especial capa - Revista Mundo OK

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editorial
agenda e notas
economia
entrevista
opinião
saúde
encontro
automóvel
OKids
moda e beleza
gastronomia
comunidade
multimídia
especial capa
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melhor idade
cultura
cidades
esportes
dekasseguis
perdido no japão
turismo
J-music
eventos
game e cosplay
animê
mangá
tokusatsu
curiosidades
Aos nipo-gaijins
Após um século de presença japonesa, as
colônias ficaram no passado. Nas primeiras
décadas, a união em torno das mesmas necessidades, etnia, hábitos e língua era até questão
de sobrevivência. As gerações que se seguiram,
porém, assimilaram e foram assimiladas definitivamente.
Isso se deu de tal forma, que, hoje, uma das
maiores reclamações nas entidades nikkeis é a
falta de participação dos jovens descendentes,
não mais envolvidos com o beisebol, as festas
típicas e o karaokê, mas com interesses comuns
a qualquer brasileiro, que pode ir do futebol às
baladas de funk.
Por outro lado, se é difícil encontrar um adolescente de olhinhos puxados que domine o idioma
ancestral, aumenta, talvez em até maior proporção, o número de “gaijins” apaixonados pela
multifacetada cultura da Terra do Sol Nascente.
Ikebana, judô, sushi, Kurosawa e butoh, só para
ficar em alguns exemplos, deixaram de ser “papo
de japa”.
A reportagem especial trata justamente desse
assunto. São histórias de três brasileiros cujas
vidas foram influenciadas de modos diferentes,
mas marcantes, pelo Japão. Um dos personagens da matéria, o oftalmologista e cantor de
karaokê Arnaldo Gonçalves, é o retrato fiel do
brasileiro de pátria, mas japonês de coração: “Só
não nasci com sangue amarelo”, brinca.
O aniversário de 100 anos, ao mesmo tempo em
que decreta o abrasileiramento do nikkei, marca
a influência definitiva do Japão no Brasil em seus
mais variados aspectos. As velinhas do bolo do
centenário são, portanto, de fato e de direito também dos “nipo-gaijins”.
Capa:
Nipobrasileira
Modelo: Isabella Lorraine
Domingues
Fotógrafo: Marcelo Takeo
Tomita
Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 3 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editores: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Danielli Guedes e Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação: Daniel Verna, Daniela Giovanniello, Eugenio Furbeta, Felipe Marcos, Fernando Ávila de Lima,
Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca
Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David
Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico
Ishigaki, Luciana Kusunoki, Marcelo Ikemori, Yasutaka Arashiro • Digital: Fabrizio Yamai • Assistentes Digital:
Felipe Marcos e Ulissis Massayuki • Administrativo: Suzana Sadatsune • Planejamento: Karlos Kusunoki •
Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation.
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agenda e notas
Texto: Redação | Fotos: divulgação
SUICÍDIO COLETIVO
O Japão viu, mais uma vez, um caso de suposto suicídio coletivo no último dia 09 de março.
Cinco pessoas foram encontradas mortas em
um veículo que tinha um forno de carvão vegetal em seu interior, de acordo com a polícia.
Os corpos foram achados por um homem que
caminhava no sábado por um bosque no norte
do Japão, na prefeitura de Aomori, informou
um oficial da polícia local. Os mortos vinham
de diferentes lugares do Japão, e podem ter se
conhecido por internet, disse a mesma fonte.
Três deles eram homens jovens, com idades
entre 21 e 37 anos.
OBAMA AGRADECE OBAMA
Na corrida para ser o representante democrata nas eleições para presidente dos Estados
Unidos, o senador Barack Obama enviou uma
carta de agradecimento à cidade de Obama,
no Japão. Na esperança de estimular o
turismo graças à coincidência de nomes, o
prefeito do município, Toshio Murakami, escreveu duas cartas ao senador no ano passado, incluindo nelas presentes como hashis
(pauzinhos para comer) e um amuleto.
“Estou tocado por seu gesto amistoso”, disse
o candidato na carta-resposta, segundo a
agência japonesa de notícias Kyodo.
SEGURANÇA
AUMENTO DE SALÁRIO
Após seguir com a caça
às baleias, o arquipélago
japonês decidiu pedir
um reforço da segurança de sua embaixada
em Londres, após uma
manifestação de opositores da caça ter causado tumulto. Na ocasião,
um britânico invadiu a
representação diplomática. Segundo as autoridades locais, a polícia prendeu um britânico,
membro da organização de defesa do meio
ambiente Sea Shepherd, que conseguiu escalar
o edifício da embaixada japonesa. A manifestação coincidiu com a abertura em Londres de
um encontro informal de três dias da Comissão
Baleeira Internacional (CBI), para tentar conciliar
adversários e partidários da caça.
O primeiro-ministro
do Japão, Yasuo Fukuda, sinalizou que
em breve as companhias e empresas
nipônicas poderão
aumentar os salários de seus funcionários,
em uma rara ação do líder governista para
intensificar a negociação anual da gestão
trabalhista. “Eu acredito que agora é o momento, os frutos da reforma devem ser repassados para a população e ao orçamento
doméstico”, disse Fukuda. O premiê, que
está enfrentando uma queda de popularidade, está aparentemente buscando amenizar as críticas públicas decorrentes dos
aumentos nos preços do petróleo e derivados, que impulsionaram uma pressão inflacionária no país.
OBSERVATÓRIO
POSITIVISMO
O primeiro observatório
de terremotos do
mundo, que permitirá
examinar diretamente
a atividade sísmica
a seis mil metros de
profundidade, vai estar
pronto antes de 2012
na Fossa de Nankai, no Japão. Na primeira fase
do projeto, que decorreu entre setembro de 2007
e fevereiro deste ano, a equipe de investigadores
efetuou o reconhecimento - até hoje o mais
exaustivo - de uma zona sísmica. As primeiras
perfurações, realizadas até 3.830 metros abaixo
do nível do mar, ocorreram na Fossa de Nankai,
onde convergem duas placas tectônicas, a cem
quilômetros da costa Leste do Japão. Nesta zona
estão previstos, nos próximos 30 anos, terremotos de magnitude superior a 8 graus na Escala
Richter.
As reservas internacionais do Japão superaram US$ 1 trilhão em fevereiro pela primeira
vez na história, devido ao fortalecimento do
euro em relação ao dólar e à valorização
dos títulos do Tesouro dos EUA, nos quais o
governo japonês investe boa parte dos recursos. As reservas japonesas, que incluem
moedas estrangeiras, ouro e direitos especiais de saque do Fundo Monetário Internacional (FMI), subiram US$ 11,94 bilhões no mês
passado, para o total de US$ 1,01 trilhão,
informou o Ministério das Finanças do país.
O Japão e a China são agora os únicos dois
países com reservas estrangeiras superiores
a US$ 1 trilhão, o que pode estimular uma
discussão sobre como as reservas serão
administradas. Entre os motivos que levaram
ao ganho nas reservas do Japão está a valorização do euro para US$ 1,5179 no final de
fevereiro, de US$ 1,4861 no fim de janeiro.
economia
O BRILHO DO SOL NASCENTE SOBRE O BRASIL
C
oincidentemente, diante da proximidade
com as importantes comemorações do
Centenário da Imigração Japonesa no país,
o Brasil também começa a reunir também vários
motivos para comemorar.
A exemplo de seu país-amigo, o Japão, que
sustentou seu espantoso crescimento econômico
baseado nas políticas econômicas orientadas
para o mercado interno, com forte presença do
Estado como mentor do processo, proporcionando, além de infraestrutura, os quadros de uma
administração pública consciente e disciplinada, o
Brasil vem comemorando este ano o brilho de seu
crescimento econômico sustentável.
Nosso país hoje atravessa o melhor momento
econômico dos últimos 30 anos, com uma inédita combinação de elementos econômicos nunca
encontrados em nossa história. Por isto, merece
destaque a estabilidade econômica alcançada,
tanto no nível interno quanto externo; o aumento
do consumo – graças a fartura de crédito no mercado que vem gerando investimentos recordes
na produção - e o conseqüente aumento de renda
da população.
No caso do Japão, o Estado desempenhou um
papel central no processo de modernização e industrialização, desde o período Meiji, em meados
do século XIX, demonstrando ao resto do mundo
que não era necessário abraçar e render-se à cultura ocidental, para transformar as bases de sua
economia. No mesmo sentido, o Brasil seguiu
uma rota diferente daquela definida por analistas
e oposicionistas, que acreditavam que a única alternativa de crescimento para os países emergentes seria a formação de aliança comercial com os
Estados Unidos, como previa o moribundo ALCA.
Não fosse a firmeza de propósito de nossos governantes, estaríamos hoje recolhendo “os cacos”
do país, em face da recessão norte-americana.
Contudo, o Brasil com diferentes parceiros comerciais, vive hoje um momento muito semelhante
àquele vivido pelo Japão na fase de transformação
de sua economia, quando do Tratado de Kanagawa, firmado com os Estados Unidos em 1854. Na
terra do sol nascente, foi neste momento em que
os portos foram abertos ao comércio e iniciou-se
um processo de intensa industrialização.
Aliás, é bem isto o que ocorre com nosso país
hoje, uma total abertura de suas portas para o comércio globalizado, onde nem mesmo as crises
financeiras de importantes países são capazes de
projetar grande prejuízo à estabilidade econômica
vivida atualmente.
Não é por outro motivo, que somos o mercado
emergente do momento, segundo importantes
agências de classificação de risco, que esperam
Texto: Eduardo Guerra
para este ano o selo de grau de investimento -um atestado de que o país não oferece mais risco
de dar calote na dívida. “Há mais de um ano o
mercado financeiro trabalha com essa possibilidade”, diz Mauro Leos, vice-presidente da agência de classificação Moody’s. “Portanto, não será
nenhuma surpresa quando acontecer.”A Standard
& Poor’s, prevê que o grau de investimento pode vir
ainda em 2008.
Desde o milagre econômico, nos anos 70, o país
não crescia tanto por períodos seguidos. Em
2007, a taxa de crescimento do PIB surpreendeu
a todos com seus 5,4%, percentual este esperado
também para o ano de 2008.
Coincidência ou não, o modelo japonês parece
ter sido muito útil ao nossos governantes para
a reversão da curva de estagnação que vivia a
nossa sociedade. Como se tem visto, a disciplina
e a obediência aos fundamentos econômicos
traçados pelo governo brasileiro foram determinantes na mudança de rota de nosso crescimento econômico. Neste cenário destaca-se o
equilíbrio fiscal, o superávit da balança comercial,
o investimento em exportação, a flexibilização do
câmbio, o controle da inflação e a manutenção
das taxas de juros.
Assim como estes padrões e valores permitiram
o Japão realizar o salto para a modernidade, também o Brasil parece estar em seu momento de
ouro. O resultado deste esforço foi a migração da
situação de cultivadores de arroz para líderes de
indústria e de finanças no mundo da globalização,
sem romper os elos de ligação com as normas de
conduta e os valores tradicionais. Estes aspectos
parecem ter sido de suma importância no estabelecimento de um crescimento sustentável, como
este em que o Brasil começa a atravessar.
O cenário para o investimento estrangeiro nunca
foi tão favorável, e o índice de ingresso deste
capital no país bate sucessivos recordes. O país
avança rapidamente como mercado consumidor
em escala global e já possui o maior mercado
acionário emergente. A economia mantém o
ritmo forte e cresce sem parar há 24 trimestres.
E o resultado deste momento é o crescimento de
empresas globais, como se asssitiu em relação
a Vale, Gerdau, Petrobrás, Friboi, Grandene, entre
outras, que não param de expandir seus investimentos mundo a fora.
Por este motivo, o ânimo dos investidores estrangeiros parecem bastante acirrados em
direção ao mercado brasileiro. Uma pesquisa
exclusiva feita por EXAME com 136 presidentes
de empresas de capital estrangeiro instaladas no
país mostra que o humor das matrizes em relação
ao Brasil mudou -- para melhor. A maioria desses
executivos considera que a economia brasileira está
bem melhor do que há cinco anos. Quase 90% deles
afirmam que os investimentos na operação local aumentaram nesse período. Olhando para o futuro, as
expectativas são de mais crescimento e ampliação
dos negócios no país.
O mesmo acontece com as empresas japonesas
que começam a reavaliar suas previsões conservadoras iniciais, para fazer frente a um novo
momento de investimento. Em minha estada no
Japão no final de 2007, pude perceber notoriamente a confiança depositada pelos empresários
japoneses em suas subsidiárias no Brasil. Hoje
acompanhando os noticiários econômicos internacionais estes dirigentes devem estar muito
mais animados e confiantes em suas apostas.
Deste espetáculo só podemos tirar uma conclusão, de que esta é a hora do Brasil aproveitar
os raios de luz do sol nascente que brilham por
estas fronteiras.
Eduardo Guerra é sócio do Guerra, Batista Associados
Rua Itapeva, 240 – cjs. 1701 a 1703
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entrevista
O nikkei ministro do STJ
O
Ministro Massami Uyeda
Texto: Redação | foto: Divulgação
nissei Massami Uyeda fez história em 2006 ao ser nomeado ministro do Superior Tribunal de
Justiça (STJ). Ele integra a Quarta Turma da Segunda Seção da principal corte de arbitragem do
Brasil. É o primeiro nikkei a atingir essa posição.
Com o cargo, aumentaram as responsabilidades. O expediente, agora, é em Brasília, onde chegam
diariamente milhares de processos, muitos deles presentes diariamente nos noticiários nacionais. Está
em sua mesa, por exemplo, o caso Palace II, edifício da construtura do ex-deputado Sérgio Naya, que
desmoronou em 1998, deixando oito mortos.
Natural de Lins (SP), o ministro sempre esteve envolvido com a comunidade nikkei e, atualmente, participa dos bastidores das comemorações do centenário da imigração. Autor de diversas obras jurídicas,
sendo a mais conhecida o livro Da competência em matéria administrativa, ele se graduou e doutorou
em direito pela Universidade de São Paulo (USP), onde seguiu também a carreira de professor.
Ao mesmo tempo em que atinge o auge da carreira jurídica, o senhor assume um cargo de enorme responsabilidade. Como encara
o desafio de ocupar o posto de ministro de um órgão fundamental
para sociedade brasileira?
