A Umbanda existe há 64 anos!
Transcrição
A Umbanda existe há 64 anos!
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -2 A Umbanda completou seus 103 anos de idade, e é ainda uma criança se comparada a outras religiões, já milenares. Porém, é uma criança prodígio. Nasceu nos braços generosos de Nossa Senhora da Piedade, teve como padrinhos Gabriel de Malagrida e Caboclo das Sete Encruzilhadas numa única pessoa. Chamou para si desde cedo a sabedoria dos Pretos Velhos, por meio do querido Pai Antônio, que não se fez de rogado e a levou para ser embalada, também, no colo de muitas Mães e Pais Orixás. Jesus a acolheu junto de sua Mãe, a Nossa Senhora, e unidos nesta força crística, nos ensinaram o sincretismo como forma de reconhecer que todas as divindades, entidades e seres de luz trabalham juntos. Basta reconhecer que “fora da caridade não há salvação”, que até mesmo Kardec parou um pouco suas atividades e veio dar sua contribuição. Anjos, Arcanjos, Tronos, Potestades, Querubins, Serafins, Potências, Dominações e Virtudes chegaram juntos dos Orixás. Algo assim nunca havia visto por Oxalá, Oxum, Oxossi, Xangô, Ogum, Obaluayê, Yemanjá, Oxumaré, Obá, Iansã, Nanã Buruquê, Omulu, Ibeji, Ossaim e até Orumila. Se fizeram presentes lado a lado de Arcanjos Miguel, Gabriel, Rafael, Uriel, Anael, Tsadkiel, Metatron, Sandelfon entre outros milhares de anjos. Santos como São Jorge, São Jerônimo, São Sebastião, Santa Bárbara, Santa Sara, São Cosme e Damião, São Lázaro, São Bartolomeu, Santa Joana Darc, São Roque, São Cipriano, São Francisco e até Santo Expedito vieram para ajudar. EXPEDIENTE: Diretor Responsável: Alexandre Cumino - Tel.: (11) 5072-2112 E-Mail: [email protected] Endereço: Av. Irerê, 292 - Apto 13 Planalto Paulista São Paulo - SP Diagramação, Editoração e Arte: Laura Carreta - Tel.: (11) 8820-7972 Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz Tel.: (14) 3019-4155 E-mail: [email protected] É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o engrandecimento da religião, divulgando material teológico e unificando a comunidade Umbandista. Consultora Jurídica: Dra. Mirian Soares de Lima Tel.: (11) 2796-9059 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião deste jornal. Jornalistas Responsáveis: Marcio Pugliesi - MTB: 33888 Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Alessandro S. de Andrade - MTB: 37401 As matérias e artigos deste jornal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veículo de comunicação. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.). Mas quem já havia chego antes da própria Umbanda nascer e preparou todo o campo e caminho para sua vinda foi Exu, Pomba Gira e Exu Mirim. Dizem até que este trio ajudou a alimentar a Umbanda com um reforço que a fez crescer séculos em apenas alguns anos. Hoje, embora jovem ainda, a nova religião de todos os Orixás, Santos, Anjos e de Cristo já se mostra bem crescida e em fase de amadurecimento. Podemos nos lembrar de seus primeiros anos de vida. Uma gestação tranquila junto das Yabás, nas décadas de 1900 a 1920, assim que começou a brincar fora de casa, entre 1920 e 1940, já plantou sementes em muitos outros lares e cidades. Ninguém sabia muito bem de onde vinham estas sementes, que cresciam rápido, floresciam e davam frutos e sombra em abundancia. De 1940 até 1970 veio sua adolescência precoce, uma expansão desordenada e todas as crises características de uma adolescente, crises existenciais, crises de identidade, conflitos de valores... até que na década de 1980 se recolheu para o interno, aquietou, sofreu o resultado de ter vivido uma certa rebeldia, que agora servia de matéria para reflexão e crítica. Aprendeu com as dificuldades, entendeu uma de suas maiores lições: “Quem não vem pelo amor vem pela dor”, se afastou de más companhias que resolveram fundar outras religiões, mas nunca se esqueceram da Umbanda, e, até os dias de hoje a criticam por puro despeito ou simplesmente infantilidade. Dizem que é por dor de cotovelo. Mas a Umbanda cresce e continua crescendo, descobre novos amigos, que vem até do Oriente, recebe amigos de todas as nações e culturas como ciganos, baianos, marinheiros, boiadeiros... fazendo valer as palavras de seu primeiro amor, Zélio Fernandino de Moraes: “Com quem sabe mais vamos aprender e a quem sabe menos vamos ensinar, a ninguém vamos dar as costas”. Por conta destas palavras estão chegando até malandros, cangaceiros, piratas, juremeiros e alguns que com seu carisma conquistaram o coração desta nação, a nação de Umbanda que é a Nação Brasileira. Como é o caso do querido Zé Pelintra, que causa tanto alvoroço e controvérsia por ter sido boêmio, mulherengo, jogador... Ele nos diz que reverencia o sagrado feminino e que se fez algo do qual se arrependa em vida agora está aqui para nos ensinar que podemos fazer diferente, mas que para isso não precisamos ter cara feia nem deixar de cantar ou dançar. Aliás canto e dança são marcas registradas na vida de nossa amada Umbanda... hoje ela, esta querida, religião e senda de milhões de encarnados e desencarnados está muito mais madura. Tem história, tem estudo, tem profundidade, tem vontade de ensinar além de praticar. Continua convicta em seu primeiro e mais importante fundamento, definindo a si mesma como: “a manifestação do espírito para a prática da caridade”. Parabéns minha Umbanda Amada! Dedico estas linhas a três Umbandistas, não por serem melhor que os outros, mas apenas por serem minha maior influencia: Zélio de Moraes, o Pai da Umbanda; Pai Ronaldo Linares, meu Avô Espiritual e Pai Rubens Saraceni, meu Pai Espiritual. Muito mais que um pai, coloco abaixo um texto psicografado por ele que me inspirou a escrever este acima: “A nova religião, a filha dileta dos Orixás, a Umbanda Sagrada, nasceu discretamente, foi aleitada nos seios generosos de Iemanjá e formosa como uma Oxum já se encontra. Mas é tão aguerrida como uma Iansã, tão curadora como um Ossaim, tão caçadora de almas como um Oxossi, tão justiceira como um Xangô, tão caridosa como um Obaluayê, tão firme como um Ogum, tão punidora como um Omulu, ou mesmo tão consoladora como uma Nanã, o arquétipo ideal da velha e amorosa negra escrava, sempre pronta a sorrir ao ver seus netos crescendo na senzala. Mas nem tudo se passou assim, tão “naturalmente”. Pai Benedito de Aruanda psicografado por Rubens Saraceni no livro Os Guardiões dos Sete Portais. Ed.Madras, 2005. p.323) Contatos:[email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -3 E m 1981 ou 1982 comprei um livro cujo autor desenvolvia a tese de que a Umbanda era uma religião milenar cuja origem datava do tempo da Lemúria ou da Atlântida, da Índia, etc., por isto, não havia sido o Pai Zélio o seu fundador encarnado e nem o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas era o seu anunciador espiritual, porque muito antes dele se apresentar e anunciar o início dela, em algum outro lugar já havia acontecido a incorporação de um espirito cujo nome era, se não me engano, Caboclo Cugurussu. Este autor umbandista criou esta polêmica 48 anos depois da fundação da Umbanda, apresentando a dele, denominada Umbanda esotérica, esta sim verdadeira, pois remontava a milhares de anos no passado. E ele, baseado unicamente na informação de que alguém incorporava um espírito com o nome acima citado antes da manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, afirmou que este não poderia ter fundado a Umbanda. Pois bem. Esta informação ficou em minha mente e alguns anos depois, ao ouvir de Pai Ronaldo Linares, que ela havia sido anunciada pelo Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas dentro de um Centro Espírita, quando ele foi convidado a se retirar dos trabalhos porque ali não era o local adequado para ele, e, no dia seguinte, às 20 horas no Bairro de Neves em Niterói a Umbanda teve sua primeira gira, com o Caboclo abrindo-a e anunciando que “com os espíritos mais evoluídos se aprenderia, aos mais atrasados se ensinaria e a nenhum se renegaria”. Duas informações contraditórias ficaram em minha mente e mais adiante descobri que havia uma discórdia dentro da Umbanda sobre sua origem, discórdia esta muito parecida com aquela sobre “o ovo e a galinha”, quando se pergunta a alguém: Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Se o inquirido responder que foi o ovo, o inquiridor vem com outra pergunta: E quem pôs o ovo? Esta é uma questão sem resposta porque sem um não existe o outro, certo? Mas no caso da Umbanda, logo mais adiante um Espirito Guia respondeu à minha pergunta acima dizendo isto: - Filho, quando a Umbanda foi fundada milhares de espíritos já se manifestavam tanto no Espiritismo Kardecista quanto nos Cultos de “resistência religiosa afro brasileira”, onde davam consultas e ajudavam as pessoas que frequentavam suas reuniões. E isto não acontecia só Estado do Rio de Janeiro, pois estas manifestações, ainda que com outros nomes, aconteciam por todo o Brasil. E ele prosseguiu: - Filho, a incorporação de espíritos vem acontecendo no mundo todo desde eras remotas, não sendo privilégio deste ou daquele povo tal fenômeno. Procure livros de pesquisadores sérios sobre este assunto e verá que há outro embate muito mais antigo entre as religiões, com umas condenando as manifestações dos espíritos e outras defendendo-as. Você verá que sempre houve manifestações de espíritos incorporados em seus médiuns, não sendo privilégio do Espiritismo tal coisa e sim, Allan Kardec só codificou os tipos de mediunidades. Fiz o que ele recomendou e, de fato, descobri que o embate já era muito antigo mesmo, e que os espíritos sempre interferiram, ora a nosso favor, ora contra, mas que sempre estavam presentes. Quando tornei a conversar com aquele Guia Espiritual perguntei-lhe o por quê desta interferência dos espíritos junto das pessoas e ele respondeu-me isto: - Filho, a vida neste planeta é um “ir e vir” contínuo entre os seus dois lados, sendo que quem volta para o lado espiritual sempre deixa estes queridos do outro e vice versa. E isto faz com que quem esta de um lado interfira em favor dos seus entes queridos que estão no outro lado. - Assim tem sido e assim sempre será! Sentenciou ele, com sua voz firme e convicta. E prosseguiu: - Eu mesmo, logo depois de desencarnar, procurei um jeito de ajudar meus familiares que haviam ficado para trás, no plano material. - Então... Ele não me deixou prosseguir, pois continuou: -Filho, você leu a descrição de uma sessão Espirita, onde espíritos incorporam em seus médiuns e realizam todo um trabalho em benefício das pessoas presentes nela ela, não? - Li sim meu pai. - E você leu sobre uma reunião de um centro de Macumba, não? - Eu li sim meu pai. - Em ambas as sessões, não eram espíritos que incorporavam em seus médiuns para auxiliarem as pessoas presentes a elas? - Foi isto que li, meu pai. - Então sua pergunta inicial está respondida e esta polêmica sem fim não tem razão de existir, pois caso você não saiba, até o Espirito Mensageiro da Umbanda aprendeu a incorporar, incorporando dentro de um centro de Macumba, onde trabalhou atendendo pessoas e dando consultas quando incorporava em seu médium de então, que era o mesmo filho Zélio, mas encarnado em outro corpo, no corpo de um mestiço, de um “caboclo”, como eles eram chamados então, sabe? - Isto eu não sabia, meu pai. - Espíritos de ex-sacerdotes africanos, de ex-pajés indígenas, de ex-benzedores, ex-padres cristãos, de mestiços ou caboclos brasileiros, todos movidos pela vontade de auxiliarem os encarnados, já baixavam na Macumba, na Cabula, no Catimbó, na Jurema, no Batuque e em vários outros Cultos, todos anteriores à Umbanda. Pretos e Pretas, velhos benzedores e velhas