Língua Portuguesa e Matemática - Avalia Ouro Branco
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Língua Portuguesa e Matemática - Avalia Ouro Branco
ISSN 2448-1637 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL PREFEITA MUNICIPAL Maria Aparecida Junqueira Campos VICE –PREFEITO Veronez Palomar Vargas Bueno SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Sônia Vieira Mapa GERÊNCIA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - ENSINO FUNDAMENTAL I Fabiana Luiza Vieira Oliveira GERÊNCIA PEDAGÓGICA DOS ANOS FINAIS – ENSINO FUNDAMENTAL II E EJA – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Adélia Paz Gonçalves COORDENAÇÃO DO PROJETO AVALIA OURO BRANCO Ana Rita Nunes Cardoso EQUIPE DE ASSISTENTES ADMINISTRATIVOS Arlete Leonel Cortes Selma Maria Brasileiro GESTORES ESCOLARES Adriana Aparecida da Costa Cláudia Aparecida Alves Cruz Hélio Alves Helislaine Ribeiro Rocha Jane Aparecida Milagres Maciel Karla Christine Nogueira Vieira Marco Aurélio Baeta Alves Maria das Graças Santiago Ribeiro Rosana Martins Campos Roseli de Lourdes Rafael Pereira Silvany de Fátima Vieira Sônia Avelino de Carvalho EQUIPE DE AVALIAÇÃO Alessandra Alves Rabelo Rodrigues Ana Paula da Silva Minghin Aretuza Gonçalves Oliveira Dalva da Silva Miranda Flávia Cristina Mota Silva Santos Heloísa Aguiar de Andrade Lilian Souza Carvalho Márcia Imaculada dos Santos Marcus Vinícius Abrantes Rodrigues Margaret Regina de Assis Isaac Maria de Lourdes da Silva Furtado Marilene Rodrigues de Sá Neide dos Reis Neves Neuza Aparecida Soares Belém Rita de Cássia Oliveira e Silva Rosemary de Cássia Teixeira Sandra Coelho Moreira Sara Lopes Labiapari Dias Suely Almeida Ramos Vânia Maria Reis Braz de Castro Viviane Aparecida Alves Marotta Car� Educadores, Apresentação A avaliação sistêmica da rede municipal de ensino de Esperamos que os resultados alcançados em termos Ouro Branco, prevista no Plano Municipal de Educação de rendimento dos alunos se constituam num ponto 2015-2024, torna-se realidade em nosso município, neste de partida importante para a análise de desempenho ano de 2015. de cada escola e subsidiem a Secretaria Municipal O AVALIA OURO BRANCO, pioneiro na rede, nasceu de Educação na tomada de decisão quanto à política do desejo de implementar uma política pública de educacional que o município pretende implementar, a avaliação, em todas as etapas da Educação Básica (2º ao partir da mesma, fornecendo informações para capacitar 9º ano), e ocorrerá a cada dois anos. Esse projeto está professores, aprimorar a proposta pedagógica e articular sendo desenvolvido pelo CAEd-UFJF, em parceria com os resultados da avaliação com o planejamento escolar e gestores e professores da rede municipal. fundamentalmente, melhorar a qualidade do ensino. Nesta edição da Revista da Avaliação, abordamos os Que possamos avançar cada vez mais, a partir deste resultados da avaliação em larga escala e os desafios e rico instrumento, construindo e sendo coautores de uma soluções da gestão escolar. As Matrizes de Referência, educação de qualidade. com os descritores trabalhados, são essenciais a cada Como diz Guimarães Rosa: “O real não está na saída modalidade de ensino aqui descrita e demonstram a e nem na chegada, ele se dispõe para a gente no meio importância da sua relação com o currículo, para que os da travessia.” resultados produzidos reflitam a realidade da escola. Finalizando, a revista traz uma sugestão de roteiro para análise pedagógica dos resultados e tem como objetivo subsidiar o trabalho da Equipe Pedagógica da escola, propondo atividades que auxiliarão na compreensão dos dados obtidos por esta avaliação externa e que se encontram disponíveis no portal www.avaliaourobranco. caed.ufjf.net. Sônia Vieira Mapa Secretária Municipal de Educação SUMÁRIO 10 16 45 1. POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO EM OURO BRANCO? 3. COMO É A AVALIAÇÃO NO AVALIA OURO BRANCO? 5. COMO A ESCOLA PODE SE APROPRIAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO? 12 43 51 2. O QUE É AVALIADO NO AVALIA OURO BRANCO? 4. COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO AVALIA OURO BRANCO? 6. QUE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PODEM SER UTILIZADAS PARA DESENVOLVER DETERMINADAS HABILIDADES? Prezado(a) educador(a), Apresentamos a Revista Pedagógica do AVALIA OURO BRANCO 2015. Esta publicação faz parte da coleção de divulgação dos resultados da avaliação realizada no final do ano de 2015. Para compreender os resultados dessa avaliação, é preciso responder aos seguintes questionamentos. POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO EM OURO BRANCO? O QUE É AVALIADO NO AVALIA OURO BRANCO? COMO É A AVALIAÇÃO NO AVALIA OURO BRANCO? COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO AVALIA OURO BRANCO? 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 1 POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO EM OURO BRANCO? Para responder a essa pergunta, é no sentido de estabelecer políticas a vencer as dificuldades apontadas por preciso, em primeiro lugar, diferenciar que contribuam para a melhoria do de- esses resultados. avaliação externa de avaliação interna. sempenho dos alunos de toda a rede, Essas estratégias passam por um Avaliação interna é aquela que e também têm a possibilidade de atuar estudo acurado dos materiais disponi- ocorre no âmbito da escola. O edu- em casos pontuais, como escolas ou bilizados para as escolas: os conteúdos cador que elabora, aplica e corrige o regiões específicas que apresentem o do site do programa, as revistas de di- teste para, em seguida, analisar seus mesmo tipo de dificuldade. vulgação de resultados, os encartes resultados faz parte da unidade esco- Além da dimensão da rede de contendo os resultados da escola, em lar em que o processo educacional é ensino, as escolas, individualmente, cada disciplina e etapa avaliada formam levado a efeito. podem e devem utilizar os resultados um conjunto robusto de informações que merece atenção e análise. A avaliação externa em larga es- da avaliação para verificar o desenvol- cala, por sua vez, constitui um procedi- vimento, pelos alunos, das habilidades Esse conjunto foi pensado com a mento avaliativo baseado na aplicação esperadas para a etapa de escolarida- intenção de fornecer, aos gestores e de testes e questionários padroniza- de em que estão inseridos. É relevante professores, o máximo de elementos dos, para um grande número de alunos. lembrar que esses resultados precisam para que possam avaliar, por meio de Esses testes são elaborados com tec- ser pensados à luz dos conteúdos cur- dados obtidos externamente à esco- nologias e metodologias bem definidas riculares trabalhados pela escola: as la, como está o desempenho de seus e específicas, por agentes externos à Matrizes de Referência, base para a alunos, em comparação com as demais escola. A avaliação externa possibilita elaboração dos testes, devem estar re- escolas da rede, e quais são os pontos verificar a qualidade e a efetividade do lacionadas a esses conteúdos, sem, no que demandam uma atenção maior, no ensino ofertado a uma determinada entanto, substituí-los. As unidades es- trabalho desenvolvido no interior da população (estado ou município, por colares têm a possibilidade de obser- escola. exemplo). var se o currículo adotado contempla Desse modo, fica patente que as Mas como os dados obtidos por as habilidades consideradas mínimas informações obtidas a partir dos testes esse tipo de avaliação podem con- para que os alunos consigam caminhar, da avaliação externa em larga escala, tribuir para melhorar os processos a cada etapa vencida, rumo à aquisição isoladamente, não solucionam os pro- educativos, no interior das escolas, e, dos conhecimentos necessários para blemas da educação brasileira, nem consequentemente, os resultados das se tornarem cidadãos críticos e cons- têm essa pretensão. A trilha que pode- redes de ensino? Esse é um questio- cientes de seu papel na sociedade. rá levar a essa solução é a forma como namento muito observado entre as Verificada a correlação Currículo X os dados serão utilizados. E, nesse equipes gestoras e pedagógicas das Matriz de Referência, gestores e profes- aspecto, somente os educadores en- escolas que recebem os resultados da sores podem atuar de diversas manei- volvidos com o processo educacional avaliação externa. ras. Algumas estão indicadas nesta pu- poderão estabelecer o melhor cami- É necessário ter em mente que a blicação, nas seções 5 - Como a escola nho a seguir. avaliação externa em larga escala tem pode se apropriar dos resultados da As próximas seções têm o objeti- como objetivo oferecer, por meio de avaliação? e 6 - Que estratégias pe- vo de auxiliá-los nessa trajetória, ofe- Uma das dúvidas mais frequentes, quando se fala em avaliação seus resultados, um importante subsí- dagógicas podem ser utilizadas para recendo informações relevantes para externa em larga escala, é: por que avaliar um sistema de ensi- dio para as tomadas de decisão, inicial- desenvolver determinadas habilida- que a apropriação e a análise dos re- no, se já existem as avaliações internas, nas escolas? mente na esfera das redes de ensino. des? O importante é descobrir as estra- sultados da avaliação externa em larga Os dados oriundos dos testes respon- tégias mais adequadas para que todos escala sejam produtivas para sua esco- didos pelos alunos formam um painel os membros da comunidade escolar se la e para sua prática profissional. que ilustra o que está sendo ensinado apropriem dos resultados da avaliação, e o que os alunos estão aprendendo, compreendendo sua importância e seu em cada disciplina e etapa avaliada; de significado para a vida dos alunos, e posse dessas informações, os gesto- concentrem seus esforços em levá-los res de rede podem envidar esforços 11 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 2 Matriz de Referência O QUE É UMA MATRIZ DE REFERÊNCIA? As Matrizes de Referência indicam as habilidades que As Matrizes de Referência relacionam os conhecimen- se deseja avaliar nos testes do AVALIA OURO BRANCO. Im- tos e as habilidades para cada etapa de escolaridade ava- porta registrar que as Matrizes de Referência são uma parte liada, ou seja, elas detalham o que será avaliado, tendo em do Currículo, ou Matriz Curricular: as avaliações em larga es- vista as operações mentais desenvolvidas pelos alunos em cala não pretendem avaliar o desempenho dos alunos em relação aos conteúdos escolares que podem ser aferidos todos os conteúdos presentes no Currículo, mas, sim, nas pelos testes de proficiência. No que diz respeito ao AVALIA habilidades consideradas fundamentais para que os alunos OURO BRANCO, o que será avaliado está indicado nas Ma- progridam em sua trajetória escolar. trizes de Referência desse programa. O Tópico ou o Tema agrupam um conjunto de habilidades, indicadas pelos O QUE É AVALIADO NO AVALIA OURO BRANCO? descritores, que possuem afinidade entre si. Os Descritores descrevem as habilidades que serão avaliadas por meio Antes de iniciar a elaboração dos testes para a avaliação, é imprescindível determinar, com clareza, o que se deseja avaliar. dos itens que compõem os testes de uma avaliação em larga escala. 13 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA - AVALIA OURO BRANCO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL - ENTRADA/SAÍDA MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA - AVALIA OURO BRANCO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL - ENTRADA/SAÍDA T1 - RECONHECIMENTO DAS CONVENÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO T1 - ESPAÇO E FORMA C1 - Identificação de letras do alfabeto D01 Identificar a localização ou movimentação de pessoas, objetos ou pontos em representação plana do espaço. Diferenciar letras de outros sinais gráficos, como os números, sinais de pontuação ou de outros sistemas de representação. D02 Identificar representações de figuras bidimensionais. Distinguir, como leitor, diferentes tipos de letras. D05 Identificar representações de figuras tridimensionais. D01 Identificar letras do alfabeto. D02 D03 T2 - APROPRIAÇÃO DO SISTEMA ALFABÉTICO T2 - GRANDEZAS E MEDIDAS C2 - Aquisição de consciência fonológica D04 Identificar o número de sílabas de uma palavra. D05 Identificar sílabas de uma palavra. D06 Identificar variações de sons de grafemas. C3 - Uso adequado da página D07 Compreender a função de segmentação de espaços em branco na delimitação de palavras em textos escritos. C4 - Leitura de palavras e pequenos textos D08 Ler palavras. D09 Ler frases. D20 Comparar ou ordenar comprimento, altura e espessura. D22 Identificar instrumentos utilizados para medir determinadas grandezas (massa, comprimento, capacidade, tempo e temperatura). D24 Utilizar conversão entre unidades de medidas de tempo na resolução de problema. D25 Reconhecer horas em relógios digitais e/ou analógicos. D27 Corresponder cédulas e/ou moedas. T3 - NÚMEROS E OPERAÇÕES / ÁLGEBRA E FUNÇÕES T3 - LEITURA: COMPREENSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO C5 - Localização de informações explícitas em textos D10 Localizar informação explícita. D11 Identificar elementos que constroem a narrativa. C6 - Interpretação de informações implícitas em texto D34 Associar quantidades de objetos à sua representação numérica. D35 Comparar ou ordenar quantidades pela contagem. D36 Corresponder números naturais à sua escrita por extenso. D37 Identificar números reais segundo critérios de ordem. D12 Inferir informações em textos. D38 Reconhecer números ordinais ou indicadores de posição. D13 Identificar o assunto de um texto. D39 Executar adição ou subtração com números naturais. D14 Reconhecer efeito de humor. D45 Utilizar números naturais, envolvendo diferentes significados da adição ou da subtração, na resolução de problemas. C7- Coerência e coesão no processamento de texto D16 Estabelecer relações de continuidade temática a partir da recuperação de elementos da cadeia referencial do texto. D17 Identificar efeito de sentido decorrente de recursos gráficos, seleção lexical e repetição. D18 Identificar o efeito de sentido de outras notações. T4 - USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA C8 - Implicações do gênero e do suporte na compreensão de textos D20 Reconhecer os usos sociais da ordem alfabética. D21 Identificar gêneros textuais diversos. D22 Reconhecer finalidade de gêneros textuais diversos. 