O Superior Tribunal de Justiça é a mais alta Corte infraconstitucional do Brasil.
Por isso, é também conhecida como o Tribunal da Cidadania. Significa dizer
que todas as causas que envolvem conflitos jurídicos e não digam respeito
à estrutura constitucional do Estado, que é de competência do Supremo Tribunal Federal, em grau de recuso especial devem ser analisadas e julgadas
aqui no STJ. Suas decisões são definitivas, ou seja, não comportando outro
recurso. Então, o ofício de julgar passa a exigir do julgador um trabalho minucioso. Se de um lado exige-se muito, de outro, é gratificante, no sentido em
que se pode efetuar a distribuição de justiça.
A trajetória do senhor coincide, em parte, com a de muitos nipobrasileiros, que encontraram nos estudos o meio para ocupar espaços sociais. Acredita que a posição que atingiu tem relação com sua
ancestralidade japonesa?
De fato, pode-se dizer que a preocupação de meus pais em proporcionar e
incentivar não só a mim, como a meus irmãos, o acesso escolar em seus diversos e sucessivos níveis está na base de minha trajetória pessoal e profissional. Devo a eles minha formação. Ambos transmitiram valores fundamentais, como o respeito às pessoas e a crença no trabalho e na integridade.
O senhor se manifestou algumas vezes sobre o excesso de processos que poderiam ser concluídos em instâncias inferiores ou por
meio de acordos. Pelas estatísticas do site do STJ, cerca de metade
dos pedidos são negados. Enxugar a máquina é um de seus principais desafios como ministro? Quais são os outros desafios?
A imensa quantidade de recursos que chega ao Tribunal, fenômeno que
acomete não só o STJ, mas também o judiciário como um todo, se de um
lado é sinal indicativo de que a cidadania está desperta para a busca e obtenção de seus direitos, de outro chega mesmo a inviabilizar a própria atividade
jurisdicional. Então, é necessário que se pense em alcançar o objetivo da
pacificação social por meio de canais alternativos, tais como conciliação,
arbitragem e transação para a resolução de conflitos de interesses. Na verdade, há que se substituir a cultura da litigiosidade pela cultura da concórdia.
Esta substituição há de passar necessariamente pela educação.
No texto “O futuro da comunidade nikkei”, o senhor faz um interessante paralelo entre migração e busca pela felicidade. Acredita que
os imigrantes encontraram a felicidade no Brasil?
Sem dúvida. Basta ver que, nesses cem anos, desde a vinda do Kasato Maru,
a despeito de terem os pioneiros imigrantes enfrentado inúmeros percalços e
dificuldades, a constatação é de que a integração no Brasil foi extremamente
exitosa, haja visto a presença de aspectos da cultura japonesa no cenário
cultural brasileiro. Exemplos podem ser encontrados não só na gastronomia e
culinária, como nas artes marciais, na difusão de religiões centradas na meditação e contemplação, na música, nas artes, sem se falar na participação de
nikkeis em todos os níveis da iniciativa privada e do setor público. É certo que
esta integração multicultural também é fruto do espírito acolhedor e fraterno
do povo brasileiro, cuja característica maior é a de ser composto por um rico
mosaico de diversidades culturais. Essa interação de culturas é via de mão
dupla, pois, como se constata no cotidiano de todos, a adoção de padrões
brasileiros é comum e generalizada, mesmo para os isseis como, por exemplo, na predileção pelo churrasco, pela caipirinha, pela feijoada, pela participação em festas tipicamente brasileiras, como o carnaval, as festas juninas, a
celebração natalina. E, claro, sem se falar na paixão nacional, que é o futebol.
No mesmo texto, o senhor faz alusão ao slogan “eu sou você, você
sou eu”, e conclui: O porvir da comunidade nikkei desponta, assim,
fulgurante como o amanhecer de um novo dia. O nipo-brasileiro,
grosso modo, é uma espécie de não-brasileiro no Brasil e um gaijin do Japão (decasséguis). Ao mesmo tempo, vemos gaijins mais
japoneses do que os descendentes. O termo “comunidade nikkei”
faz sentido hoje? Fará sentido daqui a 50 anos?
A rotulação de comunidade nikkei tem mais o sentido de identificar as
pessoas que, residindo fora do Japão, têm em comum a ancentralidade
nipônica, mais que propriamente conceito jurídico. Não se pode dizer que o
descendente de japonês nascido no Brasil só por ostentar traços morfológicos orientais, não seja brasileiro. Referir-se ao nipo-brasileiro como japonês
não significa discriminação ou desdouro, senão que se trata de forma mais
direta de identificar aquela pessoa. Evidentemente há que se verificar em que
contexto o vocábulo foi utilizado. E, dependendo das circunstâncias, pode, na
verdade, exprimir falta de educação de quem assim se refira. O Brasil adota o
princípio de nacionalidade do jus solis, ou seja, de se atribuir a nacionalidade
brasileira a quem seja nascido no Brasil. O Japão, ao contrário, não adota este
princípio. E, assim, no que se refere ao dekassegui, que é o brasileiro que se
encontra na Japão, na realidade, apesar de suas feições, não será japonês,
mas estrangeiro. Quanto ao fato de pessoas que não sejam descendentes
de japoneses terem comportamento mais próximo da cultura nipônica, mais
que os próprios descendentes, isso é pontual e não significa, a meu ver, que
esses devam, só pelo fato de terem feições nipônicas, se comportarem como
japoneses, pois são brasileiros.
opinião
Centenário da imigração deve contribuir
para a união da comunidade nikkei
“
A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só
pode ser vivida olhando-se para frente” - Soren Kierkegaard, filósofo
dinamarquês
O centenário da imigração japonesa atrai as atenções de todo o Brasil. Mas
não podemos esquecer como foi a trajetória até aqui e quais os caminhos a
percorrer depois das festividades. Hoje, a cultura nipônica poderia ser mais
difundida no País não fossem as retaliações aos imigrantes durante a 2ª
Guerra Mundial. Estes provinham das camadas mais populares e se sacrificaram numa terra desconhecida para educar os filhos, que conseguiram uma
rápida adaptação à sociedade.
Apesar de todos os esforços das entidades, associações e mídia segmentada, além da consolidação da comunidade em diversos setores profissionais,
muitas vezes a nossa cultura ainda é taxada de exótica ou vista por meio de
estereótipos, como o da imbatível performance nikkei nos exames vestibulares, sobretudo nas provas de ciências exatas. Outros estereótipos circulam até hoje, é verdade. Alguns são resquícios das inúmeras dificuldades
enfrentadas no passado, como a destruição da sorveteria Gemba no Recife
ou a desapropriação de todos os bens da família Nagai em Açaí, no norte do
Paraná, por ação dos próprios japoneses que não se conformavam com a
derrota na guerra. Neste último caso, Rodolfo Nagai, superando todas as adversidades, construiu uma grande rede de distribuição comercial a ponto de
atrair a atenção do Pão de Açúcar, que, ao lado do empreendedor, assumiu o
negócio. Poderíamos aqui relatar diversas histórias de sucesso, mas este e
outros exemplos são também uma vitória de todos nós!
Lamentável é que muitos nikkeis prefiram ignorar a própria origem e vivam
de acordo com as circunstâncias, as necessidades do mercado e até as
aparências. “Por quê nadar contra a corrente, se estou tão adaptado e feliz?”,
racionalizam. Vivemos numa nação onde a convivência com a diferença é
saudável, mas a luta para a permanência da cultura japonesa é também
uma contribuição para a democracia. É preciso pensar nas novas gerações
de descendentes, nas possibilidades e referências que vão encontrar num
mundo globalizado e em contínua transformação.
Com a união de todas as frentes, haveria um reforço ainda maior da identidade da comunidade – ação importante uma vez que ela costuma ser
retratada pela grande imprensa apenas em eventos histórico-culturais. Além
de contribuir para a preservação das raízes, a busca do auto-conhecimento e
da auto-estima, a ação é um ato político, faz parte do processo de cidadania.
Vale lembrar que esta prática tão pouco comum nos dias atuais poderá ser
exercida também nas eleições deste ano.
Texto: Ushitaro Kamia | foto: Arquivo Pessoal
Vereador Ushitaro Kamia
Apesar de a comunidade japonesa no País ser a maior do mundo fora do
Japão, ela, ao contrário de outras de imigração mais recente, ainda tem
pouca representatividade, até mesmo em termos proporcionais, no governo
nacional. Aliada à imagem positiva dos nikkeis construída nesses 100 anos,
a luta conjunta levaria a uma maior conquista neste território também. Num
sistema democrático, a missão do político é atender as necessidades e os
anseios da população para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária. E, sem dúvida, toda e qualquer requisição ganha mais relevância
com a mobilização de forças.
***(O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard, mencionado no início deste
artigo, foi um grande ídolo da geração do pós-guerra, muito citado pelos
escritores brasileiros revelados pelo odontólogo, editor e cineasta Massao
Ohno, na sua Coleção de Novíssimos, de 1961).
O vereador Ushitaro Kamia é advogado, administrador e vice-líder dos DEM
na Câmara Municipal de São Paulo.
saúde
APARELHOS AUDITIVOS: menores e mais eficientes
Se a sua tevê vive no volume máximo e as pessoas têm sempre que repetir o que acabaram de
dizer, é hora de deixar o preconceito de lado e quem sabe usar um aparelho para ouvir melhor
Texto: Angela Senra
É
raro encontrar alguém que se envergonhe
de usar óculos, mas quando o assunto se
refere a aparelhos auditivos, o preconceito
impera.Com a falsa idéia de que os dispositivos
são feios e incômodos, muitos se privam do prazer de ouvir bem.
Assim como a lente “fundo de garrafa” virou
peça de museu, os aparelhos auditivos também
se modernizaram. Segundo a equipe do Centro
Auditivo BRADEX, é possível usá-los sem que
ninguém perceba. Com apenas dois centímetros
e tecnologia digital ou analógica, oferecem ótima
qualidade de som para o usuário, duram em média seis anos e sua limpeza é feita com escovinha
e lenço de papel.
A personalização é outro diferencial dos modelos
modernos. “ Antigamente, as pessoas chegavam
a desistir do aparelho porque o desconforto superava os benefícios. Hoje a ampliação é programada de acordo com a deficiência. Os digitais, por exemplo, têm regulagem precisa feita
por computador.
TESTANDO
A empresa realiza medições audiométricas para
avaliar o quanto se está ouvindo, e o trabalho é
feito por uma equipe de fonoaudiólogos. “ Se o
caso for mais complexo ou cirúrgico, encaminhamos a pessoa para um otorrino”, explica fonoaudiólogo.
Os fatores que levam à perda auditiva são geralmente hereditariedade ou doenças, como meningite, sarampo e outras infecções. O uso abusivo
de fones de ouvido, os barulhos repetitivos e
altos de danceterias, metalúrgicas, gráficas e do
trânsito também podem ser causadores. Entre os
profissionais que constam na lista de clientes da
BRADEX estão dentistas, professores, motoristas, advogados e operadores de telemarketing.
Outras incidências ocorrem em mulheres gestantes ou que entraram na menopausa. O fator
idade também pesa: 60% da clientela do Centro
têm mais de 60 anos.
“Problemas de audição ainda acontecem pelo
consumo excessivo de café, bebidas alcoólicas
e medicamentos, além do estresse e choques
emocionais”, acrescenta. Ao detectar um distúrbio procure corrigir o problema. O uso constante
do aparelho pode estabilizar
a deficiência, a menos
que a pessoa sofra
de diabetes ou esteja se submetendo a tratamentos
rádio ou quimioterápicos. São inúmeros
modelos no mercado e um deles
se adaptará às suas necessidades.
BRADEX
CENTRO DE APOIO A AUDIÇÃO
R. Heitor Penteado, 1517
R. Vergueiro, 1855 cj. 39
R. Tuiuti, 1951 cj. 03 térreo
R. Duarte de Azevedo, 284 s-48
F: 3873-4266
F: 5575-6565
F: 6191-6809
F: 6972-0867
10
encontro
Conde Koma e família Gracie: arte
A história do clã que revolucionou a arte
A
lém de nomes exóticos começados pela
letra “r”, o que há em comum entre Royce,
Rickson e Royller? Quem é fã de artes
marciais tem a resposta na ponta da língua: são
campeões mundiais de jiu-jitsu e, irmãos, carregam o sobrenome Gracie, o mais idolatrado e odiado do mundo das lutas. A história, no entanto,
poderia tomar outro rumo caso, há 90 anos, um
certo japonês de nome Mitsuyo Maeda não se
aventurasse por terras brasileiras.
Praticada por samurais, que deveriam saber o
que fazer quando perdessem as espadas durante
as batalhas, o jiu-jitsu chegou ao século XX como
um emaranhado de técnicas sem regras específicas. Cada um praticava a seu modo. Havia cerca
de 700 estilos independentes. Não por acaso, a
modalidade é chamada de pai das artes marciais,
já que dera origem ao judô, caratê, aikidô e várias
outras práticas.
Aluno da lendária academia Kodokan, Maeda foi
incentivado pelo mestre Jigoro Kano, criador do
judô, a viajar pelo mundo para provar que as técnicas japonesas eram as melhores. Em 1904, ele
seguiu para um tour pelo continente americano,
onde desafiou oponentes de norte a sul, dos EUA
ao Uruguai. Na passagem pelo México, ganhou o
apelido pelo qual ficou mundialmente conhecido:
Conde Koma.
O lutador viajante não costumava recusar adversários, mesmo que tivesse de lutar na rua e
o oponente fosse duas vezes maior e pesado.
Chegou ao Brasil em 1915. Em cidades como
Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife,
Salvador, São Luís, Belém e Manaus, desafiou lutadores de vários estilos e não perdeu uma desafio sequer. Dois anos depois, após um período na
Europa, onde conheceu a esposa, a britânica May
Iris, Koma retornou à América e, em 1922, fixouse definitivamente em Belém, com a missão de
ajudar os imigrantes japoneses a se estabelecerem
no País.
É nesse período que conheceu Gastão Gracie,
incentivador dos esportes de luta e comerciante
de minérios. Filho do imigrante escocês James e
pai de Carlos, Oswaldo, Gastão Filho, George e
Hélio, ele ajudou Koma a conseguir propriedades
e regularizar a situação dos novos moradores. Em
retribuição ao gesto, o famoso lutador repassou
a um dos filhos do amigo, Carlos, os segredos de
sua arte suave, que ganharia novas dimensões
após esse encontro.
