1 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
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1 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
1 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA MOTIVOS DE ADESÃO Á PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM UMA ACADEMIA EXCLUSIVAMENTE FEMININA DE PORTO VELHO-RO ISABEL RODRIGUES DE AZEVEDO PORTO VELHO – RO 2011 2 MOTIVOS DE ADESÃO Á PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM UMA ACADEMIA EXCLUSIVAMENTE FEMININA DE PORTO VELHO-RO Orientanda: Isabel Rodrigues de Azevedo. Orientadora: Silvia Teixeira de Pinho. Monografia de Graduação apresentada ao curso de Educação Física do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, para obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. PORTO VELHO - RO 2011 3 ISABEL RODRIGUES DE AZEVEDO DATA DA DEFESA: ____/____/____ BANCA EXAMINADORA Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho Julgamento: ______________ Assinatura:_________________________________ Prof. Dr. Ivete Aquino de Freire Julgamento: ______________ Assinatura:_________________________________ Prof. Ms. Ramón Nuñez Cardenas Julgamento: ______________ Assinatura:_________________________________ 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha família: Ivan, meu pai e eterno herói; Niva, minha mãe e exemplo pra vida; Stella, minha única irmã e eterna companheira; e meu companheiro que esteve presente em diversos momentos com apoio integro, Diego. Sem a ajuda e colaboração de vocês, creio que não teria conseguido, ou talvez, a batalha tivesse sido muito mais árdua do que foi. Desculpem as ausências e possíveis negligências de minha parte. Amo muito vocês. 5 AGRADECIMENTOS Por tudo que se concretiza nesse momento, agradeço a Deus, por toda luz e proteção que me concedeu. Sem essa crença em meu coração, eu não iria conseguir nada. Agradecida, sempre. Talvez, depois de tantos obstáculos e tentar falar sobre emoções, esse seja o momento mais difícil, ou seja, expressá-las. Como agradecer ou retribuir em palavras a tantas pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização e conclusão desse trabalho? É um momento complicado. Pai e mãe (Ivan e Niva), sem o vosso amor e exemplo, literalmente, eu não seria nada. Obrigada por me amarem. O meu amor por vocês é infinito. A minha irmã Stella, obrigada pelo apoio que sempre empregou. Amo você. Ao meu namorado, Diego, obrigada. Sei que não foi fácil para você e, com certeza, não há como colocar em palavras todo o apoio que me deu. Desde o incentivo á presença constante nos momentos difíceis, além da ajuda na elaboração e correção desta monografia. Mesmo com algumas dificuldades e obstáculos, somos cúmplices um do outro. Com certeza, sem seu apoio eu não teria conseguido. Meu amor, obrigada. Eu te amo muito. Falar de entes próximos e queridos não é fácil, nos deixa vulneráveis. Mas agradeço a todos os meus familiares, tanto os de sangue (Família Azevedo e Rodrigues) como os de consideração (Família Torres). Em especial a minha madrinha e segunda mãe Diva. Agradeço a todo carinho dado por vocês. Falar de orientadora é bem difícil também. Silvia, agradeço a Deus por ter feito meu caminho cruzar com o seu. Obrigada por tudo, pela sua paciência, por ter me aceito como sua aluna, o quanto que aprendi e aprendo com você. Foram muitos estímulos, não só a mim, mas a todos que estão a sua volta. Você me fez entender o verdadeiro significado da palavra “comprometimento”. Simplesmente obrigada. Querido professores do DEF, sem vocês essa minha trilha teria ficado muito mais espinhosa. Obrigado por todo conhecimento que me foi passado. Vocês foram fundamentais para minha formação. Como falar dos meus queridos amigos? 6 Primeiro, agradeço à Débora, uma amiga muito especial e sempre presente em todos os momentos com apoio total e palavras de animo sempre. Obrigada amiga, amo você. As minhas amigas: Talita, Viviane e Ana Julia. Queridas, obrigada por tudo. A todos os outros amigos, que são especiais e me ajudarão nesta batalha, obrigados. Aos meus colegas de faculdade, que fizeram estes quatro anos de curso muito mais fáceis e interessantes, foram ótimas manhas juntos. A academia Contours que abriu as portas para que eu pudesse realizar este trabalho e as mulheres que responderam aos questionários da pesquisa com tanta simpatia. Obrigado, sem vocês nada disso seria possível. 7 Dar prioridade às emoções, experimentar um “senso” em relação a si próprio, olhar para o próprio sentimento, permitir senti-lo, é lançar mão de mais um sentido: as emoções, capaz de mudar o sentido da própria vida. Para isso é necessário aprender a sentir satisfação com a experiência, sentimento que torna a vida mais feliz.”. Trecho da Dissertação de Marília Freire, 2005. 8 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT I – INTRODUÇÃO......................................................................................................11 II - REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................16 III – METODOLOGIA..................................................................................................41 IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................44 VI – CONCLUSÃO.....................................................................................................57 VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................58 • Anexo I – Questionário............................................................................................66 • Anexo II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido........................................68 • Anexo III – Termo de Consentimento de uso do nome e imagem..........................69 9 RESUMO O presente estudo abordou a prática de exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina de Porto Velho-RO; tendo como objetivo verificar os motivos que levaram mulheres à optar por uma academia exclusivamente feminina, em detrimento das academias tradicionais. A academia selecionada para esse estudo é a única da cidade que tem como característica atender somente o público feminino, com atividades especiais como o circuito de apenas 30 minutos de duração, além de pilates, boxe e estética. A amostra da pesquisa foram cinquenta mulheres com idade entre 18 a 60 anos que representam as praticantes de exercícios físicos em academias exclusivamente feminina na cidade de Porto Velho- RO. A metodologia utilizada foi do tipo transversal que teve como instrumento de pesquisa, um questionário semiestruturado com nove perguntas referentes a escolha deste tipo de academia. Constatouse que a preferência delas por uma academia exclusivamente feminina está primeiramente relacionada à: tratamento ser diferenciado para mulheres, utilização de roupas mais confortáveis sem constrangimentos, higiene do ambiente, pela orientação de profissionais mulheres, por vontade do marido ou companheiro e por não ter a presença de homens. Outros motivos, também percebidos e importantes, foi o fato de ser um circuito de apenas 30 minutos de duração, sendo o tempo da pratica um fator a mais para a opção desta academia e a estrutura favorável á mulher. Verificou-se também que a procura por exercícios está relacionada à estética e à saúde pois com o avançar da idade, há uma diferença desses motivos, ficando explicito a uma maior preocupação com a saúde e o bem-estar. UNITERMOS: Academia feminina, exercícios físicos e motivação. 10 ABSTRACT This study addressed the practice of physical exercises in a gym exclusively female from Porto Velho, RO, aiming to verify the reasons that led women to opt for an allgirls academy, at the expense of traditional gyms. The academy selected for this study is the only city which features meet only the female audience, with special activities such as the circuit only 30 minutes long, and pilates, boxing, and aesthetics. The survey sample were fifty women aged 18 to 60 years representing the practitioners of physical exercise in all-female gyms in the city of Porto Velho-RO. The methodology used was cross that he had as a research tool, a semi-structured questionnaire of nine questions regarding the choice of this type of gym. It was found that the preference of them for an all-girls academy is primarily related to: treatment is different for women, use of more comfortable clothes without constraints, environmental hygiene, the guidance of professional women, by the will of the husband or partner and not have the presence of men. Other reasons, and also perceived important was the fact that a circuit just 30 minutes long, and the time of practice one more factor for the choice of this academy and structure favorable to women. It was also found that the demand for exercise is related to aesthetics and health because with advancing age, there is a difference of these reasons, explicit in getting a greater concern for the health and well-being. KEYWORDS: College women, exercise and motivation. 11 1. INTRODUÇÃO A busca por uma melhor qualidade de vida através de exercícios físicos tem sido altamente valorizada nos dias atuais como uma alternativa para minimizar os danos causados por diversos fatores deteriorantes do bem-estar, como o stress das grandes cidades, sedentarismo e má alimentação que acabam abalando a estrutura qualitativa dos seres humanos (TAHARA, 2003). Segundo Pitanga e Lessa (2010), o sedentarismo é caracterizado pela ausência de atividade física, sendo considerada a doença do século por estar associado ao comportamento cotidiano decorrente dos confortos da vida moderna que através do processo de industrialização provoca a diminuição da prática de atividades. O sedentarismo esta ligado à doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, saúde mental, hipertensão arterial, tendo maior prevalência em mulheres, idosos e pessoas de baixa escolaridade. Como foi citado anteriormente a causa do sedentarismo vem do avanço tecnológico mundial e da concentração em massa da população nas grandes cidades, ocasionando falta de tempo e excesso de trabalho e como consequência disso, a procura por serviços de uma academia torna-se necessária, com o objetivo de solucionar tal problema, ou minimizá-lo (PEREIRA apud Lima, 2010). É crescente a preocupação da população com a melhoria da qualidade de vida e a conscientização a respeito da importância do exercício físico, proporcionando um grande aumento de público nas academias de ginástica. A preocupação com a saúde física, e seus benefícios são apontados como motivo principal da adesão à prática da atividade física em academias, segundo Matsudo e Matsudo (2000), Saba (2001) propicia benefícios, como: aumento do funcionamento dos sistemas metabólico, endócrino e imunológico; melhora na qualidade de vida; diminuição do risco de doença cardiovascular; melhora no controle do peso; controle da pressão alta e do diabetes, entre outros. Conforme o estudo realizado por Santos (2006), os motivos iniciais de adesão a prática de atividade física na idade adulta são: ordem médica; lazer e qualidade de vida; estética; saúde (ou condicionamento físico). Apesar do motivo principal de adesão destes indivíduos não ser de cunho estético, a pesquisa demonstrou que os pesquisados possuem uma certa preocupação com a imagem corporal frente à sociedade. A soma de necessidades torna a atividade física mais significativa. 12 Cunha apud Marcellino (2003) relata em seu estudo que os motivos que levam as pessoas a frequentarem academias variam muito, entre eles, estão a busca da melhoria da condição física e da saúde, a busca do relaxamento, descarga de energia e higiene mental e coloca também que algumas pessoas procuram as atividades por recomendação médica. Portanto, pode-se observar que entre esses e outros motivos direcionam as pessoas à procurarem com frequência locais para a prática de atividade física orientada por profissionais da área, aumentando o número de academias em nosso país. Como decorrência dessas necessidades, Marcellino (2003) afirma que as academias vêm ocupando cada vez mais espaço no contexto social, como organizações especializadas, prestadoras de serviços relacionadas com as atividades motoras, ou físico-esportivas, ou do movimento, de acordo com a nomenclatura utilizada. Complementando, Coelho Filho (2000), também citado pelo autor, distingue duas realidades de academias de ginástica: as menores, onde as relações são mais pessoais, e as maiores, mais impessoais nas relações. Aponta também, o privilégio dado para os profissionais do sexo masculino em grandes academias e o equilíbrio entre os dois sexos nas pequenas. Fato interessante a ser considerado é o surgimento de academias com estilos diferenciados, direcionadas a grupos específicos. Um exemplo disso são as academias com acesso exclusivo para mulheres, contrapondo-se ao padrão de academia mista, frequentada por todos os grupos de pessoas. A esse respeito, Neiva aponta para o fato de que, apesar de homens e mulheres estarem cada vez mais próximos da igualdade, no que se refere ao acesso a lugares públicos e privados, ainda é necessário criar estratégias para facilitar o acesso para as mulheres. Algumas das estratégias se constituem pela delimitação de espaços privados, com acesso exclusivo de mulheres. Os autores destacam como exemplo, as academias de ginásticas exclusivamente femininas, onde se aceitam apenas mulheres como proprietárias, funcionárias e alunas. Enfatizam também que o número de academias ditas “femininas” vem crescendo rapidamente, o que em décadas passadas era incomum. Além disso, a mulher pode ser considerada como a maioria dos frequentadores das aulas de ginástica nas academias. Fernandes (2005) mostra isto em seu estudo, apontando o fato de ter optado pela pesquisa com as mulheres, pois na academia selecionada por ele, 60 a 70% dos participantes de ginástica, entre 25 e 35 anos, eram mulheres. Porém, de acordo com Robertson e Mutrie (1989, citados por Balbinotti e Capozzoli, 2008), para participar de um programa de atividade física regular, mulheres 13 adultas, ainda encontram um grande número de barreiras a vencer, por exemplo, na família e no trabalho. Por outro lado, estudo de Salles-Costa (2003) sobre a prática de atividade física de lazer, na perspectiva de gênero, mostrou que a inatividade é maior entre as mulheres. As causas para isto seriam as múltiplas jornadas de trabalho limitando o tempo para o lazer. Apontando uma contradição, as autoras colocam o fato de as mulheres terem uma percepção mais sensível do corpo do que os homens, o que naturalmente as faria procurar pela atividade física, com o objetivo de se conseguir através dela um corpo delineado e o controle do peso. Para Saba (2001) a atividade é benéfica tanto no aspecto biológico, como também no nível psicológico. Os efeitos positivos sobre os aspectos psicológicos originam do prazer que se é obtido na atividade realizada. Podemos então dizer que a motivação é um fator essencial para o desempenho do aluno nas academias. Não importa o tipo de tratamento que se pretende desenvolver em um individuo o caminho motivacional será sempre o de suas necessidades pessoais, sejam elas físicas, espirituais, política, estéticas, econômicas (FEIJO, 1998). Donizete (2001) nos diz que qualquer que seja a tarefa a ser realizada, a motivação é o elemento fundamental no processo finalizador ou no fracasso do alcance total do próprio objetivado. Baseando nisso pode-se dizer que se matricular em uma academia e iniciar uma atividade física não é a parte mais difícil. O estímulo de uma novidade a busca por um objetivo é bastante gratificante, mas nem sempre é tão fácil conseguir se manter fiel a prática de atividade física, as que se determinam a isso são regidas por fortes motivos. É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez tem sido utilizada com diferente sentido. De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico. Esse impulso à ação pode ser provocado por um estimulo externo (provido do ambiente) e pode ser também gerado internamente nos processos mentais do individuo (CHIAVIENATO, 1997). Segundo Paim (2002), motivação é um termo que abrange qualquer comportamento dirigido para um objetivo que se inicia com um motivo, esse provoca um determinado comportamento para a realização do que se foi objetivado, sendo assim indivíduos diferentes podem praticar a mesma atividade, só que animados por razões incomuns. A partir disso podemos dizer que o interesse desse estudo se fundamentou no intuito de verificar os principais fatores motivacionais que tem levado as mulheres a 14 procurarem por academia exclusivamente feminina. Sabemos também como foi situado por Donizete (2001) que a motivação é totalmente individualizada e diferenciada em sua complexidade, então o presente estudo não tem como objetivo criar um padrão motivacional, vendo que isso seria impossível. 