Página 11 - Jornal A Razão

Transcrição

Página 11 - Jornal A Razão
ABRIL / 2013
PÁGINA 11
A RAZÃO
Artigo
forno e fogão
comentário internacional
MARIA TEREZA GOMES
CLECY RIBEIRO
Secretária da Casa-Chefe
Jornalista, professora das Faculdades Integradas Hélio Alonso, RJ
Caçarola de frango
Ingredientes
Uma cebola pequena
picada; duas colheres (sopa)
de margarina; meio pimentão verde picado; duas xícaras (chá) de sobras de
frango picadas; um tomate
picado; 250 gramas de
macarrão (tipo parafuso) cozido al dente e escorrido; sal
e pimenta-do-reino; meia xícara (chá) de maionese;
meia xícara (chá) de leite;
duas co lheres das de sopa
de queijo ralado.
Modo de preparar
Dourar a cebola na
mar garina e acrescentar os
outros ingredientes, menos
o queijo. Misturar bem e
colocar numa forma refratária (média) montada.
Polvilhar com o queijo.
Levar ao forno médio por
20 minutos e servir quente.
Pode substituir o frango por
igual quantidade de carne
picada ou presunto picado.
O frango ou a carne já devem estar cozidos.
Bolo de chocolate
Ingredientes
250g de açúcar mascavo;
175g de manteiga; duas colheres (sopa) de melado; três
ovos; 60g de chocolate em
pó; uma xícara e dois terços
(chá) de água; meio pote de
iogurte natural; duas xícaras
e meia (chá) de farinha de
trigo; três colheres (chá) de
fermento em pó; 250g de
uvas-passas bem picadas;
duas colheres (sopa) de açúcar; uma colher (sopa) de
suco de limão; 200ml de
creme de leite; 500g de
chocolate meio amargo pi cado; 250g de creme de
avelãs com chocolate e leite;
meia xícara (chá) de creme
de leite sem soro.
Modo de preparar
Massa
Bata o açúcar mascavo
com a manteiga até ficar um
creme macio. Continue batendo, acrescente o melado, os
ovos, o chocolate em pó, uma
xícara (chá) de água morna e
o iogurte. Junte a farinha de
trigo e misture o fermento.
Coloque em uma forma de 23
cm de diâmetro untada com
manteiga. Asse em forno
preaquecido a 200ºC, por
aproximadamente uma hora
ou até que, espetando um
palito, este saia seco. Deixe
esfriar e desenforme.
Recheio
Em uma panela, coloque
a uva-passa, o açúcar, dois
terços de xícara de água fria
e o suco de limão. Leve ao
fogo brando e cozinhe por
cinco minutos. Deixe esfriar
e bata no liquidificador até
formar uma pasta.
Bata o creme de leite em
ponto de chantili e leve à
geladeira.
Cobertura
Derreta o chocolate meio
amargo em banho-maria. Retire do fogo, misture bem o
creme de avelã e o creme de
leite sem soro. Leve à geladeira até começar a endurecer.
Na batedeira, bata até
formar um creme liso. Corte
o bolo em duas partes.
Recheie com o creme de passas e, por cima, espalhe o
chantili gelado. Coloque sobre o chantili a outra metade
do bolo e aplique a cobertura. Decore com raspas de
chocolate, bombons e ovi nhos de chocolate.
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ESTILISTA
THEREZA
As chaves do Vaticano
ois tempos no
Vaticano: 1981 e
2013. Das duas
grandes mazelas
com que a Igreja
Católica lida, sexo e corrupção, esses foram tempos, e
bons, para os chamados banqueiros de Deus. Dois no topo
– Michele Sindona e Roberto
Calvi, ligados aos papas. Agora, nos anos 2000, sobressai o
nome de Marco Simeon.
2013. Na tentativa de cumprir a promessa de sanear as
finanças do Vaticano, Bento
XVI contratara um especialista
suíço em controle de lavagem
de dinheiro, René Brülhart.
Nas palavras deste, a ideia era
deixar o Vaticano incluído na
“lista branca” de territórios julgados competentes no combate
ao crime financeiro. Afinal, sua
reputação está em xeque desde
1981/1982 com a quebra do
Banco Ambrosiano. E, tão
recente quanto 2012, relatório do cão de guarda
financeiro oficial europeu,
Moneyval, informa que o
Instituto para as Obras de
Religião (IOR – nome oficial do banco do Vaticano, criado em 1942
por Pio XII) ainda é falho
nos critérios exigidos de
transparência. Sem falar
nos controles.
