Revista Edição Especial: Centenário do CNSG Propriá Calendário

Transcrição

Revista Edição Especial: Centenário do CNSG Propriá Calendário
Centenário do Colégio
Nossa Senhora das Graças
1915
2015
100 Anos
Hino
Colégio Nossa Senhora das Graças
LETRA E MÚSICA: Pe. Manoel Soares / Professora Maria Odete Silva
Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Somos jovens, a vida nos chama, ao estudo, ao trabalho, ao dever
O mais belo ideal nos inflama, pela Pátria lutar e viver.
Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Quando um dia esta casa surgiu, e sementes de luz semeou
Propriá de esperanças fremiu, sua gente feliz exultou.
Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Quem estuda ilumina o futuro, a grandeza da Pátria prepara
O colégio é abrigo seguro, deste povo é a joia mais rara.
Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Nessas terras olhando pro’s céus, nesse rio correndo p’ro mar...
Nessas almas louvando o Bom Deus, que nos deu esta terra sem par
Virgem, Santa das Graças bondosa, nossos passos na estrada conduz
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Mãe querida, gentil e carinhosa, com meiguice nos leva a Jesus.
Santo Antônio, protege, abençoa, Propriá a cidade feliz
Não te esqueças da gente tão boa, que te louva, te quer e bendiz!
Índice
EXPEDIENTE
Revista Centenário do Colégio
Nossa Senhora das Graças Publicação de 2015
Nosso endereço: Praça Tobias
Barreto, nº 1 - Centro,
Propriá-Sergipe
Tel.: (79) 3322-1633
www.cnsg.org.br
Edição e Revisão:
Gabriela Rossi (Assessora de
Imprensa - DRT 1417/BA)
Criação, Editoração e Impressão:
Autor Visual Design Gráfico
Todos os direitos desta Edição
reservados ao Colégio Nossa Senhora
das Graças. Para usar qualquer imagem
é necessário autorização por escrito.
Apresentação – Louvor e Gratidão pelas Bênçãos do Senhor na Caminhada Centenária
3
Mensagem da Superiora Geral, Irmã Maria da Conceição
4
Mensagem do Arcebispo – Um Centenário de Doação e Serviço à Igreja é “Mãe e Mestra”
5
Gerações Formadas no Amor e na Qualidade da Educação Franciscana Hospitaleira
6
Te Deum Laudamos
7
Parabéns Colégio Nossa Senhora das Graças pelos 100 Anos de Educação
8
Breve Biografia do Arcebispo Antônio dos Santos Cabral
10
Paródia Dramatizada dos Alunos do Ensino Médio Dedicada ao Centenário do Colégio
12
Irmã Cândida de Jesus Hóstia, Uma Vida de Paz e Bondade
16
Síntese Histórica dos Cem Anos da Trajetória Escolar
17
Superiora Provincial Exalta a Valorosa Obra Educacional Sediada em Propriá
22
Agradecimento pela Obra Educacional Centenária
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Uma Vida na Minha História, Uma História na Minha Vida
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Mensagem de Abertura do Seminário CNSG - 100 Anos Construindo
História, Cultura, Sabedoria e Espiritualidade no Baixo São Francisco
27
Apresentação
Louvor e Gratidão pelas
Bênçãos do Senhor na
Caminhada Centenária
i
mbuídas do sentimento de ação de graças, as Irmãs da
Fraternidade Nossa Senhora das Graças elevam ao bom Deus um
hino de louvor e gratidão pelas graças recebidas do Senhor, ao
longo de uma caminhada centenária.
As páginas desta revista comemorativa apresentam relatos, testemunhos e
reflexões de quantos fazem parte dessa história de amor do nosso Bom Deus
para com seu povo da cidade de Propriá e da região do Baixo São Francisco.
A realidade contida na missão educacional se expressa no testemunho
de reconhecimento da presença das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da
Imaculada Conceição na formação cultural, religiosa e social, em benefício
da população de Propriá.
A celebração do centenário de fundação do Colégio Nossa Senhora das Graças
permite a visualização de uma trajetória virtuosa entre as Irmãs e a comunidade
local, um tempo bastante efetivo em coexistência crescente, criativa e
sustentável. A celebração é, portanto, uma oportunidade oferecida
pelo Senhor para a contemplação das dádivas, assim como o momento
oportuno de repensar, coletivamente, o sentido histórico da nossa instituição,
sempre grata a seus colaboradores e benfeitores. Dentre eles o Clero, na pessoa
do Cônego Antônio dos Santos Cabral, e todos os Senhores Bispos, que sempre
nos apoiaram: Dom José Brandão de Castro, CSsR, Dom José Palmeira Lessa,
Dom Mário Rino Sivieri. A cada um deles, nossa palavra de agradecimento
pela disponibilidade a serviço do Altíssimo em Sua Igreja.
Que a herança vivencial da bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus,
transmitida por suas seguidoras, sob a proteção da Virgem das Graças, se
expanda em número e em ações de caridade, para maior glória do Senhor.
Com esses sentimentos,
“Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus” (Ap 19,7).
Irmã Madalena Carvalho da Silva
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
3
Mensagem da Superiora Geral,
Irmã Maria da Conceição
c
aros membros da Direção desta Escola, caros Coordenadores, Professores, Funcionários, Pais ou Responsáveis,
caros Alunos, queridas Irmãs por vocação e missão,
caros amigos e amigas, Com profunda alegria, estamos todos celebrando o centenário da
presença das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, nesta querida cidade de Propriá.
A inauguração do Colégio Nossa Senhora das Graças, ocorrida no dia
15 de janeiro de 1915, a pedido e com o apoio irrestrito do Cônego
Antônio Cabral, então pároco da cidade de Propriá, marcou a data
em que a nossa Congregação passou a ser membro vivo e atuante
da comunidade desta cidade querida e hospitaleira. A Comunidade fundadora desta Escola que, durante um século, tem
sido referência para a família, a infância e a adolescência de Propriá e de
seus arredores, foi um grupo das nossas Irmãs, transferidas de Itacoatiara, no estado do Amazonas. Na proteção de Nossa Senhora das Graças e
da sua graciosa e maternal presença, elas encontraram abrigo, conforto
e a força necessária para recomeçar a vida, longe dos espaços conhecidos e da sua Pátria, para a qual acenavam destas terras de além-mar.
Temos o registro histórico de um legado das Irmãs pioneiras, enviadas pela Madre Maria da Circuncisão para este novo campo missionário. Como verdadeiras filhas da Mãe Clara, os seus corações
também foram tocados pela pobreza daquela que logo se tornou
a “sua gente”. Em pouco tempo de convívio com a comunidade de
Propriá, as Irmãs sentiram o apelo de Deus para atender às famílias
desejosas de oferecer aos seus filhos uma educação inspirada nos
valores cristãos, e que não dispunham das condições econômicas
necessárias para isso. Com o apoio do Cônego Antônio Cabral, em
1º de setembro de 1916, fundou-se a escola gratuita Santo Antônio,
que abriu as suas portas com um número significativo de alunos
matriculados. A este mesmo chamado divino as Irmãs procuram
hoje responder, através do Projeto Escolarte Jardim da Mãe Clara,
voltado para pessoas portadoras de necessidades especiais.
As nossas Irmãs procuraram retribuir, no decorrer dos 100 anos
que hoje celebramos, o acolhimento generoso recebido em 1915,
e sempre renovado através do tempo. No Colégio Nossa Senhora
das Graças, sucedem-se gerações de Irmãs que buscam viver o
carisma franciscano hospitaleiro e fazer o bem onde há o bem a
fazer. Com o seu trabalho de educadoras, têm contribuído para o
crescimento humano e espiritual desse povo que é hoje o nosso
povo, educando crianças, adolescentes e jovens e ajudando-os a
orientar as suas vidas pelos valores do Evangelho, que dão sentido
e beleza à existência humana.
O fato de uma instituição de educação completar um século de
existência, mantendo a sua atualidade e o seu significado social, é
comprovação da competência e do idealismo daqueles que a vêm
conduzindo através do tempo. Homenageando hoje cada colaborador e colaboradora, a Direção e Coordenação, o Corpo Docente, o
grupo de funcionários dedicados, todas as pessoas que são hoje a
alma desta Casa de Educação, quero estender o olhar e o gesto de
gratidão para homenagear, também, em nome da Congregação das
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Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, aqueles e
aquelas que, durante um século, colaboraram conosco, oferecendo
o melhor das suas energias e talentos, para manter viva e atuante
esta Obra de Educação que tem procurado viver o lema da nossa
Família Religiosa: Iluminar e aconchegar.
Uma palavra de especial agradecimento e incentivo às nossas Irmãs
Madalena Carvalho da Silva, Terezinha Venâncio da Silva, Jonalita
Santana Bispo, Helena Dionízio de Albuquerque, Geny Bispo de
Lira e Bernadete Gonzaga Lima, Fraternidade que hoje continua a
viver, com dedicação e vigor, a missão centenária do Colégio Nossa
Senhora das Graças. Continuem, minhas queridas Irmãs, a realizar
essa grandiosa tarefa, oferecendo às crianças, adolescentes e jovens
a graça de viver um presente feliz e a possibilidade de caminhar
com esperança ao encontro do futuro. As sementes hoje lançadas
à terra generosa desses jovens corações possam garantir horizontes
luminosos de afirmação da sua dignidade humana, tornando-os,
também, agentes da construção de um mundo novo, mais irmão
e mais acolhedor, para todos os filhos e filhas de Deus.
O Senhor abençoe, com a sua generosidade infinita, cada pessoa
que faz parte desta história geradora de vida! Nossa Senhora das
Graças, nossa Mãe e Padroeira deste Casa de Educação, continue
a ser a mestra que a todos guia e ensina a fazer tudo aquilo que o
seu Filho, nosso Deus, disser.
Com admiração e reconhecimento,
Em Linda-a-Pastora, Portugal, novembro de 2015
Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro
Superiora Geral da CONFHIC
Mensagem do Arcebispo
Um Centenário de
Doação e Serviço à Igreja
é “Mãe e Mestra”
g
era e educa os filhos e filhas “com amor incondicional...”
para uma vida em sociedade, vida iluminada e
pautada na fé em Jesus Cristo, “Caminho”
que nos leva ao Pai.
Precisamos de ciência, cultura e sabedoria em nossa peregrinação terrena,
iluminados por Aquele que um dia se fez carne, sofreu, morreu, ressuscitou e
hoje se encontra na glória onde o seu amor misericordioso nos introduzirá.
Deus continue a abençoar esta Obra centenária, cravada em solo
propriaense, onde centenas de vidas consagradas, com tantos
colaboradores leigos, dispenderam energias físicas, intelectuais e
espirituais em vista do desenvolvimento das antigas, novas e futuras
gerações, para glória de Deus e louvor da Senhora das Graças.
Queremos confiar no Amor misericordioso de Deus e pedir a
Glória dos eleitos para religiosas, colaboradores na educação integral,
corpo docente e discente e quantos por aqui passaram e hoje se
encontram na eternidade.
À Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, parabéns
pelo serviço ao Evangelho, através da plena educação das
pessoas para a missão passageira de peregrinos na sociedade
rumo ao estado definitivo, na perene, mas sempre nova e
deslumbrante Paz Celestial.
Que lá do céu eu possa, na celebração do próximo centenário,
louvar, agradecer a Deus e interceder junto à Trindade Santa
e à Virgem das Graças por esta obra da Igreja, mãe de seus
filhos na ciência, na cultura e na fé.
Deus os Abençoe,
Dom José Palmeira Lessa
Arcebispo Metropolitano de Aracaju
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
5
Gerações Formadas no Amor
e na Qualidade da Educação
Franciscana Hospitaleira
e
stamos comemorando um acontecimento de grande
júbilo para a população do município de Propriá, em
Sergipe: o centenário da fundação do Colégio Nossa
Senhora das Graças. Ao longo desse século, algumas
gerações passaram por esta conceituada instituição da Congregação
das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição (CONFHIC), que
propiciou um ensino de qualidade e uma formação embasada nos
princípios cristãos não só aos moradores de Propriá, mas aos que
vinham de localidades na região. A instituição sempre primou pela
formação de homens e mulheres mais aptos e conscientes para
lidar com os desafios do mundo na atualidade.
São muitas as glórias que se realizaram nesta instituição ao longo
desta trajetória. Por isso, elevamos nosso pensamento de agradecimento a Deus, que fez um chamado às Irmãs para a missão de
acompanhar todas essas gerações pelos caminhos, transmitindo
não só o conhecimento a ciência, mas, sobretudo, a sabedoria de
vida que faz de homens e mulheres gente preparada. A sabedoria
é também um dom do Espírito Santo. Quantas
Irmãs por aqui passaram e
nós somos gratos a todas.
Muitas delas já estão com
Deus, outras atuando reservadamente no silêncio,
agindo com amor.
Como bispo desta Diocese, integro-me com alegria a todas as Irmãs
da Província, que celebram esta vitória. É um marco e, ao mesmo
tempo, um ponto de partida. A cada novo ano letivo, é o início de
uma jornada para a formação destes jovens. São milhares de crianças
e jovens que passaram pelo Colégio e foram acolhidos com sorrisos,
com simpatia, e, também, com cuidado maternal, foram orientados
e cuidados espiritualmente. Educar é uma missão nobre, sempre
com aquela amorosidade que é o amor de Maria Santíssima. Que
Nossa Senhora das Graças ilumine a consciências desses jovens!
Portanto, como representante do Clero, quero agradecer às Irmãs
Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, fazendo um
justo reconhecimento pela sua obra educacional.
A celebração do centenário é uma oportunidade que nos faz refletir.
O trabalho pedagógico e a ação evangelizadora, muitas vezes não
são devidamente percebidos. Entretanto, aquele que fez sua parte
e ensinou com dedicação terá o seu nome inscrito nos céus. Sei
que temos muitos nomes inscritos nos céus de nossas Irmãs, que
percorreram uma longa e dedicada trajetória em sua vocação de
apoiar a infância e a juventude. Sabemos o quanto é precioso esse
caminho e que assim o seja, ainda, por muitos e muitos anos. Oremos
ao Senhor para que mais jovens também que possam sentir este
desejo de colaborar com Deus.
Importante lembrar algumas figuras que estiveram presentes de
modo atuante, entre as quais Dom Antônio dos Santos Cabral, que
foi Pároco aqui e foi Arcebispo de Belo Horizonte por mais de
40 anos. Foi ele, inclusive, que viabilizou o imóvel para as Irmãs
concretizarem a abertura do Colégio, junto a Dom José Thomas
Gomes da Silva, primeiro Bispo de Aracaju, prédio adquirido, posteriormente, pela Congregação, em 1937. Dom Thomas formou muitos
seminaristas. O primeiro bispo deste município, Dom José Brandão
de Castro, CSsR, que era poeta e escritor, inclusive dava aulas de
português no Colégio. Oremos por todos os párocos que marcaram
presença nesta instituição centenária, como Dom José Palmeira Lessa,
meu antecessor. Também continuo ligado ao Colégio e conheço
bastante os desafios, em função da minha história de vida como
professor e Diretor de Colégio, no município de Lagarto, por 29 anos.
A presença da Igreja na escola é muito importante e é isso que
testemunhamos no legado das Irmãs.
“Qui fecerit et docuerit hic magnus erit regnum caelorum”. Dizia uma
frase famosa: “Aqueles que fazem e ensinam estes são grandes nos
reino dos céus”. Portanto, devemos reconhecer com gratidão e com
amor esse trabalho centenário. Este Colégio é um sinal de amor de
Deus para com a nossa terra, que há décadas vem usufruindo essa
dedicação amorosa e competente das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.
Dom Mário Rino Sivieri
Bispo da Diocese de Propriá
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Te Deum Laudamos
d
iante de uma sociedade onde o efêmero é tão latente, onde as coisas são tão passageiras e quase
não mais têm sentido, somos chamados a não cair
nesta massa que não mais atribui significado às coisas e aos acontecimentos e a dar graças e louvores a Deus por sua
infinita misericórdia e amor por nós, diante de tantos feitos que
somos chamados a contemplar e a fazer memória. A palavra memória vem do hebraico “zikaron” que é muito mais do que apenas
relembrar, significa reviver, atualizar, por isso “recordar é viver”, assim
revivamos um pouco a trajetória do Nosso Colégio Nossa Senhora
das Graças que se mistura incomensuravelmente com a história de
nossa querida Propriá.
Faço minhas as palavras do sábio Monsenhor Antônio Cabral que,
inspirado pelo Espírito Santo, dirigiu-se, no ano de 1914, a Penedo,
Alagoas, para ali solicitar à Madre Delegada Maria da Circuncisão a
vinda de algumas irmãs para a abertura de um colégio em nossa
cidade. Resplendendo de contentamento, ele dissera no dia da
inauguração do colégio: “Bendita República portuguesa que nos
mandou para o Brasil as religiosas”. Bendita mesmo, a vinda das Irmãs
ao Brasil e, com sua chegada à nossa cidade, fundando o Colégio,
em 15 de janeiro de 1915, lançando nestas terras uma fecunda
semente para a educação do nosso povo. Chegavam aqui Irmãs
repletas de entusiasmo e esperança, com grande ardor missionário
para serem fermento na vida do povo propriaense.
