Os Yanomami constituem uma s

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Os Yanomami constituem uma s
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Exercı́cios Objetivos
1. (2009) Os Yanomami constituem uma sociedade indı́gena do norte da Amazônia e formam
um amplo conjunto linguı́stico e cultural. Para
os Yanomami, urihi, a “terrafloresta”, não é
um mero cenário inerte, objeto de exploração
econômica, e sim uma entidade viva, animada
por uma dinâmica de trocas entre os diversos
seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital, wixia, que é muito longo. Se não a
desmatarmos, ela não morrerá. Ela não se decompõe, isto é, não se desfaz. É graças ao seu
sopro úmido que as plantas crescem. A floresta
não está morta pois, se fosse assim, as florestas não teriam folhas. Tampouco se veria água.
Segundo os Yanomami, se os brancos os fizerem desaparecer para desmatá-la e morar no
seu lugar, ficarão pobres e acabarão tendo fome
e sede.
ALBERT, B. Yanomami, o espı́rito da floresta.
Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo:
ISA, 2007 (adaptado).
De acordo com o texto, os Yanomami acreditam
que
(a) a floresta não possui organismos decompositores.
(b) o potencial econômico da floresta deve ser
explorado.
(c) o homem branco convive harmonicamente
com urihi.
(d) as folhas e a água são menos importantes
para a floresta que seu sopro vital.
(e) Wixia é a capacidade que tem a floresta de
se sustentar por meio de processos vitais.
2. (2009) Populações inteiras, nas cidades e na
zona rural, dispõem da parafernália digital global como fonte de educação e de formação cultural. Essa simultaneidade de cultura e informação eletrônica com as formas tradicionais
e orais é um desafio que necessita ser discutido.
A exposição, via mı́dia eletrônica, com estilos
e valores culturais de outras sociedades, pode
inspirar apreço, mas também distorções e ressentimentos. Tanto quanto há necessidade de
uma cultura tradicional de posse da educação
letrada, também é necessário criar estratégias
de alfabetização eletrônica, que passam a ser o
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grande canal de informação das culturas segmentadas no interior dos grandes centros urbanos e das zonas rurais. Um novo modelo de
educação.
BRIGAGÃO, C. E.; RODRIGUES, G. A
globalização a olho nu: o mundo conectado.
São Paulo: Moderna, 1998 (adaptado).
Com base no texto e considerando os impactos culturais da difusão das tecnologias de informação no marco da globalização, depreendese que
(a) a ampla difusão das tecnologias de informação nos centros urbanos e no meio
rural suscita o contato entre diferentes culturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de reformular as concepções tradicionais de educação.
(b) a apropriação, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas
para benefı́cio próprio é fonte de conflitos
e ressentimentos.
(c) as mudanças sociais e culturais que acompanham o processo de globalização, ao
mesmo tempo em que refletem a preponderância da cultura urbana, tornam obsoletas as formas de educação tradicionais
próprias do meio rural.
(d) as populações nos grandes centros urbanos
e no meio rural recorrem aos instrumentos
e tecnologias de informação basicamente
como meio de comunicação mútua, e não
os veem como fontes de educação e cultura.
(e) a intensificação do fluxo de comunicação
por meios eletrônicos, caracterı́stica do
processo de globalização, está dissociada
do desenvolvimento social e cultural que
ocorre no meio rural.
3. (2010) Os vestı́gios dos povos Tupi-guarani
encontram-se desde as Missões e o rio da Prata,
ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências
ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A
leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o
Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste,
aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas
terras baixas da Bolı́via. Evitam as terras
inundáveis do Pantanal e marcam sua presença
discretamente nos cerrados do Brasil central.
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De fato, ocuparam, de preferência, as regiões
de floresta tropical e subtropical.
PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar. Editor, 2005.
Os povos indı́genas citados possuı́am tradições
culturais especı́ficas que os distinguiam de outras sociedades indı́genas e dos colonizadores
europeus. Entre as tradições tupi-guarani,
destacava-se
(a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas por um chefe, eleito
pelos indivı́duos mais velhos da tribo.
(b) a ritualização da guerra entre as tribos e o
caráter semissedentário de sua organização
social.
(c) a conquista de terras mediante operações
militares, o que permitiu seu domı́nio sobre vasto território.