Ao inquérito soma-se
o confisco (setembro 2010) de
US$ 30 milhões de duas contas usadas pelo banco para
lavagem de dinheiro. Estava,
então, sob Ettore Gotti Tedeschi, ex-diretor do Santander na Itália e amigo pessoal
de Bento XVI, exonerado em
maio 2012. Em dezembro
2010, Bento XVI designara
Brülhart para monitorar transações financeiras nas instituições da Santa Sé, conforme
exigido pela Moneyval. Bem,
os US$ 30 milhões foram liberados, a investigação continuou, mas (janeiro 2013) o
Banco da Itália negou autorização à unidade italiana do
Deutsche Bank a continuar a
prover serviços de cartões de
crédito/débito e saques nas
máquinas automáticas, dentro
dos muros do Vaticano. Uma
inferência desagradável e onerosa. Só em fevereiro o Vaticano conseguiu restabelecer as
operações
Informa o vaticanista Andrea Tornielli: duas cartas do
cardeal Carlo Maria Viganò
soaram o alerta quanto à necessidade de saneamento financeiro. Uma, ao próprio papa (4 de abril 2011); outra, ao
secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone.
Viganò, desde 2009, cuidava
D
dos serviços públicos do Vaticano. Acabou vítima da tarefa
policial a que se impôs, conquistando uma indesejável
Nunciatura Apostólica em
Washington, por imposição do
cardeal Bertone. Não sem um
lamento: “Quando aceitei o
posto no Governatorato, estava
cônscio do risco, mas não pensei em encontrar-me face a
uma situação tão desastrosa”.
Pela sua coluna assinada,
o vaticanista Gianluigi Nuzzi
bota mais lenha na fogueira.
Apresenta, como pivô da nova
crise, documentos secretíssimos, com datas a partir de
2006, fotofilmados por Paolo
Gabriele, mordomo do papa
Bento XVI. Georg Gänswein,
secretário pessoal do papa, já
deixou o posto; sob seus olhos,
a filmagem. Emergiram também tensões com o cardeal
Bertone e Dom James Mi-
Tantas implicações
tornaram leonina a
tarefa de conciliar
o material
e o espiritual,
chael Harvey, encarregado de
organizar as atividades papais
cotidianas.
Decapitado só Gotti Tedeschi, que ameaçava abrir à
investigação oficial a caixa
forte do IOR com os nomes
atrás dos quais se escondem
as contas secretas. Promovidos
os demais: Harvey recebe púrpura cardinalícia e Gänswein,
a prefeitura da Casa Pontifícia. Mas Gabriele é preso.
Prossegue o inquérito para
descobrir a fonte dos documentos, onde se mesclam corrupção, intriga, disputa de
poder e influência.
As finanças do Governatorato (governança da Cidade
do Vaticano), já debilitadas
pela crise global, também perderam capital – entre 50% e
60%. Só em uma operação,
foram US$ 2,5 milhões, em
dezembro 2009, por “incompetência” administrativa de
outro banqueiro de Deus, o
protegido pelo cardeal Bertone, Marco Simeon.
Viganò cita, nas cartas,
nomes e cognomes dos “conjurados”, inclusive Marco Simeon, diretor da RAI Vaticano. Simeon bate recordes (diz
Tornielli) numa carreira fulgurante: de Gênova projeta-se à
sombra dos bancos Capitalia e
Mediobanco, trampolim para
a Santa Sé e instituições italianas. Bem, caiu em desgraça
na batalha entre Bento XVI e
o cardeal Bertone pelas chaves
do cofre, e eis agora o IOR
com novo presidente. O aristocrata e industrial alemão
Ernst Von Freyberg parece
configurar uma cartada final
de Bento XVI para não dar de
bandeja as chaves da caixaforte ao cardeal Bertone.
Freyberg pertence à Soberana Ordem Militar de Malta,
que sobressai na disputa de influência com a Ordem de
Columbus, organização católica norte-americana, membro
da junta do Instituto. Nesse
que foi um de seus últimos
atos, Bento XVI também esfumaça a presença italiana e
americana, em favor da alemã.
