1 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

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1 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MOTIVOS DE ADESÃO Á PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM UMA
ACADEMIA EXCLUSIVAMENTE FEMININA DE PORTO VELHO-RO
ISABEL RODRIGUES DE AZEVEDO
PORTO VELHO – RO
2011
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MOTIVOS DE ADESÃO Á PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM UMA
ACADEMIA EXCLUSIVAMENTE FEMININA DE PORTO VELHO-RO
Orientanda: Isabel Rodrigues de Azevedo.
Orientadora: Silvia Teixeira de Pinho.
Monografia de Graduação apresentada
ao curso de Educação Física do Núcleo
de Saúde da Universidade Federal de
Rondônia – UNIR, para obtenção do
título de Licenciatura em Educação
Física.
PORTO VELHO - RO
2011
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ISABEL RODRIGUES DE AZEVEDO
DATA DA DEFESA: ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho
Julgamento: ______________
Assinatura:_________________________________
Prof. Dr. Ivete Aquino de Freire
Julgamento: ______________
Assinatura:_________________________________
Prof. Ms. Ramón Nuñez Cardenas
Julgamento: ______________
Assinatura:_________________________________
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família: Ivan, meu pai e eterno herói; Niva,
minha mãe e exemplo pra vida; Stella, minha única irmã e eterna companheira; e
meu companheiro que esteve presente em diversos momentos com apoio integro,
Diego.
Sem a ajuda e colaboração de vocês, creio que não teria conseguido, ou
talvez, a batalha tivesse sido muito mais árdua do que foi. Desculpem as
ausências e possíveis negligências de minha parte. Amo muito vocês.
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AGRADECIMENTOS
Por tudo que se concretiza nesse momento, agradeço a Deus, por toda luz e
proteção que me concedeu. Sem essa crença em meu coração, eu não iria
conseguir nada. Agradecida, sempre.
Talvez, depois de tantos obstáculos e tentar falar sobre emoções, esse seja o
momento mais difícil, ou seja, expressá-las. Como agradecer ou retribuir em
palavras a tantas pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente, para a
realização e conclusão desse trabalho? É um momento complicado.
Pai e mãe (Ivan e Niva), sem o vosso amor e exemplo, literalmente, eu não seria
nada. Obrigada por me amarem. O meu amor por vocês é infinito.
A minha irmã Stella, obrigada pelo apoio que sempre empregou. Amo você.
Ao meu namorado, Diego, obrigada. Sei que não foi fácil para você e, com
certeza, não há como colocar em palavras todo o apoio que me deu. Desde o
incentivo á presença constante nos momentos difíceis, além da ajuda na
elaboração e correção desta monografia. Mesmo com algumas dificuldades e
obstáculos, somos cúmplices um do outro. Com certeza, sem seu apoio eu não
teria conseguido. Meu amor, obrigada. Eu te amo muito.
Falar de entes próximos e queridos não é fácil, nos deixa vulneráveis. Mas
agradeço a todos os meus familiares, tanto os de sangue (Família Azevedo e
Rodrigues) como os de consideração (Família Torres). Em especial a minha
madrinha e segunda mãe Diva. Agradeço a todo carinho dado por vocês.
Falar de orientadora é bem difícil também. Silvia, agradeço a Deus por ter feito
meu caminho cruzar com o seu. Obrigada por tudo, pela sua paciência, por ter me
aceito como sua aluna, o quanto que aprendi e aprendo com você. Foram muitos
estímulos, não só a mim, mas a todos que estão a sua volta. Você me fez
entender o verdadeiro significado da palavra “comprometimento”. Simplesmente
obrigada.
Querido professores do DEF, sem vocês essa minha trilha teria ficado muito mais
espinhosa. Obrigado por todo conhecimento que me foi passado. Vocês foram
fundamentais para minha formação.
Como falar dos meus queridos amigos?
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Primeiro, agradeço à Débora, uma amiga muito especial e sempre presente em
todos os momentos com apoio total e palavras de animo sempre. Obrigada
amiga, amo você.
As minhas amigas: Talita, Viviane e Ana Julia. Queridas, obrigada por tudo.
A todos os outros amigos, que são especiais e me ajudarão nesta batalha,
obrigados.
Aos meus colegas de faculdade, que fizeram estes quatro anos de curso muito
mais fáceis e interessantes, foram ótimas manhas juntos.
A academia Contours que abriu as portas para que eu pudesse realizar este
trabalho e as mulheres que responderam aos questionários da pesquisa com
tanta simpatia. Obrigado, sem vocês nada disso seria possível.
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Dar prioridade às emoções, experimentar um “senso” em
relação a si próprio, olhar para o próprio sentimento, permitir
senti-lo, é lançar mão de mais um sentido: as emoções, capaz de
mudar o sentido da própria vida. Para isso é necessário aprender a
sentir satisfação com a experiência, sentimento que torna a vida
mais feliz.”.
Trecho da Dissertação de Marília Freire, 2005.
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SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
I – INTRODUÇÃO......................................................................................................11
II - REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................16
III – METODOLOGIA..................................................................................................41
IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................44
VI – CONCLUSÃO.....................................................................................................57
VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................58
• Anexo I – Questionário............................................................................................66
• Anexo II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido........................................68
• Anexo III – Termo de Consentimento de uso do nome e imagem..........................69
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RESUMO
O presente estudo abordou a prática de exercícios físicos em uma academia
exclusivamente feminina de Porto Velho-RO; tendo como objetivo verificar os motivos
que levaram mulheres à optar por
uma academia exclusivamente feminina, em
detrimento das academias tradicionais. A academia selecionada para esse estudo é a
única da cidade que tem como característica atender somente o público feminino, com
atividades especiais como o circuito de apenas 30 minutos de duração, além de pilates,
boxe e estética. A amostra da pesquisa foram cinquenta mulheres com idade entre 18 a
60 anos que representam as praticantes de exercícios físicos em academias
exclusivamente feminina na cidade de Porto Velho- RO. A metodologia utilizada foi do
tipo transversal que teve como instrumento de pesquisa, um questionário semiestruturado com nove perguntas referentes a escolha deste tipo de academia. Constatouse que a preferência delas por uma academia exclusivamente feminina está
primeiramente relacionada à: tratamento ser diferenciado para mulheres, utilização de
roupas mais confortáveis sem constrangimentos, higiene do ambiente, pela orientação de
profissionais mulheres, por vontade do marido ou companheiro e por não ter a presença
de homens. Outros motivos, também percebidos e importantes, foi o fato de ser um
circuito de apenas 30 minutos de duração, sendo o tempo da pratica um fator a mais
para a opção desta academia e a estrutura favorável á mulher. Verificou-se também que
a procura por exercícios está relacionada à estética e à saúde pois com o avançar da
idade, há uma diferença desses motivos, ficando explicito a uma maior preocupação com
a saúde e o bem-estar.
UNITERMOS: Academia feminina, exercícios físicos e motivação.
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ABSTRACT
This study addressed the practice of physical exercises in a gym exclusively
female from Porto Velho, RO, aiming to verify the reasons that led women to opt for an allgirls academy, at the expense of traditional gyms. The academy selected for this study is
the only city which features meet only the female audience, with special activities such as
the circuit only 30 minutes long, and pilates, boxing, and aesthetics. The survey sample
were fifty women aged 18 to 60 years representing the practitioners of physical exercise in
all-female gyms in the city of Porto Velho-RO. The methodology used was cross that he
had as a research tool, a semi-structured questionnaire of nine questions regarding the
choice of this type of gym. It was found that the preference of them for an all-girls
academy is primarily related to: treatment is different for women, use of more comfortable
clothes without constraints, environmental hygiene, the guidance of professional women,
by the will of the husband or partner and not have the presence of men. Other reasons,
and also perceived important was the fact that a circuit just 30 minutes long, and the time
of practice one more factor for the choice of this academy and structure favorable to
women. It was also found that the demand for exercise is related to aesthetics and health
because with advancing age, there is a difference of these reasons, explicit in getting a
greater concern for the health and well-being.
KEYWORDS: College women, exercise and motivation.
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1. INTRODUÇÃO
A busca por uma melhor qualidade de vida através de exercícios físicos tem sido
altamente valorizada nos dias atuais como uma alternativa para minimizar os danos
causados por diversos fatores deteriorantes do bem-estar, como o stress das grandes
cidades, sedentarismo e má alimentação que acabam abalando a estrutura qualitativa
dos seres humanos (TAHARA, 2003).
Segundo Pitanga e Lessa (2010), o sedentarismo é caracterizado pela ausência
de atividade física, sendo considerada a doença do século por estar associado ao
comportamento cotidiano decorrente dos confortos da vida moderna que através do
processo de industrialização provoca a diminuição da prática de atividades. O
sedentarismo esta ligado à doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, saúde mental,
hipertensão arterial, tendo maior prevalência em mulheres, idosos e pessoas de baixa
escolaridade.
Como foi citado anteriormente a causa do sedentarismo vem do avanço
tecnológico mundial e da concentração em massa da população nas grandes cidades,
ocasionando falta de tempo e excesso de trabalho e como consequência disso, a procura
por serviços de uma academia torna-se necessária, com o objetivo de solucionar tal
problema, ou minimizá-lo (PEREIRA apud Lima, 2010). É crescente a preocupação da
população com a melhoria da qualidade de vida e a conscientização a respeito da
importância do exercício físico, proporcionando um grande aumento de público nas
academias de ginástica.
A preocupação com a saúde física, e seus benefícios são apontados como motivo
principal da adesão à prática da atividade física em academias, segundo Matsudo e
Matsudo (2000), Saba (2001) propicia benefícios, como: aumento do funcionamento dos
sistemas metabólico, endócrino e imunológico; melhora na qualidade de vida; diminuição
do risco de doença cardiovascular; melhora no controle do peso; controle da pressão alta
e do diabetes, entre outros.
Conforme o estudo realizado por Santos (2006), os motivos iniciais de adesão a
prática de atividade física na idade adulta são: ordem médica; lazer e qualidade de vida;
estética; saúde (ou condicionamento físico). Apesar do motivo principal de adesão destes
indivíduos não ser de cunho estético, a pesquisa demonstrou que os pesquisados
possuem uma certa preocupação com a imagem corporal frente à sociedade. A soma de
necessidades torna a atividade física mais significativa.
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Cunha apud Marcellino (2003) relata em seu estudo que os motivos que levam as
pessoas a frequentarem academias variam muito, entre eles, estão a busca da melhoria
da condição física e da saúde, a busca do relaxamento, descarga de energia e higiene
mental e coloca também que algumas pessoas procuram as atividades por
recomendação médica. Portanto, pode-se observar que entre esses e outros motivos
direcionam as pessoas à procurarem com frequência locais para a prática de atividade
física orientada por profissionais da área, aumentando o número de academias em nosso
país.
Como decorrência dessas necessidades, Marcellino (2003) afirma que as
academias vêm ocupando cada vez mais espaço no contexto social, como organizações
especializadas, prestadoras de serviços relacionadas com as atividades motoras, ou
físico-esportivas, ou do movimento, de acordo com a nomenclatura utilizada.
Complementando, Coelho Filho (2000), também citado pelo autor, distingue duas
realidades de academias de ginástica: as menores, onde as relações são mais pessoais,
e as maiores, mais impessoais nas relações. Aponta também, o privilégio dado para os
profissionais do sexo masculino em grandes academias e o equilíbrio entre os dois sexos
nas pequenas.
Fato interessante a ser considerado é o surgimento de academias com estilos
diferenciados, direcionadas a grupos específicos. Um exemplo disso são as academias
com acesso exclusivo para mulheres, contrapondo-se ao padrão de academia mista,
frequentada por todos os grupos de pessoas.
A esse respeito, Neiva aponta para o fato de que, apesar de homens e mulheres
estarem cada vez mais próximos da igualdade, no que se refere ao acesso a lugares
públicos e privados, ainda é necessário criar estratégias para facilitar o acesso para as
mulheres. Algumas das estratégias se constituem pela delimitação de espaços privados,
com acesso exclusivo de mulheres. Os autores destacam como exemplo, as academias
de ginásticas exclusivamente femininas, onde se aceitam apenas mulheres como
proprietárias, funcionárias e alunas. Enfatizam também que o número de academias ditas
“femininas” vem crescendo rapidamente, o que em décadas passadas era incomum.
Além disso, a mulher pode ser considerada como a maioria dos frequentadores
das aulas de ginástica nas academias. Fernandes (2005) mostra isto em seu estudo,
apontando o fato de ter optado pela pesquisa com as mulheres, pois na academia
selecionada por ele, 60 a 70% dos participantes de ginástica, entre 25 e 35 anos, eram
mulheres.
Porém, de acordo com Robertson e Mutrie (1989, citados por Balbinotti e
Capozzoli, 2008), para participar de um programa de atividade física regular, mulheres
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adultas, ainda encontram um grande número de barreiras a vencer, por exemplo, na
família e no trabalho.
Por outro lado, estudo de Salles-Costa (2003) sobre a prática de atividade física
de lazer, na perspectiva de gênero, mostrou que a inatividade é maior entre as mulheres.
As causas para isto seriam as múltiplas jornadas de trabalho limitando o tempo para o
lazer. Apontando uma contradição, as autoras colocam o fato de as mulheres terem uma
percepção mais sensível do corpo do que os homens, o que naturalmente as faria
procurar pela atividade física, com o objetivo de se conseguir através dela um corpo
delineado e o controle do peso.
Para Saba (2001) a atividade é benéfica tanto no aspecto biológico, como também
no nível psicológico. Os efeitos positivos sobre os aspectos psicológicos originam do
prazer que se é obtido na atividade realizada. Podemos então dizer que a motivação é
um fator essencial para o desempenho do aluno nas academias.
Não importa o tipo de tratamento que se pretende desenvolver em um individuo o
caminho motivacional será sempre o de suas necessidades pessoais, sejam elas físicas,
espirituais, política, estéticas, econômicas (FEIJO, 1998).
Donizete (2001) nos diz que qualquer que seja a tarefa a ser realizada, a
