Jornal da USP - USP Livre! Fora Zago! Fora PM!

Transcrição

Jornal da USP - USP Livre! Fora Zago! Fora PM!
ornal
da
USP
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J
ANO I • Nº 7 • SÃO PAULO • terça-feira, 22 DE NOVEMBRO DE 2011 • TIRAGEM: 3.000 EXEMPLARES
A estatuinte deles e a nossa
Estudantes, cuidado: um golpe está
sendo preparado contra a mobilização
Apesar de falar em “estatuinte soberana”, uma parte
da esquerda está disposta a
“negociar” com a reitoria. Foi
neste sentido que diretores do
DCE ligados ao Psol apresentaram à assembleia geral do
dia 17 a proposta de que se
formasse uma comissão para
abrir negociação imediata com
a reitoria.
Os estudantes rejeitaram
esta proposta considerando
que Rodas ainda não apresentou nada de novo ao movimento. O Psol, inconformado com
a derrota na assembleia, retirou sua proposta de “negociação já” e prometeu apresentá-la na próxima assembleia geral, que será realizada no dia
23 (quarta-feira) na Poli.
Querem, a todo custo, colocar na mesa de negociação
com a reitoria sua proposta de
“estatuinte”. Mas, o que está
por trás disso?
Há algumas semanas atrás,
durante a ocupação da reitoria,
vieram à tona e-mails enviados pelo Assessor Técnico do
Gabinete do reitor, o professor José Clóvis de Medeiros
Lima, ao reitor relatando uma
conversa daquele com dirigentes estudantis identificados
como representantes de “setores organizados do movimento
estudantil” durante a ocupação
do prédio da administração da
FFLCH, que antecedeu a ocupação da reitoria.
O assessor do reitor apresenta algumas propostas para
colocar fim à ocupação do prédio da Administração da FFLCH, dentre elas:
“Para além da crítica à
invasão (o que certamente
ocorrerá [em uma reunião da
Congregação da FFLCH que
se realizou dois dias depois
da ocupação]), os alunos [representantes do ‘movimento
estudantil organizado’] entendem que a Congregação
pode encaminhar ao sr. e
ao CO [Conselho Universitário], uma proposta de
reforma do Estatuto com
vistas a mudar a estrutura
de poder. Eles falam numa
estatuinte, mas acho que se
o sr. propuser uma reforma
no Estatuto que contemple a
proporcionalidade prevista
na LDB [Lei de Diretrizes e
Bases] e que as eleições para
Reitor e Diretores de Unidades ocorram em dois turnos,
nos quais todos os Conselhos
votem e os três mais votados componham a lista. Isso
eu acredito que eles topam”
(grifo nosso).
Eis a explicação do porquê
a direção do DCE insistiu em
incluir, sem qualquer discussão prévia com o conjunto
dos estudantes mobilizados
desde o conflito com a PM na
FFLCH em 27 de outubro, sua
proposta de “estatuinte” entre
os eixos da greve na última
assembleia: a proposta foi discutida... (quem participou?)
com a reitoria, às costas dos
estudantes.
Agora, os representantes
dos “setores organizados do
movimento estudantil” ensaiam uma farsa: querem
apresentar à reitoria a proposta da própria reitoria
travestida de reivindicação
estudantil.
Pretendem fazer o mesmo
“flexibilizando” a reivindicação dos estudantes que lutam
pela retirada da PM do campus e o fim do convênio entre
a universidade e a polícia.
O e-mail do assessor do
reitor assegura que uma saída
para o impasse em que a administração da universidade
foi colocada seria a criação
de “um Fórum Permanente de
Segurança possa ser constituído com a presença de representantes deles próprios [i.e.,
das “direções e setores organizados”, quem são eles?], da
PM, de ilustres professores da
USP e representantes dos funcionários”.
A direção do DCE quer, agora, apresentar de contrabando
estas propostas ao movimento,
pedindo a reabertura de negociações com a reitoria para ter a
oportunidade de apresentar novamente as propostas já rejeitadas pelos estudantes e manobrar
com isso para “conquistar” da
reitoria única e exclusivamente o que ela está disposta a dar:
uma reforma inócua dos estatutos da USP, sem a mobilização
dos estudantes, e que não interfira com os planos da reitoria e
do governo de privatização da
USP.
