Jornal da USP - USP Livre! Fora Zago! Fora PM!
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Jornal da USP - USP Livre! Fora Zago! Fora PM!
ornal da USP ! e r v i l J ANO I • Nº 7 • SÃO PAULO • terça-feira, 22 DE NOVEMBRO DE 2011 • TIRAGEM: 3.000 EXEMPLARES A estatuinte deles e a nossa Estudantes, cuidado: um golpe está sendo preparado contra a mobilização Apesar de falar em “estatuinte soberana”, uma parte da esquerda está disposta a “negociar” com a reitoria. Foi neste sentido que diretores do DCE ligados ao Psol apresentaram à assembleia geral do dia 17 a proposta de que se formasse uma comissão para abrir negociação imediata com a reitoria. Os estudantes rejeitaram esta proposta considerando que Rodas ainda não apresentou nada de novo ao movimento. O Psol, inconformado com a derrota na assembleia, retirou sua proposta de “negociação já” e prometeu apresentá-la na próxima assembleia geral, que será realizada no dia 23 (quarta-feira) na Poli. Querem, a todo custo, colocar na mesa de negociação com a reitoria sua proposta de “estatuinte”. Mas, o que está por trás disso? Há algumas semanas atrás, durante a ocupação da reitoria, vieram à tona e-mails enviados pelo Assessor Técnico do Gabinete do reitor, o professor José Clóvis de Medeiros Lima, ao reitor relatando uma conversa daquele com dirigentes estudantis identificados como representantes de “setores organizados do movimento estudantil” durante a ocupação do prédio da administração da FFLCH, que antecedeu a ocupação da reitoria. O assessor do reitor apresenta algumas propostas para colocar fim à ocupação do prédio da Administração da FFLCH, dentre elas: “Para além da crítica à invasão (o que certamente ocorrerá [em uma reunião da Congregação da FFLCH que se realizou dois dias depois da ocupação]), os alunos [representantes do ‘movimento estudantil organizado’] entendem que a Congregação pode encaminhar ao sr. e ao CO [Conselho Universitário], uma proposta de reforma do Estatuto com vistas a mudar a estrutura de poder. Eles falam numa estatuinte, mas acho que se o sr. propuser uma reforma no Estatuto que contemple a proporcionalidade prevista na LDB [Lei de Diretrizes e Bases] e que as eleições para Reitor e Diretores de Unidades ocorram em dois turnos, nos quais todos os Conselhos votem e os três mais votados componham a lista. Isso eu acredito que eles topam” (grifo nosso). Eis a explicação do porquê a direção do DCE insistiu em incluir, sem qualquer discussão prévia com o conjunto dos estudantes mobilizados desde o conflito com a PM na FFLCH em 27 de outubro, sua proposta de “estatuinte” entre os eixos da greve na última assembleia: a proposta foi discutida... (quem participou?) com a reitoria, às costas dos estudantes. Agora, os representantes dos “setores organizados do movimento estudantil” ensaiam uma farsa: querem apresentar à reitoria a proposta da própria reitoria travestida de reivindicação estudantil. Pretendem fazer o mesmo “flexibilizando” a reivindicação dos estudantes que lutam pela retirada da PM do campus e o fim do convênio entre a universidade e a polícia. O e-mail do assessor do reitor assegura que uma saída para o impasse em que a administração da universidade foi colocada seria a criação de “um Fórum Permanente de Segurança possa ser constituído com a presença de representantes deles próprios [i.e., das “direções e setores organizados”, quem são eles?], da PM, de ilustres professores da USP e representantes dos funcionários”. A direção do DCE quer, agora, apresentar de contrabando estas propostas ao movimento, pedindo a reabertura de negociações com a reitoria para ter a oportunidade de apresentar novamente as propostas já rejeitadas pelos estudantes e manobrar com isso para “conquistar” da reitoria única e exclusivamente o que ela está disposta a dar: uma reforma inócua dos estatutos da USP, sem a mobilização dos estudantes, e que não interfira com os