Edição Agosto 2010

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Edição Agosto 2010
Revista
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Ano 3 / Edição 16 / Jul - Ago 2010 / www.editorastilo.com.br
Graxaria Brasileira
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Indústria de Farinha e Gordura AnimalG
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Biodiesel
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A aposta para contribuir no crescimento do País
Editorial
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Ano 3 / Edição 16 / Jul - Ago 2010 / www.editorastilo.com.br
Graxaria Brasileira
Indústria de Farinha e Gordura Animal
Biodiesel
A aposta para contribuir no crescimento do País
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Edição 16
Julho/Agosto 2010
Uma
aposta para o crescimento do país
As expectativas são as melhores para o crescimento do país. Nos
próximos anos, será necessário incrementar a infraestrutura nos quatros
cantos brasileiros, somados ainda aos grandes eventos esportivos que
estão programados. Para tudo isto, precisaremos de muita energia e muito
combustível. O biodiesel é uma aposta importante para contribuir neste
crescimento, e entre essas contribuições estão a redução dos índices
de importação além de apresentar um componente muito importante à
própria sustentabilidade do nosso meio ambiente. Os biocombustíveis
são menos poluentes, além de aproveitar fontes renováveis.
Embora a participação do sebo circule entre 10% a 20%, a gordura
animal constitui a segunda maior fonte de matéria prima para a
produção do biodiesel. A expectativa é de que a mistura de biodiesel
ao diesel mineral continue sua progressão. O próximo passo agora é
o B10. A indústria voltada para a produção de biocombustível aposta
em seu know how e tecnologia produzida ao longo dos últimos anos
e investe no aumento de eficiência para que se possa tirar o melhor
das matérias primas. Há também a busca por outras fontes de matérias
primas e outras alternativas em vista como o biogás, que também podem
ser aproveitadas pelas graxarias para a geração de energia. Parece que
teremos ainda muitas novidades.
Ainda com a temática meio-ambiente, trazemos uma entrevista
exclusiva com a Dra. Adriana Fixel. Especializada em sustentabilidade e
questões ambientais, Fixel trouxe sua visão na última Fenagra e agora,
em nosso espaço de entrevistas, debate a importância do segmento das
graxarias para a crescente melhoria da esperada qualidade ambiental,
além de como essas preocupações podem alavancar o próprio negócio.
Boa leitura!
Daniel Geraldes
Editor Chefe
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Sumário / Expediente
06
notícias
26
Em Foco 1
28
Em Foco 2
30
Em Foco 3
32
Em Foco 4
5
Diretor
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
Jornalista Colaborador
Paulo Celestino - MTB 998/RN
36
De Olho no Mercado
37
Índices de mercado
38
capa
48
Foco na qualidade
50
Pet Food On Line
52
entrevista
56
caderno técnico 1
60
caderno técnico 2
64
Agenda
65
Ponto de Vista
Publicidade
Ligia Caetano
[email protected]
Luiz Carlos Nogueira Lubos
[email protected]
Redação
Lucas Priori
[email protected]
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
Conselho Editorial
Bruno Montero
Claudio Mathias
Clênio Antonio Gonçalves
Daniel Geraldes
José Antonio Fernandes Moreira
Luiz Guilherme Razzo
Valdirene Dalmas
Comitê Tecnico
Cláudio Bellaver
Dirceu Zanotto
Lucas Cypriano
Fontes Seção “Notícias”
BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta
Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações,
National Render, Embrapa, Biodiesel,
AgriPoint, Aliança Pecuarista.
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do mercado de Graxarias, clientes de graxarias,
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e não necessariamente refletem as opiniões da revista.
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Brasil terá déficit de boi para
abate pelos próximos 4 anos
Setor questiona estratégia de
financiamento do BNDES
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O rebanho bovino brasileiro deve se recuperar apenas
A estratégia oficial de turbinar frigoríficos para
em 2014. Atualmente, além de faltar boi para o abate, o
transformá-los em gigantes mundiais está prestes a bater
volume de gado confinado no País e os estoques de animais
a marca de R$ 18,5 bilhões recebidos do Banco Nacional
acima de 36 meses em Mato Grosso seguem em queda.
de Desenvolvimento e Econômico e Social (BNDES). A
Segundo Luciano Vacari, superintendente da Associação
maior parte desse dinheiro vem sendo aplicado no JBS
de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o setor pode não
e no Marfrig para financiar uma campanha agressiva de
conseguir suprir um possível avanço na demanda. “Se tiver
aquisições de concorrentes no Brasil e no exterior. Até
aumento na demanda, não vai ter boi”, afirma.
agora, o banco estatal já desembolsou R$ 16 bilhões
Diante desse cenário, de acordo com Alex Santos Lopes
com o setor - R$ 6 bilhões em empréstimos e R$ 10
da Silva, analista da Scot Consultoria, os frigoríficos de
bilhões na aquisição de participação acionária. Outros
grande porte disputam preço com os de pequeno porte. De
R$ 2,5 bilhões foram prometidos na semana passada ao
um lado, os maiores, por possuírem escalas mais ou menos
Marfrig, para financiar mais uma compra: a da americana
programadas, mesmo que curtas, de dois a três dias, já
Keystone Foods.
compraram boi a termo e buscam pressionar as cotações.
brasileiras voltou ao debate com a campanha eleitoral e
De outro lado, os menores, pela urgência em adquirir
A política do governo de criar grandes multinacionais
animais, entram no mercado físico pagando preços mais
a discussão sobre o papel do BNDES no próximo governo. Nos frigoríficos, a tática de “engorda” começa a entusiasmar os
altos, estabilizando as cotações. “Com o frio, a indústria esperava aumento de oferta, mas não ocorreu”, diz. Ao contrário do que
investidores, que enxergam oportunidades de lucro com os papéis dessas empresas. Mas incomoda concorrentes menores
o mercado acreditava, segundo o analista, o pecuarista não está segurando gado no pasto. “Não é estratégia de criador. Como o
e pecuaristas, aborrecidos com a concentração de poder. Uma das críticas é que o BNDES estaria subsidiando empresários
frio, a pastagem perde a qualidade e o animal, peso”, explica.
que poderiam se virar sozinhos. O banco, porém, afirma que a maior parte do dinheiro investido nos frigoríficos não
é subsidiado pelo Tesouro Nacional, nem sai do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT). São recursos captados com
Depois dos abates acelerados de fêmeas em 2006 e 2007, a pecuária brasileira começou a sentir o reflexo da redução
de bezerros, o que resultou em preços elevados para animais de engorda. “O setor esperava recuperar o rebanho em 2010,
investidores pela BNDESPar, subsidiária do banco.
mas deve levar pelo menos mais uns dois anos”, pondera Silva, reiterando que até lá, as cotações de bezerro devem seguir a
patamares elevados.
BNDES. Cerca de 3 anos atrás, outro frigorífico importante, o Minerva, procurou o banco na tentativa de conseguir apoio
Um levantamento da Acrimat feito este ano em Mato Grosso mostra que os estoques de bovino macho acima de 36 meses,
para sua expansão. Saiu de mãos vazias. Enquanto isso, apoiado pelo banco estatal, o JBS tornou-se o maior produtor de
cujo abate deve ocorrer no ano seguinte, estão diminuindo consideravelmente. O estudo, segundo Vacari, levou em consideração
carne processada do mundo. No setor, circula a versão de que um dos pontos fortes de JBS e Marfrig são suas conexões
os números oficiais de vacinação, por faixa etária, dos últimos cinco anos de campanhas feitas no mês de novembro.
políticas. Líderes num setor que exibe margens de retorno baixas e riscos altos, a avaliação do mercado é que essas
Em 2010, os estoques entraram com 1,53 milhão de gados prontos para serem abatidos. A projeção aponta para 2011 uma
empresas não teriam ido tão longe sem o BNDES - já que os investidores passaram a olhar os frigoríficos com mais interesse
redução de quase 19% ante o montante do início deste ano. Em 2012, o volume deve cair para 1,09 milhão de animais com mais
há pouco tempo. Executivos da área também questionam o perfil das aquisições internacionais - boa parte são companhias
de dois anos, um recuo de 29% ante 2010, e de 12% se comparado a 2011.
em dificuldades financeiras.
Fonte: Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
Para 2013, o número de bois gordos no estado deve cair para 1,04 milhão de cabeças. “O rebanho nacional deve voltar a se
normalizar a partir de 2014”, afirma.
Segundo Vacari, o País tem condições de atender o consumo interno, mas as exportações de carne, que hoje representam
30% do volume total, podem recuar. “O melhor preço e as políticas públicas é que vão definir o destino da carne”, pondera.
Ainda de acordo com o superintendente, o pecuarista só vai mandar animal mais novo para abate se os preços compensarem.
“O criador já avaliou que é mais rentável vender o boi magro ou esperar para vender o animal durante a safra”, afirma Alan Nangi,
supervisor do Departamento de Acompanhamento de Abate da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon). “Durante a
safra, o preço da arroba tem atingido os melhores picos”, explica.
Confinamento
De acordo com o analista da Scot, o número de bovinos confinados em 2010 deve recuar 8%. Em 2009, o País possuía 2,69
milhões de bovinos confinados. “Mesmo assim, com a expectativa de entrada dos bois confinados no segundo semestre, a
disparidade de preços começou a diminuir”, diz.
Para Nangi, a tendência mundial do confinamento é de avanço, mas o setor só deve aumentar nos países onde o investimento
em planejamento e profissionalização forem mais acentuados.
O confinamento no Brasil caiu este ano, segundo Vacari, porque, em abril e maio, quando é época de tomada de decisão
para o confinador, o cenário não estava claro. “Gastos em aquisição de garrote, alimentação e cotações futuras não fechavam as
contas”.
Para Nangi, a diferença do valor da arroba do boi no pasto para o boi confinado pode variar de 28,5% a 32,3%. Um boi de três
anos estaria cotado a R$ 68 e R$ 70 a arroba. Já do confinado, segundo ele, valeria R$ 90 a arroba.
Fonte:Alécia Pontes - Valor Econômico
Empresários do setor, que pedem anonimato por medo de contrariar o governo, questionam a escolha dos parceiros do
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Setor frigorífico deve ficar
ainda mais concentrado
Produção da indústria de ração
cresce 10% no primeiro semestre
Boa parte da consolidação vista até agora foi feita com o apoio do BNDES, que injetou recursos em grandes empresas como JBS
A produção da indústria de alimentação animal no Brasil registrou incremento da
e Marfrig. A ação do banco provocou queixas entre as empresas de pequeno e médio portes, que se sentem preteridas diante de um
ordem de 10% no primeiro semestre de 2010 em comparação com o mesmo período
pequeno grupo de escolhidos.
do ano passado. De janeiro a junho de 2010, foram produzidas mais de 30 milhões
de toneladas de rações, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de
Desde o primeiro trimestre do ano passado até agora, dez empresas de carne bovina pediram recuperação judicial ou deixaram de
operar, arrendando unidades para outros frigoríficos ou suspendendo os abates.
Alimentação Animal (Sindirações). O Sindirações prevê o fechamento do ano com
produção total de 60,4 milhões de toneladas de ração e 2,0 milhões de toneladas de sal
A crise financeira mundial, que atingiu seu auge no fim de 2008, precipitou o quadro, já que o crédito para essas empresas secou.
Mas os frigoríficos já vinham sentindo os reflexos de oferta apertada de boi gordo - que ainda perdura - e muitos estavam alavancados
mineral.
após um período de euforia com o crédito fácil. Foi essa combinação que arrastou empresas como Independência e Arantes e permitiu a
formação de gigantes no setor depois que a JBS incorporou a Bertin e arrendou unidades do Quatro Marcos, enquanto a Marfrig arrendou
a desfrutar do uso da tecnologia nutricional (pré-misturas de vitaminas e outros aditivos,
unidades do Mercosul e do Margen, em 2009.
núcleos e suplementos). De acordo com o vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, esse crescimento deve ser observado
com cautela, pois significa a recuperação do consumo que sofreu forte recuo no mesmo período do ano passado por conta dos efeitos
A onda mais recente de pedidos de recuperação judicial - em maio foi a vez do Frialto e em julho, do Frigol - pode ser explicada
Durante o semestre, apesar do preço competitivo do milho, os produtores voltaram
também pela dificuldade dessas empresas de porte médio de concorrer num mercado dominado por companhias de grande porte.
da crise financeira internacional. Apesar da economia doméstica estar perdendo vigor no início do segundo semestre, o executivo ainda
acredita alcançar a quantidade estimada para o ano por conta da sazonalidade da demanda específica do setor.
“Num horizonte de cinco a seis anos, vão sobrar quatro e mais alguns [frigoríficos] médios e pequenos que vão atuar de forma
especializada e regionalizada”, avalia José Vicente Ferraz, especialista no setor da consultoria AgraFNP. Os quatro, segundo Ferraz,
deverão ser JBS, Marfrig, Minerva e Brasil Foods (resultado da fusão entre Perdigão e Sadia), que tem uma operação pequena em bovinos.
AVICULTURA DE CORTE
Ferraz explica que, num primeiro momento, a concentração no setor se deu pela incorporação de empresas menores pelas grandes.
A avicultura de corte, setor de maior demanda de ração no país, fechou o semestre com produção de 14 milhões de toneladas.
A nova onda, porém, reflete um desequilíbrio no setor, reforçado pela atuação do BNDES. Mais fortes, os grandes têm maior poder de
O preço do milho, que se manteve em patamares competitivos, influenciou positivamente a produção que tem contribuído na oferta
barganha na compra de gado e nas vendas do produto final.
doméstica de 41 kg/habitante/ano e a receita da exportação de frango foi 15% maior do que a verificada no primeiro semestre do ano
Fonte: Valor Econômico.
passado.
Sem abate clandestino
AVICULTURA DE POSTURA
custos de produção, graças à cotação mais baixa do milho e outros insumos.
O secretário de Agricultura da Bahia, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, assinou em Itaberaba, ordem de serviço autorizando a
Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, (Adab), a iniciar os trabalhos visando a descentralização do abate na região da Chapada e do
A produção de ração para poedeiras foi de 2,5 milhões de toneladas no semestre e crescimento da ordem de 4% em relação ao
mesmo período de 2009. Apesar da queda no preço dos ovos, que está 10% mais baixo do que no ano passado, houve algum alívio nos
Paraguaçu, com a construção de um frigorífico no município de Itaberaba.
BOVINOCULTURA DE CORTE
Esta será uma das ações do programa Seagri Itinerante, em Itaberaba e Mucugê. O secretário vai assinar também ordem de serviço
O setor de alimentação animal para bovinos de corte apenas compensou em parte as perdas acumuladas e produziu 1,2 milhões
autorizando a construção de uma unidade de beneficiamento de frutas no município de Bonito.
de toneladas. A oferta de boi gordo seguiu reduzida e no primeiro semestre apesar da arroba valorizar 10%, a alta de 20% no preço do
bezerro piorou a relação de troca, alimentando assim o impasse nas negociações entre criadores e confinadores e os frigoríficos.
Os atos acontecem no estande da EBDA, na Praça do Coqueiro, em Itaberaba, onde a Seagri está promovendo uma feira de tecnologia,
viabilizando ao agricultor familiar a compra de um facão até um trator, pelo programa Mais Alimentos, sem juros, com três anos de
carência e sete anos para pagar.
SUINOCULTURA
O frigorífico de Itaberaba é um dos 15 novos abatedouros que o governo do Estado está implantando na Bahia, ampliando em 50% o
Apesar do bom desempenho, graças ao aumento de 13% na receita das exportações de carne suína no primeiro semestre, a atividade
número de frigoríficos. Estamos criando condições para que o pequeno produtor tenha como e onde abater seus animais, com segurança
demandou 7,6 milhões de toneladas de ração com avanço de apenas 2% em relação ao apurado em igual período do ano passado.
sanitária, e ao mesmo tempo garantindo a saúde da população e o combate ao abate clandestino, disse o secretário Eduardo Salles. Com
Todavia, é esperado que a suinocultura desenvolva-se continuamente, sobretudo em razão da abertura de novos mercados compradores
planta padrão desenvolvida pela Seagri, os novos abatedouros são modulares e
e do consumo per capita brasileiro, que ainda tem potencial de crescimento.
terão capacidade para abater de 30 até 100 animais por dia. Este projeto está sendo executado com parceria dos ministérios da
Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
CÃES E GATOS
A planta padrão está à disposição, gratuitamente, das prefeituras, e acessível também à iniciativa privada. O principal objetivo
A produção de rações para cães e gatos cresceu aproximadamente 7% no semestre, registrando 1,1 milhões de toneladas. O
dessa medida inovadora, e já referenciada pelo Ministério da Agricultura, é criar micro pólos de abate, fortalecer as cadeias produtivas
vigor econômico da economia brasileira, fortemente correlacionado aos altos índices de confiança do consumidor, cuja renda seguiu
regionais, melhorar a qualidade da carne, combater o abate clandestino no Estado, além da gerar emprego e renda para a população.
fortalecida durante o primeiro semestre, certamente contribuíram na recuperação do segmento. Apesar da grande capacidade instalada
para produção, apenas 45% da população de cães e gatos do Brasil alimenta-se do produto industrializado. A pesada carga tributária que
Os 15 novos frigoríficos serão construídos nos municípios de Itanhém, Barra, Santa Rita de Cássia, Medeiros Neto, Valente, Iguaí,
Araci, Itaberaba, Jaguaquara e Paramirim. As novas unidades de abate deverão ser geridos por cooperativas, com a participação de
pecuaristas, das prefeituras e de marchantes, a exemplo do que já acontece com o abatedouro de Pintada.
Estamos investindo dinheiro público, e queremos garantir que os frigoríficos tenham perenidade, disse o secretário. As outras
abate os produtos supera os 50% e continua a inviabilizar o acesso de milhões de compradores à linha de consumo.
PEIXES E CAMARÕES
unidades, com capacidade de 100 animais/dia, serão implantadas nos municípios de Bom Jesus da Lapa, Valença, Remanso, Morro do
Chapéu e Itabuna.
em comparação com o mesmo período de 2009. Já a carcinicultura consumiu 44 mil toneladas de rações, um avanço de mais de 4% em
A demanda por ração para peixes alcançou quase 180 mil toneladas e registrou crescimento de 15% durante o primeiro semestre
A implantação dos novos frigoríficos, que faz parte do Programa de Regionalização do Abate, representa um grande avanço para a
relação ao primeiro semestre do ano passado. O consumo de pescados do brasileiro alcança 7 kg/capita e a aqüicultura já representa
pecuária baiana. De acordo com o secretário Eduardo Salles, os 15 municípios onde as novas unidades serão instaladas foram definidos
quase 50% da produção de 1,2 milhões de toneladas de peixes, crustáceos, moluscos e outros organismos aquáticos. A produção
depois de um estudo das zonas do Estado que mais necessitavam do equipamento, em função das distâncias dos já existentes e do
brasileira pode alcançar 10 milhões de toneladas, alavancada pelo clima favorável, disponibilidade de água doce, extensão litorânea e
rebanho da região. As informações partem da Seagri.
milhões de hectares de áreas alagadas e reservatórios. O vigoroso e gradual desenvolvimento da aqüicultura compensará a diminuição
Fonte: Agência Safras
da produção pesqueira que tem boa parte da sua atividade já explorada e esgotada.
