Internet produz vantagem competitiva

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Internet produz vantagem competitiva
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30/09/2015 ­ 05:00
Internet produz vantagem competitiva
Por Júlia Matravolgyi
Ao todo, 90% das microempresas nacionais que possuem páginas na internet acreditam ter uma vantagem
competitiva em relação àquelas que não apostam em presença on­line, de acordo com uma pesquisa conduzida
pela Redshift Research, por encomenda da empresa de hospedagem de sites GoDaddy. Já entre as que se mantêm
"off line", 55% afirmam estar em desvantagem, comprovando uma tendência dos microempresários brasileiros em
reconhecer, cada vez mais, o investimento em presença digital como forte aliado na expansão de seus negócios. A
pesquisa entrevistou 502 microempresas (ou seja, aquelas que possuem até cinco funcionários) de diversas áreas
entre junho e julho de 2015.
Resultados recentes justificam tal expectativa: 62% das microempresas que já têm site constataram um salto
representativo de crescimento depois de estrear na web; sendo que mais da metade destas cresceu a uma taxa
superior a 10% nos dois anos seguintes ao lançamento de suas páginas. "A partir do momento em que a pessoa
tem um site, passa a perceber o quão relevante aquilo pode ser para seu negócio", diz Cristiano Mendes, diretor de
Business Development para América Latina da GoDaddy.
Entre aqueles que não possuem páginas na internet, os dados
mostram que o momento é de transição. Ainda que 62% das
companhias que responderam à pesquisa não estejam on­line, três
quartos delas afirmam que planejam ter uma página digital em, no
máximo, dois anos. Entre elas, 21% já trabalham na construção de
um site e outros 29% dizem que o projeto será concluído até o final de
2015. Apenas 13% acreditam que criar uma página não teria impacto
em seus resultados.
"Se seu negócio não está on­line, ele corre o risco de não ser encontrado", alerta Mendes. O baixo custo do
investimento (já que não é necessária a inauguração de um novo ponto de venda, por exemplo), a automatização
de processos e a visibilidade proporcionada por um site são as principais vantagens elencadas por ele. "Uma
presença digital bem implementada ajuda a construir uma imagem positiva, pode ser um portal de vendas ou um
canal de comunicação entre empresa e cliente", justifica Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae de São Paulo.
"A sede física se tornou pequena diante do mercado potencial do nosso negócio", afirma Maurício Bernis,
presidente da AstroBrasil, que fatura R$ 300 mil anuais oferecendo serviços de consultoria astrológica com foco
empresarial. Atualmente, 40% dos clientes da AstroBrasil são atendidos virtualmente e todo o investimento em
publicidade é feito nas redes sociais. "Hoje um microempresário pode ter um site com valores de investimento
pequenos", justifica Bernis. "Torna­se um concorrente de grandes empresas, com o benefício de ser pequeno e,
portanto, poder praticar preços mais competitivos", conclui.
As possibilidades do virtual ganham ainda mais destaque quando que se observa que as microempresas, em sua
maioria, tendem a atuar regionalmente: 63% atuam em suas cidades e regiões, enquanto 29% tem alcance
nacional e apenas são 8% internacionais, ainda de acordo com a pesquisa da GoDaddy. "Para quem atua
localmente, a grande vantagem é renovar sua carteira de clientes", explica Mendes. Segundo ele, o serviço ajuda
tanto quem quer passar a vender para outras localidades, quanto quem quer ser conhecido na própria vizinhança ­
afinal, mesmo quem procura um serviço no próprio bairro tende a fazer essa busca via celular. 83% dos
microempresários que ainda não têm sites afirmam que a compatibilidade mobile é essencial para o sucesso das
páginas virtuais.
"Estamos em uma cidade pequena, Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, e conseguimos atingir um público
maior estando on­line", conta a jornalista e empresária Sara Capelo, responsável pela Camiseteria SA, loja que
fatura R$ 360 mil anuais com a venda de camisetas personalizadas, principalmente para bebês e gestantes.
Mesmo baseada em uma cidade com 41 mil habitantes, ela vende para o Brasil inteiro. "A facilidade de
atendimento ao cliente a qualquer hora ou distância é o que nos motiva a priorizar a loja digital", afirma.
A falta de conhecimento sobre as possibilidades que existem para uma empresa na internet é a principal barreira
alegada pelos que ainda não possuem presença digital. "Existe um trabalho de educação que precisa ser feito:
desmitificar a questão de um site ser complicado", explica Mendes. Entre as microempresas "off line", 35%
afirmam que seu negócio é muito pequeno para ter uma página na web. Um quarto delas alega que a falta de
dinheiro é a razão para não investir na área, e outros 25% responderam que a falta de conhecimentos técnicos é o
que as impede.
"O microempresário não pode subestimar o desafio de ter uma presença digital: planejamento é muito
importante", diz Sinelli. Segundo ele, a resistência de algumas companhias pode ser resultado da subutilização de
sua presença virtual. "Quem encara a web apenas como uma atividade extra não terá bons resultados. Até o perfil
dos funcionários deve ser diferente", explica.
Para que o site seja efetivo, é necessário priorizar o conteúdo, para gerar fluxo, e as ferramentas de busca, para que
ele seja encontrado. "Só colocar o site no ar não adianta, website precisa ser vivo", diz Mendes. Segundo ele, o mais
importante é saber o que seu cliente busca, para criar um conteúdo que seja interessante para ele, apresentado de
forma clara. Depois, criar relevância para o texto, através das palavras­chave mais buscadas no Google de acordo
com cada tema. "Muitas vezes, é um conteúdo que o próprio empresário pode escrever, sobre sua experiência, por
exemplo", diz.