14 T4 - TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO D68 Identificar informações a partir de dados dispostos em tabelas. D69 Identificar dados apresentados por meio de gráficos. D70 Identificar informações relacionadas à Matemática apresentadas em diferentes gêneros textuais. 15 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 3 1ª ETAPA – ELABORAÇÃO DOS ITENS QUE COMPORÃO OS TESTES. Item 1. Enunciado – estímulo para que o aluno mobilize recursos cognitivos, visando solucionar o problema apresentado. O que é um item? 2. Suporte – texto, imagem e/ou outros recursos que servem de base para a resolução do item. Os itens de Mate- O item é uma questão utilizada nos mática e de Alfabetização podem não apresentar suporte. testes das avaliações em larga escala 3. Comando – Como é elaborado um item? texto necessariamente relacionado à ha- bilidade que se deseja avaliar, delimitando com clareza a tarefa a ser realizada. O item se caracteriza por avaliar uma 4. Distratores – alternativas incorretas, mas plausíveis – os única habilidade, indicada por um descri- distratores devem referir-se a raciocínios possíveis. tor da Matriz de Referência do teste. O item, 5. Gabarito – alternativa correta. portanto, é unidimensional. Um item é composto pelas seguintes partes: COMO É A AVALIAÇÃO NO AVALIA OURO BRANCO? Leia o texto abaixo. Curaçao, um simpático e colorido paraíso 5 10 Para elaborar os testes do AVALIA OURO BRANCO, é necessário estabelecer como se dará esse processo, a partir das habi- 15 lidades elencadas nas Matrizes de Referência, e como será o processamento dos resultados desses testes. Há uma lenda que explica a razão de Curaçao ser uma ilha tão colorida. Consta que um governador, há muitos anos, sentia dores de cabeça terríveis por todas as construções serem pintadas de branco e refletirem muito a luz do sol. Ele teria então sugerido algo a seus conterrâneos: colocar outras cores nas fachadas de suas residências e comércios; ele mesmo passaria a usar o amarelo em todas as construções que tivessem a ver com o governo. E assim nasceu o colorido dessa simpática e pequena ilha do Caribe. E quem se importa se a história é mesmo real? Todo o colorido de Punda e Otrobanda combina perfeitamente com os muitos tons de azul que você vai aprender a reconhecer no mar que banha Curaçao, nos de branco, presentes na areia de cada uma das praias de cartão-postal, ou nos verdes do corpo das iguanas, o animal símbolo da ilha. Acostume-se, aliás, a encontrar bichinhos pela ilha. Sejam grandes como os golfinhos e focas do Seaquarium, os lagartos que vivem livres perto das cavernas Hato, ou os muitos peixes que vão cercar você assim que entrar nas águas da lindíssima praia de Porto Mari. Tudo em Curaçao parece querer dar um “oi” para o visitante assim que o avista. A ilha, porém, tem mais do que belezas naturais. Descoberta apenas um ano antes do Brasil, Curaçao também teve um histórico [...] que rendeu ao destino uma série de atrações [...], como o museu Kura Hulanda, ou as Cavernas Hato. [...] Disponível em: <http://zip.net/bhq1CS>. Acesso em: 11 out. 2013. Fragmento. (P070104F5_SUP) (P070105F5) De acordo com esse texto, qual é o animal símbolo da ilha? A) A foca. B) A iguana. C) O golfinho. D) O lagarto. 17 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA 2ª ETAPA – ORGANIZAÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE. Cadernos de Teste CADERNO DE TESTE VERIFIQUE A COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: Língua Portuguesa Matemática Como é organizado um caderno de teste? A definição sobre o número de itens é crucial para a composição dos 36x cadernos de teste. Por um lado, o teste deve conter muitos itens, pois um 36x dos objetivos da avaliação em larga escala é medir de forma abrangente as habilidades essenciais à etapa de escolaridade que será avaliada, de forma a garantir a cobertura de toda a Matriz de Referência adotada. Por outro lado, o 36 itens divididos em: 3 blocos de Língua Portuguesa com 12 itens cada teste não pode ser longo, pois isso inviabiliza sua resolução pelo aluno. Para 36 itens divididos em: 3 blocos de Matemática com 12 itens cada solucionar essa dificuldade, é utilizado um tipo de planejamento de testes denominado Blocos Incompletos Balanceados – BIB . O que é um BIB – Bloco Incompleto Balanceado? 3x No BIB, os itens são organizados em blocos. Alguns desses blocos for- 3x mam um caderno de teste. Com o uso do BIB, é possível elaborar muitos cadernos de teste diferentes para serem aplicados a alunos de uma mesma série. Podemos destacar duas vantagens na utilização desse modelo de montagem de teste: a disponibilização de um maior número de itens em cir2 blocos (24 itens) de Língua Portuguesa culação no teste, avaliando, assim, uma maior variedade de habilidades; e o 2 blocos (24 itens) de Matemática equilíbrio em relação à dificuldade dos cadernos de teste, uma vez que os blocos são inseridos em diferentes posições nos cadernos, evitando, dessa forma, que um caderno seja mais difícil que outro. Itens são organizados em blocos que são distribuídos em cadernos. formam um caderno de teste CADERNO DE TESTE CADERNO DE TESTE CADERNO DE TESTE 3x 3x Ao todo, são 3 modelos diferentes de cadernos. 18 19 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA 3ª ETAPA – PROCESSAMENTO DOS RESULTADOS. Teoria de Resposta ao Item (TRI) e Teoria Clássica dos Testes (TCT) Existem, principalmente, duas formas de produzir a medida de desempenho dos alunos submetidos a uma avaliação externa em larga escala: (a) a Teoria Clássica dos Testes (TCT) e (b) a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Os resultados analisados a partir da Teoria Clássica dos Testes (TCT) são calculados de uma forma muito próxima às avaliações realizadas pelo professor em sala de aula. Consistem, basicamente, no percentual de acertos em relação ao total de itens do Ao desempenho do aluno nos testes pa- A proficiência relaciona o conhecimento do alu- dronizados é atribuída uma proficiência, no com a probabilidade de acerto nos itens dos não uma nota. testes. teste, apresentando, também, o percentual de acerto para cada descritor avaliado. Teoria de Resposta ao Item (TRI) Cada item possui um grau de difi- A Teoria de Resposta ao Item (TRI), por sua vez, permite a produção de culdade próprio e parâmetros diferenciados, atribuídos através do uma medida mais robusta do desempenho dos alunos, porque leva em processo de calibração dos itens. consideração um conjunto de modelos estatísticos capazes de determinar um valor/peso diferenciado para cada item que o aluno respondeu no teste de proficiência e, com isso, estimar o que o aluno é capaz de fazer, tendo em vista os itens respondidos corretamente. A proficiência é estimada considerando o padrão de respostas dos alunos, de acordo com o grau de dificuldade e com os demais parâmetros dos itens. Que parâmetros são esses? Parâmetro A Não podemos medir diretamente o conhecimento Parâmetro B Parâmetro C ou a aptidão de um aluno. Os modelos matemáticos usados pela TRI permitem estimar esses traços não observáveis. Discriminação Dificuldade Acerto ao acaso Capacidade de um item de dis- Mensura o grau de dificuldade dos Análise das respostas do aluno criminar os alunos que desenvol- itens: fáceis, médios ou difíceis. para verificar o acerto ao acaso nas veram as habilidades avaliadas e A TRI nos permite: aqueles que não as desenvolveram. Comparar resultados de di- Avaliar com alto grau de Comparar os resultados en- ferentes avaliações, como o precisão a proficiência de tre diferentes anos, como o Saeb. alunos em amplas áreas de início e fim do Ensino Funda- conhecimento sem subme- mental. Os itens são distribuídos de forma respostas. equânime entre os diferentes ca- Ex.: O aluno errou muitos itens de dernos de testes, o que possibilita a baixo grau de dificuldade e acertou criação de diversos cadernos com outros de grau elevado (situação o mesmo grau de dificuldade. estatisticamente improvável). O modelo deduz que ele respondeu aleatoriamente às questões e tê-los a longos testes. reestima a proficiência para um nível mais baixo. 20 21 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA Escala de Proficiência O QUE É UMA ESCALA DE PROFICIÊNCIA? A Escala de Proficiência tem o objetivo de traduzir me- Os resultados dos alunos nas avaliações em larga esca- didas de proficiência em diagnósticos qualitativos do de- la do AVALIA OURO BRANCO, nas etapas de 2º ao 4º ano sempenho escolar. Ela orienta, por exemplo, o trabalho do do Ensino Fundamental podem ser interpretadas de acordo professor com relação às competências que seus alunos com duas Escalas diferentes. Uma para Língua Portuguesa e desenvolveram, apresentando os resultados em uma es- outra para Matemática. pécie de régua em que os valores de proficiência obtidos Nos resultados de Língua Portuguesa, utilizamos a mes- são ordenados e categorizados em intervalos, que indicam ma Escala aplicada para a avaliação externa do estado de o grau de desenvolvimento das habilidades para os alunos Minas Gerais. Já nos resultados de Matemática, utilizamos que alcançaram determinado nível de desempenho. uma Escala própria do CAEd. O uso de medidas diferencia- A gradação das cores indica a complexidade da tarefa. das permite a melhor compreensão do desempenho alcançado pelos alunos no teste para cada disciplina. Será apresentado, a seguir, a Escala gráfica de Língua Portuguesa. Em Matemática, essa Escala será apresentada apenas junto à descrição dos Padrões de Desempenho. Abaixo do Básico Básico Satisfatório Avançado DOMÍNIOS RECONHECIMENTO DAS CONVENÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO APROPRIAÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO LEITURA COMPREENSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA COMPETÊNCIAS DESCRITORES Identificação de letras do alfabeto. D01/ D02/ D03 Uso adequado da página. D07 Aquisição de consciência fonológica. D04/ D05/ D06 Reconhecimento da palavra como unidade gráfica. * Leitura de palavras e pequenos textos. D08/ D09 Localização de informações explícitas em textos. D10/ D11 Interpretação de informações implícitas em textos. D12/ D13/ D14 Coerência e coesão no processamento de textos. D16/ D17/ D18 Avaliação do leitor em relação aos textos. * Implicações do gênero ou suporte na compreensão de textos. D20/ D21/ D22 menor 200 200 250 350 400 450 500 550 600 650 Maior 700 PADRÕES DE DESEMPENHO - 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL * As habilidades envolvidas nessas competências não são avaliadas nesta etapa de escolaridade. 22 300 23 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA COMO É A ESTRUTURA DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA? Na primeira coluna da Escala, são apresentados As competências estão dispostas nas várias linhas Na primeira linha da Escala de Proficiência, podem ser observados, numa es- os grandes Domínios do conhecimento em , para toda da Escala. Para cada competência, há diferentes graus cala numérica de 0 a 1000, intervalos divididos em faixas de 50 pontos, que estão a Educação Básica. Esses Domínios são agrupamen- de complexidade, representados por uma gradação de distribuídos em uma escala representada de menor que 200 a maior que 700. tos de competências que, por sua vez, agregam as ha- cores, que vai do azul-claro ao azul-escuro. Assim, a cor Cada intervalo corresponde a um nível e um conjunto de níveis forma um Padrão bilidades presentes na Matriz de Referência. Nas colu- mais clara indica o primeiro nível de complexidade da de Desempenho. Esses Padrões são definidos pela Secretaria Municipal de Edu- nas seguintes são apresentadas, respectivamente, as competência, passando pelas cores/níveis intermediá- cação (SME) e representados em tons de azul. Eles trazem, de forma sucinta, um competências presentes na Escala de Proficiência e rios e chegando ao nível mais complexo, representado quadro geral das tarefas que os alunos são capazes de fazer, a partir do conjunto os descritores da Matriz de Referência a elas relacio- pela cor mais escura. de habilidades que desenvolveram. nados. DOMÍNIOS APROPRIAÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO COMPETÊNCIAS DESCRITORES Aquisição de consciência fonológica. D04/ D05/ D06 Reconhecimento da palavra como unidade gráfica. * Leitura de palavras e pequenos textos. D08/ D09 menor 200 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 Maior 700 PADRÕES DE DESEMPENHO - 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL AS INFORMAÇÕES PRESENTES NA ESCALA DE PROFICIÊNCIA PODEM SER INTERPRETADAS DE TRÊS FORMAS: Primeira Segunda Terceira Perceber, a partir de um determinado Domínio, o grau de complexidade das Ler a Escala por meio dos Padrões Interpretar a Escala de Proficiência competências a ele associadas, através da gradação de cores ao longo da Esca- e Níveis de Desempenho, que apresen- a partir do desempenho de cada instân- la. Desse modo, é possível analisar como os alunos desenvolvem as habilidades tam um panorama do desenvolvimento cia avaliada: município e escola. Desse relacionadas a cada competência e realizar uma interpretação que oriente o dos alunos em determinados intervalos. modo, é possível relacionar o intervalo planejamento do professor, bem como as práticas pedagógicas em sala de aula. Assim, é possível relacionar as habilida- em que a escola se encontra do muni- des desenvolvidas com o percentual de cípio. alunos situado em cada Padrão. 