planos da reitoria e do governo de privatização da USP. Os únicos que serão beneficiados pela “estatuinte” são uma parcela minoritária da própria burocracia de professores que administram a universidade. Com a reforma dos estatutos proposta por Rodas e pela esquerda partidária de que haja “diretas para reitor”, isto é, que se mantenha o poder unipessoal e antidemocrático da reitoria, a única mudança efetiva será a abertura de mais oportunidades para que um punhado de professores possa se beneficiar com promoções e cargos na administração das suas faculdades e da universidade de conjunto. A mobilização dos estudantes colocou em pauta a questão do poder na USP. Por meio da reivindicação de “estatuinte soberana já” aprovada na Assembleia Geral do último dia 17, os estudantes expressaram o seu desejo de modificar profundamente a forma como a universidade é administrada. É preciso esclarecer, portanto, o significado desta bandeira de luta. vatização da USP, ou seja, com uma ínfima minoria da comunidade universitária. Algumas delas, inclusive, já foram colocadas em prática. É o caso, por exemplo, das mudanças no sistema de carreira dos professores e do PROADE, que serve para justificar e agilizar a demissão de um grande número de funcionários da universidade elevando as exigências feitas sobre estes. A farsa da reforma do estatuto promovida por Rodas www.usplivre.org.br as decisões à revelia da vontade de estudantes e funcionários. Neste sentido, os estudantes também não podem se deixar levar pela conversa pseudo-democrática de alguns setores da esquerda universitária que falam em “eleições diretas para reitor”. Dar aos estudantes o poder de apenas escolher aquele que irá administrar a universidade quase que com poderes monárquicos não vai alterar em nada a maneira antidemocrática com que a USP vem sendo conduzida ao desastre pelos interventores do Estado. Rodas, o reitor-interO que é uma estatuinte de verdade? ventor indicado pelo governo do PSDB para encaminhar a privatização A “estatuinte soberana” da universidade (ou, como reivindicada pelos estudanele mesmo afirmou no jartes tem como pressuposto a gão direitista da moda, a autonomia da universidade, “modernização” da USP), que está sendo pisoteada é contra que haja qualquer A ex-reitora, Suely Vilela, passou o bastão neste instante pela Polícia tipo estatuinte. Não quer para Rodas. Diretas para reitor não resolvem Militar chamada pelo inaceitar a deliberação de- o problema. É preciso acabar com o poder terventor do Estado na USP mocrática da maioria da unipessoal da reitoria e a ditadura dos para reprimir o movimento professores titulares no Conselho Universitário estudantil e calar a discusuniversidade. No entanto, mesmo os inisão democrática. Não é possível migos da democracia na uni- “Estatuinte soberana” falar seriamente em estatuinte versidade, precisam promover ou “diretas para reitor”? enquanto a PM está no campus algumas mudanças no regimene a autonomia da universidade é to interno da USP para colocar Uma “estatuinte” que não ferida pela mais brutal intervenseus planos de privatização em coloca em questão o poder não ção estatal. prática. Para tanto, Rodas e seus é uma estatuinte de verdade. É É preciso liquidar o poder representantes já afirmaram apenas uma comissão para dis- de Rodas e de qualquer outro que estão dispostos a negociar cutir o estatuto. Mas, discutir reitor-interventor sobre a unipequenas alterações nos esta- para quê se Rodas já afirmou versidade. Para que a USP seja tutos da USP. Mas não com os que vai colocar em prática as efetivamente democrática e estudantes! Para eles, a opinião mudanças que pretende fazer? possa servir fielmente aos intedos que são a razão de existir da Para que a “estatuinte” seja resses da esmagadora maioria universidade não importa. soberana, esta deve se dar so- da população pobre e trabalhaA reitoria quer discutir ape- bre a base da