Maio e Junho - Paróquia do Senhor da Vera Cruz ~ Candal, Vila

Transcrição

Maio e Junho - Paróquia do Senhor da Vera Cruz ~ Candal, Vila
VERA CRUZ
Maio/Junho de 2010
N.º 226
Senhora da Água - 2
Viver com Maria- 3
Junho, mês de festa e animação - 4
Maio na catequese - 5
Ainda acerca do Compasso... - 5/6
Junho, mês de Festa - 7
“O regresso dos pais autoritários” - 8/9
EXPO-CSPCANDAL - 22
Na última semana de aulas para os alunos do 1º Ciclo, realizou-se pela primeira vez neste colégio uma
exposição que intitulamos de EXPO-CSPCANDAL,
onde procuramos reunir e divulgar todo o trabalho
realizado ao longo do ano lectivo.
Palavras para quê?... - 10
Oração a Maria - 10
Afinal, o que é o amor? - 11
Uma Reflexão Para Todos… - 12/13
Missão 2010 - 14/15
ConSenSus - 16
A vida é sempre um bem - 17
Tesouros em vasos de barro - 17
Mãe - 18
Torneio Olímpico Jovem Regional - 18
Aventuras no Zoo de Santo Inácio - 19
Campeonatos Regionais - 19
É tão fixe ser criança... - 20/21
Aconteceu no nosso colégio - 23/24
75 anos do Colégio-Creche N.ª Sr.ª da Bonança - 25
Subida das taxas do IVA - 26
Passatempos - 27
Paróquia do Senhor da Vera Cruz do Candal
Vale a pena ver
Senhora da Água
Também em http://filmedomes.blogspot.com
por Tiago Carvalho
Ouvir e contar histórias é humano. Faz-nos crescer, sentir diferentes experiências, reflectir e, por vezes, ver o mundo com outros olhos. Quando ouvimos uma boa história
somos capazes de nos esquecer de nós próprios e da nossa (às vezes) monótona vida.
M. Night Shyamalan é, para além de realizador de sucesso, um excelente contador de
histórias. Que o digam os seus filhos, uma vez que este filme é inteiramente baseado
num conto criado para eles. Diz o autor que é uma história para adormecer. Sinceramente, tenho as minhas dúvidas.
O Senhora da Água (Lady in the Water) é o filme escolhido para este mês por duas razões:
a relação invulgar que o realizador tem com a água em quase todos os seus filmes, exponenciada neste, sob a forma de conto infantil e o facto de ser uma parábola diferente aos
nossos talentos.
Para a humanidade, água é vida. Todos sabemos que a água é o principal constituinte do
nosso corpo e contribui de forma decisiva para o funcionamento de todas as células de
todos os organismos que habitam o nosso mundo. É também o personagem principal de
todas as fotografias da Terra tiradas do espaço. Eventualmente será também o nome pelo
qual o nosso planeta é conhecido por outras possíveis civilizações no Universo (mas isto
seria outra história).
Para M. Night Shyamalan a água é uma peça fundamental em quase todos os seus filmes.
Representa o ponto fraco de David em “O Protegido” e dos extraterrestres em “Sinais” e simboliza o ponto de viragem da história em “A Vila”. Em “Senhora da Água” a água é
a cola que une todas as peças soltas de um conto de fadas estranho e azul. Um
conto de fadas que começa num local altamente improvável: um condomínio.
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Reza então a lenda que, outrora, o Homem e “aqueles que viviam na água” estavam ligados. Eles falavam do futuro e inspiravam-nos. O Homem ouvia e o futuro tornou-se real. No entanto, o Homem deixou de ouvir e a sua necessidade
de dominar tudo levou-o para o interior. Assim, o mundo mágico dos que viviam
na água e o mundo dos Homens separaram-se. Ao longo do tempo os que viviam
na água deixaram de tentar e o Homem deixou de ter quem ouvir. O mundo dos
Homens tornou-se violento e perdido. No entanto, os que vivem na água estão a tentar
outra vez…
De acordo com a história, Cleveland, zelador de um
condomínio de apartamentos com uma piscina no
centro, está com um problema. Há alguém que, todas as noites, nada na piscina, o que vai contra as
regras estabelecidas. Mal ele sabe que, quem utiliza a piscina todas as noites, é uma narf. Alguém
muito especial, do mundo mágico dos que vivem
na água, que tem uma missão muito importante.
À semelhança das musas que inspiram todos os
grandes poetas e escritores, ela vem inspirar alguém de um dos apartamentos a
M escrever um livro que irá mudar o mundo.
A No entanto, realizar a tarefa e voltar será
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/ impossível sem a ajuda de uma série de
J homens e mulheres, com diferentes poU deres (talentos) que vivem em diferentes
N apartamentos. Para complicar tudo, ninguém sabe ao certo quem são aqueles
que podem ajudar a narf e há forças do submundo que vão fazer tudo para apanhá-la e impedir a sua missão.
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A acção do filme podia passar-se, tanto no condomínio de Cleveland, como no
meu. Seria possível encontrar em qualquer prédio ou simples grupo de vizinhos
FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL
Lady in the Water
REALIZAÇÃO
M. Night Shyamalan
ARGUMENTO
M. Night Shyamalan
INTERPRETAÇÃO
Paul Giamatti
Bryce Dallas Howard
BANDA SONORA ORIGINAL
James Newton Howard
ANO: 2006
DURAÇÃO: 110 min
PAÍS: EUA
os talentos de que a narf precisa.
Quantos de nós não conhecemos:
- o “ouvinte” - aquele que pacientemente escuta os outros, como se
na sua vida não existissem problemas que cheguem;
- o “escritor” – que, inegavelmente,
todos sabem que poderá um dia
mudar o mundo;
- o “curandeiro” – que procura resolver os problemas de todos;
- o “grémio” – que é aquele grupo
de vizinhos que se juntam amiúde
e combinam actividades em conjunto;
- o “intérprete” – que vê sempre
outro significado nas atitudes e
conversas dos outros vizinhos…
Caro leitor(a), peço desculpa se te
trato com esta confiança mas, será
que com o meu talento, mais o teu
talento e sim, o talento desse em
quem estás a pensar e o talento
de outros mais que a nós se juntem, não poderemos mudar um
bocadinho o mundo? Ou será que
estamos à espera que uma narf
nos caia no colo? E será que já não
caiu? Tens estado atento(a)?
Acho que, mais do que uma história
para adormecer, vai ser algo em
que irei com certeza pensar quando, nas férias, estiver no rio, no mar
ou na piscina…
Viver com Maria
por Ilda Correia
Em plena Primavera, no mês dedicado por excelência a Maria, quisemos, diariamente, entregar-lhe alguns minutos do nosso tempo
para, através da oração, pedirmos à Mãe que nos conduza no caminho de seu Filho, Jesus.
Sem nunca esquecer que Maria é a primeira a dizer-nos «Fazei tudo o que Ele vos disser», a Mãe vela por nós para que a nossa vida procure o caminho do Bem e da Verdade e se encaminhe para o Pai.
Os nossos jovens iniciaram a recitação do Terço em louvor da Mãe do
Sem dúvida que estes momentos de oração são sinal de uma ComuCéu e, na sua jovialidade e particular modo de estar, desafiaram-nos
nidade viva, em crescimento na Fé e na Comunhão Fraterna.
a rezar o terço e a pedir a particular intercessão e protecção de Maria
O tempo não pára e eis-nos chegados ao dia 17 de Maio. É o “tempo
para a nossa vida.
da catequese”. As nossas crianças e os nossos adolescentes dão-nos
A forma singela e jovial de que se serviram para convidar a Comunibelíssimos testemunhos do Amor a Maria e da beleza da oração.
dade a, de forma persistente, vir, todos os dias, junto de Maria, rezar o
O nosso “puzzle” continua em construção e, pouco a pouco, vamos
terço, constituiu uma “lufada de ar fresco” que nos anima e predispõe
descobrindo o “mistério escondido”.
a disponibilizar alguns momentos do dia para uma “conversinha” com
A verdade é que não ficámos por aqui.
a Mãe.
A passos largos aproximou-se o final do mês.
Como aos jovens ideias e criatividade não faltam, resolveram lançar
No dia 29 percorremos algumas ruas da nossa Paróquia em direcção à
mão de um “spot publicitário” e adaptá-lo às circunstâncias. Por isso,
Igreja de Santa Marinha, com a Imagem de Nossa Senhora, louvando
no primeiro dia do mês de Maio envergaram as suas t-shirts nas quais
a Mãe, cantando, rezando e iluminando a noite com a luz das velas,
gravaram: «Eu rezo o Rosário», mas não se ficaram por aqui. Nas costas
para que a noite tenha um especial brilho.
escreveram: «Se eu podia viver sem rezar o Rosário? Poder, até podia,
No dia 30 encerrámos o mês de Maria com a participação dos nosmas não era a mesma coisa!»
sos jovens e de toda a Comunidade numa singela homenagem à Mãe
Estas simples palavras têm um importante significado pois, desde
que culminará com a Celebração da Eucaristia, o encontro privilegialogo, nos mostram como é importante para os jovens e para cada um
do com o Pai.
de nós, a oração na vida do dia-a-dia.
A par de tanta solicitação, de tanta
ocupação, de mil e uma propostas de
Por isso, no primeiro dia do mês de Maio enverganatureza tão diversificada, do corre,
corre constante, da necessidade de
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ram as suas t-shirts nas quais gravaram: «Eu rezo o
cumprir os “chamados objectivos”
Rosário», mas não se ficaram por aqui. Nas costas
presentes em quase tudo na vida é,
escreveram: «Se eu podia viver sem rezar o Rosário?
sem dúvida, salutar, animador e uma
grande felicidade, rezarmos com
Poder, até podia, mas não era a mesma coisa!»
alegria e pedirmos a Maria que desperte nos nossos corações a necessidade de descobrir o Amor de Cristo e
Mas não ficámos por aqui!
de criar, momento a momento, uma profunda cumplicidade com Ele.
Neste ano de Missão somos convidados a participar, no dia 31, na
Mas os nossos jovens também nos propuseram “uma descoberta”; de
Procissão Diocesana da Igreja da Lapa à Igreja da Sé, com a presença
um placard colocado junto da imagem de Maria, dia a dia, vamos reda Imagem Peregrina de Nossa Senhora.
tirando uma peça (uma folha branca) e descobrindo o interior; como
Um “mar de luz” envolveu a “cidade da Virgem” convidando-nos a reque construímos um puzzle, dia a dia, peça a peça.
zar em profunda união com a Mãe, para que Ela nos conduza ao Seu
amado Filho.
Na sucessão dos dias, os diferentes grupos paroquiais (Ministros ExImporta referir que a proposta dos nossos jovens não caiu em “saco
traordinários da Comunhão, grupos corais, Leitores, Acólitos) orienroto” e o nosso pároco, sempre atento a estas novidades, desafioutaram a Recitação do Terço, animando com o canto, as leituras e as
-nos a participar nas Procissões Paroquial e Diocesana, envergando
meditações dos textos bíblicos, estes momentos de oração. No final
uma t-shirt na qual esteja escrito «Eu rezo o Terço».
não faltou a “construção do puzzle”.
É um bom testemunho do nosso “ser cristão” na sociedade na qual
Maria guarda-nos a todos no seu coração e tem derramado muitas
vivemos.
bênçãos sobre cada um de nós, mas não cessa de nos apontar o
caminho que leva a Seu Filho Jesus, caminho que Ela própria percorM
reu, escutando e guardando cada uma das palavras de Jesus, calando
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Sem dúvida foi um mês muito intenso!
quando não entendia e sempre fiel ao “Sim”.
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Os dias foram passando e chegámos à “Semana das Famílias”. Este
ano (de 9 a 16 de Maio) a nossa Comunidade teve a felicidade de contar com inúmeras famílias a rezar a Maria; dos mais novos aos mais
velhos, com vigor e entusiasmo, todos quiseram prestar esta singela
homenagem à Mãe do Céu.
Ao longo dessa semana pedimos a especial protecção de Maria para
todas as famílias e vivemos belos momentos de oração e de proximidade com a Mãe, como filhos que se entregam e acolhem à protecção da Mãe que os envolve com o Seu maternal carinho.