rezadeiras, todos já iniciados em algum dos muitos Cultos de Nação de então, após desencarnarem, voltavam para ajudar seu entes queri- dos ainda encarnados. E, conhecedores de rezas e mandigas poderosas, incorporavam quase que à força nos seus médiuns e começavam a dar conselhos (consultas) e a recomendar trabalhos aos necessitados. Dizer que estes espíritos só começaram a se manifestar depois da fundação da Umbanda é faltar com a verdade, mas recorrer ao nome de um pajé indígena que incorporava em um médium antes da fundação da Umbanda, para negar os seus idealizadores e fundadores e remeter a existência dela a um passado remoto e improvável, também é faltar com a verdade. Principalmente por alguém que se apresentava como o criador da Umbanda esotérica, esta sim, a “verdadeira Umbanda”. Ou trata-se de ignorância, pois desconhecia a existência de tantos cultos religiosos, também mediúnicos e nos quais os médiuns incorporavam espíritos ou trata-se de má fé, tentando apresentar-se como o “verdadeiro fundador” da “verdadeira Umbanda”, atri- buindo à fundada pelo Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas como uma falsa Umbanda. Que julgue quem quiser, pois fora desses dois casos, não é possível imaginar outra hipótese. Saiba também que o filho Zélio, antes de reencarnar mais uma vez, já era um médium que trabalhava com vários espíritos em um centro de Macumba. E ele desencarnou em um dia e no seguinte, ainda inconsciente, já foi reconduzido a uma nova encarnação, amparado o tempo todo pelo Anjo Mensageiro de Boas Novas para a humanidade, meu filho! Ele não veio sozinho à carne não! Uma legião muito grande de Espíritos Guias acompanharam-no o tempo todo e, no momento certo, o verdadeiro “Pai da Umbanda” se manifestou nele e anunciou a Boa Nova para a humanidade: A Umbanda! Isto, eu não tenho como provar com você encarnado. Mas quando você desencarnar, cada palavra dita a você por mim, te provarei! E até o conduzirei até eles, pois você, assim como eu, fazia parte desta imensa legião de espíritos que os acompanhou e os auxiliou na semeadura de uma nova religião em solo brasileiro. - E quanto a esta polêmica sem fim dentro da Umbanda, meu pai? - Deixe ela prosseguir, pois assim como o autor do livro que nega a fundação dela em 1908 hoje amarga um imenso remorso e um amargo arrependimento, sentimentos estes vibrados muito fortes por ele após descobrir que blasfemara contra o Anjo Mensageiro de Boas Novas para a humanidade, e que o negativaram de tal forma que ele foi parar na terceira faixa vibratória negativa, de onde se recusa sair devido à vergonha que ainda sente por ter escrito tantos absurdos e bobagens, com certeza, seus arautos também passarão por esta decepção amarga. O Tempo, que é Deus em ação contínua sobre toda a Sua Criação, no tempo certo mostrará a cada um deles como estavam enganados! Capitulo retirado do livro psicografado por mim, mas ainda não publicado denominado “A IDEALIZAÇÃO ASTRAL DA UMBANDA”. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -4 Pesquisado por ALEXANDRE CUMINO C om 82 anos de idade, este homem é considerado por um pequeno grupo de umbandistas “o fundador da Umbanda”. Cabelos grisalhos, fisionomia serena e simples, Zélio de Moraes, através do seu guia espiritual, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, só sabe praticar o amor e a humildade. “- Na minha família, todos são da marinha: almirantes, comandantes, um capitão-de-mar-e-guerra... Só eu que não sou nada...” – comentava sorrindo Zélio de Moraes, aos amigos que o visitavam, nessa manhã ensolarada. E a repórter, antes mesmo de se apresentar, retrucou: “- Almirantes ilustres, capitães-demar-e-guerra há muitos; o médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas, porém, é um só”. Levantando-se, Zélio de Moraes – magrinho, de estatura mediana, cabelos grisalhos, fisionomia serena e de uma simplicidade sem igual – acolheume, como se fôssemos velhos conhecidos. Nesse ambiente cordial, sentindome completamente à vontade, possuída de estranho bem-estar, esquecendo, quase, a minha função jornalística, iniciei uma palestra, que se prolongaria por várias horas, deixando-me uma impressão inesquecível. Perguntei-lhe como ocorrera a eclosão de sua mediunidade e de que forma se manifestara, pela primeira vez, o Caboclo das Sete Encruzilhadas. “- Eu estava paralítico, desenganado pelos médicos. Certo dia, para surpresa de minha família, sentei-me na cama e disse que no dia seguinte estaria curado. Isso a foi a 14 de novembro de 1908. Eu tinha 18 anos. No dia 15, amanheci bom. Meus pais eram católicos, mas, diante dessa cura membros da Federação Espírita, naturalmente em busca de uma comprovação. O Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se, dandonos a primeira sessão de Umbanda na forma em que, daí para frente, realizaria os seus trabalhos. Como primeira prova de sua presença, através do passe, curou um paralítico, entregando a conclusão da cura ao Preto Velho, Pai Antonio, que nesse mesmo dia se apresentou. Estava criada a primeira Tenda de Umbanda, com o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como a imagem de Maria ampara em seus braços o Filho, seria o amparo de todos os que a ela recorressem. O Caboclo determinou que as sessões seriam diárias; das 20 às 22 horas e o atendimento gratuito, obedecendo ao lema: “daí de graça o que de graça recebestes”. O uniforme totalmente branco e sapato tênis. Desse dia em diante, já ao amanhecer havia gente à porta, em busca de passes, cura e conselhos. Médiuns que não tinha a oportunidade de trabalhar espiritualmente por só receberem entidades que se apresentavam como Caboclos e Pretos Velhos, passaram a cooperar nos trabalhos. Outros, considerados portadores de doenças mentais desconhecidas revelaram-se médiuns excepcionais, de incorporação e de transporte”. Citando nomes e datas, com precisão extraordinária, Zélio de Moraes relata o que foram os primeiros anos de sua atividade mediúnica. Dez anos depois, o Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou a segunda fase de sua missão: a fundação de sete templos de Umbanda e, nas reuniões doutrinárias que realizava às quintas-feiras, foi destacando os médiuns que assumiriam a direção das novas tendas: a primeira, com o nome de Nossa Senhora da Conceição e, sucessivamente, Nossa Senhora da Guia, São Pedro, Santa Bárbara, São Jorge, Oxalá e São Jerônimo. “– Na época – prossegue Zélio – imperava a feitiçaria; trabalhava-se muito para o mal, através de objetos materiais, aves e animais sacrificados, tudo a preços elevadíssimos. Para combater esses trabalhos de magia negativa, o Caboclo trouxe outra entidade, o Orixá Malé, que destruía esses malefícios e curava obsedados. Ainda hoje isso existe: há quem trabalhe para fazer ou desmanchar feitiçarias, só para ganhar dinheiro. Mas eu digo: não há ninguém que possa contar que eu cobrei um tostão pelas curas que se realizavam em nossa casa; milhares de obsedados, encaminhados inclusive pelos médicos dos sanatórios de doentes mentais... E quando apresentavam ao Caboclo a relação desses enfermos, ele indicava os que poderiam ser curados espiritualmente; os outros dependiam de tratamentos material...” ob a presidência do Sr. Zélio Moraes, médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas, erigida em sítio tranqüilo, entre arvores, a Tenda Nossa Senhora da Piedade é a casa humilde dos milagres... Atacada de moléstia fatal, a filha de um comerciante de Niterói, agonizava sofrendo, e como a ciência humana se declarasse impotente para socorrê-la, seu pai, em desespero delirante, numa tentativa extrema, suplicou auxílio à modesta Tenda das Neves. Responderam-lhe que só à noite, na sessão, o guia poderia tomar conhecimento do caso. Regressando ao lar, o desconsolado pai encontrou a filha morta e, depois de fazer constatar o óbito pelo médico, mando tratar o enterro. No entanto, à noite, na Tenda de Nossa Senhora da Piedade, aberta a sessão, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, manifestando-se, disse aos seus auxiliares da Terra, ainda desconhecedores o desenlace da doença, que se concentrassem, sem quebra da corrente, e o esperassem, pois ia para o espaço, com suas falanges, socorrer a enferma que lhes pedira socorro. Duas horas depois voltou, achando aqueles companheiros exaustos, do longo esforço mental. Explicou-lhes, então, na pureza da sua realidade, a situação, e mandou-os que fossem em nome de Jesus, retirar a morta da mesa mortuária, e comunicar-lhe que a misericórdia de Deus, para atestar os benefícios do espiritismo, permitia-lhe viver, enquanto não negasse o favor de sua ressurreição. Confiante em seu chefe, os humildes trabalhadores da Tenda da Piedade cumpriram as ordens recebidas, e a moça não só ficou viva, como curada. O médico, que lhe tratou da moléstia, e que lhe constatou o óbito obser- vou-a, por algum tempo, até desistir de penetrar o misterioso de seu caso, classificando-o na ordem sobrenatural dos milagres. Meses depois, a mesa do almoço, conversando, a resurrecta contestou com firmeza, negando-a, a ação espiritual que lhe restituir a vida material, porém nessa ocasião adoeceu de uma indigestão, falecendo em menos de vinte e quatro horas. Uma associação de grande autoridade no espiritismo, ao ter conhecimento desses fatos, resolveu apurálos com severidade, para desmenti-los ou confirmá-los sem sombra de dúvida e, num inquérito rigoroso, com auxilio das autoridades do Estado do Rio de Janeiro, estabeleceu a plena veracidade deles, publicando, no órgão de Federação Espírita a sua documentação. A média mensal das curas de obsedados que iriam para os hospícios como loucos, é de vinte e cinco doentes, na Tenda da Piedade. Os espíritos que baixam nesse recinto não procuram deslumbrar os seus consulentes com o assombro de manifestações portentosas, mas as produzem muitas vezes, que lhas exigem as circunstâncias. Os auxiliares humanos do Caboclo das Sete Encruzilhadas, na Tenda que é, por excelência, a sua Tenda, mesmo os que têm posição de revelo na sociedade, não se orgulham dos favores que lhes são conferidos e procuram, com doçura e humildade, merecer a graça de contribuir, como intermediários materiais, para a execução na Terra, dos desígnios do espaço. S Montagem a partir do original de Cláudio Gianfardoni inexplicável, resolveram levar-me à Federação Espírita de Niterói, cujo presidente era o Sr. José de Souza. Foi ele mesmo quem me chamou para que ocupasse um lugar à mesa de trabalhos, à sua direita. Senti-me deslocado, constrangido, em meio àqueles senhores. E causei logo um pequeno tumulto. Sem saber porque em dado momento, eu disse: “Falta uma flor nesta mesa; vou buscá-la”. E, apesar da advertência de que não me poderia afastar, levantei-me, fui ao jardim e voltei com uma flor que coloquei no centro da mesa. Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos, verifiquei que os espíritos que se apresentavam ao videntes como índios e pretos, eram convidados a se afastar. Foi então que, impelido por uma força estranha, levantei-me outra vez e perguntei porque não se podiam manifestar esses espíritos que, embora de aspecto humilde, eram trabalhadores. Estabeleceu-se um debate e um dos videntes, tomando a palavra, indagou: - “O irmão é um padre jesuíta. Por que fala dessa maneira e qual é o seu nome?” Respondi sem querer: - “Amanhã estarei em casa deste aparelho, simbolizando a humildade e a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas”. Minha família ficou apavorada. No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na Rua Floriano Peixoto, onde eu morava, no número 30. Parentes, desconhecidos, os tios, que eram sacerdotes católicos e quase todos os Perguntei então a Zélio, a sua opinião sobre o sacrifício de animais que alguns médiuns fazem na intenção dos Orixás. Zélio absteve-se de opinar, limitou-se a dizer: “- Os meus guias nunca mandaram sacrificar animais, nem permitiriam que se cobrasse um centavo pelos trabalhos efetuados. No Espiritismo não pode pensar em ganhar dinheiro; deve-se pensar em Deus e no preparo da vida futura.” O Caboclo das Sete Encruzilhadas não adotava atabaques nem palmas para marcar o ritmo dos cânticos e nem objetos de adorno, como capacetes, cocares, etc. Quanto ao número de guias a ser usado pelo médium, Zélio opina: “- A guia deve ser feita de acordo com os protetores que se manifestam. Para o Preto Velho deve-se usar a guia de Preto Velho; para o Caboclo, a guia correspondente ao Caboclo. É o bastante. Não há necessidade de carregar cinco ou dez guias no pescoço...” Considera o Exu um espírito trabalhador como os outros: “- O trabalho com os Exus requer muito cuidado. É fácil ao mau médium dar manifestação como Exu e ser, na realidade, um espírito atrasado, como acontece, também, na incorporação de Criança. Considero o Exu um espírito que foi despertado das trevas e, progredindo na escala evolutiva, trabalha em benefício dos necessitados. O Caboclo das Sete Encruzilhadas ensinava o que Exu é, como na polícia, o soldado. continua... Transcrição do capítulo 12 do livro “O espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda” de Leal de Souza. Imagem: Pietá de Michelangelo JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 ...continuação O chefe de polícia não prende o malfeitor; o delegado também não prende. Quem prende é o soldado que executa as ordens dos chefes. E o Exu é um espírito que se prontifica a fazer o bem, porque cada passo que dá em benefício de alguém é mais uma luz que adquire. Atrair o espírito atrasado que estiver obsedando e afastá-lo, é um dos seus trabalhos. E é assim que vai evoluindo. Torna-se portanto, um auxiliar do Orixá. CINQUENTA ANOS DE ATIVIDADE MEDIÚNICA: Relembrando fatos passados em mais de meio século de atividade espiri- tualista, Zélio refere-se a centenas de tendas de Umbanda fundadas na Guanabara, em São Paulo, Estado do Rio, Minas, Espírito Santo, Rio Grande do Sul. A Federação de Umbanda do Brasil, hoje União Espiritista de Umbanda do Brasil, foi criada por determinação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a 26 de agosto de 1939. Da Tenda Nossa Senhora da Piedade saiam constantemente médiuns de capacidade comprovada, com a missão de dirigirem novos templos umbandistas; entre eles, José Meireles, na época deputado federal; José Álvares Pessoa, que deixou uma lembrança indelével de sua extraordinária cultura “A Umbanda existe há 64 anos!” Este é o título da reportagem, com Zélio de Moraes, feita por Lília Ribeiro, Lucy e Creuza para a revista Gira da Umbanda, ano 1 – numero 1 – 1972. A revista foi editada por Atila Nunes Filho e traz na capa a chamada: EXCLUSIVO: “Eu Fundei a Umbanda” Reportagem e fotos: Lília Ribeiro, Lucy e Creuza. A imagem da capa da revista,que ilustra essa box foi digitalizada e cedida por Diamantino F. Trindade. S e alguma vez tenho estado em contato consciente com algum espírito de luz, esse espírito é, sem dúvida, aquele que se apresenta sob o aspecto agreste, e o nome bárbaro de Caboclo das Sete Encruzilhadas. Sentindo-o ao nosso lado, pelo bem-estar espiritual que nos envolve, pressentimos a grandeza infinita de Deus, e, guiados pela sua proteção, recebemos e suportamos os sofrimentos com uma serenidade quase ingênua, comparável ao enlevo das crianças, nas estampas sacras, contemplando, da beira do abismo, sob as asas de um anjo, as estrelas no céu. O Caboclo das Sete Encruzilhadas pertence à falange de Ogum, e, sob a irradiação da Virgem Maria, desempenha uma missão ordenada por Jesus. O seu ponto emblemático representa uma flecha atravessando um coração, de baixo para cima; a flecha significa direção, o coração sentimento, e o conjunto significam orientação dos sentimentos para o alto, para Deus. Estava esse espírito no espaço, no ponto de intersecção de sete caminhos, chorando sem saber o rumo que tomasse, quando lhe apareceu, na sua inefável doçura, Jesus, e mostrando-lhe numa região da terra, as tragédias da dor e os dramas da paixão humana, indicou-lhe o caminho a seguir, como missionário do consolo e da redenção. E em lembrança desse incomparável minuto de sua eternidade, e para se colocar ao nível dos trabalhadores mais humildes, o mensageiro de Cristo tirou o seu nome do número dos caminhos que o desorientavam, e ficou sendo o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Iniciou assim, a sua cruzada, vencendo, na ordem material, obstáculos que se renovam quando vencidos, e dos quais o maior é a qualidade Página -5 espiritualista; Martinho Mendes Ferreira, atual presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil; Carlos Monte de Almeida um dos diretores de culto da T.U.L.E.F.; João Severino Ramos, trabalhando ainda hoje, ativamente, inclusive na Assessoria de Culto do Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda. Outros, fugindo às rígidas determinações de humildade e caridade do Caboclo das Sete Encruzilhadas, desvirtuaram normas do culto. Mas a Umbanda, preconizada através da mediunidade de Zélio de Moraes, difundiu-se extraordinariamente e hoje podemos encontrar suas características em tendas modestas e nos grandes templos, como o Caminheiros da Verdade e a Tenda Mirim, nos quais a orientação de João Carneiro de Almeida e Benjamin Figueiredo mantém elevado nível de espiritualidade, no Primado de Umbanda, uma das mais perfeitas entidades associativas da nossa Religião. Durante mais de cinqüenta anos, o Caboclo das Sete Encruzilhadas dirigiu a Tenda Nossa Senhora da Piedade; após esse tempo, passou a direção à filha mais velha do médium, dona Zélia, aparelho do Caboclo Sete Flechas. Entretanto, Pai Antonio continua trabalhando, na cabana que tem o seu nome, localizada num sítio maravilhoso, em Cachoeiras de Macacu. O Caboclo manifesta-se ainda em datas especiais, como foi, por exemplo, o 63º aniversário daquela tenda. Da gravação feita durante a celebração festiva, reproduzi- das pedras com que se deve construir o novo templo. Entre a humildade e doçura extremas, a sua piedade se derrama sobre quantos o procuram, e não poucas vezes, escorrendo pela face do médium, as suas lágrimas expressam a sua tristeza, diante dessas provas inevitáveis a que as criaturas não podem fugir. . A sua sabedoria se avizinha da onisciência. O seu profundíssimo conhecimento da Bíblia e das obras dos doutores da Igreja autorizam a suposição de que ele, em alguma encarnação, tenha sido sacerdote, porém, a medicina não lhe é mais estranha do que a teologia. Acidentalmente, o seu saber se revela. Uma ocasião, para justificar uma falta, por esquecimento, de um de seus auxiliares humanos, explicou, minucioso, o processo de renovação das células cerebrais, descreveu os instrumentos que servem para observá-las, e contou numerosos casos de fenômenos que as atingiram e como foram tratados na grande guerra deflagrada em 1914. Também, para fazer os seus discípulos compreenderem o mecanismo, se assim posso expressar-me, dos sentimentos explicou a teoria das vibrações e a dos fluídos, e numa ascensão gradativa, na mais singela das linguagens, ensinou a homens de cultura desigual as transcendentes leis astronômicas. De outra feita, respondendo a consulta de um espírita que é capitalista em São Paulo e representa interesses europeus, produziu um estudo admirável da situação financeira criada para a França, pela quebra do padrão ouro na Inglaterra. A linguagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas varia, de acordo com a mentalidade de seus auditórios. Ora chã, ora simples, sem um atavio, ora fulgurante nos arrojos da alta eloqüên- mos para os leitores, o trecho final da mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas: “A Umbanda tem progredido e vai progredir muito ainda. É preciso haver sinceridade, amor de irmão para irmão, para que a vil moeda não venha a destruir o médium, que será mais tarde expulso, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. É preciso estar sempre de prevenção contra os obsessores, que podem atingir o médium. É preciso ter cuidado e haver moral, para que a Umbanda progrida e seja sempre uma Umbanda de humildade, amor e caridade. Essa é a nossa bandeira. Meus irmãos: sêde humildes, trazei amor no coração para que pela vossa mediunidade possa baixar um espírito superior; sempre afinados com a virtude que Jesus pregou na Terra, para que venha buscar socorro em vossas casas de caridade, todo o Brasil... Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humilde manjedoura, não foi por acaso, não. Foi o Pai que assim o determinou. Que o nascimento de Jesus, o espírito que viria traçar à humanidade o caminho de obter a paz, saúde e felicidade, a humildade em que ele baixou neste planeta, a estrela que iluminou aquele estábulo, sirva para vós, ilumi- cia, nunca desce tanto, que se abastarde, nem se eleva demais, que se torne inacessível. A sua paciência de mestre é, como a sua tolerância de chefe, ilimitada. Leva anos a repetir, em todos os tons, através de parábolas, por meio de narrativas, o mesmo conselho, a mesma lição, até que o discípulo, depois de tê-la compreendido, comece a praticá-la. A sua sensibilidade, ou perceptibilidade é rápida, surpreendendo. Resolvi, certa vez, explicar os dez mandamentos da Lei de Deus aos meus companheiros, e, à tarde, quando me lembrei da reunião da noite, procurei, concentrando-me, comunicar-me com o missionário de Jesus, pedindo-lhe uma sugestão, uma idéia, pois não sabia como discorrer sobre o mandamento primeiro: Ao chegar à Tenda, encontrei o seu médium, que viera apressadamente das Neves, no município de São Gonçalo, por uma ordem recebida à última hora, e o Caboclo das Sete Encruzilhadas baixando em nossa reunião, discorreu espontaneamente sobre aquele mandamento, e, concluindo, disseme: Agora, nas outras reuniões, podeis explicar aos outros, como é vosso desejo. E esse caso se repetiu: - havia necessidade de falar sobre as Sete Linhas de Umbanda, e, incerto sobre a de Xangô, implorei mentalmente, o auxílio desse espírito, e de novo o seu médium, por ordem de última hora, compareceu à nossa reunião, onde o grande guia esclareceu, numa alocução transparente, as nossas dúvidas sobre essa linha. A primeira vez em que os videntes o vislumbraram, no início de sua missão, o Caboclo das Sete Encruzilhadas se apresentou como um homem de meia idade, a pele bronzeada, vestindo uma túnica branca, atravessada por uma faixa onde brilhava, nando vossos espíritos, retirando os escuros da maldade por pensamento, por ações; que Deus perdoe tudo o que tiverdes feito ou as maldades que podeis haver pensado, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos espíritos que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos curados e a saúde para sempre em vossa matéria. Com o meu voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e serei sempre o humilde CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS. em letras de luz, a palavra “CARITAS”. Depois, e por muito tempo, só se mostrava como caboclo, utilizando tanga de plumas, e mais atributos dos pajés silvícolas. Passou, mais tarde, a ser visível na alvura de sua túnica primitiva, mas há anos acreditamos que só em algumas circunstâncias se reveste de forma corpórea, pois os videntes não o vêem, e quando a nossa sensibilidade e outros guias assinalam a sua presença, fulge no ar uma vibração azul e uma claridade dessa cor paira no ambiente. Para dar desempenho à sua missão na terra, o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou quatro Tendas em Niterói e nesta cidade, e outras fora das duas capitais, todas da Linha Branca de Umbanda e Demanda. Transcrição do capítulo 23 do livro “O espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda” de Leal de Souza. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -6 N o dia 16 de outubro a APEU – Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba, realizou seu primeiro evento fora dos limites da sua sede, para comemorar o 30º aniversário da instituição no auditório do Teatro Décio de Almeida Prado, localizado nas dependências do CEU Aricanduva, na zona leste da cidade de São Paulo. A mestra de cerimônia, Sandra Santos (presidente da AUEESP), conduziu o evento com maestria e imensa delicadeza. Federações, associações, templos e a própria SOUESP foram representadas pelos seus presidentes, diretores e membros. Já na entrada, o público recebeu uma pequena pulseira de miçangas nas cores branco e verde, representando Oxalá e Oxóssi, cujas vibrações sustentam a energia deste templo umbandista, fundado em 17/01/1981 e que tem à frente, no campo espiritual, o Caboclo Ubatuba, e no material, Pai Silvio F. Costa Mattos e sua esposa, Mãe Cleide C. C. Mattos. Mensagens de felicitações foram enviadas por Pai Ronaldo Linares – Santuário de Umbanda e FUGABC, Pai Rubens Saraceni – Colégio de Umbanda e por Nelson Dias –Casa de Velas Santa Rita e Imagens Bahia. Pai Silvio explanou sua alegria e satisfação por ter completado 50 anos de trabalhos mediúnicos e destes, 30 no comando da APEU, sem esquecerse de agradecer todos que o ajudaram para que este momento se concretizasse. Apresentações culturais de música e dança, relacionados à cultura umbandista e espiritualista de uma forma geral, abrilhantaram a tarde: Pai Élcio de Oxalá, Ogã Severino Sena, Cia de Dança Alegria Cigana, Sri Madana Mohana, T. U. Filhos de Oxum, Escola de Curimba Aldeia de Caboclos, Luci Rosa e Curimba da APEU. Vários foram os momentos especiais, dentre eles, a homenagem que o vereador Quito Formiga fez, em nome da Câmara dos Vereadores da Cidade de São Paulo, ao Pai Silvio e à APEU, pelos anos de dedicação mantendo galhardamente o lema de SERVIR O PRÓXIMO. Um vídeo que apresentou os projetos sociais e educativos ministrados na instituição emocionou os presentes, que aplaudiram de pé estas iniciativas: “Evangelização Infantil na Umbanda – Grupo Crianças de Aruanda” e o “Projeto Aruanda – Auxílio a Moradores de Rua” e outros necessitados. Complementando o que foi mostrado no vídeo, todos apreciaram a apresentação das crianças, que demonstraram seu amor à casa e à religião de forma simples, porém, verdadeira. Entre as autoridades presentes, destacamos: Pai Juberli Varela – Presidente do SOUESP, Pai Edson dos Anjos – Presidente da Associação Paulista de Umbanda, Pai Milton Aguirre, Ogã Juvenal - União de Tendas, Ogã Oscar Daniel – FENUG, Iyá Ekedji Ogunlade – Primado do Brasil, Nelson Alves, Comandante Yara Cipriano – Guarda Civil Metropolitana, Pai Willian Franca - TUB Seara de Jesus, Pai Marcelo Gutierrez - escritor umbandista, Mãe Ivone Macrini, Pai Genivaldo, Mãe Sebastiana, Mãe Rita e Ogã Zezinho - Filhos do Cacique, entre tantos outros, não menos importantes que não citaremos aqui para não alongar demais o texto. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -7 P ai Omolu, Senhor Tatá Omolu, Omolu yê, Trono Masculino da Geração, Pai Curador, Pai Acolhedor da Morte, Sagrado Orixá da Calunga, Senhor da Calunga, Regente do Campo, Dono do Cemitério... Todos esses nomes representam esse Pai Orixá que rege a 7º linha da Vida. Este Trono sustenta as virtudes da Vida da carne e em espírito. OFERENDA RITUAL PARA O ORIXÁ PAI OMOLU Velas: branca, preta e vermelha, roxa. Flores: crisântemos,flores do campo, rosas branca Frutas: maracujá, ameixa preta, ingá, figo. Aprendeu que toda história tem dois lados. Que ninguém é dono da verdade absoluta, pois a verdade da justiça divina só pertence a Deus. Se na Vida da carne exercemos as virtudes, humanas estamos sob seu amparo, mesmo sem ter consciência. Nas sete virtudes humanas ao qual classifico como: VIRTUDES DA FÉ Se você confiou em Deus, acreditou, perdoou, praticou a gratidão e caridade, elevou a fé em seu criador, incentivou a fé nos seus semelhantes mesmo quando estes estavam desacreditados de si mesmos. Amparou os desesperados, ofereceu seu ombro amigo aos que sofrem e necessitavam chorar contigo. Mas fez tudo pelo simples fato de acreditar que todos nós somos partes de Deus. VIRTUDES DO AMOR É um companheiro, compreensivo, sabe amar sem chantagens, é generoso, sorri, é alegre, animado, ter bom humor, enxerga a beleza íntima no seu semelhante, mesmo quando ele mesmo não consiga enxergar. Consegue alegrar-se com sucesso alheio, e fica feliz quando seu semelhante conquista uma vitoria seja pessoal, profissional ou material ou mesmo espiritual. Aceita que tem sentimentos e elos de casais, de amizades que simplesmente acabam. VIRTUDES DO CONHECIMENTO Foi atrás de seus ideais, buscou, estudou, expandiu sua mente, aprofundou seus ensinamentos e os praticou. Soube ser filho, mestre, professor, pai, irmão, sendo você mesmo e não usando de artifícios para subjugar as pessoas com seus títulos, graus etc. Ofereceu a semente do saber e aceitou que aquele que a recebeu poderá fazer florescer esta semente em outro solo que não o seu. VIRTUDE DA JUSTIÇA Sensato, não julgou, soube guardar segredos, assumiu suas responsabilidades como ser humano, nos acertos, mas também nos erros. Buscou sempre equilibrar-se mentalmente mantendo seu padrão elevado e com o conhecimento adquirido soube resolver seus “desequilíbrios” coma s ferramentas que conseguiu com os estudos, colocando em prática o que aprendeu com o racional. VIRTUDES DA LEI Foi leal, tem honra em seus princípios, não se “vendem” por ego, vaidade, não fez acordos escusos e nem denegriu a imagem de ninguém. Não teve pena de si mesmo, e teve força para seguir em frente. Assumiu o erro e pediu desculpas. Agiu dentro dos princípios e virtudes da Lei. Sabe que ordens são para serem cumpridas e não discutidas. Respeitou as hierarquias espirituais do terreiro em que freqüenta. VIRTUDES DA EVOLUÇÃO Aplicou seu saber religioso com humildade e não usou dele para prestigio próprio ou financeiro. Soube ser sábio e praticou a paciência e o silencio quando foi necessário. Aceitou a maneira diferente em que as pessoas executam suas tarefas. Compreendeu o ritmo e o grau em que cada um possa ser ou ter. VIRTUDES DA GERAÇÃO Soube explanar suas idéias sem tentar ruir as idéias alheias. Criou condições ou cria condições para você e seus semelhantes que conquistem seus V méritos próprios. Não ficou ruindo as criações ou idéias de outras pessoas pelo simples fato de criticar. Conseguiu através de sua sexualidade se amar e poder amar sem aprisionar ninguém; não usou seu poder, para seduzir ou iludir ou simplesmente para satisfazer-se sexualmente. No Sétimo Sentido da Vida está a Geração, e uma das maiores quedas é viciar algo tão Divino... Tudo o que atenta contra a vida ou a manifestação de vida cai nos domínios deste Pai Orixá Omolu, que é um pai amoroso e que recebem todos aqueles que não souberam exercer a vida em si ida é o sinônimo de espiritualidade e espiritualização. A carne é perecível, portanto é só um meio; o espírito é eterno, portanto imortal. Então é a vida sinônimo de imortalidade. A vida então é isto: a vivência do espírito e não da carne! Um médico caridoso está evoluindo muito no seu lado positivo, pois está trazendo à carne um pouco de vida; um sacerdote dedicado à sua religião, e livre das coisas misteriosas, é um exemplo vivo de vida; uma enfermeira virtuosa, ao cuidar dos enfermos, está levando vida; um agricultor dedicado e cuidadoso para com sua produção está doando vida; um doutrinador sábio está ensinando a vida; um esportista amador está praticando a vida. E assim toda humanidade está desfrutando da vida. Mas existe o oposto a tudo, e em tudo. Até mesmo na vida como via evolutiva, existem os contrários. O sacerdote fanático e ignorante está negando a vida; o médico mercenário está regredindo na vida; uma enfermeira relapsa está tirando a vida; etc.. Então, temos as verdades da vida e as ilusões da carne. ou do seu semelhante. Só poderá temê-lo aquele que em seus vícios humanos “matou” os princípios geradores da vida. TRONO MASCULINO DA GERAÇÃO Divindade de Umbanda, é o Trono Masculino da Geração, absorve a geração desequilibrada de forma ativa, paralisando o ser propenso a criar em desequilíbrio, cósmico, pune quem faz mal uso ou se aproveita dessa qualidade divina invertendo seu valor e levando a morte no lugar do nascimento da geração. Fator paralisador, ajuda a cessar ações negativas. Elemento terra que estabiliza, presente nos cemitérios e no mar. Sua cor é roxa ou as três juntas: branco, vermelho e preto. Orixá masculino que reina no cemitério junto com Obaluaiê. Senhor da morte. Comentário: Trono Masculino da Geração, Omulú, aparece como uma divindade pouco compreendida em seu mistério pelo temor que todos têm da morte, por não entenderem ser ela tão natural quanto o nascimento. Na Umbanda, é sincretizada com São Roque ou São Bento. Texto extraído do livro Deus, Deuses, Divindades e Anjos de Alexandre Cumino. A vida é isto: a vivência das virtudes do espírito, enquanto a morte é a vivência dos vícios na matéria. A virtude tem sua morada na Luz, e os vícios, nas Trevas. Ambos os princípios vivem, lado a lado, no meio (terra ), e todos nós, seres humanos, estamos sujeitos às influencias de ambos os princípios ( positivo e negativo ). Sendo assim, a vida é a sétima via de evolução, pois permite a nós vivermos ainda na carne suas qualidades derivadas, que tanto nos enobrece aos olhos do Criador. Se um ser humano usou das coisas da Luz ao viver o corpo, (forma), ou seja, do amor, fé, justiça razão, humanismo, sabedoria etc., aparentará isto quando retornar ao mundo espiritual. Assim ele vibrará a aparência luminosa que estas coisas divinas sedimentam no mental e no corpo carnal. Aqueles que forem para as Trevas (morte), terão as formas de sua aparência, que são o ódio, o desprezo, o irracionalismo, a traição, a maldade, a perversidade, etc. ou seja, terão a forma de sua aparência na carne. Comidas: pipoca regadas com mel, coco seco fatiado e regado com mel, batata-doce roxa cozida e regada com mel, bistecas ou fatias de carne de porco regadas com azeite de dendê Bebidas: água em copos, vinho branco licoroso, licor de hortelã Toalhas, fitas, pembas: nas cores, branca, preta e vermelha Metal e Minérios: Chumbo. Chacra: Básico ou Raiz. Essência: Telúrica (da terra). Data Comemorativa: 02 de novembro, Dia de Finados. Pedras: ônix preto, carvão fossificado, fóssil de amonite, mica biotita, obsidana negra, pedra da cruz. Outros elementos: sal grosso, búzio preto, ágata preta, caramujos, palha da costa, cajado, xaxará e pano da costa. Tudo oferendado no campo santo (calunga pequena) beira mar (calunga grande). Ervas: de alho; casca de cebola; erva de bicho; garra do diabo; mamona roxa; olho de cabra; peregum roxo; picão; valeriana. Alcachofra (folhas); sete sangrias; trapoeraba (ou coração roxo); manjericão (comum); manjericão roxo; noz de cola (obi seco); verbena; folhas de beterraba; Saudação: Atotô meu Pai Omolu yê! JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -8 N a edição passada falamos do Sagrado Trono da Fé. Nesta edição do JUS falaremos um pouco sobre o Sagrado Trono do Amor. Falar de Amor é falar de um dos sentimentos ou sentidos mais sagrados e maravilhosos