessidade de reuniões individualizadas com alguns auxiliares
de pesquisa para esclarecer dúvidas e reforçar condutas padronizadas. Pelo menos
dois auxiliares de pesquisa foram desligados por insuficiência de desempenho, o
que nos levou a revisar alguns meses de atendimentos por eles realizados.
COLETA DE DADOS: O período de cobertura do trabalho é de Abril de 2001 a
Março de 2002. Foram coletados todos os casos suspeitos ou confirmados de
intoxicação que se enquadrassem nas seguintes categorias:
- drogas, medicamentos e substâncias biológicas (exceto alucinógenos);
- solventes orgânicos e hidrocarbonetos halogenados e vapores;
- produtos químicos (corrosivos, fertilizantes, sabões e detergentes, colas
e adesivos, metais, plantas venenosas e tintas e corantes)
- monóxido de carbono e outros gases, fumaças e vapores;
- pesticidas.
Além das intoxicações por alucinógenos, foram também excluídas as intoxicações por
álcool, as de origem alimentar e as lesões provocadas por animais peçonhentos ou não.
AMOSTRAGEM: Foram selecionados, através de amostragem aleatória simples,
dezessete dias de atendimento em cada mês de estudo. Todos os registros de
atendimento no serviço de emergência destes dias foram examinados em busca de
casos de intoxicação exógena.
ARMAZENAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS: Os dados foram preliminarmente
armazenados em planilha eletrônica. Para fins de análise, os agentes da intoxicação
foram subdivididos em 5 grupos:
- chumbinho (produto ilegalmente vendido como raticida, que
freqüentemente contém em sua composição o agrotóxico carbamato);
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- medicamentos (drogas, medicamentos e substâncias biológicas, exceto
alucinógenos);
- domissanitários (produtos químicos de uso doméstico);
- outros pesticidas;
- outros agentes.
Posteriormente, os dados foram armazenados em banco de dados elaborado
especificamente para este fim em EPIINFO e analisados utilizando-se o aplicativo
para análise estatística Stata.
2.3. DEFINIÇÕES ESPECIAIS UTILIZADAS PARA CLASSIFICAÇÃO DOS DADOS
INTENCIONALIDADE DO ATO
LESÃO AUTOPROVOCADA INTENCIONALMENTE:
- todo caso suspeito ou confirmado de intoxicação exógena em que o
boletim de atendimento de emergência apresentava, de forma explícita,
o caráter intencional do ato (“tentativa de suicídio”) ou
- todo caso suspeito ou confirmado de intoxicação exógena por
medicamento em indivíduos com idade igual ou superior a 10 anos,
cuja dose utilizada foi considerada grande o suficiente (≥ 10 comprimidos,
≥ 1 caixa ou cartela, ≥ 1 vidro de medicamentos em apresentação
líquida, combinação de 3 ou mais medicamentos, caracterização
como “grande quantidade”, “vários” ou “quantidade excessiva”)
para sugerir um ato voluntário.
LESÃO ACIDENTAL:
- todo caso suspeito ou confirmado de intoxicação exógena em que o
boletim de atendimento de emergência apresentava, de forma explícita,
o caráter não intencional do ato (“acidente”) ou
- todo caso suspeito ou confirmado de intoxicação exógena em indivíduos
com idade inferior a 10 anos em que o boletim de atendimento de
emergência não apresentava, de forma explícita, o caráter intencional
do ato (“tentativa de suicídio”).
INCONCLUSIVO: Todas as outras situações
CONFIRMAÇÃO DA INTOXICAÇÃO POR CHUMBINHO
CASO CONFIRMADO: caso alegado de intoxicação por chumbinho com
- saída de grânulos compatíveis na lavagem gástrica ou,
- presença de miose associada a sialorréia e/ou miofasciculações e
tratamento com atropina.
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CASO MUITO PROVÁVEL: caso alegado de intoxicação por chumbinho com:
- presença de pelo menos um dos seguintes sintomas: miose, sialorréia ou
miofasciculações e tratamento com atropina.
CASO PROVÁVEL: caso alegado de intoxicação por chumbinho com
- tratamento com atropina ou
- presença de pelo menos um dos seguintes sintomas: miose, sialorréia ou
miofasciculações.
CASO POSSÍVEL: caso alegado de intoxicação por carbamato ou por “veneno
de rato” com:
- tratamento com atropina ou
- presença de pelo menos um dos seguintes sintomas: miose, sialorréia ou
miofasciculações.