Fonte: Sindirações
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Abates clandestinos no PR
O abate clandestino de animais é uma forte ameaça à saúde,
uma vez que descarta todo tipo de fiscalização sanitária quanto
à higiene e outras procedências. O problema já foi bem mais
grave do que é hoje em Umuarama e região, porém, enganase quem pensa que a cidade está livre do abate clandestino de
animais.
Segundo o médico veterinário do Sistema de Inspeção
do Paraná (SIP) de Produtos de Origem Animal (POA), Sérgio
Massao Toyoda, na região de Umuarama ainda há muito abate
clandestino, de acordo com as fiscalizações feitas pela Secretaria
da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). Todo mês
são recebidas denúncias na Seab referentes a abates clandestinos que chegam a totalizar quatro a cada trinta dias. Isso
porque o principal incentivador da prática é o consumidor, que prefere comprar o animal abatido de forma ilegal correndo
riscos de saúde para conseguir melhores preços. É a clandestinidade, inclusive, que pode explicar algumas diferenças
muito grandes de um açougue para o outro.
Da inspeção que o SIP faz nos frigoríficos de Umuarama, do total de animais abatidos, de 2 a 10% estão contaminados,
geralmente com cisticercose, brucelose e tuberculose. Quando é encontrado sinal de alguma zoonose, a carne é mandada
ou para a graxaria ou ao tratamento térmico, que em temperaturas muito baixas mata o parasita. “Se nos frigoríficos já
encontramos problemas, que devem ter no mínimo dois veterinários só para verificar a questão da higiene, dá pra se
imaginar a quantidade de riscos que a carne de um animal abatido clandestinamente pode oferecer”, comenta o inspetor.
Nas fiscalizações, o suíno tem dado menos problemas do que os bovinos, que por sua vez, também são a maioria
quando o assunto é ilegalidade.
Além da questão de higiene, há toda uma legibilidade que tange o direito dos animais no momento do abate e que
devem ser respeitadas para garantir o menos possível de dor ao animal.
Segundo Sérgio, uma das maneiras de descobrir áreas de abate clandestino é a presença de urubus e traves rústicas
para pendurar os animais. Já para o consumidor é só comprar o alimento em locais idôneos e verificar o carimbo SIP/POA
na carne, ou do Sistema de Inspeção Municipal (SIM) ou federal (SIF). Por via das dúvidas, já que nem sempre é possível
perceber o carimbo, o cozimento e o conhecimento do local em que se está comprando são as únicas ferramentas do
consumidor contra a clandestinidade.
“O abate só não é clandestino quando ele é feito para consumo próprio” afirma a coordenadora de Vigilância em Saúde
da Secretaria de Umuarama, Renata Pititto.
Com isso fica bem mais difícil fiscalizar. Esse foi por muitos anos o grande problema da vigilância sanitária, mas
agora está atenuado, ao menos no que chega a área comercial. “Mas quando a pessoa faz isso em sítios e residências não
podemos controlar”. Atualmente a vigilância vai ao açougue e pela nota investigam a procedência daquela carne. “Hoje
não temos nenhuma infração dentro do estabelecimento comercial e para fiscalizar onde isso mais ocorre, em sítios e
casas, precisaríamos flagrar a pessoa vendendo”, finaliza.
Dicas
importantes
- O primeiro passo ao adquirir qualquer produto de origem animal é verificar se o alimento passou por algum serviço de
inspeção federal, estadual ou municipal. Geralmente, essa informação é apresentada nas embalagens ou nos próprios
locais de venda. Lembre-se: a ausência dessa indicação coloca em dúvida a origem do produto
- Quanto à aparência, a carne fresca deve apresentar cor vermelho-cereja brilhante. Entretanto, nas carnes embaladas a
vácuo é normal um tom mais escuro, próximo ao marrom. Isso ocorre pela ausência de oxigênio, porém, uma vez aberta
a embalagem, em contato com o oxigênio, a carne retoma sua cor característica
- Também se recomenda que nos locais de compra é fundamental verificar a limpeza, higiene, organização do
estabelecimento e o uniforme dos manipuladores
- Nos balcões refrigeradores deve-se conferir a temperatura de refrigeração dos produtos, que deve estar no máximo
a 7º C. Além disso, os produtos não devem estar em excesso nos balcões para não dificultar a circulação de ar frio,
prejudicando a conservação dos alimentos em temperaturas adequadas
- A carne moída deve ser processada (moída) na presença do consumidor ou no máximo 30 minutos antes de ser vendida
- Observar se a carne está acondicionada de forma adequada, evitando excesso de líquido nas bandejas.
Fonte: Umuarama Ilustrado
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Abatedouro de aves em GO
investe R$ 90 milhões
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Cerca de 80% da produção da Goiaves Avicultura, em Buriti
Alegre (151 km de Goiânia, GO), será voltada para o mercado
muçulmano. O frigorífico já está em funcionamento há dois
meses, com 300 funcionários e capacidade de abate de 80 mil
aves por dia. Amanhã será a inauguração oficial, às 12h30, com
a presença confirmada do governador Alcides Rodrigues. Ao
todo, serão investidos R$ 90 milhões no abatedouro.
Segundo o gerente administrativo da Goiaves, Sérgio
Rodrigues Vaz, em um ano a empresa estará operando com a
capacidade máxima. “Haverá dois turnos, para abater cerca de
200 mil aves ao dia.”
Todo o projeto do local foi pensado para atender às normas
internacionais do mercado árabe e da Comunidade Européia.
Sérgio explica que o processo de abate foi pensado a partir dos
princípios religiosos islâmicos. “Quando a ave é abatida, o seu
peito fica voltado para Meca.”
O prefeito de Buriti Alegre, João Alfredo de Melo Neto, disse que a cidade está em festa. “A auto-estima das pessoas nas
ruas já mudou, a expectativa é muito boa”, garante. João Alfredo lembra que os benefícios também atingirão os municípios
vizinhos.
Fonte: Diário da Manhã
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BRF investe no MT
A BRF Brasil Foods completou cinco anos de operações em Mato
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Exportação de frango sobe 15%
no semestre
Grosso com motivos de sobra para comemorar. O Estado, considerado
um dos mais expressivos polos agroeconômicos nacionais, é essencial
para os negócios da companhia. No ano passado, 9,3% do total das
bilhões no acumulado do ano até junho, representando alta de 15% ante o
exportações realizadas pela empresa saiu de lá. “Foi o potencial agrícola
mesmo período de 2009, decorrente da recuperação de preços médios por
que nos atraiu”, diz o diretor regional da BRF em Mato Grosso, Ideraldo
tonelada. Em volume, foram vendidos ao mercado externo 1,805 milhão
Luiz Lima.
de toneladas do produto, com recuo de 0,12%. Os dados foram divulgados
pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
Segundo o executivo, desde que se instalou em Nova Mutum, MT,
A receita cambial das exportações de carne de frango somou US$ 3,111
a BRF tem contribuído intensamente para a economia no médio-norte
do Estado. No ano passado, a empresa repassou às receitas públicas
entretanto, houve apenas leve incremento na receita dos embarques da
cerca de R$ 41,3 milhões em impostos e contribuições gerados no
carne de frango brasileira, com alta de 0,51%. Em volume, foi registrado
Estado. “É com muito orgulho que participamos desse desenvolvimento,
decréscimo de 1,21% na mesma base de comparação.
especialmente pelas parcerias com os produtores integrados.” Tudo começou com a aquisição de uma unidade de abate e
processamento de aves em Nova Mutum. Para marcar a data, foi aberta, na mesma cidade, a Granja Videira, que vai integrar
no primeiro semestre, com 661,5 mil toneladas, com incremento de 0,5%,
a cadeia avícola da companhia na região, somando 650 aviários (matrizes e frango de corte). De lá para cá, a empresa tem
e receita de US$ 1,033 bilhão, crescimento de 20,1%. Na sequência ficaram
investido sistematicamente em MatoGrosso. Desde a aquisição,foram aplicados na unidade industrial de Nova Mutum cerca de
Ásia, com 493,2 mil toneladas no semestre (avanço de 2,6%), e receita de
R$ 150 milhões.
US$ 916 milhões (+23,5%) e União Europeia, com 206,1 mil toneladas (-19,2%) e receita de US$ 520 milhões (-7,8%).
Hoje, a unidade emprega 1.725 funcionários. Ao todo, entre 2005 e 2009, a BRF direcionou R$ 273 milhões ao Estado,
Na comparação com o último semestre (julho a dezembro de 2009),
O Oriente Médio foi o principal comprador de carne de frango brasileiro
A África também foi destaque, com embarques de 226,7 mil toneladas, crescimento de 8,4%, e receita de US$ 262,1 milhões,
onde mantém parceria com mais 210 produtores integrados. Em Nova Marilândia, o frigorífico construído pela União Avícola
elevação de 28,1%.
Agroindustrial com apoio da BRF opera com exclusividade para a empresa, abatendo aves produzidas por integrados locais e
da região. O objetivo da BRF com essa parceria foi racionalizar e otimizar o fluxo do fornecimento de matéria prima por seus
período de 2009. Os embarques de ovos in natura somaram 14,7 mil toneladas, tendo como principais destinos os Emirados
parceiros integrados. Ainda em Mato Grosso, a empresa opera – desde 2007 – uma unidade de bovinos em Mirassol D’Oeste, na
Árabes e Angola. Já as vendas de ovos processados foram de 1,24 mil toneladas, especialmente para Japão, Arábia Saudita,
região da Grande Cáceres. E os investimentos continuam.
Venezuela e Emirados Árabes.
Fonte: Agência Estado
Também foi inaugurado, em Nova Mutum, o Conjunto Residencial Novo Horizonte, que faz parte do Programa Habitacional
BRF (Prohab). Criado em 1997 para facilitar o acesso a moradias para empregados da BRF, o Prohab já entregou cerca de 1.100
casas.
Adab abate animais que
receberam cama de frango
A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) acompanhou em Feira de Santana/BA, o abate inspecionado do primeiro lote
de seis animais que comeram ração com proteína de base animal, da popularmente conhecida “cama de frango”. A medida preventiva,
orientada pela legislação do Ministério da Agricultura e organismos internacionais, visa evitar a transmissão de doenças a outros animais,
além de zelar pela segurança alimentar da população. Outros dois lotes de animais aguardam o resultado de uma contra-prova para
detectar a presença da proteína animal. Em caso positivo, a Adab realizará o mesmo procedimento de abate.
“A Bahia foi a primeira Unidade da Federação a determinar, pela Portaria Estadual nº 441/2008, a proibição da cama de frango”
salientou o diretor de Defesa Sanitária Animal da Adab, Rui Leal, que, junto com médico o veterinário José Neder, esteve presente no
frigorífico Frifeira, garantindo a eficácia da ação, em todas as etapas do abate.
Médicos veterinários da Adab continuam em campo, coletando amostras de alimentos para análise, a fim de verificar a utilização da
cama de frango na ração animal, com especial atenção nos períodos secos do ano, quando a prática é mais acentuada para complementar
a alimentação do gado.
Periodicamente, a Adab realiza fiscalização no abate de bovinos, caprinos, ovelhas e bubalinos, além da realização de exames
em animais com suspeita de doenças nervosas. Sendo constatado o uso de subprodutos animais na ração, os animais são isolados e
encaminhados ao abate em frigoríficos do Sistema de Inspeção Federal (SIF), com aproveitamento da carcaça e a retirada do material de
risco.
“Os pecuaristas da Bahia que insistam em alimentar o gado com subprodutos de aves e suínos podem ter seus animais sacrificados e
destruídos na propriedade, sem direito a indenização, tendo como base a Instrução Normativa nº 41, de outubro de 2009 do Ministério
da Agricultura”, adverte o médico veterinário da Adab José Neder.
Fonte: Governo da Bahia, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
De janeiro a junho, foram vendidos ao mercado externo 15,99 mil toneladas de ovos, redução de 14,5% ante o mesmo
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Notícias
Glencore compra 50% da
Predileto
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Avicultura em destaque
Um mercado externo amplo e rentável e um mercado interno
promissor colocaram a avicultura sob a luz dos holofotes e
Dois anos após vender a Pena Branca para a Marfrig, o
deflagraram um novo ciclo agroindustrial no País. Consolidado
grupo Predileto Alimentos, que já esteve entre os maiores
após a euforia, o setor agora puxa uma segunda onda de
produtores de frango do País, mas agora atua apenas na
investimentos em outros segmentos. Um deles é a indústria
moagem de trigo, acaba de vender 50% de seu negócio para
de soja, que após anos de estagnação, inclusive com perda de
a trading de commodities agrícolas suíça Glencore. O valor
algumas empresas, volta a receber investimentos no Paraná em
exato do aporte só será definido após o fim da due diligence,
2010.
a ser concluída em 120 dias. Mas, segundo o diretor da
Predileto, Antenor de Barros Leal, a Glencore levará metade
nos próximos três anos outras duas cooperativas devem
das ações por cerca de R$ 180 milhões.
inaugurar indústrias de processamento de soja em grão, revela
A negociação começou no início deste ano, segundo
o superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná
Leal, e se fez necessária porque, embora a empresa tenha
(Ocepar), Nelson Costa. “Nos três casos, são cooperativas que são
se capitalizado com a venda de seus negócios em frango
grandes consumidoras de farelo porque são produtoras de frango. Então, mesmo nesses casos, é a avicultura que puxa o
- só com a Pena Branca foram US$ 53 milhões -, o recurso
crescimento”, diz.
não foi suficiente para fazer frente aos planos de expansão em processamento do cereal. “Estávamos buscando um sócio
estratégico para recuperar nossa capacidade de alavancagem e cumprir nosso plano de ser consolidadora em trigo. Esse
“Hoje já industrializamos todo o milho e em breve estaremos processando também toda a soja. Estamos adquirindo a estrutura
aporte nos trará equilíbrio financeiro para continuar os investimentos”.
industrial e vamos começar a operar na safra 2011/12.”, relata o presidente da cooperativa, Valter Pitol.
Fontes do mercado afirmaram ao Valor que a Predileto estava altamente endividada e com necessidade de capital de
Atualmente, há apenas um projeto em andamento, mas
O projeto mais adiantado é o da Copacol, de Cafelândia (Oeste), que está investindo R$ 75 milhões na nova esmagadora.
A unidade, que terá capacidade para esmagar 1,8 mil toneladas de soja por dia, faz parte de um plano de R$ 300 milhões que
giro. A empresa teria créditos a receber do governo, referente às operações de PEP (Prêmio de Escoamento da Produção) de
tem como objetivo aumentar a produção de peixes, aves e suínos da cooperativa nos próximos cinco anos. “70% da oleaginosa
trigo e recursos represados com a quebra do Banco Santos. Teria ainda passivos trabalhistas, segundo essas fontes.
que será esmagada virão dos próprios cooperados e 60% do farelo que iremos produzir já têm destino certo”, diz Pitol. O produto
será usado na fábrica de rações da cooperativa, que terá sua capacidade de produção ampliada em 22% nos próximos três anos,
Leal confirmou que a empresa tem crédito a receber de PEP e, principalmente, de ICMS, mas que nunca contou com esses
recursos para capital de giro. “Se fôssemos contar com isso, certamente teríamos cometido um erro estratégico”, afirmou.
para 55 mil toneladas/mês.
Sobre o Banco Santos, Leal disse que a empresa, assim como os outros clientes da instituição, fez um acordo. “E saímos
razoavelmente bem”, completou.
aves, suínos e bovinos. As tilápias e o frango são processados na própria cooperativa. Já a industrialização da carne suína e do
leite é realizada em parceria com a Frimesa.
Nos últimos cinco anos, a Predileto, que tem como sua principal empresa o Moinho Cruzeiro do Sul, investiu cerca de
A Copacol movimenta anualmente 640 mil toneladas de soja e milho. Processados, os grãos viram ração e alimentam peixes,
R$ 80 milhões em um plano para atingir até 2011 a capacidade de processamento de 1 milhão de toneladas de trigo por
ano, ante as 700 mil toneladas atuais. A capacidade de moagem da unidade de Belém (PA), de 350 toneladas diárias, está
frango, os embutidos e os peixes produzidos pela Copacol são comercializados nos dez supermercados próprios que a cooperativa
sendo ampliada para 600 toneladas, e ainda há expansões em andamento nas plantas de Recife, Rio Grande do Sul e Rio de
mantém no Paraná e encaminhados às quatro unidades de armazenagem, venda e distribuição dos produtos para o restante do País.
Janeiro.
A Predileto encerrou 2009 com lucro líquido de R$ 26,8 milhões, revertendo prejuízo de R$ 24,9 milhões do ano
do Paraná. A cooperativa pretende aplicar neste ano mais de R$ 200 milhões em uma série de projetos. Metade desses recursos
anterior. A dívida líquida da companhia, na casa dos R$ 168 milhões, equivaleu, em 2009, a seis vezes sua geração de caixa
será investida na avicultura. As obras incluem a modernização da linha de abate com capacidade para 140 mil aves/dia e a
(lajida - lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) que foi de R$ 28 milhões. “Sobre o balanço de 2009
implementação de uma segunda linha de abate com capacidade igual à primeira, que já foi concluída e está em fase de testes.
ainda pesam algumas obrigações financeiras. Somente o de 2010 estará exclusivamente com trigo. Por isso, esperamos que
neste ano o resultado líquido cresça entre 5% e 8%”, disse Leal em entrevista ao Valor em maio deste ano.
operando com capacidade total no último trimestre de 2011, quando o abate deve alcançar a marca de 280 mil cabeças/dia.
A parceria entre a Glencore e o Predileto já é antiga. Controlador do Moinho Cruzeiro do Sul, com cinco unidades próprias
Todo mês, são produzidas 800 toneladas de peixes e 600 mil litros de leite e abatidos 7 mil suínos e 300 mil aves. Os cortes de
Tirar a produção do campo e levar à mesa dos consumidores também é a meta da Lar, com sede em Medianeira, no Oeste
Novos aviários para ampliar o alojamento também estão nos planos. A expectativa é que a unidade avícola da Lar esteja
“Quando o projeto foi concebido, em 1996/97, já tínhamos a pretensão de ampliar a produção de frangos. Mas ainda não
em Belém (PA), São Luís (MA), Recife (PE), Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a empresa tem duas unidades arrendadas - uma
tínhamos encontrado o momento ideal para colocar os planos em prática. Agora esse momento finalmente chegou e poderemos
em São Paulo e outra em Mato Grosso, que pertencem à Glencore.
aumentar não só a produção, mas também as oportunidades para os nossos associados”, comemora o vice-presidente da Lar,
Fonte: Valor Econômico
Lauro Soethe.
Sem vaca louca
Crescimento no consumo
mundial de carne
A doença da vaca louca faz parte do passado. A Comissão Européia considera que a encefalopatia espongiforme bovina (BSE, na sigla
em inglês) está quase erradicada na União Européia e que chegou a hora de reduzir as medidas de combate, a começar pelo fim do abate
sistemático dos planteis onde foi detectado um animal doente.
