emoções e saúde jun14 - Med Rio Check-up

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emoções e saúde jun14 - Med Rio Check-up
Revista digital
EMOÇÕES E SAÚDE
HepatiteS
Vacinação é arma eficaz
Altos e baixos do transtorno bipolar
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Síndrome das pernas inquietas afeta o sono
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Editorial
Emoções e Saúde
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JUN14 Revista digital da Med-Rio Check-up
Melhor que curar é prevenir
Você é o que você come
Estresse é o vetor para o estilo de vida inadequado
Por Gilberto Ururahy,
médico, diretor da Med-Rio Check-up e coautor de “O cérebro emocional – As emoções do estresse cotidiano” (editora Rocco)
Cerca de 80% das consultas médicas têm ligação com o
estresse crônico, segundo dados da Universidade de Harvard.
Sob estresse, o organismo aumenta a produção dos hormônios
cortisol e adrenalina. O primeiro, em excesso, enfraquece as
defesas do corpo, reduz o desejo sexual, aumenta a produção
de placas de gorduras nas artérias e a retenção de líquidos,
ataca o estômago, causa resistência à insulina, afeta os
neurônios e favorece a depressão. Já a adrenalina em grande
quantidade eleva a pressão arterial, a frequência cardíaca e o
colesterol, além de prejudicar a qualidade do sono.
Sumário
Portanto, é preciso aprender a lidar com o estresse diário e
adotar hábitos saudáveis. Nos milhares de exames realizados na
Med Rio Check-up, em homens e mulheres de diferentes faixas
etárias, observamos que um grande número de executivos
ainda lança mão de excitantes para dar conta da rotina diária
pesada. Abusam de bebidas alcoólicas e cafeína, fumam,
dormem mal, levam uma vida sedentária e consomem grande
quantidade de carboidratos (açúcares). O resultado: 60% dos
avaliados têm alimentação desequilibrada; 45%, sobrepeso;
25% sofrem de insônia; 50% apresentam baixo HDL (fração
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bom colesterol); de 12 a 15% têm alguma
doença pulmonar; 10% se automedicam; 22%
apresentam gordura em excesso no fígado; de
20 a 22% são hipertensos; de 12 a 18% sofrem
de gastrite; e 8% são diabéticos, entre outros
problemas de saúde. Homens e mulheres
estão adoecendo mais cedo, como mostram
nossas pesquisas.
O check-up de rotina é um ótimo recurso
para a prevenção de doenças, mas só
isso não basta. É preciso levar adiante
programas de promoção da saúde após os
exames. A mudança de estilo de vida requer
determinação, vontade e perseverança.
Conheça a si próprio, aprenda a lidar com
o estresse, corte os estimulantes, faça uma
alimentação balanceada, mexa-se com maior
frequência, durma bem e tenha um sono
reparador, procure seus amigos e deixe mais
espaço na sua agenda para os momentos de
relaxamento e prazer, e sorria mais.
Ao praticar a boa gestão da sua própria saúde,
você só tem a ganhar. Quando colocamos
todas as nossas emoções em uma única cesta
chamada trabalho, faltará para aqueles que,
incondicionalmente, nos dão suporte: a família
e os amigos de fé. Boa leitura!
Editorial Melhor que curar é prevenir
Nutrição
balanceada
garante o
bom rendimento
nas corridas
O extenso calendário de corridas de rua no Brasil não deixa
mentir: é cada vez maior o número de adeptos de meias
maratonas e maratonas no país. Se por um lado exercitar-se
ao ar livre é prazeroso, faz bem à saúde e mantém o corpo
em forma, por outro, é preciso não abrir mão de alguns
cuidados. Um dos pontos que mais merecem atenção é a
nutrição do atleta, que não pode descuidar do que come
antes, durante e depois das provas. A doutora em Ciências
Nutricionais pela UFRJ e nutricionista da Federação de
Pentatlo Moderno do Rio de Janeiro Letícia Azen explica
que o mais importante é ajustar a ingestão de energia
(carboidratos) dos atletas:
“Corredores enfrentam uma rotina muito desgastante de
treinos, especialmente em preparo para competições de longa
distância. Dessa forma, precisam ingerir carboidratos antes,
durante (cerca de 30 gramas por hora) e após os treinos e
as competições. Além disso, em função da elevada taxa de
produção de suor, devem estar atentos à hidratação.”