Os únicos que serão beneficiados pela “estatuinte” são
uma parcela minoritária da
própria burocracia de professores que administram a universidade. Com a reforma dos
estatutos proposta por Rodas
e pela esquerda partidária de
que haja “diretas para reitor”,
isto é, que se mantenha o poder
unipessoal e antidemocrático
da reitoria, a única mudança
efetiva será a abertura de mais
oportunidades para que um
punhado de professores possa
se beneficiar com promoções
e cargos na administração das
suas faculdades e da universidade de conjunto.
A mobilização dos estudantes colocou em pauta a questão
do poder na USP.
Por meio da reivindicação
de “estatuinte soberana já”
aprovada na Assembleia Geral
do último dia 17, os estudantes expressaram o seu desejo
de modificar profundamente a
forma como a universidade é
administrada.
É preciso esclarecer, portanto, o significado desta bandeira de luta.
vatização da USP, ou seja, com
uma ínfima minoria da comunidade universitária. Algumas
delas, inclusive, já foram colocadas em prática. É o caso, por
exemplo, das mudanças no sistema de carreira dos professores
e do PROADE, que serve para
justificar e agilizar a demissão
de um grande número de funcionários da universidade elevando
as exigências feitas sobre estes.
A farsa da reforma
do estatuto
promovida por Rodas
www.usplivre.org.br
as decisões à revelia da vontade
de estudantes e funcionários.
Neste sentido, os estudantes
também não podem se deixar
levar pela conversa pseudo-democrática de alguns setores
da esquerda universitária que
falam em “eleições diretas para
reitor”. Dar aos estudantes o
poder de apenas escolher aquele que irá administrar a universidade quase que com poderes
monárquicos não vai alterar em nada a maneira antidemocrática com que a
USP vem sendo conduzida
ao desastre pelos interventores do Estado.
Rodas, o reitor-interO que é uma
estatuinte de verdade?
ventor indicado pelo governo do PSDB para encaminhar a privatização
A “estatuinte soberana”
da universidade (ou, como
reivindicada pelos estudanele mesmo afirmou no jartes tem como pressuposto a
gão direitista da moda, a
autonomia da universidade,
“modernização” da USP),
que está sendo pisoteada
é contra que haja qualquer A ex-reitora, Suely Vilela, passou o bastão
neste instante pela Polícia
tipo estatuinte. Não quer para Rodas. Diretas para reitor não resolvem Militar chamada pelo inaceitar a deliberação de- o problema. É preciso acabar com o poder
terventor do Estado na USP
mocrática da maioria da unipessoal da reitoria e a ditadura dos
para reprimir o movimento
professores titulares no Conselho Universitário estudantil e calar a discusuniversidade.
No entanto, mesmo os inisão democrática. Não é possível
migos da democracia na uni- “Estatuinte soberana”
falar seriamente em estatuinte
versidade, precisam promover ou “diretas para reitor”? enquanto a PM está no campus
algumas mudanças no regimene a autonomia da universidade é
to interno da USP para colocar
Uma “estatuinte” que não ferida pela mais brutal intervenseus planos de privatização em coloca em questão o poder não ção estatal.
prática. Para tanto, Rodas e seus é uma estatuinte de verdade. É
É preciso liquidar o poder
representantes já afirmaram apenas uma comissão para dis- de Rodas e de qualquer outro
que estão dispostos a negociar cutir o estatuto. Mas, discutir reitor-interventor sobre a unipequenas alterações nos esta- para quê se Rodas já afirmou versidade. Para que a USP seja
tutos da USP. Mas não com os que vai colocar em prática as efetivamente democrática e
estudantes! Para eles, a opinião mudanças que pretende fazer?
possa servir fielmente aos intedos que são a razão de existir da
Para que a “estatuinte” seja resses da esmagadora maioria
universidade não importa.
soberana, esta deve se dar so- da população pobre e trabalhaA reitoria quer discutir ape- bre a base da liquidação do po- dora, que hoje está fora dela, é
nas com os professores titulares, der unipessoal da reitoria e da preciso que haja um governo
que mandam nas faculdades e dissolução do antidemocrático verdadeiramente democrático
no Conselho Universitário e que Conselho Universitário, onde na universidade: um governo
são indicados por ela mesma, um punhado de professores ti- proporcional de estudantes,
para definir que mudanças serão tulares (a verdadeira minoria funcionários e professores, ou
necessárias para facilitar a pri- dentro da universidade!) toma seja, com maioria estudantil.
