A Umbanda existe há 64 anos!

Transcrição

A Umbanda existe há 64 anos!
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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A
Umbanda completou seus 103 anos
de idade, e é ainda uma criança
se comparada a outras religiões,
já milenares. Porém, é uma criança prodígio. Nasceu nos braços generosos de
Nossa Senhora da Piedade, teve como
padrinhos Gabriel de Malagrida e Caboclo das Sete Encruzilhadas numa única pessoa.
Chamou para si desde cedo a sabedoria dos Pretos Velhos, por meio do
querido Pai Antônio, que não se fez de
rogado e a levou para ser embalada,
também, no colo de muitas Mães e Pais
Orixás.
Jesus a acolheu junto de sua Mãe,
a Nossa Senhora, e unidos nesta força
crística, nos ensinaram o sincretismo como forma de reconhecer que todas as
divindades, entidades e seres de luz
trabalham juntos. Basta reconhecer
que “fora da caridade não há salvação”,
que até mesmo Kardec parou um pouco
suas atividades e veio dar sua contribuição.
Anjos, Arcanjos, Tronos, Potestades, Querubins, Serafins, Potências,
Dominações e Virtudes chegaram juntos
dos Orixás. Algo assim nunca havia
visto por Oxalá, Oxum, Oxossi, Xangô,
Ogum, Obaluayê, Yemanjá, Oxumaré,
Obá, Iansã, Nanã Buruquê, Omulu,
Ibeji, Ossaim e até Orumila.
Se fizeram presentes lado a lado
de Arcanjos Miguel, Gabriel, Rafael,
Uriel, Anael, Tsadkiel, Metatron, Sandelfon entre outros milhares de anjos.
Santos como São Jorge, São Jerônimo, São Sebastião, Santa Bárbara,
Santa Sara, São Cosme e Damião, São
Lázaro, São Bartolomeu, Santa Joana
Darc, São Roque, São Cipriano, São
Francisco e até Santo Expedito vieram
para ajudar.
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autor e a fonte (J.U.S.).
Mas quem já havia chego antes da
própria Umbanda nascer e preparou
todo o campo e caminho para sua vinda
foi Exu, Pomba Gira e Exu Mirim. Dizem
até que este trio ajudou a alimentar a
Umbanda com um reforço que a fez
crescer séculos em apenas alguns anos.
Hoje, embora jovem ainda, a nova religião de todos os Orixás, Santos, Anjos
e de Cristo já se mostra bem crescida e
em fase de amadurecimento.
Podemos nos lembrar de seus primeiros anos de vida. Uma gestação
tranquila junto das Yabás, nas décadas
de 1900 a 1920, assim que começou a
brincar fora de casa, entre 1920 e 1940,
já plantou sementes em muitos outros
lares e cidades.
Ninguém sabia muito bem de onde
vinham estas sementes, que cresciam
rápido, floresciam e davam frutos e
sombra em abundancia. De 1940 até
1970 veio sua adolescência precoce,
uma expansão desordenada e todas as
crises características de uma adolescente, crises existenciais, crises de identidade, conflitos de valores... até que
na década de 1980 se recolheu para o
interno, aquietou, sofreu o resultado
de ter vivido uma certa rebeldia, que
agora servia de matéria para reflexão
e crítica.
Aprendeu com as dificuldades, entendeu uma de suas maiores lições:
“Quem não vem pelo amor vem pela
dor”, se afastou de más companhias
que resolveram fundar outras religiões,
mas nunca se esqueceram da
Umbanda, e, até os dias de hoje a
criticam por puro despeito ou
simplesmente infantilidade. Dizem que
é por dor de cotovelo.
Mas a Umbanda cresce e continua
crescendo, descobre novos amigos, que
vem até do Oriente, recebe amigos de todas
as nações e culturas como ciganos,
baianos, marinheiros, boiadeiros...
fazendo valer as
palavras de seu
primeiro amor,
Zélio Fernandino de Moraes:
“Com quem sabe mais vamos aprender e a quem sabe
menos vamos ensinar, a ninguém vamos
dar as costas”.
Por conta destas palavras estão
chegando até malandros, cangaceiros,
piratas, juremeiros e alguns que com
seu carisma conquistaram o coração
desta nação, a nação de Umbanda que
é a Nação Brasileira. Como é o caso do
querido Zé Pelintra, que causa tanto
alvoroço e controvérsia por ter sido
boêmio, mulherengo, jogador... Ele nos
diz que reverencia o sagrado feminino
e que se fez algo do qual se arrependa
em vida agora está aqui para nos
ensinar que podemos fazer diferente,
mas que para isso não precisamos ter
cara feia nem deixar de cantar ou
dançar.
Aliás canto e dança são marcas registradas na vida de nossa amada
Umbanda... hoje ela, esta querida,
religião e senda de milhões de encarnados e desencarnados está muito mais
madura. Tem história, tem estudo, tem
profundidade, tem vontade de ensinar
além de praticar. Continua convicta em
seu primeiro e mais importante fundamento, definindo a si mesma como: “a
manifestação do espírito para a prática
da caridade”.
Parabéns minha Umbanda Amada!
Dedico estas linhas a três Umbandistas, não por serem melhor que os
outros, mas apenas por serem minha
maior influencia: Zélio de Moraes, o Pai
da Umbanda; Pai Ronaldo Linares, meu
Avô Espiritual e Pai Rubens Saraceni,
meu Pai Espiritual. Muito mais que um
pai, coloco abaixo um texto psicografado por ele que me inspirou a escrever
este acima:
“A nova religião, a filha dileta dos
Orixás, a Umbanda Sagrada, nasceu
discretamente, foi aleitada nos seios
generosos de Iemanjá e formosa como
uma Oxum já se encontra. Mas é tão
aguerrida como uma Iansã, tão curadora como um Ossaim, tão caçadora de
almas como um Oxossi, tão justiceira
como um Xangô, tão caridosa como um
Obaluayê, tão firme como um Ogum,
tão punidora como um Omulu, ou mesmo
tão consoladora como uma Nanã, o
arquétipo ideal da velha e amorosa
negra escrava, sempre pronta a sorrir
ao ver seus netos crescendo na senzala.
Mas nem tudo se passou assim, tão
“naturalmente”.
Pai Benedito de Aruanda psicografado
por Rubens Saraceni no livro Os Guardiões
dos Sete Portais. Ed.Madras, 2005. p.323)
Contatos:[email protected]
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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E
m 1981 ou 1982 comprei um livro
cujo autor desenvolvia a tese de
que a Umbanda era uma religião
milenar cuja origem datava do tempo
da Lemúria ou da Atlântida, da Índia,
etc., por isto, não havia sido o Pai Zélio
o seu fundador encarnado e nem o
Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas
era o seu anunciador espiritual, porque
muito antes dele se apresentar e anunciar o início dela, em algum outro lugar
já havia acontecido a incorporação de
um espirito cujo nome era, se não me
engano, Caboclo Cugurussu.
Este autor umbandista criou esta
polêmica 48 anos depois da fundação
da Umbanda, apresentando a dele,
denominada Umbanda esotérica, esta
sim verdadeira, pois remontava a milhares de anos no passado. E ele, baseado unicamente na informação de
que alguém incorporava um espírito com
o nome acima citado antes da manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, afirmou que este não poderia ter
fundado a Umbanda.
Pois bem. Esta informação ficou em
minha mente e alguns anos depois, ao
ouvir de Pai Ronaldo Linares, que ela
havia sido anunciada pelo Senhor
Caboclo das Sete Encruzilhadas dentro
de um Centro Espírita, quando ele foi
convidado a se retirar dos trabalhos
porque ali não era o local adequado
para ele, e, no dia seguinte, às 20 horas
no Bairro de Neves em Niterói a
Umbanda teve sua primeira gira, com o
Caboclo abrindo-a e anunciando que
“com os espíritos mais evoluídos se
aprenderia, aos mais atrasados se
ensinaria e a nenhum se renegaria”.
Duas informações contraditórias
ficaram em minha mente e mais adiante
descobri que havia uma discórdia dentro
da Umbanda sobre sua origem,
discórdia esta muito parecida com
aquela sobre “o ovo e a galinha”,
quando se pergunta a alguém: Quem
nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Se o inquirido responder que foi o
ovo, o inquiridor vem com outra
pergunta: E quem pôs o ovo?
Esta é uma questão sem resposta
porque sem um não existe o outro,
certo?
Mas no caso da Umbanda, logo
mais adiante um Espirito Guia respondeu
à minha pergunta acima dizendo isto:
- Filho, quando a Umbanda foi
fundada milhares de espíritos já se
manifestavam tanto no Espiritismo
Kardecista quanto nos Cultos de
“resistência religiosa afro brasileira”,
onde davam consultas e ajudavam as
pessoas que frequentavam suas
reuniões. E isto não acontecia só
Estado do Rio de Janeiro, pois estas
manifestações, ainda que com outros
nomes, aconteciam por todo o Brasil.
E ele prosseguiu:
- Filho, a incorporação de espíritos
vem acontecendo no mundo todo desde eras remotas, não sendo privilégio
deste ou daquele povo tal fenômeno.
Procure livros de pesquisadores sérios
sobre este assunto e verá que há outro
embate muito mais antigo entre as
religiões, com umas condenando as
manifestações dos espíritos e outras
defendendo-as.
Você verá que sempre houve
manifestações de espíritos
incorporados em seus médiuns,
não sendo privilégio do Espiritismo tal coisa e sim, Allan
Kardec só codificou os tipos de
mediunidades.
Fiz o que ele recomendou
e, de fato, descobri que o
embate já era muito antigo
mesmo, e que os espíritos
sempre interferiram, ora a
nosso favor, ora contra, mas
que sempre estavam presentes.
Quando tornei a conversar com aquele Guia Espiritual perguntei-lhe o por quê desta
interferência dos espíritos junto das
pessoas e ele respondeu-me isto:
- Filho, a vida neste planeta é um
“ir e vir” contínuo entre os seus dois
lados, sendo que quem volta para o
lado espiritual sempre deixa estes
queridos do outro e vice versa. E isto
faz com que quem esta de um lado
interfira em favor dos seus entes
queridos que estão no outro lado.
- Assim tem sido e assim sempre
será!
Sentenciou ele, com sua voz firme
e convicta. E prosseguiu:
- Eu mesmo, logo depois de desencarnar, procurei um jeito de ajudar
meus familiares que haviam ficado para
trás, no plano material.
- Então...
Ele não me deixou prosseguir, pois
continuou:
-Filho, você leu a descrição de uma
sessão Espirita, onde espíritos incorporam em seus médiuns e realizam todo
um trabalho em benefício das pessoas
presentes nela ela, não?
- Li sim meu pai.
- E você leu sobre uma reunião de
um centro de Macumba, não?
- Eu li sim meu pai.
- Em ambas as sessões, não eram
espíritos que incorporavam em seus
médiuns para auxiliarem as pessoas
presentes a elas?
- Foi isto que li, meu pai.
- Então sua pergunta inicial está
respondida e esta polêmica sem fim não
tem razão de existir, pois caso você
não saiba, até o Espirito Mensageiro
da Umbanda aprendeu a incorporar,
incorporando dentro de um centro de
Macumba, onde trabalhou atendendo
pessoas e dando consultas quando
incorporava em seu médium de então,
que era o mesmo filho Zélio, mas
encarnado em outro corpo, no corpo
de um mestiço, de um “caboclo”, como
eles eram chamados então, sabe?
- Isto eu não sabia, meu pai.
- Espíritos de ex-sacerdotes africanos, de ex-pajés indígenas, de ex-benzedores, ex-padres cristãos, de mestiços ou caboclos brasileiros, todos movidos pela vontade de auxiliarem os encarnados, já baixavam na Macumba,
na Cabula, no Catimbó, na Jurema, no
Batuque e em vários outros Cultos,
todos anteriores à Umbanda.
Pretos e Pretas, velhos benzedores e velhas rezadeiras, todos já iniciados em algum dos muitos Cultos de
Nação de então, após desencarnarem,
voltavam para ajudar seu entes queri-
dos ainda encarnados. E, conhecedores de rezas e mandigas poderosas,
incorporavam quase que à força nos
seus médiuns e começavam a dar conselhos (consultas) e a recomendar trabalhos aos necessitados.
