Revista Edição Especial: Centenário do CNSG Propriá Calendário
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Revista Edição Especial: Centenário do CNSG Propriá Calendário
Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças 1915 2015 100 Anos Hino Colégio Nossa Senhora das Graças LETRA E MÚSICA: Pe. Manoel Soares / Professora Maria Odete Silva Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Somos jovens, a vida nos chama, ao estudo, ao trabalho, ao dever O mais belo ideal nos inflama, pela Pátria lutar e viver. Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Quando um dia esta casa surgiu, e sementes de luz semeou Propriá de esperanças fremiu, sua gente feliz exultou. Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Quem estuda ilumina o futuro, a grandeza da Pátria prepara O colégio é abrigo seguro, deste povo é a joia mais rara. Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Nessas terras olhando pro’s céus, nesse rio correndo p’ro mar... Nessas almas louvando o Bom Deus, que nos deu esta terra sem par Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus. Santo Antônio, protege, abençoa, Propriá a cidade feliz Não te esqueças da gente tão boa, que te louva, te quer e bendiz! Índice EXPEDIENTE Revista Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças Publicação de 2015 Nosso endereço: Praça Tobias Barreto, nº 1 - Centro, Propriá-Sergipe Tel.: (79) 3322-1633 www.cnsg.org.br Edição e Revisão: Gabriela Rossi (Assessora de Imprensa - DRT 1417/BA) Criação, Editoração e Impressão: Autor Visual Design Gráfico Todos os direitos desta Edição reservados ao Colégio Nossa Senhora das Graças. Para usar qualquer imagem é necessário autorização por escrito. Apresentação – Louvor e Gratidão pelas Bênçãos do Senhor na Caminhada Centenária 3 Mensagem da Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição 4 Mensagem do Arcebispo – Um Centenário de Doação e Serviço à Igreja é “Mãe e Mestra” 5 Gerações Formadas no Amor e na Qualidade da Educação Franciscana Hospitaleira 6 Te Deum Laudamos 7 Parabéns Colégio Nossa Senhora das Graças pelos 100 Anos de Educação 8 Breve Biografia do Arcebispo Antônio dos Santos Cabral 10 Paródia Dramatizada dos Alunos do Ensino Médio Dedicada ao Centenário do Colégio 12 Irmã Cândida de Jesus Hóstia, Uma Vida de Paz e Bondade 16 Síntese Histórica dos Cem Anos da Trajetória Escolar 17 Superiora Provincial Exalta a Valorosa Obra Educacional Sediada em Propriá 22 Agradecimento pela Obra Educacional Centenária 23 Uma Vida na Minha História, Uma História na Minha Vida 24 Mensagem de Abertura do Seminário CNSG - 100 Anos Construindo História, Cultura, Sabedoria e Espiritualidade no Baixo São Francisco 27 Apresentação Louvor e Gratidão pelas Bênçãos do Senhor na Caminhada Centenária i mbuídas do sentimento de ação de graças, as Irmãs da Fraternidade Nossa Senhora das Graças elevam ao bom Deus um hino de louvor e gratidão pelas graças recebidas do Senhor, ao longo de uma caminhada centenária. As páginas desta revista comemorativa apresentam relatos, testemunhos e reflexões de quantos fazem parte dessa história de amor do nosso Bom Deus para com seu povo da cidade de Propriá e da região do Baixo São Francisco. A realidade contida na missão educacional se expressa no testemunho de reconhecimento da presença das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição na formação cultural, religiosa e social, em benefício da população de Propriá. A celebração do centenário de fundação do Colégio Nossa Senhora das Graças permite a visualização de uma trajetória virtuosa entre as Irmãs e a comunidade local, um tempo bastante efetivo em coexistência crescente, criativa e sustentável. A celebração é, portanto, uma oportunidade oferecida pelo Senhor para a contemplação das dádivas, assim como o momento oportuno de repensar, coletivamente, o sentido histórico da nossa instituição, sempre grata a seus colaboradores e benfeitores. Dentre eles o Clero, na pessoa do Cônego Antônio dos Santos Cabral, e todos os Senhores Bispos, que sempre nos apoiaram: Dom José Brandão de Castro, CSsR, Dom José Palmeira Lessa, Dom Mário Rino Sivieri. A cada um deles, nossa palavra de agradecimento pela disponibilidade a serviço do Altíssimo em Sua Igreja. Que a herança vivencial da bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus, transmitida por suas seguidoras, sob a proteção da Virgem das Graças, se expanda em número e em ações de caridade, para maior glória do Senhor. Com esses sentimentos, “Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus” (Ap 19,7). Irmã Madalena Carvalho da Silva Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 3 Mensagem da Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição c aros membros da Direção desta Escola, caros Coordenadores, Professores, Funcionários, Pais ou Responsáveis, caros Alunos, queridas Irmãs por vocação e missão, caros amigos e amigas, Com profunda alegria, estamos todos celebrando o centenário da presença das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, nesta querida cidade de Propriá. A inauguração do Colégio Nossa Senhora das Graças, ocorrida no dia 15 de janeiro de 1915, a pedido e com o apoio irrestrito do Cônego Antônio Cabral, então pároco da cidade de Propriá, marcou a data em que a nossa Congregação passou a ser membro vivo e atuante da comunidade desta cidade querida e hospitaleira. A Comunidade fundadora desta Escola que, durante um século, tem sido referência para a família, a infância e a adolescência de Propriá e de seus arredores, foi um grupo das nossas Irmãs, transferidas de Itacoatiara, no estado do Amazonas. Na proteção de Nossa Senhora das Graças e da sua graciosa e maternal presença, elas encontraram abrigo, conforto e a força necessária para recomeçar a vida, longe dos espaços conhecidos e da sua Pátria, para a qual acenavam destas terras de além-mar. Temos o registro histórico de um legado das Irmãs pioneiras, enviadas pela Madre Maria da Circuncisão para este novo campo missionário. Como verdadeiras filhas da Mãe Clara, os seus corações também foram tocados pela pobreza daquela que logo se tornou a “sua gente”. Em pouco tempo de convívio com a comunidade de Propriá, as Irmãs sentiram o apelo de Deus para atender às famílias desejosas de oferecer aos seus filhos uma educação inspirada nos valores cristãos, e que não dispunham das condições econômicas necessárias para isso. Com o apoio do Cônego Antônio Cabral, em 1º de setembro de 1916, fundou-se a escola gratuita Santo Antônio, que abriu as suas portas com um número significativo de alunos matriculados. A este mesmo chamado divino as Irmãs procuram hoje responder, através do Projeto Escolarte Jardim da Mãe Clara, voltado para pessoas portadoras de necessidades especiais. As nossas Irmãs procuraram retribuir, no decorrer dos 100 anos que hoje celebramos, o acolhimento generoso recebido em 1915, e sempre renovado através do tempo. No Colégio Nossa Senhora das Graças, sucedem-se gerações de Irmãs que buscam viver o carisma franciscano hospitaleiro e fazer o bem onde há o bem a fazer. Com o seu trabalho de educadoras, têm contribuído para o crescimento humano e espiritual desse povo que é hoje o nosso povo, educando crianças, adolescentes e jovens e ajudando-os a orientar as suas vidas pelos valores do Evangelho, que dão sentido e beleza à existência humana. O fato de uma instituição de educação completar um século de existência, mantendo a sua atualidade e o seu significado social, é comprovação da competência e do idealismo daqueles que a vêm conduzindo através do tempo. Homenageando hoje cada colaborador e colaboradora, a Direção e Coordenação, o Corpo Docente, o grupo de funcionários dedicados, todas as pessoas que são hoje a alma desta Casa de Educação, quero estender o olhar e o gesto de gratidão para homenagear, também, em nome da Congregação das 4 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, aqueles e aquelas que, durante um século, colaboraram conosco, oferecendo o melhor das suas energias e talentos, para manter viva e atuante esta Obra de Educação que tem procurado viver o lema da nossa Família Religiosa: Iluminar e aconchegar. Uma palavra de especial agradecimento e incentivo às nossas Irmãs Madalena Carvalho da Silva, Terezinha Venâncio da Silva, Jonalita Santana Bispo, Helena Dionízio de Albuquerque, Geny Bispo de Lira e Bernadete Gonzaga Lima, Fraternidade que hoje continua a viver, com dedicação e vigor, a missão centenária do Colégio Nossa Senhora das Graças. Continuem, minhas queridas Irmãs, a realizar essa grandiosa tarefa, oferecendo às crianças, adolescentes e jovens a graça de viver um presente feliz e a possibilidade de caminhar com esperança ao encontro do futuro. As sementes hoje lançadas à terra generosa desses jovens corações possam garantir horizontes luminosos de afirmação da sua dignidade humana, tornando-os, também, agentes da construção de um mundo novo, mais irmão e mais acolhedor, para todos os filhos e filhas de Deus. O Senhor abençoe, com a sua generosidade infinita, cada pessoa que faz parte desta história geradora de vida! Nossa Senhora das Graças, nossa Mãe e Padroeira deste Casa de Educação, continue a ser a mestra que a todos guia e ensina a fazer tudo aquilo que o seu Filho, nosso Deus, disser. Com admiração e reconhecimento, Em Linda-a-Pastora, Portugal, novembro de 2015 Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro Superiora Geral da CONFHIC Mensagem do Arcebispo Um Centenário de Doação e Serviço à Igreja é “Mãe e Mestra” g era e educa os filhos e filhas “com amor incondicional...” para uma vida em sociedade, vida iluminada e pautada na fé em Jesus Cristo, “Caminho” que nos leva ao Pai. Precisamos de ciência, cultura e sabedoria em nossa peregrinação terrena, iluminados por Aquele que um dia se fez carne, sofreu, morreu, ressuscitou e hoje se encontra na glória onde o seu amor misericordioso nos introduzirá. Deus continue a abençoar esta Obra centenária, cravada em solo propriaense, onde centenas de vidas consagradas, com tantos colaboradores leigos, dispenderam energias físicas, intelectuais e espirituais em vista do desenvolvimento das antigas, novas e futuras gerações, para glória de Deus e louvor da Senhora das Graças. Queremos confiar no Amor misericordioso de Deus e pedir a Glória dos eleitos para religiosas, colaboradores na educação integral, corpo docente e discente e quantos por aqui passaram e hoje se encontram na eternidade. À Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, parabéns pelo serviço ao Evangelho, através da plena educação das pessoas para a missão passageira de peregrinos na sociedade rumo ao estado definitivo, na perene, mas sempre nova e deslumbrante Paz Celestial. Que lá do céu eu possa, na celebração do próximo centenário, louvar, agradecer a Deus e interceder junto à Trindade Santa e à Virgem das Graças por esta obra da Igreja, mãe de seus filhos na ciência, na cultura e na fé. Deus os Abençoe, Dom José Palmeira Lessa Arcebispo Metropolitano de Aracaju Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 5 Gerações Formadas no Amor e na Qualidade da Educação Franciscana Hospitaleira e stamos comemorando um acontecimento de grande júbilo para a população do município de Propriá, em Sergipe: o centenário da fundação do Colégio Nossa Senhora das Graças. Ao longo desse século, algumas gerações passaram por esta conceituada instituição da Congregação das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição (CONFHIC), que propiciou um ensino de qualidade e uma formação embasada nos princípios cristãos não só aos moradores de Propriá, mas aos que vinham de localidades na região. A instituição sempre primou pela formação de homens e mulheres mais aptos e conscientes para lidar com os desafios do mundo na atualidade. São muitas as glórias que se realizaram nesta instituição ao longo desta trajetória. Por isso, elevamos nosso pensamento de agradecimento a Deus, que fez um chamado às Irmãs para a missão de acompanhar todas essas gerações pelos caminhos, transmitindo não só o conhecimento a ciência, mas, sobretudo, a sabedoria de vida que faz de homens e mulheres gente preparada. A sabedoria é também um dom do Espírito Santo. Quantas Irmãs por aqui passaram e nós somos gratos a todas. Muitas delas já estão com Deus, outras atuando reservadamente no silêncio, agindo com amor. Como bispo desta Diocese, integro-me com alegria a todas as Irmãs da Província, que celebram esta vitória. É um marco e, ao mesmo tempo, um ponto de partida. A cada novo ano letivo, é o início de uma jornada para a formação destes jovens. São milhares de crianças e jovens que passaram pelo Colégio e foram acolhidos com sorrisos, com simpatia, e, também, com cuidado maternal, foram orientados e cuidados espiritualmente. Educar é uma missão nobre, sempre com aquela amorosidade que é o amor de Maria Santíssima. Que Nossa Senhora das Graças ilumine a consciências desses jovens! Portanto, como representante do Clero, quero agradecer às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, fazendo um justo reconhecimento pela sua obra educacional. A celebração do centenário é uma oportunidade que nos faz refletir. O trabalho pedagógico e a ação evangelizadora, muitas vezes não são devidamente percebidos. Entretanto, aquele que fez sua parte e ensinou com dedicação terá o seu nome inscrito nos céus. Sei que temos muitos nomes inscritos nos céus de nossas Irmãs, que percorreram uma longa e dedicada trajetória em sua vocação de apoiar a infância e a juventude. Sabemos o quanto é precioso esse caminho e que assim o seja, ainda, por muitos e muitos anos. Oremos ao Senhor para que mais jovens também que possam sentir este desejo de colaborar com Deus. Importante lembrar algumas figuras que estiveram presentes de modo atuante, entre as quais Dom Antônio dos Santos Cabral, que foi Pároco aqui e foi Arcebispo de Belo Horizonte por mais de 40 anos. Foi ele, inclusive, que viabilizou o imóvel para as Irmãs concretizarem a abertura do Colégio, junto a Dom José Thomas Gomes da Silva, primeiro Bispo de Aracaju, prédio adquirido, posteriormente, pela Congregação, em 1937. Dom Thomas formou muitos seminaristas. O primeiro bispo deste município, Dom José Brandão de Castro, CSsR, que era poeta e escritor, inclusive dava aulas de português no Colégio. Oremos por todos os párocos que marcaram presença nesta instituição centenária, como Dom José Palmeira Lessa, meu antecessor. Também continuo ligado ao Colégio e conheço bastante os desafios, em função da minha história de vida como professor e Diretor de Colégio, no município de Lagarto, por 29 anos. A presença da Igreja na escola é muito importante e é isso que testemunhamos no legado das Irmãs. “Qui fecerit et docuerit hic magnus erit regnum caelorum”. Dizia uma frase famosa: “Aqueles que fazem e ensinam estes são grandes nos reino dos céus”. Portanto, devemos reconhecer com gratidão e com amor esse trabalho centenário. Este Colégio é um sinal de amor de Deus para com a nossa terra, que há décadas vem usufruindo essa dedicação amorosa e competente das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Dom Mário Rino Sivieri Bispo da Diocese de Propriá 6 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos Te Deum Laudamos d iante de uma sociedade onde o efêmero é tão latente, onde as coisas são tão passageiras e quase não mais têm sentido, somos chamados a não cair nesta massa que não mais atribui significado às coisas e aos acontecimentos e a dar graças e louvores a Deus por sua infinita misericórdia e amor por nós, diante de tantos feitos que somos chamados a contemplar e a fazer memória. A palavra memória vem do