liquidação do po- dora, que hoje está fora dela, é nas com os professores titulares, der unipessoal da reitoria e da preciso que haja um governo que mandam nas faculdades e dissolução do antidemocrático verdadeiramente democrático no Conselho Universitário e que Conselho Universitário, onde na universidade: um governo são indicados por ela mesma, um punhado de professores ti- proporcional de estudantes, para definir que mudanças serão tulares (a verdadeira minoria funcionários e professores, ou necessárias para facilitar a pri- dentro da universidade!) toma seja, com maioria estudantil. Todos ao ato na Avenida Paulista A última assembleia geral dos estudantes da USP aprovou a realização um ato público na próxima quinta-feira, dia 24/11, às 14h, na Avenida Paulista. É necessário fazer uma ampla convocação para que o ato seja massivo e mostre a força do movimento diante das atrocidades que estão sendo cometidas pelo reitor Rodas e pelo PSDB que querem vender a USP e abrir caminho a privatização de todo o ensino superior brasileiro. A luta contra a política de repressão de Rodas deve ser ampliada para que a reitoria fique cada vez mais isolada e seja obrigada a atender as reivindicações dos estudantes e funcionários. Quinta-feira, 24/11 Concentração: às 14h na Praça Oswaldo Cruz Trajeto da passeata: da Praça Oswaldo Cruz até a Consolação e de volta até o MASP Aula pública: às 18h no vão do MASP Levem suas bandeiras, faixas e cartazes para mostrar à população pelo que os estudantes da USP estão lutando! Fora Rodas! Fora PM! Fim dos processos contra estudantes e funcionários! ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDANTES, QUARTA-FEIRA, ÀS 18H, NA POLI • FORA RODAS! FORA PM! 2 Calendário da greve: Jornal da USP livre! Quarta-feira (23/11) Quinta-feira (24/11) 8h30: • FAU: das 08h30 às 12h: Filmes • Grupos de Trabalho 10h: • Comando de Greve: Panfletagem no entorno do metrô Butantã • ECA: Oficina do TANQ_ROSACHOQ_+ Base Móvel Artística 12h: • IP: das 12h às 14h: Assembléia da Psicologia (Pedido de ajuda para a mobilização) 13h: • ECA: Concentração na Prainha (ECA) – cartazes, adereços, etc. 14h: • ECA: Ato na congregação da ECA • FAU: das 14h às 18h: Oficina de lambe-lambe • Geografia: à tarde: Comando de Greve • Discussão da Mídia • História: Debate: Cotas e Democracia na USP - Convidada: Profª Maria Helena 15h • ECA: Saída do cortejo da base móvel artística até a base da PM (se não houver base, arrastão pelos cursos divulgando o ato da 5ª feira e a Assembléia Geral 18h: Assembleia Geral dos Estudantes da USP! Local: POLI 8h: • ECA: Aula pública sobre ação da mídia 8h30: • FAU: das 8h30 às 12h: Filmes • Reunião da comissão de comunicação da FAU 14h: • Ato na Paulista – concentração na Pça. Oswaldo Cruz (metrô Paraíso) Percurso do Ato: da pça. Oswaldo Cruz até a Consolação e volta até o MASP; Aula Pública no Vão do MASP sobre “Democracia” (convidados: chamado amplo a intelectuais, entidades estudantis e sindicais que apóiam o nosso movimento). Sexta-feira (25/11) 10h: • ECA: Pintura do Canil – Base permanente da Tropa Rosa Choq 14h: • Geografia: à tarde: Debates com movimentos sociais • História: Indicativo do Comando de Greve da História 17h: • História: Discussão “UNIR” 18h: • Comando de Greve: Reunião na FAU, sala 801 19h: • História: Sarau Artístico 22h: • Grande Show em apoio à Greve dos Estudantes da USP Estudantes, funcionários e professores em defesa da universidade pública e das liberdades democráticas, Este é o seu jornal. Contribuam! Promovam-no! Defendam-no! O Jornal da USP Livre! é uma iniciativa dos estudantes da USP que participaram da ocupação da Reitoria contra a PM, os processos e a ditadura do reitor-interventor João Grandino Rodas. Chamamos a todos que apoiam esta luta a contribuir com seus textos, idéias e apoio material e a ajudar a sustentá-lo como um organizador coletivo da luta contra a privatização da