CASO DE CONTATO COM CHUMBINHO SEM INTOXICAÇÃO: caso alegado de intoxicação
por chumbinho sem miose, sialorréia ou miofasciculações e sem tratamento com atropina.
3. RESULTADOS
Nestes 8 hospitais foram identificados 1287 casos suspeitos ou confirmados
de intoxicação. A Figura 1 mostra a distribuição proporcional dos casos de
intoxicação segundo o tipo de agente envolvido. Observa-se que quase metade
dos casos de intoxicação envolveu medicamentos, 1/4 envolveu algum tipo de
pesticida e em 1/5 os domissanitários foram os agentes responsáveis pela intoxicação.
Dentre as intoxicações por pesticidas, detecta-se que cerca de 76% dos casos
envolvem o chumbinho, considerando-se o critério mais amplo para definir
este tipo de intoxicação (todas as categorias de confirmação). Se o critério para
diagnóstico de intoxicação pelo chumbinho se restringe apenas aos casos confirmados,
muito prováveis e prováveis, então esta proporção cai para cerca de 45%.
Figura 1
Distribuição proporcional dos casos de intoxicação segundo categorais dos agentes envolvidos,
Rio de Janeiro. Dados dos serviços de emergências de 8 hospitais localizados no Estado do
Rio de Janeiro, abril de 2001 a março de 2002.
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A Tabela 1 mostra a distribuição dos casos de intoxicação segundo o tipo de
agente envolvido e sexo. Os medicamentos foram responsáveis por metade das
intoxicações no sexo feminino e por 1/3 entre os homens. Já entre homens, cerca
de 1/4 das intoxicações decorrem dos domissanitários, enquanto estes agentes
são responsáveis por menos de 1/6 das ocorrências no sexo feminino. O chumbinho
concorre com quase 1/5 das intoxicações em ambos os sexos.
Tabela 1
Distribuição dos casos de intoxicação segundo o tipo de agente envolvido e sexo
A Tabela 2 mostra a distribuição dos casos de intoxicação segundo o tipo de
agente envolvido e faixa etária. Apesar dos medicamentos terem participação
significativa em todas as faixas etárias, entre as crianças há uma grande carga
das intoxicações por agentes domissanitários. As intoxicações por chumbinho
representam cerca de 1/5 das intoxicações em todas as faixas etárias acima
dos 10 anos de idade.
Tabela 2
Distribuição dos casos de intoxicação segundo o tipo de agente envolvido e faixa etária.
A Tabela 3 mostra a distribuição dos casos de intoxicação segundo o tipo de
agente envolvido e a intenção associada ao evento. Cerca de 30% dos casos não
puderam ter sua classificação de intencionalidade definida pelo critério utilizado
neste estudo. No caso das intoxicações por chumbinho, o percentual sobe para
52%. Cerca de 2/3 dos eventos intencionais são decorrentes de intoxicação
medicamentosa, enquanto 1/5 deles é ocasionada pelo chumbinho. Tanto os
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domissanitários como os medicamentos são responsáveis por cerca de 1/3 dos
eventos de caráter acidental.
Tabela 3
Distribuição dos casos de intoxicação segundo o tipo de agente envolvido e intenção
associada ao evento.
4. DISCUSSÃO
Os resultados do presente estudo destacam a importância das intoxicações
exógenas como causa de morbidade em nosso meio. Considerando que os dados
foram obtidos de uma amostra de aproximadamente 56% dos dias de atendimento
nos 8 hospitais estudados durante o ano de 2001, estima-se que o número total
de intoxicações nestes hospitais deva alcançar valores próximos a 2300 eventos
por ano. Apenas para fins de reflexão, consideremos que os atendimentos realizados
nestes hospitais durante o ano de 2001 representaram cerca de 20% do total de
atendimentos de emergência do Estado do Rio de Janeiro1. Supondo, por cautela,
que estes hospitais, apesar de responsáveis por este percentual dos atendimentos,
sejam responsáveis pelo atendimento de 50% das intoxicações (por serem estas do
situações clínicas de maior gravidade), chega-se a uma cifra de 4600 casos de
intoxicações exógenas no Estado do Rio de Janeiro neste ano. Desta forma, a
partir deste exercício simplificado, porém conservador, pode-se inferir que devam
ser atendidos mais de 12 casos de intoxicação por dia nos serviços de emergência
Estado do Rio de Janeiro, o que representa uma carga alta tanto em termos de
morbidade como no que diz respeito aos custos de atenção hospitalar.