1.1 JUSTIFICATIVA Esta pesquisa justifica-se pelos seguintes motivos: pela escassez de estudos neste aspecto da cidade de Porto Velho-RO, especificamente dos motivos de adesão a pratica de exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina. Uma vez que vários estudos apontam os principais motivos citados por mulheres pela academia exclusivamente feminina, como Neiva et al. quando afirma que a jornada dupla de trabalho da mulher reduz o seu tempo livre, fazendo com que as academias femininas se tornem uma oportuna opção por oferecerem programações especiais para suas clientes, onde elas se exercitam em tempo reduzido. Os principais fatores abordados por Marcellino (2003) em seu estudo é que a saúde e condicionamento físico, estética, relaxamento, fazer amigos e encontrar amigos são os motivos por ordem que levam os alunos a frequentarem as academias. Ao analisar os motivos iniciais de adesão de um grupo de adultos, com idade entre 40 e 60 anos, à prática de atividade física, Knijnik e Santos (2006) identificaram também aspectos semelhantes: ordem médica; lazer e qualidade de vida; estética; saúde (ou condicionamento físico). Enfatizaram que apesar da principal adesão destes indivíduos não ser de cunho estético, os mesmos demonstraram certa preocupação com a imagem corporal perante a sociedade. Para eles, vários autores apontam como aspectos comuns às pessoas para o início da prática: conhecimento dos benefícios trazidos à saúde; o prazer da prática; conhecimento da melhora dos aspectos sociais e psicológicos e a melhora estética. Porém, a “estética” apontada nesse estudo como um dos motivos para frequentar uma academia, também é citado por Neiva ao afirmar que as mulheres buscam uma silhueta definida, um corpo perfeito, o que reflete sua vulnerabilidade à influência da cultura da estética em nossa sociedade. Outros aspectos são considerados por Caparroz (2008) ao apontar que os sujeitos de sua pesquisa afirmaram que a pratica de atividade física alterou positivamente suas 15 emoções proporcionando melhora no humor, relaxamento, mais disposição, prazer e diminuição da tensão. Em estudo feito por Balbinotti e Capozzoli (2008) concluiu-se que, quando o motivo é relacionado à saúde, as mulheres aderem nominalmente mais à prática regular de atividade física do que os homens. Levando em consideração o tempo de prática de atividade física e as modalidades oferecidas, Dreher & Godoy (2003) dizem que as novas exigências do cotidiano moderno passam por uma adequação do corpo em busca de uma boa qualidade de vida e esta adequação acontece através de atividades físicas desenvolvidas em academias de ginástica e musculação, em especial nas academias femininas. Mas nenhum estudo relata os principais motivos de adesão na cidade de Porto Velho-RO. Diante destes pressupostos, é que se justifica o interesse em realizar esta pesquisa. Para toda a população feminina da cidade de Porto Velho-RO que busca praticar exercícios físicos em academias exclusivamente femininas. 1.2 OBJETIVO Objetivo geral; - Identificar os principais motivos de adesão á pratica de exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina. Objetivos específicos; - Verificar os motivos da pratica de exercícios físicos em academia; - Analisar os fatores que levaram a escolha de uma academia exclusivamente feminina; - Descrever o tempo de pratica nesta academia; - Identificar os fatores motivacionais para pratica de exercícios físicos nesta academia; - Analisar se ocorre interferência positiva ou negativa na pratica de exercícios com a presença de homens; - Identificar os motivos que levaram a optar por uma academia exclusivamente feminina em detrimento da mista; - Apontar as diferenças ou melhorias notadas pela pratica sem a presença de homens. 16 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 GINÁSTICA DE ACADEMIA Toscano (2001) conceitua as academias de ginástica como centros de atividades físicas onde se prestam serviços de avaliação, prescrição e orientação de exercícios físicos, sob supervisão direta de profissionais de educação física. Para Rojas (2003) as academias de ginástica são compreendidas como centros de condicionamento físico que oportunizam o ambiente e orientação para a prática de programas de exercícios físicos. As academias de ginástica e musculação são centros de atividades físicas que prestam serviços de avaliação, prescrição e orientação de exercícios físicos, sob supervisão direta de profissionais de Educação Física, tornando-se uma opção para a população, que adere ao exercício físico com o intuito de obter melhorias em seu bemestar geral (MARINHO & GUGLIELMO, 1997). Capinussu (1989) apresenta a resolução nº 104963, publicada no Diário Oficial da União, de 10 de fevereiro de 1984, pág. 2112, Seção I, onde o Ministério do Trabalho conceitua academia como “empresa que se dedica a ministrar cursos de balé, danças, musculação, lutas e cultura física de modo geral, lecionados por professores diplomados em curso superior de Educação Física, além da aplicação de duchas, saunas e massagens, mediante orientação de médicos diplomados”. Esta resolução é completa no seu conceito de academia, pois cita todas as suas abrangências, mas a exigência da orientação de um médico diplomado pode ser considerada como invasão de área, uma vez que o profissional de Educação Física em sua graduação é instruído de todo conhecimento pratico e teórico para avaliar e prescrever exercícios físicos dentro da academia, salvo o laudo médico em casos de reabilitação ou qualquer limitação na prática de exercícios físicos. Levando-se em conta as dimensões e a quantidade de interesses culturais que satisfazem, as academias podem ser classificadas como micro equipamentos específicos, privilegiando os conteúdos físico-esportivos no lazer. As academias vêm ocupando cada vez mais espaço no contexto social, como organizações especializadas, prestadoras de serviços relacionadas com as atividades motoras, ou físico-esportivas, ou do movimento, de acordo com a nomenclatura utilizada. 17 As academias passam a ser assim, na maioria das vezes, não instituídas com essa finalidade, um espaço de convivência e vivência do lazer, para além dos conteúdos físicoesportivos. Por outro lado, a análise de Mello (1997) permitiu a consideração da importância da prática das atividades físicas, nesse espaço, bem como fazer uma analogia entre os ritmos delas e o ritmo das ações desenvolvidas na vida cotidiana da sociedade contemporânea, automatizada e voltada para o mercado, chegando à conclusão da interdependência entre lazer e trabalho. Trata-se de outro estudo que constata a relação entre os conteúdos físico esportivos do lazer e os sociais, aqui não apenas em conteúdo mas também em forma, ou seja, a procura de vivência do componente lúdico da cultura. Coelho Filho (2000) distingue duas realidades polares de academias de ginástica: as menores, com relações mais pessoais, e as maiores, mais impessoais nas relações ou mais voltadas para o mundo dos negócios. Constata, inclusive, o privilégio dado para os profissionais do sexo masculino em grandes academias e o equilíbrio entre os dois sexos nas pequenas. Constata, ainda, que nas grandes academias, há restrição para o trabalho de profissionais à medida que eles envelhecem. Verifica também que o praticante atual muitas vezes quer alcançar metas a curto prazo e modelar o corpo, influenciado pela mídia, sendo que quase sempre o profissional é instado a adaptar-se à demanda. Seu estudo revela que a competência, muito valorizada no mercado das grandes academias de ginástica, do Rio de Janeiro, local onde realizou sua pesquisa, é a da animação, que talvez supere a competência técnica. Assim, percebe-se que á busca pelas relações pessoais e animação é motivo da prática de exercícios físicos nas academias. Segundo Dreher e Godoy (2003), o avanço tecnológico mundial e a concentração da população nas grandes cidades são os princípios causadores do sedentarismo, devido à falta de tempo e pelo excesso de trabalho, há uma influência direta no cotidiano das pessoas, portanto, tem-se uma necessidade maior de serviços de academias que proporcionem soluções para esse problema do sedentarismo, ou que pelo menos o amenize. A prática de atividades físicas tem sido altamente valorizada nos dias atuais, tendo em vista os diversos fatores que abalam a estrutura qualitativa da vida humana. O stress das grandes cidades, questões ligadas ao sedentarismo, má alimentação, entre tantos outros fatores, são elementos significativos que impulsionam as pessoas a procurarem válvulas de escape, capazes de minimizar esses efeitos deteriorantes da qualidade da existência (TAHARA & SILVA, 2003). 18 A busca da melhoria da condição e aparência física, e as preocupações que por sua vez aparecem cada vez mais associadas à própria noção de saúde também são responsáveis pela expansão desse setor (MASCARENHAS ET AL., 2007; MARCELLINO,2003). Novaes e Vianna (2003) relatam que os objetivos das academias são, principalmente, a manutenção da saúde e qualidade de vida dos seus praticantes, pois a busca de um corpo mais bonito ajuda as pessoas a terem um estilo de vida mais saudável. Saba (2001) enfatiza que as academias de ginástica, em geral, são lugares nos quais as pessoas frequentam com o intuito de melhorar sua qualidade de vida, tanto em relação à estética quanto a prática do lazer, sendo também um ótimo lugar para relacionar-se como outras pessoas. Infelizmente, segundo o próprio autor, metade das pessoas que começam a malhar, vai desistir dos exercícios após seis meses de prática, mesmo tendo conhecimento de como a atividade física é importante para sua saúde mental e corporal. Apesar do crescente número de academias de condicionamento físico e das informações sobre a importância da prática de atividade física, observa-se que um grande número de pessoas, que iniciam programas nestes locais, desiste por diversos fatores. Estudos americanos destacam que a desistência é mais acentuada ao final do primeiro e terceiro mês de participação (CANTWEL, 1998; DISHMAN, 1994). É notável que a assiduidade na academia é difícil por vários fatores. Cabe ao gestor criar estratégias que motivem a participação dos alunos e os força a criar um vinculo afetivo, tentando minimizar assim as possíveis perdas. A aderência à atividade física não é muito difícil, pois quase tudo que a pessoa ouve, lê ou vê alerta para os benefícios da atividade física, e quase que por pressão, a mesma passa a experimentar a prática, sendo que, a manutenção desse cliente parece ser a grande dificuldade que as empresas de academia encontram na sua gestão. Embora o estilo de vida ativo já apresente benefícios à saúde da população em geral, o exercício prescrito que considera parâmetros específicos (tipo, intensidade, duração, frequência) apresenta melhores resultados no que diz respeito à aptidão física (ACSM, 1998). Frente a este quadro, destaca-se o papel dos centros de condicionamento físico ou academias de ginástica – como são comumente conhecidos – como local de prática e de promoção do exercício físico. Estes locais podem ser considerados como “termômetros” do movimento de promoção da atividade física, pois conforme se divulga a importância da atividade física, esses centros têm aumentado tanto em número, quanto em opções de atividades oferecidas a seus clientes (VANDERBURG, 1998; BOLGER & KIMIECK, 1998; CANTWELL, 1998; KOLOVOU, 1998; NEWKIRK, 1998). 19 A academia de ginástica (ou Fitness) é integrante do segmento de serviços, estabelecendo conexões com três outros setores que são: estética, entretenimento e saúde. O mercado para esse tipo de atividade está passando por um período de crescimento, visto que o fato de abordar três elementos (saúde, diversão e beleza) em uma só atividade vem atraindo um público que, a cada dia, está mais consciente dos seus benefícios. Desde o seu surgimento, as academias têm absorvido um número cada vez maior de adeptos, com faixas etárias e motivos de procura diferenciados (MARCELLINO, 2003). Isto exige dos profissionais de Educação Física conhecimentos que vão além dos aspectos físicos e biológicos do movimento humano. Incorporada à prática de exercícios físicos e aos discursos que envolvem estética e saúde, estrutura-se a dinâmica indústria do fitness que exige dos profissionais atuantes deste ramo da Educação Física constante atualização, na qual as estratégias de “vendas” e de consumo perpassam pela criação de novos produtos, para atender a demanda de novas “necessidades” do publico alvo. A ginástica tradicional, a musculação e o step training, praticados no início da década de 90, agora dividem espaço com o BodyAttack, BodyBalance, BodyCombat, BodyJam, BodyPump, BodyStep, Bodyvive e RPM . Além do PowerJump e o PowerPool. Programas, ou melhor, produtos que integram a Les Mills Body Training Systems3 e o Sistema Brasileiro da Body Systems4, respectivamente. Mas, embora o discurso legitimador utilizado por esta grande empresa seja o da saúde, pode-se inicialmente inferir que essa extensa opção de programas de ginástica tenha uma preocupação, sobretudo com a estética. A evidência do argumento aqui proposto é ainda maior quando a cada trimestre há o lançamento de novas aulas, com publicidade específica dessas “novidades” criadas pelo programa. Em meio a tantos recursos para remodelar o corpo só é considerado feio, fora de forma, flácido, o não ginástico. O culto ao corpo se tornou praticamente um estilo de vida contemporâneo mas, não talvez de uma simples vida, mas de uma vida tecno-científica. A incessante busca de um ganho suplementar de saúde, juventude e beleza conquistam a cada dia um espaço extraordinário nos meios científicos e artísticos, na mídia e em todas as esferas da nossa vida (COUTO, 2007). É crescente o investimento em uma vida mais saudável, seja através de recomendações médicas, práticas de atividades físicas, boa alimentação e menos stress. Por trás dessas recomendações, o que se encontra é o discurso, amplamente divulgado, de que o corpo precisa ser glamourizado (COUTO, 2007). 