TRANSFORMAÇÃO
Carlos passou mais de dois anos sob a tutela de Conde Koma. Em 1925, porém, ele mudou-se para
o Rio de Janeiro, e fundou a primeira academia Gracie de jiu-jitsu. Os irmãos Oswaldo e Gastão Filho
eram seus assistentes, enquanto George aprendia. Hélio, o mais novo, com 12 anos de idade, sofria de
problemas respiratórios e, por recomendação médica, não podia praticar a luta.
Mesmo de fora, o caçula dos Gracie era apaixonado por jiu-jitsu. Enquanto os irmãos lecionavam aos
novos alunos, de fora dos tatames ele observava todos os movimentos, atentamente. Um episódio
mudaria a sua vida e, provavelmente, a história da modalidade.
Certa vez, um aluno apareceu para ter aulas, mas Carlos ainda não havia chegado à academia. Foi então
que Hélio ofereceu-se para dar o treinamento. Sua didática e sabedoria chamaram tanta atenção que, a
partir daí, passou a ser o instrutor e a treinar com devoção.
Hélio foi o responsável por revolucionar o jiu-jitsu. Mais fraco que a maioria, ele praticamente eliminou
as técnicas que exigiam força e concentrou-se nos métodos de alavanca, pelos quais aproveitava a
superioridade física do adversário em seu favor. Assim teve início o estilo que atualmente é conhecido e
reverenciado em todo o mundo como brazillian jiu-jitsu, ou, simplesmente, Gracie jiu-jitsu.
encontro
suave à moda brasileira
marcial dos samurais
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
Durante as décadas seguintes, Hélio enfrentou
rivais de todo o globo. Não se contentou apenas
em vencer pelas regras de jiu-jitsu, como também derrotou adversários em duelos de valetudo, que hoje são chamados de MMA (Mixed
Martial Arts). Venceu nomes consagrados, como
o boxeador polonês Erwin Klausner e o wrestler
norte-americano Fred Ebert.
Criadores da luta, os japoneses passaram a enviar
vários atletas para superar o brasileiro. Vieram ao
Brasil, entre outros, Taro Miyake, Massagoichi e
Kato, todos superados por ele. Hélio conheceu a derrota apenas aos 38 anos, quando levou uma chave
de braço de Masahiko Kimura, considerado por muitos o melhor judoca de todos os tempos. Quatro
anos depois, sofreu sua segunda e última derrota,
por nocaute, para o boxeador brasileiro Valdemar
Santana, na luta mais longa de vale-tudo de que
se tem notícia, com duração de 3h40min.
“Gosto muito do ideal samurai, de
que, independente do resultado,
ele vai lá e luta. É impressionante a
coragem.”
SEGUNDA GERAÇÃO
Desde que Conde Koma passou seus ensinamentos para Carlos, a família Gracie formou uma
verdadeira dinastia de campeões. Hélio, que se
aposentou das lutas oficiais em 1967, teve nove
filhos, todos, de alguma forma, ligados ao jiu-jitsu.
Rorion foi um dos fundadores do UFC (Ultimate
Fighting Championship), maior evento de valetudo da atualidade; Rickson, invicto em mais
de 400 lutas, é considerado o maior lutador das
últimas décadas; Royce, foi três vezes campeão
do UFC; e Royler, três vezes campeão mundial
de submission fight, espécie de jiu-jitsu sem quimono. Mas não são apenas os filhos e netos de
Hélio que se deram bem. Carlos teve 21 filhos,
dos quais a maioria está envolvida com a arte
marcial.
Ao longo dos anos, a família se transformou em
sinônimo de jiu-jitsu e, com a popularização das
competições de vale-tudo, chegou ao século XXI
como um dos clãs mais respeitados do universo
das lutas, embora odiados por muitos dos que
das lutas, embora odiados por muitos dos que
ousam desafiá-los. Donos de academias espalhadas por todos os continentes, eles devem manter a hegemonia ainda por um bom tempo. Uma
dos combates mais esperados dos últimos anos
envolve o invicto Rickson, que promete sair da
aposentadoria para faturar, acredita-se, cerca de
US$ 1 milhão, por um desafio no Japão. Um dos
mais fortes candidatos a oponente é justamente
o japonês Kasushi Sakuraba, que, nos últimos
anos, ficou conhecido por derrotar alguns nomes
famosos dos Gracie.
Bate-papo com Royler Gracie
Quinto filho de Hélio, Royler é um dos maiores incentivadores do jiu-jitsu brasileiro.
A família Gracie sempre teve relação
próxima com o Japão. Como se deu
isso?
A minha família aprendeu com os japoneses, que, em seguida, começaram a desafiar o meu pai (Hélio). Ele contou que,
uma vez, foi a uma vidente. Ela disse que
os filhos dele seriam japoneses (ri). Hoje,
os Gracie são reverenciados no Japão.
Os campeonatos de vale-tudo parecem ter resgatado o jiu-jitsu, não?
Sim. Durante um bom tempo o jiu-jitsu deu
uma parada no Japão e no mundo. Agora,
com essas competições, as pessoas viram
que é uma luta eficiente. A nossa família
ajudou a resgatar a luta.
O que você aprecia do povo japonês?
Gosto muito do ideal samurai, de que, independente do resultado, ele vai lá e luta. É
impressionante a coragem.
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automóvel
Potência para poucos
Modelo 2008 do Nissan 350Z tem 312cv e acabamento de luxo
U
m dos ícones da velocidade, o Nissan
350Z já está disponível na rede de concessionárias da marca na versão 2008. O esportivo chega ao mercado brasileiro ainda mais potente, passa de 280cv no modelo anterior para 312cv
na nova versão. Além do motor, o novo Z conta com
direção hidráulica progressiva, reestilização da grade
dianteira e do desenho do capô, além de melhorias no
acabamento interno.
O capô ganhou desenho arredondado e ligeiramente
abaulado para melhor acomodar o motor 3,5L V6 24
válvulas de 312cv a 6.800 rpm que gera 37.0 kgf.m
a 4.800 rpm. Para garantir ainda mais estabilidade, a
grade frontal foi reestilizada e ganhou linhas verticais,
perpendiculares ao novo posicionamento dos piscas
laterais. Os faróis bi-xenon (luz alta e baixa) receberam novas molduras internas, enquanto as lanternas traseiras foram incrementadas com leds (duas
lanternas + oito fileiras com leds).
Internamente, o 350Z mantém o mesmo nível de
acabamento e conforto e tem como novidade o
moderno painel central que aloja três marcadores
independentes com acabamento prateado (computador de bordo, monitor de pressão do óleo e
voltímetro). Os comandos do ar-condicionado, botão
do câmbio e porta-copos também ganham detalhes
prateados. O superesportivo traz ainda novos revestimentos em tecido especial tipo “soft feel”, encosto
Texto: Redação | Fotos: divulgação
joelho, porta-cartão adicional e suporte central para
copos.
“A essência do 350Z é um exemplo do que chamamos de ‘brand builder’ (construtor de marca). Além
de oferecer diferenciais de performance, tecnologia
e design como todos os produtos da Nissan, este
modelo é emblemático para comunicar valores da
marca: paixão por dirigir, inovação e vanguarda”, explica o diretor de Marketing da Nissan, Arison Souza.
Com bom custo x benefício, o modelo 2008 do Nissan 350Z chega a R$ 194.903,00 na versão mecânica de seis marchas e R$ 198.803,00 na automática
seqüencial de cinco velocidades. Será comercializado
nas novas cores prata brilliant e preto diamond.
okids
A moda cosplay para os pequeninos
Q
Texto: Redação | Fotos: Arquivos Pessoais
uando Vera Lúcia Reis Gouveia, 33 anos,
Irmã mais velha introduz Rodrigo ao universo cosplay
aparece nos encontros de cosplayers
com o pequeno Wanderley vestido de
Naruto, ele vira o centro das atenções. As pessoas pedem a todo o momento para que o garoto
de três anos faça poses às lentes das câmeras
fotográficas. O otaku-mirim é filho da geração
que começou a assistir animes no final dos
anos 80. Hoje, essa turma, já crescidinha, transfere a paixão pelos personagens dos desenhos
animados, quadrinhos e games, principalmente
japoneses, aos mais novos.
O fenômeno cosplay nasceu nos EUA, quando fãs da série Jornada nas Estrelas (Star Trek) começaram
a se caracterizar como os personagens criados por George Lucas, se reunir em encontros temáticos e
até a se comunicar na língua artificial da ficção: klingon. A onda ganhou novas dimensões no Japão,
com sua rica cultura pop. De lá, nomes como Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball, Sailor Moon e Pokémon conquistaram mentes e corações de jovens em todo o mundo, inclusive do Brasil. Otaku, por sua
vez, é a palavra que define o fanático por tais manifestações.
Segundo Vera, o universo cosplay funciona como uma espécie de introdutor social aos pequeninos.
A mãe Vera caracteriza o pequeno Wanderley, de 10 meses
Naruto é o personagem preferido
“Ele é muito comunicativo. Todos querem conversar e tirar fotos. Isso é muito bom para a criança”,
destaca. Antes de pronunciar as primeiras palavras, aos oito meses Wanderley ganhou sua primeira
caracterização, de um personagem da animação Os Incríveis. “Para o mundo infantil, estimular a fantasia e a criatividade é maravilhoso. É como se fosse um carnaval, onde pode ele brincar e se divertir, o
que é sadio”, completa a orgulhosa mãe.
Muitas crianças não são levadas aos animes pelos pais, mas pelos irmãos. É o caso de Rodrigo Pereira
Ribeiro. Em 2000, quando tinha cinco anos, a irmã Ana Paula, sete anos mais velha, começou a fazer
cosplay. Desde o primeiro evento de que participou, sempre carregou o caçula – ela de Mirelle (Noir)
e Sakura; ele de Naruto e personagens do Dragon Ball. “Eu achava uma coisa do outro mundo, bem
divertido. Continuo acompanhando ela”, conta Rodrigo, hoje com 13 anos. Ana Paula, por sua vez, é
chef em uma confeitaria e tem uma loja virtual de produtos para cosplayer. As roupas são produzidas
por ela própria, com a ajuda da avó.
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moda e beleza
Boneca oriental
A
Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação
moda agora é dar personalidade às bonecas de brinquedo.
Para resgatar o aspecto lúdico
das companheiras preferidas das
meninas, empresas têm investido
no desenvolvimento de bonecas que
atraiam as pessoas por suas histórias.
Nesse área, o que mais vale não são
as tecnologias, como dos brinquedos
que se movimentam sozinhos, mas a
criatividade. E tem para todos os gostos, até mesmo para quem deseja uma
amiga japonesa. A Madame Trapo,
por exemplo, criou uma linha de personagens japoneses. Uma das que
faz mais sucesso é Yoko, que adora
sair para dançar com os amigos e
ler sobre rituais antigos, filosofia e
arte, além, é claro, de não dispensar
um sashimi. Seu gato de estimação
é apaixonado por jazz e chocolate
(R$ 70 – www.madametrapo.com).
OUTONO NA PELE Prótese cônica deixam
Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação
seios mais naturais
Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação
E
stá enganado quem pensa que a pele deve receber tratamento especial somente no verão, quando geralmente as pessoas estão mais
expostas ao calor. Com a chegada do outono, o tempo começa a esfriar.
Logo, o aparecimento de manchas, lesões e rachaduras dermatológicas tornase mais comum. “Mesmo nos dias nublados, típicos da estação, é preciso usar
protetor solar, pois a emissão de raios ultravioleta é ininterrupta”, alerta o dermatologista Gilvan Alves, que indica produtos com fator mínimo de 15. Outras dicas
para passar a estação com a pela saudável são: evitar banhos quentes, excesso
de sabonete e produtos à base de álcool. A hidratação também é fundamental.
“Além de usar cremes com princípios ativos uréia e lactato de amônia, é preciso
promover a hidratação de dentro para fora, com a ingestão de pelo menos 2 litros
de água por dia”, destaca o dermatologista Alessandro Amorim.
O
cirurgião plástico brasileiro Noel Lima apresentou neste mês, no
Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, em São Paulo (SP), próteses mamárias de silicone em formato cônico. Com tamanhos entre
135 ml e 305 ml, são indicadas para mulheres com tórax estreito ou com
flacidez local. Os métodos de enxerto não são diferentes dos tradicionais,
podendo ser introduzidos pela aréola, sulco mamário ou axila.
moda e beleza
AGULHADAS ESTÉTICAS
Acupuntura ajuda a combater da celulite à calvície
T
Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação
écnica chinesa tradicional, a acupuntura se consagra como vedete das clínicas estéticas e hospitais, que se rendem às agulhas como ferramentas principais ou auxiliares de combate a males,
da celulite, ruga e acne à gordura localizada.
Até os anos 90, esse tipo de tratamento era visto com certo preconceito pela sociedade. Com a disseminação da medicina alternativa, porém, até a cética comunidade médica percebeu que a sabedoria
oriental poderia contribuir para a saúde.
A medicina chinesa define os males não somente
do corpo, mas também das emoções e pensamentos (o abstrato), além das relações do homem
com a natureza. As teorias do Yin-Yang (dualidade)
e dos cinco elementos (madeira, fogo, terra, metal,
água), pela qual órgãos do corpo estão associados
a cada um deles, formam a base para compreender
as causas, o que permite buscar o equilíbrio.
Os instrumentos de acupuntura mais comuns são
as agulhas, a moxa (erva em bastão, geralmente
Artemísia), as ventosas, os magnetos e as sementes de mostarda, inseridas em pontos específicos dos canais de energia que circulam pelo corpo. Há
ainda as técnicas associadas a novas tecnologias, como as aplicações a laser ou em conjunto com
equipamentos de ultra-sonografia.
Há poucos anos, a acupuntura era mais conhecida por sua eficiência contra dores musculares e nas
articulações, enxaquecas, depressão, distúrbios respiratórios, insônia, ansiedade e sintomas da menopausa. Logo, no entanto, suas propriedades de agente estético vieram à tona, despertando novas possibilidades. “A acupuntura estética pode ser uma grande aliada à reconquista da auto-estima e acelerar
o metabolismo para conquistar resultados mais imediatos”, destaca a especialista Mara Aguera.