24 25 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA Padrões de Desempenho Estudantil O QUE SÃO PADRÕES DE DESEMPENHO? Os Padrões de Desempenho constituem uma caracterização das competências e ABAIXO DO BÁSICO - LÍNGUA PORTUGUESA habilidades desenvolvidas pelos alunos de determinada etapa de escolaridade, em uma disciplina / área de conhecimento específica. Essa caracterização corresponde a intervalos numéricos estabelecidos na Escala de Proficiência (vide p. 22). Esses intervalos são denominados Níveis de Desempe- DOMÍNIOS nho, e um agrupamento de níveis consiste em um Padrão de Desempenho. RECONHECIMENTO DAS CONVENÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO COMPETÊNCIAS Identificação de letras do alfabeto. Uso adequado da página. Padrão de Desempenho muito abaixo do mínimo esperado para a eta- ABAIXO DO BÁSICO Até 350 pontos - LP 2EF Até 350 pontos - MT 2EF pa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas. Para os alunos que se encontram nesse padrão de desempenho, deve ser dada aten- Aquisição de consciência fonológica. APROPRIAÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO ção especial, exigindo uma ação pedagógica intensiva por parte da Reconhecimento da palavra como unidade gráfica. Leitura de palavras e pequenos textos. instituição escolar. Localização de informações explícitas em textos. Interpretação de informações implícitas em textos. LEITURA COMPREENSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO BÁSICO De 350 até 450 pontos - LP 2EF De 350 até 450 pontos - MT 2EF Coerência e coesão no processamento de textos. Padrão de Desempenho básico, caracterizado por um processo inicial de desenvolvimento das competências e habilidades correspondentes à etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas. Avaliação do leitor em relação aos textos. USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA Implicações do gênero ou suporte na compreensão de textos. 200 250 300 350 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Padrão de Desempenho adequado para a etapa e área do conheci- SATISFATÓRIO De 450 até 550 pontos - LP 2EF De 450 até 550 pontos - MT 2EF mento avaliadas. Os alunos que se encontram nesse padrão, demons- Até 350 pontos tram ter desenvolvido as habilidades essenciais referentes à etapa de escolaridade em que se encontram. Os alunos cuja proficiência localiza-se abaixo do ponto 350 da Escala de Proficiência Padrão de Desempenho desejável para a etapa e área de conheci- AVANÇADO Acima de 550 pontos - LP 2EF Acima de 550 pontos - MT 2EF mento avaliadas. Os alunos que se encontram nesse padrão demonstram desempenho além do esperado para a etapa de escolaridade em que se encontram. encontram-se no Padrão de Desempenho denominado Abaixo do Básico. Neste Padrão, há ocorrências de habilidades relacionadas ao reconhecimento das convenções do sistema alfabético. Essas habilidades dizem respeito ao reconhecimento das convenções do sistema alfabético – distinguir letras de outros sinais gráficos, por exemplo. Entre 250 e 300 pontos da Escala de Proficiência, quanto ao reconhecimento de letras, os alunos fazem distinção entre a escrita e outras formas de representação, como desenhos, garatujas, formas geométricas e/ou outros símbolos. Os alunos que estão no limite da passagem deste Padrão ao seguinte – 300 a 350 Apresentaremos, a seguir, as descrições das habilidades relativas aos Padrões pontos da Escala de Proficiência - além das habilidades descritas anteriormente, no que de Desempenho do 2º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa e diz respeito à apropriação do sistema alfabético, já demonstra habilidade como: identificar a Matemática. Esses Padrões de Desempenho vêm acompanhados por exemplos sílaba inicial e/ou final especialmente em palavras formadas exclusivamente por silabas no de itens. Assim, é possível observar em que Padrão a escola, a turma e o aluno padrão consoante/vogal (CV). O desenvolvimento dessa habilidade indica que os alunos estão situados e, de posse dessa informação, verificar quais são as habilidades já que se encontram neste nível de proficiência percebem as relações entre fala e escrita de desenvolvidas e as que ainda precisam de atenção. forma mais sistemática. 26 27 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA (P030092A9) Faça um X no quadradinho da placa onde aparecem somente letras. BÁSICO - LÍNGUA PORTUGUESA DOMÍNIOS RECONHECIMENTO DAS CONVENÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO COMPETÊNCIAS Identificação de letras do alfabeto. Uso adequado da página. Aquisição de consciência fonológica. APROPRIAÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO Reconhecimento da palavra como unidade gráfica. Leitura de palavras e pequenos textos. Localização de informações explícitas em textos. Interpretação de informações implícitas em textos. LEITURA COMPREENSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO Coerência e coesão no processamento de textos. Avaliação do leitor em relação aos textos. USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA Implicações do gênero ou suporte na compreensão de textos. 350 400 450 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL De 350 a 450 pontos Os alunos que estão alocados no Padrão Básico -- de 350 a 400 pontos da Escala de Proficiência - têm ampliadas as habilidades relacionadas ao recoEste item avalia a habilidade de diferenciar letras de outros sinais gráficos, como os números, sinais de pontuação ou de outros sistemas de representação. Desenvolver essa habilidade faz-se necessário para o processo inicial de alfabetização, contribuindo para que o aluno perceba que as letras possuem pautas sonoras e representações gráficas específicas, diferente de outros símbolos que circulam na sociedade, como os números e os desenhos, por exemplo. Para acertar a tarefa proposta pelo item, o aluno precisa identificar, entre as alternativas de resposta, a placa que tem apenas letras representando a escrita alfabética, diferenciando-a das outras opções que conjugam diferentes símbolos gráficos. Os alunos que optaram pela alternativa C, o gabarito, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item, marcando a alternativa que apresenta a placa que contém somente letras, o que demonstra o desenvolvimento do processo de reconhecimento de convenções do sistema de escrita alfabético. nhecimento das convenções do sistema alfabético, uma vez que reconhecem as letras do alfabeto, quando apresentadas isoladamente ou em uma sequência de letras. Quanto à leitura, leem palavras dissílabas e trissílabas, especialmente as paroxítonas, quando formadas exclusivamente por sílabas no padrão canônico (CV) e leem frases com estrutura sintática simples (sujeito/verbo/complemento). Ocorre neste intervalo a habilidade relacionada a implicações do suporte, do gênero e do enunciador. Os alunos identificam os gêneros textuais que circulam em diferentes instâncias sociais, em contextos mais imediatos de vida dos alunos, como por exemplo, receita, convite e bilhete. Tal constatação indica que estes alunos desenvolveram habilidades iniciais de leitura de palavras, sendo um marco importante de seu processo de alfabetização. Os alunos com proficiência entre 400 e 450 pontos identificam uma mesma palavra escrita em diferentes padrões gráficos (de imprensa ou cursiva representada na letra maiúscula ou minúscula) e interpretam e textos que articulam elementos verbais e não verbais, como histórias em quadrinhos e tirinhas. 28 29 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA SATISFATÓRIO - LÍNGUA PORTUGUESA (AL810MG) Ouça as letras que eu vou dizer. VYW DOMÍNIOS RECONHECIMENTO DAS CONVENÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO COMPETÊNCIAS Identificação de letras do alfabeto. Uso adequado da página. Faça um X no quadradinho onde aparecem as letras que você ouviu. Aquisição de consciência fonológica. APROPRIAÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO UIM Reconhecimento da palavra como unidade gráfica. Leitura de palavras e pequenos textos. Localização de informações explícitas em textos. UIW Interpretação de informações implícitas em textos. LEITURA COMPREENSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO Coerência e coesão no processamento de textos. VYM Avaliação do leitor em relação aos textos. VYW USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA Implicações do gênero ou suporte na compreensão de textos. 450 500 550 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL De 450 a 550 pontos Este item avalia a habilidade de identificar letras do alfabeto. O desenvolvimento dessa habilidade contribui para que o aluno perceba que algumas letras Os alunos com proficiência entre 450 a 500 pontos da Escala de Proficiência am- possuem semelhanças gráficas, porém, pautas sonoras distintas. As letras sele- pliam as habilidades relacionadas à apropriação do sistema alfabético, assim como às de cionadas para a construção do suporte do item têm similaridades gráficas com as implicações do suporte, do gênero e do enunciador. Ocorrem ainda habilidades iniciais apresentadas nas alternativas, como, por exemplo, o “W” e o “M”, cujas represen- relacionadas ao eixo dos procedimentos de leitura. tações diferem na posição em que a letra se desenha, o que pode ter dificultado Os alunos do Padrão Satisfatório situam-se na faixa entre 500 e 550 pontos da Escala de Proficiência – leem palavras formadas por sílabas não canônicas e resolvem tarefas a realização da tarefa. Para solucionar a tarefa proposta pelo item, o aluno precisa ouvir com atenção a sequência de três letras lida pelo aplicador e, sem vê-las, identificar, entre as opções de resposta, aquela que corresponde à sequência ouvida. Os alunos que escolheram a alternativa D, o gabarito, identificaram a sequência de letras ouvidas, “V Y W”, demonstrando que já reconhecem convenções que envolvem a habilidade de localizar informação explícita (que se encontra na superfície textual) em textos curtos de gêneros que circulam em diferentes instâncias sociais. Em seu conjunto, o desenvolvimento das habilidades neste Padrão de Desempenho caracteriza um leitor que lê e interpreta pequenos textos com alguma autonomia. Os alunos com proficiência entre 500 e 550 pontos, com relação à apropriação do sistema alfabético, ampliam a habilidade de identificar as sílabas de uma palavra, nesse básicas do sistema de escrita alfabético. caso a sílaba medial. Com relação aos procedimentos de leitura, os alunos ampliam a habilidade de localizar informação explícita, expressa literalmente, em um texto verbal de extensão média. Esses alunos também realizam tarefas relacionadas às habilidades de reconhecer uma informação implícita em um texto verbal e o assunto de textos de gêneros familiares. 30 31 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA (AL854MG) Faça um X no quadradinho que mostra um calendário. Janeiro Fevereiro Março Abril Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa Maio Junho Julho Agosto Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa Setembro Outubro Novembro Dezembro Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa Do Se Te Qu Qu Se Sa R$ 1,50 AVANÇADO - LÍNGUA PORTUGUESA DOMÍNIOS RECONHECIMENTO DAS CONVENÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO R$ 0,60 COMPETÊNCIAS Identificação de letras do alfabeto. Uso adequado da página. Maria Elizabeth Soares Rua das Rosas, 154 Bairro das Flores Cidade Jardim - JC CEP 00500-500 Aquisição de consciência fonológica. APROPRIAÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO Reconhecimento da palavra como unidade gráfica. VIA AÉREA Leitura de palavras e pequenos textos. Localização de informações explícitas em textos. Interpretação de informações implícitas em textos. LEITURA COMPREENSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO Coerência e coesão no processamento de textos. Avaliação do leitor em relação aos textos. USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA Implicações do gênero ou suporte na compreensão de textos. 550 600 650 Maior 700 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Acima de 550 pontos A principal característica dos alunos que apresentam proficiência compatível com o Padrão de Desempenho Avançado é o fato de terem desenvolvido habilidades de leitura além daquelas esperadas para a etapa de escolarização em que se encontram. Este Padrão abriga vários níveis de desempenho, portanto, as habilidades descritas apresentam diferentes estágios de complexidade, a depender do nível em que se encontram os alunos. Aqueles que possuem proficiência entre 550 e 600 pontos, no que diz resEste item avalia a habilidade de identificar gêneros tex- aquela que apresenta o calendário. O reconhecimento do peito às implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador e de procedimentos tuais diversos. Essa habilidade contribui com a ampliação gênero solicitado requer do aluno o acionamento de co- de leitura, ampliam a habilidade de reconhecer gêneros de textos comuns na das capacidades relacionadas aos usos sociais da leitura nhecimentos relacionados às características dos gêneros, esfera escolar, como anúncio, poema e cartaz e de localizar informação explícita, e da escrita. Como as alternativas apresentam gêneros di- como estrutura, composição, linguagem e função social. A de forma literal, em texto longo, respectivamente. versos, a tarefa proposta pelo item coloca em confronto presença desse gênero no contexto escolar e/ou familiar aprendizagens sobre aspectos de forma e de conteúdo pode ter contribuído para a resolução da tarefa. de gêneros que circulam em esferas próximas às do alu- Os alunos que marcaram a alternativa A, o gabarito, no dessa etapa de escolarização. Nesse caso, os gêneros desenvolveram a habilidade avaliada pelo item, visto que escolhidos circulam no contexto escolar: calendário, carta, identificaram, entre os gêneros apresentados nas alternati- conto e história em quadrinhos. vas, aquele que representa um calendário. A partir dos 600 pontos da Escala de Proficiência os alunos ampliam suas possibilidades de leitura no que se refere aos procedimentos de leitura de textos. Neste padrão, há ocorrência de habilidades de localizar informação explícita, de forma parafraseada, em textos curtos. Observa-se, portanto, que as principais conquistas a partir deste nível de proficiência dizem respeito à capacidade de interagir com os textos, percebendo as relações existentes entre as diferentes partes que os constituem. Para acertar o item, o aluno precisa analisar os gêneros apresentados nas alternativas de resposta e, identificar 32 33 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA ABAIXO DO BÁSICO - MATEMÁTICA Leia o texto abaixo. Como se fosse dinheiro Todos os dias Catapimba levava dinheiro para escola para comprar o lanche. Chegava no bar, comprava um sanduíche e pagava seu Lucas. Mas seu Lucas nunca tinha troco. Um dia, Catapimba reclamou de seu Lucas: – Seu Lucas, eu não quero bala, quero meu troco em dinheiro. – Ora, menino, eu não tenho troco. Que é que eu posso fazer? – Ah, eu não sei! Só sei que quero meu troco em dinheiro! – Ora, bala é como se fosse dinheiro, menino! Ora essa […]. ROCHA, Ruth. Como se fosse dinheiro: São Paulo: FTD, 2004. Fragmento. (AL0539MG_SUP) (AL0539MG) O que Seu Lucas fazia para o menino? 