Do fundo do coração elevemos à
Mãe do Céu uma humilde prece:
«Maria, Mãe de Jesus,
acolhe-nos no Teu coração
envolve-nos no Teu manto de Luz.»
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Junho, mês de festa e animação
por Ilda Correia
A nossa diocese tem vivido este ano em Missão.
Em cada um dos meses do ano dá-se particular realce a um momento especial desta mesma Missão.
No mês de Junho, com o Verão a chegar, os dias grandes e solarengos, é tempo de festa e de animação.
Também é o mês dedicado aos “Santos Populares” – Santo António, S. João e S. Pedro - assim apelidados pelo
nosso povo, que os venera com ternura e carinho.
Os “Santos Populares” foram figuras extraordinárias que, na sua humildade e singeleza de princípios e valores, nos deram testemunhos de vida exemplares.
A verdade é que o “tesouro” que constituiu as suas vidas, revelado em atitudes de entrega, abnegação, generosidade
e disponibilidade, legou à humanidade
um modelo extraordinário de vida, que
A nossa Paróquia não ficou alheia a este facto e, como
os transformou em figuras do agrado
tal, propôs à Comunidade a participação num arraial,
de todos.
realizado no passado dia 19 de Junho.
Por tal facto são lembrados em clima de
Alegria e Festa pelas pessoas.
No final do dia, no pátio do nosso Colégio, en-
feitado a preceito para a ocasião, ao som de música
Na tradição portuguesa, neste mês de
popular e atraídas pelo cheirinho da sardinha assada,
Junho, é comum a realização de nuas pessoas começaram a aproximar-se, à procura de
merosas festas, bailaricos e arraiais, por
algo que “forrasse o estômago”.
toda a parte, sempre marcados
por muita animação, entusiasmo e convívio entre os partici04 pantes; claro que, nestes estes momentos de diversão, não pode faltar o aconchego do estômago, com a célebre sardinha assada, o caldo verde, as fêveras, o vinho e outras bebidas tão características destes momentos.
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A nossa Paróquia não ficou alheia a este facto e, como tal, propôs à Comunidade a participação num arraial,
realizado no passado dia 19 de Junho.
No final do dia, no pátio do nosso Colégio, enfeitado a preceito para a ocasião, ao som de música popular e
atraídas pelo cheirinho da sardinha assada, as pessoas começaram a aproximar-se, à procura de algo que “forrasse o estômago”.
A verdade é que rapidamente avolumou-se o número de participantes e era grande a azáfama, para que nada
faltasse.
Entre os presentes notava-se grande satisfação, confraternização e alegria.
Por parte daqueles que participaram de forma mais activa, para que nada faltasse, havia muita energia, um
grande entusiasmo e um forte sentido de responsabilidade, para que fosse um momento de verdadeira Festa.
A culminar a noite, o Grupo de Cantares da nossa Paróquia brindou-nos com
algumas cantigas do seu reportório, proporcionando um espaço/tempo de
animação e de dança para todos aqueles que quiseram participar.
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No final de mais um Ano Pastoral, é sem dúvida um momento diferente, mas
muito importante de encontro, de partilha e de “evangelização”.
Em jeito de “sabor popular”, diremos:
“Junho, mês dos Santos Populares,
Nas janelas, nas varandas e nas ruas,
Não falta a cidreira e o manjerico
A espalhar seu cheiro pelos ares.”
Maio na Catequese
por Elisa Rodrigues
Como foi dito no último Vera Cruz, e como já vem sendo habitual, a partir do dia 17 de Maio a recitação diária
do terço na nossa comunidade, às 21:30h, começou a ser da responsabilidade da catequese. Os pequeninos
do 1º ano deram o pontapé de saída e mostraram que é de pequenino que se começa. Sem medo nem vergonha rezaram como gente grande! E assim foi sendo ao longo das duas últimas semanas, contando também
com a preciosa presença e participação de muitos pais. Sim, porque rezar não é só para os filhos!
A meio da “empreitada”, no dia 23, dia que a Igreja celebrou o Pentecostes, foi a vez dos adultos da catequese
rezarem o terço e de seguida terem a sua festa na Eucaristia das 19h. Quem pensa que as festas são só para crianças e adolescentes, engana-se! Embora na celebração da catequese com adultos, a primeira na nossa paróquia,
os participantes parecessem crianças na alegria, no entusiasmo e no empenho.
Foi uma Eucaristia com muita “fruta”, simbolizada no ofertório e na construção de uma “bela árvore recheada
de frutos” na acção de graças. Frutos que são todos os adultos que tiveram a coragem de fortalecer a sua fé na
catequese, apesar de crescidos. E é para continuar! Todos vós sois bem-vindos! Não tenham vergonha!
A recitação do terço continuou e no dia 30
tivemos um bonito encerramento preparado
pela Pastoral Juvenil.
A catequese em comunidade rezou a Jesus
com a ajuda de Maria!
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Ainda acerca do Compasso…
por Elisa Rodrigues
Já terminámos o tempo pascal, muito tempo já passou desde o domingo de Páscoa, mas é sempre bom e importante saber,
ouvir e ler o que sentiram algumas pessoas que viveram pela primeira vez a experiência de participar na visita pascal. Deixo-vos o testemunho de um elemento da catequese de adultos e de uma família da qual fazem parte uma criança do 3º ano,
uma adolescente do 9º ano e um adulto da catequese de adultos. De facto, a catequese esteve bem presente na visita pascal.
Que estes testemunhos vos motivem a no próximo ano se juntarem a nós!
«Se há alguns meses atrás, alguém me dissesse que eu iria viver de uma forma tão activa e empenhada, uma experiência de cariz religioso, como seja,
participar numa das equipas que efectuam a visita Pascal, muito provavelmente, teria então esboçado um sorriso irónico, eventualmente acompanhado
de um qualquer comentário sarcástico. Não porque tal acto não merecesse o maior respeito, mas apenas e só, porque o meu interesse na participação em
actividades religiosas era, até há bem pouco tempo, praticamente inexistente ou no mínimo extremamente diminuto.
Mas, ironia do destino, ou talvez não, a verdade é que, no passado Domingo de Páscoa, em resposta a um convite endereçado à comunidade, que inicialmente ainda hesitei em aceitar, lá estava eu, de forma totalmente voluntária e completamente assumida e sentida, como membro integrante de uma das
equipas que levaram Cristo ressuscitado a quem nos tempos que correm, por poucos que possam parecer, ainda têm a coragem de assumir a sua fé e com
grande alegria e emoção O recebem nos seus lares e nos seus corações. E devo dizer que, por mais que tente, sinto ainda hoje uma enorme dificuldade em
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encontrar palavras que consigam traduzir, de uma forma minimamente satisfatória, as emoções que senti.
Posso ainda assim afirmar de forma inequívoca que foi seguramente uma das mais belas e gratificantes experiências que vivi até à data. E garanto que não há cansaço
que se sobreponha às sensações que inevitavelmente acabam por nos envolver. Estar do lado de quem transporta a mensagem permitiu-me ter a felicidade de assistir
a reacções e sentimentos diversos de quem espera por Cristo, sempre de coração aberto e disponível, e que acabam por ficar marcados na nossa memória de forma
indelével. E quando nos deparamos com reacções imprevistas, mas perfeitamente genuínas, que nos provocam o nó na garganta e a lágrima contida no canto do
olho, então só podemos estar seguros que trilhamos o caminho certo.
Curiosamente, algumas pessoas teimaram em considerar corajosa a nossa presença, mas muito sinceramente, corajosa, considero eu ser a sua persistência em valorizarem e realçarem a sua fé, em esperar repetidamente a mensagem da ressurreição, numa altura em que vivemos uma enorme crise de valores, com a ordem das
prioridades completamente invertida e onde os mais diversos interesses, porventura bem mais fúteis, mas de muito mais fácil atracção, nos seduzem diariamente. Por
tudo isto, é francamente compensador e estimulante quando ouvimos famílias dizerem, quase a título de desculpa, que é o primeiro ano que recebem a visita em suas
casas, ou mesmo vermos jovens casais que não hesitam em abrir as portas a Cristo e por isso demonstram que não “embarcam” na ideia, de que esta é uma tradição
em desuso ou “fora de moda”. Foi por isso enorme a felicidade que senti, por ter tido o privilégio de ter participado numa experiência tão profundamente intensa e
gratificante.
Não posso esquecer de realçar o entusiasmo e empenho demonstrado pelas crianças que nos acompanharam, verdadeiro exemplo de voluntarismo para qualquer
adulto, que mesmo quando perto do final do percurso o cansaço naturalmente delas se ia apropriando, nunca mostraram vontade de desistir e assim regressaram ao
ponto de partida com toda a equipa. Abençoados sejam os pais que permitiram a sua presença, ou até, que a incentivaram. Que se mantenham sempre disponíveis
para os acompanhar e ajudar nesta caminhada que não é seguramente fácil, onde as múltiplas tentações assumem um desafio enorme e por vezes “aparentemente
inultrapassável”, mas que muito certamente os tornará homens e mulheres de coração puro e espírito aberto e profundamente cristão. Bem hajam!
Finalmente, tenho a perfeita noção de que tudo isto aconteceu como corolário duma sucessão de acontecimentos que, no último meio ano, transformaram radicalmente a minha vida a nível espiritual, com a preciosa ajuda da minha filha, pelas sugestões e incentivos que subtilmente me foi dando e de alguns amigos recentes
que, vá-se lá saber porquê, decidiram apostar em mim ao convidarem-me para várias iniciativas, que me ajudaram a encontrar novos motivos para encarar a vida
de forma diferente e muito mais feliz. A todos eles, agradeço do fundo do coração. E, obviamente, não posso deixar de Vos agradecer meu Deus, por nunca me terdes
abandonado e por me terdes concedido a graça de colocar no meu caminho tão generosos seres humanos.
A quem me concedeu o privilégio de participar nesta experiência única, o meu mais profundo e sincero: Muito Obrigado! Seguramente uma experiência a repetir!»
Agostinho Sousa
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“Finalmente chegou o grande dia!
A família Francisco aguarda a sua primeira
participação no Compasso Pascal.
No dia 4 de Abril de 2010, Domingo de Páscoa,
levantamo-nos muito cedo. Ninguém consegue estar na
cama!
Ansiosos por começar este dia, como sempre
acontece, dedicamo-nos à higiene pessoal e a um bom
pequeno-almoço. Para dar forças!
Lá seguimos em direcção à Igreja. Alegres mas
ao mesmo tempo com aquele nervoso miudinho que
caracteriza e antecede a descoberta de novas experiências.
Chegados lá, fomos encaminhados para a cripta da Igreja onde alguns dos participantes já se encontravam e onde outros continuavam a
chegar em grande azáfama, a fim de vestirem as respectivas vestes e organizarem os grupos de Cruzes que dali sairiam para anunciar a Ressurreição de
Cristo.
Até parecia que todos já sabiam o que fazer.
Ficamos muito admirados, mas ao mesmo tempo contentes por ver tanta gente que iria participar no Compasso. Muitos deles, tal como nós,
também pela primeira vez!
Muitas caras já conhecidas, mas muitas outras novas. Muitos adultos, mas sobretudo também muitas crianças. Todos alegres e bem-dispostos.
Já devidamente equipados e agrupados conforme previamente escalonado por quem se dispôs a organizar toda aquela Festa, deslocamo-nos
para a escadaria frontal da Igreja onde todos participamos numa pequena celebração.
De seguida, cada grupo partiu em direcção ao destino que lhe foi atribuído, para anunciar a todos que Cristo ressuscitou.
Que diferença! Habitualmente vemos Cristo Ressuscitado chegar a nossa casa, trazido por outros que tal como nós decidiram anunciar a Sua Ressurreição.
Este ano, pelo contrário, testemunhamos a alegria sentida por todos os que decidem, neste dia, receber a visita de Cristo Ressuscitado em suas
casas. De princípio parece muito estranho, mas ao longo do percurso vamo-nos acostumando com esta nova perspectiva.