20 O corpo neste cenário assume um lugar central, pois é nele que se inscrevem as possibilidades de embelezamento através do consumo de exercícios, vestuário, mídia, etc. O corpo situa-se como objeto de consumo, investimento e desejo devido aos apelos de sedução editados pelos meios de comunicação. Consequentemente, afirmam-se cada vez mais tipos e modelos de corpos socialmente aceitos e fortemente identificados, com a exacerbada depreciação estética do produto padronizado pela grande massa (COUTO, 2007). Existem vários autores como Nahas (2007), Novaes (2003), Netto (2001) e Pitanga (2003), entre outros, que estudam e publicam pesquisas envolvendo a prática de exercício como promoção de saúde e, se não menos importante, ao apelo midiático que se sofre todos os dias. O discurso baseia-se na ideia de que para manter-se saudável é necessário praticar exercícios físicos regularmente e manter hábitos e alimentação saudáveis (COUTO, 2007). Entretanto, suspeita-se que esse não seja o único motivo pelo qual ocorra uma demanda considerável de indivíduos a procura de academias de ginásticas. Essa grande demanda e o crescente número de programas de exercícios físicos leva a refletir e a investigar a importância do que é ser saudável e esteticamente belo para esses corpos que frequentam as academias de ginástica por meio de programas de atividades de fitness. De acordo com Fernandes (1996) a ginástica é uma atividade física que contribui para que os órgãos internos funcionem com mais eficiência, e, portanto, reduz em muito a possibilidade de degeneração da saúde e do aparecimento de doenças. Para o autor dentre as melhoras que a ginástica proporciona, contribuindo muito para o bem-estar geral, poderíamos citar: “Bem-estar mental associado a um decréscimo da tensão; A coordenação e as reações do sistema nervoso se aprimoram; A compleição da pele é melhorada; A eficiência do coração aumenta em muito; A eficiência dos pulmões aumenta também; O metabolismo se modifica com o aumento do nível de atividade física; Os contornos do corpo se alteram; os tecidos do corpo não mais cedem ao próprio peso; a perda de peso fica facilitada; os ossos e articulações ficam mais fortes e a postura melhora juntamente com a condição geral dos músculos e articulações. No Brasil ainda não há regulamentação do setor, por esse motivo e por diferenças nos registros de empresas nas cidades, não se tem certeza sobre a quantidade de academias de ginástica. Rodrigues (2002) apresenta dados em que se estima que 1,3% da população brasileira pratica atividades em academias. O país é classificado como um dos primeiros quanto ao número de empresas desse tipo, cerca de 6.000, semelhante à Alemanha; instaladas principalmente em São Paulo e Minas Gerais, a maioria é de 21 pequeno porte. Não há consenso sobre esse número, que nas diversas estimativas varia de 4.800 a cerca de 10.000 academias (RODRIGUEZ, 2002; SABA, 1998). A expansão desse setor é estimulada por uma série de técnicas e inovações que se processam continuamente nesses ambientes de prática de exercícios físicos (MASCARENHAS et al., 2007; MARCELLINO,2003). 2.1.1 HISTÓRICO DAS ACADEMIAS A atividade física é praticada pelo ser humano desde os seus primórdios, pois segundo Saba (2001), a atividade física é o movimento corporal humano que envolve um gasto de energia superior ao gasto da situação de repouso, logo, deduz-se que qualquer atividade que um indivíduo faça que ultrapasse seu gasto energético basal (gasto energético em repouso exigido pelas atividades básicas do corpo), pode ser considerada atividade física. Segundo o autor, o que diferencia a atividade física do exercício físico é que este último é direcionado a um determinado fim de desenvolvimento corporal, ou seja, enquanto a primeira é feita de forma aleatória, o segundo tem característica de estar relacionada a uma finalidade sistemática e planejada. Essa diferença quanto a definição destes termos, pode ser melhor entendida através do funcionamento do corpo que é mantido por um equilíbrio dinâmico que necessita de atividades para funcionar normalmente. A atividade física é uma parte integral e complexa do comportamento humano, envolvendo componentes culturais, sócio-econômicos, psicológicos e é dependente de vários fatores como o tipo de trabalho, tipo físico, personalidade, quantidade de tempo livre, possibilidades de acesso a locais e instalações esportivas. A medicina desportiva e as ciências do esporte cada vez mais aperfeiçoam a teoria sobre atividade física como procedimento eficaz tanto de prevenção, quanto no tratamento e reabilitação das doenças causadas pelo processo industrial e automação provocadas no organismo humano, em virtude do sedentarismo e das mudanças nos hábitos de vida. O avanço da tecnologia e a diminuição do esforço físico da vida moderna transformou os hábitos de exercitar-se em cada vez mais necessários, pois os músculos são para serem usados, quando não, eles tendem a atrofiar. As atividades físicas são resultantes de transformações de energia química em energia mecânica que caracteriza a contração muscular. 22 Em Guedes (1995), a atividade física é definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso. Assim, a quantidade de energia necessária à realização de determinado movimento corporal deverá traduzir o nível de prática da atividade física exigido por esse mesmo movimento. Já o exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física (CASPERSEN ET apud GUEDES, 1995). Após analisarmos ambos os conceitos de atividade física e exercícios físicos, dotamos do termo de exercício físico como a real prática executada dentro das academias de ginástica. Conforme Tubino (1996), na pré-história, o homem praticava atividades físicas de forma obrigatória, pois necessitava lutar, caçar e pescar para manter sua sobrevivência, e como possuía hábitos migratórios, realizava longas caminhadas mudando constantemente sua morada. Os chineses, conforme afirma Oliveira (1983), parecem ter sido os primeiros a racionalizar o movimento humano, emprestando-lhe, ainda, um forte conteúdo médico. Criaram, provavelmente, o mais antigo sistema de ginástica terapêutica de que se tem notícia: o Kung-fu (a arte do homem), surgido por volta de 2700 a.C. Na Grécia antiga, ressalta Oliveira (1983), surgem os grandes jogos gregos, que eram verdadeiras festas populares e religiosas, as quais envolviam, além de competições atléticas, provas literárias e artísticas. Lyra (1974) relata que as atividades físicas dos primeiros habitantes do Brasil eram parecidas, senão iguais, àquelas descritas na pré-história. Nossos índios eram habilidosos e praticavam diversas atividades físicas para sua sobrevivência, tais como: o arco e flecha, natação, luta, caça, pesca, montaria entre outras. Conforme o mesmo autor, provavelmente a primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo em 1956. Conforme Capinussu (1989), as academias surgiram no Século XIX na Europa, mais especificamente na cidade de Bruxelas, na Bélgica, sendo conhecidas como ginásios, tendo como principal objetivo o ensino da cultura física, através de aparelhos. No Brasil, conforme os mesmos autores, as academias de ginástica surgiram por volta de 1920, sendo que a primeira delas foi montada por um imigrante japonês na cidade de Belém do Pará, sendo que só nas décadas de 1930 e 1940, surgiram mais academias pelo resto do País, sendo o halterofilismo como carro-chefe. 23 Oliveira (1983) relata que, em 1908, foi inaugurada a primeira academia de ginástica no Rio de Janeiro, não explicando ele qual o nome da mesma, nem tão pouco, a localização. Novaes (1991) complementa que a primeira academia de ginástica surgiu em meados de 1930 na cidade do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade da Profª Gretch Hillefeld, que se fundamentava no método de Ginástica Analítica atualmente chamado de Ginástica Localizada, com adaptações às necessidades e características do povo brasileiro. Com o surgimento das academias, Contursi (1996), descreve que as mesmas passaram a ter um papel fundamental na sociedade, pois em muitos lugares, principalmente nos grandes centros, elas eram a única oportunidade de lazer e fitness, nas quais havia profissionais para as possíveis orientações técnicas. A diminuição dos espaços livres onde pudessem ser praticadas atividades físicas – fenômeno ocasionado pelo crescimento das cidades - aliada a uma disponibilidade de tempo menor e mudanças de paradigmas da população com relação à saúde e ao corpo, fizeram surgir as academias de ginástica atuais. A partir da década de 90, várias mudanças nos hábitos de vida das pessoas, como má alimentação, novos meios de transporte, sedentarismo, obesidade, aumento de doenças crônicas, entre outros, fez surgir uma nova roupagem da ginástica no Brasil. Impulsionados pelos que procuram melhor qualidade de vida e saúde e por aqueles que almejam padrões estéticos valorizados pela sociedade cresce um mercado, conhecido como o mercado de fitness. Novaes (1991) salienta que as primeiras academias visavam a atender uma clientela que buscava aulas de ginástica fora dos clubes e que o número de academias entre as décadas de 30 e 50 era relativamente pequeno no Rio de Janeiro. Moraes (2006) informa que “Até o início dos anos 70, academia era frequentada por homens e a atividade oferecida era quase sempre a musculação. Esse nome surgiu até para quebrar o preconceito que existia contra o halterofilismo, e ao mesmo tempo atrair as mulheres para essa atividade(...)”. Segundo o próprio autor, academia, por muito tempo, foi sinônimo de homem forte, sendo que nos tempos atuais, a musculação começou a receber outro nome: exercícios resistidos. Os exercícios resistidos são aqueles realizados contra alguma forma de resistência graduável à contração muscular. Na maioria das vezes, a resistência são pesos mas também é possível utilizar resistência hidráulica, eletromagnética, molas, elásticos e outras. Tradicionalmente os exercícios com pesos são reconhecidos pela sua grande eficiência em aumentar a massa muscular, sendo portanto muito utilizado no 24 treinamento de atletas. A sua prática esportiva recebe o nome de musculação, a atividade de academia que mais cresce em número de praticantes em todo o mundo. O autor nos relata que, em 1971 a professora Jack Sorensen muda os conceitos da ginástica ao criar definitivamente a dança aeróbica, cujo conteúdo era montado com exercícios, simples ao som de músicas, enfatizando a continuidade. Ele comenta também, que a febre do bem estar físico invadindo as academias iniciou-se nos anos 80, passando assim, a generalizar os primeiros passos da ginástica aeróbica com movimentos ainda suaves originados na dança. Tubino (1980) salienta que a partir dos anos de 1970, aconteceu um grande crescimento de academias nas principais cidades do Brasil, ficando conhecido como o boom das academias quando coloca-se o nome de academia para quebrar o preconceito que existia contra o halterofilismo e ao mesmo tempo atrair as mulheres para essa atividade, que através da ginástica aeróbica invadiram as academias, tendo recebido um forte favorecimento pelo fato de está sendo divulgado no Brasil no método Cooper de condicionamento físico, criado no Estados Unidos, que afirmava que todas as pessoas, principalmente as que não eram atletas, poderiam realizar alguma prática corporal, pois isso trariam enormes benefícios para a saúde. Em 1985 o livro "A dança aeróbica" da professora americana Barbie Allen prometia perda de 500 calorias por hora, uma nova fonte de ganhar dinheiro "pegando" no ponto fraco de quem queria perder peso. Coelho Filho (1997) afirma que ocorreu uma mudança de perfil dos profissionais de ginástica na década de 1980, influenciados pelo movimento norte-americano da aerobic, que ficou conhecida no Brasil como ginástica aeróbica. Segundo o mesmo autor, os profissionais da área, na época, começaram a se fundamentar nos conhecimentos: anatômico, biológico e fisiológico do ser humano, pois a clientela começava a exigir mais do que um simples “dançarino”, nas aulas. Este autor nos informa também, que na referida década começava a diversificação de atividades físicas dentro das academias, bem como, as mesmas começaram a se transformar em verdadeiras empresas, atraindo recursos de grandes empresários, criando-se nas grandes cidades verdadeiros “templos” de atividades físicas, propiciando à clientela, grande oferta de preço, qualidade e diversidade. Castro (2001) vê academia nos tempos atuais, como um espaço privilegiado de sociabilidade, e a escolha da prática corporal como sendo uma das dimensões do estilo de vida dos indivíduos. A preocupação exacerbada com a estética corporal é outro ponto característico dessa cultura, valorizando a busca por corpos esbeltos, como vemos nas academias de ginástica hoje em dia. (OLIVEIRA, 1983; MORAES, 2007). 25 Alguns métodos de origem estrangeira influenciaram diretamente a ginástica de academia até ela tomar o formato atual. Nos anos 60 e 70 foi a calistenia, nos anos 80 a ginástica aeróbica (alto e baixo impacto), seguidos nos anos 90 pelo step training, atualmente segue-se em dois ramos: a ginástica localizada que tem sua base na musculação através dos exercícios contra-resistidos e a ginástica aeróbica que envolve as aulas de: spinning, ritmos, step, jump e pump, mas vários fatores, como cinesiológicos, anatômicos e de melhoria de performance são comuns nestas duas atividades realizadas dentro das academias, o que aumenta a correlação entre elas. Ainda não existem dados seguros a respeito do quadro atual das academias existentes em Porto Velho e que serviços elas oferecem a população. 