Agricultura e Alimentação) e OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o incremento no consumo de
carnes, assim como o aumento da produção e exportação na próxima década, será liderado pelos países em desenvolvimento
No ano passado foram registrados 67 casos de vacas loucas na Europa, longe dos mais de 37 mil descobertos em 1992, no auge da
De acordo com relatório de projeções para a próxima década, divulgado pela FAO (Organização das Nações Unidas para
epizootia. Além disso tratavam-se de animais velhos, cuja contaminação remontava há vários anos.
(participação de 86% no aumento previsto).
A carne continuará tendo um dos maiores crescimentos no consumo dentre as commodities agrícolas.
se o teste for negativo.
O relatório apresenta as seguintes taxas anuais de aumento no consumo nos países em desenvolvimento: 2,8% para carne de
frango; 2,3% para carne suína e 2,0% para carne bovina.
Bruxelas propõe agora que se abatam apenas os animais doentes e que os restantes da manada possam entrar na cadeia alimentar
A Comissão pretende também acabar com a proibição do uso das farinhas animais para porcos, aves e peixes, mas mantém a
interdição para os ruminantes.
Fonte: Euronews
ano para a carne de frango.
Para os países desenvolvidos também ocorrerão incrementos, mas em menores proporções, atingindo no máximo 1,6% ao
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Notícias
EUA: geração de energia é única
destinação para cama de frango
Recente matéria do The Wall Street Journal observa que a
avicultura norte-americana enfrenta na atualidade um problema
monumental. Literalmente. Produz, anualmente, cerca de 17
milhões de toneladas de cama, o que representa seríssimo desafio
ambiental. Por isso, os pesquisadores convergem cada vez mais
para a mesma solução: independentemente dos custos ou dos
resultados, o único caminho é utilizar a cama de frango como
gerador de energia elétrica.
Até agora, a maior parte do setor utiliza a cama como
fertilizante – como, aliás, ocorre também no Brasil, onde o uso
como alimentação animal foi proibido. Mas o elevado e sempre
crescente volume adicionado ao solo vem sendo apontado como
culpado pela contaminação dos lençóis freáticos, o que tem levado
os ambientalistas a proporem a proibição do uso da cama como
adubo. O que fazer?
A Fibrowatt LLC é, entre várias outras, uma das empresas que diz ter a resposta para esse problema. E quer instalar plantas de
geração de energia tocadas pela cama nos principais estados norte-americanos produtores de frango, como Georgia, Arkansas
e Carolina do Norte.
A Fibrowatt é subsidiária de uma empresa britânica que desenvolveu a primeira usina do gênero no Reino Unido no decorrer
dos anos 1990. E nos EUA implantou a primeira “planta conversora de cama de aviário em energia” no Minnesota, o estado que
detém a maior produção de perus do país.
Essa planta – na qual foram investidos US$200 milhões – queima, anualmente, 500 mil toneladas de cama de peru. No
processo é gerado vapor que movimenta turbinas com capacidade para 55 megawatts, o suficiente para suprir a eletricidade de
40 mil residências, afirma a Fibrowatt.
A reportagem do jornal nova-iorquino é ilustrada com um gráfico que mostra, para os 10 principais estados produtores de
frango dos EUA, o número de cabeças abatidas e o correspondente volume de cama produzido.
Notar, a propósito, que vários estados brasileiros apresentam produção similar. O Paraná, por exemplo, alojou no ano
passado 1,3 bilhão de pintos de corte que, provavelmente, devem ter se transformado em pelo menos 1,250 bilhão de cabeças
de frango (96% de viabilidade). Aceitos os mesmos parâmetros do The Wall Street Journal (cerca de 1,8 kg/ano de cama por
frango), o volume total de cama foi superior ao apontado para o estado de Arkansas.
Abate de frango estáveis
O abate de bovinos caiu 5,3% no primeiro trimestre de 2010 ante o quarto trimestre de 2009, segundo divulgou o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Foram abatidas 7,075 milhões de bovinos no primeiro trimestre deste ano, com alta de 9,0% ante
igual período do ano passado. Segundo comentam os técnicos do instituto no documento de divulgação da pesquisa, “desde 2007 o
volume de bovinos abatidos no primeiro trimestre do ano vem diminuindo ano a ano [ante igual período de ano anterior] e em 2010 esta
sequência foi interrompida”. O volume abatido no 1º trimestre, segundo pesquisa, é similar ao verificado no mesmo período em 2006.
No que diz respeito ao peso de carcaças, foram registradas 1,691 milhão de toneladas no primeiro trimestre de 2010, com aumento
de 11,5% em relação ao 1º trimestre de 2009 e queda de 5,6% em relação ao 4º trimestre de 2009.
Em termos do número de animais abatidos, o Mato Grosso se manteve como o principal estado brasileiro, com 14,4% de toda a
produção nacional feita pelos estabelecimentos fiscalizados. São Paulo e Mato Grosso do Sul seguem em segundo lugar, cada um com
12% do total abatido.
Frango
O abate de frangos totalizou 1,206 bilhão de unidades no 1º trimestre de 2010, com estabilidade em relação ao trimestre
imediatamente anterior, segundo o IBGE. Na comparação com igual período de 2009, houve alta de 7,3%. A produção de carcaça
de frangos foi de 2,529 milhões de toneladas, apresentando uma variação praticamente nula (0,1%) ante o trimestre anterior e um
crescimento de 7,9% em relação ao 1º trimestre de 2009.
Fonte: DCI
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Notícias
UE propõe remoção de
regulamentações referentes à EEB
A União Européia (UE) está propondo a remoção das regulamentações referentes à
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Frigoríficos uruguaios
preocupados com a redução
de gado para abate
Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da “vaca louca”, que
permanecem efetivas. Por exemplo, o requerimento que um rebanho inteiro seja abatido se um
abate de fêmeas bovinas registrado nos últimos dois anos.
animal tiver a doença. Agora, considera-se que a destruição do animal infectado e o teste do
restante do rebanho possam ser suficientes para proteger-se contra a doença.
de fêmeas foi, respectivamente, de 44,6% e 53% em relação ao abate total. No primeiro
trimestre de 2010 o abate chegou a 58%.
A UE também está considerando permitir que suínos, frangos e peixes sejam alimentados
A indústria frigorífica do Uruguai está cada vez mais preocupada com o crescente
Segundo o INAC (Instituto Nacional de Carnes do Uruguai), em 2008 e 2009 o abate
com farinhas derivadas de bovinos, apesar de ainda não considerar a remoção das restrições
ao uso de alimentos derivados de bovinos para os próprios bovinos.
severa seca que atingiu o Leste da América do Sul. Aliado a esse fator climático, os
“A União Européia fez grandes progressos na batalha contra a EEB e estamos finalmente à beira
preços não atraentes no mercado interno fizeram com que os produtores tivessem que
de erradicar a doença na União”, disse o comissário de Política e Saúde do Consumidor da
fazer caixa, agravando o problema.
Europa, John Dalli.
prima.
Os medos de que a “vaca louca” estivesse relacionada com uma doença cerebral entre humanos que consumiram carne
O aumento no abate de fêmeas no Uruguai é resultado, principalmente, de uma
Com isso, houve uma menor oferta de bezerros e conseqüentemente de matéria
bovina contaminada disseminou pânico nos anos noventa e uma barreira de uma década à carne bovina da Inglaterra, epicentro
Segundo a Associação da Indústria Frigorífica Uruguaia, para 2011 está prevista uma queda no fornecimento de animais para abate que
da epidemia.
poderá ter impacto sobre as exportações.
A UE impôs uma barreira total às exportações de bovinos britânicos vivos em março de 1996 no auge da crise da EEB, depois
de Londres ter reportado uma ligação com a doença bovina com a nova forma da doença de Creutzfeldt-Jakob em humanos,
relacionada com o consumo de carne bovina contaminada com EEB. A UE removeu o embargo à carne britânica em 2006.
A reportagem é do Mercopress, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Cocamar arrenda unidades da
Corol no Paraná
A Cocamar, cooperativa de Maringá (PR), vai arrendar a partir de hoje unidades operacionais da Corol, que tem sede em Rolândia,
enquanto aguarda estudos de viabilidade de união entre as duas. A intenção é atender 7,5 mil associados da Corol na colheita da safra
de inverno, planejar a safra de verão e o fornecimento de insumos.
O documento assinado entre as cooperativas não representa mais um passo na fusão que vem sendo analisada. “É uma solução
momentânea e dissociada da união das cooperativas. Se ela acontecer, esses contratos de arrendamento serão revistos”, diz Fernando
Sperb, da Sociedade de Advogados Alceu Machado, Sperb & Bonat Cordeiro, responsável pela área jurídica do caso.
Serão verificadas as situações de cada indústria da Corol, que está endividada e com problemas de crédito. A usina de açúcar e álcool
não entrou no acordo, mas a Corol tem também fábrica de suco concentrado de laranja, torrefadora de café, moinho de trigo, fábrica de
rações e suplemento mineral.
Com o arrendamento, a Corol se afasta da área de grãos, que passa a Cocamar. Após o arrendamento, 60% do resultado operacional
líquido ficará com a Corol e 40% com a Cocamar. A alternativa passou a ser discutida no fim de junho e foi acertada para garantir a
continuidade do funcionamento das unidades.
Fonte: Valor Econômico
MS: abates aumentam 8,8%
no 1º semestre
Dados da Superintendência Federal de Agricultura mostram que os abates de bovinos
aumentaram 8,8% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do
ano passado.
São 1.669.147 animais abatidos contra 1.534.206. Isso porque nos primeiros
meses de 2009 os frigoríficos passavam por grave crise, com suspensão de atividades e
inclusive demissões em massa.
No mês de junho deste ano a reação foi de 9,6% comparado a junho do ano passado,
totalizando desta vez 289.185 animais abatidos. A reação é progressiva, mas o ápice
deste ano foi março, quando os frigoríficos do Estado com inspeção federal abateram
291.706 animais.
As informações são do Agora MS, publicadas pela Famasul.
Por que os frigoríficos do MT
estão fechando as portas?
No final de maio o Grupo Frialto entrou com pedido de recuperação judicial e agora trabalha em plano de recuperação para tentar
voltar ao mercado.
Essa semana tivemos mais uma notícia desagradável, a paralisação temporária das unidades do Frigorífico Pantanal em Mato Grosso.
As três plantas localizadas no Estado abatiam juntas 1,5 mil cabeças por dia.
O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, diz que qualquer fechamento causa
impacto. Segundo Vacari, há 2 problemas no setor da carne, primeiro seria um possível monopólio por parte de 2 grandes grupos que
detêm 33% das unidades em funcionamento atualmente. Outro problema apontado por Luciano Vacari seria a falta de remuneração por
parte do setor varejista. “Os frigoríficos realmente estão pagando melhor aos produtores, mas o setor varejista também precisa entender
que eles compõem uma cadeia produtiva e que é preciso repassar isso para os outros elos”, afirma Vacari ao comentar que o segmento
não paga o que de fato os frigoríficos precisam.
Em seu Twitter, Otavio Juliato postou o seguinte questionamento “Alguém poderia me explicar porque tantos frigoríficos no MT estão
fechando as portas? A situação financeira dos pequenos e médios em geral vai de mal a pior, mas o MT me chama a atenção, muitas
baixas por lá”.
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Notícias
Ajuda dos frigoríficos
A indústria alimentícia – principalmente a de abate de carnes e a de produção
de bebidas alcoólicas – tem crescido desde 2008, quando a crise financeira
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Associação à World Renderers
Organization facilitará exportação
internacional se agravou e, com isso, vem disputando espaço com a indústria
de extração de petróleo e produção de seus derivados, de biocombustíveis e de
animal com clientes internacionais, o SINCOBESP associou-se à
minério de ferro, além da fabricação de automóveis. Essas últimas, o carro-chefe
World Renderers Organization, principal entidade representativa dos
da indústria brasileira.
interesses do setor de graxarias em nível mundial.
O crescimento da indústria alimentícia, registrado especialmente na Região
Para facilitar os negócios do setor de subprodutos de origem
A decisão do SINCOBESP em participar da WRO visa o intercâmbio
Centro-Oeste, foi constatado pela Pesquisa Industrial Anual – Empresa 2008,
e adequações a legislações sanitárias, abrindo as portas para os
divulgada nesta quarta, dia 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
produtos das graxarias brasileiras no mercado mundial. A associação
(IBGE). De acordo com o estudo, a diversificação do parque industrial brasileiro é
será sacramentada na 77ª Convenção Anual da National Renderers
reflexo do cenário econômico do país.
Association, entidade americana de graxarias, entre 25 e 29 outubro
próximo, em Naples, Flórida (EUA).
“O aquecimento do mercado interno, com a abertura de linhas de crédito tanto para pessoas físicas como jurídicas favoreceu
a instalação de novas empresas industriais com valor agregado e, na comparação com 2007, vale destacar que, em 2008, todas
as indústrias do país, juntas, contribuíram para o aumento de 20,3% do valor de transformação industrial, que é uma espécie de
Embrapa, evento paralelo à V Fenagra, realizados em março, em São Paulo. “Existe um amplo mercado mundial para as
PIB [Produto Interno Bruto] do setor”, observou a coordenadora de Indústria do IBGE, Maristella Rodriguez.
matérias primas das empresas de graxarias brasileiras. Nossas farinhas de carne e ossos e as gorduras de origem animal
são de qualidade, competitivas, e há risco baixo de contaminação, ao contrário dos países europeus, que enfrentam, entre
A economista lembrou, no entanto, que os resultados da pesquisa não trazem os reflexos da crise internacional daquele ano.
A novidade já havia sido anunciada pelo presidente do Sincobesp, Gustavo Razzo Neto, durante a IX Workshop Sincobesp/
Ela explicou que os primeiros nove meses de 2008 foram muito positivos para o setor, que ainda teve a seu favor a valorização
outros problemas, o fantasma da “vaca louca”, afirma Razzo Neto.
dos preços das commodities do petróleo e do minério de ferro.
Associação do SINCOBESP à WRO. O Brasil exporta apenas 60 mil toneladas/ano de farinha, o que representa 1% do total
“Porém, no último trimestre daquele ano, já tivemos uma queda brusca na produção industrial, impulsionada pela interrupção
Segundo o presidente, é preciso, porém, se adequar às legislações sanitárias dos mercados, o que será facilitado pela
de linhas de crédito e dificuldades de financiamento que os empresários começaram a ter em função da crise financeira
produzido.
internacional”, explicou.
Fonte: Sincobesp
Fonte: Agência Brasil
Abates bovinos no primeiro
trimestre de 2010
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), no Brasil, os abates formais de bovinos, no primeiro
trimestre de 2010, totalizaram 7,075 milhões de animais.
Este número é 4,2% menor que o resultado do último trimestre de 2009, quando foram abatidos 7,381 milhões de bovinos.
Porém, em relação ao mesmo período de 2009, houve incremento de 9,0%.
O primeiro trimestre do ano é um período típico de descarte de fêmeas, devido a falhas reprodutivas após a estação de
monta. Com isso, a participação de fêmeas no abate passou de 33,1% no último trimestre de 2009 para 37,7% no primeiro
trimestre de 2010.
Mas, na comparação com os três primeiros meses de 2009, houve um recuo dessa participação, que foi de 41,1% ano
passado, o que confirma a hipótese de crescimento na retenção de matrizes.
Dentre os estados, Mato Grosso continua liderando o volume de cabeças abatidas neste primeiro trimestre, com 1,017
milhões de cabeças, seguido de São Paulo e Mato Grosso do Sul, com 860 e 833 mil cabeças, respectivamente.
Matérias primas na produção
de biodiesel
A variação da utilização do sebo como matéria prima depende da relação entre seu
preço e o da soja.
Segundo o último Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis, do Ministério de
Minas e Energia, a participação do sebo na produção de biodiesel aumentou em abril de
2010.
Em julho passado, 13,5% do biodiesel produzido utilizou a gordura animal como
matéria prima, ante os 11,2% de participação em março.
A participação do óleo de soja caiu de 85,6% para 83,9% no mesmo período.
Tal variação foi influenciada pela manutenção de preços da soja, ante a desvalorização
de 7,5% do sebo, registrada pelo levantamento da Scot Consultoria.
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Notícias
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BRA: frigoríficos contribuem
com crescimento industrial
Produção de ração nacional pode
receber um incremento de 6,85%
A indústria alimentícia - principalmente a de abate de carnes e a de produção de bebidas alcoólicas - tem crescido desde
O mercado prevê em cinco anos um aumento de 30% a 40% na produção de
2008, quando a crise financeira internacional se agravou e, com isso, vem disputando espaço com a indústria de extração de
carnes no Brasil. Diante desse cenário, empresas de nutrição animal apostam
petróleo e produção de seus derivados, de biocombustíveis e de minério de ferro, além da fabricação de automóveis. Essas
no crescimento dos setores de aves, suínos e bovinos e investem em tecnologia
últimas, o carro-chefe da indústria brasileira.
e serviços.
O crescimento da indústria alimentícia, registrado especialmente na Região Centro-Oeste, foi constatado pela Pesquisa
De acordo com Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindicato
Industrial Anual - Empresa 2008, divulgado ontem (30), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com
Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a estimativa inicial
o estudo, a diversificação do parque industrial brasileiro é reflexo do cenário econômico do país.
de crescimento do setor entre 5% e 10%, em 2010, pode ser reduzida a 3,5%.
“Caso não haja reação na taxa cambial e os índices inflacionários levem o Banco
O aquecimento do mercado interno, com a abertura de linhas de crédito tanto para pessoas físicas como jurídicas favoreceu
a instalação de novas empresas industriais com valor agregado e, na comparação com 2007, vale destacar que, em 2008, todas
Central a subir ainda mais a taxa de juros, a expansão será menor”, diz Zani.
as indústrias do país, juntas, contribuíram para o aumento de 20,3% do valor de transformação industrial.
A coordenadora de indústria do IBGE, Maristella Rodriguez, lembrou, no entanto, que os resultados da pesquisa não trazem
e segunda posição. Para este ano, o Sindirações estima uma produção de ração nacional de 62,4 milhões de toneladas, um
os reflexos da crise internacional daquele ano. Ela explicou que os primeiros nove meses de 2008 foram muito positivos para o
incremento de 6,85% se comparado ao volume de 2009. Deste montante, 33,39 milhões de toneladas serão destinadas à
setor, que ainda teve a seu favor a valorização dos preços das commodities do petróleo e do minério de ferro. Porém, no último
avicultura, 15,94 milhões de toneladas à suinocultura e 7,28 milhões de toneladas à pecuária.
trimestre daquele ano, já tivemos uma queda brusca na produção industrial, impulsionada pela interrupção de linhas de crédito
De acordo com o Diretor Comercial da Nutron, Cidinei Miotto, as consolidações são tendência no setor de nutrição animal,
e dificuldades de financiamento que os empresários começaram a ter em função da crise financeira internacional-explicou.
já que o Brasil depende do mercado de produção de insumos chinês. “Quanto maior a empresa mais facilidade de acesso ao
Por:Agência Brasil, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
mercado externo”, diz.
Demanda global de carne bovina
poderá crescer 40% até 2025
Segundo a Secretaria Internacional da Carne, apesar da desaceleração da economia
mundial, por conta da crise financeira de 2008, o consumo de carne bovina tende a aumentar.