Tudo corre muito bem. Todos nós desempenhamos alguma tarefa dentro do grupo.
Por fim, e quando é dado como terminado o percurso, voltamos à Igreja onde recolocamos tudo nos seus lugares iniciais.
Sentimento de missão cumprida.
Vamos almoçar.
Pelas 18 horas reunimo-nos todos de novo para, conforme estabelecido inicialmente, nos deslocarmos ao Lar Padre Alves Correia e anunciar aos
ali residentes a Ressurreição de Cristo.
Que gratificante ver tanta alegria espelhada em cada um dos rostos presentes.
Por último, voltamos à Igreja onde participamos alegremente na celebração da Eucaristia de encerramento do Compasso.
No fim da celebração, e depois de, por uma última vez, termos dado oportunidade aos participantes de beijar Cristo Ressuscitado, regressamos
a casa, cansados mas felizes, pois foi um dia diferente e muito divertido.
Só agora comentamos entre nós:
É verdade!
Este Ano não abrimos a nossa casa ao Compasso!”
Família Francisco
Junho, mês de Festa
por Elisa Rodrigues
Na missão 2010, o mês de Junho tem como tema: Festa. E, na nossa paróquia, foi, de facto!
Começamos com a Festa da Eucaristia, no dia 3 de Junho, dia da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Numa
celebração muito participada, em que toda ela parecia um coro, cheio de alegria, bem visível nos rostos dos meninos e meninas,
80 crianças receberam Jesus pela primeira vez na sagrada comunhão. A partir desse dia puderam participar plenamente na Eucaristia. Já não precisam dizer: “Eu também queria ir!”, agora podem, devem e vão comungar. Não é só para os crescidos! É um
momento muito importantes na vida das crianças que não deve ser banalizado mas dada a devida importância e acompanhamento. O caminho não termina aqui, podemos dizer que agora começa verdadeiramente pois participam plenamente da Mesa
de Jesus. Por isso não deixem de trazer e acompanhar os vossos filhos à Eucaristia, não só quando há catequese mas sempre, e
proporcionar-lhes a continuação do seu crescimento na fé.
Sem deixar tempo para arrefecer, no dia 6 de Junho, 28 crianças, ou melhor, pré-adolescentes, fizeram a sua Profissão de
Fé. Não são mais os bebés que há alguns anos os pais trouxeram ao baptismo nem as criancinhas que há 6 anos começaram a
catequese, trazidas pelas mãos dos papás. São agora eles que, diante da comunidade, assumem e professam a Fé. Esta “passagem
de testemunho” tem o seu momento forte na altura em que os pais acendem a vela no círio pascal, como no dia do Baptismo, e
a entregam aos filhos que professam a fé. Um belo, importante e significativo momento em que algumas lágrimas de emoção, e
também de responsabilidade, apareceram no canto do olho. Já não são os pais que guardam a vela, ou seja, que cuidam para que
a Luz de Cristo não se apague, mas sim, cada um deles. No entanto os pais não estão demitidos da sua “função” de companheiros!
Muito pelo contrário! É necessária a sua presença e companheirismo nesta fase que agora entra, a adolescência. Por isso, Pais, não
pensem baixar os braços e continuem bons companheiros de caminhada!
E a Festa continua….
No dia 13 de Junho, não festejamos o Santo António, mas sim a Festa da Infância, ou seja, a festa dos 4º e 5º anos de
catequese. Cheios de entusiasmo, as crianças do 4º ano receberam a tão esperada Bíblia e as do 5º ano, de um modo
solene e destacado, rezaram o Credo que também receberam como recordação desta etapa. Não deixaram de marcar a
linha de energia que os orienta e também a toda a comunidade, que vai desde o pároco, passa pelo altar, pelo ambão,
pela catequese, por aqueles que animam e acompanham como é o caso do coro, vai até à comunidade que acolhe e
continua lá para fora, para a vida. Um modo de nos chamar a atenção de que todos somos importantes!
Não há três sem quatro e para terminar em beleza e com muita alegria, no dia 20 tivemos o encerramento da
catequese na Eucaristia das 19h. Igreja repleta de crianças, adolescentes, jovens e adultos que deram graças ao Pai pelo
ano de catequese afirmando que em Outubro cá estarão. Na celebração lembramos os vários meses que passaram com
as respectivas actividades relacionados com a Missão 2010, tema central do nosso ano.
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Outubro, Missão, com o envio dos vários grupos pastorais; Novembro, Esperança, com a caminhada pela esperança; Dezembro,
Luz, a realização da cruz da missão durante o Advento; Janeiro, Anúncio, com o canto das janeiras; Fevereiro, Alegria, tivemos
o encontro de Taizé; Março, (Com)Paixão,
vivemos a via-sacra ao longo da QuaJá não são os pais que guardam a vela, ou seja, que
resma; Abril, (Com)Vida, anunciamos
cuidam para que a Luz de Cristo não se apague, mas
Cristo ressuscitado na visita pascal; Maio,
Maria, rezamos diariamente o terço na
sim, cada um deles. No entanto os pais não estão
nossa comunidade e culminamos com
demitidos da sua “função” de companheiros! Muito
duas grandes procissões, uma paroquial
pelo contrário!
e outra diocesana; e Junho, Festa, com
muitas festas como já vos falei e o arraial
paroquial, uma actividade muito particiM
pada de convívio para toda a comunidade.
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Mas os catequistas não descansam logo! Há que avaliar o ano e pensar no próximo!
Não se pode esperar muito!
Assim, no dia 26, os catequistas tiveram um encontro de avaliação do ano numa quinta nos Carvalhos. No meio da Natureza para se ser natural e avaliar com seriedade, verdade e responsabilidade tudo o que foi feito para se melhorar no
próximo. É construindo dia a dia, aprendendo, melhorando que se cresce!
Agora vem o tempo de pousio, de descanso, de recarregar baterias, mas também tempo para estarmos mais
disponíveis para o encontro com o Pai. Agora não podemos dizer que não temos tempo! Esta desculpa não “cola” e Ele
espera sempre por nós. Ele não vai de férias nunca!
Bom encontro com o “Chefe” neste tempo sereno!
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“O regresso dos pais autoritários”
por Susana Ferreira
Nas minhas leituras e nas minhas buscas de artigos sobre educação, encontrei este, que hoje vos deixo e que me parece importante.
O título pode assustar, mas depois de lermos o artigo, afinal ele não assusta assim tanto…
Espero que apreciem!
«“Os pais têm de recuperar a autoridade perdida e deixarem de
querer agradar aos filhos, ou o mundo estará perdido”, afirma um
dos mais famosos pediatras do mundo. Fomos saber porquê.
Confesso que ia um bocado amedrontada. Afinal, ia entrevistar um
dos homens responsáveis por um dos maiores escândalos educativos das últimas décadas, o homem que defendera a urgência do regresso ao poder dos pais contra os todo-poderosos filhos. Acusado
de tudo, de fascista para baixo, o pediatra líbio-francês Aldo Naouri
diz que os pais se demitiram do seu papel de educadores e em vez
disso se dedicam a satisfazer a criança, com o único desejo de se
fazerem amar. Diz que confundimos frustração com privação. Diz
que transmitimos à criança que não só pode ter tudo como tem direito a tudo, içando-a ao topo do edifício familiar, onde ela nunca
esteve e onde nunca deveria estar. Diz que um filho hoje não é criado para se tornar ele próprio, mas para gratificar e servir o narcisismo dos pais. Diz que estamos perante uma epidemia que encoraja
os pais a seduzirem as crianças, tornando-as assim em
seres obsessivos, inseguros, amorfos e emocionalmente
inaptos, que não sabem gerir as suas pulsões e são inca08 pazes de encontrar o seu lugar no mundo.
VC
Em resumo, esperava alguém mais parecido com o Deus
do Velho Testamento, que me recebesse com raios e coriscos, ou pelo menos uma praga de gafanhotos. Em vez
disso, recebeu-me com um sorriso só equivalente ao sol
de Lisboa, agarrou-me na mão, perguntou-me por que é que não
tinha filhos e assegurou-me que os homens são todos uns egoístas.
- “Portanto, madame, é só escolher um! São todos iguais!” Por entre gargalhadas, falou-se de coisas muito sérias, como aquilo que
andamos a fazer às crianças. Ora leiam.
Então, nada de democracia para as crianças?
Não. É fundamental que estejam numa relação vertical: os pais em
cima, as crianças em baixo. Porque há uma diferença entre educar
e criar. Criar é dar-lhe os cuidados básicos, dar-lhe banho, alimentá-lo, etc. É como criar galinhas. Educar é haver qualquer coisa que
não existe e que é preciso formar. Por isso a criança não está nunca
ao mesmo nível dos pais, não pode haver uma relação
horizontal. Se quiser compreender o que se passa na caM beça de uma criança numa relação horizontal, imagine
A o seguinte: você está num avião e o comandante vem
I sentar-se ao seu lado. Você pergunta: “Mas quem é que
/ está a guiar o avião?” E ele diz: “Ah, é um passageiro da
J
U primeira fila que eu pus no meu lugar.” A criança tem neN cessidade de alguém acima dela.
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As mães não se escandalizam com a mudança de hábitos
que lhes aconselha?
Nada disso. As mães estão petrificadas na sua angústia e
precisam de se libertar. Eu digo: “mas não vale a pena an-
gustiarem-se dessa maneira, ser mãe é muito mais simples do que
vocês pensam”. Digo-lhes que não vale a pena viverem preocupadas porque a criança não come, não dorme ou vai ter ciúmes do
irmão. Dou-lhes conselhos básicos e fáceis de seguir e tento fazer
com que simplifiquem a máximo as suas vidas. O que eu quero é
que a criança seja para os pais uma fonte de prazer e felicidade, e
não um foco de sofrimento e angústia, e para que isso aconteça,
os pais têm de estar descontraídos.
As nossas avós não viviam nessa angústia...
Pois não. Mas viviam num mundo em que havia três tipos de ordem: Deus, Rei e pai. Esse tipo de ordem fazia com que existisse
qualquer coisa que as transcendia. Hoje todo o tipo de transcendência desapareceu e quem ficou no lugar de Deus? A criança. Às mães que põem o filho nesse altar, eu simplifico a tarefa e
digo: “Não se cansem dessa maneira. Não se preocupem assim.
Ponham-se a vocês próprias em primeiro lugar.” Claro que não é
uma coisa que elas estejam habituadas a fazer, ou sequer a ouvir,
mas não é por isso que não podemos dizer-lhes, e não é por isso
que elas vão deixar de ser capazes de o fazer. Acredito que vão
ser capazes, porque é urgente: a bem das crianças, e a bem delas
próprias. É preciso fazer as coisas de maneira tranquila, porque a
mãe perfeita não existe, o pai perfeito não existe, a criança perfeita não existe.
Mas as mães hoje têm uma vida tão difícil, é normal que se culpabilizem...
Não é por trabalharem fora de casa que têm de se sentir culpadas.
Peço às mães: lembrem-se do vosso primeiro amor. Quando não
o viam durante três dias, morriam de saudades. Mas quando o
voltavam a ver, assim que batiam os olhos nele era como se nunca se tivessem separado. Com as crianças, é exactamente igual.
Quando tornam a encontrar a mãe, é como se ela nunca tivesse
partido.
Diz que os pais esqueceram o seu papel de educadores porque querem ser amados pelas crianças. Por que é que isto acontece?
Como todas as crianças, tiveram conflitos com os pais. E como
todas as crianças, amam-nos mas guardaram muitos ressentimentos. E não querem que os seus filhos tenham esse tipo de ressentimento em relação a eles. E pensam que a melhor maneira de
o fazer é seduzir a criança para que ela o ame. O que é um enorme
erro. Porque nesse momento, a relação vertical inverte-se. A
hierarquia fica de pernas para o ar, e quando isso acontece,
destruímos as crianças.
O problema é que as pessoas confundem autoridade com violência. Autoridade é fazer-se obedecer, não é dar uma palmada, que
o senhor aliás desaprova.