do nosso Divino Criador. O Amor, quando visto de uma forma Mágica através do Trono Amor, é transcender a palavra em si e sentir o que não pode ser explicado em palavras. Quando se sente Amor, seja ele pela vida, por uma pessoa, pela família, por Deus, pela sua religião, pelas coisas mais simples e singelas que a vida constantemente nos dá, estamos dentro do Trono Feminino do Amor (na Umbanda Mãe Oxum). Neste Trono, um dos principais fatores de atuação é o fator agregador. Isso significa que este Trono de Deus agrega toda a criação de Deus, une desde o micro ao macro dentro deste mistério do amor. Esta união se da de forma infinita por toda a Criação, desde moléculas ínfimas até sistemas Planetários inteiros, é o Trono da O s fatos narrados a seguir são reais, presenciados por esta escriba e podem chocar os incautos. Inicia-se o ritual da Umbanda em minha gira. Saudamos os Orixás e, uma das 150 médiuns ao se levantar logo vai ao chão de novo. Era Mariazinha de Oxum, cujo nome é fictício aqui, mas na realidade está ciente do que eu vou descrever a seguir. Todos em seus lugares, ao lado de Mariazinha e bem assustados. “Meu Deus! Mariazinha foi pega por um obsessor”! Dizia um, enquanto outro complementava: “É, hoje a gira será pesada”! Com as mãos estendidas no chão Mariazinha se contorce um pouco para esquerda e ali, os temerosos médiuns falam: “É demanda”! “Será”? Enquanto isto acontecia sob o olhar dos comentaristas espirituais, os demais da corrente estavam voltados para o congá, na parte do ritual que pede a proteção dos anjos da guarda. Maravilhosa natureza humana! Mariazinha de Oxum rapidamente se levantou, arrumou os cabelos, ajeitou a saia e cochichando falou aos colegas: “Perdi minha unha postiça do pé - coisa que eu, Andréa, jamais pensei que existisse, “se acharem me devolvam”! Assim como o medo a imaginação é um sistema de defesa do ser humano, porém, também como o medo sem controle, a imaginação sem fim é causa de muita dor de cabeça. Nos sistemas lineares, como por exemplo quando você coloca arroz para cozinhar, quando você sabe o estado atual União de Deus. Quando queremos fortalecer um relacionamento, quando queremos que nossa família seja mais unida, independente da situação em que nossa família se encontre, trabalhamos com este Trono, O Trono Masculino do Amor, que faz paridade com o feminino, é um Trono Cósmico que corrige todo e qualquer desequilíbrio no sentido do amor. Na Umbanda corresponde ao Orixá Oxumaré. Seus fatores principais são os fatores, renovador e diluidor. Então, se estamos em desequilíbrio, se sofremos a falta de amor seja este amor em que sentido for, recorremos a este Trono Divino que diluirá todas as nossas dores, renovando assim o sentido do Amor em nossas vidas, nos recolocando novamente nos caminhos do Trono Feminino do Amor. Experimentem acender uma vela cor de rosa para o Trono Feminino do Amor e pedir para este Trono trazer este Amor de Deus para a sua vida, para sua família e para o seu lar e você irá sentir o Amor de Deus em sua vida! É claro que quando você acende uma vela rosa para este Trono e faz uma oração, aquela que vier em teu coração, é uma ato de Fé, um ato de devoção a divindade Trono do Amor, uma magia religiosa que pode ser feita em sua casa sem iniciação bastando apenas uma oração para que você se ligue a este Trono de Deus. Mas quando se é iniciado em Magia Divina, esta atuação passa a ser Mágica e atua de forma potencializada, pois seu campo de ação passa a ser muito maior no sentido de ter em suas mãos uma escrita mágica divina, podendo assim formar espaços mágicos simples ou mistos que atuarão como portais vivos do amor em sua vida e fazendo todo um trabalho maravilhoso, atuando nos mais profundas camadas energéticas de seu ser. Para quem não se iniciou em nenhum grau de Magia Divina, acenda uma vela e sinta o resultado só através de sua Fé. Se sentirem, caminhem em direção do sagrado através dos graus de Magia Divina. é possível dizer exatamente qual será o próximo estado, no caso arroz cozido. Mas em sistemas não-lineares, é muito difícil prever o que irá acontecer no momento seguinte, mesmo conhecendo o presente – justamente porque ele não é linear. Certa vez uma menina veio desesperada pedir para "desfazer" seu pedido anterior que era o de engravidar. A vida tinha tomado rumo diferente daquele imaginado, então neste momento não seria mais plausível uma gravidez tranquila. Exu, conhecedor dos caminhos tortuosos da mente humana, explica que detentores que somos do livre arbítrio, podemos sim deixar de querer algo, num momento em que a vida pede outras atitudes. Faz parte de nosso desenvolvimento espiritual. Nossa mente é um cavalo selvagem. Passamos a vida tentando domesticá-la, mas quando menos esperamos nos seguramos em sua crina e lá vamos nós correndo sem rumo, até encontrarmos galhos que nos façam cair da montaria. Cavalo quando come milho demais "esquenta" o sangue e fica mais ativo. Cuidado com o que você vem alimentando seu cérebro. Tenho uma amiga que trabalhou no Consulado do Brasil na Alemanha. Pessoa de alto nível intelectual. Quando fazia palestras se cercava de livros e os devorava, em busca de mais elementos que abrilhantassem suas apresentações. Nunca ficava satisfeita com seus resultados. Um dia mudou de tática, porque já contava com muito conhecimento. Resolveu que para chegar a um bom resultado tinha que acalmar seus pensamentos. Retomou seu conhecimento em crochê. Passava duas a três horas concentrada na linha e na agulha, tirava o foco da palestra e ao final, com a mente vazia, conseguia planejar melhor o que iria falar sobre as estruturas econômicas da Europa. Então aconselho que em momentos em que você está muito preocupado com coisas que realmente não pode resolver /entender se distraia com outras coisas. E há um brilhante psiquiatra brasileiro chamado Daniel Martins de Barros que fala o seguinte sobre nossa mente: "O cérebro é um sistema complexo, já que nossos 100 bilhões de neurônios geram 100 trilhões de sinapses, estima-se. São muitas variáveis independentes (os neurônios), mas conectadas (as sinapses), produzindo um sistema não-linear que influencia a si mesmo de diversas maneiras. A mente, ou a consciência, pode então ser entendida como o resultado que emerge desse sistema. Ela pode, sim, ter uma causa física, mas ao se configurar como um sistema caótico, torna-se imprevisível e aparentemente aleatória, onde modificações imperceptíveis num momento podem levar a transformações radicas em outro. Tudo isso confere a ela sua característica essencial de imaterialidade." Veja que na Umbanda ocorre o mesmo: uma pensamento errado, quase imperceptível, pode influenciar todo um grupo, gerando um momento caótico transformando o que era pra ser um culto tranquilo, em que você receberia um axé maravilhoso, em uma fonte de problemas. Se seu vizinho de corrente, no seu entender está passando mal, chame um responsável pela organização da gira e não tire conclusões erradas. E, filhas de Oxum, evitem as unhas postiças. Contatos: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -9 E m 1965 meu pai comprou um imóvel no bairro de Vila Matilde, em São Paulo, relativamente barato na época, para o qual logo nos mudamos. Poucos dias depois descobrimos que no imóvel ao lado funcionava um centro de Umbanda e que, nos dias de trabalho, ficavam tocando atabaques até a madrugada, mas que não era o único no bairro, pois ouvíamos toques em vários outros lugares próximos. Alguns funcionavam até perto da meia noite, já outros quase varavam a noite, mas com todos tocando bem alto. E, por isto, o preço relativamente baixo pago pelo meu pai por aquele imóvel, cujo centro de Umbanda me influenciaria no futuro, e cujo antigo imóvel foi demolido muitos anos depois, quando os seus novos proprietários fundaram no local uma igreja Evangélica, existente até hoje. Nessa época eu tinha 14 anos de idade e nada entendia sobre os cultos afros porque eles não faziam parte do meu universo religioso, porque eu era Católico e só conhecia o centro e o trabalho do seu Manézinho, sogro de uma irmã de minha mãe e que era espirita kardecista na cidade de Garça, interior de são Paulo. Também já havia aprendido algumas rezas com minha avó paterna e com minha mãe, ambas ótimas benzedeiras “católicas”, que viviam benzendo quem as procuravam. Minha avó morava em São Paulo e quando ia nos visitar na cidade de Osvaldo Cruz, sempre ensinava minha mãe, que logo dava uso às novas rezas aprendidas. Mais que isto, dizer que eu era conhecedor de algo mais é mentir ou inventar uma falsa biografia só para me “mostrar”, tal como já vi certas pessoas fazerem só para se mostrarem superiores aos outros. Mas, ainda morando no sítio de minha avó, em Osvaldo Cruz, ouvíamos a cada mês, no meio da mata próxima, um toque de tambores que começava depois das nove horas da noite e ia até de madrugada, só terminando quando o sol raiava. Os nossos pais nos diziam que eram os feiticeiros que faziam aquilo de tempo em tempos. Também conheci um senhor preto e bem velho que morava em um sítio meio distante, mas que era muito procurado pelos moradores da região, que iam até ele levando seus filhos doentes ou iam se benzer com ele, que era muito bom no que fazia. Também sabia da existência de benzedores muito eficientes com picadas de insetos e cobras venenosas ou que iam rezar nos sítios para afastarem as cobras, que eram uma praga naquela região, de tantas que havia. E conheci a magia negra “africana” quando um arrendatário de parte do sitio de minha avó brigou com meu pai, não me recordo da razão, pois eu tinha 6 anos na época. Mas o trabalho foi forte e atingiu minha família toda, sendo que os pães de minha mãe não cresciam, o feijão azedava com facilidade, criações morriam sem explicação, etc. Foi nesse tempo que pegamos medo de magia negra, chamada então de feitiçaria pelos meus pais, vítimas de um crápula maligno, que participava dos toques de tambor que ouvíamos de vez em quando no meio da mata. O fato é que não sabia de muita coisa quando nos mudamos para a nossa casa ao lado de um centro de Umbanda, isto em 1965 e até sentia certo medo da “gritaria”, que acontecia dentro dele nos dias de gira. Conheci de fato o Espiritismo aqui em São Paulo e me descobri médium de incorporação, onde quem primeiro incorporou foi um espírito todo travado, e que depois, já na Umbanda, descobri que era um Exu. O Espiritismo, eu procurei entender através da leitura de muitos livros, tanto de Chico Xavier quanto de outros ótimos autores espíritas. A Umbanda, eu procurei entender através da leitura de livros de autores umbandistas, mas não era fácil, pois eles se contradiziam em vários pontos e me deixavam em dúvida quanto a certos pontos, até hoje pomos de discórdias entre as várias correntes umbandistas, agora comigo também metido no meio desta encrenca sem um fim próximo. Em 1986, já com um Centro de Umbanda aberto no porão do sobrado onde eu residia, no bairro do Jardim Hercília em São Paulo, senti a necessidade de estudar a Umbanda e fui até o Pai Ronaldo Linares, que eu já conhecia porque comprava artigos religiosos em sua loja, localizada ainda hoje em São Caetano do Sul, SP, e me matriculei no curso ministrado por ele na sede da FUGABC, que era de preparação sacerdotal. Esse fato é corriqueiro dentro da Umbanda, onde primeiro abrimos o centro recomendado pelos nossos Guias e só depois corremos atrás de aprender com quem se dispõe a nos ensinar o que não aprendemos nos terreiros que frequentamos, tudo por falta de tempo, uma vez que os trabalhos tomam todo o tempo dos dirigentes deles. Terminei o curso de sacerdócio em 1988 e me filiei à Federação