2.2 ACADEMIAS DE GINÁSTICA FEMININA É notável que a presença de mulheres nas academias vem aumentando constantemente, principalmente no Século XX. Seja pela busca de um corpo bonito como padrão estético referenciado pela mídia, ou por cuidados com a saúde, verificamos que as mulheres têm procurado esta prática de exercícios físicos por diversos motivos. Á prática da ginástica que pode ser entendida como “um sistema de formas específicas de movimentos e de suas respectivas técnicas de execução, destinadas ao desenvolvimento físico que envolve as formas e funções corporais e as ações motoras. A ginástica se constituiu, assim, em ferramenta didática da formação física. Essa ferramenta ganha forma a partir de exercícios especialmente construídos ou ao sistematizar ações de movimentos naturais do homem. Desses dois processos resultam os denominados exercícios ginásticos” (DALLO, 2007). Vale observar, também, que a prática da ginástica “proporciona ao sujeito a constituição de efetivas possibilidades de sublimação e de criação, pela energia ligada a um campo de objetos interiores de satisfação, pelas imagens que afloram na consciência e que renovam conteúdos inconscientes” (COELHO FILHO, 2007). Devemos analisar a evolução dos conceitos de higiene e cuidados pessoais, relacionando-os com as transformações advindas do processo histórico. A busca pelo cuidado do corpo feminino se dá em contextos historicamente modificados e possui traços tanto supérfluos quanto indispensáveis para a formação de regras de comportamento que influenciem nos setores econômico, social e cultural de uma sociedade. Esse é o caso das práticas físicas que contribuíram para o avanço das 26 academias de ginástica; academias que em sua maioria são moldadas às características e necessidades do seu tempo. Durante muitos séculos, imersa numa moral religiosa e na ausência de outros saberes para confrontá-la, a mulher permaneceu associada à imagem de pecadora e submissa ao homem, sem voz, tendo seu comportamento limitado tanto no ambiente público quanto no privado. A visão da doença como uma advertência divina pelos erros cometidos na terra facilitava o entendimento, tanto da Igreja quanto da medicina – ainda muito rudimentar – de que o corpo feminino era reflexo da índole pecadora da mulher ou então feitiço diabólico. Além dessa depreciação do corpo feminino, era também vedado à mulher o conhecimento sobre o próprio corpo e sobre como tratá-lo, o que acontecia informalmente através de curandeiras e benzedeiras, num conhecimento passado de mãe para filha (DEL PRIORE, 2001). É só a partir da segunda metade do Século XIX, quando aconteceu uma grande atuação médica sobre a sociedade brasileira, que teve início uma grande transformação do papel feminino, colocando-se a mulher como responsável pela educação dos filhos, visando à construção de um país civilizado. Para educar, ela precisava ser educada, e começou então a ocupar novos espaços. Dessa forma, o Século XX assiste a um efetivo aumento da participação da mulher na sociedade, conquistando, pouco a pouco, inúmeras vitórias com relação a sua equiparação ao sexo masculino. Por caminhos sofisticados e sinuosos se forja uma representação simbólica da mulher, a esposa-mãe-dona-de-casa, afetiva mas assexuada, no momento em que as novas exigências da crescente urbanização e do desenvolvimento comercial e industrial que ocorrem nos principais centros do país solicitam sua presença no espaço público das ruas, das praças, dos acontecimentos da vida social, nos teatros, cafés, e exigem sua participação ativa no mundo do trabalho (RAGO, 1985). Dentre as inúmeras conquistas, a liberalização dos corpos ganhou destaque em vários aspectos, entre eles a inserção cada vez maior das mulheres nas práticas esportivas. No entanto, os exercícios estão sempre atrelados à “natureza” feminina e à estética: enquanto o homem é identificado claramente com o mundo dos esportes e com atributos como força e competitividade, a mulher deve se utilizar do exercício visando a manutenção da saúde e da boa forma, preservando qualidades como delicadeza, graça e leveza (SCHPUN, 1999). Traçando um paralelo entre as práticas corporais femininas e seu contexto histórico, observamos, a partir da primeira metade do Século XX, a difusão do esporte 27 entre os jovens operários. Essa difusão é possibilitada pela maior acessibilidade ao lazer, com o advento da redução da jornada de trabalho semanal (DUMAZEDIER, 1994) e dos albergues da juventude, locais onde eram oferecidas opções de ocupação do tempo livre; dentre elas a prática esportiva. Ainda que a difusão da prática esportiva estivesse em curso, havia, nessa ocasião, a concepção de que práticas comuns ao universo da cultura física, como o suor excessivo, o esforço físico, as emoções fortes, a rivalidade consentida, os músculos delineados, os gestos espetacularizados do corpo, a liberdade de movimentos, a leveza das roupas e a seminudez, quando relacionadas à mulher, abrandariam os limites que contornavam uma imagem ideal de ser feminina (GOELLNER, 2005). Assim, a elas era reservado o papel de meras espectadoras e, quando muito, a ginástica, de gestos repetitivos e monótonos, e os passeios ao ar livre, ambos visando a educação do caráter (OLIVEIRA, 2005). Contudo, esse “ideal de ser feminina”, que obviamente transcende o universo da prática esportiva, gradativamente vai sendo abalado. Esse movimento pode ser observado nos novos hábitos de cuidado corporal, que passam a ser incorporados, vale notar, por indivíduos de ambos os sexos. Como indicam Prost e Vincent (1992), “enquanto as mudanças nos hábitos pessoais manifestaram-se de forma discreta no sexo masculino, a representatividade dos novos costumes para o sexo feminino é mais sensível”. Posteriormente, as mulheres começam a participar de maneira ativa do mundo dos esportes, principalmente através do ciclismo e do atletismo. Gradativamente, vão se inserindo também nos esportes aquáticos, exibindo publicamente seus corpos em roupas de banho. Vão, portanto, deixando de praticar apenas os exercícios de ginástica considerados adequados à “natureza” feminina para se interessar por esportes “tipicamente” masculinos. A mulher ganha visibilidade, seja pelo esporte e pelas práticas físicas em geral, seja pelos rituais de embelezamento, que vão se sofisticando. Com o surgimento da dietética, da cosmética e da estética, juntamente com o crescimento da indústria cinematográfica e a expansão de uma sociedade baseada na imagem, o cuidado de si se volta, na segunda metade do Século XX, cada vez mais para as aparências, e consequentemente para o corpo feminino (VIGARELLO, 2006). Para a burguesia masculina, por exemplo, essa mudança, visualizada na relação entre o físico e as roupas, ainda é modesta nos anos 1920. Ela se dá com o recuo dos colarinhos duros e dos chapéus rígidos, e o avanço dos colarinhos flexíveis e dos feltros moles. O redingote (sobrecasaca) cede lugar ao jaquetão e se torna traje de cerimônia. 28 Para as mulheres, em contraposição, a evolução é bastante sensível. Os corpetes e as cintas cedem espaço às calcinhas e sutiãs. As roupas se encurtam e as meias valorizam as pernas. Os tecidos mais macios revelam discretamente os contornos corporais. Verifica-se, ainda durante a primeira metade do Século XX, a divulgação, principalmente pela “mídia da beleza”, de certo padrão de aparência física feminina, pregando uma forma mais esguia. Com esse novo padrão, as curvas corpóreas delineadas pela gordura passam a ser inimigas, e o ideal de mulher é apresentado sob a forma de “divas do cinema” (SANT’ANNA, 1995). Ainda de acordo com Sant'Anna (1995) no Brasil, entre os anos 1900 e 1930, a publicidade estimulou o cuidado com a aparência feminina através de produtos ditos medicamentosos, como pomadas para “afinar a cintura”, “branquear a pele” e “tirar pelos”. Esta versão médica da beleza se via atrelada a um discurso elaborado por grupos de “especialistas da beleza”, que na época eram formados por indivíduos do sexo masculino. Para esses especialistas, a beleza possuía um caráter divino, visto que sua presença ou ausência não poderia ser modificada, a não ser através de medicamentos. Assim, dificilmente a beleza era aceita como sendo fruto de um trabalho, individual e cotidiano, da mulher sobre o seu corpo. Numa época em que a “Natureza” se escreve em maiúsculo, que sua obra é considerada da ordem do prodígio divino, é perigoso intervir no próprio corpo em nome de objetivos pessoais e dos caprichos da moda (SANT’ANNA, 1995). Vale ressaltar também, ainda nesse período, a adoção de discurso por higienistas e médicos sociais. Esse discurso vinculava-se à ideia de uma raça superior e pregava que apenas os mais aptos deveriam reproduzir-se e gerar seres humanos. As mulheres, para adquirirem a condição necessária a essa procriação geneticamente perfeita, eram estimuladas a adotar certas práticas, entre elas a ginástica, que emergia assim como aliada para o fortalecimento da condição de mãe. Todo esse estímulo médico-higienista para incorporação de cuidados pessoais pelas mulheres se ancorava, única e exclusivamente, no dever de elas se tornarem o ventre forte onde nasceria o futuro do país e da moral familiar. Em nenhuma hipótese o cuidado pessoal feminino poderia proporcionar algum tipo de prazer individual à mulher (ANDRADE, 2002). Nesse contexto, métodos de enquadramento aos padrões de aparência física desvinculados da “ordem médica” poderiam levar a mulher à situação de risco de difamação pública, pois a sociedade sofria forte influência da moral patriarcal e católica. No patriarcado(uma ideologia na qual o homem é a maior autoridade, devendo as pessoas que não são identificadas fisicamente com ele - isto é, que não sejam também 29 adultos do sexo masculino - serem subordinadas, prestando-lhe obediência), o papel da mulher vinculava-se à obrigação de colocar-se bela para a família, mantendo-se sob os olhares e a admiração do marido no espaço privado do lar. Toda e qualquer exposição extradomiciliar de intimidade e cuidado pessoal possuía um valor pejorativo. A frase “a mulher que mais a cara pinta é a de mais má pinta” (SANT’ANNA 1995) representa o quanto o embelezamento punha em risco a moral das “moças de boa família” e a pureza de suas “almas”. Retornando a Goellner (2005) e aos limites que contornavam uma imagem ideal de ser feminina, essa peculiaridade da exposição extradomiciliar pode ser observada pelo viés “da cultura física”. É quando relacionamos a necessidade de enquadramento aos padrões de aparência física feminina à prática da ginástica. No final dos anos 1930, aproximadamente, eram as revistas femininas que citavam a importância da ginástica para o cuidado e/ou embelezamento do corpo. Como indicam Prost e Vincent (1992), “a explosão publicitária acelera bruscamente, entre a população, a adoção de práticas físicas preconizadas por médicos e moralistas burgueses, em alguns casos desde o começo do Século XX”. A ginástica feminina, portanto, sofrendo influência da publicidade (indústria da beleza), pode ser interpretada, em certo sentido, como um método, desvinculado da “ordem médica”, de enquadramento aos padrões corporais. Nessa ocasião, salientam os mesmos autores, as academias de dança e ginástica passam por um período de prosperidade. Tanto mais, frente ao dever de manutenção da figura pública feminina, as mulheres se viam determinadas a praticar sua ginástica em grupos exclusivamente femininos, isto é, em academias que ofereciam uma ginástica orientada por mulheres, para mulheres (sob forte influência da dança). Esse movimento pode ser constatado quando nos aproximamos da gênese das academias de ginástica, por exemplo, na cidade do Rio de Janeiro. Esses estabelecimentos se fundaram atrelados, também, à necessidade de espaços adequados para a prática da ginástica feminina. A professora Grete Hillefeld, que foi uma das precursoras da prática da ginástica no Brasil, iniciou seu trabalho em 1931, em sua própria casa, em Niterói, para um grupo de amigas. Posteriormente, foi convidada a dar aulas em uma academia em Copacabana, no ano de 1939, para uma turma especificamente feminina (NOVAES, 1991). É interessante também destacar a divulgação na França, da prática da “ginástica invisível” entre as mulheres. Votre Beauté sugere, em 1938, um programa de “ginástica invisível”, realizado nos momentos perdidos, “esperando o ônibus”, “no metrô”, sem ninguém saber, mas com uma extrema concentração mental: “para fortificar os músculos dos joelhos e das coxas, 30 das nádegas, contraia e relaxe alternadamente cada um deles [...], durante alguns minutos você pode fazer toda uma série de movimentos perfeitamente invisíveis” (VIGARELLO, 2006). Assim, podemos perceber que toda essa invisibilidade e discrição estavam associadas a uma moral patriarcal correspondente àquele tempo histórico. Especialmente no Brasil, na ocasião do Decreto-lei nº. 3.199, de 14 de abril de 1941 (que estabeleceu as bases de organização dos desportos em todo o país), a prática de atividades como boxe, salto com vara, salto triplo, decatlo e pentatlo, além das lutas, eram restritas às mulheres, devido à ideia de masculinização e de exposição indevida no espaço público (GOELLNER, 2005). No artigo 54, capítulo IX do referido decreto, encontramos: Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país (BRASIL, Decreto-lei nº. 3.199, 1941). Esse tipo de política, além de reforçar o papel doméstico da mulher, favoreceu a expansão da ginástica feminina na perspectiva anteriormente indicada. Mas, se de um lado essa política refletia certo imaginário patriarcal, de outro a mulher trilhava o caminho da “emancipação”. Um acontecimento que contribuiu determinantemente para essa “emancipação” foi a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Com a necessidade de os homens estarem nos campos de batalha, coube às mulheres a manutenção da produção industrial, passando, consequentemente, a marcar presença não apenas na esfera privada, mas também na pública. Mesmo após o final da Segunda Guerra, devido aos óbitos e às mutilações físicas e mentais, as linhas de produção se viram subtraídas da presença masculina. Esse cenário transformou a mulher em uma importante peça para a reestruturação dos países e da sociedade, assumindo, efetivamente, um papel interventor na economia e política mundiais. Em certo sentido, o que se vê, a partir de então, é uma transferência do poder do pai para o da mãe, que passa também a exercer a função de “chefe de família” (PROST & VINCENT, 1992). Ao mesmo tempo, e com maior vigor a partir da segunda metade do Século XX, a ocorrência de novos cuidados higienistas (por exemplo, a descoberta do banheiro como um ambiente salubre e íntimo), junto com os discursos sobre beleza das atrizes de Hollywood, impulsionou a adoção de práticas dirigidas ao asseio pessoal. Com a afirmação dos novos costumes, a mulher passa a valorizar o autoconhecimento, arma importante para a manutenção de um corpo limpo e saudável. A partir de então, a preocupação da mulher já não segue mais no sentido de se cuidar apenas para o seu marido e sua família, mas também para sua própria satisfação (SANT’ANNA, 1995). 