hebraico “zikaron” que é muito mais do que apenas relembrar, significa reviver, atualizar, por isso “recordar é viver”, assim revivamos um pouco a trajetória do Nosso Colégio Nossa Senhora das Graças que se mistura incomensuravelmente com a história de nossa querida Propriá. Faço minhas as palavras do sábio Monsenhor Antônio Cabral que, inspirado pelo Espírito Santo, dirigiu-se, no ano de 1914, a Penedo, Alagoas, para ali solicitar à Madre Delegada Maria da Circuncisão a vinda de algumas irmãs para a abertura de um colégio em nossa cidade. Resplendendo de contentamento, ele dissera no dia da inauguração do colégio: “Bendita República portuguesa que nos mandou para o Brasil as religiosas”. Bendita mesmo, a vinda das Irmãs ao Brasil e, com sua chegada à nossa cidade, fundando o Colégio, em 15 de janeiro de 1915, lançando nestas terras uma fecunda semente para a educação do nosso povo. Chegavam aqui Irmãs repletas de entusiasmo e esperança, com grande ardor missionário para serem fermento na vida do povo propriaense. Ao contemplar a história da presença de nossas queridas Irmãs em nossa cidade, não contemplamos apenas a história de um Colégio, testemunhamos uma caminhada de fé, que tinha início na educação e se estendia nas mais diversas necessidades do nosso povo. Não podemos jamais esquecer quando, em 1918, uma grande calamidade de gripe pneumônica assolou nossa cidade e as irmãs não mediram esforços, dedicadas nos cuidados assistenciais em todo o município, sendo, assim, portadoras da caridade para com todos os que necessitavam. Estavam elas também na abertura do nosso Hospital São Vicente de Paula. Estavam presentes na criação de nossa Diocese e na posse de seu primeiro Bispo, Dom José Brandão de Castro. Foram grandes motivadoras na criação da “obra das vocações sacerdotais” no ano de 1961, quando nossa Diocese carecia tanto de sacerdotes. Foram tantos feitos na história do nosso povo. Uma história de fé e educação, contemplação e ação. Olhando para a história e contemplando tantos feitos, só temos a agradecer a Deus por nos ter dado tamanho presente na vida do povo de Propriá. Sentimo-nos felizes porque, tendo passado cem anos, percebemos que aquilo que sonhou o Monsenhor Cabral, aconteceu. Talvez ele tivesse sonhado bem menos e não esperasse tantos frutos. Mas, o Senhor sempre nos surpreende. Voltar nosso olhar para esta história é ver tantas gerações formadas que passaram pelas mãos de nossas Irmãs. Tantas famílias que tiveram seus mestres aqui formados. Na atual conjuntura educacional do país, acredito que nunca foi tão difícil manter “de pé” uma estrutura educacional religiosa, mas temos história e olhando para ela percebemos que é possível porque Deus caminha com o seu povo; Deus caminha com nossas Irmãs sempre dando-lhes forças necessárias para continuar com sua missão. A nós, diante de tamanho patrimônio educacional e de fé na vida do nosso povo, nos resta apenas dizer Te Deum Laudamos. A Ti Senhor Louvamos pela presença das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição em nossa cidade; por estes cem anos de história, cem anos de doação com muita fé e amor. Obrigado Senhor por este “Sim” tão fecundo destas Irmãs que por aqui passaram e pelas que aqui estão, que se estendem do Colégio às nossas casas. Obrigado Senhor por sua infinita bondade, que se revela também por meio da educação e da fé transmitida pelas Irmãs e seus colaboradores. Finalizo, parafraseando nosso saudoso Dom Brandão: Cem anos, Irmãs que Propriá as recebeu e a Virgem Nossa Senhora das Graças, as acolheu. Erguemos uma prece de louvor ao Pai do Céu e em festa te ofertamos nossa imensa gratidão! A nós resta apenas dizer muito obrigado por vossa presença tão fecunda em nosso meio. Padre Clebson Ferreira Moura Pároco da Catedral e Capelão do CNSG Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 7 Recordações Parabéns Colégio Nossa Senhora das Graças pelos 100 Anos de Educação r ealizada com muita fé e esperança, nesta cidade de Propriá. Esta cidade antiga nascida às margens do velho Chico. Suas terras férteis refrescadas pelas águas do grande rio, rápido se coloriram do verde suave das plantações de arroz. E as famílias se multiplicaram povoando esta região do Estado de Sergipe. Também um dia aqui chegaram as Irmãs Franciscanas hospitaleiras da Imaculada Conceição trazendo o ideal e a mensagem de São Francisco de Assis. Foi no ano de 1915 em que foi fundado o Colégio nossa Senhora das Graças para educação de meninas e moças que seriam preparadas para exercerem a profissão de professoras. e as famílias de Propriá desde o início apoiaram e valorizaram essa iniciativa de educar as novas gerações. Sabemos que a educação é uma tarefa árdua e difícil. É preciso ter no coração amor e bondade para bem realizarmos a missão de educar. Pois o amor é a força que nos aproxima do coração e da alma do educando. A transmissão do saber é apenas um meio para chegarmos à educação. Pois a meta principal desta tarefa é fazer aflorar as potencialidade divinas que existem no interior de casa ser humano. É preciso que o educando descubra, ele mesmo, essa riqueza interior que nele existe. E o educador deverá ser um guia que o ajudará a encontrar o caminho onde reside esta essência isto é, a grande potência divina de realização pessoal, de bondade, de harmonia e de felicidade. Com a ajuda do Divino Espírito Santo chegaremos lá. É preciso continuar sempre, não desanimando ante os fracassos. Quando esteve aqui na terra Jesus afirmou : ‘’Eu vos farei pescadores de almas’’. Esta afirmativa refere-se não somente aos Apóstolos, mas também aos educadores de todas as épocas, que procuram conduzir as novas gerações ao encontro de si mesmas. E foi com esse ideal, que chegamos a hospitaleira cidade de Propriá. Lembro-me bem do dia em que aqui entrei para trabalhar como educadora . O Colégio era uma antiga construção colonial cheia de alpendres em forma de arcadas. As alunas eram alegres, receptivas e estudiosas. Dava prazer e encantamento trabalhar com elas como professora de História, eram jovens e adolescentes em busca do saber e de formação profissional. Gosto de recordar aqueles tempos em que convivi com essas moças cheias de idealismo e fé em um mundo melhor. E quantas vezes discutiam sobre o futuro da humanidade e sua conservação aqui no Planeta Terra. Foram momentos lúcidos e cheios de esperança. Foi esta vivência franca e repleta de simplicidade que me deu força e coragem para vencer as dificuldades decorrentes do meu ofício professoral. Depois aqui voltei para exercer o cargo de Diretora do Colégio. Naquela época eu não tinha, ainda, curso de Pedagogia a nível superior. Mas a minha experiência como organizadora de grupos e 8 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos de festas paroquiais, antes de vir para o convento, bem como meu traquejo Pedagógico como professora ajudou-me bastante a superar as dificuldades. Também não me faltaram o apoio dos pais, das Irmãs da minha comunidade, dos professores e a alegria e apoio contagiante das alunas. Foi uma experiência maravilhosa onde aprendi a buscar ajuda e recebê-la com alegria e gratidão. Stella Alves Araújo Diretora no período de 1972 a 1974 Depoimento Bem, para falar sobre o Colégio Nossa Senhora das Graças é como falar de toda a minha infância e começo de adolescência, pois comecei aos 04 anos de idade e saí aos quinze. Só tenho boas recordações, pois a escola para mim foi aprendizado e diversão, já que eu era criada de forma muito conservadora. Perdi minha mãe com 01 anos de idade e sempre fui muito receptiva às amizades, guardo todas com muito amor até hoje em meu coração. Minha primeira professora foi esse doce chamada Irmã Terezinha Venâncio da Silva e até hoje mantemos contato. A Diretora de minha época era Irmã Cândida de Jesus Hóstia e Irmã Francisca Neuza cuidava da secretaria. Agradeço imensamente a todas as minhas mestras, pois tudo que sei e sou devo aos seus ensinamentos. Em especial a minha querida Irmã Aurélia, que apesar de ser tão austera era uma ótima professora, a Irmã Georgina, Irmã Neuza, Irmã Dulcina, Irmã Maria do Carmo, minha linda professora de educação física, professora Tânia, professora Helena, professora Lígia e tantas outras que passaram por nossos caminhos. Tinha também nossa querida vovó, a Irmã Suzana. A todos os meus colegas e amigos que ainda lembrarem de mim por mais de 40 anos, um grande beijo cheio de amor por todos vocês e espero que estejam todos bem e em paz. Com muito carinho a vocês que fazem hoje essa instituição levando a educação a novas gerações, formando para o saber e o amor fraterno, um grande abraço dessa sua humilde ex-aluna, que tem esta Instituição como pedra fundamental para o seu crescimento profissional e como ser humano. Zuneide Rodrigues da Conceição Ex-aluna do período de 1972 a 1983 Educação de Qualidade Firmada nos Princípios Cristãos o Colégio Nossa Senhora das Graças é um patrimônio da educação de Propriá e das cidades circunvizinhas. Destaca-se por oferecer, nestes cem anos de trajetória, uma educação alicerçada em princípios da fé cristã, do respeito e do conhecimento, visando desenvolver nos seus alunos as competências necessárias aos desafios do mundo moderno e competitivo. Esses esforços têm produzido bons resultados, comprovados pela atuação de cidadãos e profissionais competentes e atuantes na sociedade local e em outras regiões do país, que foram alunos deste Colégio. Me orgulho ao afirmar que o “Colégio das Freiras” faz parte da minha história como aluna e profissional. Contribuiu, positivamente, para o meu conhecimento e uma base educacional sólida, que me impulsionaram na vida, dando-me segurança para continuar nas trilhas do saber e do progredir, dentro da modernidade e dos aspectos humanos e técnicos. Cursei o Colégio nas turmas da quinta série (hoje quinto ano) até o terceiro ano do Curso Pedagógico (hoje segundo grau). Fui professora, orientadora e diretora pedagógica. Foram quase três décadas de atuação profissional. Muitos desafios, alegrias, dedicação e emoção. Parabéns a todos que fazem o CNSG, pois nestes cem anos de dedicação e trabalho souberam trazer do ontem até hoje, a sua ação de educar e instruir várias gerações. Com certeza, continuará com seu ideal, ensinando a olhar o futuro e preparando para a vida, enfim, formando muitas outras vidas. Minha sincera gratidão! Maria de Fátima da Silva Diretora Pedagógica – 1999 a 2004 Congratulações Recebidas f elicitações pelos cem anos de existência do Colégio Nossa Senhora das Graças que privilegia a formação para a vida com pleno desenvolvimento dos educadores em suas capacidades cognitivas, formando assim cidadãos comprometidos que a sociedade tanto almeja para ser cada vez melhor. Diante dessa realidade investe em valores em seu processo educativo respeitando a singularidade de cada educando. À comunidade Franciscana Hospitaleira, parabéns pela dedicação, pela presença providencial sobre todos nós. Maria Isabel Santana Prata Diretora Pedagógica – 2007 a 2010 Parabéns c ongratulações ao Colégio Nossa Senhora das Graças pelo seu Centenário. Essa entidade que proporciona aos alunos a possibilidade de organizar as informações do mundo externo às suas capacidades, oferecendo as condições de poder conhecer e poder realizar. Além disso, o trabalho se estende aos profissionais mediadores que abem a janela de um novo mundo, promovendo o desenvolvimento moral, intelectual e físico dos seus educandos. Sob o olhar de Maria, seja a educação como a relação harmoniosa entre corpo e mente, preparando o cidadão para participar e usufruir dos benefícios da sociedade. Ao Colégio Nossa Senhora das Graças! Um Século de Existência! O Colégio Nossa Senhora das Graças tem como característica principal uma educação que edifica a conduta humana no aspecto moral e ético, levando os seus educandos a uma reflexão sobre a ação no tempo e no espaço que se faz das descobertas entre os conhecimentos adquiridos e a prática futura. Parabéns a toda comunidade Franciscana Hospitaleira, presença viva de Maria entre nós. Nesse exercício cotidiano de formação humana, estudantes, professores e demais participantes desse processo educativo são como sementes que bem germinadas terminam sendo exemplos de cidadãos que constituirão uma sociedade mais justa. Maria Izailde Santana dos Santos Diretora Pedagógica – 2005 e 2006 Maria de Fátima Santana Prata Coordenadora Pedagógica – 2007 a 2010 Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 9 Breve Biografia do Arcebispo Antônio dos Santos Cabral * Pesquisa realizada pelo Sr. Antonio Aragão Cabral Antônio dos Santos Cabral nasceu em Propriá, Sergipe, no dia 8 de outubro de 1884, filho do coronel Antônio dos Santos Cabral e de Amélia Maria da Glória Cabral. Fez os estudos primários em Natal e, em fevereiro de 1899, ingressou no Seminário Arquiepiscopal de Santa Teresa, em Salvador, Bahia. Em 1904, recebeu a tonsura clerical e, em novembro, fez seu primeiro sermão, em Propriá, Sergipe, na festa de Santa Cecília. Em 1905, foram-lhe conferidas as ordens menores e, no ano seguinte, as de Subdiácono, de Diácono e as últimas ordens. Ordenado Presbítero em Salvador, por Dom Jerônimo Tomé, em novembro de 1907, regressou em seguida à cidade natal, onde rezou sua primeira missa, em 24 de novembro, na mesma igreja onde fora batizado. Em janeiro de 1908, foi nomeado Vigário da Paróquia de Propriá, como coadjutor do Cônego Rosa Passos, a quem substituiu como Pároco, por ocasião do falecimento deste, em 17 de março seguinte. Em 4 de agosto de 1912, foi elevado a Cônego, assumindo, então, o lugar de primeiro Presbítero no cabido da Catedral de Aracaju. Ainda no mesmo ano, recebeu as insígnias de Monsenhor. Tendo-lhe sido já conferido o título de Camareiro Secreto de Sua Santidade o Papa Bento XV, em 1º de setembro de 1917, foi nomeado, por breve pontifício, Bispo de Natal, como sucessor de Dom Joaquim Antônio de Almeida, que havia sido o primeiro Bispo daquela Diocese. Sagrado Bispo na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, em 14 de abril de 1918, pelo Cardeal Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, tomou posse do bispado, no dia 30 de maio do mesmo ano. Como Bispo de Natal, empenhou-se no restabelecimento da estrada de ferro Mossoró e da linha de navegação do Lóide Brasileiro para os pequenos portos do Rio Grande do Norte. Deve-se, igualmente, à sua influência a fundação de várias instituições, como a Escola de Comércio de Natal e o Instituto de Proteção às Moças Solteiras, ambos em 1919, e o Curso Comercial Feminino e a Sociedade Propagadora do Ensino Popular, no ano seguinte. Entre as instituições religiosas e obras pias que fundou e incentivou, contam-se a Congregação Mariana de Moços e o Círculo de Operários Católicos, ambos criados em 1918, o dia da Boa Imprensa (18 de janeiro de 1919), o Seminário de São Pedro, fundado em 15 de fevereiro de 1919, e o 10 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos “Através da Eucaristia, Cristo viva em nós.” Uma das coisas mais belas na vida cristã é que a graça não aniquila nem destrói a natureza. Em cada santo, em cada cristão que vive sob o influxo da graça, em cada um se pode reconhecer o homem, com seu temperamento, com seus gostos, com suas preferências. É o próprio Deus respeitando o homem. Encontramos um exemplo palpável desta realidade em Dom Antônio dos Santos Cabral. Até nas suas armas se lhe descobre a face do temperamento. Lá está o São Francisco, com o barquinho a vela enfunado, assim mesmo como povoou a sua vivacidade infantil. É o símbolo da Pátria, deste sagrado amor ao Brasil. Na parte superior do escudo, sobrepondo-se