do Pai Ronaldo Linares, meu pai no Santo ou Pai Espiritual, pelo qual tenho muito carinho, admiração e respeito, tanto por ele ser como é quanto pelo muito que ele já fez pela Umbanda e pelos umbandistas, entre os quais me incluo porque aprendi muito com ele. Aprendi sobre a Umbanda e sobre seus fundadores, O nosso saudoso Pai Zelio Fernandino de Moraes e sobre o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas. Também, através de Pai Ronaldo, conheci pessoalmente as filhas de Pai Zelio, Mãe Zélia e Mãe Zilméia, ainda que só de passagem, muito rapidamente. Mas foi o suficiente para amá-las e admirá-las e nutrir até hoje por elas um respeito que não sei explicar, pois as tenho em alto conceito em meu íntimo. Nunca fui conhecer a tenda do Pai Zélio ou ele pessoalmente, mas quando ouvia o Pai Ronaldo falando sobre ele, para mim era como se ouvisse falar de um conhecido meu, ainda que distante no tempo. Como explicar isto, não sei. Revelar que recebi várias vezes a visita do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas em minha casa, quando eu estava psicografando e que recebi estímulo e proteção do Pai Espiritual da Umbanda, não sei se alguém acreditará. Mas isto é um fato em minha vida, principalmente quando os adversários me atacavam com fúria e ódio através dos meios que possuíam, tentando desacreditar minha vasta obra mediúnica, a primeira realmente psicografada na Umbanda. Dizer aqui que até hoje tenho o apoio espiritual do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas em relação à minha obra mediúnica e ao trabalho que desenvolvo em favor do crescimento da Umbanda, que acredite quem quiser, porque é a primeira vez que estou revelando de público. O que tenho a dizer é que, para mim, os fundadores da Umbanda estão definidos e tanto escrevo quanto ensino que foram o saudoso Pai Zélio Fernandino de Morais e o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas. Na minha mente não há confusão ou discórdia porque tudo está muito bem definido. Mas, quem quiser alimentar esta polêmica e ficar tentando negar-lhes tal mérito e primazia, eu peço que fiquem à vontade e escrevam e ensinem o que bem entenderem, mas me deixem de fora de suas polêmicas sem fim, porque não vou entrar nelas mais, gastando tempo e paciência com quem não tem nada mais importante para fazer na vida Só não se esqueçam de que, em religião, somos responsáveis pelo que escrevemos e responderemos a um poder superior assim que desencarnarmos. E pagaremos muito caro por toda distorção da verdade que propagarmos aqui na Terra. Trecho extraído do livro, ainda não publicado por mim, denominado “Memórias de um Médium”. E-mail: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -10 A S audações! Quais os limites para o conhecimento? Quais são os nossos limites para ensinar? E para aprender? É possível aprender um instrumento musical através de vídeos? O sagrado é corrompido fora das paredes do templo? Tecnologia e Religião podem se fundir? Interagir? Corroborar para uma nova era, um novo tempo e uma nova realidade? A UMBANDA EAD já vem respondendo muitas destas questões e provando que o sagrado está em nós. Que ensinar e aprender são, acima de tudo, uma busca, um movimento, uma ação. Após cinco anos de amadurecimento neste método de ensino, nos vem um novo desafio: Será possível um curso de curimba pela internet? Sabemos que a transmissão do saber é possível, mas a dúvida é: Como transmitir a energia do tambor? O calor da voz? O espírito do Ogã? Então vem também a constatação de que som é vibração, está em tudo, envolve a tudo e é naturalmente mais captável do que teorias intelectuais ou coisas do tipo. Foi então que propus ao Mestre Severino, meu irmão de muitos anos, se toparia tal empreitada. De pronto ele manifestou dúvida, medo talvez, incertezas realmente. Você vai conhecer o Severino, é aquele típico "cabra da peste", nordestino, de opinião forte, engraçado, piadista e extremamente preocupado com a eficácia naquilo que faz e se propõe. Faz mais de um ano, fomos conversando por alguns meses, coincidentemente muitas pessoas foram lhe dando impressões do trabalho da UMBANDA EAD, pronto, o boca-a-boca é invencível. Até que já propondo sem acreditar muito, ele topou, fechado, vamos encarar a empreitada, vamos inovar, vamos provocar, vamos contribuir! Assim foram meses para preparar tecnicamente a estrutura para um curso deste. Equipamentos, instrumentos, tecnologias, enfim. Começamos a gravar. Data definida, então começamos a editar e à medida que ia editando, ia treinando na mesa, fazia o "preview" e batia na mesa. INCRÍVEL! É contagiante, envolvente e de fácil aprendizado. CURIMBA E CANTO PELA INTERNET é uma realidade! São novos tempos, as tecnologias estão aí para nosso dispor. O uso que fazemos dela é o que determina sua utilidade. Sou grato a Olorum por me permitir ser parte deste tempo, meu pai biológico não sabe, mas o fato de eu ter crescido na sua oficina de computadores formatou o que sou hoje neste grande experimento da união entre FÉ e TECNOLOGIA. Estou emocionado, este texto era para ser apenas um "oi, seja bem vindo", mas preciso dizer estas coisas... Agradeço Mestre Severino por ter acreditado no projeto, sem medir esforços, juntos estamos trabalhando arduamente para que você tenha o melhor neste curso. A você, aluno, minhas mais respeitosas reverências, acredite, nada disso teria sentido sem você acreditar e estar aqui. Não existe outro motivo que você para tudo isto existir. Não é mais um sonho, uma suposição, é realidade, podemos isso, então podemos muito mais. Temos aqui irmãos de todos Estados, de outros países, já são milhares, pense... Quantos corações envolvidos, quantas dúvidas respondidas, quantas almas despertadas para a luz do saber, da autonomia, da liberdade consciencial. Obrigado, Namastê, Omojubá, Axé, Motumbá, Kolofé, Saravá! Vamos estudar, vamos vibrar nossos terreiros com toques e cantos harmônicos, com conhecimento de causa, com propriedade. Que soem os tambores, que Aruanda dance conosco, que Oxalá nos ilumine! E m Roma, antes de Cristo, o dia 15 de Novembro era dedicado à celebração e culto da deusa Feronia, divindade cujo prefixo FER passou a significar FERtilidade, abundância, colheitas generosas em todos os sentidos da vida. Nesta data, junto com a farta distribuição dos produtos das safras, havia a cerimônia pública de libertação de escravos e cativos que se realizava durante a gigantesca festa dedicada a Feronia no Campo de Marte, em Roma, e nos templos a ela dedicados em torno do Monte Soracte, na Etrúria mais ao norte. Era a popular e venerada “santa padroeira” dos lavradores e dos escravos que constituíam a grande massa da sociedade romana. No maior de seus santuários ao pé do Monte Soracte, homens honrados de certas famílias andavam com os pés nus e sem se queimar sobre as brasas ardentes e cinzas de uma grande fogueira feita com pinheiros trazidos pelos incontáveis devotos de Ferônia. As famílias a que esses homens pertenciam tinham o nome de Hirpi Sorani, os Lobos do Soranus. Para recompensar a devoção e os serviços prestados à comunidade ao longo do ano o Senado Romano os tornara isentos, por uma decisão especial, do serviço militar e de todos os encargos públicos. Essa travessia sobre as brasas ardentes impressionava vivamente a multidão e era sinal da superioridade dos sacerdotes. Axé a Todos e um Ótimo e Generoso 15 de Novembro (Aniversário da Umbanda, Proclamação da República e Dia de Feronia) Enviado por Vanderlei Alves - Contatos: [email protected] Rodrigo Queiroz – Coordenador Umbanda EAD Contatos: [email protected] A ntes de deitar-se, ajoelhe-se e clame a Pai Ogum, pedindo-lhe permissão para fechar o ambiente em que vai dormir com seu símbolo e energia. Levante-se e virado para a porta do quarto, estenda sua mão direita com as palma virada para a parede e visualize um fluxo de energia que sai de sua palma e atinge essa parede. Quando o fluxo de energia atingir a parede, desenhe com a energia uma estrela de cinco pontas, vire-se para a direita e repita na outra parede o procedimento e faça isso com os outros dois lados, sempre virando para a direita. Quando as quatro paredes estiverem com os símbolos, vire-se novamente para a primeira parede, levante a máxima socrática é o que mais se apodera do meu ser: “a única coisa que sei, é que nada sei”. Não se trata de autoestima baixa, ou baixa autoestima, pois quem trata deste assunto para mim é meu terapeuta. Oras, você, um caipira, faz terapia? É louco, ou o que? Diriam os preconceituosos e ignorantes de plantão. Mas o fato de ser um socrático não me impediu de procurar o conhecimento, pelo contrário, e nisso não fugi. Estudei, fiz quatros pós-graduação, um MBA, porém o que me fascina mesmo é a literatura, teatro, cinema, dança, etc. Não me cerco de pudores em tecer comentário acerca de uma obra, de um filme, de uma peça, mesmo não entendendo patavina de nada, uso de minha sensibilidade, se gostei ou não, é comigo. Lembro-me bem de quando li, não, apenas tentei ler, Ulisses de James Joice. Foi uma catástrofe, pois não consegui terminar de ler, simplesmente. Numa matéria do jornal Folha de São Paulo, alguns ilustres elegeram os 100 maiores livros da de todos os tempos. Foi quando li que Valter Ceneviva, colunista da folha para assuntos jurídicos, jamais conseguiu ler Ulisses, pois achava uma chatice sem tamanho. Fiquei confortado, e segui em frente, me apaixonei por alguns autores, outros nem tanto, mas jamais os larguei. Tive a imensa alegria e oportunidade de ter uma das experiências mais gratificantes de minha vida ao assistir, algumas, óperas no Teatro Municipal. O teatro foi paixão a primeira e segunda vista, e conheci também o universo shaskesperiano, ao qual co- mão para o teto e desenhe o símbolo nele e depois, na mesma posição, desenhe no chão também. Após tudo isso feito, visualize uma esfera azul escuro na altura de seu chacra laríngeo (garganta) e recitando a palavra ORDEM, expanda essa esfera para que ela preencha todo o ambiente. Faça isso por alguns minutos, sempre recitando a palavra ORDEM. Agradeça a Pai Ogum e clame a Ele que mantenha o ambiente inundado de energia, selando-o e protegendo-o. Deite-se, relaxe e realize suas práticas de desdobramento astral com tranqüilidade. Que a Luz de Papai Oxalá ilumine seus caminhos! Contatos:[email protected] nhecia apenas por livros e outros dramaturgos sensacionais, como Nelson Rodrigues, um dos meus preferidos. Quando entrei e conheci a Umbanda nada me foi falado acerca de estudos e nem mesmo incentivado para tal, porém um livro de maneira que só os menos céticos acreditam, chegou à minha mão e posso afirmar, do nada. Tratava-se de nada mais, nada menos, que O Guardião da Meia Noite, que devorei em três dias e como muitos, me apaixonei pelo livro e pelo autor, ainda desconhecido para mim e que não abandonei mais. Quase que concomitantemente encontrei Alexandre Cumino e seus cursos maravilhosos: Teologia da Umbanda, Magia do Fogo, Magia das Pedras, Ervas, Sacerdócio, etc. Pessoa da mais alta qualidade, bom caráter, humilde, culto, inteligente, profundo estudante e conhecedor da Umbanda, e principalmente, de uma maturidade espiritual sem tamanho. Trata da Umbanda com amor, devoção, seriedade, e não se cansa de estudar e se aprofundar nos estudos sobre Umbanda e fruto de tudo isso são dois livros maravilhosos e um terreiro que funciona como sinfonia, sem problemas, sem egos inflados, sem médiuns despreparados na corrente dando problemas, e quando acontece o sacerdote não confia esta sua responsabilidade aos Guias. Enfim, apesar de ser um socrático e sabendo que nada sei, absolutamente nada me impede de buscar