31 A estrutura de poder que dá sua forma à família patriarcal como unidade social básica sofrerá, ainda, os efeitos da modernização da sociedade associada à vigência do discurso científico e à descentralização da autoridade resultante dos processos de democratização. Todos esses fatores conduzem ao que se conhece como “declínio do pai” (FUKS, 2005). Com o patriarcado em queda, com as novas conquistas feministas, com o “desabrochar do corpo”, a mulher se vê com maior possibilidade de transferência de sua figura privada para a esfera pública. Mesmo assim, essa transposição ainda é tímida no início da segunda metade do Século XX. Como dizem Prost e Vincent (1992), a exposição pública da mulher se dá somente em lugares ditos femininos, como supermercados e lavanderias. Nesse cenário de mudanças, a mulher vai se deslocando para uma esfera onde a felicidade individual passa a se basear também na manipulação e na moldura de um corpo influenciado pela mídia e por uma indústria que gradualmente se moderniza. Com o fim da Segunda Grande Guerra, portanto, e com a nova imprensa e a indústria que exploram sua sensualidade e poder, a figura feminina, tida antes pela sociedade como um símbolo único de pureza e servidão patriarcal, sem qualquer tipo de importância social nas relações extradomiciliares, expõe-se publicamente e se impõe enquanto sujeito desejante. Isso acarreta consequências importantes no campo da ginástica. No Brasil, por exemplo, sobretudo nos grandes centros urbanos, há uma proliferação de academias de ginástica nos anos 1970 (COELHO FILHO, 2000). Nessas instituições as mulheres já não mais se viam determinadas a praticar uma ginástica orientada por mulheres, para mulheres. Elas passam a se exercitar em ambientes e em atividades na interação com os homens, mesmo que muitas dessas academias continuassem a oferecer a ginástica feminina. Com o decorrer dos anos, até mesmo a prática da musculação, considerada uma atividade “masculinizante” (HANSEN & VAZ, 2007), passa a ser comum entre as mulheres. Como dizem Fleck e Kraemer (2006), “mais e mais mulheres estão realizando treinamento de força como parte da totalidade de seus programas de condicionamento físico”. Paralelamente ao crescimento de ofertas de modalidades de ginástica e de espaços para sua prática, as academias exclusivamente femininas ganham força a partir da segunda metade da década de 1990, nos Estados Unidos, e dos anos 2000, no Brasil. No presente estudo, destacaremos a realidade de uma academia exclusivamente feminina, a Contours que surgiu em 1998, em Nicholasville, Kentucky, Estados Unidos, com a proposta de ser a melhor rede de Academias para Mulheres do mundo e a única 32 que traz benefícios reais de emagrecimento e enrijecimento. Em todo o mundo, são mais de 1000 unidades da Contours presentes em mais de 20 países, tais como EUA, Canadá, México, Inglaterra, Irlanda, Espanha, África do Sul, Austrália, Índia, China. Aqui no Brasil, a Contours chegou em julho de 2004 com a abertura de sua primeira unidade em Fortaleza, que adaptou o modelo americano à realidade brasileira. Foram agregados vários serviços como: massagem, drenagem linfática, avaliação nutricional e física, yoga e pilates para maior comodidade das nossas alunas. Desde então não para de crescer e atualmente já são mais de 70 unidades espalhadas pelo território nacional e ajudando a mudar a vida de milhares de mulheres. Um dos principais diferenciais da Contours é a atenção dispensada às alunas. A preocupação com as necessidades de cada praticante é quase igual à de uma aula personalizada. Outro detalhe diferente é que na sala de ginástica não há nenhum espelho, já que o culto exagerado ao corpo não é a filosofia da franquia. Portanto, espelhos só nos vestiários, que, aliás, são super equipados, com todo o conforto necessário, secadores de cabelo, entre outros itens que facilitam o dia-a-dia das alunas. O método Contours pode ser utilizado por mulheres a partir dos 15 anos, sem restrição de idade, pois respeita o ritmo e condicionamento de cada aluna. Possui o melhor circuito de 30 minutos em função das seguintes características: circuito dinâmico, diferente a cada semana, fugindo da rotina utilização de diferentes acessórios, que permitem a incorporação de exercícios de diversas modalidades dentro do circuito (por exemplo: step, jump, boxe, yoga, pilates), circuitos temáticos (glúteos e abdômen, aeróbico, de ritmos), equipamentos de musculação com carga e exclusivamente desenvolvidos de acordo com o biotipo feminino, que permite a evolução constante dos treinos melhorando o resultado, atenção dirigida (acompanhamento próximo ao de uma aula individualizada), ambiente e decoração concebidos especialmente para criar uma atmosfera feminina e horário de freqüência livre (2ª a 6ª feira, das 6h às 20h30 – sábados, das 8h às 11h30h), cuidado da mulher como um todo, tais como: avaliação física, avaliação e orientação nutricional, massagens (relaxante e modeladora), drenagem linfática, shiatsu, entre outros. É notável que a academia Contours procura oferecer os mais diversos e completos serviços para suas clientes, de forma a aumentar os laços afetivos e de comprometimento de suas clientes com a mesma. 2.3 MOTIVAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS 33 Sabe-se que a relação entre atividade física e saúde não é simples, nem tampouco unidirecional. Envolve de alguma forma, a relação com a aptidão física, quando abrange componentes associados ao estado de saúde, pode também ser determinada por outros fatores (ambientais, sociais e características genética) e variar, principalmente, em função de objetivos pessoais, idade e condição geral da saúde (NAHAS, 2003; PITANGA; 2003). Reconhece-se atualmente que entender claramente o comportamento, as teorias comportamentais e os processos de mudança de comportamento são fundamentais para o sucesso de qualquer programa de promoção da saúde (MARTINS, 2000). Weinberg e Gould (2008) define a motivação como a direção e a intensidade de nossos esforços. As teorias da motivação, portanto, baseiam-se em suposições acerca da natureza das pessoas e os fatores que lhes dão ímpeto para agir (SABA, 2001), o que vem ao encontro da definição de Maggil (1984) apud Saba (2001) que a define como qualquer coisa que impele uma pessoa a iniciar ou manter-se em direção a um objetivo. Conforme Martins (2000), a motivação pode ser influenciada por estímulos e percepções intrínsecos ou extrínsecos, os quais irão orientar as tomadas de decisão dirigidas para a satisfação das necessidades ou desejos individuais. A motivação intrínseca está voltada para o prazer e satisfação e a motivação extrínseca está voltada para receber recompensas ou evitar punições, que no caso seria atingir os objetivos almejados com a prática de exercícios físicos (MARTINS, 2000), contudo, Martins (2000) preconizam que motivação intrínseca e satisfação pessoal devem ser alguns dos primeiros objetivos considerados relevantes em programas de Educação Física. Neste caso, estratégias de saúde pública e promoção da atividade física enfatizam o papel da influência do meio ambiente, criando oportunidades e removendo barreiras para as pessoas serem mais ativas diariamente (HUMPEL, OWEN & LESLIE, 2002; GOULD & WEINBERG, 2000). Assim, é importante observar que nosso esforço de análise, compreensão e interpretação das representações da atividade física e saúde caminharão na direção de explicitar as suas características, as quais expressam, por sua vez, a forma como a atividade física vem sendo entendida e exercida no contexto específico em que estes sujeitos se inserem. A partir desta visão cabe ressaltar as mudanças de valores, quando o avanço no campo da cultura corporal influência na criação de novos discursos e práticas corporais. O gosto pela aventura leva as pessoas do mundo inteiro a testarem seus limites e procurarem o prazer na prática de atividades físicas. Além disso, sob o olhar publicitário (televisão, revistas, outdoors) são inúmeras as considerações acerca de uma postura 34 ativa no sentido de se adaptar e sobreviver a esta realidade (KENSKI, 2002; SCHELP, 2003). Apesar dessas implicações, fatores que influenciam na motivação e aderência do indivíduo para adotar um padrão desejável de atividade física habitual, tais como influência demográfica, socioeconômica, psicológica e do ambiente físico, são considerados como determinantes de comportamento para atividade física e devem ser analisados como um conjunto de características que envolvem aspectos organizacionais, pessoais, ambientais, físicos, etc (SALLIS, 1993; BOUCHARD, 2003; DISHMAN, 1993). Os fatores “determinantes” influenciam o comportamento, de uma forma ou outra, em dado período de tempo e reconhecê-los sugere perceber os “porquês” das atitudes de indivíduos, comunidades e até populações. A descrição dos fatores determinantes considera a descrição de itens que promovem a modificação ou manutenção de comportamento, tanto quanto fatores que as atrapalham. São os chamados “fatores facilitadores” e “barreiras” para a prática de atividade física (MARTINS, 2000). Dessa forma, Weinberg e Gould (2008) destacam que o entendimento sobre os processos de adoção e manutenção de hábitos de exercícios são fornecidos através de teorias e investigações sobre as barreiras e determinantes do comportamento em relação ao exercício, sendo os fatores pessoais e ambientais relacionados às taxas de aderência e desistência. 2.3.1 DETERMINANTES DA ADERÊNCIA AO EXERCÍCIO FÍSICO Vivemos um momento como nunca visto antes, a era da geração saúde, academias com grande fluxo de alunos, corpos sarados e saudáveis. Nesse contexto o comércio de materiais esportivos e profissionais da área de fitness como personal trainers, estão com muito trabalho, não dando conta de atender toda a demanda, clientes com os mais diversos objetivos, desde a redução das gorduras localizadas ao desenvolvimento da atividade física com propósito de saúde e bem estar. Este contexto nos faz parecer uma sociedade ativa, porém não é bem assim, os números apresentados sobre as taxas de sedentarismo ainda são muito altas; em estudos, observa-se um percentual de 30 a 80% de pessoas, dependendo do grupo e de pessoas estudadas, que citam não realizar qualquer tipo de atividade física em seu tempo livre (NAHAS, 2003). 35 Sendo assim, apesar dos benefícios dos exercícios físicos serem muitos e bastante divulgados, a taxa de abandono nos seis primeiros meses dos programas de exercícios físicos, é de aproximadamente 50% ( WEINBERG; GOULD, 2008). Segundo Saba (2001), entende-se a aderência como ponto máximo de uma evolução constante, objetivando inserir-se no cotidiano da vida de uma pessoa. Neste sentido, conforme Dishman (1993), o relacionamento com a prática de atividade física no passado, tem grande relevância na interpretação dos determinantes passados e presentes, como também nos prognósticos de atividades futuras. Contudo, conforme Saba (2001), o grande desafio é fazer do exercício prática constante de um individuo. Sob este olhar, diversos estudos foram realizados, identificando os determinantes e associando-os a aderência em academias, atividades de aventura e lazer (PITANGA, 2003; ROJAS & NAHAS, 2003). Essas pesquisas evidenciam a importância da atividade física aliada à orientação, ao divertimento e ao convívio social, para que atenda aos componentes necessários quanto à aptidão física, e possibilite influência positiva no comportamento em relação à saúde, proporcionando bem-estar total. Em relação à aderência, Okuma (1997) cita que atividades com influências negativas tanto na infância quanto na adolescência, produzem sentimentos em relação à capacidade atual de atividade física. No entanto, observa que fatos presentes prazerosos, podem levar os indivíduos alterar a posição anterior, assim aderindo à atividade física. Ainda neste contexto, Shepard (1995) ressalta muitas variáveis que podem influenciar na relação entre saúde e atividade física, tais como: características da atividade, intensidade, duração e frequência. Apesar de diferentes considerações a este respeito, evidências confirmam que baseado nas teorias para compreensão das mudanças de comportamento, sabe-se que as intenções representam a motivação das pessoas para executar um plano ou uma decisão quando associado ao desempenho de um determinado comportamento (DISHMAN, 1993; BANDURA, 2001). Mesmo evidente com as recomendações pré-definidas e prescritas, estudos relacionados à adesão ao comportamento ativo, ou seja, ao comportamento de iniciar a prática da atividade física, afirmam que não tem sido adotada por grande parcela da população (DISHMAN, 1993). Nesta perspectiva, o planejamento da prescrição de exercícios poderá influenciar na aderência ao comportamento ativo ao considerar informações como: avaliação pré-exercício, dados do teste de esforço e objetivos em participar do programa (POLLOCK & WILMORE, 1993). Essa maior aderência da população, tem grande resultado nas atitudes e escolhas do profissional de Educação Física no momento de orientar e prescrever a prática de 36 exercícios físico para seu aluno ou cliente, buscando sempre um diferencial para motiválo a pratica e mantê-lo ativo pelo maior tempo possível. Baseado no que se refere a diversas conclusões das pesquisas, o objetivo da prescrição de exercícios é facilitar mudanças positivas quanto aos hábitos pessoais do indivíduo, e considerar as recomendações a partir dos princípios gerais, tais como: tipo, intensidade, duração, frequência e progressão da atividade física considerando os princípios da individualidade biológica (HEYWARD, 1997). Em linhas gerais, atualmente acredita-se que evidências enfatizam os benefícios da atividade física regular quando a prescrição de exercícios abrange de forma significativa aspectos sociais e psicológicos, além do biológico, contribuindo assim para a promoção da saúde e qualidade de vida dos praticantes. E neste contexto, “é necessário compreender claramente as necessidades pessoais, condições clínicas e fisiológicas atuais para prescrever as atividades físicas de forma adequada e segura” (POLLOCK, 1993). Entretanto, salienta-se a necessidade de compreender o que implica a aderência a atividade física, considerando que vários fatores podem influenciar nesta relação. A multidisciplinaridade na área da Educação Física tem priorizado em seus discursos a importância de atividades que sejam prazerosas e valorizem o bem-estar do indivíduo. Entretanto, considerar o que implica a tomada de decisão para iniciar e, principalmente, manter o comportamento na atividade física tem sido o principal alvo dos estudiosos nos últimos tempos (ARAÚJO, 1999; BERGER, PARGMAN & WEIMBERG, 2002). Teorias e modelos de comportamento para com a prática de exercícios físicos são discutidas por diversos teóricos com o intuito de auxiliar na compreensão acerca da sua aderência. Entre elas, apresentaremos a teoria sociocognitiva que envolve determinantes pessoais, ambientais e aspectos do exercício físico em si, descritos por Saba (2001). Em relação aos determinantes pessoais, Dishman (1993) explica que existem diversos fatores dessa ordem que interferem na aderência do iniciante. Entre eles, a sua