As sessões servem para os mais variados tratamentos, como de celulite, estria, acne, gordura
localizada, ptose de mama, bolas sub-oculares, flacidez, couperaose, hipercromias cutâneas, olheiras,
oleosidade, obesidade e até calvície. As únicas contra-indicações são alergia, pessoas com marcapasso, medo excessivo das agulhadas e gestação inicial.
Como a própria medicina chinesa manda, tratamentos auxiliares, como exercícios respiratórios e físicos, massagens, dietas e fitoterapia ajudam a potencializar os resultados.
Algumas indicações
Celulite
Geralmente, as celulites de grau leve podem ser combatidas em até 12 sessões. As agulhas
estimulam a circulação das células e a eliminação de toxinas.
Estria
A acupuntura estimula a produção de colágeno por cima das marcas, melhorando o aspecto até
de estrias mais consolidadas.
Ruga
As aplicações tonificam as regiões do rosto e do pescoço, preenchendo as marcas e dobras.
Acne
Com 10 sessões é possível obter resultados expressivos. As agulhas funcionam como agentes
anti-sépticos e antiinflamatórios, o que ajuda na cicatrização rápida.
Gordura localizada
A técnica destrói células adiposas, acelerando o metabolismo. É recomendado manter atividade
física paralela.
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gastronomia
Tofu Champuru: receita simples e rápida de Okinawa
O chef Kamiya, do restaurante Kariyushi, ensina o preparo
A
culinária de Okinawa, conjunto de ilhas tropicais ao sul do Japão, tem várias peculiaridades em relação ao resto do país. Com forte influência chinesa e do Sudeste
Asiático, o cardápio típico é conhecido pela variedade de ingredientes e pela utilização de carne de porco. Destaque também para a presença constante nas mesas dos moradores do goyá, também chamado de nigaori, legume amargo, que, dizem, aumenta a longevidade. Nesta edição, a Mundo OK foi até o restaurante
Kariyushi, em Santo André (SP), onde o chef okinawano Akira Kamiya ensinou como preparar um dos pratos mais consumidos no arquipélago: o tofu champuru (porção
para duas pessoas). Simples e rápido de fazer, pode acompanhar arroz branco, salada e missoshiru.
Ingredientes
- 2 colheres de sopa de óleo
- ½ tofu caseiro bem firme e cortado em cubos grandes
- ½ pacote de moyashi (broto de feijão)
- 1 pacote de hondashi
- 3 cebolinhas cortadas em tiras de 10 cm
- 1 e ½ colher de glutamato monossódico
- molho de soja (shoyu) a gosto
Preparo
1. Coloque o óleo na panela e aqueça bem;
2. Refogue o tofu usando hashi para manipulá-lo (não mexa com colher);
3. Despeje o hondashi e o glutamato monossódico;
4. Insira a quantidade que desejar de molho de soja;
5. Misture utilizando o hashi;
6. O prato estará pronto quando o moyashi ficar ao dente (cozido, mas
resistente).
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comunidade
A beleza dos templos e palácios japoneses
Exposição de maquetes de templos e palácios marca comemorações do
centenário por parte do Governo de São Paulo
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
E
ngajado nas comemorações dos 100 anos de
imigração, o Governo de São Paulo abriu no mês
de março a exposição de maquetes “Templos e
Palácios Japoneses”, no Palácio dos Bandeirantes.
O evento faz parte do calendário estadual referente
aos festejos e pode ser contemplado até o início de
junho.
As delicadas peças reproduzem em detalhes castelos, tempos, santuários, as ruínas de um palácio, o portal de um antigo palácio e um memorial,
construídos entre os séculos V e XVII. A exposição
conta com 15 maquetes pertencentes ao Consulado
do Japão em São Paulo.
Entre as obras destaca-se a reprodução do santuário
xintoísta Itsukushima, erguido no século VI, na ilha
com o mesmo nome, localizada na província de Hiroshima. Por abrigar o santuário dedicado às deusas
guardiãs do mar, a ilha é considerada sagrada.Também chama a atenção a maquete que representa o
templo budista Horyuji, cuja construção, que data do
ano de 607, ainda conserva parte de sua madeira
original.
Considerado o maior e mais belo castelo japonês,
o Himeji, localizado na cidade de mesmo nome, na
Província de Hyogo, também está presente na exposição. Sua construção teve início no ano de 1346 e
só foi finalizada em 1609, período em que a atual torre
principal foi construída. Vale à pena prestar atenção à
reprodução fiel das extremidades do telhado da torre
principal, decoradas com duas criaturas míticas com
cabeça de dragão e corpo de peixe, que simbolizavam o poder do senhor do castelo e protegiam contra
incêndios, de acordo com a crença da época.
Outra obra que atrai pela história é o Portal Shureinomon.
A peça era um dos portões do Castelo de Shuri,
sede da Dinastia de Ryukyu, que reinou de 1429
a 1879. O portal foi restaurado em 1958, após um
incêndio, e atualmente fica na entrada da cidade de
Shuri, na Província de Okinawa.
Além das maquetes, a exposição conta também
com gravuras dedicadas aos ”50 anos da Bomba de
Hiroshima” (1945/1995). São obras de artistas como
Tomie Ohtake, Carla Petrini, Renina Katz e outros que
foram doadas ao Acervo dos Palácios do Governo
do Estado de São Paulo em 1996. E outras cerca de
30 xilogravuras japonesas do século XVII, entre elas
algumas baseadas no Taiheiki (Crônica da Grande
Paz), que retratam os 50 anos em que duas cortes
imperiais rivais lutaram pelo poder no Japão. São
cenas de batalhas entre samurais. As obras também
pertencem ao Acervo do Estado.
SERVIÇO:
Exposição de maquetes Templos e Palácios
Japoneses
Local: Palácio dos Bandeirantes - Avenida
Morumbi, 4.500 - mezanino
Informações: (11) 2193-8282
Agendamento Eletrônico: www.acervo.sp.gov.br
Visitas: de segunda a sexta-feira, das 10 às 17
horas sempre em horas cheias.
Sábados, domingos e feriados, das 11, às 16h,
sempre em horas cheias
Todas as visitas são acompanhadas por monitores.
Entrada franca.
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multimídia
‘Dororo’ e ‘Crows 0’: Sucessos do cinema japonês em DVD no Brasil
O
Texto: David Denis Lobão
s filmes “Dororo” e “Crows 0” estrearam com grande sucesso nos
cinemas japoneses em 2007, batendo recordes de público e conquistando elogios da critica. Depois da temporada de sucesso no
Japão, as duas obras serão lançadas neste ano no Brasil em DVD, com as
opções da versão legendada (com o áudio original) e dublada.
As dublagens dos dois longas-metragens ocorreram no estúdio Capricórnio em São Paulo, o mesmo que foi responsável pela dublagem do clássico
Akira para o canal Locomotion. A direção de dublagem das produções ficou
a cargo de Gisa della Mare, a mesma dos animês “Yu-Gi-Oh!”, “InuYasha” e “ShinChan”.
Para que a dublagem fica o mais fiel possível, a diretora conta com a ajuda da
professora de japonês Rissa Ribeiro prestando assessoria sobre a pronuncia dos
nomes dos personagens e também pesquisou que dubladores já dublaram os
atores dos filmes no Brasil para manter a mesma voz neles. A brasileira Fernanda
Bullara, por exemplo, foi escalada para voltar a dublar a atriz Kou Shibasaki, que ela
já tinha dublado em “Batalha Real” (“Battle Royale”).
‘Dororo’, o clássico de Osamu Tezuka chega aos cinemas
“
Dororo” é baseado no mangá de mesmo nome criado
pelo mestre Osamu Tezuka, publicado de 1967 a 1968
no Japão. Na ocasião, a publicação dos quadrinhos
foi interrompida mesmo sem o fim da história. O filme é
dirigido por Akihiko Shiota e as lutas foram coreografadas
por Tony Ching Siu Tung.
“Dororo” poderá ter mais duas seqüências de adaptações
no cinema, completando uma trilogia. A segunda parte
da obra deve sair em 2009, às filmagens estão previstas
para começar este ano. No Japão, o primeiro filme bateu
recorde de público ficando quatro semanas em primeiro
lugar. Cerca de dois milhões de pessoas foram aos cinemas.
Na história do filme, um guerreiro faz um pacto com 48
demônios. Em troca de obter poder, ele dará todos os
membros e órgãos internos de seu futuro filho a eles. O
bebê Hyakkimaru nasce e é abandonado onde é encontrado por um velho médico, que constrói membros e órgãos
para a criança a partir de pedaços de cadáveres. Quando
cresce, ele descobre que se quiser ter os seus membros e
órgãos verdadeiros de volta é preciso matar os demônios.
Para enfrentar esta jornada ele conta com a companhia de
Dororo, uma jovem ladra que se veste de homem.
Texto: Túlipe Helena | Foto: Divulgação
‘Crows 0’, uma polêmica de quatro milhões de dólares
“
Texto: Daniela Giovanniello | Foto: Divulgação
Crows 0” é obra do peculiar diretor Takashi Miike, conhecido por fazer cenas chocantes e de extrema violência, além de bizarras perversões sexuais.
Miike é considerado o Tarantino asiático por causa das sensações e polêmicas geradas pelos seus filmes, sendo este, o mais comercial de todos eles, até
o momento.
O longa é uma adaptação do mangá “Crows”, de Hiroshi Takahashi. No fim de
semana dos dias 27 a 28 de outubro de 2007, o filme estreou no Japão em
primeiro lugar, a frente de produções como “Hero” e “Evangelion: 1.0 You are
(not) Alone”, faturando o equivalente a quatro milhões de dólares.
O filme conta a história de Genji Takaya, um adolescente problemático cujo pai
Hideo é um dos chefes da Yakuza. Genji é o novo estudante de uma instituição
educacional para jovens delinqüentes, ele transferiu-se para lá para impressionar
tanto seu pai e os novos colegas de classe. Pouco tempo depois de chegar Genji
briga com Ken Katagiri, de uma das gangues do colégio. Genji ganha a luta, entretanto, quando as fofocas sobre a briga começam a aparecer, ele descobre que
terá um desafio maior, Tamao Serizawa, o líder do império underground.
multimídia
Produção mostra influência da cultura
brasileira na sociedade japonesa
R
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
econhecida pelas aventuras no mundo e por suas produções de cinema, a dupla Vera e Yuri Sanada lançaram neste mês, em São Paulo, com patrocínio do Banco Real, o documentário “Mundo
Nikkei - Os Brasileiros do Outro Lado do Mundo”.
A obra apresenta o Japão moderno e seus contrastes com a tradição milenar, além das raízes históricas
do encontro entre o país asiático e o Brasil. O filme, que faz parte das comemorações do Centenário
da Imigração Japonesa no Brasil, mostra as influências da cultura brasileira na sociedade japonesa ao
longo das décadas, e como os brasileiros estão contribuindo para a sociedade japonesa atual.
“Para o Banco Real, apoiar esse documentário é valorizar a história de integração dos dois países. No
momento em que se comemoram os 100 anos da chegada dos japoneses ao Brasil, o filme registra
também o processo inverso: os brasileiros se deslocando para o Japão e contribuindo com a cultura
local”, diz Milton Toshio Nakamura, Superintendente Executivo de Comunidades e Remessas do Banco
Real.
As gravações do “Mundo Nikkei” ocorreram em 2006 e 2007, período no qual o casal Vera e Yuri Sanada
viajou pelo Japão, de Hokkaido, no norte, até a última ilha de Okinawa, no sul, visitando as principais
áreas de influência brasileira. Além disso, também ocorreram filmagens no Brasil - nos estados de São
Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
“Brasil e Japão estão entrelaçados de tal maneira que se faz importante apresentar esse tipo de trabalho
tanto aqui quanto lá, onde há muitos brasileiros vivendo”, completa Nakamura, executivo do Real.
Dekasseguis – Além das curiosidades do Japão antigo e moderno, o documentário mostra como é
a vida dos brasileiros nas fábricas, restaurantes, lojas e nos momentos de lazer. Uma novidade para o
mercado é que o filme, de 78 minutos de duração, foi gravado em Sistema Digital de Alta Definição,
compatível com a tecnologia de TV digital japonesa adotada pelo Brasil.
O filme será exibido em salas de cinema de São Paulo, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia e Campinas. O “Mundo Nikkei” também estará presente na terceira edição do Nipo Cine Brasil – Mostra de
Filmes Brasileiros no Japão, que acontecerá em abril e maio em seis cidades japonesas, e que também
será patrocinada pelo Banco Real.
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especial capa
Nipo-gaijin: brasileiros de alma japonesa
Histórias de um Brasil tocado pela cultura do Sol Nascente
Texto e fotos: Wilson Azuma
N
o ano mais japonês do Brasil,
mesmo quem não é da terrinha tem vestido a camisa
do Sol Nascente e incorporado
o espírito samurai. Apaixonados
pela multifacetada cultura do arquipélago, milhares de não-nikkeis
orgulham-se de dizer: devo ter vestido quimono em encarnações passadas.
Desde que chegaram ao País, os
japoneses e seus descendentes
influenciaram a sociedade nos
mais variados campos. Durante o
desembarque do Kasato Maru, o
navio pioneiro, em 1908, já se ouvia comentários sobre a organização e o comportamento impecável
dos orientais. A postura nipônica
é apenas uma das qualidades que
os brasileiros tiveram a oportunidade de conhecer. Nas décadas
seguintes, a culinária, a caligrafia,
as artes marciais, o teatro, os sistemas de trabalho, o cinema e, mais
recentemente, a moda, as terapias
alternativas, os mangás, os animes
e os games, entraram de vez no cotidiano verde-amarelo.
Nos primórdios da imigração, os
japoneses imaginavam que acumulariam algum dinheiro e retornariam
em poucos anos ao país de origem.
Nessa época, que durou até o fim da
Segunda Guerra Mundial, os colonos
viviam em comunidades fechadas e,
de certa forma, repeliam o contato
mais profundo com os nativos. Impossibilitados de retornar por vários
fatores, mas, principalmente, pela
falta de perspectivas e recursos, resolveram tocar a vida nos trópicos.
Foi então que mais de dois mil anos
de história começam a vir à tona e a
encantar os agora irmãos de pátria.