conhecimento. Contatos: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -11 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -12 S alve sagrado leitor. Salve irmãozinhos e irmãzinhas em Jurema. Eu posso dizer que faço o que mais gosto, e gosto muito do que faço. O trabalho com as ervas foi substituindo meu campo de formação original, fui durante alguns bons anos um profissional de exatas, mais precisamente trabalhando com tecnologia da informação. Esse trabalho tem completado os campos de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para que eu próprio me encontrasse, conhecesse e pudesse enfim acreditar que eu era capaz de realizar algo, não apenas para mim, mas principalmente para meu semelhante. A Umbanda é religião, é religião do bem e para o bem. Cresci na Umbanda e nela me formei como pessoa, e acredito que esse conceito, muito falado ultimamente, sempre esteve nas bases dessa amada religião. Entender sua própria religião vem se tornando matéria obrigatória para todos nós, praticantes das religiões naturais, que tem na Natureza sua base. Não só na natureza de elementos, mas na natureza humana, como ensinado arduamente pelos guias espirituais e aprendido de forma empírica, através das manifestações mediúnicas, dos arquétipos, linhas de trabalho que trazem em seus traços humanos regionais, uma forma de expressão que leva a um entendimento maior da nossa própria origem divina. Por trás da aparência infante de uma criança (erê) manifestado em seu médium, há um campo vastíssimo para o entendimento de que “renovar é preciso”. Para que tudo possa atingir um ponto de sabedoria, é preciso constante renovação, para que as novas energias se estabeleçam é necessário a alegria da criança. Numa floresta, uma árvore começa a crescer quando, de outra árvore, se desprende uma semente. Seja dentro de um fruto caído que irá se desfazer no solo sobrando apenas a célula matriz, ou seja por uma flor que, seca, já não consegue conter seu gene em proteção. Essa semente cai no solo, junto com centenas de outras e secam, adormecem, aguardando o momento oportuno para completar o ciclo da vida. Nem todas essas sementes irão resultar em uma nova árvore, algumas simplesmente irão alimentar o solo com sua matéria fibrosa e manter a terra nutrida. Essa sementinha pode ficar ali, adormecida por anos, até que uma chuva ou uma ventania quebre o galho da árvore que a sombreava impedindo que atingisse a temperatura ideal, e assim essa semente recebe os raios do sol, no momento e quantidade adequados que a farão despertar. A água da chuva se encarregará de afundá-la no solo para que encontre o melhor ambiente para que, umedecida, banhada pelas águas da vida, e protegida no útero da mãe terra, tenha vida em si. Essa pequena semente irá despertar, germinar, devagar mesmo, colocarse para fora da terra e simplesmente esperar. Esperar as condições adequadas para que cresça com consistência. Passará por outras chuvas, ventanias, secas, enfim, mas resistirá sem crescer muito, pois afinal, está sob a sombra da grande árvore. Assim como ela, a semente, outras tantas milhares, de espécies, formas e gêneros diferentes estão em mesma condição. Não tem escolha própria, pois não é próprio das arvores escolher o certo ou errado, isso está proporcional ao ser humano, mas às árvores está a busca pela sobrevivência encontrando com suas raízes as melhores condições para se nutrir de água, às folhas a luz e abrigo aos efeitos do tempo. Está à elas direcionar seus galhos para que absorvam em equilíbrio, o melhor dos raios ESCOLA DE BARALHO CIGANO Carmem Romani Sunacai Curso de Baralho Cigano Templo da Luz Dourada 2302-4087 Dança Cigana AZOTHY 2937-8004 2292-8296 / 7874-1060 Prof.Rose de Souza http://carmemromani.com/ Templo UFFAD Formando turma para TEOLOGIA DE UMBANDA Rua Mohamed Ibrahim Saleh, 422 Nova São Miguel Paulista - SP Tel: (11) 2956-4881 do sol. Essa jovem árvore luta com todas as forças para sobreviver dentro dessas condições. O tempo passa e aquela que doou essa e outras tantas milhares de células originais para que a vida continuasse, vai cedendo à força do ciclo da vida e sabe, pois o saber é próprio da natureza, que seu tempo irá terminar com o inicio do tempo de suas herdeiras. Não resiste mais, apenas percebe a mudança das estações com sabedoria. Entende que a qualquer ventania mais forte cumprirá seu destino, e inexorável, vem abaixo, levantando a terra com suas raízes tiradas à força do solo, e vai arrastando pequenos arbustos e outras arvoretas para baixo de si para que cumpram também seu papel nessa sociedade de imanência divina. Só agora, com essa árvore caída no meio da floresta é que pode-se perceber a vida que havia nela, o grande formigueiro formado no caminho das suas raízes, aranhas e outros seres que terão que procurar outros meios, pois sua zona de conforto já não é mais. Ai está a árvore mãe, a grande jurema, a força que no passado manteve essa terra firme, que foi abrigo para seres das mais variadas espécies, que seja nos entroncamentos dos seus galhos, nas cascas do seu tronco ou no orvalho acumulado em suas folhas; esses se abrigaram, alimentaram e perpetuaram também as suas famílias. Ai está a grande jurema com seu papel cumprido. E eis que, a que outrora era pequena guerreira da sobrevivência, passada a turbulência, olha pra cima e vê que agora o espaço de crescer é seu, e se tornará então, a árvore capaz de abrigar os descendentes dos seres que já foram abrigados pela grande árvore. Se nutrirá por muito tempo daquela que agora a única função será orgânica, decomposta na terra continuará alimentando a floresta. Sua vida relativa, a que chamamos de imanência é absorvida por todo o conjunto vivo da mesma espécie. Absorvido pelo espírito da mata, a força viva de Jurema, o grande foco da energia vegetal. Cumpriu seu ciclo dentro da natureza, e essa teve a sorte de não ser cortada pelo homem, tendo assim interrompido sua trajetória e projeto divino. Essa é uma das milhares de histórias boas de serem contadas na mata, ao redor de uma fogueira, ao sons de tambores e flautas. E o que ela tem a ver com a gente? Tudo! Aqueles que criticam o estudo na Umbanda, vilipendiando o trabalho alheio, encontrando defeitos onde tentam apenas levar uma pontinha de conhecimento são verdadeiros predadores da natureza humana, que busca sempre a evolução, cada ser da sua forma. Nosso livro sagrado é escrito todos os dias, de um por do sol a outro, em cada ciclo da natureza. Há cento e três anos, Pai Caboclo das Sete Encruzilhadas despontou como o anunciador da Umbanda. Pai Zélio não agradou a todos, assim como o Cristo também não, assim como Sidarta e outros grandes mestres. Mas os que entenderam o chamado, tornaram-se pequenas árvores crescendo à sua sombra, e depois fizeram sua parte. Boas árvores dão bons frutos, essa é a lei. Pense nisso com carinho. Hora somos a pequena árvore esperando a oportunidade para crescer, hora devemos criar essas oportunidades. Verdadeiros mestres formam outros mestres, ensinam o que sabem, aprendem quando ensinam, se divertem com o seu trabalho, e se renovam para cumprir o ciclo da vida. Parabéns Umbanda pelos seus 103 anos, Salve Pai Zélio de Moraes, Salve Pai Caboclo das Sete Encruzilhadas. Sua semente germina! TEMPLO DE DOUTRINA UMBANDISTA PAI OXALÁ E PAI OGUM MAGIA DO FOGO SEGUNDA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00 SACERDÓCIO DE UMBANDA TERÇA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00 DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO QUINTA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00 SÁBADO: Das 14h00 às 16h00 MAGIA DIVINA DAS SETE PEDRAS SAGRADAS SÁBADO: Das 10h00 às 12h00 Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi Rudge Ramos - S.B. do Campo Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -13 CURSO DE ATABAQUE (CURIMBA) TOQUE E CANTO TAMBOR DE ORIXÁ COM SEVERINO SENA, HÁ 14 ANOS FORMANDO OGÃS E INSTRUTORES. Q uer falar sobre Pombagira? Comece falando do seu íntimo. Porque Pombagira entra no íntimo das pessoas e revela o que ali está escondido. Mas é para ajudar! O que fica escondido? Só aquilo que não queremos ver dentro de nós e, por isso mesmo, escondemos dos outros também. São os recalques, as frustrações, as mágoas, até o ódio, muitas vezes. Empurramos todo esse lixo psíquico pra debaixo do tapete, deixando de fora tudo bem arrumado... Só que um belo dia, um ventinho de nada levanta a ponta do tapete e aquilo tudo fica de fora... Chegou a hora da faxina! Tem gente que põe tanta coisa debaixo do tapete que não consegue mais andar com equilíbrio, fica tropeçando nos montinhos de sujeira. Pra quê isso? De onde vem essa mania de “perfeição”? E é perfeição, ou é hipocrisia? Porque muitas vezes a criatura esconde bem suas mazelas e sai apontando o dedo para os outros, acusando e discriminando com uma força que dá medo! Pra se viver é preciso coragem. Coragem de se olhar e reconhecer quem foi, quem gostaria de ser e quem “está sendo”. Porque nem sempre isso vai bater, podem aparecer “muitos eus” diferentes. Tantos, que a pessoa não encontra mais paz e contentamento em nada e com ninguém. Pudera! Se ela está tão dividida assim, qual dessas partes é a real? Provavelmente, nenhuma... Quem não se reconhece não está existindo de verdade. É só faz de conta. Pra se reconhecer é preciso coragem. Pra se aceitar é preciso coragem. Pra mudar aquilo que não corresponde ao seu querer verdadeiro é preciso coragem. E Pombagira traz essa coragem, essa força de viver. Pombagira não tem meias palavras. Porque aquele que chega à frente de Pombagira, é porque já tentou de tudo e nada conseguiu. Então, Pombagira não pode mentir e falar meias verdades. Pombagira não é a dona da verdade. Ninguém é. Mas Pombagira fala a Vontade da Lei Maior, que comanda tudo e todos. Pombagira é só a mensageira. Pombagira traz a mensagem para aqueles que se perderam nas encruzilhadas de dentro de si mesmos e, por causa disso, também se perderam nas encruzilhadas da vida. Se você não está perdido em si mesmo, então vai achar o caminho, mesmo diante de todas as encruzilhadas. Mas quem não sabe direito quem é, o que está fazendo por aqui da sua vida e o quê quer para a sua vida, então aí o resultado é juntar lixo. Lixo emocional, lixo mental, lixo psíquico. E o que tem nesse lixo? Só lixo... São as frustrações, as decepções, as tristezas acumuladas, os rancores contra si mesmo e os outros. Não servem pra nada. A não ser que a pessoa examine a causa daquilo e combata A CAUSA? e não a si mesma e nem aos outros. Os outros têm lá suas encruzilhadas internas e muitas vezes nos magoam por estarem perdidos também. O único jeito de acabar com isso é revirar o próprio lixo. Algumas coisas podem ser recicladas. A tristeza vira choro, depois vira pé no chão, depois vira atitude nova, pra depois trazer vida nova. A frustração vira olho aberto, depois vira tomada de consciência, depois vira responsabilidade pelo engano cometido, depois vira senso de realidade, depois vira estudo, depois vira renovação das capacidades, pra então trazer sucessos. E assim vai. Pombagira conhece a escuridão que mora nas almas porque já passou por ela. Pombagira já errou muito e aprendeu com os erros. Pombagira aprendeu também a se perdoar por ter errado, buscou coragem para recomeçar e recomeçou. E agora Pombagira vem convidar a todos que guardam escuridão em seus corações para uma conversa amiga e franca: vamos remexer esse lixo? Vamos reciclar o que pode ser reciclado? Vamos queimar o que não presta pra nada? Se você tem coragem de começar, venha! Se ainda não tem, venha de qualquer modo, pois juntos nós vamos encontrar essa coragem. Estímulo não falta