Completamente! Não aprovo palmadas de que género for, nem
na mão nem no rabo. Ter autoridade não é agredir a criança. Ter
autoridade é dizer: ‘Quero isto’ e esperar ser obedecido. Quero que
faças isto porque eu disse, e pronto. Autoridade é só isto, é assumir
o seu dever. Não vale a pena ser violento, aliás porque a criança
sente a autoridade. É quando o pai ou a mãe não está seguro do
seu poder que a criança tenta ir mais longe. Quando há uma decisão que é assumida pelos pais, ela cumpre-a.
Uma terapeuta de casal dizia que as pessoas hoje não têm falta de
erotismo, dirigem-no é todo para as crianças...
Sem dúvida. E é isso que é urgente mudar. O slogan ‘a criança
acima de tudo’ deve ser substituído por ‘o casal acima de tudo’. A
saúde física e psíquica das crianças fabrica-se na cama dos pais.
Por que isso não acontece é que há tantos divórcios, e depois a
vida torna-se muito mais complicada para a mãe, o pai e a criança. Se elas decidem privilegiar a relação de casal, estão a proteger
a criança.
Educou os seus filhos da forma que defende?
Sim sim, eu eduquei os meus três filhos tranquilamente. A autoridade significa serenidade, não violência. Ainda hoje, que eles já
são mais do que adultos, nos reunimos às vezes para jantar. E no
outro dia, falámos sobre as viagens de carro que costumávamos
fazer - sempre viajei muito com eles. Quando se portavam mal, eu
virava-me para trás e dizia: - Olhem que eu paro o carro e deixo-vos a todos aqui na auto-estrada! - Só há pouco tempo é que percebi que eles achavam que eu estava a falar a sério e que seria capaz de os abandonar na estrada! (ri). Tal é a força da autoridade.
Mas isso não tem importância, o importante é que funcionava! (ri)
Diz que o pai tem de ser egoísta mas também diz que uma das tragédias do mundo moderno é a ausência do pai... Qual é então o papel
do pai, para lá de ser egoísta?
Tem duas funções: a primeira é a de possibilitar à mãe o exercício da sua feminilidade. A segunda é a de se oferecer ao filho ou
filha como um escudo contra a invasão da mãe. Porque de outra
maneira, a mãe vai tecer à volta do seu filho um útero virtual, extensível até ao infinito. O pai não está presente como a mãe, mas é
preciso que esteja presente.
Mas hoje exige-se aos pais que façam uma data de coisas, que mudem fraldas, que ponham a arrotar, que ensinem karaté...
Não é preciso. Porque na cabeça das crianças tudo está muito
claro: aquela que o filho ama acima de tudo é a mãe, que sempre
respondeu às suas necessidades desde que estava na sua barriga.
Se alguém lhe diz ‘não’, mesmo que seja a mãe, para ele a culpa é
do pai. Ou quando muito, da não-mãe. No inconsciente de uma
criança, o pai não existe. Só há a mãe. O pai tem de se construir, a
bem das crianças e a bem da mãe delas.
Antes de ler este livro não tinha consciência de que as crianças
estavam tão perturbadas.
Li um artigo recentemente do director do centro médico-pedagógico de Paris, que afirmava que em 2008 tinha recebido 394
novas famílias, e que a maior parte tinham problemas psicológicos. No fim da primária, 40% dos alunos ainda não dominam a
língua, e isto é grave. E não porque tenham problemas físicos ou
sejam burros: é porque não os sabemos educar. Mas é uma tarefa
difícil, porque mesmo as instâncias governativas vão no sentido de
seduzir a criança. Porque as crianças vendem, são um produto que
se compra e se compara. Todo o mundo vai no sentido de deixar
a criança fazer o que quer, porque é mais fácil que ela não cresça.
Mas o que vai acontecer é que essas crianças, se não travadas,
vão crescer e fabricar sociedades absolutamente abomináveis,
onde será cada um por si, onde não haverá solidariedade.
Nem cientistas... É o senhor quem o diz...
(ri). Apesar de tudo, estou optimista. As pessoas querem saber
como podem mudar. Não sou o único a dizer estas coisas, mas
digo-as de forma bruta. Tenho 40 anos de experiência com pais e
crianças. E é muito fácil mudar, quando começamos a ver a lógica
das coisas. Além disso, o que eu pretendo é simplificar a vida das
pessoas. Não quero voltar àquilo que se fazia há um século. Não
quero pais castradores.
O que é um pai castrador?
Não é um pai autoritário, é um pai fraco, intranquilo, desconfortável na sua pele e na sua posição. O que eu digo é, a sua posição
como pai ou mãe está assegurada à partida. Só tem de exercê-la. Uma vez, apareceu-me uma mãe muito alarmada porque a
filha não dormia. Aconselhei-a a dizer à criança, antes de dormir:
“Podes dormir tranquila. Não preciso mais de ti hoje.” E a criança
dormiu a noite toda. Por isso eu digo no fim das consultas, a todas
as crianças, tenham elas 1, 7 ou 14 anos: “Muito obrigado por me
teres trazido os teus pais à consulta. Agora podes ficar descansado, eu ocupo-me deles.”
O QUE DEVEMOS FAZER...
Palavra de ordem: não compliquem.
Segundo Aldo Naouri, o esterilizador de biberões não faz sen09
tido, nem desinfectar o mamilo.
- Os biberões devem lavar-se com água quente da torneira.
- As nádegas do bebé devem ser lavadas com água e sabão.
- A roupa do bebé pode ser enfiada na máquina como o resto da roupa
de casa.
- Em todas as idades, devem tomar-se as refeições familiares em conjunto.
- Um adolescente pode ir vestido da maneira que bem entender.
- Petiscar, no caso de um adolescente, não é de condenar, porque precisam de imensas calorias.
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E O QUE NÃO DEVEMOS...
- Rituais antes de dormir, como a história ou a cantiga, é para irem à
vida. Só servem para ritualizar o medo da criança. Deve-se mandar a
criança para o quarto, e aí ela fará o que quiser com o seu tempo.
- Angustiar-nos com as horas de sono. É absolutamente necessário
livrarmo-nos da obsessão do número de horas que eles dormem.
- Nunca, em circunstância alguma, se deve obrigar uma criança a comer.
- Biberão, chupeta e objectos de transição devem desaparecer antes do
fim do segundo ano da criança.
M
- Bater nunca: nem na mão nem no rabo.
A
- Elogiar, só para coisas excepcionais.
I
- A criança não deve escolher a sua roupa.
/
- Uma ordem não tem de ser explicada, tem de ser executada.
J
A explicação que é dada ao mesmo tempo que a ordem apaU
ga a hierarquia. Se quiser explicar, só depois da ordem cumN
prida. A figura parental nunca, mas nunca, tem de se justificar
perante o filho. »
Catarina Fonseca in Revista Activa, 10/2/2010
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Entre a Fábula e a realidade
Palavras para quê?
por Susana Ferreira
«A DEVIDA COMÉDIA
Criancinhas
A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a
da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas,
umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela
incha.
A criancinha quer camisola Adidas e ténis Nike. A gente dá porque a
criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso
ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao
nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.
Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada,
semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar
em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
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A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem
por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem
uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada
em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de
pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora,
já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que
se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas
férias à maneira.
A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o
processo de independência meramente informal. A rebeldia é de
trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja
e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são “uma seca”.
Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte,
mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada.
Sente-se vítima de violência verbal e etc. e tal.
Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com
a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida
entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em
folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor “que não tem nada que se armar em
paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu”.
A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do
salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. “Mas ao menos
não anda para aí a fazer porcarias”.
Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas
em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha?
Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser
os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das
criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e
debates para nos entretermos.»
Miguel Carvalho
Oração a Maria
por Liliana Martins
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Avé-Maria,
Senhora minha, minha Mãe.
Na firmeza dos teus braços, descanso.
Na doçura do teu olhar, acalmo.
Na ternura do teu sorriso, entrego.
Na sabedoria do teu silêncio, aprendo.
Na candura do teu manto, revigoro.
Na simplicidade da tua vida, fortaleço.
Na coragem do teu sim, cresço.
Na alegria do teu testemunho, canto.
Na grandeza do teu coração, descubro.
Na certeza do teu amor de mãe, confio.
Senhora minha, minha Mãe.
Afinal, O Que É o Amor?
por Marina Caldeira
Peço-vos trinta minutos do vosso tempo!
Muito, não? Mas, é pelo Amor…
Até sugeria que aproveitassem, por exemplo, enquanto estão a conduzir para reflectirem sobre esta questão, que parece tão simples. No entanto,
penso que ninguém aceitaria como justificação: “Passei o sinal vermelho porque estava a pensar sobre o Amor”. Portanto, peço-vos trinta minutos
do vosso tempo, bem paradinhos.
Eu sei que a dúvida é minha, mas também é vossa! Somos todos responsáveis, não pela resposta, mas pela sua concretização: A Prática de Amar!
No decorrer deste mês (Maio) tem-se falado muito de Amor e de Amar os
Outros. Penso que a visita do Santo Papa Bento XVI ao nosso País originou as
constantes referências a este tema. Em quase todos os locais, em quase todos
os meios de comunicação, em quase todos os programas acaba por surgir a
abordagem a este “conceito”. Até me surpreende ainda não o terem associado
ao aumento dos impostos que nos espera!
Quando escutamos frases como:
Ame-se a si próprio!
Ame os outros!
Aceite o Amor!
Ame os seus amigos, mas ame ainda mais os seus inimigos…
Parece tão simples! Parece tão fácil! Parece tão óbvio!
Contudo, quando o tentamos colocar em prática encontramos uma
muralha de obstáculos: As nossas Defesas emocionais/pessoais e a Resistência dos outros!
Já percebi que é difícil Amar com a pureza que implica e na
abrangência/imparcialidade que impõe! Talvez porque todos nós, seres humanos, tenhamos uma grande bagagem de qualidades e de defeitos!
Se nos amarmos livre e espontaneamente, podemos tornar-nos
convencidos!
Se amarmos as pessoas com quem não concordamos ou não sentimos qualquer cumplicidade, despoletamos desconfiança (e isto para ver a
situação de forma mais suave) e juízos de valor.
Como é que algo tão simples se tornou um processo tão complicado? Ou será que sempre foi assim?
O que me levou a reflectir: Afinal, o que é o Amor? Como o pratico em todas as direcções? Começando pelo meu Eu Interior na direcção do
Outro? Como o generalizo? Estará a sociedade preparada para aceitar este
Amor sem limites e sem barreiras?
O Amor não tem peso, não tem cor, não tem forma, não tem temperatura, não tem cheiro… Ou terá isto tudo e nós é que não vemos, cegos
pelas nossas resistências e crenças pessoais?
Como se simplifica ou sublinha o acto de Amar? Se nem nós próprios detectamos os sinais de quando o recebemos, como sabemos que é verdadeiro, genuíno, sem segundas intenções?
Quem são os “professores/educadores” do Amor? Em quem posso
confiar e com quem posso aprender?
Ligo a televisão e assisto a dramas que envolvem o Amor, ligo a rádio e ouço canções sofridas sobre o Amor, abro um livro e leio toda uma tragédia que envolve o Amor… Amar implica sofrer? Mas, não é o Amor o auge
da tranquilidade interior? A linha que serve a descrição da compreensão do
Todo e da Paz?
Será que andamos todos à procura de ser amados? Estaremos no
século do Amor Próprio? Teremos medo de Amar? E bem pior: Teremos vergonha de Amar?
Quantos tipos de Amor existem? O da Família? O dos Amigos? O
da Solidariedade? Podia dizer que são os amores mais fáceis de implementar, mas a vida já me demonstrou que não é assim tão linear. Também estes
amores nos conduzem à dúvida!
Já encontrei o rosto do Amor em pequenos gestos que marcam a
diferença, na simplicidade… Em que a pessoa, sem querer, se torna “gigante
na sua dignidade” dada a tamanha humildade e subtileza com que ama os
outros. Olhando-a nos olhos, encontro um sentimento de tranquilidade, que
me diz que essa pessoa sabe Amar e encontrou o caminho. Mas porque pára
aí esse fluxo de Amor? Porque não contagia? Talvez essas pessoas não gostem
de público, de foguetes, de barulho, de medalhas… Mas podiam aceitar “alunos”!