motivação é o elemento fundamental no processo finalizador ou no fracasso do alcance
total do próprio objetivado.
Baseando nisso pode-se dizer que se matricular em uma academia e iniciar uma
atividade física não é a parte mais difícil. O estímulo de uma novidade a busca por um
objetivo é bastante gratificante, mas nem sempre é tão fácil conseguir se manter fiel a
prática de atividade física, as que se determinam a isso são regidas por fortes motivos.
É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez tem sido utilizada
com diferente sentido. De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a
agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um
comportamento específico. Esse impulso à ação pode ser provocado por um estimulo
externo (provido do ambiente) e pode ser também gerado internamente nos processos
mentais do individuo (CHIAVIENATO, 1997).
Segundo Paim (2002), motivação é um
termo que abrange qualquer
comportamento dirigido para um objetivo que se inicia com um motivo, esse provoca um
determinado comportamento para a realização do que se foi objetivado, sendo assim
indivíduos diferentes podem praticar a mesma atividade, só que animados por razões
incomuns.
A partir disso podemos dizer que o interesse desse estudo se fundamentou no
intuito de verificar os principais fatores motivacionais que tem levado as mulheres a
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procurarem por academia exclusivamente feminina. Sabemos também como foi situado
por Donizete (2001) que a motivação é totalmente individualizada e diferenciada em sua
complexidade, então o presente estudo não tem como objetivo criar um padrão
motivacional, vendo que isso seria impossível.
1.1 JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa justifica-se pelos seguintes motivos: pela escassez de estudos neste
aspecto da cidade de Porto Velho-RO, especificamente dos motivos de adesão a pratica
de exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina. Uma vez que vários
estudos apontam os principais motivos citados por mulheres pela academia
exclusivamente feminina, como Neiva et al. quando afirma que a jornada dupla de
trabalho da mulher reduz o seu tempo livre, fazendo com que as academias femininas se
tornem uma oportuna opção por oferecerem programações especiais para suas clientes,
onde elas se exercitam em tempo reduzido.
Os principais fatores abordados por Marcellino (2003) em seu estudo é que a saúde e
condicionamento físico, estética, relaxamento, fazer amigos e encontrar amigos são os
motivos por ordem que levam os alunos a frequentarem as academias.
Ao analisar os motivos iniciais de adesão de um grupo de adultos, com idade entre 40
e 60 anos, à prática de atividade física, Knijnik e Santos (2006) identificaram também
aspectos semelhantes: ordem médica; lazer e qualidade de vida; estética; saúde (ou
condicionamento físico). Enfatizaram que apesar da principal adesão destes indivíduos
não ser de cunho estético, os mesmos demonstraram certa preocupação com a imagem
corporal perante a sociedade. Para eles, vários autores apontam como aspectos comuns
às pessoas para o início da prática: conhecimento dos benefícios trazidos à saúde; o
prazer da prática; conhecimento da melhora dos aspectos sociais e psicológicos e a
melhora estética.
Porém, a “estética” apontada nesse estudo como um dos motivos para frequentar
uma academia, também é citado por Neiva ao afirmar que as mulheres buscam uma
silhueta definida, um corpo perfeito, o que reflete sua vulnerabilidade à influência da
cultura da estética em nossa sociedade.
Outros aspectos são considerados por Caparroz (2008) ao apontar que os sujeitos de
sua pesquisa afirmaram que a pratica de atividade física alterou positivamente suas
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emoções proporcionando melhora no humor, relaxamento, mais disposição, prazer e
diminuição da tensão.
Em estudo feito por Balbinotti e Capozzoli (2008) concluiu-se que, quando o motivo é
relacionado à saúde, as mulheres aderem nominalmente mais à prática regular de
atividade física do que os homens.
Levando em consideração o tempo de prática de atividade física e as modalidades
oferecidas, Dreher & Godoy (2003) dizem que as novas exigências do cotidiano moderno
passam por uma adequação do corpo em busca de uma boa qualidade de vida e esta
adequação acontece através de atividades físicas desenvolvidas em academias de
ginástica e musculação, em especial nas academias femininas.
Mas nenhum estudo relata os principais motivos de adesão na cidade de Porto
Velho-RO. Diante destes pressupostos, é que se justifica o interesse em realizar esta
pesquisa. Para toda a população feminina da cidade de Porto Velho-RO que busca
praticar exercícios físicos em academias exclusivamente femininas.
1.2 OBJETIVO
Objetivo geral;
- Identificar os principais motivos de adesão á pratica de exercícios físicos em uma
academia exclusivamente feminina.
Objetivos específicos;
- Verificar os motivos da pratica de exercícios físicos em academia;
- Analisar os fatores que levaram a escolha de uma academia exclusivamente feminina;
- Descrever o tempo de pratica nesta academia;
- Identificar os fatores motivacionais para pratica de exercícios físicos nesta academia;
- Analisar se ocorre interferência positiva ou negativa na pratica de exercícios com a
presença de homens;
- Identificar os motivos que levaram a optar por uma academia exclusivamente feminina
em detrimento da mista;
- Apontar as diferenças ou melhorias notadas pela pratica sem a presença de homens.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 GINÁSTICA DE ACADEMIA
Toscano (2001) conceitua as academias de ginástica como centros de atividades
físicas onde se prestam serviços de avaliação, prescrição e orientação de exercícios
físicos, sob supervisão direta de profissionais de educação física.
Para Rojas (2003) as academias de ginástica são compreendidas como centros de
condicionamento físico que oportunizam o ambiente e orientação para a prática de
programas de exercícios físicos.
As academias de ginástica e musculação são centros de atividades físicas que
prestam serviços de avaliação, prescrição e orientação de exercícios físicos, sob
supervisão direta de profissionais de Educação Física, tornando-se uma opção para a
população, que adere ao exercício físico com o intuito de obter melhorias em seu bemestar geral (MARINHO & GUGLIELMO, 1997).
Capinussu (1989) apresenta a resolução nº 104963, publicada no Diário Oficial da
União, de 10 de fevereiro de 1984, pág. 2112, Seção I, onde o Ministério do Trabalho
conceitua academia como “empresa que se dedica a ministrar cursos de balé, danças,
musculação, lutas e cultura física de modo geral, lecionados por professores diplomados
em curso superior de Educação Física, além da aplicação de duchas, saunas e
massagens, mediante orientação de médicos diplomados”.
Esta resolução é completa no seu conceito de academia, pois cita todas as suas
abrangências, mas a exigência da orientação de um médico diplomado pode ser
considerada como invasão de área, uma vez que o profissional de Educação Física em
sua graduação é instruído de todo conhecimento pratico e teórico para avaliar e
prescrever exercícios físicos dentro da academia, salvo o laudo médico em casos de
reabilitação ou qualquer limitação na prática de exercícios físicos.
Levando-se em conta as dimensões e a quantidade de interesses culturais que
satisfazem, as academias podem ser classificadas como micro equipamentos
específicos, privilegiando os conteúdos físico-esportivos no lazer.
As academias vêm ocupando cada vez mais espaço no contexto social, como
organizações especializadas, prestadoras de serviços relacionadas com as atividades
motoras, ou físico-esportivas, ou do movimento, de acordo com a nomenclatura utilizada.
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As academias passam a ser assim, na maioria das vezes, não instituídas com essa
finalidade, um espaço de convivência e vivência do lazer, para além dos conteúdos físicoesportivos.
Por outro lado, a análise de Mello (1997) permitiu a consideração da importância da
prática das atividades físicas, nesse espaço, bem como fazer uma analogia entre os
ritmos delas e o ritmo das ações desenvolvidas na vida cotidiana da sociedade
contemporânea, automatizada e voltada para o mercado, chegando à conclusão da
interdependência entre lazer e trabalho. Trata-se de outro estudo que constata a relação
entre os conteúdos físico esportivos do lazer e os sociais, aqui não apenas em conteúdo
mas também em forma, ou seja, a procura de vivência do componente lúdico da cultura.
Coelho Filho (2000) distingue duas realidades polares de academias de ginástica: as
menores, com relações mais pessoais, e as maiores, mais impessoais nas relações ou
mais voltadas para o mundo dos negócios. Constata, inclusive, o privilégio dado para os
profissionais do sexo masculino em grandes academias e o equilíbrio entre os dois sexos
nas pequenas. Constata, ainda, que nas grandes academias, há restrição para o trabalho
de profissionais à medida que eles envelhecem. Verifica também que o praticante atual
muitas vezes quer alcançar metas a curto prazo e modelar o corpo, influenciado pela
mídia, sendo que quase sempre o profissional é instado a adaptar-se à demanda. Seu
estudo revela que a competência, muito valorizada no mercado das grandes academias
de ginástica, do Rio de Janeiro, local onde realizou sua pesquisa, é a da animação, que
talvez supere a competência técnica.
Assim, percebe-se que á busca pelas relações pessoais e animação é motivo da
prática de exercícios físicos nas academias.
Segundo Dreher e Godoy (2003), o avanço tecnológico mundial e a concentração da
população nas grandes cidades são os princípios causadores do sedentarismo, devido à
falta de tempo e pelo excesso de trabalho, há uma influência direta no cotidiano das
pessoas, portanto, tem-se uma necessidade maior de serviços de academias que
proporcionem soluções para esse problema do sedentarismo, ou que pelo menos o
amenize.
A prática de atividades físicas tem sido altamente valorizada nos dias atuais, tendo
em vista os diversos fatores que abalam a estrutura qualitativa da vida humana. O stress
das grandes cidades, questões ligadas ao sedentarismo, má alimentação, entre tantos
outros fatores, são elementos significativos que impulsionam as pessoas a procurarem
válvulas de escape, capazes de minimizar esses efeitos deteriorantes da qualidade da
existência (TAHARA & SILVA, 2003).
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A busca da melhoria da condição e aparência física, e as preocupações que por sua
vez aparecem cada vez mais associadas à própria noção de saúde também são
responsáveis
pela
expansão
desse
setor
(MASCARENHAS
ET
AL.,
2007;
MARCELLINO,2003).
Novaes e Vianna (2003) relatam que os objetivos das academias são, principalmente,
a manutenção da saúde e qualidade de vida dos seus praticantes, pois a busca de um
corpo mais bonito ajuda as pessoas a terem um estilo de vida mais saudável.
Saba (2001) enfatiza que as academias de ginástica, em geral, são lugares nos quais
as pessoas frequentam com o intuito de melhorar sua qualidade de vida, tanto em
relação à estética quanto a prática do lazer, sendo também um ótimo lugar para
relacionar-se como outras pessoas. Infelizmente, segundo o próprio autor, metade das
pessoas que começam a malhar, vai desistir dos exercícios após seis meses de prática,
mesmo tendo conhecimento de como a atividade física é importante para sua saúde
mental e corporal.
Apesar do crescente número de academias de condicionamento físico e das
informações sobre a importância da prática de atividade física, observa-se que um
grande número de pessoas, que iniciam programas nestes locais, desiste por diversos
fatores. Estudos americanos destacam que a desistência é mais acentuada ao final do
primeiro e terceiro mês de participação (CANTWEL, 1998; DISHMAN, 1994).
É notável que a assiduidade na academia é difícil por vários fatores. Cabe ao gestor
criar estratégias que motivem a participação dos alunos e os força a criar um vinculo
afetivo, tentando minimizar assim as possíveis perdas.
A aderência à atividade física não é muito difícil, pois quase tudo que a pessoa ouve,
lê ou vê alerta para os benefícios da atividade física, e quase que por pressão, a mesma
passa a experimentar a prática, sendo que, a manutenção desse cliente parece ser a
grande dificuldade que as empresas de academia encontram na sua gestão.
Embora o estilo de vida ativo já apresente benefícios à saúde da população em geral,
o exercício prescrito que considera parâmetros específicos (tipo, intensidade, duração,
frequência) apresenta melhores resultados no que diz respeito à aptidão física (ACSM,
1998). Frente a este quadro, destaca-se o papel dos centros de condicionamento físico
ou academias de ginástica – como são comumente conhecidos – como local de prática e
de promoção do exercício físico. Estes locais podem ser considerados como
“termômetros” do movimento de promoção da atividade física, pois conforme se divulga a
importância da atividade física, esses centros têm aumentado tanto em número, quanto
em opções de atividades oferecidas a seus clientes (VANDERBURG, 1998; BOLGER &
KIMIECK, 1998; CANTWELL, 1998; KOLOVOU, 1998; NEWKIRK, 1998).
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A academia de ginástica (ou Fitness) é integrante do segmento de serviços,
estabelecendo conexões com três outros setores que são: estética, entretenimento e
saúde.
O mercado para esse tipo de atividade está passando por um período de
crescimento, visto que o fato de abordar três elementos (saúde, diversão e beleza) em
uma só atividade vem atraindo um público que, a cada dia, está mais consciente dos
seus benefícios.
Desde o seu surgimento, as academias têm absorvido um número cada vez maior de
adeptos, com faixas etárias e motivos de procura diferenciados (MARCELLINO, 2003).
Isto exige dos profissionais de Educação Física conhecimentos que vão além dos
aspectos físicos e biológicos do movimento humano.
Incorporada à prática de exercícios físicos e aos discursos que envolvem estética e
saúde, estrutura-se a dinâmica indústria do fitness que exige dos profissionais atuantes
deste ramo da Educação Física constante atualização, na qual as estratégias de “vendas”
e de consumo perpassam pela criação de novos produtos, para atender a demanda de
novas “necessidades” do publico alvo. A ginástica tradicional, a musculação e o step
training, praticados no início da década de 90, agora dividem espaço com o BodyAttack,
BodyBalance, BodyCombat, BodyJam, BodyPump, BodyStep, Bodyvive e RPM . Além do
PowerJump e o PowerPool. Programas, ou melhor, produtos que integram a Les Mills
Body Training Systems3 e o Sistema Brasileiro da Body Systems4, respectivamente.
Mas, embora o discurso legitimador utilizado por esta grande empresa seja o da saúde,
pode-se inicialmente inferir que essa extensa opção de programas de ginástica tenha
uma preocupação, sobretudo com a estética. A evidência do argumento aqui proposto é
ainda maior quando a cada trimestre há o lançamento de novas aulas, com publicidade
específica dessas “novidades” criadas pelo programa.
Em meio a tantos recursos para remodelar o corpo só é considerado feio, fora de
forma, flácido, o não ginástico. O culto ao corpo se tornou praticamente um estilo de vida
contemporâneo mas, não talvez de uma simples vida, mas de uma vida tecno-científica.
A incessante busca de um ganho suplementar de saúde, juventude e beleza
conquistam a cada dia um espaço extraordinário nos meios científicos e artísticos, na
mídia e em todas as esferas da nossa vida (COUTO, 2007).
É crescente o investimento em uma vida mais saudável, seja através de
recomendações médicas, práticas de atividades físicas, boa alimentação e menos stress.
