itinerário pedagógico

Transcrição

itinerário pedagógico
Itinerário pedagógico
O SAL
Ciências NaturAIS
FÍSICO-QUÍMICA
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
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• O que é o sal?
• A salicultura e o ambiente
• As salinas da ria Formosa
• O sal — de onde provém?
• Produção e composição do sal
• O papel do sal no organismo
• Utilidade do sal
• Olhão — «capital da ria Formosa»
• Salicultura no Algarve
• O sal e a história
• O sal na história de Portugal
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Apresentação
Em 2014, a editora Santillana comemora o seu 25.º Aniversário
em Portugal. Consideramos que é uma data com um significado
especial, que queremos partilhar com o professor como forma de
agradecimento por nos acompanhar neste percurso. Com esse
propósito, criámos recursos educativos inovadores e úteis para
professores e alunos, pois esta é a nossa área de especialidade.
Selecionámos, assim, uma série de temas que podem ser explorados nas salas de aula e que se propõem alcançar os seguintes
objetivos:
• valorizar o património cultural de Portugal a partir da exploração de temas que tenham uma importância destacada no
desenvolvimento económico e social das regiões do nosso país;
• escolher setores que tenham sofrido profundas alterações nos
últimos 25 anos e que, no momento presente, enfrentam
o desafio que é crescer com ambição e sucesso num novo contexto económico e social;
• trabalhar numa perspetiva multidisciplinar como forma de
enriquecer os recursos didáticos e permitir um trabalho de
parceria com as escolas;
• propor sugestões de atividades que possam ser facilmente
realizadas nas salas de aula e que possam servir de base para
visitas de estudo ou para trabalhos de investigação;
• estreitar a relação entre os conteúdos didáticos e o quotidiano dos alunos.
Esperamos que a exploração destes temas seja útil para o seu trabalho nas escolas e contamos consigo para continuar a melhorar
a qualidade da formação dos nossos alunos.
A equipa Santillana
1989-2014
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O SAL
O sal é um mineral essencial à vida
humana que existe sob diversas
formas na Terra. Pode ser
encontrado em minas, em lagos
salgados ou na água do mar.
O sal não é todo igual. O mais
conhecido é composto por cloreto
de sódio, comummente
denominado «sal de cozinha»
por ser o principal tempero
utilizado na alimentação humana.
Atualmente, o sal é sobretudo
utilizado como condimento, mas
até ao início do século xx era
também muito usado como
conservante alimentar.
O Património
E O SEU POTENCIAL
PEDAGÓGICO
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p. 4
Ciências Naturais
p. 6
Físico-Química
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Geografia
p. 10
História
p. 12
Caso de sucesso
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O Património E O SEU POTENCIAL PEDAGÓGICO
José Amado Mendes
Professor catedrático da Universidade de Coimbra (ap.º) e da Universidade
Autónoma de Lisboa. Tem-se dedicado à investigação e ao ensino de questões
relacionadas com o património, a museologia, a arqueologia industrial
e a história das empresas, entre outras.
O património cultural — doravante
designado apenas por património —
está na ordem do dia, sobretudo desde
meados do século xx. Até à década de
1930, a noção de património circunscrevia-se quase só ao conjunto de bens
materiais, transmitidos pelos familiares
aos seus descendentes e herdados por
estes. Aliás, o próprio vocábulo «património» (do latim «patrimonium»)
remete para «pater» (pai) e também
para a herança de bens familiares, cujo
significado se encontra patente na raiz
do termo inglês «heritage».
Todavia, de modo especial a partir
da II Guerra Mundial, a noção de património passou a aplicar-se cada vez mais
frequentemente aos elementos de ordem
cultural, de tal modo que, quando nos
referimos àquele, mesmo sem o adjetivar, regra geral o que temos em mente é
precisamente o património cultural.
Entre outras definições, podemos
adotar a seguinte: «a noção moderna
de património, que põe uma ênfase
especial no critério científico de seleção
dos bens patrimoniais, abarca todos os
objetos portadores de informação e
que tenham sido produzidos em qualquer momento histórico» (Tugores e
Planas, 2006: 23)1.
Alguns dos fatores mais significativos pelos quais o património tem vindo
a impor-se, tanto do ponto de vista da
ciência como da docência, devem-se,
por um lado, à sua interdisciplinaridade — o que tem levado, inclusive, à
criação das chamadas «ciências do património» (Mohen,1999) — e, por outro,
ao seu cariz de aplicabilidade a diversos
domínios, como veremos em seguida.