Eu parei trinta minutos para pensar sobre o Amor e senti-me muito confusa.
Porquê? Porque ouço muitas vezes falar sobre o Amor, mas como uma forma
de cobrança ao outro! Porquê? Porque ouço mais vezes falar sobre o Amor-próprio, do que sobre o Amor ao outro! Porquê? Porque não sei se estou a
Amar da forma correcta! Porquê? Porque vejo mais pessoas a Amar de uma
forma incorrecta do que correcta! Isto é, se existe uma forma correcta para
Amar!
As minhas reflexões conduziram-me a uma pesquisa aleatória na internet e
deparei-me com algumas citações interessantes, que quero partilhar convosco:
“O amor torna tudo brilhante, agradável e vantajoso. O amor é o vaso que contém alegria!” Madre Teresa
“Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor... Lembre-se. Se escolher
o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o
mundo.” Albert Einstein
“A vida ensinou-nos que o amor não consiste em olharmos um para
o outro, mas em olharmos juntos na mesma direcção.” Antoine De
Saint Exupery
“A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo
que se é; ou, mais correctamente, de ser amado apesar daquilo que
se é.” Victor Hugo
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“Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.” William
Shakespeare
“Amar consiste em fazer a felicidade dos outros.” Leibniz
“Ninguém caiu tão baixo que não possa ser levantado pelo amor.” Gandhi
“Na raiz de quase todas as misérias materiais e, sobretudo, morais, está uma
falta de amor, uma fome de afeição que não foi satisfeita”. Georges Arnold
“O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é
levar o ser humano à perfeição.” Aristótoles
“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é
que se ama verdadeiramente.” Clarice Lispector
“Passamos a amar não quando encontramos uma pessoa perfeita, mas quando
aprendemos a ver perfeitamente uma pessoa imperfeita.” San Kenn
“O que há de admirável no amor é que quando um se dedica ao
outro, esquecem-se de si mesmos.” M. Corday
”O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la
à beira de um precipício aterrador.” Storm
Estas são apenas algumas das citações brilhantes que encontrei e
que me levaram a concluir o seguinte: Estes pensamentos, tão sábios, simples e profundos, reunidos e transformados em atitudes
objectivas, poderiam funcionar como um livro de instruções para
o caminho do Amor. No entanto, todos sabemos que aprendemos mais a Ver do que a ler ou a ouvir! Precisamos da observação
do Amor na sua prática, para não nos perdermos nas frases!
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Uma Reflexão Para Todos…
Mas, Principalmente Para os Finalistas!
por Marina Caldeira
Neste mês vou reflectir um pouco sobre as DECISÕES que vamos tomando no decorrer da vida, de que
forma o fazemos, com que pressa/lentidão e o efeito que estas têm sobre nós e sobre os outros.
E como no final do mês de Junho vamos dizer um “Até já!” a mais um grupo de alunos que acompanhamos há anos e que vai ingressar no 5º ano do 2º Ciclo no próximo ano lectivo, gostaria de lhes dedicar
uma parábola muito simples que li e que tomei a liberdade de tornar um pouco minha, efectuando
pequeninas alterações aqui e acolá! Convido pais e filhos a lerem em conjunto, a discutirem a sua mensagem e a importância que poderá assumir num futuro muito próximo.
Há muito tempo atrás existia um reino chamado O Reino das Decisões. Nesse reino, vivia
um príncipe muito feliz e muito traquina, mas uma traquinice considerada saudável e
divertida. Tal como todos os restantes habitantes deste reino, o príncipe contava com a
sabedoria do seu pai, o rei, para o ajudar a tomar decisões na vida. O seu pai ajudava-o
a pensar, a escolher o caminho a seguir e, por isso, raramente o príncipe errara nas suas
decisões, não sofrendo grandes desilusões.
Quando o príncipe tinha que tomar uma decisão e ia procurar o seu pai, ele colocava-lhe
sempre as seguintes questões:
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Quais são as tuas alternativas?
Com a qual te imaginas mais feliz?
Essa decisão vai prejudicar alguém?
O rei não decidia pelo seu filho, apenas lhe dava a mão enquanto este escolhia o caminho, mas depois deixava-o percorrê-lo sozinho.
Um certo dia, quando o príncipe fez dezoito anos, e tal como mandava a tradição, teve
que abandonar o castelo onde nascera e ir viver para uma grande propriedade que lhe
foi oferecida pelo pai. No dia de partida o rei chamou-o aos seus aposentos e disse-lhe
que, se alguma vez precisasse de ajuda, deveria colocar uma luz na janela mais elevada
da torre e o seu pai enviaria de imediato um cavalo e uma carruagem “especiais” que o
colocariam em segurança.
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No entanto, o pai também o alertou de que, um inimigo do reino vivia muito próximo
do seu novo lar. Deste modo, o príncipe teria que ter cuidado ao colocar o sinal, pois
o dito inimigo também veria a luz e poderia mandar um cavalo e uma carruagem que
conduzissem o príncipe para uma situação muito perigosa. É claro que isso assustou o
futuro jovem príncipe: Como iria conseguir fazer a distinção? Sentia-se tão pequenino…
O pai garantiu-lhe que havia uma medida infalível e muito simples que o príncipe deveria adoptar. Antes de entrar na carruagem “especial”, deveria examinar atentamente
o cavalo que a puxava. Um “cavalo de cor clara” conduzi-lo-ia sempre para um local seguro, mas um “cavalo escuro” colocá-lo-ia sempre em perigo.
Como se pode imaginar, o príncipe passou por muitas situações difíceis em que sentiu necessidade de pedir ajuda e cada uma delas levou-o a colocar uma luz na janela.
Durante muitos meses, como tinha pressa de deixar o seu castelo quando se sentia em
perigo, esquecia-se de seguir o conselho dado pelo pai. Efectivamente, vezes sem conta,
com o coração aos pulos e com pressa em se sentir seguro, esquecia-se de olhar com
atenção para o cavalo que vinha buscá-lo e entrava na carruagem errada. Em consequência disso, fez muitas viagens dolorosas e perigosas, apercebendo-se demasiado
tarde de que a sua falta de atenção lhe causava ainda mais problemas do que a situação
à qual tentava escapar. Finalmente, conseguiu conter a sua pressa antes de entrar na
carruagem que vinha buscá-lo e parar um pouco para ver se o cavalo que a puxava tinha
sido enviado pelo inimigo ou pelo seu pai, a pessoa que mais o amava em todo o reino.
A sua capacidade de reconhecer e recusar entrar na carruagem do “cavalo escuro” manteve-o em segurança e o príncipe foi mais vezes Feliz para Todo o Sempre do que infeliz.
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Esta pequena parábola é enganadoramente simples, pois transmite uma mensagem muito importante. Muitas
vezes, reagimos perante situações da vida apenas porque estamos habituados a fazê-lo desse modo, ou porque
nos queremos libertar rapidamente de uma situação problema. Tomamos decisões baseadas no “escuro”… O
que é escuro? O medo de… A ira por… A inveja de… A ansiedade de… O desejo de vingança… A teimosia…
A impaciência… O egoísmo… O narcisismo…
E esse “escuro” aparece sempre que precisamos de orientação na forma, por exemplo, de um conselho errado,
que pode ser dado por um amigo da mesma idade. Enquanto, o “claro” aparece na forma de quem mais amamos e nos tenta proteger, nomeadamente os nossos pais.
Se estivermos muito atentos, não é assim tão difícil distinguir um “cavalo claro” de um “cavalo escuro”. O cavalo
errado magoa porque o seu verdadeiro objectivo é levar-nos para uma viagem de sofrimento e erros. Quando
escolhemos o cavalo errado, sentimos:
Medo, perda de controlo, revolta, ansiedade, raiva…
Quando escolhemos o cavalo certo, a vida flui naturalmente e conseguimos respirar livremente! Sentimo-nos
tranquilos!
Por muito que o “cavalo escuro” pareça mais rápido, mais bonito, mais engraçado, lembrem-se que é o “cavalo
claro” que vos vai conduzir para um local de segurança.
Espero por vocês na próxima edição! Até lá, não entrem na carruagem sem ver a cor do cavalo!
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Nós por cá
Actividades da Paróquia
por Alberto Fernandes
Já se passaram 6 meses de 2010 e a Missão Diocesana segue a todo o
vapor...
O mês de Maio é dedicado a Maria... Assim, e como é habitual no mês de Maio, a
nossa comunidade paroquial reuniu-se todos os dias para rezar o terço.
Todos os grupos paroquiais participaram: acólitos, leitores, grupos corais e catequese
mas este ano tivemos uma novidade: a semana da vida! Esta semana foi uma proposta
que chegou da nossa diocese. O objectivo era organizar uma semana relacionada com
a vida e com as famílias, portanto, nada melhor que pedir a diversas famílias para virem
rezar o terço. Assim conseguimos que, ao longo de uma semana, cerca de 50 famílias
se organizassem de forma a rezar o terço a Nossa Senhora. Foi uma semana em grande
e uma experiência fantástica. Será que podemos contar com estas familias para mais
algumas coisas?
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Foi apresentado dia 9 de Junho, na feira do Livro do Porto, o livro Bento XVI em
Portugal, editado pelo Secretariado Diocesano da Pastoral da Cultura.
Trata-se de uma edição que recolhe os discursos e as homilias do Santo
Padre na sua visita a Portugal, assim como reflexões/testemunhos dos bispos
D. Manuel Clemente e D. Carlos Azevedo, do Pe. José Tolentino Mendonça e do
Professor João Duque.
Partilho convosco a carta de agradecimento que Sua Santidade o Papa Bento XVI escreveu à Diocese do Porto.
«Ao Venerado Irmão
D. MANUEL JOSÉ MACÁRIO DO NASCIMENTO CLEMENTE
Bispo do Porto
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Venho renovar-lhe a expressão do meu agradecimento e, através da sua pessoa, aos Bispos Auxiliares e a todos
quantos o mesmo seja devido nessa amada diocese pelo carinho com que me receberam e, de modo particular,
pelo grande e frutuoso empenho na convocação e dinamização da Eucaristia no dia 14 de Maio de 2010.
Guardo indeléveis, na memória e no coração, as imagens daquela assembleia litúrgica apinhada na Avenida dos Aliados e ruas convergentes, vibrante de fé e serenamente devota, dando provas de ser um povo que ama
a Deus e se sente amado por Deus. Possa a comunidade eclesial do Porto, que o Senhor Bispo apascenta, frutificar
na paz e alegria do Senhor prosseguindo no rasto de Nossa Senhora de Vandoma e de tantos Santos a quem foi
dado reacender a esperança no coração e na vida diária dos homens e mulheres, seus companheiros de jornada,
lembrando-lhes Deus como meta final do seu caminho.
Com estes sentimentos e votos, imploro do Espírito Santo renovada efusão dos seus dons sobre o ministério de D. Manuel, seus Bispos Auxiliares e clero para levarem o seu povo a repousar e saciar-se em Deus, ao conceder
a todos os filhos e filhas da diocese do Porto, com menção especial dos idosos e doentes, dos jovens e crianças, a
minha Bênção Apostólica.»
Vaticano, 19 de Maio de 2010.
Benedictus PP XVI
No resto da Diocese
Actividades da Diocese
O mês de Junho começou em festa e terminou
em festa.
Logo nos primeiros dias tivemos a festa da 1ª comunhão, em que cerca de 80 crianças comungaram pela primeira vez. Depois foi a vez dos mais
crescidos do 6º ano professaram a sua Fé... mais
uma grande festa!
Nos dias 18 e 19 vivemos dois grandes arraiais.
Dia 18, os utentes dos centros sociais encheram
o recreio do colégio e fizeram uma grande festa,
com muitas sardinhas, muitas fêveras, muito caldo verde, bebidas e muita música. Neste dia até
os finalistas presentearam todos os que vieram
com um conjunto de músicas.
Já no dia 19, e depois de uma tarde muito ventosa, várias pessoas da nossa comunidade vieram
juntar-se à festa. Mais uma vez muitas sardinhas,
fêveras, bebidas e caldo verde mas acima de tudo
muita alegria, música e danças. A meio da noite o
grupo de cantares animou-nos com as suas músicas enquanto os balões de São João e os jogos
tradicionais fizeram com que estivéssemos entretidos por um bom bocado...