USP. Escreva para: [email protected] www.usplivre.org.br Jornal da USP livre! ANO I • Nº 6 • SÃO PAULO Abaixo-assinado pelo fim dos processos contra os 73 presos políticos da USP • SEGUNDA-fEIrA, 21 DE NOVEMBrO DE 2011 • TIrAGEM: 3.000 A luta dos estudantes EXEMPLArES coloc ou em debate: a questão do poder na USP www.usplivre.org.br No último sábado (19/11) reunião dos 73 presos políticosuma da USP aprovou o seguinte Desde a prisão de três estunada vai mudar na universidade um abaixo-assinado contra texto para dantes pela Polícia Militar na ou, administrativa e judicial dosa punição FFLCH, em última instância, vai em 27 de outubro, o mutes e funcionários presos estudandar apenas aquilo que Rodas e de Choque na desocupaçãopela Tropa movimento estudantil da USP se a burocracia universitária acharia. Leia e divulgue! Pegue da Reito- unificou em torno a três reivinuma cópia dicações rem conveniente. Entre a com a pessoa que estiver distribuindo esquerprincipais: “Fora PM”; da, duas outras propostas este jornal e participe da campanha! “Fim dos processos contra de esestu- tatuinte e, portanto, dantes e funcionários” de poder na Contra a criminalização e “Fora universidade, dos estão colocadas: a Rodas”. 73 presos políticos da USP paritária e a proporcional. processos contra estudantese os É esta última, no entanto, e Parte da esquerda reivinditrabalhadores que leva a um desdobramento ca que, caso haja uma fundamental, colocando “No dia 8/11, o governo nova- esta seja organizada estatuinte, do de São Paulo e a Reitoria do Esta- mente em perspectiva de acordo a luta dos com o princípio foram responsáveis pela prisãoda USP estudantes para de “paridade” controlar a uni- entre de 73 ativistas do movimento estudantil os três setores que come versidade. sindical que protestavam põem a universidade. pela retiraA USP ainda é regida pelo É preciso tirar as consequencias da da Polícia Militar da USP, esEmbora seus defensores a anu- tatuto criado durante lação do convênio entre ale- Só vamos conseguir acabar com da palavra-de-ordem de “Fora Rodas”. a ditadura Polícia Militar assinado ema USP e a militar. O poder está concentrado guem que esta é a proposta mais abaixo o poder da reitoria e do a ditadura na universidade colocando antidemocrático Conselho setembro democrática, pois de 2011 e o fim dos processos Universitário. nas mãos de um punhado de pro- res estariam em todos os seto- dade na representação dos dinistrativos e judiciais contra admi- fessores pé de igualdade, ferentes locada na USP e quando titulares. ativistas Para mantê-lo, setores no comando da Rodas do movimento estudantil isto representaria, na realidade, e sindical diversos dispositivos criados anunciou seu plano de a universidade (hoje sua da universidade. Concordando-se privatidu- submissão da vontade composi- zação? Nenhum. , ou rante o regime militar da maio- ção é de cerca não, com o método de luta Assim como ainda vide 90% de profesou com o mérito da causa utilizado goram: 1) penas disciplinares ria da universidade (os estudan- sores, 6% de estudantes e 3% de nas mobilizações dos últimos tes e funcionários) à vontade o fato é que o indiciamentodefendida, e administrativa dez anos foram também da funcionários). s são impostas minoria dos maprincinifestantes, ainda mais considerando (os professores), já que a estudantes e funcionários palmente os estudantes, Por isso, a proposta mais que esse setor minoritário a força policial totalmente pro- sumiram a liderança que ascontinua- gressista e a porcional que foi utilizada, despro- participam de manifestações po- ria ganhando da defesa única capaz de mu- da universidade representa líticas; 2) a composição enorme vantagem dar uma forma de criminalização pública de fato a situação dentro antide- sobre os demais. da po- mocrática da os ataques do governo contra lítica, uma repressão aos movimentos do Conselho Univeruniversidade, transformando do EstaEm uma sociais, um atentado à democracia situação de parida- -a - do (corte de professores, sitário e 3) a própria figura em um centro tentatie do de, isto é, em que uma agressão aos Direitos os diferentes de conhecimento de produção va de retirar a autonomia Humanos, reitor, uma entidade com podeda univisto que a Declaração Universal, setores teriam o mesmo voltado para a versidade, número população é de res quase absolutos sobre a unirepressão etc.). 