O crescimento pode chegar a 40% até 2025, impulsionado pela mudança no padrão
de vida, pela urbanização e pelo crescimento populacional. O maior aumento ocorrerá
nos mercados emergentes da Ásia - particularmente a China, mas também na América
do Sul e Europa Central.
Segundo outra entidade, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), o comércio mundial de carne pode crescer das 22 milhões de
toneladas atuais para 30 milhões de toneladas até 2020.
No entanto, para que haja este crescimento é preciso que se invista em tecnologia,
como o melhoramento genético e o uso de biotecnologias que utilizem menos recursos naturais, cada dia mais escassos.
Controle na produção de
farinha de carne e ossos
O processo de produção da farinha de carne e ossos nas empresas de reciclagem animal estão extremamente rigorosos,
com a implantação de Boas Praticas de Fabricação (BPF), Analises de Perigos e Pontos Críticos (APPCC). São vistoriados pelo
responsável do setor no mínimo duas vezes por dia e registrado em um checklist, após a vistoria será analisado para detectar
possíveis anormalidades no processo, com isso temos segurança de qualidade e segurança na farinha de carne e ossos.
Além das medidas adotadas para a segurança alimentar, podemos garantir nosso trabalho através das auditorias pela
fiscalização do Mapa e também das auditorias de clientes - estes que nos fazem crescer e melhorar a cada dia mais - de acordo
com suas exigências, necessidades e adequado ao segmento em que será utilizado a farinha de carne e ossos.
O objetivo da produção da farinha de carne e osso em 2010 é obter mais qualidade e eficiência no processo, sendo que o
determinante para se ter sucesso na qualidade do produto acabado engloba todas as etapas da produção, desde a coleta até o
estoque. Não se esquecendo de capacitar cada vez mais os funcionários, que são os grandes responsáveis pela obtenção de um
produto capaz de satisfazer todos os consumidores.
Por: Daniel Moreira Vilaça, zootecnista e Pós Graduando em Produção de Bovinos Leiteiros, faz parte do quadro de funcionários
da Indústria de Rações Patense
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de ração. Os Estados Unidos e a China ocupam respectivamente a primeira
Segundo o diretor, a compra de vitaminas, antibióticos e aditivos da China é necessária porque o custo de produção é menor
e as leis são mais flexíveis no País.
De acordo com o vice-presidente da Sindirações, o maior custo de qualquer produção é destinada à alimentação animal, o
que representa entre 65% e 70% das despesas.
Para o gerente de formulação e avicultura da brasileira Guabi, também uma das maiores do segmento, João Carlos de
Angelo, o setor de avicultura tem grande potencial de crescimento, principalmente no mercado externo, mas como Zani,
acredita que o momento é de cautela. “As exportações, que respondem por cerca de 30% da produção nacional, é influenciada
pelo câmbio”, diz.
Pautado pelo consumo de 41 quilos per capita de carne de frango no Brasil, Zani considera que a avicultura tem menos
potencial de avanço no mercado interno. “Já o suíno tem crescimento mais elástico, inclusive se olharmos para a demanda
mundial”, diz, lembrando que o avanço no consumo interno de um ocorre em detrimento de outro.
No entanto, para Zani, o Brasil ainda precisa de ajustes em toda cadeia produtiva para se tornar o maior fornecedor de
alimento do mundo. “Somos os únicos capazes de suprir essa demanda, mas precisamos de soluções em logística e preços
mínimos seguros”.
Fonte: Diário do Comércio e da Indústria - Redação
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Por Mariângela Nogueira
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Pat ense 4 0 an
os :
a nos
referênc i a n a c i on a l
em
nii ma l
e m recicl ag
agem a
an
75 km de Belo Horizonte, 30 km da BR-381 e
meio ambiente. Por isso, não mede esforços
15 km da BR 262, esta fábrica é considerada
para construir estações de tratamento de
uma das mais modernas da América Latina,
afluentes,
com componentes de última geração em
colaboradores e toda a comunidade. Em
tecnologia.
Patos de Minas e Itaúna já foram investidos
mais de 1 milhão de reais na adequação
A qualidade de vida e motivação de cada
Ao longo dos anos a Patense investiu em
subproduto por ano. A escolha da cidade,
tecnologia, melhorou o processo produtivo
ainda na década de 70, foi estratégica, pela
e entrou com força total no competitivo
natureza da economia local, essencialmente
mercado
com
voltada para o agronegócio e pela facilidade
tornasse
de escoamento da produção. A fábrica fica na
uma referência nacional na produção de
estrada Patos de Minas/Alagoas km 04, com
suplementos para rações. Sempre com a
fácil acesso às principais rodovias do País.
preocupação de melhorar a qualidade dos
produtos, a empresa mantém investimentos
Gerais, foi um grande passo da Patense e
nos processos de produção da Farinha de
representou um crescimento de mais de 100%
Carne e Ossos e Sebo, que fazem parte de um
na produção. Com 105 empregados diretos
padrão de qualidade exemplar em todo país.
e capacidade de processamento de 100 mil
toneladas de subproduto por ano, a fábrica
que
a
nacional.
Patense
Tudo
crescesse
isto
e
se
fez
Patos de Minas abriga a unidade pioneira,
A inauguração da unidade Itaúna, Minas
que cresceu, e hoje possui uma área de 30
deu um grande impulso à economia local.
mil m², 125 funcionários diretos e capacidade
Localizada em um terreno de mais de 100
de processamento de 80 mil toneladas de
mil m² às margens da MG 431, e a apenas
e
conscientizar
os
colaborador sempre foi uma das grandes
das
preocupações da Patense, que acredita que
ambientais.
um trabalhador feliz e com a auto-estima
área já reflorestada. Um compromisso que
elevada terá uma produtividade muito maior.
faz da própria atividade da empresa uma
É por isso que, além de investir na formação
responsabilidade sócio-ambiental. Consegue
profissional com treinamentos e reciclagem,
aliar a produção à qualidade e ao respeito ao
a Patense também investe em atividades de
meio ambiente.
lazer.
RESPONSABILIDADE
SÓCIO-AMBIENTAL
Dentro da linha de atuação, a indústria
manifesta constante interesse em preservar o
reflorestar
unidades
A
industriais
Patense
às
exigências
também
adquiriu
É assim, acreditando nas pessoas que a
Patense, em seus 40 anos, se tornou uma
referência nacional em reciclagem animal.
O próprio slogan da empresa reforça seus
valores: Patense - Faz da reciclagem, sua
marca.
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Em Foco 1
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Piraci Oliveira - Advogado
Da tributação pelo
ICMS/SP do sebo e osso
in natura - implicações
para as graxarias
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Parte do segmento das graxarias entendia,
que
havendo
transformação
da
matéria
ao menos até poucos meses, que a operação de
prima ou beneficiamento aplicado sobre ela
compra e venda de suas matérias primas estava
haverá,
sob abrigo do diferimento de ICMS tratado no art.
“industrialização”, resultando no encerramento da
383 do atual regulamento paulista.
fase de diferimento do tributo sobre o consumo.
Com esse entendimento, tanto as compras
possivelmente,
a
caracterização
de
O debate reside exatamente nesse ponto: as
de produtos de seus fornecedores (por exemplo,
graxarias industrializam matéria prima a ponto de
açougues e matadouros), quanto as vendas dos
fazer romper o diferimento do ICMS tratado no art.
insumos
383 do RICMS/SP ?
para a indústria não eram oneradas
pelo tributo estadual. As graxarias, na prática,
A discussão é antiga e por muitos anos
simplesmente não conviviam com os efeitos do
permeou debates entre os contribuintes e fiscais
ICMS.
estaduais. Não havia pronunciamento específico ou
O
regulamento
textualmente
conferia
o
oficial do tema, o que contribuiu para fortalecer a
diferimento para as (...) saídas internas de couro
incerteza, tendo, cada parte, advogado a favor de
ou pele, em estado fresco, salmourado ou salgado,
seus interesses pessoais.
de origem animal, inclusive o sebo, de osso, de
Como antes dito, na prática o mercado
chifre ou casco (...) condicionando a suspensão do
entendia que a operação estava desobrigada de
benefício para o momento em que ocorresse, ao
ser tributada.
que nos interessa, sua entrada em estabelecimento
industrial ainda que para simples curtimento.
publicação de Decisão Normativa CAT no. 1
Por sua vez, o art. 4o. do mesmo regulamento,
consolidando resposta à consulta que ganhou
traz o conceito de “industrialização” que pode
número 784/2008 (de 7 de janeiro de 2009) de onde
ser entendido como: (...) qualquer operação
se extrai que, o diferimento tratado no art. 383 do
que modifique a natureza, o funcionamento, o
RICMS/SP não se aplica às saídas de sebo pastoso/
acabamento, a apresentação ou finalidade do
derretido, devendo a consulente destacar o imposto
produto ou o aperfeiçoe para o consumo (...).
nas notas fiscais relativas às vendas que realizar.
Como se percebe são conceitos extremamente
subjetivos mas, basicamente, podemos entender
pronunciou-se no sentido de entender que as
Porém, em 10 de fevereiro de 2010, houve
Dito com outras palavras, o Fisco Estadual
vendas de produtos das graxarias são tributadas
decisão normativa, haja vista que pelo princípio do
normalmente pelo ICMS tendo em vista que o
abatimento das entradas, o efeito do destaque é
diferimento se encerra quando da entrada dos
anulado.
produtos em seu estabelecimento.
antecipar a cobrança do ICMS do setor, ao menos
Seguiria vigendo a postergação do pagamento
Este novo panorama, se por um lado é ruim ao
para os açougues e abatedouros.
contribuiu para o esclarecimento das regras a
serem utilizadas pelo mercado.
O instituto da consulta formal traz vinculação
objetiva ao consulente, não se aplicando obrigato­
riamente aos demais contribuintes, ainda que
mais do que um princípio, uma regra fundamental
estejam em situação idêntica, mas é certo afirmar
de convívio entre contribuintes e o estado tribu­
que, doravante os representantes do erário
tante. Conviver com a certeza da tributação
não permitirão que, vendas de graxarias sejam
parece-nos melhor do que o pantanoso terreno do
operadas sem lançamento do ICMS.
diferimento duvidoso.
Prova disso é que as graxarias que não
Se antes não havia posição formal da matéria,
Como bem sabemos, a segurança jurídica é,
agora há.
destacaram o ICMS nas suas operações de venda
estarão sob risco de fiscalizações e lançamentos do
Adotado o entendimento esposado na Decisão
Normativa, as graxarias deverão onerar suas
tributo de todo esse período.
vendas pelo ICMS, podendo manter o crédito
incidente nas aquisições em prestígio ao sistema
fato dos adquirentes terem pago o valor, ainda que
da não cumulatividade dessa exação.
indiretamente, pelo não creditamento do imposto
Havendo destaque do tributo, poderão os
não destacado.
adquirentes “abater” o valor descrito que será
aproveitado em sua escrita fiscal. Vale dizer que,
sanha arrecadora dos representantes dos cofres
para o adquirente, o “preço final” deve ser majorado,
públicos autuem os contribuintes que deverão se
mas o custo dos produtos não será atingido.
movimentar para demonstrar, não só a boa-fé da
O mesmo valerá para os consumidores finais
atuação, mas, especialmente, que o não destaque
que, não deverão sentir qualquer reflexo da
do ICMS ao longo tempo não acarretou qualquer
Caso sejam autuados militará em seu favor o
Ainda assim, não descartamos que a conhecida
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Em Foco 2
Daniel Moreira Vilaça
Indústria de Rações Patense Ltda.
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Farinha de
de Carne
Carne e
e Osso
Osso
Farinha
com Ênfase
Ênfase na
na Qualidade
Qualidade
com
Com a evolução dos processos produtivos
sangue no momento em que chega à graxaria.
nas graxarias, os produtos derivados dos
resíduos
vez
de carne e ossos está com um nível excelente de
mais competitivos no mercado nacional e
qualidade. Padronizada, ela se tornou uma das
internacional.
exigências mais importantes capaz de atender
É com grande privilégio que nós, do
vários tipos de seguimentos como: fábricas de
seguimento de graxaria, podemos dizer com
pellets, avicultura, suinocultura, aquicultura
orgulho, que se processa de acordo com o
e com segurança no quesito, ausência de
maquinário em média 13 toneladas por horas
contaminantes. A adição de antioxidante e anti
de matérias primas com bastante eficiência e
salmonela é indispensável para a fabricação de
com segurança na qualidade.
produtos de origem animal, uma vez que estas
As graxarias que são anexas aos frigoríficos
gorduras possuem uma facilidade de oxidação
têm a vantagem de obter a matéria prima
e contaminação por microorganismos. Isso
fresca e rápida, mas as graxarias que não são
é devido à manipulação, processamento e
anexas, visando mais qualidade no produto,
armazenamento de que, tal forma inadequada,
colocaram
qualquer outro produto também estará sujeito
de
frigoríficos
em
prática
estão
o
cada
processamento
Posso afirmar com toda certeza que a farinha
extremamente rápido; visto que a matéria
à contaminações.
prima vai determinar a qualidade do seu
É
produto acabado. As graxarias que não são
de carne, dentre os outros produtos das
anexas aos frigoríficos estão trabalhando na
empresas
casa de 4 horas em média, do transporte do
destacando e ganhando cada vez mais o seu
frigorífico até o momento do início do processo.
espaço no mercado, com respeito, qualidade e
Esse transporte é adequado para transportar
eficiência, pois nossos clientes, consumidores
resíduos limpos, com carrocerias de metal, sem
e produtores são considerados e chamados de
vazamentos e com registros para esgotar o
parceiros.
importante
de
ressaltar
reciclagem
que
animal,
a
farinha
está
se
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Em Foco 3
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Fórum
Fórum Qualidade
das Farinhas de
Carne e Ossos
16 de setembro
O Sincobesp - Sindicato Nacional dos Coletores
produção e melhorarem aspectos ambientais, mas
e Beneficiadores de Sub Produtos de Origem
há necessidade de se implantar, com urgência,
Animal promove, no dia 16 de setembro próximo,
sistemas de qualidade na produção dessas farinhas
o Fórum Qualidade de Farinhas de Carne e Ossos
e de gordura animal”. Participam também da mesa
com o objetivo de debater, dos pontos de vista
de debates, a Gerente de qualidade da Microbial,
técnico, científico e prático, esse importante tema
Valquiria Terribili D’Almeida, e a Advogada Adriana
do setor de graxarias. As inscrições são gratuitas
Tinoco Fixel.
e podem ser realizadas pelo site www.sincobesp.
com.br ou pelo telefone (11) 3256-9173. As vagas
cerca de quatro mil análises microbiológicas, físico-
são limitadas.
químicas e cromatográficas por mês e conta com
O evento é parte integrante do projeto da
uma carteira de 800 clientes. No caso de farinha
entidade, em parceria com a Revista Graxaria
de carne e ossos, as análises microbiológicas
Brasileira e associados, que visa a melhoria da
envolvem contagem de Clostridium perfrigens,
qualidade dos produtos e serviços oferecidos no
Clostridium
segmento de graxarias, por meio de treinamento e
e
do desenvolvimento do mercado.
aureus, padrão de microorganismos mesófilos
...
Qualidade das Farinhas
de Carne e Ossos
que visa à melhoria da
A Microbial, parceira do Sincobesp, realiza
sulfito
coliformes
redutor,
coliformes
termotolerantes,
totais
Staphylococcus
aeróbios estritos e facultativos viáveis e pesquisas
de Listeria Monocytogenes e Salmonella. Já as
qualidade dos produtos e
análises físico-químicas nas farinhas e origem
animal envolvem índices de acidez (SAN%), cálcio,
cloretos (NaCl), digestibilidade, fósforo, peróxido,
lipídios (extração Soxhlet), proteínas, ranço na
serviços oferecidos no
segmento de graxarias
...
gordura, resíduo mineral fixo, umidade e voláteis.
Ainda na agenda do Fórum Qualidade de
Farinhas de Carne e Ossos haverá um espaço
reservado para que os participantes possam trocar
experiências e ideias sobre o mercado de farinhas
de carne e ossos. O encerramento do evento ficará a
A programação do Fórum será composta por
cargo do Presidente do Sincobesp, Gustavo Razzo.
uma mesa de debates, mediada pela assessora
Com início às 9h00 e duração de quatro
jurídica do Sincobesp, Valdirene Paes e formada
horas, o Fórum Qualidade de Farinhas de Carne e
por profissionais da área como, o Consultor
Ossos será realizado na sede da FIESP – Federação
da QualyFoco Consultoria, ex-pesquisador da
das Indústrias do Estado de São Paulo, situado à
Embrapa e especialista na gestão de qualidade
Av. Paulista, 1313 – 4º andar – auditório, e terá
em graxarias, Claudio Bellaver, que ressalta que,
transmissão ao vivo pelo twitter.
esse debate é fundamental porque “as farinhas
originadas dos resíduos do abate são importantes
do site da entidade. Mais informações podem ser
na nutrição animal, por reduzirem os custos de
obtidas pelo [email protected].
A programação completa está na página inicial
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Em Foco 4
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Rastreabilidade garante qualidade
Um conceito internacional - ISO 8402 - tem
com seu número de registro no Serviço de Inspeção
conquistado espaço no mercado da carne no Brasil.
Federal (SIF). “”Pelo lote de abate, sabemos de qual
A rastreabilidade é o processo de campear um
fazenda veio o animal e todas as informações sobre
produto, para registrar o máximo de informações
o trato que recebeu””, diz o especialista.
sobre ele. A finalidade é oferecer mais segurança
Transparência
ao consumidor, que pode, a partir das informações
contidas em um código anexado ao produto,
identificar qual a origem e quais os procedimentos
centro de distribuição, de onde é enviada aos
utilizados no processo de industrialização.
açougues. Os açougueiros cortam as peças em
Depois do frigorífico, a carne vai para um
bifes e colocam nas bandejas. Um novo código
... A
é anexado a essas embalagens. O consumidor,
rastreabilidade é o
por meio da utilização de um aparelho celular
com leitura 2D, pode acessar o histórico do
processo de campear um produto,
para registrar o máximo de
informações sobre ele
...
produto, desde o cruzamento dos progenitores.
Se não tiver esse acesso, ele pode entrar no site
“qualidadedesdeaorigem.com.br” e inserir esse
código. “Assim é possível visualizar todos os
pontos de passagem da procedência da carne.”
O produtor que trabalha com a rastreabilidade
tem um diferencial em seu produto e pode cobrar
a mais por ele. Mesmo com a diferença no preço,
o consumidor não fica no prejuízo. “O processo se
No caso da carne bovina, o rastreamento
torna mais transparente e ele pode, por exemplo,
é realizado desde o cruzamento dos animais
escolher a região de onde vai comprar a carne.
progenitores. O bezerro ganha um código
Em outros países, consumidores mais conscientes
quando nasce. O manejo, as vacinas e outros
procuram excluir produtores que utilizam áreas de
procedimentos são registrados em um sistema
desmatamento para o pasto dos animais”.
por meio desse número.