(d) o caráter pastoril de sua economia, que
prescindia da agricultura para investir na
criação de animais.
(e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras sociedades indı́genas.
4. (2010) As ruı́nas do povoado de Canudos, no
sertão norte da Bahia, além de significativas
para a identidade cultural, dessa região, são
úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.
Essas ruı́nas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto
do Patrimônio Histórico e Artı́stico Nacional)
porque reúnem um conjunto de
(a) objetos arqueológicos e paisagı́sticos.
(b) acervos museológicos e bibliográficos.
(c) núcleos urbanos e etnográficos.
(d) práticas e representações de uma sociedade.
(e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.
5. (2012) Na regulação de matérias culturalmente
delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currı́culos da educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as
normas do direito penal (por exemplo, quanto
ao aborto), mas também em assuntos menos
chamativos, como, por exemplo, a posição da
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famı́lia e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança
ou a delimitação das esferas pública e privada em tudo isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento ético-polı́tico de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por
causa de tais regras, implicitamente repressivas,
mesmo dentro de uma comunidade republicana
que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a
cultura da maioria.
HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos
de teoria polı́tica. São Paulo: Loyola, 2002.
A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança
(a) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na
condição da sua concentração espacial,
num tipo de independência nacional.
(b) a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes
comunidades étnicas, confissões religiosas
e formas de vida, em torno da coesão de
uma cultura polı́tica nacional.
(c) a coexistência das diferenças, considerando
a possibilidade de os discursos de autoentendimento se submeterem ao debate
público, cientes de que estarão vinculados
à coerção do melhor argumento.
(d) a autonomia dos indivı́duos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se
libertar das tradições de suas origens em
nome da harmonia da polı́tica nacional.
(e) o desaparecimento de quaisquer limitações,
tais como linguagem polı́tica ou distintas
convenções de comportamento, para compor a arena polı́tica a ser compartilhada.
6. (2013) No dia 1o de julho de 2012, a cidade do
Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo
a receber o tı́tulo da Unesco de Patrimônio
Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artı́stico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36a Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais
explı́cita do que podemos chamar de civilização
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brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades”. A partir de agora,
os locais da cidade valorizados com o tı́tulo da
Unesco serão alvo de ações integradas visando
a preservação da sua paisagem cultural.
Disponı́vel em: www.cultura.gov.br. Acesso
em: 7 mar. 2013 (adaptado).
O reconhecimento da paisagem em questão
como patrimônio mundial deriva da
(a) presença do corpo artı́stico local.
(b) imagem internacional da metrópole.
(c) herança de prédios da ex-capital do paı́s.
(d) diversidade de culturas presente na cidade.
(e) relação sociedade-natureza de caráter singular.
7. (2013) No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo
em relação à comemoração carnavalesca em si
mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam
abolir o entrudo (brincadeira que consistia em
jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que
consideravam mais civilizadas, inspiradas nos
carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para
assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo,
na visão dos seus animados praticantes, poderia
coexistir perfeitamente com os desfiles.
PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a
presença das mulheres nas Grandes Sociedades
carnavalescas cariocas em fins do século XIX.
In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras
frestas: ensaios de história social da cultura.
Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).
Manifestações culturais como o carnaval
também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A
atuação das Grandes Sociedades, descrita no
texto, mostra que o carnaval representava um
momento em que as
(a) distinções sociais eram deixadas de lado em
nome da celebração.
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(b) aspirações cosmopolitas da elite impediam
a realização da festa fora dos clubes.
(c) liberdades individuais eram extintas pelas
regras das autoridades públicas.
(d) tradições populares se transformavam em
matéria de disputas sociais.
(e) perseguições policiais tinham caráter
xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.
8. (2013) A África também já serviu como ponto
de partida para comédias bem vulgares, mas
de muito sucesso, como Um prı́ncipe em Nova
York e Ace Ventura: um maluco na África; em
ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A
animação O rei Leão, da Disney, o mais bemsucedido filme americano ambientado na África,
não chegava a contar com elenco de seres humanos.
LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre
África ficam no clichê. Disponı́vel em:
http://notı́cias.uol.com.br. Acesso em: 17 abr.
2010.
A produção cinematográfica referida no texto
contribui para a constituição de uma memória
sobre a África e seus habitantes. Essa memória
enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano:
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
A história e a natureza.