1.Valores e potencialidades
do património
Dada a já referida abrangência do
conceito de património, em vez de património podemos falar de patrimónios,
pois aquele diversifica-se por diversas
modalidades, embora sob a mesma
designação genérica. Assim, reportando-me apenas a alguns exemplos,
podemos identificar os seguintes tipos
de património: mundial, europeu, nacional, regional e local; material e imaterial, artístico, estético e arqueológico;
científico e tecnológico; industrial e
agrícola; gastronómico, folclórico e
musical; natural e paisagístico, etc.
Ainda que com incidências diferentes, consoante o género de património,
são múltiplos os valores e as potencialidades que lhe podemos atribuir. Todavia, deverá ter-se presente que o património não tem propriamente um valor
intrínseco, já que aquele é-lhe atribuído
pelas pessoas de determinada época e
em contexto específico. Referem-se a
este aspeto expressões como as seguintes: a) «nada é património, mas qualquer coisa se pode tornar património»;
b) as discussões cerca do património
não são relativas ao passado, mas sim
sobre o presente e o futuro, designadamente quanto ao que fazemos dele
(Howard, 2003: 7 e 19). Xavier Greffe,
por exemplo, alude aos seguintes
valores do património: estético, artístico, histórico, cognitivo e económico
(Greffe, 1990: 32-38); a estes, permito-me acrescentar os valores social e
pedagógico.
Quanto aos valores estético e artístico, eles estão presentes nos monumentos tradicionais — castelos, catedrais e
igrejas, palácios e casas vernáculas,
obras de arte pictóricas e escultóricas,
objetos de ornamento e de vestuário,
entre outros —, podendo ser estudados
através da história, da história da arte,
da etnologia e da sociologia. No que
concerne ao valor histórico e cognitivo,
os objetos são vistos como fontes de
informação ou como documentos/
/monumentos (usando a expressão de
Jacques Le Goff). Relativamente ao
valor económico, o património é perspetivado como um recurso que pode
igualmente transformar-se num «produto», o qual é de capital importância,
por exemplo, no âmbito do turismo
cultural. Face ao papel que o turismo
desempenha na economia e na sociedade contemporâneas, já se lhe chamou
o «passaporte para o desenvolvimento»
(Kadt, 1984).
O valor social do património patenteia-se na sua fruição pela própria sociedade, através da sua utilização ou reutilização para proveito das comunidades
em que o mesmo se insere. A propósito,
já foi devidamente enfatizado: «A partir
da década de 1980, o património cultural começa a ser percebido não só na
sua dimensão histórica e cultural, mas
também como uma fonte de riqueza e
de desenvolvimento económico» (Hernández Hernández, 2002: 8). Ao
invés do que outrora se verificava,
segundo esta perspetiva, o património
deve ser considerado uma mais-valia ou
um ativo, em prol do desenvolvimento,
e não apenas um encargo para os responsáveis pela sua preservação.
2.O património no centro
da educação formal
O património e a educação patrimonial, não obstante a sua enorme importância, ainda não ocupam o papel primordial que lhes deveria ser atribuído
na escola e no processo de ensino-aprendizagem. Acerca do assunto e a
propósito da pedagogia do património,
já foi formulada a seguinte questão:
«Os nossos contemporâneos felizmente
têm aceitado estas verdades fundamentais [quanto à função educativa] nos
domínios técnico e científico. Mas que
dizer de uma educação para o ambiente
e o património? Estará ela suficientemente presente nos nossos espíritos
e nas nossas escolas?» (Hague [The]
Forum, 2004: 8).
Do ponto de vista da educação formal — em geral cometida à escola —,
o património constitui um complemento
fundamental do processo educativo,
podendo funcionar como uma espécie
1
Não obstante a relevância que o património tem vindo a assumir nas últimas décadas — ao ponto de já se falar de uma certa «patrimonialização» —,
os dicionários de língua portuguesa só recentemente passaram a considerar e referida vertente do património, como por exemplo na seguinte definição: «conjunto de
bens materiais e imateriais transmitidos pelos antepassados e que constituem uma herança colectiva» («património», in Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea
da Academia das Ciências de Lisboa, vol. II, Lisboa, Ed. Verbo, 2001, p. 2784). Nas citações a partir de língua estrangeira, a tradução é da minha responsabilidade.
4
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de laboratório. Segundo Ballart, podemos
«aproximar-nos» do passado através de
três vias: a) pela memória, explorada
através da história oral e da psicologia;
b) pelos livros e documentação arquivística, como fazem os historiadores;
c) pelos objetos e vestígios materiais,
foco de atenção por parte de arqueólogos
e antropólogos (Ballart, 1997: 93).