Marcelo de Barros Leiras, diretor de Tecnologia
implantação no Brasil. Ainda não há leis que
de Informação do grupo PariPassu, de Florianópolis
orientem, mas o ISO 22005 indica normas de
(SC), explica que esse sistema é acessado pelos
boas práticas que devem ser seguidas pelos
frigoríficos que, ao comprar o animal diretamente
produtores e frigoríficos. “Vale lembrar que,
dos produtores, analisam quais as melhores opções
para a exportação, os frigoríficos de outros
de manejo e cuidados que foram tomados. Esse
países exigem a rastreabilidade, um sinal da
processo define a quantidade que será comprada.
importância do processo”.
Segundo Leiras, a rastreabilidade está em
Por meio do código, o frigorífico controla as datas
de abate, o lote, e coloca na peça uma etiqueta,
Fonte: Folha de Londrina
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Sigmetal
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DLZ INDÚSTRIA E COMÉRCIO
DE EQUIPAMENTOS
INDUSTRIAIS LTDA.
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Eixo tubular de alto rendimento para
resíduos cárnicos
Patente requerida Nº - MU8900013-7
100% Satisfação dos Clientes.
Projetos e Soluções que Geram Maior Resultado com Menor Custo.
A SIGMETAL atua no mercado desenvolvendo máquinas e equipamentos para ir de encontro as principais
necessidades dos clientes visando sempre melhorias com o melhor custo/benefício, levando em consideração a
competitividade do mercado pois a principal meta é desenvolver projetos que gerem menor custos.
A empresa destaca o lançamento de um produto que vem de encontro com o que o mercado das graxarias
procura, após anos de estudos, projetos, testes e trabalho:
Eixo
tubular de alto rendimento para resíduos cárnicos
EIXO TUBULAR DE ALTO RENDIMENTO PARA PROCESSO DE PENAS (DIGESTOR DE BATELADA): Testado e
aprovado, a sua principal característica é que não será necessário a utilização do secador de farinha de penas,
pois a farinha saíra seca do digestor para moagem e estocagem.
EIXO TUBULAR DE ALTO RENDIMENTO PARA PROCESSO DE VÍSCERAS (DIGESTOR DE BATELADA): Foi
provado uma redução de até 50% no tempo de processo comparando-se com os eixos existentes.
O novo eixo tubular foi projetado com o objetivo de reduzir o tempo de processo dos digestores
que processam resíduos cárnicos, aumentando a produção do equipamento e reduzindo o consumo de
vapor e energia.
O novo eixo atende aos digestores de qualquer fabricante.
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De Olho no Mercado
Por José Moreira, consultor técnico
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Colaboração de Dados –
Aboissa, Sincobesp, Mapa.
As informações destes índices são
dados baseados no CIF-SP podendo
variar um pouco para cima ou para
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Fonte: Departamento Estatístico da Editora Stilo.
Índices de mercado
baixo.
E POR FALAR EM
SUSTENTABILIDADE
Quando
se
fala
em
sustentabilidade
o
conceito
já produzem sabão e derivados praticamente desde sua
transporta-nos para ideias relacionadas ao Ambiente, seja
fundação.
em qual contexto for que tal palavra é aplicada. Porém, se
atentarmos à origem da mesma, “sustentável” provém da
ambiental proporciona aos empresários fontes de renda
palavra latina “sustinere” e significa “manter vivo” (Fonte
alternativa. Estes não dependem somente da venda de
Wikipedia.org).
farinhas e gorduras, possuindo uma linha de produtos fora
O mesmo texto diz:
A sustentabilidade econômica aliada a sustentabilidade
Investir de uma forma “ética”
da área típica de atuação, podendo assim, por exemplo,
e sustentável é uma motivação do futuro mercado e é
trabalhar com a sazonalidade do mercado de higiêne
considerada como uma Iniciativa de Responsabilidade
e limpeza que, nesta altura do ano, tem uma acentuada
Social (SRI em Inglês).
queda na produção e, consequente baixa no preço das
gorduras. Por outro lado, neste momento, a indústria de
... Investir
“ética”
biocombustíveis está com uma demanda maior devido
de uma forma
e sustentável é uma
motivação do futuro mercado
e é considerada como uma
Iniciativa
de
Responsabilidade
Social ...
a introdução do B5. Estas variações na demanda de
mercado e, principalmente, a região de atuação, devem
ser consideradas pelos empresários na hora de escolher a
melhor alternativa de investimento.
A região onde a graxaria está instalada tem um grande
peso na hora de decidir qual a melhor alternativa. Cada
caso deve ser alvo de um estudo aprofundado para que
a decisão final venha de encontro com a necessidade da
empresa. Outro ponto crucial é a disponibilidade e custo
da matéria prima na região. Sabemos que, mesmo neste
momento de baixa no mercado, alguns empresários ainda
“colocam preço” para conseguirem maior volume de
produto do que a concorrência, inflacionando um mercado
que está trabalhando com margens apertadas. Como
Ao ler este texto, a primeira vez não me ocorreu o quanto
ele é representativo para o nosso mercado. Dias depois
voltei a ler e as peças foram se encaixando. Neste ano em
citei anteriormente; precisamos investir de forma ética e
sustentável.
Este setor precisa de mudanças que sejam sustentáveis
que a crise se instalou e se mantém no setor das Graxarias,
e éticas para que todos consigam seu lugar ao sol.
muitos empresários lutam no dia a dia para manter a
Geramos empregos. Evitamos a degradação ambiental
empresa que administram vivas. Muitos têm investido em
através da reciclagem dos resíduos que coletamos. Falta,
novas tecnologias, e principalmente, em novos produtos.
tão somente, coerência entre nossas palavras e nossos
Temos um caso bem sucedido em que a Farinha de Carne
atos para que possamos ser referência quando se falar de
se tornou fertilizante orgânico. Outro, iniciou um programa
SUSTENTABILIDADE.
de coleta de óleo, reciclando este resíduo potencialmente
poluidor. Temos também aqueles que estão investindo em
Até já,
biocombustível. Algumas empresas tradicionais do setor
José Moreira
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Capa
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Por Paulo Celestino
Biodiesel é aposta
para contribuir no
crescimento do país
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uma
Max Maia Neto. Engenheiro Químico de formação,
alternativa de matéria prima para a produção de
Max Maia acumula experiência no projeto e
biodiesel e, mesmo com a entrada em vigor do B5
implantação de usinas de biodiesel.
(mistura de 5% de biodiesel ao diesel mineral) no
Atualmente, são produzidos cerca de 17
início do ano, o mercado vem se comportando sem
bilhões de litros de Biodiesel no Brasil. O Brasil
grandes sobressaltos. Segundo dados do último
produzirá cerca de 2,4 bilhões, o que representa
Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis, do
a participação brasileira de 14% no cenário
Ministério de Minas e Energia, em maio deste ano, o
mundial. Os consultores ouvidos não acreditam
sebo respondeu por 14,5% do biodiesel produzido,
em crescimento vertiginoso do mercado de
que em abril havia registrado 13,51%. Em março, o
sebo para biodiesel no Brasil. Apostam mais em
sebo atingiu a menor participação (11,17%) desde
uma estabilização do mercado em um futuro
setembro de 2009 (até o fechamento desta edição,
próximo, continuando certa alternância entre
os dados de junho e julho ainda não haviam sido
o uso dos setores de higiêne e limpeza e para
divulgados).
biocombustíveis
A
gordura
animal
continua
sendo
oleoquímicos,
em
função
O sebo havia atingindo o pico de 19,44% de
participação em dezembro de 2009. Já quanto ao
tanta disponibilidade de gordura animal para que
preço do sebo voltado para o mercado de biodiesel,
passe a ser a fonte principal”, alega Max Maia.
segundo informações da Scot Consultoria, estava
sendo vendido a R$ 1,23/kg sem impostos (diferido/
Brasil Central) até a primeira quinzena de agosto. O
preço é 20% mais baixo em termos nominais do que
em janeiro deste ano, que chegou a ser vendido
por R$ 1,54/kg. O Consultor da Scot Consultoria,
Iberville D’Athayde Neto, associa esse pico à entrada
em vigor da normativa da mistura B5, mas também
avalia que o recuo do preço está dentro do padrão.
“A concorrência com a soja é muito grande, o que
determina os preços”, avalia o consultor.
Mesmo com a leve queda de participação de
85,6% em março para 83,9% em abril, a principal
matéria prima para biodiesel continua sendo
o óleo de soja, determinando diretamente a
demanda do sebo. Porém, o inverso é pouco
provável. D’Athayde Neto explica que a soja vem
apresentando preços em baixa devido ao excesso
da safra com leve recuperação de 6% agora em
julho, o que colaborou com a demanda de sebo.
Por sua vez, o sebo também apresentou queda
de demanda por parte da indústria de higiêne
devido ao frio. E uma melhora nas vendas é
esperada com a chegada de temperaturas mais
altas nos próximos meses. “A demanda pelo setor
de biodiesel está firme, mas não é suficiente para
impor reajustes”, afirmou D’Athayde Neto.
Segundo avalia o Consultor de implantação
de projetos de biodiesel, Max Maia Neto, com o
aumento da produção mundial de soja, os preços
caíram aumentando a presença da soja em relação
às outras matérias primas. Já entre o período de
novembro de 2009 e abril de 2010, os preços das
oleaginosas recuaram 24% com expectativas de
Indústria de biocombustíveis traz conhecimento e tecnologia
para aumentar a eficiência e alcançar maior aproveitamento da
gordura animal destinada à produção do combustível
e
mesmo das questões mercadológicas. “Não há
novas quedas. O óleo de algodão, por exemplo,
é a terceira principal matéria prima representando
1,5% de participação. “A curto prazo, estas
oscilações devem perdurar”, acredita o Consultor
Fontes alternativas
O Consultor Max Maia avalia que o Programa
Nacional de Produção de Uso do Biodiesel (PNPB)
como muito importante pois, pode contribuir
para a inclusão social e desenvolvimento regional,
gerando emprego e renda. Ainda segundo ele,
começou equivocado quando escolheu a mamona
como matéria prima prioritária, cujo óleo não é
adequado para a produção de biodiesel devido à
presença de ácido ricinoléico em sua composição.
Também aponta uma discussão mais recente
sobre o tema ao criticar que o plano não contempla
o recolhimento de óleo usado de frituras para a
produção de biodiesel. “O óleo de cozinha é uma
matéria prima abundante nas grandes cidades,
de baixo custo, e que pode contribuir de forma
significativa para a redução da degradação
ambiental além de promover a inclusão social
por meio de cooperativas de coleta e aumento de
renda para as comunidades carentes”, afirma.
A soja é a matéria prima mais abundante para
suprir a demanda para a produção de biodiesel, mas
o Consultor visualiza mudanças a médio e longo
prazo com uma maior participação em quantidade
mais significativa de matérias alternativas como o
pinhão manso, palma, óleo residual de frituras e
óleo de algas. “Mas mesmo assim a soja continuará
a ser o insumo mais utilizado”, reforça.
Neto vê o biodiesel principalmente como uma
alternativa a agricultores ou empresários que
pagam caro o óleo diesel por estarem distante
das refinarias e que podem produzir seu próprio
combustível. Ou seja, utilizar 100% biodiesel
nos veículos. Outro exemplo é a frota cativa de
transportadoras e de empresas de ônibus, que
podem passar a usar a mistura B20, resultando
em economia e redução de poluentes.
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Stabla, aposta que a participação de gordura
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o argumento de entrada da Bionergia no Brasil.
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animal no biodiesel deve aumentar. Ele se baseia
no cenário de redução do preço do biodiesel,
a partir da própria produção em escala e de
aumento da eficiência. E este último é justamente
Segundo Stabla, a tecnologia oferecida permite
principalmente transformar 100% dessas matérias
primas de acidez alta em biodiesel de alta
qualidade. E ainda ressalta que a participação de
gordura animal de matéria prima pode aumentar
mais ainda com o aproveitamento de gordura de
frango e de porco, além da reciclagem do óleo de
cozinha. (Ver entrevista na página 46).
Usina Biodiesel BDI, Austrália – Gordura Animal e Óleo de Cozinha (50.000 t/a)
Ainda na opinião do Consultor Max Neto,
o desafio é a de fabricar um produto de boa
O Diretor Administrativo e Comercial da
qualidade
utilizando-se
Gianazza Brasil, Davide Calatti, também defende
recentes e de equipamentos de última geração
a importância do Biodiesel para o País. “O Brasil
para o processamento de gorduras, garantindo
está se desenvolvendo de maneira impressionante
o melhor preço para o seu produto. “Há
e vai precisar ter e usar muito combustível para
experiências
dar impulso na economia e indústria. Por isso,
estão
o espaço dado pelo Governo ao biocombustível
disponíveis em escala comercial”, ressalta. Max
é sem dúvida um grande mérito e atenção que
cita os novos catalisadores sólidos que podem
a classe política vendo dando aos problemas
processar qualquer matéria graxa, independente
ambientais
em
das
técnicas
inspiradoras,
novas
desenvolvimento
e
mais
tecnologias
logo
estarão
crescimento
da acidez e umidade que são limitantes no
econômico do país”, avalia. Calatti também vê
processo tradicional. “Logo estarão disponíveis
o setor da bioenergia como um mercado muito
comercialmente, reduzindo assim o custo de
atraente em âmbito mundial, inclusive como saída
produção do biodiesel”, afirma.
e
do
caminho
do
para a crise mundial financeira.
Gianazza Engineering
Sobre a potencialidade do Brasil, Gianazza
avalia que a o país dispõe de uma grande
Uma das empresas em atuação para o
variedade de matéria prima para ser usada na
Biodiesel no Brasil é a Gianazza Engineering. De
produção de óleo e ácidos graxos. Mas reconhece
origem italiana há mais de 100 anos, a fabricante
que é importante achar um produto “novo”, de
oferece projetos e fornecimento de plantas para o
uma nova fonte e que não seja voltado para a
tratamento de óleos vegetais, gorduras animais,
alimentação. Por isso, vê a necessidade de investir
ácidos graxos, glicerina e metil-ésteres. No Brasil,
na busca de óleos residuais e outros produtos
está sediada em São Paulo, atendendo todo o
que não prejudicam a demanda de alimentos, que
continente sul-americano. A matriz da empresa
ainda é alta no mundo.
fica na Itália e ainda conta com filiais no Egito e
O Diretor vê ainda que a atual política
Índia.
econômica vem sendo favorável ao País, mas
insiste na necessidade de mudanças em relação
a indústria que produz óleos alimentares por
à forte pressão fiscal com os impostos chegando
meio de processos de refinação, neutralização,
a 60% dos valores dos produtos. “A redução
degomagem,
permitiria ao Brasil competir com as maiores
desodorização, fracionamento e hidrogenação.
potências e espero que isso possa ser resolvido
E também para as indústrias de ácidos graxos
em breve”, afirma.
vegetais e animais por meio de processos de
Ainda
segundo
Calatti,
a
experiência
A Gianazza é voltada principalmente para
branqueamento,
winterização,
cisão, destilação fracionada e direta.
especializada e a aprimoração dos produtos
Entre
nestes anos permitiu o contínuo desenvolvimento
multinacionais como a Colgate-Palmolive, Unilever,
os
seus
de novas tecnologias e dos processos de refinação
Barlocker
de óleos vegetais e gorduras animais para a
F.LLi Carli, em diversos lugares pelo mundo.
produção de biocombustíveis.
Segundo o Diretor Administrativo e Comercial,
Já o Diretor de Desenvolvimento de Negócios
a Gianazza já realizou mais de 500 plantas em
Brasil da Bionergia International A.G, Hannes
mais de 50 países, com alto conteúdo tecnológico
Group,
clientes
Nestlé,
estão
Hermanos
empresas
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Soja
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e biodiesel no
Brasil
Gargalos
do biodiesel
Estudo do BNDES realizado pelo economista André
Pompeo do Amaral Mendes e pelo engenheiro Ricardo
Cunha da Costa mostra que o programa brasileiro do
biodiesel, criado em janeiro de 2005, está em uma
encruzilhada econômica e tecnológica.
Roubando grão da exportação
chave para o aumento na demanda por soja no Brasil já em
Mas o setor privado está vendo nesta entressafra no Brasil
em dados de 2009, o trabalho aponta que, com
2010, poderá ganhar ainda mais importância para o mercado
uma situação menos tranquila. Mesmo com uma safra recorde
capacidade instalada anual de 4,45 milhões de
na próxima temporada, especialmente se o Brasil não
colhida em 09/10, está havendo atualmente uma intensa disputa
metros cúbicos (m3) e demanda de 1,53 milhão
conseguir repetir a extraordinária safra obtida em 2009/10.
por soja em Mato Grosso entre processadores e exportadores.
de m3, o segmento utiliza apenas 34% dessa
A maior mistura de biodiesel no diesel, um componente
Obtido com exclusividade pelo Valor e baseado
“Esse negócio de biodiesel, acho que muita gente desprezou”,
capacidade para produzir o chamado B5 - biodiesel
toneladas de soja, matéria prima que responde por 85 por
afirmou João Birkhan, diretor da Central de Comercialização de
para adicionar ao diesel mineral na proporção de
cento da produção nacional de biodiesel. O Brasil contou com
Grãos da Famato, dos produtores de Mato Grosso, ressaltando
5%. Ao mesmo tempo, 75% da produção utiliza a
chuvas abundantes sob influência do El Niño para ver sua
ter visto recentes negócios de soja com valores de 3 reais por
soja como matéria prima, um vegetal de baixo teor
colheita saltar mais de 10 milhões de toneladas ante a safra
saca de 60 kg acima do mercado.
de oleosidade (17%) e fortemente integrado à cadeia
passada.
alimentar, o que o torna suscetível a pressões “altistas”
Isso de certa forma atenuou o impacto da demanda
folgada com a safra recorde, ficaram vendidas e agora estão
sobre os preços.
adicional de 740 mil toneladas de óleo (ou 4 milhões de
tendo que pagar um preço acima do mercado para honrar
toneladas de soja) gerada com a mudança do B3/B4 que
acordos.
programa do biodiesel desde a sua formulação até o início deste
vigorou respectivamente em cada metade de 2009 para o B5
ano, prevêem, com base em um crescimento vegetativo da demanda
em 2010 (mistura de 5 por cento de biodiesel no diesel), em
(principal exportador do grão do Brasil) está se tornando um
de 3,6% ao ano, que a sobrecapacidade instalada permanecerá até 2018
meio à forte busca de importadores pelo grão brasileiro.
grande processador de soja.
caso não aconteça nenhum movimento que possa aumentar a velocidade do aumento da demanda. Eles consideram
essencial o investimento em matérias primas alternativas à soja, mais eficientes e que não sejam atreladas à cadeia
Neste ano, o País colheu um recorde de 68,7 milhões de
Mas para o ano que vem, mesmo que o B5 se mantenha,
Segundo ele, algumas tradings, acreditando em uma oferta
No embalo do biodiesel, ressaltou Birkhan, o Mato Grosso
Assim, no caso de uma oferta mais escassa por eventual
Nesse cenário, os dois autores, que acompanharam o
como indica o governo, o mercado pode ficar mais apertado,
frustração de safra, a exportação do Brasil, segundo exportador
alimentar.
pois já se fala em redução do plantio no principal Estado
mundial de soja, perderia volumes para o biodiesel.
produtor de soja, o Mato Grosso o país é dependente do
“Estamos exportando um volume (recorde) de 29 milhões de
asseguram a sua sobrevivência: o aspecto social, caracterizado pelo fato de ser intensivo em mão de obra (na produção
grão para o biodiesel, com a produção de matérias primas
toneladas de soja em grão, que pode ser utilizado a qualquer
de matérias-primas) e poder ser produzido a partir de várias oleaginosas, possibilitando o desenvolvimento agrícola em
alternativas com maior conteúdo de óleo, como a palma, ainda
momento para fazer biodiesel aqui”, afirmou Fábio Trigueirinho,
regiões menos favorecidas, como o semiárido nordestino.
apenas no início.
secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos
Os técnicos do BNDES também consideram que o programa apresenta pelo menos três grandes pontos positivos que
Ainda do ponto de vista socio-econômico, o biodiesel pode ser um importante veículo de desenvolvimento regional,
uma vez que, dada a diversidade de matérias primas possíveis, pode ser produzido em qualquer região do país. O outro
“A gente pode ter problema, o Mato Grosso vai diminuir
a área de soja, as coisas começam a se complicar”, disse
Vegetais.
aspecto positivo é o ambiental. A adição do biodiesel ao diesel mineral torna o combustível básico do transporte de
Glauber Silveira, presidente da Aprosoja-MT, dos produtores
cargas e passageiros no Brasil menos poluente.
do Estado.\ Nesta semana, a Aprosoja divulgou estudo que
processamento de soja é o farelo, destinado à indústria de ração
aponta uma queda de 2 por cento no plantio no Mato Grosso
animal, acrescentou que o setor vê vantagens tributárias na
importado e muito importante na matriz energética do país”, disse Cunha, ressaltando que o projeto apresentou
na próxima safra. O Estado responde por quase 30 por cento
produção do biodiesel, cuja comercialização permite às empresas
dificuldades para ser colocado em prática. Em relação às matérias-primas, por exemplo, a mamona, uma aposta do
da produção do Brasil, o que dá um indicativo do tamanho da
receberem créditos de ICMS que não poderiam ser usados no
governo Lula para estimular a agricultura familiar, mostrou que, pelo excesso de viscosidade do óleo que gera, só pode
produção na nova temporada.
caso da exportação do óleo.
ser usada a contento em mistura a 30%.