Você é o que você come Nutrição balanceada garante o bom rendimento nas corridas
Pernas para que te quero Caminhar traz sensação de bem-estar e alivia a ansiedade
Nervos à flor da pele Os altos e baixos do transtorno bipolar
Prevenir é o melhor remédio Vacinação é arma eficaz contra hepatites
Tudo por um sonho Síndrome das Pernas Inquietas afeta o sono e piora qualidade de vida
Eureka Vitamina D ajuda a controlar a pressão arterial
A revista digital Emoções e Saúde é uma realização da Med-Rio Check-up.
Edição e Reportagem: PROA Comunicação Estratégica Projeto Gráfico e Editoração: Design-se
foto da capa: Shutterstock
Segundo a médica, a melhor forma de se hidratar durante a
prova é com água. Mas, uma hora depois do exercício, já é
necessário recorrer a suplementos hidroeletrolíticos, com o
objetivo de repor os sais minerais. Letícia Azen ressalta ainda
que não há uma orientação-padrão para todos os corredores
seguirem:
“O planejamento alimentar dos atletas deve ser realizado
de forma individualizada, respeitando suas preferências
alimentares, composição corporal, idade, sexo, rotina de
treinamento”, diz a nutricionista.
Mas, se for para trilhar um caminho, passo a
passo, qual seria ele?
“No dia anterior às competições, aumente
a sua ingestão de carboidratos, visando
aumentar as reservas de energia (glicogênio).
Que tal uma macarronada acompanhada por
suco de laranja e goiabada de sobremesa?”,
sugere Letícia Azen.
Mas fica a dica: evite os molhos gordurosos
e qualquer alimento de procedência
desconhecida. Outra recomendação
importante é não fazer a prova em jejum,
pois, além de comprometer o desempenho
físico, pode levar ao uso de proteínas do
corpo (do músculo, por exemplo) como
fonte de energia. Um bom exemplo de
lanche antes dos treinos ou das provas é
ingerir, duas horas antes, uma salada de
frutas com granola. Letícia Azen também
não indica a ingestão de proteínas antes
dos exercícios, porque são de mais difícil
digestão. Mas, depois da atividade física,
são muito bem-vindas:
“As proteínas auxiliam na recuperação
muscular. Para auxiliar esse processo, devem
ser acompanhadas de carboidratos de alto
índice glicêmico, que são absorvidos mais
rapidamente pelo organismo, como, por
exemplo, massas. Já o chocolate não é uma
boa opção em qualquer dos momentos (pré,
durante ou pós) por conter muita gordura”.
foto: Flickr / jacsonquerubin
Crise financeira mundial, violência, pressão e cobrança por
resultados no ambiente de trabalho, longas jornadas, excesso
de informação, conflitos familiares e falta de tempo para o
lazer geram estresse e impactam negativamente no bemestar. Tanto isso é verdade que os fatores que mais pesam na
longevidade com autonomia são o estilo de vida e o meio
ambiente.
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Emoções e Saúde
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Os altos e baixos do
transtorno bipolar
Pernas para que te quero
Caminhar traz sensação de
bem-estar e alivia a ansiedade
Acordar com o pé esquerdo, ter dias mais
tristes, outros mais felizes, vibrar com algumas
realizações, passar por leves oscilações de
humor. Todas essas características podem
ser confundidas com o transtorno bipolar,
mas são bem diferentes. Doença conhecida
desde a Antiguidade e antes chamada de
psicose maníaco-depressiva, o transtorno
bipolar é marcado por episódios maníacos
ou hipomaníacos. No período maníaco, são
frequentes comportamentos como dormir
pouco, apresentar-se eufórico sem que haja
uma motivação compatível para tal estado de
humor, ter o pensamento muito acelerado, às
vezes irritado, bastante inquieto e até agressivo.
Em alguns casos, é possível apresentar ideias
grandiosas e atitudes bizarras que podem
pôr em risco a segurança do doente. Já nos
episódios depressivos, o pensamento fica mais
lento, o humor é depressivo, a parte motora
também fica devagar (como se a pessoa
estivesse em câmera lenta), e surgem ideias
pessimistas e de autodestruição.