Nesta reportagem especial, o leitor
irá conhecer a história de três
brasileiros que ultrapassaram a
mera curiosidade e mergulharam
no universo japonês, incorporando
de forma definitiva em suas vidas
a cultura que prega equilíbrio, arte e
aprendizado contínuo.
O oftalmologista Arnaldo Gonçalves exibe os troféus de karaokê japonês
Doutor Karaokê
O oftalmologista Arnaldo Gonçalves, 72 anos, costuma brincar que, desde
criança, “tropeça” em japonês. Para começar, nasceu, na segunda metade
dos anos 30, em Santos, porta de entrada dos imigrantes. Aos quatro anos
de idade, mudou-se para a capital paulista, onde estudou e conviveu diariamente com orientais. “Tive vizinhos japoneses, a tinturaria perto de casa
era de japoneses, meus amigos de escola eram japoneses, freqüentei o
Cine Tokyo, morei na Liberdade”, enumera o médico, que, se não tivesse
a ajudinha e um amigo de infância de olhinhos puxados, também não teria
escolhido a profissão. “Só fiz faculdade de ciências médicas por causa da
influência desse meu amigo”, garante.
Não casou com uma nikkei e nem teve filhas mestiças, seu grande desejo.
Mesmo assim, jamais deixou de apreciar as porções de sushi e sashimi e de
manter relações com a comunidade. “Não tem um dia em que eu não coma
algo japonês, meus amigos são todos japoneses. Admiro demais esse povo,
são de uma postura que me encanta profundamente”.
Curiosamente, o encontro definitivo com o país que adotou para o coração
aconteceu mais recentemente. Há quatro anos, Gonçalves foi a um restaurante típico, e, no palco, viu que vários nikkeis se revezavam para cantar
músicas no idioma dos antepassados. “Eram muito bonitas. Isso mexeu
comigo”, admite. No hospital, contou o episódio ao amigo Shinji, que o convidou para ir a uma associação japonesa onde pessoas se reuniam para
cantar. “Eu não fazia isso nem no banheiro”, brinca.
A primeira canção com a qual se apresentou em uma competição foi a conhecida Toki no nagare ni miwo makasse, de Teresa Teng. Desde então, tem
evoluído constantemente e conquistado vários troféus de campeão, todos
evoluído constantemente e conquistado vários troféus de campeão,
todos orgulhosamente exibidos em
seu consultório, próximo à avenida
Paulista.
Divorciado,o oftalmologista aproveita para estreitar ainda mais sua relação com a comunidade. Adora ler
sobre cultura e freqüenta constantemente aulas de língua japonesa.
“Não tem um dia em
que eu não coma algo
japonês. Meus amigos
são todos japoneses.”
Ter sangue amarelo tornou-se requisito para a escolha das namoradas.
Será que o sonho de ter uma filha
mestiça pode estar próximo? “Acho
difícil, mas...”, deixa no ar. O próximo plano é conhecer o arquipélago.
“Ainda vou para lá, tenho muita
vontade. Conheço muitas coisas e
quero ver de perto”, conclui.
especial capa
Kanuto na Terra do Sol Nascente
Quando o músico Jorge Kanuto tinha 10 anos de
idade, um fato inusitado profetizou o seu destino.
Conta a história que sua tia, “meio vidente”, incorporou um espírito e começou a falar em outro
idioma. Identificada a língua, a família chamou
um vizinho nikkei para traduzir. A voz dizia que o
pequeno Jorge tinha uma protetora japonesa e
que ele conheceria a terra dela muitas vezes.
Filho de músicos, aos 25 anos, Kanuto era casado,
pai de dois filhos e baterista de relativo sucesso,
sobretudo na região de Arthur Alvim, Zona Leste
de São Paulo. Após integrar a banda The Blacks,
se juntou ao Grupo Alegria, com a qual mostrava
um repertório bastante variado. O grupo tornouse conhecido na capital, principalmente no circuito de casas noturnas. Com a trupe, chegou a
excursionar por alguns países, como Argentina e
Uruguai. Seu nome começava a ficar famoso.
Kanuto: “Para entrar em casa só se tirar os sapatos”
Ao mesmo tempo em que era protagonista da
agitação da night paulistana, Kanuto levava uma
vida bastante regrada. Influenciado por amigos
japoneses, era praticante assíduo da igreja messiânica. O contato com a espiritualidade oriental
não apenas o transformou em um jovem centrado e “família”, como, até de forma engraçada,
ajudou-o a conhecer o Japão.
A profecia estava para se concretizar. O episódio ocorreu na boate Dinossauros, onde passou
para visitar amigos. Era 1978. No local, ele foi
abordado por Almir Roma, que procurava um
músico que soubesse se comunicar em japonês.
“Soube que você fala um pouco”, disse. Kanuto,
confessa, conhecia apenas “arigato” (obrigado) e
“sayonara” (tchau), mas, assim mesmo, agendou
uma reunião. No dia seguinte, em uma sala da
avenida São João, pediram para que ele falasse
algo. De súbito, teve a idéia, e começou a recitar
uma oração messiânica. “Tá bom! Tá bom! Você
já me convenceu. Está contratado”, ouviu do interlocutor.
Ele chamou os amigos Lindão e Tonelo para formar
o conjunto Som Brasil 4. Duas semanas depois da
reunião, o trio embarcava para sua primeira turnê
japonesa. Desde então, Kanuto se apresentou por
mais nove temporadas no arquipélago, onde aprendeu a falar com bastante desenvoltura o idioma
25
e teve contato com a cultura que influenciou
seu modo de vida. “Tive a chance de ir para um
país milenar. Tudo está em seu devido lugar, não
tem telefone público quebrado, nem pontas de
cigarro no chão. As pessoas, mesmo sem conhecer você, cumprimentam. Fora a organização,
a disciplina, o valor que se dá ao trabalho. São
coisas primordiais. Na primeira vez que vê, tudo
isso confunde a cabeça. Mas você sente que é
o certo. Aí, entendi como um país destruído, em
pouco tempo, virou potência mundial”, explica.
Uma das contribuições mais importantes do
músico foi ter aberto as portas do mercado local
aos brasileiros, que, hoje, são figurinhas fáceis
em casas de show em todo o Japão.
“Não consigo mais dormir em
camas”
Atualmente, Kanuto comanda a banda Banzai,
que tem no repertório canções em nihongo. Recentemente, lançou a autobiografia “Jorge Kanuto
– Na Terra do Sol Nascente”, com o qual quis homenagear sua íntima relação com o país asiático.
Em sua casa, há nítidos vestígios de onde vem
sua influência: na entrada, todos devem tirar os
sapatos; no quarto, passa as noites sobre um
colchão. “Não consigo mais dormir em camas”,
revela.
O Japão que nem os japoneses
conhecem
O butoh é, provavelmente, a manifestação
artística mais marginalizada do Japão. Criada
no pós-guerra, a chamada Dança das Trevas é
uma mescla de dança e teatro influenciada por
técnicas tradicionais e do expressionismo ocidental. Surgida no submundo das casas noturnas
de Tóquio, tem caráter provocativo, misterioso,
melancólico e envolvente. Nas apresentações,
evoca constantemente o passado belicoso e os
instintos primitivos do povo japonês. Por isso,
somado ao fato dos atores realizarem as performances quase sem roupas, a população se escandalizou com os primeiros espetáculos de Kazuo Ohno e Tatsumi Hijikata, os criadores da arte,
na década de 50. As reações não costumam ser
diferentes hoje em dia.
Rejeitado no país de origem, o butoh precisou dar
a volta ao mundo para se firmar como uma das
grandes expressões artísticas contemporâneas. A
dupla teve de viajar por diversos países, inclusive
Brasil, para disseminar a polêmica técnica. Hoje,
os principais expoentes não estão no arquipélago,
fazendo sucesso principalmente em países como
França, EUA, Inglaterra e Alemanha.
Em 1985, o bailarino João Roberto de Souza,
então com 20 anos, já se destacava em sua
área, tendo participado do programa “É proibido
colar!”, da TV Cultura e ganhado uma bolsa integral para grupo de dança de Clarisse Abujamra.
Nessa época, participou de um espetáculo em
homenagem ao 40º aniversário da bomba de
Hiroshima, em São Paulo. Após o fim da apresentação, ele foi abordado por uma comitiva de
japoneses, impressionada com a semelhança
do estilo da performance com a dança marginal.
“Até então, nunca tinha ouvido falar em butoh”,
lembra Souza.
26
especial capa
A partir daí, o dançarino começou a pesquisar a
rara bibliografia existente no Brasil. Sua tia, casada com um nikkei, vivia no Japão, e lhe enviava
constantemente traduções de livros e textos sobre o assunto. Foi quando teve acesso a um filme
de Kazuo Ohno na França. “Fiquei apaixonado.
Finalmente, pude entender o que vinha lendo”,
destaca.
Nos anos seguintes, Souza se aprofundou em
seus estudos de butoh, que incorporou definitivamente em seu trabalho. Nas viagens que fez pela
Europa, assistiu a inúmeras peças de Ohno e, na
segunda metade da década de 90, fundou a Ogawa Butoh Center, uma das principais companhias
do gênero no Brasil. Com o grupo, desenvolveu
técnicas próprias, que enfatizam os movimentos
do corpo e a valorização do espaço cênico. Hoje,
é considerado nacionalmente o maior mestre
desse tipo de arte.
Assim como ocorre no arquipélago, porém, o bailarino sente que a Dança das Trevas é marginalizada
pela comunidade nipo-brasileira. “Praticamente não
tenho alunos nikkeis, nenhuma empresa ou entidade japonesa jamais nos apoiou. Nem mesmo
para as comemorações do centenário da imigração
fomos convidados”, diz, mesmo sendo ele admirador da cultura zen e viver há 25 anos como praticamente um japonês postiço. É o preço que paga
por ter incorporado um Japão que nem mesmo
os nativos querem lembrar.
João Roberto realiza performance inspirada na Dança das Trevas
melhor idade
Bonsai para todos
Saiba como cuidar das tradicionais mini-árvores japonesas
A
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
técnica japonesa de miniaturização de árvores chamada bonsai há tempos deixou de ser prática
exclusiva dos nobres para se transformar em um dos hobbies mais interessantes e espiritualmente saudáveis do mundo. Considerada arte viva e objeto de culto no Japão, ajuda a aguçar
o senso de observação, estimula a concentração e conduz o praticante a um mundo repleto de beleza,
simplicidade, natureza e magia.
Há menção da palavra bonsai - literalmente, “cultivar árvores em vasos” - na China, por volta do século
III a.C. Foi no arquipélago vizinho, porém, que a técnica se desenvolveu e foi elevada à arte, a partir do
período Kamamura (1185-1333), conhecido por dar início à era dos samurais. Durante muito tempo, ter
um exemplar em casa era exclusividade dos nobres. O costume dizia que não era considerada tradicional a família que não tivesse uma planta de pelo menos 300 anos.
Atualmente, a técnica está presente em todos os continentes, onde é praticada por pessoas dos mais
diversos perfis, do empresário em busca de alívio para o estresse às mães que cuidam com zelo para
passar o vaso à próxima geração.
Cuidados para ter uma bela mini-árvore
Local
O tempo de exposição ao sol dependerá de cada espécie. O bonsai deve receber os raios diretamente na
folhagem. Procure locais ventilados, como sacadas e
quintais. Algumas variedades podem ser colocadas
nas janelas. Evite os ambientes internos.
Rega
Molhe toda a terra com água potável até que o líquido
vaze pelos orifícios do vaso. Em dias quentes, regue
também a copa e os galhos. Regue diariamente. Em
temperaturas abaixo de 20º regue em dias intercalados.
Adubagem
A regra para a adubagem do bonsai segue o conceito
de equilíbrio. Utilize adubos químicos ou orgânicos
de modo moderado, mas com certa freqüência. Caso
opte por produtos químicos, aplique a dosagem diluída a metade do recomendado pelos fabricantes.
Terra
A terra deve ser trocada. O tempo varia de espécie para espécie. Em geral, as árvores frutíferas devem
ser transportadas anualmente, enquanto os pinheiros, a cada sete ou oito anos.
Modelagem
Pegue uma tesoura bem afiada e não tenha medo de podar. Tente dar a mesma forma de uma árvore
em tamanho natural. Há várias maneiras de modelar e direcionar os galhos, sendo a mais comum com
arames. Neste caso, em, no máximo, oito meses, a parte modelada costuma se assentar definitivamente.
Lembrete
• Quanto mais parecido com o similar em tamanho natural, melhor é o bonsai;
• As plantas miniaturizadas produzem flores e frutos normalmente;
• Evite deixar o bonsai em ambientes internos;
• Proteja a planta do sol do meio-dia;
• Os elementos fundamentais para a saúde do bonsai são: sol, ar, água e temperatura – evite
sempre os extremos;
• Inspecione a planta regularmente para evitar insetos e doenças.
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28
cultura
Câmara Brasil-China organiza missão para edição da Canton Fair
Setores empresariais esperam abrir negociações com chineses
E
m sua 103ª edição, a Canton Fair espera bater recordes
de público e de negócios. Considerada a maior e mais importante feira da China, o evento teve sua primeira edição
em 1957, e desde então cresceu em importância e tamanho. Os
números são superlativos: só nas suas edições de 2007 compareceram 400 mil pessoas de 213 países diferentes, que visitaram 14 mil expositores. Segundo os organizadores, os negócios
fechados somaram cerca de US$ 74 bilhões, 11% a mais que
em 2006.
Serão representados na 1ª edição em abril os setores de máquinas e ferramentas, inclusive para o setor agrícola; equipamentos eletroeletrônicos; iluminação; têxteis (matérias-primas,
vestuário, cama, mesa e banho, couro e peles); materiais de
construção; produtos químicos; maquinaria e mecanismos para
veículos e construções; alimentos; produtos de horticultura; utilidades e utensílios domésticos; móveis e cerâmica; presentes e
decoração; bolsas e acessórios; artigos esportivos; papelaria e
material de escritório.
Realizada na cidade de Guangzhou (Cantão), capital da Província
de Guangdong, no sul da China, a feira tem duas edições por
ano, com duas fases cada. Na primeira edição, a primeira fase é
realizada de 15 a 20 de abril, e a segunda de 25 a 30 do mesmo
mês. Na segunda edição, a primeira fase é realizada de 15 a 20
de outubro, e a segunda de 25 a 30 do mesmo mês.