Ao contemplar a história da presença de nossas queridas Irmãs em
nossa cidade, não contemplamos apenas a história de um Colégio,
testemunhamos uma caminhada de fé, que tinha início na educação
e se estendia nas mais diversas necessidades do nosso povo. Não
podemos jamais esquecer quando, em 1918, uma grande calamidade de gripe pneumônica assolou nossa cidade e as irmãs não
mediram esforços, dedicadas nos cuidados assistenciais em todo
o município, sendo, assim, portadoras da caridade para com todos
os que necessitavam. Estavam elas também na abertura do nosso
Hospital São Vicente de Paula. Estavam presentes na criação de nossa
Diocese e na posse de seu primeiro Bispo, Dom José Brandão de
Castro. Foram grandes motivadoras na criação da “obra das vocações
sacerdotais” no ano de 1961, quando nossa Diocese carecia tanto
de sacerdotes. Foram tantos feitos na história do nosso povo. Uma
história de fé e educação, contemplação e ação.
Olhando para a história e contemplando tantos feitos, só temos a
agradecer a Deus por nos ter dado tamanho presente na vida do
povo de Propriá. Sentimo-nos felizes porque, tendo passado cem
anos, percebemos que aquilo que sonhou o Monsenhor Cabral,
aconteceu. Talvez ele tivesse sonhado bem menos e não esperasse
tantos frutos. Mas, o Senhor sempre nos surpreende. Voltar nosso
olhar para esta história é ver tantas gerações formadas que passaram pelas mãos de nossas Irmãs. Tantas famílias que tiveram seus
mestres aqui formados.
Na atual conjuntura educacional do país, acredito que nunca foi tão
difícil manter “de pé” uma estrutura educacional religiosa, mas temos
história e olhando para ela percebemos que é possível porque Deus
caminha com o seu povo; Deus caminha com nossas Irmãs sempre
dando-lhes forças necessárias para continuar com sua missão.
A nós, diante de tamanho patrimônio educacional e de fé na vida
do nosso povo, nos resta apenas dizer Te Deum Laudamos. A Ti
Senhor Louvamos pela presença das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição em nossa cidade; por estes cem anos
de história, cem anos de doação com muita fé e amor. Obrigado
Senhor por este “Sim” tão fecundo destas Irmãs que por aqui
passaram e pelas que aqui estão, que se estendem do
Colégio às nossas casas. Obrigado Senhor por sua
infinita bondade, que se revela também por
meio da educação e da fé transmitida pelas
Irmãs e seus colaboradores.
Finalizo, parafraseando nosso saudoso
Dom Brandão: Cem anos, Irmãs que
Propriá as recebeu e a Virgem Nossa Senhora das Graças, as acolheu.
Erguemos uma prece de louvor ao
Pai do Céu e em festa te ofertamos
nossa imensa gratidão!
A nós resta apenas dizer muito
obrigado por vossa presença
tão fecunda em nosso meio.
Padre Clebson Ferreira Moura
Pároco da Catedral e
Capelão do CNSG
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
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Recordações
Parabéns Colégio Nossa
Senhora das Graças pelos
100 Anos de Educação
r
ealizada com muita fé e esperança, nesta cidade de
Propriá. Esta cidade antiga nascida às margens do
velho Chico. Suas terras férteis refrescadas pelas águas
do grande rio, rápido se coloriram do verde suave das
plantações de arroz. E as famílias se multiplicaram povoando esta
região do Estado de Sergipe. Também um dia aqui chegaram as
Irmãs Franciscanas hospitaleiras da Imaculada Conceição trazendo
o ideal e a mensagem de São Francisco de Assis. Foi no ano de
1915 em que foi fundado o Colégio nossa Senhora das Graças
para educação de meninas e moças que seriam preparadas para
exercerem a profissão de professoras. e as famílias de Propriá desde
o início apoiaram e valorizaram essa iniciativa de educar as novas
gerações. Sabemos que a educação é uma tarefa árdua e difícil.
É preciso ter no coração amor e bondade para bem realizarmos a
missão de educar. Pois o amor é a força que nos aproxima do coração e da alma do educando. A transmissão do saber é apenas um
meio para chegarmos à educação. Pois a meta principal desta tarefa
é fazer aflorar as potencialidade divinas que existem no interior de
casa ser humano. É preciso que o educando descubra, ele mesmo,
essa riqueza interior que nele existe. E o educador deverá ser um
guia que o ajudará a encontrar o caminho onde reside esta essência
isto é, a grande potência divina de realização pessoal, de bondade,
de harmonia e de felicidade. Com a ajuda do Divino Espírito Santo
chegaremos lá. É preciso continuar sempre, não desanimando ante
os fracassos. Quando esteve aqui na terra Jesus afirmou : ‘’Eu vos
farei pescadores de almas’’. Esta afirmativa refere-se não somente
aos Apóstolos, mas também aos educadores de todas as épocas,
que procuram conduzir as novas gerações ao encontro de si mesmas. E foi com esse ideal, que chegamos a hospitaleira cidade de
Propriá. Lembro-me bem do dia em que aqui entrei para trabalhar
como educadora . O Colégio era uma antiga construção colonial
cheia de alpendres em forma de arcadas. As alunas eram alegres,
receptivas e estudiosas. Dava prazer e encantamento trabalhar com
elas como professora de História, eram jovens e adolescentes em
busca do saber e de formação profissional.
Gosto de recordar aqueles tempos em que convivi com essas
moças cheias de idealismo e fé em um mundo melhor. E quantas
vezes discutiam sobre o futuro da humanidade e sua conservação
aqui no Planeta Terra. Foram momentos lúcidos e cheios de esperança. Foi esta vivência franca e repleta de simplicidade que me deu
força e coragem para vencer as dificuldades decorrentes do meu
ofício professoral.
Depois aqui voltei para exercer o cargo de Diretora do Colégio.
Naquela época eu não tinha, ainda, curso de Pedagogia a nível
superior. Mas a minha experiência como organizadora de grupos e
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Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
de festas paroquiais, antes de vir para o convento, bem como meu
traquejo Pedagógico como professora ajudou-me bastante a superar as dificuldades. Também não me faltaram o apoio dos pais, das
Irmãs da minha comunidade, dos professores e a alegria e apoio
contagiante das alunas. Foi uma experiência maravilhosa onde
aprendi a buscar ajuda e recebê-la com alegria e gratidão.
Stella Alves Araújo
Diretora no período de 1972 a 1974
Depoimento
Bem, para falar sobre o Colégio Nossa Senhora das Graças é como
falar de toda a minha infância e começo de adolescência, pois
comecei aos 04 anos de idade e saí aos quinze.
Só tenho boas recordações, pois a escola para mim foi aprendizado
e diversão, já que eu era criada de forma muito conservadora. Perdi
minha mãe com 01 anos de idade e sempre fui muito receptiva às
amizades, guardo todas com muito amor até hoje em meu coração.
Minha primeira professora foi esse doce chamada Irmã Terezinha
Venâncio da Silva e até hoje mantemos contato. A Diretora de
minha época era Irmã Cândida de Jesus Hóstia e Irmã Francisca
Neuza cuidava da secretaria.
Agradeço imensamente a todas as minhas mestras, pois tudo que
sei e sou devo aos seus ensinamentos. Em especial a minha querida
Irmã Aurélia, que apesar de ser tão austera era uma ótima professora, a Irmã Georgina, Irmã Neuza, Irmã Dulcina, Irmã Maria do Carmo,
minha linda professora de educação física, professora Tânia, professora Helena, professora Lígia e tantas outras que passaram por nossos caminhos. Tinha também nossa querida vovó, a Irmã Suzana.
A todos os meus colegas e amigos que ainda lembrarem de mim
por mais de 40 anos, um grande beijo cheio de amor por todos
vocês e espero que estejam todos bem e em paz.
Com muito carinho a vocês que fazem hoje essa instituição levando a educação a novas gerações, formando para o saber e o amor
fraterno, um grande abraço dessa sua humilde ex-aluna, que tem
esta Instituição como pedra fundamental para o seu crescimento
profissional e como ser humano.
Zuneide Rodrigues da Conceição
Ex-aluna do período de 1972 a 1983
Educação de Qualidade
Firmada nos Princípios Cristãos
o
Colégio Nossa Senhora das Graças é um patrimônio
da educação de Propriá e das cidades circunvizinhas.
Destaca-se por oferecer, nestes cem anos de trajetória, uma educação alicerçada em princípios da fé cristã, do respeito e do conhecimento, visando desenvolver nos seus
alunos as competências necessárias aos desafios do mundo moderno e competitivo. Esses esforços têm produzido bons resultados,
comprovados pela atuação de cidadãos e profissionais competentes e atuantes na sociedade local e em outras regiões do país, que
foram alunos deste Colégio.
Me orgulho ao afirmar que o “Colégio das Freiras” faz parte da minha
história como aluna e profissional. Contribuiu, positivamente,
para o meu conhecimento e uma base educacional sólida, que
me impulsionaram na vida, dando-me segurança para continuar
nas trilhas do saber e do progredir, dentro da modernidade e dos
aspectos humanos e técnicos. Cursei o Colégio nas turmas da quinta
série (hoje quinto ano) até o terceiro ano do Curso Pedagógico (hoje
segundo grau). Fui professora, orientadora e diretora pedagógica.
Foram quase três décadas de atuação profissional. Muitos desafios,
alegrias, dedicação e emoção.
Parabéns a todos que fazem o CNSG, pois nestes cem anos de
dedicação e trabalho souberam trazer do ontem até hoje, a sua
ação de educar e instruir várias gerações. Com certeza, continuará
com seu ideal, ensinando a olhar o futuro e preparando para a vida,
enfim, formando muitas outras vidas.
Minha sincera gratidão!
Maria de Fátima da Silva
Diretora Pedagógica – 1999 a 2004
Congratulações Recebidas
f
elicitações pelos cem anos de existência do Colégio
Nossa Senhora das Graças que privilegia a formação para
a vida com pleno desenvolvimento dos educadores em
suas capacidades cognitivas, formando assim cidadãos comprometidos que a sociedade tanto almeja para ser cada vez melhor.
Diante dessa realidade investe em valores em seu processo educativo
respeitando a singularidade de cada educando.
À comunidade Franciscana Hospitaleira, parabéns pela dedicação,
pela presença providencial sobre todos nós.
Maria Isabel Santana Prata
Diretora Pedagógica – 2007 a 2010
Parabéns
c
ongratulações ao Colégio Nossa Senhora das Graças
pelo seu Centenário. Essa entidade que proporciona aos
alunos a possibilidade de organizar as informações do
mundo externo às suas capacidades, oferecendo as condições de
poder conhecer e poder realizar. Além disso, o trabalho se estende
aos profissionais mediadores que abem a janela de um novo mundo, promovendo o desenvolvimento moral, intelectual e físico dos
seus educandos.
Sob o olhar de Maria, seja a educação como a relação harmoniosa
entre corpo e mente, preparando o cidadão para participar e
usufruir dos benefícios da sociedade.
Ao Colégio Nossa
Senhora das Graças!
Um Século de Existência!
O Colégio Nossa Senhora das Graças tem como característica
principal uma educação que edifica a conduta humana no aspecto
moral e ético, levando os seus educandos a uma reflexão sobre a
ação no tempo e no espaço que se faz das descobertas entre os
conhecimentos adquiridos e a prática futura.
Parabéns a toda comunidade Franciscana Hospitaleira, presença
viva de Maria entre nós.
Nesse exercício cotidiano de formação humana, estudantes,
professores e demais participantes desse processo educativo são
como sementes que bem germinadas terminam sendo exemplos
de cidadãos que constituirão uma sociedade mais justa.
Maria Izailde Santana dos Santos
Diretora Pedagógica – 2005 e 2006
Maria de Fátima Santana Prata
Coordenadora Pedagógica – 2007 a 2010
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
9
Breve Biografia
do Arcebispo
Antônio dos
Santos Cabral
* Pesquisa realizada pelo Sr. Antonio Aragão Cabral
Antônio dos Santos Cabral nasceu em
Propriá, Sergipe, no dia 8 de outubro de
1884, filho do coronel Antônio dos Santos
Cabral e de Amélia Maria da Glória Cabral.
Fez os estudos primários em Natal e, em
fevereiro de 1899, ingressou no Seminário
Arquiepiscopal de Santa Teresa, em Salvador,
Bahia. Em 1904, recebeu a tonsura clerical e, em
novembro, fez seu primeiro sermão, em Propriá,
Sergipe, na festa de Santa Cecília. Em 1905,
foram-lhe conferidas as ordens menores e, no
ano seguinte, as de Subdiácono, de Diácono
e as últimas ordens. Ordenado Presbítero
em Salvador, por Dom Jerônimo Tomé, em
novembro de 1907, regressou em seguida à
cidade natal, onde rezou sua primeira missa,
em 24 de novembro, na mesma igreja onde
fora batizado.
Em janeiro de 1908, foi nomeado Vigário
da Paróquia de Propriá, como coadjutor do
Cônego Rosa Passos, a quem substituiu como
Pároco, por ocasião do falecimento deste, em
17 de março seguinte. Em 4 de agosto de 1912,
foi elevado a Cônego, assumindo, então, o lugar
de primeiro Presbítero no cabido da Catedral
de Aracaju. Ainda no mesmo ano, recebeu as
insígnias de Monsenhor.
Tendo-lhe sido já conferido o título de
Camareiro Secreto de Sua Santidade o Papa
Bento XV, em 1º de setembro de 1917, foi
nomeado, por breve pontifício, Bispo de Natal,
como sucessor de Dom Joaquim Antônio
de Almeida, que havia sido o primeiro Bispo
daquela Diocese. Sagrado Bispo na Catedral
Metropolitana do Rio de Janeiro, em 14 de abril
de 1918, pelo Cardeal Dom Joaquim Arcoverde
de Albuquerque Cavalcanti, tomou posse
do bispado, no dia 30 de maio do mesmo
ano. Como Bispo de Natal, empenhou-se no
restabelecimento da estrada de ferro Mossoró e
da linha de navegação do Lóide Brasileiro para
os pequenos portos do Rio Grande do Norte.
Deve-se, igualmente, à sua influência a
fundação de várias instituições, como a Escola
de Comércio de Natal e o Instituto de Proteção
às Moças Solteiras, ambos em 1919, e o Curso
Comercial Feminino e a Sociedade Propagadora
do Ensino Popular, no ano seguinte. Entre as
instituições religiosas e obras pias que fundou e
incentivou, contam-se a Congregação Mariana
de Moços e o Círculo de Operários Católicos,
ambos criados em 1918, o dia da Boa Imprensa
(18 de janeiro de 1919), o Seminário de São
Pedro, fundado em 15 de fevereiro de 1919, e o
10
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
“Através da Eucaristia, Cristo viva em nós.”
Uma das coisas mais belas na vida cristã é que a graça não aniquila
nem destrói a natureza. Em cada santo, em cada cristão que vive sob
o influxo da graça, em cada um se pode reconhecer o homem, com seu
temperamento, com seus gostos, com suas preferências. É o próprio
Deus respeitando o homem.
Encontramos um exemplo palpável desta realidade em Dom Antônio dos Santos Cabral.
Até nas suas armas se lhe descobre a face do temperamento. Lá está o São Francisco,
com o barquinho a vela enfunado, assim mesmo como povoou a sua vivacidade infantil.
É o símbolo da Pátria, deste sagrado amor ao Brasil.
Na parte superior do escudo, sobrepondo-se ao símbolo da Pátria - ficam os símbolos
da fé, como afirmativa de que aos interesses da terra se sobrepõem os interesses do céu.
Lá estão eles, os dois símbolos augustos - o da Santíssima Virgem e o da Eucaristia,
como dois brasões que escudam sua vida.
Maria, a mais terna e admirável das mães, cuja devoção vale para todos como um
penhor de salvação. E a Eucaristia, vida e alimento nosso, paixão máxima de todas as
almas de apóstolo. Dom Cabral quis colocar a Eucaristia como instrumento vivificador de todos os seus empreendimentos: “PER EUCHARISTIAM VIVAT IN NOBIS
CHRISTUS”. É um lema que, realmente, informou toda sua atividade.
(Trecho do livro DOM CABRAL E SUAS OBRAS, 1943. Ed. Imprensa Oficial. Pe Juvenal Honório dos Santos)
Pão de Santo Antônio, criado no ano seguinte.
Foi, também, responsável pela criação do órgão
oficial da Diocese, o Boletim de Natal, lançado
em março de 1919. Organizou, ainda, em junho
de 1920, a Comissão Central das Obras da Nova
Catedral. Entre 1918 e 1922, criou na Diocese
oito novas paróquias e 30 escolas paroquiais.
