PLANO DE AULA ÁREA: Ética TEMA: Existencialismo HISTÓRIA DA

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PLANO DE AULA ÁREA: Ética TEMA: Existencialismo HISTÓRIA DA
PLANO DE AULA
ÁREA: Ética
TEMA: Existencialismo
HISTÓRIA DA FILOSOFIA: Contemporânea
INTERDISCIPLINARIDADE: Psicologia
DURAÇÃO: 4 aulas de 50’ cada
AUTORIA: Angélica Silva Costa
OBJETIVOS:
Refletir sobre a filosofia existencialista e dar ênfase aos conceitos do filósofo francês
Jean Paul Sartre.
METODOLOGIA:
O desenvolvimento desta proposta dar-se-á pela exposição do tema proposto, com o
apoio de alguns recursos didático-pedagógicos, tais como quadro e giz, DVD e/ ou televisão.
Ter-se-á como ponto de partida a problematização do tema proposto a ser desenvolvido.
PROGRAMAÇÃO:
1ª aula
Titulo: O Existencialismo Sartreano
Apresentação dos principais conceitos da filosofia existencialista através do texto e
resumo de apoio, com o intuito de facilitar a compreensão da filosofia sartreana e sua
importância na contemporaneidade.
2ª aula:
Titulo: Essência e Existência
Recordação dos conceitos abordados na aula anterior, enfatizar a questão da “ essência
e existência” e aplicação de um resumo impresso com todos os conceitos do existencialismo
sartreano.
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3ª aula:
Titulo: Liberdade e Angústia
Exibição do filme “Walking life”, com duração de 2:04’, ressaltando, ao fim da
exibição, o conteúdo filosófico do filme: o existencialismo, a escolha e a responsabilidade.
4ª aula
Titulo: A responsabilidade
Conclusão de todo conteúdo, aplicação de lista exercícios:
CONTEÚDOS:
1. Texto de apoio:
A existência precede a essência
“(...) Assim, pois, ainda aí, a essência do homem precede sua existência histórica que
encontramos na natureza. (...)”.
O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele, que se Deus
não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe
antes de poder ser definido em qualquer preceito, e que este ser é o homem ou, como diz
Heidegger, a realidade humana. Que significará aqui o dizer-se que a existência precede a
essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que
só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é
porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se
fizer. Assim, não há natureza humana visto que não há Deus para conceber. O homem é, não
apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da
existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o
que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se chama de
subjetividade, e o que nos censuram sobre este mesmo nome. Mas, que queremos dizer nós
com isso, se não que o homem tenha uma dignidade maior que uma pedra ou uma mesa?
Porque o que nós queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes
de mais nada, é o que se lança para o futuro e o que é consciente de se projetar para o
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futuro. (...) Mas, se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável
por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no
domínio do que ele é de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando
dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é
responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens .1
1.1 Resumos:
O Existencialismo Sartreano
O existencialismo sartreano sofre influências de Husserl, Heidegger, Jaspers e Max
Scheler, chegando até as obras de Kierkegard (1813-1855), filósofo dinamarquês que se
lançou contra a filosofia especulativa, opondo-lhe a filosofia existencial.
Jean-Paul Sartre (1905-1980) escreveu O ser e o nada, sua principal obra filosófica,
em 1943. Em 1938 já havia publicado o romance A náusea. Seu pensamento é muito
conhecido e gerou uma “moda existencialista” também pelo fato de ele ter tornado famoso
romancista e teatrólogo.
Sua produção intelectual foi fortemente marcada pela Segunda Guerra Mundial e pela
ocupação nazista da França. Pode-se dizer que há um Sartre antes da guerra e outro pósguerra, tal impacto da Resistência Francesa sobre sua concepção política de engajamento.
Engajamento significa a necessidade de o pensador estar voltado para a análise da situação
concreta em que vive, tornando-se solidário nos acontecimentos sociais e políticos de seu
tempo. Pelo engajamento, a liberdade deixa de ser apenas imaginária e passa a estar situada e
comprometida na ação.
Ao lado de Simone de Beauvoir, também filósofa e existencialista e sua companheira,
Sartre participou da vida política não só da França, mas mundial. Extremamente engajado,
participava de protestos de todos os tipos: políticos, sociais, estudantis, etc.
Sartre pertence à ala dos filósofos existencialistas ateus, entre os quais se inclui
Merleau-Ponty.
Essência e Existência
“A existência precede a essência”. Eis a frase fundamental do existencialismo.
1
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo, Col. Os pensadores, São Paulo, Abril
Cultural, 1973. p.11-12.
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A essência é o que faz com que uma coisa seja o que é, e não outra coisa. Por
exemplo, a essência de uma mesa é o ser mesmo da mesa, aquilo que faz com que ela seja
mesa e não outra coisa, como uma cadeira.