Algumas outras informações relevantes são apresentadas neste estudo,
particularmente no que concerne aos agentes envolvidos nas intoxicações. Destacase, em primeiro lugar, a importância dos medicamentos, responsáveis por quase
1
Considerando-se os procedimentos SIA/SUS de no 0201102 (Consulta/Atendimento
de Urgência em Clínica Básica com Remoção); no 0201103 (Consulta/Atendimento
de Urgência em Clínica Básica); no 0701104 (Atendimento Médico Especializado
Urgência e Emergência Remoção).
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metade das ocorrências, resultado comparável aos encontrados em vários outros
estudos (Watson et al., 2005; Ramos et al., 2005; Lall et al., 2003; Fathelrahman et
al., 2005; Akkose et al., 2005; Afshari et al., 2004). Este achado sugere que o maior
controle sobre a prescrição e aquisição de medicamentos, assim como a adesão
incondicional das indústrias farmacêuticas à veiculação de medicamentos em
embalagens seguras, poderia contribuir para o controle das intoxicações, com
repercussões potenciais na sua letalidade.
Importante também é a identificação de que quase 1/5 das intoxicações
ocorreram devido à ingestão do “chumbinho”. O “chumbinho” é um produto
comercializado de forma ilegal e propalado como um raticida eficiente. Na
realidade, o “chumbinho” é um nome genérico atribuído a um conjunto de
produtos granulados com aparência acinzentada contendo produtos tóxicos, em
geral, mas nem sempre, o agrotóxico carbamato (Corrêa et al., 2004). A diminuição
da oferta do “chumbinho” através de uma maior fiscalização sobre sua
comercialização e a apreensão do produto, associada à difusão de informações
sobre o seu potencial letal e baixo poder rodenticida, poderia reduzir a magnitude
e a gravidade destes eventos.
Deve-se ressaltar também a importância dos produtos de limpeza de uso
doméstico (domissanitários) como agentes destas intoxicações em crianças. Quase
40% das intoxicações em menores de 10 anos de idade ocorreram devido a estes
agentes. A relevância destes produtos como agentes de intoxicação infantil
também foi apontada em outros estudos (Fathelrahman et al., 2005; Watson et al.,
2005; Ramos et al., 2005).
A participação de outros pesticidas que não o chumbinho (agrotóxicos de
uso doméstico, na lavoura ou de uso veterinário) foi relativamente modesta, mas
relevante considerando seu potencial letal. Como em outras regiões do Brasil e
do mundo o chumbinho não aprece como problema de saúde pública tão grave
como no Rio de Janeiro, optou-se por separá-lo em nossa análise, mas esta decisão
também dificulta a comparação com os resultados de outros estudos. Porém,
considerando que os grupo dos “outros pesticidas” representaria aproximadamente
o conjunto de agrotóxicos disponíveis em outras localidades, pode-se perceber
que a prevalência de 6% obtida neste estudo não destoa significativamente dos
resultados de outros estudos (Ramos et al., 2005; Fathelrahman et al. , 2005; Watson
et al., 2005; Reith et al., 2001).
Parte do perfil dos agentes de intoxicação e da intencionalidade do ato
segundo sexo e idade pode ser explicada pelo fato de que 40% dos homens
tinham menos de 10 anos de idade, comparado com apenas 24% das mulheres
(dados não apresentados). Assim, é possível compreender porque há um predomínio
de domissanitários entre homens, já que estes agentes são mais típicos nas faixas
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etárias mais jovens. Por outro lado, o predomínio de mulheres entre 10 e 29 anos
em relação a homens (44% vs 27%), período de risco para tentativas de suicídio,
favorece que os medicamentos predominem neste gênero, já que são eles os principais
agentes utilizados nas tentativas de suicídio (Bortoletto & Bochner, 1999).
Por fim, os resultados deste estudo salientam a importância de se incluir as
intoxicações exógenas no rol dos agravos alvo de estratégias de vigilância
epidemiológica. Neste sentido, tornar a notificação compulsória e aumentar a
rede de CCIs poderia contribuir para um melhor conhecimento da situação
destes agravos no Brasil. Adicionalmente, estratégias orientadas para intervenções
na linha de produção de embalagens para medicamentos e produtos químicos, maior
fiscalização sobre a comercialização e a apreensão do chumbinho, e maior ênfase
em atividades de informação e educação em saúde, poderiam contribuir para mudar
este cenário, que apesar de ainda pouco conhecido, já nos revela sua gravidade.