Por trás dessas recomendações, o que se encontra é o discurso, amplamente divulgado,
de que o corpo precisa ser glamourizado (COUTO, 2007).
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O corpo neste cenário assume um lugar central, pois é nele que se inscrevem as
possibilidades de embelezamento através do consumo de exercícios, vestuário, mídia,
etc. O corpo situa-se como objeto de consumo, investimento e desejo devido aos apelos
de sedução editados pelos meios de comunicação. Consequentemente, afirmam-se cada
vez mais tipos e modelos de corpos socialmente aceitos e fortemente identificados, com
a exacerbada depreciação estética do produto padronizado pela grande massa (COUTO,
2007).
Existem vários autores como Nahas (2007), Novaes (2003), Netto (2001) e Pitanga
(2003), entre outros, que estudam e publicam pesquisas envolvendo a prática de
exercício como promoção de saúde e, se não menos importante, ao apelo midiático que
se sofre todos os dias. O discurso baseia-se na ideia de que para manter-se saudável é
necessário praticar exercícios físicos regularmente e manter hábitos e alimentação
saudáveis (COUTO, 2007). Entretanto, suspeita-se que esse não seja o único motivo
pelo qual ocorra uma demanda considerável de indivíduos a procura de academias de
ginásticas. Essa grande demanda e o crescente número de programas de exercícios
físicos leva a refletir e a investigar a importância do que é ser saudável e esteticamente
belo para esses corpos que frequentam as academias de ginástica por meio de
programas de atividades de fitness.
De acordo com Fernandes (1996) a ginástica é uma atividade física que contribui
para que os órgãos internos funcionem com mais eficiência, e, portanto, reduz em muito
a possibilidade de degeneração da saúde e do aparecimento de doenças. Para o autor
dentre as melhoras que a ginástica proporciona, contribuindo muito para o bem-estar
geral, poderíamos citar: “Bem-estar mental associado a um decréscimo da tensão; A
coordenação e as reações do sistema nervoso se aprimoram; A compleição da pele é
melhorada; A eficiência do coração aumenta em muito; A eficiência dos pulmões
aumenta também; O metabolismo se modifica com o aumento do nível de atividade física;
Os contornos do corpo se alteram; os tecidos do corpo não mais cedem ao próprio peso;
a perda de peso fica facilitada; os ossos e articulações ficam mais fortes e a postura
melhora juntamente com a condição geral dos músculos e articulações.
No Brasil ainda não há regulamentação do setor, por esse motivo e por diferenças
nos registros de empresas nas cidades, não se tem certeza sobre a quantidade de
academias de ginástica. Rodrigues (2002) apresenta dados em que se estima que 1,3%
da população brasileira pratica atividades em academias. O país é classificado como um
dos primeiros quanto ao número de empresas desse tipo, cerca de 6.000, semelhante à
Alemanha; instaladas principalmente em São Paulo e Minas Gerais, a maioria é de
21
pequeno porte. Não há consenso sobre esse número, que nas diversas estimativas varia
de 4.800 a cerca de 10.000 academias (RODRIGUEZ, 2002; SABA, 1998).
A expansão desse setor é estimulada por uma série de técnicas e inovações que se
processam
continuamente
nesses
ambientes
de
prática
de
exercícios
físicos
(MASCARENHAS et al., 2007; MARCELLINO,2003).
2.1.1 HISTÓRICO DAS ACADEMIAS
A atividade física é praticada pelo ser humano desde os seus primórdios, pois
segundo Saba (2001), a atividade física é o movimento corporal humano que envolve um
gasto de energia superior ao gasto da situação de repouso, logo, deduz-se que qualquer
atividade que um indivíduo faça que ultrapasse seu gasto energético basal (gasto
energético em repouso exigido pelas atividades básicas do corpo), pode ser considerada
atividade física.
Segundo o autor, o que diferencia a atividade física do exercício físico é que este
último é direcionado a um determinado fim de desenvolvimento corporal, ou seja,
enquanto a primeira é feita de forma aleatória, o segundo tem característica de estar
relacionada a uma finalidade sistemática e planejada. Essa diferença quanto a definição
destes termos, pode ser melhor entendida através do funcionamento do corpo que é
mantido por um equilíbrio dinâmico que necessita de atividades para funcionar
normalmente.
A atividade física é uma parte integral e complexa do comportamento humano,
envolvendo componentes culturais, sócio-econômicos, psicológicos e é dependente de
vários fatores como o tipo de trabalho, tipo físico, personalidade, quantidade de tempo
livre, possibilidades de acesso a locais e instalações esportivas.
A medicina desportiva e as ciências do esporte cada vez mais aperfeiçoam a teoria
sobre atividade física como procedimento eficaz tanto de prevenção, quanto no
tratamento e reabilitação das doenças causadas pelo processo industrial e automação
provocadas no organismo humano, em virtude do sedentarismo e das mudanças nos
hábitos de vida. O avanço da tecnologia e a diminuição do esforço físico da vida moderna
transformou os hábitos de exercitar-se em cada vez mais necessários, pois os músculos
são para serem usados, quando não, eles tendem a atrofiar. As atividades físicas são
resultantes de transformações de energia química em energia mecânica que caracteriza
a contração muscular.
22
Em Guedes (1995), a atividade física é definida como qualquer movimento corporal,
produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os
níveis de repouso. Assim, a quantidade de energia necessária à realização de
determinado movimento corporal deverá traduzir o nível de prática da atividade física
exigido por esse mesmo movimento.
Já o exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem
por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física
(CASPERSEN ET apud GUEDES, 1995).
Após analisarmos ambos os conceitos de atividade física e exercícios físicos,
dotamos do termo de exercício físico como a real prática executada dentro das
academias de ginástica.
Conforme Tubino (1996), na pré-história, o homem praticava atividades físicas de
forma obrigatória, pois necessitava lutar, caçar e pescar para manter sua sobrevivência, e
como
possuía
hábitos
migratórios,
realizava
longas
caminhadas
mudando
constantemente sua morada.
Os chineses, conforme afirma Oliveira (1983), parecem ter sido os primeiros a
racionalizar o movimento humano, emprestando-lhe, ainda, um forte conteúdo médico.
Criaram, provavelmente, o mais antigo sistema de ginástica terapêutica de que se tem
notícia: o Kung-fu (a arte do homem), surgido por volta de 2700 a.C.
Na Grécia antiga, ressalta Oliveira (1983), surgem os grandes jogos gregos, que eram
verdadeiras festas populares e religiosas, as quais envolviam, além de competições
atléticas, provas literárias e artísticas.
Lyra (1974) relata que as atividades físicas dos primeiros habitantes do Brasil eram
parecidas, senão iguais, àquelas descritas na pré-história. Nossos índios eram
habilidosos e praticavam diversas atividades físicas para sua sobrevivência, tais como: o
arco e flecha, natação, luta, caça, pesca, montaria entre outras. Conforme o mesmo
autor, provavelmente a primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo em
1956.
Conforme Capinussu (1989), as academias surgiram no Século XIX na Europa, mais
especificamente na cidade de Bruxelas, na Bélgica, sendo conhecidas como ginásios,
tendo como principal objetivo o ensino da cultura física, através de aparelhos.
No Brasil, conforme os mesmos autores, as academias de ginástica surgiram por
volta de 1920, sendo que a primeira delas foi montada por um imigrante japonês na
cidade de Belém do Pará, sendo que só nas décadas de 1930 e 1940, surgiram mais
academias pelo resto do País, sendo o halterofilismo como carro-chefe.
23
Oliveira (1983) relata que, em 1908, foi inaugurada a primeira academia de ginástica
no Rio de Janeiro, não explicando ele qual o nome da mesma, nem tão pouco, a
localização.
Novaes (1991) complementa que a primeira academia de ginástica surgiu em meados
de 1930 na cidade do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade da Profª Gretch Hillefeld,
que se fundamentava no método de Ginástica Analítica atualmente chamado de
Ginástica Localizada, com adaptações às necessidades e características do povo
brasileiro.
Com o surgimento das academias, Contursi (1996), descreve que as mesmas
passaram a ter um papel fundamental na sociedade, pois em muitos lugares,
principalmente nos grandes centros, elas eram a única oportunidade de lazer e fitness,
nas quais havia profissionais para as possíveis orientações técnicas.
A diminuição dos espaços livres onde pudessem ser praticadas atividades físicas
– fenômeno ocasionado pelo crescimento das cidades - aliada a uma disponibilidade de
tempo menor e mudanças de paradigmas da população com relação à saúde e ao corpo,
fizeram surgir as academias de ginástica atuais.
A partir da década de 90, várias mudanças nos hábitos de vida das pessoas, como
má alimentação, novos meios de transporte, sedentarismo, obesidade, aumento de
doenças crônicas, entre outros, fez surgir uma nova roupagem da ginástica no Brasil.
Impulsionados pelos que procuram melhor qualidade de vida e saúde e por aqueles
que almejam padrões estéticos valorizados pela sociedade cresce um mercado,
conhecido como o mercado de fitness.
Novaes (1991) salienta que as primeiras academias visavam a atender uma clientela
que buscava aulas de ginástica fora dos clubes e que o número de academias entre as
décadas de 30 e 50 era relativamente pequeno no Rio de Janeiro.
Moraes (2006) informa que “Até o início dos anos 70, academia era frequentada por
homens e a atividade oferecida era quase sempre a musculação. Esse nome surgiu até
para quebrar o preconceito que existia contra o halterofilismo, e ao mesmo tempo atrair
as mulheres para essa atividade(...)”.
Segundo o próprio autor, academia, por muito tempo, foi sinônimo de homem forte,
sendo que nos tempos atuais, a musculação começou a receber outro nome: exercícios
resistidos. Os exercícios resistidos são aqueles realizados contra alguma forma de
resistência graduável à contração muscular. Na maioria das vezes, a resistência são
pesos mas também é possível utilizar resistência hidráulica, eletromagnética, molas,
elásticos e outras. Tradicionalmente os exercícios com pesos são reconhecidos pela sua
grande eficiência em aumentar a massa muscular, sendo portanto muito utilizado no
24
treinamento de atletas. A sua prática esportiva recebe o nome de musculação, a
atividade de academia que mais cresce em número de praticantes em todo o mundo.
O autor nos relata que, em 1971 a professora Jack Sorensen muda os conceitos
da ginástica ao criar definitivamente a dança aeróbica, cujo conteúdo era montado com
exercícios, simples ao som de músicas, enfatizando a continuidade. Ele comenta
também, que a febre do bem estar físico invadindo as academias iniciou-se nos anos 80,
passando assim, a generalizar os primeiros passos da ginástica aeróbica com
movimentos ainda suaves originados na dança.
Tubino (1980) salienta que a partir dos anos de 1970, aconteceu um grande
crescimento de academias nas principais cidades do Brasil, ficando conhecido como o
boom das academias quando coloca-se o nome de academia para quebrar o preconceito
que existia contra o halterofilismo e ao mesmo tempo atrair as mulheres para essa
atividade, que através da ginástica aeróbica invadiram as academias, tendo recebido um
forte favorecimento pelo fato de está sendo divulgado no Brasil no método Cooper de
condicionamento físico, criado no Estados Unidos, que afirmava que todas as pessoas,
principalmente as que não eram atletas, poderiam realizar alguma prática corporal, pois
isso trariam enormes benefícios para a saúde. Em 1985 o livro "A dança aeróbica" da
professora americana Barbie Allen prometia perda de 500 calorias por hora, uma nova
fonte de ganhar dinheiro "pegando" no ponto fraco de quem queria perder peso.
Coelho Filho (1997) afirma que ocorreu uma mudança de perfil dos profissionais
de ginástica na década de 1980, influenciados pelo movimento norte-americano da
aerobic, que ficou conhecida no Brasil como ginástica aeróbica. Segundo o mesmo autor,
os profissionais da área, na época, começaram a se fundamentar nos conhecimentos:
anatômico, biológico e fisiológico do ser humano, pois a clientela começava a exigir mais
do que um simples “dançarino”, nas aulas. Este autor nos informa também, que na
referida década começava a diversificação de atividades físicas dentro das academias,
bem como, as mesmas começaram a se transformar em verdadeiras empresas, atraindo
recursos de grandes empresários, criando-se nas grandes cidades verdadeiros “templos”
de atividades físicas, propiciando à clientela, grande oferta de preço, qualidade e
diversidade.
Castro (2001) vê academia nos tempos atuais, como um espaço privilegiado de
sociabilidade, e a escolha da prática corporal como sendo uma das dimensões do estilo
de vida dos indivíduos.
A preocupação exacerbada com a estética corporal é outro ponto característico
dessa cultura, valorizando a busca por corpos esbeltos, como vemos nas academias de
ginástica hoje em dia. (OLIVEIRA, 1983; MORAES, 2007).
25
Alguns métodos de origem estrangeira influenciaram diretamente a ginástica de
academia até ela tomar o formato atual. Nos anos 60 e 70 foi a calistenia, nos anos 80 a
ginástica aeróbica (alto e baixo impacto), seguidos nos anos 90 pelo step training,
atualmente segue-se em dois ramos: a ginástica localizada que tem sua base na
musculação através dos exercícios contra-resistidos e a ginástica aeróbica que envolve
as aulas de: spinning, ritmos, step, jump e pump, mas vários fatores, como
cinesiológicos, anatômicos e de melhoria de performance são comuns nestas duas
atividades realizadas dentro das academias, o que aumenta a correlação entre elas.
Ainda não existem dados seguros a respeito do quadro atual das academias
existentes em Porto Velho e que serviços elas oferecem a população.
2.2 ACADEMIAS DE GINÁSTICA FEMININA
É notável que a presença de mulheres nas academias vem aumentando
constantemente, principalmente no Século XX. Seja pela busca de um corpo bonito como
padrão estético referenciado pela mídia, ou por cuidados com a saúde, verificamos que
as mulheres têm procurado esta prática de exercícios físicos por diversos motivos.
Á prática da ginástica que pode ser entendida como “um sistema de formas
específicas de movimentos e de suas respectivas técnicas de execução, destinadas ao
desenvolvimento físico que envolve as formas e funções corporais e as ações motoras. A
ginástica se constituiu, assim, em ferramenta didática da formação física. Essa
ferramenta ganha forma a partir de exercícios especialmente construídos ou ao
sistematizar ações de movimentos naturais do homem. Desses dois processos resultam
os denominados exercícios ginásticos” (DALLO, 2007).
Vale observar, também, que a prática da ginástica “proporciona ao sujeito a
constituição de efetivas possibilidades de sublimação e de criação, pela energia ligada
a um campo de objetos interiores de satisfação, pelas imagens que afloram na
consciência e que renovam conteúdos inconscientes” (COELHO FILHO, 2007).
Devemos analisar a evolução dos conceitos de higiene e cuidados pessoais,
relacionando-os com as transformações advindas do processo histórico. A busca pelo
cuidado do corpo feminino se dá em contextos historicamente modificados e possui
traços tanto supérfluos quanto indispensáveis para a formação de regras de
comportamento que influenciem nos setores econômico, social e cultural de uma
sociedade. Esse é o caso das práticas físicas que contribuíram para o avanço das
26
academias de ginástica; academias que em sua maioria são moldadas às características
e necessidades do seu tempo.
Durante muitos séculos, imersa numa moral religiosa e na ausência de outros