Dizer que estes espíritos só começaram a se manifestar depois da fundação da Umbanda é faltar com a verdade, mas recorrer ao nome de um pajé
indígena que incorporava em um médium antes da fundação da Umbanda,
para negar os seus idealizadores e
fundadores e remeter a existência
dela a um passado remoto e
improvável, também é faltar
com a verdade. Principalmente por alguém que se apresentava como o criador da
Umbanda esotérica, esta
sim, a “verdadeira Umbanda”.
Ou trata-se de ignorância, pois desconhecia a
existência de tantos cultos
religiosos, também mediúnicos e nos quais os médiuns incorporavam espíritos ou trata-se de má fé, tentando
apresentar-se como o “verdadeiro fundador” da “verdadeira Umbanda”, atri-
buindo à fundada pelo Senhor Caboclo
das Sete Encruzilhadas como uma falsa
Umbanda.
Que julgue quem quiser, pois fora
desses dois casos, não é possível imaginar outra hipótese.
Saiba também que o filho Zélio, antes de reencarnar mais uma vez, já era
um médium que trabalhava com vários
espíritos em um centro de Macumba. E
ele desencarnou em um dia e no seguinte, ainda inconsciente, já foi reconduzido a uma nova encarnação,
amparado o tempo todo pelo Anjo
Mensageiro de Boas Novas para a
humanidade, meu filho!
Ele não veio sozinho à carne não!
Uma legião muito grande de Espíritos
Guias acompanharam-no o tempo todo
e, no momento certo, o verdadeiro “Pai
da Umbanda” se manifestou nele e
anunciou a Boa Nova para a humanidade: A Umbanda!
Isto, eu não tenho como provar
com você encarnado. Mas quando você
desencarnar, cada palavra dita a você
por mim, te provarei! E até o conduzirei
até eles, pois você, assim como eu,
fazia parte desta imensa legião de
espíritos que os acompanhou e os
auxiliou na semeadura de uma nova
religião em solo brasileiro.
- E quanto a esta polêmica sem fim
dentro da Umbanda, meu pai?
- Deixe ela prosseguir, pois assim
como o autor do livro que nega a
fundação dela em 1908 hoje amarga
um imenso remorso e um amargo
arrependimento, sentimentos estes
vibrados muito fortes por ele após
descobrir que blasfemara contra o Anjo
Mensageiro de Boas Novas para a
humanidade, e que o negativaram de
tal forma que ele foi parar na terceira
faixa vibratória negativa, de onde se
recusa sair devido à vergonha que
ainda sente por ter escrito tantos
absurdos e bobagens, com certeza,
seus arautos também passarão por esta
decepção amarga.
O Tempo, que é Deus em ação
contínua sobre toda a Sua Criação, no
tempo certo mostrará a cada um deles
como estavam enganados!
Capitulo retirado do livro
psicografado por mim,
mas ainda não publicado
denominado “A IDEALIZAÇÃO
ASTRAL DA UMBANDA”.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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Pesquisado por ALEXANDRE CUMINO
C
om 82 anos de idade, este homem
é considerado por um pequeno
grupo de umbandistas “o fundador da Umbanda”. Cabelos grisalhos,
fisionomia serena e simples, Zélio de
Moraes, através do seu guia espiritual,
o Caboclo das Sete Encruzilhadas, só
sabe praticar o amor e a humildade.
“- Na minha família, todos são da
marinha: almirantes, comandantes, um
capitão-de-mar-e-guerra... Só eu que
não sou nada...” – comentava sorrindo
Zélio de Moraes, aos amigos que o
visitavam, nessa manhã ensolarada.
E a repórter, antes mesmo de se
apresentar, retrucou:
“- Almirantes ilustres, capitães-demar-e-guerra há muitos; o médium do
Caboclo das Sete Encruzilhadas, porém, é um só”.
Levantando-se, Zélio de Moraes –
magrinho, de estatura mediana, cabelos grisalhos, fisionomia serena e de
uma simplicidade sem igual – acolheume, como se fôssemos velhos conhecidos. Nesse ambiente cordial, sentindome completamente à vontade, possuída de estranho bem-estar, esquecendo, quase, a minha função jornalística, iniciei uma palestra, que se prolongaria por várias horas, deixando-me
uma impressão inesquecível.
Perguntei-lhe como ocorrera a
eclosão de sua mediunidade e de que
forma se manifestara, pela primeira
vez, o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
“- Eu estava paralítico, desenganado pelos médicos. Certo dia, para
surpresa de minha família, sentei-me
na cama e disse que no dia seguinte
estaria curado. Isso a foi a 14 de
novembro de 1908. Eu tinha 18 anos.
No dia 15, amanheci bom. Meus pais
eram católicos, mas, diante dessa cura
membros da Federação Espírita, naturalmente em busca de uma comprovação. O Caboclo das Sete Encruzilhadas
manifestou-se, dandonos a primeira sessão
de Umbanda na forma
em que, daí para
frente, realizaria os
seus trabalhos.
Como primeira prova de sua presença,
através do passe, curou um paralítico, entregando a conclusão
da cura ao Preto Velho,
Pai Antonio, que nesse
mesmo dia se apresentou.
Estava criada a
primeira Tenda de Umbanda, com o nome de
Nossa Senhora da Piedade, porque assim como a imagem de
Maria ampara em seus braços o Filho,
seria o amparo de todos os que a ela
recorressem.
O Caboclo determinou que as sessões seriam diárias; das 20 às 22 horas
e o atendimento gratuito, obedecendo
ao lema: “daí de graça o que de graça
recebestes”. O uniforme totalmente
branco e sapato tênis.
Desse dia em diante, já ao amanhecer havia gente à porta, em busca
de passes, cura e conselhos. Médiuns
que não tinha a oportunidade de trabalhar espiritualmente por só receberem
entidades que se apresentavam como
Caboclos e Pretos Velhos, passaram a
cooperar nos trabalhos. Outros, considerados portadores de doenças mentais desconhecidas revelaram-se médiuns excepcionais, de incorporação e
de transporte”.
Citando nomes e datas, com precisão extraordinária, Zélio de Moraes relata o que foram os primeiros anos de
sua atividade mediúnica.
Dez anos depois, o
Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou a
segunda fase de sua
missão: a fundação de
sete templos de Umbanda e, nas reuniões
doutrinárias que realizava às quintas-feiras,
foi destacando os médiuns que assumiriam a
direção das novas tendas: a primeira, com o
nome de Nossa Senhora da Conceição e,
sucessivamente, Nossa
Senhora da Guia, São
Pedro, Santa Bárbara, São Jorge, Oxalá e São Jerônimo.
“– Na época – prossegue Zélio –
imperava a feitiçaria; trabalhava-se
muito para o mal, através de objetos
materiais, aves e animais sacrificados,
tudo a preços elevadíssimos. Para combater esses trabalhos de magia negativa, o Caboclo trouxe outra entidade,
o Orixá Malé, que destruía esses malefícios e curava obsedados. Ainda hoje
isso existe: há quem trabalhe para fazer ou desmanchar feitiçarias, só para
ganhar dinheiro.
Mas eu digo: não há ninguém que
possa contar que eu cobrei um tostão
pelas curas que se realizavam em nossa
casa; milhares de obsedados, encaminhados inclusive pelos médicos dos sanatórios de doentes mentais... E quando apresentavam ao Caboclo a relação
desses enfermos, ele indicava os que
poderiam ser curados espiritualmente;
os outros dependiam de tratamentos
material...”
ob a presidência do Sr. Zélio Moraes, médium
do Caboclo das Sete Encruzilhadas, erigida
em sítio tranqüilo, entre arvores, a Tenda Nossa Senhora da Piedade é a casa humilde dos
milagres...
Atacada de moléstia fatal, a filha de um comerciante de Niterói, agonizava sofrendo, e como a
ciência humana se declarasse impotente para
socorrê-la, seu pai, em desespero delirante,
numa tentativa extrema, suplicou auxílio à modesta Tenda das Neves.
Responderam-lhe que só à noite,
na sessão, o guia poderia tomar conhecimento do caso. Regressando ao lar,
o desconsolado pai encontrou a filha
morta e, depois de fazer constatar
o óbito pelo médico, mando tratar
o enterro.
No entanto, à noite, na Tenda de Nossa Senhora da Piedade,
aberta a sessão, o Caboclo das
Sete Encruzilhadas, manifestando-se, disse aos seus auxiliares
da Terra, ainda desconhecedores o desenlace da doença, que se concentrassem, sem quebra da corrente, e o esperassem, pois ia para o espaço, com suas
falanges, socorrer a enferma que lhes
pedira socorro.
Duas horas depois voltou, achando
aqueles companheiros exaustos, do longo esforço mental. Explicou-lhes, então, na pureza da sua realidade, a situação, e mandou-os que fossem em nome
de Jesus, retirar a morta da mesa mortuária, e comunicar-lhe que a misericórdia de Deus, para atestar os benefícios
do espiritismo, permitia-lhe viver, enquanto não negasse o favor de sua
ressurreição.
Confiante em seu chefe, os humildes trabalhadores da Tenda da Piedade
cumpriram as ordens recebidas, e a
moça não só ficou viva, como curada.
O médico, que lhe tratou da moléstia, e que lhe constatou o óbito obser-
vou-a, por algum tempo, até desistir
de penetrar o misterioso de seu caso,
classificando-o na ordem sobrenatural
dos milagres. Meses depois, a mesa do
almoço, conversando, a resurrecta contestou com firmeza, negando-a, a ação
espiritual que lhe restituir a vida material, porém nessa ocasião adoeceu de
uma indigestão, falecendo em menos
de vinte e quatro horas.
Uma associação de grande autoridade no espiritismo, ao ter conhecimento desses fatos, resolveu apurálos com severidade, para desmenti-los
ou confirmá-los sem sombra de dúvida
e, num inquérito rigoroso, com auxilio
das autoridades do Estado do Rio de
Janeiro, estabeleceu a plena veracidade deles, publicando, no órgão de
Federação Espírita a sua documentação.
A média mensal das curas de obsedados que iriam para os hospícios como
loucos, é de vinte e cinco doentes, na
Tenda da Piedade.
Os espíritos que baixam nesse recinto não procuram deslumbrar os seus
consulentes com o assombro de manifestações portentosas, mas as produzem muitas vezes, que lhas exigem as
circunstâncias.
Os auxiliares humanos do Caboclo
das Sete Encruzilhadas, na Tenda que
é, por excelência, a sua Tenda, mesmo
os que têm posição de revelo na
sociedade, não se orgulham dos favores que lhes são conferidos e procuram, com doçura e humildade, merecer a graça de contribuir, como intermediários materiais, para a execução
na Terra, dos desígnios do espaço.
S
Montagem a partir do original
de Cláudio Gianfardoni
inexplicável, resolveram levar-me à
Federação Espírita de Niterói, cujo
presidente era o Sr. José de Souza.
Foi ele mesmo quem me chamou
para que ocupasse um lugar à mesa de
trabalhos, à sua direita. Senti-me deslocado, constrangido, em meio àqueles
senhores. E causei logo um pequeno
tumulto. Sem saber porque em dado
momento, eu disse: “Falta uma flor
nesta mesa; vou buscá-la”. E, apesar
da advertência de que não me poderia
afastar, levantei-me, fui ao jardim e
voltei com uma flor que coloquei no
centro da mesa.
Serenado o ambiente e iniciados os
trabalhos, verifiquei que os espíritos
que se apresentavam ao videntes
como índios e pretos, eram convidados
a se afastar. Foi então que, impelido
por uma força estranha, levantei-me
outra vez e perguntei porque não se
podiam manifestar esses espíritos que,
embora de aspecto humilde, eram trabalhadores. Estabeleceu-se um debate
e um dos videntes, tomando a palavra,
indagou:
- “O irmão é um padre jesuíta. Por
que fala dessa maneira e qual é o seu
nome?”
Respondi sem querer:
- “Amanhã estarei em casa deste
aparelho, simbolizando a humildade e
a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem um nome, que seja
este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas”.
Minha família ficou apavorada. No
dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na Rua Floriano Peixoto, onde
eu morava, no número 30. Parentes,
desconhecidos, os tios, que eram sacerdotes católicos e quase todos os
Perguntei então a Zélio, a sua opinião sobre o sacrifício de animais que
alguns médiuns fazem na intenção dos
Orixás. Zélio absteve-se de opinar, limitou-se a dizer:
“- Os meus guias nunca mandaram
sacrificar animais, nem permitiriam que
se cobrasse um centavo pelos trabalhos
efetuados. No Espiritismo não pode pensar em ganhar dinheiro; deve-se pensar
em Deus e no preparo da vida futura.”