Todos ao ato na Avenida Paulista
A última assembleia geral
dos estudantes da USP aprovou a realização um ato público na próxima quinta-feira, dia
24/11, às 14h, na Avenida Paulista.
É necessário fazer uma ampla convocação para que o ato
seja massivo e mostre a força
do movimento diante das atrocidades que estão sendo cometidas pelo reitor Rodas e pelo
PSDB que querem vender a
USP e abrir caminho a privatização de todo o ensino superior
brasileiro.
A luta contra a política de
repressão de Rodas deve ser
ampliada para que a reitoria fique cada vez mais isolada e
seja obrigada a atender as reivindicações dos estudantes e
funcionários.
Quinta-feira, 24/11
Concentração: às 14h na Praça Oswaldo Cruz
Trajeto da passeata: da Praça Oswaldo Cruz até a Consolação e de volta até o MASP
Aula pública: às 18h no vão do MASP
Levem suas bandeiras, faixas e cartazes para mostrar à
população pelo que os estudantes da USP estão lutando!
Fora Rodas!
Fora PM!
Fim dos processos contra estudantes e
funcionários!
ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDANTES, QUARTA-FEIRA, ÀS 18H, NA POLI • FORA RODAS! FORA PM!
2
Calendário da greve:
Jornal da USP livre!
Quarta-feira (23/11)
Quinta-feira (24/11)
8h30:
• FAU: das 08h30 às 12h: Filmes
• Grupos de Trabalho
10h:
• Comando de Greve: Panfletagem no entorno do metrô
Butantã
• ECA: Oficina do TANQ_ROSACHOQ_+ Base Móvel Artística
12h:
• IP: das 12h às 14h: Assembléia
da Psicologia (Pedido de ajuda
para a mobilização)
13h:
• ECA: Concentração na Prainha
(ECA) – cartazes, adereços, etc.
14h:
• ECA: Ato na congregação da
ECA
• FAU: das 14h às 18h: Oficina de
lambe-lambe
• Geografia: à tarde: Comando de
Greve
• Discussão da Mídia
• História: Debate: Cotas e Democracia na USP - Convidada:
Profª Maria Helena
15h
• ECA: Saída do cortejo da base
móvel artística até a base da PM
(se não houver base, arrastão
pelos cursos divulgando o ato da
5ª feira e a Assembléia Geral
18h:
Assembleia Geral dos Estudantes da USP! Local: POLI
8h:
• ECA: Aula pública sobre ação
da mídia
8h30:
• FAU: das 8h30 às 12h: Filmes
• Reunião da comissão de comunicação da FAU
14h:
• Ato na Paulista – concentração
na Pça. Oswaldo Cruz (metrô
Paraíso) Percurso do Ato: da pça.
Oswaldo Cruz até a Consolação
e volta até o MASP; Aula Pública
no Vão do MASP sobre “Democracia” (convidados: chamado
amplo a intelectuais, entidades
estudantis e sindicais que apóiam
o nosso movimento).
Sexta-feira (25/11)
10h:
• ECA: Pintura do Canil – Base
permanente da Tropa Rosa Choq
14h:
• Geografia: à tarde: Debates com
movimentos sociais
• História: Indicativo do Comando de Greve da História
17h:
• História: Discussão “UNIR”
18h:
• Comando de Greve: Reunião
na FAU, sala 801 19h:
• História: Sarau Artístico
22h:
• Grande Show em apoio à Greve
dos Estudantes da USP
Estudantes, funcionários e professores em defesa da
universidade pública e das liberdades democráticas,
Este é o seu jornal. Contribuam!
Promovam-no! Defendam-no!
O Jornal da USP Livre! é
uma iniciativa dos estudantes da
USP que participaram da ocupação da Reitoria contra a PM, os
processos e a ditadura do reitor-interventor João Grandino Rodas.
Chamamos a todos que
apoiam esta luta a contribuir
com seus textos, idéias e apoio
material e a ajudar a sustentá-lo como um organizador coletivo da luta contra a privatização
da USP.