1948, garante a liberdade a reivindicação de de votos Os estudantes são a parcee de expressão (art. 19), de opinião versidade, indicada diretamente tatuinte, em uma assembleia es- que a assembleia estatuinte seja la não apenas o voto de um do que cumpre ao Estadopreconizan- pelo governo do Estado, em desinteressada de Direito um valeria 16 vezes mais professor formada de maneira proporciorespeitar o exercício da ação esquema de perpetuação negociações que ocorrem das do que o nal, ou seja, com com uma maioria de natureza reivindicatória, política mando da universidade no co- dos estudantes e três vezes mais ‘para que de estudantes e que a universi- as verbas públicas no interior da daqueles do que os funcionários. o homem não seja compelido, burocracia universitária, como que são a verdadeira minoria último recurso, à rebelião que não na Isto significa que enquan- dade seja governada da mesma usufruem contra comunidade a tiacadêmica. rania e a opressão’. to um delegado dos professores maneira: por uma representação (exceto de nenhum privilégio uma ínfima minoria de “Nós, abaixo-assinados, proporcional entre os nos de- A a uma eventual assembleia claramos contrários à criminalização “estatuinte paritária” não esta- res que a compõem, três seto- pelegos cooptados pela engrenatuinte estaria representando isto é, pela gem), mas dos 73 presos políticos da , USP, que se é estatuinte e não é uma são também a maioinsere no contexto do imoral exemplo, 50 professores, por maioria estudantil. alternativa ao poder da ria oprimida e desproo depela ditadura Os conservadores argumenporcional processo persecutório, da bulegado dos estudantes represenrocracia universitária. mente contrário ao interesse total- burocracia na universidade tam que essa proposta é taria 800 estudantes e ambos absurNas próximas edições discuque se instaurou no seio da público, te- da, pois acreditam maior unique os profes- tiremos versidade pública da América A forma como a estatuin- riam o mesmo poder de decisão. sores, que as manobras e acordos Latina atualmente dirigem a Esta proposta não eliminaria por obra do atual Reitor. Solicitamos te é convocada define quem que se escondem detrás universidade, devem ter a dessa vai a contradição fundamental anulação destes inquéritos, um pa- proposta, como bem como mandar na universidade. Se exis- pel fundamental Rodas pretende a retirada dos processos anteriores ela tente na administração no governo da usar a a for chamada com base no Conda USP universidade. proposta de “estatuinte” estudantes e funcionários da e tal como ela é hoje. Apenas USP”. selho Universitário os erros cometidos ate- O imbecil da revista VEJA que aí está, nuaria os nas mobilizaNo efeitos da desigual- veram entanto, que papel eles ti- ções anteriores em relação a essa quando a polícia foi coproposta. vista, pede que ele investigue, e recorrem a atos terroristas ele investiga. Ele escreve ou à precipitada. o que o luta Vocês conhecem o IMBECIL mo do capitalismo para impedir mandam escrever. Não tem ideo- rantearmada, como ocorreu duEntão, com a ajuda dos canais da revista Veja? O nome a ditadura militar -- que logia, não tem ideias. Sua dele é o ascenso das massas. de comunicação ideoloReinaldo Azevedo. Chamá-lo de movimentos sociais Quando os gia é de terceiros, suas ideias são surgiu no país em 1964 e que, de quem trabalha da revista para fascista seria correto. Mas certa forma, ainda não desaparee