Em 21 de novembro de 1921, o Papa Bento XV
o transferiu para a Diocese de Belo Horizonte,
recém-criada por efeito do desmembramento
da Arquidiocese de Mariana. Chegou à capital
mineira em 30 de abril de 1922; tomou posse
do bispado na Igreja de São José e instalou
a catedral na Igreja da Boa Viagem. No ano
seguinte, fundou, com 27 alunos, o Seminário
do Coração Eucarístico de Jesus, que viria a se
tornar o maior da América do Sul.
Em 1º de fevereiro de 1924, o papa Pio X
elevou Belo Horizonte a Arquidiocese, sendo
Dom Antônio Cabral sagrado seu primeiro
Arcebispo. No ano seguinte, o novo Arcebispo
realizou uma viagem à Europa, tendo visitado
a Holanda, Portugal, Espanha, França, Bélgica,
Itália, Suíça e Alemanha.
Em 1930, foi inaugurado o primeiro edifício
do atual Seminário Eucarístico, que já contava,
então, com 176 alunos. Quando, em 1932,
completaram-se 25 anos de sacerdócio de
Dom Antônio Cabral, um dos momentos
mais significativos das comemorações foi a
realização do Congresso da Imprensa Católica,
durante o qual surgiu a idéia da publicação de
um diário católico.
A partir de 1935, Dom Antônio Cabral favoreceu
o desenvolvimento da Ação Católica em sua
Arquidiocese, incentivando a participação dos
leigos no apostolado da Igreja. A implantação
da Ação Católica em todo o país pelo CardealArcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião
Leme, se deu em resposta às solicitações
do Papa Pio XI no sentido de que fossem
fundadas em todo o mundo associações leigas
vinculadas à Igreja, fora de qualquer filiação
política, com a “tarefa de evangelizar as nações”,
de modo a “estabelecer o reino universal de
Jesus Cristo”. Ainda em 1935, teve início a
publicação de O Diário, que se tornaria o maior
diário católico do Brasil.
Em 1936, realizou-se o II Congresso Eucarístico
Nacional em Belo Horizonte e, no ano
seguinte, Dom Antônio Cabral instituiu a
Obra da Adoração Perpétua, na Catedral
da Boa Viagem. Sempre empenhado em
organizar a vida paroquial e em estimular o
apostolado nos bairros e vilas, o Arcebispo de
Belo Horizonte criou, em 1949, a Ação Social
Arquidiocesana, cuja finalidade era estudar,
difundir e levar à prática a doutrina social da
Igreja na Arquidiocese. Em outubro de 1952,
esteve presente à sessão de instalação da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), tendo sido eleito suplente de sua
comissão permanente. Essa organização foi
criada com o objetivo de “coordenar e subsidiar
as atividades de orientação religiosa, de
beneficência, de filantropia e assistência social”
em todo o território nacional, representando
uma tentativa de centralizar o poder da Igreja,
que se encontrava fracionado em dezenas de
Dioceses espalhadas pelo país.
Além das obras e instituições mencionadas,
Dom Antônio Cabral, ao longo dos 36 anos em
que esteve à frente da Arquidiocese de Belo
Horizonte, criou o Colégio Arquidiocesano
(futuro Instituto Arquidiocesano de Educação),
o Colégio de Nova Lima, o Sínodo Diocesano,
o Palácio Cristo Rei, o Congresso das Vocações
Sacerdotais, a Casa Cura D’Ars e diversas
faculdades que dariam origem à Pontifícia
Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais,
em 1958.
Em junho de 1956, Dom Antônio Cabral sofreu
um derrame cerebral, ficando impedido de
exercer suas atividades pastorais. A direção
da Arquidiocese passou, então, ao Bispo
auxiliar Dom Geraldo de Morais Penido,
na qualidade de administrador apostólico.
Em 30 de novembro de 1957, foi este
substituído por Dom João Resende Costa,
que assumiu a Arquidiocese com o título de
Arcebispo coadjutor com direito à sucessão e
administrador apostólico sede plena. Foi, ainda,
membro titular da Academia de Letras do Ceará
e membro honorário do Instituto Histórico e
Geográfico de Minas Gerais.
Entre as diversas cartas pastorais que escreveu,
destacam-se a Carta pastoral do Bispo de Natal
saudando seus diocesanos (1918), a Carta
pastoral do primeiro Bispo de Belo Horizonte,
saudando seus diocesanos (1922), a Pastoral
sobre a Igreja e o ensino e a Pastoral sobre a
ação católica. Faleceu em Belo Horizonte no
dia 15 de novembro de 1967.
FONTES: CASCUDO, L. História; CONFERÊNCIA NAC. BISPOS DO
BRASIL; GARDEL, L. Armoiries; Grande encic. Delta; GUARANÁ,
M. Dicionário; HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; Minas Gerais
(17/11/1967); VELHO SOBRINHO, J. Dicionário.
Em tempo: eu e todos os meus 7 irmãos nascemos na cidade de Propriá. A última residência dos meus pais (e dos seus filhos também) foi ao lado do Colégio Nossa Senhora das Graças, mais
precisamente na Avenida Pedro Abreu de Lima, número 556 (hoje Travessa Márcio Britto). Daquele tempo, tenho uma fotografia em que aparecem os meus pais (Aloysio Leite Cabral e Elizete Aragão
Cabral), junto com todos os oito filhos, foto esta tirada em março de 1967, no canteiro central da Av. Pedro Abreu de Lima, bem em frente ao Colégio Nossa Senhora das Graças (segue também esta
foto). Aparecem na fila de trás: Luiz César, Otília, Antonio (eu), meu pai e minha mãe. Na fila da frente: José Carlos, Solange, Eulina, Rosemary e Aloysio.
Antonio Aragão Cabral
Dom Antonio dos Santos Cabral,
Idealizador do Colégio Nossa
Senhora das Graças, em Propriá
de pulso firme, personalidade atuante, respeitadíssima por todos os que ali adentravam, com o objetivo
de preservar a instituição em todos os segmentos.
O corpo docente, no qual o meu pai, Dr. Themístocles
Pereira, fez parte, muito bem aparelhado, ministrava
cursos com garra e competência. O corpo discente,
do qual a minha mãe (Dona Maria Aguiar Pereira),
eu (Maria Eulália Pereira Aguiar) e as minhas irmãs
(Arlete e Sônia) tivemos o privilégio de usufruí-lo,
tinha como ponto alto o trabalho voltado para a
disciplina, respeito e religiosidade.
entre as inúmeras e excelentes obras católicas que Dom
Antonio dos Santos Cabral desenvolveu, agrada-nos
sobremaneira, a brilhante ideia de abrir um colégio
só para meninas, na cidade de Propriá, Sergipe,
onde ele era o Pároco. Com certeza, através da autenticidade da
pesquisa psicológica e pedagógica feita por ele, encontrou todas as
ponderações que o motivaram a levar adiante o seu desejo.
d
Um homem culto, empreendedor e de visão futurista, ele mostrou para
todos que o primeiro passo na busca da felicidade é o estudo. Sentia
no seu íntimo que tudo aquilo que concorre para o engrandecimento
socioeducativo e religioso do ser humano é bastante acolhedor.
Em vários contatos feitos com a Madre Maria da Circuncisão, em
Penedo, Alagoas, falava a respeito da ideia da abertura do Colégio, sonho que tornou-se realidade. A Madre perguntou ao Cônego Cabral sobre a indicação para Padroeiro do Colégio e, então,
ele afirmou: “Nossa Senhora das Graças, porque foi no dia 21 de
novembro de 1913, dia da festa da Apresentação de Nossa Senhora, que dei o primeiro passo, indo a Penedo para tratar da
criação do Colégio.”
Surgiu, então, o Colégio Nossa Senhora das Graças, uma das riquezas
culturais, religiosas e sociais da nossa querida Propriá. Sempre primou
por um ensino em alto grau, em comunhão com o aprimoramento
socioeducativo, sob a administração de uma Madre Superiora, dotada
Jamais ouvíamos falar em suspensão ou expulsão.
Todos em passos largos, pisando firmes. Os cursos
oferecidos naquela época eram: primário, ginasial,
normal e pedagógico. Havia também pré-internato
e internato, abrindo espaço para aquelas alunas que moravam em
outras cidades. À parte, ensinavam piano, pintura e outros trabalhos
manuais. O coral sempre teve um lugar de destaque, como também
as apresentações de palco. O Colégio também promovia muitas
excursões, de acordo com o término de cada turma.
Todos nós sabemos que na vida do homem há três mestres: o lar, a
escola e o mundo. O lar educa, a escola instrui e o mundo ensina.
Para mim, o Colégio Nossa Senhora das Graças incorporou em si
todas essas diretrizes, dando ampla conscientização no que se refere
à ética, cultura, religiosidade aflorada e discernimento para que se
pautem as decisões a tomar, no sentido de que a nossa vida seja
realmente digna de ser vivida.
Em resumo, o Colégio Nossa Senhora das Graças era a nossa “Universidade“. O tempo foi passando, como sempre, velozmente, e hoje
estamos aqui com muita alegria e saudades confortadoras, comemorando o seu centenário.
Parabéns a todos aqueles que, de forma direta ou indireta, contribuíram para o engrandecimento da instituição e, parabéns também,
pela atual administração que, com muita garra, enaltece o seu nome.
Maria Eulália Pereira Aguiar
Propriaense e ex-aluna do Colégio Nossa Senhora das Graças na década
de 50, tendo concluído os cursos ginasial e pedagógico.
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
11
Paródia Dramatizada dos Alunos
do Ensino Médio Dedicada ao
Centenário do Colégio
e
ntram em cena quatro alunas, ao som
instrumental do Hino de São Francisco,
executando uma breve coreografia de um
balé clássico. Na sequência, áudio com a
fala de uma criança.
“Que orgulho fazer parte / dos cem anos de tradição /
desta minha querida escola / sou mais uma sementinha
desta educação / que há muito tempo nos ensina / os
valores da fé e da religião”. Obrigado! Muito obrigado!
Entram duas meninas vestidas de branco, dialogando:
“Minha caríssima colega, este é um momento especial!
É o Centenário de nosso Colégio! Que brilhem todas
as luzes para celebrar a nossa alegria! Que toquem
a mais bela melodia!, porque as Irmãs Franciscanas
Hospitaleiras chegaram em Propriá...
Entram dois meninos: um com violão, outro no teclado
e duas meninas vestidas de freiras que cantam:
12
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
“aqui viemos pra construir
Uma vida plena de educação
Também viemos para servir
Assim ensina a religião
Já são cem anos de muita história
Monsenhor Cabral nos trouxe pra cá
Lutamos juntos e construímos essa grande escola em Propriá”
“Foi em 1915, parece que foi ontem, mas muito tempo já passou. E, juntamente
com esse tempo, muitas histórias foram construídas e muitas pessoas foram felizes
aqui. Quantos sonhos se concretizaram! Quantos sorrisos se espalharam! Quantas
Irmãs por aqui passaram! E quanto presente o bom Senhor nos deu! E com
orgulho e satisfação, hoje, olhamos tudo e só temos a dizer: Obrigada ao Senhor
nosso Deus!”
O coral canta:
“Olhamos nosso Colégio
E agradecemos todas as glórias
Muito obrigado a todos que construíram nossa história
E as queridas Irmãs que, de Portugal, vieram pra cá
Até com um hospital, ajudaram todos em Propriá”
REFRÃO:foi por Cristo, foi por Cristo, foi por Cristo
Que chegaram aqui
Aqui plantaram muito valor
Aqui plantaram sementes de amor
Entra um aluno vestido de Padre, representando o Monsenhor
Antônio Cabral e proclama:
“Meus irmãos e minhas Irmãs!
Aqui quero declarar
Que as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras
Foi um presente de Deus para Propriá
Naquele tempo fui à luta
E um pedido, em Penedo, à Madre Superiora fiz
Que nos mandasse algumas Irmãs
Porque assim foi Deus quem quis
Para fazermos uma grande obra
Deixar o povo satisfeito e feliz
E, em 1915, foi nesse ano que aqui nasceu
Essa grandiosidade de Colégio
Podem confiar, foi presente de Deus
E agora digo que tudo isso
Vocês não esquecerão jamais
Porque as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras
São as nossas Benfeitoras da paz!
Da esquerda para a direita: Luís Adriano
Mota Santos da Rocha, Carlos Eduardo
Quirino Silva, Gustavo Ferreira Nascimento,
José Ezequiel da Mota Santos Aragão e
Luís Henrique Gomes de Melo
Narrador: O Colégio Nossa Senhora das Graças é um marco
histórico na educação de todo Baixo São Francisco.
Tudo começou com ações de quem sabe o que é amar.
De uma cruz que ficava em uma pequena elevação,
brotou o coração da educação de Propriá.
E hoje, comemorando os seus 100 anos,
todos nós queremos declarar:
“Nós temos tanto pra lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o nosso amor por você
Como é grande o nosso amor por você”.
*A paródia foi um trabalho desenvolvido pelos alunos
e professores do ensino médio
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
13
Seminário CNSG: 100 Anos Construindo História,
Cultura, Sabedoria e Religião no Baixo São Francisco.
Tema Poético: “A Importância das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras para o nosso querido CNSG”.
Oh Senhor Deus! Aqui queremos agradecer
Neste dia glorioso
Por este lindo florescer
De uma história tão bonita
Que esta Escola fez nascer
De tantas ações benditas
Que elas fizeram por merecer
Estou falando destas irmãs tão queridas
Que são o nosso bem querer
A chegada das Irmãs
Franciscanas Hospitaleiras
Que aqui chegaram em missão
Mudaram nossa vida inteira
Fizeram de nossa educação
Uma qualidade de primeira
E como, então, vamos esquecer
Dessas nossas amadas freiras
Foram tantos ensinamentos
Que aqui todas plantaram
Com devoção e muita fé
Nossos corações conquistaram
Colocaram esta Escola de pé
Nos sonhos e risos nos ensinaram
Que é fazendo o que Deus quiser
Que aprendemos de verdade como
a grande vida é
Cada um com o seu jeito
De compartilhar o bem
Mostrando seus grandes feitos
Foram muito mais além
O que por Deus tinha sido eleito
“fazer o bem sem olhar a quem”
Essas Irmãs que de tão longe
Trouxeram a sua luz
Iluminaram nossos caminhos
Com nosso Senhor Jesus
Com amor e muito carinho
Na Fé em Deus nos conduz
Neste mundo de sabedoria
Que nesta Escola todo dia
É a lição que reluz
As lições de solidariedade
Por elas são ensinadas
Na sua simplicidade
Vencem todas as jornadas
Com fé e muita humanidade
Elas são agradecidas
Por toda e eternidade
Nesta cidade serão lembradas
Nossas Irmãs tão queridas
Obrigada por suas existências
Curaram tantas feridas
Com muito amor e paciência
Com a missão também de vida
Que nos ensina as ciências
De uma dádiva obtida
De mais pura inteligência
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Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
E foi na fé e divina grandeza
Que nos fizeram chegar aqui
Com a mais singela beleza
Que aprenderam a construir
Os valores da natureza
Do cristão que quer seguir
Um caminho de grande clareza
De um sonho que nos fez sorrir
E a essa congregação dizemos
Obrigada por existir!
Colégio Nossa Senhora das Graças:
100 anos contados em versos
15 de janeiro de 1915, data espetacular
De uma história de tradição
Que aqui venho contar
Do Colégio Nossa Senhora das Graças
Que foi fundado em Propriá.
Foi uma ideia brilhante
Do Monsenhor Antônio dos Santos Cabral
Solicitando da Madre Delegada Maria da
Circuncisão, em Penedo,
Religiosas para fundar uma obra educacional.
Essa obra seria fundada
em Propriá, na sua terra natal
Onde também era sua Paróquia
E então Propriá recebeu as Irmãs vindas de
Portugal.
Com fé, amor a Deus e devoção
É que esta história se passa
E então foi fundado o Ginásio que
recebeu o nome
De Nossa Senhora das Graças.
Em homenagem a uma pequena capela
Que ficava em uma elevação
Chamada Santa Cruz das Graças
Dali então começaria uma história de fé,
cultura e educação.
E como era esperado em janeiro
Foi feita a inauguração
Do Educandário Nossa Senhora das Graças
Que trouxe para Propriá a excelência
na educação.
Ficando muito satisfeito
Antônio Cabral, nosso Monsenhor,
Declarou: “Bendita República Portuguesa”
Que para o Brasil essas religiosas nos mandou.
E pronto para funcionar
Depois de sua fundação
O Educandário teve como primeira Superiora
A saudosa Irmã Carolina da Apresentação
Que veio direto de Portugal
Para cumprir a sua missão.
Já são tantas as pessoas
Que neste Colégio construíram história
Lutaram e participaram
De nossa grande vitória
Hoje temos até o Jardim Mãe Clara
Que é uma obra cheia de glória
Pra lembrar que as Irmãs Franciscanas
Jamais sairão da memória.