em Pombagira! Então, venha! Vamos rir um pouco dessas bobagens, e vamos trabalhar pra melhorar. No fundo, no fundo, tudo isso são bobagens. Rindo, a gente vai desfazendo todas elas. Depois, é só fazer por onde ser feliz... Saravá! Axé e até... Querendo, a gente se encontra... Maria Padilha NOVAS TURMAS! HOMENS E MULHERES!!! Esta é a sua oportunidade de aprender canto e toque na Umbanda, para guias e Orixás!!! SEM TAXA DE MATRÍCULA: Toques: Nagô, Ijexá, Angola, Congo e Barra Vento SEGUNDAS-FEIRAS, DAS 19H20 ÀS 22H30 CEIE - CENTRO DE EST. INIC. EVOLUÇÃO Pça Joaquim Alves, 1 - Penha - SP SEXTAS, AS 19H00 e SÁBADOS, AS 9H00 INSTITUTO SETE PORTEIRAS DO BRASIL Av. Tiradentes, 1290 - Metrô Armênia ADQUIRA O CD “A Umbanda canta para as Yabás Obá, Oyá e Egunitá” INFORMAÇÕES: 3984-0181/9622-7909 www.tambordeorixá.net.br [email protected] [email protected] ERVEIRO DA JUREMA TEMPLO ESCOLA “VENTOS DE ARUANDA” Cursos Ministrados por Adriano Camargo • Curso de Ervas: Manipulação Ritualística 1, 2, 3, 4 e 5; • Ervas na Umbanda; • Magia Divina das Sete Chamas; • Magia Divina das Sete Pedras; • Magia Divina das Sete Ervas; • Magia Divina das Sete Raios; • Teologia de Umbanda; • Sacerdócio de Umbanda. Informações e Inscrições: P ombagira assim como Exu não é Demônio e muito menos "moça da rua" como muitos julgam. Pombagira não é Exu feminino, Exu é Exu e Pombagira é Pombagira, ela é um mistério Divino em si mesma. Exu e Pombagira se completam. Elas também descem as nossas trevas interiores e ajudam a redimir nossos desequilíbrios. A função delas não é fazer "Amarrações amorosas" como equivocadamente as pessoas pensam, elas atuam para que as pessoas desenvolvam o amor dentro de si, pois só assim descobrirão o seu real significado. Vou citar algumas lições que tive, com a senhora Pombagira, que comigo trabalha: • Como guia espiritual da esquerda, nós espelhamos os sentimentos de voces, mas também esgotamos os negativismos de cada um, desde que voces queiram; • Cada um atrai para si os seus afins; • Quando há uma atuação da Lei Maior e da Justiça Divina em alguém, enquanto essa pessoa não pedir perdão, de coração, nada poderá ser feito, e nesse caso voces estão impedindo que um bem maior seja feito para voces; • Não se pode mudar ninguém, a pessoa só muda quando quer mudar, as entidades trabalham, conversam, falam, orientam, apontam o que está ocorrendo e as pessoas voltam para os atendimentos com os mesmos problemas porque não aceitam que são responsáveis por tudo que está acontecendo com elas; • Antes só que má acompanhada; • As pessoas que pedem para as Pombagiras trazerem ou amarrarem homens ou mulheres para elas, não entenderam ainda que essa não é nossa função, por isso digo que merecem ficar sozinhas, porque são pessoas incapazes de atraírem alguém por si mesmas, pelo simples fato de não possuírem amor dentro delas. As pessoas precisam aprender a se amarem, a se respeitarem e não devem sair por aí fazendo rezas, simpatias e amarrações para ter alguém ao seu lado. É se amando que se atrai o amor. Quando falamos isso para as pessoas, algumas não entendem e ainda saem brigando com a Pombagira, e para essas pessoas eu digo: A porta da rua é serventia da casa, se voce não está pronto para aprender a se amar, então não venha me pedir o amor. Portanto, antes de culpar Pombagira por seus atos, estudem, procurem conhecer esse mistério Divino, livros para isso não faltam, e eu recomendo para leitura: Livro de Exu - O Mistério Revelado; Orixá Pombagira - Fundamentação do Mistério na Umbanda. Os dois livros são da autoria de Rubens Saraceni, publicados pela Editora Madras. Deixo aqui mais um agradecimento : Muitas lições tenho com essa adorável Pombagira de trabalho e sou muito grata. Acho lamentável quando as pessoas não conseguem captar os ensinamentos que as entidades espirituais, sejam as que trabalham conosco ou com nossos irmãos, nos transmitem... mas cada um ao seu tempo. Como diz o ponto de umbanda: " Ela é sincera, ela é de verdade Mas cuidado amigo que ela não gosta de Falsidade.." Av. Senador Vergueiro, 4362 - Sl. 2 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo (11) 4177-1178 - 9279-0528 www. ventosdearuanda.com.br CASA 7 LINHAS Artigos Religiosos, Velas, Defumadores, Imagens, etc ... (14) 3232-3876 Rua Gerson França, 2-28 Centro, Bauru - SP CASA SÃO BENEDIT O BENEDITO Sob nova direção O MAIS COMPLETO ESTOQUE DE ARTIGOS RELIGIOSOS (14) 3223-2552 Av. Rodrigues Alves, 3-60, Centro, Bauru Página -14 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011 Página -15 Contatos:[email protected] R epasso firmeza e ativação ditada pelo Marinheiro Bartolomeu, um marinheiro que atua no campo da Renovação. Risque a ancora como o desenho abaixo: E monte os elementos na firmeza: 1- Vela branca em cima 2- Vela azul clara na direita 3- Vela azul escura na esquerda Pote de louça com sal grosso, sete búzios claros e água no centro Ajoelhe-se diante da firmeza e realize a ativação abaixo: Divino Criador Olorum, Sagrada Mãe Iemanjá, Sagrados Orixás, Povo do Mar, Senhores Marinheiros: Clamo por vosso auxilio, amparo e proteção. Peço-lhes que essa firmeza seja ativada e que através dessa firmeza, seja aberto um vórtice energético por onde todo tipo de energias negativas, miasmas, larvas astrais formas pensamento e implantes possam ser descarregados, retirados de nossos campos energéticos, de nossos sete corpos e purificados. Que espíritos obsessores, vampirizadores, zombeteiros e sofredores ligados a nós possam ser envolvidos, curados e re-encaminhados na Criação. Que possamos receber as bênçãos do Mar, gerando energias de cura, regeneração e fortalecimento de nossos espíritos. Gerando em nós a capacidade e vontade de melhorar e evoluir. Gerando em nós a força para buscar novas oportunidades e negócios. Gerando em nós a renovação de nossos emocionais de nossos pensamentos e comportamentos. Gerando em nós a criatividade e a percepção da realidade do espírito. Gerando em nós o amor incondicional ao próximo e pela Vida. A Equilibra e protege nossas relações familiares. Equilibra e protege nossas casas e nossos trabalhos Que possamos gerar a harmonia em nosso caminhar e renovar nossas vidas em todos os sentidos Amém Realizada a ativação, irradie com as duas mãos em direção a firmeza e finalize agradecendo a Deus, Iemanjá e a Linha dos Marinheiros. INÍCIO Onde você estiver, é sempre o início. É por isso que a vida é tão bela, tão jovem, tão virgem. A A A A A A A A Umbanda é coisa de Preto, Umbanda é coisa de Branco, Umbanda é coisa de Amarelo, Umbanda é coisa de Vermelho, Umbanda é assim, para todas as raças, Umbanda é coisa de Velho, Umbanda é coisa de Novo, Umbanda é assim, para todas as idades. A Umbanda é o Ar, é a Terra, é o Cheiro da Chuva, é o Sol é a Lua, A Umbanda é o som dos Atabaques, é o Canto dos seus Filhos, A Umbanda é assim, é de Cheiro, é de Toque, é o Canto. A Umbanda é o Bem, apenas o Bem, A Umbanda é a Caridade, é a Humildade e acima de tudo a Sinceridade, A Umbanda é assim, a Bondade, apenas a Bondade. A Umbanda é o Caboclo, o Preto Velho, a Criança, A Umbanda é o Boiadeiro, é o Baiano, é o Cigano, A Umbanda é o Marinheiro, é o Exu, é a Pomba Gira, A Umbanda é assim, a união de forças para combater a maldade, Salve a Umbanda, Salve sua força, sua magia, Que nossos Guias e mentores, possam perseverar em sua missão... LEVAR SEMPRE ADIANTE A BANDEIRA BRANCA DE NOSSA QUERIDA E AMADA UMBANDA. Quando você começar a pensar que algo está completo, começará a ficar morto. A perfeição é morta; assim, os perfeccionistas são suicidas. Desejar ser perfeito é uma maneira indireta de cometer suicídio. Nada jamais é perfeito, não pode ser, porque a vida é eterna. Nada jamais se conclui; não existe conclusão na vida — apenas pontos cada vez mais elevados. Quando você atinge um ponto culminante, um outro está desafiando-o, chamando-o, convidando-o. Assim, lembre-se sempre de que onde você estiver é sempre um início. Então você sempre permanece uma criança, você permanece virgem. E essa é toda a arte da vida: permanecer virgem, permanecer novo e jovem, não corrompido pela vida, não corrompido pelo passado, não corrompido pela poeira que normalmente se junta nas estradas da jornada. Lembre-se: cada momento abre uma nova porta. Isso é muito ilógico, porque sempre pensamos que, se houver um começo, deverá haver um fim. Mas nada pode ser feito. A vida é ilógica: ela tem um começo, mas não tem um fim. Nada que está realmente vivo jamais termina, mas segue continuamente em frente. Umbanda é uma religião nova, com diretrizes que incluem conceitos de outras religiões, mas que tem o poder de transmutar realidades negativas em positivas através de trabalhos espirituais de guias e Orixás. Então basta que uma pessoa passe a seguir a religião para conseguir tudo o que deseja, fazendo que os guias trabalhem a seu favor, não interessando a finalidade de seus pedidos, certo? Errado! Além de Pronto Socorro Espiritual, a Umbanda nasceu com o intuito de trazer luz aos ensinamentos de guias espirituais que desejam que seus protegidos alcancem a melhora espiritual, que cumpram com sua missão da melhor maneira possível e que passem pelas provas da vida sempre aprendendo uma lição – a da sabedoria. Mas antes disso, deve haver, além de uma grande vontade, o real desejo de se melhorar como espírito atuante entre os demais espíritos e a consciência de que, para que sua missão seja plenamente cumprida em prol da caridade para com aqueles que o procuram, antes de tudo deve passar por uma rígida auto-avaliação. Somente conscientizando-se de seus defeitos reais, será possível reavaliar suas posturas diante da vida - no cotidiano mesmo! -, e efetuar as mudanças necessárias para o cumprimento de sua missão com sabedoria e fazendo bom uso do livre-arbítrio. Tal reforma íntima se faz necessária, uma vez que invariavelmente todos nós adquirimos vícios desde a infância, quando ainda não tínhamos a noção de responsabilidade sobre o que é certo e errado. Crescemos e continuamos a repetir atos e apresentando reações semelhantes às de uma criança de cinco anos com todas as suas manias e manhas naturais desse período da infância. Muitos médiuns não se dão conta, mas existe uma grande responsabilidade em passar as mensagens de um guia para um consulente que lhe entrega seus problemas, muitas vezes bastante sérios, e aguarda por soluções imediatas. Pense nisso! Para que o êxito seja completo, o canal de comunicação – o médium – deve estar ao menos com a vibração positiva o suficiente para que a mensagem seja passada com exatidão. Caso contrário, interferirá com seus conceitos e preconceitos, comprometendo todo o resultado. O ideal é que haja uma preparação ao menos a partir de um dia antes dos trabalhos espirituais, com banhos de ervas, alimentos leves, com assuntos e pensamentos positivos, evitando temas pesados (incluíndo TV e internet), brigas e discussões. Antes dos trabalhos procure, em silêncio, já entrar em sintonia com a vibração de seus guias e Orixás, agradecendo e pedindo proteção e sabedoria para os trabalhos do dia – saude, faça uma oração, bata cabeça, dirija seu pensamento ao objetivo do dia sem julgamentos, evitando as famosas “rodinhas de médiuns” – presentes em quase todos os terreiros até segundos antes da abertura dos trabalhos -, com assuntos que normalmente não acrescentam nada positivo. Faça sua parte e garanta o bom andamento de sua missão espiritual, gerando cura, amor, crescimento, prosperidade e sabedoria. Os seus guias espirituais agradecem. Nossa capa: Pieta. Sobreposições de imagens e luzes do artista plástico Nihal Akbulut. Página -16 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011