Trigueirinho, que salientou que o grande “driver” para o
“O governo tem feito pouca coisa para incentivar (o
“O problema é bastante complexo. O governo tentou apostar em uma alternativa a combustível em grande parte
A possibilidade de verticalização do processo produtivo e a facilidade de obtenção acabou levando a maior parte dos
plantio), o produtor está muito endividado, e o Estado não
Mistura maior
produtores para o uso da soja como matéria prima. “A soja é mais estruturada, mas não é a matéria prima ideal”, explica
tem logística”, acrescentou Silveira, comentando os principais
Sérgio Beltrão, diretor-executivo da União Brasileira do
Cunha. Para ele, além dos reflexos já citados, o óleo de soja é mais caro do que o diesel mineral. Ou seja, quanto mais
entraves para agricultura de Mato Grosso, o principal vendedor
Biodiesel (Ubrabio), concorda, acrescentando que “uma pequena
biodiesel de soja adicionado ao diesel, mais cara fica a mistura para o consumidor final.
de biodiesel no último leilão da Agência Nacional de Petróleo,
retenção” da soja hoje exportada poderia permitir até que o
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
País entre os quatro maiores produtores de biodiesel do mundo
pinhão-manso, que como a mamona também é um produto adaptável ao semiárido nordestino, tem produtividade elevada
O estudo vê duas alternativas importantes ao uso da soja, ambas ainda carecendo de pesquisas para serem utilizadas. O
elevasse seu percentual de mistura.
- 1,5 a 2 toneladas por hectare, contra 0,2 a 0,4 da soja e só inferior ao dendê (3t a 6t toneladas por hectare) - e utiliza
segundo o coodenador-geral de Agroenergia do Ministério
intensivamente mão de obra (a colheita é manual), além de ter baixo custo de implementação e manutenção da cultura.
da Agricultura, Denilson Ferreira. Mas o simples crescimento
desejável retenção e agregação de valor de grãos que vão
do consumo de diesel que tende a aumentar junto com a
para o exterior, gerando empregos lá, você consegue com
as áreas mais adequadas para o plantio, além do fato de que há um período inicial de dois a três anos de baixa
economia mais acelerada já elevará a demanda por biodiesel
muita tranquilidade atender a demanda do biodiesel”, disse
produtividade. Isso significa que há elevada necessidade de capital de giro no início da atividade”, afirma o estudo. A
em 2011.
Beltrão, cuja associação defende junto ao governo a elevação
demora para atingir o pico de produção e produtividade (oito anos) é também um obstáculo ao uso intensivo do óleo de
gradativa da mistura até o B10, além de um B20 para as regiões
dendê, produto que, como o pinhão-manso, uma vez em produção, tem safra permanentemente.
No curto prazo, o governo não deverá elevar a mistura,
Quanto crescerá, Ferreira evitou estimar, dizendo que
“Seja pelo incremento de uma safra para a outra, seja pela
mesmo que a safra de soja caia, a oferta será suficiente para a
metropolitanas, com foco na melhoria da qualidade do ar.
produção de biodiesel.
Fonte: Reuters
“Apesar das qualidades do pinhão-manso, pouco se sabe sobre a cultura, as resistências a doenças e pragas e
Fonte: Valor Econômico
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Purificação
espaço nas usinas de biodiesel
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de glicerina não tem
A glicerina, o principal co-produto da fabricação de biodiesel, ainda é
tratada com um certo desdém pelas usinas. Isso porque, com o excedente
do produto no mercado, os preços despencaram para patamares nada
atrativos. A indústria de biodiesel no Brasil está gerando anualmente 230
milhões de litros do produto, o equivalente a 10% de todo o biodiesel
processado. Grande parte desse material sai do processo industrial com
elevado grau de impureza (contém água, sais, traços de catalisadores,
metanol e até biodiesel), e por isso não serve para o principal mercado
consumidor: as indústrias farmacêutica, de cosméticos e de alimentos.
Usina Biodiesel BDI, Dinamarca - Gordura Animal e Óleo de Cozinha (50.000 t/a)
A diferença de preço entre os produtos é enorme. A glicerina loura do processo de transesterificação do biodiesel (com
80% de glicerol) vale hoje no mercado R$ 200 a tonelada, enquanto a bidestilada de grau farmacêutico (com 99,7% de
e reconhecimento de empresas líderes no setor
segmentos da cadeia produtiva de biodiesel,
glicerol) pode ser vendida a R$ 1.700 a tonelada.
alimentar, oleoquímico, farmacêutico e energético.
indo do gerenciamento de projetos, engenharia
Quanto à expansão no Brasil, a empresa
básica e detalhada, instalação, treinamento, início
com grau técnico (97% de glicerol) ou grau farmacêutico. Mas enquanto a demanda não for expandida com a viabilização de
avalia estrategicamente como importante o
de operações e suporte técnico pós-venda. Um
novos usos industriais para o glicerol e seus derivados (e os pesquisadores trabalham arduamente para isso), as usinas não
desenvolvimento nos países sul-americanos e
outro mercado para qual a empresa é voltada é
estarão dispostas a gastar dinheiro para beneficiar o produto em suas instalações. “Temos muitas consultas de orçamento
asiáticos. Por isso, o investimento da empresa em
o de retrofits de usinas. Segundo o responsável
para esse tipo de equipamento, mas ainda não efetuamos nenhuma venda”, Gualter Rezende Barbosa, engenheiro de vendas
duas filiais, uma aqui no Brasil e outra na Índia.
de Desenvolvimento de Negócios Brasil, Hannes
da Dedini, fornecedora de plantas de biodiesel.
“São países que dispõe de grandes quantidades
Stabla, o grande diferencial da empresa é a
de matérias primas e espaços agrícolas, que
tecnologia a partir do aproveitamento de sebo de
custo do processo de purificação tem sido uma barreira para os empresários, pois demanda alto consumo de energia.
têm vontade de ser futuros líderes econômicos
baixa qualidade, além da versatilidade de matérias
Fonte: BiodieselBR.com
mundiais”, avalia.
primas (multi feedstock). Stabla destaca as usinas
Ainda segundo o seu Diretor Administrativo,
européias em meio a última crise, que puderam se
Davide Calatti, a Gianazza pretende continuar
manter operantes e até lucrativas com a mudança
a investir nas pessoas e nas tecnologias, para
de alimentação de matérias primas com o preço
ter sempre novas e atualizadas soluções para o
mais em conta naquele momento. A Bionergia
mercado, que fica sempre mais exigente. Acredita
International apresenta a participação na construção
ainda no desenvolvimento dos mercados asiáticos e
de 30 plantas no mundo inteiro, principalmente na
sul-americano, além de alguns países do continente
Europa, sendo 26 delas com tecnologia de múltiplas
africano, que começa também a acordar e desfrutar
matérias primas. A planta de biodiesel da Escócia é
a grande riqueza de seu território.
destacada como referência da comunidade europeia.
Bioenergia International
A Bionergia International foi a primeira fabricante
a fornecer tecnologia industrial de produção de
Uma das empresas que vem apostando forte
biodiesel a partir da gordura animal. Hoje, é a única
no potencial brasileiro para biocombustíveis é a
empresa homologada na Comunidade Européia
Bioenergia International A.G (Empresa S.A). Antiga
a realizar o processo de produção de biodiesel a
BDI – o nome foi mudado no dia 1o. de julho –,
partir de material de risco específico. Uma outra
a indústria de origem austríaca traz para o Brasil
aposta da empresa no Brasil é da produção de
o seu conhecimento em tecnologias e plantas de
biogás. “Hoje, a Bionergia é um grupo com mais
biodiesel, diversificando agora também para a
de 600 engenheiros. Quem é nosso cliente, compra
produção de biogás. Uma das novidades no Brasil
um enorme backoffice de conhecimento. E claro,
é a associação com a empresa Tecnal, instalada
os planos são de trazer isso aos poucos para o
na cidade de Ourinhos no interior do estado de
Brasil, por enquanto para o Biodiesel, mas também
São Paulo, fornecedora já conhecida do ramo de
acreditamos no potencial do Biogás”, disse Stabla.
máquinas e equipamentos para a extração de
óleo vegetal, armazenamento de grãos e rações
- Fonte de energia renovável.
animais. Agora aproveitam o suporte da empresa
- Possui propriedades lubrificantes.
já instalada no Brasil para a produção e montagem
- Promove inclusão social.
das plantas da Bionergia, além do pós-venda.
- Pode ser utilizado sem modificação dos motores.
- Possibilidade de utilização de créditos de carbono.
A Bionergia International oferece usinas “Turn
Key” e também tem amplo know how nos diversos
Benefícios do Biodiesel:
- É biodegradável e não tóxico.
As principais montadoras de usinas comercializam equipamentos que transformam a glicerina bruta e loura em glicerina
A unidade de tratamento de glicerina usa basicamente destilação e refino. Além do investimento em equipamentos, o
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Capa
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- Entrevista
Bionergia traz eficiência e flexibilidade
para conquistar o mercado brasileiro
RGB - O Sr. está de passagem para a Colômbia. Além do Brasil, outros países
da América do Sul apresentam grandes potenciais para o Biodiesel?
Stockinger - A Colômbia apresenta a produção de biodiesel a partir do óleo de
palma. É nossa primeira prospecção por lá. O mercado argentino também tem
um grande potencial para o biodiesel e também queremos estar lá. A Argentina é
um caso especial, pois há exportação da soja devido à vantagem logística graças
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ao Rio Paraná. Já a Soja no Brasil vem do Mato Grosso, pega-se estrada, o que
influi na competitividade. Mas, pelo lado político, eu acho muito interessante a
proposta brasileira de se manter a produção de biodiesel regionalmente.
O diretor de vendas da Bionergia International A.G, Hermann Stockinger,
visitou a redação da Revista da Graxaria Brasileira. Na oportunidade,
RGB - Por que?
conversou sobre a potencialidade do mercado brasileiro de biodiesel, além
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Stockinger- O Brasil segue o mesmo princípio do etanol e não exporta o biodiesel,
de apresentar um pouco mais da iniciativa e estratégia da implantação da
que está sendo aproveitado localmente. Quando se constrói um mercado local,
empresa no Brasil. Em passagem pelo Brasil a caminho da Colômbia, país
pode se assegurar mais benefícios do que destiná-lo para exportação.
na qual a empresa também busca fazer negócios, Stockinger conversou
acompanhado do responsável pelo Desenvolvimento Negócios Brasil da
Bionergia, Hannes Stabla (foto), sobre a política brasileira de Biodiesel, além
das próprias potencialidades do mercado brasileiro.
Carnes
e biodiesel pressionam
moagem de soja
RGB - Quais são as perspectivas da entrada da Bionergia
resíduos das graxarias, do lixo municipal e das vinhaças
no Brasil?
das plantas de etanol. O importante é que se pode
Stockinger - O mercado brasileiro é com certeza um dos
produzir energia a partir do biogás. E, ao mesmo tempo,
a moagem de soja neste ano. As indústrias brasileiras devem processar 33,6
mercados mais interessantes de biodiesel do mundo. Isso
também resolver alguns problemas.
milhões de toneladas da oleaginosa.
se baseia em dois aspectos: bom suporte aos combustíveis
Como por exemplo, em estados como Rio e São Paulo, já
alternativos, com o próprio sucesso do etanol, e também
é proibido abrir novos aterros sanitários. A partir de uma
Vegetais) e, se confirmados, vão representar uma evolução de 9,2% em relação
da disponibilidade de matéria prima. E vamos tentar fazer
usina de biogás, é possível separar o orgânico e produzir
ao volume do ano passado.
negócios aqui no Brasil baseados em nossa confiabilidade
biogás, que se torna uma fonte de renda e uma solução
e competência em atuar com foco principalmente em
para o resíduo orgânico.
farelo de soja sobe para 25,6 milhões de toneladas neste ano, 8,7% a mais do
Os dados são da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos
Ajudada pelo aumento de demanda do setor de carnes, a produção de
que o registrado na safra anterior.
matérias primas de baixa qualidade como como por
exemplo gorduras animais com alta acidez .
A demanda por farelo pelos setores de carne e biodiesel está impulsionando
RGB - Quais são os planos para o aumento da
participação no mercado brasileiro?
uma produção maior de carnes. Com isso, as empresas aumentaram a busca
A
nossa
intenção
é
aumentar
nossa
por farelo.
RGB - A nova estrutura da empresa oferece novidades
Stockinger
no portfólio de serviços?
participação no mercado, e podemos alcançar isso
Stockinger- A BDI se associou à Enbasys que também
porque sabemos que somos os melhores na produção
demanda vem do óleo de soja. A demanda de óleo de soja sem um mercado
acumula ampla experiência em biotecnologia. Agora,
de biodiesel e biogás. Nós sabemos o que fazemos e
definido para o farelo se torna um problema para o escoamento do produto.
além do biodiesel, também estamos trazendo a tecnologia
somos especialistas mundiais nisto. Estes são as nossas
competências, diferenciais e forças.
do farelo, cresce também a demanda por óleo de soja para a produção de
de biogás, que é muito apropriada para a indústria de
-
O crescimento da exportação e da renda interna dos consumidores exigiu
Esse cenário é mais confortável para as indústrias do que quando a
Mas as indústrias encontram demanda nas duas pontas neste ano. Além
biodiesel.
todos os tipos. Ou seja, é direcionada para todo lugar
RGB - As graxarias podem investir na própria produção
transformar excesso, ou a própria perda do processo, em
de biodiesel?
3% no primeiro semestre e de 4% no segundo, a demanda desse setor foi de
potencial energético de volta para a própria empresa. O
Stockinger - Vejo que as graxarias têm domínio e controle
1,1 milhão de toneladas de óleo. Neste ano, com uma taxa de mistura de 5%,
que é o caso das graxarias que podem utilizar o biogás
da sua matéria prima, o que é boa parte do negócio.
as indústrias devem destinar 1,9 milhão de toneladas de óleo de soja para a
para geração de vapor e energia.
Depois é preciso ter tecnologia confiável e um pouco de
produção de biodiesel.
dinheiro para investir. O que vimos no mercado europeu,
RGB - E qual o potencial para o biogás?
por exemplo, foi muita dificuldade de produzir devido
deve colocar 29,8 milhões de toneladas de soja no mercado externo, acima dos
Haness Stabla - Vemos um potencial muito grande para
à crise, o que resultou na falta de matéria prima. Mas
28 milhões de 2009.
biogás. Não vamos ter 10 plantas em 2011, mas se
mesmo nestes tempos de pouca qualidade de produtos,
tivermos uma ou duas, estaremos satisfeitos. O mercado
as plantas da BDI têm operado normalmente, com lucro,
avaliação do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), a China deverá
é muito grande, toda a indústria em geral, de diferentes
e continuarão no negócio. A chave é ser flexível, tirar
importar 50 milhões de toneladas de soja neste ano. Em 2009, o país comprou
setores.
vantagem das oportunidades locais de matéria prima a
48 milhões de toneladas e em 2008, 41 milhões.
E vemos como uma oportunidade muito boa para o Brasil,
bom preço, mas sem influenciar a qualidade do produto
Pressão- As principais empresas de commodities que atuam na Rússia começam
porque é um progresso tecnológico, e isso pode ajudar
final. Temos a competência de tirar o melhor dos produtos
a pressionar o governo para frear as exportações. A quebra de safra pode
inclusive ao próprio crescimento do Brasil, que precisa
disponíveis no mercado local a partir da nossa tecnologia
elevar muito os preços dos grãos e gerar um ônus grande às empresas que têm
aumentar sua capacidade de produção.
flexível de mudar muito fácil a alimentação da matéria
contratos já definidos no mercado.
Por exemplo, o biogás pode ser produzido a partir dos
prima original.
Fonte: Folha de São Paulo
que se tenham processos de produção que necessitam
No ano passado, quando a taxa de mistura de biodiesel ao diesel foi de
Os dados da Abiove indicam também um aumento nas exportações. O país
Os chineses mantêm um ritmo acelerado de importações de soja. Na
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Foco na qualidade
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Por: Claudio Bellaver
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Tabela 1. Composição
(EMA)
e corrigida
matéria mineral
MS, %
96,3
(RI) em: matéria seca (MS); energias bruta (EB),
(EMAn); proteína bruta (PB); extrato etéreo (EE);
(MM); cálcio (Ca) e fósforo (P).
do resíduo de incubatório
metabolizável aparente
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EB,
EMA,
EMAn*,
kcal/kg
kcal/kg
kcal/kg
2489
1495
1301
PB, %
EE, %
MM, %
Ca, %
P, %
26,1
12,3
54,8
24,7
0,3
* coeficiente de metabolizabilidade aparente corrigido da energia é de 52,3%
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facilmente contaminada microbiologicamente ou
indisponível para o animal. O super-processamento
ainda, que existe diluição da proteína na farinha
tem implicações negativas na digestibilidade da
animal. Mesmo assim, se o fabricante optar por
proteína e aminoácidos.
produzir FRI deve assegurar a qualidade nutricional
e sanitária e que as matérias prima componentes
difícil processamento pela indústria de farinhas
sejam apenas as acima mencionadas e nesse caso,
animais e, quando possível, produz resultados
terá a seguinte composição aproximada:
pouco eficazes para a nutrição animal. Nossa
Como se evidencia na tabela acima, a energia
indicação para essa categoria de resíduos é a
Claudio Bellaver
metabolizável corrigida (EMAn) é muito baixa, a
Compostagem Dinâmica Acelerada, inovação que
Med. Vet., PhD, ProEmbrapa e QualyFoco - Consultores Associados,
matéria mineral e o cálcio são altos e somente isso já
entrará em breve no Brasil. Nessa, evitam-se os
Concórdia SC - [email protected]
é o suficiente para predizer uma baixa performance
odores e insetos da compostagem convencional,
nutricional desse produto à campo. Além disso, o
se reduz o tempo de compostagem e produz-se
sub-processamento dos ovos permite a presença
um composto orgânico com valor agregado de
da proteína Avidina, que retém a Biotina tornando-a
fertilizante para o mercado de adubos.