ocupação, trabalhadores com alta exigência de esforço físico, como os braçais, tendem a aderir menos a programas de atividades, mesmo que haja condições para a prática nos locais de trabalho. Em relação ao hábito de fumar, Saba (2001) indicam que a uma associação negativa entre fumo e a participação em programas de atividades físicas. Também o fator obesidade vem se mostrando como um determinante, (DISHMAN, SALLIS & HOVELL, 1990; BERGER & MCLNMAN, 1990) citam que a obesidade vem se mostrando um fator determinante negativo quando relacionado à 37 prática de atividade física, segundo alguns autores há uma tendência de os obesos aderirem a programas não supervisionados, seguindo rotinas alternativas e empíricas. Conforme Saba (2001) há evidencias cientificas demonstrando o benefício que o exercício físico tem na prevenção e na recuperação de doenças coronárias. Contudo, o risco para estas doenças, não se apresenta como fator determinante para a prática de exercício físico; a respeito disso os dados são controversos, apesar de Dishman (1985) indicar que as doenças coronárias estão altamente relacionadas a exercícios físicos em programas supervisionados. Contrastando com esse dado, Okuma (1997) cita que, quanto menor o risco de doenças coronárias, maior adesão. Outro fator importante para a aderência que apresenta resultados controversos na literatura é o nível educacional dos clientes (SABA, 2001). Conforme Franklin (1988) apud Saba (2001), os praticantes devem ser educados quanto à atividade física, para que ocorra manutenção do comportamento, diferentemente de outros autores que acreditam que isso depende do nível educacional de cada um, ou seja, o grau de educação formal que possui. Apesar das controvérsias, o nível de escolarização parece ser um determinante significativo; em estudos nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Inglaterra, um estudo verificou que grupos com maior escolarização formal tendem a ser de 1,5 a 3,1 vezes mais ativas do que aqueles com menor escolarização (STEPHENS & CAPERSEN, 1994). A idade é outro fator que não foi estudado suficientemente para predizer que é um determinante à prática de exercício físico. Pelo contrário, Dishman (1990) encontrou associação negativa entre a idade dos praticantes e os programas espontâneos e King (1992) verificou que a atividade física diminui consistentemente, após a adolescência, e esse declínio se mantém após os 50 anos também em programas espontâneos. Ainda dentro dos fatores pessoais, sobre o grau de apreciação, Berger Mclnman (1990) apud Saba (2001) entendem que atividades físicas, quando praticadas com prazer e emoções positivas, produzem melhoras na qualidade de vida. A automotivação é defendida por Dishman (1994) como uma variável importante para a aderência à prática de atividade física. Roberts (1992) define motivação como fatores de personalidade, variáveis sociais e cognições, em contrapartida, Samulski (1992) propõem que motivação seja um processo ativo, intencional e dirigido a um objetivo de interação de fatores intrínsecos e extrínsecos. O ultimo fator pessoal, seria a auto-eficácia, que segundo Rodgers e Brawley (1991) é a convicção que se tem de executar, com sucesso produzindo determinado 38 resultado; para Biile, Dishman, Dzewaltowski Marcus e Robinson e Rogers (1995) acredita que auto-eficácia é capaz de prever aderência. Em relação aos determinantes ambientais, um fator significativo, sobretudo para aderência, é o apoio de um companheiro, que segundo Sallis & Hovell (1990) e Berger e Mclnman (1993) apud Saba (2001) pessoas com companheiro que apresenta uma atitude positiva perante exercício físico, tendem a aderir mais aos programas, diferente das pessoas que não tenham apoio de seu companheiro. A facilidade de acesso ao local, também é um fator ambiental significativo, de acordo com Dishman (1985) está estreitamente associada à aderência; Okuma (1997) ainda corrobora, afirmando que além da distância ao local da prática, o horário também é um fator relevante, mas discorda de Dishman quanto a estes fatores estarem ligados a aderência, relacionando apenas com a manutenção. Ainda como fatores ambientais o reforço social, é visto com influente, associando positivamente a pratica de atividade física, contribuindo mais para programas espontâneos do que supervisionados, Saba (2001) diz que as pessoas preferem exercitase em grupo, Okuma (1997) ainda acrescenta que grupos sociais parecem ser tão importantes quanto à natureza das atividades, mais especificamente para as mulheres Robertson e Mutrie (1989) apud Saba (2001) concluíram que é importante para a mulher a prática em grupo, tendo um efeito encorajador sobre elas. O tempo disponível está relacionado à aderência, há quem afirme que a desistência ou adoção de um estilo de vida saudável ou sedentário está associada à percepção do tempo disponível; Okuma (1997) aponta que a associação de tempo está mais relacionada a manutenção do que a adesão, e Wenkel (1988) associa ao aumento da prática e não a adesão. Em relação aos aspectos das características do exercício em si, Dishman (1993) atenta para importância da associação da intensidade do exercício e aderência. Em relação ao corpo técnico, Saba (2001) colocam que os professores são uma das maiores influências relacionado ao sucesso ou fracasso e, confirmando essa tendência Berger e Mclnman (1993) apud Saba (2001), apresentam dados que confirmam que os indivíduos que não recebem atenção por parte dos professores, tendem desistir duas vezes mais do que indivíduos que recebem elevada atenção. Isso é um fator de atenção dos profissionais de Educação Física, já que eles são o principal elo de ligação e motivação dos praticantes de exercícios físicos com a prática propriamente dita. Uma vez que a escolha dos exercícios, tipo de treino e auxilio correto da execução dos mesmos é fator essencial para permanência ou desistência dos mesmo em frequentar uma academia. 39 Um ponto comum entre os estudos citados é a relação entre os elementos que influenciam o comportamento e a atividade a que se propõe. Estudos também sustentam que os fatores que aparecem com maior relevância para aderência do comportamento incluem atitudes, crenças e valores nos resultados e automotivação (DISHMAN, 1982; WEINBERG & GOLD, 2001). Sob outro olhar, ainda ressaltam a percepção de competência, auto-eficácia, fatores ambientais, suporte social e incentivo profissional (feedback) como elementos fundamentais neste processo de associação entre variáveis psicológicas e aderência ao exercício (MARTIN & DUBBERT, 1987). Weinberg & Gold (2001) comentam sobre as características pessoais que podem influenciar no comportamento para atividade quando associadas a variáveis demográficas, cognitivas e comportamentais. Destacam-se positivamente em suas colocações o nível socioeconômico e o grau de instrução, quando são mais ativas fisicamente as pessoas com renda mais alta e melhor grau de instrução. Neste mesmo enfoque, outros autores comentam sobre as variáveis que mais determinam a probabilidade para o exercício em programa supervisionado, tais como: participação passada em outros programas, percepção de saúde e automotivação (DISHMAN, SALLIS & ORENSTEIN, 1985). O sucesso de qualquer programa de exercícios físicos está relacionado à motivação de seus participantes (SAMULSKI, 2009). A motivação é caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta (SAMULSKI, 2009), considerada uma variável fundamental para a aderência (WEINBERG & GOULD, 2001). No caso dos exercícios físicos, a interação entre os fatores pessoais e da situação influenciam a motivação para o início da prática (WEINBERG & GOULD, 2001). Desta forma, percebe-se o caráter dinâmico da motivação, em uma frequente relação entre aspectos biológicos, cognitivos e sociais, impedindo ou facilitando a prática de exercícios físicos. Um dos principais aspectos que auxiliam no desenvolvimento da motivação é a conscientização dos participantes sobre a relevância da prática regular de exercícios físicos enquanto um componente importante para sua vida (DECI & RYAN, 2000; SOARES, 2004). A conscientização acerca do que leva o indivíduo a buscar alguma atividade física também parece fundamental para mantê-lo fisicamente ativo (DESCHAMPS & DOMINGUES FILHO, 2005). Ao iniciar um programa de exercícios físicos, a maior dificuldade que se encontra é na aderência a essa atividade (MALAVASI & BOTH, 2005). A aderência, ou seja, o comprometimento do praticante de exercícios físicos com a sua rotina programada de 40 treinamento, não ocorre logo no início da prática, pois há um processo lento que vai da inatividade à manutenção da prática de exercícios físicos (NASCIMENTO, 2007). Portanto, os profissionais envolvidos nessa área de atuação devem direcionar atenção tanto no incentivo ao ingresso quanto na manutenção de indivíduos em programas de exercícios físicos. Para Saba (2001) a atividade é benéfica tanto no aspecto biológico, como também no nível psicológico e os efeitos positivos sobre os estes aspectos originam do prazer que é obtido na atividade realizada. Podemos então dizer que a motivação é um fator essencial para o desempenho do aluno nas academias. Donizete (2001) nos diz que qualquer que seja a tarefa a ser realizada, a motivação é o elemento fundamental no processo finalizador ou no fracasso do alcance total do próprio objetivado. Baseado nisso podemos dizer que se matricular em uma academia e iniciar uma atividade física não é a parte mais difícil. O estímulo de uma novidade a busca por um objetivo é bastante gratificante, mas nem sempre é tão fácil conseguir se manter fiel a prática de atividade física, as que se determinam a isso são regidas por fortes motivos. Segundo Paim (2002) motivação é um termo que abrange qualquer comportamento dirigido para um objetivo que se inicia com um motivo, esse provoca um determinado comportamento para a realização do que se foi objetivado, sendo assim indivíduos diferentes podem praticar a mesma atividade, só que animados por razões incomuns. Sabemos também como foi situado por Donizete (2001) que a motivação é totalmente individualizada e diferenciada em sua complexidade. De acordo com a American College of Sports Medicine (2000), apenas 5% dos adultos sedentários que iniciam um programa estruturado de exercícios físicos em academias de ginástica aderem à prática. No Brasil, os estudos sobre aderência têm verificado um índice de evasão de aproximadamente 70% entre os praticantes de exercícios físicos em academias (ALBUQUERQUE & ALVES, 2007). A proliferação das academias de ginástica é uma realidade em todo o mundo e a rotatividade de alunos é um fenômeno que estimula os profissionais e pesquisadores da área a investigar os motivos atribuídos à permanência nos programas estruturados de exercícios físicos oferecidos nestes espaços (MARCELLINO, 2003). 41 3. METODOLOGIA Este estudo evidencia uma abordagem qualitativa, do tipo survey, que, de acordo com Babbie (2003) e Lima (2004), é o método que corresponde a uma abordagem do fenômeno investigado, envolvendo a realização de uma pesquisa de campo, na qual a coleta de dados é feita por meio de aplicação de questionário ou formulário junto à população alvo da pesquisa. Uma das vantagens desse método é que a investigação compromete-se em identificar o espectro de variáveis que interferem em um determinado fenômeno, que pontos podem ser medidos, como também, identificar quais situações, eventos, atitudes ou opiniões estão manifestos em uma determinada população, por exemplo. Richardson (1999) entende que a pesquisa qualitativa favorece a compreensão do universo pesquisado, ampliando as possibilidades de captar mais intensamente suas possíveis mudanças, dentro do processo social. Para Chizzotti (1995), a abordagem qualitativa proporciona uma inter-relação entre o sujeito e sua realidade, mostrando uma interdependência entre o objeto e o sujeito. Este estudo foi realizado em duas etapas, sendo a primeira referente a uma revisão bibliográfica sobre a temática em discussão, pertinentes para o entendimento deste estudo, na qual, segundo Ruiz (1986) deve conter o assunto em pauta, obtendo informações em produções acadêmicas já existentes relacionadas ao tema, capazes de enriquecer a pesquisa. A segunda, por meio de uma pesquisa exploratória, a qual, conforme salienta Richardson (1999), permite entrar no universo da população a ser analisada, de forma direta, favorecendo um conhecimento real da situação, contribuindo na identificação de problemas e possíveis soluções. Ainda segundo o autor, esta forma de pesquisa amplia a compreensão da temática proposta. Segundo Bardin (2004), neste tipo de análise é necessária a atenção para compreender o sentido da comunicação, como um receptor normal e, também, escutá-la numa outra direção, atingindo, por meio de significados ou significantes, outros “significados”, que estão relacionados às questões políticas, psicológicas e sociológicas. Essa diversidade de conteúdos também procura atender às expectativas e necessidades dos indivíduos envolvidos, uma vez que se supõem afinidades distintas em relação aos tipos de atividades físicas e seus praticantes. 42 Os dados foram apresentados de forma percentual e por tabelas, além da análise descritiva, tendo em vista que este procedimento facilita a visualização, ainda que no estudo qualitativo não se enfatize a questão numérica, porém, este procedimento auxilia na compreensão dos dados expostos para análise. Como evidencia Goode (1979), esta forma de apresentação de dados pode simplificar a análise, dando uma forma numérica às características qualitativas, com o intuito de facilitar a interpretação. 3.1 SUJEITOS Fez parte deste estudo uma amostra constituída por 50 indivíduos do sexo feminino e adultas, selecionadas entre frequentadoras assíduas há mais de 03 (três) meses, da Academia Contours Costa&Silva da cidade de Porto Velho, RO, praticantes de exercícios físicos, tais como: musculação, alongamento, ginástica localizada, ginástica aeróbia, danças, entre outras. Com faixa etária acima de 18 anos, de formação e envolvimento profissional variados, que se dispuseram, voluntariamente, a participar do estudo. Os sujeitos foram esclarecidos sobre a total garantia de anonimato das respostas, bem como, de posse da anuência dos mesmos, estes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 2), para posterior utilização dos dados em artigos científicos, assim como o Termo de Consentimento de uso do nome e imagem da Academia Contours Costa&Silva neste trabalho (ANEXO 3). 3.2 INSTRUMENTO O estudo utilizou como instrumento para a coleta dos dados, um Questionário semi-estruturado (ANEXO 1), por meio do qual foram obtidas as informações do assunto, baseado em uma estrutura pré-estabelecida e pré-determinada, a qual favoreceu a focalização direta das variáveis intervenientes ao objetivo do estudo. O questionário utilizado foi retirado dos estudos de Tahara et al (2003), sendo que este continha 9 questões abertas. Para a realização da atual pesquisa, foram realizadas algumas adaptações para a elaboração de 09 (nove) questões fechadas. Tais 43 adaptações dizem respeito à elaboração de alternativas de respostas de cada questão, sendo estas elaboradas através das respostas encontradas no questionário aberto dos autores. 