Exercício diário melhora o funcionamento dos pulmões
Dicas para acertar o passo
• Procure caminhar diariamente, de 30 a
40 minutos.
• No início, evite acelerar. Como em
qualquer exercício, comece aos poucos
e consulte seu médico para saber as
contraindicações.
• Além de usar tênis adequado, com boa
capacidade de absorção de impacto,
procure evitar pistas irregulares,
que podem causar lesões ósseas
e musculares. Use roupas leves e
confortáveis ou de acordo com o clima.
Evite também caminhar nas horas mais
quentes do dia e de estômago cheio ou
completamente em jejum.
• Mantenha o corpo ereto, olhando fixo e
para a frente, com os ombros alinhados.
Os braços devem oscilar na mesma
velocidade e amplitude. Ao pisar, o
correto é tocar no chão primeiro com o
calcanhar.
“Mexer-se é sempre bom, exercício físico é o melhor plano
de saúde que uma pessoa pode ter. Mas ampliar a sua
capacidade aeróbica é fundamental. Realizar atividades de alta
intensidade é o que vai realmente caracterizar uma pessoa
como saudável. Por isso é melhor não ficar só na caminhada”,
assegura o médico Cláudio Gil Soares de Araújo, diretor da
Clinimex — Clínica de Medicina do Exercício e professor do
Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da UFRJ:
Com ajuda de profissional de educação física e de médico,
quem caminha pode tentar passar para a corrida, atividade
de intensidade muito alta. “A saúde dessa pessoa tem
muito a ganhar! Quem tem uma capacidade aeróbica baixa
progride muito bem e rapidamente”, explica Cláudio Gil, que,
nesse caso, faz uma ressalva: ”Se for mudar para a corrida,
será preciso ter pelo menos dois tênis apropriados para
a prática. Usa um num dia e o deixa descansando no dia
seguinte, para o amortecedor voltar ao normal depois do
impacto do dia anterior.”
Cláudio Gil faz outro alerta: ao caminhar, você não deve
ouvir seus passos. O mesmo vale para corrida. Isso é um sinal
de que está pisando errado, e um consultor especializado
poderá ajudá-lo. E vale conversar com seu médico sobre
os cuidados com a hidratação antes, durante e depois do
exercício.
“Em alguns períodos, a pessoa apresenta o
humor normal, chamado de eutimia”, explica
a médica psiquiatra Vania Novelli Domingues.
“Os episódios de euforia (mania) e de
depressão são de duração variável, assim como
os períodos nos quais o paciente apresentase com o humor normal. Mas cada portador
do transtorno tende a manter um padrão
relativamente semelhante.”
Segundo a médica, o transtorno bipolar atinge
igualmente homens e mulheres, podendo
também acometer adolescentes e até em
crianças.
foto: Flickr / Victoria Nevland
Há quatro níveis de intensidade do exercício.
Muito Leve, em que é possível manter uma
conversação com toda a tranquilidade;
Moderada, quando a conversação é feita
normalmente; Alta, em que a fala passa
a ser entrecortada; e Muito alta, quando
não é possível falar mais do que palavras
como “vamos” e “valeu”. Mesmo para pessoas mais jovens,
a velocidade da caminhada não deve ser muito intensa,
devendo ficar em até 6km/hora.
foto: Flickr / overmundo
Fazer caminhadas diariamente é uma ótima
forma de se exercitar. Exige pouco empenho
− afinal, é possível caminhar em qualquer
lugar − e não necessita de equipamentos
especiais, apenas um bom tênis. Além disso,
segundo pesquisadores, esse exercício
ajuda a reduzir a pressão arterial, melhora
o funcionamento dos pulmões, fortalece
os ossos, alivia a tensão e melhora o
funcionamento de circuitos do cérebro.
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“No caso das crianças, o diagnóstico muitas
vezes é difícil, porque é comum que o
transtorno seja confundido com outras
doenças”, diz Vânia. “Mas, independentemente
da idade dos pacientes, quanto mais cedo
Nervos à flor da pele
se descobrir que se tem a doença, melhor.
Assim, começa-se logo o tratamento
adequado, e são evitados grandes prejuízos
ao paciente, nas relações familiares e no
trabalho. E previne-se também que o
portador assuma condutas de risco.”