cumpre também não é a bandeira vermelha,acenam com notas de reais. o papel de capacho, Reinaldo um fascista assumido. Aliás, a classe doceu por completo. Agora, ele ele procura distorcer a minante faz acordo com a Azevedo lança a campanha não assume nada do que diz. Parece, no entanto, que a extre- realidade com pela Por ma-direita. A social-democra a própria realida- reita di- chapa Reação (veja dois motivos: primeiro, neoliberal cia de o nome). A não tem ideias próprias; porque alemã apelou para o partido na- sa distorcida em que vive. Acu- com a ascensão anda assustada chapa conta com o apoio de oua esquerda de ser fascista, do movimento tros ressuscitados, do, porque a ignorância segun- zista para impedir que os comu- sendo dele é nistas chegassem que o fascista é ele e a em- de massa. Em verdade, anda as- e o integralismo, como o CCC assombrosa. ao poder. Ge- presa para sustada com a própria sombra. além de a qual trabalha. túlio Vargas, no Brasil, recorreu pos como os neonazistas, gruMas é fascista sim e que já sa os estudantes de serem Acu- Pois os movimentos de massa es- adentram da ex- tavam calmos, não pode esconder. E aquiisso ele aos integralistas para colocar o trema-esquerd a Universidade graças embora latentes. ficará PCB na ilegalidade a, sendo que não A direita provado o que digo. e dar o golpe existe extrema-esque se assustou e despertou ao passaporte emitido pela Veja. rda no país. os que dormiam. A extrema-direita se rearticuEntretanto, provemos a boça- do Estado-Novo (golpe esse des- Os movimentos Ateou fogo caradamente apoiado pelo em la. de massa sem- mato seco lidade e a venalidade desse jornal pre foram acusados imaginando que não pois,Cuidado, seu Reinaldo. Deplu- O Globo). de extremis- haveria incêndio. mitivo. será difícil contê-la. Mas será que esse fascistazi- mo. Até mesmo o PCB! Os PCs Mas eu não sei por que Ele tenta demonstrar Agora, a esquerda se rearticu(filiados à URSS) nunca lhe faço essa foram la (liberta-se das movimentos fascistas daque os nho acredita mesmo nisso? É cla- extremistas, garras do pele- ca outra advertência, pois a únidéca- ro que não! Ele sabe mas moderadores. da de 1930 eram movimentos coisa de ignorância dele não dos fatos. A Buscaram sempre conter os mo- guismo petista) e os estudantes aqui, além extrema que há por esquerda. Esse imbecil é da extrema-direita, é a chega a tan- vimentos se mobilizam. E, co “historiador” no mundoo úni- to. O que se passa com ele é que próprio revolucionários, pois o biização, a direitacontra essa mo- extrema boçalidade desse senhor. recorre intei- ele é venal. A revista Stálin era contra-revoluUm grande abraço a todos. ro que acredita nessa bobagem. ma-direita. Isso mostra o à extreA da que ele escreva, e Veja man- cionário. quando extrema-direita é o recurso ele escreve. A extrema-esquerda é repre- a direita está assustada. Não haextre- O PSDB, patrocinador Afonso Teixeira Filho via dessa re- sentada por grupos sectários que de necessidade disso e a atitude Doutor em Letras e estudante desespero é demasiadamen de te Filosofia na USP ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDA NTES, QUARTA-FEIRA, ÀS 18H, NA POLI • FORA RODAS! FORA PM! Participe das reuniões abertas da redação do Jornal da USP Livre! toda a segunda-feira, às 18h, no Espaço dos Estudantes, prédio do meio (Filosofia/ Ciências Sociais) da FFLCH Jornal da USP Livre! É uma publicação dos estudantes da USP em luta contra a política de repressão e de privatização da USP promovida pelo reitor João Grandino Rodas. Contatos: • e-mail: [email protected] • site: www.usplivre.org.br • twitter: @usplivre • facebook: - www.facebook.com/usplivre fora rodas! • Não à privatização da USP • Fora a polícia do campus Adquira os adesivos da campanha e ajude a sustentar este jornal. Peça o seu! Tirem as mãos do Núcleo de Consciência Negra da USP! A Reitoria quer obrigar o Núcleo de Consciência