Os objetos e vestígios materiais contemplam, por exemplo: estátuas, livros,
fábricas, fotografias, paisagens, canais,
casas, igrejas, mobiliário, tecnologia,
utensílios e ferramentas artesanais,
meios de transporte, centrais elétricas,
de gás e de elevação e tratamento de
água. A sua diversidade é quase omnipresente e pelo menos alguns dos seus
elementos fazem do dito património um
meio pedagógico da maior relevância, o
que é facilitado pela sua acessibilidade,
tanto a professores como a alunos, no
respetivo contexto. As visitas de estudo,
organizadas no âmbito da escola, ou
mesmo fora do ambiente escolar, por
alunos — individualmente ou em família —, devem fazer parte das estratégias
de ensino-aprendizagem, bem como de
projetos de investigação a desenvolver.
Assim, segundo já foi destacado por um
autor, «é possível dar um uso didático
ao património. Neste caso, o seu uso e
significado estão unidos a um determinado processo de ensino e aprendizagem, à sua utilidade como recurso didático em contextos formais ou informais
de ensino» (Viñao, 2011: 49).
Como são múltiplas as atividades a
concretizar no que concerne ao património — deteção e inventariação, salvaguarda e preservação, reutilização e
dinamização —, existem numerosos
tipos de ações que poderão ser incrementadas, com bons resultados em termos de aproveitamento escolar, de
âmbito pluridisciplinar. Mesmo que os
aspetos relacionados com o património
não se encontrem expressamente referenciados nos conteúdos programáticos,
há sempre a possibilidade de usar a chamada «porta de serviço» 2. Trata-se,
pois, de utilizar o património para ilustrar, fundamentar ou concretizar rubricas dos programas, direta ou indiretamente, relacionadas com o mesmo.
São diversas as temáticas em que a
educação patrimonial e a história —
bem como outras disciplinas — se
podem encontrar e de que podem beneficiar mutuamente, tais como: artesanato, industrialização e urbanização;
rotas comerciais e meios de transporte e
comunicações; expansão marítima e
encontro de civilizações; arquitetura
civil, militar e religiosa; antigo regime,
modernidade e pós-modernidade; cultura de massas e cultura de elites; operariado e respetivo ambiente3.
Obviamente que, nestes como noutros casos relacionados com o património, as questões referentes à identidade
e à memória também se encontram presentes. Reportando-se aos laços que
unem a história e a memória, esclarece
A. Viñao: «paradoxalmente, o crescente
interesse pela memória e pelo património produz-se num momento caracterizado pela desmemória, a destruição do
comum ou comunitário e as profundas
transformações nos meios e suportes de
transmissão intergeracional do saber e
do conhecimento que em cada momento
se considera valioso. No centro de tudo
se acha a educação institucional, essa
atividade ou tarefa que as sociedades
têm configurado ao longo de vários
séculos para levar a cabo, de modo sistemático e formalizado, a dita transmissão» (Viñao, 2011: 35).
Em termos de metodologia, a educação patrimonial é baseada em: métodos
ativos; ensino baseado em projetos; práticas cooperativas; autogestão e disciplina; interdisciplinaridade e interculturalismo; parcerias entre professores,
líderes culturais artesãos, encarregados
de educação e patrocinadores (Cultural
heritage…, 1998: 115).
O estudo do património pode desempenhar também uma função primordial
na formação para a cidadania, a compreensão do outro, a tolerância e a paz.
Como cada povo constrói, desenvolve e
salvaguarda o seu próprio património, o
aprofundar do seu conhecimento constitui uma boa forma de entendimento e de
aproximação entre pessoas provenientes
de meios culturais e civilizacionais diversificados (Hague [The] Forum, 2004:
26), o que é da maior importância na era
da globalização e no «mundo plano»4
em que nos inserimos.
3.O património
na educação não formal
e ao longo da vida
Relativamente à educação não formal — também apelidada de informal
por alguns autores —, é hoje relativamente consensual que se trata de uma
das principais características das políticas educativas do século xxi. Com
efeito, diferentemente do que se registava num passado ainda não muito distante, o processo de ensino-aprendizagem não se restringe meramente ao
período escolar do indivíduo, mas deve
acompanhá-lo ao longo da vida.
Neste contexto, instituições como
museus, centros de interpretação, bibliotecas, arquivos e outros centros de documentação e informação — locais que,
por definição e vocação, albergam, estudam, tratam e divulgam os vários géneros de património — são convocados
para o domínio da educação, tornando-se
assim parceiros e complementos das próprias escolas. Em termos de valorização
e sensibilização, a educação patrimonial
leva a que o indivíduo, culto, civicamente ativo e crítico, não só conheça o
património mas também adquira competências para ser um seu empenhado
defensor e protetor. Assim, o património
está intimamente relacionado com a educação em todas as idades5.