3.3 PROCEDIMENTO Primeiramente, foi estabelecido um contato prévio com a academia em questão que é a única existentes na cidade, responsável pelo desenvolvimento destas atividades propostas para o estudo, no sentido de caracterizá-las em grande, médio ou pequeno porte, e investigar os tipos de atividades oferecidas pelas mesmas. Posteriormente, a pesquisadora entrou em contato com os frequentadores, em uma abordagem direta, no sentido de esclarecer os objetivos do estudo e convidá-los para fazerem parte da amostra. De posse da anuência dos participantes, o questionário (Anexo 1) foi aplicado com a amostra selecionada, de maneira individual pela pesquisadora, preservando-se os detalhes anteriormente descritos. Finalmente, após a coleta dos dados, a transcrição das respostas foi realizada na íntegra, para maior fidelidade das informações. Os dados foram analisados e discutidos com base em referenciais teóricos sobre atividades em academias, enfocando especialmente aqueles que abordam o público feminino. 3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA Foi utilizada estatística descritiva no programa SPSS 15.0. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A faixa etária das 50 mulheres entrevistadas varia entre 18 e 60 anos, com média de 37 anos. 44 Com a finalidade de melhor visualização da quantidade de participantes, a amostra pôde ser caracterizada a partir dos dados coletados nos questionários e conforme quadro representativo: Número de Participantes Idade N % 18 a 25 anos 06 12% 26 a 30 anos 14 28% 31 a 40 anos 14 28% 41 a 50 anos 11 22% 51 a 60 anos 05 10% Total 50 100% Quadro I. Caracterização da amostra Referente aos motivos que levaram as participantes a praticar exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina, no gráfico 1 observamos que a opção de maior importância foi atribuída ao tratamento ser diferenciado para mulheres somando 48%; na alternativa de outras opções, as entrevistadas citaram as atividades oferecidas pela academia e a estrutura completa da mesma com 16% (como exemplo, a possibilidade de deixar os filhos no espaço kids); poder usar roupas mais a vontade, sem constrangimentos totalizou 12%; a higiene do local 8%; pela orientação de profissionais somente do sexo feminino e por vontade do marido ou companheiro, ambos com 6%; por não ter a presença de homens com 4%. Os ítens religião e porque as amigas praticam não foram assinalados pelas entrevistadas. 45 Tratamento diferenciado para mulheres Poder usar roupas mais à vontade, sem constrangimento 16% 4% 48% 6% 6% Higiene Por ter orientação de profissionais mulheres 8% 12% Por vontade do marido ou companheiro Por não ter a presença de homens Outras (estrutura; tempo e o circuito) Gráfico I. Motivos da Preferência por academia feminina A busca pelo cuidado do corpo feminino se dá em contextos historicamente modificados e possui traços tanto supérfluos quanto indispensáveis para a formação de diretrizes e regras de comportamento que influem nos setores econômico, social e cultural de uma sociedade. Esse é o caso das práticas físicas que contribuíram para o advento das academias de ginástica; academias que em sua maioria são moldadas às características e necessidades do seu tempo. Esse complexo relacional determina, por sua vez, a sutileza das relações que a mulher estabelece com ela mesma, isto é, seu posicionamento psicossocial. No presente estudo, constata-se que as questões de gênero continuam a orientar a existência da mulher, produzindo sensibilidades e determinando caminhos. O que nos respalda para entender a porcentagem de 48% das opções marcadas pela preferência por uma academia exclusivamente feminina ser o tratamento oferecido diferenciado para mulheres, assim como ficarem mais a vontade quanto á roupa e a preferencia pelo atendimento e orientação de profissionais mulheres. A opção das mulheres pela prática da ginástica em espaços exclusivamente femininos nos remete, então, para a ideia de liberdade, para o poder de se governar, para a possibilidade de transitar despreocupadamente entre a “independência feminista” e o resgate de certos valores da tradição familiar. 46 As entrevistadas também caracterizam o ambiente como próprio para elas por não possuir espelhos, o que nos leva a refletir que a falta de visualização do corpo não incomoda as entrevistadas. Alguns exemplos demonstram representações sobre as academias só para mulheres: “Você chega à academia e a recepcionista sabe o seu nome. O vestiário, limpinho e cheiroso, nunca está lotado. Roupa não é problema: até a turma do camisetão é bem recebida [...]” (Boa Forma, Editora Abril)1 “As “Fast Gym” estão espalhadas por todo Brasil e são ótimas opções pra quem não tem muito tempo e nem paciência. A malhação acontece de forma mais prática e rápida, num ambiente que foge às regras: sem espelhos, sem homens, sem saradonas reparando nas suas gordurinhas...” (Internet)2 Neiva (2007) também chama atenção para a possibilidade dessas academias representarem espaços para as mulheres que não se veem dentro de um padrão de corpo belo e saudável, e procuram alternativas para a prática de atividades físicas, sem a presença de homens, isto porque elas não querem sentir-se incomodadas pelos olhares críticos masculinos nas academias convencionais. A academia investigada tem o método de treinamento em circuitos com duração de trinta minutos, possui atividades cardiovasculares e de fortalecimento muscular. Tornando assim a opção de marcarem este aspecto de tempo e do circuito como a segunda alternativa mais marcada. Referente aos objetivos pelo qual as mulheres frequentam esta academia, 58% atribuem a estética, 22% a saúde, 12% para sair do sedentarismo e 6% para ter mais disposição e 2% para melhorar o humor. Verifica-se uma maior importância dada à estética, pois é interessante a semelhança no fato de que todas entrevistadas têm a perda de peso em foco, colocando a preocupação com um corpo mais magro como objetivo principal entre as mulheres. 1 http://boaforma.abril.com.br/edicoes/216/fechado/Fitness/conteudo_11.shtml - acesso em 04 de Set. de 2011 2 http://delas.ig.com.br/materias/338001-338500/338427/338427_1.html - acesso em 04 de Set. de 2011 47 Gráfico II. Objetivos para frequentar uma academia Marcellino (2003) salienta em seu estudo que saúde e condicionamento físico, estética, relaxamento, fazer amigos e encontrar amigos são os motivos por ordem que levam os alunos a frequentarem as academias. Corroborando em alguns aspectos com o presente estudo. Ao analisar os motivos iniciais de adesão de um grupo de adultos, com idade entre 40 e 60 anos, à prática de atividade física, Knijnik e Santos (2006) identificaram também aspectos semelhantes: ordem médica; lazer e qualidade de vida; estética; saúde (ou condicionamento físico). Enfatizaram que apesar da principal adesão destes indivíduos não ser de cunho estético, os mesmos demonstraram certa preocupação com a imagem corporal perante a sociedade. Em estudo feito por Balbinotti e Capozzoli (2008) concluiu-se que, quando o motivo é relacionado à saúde, as mulheres aderem nominalmente mais à prática regular de atividade física do que os homens. Para eles, vários autores apontam como aspectos comuns às pessoas para o início da prática: conhecimento dos benefícios trazidos à saúde; o prazer da prática; conhecimento da melhora dos aspectos sociais e psicológicos e a melhora estética, tornando se assim o objetivo delas dentro da academia. Porém, a “estética” apontada nesse estudo como um dos motivos para frequentar uma academia, também é citado por Neiva (2007) ao afirmarem que as mulheres buscam uma silhueta definida, um corpo perfeito, o que reflete sua vulnerabilidade à influência da cultura da estética em nossa sociedade. 48 O estudo de Salles Costa et al. (2003) sobre a prática de atividade física de lazer na perspectiva de gênero mostrou prevalência de inatividade entre as mulheres que atribuem às múltiplas jornadas de trabalho a causa para a limitação do tempo destinado ao lazer. Isto aparenta contradição, já que as mulheres têm uma percepção mais sensível do corpo do que os homens. E por meio da atividade física que acontece a “busca do corpo delineado e controle do peso corporal, fenômeno observado, sobretudo, em sociedades mais desenvolvidas”. Outros aspectos são considerados por, Caparroz (2008) ao apontar que os sujeitos de sua pesquisa afirmaram que a pratica de atividade física alterou positivamente suas emoções proporcionando melhora no humor, relaxamento, mais disposição, prazer e diminuição da tensão. Em relação aos motivos que levaram as entrevistadas a optar pela Academia Contours Costa&Silva, 44% das opções relacionou as atividades oferecidas, 26% atribuíram ao fato dela ser exclusivamente feminina, 18% por sua localização, 6% pelo seu conforto, 4% pelas profissionais que trabalham na academia (somente mulheres) e 2% pelos equipamentos apropriados para o sexo feminino. No que se refere ao preço e indicação de amigos, não houve escolha das entrevistadas por estas opções. Gráfico III. Motivos da escolha por esta academia Independentemente da faixa etária, pode-se afirmar que a prioridade na escolha dessa academia, para a maioria de suas frequentadoras, foi as atividades oferecidas á clientela feminina tanto o circuito como a orientação nutricional, pilates, estética, boxe e o espaço kids. 49 Este é um aspecto abordado por Neiva (2007) quando afirma que a jornada dupla de trabalho da mulher reduz o seu tempo livre, fazendo com que as academias femininas se tornem uma oportuna opção por oferecerem programações especiais para suas clientes, onde elas se exercitam em tempo reduzido. A facilidade de acesso ao local, também é um fator ambiental significativo, de acordo com Dishman apud Saba (2001) afirma que além da distância ao local da pratica, o horário também é um fator relevante, mas discorda quanto a estes fatores estarem ligados a aderência, relacionando apenas com a manutenção. O presente estudo corrobora com o autor, onde as entrevistadas acreditam que a localização é um fator importante que viabiliza o cotidiano da prática de exercícios físicos. Acredita-se que as academias de ginástica feminina de ontem se justificavam pelas diferenças biológicas entre homens e mulheres, reforçadas em função dos papéis sociais que cada qual deveria desempenhar. Antes a imposição do espaço era naturalizada e não declarada, havia um projeto de formação de sociedade saudável junto ao pensamento científico da época. Os movimentos e as práticas corporais eram diferentes, não fazia sentido homens participando das mesmas aulas. Hoje, com a aparente ruptura deste paradigma, os espaços para as práticas corporais livres são mistos. Nas academias só para mulheres atuais a ginástica e os movimentos também o são. No entanto, há “demarcação” do espaço, só entram mulheres. Elas acumularam funções sociais como prover a casa, família, filhos, trabalhar fora, cuidar da saúde, beleza, feminilidade. Esta jornada de atividades dentro e fora de casa reduz o tempo livre, e as academias só para mulheres tornam-se atraentes por apresentarem a possibilidade de cumprirem o “dever” de se exercitarem em pouco tempo. A identificação de grupos de mulheres fora das práticas corporais, e talvez do padrão estético parece ser fundamental para estas empresas pensarem na possibilidade de inserir estes grupos nestas práticas. A partir desta ideia, estas academias podem ser espaços para as mulheres que não se percebem dentro de um padrão de corpo belo e saudável, e procuram alternativas para a prática de atividades físicas. Não querem sentir-se incomodadas com a presença de mulheres mais belas ou olhares críticos masculinos nas academias convencionais, por isso a opção de uma academia exclusivamente feminina. O quadro II indica o tempo de prática nesta academia exclusivamente feminina, num período de 3 meses obtemos 38% das opções, com mais de 6 meses de prática há 32%, seguido por 22% com 1 ano a 1,5 anos e finalizando com apenas 8% das opções 50 que praticam há 2 anos, logo podemos constatar a presença de um público que se encontra ainda em fase de avaliação e possível adaptação. Tempo que frequenta esta academia Quantidade de Participantes Porcentagem (%) 3 meses 19 38% 6 meses a 1 ano 16 32% 1 ano a 1,5 anos 11 22% 2 anos 04 8% Total 50 100% Quadro II. Tempo de prática nesta academia Saba (2001) salienta que os resultados da prática de exercícios físicos são percebidos quando realizados regularmente e acrescenta-se que por período superior a três meses o sujeito pode perceber modificações, as quais possibilitarão a sua manutenção ou desistência. Mas quando pensamos na prática regular da ginástica, os 32% de prática superior a seis meses nos permitem vislumbrar algo otimista associado à especificidade das academias exclusivamente femininas, pois apesar dos benefícios do exercício físico serem bastante divulgados, a taxa de abandono nos 6 primeiros meses é de aproximadamente 50% (WEINBERG e GOULD, 2008), o que fica ainda mais firmado quando nota-se que 30% das entrevistadas frequentam a academia feminina há mais de 1 ano. Podemos inferir que o fato das academias de Porto Velho estarem lotadas (38% das entrevistadas estarem frequentando há 3 meses) nesta época do ano, pode ser atribuído ao período de férias, onde muitas pessoas viajam e procuram as praias desejando um corpo bonito e saudável. Ao analisar os motivos que fazem as mulheres entrevistadas manter a pratica de exercícios físico nesta academia, a opção mais assinalada foi os serviços oferecidos como o circuito, pilates, nutricionista, estética e o espaço kids com 50% de preferência; a sensação de bem-estar proporcionada pelo local com 32%, seguida da facilidade de 51 acesso ao local com 14% e por fim as opções de incentivo e atenção das professoras com 2% e a atenção dos funcionários do local que não foi optada. Gráfico IV. Manutenção da pratica nesta academia No aparecimento do interesse pela prática de exercícios físicos é estabelecida uma relação de conveniência entre uma necessidade evidente e a sua satisfação que somente se torna interessante para aqueles, cujas características das atividades coincidam com suas necessidades especificas. Por outro lado, os interesses mudam quando as necessidades são atingidas ou quando outra necessidade se torna mais urgente. O mercado de academias tem vivenciado essas mudanças constantemente, porque as pessoas exigem novidades e tendem a buscar sempre outras modalidades inovadoras, já que não conseguem manter o interesse pela mesma coisa por muito tempo. Ao procurar a academia, o aluno tem mostrado buscar um serviço qualificado, estrutura física em condições, e excelência em atendimento para que possa realizar os exercícios com prazer e satisfação, seguro de que seus objetivos serão atingidos. As academias por sua vez, montam estratégias diversas para atrair e conquistar clientes, buscando melhorar o atendimento, oferecendo metodologias de trabalhos inovadoras desenvolvidas por profissionais qualificados, e mesmo com todo o empenho para reter os clientes, os números de desistência continuam altos, o que acaba gerando prejuízo para empresa e para a saúde das pessoas. O tempo disponível esta relacionado a aderência. A desistência ou adoção de um estilo de vida saudável ou sedentário esta associada a percepção do tempo disponível. 