O Caboclo das Sete Encruzilhadas
não adotava atabaques nem palmas para marcar o ritmo dos cânticos e nem
objetos de adorno, como capacetes, cocares, etc. Quanto ao número de guias
a ser usado pelo médium, Zélio opina:
“- A guia deve ser feita de acordo
com os protetores que se manifestam.
Para o Preto Velho deve-se usar a guia
de Preto Velho; para o Caboclo, a guia
correspondente ao Caboclo. É o bastante. Não há necessidade de carregar
cinco ou dez guias no pescoço...”
Considera o Exu um espírito trabalhador como os outros:
“- O trabalho com os Exus requer
muito cuidado. É fácil ao mau médium
dar manifestação como Exu e ser, na
realidade, um espírito atrasado, como
acontece, também, na incorporação de
Criança. Considero o Exu um espírito
que foi despertado das trevas e, progredindo na escala evolutiva, trabalha
em benefício dos necessitados.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas
ensinava o que Exu é, como na polícia,
o soldado.
continua...
Transcrição do capítulo 12
do livro “O espiritismo,
a magia e as sete linhas de Umbanda”
de Leal de Souza.
Imagem: Pietá de Michelangelo
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
...continuação
O chefe de polícia não prende o
malfeitor; o delegado também não prende. Quem prende é o soldado que executa as ordens dos chefes. E o Exu é
um espírito que se prontifica a fazer o
bem, porque cada passo que dá em
benefício de alguém é mais uma luz que
adquire. Atrair o espírito atrasado que
estiver obsedando e afastá-lo, é um
dos seus trabalhos. E é assim que vai
evoluindo. Torna-se portanto, um auxiliar do Orixá.
CINQUENTA ANOS
DE ATIVIDADE MEDIÚNICA:
Relembrando fatos passados em
mais de meio século de atividade espiri-
tualista, Zélio refere-se a centenas de
tendas de Umbanda fundadas na
Guanabara, em São Paulo, Estado do
Rio, Minas, Espírito Santo, Rio Grande
do Sul. A Federação de Umbanda do
Brasil, hoje União Espiritista de Umbanda do Brasil, foi criada por determinação
do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a
26 de agosto de 1939.
Da Tenda Nossa Senhora da Piedade saiam constantemente médiuns
de capacidade comprovada, com a missão de dirigirem novos templos umbandistas; entre eles, José Meireles, na
época deputado federal; José Álvares
Pessoa, que deixou uma lembrança indelével de sua extraordinária cultura
“A Umbanda existe há 64 anos!”
Este é o título da reportagem, com Zélio de Moraes, feita por Lília Ribeiro, Lucy e Creuza para a
revista Gira da Umbanda, ano 1 – numero 1 – 1972.
A revista foi editada por Atila Nunes Filho e traz na
capa a chamada:
EXCLUSIVO: “Eu Fundei a Umbanda”
Reportagem e fotos: Lília Ribeiro, Lucy e Creuza.
A imagem da capa da revista,que ilustra essa box foi
digitalizada e cedida por Diamantino F. Trindade.
S
e alguma vez tenho estado em contato consciente com algum espírito de luz, esse espírito
é, sem dúvida, aquele que se apresenta sob
o aspecto agreste, e o nome bárbaro de Caboclo
das Sete Encruzilhadas.
Sentindo-o ao nosso lado, pelo bem-estar espiritual que nos envolve, pressentimos a grandeza
infinita de Deus, e, guiados pela sua proteção,
recebemos e suportamos os sofrimentos com uma
serenidade quase ingênua, comparável ao enlevo
das crianças, nas estampas sacras, contemplando, da beira do abismo, sob as asas de um anjo,
as estrelas no céu.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas pertence
à falange de Ogum, e, sob a irradiação da Virgem
Maria, desempenha uma missão ordenada por
Jesus. O seu ponto emblemático representa uma
flecha atravessando um coração, de baixo para
cima; a flecha significa direção, o coração sentimento, e o conjunto significam orientação dos
sentimentos para o alto, para Deus.
Estava esse espírito no espaço, no ponto de
intersecção de sete caminhos, chorando sem saber o rumo que tomasse, quando lhe apareceu,
na sua inefável doçura, Jesus, e mostrando-lhe
numa região da terra, as tragédias da dor e os
dramas da paixão humana, indicou-lhe o caminho
a seguir, como missionário do consolo e da redenção. E em lembrança desse incomparável minuto
de sua eternidade, e para se colocar ao nível dos
trabalhadores mais humildes, o mensageiro de
Cristo tirou o seu nome do número dos caminhos
que o desorientavam, e ficou sendo o Caboclo
das Sete Encruzilhadas.
Iniciou assim, a sua cruzada, vencendo, na
ordem material, obstáculos que se renovam quando vencidos, e dos quais o maior é a qualidade
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espiritualista; Martinho Mendes Ferreira, atual presidente da Congregação
Espírita Umbandista do Brasil; Carlos
Monte de Almeida um dos diretores de
culto da T.U.L.E.F.; João Severino Ramos, trabalhando ainda hoje, ativamente, inclusive na Assessoria de Culto do
Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda.
Outros, fugindo às rígidas determinações de humildade e caridade do
Caboclo das Sete Encruzilhadas, desvirtuaram normas do culto. Mas a Umbanda, preconizada através da mediunidade de Zélio de Moraes, difundiu-se
extraordinariamente e hoje podemos
encontrar suas características em tendas modestas e nos grandes templos,
como o Caminheiros da Verdade e a
Tenda Mirim, nos quais a orientação de
João Carneiro de Almeida e Benjamin
Figueiredo mantém elevado nível de espiritualidade, no Primado de Umbanda,
uma das mais perfeitas entidades
associativas da nossa Religião.
Durante mais de cinqüenta anos, o
Caboclo das Sete Encruzilhadas dirigiu
a Tenda Nossa Senhora da Piedade;
após esse tempo, passou a direção à
filha mais velha do médium, dona Zélia,
aparelho do Caboclo Sete Flechas. Entretanto, Pai Antonio continua trabalhando, na cabana que tem o seu nome,
localizada num sítio maravilhoso, em Cachoeiras de Macacu. O Caboclo manifesta-se ainda em datas especiais, como foi, por exemplo, o 63º aniversário
daquela tenda. Da gravação feita durante a celebração festiva, reproduzi-
das pedras com que se deve construir o novo
templo. Entre a humildade e doçura extremas, a
sua piedade se derrama sobre quantos o procuram, e não poucas vezes, escorrendo pela face
do médium, as suas lágrimas expressam a sua
tristeza, diante dessas provas inevitáveis a que
as criaturas não podem fugir. .
A sua sabedoria se avizinha da onisciência. O
seu profundíssimo conhecimento da Bíblia e das
obras dos doutores da Igreja autorizam a suposição de que ele, em alguma encarnação, tenha
sido sacerdote, porém, a medicina não lhe é mais
estranha do que a teologia.
Acidentalmente, o seu saber se revela.
Uma ocasião, para justificar uma falta, por
esquecimento, de um de seus auxiliares humanos,
explicou, minucioso, o processo de renovação das
células cerebrais, descreveu os instrumentos que
servem para observá-las, e contou numerosos casos de fenômenos que as atingiram e como foram
tratados na grande guerra deflagrada em 1914.
Também, para fazer os seus discípulos compreenderem o mecanismo, se assim posso
expressar-me, dos sentimentos explicou a teoria
das vibrações e a dos fluídos, e numa ascensão
gradativa, na mais singela das linguagens, ensinou
a homens de cultura desigual as transcendentes
leis astronômicas. De outra feita, respondendo a
consulta de um espírita que é capitalista em São
Paulo e representa interesses europeus, produziu
um estudo admirável da situação financeira criada
para a França, pela quebra do padrão ouro na
Inglaterra.
A linguagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas varia, de acordo com a mentalidade de
seus auditórios. Ora chã, ora simples, sem um
atavio, ora fulgurante nos arrojos da alta eloqüên-
mos para os leitores, o trecho final da
mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas:
“A Umbanda tem progredido e vai
progredir muito ainda. É preciso haver
sinceridade, amor de irmão para irmão,
para que a vil moeda não venha a destruir o médium, que será
mais tarde expulso, como
Jesus expulsou os vendilhões do templo.
É preciso estar sempre
de prevenção contra os
obsessores, que podem
atingir o médium. É preciso
ter cuidado e haver moral,
para que a Umbanda progrida e seja sempre uma
Umbanda de humildade,
amor e caridade. Essa é a
nossa bandeira.
Meus irmãos: sêde humildes, trazei amor no coração para que pela vossa
mediunidade possa baixar
um espírito superior; sempre afinados
com a virtude que Jesus pregou na
Terra, para que venha buscar socorro
em vossas casas de caridade, todo o
Brasil... Tenho uma coisa a vos pedir:
se Jesus veio ao planeta Terra na humilde manjedoura, não foi por acaso,
não. Foi o Pai que assim o determinou.
Que o nascimento de Jesus, o espírito que viria traçar à humanidade o
caminho de obter a paz, saúde e felicidade, a humildade em que ele baixou
neste planeta, a estrela que iluminou
aquele estábulo, sirva para vós, ilumi-
cia, nunca desce tanto, que se abastarde, nem
se eleva demais, que se torne inacessível.
A sua paciência de mestre é, como a sua
tolerância de chefe, ilimitada. Leva anos a repetir,
em todos os tons, através de parábolas, por meio
de narrativas, o mesmo conselho, a mesma lição,
até que o discípulo, depois de tê-la compreendido, comece a praticá-la.
A sua sensibilidade, ou perceptibilidade é rápida, surpreendendo. Resolvi, certa vez, explicar
os dez mandamentos da Lei de Deus aos meus
companheiros, e, à tarde, quando me lembrei da
reunião da noite, procurei, concentrando-me,
comunicar-me com o missionário de Jesus, pedindo-lhe uma sugestão, uma idéia, pois não sabia
como discorrer sobre o mandamento primeiro: Ao
chegar à Tenda, encontrei o seu médium, que
viera apressadamente das Neves, no município
de São Gonçalo, por uma ordem recebida à última
hora, e o Caboclo das Sete Encruzilhadas baixando
em nossa reunião, discorreu espontaneamente
sobre aquele mandamento, e, concluindo, disseme: Agora, nas outras reuniões, podeis explicar
aos outros, como é vosso desejo.
E esse caso se repetiu: - havia necessidade
de falar sobre as Sete Linhas de Umbanda, e,
incerto sobre a de Xangô, implorei mentalmente,
o auxílio desse espírito, e de novo o seu médium,
por ordem de última hora, compareceu à nossa
reunião, onde o grande guia esclareceu, numa
alocução transparente, as nossas dúvidas sobre
essa linha.
A primeira vez em que os videntes o vislumbraram, no início de sua missão, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas se apresentou como um homem de
meia idade, a pele bronzeada, vestindo uma túnica
branca, atravessada por uma faixa onde brilhava,
nando vossos espíritos, retirando os
escuros da maldade por pensamento,
por ações; que Deus perdoe tudo o
que tiverdes feito ou as maldades que
podeis haver pensado, para que a paz
possa reinar em vossos corações e nos
vossos lares.
Eu, meus irmãos, como o menor
espírito que baixou à Terra, mas amigo
de todos, numa concentração perfeita
dos espíritos que me rodeiam neste
momento, peço que eles sintam a
necessidade de cada um de vós e que,
ao sairdes deste templo de caridade,
encontreis os caminhos abertos, vossos
enfermos curados e a saúde para
sempre em vossa matéria. Com o meu
voto de paz, saúde e felicidade, com
humildade, amor e caridade, sou e serei
sempre o humilde CABOCLO DAS SETE
ENCRUZILHADAS.
em letras de luz, a palavra “CARITAS”. Depois, e
por muito tempo, só se mostrava como caboclo,
utilizando tanga de plumas, e mais atributos dos
pajés silvícolas. Passou, mais tarde, a ser visível
na alvura de sua túnica primitiva, mas há anos
acreditamos que só em algumas circunstâncias
se reveste de forma corpórea, pois os videntes
não o vêem, e quando a nossa sensibilidade e
outros guias assinalam a sua presença, fulge no
ar uma vibração azul e uma claridade dessa cor
paira no ambiente.
Para dar desempenho à sua missão na terra,
o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou quatro
Tendas em Niterói e nesta cidade, e outras fora
das duas capitais, todas da Linha Branca de
Umbanda e Demanda.