Nos próximos mêses
Nos meses de Julho e Agosto iremos retemperar
energias e dedicarmo-nos às férias...
O mês de Maria, na nossa diocese, ficou também marcado por várias
iniciativas em que Maria foi o centro...
A Peregrinação dos Frágeis decorreu no dia 23 de Maio, no Palácio de
Cristal. Foram mais de 5 mil as pessoas que se reuniram numa iniciativa
que teve como objectivo realçar o papel evangelizador que os que se
encontram mais fragilizados podem ter, transmitindo ainda uma mensagem de esperança e de união com Cristo.
Já no dia 30 do mesmo mês vivemos o Dia Diocesano da Família em que
centenas de casais jubilados (isto é, que celebram 10, 25 ou 50 anos de
casados este ano) se juntaram para uma celebração eucarística no Palácio de Cristal.
Estas duas iniciativas foram presenteadas com a presença da imagem
peregrina de Nossa Senhora.
O mês de Junho para a nossa diocese foi também centrado
na festa.
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Ainda no rescaldo do mês anterior tivemos, no dia 31 de Maio,
uma procissão diocesana com a imagem peregrina de Nossa
Senhora. Esta procissão contou com milhares de pessoas que
ao longo de várias ruas do centro do Porto foram rezando e cantando
a Maria.
Vários foram os arraiais que foram organizados em várias paróquias
como foi o caso de Monte Pedral onde, no dia 12, várias pessoas da comunidade se juntaram para uma grande festa.
No último fim-de-semana do mês decorreu a Festa da Solidariedade e
dos Povos. Esta festa está em linha com os objectivos da Missão 2010 e
do Bispo do Porto e pretende-se evidenciar interna e externamente a
dimensão das respostas da igreja
diocesana na área social e caritativa e na área das migrações. É
um grande momento de festa e
alegria, de reflexão e de conhecimento das múltiplas insM
tituições, organizações,
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acções e pessoas que
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diariamente trabalham
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este campo pastoral.
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A iniciativa mobilizará
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um grande número de
pessoas e instituições
tornando-se capaz de
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ser sinal da caridade da
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Igreja de Cristo para com
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o Homem de hoje.
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ConSenSus
por Tânia Teixeira
A produção de resíduos aumenta catastroficamente e a Natureza continua a sair prejudicada com a crescente
demanda comercial, principalmente devido à inutilização dos resíduos produzidos pelas grandes metrópoles.
Em Portugal, apenas 15,7% do lixo produzido é reciclado.
Numa acção de Educação Ambiental surge o projecto “Consensus”, promovido pela Escola Superior de Tecnologias da Saúde com o apoio do Programa Gulbenkian Ambiente, e que contou
com a participação dos Centros de Dia da freguesia de Santa Marinha, nomeadamente do Lar
Padre Alves Correia.
Esta acção passou por sensibilizar os idosos para a importância da reciclagem, mostrando que quando a reciclagem é feita, os produtos que
antes eram considerados lixo transformam-se em novos produtos, que
a opção de reutilização diminui a curto prazo a quantidade de resíduos
domésticos.
Durante algumas semanas, os idosos aprenderam quais os materiais que poderiam ser reutilizados, que novos produtos é que se poderiam obter com os materiais resultantes do consumo
e, consequentemente, partilharam com a comunidade, a importância da política dos três R’s:
Redução, Reutilização e Reciclagem.
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Mas esta acção não ficou por aqui. Nos dias 29 e 30 de Maio, os idosos do Lar Padre Alves Correia e das restantes instituições envolvidas no Projecto “Consensus”, realizaram uma mostra e acção de venda no Cais de Gaia,
como forma de promover o consumo sustentável.
O stand de vendas bastante colorido, exibia peças criativas a um preço significativo. Sacas plásticas foram
transformadas em cestas, em porta-moedas e em chapéus. Restos de tecido deram origem a malas, pregadeiras, ganchos de cabelo e colares. De garrafas de plástico fizeram-se puffs e suportes para velas. Papéis de
revistas originaram molduras e marcadores.
O valor angariado nesta acção vai ser, no presente mês, entregue ao Clube Desportivo do Marco, para compra
de novos equipamentos para os jovens desportistas.
Aprenda com os mais velhos e transforme materiais inúteis em materiais úteis, diminuindo os resíduos e poupando nos recursos naturais.
Sabia que…
O nível médio do mar aumentou entre 0,1 e 0,2 metros nos últimos cem anos;
O papel e o cartão podem levar entre 3 a 6 meses para serem absorvidos;
A concentração de CO2 na atmosfera aumentou 31% nos últimos 250 anos;
A pastilha elástica fica cerca de 5 anos na Natureza e o plástico até 500 anos, sendo que alguns, simplesmente
não se decompõem;
A temperatura média aumentou significativamente em todas as regiões de Portugal até ao fim do século XXI;
Que os rios e lagos das latitudes médias e altas do hemisfério Norte, estão gelados menos cerca de duas semanas por ano.
A vida é sempre um bem
por Ana Chamusca
“Se queres vir a ser feliz, aprende, quanto antes, a dar importância só àquilo que é realmente importante.”
Foi com estas palavras que o Dr. Abel Magalhães terminou a reflexão que fez com quem com ele quis partilhar o serão do passado dia 15 de Maio. Quem o fez certamente não se arrependeu… Para assinalar o Dia Internacional da Família, entre abraços, gargalhadas e a ternura dos seus (bem vividos) 73 anos, fez-nos pensar
e reflectir n’ “A vida como um dom… destinado a ser um bem”.
Depois de receber o convite, ao qual o Dr. Abel respondeu prontamente com um grande sim, afirmou que o
desafio era expor em apenas 1h30 um tema que podia ser “tratado e reflectido durante vários dias”.
Com a boa disposição, simplicidade e Fé que sempre lhe conheci fez-nos rir, emocionar, pensar e (não sei como o
consegue!) fez com que os que o ouviram saíssem com a certeza de que depois das suas palavras a vida e os seus
problemas assumem outras proporções tornando-os de certa forma mais leves.
Também nos deu a conhecer o seu último projecto: uma Organização Não-Governamental “Telefone da Esperança”, fundada em Espanha, em 1971, com a missão de prestar auxílio gratuito às pessoas que vivem situações de
crise. A partir do Porto, esta associação oferece um serviço gratuito, anónimo e especializado a todos os portugueses que precisem de apoio. Para tal, é necessário marcar o número 222 030 707 entre as 20h e as 23h (disponível
todos os dias, sem excepção de feriados ou dias festivos). O que diferencia esta linha das outras já existentes é a
exigência em relação à competência humana e técnica dos agentes de ajuda e a preocupação em ajudar as pessoas de forma estrutural e não apenas pontual, promovendo a sua reestruturação psicológica e emocional.
Foi com muita pena e com a certeza que ainda havia muito para aprender com as suas palavras, que nos despedimos da sua companhia por volta das 23h30.
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Abel, muito OBRIGADA pela tua disponibilidade e fica a
certeza e o desejo que mais oportunidades surgirão para
que nos possamos reencontrar.
Tesouros em vasos de barro
por Pe. António Manuel Barbosa Ferreira
Hoje partilho convosco uma resposta dada pelo Papa Bento XVI, por ocasião do Encontro Internacional de Sacerdotes, no diálogo que
manteve com eles, aquando das celebrações do Ano Sacerdotal, no passado dia 10 de Junho.
«(…) Estou deveras consciente de que hoje é muito difícil ser pároco, também e sobretudo nos países de antiga cristandade; as
paróquias tornam-se cada vez mais vastas, unidades pastorais... é impossível conhecer todos, é impossível fazer todos os trabalhos que se esperam de um pároco. E assim, realmente, perguntamo-nos para onde ir.
(…) Mas em primeiro lugar gostaria de dizer: sei que existem tantos párocos no mundo que dedicam realmente toda a
sua força pela evangelização, pela presença do Senhor e dos seus Sacramentos, e a estes fiéis párocos, que trabalham com todas
as forças da sua vida, do nosso ser apaixonados por Cristo, gostaria de dizer um grande “obrigado”, neste momento.
Disse que não é possível fazer tudo o que se deseja, tudo o que talvez se deva fazer, porque as nossas forças são limitadas e as situações são difíceis numa sociedade cada vez mais diversificada, mais complicada. Penso que, sobretudo, é importante que os fiéis possam ver que este sacerdote não faz apenas um “job”, horas de trabalho, e depois está livre e vive só para si
mesmo, mas é um homem apaixonado de Cristo, que traz em si o fogo do amor de Cristo. Se os fiéis vêem que ele está cheio da
alegria do Senhor, compreendem também que não pode fazer tudo, aceitam os limites e ajudam o pároco.
Este parece-me o aspecto mais importante: que se possa ver e sentir que o pároco realmente se considera chamado
pelo Senhor; que está cheio de amor ao Senhor e aos seus.»
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Em Maio na nossa creche
Mãe
por Susana Melo
Este mês, na nossa Instituição damos especial importância às
Mães, ou não fosse este o mês de Maio, “mês de Maria”, a nossa
Mãe.
No inicio do mês comemoramos o dia da Mãe convidando as Mães
a virem à Instituição fazer uma pintura colectiva com os filhos. Uma
actividade muito simples que, no entanto, deixou as nossas crianças
radiantes. Em jeito de agradecimento, as crianças ofereceram uma
prendinha feita por elas à própria Mãe.
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No dia 13 de Maio, e como é habitual, fomos (toda a Instituição) à Igreja homenagear a Nossa Senhora.
Foi deveras uma homenagem muito simples mas muito bonita. As crianças ofereceram a Nossa Senhora
uma flor branca, foi enunciado um poema, oraram (rezando uma Avé
Maria) e para acabar da melhor maneira foi cantado um lindo cântico
alusivo ao dia que festejávamos.
Não posso deixar de salientar que, apesar da tenra idade das crianças, foi uma homenagem muito sentida por elas. Como as fotos demonstram, as nossas crianças estavam compenetradas naquilo que
estavam a fazer.
Até à próxima edição...
A vista cá de cima
Torneio Olímpico Jovem Regional
por Eduardo Morais
O Clube Desportivo do Marco enviou-nos notícias acerca da sua participação no Torneio Olímpico Jovem Regional, realizado em Maio
no Estádio da Maia.
É de salientar que a atleta iniciada Inês Neto
se sagrou vice-campeã regional do olímpico jovem em 1500 metros obstáculos, enquanto a juvenil Ana Soares se sagrou vice-campeã de 3000 metros, conquistando ao
mesmo tempo os mínimos para disputar o
Campeonato Nacional de Juvenis, a realizar
em Guimarães, no mês de Junho.
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Continuação de boas prestações desportivas são os nossos votos.
Inês Neto
Vice-campeã regional do olímpico jovem em
1500 metros obstáculos
Ana Soares
Vice-campeã regional do olímpico jovem em
3000 metros
Em Junho na nossa creche
Aventuras no Zoo de Santo Inácio
por Susana Melo
No passado dia 28 de Maio, as crianças dos dois aos cinco anos fizeram um passeio ao Zoo de Santo Inácio,
em Vila Nova de Gaia.
Neste passeio tivemos a oportunidade de visitar a quinta pedagógica, onde contactámos com vários animais, entre os quais galinhas, perus, pavões, porcos e vacas.
Depois de visitar os animais domésticos, visitamos vários animais selvagens, tais como
a zebra, a avestruz e os cangurus.
Após estas visitas, fomos passear pelo bosque onde encontramos uns animais muito
engraçados, as gralhas. Ficamos surpreendidos pois estes animais falavam!
Durante o tempo que por lá estivemos, ainda tivemos a oportunidade de assistir a uma demonstração de répteis, onde vimos de bem perto cobras, iguanas,
etc, e ainda visitámos o reptilário e o insectário.
Para que todos comprovem a nossa boa disposição nesse passeio, deixo-vos com algumas fotos que tirámos nesse dia.