* Agradecimentos: Esta pesquisa foi parcialmente financiada com recursos da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária e Bayer CropScience”
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SINITOX. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Disponível
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WARNER, M.; BARNES, P. M.; FINGERHUT, L. A. Injury and poisoning episodes
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WATSON, W. A.; LITOVITZ, T. L.; RODGERS, G. C. JR; KLEIN-SCHWARTZ, W.;
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778
– CADERNOS SAÚDE COLETIVA, RIO
DE
J A N E I R O , 13 (3): 767 - 778, 2005
I NSTRUÇÕES PARA OS COLABORADORES
Os Cadernos Saúde Coletiva publicam trabalhos inéditos considerados
relevantes para a área de Saúde Coletiva.
SERÃO
ACEITOS TRABALHOS PARA AS SEGUINTES SEÇÕES:
Artigos (resultantes de pesquisa de natureza empírica, experimental ou conceitual,
ou ensaios teóricos e/ou de revisão bibliográfica crítica sobre um tema específico; máximo
de 25 páginas); Debate (a partir de apresentações orais em eventos científicos, transcritos e
sintetizados; máximo de 20 páginas); Notas (relatando resultados preliminares ou parciais
de pesquisas em andamento; máximo de 5 páginas); Opiniões (opiniões sobre temas
ligados à área da Saúde Coletiva, de responsabilidade dos autores, não necessariamente
refletindo a opinião dos editores; máximo 5 páginas); Cartas (curtas, com críticas a artigos
publicados em números anteriores; máximo de 2 páginas); Resenhas (resenhas críticas de
livros ligados à Saúde Coletiva; máximo de 5 páginas); Teses (resumo de trabalho final
de Mestrado, Doutorado ou Livre-Docência, defendidos nos últimos dois anos; com nome
do orientador, instituição, ano de conclusão, palavras-chave, título em inglês, abstract e
key words; máximo 2 páginas).
APRESENTAÇÃO
DOS MANUSCRITOS:
Serão aceitos trabalhos em português, espanhol, inglês ou francês. Os originais
devem ser submetidos em três vias em papel, juntamente com o respectivo disquete
(formato .doc ou .rtf), com as páginas numeradas. Em uma folha de rosto deve constar:
Título em português e em inglês, nome(s) do(s) autor(es) e respectiva qualificação
(vinculação institucional e título mais recente), endereço completo do primeiro autor
(com CEP, telefone e e-mail) e data do encaminhamento. O artigo deve conter título do
trabalho em português, título em inglês, resumo e abstract, com palavras-chave e key
words. As informações constantes na folha de rosto não devem aparecer no artigo.
Sugere-se que o artigo seja dividido em sub-itens. Os artigos serão submetidos a no
mínimo dois pareceristas, membros do Conselho Científico dos Cadernos ou eventualmente ad hoc. O Conselho Editorial dos Cadernos Saúde Coletiva enviará carta resposta
informando da aceitação ou não do trabalho.
A aprovação dos textos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos autorais de
publicação nesta revista, a qual terá exclusividade de publicá-los em primeira mão. O
autor continuará a deter os direitos autorais para publicações posteriores.
Caso a pesquisa que der origem ao artigo encaminhado aos Cadernos tenha sido
realizada em seres humanos, será exigido que esta tenha obtido parecer favorável de um
Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, devendo o artigo conter a referência a
este consentimento, estando citado qual CEP o concedeu, e cabendo a responsabilidade
pela veracidade desta informação exclusivamente ao autor do artigo.
• Formatação: Os trabalhos devem estar formatados em folha A4, espaço duplo,
fonte Arial 12, com margens: esq. 3,0 cm, dir. 2,0 cm, sup. e inf. 2,5 cm. Apenas a
primeira página interna deverá conter o título do trabalho; o título deve vir em negrito e
os subtítulos em versalete (PEQUENAS CAPITAIS) e numerados; palavras estrangeiras e o que
se quiser destacar devem vir em itálico; notas explicativas, caso existam, deverão vir no pé
de página; as citações literais com menos de 3 linhas deverão vir entre aspas dentro do
corpo do texto; as citações literais mais longas deverão vir em outro parágrafo, com recuo
de margem de 3 cm à esquerda e espaço simples. Todas as citações deverão vir seguidas
das respectivas referências.