Escreva para:
[email protected]
www.usplivre.org.br
Jornal da USP livre!
ANO I • Nº 6 • SÃO PAULO
Abaixo-assinado pelo
fim dos processos
contra os 73 presos
políticos da USP
• SEGUNDA-fEIrA,
21 DE NOVEMBrO DE
2011 • TIrAGEM: 3.000
A luta dos estudantes
EXEMPLArES
coloc
ou em debate:
a questão do poder
na USP
www.usplivre.org.br
No último sábado (19/11)
reunião dos 73 presos políticosuma
da
USP aprovou o seguinte
Desde a prisão de três estunada vai mudar na universidade
um abaixo-assinado contra texto para dantes pela
Polícia Militar na ou,
administrativa e judicial dosa punição FFLCH,
em última instância, vai
em 27 de outubro, o
mutes e funcionários presos estudandar apenas aquilo que Rodas
e
de Choque na desocupaçãopela Tropa movimento estudantil da USP se a burocracia
universitária acharia. Leia e divulgue! Pegue da Reito- unificou em torno a três reivinuma cópia dicações
rem conveniente. Entre a
com a pessoa que estiver distribuindo
esquerprincipais: “Fora PM”;
da, duas outras propostas
este jornal e participe da campanha!
“Fim dos processos contra
de esestu- tatuinte e, portanto,
dantes e funcionários”
de poder na
Contra a criminalização
e “Fora universidade,
dos
estão colocadas: a
Rodas”.
73 presos políticos da USP
paritária
e
a
proporcional.
processos contra estudantese os
É esta última, no entanto,
e
Parte da esquerda reivinditrabalhadores
que leva a um
desdobramento
ca que,
caso haja uma
fundamental, colocando
“No dia 8/11, o governo
nova- esta seja organizada estatuinte,
do de São Paulo e a Reitoria do Esta- mente em perspectiva
de acordo
a luta dos com o princípio
foram responsáveis pela prisãoda USP estudantes para
de “paridade”
controlar a uni- entre
de 73
ativistas do movimento estudantil
os três setores que come versidade.
sindical que protestavam
põem a universidade.
pela retiraA USP ainda é regida pelo
É preciso tirar as consequencias
da da Polícia Militar da USP,
esEmbora seus defensores
a anu- tatuto criado durante
lação do convênio entre
ale- Só vamos conseguir acabar com da palavra-de-ordem de “Fora Rodas”.
a ditadura
Polícia Militar assinado ema USP e a militar. O poder está concentrado guem que esta é a proposta mais abaixo o poder da reitoria e do a ditadura na universidade colocando
antidemocrático Conselho
setembro
democrática, pois
de 2011 e o fim dos processos
Universitário.
nas mãos de um punhado
de pro- res estariam em todos os seto- dade na representação dos dinistrativos e judiciais contra admi- fessores
pé de igualdade, ferentes
locada na USP e quando
titulares.
ativistas
Para
mantê-lo,
setores no comando da
Rodas
do movimento estudantil
isto representaria, na realidade,
e sindical diversos dispositivos criados
anunciou seu plano de
a universidade (hoje sua
da universidade. Concordando-se
privatidu- submissão da vontade
composi- zação? Nenhum.
, ou rante o regime militar
da maio- ção é de cerca
não, com o método de luta
Assim como
ainda
vide 90% de profesou com o mérito da causa utilizado goram: 1) penas disciplinares ria da universidade (os estudan- sores,
6% de estudantes e 3% de nas mobilizações dos últimos
tes e funcionários) à vontade
o fato é que o indiciamentodefendida, e administrativa
dez anos foram também
da funcionários).
s são impostas minoria
dos maprincinifestantes, ainda mais considerando
(os professores), já que
a estudantes e funcionários
palmente os estudantes,
Por isso, a proposta mais
que esse setor minoritário
a força policial totalmente
pro- sumiram a liderança que ascontinua- gressista e a
porcional que foi utilizada, despro- participam de manifestações po- ria ganhando
da defesa
única
capaz
de mu- da universidade
representa líticas; 2) a composição
enorme vantagem dar
uma forma de criminalização
pública
de fato a situação dentro
antide- sobre os demais.
da po- mocrática
da os ataques do governo contra
lítica, uma repressão aos movimentos
do Conselho Univeruniversidade, transformando
do
EstaEm
uma
sociais, um atentado à democracia
situação de parida- -a
- do (corte de professores,
sitário e 3) a própria figura
em um centro
tentatie
do de, isto é, em que
uma agressão aos Direitos
os diferentes de conhecimento de produção va de retirar a autonomia
Humanos, reitor, uma entidade com podeda univisto que a Declaração Universal,
setores teriam o mesmo
voltado para a versidade,
número população é
de res quase absolutos sobre a unirepressão etc.).