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 ATÉ 350 PONTOS Os alunos que se encontram neste Padrão de Desempenho manifestam os primeiros sentidos de números. Eles demonstram ser capazes de identificar igualdades e desigualdades numéricas por meio da contagem, indicando o desenvolvimento da habilidade relativa ao estabelecimento de relações e comparações numéricas. Nessa linha, ao compreender as noções de quantidade, os alunos estabelecem relações cognitivas com pequenos números, suas representações e uso em diferentes situações cotidianas. Constata-se, também, que os alunos que se encontram neste Padrão co- Comprava um sanduíche. meçam a evidenciar habilidades matemáticas relativas à consciência direcional, ou seja, eles estão começando a projetar as dimensões espaciais do corpo no Dava bala como troco. espaço imediato, demonstrando o apoderamento de conceitos espaciais sobre o movimento ou localizações de objetos no ambiente. A partir dos 200 pontos de proficiência, os alunos associam figuras bidimen- Trazia dinheiro para a escola. sionais presentes na composição de objetos do cotidiano, quando, por exemplo, percebem que as faces laterais de uma pirâmide são triângulos. Queria troco em dinheiro. Os alunos com proficiência entre 250 e 300 pontos são capazes de diferenciar o maior do menor, o mais alto do mais baixo, o mais curto do mais comprido, a partir da comparação entre objetos. Eles também reconhecem cédulas e moedas do Sistema Monetário Brasileiro e associam objetos do cotidiano à forma de Esse item avalia a habilidade de localizar informação explícita. O desenvolvimento de tal habilidade contribui com a ampliação das estratégias de leitura, compreensão, análise e avaliação, uma vez que oportuniza ao aluno a construção de sentidos de textos lidos. Nesse caso, o texto do suporte é um fragmento narrativo com vocabulário simples, que apresenta o diálogo entre um menino e um comerciante. Para resolver a tarefa proposta pelo item, o aluno precisa realizar a leitura global do texto e localizar, na superfície textual, a ação do comerciante diante do pagamento do lanche pelo menino. Essa resposta encontra-se no meio do texto, o que pode ter dificultado a realização da tarefa. Os alunos que assinalaram a alternativa B, o gabarito, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item, localizando, a partir da leitura do texto, que Seu Lucas dava bala como troco para Catapimba, distinguindo essa informação das demais apresentadas nas alternativas de resposta, que se referem às ações do menino. 34 figuras tridimensionais, quando, por exemplo, relacionam esfera à bola e cubo à caixa, além de identificar informações apresentadas em gráficos de coluna e tabelas simples. Os alunos com proficiência entre 300 e 350 pontos, além das habilidades descritas anteriormente, começam a resolver problemas envolvendo o significado de juntar da adição e retirar da subtração com apoio de figuras e com quantidades menores que 10. Eles também reconhecem os números ordinais, mas identificam até o nono elemento de uma posição. Além de identificar a posição de um personagem a partir de uma referência, utilizando-se das noções de mais próximo/perto, eles são capazes de comparar e ordenar comprimento, altura e espessura. Devido à presença ainda incipiente de habilidades matemáticas neste Padrão de Desempenho, torna-se necessário que a escola amplie o contato com atividades que sejam significativas, de forma a possibilitar o desenvolvimento de habilidades relativas a Grandezas e Medidas e Tratamento da Informação, além de ampliar os Campos Numérico e Geométrico. 35 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA BÁSICO - MATEMÁTICA Questão ## M010096G5 Observe os desenhos dos veículos abaixo. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 DE 350 A 450 PONTOS Os alunos que apresentam o Padrão de Desempenho Básico desenvolveram todas as habilidades descritas no Padrão de Desempenho Abaixo do Básico. Qual desses veículos é o mais comprido? Os alunos com nível de proficiência entre 350 e 450 pontos, identificam instrumentos utilizados para medir determinadas grandezas (massa, comprimento, capacidade, tempo e temperatura), resolvem problemas envolvendo a multiplicação com apoio de figura, reconhecem os números ordinais, identificando até a 15ª posição de um elemento, bem como resolvem problemas envolvendo outros significados da adição (acrescentar) e subtração (separar) com e sem apoio de figuras. No Campo Geométrico, constata-se que esses alunos identificam propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais, o que evidencia uma sistematização das habilidades que lhes permitem projetar para a dimensão plana o objeto representado tridimensionalmente, quando, por exemplo, relacionam a roda de um carro à sua forma circular, além de associar objetos do mundo físico a sólidos geométricos (cubo e pirâmide). Os alunos com proficiência entre 350 e 400 pontos conseguem relacionar conceitos e propriedades matemáticas dos quatro domínios, quando mobilizam habilidades em situações da vida cotidiana, que não exigem maior formalização. Esses alunos também realizam a leitura e a interpretação de dados matemáticos apresentados em gráficos de colunas, além de identificar intervalos de tempo (hora, dia, semana, mês e ano) em situações envolvendo sequências de eventos, e localizam informações, em pequenos textos, envolvendo significado numérico. Demonstram, ainda, ser capazes de relacionar os valores entre cédulas e moedas do Sistema Monetário Brasileiro e de identificar o registro por extenso de alguns números naturais. No intervalo entre 400 a 450 pontos, marcos cognitivos significativos no Este item avalia a habilidade de os alunos compararem comprimento de objetos. Campo Numérico são percebidos, pois esses alunos, além de resolver problemas envolvendo as ações de comparar e completar quantidades, manipulam o Para resolvê-lo, os respondentes devem perceber que cada veículo algoritmo da adição e subtração sem reagrupamento. apresentado no suporte possui um comprimento distinto e que o caminhão Ao considerar esse conjunto de habilidades, evidencia-se a necessidade de é o mais comprido na comparação com os demais. Os alunos que escolhe- continuar a desenvolvê-las, sobretudo as que dizem respeito aos Campos Geo- ram a alternativa B possivelmente desenvolveram a habilidade avaliada. métrico e Grandezas e Medidas, que necessitam de uma intervenção mais efetiva da escola em diálogo com outras áreas do conhecimento. 36 37 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA Questão ## M010354E4 O gráfico abaixo apresenta a quantidade de animais que João tem em seu sítio. SATISFATÓRIO - MATEMÁTICA 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 QUANTIDADE DE ANIMAIS 20 DE 450 A 550 PONTOS 15 Neste Padrão de Desempenho, é perceptível um aumento do grau de com10 plexidade das habilidades do Campo Numérico, que pode ser verificado quando esses alunos demonstram resolver problemas de multiplicação e divisão, com 5 e sem apoio de figura. Eles são capazes de identificar o 20º elemento de uma posição e manipular o algoritmo da adição e subtração sem reagrupamento e de 0 CACHORRO GATO PORCO GALINHA ANIMAIS identificar o registro por extenso de números naturais até 30. Amplia-se também o pensamento geométrico, uma vez que eles demonstram identificar retângulos, círculos e triângulos com base na análise de figuras construídas pela justaposição De acordo com esse gráfico, qual animal João tem em maior quantidade nesse sítio? de outras figuras. Os alunos que se encontram no intervalo de 450 a 500 pontos, no que se refere a Grandezas e Medidas, conseguem estabelecer trocas entre cédulas e CACHORRO. moedas em situações-problema. No que se refere às habilidades de medida de tempo, reconhecem horas exatas e meia hora em relógios digitais e analógicos. GALINHA. No Campo Espaço e Forma, os alunos que se encontram neste Padrão identificam propriedades geométricas que lhes permitem diferenciar figuras planas como o triângulo, o retângulo e o círculo em representações que combinam es- GATO. sas formas. Além disso, identificam a localização/movimentação de objetos em mapas tomando como referência noções de perto/longe, direita/esquerda. No PORCO. Campo Tratamento da Informação, identificam informações apresentadas em gráficos de coluna, bem como identificam, em diferentes gêneros textuais, informações relativas ao significado numérico. Os alunos com proficiência entre 500 e 550 pontos, além de ter desenvolvido as habilidades dos Padrões anteriores, utilizam o sentido de número com mais propriedade. Eles resolvem problemas de multiplicação envolvendo o significado de dobro e triplo com e sem apoio de figura, problemas de divisão envolvendo a ideia de metade com e sem apoio de figura. No Campo Geométrico, identificam Este item avalia a habilidade de os alunos lerem informações e dados apresentados em gráficos de colunas. figuras bidimensionais em desenhos formados pela composição de retângulos, círculos e triângulos, bem como associam objetos do mundo físico à representa- Para a resolução desse item, eles devem perceber que o gráfico apresenta quatro colunas, as quais indicam a quantidade de animais de cada espécie que ção de sólidos geométricos (cubo, pirâmide, cilindro e cone), o que representa uma maior abstração das propriedades que envolvem essas figuras. João tem em seu sítio. O comando solicita que os alunos apontem o animal que Ao observar o conjunto de habilidades que estão localizadas neste Padrão João tem em maior quantidade nesse sítio, logo, eles devem selecionar o animal de Desempenho, marcos cognitivos significativos no Campo Numérico, no Cam- que está associado à coluna de maior altura. Os alunos que escolheram a alter- po Geométrico e no Campo das Medidas são verificados, demonstrando que nativa C possivelmente desenvolveram a habilidade avaliada. os alunos cuja proficiência se localiza neste intervalo encontram sentido para seu objeto de estudo de maneira significativa. Esses alunos percebem a relação existente entre a Matemática e o mundo. 38 39 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA AVANÇADO - MATEMÁTICA Questão ## M010056G5 Resolva a operação abaixo. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 12 + 5 Qual é o resultado dessa operação? ACIMA DE 550 PONTOS A principal característica dos alunos que apresentam proficiência compatível com o Padrão de Desempenho Avançado é o fato de terem desenvolvido habilidades matemáticas além daquelas esperadas para a etapa de escolarização em 7 que se encontram. Os alunos que se encontram no nível entre 550 a 600 pontos desenvolveram as habilidades dos níveis anteriores. Além disso, demonstram ampliar o 8 conhecimento relativo aos sólidos geométricos, passam a reconhecer o cone e a esfera, bem como identificar em calendários os dias da semana, meses e anos 16 e relacioná-los. Os alunos cuja proficiência se localiza no intervalo de 600 a 650 pontos consolidaram a habilidade de identificar igualdades e desigualdades numéricas 17 por meio da contagem, indicando o desenvolvimento da habilidade relativa ao estabelecimento de relações e comparações numéricas sem apoio de figuras. Eles também demonstram resolver problemas relativos à divisão sem apoio de figuras com grau de complexidade maior que nos Padrões anteriores, bem como extrair informações de gráficos de colunas. Constata-se que alunos com proficiência localizada acima de 650 pontos consolidaram as habilidades relativas à resolução de problemas envolvendo as Este item avalia a habilidade de os alunos calcularem a adição de números naturais sem reagrupamento. ações de juntar, separar, acrescentar e retirar quantidades sem apoio de figuras. Eles consolidaram também as habilidades relativas ao reconhecimento de figuras Para resolvê-lo, esses alunos devem reconhecer que o sinal operatório apresentado no item traz consigo a ideia de adição, de juntar as quantidades apre- tridimensionais, extração de informação em gráficos de colunas, identificação de intervalo de tempo e problemas envolvendo divisão sem apoio de figuras. sentadas. Uma das estratégias possíveis para a resolução é utilizar o algoritmo da adição, escrevendo-o na forma vertical, alinhando as parcelas à direita, de modo que os algarismos de cada ordem fiquem alinhados verticalmente, e calculando a adição em cada uma delas. Outra estratégia possível é o método da complementação, a partir do qual os alunos juntam as quantidades propostas (12 e 5) partindo de 12 e acrescentando 5 unidades, de uma em uma (13, 14, 15, 16, 17), concluindo que a resposta correta é a alternativa D. 40 41 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA Questão ## M020109G5 Letícia fez aulas de teatro durante 1 ano. Durante quantos meses Letícia fez aulas de teatro? 10 4 12 15 30 Este item avalia a habilidade de os alunos reconhecerem e relacionarem, em situações-problema, as unidades usuais de medida de tempo: anos e meses. Para resolvê-lo, eles devem ter desenvolvido a noção de tempo e percebê- COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO AVALIA OURO BRANCO? -lo como um componente do sistema de medidas usado para sequenciar eventos, comparar suas durações e seus intervalos. Em seguida, devem converter o número de anos em meses, demonstrando reconhecer que um ano corresponde a 12 meses. O conhecimento mobilizado pelos alunos para resolver o problema passa também pelo conceito de ano como um grupo de 12 meses sequenciados. Os alunos que escolheram a alternativa B possivelmente desenvolveram a habilidade avaliada. Realizado o processamento dos testes, ocorre a divulgação dos resultados obtidos pelos alunos. 