Um comitê de cinco cardeais
e uma firma de Frankfurt,
caçadora de talentos, optaram por Freyberg, dentre 40 finalistas, em que
pese estar à testa da
Blohm&Voss, grupo industrial de Hamburgo
fabricante de navios de
guerra.
À mesma Ordem de
Malta pertence o bispo
Donato De Bonis, sucessor de monsenhor Paul
Marcinkus, que dirigiu o
IOR entre 1971 e 1989 e
pertencia à loja maçônica LP2,
de Licio Gelli. Sem experiência, acabou por submeter-se ao
“ f i n a n c i s t a - c o n s e l h e i ro ”
Michel Sindona (outro notório
escroque), agraciado pela revista Fortune como “um dos
mais geniais homens de negócios do mundo”.
Na Europa, foi Sindona o
primeiro a oferecer serviços à
máfia. Era amigo dos grandes:
o futuro presidente Nixon, o
futuro presidente do Conselho
italiano Giulio Andreotti, o
líder republicano David Kennedy e o papa Paulo VI. Daí
tornar-se o “conselheiro mais
ouvido do Vaticano”, logo cognominado “banqueiro de
Deus”. Sua rede financeira englobava cinco bancos e 125 sociedades em 11 países. Usava
o status de extraterritorialidade
do IOR para lavar o dinheiro.
Quanto ao bispo De Bonis, vinculou-se ao cardealarcebispo de Nova York,
Francis Spelman. Sob sua gestão, o escândalo da Enimont
(propinas à farta), da qual a
estatal italiana ENI (petróleo)
detinha 80% das ações.
1981/1982. Voltando no
tempo, ele nos leva à quebra
fraudulenta do Banco Ambrosiano. O banco servia de
pulmão financeiro da Loja P2,
que permitia levar a bom termo operações como a tomada
de controle do grupo midiático Rizzoli-Corriere della Sera,
ajudar ditaduras sul-americanas e partidos políticos italianos. Assim revelam cartas
tidas como “arrepiantes”, encontradas entre os documentos de Roberto Calvi, outro
banqueiro de Deus que entrou
no circuito de Sindona.
Acabou assassinado e Sindona,
preso, em cárcere sob vigilância máxima, onde morreu, em
1986, com um capuccino envenenado. No inquérito aberto,
as cartas de Calvi a João
Paulo II e também ao cardeal
Palazzini. O próprio João Paulo II, em 9 de maio 1993, em
Agrigento, descortinou a amplitude do fenômeno, exortando os “boss” a abandonarem
sua “civilização da morte”.
Massimo Faggioli, vaticanista, autor, em entrevista ao
Instituto Humanitas Unisinos,
defende a tese de que a Igreja
não vai mudar. O que a renúncia do papa projeta é a disputa pelo manejo das finanças
da Igreja. Pode resultar na
convocação de novo concílio
ecumênico. Afinal, o Vaticano
II fez 50 anos. Passa por três
papas: Paulo VI, João Paulo II
e Bento XVI. E continuam
mal resolvidas questões como
ordenação de homossexuais (a
pressão gay interna cresce),
casamento dos sacerdotes, papel das mulheres na Igreja. O
Vaticano II serve de manto
para legitimar muita coisa,
mas os tempos atuais deixaram
a Igreja sob muita exposição
da mídia, muita responsabilidade, muito envolvimento
político, muita tarefa administrativa – e “afins”. Para Bento
XVI, explica Faggioli – e
muitos católicos concordam –
, a Igreja Católica não pode
nem deve ser agente de transformação social. A verdade é
revelação de Deus; ou se entende e aceita, ou se rejeita.
Hipótese lógica, ou plausível, é a de que, na superfície,
a Igreja venha a ocupar-se das
mal resolvidas “questões sociais”, enquanto nos bastidores
continua o jogo de poder, com
a não resolvida materialidade.
Fontes: comissões de inquérito
documentadas no livro Un Pouvoir
Invisible – les mafias et la société démocratique XIXe.-XXIe.siècle, Jacques
de Saint Victor, Éditions Gallimard,
2012; colunas de Andrea Tornielli e
Gianluigi Nuzzi; Instituto Humanitas
Unisinos, Carta Capital.
(21) 2542-1872
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