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A vista cá de cima
Campeonatos Regionais
Foi a 22 e 23 de Maio que se realizaram os campeonatos regionais de infantis e juvenis,
em que o Clube Desportivo do Marco se destacou, mais uma vez.
Os seus resultados atingem diversos títulos de vice-campeão regional, vários terceiro lugar,
quer em masculinos, quer em femininos, seja em provas de marcha, estafetas ou corrida.
André Costa
Sílvio Gomes
Jorge Oliveira
Pedro Pinto
Bruno Neto
Jorge Pinheiro
Raquel Soares
Cristiana Sousa
Sílvia Ribeirinha
Rute Leite
por Eduardo Morais
Foi na Póvoa do Varzim que, no
mês passado, o Clube Desportivo
do Marco através dos seus atletas Bruno Martins e Cristiana
Sousa, se sagraram vice-campeões regionais na prova de
4000 metros de marcha no campeonato regional de iniciados.
Bruno Martins
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É tão fixe ser Criança…
por Andreia Fão
Dia 1 de Junho celebra-se o Dia Mundial da Criança. É sobretudo nesta data que
nos lembramos da nossa infância, das nossas travessuras, das bonecas e carrinhos com que brincávamos, daquelas guloseimas que as nossas avós faziam
com tanto carinho, dos bons e verdadeiros amigos, dos dias em que, desde o
momento em que acordávamos, até à hora de nos deitarmos, o único trabalho
que tínhamos era brincar, brincar e… mais brincar. E depois… vem o inevitável
desejo: “quem me dera voltar a ser criança!!!” Mas afinal… porque é que somos
tão saudosistas da nossa infância?
Certo dia Saint-Exupéry escreveu «...as
pessoas grandes nunca percebem nada
sozinhas e uma criança acaba por se cansar de ter que estar sempre a explicar-lhes
tudo», por isso, perguntámos aos nossos
alunos do pré-escolar se era bom ser criança e porque é que eles gostavam de
o ser.
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Eis algumas das respostas mais curiosas que obtivemos:
«Gosto de ser criança porque sou muito querida» Benedita (4 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto de brincar» Tiago (4 anos)
«Gosto de ser criança porque a minha mãe deixa-me ir para o computador» Pedro Afonso (4 anos)
«Gosto de ser criança para brincar, jogar à bola» Inês (4 anos)
«Gosto de ser criança porque a minha mãe gosta de mim e brinca comigo» Mathilde (4 anos)
«Gosto de ser criança porque vou passear e posso desenhar» Beatriz (4 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto de aprender» Maria (6 anos)
«Gosto de ser criança porque eu já estou a crescer e a ser crescida» Ana Beatriz (3 anos)
«Gosto de ser criança porque quero ter muitos irmãos para ficar em casa» Ana Carolina (4 anos)
«Gosto de ser criança porque “não fazem” aquilo que as
mães fazem… dar tatau no rabinho» Emanuel (3 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto de ir à escola» Ruben (5 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto de estar agarrada ao meu urso» Joana (6 anos)
«Gosto de ser criança porque a minha mãe dá-me muitos beijinhos» Mafalda (5 anos)
«Gosto de ser criança porque a mamã faz a comida e brinco com o pai e a mãe» Gabriel (4 anos)
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«Gosto de ser criança porque gosto de crescer» Carolina (5 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto de me divertir» Afonso (6 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto de ser
amigo dos meus amigos» Bernardo (5 anos)
«Gosto de ser criança porque o meu pai gosta de mim e porque a
minha mãe ajuda-me em tudo, sempre» Laura (5 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto da minha cadela e assim, porque
sou pequenina, posso brincar com ela» Francisca (4 anos)
«Gosto de ser criança porque posso brincar muito e fazer
coisas à sorte e escrever aquilo que calha…» Leonor (4 anos)
«Gosto de ser criança porque posso jogar futebol… sou criança mas já
gostava de ser grande, mas assim brinco muito…» Matilde (4 anos)
«Gosto de ser criança porque brinco muito e
porque faço festinhas à mamã» Renato (5 anos)
«Gosto de ser criança porque aprendo muitas coisas todos os dias» Diogo (6 anos)
«Gosto de ser criança porque a mãe leva-me a passear
e faz muitas coisas divertidas» Dinis (5 anos)
«Gosto de ser criança porque faço muitas pinturas nos meus livros» Beatriz (5 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto dos meus pais» Pedro Manuel (5 anos)
«Gosto de ser criança porque sou um finalista do
jardim-de-infância e eu nunca fui» Tiago (5 anos)
«Gosto de ser criança porque os meus pais tratam-me
bem e levam-me a passear e sou feliz» Sofia (6 anos)
«Gosto de ser criança porque a mãe vai-me dar
uma mana, que eu queria muito» Soraia (5 anos)
«Gosto de ser criança porque ser baixo é uma coisa muito
boa, porque podemos fazer o que quisermos» Marta (5 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto
muito de brincar… brincar com os
meus amigos e também gosto de
trabalhar numa folha para fazer
desenhos. E gosto de dar abraços aos
adultos» Martim (5 anos)
«Gosto de ser criança porque a minha mãe
compra-me camisolas bonitas e comprou-me uma vez uma das “Três Mosqueteiras”!
E a mãe deixa-me pintar com tintas, eu
tenho uma bata» Inês Francisco (4 anos)
«Gosto de ser criança porque gosto de fazer jogos e comer bolachas…
o meu pai não come! E, porque posso ver televisão» Nuno (4 anos)
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«Gosto de ser criança porque gosto do meu pai e da minha mãe. E, porque o meu pai dá-me
mimos quando estou a dormir. E, porque a minha mãe deixa-me comer!» Bruno (4 anos)
«Gosto de ser criança porque brinco com a minha mãe e com o meu pai. Gosto de ver o pai a ir a Fátima!
Quando fosse grande eu queria ser professora, porque gosto de pintar e fazer desenhos» Marta (5 anos)
«Gosto de ser criança porque brinco com os meus pais às escondidas, à caçada e
com o meu mano Vítor à bola e jogos radicais» Rafael (4 anos)
«Gosto de ser criança porque sou fofinho e bonito! Porque brinco com dinossauros,
motas e carros! E, porque gosto de brincar com os meus pais» Gonçalo (4 anos)
«Gosto de ser criança porque sou pequenina! Brinco às “mães”, às “professoras”,
às escondidas… porque faço desenhos, pinturas e colagem» Rita (4 anos)
«Gosto de ser criança porque o meu pai brinca comigo ao “quem é quem?”,
dá-me chocolates… os adultos trabalham e as crianças não! As crianças brincam»
Carolina (5 anos)
Ser criança significa viver a vida de uma forma especial.
Uma pessoa, se for um adulto sábio, pode deixar a criança que há dentro
de si continuar a manifestar-se, porque isto é algo que nunca se esgota.
Se o adulto esquece a criança que existe dentro dele, perde o seu centro
humano e, na realidade, o que a nossa cultura realmente precisa é de um
“resgate” dos valores infantis, tais como: sinceridade, amizade, companheirismo, compaixão, afectividade, partilha, perdão, felicidade, perseverança,
solidariedade, fé…. Se olharmos a fundo esta questão, perceberemos que
aquilo que faz os adultos sofrer nos tempos modernos deve-se à “falta de
infância”, de “qualidade infantil” dentro da sociedade. Por tudo isto, apelamos a todos os adultos: não deixem morrer a criança que todos temos dentro de nós… deixem-na sair, brincar e sonhar…
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EXPO-CSPCANDAL
por Andreia Fão
Na última semana de aulas para os alunos do 1º Ciclo, realizou-se pela primeira vez neste colégio uma
exposição que intitulamos de EXPO-CSPCANDAL, onde procuramos reunir e divulgar todo o trabalho
realizado ao longo do ano lectivo, pelas diversas valências do Centro Social e Paroquial do Candal
(Creche, Pré-escolar, 1º Ciclo e Lar de Idosos) e, ainda, pelas valências da Creche e Pré-escolar do Centro Social e Paroquial de Santa Marinha.
Tratou-se de uma exposição cheia de cor e ideias práticas, onde a imaginação, a criatividade e a magia encontraram o
seu auge, e onde cada docente procurou da forma mais lúdica possível trabalhar as diversas áreas de desenvolvimento
da criança. Por isso, considero que nesta exposição podemos congratular muitas pessoas (Direcção do Colégio, famílias,
auxiliares, as crianças…) mas sem dúvida o “primeiro lugar no palanque” foi honrosamente conquistado pela classe
docente (Educadores e Professores) enquanto apoios, guias, orientadores e estimuladores de ideias e dos sentidos… enquanto mestres que alimentam a fome insaciável de aprender e sem os quais, provavelmente, nada disto seria possível.
Antes de terminar, queria partilhar com todos este poema de Paulo Freire que é um verdadeiro hino à importância do
papel da escola na sociedade, de uma forma geral e… em cada ser, em particular. E gostaria de dedicá-lo a todos os
docentes desta escola, para que continuem a fazer coisas maravilhosas com e para os seus alunos.
«Escola é
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... o lugar onde se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente.
Gente que trabalha, que estuda,
Que alegra, se conhece, se estima.
O Director é gente,
O coordenador é gente,
O professor é gente,
o aluno é gente,
Cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um se comporte
Como colega, amigo, irmão.
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”
Nada de conviver com as pessoas e depois,
Descobrir que não tem amizade a ninguém.
Nada de ser como tijolo que forma a parede: Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se “amarrar nela”!
Ora é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil! Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se, ser feliz
É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.»
Aconteceu em Maio no nosso colégio
Projecto “Sorria com Gaia”
por Rui Sequeira e Sílvia Chantre
Prevenção da Saúde Oral - destinado aos alunos do 1º Ciclo de todo o concelho de Gaia
Uma vez que este projecto é destinado a todos os alunos do 1º Ciclo de Vila Nova de Gaia, os alunos do nosso Colégio também foram alvos do rastreio ao abrigo do programa “Sorria com Gaia”.
Durante uma semana, os dentistas e técnicos estiveram no Colégio, onde passaram por todas as
salas do 1º Ciclo.
Este projecto resulta de uma parceria entre a Câmara de Gaia, a Escola Profissional de
Saúde e a Clínica Oralsaúde. Foi concebido com o intuito de promover a aquisição de conhecimentos sobre saúde oral por parte das crianças de Gaia, designadamente criar boas práticas ao
nível da prevenção entre os jovens que frequentam o primeiro ciclo; realizar o rastreio e o despiste de casos graves; acabar com
o receio de ir ao dentista e impulsionar a investigação sobre a saúde oral na comunidade de Vila Nova de Gaia.
Para estimular as crianças a terem boas práticas, foi entregue, a cada uma delas, o “Kit do Agente Sorriso”, constituído
por uma pequena mala com pasta dentífrica, escova, fio dental e uma amostra de flúor. Depois de o aluno ter efectuado a escovagem, aplicado o flúor e utilizado o fio dental, o rastreio foi executado com uma câmara intra-oral, a qual proporciona uma fácil
observação e registo e permite à criança verificar, no próprio momento, as consequências do seu comportamento.
Os resultados do rastreio foram entregues ao aluno, ao professor e aos pais, acompanhado de uma nota, na qual são
sugeridas as melhores práticas de saúde oral, como, por exemplo, visitar o médico dentista, se tal for necessário.
Projecto Sabientar - Ecoscópio
Recebemos, mais uma vez, este mês a visita dos funcionários da Suma, ao abrigo do programa Sabientar.
Desta vez, trouxeram um autocarro todo colorido de nome Ecoscópio. Dentro do Ecoscópio os alunos
viram um teatro em que as personagens principais eram um caixote do lixo e uma bota.
Depois os alunos foram assistir a um filme
sobre os 5R`s. Por fim, acabaram a visita com
uns jogos no computador e outros que estavam nas paredes.
“Abre os olhos, toma atitude, passa a palavra!” é mote deste inovador projecto.
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Reciclar é que está a dar
Os alunos do 3º ano, aproveitando o tema dos
meios de transporte e dos meios de comunicação,
meteram mãos à obra e, com a ajuda dos familiares,
construíram em casa vários meios de transporte e
meios de comunicação com materiais reciclados.