Vânia diz que o diagnóstico deve ser feito
por um médico psiquiatra, capaz de avaliar
os sintomas, e que, uma vez identificado o
transtorno bipolar, o uso do medicamento
torna-se fundamental. O complemento ao
tratamento será a psicoterapia e a orientação
familiar. O fator mais importante para se ter a
doença é a predisposição pessoal. Uma vez
com a predisposição, o estilo de vida, o uso de
drogas, o alto nível de estresse e as condições
médicas gerais do paciente podem colaborar
para o surgimento da doença.
“Sendo o transtorno bipolar uma doença
crônica, é muito perigoso não cuidar do
problema. É muito importante que haja uma
parceria entre o doente, o médico e a família.
Esta vai funcionar como sentinela avançada,
atenta, atuando antes que um novo ciclo
se instale, o que poupa muito sofrimento e
desgaste. O bom é que, se o tratamento for
feito de forma adequada, poderá dar muito
certo. Há apoio social através de associações
de portadores. E o indivíduo terá ótima
qualidade de vida”, garante a médica.
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Prevenir é o melhor remédio
Silenciosas e traiçoeiras são dois adjetivos que
cabem na definição de hepatite, a inflamação
do fígado que geralmente é assintomática e
pode trazer sérias consequências à saúde em
curto e longo prazo. Geralmente causadas por
vírus, as hepatites também são desencadeadas
por bactérias, medicamentos, uso de álcool e
outras drogas, além de doenças autoimunes
(um ataque do próprio organismo), entre
outros fatores. Cansaço, febre, mal-estar,
tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal; pele
e olhos amarelados, urina escura e fezes claras
são alguns sinais de alerta. E a prevenção e
o diagnóstico precoces são a melhor forma
de evitar danos mais graves ao fígado. Para
alguns tipos da doença, existem vacinas,
altamente eficazes.
Hepatite é a inflamação aguda ou crônica
que leva à destruição das células principais
do fígado, explica o médico Henrique Sérgio
Moraes Coelho, professor associado de
Clínica Médica e Hepatologia da Faculdade
de Medicina da UFRJ. “A forma mais comum
da doença é causada por diferentes tipos de
vírus, que, para efeito de classificação, recebem
letras: A, B, C, D, E e outras. São vírus que
atacam quase que exclusivamente o fígado”,
diz o hepatologista.
Um tipo bem conhecido é a hepatite por
vírus A, transmitido pelo contato com fezes e
consumo de alimentos e água contaminados.
Costuma durar cerca de um mês, e a cura
ocorre espontaneamente. Quando apresenta
sintomas, os mais comuns são pele amarelada,
urina escura e fezes claras, além de queixas
digestivas e coceira. O diagnóstico da hepatite
A aguda é feito pela presença no sangue de
anticorpos específicos, mas raramente ela
evolui gravemente e pode ser prevenida com
vacina, além, claro, da melhora das condições
de higiene e de saneamento básico, diz
Henrique Sérgio. A vacina é aplicada a partir
de 2 anos de idade como parte do calendário
vacinal. Para adultos sem história de hepatite
A, ela é indicada para todos, sendo aplicada
em duas doses com intervalo de seis meses.
Há uma preparação com a vacina da hepatite
no Brasil). “Estima-se que apenas 20% dos
indivíduos positivos para o vírus C tenham
sido diagnosticados e menos de 5% tratados
no Brasil. É uma doença silenciosa que só se
manifesta em fases avançadas, quando já
apresenta cirrose e, menos frequentemente,
câncer do fígado”, comenta Henrique Sérgio.
Por isso é importante se submeter a exame de
sangue que detecta anticorpos contra o vírus
C. A confirmação é por exame biológico para
quantificação viral.
Vacinação
é arma eficaz contra hepatites
Inflamação do fígado pode causar sérios danos à saúde
B, e a sua indicação dependerá da necessidade de profilaxia
também contra o vírus B, explica o hepatologista.