saberes para confrontá-la, a mulher permaneceu associada à imagem de pecadora e
submissa ao homem, sem voz, tendo seu comportamento limitado tanto no ambiente
público quanto no privado.
A visão da doença como uma advertência divina pelos erros cometidos na terra
facilitava o entendimento, tanto da Igreja quanto da medicina – ainda muito rudimentar –
de que o corpo feminino era reflexo da índole pecadora da mulher ou então feitiço
diabólico. Além dessa depreciação do corpo feminino, era também vedado à mulher o
conhecimento sobre o próprio corpo e sobre como tratá-lo, o que acontecia
informalmente através de curandeiras e benzedeiras, num conhecimento passado de
mãe para filha (DEL PRIORE, 2001).
É só a partir da segunda metade do Século XIX, quando aconteceu uma grande
atuação médica sobre a sociedade brasileira, que teve início uma grande transformação
do papel feminino, colocando-se a mulher como responsável pela educação dos filhos,
visando à construção de um país civilizado. Para educar, ela precisava ser educada, e
começou então a ocupar novos espaços.
Dessa forma, o Século XX assiste a um efetivo aumento da participação da
mulher na sociedade, conquistando, pouco a pouco, inúmeras vitórias com relação a sua
equiparação ao sexo masculino.
Por caminhos sofisticados e sinuosos se forja uma representação simbólica da
mulher, a esposa-mãe-dona-de-casa, afetiva mas assexuada, no momento em que as
novas exigências da crescente urbanização e do desenvolvimento comercial e industrial
que ocorrem nos principais centros do país solicitam sua presença no espaço público das
ruas, das praças, dos acontecimentos da vida social, nos teatros, cafés, e exigem sua
participação ativa no mundo do trabalho (RAGO, 1985).
Dentre as inúmeras conquistas, a liberalização dos corpos ganhou destaque em
vários aspectos, entre eles a inserção cada vez maior das mulheres nas práticas
esportivas. No entanto, os exercícios estão sempre atrelados à “natureza” feminina e à
estética: enquanto o homem é identificado claramente com o mundo dos esportes e com
atributos como força e competitividade, a mulher deve se utilizar do exercício visando a
manutenção da saúde e da boa forma, preservando qualidades como delicadeza, graça e
leveza (SCHPUN, 1999).
Traçando um paralelo entre as práticas corporais femininas e seu contexto
histórico, observamos, a partir da primeira metade do Século XX, a difusão do esporte
27
entre os jovens operários. Essa difusão é possibilitada pela maior acessibilidade ao lazer,
com o advento da redução da jornada de trabalho semanal (DUMAZEDIER, 1994) e dos
albergues da juventude, locais onde eram oferecidas opções de ocupação do tempo livre;
dentre elas a prática esportiva. Ainda que a difusão da prática esportiva estivesse em
curso, havia, nessa ocasião, a concepção de que práticas comuns ao universo da cultura
física, como o suor excessivo, o esforço físico, as emoções fortes, a rivalidade
consentida, os músculos delineados, os gestos espetacularizados do corpo, a liberdade
de movimentos, a leveza das roupas e a seminudez, quando relacionadas à mulher,
abrandariam os limites que contornavam uma imagem ideal de ser feminina
(GOELLNER, 2005).
Assim, a elas era reservado o papel de meras espectadoras e, quando muito, a
ginástica, de gestos repetitivos e monótonos, e os passeios ao ar livre, ambos visando a
educação do caráter (OLIVEIRA, 2005).
Contudo, esse “ideal de ser feminina”, que obviamente transcende o universo da
prática esportiva, gradativamente vai sendo abalado. Esse movimento pode ser
observado nos novos hábitos de cuidado corporal, que passam a ser incorporados, vale
notar, por indivíduos de ambos os sexos.
Como indicam Prost e Vincent (1992), “enquanto as mudanças nos hábitos
pessoais manifestaram-se de forma discreta no sexo masculino, a representatividade dos
novos costumes para o sexo feminino é mais sensível”.
Posteriormente, as mulheres começam a participar de maneira ativa do mundo
dos esportes, principalmente através do ciclismo e do atletismo. Gradativamente, vão se
inserindo também nos esportes aquáticos, exibindo publicamente seus corpos em roupas
de banho. Vão, portanto, deixando de praticar apenas os exercícios de ginástica
considerados adequados à “natureza” feminina para se interessar por esportes
“tipicamente” masculinos.
A mulher ganha visibilidade, seja pelo esporte e pelas práticas físicas em geral,
seja pelos rituais de embelezamento, que vão se sofisticando. Com o surgimento da
dietética, da cosmética e da estética, juntamente com o crescimento da indústria
cinematográfica e a expansão de uma sociedade baseada na imagem, o cuidado de si se
volta, na segunda metade do Século XX, cada vez mais para as aparências, e
consequentemente para o corpo feminino (VIGARELLO, 2006).
Para a burguesia masculina, por exemplo, essa mudança, visualizada na relação
entre o físico e as roupas, ainda é modesta nos anos 1920. Ela se dá com o recuo dos
colarinhos duros e dos chapéus rígidos, e o avanço dos colarinhos flexíveis e dos feltros
moles. O redingote (sobrecasaca) cede lugar ao jaquetão e se torna traje de cerimônia.
28
Para as mulheres, em contraposição, a evolução é bastante sensível. Os corpetes e as
cintas cedem espaço às calcinhas e sutiãs. As roupas se encurtam e as meias valorizam
as pernas. Os tecidos mais macios revelam discretamente os contornos corporais.
Verifica-se, ainda durante a primeira metade do Século XX, a divulgação,
principalmente pela “mídia da beleza”, de certo padrão de aparência física feminina,
pregando uma forma mais esguia. Com esse novo padrão, as curvas corpóreas
delineadas pela gordura passam a ser inimigas, e o ideal de mulher é apresentado sob a
forma de “divas do cinema” (SANT’ANNA, 1995).
Ainda de acordo com Sant'Anna (1995) no Brasil, entre os anos 1900 e 1930, a
publicidade estimulou o cuidado com a aparência feminina através de produtos ditos
medicamentosos, como pomadas para “afinar a cintura”, “branquear a pele” e “tirar
pelos”. Esta versão médica da beleza se via atrelada a um discurso elaborado por grupos
de “especialistas da beleza”, que na época eram formados por indivíduos do sexo
masculino. Para esses especialistas, a beleza possuía um caráter divino, visto que sua
presença ou ausência não poderia ser modificada, a não ser através de medicamentos.
Assim, dificilmente a beleza era aceita como sendo fruto de um trabalho, individual e
cotidiano, da mulher sobre o seu corpo.
Numa época em que a “Natureza” se escreve em maiúsculo, que sua obra é
considerada da ordem do prodígio divino, é perigoso intervir no próprio corpo em nome
de objetivos pessoais e dos caprichos da moda (SANT’ANNA, 1995).
Vale ressaltar também, ainda nesse período, a adoção de discurso por higienistas
e médicos sociais. Esse discurso vinculava-se à ideia de uma raça superior e pregava
que apenas os mais aptos deveriam reproduzir-se e gerar seres humanos. As mulheres,
para adquirirem a condição necessária a essa procriação geneticamente perfeita, eram
estimuladas a adotar certas práticas, entre elas a ginástica, que emergia assim como
aliada para o fortalecimento da condição de mãe. Todo esse estímulo médico-higienista
para incorporação de cuidados pessoais pelas mulheres se ancorava, única e
exclusivamente, no dever de elas se tornarem o ventre forte onde nasceria o futuro do
país e da moral familiar. Em nenhuma hipótese o cuidado pessoal feminino poderia
proporcionar algum tipo de prazer individual à mulher (ANDRADE, 2002).
Nesse contexto, métodos de enquadramento aos padrões de aparência física
desvinculados da “ordem médica” poderiam levar a mulher à situação de risco de
difamação pública, pois a sociedade sofria forte influência da moral patriarcal e católica.
No patriarcado(uma ideologia na qual o homem é a maior autoridade, devendo as
pessoas que não são identificadas fisicamente com ele - isto é, que não sejam também
29
adultos do sexo masculino - serem subordinadas, prestando-lhe obediência), o papel da
mulher vinculava-se à obrigação de colocar-se bela para a família, mantendo-se sob os
olhares e a admiração do marido no espaço privado do lar. Toda e qualquer exposição
extradomiciliar de intimidade e cuidado pessoal possuía um valor pejorativo. A frase “a
mulher que mais a cara pinta é a de mais má pinta” (SANT’ANNA 1995) representa o
quanto o embelezamento punha em risco a moral das “moças de boa família” e a pureza
de suas “almas”.
Retornando a Goellner (2005) e aos limites que contornavam uma imagem ideal
de ser feminina, essa peculiaridade da exposição extradomiciliar pode ser observada pelo
viés “da cultura física”. É quando relacionamos a necessidade de enquadramento aos
padrões de aparência física feminina à prática da ginástica.
No final dos anos 1930, aproximadamente, eram as revistas femininas que
citavam a importância da ginástica para o cuidado e/ou embelezamento do corpo. Como
indicam Prost e Vincent (1992), “a explosão publicitária acelera bruscamente, entre a
população, a adoção de práticas físicas preconizadas por médicos e moralistas
burgueses, em alguns casos desde o começo do Século XX”. A ginástica feminina,
portanto, sofrendo influência da publicidade (indústria da beleza), pode ser interpretada,
em certo sentido, como um método, desvinculado da “ordem médica”, de
enquadramento aos padrões corporais.
Nessa ocasião, salientam os mesmos autores, as academias de dança e ginástica
passam por um período de prosperidade. Tanto mais, frente ao dever de manutenção da
figura pública feminina, as mulheres se viam determinadas a praticar sua ginástica em
grupos exclusivamente femininos, isto é, em academias que ofereciam uma ginástica
orientada por mulheres, para mulheres (sob forte influência da dança).
Esse movimento pode ser constatado quando nos aproximamos da gênese das
academias de ginástica, por exemplo, na cidade do Rio de Janeiro. Esses
estabelecimentos se fundaram atrelados, também, à necessidade de espaços adequados
para a prática da ginástica feminina. A professora Grete Hillefeld, que foi uma das
precursoras da prática da ginástica no Brasil, iniciou seu trabalho em 1931, em sua
própria casa, em Niterói, para um grupo de amigas. Posteriormente, foi convidada a dar
aulas em uma academia em Copacabana, no ano de 1939, para uma turma
especificamente feminina (NOVAES, 1991). É interessante também destacar a
divulgação na França, da prática da “ginástica invisível” entre as mulheres.
Votre Beauté sugere, em 1938, um programa de “ginástica invisível”, realizado
nos momentos perdidos, “esperando o ônibus”, “no metrô”, sem ninguém saber, mas com
uma extrema concentração mental: “para fortificar os músculos dos joelhos e das coxas,
30
das nádegas, contraia e relaxe alternadamente cada um deles [...], durante alguns
minutos você pode fazer toda uma série de movimentos perfeitamente invisíveis”
(VIGARELLO, 2006). Assim, podemos perceber que toda essa invisibilidade e discrição
estavam associadas a uma moral patriarcal correspondente àquele tempo histórico.
Especialmente no Brasil, na ocasião do Decreto-lei nº. 3.199, de 14 de abril de
1941 (que estabeleceu as bases de organização dos desportos em todo o país), a prática
de atividades como boxe, salto com vara, salto triplo, decatlo e pentatlo, além das lutas,
eram restritas às mulheres, devido à ideia de masculinização e de exposição indevida no
espaço público (GOELLNER, 2005). No artigo 54, capítulo IX do referido decreto,
encontramos:
Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua
natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias
instruções às entidades desportivas do país (BRASIL, Decreto-lei nº. 3.199, 1941). Esse tipo de
política, além de reforçar o papel doméstico da mulher, favoreceu a expansão da ginástica
feminina na perspectiva anteriormente indicada. Mas, se de um lado essa política refletia certo
imaginário patriarcal, de outro a mulher trilhava o caminho da “emancipação”.
Um acontecimento que contribuiu determinantemente para essa “emancipação” foi
a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Com a necessidade de os homens estarem nos
campos de batalha, coube às mulheres a manutenção da produção industrial, passando,
consequentemente, a marcar presença não apenas na esfera privada, mas também na
pública.
Mesmo após o final da Segunda Guerra, devido aos óbitos e às mutilações físicas
e mentais, as linhas de produção se viram subtraídas da presença masculina. Esse
cenário transformou a mulher em uma importante peça para a reestruturação dos países
e da sociedade, assumindo, efetivamente, um papel interventor na economia e política
mundiais. Em certo sentido, o que se vê, a partir de então, é uma transferência do poder
do pai para o da mãe, que passa também a exercer a função de “chefe de família”
(PROST & VINCENT, 1992).
Ao mesmo tempo, e com maior vigor a partir da segunda metade do Século XX, a
ocorrência de novos cuidados higienistas (por exemplo, a descoberta do banheiro como
um ambiente salubre e íntimo), junto com os discursos sobre beleza das atrizes de
Hollywood, impulsionou a adoção de práticas dirigidas ao asseio pessoal. Com a
afirmação dos novos costumes, a mulher passa a valorizar o autoconhecimento, arma
importante para a manutenção de um corpo limpo e saudável. A partir de então, a
preocupação da mulher já não segue mais no sentido de se cuidar apenas para o seu
marido e sua família, mas também para sua própria satisfação (SANT’ANNA, 1995).
31
A estrutura de poder que dá sua forma à família patriarcal como unidade social
básica sofrerá, ainda, os efeitos da modernização da sociedade associada à vigência do
discurso científico e à descentralização da autoridade resultante dos processos de
democratização. Todos esses fatores conduzem ao que se conhece como “declínio do
pai” (FUKS, 2005).
Com o patriarcado em queda, com as novas conquistas feministas, com o
“desabrochar do corpo”, a mulher se vê com maior possibilidade de transferência de sua
figura privada para a esfera pública. Mesmo assim, essa transposição ainda é tímida no
início da segunda metade do Século XX. Como dizem Prost e Vincent (1992), a
exposição pública da mulher se dá somente em lugares ditos femininos, como
supermercados e lavanderias.
Nesse cenário de mudanças, a mulher vai se deslocando para uma esfera onde a
felicidade individual passa a se basear também na manipulação e na moldura de um
corpo influenciado pela mídia e por uma indústria que gradualmente se moderniza.
Com o fim da Segunda Grande Guerra, portanto, e com a nova imprensa e a
indústria que exploram sua sensualidade e poder, a figura feminina, tida antes pela
sociedade como um símbolo único de pureza e servidão patriarcal, sem qualquer tipo de
importância social nas relações extradomiciliares, expõe-se publicamente e se impõe
enquanto sujeito desejante. Isso acarreta consequências importantes no campo da
ginástica. No Brasil, por exemplo, sobretudo nos grandes centros urbanos, há uma
proliferação de academias de ginástica nos anos 1970 (COELHO FILHO, 2000).
Nessas instituições as mulheres já não mais se viam determinadas a praticar uma
ginástica orientada por mulheres, para mulheres. Elas passam a se exercitar em
ambientes e em atividades na interação com os homens, mesmo que muitas dessas
academias continuassem a oferecer a ginástica feminina.
Com o decorrer dos anos, até mesmo a prática da musculação, considerada uma
atividade “masculinizante” (HANSEN & VAZ, 2007), passa a ser comum entre as
mulheres. Como dizem Fleck e Kraemer (2006), “mais e mais mulheres estão realizando
treinamento de força como parte da totalidade de seus programas de condicionamento
físico”.
Paralelamente ao crescimento de ofertas de modalidades de ginástica e de
espaços para sua prática, as academias exclusivamente femininas ganham força a partir
da segunda metade da década de 1990, nos Estados Unidos, e dos anos 2000, no Brasil.