• Ilustrações: o número de quadros e/ou figuras (gráficos, mapas etc.) deverá ser
mínimo (máximo de 5 por artigo, salvo exceções, que deverão ser justificadas por escrito
em anexo à folha de rosto). As figuras poderão ser apresentadas em nanquim ou produzidas em impressão de alta qualidade, e devem ser enviadas em folhas separadas e em
formato .tif. As legendas deverão vir em separado, obedecendo à numeração das ilustrações. Os gráficos devem ser acompanhados dos parâmetros quantitativos utilizados em
sua elaboração, na forma de tabela. As equações deverão vir centralizadas e numeradas
seqüencialmente, com os números entre parênteses, alinhados à direita.
• Resumo: todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter resumo na língua principal (Resumo ou Resumen, de 100 a 200 palavras) e sua tradução em
inglês (Abstract); os artigos em francês deverão ter resumo na língua principal (Résumé) e
em português e inglês. Deverão também trazer um mínimo de 3 e um máximo de 5
palavras-chave, traduzidas em cada língua (key words, palabras clave, mots clés), dando-se
preferência aos Descritores para as Ciências da Saúde, DeCS (a serem obtidos na
página http://decs.bvs.br/).
• Referências: deverão seguir a Norma NBR 6023 AGO 2000 da ABNT. No corpo
do texto, citar apenas o sobrenome do autor e o ano de publicação, seguido da página
no caso de citações (Sobrenome, ano: página). No caso de mais de dois autores, somente
o sobrenome do primeiro deverá aparecer, seguido da expressão latina ‘et al.’. Todas as
referências citadas no texto deverão constar nas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ao final do
artigo, em ordem alfabética, alinhadas somente à esquerda, pulando-se uma linha de
uma referência para outra, constando-se o nome de todos os autores. No caso de mais
de uma obra do mesmo autor, este deve ser substituído nas referências seguintes à
primeira por um traço e ponto. Não devem ser abreviados títulos de periódicos, livros,
locais, editoras e instituições.
Seguem exemplos de, respectivamente, artigo de revista científica impressa e veiculado via internet, livro, tese, capítulo de livro e trabalho publicado em anais de congresso
(em casos omissos ou dúvidas, referir-se ao documento original da Norma adotada):
ESCOSTEGUY, C. C.; MEDRONHO, R. A.; PORTELA, M. C. Avaliação da letalidade hospitalar do
infarto agudo de miocárdio do Estado do Rio de Janeiro através do uso do Sistema de Informações Hospitalares/SUS. Cadernos Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.7, n.1, p. 39-59, jan./jul. 1999.
PINHEIRO, R.; TRAVASSOS, C. Estudo da desigualdade na utilização de serviços de saúde por
idosos em três regiões da cidade do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro,
v.15, n.3, set. 1999. Disponível em: <http://www.scielosp.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/>.
Acesso em: 2 jan. 2005.
ROSEN, G. Uma história da Saúde Pública. Rio de Janeiro: Abrasco. 1994. 400p.
TURA, L. F. R. Os jovens e a prevenção da AIDS no Rio de Janeiro. 1997. 183p. Tese (Doutorado
em Medicina) - Faculdade de Medicina. UFRJ, Rio de Janeiro.
BASTOS, F. I. P.; CASTIEL, L. D. Epidemiologia e saúde mental no campo científico contemporâneo: labirintos que se entrecruzam? In: AMARANTE, P. (Org.) Psiquiatria social e
reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994. p. 97-112.
GARRAFA, V.; OSELKA, G.; DINIZ, D. Saúde Pública, bioética e equidade. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA, 5., 1997, Águas de Lindóia. Anais. Rio de Janeiro:
Abrasco, 1997. p. 59-67.
cadernos
Saúde Coletiva
NESC • UFRJ
ASSINATURA
Anual individual: R$ 40,00
Anual institucional: R$ 90,00
Número avulso: R$ 20,00
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nominal ou comprovante de depósito em favor da Fundação Universitária
José Bonifácio (Banco do Brasil, ag.0287-9, c/c 7333-4, especificando na
guia de depósito: depósito identificado - Apostila 9201-0), no valor
correspondente, para a SECRETARIA DOS CADERNOS SAÚDE COLETIVA.
Este formulário também pode ser preenchido via internet na página:
http://www.nesc.ufrj.br, ou enviado por e-mail para [email protected]
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