Transcrição do capítulo 23 do livro “O espiritismo, a
magia e as sete linhas de Umbanda” de Leal de Souza.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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N
o dia 16 de outubro a APEU –
Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba, realizou seu primeiro evento fora dos limites da sua
sede, para comemorar o 30º aniversário
da instituição no auditório do Teatro
Décio de Almeida Prado, localizado nas
dependências do CEU
Aricanduva, na zona leste da
cidade de São Paulo.
A mestra de cerimônia,
Sandra Santos (presidente da
AUEESP), conduziu o evento
com maestria e imensa delicadeza.
Federações, associações, templos e a própria
SOUESP foram representadas pelos seus presidentes, diretores
e membros.
Já na entrada, o público recebeu
uma pequena pulseira de miçangas nas
cores branco e verde, representando
Oxalá e Oxóssi, cujas vibrações sustentam a energia deste templo umbandista, fundado em 17/01/1981 e que
tem à frente, no campo espiritual, o
Caboclo Ubatuba, e no material, Pai
Silvio F. Costa Mattos e sua
esposa, Mãe Cleide C. C.
Mattos.
Mensagens de felicitações foram enviadas por Pai
Ronaldo Linares – Santuário
de Umbanda e FUGABC, Pai
Rubens Saraceni – Colégio
de Umbanda e por Nelson
Dias –Casa de Velas Santa
Rita e Imagens Bahia.
Pai Silvio explanou sua alegria e satisfação por ter completado 50 anos
de trabalhos mediúnicos e destes, 30
no comando da APEU, sem esquecerse de agradecer todos que o ajudaram
para que este momento se concretizasse.
Apresentações culturais de música
e dança, relacionados à cultura umbandista e espiritualista de uma forma
geral, abrilhantaram a tarde: Pai Élcio
de Oxalá, Ogã Severino Sena, Cia de
Dança Alegria Cigana, Sri Madana
Mohana, T. U. Filhos de Oxum, Escola
de Curimba Aldeia de Caboclos, Luci
Rosa e Curimba da APEU.
Vários foram os momentos
especiais, dentre eles, a homenagem
que o vereador Quito Formiga fez, em
nome da Câmara dos Vereadores da
Cidade de São Paulo, ao Pai
Silvio e à APEU, pelos anos de
dedicação mantendo galhardamente o lema de SERVIR O
PRÓXIMO.
Um vídeo que apresentou os
projetos sociais e educativos
ministrados na instituição emocionou os presentes, que aplaudiram de pé estas iniciativas:
“Evangelização Infantil na Umbanda – Grupo Crianças de
Aruanda” e o “Projeto Aruanda –
Auxílio a Moradores de Rua” e
outros necessitados.
Complementando o que foi
mostrado no vídeo, todos apreciaram
a apresentação das crianças, que
demonstraram seu amor à casa e à
religião de forma simples, porém,
verdadeira.
Entre as autoridades presentes,
destacamos: Pai Juberli Varela –
Presidente do SOUESP, Pai Edson dos
Anjos – Presidente da Associação
Paulista de Umbanda, Pai Milton
Aguirre, Ogã Juvenal - União de
Tendas, Ogã Oscar Daniel – FENUG,
Iyá Ekedji Ogunlade – Primado do
Brasil, Nelson Alves, Comandante Yara
Cipriano – Guarda Civil Metropolitana,
Pai Willian Franca - TUB Seara de Jesus,
Pai Marcelo Gutierrez - escritor
umbandista, Mãe Ivone Macrini, Pai
Genivaldo, Mãe Sebastiana, Mãe Rita
e Ogã Zezinho - Filhos do Cacique,
entre tantos outros, não menos
importantes que não citaremos aqui
para não alongar demais o texto.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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P
ai Omolu, Senhor Tatá Omolu,
Omolu yê, Trono Masculino da Geração, Pai Curador, Pai Acolhedor
da Morte, Sagrado Orixá da Calunga,
Senhor da Calunga, Regente do Campo, Dono do Cemitério...
Todos esses nomes representam
esse Pai Orixá que rege a 7º linha da
Vida. Este Trono sustenta as virtudes
da Vida da carne e em espírito.
OFERENDA RITUAL PARA
O ORIXÁ PAI OMOLU
Velas: branca, preta e vermelha,
roxa.
Flores: crisântemos,flores do
campo, rosas branca
Frutas: maracujá, ameixa preta,
ingá, figo.
Aprendeu que toda história tem dois
lados. Que ninguém é dono da verdade
absoluta, pois a verdade da justiça divina só pertence a Deus.
Se na Vida da carne exercemos as
virtudes, humanas estamos sob seu
amparo, mesmo sem ter consciência.
Nas sete virtudes humanas ao qual
classifico como:
VIRTUDES DA FÉ
Se você confiou em Deus, acreditou, perdoou, praticou a gratidão e
caridade, elevou a fé em seu criador,
incentivou a fé nos seus semelhantes
mesmo quando estes estavam desacreditados de si mesmos. Amparou os desesperados, ofereceu seu ombro amigo
aos que sofrem e necessitavam chorar
contigo. Mas fez tudo pelo simples fato
de acreditar que todos nós somos
partes de Deus.
VIRTUDES DO AMOR
É um companheiro, compreensivo,
sabe amar sem chantagens, é generoso, sorri, é alegre, animado, ter bom
humor, enxerga a beleza íntima no seu
semelhante, mesmo quando ele mesmo
não consiga enxergar.
Consegue alegrar-se com sucesso
alheio, e fica feliz quando seu semelhante conquista uma vitoria seja pessoal, profissional ou material ou mesmo
espiritual. Aceita que tem sentimentos
e elos de casais, de amizades que simplesmente acabam.
VIRTUDES DO CONHECIMENTO
Foi atrás de seus ideais, buscou,
estudou, expandiu sua mente, aprofundou seus ensinamentos e os praticou. Soube ser filho, mestre, professor, pai, irmão, sendo você mesmo e
não usando de artifícios para subjugar
as pessoas com seus títulos, graus etc.
Ofereceu a semente do saber e
aceitou que aquele que a recebeu
poderá fazer florescer esta semente
em outro solo que não o seu.
VIRTUDE DA JUSTIÇA
Sensato, não julgou, soube guardar segredos, assumiu suas responsabilidades como ser humano, nos acertos, mas também nos erros.
Buscou sempre equilibrar-se mentalmente mantendo seu padrão elevado
e com o conhecimento adquirido soube
resolver seus “desequilíbrios” coma s
ferramentas que conseguiu com os estudos, colocando em prática o que
aprendeu com o racional.
VIRTUDES DA LEI
Foi leal, tem honra em seus princípios, não se “vendem” por ego, vaidade, não fez acordos escusos e nem
denegriu a imagem de ninguém.
Não teve pena de si mesmo, e teve
força para seguir em frente. Assumiu o
erro e pediu desculpas. Agiu dentro dos
princípios e virtudes da Lei.
Sabe que ordens são para serem
cumpridas e não discutidas. Respeitou
as hierarquias espirituais do terreiro em
que freqüenta.
VIRTUDES DA EVOLUÇÃO
Aplicou seu saber religioso com humildade e não usou dele para prestigio
próprio ou financeiro. Soube ser sábio
e praticou a paciência e o silencio quando foi necessário. Aceitou a maneira
diferente em que as pessoas executam
suas tarefas. Compreendeu o ritmo e o
grau em que cada um possa ser ou ter.
VIRTUDES DA GERAÇÃO
Soube explanar suas idéias sem
tentar ruir as idéias alheias. Criou condições ou cria condições para você e
seus semelhantes que conquistem seus
V
méritos próprios. Não ficou ruindo as
criações ou idéias de outras pessoas
pelo simples fato de criticar.
Conseguiu através de sua sexualidade se amar e poder amar sem aprisionar ninguém; não usou seu poder,
para seduzir ou iludir ou simplesmente
para satisfazer-se sexualmente.
No Sétimo Sentido da Vida está a
Geração, e uma das maiores quedas é
viciar algo tão Divino...
Tudo o que atenta contra a vida ou
a manifestação de vida cai nos domínios
deste Pai Orixá Omolu, que é um pai
amoroso e que recebem todos aqueles
que não souberam exercer a vida em si
ida é o sinônimo de espiritualidade e espiritualização. A carne é perecível, portanto é só
um meio; o espírito é eterno, portanto imortal.
Então é a vida sinônimo de imortalidade.
A vida então é isto: a vivência do espírito e
não da carne!
Um médico caridoso está evoluindo muito no
seu lado positivo, pois está trazendo à carne um
pouco de vida; um sacerdote dedicado à sua religião, e livre das coisas misteriosas, é um exemplo
vivo de vida; uma enfermeira virtuosa, ao cuidar
dos enfermos, está levando vida; um agricultor
dedicado e cuidadoso para com sua produção está
doando vida; um doutrinador sábio está ensinando
a vida; um esportista amador está praticando a
vida. E assim toda humanidade está desfrutando
da vida.
Mas existe o oposto a tudo, e em tudo. Até
mesmo na vida como via evolutiva, existem os
contrários.
O sacerdote fanático e ignorante está negando
a vida; o médico mercenário está regredindo na
vida; uma enfermeira relapsa está tirando a vida;
etc.. Então, temos as verdades da vida e as ilusões
da carne.
ou do seu semelhante.
Só poderá temê-lo aquele que em
seus vícios humanos “matou” os princípios geradores da vida.
TRONO MASCULINO
DA GERAÇÃO
Divindade de Umbanda, é o Trono
Masculino da Geração, absorve a geração desequilibrada de forma ativa,
paralisando o ser propenso a criar em
desequilíbrio, cósmico, pune quem faz
mal uso ou se aproveita dessa qualidade divina invertendo seu valor e
levando a morte no lugar do nascimento
da geração. Fator paralisador, ajuda a
cessar ações negativas.
Elemento terra que estabiliza, presente nos cemitérios e no mar. Sua cor
é roxa ou as três juntas: branco, vermelho e preto. Orixá masculino que reina no cemitério junto com Obaluaiê.
Senhor da morte.
Comentário:
Trono Masculino da Geração, Omulú, aparece como uma divindade pouco
compreendida em seu mistério pelo
temor que todos têm da morte, por não
entenderem ser ela tão natural quanto
o nascimento. Na Umbanda, é sincretizada com São Roque ou São Bento.
Texto extraído do livro Deus, Deuses,
Divindades e Anjos de Alexandre Cumino.
A vida é isto: a vivência das virtudes do espírito,
enquanto a morte é a vivência dos vícios na matéria.
A virtude tem sua morada na Luz, e os vícios, nas
Trevas.
Ambos os princípios vivem, lado a lado, no meio
(terra ), e todos nós, seres humanos, estamos
sujeitos às influencias de ambos os princípios ( positivo
e negativo ). Sendo assim, a vida é a sétima via de
evolução, pois permite a nós vivermos ainda na carne
suas qualidades derivadas, que tanto nos enobrece
aos olhos do Criador.
Se um ser humano usou das coisas da Luz ao
viver o corpo, (forma), ou seja, do amor, fé, justiça
razão, humanismo, sabedoria etc., aparentará isto
quando retornar ao mundo espiritual.
Assim ele vibrará a aparência luminosa
que estas coisas divinas sedimentam no
mental e no corpo carnal.
Aqueles que forem para as
Trevas (morte), terão as formas
de sua aparência, que são o ódio,
o desprezo, o irracionalismo, a
traição, a maldade, a perversidade, etc. ou seja, terão a forma
de sua aparência na carne.
Comidas: pipoca regadas com mel,
coco seco fatiado e regado com mel,
batata-doce roxa cozida e regada
com mel, bistecas ou fatias de carne
de porco regadas com azeite de
dendê
Bebidas: água em copos, vinho
branco licoroso, licor de hortelã
Toalhas, fitas, pembas: nas
cores, branca, preta e vermelha
Metal e Minérios: Chumbo.
Chacra: Básico ou Raiz.
Essência: Telúrica (da terra).
Data Comemorativa: 02 de novembro, Dia de Finados.
Pedras: ônix preto, carvão
fossificado, fóssil de amonite, mica
biotita, obsidana negra, pedra da
cruz.
Outros elementos: sal grosso, búzio preto, ágata preta, caramujos,
palha da costa, cajado, xaxará e
pano da costa. Tudo oferendado no
campo santo (calunga pequena)
beira mar (calunga grande).