Por falar em hepatite B, ela é transmitida principalmente
através de relações sexuais e contato das mucosas com
sangue e outros fluidos corporais contaminados, inclusive
o leite materno. Pode agir sem dar sinais por 20, 30 anos e
causar cirrose e câncer de fígado. Segundo Henrique Sérgio,
95% das infecções agudas por tipo B evoluem para cura no
adulto, sendo que 5% tornam-se portadores crônicos do
vírus, mas raramente ele leva à doença fulminante. “O exame
de sangue é essencial para diferenciar os tipos de hepatite”,
comenta o médico. “Hoje podemos detectar se a doença é
aguda ou crônica e a necessidade de tratamento com drogas
antivirais oferecidas pelo Sistema Único de Saúde. A forma
aguda da hepatite B pode evoluir em 5% a 10% dos casos para
crônica, que, se não for tratada, aumenta a chance de cirrose.
Daí a importância do diagnóstico precoce”, diz. “O tratamento
controla a infecção em praticamente todos os pacientes e
se resume, na maioria dos casos, em tomar um comprimido
por dia por tempo indeterminado.” Mas o médico reforça que
o melhor mesmo é se proteger. A vacina contra hepatite B
faz parte do calendário do Ministério da Saúde e é oferecida
gratuitamente para crianças e adultos até 49 anos, 11 meses e
29 dias de idade, em três doses.
Também a hepatite C é causada por vírus, geralmente
transmitido por meio de transfusão de sangue (hoje um
procedimento mais seguro); compartilhamento de material para
uso de drogas (seringas, agulhas etc.); instrumentos de higiene
(lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha
ou outros objetos que furam ou cortam) ou para tatuagem e
piercings; e, menos frequentemente, de mãe infectada para
o filho durante a gravidez e sexo sem camisinha com pessoa
infectada. Hoje o tipo C é um grave problema de saúde pública,
com 170 milhões de infectados no mundo (quase 2,5 milhões
Uma vez confirmada a infecção pelo vírus C, o
médico pedirá para avaliar o grau da doença
em relação à fibrose (cicatrização) do fígado e
o diagnóstico de cirrose por meio de biópsia.
A indicação do tratamento dependerá da
gravidade e de outros fatores. Geralmente ele
é feito com injeção semanal do medicamento
PegInterferon alfa 2a ou 2b associado à
Ribavirina por via oral 24 semanas ou 48
semanas, dependendo da genética do vírus.
Para o tipo 1, por exemplo, há novas drogas
que aumentam a chance de sucesso em 70 a
75%. Mesmo pacientes com cirrose podem ser
tratados, desde que estejam bem clinicamente.
Além desses três tipos mais conhecidos,
há outros frequentes como o D (ou delta),
praticamente restrito à Região Norte do país.
Ele costuma ocorrer em infectados pelo vírus B
e é transmitido da mesma forma. “A vacinação
em massa contra a hepatite B é o método mais
eficaz de prevenção contra a D”, diz Henrique
Sérgio.
A transmissão da hepatite E ocorre da mesma
forma que a do tipo A: por contato com
fezes ou por meio de água ou alimentos
contaminados pelo vírus. Como as outras
variações da doença, ela é praticamente
assintomática. Porém os sintomas mais
frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou
vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos
amarelados, urina escura e fezes claras. Eles
costumam aparecer de 15 a 60 dias após a
infecção. Em resumo, prevenir é a melhor
estratégia contra as hepatites, mas, em caso de
suspeita, não deixe de consultar seu médico.
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Tudo por um sonho
Síndrome das
Pernas Inquietas
afeta o sono e piora qualidade de vida
Não dá para relaxar. É só parar para assistir à televisão, fazer
uma viagem mais longa, pegar um cinema ou deitar na cama
para dormir que as pernas começam a se mexer sem que a
pessoa consiga se controlar. Chamado de Síndrome das Pernas
Inquietas, ou síndrome de Ekbom, esse distúrbio do sistema
nervoso prejudica gravemente a qualidade do sono de seu
portador, já que com o movimento o descanso acaba não
sendo reparador. Além disso, interfere na sua vida social, pois
é comum ficar irritado, com sonolência e cansaço. A síndrome
também pode causar ansiedade e depressão. Os sintomas
param quando o indivíduo se movimenta, mas pioram quando
ele se deita ou se senta. E são mais intensos à tarde e à noite.
Com diferentes níveis de gravidade, os sintomas da agitação
involuntária costumam ser dor local, formigamento, ardência
e pontadas, além da urgência em mexer as pernas. Essas
sensações podem se estender também a outros membros,
como os braços. O movimento das pernas provoca alívio, mas
não por muito tempo.