1948, garante a liberdade
a reivindicação de
de votos
Os estudantes são a parcee de expressão (art. 19), de opinião versidade, indicada diretamente tatuinte, em uma assembleia es- que a assembleia
estatuinte seja la não apenas
o voto de um
do que cumpre ao Estadopreconizan- pelo governo do Estado, em
desinteressada
de Direito
um valeria 16 vezes mais professor formada de maneira proporciorespeitar o exercício da ação
esquema de perpetuação
negociações que ocorrem das
do que o nal, ou seja,
com
com uma maioria
de natureza reivindicatória, política mando da universidade no co- dos estudantes e três vezes mais
‘para que
de estudantes e que a universi- as verbas públicas no interior da
daqueles do que os funcionários.
o homem não seja compelido,
burocracia universitária,
como que são a verdadeira minoria
último recurso, à rebelião
que não
na
Isto significa que enquan- dade seja governada da mesma usufruem
contra
comunidade
a
tiacadêmica.
rania e a opressão’.
to um delegado dos professores maneira: por uma representação (exceto de nenhum privilégio
uma ínfima minoria de
“Nós, abaixo-assinados,
proporcional entre os
nos de- A
a uma eventual assembleia
claramos contrários à criminalização
“estatuinte paritária” não
esta- res que a compõem, três seto- pelegos cooptados pela engrenatuinte estaria representando
isto é, pela gem), mas
dos 73 presos políticos da
,
USP, que se é estatuinte e não é uma
são também a maioinsere no contexto do imoral
exemplo, 50 professores, por maioria estudantil.
alternativa ao poder da
ria
oprimida
e
desproo
depela
ditadura
Os conservadores argumenporcional processo persecutório,
da bulegado dos estudantes represenrocracia universitária.
mente contrário ao interesse total- burocracia na universidade
tam que essa proposta é
taria 800 estudantes e ambos
absurNas próximas edições discuque se instaurou no seio da público,
te- da, pois acreditam
maior unique os profes- tiremos
versidade pública da América
A forma como a estatuin- riam o mesmo poder de decisão. sores, que
as manobras e acordos
Latina
atualmente dirigem a
Esta proposta não eliminaria
por obra do atual Reitor. Solicitamos
te é convocada define quem
que se escondem detrás
universidade, devem ter
a
dessa
vai a contradição fundamental
anulação destes inquéritos,
um pa- proposta, como
bem como mandar na universidade. Se
exis- pel fundamental
Rodas pretende
a retirada dos processos anteriores
ela tente na administração
no governo da usar a
a for chamada com base no Conda USP universidade.
proposta de “estatuinte”
estudantes e funcionários da
e
tal como ela é hoje. Apenas
USP”.
selho Universitário
os erros cometidos
ate-
O imbecil da revista VEJA
que aí está, nuaria os
nas mobilizaNo
efeitos da desigual- veram entanto, que papel eles ti- ções anteriores em
relação a essa
quando a polícia foi coproposta.
vista, pede que ele investigue,
e recorrem a atos terroristas
ele investiga. Ele escreve
ou à precipitada.
o que o luta
Vocês conhecem o IMBECIL
mo do capitalismo para impedir mandam escrever. Não tem ideo- rantearmada, como ocorreu duEntão, com a ajuda dos canais
da revista Veja? O nome
a ditadura militar -- que
logia, não tem ideias. Sua
dele é o ascenso das massas.
de comunicação
ideoloReinaldo Azevedo. Chamá-lo
de movimentos sociais Quando os gia é de terceiros, suas ideias são surgiu no país em 1964 e que, de quem trabalha da revista para
fascista seria correto. Mas
certa forma, ainda não desaparee cumpre também
não é a bandeira vermelha,acenam com notas de reais.
o papel de capacho, Reinaldo
um fascista assumido. Aliás,
a classe doceu
por
completo.