Ervas: de alho; casca de cebola;
erva de bicho; garra do diabo;
mamona roxa; olho de cabra;
peregum roxo; picão; valeriana.
Alcachofra (folhas); sete sangrias;
trapoeraba (ou coração roxo);
manjericão (comum); manjericão
roxo; noz de cola (obi seco);
verbena; folhas de beterraba;
Saudação: Atotô meu Pai Omolu yê!
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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N
a edição passada falamos do Sagrado
Trono da Fé. Nesta edição do JUS
falaremos um pouco sobre o Sagrado
Trono do Amor.
Falar de Amor é falar de um dos sentimentos ou sentidos mais sagrados e maravilhosos do nosso Divino Criador.
O Amor, quando visto de uma forma
Mágica através do Trono Amor, é transcender a palavra em si e sentir o que não
pode ser explicado em palavras.
Quando se sente Amor, seja ele pela
vida, por uma pessoa, pela família, por Deus,
pela sua religião, pelas coisas mais simples e
singelas que a vida constantemente nos dá,
estamos dentro do Trono Feminino do Amor
(na Umbanda Mãe Oxum).
Neste Trono, um dos principais fatores
de atuação é o fator agregador. Isso significa que este Trono de Deus agrega toda a
criação de Deus, une desde o micro ao macro
dentro deste mistério do amor.
Esta união se da de forma infinita por
toda a Criação, desde moléculas ínfimas até
sistemas Planetários inteiros, é o Trono da
O
s fatos narrados a seguir
são reais, presenciados por esta escriba
e podem chocar os incautos.
Inicia-se o ritual da Umbanda em minha
gira. Saudamos os Orixás e, uma das 150
médiuns ao se levantar logo vai ao chão de
novo. Era Mariazinha de Oxum, cujo nome é
fictício aqui, mas na realidade está ciente do
que eu vou descrever a seguir. Todos em
seus lugares, ao lado de Mariazinha e bem
assustados.
“Meu Deus! Mariazinha foi pega por um
obsessor”! Dizia um, enquanto outro complementava: “É, hoje a gira será pesada”! Com
as mãos estendidas no chão Mariazinha se
contorce um pouco para esquerda e ali, os
temerosos médiuns falam: “É demanda”!
“Será”?
Enquanto isto acontecia sob o olhar dos
comentaristas espirituais, os demais da corrente estavam voltados para o congá, na
parte do ritual que pede a proteção dos
anjos da guarda.
Maravilhosa natureza humana! Mariazinha de Oxum rapidamente se levantou, arrumou os cabelos, ajeitou a saia e cochichando
falou aos colegas: “Perdi minha unha postiça
do pé - coisa que eu, Andréa, jamais pensei
que existisse, “se acharem me devolvam”!
Assim como o medo a imaginação é um
sistema de defesa do ser humano, porém,
também como o medo sem controle, a
imaginação sem fim é causa de muita dor de
cabeça. Nos sistemas lineares, como por
exemplo quando você coloca arroz para
cozinhar, quando você sabe o estado atual
União de Deus.
Quando queremos fortalecer um relacionamento, quando queremos que nossa família
seja mais unida, independente da situação
em que nossa família se encontre, trabalhamos com este Trono,
O Trono Masculino do Amor, que faz paridade com o feminino, é um Trono Cósmico
que corrige todo e qualquer desequilíbrio no
sentido do amor. Na Umbanda corresponde
ao Orixá Oxumaré.
Seus fatores principais são os fatores,
renovador e diluidor.
Então, se estamos em desequilíbrio, se
sofremos a falta de amor seja este amor em
que sentido for, recorremos a este Trono Divino que diluirá todas as nossas dores, renovando assim o sentido do Amor em nossas
vidas, nos recolocando novamente nos
caminhos do Trono Feminino do Amor.
Experimentem acender uma vela cor de
rosa para o Trono Feminino do Amor e pedir
para este Trono trazer este Amor de Deus para
a sua vida, para sua família e para o seu lar e
você irá sentir o Amor de Deus em sua vida!
É claro que quando você acende uma
vela rosa para este Trono e faz uma oração,
aquela que vier em teu coração, é uma ato
de Fé, um ato de devoção a divindade Trono
do Amor, uma magia religiosa que pode ser
feita em sua casa sem iniciação bastando
apenas uma oração para que você se ligue a
este Trono de Deus.
Mas quando se é iniciado em Magia Divina,
esta atuação passa a ser Mágica e atua de
forma potencializada, pois seu campo de ação
passa a ser muito maior no sentido de ter em
suas mãos uma escrita mágica divina,
podendo assim formar espaços mágicos
simples ou mistos que atuarão como portais
vivos do amor em sua vida e fazendo todo
um trabalho maravilhoso, atuando nos mais
profundas camadas energéticas de seu ser.
Para quem não se iniciou em nenhum grau
de Magia Divina, acenda uma vela e sinta o
resultado só através de sua Fé. Se sentirem,
caminhem em direção do sagrado através dos
graus de Magia Divina.
é possível dizer exatamente qual será o próximo estado, no caso arroz cozido. Mas em
sistemas não-lineares, é muito difícil prever o
que irá acontecer no momento seguinte, mesmo conhecendo o presente – justamente
porque ele não é linear.
Certa vez uma menina veio desesperada
pedir para "desfazer" seu pedido anterior que era o de engravidar. A vida tinha tomado
rumo diferente daquele imaginado, então
neste momento não seria mais plausível uma
gravidez tranquila. Exu, conhecedor dos caminhos tortuosos da mente humana, explica
que detentores que somos do livre arbítrio,
podemos sim deixar de querer algo, num
momento em que a vida pede outras atitudes.
Faz parte de nosso desenvolvimento espiritual.
Nossa mente é um cavalo selvagem. Passamos a vida tentando domesticá-la, mas
quando menos esperamos nos seguramos em
sua crina e lá vamos nós correndo sem rumo,
até encontrarmos galhos que nos façam cair
da montaria. Cavalo quando come milho
demais "esquenta" o sangue e fica mais ativo.
Cuidado com o que você vem alimentando
seu cérebro.
Tenho uma amiga que trabalhou no Consulado do Brasil na Alemanha. Pessoa de alto
nível intelectual. Quando fazia palestras se
cercava de livros e os devorava, em busca
de mais elementos que abrilhantassem suas
apresentações. Nunca ficava satisfeita com
seus resultados. Um dia mudou de tática, porque já contava com muito conhecimento. Resolveu que para chegar a um bom resultado
tinha que acalmar seus pensamentos. Retomou seu conhecimento em crochê. Passava
duas a três horas concentrada na linha e na
agulha, tirava o foco da palestra e ao final,
com a mente vazia, conseguia planejar melhor
o que iria falar sobre as estruturas econômicas da Europa.
Então aconselho que em momentos em
que você está muito preocupado com coisas
que realmente não pode resolver /entender
se distraia com outras coisas.
E há um brilhante psiquiatra brasileiro chamado Daniel Martins de Barros que fala o
seguinte sobre nossa mente: "O cérebro é
um sistema complexo, já que nossos 100 bilhões de neurônios geram 100 trilhões de
sinapses, estima-se.
São muitas variáveis independentes (os
neurônios), mas conectadas (as sinapses),
produzindo um sistema não-linear que influencia a si mesmo de diversas maneiras. A mente, ou a consciência, pode então ser entendida como o resultado que emerge desse
sistema. Ela pode, sim, ter uma causa física,
mas ao se configurar como um sistema caótico, torna-se imprevisível e aparentemente
aleatória, onde modificações imperceptíveis
num momento podem levar a transformações
radicas em outro. Tudo isso confere a ela sua
característica essencial de imaterialidade."
Veja que na Umbanda ocorre o mesmo:
uma pensamento errado, quase imperceptível, pode influenciar todo um grupo,
gerando um momento caótico transformando
o que era pra ser um culto tranquilo, em que
você receberia um axé maravilhoso, em uma
fonte de problemas. Se seu vizinho de
corrente, no seu entender está passando
mal, chame um responsável pela organização
da gira e não tire conclusões erradas.
E, filhas de Oxum, evitem as unhas
postiças.
Contatos: [email protected]
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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E
m 1965 meu pai
comprou um imóvel no
bairro de Vila Matilde, em São
Paulo, relativamente barato na época,
para o qual logo nos mudamos.
Poucos dias depois descobrimos que
no imóvel ao lado funcionava um centro
de Umbanda e que, nos dias de trabalho,
ficavam tocando atabaques até a madrugada, mas que não era o único no
bairro, pois ouvíamos toques em vários
outros lugares próximos.
Alguns funcionavam até perto da meia
noite, já outros quase varavam a noite,
mas com todos tocando bem alto. E, por
isto, o preço relativamente baixo pago
pelo meu pai por aquele imóvel, cujo
centro de Umbanda me influenciaria no
futuro, e cujo antigo imóvel foi demolido
muitos anos depois, quando os seus novos
proprietários fundaram no local uma igreja
Evangélica, existente até hoje.
Nessa época eu tinha 14 anos de
idade e nada entendia sobre os cultos
afros porque eles não faziam parte do
meu universo religioso, porque eu era
Católico e só conhecia o centro e o
trabalho do seu Manézinho, sogro de
uma irmã de minha mãe e que era
espirita kardecista na cidade de Garça,
interior de são Paulo.
Também já havia aprendido algumas
rezas com minha avó paterna e com
minha mãe, ambas ótimas benzedeiras
“católicas”, que viviam benzendo quem
as procuravam.
Minha avó morava em São Paulo e
quando ia nos visitar na cidade de Osvaldo Cruz, sempre ensinava minha
mãe, que logo dava uso às novas rezas
aprendidas. Mais que isto, dizer que eu
era conhecedor de algo mais é mentir
ou inventar uma falsa biografia só para
me “mostrar”, tal como já vi certas pessoas fazerem só para se mostrarem superiores aos outros.
Mas, ainda morando no sítio de minha
avó, em Osvaldo Cruz, ouvíamos a cada
mês, no meio da mata próxima, um toque
de tambores que começava depois das
nove horas da noite e ia até de madrugada, só terminando quando o sol raiava.
Os nossos pais nos diziam que eram
os feiticeiros que faziam aquilo de tempo
em tempos.
Também conheci um senhor preto e
bem velho que morava em um sítio meio
distante, mas que era muito procurado
pelos moradores da região, que iam até
ele levando seus filhos doentes ou iam
se benzer com ele, que era muito bom
no que fazia.
Também sabia da existência de benzedores muito eficientes com picadas de
insetos e cobras venenosas ou que iam
rezar nos sítios para afastarem as cobras, que eram uma praga naquela região, de tantas que havia.
E conheci a magia negra “africana”
quando um arrendatário de parte do sitio de minha avó brigou com meu pai,
não me recordo da razão, pois eu tinha
6 anos na época. Mas o trabalho foi
forte e atingiu minha família toda, sendo
que os pães de minha mãe não cresciam,
o feijão azedava com facilidade, criações morriam sem explicação, etc.
Foi nesse tempo que pegamos medo de magia negra, chamada então de
feitiçaria pelos meus pais, vítimas de
um crápula maligno, que participava dos
toques de tambor que ouvíamos de vez
em quando no meio da mata.
O fato é que não sabia de muita
coisa quando nos mudamos para a nossa casa ao lado de um centro de Umbanda, isto em 1965 e até sentia certo medo da “gritaria”, que acontecia dentro
dele nos dias de gira.
Conheci de fato o Espiritismo aqui
em São Paulo e me descobri médium de
incorporação, onde quem primeiro incorporou foi um espírito todo travado,
e que depois, já na Umbanda, descobri
que era um Exu.
O Espiritismo, eu procurei entender
através da leitura de muitos livros, tanto
de Chico Xavier quanto de outros ótimos
autores espíritas.
A Umbanda, eu procurei entender
através da leitura de livros de autores
umbandistas, mas não era fácil, pois eles
se contradiziam em vários pontos e me
deixavam em dúvida quanto a certos
pontos, até hoje pomos de discórdias
entre as várias correntes umbandistas,
agora comigo também metido no meio
desta encrenca sem um fim próximo.
Em 1986, já com um Centro de Umbanda aberto no porão do sobrado onde
eu residia, no bairro do Jardim Hercília
em São Paulo, senti a necessidade de
estudar a Umbanda e fui até o Pai Ronaldo Linares, que eu já conhecia porque comprava artigos religiosos em sua
loja, localizada ainda hoje em São Caetano do Sul, SP, e me matriculei no curso
ministrado por ele na sede da FUGABC,
que era de preparação sacerdotal.