42 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA 5 O processo de avaliação em larga escala não acaba quando os resultados chegam à escola. Ao contrário, a partir desse momento toda a escola deve analisar as informações recebidas, para compreender o diagnóstico produzido sobre a aprendizagem dos alunos. Em continuidade, é preciso elaborar estratégias que visem à garantia da melhoria da qualidade da educação ofertada pela escola, expressa na aprendizagem de todos os alunos. Para tanto, todos os agentes envolvidos – gestores, professores, famílias – devem se apropriar dos resultados produzidos pelas avaliações, incorporando-os à discussão sobre as práticas desenvolvidas pela escola. O encarte de divulgação dos resultados da escola traz uma COMO A ESCOLA PODE SE APROPRIAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO? sugestão de roteiro para a leitura dos resultados obtidos pelas avaliações do AVALIA OURO BRANCO. Esse roteiro pode ser usado para interpretar os resultados divulgados no Portal da Avaliação www.avaliaourobranco.caedufjf.net/ e no encarte Escola à vista! Apresentamos, a seguir, um Estudo de Caso de apropriação dos resultados da avaliação externa. Este estudo representa uma das diversas possibilidades de trabalho com os resultados, de acordo com a realidade vivida pela comunidade escolar. 44 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA Mudanças a partir da apropriação dos resultados da avaliação externa mas um pouco desanimadoras, mas Além de seus próprios questiona- va envolvida com o programa. E foi outras bem estimulantes. mentos, Juliana começou a ouvir o abordando essa situação que Rita Juliana era professora dos anos orientá-la sobre como proceder em na escola para saber da vida esco- Juliana era professora da turma questionamento de seus colegas iniciou sua fala, demonstrando preo- iniciais do Ensino Fundamental na relação ao planejamento. Foi nesse lar de seus filhos. Na verdade, por do 3º ano do Ensino Fundamental e, que já estavam na rede desde o cupação com o pouco engajamento escola Silmara Rosa. Quando se primeiro contato que a professora conta da pouca adesão, a direção já apesar de todas as dificuldades en- surgimento do programa de avalia- de sua equipe com a avaliação e, ção estadual, e a cada fala ficava também, com a mudança negativa formou em Pedagogia, Juliana esta- começou a perceber que perten- não realizava mais reuniões de pais. contradas, julgou que o seu trabalho va ciente do seu papel de alfabeti- ciam a um universo bem diferente Sem diálogo com a família, a res- estava sendo desenvolvido com mais apreensiva com o objetivo da- nos resultados de um ano para o zadora e sabia que haveria muitos daquele que imaginava encontrar. ponsabilidade pela educação dos êxito, uma vez que estava cumprin- quela avaliação. A preocupação de outro. alunos ficava exclusivamente com do o seu papel, independente das Juliana justificava-se pelo fato de ela A coordenadora pedagógica mesma saber que seus alunos apre- sabia de todas as dificuldades en- desafios a serem enfrentados para Suas preocupações, enquanto garantir a aprendizagem de seus graduanda em Pedagogia, sempre a escola e, principalmente, com os barreiras no caminho. Mas ela tinha alunos. No entanto, a professora, foram voltadas para o saber ensinar professores. Isso era uma queixa re- consciência de que, mesmo com sentavam dificuldades e, portanto, frentadas pela escola e pelos seus recém-formada, não imaginava que e para o saber alfabetizar. Durante corrente entre seus colegas de tra- toda a sua dedicação e empenho, não teriam, dependendo do teste, professores, principalmente as re- diversos fatores iriam influenciar em os momentos de formação, sua tur- balho, que alegavam não conseguir seus alunos ainda apresentavam um rendimento satisfatório. Ela seria lacionadas ao pouco envolvimento ma esteve em contato constante grandes avanços na aprendizagem muitas dificuldades, e estavam mui- punida por isso? Seria vista pelos familiar e às condições socioeconô- Ao ser efetivada em sua atual com aspectos relacionados à impor- dos seus alunos por conta dos fa- to aquém daquilo que era esperado seus colegas como uma má profis- micas da comunidade. Além disso, escola, a primeira ação de Julia- tância da utilização das orientações tores extraescolares e pela falta de deles no 3º ano do Ensino Funda- sional? existiam algumas dificuldades em na foi conhecer o Projeto Político curriculares e da construção de pla- apoio familiar. mental. seu trabalho. Desde o início da faculdade, relação ao planejamento escolar. O Juliana sempre se preocupou em PPP, importante documento de ges- Pedagógico, o PPP, como se refe- nos de aula, com foco no uso de Apesar de se sentir preparada No mês de abril do seu primeiro riam seus professores formadores. diferentes metodologias e práticas para enfrentar a vida docente, Ju- ano na escola, Juliana foi convidada informar-se sobre os assuntos rela- tão dos resultados de aprendiza- Além disso, buscou com os novos pedagógicas. liana descobriu que, na prática, era para participar de uma reunião sobre cionados à educação, mas o tema gem, por meio da projeção, da orga- preciso, sim, saber ensinar, saber al- o programa de avaliação estadual avaliação externa não havia sido dis- nização, e do acompanhamento de cutido durante o curso, e ela pouco todo o universo escolar, encontrava- colegas, orientações sobre o plane- Além disso, algumas disciplinas jamento e a proposta curricular da faziam referência constante ao PPP fabetizar, saber planejar aulas, mas que já existia há três anos na rede. rede. Entretanto, ao chegar à escola e Juliana sabia que ele deveria ser era preciso, também, saber lidar Ela conhecia pouco sobre avaliação tinha ouvido falar sobre esse assun- -se desatualizado. Os professores e solicitar o PPP, o acesso ao docu- consultado e atualizado periodica- com as diferenças encontradas em externa, sabia de algumas avalia- to. Por isso, apesar de não acreditar não tinham o costume de consultar mento não foi simples e fácil, pois mente pelos gestores e pela equipe sua sala de aula, com as histórias ções nacionais, como a Avaliação que a reunião seria produtiva, pois, a proposta curricular da rede. Rita na maior parte das vezes, as reu- sabia que um trabalho grande ainda haveria de ser feito. estava desatualizado. Ao consultar pedagógica. Esse documento de- que seus alunos traziam e com a Nacional da Alfabetização (ANA), e a os colegas, poucos conseguiram veria apresentar detalhes da escola, realidade que envolvia a comunida- Prova Brasil, mas não conhecia qual niões viravam grandes discussões, com os objetivos educacionais e os de em que sua escola estava inse- era o objetivo dessas avaliações, Juliana resolveu participar, com a in- A coordenadora pedagógica meios que seriam utilizados para um rida. E isso, inicialmente, foi um cho- nem a metodologia utilizada. Sua tenção de esclarecer suas dúvidas conhecia detalhadamente os resul- rendimento adequado pelos alunos. que para a professora novata, cheia reação, a princípio, foi questionar o iniciais e, também, para conhecer tados de sua escola, que, nos dois Assim, ao longo de sua formação, de planos e idealizações. porquê de mais uma prova, sendo melhor o programa de avaliação. últimos anos mostravam uma defi- “ [...] na prática, era preciso, sim, saber ensinar, saber alfabetizar [...], mas era preciso, também, saber lidar com as diferenças encontradas em sua sala de aula [...] considerando tantos elementos do Juliana sabia que não apenas que já existiam outras. Como essa Na reunião, conduzida pela ciência enorme na aprendizagem: contexto escolar, Juliana sempre a sua turma enfrentava essas difi- avaliação poderia ajudar, sendo que coordenadora pedagógica Rita, foi os resultados do primeiro ano da buscou aproveitar todas as oportu- culdades, sendo essa uma situação ela já sabia a situação de seus alu- possível perceber que grande parte avaliação foram ruins, muito abaixo nidades para se aperfeiçoar, fazen- vivenciada por toda a escola. Por nos? Será que a intenção era avaliar dos professores, apesar de estar na do que ela e a equipe pedagógica do com dedicação vários cursos e isso, seu primeiro passo foi conver- o desempenho dos professores? escola há bastante tempo, não esta- esperavam, e os do segundo ano estágios que julgava interessantes sar com os outros professores mais para auxiliá-la nessas tarefas. experientes e com mais tempo na A escola em que Juliana foi lo- escola, para saber como lidavam tada possuía 29 turmas. Na sala dos com esses fatores, sem que eles professores, ela sempre escutava os desanimassem e atrapalhassem que a maior parte dos alunos não seus trabalhos. Nesse percurso, ela possuía incentivo familiar e que os ouviu diferentes histórias e opiniões responsáveis quase não apareciam de seus colegas de trabalho, algu- 46 “ [...] sempre se preocupou em informar-se sobre os assuntos relacionados à educação, mas o tema avaliação externa não havia sido discutido [...] 47 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA “ [...] a avaliação externa poderia ser um ótimo instrumento para o planejamento pedagógico e, por meio dela, era possível acompanhar em quais habilidades os alunos apresentavam dificuldade, em cada etapa de escolarização [...] liação, e nem de fazer com que to- resultados das avaliações e relacio- dos da escola a enxergassem como ná-los ao trabalho realizado por to- um instrumento a favor do trabalho dos. docente. Então, como segunda es- Juliana saiu da reunião mais ali- tratégia, pensaram que seria impor- viada e com mais interesse sobre o tante organizar uma reunião com tema. De acordo com os exemplos os professores, mas seguindo uma apresentados, a avaliação externa proposta diferenciada: antes de fa- poderia ser mais um importante ins- lar da importância da aplicação do trumento para o planejamento peda- teste, que seria em outubro, e co- gógico e, por meio dela, era possível mentar o resultado do ano anterior, acompanhar em quais habilidades Rita começou a apresentar alguns os alunos apresentavam dificuldade, exemplos de ações em diferentes em cada etapa de escolarização, e, contextos escolares, mesmo que de também, saber em quais habilidades outras redes de ensino, que tinham os alunos possuíam mais facilidade. conseguido aumentar a participação Juliana não estava mais preocupada dos alunos na realização dos testes com o julgamento que receberia por e melhorar os resultados obtidos a conta do resultado de seus alunos, partir do trabalho feito com base nos mas ansiosa para poder diagnosti- resultados da avaliação e na consul- car as dificuldades e avanços e re- ta aos documentos oficiais da rede, lacioná-los aos conteúdos apresen- como as propostas curriculares e tados nas orientações curriculares, o PPP. Para poder apresentar tais apresentando, assim, um norte para exemplos, Rita fez várias pesquisas planejar seu trabalho. Ela sabia que, foram ainda piores. Ela precisava re- e pediu apoio a sua Coordenadoria provavelmente, as dificuldades apre- verter essa situação, mas não conse- Regional. Aquela reunião já esta- sentadas por seus alunos seriam as guia pensar sozinha em estratégias va sendo preparada por Rita e sua mesmas que eles já apresentavam e projetos: seria necessário ter o equipe há muito tempo. em suas próprias avaliações inter- apoio dos professores e dividir com Após a apresentação, Rita per- nas, mas seria possível ter essa con- eles as angústias e as responsabili- cebeu que os professores come- firmação e saber se essa era a rea- dades. çaram a conversar entre si e a fazer lidade dos alunos de toda a escola A primeira estratégia seria, en- perguntas sobre cada escola citada ou, especificamente, de sua turma. tão, dado pelo relato de Juliana como exemplo. Foi a primeira reu- Seria possível, também, saber se ao iniciar o trabalho na escola, era nião em que a coordenadora peda- seus alunos conseguiriam, em uma atualizar o PPP. Como estavam tra- gógica enxergava algum interesse avaliação externa, demonstrar as ha- balhando, naquele momento, com por parte de seus professores. De- bilidades que ela julgava que eles já as informações sobre o rendimento pois de responder aos questiona- tinham consolidado. dos alunos nas avaliações externas, mentos, Rita apresentou novamente, Como combinado, na segun- foi esse o primeiro esforço de atuali- pois já o tinha feito em outra data, da reunião sobre o programa de zação do documento. os resultados de participação e avaliação, Rita apresentou como a Rita e sua equipe estavam en- proficiência dos anos anteriores, e avaliação externa era pensada, sua volvidas com o Programa de Avalia- marcou uma reunião para a semana metodologia e seus instrumentos. A ção desde o início, mas ainda não seguinte. Nessa reunião, a coorde- coordenadora não era especialista tinham conseguido uma forma de nadora capacitaria os professores, no assunto, mas já o estava estudan- quebrar os tabus referentes à ava- para que eles pudessem analisar os do há um bom tempo, e sentiu-se 48 “ Ela solicitou que os professores analisassem os resultados obtidos nos anos anteriores e propusessem ações e projetos para melhorar o desempenho de seus alunos. segura para dividir com sua equipe dificuldades concentravam-se, tam- escolha dos livros e a leitura dos o que ela havia aprendido. Com o bém, em questões ligadas à leitura mesmos pelos alunos. Para a im- fim da segunda reunião, ela solicitou e à escrita. plementação da sua ideia, Juliana que os professores analisassem os Foi bem desanimador para Ju- precisaria de alguns livros, para dis- resultados obtidos nos anos ante- liana conhecer a realidade da sua ponibilizá-los em sua sala. Por isso, riores e propusessem ações e pro- escola na avaliação, ver oficializado resolveu conversar com Rita para jetos para melhorar o desempenho aquilo que ela presenciava todos os ver o que poderia ser feito. de seus alunos. Rita passou o ende- dias. Mas o que mais a incomodava Para Rita, a ideia de Juliana era reço do site para que eles conhe- era o fato de alguns professores en- fácil de ser efetivada e muito inte- cessem as revistas pedagógicas e cararem aquela situação como nor- ressante, por isso resolveu compar- a senha para que todos pudessem mal, pois já haviam se acostumado tilhá-la com os demais professores acessar os resultados. e não acreditavam que era possível dos anos iniciais. Seria importante Então, com o que havia apren- reverter o quadro e conseguir me- que todas as salas tivessem o seu dido na reunião pedagógica e de lhorar o desempenho dos alunos. “Cantinho de Leitura” e, também, posse das revistas e dos resultados, Para ela, era impossível aceitar tra- que fosse criada uma agenda regu- Juliana analisou os dados de anos balhar sem perspectiva de melhora, lar para a visita à biblioteca. Incenti- anteriores e tentou interpretá-los sem acreditar no seu trabalho e no var e estimular a leitura com certeza com o apoio da Matriz de Referên- potencial de sua turma. Era preciso traria benefício para a aprendiza- cia e da Escala de Proficiência. Ao ao menos tentar! gem dos alunos, e a escola possuía pesquisar em quais habilidades os Desde os seus primeiros dias alunos do 3° ano apresentavam na escola, Juliana pensava em fazer mais dificuldade, nas duas últimas algum trabalho com seus alunos uti- Para apresentar a proposta do edições da avaliação, percebeu lizando a biblioteca, que possuía um “Cantinho de Leitura” para os outros que elas giravam em torno dos gê- bom número de livros infantis e era professores, Rita convocou uma re- neros textuais e da produção escri- pouco frequentada. Como apresen- união com os responsáveis pelos ta. Aqueles resultados não eram re- tado nas orientações curriculares, anos iniciais. Na reunião, ela pediu ferentes aos alunos de Juliana, mas ela sabia que trabalhar a leitura de que Juliana falasse sobre a inter- ela, através das suas avaliações vários gêneros textuais iria melhorar pretação que tinha feito dos resulta- internas, sabia que aquelas eram a interpretação textual e a escrita de dos, das conclusões a que chegou as mesmas dificuldades que seus sua turma. Sua ideia inicial era mon- e sobre o “Cantinho de Leitura”. A alunos apresentavam. Por curiosi- tar um “Cantinho de Leitura” na sua fala de Juliana foi bem aceita pelos dade, Juliana resolveu conhecer sala de aula, para estimular o gosto seus colegas e, com o decorrer da os resultados dos outros anos das pela leitura, e fazer visitas regulares reunião, outras ideias complemen- séries iniciais, e descobriu que as à biblioteca escolar, monitorando a tares ao seu projeto foram surgindo. 