Agora,
ele
ele procura distorcer a
minante faz acordo com a
Azevedo lança a campanha
não assume nada do que diz.
Parece, no entanto, que a
extre- realidade com
pela
Por ma-direita. A social-democra
a própria realida- reita
di- chapa Reação (veja
dois motivos: primeiro,
neoliberal
cia de
o nome). A
não tem ideias próprias; porque alemã apelou para o partido na- sa distorcida em que vive. Acu- com a ascensão anda assustada chapa conta com o apoio de oua esquerda de ser fascista,
do movimento tros ressuscitados,
do, porque a ignorância segun- zista para impedir que os comu- sendo
dele é nistas chegassem
que o fascista é ele e a em- de massa. Em verdade, anda as- e o integralismo, como o CCC
assombrosa.
ao poder. Ge- presa para
sustada com a própria sombra.
além de
a qual trabalha.
túlio Vargas, no Brasil, recorreu
pos como os neonazistas, gruMas é fascista sim e
que já
sa os estudantes de serem Acu- Pois os movimentos de massa es- adentram
da ex- tavam calmos,
não pode esconder. E aquiisso ele aos integralistas para colocar o trema-esquerd
a Universidade graças
embora latentes.
ficará PCB na ilegalidade
a, sendo que não A direita
provado o que digo.
e dar o golpe existe extrema-esque
se assustou e despertou ao passaporte emitido pela Veja.
rda no país. os que dormiam.
A extrema-direita se rearticuEntretanto, provemos a boça- do Estado-Novo (golpe esse des- Os movimentos
Ateou
fogo
caradamente apoiado pelo
em la.
de massa sem- mato seco
lidade e a venalidade desse
jornal pre foram acusados
imaginando que não pois,Cuidado, seu Reinaldo. Deplu- O Globo).
de extremis- haveria incêndio.
mitivo.
será difícil contê-la.
Mas será que esse fascistazi- mo. Até mesmo o PCB! Os PCs
Mas eu não sei por que
Ele tenta demonstrar
Agora, a esquerda se rearticu(filiados à URSS) nunca
lhe
faço essa
foram la (liberta-se das
movimentos fascistas daque os nho acredita mesmo nisso? É cla- extremistas,
garras do pele- ca outra advertência, pois a únidéca- ro que não! Ele sabe
mas moderadores.
da de 1930 eram movimentos
coisa
de ignorância dele não dos fatos. A Buscaram sempre conter os mo- guismo petista) e os estudantes aqui, além extrema que há por
esquerda. Esse imbecil é
da extrema-direita, é a
chega a tan- vimentos
se mobilizam. E,
co “historiador” no mundoo úni- to. O que se passa com ele é que próprio revolucionários, pois o biização, a direitacontra essa mo- extrema boçalidade desse senhor.
recorre
intei- ele é venal. A revista
Stálin era contra-revoluUm grande abraço a todos.
ro que acredita nessa bobagem.
ma-direita. Isso mostra o à extreA da que ele escreva, e Veja man- cionário.
quando
extrema-direita é o recurso
ele escreve.
A extrema-esquerda é repre- a direita está assustada. Não haextre- O PSDB, patrocinador
Afonso Teixeira Filho
via
dessa re- sentada por
grupos sectários que de necessidade disso e a atitude
Doutor em Letras e estudante
desespero é demasiadamen
de
te
Filosofia na USP
ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDA
NTES, QUARTA-FEIRA, ÀS 18H,
NA POLI • FORA RODAS! FORA
PM!
Participe das reuniões abertas da
redação do Jornal da USP Livre!
toda a segunda-feira, às 18h, no Espaço
dos Estudantes, prédio do meio (Filosofia/
Ciências Sociais) da FFLCH
Jornal da USP Livre!
É uma publicação dos estudantes da USP em luta contra a
política de repressão e de privatização da USP promovida pelo
reitor João Grandino Rodas.
Contatos:
• e-mail: [email protected]
• site: www.usplivre.org.br
• twitter: @usplivre
• facebook:
- www.facebook.com/usplivre
fora
rodas!
• Não à privatização
da USP
• Fora a polícia do
campus
Adquira os adesivos da
campanha e ajude a sustentar
este jornal. Peça o seu!