Como escreveu F. Tilden, considerado o pai da interpretação no campo do
património: «através da interpretação, a
compreensão; através da compreensão,
a apreciação; e através da apreciação, a
proteção»6.
2
Esta estratégia foi utilizada em Inglaterra nas décadas de 1960 e 1970, quando se começou a prestar a devida atenção ao potencial pedagógico do património
e da arqueologia industriais.
3
Alguns exemplos da ação educativa junto das comunidade podem passar por: a) técnicas relacionadas com o trabalho da comunidade; b) salvaguarda
do património cultural local; c) visitas de estudo, atentas aos valores visuais do ambiente, artesanais e artísticos (Telmo, 1986: 6).
4
Friedman, 2005.
5
Howard, 2003: 18.
6
NOTA: Referências bibliográficas na contracapa desta brochura.
Apud Murta e Celina (Orgs.), 2002: 14-15.
5
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Ciências naturais
O que é o sal?
SABER
O que é a flor de sal?
A flor de sal é composta por
cristais leves e frágeis, em
forma de palhetas, que se
formam na superfície de
pequenas salinas, criando
uma fina película de sal.
Essa película é colhida
diariamente, necessitando
para o efeito de perfeitas
condições climáticas.
A costa portuguesa apresenta boas condições para a produção de
sal marinho por evaporação solar, especialmente no sul do País,
onde as condições edafoclimáticas são bastante favoráveis.
O produto obtido é uma mistura de vários sais precipitados da
água do mar, na qual predomina fundamentalmente o cloreto de
sódio.
O sal constitui uma matéria-prima imprescindível para muitas
finalidades, integrando-se no grupo das «big-five raw-materials».
Todavia, devido às suas características específicas, a maior parte
da produção nacional de sal marinho em Portugal é destinada a
fins alimentares.
A salicultura e o ambiente
A atividade produtiva de sal marinho é muito benéfica para a
manutenção dos equilíbrios ambientais nas zonas costeiras,
sendo a avifauna específica e a estabilidade da linha de costa dos
aspetos mais beneficiados, já que as salinas ativas proporcionam
a existência de ecossistemas determinantes para a sobrevivência
de várias espécies animais e vegetais e impedem a ação negativa
das marés vivas sobre as zonas do litoral, devido aos muros-dique
que defendem as unidades produtivas.
Estas unidades são constituídas por um conjunto de reservatórios construídos em terra e sobre solos impermeáveis, implantados em zonas de sapal. A alimentação de água do mar para os primeiros reservatórios de evaporação aproveita, regra geral, a ação
das marés. O fluxo das águas para aumento da graduação/concentração de sal, devido à evaporação pelo calor do sol e pelo
vento, prossegue ao longo dos reservatórios seguintes até aos
cristalizadores, onde se deposita o sal marinho. A movimentação
das águas utiliza o potencial gravítico dos primeiros reservatórios, cujas cotas topográficas são superiores às dos restantes,
ganho pela tomada de águas das maiores marés ou por bombagem.
Flamingos na
ria Formosa.
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O SAL
As salinas da ria Formosa
A ria Formosa é uma área extensa da costa do Sotavento algarvio,
prolongando-se ao longo de cerca de 60 km entre Ancão e Manta
Rota. As salinas fazem parte de um ecossistema que integra
microalgas, avifauna variada e flora halófita (halos = sal,
phyton = planta). Também vários répteis e pequenos mamíferos
utilizam as salinas como seu habitat.
A vegetação do sapal e da salina desenvolveu mecanismos para se
adaptar a este meio com elevados teores de sal. Em algumas plantas, os sais absorvidos podem ser expelidos pelas raízes ou segregados por glândulas e folhas. Outras armazenam o sal nas folhas,
que caem no final da estação, expulsando assim o sal em excesso.
Dunaliella salina.
Garça-branca.
SABER
Por que razão os flamingos
são cor-de-rosa?
Artémia.
Pilrito-pequeno.
Alfaiate.
Flamingo.
Garça-real.
Valverde-dos-
-sapais.
Borrelho-pequeno-de-
-coleira-interrompida.
Perna-longa.
Salicórnia.
O «lençol» rosado formado
pelos grandes bandos de
flamingos que se alimentam
num estuário constitui uma
imagem única. As suas penas
ficam rosadas porque o
flamingo se alimenta de algas
e crustáceos ricos em caroteno,
uma substância vermelha que
é absorvida pelo organismo.