ao símbolo da Pátria - ficam os símbolos da fé, como afirmativa de que aos interesses da terra se sobrepõem os interesses do céu. Lá estão eles, os dois símbolos augustos - o da Santíssima Virgem e o da Eucaristia, como dois brasões que escudam sua vida. Maria, a mais terna e admirável das mães, cuja devoção vale para todos como um penhor de salvação. E a Eucaristia, vida e alimento nosso, paixão máxima de todas as almas de apóstolo. Dom Cabral quis colocar a Eucaristia como instrumento vivificador de todos os seus empreendimentos: “PER EUCHARISTIAM VIVAT IN NOBIS CHRISTUS”. É um lema que, realmente, informou toda sua atividade. (Trecho do livro DOM CABRAL E SUAS OBRAS, 1943. Ed. Imprensa Oficial. Pe Juvenal Honório dos Santos) Pão de Santo Antônio, criado no ano seguinte. Foi, também, responsável pela criação do órgão oficial da Diocese, o Boletim de Natal, lançado em março de 1919. Organizou, ainda, em junho de 1920, a Comissão Central das Obras da Nova Catedral. Entre 1918 e 1922, criou na Diocese oito novas paróquias e 30 escolas paroquiais. Em 21 de novembro de 1921, o Papa Bento XV o transferiu para a Diocese de Belo Horizonte, recém-criada por efeito do desmembramento da Arquidiocese de Mariana. Chegou à capital mineira em 30 de abril de 1922; tomou posse do bispado na Igreja de São José e instalou a catedral na Igreja da Boa Viagem. No ano seguinte, fundou, com 27 alunos, o Seminário do Coração Eucarístico de Jesus, que viria a se tornar o maior da América do Sul. Em 1º de fevereiro de 1924, o papa Pio X elevou Belo Horizonte a Arquidiocese, sendo Dom Antônio Cabral sagrado seu primeiro Arcebispo. No ano seguinte, o novo Arcebispo realizou uma viagem à Europa, tendo visitado a Holanda, Portugal, Espanha, França, Bélgica, Itália, Suíça e Alemanha. Em 1930, foi inaugurado o primeiro edifício do atual Seminário Eucarístico, que já contava, então, com 176 alunos. Quando, em 1932, completaram-se 25 anos de sacerdócio de Dom Antônio Cabral, um dos momentos mais significativos das comemorações foi a realização do Congresso da Imprensa Católica, durante o qual surgiu a idéia da publicação de um diário católico. A partir de 1935, Dom Antônio Cabral favoreceu o desenvolvimento da Ação Católica em sua Arquidiocese, incentivando a participação dos leigos no apostolado da Igreja. A implantação da Ação Católica em todo o país pelo CardealArcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme, se deu em resposta às solicitações do Papa Pio XI no sentido de que fossem fundadas em todo o mundo associações leigas vinculadas à Igreja, fora de qualquer filiação política, com a “tarefa de evangelizar as nações”, de modo a “estabelecer o reino universal de Jesus Cristo”. Ainda em 1935, teve início a publicação de O Diário, que se tornaria o maior diário católico do Brasil. Em 1936, realizou-se o II Congresso Eucarístico Nacional em Belo Horizonte e, no ano seguinte, Dom Antônio Cabral instituiu a Obra da Adoração Perpétua, na Catedral da Boa Viagem. Sempre empenhado em organizar a vida paroquial e em estimular o apostolado nos bairros e vilas, o Arcebispo de Belo Horizonte criou, em 1949, a Ação Social Arquidiocesana, cuja finalidade era estudar, difundir e levar à prática a doutrina social da Igreja na Arquidiocese. Em outubro de 1952, esteve presente à sessão de instalação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tendo sido eleito suplente de sua comissão permanente. Essa organização foi criada com o objetivo de “coordenar e subsidiar as atividades de orientação religiosa, de beneficência, de filantropia e assistência social” em todo o território nacional, representando uma tentativa de centralizar o poder da Igreja, que se encontrava fracionado em dezenas de Dioceses espalhadas pelo país. Além das obras e instituições mencionadas, Dom Antônio Cabral, ao longo dos 36 anos em que esteve à frente da Arquidiocese de Belo Horizonte, criou o Colégio Arquidiocesano (futuro Instituto Arquidiocesano de Educação), o Colégio de Nova Lima, o Sínodo Diocesano, o Palácio Cristo Rei, o Congresso das Vocações Sacerdotais, a Casa Cura D’Ars e diversas faculdades que dariam origem à Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, em 1958. Em junho de 1956, Dom Antônio Cabral sofreu um derrame cerebral, ficando impedido de exercer suas atividades pastorais. A direção da Arquidiocese passou, então, ao Bispo auxiliar Dom Geraldo de Morais Penido, na qualidade de administrador apostólico. Em 30 de novembro de 1957, foi este substituído por Dom João Resende Costa, que assumiu a Arquidiocese com o título de Arcebispo coadjutor com direito à sucessão e administrador apostólico sede plena. Foi, ainda, membro titular da Academia de Letras do Ceará e membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Entre as diversas cartas pastorais que escreveu, destacam-se a Carta pastoral do Bispo de Natal saudando seus diocesanos (1918), a Carta pastoral do primeiro Bispo de Belo Horizonte, saudando seus diocesanos (1922), a Pastoral sobre a Igreja e o ensino e a Pastoral sobre a ação católica. Faleceu em Belo Horizonte no dia 15 de novembro de 1967. FONTES: CASCUDO, L. História; CONFERÊNCIA NAC. BISPOS DO BRASIL; GARDEL, L. Armoiries; Grande encic. Delta; GUARANÁ, M. Dicionário; HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; Minas Gerais (17/11/1967); VELHO SOBRINHO, J. Dicionário. Em tempo: eu e todos os meus 7 irmãos nascemos na cidade de Propriá. A última residência dos meus pais (e dos seus filhos também) foi ao lado do Colégio Nossa Senhora das Graças, mais precisamente na Avenida Pedro Abreu de Lima, número 556 (hoje Travessa Márcio Britto). Daquele tempo, tenho uma fotografia em que aparecem os meus pais (Aloysio Leite Cabral e Elizete Aragão Cabral), junto com todos os oito filhos, foto esta tirada em março de 1967, no canteiro central da Av. Pedro Abreu de Lima, bem em frente ao Colégio Nossa Senhora das Graças (segue também esta foto). Aparecem na fila de trás: Luiz César, Otília, Antonio (eu), meu pai e minha mãe. Na fila da frente: José Carlos, Solange, Eulina, Rosemary e Aloysio. Antonio Aragão Cabral Dom Antonio dos Santos Cabral, Idealizador do Colégio Nossa Senhora das Graças, em Propriá de pulso firme, personalidade atuante, respeitadíssima por todos os que ali adentravam, com o objetivo de preservar a instituição em todos os segmentos. O corpo docente, no qual o meu pai, Dr. Themístocles Pereira, fez parte, muito bem aparelhado, ministrava cursos com garra e competência. O corpo discente, do qual a minha mãe (Dona Maria Aguiar Pereira), eu (Maria Eulália Pereira Aguiar) e as minhas irmãs (Arlete e Sônia) tivemos o privilégio de usufruí-lo, tinha como ponto alto o trabalho voltado para a disciplina, respeito e religiosidade. entre as inúmeras e excelentes obras católicas que Dom Antonio dos Santos Cabral desenvolveu, agrada-nos sobremaneira, a brilhante ideia de abrir um colégio só para meninas, na cidade de Propriá, Sergipe, onde ele era o Pároco. Com certeza, através da autenticidade da pesquisa psicológica e pedagógica feita por ele, encontrou todas as ponderações que o motivaram a levar adiante o seu desejo. d Um homem culto, empreendedor e de visão futurista, ele mostrou para todos que o primeiro passo na busca da felicidade é o estudo. Sentia no seu íntimo que tudo aquilo que concorre para o engrandecimento socioeducativo e religioso do ser humano é bastante acolhedor. Em vários contatos feitos com a Madre Maria da Circuncisão, em Penedo, Alagoas, falava a respeito da ideia da abertura do Colégio, sonho que tornou-se realidade. A Madre perguntou ao Cônego Cabral sobre a indicação para Padroeiro do Colégio e, então, ele afirmou: “Nossa Senhora das Graças, porque foi no dia 21 de novembro de 1913, dia da festa da Apresentação de Nossa Senhora, que dei o primeiro passo, indo a Penedo para tratar da criação do Colégio.” Surgiu, então, o Colégio Nossa Senhora das Graças, uma das riquezas culturais, religiosas e sociais da nossa querida Propriá. Sempre primou por um ensino em alto grau, em comunhão com o aprimoramento socioeducativo, sob a administração de uma Madre Superiora, dotada Jamais ouvíamos falar em suspensão ou expulsão. Todos em passos largos, pisando firmes. Os cursos oferecidos naquela época eram: primário, ginasial, normal e pedagógico. Havia também pré-internato e internato, abrindo espaço para aquelas alunas que moravam em outras cidades. À parte, ensinavam piano, pintura e outros trabalhos manuais. O coral sempre teve um lugar de destaque, como também as apresentações de palco. O Colégio também promovia muitas excursões, de acordo com o término de cada turma. Todos nós sabemos que na vida do homem há três mestres: o lar, a escola e o mundo. O lar educa, a escola instrui e o mundo ensina. Para mim, o Colégio Nossa Senhora das Graças incorporou em si todas essas diretrizes, dando ampla conscientização no que se refere à ética, cultura, religiosidade aflorada e discernimento para que se pautem as decisões a tomar, no sentido de que a nossa vida seja realmente digna de ser vivida. Em resumo, o Colégio Nossa Senhora das Graças era a nossa “Universidade“. O tempo foi passando, como sempre, velozmente, e hoje estamos aqui com muita alegria e saudades confortadoras, comemorando o seu centenário. Parabéns a todos aqueles que, de forma direta ou indireta, contribuíram para o engrandecimento da instituição e, parabéns também, pela atual administração que, com muita garra, enaltece o seu nome. Maria Eulália Pereira Aguiar Propriaense e ex-aluna do Colégio Nossa Senhora das Graças na década de 50, tendo concluído os cursos ginasial e pedagógico. Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 11 Paródia Dramatizada dos Alunos do Ensino Médio Dedicada ao Centenário do Colégio e ntram em cena quatro alunas, ao som instrumental do Hino de São Francisco, executando uma breve coreografia de um balé clássico. Na sequência, áudio com a fala de uma criança. “Que orgulho fazer parte / dos cem anos de tradição / desta minha querida escola / sou mais uma sementinha desta educação / que há muito tempo nos ensina / os valores da fé e da religião”. Obrigado! Muito obrigado! Entram duas meninas vestidas de branco, dialogando: “Minha caríssima colega, este é um momento especial! É o Centenário de nosso Colégio! Que brilhem todas as luzes para celebrar a nossa alegria! Que toquem a mais bela melodia!, porque as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras chegaram em Propriá... Entram dois meninos: um com violão, outro no teclado e duas meninas vestidas de freiras que cantam: 12 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos “aqui viemos pra construir Uma vida plena de educação Também viemos para servir Assim ensina a religião Já são cem anos de muita história Monsenhor Cabral nos trouxe pra cá Lutamos juntos e construímos essa grande escola em Propriá” “Foi em 1915, parece que foi ontem, mas muito tempo já passou. E, juntamente com esse tempo, muitas histórias foram construídas e muitas pessoas foram felizes aqui. Quantos sonhos se concretizaram! Quantos sorrisos se espalharam! Quantas Irmãs por aqui passaram! E quanto presente o bom Senhor nos deu! E com orgulho e satisfação, hoje, olhamos tudo e só temos a dizer: Obrigada ao Senhor nosso Deus!” O coral canta: “Olhamos nosso Colégio E agradecemos todas as glórias Muito obrigado a todos que construíram nossa história E as queridas Irmãs que, de Portugal, vieram pra cá Até com um hospital, ajudaram todos em Propriá” REFRÃO:foi por Cristo, foi por Cristo, foi por Cristo Que chegaram aqui Aqui plantaram muito valor Aqui plantaram sementes de amor Entra um aluno vestido de Padre, representando o Monsenhor Antônio Cabral e proclama: “Meus irmãos e minhas Irmãs! Aqui quero declarar Que as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Foi um presente de Deus para Propriá Naquele tempo fui à luta E um pedido, em Penedo, à Madre Superiora fiz Que nos mandasse algumas Irmãs Porque assim foi Deus quem quis Para fazermos uma grande obra Deixar o povo satisfeito e feliz E, em 1915, foi nesse ano que aqui nasceu Essa grandiosidade de Colégio Podem confiar, foi presente de Deus E agora digo que tudo isso Vocês não esquecerão jamais Porque as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras São as nossas Benfeitoras da paz! Da esquerda para a direita: Luís Adriano Mota Santos da Rocha, Carlos Eduardo Quirino Silva, Gustavo Ferreira Nascimento, José Ezequiel da Mota Santos Aragão e Luís Henrique Gomes de Melo Narrador: O Colégio Nossa Senhora das Graças é um marco histórico na educação de todo Baixo São Francisco. Tudo começou com ações de quem sabe o que é amar. De uma cruz que ficava em uma pequena elevação, brotou o coração da educação de Propriá. E hoje, comemorando os seus 100 anos, todos nós queremos declarar: “Nós temos tanto pra lhe falar Mas com palavras não sei dizer Como é grande o nosso amor por você Como é grande o nosso amor por você”. *A paródia foi um trabalho desenvolvido pelos alunos e professores do ensino médio Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 13 Seminário CNSG: 100 Anos Construindo História, Cultura, Sabedoria e Religião no Baixo São Francisco. Tema Poético: “A Importância das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras para o nosso querido CNSG”. Oh Senhor Deus! Aqui queremos agradecer Neste dia glorioso Por este lindo florescer De uma história tão bonita Que esta Escola fez nascer De tantas ações benditas Que elas fizeram por merecer Estou falando destas irmãs tão queridas Que são o nosso bem querer A chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Que aqui chegaram em missão Mudaram nossa vida inteira Fizeram de nossa educação Uma qualidade de primeira E como, então, vamos esquecer Dessas nossas amadas freiras Foram tantos ensinamentos Que aqui todas plantaram Com devoção e muita fé Nossos corações conquistaram Colocaram esta Escola de pé Nos sonhos e risos nos ensinaram Que é fazendo o que Deus quiser Que aprendemos de verdade como a grande vida é Cada um com o seu jeito De compartilhar o bem Mostrando seus grandes feitos Foram muito mais além O que por Deus tinha sido eleito “fazer o bem sem olhar a quem” Essas Irmãs que de tão longe Trouxeram a sua luz Iluminaram nossos caminhos Com nosso Senhor Jesus Com amor e muito carinho Na Fé em Deus nos conduz Neste mundo de sabedoria Que nesta Escola todo dia É a lição que reluz As lições de solidariedade Por elas são ensinadas Na sua simplicidade Vencem todas as jornadas Com fé e muita humanidade Elas são agradecidas Por toda e eternidade Nesta cidade serão lembradas Nossas Irmãs tão queridas Obrigada por suas existências Curaram tantas feridas Com muito amor e paciência Com a missão também de vida Que nos ensina as ciências De uma dádiva obtida De mais pura inteligência 14 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos E foi na fé e divina grandeza Que nos fizeram chegar aqui Com a mais singela beleza Que aprenderam a construir Os valores da natureza Do cristão que quer seguir Um caminho de grande clareza De um sonho que nos fez sorrir E a essa congregação dizemos Obrigada por existir! Colégio Nossa Senhora das Graças: 100 anos contados em versos 15 de janeiro de 1915, data espetacular De uma história de tradição Que aqui venho contar Do Colégio Nossa Senhora das Graças Que foi fundado em Propriá. Foi uma ideia brilhante Do Monsenhor Antônio dos Santos Cabral Solicitando da Madre Delegada Maria da Circuncisão, em Penedo, Religiosas para fundar uma obra educacional. Essa obra seria fundada em Propriá, na sua terra natal Onde também era sua Paróquia E então Propriá recebeu as Irmãs