Tirem as mãos do Núcleo de
Consciência Negra da USP!
A Reitoria quer obrigar o
Núcleo de Consciência Negra
(NCN) da USP a desocupar o espaço ocupado para desenvolver
suas atividades (Barracão 3 atrás
da FEA) desde 1987.
O NCN realiza atividades
políticas, acadêmicas e culturais
no espaço ocupado há 23 anos,
dentre elas o Curso Popular Pré-Universitário, o Centro de Estudo de Idiomas (CEI), as Oficinas
de Teatro e de Cidadania, que
abarcam debates, seminários e
palestras sobre a história, as de-
mandas sociais e a cultura afro-brasileira.
A dificuldade de manutenção do espaço é histórica, pois
ao longo de existência, a USP
mostrou-se contrária à presença,
dentro de seus muros, de uma
associação autônoma que defenda os interesses da comunidade
negra (que é extremamente minoritária na USP devido à política racista e elitista imposta
pelo vestibular e pela reitoria).
Contudo, nos últimos anos, a
Universidade de São Paulo está
aumentando a repressão contra
aqueles que possuem opiniões
diferentes e/ou divergentes à da
classe política dominante.
O Núcleo vem negociando
um convênio para manutenção
do seu espaço físico, mas as condições que estão sendo impostas
pela Reitoria visam acabar com
sua autonomia, tentando transformar o NCN em um Núcleo de
Cultura e Extensão da USP, ou
seja, querem colocar o NCN sob
o comando deles para que, sob o
comando (ou desmando) do Reitor, possam simplesmente obrigar o NCN a sair do espaço e, é
claro, em uma eventual recusa,
chamar a Tropa de Choque como
o fez recentemente na Reitoria.
Incrível! Depois da PM, os mortos-vivos
atacam o movimento estudantil da USP
Quem não os conhece? São
as mais famosas e das melhores
criações do cinema trash. Eles
são lentos, desengonçados, estão
sempre apodrecendo e caindo aos
pedaços, são lerdos de raciocínio ou completamente bestificados, ficam vagando pelas ruas e
se alimentam de carne humana.
Em alguns filmes fica clara a sua
preferência especificamente pelo
cérebro humano o que, embora
tais figuras sejam imaginárias,
suspeito que corresponda mais à
natureza destes seres grotescos.
Estamos nos referindo, está claro,
aos mortos-vivos canibais popularizados nos filmes de César Romero como A noite dos mortos-vivos ou mais recentemente em
seriados da televisão norte-americana como The walking dead.
Todos conhecemos a historia
desses monstros. Alguma entidade maléfica como o governo
norte-americano ou outra, a propósito ou por acidente, provoca
uma epidemia que dizima o gênero humano, supõe-se em escala
mundial. Aí sobram uns poucos
seres humanos normais que escaparam à terrível contaminação e
uma gigantesca multidão de zumbis canibais.
Sem ser especialista no assunto creio que quem os criou, na
forma em que o cinema os popularizou, foi o romance de ficção
científica I am legend, transportado para o cinema três vezes.
Pois bem, ocorre que estes
seres do apocalipse existem hoje,
em forma ligeiramente modificada. A redação dos jornais capitalistas brasileiros está cheia deles.
Eles convivem com outros jornalistas vivos e ainda com alguns
outros que infelizmente nunca estiveram vivos. Quando estavam
vivos tinham aspirações humanas
que iam além da necessidade instintiva dos zumbis de saborearem
carne humana, sonhavam, tinham
aspirações, queriam um mundo
melhor do que o que capitalismo
pode oferecer, sentiam solidariedade humana, compaixão, ódio e
indignação diante das mazelas da
sociedade e do mundo. Agora, a
única coisa que os preocupa é o
canibalismo.
Neste momento de completa
histeria na imprensa de direita,
eles saíram a campo para atacar
o movimento estudantil da USP,
quase imperceptíveis na gritaria
de uma imprensa que está disposta a defender as mazelas do
PSDB e da direita até o último
centavo que receberam como
recompensa por esta propaganda
comissionada. Um deles, em particular, despertou a atenção.