E de décadas para cá
Chegaram pessoas que valem a pena
De coração tão nobre e bondoso
Como a Irmã Madalena
Que hoje é a superiora
E nos ensina o grande tema
De amarmos uns aos outros
Ter alma humilde, mansa e pequena.
Toda a comunidade religiosa
Que continua aqui
Irmã Terezinha, Irmã Dulcina
Irmã Helena, Irmã Genny
Que saudades de Irmã Aurélia
Que muito nos fez sorrir
Nosso carinho será eterno
Obrigada por você existir.
Agora somos a realidade
De uma história que não desfaz
Todos os construtores presentes
De funcionários, alunos e até os pais.
Como não podemos esquecer também
Da grande líder que é capaz
De nos afagar com sábias palavras
Obrigada Dona Maria da Paz
Que no entusiasmo
De uma grande vencedora
Essa nossa Diretora
Não esqueceremos jamais.
O Educandário matriculou estudantes
Que eram somente meninas
E um grupo de religiosas
Irmã Stella, Irmã Rosalina
Elas, além de grandes mestras,
Demonstravam a sua fé
Eram a Irmã Rosária e a Irmã Glória
Também a Irmã Constantina de São José.
Foram os primeiros exemplos
De nossas amadas freiras
Cada uma com sua função
Irmã Cacilda era cozinheira.
Irmã Maria Chantal
Seu trabalho era de parteira
Veio depois a Irmã Santa Justa e a Irmã Paula
Era uma equipe de qualidade primeira.
Com uma matrícula de 54 alunas
O educandário iniciou
E todo o povo se rejubilava
Com essa instituição de valor
Que até hoje a cidade Propriá
De uma forma muito singular
Agradece ao saudoso
Antônio Cabral, Monsenhor.
E este aguerrido homem
Mostrou serviço social
Em 1918, junto com as religiosas
Abriu um pequeno hospital.
E para mostrar a todos
Que Deus é nosso verdadeiro Senhor
Não tinham muitos recursos
Mas a fé que traziam muitos doentes curou.
O trabalho dessas religiosas
Era então conhecido como uma ação nobre
Curavam até feridas crônicas
Atendiam sem distinção tanto o rico
quanto o pobre.
Também em 1918
Foi Dom Antônio Cabral
Sagrado Bispo de Belo Horizonte
Por seu trabalho especial
Logo após a sagração
Fez uma visita a Propriá
Para abraçar os seus pais.
Todos vieram homenagear
Toda a cidade exultou de alegria
Com este homem tão exemplar
E o Educandário Nossa Senhora das Graças
Bela homenagem soube ofertar.
Até então ninguém sabia
Que chegaria a calamidade
Da feroz gripe pneumônica
Que afetou toda a cidade
E as franciscanas, mais uma vez
Mostraram o que era a caridade
E não mediram os sacrifícios
Para cuidar de todos com amor e bondade.
E foi nessa epidemia
Que o Educandário se entristeceu
Porque uma de suas alunas
Foi atingida e faleceu.
Mas o tempo então passou
E a educação ia evoluindo
Chegaram outras religiosas de Penedo
E a escola ia progredindo.
Em 1920, veio para o educandário
A mais bela voz de luz
A Irmã Consolação
Do Menino Jesus
Já chegou muito doente
Mas sua passagem marcou
Dona de uma belíssima voz
Morreu louvando o Senhor.
Sua morte registrou marcas
Da bela voz que na agonia canta
E as outras Irmãs tiveram a impressão
De terem visto morrer uma santa.
Desse momento em diante
Outras turmas se formaram também
A história não parou aqui
Fomos muito mais além.
Mas todas elas seguiam em frente
Porque assim o Senhor o quis
E, em 1921, a nova Superiora
Foi Irmã Maria Rosa de São Luiz.
A Escola ia crescendo
Num progresso a despontar
Em 1938
A Madre Geral veio aqui nos visitar.
Irmã Maria Dolores Meireles
Que era a Madre Geral
Constatou todo o trabalho e esforço
Que vinha desde o Monsenhor Cabral.
E com o seu amor infinito
Bênçãos sobre as Irmãs, Deus ia derramando
E, de ano para ano,
O Educandário estava prosperando
A cada início de nova etapa
A matrícula ia aumentando.
E, entre lágrimas e despedidas,
Irmã Maria Rosa também nos deixou
Aqui trabalhou por três anos
E foi morar com Nosso Senhor.
E a escola, então, seguiu
Com outras superioras e gestões
Irmã Leocádia e Irmã São Bernardo
Plantaram amor nos corações.
Também Irmã Rosária do Espírito Santo
Demonstrou sua dedicação
Deixou plantadas sementes
Para melhorar a educação.
Por volta de 1933
O prédio passou por mudanças
Salas de aula ganharam espaços
E a escola foi conquistando do
povo a confiança.
Na gestão da Irmã Dora da Santíssima Trindade
Mais uma bênção o Senhor mostrou
A eficiência da nossa Escola
Ficou reconhecida até pelo Governador
O major Augusto Maynard
Que assim ele decretou
A excelência em educação
Que o Nossa Senhora das Graças apresentou.
Em 1936, foi inaugurada a gruta Nossa
Senhora de Lourdes
Momento de grande esplendor
Veio Dr. Eronildes de Carvalho
Na época Governador.
E assim nossa querida Escola
Formou então sua primeira turma
No ano de 1937
É que ocorre essa diplomação
E em todos ali presentes
Causou grande comoção.
Essa turma revelou
Alunas batalhadoras
Todas elas se formaram
Para serem professoras.
E agora, com 25 anos,
Que iria então completar
O Educandário Nossa Senhora das Graças
Podia comemorar
O seu Jubileu de Prata
De um trabalho singular
Festejou por oito dias
A cidade de Propriá.
E essa comemoração
Teve fim especial
Com uma linda celebração
Com Padres da capital
E o Sr. Bispo Dom José Tomaz
Deu sua bênção final
Era tanta emoção
Em um dia cordial.
Esse notável Educandário
Tinha missões verdadeiras
Daqui saíram muitas moças
Que se tornaram freiras.
Graças devemos dar
A um só Deus de Norte a Sul
Pois vale também lembrar
Que estava sendo fundado
O Ginásio de Aracaju.
Nessa época a Irmã Cândida
Superiora que aqui atuava
Estava sendo transferida
Em seu lugar ela deixava
Irmã Maria Aldete, muito querida
E a maior turma que se formava
43 moças bem decididas
Que ao Baixo São Francisco muito orgulhava.
Uma reforma educacional
Se iniciou em 1946
Para a equiparação de Ginásio
Adquirir com altivez
Em 21 de dezembro de 1946
Recebeu a equiparação oficial
Inspecionada pelo Dr. Osvaldo Sampaio
E recebida por portaria ministerial
Seguindo o ano de 1947
Oficialmente foi denominado
Ginásio Nossa Senhora das Graças
E assim passou a ser chamado
O Ginásio Nossa Senhora das Graças assim oficializado
Recebeu verbas oficiais
Que contribuíram para o seu desenvolvimento
Vindas de autoridades governamentais.
A Capelinha Nossa Senhora das Graças
Em 1958 foi restaurada
E dentro de um ano
Foi reformada e ampliada
É o nosso Senhor Deus
Mostrando o quanto é sagrada
A ação das franciscanas
Essas Irmãs muito abençoadas.
Neste ano de 1959
O Ginásio acompanhou
A inauguração da Matriz de Santo Antônio
Que a cidade festejou
No ano seguinte, foi criada
A Diocese de Propriá
Que o Sr. Bispo Dom José Brandão de Castro
Foi o primeiro a ocupar.
A criação da Diocese
Trouxe festas outra vez
E foi lida pra todo o público
A bula do Santo Padre João XXIII.
Esse acontecimento para a cidade
Foi um dos mais gloriosos
Tornando o povo de Propriá
Ainda mais religioso
E o Ginásio Nossa Senhora das Graças
Também era vitorioso
Por sua história que passou
Num momento tão valoroso.
O tempo ia passando
E o ginásio então crescia
Em março de 1961
Iniciou o curso de Pedagogia.
Seguindo os anos mais tarde
Em grande comemoração
Em 1965
Já eram 50 anos de história e tradição.
E nos seus 70 anos
De religiosidade e fundação
Veio diretamente de Lisboa
Sua felicitação
Inclusive o Vaticano
Que reconheceu então
Que o Colégio Nossa Senhora das Graças
Tem ensino, cultura e religião.
Em 1990,
Como presente especial
Nossa comemoração teve a participação
Da Madre Provincial.
Desta vez nossa Escola
Exaltou com muita emoção
No ano de 1992, a Madre Geral,
Irmã Maria Eneide
Que veio nos visitar
Carinho e satisfação
Aqui queremos deixar
Pra essas religiosas
Construtoras de uma nação.
Passando a ser Colégio
A escola muito cresceu
Graças a essas grandes obras
Dessas filhas do Senhor Deus
E daquele grande mestre
Que aqui neste solo nasceu
Obrigada, Monsenhor Cabral
Por este presente que o Senhor nos deu.
Vamos também homenagear
Todos os líderes que por aqui passaram
E no Colégio Nossa Senhora das Graças
As suas marcas deixaram
Saibam que para essa história
Todos vocês colaboraram
E por isso todos os seus nomes
Nesta escola se eternizaram.
E assim é bem notável
A nossa felicidade
Em poder comemorar
100 anos de educação, cultura e fé.
* Criação dos alunos do Ensino Fundamental
e Médio com supervisão da professora
Lucenilde Rodrigues Santos
E os anos foram passando
E a nossa história aparecendo
Mudanças que foram chegando
E a nossa Escola desenvolvendo.
Deixou de ser internato
Recebeu muitas verbas e doações
De alguns governantes em mandato.
Em 1983, celebrou o Jubileu de
Ouro de equiparação
Cinquenta anos equiparado
À Escola Normal do Estado
Agora já ofertando
Um cidadão bem formado.
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
15
Irmã Cândida de Jesus Hóstia,
Uma Vida de Paz e Bondade
ascida em 27 de fevereiro de 1921, com nome de
batismo Maria Pureza do Nascimento, nossa querida
Irmã Cândida de Jesus Hóstia foi uma vocação surgida
no Colégio, onde foi aluna e decidiu seguir o caminho
de consagração a Deus, na Congregação das Irmãs Franciscanas
Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Era uma pessoa sensível e
de coração bondoso, que procurou a vida religiosa como meio de
se entregar totalmente a Deus e ao serviço dos mais necessitados.
Era realmente uma pessoa extraordinária, tanto pelo lado pessoal,
como - e principalmente - pelo lado profissional. Independente do
cargo que ocupasse e da função, para ela todos estavam em um
mesmo patamar. Éramos vistos com o mesmo olhar!
A irmã Cândida queria ver todos e todas de bem com a vida. Sempre estava sorrindo e transmitindo felicidade. Um ser humano com
qualidades que a tornaram inesquecível junto aos que com ela
conviveram. Carinhosa e acolhedora, sempre transmitia carinho e
amor ao próximo.
Mas, como sabemos nem tudo é eterno e a vida nos traz muitas
surpresas, não foi diferente, quando todos, com tristeza e saudade,
tiveram que se despedir dessa pessoa maravilhosa. O tempo que a
Irmã conviveu com os propriaenses e circunvizinhos foi suficiente
para sentirmos e guardarmos somente lembranças boas, maravilhosas de uma cândida prestativa e generosa.
n
Profissionalmente, até os últimos dias, quando ainda podia e tinha
forças, fazia suas tarefas com esmero. Tinha como lema e cuidado, o
zelo pela família e a educação. Nunca deixou de contar com a ajuda
de seus colegas amigos, como os tratava no convívio de trabalho,
sempre envolvida nas decisões para um futuro melhor do nosso
Colégio Nossa Senhora das Graças (CNSG).
16
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
Gostava de lembrar que éramos sua segunda família. Sempre cuidadosa com tudo e com todos, queria a todo instante ter a certeza
que o nosso Colégio estava nas mãos de pessoas honestas, felizes
e de bem com a vida.
Saudades e lembranças nas mentes e nos corações de todos!
Fátima Izabel de Oliveira Souza
Ex-aluna e professora
Síntese Histórica dos
Cem Anos da Trajetória Escolar
o
Colégio Nossa Senhora das Graças foi inaugurado em
15 de janeiro de 1915, a partir da iniciativa do Cônego
Antônio Cabral, pároco da cidade de Propriá, em
Sergipe. Consta no caderno de Crônicas do Colégio:
“No dia 21 novembro de 1914, dirigiu-se a Penedo, onde residia a nossa
Madre Delegada Maria da Circuncisão, o Reverendíssimo Monsenhor
Antônio dos Santos Cabral, digníssimo vigário de Propriá e filho dessa
mesma terra, com o fim de lhe pedir algumas religiosas para abrir um
colégio. Nesse dia, porém, não estava a Madre Delegada em Penedo,
estava em visita às casas. Voltou o Reverendíssimo Monsenhor Cabral,
no dia 18 de dezembro, e nesse mesmo dia em que se celebrava a festa
da Espectação de Nossa Senhora, obteve quase a certeza da ida das
Irmãs para a sua paróquia. Escolheu e deu ao Colégio o nome de Nossa
Senhora das Graças, não só pela devoção a Mãe de Deus, como também
por causa da pequena Capela, que ficava na elevação aonde ia edificar
o Colégio, que se chamava – Santa Cruz das Graças. Ao lado desse
capelinha, ficava um casarão negro chamado Casa dos morcegos,
que estava construído havia 40 anos. A Madre Delegada gostou muito
desse local, e queria que ali fosse instalado o novo Colégio. Objectou,
porém, o Monsenhor Cabral que não poderia conseguir aquela casa
por vários motivos, ficando resolvido abrir-se o colégio na casa que se
tinha visto primeiro. Passados 15 dias, o mesmo Monsenhor Cabral
escreveu à Madre Delegada dando-lhe os parabéns por ter obtido a
casa que ela desejava perto da Capela. Ele pôs mãos à obra e dentro
de alguns meses estava pronta a nova casa. À inauguração, o bom
pároco mostrou-se muito satisfeito e, no auge de seu contentamento,
disse: ‘Bendita República portuguesa, que nos mandou para o Brasil as
Religiosas!’ Porém esse louvor não podia ecoar em nossos corações tão
esmagados com desventuras da Pátria!...”
A equipe fundadora era formada por Irmãs que foram transferidas de Itacoatiara, no Amazonas. Eram elas: Carolina da
Apresentação (785, Maria Lucinda Pereira Sampaio), Superiora e
Diretora, Rosalina da Conceição (440, Ana Joaquina Oliveira e Silva),
Maria Constantina de São José (535, Delfina de Jesus Sarmento),
Rosária do Espírito Santo (1179, Maria do Rosário), Glória de Maria
Imaculada (1026, Maria da Anunciação Roque), Maria Estela (916,
Albina Rodrigues), Maria de Chantal (735, Mariana de Jesus Alves),
Cassilda de São José (1212, Maria Teresa de Matos), e as que se
uniram, posteriormente, Maria de São Paulo (1101, Ana Rodrigues)
e Maria de Santa Justa (850, Emília de Jesus Pereira).
O Colégio funcionou, regularmente, em seu primeiro ano de fundação
com uma matrícula de 54 alunas. No final do ano, houve os primeiros
exames das alunas, encerrando-se com um modesto festival, quando
o povo se rejubilou pela atuação das Irmãs na ação educacional.
Em pouco tempo, as Irmãs sentiram o apelo de Deus para atender às
pessoas desejosas de estudar, porém, sem as condições econômicas
necessárias. Então, com o apoio do Cônego Antônio Cabral, em 1º
de setembro de 1916 fundaram a Escola Santo Antônio, com plena
gratuidade. O Colégio e a Escola floresceram, com a assistência do
Vigário Cônego Antônio Cabral, e do Capelão, Padre Antônio Soares.
Ao final do ano de 1917, uma belíssima exposição de prendas encantou a quantos puderam ver os lindos trabalhos confeccionados
pelas alunas, sob a orientação das Irmãs. Outro evento marcante era a
festa das finalistas após os exames finais do ano letivo. Em 1918, ainda
com o apoio do Monsenhor Cabral, as religiosas passaram a atuar
também na área de saúde, em um pequeno hospital fundado para
esse fim. Por esse tempo, ocorreu o surto de pneumônica, também
chamada de gripe espanhola, e as Irmãs se desvelaram em cuidados,
levando a todo o município a caridade e o conforto espiritual, em
assistência aos mais necessitados. Por sua coragem e abnegação, elas
receberam do Governador Dr. Augusto Maynard uma condecoração.
Ao longo da trajetória desses 100 anos dedicados à educação da
infância e da juventude, muitas outras Irmãs contribuíram com sua
presença franciscana hospitaleira, em um testemunho de fé e abnegação. Dentre elas registramos as Irmãs que exerceram o ofício
de Diretoras do Colégio Nossa Senhora das Graças.