Sem idade certa para acontecer, podendo
atingir crianças, adultos e idosos, o mal tende
a se agravar à medida que a pessoa envelhece.
Nos Estados Unidos, sete entre cada 100
indivíduos são acometidos pela doença. A
Síndrome das Pernas Inquietas pode passar
de uma geração para a outra numa mesma
família. Apesar de as causas do transtorno
ainda não serem claras, sabe-se que hábitos
do cotidiano podem agravar os sintomas.
Passar muito tempo sentado (em carros, avião,
teatro ou no trabalho); estar anêmico; ter
insuficiência renal; ser diabético; estar grávida;
ter problemas nervosos; usar medicamentos
com anti-histamínicos (para controlar alergias)
ou antidepressivos; consumir muito álcool ou
cafeína; fumar ou usar produtos de tabaco
e não dormir o bastante são algumas das
possibilidades.
Ainda não existe uma cura para a síndrome.
Mas mudanças no estilo de vida, como alterar
os hábitos na hora de dormir, empregar
técnicas de relaxamento, fazer exercício
moderado durante o dia e manter uma
rotina de sono com horário para dormir e
para acordar, podem ser úteis para aliviar
os sintomas do transtorno. Por exemplo,
caminhar para fortalecer a parte baixa do
corpo três vezes por semana ajuda muito.
Há ainda práticas terapêuticas, sem fazer uso
de medicamentos — e com eficácia não
comprovada —, que podem ser empregadas.
São elas: banhos quentes e frios; massagens;
faixas de compressão que pressionam
suavemente as pernas; cobertores para as
pernas que inflam e desinflam com uma
bomba de ar, para comprimir as pernas
durante a noite; terapia com luz infravermelha
para aumentar a circulação nas pernas.
Existem medicamentos liberados pela
FDA (Food and Drug Administration,
agência que regula remédios e alimentos
nos Estados Unidos) para tratamento do
distúrbio moderado ou grave. Eles agem
no cérebro modificando o nível de uma
substância chamada dopamina. Há ainda os
anticonvulsivos, que ajudam a melhorar a dor
dos nervos. Mas apenas o seu médico pode
receitá-los se achar necessário. “Uma boa
qualidade do sono é a garantia de bem-estar
geral e melhor desempenho no cotidiano. O
sono permite ao organismo recuperar-se do
cansaço diário e, ao cérebro, adquirir novas
informações e consolidar as experiências
vividas”, diz Gilberto Ururahy, médico, diretor
da Med Rio Check-Up e coautor de “O cérebro
emocional – As emoções do estresse cotidiano”
(Editora Rocco).
Vitamina D ajuda a
controlar a pressão
arterial
A deficiência de vitamina D no organismo pode estar
associada à hipertensão arterial. É o que indica pesquisa
divulgada na revista científica “The Lancet Diabetes &
Endocrinology”. A principal fonte desse nutriente é a
exposição da pele à luz solar por cerca de 20 minutos
diariamente. Sob o sol, a substância 7-dihidrocolesterol,
presente na pele, é ativada e se transforma em vitamina
D3, após passagem pelo fígado e pelos rins. Os alimentos
não têm grandes quantidades de vitamina D, mas ovos,
leite e derivados, atum, salmão, cereais e suco de laranja
são boas fontes.
Os autores do estudo analisaram dados genéticos de
146.500 pessoas de ascendência europeia na Europa e
nos Estados Unidos. E observaram que, a cada aumento
de 10% nos níveis de vitamina D, houve uma redução de
8% no risco de hipertensão arterial. “Em vista dos altos
custos e dos efeitos nocivos associados com o uso de
medicamentos anti-hipertensivos, a possibilidade de
prevenir ou reduzir o risco de hipertensão com o uso de
vitamina D é animador”, disse Elina Hypponen, professora
da Universidade do Sul da Austrália e principal autora do
estudo.
Agora os cientistas querem realizar novas pesquisas para
confirmar os benefícios da vitamina D na prevenção da
pressão alta. Em alguns casos, os médicos já receitam
suplementos de vitamina D, após exames de sangue. Ela
é essencial para os ossos e outras funções do organismo,
como ação do hormônio insulina e a manutenção do
sistema imunológico.
foto: Fickr / Brett Davies
foto: Fickr / Lotus Carroll
Eureka!