Entre eles, a Dunaliella salina
é uma microalga halófila
que acumula betacaroteno
e é a base da alimentação
do flamingo nas salinas.
Sapeira.
Sugestões de exploração
1.
Investigar as adaptações das plantas halófitas ao teor elevado de sais no meio.
2.Fazer uma pesquisa sobre a definição de sapal, as características específicas e a fauna das zonas de sapal.
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Físico-Química
O sal — de onde provém?
Um sal é uma substância resultante da reação de neutralização de
um ácido com uma base. O «sal de cozinha», cloreto de sódio, é
um composto iónico constituído por catião sódio e anião cloreto.
O elemento sódio é um metal tão instável que se inflama em contacto com a água, e o elemento cloro é um gás letal.
Catião sódio
Anião cloreto
Estrutura do cloreto de sódio.
O «sal de cozinha» pode ser encontrado em minas, em lagos salgados ou na água do mar. No seu estado natural, pode apresentar
diferentes cores, de acordo com a sua composição, e diferentes
sabores.
Sal marinho
tradicional
Flor de sal
Sódio (%)
34,05
35,05
Cloretos (%)
56,51
55,32
Magnésio (%)
0,37
0,65
Pontos de controlo
Potássio (%)
0,17
0,17
Sulfatos (%)
0,73
0,68
Ferro (mg/100 g)
0,51
0,41
Cálcio (%)
0,21
0,13
Iodo (ppb)
500
500
Mercúrio (mg/kg)
< 0,05
< 0,05
Chumbo (mg/kg)
< 1,00
< 1,00
Cádmio (mg/kg)
< 0,25
< 0,25
Arsénio (mg/kg)
< 0,025*
< 0,025*
Pesticidas
**
**
< 0,10*
< 0,10*
< 0,001*
< 0,001*
< 10*
< 10*
Coliformes totais (30 °C) (NMP/g)
ND\< 0,30
ND
Coliformes totais (44 °C) (NMP/g)
ND\ 0,30
ND
Bact. Halófilas (ufc/g)
ND\ < 10
ND
Enterococcus (ufc/g)
ND\ <10
ND
Bact. Mesófilas (30 °C) (ufc/g)
ND\ <10
ND
Hidrocarbonetos
Nitritos (ppm)
Radioatividade (Bq/kg)
Produção e composição do sal
A obtenção do sal, nas salinas, passa por três
fases:
• inicialmente, armazena-se a água do mar;
• depois, dá-se a evaporação e a consequente
concentração;
• finalmente, ocorre a cristalização e a colheita.
Do equilíbrio das áreas de cada superfície provém a otimização da produção do sal e a sua
qualidade.
O produto resultante, sal marinho ou flor de
sal, é maioritariamente composto por sódio
(cerca de 35 %) e cloretos (cerca de 55 %), mas
contém também outras substâncias.
* Não detetado dentro dos limites da análise.
** Não detetado dentro dos limites da análise (103 pesticidas testados).
*** ND — não detetado.
Composição do sal e da flor de sal (dados da Necton).
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O SAL
O papel do sal no organismo
A dissolução do sal origina iões sódio e iões cloreto, os quais
estão presentes em todos os tecidos e fluidos do corpo humano,
onde desempenham funções muito diversificadas:
• são essenciais para o equilíbrio osmótico entre os fluidos celulares e extracelulares;
• garantem o equilíbrio entre iões positivos e iões negativos no
organismo;
• têm um papel relevante na transmissão de impulsos nervosos
por todo o corpo;
• etc.
O sal deve ser consumido de forma controlada e moderada.
O excesso de consumo de sódio pode trazer problemas para a
saúde humana, pois este elemento retém líquidos no organismo,
elevando a pressão arterial e facilitando, assim, a deposição de
gorduras nas artérias, que se dilatam. Esse processo aumenta o
risco de ocorrência de um acidente vascular cerebral. O consumo
excessivo de sal pode também afetar os rins.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que não se ultrapasse a ingestão de 6 gramas diários de sal.
Utilidade do sal
O ser humano, desde cedo, reconheceu o potencial do sal, sendo
diversas as suas utilizações.
A conservação dos alimentos pelo sal é uma das bases da nossa
civilização, pois permitiu libertar o Homem da dependência
sazonal dos alimentos e armazenar durante o verão as reservas
alimentares para o inverno.
A adição de sal a um alimento desencadeia um processo de osmose, que faz com que a água passe de um
ambiente com uma menor concentração de sal para
um ambiente com maior concentração. Assim, o sal
retira a água dos alimentos, inibindo o crescimento de
microrganismos. Estes microrganismos, que causam o
apodrecimento dos alimentos e produzem toxinas que
afetam a nossa saúde, não sobrevivem num ambiente
de elevada pressão osmótica, isto é, que lhes retira a
água por osmose.