52 Okuma apud Saba (2001) aponta que a associação de tempo esta mais relacionada a manutenção do que a adesão, e associa ao aumento da pratica e não a adesão. Por tal o motivo é que a academia Contours Costa&Silva alega oferecer todos estes serviços á suas clientes em um mesmo ambiente, para mantê-las assíduas á pratica e a frequentar cada vez mais o ambiente, justificando assim a opção de serviços oferecidos ter alcançado 50% da opção das entrevistadas. Para Saba (2001) os resultados da pratica de exercícios físicos são percebidos quando realizada regularmente e acrescenta-se que por período superior a três meses, o que levará o sujeito a perceber modificações, as quais possibilitarão a sua manutenção ou desistência. Destaca-se ainda que as decisões (iniciar, manter ou desistir) estão relacionadas a fatores motivacionais, que são diferentes para cada pessoa (MARTINS, 2000). Conforme Weinberg e Gould (2008) a motivação pode ser influenciada por estímulos e percepções intrínsecos ou extrínsecos, os quais irão orientar as tomadas de decisão dirigidas para a satisfação das necessidades ou desejos individuais. A motivação intrínseca esta voltada para o prazer e satisfação e a motivação extrínseca esta voltada para receber recompensas ou evitar punições, que no caso seria atingir os objetivos almejados com a pratica de exercício físico (DECI; RYAN, 1985; DISHMAN, 1995; MARTENS, 1996). Assim, Nahas e Corbin apud Martins (2000) preconizam que motivação intrínseca e satisfação pessoal devem ser alguns dos primeiros objetivos considerados relevantes em programas de Educação Física. Referente a presença de um homem durante a prática de atividade física 24% das mulheres disseram que se sentiam incomodadas, sendo que as demais, a grande maioria 76% disseram não incomodá-las. A partir das justificativas das participantes que disseram não se incomodar com a presença de homens, percebeu-se que na verdade, elas se preocupam com a presença de homens. Para melhor entendimento, tais posicionamentos/justificativas são transcritos no quadro abaixo. 53 “Se não estiver, melhor, porque acho que a maioria das pessoas que malham aqui preferem esta academia por não ter homens” (ENTREVISTADA 1) “Se for somente um, não iria incomodar, talvez possa ser um professor” (ENTREVISTADA 26) “Seria um profissional também ou um amigo” (ENTREVISTADA 29) “Porque se for um não, se for mais, aí sim” (ENTREVISTADA 36) “Mas fico mais a vontade só com mulheres” (ENTREVISTADA 41) “Não preciso pensar em que roupa vir, se vai ficar vulgar ou transparente, porque tudo que possa mostras, elas também tem”. (ENTREVISTADA 47) Quadro III. Justificativas apresentadas sobre a presença masculina Observa-se, desta forma, que apesar de terem respondido que a presença de homens não as incomodaria preferem praticar as atividades só com mulheres. Entre as participantes que afirmaram se incomodar com essa presença, a grande maioria justificou sua resposta afirmando que “não se sentiriam à vontade, sem liberdade”. Retomando a fala de Neiva (2007) [...] espaços para as mulheres que não se percebem dentro de um padrão de corpo belo e saudável, e procuram alternativas para a prática de atividades físicas. Não querem sentir-se incomodadas com a presença de mulheres mais belas ou olhares críticos masculinos nas academias convencionais. É perceptível que a prática é melhor sem os homens olhando, uma vez que as mulheres apontam ficarem mais a vontade, concentradas nos exercícios tanto para membros inferiores ou superiores, ir com mais frequência e com a roupa que se sentirem melhor sem a constante preocupação dela estar transparente, vulgar ou “fora do lugar”, como foi apontado no presente estudo. Referente a participação em academias tradicionais, 92% das entrevistadas responderam que já frequentaram uma academia mista (com homens e mulheres) e apenas 8% disseram que não. Para estas, foi solicitado que explicitassem os motivos pelos quais nunca o fizeram. No quadro IV estão transcritos os motivos apresentados por elas. 54 Pois nunca tive interesse; (ENTREVISTADA 7) Por falta de tempo; (ENTREVISTADA 10) É a primeira fez que faço academia, não gostava; (ENTREVISTADA 20) Eu prefiro só para mulheres, você fica mais à vontade e o circuito que me interessou; (ENTREVISTADA 35) Localização da academia é perto da minha casa; (ENTREVISTADA 42) Quadro IV. Motivos pelos quais não frequentaram uma academia mista Observou-se que entre aquelas que nunca frequentaram academia mista, a maior incidência se deu na faixa etária de 18 a 28 anos. Pelos motivos apresentados por elas, entende-se que justamente pela pouca idade, podem não ter tido oportunidades anteriores. As outras colocações serviram para reforçar a preferência das participantes por academias onde não há a presença masculina. No presente estudo as duas últimas perguntas do questionário foram dirigidas apenas às pessoas que já praticaram exercícios físicos em academias mistas, sendo 92% das entrevistadas. Especificando os motivos que as levaram a mudar para a academia feminina, de modo geral foram: pelas atividades oferecidas (54,5%); por ser exclusivamente feminina (24%); pelo tratamento oferecido pelas profissionais (9%); pelo conforto (4,5) e outros, como aparelhagem, porque as amigas praticam, por vontade do marido/companheiro e estrutura. 55 Gráfico V. Motivos que levaram a mudar de academia mista para feminina Percebe-se que as inúmeras atividades oferecidas pela academia, em especial o circuito de 30 minutos que agrega atividades cardiovasculares com de força muscular, foram essenciais para a mudança de academia. Uma vez que as mulheres procuram cada vez mais rapidez somada com qualidade e comodidade para sua pratica de exercícios físicos diário. Por fim, procurou-se saber se a troca de uma academia mista por uma exclusivamente feminina trouxe alguma mudança com relação à prática de atividade física das participantes. Dentre as respostas obtidas, 65,2% delas afirmaram que houve mudanças e 34,8% disseram que não. Apesar de ter sido solicitada uma justificativa para as respostas dadas, nem todas o fizeram. Dessa forma, encontram-se descritos no Quadro V as justificativas que foram colocadas. 56 Sim Fiquei mais à vontade; Passei a praticar mais vezes e ter Não ânimo; Pratico por um tempo maior, sem parar; Fiquei mais motivada, principalmente Continuou a mesma coisa; quando percebi os resultados do Pratico exercícios porque gosto; circuito; Faço a mesma prática Passei a ficar mais a vontade e concentrada no exercício; Tive maior vontade de praticar os exercícios. Quadro V. Justificativas em relação à mudança para uma academia feminina Verificou-se que a maioria das mudanças percebidas pelas participantes refere-se ao fato de se sentirem mais à vontade na academia feminina, em detrimento da mista. Além disso, elas também se sentiram mais motivadas para a prática de atividades físicas. Por outro lado, as participantes que não perceberam mudanças referiram-se a praticar exercícios porque gostam, como justificativa. Concordando com o que foi colocado pelas frequentadoras da academia feminina, Neiva (2007) defende a ideia de que as atividades praticadas pelas mulheres não devem ser diferentes daquelas praticadas pelos homens, visto que as restrições feitas às mulheres, ao longo da história, baseavam-se tanto na “natureza do sexo” como também em preconceitos e superstições da época, vistos como um problema social. Complementam e enfatizam ainda os autores, que o processo de expansão das academias mistas foi gradativo e que as praticantes femininas foram mais representativas após a década de 1980, coincidindo com a superação da proibição das práticas de lutas e levantamento de peso, entre outras, pelas mulheres. Para eles, a diferenciação básica entre a academia mista e a feminina é que nesta última o método de treinamento tem duração menor (menos tempo na academia) e o ambiente é próprio para as mulheres. 57 5. CONCLUSÃO Considerando os aspectos que permearam os dados coletados nesse estudo, a mídia em geral parece mesmo influenciar a sociedade como um todo, despertando novos valores, sentimentos e desejos. A questão estética é hoje uma preocupação de grande parcela da população, em especial das mulheres, bem como adotar para si um estilo ou hábito saudável e, por conseguinte, melhorar a qualidade de vida. A maioria das mulheres questionadas tem essa preocupação com a questão estética e com a melhoria da qualidade de vida, possuindo um tempo de prática considerável e frequentando a academia com assiduidade. Interessante é observar que o “tempo disponível” foi o fator mais citado como dificuldade para a prática regular de uma atividade física, o que justifica o opção pela Contours Costa&Silva que oferece a pratica de exercícios físicos em um circuito dinâmico e especifico para mulheres com apenas 30 minutos de duração. Isto realça, novamente, o motivo pelo qual essas mulheres dão continuidade à prática, demonstrando, efetivamente, o interesse nos resultados que o circuito proporciona e o ótimo ambiente da pratica. O início da prática de qualquer tipo de atividade física depende de um estímulo e/ou incentivo. Influências sociais da família e amigos, da mídia e a busca para alcançar seus objetivos, são de enorme importância para o início da prática de exercícios físicos. A adoção de hábitos saudáveis pode, então, proporcionar às mulheres melhores condição para enfrentar a atual vida cotidiana com jornada dupla de trabalho e cuidados com a casa e família, muito agitada e repleta de estímulos estressantes. Ficou, então, patente os principais fatores que levam à aderência e subsequente manutenção à prática de exercícios físicos em academia exclusivamente feminina na cidade de Porto Velho-RO e, os dados obtidos com este trabalho podem apontar sugestões que permitam ampliar a compreensão do universo amplo de uma academia feminina, conduzindo os estudiosos do tema em questão a mais uma fonte de conhecimento deste importante assunto da atualidade, que são as academias de ginásticas cada vez mais especializadas e direcionadas a um público específico. 58 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALBINOTTI, M. A. A; BALBINOTTI, C. J. Motivação á Prática Regular de Atividade Física: Um Estudo Exploratório com Participantes em Academia de Ginástica. 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QUESTIONÁRIO Idade: _____________________ 1) Enumere em ordem crescente os ( ) por vontade do meu marido motivos de sua preferência por esta (companheiro) academia feminina (começando pelo ( ) outra(s) mais importante): _________________________________ ( ) o tratamento é diferenciado para Marque com um “X” apenas uma mulheres opção de acordo com resposta que ( ) por poder usar roupas mais à vontade, considerar mais importante. sem constrangimentos 2) Porque você frequenta uma ( ) minha religião academia (objetivo)? ( ) por não ter a presença de homens ( ) para sair do sedentarismo ( ) higiene ( ) para ter mais disposição ( ) por ter orientação de mulheres ( ) por prazer (profissionais) ( ) para melhorar o humor ( ) porque minha(s) amiga(s) pratica(m) ( ) diminuição da tensão 67 ( ) relaxamento ( ) não ( ) diminuir o estresse Justifique sua resposta: ( ) melhorar a auto-estima ___________________________________ ( ) estética 7) Você já frequentou alguma ( ) saúde academia mista(tradicional com ( ) exigência médica homens e mulheres)? ( ) outros ( ) sim 3) Porque você optou pela academia ( ) não. Porque? Contours Costa & Silva? ___________________________________ ( ) sua localização SOMENTE se você respondeu “SIM”, na ( ) o conforto pergunta ( ) o preço PRÓXIMAS: ( ) o(s) profissional(ais) 8) Qual(ais) motivo(s) te levou(aram) ( ) atividades oferecidas pela academia a mudar de academia? (você poderá ( ) a aparelhagem anterior, RESPONDA AS optar por mais de uma resposta) ( ) por ser exclusivamente feminina ( ) preço ( ) indicação de amigos ( ) conforto ()outro(s).Quais? ( ) tratamento oferecido pelos profissionais ___________________________________ ( ) religião 4) Há quanto tempo você frequenta ( ) por ser exclusivamente feminina esta academia? ( ) higiene ( ) 3 meses ( ) aparelhagem ( ) 6 meses a 1 ano ( ) porque minha(s) amiga(s) pratica(m) ( ) 1 a 1,6 anos ( ) vontade do meu marido (companheiro) ( ) 2 anos ( ) atividades oferecidas pela academia 5) O que mais te motiva a manutenção ( ) outro(s). Qual(ais)? da pratica nesta academia? ___________________________________ ( ) sensação de bem-estar proporcionada 9) A troca de uma academia mista por pelo ambiente uma exclusivamente feminina trouxe ( ) incentivos da professora alguma mudança em relação à sua ( ) atenção da professora prática de atividade física? ( ) facilidade de acesso ( ) sim ( ) serviços oferecidos pela academia ( ) não ( ) atenção dos funcionários do local Justifique: 6) A presença de um homem durante a ___________________________________ prática de sua atividade física te ___________________________________ incomodaria? ___________________________________ ( ) sim 68 Anexo II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu,................................................................................., RG........................, Sexo Feminino, nascida em...... /........ /......, tendo sido CONVIDADA pela Graduanda ISABEL RODRIGUES DE AZEVEDO, a participar do projeto de pesquisa “Motivos de adesão á prática de exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina de Porto Velho”, sob a orientação da Profª. Ms. Sílvia Teixeira de Pinho, compreendo que posso contribuir neste estudo e que não me oferece risco de qualquer natureza. Estou ciente que a pesquisadora me entrevistará, com o objetivo de investigar sobre os principais motivos que me levaram á optar pela prática de exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina na cidade de Porto Velho. Depois de completamente esclarecida pela referida pesquisadora, ACEITO PARTICIPAR DESTE ESTUDO, PODENDO INTERROMPER MINHA PARTICIPAÇÃO A QUALQUER MOMENTO. Porto Velho, RO,.......... /............ / 2011. _____________________________________________ Assinatura da PARTICIPANTE _____________________________________________ Assinatura da PESQUISADORA RESPONSÁVEL Isabel Rodrigues de Azevedo, RG. 852.868.422-91, Rua Padre Ângelo Cerri, no. 1700, Bairro São João Bosco, Porto Velho, Rondônia, tel. (69) 8415-9055. 69