Origem e Destinação
dos Resíduos de
Incubatório
O contínuo crescimento da indústria de aves
membranas dos ovos incubados, os ovos inférteis,
vem sendo acompanhado pela necessidade de
os pintos mortos e os descartados. Qualquer
gerenciar grandes quantidades de subprodutos,
outra adição de matéria prima na FRI deve ser
entre os quais o resíduo de incubatório (RI). Em
considerada irregular, e se utilizada, então deveria
geral a agregação de valor ao RI é pouco eficaz
ter outra denominação como por exemplo, farinha
devido as suas características técnicas, sendo
residual mista, mas não mais FRI.
considerado mais como um item do centro de
custos do que de geração de receita. Entre as
particularmente interessados em RI por razões
formas de transformação do RI, destacam-se: o
que podem ser: 1) as matérias primas do RI são
uso como ingrediente para rações, a queima, o
perecíveis e a estocagem por mais de 6 horas no
enterramento e a compostagem.
incubatório é desaconselhada, requerendo assim
Para uso como ingrediente de rações o
transporte freqüente de menores quantidades,
nutricionista animal precisa conhecer se as matérias
o que terá repercussão no aumento do custo da
prima que compõem o RI são as mesmas definidas
matéria prima; 2) os equipamentos existentes para
pelas normas do MAPA, bem como ter disponível
processamento nas fábricas de farinhas animais
a composição proximal do ingrediente produzido.
não foram projetados para manusear as partes
Nesse sentido, quando se tratar da farinha de
liquidas e alta carga mineral do RI e, 3) o cliente
resíduo de incubatório (FRI) as matérias prima
fabricante de rações percebe a presença de casca
que entram na composição incluem as cascas e
de ovos na farinha e sabe que essa pode estar mais
Os fabricantes de farinhas animais não estão
Portanto, a FRI é um produto considerado de
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Pet Food On Line
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Por Claudio Mathias
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Fluxo
de ar
O coração da convecção é o fluxo de ar na
secagem, o ar é o principal meio de transferência
de energia para o produto e o veículo para levar a
umidade evaporada. O objetivo é que cada pellet
de ração extrusada tenha a mesma qualidade e
quantidade de ar. Isto é o que leva à secagem
uniforme. As características do ar podem ser
divididos em mais sub categorias.
Volume e velocidade
Essas variáveis referem-se a massa de ar
necessária para a transferência de energia e
transporte da umidade e da velocidade que ele
pode passar através do leito de secagem ou seja
através do produto para realizar a transferência
de calor e massa, maiores volumes e altas
velocidades levam a uma secagem mais rápida.
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Claudio Mathias
Andritz Feed & Biofuel
Divisão de Extrusão
[email protected]
[email protected]
PR O C ESSO D E E XTR U SÃO
S E CAGE M D E PR O D UTOS
E X T RU SA D O S
( co nt i n ua ç ã o )
O
tipo sólido
Esta caraterística diz respeito à porosidade e
umidade de ligação do produto e sua resistência
à migração de umidade. Produtos com uma
estrutura mais aberta em sua parte interna
facilitam a migração da umidade até a superfície
no processo de secagem e quando a estrutura
interna é fechada e com umidade vinculada
aumenta a dificuldade de migração da umidade.
Composição do produto
Os componentes da formulação do produto
afetam a ligação da umidade no produto, bem
como a estrutura do produto e da migração de
umidade. Produtos com grandes porcentagens
de amido e carne em suas formulações tenderão
a se aglutinar mais facilmente e manter a
umidade e ser mais difíceis no processo de
secagem.
assim dificultando a evaporação.
cobertura
Os produtos que recebem uma cobertura
como revestimento antes do processo de
secagem tendem secar em uma velocidade mais
baixa. A pré cobertura funcionará com uma
selagem na superfície externa do produto o que
Tanto a porcentagem de umidade na entrada
do processo de extrusão como a saída afetarão a
secagem do produto. Na forma mais simples quanto
maior for a porcetangem de umidade na entrada
do secador maior será o grau de dificuldade de
secagem, mas no processo de extrusão a umidade
é muito importante sendo assim é fundamental um
processo de secagem eficiênte.
Densidade
densidade
aparente
e
a
densidade
real afetam o processo de secagem de duas
maneiras: está relacionada com a velocidade do
ar que pode ser passada através do produto sem
arrastá-lo junto na corrente de ar e a capacidade
O fabricante de secadores pode orientar
maneiras diferentes para alcançar resultados
satisfatórios no processo de secagem através
do design dos equipamentos. Os seguintes
parâmetros
Uniformidade da temperatura do ar ao longo
de um processo da zona de calor também é
importante para uma secagem uniforme.
de
secagem
Umidade
relativa do ar
Isto está relacionado com a quantidade de
umidade no ar de processo, maior umidade
do ar tem menos capacidade de reter água e
do produto. A maior umidade em uma taxa de
de retenção e do tamanho do secador.
Pré –
de água no ar e podem acelerar a secagem.
uma menor força motriz para aceitar a água
Umidade
A
do ar de processo
Temperaturas mais altas transferem mais
energia, aumentam a capacidade de retenção
inibe a migração da umidade para a mesma e
Temperatura
são
fundamentais
concebidos e controlados pela fabricante:
secagem resultará em secagem mais lenta.
Direção
do fluxo de ar
O fluxo de ar no secador pode ser utilizado
de várias maneiras tais como: fluxo de ar através
do produto de cima para baixo ou vice e versa,
baixo fluxo de ar de maneira cruzada mas a
variável será o fabricante, tipo de secador e
opções do equipamento.
Distribuição do fluxo de ar
O secador deve ser concebido de modo
que o ar de processo seja uniformemente
distribuído através do leito de secagem no
secador. Pontos mortos e áreas de fluxo de ar
irregularmente elevadas devem ser eliminadas
para uma secagem uniforme.
Tempo de retenção
O tempo de retenção que um produto
fica no secador diz respeito à altura da
camada e a velocidade das esteiras de
transporte quando falamos de secador
horizontal e das características do fluxo
de ar necessário para a secagem adequada.
Para uma dada vazão, a velocidade mais
lenta aumenta a altura da camada e maior
tempo de retenção. Um tempo de retenção
permite temperaturas de funcionamento
mais baixas e também um menor tempo
de retenção requer temperaturas mais
altas para alcançar a mesma operação de
secagem. Para regra geral podemos usar
quanto menor temperatura maior tempo de
retenção quanto maior a tempertura menor
tempo de retenção.
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Entrevista
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por Paulo Celestino
Revista Graxaria Brasileira - As graxarias foram
vistas por muito tempo como uma espécie de
“processadoras de restos” e hoje começam
a ser reconhecidas como parte da indústria
“recicladora”. Qual é a importância dessa
mudança de visão?
Adriana Tinoco Fixel - Esta mudança de visão
é resultado de uma mudança de perspectiva da
própria sociedade e dos meios produtivos, de modo
geral, já que a busca por processos mais limpos e
ambientalmente mais desejáveis passaram a ser
imperativos da ordem econômica e social, brasileira
e mundial.
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RGB - Em muitos segmentos de mercado já
não é possível crescer consistentemente sem
consciência sustentável. Isso também já é uma
realidade para o setor de graxarias?
Adriana Tinoco Fixel - Parcialmente. Como
qualquer segmento de negócios que durante muito
tempo se manteve longe dos olhos da sociedade e
dos novos mecanismos de controle da qualidade
ambiental, há muito ainda que ser feito, divulgado
e esclarecido. Entretanto, tais mudanças se operam
mesmo de forma gradual, planejada e sempre sob
a ótica de agregação de novos ganhos econômicos,
comerciais e de imagem aos seus produtos. Os
segmentos empresariais que hoje se encontram
crescendo de forma sustentável também passaram
por este processo. Temos que considerar que a
questão ambiental no Brasil, embora juridicamente
existente desde 1981, com a edição da Lei da Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6938/81), ainda
pode ser tida como relativamente recente. O fato é
que, para os dias atuais, todas as atividades que se
utilizam de recursos naturais, seja como produto ou
insumo, mais e mais, se deparam com a necessidade
de sustentabilidade de seus processos. Isso é um
caminho sem volta e o grande desafio do setor de
agronegócios.
Adriana Tinoco
Vieira Fixel
Sustentabilidade
é a palavra de ordem para os tempos futuros.
Se
bem aplicada, a longo prazo, a sustentabilidade tem se mostrado
como importante ferramenta de minimização de conflitos entre as empresas e a sociedade civil e nas relações laborais, além de trazer
um inegável custo positivo de imagem para aqueles que agregam mais esta componente aos seus meios produtivos.
principais mensagens trazidas pela bacharel em
última
Fenagra, Fixel
discute com a
Direito
especializada em
Revista Graxaria Brasileira
Esta é uma das
Meio Ambiente Adriana Tinoco Vieira Fixel. Participante da
as perspectivas sobre o papel e missão das graxarias a partir de uma
visão de sustentabilidade cada vez mais presente na sociedade e como este segmento poderá contribuir, em muito, para a crescente
melhoria da esperada qualidade ambiental.
RGB - Com relação ao biodiesel, foi divulgado
que hoje cerca de 18% é produzido a partir de
produtos das graxarias e 75% da soja. Você
acredita que, para atender a demanda crescente,
as graxarias deixarão de fornecer para mercados
tradicionais ou demandarão mais subprodutos
do abate?
Adriana Tinoco Fixel - A produção de biodiesel
a partir do sebo bovino deverá ser amplamente
considerada pelo setor de agronegócios em termos
de futuro, tanto do ponto de vista ambiental quanto
econômico. Tal produção hoje já se constitui
como importante diversificação do setor e fonte
de destinação de resíduos da atividade pecuária
até então desconsiderados, ganho ambiental e
considerável valor, além de representar, segundo
estudos dos órgãos especializados, custos de
produção em até 30% mais baixos que os similares,
à base de óleo vegetal, diminuindo não só a
dependência como a sujeição às permanentes e
inconstantes variações de produção e câmbio deste
insumo.
RGB - O Brasil é reconhecidamente um dos
países mais rígidos em termos de legislação
ambiental. O segmento tem se adaptado de
forma tranquila ou a questão tem gerado
conflitos?
Adriana Tinoco Fixel - Embora o Brasil seja um país
de vanguarda em termos de legislação ambiental,
nossa máquina administrativa, infelizmente, não
está preparada para acompanhar tal evolução.
Um bom exemplo disso são os licenciamentos
ambientais das obras de infra-estrutura, das
quais o país tanto necessita, que acabam com
seus processos estagnados no aguardo da licença
ambiental. Isso tem sido infindável fonte de atritos
e desavenças, nos mais diversos segmentos
empresariais, com a judicialização de problemas
que, em tese, poderiam ser facilmente resolvidos
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Entrevista
55
administrativamente. Neste aspecto, vale lembrar
que os países que resolveram seus impasses
ambientais com sucesso, foram aqueles que criaram
estruturas técnicas, jurídicas e administrativas
de sólida parceria Empresa/Poder Público, onde
ambos ganham e perdem, concomitantemente, em
benefício do bem maior, que é o meio ambiente.
Meio Ambiente é custo, é caro, e se a relação para
a sua preservação não puder ser uma via de duas
mãos, nada será feito.
RGB - Os empresários enxergam benefícios
a curto, médio e longo prazo? Ou ainda vêem
a rigidez da legislação como dor de cabeça e
entrave para os seus negócios?
Adriana Tinoco Fixel - Os empresários brasilei­
ros, de um modo geral, ao contrário do que
pensam as autoridades ambientais, estão em
crescente processo de conscientização para a
necessidade de adoção de mecanismos mais
limpos e, ambientalmente mais sustentáveis para
os seus negócios. Apenas, como empresários,
pautarão sempre os seus atos na equação custo
benefício da adoção destas novas práticas. E isso
não é um privilégio do empresariado brasileiro.
Negócio é negócio em qualquer parte do mundo!
E não podemos esquecer que esse empresário que
muitas vezes é visto como negligente e infrator pela
Administração Pública e pelo Judiciário, é aquele
mesmo empresário que dá empregos, que tem uma
função relevante para a sociedade local e que arca
com uma das maiores cargas tributária do mundo.
É neste momento, então, que entraria a tal parceria
Empresa/Poder Público a qual eu me refiro. Ou seja,
o empreendedor entraria com o seu compromisso
legal e financeiro de arcar com melhores práticas
ambientais e o Poder Público, de outro lado, com
todo o aparato técnico, jurídico e administrativo
para que tal se dê de forma gradual e eficiente,
em prazos factíveis, considerando as dificuldades
mútuas e já conhecidas de implementação de tais
medidas.
RGB - Quais são os principais benefícios da
sustentabilidade, em curto e longo prazo, para
o segmento?
Adriana Tinoco Fixel - “Sustentabilidade” é a
palavra de ordem para os tempos futuros. Um
segmento empresarial que não se preocupa
com isso está fadado a ter problemas cada vez
maiores, a curtíssimo prazo. Hoje já contamos
com uma sociedade mais atenta às questões
ambientais e com uma participação muito efetiva
do Ministério Público para a defesa desses
interesses. O grande desafio é como se chegar a
ela, utilizando-se da forma técnica e legalmente
mais segura. A longo prazo, entretanto, se bem
aplicada, a sustentabilidade tem se mostrado como
importante ferramenta de minimização de conflitos
entre as empresas e a sociedade civil e nas relações
laborais, além de trazer um inegável custo positivo de imagem para aqueles que agregam
mais este componente aos seus meios produtivos.
RGB - Quais obstáculos você acredita que o setor de graxarias ainda deve superar
rumo a um desenvolvimento cada vez mais sustentável?
Adriana Tinoco Fixel - Basicamente, penso que o setor de graxarias deve se apresentar ao
Poder Público não somente como mais um segmento de negócios, mas como uma atividade
que, em última análise, poderá contribuir, em muito, para a crescente melhoria desta
esperada qualidade ambiental. Temos que considerar que este setor é responsável, em
determinada fase de seus processos, por um “resíduo” que, de outra sorte, seria entregue
aos cuidados exclusivos do meio ambiente. Em outras palavras, o setor já desenvolve uma
atividade que contribui para a redução de prejuízos ambientais. Apenas, tem que estar
melhor estruturado para que a adoção de melhorias contínuas possa ser-lhe garantida como
fonte positiva de ganhos comerciais e ambientais. Tal deverá se dar, primordialmente, por
uma regulação específica para o setor, contendo dispositivos, também em nível federal,
que venham atender às suas peculiaridades gerais, como já é feito em outros segmentos
de negócios.
RGB - Na Fenagra, você alertou os empresários a evitarem que problemas ambientais
que poderiam ser resolvidos administrativamente tornem-se uma problemática
judicial. Na sua visão, quais são os problemas mais recorrentes? Esses casos se devem
ao desconhecimento dos empresários sobre as implicações e processos jurídicos ou
existem outros fatores?
Adriana Tinoco Fixel - O que se observa é que a consciência ambiental empresarial,
embora crescente, ainda é muito intuitiva, somente. Há ainda grande desconhecimento
quanto aos vultosos valores impostos pelas multas administrativas ambientais, bem como
as conseqüências legais advindas, tanto para a empresa quanto para os seus gestores, da
abertura de Inquéritos e da propositura de Ações Judiciais Civis e Criminais, para a apuração
de práticas lesivas ao meio ambiente e a terceiros abrangidos pela atividade. E isso se
dá, basicamente, pela certeza das chamadas “leis que não pegam” e que só passam a ser
conhecidas quando há uma ação efetiva por parte da Administração Pública ou do Ministério
Público, levando a problemática para os Tribunais. E o pior: com sentenças judiciais e
decisões administrativas que nem sempre se constituem como as melhores soluções para o
meio ambiente. E isso se dá, basicamente, por esta ausência de regulação geral e específica
para a atividade, associada à ausência de medidas preventivas, por parte do setor, para
impedir a judicialização desses entraves.
RGB - Considerando que a indústria de petróleo e gás já vem se adequando há um
tempo à questão da sustentabilidade, o que as graxarias têm a aprender com esse
segmento?
Adriana Tinoco Fixel - A indústria de petróleo e gás, para chegar onde está em termos
de sustentabilidade, também trilhou um longo caminho. No Brasil, tivemos no incidente
da Baía de Guanabara, o nosso balão de ensaio. Tratava-se da maior empresa do país,
com práticas ambientais já bem desenvolvidas para o setor, um corpo técnico invejável e
cobiçada capacitação profissional, sem que tais fatores tenham sido capazes de impedir
as suas lamentáveis consequências para o meio ambiente e para a sociedade local. E mais
recentemente, veja-se o incidente da British Petroleum, no Golfo do México. O que mudou
de lá prá cá, seguramente, foi a forma como as empresas vêm lidando com as falhas,
deficiências ou dificuldades na interface de suas atividades com a causa ambiental e social.
A transparência na evidenciação destas é o ponto de equilíbrio para a busca de soluções
para os problemas, inclusive do ponto de vista jurídico e regulamentar. Só será possível
que se chegue a um bom termo ambiental em determinados segmentos de negócios se
possível for que se conheça a sua representatividade para a sociedade, com todos os
seus erros e acertos. Aliás, a sustentabilidade pressupõe, exatamente, o desenvolvimento
contínuo e permanente de busca de soluções e novas tecnologias capazes de garantir o
desenvolvimento, com a garantia da qualidade ambiental, o que só será possível, via de
regra, com o dinamismo das relações e com a troca constante de experiências e informações
entre todos os agentes nela envolvidos. Isso é o que se espera das empresas do futuro,
com os agradecimentos de um Brasil que quer crescer de forma sustentável e de um meio
ambiente que precisa ser preservado, urgentemente.