Irmã Maria Rosa de São Luís (1069 Rosa da Piedade Rodrigues) atuou
no triênio 1919 a 1922, dedicando grande empenho no cultivo da
piedade cristã, nos lavores e na leitura e escrita. A Irmã Rosa de São
Luís era uma alma de grande espírito de fé e confiança na misericórdia de Nosso Senhor Jesus. Faleceu em Propriá, no exercício de
suas funções. Vieram, naquele período, três Irmãs para auxiliar nos
trabalhos escolares: Maria de Sameiro (1176, Maria das Neves), Maria
do Divino Redentor (1713, Maria Joana Candeias) e Consolação do
Menino Jesus (824, Sofia Amélia Gonçalves), que faleceu pouco
tempo após sua chegada.
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
17
Sucedeu-lhe a Irmã Maria da São Bernardo (1086), que atuou por sete
anos, de 1922 a 1929, com zelo, discrição e proficiência, de tal modo
que, em poucos anos, o Colégio Nossa Senhora das Graças chegou
a ser considerado o melhor educandário do estado de Sergipe.
À Irmã São Bernardo foi confiada a aquisição da primeira casa da
Congregação na Bahia, na Avenida Luís Tarquínio, inicialmente sob
sua administração, ao mesmo tempo em que assumia o CNSG. Foi
nomeada, então, a Irmã Leocádia (821), que exerceu suas funções
por um ano letivo (1929 – 1930). Pelo seu dinamismo apostólico, a
Irmã São Bernardo, que era Superiora/Diretora do Colégio Imaculada
Conceição, em Penedo, Alagoas, assumiu, também, o Colégio e o
Hospital em Propriá, o que demandava constantes deslocamentos. Na sequência, foi nomeada a Irmã Rosária do Espírito Santo (1179),
que atuou apenas nos anos de 1931 e 1932, em virtude de seu
falecimento. Em sua administração foram realizadas as festas escolares, uma em benefício da escola gratuita, sob a presidência de
Dom Juvêncio de Brito, Bispo de Caetité, que iniciara o Apostolado
da Oração entre as alunas, quando era vigário em Propriá.
No Educandário, solenizava-se o mês de março, dedicado a São
José, o mês de maio, em louvor à Nossa Senhora, o mês de junho,
consagrado ao Coração de Jesus, e o mês de outubro, quando
era comemorada a festa de São Francisco. Na festa do Corpo de
Deus, havia piedosa participação das alunas, em uma época em
que Propriá primava nas celebrações e era considerada a cidade
da Eucaristia. Neste ano de 1931, o número de comunhões atingiu
10.049, bem elevado para uma época em que não era tão frequente
a comunhão dos fiéis. Neste período, foi realizado, ainda, o retiro das
alunas internas, externas, ex-alunas e de 113 senhoras das ilustres
famílias da cidade. A Missa do Galo foi presidida pelo fundador
do Colégio, Dom Antônio dos Santos Cabral, Arcebispo de Belo
Horizonte. As Irmãs tiveram seu retiro anual, sob a orientação do
Frei franciscano Metódio.
O ambiente do Colégio era muito piedoso e agradável. Por isso, foi
atraindo muitas vocações entre as alunas, bem como na sociedade
local e até fora dos limites da cidade. 18
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
O Conselho Geral nomeou a Irmã Dora da Santíssima Trindade (1168,
Maria Cândida Dias), em 08 de setembro, para o triênio 1933 a 1936,
que já assumira a Direção interinamente, após a morte de sua antecessora. Nesse período, o prédio do Educandário passou por várias
modificações. As Irmãs adquiriram uma casa vizinha e adaptaram-na
para sua residência, liberando espaço para as salas de aula.
A Irmã Dora iniciou no Colégio Nossa Senhora das Graças a Escola
Normal, em 1933, o que motivou a instituição a ser equiparada
à Escola Normal Rui Barbosa de Aracaju, por decreto nº 167, de
11 de julho de 1933. Nomearam o Dr. Melquisedec Monte como
fiscal, o qual muito se empenhou pelo desenvolvimento da Escola
propriaense. O Dr. Eronildes de Carvalho, Governador do Estado
de Sergipe, obsequiou a instituição, com a reedificação da Escola
Santo Antônio, que disponibilizava ensino gratuito, além da doação
de carteiras para melhor atendimento às alunas em condição de
pobreza. Com donativos e auxílio do poder municipal, foi construída
a gruta de Nossa Senhora e o pátio de recreio.
Em 1936, a Irmã Dora foi transferida para fundar o Colégio Sagrado
Coração de Jesus, em Estância, Sergipe. Sucedeu-lhe a Irmã Cândida
de Maria Imaculada (1356, Alyntes de Brito Fontes), nomeada em
16 de fevereiro de 1936 a 1944. No final do ano letivo de 1937, da
primeira turma de Normalistas, diplomaram-se em grande cerimonial as primeiras professoras, dentre elas Elisa Aragão e Maria de
Lourdes Nascimento, que ingressaram na vida religiosa, recebendo,
respectivamente, os nomes de Irmã Maria Serafina do Divino Amor
(2537) e Irmã Maria Cecília do Menino Jesus (1475).
Até então, a Escola funcionava no prédio pertencente a Dom José,
Bispo de Aracaju, Sergipe. Por ocasião da visita da Delegada Geral, Irmã Rosa Maria de São Francisco, foi efetuada a compra do
imóvel por 40.000$000 réis e passada a escritura, no ano de 1937.
Na referida visita, houve o retiro anual das Irmãs e a profissão
perpétua das Irmãs Maria Branca do Santo Cordeiro (1770), Maria Amada de Jesus Hóstia (1968), Maria Hercília da Assunção
(1710), Maria Claudentina de Maria Santíssima (1829, Amerina
Aguiar de Queiroz), Isabelina da Conceição (1838, Adélia Ribeiro) e
Maria Agostiniana do Coração de Maria (1832), na Capela Nossa
Senhora das Graças.
Naquela época, o prédio passou por grande reforma no dormitório e na fachada. Houve, então, a cerimônia do segundo grupo
de Normalistas, moças bem preparadas para a educação e para
a vida familiar. Grande alegria foi o acolhimento dispensado pela
comunidade escolar e representações civis à Irmã Maria Dolores
da Sagrada Família (1352, Elvira de Assunçao Meireles), Superiora
Geral, em Visita Canônica.
Em 1940, foi celebrado o jubileu de prata da fundação do Educandário, com festividades durante oito dias, incluindo noite de quermesse
em frente ao estabelecimento, organizada pelas ex-alunas, em benefício de sua Escola. A programação foi coroada pela Santa Missa
presidida por Dom José Tomaz Gomes da Silva, Bispo Diocesano,
concelebrada por todos os sacerdotes vindos da capital e arredores.
A Irmã Maria Aldete do Menino Jesus (1966, Maria de Lourdes Maia),
assumiu como Diretora interina de 1945 a 1948, empenhada em
manter a qualidade do ensino e a formação humana e espiritual. Foi
iniciada uma reforma nas instalações para adquirir a equiparação a
ginásio. O prédio foi inspecionado pelo Dr. Osvaldo Sampaio, quando
obteve boa classificação e recebeu a equiparação oficial preliminar
pela Portaria Ministerial nº 703, de 21 de dezembro de 1946. A partir
de 17 de janeiro de 1947, o Educandário, foi denominado Ginásio
Nossa Senhora das Graças e foi realizado o exame de admissão da
1ª turma do Curso Ginasial.
A Irmã Glória de Maria Imaculada(2642, Maria Aparecida Carvalho)
exerceu o cargo de Diretora de 1949 a 1950. Foi sucedida pela Irmã
Maria Augusta de São José (1641, Alice Vasconcelos), que atuou no
período de 1951 a 1953. Neste último ano, foi instalada a Escola
Técnica de Comércio, inicialmente com grande entusiasmo por parte das famílias, demonstrado pelos relatos de ex-alunas com boas
colocações no campo profissional. A Irmã Margarida da Eucaristia
(1399, Maria Ceciliana Resende) dirigiu os destinos do estabelecimento nos anos de 1954 a 1955 e a Irmã Inês de Maria Imaculada
conduziu a gestão escolar em 1956.
A Direção da Irmã Maria Cecília d’ Assunção (1946, Maria José do
Monte) ocorreu nos anos de 1957 a 1961. Em 1958, houve a demolição da primitiva Capela do Colégio, reconstruída e solenemente
inaugurada em dezembro de 1960, com três dias festivos e as presenças de Dom José Vicente Távora, Bispo da Diocese de Aracaju,
que fez a bênção do templo, Monsenhor José Curvelo Soares, Padre
Luiz Henriques e Frei Edgar, OFM. Na reconstrução dessa capela
não devem ser esquecidos os colaboradores e o engenheiro Sérgio
Francisco da Silva, que foi o paraninfo de honra das comemorações.
Em 1959, Própria atravessou os mais belos dias pela inauguração
de sua majestosa Matriz de Santo Antônio. Na piedosa procissão,
houve a participação 35 crianças alunas do Colégio Nossa Senhora
das Graças, que fizeram sua primeira comunhão. Em 1960, com a
criação da Diocese de Propriá, foi nomeado pelo Papa João XXIII,
como primeiro bispo, Dom José Brandão de Castro, CSsR (1960-1987),
que foi recebido com entusiasmo e fé. Dom José celebrou a primeira
missa do seu pastoreio, em 17 de setembro de 1960, na Capela do
Colégio Nossa Senhora das Graças, repleta de alunos e educadores. Em seu episcopado, dispensou grandes cuidados ao Colégio,
inclusive atuando no quadro docente, na cátedra de Português.
Em novembro de 1960, foi recebida a autorização do Departamento
de Ensino de Aracaju para funcionamento do Curso Pedagógico,
a partir de 1961.
As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras celebravam seu cinquentenário
de presença em terra brasileira, 21 de junho de 1961, quando o Colégio Nossa Senhora das Graças recebeu a visita da Irmã Aurora da
Santíssima Trindade, (2224, Maria Jacinta S. de Azevedo Coutinho)
Superiora Geral da CONFHIC. No convite impresso para a ocasião
constava: “Ó Deus, Vossa misericórdia é sem limites, vossa bondade é
inesgotável; prostradas ante a Vossa majestade, Vos rendemos graças
pelos benefícios que haveis feito à Congregação das irmãs Franciscanas
Hospitaleiras, nos seus 50 anos de apostolado no Brasil”. A celebração
desses 50 anos contou com uma sessão solene com vasta programação e participação de autoridades e famílias de Propriá, além de
uma Semana de Adoração Eucarística, com as presenças de alunas e
pessoas da comunidade, orientada pelo Capelão do colégio, Padre
José Amaral, e o Te Deum, oficiado por Dom José Brandão de Castro.
A Fraternidade também preparou a comemoração dos 25 anos de
vida consagrada, em destaque o ramalhete espiritual de 25 missas
celebradas, no dia 25 de outubro de 1961.
No ano de 1961, foi fundada no Colégio a obra das Vocações Sacerdotais, estimulando as alunas no apostolado de orar pelo clero
e angariar recursos, merecendo, pelos frutos, o comovido agradecimento do Sr. Bispo Diocesano Dom José Brandão de Castro.
Houve, também, a criação da Associação de Pais e Mestres, sendo
seu primeiro presidente o Dr. Temistócles Pereira. Ainda nesse ano,
o Conselho Nacional de Serviço Social concedeu registro à Escola
Gratuita Santo Antônio.
Filhas da Sra. Luzinete Leite
Cabral (Cândida Cabral e
Otília, com a filha).
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
19
A Irmã Maria Cândida de Jesus Hóstia (2715, Maria Pureza do
Nascimento) dirigiu o Colégio Nossa Senhora das Graças, em 1962,
sendo sua sucessora a Irmã Maria da Conceição Aparecida, que o
administrou em 1963.
Irmã Maria Odete do Menino Jesus (2844, Maria de Lourdes Silva)
conduziu o estabelecimento no período de 1964 a 1969. Em sua
administração foram celebrados festivamente os 50 de fundação
do Colégio, com uma programação ampla e participativa. Conforme manchete publicada no órgão oficial da Diocese de Propriá,
A Defesa: “Excedeu de muito à expectativa geral o brilhantismo das
comemorações do Cinquentenário do Colégio das freiras, em nossa
cidade, o programa abrangeu toda uma semana, de 8 a 15 de agosto”.
O Informativo A Defesa publicou, ainda, a mensagem da Diretora,
Madre Maria Odete do Menino Jesus: “A Direção do Ginásio Nossa
Senhora das Graças atribui a boa realização das festas jubilares daquele
estabelecimento de ensino às bênçãos de Deus e à grande cooperação
do povo magnânimo de Propriá. Foi consolador constatar como toda a
cidade se associou às alegrias do seu Ginásio. Todos, sem exceção, deram
a sua colaboração, grande ou pequena, para nós, significativa e valorosa.
Resta-nos agora reafirmar a todos que o Ginásio Nossa Senhora das
Graças continuará pelos anos advindos a sua ação educadora, buscando
lutar sempre por uma juventude melhor, mais humana e mais cristã.
É a missão de Servir, ideal que impulsionou os fundadores do Colégio
Nossa Senhora das Graças naquele radioso 15 de janeiro de 1915. E, na
noite de gala do 15 de agosto, enquanto a família propriaense rendia
homenagens ao seu Ginásio, nós voltávamos o nosso pensamento para
Deus, formulando propósitos de lutar por corresponder às esperanças
do povo bom de Propriá”.
Seguindo a cronologia, o Colégio teve como Diretoras: em 1970,
a Irmã Maria de Lourdes Martins Barroso; em 1971, a Irmã Vanda
Mendonça; e nos anos de 1972 a 1974, a Irmã Stella Alves de Araújo
que implantou o Curso Adicional favorecendo aprimoramento e aperfeiçoamento das técnicas pedagógicas; promoveu também cursos
extraordinários tais como: religião, promoção humana, ortografia,
educação física, abertos à comunidade. Todas se empenharam em
dar prosseguimento à formação da infância e juventude, segundo
os parâmetros dos valores cristãos.
20
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
A Irmã Maria Cândida de Jesus Hóstia (2715, Maria Pureza do Nascimento) recebeu o cargo de Superiora e Diretora, a 13 de fevereiro de 1975, e sua administração estendeu-se até 1993. Assim que
assumiu essa missão, observou a necessidade de manutenção em
várias dependências do Colégio. Empenhou-se na aquisição de recursos extras e conseguiu verbas para melhorar, gradativamente,
as condições dos ambientes escolares. Em 1976, iniciou a reforma
da casa das Irmãs, que fora adquirida pelo capelão, Padre Antônio
Padilha. Nesse intento contou com o apoio da Irmã Francisca Neuza
Gomes (3690) na busca de recursos, e, assim, alcançou êxito nesse
empreendimento. Em 1981, reorganizou o espaço destinado ao
dormitório do internato, criando salas de aula, após rigorosa recuperação do ambiente. Em 1982, com apoio da Comissão Episcopal
Alemã Adveniat reformou, também, a Capela do Colégio. No ano seguinte, foram celebrados com entusiasmo os 50 anos de
equiparação à Escola Normal Rui Barbosa de Aracaju. Em 1984, foi
a vez de receber verbas para a construção das salas de aula para
a educação infantil, ao lado do auditório, e recuperar o aterro que
cedia, construindo garagens. A Irmã Cândida promoveu as festividades comemorativas dos 70 anos de fundação do Colégio. Nesse
ano, o Núncio Apostólico, Carlo Furno esteve no Colégio Nossa
Senhora das Graças por ocasião das comemorações dos 25 anos
de instalação da Diocese de Propriá. Em 1987, manteve o CNSG
integrado às festividades de posse de Dom José Palmeira Lessa,
segundo Bispo de Diocese de Propriá.
Como Superiora, a Irmã Cândida era bondosa e foi uma diretora
com perfil empreendedor, que descobriu os caminhos para buscar recursos junto a diversas instituições no Brasil e no exterior.
Apreciava a Oração Carismática e, inclusive, contribuiu para implantá-la no Colégio Nossa Senhora das Graças. Exerceu atividade polivalente no Colégio, com atuação em diversos setores. Para
a sua sucessora, deixou saldo positivo de recursos financeiros e
quantidade de alunos. Em 29 de março de 1990, a Irmã Madalena Carvalho da Silva foi nomeada Superiora da Fraternidade, entretanto, a Irmã Cândida permaneceu como Diretora do Colégio
até o ano de 1993.
Para substituí-la, foi enviada a Irmã Celeste dos Anjos (2957, Sebastiana Lopes Cardoso da Silva), que atuou como Diretora do Colégio
no período de 1994 a 1998. Era austera, mas de grande e bondoso
coração. Os professores, funcionários e alunos sentiam-se tratados
como filhos e filhas estimadas. Dinâmica, de espírito jovem, aberta
a novas tecnologias, implantou aulas de informática. Incentivou a
prática esportiva, quando levou os atletas do Colégio a outras cidades
como Aracaju, Arapiraca, Penedo, onde conquistaram medalhas e
troféus. Também proporcionou participação dos professores em
cursos e seminários, levando-os para o Congresso de Educação
Franciscana Hospitaleira, em Salvador, Bahia. Em 15 de junho de
1997, houve a posse de Dom Mário Rino Sivieri, o terceiro e atual
bispo da Diocese de Propriá, a quem Irmã Celeste acolheu com
generosidade e alegria.