No presente estudo, destacaremos a realidade de uma academia exclusivamente
feminina, a Contours que surgiu em 1998, em Nicholasville, Kentucky, Estados Unidos,
com a proposta de ser a melhor rede de Academias para Mulheres do mundo e a única
32
que traz benefícios reais de emagrecimento e enrijecimento. Em todo o mundo, são mais
de 1000 unidades da Contours presentes em mais de 20 países, tais como EUA, Canadá,
México, Inglaterra, Irlanda, Espanha, África do Sul, Austrália, Índia, China. Aqui no Brasil,
a Contours chegou em julho de 2004 com a abertura de sua primeira unidade em
Fortaleza, que adaptou o modelo americano à realidade brasileira. Foram agregados
vários serviços como: massagem, drenagem linfática, avaliação nutricional e física, yoga
e pilates para maior comodidade das nossas alunas. Desde então não para de crescer e
atualmente já são mais de 70 unidades espalhadas pelo território nacional e ajudando a
mudar a vida de milhares de mulheres.
Um dos principais diferenciais da Contours é a atenção dispensada às alunas. A
preocupação com as necessidades de cada praticante é quase igual à de uma aula
personalizada. Outro detalhe diferente é que na sala de ginástica não há nenhum
espelho, já que o culto exagerado ao corpo não é a filosofia da franquia. Portanto,
espelhos só nos vestiários, que, aliás, são super equipados, com todo o conforto
necessário, secadores de cabelo, entre outros itens que facilitam o dia-a-dia das alunas.
O método Contours pode ser utilizado por mulheres a partir dos 15 anos, sem restrição
de idade, pois respeita o ritmo e condicionamento de cada aluna. Possui o melhor circuito
de 30 minutos em função das seguintes características: circuito dinâmico, diferente a
cada semana, fugindo da rotina utilização de diferentes acessórios, que permitem a
incorporação de exercícios de diversas modalidades dentro do circuito (por exemplo:
step, jump, boxe, yoga, pilates), circuitos temáticos (glúteos e abdômen, aeróbico, de
ritmos), equipamentos de musculação com carga e exclusivamente desenvolvidos de
acordo com o biotipo feminino, que permite a evolução constante dos treinos melhorando
o resultado, atenção dirigida (acompanhamento próximo ao de uma aula individualizada),
ambiente e decoração concebidos especialmente para criar uma atmosfera feminina e
horário de freqüência livre (2ª a 6ª feira, das 6h às 20h30 – sábados, das 8h às 11h30h),
cuidado da mulher como um todo, tais como: avaliação física, avaliação e orientação
nutricional, massagens (relaxante e modeladora), drenagem linfática, shiatsu, entre
outros.
É notável que a academia Contours procura oferecer os mais diversos e
completos serviços para suas clientes, de forma a aumentar os laços afetivos e de
comprometimento de suas clientes com a mesma.
2.3 MOTIVAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
33
Sabe-se que a relação entre atividade física e saúde não é simples, nem
tampouco unidirecional. Envolve de alguma forma, a relação com a aptidão física, quando
abrange componentes associados ao estado de saúde, pode também ser determinada
por outros fatores (ambientais, sociais e características genética) e variar, principalmente,
em função de objetivos pessoais, idade e condição geral da saúde (NAHAS, 2003;
PITANGA; 2003).
Reconhece-se atualmente que entender claramente o comportamento, as teorias
comportamentais e os processos de mudança de comportamento são fundamentais para
o sucesso de qualquer programa de promoção da saúde (MARTINS, 2000).
Weinberg e Gould (2008) define a motivação como a direção e a intensidade de
nossos esforços. As teorias da motivação, portanto, baseiam-se em suposições acerca
da natureza das pessoas e os fatores que lhes dão ímpeto para agir (SABA, 2001), o que
vem ao encontro da definição de Maggil (1984) apud Saba (2001) que a define como
qualquer coisa que impele uma pessoa a iniciar ou manter-se em direção a um objetivo.
Conforme Martins (2000), a motivação pode ser influenciada por estímulos e
percepções intrínsecos ou extrínsecos, os quais irão orientar as tomadas de decisão
dirigidas para a satisfação das necessidades ou desejos individuais.
A motivação intrínseca está voltada para o prazer e satisfação e a motivação
extrínseca está voltada para receber recompensas ou evitar punições, que no caso seria
atingir os objetivos almejados com a prática de exercícios físicos (MARTINS, 2000),
contudo, Martins (2000) preconizam que motivação intrínseca e satisfação pessoal
devem ser alguns dos primeiros objetivos considerados relevantes em programas de
Educação Física.
Neste caso, estratégias de saúde pública e promoção da atividade física
enfatizam o papel da influência do meio ambiente, criando oportunidades e removendo
barreiras para as pessoas serem mais ativas diariamente (HUMPEL, OWEN & LESLIE,
2002; GOULD & WEINBERG, 2000). Assim, é importante observar que nosso esforço de
análise, compreensão e interpretação das representações da atividade física e saúde
caminharão na direção de explicitar as suas características, as quais expressam, por sua
vez, a forma como a atividade física vem sendo entendida e exercida no contexto
específico em que estes sujeitos se inserem.
A partir desta visão cabe ressaltar as mudanças de valores, quando o avanço no
campo da cultura corporal influência na criação de novos discursos e práticas corporais.
O gosto pela aventura leva as pessoas do mundo inteiro a testarem seus limites e
procurarem o prazer na prática de atividades físicas. Além disso, sob o olhar publicitário
(televisão, revistas, outdoors) são inúmeras as considerações acerca de uma postura
34
ativa no sentido de se adaptar e sobreviver a esta realidade (KENSKI, 2002; SCHELP,
2003).
Apesar dessas implicações, fatores que influenciam na motivação e aderência do
indivíduo para adotar um padrão desejável de atividade física habitual, tais como
influência demográfica, socioeconômica, psicológica e do ambiente físico, são
considerados como determinantes de comportamento para atividade física e devem ser
analisados como um conjunto de características que envolvem aspectos organizacionais,
pessoais, ambientais, físicos, etc (SALLIS, 1993; BOUCHARD, 2003; DISHMAN, 1993).
Os fatores “determinantes” influenciam o comportamento, de uma forma ou outra,
em dado período de tempo e reconhecê-los sugere perceber os “porquês” das atitudes de
indivíduos, comunidades e até populações. A descrição dos fatores determinantes
considera a descrição de itens que promovem a modificação ou manutenção de
comportamento, tanto quanto fatores que as atrapalham. São os chamados “fatores
facilitadores” e “barreiras” para a prática de atividade física (MARTINS, 2000). Dessa
forma, Weinberg e Gould (2008) destacam que o entendimento sobre os processos de
adoção e manutenção de hábitos de exercícios são fornecidos através de teorias e
investigações sobre as barreiras e determinantes do comportamento em relação ao
exercício, sendo os fatores pessoais e ambientais relacionados às taxas de aderência e
desistência.
2.3.1 DETERMINANTES DA ADERÊNCIA AO EXERCÍCIO FÍSICO
Vivemos um momento como nunca visto antes, a era da geração saúde,
academias com grande fluxo de alunos, corpos sarados e saudáveis. Nesse contexto o
comércio de materiais esportivos e profissionais da área de fitness como personal
trainers, estão com muito trabalho, não dando conta de atender toda a demanda, clientes
com os mais diversos objetivos, desde a redução das gorduras localizadas ao
desenvolvimento da atividade física com propósito de saúde e bem estar. Este contexto
nos faz parecer uma sociedade ativa, porém não é bem assim, os números apresentados
sobre as taxas de sedentarismo ainda são muito altas; em estudos, observa-se um
percentual de 30 a 80% de pessoas, dependendo do grupo e de pessoas estudadas, que
citam não realizar qualquer tipo de atividade física em seu tempo livre (NAHAS, 2003).
35
Sendo assim, apesar dos benefícios dos exercícios físicos serem muitos e
bastante divulgados, a taxa de abandono nos seis primeiros meses dos programas de
exercícios físicos, é de aproximadamente 50% ( WEINBERG; GOULD, 2008).
Segundo Saba (2001), entende-se a aderência como ponto máximo de uma
evolução constante, objetivando inserir-se no cotidiano da vida de uma pessoa. Neste
sentido, conforme Dishman (1993), o relacionamento com a prática de atividade física no
passado, tem grande relevância na interpretação dos determinantes passados e
presentes, como também nos prognósticos de atividades futuras. Contudo, conforme
Saba (2001), o grande desafio é fazer do exercício prática constante de um individuo.
Sob este olhar, diversos estudos foram realizados, identificando os determinantes
e associando-os a aderência em academias, atividades de aventura e lazer (PITANGA,
2003; ROJAS & NAHAS, 2003). Essas pesquisas evidenciam a importância da atividade
física aliada à orientação, ao divertimento e ao convívio social, para que atenda aos
componentes necessários quanto à aptidão física, e possibilite influência positiva no
comportamento em relação à saúde, proporcionando bem-estar total.
Em relação à aderência, Okuma (1997) cita que atividades com influências
negativas tanto na infância quanto na adolescência, produzem sentimentos em relação à
capacidade atual de atividade física. No entanto, observa que fatos presentes
prazerosos, podem levar os indivíduos alterar a posição anterior, assim aderindo à
atividade física.
Ainda neste contexto, Shepard (1995) ressalta muitas variáveis que podem
influenciar na relação entre saúde e atividade física, tais como: características da
atividade, intensidade, duração e frequência. Apesar de diferentes considerações a este
respeito, evidências confirmam que baseado nas teorias para compreensão das
mudanças de comportamento, sabe-se que as intenções representam a motivação das
pessoas para executar um plano ou uma decisão quando associado ao desempenho de
um determinado comportamento (DISHMAN, 1993; BANDURA, 2001).
Mesmo evidente com as recomendações pré-definidas e prescritas, estudos
relacionados à adesão ao comportamento ativo, ou seja, ao comportamento de iniciar a
prática da atividade física, afirmam que não tem sido adotada por grande parcela da
população (DISHMAN, 1993). Nesta perspectiva, o planejamento da prescrição de
exercícios poderá influenciar na aderência ao comportamento ativo ao considerar
informações como: avaliação pré-exercício, dados do teste de esforço e objetivos em
participar do programa (POLLOCK & WILMORE, 1993).
Essa maior aderência da população, tem grande resultado nas atitudes e escolhas
do profissional de Educação Física no momento de orientar e prescrever a prática de
36
exercícios físico para seu aluno ou cliente, buscando sempre um diferencial para motiválo a pratica e mantê-lo ativo pelo maior tempo possível.
Baseado no que se refere a diversas conclusões das pesquisas, o objetivo da
prescrição de exercícios é facilitar mudanças positivas quanto aos hábitos pessoais do
indivíduo, e considerar as recomendações a partir dos princípios gerais, tais como: tipo,
intensidade, duração, frequência e progressão da atividade física considerando os
princípios da individualidade biológica (HEYWARD, 1997).
Em linhas gerais, atualmente acredita-se que evidências enfatizam os benefícios
da atividade física regular quando a prescrição de exercícios abrange de forma
significativa aspectos sociais e psicológicos, além do biológico, contribuindo assim para a
promoção da saúde e qualidade de vida dos praticantes. E neste contexto, “é necessário
compreender claramente as necessidades pessoais, condições clínicas e fisiológicas
atuais para prescrever as atividades físicas de forma adequada e segura” (POLLOCK,
1993).
Entretanto, salienta-se a necessidade de compreender o que implica a aderência
a atividade física, considerando que vários fatores podem influenciar nesta relação.
A multidisciplinaridade na área da Educação Física tem priorizado em seus
discursos a importância de atividades que sejam prazerosas e valorizem o bem-estar do
indivíduo. Entretanto, considerar o que implica a tomada de decisão para iniciar e,
principalmente, manter o comportamento na atividade física tem sido o principal alvo dos
estudiosos nos últimos tempos (ARAÚJO, 1999; BERGER, PARGMAN & WEIMBERG,
2002).
Teorias e modelos de comportamento para com a prática de exercícios físicos são
discutidas por diversos teóricos com o intuito de auxiliar na compreensão acerca da sua
aderência. Entre elas, apresentaremos a teoria sociocognitiva que envolve determinantes
pessoais, ambientais e aspectos do exercício físico em si, descritos por Saba (2001).
Em relação aos determinantes pessoais, Dishman (1993) explica que existem
diversos fatores dessa ordem que interferem na aderência do iniciante. Entre eles, a sua
ocupação, trabalhadores com alta exigência de esforço físico, como os braçais, tendem a
aderir menos a programas de atividades, mesmo que haja condições para a prática nos
locais de trabalho.
Em relação ao hábito de fumar, Saba (2001) indicam que a uma associação
negativa entre fumo e a participação em programas de atividades físicas.
Também o fator obesidade vem se mostrando como um determinante,
(DISHMAN, SALLIS & HOVELL, 1990; BERGER & MCLNMAN, 1990) citam que a
obesidade vem se mostrando um fator determinante negativo quando relacionado à
37
prática de atividade física, segundo alguns autores há uma tendência de os obesos
aderirem a programas não supervisionados, seguindo rotinas alternativas e empíricas.
Conforme Saba (2001) há evidencias cientificas demonstrando o benefício que o
exercício físico tem na prevenção e na recuperação de doenças coronárias.
Contudo, o risco para estas doenças, não se apresenta como fator determinante
para a prática de exercício físico; a respeito disso os dados são controversos, apesar de
Dishman (1985) indicar que as doenças coronárias estão altamente relacionadas a
exercícios físicos em programas supervisionados.
Contrastando com esse dado, Okuma (1997) cita que, quanto menor o risco de
doenças coronárias, maior adesão. Outro fator importante para a aderência que
apresenta resultados controversos na literatura é o nível educacional dos clientes (SABA,
2001).
Conforme Franklin (1988) apud Saba (2001), os praticantes devem ser educados
quanto
à
atividade
física,
para
que
ocorra
manutenção
do
comportamento,
diferentemente de outros autores que acreditam que isso depende do nível educacional
de cada um, ou seja, o grau de educação formal que possui. Apesar das controvérsias, o
nível de escolarização parece ser um determinante significativo; em estudos nos Estados
Unidos, Canadá, Austrália e Inglaterra, um estudo verificou que grupos com maior
escolarização formal tendem a ser de 1,5 a 3,1 vezes mais ativas do que aqueles com
menor escolarização (STEPHENS & CAPERSEN, 1994).
A idade é outro fator que não foi estudado suficientemente para predizer que é um
determinante à prática de exercício físico. Pelo contrário, Dishman (1990) encontrou
associação negativa entre a idade dos praticantes e os programas espontâneos e King
(1992) verificou que a atividade física diminui consistentemente, após a adolescência, e
esse declínio se mantém após os 50 anos também em programas espontâneos.
Ainda dentro dos fatores pessoais, sobre o grau de apreciação, Berger Mclnman
(1990) apud Saba (2001) entendem que atividades físicas, quando praticadas com prazer
e emoções positivas, produzem melhoras na qualidade de vida.
A automotivação é defendida por Dishman (1994) como uma variável importante
para a aderência à prática de atividade física. Roberts (1992) define motivação como
fatores de personalidade, variáveis sociais e cognições, em contrapartida, Samulski
(1992) propõem que motivação seja um processo ativo, intencional e dirigido a um