É o colunista de O Estado de
S. Paulo Demétrio Magnoli que
não faz muito tempo, esteve empenhado na campanha tipicamente antropofágica contra as cotas
para negros. Uma das estrelas da
pálida constelação de organizações como o Instituto Millenium,
caricatura para os pobres brasileiros de uma instituição direitista
norte-americana, quando estava
vivo este Demétrio foi diretor do
DCE da USP na gestão da então
radical Liberdade e Luta. Naquela época, combatia a ditadura, se
dizia comunista e trotskista, corria com o cabelo esvoaçante pelas ruas da Cidade Universitária
e se dedicava a ocupar alternadamente a reitoria e o bandejão não
aceitando a intromissão das forças repressivas no campus. Fazia
discursos em assembleia, atacava
a burguesia.
Depois que saiu da universidade morreu e começou a apodrecer até se tornar um porta-voz
da direita nacional, um boneco de
ventríloquo dos grandes capitalistas e um canibal inimigo do gênero humano. Sua última proeza de
morto-vivo foi atacar os negros
para se opor ao sistema de cotas
estabelecido pelo governo do PT,
uma ínfima concessão, em grande medida puramente aparente,
aos negros.
Na última edição dominical
de O Estado de S. Paulo mostrou toda a sua ira de morto-vivo
lançando-se com sede de sangue
e carne humana contra o movimento estudantil da USP da maneira mais extremada de todas.
“Não são estudantes”, apostrofou
o morto que anda. Sua conclusão
vai além da canalhice exibida
por toda a imprensa capitalista
e direitista que disse que o movimento era para defender maconheiros: classificou logo os
estudantes como um movimento
de marginais. A própria ditadura
militar era muito mais comedida,
por onde se vê que há mortos-vivos e mortos-vivos.
Nos filmes de mortos-vivos,
muitos devem ter percebido, esporadicamente, algum dos seres
inumanos tem um momento em
que parece se lembrar do tempo
em que estava vivo. O mesmo
acontece com o nosso zumbi. Em
sua matéria refere-se ao tempo
em que era estudante para dizer
como todo bom morto-vivo: “no
meu tempo era diferente!” Fica
aqui a indagação: será que o Demétrio Magnoli dos tempos antigos da ditadura, ou seja, do tempo
em que estava vivo, concordaria
com o Demétrio Magnoli que
está apodrecendo aos olhos de
todos como morto-vivo da direita? Está absolutamente claro
que não. Temos clareza de que
o cérebro do morto-vivo não é
que foi em vida. Está podre e não
funciona mais a não ser como um
impulso canibal de autopreservação animal, uma definição que se
poderia estender a toda a direita.
Mesmo assim, está claro que o
Demétrio Magnoli vivo teria sido
o primeiro a condenar e combater as macaquices políticas do
Demétrio Magnoli morto-vivo,
bufão desengonçado da burguesia paulistana direitista. O morto-vivo não se lembra disso por este
pequeno problema fisiológico da
degeneração dos tecidos.
Não há dúvida de que os mortos-vivos tenham se agitado com
a ação dos estudantes da USP.
Eles têm medo dos vivos, os quais
podem acabar com o reinado do
PSDB e da direita sobre o pobre
Estado de S. Paulo. O PSDB, o
qual, na realidade, o morto-vivo
de O Estado de S. Paulo veio defender chamando os estudantes de
marginais, é o partido por excelência dos mortos-vivos. Em sua
maioria, seus integrantes apenas
lembram vagamente quem foram
quando estavam vivos. Ali está
Fernando Henrique Cardoso que,
quando estava vivo, foi sociólogo
esquerdista que procurava analisar os verdadeiros problemas
nacionais e que depois tornou-se
presidente preocupado apenas
com a carne humana. Ali está José
Serra que, em vida, foi presidente
da UNE e que se decompôs tanto
que até perdeu todo o cabelo e mal
consegue falar e andar. E muitos
outros mortos que andam no meio
dos vivos, empesteando o mundo
com o seu tecido purulento e o
cheiro da decomposição. O partido é um verdadeiro cemitério de
mortos que simulam a vida.
Nos filmes, os mortos-vivos
morrem quando se atinge o cabeça. Perdoem o erro, quero dizer,
obviamente, a sua cabeça oca.
Os vivos devem aprender a
tratar com os mortos-vivos da direita para se livrar deles e recuperar o mundo.
Rafael Dantas
Estudante de Filosofia