vindas de Portugal. Com fé, amor a Deus e devoção É que esta história se passa E então foi fundado o Ginásio que recebeu o nome De Nossa Senhora das Graças. Em homenagem a uma pequena capela Que ficava em uma elevação Chamada Santa Cruz das Graças Dali então começaria uma história de fé, cultura e educação. E como era esperado em janeiro Foi feita a inauguração Do Educandário Nossa Senhora das Graças Que trouxe para Propriá a excelência na educação. Ficando muito satisfeito Antônio Cabral, nosso Monsenhor, Declarou: “Bendita República Portuguesa” Que para o Brasil essas religiosas nos mandou. E pronto para funcionar Depois de sua fundação O Educandário teve como primeira Superiora A saudosa Irmã Carolina da Apresentação Que veio direto de Portugal Para cumprir a sua missão. Já são tantas as pessoas Que neste Colégio construíram história Lutaram e participaram De nossa grande vitória Hoje temos até o Jardim Mãe Clara Que é uma obra cheia de glória Pra lembrar que as Irmãs Franciscanas Jamais sairão da memória. E de décadas para cá Chegaram pessoas que valem a pena De coração tão nobre e bondoso Como a Irmã Madalena Que hoje é a superiora E nos ensina o grande tema De amarmos uns aos outros Ter alma humilde, mansa e pequena. Toda a comunidade religiosa Que continua aqui Irmã Terezinha, Irmã Dulcina Irmã Helena, Irmã Genny Que saudades de Irmã Aurélia Que muito nos fez sorrir Nosso carinho será eterno Obrigada por você existir. Agora somos a realidade De uma história que não desfaz Todos os construtores presentes De funcionários, alunos e até os pais. Como não podemos esquecer também Da grande líder que é capaz De nos afagar com sábias palavras Obrigada Dona Maria da Paz Que no entusiasmo De uma grande vencedora Essa nossa Diretora Não esqueceremos jamais. O Educandário matriculou estudantes Que eram somente meninas E um grupo de religiosas Irmã Stella, Irmã Rosalina Elas, além de grandes mestras, Demonstravam a sua fé Eram a Irmã Rosária e a Irmã Glória Também a Irmã Constantina de São José. Foram os primeiros exemplos De nossas amadas freiras Cada uma com sua função Irmã Cacilda era cozinheira. Irmã Maria Chantal Seu trabalho era de parteira Veio depois a Irmã Santa Justa e a Irmã Paula Era uma equipe de qualidade primeira. Com uma matrícula de 54 alunas O educandário iniciou E todo o povo se rejubilava Com essa instituição de valor Que até hoje a cidade Propriá De uma forma muito singular Agradece ao saudoso Antônio Cabral, Monsenhor. E este aguerrido homem Mostrou serviço social Em 1918, junto com as religiosas Abriu um pequeno hospital. E para mostrar a todos Que Deus é nosso verdadeiro Senhor Não tinham muitos recursos Mas a fé que traziam muitos doentes curou. O trabalho dessas religiosas Era então conhecido como uma ação nobre Curavam até feridas crônicas Atendiam sem distinção tanto o rico quanto o pobre. Também em 1918 Foi Dom Antônio Cabral Sagrado Bispo de Belo Horizonte Por seu trabalho especial Logo após a sagração Fez uma visita a Propriá Para abraçar os seus pais. Todos vieram homenagear Toda a cidade exultou de alegria Com este homem tão exemplar E o Educandário Nossa Senhora das Graças Bela homenagem soube ofertar. Até então ninguém sabia Que chegaria a calamidade Da feroz gripe pneumônica Que afetou toda a cidade E as franciscanas, mais uma vez Mostraram o que era a caridade E não mediram os sacrifícios Para cuidar de todos com amor e bondade. E foi nessa epidemia Que o Educandário se entristeceu Porque uma de suas alunas Foi atingida e faleceu. Mas o tempo então passou E a educação ia evoluindo Chegaram outras religiosas de Penedo E a escola ia progredindo. Em 1920, veio para o educandário A mais bela voz de luz A Irmã Consolação Do Menino Jesus Já chegou muito doente Mas sua passagem marcou Dona de uma belíssima voz Morreu louvando o Senhor. Sua morte registrou marcas Da bela voz que na agonia canta E as outras Irmãs tiveram a impressão De terem visto morrer uma santa. Desse momento em diante Outras turmas se formaram também A história não parou aqui Fomos muito mais além. Mas todas elas seguiam em frente Porque assim o Senhor o quis E, em 1921, a nova Superiora Foi Irmã Maria Rosa de São Luiz. A Escola ia crescendo Num progresso a despontar Em 1938 A Madre Geral veio aqui nos visitar. Irmã Maria Dolores Meireles Que era a Madre Geral Constatou todo o trabalho e esforço Que vinha desde o Monsenhor Cabral. E com o seu amor infinito Bênçãos sobre as Irmãs, Deus ia derramando E, de ano para ano, O Educandário estava prosperando A cada início de nova etapa A matrícula ia aumentando. E, entre lágrimas e despedidas, Irmã Maria Rosa também nos deixou Aqui trabalhou por três anos E foi morar com Nosso Senhor. E a escola, então, seguiu Com outras superioras e gestões Irmã Leocádia e Irmã São Bernardo Plantaram amor nos corações. Também Irmã Rosária do Espírito Santo Demonstrou sua dedicação Deixou plantadas sementes Para melhorar a educação. Por volta de 1933 O prédio passou por mudanças Salas de aula ganharam espaços E a escola foi conquistando do povo a confiança. Na gestão da Irmã Dora da Santíssima Trindade Mais uma bênção o Senhor mostrou A eficiência da nossa Escola Ficou reconhecida até pelo Governador O major Augusto Maynard Que assim ele decretou A excelência em educação Que o Nossa Senhora das Graças apresentou. Em 1936, foi inaugurada a gruta Nossa Senhora de Lourdes Momento de grande esplendor Veio Dr. Eronildes de Carvalho Na época Governador. E assim nossa querida Escola Formou então sua primeira turma No ano de 1937 É que ocorre essa diplomação E em todos ali presentes Causou grande comoção. Essa turma revelou Alunas batalhadoras Todas elas se formaram Para serem professoras. E agora, com 25 anos, Que iria então completar O Educandário Nossa Senhora das Graças Podia comemorar O seu Jubileu de Prata De um trabalho singular Festejou por oito dias A cidade de Propriá. E essa comemoração Teve fim especial Com uma linda celebração Com Padres da capital E o Sr. Bispo Dom José Tomaz Deu sua bênção final Era tanta emoção Em um dia cordial. Esse notável Educandário Tinha missões verdadeiras Daqui saíram muitas moças Que se tornaram freiras. Graças devemos dar A um só Deus de Norte a Sul Pois vale também lembrar Que estava sendo fundado O Ginásio de Aracaju. Nessa época a Irmã Cândida Superiora que aqui atuava Estava sendo transferida Em seu lugar ela deixava Irmã Maria Aldete, muito querida E a maior turma que se formava 43 moças bem decididas Que ao Baixo São Francisco muito orgulhava. Uma reforma educacional Se iniciou em 1946 Para a equiparação de Ginásio Adquirir com altivez Em 21 de dezembro de 1946 Recebeu a equiparação oficial Inspecionada pelo Dr. Osvaldo Sampaio E recebida por portaria ministerial Seguindo o ano de 1947 Oficialmente foi denominado Ginásio Nossa Senhora das Graças E assim passou a ser chamado O Ginásio Nossa Senhora das Graças assim oficializado Recebeu verbas oficiais Que contribuíram para o seu desenvolvimento Vindas de autoridades governamentais. A Capelinha Nossa Senhora das Graças Em 1958 foi restaurada E dentro de um ano Foi reformada e ampliada É o nosso Senhor Deus Mostrando o quanto é sagrada A ação das franciscanas Essas Irmãs muito abençoadas. Neste ano de 1959 O Ginásio acompanhou A inauguração da Matriz de Santo Antônio Que a cidade festejou No ano seguinte, foi criada A Diocese de Propriá Que o Sr. Bispo Dom José Brandão de Castro Foi o primeiro a ocupar. A criação da Diocese Trouxe festas outra vez E foi lida pra todo o público A bula do Santo Padre João XXIII. Esse acontecimento para a cidade Foi um dos mais gloriosos Tornando o povo de Propriá Ainda mais religioso E o Ginásio Nossa Senhora das Graças Também era vitorioso Por sua história que passou Num momento tão valoroso. O tempo ia passando E o ginásio então crescia Em março de 1961 Iniciou o curso de Pedagogia. Seguindo os anos mais tarde Em grande comemoração Em 1965 Já eram 50 anos de história e tradição. E nos seus 70 anos De religiosidade e fundação Veio diretamente de Lisboa Sua felicitação Inclusive o Vaticano Que reconheceu então Que o Colégio Nossa Senhora das Graças Tem ensino, cultura e religião. Em 1990, Como presente especial Nossa comemoração teve a participação Da Madre Provincial. Desta vez nossa Escola Exaltou com muita emoção No ano de 1992, a Madre Geral, Irmã Maria Eneide Que veio nos visitar Carinho e satisfação Aqui queremos deixar Pra essas religiosas Construtoras de uma nação. Passando a ser Colégio A escola muito cresceu Graças a essas grandes obras Dessas filhas do Senhor Deus E daquele grande mestre Que aqui neste solo nasceu Obrigada, Monsenhor Cabral Por este presente que o Senhor nos deu. Vamos também homenagear Todos os líderes que por aqui passaram E no Colégio Nossa Senhora das Graças As suas marcas deixaram Saibam que para essa história Todos vocês colaboraram E por isso todos os seus nomes Nesta escola se eternizaram. E assim é bem notável A nossa felicidade Em poder comemorar 100 anos de educação, cultura e fé. * Criação dos alunos do Ensino Fundamental e Médio com supervisão da professora Lucenilde Rodrigues Santos E os anos foram passando E a nossa história aparecendo Mudanças que foram chegando E a nossa Escola desenvolvendo. Deixou de ser internato Recebeu muitas verbas e doações De alguns governantes em mandato. Em 1983, celebrou o Jubileu de Ouro de equiparação Cinquenta anos equiparado À Escola Normal do Estado Agora já ofertando Um cidadão bem formado. Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 15 Irmã Cândida de Jesus Hóstia, Uma Vida de Paz e Bondade ascida em 27 de fevereiro de 1921, com nome de batismo Maria Pureza do Nascimento, nossa querida Irmã Cândida de Jesus Hóstia foi uma vocação surgida no Colégio, onde foi aluna e decidiu seguir o caminho de consagração a Deus, na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Era uma pessoa sensível e de coração bondoso, que procurou a vida religiosa como meio de se entregar totalmente a Deus e ao serviço dos mais necessitados. Era realmente uma pessoa extraordinária, tanto pelo lado pessoal, como - e principalmente - pelo lado profissional. Independente do cargo que ocupasse e da função, para ela todos estavam em um mesmo patamar. Éramos vistos com o mesmo olhar! A irmã Cândida queria ver todos e todas de bem com a vida. Sempre estava sorrindo e transmitindo felicidade. Um ser humano com qualidades que a tornaram inesquecível junto aos que com ela conviveram. Carinhosa e acolhedora, sempre transmitia carinho e amor ao próximo. Mas, como sabemos nem tudo é eterno e a vida nos traz muitas surpresas, não foi diferente, quando todos, com tristeza e saudade, tiveram que se despedir dessa pessoa maravilhosa. O tempo que a Irmã conviveu com os propriaenses e circunvizinhos foi suficiente para sentirmos e guardarmos somente lembranças boas, maravilhosas de uma cândida prestativa e generosa. n Profissionalmente, até os últimos dias, quando ainda podia e tinha forças, fazia suas tarefas com esmero. Tinha como lema e cuidado, o zelo pela família e a educação. Nunca deixou de contar com a ajuda de seus colegas amigos, como os tratava no convívio de trabalho, sempre envolvida nas decisões para um futuro melhor do nosso Colégio Nossa Senhora das Graças (CNSG). 16 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos Gostava de lembrar que éramos sua segunda família. Sempre cuidadosa com tudo e com todos, queria a todo instante ter a certeza que o nosso Colégio estava nas mãos de pessoas honestas, felizes e de bem com a vida. Saudades e lembranças nas mentes e nos corações de todos! Fátima Izabel de Oliveira Souza Ex-aluna e professora Síntese Histórica dos Cem Anos da Trajetória Escolar o Colégio Nossa Senhora das Graças foi inaugurado em 15 de janeiro de 1915, a partir da iniciativa do Cônego Antônio Cabral, pároco da cidade de Propriá, em Sergipe. Consta no caderno de Crônicas do Colégio: “No dia 21 novembro de 1914, dirigiu-se a Penedo, onde residia a nossa Madre Delegada Maria da Circuncisão, o Reverendíssimo Monsenhor Antônio dos Santos Cabral, digníssimo vigário de Propriá e filho dessa mesma terra, com o fim de lhe pedir algumas religiosas para abrir um colégio. Nesse dia, porém, não estava a Madre Delegada em Penedo, estava em visita às casas. Voltou o Reverendíssimo Monsenhor Cabral, no dia 18 de dezembro, e nesse mesmo dia em que se celebrava a festa da Espectação de Nossa Senhora, obteve quase a certeza da ida das Irmãs para a sua paróquia. Escolheu e deu ao Colégio o nome de Nossa Senhora das Graças, não só pela devoção a Mãe de Deus, como também por causa da pequena Capela, que ficava na elevação aonde ia edificar o Colégio, que se chamava – Santa Cruz das Graças. Ao lado desse capelinha, ficava um casarão negro chamado Casa dos morcegos, que estava construído havia 40 anos. A Madre Delegada gostou muito desse local, e queria que ali fosse instalado o novo Colégio. Objectou, porém, o Monsenhor Cabral que não poderia conseguir aquela casa por vários motivos, ficando resolvido abrir-se o colégio na casa que se tinha visto primeiro. Passados 15 dias, o mesmo Monsenhor Cabral escreveu à Madre Delegada dando-lhe os parabéns por ter obtido a casa que ela desejava perto da Capela. Ele pôs mãos à obra e dentro de alguns meses estava pronta a nova casa. À inauguração, o bom pároco mostrou-se muito satisfeito e, no auge de seu contentamento, disse: ‘Bendita República portuguesa, que nos mandou para o Brasil as Religiosas!’ Porém esse louvor não podia ecoar em nossos corações tão esmagados com desventuras da Pátria!...” A equipe fundadora era formada por Irmãs que foram transferidas de Itacoatiara, no Amazonas. Eram elas: Carolina da Apresentação (785, Maria Lucinda Pereira Sampaio), Superiora e Diretora, Rosalina da Conceição (440, Ana Joaquina Oliveira e Silva), Maria Constantina de São José (535, Delfina de Jesus Sarmento), Rosária do Espírito Santo (1179, Maria do Rosário), Glória de Maria Imaculada (1026, Maria da Anunciação Roque), Maria Estela (916, Albina Rodrigues), Maria de Chantal (735, Mariana de Jesus Alves), Cassilda de São José (1212, Maria Teresa de Matos), e as que se uniram, posteriormente, Maria de São Paulo (1101, Ana Rodrigues) e Maria de Santa Justa (850, Emília de Jesus Pereira). O Colégio funcionou, regularmente, em seu primeiro ano de fundação com uma matrícula de 54 alunas. No final do ano, houve os primeiros exames das alunas, encerrando-se com um modesto festival, quando o povo se rejubilou pela atuação das Irmãs na ação educacional. Em pouco tempo, as Irmãs sentiram o apelo de Deus para atender às pessoas desejosas de estudar, porém, sem as condições econômicas necessárias. Então, com o apoio do Cônego Antônio Cabral, em 1º de setembro de 1916 fundaram a Escola Santo Antônio, com plena gratuidade. O Colégio e a Escola floresceram, com a assistência do Vigário Cônego Antônio Cabral, e do Capelão, Padre Antônio Soares. Ao final do ano de 1917, uma belíssima exposição de prendas encantou a quantos puderam ver os lindos trabalhos confeccionados pelas alunas, sob a orientação das Irmãs. Outro evento marcante era a festa das finalistas após os exames finais do ano letivo. Em 1918, ainda com o apoio do Monsenhor Cabral, as religiosas passaram a atuar também na área de saúde, em um pequeno hospital fundado para esse fim. Por esse tempo, ocorreu o surto de pneumônica, também chamada de gripe espanhola, e as Irmãs se desvelaram em cuidados, levando a todo o município a caridade e o conforto espiritual, em assistência aos mais necessitados. Por sua coragem e abnegação, elas receberam do Governador Dr. Augusto Maynard uma condecoração. Ao longo da trajetória desses 100 anos dedicados à educação da infância e da juventude, muitas outras Irmãs contribuíram com sua presença franciscana hospitaleira, em um testemunho de fé e abnegação. Dentre elas registramos as Irmãs que exerceram o ofício de Diretoras do Colégio Nossa Senhora das Graças. Irmã Maria Rosa de São Luís (1069 Rosa da Piedade Rodrigues) atuou no triênio 1919 a 1922, dedicando grande empenho no cultivo da piedade cristã, nos lavores e na leitura e escrita. A Irmã Rosa de São Luís era uma alma de grande espírito de fé e confiança na misericórdia de Nosso Senhor Jesus. Faleceu em Propriá, no exercício de suas funções. Vieram, naquele período, três Irmãs para auxiliar nos trabalhos escolares: Maria de Sameiro (1176, Maria das Neves), Maria do Divino Redentor (1713, Maria Joana Candeias) e Consolação do Menino Jesus (824, Sofia Amélia Gonçalves), que faleceu pouco tempo após sua chegada. Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 17 Sucedeu-lhe a Irmã Maria da São Bernardo (1086), que atuou por sete anos, de 1922 a 1929, com zelo, discrição e proficiência, de tal modo que, em poucos anos, o Colégio Nossa Senhora das Graças chegou a ser considerado o melhor educandário do estado de Sergipe. À Irmã São Bernardo foi confiada a aquisição da primeira casa da Congregação na Bahia, na Avenida Luís Tarquínio, inicialmente sob sua administração, ao mesmo tempo em que assumia o CNSG. Foi nomeada, então, a Irmã Leocádia (821), que exerceu suas funções por um ano letivo (1929 – 1930). Pelo seu dinamismo apostólico, a Irmã São Bernardo, que era Superiora/Diretora do Colégio Imaculada Conceição, em Penedo, Alagoas, assumiu, também, o Colégio e o Hospital em Propriá, o que demandava constantes deslocamentos. Na sequência, foi nomeada a Irmã Rosária do Espírito Santo (1179), que atuou apenas nos anos de 1931 e 1932, em virtude de seu falecimento. Em sua administração foram realizadas as festas escolares, uma em benefício da escola gratuita, sob a presidência de Dom Juvêncio de Brito, Bispo de Caetité, que iniciara o Apostolado da Oração entre as alunas, quando era vigário em Propriá. No Educandário, solenizava-se o mês de março, dedicado a São José, o mês de maio, em louvor à Nossa Senhora, o mês de junho, consagrado ao Coração de Jesus, e o mês de outubro, quando era comemorada a festa de São Francisco. Na festa do Corpo de Deus, havia piedosa participação das alunas, em uma época em que Propriá primava nas celebrações e era considerada a cidade da Eucaristia. Neste ano de 1931, o número de comunhões atingiu 10.049, bem elevado para uma época em que não era tão frequente a comunhão dos fiéis. Neste período, foi realizado, ainda, o retiro das alunas internas, externas, ex-alunas e de 113 senhoras das ilustres famílias da cidade. A Missa do Galo foi presidida pelo fundador do Colégio, Dom Antônio dos Santos Cabral, Arcebispo de Belo Horizonte. As Irmãs tiveram seu retiro anual, sob a orientação do Frei franciscano Metódio. O ambiente do Colégio era muito piedoso e agradável. Por isso, foi atraindo muitas vocações entre as alunas, bem como na sociedade local e até fora dos limites da cidade. 18 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos O Conselho Geral nomeou a Irmã Dora da Santíssima Trindade (1168, Maria Cândida Dias), em 08 de setembro, para o triênio 1933 a 1936, que já assumira a Direção interinamente, após a morte de sua antecessora. Nesse período, o prédio do Educandário passou por várias modificações. As Irmãs adquiriram uma casa vizinha e adaptaram-na para sua residência, liberando espaço para as salas de aula. A Irmã Dora iniciou no Colégio Nossa Senhora das Graças a Escola Normal, em 1933, o que motivou a instituição a ser equiparada à Escola Normal Rui Barbosa de Aracaju, por decreto nº 167, de 11 de julho de 1933. Nomearam o Dr. Melquisedec Monte como fiscal, o qual muito se empenhou pelo desenvolvimento da Escola propriaense. O Dr. Eronildes de Carvalho, Governador do Estado de Sergipe, obsequiou a instituição, com a reedificação da Escola Santo Antônio, que disponibilizava ensino gratuito, além da doação de carteiras para melhor atendimento às alunas em condição de pobreza. Com donativos e auxílio do poder municipal, foi construída a gruta de Nossa Senhora e o pátio de recreio. Em 1936, a Irmã Dora foi transferida para fundar o Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Estância, Sergipe. Sucedeu-lhe a Irmã Cândida de Maria Imaculada (1356, Alyntes de Brito Fontes), nomeada em 16 de fevereiro de 1936 a 1944. No final do ano letivo de 1937, da primeira turma de Normalistas, diplomaram-se em grande cerimonial as primeiras professoras, dentre elas Elisa Aragão e Maria de Lourdes Nascimento, que ingressaram na vida religiosa, recebendo, respectivamente, os nomes de Irmã Maria Serafina do Divino Amor (2537) e Irmã Maria Cecília do Menino Jesus (1475). Até então, a Escola funcionava no prédio pertencente a Dom José, Bispo de Aracaju, Sergipe. Por ocasião da visita da Delegada Geral, Irmã Rosa Maria de São Francisco, foi efetuada a compra do imóvel por 40.000$000 réis e passada a escritura, no ano de 1937. Na referida visita, houve o retiro anual das Irmãs e a profissão perpétua das Irmãs Maria Branca do Santo Cordeiro (1770), Maria Amada de Jesus Hóstia (1968), Maria Hercília da Assunção (1710), Maria Claudentina de Maria Santíssima (1829, Amerina Aguiar de Queiroz), Isabelina da Conceição (1838, Adélia Ribeiro) e Maria Agostiniana do Coração de Maria (1832), na Capela Nossa Senhora das Graças. Naquela época, o prédio passou por grande reforma no dormitório e na fachada. Houve, então, a cerimônia do segundo grupo de Normalistas, moças bem preparadas para a educação e para a vida familiar. Grande alegria foi o acolhimento dispensado pela comunidade escolar e representações civis à Irmã Maria Dolores da Sagrada Família (1352, Elvira de Assunçao Meireles), Superiora Geral, em Visita Canônica. Em 1940, foi celebrado o jubileu de prata da fundação do Educandário, com festividades durante oito dias, incluindo noite de quermesse em frente ao estabelecimento, organizada pelas ex-alunas, em benefício de sua Escola. A programação foi coroada pela Santa Missa presidida por Dom José Tomaz Gomes da Silva, Bispo Diocesano, concelebrada por todos os sacerdotes vindos da capital e arredores. A Irmã Maria Aldete do Menino Jesus (1966, Maria de Lourdes Maia), assumiu como Diretora interina de 1945 a 1948, empenhada em manter a qualidade do ensino e a formação humana e espiritual. Foi iniciada uma reforma nas instalações para adquirir a equiparação a ginásio. O prédio foi inspecionado pelo Dr. Osvaldo Sampaio, quando obteve boa classificação e recebeu a equiparação oficial preliminar pela Portaria Ministerial nº 703, de 21 de dezembro de 1946. A partir de 17 de janeiro de 1947, o Educandário, foi denominado Ginásio Nossa Senhora das Graças e foi realizado o exame de admissão da 1ª turma do Curso Ginasial. A Irmã Glória de Maria Imaculada(2642, Maria Aparecida Carvalho) exerceu o cargo de Diretora de 1949 a 1950. Foi sucedida pela Irmã Maria Augusta de São José (1641, Alice Vasconcelos), que atuou no período de 1951 a 1953. Neste último ano, foi instalada a Escola Técnica de Comércio, inicialmente com grande entusiasmo por parte das famílias, demonstrado pelos relatos de ex-alunas com boas colocações no campo profissional. A Irmã Margarida da Eucaristia (1399, Maria Ceciliana Resende) dirigiu os destinos do estabelecimento nos anos de 1954 a 1955 e a Irmã Inês de Maria Imaculada conduziu a gestão escolar em 1956. A Direção da Irmã Maria Cecília d’ Assunção (1946, Maria José do Monte) ocorreu nos anos de 1957 a 1961. Em 1958, houve a demolição da primitiva Capela do Colégio, reconstruída e solenemente inaugurada em dezembro de 1960, com três dias festivos e as presenças de Dom José Vicente Távora, Bispo da Diocese de Aracaju, que fez a bênção do templo, Monsenhor José Curvelo Soares, Padre Luiz Henriques e Frei Edgar, OFM. Na reconstrução dessa capela não devem ser esquecidos os colaboradores e o engenheiro Sérgio Francisco da Silva, que foi o paraninfo de honra das comemorações. Em 1959, Própria atravessou os mais belos dias pela inauguração de sua majestosa Matriz de Santo Antônio. Na piedosa procissão, houve a participação 35 crianças alunas do Colégio Nossa Senhora das Graças, que fizeram sua primeira comunhão. Em 1960, com a criação da Diocese de Propriá, foi nomeado pelo Papa João XXIII, como primeiro bispo, Dom José Brandão de Castro, CSsR (1960-1987), que foi recebido com entusiasmo e fé. Dom José celebrou a primeira missa do seu pastoreio, em 17 de setembro de 1960, na Capela do Colégio Nossa Senhora das Graças, repleta de alunos e educadores. Em seu episcopado, dispensou grandes cuidados ao Colégio, inclusive atuando no quadro docente, na cátedra de Português. Em novembro de 1960, foi recebida a autorização do Departamento de Ensino de Aracaju para funcionamento do Curso Pedagógico, a partir de 1961. As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras celebravam seu cinquentenário de presença em terra brasileira, 21 de junho de 1961, quando o Colégio Nossa Senhora das Graças recebeu a visita da Irmã Aurora da Santíssima Trindade, (2224, Maria Jacinta S. de Azevedo Coutinho) Superiora Geral da CONFHIC. No convite impresso para a ocasião constava: “Ó Deus, Vossa misericórdia é sem limites, vossa bondade é inesgotável; prostradas ante a Vossa majestade, Vos rendemos graças pelos benefícios que haveis feito à Congregação das irmãs Franciscanas Hospitaleiras, nos seus 50 anos de apostolado no Brasil”. A celebração desses 50 anos contou com uma sessão solene com vasta programação e participação de autoridades e famílias de Propriá, além de uma Semana de Adoração Eucarística, com as presenças de alunas e pessoas da comunidade, orientada pelo Capelão do colégio, Padre José Amaral, e o Te Deum, oficiado por Dom José Brandão de Castro. A Fraternidade também preparou a comemoração dos 25 anos de vida consagrada, em destaque o ramalhete espiritual de 25 missas celebradas, no dia 25 de outubro de 1961. No ano de 1961, foi fundada no Colégio a obra das Vocações Sacerdotais, estimulando as alunas no apostolado de orar pelo clero e angariar recursos, merecendo, pelos frutos, o comovido agradecimento do Sr. Bispo Diocesano Dom José Brandão de Castro. Houve, também, a criação da Associação de Pais e Mestres, sendo seu primeiro presidente o Dr. Temistócles Pereira. Ainda nesse ano, o Conselho Nacional de Serviço Social concedeu registro à Escola Gratuita Santo Antônio. Filhas da Sra. Luzinete Leite Cabral (Cândida Cabral e Otília, com a filha). Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 19 A Irmã Maria Cândida de Jesus Hóstia (2715, Maria Pureza do Nascimento) dirigiu o Colégio Nossa Senhora das Graças, em 1962, sendo sua sucessora a Irmã Maria da Conceição Aparecida, que o administrou em 1963. Irmã Maria Odete do Menino Jesus (2844, Maria de Lourdes Silva) conduziu o estabelecimento no período de 1964 a 1969. Em sua administração foram celebrados festivamente os 50 de fundação do Colégio, com uma programação ampla e participativa. Conforme manchete publicada no órgão oficial da Diocese de Propriá, A Defesa: “Excedeu de muito à expectativa geral o brilhantismo das comemorações do Cinquentenário do Colégio das freiras, em nossa cidade, o programa abrangeu toda uma semana, de 8 a 15 de agosto”. O Informativo A Defesa publicou, ainda, a mensagem da Diretora, Madre Maria Odete do Menino Jesus: “A Direção do Ginásio Nossa Senhora das Graças atribui a boa realização das festas jubilares daquele estabelecimento de ensino às bênçãos de Deus e à grande cooperação do povo magnânimo de Propriá. Foi consolador constatar como toda a cidade se associou às alegrias do seu Ginásio. Todos, sem exceção, deram a sua colaboração, grande ou pequena, para nós, significativa e valorosa. Resta-nos agora reafirmar a todos que o Ginásio Nossa Senhora das Graças continuará pelos anos advindos a sua ação educadora, buscando lutar sempre por uma juventude melhor, mais humana e mais cristã. É a missão de Servir, ideal que impulsionou os fundadores do Colégio Nossa Senhora das Graças naquele radioso 15 de janeiro de 1915. E, na noite de gala do 15 de agosto, enquanto a família propriaense rendia homenagens ao seu Ginásio, nós voltávamos o nosso pensamento para Deus, formulando propósitos de lutar por corresponder às esperanças do povo bom de Propriá”. Seguindo a cronologia, o Colégio teve como Diretoras: em 1970, a Irmã Maria de Lourdes Martins Barroso; em 1971, a Irmã Vanda Mendonça; e nos anos de 1972 a 1974, a Irmã Stella Alves de Araújo que implantou o Curso Adicional favorecendo aprimoramento e aperfeiçoamento das técnicas pedagógicas; promoveu também cursos extraordinários tais como: religião, promoção humana, ortografia, educação física, abertos à comunidade. Todas se empenharam em dar prosseguimento à formação da infância e juventude, segundo os parâmetros dos valores cristãos. 20 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos A Irmã Maria Cândida de Jesus Hóstia (2715, Maria Pureza do Nascimento) recebeu o cargo de Superiora e Diretora, a 13 de fevereiro de 1975, e sua administração estendeu-se até 1993. Assim que assumiu essa missão, observou a necessidade de manutenção em várias dependências do Colégio. Empenhou-se na aquisição de recursos extras e conseguiu verbas para melhorar, gradativamente, as condições dos ambientes escolares. Em 1976, iniciou a reforma da casa das Irmãs, que fora adquirida pelo capelão, Padre Antônio Padilha. Nesse intento contou com o apoio da Irmã Francisca Neuza Gomes (3690) na busca de recursos, e, assim, alcançou êxito nesse empreendimento. Em 1981, reorganizou o espaço destinado ao dormitório do internato, criando salas de aula, após rigorosa recuperação do ambiente. Em 1982, com apoio da Comissão Episcopal Alemã Adveniat reformou, também, a Capela do Colégio. No ano seguinte, foram celebrados com entusiasmo os 50 anos de equiparação à Escola Normal Rui Barbosa de Aracaju. Em 1984, foi a vez de receber verbas para a construção das salas de aula para a educação infantil, ao lado do auditório, e recuperar o aterro que cedia, construindo garagens. A Irmã Cândida promoveu as festividades comemorativas dos 70 anos de fundação do Colégio. Nesse ano, o Núncio Apostólico, Carlo Furno esteve no Colégio Nossa Senhora das Graças por ocasião das comemorações dos 25 anos de instalação da Diocese de Propriá. Em 1987, manteve o CNSG integrado às festividades de posse de Dom José Palmeira Lessa, segundo Bispo de Diocese de Propriá. Como Superiora, a Irmã Cândida era bondosa e foi uma diretora com perfil empreendedor, que descobriu os caminhos para buscar recursos junto a diversas instituições no Brasil e no exterior. Apreciava a Oração Carismática e, inclusive, contribuiu para implantá-la no Colégio Nossa Senhora das Graças. Exerceu atividade polivalente no Colégio, com atuação em diversos setores. Para a sua sucessora, deixou saldo positivo de recursos financeiros e quantidade de alunos. Em 29 de março de 1990, a Irmã Madalena Carvalho da Silva foi nomeada Superiora da Fraternidade, entretanto, a Irmã Cândida permaneceu como Diretora do Colégio até o ano de 1993. Para substituí-la, foi enviada a Irmã Celeste dos Anjos (2957, Sebastiana Lopes Cardoso da Silva), que atuou como Diretora do Colégio no período de 1994 a 1998. Era austera, mas de grande e bondoso coração. Os professores, funcionários e alunos sentiam-se tratados como filhos e filhas estimadas. Dinâmica, de espírito jovem, aberta a novas tecnologias, implantou aulas de