objetivo de interação de fatores intrínsecos e extrínsecos.
O ultimo fator pessoal, seria a auto-eficácia, que segundo Rodgers e Brawley
(1991) é a convicção que se tem de executar, com sucesso produzindo determinado
38
resultado; para Biile, Dishman, Dzewaltowski Marcus e Robinson e Rogers (1995)
acredita que auto-eficácia é capaz de prever aderência.
Em relação aos determinantes ambientais, um fator significativo, sobretudo para
aderência, é o apoio de um companheiro, que segundo Sallis & Hovell (1990) e Berger e
Mclnman (1993) apud Saba (2001) pessoas com companheiro que apresenta uma atitude
positiva perante exercício físico, tendem a aderir mais aos programas, diferente das
pessoas que não tenham apoio de seu companheiro.
A facilidade de acesso ao local, também é um fator ambiental significativo, de
acordo com Dishman (1985) está estreitamente associada à aderência; Okuma (1997)
ainda corrobora, afirmando que além da distância ao local da prática, o horário também é
um fator relevante, mas discorda de Dishman quanto a estes fatores estarem ligados a
aderência, relacionando apenas com a manutenção.
Ainda como fatores ambientais o reforço social, é visto com influente, associando
positivamente a pratica de atividade física, contribuindo mais para programas
espontâneos do que supervisionados, Saba (2001) diz que as pessoas preferem exercitase em grupo, Okuma (1997) ainda acrescenta que grupos sociais parecem ser tão
importantes quanto à natureza das atividades, mais especificamente para as mulheres
Robertson e Mutrie (1989) apud Saba (2001) concluíram que é importante para a mulher
a prática em grupo, tendo um efeito encorajador sobre elas.
O tempo disponível está relacionado à aderência, há quem afirme que a
desistência ou adoção de um estilo de vida saudável ou sedentário está associada à
percepção do tempo disponível; Okuma (1997) aponta que a associação de tempo está
mais relacionada a manutenção do que a adesão, e Wenkel (1988) associa ao aumento
da prática e não a adesão.
Em relação aos aspectos das características do exercício em si, Dishman (1993)
atenta para importância da associação da intensidade do exercício e aderência. Em
relação ao corpo técnico, Saba (2001) colocam que os professores são uma das maiores
influências relacionado ao sucesso ou fracasso e, confirmando essa tendência Berger e
Mclnman (1993) apud Saba (2001), apresentam dados que confirmam que os indivíduos
que não recebem atenção por parte dos professores, tendem desistir duas vezes mais do
que indivíduos que recebem elevada atenção.
Isso é um fator de atenção dos profissionais de Educação Física, já que eles são
o principal elo de ligação e motivação dos praticantes de exercícios físicos com a prática
propriamente dita. Uma vez que a escolha dos exercícios, tipo de treino e auxilio correto
da execução dos mesmos é fator essencial para permanência ou desistência dos mesmo
em frequentar uma academia.
39
Um ponto comum entre os estudos citados é a relação entre os elementos que
influenciam o comportamento e a atividade a que se propõe. Estudos também sustentam
que os fatores que aparecem com maior relevância para aderência do comportamento
incluem atitudes, crenças e valores nos resultados e automotivação (DISHMAN, 1982;
WEINBERG & GOLD, 2001). Sob outro olhar, ainda ressaltam a percepção de
competência, auto-eficácia, fatores ambientais, suporte social e incentivo profissional
(feedback) como elementos fundamentais neste processo de associação entre variáveis
psicológicas e aderência ao exercício (MARTIN & DUBBERT, 1987).
Weinberg & Gold (2001) comentam sobre as características pessoais que podem
influenciar
no
comportamento
para
atividade
quando
associadas
a
variáveis
demográficas, cognitivas e comportamentais. Destacam-se positivamente em suas
colocações o nível socioeconômico e o grau de instrução, quando são mais ativas
fisicamente as pessoas com renda mais alta e melhor grau de instrução.
Neste mesmo enfoque, outros autores comentam sobre as variáveis que mais
determinam a probabilidade para o exercício em programa supervisionado, tais como:
participação passada em outros programas, percepção de saúde e automotivação
(DISHMAN, SALLIS & ORENSTEIN, 1985).
O sucesso de qualquer programa de exercícios físicos está relacionado à
motivação de seus participantes (SAMULSKI, 2009). A motivação é caracterizada como
um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta (SAMULSKI, 2009), considerada
uma variável fundamental para a aderência (WEINBERG & GOULD, 2001).
No caso dos exercícios físicos, a interação entre os fatores pessoais e da situação
influenciam a motivação para o início da prática (WEINBERG & GOULD, 2001). Desta
forma, percebe-se o caráter dinâmico da motivação, em uma frequente relação entre
aspectos biológicos, cognitivos e sociais, impedindo ou facilitando a prática de exercícios
físicos.
Um dos principais aspectos que auxiliam no desenvolvimento da motivação é a
conscientização dos participantes sobre a relevância da prática regular de exercícios
físicos enquanto um componente importante para sua vida (DECI & RYAN, 2000;
SOARES, 2004). A conscientização acerca do que leva o indivíduo a buscar alguma
atividade
física
também
parece
fundamental
para
mantê-lo
fisicamente
ativo
(DESCHAMPS & DOMINGUES FILHO, 2005).
Ao iniciar um programa de exercícios físicos, a maior dificuldade que se encontra
é na aderência a essa atividade (MALAVASI & BOTH, 2005). A aderência, ou seja, o
comprometimento do praticante de exercícios físicos com a sua rotina programada de
40
treinamento, não ocorre logo no início da prática, pois há um processo lento que vai da
inatividade à manutenção da prática de exercícios físicos (NASCIMENTO, 2007).
Portanto, os profissionais envolvidos nessa área de atuação devem direcionar
atenção tanto no incentivo ao ingresso quanto na manutenção de indivíduos em
programas de exercícios físicos.
Para Saba (2001) a atividade é benéfica tanto no aspecto biológico, como também
no nível psicológico e os efeitos positivos sobre os estes aspectos originam do prazer que
é obtido na atividade realizada. Podemos então dizer que a motivação é um fator
essencial para o desempenho do aluno nas academias.
Donizete (2001) nos diz que qualquer que seja a tarefa a ser realizada, a
motivação é o elemento fundamental no processo finalizador ou no fracasso do alcance
total do próprio objetivado.
Baseado nisso podemos dizer que se matricular em uma academia e iniciar uma
atividade física não é a parte mais difícil. O estímulo de uma novidade a busca por um
objetivo é bastante gratificante, mas nem sempre é tão fácil conseguir se manter fiel a
prática de atividade física, as que se determinam a isso são regidas por fortes motivos.
Segundo
Paim
(2002)
motivação
é
um
termo
que
abrange
qualquer
comportamento dirigido para um objetivo que se inicia com um motivo, esse provoca um
determinado comportamento para a realização do que se foi objetivado, sendo assim
indivíduos diferentes podem praticar a mesma atividade, só que animados por razões
incomuns. Sabemos também como foi situado por Donizete (2001) que a motivação é
totalmente individualizada e diferenciada em sua complexidade.
De acordo com a American College of Sports Medicine (2000), apenas 5% dos
adultos sedentários que iniciam um programa estruturado de exercícios físicos em
academias de ginástica aderem à prática. No Brasil, os estudos sobre aderência têm
verificado um índice de evasão de aproximadamente 70% entre os praticantes de
exercícios físicos em academias (ALBUQUERQUE & ALVES, 2007).
A proliferação das academias de ginástica é uma realidade em todo o mundo e a
rotatividade de alunos é um fenômeno que estimula os profissionais e pesquisadores da
área a investigar os motivos atribuídos à permanência nos programas estruturados de
exercícios físicos oferecidos nestes espaços (MARCELLINO, 2003).
41
3. METODOLOGIA
Este estudo evidencia uma abordagem qualitativa, do tipo survey, que, de acordo
com Babbie (2003) e Lima (2004), é o método que corresponde a uma abordagem do
fenômeno investigado, envolvendo a realização de uma pesquisa de campo, na qual a
coleta de dados é feita por meio de aplicação de questionário ou formulário junto à
população alvo da pesquisa. Uma das vantagens desse método é que a investigação
compromete-se em identificar o espectro de variáveis que interferem em um determinado
fenômeno, que pontos podem ser medidos, como também, identificar quais situações,
eventos, atitudes ou opiniões estão manifestos em uma determinada população, por
exemplo.
Richardson (1999) entende que a pesquisa qualitativa favorece a compreensão do
universo pesquisado, ampliando as possibilidades de captar mais intensamente suas
possíveis mudanças, dentro do processo social.
Para Chizzotti (1995), a abordagem qualitativa proporciona uma inter-relação
entre o sujeito e sua realidade, mostrando uma interdependência entre o objeto e o
sujeito.
Este estudo foi realizado em duas etapas, sendo a primeira referente a uma
revisão bibliográfica sobre a temática em discussão, pertinentes para o entendimento
deste estudo, na qual, segundo Ruiz (1986) deve conter o assunto em pauta, obtendo
informações em produções acadêmicas já existentes relacionadas ao tema, capazes de
enriquecer a pesquisa.
A segunda, por meio de uma pesquisa exploratória, a qual, conforme salienta
Richardson (1999), permite entrar no universo da população a ser analisada, de forma
direta, favorecendo um conhecimento real da situação, contribuindo na identificação de
problemas e possíveis soluções. Ainda segundo o autor, esta forma de pesquisa amplia a
compreensão da temática proposta.
Segundo Bardin (2004), neste tipo de análise é necessária a atenção para
compreender o sentido da comunicação, como um receptor normal e, também, escutá-la
numa outra direção, atingindo, por meio de significados ou significantes, outros
“significados”, que estão relacionados às questões políticas, psicológicas e sociológicas.
Essa diversidade de conteúdos também procura atender às expectativas e
necessidades dos indivíduos envolvidos, uma vez que se supõem afinidades distintas em
relação aos tipos de atividades físicas e seus praticantes.
42
Os dados foram apresentados de forma percentual e por tabelas, além da análise
descritiva, tendo em vista que este procedimento facilita a visualização, ainda que no
estudo qualitativo não se enfatize a questão numérica, porém, este procedimento auxilia
na compreensão dos dados expostos para análise.
Como evidencia Goode (1979), esta forma de apresentação de dados pode
simplificar a análise, dando uma forma numérica às características qualitativas, com o
intuito de facilitar a interpretação.
3.1 SUJEITOS
Fez parte deste estudo uma amostra constituída por 50 indivíduos do sexo
feminino e adultas, selecionadas entre frequentadoras assíduas há mais de 03 (três)
meses, da Academia Contours Costa&Silva da cidade de Porto Velho, RO, praticantes de
exercícios físicos, tais como: musculação, alongamento, ginástica localizada, ginástica
aeróbia, danças, entre outras. Com faixa etária acima de 18 anos, de formação e
envolvimento profissional variados, que se dispuseram, voluntariamente, a participar do
estudo.
Os sujeitos foram esclarecidos sobre a total garantia de anonimato das respostas,
bem como, de posse da anuência dos mesmos, estes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 2), para posterior utilização dos dados em
artigos científicos, assim como o Termo de Consentimento de uso do nome e imagem da
Academia Contours Costa&Silva neste trabalho (ANEXO 3).
3.2 INSTRUMENTO
O estudo utilizou como instrumento para a coleta dos dados, um Questionário
semi-estruturado (ANEXO 1), por meio do qual foram obtidas as informações do assunto,
baseado em uma estrutura pré-estabelecida e pré-determinada, a qual favoreceu a
focalização direta das variáveis intervenientes ao objetivo do estudo.
O questionário utilizado foi retirado dos estudos de Tahara et al (2003), sendo que
este continha 9 questões abertas. Para a realização da atual pesquisa, foram realizadas
algumas adaptações para a elaboração de 09 (nove) questões fechadas. Tais
43
adaptações dizem respeito à elaboração de alternativas de respostas de cada questão,
sendo estas elaboradas através das respostas encontradas no questionário aberto dos
autores.
3.3 PROCEDIMENTO
Primeiramente, foi estabelecido um contato prévio com a academia em questão
que é a única existentes na cidade, responsável pelo desenvolvimento destas atividades
propostas para o estudo, no sentido de caracterizá-las em grande, médio ou pequeno
porte, e investigar os tipos de atividades oferecidas pelas mesmas.
Posteriormente, a pesquisadora entrou em contato com os frequentadores, em
uma abordagem direta, no sentido de esclarecer os objetivos do estudo e convidá-los
para fazerem parte da amostra. De posse da anuência dos participantes, o questionário
(Anexo 1) foi aplicado com a amostra selecionada, de maneira individual pela
pesquisadora, preservando-se os detalhes anteriormente descritos.
Finalmente, após a coleta dos dados, a transcrição das respostas foi realizada na
íntegra, para maior fidelidade das informações. Os dados foram analisados e discutidos
com base em referenciais teóricos sobre atividades em academias, enfocando
especialmente aqueles que abordam o público feminino.
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foi utilizada estatística descritiva no programa SPSS 15.0.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A faixa etária das 50 mulheres entrevistadas varia entre 18 e 60 anos, com média
de 37 anos.
44
Com a finalidade de melhor visualização da quantidade de participantes, a
amostra pôde ser caracterizada a partir dos dados coletados nos questionários e
conforme quadro representativo:
Número de
Participantes
Idade
N
%
18 a 25 anos
06
12%
26 a 30 anos
14
28%
31 a 40 anos
14
28%
41 a 50 anos
11
22%
51 a 60 anos
05
10%
Total
50
100%
Quadro I. Caracterização da amostra
Referente aos motivos que levaram as participantes a praticar exercícios físicos
em uma academia exclusivamente feminina, no gráfico 1 observamos que a opção de
maior importância foi atribuída ao tratamento ser diferenciado para mulheres somando
48%; na alternativa de outras opções, as entrevistadas citaram as atividades oferecidas
pela academia e a estrutura completa da mesma com 16% (como exemplo, a
possibilidade de deixar os filhos no espaço kids); poder usar roupas mais a vontade, sem
constrangimentos totalizou 12%; a higiene do local 8%; pela orientação de profissionais
somente do sexo feminino e por vontade do marido ou companheiro, ambos com 6%; por
não ter a presença de homens com 4%. Os ítens religião e porque as amigas praticam
não foram assinalados pelas entrevistadas.
45
Tratamento diferenciado para
mulheres
Poder usar roupas mais à
vontade, sem constrangimento
16%
4%
48%
6%
6%
Higiene
Por ter orientação de
profissionais mulheres
8%
12%
Por vontade do marido ou
companheiro
Por não ter a presença de
homens
Outras (estrutura; tempo e o
circuito)
Gráfico I. Motivos da Preferência por academia feminina
A busca pelo cuidado do corpo feminino se dá em contextos historicamente
modificados e possui traços tanto supérfluos quanto indispensáveis para a formação de
diretrizes e regras de comportamento que influem nos setores econômico, social e
cultural de uma sociedade. Esse é o caso das práticas físicas que contribuíram para o
advento das academias de ginástica; academias que em sua maioria são moldadas às
características e necessidades do seu tempo.
Esse complexo relacional determina, por sua vez, a sutileza das relações que a
mulher estabelece com ela mesma, isto é, seu posicionamento psicossocial. No presente
estudo, constata-se que as questões de gênero continuam a orientar a existência da
mulher, produzindo sensibilidades e determinando caminhos. O que nos respalda para