O resultado final foi muito satisfatório. Estes trabalhos estão expostos na entrada dos corredores
do último piso do Colégio.
Ler é o melhor remédio!
Este mês sugerimos-te …
AUTORES:
Alberto Faria e Ana Ventura
SINOPSE:
Sabes? As zebras conhecem-se pelas riscas!
Quando elas nascem, têm de ficar com os pais, e só com os pais,
para se habituarem às riscas deles, porque depois vai ser necessário reconhecê-los na confusão de riscas que é a manada de
zebras. Mas imagina que, apesar dos esforços, isso não acontece!
Ao longo destas divertidas páginas cor de savana, plenas de diversidade africana, vais descobrir as peripécias da zebra Zezé…
Leva os teus pais a passear
CASA –MUSEU ORTIGÃO SAMPAIO
FAMÍLIAS NOS MUSEUS
Caixa de Actividades/Surpresa com o intuito de incentivar pais,
avós, primos, amigos … a relacionarem-se, descobrindo as colecções expostas.
TELEF: 226 066 568 / 226 062 744
QUANDO:
4º Sáb./ mês: 10h-12h
ONDE: Rua de Nossa Senhora de Fátima, 291 – Porto
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Aconteceu em Junho no nosso colégio
Visita ao Centro Histórico de Vila Nova de Gaia
por Rui Sequeira e Sílvia Chantre
Os alunos do 3º ano do Colégio visitaram o Centro Histórico de Vila Nova de
Gaia, a convite da Junta de Freguesia de
Santa Marinha. A Junta convidou todas
as escolas da freguesia a visitar o Centro Histórico. Os alunos do Colégio realizaram a visita no dia 19 de Maio. Neste
passeio, visitaram o Convento Corpus
Christi, o Zé da Micha, a Igreja da Serra
do Pilar e o Quartel do exército também
da Serra do Pilar.
Foi no quartel que os alunos e professores almoçaram. Foi um dia muito bem passado que a Junta de Freguesia proporcionou a
todos. Para a Junta o nosso OBRIGADO.
Visita de estudo a Guimarães dos alunos do 4º ano
Os alunos do 4º ano das escolas da
Freguesia de Santa Marinha foram a
Guimarães no dia 27 de Maio, também a convite da Junta de Freguesia
da mesma localidade. Visitaram o Castelo e andaram de teleférico. Foi um
dia maravilhoso em que os alunos do
Nosso Colégio puderam conviver com
alunos de outras escolas da freguesia.
Mais uma vez, agradecemos à Junta
de Freguesia, a oportunidade que proporcionou aos nossos alunos.
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Dia Mundial da Criança
Mais uma vez, o DIA MUNDIAL DA CRIANÇA
foi um dia de alegria para os nossos alunos.
Neste dia, os alunos participaram em vários
jogos tradicionais, numa caça ao tesouro,
jogaram futebol, saltaram à corda, etc. Tiveram também uma ementa especial, em
que cada um escolheu o prato preferido.
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Missa de Finalistas
Como já é tradição no nosso Colégio, é realizada, no final de cada ano lectivo,
uma celebração de Acção de Graças pelos alunos finalistas. A todos os finalistas e restantes alunos do Colégio desejamos umas BOAS FÉRIAS.
75 anos do Colégio-Creche N.ª Sr.ª da Bonança
Um muito obrigada
por Etelvina Azevedo
Exmo. Senhor Padre Barbosa,
Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo que enviou para evangelizar a
população da Paróquia do Candal um grande pastor muito inteligente,
activo e com belíssimo gosto.
Estou muito satisfeita por ter feito o grande sacrifício de ter assistido à
Santa Missa, para melhor valorizar o Servo de Deus tão novinho.
Creia Senhor Padre Barbosa que estou a falar com o coração. Gostei de
tudo que vi e ouvi. Começo por a maravilhosa disciplina das crianças e dos
jovens. Eu adoro a disciplina. Ela é indispensável em tudo.
As crianças cantaram muito bem. Os jovens tocaram com alma, a igreja é
lindíssima, tudo feito com muito gosto, o Santíssimo fica longe de quem
não pode caminhar, mas Deus esteve no altar e eu adorei-O também.
Parabéns Senhor Padre Barbosa por tudo.
O povo do Candal tem obrigação de o estimar e ajudar na espinhosa e
santa missão que Deus lhe confiou. Tenho agradecido a Deus por o Senhor
Padre ter vencido as lutas vergonhosas do povo do Candal no princípio
da sua vinda para a Paróquia. Este povo deve estar arrependido ao ver as
maravilhosas obras que o Senhor fez. É um colégio de categoria, nada falta
às crianças e aos adultos. Bem-haja Senhor Padre Barbosa.
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Deus lhe pague com muita força, coragem e saúde para continuar a sua
Missão para bem da humanidade. Agradeço-lhe tudo o que fez por mim
para eu estar muito bem instalada na igreja. Eu devia ter dito algumas palavras ao Senhor Bispo e ao Senhor Padre, mas estava tão comovida que
não conseguia falar.
O Senhor Padre tem um olhar de carinho e um lindo sorriso que me dizem
que tem pena da minha situação. Muito obrigada.
Sempre rezei pelo Clero, mas agora mais rezo porque senti tudo o que fez
por mim. Gostava de ver os seus pais para lhes dar os Parabéns por o bom
filho que têm.
Um forte abraço desta sua amiga,
Etelvina Azevedo
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Subida das taxas do IVA
por Sandra Miranda
“Os portugueses vão sentir as novas medidas fiscais a partir de Junho. A subida das taxas de retenção tornará os salários
mais leves e, com o agravamento do IVA em Julho, será mais caro encher a despensa.
Rendimentos anuais até 11 300€ sem agravamento
Os contribuintes dos dois primeiros escalões de IRS, ou seja, com rendimentos anuais até 11 300€ não pagam mais imposto. Dado o valor
da sua dedução específica (4104€) e das deduções à colecta pessoalizantes, que variam com a composição do agregado, estes contribuintes não pagavam e continuam a não pagar imposto no final do
ano. Em geral, as taxas de retenção na fonte de quem tem rendimentos até 11 300€ não foram ajustadas.
Exemplo 1: família com rendimentos mensais de 1600€.
Um casal com um filho, em que cada titular recebe mensalmente
800€ brutos, retinha 5% de IRS (40€) mais 11% para a segurança social
(88€). Descontava todos os mês 256€ (128€ x 2). A partir de Junho,
descontam o mesmo valor de IRS (40€ cada um), porque a taxa de
retenção mantém-se nos 5%.
Resultado: o rendimento líquido da família fica inalterado.
Os contribuintes do 3º escalão de IRS (23,5%), com rendimentos brutos até 1537€ mensais, vão reter na fonte mais 1%. Acima
deste valor, quem está sujeito a uma taxa igual ou superior
a 34% retém mais 1,5% do salário.
Este agravamento inicia-se em Junho e vigora, pelo menos,
26 até Dezembro de 2011. O Governo pondera prolongar a
medida, caso seja necessário. Para conhecer a taxa a aplicar ao seu caso, consulte as tabelas publicadas em Diário
da República (http://www.dre.pt/). Tenha em conta o estado
civil e número de dependentes.
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Exemplo 2: família com rendimentos mensais de 3000€.
Um casal com dois filhos, em que cada titular recebe 1500€ brutos
de rendimento, retinha 12% de IRS (180€) mais 11% para a segurança
social (165€). Descontava todos os mês 690€ (345€ x 2). A partir de
Junho, o casal desconta mais 30€ (15€ cada um).
Resultado: os rendimentos líquidos da família descem de 1620€ para
1590€ mensais. Até ao final do ano e considerando 7 meses de rendimento e subsídio de Natal, suportará mais 240€ de IRS.
Com a limitação das deduções à colecta previstas no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), além de 30€ mensais, esta família perderá
cerca de 100€ quando o fisco fizer contas à sua declaração de IRS. Isto
porque o PEC prevê fixar o valor máximo que cada agregado pode
deduzir ao IRS.
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Exemplo 3: casal com rendimentos mensais de 5000€.
Se cada membro obtiver rendimentos brutos de 2500€, retém 525€ (2500€ x 21%). Somando os 11% da segurança
social (275€), cada titular desconta 800€. A partir de Junho,
o casal vai reter mais 75€ (37,50€ cada um). Até ao final do
ano e considerando 7 meses de rendimento e subsídio de
Natal, suportará mais 600€ de IRS.
Se o PEC limitar as deduções à colecta, além dos 37,50€
mensais, cada contribuinte deste escalão (34%) será prejudicado, em média, 180€ quando o fisco calcular o imposto
relativo a 2010, a partir da declaração de IRS entregue em
2011.
Os montantes cobrados pelo fisco através da retenção na fonte pretendem aproximar o mais possível
o imposto retido daquele que o contribuinte tem de
pagar, quando é apurado o seu IRS no ano seguinte.
Mas paralelamente à subida da taxa de retenção,
cresce o imposto final a pagar, dado as taxas finais de
imposto também aumentarem. Estas estiveram para ser agravadas
na mesma proporção, mas implicaria um duplo cálculo do imposto
dos rendimentos obtidos em 2010: um até ao final de Maio e outro
a partir de Junho. O fisco escolheu o método com menor carga burocrática e aplicará 7/12 de 1% e 1,5% sobre a totalidade dos rendimentos de 2010.
Ao impor apenas duas taxas (1% e 1,5%), o fisco impede que o agravamento seja proporcional, pois quanto maior o rendimento menor
o impacto do acréscimo. Em geral, o aumento médio é de 2,5%, em
2010, mas no caso de um contribuinte com rendimento anual de
100 000€ o agravamento efectivo é de 2,2%. A aplicação das taxas a
todo o ano, mesmo a 7/12, é ainda injusta para alguns contribuintes:
por exemplo, para quem só recebeu rendimentos até Maio e para
profissionais independentes, como canalizadores, advogados ou arquitectos, que, em regra, recebem depois de prestar o serviço (pode
ter ocorrido em Abril ou Maio e só ser pago em Junho).
Em 2010, um contribuinte com rendimento colectável de 30 000€
está sujeito a uma taxa de imposto de 34,88% e paga 7641, 19€. Com
os mesmos rendimentos, pagou 7453,81€, em
2009.
No próximo ano, esse agravamento será maior:
em vez dos 7/12, passam a ser aplicados na totalidade 1 e 1,5 por cento.
Em 2011, este contribuinte estará sujeito a
uma taxa de imposto de 35,50% e pagará 7791,24€. Com o mesmo rendimento de 30 000€, o imposto a suportar aumenta. O IRS
é agravado, em média, 4,5% em 2011. Ao comparar com 2009, paga
mais 188,01€ em 2010 e mais 338,05€ em 2011.
Aumento do IVA encarece cabaz de compras
Todas as taxas de IVA sobem 1% a partir de Julho. Este agravamento
vai reflectir-se de forma variada, consoante o cabaz de cada agregado. Imaginemos uma família que gasta 400€ mensais em supermercado, repartidos por 250€ a 5%, 50€ a 12% e 100€ a 20%. Depois
de aplicadas as novas taxas, pagará mais 3,66€ pelo mesmo cabaz.
Rendimentos de capitais não escapam
O aumento das taxas liberatórias também faz parte das medidas
anti-crise. Sobem de 20% para 21,5% e são aplicadas à maioria
dos rendimentos de capitais, como depósitos à ordem ou a prazo.
Por exemplo, se um investidor recebesse 100€ de juros, a entidade
pagadora reteria 20€ para entregar ao Estado. Em princípio, a partir
de 1 de Julho (ainda não está fixada a data), o Estado passa a amealhar 21,50€ e o investidor recebe 78,50€ líquidos em vez de 80€.”
Fonte: www.deco.proteste.pt
Passatempos
por Paula Teixeira
Descobre os
nomes escondidos
de 10 animais
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Une os espaços e
pinta a teu gosto
Descobre as 7 diferenças
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Vale a pena pensar nisto
O Senhor é a minha herança
Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio.
Diga ao Senhor: «Vós sois o meu Deus».
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra
e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena na vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.
Salmo 15 (16)
VERA CRUZ
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