49 recursos (livros) para implementar tal projeto. AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA Todos concordaram que incentivar Durante todo o ano, o projeto seguiu mudar a relação dos alunos a leitura era um caminho essencial foi levado a sério pela escola. O tra- com a leitura e a visão que a equipe para melhorar o desempenho dos balho compartilhado contribuiu não alunos e que seria interessante só para a aprendizagem dos alunos, conseguir o apoio das famílias nes- mas também para o entrosamento se trabalho. Sendo assim, tiveram, dos profissionais da escola e seu em conjunto, a ideia de fazer “O dia enriquecimento profissional. A insis- sultado, Rita parabenizou os profes- do livro na escola” para inaugurar o tência da escola em buscar o incen- sores por todo o empenho e pelo “Cantinho de Leitura”: esse evento tivo dos responsáveis conseguiu o aumento da proficiência. Como con- teria como principal foco sensibilizar apoio de alguns, antes pouco en- os responsáveis sobre a importân- volvidos com a educação de seus sequência do trabalho realizado ao cia de incentivar a leitura dos alunos filhos. e mostrar-lhes como poderiam fazer Com todo o trabalho desenvol- pedagógica tinha da avaliação externa. Quando apresentou o novo re- longo do ano anterior, a escola teve um resultado satisfatório. A coor- vido, Juliana e os demais professo- denadora pedagógica, nessa mes- Nas duas semanas seguintes, res perceberam melhora no desem- ma reunião, conversou com toda a Juliana e os outros professores tra- penho de seus alunos, e estavam equipe sobre as possibilidades de balharam na elaboração do evento: curiosos para conhecer o resultado ensaiaram um grupo de alunos para da avaliação externa aplicada na- continuidade e adaptação do proje- uma apresentação teatral, elabora- quele ano. Foi a primeira vez que ram os convites para os pais, organi- a escola desenvolveu um trabalho zaram um “Cantinho de Leitura” em pautado nos resultados da avalia- pela frente, mas o primeiro passo já cada sala e conseguiram doações ção externa da rede estadual, por havia sido dado, quando os profes- de livros. No evento “O Dia do Livro isso eles estavam ansiosos para ver sores entenderam que os resulta- na Escola”, cada aluno ganharia um como esse trabalho havia impacta- dos poderiam ser utilizados para a livro de presente para ler em casa do os resultados e para quais cami- e os responsáveis seriam incentiva- nhos eles iriam apontar. isso. dos a acompanhá-los na leitura. No começo do ano seguinte, to para os próximos anos. Ela sabia que ainda havia um longo caminho melhoria do ensino da escola. Com o apoio de todos, Rita tratou de ofi- Apesar de muitos pais não te- a coordenadora pedagógica, Rita cializá-lo no PPP, buscando conti- rem participado do evento, o grupo marcou uma reunião com os profes- nuar a atualização dele para consul- de professores à frente do projeto sores dos anos iniciais para apre- ta dos profissionais da escola. ficou satisfeito com a participação sentar os resultados do ano anterior e com o envolvimento dos que es- e conversar sobre eles. Rita acom- tavam presentes. A partir deste dia, panhou o trabalho realizado por cada professor começaria a utilizar Juliana e seus colegas. Ela sabia o “Cantinho de Leitura” de sua sala que aquele resultado estava sendo de obter informações para trans- e a levar seus alunos à biblioteca. esperado por todos e sentiu-se rea- formar a sua prática, melhorando a Foi combinado, também, que os lizada por ter conseguido que o re- aprendizagem de seus alunos. Para pais seriam sempre lembrados da sultado das avaliações auxiliasse a o novo ano, a equipe pedagógica, importância da leitura, através de prática de seus professores e, con- bilhetes e de reuniões na escola. sequentemente, a aprendizagem Além disso, os professores iriam se dos alunos. O projeto “Cantinho de reunir de 15 em 15 dias para com- Leitura”, proposto por Juliana, surgiu partilhar seus trabalhos e trocar ex- a partir da interpretação dos resul- sem conhecer mais esse instrumen- periências. tados da avaliação externa e con- to e implementar novas ações. 50 6 QUE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PODEM SER UTILIZADAS PARA DESENVOLVER DETERMINADAS HABILIDADES? Juliana que, inicialmente, havia se assustado com a ideia da avaliação externa, viu nela a possibilidade que agora estava ciente do papel dessa avaliação, planejou novas capacitações, para que todos pudes- Os textos apresentados nesta seção oferece propostas para a abordagem, em sala de aula, de algumas habilidades verificadas pelas avaliações externas em larga escala. 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA GÊNEROS DISCURSIVOS: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA INTRODUÇÃO A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM GÊNERO DISCURSIVO Durante todos os momentos da lativamente estável de estruturação de vida em sociedade, o indivíduo se co- um todo” (BAKHTIN, 1997, p. 302). Sendo munica, estabelece relações, troca in- assim, faz-se importante o conhecimento “ [...] é indispensável que a escola propicie que os alunos tenham contato com diferentes gêneros discursivos, tanto na forma oral quanto na escrita. Os seres humanos estão inseridos em um mundo letra- não é a mesma que compõe um bilhete. Assim, a escola formações, argumenta e expõe seus e a compreensão da “forma padrão” em do e, para terem participação significativa nesse mundo, são deve, a partir do conhecimento prévio do que seus alunos pontos de vista. E, para cada situação, que os diferentes gêneros do discurso necessários a compreensão e o domínio de seus códigos conhecem sobre a linguagem utilizada em diferentes gêne- utiliza um tipo de linguagem que lhe se apresentam. Ainda de acordo com o escritos e falados. Nesse sentido, o conhecimento da língua ros textuais, “promover a sua ampliação de forma que, pro- permite entender e ser entendido por autor, “se não existissem os gêneros do materna, tanto oral quanto escrita, é de fundamental impor- gressivamente, [...] cada aluno se torne capaz de interpretar seus pares. Segundo os Parâmetros discurso e se não os dominássemos, se ti- tância para que o indivíduo estabeleça comunicação, rela- diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a pa- Curriculares Nacionais (PCN) de Língua véssemos de criá-los pela primeira vez no Portuguesa, “a língua é um sistema de processo da fala, se tivéssemos de cons- cione-se com seus pares e consiga participar efetivamente lavra e, como cidadão, de produzir textos eficazes nas mais signos histórico e social que possibi- truir cada um de nossos enunciados, a co- da sociedade da qual faz parte, construindo conhecimentos, variadas situações” (BRASIL, 1997, p. 21). lita ao homem significar o mundo e a municação verbal seria quase impossível” trabalhar com textos de diferentes gê- Visando garantir que os alunos, desde os anos iniciais realidade” (BRASIL, 1997, p. 22). Assim, (1997, p. 303). Dessa forma, é imprescindí- neros. Por exemplo, um dia o professor do Ensino Fundamental, construam seus conhecimentos a nada mais importante do que a escola vel para a formação de todos os cidadãos conta uma fábula, no outro traz uma bula trabalhar com desenvolvimento de ha- o acesso à construção de conhecimentos de remédio para debater com os alunos bilidades que lhe possibilitem ampliar o sobre os gêneros discursivos. se eles acham que ela também é um tex- hipóteses e visões sobre o mundo que o cerca. No entanto, não basta apenas decodificar o sistema alfabético, mas compreendê-lo a partir de um contexto social, partir da perspectiva do letramento, faz-se necessário o tra- que exige habilidades e compreensões de leitura e escrita balho com diferentes temas, tais como: “Apropriação do Sis- acerca do cotidiano em que o indivíduo está inserido. Ou tema Alfabético”, “Leitura: compreensão, análise e avaliação” seja, o processo de alfabetização do indivíduo deve ser desenvolvido em um “contexto de letramento”, com a “participação em eventos variados de leitura e de escrita, e o consequente desenvolvimento de habilidades de uso da lei- repertório de linguagens, signos e signi- Nesse sentido, é indispensável que to, propondo questões como: para que ficados, para que seus alunos consigam a escola propicie que os alunos tenham serve? Transmite alguma informação? e “Usos sociais da leitura e da escrita”. No tocante às avalia- estabelecer relações de forma cada contato com diferentes gêneros dis- Possui um jeito próprio para ser escrito? ções em larga escala, elaboradas pelo Centro de Políticas vez mais significativas. cursivos, tanto na forma oral, quanto na Parece com aquela história (fábula ou Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), para o componen- Segundo Bakhtin (1997), o indivíduo escrita. Geralmente as crianças gostam outra que tenha sido contada recente- te curricular de Língua Portuguesa, tais temas fazem parte da se utiliza de gêneros do discurso para de ouvir e contar histórias e o professor mente)? Enfim, explorando se esse texto se comunicar e escrever. Tais gêneros pode estimular ainda mais esse “gosto”. possui uma estrutura específica e quais “dispõe[m] de uma forma padrão e re- Mas como fazer isso? Uma sugestão é as suas características. tura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua Matriz de Referência de um teste. Essa matriz é composta escrita, e de atitudes positivas em relação a essas práticas” por, competências e descritores que determinarão a forma (SOARES, 2003, p. 16). E é a partir desse domínio do uso da como cada item do teste será elaborado. Vale salientar que, leitura e escrita que o indivíduo conseguirá uma participação embora essa Matriz de Referência seja desenvolvida a partir efetiva na vida em sociedade, garantindo e/ou tendo a pos- da proposta curricular dos sistemas de ensino, não pode ser sibilidade de lutar por sua cidadania. utilizada como única fonte para o trabalho do professor, uma CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESCRITOR “RECONHECER O GÊNERO DISCURSIVO” Em termos gerais, para que um in- aprofundar e propiciar o conhecimento gêneros textuais, uma vez que, mesmo divíduo reconheça determinado objeto, de outros que ainda não fazem parte que o aluno ainda não saiba grafar, por é necessário que já o tenha visto, sai- de seu contexto social. Como apontam exemplo, um convite, ao escutar outra ba suas características, ou ainda tenha os PCN de Língua Portuguesa, “cabe, pessoa lendo, estará conhecendo e or- acesso a uma descrição minuciosa a portanto, à escola viabilizar o acesso do ganizando como é essa estrutura, quais Mas como a escola pode possibilitar o acesso a esse vez que ela consiste em um recorte do currículo. No entanto, letramento? Para muitas crianças, especialmente as com o professor que planeja as suas aulas considerando a pro- menos acesso a diferentes suportes textuais, a escola será posta curricular do sistema de ensino para o qual trabalha respeito. Da mesma forma, podemos aluno ao universo dos textos que circu- são os elementos fundamentais desse de fundamental importância para apresentar e ampliar o co- estará desenvolvendo um trabalho também em consonância inferir sobre o descritor “Reconhecer lam socialmente, ensinar a produzi-los e gênero. A partir de então, uma atividade nhecimento acerca tanto dos diferentes gêneros textuais, com a Matriz de Referência das avaliações em larga escala. o gênero discursivo”: o aluno deve já a interpretá-los” (BRASIL, 1997, p. 26). interessante seria propor que ele tam- quanto das linguagens, signos e significados que são utili- No que se refere ao presente artigo, será privilegiada zados em diferentes contextos e culturas. Por exemplo, a a abordagem acerca do tema “Usos sociais da leitura e da linguagem utilizada em uma roda de amigos não deve ser escrita”, com os seguintes descritores: ter conhecimento a respeito do gêne- Dessa forma, o acesso aos textos bém faça um convite, de forma oral, e o ro discursivo em questão ou saber ca- que circulam socialmente não se restrin- professor ou outro aluno que já esteja racterísticas sobre sua estrutura. Assim, ge à sua produção pelos alunos: vai mui- em um nível mais avançado de alfabetização registre no quadro. nada mais natural do que, partindo do to além, incluindo o ouvir histórias, mes- a mesma empregada em uma conversa com o professor, a »» Reconhecer o gênero discursivo. conhecimento prévio que os alunos mo quando ainda não sabem ler. Tal fato estrutura e a linguagem utilizada na