Esse fato é corriqueiro dentro da
Umbanda, onde primeiro abrimos o centro recomendado pelos nossos Guias e
só depois corremos atrás de aprender
com quem se dispõe a nos ensinar o
que não aprendemos nos terreiros que
frequentamos, tudo por falta de tempo,
uma vez que os trabalhos tomam todo
o tempo dos dirigentes deles.
Terminei o curso de sacerdócio em
1988 e me filiei à Federação do Pai
Ronaldo Linares, meu pai no Santo ou
Pai Espiritual, pelo qual tenho muito carinho, admiração e respeito, tanto por
ele ser como é quanto pelo muito que
ele já fez pela Umbanda e pelos umbandistas, entre os quais me incluo porque
aprendi muito com ele.
Aprendi sobre a Umbanda e sobre
seus fundadores,
O nosso saudoso Pai Zelio Fernandino de Moraes e sobre o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas. Também,
através de Pai Ronaldo, conheci pessoalmente as filhas de Pai Zelio, Mãe Zélia e
Mãe Zilméia, ainda que só de passagem,
muito rapidamente. Mas foi o suficiente
para amá-las e admirá-las e nutrir até hoje
por elas um respeito que não sei explicar,
pois as tenho em alto conceito em meu
íntimo.
Nunca fui conhecer a tenda do Pai Zélio
ou ele pessoalmente, mas quando ouvia o
Pai Ronaldo falando sobre ele, para mim
era como se ouvisse falar de um conhecido
meu, ainda que distante no tempo.
Como explicar isto, não sei. Revelar que
recebi várias vezes a visita do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas em minha
casa, quando eu estava psicografando e
que recebi estímulo e proteção do Pai Espiritual da Umbanda, não sei se alguém acreditará. Mas isto é um fato em minha vida,
principalmente quando os adversários me
atacavam com fúria e ódio através dos
meios que possuíam, tentando desacreditar
minha vasta obra mediúnica, a primeira
realmente psicografada na Umbanda.
Dizer aqui que até hoje tenho o apoio
espiritual do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas em relação à minha obra mediúnica e ao trabalho que desenvolvo em
favor do crescimento da Umbanda, que
acredite quem quiser, porque é a primeira
vez que estou revelando de público.
O que tenho a dizer é que, para mim,
os fundadores da Umbanda estão definidos
e tanto escrevo quanto ensino que foram
o saudoso Pai Zélio Fernandino de Morais e
o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Na minha mente não há confusão ou
discórdia porque tudo está muito bem
definido. Mas, quem quiser alimentar esta
polêmica e ficar tentando negar-lhes tal
mérito e primazia, eu peço que fiquem à
vontade e escrevam e ensinem o que bem
entenderem, mas me deixem de fora de
suas polêmicas sem fim, porque não vou
entrar nelas mais, gastando tempo e paciência com quem não tem nada mais importante para fazer na vida
Só não se esqueçam de que, em religião, somos responsáveis pelo que escrevemos e responderemos a um poder superior assim que desencarnarmos.
E pagaremos muito caro por toda distorção da verdade que propagarmos aqui
na Terra.
Trecho extraído do livro,
ainda não publicado por mim, denominado
“Memórias de um Médium”.
E-mail:
[email protected]
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
Página -10
A
S
audações! Quais os limites para o conhecimento?
Quais são os nossos limites para ensinar?
E para aprender?
É possível aprender um instrumento musical através de
vídeos? O sagrado é corrompido fora das paredes do templo?
Tecnologia e Religião podem se fundir? Interagir? Corroborar para uma nova era, um novo tempo e uma nova realidade?
A UMBANDA EAD já vem respondendo muitas destas
questões e provando que o sagrado está em nós. Que ensinar
e aprender são, acima de tudo, uma busca, um movimento,
uma ação.
Após cinco anos de amadurecimento neste método de
ensino, nos vem um novo desafio: Será possível um curso de
curimba pela internet? Sabemos que a transmissão do saber
é possível, mas a dúvida é: Como transmitir a energia do
tambor? O calor da voz? O espírito do Ogã?
Então vem também a constatação de que som é vibração,
está em tudo, envolve a tudo e é naturalmente mais captável
do que teorias intelectuais ou coisas do tipo.
Foi então que propus ao Mestre Severino, meu irmão de
muitos anos, se toparia tal empreitada. De pronto ele manifestou dúvida, medo talvez, incertezas realmente.
Você vai conhecer o Severino, é aquele típico "cabra da
peste", nordestino, de opinião forte, engraçado, piadista e
extremamente preocupado com a eficácia naquilo que faz e
se propõe. Faz mais de um ano, fomos conversando por
alguns meses, coincidentemente muitas pessoas foram lhe
dando impressões do trabalho da UMBANDA EAD, pronto, o
boca-a-boca é invencível.
Até que já propondo sem acreditar muito, ele topou,
fechado, vamos encarar a empreitada, vamos inovar, vamos
provocar, vamos contribuir!
Assim foram meses para preparar tecnicamente a estrutura para um curso deste. Equipamentos, instrumentos,
tecnologias, enfim. Começamos a gravar.
Data definida, então começamos a editar e à medida que
ia editando, ia treinando na mesa,
fazia o "preview" e batia na mesa.
INCRÍVEL! É contagiante, envolvente e de fácil aprendizado.
CURIMBA E CANTO PELA
INTERNET é uma realidade!
São novos tempos, as tecnologias estão aí para nosso dispor. O uso que fazemos
dela é o que determina sua utilidade.
Sou grato a Olorum por me permitir ser
parte deste tempo, meu pai biológico não sabe, mas o fato
de eu ter crescido na sua oficina de computadores formatou
o que sou hoje neste grande experimento da união entre
FÉ e TECNOLOGIA.
Estou emocionado, este texto era para ser apenas um
"oi, seja bem vindo", mas preciso dizer estas coisas...
Agradeço Mestre Severino por ter acreditado no projeto, sem medir esforços, juntos estamos trabalhando arduamente para que você tenha o melhor neste curso.
A você, aluno, minhas mais respeitosas reverências,
acredite, nada disso teria sentido sem você acreditar e
estar aqui. Não existe outro motivo que você para tudo
isto existir. Não é mais um sonho, uma suposição, é realidade,
podemos isso, então podemos muito mais.
Temos aqui irmãos de todos Estados, de outros países,
já são milhares, pense... Quantos corações envolvidos,
quantas dúvidas respondidas, quantas almas despertadas
para a luz do saber, da autonomia, da liberdade consciencial.
Obrigado, Namastê, Omojubá, Axé, Motumbá, Kolofé,
Saravá! Vamos estudar, vamos vibrar nossos terreiros com
toques e cantos harmônicos, com conhecimento de causa,
com propriedade. Que soem os tambores, que Aruanda
dance conosco, que Oxalá nos ilumine!
E
m Roma, antes de Cristo, o dia 15 de Novembro era dedicado à celebração e
culto da deusa Feronia, divindade cujo prefixo FER passou a significar
FERtilidade, abundância, colheitas generosas em todos os sentidos da vida.
Nesta data, junto com a farta distribuição dos produtos das
safras, havia a cerimônia pública de libertação de escravos e
cativos que se realizava durante a gigantesca festa dedicada a
Feronia no Campo de Marte, em Roma, e nos templos a ela
dedicados em torno do Monte Soracte, na Etrúria mais ao norte.
Era a popular e venerada “santa padroeira” dos lavradores e dos
escravos que constituíam a grande massa da sociedade romana.
No maior de seus santuários ao pé do Monte Soracte, homens
honrados de certas famílias andavam com os pés nus e sem se queimar sobre as
brasas ardentes e cinzas de uma grande fogueira feita com pinheiros trazidos
pelos incontáveis devotos de Ferônia. As famílias a que esses homens pertenciam
tinham o nome de Hirpi Sorani, os Lobos do Soranus. Para recompensar a devoção
e os serviços prestados à comunidade ao longo do ano o Senado Romano os
tornara isentos, por uma decisão especial, do serviço militar e de todos os encargos
públicos. Essa travessia sobre as brasas ardentes impressionava vivamente a
multidão e era sinal da superioridade dos sacerdotes.
Axé a Todos e um Ótimo e Generoso 15 de Novembro (Aniversário da
Umbanda, Proclamação da República e Dia de Feronia)
Enviado por Vanderlei Alves - Contatos: [email protected]
Rodrigo Queiroz – Coordenador Umbanda EAD
Contatos: [email protected]
A
ntes de deitar-se, ajoelhe-se e
clame a Pai Ogum, pedindo-lhe
permissão para fechar o ambiente em que vai dormir com seu símbolo e
energia.
Levante-se e virado para a porta
do quarto, estenda sua mão direita com
as palma virada para a parede e visualize um fluxo de energia que sai de
sua palma e atinge essa parede.
Quando o fluxo de energia atingir a
parede, desenhe com a energia uma
estrela de cinco pontas, vire-se para a
direita e repita na outra parede o procedimento e faça isso com os outros dois
lados, sempre virando para a direita.
Quando as quatro paredes estiverem com os símbolos, vire-se novamente para a primeira parede, levante a
máxima socrática é o que mais se
apodera do meu ser: “a única coisa que sei, é que nada sei”. Não
se trata de autoestima baixa, ou baixa
autoestima, pois quem trata deste
assunto para mim é meu terapeuta.
Oras, você, um caipira, faz terapia? É louco, ou o que? Diriam os preconceituosos e ignorantes de plantão.
Mas o fato de ser um socrático não
me impediu de procurar o conhecimento, pelo contrário, e nisso não fugi.
Estudei, fiz quatros pós-graduação, um
MBA, porém o que me fascina mesmo é
a literatura, teatro, cinema, dança, etc.
Não me cerco de pudores em tecer
comentário acerca de uma obra, de um
filme, de uma peça, mesmo não entendendo patavina de nada, uso de minha
sensibilidade, se gostei ou não, é
comigo. Lembro-me bem de quando li,
não, apenas tentei ler, Ulisses de James
Joice. Foi uma catástrofe, pois não consegui terminar de ler, simplesmente.
Numa matéria do jornal Folha de
São Paulo, alguns ilustres elegeram os
100 maiores livros da de todos os tempos. Foi quando li que Valter Ceneviva,
colunista da folha para assuntos jurídicos, jamais conseguiu ler Ulisses, pois
achava uma chatice sem tamanho.
Fiquei confortado, e segui em frente, me apaixonei por alguns autores,
outros nem tanto, mas jamais os larguei.
Tive a imensa alegria e oportunidade de ter uma das experiências mais
gratificantes de minha vida ao assistir,
algumas, óperas no Teatro Municipal.
O teatro foi paixão a primeira e
segunda vista, e conheci também o
universo shaskesperiano, ao qual co-
mão para o teto e desenhe o símbolo
nele e depois, na mesma posição,
desenhe no chão também.
Após tudo isso feito, visualize uma
esfera azul escuro na altura de seu
chacra laríngeo (garganta) e recitando
a palavra ORDEM, expanda essa esfera para que ela preencha todo o ambiente. Faça isso por alguns minutos, sempre recitando a palavra ORDEM.
Agradeça a Pai Ogum e clame a Ele
que mantenha o ambiente inundado de
energia, selando-o e protegendo-o.
Deite-se, relaxe e realize suas práticas de desdobramento astral com
tranqüilidade.
Que a Luz de Papai Oxalá ilumine
seus caminhos!
Contatos:[email protected]
nhecia apenas por livros e outros dramaturgos sensacionais, como Nelson
Rodrigues, um dos meus preferidos.
Quando entrei e conheci a Umbanda nada me foi falado acerca de estudos
e nem mesmo incentivado para tal, porém um livro de maneira que só os menos céticos acreditam, chegou à minha
mão e posso afirmar, do nada.
Tratava-se de nada mais, nada menos, que O Guardião da Meia Noite,
que devorei em três dias e como muitos,
me apaixonei pelo livro e pelo autor,
ainda desconhecido para mim e que não
abandonei mais.
Quase que concomitantemente encontrei Alexandre Cumino e seus cursos
maravilhosos: Teologia da Umbanda,
Magia do Fogo, Magia das Pedras, Ervas, Sacerdócio, etc. Pessoa da mais
alta qualidade, bom caráter, humilde,
culto, inteligente, profundo estudante
e conhecedor da Umbanda, e principalmente, de uma maturidade espiritual
sem tamanho.