Negra (NCN) da USP a desocupar o espaço ocupado para desenvolver suas atividades (Barracão 3 atrás da FEA) desde 1987. O NCN realiza atividades políticas, acadêmicas e culturais no espaço ocupado há 23 anos, dentre elas o Curso Popular Pré-Universitário, o Centro de Estudo de Idiomas (CEI), as Oficinas de Teatro e de Cidadania, que abarcam debates, seminários e palestras sobre a história, as de- mandas sociais e a cultura afro-brasileira. A dificuldade de manutenção do espaço é histórica, pois ao longo de existência, a USP mostrou-se contrária à presença, dentro de seus muros, de uma associação autônoma que defenda os interesses da comunidade negra (que é extremamente minoritária na USP devido à política racista e elitista imposta pelo vestibular e pela reitoria). Contudo, nos últimos anos, a Universidade de São Paulo está aumentando a repressão contra aqueles que possuem opiniões diferentes e/ou divergentes à da classe política dominante. O Núcleo vem negociando um convênio para manutenção do seu espaço físico, mas as condições que estão sendo impostas pela Reitoria visam acabar com sua autonomia, tentando transformar o NCN em um Núcleo de Cultura e Extensão da USP, ou seja, querem colocar o NCN sob o comando deles para que, sob o comando (ou desmando) do Reitor, possam simplesmente obrigar o NCN a sair do espaço e, é claro, em uma eventual recusa, chamar a Tropa de Choque como o fez recentemente na Reitoria. Incrível! Depois da PM, os mortos-vivos atacam o movimento estudantil da USP Quem não os conhece? São as mais famosas e das melhores criações do cinema trash. Eles são lentos, desengonçados, estão sempre apodrecendo e caindo aos pedaços, são lerdos de raciocínio ou completamente bestificados, ficam vagando pelas ruas e se alimentam de carne humana. Em alguns filmes fica clara a sua preferência especificamente pelo cérebro humano o que, embora tais figuras sejam imaginárias, suspeito que corresponda mais à natureza destes seres grotescos. Estamos nos referindo, está claro, aos mortos-vivos canibais popularizados nos filmes de César Romero como A noite dos mortos-vivos ou mais recentemente em seriados da televisão norte-americana como The walking dead. Todos conhecemos a historia desses monstros. Alguma entidade maléfica como o governo norte-americano ou outra, a propósito ou por acidente, provoca uma epidemia que dizima o gênero humano, supõe-se em escala mundial. Aí sobram uns poucos seres humanos normais que escaparam à terrível contaminação e uma gigantesca multidão de zumbis canibais. Sem ser especialista no assunto creio que quem os criou, na forma em que o cinema os popularizou, foi o romance de ficção científica I am legend, transportado para o cinema três vezes. Pois bem, ocorre que estes seres do apocalipse existem hoje, em forma ligeiramente modificada. A redação dos jornais capitalistas brasileiros está cheia deles. Eles convivem com outros jornalistas vivos e ainda com alguns outros que infelizmente nunca estiveram vivos. Quando estavam vivos tinham aspirações humanas que iam além da necessidade instintiva dos zumbis de saborearem carne humana, sonhavam, tinham aspirações, queriam um mundo melhor do que o que capitalismo pode oferecer, sentiam solidariedade humana, compaixão, ódio e indignação diante das mazelas da sociedade e do mundo. Agora, a única coisa que os preocupa é o canibalismo. Neste momento de completa histeria na imprensa de direita, eles saíram a campo para atacar o movimento estudantil da USP, quase imperceptíveis na gritaria de uma imprensa que está disposta a defender as mazelas do PSDB e da direita até o último centavo que receberam como recompensa por esta propaganda comissionada. Um deles, em particular, despertou a atenção. É o colunista de O Estado de S. Paulo Demétrio Magnoli que não faz muito tempo, esteve empenhado na campanha tipicamente antropofágica contra as cotas para negros. Uma das