escrita de uma receita »» Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. tenham a respeito de alguns gêneros, está associado à estrutura dos diferentes 52 53 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA Figura 2 – capa do livro “O carteiro chegou” (AHLBERG; AHLBERG, 2007). Figura 1 – exemplo de convite. “ O professor pode aproveitar cartazes e outros textos informativos para trabalhar com os alunos sobre sua finalidade, sobre a mensagem que eles querem transmitir. Seria interessante também propor um debate sobre o um salvamento que ele teria praticado. Tudo poderia ser discu- convite que está sendo transcrito: está faltando algum ele- tido com os alunos, de forma que eles se posicionassem e es- mento? O que precisa ter em um convite para que a pessoa colhessem o destinatário de que mais gostassem. A escrita da consiga chegar no dia e na hora certa? E o lugar onde vai carta poderia ser tanto individual quanto coletiva, dependendo ser o evento (festa), também é necessário? Por quê? da intencionalidade do professor na exploração da atividade. A própria leitura deleite (leitura por prazer, por fruição, sem se preocupar em ensinar determinado conteúdo), que “ faz parte da rotina escolar especialmente das turmas de alfabetização, é um momento interessante para explorar diferentes gêneros discursivos. O professor pode alterná-los trabalhando, por exemplo, com fábulas, propagandas, notícias, histórias em quadrinhos, charges, lendas, cartas, bilhetes, entrevistas, entre outros. Um título paradidático que pode ser uma boa ferramenta para explorar diversos gêneros discursivos é “O carteiro chegou” (AHLBERG; AHLBERG, 2007). Nesse livro, que é escrito em rimas, alguns personagens dos contos de fadas se comunicam entre si, através de cartas que são entregues por um carteiro. Essas cartas são de assuntos diversos: há cartões postais, catálogo de ofertas, carta com pedido de desculpa, cartão de aniversário, entre outros. Dessa forma, o paradidático supracitado se constitui em uma importante ferramenta para ampliar o conhecimento dos alunos sobre os diferentes gêneros discursivos, propiciando tanto um trabalho oral, através da leitura deleite, quanto com a produção escrita. Uma sugestão para a produção escrita seria escrever uma O professor trabalhando de forma a trazer sempre novos portadores de textos, com gêneros discursivos variados, certamente auxiliará o aluno a sistematizar seus conhecimentos de modo que consiga reconhecer um gênero discursivo ao analisar sua estrutura, ao ouvir sua leitura, ao se relacionar em diferentes contextos sociais e mesmo ao ser indagado em uma avaliação, seja ela interna ou em larga escala. carta para um super-herói, por exemplo, que poderia servir para fazer um pedido de ajuda ou algum agradecimento sobre 54 Hila e Nascimento (2009) propu- O professor, trabalhando de forma a seram uma sequência didática para ser trazer sempre novos portadores de tex- desenvolvida com os alunos das séries tos, com gêneros discursivos variados, iniciais do Ensino Fundamental. Entre as certamente auxiliará o aluno a sistemati- atividades, estão analisar as cartas dos zar seus conhecimentos, de modo que personagens e seus objetivos, analisar consiga reconhecer um gênero discur- o panfleto do livro que a bruxa malvada sivo, ao analisar sua estrutura, ao ouvir recebeu, identificando os elementos do sua leitura, ao se relacionar em diferen- contexto de produção, fazer uma roda tes contextos sociais e mesmo ao ser de leitura para relembrar os contos pre- indagado em uma avaliação, seja ela sentes no texto, entre outras. interna ou em larga escala. CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESCRITOR “IDENTIFICAR A FINALIDADE DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS” Para conseguir identificar a finalidade blematizar também sobre sua finalidade: de um texto, o aluno precisa estar familia- para que serve esse texto? Da mesma rizado com a estrutura e as características forma, cabe o trabalho com os diferentes de diferentes gêneros discursivos. Assim, textos abordados no livro paradidático “O o trabalho realizado com vistas a apresen- carteiro chegou”: para que serve o pan- tar os diferentes gêneros a ele, de modo fleto que a bruxa malvada recebeu? Para a permitir que reconheça um determina- que serve a carta que Cachinhos Doura- do gênero, é de grande importância tam- dos enviou para o Senhor e a Senhora bém para a identificação da finalidade do Urso? Para que serve o cartão de aniver- mesmo. Por exemplo, ao trabalhar com o sário que Chapeuzinho Vermelho enviou convite, conforme sugerido no presente para Cachinhos Dourados? artigo, além de problematizar sobre os Em outras palavras, o aluno precisa elementos estruturais, é importante pro- desenvolver a habilidade de identificar 55 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA a função social, o objetivo do texto que tros. É importante que o aluno perceba O cartão postal, geralmente, não é será analisado. Para tanto, precisa, além que todo texto tem uma finalidade es- um gênero discursivo muito presente de reconhecer qual é o gênero discursi- pecífica e, para que seja compreendido no cotidiano dos alunos. No entanto, a vo, identificar se o objetivo, a finalidade de forma significativa, é imprescindível forma como ele é mostrado no livro “O do texto é, por exemplo, convidar, infor- que tal finalidade, que a sua função co- carteiro chegou” pode ser uma boa es- mar, dar instruções, explicar, felicitar, dar municativa, seja conhecida e entendida tratégia pedagógica para apresentá-lo um recado, divertir, anunciar, entre ou- pelo leitor. a eles. Figura 4 – cartazes com regras de convivência na sala de aula. Figura 3 – cartão postal contido no livro “O carteiro chegou” (AHLBERG; AHLBERG, 2007). O professor pode, num primeiro devem ser apresentados pelos pró- momento, problematizar com sua tur- prios alunos para a turma, expondo o ma: para que servem os textos dos porquê do texto e da ilustração. Assim, cartazes? Num segundo momento, eles trabalharão tanto com a identifica- propor que os próprios alunos elabo- ção da finalidade de gêneros discursi- rem cartazes que possam ajudar na vos de textos prontos, quanto com a Trata-se de um cartão enviado por algum passeio que fizeram na escola, de aula, geralmente há alguns cartazes boa convivência do grupo. Os carta- produção de textos, respeitando um Joãozinho (da história “João e o pé de sobre algum lugar imaginário que gos- informativos que podem ser analisados. zes podem conter uma ilustração e fra- determinado gênero. feijão”) para o Gigante, contando como tariam de conhecer, sobre algum reino Esses cartazes normalmente contêm, ses curtas e, após serem elaborados, foi sua viagem para o Rio de Janeiro. encantado (aproveitando que o livro além de informações sobre determina- O professor pode problematizar tan- aborda alguns contos de fadas) etc. dos locais, algumas regras básicas de to questões relacionadas à estrutura O professor pode aproveitar car- do texto (Quem enviou o cartão? Para tazes e outros textos informativos para Uma sugestão seria, além de ana- quem ele foi enviado? Há alguma sau- trabalhar com os alunos sobre sua fi- lisar com os alunos os cartazes que já dação?), como questões relacionadas à nalidade, sobre a mensagem que eles estão prontos, afixados, criar outros a finalidade do texto (Por que o Joãozinho querem transmitir. Um exemplo são as partir de situações que acontecem na enviou esse postal para o Gigante? Para propagandas que circulam na televisão sala de aula ou mesmo na escola. Em que serve um cartão postal?). Ainda, se- e em outros ambientes que fazem parte outras palavras, utilizar os “combina- ria interessante propor aos alunos que do cotidiano dos alunos: campanhas de dos”, as regras de convivência, para BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fun- elaborassem um cartão postal, que po- vacinação, campanhas sobre o trânsito, trabalhar com a habilidade de identifi- damental. Parâmetros curriculares nacionais primeiro e segundo ciclos do deria ser sobre alguma viagem que te- estreia de filmes, produtos em promoção car a finalidade de textos de diferentes ensino fundamental: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997. nham feito ou gostariam de fazer, sobre etc. Na própria escola, e mesmo na sala gêneros. HILA, Cláudia Valéria Doná; NASCIMENTO, Elvira Lopes. O carteiro chegou: convivência nos ambientes. Para saber mais: AHLBERG, Janet; AHLBERG, Allan. O carteiro chegou. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2007. BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. uma proposta de sequência didática para séries iniciais. Revista Prolíngua, v. 2, n. 1, jan/jun de 2009. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/index.php/ prolingua/article/view/13418/7617> Acesso em: 08 fev 2016. SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, São Paulo: Autores Associados, v.25, 2004. p. 5-17. 56 57 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA PERSPECTIVAS E DESAFIOS ACERCA DO TEMA “GRANDEZAS E MEDIDAS”: A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM AS MEDIDAS DE TEMPO NA ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA 1. POR QUE TRABALHAR COM O TEMA “GRANDEZAS E MEDIDAS”? Desde muito cedo, algumas questões relacionadas ao “ tema “Grandezas e Medidas” estão presentes na vida do in- INTRODUÇÃO divíduo: à noite, é hora de dormir; de dia, realizamos várias tarefas (como trabalhar e brincar); há dias em que meus pais A Matemática está presente em, praticamente, todos os ticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), esses temas lugares da sociedade: desde quando um indivíduo nasce são subdivisões do componente curricular de Matemática, (data e hora do nascimento, peso e comprimento do bebê) as quais contam com descritores para indicar as habilidades até quando vai envelhecendo (idade, número de filhos, tama- que o aluno precisa desenvolver. Esses temas e descritores nho da vestimenta). Em todos os momentos, ele utiliza conhe- compõem a Matriz de Referência de um teste, que, embora cimentos matemáticos para se localizar no tempo e no espa- seja embasada nos currículos dos sistemas de ensino, não ço, bem como para se comunicar e se relacionar com seus ticos que precisam ser trabalhados para fazerem sentido. deve ser confundida nem utilizada como proposta curricular pares. Nesse sentido, a Alfabetização Matemática se torna tão Além disso, é importante que ele reflita que as medidas e as dos mesmos. Em outras palavras, o professor que desenvolve importante para o exercício da cidadania de qualquer indiví- comparações entre elas foram historicamente construídas falando o que elas estão fazendo; sua fala e ação fazem um trabalho pautado nos parâmetros curriculares do sistema pelo homem ao longo dos anos. Ou seja, o que conhecemos parte de uma mesma função psicológica complexa, diri- de ensino no qual está inserido certamente estará trabalhan- como dia, mês, ano, hora, nem sempre foi entendido como o gida para a solução do problema em questão. do com todos os descritores que compõem o teste em larga é atualmente, mas foi pautado por convenções das civiliza- (2) Quanto mais complexa a ação exigida pela situação escala a que seus alunos serão submetidos. ções antigas. e menos direta a solução, maior a importância que a duo, quanto saber ler e escrever. E o que entendemos por “Alfabetização Matemática”? Conforme apontam as pesquisas de Danyluk, a Alfabetização Matemática é um [...] fenômeno que trata da compreensão, da interpre- não trabalham; um dia é meu aniversário e demora muito para ser de novo; precisamos de dinheiro para comprar coisas; compramos algumas coisas com moedas e, para outras, precisamos de cédulas ou muitas moedas etc. Enfim, em várias situações vivenciadas pelo indivíduo, há conceitos matemá- [...] quando há espaço para o aluno falar, fazer experiências (agir) e ter a ação mediadora do professor, ele irá sistematizar os conhecimentos e estabelecer relações entre as situações cotidianas e a Matemática. Embora a Matemática faça parte da vida de todo indiví- Outra questão interessante a ser trabalhada é o instru- fala adquire na operação como um todo. Às vezes a fala duo, não é uma tarefa simples relacionar o que está presen- mento que utilizamos para medir. Por exemplo, hoje temos a adquire uma importância tão vital que, se não for permi- te em seu cotidiano com os diversos conteúdos escolares e régua, a trena, mas o palmo e o pé já foram utilizados por al- tido seu uso, as crianças pequenas não são capazes de componentes curriculares. Segundo os Parâmetros Curricula- gumas civilizações como unidades de medida. A partir dessa resolver a situação. res Nacionais (PCN), “[...] destacam-se dois aspectos básicos: troca de informações, os alunos devem ser instigados a fazer Essas observações me levam a concluir que as crian- um consiste em relacionar observações do mundo real com experiências e a tecer reflexões: vamos medir determinado ças resolvem suas tarefas práticas com a ajuda da fala, representações (esquemas, tabelas, figuras); outro consiste objeto com os pés. Vocês acham que a quantidade de pés de assim como dos olhos e das mãos. Essa unidade de em relacionar essas representações com princípios e concei- uma criança vai ser igual à de um adulto? Por quê? Então seria percepção, fala e ação, que, em última instância, provo- tos matemáticos” (BRASIL, 1997, p. 19). Para tanto, faz-se ne- mais fácil comprar um pedaço de pano hoje, que temos a fita ca a internalização do campo visual, constitui o objeto cessário trabalhar com os alunos não por meio de fórmulas e métrica para medir, ou antigamente, que mediríamos utilizan- central de qualquer análise da origem das formas carac- conceitos prontos, mas de forma a estimulá-los a refletir e a do o pé do vendedor? Essas e outras questões e propostas teristicamente humanas de comportamento. (VYGOTS- fazer inferências sobre o meio que os cerca, dialogando com poderiam ser lançadas para que os alunos pudessem anali- KI, 1994, p. 21) Partindo desse pressuposto, os conhecimentos matemá- seus pares e com o professor, escrevendo relatos sobre suas sar, construir e registrar os conhecimentos envolvidos. Além ticos devem ser trabalhados desde o início da escolarização, percepções, seja através de um texto propriamente