Alguns setores representados na 1ª edição em abril de 2008
A primeira fase (de 15 a 20 de abril) será dedicada aos negócios de máquinas e ferramentas, inclusive para o setor agrícola; equipamentos eletroeletrônicos; iluminação; têxteis
(matérias-primas, vestuário, cama, mesa e banho, couro e peles); materiais de construção;
produtos químicos; e maquinaria e mecanismos para veículos e construções.
Na segunda fase (de 25 a 30 de abril) será aberto espaço para os empresários dos setores
de alimentos; produtos de horticultura; utilidades e utensílios domésticos; móveis e cerâmica; presentes e decoração; bolsas e acessórios; artigos esportivos; e papelaria e material
de escritório.
Pavilhão Internacional - Desde o ano passado, a Canton Fair conta com um pavilhão
internacional de exposição, onde expuseram, na edição de outubro, 480 empresas de 55
países e regiões. A missão comercial organizada pela CBCDE está aberta para todas as
empresas, inclusive as micro e pequenas.
Para mais informações, o tel é (11) 3082-2636 ou pelo e-mail: [email protected].
Nikkey Matsuri retratam
cultura japonesa
Evento na Zona Norte de São Paulo
acontece nos dias 26 e 27 de abril
C
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
om a proximidade das comemorações do Centenário da
Imigração Japonesa no Brasil, a comunidade nipo-brasileira já
se prepara para homenagear os imigrantes. Na Zona Norte de
São Paulo, por exemplo, entidades preparam a terceira edição do Nikkey Matsuri, que acontece nos dias 26 e 27 de abril. O local é o Clube
da Cidade do Jadim São Paulo, (rua Viri, 525, Jadim São Paulo).
Para a realização do evento, 11 entidades juntaram forças para divulgar a cultura e as tradições japonesas. São elas: Associação Tucuruvi,
Vila Nova Cachoeirinha, Okinawa Santa Maria, Imirim, Edu Chaves,
Guarulhos, Santana, Cahoeira, Campo Limpo, Escola Heisei e Uehara
Gakuen.
Na ocasião haverá shows culturais, demonstrações de danças típicas,
radio taissô, bon odori, apresentação de taiko okinawa, shamissen,
cerimônia do chá, kendô, exposição fotográfica e de objetos da imigração japonesa no Brasil, objetos do consulado geral, entre outras atrações. Além da parte cultural, o local também contará com uma praça
de alimentação com comidas típicas, fato marcante em qualquer festa
nipo-brasileira.
Liga Nipo-Brasileira promove
Torneio Topper de Futsal
Evento congrega 14 entidades nipo-brasileiras
A
lém do Nikkey Matsuri, as entidades da Zona Norte juntam-se também para promover um evento voltado ao esporte. Trata-se do Torneio Topper de Futsal em comemoração ao Centenário da Imigração
Japonesa, nos dias 19, 20 e 21 de abril.
Além das equipes de São Paulo, há a confirmação de outras equipes de cidades fora do
Estado, fato que mostra a integração entre
as entidades.
A Liga Nipo-Brasileira de Futsal faz parte de
um conjunto de modalidades esportivas,
como as Ligas de Tênis de Mesa, Liga de
Volleyball, Liga de Xadrez e Liga de Sinuca. Coligadas com a própria Liga
Nipo-Brasileira, fundada no ano de 2003, todas as modalidades, segundo
os dirigentes, passam por um bom momento, comemorando, também, seu
quinto ano de existência.
Segundo o presidente Yoshio Imaizumi, o intuito de todos é a integração
entre as associações e kaikans de São Paulo, “procurando manter viva as
raízes de nossas origens, através do esporte e cultura”. Participam atualmente dos torneios 14 entidades.
As Associações que quiserem participar podem entrar em contato pelo email [email protected] com cópia para [email protected].
Ou pelo tel 11/ 9553-5753.
click
MISS CENTENÁRIO
O
Etapa Alto Tietê
s meses de janeiro e fevereiro
foram agitados na comunidade. Em mais uma edição
do Miss Centenário, desta vez no
Alto Tietê, dezenas de garotas
participaram da seletiva. Com
jurados escolhidos a dedo pela
organização, a grande vencedora
foi a bela Karina Eiko Nakahara.
Em segundo lugar ficou Vivian
Kato Nakashima. Além das duas,
Adriana Tiemi Tanikawa (terceiro
lugar) e Camila Omori da Silva
(miss simpatia) também foram
premiadas. Na ocasião, autoridades e líderes da comunidade local participaram da escolha. Já a
nikkei campeão está classificada
para a finalíssima em são Paulo.
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
29
30
cidades
Rio de Janeiro se prepara para homenagear imigrantes
Prefeito Cesar Maia e governador Sérgio Cabral lançam ano do Centenário
Texto: Redação | Foto: Leandro Marins/Divulgação
O
prefeito do Rio de Janeiro,
Cesar Maia, foi o anfitrião,
no Palácio da Cidade, em
Botafogo, do lançamento oficial do
calendário de eventos comemorativos pelo Centenário da Imigração Japonesa do Estado do Rio.
O evento, que teve a presença do
embaixador do Japão no Brasil, Ken
Shimanouchi, e do cônsul-geral do
Japão no Rio, Masahiro Fukawa,
também celebrou o início oficial do
Ano de Intercâmbio entre o Brasil e
aquele país.
A programação oficial dos eventos
se estenderá até o fim do ano, e
inclui exposições no CCBB (Centro
Cultural Banco do Brasil) do Rio,
no Museu Histórico Nacional e na
Marina da Glória, sobre aspectos
da cultura e da sociedade japonesa.
Uma apresentação da Orquestra
Sinfônica Petrobrás, regida por um
maestro japonês, também fará parte da programação, assim como o
lançamento de um livro contando a
a história dos cem anos da presença
dos japoneses no Rio e a realização
de jogos amistosos entre times de
futebol sub-15 dos dois países.
Em seu discurso durante a cerimônia, Cesar Maia - que também é vice-presidente de honra da Comissão de Eventos
Comemorativos do Centenário no Rio - lembrou a presença,
sobretudo na educação, da colônia agrícola japonesa que se
instalou na região de Santa Cruz há exatos 70 anos.
“A colônia foi importante pelas escolas que deixou, e que hoje
fazem parte da Rede Municipal de Ensino, e pela tradição de
disciplina dos seus alunos”, ressaltou. Toda a história foi levantada em detalhes pelo educador Sinval de Souza, que é professor de uma das escolas fundadas pelos japoneses em Santa
Cruz, a E.M. Joaquim da Silva Gomes.
Antes da solenidade de lançamento, da qual participaram
diversas autoridades municipais e estaduais, os convidados
assistiram à apresentação de piano e voz, com repertório de
músicas brasileiras e japonesas.
Comunidade
Presente também na cerimônia, a comunidade participou
e aprovou o apoio tanto do governo quanto da prefeitura.
Presidente da Associação do Centenário no Rio de Janeiro, Akiyoshi Shikada confirmou que os cariocas terão
um ano repleto de atividades. Principalmente culturais.
“Eu acho que estamos com muito prestígio. Fizemos
uma programação que atende a todas as expectativas
e temos o respaldo do governador e do prefeito. O Rio
de Janeiro não ficará para trás quando se trata de Centenário”, garante o dirigente.
Em termos de captação, Shikada confirma que muitas
empresas – estatais inclusive – já sinalizaram com recursos. Além disso, a Câmara de Comércio local também
deve investir nas ações pró-Centenário. “O cronograma
será cumprido à risca. E, inclusive, estamos até mesmo
preparados para receber o príncipe Naruhito, que virá ao
Brasil em junho. Vontade e determinação não faltam aos
cariocas”, afirmou.
31
esportes
O Galinho Japonês ‘God Soccer’ (Deus do Futebol)
O
maior artilheiro da historia do
Flamengo, Arthur Antunes
Coimbra (ZICO), decidiu,
em 1991, retornar aos gramados,
escolhendo a Terra do Sol Nascente
para levar sua mágica, transformando um futebol sem expressão em um
futebol moderno e levando a J-league
ao conhecimento do mundo.
Atuou inicialmente no time Sumitomo
Metals, e no mesmo ano o conquistou a artilharia com 21 gols e o título
da Copa Muroran. Ficou também
em 2º lugar no campeonato da Segunda Divisão e garantiu a vaga no
primeiro campeonato profissional da
liga japonesa, denominada J-League.
No ano seguinte o Sumitomo passou a se chamar Kashima Antlers,
aonde o Zico recebeu a camisa 10 e
o apelido de JICO SAN. E foi neste
mesmo time onde Zico marcou os
mais bonitos gols de sua carreira,
ambos em 1993.
Zico se despediu do futebol japonês
no dia 10 de outubro de 1994, jogando sua última partida pelo Kashima na vitória sobre a Seleção de
estrangeiros que atuavam no Japão
(3 a 1). Fechou sua passagem pelo
futebol japonês com 88 jogos e 54
gols. Nesta época o Kashima já
era uma potência nacional que disputava grandes títulos. E, devido a
sua consolidação, Zico ganhou duas
estátuas e foi presenteado pelo imperador com uma comenda pelos
serviços prestados ao país.
Texto: Fernando Ávila | Fonte: site oficial do Zico | Fotos: divulgação
Zico, como técnico da seleção japonesa
Os japoneses também realizaram o Carnival 94, que foi uma série de
eventos homenageando o “Galinho” em sua despedida definitiva dos
gramados.
Hoje o Zico é muito reverenciado no Japão, e outra prova disso, é o
apelido carinhoso “God Soccer” (Deus do Futebol) e ser até mesmo
chamado de “Pelé Branco” pelos japoneses.
Mesmo depois de deixar os gramados, Zico ficou no país aonde assumiu o cargo de Coordenador e Diretor Técnico do Kashima Antlers,
onde foi responsável por estruturar o planejamento do clube. Mas
Zico contribuiu também no desenvolvimento do time e da liga que
começava a se estruturar. Com talento e um faro apurado, transformou o futebol numa febre que passou a movimentar economicamente o país. Contribuiu em projetos para construção de estádios,
marketing e até a organização de competições. Naquele momento,
o craque acabou concretizando parte do sonho que não tinha conseguido realizar no Brasil. Nos anos que antecederam a última Copa
do Mundo, realizada no Japão e na Coréia do Sul, Zico auxiliou informalmente os japoneses na organização do Mundial, principalmente
na cidade de Kashima e lutou ao lado dos dirigentes para que ela
fosse uma das sedes. Até 2007, ainda trabalhava para o clube, mas
teve de abandonar o cargo para se dedicar à seleção japonesa.
Em 2002, comandou a seleção japonesa em sua segunda Copa do
Mundo, e dirigiu a seleção do Japão até 2006 que, apesar de ter
sido a primeira classificada para a Copa do Mundo da Alemanha,
foi eliminada logo na primeira fase. Mas levou a seleção ao titulo de
campeã asiática em 2004.
Atualmente Zico treina a equipe turca ¨Fenerbahçe¨ que vem ganhando
um grande espaço pelas suas conquistas na Liga dos Campeões da Europa (a competição mais importante do velho continente).
Desempenho do Zico no Japão:
Kashima Antlers
Copa Muroran (JAP)
Copa Suntory (1ª fase) (JAP)
Meiers Cup (JAP)
Pepsi Cup (JAP)
Seleção Japonesa
Vice-Campeão do Leste da Ásia (2005)
Eleita melhor seleção da Ásia (2005)
5º colocado na Copa das Confederações
(2005)
Eleita melhor seleção da Ásia (2004)
Campeão da Copa da Ásia (2004)
Campeão da Copa Kirin (2004)
Vice-Campeão da Copa do Leste Asiático (2003)
6º colocado na Copa das Confederações
(2003)
32
dekasseguis
Como tirar o passaporte?
Saiba quais são os procedimentos para evitar dor de cabeça
Texto: Redação | Foto: Antonio Cruz/ABr
R$ 156.07, já a concessão de novo passaporte
sem a apresentação do anterior (válido ou não)
custa R$ 312,14. Nas unidades que emitem o
passaporte antigo (cor verde) a taxa é de R$
89,71, e R$ 179,42, para pedir a renovação ou
outro passaporte sem a apresentação do documento antigo.
Por fim, compareça ao posto do DPF munido da documentação original exigida (veja
abaixo), GRU paga e protocolo da solicitação.
Em algumas unidades do DPF é necessário
fazer o agendamento prévio. Verifique no site
se é preciso agendar o atendimento no posto
escolhido.
Documentos
A
decisão está tomada. Seja para passear ou passar um período trabalhando no Japão, o primeiro
passo para a viagem é tirar o passaporte. Mas como fazer isso? Quais são as etapas para se
chegar ao tão sonhado documento?
O processo de solicitação inicia-se pela internet, com o acesso ao site do Departamento de Polícia
Federal (www.dpf.gov.br). No site, clique no link “Informações gerais e requerimento de passaporte” e
em seguida selecione a localidade onde deseja requerer o passaporte. Existem dois modelos do documento, o passaporte comum padrão de cor azul e o passaporte modelo antigo, de cor verde.
Em seguida, clique em “emissão do passaporte”. Preencha o formulário e ao final digite o código de
segurança. Serão exibidos três botões, inicialmente clique em “gerar protocolo”, depois “gerar GRU”
(guia para pagamento da taxa) e finalmente em “fechar”.
Após a inclusão dos dados será emitida a Guia de Recolhimento da União (GRU). O boleto deve ser
pago, respeitando sua data de vencimento. A taxa de concessão de passaporte comum, cor azul, é de
O interessado em obter o passaporte comum
deve ser brasileiro nato ou naturalizado. Para realizar o pedido é preciso comparecer em quaisquer das unidades descentralizadas ou postos
de atendimento do Departamento de Polícia
Federal e apresentar em original da Carteira de
Identidade Civil (RG) e Certidão de Casamento
com a devida averbação, se for o caso, para as
pessoas que tiverem o nome alterado em razão
de casamento, separação ou divórcio; Carteira
de Identidade Civil (RG) ou Certidão de Nascimento para os menores de 12 anos; Título de
Eleitor e comprovantes de que votou na última
eleição (dos dois turnos, se houve).