Trata da Umbanda com amor, devoção, seriedade, e não se cansa de estudar e se aprofundar nos estudos sobre
Umbanda e fruto de tudo isso são dois
livros maravilhosos e um terreiro que
funciona como sinfonia, sem problemas, sem egos inflados, sem médiuns
despreparados na corrente dando problemas, e quando acontece o sacerdote não confia esta sua responsabilidade aos Guias.
Enfim, apesar de ser um socrático
e sabendo que nada sei, absolutamente nada me impede de buscar conhecimento.
Contatos: [email protected]
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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S
alve sagrado leitor. Salve irmãozinhos e irmãzinhas em Jurema.
Eu posso dizer que faço o que mais
gosto, e gosto muito do que faço. O
trabalho com as ervas foi substituindo
meu campo de formação original, fui durante alguns bons anos um profissional
de exatas, mais precisamente trabalhando com tecnologia da informação.
Esse trabalho tem completado os campos
de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para que eu próprio me
encontrasse, conhecesse e pudesse
enfim acreditar que eu era capaz de
realizar algo, não apenas para mim, mas
principalmente para meu semelhante.
A Umbanda é religião, é religião do
bem e para o bem. Cresci na Umbanda
e nela me formei como pessoa, e acredito que esse conceito, muito falado ultimamente, sempre esteve nas bases
dessa amada religião.
Entender sua própria religião vem
se tornando matéria obrigatória para
todos nós, praticantes das religiões
naturais, que tem na Natureza sua
base. Não só na natureza de elementos,
mas na natureza humana, como ensinado arduamente pelos guias espirituais
e aprendido de forma empírica, através
das manifestações mediúnicas, dos arquétipos, linhas de trabalho que trazem
em seus traços humanos regionais, uma
forma de expressão que leva a um entendimento maior da nossa própria
origem divina.
Por trás da aparência infante de
uma criança (erê) manifestado em seu
médium, há um campo vastíssimo para
o entendimento de que “renovar é preciso”. Para que tudo possa atingir um
ponto de sabedoria, é preciso constante
renovação, para que as novas energias
se estabeleçam é necessário a alegria
da criança.
Numa floresta, uma árvore começa
a crescer quando, de outra árvore, se
desprende uma semente. Seja dentro
de um fruto caído que irá se desfazer
no solo sobrando apenas a célula
matriz, ou seja por uma flor que, seca,
já não consegue conter seu gene em
proteção. Essa semente cai no solo,
junto com centenas de outras e secam,
adormecem, aguardando o momento
oportuno para completar o ciclo da vida.
Nem todas essas sementes irão resultar
em uma nova árvore, algumas simplesmente irão alimentar o solo com sua
matéria fibrosa e manter a terra nutrida.
Essa sementinha pode ficar ali,
adormecida por anos, até que uma
chuva ou uma ventania quebre o galho
da árvore que a sombreava impedindo
que atingisse a temperatura ideal, e
assim essa semente recebe os raios do
sol, no momento e quantidade adequados que a farão despertar. A água da
chuva se encarregará de afundá-la no
solo para que encontre o melhor ambiente para que, umedecida, banhada
pelas águas da vida, e protegida no
útero da mãe terra, tenha vida em si.
Essa pequena semente irá despertar, germinar, devagar mesmo, colocarse para fora da terra e simplesmente
esperar. Esperar as condições adequadas para que cresça com consistência.
Passará por outras chuvas, ventanias, secas, enfim, mas resistirá sem
crescer muito, pois afinal, está sob a
sombra da grande árvore.
Assim como ela, a semente, outras
tantas milhares, de espécies, formas e
gêneros diferentes estão em mesma
condição. Não tem escolha própria, pois
não é próprio das arvores escolher o
certo ou errado, isso está proporcional
ao ser humano, mas às árvores está a
busca pela sobrevivência encontrando
com suas raízes as melhores condições
para se nutrir de água, às folhas a luz e
abrigo aos efeitos do tempo. Está à elas
direcionar seus galhos para que absorvam em equilíbrio, o melhor dos raios
ESCOLA DE BARALHO CIGANO
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do sol. Essa jovem árvore luta com todas
as forças para sobreviver dentro dessas condições.
O tempo passa e aquela que doou
essa e outras tantas milhares de células
originais para que a vida continuasse,
vai cedendo à força do ciclo da vida e
sabe, pois o saber é próprio da natureza, que seu tempo irá terminar com o
inicio do tempo de suas herdeiras.
Não resiste mais, apenas percebe
a mudança das estações com sabedoria. Entende que a qualquer ventania
mais forte cumprirá seu destino, e inexorável, vem abaixo, levantando a terra com
suas raízes tiradas à força do
solo, e vai arrastando pequenos arbustos e outras
arvoretas para baixo de si
para que cumpram também
seu papel nessa sociedade
de imanência divina.
Só agora, com essa
árvore caída no meio da
floresta é que pode-se
perceber a vida que havia
nela, o grande formigueiro
formado no caminho das suas
raízes, aranhas e outros seres que terão
que procurar outros meios, pois sua
zona de conforto já não é mais.
Ai está a árvore mãe, a grande jurema, a força que no passado manteve
essa terra firme, que foi abrigo para
seres das mais variadas espécies, que
seja nos entroncamentos dos seus
galhos, nas cascas do seu tronco ou no
orvalho acumulado em suas folhas;
esses se abrigaram, alimentaram e
perpetuaram também as suas famílias.
Ai está a grande jurema com seu
papel cumprido. E eis que, a que outrora
era pequena guerreira da sobrevivência, passada a turbulência, olha pra cima
e vê que agora o espaço de crescer é
seu, e se tornará então, a árvore capaz
de abrigar os descendentes dos seres
que já foram abrigados pela grande árvore.
Se nutrirá por muito tempo daquela
que agora a única função será orgânica,
decomposta na terra continuará alimentando a floresta.
Sua vida relativa, a que chamamos
de imanência é absorvida por todo o
conjunto vivo da mesma espécie. Absorvido pelo espírito da mata, a força viva
de Jurema, o grande foco da energia
vegetal.
Cumpriu seu ciclo dentro da natureza, e essa teve a sorte de não ser cortada pelo homem, tendo assim interrompido sua trajetória e projeto divino.
Essa é uma das milhares de histórias
boas de serem contadas na mata, ao
redor de uma fogueira, ao sons de tambores e flautas. E o que ela tem a ver
com a gente? Tudo!
Aqueles que criticam o estudo na
Umbanda, vilipendiando o trabalho alheio,
encontrando defeitos onde tentam apenas levar uma pontinha de conhecimento
são verdadeiros predadores da natureza
humana, que busca sempre a evolução,
cada ser da sua forma.
Nosso livro sagrado é escrito todos
os dias, de um por do sol a outro, em
cada ciclo da natureza.
Há cento e três anos, Pai Caboclo
das Sete Encruzilhadas despontou como
o anunciador da Umbanda. Pai Zélio não
agradou a todos, assim como o Cristo
também não, assim como Sidarta e outros grandes mestres. Mas os que entenderam o chamado, tornaram-se pequenas árvores crescendo à sua sombra, e depois fizeram sua parte.
Boas árvores dão bons frutos, essa
é a lei. Pense nisso com carinho. Hora
somos a pequena árvore esperando a
oportunidade para crescer, hora devemos criar essas oportunidades.
Verdadeiros mestres formam outros
mestres, ensinam o que sabem, aprendem quando ensinam, se divertem com
o seu trabalho, e se renovam para cumprir o ciclo da vida.
Parabéns Umbanda pelos seus 103
anos, Salve Pai Zélio de Moraes, Salve
Pai Caboclo das Sete Encruzilhadas. Sua
semente germina!
TEMPLO DE DOUTRINA UMBANDISTA
PAI OXALÁ E PAI OGUM
MAGIA DO FOGO
SEGUNDA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00
SACERDÓCIO DE UMBANDA
TERÇA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00
DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
QUINTA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00
SÁBADO: Das 14h00 às 16h00
MAGIA DIVINA DAS SETE PEDRAS SAGRADAS
SÁBADO: Das 10h00 às 12h00
Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi
Rudge Ramos - S.B. do Campo
Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
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CURSO DE ATABAQUE
(CURIMBA) TOQUE E CANTO
TAMBOR DE ORIXÁ
COM SEVERINO SENA, HÁ 14 ANOS FORMANDO OGÃS E INSTRUTORES.
Q
uer falar sobre Pombagira? Comece
falando do seu íntimo. Porque Pombagira entra no íntimo das pessoas e
revela o que ali está escondido. Mas é para
ajudar!
O que fica escondido? Só aquilo que não
queremos ver dentro de nós e, por isso mesmo, escondemos dos outros também. São
os recalques, as frustrações, as mágoas,
até o ódio, muitas vezes. Empurramos todo
esse lixo psíquico pra debaixo do tapete,
deixando de fora tudo bem arrumado... Só
que um belo dia, um ventinho de nada
levanta a ponta do tapete e aquilo tudo fica
de fora... Chegou a hora da faxina!
Tem gente que põe tanta coisa debaixo
do tapete que não consegue mais andar com
equilíbrio, fica tropeçando nos montinhos de
sujeira. Pra quê isso? De onde vem essa
mania de “perfeição”? E é perfeição, ou é
hipocrisia?
Porque muitas vezes a criatura esconde
bem suas mazelas e sai apontando o dedo
para os outros, acusando e discriminando
com uma força que dá medo!
Pra se viver é preciso coragem.
Coragem de se olhar e reconhecer quem
foi, quem gostaria de ser e quem “está
sendo”. Porque nem sempre isso vai bater,
podem aparecer “muitos eus” diferentes.
Tantos, que a pessoa não encontra mais
paz e contentamento em nada e com
ninguém. Pudera! Se ela está tão dividida
assim, qual dessas partes é a real? Provavelmente, nenhuma...
Quem não se reconhece não está existindo de verdade. É só faz de conta.
Pra se reconhecer é preciso coragem.
Pra se aceitar é preciso coragem.
Pra mudar aquilo que não corresponde
ao seu querer verdadeiro é preciso coragem.
E Pombagira traz essa coragem, essa
força de viver. Pombagira não tem meias
palavras. Porque aquele que chega à frente
de Pombagira, é porque já tentou de tudo e
nada conseguiu. Então, Pombagira não pode
mentir e falar meias verdades.
Pombagira não é a dona da verdade.
Ninguém é. Mas Pombagira fala a Vontade
da Lei Maior, que comanda tudo e todos.
Pombagira é só a mensageira.
Pombagira traz a mensagem para aqueles que se perderam nas encruzilhadas de
dentro de si mesmos e, por causa disso,
também se perderam nas encruzilhadas da
vida. Se você não está perdido em si mesmo,
então vai achar o caminho, mesmo diante
de todas as encruzilhadas.
Mas quem não sabe direito quem é, o
que está fazendo por aqui da sua vida e o
quê quer para a sua vida, então aí o resultado é juntar lixo. Lixo emocional, lixo mental,
lixo psíquico.
E o que tem nesse lixo? Só lixo...
São as frustrações, as decepções, as
tristezas acumuladas, os rancores contra si
mesmo e os outros. Não servem pra nada.
A não ser que a pessoa examine a causa
daquilo e combata A CAUSA? e não a si
mesma e nem aos outros. Os outros têm lá
suas encruzilhadas internas e muitas vezes
nos magoam por estarem perdidos também.
O único jeito de acabar com isso é revirar
o próprio lixo. Algumas coisas podem ser
recicladas. A tristeza vira choro, depois vira
pé no chão, depois vira atitude nova, pra
depois trazer vida nova. A frustração vira
olho aberto, depois vira tomada de consciência, depois vira responsabilidade pelo
engano cometido, depois vira senso de
realidade, depois vira estudo, depois vira
renovação das capacidades, pra então
trazer sucessos. E assim vai.
Pombagira conhece a escuridão que
mora nas almas porque já passou por ela.
Pombagira já errou muito e aprendeu com
os erros. Pombagira aprendeu também a se
perdoar por ter errado, buscou coragem
para recomeçar e recomeçou.
E agora Pombagira vem convidar a todos
que guardam escuridão em seus corações
para uma conversa amiga e franca: vamos
remexer esse lixo? Vamos reciclar o que pode
ser reciclado? Vamos queimar o que não
presta pra nada?
Se você tem coragem de começar,
venha! Se ainda não tem, venha de qualquer
modo, pois juntos nós vamos encontrar essa
coragem. Estímulo não falta em Pombagira!