Bacalhau conservado por sal.
Sugestões de exploração
1.
Realizar uma pesquisa sobre que tipos de sais se podem encontrar na Natureza.
2.Identificar diferentes aplicações do sal.
3.Explicar como ocorre o processo de osmose.
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GEOGRAFIA
Olhão — «capital da ria Formosa»
Situado no Sotavento Algarvio, Olhão é um dos 16 municípios
do distrito de Faro, com uma área territorial aproximada de
130 km2.
Apresenta uma população de 45 396 habitantes (Censos 2011),
ao que corresponde uma densidade populacional de 346,83
hab./km². O concelho é delimitado a nascente e a norte pelo concelho de Tavira, a poente pelo concelho de Faro e a sul pelo oceano Atlântico.
Toda a zona litoral do concelho de Olhão se integra no Parque
Natural da Ria Formosa, uma das zonas húmidas mais importantes a nível europeu.
A ria Formosa abrange uma área de cerca de 18 400 hectares ao
longo de 60 km de costa, desde o Ancão até à Manta Rota,
incluindo uma grande variedade de habitats: ilhas-barreira,
sapais, bancos de vasa e de areia, dunas e salinas.
Doc. 1
O sal e a salicultura em Portugal
Para completar a apreciação do
valor económico do mar, é preciso
falar da produção de sal. Documentos do século ix mostram que já
5 então existia na parte norte do litoral
do País.
Os métodos de extração são os
mesmos de todo o sul da Europa;
aproveita-se o excesso de evapora10 ção dos meses quentes e secos do
verão para concentrar as soluções
marinhas.
As marinhas localizam-se unicamente nos sapais. Encontram-se na
15 ria de Aveiro, na foz do Mondego,
perto da Póvoa de Santa Iria, na
margem direita do Tejo, nos arredores de Setúbal, em Alcácer, no estuário do Sado, na ria de Faro (Formosa) e na foz do Guadiana.
Orlando Ribeiro,
Geografia de Portugal, vol. IV
(adaptado).
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O SAL
Salicultura no Algarve
O litoral do Algarve e, em especial, a região da ria Formosa possuem ótimas condições naturais que, associadas a excelentes
condições climáticas, proporcionam o desenvolvimento de uma
atividade muito significativa para a prática da salicultura e fazem
do sal português um produto de grande notoriedade e reconhecimento nacional e também internacional.
O sal é obtido por evaporação da água sob o efeito do sol e do
vento nas salinas. A água do mar entra nas salinas e mistura-se
com os excedentes da safra anterior e, normalmente, com a água
das chuvas, dando assim origem a uma água rica em nutrientes.
Regra geral, os trabalhos de preparação das salinas começam por
volta de março/abril. A safra ou apanha do sal começa em agosto,
quando o sal já está completamente cristalizado, e termina no
final de agosto/setembro. Dias quentes, muito secos e com vento
são os ideais para a produção de uma boa colheita de sal, pois, à
medida que se processa a evaporação, maior é o grau de salinidade que se obtém.
Durante a safra, o salineiro/marnoto deseja que nunca chova,
que os dias não sejam húmidos e também que o sol não se esconda
atrás das nuvens, pois estas três condições climáticas prejudicam
muito a produção.
A flor de sal, um produto cada vez mais procurado, é recolhida do
topo da salina de forma manual e artesanal.
SABER
Curiosidades sobre o sal
• Os nossos antepassados
deitavam sal no fogo para
afugentar os demónios.
• Os Romanos e os Hebreus
salgavam os cadáveres para
os purificar e para permitir
que passassem para a outra
vida.
• Por toda a Europa,
popularizou-se a prática de
submergir os recém-nascidos
em água salgada e de lhes
pôr sal na ponta da língua.
• Acreditava-se que quando
havia sal numa casa nunca
faltaria o dinheiro.
• Para evitar que uma criança
não batizada fosse objeto de
feitiçarias, atava-se às suas
roupas um saquinho de sal
enquanto dormia.
• O sal derramado anuncia
catástrofes; as pessoas
supersticiosas atiravam três
punhados de sal por cima
do ombro esquerdo para
afugentar os espíritos
malignos.
Marnotos a trabalhar numa salina da Necton.
Sugestões de exploração
1.
Fazer uma pesquisa sobre a importância das condições naturais da ria Formosa para a salicultura.