Outros documentos também devem estar
à mão: documento que comprove quitação
com o serviço militar obrigatório; certificado
de Naturalização, para os Naturalizados;
comprovante de pagamento da taxa em reais,
por meio da guia GRU (Guia de Recolhimento
da União), que deverá ser preenchida pela internet, sendo necessário o CPF do requerente
ou responsável, código da receita e da unidade
arrecadadora conforme tabela das receitas existente na própria guia
O passaporte será entregue pessoalmente a
seu titular, mediante apresentação de documento de identidade e assinatura de recibo.
Busque seu passaporte no horário e local indicados. O prazo de entrega é de no máximo
seis dias úteis.
Em caso de dúvidas, o telefone para informações é: 0800-9782336.
vitrine
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34
vitrine
perdido no japão
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Em busca de um novo lugar ao sol japonês
Texto e foto por Fabio Seiti Tikazawa
E
ste mês completo meio ano
aqui neste país. O engraçado é
que, apesar das horas na fábrica
parecerem intermináveis (12 horas
todos os dias, 6 dias por semana), os
dias passam muito rápido e quando
me lembro de ver a data, já está na
hora de trocar a folha do calendário
novamente.
Percebendo a velocidade com que
tudo gira e acontece aqui no Japão,
constatei que estava desperdiçando
muitas chances de conhecer lugares,
pessoas e culturas, por estar morando
num lugar afastado e de difícil acesso
às cidades grandes. Assim sendo,
com o intuito de otimizar a minha estadia por aqui, resolvi me mudar.
Durante todo o mês de fevereiro,
abdiquei do meu sagrado dia de
folga semanal para conhecer novas
cidades. Viajei 5 horas até Shizuoka,
para conhecer a famosa Hamamatsu,
um lugar com grande concentração de
brasileiros. Gostei da cidade, o centro
é movimentado, repleto de edifícios e outdoors coloridos.
Também fui para a cidade de Soka, em Saitama. O lugar não tinha as mesmas atrações de Hamamatsu, porém fica a 20 minutos de trem de Tóquio,
o que me permitiria conhecer cada um dos bairros da capital japonesa sem
gastar horrores em passagem de trem. (Gunma é a província onde o transporte tem as tarifas mais altas).
A última cidade que fui conhecer foi Karuizawa. A região é conhecida por
abrigar mansões coloniais da elite japonesa, inclusive o imperador do Japão
tem uma casa no local. As ruas são repletas de lojas de grifes famosas para
atender os moradores sofisticados e
endinheirados da região.
Após visitar lugares com particularidades bem diferentes, ainda não decidi
onde será meu destino final. Também
estou cogitando ir para Tóquio ou Nagoya, mas não tenho nada concreto,
me restam ainda umas semanas para
pensar.
De qualquer forma, tenho certeza de
que independente do lugar onde eu vá
morar, conhecerei e aprenderei muitas
coisas novas e terei muitas novidades
para contar, afinal de contas, toda experiência nova sempre traz uma série
de surpresas, ora agradáveis, ora nem
tão agradáveis. Vamos ver no que vai
dar...
Até a próxima edição!
Jya Mata.
* Fabio Seiti Tikazawa é publicitário, aspirante a redator, aprendiz de dekassegui e
está perdido no Japão há 5 meses. Contato – [email protected]
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turismo
Mix de cultura japonesa no Akimatsuri
Maior evento nipo-brasileiro de Mogi das Cruzes terá atração internacional
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
O
s amantes de cultura japonesa e dos grandes festivais nipo-brasileiros
podem ir se preparando. Acontece nos dias 11, 12 e 13 de abril a 23ª
edição do Akimatsuri, maior evento nipo-brasileiro da região e que
espera reunir mais de 50 mil pessoas nos três dias de festa.
Como em 2008 é comemorado o Centenário da Imigração, a organização
prepara ações diferentes para chamar a atenção dos visitantes. Um dos
principais atrativos é o pavilhão de exposições agrícolas e culturais. O setor
sempre causou surpresas aos visitantes devido à ousadia e criatividade da
decoração. No ano passado o navio Kasato Maru foi reproduzido em uma
tela de mais de cinco metros de comprimento. A riqueza nos detalhes do
trabalho chamou a atenção de quem passou pelo local e emocionou aqueles
que tinham histórias para contar da época. Neste ano, em comemoração
aos 100 anos, o pavilhão revive a trajetória de quando os imigrantes chegaram ao Brasil. No espaço será reproduzida a casa onde viveram os primeiros
japoneses, as plantações mais comuns na época, costumes e tradições trazidas do Japão.
Comida e cultura
A novidade deste ano é que parte da decoração foi feita com material
reciclado. Cerca de oito mil garrafas pet foram usadas para confeccionar as
flores que ornamentarão a entrada do setor, que também receberá outras
nove mil flores de papel para montar as árvores de sakura (cerejeira), um dos
principais símbolos da colônia japonesa.
Segundo o coordenador do setor, Yusi Edagi, ainda há muito o que conferir
no setor. “O restante ainda permanecerá em segredo. As pessoas terão que
comparecer na festa para conferir as novidades que preparamos para este
ano, tão especial para nós, devido a comemoração do centenário da imigração no Brasil”, encerra.
Como todo evento nikkei, não faltarão comida típica e atrações culturais ao
público. A praça de alimentação terá mais de 20 barracas, que servirão yakissoba, udôn, tempurá, guioza, yakitori, takoyaki, sushi e harumaki. Quem
quiser inovar poderá experimentar os sorvetes de tempurá e de massa de
chá verde feito com limão e hortelã. Haverá ainda barracas de churrasco,
pastel, crepe suíço e os carrinhos de pipoca.
Na parte cultural, shows e apresentações artísticas conferem o ar sempre
festivo do Akimatsuri. Estarão lá, por exemplo, demonstrações de taikô, yosakoi soran e koto de grupos oriundos das mais diferentes regiões paulistas.
Já nas artes marciais os destaques são o sumô, kendo, aikido e judô. Aos
que preferem conferir shows, cantores como o nikkei Joe Hirata, a banda
Ton Ton Mi e o cantor japonês Masaki Hajime , que se apresenta às 20 horas
do dia 12/04 (sábado) e às 19 horas no domingo (13/04). Na apresentação
está programada ainda a participação do grupo brasileiro de yosakoi soran,
Ishin e do próprio Joe Hirata.
O evento acontece no Centro Esportivo do Bunkyo (av. Japão, 5919, bairro
da Porteira Preta, Mogi das Cruzes). Mais informações podem ser obtidas no
site: www.akimatsuri.com.br.
j-music
37
O Neo Visualizm da música japonesa
N
Texto: Henrique Duarte | Foto: Divulgação
ão há exagero nenhum em dizer que, há mais de cinco anos em
carreira solo, miyavi é um verdadeiro marco na música japonesa.
Sendo o eterno processo de experimentação musical uma de suas
principais características, seus trabalhos já foram classificados como rock,
pop, punk, new metal, jazz, salsa e, mais recentemente, como hip hop. E é
exatamente aí que se emprega o termo Neo Visualizm, um fenômeno que
vem chamando a atenção da crítica musical nos últimos tempos.
“Não importa que tipo de música você faça e como se pareça: esqueça o
senso comum e trilhe o seu próprio caminho”, este é um trecho de Sakihokoru Hana no Yoni, a canção que inaugura o movimento Neo Visualizm.
É nesse clima de autonomia e radicalismo que miyavi canta pela primeira
vez a respeito da nova fase de sua carreira. Agora na companhia dos Kabuki Boiz (algo como Garotos do Kabuki) - um DJ, um MC/beatboxer e um
sapateador -, o novo estilo visual de miyavi é uma verdadeira junção de
elementos da cultura hip hop (norte-americana) e da arte kabuki (expressivamente japonesa). Ao contrário do que muitos fãs pensam por aí, o Neo
Visualizm não veio para ficar, mas veio para fazer história: “se tirarmos a
nossa máscara você não nos reconhecerá”.
Por mais que a aparência impressione, a grande mágica de todo esse movimento é usar a música para falar... de música. É a arte a favor da discussão
da arte e da liberdade de expressão. Além disso, observando o seu nobre
senso de patriotismo, podemos destacar também a consideração de miyavi para com as tradições culturais de seu país, seja no aspecto musical ou
histórico. Ao declarar “X JAPAN, LUNA SEA e Kuroyume... meus mestres
me deixaram um caminho a percorrer”, o cantor reconhece a importância
desses nomes para a evolução do rock japonês como uma das trajetórias
mais belas no mundo todo. Ao resgatar a arte kabuki, valoriza uma importante expressão teatral do Japão, que relaciona o canto, a dança e a
expressão corporal e é um dos pilares da estética oriental, principalmente
fora do país.
Aliás, retratar o kabuki em meio a boas doses de hip hop faz deste músico
uma fiel expressão da atual música japonesa. O Japão, hoje, é um misto
harmonioso de modernidade tecnológica e antepassados culturais. Da
mesma forma e mais do que nunca, ao contrário do que muitas bandas
vêm mostrando como tendência, miyavi faz questão de trabalhar o que é
moda sem perder o gosto pela arte tradicional.
O Neo Visualizm é uma marca própria do trabalho de miyavi, mas a maior
parte das bandas atuais de visual kei já apresentam uma influência significativa de tendências sonoras da música não-japonesa, inclusive de
elementos visuais que estão nascendo no ocidente e a todo momento
sofrem releituras orientais. O Visual Kei, aos poucos, deixa de ser um aspecto subcultural e passa a ter um alcance além das fronteiras geográficas
orientais.
Em tempo, o Neo Visualizm já rendeu três singles (Sakihokoru Hana no
Yoni, Subarashiki Kana, Kono Sekai -WHAT A WONDERFUL WORLD- e Hi
no Hikari sae Todokanai Kono Basho de feat. SUGIZO), um mini-álbum (7
Samurai Sessions - We’re KAVKI BOIZ-) e um álbum completo está previsto
para 19 de março, com o nome de -THIS IZ THE JAPANESE KABUKI ROCKEsse jogo de ideologias e de discussões metalingüísticas colocam o Neo
Visualizm como, de fato, um marco na música japonesa, mas não lhe tira o
caráter de tendência, de movimento passageiro. Afinal de contas, o eterno
processo de experimentação de miyavi continua e resta-nos apenas esperar com expectativa pela sua próxima criação.
* Os nomes artísticos de bandas e cantores foram mantidas em sua grafia original japonesa
38
eventos
A maior feira de mangás de São Paulo
Texto: Layla Camillo | Foto: Divulgação
E
m março ocorreu a 14ª edição da Fest Comix,
considerada a maior feira de quadrinhos do país. Promovendo descontos de até 70%, o evento agradou os
fãs de mangás, que puderam completar suas coleções.
Em todos os dias da feira, foram realizadas palestras anunciando novos títulos, com a presença das editoras Panini,
NewPop, Lumus, Pixel Media e HQM.
Grupos de fãs também tiveram espaço na programação
como, por exemplo, o Dattebayo Brasil (de “Naruto”) e os
fundadores do site Tokusatsu.com.br.
Também ocorreu uma palestra sobre cosplay, que tratava
mais especificamente do YCC (Yamato Cosplay Cup), o
maior concurso de cosplay individual do Brasil. No batepapo também se falou da importância do concurso e do
próprio hobbie de fazer cosplay, até então desconhecido por
parte do público presente na feira.
Moda japonesa no Mercado Mundo Mix
O
Memorial da América Latina recebeu pessoas de todos os estilos e movimentos
no 14º ano do Mercado Mundo Mix. E o
que ainda parecia faltar, esteve presente nessa
edição: o universo pop japonês. A moda tão
adorada pelos fãs da cultura japonesa, como o
visual kei, finalmente chega ao mundo fashion de
São Paulo.
Pela primeira vez no MMM, ocorreu um concurso
cosplay, que mostrou que veio pra ficar, tendo total aceitação pelo público tradicional do evento,
que adorou cada uma das apresentações.
No clima japonês do evento, sábado as atrações
começaram com apresentação de taiko, seguido
pelo tão esperado concurso de cosplay. Domingo
a chuva não assustou o público, que não arredou
o pé para ver o show da drag Silvetty Montilla
com a presença do cantor Paulo Ricardo.
Texto e fotos: Tom Marques
39
eventos
Anime Party e Anime Summer agitaram fevereiro
Texto: David Denis Lobão e Felipe Marcos - editores do portal
D
Concurso de cosplay do evento Anime Summer
Foto do evento Anime Party
ois eventos dedicados a animação japonesa chegaram neste ano à sua segunda
edição, trata-se do Anime Party e do Anime
Summer. Ambos foram criados pela Yamato Comunicações e Eventos em 2007, como uma alternativa ao longo período sem eventos entre os principais encontros de fãs do país, que são realizados
em São Paulo entre os meses de janeiro (Anime
Dreams) e julho (Anime Friends).
Neste ano, ambos foram realizados no mês de
fevereiro e cresceram em relação à primeira
edição, mostrando que aos poucos estão ganhando
seu espaço e conquistando um público fiel. O Anime
Party foi realizado na capital paulistana e teve
cinco mil visitantes, enquanto o Anime Summer
ocorreu na cidade de Santos e teve três mil pessoas presentes.
Dentre as atrações destacam-se a máquina de
dança coreana Pump It Up, os campeonatos
de videogame do Press Start, os estandes com
produtos variados e o Centro Cultural Japão,
atividade que contou com apresentações de
artes marciais no palco e workshops de taikô.
Também tiveram espaço nos eventos Anime
Party e Anime Summer os concursos culturais de
animekê e cosplay. Os vencedores da categoria
tradicional individual de cosplay dos dois eventos
foram automaticamente classificados para a final
brasileira do YCC (Yamato Cosplay Cup). Já o
vencedor do animekê do Anime Party vai participar do Animekê show no Anime Friends 2008 e
poderá ganhar uma viagem para o Japão.
As palestras também tiveram espaço nos eventos, durante o Anime Summer, ocorreu um
bate-papo com o dublador Silvio Navas, a voz
do Rei Cutelo de “Dragon Ball” e do Mumm-ra de
“Tundercats”, que conquistou o público fazendo
ao vivo as vozes de seus principais personagens.