entender a porcentagem de 48% das opções marcadas pela preferência por uma
academia exclusivamente feminina ser o tratamento oferecido diferenciado para
mulheres, assim como ficarem mais a vontade quanto á roupa e a preferencia pelo
atendimento e orientação de profissionais mulheres.
A opção das mulheres pela prática da ginástica em espaços exclusivamente
femininos nos remete, então, para a ideia de liberdade, para o poder de se governar, para
a possibilidade de transitar despreocupadamente entre a “independência feminista” e o
resgate de certos valores da tradição familiar.
46
As entrevistadas também caracterizam o ambiente como próprio para elas por não
possuir espelhos, o que nos leva a refletir que a falta de visualização do corpo não
incomoda as entrevistadas.
Alguns exemplos demonstram representações sobre as academias só para
mulheres:
“Você chega à academia e a recepcionista sabe o seu nome. O vestiário, limpinho e
cheiroso, nunca está lotado. Roupa não é problema: até a turma do camisetão é bem
recebida [...]” (Boa Forma, Editora Abril)1
“As “Fast Gym” estão espalhadas por todo Brasil e são ótimas opções pra quem
não tem muito tempo e nem paciência. A malhação acontece de forma mais prática e
rápida, num ambiente que foge às regras: sem espelhos, sem homens, sem saradonas
reparando nas suas gordurinhas...” (Internet)2
Neiva (2007) também chama atenção para a possibilidade dessas academias
representarem espaços para as mulheres que não se veem dentro de um padrão de
corpo belo e saudável, e procuram alternativas para a prática de atividades físicas, sem a
presença de homens, isto porque elas não querem sentir-se incomodadas pelos olhares
críticos masculinos nas academias convencionais.
A academia investigada tem o método de treinamento em circuitos com duração
de trinta minutos, possui atividades cardiovasculares e de fortalecimento muscular.
Tornando assim a opção de marcarem este aspecto de tempo e do circuito como a
segunda alternativa mais marcada.
Referente aos objetivos pelo qual as mulheres frequentam esta academia, 58%
atribuem a estética, 22% a saúde, 12% para sair do sedentarismo e 6% para ter mais
disposição e 2% para melhorar o humor.
Verifica-se uma maior importância dada à estética, pois é interessante a
semelhança no fato de que todas entrevistadas têm a perda de peso em foco, colocando
a preocupação com um corpo mais magro como objetivo principal entre as mulheres.
1
http://boaforma.abril.com.br/edicoes/216/fechado/Fitness/conteudo_11.shtml - acesso em 04 de
Set. de 2011
2
http://delas.ig.com.br/materias/338001-338500/338427/338427_1.html - acesso em 04 de Set. de
2011
47
Gráfico II. Objetivos para frequentar uma academia
Marcellino (2003) salienta em seu estudo que saúde e condicionamento físico,
estética, relaxamento, fazer amigos e encontrar amigos são os motivos por ordem que
levam os alunos a frequentarem as academias. Corroborando em alguns aspectos com o
presente estudo.
Ao analisar os motivos iniciais de adesão de um grupo de adultos, com idade
entre 40 e 60 anos, à prática de atividade física, Knijnik e Santos (2006) identificaram
também aspectos semelhantes: ordem médica; lazer e qualidade de vida; estética; saúde
(ou condicionamento físico). Enfatizaram que apesar da principal adesão destes
indivíduos não ser de cunho estético, os mesmos demonstraram certa preocupação com
a imagem corporal perante a sociedade.
Em estudo feito por Balbinotti e Capozzoli (2008) concluiu-se que, quando o
motivo é relacionado à saúde, as mulheres aderem nominalmente mais à prática regular
de atividade física do que os homens.
Para eles, vários autores apontam como aspectos comuns às pessoas para o
início da prática: conhecimento dos benefícios trazidos à saúde; o prazer da prática;
conhecimento da melhora dos aspectos sociais e psicológicos e a melhora estética,
tornando se assim o objetivo delas dentro da academia. Porém, a “estética” apontada
nesse estudo como um dos motivos para frequentar uma academia, também é citado por
Neiva (2007) ao afirmarem que as mulheres buscam uma silhueta definida, um corpo
perfeito, o que reflete sua vulnerabilidade à influência da cultura da estética em nossa
sociedade.
48
O estudo de Salles Costa et al. (2003) sobre a prática de atividade física de lazer
na perspectiva de gênero mostrou prevalência de inatividade entre as mulheres que
atribuem às múltiplas jornadas de trabalho a causa para a limitação do tempo destinado
ao lazer. Isto aparenta contradição, já que as mulheres têm uma percepção mais sensível
do corpo do que os homens. E por meio da atividade física que acontece a “busca do
corpo delineado e controle do peso corporal, fenômeno observado, sobretudo, em
sociedades mais desenvolvidas”.
Outros aspectos são considerados por, Caparroz (2008) ao apontar que os
sujeitos de sua pesquisa afirmaram que a pratica de atividade física alterou positivamente
suas emoções proporcionando melhora no humor, relaxamento, mais disposição, prazer
e diminuição da tensão.
Em relação aos motivos que levaram as entrevistadas a optar pela Academia
Contours Costa&Silva, 44% das opções relacionou as atividades oferecidas, 26%
atribuíram ao fato dela ser exclusivamente feminina, 18% por sua localização, 6% pelo
seu conforto, 4% pelas profissionais que trabalham na academia (somente mulheres) e
2% pelos equipamentos apropriados para o sexo feminino.
No que se refere ao preço e indicação de amigos, não houve escolha das
entrevistadas por estas opções.
Gráfico III. Motivos da escolha por esta academia
Independentemente da faixa etária, pode-se afirmar que a prioridade na escolha
dessa academia, para a maioria de suas frequentadoras, foi as atividades oferecidas á
clientela feminina tanto o circuito como a orientação nutricional, pilates, estética, boxe e o
espaço kids.
49
Este é um aspecto abordado por Neiva (2007) quando afirma que a jornada dupla
de trabalho da mulher reduz o seu tempo livre, fazendo com que as academias femininas
se tornem uma oportuna opção por oferecerem programações especiais para suas
clientes, onde elas se exercitam em tempo reduzido.
A facilidade de acesso ao local, também é um fator ambiental significativo, de
acordo com Dishman apud Saba (2001) afirma que além da distância ao local da pratica,
o horário também é um fator relevante, mas discorda quanto a estes fatores estarem
ligados a aderência, relacionando apenas com a manutenção. O presente estudo
corrobora com o autor, onde as entrevistadas acreditam que a localização é um fator
importante que viabiliza o cotidiano da prática de exercícios físicos.
Acredita-se que as academias de ginástica feminina de ontem se justificavam
pelas diferenças biológicas entre homens e mulheres, reforçadas em função dos papéis
sociais que cada qual deveria desempenhar. Antes a imposição do espaço era
naturalizada e não declarada, havia um projeto de formação de sociedade saudável junto
ao pensamento científico da época. Os movimentos e as práticas corporais eram
diferentes, não fazia sentido homens participando das mesmas aulas.
Hoje, com a aparente ruptura deste paradigma, os espaços para as práticas
corporais livres são mistos. Nas academias só para mulheres atuais a ginástica e os
movimentos também o são. No entanto, há “demarcação” do espaço, só entram
mulheres. Elas acumularam funções sociais como prover a casa, família, filhos, trabalhar
fora, cuidar da saúde, beleza, feminilidade. Esta jornada de atividades dentro e fora de
casa reduz o tempo livre, e as academias só para mulheres tornam-se atraentes por
apresentarem a possibilidade de cumprirem o “dever” de se exercitarem em pouco
tempo.
A identificação de grupos de mulheres fora das práticas corporais, e talvez do
padrão estético parece ser fundamental para estas empresas pensarem na possibilidade
de inserir estes grupos nestas práticas.
A partir desta ideia, estas academias podem ser espaços para as mulheres que
não se percebem dentro de um padrão de corpo belo e saudável, e procuram alternativas
para a prática de atividades físicas. Não querem sentir-se incomodadas com a presença
de mulheres mais belas ou olhares críticos masculinos nas academias convencionais, por
isso a opção de uma academia exclusivamente feminina.
O quadro II indica o tempo de prática nesta academia exclusivamente feminina,
num período de 3 meses obtemos 38% das opções, com mais de 6 meses de prática há
32%, seguido por 22% com 1 ano a 1,5 anos e finalizando com apenas 8% das opções
50
que praticam há 2 anos, logo podemos constatar a presença de um público que se
encontra ainda em fase de avaliação e possível adaptação.
Tempo que
frequenta esta
academia
Quantidade de
Participantes
Porcentagem (%)
3 meses
19
38%
6 meses a 1 ano
16
32%
1 ano a 1,5 anos
11
22%
2 anos
04
8%
Total
50
100%
Quadro II. Tempo de prática nesta academia
Saba (2001) salienta que os resultados da prática de exercícios físicos são
percebidos quando realizados regularmente e acrescenta-se que por período superior a
três meses o sujeito pode perceber modificações, as quais possibilitarão a sua
manutenção ou desistência.
Mas quando pensamos na prática regular da ginástica, os 32% de prática superior
a seis meses nos permitem vislumbrar algo otimista associado à especificidade das
academias exclusivamente femininas, pois apesar dos benefícios do exercício físico
serem bastante divulgados, a taxa de abandono nos 6 primeiros meses é de
aproximadamente 50% (WEINBERG e GOULD, 2008), o que fica ainda mais firmado
quando nota-se que 30% das entrevistadas frequentam a academia feminina há mais de
1 ano.
Podemos inferir que o fato das academias de Porto Velho estarem lotadas (38%
das entrevistadas estarem frequentando há 3 meses) nesta época do ano, pode ser
atribuído ao período de férias, onde muitas pessoas viajam e procuram as praias
desejando um corpo bonito e saudável.
Ao analisar os motivos que fazem as mulheres entrevistadas manter a pratica de
exercícios físico nesta academia, a opção mais assinalada foi os serviços oferecidos
como o circuito, pilates, nutricionista, estética e o espaço kids com 50% de preferência; a
sensação de bem-estar proporcionada pelo local com 32%, seguida da facilidade de
51
acesso ao local com 14% e por fim as opções de incentivo e atenção das professoras
com 2% e a atenção dos funcionários do local que não foi optada.
Gráfico IV. Manutenção da pratica nesta academia
No aparecimento do interesse pela prática de exercícios físicos é estabelecida
uma relação de conveniência entre uma necessidade evidente e a sua satisfação que
somente se torna interessante para aqueles, cujas características das atividades
coincidam com suas necessidades especificas.
Por outro lado, os interesses mudam quando as necessidades são atingidas ou
quando outra necessidade se torna mais urgente. O mercado de academias tem
vivenciado essas mudanças constantemente, porque as pessoas exigem novidades e
tendem a buscar sempre outras modalidades inovadoras, já que não conseguem manter
o interesse pela mesma coisa por muito tempo.
Ao procurar a academia, o aluno tem mostrado buscar um serviço qualificado,
estrutura física em condições, e excelência em atendimento para que possa realizar os
exercícios com prazer e satisfação, seguro de que seus objetivos serão atingidos.
As academias por sua vez, montam estratégias diversas para atrair e conquistar
clientes, buscando melhorar o atendimento, oferecendo metodologias de trabalhos
inovadoras desenvolvidas por profissionais qualificados, e mesmo com todo o empenho
para reter os clientes, os números de desistência continuam altos, o que acaba gerando
prejuízo para empresa e para a saúde das pessoas.
O tempo disponível esta relacionado a aderência. A desistência ou adoção de um
estilo de vida saudável ou sedentário esta associada a percepção do tempo disponível.
52
Okuma apud Saba (2001) aponta que a associação de tempo esta mais
relacionada a manutenção do que a adesão, e associa ao aumento da pratica e não a
adesão.
Por tal o motivo é que a academia Contours Costa&Silva alega oferecer todos
estes serviços á suas clientes em um mesmo ambiente, para mantê-las assíduas á
pratica e a frequentar cada vez mais o ambiente, justificando assim a opção de serviços
oferecidos ter alcançado 50% da opção das entrevistadas.
Para Saba (2001) os resultados da pratica de exercícios físicos são percebidos
quando realizada regularmente e acrescenta-se que por período superior a três meses, o
que levará o sujeito a perceber modificações, as quais possibilitarão a sua manutenção
ou desistência. Destaca-se ainda que as decisões (iniciar, manter ou desistir) estão
relacionadas a fatores motivacionais, que são diferentes para cada pessoa (MARTINS,
2000).
Conforme Weinberg e Gould (2008) a motivação pode ser influenciada por
estímulos e percepções intrínsecos ou extrínsecos, os quais irão orientar as tomadas de
decisão dirigidas para a satisfação das necessidades ou desejos individuais.
A motivação intrínseca esta voltada para o prazer e satisfação e a motivação
extrínseca esta voltada para receber recompensas ou evitar punições, que no caso seria
atingir os objetivos almejados com a pratica de exercício físico (DECI; RYAN, 1985;
DISHMAN, 1995; MARTENS, 1996).
Assim, Nahas e Corbin apud Martins (2000) preconizam que motivação intrínseca
e satisfação pessoal devem ser alguns dos primeiros objetivos considerados relevantes
em programas de Educação Física.
Referente a presença de um homem durante a prática de atividade física 24% das
mulheres disseram que se sentiam incomodadas, sendo que as demais, a grande maioria
76% disseram não incomodá-las.
A partir das justificativas das participantes que disseram não se incomodar com a
presença de homens, percebeu-se que na verdade, elas se preocupam com a presença
de homens. Para melhor entendimento, tais posicionamentos/justificativas são transcritos
no quadro abaixo.
53
“Se não estiver, melhor, porque acho que a maioria das pessoas que malham
aqui preferem esta academia por não ter homens” (ENTREVISTADA 1)
“Se for somente um, não iria incomodar, talvez possa ser um professor”
(ENTREVISTADA 26)
“Seria um profissional também ou um amigo” (ENTREVISTADA 29)
“Porque se for um não, se for mais, aí sim” (ENTREVISTADA 36)
“Mas fico mais a vontade só com mulheres” (ENTREVISTADA 41)
“Não preciso pensar em que roupa vir, se vai ficar vulgar ou transparente,
porque tudo que possa mostras, elas também tem”. (ENTREVISTADA 47)
Quadro III. Justificativas apresentadas sobre a presença masculina
Observa-se, desta forma, que apesar de terem respondido que a presença de
homens não as incomodaria preferem praticar as atividades só com mulheres.
Entre as participantes que afirmaram se incomodar com essa presença, a grande
maioria justificou sua resposta afirmando que “não se sentiriam à vontade, sem
liberdade”.
Retomando a fala de Neiva (2007) [...] espaços para as mulheres que não se
percebem dentro de um padrão de corpo belo e saudável, e procuram alternativas para a
prática de atividades físicas. Não querem sentir-se incomodadas com a presença de
mulheres mais belas ou olhares críticos masculinos nas academias convencionais.
É perceptível que a prática é melhor sem os homens olhando, uma vez que as
mulheres apontam ficarem mais a vontade, concentradas nos exercícios tanto para
membros inferiores ou superiores, ir com mais frequência e com a roupa que se sentirem
melhor sem a constante preocupação dela estar transparente, vulgar ou “fora do lugar”,
como foi apontado no presente estudo.
Referente a participação em academias tradicionais, 92% das entrevistadas
responderam que já frequentaram uma academia mista (com homens e mulheres) e
apenas 8% disseram que não. Para estas, foi solicitado que explicitassem os motivos
pelos quais nunca o fizeram. No quadro IV estão transcritos os motivos apresentados por
elas.
54