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Caderno Técnico 1
57
Por Kent Swisher
Vice Presidente, Programas Internacionais, Associação Nacional de Processadores
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consumidores de todo o mundo. Para as
de informações com a Organização Mundial
agências de saúde pública responsáveis pelo
de
controle
de
Animal Health-OIE) e sua Comissão de Codex
alimentos em todo o mundo, a harmonização
Alimentar (Codex Alimentarius Commission).
da
Respondendo
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regulamentações resultará em maior grau de
consumidores por alimentos seguros, a WRO
confiança de que, as estratégias de redução de
esforça-se para apresentar uma visão mais
riscos e medidas para segurança de alimentos
ampla
são efetivas; e, de que as decisões são tomadas
animais a fim de permitir a consideração de
em base da ciência e não em agendas políticas
outros fatores importantes como, a susten­
subjacentes que podem estar em conflito com
tabilidade e a competência ambiental.
as metas de saúde pública; e, mais ainda, que
os recursos disponíveis são alocados onde
a criação de novos comitês da WRO incluindo a
tem o maior impacto, nos mais importantes
existência de um comitê consultivo de indivíduos,
problemas relacionados a alimentos portadores
com especialidade em temas regulatórios e
de doenças.
políticas agrícolas mundiais, especialmente no
O processo de fortalecimento da indústria
campo de biossegurança e epidemiologia de
de processamento depende de compartilhar
segurança de alimentos/rações. A fim de alcançar
a responsabilidade entre a WRO e os países
um consenso da indústria de processamento
membros. O papel da WRO neste processo é
sobre a harmonização global da segurança de
de facilitadora e catalisadora. Os países são
rações/alimentos, a WRO organiza reuniões
responsáveis por tomar e implementar decisões
dos membros, workshops, e simpósios para
de natureza legal, estatutária, institucional, de
promover seu trabalho colaborativo e fornecer
aumento de capacidade, administrativa e de
maior abertura educacional aos interessados
procedimentos para garantir que a WRO seja um
chave. Ainda que a WRO tenha publicado um
organismo mundial eficaz e eficiente.
número reduzido de artigos sobre regulamentos
na indústria de processamento, foi discutida a
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O Papel da Organização
Mundial de Processadores
(World Renderers Organization)
A Organização Mundial de Processadores
(World Renderers Organization- WRO) foi fundada
sobre a indústria de processamento, agindo
em 1999 para representar os processadores
como
em todo o mundo. Sua visão é “ser conhecida
orientação sobre opções e escolhas de políticas
como a principal organização que representa
que tenham como base pesquisa e análise. Um
os interesses da indústria de processamento a
dos objetivos da WRO é atingir um consenso
nível global, servindo como veículo para a troca
sobre a ciência de regulamentos e legislação
de assuntos de interesse e pontos de vista e ,
que afetam a indústria de processamento
quando necessário, para expressar posições
para garantir a disponibilidade global de
frente a governos e organizações mundiais.”
subprodutos processados seguros e saudáveis
para a indústria de rações.
A WRO tem um papel especial e essencial ao
A WRO coleta e compartilha informações
um
fórum
interativo
e
fornecendo
tratar de problemas enfrentados pela indústria de
processamento e em transformar estes problemas
científicos que dão suporte às decisões tomadas
A WRO facilita a discussão global sobre temas
em oportunidades de soluções práticas. A WRO
por governos e corpos regulatórios internacionais,
tem um papel importante a desempenhar na
fornecendo uma base para regulamentos seguros,
tomada de decisões no debate global sobre
sensatos e baseados em ciência.
alimentos e agricultura. O papel ético da WRO não
Além disto, a harmonização global de
é de ser apenas a “voz e os ouvidos” da indústria
regulamentos ajuda a captação e aplicação
de processamento em todo o mundo, mas de
de novas tecnologias e encoraja a indústria
promover a segurança de alimentos e rações,
de processamento a investir em tecnologias
tratamento e utilização de recursos naturais e
que
garantam
desenvolvimento rural sustentável.
do
suprimento
a
de
segurança
e
qualidade
rações/alimentos
para
da
segurança
segurança
e
do
padrões
suprimento
de
qualidade
e
Em troca, a WRO facilita o intercâmbio
Saúde
de
Animal
à
(World
Organization
demanda
biossegurança
dos
mundial
of
de
subprodutos
Recentemente, foi discutida informalmente
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Caderno Técnico 1
criação de um novo comitê de comunicações,
contaminantes, biotecnologia e boas práticas
como parte da futura estrutura da WRO para
de fabricação, tanto para fabricantes de rações
ampliar seu alcance.
comerciais como para misturas preparadas nas
fazendas.
Um exemplo recente e positivo do papel
da organização foi a participação de vários
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membros, em uma sessão especial, juntamente
pelas contribuições dos membros. Atualmente,
com a Federação Internacional da Indústria de
23 países são representados na WRO, que
Rações (International Feed Industry Federation
está aberta a organizações de processamento
-IFIF)
e da Organização de Alimentos e
nacionais ou empresas de países que, não
Agricultura das Nações Unidas (United Nation’s
possuam uma organização de processadores já
Food
estabelecida.
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responsável pelo evento mais importante da
área de rações que ocorreu em Cancun, no
a Argentina, Austrália, Áustria, Canadá, Costa
México, no fim de abril. Houve mais de 200
Rica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha,
participantes no encontro da IFIF, representantes
Índia, Itália, Israel, México, Nova Zelândia,
da maioria de países da América Latina, além
Noruega, Polônia, Espanha, Suécia, Tailândia,
dos Estados Unidos, México, Canadá e da União
Holanda,
Européia. O programa incluiu apresentações da
Venezuela.
indústria e dos representantes de governos.
Os participantes do encontro de reguladores
worldrenderers.org.
and
Agriculture
Organization
-FAO),
O suporte financeiro da WRO é fornecido
Os países representados no momento são
Estados
Unidos,
Reino
Unido
e
Mais informações sobre a WRO no site www.
foram convidados pela FAO e Feed Latina, a
nova federação regional que representa cerca
de 120 milhões de toneladas de produção de
rações na América Latina e no Caribe.
Vários
importantes
temas
regulatórios
Kent Swisher
Vice Presidente, Programas Internacionais, Associação
Nacional de Processadores (National Renderers Association)
foram discutidos, envolvendo toda a América
Latina e o Caribe como um bloco econômico.
Entre estes temas registro de aditivos de
rações, rotulagem e inspeção, resíduos e
Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The
National Magazine of Rendering), edição Junho de 2010.
Reprodução autorizada pelo autor.
Tradução de Anna Maria Franco.
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Caderno Técnico 2
61
Por Dr. Paul L. Dawson
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Dawson é determinar o conteúdo e a atividade
testes padrão usados para determinar as
biológica de carnosina extraída de produtos de
propriedades
aves processados. Uma vez que a carnosina é
e rações. O primeiro ensaio mede a real
um peptídeo hidrossolúvel, os procedimentos
atividade antioxidante medindo a capacidade
de extração são fáceis. As metas gerais do
de bloquear o efeito do radical livre. O
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projeto são extrair a carnosina de farinhas de
Segundo ensaio envolve a ligação a metal ou
proteína animal para uso como antioxidante e
capacidade de quelação, enquanto o terceiro
catalogar as concentrações de carnosina em
método mede a capacidade de bloqueio do
rações de aves para que os produtos possam
oxigênio ativo.
ser rotulados. Acredita-se que altos níveis
de carnosina poderiam tornar-se um fator
cérebro de frangos é a fonte mais rica(6,1
de venda de valor agregado significativo de
milligramas [mg]/gram [gm]) de carnosina
farinhas de proteína animal em comparação
seguida pelo peito (5,4 mg/gm) e moela (5,4
com proteínas vegetais.
mg/gm). O corte do curanchim de frango
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Concentração de Carnosina e
Atividade Antioxidante em Farinhas
de Proteína Animal
Dr. Paul L. Dawson, Professor de Ciência
e histidina, a carnosina está presente nos
de Alimentos e Nutrição Humana e membro
músculos esqueléticos e, também, em órgãos
do Centro de Educação e Pesquisas em Sub-
como o cérebro e a pele. A pesquisa indicou
Produtos Animais da Universidade Clemson
que a carnosina pode ser usada em uma
(ACREC),
de
série de atividades antioxidantes. Na área
pesquisa para determinar o conteúdo de
médica foi relacionada ao antienvelhecimento
carnosina em farinhas de proteína animal.
e
Carnosina é um dipeptídeo hidrossolúvel com
regeneração tissular após lesões, radiação ou
comprovada
outras danos a membranas celulares.
Composta
está
realizando
poderosa
dos
um
ação
aminoácidos,
projeto
antioxidante.
beta-alanina
prevenção
de
doenças
e,
também,
à
O objetivo da pesquisa exploratória de
antioxidantes
de
alimentos
Os pesquisadores determinaram que o
Em estudos preliminares, Dawson e o
contém a menor quantidade disponível de
aluno
Manhiani
carnosina (1.5 mg/gm) e o coração não contém
determinaram os níveis de carnosina em
carnosina. Ao medir a capacidade de quelação
tecidos crus de aves usando dois métodos
de metal, os extratos da cabeça apresentavam
para quantificar a carnosina. O primeiro é um
32,29% de atividade de quelação e os extratos
método de triagem rápida, menos dispendioso,
dos cortes de curanchim foram os segundos
mas também menos sensível. O segundo
com 27,77% de atividade de quelação. Maior
método
atividade de quelação de metal indica melhor
de
graduação
envolve
Paljinder
cromatografia
líquida,
é
mais dispendioso e exige mais tempo, mas
capacidade antioxidante do produto.
fornece resultados mais sensíveis.
Estudos
Dawson
anteriores
indicaram
com
que
a
extratos
de
atividade
de
também mediu a capacidade antioxidante
músculos
usando três ensaios diferentes que são os
quelação do peito é 32,4% e da coxa, 14,95%.
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Caderno Técnico 2
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Medindo a atividade antioxidante total, os
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uma capacidade antioxidante total de 76%.
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extratos de água do músculo do peito de
frangos eram 50,4% e do músculo da coxa,
33,1%.
Em comparação, a carnosina pura tem
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As doses humanas recomendadas variam
de 50 a 100mg. Usos veterinários podem
ser imediatamente imaginados e, assim, o
rendimento em potencial de subprodutos
animais poderia suprir um grande mercado.
Dawson
e
seu
aluno
continuam
seu
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trabalho usando farinhas de proteína animal
como fonte de carnosina.
O significado
disto para indústria poderia ser a extração
de antioxidantes de farinhas de proteína
animal para uso em subprodutos animais
processados.
Além
disto,
com
amplas
propriedades antioxidantes, a aplicação de
Graduate student Paljinder Manhiani, left, and Dr. Paul Dawson
study carnosine content of rendered animal meals.
carnosina como um nutracêutico agregaria
valor às indústrias de rações para pets e
proteína animal poderia representar receitas
animais. Foi também sugerido o uso de
adicionais para a indústria de processamento.
carnosina em colírios, cosméticos e loções
Ainda que esta pesquisa tenha como alvo
para pele. Um derivado acetil da carnosina
produtos
foi estudado para o tratamento não cirúrgico
poderiam ser sugeridas para o estudo do
de catarata. A recuperação de produtos de
conteúdo de carnosina em outros produtos
alto valor como a carnosina de farinhas de
processados. ACREC tem muito orgulho de ter
de
aves,
pesquisas
adicionais
Dawson e sua equipe trabalhando na busca de
produtos de valor agregado nas farinhas de
proteína animal.
Dawson
obteve
seu
doutorado
na
Universidade Estadual da Carolina do Norte
e tornou-se um especialista em qualidade
e segurança de alimentos. É membro da
Poultry Science Association, Institute of Food
Technologists, American Chemical Society,
International Association of Food Protection,
and
American
Society
Engineers.
Dawson
da
da
revista
é
Ciência
of
Agricultural
Editor
de
associado
Alimentos
e
Agricultura e foi homenageado em 2006 pela
Universidade Clemson recebendo o prêmio
por ensino em graduação e em 2009 recebeu
o prêmio Godley-Snell de pesquisa agrícola.
Seu trabalho foi publicado em vários jornais e
também apresentado em programas de radio.
Dr. Paul L. Dawson, professor de Ciência de Alimentos
e Nutrição Humana e membro do Centro de Educação
e Pesquisas em Sub-Produtos Animais da Universidade
Clemson (ACREC)
Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render
(The National Magazine of Rendering), edição Junho de 2010.
Reprodução autorizada pelo autor.
Tradução de Anna Maria Franco.
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Agenda
Ponto de Vista
Por Alexandre Ferreira
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Pork Expo 2010
Data: 14 a 16 de Setembro de 2010
Local: Curitiba (PR)
Estação Ferroviária de Curitiba, o Estação Embratel Convention Center
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www.porkexpo.com.br
I Fórum de Qualidade de Farinhas de Carne e Ossos
Alexandre Ferreira
Data: 16 de Setembro de 2010
Consultor Técnico em Processos Industriais.
Local: São Paulo (SP) - FIESP
www.sincobesp.com.br
15ª Fisa - FI Food Ingredientes
Data: 21 a 23 de Setembro de 2010
Local: São Paulo (SP)
9ª Pet South América
Data: de 06 a 08 de Outubro de 2010.
Local: São Paulo – SP
Tenho
visto
empresas
investir
em
equipamentos,
treinamento de pessoal, em cuidados com a matéria prima,
etc.
Horário: das 13 hrs as 21 hrs
empresa tem uma leitura qualitativa na produção e após
No entanto, ao se falar da gordura, muitas vezes a
o embarque da mesma percebe-se queda deste nível,
Data: 24 a 27 de Outubro de 2010
Local: Salvador (BA) – Brasil
www.abisa.com.br
National Renderers Association 77th Annual
Convention
principalmente no que se refere ao índice de acidez.
Os sistemas de filtragem ou limpeza de gordura
normalmente tem eficiência de 99,5% a 99,9% . O significado
disto é que até 0,5% de impurezas e umidade podem se
então gordura na presença de proteína e água, que resultam
Exemplo : um estabelecimento que produz 100 toneladas de
Local: Naples, FL - USA.
O que fazer ?
Site: www.nationalrenderers.org.
A cada vez que o tanque for esvaziado ou a cada semana,
o mesmo deve ser limpo.
II Congresso Sul-Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios, Feira de
Caso o seu tanque não tenha entrada direta de vapor,
o melhor ponto (2 são suficientes em paredes opostas) é
logo acima do cone, com a saída virada para a parede do tq
levemente virada para baixo, sendo que as 2 saídas devem
Equipamentos, Serviços, Tecnologia, Máquinas e Implementos Agrícolas
estar para o mesmo lado, de modo a promover circulação
Local: Centro de Exposições de Bento Gonçalves (RS)
direcionada e arrastar as impurezas. O ideal é executar o
www.avisulat.com.br
procedimento com água acima de 90ºC ou um misturador de
água e vapor.
VI Fenagra - Feira Nacional das Graxarias
Data: 29 e 31 de Março de 2011
Local: São Paulo (SP)
Site: www.fenagra.com.br
E-mail: [email protected]
X WORKSHOP EMBRAPA / SINCOBESP
Data: 29 e 31 de Março de 2011
Local: São Paulo – SP
Site: www.fenagra.com.br
até
0,5%
de impurezas e
umidade podem se acumular
gradativamente nos tanques de
na sua degradação.
gordura por semana, pode chegar a acumular 500 kgs .
Data: 17 a 19 de Novembro de 2010
...
acumular gradativamente nos tanques de estocagem. Temos
Data: 26 a 29 de Outubro de 2010.
AVISULAT 2010
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Limpando Tanques de
Gordura
www.petsa.com.br
ABISA - Feira da Indústria de Sabão e Afins
65
Verifique na ilustração uma forma de implantação de um
sistema simples de limpeza.
Boa produção e até a próxima !
estocagem
...
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Assinaturas
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Você pode solicitar o recebimento da
Revista Graxaria Brasileira.
Após preenchimento do formulário a
seguir, envie-o para:
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ASSINATURA DA REVISTA
Graxaria Brasileira
Nome:
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
Cep: 04004-000 / São Paulo (SP)
(11) 2384-0047
ou por [email protected]
Tipo de Empresa:
( ) Graxaria Independente Empresa:
( ) Graxaria / Frigorífico
( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos
Endereço:
( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas
( ) Prestadores de Serviços
Nº:
Complemento:
( ) Biodiesel Cidade: ( ) Cliente Graxaria
Cep: UF:
( ) Consultoria / Assessoria Fone: ( )
Fax:
( )
Aboissa
3º Capa
Cargo:
( ) Universidades / Escolas
( ) Outros:
Abra
Anhembi Agro Industrial
47
(11) 3685-8907
[email protected]
Anima Consultores
55
(11) 3677-1177
www.animaconsult.com.br
[email protected]
BDI Biodiesel / Tecnal
41
49
63
Haarslev / Tremesa Brasil
(41) 3389-0055
[email protected]
www.haarslev.com
63
(46) 3544-2000
[email protected]
www.folem.com.br
Frigorífico Argus
Impropel / Colosso
33
55
Geza
58
62
57
(51) 3447-5677
[email protected]
19
(11) 5521-3373
[email protected]
www.chibrascenter.com.br
63
Julian Máquinas
LDS Máquinas
(11) 4368-1822
[email protected]
www.giglio.com.br
17
(21) 2765-9550
[email protected]
www.grgrupo.com.br
13
2º Capa
(14) 2104-3200
[email protected]
www.ldsmaquinas.com.br
Martec – Grupo SJG
(14) 3342-3301
(11) 4018-4222
63
(54) 2107-7500
www.prestatti.com.br
Qualyfoco 64
(49) 3444-1422
[email protected]
www.qualyfoco.netcon.com.br
Razzo
21
(11) 2164-1313
[email protected]
www.razzo.com.br
(14) 3621-6937
[email protected]
Giglio 57
Grande Rio Reciclagem
47
(49) 3449-0372
[email protected]
23
53
Permecar
Prestatti
(11) 3853-4288
[email protected]
www.agroinforme.com.br
Ipufol
(34) 2108-4353
www.geza.com.br
(11) 4368-4933
[email protected]
49
Informe Agro Business
45
4º Capa e 31
(34) 3818-1800
[email protected]
www.patense.com.br
(19) 3456-1726
www.permecar.com.br
(41) 3525-9797
E-mail:[email protected]
[email protected]
(11) 3105-2146
[email protected]
www.joaogava.com.br
(14) 3413-2700
www.bovimex.com.br
Chibrascenter
Folem
Patense
(11) 4227-9500
[email protected]
www.grupobraido.com
(44) 3544-1292
[email protected]
www.farima.com.br
Gava
(11) 4161-1090
www.benger.com.br
Celgon Agroindustrial
Farima
59
(49) 3329-1111
[email protected]
www.nutract.com.br
Grupo Braido 51
(41) 3382-3883
[email protected]
www.frigorificoargus.com.br
(14) 3302-2544
www.bdi-biodiesel.com
Braido
05
(48) 3279-4000
[email protected]
(61) 4501-7199
[email protected]
www.abra.ind.br
Nutract
(49) 3555-8500
www.gratt.com.br
Eurotec Nutrition
Benger Máquinas
Gratt Máquinas 11
(+1) 937-855-6555
www.dupps.com
61
Bovimex
29
Dupps / Intecnial
(11) 3353-3000
[email protected]
www.aboissa.com.br
64
Respa
27
(22) 2748-1635
[email protected]
www.respa.com.br
Sigmetal
35
(43) 3055-4685
[email protected]
Sincobesp
58
(11) 3237-2860
[email protected]
www.sincobesp.com.br
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