informática. Incentivou a prática esportiva, quando levou os atletas do Colégio a outras cidades como Aracaju, Arapiraca, Penedo, onde conquistaram medalhas e troféus. Também proporcionou participação dos professores em cursos e seminários, levando-os para o Congresso de Educação Franciscana Hospitaleira, em Salvador, Bahia. Em 15 de junho de 1997, houve a posse de Dom Mário Rino Sivieri, o terceiro e atual bispo da Diocese de Propriá, a quem Irmã Celeste acolheu com generosidade e alegria. Seguiu-se, então, um período de Diretoras Pedagógicas Leigas, sempre empenhadas em seguir a pedagogia franciscana hospitaleira, em sintonia com a Irmã Maria Madalena Carvalho da Silva, Diretora Geral e Administrativa, e em comunhão com as demais Irmãs da Fraternidade. Desenvolveram com desvelo e cuidado amoroso a formação dos alunos e alunas, mantendo o grau de excelência no ensino, que proporcionou bom êxito à maioria dos alunos egressos. Foram elas: Maria de Fátima da Silva, gestão de 1999 a 2004; Maria Izailde Santana dos Santos, gestão de 2005 a 2006; Maria Izabel Santana Prata, gestão de 2007 a 2010; e Maria da Paz da Costa Lins Lustosa, gestão 2011 até a atualidade. Sob a condução da Irmã Maria Madalena Carvalho da Silva, o Colégio acolheu, em 1998, duas adolescentes provenientes do orfanato de Estância, que fora fechado. No ano seguinte, foi intensa a participação no acolhimento às relíquias de Santo Antonio, que foram trazidas para a veneração dos fieis. Em 17 de março do ano 2000, foi inaugurada uma nova gruta, em honra à Nossa Senhora de Lourdes, no pátio interno do Colégio, para que todos ali encontrem um espaço de paz e contemplação. Em 2001, o Colégio passou a oferecer o Ensino Médio, denominado curso científico no Caderno de Crônicas, com matrícula inicial de 46 alunos. se deslocava para desenvolver importante trabalho de formação junto aos seminaristas das Dioceses de Penedo e de Palmeira dos Índios, em Alagoas. Neste ano, o Colégio Nossa Senhora das Graças celebrou os 90 anos de fundação, em solene Eucaristia presidida pelo amigo e querido Bispo Diocesano Dom Mário Rino Sivieri e concelebrada pelo Padre Odair Francisco, Vigário Paroquial e Padre Raimundo Peretti Guimarães, capelão do Hospital São José, em Japaratuba, Sergipe. A Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, Superiora Provincial, trouxe, com sua presença, grande entusiasmo à efeméride. As apresentações do Coral SEED abrilhantaram o evento, sob a regência do Maestro Joel de Magalhães, tendo como organista o professor José Maria do Nascimento, irmão de nossa Irmã Cândida de Jesus Hóstia. Em 25 de abril de 2007, foi fundado o Projeto Escolarte Jardim da Mãe Clara. É uma iniciativa que atende, atualmente, alunos com necessidades especiais, incluindo deficiência visual e auditiva, além de portadores de doenças neuromotoras e doenças como autismo, entre outras, sob os cuidados da Irmã Geni Bispo de Lira e seus colaboradores. Os beneficiados participam de atividades como aulas de informática, educação física, canto, ensino religioso e alfabetização e também dos eventos e datas comemorativas. Usufruem, ainda, de transporte próprio. O conjunto de atividades reflete na satisfação das famílias por esse trabalho educacional de inclusão. Durante sua administração, a Irmã Maria Madalena Carvalho da Silva acolheu com distinção e alegria fraterna três Superioras Gerais: Irmã Maria Eneide Martins Leite (1992) Irmã Maria Isilda Freitas (2002 e 2007) e Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro (2014). Nestes últimos anos, empenhou-se pelo aprimoramento do ambiente físico do Colégio, criando espaços de evangelização com ícones bíblicos e ligados à espiritualidade franciscana. Busca o melhor para tornar o CNSG cada vez mais lindo e acolhedor. Fez parceria com empresa pedagógica de ensino para elevar, cada vez mais, o nível educacional e está em construção o site do Colégio. Irmã Madalena evangeliza pelo amor e pela devoção a Nossa Senhora. Seu jeito manso de fazer o bem sempre, de realizar sonhos e buscar o máximo que puder para ajudar e ver a felicidade do próximo a caracterizam como seguidora do grande exemplo da Mãe Clara. A primeira vocacionada desta comunidade foi Cecília Barros (Irmã Inês do Santo Cordeiro). Com desvelo e espírito de sacrifício, permanecem, hoje, na promoção de uma primorosa educação, as Irmãs Madalena Carvalho da Silva, Superiora local e Diretora Geral e Administrativa, Terezinha Venâncio da Silva (Irmã Maria Arnalda da Visitação), Jonalita Santana Bispo (Irmã Maria Dulcina de Lourdes), Helena Dionízio de Albuquerque, Geny Bispo de Lira, e Bernadete Gonzaga Lima. “A Direção do Ginásio Nossa Senhora das Graças atribui a boa realização das festas jubilares daquele estabelecimento de ensino às bênçãos de Deus e à grande cooperação do povo magnânimo de Propriá...” Em 08 de agosto de 2005, passou a integrar a Fraternidade a Irmã Terezinha de Souza Rocha que, além das contribuições ao Colégio, Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 21 Superiora Provincial Exalta a Valorosa Obra Educacional Sediada em Propriá passagem da Festa de Nossa Senhora das Graças, 27 de novembro, marcou a abertura do Ano Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças, com a Celebração Eucarística presidida pelo Padre Clebson Ferreira Moura, Pároco da Catedral de Propriá e capelão do Colégio, concelebrada pelo Frei João Paulo, OFMCap, ex-aluno do Colégio jubilando. a Minha alma canta de alegria e meu espírito exulta de gratidão: Por Maria, a Senhora medianeira de todas graças, intercessora junto ao seu Filho Jesus, por esta Instituição centenária, que, enfrentando todos os sacrifícios e obstáculos, não mediu esforços para formar cidadãos responsáveis e cristãos comprometidos na construção de uma sociedade mais humana e mais justa, conforme o sonho do Criador. Na oportunidade, a Irmã Cacilda Luzia de Santana, Superiora Provincial, proferiu a singela reflexão: “Minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador. (Lc, 1,46-47). É com estas palavras do Magnificat, canto de louvor e ação de graças proclamado por Maria, a Mãe de Jesus e nossa Mãe, que inicio esta mensagem. Propriá, uma das principais cidades do significativo estado de Sergipe, abre, hoje, as suas portas, como o fez no dia 15 de janeiro de 1915, para render graças ao Altíssimo e Onipotente Deus por um século da chegada das missionárias Franciscanas Hospitaleiras a esta terra, onde inauguraram o Colégio Nossa Senhora das Graças. Nesta celebração de abertura do centenário do nosso querido Colégio Nossa Senhora das Graças, não encontrei, na Sagrada Escritura, outra palavra que melhor expressasse o sentimento do povo e da Igreja de Propriá; do corpo docente e discente desta casa de educação; assim como dos pais de alunos, dos ex-alunos, dos amigos; dos benfeitores; dos colaboradores e de nós, Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. A minha alma glorifica o Senhor: Pela feliz inspiração de Deus às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, enraizadas no Brasil, desde 1911, para lançar as sementes da Paz e do Bem em terras sergipanas, fundando, em 15 de janeiro de 1915, este Colégio entregue à proteção de Nossa Senhora das Graças. A minha alma dá graças ao Senhor: Pelas primeiras Irmãs portuguesas, que, após a corajosa experiência evangelizadora, na região amazônica, decidem lançar as sementes da educação a crianças e jovens em Propriá, cidade sergipana plantada à beira do rio São Francisco, o maior rio em extensão do Brasil. Meu espírito exulta de alegria: Pelo carisma franciscano hospitaleiro que, fortalecido com a hospitalidade do povo de Deus em Propriá, fez erguer-se o Colégio Nossa Senhora das Graças, no dia 15 de janeiro de 2015. Meu espírito exulta de alegria: Pela grandeza de coração da Igreja e do povo de Propriá, que acolheram as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, para aqui continuarem lançando e cultivando as sementes da educação e da formação integral dos filhos desta promissora cidade. 22 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos Queridos amigos e amigas, queridos alunos, pais, colaboradores de ontem e de hoje; queridas Irmãs, prostremo-nos diante da majestade do nosso Deus e rendamos-lhe a nossa ação de graças. Maria, Mãe da divina graça, medianeira de todas as graças, Nossa Senhora das Graças, inspiradora da missão educativa das Irmãs franciscanas hospitaleiras, neste torrão sergipano, continua abençoando, protegendo e conduzindo os caminhos desta obra educativa e a vida de todos os que fazem parte dela. Hoje, estamos aqui, Mãe das Graças, como há cem anos, para entregarmos ao vosso cuidado, este querido Colégio. Recordamos a pessoa do Pároco, o Padre Antônio dos Santos Cabral, de saudosa memória, digníssimo filho desta terra, que tanto incentivou a concretização deste Colégio; recordamos as famílias das primeiras alunas e as dez primeiras religiosas Franciscanas Hospitaleiras portuguesas, que, deixando o seu torrão natal, plantaram aqui as sementes da hospitalidade misericordiosa e terna, a exemplo da bem-aventurada Mãe Maria Clara do Menino Jesus, nossa querida e santa fundadora. Que Deus lhes conceda a felicidade eterna! Colégio Nossa Senhora das Graças, parabéns! Querida Comunidade educativa do Colégio Nossa Senhora das Graças, parabéns! Queridas Irmãs da Fraternidade Nossa Senhora das Graças, parabéns! Querido povo de Propriá, Parabéns! Avante, Colégio Nossa Senhora das Graças!” Irmã Cacilda Luzia de Santana Superiora Provincial Agradecimento pela Obra Educacional Centenária c aríssima Irmã Superiora e demais Irmãs, Esta é a hora da graça de Deus! Acabo de receber o envelope azul da cor do manto da Virgem Mãe, cheia de graça, Patrona desse Educandário. Ele traz o sugestivo Convite para a Celebração Eucarística que marca o Ano Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças. Em 2011, nossas duas Províncias brasileiras celebraram com inquebrantável ardor os 100 anos de nossa presença no Brasil. Foram momentos inesquecíveis de muita alegria, sinfonias de caridade franciscana, um coral onde juntas cantamos nosso hino a Deus. Recebendo este Convite, esse fato me veio à memória e eu gostaria tanto de poder estar presente junto às minhas Irmãs para, mais uma vez, fazermos uma viagem ao tempo e testemunhar a credibilidade desse Colégio no grande livro escrito por Deus. Lamento não poder estar presente em virtude das muitas tarefas que se desdobram no pós-Capítulo. Quero, mesmo de longe, cantar com vocês na mesma pauta e agradecer ao altíssimo Deus esses 100 anos. • Celebrar esse Centenário é poder gritar que o Evangelho está em causa; • É desejar um mundo novo, arquitetado pelo pai no tear da história; • É reassumir com coragem profética o testemunho de vidas que deixaram um rastro de luz no céu de Propriá; • É fazer memória daquelas Irmãs que viveram na simplicidade, no despojamento onde com a Dama Pobreza cantaram as riquezas de seu Deus; • É acreditar que o imenso campo de missão de ontem continua vivo também hoje; • É tornar presentes os apelos do Espírito de Deus que ressoam nos acontecimentos da história; • É resgatar a força do amor heróico daquelas Irmãs no idealismo absoluto de corações que realmente se renovaram no mistério da cruz; • É dizer baixinho para elas: obrigada por tudo!; • Obrigada pela paz que fertilizava seus corações; • Obrigada porque percorreram a estrada da fideliddae; • Obrigada pelos caminhos percorridos na condição de operárias da Palavra de Deus; • Obrigada pelo testemunho de verdadeiras discípulas do Mestre Hospitaleiro; • Obrigada pela combinação maravilhosa de renúncia e compaixão, nobre distinção, simplicidade popular, pobreza e minoridade franciscanas, vigor indomável na defesa de seus ideais; • Obrigada pelo hoje tão repleto de raios da Hospitalidade generosa e operativa; • Obrigada pela Fraternidade Religiosa que alimenta o Colégio e continua escrevendo sua música com melodias sempre renovadas. Iria longe com o pensamento voltado para 1915, imaginando-as servidoras de todos, cujo mapa era a confiança na vida. Deus seja louvado! Parabéns, minhas Irmãs, porque o passado se faz presente. Para ver, basta acreditar e desejar. Meu abraço de ternura em nome das minhas Irmãs da Província do Sagrado Coração de Jesus. Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira Superiora Provincial da Probrasul Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 23 Uma Vida na Minha História, Uma História na Minha Vida a o iniciar este texto, o pensamento me remete ao passado e lembrei-me da primeira vez que entrei no Colégio e fiquei extasiado diante de um pátio tão grande e uma beleza que me encantava os olhos. Disse pra mim mesmo: é aqui que quero estudar. Fui convidado pela Irmã Maria Cândida de Jesus Hóstia a conhecer a Capela, onde fui tomado de uma grande emoção, não imaginava que em uma escola também tivesse uma Igreja. Depois daquele momento não me restava dúvida: era ali que realmente eu queria estudar. Foi amor à primeira vista. Tudo era muito novo, sobretudo, no que se referia ao conhecimento mais aprofundado da fé católica. Foi no Colégio que aprendi a dar os primeiros passos na Igreja; onde aprendi a doutrina nas aulas de religião com a Irmã Maria Aurélia de Santa Cecília e a servir aos mais necessitados, nas visitas aos doentes com a Irmã Maria Dulcina de Lourdes. Os anos se passaram, logo chegou a 8ª série e, infelizmente, não existindo ainda o ensino médio tive que sair para outra escola. Mas, a amizade com as Irmãs nunca foi rompida e a alegria e o amor pelo Colégio se renovava todas as vezes que, no desfile cívico de 07 de setembro, me emocionava ao ver o meu Colégio desfilar. Aos 25 anos me casei e o sonho de oferecer aos meus filhos a educação que meus pais me proporcionaram fez com que eu matriculasse o meu primeiro filho, Paulo Antônio, com muito entusiasmo, no maternal e assim foi até o terceiro ano do Ensino Médio. Maria Clara, minha segunda filha, está no Colégio desde o maternal e, com a graça de Deus, concluirá este ano o seu ensino médio. Com Gabriel Felipe, o terceiro filho, a história com certeza não será diferente - hoje ele está cursando o oitavo ano do Ensino Fundamental II. Nossa Senhora me concedeu a graça de que os filhos que o Senhor me concedeu, assim como eu, também eles trilhassem o caminho do conhecimento, de uma educação integral e fraterna e na vivência concreta da fé católica. 24 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos Como por presente de Nossa Senhora das Graças, há cinco anos, fui convidado pela Irmã Madalena Carvalho da Silva a dar aulas de Ensino Religioso e aceitei, com muita alegria, logo depois, no mesmo ano, fui convidado pela nossa Diretora Pedagógica, a Sra. Maria da Paz, para ser Coordenador Pedagógico e abracei o desafio. Com certeza é uma experiência e um desafio a cada dia, porém, formamos uma equipe unida, de uma boa amizade, de coragem e dedicação amorosa ao trabalho que realizamos, bem como nos somando com a força e a garra dos nossos amados professores, desde a educação infantil ao ensino médio. Ao falar do Colégio Nossa Senhora das Graças, não poderia deixar de me referir à Irmã Madalena, nossa querida Superiora e Diretora Geral. Ao longo destes anos, podemos perceber o dinamismo e a força empreendedora desta mulher que, com muita coragem e disposição, vem trabalhando em nosso Colégio, fazendo com que neste lugar todos sintam o encanto ao entrar e o desejo de ali permanecer. Vale ressaltar a grandeza do seu coração acolhedor, onde posso testemunhar: por muitas vezes, encontrei acolhimento neste coração. Obrigado Irmã Madalena, obrigado Irmãs Franciscanas, obrigado por estes 100 anos de história na vida de tantos homens e mulheres da nossa cidade e da nossa região do Baixo São Francisco sergipano e alagoano. Parabéns a todos nós, pois afirmo: Uma vida na minha história, uma história na minha vida. Otávio Costa Neto Coordenador Pedagógico do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, assistente social, especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior Programação do Ano Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças 18 DE AGOSTO DE 2014 1. Reunião com a Direção e o Capelão para decidir os passos celebrativos do ano Centenário; 2. Reunião com a Equipe Pedagógica como sensibilização e coleta de sugestões para inclusão das comemorações no calendário escolar 2015; 3. Elaboração da logomarca com o lema e dos convites para a abertura do Ano Centenário. 