dito, ou disso, essa discussão seria interessante para a compreensão Nesse sentido, quando há espaço para o aluno falar, fa- de forma a propiciar que o aluno consiga construir e sistemati- de desenhos e representações que os auxiliem na organiza- de que as convenções são importantes para unificar os sis- zer experiências (agir) e ter a ação mediadora do professor, zar a linguagem, signos e significados das questões de cunho ção e sistematização dos dados. temas de medida e melhorar a comunicação entre os seres ele irá sistematizar os conhecimentos e estabelecer relações tação e da comunicação dos conteúdos matemáticos ensinados na escola, tidos como iniciais para a construção do conhecimento matemático. Ser alfabetizado em matemática, então, é compreender o que se lê e escreve o que se compreende a respeito das primeiras noções de lógica, de aritmética e de geometria. Assim, a escrita e a leitura das primeiras ideias matemáticas podem fazer parte do contexto de alfabetização. Ou seja, podem fazer parte da etapa cujas primeiras noções das diversas áreas do conhecimento podem ser enfocadas e estudadas dentro de um contexto geral da alfabetização. (DANYLUK, 2015, p. 26) lógico, aritmético e geométrico. Nesse sentido, alguns temas Para o presente artigo, abordaremos algumas perspecti- humanos. Dessa forma, um conceito que, sem contexto, seria entre as situações cotidianas e a Matemática. E a relação en- são de fundamental importância para serem trabalhados, a vas e desafios acerca do tema “Grandezas e Medidas”, mais abstrato, poderá fazer mais sentido e facilitar a compreensão tre as medidas e o número poderá auxiliar o aluno a ampliar saber: “Espaço e forma”, “Grandezas e Medidas”, “Números, especificamente sobre o seguinte descritor: “Em um proble- do aluno. Como bem aponta Vygotski: sua compreensão numérica e a compreender “a necessidade Operações e Álgebra” e “Tratamento da Informação”. Nas ma, reconhecer e utilizar as unidades usuais de medidas de (1) A fala da criança é tão importante quanto a ação para de criação de números fracionários, negativos etc.” (BRASIL, avaliações em larga escala elaboradas pelo Centro de Polí- tempo: dia, semana, mês e ano”. atingir um objetivo. As crianças não ficam simplesmente 1997, p. 84). 58 59 2º ano do Ensino Fundamental AVALIA OURO BRANCO 2015 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA 2. Trabalhando com as medidas de tempo: dias da semana O descritor “Em um problema, reco- ções do calendário, até a resolução de te do contexto em que os alunos estão nhecer e utilizar as unidades usuais de problemas que envolvam a sua utilização. inseridos. medidas de tempo: dia, semana, mês e Segundo as pesquisas de Goulart ano”, embora pareça uma tarefa simples (2010, p. 11), Figura 1 – calendário indicando os dias do mês de janeiro de 2016. de calendários isso ocorre, deixando que eles tentem dialogar e resolver os conflitos que surgirem. Esse debate irá propiciar a sistematização não só dos nomes dos dias da semana, mas também da sequência entre eles. De posse de alguns desses signos e significados, o pro- 2.1. Roda de conversa: diálogos acerca do calendário fessor deve não só propor situações-problemas, como deixar que os próprios alunos proponham também. Por exem- para um adulto, exige grande esforço [...] o que se percebe, nas avalia- para uma criança, especialmente no pri- ções externas, é que os alunos meiro ciclo do Ensino Fundamental. As não conseguem ler o calendá- Assim como para a Educação Infan- da semana em que não temos aula? Em que dia é a aula de questões relacionadas ao tempo estão rio e isso se deve a uma prática til, para os anos iniciais do Ensino Fun- Educação Física? Quais são os dias em que passa determi- presentes no cotidiano dos indivíduos, divergente de possibilitar o uso damental é de grande importância que nado programa de televisão (consultar os alunos previamen- mas o significado e relações entre os deste como instrumento que a roda de conversa seja uma atividade te sobre os programas que eles assistem)? Em que dia é a termos não são diretamente perceptí- tem a função de medir o tempo presente no cotidiano das aulas. De aula na biblioteca? Tais situações podem ser propostas tanto veis. Por exemplo, uma criança sabe que para se fazer contagens, com- acordo com o Referencial Nacional para em forma de conversa, como através de registros no próprio existem os termos hoje, amanhã e ontem, parar números, ver a grafia. A a Educação Infantil, mas não necessariamente sabe que eles prática docente deixa de realizar [...] a roda de conversa é o mo- deriam ser feitas para iniciar a conversa: o que é um calen- Outra forma de trabalhar com os dias da semana é atra- estão relacionados. Não é difícil ouvir uma intervenções ou interrogações, mento privilegiado de diálogo e dário? Para que usamos o calendário? Na casa de vocês vés de situações-problema fictícias. Uma sugestão seria criança dizer “amanhã eu brinquei de priorizando apenas a passagem intercâmbio de ideias. Por meio tem um calendário? É igual ao que temos aqui na escola? dividir os alunos em grupos e distribuir alguns papéis com bola”, querendo se referir ao dia anterior do tempo como o único conhe- desse exercício cotidiano as O que significam os números que aparecem nele? E as le- situações para que eles descubram o dia a que está se re- (a “ontem”). Ou seja, ela ainda não con- cimento matemático a ser explo- crianças podem ampliar suas ca- tras? A partir do que for desenvolvido na roda de conversa, ferindo. Por exemplo: segue relacionar que o tempo presente rado no calendário, sendo todo o pacidades comunicativas, como é o “hoje”, o dia anterior é o “ontem” e o resto uma distorção ou assimila- a fluência para falar, perguntar, dia seguinte é o “amanhã”. Outro ponto a ção deformante de uma prática. expor suas ideias, dúvidas e des- ser destacado é o nome de cada dia da Partindo desses pressupostos, o tra- cobertas, ampliar seu vocabulário semana e sua sequência: hoje é segun- balho com calendários deve estar pau- e aprender a valorizar o grupo da-feira e amanhã, que dia vai ser?” Em tado em abordagens mais significativas como instância de troca e apren- quais dias da semana não tem aula? sobre o seu principal objetivo: medir o dizagem. A participação na roda Uma sugestão interessante para de- tempo. Certamente que, ao serem abor- permite que as crianças apren- senvolver as questões apontadas acima dadas questões como os dias da semana dam a olhar e a ouvir os amigos, é o trabalho diário com o calendário em e sua sequência, estarão sendo trabalha- trocando experiências. (BRASIL, 1998, p. 138) plo, se hoje é segunda, ontem foi que dia? Quais são os dias Após observarem o calendário, algumas perguntas po- o professor e/ou algum aluno que já esteja numa fase mais avançada do processo de alfabetização deverá registrar no quadro e/ou em alguma folha grande (de papel pardo, por exemplo) os resultados dos debates sobre o tema. Dessa forma, as discussões tecidas durante a roda de conversa seriam sistematizadas e passíveis de serem consultadas em outras aulas e/ou quando se fizer necessário. 2.2 Os dias da semana: vamos problematizar? Para trabalhar com os dias da semana, faz-se necessário que os alunos construam conhecimentos a respeito de duas sala de aula. Essa rotina já faz parte da das também as concernentes à quantida- realidade de muitos professores, mas não de, contagem e grafia das palavras. No Nesse sentido, tanto vale uma roda habilidades: quais e quantos são os dias da semana. Conforme deixa de ser importante enfatizar e dar su- entanto, o objetivo maior é tecer relações de conversa sobre um conteúdo que aponta Constance Kamii, “[...] a criança não constrói o número gestões sobre esse recurso pedagógico. entre os dias da semana: qual é o primeiro será trabalhado em sala de aula, quan- fora do contexto geral do pensamento no dia a dia. Portanto, o Toda a sala de aula deve ser um ambien- dia, o “ontem”, o “hoje” e o “amanhã”, qual to sobre temas corriqueiros do dia a dia professor deve encorajar a criança a colocar todos os tipos de te alfabetizador, com cartazes, alfabeto, é o dia em que não há aula etc. Goulart dos alunos. O professor deve, além de numerais, cantinho de leitura, calendário, (2010) aponta, ainda, a importância em se ouvir, mediar as conversas entre eles, entre outros. Mas não basta apenas um trabalhar com “calendários reais”, ou seja, de forma a contribuir para que os confli- ambiente favorável para que o aluno se aqueles que encontramos em nosso dia tos de ideias e a construção de conhe- alfabetize e construa seus conhecimen- a dia (que traz informações como as fases cimentos sejam beneficiados. tos: são necessárias metodologias ade- da lua, feriados nacionais, continuidade Para iniciar a roda de conversa so- quadas. No que se refere ao calendário, entre um mês e outro etc.). Assim, o pro- bre o calendário, a sugestão é que es- podem ser utilizadas desde estratégias fessor não deve confeccionar seu próprio teja afixado na sala de aula um calen- pedagógicas mais informais, como uma calendário, para que não deixe de traba- dário grande, legível, com um mês em roda de conversa sobre os usos e fun- lhar questões importantes que fazem par- cada folha, conforme a imagem a seguir: 60 coisas, ideias e eventos em relações todo o tempo, em vez de focalizar apenas a quantificação” (KAMII, 2011, p.65). Nesse sentido, cabe ao professor buscar estratégias que façam parte do caderno de Matemática. Figura 2 – papéis com situações-problema fictícias Querida Joana, não consegui comprar os ingressos para o cinema hoje, terça-feira, só para daqui a três dias. Beijos, Carla Olá Bruno! Esqueci de te avisar, mas vou viajar na sexta-feira para praia. Mas não se preocupe, só vou ficar dois dias lá. Abraços! Mariana Nesses casos, o professor deve orientar sobre quais informações os alunos irão localizar em cada situação-problema. De outro modo, o professor pode propor também que os próprios discentes elaborem uma situação-problema para que seus pares possam resolver. Essa interação entre os grupos é de grande valia para a construção de conhecimentos, uma vez que, “quando a criança é confrontada com a ideia de outra criança, conflitante com a sua, geralmente é motivada cotidiano dos alunos para auxiliá-los na construção do conheci- a pensar outra vez sobre o problema, a retificar sua ideia ou mento referente aos dias da semana. Por exemplo, ao trabalhar encontrar um argumento para defendê-la” (KAMII, 2011, p. 58). com o calendário, explorar questões como: quais são os nomes As medidas de tempo são muito importantes para a or- de cada dia da semana, o que cada letra representa no calendá- ganização dos indivíduos. Sendo assim, seria interessante uti- rio, porque na letra “D” (domingo) os números estão em verme- lizar a organização do tempo escolar para desenvolver uma lho. Haverá alguns conflitos, como por exemplo, porque há duas atividade pedagógica. Uma sugestão seria trabalhar com um letras “Q” e duas letras “S” em seguida. Seria interessante trazer calendário de atividades cotidianas, como uma marcação dos e/ou pedir para que os alunos pesquisem se em outros tipos dias das aulas e atividades em classe, por exemplo. 61 AVALIA OURO BRANCO 2015 REVISTA PEDAGÓGICA Figura 3 – calendário com marcação das atividades escolares MAIO 2016 D 1 Dia do Trabalhador S 2 Trabalho de Português T 3 Aula de Informática Q 8 Dia das Mães 9 Trabalho de Ciências 10 Informática 11 Biblioteca 15 16 Aniversário da Ana 17 Informática 22 23 29 30 Sessão Pipoca 4 Biblioteca Q 5 Aniversário do Lucas S S 6 Educação Física 7 12 13 Educação Física 14 18 Biblioteca 19 Trabalho de Matemática 20 Aula de Educação Física 21 24 Informática 25 Biblioteca 26 Corpus Christi 27 Educação Física 28 31 Informática 1 2 3 4 A partir da elaboração das marcações no calendário, que tos alunos fazem aniversário nesse mês? Qual vai ser o dia podem ser de atividades permanentes e/ou de atividades e da semana em que teremos “Sessão Pipoca”? Dessa forma, eventos importantes para os alunos, o professor pode elabo- os discentes estarão desenvolvendo as habilidades acerca rar situações-problema que utilizarão o calendário como su- das medidas de tempo de forma significativa para a leitura de porte: quantas aulas de Informática teremos em maio? Quan- mundo e o seu processo de cidadania. Para saber mais: BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. v. 3. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997. DANYLUK, Ocsana Sônia. Alfabetização matemática: as primeiras manifestações da escrita infantil. 5. ed. Passo Fundo: Editora Universidade de Passo Fundo, 2015. GOULART, Ilsa do Carmo Vieira. M. A formação docente e a constituição de um espaço de ensino. In: Seminário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal, 5º, 2010, Campinas. Anais do 5º Seminário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal, Campinas, SP: ALB, 2010. Disponível em: <http://alb.com.br/arquivo-morto/portal/5seminario/PDFs_titulos/A_FORMACAO_DOCENTE_E_A_CONSTITUICAO_DE_UM_ESPACO.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2016. KAMII. Constance. A criança e o número: implicações da teoria de Piaget. 39 ed. Campinas: Papirus, 2011. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994. 62 Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora Marcus Vinicius David Coordenação Geral do CAEd Lina Kátia Mesquita de Oliveira Coordenação da Unidade de Pesquisa Tufi Machado Soares Coordenação de Análises e Publicações Wagner Silveira Rezende Coordenação de Design da Comunicação Rômulo Oliveira de Farias Coordenação de Gestão da Informação Roberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo Coordenação de Instrumentos de Avaliação Renato Carnaúba Macedo Coordenação de Medidas Educacionais Wellington Silva Coordenação de Monitoramento e Indicadores Leonardo Augusto Campos Coordenação de Operações de Avaliação Rafael de Oliveira Coordenação de Processamento de Documentos Benito Delage Ficha catalográfica OURO BRANCO. Secretaria Municipal de Educação. AVALIA OURO BRANCO – 2015/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 1 ( jan./dez. 2015), Juiz de Fora, 2015 – Anual. Conteúdo: Revista Padagógica - Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do Ensino Fundamental. ISSN 2448-1637 CDU 373.3+373.5:371.26(05)