Pois nunca tive interesse; (ENTREVISTADA 7)

Por falta de tempo; (ENTREVISTADA 10)

É a primeira fez que faço academia, não gostava;
(ENTREVISTADA 20)

Eu prefiro só para mulheres, você fica mais à vontade e o
circuito que me interessou; (ENTREVISTADA 35)

Localização da academia é perto da minha casa;
(ENTREVISTADA 42)
Quadro IV. Motivos pelos quais não frequentaram uma academia mista
Observou-se que entre aquelas que nunca frequentaram academia mista, a maior
incidência se deu na faixa etária de 18 a 28 anos. Pelos motivos apresentados por elas,
entende-se que justamente pela pouca idade, podem não ter tido oportunidades
anteriores.
As outras colocações serviram para reforçar a preferência das participantes por
academias onde não há a presença masculina.
No presente estudo as duas últimas perguntas do questionário foram dirigidas
apenas às pessoas que já praticaram exercícios físicos em academias mistas, sendo
92% das entrevistadas.
Especificando os motivos que as levaram a mudar para a academia feminina, de
modo geral foram: pelas atividades oferecidas (54,5%); por ser exclusivamente feminina
(24%); pelo tratamento oferecido pelas profissionais (9%); pelo conforto (4,5) e outros,
como aparelhagem, porque as amigas praticam, por vontade do marido/companheiro e
estrutura.
55
Gráfico V. Motivos que levaram a mudar de academia mista para feminina
Percebe-se que as inúmeras atividades oferecidas pela academia, em especial o
circuito de 30 minutos que agrega atividades cardiovasculares com de força muscular,
foram essenciais para a mudança de academia. Uma vez que as mulheres procuram
cada vez mais rapidez somada com qualidade e comodidade para sua pratica de
exercícios físicos diário.
Por fim, procurou-se saber se a troca de uma academia mista por uma
exclusivamente feminina trouxe alguma mudança com relação à prática de atividade
física das participantes.
Dentre as respostas obtidas, 65,2% delas afirmaram que houve mudanças e
34,8% disseram que não. Apesar de ter sido solicitada uma justificativa para as respostas
dadas, nem todas o fizeram. Dessa forma, encontram-se descritos no Quadro V as
justificativas que foram colocadas.
56
Sim

Fiquei mais à vontade;

Passei a praticar mais vezes e ter
Não
ânimo;

Pratico por um tempo maior, sem parar;

Fiquei mais motivada, principalmente

Continuou a mesma coisa;
quando percebi os resultados do

Pratico exercícios porque gosto;
circuito;

Faço a mesma prática

Passei a ficar mais a vontade e
concentrada no exercício;

Tive maior vontade de praticar os
exercícios.
Quadro V. Justificativas em relação à mudança para uma academia feminina
Verificou-se que a maioria das mudanças percebidas pelas participantes refere-se
ao fato de se sentirem mais à vontade na academia feminina, em detrimento da mista.
Além disso, elas também se sentiram mais motivadas para a prática de atividades físicas.
Por outro lado, as participantes que não perceberam mudanças referiram-se a praticar
exercícios porque gostam, como justificativa.
Concordando com o que foi colocado pelas frequentadoras da academia feminina,
Neiva (2007) defende a ideia de que as atividades praticadas pelas mulheres não devem
ser diferentes daquelas praticadas pelos homens, visto que as restrições feitas às
mulheres, ao longo da história, baseavam-se tanto na “natureza do sexo” como também
em preconceitos e superstições da época, vistos como um problema social.
Complementam e enfatizam ainda os autores, que o processo de expansão das
academias mistas foi gradativo e que as praticantes femininas foram mais representativas
após a década de 1980, coincidindo com a superação da proibição das práticas de lutas
e levantamento de peso, entre outras, pelas mulheres.
Para eles, a diferenciação básica entre a academia mista e a feminina é que nesta
última o método de treinamento tem duração menor (menos tempo na academia) e o
ambiente é próprio para as mulheres.
57
5. CONCLUSÃO
Considerando os aspectos que permearam os dados coletados nesse estudo, a
mídia em geral parece mesmo influenciar a sociedade como um todo, despertando novos
valores, sentimentos e desejos. A questão estética é hoje uma preocupação de grande
parcela da população, em especial das mulheres, bem como adotar para si um estilo ou
hábito saudável e, por conseguinte, melhorar a qualidade de vida.
A maioria das mulheres questionadas tem essa preocupação com a questão
estética e com a melhoria da qualidade de vida, possuindo um tempo de prática
considerável e frequentando a academia com assiduidade.
Interessante é observar que o “tempo disponível” foi o fator mais citado como
dificuldade para a prática regular de uma atividade física, o que justifica o opção pela
Contours Costa&Silva que oferece a pratica de exercícios físicos em um circuito dinâmico
e especifico para mulheres com apenas 30 minutos de duração.
Isto realça, novamente, o motivo pelo qual essas mulheres dão continuidade à
prática, demonstrando, efetivamente, o interesse nos resultados que o circuito
proporciona e o ótimo ambiente da pratica.
O início da prática de qualquer tipo de atividade física depende de um estímulo
e/ou incentivo. Influências sociais da família e amigos, da mídia e a busca para alcançar
seus objetivos, são de enorme importância para o início da prática de exercícios físicos.
A adoção de hábitos saudáveis pode, então, proporcionar às mulheres melhores
condição para enfrentar a atual vida cotidiana com jornada dupla de trabalho e cuidados
com a casa e família, muito agitada e repleta de estímulos estressantes. Ficou, então,
patente os principais fatores que levam à aderência e subsequente manutenção à prática
de exercícios físicos em academia exclusivamente feminina na cidade de Porto Velho-RO
e, os dados obtidos com este trabalho podem apontar sugestões que permitam ampliar a
compreensão do universo amplo de uma academia feminina, conduzindo os estudiosos
do tema em questão a mais uma fonte de conhecimento deste importante assunto da
atualidade, que são as academias de ginásticas cada vez mais especializadas e
direcionadas a um público específico.
58
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65
ANEXOS
66
Anexo I – Questionário
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Você irá participar de um estudo ”MOTIVOS DE ADESÃO Á PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM
UMA ACADEMIA EXCLUSIVAMENTE FEMININA DE PORTO VELHO” organizado pela acadêmica
Isabel Rodrigues de Azevedo da UNIR.
Por favor, responda as questões abaixo de acordo com sua prática de exercícios físicos na
Academia Contours Costa & Silva.
QUESTIONÁRIO
Idade: _____________________
1) Enumere em ordem crescente os
( ) por vontade do meu marido
motivos de sua preferência por esta
(companheiro)
academia feminina (começando pelo
( ) outra(s)
mais importante):
_________________________________
( ) o tratamento é diferenciado para
Marque com um “X” apenas uma
mulheres
opção de acordo com resposta que
( ) por poder usar roupas mais à vontade,
considerar mais importante.
sem constrangimentos
2) Porque você frequenta uma
( ) minha religião
academia (objetivo)?
( ) por não ter a presença de homens
( ) para sair do sedentarismo
( ) higiene
( ) para ter mais disposição
( ) por ter orientação de mulheres
( ) por prazer
(profissionais)
( ) para melhorar o humor
( ) porque minha(s) amiga(s) pratica(m)
( ) diminuição da tensão
67
( ) relaxamento
( ) não
( ) diminuir o estresse
Justifique sua resposta:
( ) melhorar a auto-estima
___________________________________
( ) estética
7) Você já frequentou alguma
( ) saúde
academia mista(tradicional com
( ) exigência médica
homens e mulheres)?
( ) outros
( ) sim
3) Porque você optou pela academia
( ) não. Porque?
Contours Costa & Silva?
___________________________________
( ) sua localização
SOMENTE se você respondeu “SIM”, na
( ) o conforto
pergunta
( ) o preço
PRÓXIMAS:
( ) o(s) profissional(ais)
8) Qual(ais) motivo(s) te levou(aram)
( ) atividades oferecidas pela academia
a mudar de academia? (você poderá
( ) a aparelhagem
anterior,
RESPONDA
AS
optar por mais de uma resposta)
( ) por ser exclusivamente feminina
( ) preço
( ) indicação de amigos
( ) conforto
()outro(s).Quais?
( ) tratamento oferecido pelos profissionais
___________________________________
( ) religião
4) Há quanto tempo você frequenta
( ) por ser exclusivamente feminina
esta academia?
( ) higiene
( ) 3 meses
( ) aparelhagem
( ) 6 meses a 1 ano
( ) porque minha(s) amiga(s) pratica(m)
( ) 1 a 1,6 anos
( ) vontade do meu marido (companheiro)
( ) 2 anos
( ) atividades oferecidas pela academia
5) O que mais te motiva a manutenção
( ) outro(s). Qual(ais)?
da pratica nesta academia?
___________________________________
( ) sensação de bem-estar proporcionada
9) A troca de uma academia mista por
pelo ambiente
uma exclusivamente feminina trouxe
( ) incentivos da professora
alguma mudança em relação à sua
( ) atenção da professora
prática de atividade física?
( ) facilidade de acesso
( ) sim
( ) serviços oferecidos pela academia
( ) não
( ) atenção dos funcionários do local
Justifique:
6) A presença de um homem durante a
___________________________________
prática de sua atividade física te
___________________________________
incomodaria?
___________________________________
( ) sim
68
Anexo II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu,................................................................................., RG........................,
Sexo Feminino, nascida em...... /........ /......, tendo sido CONVIDADA pela Graduanda
ISABEL RODRIGUES DE AZEVEDO, a participar do projeto de pesquisa “Motivos de
adesão á prática de exercícios físicos em uma academia exclusivamente feminina de Porto
Velho”, sob a orientação da Profª. Ms. Sílvia Teixeira de Pinho, compreendo que posso
contribuir neste estudo e que não me oferece risco de qualquer natureza.
Estou ciente que a pesquisadora me entrevistará, com o objetivo de investigar sobre os
principais motivos que me levaram á optar pela prática de exercícios físicos em uma
academia exclusivamente feminina na cidade de Porto Velho.
Depois de completamente esclarecida pela referida pesquisadora, ACEITO
PARTICIPAR DESTE ESTUDO, PODENDO INTERROMPER MINHA
PARTICIPAÇÃO A QUALQUER MOMENTO.
Porto Velho, RO,.......... /............ / 2011.
_____________________________________________
Assinatura da PARTICIPANTE
_____________________________________________
Assinatura da PESQUISADORA RESPONSÁVEL
Isabel Rodrigues de Azevedo, RG. 852.868.422-91, Rua Padre Ângelo Cerri, no. 1700,
Bairro São João Bosco, Porto Velho, Rondônia, tel. (69) 8415-9055.
69