Seguiu-se, então, um período de Diretoras Pedagógicas Leigas, sempre empenhadas em seguir a pedagogia franciscana hospitaleira,
em sintonia com a Irmã Maria Madalena Carvalho da Silva, Diretora
Geral e Administrativa, e em comunhão com as demais Irmãs da
Fraternidade. Desenvolveram com desvelo e cuidado amoroso a
formação dos alunos e alunas, mantendo o grau de excelência no
ensino, que proporcionou bom êxito à maioria dos alunos egressos.
Foram elas: Maria de Fátima da Silva, gestão de 1999 a 2004; Maria
Izailde Santana dos Santos, gestão de 2005 a 2006; Maria Izabel
Santana Prata, gestão de 2007 a 2010; e Maria da Paz da Costa Lins
Lustosa, gestão 2011 até a atualidade.
Sob a condução da Irmã Maria Madalena Carvalho da Silva, o Colégio
acolheu, em 1998, duas adolescentes provenientes do orfanato de
Estância, que fora fechado. No ano seguinte, foi intensa a participação
no acolhimento às relíquias de Santo Antonio, que foram trazidas para
a veneração dos fieis. Em 17 de março do ano 2000, foi inaugurada
uma nova gruta, em honra à Nossa Senhora de Lourdes, no pátio
interno do Colégio, para que todos ali encontrem um espaço de
paz e contemplação. Em 2001, o Colégio passou a oferecer o Ensino
Médio, denominado curso científico no Caderno de Crônicas, com
matrícula inicial de 46 alunos.
se deslocava para desenvolver importante trabalho de formação
junto aos seminaristas das Dioceses de Penedo e de Palmeira dos
Índios, em Alagoas. Neste ano, o Colégio Nossa Senhora das Graças
celebrou os 90 anos de fundação, em solene Eucaristia presidida
pelo amigo e querido Bispo Diocesano Dom Mário Rino Sivieri e
concelebrada pelo Padre Odair Francisco, Vigário Paroquial e Padre Raimundo Peretti Guimarães, capelão do Hospital São José,
em Japaratuba, Sergipe. A Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro,
Superiora Provincial, trouxe, com sua presença, grande entusiasmo à efeméride. As apresentações do Coral SEED abrilhantaram o
evento, sob a regência do Maestro Joel de Magalhães, tendo como
organista o professor José Maria do Nascimento, irmão de nossa
Irmã Cândida de Jesus Hóstia.
Em 25 de abril de 2007, foi fundado o Projeto Escolarte Jardim da
Mãe Clara. É uma iniciativa que atende, atualmente, alunos com
necessidades especiais, incluindo deficiência visual e auditiva, além
de portadores de doenças neuromotoras e doenças como autismo,
entre outras, sob os cuidados da Irmã Geni Bispo de Lira e seus colaboradores. Os beneficiados participam de atividades como aulas de
informática, educação física, canto, ensino religioso e alfabetização
e também dos eventos e datas comemorativas. Usufruem, ainda, de
transporte próprio. O conjunto de atividades reflete na satisfação
das famílias por esse trabalho educacional de inclusão.
Durante sua administração, a Irmã Maria Madalena Carvalho da Silva
acolheu com distinção e alegria fraterna três Superioras Gerais: Irmã
Maria Eneide Martins Leite (1992) Irmã Maria Isilda Freitas (2002 e
2007) e Irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro (2014). Nestes últimos anos, empenhou-se pelo aprimoramento do ambiente físico
do Colégio, criando espaços de evangelização com ícones bíblicos
e ligados à espiritualidade franciscana. Busca o melhor para tornar o
CNSG cada vez mais lindo e acolhedor. Fez parceria com empresa
pedagógica de ensino para elevar, cada vez mais, o nível educacional
e está em construção o site do Colégio. Irmã Madalena evangeliza
pelo amor e pela devoção a Nossa Senhora. Seu jeito manso de
fazer o bem sempre, de realizar sonhos e buscar o máximo que
puder para ajudar e ver a felicidade do próximo a caracterizam
como seguidora do grande exemplo da Mãe Clara.
A primeira vocacionada desta comunidade foi Cecília Barros (Irmã
Inês do Santo Cordeiro). Com desvelo e espírito de sacrifício, permanecem, hoje, na promoção de uma primorosa educação, as
Irmãs Madalena Carvalho da Silva, Superiora local e Diretora Geral e Administrativa, Terezinha Venâncio da Silva (Irmã Maria Arnalda da Visitação), Jonalita Santana Bispo (Irmã Maria Dulcina de
Lourdes), Helena Dionízio de Albuquerque, Geny Bispo de Lira, e
Bernadete Gonzaga Lima.
“A Direção do Ginásio
Nossa Senhora das Graças atribui a boa
realização das festas jubilares daquele
estabelecimento de ensino às bênçãos
de Deus e à grande cooperação do
povo magnânimo de Propriá...”
Em 08 de agosto de 2005, passou a integrar a Fraternidade a Irmã
Terezinha de Souza Rocha que, além das contribuições ao Colégio,
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
21
Superiora Provincial Exalta
a Valorosa Obra Educacional
Sediada em Propriá
passagem da Festa de Nossa Senhora das Graças,
27 de novembro, marcou a abertura do Ano
Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças,
com a Celebração Eucarística presidida pelo Padre
Clebson Ferreira Moura, Pároco da Catedral de Propriá e capelão do
Colégio, concelebrada pelo Frei João Paulo, OFMCap, ex-aluno do
Colégio jubilando.
a
Minha alma canta de alegria e meu espírito exulta de gratidão:
Por Maria, a Senhora medianeira de todas graças, intercessora
junto ao seu Filho Jesus, por esta Instituição centenária, que, enfrentando todos os sacrifícios e obstáculos, não mediu esforços para
formar cidadãos responsáveis e cristãos comprometidos na construção de uma sociedade mais humana e mais justa, conforme o
sonho do Criador.
Na oportunidade, a Irmã Cacilda Luzia de Santana, Superiora
Provincial, proferiu a singela reflexão:
“Minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta de alegria em
Deus meu Salvador. (Lc, 1,46-47). É com estas palavras do Magnificat,
canto de louvor e ação de graças proclamado por Maria, a Mãe de
Jesus e nossa Mãe, que inicio esta mensagem.
Propriá, uma das principais cidades do significativo estado de Sergipe, abre, hoje, as suas portas, como o fez no dia 15 de janeiro de
1915, para render graças ao Altíssimo e Onipotente Deus por um
século da chegada das missionárias Franciscanas Hospitaleiras a
esta terra, onde inauguraram o Colégio Nossa Senhora das Graças.
Nesta celebração de abertura do centenário do nosso querido
Colégio Nossa Senhora das Graças, não encontrei, na Sagrada
Escritura, outra palavra que melhor expressasse o sentimento do
povo e da Igreja de Propriá; do corpo docente e discente desta
casa de educação; assim como dos pais de alunos, dos ex-alunos,
dos amigos; dos benfeitores; dos colaboradores e de nós, Irmãs
Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.
A minha alma glorifica o Senhor:
Pela feliz inspiração de Deus às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da
Imaculada Conceição, enraizadas no Brasil, desde 1911, para lançar
as sementes da Paz e do Bem em terras sergipanas, fundando, em
15 de janeiro de 1915, este Colégio entregue à proteção de Nossa
Senhora das Graças.
A minha alma dá graças ao Senhor:
Pelas primeiras Irmãs portuguesas, que, após a corajosa experiência
evangelizadora, na região amazônica, decidem lançar as sementes
da educação a crianças e jovens em Propriá, cidade sergipana plantada à beira do rio São Francisco, o maior rio em extensão do Brasil.
Meu espírito exulta de alegria:
Pelo carisma franciscano hospitaleiro que, fortalecido com a
hospitalidade do povo de Deus em Propriá, fez erguer-se o
Colégio Nossa Senhora das Graças, no dia 15 de janeiro
de 2015.
Meu espírito exulta de alegria:
Pela grandeza de coração da Igreja e do povo de
Propriá, que acolheram as Irmãs Franciscanas
Hospitaleiras da Imaculada Conceição, para
aqui continuarem lançando e cultivando as
sementes da educação e da formação integral
dos filhos desta promissora cidade.
22
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
Queridos amigos e amigas, queridos alunos, pais, colaboradores
de ontem e de hoje; queridas Irmãs, prostremo-nos diante da
majestade do nosso Deus e rendamos-lhe a nossa ação de graças.
Maria, Mãe da divina graça, medianeira de todas as graças, Nossa
Senhora das Graças, inspiradora da missão educativa das Irmãs
franciscanas hospitaleiras, neste torrão sergipano, continua
abençoando, protegendo e conduzindo os caminhos desta obra
educativa e a vida de todos os que fazem parte dela.
Hoje, estamos aqui, Mãe das Graças, como há cem anos, para
entregarmos ao vosso cuidado, este querido Colégio.
Recordamos a pessoa do Pároco, o Padre Antônio dos Santos
Cabral, de saudosa memória, digníssimo filho desta terra, que tanto
incentivou a concretização deste Colégio; recordamos as famílias
das primeiras alunas e as dez primeiras religiosas Franciscanas
Hospitaleiras portuguesas, que, deixando o seu torrão natal,
plantaram aqui as sementes da hospitalidade misericordiosa e
terna, a exemplo da bem-aventurada Mãe Maria Clara do Menino
Jesus, nossa querida e santa fundadora. Que Deus lhes conceda a
felicidade eterna!
Colégio Nossa Senhora das Graças, parabéns!
Querida Comunidade educativa do Colégio Nossa
Senhora das Graças, parabéns!
Queridas Irmãs da Fraternidade Nossa Senhora das
Graças, parabéns!
Querido povo de Propriá, Parabéns!
Avante, Colégio Nossa Senhora das Graças!”
Irmã Cacilda Luzia de Santana
Superiora Provincial
Agradecimento pela
Obra Educacional Centenária
c
aríssima Irmã Superiora e demais Irmãs, Esta é a hora
da graça de Deus! Acabo de receber o envelope azul
da cor do manto da Virgem Mãe, cheia de graça,
Patrona desse Educandário. Ele traz o sugestivo
Convite para a Celebração Eucarística que marca o Ano Centenário
do Colégio Nossa Senhora das Graças.
Em 2011, nossas duas Províncias brasileiras celebraram com inquebrantável ardor os 100 anos de nossa presença no Brasil. Foram
momentos inesquecíveis de muita alegria, sinfonias de caridade
franciscana, um coral onde juntas cantamos nosso hino a Deus.
Recebendo este Convite, esse fato me veio à memória e eu gostaria tanto de poder estar presente junto às minhas Irmãs para, mais
uma vez, fazermos uma viagem ao tempo e testemunhar a credibilidade desse Colégio no grande livro escrito por Deus.
Lamento não poder estar presente em virtude das muitas tarefas
que se desdobram no pós-Capítulo.
Quero, mesmo de longe, cantar com vocês na mesma pauta e
agradecer ao altíssimo Deus esses 100 anos.
•
Celebrar esse Centenário é poder gritar que o Evangelho
está em causa;
•
É desejar um mundo novo, arquitetado pelo pai no tear
da história;
•
É reassumir com coragem profética o testemunho de vidas
que deixaram um rastro de luz no céu de Propriá;
•
É fazer memória daquelas Irmãs que viveram na simplicidade,
no despojamento onde com a Dama Pobreza cantaram as
riquezas de seu Deus;
•
É acreditar que o imenso campo de missão de ontem
continua vivo também hoje;
•
É tornar presentes os apelos do Espírito de Deus que ressoam
nos acontecimentos da história;
•
É resgatar a força do amor heróico daquelas Irmãs no
idealismo absoluto de corações que realmente se renovaram
no mistério da cruz;
•
É dizer baixinho para elas: obrigada por tudo!;
•
Obrigada pela paz que fertilizava seus corações;
•
Obrigada porque percorreram a estrada da fideliddae;
•
Obrigada pelos caminhos percorridos na condição de
operárias da Palavra de Deus;
•
Obrigada pelo testemunho de verdadeiras discípulas do
Mestre Hospitaleiro;
•
Obrigada pela combinação maravilhosa de renúncia e
compaixão, nobre distinção, simplicidade popular, pobreza
e minoridade franciscanas, vigor indomável na defesa de
seus ideais;
•
Obrigada pelo hoje tão repleto de raios da Hospitalidade
generosa e operativa;
•
Obrigada pela Fraternidade Religiosa que alimenta o
Colégio e continua escrevendo sua música com melodias
sempre renovadas.
Iria longe com o pensamento voltado para 1915, imaginando-as
servidoras de todos, cujo mapa era a confiança na vida.
Deus seja louvado!
Parabéns, minhas Irmãs, porque o passado se faz presente. Para ver, basta
acreditar e desejar.
Meu abraço de ternura em nome das
minhas Irmãs da Província do Sagrado
Coração de Jesus.
Irmã Maria Vilani Rocha de Oliveira
Superiora Provincial da Probrasul
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
23
Uma Vida na Minha História,
Uma História na Minha Vida
a
o iniciar este texto, o pensamento me remete ao passado e lembrei-me da primeira vez que entrei no Colégio e fiquei extasiado diante de um pátio tão grande e
uma beleza que me encantava os olhos. Disse pra mim
mesmo: é aqui que quero estudar. Fui convidado pela Irmã Maria
Cândida de Jesus Hóstia a conhecer a Capela, onde fui tomado de
uma grande emoção, não imaginava que em uma escola também
tivesse uma Igreja. Depois daquele momento não me restava dúvida: era ali que realmente eu queria estudar. Foi amor à primeira vista.
Tudo era muito novo, sobretudo, no que se referia ao conhecimento
mais aprofundado da fé católica.
Foi no Colégio que aprendi a dar os primeiros passos na Igreja; onde
aprendi a doutrina nas aulas de religião com a Irmã Maria Aurélia
de Santa Cecília e a servir aos mais necessitados, nas visitas aos doentes com a Irmã Maria Dulcina de Lourdes. Os anos se passaram,
logo chegou a 8ª série e, infelizmente, não existindo ainda o ensino
médio tive que sair para outra escola. Mas, a amizade com as Irmãs
nunca foi rompida e a alegria e o amor pelo Colégio se renovava
todas as vezes que, no desfile cívico de 07 de setembro, me emocionava ao ver o meu Colégio desfilar.
Aos 25 anos me casei e o sonho de oferecer aos meus filhos a educação que meus pais me proporcionaram fez com que eu matriculasse o meu primeiro filho, Paulo Antônio, com muito entusiasmo, no
maternal e assim foi até o terceiro ano do Ensino Médio. Maria Clara,
minha segunda filha, está no Colégio desde o maternal e, com a graça
de Deus, concluirá este ano o seu ensino médio. Com Gabriel Felipe, o
terceiro filho, a história com certeza não será diferente - hoje ele está
cursando o oitavo ano do Ensino Fundamental II. Nossa Senhora me
concedeu a graça de que os filhos que o Senhor me concedeu, assim
como eu, também eles trilhassem o caminho do conhecimento, de
uma educação integral e fraterna e na vivência concreta da fé católica.
24
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
Como por presente de Nossa Senhora das Graças, há cinco anos,
fui convidado pela Irmã Madalena Carvalho da Silva a dar aulas de
Ensino Religioso e aceitei, com muita alegria, logo depois, no mesmo ano, fui convidado pela nossa Diretora Pedagógica, a Sra. Maria da Paz, para ser Coordenador Pedagógico e abracei o desafio.
Com certeza é uma experiência e um desafio a cada dia, porém,
formamos uma equipe unida, de uma boa amizade, de coragem
e dedicação amorosa ao trabalho que realizamos, bem como nos
somando com a força e a garra dos nossos amados professores,
desde a educação infantil ao ensino médio.
Ao falar do Colégio Nossa Senhora das Graças, não poderia deixar de
me referir à Irmã Madalena, nossa querida Superiora e Diretora Geral. Ao longo destes anos, podemos perceber o dinamismo e a força
empreendedora desta mulher que, com muita coragem e disposição, vem trabalhando em nosso Colégio, fazendo com que neste lugar todos sintam o encanto ao entrar e o desejo de ali permanecer.
Vale ressaltar a grandeza do seu coração acolhedor, onde posso testemunhar: por muitas vezes, encontrei acolhimento neste coração.
Obrigado Irmã Madalena, obrigado Irmãs Franciscanas,
obrigado por estes 100 anos de história na vida de tantos
homens e mulheres da nossa cidade e da nossa região
do Baixo São Francisco sergipano e alagoano. Parabéns a
todos nós, pois afirmo: Uma vida na minha história, uma
história na minha vida.