27 DE NOVEMBRO DE 2014 1. Celebração Eucarística presidida pelo Capelão Padre Clebson Ferreira Moura e concelebrada pelo Frei João Paulo, OFM ex-aluno do colégio, participação de alunos, pais, ex-alunos e Irmãs convidadas; 2. Entronização na Capela do colégio da imagem da Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus, Fundadora da CONFHIC; 3. Conclusão das turmas de terceiro ano do Ensino Médio; 4. Ágape de confraternização. ABRIL DE 2015 Lançamento do site do Colégio. AGOSTO DE 2015 Lançamento do concurso literário: O Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças. SETEMBRO DE 2015 Desfile cívico homenageando as décadas do centenário do Colégio. OUTUBRO DE 2015 Semana da Criança: na abertura, uma benção especial ministrada pelo Padre Clebson Ferreira Moura. NOVEMBRO DE 2015 Noite de autógrafos da Coletânea Literária produzida pelos alunos do ensino fundamental e médio. 27 DE NOVEMBRO DE 2015 25 E 26 DE MARÇO DE 2015 1. Realização do Seminário CNSG – 100 anos construindo história, cultura, sabedoria e religião no Baixo São Francisco; 2. Palestra Tema – 100 anos de história do Colégio Nossa Senhora das Graças, palestrante convidada: Professora Mestre Adelina Amélia V. Lubambo de Britto; 3. Palestra: Tema – As filhas da Imaculada Conceição, palestrante convidada: Professora Mestre Valéria Melo; 4. Apresentações variadas, inclusive de poemas produzidos pelos alunos do Ensino Médio. Solene encerramento do Ano Centenário: • Celebração Eucarística, presidida por Dom José Palmeira Lessa, Arcebispo Metropolitano de Aracaju; • Homenagem a Dom Antônio dos Santos Cabral, idealizador da fundação do Colégio; • Homenagem à Madre fundadora, Irmã Maria da Circuncisão; • Conclusão das turmas do Ensino Médio; • Ágape de confraternização; • Distribuição da revista comemorativa do Ano Centenário. Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 25 Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Santuário Nossa Senhora das Graças n o momento em que a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição celebra o Ano Jubilar, comemorativo do centenário do CNSG, agradecemos a Deus as bênçãos e às irmãs por tanto trabalho realizado. Prazerosamente, queremos destacar como um grande presente e uma dádiva de Deus a visita de Nossa Senhora de Fátima, que trouxe alegria, bênçãos e graças à nossa cidade, à comunidade e ao nosso Colégio. Aos vinte e sete do mês de julho de 2015, as 9h, com muita emoção e alegria recebemos a imagem de Nossa Senhora de Fátima, quando em suas mãos foi colocado o Santo Terço pela Irmã Madalena, demonstrando nosso carinho, devoção e amor à Maria. Durante toda a manhã, vivemos momentos de celebração e oração do Santo Terço com a participação dos que fazem parte do Colégio Nossa Senhora das Graças e da comunidade local. Ao contemplar teu olhar de mãe, sentíamos paz e a certeza de estarmos sobre teus cuidados e atenção! Às 16 horas do mesmo dia, acompanhamos a imagem levada pelas mãos da Irmã Madalena, quando da visita à cidade de Cedro de São João. No dia 31, outra vez a imagem peregrina retornou ao Santuário Nossa Senhora das Graças para momento de oração, com louvores e 26 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos súplicas, sendo coroada pela Irmã Madalena, que também colocou em suas mãos o Santo Terço. Às sete horas, foi celebrada a Santa Missa de despedida. Na saída da imagem, houve muitas lágrimas, acenos para uma mãe que temos no céu e a certeza de que nos protege nos guarda e nos guia até Jesus. Nossa Mãe Maria ensina neste mundo as lições que marcaram tua vida: teu silêncio, tua atenção, tua coragem e tua disposição de realizar a vontade do Pai. A humildade da menina de Nazaré, que se tornou rainha. Rainha da vontade e do amor, estrela da paz. Nossa Mãe Maria! Eterna Mãe Maria, fica conosco! “O santuário é o coração desta casa de educação, onde se vive uma vida de oração em silêncio, onde se queima incenso de glória a Deus à brotar dos corações para as alturas”. Maria Fátima Isabel O. Souza Professora “O santuário é o coração desta casa de educação, onde se vive uma vida de oração em silêncio, onde se queima incenso de glória a Deus à brotar dos corações para as alturas”. Mensagem de Abertura do Seminário CNSG - 100 Anos Construindo História, Cultura, Sabedoria e Espiritualidade no Baixo São Francisco Professora mestre Adelina Britto Professora mestre Valéria Melo e Diretora Pedagógica Maria da Paz Costa Lins Lustosa igníssimos Senhores membros da mesa, Padre Clebson Ferreira de Moura, Irmã Madalena Carvalho da Silva, Irmã Maria da Glória Pacheco, Professora Adelina Amélia Britto, Professora Lucenilde Rodrigues Santos, autoridades aqui presentes, pais, professores e queridos alunos, nossas saudações a todos. Nossos mais profundos agradecimentos à toda a comunidade religiosa representada pela Superiora e nossa Diretora Geral e Administrativa, Irmã Madalena, sempre tão doce, gentil e acolhedora e à equipe organizadora dos projetos e eventos alusivos ao ano jubilar, incluindo as professoras Marileide dos Santos Amorim, Lucenilde Rodrigues Santos, Maria Erundina Bonfim Borges, Irmã Helena Dionízio Albuquerque e os professores Antonio Amorim, Marcelo José Gois Ribeiro, Maria da Glória Santos Silva, Otávio Costa Neto e a todos os funcionários e voluntários que, irmanados como uma verdadeira família, tornaram possível este momento tão importante para o Colégio Nossa Senhora das Graças. d É com imenso jubilo que fazemos a abertura do seminário CNSG: 100 anos Construindo História, Cultura, Sabedoria e Religião no Baixo São Francisco. No dia 25 de março, contamos com a professora Mestre Adelina Amélia Vieira Lubambo de Britto desenvolvendo o tema: 100 anos de história do Colégio Nossa Senhora das Graças e no dia 26, convidamos a Professora Mestre Valéria Melo que nos traz o tema de sua dissertação: As filhas da Imaculada Conceição. O centenário de nosso querido Colégio Nossa Senhora das Graças trouxe para todos nós que fazemos e participamos da construção de sua honrosa história um momento de louvor e de gratidão a Deus e à Nossa Senhora das Graças. O carisma de servir das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição nos presenteou com o amor, o serviço ao próximo, a educação e a formação religiosa de tantas crianças e jovens que estudam ou estudaram nesta egrégia instituição de ensino, dando-lhes uma formação educacional de excelência e uma formação moral sólida. Nosso agradecimento todo especial aos nossos queridos alunos e familiares que, com empenho, dedicação e pesquisas, tornaram possível este evento tão significativo nas homenagens dos 100 anos do nosso amado Colégio. Trilhamos os 100 anos do CNSG pautados no Carisma dos nossos fundadores em nossas mentes e corações:“Onde houver o bem a fazer que se faça” (Padre Raimundo dos Anjos Beirão). “O olhar providencial de Deus vela sobre nós” (Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus). Paz e bem! Que Nossa Senhora das Graças ilumine a todos. Maria da Paz da Costa Lins Lustosa Diretora Pedagógica Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 27 Relação dos Colaboradores no Ano Centenário ADMINISTRAÇÃO • Antonio Carlos dos Santos • Daniel Barboza Vieira • Ilana Freire Aragão • Margarida dos Santos de Oliveira Silva • Maria Aparecida de Oliveira Farias • Maria da Paz Costa Lins Lustosa • Maria Sueli Correia de Castro • Marileide dos Santos Amorim • Otávio Costa Neto SERVIÇOS GERAIS • Abrahao Vieira Calazans • Cícero Caetano dos Santos • Damião Caetano dos Santos • Edeilton Silva Carvalhal • Maria Cleide da Mota Santos • Roberto Luiz Gomes • Rosa Angélica dos Santos Correia • Rosimeire Barbosa Silva • Silvia Costa de Oliveira CONSTRUÇÃO CIVIL • Antonio Carlos Santos Filho • José Carlos de Oliveira EDUCAÇÃO INFANTIL • Geosimar Alves dos Santos Nunes 28 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos • • • • • • Gleicykelly Rodrigues Hora Margarete dos Santos Lira Maria Thais Silva Santos Marines Santos Barbosa Sandra Maria Guimarães Silva Silvia Santana de Souza FUNDAMENTAL 1ª À 4ª SÉRIES • Adriana Silveira Barbosa Ribeiro • Cledijelma Martins da Rocha • Cristina Maria Sales Melo Pedroso • Daniele Guimarães Silva • Deyse Cristina Braga Góis • Eliene dos Santos Chaves Silva • Fatima Izabel Oliveira Souza • Jorge Fernando dos Santos Souza • Keila Gonçalves Freire • Maria da Conceição Cruz Melo • Maria Dimeire Santos Cruz • Maria Margarete dos Santos Oliveira • Patrícia Fernandes dos Santos Feitosa FUNDAMENTAL 5ª À 8ª SÉRIES • Amanda Araujo Rocha Duarte • Barbara Mickaele Rodrigues da Silva • Deivid de Souza Santana • Gildasio Santos • Jose Alberto Amorim • Kleudson Rodrigues Santos • Nadja dos Reis ENSINO MÉDIO • Adriano da Mota Freire • Carlos Alberto Dantas dos Santos • Faruk Soares Batista • Janio Nascimento • João Batista Silva • João Bomfim Junior • Kathyanne dos Passos Cardozo • Lielma Nathiane Silva Souza • Lucenilde Rodrigues Santos • Makel Bruno Oliveira Santos • Marcelo José Gois Ribeiro • Maria Erundina Bonfim Borges PROJETO SOCIAL ESCOLARTE JARDIM MÃE CLARA – Serviços Gerais • Marinez da Silva • Paloma Mota Santos PROFESSORES • Klecia Filgueiras Silva • Lidiane dos Santos Barbosa Costa • Mercia Góis Costa Dantas Oração de São Francisco de Assis Por Isabel da Glória Freire Duarte Senhor, fazei-me instrumento de vosso paz: Paz com Deus, com Jesus e o Espírito Santo também, Paz que vem do amor, te desejo muita mais, Paz para o mundo, pra você e mais alguém. Onde houver ódio, que eu leve o mar: Amor reflexo de Deus, para toda a humanidade, Amor palavra mágica, que traduz muita emoção e desamor, Amor que Jesus trouxe para a vida em fraternidade. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão: Ensinado por Jesus, ao morrer por nós na cruz, Que se encontra nas pessoas que têm bom coração, É o ato mais sublime , que para o céu nos conduz. Onde houver discórdia, que eu leve a união: É como Jesus deseja ver seus filhos caminhar, Para que todos sejamos pessoas de compaixão, Sem violência nem contendas, navegando neste mar. Onde houver dúvida, que eu leve a fé: Fé de nosso Pai Abraão, que seu filho ia imolar, Fé o grande dom de Deus, para aquele que quiser, Fé que Maria, os mártires e Santos, vieram nos ensinar. Onde houver erro, que eu leve a verdade: Verdade que cabe em todo e qualquer lugar, Verdade a ser proferida em todas as idades, E que somente ela poderá nos libertar. Onde houver desespero, que eu leve a esperança: Esperança de melhores dias para o nosso futuro, Esperança que não morre, enquanto existe a bonança, É a única que permanece e até transpõe o futuro. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria: Alegria de sermos irmãos e filhos do mesmo Pai, Que São Francisco cultivou até o fim de seus dias, Que precisamos ter sempre para não chorarmos mais. Onde houver trevas, que eu leve a luz: Luz para iluminar as trevas da escuridão, Luz para brilhar como o nosso Bom Jesus, É Ele que nos protege e nos leva pela mão. Ò Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado: Consolar como sempre fazemos ao irmão necessitado, Quando no sofrimento eles estão precisados, Porque todos nós queremos ser por Deus abençoados. Pois é dando que se recebe, diz São Francisco de Assis: Dando os dons que recebemos e os bens materiais, Aos que de nós se aproximam e que nos dizem querer mais, Ensinando-lhes também os bens materiais. É perdoando que se é perdoado: Não apenas sete vezes, mas 70 vezes sete mais, É o número infinito que para nós foi ensinado, Por Cristo, o grande matemático, que de tudo é capaz. Compreender, que ser compreendido: Compreender é muito bom, com o irmão compartilhar, Em tudo que lhe acontece neste mundo de ilusão, Principalmente quando a eles damos a mão para ajudar. E é morrendo que se vive para vida eterna... (amém): Morrendo com São Francisco e Santa Clara é o que há de mais profundo, Morrendo para tudo aquilo que podemos viver sem, Com a saudação de Paz e Bem, que hoje percorre o mundo. Amar, que ser amado: Amar indistintamente, Jesus veio nos ensinar, Amar com carinho, com afeto e com ação e coração, É Sua maior lei que devemos praticar. Francisco assim se fez: nasceu. Chegou. Viveu. Morreu. Partiu. Ficou. E agora São Francisco? O mundo se iluminou, porque a Deus tanto amou. Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 29 Registros da História 30 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos Mensagens Caríssima Irmã Madalena São estes os meus votos para minha Irmã e sua Fraternidade, neste tempo de graça. Os meus parabéns pelo jubileu que o Colégio Nossa Senhora das graças está a celebrar: Cem anos na missão de educar! Que maravilha! Quantas sementes de BEM semeadas ao longo destes cem anos, regadas e cuidadas com muito amor e, principalmente nos primeiros anos, também com sacrifício. Quantos frutos já foram colhidos e quantos virão ainda, no futuro. Mesmo aquelas sementes que, aos nossos olhos, parecem não ter encontrado terreno fértil, muitas vezes, a seu tempo, germinam, crescem e surpreendem-nos com seus abundantes frutos. As nossas cordiais felicitações. Irmã Maria Isilda Freitas Minha Irmã Madalena, Paz e bem! Fiquei felicíssima ao receber a camisa comemorativa dos cem anos do meu inesquecível Colégio. Muito obrigada pela lembrança e pelo carinho. Se Deus quiser participarei desta grande festa para abraçar as queridas ex-alunas, as mais estudiosas dentre as escolas onde lecionei. Faz 50 anos que deixei Propriá. Tive a felicidade de ensaiar a festa do Jubileu de Prata. De lá, grandes lembranças bonitas. Parabéns a todas que atuam neste momento centenário. Irmã Lucimar de Oliveira Miranda Parabéns pelos 100 anos e a todos que fazem este trabalho tão bom que é feito por todos os senhores. Que Jesus abençoe a todos. Não fui participar por motivo de doença (minha mãe estava muito doente). Um forte abraço Irmã Madalena e todos, Mensagem do Colégio São José “É necessário sermos gratas para com Deus que tão generoso tem sido para conosco”. Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus Minhas Irmãs, com o coração cheio de alegria, vimos juntar as nossas vozes às suas vozes para proclamar a bondade do Senhor nesses anos, quase um centenário, à serviço da educação das crianças e adolescentes, lutando para que este trabalho missionário infunda nos seus corações o amor a Deus, à Pátria, à Família, aos valores do reino. Erenita Moura Barbosa Enfermeira Branca de Propriá (SE) Parabenizo a Direção do Colégio Nossa Senhora das Graças pelas comemorações alusivas ao centenário do referido Colégio, como também pelo Seminário, que foi realizado nos dias 25 e 26 de março de 2015. José Aelson dos Santos Presidente da Câmara Municipal de Propriá (SE) À sombra de nossa Senhora das Graças, de mãos e coração abertos, cada Irmã que aí passou, buscou amar, compreender, ensinar, ajudar a crescer aqueles que foram, é, e serão os destinatários da missão franciscana hospitaleira. Nessa cidade ribeirinha, que recebe do São Francisco, a água generosa que faz crescer a vida dos que aí residem, como discípulas da Bem-aventurada Maria Clara do menino Jesus, queremos juntas repetir: Como Deus é bom! Deus seja bendito! Venho em meu nome e do Prefeito João Alves Filho agradecer o convite para as solenidades do 27 deste mês (novembro 2014), lamentando não ser possível nosso comparecimento. Enviamos nossos cumprimentos e votos de êxito na realização do evento. O Senhor esteve sempre do lado das minhas Irmãs, acompanhando cada passo, inspirando-as, orientando-as como mestras evangelizadoras a fim de que, a exemplo do Senhor, cada criança crescesse em sabedoria e graça diante dos homens. O Centenário de Todas as Graças! Parabéns, minhas Irmãs! Parabéns, alunos e alunas! Parabéns, pais! Parabéns, Propriá! O Senhor continue a abençoar a todos e a mostrar-lhes o caminho da Paz e do Bem. Com muito carinho e amizade fraterna: Irmã Etelvina Santos Fraternidade do Colégio São José – Salvador (BA) Mensagem do Colégio Sagrado Coração de Maria Neste histórico momento celebrativo dos 100anos do nosso querido Colégio Nossa Senhora das Graças, nosso desejo e nossa prece, para que se perpetue, ao longo de sua história, a semeadura do bem, fundamentada em valores humanos e espirituais e sempre iluminado pelos raios de graças da sua dirigente maior Nossa Senhora das Graças. Irmãs da Fraternidade Coração de Maria – Mossoró (RN) Atenciosamente, Maria da Carmo Alves Senadora da República (Ex-aluna, turma 1967) Surgiu de um ideal e da fé missionária E foi projetado nesta colonial memória. Penedo foi o destino da ideia visionária E se tornou parte nesta imperial história. O lindo cenário desse radiante das Graças, Transformou a capelinha do alto e sua cruz, Nesse majestoso Colégio de todas as Praças. Obrigado a Madre, por ser este azeite nessa luz. O Cônego foi iluminado e esse seu nome era Cabral, Ele seguiu com determinação nesta ação educacional. Propriá, ondem e hoje lhe reverencia neste amor Catedral, Que o símbolo do saber se eternize na nobre festa celestial. O Colégio foi planejado e edificado e a congregação aqui aportou, Tudo começou lá pelo ano treze e no quinze o sonho se concretizou. Parabéns ao passado e ao presente, amém! Feliz aquele que idealizou. Que o Centenário abençoe o Colégio e prospere o ideal que se profetizou. Poema enviado por Rossímagne Alves dos Santos e Cristiane Freire Duarte Alves, pais de Pedro Rossi Freire Duarte Alves (8º Ano B) Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 31 Tempos e Marcas Colégio Nossa Senhora das Graças Pessoas, momentos e lugares registram suas presenças à medida que o tempo passa. Crescem, amadurecem, transformam e evoluem. com a formação do ser humano e disposição para adequação às mudanças. Quantas gerações de famílias fazem parte dessa história? Quantos momentos de aprendizagem não só educacional, como também para a vida ocorreram? De que forma o jardim bem cuidado, a gruta impecável, os corredores barulhentos trazem lembranças? Mais do que alfabetização, cálculos, trabalhos manuais, educação moral e cívica, fórmulas químicas. O Colégio Nossa Senhora das Graças prepara para a vida. Tem a consciência da necessidade de desenvolvimento integral para o máximo aprimoramento do ser humano. Ensina a conviver com as diferenças de classe social, raça, religião. Ensina a socializar, formular opiniões, aprender com os erros. Ensina a ter responsabilidade, a fazer escolhas, a assumir as consequências. Ensina a construir nossa própria história, lutar por dias melhores, superar obstáculos. o Colégio Nossa Senhora das Graças foi fundado em 15 de janeiro de 1915 pelas irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Em 1916, as mesmas Irmãs criaram a Escola Santo Antônio para instruir outras mulheres que não tinham condições financeiras. Em 1922, foi instalada a Pia União das Filhas de Maria para alunas internas. Em meados de 1970, o CNSG deixou de ser internato e começou a receber alunos para a formação educacional. Em cem anos é possível traçar uma linha do tempo com os fatos marcantes, delinear sua trajetória, demonstrar suas marcas e feitos; mais que tradição, essa instituição possui um legado. Legado, do latim Legatu, substantivo masculino que significa disposição, a título gracioso, por via da qual uma pessoa confia a outra, em testamento, um determinado benefício, de natureza patrimonial. Em sentido figurado: tudo aquilo que se pode transmitir às gerações que se seguem. O significado da palavra não poderia expressar em melhor tom, o que se tornou o colégio Nossa Senhora das Graças. A partir do momento em que se reconhece que a educação é fator primordial de promoção da pessoa humana, a Instituição adquiriu respeito e admiração da sociedade Propriaense e do Baixo São Francisco, assim como das demais instituições de ensino da rede à qual faz parte, vez que concede um ensino de qualidade e há comprometimento 32 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos Para tudo há um ponto de partida, mas difícil dizer o seu fim. Alguns deixam marcas, rastros, sentimentos e lembranças que se eternizam no tempo, assim como o Colégio Nossa Senhora das Graças. Lisyanne Passos Carôzo Ex-aluna Irmã Aurélia, Exemplo de Rigor na Educação e Ternura na Vida c onheci a Irmã Aurélia no ano de 1972, como professora de francês. Como aluna, tive o prazer de estudar com ela, sempre austera, uma criatura que apreciava as coisas bem certinhas, sem perder a ternura. Aos poucos, ficamos amigas e de uma amizade sincera e inigualável, em uma confiança recíproca. No ano de 1983, comecei a trabalhar no Colégio Nossa Senhora das Graças como professora de Matemática, a pedido da estimada mestra. Ciente da minha capacidade, colocou-me na sétima série ginasial. A partir de então, ficamos ainda mais amigas, parceiras na missão educacional. A Irmã Aurélia sempre me incentivou a prosseguir os estudos, aconselhando-me a fazer uma pós-graduação, um investimento em minha capacitação profissional. Dizia que eu deveria participar dos cursos que aparecessem. Só me dava conselhos para o bem. Era uma pessoa que gostava de ajudar os outros. Para contentamento dos alunos, gostava de promover passeios educativos e gincanas. Anualmente, realizava uma excursão pelo Brasil e países vizinhos. Na administração da cantina, era adorada pelas alunas, porque ali a Irmã Aurélia se mostrava sempre alegre, possibilitando uma convivência descontraída. Importante mencionar a sua presença marcante na orientação da banda escolar. Os estudantes sonhavam em participar dessa atividade. Ela era exigente, disciplinada e competente na execução dos toques e coreografias apresentadas. Promovia passeios para os participantes tocarem em Aracaju e cidades circunvizinhas. A banda do Colégio Nossa Senhora das Graças tem singularidades musicais, marcas da influência da Irmã Aurélia. Quando afastou-se de nosso convívio, por motivo de tratamento de saúde, em Salvador, Bahia, sentimos muito a sua falta. Saudades da sua autenticidade como pessoa, sua capacidade decisória e sua fraternidade, expressa em um amplo leque de amizades. Gleide Feitoza Pedrozo Ex-aluna e professora aposentada Mensagens Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças Já faz cem anos e eu nem posso imaginar Como foi a chegada das irmãs na cidade de Propriá! Primeiro, com um simples Colégio Que apenas a meninas começou a educar. Tão queridas por todos, rapidinho Ganharam amor, afeto e carinho. Logo depois, uma linda capela veio a ser reconstruída Dando novo brilho à cidade que estava a ser esquecida. Se fosse descrever cada Irmã, o tempo não iria dar, Pois cada uma marcou nosso coração de forma singular: Caridade, religião, amizade e educação, Sementes de amor começaram a semear. Sempre buscando a Deus servir Sem medo de a todos Cristo transmitir, Com fervor no coração, o terço na mão e na voz a oração, Uma linda história elas construíram aqui. Vidas em intercessão Levando no rosto um sorriso feliz! E por fim chegamos aqui, levando essa linda história no coração Com amor, alegria e muita alegria de ser um atual aprendiz. Ricardo Euclides Oliveira Carvalho 1º Ano A – Ensino Médio Meu Colégio Centenário Quadra poética interpretada na abertura do “Concurso literário 100 anos do CNSG” Aqui neste jardim, flores estamos vendo aparecer Como num arco-íris de cores, os sonhos vêm acontecer. Pérolas como alunos e professores representando o saber Já são cem anos de educação e valores. E direi bem alto: eu te amo CNSG. Maria Clara Rodrigues Araújo Ensino Fundamental, 4º Ano Professora Maria Margarete dos Santos Oliveira Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 33 Colégio Nossa Senhora das Graças “Um Velho Caso de Amor” n o Colégio Nossa Senhora das Graças, estudei o curso ginasial e pedagógico. O curso ginasial em dois momentos, concluindo-o em 1960 e o curso pedagógico concluído em 1962. No curso ginasial a nossa turma constava das seguintes alunas: Delfa, Elfrida, Cândida, Evalda, Wellida, Jalva, Josefa, Leda, Lúcia, Maria Auxiliadora, Magna, Maria Beliene, Maria Conceição, Maria Fátima, Maria da Glória, Maria Magalhães, Ozana, Silvana e Izabel. No curso pedagógico, eram as seguintes alunas: Delfa, Ednalva, Ivanete, Maria Auxiliadora, Maria Beline, Maria Eulália, Maria Freitas, Maria Neide, Maria Vilar, Marlene, Terezinha e Izabel. Segunda a Irmã Isilda (Anna de Souza Freitas) , éramos as doze apóstolas. Tivemos como professoras as seguintes Irmãs: Inês, Patrocìnio, Izilda, Cândida, Odete Nascimento, Conceição e Iracema, e mais os professores: Lizete Torres, Irmã Britto, Gentil Gracia Guedes, D. Odete Silva (a maestrina) Maria do Carmo Nascimento, (atualmente senadora da República) e os Padres Osvaldo e Almeida que colaboraram com a nossa formação espiritual e religiosa como capelães do Colégio. Neste período ocupei o cargo de Secretária do Grêmio estudantil e oradora oficial. Tendo sido a nossa Paróquia elevada à diocese, este colégio recepcionou o nosso 1º Bispo Pastor Dom José Brandão de Castro, de saudosa memória, dedicado á causa da pobreza, cujos restos mortais, a seu pedio, foram transladados do Estado de Minas Gerais, sua terra natal, para a catedral Diocesana de Propriá. Estudaram no Colégio, meus quatro filhos: Rogério, Juvenal, Cristiane e Fabiana e no momento estudam três netos: Gabriel, Pedro Rossi e Amanda Júlia. Continua a freqüentar com alegria este Colégio, participando das Missas celebradas pelo Padre Clebson Ferreira, juntamente com as Irmãs: Madalena Carvalho da Silva (Diretora), Irmã Dulcina, (Jonalita Santana Bispo) Irmã Terezinha Venâncio da Silva, Irmã Geny Bispo de Lira, Irmã Helena Dionízio de Albuquerque. Como Franciscana Secular da Ordem Franciscana Secular – OFS, que sou há 25 anos, realizamos no Colégio a comemoração dos 80 anos de fundação da Fraternidade Santo Antônio de Pádua em Propriá. Esta celebração foi presidida pelo nosso atual Bispo Dom Mário Rino Savieri e contou com a presença dos Irmãos e Irmãs de várias Fraternidades dos Estados se Sergipe e Alagoas. O Colégio Nossa senhora das Graças desempenha um trabalho de fundamental relevância para as crianças e a juventude de própria e vizinhanças. Durante décadas, tem preparado e formado gerações, no campo educacional, cultural, religioso, moral, cívico e social, numa realização árdua e trabalhosa de amor e dedicação aos seus alunos e tendo por base o carinho a eles e a SUS famílias. Seu imponente e majestoso prédio azul ergue-se na parte alta da cidade, enche de orgulho este povo e marca a história de Propriá, às margens do Velho Chico, o São Francisco, Rio da Unidade Nacional, que tanto bem faz às populações ribeirinhas. Estudaram também na mesma época comigo as minhas irmãs Izaura e Izaulinda. Ainda como aluna, a Irmã Conceição me presenteou com um livrinho sobre Nossa Senhora e foi então que iniciei a devoção a Maria Santíssima, que a cada dia se torna mais forte. Obrigada Irmã Conceição. Deste querido Colégio tenho belas lembranças de seus grandes eventos, estudos, festas e muitas saudades dos bons e velhos tempos, meu verdadeiro e recíproco caso de amor fraterno. O Colégio Nossa Senhora das Graças sempre foi o meu segundo lar, porque era aí que eu estudava, brincava, rezava, conversava e foi então nesta época que vivi os melhores anos de minha vida jovem, porque tudo era só beleza e alegria. Ao completar em 2015, cem anos de fundação, não poderia deixar de prestar justa e merecida homenagem a este grande patrimônio das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Congregação fundada pelo Padre Raimundo dos Anjos beirão e pela Beata Mãe Clara. Aconteceu então que para continuar os estudos, precisei lecionar em uma turma, para poder arcar com as mensalidades. Houve uma bela troca e, sem perceber, iniciei a carreira de professora, minha grande vocação, passando a lecionar no Ginásio Diocesano. Parabéns querido Colégio Nossa Senhora das Graças, nas pessoas de suas Irmãs, Diretoria, Corpo Docente e Discente, Pessoal Administrativo e de Apoio. Concluídos os estudos no Colégio Nossa Senhora das Graças, ganhei uma bolsa de estudos do Governo de Sergipe para um curso de especialização e supervisão escolar em Belo Horizonte, do Programa Brasileiro americano do Ensino Elementar – PABAEE. Ao retornar, continuei a lecionar no Colégio e prestado Concurso para Professora Estadual. Em 31 de maio de 1968, na Capela deste querido Colégio, hoje Santuário, realizou-se meu matrimônio religioso, para decepção de algumas Irmãs que gostariam de me ver como religiosa. 34 Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos Que Nossa Senhora das graças continue a derramar sobre este Colégio, as suas graças sua bênção e proteção. Obrigada por você existir, aqui em Propriá – Sergipe. Izabel da Glória Freire Duarte Sua ex-aluna e ex-professora Hino centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças Letra e Música: Marcos Sena OMB/AL 2370 Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa, Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças. Por desejo de um filho da terra, que nosso respeito se encerra. Buscou, junto à Congregação, um colégio a sua construção E com devoção, força e fé, na intercessão acreditou. E a Mãe, que nos mantém de pé, sua obra, assim, abençoou. Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa, Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças. Ergueu-se, há cem anos, então, o templo da educação. Sua casa, berço do aprender, o Colégio da Congregação. Suas Irmãs demonstraram o serviço à hospitalidade. E com fé avante, seguiram na paz, no bem e na caridade. Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa, Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças. E, hoje, celebra-se a graça de tantos anos que passaram. Na educação, moral, labor e vivência fiel no amor. Sementes de ciência e fé, colheitas de paz e vigor. E este Colégio contempla a Virgem que o nomeou. Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa, Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças. Festejando, o colégio jubila: centenário de sua fundação! Ardor, doação e vontade, foi erguido com simplicidade. E esta terra sergipana, junto a seus alunos e professores, que exaltam e cantam felizes, em prece com seus benfeitores. Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa, Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças. Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos 35 Praça Tobias Barreto, nº 1, Centro – Propriá-SE Tel.: (79) 3322-1633 | www.cnsg.org.br