O exotismo e as culturas.
A sociedade e a economia.
O comércio e o ambiente.
A diversidade e a polı́tica.
9. (2013) Quando ninguém duvida da existência
de um outro mundo, a morte é uma passagem
que deve ser celebrada entre parentes e vizinhos.
O homem da Idade Média tem a convicção de
não desaparecer completamente, esperando a
ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do
sentimento religioso fez da morte uma provação
aterrorizante, um trampolim para as trevas e o
desconhecido.
DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos
nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998
(adaptado).
Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera
que houve um processo de
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(a) mercantilização das crenças religiosas.
(b) transformação das representações sociais.
(a) permanecem como reprodução dos valores
e costumes africanos.
(c) disseminação do ateı́smo nos paı́ses de maioria cristã.
(b) perderam a relação com o seu passado
histórico.
(d) diminuição da distância entre saber cientı́fico e eclesiástico.
(c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
(e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.
(d) contribuem para o distanciamento cultural
entre negros e brancos no Brasil atual.
10. (2013) Seguiam-se vinte criados custosamente
vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei
do Congo magnificamente ornado de seda azul
para anunciar ao Senado que a vinda do Rei
estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.
(e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.
Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro,
Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e
utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR.,
R. Um olhar sobre as festas populares
brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994
(adaptado).
Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo
de
12. (2014) O cidadão norte-americano desperta
num leito construı́do segundo padrão originário
do Oriente Próximo, mas modificado na Europa Setentrional antes de ser transmitido à
América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão cuja planta se tornou doméstica na Índia.
No restaurante, toda uma série de elementos tomada de empréstimo o espera. O prato é feito
de uma espécie de cerâmica inventada na China.
A faca é de aço, liga feita pela primeira vez na
Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original romano. Lê
notı́cias do dia impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China e por um processo inventado na
Alemanha.
(a) exclusão social.
LINTON, R. O homem: uma introdução à
antropologia. São Paulo: Martins, 1959
(adaptado).
(b) imposição religiosa.
(c) acomodação polı́tica.
(d) supressão simbólica.
A situação descrita é um exemplo de como os
costumes resultam da
(e) ressignificação cultural.
11. (2013) A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do
processo cultural: seu movimento, pluralidade
e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo
nostálgico, mas de procurar perceber o próprio
rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo
historicamente.
MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1:
Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte:
Arquivo Público Mineiro, 1988.
(a) assimilação de valores de povos exóticos.
(b) experimentação de hábitos sociais variados.
(c) recuperação de heranças da Antiguidade
Clássica.
(d) fusão de elementos de tradições culturais
diferentes.
(e) valorização de comportamento de grupos
privilegiados.
13. (2014)
Com base no texto, a análise de manifestações
culturais de origem africana, como a capoeira
ou o candomblé, deve considerar que elas
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Queijo de Minas vira patrimônio
cultural brasileiro
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O modo artesanal da fabricação do queijo em
Minas Gerais foi registrado nesta quinta-feira
(15) como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artı́stico Nacional
(Iphan). O veredicto foi dado em reunião do
conselho realizada no Museu de Artes e Ofı́cios,
em Belo Horizonte. O presidente do Iphan e do
conselho ressaltou que a técnica de fabricação
artesanal do queijo está “inserida na cultura do
que é ser mineiro”. Folha de S. Paulo, 15 maio
2008. Entre os bens que compõem o patrimônio
nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:
14. (2015) Quanto ao “choque de civilizações”, é
bom lembrar a carta de uma menina americana
de sete anos cujo pai era piloto na Guerra do
Afeganistão: ela escreveu que - embora amasse
muito seu pai - estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo por seu paı́s. Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram
entendidas como manifestação “normal”de patriotismo americano; vamos conduzir uma experiência mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo
para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã - não é necessário pensar muito sobre qual teria sido a
nossa reação.
ZIZEK, S. Bem-vindo ao deserto do real. São
Paulo: Bom Tempo, 2003.
A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do (a)
(a) prática da diplomacia.
(b) exercı́cio da alteridade.
(c) expansão da democracia.
(d) universalização do progresso.
(e) conquista da autodeterminação.
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Gabarito
1. E
4. A
7. D
10. E
2. A
5. C
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