Otávio Costa Neto
Coordenador Pedagógico do Ensino
Fundamental II e Ensino Médio, assistente
social, especialista em Didática e
Metodologia do Ensino Superior
Programação do Ano
Centenário do Colégio Nossa
Senhora das Graças
18 DE AGOSTO DE 2014
1. Reunião com a Direção e o Capelão para decidir os passos
celebrativos do ano Centenário;
2. Reunião com a Equipe Pedagógica como sensibilização e
coleta de sugestões para inclusão das comemorações no
calendário escolar 2015;
3. Elaboração da logomarca com o lema e dos convites para a
abertura do Ano Centenário.
27 DE NOVEMBRO DE 2014
1. Celebração Eucarística presidida pelo Capelão Padre Clebson
Ferreira Moura e concelebrada pelo Frei João Paulo, OFM
ex-aluno do colégio, participação de alunos, pais, ex-alunos e
Irmãs convidadas;
2. Entronização na Capela do colégio da imagem da
Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus, Fundadora
da CONFHIC;
3. Conclusão das turmas de terceiro ano do Ensino Médio;
4. Ágape de confraternização.
ABRIL DE 2015
Lançamento do site do Colégio.
AGOSTO DE 2015
Lançamento do concurso literário: O Centenário do
Colégio Nossa Senhora das Graças.
SETEMBRO DE 2015
Desfile cívico homenageando as décadas do centenário do Colégio.
OUTUBRO DE 2015
Semana da Criança: na abertura, uma benção especial ministrada
pelo Padre Clebson Ferreira Moura.
NOVEMBRO DE 2015
Noite de autógrafos da Coletânea Literária produzida pelos alunos
do ensino fundamental e médio.
27 DE NOVEMBRO DE 2015
25 E 26 DE MARÇO DE 2015
1. Realização do Seminário CNSG – 100 anos construindo
história, cultura, sabedoria e religião no Baixo São Francisco;
2. Palestra Tema – 100 anos de história do Colégio Nossa
Senhora das Graças, palestrante convidada: Professora Mestre
Adelina Amélia V. Lubambo de Britto;
3. Palestra: Tema – As filhas da Imaculada Conceição, palestrante
convidada: Professora Mestre Valéria Melo;
4. Apresentações variadas, inclusive de poemas produzidos
pelos alunos do Ensino Médio.
Solene encerramento do Ano Centenário:
•
Celebração Eucarística, presidida por Dom José Palmeira
Lessa, Arcebispo Metropolitano de Aracaju;
•
Homenagem a Dom Antônio dos Santos Cabral, idealizador
da fundação do Colégio;
•
Homenagem à Madre fundadora, Irmã Maria da Circuncisão;
•
Conclusão das turmas do Ensino Médio;
•
Ágape de confraternização;
•
Distribuição da revista comemorativa do Ano Centenário.
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
25
Visita da Imagem Peregrina
de Nossa Senhora de
Fátima ao Santuário Nossa
Senhora das Graças
n
o momento em que a Congregação das Irmãs
Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição
celebra o Ano Jubilar, comemorativo do centenário
do CNSG, agradecemos a Deus as bênçãos e às irmãs
por tanto trabalho realizado.
Prazerosamente, queremos destacar como um grande presente
e uma dádiva de Deus a visita de Nossa Senhora de Fátima, que
trouxe alegria, bênçãos e graças à nossa cidade, à comunidade
e ao nosso Colégio.
Aos vinte e sete do mês de julho de 2015, as 9h, com muita emoção
e alegria recebemos a imagem de Nossa Senhora de Fátima, quando
em suas mãos foi colocado o Santo Terço pela Irmã Madalena,
demonstrando nosso carinho, devoção e amor à Maria.
Durante toda a manhã, vivemos momentos de celebração e oração
do Santo Terço com a participação dos que fazem parte do Colégio
Nossa Senhora das Graças e da comunidade local. Ao contemplar
teu olhar de mãe, sentíamos paz e a certeza de estarmos sobre teus
cuidados e atenção!
Às 16 horas do mesmo dia, acompanhamos a imagem levada
pelas mãos da Irmã Madalena, quando da visita à cidade de Cedro
de São João.
No dia 31, outra vez a imagem peregrina retornou ao Santuário
Nossa Senhora das Graças para momento de oração, com louvores e
26
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
súplicas, sendo coroada pela Irmã Madalena, que também colocou
em suas mãos o Santo Terço.
Às sete horas, foi celebrada a Santa Missa de despedida. Na saída
da imagem, houve muitas lágrimas, acenos para uma mãe que
temos no céu e a certeza de que nos protege nos guarda e nos guia
até Jesus.
Nossa Mãe Maria ensina neste mundo as lições que marcaram tua
vida: teu silêncio, tua atenção, tua coragem e tua disposição de
realizar a vontade do Pai. A humildade da menina de Nazaré, que se
tornou rainha. Rainha da vontade e do amor, estrela da paz. Nossa
Mãe Maria! Eterna Mãe Maria, fica conosco!
“O santuário é o coração desta casa de educação, onde se vive uma
vida de oração em silêncio, onde se queima incenso de glória a
Deus à brotar dos corações para as alturas”.
Maria Fátima Isabel O. Souza
Professora
“O santuário é o coração desta casa
de educação, onde se vive uma vida
de oração em silêncio, onde se queima
incenso de glória a Deus à brotar dos
corações para as alturas”.
Mensagem de Abertura do
Seminário CNSG - 100 Anos
Construindo História, Cultura,
Sabedoria e Espiritualidade no
Baixo São Francisco
Professora mestre Adelina Britto
Professora mestre Valéria Melo e Diretora Pedagógica
Maria da Paz Costa Lins Lustosa
igníssimos Senhores membros da mesa, Padre
Clebson Ferreira de Moura, Irmã Madalena Carvalho
da Silva, Irmã Maria da Glória Pacheco, Professora
Adelina Amélia Britto, Professora Lucenilde Rodrigues Santos, autoridades aqui presentes, pais, professores e queridos alunos, nossas saudações a todos.
Nossos mais profundos agradecimentos à toda a comunidade
religiosa representada pela Superiora e nossa Diretora Geral e Administrativa, Irmã Madalena, sempre tão doce, gentil e acolhedora e à equipe organizadora dos projetos e eventos alusivos ao ano
jubilar, incluindo as professoras Marileide dos Santos Amorim,
Lucenilde Rodrigues Santos, Maria Erundina Bonfim Borges, Irmã
Helena Dionízio Albuquerque e os professores Antonio Amorim,
Marcelo José Gois Ribeiro, Maria da Glória Santos Silva, Otávio Costa
Neto e a todos os funcionários e voluntários que, irmanados como
uma verdadeira família, tornaram possível este momento tão importante para o Colégio Nossa Senhora das Graças.
d
É com imenso jubilo que fazemos a abertura do seminário CNSG:
100 anos Construindo História, Cultura, Sabedoria e Religião no
Baixo São Francisco. No dia 25 de março, contamos com a professora Mestre Adelina Amélia Vieira Lubambo de Britto desenvolvendo
o tema: 100 anos de história do Colégio Nossa Senhora das Graças e
no dia 26, convidamos a Professora Mestre Valéria Melo que nos traz
o tema de sua dissertação: As filhas da Imaculada Conceição.
O centenário de nosso querido Colégio Nossa Senhora das Graças
trouxe para todos nós que fazemos e participamos da construção
de sua honrosa história um momento de louvor e de gratidão a
Deus e à Nossa Senhora das Graças.
O carisma de servir das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição nos presenteou com o amor, o serviço ao próximo,
a educação e a formação religiosa de tantas crianças e jovens que
estudam ou estudaram nesta egrégia instituição de ensino, dando-lhes uma formação educacional de excelência e uma formação
moral sólida.
Nosso agradecimento todo especial aos nossos queridos alunos
e familiares que, com empenho, dedicação e pesquisas, tornaram
possível este evento tão significativo nas homenagens dos 100 anos
do nosso amado Colégio.
Trilhamos os 100 anos do CNSG pautados no Carisma dos nossos
fundadores em nossas mentes e corações:“Onde houver o bem
a fazer que se faça” (Padre Raimundo dos Anjos Beirão). “O olhar
providencial de Deus vela sobre nós” (Bem-aventurada Maria Clara
do Menino Jesus).
Paz e bem! Que Nossa Senhora das Graças ilumine a todos.
Maria da Paz da Costa Lins Lustosa
Diretora Pedagógica
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
27
Relação dos Colaboradores
no Ano Centenário
ADMINISTRAÇÃO
• Antonio Carlos dos Santos
• Daniel Barboza Vieira
• Ilana Freire Aragão
• Margarida dos Santos de Oliveira Silva
• Maria Aparecida de Oliveira Farias
• Maria da Paz Costa Lins Lustosa
• Maria Sueli Correia de Castro
• Marileide dos Santos Amorim
• Otávio Costa Neto
SERVIÇOS GERAIS
• Abrahao Vieira Calazans
• Cícero Caetano dos Santos
• Damião Caetano dos Santos
• Edeilton Silva Carvalhal
• Maria Cleide da Mota Santos
• Roberto Luiz Gomes
• Rosa Angélica dos Santos Correia
• Rosimeire Barbosa Silva
• Silvia Costa de Oliveira
CONSTRUÇÃO CIVIL
• Antonio Carlos Santos Filho
• José Carlos de Oliveira
EDUCAÇÃO INFANTIL
• Geosimar Alves dos Santos Nunes
28
Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
•
•
•
•
•
•
Gleicykelly Rodrigues Hora
Margarete dos Santos Lira
Maria Thais Silva Santos
Marines Santos Barbosa
Sandra Maria Guimarães Silva
Silvia Santana de Souza
FUNDAMENTAL 1ª À 4ª SÉRIES
• Adriana Silveira Barbosa Ribeiro
• Cledijelma Martins da Rocha
• Cristina Maria Sales Melo Pedroso
• Daniele Guimarães Silva
• Deyse Cristina Braga Góis
• Eliene dos Santos Chaves Silva
• Fatima Izabel Oliveira Souza
• Jorge Fernando dos Santos Souza
• Keila Gonçalves Freire
• Maria da Conceição Cruz Melo
• Maria Dimeire Santos Cruz
• Maria Margarete dos Santos Oliveira
• Patrícia Fernandes dos Santos Feitosa
FUNDAMENTAL 5ª À 8ª SÉRIES
• Amanda Araujo Rocha Duarte
• Barbara Mickaele Rodrigues da Silva
• Deivid de Souza Santana
• Gildasio Santos
• Jose Alberto Amorim
• Kleudson Rodrigues Santos
• Nadja dos Reis
ENSINO MÉDIO
• Adriano da Mota Freire
• Carlos Alberto Dantas dos Santos
• Faruk Soares Batista
• Janio Nascimento
• João Batista Silva
• João Bomfim Junior
• Kathyanne dos Passos Cardozo
• Lielma Nathiane Silva Souza
• Lucenilde Rodrigues Santos
• Makel Bruno Oliveira Santos
• Marcelo José Gois Ribeiro
• Maria Erundina Bonfim Borges
PROJETO SOCIAL ESCOLARTE JARDIM
MÃE CLARA – Serviços Gerais
• Marinez da Silva
• Paloma Mota Santos
PROFESSORES
• Klecia Filgueiras Silva
• Lidiane dos Santos Barbosa Costa
• Mercia Góis Costa Dantas
Oração de São Francisco de Assis
Por Isabel da Glória Freire Duarte
Senhor, fazei-me instrumento de vosso paz:
Paz com Deus, com Jesus e o Espírito Santo também,
Paz que vem do amor, te desejo muita mais,
Paz para o mundo, pra você e mais alguém.
Onde houver ódio, que eu leve o mar:
Amor reflexo de Deus, para toda a humanidade,
Amor palavra mágica, que traduz muita emoção e desamor,
Amor que Jesus trouxe para a vida em fraternidade.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão:
Ensinado por Jesus, ao morrer por nós na cruz,
Que se encontra nas pessoas que têm bom coração,
É o ato mais sublime , que para o céu nos conduz.
Onde houver discórdia, que eu leve a união:
É como Jesus deseja ver seus filhos caminhar,
Para que todos sejamos pessoas de compaixão,
Sem violência nem contendas, navegando neste mar.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé:
Fé de nosso Pai Abraão, que seu filho ia imolar,
Fé o grande dom de Deus, para aquele que quiser,
Fé que Maria, os mártires e Santos, vieram nos ensinar.
Onde houver erro, que eu leve a verdade:
Verdade que cabe em todo e qualquer lugar,
Verdade a ser proferida em todas as idades,
E que somente ela poderá nos libertar.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança:
Esperança de melhores dias para o nosso futuro,
Esperança que não morre, enquanto existe a bonança,
É a única que permanece e até transpõe o futuro.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria:
Alegria de sermos irmãos e filhos do mesmo Pai,
Que São Francisco cultivou até o fim de seus dias,
Que precisamos ter sempre para não chorarmos mais.
Onde houver trevas, que eu leve a luz:
Luz para iluminar as trevas da escuridão,
Luz para brilhar como o nosso Bom Jesus,
É Ele que nos protege e nos leva pela mão.
Ò Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado:
Consolar como sempre fazemos ao irmão necessitado,
Quando no sofrimento eles estão precisados,
Porque todos nós queremos ser por Deus abençoados.
Pois é dando que se recebe, diz São Francisco de Assis:
Dando os dons que recebemos e os bens materiais,
Aos que de nós se aproximam e que nos dizem querer mais,
Ensinando-lhes também os bens materiais.
É perdoando que se é perdoado:
Não apenas sete vezes, mas 70 vezes sete mais,
É o número infinito que para nós foi ensinado,
Por Cristo, o grande matemático, que de tudo é capaz.
Compreender, que ser compreendido:
Compreender é muito bom, com o irmão compartilhar,
Em tudo que lhe acontece neste mundo de ilusão,
Principalmente quando a eles damos a mão para ajudar.
E é morrendo que se vive para vida eterna... (amém):
Morrendo com São Francisco e Santa Clara
é o que há de mais profundo,
Morrendo para tudo aquilo que podemos viver sem,
Com a saudação de Paz e Bem, que hoje percorre o mundo.
Amar, que ser amado:
Amar indistintamente, Jesus veio nos ensinar,
Amar com carinho, com afeto e com ação e coração,
É Sua maior lei que devemos praticar.
Francisco assim se fez: nasceu. Chegou. Viveu.
Morreu. Partiu. Ficou.
E agora São Francisco? O mundo se iluminou,
porque a Deus tanto amou.
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
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Registros da História
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Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
Mensagens
Caríssima Irmã Madalena
São estes os meus votos para minha Irmã e sua Fraternidade,
neste tempo de graça.
Os meus parabéns pelo jubileu que o Colégio Nossa Senhora
das graças está a celebrar: Cem anos na missão de educar!
Que maravilha! Quantas sementes de BEM semeadas ao
longo destes cem anos, regadas e cuidadas com muito amor e,
principalmente nos primeiros anos, também com sacrifício.
Quantos frutos já foram colhidos e quantos virão ainda, no futuro.
Mesmo aquelas sementes que, aos nossos olhos, parecem não ter
encontrado terreno fértil, muitas vezes, a seu tempo, germinam,
crescem e surpreendem-nos com seus abundantes frutos.
As nossas cordiais felicitações.
Irmã Maria Isilda Freitas
Minha Irmã Madalena,
Paz e bem!
Fiquei felicíssima ao receber a camisa comemorativa dos cem anos do meu
inesquecível Colégio. Muito obrigada pela lembrança e pelo carinho. Se Deus
quiser participarei desta grande festa para abraçar as queridas ex-alunas,
as mais estudiosas dentre as escolas onde lecionei. Faz 50 anos que deixei
Propriá. Tive a felicidade de ensaiar a festa do Jubileu de Prata. De lá, grandes
lembranças bonitas. Parabéns a todas que atuam neste momento centenário.
Irmã Lucimar de Oliveira Miranda
Parabéns pelos 100 anos e a todos que fazem este trabalho
tão bom que é feito por todos os senhores. Que Jesus abençoe
a todos. Não fui participar por motivo de doença (minha
mãe estava muito doente).
Um forte abraço Irmã Madalena e todos,
Mensagem do Colégio São José
“É necessário sermos gratas para com Deus
que tão generoso tem sido para conosco”.
Bem-aventurada Maria Clara do Menino Jesus
Minhas Irmãs, com o coração cheio de alegria, vimos juntar
as nossas vozes às suas vozes para proclamar a bondade do
Senhor nesses anos, quase um centenário, à serviço da educação
das crianças e adolescentes, lutando para que este trabalho
missionário infunda nos seus corações o amor a Deus, à Pátria,
à Família, aos valores do reino.
Erenita Moura Barbosa
Enfermeira Branca de Propriá (SE)
Parabenizo a Direção do Colégio Nossa Senhora das Graças pelas
comemorações alusivas ao centenário do referido Colégio, como também
pelo Seminário, que foi realizado nos dias 25 e 26 de março de 2015.