estrelas da pálida constelação de organizações como o Instituto Millenium, caricatura para os pobres brasileiros de uma instituição direitista norte-americana, quando estava vivo este Demétrio foi diretor do DCE da USP na gestão da então radical Liberdade e Luta. Naquela época, combatia a ditadura, se dizia comunista e trotskista, corria com o cabelo esvoaçante pelas ruas da Cidade Universitária e se dedicava a ocupar alternadamente a reitoria e o bandejão não aceitando a intromissão das forças repressivas no campus. Fazia discursos em assembleia, atacava a burguesia. Depois que saiu da universidade morreu e começou a apodrecer até se tornar um porta-voz da direita nacional, um boneco de ventríloquo dos grandes capitalistas e um canibal inimigo do gênero humano. Sua última proeza de morto-vivo foi atacar os negros para se opor ao sistema de cotas estabelecido pelo governo do PT, uma ínfima concessão, em grande medida puramente aparente, aos negros. Na última edição dominical de O Estado de S. Paulo mostrou toda a sua ira de morto-vivo lançando-se com sede de sangue e carne humana contra o movimento estudantil da USP da maneira mais extremada de todas. “Não são estudantes”, apostrofou o morto que anda. Sua conclusão vai além da canalhice exibida por toda a imprensa capitalista e direitista que disse que o movimento era para defender maconheiros: classificou logo os estudantes como um movimento de marginais. A própria ditadura militar era muito mais comedida, por onde se vê que há mortos-vivos e mortos-vivos. Nos filmes de mortos-vivos, muitos devem ter percebido, esporadicamente, algum dos seres inumanos tem um momento em que parece se lembrar do tempo em que estava vivo. O mesmo acontece com o nosso zumbi. Em sua matéria refere-se ao tempo em que era estudante para dizer como todo bom morto-vivo: “no meu tempo era diferente!” Fica aqui a indagação: será que o Demétrio Magnoli dos tempos antigos da ditadura, ou seja, do tempo em que estava vivo, concordaria com o Demétrio Magnoli que está apodrecendo aos olhos de todos como morto-vivo da direita? Está absolutamente claro que não. Temos clareza de que o cérebro do morto-vivo não é que foi em vida. Está podre e não funciona mais a não ser como um impulso canibal de autopreservação animal, uma definição que se poderia estender a toda a direita. Mesmo assim, está claro que o Demétrio Magnoli vivo teria sido o primeiro a condenar e combater as macaquices políticas do Demétrio Magnoli morto-vivo, bufão desengonçado da burguesia paulistana direitista. O morto-vivo não se lembra disso por este pequeno problema fisiológico da degeneração dos tecidos. Não há dúvida de que os mortos-vivos tenham se agitado com a ação dos estudantes da USP. Eles têm medo dos vivos, os quais podem acabar com o reinado do PSDB e da direita sobre o pobre Estado de S. Paulo. O PSDB, o qual, na realidade, o morto-vivo de O Estado de S. Paulo veio defender chamando os estudantes de marginais, é o partido por excelência dos mortos-vivos. Em sua maioria, seus integrantes apenas lembram vagamente quem foram quando estavam vivos. Ali está Fernando Henrique Cardoso que, quando estava vivo, foi sociólogo esquerdista que procurava analisar os verdadeiros problemas nacionais e que depois tornou-se presidente preocupado apenas com a carne humana. Ali está José Serra que, em vida, foi presidente da UNE e que se decompôs tanto que até perdeu todo o cabelo e mal consegue falar e andar. E muitos outros mortos que andam no meio dos vivos, empesteando o mundo com o seu tecido purulento e o cheiro da decomposição. O partido é um verdadeiro cemitério de mortos que simulam a vida. Nos filmes, os mortos-vivos morrem quando se atinge o cabeça. Perdoem o erro, quero dizer, obviamente, a sua cabeça oca. Os vivos devem aprender a tratar com os mortos-vivos da direita para se livrar deles e recuperar o mundo. Rafael Dantas Estudante de Filosofia