Então, venha! Vamos rir um pouco
dessas bobagens, e vamos trabalhar pra
melhorar. No fundo, no fundo, tudo isso são
bobagens. Rindo, a gente vai desfazendo
todas elas. Depois, é só fazer por onde ser
feliz...
Saravá! Axé e até...
Querendo, a gente se encontra...
Maria Padilha
NOVAS TURMAS! HOMENS E MULHERES!!! Esta é
a sua oportunidade de aprender canto e toque na
Umbanda, para guias e Orixás!!!
SEM TAXA DE MATRÍCULA: Toques: Nagô, Ijexá,
Angola, Congo e Barra Vento
SEGUNDAS-FEIRAS, DAS 19H20 ÀS 22H30
CEIE - CENTRO DE EST. INIC. EVOLUÇÃO
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ADQUIRA O CD “A Umbanda canta
para as Yabás Obá, Oyá e Egunitá”
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DA
JUREMA
TEMPLO ESCOLA “VENTOS DE ARUANDA”
Cursos Ministrados por Adriano Camargo
• Curso de Ervas: Manipulação Ritualística 1, 2, 3, 4 e 5;
• Ervas na Umbanda;
• Magia Divina das Sete Chamas;
• Magia Divina das Sete Pedras;
• Magia Divina das Sete Ervas;
• Magia Divina das Sete Raios;
• Teologia de Umbanda; • Sacerdócio de Umbanda.
Informações e Inscrições:
P
ombagira assim como Exu não é Demônio e muito
menos "moça da rua" como muitos julgam.
Pombagira não é Exu feminino, Exu é Exu e Pombagira é Pombagira, ela é um mistério Divino em si mesma.
Exu e Pombagira se completam.
Elas também descem as nossas trevas interiores e
ajudam a redimir nossos desequilíbrios. A função delas
não é fazer "Amarrações amorosas" como equivocadamente as pessoas pensam, elas atuam para que as
pessoas desenvolvam o amor dentro de si, pois só assim
descobrirão o seu real significado.
Vou citar algumas lições que tive, com a senhora
Pombagira, que comigo trabalha:
• Como guia espiritual da esquerda, nós espelhamos
os sentimentos de voces, mas também esgotamos os
negativismos de cada um, desde que voces queiram;
• Cada um atrai para si os seus afins;
• Quando há uma atuação da Lei Maior e da Justiça
Divina em alguém, enquanto essa pessoa não pedir
perdão, de coração, nada poderá ser feito, e nesse
caso voces estão impedindo que um bem maior seja
feito para voces;
• Não se pode mudar ninguém, a pessoa só muda
quando quer mudar, as entidades trabalham, conversam, falam, orientam, apontam o que está ocorrendo e
as pessoas voltam para os atendimentos com os mesmos
problemas porque não aceitam que são responsáveis
por tudo que está acontecendo com elas;
• Antes só que má acompanhada;
• As pessoas que pedem para as Pombagiras trazerem ou amarrarem homens ou mulheres para elas, não
entenderam ainda que essa não é nossa função, por
isso digo que merecem ficar sozinhas, porque são
pessoas incapazes de atraírem alguém por si mesmas,
pelo simples fato de não possuírem amor dentro delas.
As pessoas precisam aprender a se amarem, a se
respeitarem e não devem sair por aí fazendo rezas,
simpatias e amarrações para ter alguém ao seu lado.
É se amando que se atrai o amor. Quando falamos
isso para as pessoas, algumas não entendem e ainda
saem brigando com a Pombagira, e para essas pessoas
eu digo: A porta da rua é serventia da casa, se voce
não está pronto para aprender a se amar, então não
venha me pedir o amor.
Portanto, antes de culpar Pombagira por seus
atos, estudem, procurem conhecer esse mistério
Divino, livros para isso não faltam, e eu recomendo
para leitura: Livro de Exu - O Mistério Revelado;
Orixá Pombagira - Fundamentação do Mistério na
Umbanda. Os dois livros são da autoria de Rubens
Saraceni, publicados pela Editora Madras.
Deixo aqui mais um agradecimento :
Muitas lições tenho com essa adorável Pombagira
de trabalho e sou muito grata.
Acho lamentável quando as pessoas não conseguem captar os ensinamentos que as entidades
espirituais, sejam as que trabalham conosco ou com
nossos irmãos, nos transmitem... mas cada um ao seu
tempo. Como diz o ponto de umbanda:
" Ela é sincera, ela é de verdade
Mas cuidado amigo que ela não
gosta de Falsidade.."
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Página -14
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011
Página -15
Contatos:[email protected]
R
epasso firmeza e ativação ditada
pelo Marinheiro Bartolomeu, um
marinheiro que atua no campo da
Renovação.
Risque a ancora como o desenho
abaixo:
E monte os
elementos na
firmeza:
1- Vela branca
em cima
2- Vela azul
clara na direita
3- Vela azul
escura na
esquerda
Pote de louça com sal grosso, sete
búzios claros e água no centro
Ajoelhe-se diante da firmeza e
realize a ativação abaixo:
Divino Criador Olorum, Sagrada
Mãe Iemanjá, Sagrados Orixás, Povo
do Mar, Senhores Marinheiros:
Clamo por vosso auxilio, amparo e
proteção. Peço-lhes que essa firmeza
seja ativada e que através dessa firmeza, seja aberto um vórtice energético
por onde todo tipo de energias
negativas, miasmas, larvas astrais
formas pensamento e implantes possam
ser descarregados, retirados de nossos
campos energéticos, de nossos sete
corpos e purificados.
Que espíritos obsessores, vampirizadores, zombeteiros e sofredores
ligados a nós possam ser envolvidos,
curados e re-encaminhados na Criação.
Que possamos receber as bênçãos
do Mar, gerando energias de cura, regeneração e fortalecimento de nossos
espíritos. Gerando em nós a capacidade
e vontade de melhorar e evoluir.
Gerando em nós a força para buscar novas oportunidades e negócios.
Gerando em nós a renovação de nossos
emocionais de nossos pensamentos e
comportamentos.
Gerando em nós a criatividade e a
percepção da realidade do espírito.
Gerando em nós o amor incondicional
ao próximo e pela Vida.
A
Equilibra e protege nossas relações
familiares. Equilibra e protege nossas
casas e nossos trabalhos
Que possamos gerar a harmonia
em nosso caminhar e renovar nossas
vidas em todos os sentidos
Amém
Realizada a ativação, irradie com
as duas mãos em direção a firmeza e
finalize agradecendo a Deus, Iemanjá
e a Linha dos Marinheiros.
INÍCIO
Onde você estiver, é sempre o início. É por isso
que a vida é tão bela, tão jovem, tão virgem.
A
A
A
A
A
A
A
A
Umbanda é coisa de Preto,
Umbanda é coisa de Branco,
Umbanda é coisa de Amarelo,
Umbanda é coisa de Vermelho,
Umbanda é assim, para todas as raças,
Umbanda é coisa de Velho,
Umbanda é coisa de Novo,
Umbanda é assim, para todas as idades.
A Umbanda é o Ar, é a Terra, é o Cheiro da Chuva,
é o Sol é a Lua, A Umbanda é o som dos Atabaques,
é o Canto dos seus Filhos, A Umbanda é assim,
é de Cheiro, é de Toque, é o Canto.
A Umbanda é o Bem, apenas o Bem, A Umbanda é
a Caridade, é a Humildade e acima de tudo a Sinceridade,
A Umbanda é assim, a Bondade, apenas a Bondade.
A Umbanda é o Caboclo, o Preto Velho, a Criança,
A Umbanda é o Boiadeiro, é o Baiano, é o Cigano,
A Umbanda é o Marinheiro, é o Exu, é a Pomba Gira,
A Umbanda é assim, a união de forças para
combater a maldade,
Salve a Umbanda, Salve sua força, sua magia,
Que nossos Guias e mentores, possam perseverar
em sua missão...
LEVAR SEMPRE ADIANTE A BANDEIRA BRANCA
DE NOSSA QUERIDA E AMADA UMBANDA.
Quando você começar a pensar que algo
está completo, começará a ficar morto. A
perfeição é morta; assim, os
perfeccionistas são
suicidas. Desejar ser
perfeito é uma maneira
indireta de cometer
suicídio.
Nada jamais é perfeito,
não pode ser, porque a
vida é eterna. Nada jamais se
conclui; não existe conclusão na vida
— apenas pontos cada vez mais
elevados. Quando você atinge um
ponto culminante, um outro está
desafiando-o, chamando-o,
convidando-o.
Assim, lembre-se sempre de que onde você estiver é
sempre um início. Então você sempre permanece uma
criança, você permanece virgem. E essa é toda a
arte da vida: permanecer virgem, permanecer novo e
jovem, não corrompido pela vida, não corrompido
pelo passado, não corrompido pela poeira que
normalmente se junta nas estradas da jornada.
Lembre-se: cada momento abre uma nova porta.
Isso é muito ilógico, porque sempre pensamos que,
se houver um começo, deverá haver um fim. Mas
nada pode ser feito. A vida é ilógica: ela tem um
começo, mas não tem um fim. Nada que está
realmente vivo jamais termina, mas segue
continuamente em frente.
Umbanda é uma religião nova, com
diretrizes que incluem conceitos
de outras religiões, mas que tem
o poder de transmutar realidades
negativas em positivas através de
trabalhos espirituais de guias e Orixás.
Então basta que uma pessoa passe
a seguir a religião para conseguir tudo
o que deseja, fazendo que os guias
trabalhem a seu favor, não interessando a finalidade de seus pedidos,
certo? Errado!
Além de Pronto Socorro Espiritual,
a Umbanda nasceu com o intuito de
trazer luz aos ensinamentos de guias
espirituais que desejam que seus
protegidos alcancem a melhora
espiritual, que cumpram com sua missão
da melhor maneira possível e que
passem pelas provas da vida sempre
aprendendo uma lição – a da sabedoria.
Mas antes disso, deve haver, além
de uma grande vontade, o real desejo
de se melhorar como espírito atuante
entre os demais espíritos e a consciência de que, para que sua missão seja
plenamente cumprida em prol da caridade para com aqueles que o procuram, antes de tudo deve passar por
uma rígida auto-avaliação.
Somente conscientizando-se de
seus defeitos reais, será possível
reavaliar suas posturas diante da vida
- no cotidiano mesmo! -, e efetuar as
mudanças necessárias para o cumprimento de sua missão com sabedoria
e fazendo bom uso do livre-arbítrio.
Tal reforma íntima se faz necessária, uma vez que invariavelmente todos
nós adquirimos vícios desde a infância,
quando ainda não tínhamos a noção
de responsabilidade sobre o que é certo
e errado. Crescemos e continuamos a
repetir atos e apresentando reações
semelhantes às de uma criança de cinco
anos com todas as suas manias e
manhas naturais desse período da
infância.
Muitos médiuns não se dão conta,
mas existe uma grande responsabilidade em passar as mensagens de
um guia para um consulente que lhe
entrega seus problemas, muitas vezes
bastante sérios, e aguarda por soluções imediatas. Pense nisso!
Para que o êxito seja completo, o
canal de comunicação – o médium –
deve estar ao menos com a vibração
positiva o suficiente para que a mensagem seja passada com exatidão.
Caso contrário, interferirá com seus
conceitos e preconceitos, comprometendo todo o resultado.
O ideal é que haja uma preparação
ao menos a partir de um dia antes dos
trabalhos espirituais, com banhos de
ervas, alimentos leves, com assuntos
e pensamentos positivos, evitando
temas pesados (incluíndo TV e internet), brigas e discussões.
Antes dos trabalhos procure, em
silêncio, já entrar em sintonia com a
vibração de seus guias e Orixás,
agradecendo e pedindo proteção e
sabedoria para os trabalhos do dia –
saude, faça uma oração, bata cabeça,
dirija seu pensamento ao objetivo do
dia sem julgamentos, evitando as
famosas “rodinhas de médiuns” –
presentes em quase todos os terreiros
até segundos antes da abertura dos
trabalhos -, com assuntos que
normalmente não acrescentam nada
positivo.
Faça sua parte e garanta o bom
andamento de sua missão espiritual,
gerando cura, amor, crescimento,
prosperidade e sabedoria. Os seus
guias espirituais agradecem.
Nossa capa:
Pieta. Sobreposições de imagens e luzes
do artista plástico Nihal Akbulut.
Página -16
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - NOVEMBRO/2011

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