José Aelson dos Santos
Presidente da Câmara Municipal de Propriá (SE)
À sombra de nossa Senhora das Graças, de mãos e coração
abertos, cada Irmã que aí passou, buscou amar, compreender,
ensinar, ajudar a crescer aqueles que foram, é, e serão os
destinatários da missão franciscana hospitaleira. Nessa cidade
ribeirinha, que recebe do São Francisco, a água generosa
que faz crescer a vida dos que aí residem, como discípulas da
Bem-aventurada Maria Clara do menino Jesus, queremos
juntas repetir: Como Deus é bom! Deus seja bendito!
Venho em meu nome e do Prefeito João Alves Filho agradecer o convite para
as solenidades do 27 deste mês (novembro 2014), lamentando não ser possível
nosso comparecimento. Enviamos nossos cumprimentos e votos de êxito na
realização do evento.
O Senhor esteve sempre do lado das minhas Irmãs, acompanhando
cada passo, inspirando-as, orientando-as como mestras
evangelizadoras a fim de que, a exemplo do Senhor, cada criança
crescesse em sabedoria e graça diante dos homens.
O Centenário de Todas as Graças!
Parabéns, minhas Irmãs! Parabéns, alunos e alunas! Parabéns,
pais! Parabéns, Propriá!
O Senhor continue a abençoar a todos e a mostrar-lhes
o caminho da Paz e do Bem.
Com muito carinho e amizade fraterna:
Irmã Etelvina Santos
Fraternidade do Colégio São José – Salvador (BA)
Mensagem do Colégio Sagrado Coração de Maria
Neste histórico momento celebrativo dos 100anos do nosso
querido Colégio Nossa Senhora das Graças, nosso desejo e nossa
prece, para que se perpetue, ao longo de sua história, a semeadura
do bem, fundamentada em valores humanos e espirituais e
sempre iluminado pelos raios de graças da sua dirigente maior
Nossa Senhora das Graças.
Irmãs da Fraternidade Coração de Maria – Mossoró (RN)
Atenciosamente,
Maria da Carmo Alves
Senadora da República (Ex-aluna, turma 1967)
Surgiu de um ideal e da fé missionária
E foi projetado nesta colonial memória.
Penedo foi o destino da ideia visionária
E se tornou parte nesta imperial história.
O lindo cenário desse radiante das Graças,
Transformou a capelinha do alto e sua cruz,
Nesse majestoso Colégio de todas as Praças.
Obrigado a Madre, por ser este azeite nessa luz.
O Cônego foi iluminado e esse seu nome era Cabral,
Ele seguiu com determinação nesta ação educacional.
Propriá, ondem e hoje lhe reverencia neste amor Catedral,
Que o símbolo do saber se eternize na nobre festa celestial.
O Colégio foi planejado e edificado e a congregação aqui aportou,
Tudo começou lá pelo ano treze e no quinze o sonho se concretizou.
Parabéns ao passado e ao presente, amém! Feliz aquele que idealizou.
Que o Centenário abençoe o Colégio e prospere o ideal que se profetizou.
Poema enviado por Rossímagne Alves dos Santos e Cristiane Freire
Duarte Alves, pais de Pedro Rossi Freire Duarte Alves (8º Ano B)
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
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Tempos e Marcas
Colégio Nossa
Senhora das Graças
Pessoas, momentos e lugares registram
suas presenças à medida que o tempo passa.
Crescem, amadurecem, transformam e evoluem.
com a formação do ser humano e disposição para adequação
às mudanças.
Quantas gerações de famílias fazem parte dessa história? Quantos
momentos de aprendizagem não só educacional, como também
para a vida ocorreram? De que forma o jardim bem cuidado, a gruta
impecável, os corredores barulhentos trazem lembranças?
Mais do que alfabetização, cálculos, trabalhos manuais, educação
moral e cívica, fórmulas químicas. O Colégio Nossa Senhora das
Graças prepara para a vida. Tem a consciência da necessidade
de desenvolvimento integral para o máximo aprimoramento
do ser humano.
Ensina a conviver com as diferenças de classe social, raça, religião.
Ensina a socializar, formular opiniões, aprender com os erros. Ensina
a ter responsabilidade, a fazer escolhas, a assumir as consequências.
Ensina a construir nossa própria história, lutar por dias melhores,
superar obstáculos.
o
Colégio Nossa Senhora das Graças foi fundado
em 15 de janeiro de 1915 pelas irmãs Franciscanas
Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Em 1916, as
mesmas Irmãs criaram a Escola Santo Antônio para
instruir outras mulheres que não tinham condições financeiras.
Em 1922, foi instalada a Pia União das Filhas de Maria para alunas
internas. Em meados de 1970, o CNSG deixou de ser internato e
começou a receber alunos para a formação educacional.
Em cem anos é possível traçar uma linha do tempo com os fatos
marcantes, delinear sua trajetória, demonstrar suas marcas e feitos;
mais que tradição, essa instituição possui um legado.
Legado, do latim Legatu, substantivo masculino que significa
disposição, a título gracioso, por via da qual uma pessoa confia
a outra, em testamento, um determinado benefício, de natureza
patrimonial. Em sentido figurado: tudo aquilo que se pode
transmitir às gerações que se seguem.
O significado da palavra não poderia expressar em melhor tom,
o que se tornou o colégio Nossa Senhora das Graças. A partir do
momento em que se reconhece que a educação é fator primordial
de promoção da pessoa humana, a Instituição adquiriu respeito e
admiração da sociedade Propriaense e do Baixo São Francisco, assim
como das demais instituições de ensino da rede à qual faz parte,
vez que concede um ensino de qualidade e há comprometimento
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Revista • n° 01 • 2015 • 100 Anos
Para tudo há um ponto de partida, mas difícil dizer o seu fim.
Alguns deixam marcas, rastros, sentimentos e lembranças que
se eternizam no tempo, assim como o Colégio Nossa Senhora
das Graças.
Lisyanne Passos Carôzo
Ex-aluna
Irmã Aurélia, Exemplo de Rigor
na Educação e Ternura na Vida
c
onheci a Irmã Aurélia no ano de 1972, como professora
de francês. Como aluna, tive o prazer de estudar com
ela, sempre austera, uma criatura que apreciava as
coisas bem certinhas, sem perder a ternura.
Aos poucos, ficamos amigas e de uma amizade sincera e inigualável,
em uma confiança recíproca. No ano de 1983, comecei a trabalhar
no Colégio Nossa Senhora das Graças como professora de Matemática, a pedido da estimada mestra. Ciente da minha capacidade,
colocou-me na sétima série ginasial. A partir de então, ficamos ainda
mais amigas, parceiras na missão educacional.
A Irmã Aurélia sempre me incentivou a prosseguir os estudos, aconselhando-me a fazer uma pós-graduação, um investimento em
minha capacitação profissional. Dizia que eu deveria participar dos
cursos que aparecessem. Só me dava conselhos para o bem.
Era uma pessoa que gostava de ajudar os outros. Para contentamento dos alunos, gostava de promover passeios educativos e gincanas.
Anualmente, realizava uma excursão pelo Brasil e países vizinhos.
Na administração da cantina, era adorada pelas alunas, porque ali a
Irmã Aurélia se mostrava sempre alegre, possibilitando uma convivência descontraída.
Importante mencionar a sua presença marcante na orientação da
banda escolar. Os estudantes sonhavam em participar dessa atividade. Ela era exigente, disciplinada e competente na execução dos
toques e coreografias apresentadas. Promovia passeios para os participantes tocarem em Aracaju e cidades circunvizinhas. A banda
do Colégio Nossa Senhora das Graças tem singularidades musicais,
marcas da influência da Irmã Aurélia.
Quando afastou-se de nosso convívio, por motivo de tratamento
de saúde, em Salvador, Bahia, sentimos muito a sua falta. Saudades
da sua autenticidade como pessoa, sua capacidade decisória e sua
fraternidade, expressa em um amplo leque de amizades.
Gleide Feitoza Pedrozo
Ex-aluna e professora aposentada
Mensagens
Centenário do Colégio Nossa Senhora das Graças
Já faz cem anos e eu nem posso imaginar
Como foi a chegada das irmãs na cidade de Propriá!
Primeiro, com um simples Colégio
Que apenas a meninas começou a educar.
Tão queridas por todos, rapidinho
Ganharam amor, afeto e carinho.
Logo depois, uma linda capela veio a ser reconstruída
Dando novo brilho à cidade que estava a ser esquecida.
Se fosse descrever cada Irmã, o tempo não iria dar,
Pois cada uma marcou nosso coração de forma singular:
Caridade, religião, amizade e educação,
Sementes de amor começaram a semear.
Sempre buscando a Deus servir
Sem medo de a todos Cristo transmitir,
Com fervor no coração, o terço na mão e na voz a oração,
Uma linda história elas construíram aqui.
Vidas em intercessão
Levando no rosto um sorriso feliz!
E por fim chegamos aqui, levando essa linda história no coração
Com amor, alegria e muita alegria de ser um atual aprendiz.
Ricardo Euclides Oliveira Carvalho
1º Ano A – Ensino Médio
Meu Colégio Centenário
Quadra poética interpretada na abertura do
“Concurso literário 100 anos do CNSG”
Aqui neste jardim, flores estamos vendo aparecer
Como num arco-íris de cores, os sonhos vêm acontecer.
Pérolas como alunos e professores representando o saber
Já são cem anos de educação e valores.
E direi bem alto: eu te amo CNSG.
Maria Clara Rodrigues Araújo
Ensino Fundamental, 4º Ano
Professora Maria Margarete dos Santos Oliveira
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
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Colégio Nossa Senhora das Graças
“Um Velho Caso de Amor”
n
o Colégio Nossa Senhora das Graças, estudei o
curso ginasial e pedagógico. O curso ginasial em
dois momentos, concluindo-o em 1960 e o curso
pedagógico concluído em 1962.
No curso ginasial a nossa turma constava das seguintes alunas:
Delfa, Elfrida, Cândida, Evalda, Wellida, Jalva, Josefa, Leda, Lúcia,
Maria Auxiliadora, Magna, Maria Beliene, Maria Conceição, Maria
Fátima, Maria da Glória, Maria Magalhães, Ozana, Silvana e Izabel.
No curso pedagógico, eram as seguintes alunas: Delfa, Ednalva,
Ivanete, Maria Auxiliadora, Maria Beline, Maria Eulália, Maria Freitas,
Maria Neide, Maria Vilar, Marlene, Terezinha e Izabel. Segunda a Irmã
Isilda (Anna de Souza Freitas) , éramos as doze apóstolas.
Tivemos como professoras as seguintes Irmãs: Inês, Patrocìnio, Izilda,
Cândida, Odete Nascimento, Conceição e Iracema, e mais os professores: Lizete Torres, Irmã Britto, Gentil Gracia Guedes, D. Odete Silva
(a maestrina) Maria do Carmo Nascimento, (atualmente senadora
da República) e os Padres Osvaldo e Almeida que colaboraram com
a nossa formação espiritual e religiosa como capelães do Colégio.
Neste período ocupei o cargo de Secretária do Grêmio estudantil
e oradora oficial.
Tendo sido a nossa Paróquia elevada à diocese, este colégio
recepcionou o nosso 1º Bispo Pastor Dom José Brandão de Castro,
de saudosa memória, dedicado á causa da pobreza, cujos restos
mortais, a seu pedio, foram transladados do Estado de Minas Gerais,
sua terra natal, para a catedral Diocesana de Propriá.
Estudaram no Colégio, meus quatro filhos: Rogério, Juvenal,
Cristiane e Fabiana e no momento estudam três netos: Gabriel,
Pedro Rossi e Amanda Júlia.
Continua a freqüentar com alegria este Colégio, participando das
Missas celebradas pelo Padre Clebson Ferreira, juntamente com as
Irmãs: Madalena Carvalho da Silva (Diretora), Irmã Dulcina, (Jonalita
Santana Bispo) Irmã Terezinha Venâncio da Silva, Irmã Geny Bispo de
Lira, Irmã Helena Dionízio de Albuquerque.
Como Franciscana Secular da Ordem Franciscana Secular – OFS, que
sou há 25 anos, realizamos no Colégio a comemoração dos 80 anos
de fundação da Fraternidade Santo Antônio de Pádua em Propriá.
Esta celebração foi presidida pelo nosso atual Bispo Dom Mário
Rino Savieri e contou com a presença dos Irmãos e Irmãs de várias
Fraternidades dos Estados se Sergipe e Alagoas.
O Colégio Nossa senhora das Graças desempenha um trabalho
de fundamental relevância para as crianças e a juventude de
própria e vizinhanças. Durante décadas, tem preparado e formado
gerações, no campo educacional, cultural, religioso, moral, cívico
e social, numa realização árdua e trabalhosa de amor e dedicação
aos seus alunos e tendo por base o carinho a eles e a SUS famílias.
Seu imponente e majestoso prédio azul ergue-se na parte alta da
cidade, enche de orgulho este povo e marca a história de Propriá, às
margens do Velho Chico, o São Francisco, Rio da Unidade Nacional,
que tanto bem faz às populações ribeirinhas.
Estudaram também na mesma época comigo as minhas irmãs
Izaura e Izaulinda.
Ainda como aluna, a Irmã Conceição me presenteou com um
livrinho sobre Nossa Senhora e foi então que iniciei a devoção
a Maria Santíssima, que a cada dia se torna mais forte. Obrigada
Irmã Conceição.
Deste querido Colégio tenho belas lembranças de seus grandes
eventos, estudos, festas e muitas saudades dos bons e velhos tempos, meu verdadeiro e recíproco caso de amor fraterno.
O Colégio Nossa Senhora das Graças sempre foi o meu segundo lar,
porque era aí que eu estudava, brincava, rezava, conversava e foi
então nesta época que vivi os melhores anos de minha vida jovem,
porque tudo era só beleza e alegria.
Ao completar em 2015, cem anos de fundação, não poderia deixar
de prestar justa e merecida homenagem a este grande patrimônio
das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição,
Congregação fundada pelo Padre Raimundo dos Anjos beirão e
pela Beata Mãe Clara.
Aconteceu então que para continuar os estudos, precisei lecionar
em uma turma, para poder arcar com as mensalidades. Houve uma
bela troca e, sem perceber, iniciei a carreira de professora, minha
grande vocação, passando a lecionar no Ginásio Diocesano.
Parabéns querido Colégio Nossa Senhora das Graças, nas pessoas
de suas Irmãs, Diretoria, Corpo Docente e Discente, Pessoal Administrativo e de Apoio.
Concluídos os estudos no Colégio Nossa Senhora das Graças,
ganhei uma bolsa de estudos do Governo de Sergipe para um
curso de especialização e supervisão escolar em Belo Horizonte, do
Programa Brasileiro americano do Ensino Elementar – PABAEE. Ao
retornar, continuei a lecionar no Colégio e prestado Concurso para
Professora Estadual.
Em 31 de maio de 1968, na Capela deste querido Colégio, hoje
Santuário, realizou-se meu matrimônio religioso, para decepção de
algumas Irmãs que gostariam de me ver como religiosa.
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Que Nossa Senhora das graças continue a derramar sobre este
Colégio, as suas graças sua bênção e proteção.
Obrigada por você existir, aqui em Propriá – Sergipe.
Izabel da Glória Freire Duarte
Sua ex-aluna e ex-professora
Hino
centenário do Colégio
Nossa Senhora das Graças
Letra e Música: Marcos Sena OMB/AL 2370
Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa,
Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças.
Por desejo de um filho da terra, que nosso respeito se encerra.
Buscou, junto à Congregação, um colégio a sua construção
E com devoção, força e fé, na intercessão acreditou.
E a Mãe, que nos mantém de pé, sua obra, assim, abençoou.
Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa,
Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças.
Ergueu-se, há cem anos, então, o templo da educação.
Sua casa, berço do aprender, o Colégio da Congregação.
Suas Irmãs demonstraram o serviço à hospitalidade.
E com fé avante, seguiram na paz, no bem e na caridade.
Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa,
Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças.
E, hoje, celebra-se a graça de tantos anos que passaram.
Na educação, moral, labor e vivência fiel no amor.
Sementes de ciência e fé, colheitas de paz e vigor.
E este Colégio contempla a Virgem que o nomeou.
Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa,
Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças.
Festejando, o colégio jubila: centenário de sua fundação!
Ardor, doação e vontade, foi erguido com simplicidade.
E esta terra sergipana, junto a seus alunos e professores,
que exaltam e cantam felizes, em prece com seus benfeitores.
Nosso Colégio venera, Oh! fonte de amor que não passa,
Santa Imaculada, Maria Mãe amada, Oh! Mãe Senhora das Graças.
Colégio Nossa Senhora das Graças • 100 Anos
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Praça Tobias Barreto, nº 1, Centro – Propriá-SE
Tel.: (79) 3322-1633 | www.cnsg.org.br

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