2.Desenvolver com os alunos uma pesquisa sobre o potencial da salicultura na economia regional.
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história
O sal e a história
O sal foi, provavelmente desde o princípio dos tempos, o primeiro mineral utilizado conscientemente pelo Homem como
suplemento alimentar. A preocupação com a conservação dos
alimentos levou também à descoberta de que o uso do sal (pela
salga) era um dos métodos de conservação mais eficazes.
Salmoura (água salgada) a ser fervida para obter sal (na província de Nan, Tailândia). Esta é talvez a mais antiga «indústria química» da história.
A ligação do Homem ao sal está documentada desde 6000 a. C., na China e na
atual Roménia. Os Egípcios antigos usavam o sal nos processos de mumificação
e na Grécia Antiga, tal como em muitos
outros lugares, o sal funcionava como
moeda de troca. Os soldados romanos
recebiam rações de sal, conhecidas por
«salarium argentum». Heródoto fala de
rotas do sal no século v a. C. e algumas
cidades europeias, como Salzburgo (Áustria), tiveram origem nesta exploração e
comércio de sal. O valor do sal levou a
disputas e a guerras, como a que opôs
Veneza e Ferrara em 1482-1484, conhecida como Guerra do Sal.
O sal na história de Portugal
Portugal foi, desde tempos muito anteriores ao nascimento da
Nação, uma região produtora e exportadora de sal. Na Idade
Média, o nosso sal era exportado para toda a Europa e vendido a
preços substancialmente superiores ao que era produzido nas
minas da Europa Central.
O trabalho com o sal tem ocupado muitas gerações de portugueses
e em torno das atividades a ele ligadas conservam-se memórias e
estórias que se confundem com a história das regiões onde era ou é
extraído. A vida dos marnotos, a sua relação com o meio natural e a
economia local, as memórias orais e toda a documentação existente
em torno da extração, comercialização e cultura do sal são fontes
históricas de grande importância para conhecer mais sobre a nossa
história.
Em Portugal estão identificados cinco salgados (conjuntos de salinas): salgados de Aveiro, da Figueira da Foz, de Setúbal, de Alcácer
do Sal e do Algarve. Atualmente, a região do Algarve é responsável
pela grande maioria do sal produzido em Portugal, nomeadamente
nas regiões de Olhão, Tavira e Castro Marim.
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O SAL
Doc. 1
O sal na poesia e na linguagem do quotidiano
É de Fernando Pessoa o verso «Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal», talvez inspirado na trova popular:
«Ó ondas do mar salgado,
donde vos vem tanto sal?
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Vem das lágrimas choradas
nas praias de Portugal.»
Nesta quadra o sal é dor, é sofrimento, mas é prazer, graça e condimento
espiritual nesta outra:
«És pequena, não faz mal.
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Não te dê isso desgosto.
Também a pedra de sal
é pequenina e dá gosto.»
Talvez como expressão de amargura, António Gedeão, no poema A Malta
das Naus, cantou:
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«O meu sabor é diferente.
Provo-me saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente,
nas praias de Portugal.»
[…]
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E, para terminar, uma referência à presença do sal no nosso quotidiano,
através de um conjunto de vocábulos, dos mais vulgares aos mais eruditos:
Salada, nome feminino, é um prato de legumes em cujo tempero entra o
sal, mas salado, nome masculino, significa salgado, do mesmo modo que
salão é terreno salgadiço, salgadio ou salino. Salário foi ração de sal e tem
25 hoje o significado de remuneração. Salé é carne salgada e saleiro tanto é o
recipiente onde se guarda o sal, com o qual salpresamos ou salpicamos os
alimentos no prato, como é o homem que vende sal ou o que o produz, isto é,
o salineiro ou marnoto. Mas saleira é o barco de fundo chato, do Vouga, que
transporta o produto do seu trabalho, e salero, no dizer dos Espanhóis e tam30 bém dos Portugueses, é graça, vivacidade. Salga é o ato de salgar, que é o que
os nossos pais faziam aos toucinhos e outras carnes, após a matança do porco,
e às sardinhas que acomodavam em barricas para abastecer as populações do
interior. Salgadinhos comemo-los como aperitivos ou fazem o almoço frugal
de muitos e salganhada ou salmonada é a falta de arrumo, é confusão. Salga35 dos são as terras baixas, alagadiças, invadidas por águas cuja salinidade ou
salsugem as torna salgadiças, sendo nestas baixas que, preferencialmente, se
instala a salicultura. Salicáceas são as plantas de uma família botânica e salinómetro é o aparelho que mede o teor de sal. Salícola ou salífero é o terreno
que produz sal. Salmoura é água mais ou menos saturada de sal, como a que
40 conserva o atum e é ainda a água salgada que percorre o pipeline de Matacães
até à Póvoa de Santa Iria. Salobra diz-se da água mais ou menos contaminada
com sal. Salsa, como adjetivo, é o mesmo que salgada; como substantivo é a
erva que usamos como tempero de muitas confeções culinárias, mas é também
sinónimo de molho. E, para terminar, salsicha e salpicão são nomes de enchidos temperados com sal.