Os dois eventos já possuem sua terceira edição
confirmada para 2009, à previsão é que no ano que
vem ambos serão realizados no mês de março.
www.ohayo.com.br | Fotos: Site Otaku Brasil
Vencedores dos concursos
culturais dos eventos
Anime Party 2008
Animekê
Categoria única - Marcelo Massayuki
Cosplay
Livre Individual - Simone Setti
Livre Grupo - “Grupo Akatsuki”
Desfile - Fernanda Ribeiro
Tradicional Individual - Vitor Castro
Tradicional Grupo - Davison e Luan
Anime Summer 2008
Animekê
Categoria única - Caio Corban
Cosplay
Livre Individual - Paulo Lima
Livre Grupo - Ana Paula e Mandoka
Desfile - Ana Paula Pereira
Tradicional Individual - Gabriel Braz
Tradicional Grupo - Ariene e Paulo
40
game e cosplay
A volta de ‘Street Fighter’
Texto: Daniela Giovanniello e David Denis Lobão
D
esde 2005 a Capcom escondia detalhes do “Street Fighter IV”,
versão para os consoles da nova geração do jogo de luta mais
famoso de todos os tempos.
Depois de um vídeo que mostra Ryu e Ken refazendo o duelo clássico, com novos visuais e cenário diferente, foi confirmado que todos
os personagens clássicos do primeiro “Street Fighter II” estarão de
volta: E. Honda, Blanka, Guile, Zangief, Dhalsim e Chun-Li.
A novidade é o anúncio de uma nova personagem, divulgada pela
revista japonesa Famitsu, trata-se de uma lutadora ruiva chamada
Crimson Viper, cujos poderes especiais serão uma mistura de
eletricidade e fogo.
O tão aguardado “Street Fighter IV” deverá ser mais violento que os jogos anteriores da série, deverá
ainda ser baseado em mais ataques e menos defesas; e que apesar de todo o cenário e personagens
em 3D, a jogabilidade deverá ser mantida em 2D, estratégica e tradicional, para preservar o estilo da
série.
Quanto aos gráficos, a intenção não é deixá-los completamente realistas, mas sim como “pinturas
animadas”. É a primeira vez que a linha principal de “Street Fighter” adota gráficos poligonais. Até a
terceira edição, tanto os cenários como os personagens eram ilustrações desenhadas à mão. O método do quarto episódio é semelhante a da série paralela “Street Fighter EX”, mas a qualidade visual
está totalmente aperfeiçoada.
“Street Fighter IV” deverá sair a princípio para PS3 e Xbox 360 e deve chegar ao mercado no dia 15
de junho desse ano.
Evento para cosplayers em maio
Texto: David Denis Lobão | Foto: Roseli dos Santos
M
uitas pessoas ainda não sabem, mas
o Brasil possui um evento dedicado
especialmente para os cosplayers, os
fãs que se fantasiam como seus personagens
favoritos de desenhos, filmes, quadrinhos e
games.
Esta convenção de cosplayers é chamada de
Cosplaycon, e foi criada em 2005 pela empresa
Yamato Comunicações e Eventos.
O Cosplaycon teve suas três primeiras edições
realizadas dentro do evento Anime Fantasy, mas
devido ao seu sucesso, neste ano ele será realizado separadamente, como uma convenção
solo no mês de maio. Durante o evento, além
dos concursos regulares de cosplay, deverão ser
realizadas apresentações especiais e o anuncio
de novidades nos principais concursos do país:
Circuito Cosplay e YCC (Yamato Cosplay Cup).
O Cosplaycon será a chance para que os
cosplayers iniciantes e veteranos se encontrem e compartilhem suas experiências, além
de oferecerem um grande show para o público
presente.
Mais informações sobre o evento poderão
ser obtidas nos sites: www.ohayo.com.br e
www.cosplaycon.com.br.
41
42
animê
Filmes inspirados nos desenhos japoneses
“Speed Racer” – Herói que fez sucesso nos anos 70 volta em versão modernizada
O
filme “Speed Racer” que começou a ser produzido em 2007 e foi filmado na Alemanha terá
seu lançamento mundial no dia nove do mês de maio. O longa tem roteiro e direção de
Larry e Andy Wachowski, os irmãos criadores da trilogia Matrix. A produção é de Joel
Silver (“V de Vingança” e “Matrix”).
“Speed Racer” terá Emily Hirsch de “Na Natureza Selvagem” vivendo o protagonista. O
ator que interpreta o personagem Jack de “Lost”, Matthew Fox, será o Corredor X. No filme
também estarão os personagens Trixie e Rex Racer.
Adaptação da série japonesa criada na década de 60 por Tatsuo Yoshida, “Speed Racer” terá
aparições da marca Petrobras no cenário de forma variada. Em maio será lançado ainda o
jogo “Speed Racer” nos EUA. O game para Nintendo Wii também terá um carro da Petrobras.
Aproveitando a onda do filme, a Lego vai lançar uma linha
de bonecos e carros baseados no desenho animado. A empresa planeja lançar kits com quatro caixas diferentes que
terão acessórios do filme.
Também para coincidir com o lançamento do filme, uma
nova versão do desenho será produzida pela Lionsgate. A
previsão é de que a exibição que ficou a cargo do Nicktoons
da Nickelodeon e também aconteça no dia nove de maio.
animê
43
invadem os cinemas americanos em 2008
Texto : Túlipe Helena | Fotos: Divulgação/Reprodução
“Dragon Ball” – Maior sucesso comercial dos anos 90 ganha longa com atores reais
A
s filmagens da versão cinematográfica de “Dragon
Ball” começaram em novembro do ano passado.
Justin Chatwin que atuou em “Guerra dos mundos”
irá interpretar o protagonista Goku, seu inimigo será Piccolo vivido por James Marsters (“Smallville”). A direção
é de James Wong que também dirigiu “Arquivo X” e o
primeiro e o terceiro “Premonição”. As coreografias das lutas ficaram por conta da mesma companhia que foi responsável
pelas seqüências de alguns filmes de sucesso, dentre eles
“300” e “Matrix”.
Na história, o jovem Son Goku vive em um universo que
gira em torno de objetos místicos e a busca pelas sete
esferas do dragão para ter de volta seu avô Gohan. Em
sua jornada ele vai encontrar personagens clássicos como
Chi-Chi (Jamie Chung), Bulma (Emmy Rossum), Mai (Eriko
Tamura), Yamcha (Joon Park, que também está em “Speed
Racer”) e Mestre Kame (Chow Yun-Fat de “O Tigre e o
Dragão”)
Por ser um fenômeno de vendas em todo o mundo,
“Dragon Ball”, mangá criado por Akira Toriyama tornou-se
um desenho animado, jogos de videogames e filmes de
longa-metragem animados.
O filme “Dragon Ball” ‘live
action’ já está quase pronto,
cerca de 70% do filme está
concluído, e o longa tinha
estréia prevista para 15 de
agosto nos EUA, mas foi
adiado para 3 de abril de
2009.
44
mangá
‘Ouran Host Club’ será lançado no Brasil em 2008
U
Texto : Daniela Giovanniello
m dos lançamentos mais esperados pelos fãs de mangás brasileiros
será lançado este ano no Brasil pela editora Panini, trata-se de “Ouran
High School Host Club”, uma comédias românticas criada por Bisco
Hatori e publicado na revista japonesa “LaLa” desde agosto de 2003.
O mangá de “Ouran Host Club” ainda está em sendo publicado no Japão
e já vendeu mais de seis milhões de cópias. Os quadrinhos fizeram tanto
sucesso no Japão que deram origem a um animê de 26 episódios, que por
sua vez gerou um jogo para PlayStation 2, o game de relacionamento foi
lançado em abril de 2007 e tem até um site.
Na história do mangá, Fujioka Haruhi é uma menina pobre que ganha uma
bolsa de estudos oferecida anualmente pelo colégio Ouran High School,
em Bunkyo, Tóquio. A escola é para alunos absurdamente ricos e Haruhi é
tão pobre que nem uniforme tem, por isso, usa um jeans qualquer e acaba
sendo confundida muitas vezes com um menino.
Ao chegar ao colégio em uma tarde, quando procurava um lugar tranqüilo
para estudar, acaba achando uma sala de música onde conhece o ‘Host
Club’. Ela é confundida com um garoto e todos os lindos meninos que lá
estavam começam a ‘zoar’ com ela, pois aquele lugar só é freqüentado por
garotas, logo se “ele” está lá, é porque é homossexual ou travesti.
Depois de tanta gozação, a menina sai correndo do lugar e acaba
quebrando um vaso de 800 milhões de ienes. Por causa disso (e por ela não
ter condição de pagar), Haruhi é obrigada a trabalhar para o Host Club. A
partir daí, a garota vira uma “escrava” do clube, fazendo pequenos trabalhos
para os membros até que eles percebem um enorme potencial em Haruhi,
para ser a “sensação masculina” entre as garotas.
45
46
tokusatsu
ON QUE É ULTRAMAN?
o ano de 1966, Eiji Tsuburaya, o mago dos efeitos especiais
do cinema japonês, criou um tokusatsu que iria revolucionar
a televisão e se tornar um verdadeiro fenômeno do entretenimento. Estamos falando de “Ultraman”, o famoso herói vermelho e
prata que protege a Terra dos ataques de monstros gigantes.
A série se passa em um futuro alternativo, onde a Terra constantemente é invadida por alienígenas e outras ameaças espaciais. Para
combater esse problema, existe a Patrulha Científica, uma espécie
de organização militar que conta com um vasto aparato tecnológico
e naves de combate. Durante uma patrulha de rotina, o oficial Shin
Hayata, sofre um acidente quando sua nave choca-se com um misterioso ser espacial que veio a Terra em busca de um monstro. Ao
ver que Hayata havia morrido, o ser espacial decide salvar sua vida,
fundindo-se com ele. Assim, ao ativar sua Cápsula-Beta, Hayata
poderia se transformar em Ultraman, um guerreiro gigante com muitas técnicas de luta e capacidade de disparar raios-laser.
O programa foi produzido pela Tsuburaya Productions e transmitido
no Japão pela emissora TBS, de julho de 1966 a abril de 1967, num
total de 39 episódios, sendo exibido também em diversos países
como Estados Unidos, México, Tailândia e outros. No Brasil, a série
foi transmitida pela TV Tupi, Bandeirantes, SBT e Rede Manchete.
O sucesso de Ultraman foi tanto que dezenas de outras séries e até
mesmo filmes foram produzidos para dar seqüência às aventuras do
herói gigante. Dentre as séries da Família Ultra, mais três passaram
no Brasil: “Ultraseven” (1967), “O Regresso de Ultraman” (1969) e
“Ultraman Tiga” (1996).
Ultraseven X
As produções mais recentes com a Família Ultra são “Ultraman Max” (2005), “Ultraman Mebius” (2006) e “Ultraseven
X” (2007).
“Ultraseven” teve sua série própria em 1967, especiais lançados diretamente em vídeo e aparições em novas aventuras em 1999 e 2002. Em outubro de do ano passado, para
comemorar seus 40 anos, o herói ganhou um novo seriado,
Conheça a história dos
heróis da Familía Ultra
Texto: Anderson Tinoco, Eugenio Furbeta
e Leandro Cruz –
do portal: www.tokusatsu.com.br |
Fotos: Divulgação / Reprodução
Ultraman Max
“Ultraseven X”.
As gravações do novo seriado começaram em junho de
2007 e “Ultraseven X” teve seu final exibido em janeiro
deste ano, totalizando 12 episódios, todos levados ao ar no
período noturno.
A série, mostra Seven com um novo visual, mais agressivo,
voltada para o público adulto. A direção dos dois primeiros
episódios foi de Takeshi Yagi, veterano das séries Ultra,
tendo dirigido episódios de “Ultraman Gaia”, “Cosmos”,
“Nexus”, “Max” e “Mebius”. O ator que interpretou Jin, a
forma humana de Seven X é Eriku Yoza.
47
48
vitrine
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curiosidades
Gibi traz enredo em comemoração aos 100 anos de imigração
Edição de 4º aniversário de ‘Takinha e sua Turma’ traz à tona a
importância das origens
Texto: Redação
A
cultura oriental sempre se posicionou como
ícone em diversos segmentos. Devido ao
Centenário da Imigração Japonesa no Brasil,
a edição de número 17 e de 4º aniversário da revista
trimestral Takinha e sua Turma apresenta para os
leitores a importância de cada um conhecer e preservar um bem muito precioso: a família. Com 19 páginas, o gibi traz uma história na qual o personagemtítulo e seus amigos embarcam em uma viagem a
um sítio onde, além de muitas brincadeiras em meio
à natureza, eles têm um encontro com as origens.
Nessa jornada, os protagonistas pretendem estudar
seus antepassados para compreenderem a razão de
suas próprias existências, assim como é princípio
entre os orientais.
Com o título “O Valor da Nossa História”, o enredo
busca ensinar como cada cidadão deve pesquisar
sobre sua família com o intuito de saber por que cada
povo tem sua cultura e tradição, o que leva geração a
geração a transmitir os valores universais da família.
A importância do processo imigratório, com ênfase
na história de Takinha, ganha destaque por trazer ensinamentos da cultura japonesa e também do passado
da família Takaoka. Vale lembrar que o personagemtítulo foi inspirado no engenheiro Yojiro Takaoka, um
dos idealizadores de Alphaville, bairro-cidade que é
conceito de luxo e sofisticação na Grande São Paulo.
Em sua seção de diversão e curiosidades, o gibi
traz brincadeiras para a criançada, como jogos de
colorir e a construção de uma árvore genealógica.
A revista também expõe orientações e atividades
dos escoteiros que podem e devem ser aplicadas
nas escolas. No final, a publicação apresenta uma
analogia do bonsai como marco da importância de
nossas origens.
O GIBI
A revista em quadrinhos Takinha e sua Turma é distribuída gratuitamente nos residenciais de Alphaville, Tamboré, Aldeia da Serra e escolas da região. Editada desde meados de 2003, já abordou diferentes assuntos educacionais, como: economia de água, vazamentos, preservação de florestas e de animais, entre outros temas.
A publicação, impressa em papel reciclável, é uma iniciativa da Y. Takaoka Empreendimentos, com produção
do Studio Cortez. Vale acrescentar que várias edições do gibi Takinha e sua Turma estão disponibilizadas no site
www.takaoka.eng.br para leitura ou impressão tanto em cores quanto na versão para colorir e brincar.
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