Sendo ateu não concebe a criação divina a partir de um modelo.Assim, defende que a
existência precede a essência, o que significa que primeiramente o homem existe, se descobre,
surge no mundo e somente depois se define.
Liberdade e Angústia
O que diferencia o homem e os animais é que só o homem é livre. Se o homem existe,
ele é “para si”, isto é, é consciente, auto-reflexivo. Então, a consciência humana a distingue
dos animais e das coisas que são “em si” e não tem a capacidade de se auto-examinarem.
O homem ao descobrir que não há essência e nem modelo para seguir, descobre que
seu futuro se encontra disponível e aberto, estando portando irremediavelmente “ condenado a
ser livre”
Se o homem é livre, conseqüentemente é responsável por tudo aquilo que escolhe e
faz. A liberdade só possui significado na ação, na capacidade do homem de operar
modificações no real.
Eis que o homem ao tomar consciência da sua liberdade, e ao sentir-se como um
vazio, vive a angústia da escolha. Não suportando essa angústia, o homem procura refugiarse, caindo má-fé.
A má-fé a atitude característica do homem que finge escolher, sem na verdade
escolher e imagina que seu destino está traçado.
A responsabilidade
Sartre afirma que se a existência precede a essência, o homem é responsável por
aquilo que é, sendo o que lhe define é o seu ato. O homem é responsável não só pela sua
restrita individualidade, mas algo muito além, pois conseqüentemente é responsável por todos
os homens, fato que envolve toda a humanidade.
Uma das principais características do existencialismo é exatamente colocar o homem
no domínio do que ele é e lhe atribuir plena e total responsabilidade por sua existência.
1.2 Filme:
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“Walking Life”; parte a ser exibida com duração de 2:15.
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Distribuidora: Fox
Produtora(s): Detour Film Production, Independent Film Channel, Line Research, Thousand
WordS
Diretor(es): Richard Linklater
Roteirista(s): Richard Linklater
ATIVIDADES:
Lista de exercício:
1)Considerando o pensamento de Sartre, assinale com (V) as proposições verdadeiras e com
(F) as falsas:
1 ( ) Sartre sempre afirmou que o homem deve escolher os caminhos de sua existência e para
isso necessita exercitar a sua liberdade.
2 ( ) Sartre afirma que a responsabilidade é o fator que determina a forma como cada pessoa
assume sua liberdade de escolha.
3 ( ) Sartre considera que a angústia é um sentimento absolutamente ridículo e que o homem
deve lutar contra todo tipo de liberdade coletiva, fugindo de toda responsabilidade.
4 ( ) A máxima sartriana a existência precede a essência é uma forma de manifestar a
contingência da realidade humana.
5 ( ) Para Sartre a angústia é a maneira como o homem manifesta o seu modo de ser tentando
esconder ou fugir dos atos de escolha.
2)Com relação ao pensamento de Jean-Paul Sartre, assinale com (V) as alternativas
verdadeiras e com (F) as falsas.
1( )o ponto de partida do pensamento de Jean-Paul Sartre é a tese de que "a existência precede
a essência".
2( )Jean-Paul Sartre estabelece que a realidade humana é a expressão de um ser livre que nega
toda existência inerte. Sua proposta fundamental é a de superar todo limite ao ato livre de uma
pessoa.
3( )A concepção sartriana de liberdade está fundada na ação humana que se dá contra todo
tipo de determinismo. Essa liberdade manifesta-se também na atitude de má-fé.
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4( )Jean-Paul Sartre defende a tese de que o homem sempre quer realizar completamente seus
desejos e anseios e, por esse motivo, sempre possui um projeto. É por essa razão que ele deve
negar seu próprio ser, manifestando a necessidade de aniquilar-se como homem para existir
somente como coisa inerte.
5( )A má-fé é uma atitude que a realidade humana toma quando projeta ser livre,
representando uma intenção que revela explicitamente aos outros. Ela não é uma encenação.
Gabarito:
01 (1- V, 2-V,3-F, 4-V, 5-V)
02-(1-V, 2-V, 3-V, 4-F, 5-F)
AVALIAÇÃO:
A avaliação desta proposta pautar-se-á numa investigação acerca do conteúdo
desenvolvido, adotando-se a observação do envolvimento dos participantes no decorrer das
aulas, também será solicitado um resumo aos alunos com os principais pontos explanados,
além da análise dos exercícios propostos (lista de exercício).
BIBLIOGRAFIA:
ARANHA, M. L de A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Paulo, Moderna, 1986. pg.
326 a 330
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia, São Paulo, Ática, 1994.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo, Col. Os pensadores, São Paulo, Abril
Cultural, 1973. p.11-12.
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