«Marnoto» ou «salineiro» é o
nome que em Portugal se atribui
às pessoas que trabalham nas
salinas. Chama-se marnoteiro ao
chefe ou mestre dos marnotos.
A. M. Galopim de Carvalho,
O Sal na História da Terra e do Homem (adaptado).
Sugestões de exploração
1.
Fazer uma pesquisa sobre a existência de salinas da época romana em Portugal. Quantas existem e onde se localizam?
2.Investigar sobre o peso relativo do sal nas exportações.
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CASO DE SUCESSO
Necton
História
A Necton desenvolve a sua atividade no setor da biotecnologia
marinha, tendo-se especializado na exploração integrada e sustentável de salinas através da produção e comercialização de sal
marinho tradicional e de microalgas.
Foi constituída em 1997 para dar corpo a tecnologias de produção de microalgas desenvolvidas nos laboratórios da Universidade Católica. No entanto, tornou-se desde logo evidente o
potencial do espaço de salinas abandonadas na localidade algarvia de Belamandil (em pleno Parque Natural da Ria Formosa,
concelho de Olhão). A recuperação das salinas e a reinvenção
dos conceitos de sal marinho tradicional e flor de sal constituíram talvez a melhor inovação da empresa, cujas instalações
incluem quatro salinas, com um total de 350 peças, estando prevista a recuperação de outras salinas na região.
Atualmente, a Necton divide-se em duas grandes áreas de negócio — sal marinho tradicional (para o mercado gourmet) e microalgas (para os setores da aquicultura, cosmética e outros) —,
com uma forte aposta na exportação.
As suas duas marcas de sal marinho e flor de sal (Marnoto e Belamandil) são exportadas para mais de 30 países, desde a Suíça à
Malásia. Foi nos mercados externos que o sal da Necton obteve
notoriedade; só depois se deu a conquista do mercado nacional.
As microalgas destinam-se quase totalmente ao mercado internacional, sobretudo a empresas de aquicultura na Europa, com
destaque para o Reino Unido, Noruega e países do Mediterrâneo.
Salinas da Necton, na ria Formosa.
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O SAL
Os produtos da Necton
Os produtos e serviços que a Necton coloca no mercado são inovadores, resultando da aplicação de conhecimentos marinhos
científicos e tecnológicos.
A produção de sal marinho tradicional e flor de sal é feita com
uma metodologia única que alia a tradição, aprendida com os
marnotos (trabalhadores das salinas), e a modernidade dos processos de qualidade, gestão e inovação, para a obtenção de produtos de excelência.
No que respeita às microalgas, são várias as espécies cultivadas
pela Necton, tanto de água doce como de água salgada, que têm
diferentes aplicações. A maioria das microalgas é exportada para
a aquicultura. Estes organismos são fundamentais nos viveiros de
peixes, uma vez que fazem parte da cadeia alimentar. Além da
aquicultura, as microalgas têm aplicações no mercado da cosmética, pois são ricas em muitos compostos que têm características
protetoras, antibacterianas, antioxidantes e antivirais. Assim,
são várias as empresas cosméticas que utilizam as microalgas na
formulação dos seus produtos.
Sal e flor de sal Marnoto — uma das marcas da Necton.
Fotobiorreatores para a produção de microalgas.
Microalgas da Necton.
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A televisão
O vinho alentejano
O rio Tejo
A agricultura biológica
A indústria do papel
A indústria têxtil
O azeite
O vinho verde
O sal
O queijo SERRA DA ESTRELA
A nanotecnologia
O rio Douro
A indústria
O turismo
www.santillana.pt
A universidade
Bibliografia
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Caso de sucesso
http://www.necton.pt http://saldopositivo.cgd.pt/empresas/
nectonda-ria-formosa-para-o-mundo
EQUIPA TÉCNICA
Chefe de Equipa Técnica: Patrícia Boleto
Modelo Gráfico e Capa: Carla Julião
Ilustrações: Paulo Oliveira
Paginação: João Valado
Documentalista: Paulo Ferreira
Revisão: Ana Abranches e Catarina Pereira
EDITORES
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Impressão e Acabamento: Lidergraf
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